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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E

TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO – CAMPUS RECIFE

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE INFRAESTRUTURA E


CONSTRUÇÃO CIVIL - DAIC

MANUAL DO LABORATÓRIO DE
TOPOGRAFIA

Recife/PE
Ano 2012

PROFESSORA Msc REJANE MARIA RODRIGUES DE LUNA


Rejane_luna@yahoo.com.br
SUMÁRIO

1.Objetivo..................................................................................................... 1
2.Documentos complementares ................................................................. 1
3.Definições ................................................................................................ 2
4.Aparelhagem e procedimentos ................................................................ 9
4.1 Instrumental básico .......................................................................... 9
4.1a Teodolitos.........................................................................................9
4.1b Distanciômetro eletrônico...............................................................21
4.1c Estação Total.................................................................................22
4.1d Níveis.............................................................................................38
4.1e Receptores GNSS.........................................................................45
5.Bibliografia...............................................................................................50
6.Anexos ....................................................................................................51
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Execução de levantamento topográfico– PROCEDIMENTO – NBR 13133/1994

1.0 OBJETIVO:
1.1 Esta Norma fixa as condições exigíveis para a execução de levantamento
topográfico destinado a obter:

a) conhecimento geral do terreno: relevo, limites, confrontantes, área, localização,


amarração e posicionamento;
b) informações sobre o terreno destinadas a estudos preliminares de projetos;
c) informações sobre o terreno destinadas a anteprojetos ou projetos básicos;
d) informações sobre o terreno destinadas a projetos executivos.

1.1.1 As condições exigíveis para a execução de um levantamento topográfico


devem compatibilizar medidas angulares, medidas lineares, medidas de
desníveis e as respectivas tolerâncias em função dos erros, selecionando
métodos, processos e instrumentos para a obtenção de resultados
compatíveis com a destinação do levantamento, assegurando que a
propagação de erros não exceda os limites de segurança inerentes a esta
destinação.

2.0 DOCUMENTOS COMPLEMENTARES:


Na aplicação desta Norma é necessário consultar:

• Decreto nº 89.317, de 20/06/84 - Instruções Reguladoras das Normas


Técnicas da Cartografia Nacional, quanto aos padrões de exatidão;
• Especificações e Normas Gerais para Levantamentos Geodésicos - IBGE -
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Resolução PR nº 22, de 21-07-
1983, publicada no Boletim de Serviço nº 1602, de 01/08/1983 de Lei nº 243,
de 28/02/1967, que determina a competência da Instituição quanto aos
levantamentos geodésicos;
• NBR 5425 - Guia para inspeção por amostragem no controle e certificação da
qualidade – Procedimento NBR 5426 - Planos de amostragem e
procedimentos na inspeção por atributos – Procedimento;
• NBR 5427 - Guia para utilização da NBR 5426 – Planos de amostragem e
procedimentos na inspeção por atributos – Procedimento;
• NBR 5428 - Procedimentos estatísticos para determinação da validade de
inspeção por atributos feita pelos fornecedores – Procedimento;
• NBR 8196 - Emprego de escalas m desenho técnico – Procedimento;
• NBR 8402 - Execução de caracteres para escrita em desenho técnico –
Procedimento;
• NBR 8403 - Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas - Largura das
linhas – Procedimento;
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• NBR 10068 - Folha de desenho - Leiaute e dimensões – Procedimento;
• NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico – Procedimento;
• NBR 10582 - Apresentação da folha para desenho técnico – Procedimento;
• NBR 10647 - Desenho técnico - Norma geral – Terminologia DIN 18723 Teil 3
- Deutsche Normen Genauigkeitsuntersuchungen an Geodätischen
Instrumenten – Theodolite.

3.0 DEFINIÇÕES:
Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições de 3.1 a 3.38.

3.1 Alinhamento de via (ou alinhamento predial)


Linha divisória que separa o lote de terreno do logradouro público.

3.2 Apoio geodésico altimétrico


Conjunto de referências de nível, materializadas no terreno, que proporciona o
controle altimétrico dos levantamentos topográficos e o seu referenciamento ao
datum(origem) altimétrico do país.

3.3 Apoio geodésico planimétrico


Conjunto de pontos, materializados no terreno, que proporciona aos levantamentos
topográficos o controle de posição em relação à superfície terrestre determinada
pelas fronteiras do país, referenciando-os ao datum planimétrico do país.

3.4 Apoio topográfico


Conjunto de pontos planimétrico, altimétrico, ou planialtimétrico, que dão suporte ao
levantamento topográfico.

3.4.1 Apoio topográfico altimétrico


Conjunto de pontos, materializados no terreno, com suas alturas referidas a uma
superfície de nível arbitrária (cotas) ou ao nível médio do mar (altitudes), que serve
de suporte altimétrico ao levantamento topográfico. Estes pontos são hierarquizados
pelo seu erro médio quilométrico da sua determinação, classificando-os como de
ordem superior e de ordem inferior.

3.4.2 Apoio topográfico planimétrico


Conjunto de pontos, materializados no terreno, com coordenadas cartesianas (x e y)
obtidas a partir de uma origem no plano topográfico, que serve de base planimétrica
ao levantamento topográfico. Estes pontos formam uma figura complexa de lados
orientados, hierarquizados, onde os de ordem superior podem estar espaçados em
até 10 km, e os de ordem inferior, em até 500 m, ou menos, conforme a extensão da
área a ser levantada e o fim a que se destinam.

3.5 Carta (ou mapa)


Representação gráfica sobre uma superfície plana, dos detalhes físicos, naturais e
artificiais, de parte ou de toda a superfície terrestre - mediante símbolos ou
convenções e meios de orientação indicados, que permitem a avaliação das
distâncias, a orientação das direções e a localização geográfica de pontos, áreas e
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detalhes -, podendo ser subdividida em folhas, de forma sistemática, obedecido um
plano nacional ou internacional. Esta representação em escalas médias e pequenas
leva em consideração a curvatura da Terra, dentro da mais rigorosa localização
possível relacionada a um sistema de referência de coordenadas. A carta também
pode constituir-se numa representação sucinta de detalhes terrestres, destacando,
omitindo ou generalizando certos detalhes para satisfazer requisitos específicos. A
classe de informações, que uma carta, ou mapa, se propõe a fornecer, é indicada,
freqüentemente, sob a forma adjetiva, para diferenciação de outros tipos, como, por
exemplo, carta aeronáutica, carta náutica, mapa de comunicação, mapa geológico.

Nota: Os ingleses e americanos dão preferência ao termo mapa, enquanto os franceses e demais países de
origem latina ao termo carta.

3.6 Croqui
Esboço gráfico sem escala, em breves traços, que facilite a identificação de
detalhes.

3.7 Desenho topográfico final (ou desenho final)


Peça gráfica realizada, a partir do original topográfico, quadriculada previamente, em
formato definido nas NBR 8196, NBR 8402, NBR 8403, NBR 10068, NBR 10126,
NBR 10582 e NBR 10647, com área útil adequada à representação do levantamento
topográfico, comportando, ainda, moldura e identificadores segundo modelo definido
pela destinação do levantamento.

3.8 Desvio-padrão (ou erro médio quadrático (m))


Valor dado pela expressão a seguir:

Onde:
m = desvio-padrão
X = cada uma das observações
X = média das “n” observações do erro calculado
n = número de observações

3.9 Erro de graficismo


Erro máximo admissível na elaboração de desenho topográfico para lançamento de
pontos e traçados de linhas, com o valor de 0,2 mm, que equivale a duas vezes a
acuidade visual.

3.10 Exatidão
Grau de aderência das observações, em relação ao seu valor verdadeiro que, sendo
desconhecido, o valor mais provável é considerado como a média aritmética destas
observações.

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3.11 Levantamento de detalhes
Conjunto de operações topográficas clássicas (poligonais, irradiações, interseções,
ou por ordenadas sobre uma linha-base), destinado à determinação das posições
planimétrica e/ou altimétrica dos pontos, que vão permitir a representação do terreno
a ser levantado topograficamente a partir do apoio topográfico. Estas operações
podem conduzir, simultaneamente, à obtenção da planimetria e da altimetria, ou
então, separadamente, se condições especiais do terreno ou exigências do
levantamento obrigarem à separação.

