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Aula 10.

Português p/ TRF 1ª Região 2017/2018 (Nível Médio e Superior) Com videoaulas -


Pós-Edital

Professor: Décio Terror

01312150351 - Maria da Paz Santos Otaviano


Português para TRF 1ª R
Teoria e exercícios comentados
Prof. Décio Terror Aula 10.2

Aula 10.2: Pronomes. Colocação dos pronomes átonos.

SUMÁRIO PÁGINA
Pronome 1
Pronomes pessoais 3
Colocação pronominal 7
Valores do pronome átono “se” 11
Pronomes indefinidos 19
Pronomes possessivos 21
Pronomes demonstrativos 22
Pronomes interrogativos e relativos 24
Lista de questões para revisão 42
Gabarito 50

Nesta aula, trabalharemos os pronomes!


Nossa metodologia nesta aula será um pouquinho diferente.
A cada parte da teoria, resolveremos uma ou outra questão do CESPE
para ilustrarmos a cobrança em prova, e isso terá um efeito didático
importante no ponto específico da aula. Tais questões não terão numeração,
nem ano de aplicação da prova.
Depois de vermos toda a teoria, teremos o treinamento e
aprofundamento com mais questões da banca CESPE já com numeração e ano
de aplicação da prova.
Tais questões propositalmente não seguem a ordenação dos assuntos
que vimos. Elas estão dispostas de forma aleatória, como um aprofundamento.
Vamos à aula:
Pronomes
O pronome é a classe gramatical que é empregada para substituir ou
acompanhar um nome. É considerado um elemento de coesão, pois retoma
ou projeta nomes no texto. Veja:
Ana Clara realizou uma prova ontem. Ela não havia levado seu material
de estudo, então pediu a um amigo que morava perto de sua casa que o
trouxesse à faculdade, pois todo o resumo se encontrava nele.
Perceba que o pronome pessoal ―Ela‖ retomou ―Ana Clara‖. O pronome
possessivo ―seu‖, além de fazer subentender a preposição ―de‖, retoma ―Ela‖
(=material dela). O pronome relativo ―que‖ se refere ao vocábulo ―amigo‖
(amigo morava...). O pronome ―sua‖ novamente retoma ―Ela‖ (casa dela). Os
pronomes ―o‖ e ―nele‖ fazem referência à expressão ―material de estudo‖.

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Com isso, podemos perceber o papel crucial dos pronomes na retomada


de palavras. Essa referência ao que foi dito anteriormente é chamada de
recurso anafórico recurso muito utilizado.
Mas ele também pode projetar o sentido, isto é, fazer uma abertura para
depois inserir o elemento. Veja:
Ana já soube de sua nota: cinco.
A nota de Ana foi esta: cinco.
Preciso de algo: descanso.
Chamamos isso de recurso catafórico. Não temos que decorar os
nomes, mas saber identificar a quem o nome se refere, quem ele retoma e
quem ele projeta. Para tal, basta lermos com calma o texto e confirmarmos os
dados nele.
Verifique essa coesão referencial em um texto da prova de Analista de
Finanças e Controle (STN) 2008:

O Brasil vive hoje seu primeiro momento plenamente


democrático. Todas as experiências anteriores ou foram
autoritárias ou tinham algumas características da
democracia, mas não a realizavam por completo. Boa
parte desse resultado político se deve à Constituição de
1988, num sentido mais amplo que as regras por ela
determinadas. Além do arcabouço institucional original, o
espírito que norteou a confecção do texto constitucional
e o aprendizado posterior têm produzido efeitos
democratizantes na vida política brasileira. Ainda há, no
plano da cidadania, distância entre o Brasil legal e o
Brasil real. As formas de participação extra-eleitoral
ainda são subaproveitadas. Grande parte da população
não as usa.

Assembleia Legislativa ES nível superior (banca CESPE)


Fragmento de texto: Em milênios de filosofia, só dois filósofos quebraram as
fronteiras da academia para que seus nomes gerassem adjetivos conhecidos
de todos, até de quem não sabe quem eles foram: Platão e Maquiavel. Todos
ouvimos falar em amor platônico ou em pessoas maquiavélicas. Não interessa

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que os especialistas se irritem porque Maquiavel não foi maquiavélico; o fato é


que ele, como Platão, deixou uma marca no imaginário social.
Na linha 7, o pronome ―ele‖ refere-se a ―Platão‖, o referente mais próximo.
Comentário: O pronome pessoal ―ele‖ também trabalha a coesão referencial
anafórica. Assim retoma palavra expressa anteriormente, e não
posteriormente, como a questão faz subentender.
Assim, o substantivo retomado foi ―Maquiavel‖, e não ―Platão‖.
Gabarito: E

Bom, vimos a aplicação do pronome como elemento anafórico ou


catafórico. Agora, vamos estudar algumas nomenclaturas importantes do
pronome e seu emprego.
Pronomes pessoais:
Os pronomes pessoais são aqueles que indicam uma das três pessoas do
discurso: quem fala (locutor), com quem se fala (interlocutor) e de quem se
fala (referente).
Pronomes pessoais do caso reto: são os que desempenham a função
sintática de sujeito da oração, vocativo e predicativo. São os pronomes eu, tu,
ele (ela), nós, vós, eles (elas).
Eu sou professor. O professor sou eu.
Tu és professor. O professor és tu. Tu, não deixes de estudar!
Ele é professor. O professor é ele.
Nós somos professores. Os professores somos nós.
Vós sois professores. Os professores sois vós. Vós, aceitai a reprimenda.
Eles são professores. Os professores são eles.
sujeito predicativo vocativo

Pronomes pessoais do caso oblíquo: são os que desempenham a função


sintática de complemento verbal (objeto direto ou indireto), complemento
nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, adjunto adnominal.
Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em dois tipos: os
átonos, que não são antecedidos por preposição, e os tônicos, precedidos por
preposição.
a) Pronomes pessoais oblíquos átonos: são os seguintes: “me, te,
se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes”. Eles podem exercer diversos valores
morfossintáticos nas orações:
Objeto direto: “me, te, se, o, a, nos, vos, os, as”.
Ana informou-me do ocorrido.
Ana informou-te do ocorrido.
Ana informou-se do ocorrido.
Ana informou-o (a) do ocorrido.
Ana informou-nos do ocorrido.
Ana informou-vos do ocorrido.
Ana informou-os (as) do ocorrido.
sujeito VTDI + OD + OI

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Se o verbo terminar com as nasalizações ―m‖, ou ―õe‖; os pronomes o,


a, os, as transformar-se-ão em no, na, nos, nas.
Quando encontrarem o material, tragam-no até mim.
Os sapatos, põe-nos fora, para aliviar a dor.
Se o verbo terminar em ―r‖, ―s‖ ou ―z‖; excluir-se-ão essas terminações,
e os pronomes o, a, os, as mudarão para lo, la, los, las.

Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até mim.

deverão trazer + as deverão trazê-las

As apostilas, perde-las toda semana. (sujeito oculto ―tu‖)


perdes + as perde-las

As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade.


seduz + as sedu-las

Independentemente da predicação verbal, se o verbo terminar em


―-mos‖, seguido de ―nos‖ ou de ―vos‖, retira-se a terminação ―-s‖.
Encontramo-nos ontem à noite.
Solicitamo-vos a acolhida nesta noite.
Objeto Indireto: “me, te, se, lhe, nos, vos, lhes”. (valor sintático)
Ana informou-me o ocorrido.
Ana informou-te o ocorrido.
Ana informou-lhe o ocorrido.
Ana informou-nos o ocorrido.
Ana informou-vos o ocorrido.
Ana informou-lhes o ocorrido.
Ana revoga-se o direito de ficar calada.
sujeito VTDI + OI + OD + oração subordinada substantiva
completiva nominal

Se o verbo for transitivo indireto terminado em ―s‖, seguido de lhe,


lhes, não se retira a terminação ―-s‖.
Obedecemos-lhe cegamente.

Complemento nominal: “me, te, lhe, nos, vos, lhes”.

(você) Tenha-me respeito. Tenha respeito a mim.


(eu) Tenho-te respeito. Tenho respeito a ti.
(eu) Tenho-lhe respeito. Tenho respeito a ele.
(você) Tenha-nos respeito. Tenha respeito a nós.
(eu) Tenho-vos respeito. Tenho respeito a vós.
(eu) Tenho-lhes respeito. Tenho respeito a eles.
sujeito VTD + CN + OD VTD + OD + CN

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Valor de posse (algo de alguém): ―me, te, lhe, nos, vos, lhes”.

Algumas gramáticas determinam a esses pronomes a função de adjunto


adnominal, outras, objeto indireto. Para nossa prova, basta entender o valor
de posse.
Doem-me as pernas. (As minhas pernas doem.)
Doem-te as pernas. (As tuas pernas doem.)
Doem-lhe as pernas. [As suas pernas doem. As pernas dele(dela) doem.]
Doem-nos as pernas. (As nossas pernas doem.)
Doem-vos as pernas. (As vossas pernas doem.)
Doem-lhes as pernas. [As suas pernas doem. As pernas deles(delas) doem.]

Sujeito acusativo: Os pronomes que funcionam como sujeito acusativo são


“me, te, se, o, a, nos, vos, os, as”, quando estiverem em um período
composto formado pelos verbos ―fazer, mandar, ver, deixar, sentir ou ouvir‖, e
um verbo no infinitivo ou no gerúndio.
Ex. Deixei-a entrar atrasada.
Mandaram-me conversar com o diretor.

Assistente de Chancelaria nível superior (banca CESPE)


Julgue a frase abaixo quanto à correção gramatical.
Já que eu não posso amar ela, vou procurar outro amor.
Comentário: O vocábulo ―ela‖, dependendo de seu valor sintático, poderá ser
pronome pessoal do caso reto ou oblíquo tônico. Como este pronome está na
função de objeto direto, deve ser substituído por ―a‖, com as devidas
adaptações: ―amá-la‖. Porém, esta estrutura pode despertar um desprestígio
linguístico, produzindo a pronúncia (a mala), em determinados contextos
causando até ambiguidade. Por isso, é relevante posicionar esse pronome
átono antes do verbo ―posso‖: ―eu não a posso amar‖.
Gabarito: E

Assistente de Chancelaria nível superior (banca CESPE)


Ao escrever um texto, determinado profissional produziu a frase:
A inflação é a maior inimiga da Nação. É meta prioritária do governo eliminá-la.
O profissional poderia substituir ―eliminá-la‖ por eliminar-lhe, e, dessa
forma, a frase estaria mais bem formulada e de acordo com a escrita padrão.
Comentário: O verbo ―eliminar‖ é transitivo direto e ―-la‖ é o objeto direto,
corretamente empregado. A referida substituição implicaria erro gramatical,
pois o pronome ―lhe‖ nunca ocupará a função de objeto direto.
Gabarito: E

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TRE - ES Técnico (banca CESPE)


Fragmento de texto: No artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, dispôs a Carta Magna de 1988: ―Aos remanescentes das
comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida
a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.‖
Era o reconhecimento de um direito.
Em ―emitir-lhes‖, o pronome exerce a função de objeto direto.
Comentário: O pronome ―lhes‖ não pode ocupar a função sintática de objeto
direto. Neste contexto, sua função é de objeto indireto.
Gabarito: E

FUB Técnico (banca CESPE)


Fragmento de texto: O Teach for America consegue atrair os mais
talentosos alunos para a docência oferecendo-lhes algo bem concreto. Depois
de dois anos no papel de professor de escola pública — tempo mínimo de
estada no programa —, esses jovens ingressam quase que automaticamente
em algumas das maiores empresas americanas, com as quais o Teach for
America estabeleceu uma produtiva parceria.
O pronome ―lhes‖ poderia ser substituído por os, sem prejuízo da correção
gramatical do texto, dada a possibilidade de dupla regência do verbo oferecer.
Comentário: O verbo ―oferecendo‖ é transitivo direto e indireto. Seu objeto
direto é ―algo‖ e o objeto indireto é ―lhes‖. Assim, este não pode ser
substituído por ―os‖.
Gabarito: E

TRE - MA Analista (banca CESPE)


Fragmento do texto: Ser cidadão, perdoem-me os que cultuam o direito, é
ser como o Estado, é ser um indivíduo dotado de direitos que lhe permitem
não só se defrontar com o Estado, mas afrontar o Estado. O cidadão seria tão
forte quanto o Estado. O indivíduo completo é aquele que tem a capacidade de
entender o mundo, a sua situação no mundo e que, se ainda não é cidadão,
sabe o que poderiam ser os seus direitos.
Estaria garantida a obediência às regras de regência verbal, caso se
substituísse a expressão ―afrontar o Estado‖ por afrontar-lhe.
Comentário: o verbo ―afrontar‖ é transitivo direto, então só cabe objeto
direto, por isso não se utiliza o pronome ―-lhe‖ (objeto indireto), mas o
pronome ―lo‖ (objeto direto) (imposição do ―L‖ pela retirada do ―r‖ final do
verbo). Verifique que esta troca pode ser feita porque a palavra ―Estado‖ já
havia sido expressa no texto.
Gabarito: E

TRE - MA Analista (banca CESPE)


Fragmento do texto: Ser cidadão, perdoem-me os que cultuam o direito, é
ser como o Estado, é ser um indivíduo dotado de direitos que lhe permitem
não só se defrontar com o Estado, mas afrontar o Estado. O cidadão seria tão
forte quanto o Estado. O indivíduo completo é aquele que tem a capacidade de
entender o mundo, a sua situação no mundo e que, se ainda não é cidadão,
sabe o que poderiam ser os seus direitos.