3.12 Levantamento topográfico


Conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos horizontais
e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental
adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e materializa pontos de
apoio no terreno, determinando suas coordenadas topográficas. A estes pontos se
relacionam os pontos de detalhes visando à sua exata representação planimétrica
numa escala predeterminada e à sua representação altimétrica por intermédio de
curvas de nível, com eqüidistância também predeterminada e/ou pontos cotados.

3.13 Levantamento topográfico expedito


Levantamento exploratório do terreno com a finalidade específica de seu
reconhecimento, sem prevalecerem os critérios de exatidão.

3.14 Levantamento topográfico planimétrico (ou levantamento planimétrico, ou


levantamento perimétrico)
Levantamento dos limites e confrontações de uma propriedade, pela determinação
do seu perímetro, incluindo, quando houver, o alinhamento da via ou logradouro com
o qual faça frente, bem como a sua orientação e a sua amarração a pontos
materializados no terreno de uma rede de referência cadastral, ou, no caso de sua
inexistência, a pontos notáveis e estáveis nas suas imediações. Quando este
levantamento se destinar à identificação dominial do imóvel, são necessários outros
elementos complementares, tais como: perícia técnico-judicial, memorial descritivo,
etc.

3.15 Levantamento topográfico altimétrico (ou nivelamento)


Levantamento que objetiva, exclusivamente, a determinação das alturas relativas a
uma superfície de referência, dos pontos de apoio e/ou dos pontos de detalhes,
pressupondo- se o conhecimento de suas posições planimétricas, visando à
representação altimétrica da superfície levantada.

3.16 Levantamento topográfico planialtimétrico


Levantamento topográfico planimétrico acrescido da determinação altimétrica do
relevo do terreno e da drenagem natural.

3.17 Levantamento topográfico planimétrico cadastral


Levantamento planimétrico acrescido da determinação planimétrica da posição de
certos detalhes visíveis ao nível e acima do solo e de interesse à sua finalidade, tais
como: limites de vegetação ou de culturas, cercas internas, edificações, benfeitorias,
posteamentos, barrancos, árvores isoladas, valos, valas, drenagem natural e
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artificial, etc. Estes detalhes devem ser discriminados e relacionados nos editais de
licitação, propostas e instrumentos legais entre as partes interessadas na sua
execução.

3.18 Levantamento topográfico planialtimétrico cadastral


Levantamento topográfico planialtimétrico acrescido dos elementos planimétricos
inerentes ao levantamento planimétrico cadastral, que devem ser discriminados e
relacionados nos editais de licitação, propostas e instrumentos legais entre as partes
interessadas na sua execução.

3.19 Método das direções


Consiste nas medições angulares horizontais com visadas das direções
determinantes nas duas posições de medição permitidas pelo teodolito (direta e
inversa), a partir de uma direção tomada como origem, que ocupa diferentes
posições no limbo horizontal do teodolito. As observações de uma direção, nas
posições direta e inversa do teodolito, chamam-se leituras conjugadas. Uma série de
leituras conjugadas consiste na observação sucessiva das direções, a partir da
direção-origem, fazendo-se o giro de ida na posição direta da luneta e de volta na
posição inversa, ou vice-versa, terminando na última direção e iniciando- se, aí, a
volta sem fechar o giro. O intervalo, medido no limbo horizontal do teodolito, entre as
posições da direção-origem neste limbo, chama-se intervalo de reiteração. Assim,
para observação de “n” séries de leituras conjugadas pelo método das direções, o
intervalo de reiteração deve ser 180°/n. Como exemplo, se forem três séries de
leituras conjugadas, o intervalo de reiteração deve ser 180°/3 = 60°, e a direção-
origem deve ocupar, no limbo horizontal do teodolito, posições nas proximidades de
0°, 60° e 120°. Os valores dos ângulos medidos pelo método das direções são as
médias aritméticas dos seus valores obtidos nas diversas séries.

3.20 Nivelamento geométrico (ou nivelamento direto)


Nivelamento que realiza a medida da diferença de nível entre pontos do terreno por
intermédio de leituras correspondentes a visadas horizontais, obtidas com um nível,
em miras colocadas verticalmente nos referidos pontos.

3.21 Nivelamento taqueométrico


Nivelamento trigonométrico em que as distâncias são obtidas taqueometricamente e
a altura do sinal visado é obtida pela visada do fio médio do retículo da luneta do
teodolito sobre uma mira colocada verticalmente no ponto cuja diferença de nível em
relação à estação do teodolito é objeto de determinação.

3.22 Nivelamento trigonométrico


Nivelamento que realiza a medição da diferença de nível entre pontos do terreno,
indiretamente, a partir da determinação do ângulo vertical da direção que os une e
da distância entre estes, fundamentando-se na relação trigonométrica entre o ângulo
e a distância medidos, levando em consideração a altura do centro do limbo vertical
do teodolito ao terreno e a altura sobre o terreno do sinal visado.

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3.23 Obras-de-arte especiais
Constituem realizações de porte, que não se reproduzem idênticas. Defrontam-se,
em cada local, com condições próprias, que as diversificam, impossibilitando a
tipificação. Por exemplo: pontes, viadutos, passagens superiores ou inferiores,
trevos, túneis, etc. Em saneamento, também, são consideradas obras especiais:
ETA (estação de tratamento de água), ETE (estação de tratamento de esgoto), EE
(estação elevatória), ERQ (estação recuperadora de qualidade das águas).

3.24 Planta
Representação gráfica de uma parte limitada da superfície terrestre, sobre um plano
horizontal local, em escalas maiores que 1:10000, para fins específicos, na qual não
se considera a curvatura da Terra.

3.25 Poligonal auxiliar


Poligonal que, baseada nos pontos de apoio topográfico planimétrico, tem os seus
vértices distribuídos na área ou faixa a ser levantada, de tal forma, que seja possível
coletar, direta ou indiretamente, por irradiação, interseção ou por ordenadas sobre
uma linha-base, os pontos de detalhe julgados importantes, que devem ser
estabelecidos pela escala ou nível de detalhamento do levantamento.

3.26 Poligonal principal (ou poligonal básica)


Poligonal que determina os pontos do apoio topográfico de primeira ordem.

3.27 Poligonal secundária


Aquela que, apoiada nos vértices da poligonal principal, determina os pontos do
apoio topográfico de segunda ordem.

3.28 Ponto
Posição de destaque na superfície a ser levantada topograficamente.

3.29 Pontos cotados


Pontos que, nas suas representações gráficas, se apresentam acompanhados de
sua altura.

3.30 Pontos de apoio


Pontos, convenientemente distribuídos, que amarram ao terreno o levantamento
topográfico e, por isso, devem ser materializados por estacas, piquetes, marcos de
concreto, pinos de metal, tinta, dependendo da sua importância e permanência.

3.31 Pontos de detalhe


Pontos importantes dos acidentes naturais e/ou artificiais, definidores da forma do
detalhe e/ou do relevo, indispensáveis à sua representação gráfica.

3.32 Pontos de segurança (PS)


Pontos materializados para controle do nivelamento.

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3.33 Precisão
Valores que expressam o grau de aderência das observações entre si.

3.34 Princípio da vizinhança


Regra básica da geodésia, que deve ser também aplicada à topografia. Esta regra
estabelece que cada ponto novo determinado deve ser amarrado ou relacionado a
todos os pontos já determinados, para que haja uma otimização da distribuição dos
erros. É importante a hierarquização, em termos de exatidão dos pontos nos
levantamentos topográficos, pois cada ponto novo determinado tem exatidão sempre
inferior à dos que serviram de base a sua determinação, não importando o grau de
precisão desta determinação.

3.35 Rede de referência cadastral


Rede de apoio básico de âmbito municipal para todos os levantamentos que se
destinem a projetos, cadastros ou implantação de obras, sendo constituída por
pontos de coordenadas planialtimétricas materializados no terreno, referenciados a
uma única origem (Sistema Geodésico Brasileiro - SGB) e a um mesmo sistema de
representação cartográfica, permitindo a amarração e conseqüente incorporação de
todos os trabalhos de topografia num mapeamento de referência cadastral.
Compreende, em escala hierárquica quanto à exatidão, os pontos geodésicos (de
precisão e de apoio imediato), pontos topográficos e pontos referenciadores de
quadras ou glebas, todos codificados, numerados e localizados no mapeamento de
referência cadastral.