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A substituição da expressão ―capacidade de entender o mundo‖ por


capacidade de entendê-lo mantém a coesão e a coerência do texto, além
de conferir ao período maior concisão.
Comentário: Observe que a expressão ―o mundo‖ é objeto direto do verbo
―entender‖. É gramaticalmente correta a substituição; porém, textualmente,
deve-se observar que o recurso de se substituir um substantivo por um
pronome oblíquo ocorre quando esse substantivo está sendo repetido; no
entanto, a palavra ―mundo‖ não havia sido expressa no texto anteriormente, e
sua substituição causaria uma incoerência no texto.
Ficou com dúvida? Pense nesta frase iniciando um texto:
Ela chegou tarde hoje.
Ela quem? Para que esse pronome tenha coesão e coerência no texto, deve-
se substituir um substantivo escrito anteriormente no texto:
Margarida saiu às cinco horas da manhã. Ela chegou tarde hoje.
Agora se sabe quem é ela: Margarida.
Gabarito: E

Colocação dos pronomes oblíquos átonos


Numa relação frasal, muitas vezes há dúvida quanto ao posicionamento
desses pronomes, que podem ficar antes do verbo (próclise), no meio dele
(mesóclise) e depois dele (ênclise).
a. Em relação a um só verbo:
A estrutura básica da oração é o sujeito (S), verbo (V) e complemento
(O). Essa é a sequência natural, pois é mais prático ao falante concordar o
verbo com o sujeito que já foi dito. Os pronomes pessoais oblíquos átonos
ocupam a função de complemento (representado adiante por ―O‖). Então,
façamos a seguinte depreensão:

S V O
oblíquo
átono

ênclise

Ênclise: o pronome surge após o verbo. Pode ser considerada a colocação


básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Na língua
culta, essa sequência é observada no início das frases ou quando não houver
palavra que atraia esse pronome:
Apresento-lhe meus cumprimentos. Contaram-te tudo?
Joana cansou-se de tanto andar.
Observação: deve-se ter em mente que não se inicia oração com pronome
oblíquo átono: estão erradas as construções “Me disseram assim.”, o ideal é
―Disseram-me assim.‖

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Próclise: o pronome surge antes do verbo, porque há uma palavra que o


atrai, chamada palavra atrativa, ou se houver conveniência eufônica:

S O V
oblíquo
átono

próclise
Não nos mostraram nada. Nada me disseram.
a) São palavras atrativas: advérbios¹, pronomes relativos², interrogativos³,
conjunções subordinativas4 e, normalmente, as negações5:
Sempre¹ se encontram.
É a pessoa que² nos orientou.
Quem³ te disse isso?
Nada foi feito, embora4 se conhecessem as consequências da omissão.
Não5 me falaram nada a respeito disso.
b) Se, após a palavra atrativa houver pausa (vírgula, ponto-e-vírgula, dois-
pontos etc), a atração perde força e o pronome deve posicionar-se após o
verbo:
Não nos falaram a verdade. Não, falaram-nos a verdade.
Agora nos fale a verdade. Agora, fale-nos a verdade.
c) O pronome átono, não inicial, pode vir antes da palavra negativa:
“...descia eu para Nápoles em busca de sol que o não havia nas terras do norte.”
d) A colocação pronominal enclítica ocorre por força gramatical, porém os
autores modernos têm optado pela próclise, mesmo não havendo palavra
atrativa, haja vista o processo eufônico (soar melhor). Veja:
O marceneiro feriu-se com a lâmina.
O marceneiro se feriu com a lâmina.
Observação: a tradição fixou a próclise ainda nos seguintes casos:
1) com o gerúndio precedido da preposição em:
Em lhe chegando o turno, volte ao trabalho com eficiência.
2) nas orações exclamativas e optativas, com o verbo no subjuntivo e sujeito
anteposto ao verbo:
Bons ventos o levem! Deus te ajude!
Note a diferença com: ―Benza-o Deus!”. Nesta frase, o sujeito ficou
posposto ao verbo, porque o pronome teve de ser deslocado para não iniciar a
frase.
3) Com a preposição ―para‖ seguida de infinitivo, a colocação pronominal é
facultativa (próclise ou ênclise), inclusive com palavra negativa:
Para se equilibrar, ele segurou um graveto.
Para equilibrar-se, ele segurou um graveto.
Para não se esquecer, escreveu o recado na mão.
Para não esquecer-se, escreveu o recado na mão.

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Mesóclise: o pronome é intercalado ao verbo, que deve estar no futuro do


presente do indicativo ou futuro do pretérito do indicativo. Mas, se houver
palavra atrativa, mesmo com os verbos nestes tempos, a colocação é a
próclise:

Mostrar-lhe-ei meus escritos. Falar-vos-iam a verdade?


Nunca lhe mostrarei meus escritos. Jamais vos falarei a verdade.

b. Agora, veja essas regras com uma locução verbal:


O pronome oblíquo átono pode posicionar-se em qualquer das três
formas a seguir:

infinitivo gerúndio particípio


1 Vou-lhe falar. Estou-lhe falando. Tenho-lhe falado.
2 Vou lhe falar. Estou lhe falando. Tenho lhe falado.
3 Vou falar-lhe. Estou falando-lhe. —
verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal

Quando há hífen, sabe-se que ocorre ênclise. Assim, na estrutura 1, há


ênclise ao verbo auxiliar; na 2 há próclise ao verbo principal e na 3 há ênclise
ao verbo principal. Note que não pode haver ênclise com verbo no particípio.
―Dica para memorizar: o particípio não participa da colocação
pronominal.‖
Observe também que não se muda o sentido com a mudança de posição
do pronome oblíquo átono.
Outra importante observação: via de regra, com palavra atrativa, o
pronome oblíquo átono ficará proclítico ao auxiliar¹ ou ao principal², e enclítico
ao principal³:

infinitivo gerúndio particípio


1 Não lhe vou falar. Não lhe estou falando. Não lhe tenho falado.
2 Não vou lhe falar. Não estou lhe falando. Não tenho lhe falado.
3 Não vou falar-lhe. Não estou falando-lhe. —
verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal

Portanto, há de se concluir que as normas de colocação pronominal não


devem ser vistas como preceitos intocáveis, ficando, em muitos casos,
subordinados às exigências da ênfase, da harmonia e espontaneidade da
expressão.
Cabe relembrarmos aqui dois valores do pronome ―se‖: índice de
indeterminação do sujeito e pronome apassivador. Além disso, veremos outros
valores desse pronome que caem muito em prova.

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Sec Edu AM nível superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: Não se trata, nessas condições, de querer liquidar a
angústia, mas de saber se o homem deve procurar evitá-la, fugir dela por
qualquer saída, ou se, em vez disso, deve aceitá-la e aventurar-se a viver
longe da terra firme.
Em ―Não se trata‖ (linha 1), a partícula ―se‖ poderia ser corretamente
empregada após o verbo, escrevendo-se Não trata-se.
Comentário: A palavra atrativa ―Não‖ obriga o posicionamento do pronome
átono ―se‖ antes do verbo. Assim, a afirmativa está errada.
Gabarito: E

TCE TO Analista (banca CESPE)


No trecho ―se ela não parava de brigar‖, o pronome ―se‖ está anteposto ao
sujeito devido à presença do advérbio de negação.
Comentário: O vocábulo ―se‖, na realidade, é uma conjunção condicional.
Gabarito: E

TCE TO Analista (banca CESPE)


O trecho ―Ela não o viu ficar paralítico‖ admite, sem prejuízo para a correção
gramatical e o sentido original do texto, a seguinte reescrita: Ela não viu ficá-
lo paralítico.
Comentário: O pronome ―o‖ está entre dois verbos de duas orações
diferentes. Nesta estrutura não há locução verbal, por isso, o pronome não
pode se movimentar de um verbo a outro. Assim, o sentido muda e a estrutura
fica incoerente.
Esta estrutura ocorre porque o verbo ―viu‖ é chamado de sensitivo,
seguido de uma oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de
infinitivo.
Gabarito: E

TRT - RJ Analista (banca CESPE)


Fragmento do texto: Em consequência, nas vilas próximas às fazendas, se
concentra uma população detritária de velhos desgastados no trabalho e de
crianças entregues a seus avós.
Seria mantida a correção gramatical caso se empregasse o pronome posposto
ao verbo: concentra-se.
Comentário: O pronome oblíquo átono ―se‖ está antecipado do verbo por
motivo eufônico, numa liberdade expressiva. A banca, então, sugere a
recolocação em ênclise, que seria o padrão natural, pois o termo atrativo (a
locução adverbial ―Em consequência‖) está separado por outra locução
adverbial intercalada de vírgulas. Perceba que a banca não diz que a
colocação original em próclise está errada, mesmo não havendo palavra

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atrativa, pelo motivo anteriormente exposto.


Gabarito: C

Banco do Brasil Escriturário (banca CESPE)


Fragmento do texto: Some-se a isso o faturamento com as tarifas e chega-
se aos resultados do ano passado, com os quais as instituições financeiras do
país se elevaram à condição de instituições mais rentáveis do planeta.
As regras gramaticais de emprego dos pronomes átonos permitem também a
redação de elevaram-se à condição, em lugar de ―se elevaram à condição‖,
sendo ambas as construções apropriadas a documentos oficiais.
Comentário: O pronome átono ―se‖ está proclítico ao verbo ―elevaram‖,
mesmo não havendo palavra atrativa, o que é natural na linguagem atual por
motivo de eufonia. Assim, esse pronome pode ser deslocado também para
depois do verbo (ênclise).
Gabarito: C

TRE-TO Analista (banca CESPE)


Fragmento de texto: Amanhã serão definidos os nomes do presidente da
República e dos governadores de alguns estados.
A substituição da expressão ―serão definidos‖ por definir-se-ão garante a
correção gramatical do período.
Comentário: Normalmente se poderia substituir ―serão definidos os nomes‖
(voz passiva analítica) por ―definir-se-ão os nomes‖ (voz passiva sintética). O
problema é que o advérbio ―Amanhã‖ é palavra atrativa e exige a próclise; por
isso, o correto seria: ―Amanhã se definirão os nomes‖.
Gabarito: E

Valor do pronome oblíquo átono “se”: (valores morfológicos)

Índice de indeterminação do sujeito (voz ativa):

Vimos na aula de concordância que o pronome ―se‖ pode ser índice de


indeterminação do sujeito (IIS), o qual se junta a verbo transitivo indireto,
intransitivo e de ligação, na intenção de indeterminar o agente (sujeito).
Perceba que todas as orações em que ele aparece obrigatoriamente estão na
voz ativa e o verbo obrigatoriamente fica na 3ª pessoa do singular.
Trata-se de assuntos sigilosos. (verbo transitivo indireto + IIS + objeto indireto)
Morre-se de fome em várias partes do mundo. (verbo intransitivo + IIS +
adjunto adverbial de causa + adjunto adverbial de lugar)
É-se feliz aqui. (verbo de ligação + IIS + predicativo + adjunto adverbial de lugar)

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Pronome apassivador (voz passiva sintética):


Também vimos naquela mesma aula que o vocábulo ―se‖ pode ser
pronome apassivador (PAp), o qual se junta a verbo transitivo direto ou a
verbo transitivo direto e indireto, na intenção de indeterminar o agente
(agente da passiva). Perceba que todas as orações em que ele aparece
obrigatoriamente estão na voz passiva sintética e o verbo concorda com o
sujeito paciente:

Consertam-se carrocerias. Carrocerias são consertadas.


VTD + PAp + sujeito paciente sujeito paciente locução verbal
voz passiva sintética voz passiva analítica

Pronome reflexivo (voz reflexiva):


Esse é um valor ainda não visto em nossas aulas. Diz-se que um
pronome é reflexivo quando este ―reflete‖ a ação ao mesmo elemento. Isto é,
o sujeito age e o objeto direto sofre a ação, porém a mesma pessoa (ou coisa)
sujeito será também o objeto direto. Veja:
Ela olhou-se no espelho. (ela olhou e foi olhada)
Porém, podemos ter dúvida se esse pronome é reflexivo ou apassivador.
Por isso, vamos a suas diferenças:
Feriu-se o atleta durante a partida.
Há ambiguidade gerada a partir do se, pois não se sabe se o atleta agiu
ou sofreu a ação. Por isso há necessidade de um contexto, e é isso que tem
caído em prova.
Supondo-se que o atleta agiu contra ele mesmo (caiu sozinho, por
exemplo), o pronome se será entendido como pronome reflexivo:
Feriu-se o atleta durante a partida.
VTD + P Refl sujeito adjunto adverbial de tempo
(OD) agente

Desfar-se-á a ambiguidade, substituindo o pronome átono ―se‖ pela


expressão tônica ―a si mesmo‖, da seguinte maneira:
O atleta feriu a si mesmo durante a partida.
sujeito agente VTD + P Refl (OD prep) adjunto adverbial de tempo

Supondo-se que o atleta sofreu a ação de alguém (agente da passiva)


que não foi identificado, o pronome se será entendido como pronome
apassivador:
Feriu-se o atleta durante a partida. (* O agente da passiva
está indeterminado)
VTD + P Ap sujeito adjunto adverbial de tempo
paciente

Desfar-se-á a ambiguidade da seguinte maneira:


O atleta foi ferido durante a partida. (* O agente da passiva
continua indeterminado)
sujeito locução verbal adjunto adverbial de tempo
paciente

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Pronome reflexivo recíproco (voz reflexiva recíproca):


Esse pronome transmite uma reação dos objetos direto ou indireto à
ação do sujeito, por isso é chamado de pronome reflexivo recíproco (P Rec) e
compõe a voz recíproca, que é apenas uma variação da reflexiva, com o
detalhe de que se necessita de no mínimo dois indivíduos para se efetivar a
reciprocidade. Uma forma prática de visualizar o pronome reflexivo recíproco é
subentender os advérbios de modo ―reciprocamente‖, ―mutuamente‖:

Os deputados cumprimentaram-se após a sessão plenária.


sujeito VTD + P Rec (OD) adjunto adverbial de tempo
voz reflexiva recíproca

Com base no que foi visto anteriormente sobre o pronome apassivador,


reflexivo recíproco e o puramente reflexivo, entendamos a diferença entre
eles, dependendo do contexto. Usamos para isso o sujeito iniciado com a
expressão ―mais de um‖:

Feriu-se mais de um atleta durante a partida. Pronome reflexivo: cada atleta


VTD + P Refl sujeito agente adjunto adverbial de
tempo
a seu tempo se machucou
durante a partida; portanto,
Mais de um atleta feriu a si mesmo durante a partida. verbo no singular.
sujeito agente VTD + P Refl adjunto adverbial de tempo

Feriu-se mais de um atleta durante a partida. Pronome apassivador: cada


VTD + P Ap sujeito paciente adjunto adverbial de atleta a seu tempo foi machucado
tempo por um agente (agente da passiva)
que não foi identificado, isto é,
Mais de um atleta foi ferido durante a partida. está indeterminado. Verbo
sujeito paciente locução adjunto adverbial de concorda no singular.
verbal tempo

Pronome recíproco: os
Feriram-se mais de um atleta durante a partida. atletas se chocaram. Um
VTD + P Rec sujeito agente adjunto adverbial de
contra o outro. Esta é a
tempo
exceção à regra da
concordância com o
Mais de um atleta feriram-se mutuamente durante a partida. sujeito ―mais de um‖.
sujeito agente VTD + P Rec + adj adv adjunto adverbial de Verbo no plural.
modo tempo

SEDU-ES Agente educacional (banca CESPE)


Fragmento do texto: Trata-se da chamada poluição urbana, observada,
sobretudo, nas grandes regiões metropolitanas de acelerado crescimento
demográfico.
Caso a expressão ―da chamada poluição urbana‖ estivesse no plural, a forma
verbal ―Trata-se‖ deveria também ser flexionada no plural.
Comentário: O verbo ―Trata‖ é transitivo indireto, com isso, o pronome ―se‖
é índice de indeterminação do sujeito. Esse verbo ficará no singular

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independentemente da flexão do objeto indireto.


Gabarito: E

PMDF CHOAEM (banca CESPE)


Fragmento do texto: O medo tem raízes profundas na alma dos seres.
Radica-se no inconsciente e é objeto constante da pesquisa científica, com
destaque para a psicanálise.
Em ―Radica-se‖, o pronome indica que o sujeito é indeterminado.
Comentário: Afirmou-se que o ―se‖ é índice de indeterminação do sujeito.
Isso não é verdade, pois o verbo radicar é transitivo direto. Com isso o ―se‖ é
pronome apassivador e seu sujeito paciente está subentendido como ―O
medo‖. Para a confirmação de ser pronome apassivador, temos sempre que
passar esta voz passiva sintética para a voz passiva analítica: O medo é
radicado no inconsciente...‖
Gabarito: E

Polícia Federal Auxiliar Administrativo (banca CESPE)


Fragmento do texto: Não se pode negar que o advento dos regimes liberais
em 1989-90, em todos os grandes Estados da América do Sul, criou uma
ilusão de modernidade. (...)
A partir de 1995, a ilusão começou a desfazer-se e a dura vida real
transformou sonhos em pesadelos.
O emprego do pronome ―se‖ marca a formalidade da linguagem utilizada e
indica, nas duas ocorrências, que o sujeito da oração é indeterminado,
impessoal.
Comentário: O pronome ―se‖ é uma forma de tornar o texto objetivo,
flexionando o verbo em terceira pessoa, isso o leva mais próximo à
formalidade (não que isso seja o determinante na formalidade). O erro está
em afirmar que o ―se‖ é uma forma de indeterminação do sujeito. O ―se‖ nas
duas ocorrências não é índice de indeterminação do sujeito, mas pronome
apassivador. Para se ter certeza, deve-se transpor as duas construções em
voz passiva analítica e notar que o termo sublinhado é o sujeito paciente.
Assim:
Não pode ser negado que o advento dos regimes liberais... (sujeito oracional)
A ilusão começou a ser desfeita... (sujeito determinado simples)
Gabarito: E

TCE RN Inspetor de Controle Externo (banca CESPE)


Fragmento do texto: Em todos os povos ou períodos da história, a sensação
de pertencimento a uma comunidade sempre foi construída com base nas
diferenças em relação aos que estão de fora, ―os outros‖. Muitas tribos
indígenas brasileiras, por exemplo, chamam a si próprias de ―homens‖ ou
―gente‖ e denominam pejorativamente integrantes de outros grupamentos —
esses são ―seres inferiores‖ ou ―narizes chatos‖.
Na linha 4, seriam preservadas a coerência da argumentação e a correção
gramatical do texto se a opção fosse por não enfatizar o objeto de chamar,
conferida pelo pronome ―próprias‖, e se substituísse ―a si‖ por se, escrevendo-
se chamam-se.

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Comentário: Fazendo-se as trocas necessárias na questão, percebemos que


há coerência com os argumentos do texto, bem como há correção gramatical.
Compare:
Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo, chamam a si próprias de
“homens” ou “gente” e denominam pejorativamente integrantes de outros
grupamentos — esses são “seres inferiores” ou “narizes chatos”.
Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo, chamam-se de “homens” ou
“gente” e denominam pejorativamente integrantes de outros grupamentos —
esses são “seres inferiores” ou “narizes chatos”.
No primeiro caso, o pronome oblíquo tônico ―si‖ foi seguido do pronome
demonstrativo de reforço ―próprias‖, para enfatizar o valor reflexivo.
No segundo caso, não há ênfase no valor reflexivo, mas o contexto nos
mantém com este sentido. Quando usamos a expressão ―a si próprias‖ temos
certeza do valor reflexivo; mas, quando usamos apenas o ―se‖, em
determinados contextos, como este, pode-se confundir o ―se‖ reflexivo com o
pronome apassivador. Veja:
Pronome reflexivo ―se‖: Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo,
chamam-se de “homens” ou “gente” (chamam a si próprias de).
Pronome apassivador ―se‖: Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo,
chamam-se de “homens” ou “gente” (são chamadas de).
Como pode haver ambiguidade na construção apenas com o ―se‖, a
banca perguntou simplesmente se conserva a coerência com os argumentos e
com a correção gramatical. Ela não mencionou sentido original, pois isso
poderia ser contestado pela possibilidade de se entender voz passiva nesta
última construção.
Gabarito: C

PM - ES nível médio (banca CESPE)


Fragmento de texto: O currículo não é mais um fim em si, mas um meio
bem estruturado para que o indivíduo, na relação entre teoria e prática, se
torne capaz de incorporar determinadas habilidades.
Em ―se torne‖, o pronome ―se‖ indica sujeito indeterminado.
Comentário: A questão afirma que o ―se‖ é o índice de indeterminação do
sujeito. Mas note que o sujeito está expresso na oração: o indivíduo. Na
realidade esse vocábulo ―se‖ é parte integrante do verbo, fazendo com que
―torne‖ seja um verbo de ligação.
Gabarito: E

TRE - TO Analista (banca CESPE)


Fragmento de texto: Em um continente em que países e economias estão
interligados não apenas por fronteiras comuns ou por interesses
convergentes, mas especialmente por laços comerciais e culturais, é imperioso
que se dê atenção ao que está ocorrendo na Venezuela.
A substituição de ―que se dê atenção‖ por que atenção seja dada mantém a
correção gramatical do período.
Comentário: O verbo ―dê‖ é transitivo direto e indireto, seu objeto indireto é

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―ao‖. Note que ocorre a preposição ―a‖ e em seguida o pronome


demonstrativo ―o‖ (=aquele). Como o verbo é transitivo direto, o pronome
―se‖ é apassivador e ―atenção‖ é o sujeito paciente. A banca apenas pediu
para transpor para a voz passiva analítica: atenção seja dada.
Gabarito: C

FUB Superior (banca CESPE)


Fragmento de texto: Essas conexões seriam os nossos hiperlinks cerebrais,
e a Internet seria uma das formas de comunicação que mais se assemelha a
nós próprios. Criador e criatura se influenciam de forma parecida.
O vocábulo ―se‖ é empregado com a mesma função nas duas ocorrências: a
de marcar reciprocidade de ação.
Comentário: Para ocorrer a reciprocidade, necessita-se de que haja uma
ação provocada por um indivíduo e uma resposta a essa ação por outro
indivíduo.
Assim, no mínimo dois agentes devem estar presentes na ação. O
primeiro ―se‖ é reflexivo. Note que a comunicação assemelha alguma coisa a
outra, mas alguém pode assemelhar ―ele mesmo‖ a algo. Isso confirma a ideia
reflexiva.
A segunda ocorrência do ―se‖ realmente é de reciprocidade. Criador
influencia a criatura e vice-versa.
Gabarito: E

ANVISA Superior (banca CESPE)


Fragmento de texto: O biólogo norte-americano Craig Venter acredita que o
código genético de microrganismos pode se transformar num excelente
negócio no futuro.
De acordo com os sentidos do texto, a troca da expressão verbal ―pode se
transformar‖ por pode vir a ser transformado mantém a correção
gramatical e a voz passiva verbal.
Comentário: Cuidado com esta questão, pois houve a passagem da voz
passiva sintética para a analítica, porém esta transposição não foi exatamente
a mesma, mas de expressões semelhantes semanticamente. Veja:
1. O código... pode se transformar (voz passiva sintética)
2. O código... pode ser transformado (voz passiva analítica)

3. O código... pode vir a se transformar (voz passiva sintética)


4. O código... pode vir a ser transformado (voz passiva analítica)

Sabendo-se que as frases 1 e 3 estão na voz passiva sintética e possuem


mesmo sentido, suas transposições para a voz passiva analítica (2 e 4)
também possuem mesmo sentido. Por isso a troca é possível.
Gabarito: C

TRE–AP Analista (banca CESPE)


Fragmento de texto: ―Quando a gente não sabe resolver um problema, não
é preciso lutar, nem insistir, cansar-se bobamente. Basta entregá-lo à alma,
ela cuida de tudo‖. Fiquei devendo à Vicentina Correias essa pérola. Foi o

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Soledade que me ensinou, ela disse. Engraçado, foi exatamente o que fiz, não
por virtude, mas por fraqueza, quando parei de falar e pensar no dente. Ainda
assim deu certo. Não fui ao Clemente e tenho levado uma vida normal com
meu molar de parede derruída, faz uns catorze meses já. Até o esqueço.
Vicentina disse que quando respondeu ao Soledade já haver perdoado a mãe,
ele insistiu: não perdoou, não. Mas, se eu mesma não sei disso, como vou
perdoar de novo, se acho que já perdoei, ela falou. ―Entregue para sua alma,
ela resolve para você‖. Como ele disse, aconteceu.
No trecho ‗cansar-se bobamente‘ (linha 2), o pronome ‗se‘ indica
reciprocidade.
Comentário: Na realidade, o pronome ―se‖, neste contexto, é reflexivo. Veja
que podemos entender que podemos cansar alguém, porém esse ―alguém‖
poderia ser ―nós mesmos‖. Além disso, podemos substituir o ―se‖ pelo
pronome oblíquo tônico ―si‖ e o reforço reflexivo ―mesmo‖: cansar a si
mesmo bobamente.
Gabarito: E

MPOG Analista (banca CESPE)


Fragmento de texto: Se, atualmente, em raras empresas, já é aceitável que
uma mulher reivindique tempo parcial de trabalho para dedicar-se à família,
sem que isso a desqualifique aos olhos do empregador, o mesmo não
acontece com um homem.
A supressão do pronome ―se‖ em ―dedicar-se‖ acarretaria mudança de sentido
do período.
Comentário: Podemos entender, na frase, que a mulher pode dedicar seu
tempo, sua atenção à família. Com a retirada desse pronome reflexivo, ela iria
dedicar o tempo parcial de trabalho à família. Assim, teríamos mudança de
sentido.
Gabarito: C

TRE - TO Técnico (banca CESPE)


Fragmento de texto: Nas décadas de 70 e 80 do século passado, foram
denunciados incêndios propositais na região, provocados por proprietários
rurais, com o objetivo de aproveitar os espaços para a pecuária.
A substituição de ―foram denunciados‖ por denunciaram-se mantém a
correção gramatical do período.
Comentário: Houve apenas a transformação da voz passiva analítica em voz
passiva sintética: ... denunciaram-se incêndios propositais...
VTD + Pron Ap + sujeito paciente.
Gabarito: C

TRE – TO Analista (banca CESPE)


Fragmento do texto: Geralmente, as oposições não gostam dos governos.
Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido vencedor é
simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se acordos, dividindo os
deputados; mas ninguém aceita minorias.
A substituição de ―Tentam-se‖ (linha 3) por São tentados prejudica a
correção gramatical do período.

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Comentário: O erro foi afirmar que essa substituição prejudicaria a correção


gramatical, pois, em ―Tentam-se‖, há verbo transitivo direto, seguido de
pronome apassivador, e o sujeito paciente é ―acordos‖. Logo, a substituição
desta voz passiva sintética para a voz passiva analítica realmente é ―São
tentados acordos‖.
Gabarito: E

Pronomes pessoais oblíquos tônicos:


Os pronomes oblíquos tônicos são os seguintes: mim, comigo, ti, contigo,
ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas.
Abaixo segue a diferença entre os tipos de pronomes pessoais:
Eu, tu / Mim, ti
Eu e tu exercem a função sintática de sujeito (então são pronomes pessoais
do caso reto). Mim e ti exercem a função sintática de complemento verbal ou
nominal, agente da passiva ou adjunto adverbial e sempre são precedidos de
preposição (então são pronomes pessoais do caso oblíquo tônico).
Ex. Trouxeram aquela encomenda para mim.
Era para eu conversar com o diretor, mas não houve condições.

Si, consigo
Si e consigo são pronomes reflexivos ou recíprocos, portanto só poderão ser
usados na voz reflexiva ou na voz reflexiva recíproca.
Ex. Quem só pensa em si, acaba ficando sozinho.
Gilberto trouxe consigo os três irmãos.
Assim, é considerada errada a construção de consigo com o valor de com
você:
Gostaria de falar consigo.
Deve-se trocar para:
Gostaria de falar com você.

Com nós, com vós / Conosco, convosco


Usa-se com nós ou com vós, quando os pronomes pessoais são reforçados
por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum numeral.
Ex. Ele conversou com nós todos a respeito de seus problemas.
Ele disse que sairia com nós dois.

Dele, do + subst. / De ele, de o + subst.


Quando os pronomes pessoais ele(s), ela(s), ou qualquer substantivo,
funcionarem como sujeito, não devem ser aglutinados com a preposição de.

Ex. É chegada a hora de ele assumir a responsabilidade.


No momento de o orador discursar, faltou-lhe a palavra.

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TSE Analista (banca CESPE)


Fragmento de texto: Às vezes quebravam só as cabeças e metiam nas
urnas maços de cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras,
pela razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum
pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados pela
vontade soberana do país.
A expressão ―lhe foram dados‖ pode, sem prejuízo para a correção gramatical
do período, ser substituída por foram dados a ele.
Comentário: O pronome ―lhe‖ é cátono e se refere a ―candidato‖. A
substituição deste pronome por um tônico (a ele) preserva a correção
gramatical.
Gabarito: C

Pronomes Indefinidos

Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso de uma


maneira vaga, imprecisa, genérica. São eles:

Invariáveis Variáveis
alguém, algum, alguns, alguma, algumas, nenhum, nenhuns,
ninguém, tudo, nenhuma, nenhumas, todo, todos, toda, todas, muito,
nada, algo, muitos, muita, muitas, bastante, bastantes, pouco,
cada, outrem, , poucos, pouca, poucas, certo, certos, certa, certas, tanto,
alhures, mais, tantos, tanta, tantas, quanto, quantos, quanta, quantas,
menos, um, uns, uma, umas, qualquer, quaisquer, vário, vária,
demais. vários, várias, etc

Acrescentam-se, ainda, as locuções pronominais indefinidas: cada um, cada


qual, quem quer que, todo aquele que, tudo o mais...

Usos de alguns pronomes indefinidos


Todo:
O pronome indefinido ―todo‖ deve ser usado com artigo, se significar inteiro e
o substantivo à sua frente o exigir; caso signifique cada ou todos, não terá
artigo, mesmo que o substantivo exija.
Ex. Todo dia telefono a ela. (Todos os dias)
Fiquei todo o dia em casa. (O dia inteiro)
Todo ele ficou machucado. (Ele inteiro, mas a palavra ele não
admite artigo.)

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Todos, todas:
Os pronomes indefinidos ―todos e todas‖ devem ser usados com artigo, se o
substantivo à sua frente o exigir.
Ex. Todos os colegas o desprezam.
Todas as meninas foram à festa.
Todos vocês merecem respeito.

Algum:
O pronome indefinido ―algum‖ tem sentido afirmativo, quando usado antes do
substantivo; passa a ter sentido negativo, quando estiver depois do
substantivo.
Ex. Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo)
Algum amigo o ajudará. (Alguém)

Certo: 7
A palavra ―certo‖ será pronome indefinido, quando anteceder substantivo e
será adjetivo, quando estiver posposto a substantivo.
Ex. Certas pessoas não se preocupam com os demais.
As pessoas certas sempre nos ajudam.

Qualquer: Designa coisa, lugar ou indivíduo indeterminado:


Veio duma cidade qualquer.
Dependendo do contexto, a troca de posição faz mudar o sentido
Qualquer pessoa pode entrar naquela empresa!! (sentido de ―toda‖)
Ele não é uma pessoa qualquer! (sentido pejorativo)

PGM RR Superior (banca CESPE)


Fragmento de texto: A cidadania exige modelos econômicos que incluam a
todos e existe uma demanda ativa e crescente em muitos países nesse
sentido.
Mantêm-se a coerência e a correção gramatical do texto ao se retirar a
preposição do termo ―a todos‖.
Comentário: É natural ocorrer a preposição ―a‖ antes do pronome indefinido
―todos‖, mesmo com verbo transitivo direto. Isso acontece por estilo do autor,
não porque o verbo exija.
Gabarito: C

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Pronomes Possessivos
São aqueles que indicam posse, em relação às três pessoas do discurso. São
eles: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s),
nossa(s), vosso(s), vossa(s).