3.36 Seção
Segmento de linha entre duas referências de nível.

3.37 Sistema geodésico brasileiro (SGB)


Conjunto de pontos geodésicos descritores da superfície física da Terra,
implantados e materializados na porção da superfície terrestre delimitada pelas
fronteiras do país, com vistas às finalidades de sua utilização, que vão desde o
atendimento a projetos internacionais de cunho científico, passando pelas
amarrações e controles de trabalhos geodésicos e cartográficos, até o apoio aos
levantamentos no horizonte topográfico, onde prevalecem os critérios de exatidão
sobre as simplificações para a figura da Terra. Estes pontos são determinados por
procedimentos operacionais associados a um sistema de coordenadas geodésicas,
calculadas segundo modelos geodésicos de precisão, compatíveis com as
finalidades a que se destinam, tendo como imagem geométrica da Terra o Elipsóide
de Referência Internacional de 1967. Como este elipsóide é o mesmo que o adotado
no sistema de representação cartográfica UTM (Universal Transversa de Mercator)
pela Cartografia Brasileira, há uma correspondência matemática biunívoca entre as
coordenadas geodésicas dos pontos do SGB e as suas homólogas plano-
retangulares nos sistemas parciais UTM, o que vem a facilitar as amarrações e os
controles dos levantamentos cartográficos e topográficos com o emprego das
coordenadas UTM, por serem estas planas, enquanto aquelas arcos de meridianos
e paralelos. O elipsóide de referência do SGB possui os seguintes elementos:

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a) parâmetro a (semi-eixo maior do elipsóide) = 6 378 160 000 m;
b) parâmetro f (achatamento do elipsóide) = 1/298,25;
c) orientação geocêntrica com o eixo de rotação do elipsóide paralelo ao eixo de
rotação da Terra e o plano meridiano origem paralelo ao plano meridiano de
Greenwich, como definido pelo Bureau Internacional de Heure - BIH;
d) orientação topocêntrica no vértice Chuá (datum) da cadeia de triangulação do
paralelo 20°S, cujos elementos são:
- ϕ (latitude) = 19° 45' 41,6527" S;
- λ (longitude) = 48° 06' 04,0639" WGr;
- a (azimute geográfico) = 271° 30' 04,05"SWNE para o vértice Uberaba;
- N (afastamento geoidal) = (depende do local) m.

Notas:
a) O referencial altimétrico do SGB coincide com a superfície equipotencial que contêm o nível médio dos mares,
definido pelas observações maregráficas tomadas na Baía de Imbituba, no litoral do Estado de Santa
Catarina.
b) O SGB integra o “South American Datum” – 1969 (SAD-69), que também adota o Elipsóide Internacional de
1967. Este é aceito e recomendado pela Assembléia Geral da Associação Geodésica Internacional (Lucerne -
Suíça - 1967), onde o Brasil se fez representar.

3.38 Sistema de projeção Universal Transversa de Mercator (UTM)

Sistema de representação cartográfica adotado pelo Sistema Cartográfico Brasileiro,


recomendado em convenções internacionais das quais o Brasil foi representado
como entidade participante, cujas características são:

a) projeção conforme, cilíndrica e transversa;


b) decomposição em sistemas parciais, correspondentes aos fusos de 6° de
amplitude, limitados pelos meridianos múltiplos deste valor, havendo, assim,
coincidência com os fusos da Carta Internacional ao Milionésimo (escala 1:1 000
000);
c) para o Brasil, foi adotado o Elipsóide Internacional de 1967, cujos parâmetros são:
- a (semi-eixo maior do elipsóide) = 6 378 160 000 m;
- f (achatamento do elipsóide) = 1/298,25;
d) coeficiente de redução de escala ko = 0,9996 no meridiano central de cada fuso
(sistema parcial);
e) origem das coordenadas planas, em cada sistema parcial, no cruzamento do
equador com o meridiano central;
f) às coordenadas planas, abscissa e ordenada, são acrescidas, respectivamente, as
constantes 10 000 000 m no Hemisfério Sul e 500 000 m para leste;
g) para indicações destas coordenadas planas, são acrescentadas a letra N e a letra
E ao valor numérico, sem sinal, significando, respectivamente, para norte e para
leste;
h) numeração dos fusos, que segue o critério adotado pela Carta Internacional ao
Milionésimo, ou seja, de 1 a 60, a contar do antimeridiano de Greenwich, para leste.

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4.0 APARELHAGEM E PROCEDIMENTOS

4.1 Instrumental básico

Para a execução das operações básicas de levantamentos topográficos são


indicados os seguintes instrumentos:
a) teodolitos;
b) medidores eletrônicos de distâncias (MED);
c) estação total;
d) níveis;
e) receptores GNSS

4.1a Teodolitos

Os teodolitos são equipamentos destinados à medição de ângulos, horizontais ou


verticais, objetivando a determinação dos ângulos internos ou externos de uma
poligonal, bem como a posição de determinados detalhes necessários ao
levantamento.

Fig.1 Teodolito

SISTEMA DE EIXOS:
VV : Eixo vertical, principal ou de rotação do teodolito;
ZZ : Eixo de colimação ou linha de visada;
KK : Eixo secundário ou de rotação da luneta.

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Acessórios:

Trenas Tripé

Balizas

Os teodolitos são classificados segundo o desvio padrão de uma direção observada


em duas posições da luneta (ver DIN 18723), conforme Tabela 1.

A classificação de teodolito, conforme DIN 18723 é normalmente definida pelos


fabricantes. Em caso contrário, deve ser efetuada, por entidades oficiais e/ou
universidades, em bases apropriadas para classificação de teodolitos.

Procedimentos de campo:

1) Enquanto os equipamentos não estiverem sendo utilizados, deve-se evitar


deixá-los apoiados em paredes, muros, árvores, automóveis, etc, pois estes
podem cair e sofrer alguma avaria. O ideal é deixar os equipamentos sempre
“deitados” no chão, conforme ilustra a figura 2. Escolhido o ponto onde será
estacionado o teodolito, é hora de instalar o tripé.

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Procedimento ideal
Procedimento a ser evitado

Fig 2 Disposição dos equipamentos enquanto não estiverem sendo utilizados

2) Inicialmente o tripé deve ser aberto e posicionado sobre o ponto. Deve-se


procurar deixar a base do tripé numa altura que posteriormente, com a
instalação do teodolito, o observador fique em uma posição confortável para
manuseio e leitura do equipamento. É fundamental cravar bem as pontas das
pernas do tripé para evitar que o mesmo seja deslocado posteriormente
durante as medições (figura 3).

Figura 3 – Cravando o tripé no solo

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3) Duas considerações devem ser feitas nesta etapa, para facilitar a posterior
instalação do teodolito: a primeira é que a base do tripé deve estar o mais
horizontal possível (figura 4-a) e a segunda é que através do orifício existente
na base do tripé deve-se enxergar o ponto topográfico (figura 4-b).

Fig 4-a Fig 4-b


Cuidados a serem seguidos na instalação do tripé

4) Terminada esta etapa o teodolito já pode ser colocado sobre o tripé. O


mesmo deve ser retirado com cuidado do seu estojo. É importante deixar o
estojo fechado em campo para evitar problemas com umidade e sujeira, além
de dificultar a perda de acessórios que ficam guardados no estojo, como
ilustrado na figura 5.

Figura 5 – Retirando o instrumento da caixa

5) Depois de posicionado sobre a base do tripé, o teodolito deve ser fixado à


base com o auxílio do parafuso de fixação (figura 6). Enquanto o teodolito não
estiver acoplado ao tripé, o mesmo deve sempre estar sendo segurado com
uma das mãos para evitar queda do mesmo.