Empregos dos pronomes possessivos:


O emprego dos possessivos de terceira pessoa seu, sua, seus, suas pode
dar duplo sentido à frase (ambiguidade). Para evitar isso, coloca-se à frente do
substantivo dele, dela, deles, delas, ou troca-se o possessivo por esses
elementos.
Ex. Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos.
De quem eram os documentos? Não há como saber. Então a frase está
ambígua. Para evitar a ambiguidade, b coloca-se, após o substantivo, o
elemento referente ao dono dos documentos: se for Joaquim: Joaquim contou-
me que Sandra desaparecera com seus documentos dele; se for Sandra:
Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dela.
Pode-se, ainda, eliminar o pronome possessivo: Joaquim contou-me que
Sandra desaparecera com os documentos dele (ou dela).
É facultativo o uso de artigo diante dos possessivos.

Ex. Trate bem seus amigos. ou Trate bem os seus amigos.

MPOG Analista (banca CESPE)


Fragmento de texto: As empresas se transformaram profundamente.
Modernizaram sua tecnologia e seus métodos de gestão para tornarem-se
competitivas e ajustarem-se às exigências da globalização. Mexeram em seus
horários em razão dos interesses da produção, mas mantiveram-se, em sua
esmagadora maioria, cegas e alheias à existência da vida privada de seus
empregados. Parques industriais de última geração não rimam com o
impressionante atraso no tratamento do que chamam de capital humano.
No trecho ―Mexeram em seus horários‖, o pronome ―seus‖ refere-se a
―empregados‖.
Comentário: O pronome ―seus‖ retoma ―empresas‖ (horários das empresas).
Gabarito: E

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Pronomes Demonstrativos

Esse pronome situa os seres no tempo, no espaço e no discurso


(posição dentro do próprio texto). O posicionamento no discurso é dividido em
anafórico e catafórico, os quais trabalham a coesão referencial, por retomar
palavra ou expressão dita anteriormente e referenciar-se a termo posterior,
respectivamente.
Os pronomes demonstrativos são este, esta, isto; esse, essa, isso;
aquele, aquela, aquilo; tal; semelhante; próprio; mesmo; o; a. Os
pronomes isto, isso, aquilo são invariáveis.
a. Uso de este, esta, isto; esse, essa, isso; aquele, aquela, aquilo:
I - Posicionamento referente a lugar
7 e tempo:
Este, esta, isto: são usados para o que está próximo da pessoa que fala
e para o tempo presente.
Este chapéu que estou usando é de couro.
Este ano está sendo cheio de surpresas.
Esse, essa, isso: são usados para o que está próximo da pessoa com
quem se fala, para o tempo passado recente e para o futuro.
Esse chapéu que você está usando é de couro?
Dezembro. Esse mês será marcado pelo meu casamento.
Em novembro de 2007, inauguramos a loja. Até esse mês, nada
sabíamos sobre comércio.
Aquele, aquela, aquilo: são usados para o que está distante da pessoa
que fala e da pessoa com quem se fala e para o tempo passado remoto.
Aquele chapéu que ele está usando é de couro?
Em 1980, eu tinha 15 anos. Naquela época, Campinas ainda era
considerada uma cidade pequena.
II - Posicionamento no discurso (no próprio texto):
Em uma citação oral ou escrita, usa-se ―este, esta, isto‖ para o que
ainda vai ser dito ou escrito (recurso catafórico), e ―esse, essa, isso‖
(recurso anafórico) para o que já foi dito ou escrito.

A verdade é esta: o Brasil será campeão.

O Brasil será campeão. A verdade é essa.

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Para estabelecer-se a distinção entre dois elementos anteriormente


citados, usa-se ―este, esta, isto‖ em relação ao que foi mencionado por
último e ―aquele, aquela, aquilo‖, em relação ao que foi nomeado em
primeiro lugar.
(A, B. Este, aquele)

Sabemos que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos é de domínio


destes sobre aquele.
Os filmes brasileiros não são tão respeitados quanto as novelas, mas eu
prefiro aqueles a estas.

b. O, a, os, as são pronomes demonstrativos, quando equivalem a isto,


isso, aquilo ou aquele(s), aquela(s).
Não concordo com o que ele falou.
c (aquilo que ele falou)
Tudo o que aconteceu foi um equívoco. (aquilo que aconteceu)
A que apresentar o melhor texto será aprovada. (aquela que apresentar)

c. Tal, tais podem ter sentido próximo ao dos pronomes demonstrativos


ou de semelhante, semelhantes:
Os dois estão casados há 50 anos. Tal amor não se encontra facilmente.
Embora tenha sido o mentor do plano, ele nunca admitiu tal fato.

d. Da mesma forma, semelhante, semelhantes são demonstrativos


quando equivalem a tal, tais:
O Brasil ficou em choque com a tragédia na Região Serrana do Rio de janeiro.
Não se veriam semelhantes catástrofes se os projetos urbanísticos municipais
fossem eficazes ou, pelo menos, existissem.
Para o romano, o mundo dos prodígios ficava a Ocidente. Semelhante
tradição vinha de longe, através dos escritores gregos, sobretudo de Platão”
(Aquilino Ribeiro).

e. Mesmo, mesmos, mesma, mesmas; próprio, próprios, própria,


próprias são demonstrativos quando têm o sentido de "idêntico", "em
pessoa":
Não é possível continuar insistindo nos mesmos erros.
Ela própria deve fiscalizar a mercadoria que lhe é entregue.
Os recursos anafóricos e catafóricos não são exclusividades do pronome
demonstrativo, a retomada, por exemplo, já foi vista com outros pronomes
substantivos, como o relativo, o pessoal, e também cabe a substantivos e a
outras classes gramaticais:
Algo me incomoda: a fome no mundo. (recurso catafórico: algo fome)
Há dois detalhes não previstos: comida e água. (recurso catafórico:
detalhes comida, água)

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Pronomes interrogativos:
Os pronomes indefinidos quem, que, qual e quanto tomam o valor
interrogativo em frases interrogativas diretas e indiretas.
A frase interrogativa direta é aquela que é finalizada com ponto de
interrogação:
Quem é você?
Que você quer?
Qual a sua profissão?
Quantos anos você tem?
A frase interrogativa indireta é vista em nossa de sintaxe do período composto
por subordinação substantiva, momento em que falamos das peculiaridades da
oração subordinada substantiva objetiva direta, quando esta é iniciada por
―quem‖, ―que‖, ―qual‖, ―quanto‖ e se liga à oração principal com verbos que
transmitem dúvida, questionamento, incerteza, como ―perguntar‖, ―indagar‖,
―(não) saber‖, ―ignorar‖:
Não sei quem é você.
Indaguei que você quer, mas você não me respondeu.
Perguntei qual é a sua profissão, mas você não me respondeu.
Eles ignoraram quantos anos você tem.

Pronome relativo
Vimos na aula de orações subordinadas adjetivas que o pronome relativo é um
conectivo que retoma palavra anterior. Além disso, ele ocupa função sintática
nesta oração.

PM - ES nível médio (banca CESPE)


Fragmento de texto: No entanto, a partir das revoluções burguesas,
principalmente da inglesa e francesa, a cidadania voltou a fazer parte dos
discursos e das práticas dos que defendiam um novo modelo de sociedade.
Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir ―dos‖, em ―dos
que defendiam‖, por daqueles.
Comentário: Note que o vocábulo ―dos‖ é a contração da preposição ―de‖
mais o pronome demonstrativo ―os‖, o qual obrigatoriamente subentende
―aqueles‖. Assim, ―de‖ + ―aqueles = ―daqueles‖
Gabarito: C

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Português para TRF 1ª R
Teoria e exercícios comentados
Prof. Décio Terror Aula 10.2

IBRAM Superior (banca CESPE)


Fragmento de texto: As áreas urbanas são as que mais expressam
intervenções humanas no meio natural. O desmatamento, as edificações, a
canalização, a mudança do curso dos rios, a poluição da atmosfera, dos cursos
de água e a produção de calor geram diversos efeitos sobre o ambiente. As
alterações ambientais causadas pelas atividades urbanas são sentidas pela
população, tais como o aumento da temperatura nas áreas centrais, o
aumento da precipitação e as enchentes.
Esta última consequência do processo de urbanização teve como causa
principal a construção de casas, indústrias, vias marginais implantadas nas
áreas dos rios e proximidades e é, atualmente, um problema constante nos
períodos chuvosos nos principais centros urbanos.
A partir do último parágrafo do texto, infere-se que o termo ―Esta‖ (linha 8)
reporta-se a ―enchentes‖ (linha 7).
Comentário: O pronome que retoma o último termo em relação a vários
outros é o ―este, esta, isto‖. Note que a própria oração frisou isso: ―Esta
última consequência‖.
Gabarito: C

SEDU-ES Agente educacional (banca CESPE)


Fragmento do texto: Passados os tremores do sismo, a dor da perda de 230
mil mortos, enterrados muitos em valas comuns, a vida no Haiti precisa
continuar. E o que o governo brasileiro escolheu para mostrar aos haitianos
como se pode construir um país? A educação. Um dos convênios assinados
pelo Haiti com o Brasil dá o suporte na reordenação e reconstrução de todo o
sistema educacional haitiano. Dadas as condições, será uma tarefa hercúlea,
mas vale lembrar que temos competência nesse assunto; afinal, foram os
professores que partiram das cidades brasileiras que transformaram a
realidade dos habitantes de Timor Leste depois da independência e reduziram
a influência que anos de ditadura da Indonésia haviam deixado. No caso
haitiano, esse elemento não existe, e a população não só está interessada
como apoia qualquer medida nesse sentido.
A expressão ―esse elemento‖ (linha 11) refere-se ao antecedente ―influência
que anos de ditadura da Indonésia haviam deixado‖ (linha 10).
Comentário: Uma leitura atenta nos remete a entender que o elemento não
existente é mesmo ―a influência que anos de ditadura da Indonésia haviam
deixado‖.
Gabarito: C

Pelos sentidos do texto, é correto inferir que a expressão ―Dadas as


condições‖ (linha 6) faz alusão à realidade de destruição em que se encontra o
Haiti após o terremoto.
Comentário: Perceba que a retomada agora foi realizada pelo substantivo
―condições‖. Entende-se, portanto, que, por causa das condições da realidade
da destruição após o terremoto no Haiti, a tarefa será hercúlea, de grande
dimensão.
Gabarito: C

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Português para TRF 1ª R
Teoria e exercícios comentados
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A expressão ―nesse sentido‖ (linha 12) retoma a ideia antecedente de


―reordenação e reconstrução de todo o sistema educacional haitiano‖ (linhas 5
e 6).
Comentário: Primeiro, perceba o recurso anafórico em ―esse elemento não
existe‖, mostrando que não há no Haiti a barreira de problemas deixados por
uma ditadura, como ocorreu no Timor Leste em experiência anterior dos
professores brasileiros. E o que a população haitiana está interessada e apoia
é a reordenação e a reconstrução de todo o sistema educacional haitiano,
expressão que foi retomada pelo recurso anafórico ―nesse sentido‖.
Gabarito: C

Agora, é hora de treinarmos!

Anteriormente, as questões eram bem localizadas a cada tema. A seguir,


você vai se deparar com várias questões do CESPE distribuídas de forma
aleatória, para você treinar o assunto estudado!

Isso é muito importante para seu treinamento!

Questão 1: SEEDF 2017 Professor (banca CESPE)


Fragmento de texto: Os biógrafos dos grandes autores sempre tentam
rastrear os livros que seus personagens leram na juventude, porque sabem
que essas fontes escondem o segredo de seu aperfeiçoamento como
escritores.
Na linha 2, o pronome ―que‖ retoma ―os livros‖, e ambos os termos exercem a
mesma função sintática nas orações em que ocorrem.
Comentário: Na oração subordinada adjetiva ―que seus personagens leram
na juventude‖, o pronome relativo ―que‖ pode ser substituído por ―os quais‖,
pois realmente retoma ―livros‖. Dentro desta oração, note que o verbo ―leram‖
é transitivo direto, concorda com o sujeito ―seus personagens‖ e tem como
objeto direto o pronome relativo ―que‖, pois entendemos que os personagens
leram os livros.

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Português para TRF 1ª R
Teoria e exercícios comentados
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Na oração principal ―Os biógrafos dos grandes autores sempre tentam


rastrear os livros‖, ocorre o sujeito ―Os biógrafos dos grandes autores‖, a
locução verbal transitiva direta ―tentam rastrear‖ e o objeto direto ―os livros‖.
Assim, a afirmação está correta.
Gabarito: C

Questão 2: TRE PE 2017 Técnico (banca CESPE)


Fragmento do texto: Na teoria constitucional moderna, cidadão é o
indivíduo que tem um vínculo jurídico com o Estado, sendo portador de
direitos e deveres fixados por determinada estrutura legal (Constituição, leis),
que lhe confere, ainda, a nacionalidade. Cidadãos, em tese, são livres e iguais
perante a lei, porém súditos do Estado.
No texto, o pronome ―lhe‖ (linha 4) faz referência a
a) ―Estado‖ (linha 2).
b) ―portador de direitos e deveres‖ (linhas 2 e 3).
c) ―nacionalidade‖ (linha 4).
d) ―teoria constitucional moderna‖ (linha 1).
e) ―cidadão‖ (linha 1).
Comentário: Entendemos do texto que a estrutura legal (Constituição, leis)
confere ao cidadão a nacionalidade. Note que em seguida, a palavra
―Cidadãos‖ reforça esse entendimento e complementa que os cidadãos são
livres e iguais perante a lei.
Assim, a alternativa correta é a (E), pois o pronome ―lhe‖ retoma
―cidadão‖.
Gabarito: E

Questão 3: TRE PE 2017 Técnico (banca CESPE)


Fragmento do texto: Disso é possível deduzir que os membros de uma
corporação profissional — no caso, funcionários e servidores da administração
pública — também devem ser submetidos ao julgamento ético-moral. A
administração pública deve pautar-se nos princípios constitucionais que a
regem. É necessário, ainda, que tais princípios estejam pública e legalmente
disponíveis ao conhecimento de todos os cidadãos, para que estes possam
respeitá-los e vivenciá-los. Nesse contexto, destacam-se os princípios
constitucionais tidos como base da função pública e que, sem dúvida,
constituem pilares de sustentabilidade da função gestora.
Na linha 7 do texto, a forma pronominal ―los‖, em ―respeitá-los‖ e ―vivenciá-
los", remete a
a) ―todos os cidadãos‖ (linha 6).
b) ―princípios constitucionais‖ (linhas 7 e 8).
c) ―estes‖ (linha 6).
d) ―os membros de uma corporação profissional‖ (linhas 1 e 2).
e) ―funcionários e servidores da administração pública‖ (linhas 2 e 3).
Comentário: Entendemos do texto que é necessário que os princípios
constitucionais estejam pública e legalmente disponíveis ao conhecimento de

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todos os cidadãos, para que estes (os cidadãos) possam respeitar e vivenciar
esses princípios. Assim, a alternativa correta é a (B), pois o pronome ―los‖,
em suas duas ocorrências, retoma ―princípios constitucionais‖.
Gabarito: B

Questão 4: SEEDF 2017 Professor (banca CESPE)


Fragmento do texto: Pedir ao educador que situe o centro de gravidade na
própria criança é pedir-lhe nada menos que fazer uma revolução, se é verdade
que até agora o centro de gravidade foi situado fora dela. É essa revolução —
exigência fundamental do movimento da educação nova — que Claparède
compara à que Copérnico realizou na astronomia, e que ele define, com tanta
felicidade, nas seguintes linhas: ―são os métodos e os programas que
gravitam em torno da criança e não mais a criança que gira em torno de um
programa decidido fora dela. Essa é a revolução copernicana à qual a
psicologia convida o educador‖.
Na linha 6, o pronome ―ele‖ tem como referente o nome ―Copérnico‖.
Comentário: O pronome ―ele‖ se refere a ―Claparède‖, e não a ―Copérnico‖.
Assim, a afirmação está errada.
Gabarito: E

Questão 5: SEEDF 2017 Médio (banca CESPE)


Fragmento do texto: Não têm conta entre nós os pedagogos da
prosperidade que, apegando-se a certas soluções onde, na melhor hipótese,
se abrigam verdades parciais, transformam-nas em requisito obrigatório e
único de todo progresso. É bem característico, para citar um exemplo, o que
ocorre com a miragem da alfabetização. Quanta inútil retórica se tem
desperdiçado para provar que todos os nossos males ficariam resolvidos de
um momento para o outro se estivessem amplamente difundidas as escolas
primárias e o conhecimento do abc.
A muitos desses pregoeiros do progresso seria difícil convencer de que a
alfabetização em massa não é condição obrigatória nem sequer para o tipo de
cultura técnica e capitalista que admiram. Desacompanhada de outros
elementos fundamentais da educação, que a completem, é comparável, em
certos casos, a uma arma de fogo posta nas mãos de um cego.
A forma pronominal ―nas‖, em ―transformam-nas‖ (linha 3), refere-se a
―verdades parciais‖ (linha 3).
Comentário: O texto é uma crítica a alguns pedagogos. Entende-se do trecho
que os pedagogos da prosperidade transformam certas soluções em
requisito obrigatório e único de todo progresso.
Nessas soluções se abrigam verdades parciais, por isso o texto critica e
afirma ser uma inútil retórica.
Dessa forma, a afirmação da questão está errada.
Gabarito: E

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Questão 6: SEEDF 2017 Professor (banca CESPE)


Meu querido neto Mizael,
Recebi a sua cartinha. Ver que você se tem adiantado muito me deu
muito prazer.
Fiquei muito contente quando sua mãe me disse que em princípio de
maio estarão cá, pois estou com muitas saudades de vocês todos. Vovó te
manda muitas lembranças.
A menina de Zulmira está muito engraçadinha. Já tem 2 dentinhos.
Com muitas saudades te abraça sua Dindinha e Amiga,
Bárbara
Carta de Bárbara ao neto Mizael (carta de 1883). Corpus Compartilhado Diacrônico:
cartas pessoais brasileiras. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade
de Letras. Internet: (com adaptações).
A próclise observada em todas as ocorrências dos pronomes oblíquos átonos
no texto é atestada no português brasileiro coloquial.
Comentário: O Português brasileiro coloquial expressa uma liberdade
linguística, a qual muitas vezes fere a norma culta, mas nem sempre.
Certamente, você percebeu que a colocação do pronome antes da locução
verbal ―tem adiantado‖ é típica da linguagem formal, culta, e muito
empregada no Português de Portugal. Normalmente, o brasileiro, numa
linguagem coloquial, expressa-se da seguinte forma: você tem se adiantado.
Ambas as construções estão de acordo com a norma culta, mas a segunda é a
forma mais evidente na linguagem falada e coloquial.
Dessa forma, a afirmação está errada.
Gabarito: E

Questão 7: SEEDF 2017 Médio (banca CESPE)


Fragmento do texto: Rubião tinha vexame, por causa de Sofia; não sabia
haver-se com senhoras. Felizmente, lembrou-se da promessa que a si mesmo
fizera de ser forte e implacável.
O sentido original do texto seria alterado caso a expressão ―a si mesmo‖
(linha 2) fosse substituída por lhe.
Comentário: Certamente o sentido muda da estrutura pronominal reflexiva
―a si mesmo‖ para o pronome pessoal oblíquo átono ―lhe‖.
Na primeira construção, a promessa foi feita por Rubião a ele mesmo.
Já, na segunda construção, entender-se-ia que Rubião teria feito tal promessa
a uma outra pessoa: Sofia.
Como a questão afirmou que o sentido original do texto seria alterado
com a troca, a afirmação está correta.
Gabarito: C

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Questão 8: SEEDF 2017 Professor (banca CESPE)


Fragmento de texto: Um estudo coordenado pela Fundação Getúlio Vargas
aponta que, enquanto 80% dos professores de educação infantil da rede
pública do país têm nível superior completo, 65,6% dos docentes dessa
mesma etapa na rede privada têm igual escolaridade.
Os dados correspondem ao ano de 2014 e mostram que a formação dos
professores das instituições públicas continua melhor que a dos professores da
rede privada nos anos iniciais do ensino fundamental. Nos anos finais dessa
etapa, a proporção de docentes com formação adequada muda: 92% dos
docentes na rede privada e 89% na pública. No ensino médio, a formação é
praticamente igual.
Seria mantida a correção gramatical do texto caso o pronome ―dessa‖ (linha
7) fosse substituído por da.
Comentário: A troca do pronome demonstrativo pelo artigo definido
normalmente é bem aceita e cabe gramática e textualmente, mas sempre
devemos observar o contexto, para evitar ―pegadinhas‖.
A interpretação do texto é fundamental na resposta a esta questão!
Devemos lembrar que esta prova foi aplicada para cargos da área de
educação em que o candidato deveria saber diferenciar as etapas da
educação. Vamos a uma explicação prévia para entendermos bem o texto.
A educação infantil é a primeira etapa da educação básica e abrange a
creche e a pré-escola para as crianças de 0 a 5 anos. As outras fases do
ensino básico são o ensino fundamental, dos 6 aos 14 anos, (do 1º ano
escolar ao 9º ano escolar, antigo primeiro grau) e o ensino médio, dos 15 aos
17 anos (do 1º ano escolar ao 3º ano escolar, antigo segundo grau).
Vamos ao texto!
No primeiro parágrafo, fala-se de um estudo na etapa de educação
infantil (crianças de 0 a 5 anos). Quando se quis retomar a etapa da
―educação infantil‖, colocou-se a expressão ―dessa mesma etapa‖ (linhas 3 e
4).
No segundo parágrafo, faz-se menção aos ―anos iniciais do ensino
fundamental‖. Em seguida é dito que, nos anos finais dessa etapa, a
proporção de docentes com formação adequada muda: 92% dos docentes na
rede privada e 89% na pública. Assim, ―dessa etapa‖ retoma
obrigatoriamente o ―ensino fundamental‖ (do 1º ano escolar ao 9º ano
escolar, antigo primeiro grau). Os anos finais dessa etapa são “8º e 9º
anos”.
Se se permitisse usar no lugar do pronome ―essa‖ o artigo ―a‖, ele faria
entender a palavra ―etapa‖ já falada anteriormente no texto. Assim, a
informação seria incoerente, pois se entenderia que seriam os anos finais da
educação infantil (4 e 5 anos de idade da criança), o que prejudicaria a
informação por um vício de linguagem. Veja a substituição e localize a
mudança de informação pelas setas:

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Um estudo coordenado pela Fundação Getúlio Vargas aponta que,


enquanto 80% dos professores de educação infantil da rede pública do país
têm nível superior completo, 65,6% dos docentes dessa mesma etapa na rede
privada têm igual escolaridade.
Os dados correspondem ao ano de 2014 e mostram que a formação dos
professores das instituições públicas continua melhor que a dos professores da
rede privada nos anos iniciais do ensino fundamental. Nos anos finais da
etapa, a proporção de docentes com formação adequada muda: 92% dos
docentes na rede privada e 89% na pública. No ensino médio, a formação é
praticamente igual.

Agora, localize a informação com o pronome demonstrativo:

Um estudo coordenado pela Fundação Getúlio Vargas aponta que,


enquanto 80% dos professores de educação infantil da rede pública do país
têm nível superior completo, 65,6% dos docentes dessa mesma etapa na rede
privada têm igual escolaridade.
Os dados correspondem ao ano de 2014 e mostram que a formação dos
professores das instituições públicas continua melhor que a dos professores da
rede privada nos anos iniciais do ensino fundamental. Nos anos finais dessa
etapa, a proporção de docentes com formação adequada muda: 92% dos
docentes na rede privada e 89% na pública. No ensino médio, a formação é
praticamente igual.

Como houve incoerência da informação por meio do emprego


equivocado do artigo ―a‖, houve incorreção gramatical e a afirmação está
errada.
Gabarito: E

Questão 9: SEEDF 2017 Professor (banca CESPE)


Meu querido neto Mizael,
Recebi a sua cartinha. Ver que você se tem adiantado muito me deu
muito prazer.
Fiquei muito contente quando sua mãe me disse que em princípio de
maio estarão cá, pois estou com muitas saudades de vocês todos. Vovó te
manda muitas lembranças.
A menina de Zulmira está muito engraçadinha. Já tem 2 dentinhos.
Com muitas saudades te abraça sua Dindinha e Amiga,
Bárbara
Carta de Bárbara ao neto Mizael (carta de 1883). Corpus Compartilhado Diacrônico:
cartas pessoais brasileiras. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade
de Letras. Internet: (com adaptações).
O texto se caracteriza por uma uniformidade de tratamento do destinatário da
carta, verificada no emprego das formas pronominais.

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Comentário: A uniformidade de tratamento se refere a verbo e pronomes na


mesma pessoa do discurso: ou todos na 1ª, ou todos na 2ª, ou todos na 3ª.
Note que Bárbara refere-se ao neto em terceira pessoa do singular, por
meio do pronome de tratamento ―você‖, do pronome possessivo ―sua‖, além
dos verbos. Porém, ao empregar o pronome pessoal oblíquo átono ―te‖, que é
de segunda pessoa do singular, houve o rompimento da uniformidade de
tratamento. Para manter essa uniformidade, o ideal será o pronome átono ―o‖.
Dessa forma, a afirmação está errada.
Gabarito: E

Questão 10: SEEDF 2017 Técnico (banca CESPE)


Fragmento do texto: Não têm conta entre nós os pedagogos da
prosperidade que, apegando-se a certas soluções onde, na melhor hipótese,
se abrigam verdades parciais, transformam-nas em requisito obrigatório e
único de todo progresso. É bem característico, para citar um exemplo, o que
ocorre com a miragem da alfabetização. Quanta inútil retórica se tem
desperdiçado para provar que todos os nossos males ficariam resolvidos de
um momento para o outro se estivessem amplamente difundidas as escolas
primárias e o conhecimento do abc.
A muitos desses pregoeiros do progresso seria difícil convencer de que a
alfabetização em massa não é condição obrigatória nem sequer para o tipo de
cultura técnica e capitalista que admiram. Desacompanhada de outros
elementos fundamentais da educação, que a completem, é comparável, em
certos casos, a uma arma de fogo posta nas mãos de um cego.
O vocábulo ―Quanta‖ (linha 5) classifica-se, na oração em que ocorre, como
pronome interrogativo.
Comentário: O pronome ―Quanta‖ pode ser interrogativo em frases
interrogativas diretas ou indiretas, como:
Quanta emoção há neste coração?
Quero saber quanta emoção há neste coração.
Note que a interrogativa direta termina com ponto de interrogação e a
interrogativa indireta termina com ponto final. A segunda frase é interrogativa
indireta, como vimos na aula de sintaxe do período composto por
subordinação substantiva, momento em que vimos as peculiaridades da
oração subordinada substantiva objetiva direta.
Agora, voltemos à questão!
Não havendo essa expressividade interrogativa, o pronome passa a ser
indefinido, como ocorre no contexto:
Quanta inútil retórica se tem desperdiçado para provar que todos os nossos
males ficariam resolvidos de um momento para o outro se estivessem
amplamente difundidas as escolas primárias e o conhecimento do abc.
A banca deu como correta a afirmação, admitindo como pronome
interrogativo o vocábulo ―Quanta‖. Para que houvesse uma noção
interrogativa, neste contexto, deveria ter havido ponto de interrogação ao
final, pois não se enquadra numa frase interrogativa indireta, como falamos
anteriormente.

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Assim, o gabarito da banca CESPE foi correto, mas isso foge à base
gramatical. O ideal seria a afirmação ter sido considerada como errada.
Gabarito: C

Questão 11: DPU 2016 Nível superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: O surgimento de lides provenientes das inúmeras
formas de relação jurídica então existentes — e o chamamento da jurisdição
para resolver essas contendas — já dava início a situações em que
constantemente as partes se viam impossibilitadas de arcar com os possíveis
custos judiciais das demandas. A partir de então, a chamada assistência
judiciária praticamente evoluiu junto com o direito pátrio. Sua importância
atravessou os séculos, e ela passou a ser garantida nas cartas constitucionais.
Na linha 6, o pronome ―Sua‖ delimita o significado do substantivo
―importância‖, funcionando, na oração em que ocorre, como um termo
acessório.
Comentário: Na oração ―Sua importância atravessou os séculos‖, o sujeito é
o termo ―Sua importância‖, cujo núcleo é ―importância‖ e está determinado
pelo pronome possessivo ―Sua‖. Tal pronome funciona como adjunto
adnominal, o qual é um termo acessório. Tal termo delimita, restringe o
núcleo.
Por tudo isso, a afirmação está correta.
Gabarito: C

Questão 12: DPU 2016 Nível Superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: O objetivo do referido projeto é o de ir até a população
que normalmente não tem acesso à Defensoria Pública. ―Nós chegamos de
forma humanizada até essas pessoas em situação de rua. Com esse trabalho
nós estamos garantindo seu acesso à justiça e aos direitos para que consigam
se beneficiar de outras políticas públicas‖, explica a coordenadora do
Departamento de Atividade Psicossocial.
Seria mantida a correção gramatical do período caso a partícula ―se‖, em ―se
beneficiar‖ (linha 5), fosse deslocada para imediatamente após a forma verbal
―beneficiar‖ — escrevendo-se beneficiar-se.
Comentário: Como vimos anteriormente, dentre as formas de colocação de
um pronome numa locução verbal, podemos ter o pronome átono proclítico ao
verbo principal (forma adotada no texto original: consigam se beneficiar) e
enclítico ao verbo principal (forma pedida na questão: consigam beneficiar-
se).
Assim, a afirmação está correta.
Gabarito: C

Questão 13: FUNPRESP 2016 Nível Superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: Quando se cansava, sentava-se a uma grande mesa
ao fundo da sala e escrevia o resto da noite. Leu um tratado de psicologia e
trocou-o em miúdo, isto é, reduziu-o a artigos, uns quarenta ou cinquenta,
que projetou meter nas revistas e nos jornais e com o produto vestir-se,
habitar uma casa diferente daquela e pagar ao barbeiro.