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Figura 6 – Fixando o teodolito ao tripé

I) CENTRAGEM

Após o teodolito estar fixo sobre o tripé é necessário realizar a centragem e o


nivelamento (calagem) do mesmo. Centrar um equipamento sobre um ponto
significa que, uma vez nivelado (calado), o prolongamento do seu eixo vertical
(também chamado principal) está passando exatamente sobre o ponto
topográfico (figura 7). Para fins práticos, este eixo é materializado pelo fio de
prumo, prumo ótico ou prumo laser. Para prumos óticos não se deve
esquecer de realizar a focalização e centrar os retículos sobre o ponto.

Figura 7 – Centragem – eixo principal do teodolito passando pelo ponto topográfico

ll) CALAGEM

Calar o teodolito é um dos procedimentos fundamentais antes da realização


de qualquer medição. A calagem pode ser dividida em duas etapas, uma
inicial ou grosseira, utilizando-se o nível esférico, que em alguns

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equipamentos está associado à base dos mesmos, e a outra de precisão ou
"fina", utilizando-se níveis tubulares mostrados na figura 8.

Figura 8 – Níveis esférico e tubular

Realiza-se então a calagem grosseira utilizando o movimento de extensão das


pernas do tripé (figura 9). Esta calagem é realizada utilizando o nível esférico.
Observa-se o deslocamento da bolha no nível esférico e realiza-se a calagem do
mesmo. (figura 10)

Figura 9 – Ajustando o nível de bolha com ajuda das pernas corrediças do tripé.

Figura 10 – Calagem da bolha do nível esférico


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A calagem "fina" ou de precisão é realizada com auxílio dos parafusos calantes e
níveis tubulares ou digitais. Inicialmente alinha-se o nível tubular a dois dos
parafusos calantes, mostrados na figura 11.

Figura 11 – Calagem da bolha do nível tubular

Atuando nos dois parafusos alinhados ao nível tubular, faz-se com que a bolha se
desloque até a posição central do nível. Cabe salientar que os parafusos devem ser
girados em sentidos opostos, a fim de calar a bolha do nível tubular, mostrados na
figura 12.

Figura 12 – Movimentação dos dois calantes ao mesmo tempo em sentidos opostos

Após a bolha estar calada, gira-se o equipamento de 90º, de forma que o nível
tubular esteja agora ortogonal à linha definida anteriormente (figura 13).

Figura 13 – Alinhamento do nível ortogonalmente à linha inicial


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Atuando-se somente no parafuso que está alinhado com o nível (figura 14), realiza-
se a calagem da bolha.

Figura 14 – Calagem da bolha atuando no parafuso ortogonal à linha inicial

Para equipamentos com níveis digitais não é necessário rotacionar o equipamento,


basta atuar diretamente no parafuso que está ortogonal a linha definida pelos outros
dois. Repete-se o procedimento até que, ao girar o equipamento, este esteja sempre
calado em qualquer posição. Caso isto não ocorra, deve-se verificar a condição de
verticalidade do eixo principal e se necessário, retificar o equipamento.

Ao terminar este procedimento, verifica-se a posição do prumo. Se o mesmo não


está sobre o ponto, solta-se o parafuso de fixação do equipamento e desloca-se o
mesmo com cuidado até que o prumo esteja coincidindo com o ponto. Deve-se
tomar o cuidado de não rotacionar o equipamento durante este procedimento,
realizando somente uma translação do mesmo.

Feito isto, deve-se verificar se o teodolito está calado e caso isto não seja verificado,
realiza-se novamente a calagem fina. Este procedimento deve ser repetido até que o
teodolito esteja perfeitamente calado e centrado. Ao final desta etapa, o teodolito
estará pronto para a realização das medições.

As etapas para instalação do equipamento podem ser resumidas em:

• Posicionar o tripé sobre o ponto tomando o cuidado de deixar o prato o mais


horizontal possível sendo possível enxergar o ponto através do orifício existente na
base do tripé;

• Fixar o equipamento sobre o tripé;

• Com o auxílio dos parafusos calantes, posicionar o prumo sobre o ponto;

• Nivelar a bolha esférica com o auxílio do movimento de extensão das pernas do


tripé;
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• Realizar o nivelamento fino utilizando o nível tubular ou digital;

• Verificar se o prumo sai do ponto. Caso isto ocorra, soltar o equipamento e


deslocar o mesmo até que o prumo esteja posicionado sobre o ponto;

• Repetir os dois últimos procedimentos até que o equipamento esteja perfeitamente


calado e centrado.

III) FOCALIZAÇÃO

De acordo com ESPARTEL (1987 p.147), “focar a luneta é a operação que tem por
fim fazer a coincidência do plano do retículo e do plano da imagem do objeto visado
com o plano focal comum à objetiva e à ocular”. O procedimento inicia-se pela
focalização dos retículos e depois do objeto. Deve-se sempre checar se a luneta
está bem focalizada, para evitar o problema denominado de paralaxe de
observação, o qual acarretará em visadas incorretas. Para verificar se está
ocorrendo este fenômeno deve-se mover a cabeça para cima e para baixo, para a
direita e esquerda, sempre observando pela ocular. Quando destes movimentos,
verificar-se que os fios do retículo se movem em relação à imagem, então existe
uma paralaxe de observação e, neste caso, a pontaria dependerá da posição do
observador.

Para evitar o problema de paralaxe deve-se proceder da seguinte forma:

a) Focalização dos retículos: os retículos devem estar focalizados de forma que


estejam sendo vistos com nitidez e bem definidos. Para facilitar este
procedimento, pode-se observar uma superfície clara, como uma parede
branca ou mesmo o céu (figura 15), tomando o cuidado de não apontar para o
Sol, para evitar danos irreversíveis à visão.

Figura 15 – Focalização dos retículos

b) Focalização do objeto: feita a focalização dos retículos, faz-se a pontaria ao


objeto desejado e realiza-se a focalização do mesmo (figura 16-a e 16-b).
Testa-se para ver se há o problema de paralaxe (deslocamento aparente de
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um objeto em relação a um referencial causado pelo deslocamento do
observador), caso seja verificado a ocorrência da mesma, deve-se realizar
nova focalização ao objeto. Na figura 16-c, supondo um deslocamento do
observador no sentido longitudinal, percebe-se que houve um deslocamento
do retículo em relação à imagem, caracterizando a paralaxe de observação.
Durante a pontaria, os fios do retículo devem estar posicionados exatamente
sobre o ponto onde se deseja realizar a pontaria.

Figura 16 – Focalização da imagem e paralaxe de observação

IV) VISADAS

Visadas são as pontarias realizadas aos pontos topográficos materializados no


terreno, os quais constituem a poligonal utilizada como referência à realização do
levantamento topográfico, esses pontos materializados geralmente são
denominados de estação.

As visadas podem ser:

Visada a ré: é a primeira visada realizada em campo onde faz-se à pontaria no ponto
topográfico e geralmente zera-se o teodolito.

Visada a vante: é a visada realizada à estação subseqüente e então se registra o


ângulo medido entre os dois alinhamentos.

V) LEITURA ANGULAR

Para realização das medições angulares procede-se da seguinte forma:

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Medição de Ângulos Horizontais

1. Apontar para o alvo “A” (Estação).


2. Pressionar a tecla “0SET” para colocar o valor do ângulo horizontal em zero. A
leitura será HR 0º 00’ 00.
3. Apontar para o segundo alvo, “B” (Estação), e será apresentado o valor do ângulo
entre “A” e “B”, HR 30º 15’ 00.
4. “HR” no mostrador, quer dizer que o valor do ângulo horizontal aumenta quando
se gira o instrumento no sentido horário.
5. “HL” no mostrador, quer dizer que o valor do ângulo horizontal aumenta quando
se gira o instrumento no sentido anti-horário.

Precauções no manuseio do teodolito:

• Ter muito cuidado para evitar qualquer choque com o aparelho. Durante o
transporte proteger com material acolchoado para minimizar o risco.

• Verificar o indicador de bateria. Assegurar-se de qual é o nível de carga antes de


usar o instrumento.

• Deslocamento do aparelho. Removê-lo sempre do tripé, quando se movimentar


dentro do local de trabalho. Nunca carregar o aparelho na horizontal sobre o ombro.
Qualquer distância longa deve ser feita com o instrumento dentro da sua mala de
transporte.

• Não expor o instrumento ao sol, durante longo período. Nunca deixar o instrumento
exposto ao calor extremo mais tempo que o necessário. Isto pode afetar a qualidade
de execução.

• Armazenar corretamente o aparelho. Deve ser armazenado numa área de pouca


umidade, e onde a temperatura não exceda os 45ºC. Remover sempre as baterias
antes de guardá-lo.

• Limpar o aparelho. Primeiro deve remover-se das lentes com um pincel, qualquer
tipo de pó, depois com um pano para lentes ou um pano de limpeza muito macio,
limpar o que restar (limpar com delicadeza para evitar danos às lentes).

• Secar o aparelho depois de um trabalho à chuva. Não usar produtos químicos para
limpar o instrumento ou a mala de transporte. Limpar com um pano macio úmido e
depois com outro seco.

As figuras 17 e 18 apresentam: o teclado e as partes de um teodolito,


respectivamente.

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Figura 17 – Teclado com suas funções

Figura 18 – Esquema de um Teodolito


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4.1b Distanciômetro Eletrônico (MED)

É um equipamento utilizado exclusivamente para medição de distâncias horizontais


(DH), verticais (DV) e inclinadas (DI). A tecnologia utilizada na medição destas
distâncias é a do infravermelho. A figura 19 ilustra a vista posterior (teclado e visor) e
vista anterior (emissor e receptor do infravermelho), de um distanciômetro e seus
acessórios.

O alcance deste equipamento varia entre 500m e 20.000m e depende da quantidade


de prismas utilizados para reflexão do sinal e das condições atmosféricas.

Figura 19 – Distanciômetro Eletrônico e acessórios (bastão, prisma e tripé)

O prisma é um espelho circular, de faces cúbicas, utilizado acoplado a uma haste de


metal ou bastão e que tem por finalidade refletir o sinal emitido pelo aparelho
precisamente na mesma direção em que foi recebido.

Procedimentos de campo:

1) Acoplar o distanciômetro a um teodolito ótico-prismático convencional ou a


um teodolito eletrônico.

2) Posicionar o sinal refletor (bastão + prismas) sobre o ponto a medir, na


posição vertical, com a ajuda de um nível de bolha circular ou de um bipé e
em trabalhos que requerem maior precisão, deverá ser montado sobre um
tripé com prumo ótico ou laser. Quanto maior a quantidade de prismas
acoplados ao bastão, maior é o alcance do equipamento (figura 20).

Figura 20 – Prismas acoplados a uma base triangular


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Algumas considerações:

• A base triangular pode ser nivelada quando apoiada sobre tripé apropriado;

• Quando se utiliza o prisma acoplado a um bastão, é possível ajustar a altura do


mesmo, que é graduado em centímetros e polegadas;

• A determinação das distâncias é feita e poucos segundos e os resultados são


visualizados através de um visor LCD;

• O distanciômetro funciona com bateria específica recarregável.

4.1c Estação Total

De acordo com KAVANAGH E BIRD (1996), uma estação total é o conjunto definido
por um teodolito eletrônico, um distanciômetro a ele incorporado e um
microprocessador que automaticamente monitora o estado de operação do
instrumento.

Sendo assim, esse tipo de equipamento é capaz de medir ângulos horizontais e


verticais (teodolito) e distâncias horizontais, verticais e inclinadas (distanciômetro),
além de poder processar e mostrar ao operador uma série de outras informações,
tais como: condições do nivelamento do aparelho, número de pontos medidos, as
coordenadas UTM ou geográficas e a altitude do ponto, a altura do aparelho, a altura
do bastão e etc. A tecnologia utilizada na medição das distâncias é o infravermelho
ou laser. A figura 21 ilustra o equipamento.

Figura 21 – Estação Total

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Os procedimentos para instalação da estação total em campo são semelhantes aos
procedimentos para os teodolitos.

Para operacionalização de algumas estações totais pode-se utilizar os


procedimentos a seguir:

Para a Estação FOIF

Operacionalização com Estação Total


(Por Coordenadas)

1. Estacionar o equipamento (centrar e calar);


2. Ligar o aparelho (tecla power);
3. Liberar o parafuso de pressão e girar a luneta em torno do eixo secundário para o
equipamento funcionar;
4. Verificar a calagem do instrumento através do nível eletrônico.Teclar em MEDE, pressionar a
tecla “func” no teclado alfa-numérico até aparecer na barra de menu N.E (F1), utilizar os
parafusos calantes e colocar o nível esférico no centro do alvo; pressionar ESC 2X;
5. Na tela principal, pressionar MEM (F3), depois (1) ARQUIVOS e em seguida (1) SELECIONAR
ARQUIVO, pressionar F1 (LIST) e procurar na lista de arquivos um que esteja vazio para que
os dados medidos sejam armazenados. Depois, pressionar ENTER, ESC, RENOMEAR ARQUIVO
(2), modificar o nome, pressionar ENTER e ESC 2X para voltar a tela inicial;
6. Teclar em F1 (MEDE) e pressionar “func”, no teclado alfa-numérico até aparecer PROG na
barra de menu, pressionar F1, selecionar COORDENADAS e pressionar ENTER;
7. Para configurar a Estação Total, pressionar 3 (EDM) e selecionar o refletor: Prisma ou Fita e
alterar a constante para -30 (menos trinta) se a opção for Prisma ou 0 (zero) se a opção for
Fita; pressionar ESC;
8. Pressionar 1 (Estação Ocupada); pressionar 1 novamente;
9. Introduzir os dados da estação ocupada: N, E, Z, Hi (altura do instrumento) e Hs (altura do
prisma), depois pressionar F2 (GRAV) e inserir o nome da estação ocupada. Ex: E1;
10. Pressionar OK (F1) e pressionar F4 (OK); ESC 3x;
11. Se as coordenadas da Estação de Ré não forem conhecidas, executar os passos a seguir;
12. Visar a estação de ré, primeiro no ponto topográfico (na ponta do bastão), travar o
instrumento;
13. Pressionar F1 (PROG), se não estiver aparecendo no display, rolar a barra de ferramentas
usando a tecla “func” ;
14. Selacionar COORDENADAS, em seguida Estação ocupada (1), depois Azimute de Ré e
finalmente Azimute;
15. Digitar 0 na janela do Azimute e pressionar ENTER;
16. Com a LUNETA liberada visar o centro do prisma, travar a luneta e pressionar ESC duas
vezes;
17. Pressionar 2 (MEDIR); NESTE MOMENTO AS COORDENADAS DA ESTAÇÃO DE RÉ FORAM
CALCULADAS, ENTÃO, ANOTÁ-LAS;
18. Depois da medição, pressionar F4 (GRAV) e introduzir o nome da estação de ré, por exemplo:
E0;
19. Pressionar F1 (OK); EM SEGUIDA VAI APARECER NO DISPLAY UMA BARRA ONDE EM F1 É
MEDE;
20. Liberar o movimento de alidade do instrumento e iniciar a medição para os demais pontos a
serem levantados, inclusive a estação de vante;
21. Para os pontos de Ré e Vante utilizar sempre a seqüência: visar primeiro no ponto topográfico
(na ponta do bastão), travar o instrumento, liberar a luneta e apontar para o prisma, travar e