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A substituição do pronome ―o‖, em ―reduziu-o a artigos‖ (linha 3), por lhe


preservaria a correção gramatical do texto.
Comentário: O verbo ―reduziu‖ é transitivo direto e indireto, o pronome ―o‖ é
o objeto direto e ―a artigos‖ é o objeto indireto. Assim, não pode haver tal
substituição.
Gabarito: E

Questão 14: DPU 2016 Nível Superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: No Brasil, pode-se considerar marco da história da
assistência jurídica, ou justiça gratuita, a própria colonização do país, ainda no
século XVI. O surgimento de lides provenientes das inúmeras formas de
relação jurídica então existentes — e o chamamento da jurisdição para
resolver essas contendas — já dava início a situações em que constantemente
as partes se viam impossibilitadas de arcar com os possíveis custos judiciais
das demandas.
Em ―as partes se viam impossibilitadas de arcar com os possíveis custos
judiciais das demandas‖ (linhas 6 e 7), a partícula ―se‖ foi empregada no
sentido de umas às outras.
Comentário: Devemos entender que o sujeito ―as partes‖ é agente. Assim,
eliminamos a possibilidade de o pronome ―se‖ ser apassivador. Note que as
partes não eram vistas, elas viam a si mesmas impossibilitadas de arcar com
os possíveis custos judiciais das demandas. Assim, entendemos que há o
pronome reflexivo. A possibilidade de se entender a expressão ―a si mesmas‖
nos conduz a esta ideia.
A questão tentou nos induzir, por meio da expressão ―uns com os
outros‖, a entender o sentido de reciprocidade. Por isso, a afirmação está
errada.
Gabarito: E

Questão 15: FUNPRESP 2016 Nível Superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: Parece que foi de nascença. Ele já teria vindo ao
mundo assim, com todas as certezas junto, pulou a fase dos porquês e nunca
soube o que era curiosidade na vida. Cresceu achando natural viver
derramando afirmações pela boca. A notícia espalhou-se rapidamente. Não
demorou muito para se tornar capa de todas as revistas e personagem
assíduo dos programas de TV.
A supressão da partícula ―se‖, em ―espalhou-se‖ (linha 4), prejudicaria a
correção gramatical do texto e seu sentido original.
Comentário: O verbo ―espalhou‖ é transitivo direto, o pronome ―se‖ é
apassivador e conseguimos perceber o termo ―A notícia‖ como sujeito
paciente, pois entendemos que a notícia foi espalhada por alguém não
informado no texto.
Com a exclusão do pronome, o sujeito passa a ser agente e o verbo
deixa de ter seu complemento verbal, o que torna a estrutura incoerente. Tal
verbo precisa de uma pessoa como agente, mesmo que fique subentendida.
Alguém espalha algo. Algo é espalhado por alguém. Algo é espalhado.

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Como a questão afirmou que a exclusão do pronome prejudicaria a


correção e o sentido, está correta.
Gabarito: C

Questão 16: Anatel 2014 Técnico (banca CESPE)


Fragmento do texto: ―Amanhã‖ significa, entre outras coisas, ―nunca‖,
―talvez‖, ―vou pensar‖, ―vou desaparecer‖, ―procure outro‖, ―não quero‖, ―no
próximo ano‖, ―assim que eu precisar‖, ―um dia destes‖, ―vamos mudar de
assunto‖ etc. e, em casos excepcionalíssimos, ―amanhã‖ mesmo. Qualquer
estrangeiro que tenha vivido no Brasil sabe que são necessários vários anos
de treinamento para distinguir qual o sentido pretendido pelo interlocutor
brasileiro, quando ele responde, com a habitual cordialidade, que fará tal ou
qual coisa amanhã. O caso dos alemães é, seguramente, o mais grave.
O pronome ―ele‖ (linha 7) tem como referente ―Qualquer estrangeiro que
tenha vivido no Brasil‖ (linhas 4 e 5).
Comentário: Fica claro após a leitura do trecho que o pronome ―ele‖ refere-
se a ―interlocutor brasileiro‖ (linhas 6 e 7), e não a ―Qualquer estrangeiro que
tenha vivido no Brasil‖. Assim, a afirmativa está errada.
Gabarito: E

Questão 17: MPE PI - 2012 – Superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: Na era das redes sociais, algumas formas de
comunicação arcaicas ainda dão resultado. O canadense Harold Hackett que o
diga. Morador da Ilha Príncipe Eduardo, uma das dez províncias do Canadá,
ele enviou mais de 4.800 mensagens em uma garrafa e recebeu 3.100
respostas de pessoas de várias partes do mundo. De acordo com a BBC, o
canadense envia as mensagens desde 1996.
O seu método é simples. Harold utiliza garrafas de suco de laranja e se
certifica de que as mensagens estão com data. Antes de enviá-las, checa o
sentido dos ventos — que devem rumar de preferência para oeste ou
sudoeste. Algumas cartas demoraram 13 anos para voltar para ele.
A forma pronominal ―las‖, em ―enviá-las‖ (linha 8), pode fazer referência tanto
ao termo ―garrafas‖ (linha 7) quanto ao termo ―mensagens‖ (linha 8).
Comentário: A forma pronominal ―las" retoma explicitamente o substantivo
―mensagens‖. Como essas mensagens são enviadas por meio de ―garrafas‖,
contextualmente, ―mensagens‖ e ―garrafas‖ possuem o mesmo sentido na
retomada por este pronome. Veja:
“Harold utiliza garrafas de suco de laranja e se certifica de que as mensagens
estão com data. Antes de enviá-las(as mensagens, as garrafas)...”
Gabarito: C

Questão 18: Ancine 2013 Analista Administrativo (banca CESPE)


Fragmento do texto: A perfeita fruição do ato de ir ao cinema é prejudicada
por qualquer distúrbio visual ou auditivo, que lembra ao espectador, contra a
sua vontade, que ele estava a ponto de suscitar uma experiência especial
mediante a exclusão da realidade trivial da vida corrente. Esses distúrbios o
remetem à existência de um mundo exterior, totalmente incompatível com a
realidade psicológica de sua experiência cinematográfica.

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Os pronomes ―ele‖ (linha 2), ―sua‖ (linhas 3 e 6) e ―o‖ (linha 4) referem-se ao


termo ―espectador‖ (linha 2), com o qual estabelecem uma cadeia coesiva.
Comentário: A cadeia coesiva ocorre quando há uma sequência de palavras
que retomam o mesmo referente, como ocorreu neste texto. Para ficar mais
fácil compreender, observe as indicações:
A perfeita fruição do ato de ir ao cinema é prejudicada por
qualquer distúrbio visual ou auditivo, que lembra ao espectador,
contra a sua vontade, que ele estava a ponto de suscitar uma experiência
especial mediante a exclusão da realidade trivial da vida corrente. Esses
distúrbios o remetem à existência de um mundo exterior, totalmente
incompatível com a realidade psicológica de sua experiência cinematográfica.
Gabarito: C

Questão 19: ANS 2013 Analista Administrativo (banca CESPE)


Fragmento do texto: Os planos com pior avaliação — durante dois períodos
consecutivos — estão sujeitos à suspensão temporária da comercialização.
Quando isso ocorre, os clientes que já haviam contratado o serviço continuam
no direito de usá-lo, mas a operadora não pode aceitar novos beneficiários
nesses planos.
Em ―usá-lo‖ (linha 4), o pronome ―lo‖ é elemento coesivo que se refere ao
antecedente ―serviço‖ (linha 3).
Comentário: Entendemos, de acordo com o texto, que os clientes continuam
no direito de usar o ―serviço‖, concorda? Assim, o pronome ―-lo‖ retomou o
antecedente ―serviço‖ e a questão está correta.
Gabarito: C

Questão 20: BSF 2014 nível superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: Não se trata, contudo, de luta do bem contra o mal,
pois tal embate tem uma especificação histórica cuja raiz se encontra no
próprio surgimento do Brasil como país.
Na linha 1, seria mantida a correção gramatical do texto se o pronome ―se‖
fosse deslocado para imediatamente depois do verbo, escrevendo-se Não
trata-se.
Comentário: O advérbio ―Não‖ é palavra atrativa e força a próclise: Não se
trata. Assim, a afirmativa está errada.
Gabarito: E

Questão 21: TJSE 2014 Analista (banca CESPE)


Fragmento do texto: Dinheiro, também. E motivação política, isso então
nem se fala.
No segmento ―isso então nem se fala‖, a posição do pronome ―se‖ justifica-se
pela presença de palavra de sentido negativo.
Comentário: O vocábulo ―não‖ tem valor negativo, por isso é palavra atrativa
e força a próclise: ―isso então nem se fala‖. Assim, a afirmativa está correta.

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Gabarito: C

Questão 22: TJSE 2014 Analista (banca CESPE)


Fragmento do texto: A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações
Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus territórios
ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações Filipinas asseguravam ao
marido o direito de matar a mulher caso a apanhasse em adultério. Também
podia matá-la por meramente suspeitar de traição.
Não haveria prejuízo para a correção gramatical do texto caso os pronomes
―se‖ (linha 2) e ―a‖ (linha 4) fossem deslocados para imediatamente após as
formas verbais ―aplicava‖ (linha 2) e ―apanhasse‖ (linha 4), escrevendo-se
que aplicava-se e caso apanhasse-a, respectivamente.
Comentário: Como o pronome relativo ―que‖ e a conjunção subordinativa
condicional ―caso‖ são palavras atrativas, elas forçam a próclise: que se
aplicava e caso a apanhasse. Assim, a afirmativa está errada.
==c7b7c==

Gabarito: E

Questão 23: CADE 2014 Agente Administrativo (banca CESPE)


No trecho ―nos teria afligido um projeto de educação totalitária‖, o pronome
―nos‖ poderia ser corretamente empregado imediatamente após a forma
verbal ―teria‖, escrevendo-se teria-nos.
Comentário: Não pode haver ênclise a um verbo no futuro do pretérito do
indicativo. Neste caso, cabe, além da próclise, conforme o texto original, a
mesóclise: ter-nos-iam.
Gabarito: E

Questão 24: CADE 2014 Analista Técnico-Administrativo (banca CESPE)


Fragmento do texto: Venezuela e Argentina, por sua vez, começam a se
parecer com casos econômicos sem solução. Na Venezuela, a inflação passa
de 50% ao ano — igual à da Síria, país devastado pela guerra.
Em ―começam a se parecer‖ (linhas 1 e 2), o pronome ―se‖ poderia ser
deslocado para imediatamente após a forma verbal ―parecer‖, escrevendo-se
começam a parecer-se.
Comentário: A colocação pronominal nesta locução verbal admite a próclise
ao verbo principal ―começam a se parecer‖ e a ênclise ao verbo principal:
―começam a parecer-se‖. Assim, a afirmativa da questão está correta.
Gabarito: C

Questão 25: Câmara Deputados 2014 Consultor Legislativo (banca CESPE)


Fragmento de texto: À primeira vista, o Plano Piloto de Brasília parece uma
repetição de construções. As quadras, distribuídas simetricamente pelas asas,
têm prédios com plantas semelhantes, que se repetem a cada quadradinho,
muitas vezes até localizados de forma análoga. Dentro dos apartamentos,
entretanto, esconde-se o estilo de cada morador, que se revela não apenas
em detalhes decorativos, mas em modificações nas plantas e na função dos
cômodos.
Nas estruturas ―que se repetem‖ (linha 3) e ―que se revela‖ (linha 5), o
pronome ―se‖ poderia ser deslocado, sem prejuízo da correção gramatical do

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texto, para imediatamente após as formas verbais ―repetem‖ e ―revela‖ —


que repetem-se e que revela-se, respectivamente.
Comentário: O pronome relativo ―que‖ é palavra atrativa e força a colocação
pronominal antes do verbo. Assim, a afirmativa está errada.
Gabarito: E

Questão 26: MTE 2014 Contador (banca CESPE)


Fragmento de texto: Não por menos, tal massa de compradores se
converteu na locomotiva da economia brasileira e em alvo preferido das
Empresas.
Na linha 1, o pronome ―se‖ poderia ser deslocado para imediatamente após a
forma verbal ―converteu‖, escrevendo-se converteu-se, sem prejuízo da
correção gramatical do texto.
Comentário: No texto original, o pronome oblíquo átono ―se‖ encontra-se
antes do verbo ―converteu‖, tendo em vista a eufonia, isto é, soa agradável,
menos artificial. Então, mesmo não havendo palavra atrativa, admite-se a
próclise. A questão pede apenas para transpor o pronome para sua posição
normal, após o verbo. Assim, a afirmativa está certa.
Gabarito: C

Questão 27: Câmara Deputados 2014 Polícia Legislativa (banca CESPE)


Fragmento de texto: Assim, podemos perceber que a ideia de polícia está
intimamente ligada à noção de política. Não há como dissociá-las. A atividade
de polícia é, portanto, política, uma vez que diz respeito à forma como a
autoridade coletiva exerce seu poder.
O trecho ―Não há como dissociá-las‖ (linha 2) poderia ser corretamente
reescrito de diferentes maneiras, a exemplo das seguintes: É impossível
separá-las; Não há forma de as dissociar; Não separam-se.
Comentário: As substituições estão corretas quanto ao sentido, porém a
última expressão possui a palavra atrativa ―Não‖, por isso deve haver
próclise: Não se separam. Assim, a afirmativa está errada.
Gabarito: E

Questão 28: Ancine 2013 Analista Administrativo (banca CESPE)


Fragmento do texto: Pouco lhe importam as condições técnicas e
socioeconômicas das indústrias que, em primeira instância, lhe possibilitam
assistir aos filmes; na verdade, esse tipo de preocupação nem lhe passa pela
cabeça.
Mantendo-se a correção gramatical do texto, no último período do primeiro
parágrafo, o pronome ―lhe‖ poderia ser deslocado para logo depois das formas
verbais ―importam‖ (linha 1), ―possibilitam‖ (linha 2) e ―passa‖ (linha 3),
escrevendo-se importam-lhe, possibilitam-lhe e passa-lhe,
respectivamente.
Comentário: Quando há palavra atrativa, o pronome pessoal oblíquo átono
deve se posicionar antes do verbo. No texto, o advérbio ―Pouco‖ e a palavra
negativa ―nem‖ atraem o pronome ―lhe‖ para antes do verbo
obrigatoriamente. Assim, deve permanecer a próclise. Veja:

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Pouco lhe importam as condições técnicas e socioeconômicas das indústrias


que, em primeira instância, lhe possibilitam assistir aos filmes; na verdade,
esse tipo de preocupação nem lhe passa pela cabeça.
Gabarito: E

Questão 29: Bacen 2013 Analista (banca CESPE)


Fragmento do texto: Ele é agora gerente de uma loja de sapatos. Não
porque escolheu, mas foi o que lhe restou.
No trecho ―Não porque escolheu, mas foi o que lhe restou‖ (linhas 1 e 2), o
emprego da próclise relativa ao pronome ―lhe‖ explica-se pela presença do
pronome relativo.
Comentário: A afirmação está corretíssima e autoexplicativa, concorda?
Vimos que o pronome relativo ―que‖ é palavra atrativa, por isso o pronome
―lhe‖ está posicionado antes do verbo ―restou‖, isto é, ocorreu próclise.
Gabarito: C

Questão 30: TRT 10ªR / 2013 / Analista Judiciário (banca CESPE)


Fragmento do texto: A economia solidária vem-se apresentando como uma
alternativa inovadora de geração de trabalho e renda e uma resposta
favorável às demandas de inclusão social no país.
No trecho ―A economia solidária vem-se apresentando‖, o deslocamento do
pronome pessoal oblíquo para depois do verbo principal da locução não
prejudicaria a correção gramatical do texto: vem apresentando-se.
Comentário: Conforme vimos na teoria, com a locução verbal, cabe o
posicionamento vem-se apresentando, vem se apresentando e vem
apresentando-se. Assim, a afirmativa está correta.
Gabarito: C

Questão 31: TRE-MS / 2013 / Analista Judiciário (banca CESPE)


No trecho ―o de que não se trata de norma penal‖, o emprego da próclise em
vez da ênclise — não trata-se — justifica-se pela presença de palavra
negativa antecedendo a forma verbal.
Comentário: Note que realmente a palavra negativa ―não‖ é atrativa, por
isso deve haver o posicionamento do pronome oblíquo átono ―se‖ antes do
verbo, como ocorreu no texto original. Assim, não cabe ênclise.
Gabarito: C

Questão 32: ANS 2013 Analista Administrativo (banca CESPE)


Fragmento do texto: A avaliação das operadoras de planos de saúde em
relação às garantias de atendimento, previstas na RN 259, é realizada de
acordo com dois critérios: comparativo, cotejando-as entre si, dentro do
mesmo segmento e porte; e avaliatório, considerando evolutivamente seus
próprios resultados.
Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir ―é realizada‖
(linha 2) por realiza-se.
Comentário: A locução verbal ―é realizada‖ encontra-se na voz passiva
analítica. Na transposição para a voz passiva sintética, devemos conservar o

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verbo principal (realizada) no mesmo tempo verbal do verbo ―é‖ (realiza:


presente do indicativo) e devemos inserir o pronome apassivador ―se‖. Veja:
A avaliação ... é realizada (voz passiva analítica)
A avaliação ... realiza-se (voz passiva sintética)
Assim, a substituição está correta, porém a questão está errada, por
afirmar que a substituição prejudicaria a correção gramatical.
Gabarito: E

Questão 33: Bacen 2013 Técnico (banca CESPE)


Fragmento do texto: Uma crise bancária pode ser comparada a um
vendaval. Suas consequências sobre a economia das famílias e das empresas
são imprevisíveis. Os agentes econômicos relacionam-se em suas operações
de compra, venda e troca de mercadorias e serviços de modo que cada fato
econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de consumo,
corresponde à realização de ao menos uma operação de natureza monetária
junto a um intermediário financeiro, em regra, um banco comercial que
recebe um depósito, paga um cheque, desconta um título ou antecipa a
realização de um crédito futuro.
A ideia de reciprocidade presente em ―relacionam-se‖ (linha 3) seria reforçada
caso fosse inserida, imediatamente após essa forma, a expressão uns com os
outros.
Comentário: Nesta questão, basta inserirmos a expressão para confirmarmos
o valor de reciprocidade. Veja:
Os agentes econômicos relacionam-se em suas operações de compra, venda e
troca de mercadorias e serviços...
Os agentes econômicos relacionam-se uns com os outros em suas
operações de compra, venda e troca de mercadorias e serviços...
Questão tranquila, não é mesmo?!
Gabarito: C

Questão 34: ANTT 2013 Superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: O baixo custo de aquisição e manutenção da bicicleta,
assim como a facilidade de manuseio, faz que ela seja um instrumento
acessível para as diversas rendas e idades.
O trecho ―faz que ela seja‖ (linha 2) poderia ser corretamente substituído por
faz dela.
Comentário: Primeiramente, devemos realizar a troca e ler todo o período
novamente para perceber se há algum problema na construção. Ao fazer isso,
notamos que a construção está correta.
Além disso, é interessante notarmos que houve apenas a troca de uma
oração subordinada substantiva objetiva direta em objeto indireto e direto.
Com isso, deixamos de ter um pronome pessoal do caso reto ―ela‖ para
termos um pronome pessoal oblíquo tônico ―dela‖. Compare:
O baixo custo (...) faz que ela seja um instrumento acessível ...
oração subordinada substantiva objetiva direta
(―ela‖ é pronome pessoal do caso reto na função de sujeito)

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O baixo custo (...) faz dela um instrumento acessível ...


OI + objeto direto
(―dela‖ é pronome pessoal do caso oblíquo tônico na função de objeto indireto)
Gabarito: C

Questão 35: MTE 2013 Auditor-Fiscal do Trabalho (banca CESPE)


Fragmento do texto: A mera declaração formal das liberdades nos
documentos e nas legislações esboroava diante da inexorável exclusão
econômica da maioria da população. Em vista disso, já no século XIX,
buscaram-se os direitos sociais com ações estatais que compensassem tais
desigualdades, municiando os desvalidos com direitos implantados e
construídos de forma coletiva em prol da saúde, da educação, da moradia, do
trabalho, do lazer e da cultura para todos.
A expressão ―tais desigualdades‖ (linhas 4 e 5), empregada, no período em
que ocorre, sem um referente explícito, está associada à ―inexorável exclusão
econômica da maioria da população‖ (linhas 2 e 3).
Comentário: De acordo com o contexto, realmente podemos entender que a
desigualdade a que se refere o texto é a inexorável exclusão econômica da
maioria da população. Assim, o pronome demonstrativo ―tais‖ ajuda na
retomada da expressão anterior.
Gabarito: C

Questão 36: ANS 2013 Analista Administrativo (banca CESPE)


Fragmento do texto: As operadoras de planos de saúde deverão criar
ouvidorias vinculadas às suas estruturas organizacionais. A determinação é da
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em norma que será publicada
no Diário Oficial da União.
A medida está disposta na Resolução Normativa n.º 323 e objetiva
reduzir conflitos entre operadoras e consumidores, ampliando a qualidade do
atendimento oferecido pelas empresas.
A expectativa é de que o funcionamento regular dessas estruturas possa
gerar subsídios para a melhoria de processos de trabalho nas operadoras, em
especial no que diz respeito ao relacionamento com o público e à
racionalização do fluxo de demandas encaminhadas à ANS.
A expressão ―dessas estruturas‖ (linha 8) refere-se ao antecedente
―empresas‖ (linha 7).
Comentário: A afirmativa está errada, pois a expressão ―dessas estruturas‖
faz referência à expressão ―ouvidorias vinculadas às suas estruturas
organizacionais‖ (linha 2).
Gabarito: E

Questão 37: Bacen 2013 Analista (banca CESPE)


Fragmento do texto: Ele é agora gerente de uma loja de sapatos. Não
porque escolheu, mas foi o que lhe restou.
No segmento ―mas foi o que lhe restou‖, a referência do pronome ―o‖ é a
expressão nominal ―uma loja de sapatos‖, e a do pronome ―lhe‖ é o
substantivo ―gerente‖.
Comentário: De acordo com o texto, podemos entender que aquilo que

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restou a ele foi ser gerente de uma loja de sapatos. Assim, o pronome
demonstrativo ―o‖ não faz referência à expressão ―uma loja de sapatos‖, mas
à situação de ele ser o gerente de uma loja.
O pronome ―lhe‖ realmente retoma o substantivo ―gerente‖.
Tendo em vista que apenas o segundo pronome possui referência
correta, a afirmativa está errada.
Gabarito: E

Questão 1: SEEDF 2017 Professor (banca CESPE)


Fragmento de texto: Os biógrafos dos grandes autores sempre tentam
rastrear os livros que seus personagens leram na juventude, porque sabem
que essas fontes escondem o segredo de seu aperfeiçoamento como
escritores.
Na linha 2, o pronome ―que‖ retoma ―os livros‖, e ambos os termos exercem a
mesma função sintática nas orações em que ocorrem.

Questão 2: TRE PE 2017 Técnico (banca CESPE)


Fragmento do texto: Na teoria constitucional moderna, cidadão é o
indivíduo que tem um vínculo jurídico com o Estado, sendo portador de
direitos e deveres fixados por determinada estrutura legal (Constituição, leis),
que lhe confere, ainda, a nacionalidade. Cidadãos, em tese, são livres e iguais
perante a lei, porém súditos do Estado.
No texto, o pronome ―lhe‖ (linha 4) faz referência a
a) ―Estado‖ (linha 2).
b) ―portador de direitos e deveres‖ (linhas 2 e 3).
c) ―nacionalidade‖ (linha 4).
d) ―teoria constitucional moderna‖ (linha 1).
e) ―cidadão‖ (linha 1).

Questão 3: TRE PE 2017 Técnico (banca CESPE)


Fragmento do texto: Disso é possível deduzir que os membros de uma
corporação profissional — no caso, funcionários e servidores da administração
pública — também devem ser submetidos ao julgamento ético-moral. A
administração pública deve pautar-se nos princípios constitucionais que a
regem. É necessário, ainda, que tais princípios estejam pública e legalmente
disponíveis ao conhecimento de todos os cidadãos, para que estes possam
respeitá-los e vivenciá-los. Nesse contexto, destacam-se os princípios
constitucionais tidos como base da função pública e que, sem dúvida,
constituem pilares de sustentabilidade da função gestora.
Na linha 7 do texto, a forma pronominal ―los‖, em ―respeitá-los‖ e ―vivenciá-
los", remete a

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a) ―todos os cidadãos‖ (linha 6).


b) ―princípios constitucionais‖ (linhas 7 e 8).
c) ―estes‖ (linha 6).
d) ―os membros de uma corporação profissional‖ (linhas 1 e 2).
e) ―funcionários e servidores da administração pública‖ (linhas 2 e 3).

Questão 4: SEEDF 2017 Professor (banca CESPE)


Fragmento do texto: Pedir ao educador que situe o centro de gravidade na
própria criança é pedir-lhe nada menos que fazer uma revolução, se é verdade
que até agora o centro de gravidade foi situado fora dela. É essa revolução —
exigência fundamental do movimento da educação nova — que Claparède
compara à que Copérnico realizou na astronomia, e que ele define, com tanta
felicidade, nas seguintes linhas: ―são os métodos e os programas que
gravitam em torno da criança e não mais a criança que gira em torno de um
programa decidido fora dela. Essa é a revolução copernicana à qual a
psicologia convida o educador‖.
Na linha 6, o pronome ―ele‖ tem como referente o nome ―Copérnico‖.

Questão 5: SEEDF 2017 Médio (banca CESPE)


Fragmento do texto: Não têm conta entre nós os pedagogos da
prosperidade que, apegando-se a certas soluções onde, na melhor hipótese,
se abrigam verdades parciais, transformam-nas em requisito obrigatório e
único de todo progresso. É bem característico, para citar um exemplo, o que
ocorre com a miragem da alfabetização. Quanta inútil retórica se tem
desperdiçado para provar que todos os nossos males ficariam resolvidos de
um momento para o outro se estivessem amplamente difundidas as escolas
primárias e o conhecimento do abc.
A muitos desses pregoeiros do progresso seria difícil convencer de que a
alfabetização em massa não é condição obrigatória nem sequer para o tipo de
cultura técnica e capitalista que admiram. Desacompanhada de outros
elementos fundamentais da educação, que a completem, é comparável, em
certos casos, a uma arma de fogo posta nas mãos de um cego.
A forma pronominal ―nas‖, em ―transformam-nas‖ (linha 3), refere-se a
―verdades parciais‖ (linha 3).

Questão 6: SEEDF 2017 Professor (banca CESPE)


Meu querido neto Mizael,
Recebi a sua cartinha. Ver que você se tem adiantado muito me deu
muito prazer.
Fiquei muito contente quando sua mãe me disse que em princípio de
maio estarão cá, pois estou com muitas saudades de vocês todos. Vovó te
manda muitas lembranças.
A menina de Zulmira está muito engraçadinha. Já tem 2 dentinhos.
Com muitas saudades te abraça sua Dindinha e Amiga,
Bárbara
Carta de Bárbara ao neto Mizael (carta de 1883). Corpus Compartilhado Diacrônico:
cartas pessoais brasileiras. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade
de Letras. Internet: (com adaptações).

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A próclise observada em todas as ocorrências dos pronomes oblíquos átonos


no texto é atestada no português brasileiro coloquial.

Questão 7: SEEDF 2017 Médio (banca CESPE)


Fragmento do texto: Rubião tinha vexame, por causa de Sofia; não sabia
haver-se com senhoras. Felizmente, lembrou-se da promessa que a si mesmo
fizera de ser forte e implacável.
O sentido original do texto seria alterado caso a expressão ―a si mesmo‖
(linha 2) fosse substituída por lhe.

Questão 8: SEEDF 2017 Professor (banca CESPE)


Fragmento de texto: Um estudo coordenado pela Fundação Getúlio Vargas
aponta que, enquanto 80% dos professores de educação infantil da rede
pública do país têm nível superior completo, 65,6% dos docentes dessa
mesma etapa na rede privada têm igual escolaridade.
Os dados correspondem ao ano de 2014 e mostram que a formação dos
professores das instituições públicas continua melhor que a dos professores da
rede privada nos anos iniciais do ensino fundamental. Nos anos finais dessa
etapa, a proporção de docentes com formação adequada muda: 92% dos
docentes na rede privada e 89% na pública. No ensino médio, a formação é
praticamente igual.
Seria mantida a correção gramatical do texto caso o pronome ―dessa‖ (linha
7) fosse substituído por da.

Questão 9: SEEDF 2017 Professor (banca CESPE)


Meu querido neto Mizael,
Recebi a sua cartinha. Ver que você se tem adiantado muito me deu
muito prazer.
Fiquei muito contente quando sua mãe me disse que em princípio de
maio estarão cá, pois estou com muitas saudades de vocês todos. Vovó te
manda muitas lembranças.
A menina de Zulmira está muito engraçadinha. Já tem 2 dentinhos.
Com muitas saudades te abraça sua Dindinha e Amiga,
Bárbara
Carta de Bárbara ao neto Mizael (carta de 1883). Corpus Compartilhado Diacrônico:
cartas pessoais brasileiras. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade
de Letras. Internet: (com adaptações).
O texto se caracteriza por uma uniformidade de tratamento do destinatário da
carta, verificada no emprego das formas pronominais.

Questão 10: SEEDF 2017 Técnico (banca CESPE)


Fragmento do texto: Não têm conta entre nós os pedagogos da
prosperidade que, apegando-se a certas soluções onde, na melhor hipótese,
se abrigam verdades parciais, transformam-nas em requisito obrigatório e
único de todo progresso. É bem característico, para citar um exemplo, o que
ocorre com a miragem da alfabetização. Quanta inútil retórica se tem
desperdiçado para provar que todos os nossos males ficariam resolvidos de
um momento para o outro se estivessem amplamente difundidas as escolas
primárias e o conhecimento do abc.

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A muitos desses pregoeiros do progresso seria difícil convencer de que a


alfabetização em massa não é condição obrigatória nem sequer para o tipo de
cultura técnica e capitalista que admiram. Desacompanhada de outros
elementos fundamentais da educação, que a completem, é comparável, em
certos casos, a uma arma de fogo posta nas mãos de um cego.
O vocábulo ―Quanta‖ (linha 5) classifica-se, na oração em que ocorre, como
pronome interrogativo.

Questão 11: DPU 2016 Nível superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: O surgimento de lides provenientes das inúmeras
formas de relação jurídica então existentes — e o chamamento da jurisdição
para resolver essas contendas — já dava início a situações em que
constantemente as partes se viam impossibilitadas de arcar com os possíveis
custos judiciais das demandas. A partir de então, a chamada assistência
judiciária praticamente evoluiu junto com o direito pátrio. Sua importância
atravessou os séculos, e ela passou a ser garantida nas cartas constitucionais.
Na linha 6, o pronome ―Sua‖ delimita o significado do substantivo
―importância‖, funcionando, na oração em que ocorre, como um termo
acessório.