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pressionar F1 (MEDE) e depois F4 (GRAV), introduzir o nome da estação de vante e
pressionar F1 (OK);
22. Liberar o movimento de alidade do instrumento e para medir os pontos de detalhe basta
apenas apontar a luneta para o prisma, travar o instrumento e pressionar F1 (MEDE) e depois
F4 (GRAV). Introduzir o nome (descrição) dos pontos (árvore, poste, muro, ponto de cota,
etc), antes de pressionar F1 (OK);
23. Quando acontecer a mudança de estação, executar os passos a seguir:
24. Estacionar o equipamento na próxima Estação (centrar e calar);
25. Ligar o aparelho (tecla power);
26. Liberar o parafuso de pressão e girar a luneta em torno do eixo secundário para o
equipamento funcionar;
27. Verificar a calagem do instrumento através do nível eletrônico.Teclar em MEDE, pressionar a
tecla “func” no teclado alfa-numérico até aparecer na barra de menu N.E (F1), utilizar os
parafusos calantes e colocar o nível esférico no centro do alvo; pressionar ESC 2X;
28. Se na barra de MENU estiver aparecendo a função CORD, pressioná-la, se não, pressionar
“func”, no teclado alfa-numérico, até aparecer CORD;
29. Pressionar 1 (Estação Ocupada); pressionar 1 novamente;
30. Pressionar F1 LIST na barra de MENU e selecionar a estação que está sendo ocupada,
pressionar ENTER para que as coordenadas desta Estação sejam inseridas nos campos
destinados para N, E e Z;
31. Inserir a altura do instrumento e a altura do alvo (prisma);
32. Pressionar F2 (GRAV) e inserir o nome da estação ocupada;
33. Como esta Estação já existe, antes de gravar o instrumento mostra as opções ADC e
Reescrever, então selecionar ADC; Pressionar F4 (OK):
34. Selecionar Azimute de Ré (2) e pressionar ENTER;
35. Selecionar Visar Ré (2) e pressionar ENTER;
36. Pressionar F1 (LIST), selecionar o ponto de Ré e pressionar ENTER;
37. Após os campos N, E, Z serem preenchidos, pressionar F4 (OK);
38. Visar primeiro no ponto topográfico (na ponta do bastão), travar o instrumento, liberar a
luneta e apontar para o prisma, travar a luneta e pressionar F4 (SIM);
39. Pressionar ESC 2x;
40. Selecionar Medir (2) e pressionar ENTER;
41. Pressionar F4 (GRAVAR), alterar o nome do ponto e pressionar F1 (OK);
42. Como esta Estação já existe, antes de gravar o instrumento mostra as opções ADC e
Reescrever, então selecionar ADC;
43. Liberar o movimento de alidade do instrumento e para medir os pontos de detalhe, basta
apenas apontar a luneta para o prisma, travar o instrumento e pressionar F1 (MEDE) e depois
F4 (GRAV). Introduzir o nome (descrição) dos pontos (árvore, poste, muro, ponto de cota,
etc), antes de pressionar F1 (OK);

Para a Estação TOPCON

Operacionalização com Estação Total


(Por Coordenadas)

F1 – Coleta de dados
F1 – Info (coloca o nome do trabalho)
F4 – Entra
F1 – Estação ocupada
F3 – Info (nome da estação ocupada)
F4 – Ent
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F4 – Coord.
F3 – NEZ
F1 – Info (coordenada da estação)
F4 – Ent
F2 – Ré
F1 – Info (nome da estação ré)
F4 – ent
F4 Ré
F3 – NEZ
F1 – Info (a coordenada da ré)
F4 – Ent
F3 – Mede
F1 – VH
F3 – Vante
F1 Info (nome da vante)
F4 – Ent
F3 – Mede
F3 – NEZ
SIM
F1- Info (nome da vante)
F4 – Ent
F4 – TUDO
SIM

Operacionalização com Estação Total


(Por Ang./Dist.)

1- Ligar a estação no botão power


2- Pressione Menu
3- Pressione F1, COLETA DADOS
4- F1 INFO, utilizado para criar uma nova obra, informando o nome
F2 LIST, procura uma obra já existente na memória
F4 ENTRA, confirma a seleção da obra
5- F1 ESTAÇÃO OCUPADA
6- F1 INFO, informa o nome
F2 PROC, procura na memória
F3 GRAV, grava os dados da estação
F4 COORD, insere as coordenadas do ponto (caso necessário)
7- F3 OK
8- F2 RÉ
9- F1 INFO, informa o nome
F2 ZERO, zera o ângulo horizontal
F3 MEDE, realiza a medição da zeragem
F4 RÉ, confirma a ré (caso necessário)
F3 MEDE,
F2 DI
10- F3 VANTE/IRRAD
F1 INFO, informa NEZ, nome de ponto/altura do prisma
11- F4 TUDO
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Para Estação Total NIKON

Ligando e Desligando o Instrumento

Ligando o instrumento

1. Para ligar o instrumento, pressione [PWR]. Aparecerá a tela de início exibindo


a temperatura, a pressão, a data e a hora.

2. Para mudar a temperatura ou a pressão, use [^] ou [v] para mover cursor ao
campo que você quer mudar. Então, pressione [ENT].

3. Se você quiser inicializar o ângulo horizontal, rotacione a alidade.

4. Movimente a luneta até que ela passe pela posição horizontal na Face-1.

Desligando o instrumento

1. Para desligar o instrumento, pressione [PWR] e [ENT].

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Funções do Teclado e da Tela

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Indicador da bateria

O indicador da bateria exibe o nível da carga na BC-80:

Se o nível da bateria estiver criticamente baixo, a seguinte mensagem será exibida:

Indicador da bolha

• O indicador da bolha será automaticamente exibido se o instrumento


desnivelar-se quando os compensadores estiverem ligados.
• Para exibir o indicador da bolha em uma tela de observação, pressione .
• Para ligar ou desligar os compensadores, pressione [<] ou [>].

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• Quando os compensadores estiverem desligados, o texto DESL será exibido
na tela.
• Se o instrumento estiver desnivelado mais do que ±3' 30", o texto OVER
aparecerá na tela.
• Para retornar na tela de observação, pressione [ESC] ou [ENT].

Criando uma nova obra

1. Pressione [MENU] para abrir a tela MENU.

2. Pressione [1] para abrir o Gerenciador de Obras.

3. Pressione a tecla de Menu Criar para abrir a tela Criar Obra.

4. Digite o nome para a obra.

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5. Pressione a tecla de Menu Conf. para verificar as configurações da obra.
Você não poderá mudar as configurações da obra depois que ela tenha sido
criada.

6. Pressione [ENT] no último campo da tela Conf. Obra para criar a nova obra.

Medição de Distâncias
Visando um prisma refletor

ATENÇÃO – NUNCA vise o Sol através da luneta. Isto poderá causar sérios ferimentos na sua vista e
até cegueira. Também poderá causar sérios danos no EDM (distanciômetro).

1. Visar através da luneta de forma que o retículo coincida com o centro do


prisma.

2. Quando o feixe de luz refletido for detectado, o nível do sinal será indicado.

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Medindo distâncias

• Para fazer uma medição, pressione [MSR1] ou [MSR2] na Tela Básica de


Medição (TBM) ou em qualquer tela de observação.
• Enquanto o instrumento estiver medindo, a constante do prisma será exibida
em números pequenos.
• Se a media estiver em 0 (zero), as medidas serão feitas continuamente até
pressionar-se [MSR1], [MSR2] ou [ESC].
• A cada medida, a distância será atualizada.
• Se a média estiver em um valor de 1 a 99, a média das distâncias será
exibida após a última medida.
• O campo DI mudará para DIx indicando a média das leituras.

Operações Angulares e Zeragem do AH

1. Para acessar o menu Ângulo, pressione [ANG] na TBM.

2. Para selecionar um comando deste menu, pressione a tecla numérica


correspondente, ou ainda pressione [<] ou [>] para selecionar o comando e
então pressione [ENT].

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Definindo o ângulo horizontal em 0 (Zero)

1. Para iniciar o ângulo horizontal em 0º, pressione [1] ou selecione Zerar no


menu Ângulo. A tela voltará na Tela Básica de Medição (TBM).

Digitando o ângulo horizontal

1. Para exibir a tela Introd. AH, pressione [2] ou selecione Introd. no menu
Ângulo. Use as teclas numéricas para digitar o ângulo horizontal. Então
pressione [ENT].

Estacionar

1. Para acessar o menu Estacionar, pressione [STN] na TBM.

2. Para selecionar um comando deste menu, pressione a tecla numérica


correspondente. Alternativamente, pressione [<] ou [>] para selecionar o
comando e então pressione [ENT].

3. Pressione [^] ou [v] para mover uma página acima ou abaixo. A última função
usada será selecionada.

Definir a estação com coordenadas conhecidas ou pelo azimute

1. Pressione [1] ou selecione Conhecida no menu Estacionar.

2. Digite o nome ou o número do ponto no campo ET.

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– Se o nome ou o número do ponto existir, as suas coordenadas serão exibidas e o
cursor se moverá para o campo AI (Altura do instrumento).

– Se o ponto for novo, a tela de entrada das coordenadas será exibida. Digite as
coordenadas para o ponto. Pressione [ENT] após cada campo. Quando [ENT] for
pressionado no campo CD, o novo ponto será gravado.

– Se o ponto tiver um código específico, ele aparecerá no campo CD.

3. Digite a altura do instrumento no campo AI e então pressione [ENT].

A tela da Ré será exibida.

3. Selecione um método de entrada para definir o ponto da ré.

– Para visara ré digitando as suas coordenadas;

– Para visar a ré digitando o azimute (ângulo).

Para visar a ré digitando as suas coordenadas

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1. Para digitar as coordenadas do ponto da ré (RE) pressione [1] ou selecione
Coord na tela da Ré.

2. Informe o nome do ponto. Se ele existir na obra, as suas coordenadas serão


exibidas.

3. Se você quiser medir a distância ao ponto da ré, digite a altura do prisma no


campo AP.

4. Vise a Ré na Face-1 (F1). Pressione [ENT] para completar a estação.

– Para gravar uma observação (com AH, AV e DI) da Ré, pressione [MSR1] ou
[MSR2].

Obs: AZ Azimute calculado pelas coordenadas

– Se você estiver medindo uma Ré com as coordenadas conhecidas, pressione


[DSP] para exibir a tela dos resultados. Esta tela mostrará os valores dDH e dDV
(“deltas”), que indicarão a diferença entre a distância medida e a distância calculada
pelas coordenadas conhecidas.

5. Para gravar a estação, pressione [ENT].

6. Para finalizar a estação após a medição da distância, pressione [ENT]. Os


registros ET e F1 serão gravados na obra atual.

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Para visar a ré informando o azimute

1. Para digitar o azimute ao ponto da Ré, pressione [2] ou selecione Ângulo na


tela da Ré.

2. Se não houver nenhum nome para a Ré, pressione [ENT] no campo Ré.

3. No campo AZ, informe o azimute para o ponto da Ré. “Se você pressionar
[ENT], sem informar um valor no campo AZ, o azimute será automaticamente
assumido como 0° 00’ 00”.

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4. Visar a Ré e pressionar [ENT]. Os registros ET e F1 serão armazenados na
obra.

As figuras 22 e 23 mostram um esquema de estação total.

Figura 22 – Esquema de uma Estação Total – Face 1

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Figura 23 – Esquema de uma Estação Total – Face 2

4.1d Níveis

Os níveis são equipamentos que permitem definir com precisão um plano horizontal
ortogonal à vertical definida pelo eixo principal do equipamento. As principais partes
de um nível são:
• luneta;
• nível de bolha;
• sistemas de compensação (para equipamentos automáticos);
• dispositivos de calagem
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Quanto ao funcionamento, os equipamentos podem ser classificados em ópticos e
digitais, sendo que para este último a leitura na mira é efetuada automaticamente
empregando miras em código de barra. Os níveis ópticos podem ser classificados
em mecânicos e automáticos. No primeiro caso, o nivelamento "fino ou calagem" do
equipamento é realizado com o auxílio de níveis de bolha bi-partida. Nos modelos
automáticos a linha de visada é nivelada automaticamente, dentro de um certo
limite, utilizando-se um sistema compensador (pendular). Os níveis digitais podem
ser enquadrados nesta última categoria.

São três os eixos principais de um nível:

• ZZ’= eixo principal ou de rotação do nível


• OO’= eixo óptico/ linha de visada/ eixo de colimação
• HH’= eixo do nível tubular ou tangente central

A figura 24 representa estes eixos.

Figura 24 – Eixos de um nível

A NBR 13133 classifica os níveis segundo o desvio-padrão de 1 km de duplo


nivelamento, conforme a Tabela 2 abaixo.

Tabela 2 – Classificação dos níveis

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MIRAS

São réguas graduadas que são colocadas verticalmente nos pontos a nivelar e nas
quais se mede a intersecção do plano horizontal traçado pelo nível. Sua menor
célula gráfica é o cm; são numeradas de dm em dm, sendo que os metros são
indicados por pontos ou números romanos. Um nível de cantoneira ou um nível de
bolha junto à mesma facilita sua verticalidade. Podem ser extensíveis ou dobráveis.
Existem no mercado diversos modelos de miras, as mais comuns são fabricadas em
madeira, alumínio ou fiberglass. Estas podem ser dobráveis ou retráteis. A figura 25
a seguir apresenta alguns exemplos.

Figura 25 – Modelos de Mira

Figura 26 – Leituras na Mira

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1. Desembalagem e estacionamento

Colocar o tripé na estação, abrir o estojo do instrumento e fixar o nível sobre a mesa
do tripé. Fechar o estojo para evitar que entre sujeira nele. Durante o
estacionamento, verificar que a mesa esteja o mais próximo da horizontal e que a
ocular do instrumento esteja o mais próximo da altura da vista do operador.

2. Nivelar e centrar

Com a ajuda dos parafusos calantes, trazer a bolha do nível esférico para o centro
do círculo de referência. Para a determinação exata do centro do círculo, observar a
bolha no espelho prismático. A bolha sempre deverá estar no centro do círculo
durante as medições, caso contrário o compensador não trabalhará corretamente.
Se desejar medir ângulos horizontais, centralizar o instrumento no ponto da estação
com o fio de prumo.

3. Enfoque da ocular e visada

Visar a ocular num fundo claro ou colocar uma folha de papel branco na frente da
objetiva e girar a ocular até que o retículo torne-se nítido e bem definido. A
graduação no anel de dioptrias permite ao operador encontrar imediatamente o
enfoque que lhe convenha. Visar a luneta para a mira colocada no ponto a nivelar
com o auxílio do visor que está sobre a luneta e colocar o fio vertical do retículo
aproximadamente no centro da mira, girando o botão de chamada. Girar o botão da
focalização até que a imagem das divisões da mira apareça nítida. Movendo-se a
cabeça na frente da ocular, a imagem da mira e do retículo deverão permanecer
imóveis, caso contrário, fazer uma novo enfoque.

4. Leitura na mira

• Altura

Depois de visar a mira verificar se a bolha esférica está centrada. Ler então a
posição do fio médio na mira. O compensador coloca na horizontal, de um modo
automático, a linha de visada. Dado que a mira tem a numeração real direta, a
leitura aumenta de baixo para cima, no campo da luneta. Vibrações na imagem,
causadas por ventos fortes ou sacudidas, poderão ser diminuídas segurando-se as
partes superiores das pernas do tripé com as duas mãos. Isto não influenciará na
linha de visada, estando esta automaticamente nivelada pelo compensador.

• Distância

Para medir a distância, ler na mira a posição dos traços estadimétricos curtos
visíveis no campo da luneta. A seção da mira interceptada entre estes dois traços,
representa a centésima parte da distância entre o ponto da estação do instrumento e

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a mira (precisão de aproximadamente 1:500). Efetuar sucessivamente a leitura na
mira, no traço superior e depois no traço inferior. A leitura superior menos a leitura
inferior, multiplicada por 100, resultará na distância em metros.

5. Medição de ângulos

O círculo tem gravado todos os traços sexagesimais com a numeração


correspondente. O traço com o número que entra na escala , indica os graus e serve
ao mesmo tempo de índice para a leitura dos minutos. A escala está dividida em 6
intervalos de 10 minutos cada um. O zero da escala está na parte superior da
mesma e vai indicado por dois traços pequenos que o demarcam. Assim, para ler as
dezenas de minutos, conta-se o número de intervalos da escala, a partir do zero. Se
o traço do círculo encontra-se entre dois traços da escala, tem-se que estimar o seu
valor em décimos, ou seja, com a aproximação de um minuto. O círculo horizontal
poderá ser girado através do bordo recarteado. Podendo-se obter assim, uma leitura
a partir do zero ou de outro valor qualquer. Quando da medição angular, visar
sempre o centro da mira.

6. Cuidados e manutenção

Manter sempre o instrumento limpo. Quando ficar molhado, enxugá-lo


imediatamente. Não se deve guardar o instrumento no estojo de transporte até que
ele esteja completamente seco. Remover o pó da objetiva, da ocular e da bolha com
um pincel macio. Evite esfregar com força.