Questão 12: DPU 2016 Nível Superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: O objetivo do referido projeto é o de ir até a população
que normalmente não tem acesso à Defensoria Pública. ―Nós chegamos de
forma humanizada até essas pessoas em situação de rua. Com esse trabalho
nós estamos garantindo seu acesso à justiça e aos direitos para que consigam
se beneficiar de outras políticas públicas‖, explica a coordenadora do
Departamento de Atividade Psicossocial.
Seria mantida a correção gramatical do período caso a partícula ―se‖, em ―se
beneficiar‖ (linha 5), fosse deslocada para imediatamente após a forma verbal
―beneficiar‖ — escrevendo-se beneficiar-se.

Questão 13: FUNPRESP 2016 Nível Superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: Quando se cansava, sentava-se a uma grande mesa
ao fundo da sala e escrevia o resto da noite. Leu um tratado de psicologia e
trocou-o em miúdo, isto é, reduziu-o a artigos, uns quarenta ou cinquenta,
que projetou meter nas revistas e nos jornais e com o produto vestir-se,
habitar uma casa diferente daquela e pagar ao barbeiro.
A substituição do pronome ―o‖, em ―reduziu-o a artigos‖ (linha 3), por lhe
preservaria a correção gramatical do texto.

Questão 14: DPU 2016 Nível Superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: No Brasil, pode-se considerar marco da história da
assistência jurídica, ou justiça gratuita, a própria colonização do país, ainda no
século XVI. O surgimento de lides provenientes das inúmeras formas de
relação jurídica então existentes — e o chamamento da jurisdição para
resolver essas contendas — já dava início a situações em que constantemente
as partes se viam impossibilitadas de arcar com os possíveis custos judiciais
das demandas.

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Em ―as partes se viam impossibilitadas de arcar com os possíveis custos


judiciais das demandas‖ (linhas 6 e 7), a partícula ―se‖ foi empregada no
sentido de umas às outras.

Questão 15: FUNPRESP 2016 Nível Superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: Parece que foi de nascença. Ele já teria vindo ao
mundo assim, com todas as certezas junto, pulou a fase dos porquês e nunca
soube o que era curiosidade na vida. Cresceu achando natural viver
derramando afirmações pela boca. A notícia espalhou-se rapidamente. Não
demorou muito para se tornar capa de todas as revistas e personagem
assíduo dos programas de TV.
A supressão da partícula ―se‖, em ―espalhou-se‖ (linha 4), prejudicaria a
correção gramatical do texto e seu sentido original.

Questão 16: Anatel 2014 Técnico (banca CESPE)


Fragmento do texto: ―Amanhã‖ significa, entre outras coisas, ―nunca‖,
―talvez‖, ―vou pensar‖, ―vou desaparecer‖, ―procure outro‖, ―não quero‖, ―no
próximo ano‖, ―assim que eu precisar‖, ―um dia destes‖, ―vamos mudar de
assunto‖ etc. e, em casos excepcionalíssimos, ―amanhã‖ mesmo. Qualquer
estrangeiro que tenha vivido no Brasil sabe que são necessários vários anos
de treinamento para distinguir qual o sentido pretendido pelo interlocutor
brasileiro, quando ele responde, com a habitual cordialidade, que fará tal ou
qual coisa amanhã. O caso dos alemães é, seguramente, o mais grave.
O pronome ―ele‖ (linha 7) tem como referente ―Qualquer estrangeiro que
tenha vivido no Brasil‖ (linhas 4 e 5).

Questão 17: MPE PI - 2012 – Superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: Na era das redes sociais, algumas formas de
comunicação arcaicas ainda dão resultado. O canadense Harold Hackett que o
diga. Morador da Ilha Príncipe Eduardo, uma das dez províncias do Canadá,
ele enviou mais de 4.800 mensagens em uma garrafa e recebeu 3.100
respostas de pessoas de várias partes do mundo. De acordo com a BBC, o
canadense envia as mensagens desde 1996.
O seu método é simples. Harold utiliza garrafas de suco de laranja e se
certifica de que as mensagens estão com data. Antes de enviá-las, checa o
sentido dos ventos — que devem rumar de preferência para oeste ou
sudoeste. Algumas cartas demoraram 13 anos para voltar para ele.
A forma pronominal ―las‖, em ―enviá-las‖ (linha 8), pode fazer referência tanto
ao termo ―garrafas‖ (linha 7) quanto ao termo ―mensagens‖ (linha 8).

Questão 18: Ancine 2013 Analista Administrativo (banca CESPE)


Fragmento do texto: A perfeita fruição do ato de ir ao cinema é prejudicada
por qualquer distúrbio visual ou auditivo, que lembra ao espectador, contra a
sua vontade, que ele estava a ponto de suscitar uma experiência especial
mediante a exclusão da realidade trivial da vida corrente. Esses distúrbios o
remetem à existência de um mundo exterior, totalmente incompatível com a
realidade psicológica de sua experiência cinematográfica.

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Os pronomes ―ele‖ (linha 2), ―sua‖ (linhas 3 e 6) e ―o‖ (linha 4) referem-se ao


termo ―espectador‖ (linha 2), com o qual estabelecem uma cadeia coesiva.

Questão 19: ANS 2013 Analista Administrativo (banca CESPE)


Fragmento do texto: Os planos com pior avaliação — durante dois períodos
consecutivos — estão sujeitos à suspensão temporária da comercialização.
Quando isso ocorre, os clientes que já haviam contratado o serviço continuam
no direito de usá-lo, mas a operadora não pode aceitar novos beneficiários
nesses planos.
Em ―usá-lo‖ (linha 4), o pronome ―lo‖ é elemento coesivo que se refere ao
antecedente ―serviço‖ (linha 3).

Questão 20: BSF 2014 nível superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: Não se trata, contudo, de luta do bem contra o mal,
pois tal embate tem uma especificação histórica cuja raiz se encontra no
próprio surgimento do Brasil como país.
Na linha 1, seria mantida a correção gramatical do texto se o pronome ―se‖
fosse deslocado para imediatamente depois do verbo, escrevendo-se Não
trata-se.

Questão 21: TJSE 2014 Analista (banca CESPE)


Fragmento do texto: Dinheiro, também. E motivação política, isso então
nem se fala.
No segmento ―isso então nem se fala‖, a posição do pronome ―se‖ justifica-se
pela presença de palavra de sentido negativo.

Questão 22: TJSE 2014 Analista (banca CESPE)


Fragmento do texto: A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações
Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus territórios
ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações Filipinas asseguravam ao
marido o direito de matar a mulher caso a apanhasse em adultério. Também
podia matá-la por meramente suspeitar de traição.
Não haveria prejuízo para a correção gramatical do texto caso os pronomes
―se‖ (linha 2) e ―a‖ (linha 4) fossem deslocados para imediatamente após as
formas verbais ―aplicava‖ (linha 2) e ―apanhasse‖ (linha 4), escrevendo-se
que aplicava-se e caso apanhasse-a, respectivamente.

Questão 23: CADE 2014 Agente Administrativo (banca CESPE)


No trecho ―nos teria afligido um projeto de educação totalitária‖, o pronome
―nos‖ poderia ser corretamente empregado imediatamente após a forma
verbal ―teria‖, escrevendo-se teria-nos.

Questão 24: CADE 2014 Analista Técnico-Administrativo (banca CESPE)


Fragmento do texto: Venezuela e Argentina, por sua vez, começam a se
parecer com casos econômicos sem solução. Na Venezuela, a inflação passa
de 50% ao ano — igual à da Síria, país devastado pela guerra.

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Em ―começam a se parecer‖ (linhas 1 e 2), o pronome ―se‖ poderia ser


deslocado para imediatamente após a forma verbal ―parecer‖, escrevendo-se
começam a parecer-se.

Questão 25: Câmara Deputados 2014 Consultor Legislativo (banca CESPE)


Fragmento de texto: À primeira vista, o Plano Piloto de Brasília parece uma
repetição de construções. As quadras, distribuídas simetricamente pelas asas,
têm prédios com plantas semelhantes, que se repetem a cada quadradinho,
muitas vezes até localizados de forma análoga. Dentro dos apartamentos,
entretanto, esconde-se o estilo de cada morador, que se revela não apenas
em detalhes decorativos, mas em modificações nas plantas e na função dos
cômodos.
Nas estruturas ―que se repetem‖ (linha 3) e ―que se revela‖ (linha 5), o
pronome ―se‖ poderia ser deslocado, sem prejuízo da correção gramatical do
texto, para imediatamente após as formas verbais ―repetem‖ e ―revela‖ —
que repetem-se e que revela-se, respectivamente.

Questão 26: MTE 2014 Contador (banca CESPE)


Fragmento de texto: Não por menos, tal massa de compradores se
converteu na locomotiva da economia brasileira e em alvo preferido das
Empresas.
Na linha 1, o pronome ―se‖ poderia ser deslocado para imediatamente após a
forma verbal ―converteu‖, escrevendo-se converteu-se, sem prejuízo da
correção gramatical do texto.

Questão 27: Câmara Deputados 2014 Polícia Legislativa (banca CESPE)


Fragmento de texto: Assim, podemos perceber que a ideia de polícia está
intimamente ligada à noção de política. Não há como dissociá-las. A atividade
de polícia é, portanto, política, uma vez que diz respeito à forma como a
autoridade coletiva exerce seu poder.
O trecho ―Não há como dissociá-las‖ (linha 2) poderia ser corretamente
reescrito de diferentes maneiras, a exemplo das seguintes: É impossível
separá-las; Não há forma de as dissociar; Não separam-se.

Questão 28: Ancine 2013 Analista Administrativo (banca CESPE)


Fragmento do texto: Pouco lhe importam as condições técnicas e
socioeconômicas das indústrias que, em primeira instância, lhe possibilitam
assistir aos filmes; na verdade, esse tipo de preocupação nem lhe passa pela
cabeça.
Mantendo-se a correção gramatical do texto, no último período do primeiro
parágrafo, o pronome ―lhe‖ poderia ser deslocado para logo depois das formas
verbais ―importam‖ (linha 1), ―possibilitam‖ (linha 2) e ―passa‖ (linha 3),
escrevendo-se importam-lhe, possibilitam-lhe e passa-lhe,
respectivamente.

Questão 29: Bacen 2013 Analista (banca CESPE)


Fragmento do texto: Ele é agora gerente de uma loja de sapatos. Não
porque escolheu, mas foi o que lhe restou.

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No trecho ―Não porque escolheu, mas foi o que lhe restou‖ (linhas 1 e 2), o
emprego da próclise relativa ao pronome ―lhe‖ explica-se pela presença do
pronome relativo.

Questão 30: TRT 10ªR / 2013 / Analista Judiciário (banca CESPE)


Fragmento do texto: A economia solidária vem-se apresentando como uma
alternativa inovadora de geração de trabalho e renda e uma resposta
favorável às demandas de inclusão social no país.
No trecho ―A economia solidária vem-se apresentando‖, o deslocamento do
pronome pessoal oblíquo para depois do verbo principal da locução não
prejudicaria a correção gramatical do texto: vem apresentando-se.

Questão 31: TRE-MS / 2013 / Analista Judiciário (banca CESPE)


No trecho ―o de que não se trata de norma penal‖, o emprego da próclise em
vez da ênclise — não trata-se — justifica-se pela presença de palavra
negativa antecedendo a forma verbal.

Questão 32: ANS 2013 Analista Administrativo (banca CESPE)


Fragmento do texto: A avaliação das operadoras de planos de saúde em
relação às garantias de atendimento, previstas na RN 259, é realizada de
acordo com dois critérios: comparativo, cotejando-as entre si, dentro do
mesmo segmento e porte; e avaliatório, considerando evolutivamente seus
próprios resultados.
Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir ―é realizada‖
(linha 2) por realiza-se.

Questão 33: Bacen 2013 Técnico (banca CESPE)


Fragmento do texto: Uma crise bancária pode ser comparada a um
vendaval. Suas consequências sobre a economia das famílias e das empresas
são imprevisíveis. Os agentes econômicos relacionam-se em suas operações
de compra, venda e troca de mercadorias e serviços de modo que cada fato
econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de consumo,
corresponde à realização de ao menos uma operação de natureza monetária
junto a um intermediário financeiro, em regra, um banco comercial que
recebe um depósito, paga um cheque, desconta um título ou antecipa a
realização de um crédito futuro.
A ideia de reciprocidade presente em ―relacionam-se‖ (linha 3) seria reforçada
caso fosse inserida, imediatamente após essa forma, a expressão uns com os
outros.

Questão 34: ANTT 2013 Superior (banca CESPE)


Fragmento do texto: O baixo custo de aquisição e manutenção da bicicleta,
assim como a facilidade de manuseio, faz que ela seja um instrumento
acessível para as diversas rendas e idades.
O trecho ―faz que ela seja‖ (linha 2) poderia ser corretamente substituído por
faz dela.

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Questão 35: MTE 2013 Auditor-Fiscal do Trabalho (banca CESPE)


Fragmento do texto: A mera declaração formal das liberdades nos
documentos e nas legislações esboroava diante da inexorável exclusão
econômica da maioria da população. Em vista disso, já no século XIX,
buscaram-se os direitos sociais com ações estatais que compensassem tais
desigualdades, municiando os desvalidos com direitos implantados e
construídos de forma coletiva em prol da saúde, da educação, da moradia, do
trabalho, do lazer e da cultura para todos.
A expressão ―tais desigualdades‖ (linhas 4 e 5), empregada, no período em
que ocorre, sem um referente explícito, está associada à ―inexorável exclusão
econômica da maioria da população‖ (linhas 2 e 3).

Questão 36: ANS 2013 Analista Administrativo (banca CESPE)


Fragmento do texto: As operadoras de planos de saúde deverão criar
ouvidorias vinculadas às suas estruturas organizacionais. A determinação é da
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em norma que será publicada
no Diário Oficial da União.
A medida está disposta na Resolução Normativa n.º 323 e objetiva
reduzir conflitos entre operadoras e consumidores, ampliando a qualidade do
atendimento oferecido pelas empresas.
A expectativa é de que o funcionamento regular dessas estruturas possa
gerar subsídios para a melhoria de processos de trabalho nas operadoras, em
especial no que diz respeito ao relacionamento com o público e à
racionalização do fluxo de demandas encaminhadas à ANS.
A expressão ―dessas estruturas‖ (linha 8) refere-se ao antecedente
―empresas‖ (linha 7).

Questão 37: Bacen 2013 Analista (banca CESPE)


Fragmento do texto: Ele é agora gerente de uma loja de sapatos. Não
porque escolheu, mas foi o que lhe restou.
No segmento ―mas foi o que lhe restou‖, a referência do pronome ―o‖ é a
expressão nominal ―uma loja de sapatos‖, e a do pronome ―lhe‖ é o
substantivo ―gerente‖.

1. C 2. E 3. B 4. E 5. E 6. E 7. C 8. E 9. E 10. C
11. C 12. C 13. E 14. E 15. C 16. E 17. C 18. C 19. C 20. E
21. C 22. E 23. E 24. C 25. E 26. C 27. E 28. E 29. C 30. C
31. C 32. E 33. C 34. C 35. C 36. E 37. E

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