Figura 27 – Nível centrado e calado

O nivelamento geométrico classifica-se em:

Nivelamento simples e Nivelamento composto, conforme Figuras 28 e 29.


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Figura 28 – Nivelamento geométrico simples

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Figura 29 – Nivelamento geométrico composto

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4.1e Receptores GNSS

Procedimentos para operacionalização em campo:

1) Instalar o tripé com a base nivelante sobre o marco

2) Colocar o tripé sobre o marco, instalar a base nivelante do receptor e centrar


a mesma sobre o marco, nivelando-a através do nível esférico e centrar
usando o prumo ótico. Quanto mais alto melhor, pois necessitamos que
apenas o prumo ótico fique à altura dos olhos (Figura 30).

Figura 30 – Preparação para instalação do receptor: centragem e calagem

3) Tirar o protetor plástico e enroscar a antena na parte superior do receptor


Base. É importante que ela esteja instalada antes de ligar a unidade, ou
correremos o risco de queimar a placa do rádio transmissor da base, ao ligá-
lo sem a carga da antena (Figura 31).

Figura 31 – Colocação da antena do rádio

4) Instalar o adaptador rosqueável, na parte inferior da unidade Base e encaixar


na base nivelante, apertando levemente o parafuso de fixação (Figuras 32 e
33).

Figura 32 Figura 33

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5) Ligar o receptor apertando o botão Cinza RESET (pois em seu uso anterior
havia sido desligado usando o LIGAR + FN juntos, que se usam quando o
receptor ficar desativado por longo período de tempo. O botão RESET efetua
uma re-inicialização completa de ambas as placas, de Receptores e de
Energia. Liga-se apertando o botão Verde LIGAR (Power) por ½ segundo
quando o aparelho foi desligado (posto em standby) usando apenas este
mesmo botão. É o indicado para quando iremos voltar a utilizar o receptor em
breve. Veja HiPer_Port Manual operador Set 2003.pdf – capítulo 2-5 página
36. Após ligar a Base, ela fica tentando localizar os satélites: o led verde
indica rastreio dos satélites GPS e o de cor laranja, os satélites Glonass.
Uma piscada na cor vermelha indica não estar completo. Anotar a data e a
hora de início dessa sintonia (Figura 34).

Figura 34

6) Medir com uma trena e anotar a altura da antena da estação Base. (Figura
35). Pode ser medida na vertical, como mostrado na trena (Por exemplo:
1.694 m) ou poderemos usar medida inclinada, desde esse sinal até o marco
a ser usado como referência altimétrica.

Figura 35

7) Apertar e manter pressionado por 1 a 5 segundos o botão FN (Function) para


gravar os dados dos satélites. Soltar o mesmo quando o Led Rec (Recording)
ficar verde, indicando que abriu o arquivo e que iniciou o armazenamento dos
dados dos satélites. Esse Led irá piscar cada vez que os dados são gravados
na memória do receptor. Devemos usar um tempo suficiente para que o
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equipamento efetue a obtenção e gravação dos dados, geralmente em torno
de 15 minutos (é importante a localização a céu aberto, a fim de facilitar a
sintonia dos satélites).

8) Pode-se aproveitar esse tempo de espera, para ir montando o Rover: colocar


a antena, enroscar o bastão e montar o suporte e o coletor de dados (Figuras
36 e 37).

Figura 36 Figura 37

Operacionalização com receptor GNSS de navegação ETREX

1 - Vá para o MENU principal;


2 - Apertar em PROCURA;
3 - PONTOS;
4 - ou mais PRÓXIMO ou por NOME (depende do objetivo);
5 - Escolher o ponto e apertar ENTER (irá abrir uma tela com os dados do ponto);
6 - Na parte de baixo da tela apertar em MAPA.
7 - Depois é só enquadrar o ponto dando ZOOM (+) ou ZOOM (-);
8 - O ZOOM fica do lado esquerdo superior do receptor: dois "símbolos" com
setinhas (Profº Humberto Alencar).

--
Figura 38 – Receptor de navegação

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Procedimento para realizar Levantamento pelo RTK Hiper Lite Plus
OBSERVAÇÃO:

( BASE ) O rádio(RTK) precisa estar habilitado no TPS (transmiter);


(ROVER) O rádio (RTK) precisa estar habilitado no TPS (reciever);

Levantamento (Utilizando a coletora)


1. START;
2. TOP SURV;
3. NOVA;
4. NOME;
5. CRIADA POR;
6. PRÓX.
7. CONFIG. GPS +
Rádio interno <clicar aqui

> editar>próx. > próx > FIM.

8. SELECIONAR A BASE : 384-8387 (O rover deve estar desligado );


9. CONFIG. EST;
9.1 INICIAR BASE (O PIRULITO FICA VERMELHO < AUTO >);
9.2 PREENCHER OS CAMPOS ;
9.2.1 PONTO;
9.2.2 CÓDIGO;
9.2.3 ALTURA DA ANTENA (posição da antena :vertical ou inclinada);
9.2.4 INSERIR COORD. CONHECIDAS DA BASE. Se não tiver,usar < AUTO POSICION>.
9.3 INICIAR BASE;
9.4 LIGAR O ROVER APÓS INICIAR A BASE;
10. CLICAR NO BLUETOOTH PARA SELECIONAR O ROVER;
11. PARA INICIAR O ROVER:
11.1 Selecionar MEDIÇÃO;
11.2 Selecionar TOPO;
11.3 Aguardar a captura dos sinais dos satélites;
11.4 Esperar a solução < FIXED > e o pirulito fica azul;
11.5 Preencher os campos :
PONTO;

CÓD;
11.6 Posicionar o bastão no ponto e clicar em < INICIAR >;

____________________________________________________________________________

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Procedimento para Descarregar Rastreio RTK ( Da Coletora)
1. Entrar no TOPCON TOOLS;
2. Clicar em NOVA OBRA (Uma obra para cada arquivo);
3. Criar obra (Ex: 7 SAN);
4. Conectar a coletora com o PC;
5. Ir para MEU COMPUTADOR;
6. Selecionar MOBILE DEVICE;
7. Selecionar MY WINDOWS MOBILE-BASED DEVICE;
8. Selecionar PROGRAM FILES;
9. Entrar na pasta TPS;
10. Selecionar TOP SURV;
11. Abrir a pasta JOB;
12. Selecionar o projeto;
13. Copiar numa pasta (Disco C:);
14. Entrar no TOPCON TOOLS;
15. Clicar em OBRAS > IMPORTAR;
16. Escolher o projeto que deseja trabalhar;
17. Trocar a configuração da Obra >OK;
18. Clicar VISTA CAD;
19. Clicar em OBRAS;
20. Selecionar a opção EXPORTAR;
21. Escolher a pasta;
22. Selecionar o formato AUTO CAD DXF (na aba dos formatos);
23. Digitar o NOME DO ARQUIVO;
24. Clicar em SALVAR;

Profª Rejane Luna


Monitoras: Débora e Priscila
2012.1

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BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13133:


Execução de levantamento topográfico. Rio de Janeiro, 1994. 35p.

ESPARTEL, L. Curso de Topografia. 9 ed. Rio de Janeiro, Globo, 1987.

FAGGION, P. L. Os Fundamentos de Topografia. Curitiba, 2007, 205f. Apostila -


Universidade Federal do Paraná.

VEIGA, L. A. K.; CINTRA, J. P. Estações totais e a interface com o computador. In:


Simpósio Latino Americano de Agrimensura e Cartografia. 2., 2000, Foz do
Iguaçu. Resumos... Foz do Iguaçu, 2000.

Manual de Instruções Estação de Campo DTM-652

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ANEXOS

CADERNETAS DE CAMPO E PLANILHAS

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CADERNETA DE LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO
CAMINHAMENTO PERIMÉTRICO

LOCAL:

CURSO:
GRUPO:
DATA:
ESTAÇÃO Pt ÂNG. HORIZ. DIST. HORIZ. DESCRIÇÃO
VISADO

CROQUI

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CADERNETA DE NIVELAMENTO
LOCAL:
CURSO: GRUPO: DATA: / /
SEÇÃO
ESTACA LEITURA PR COTA CROQUI
ESTAÇÃO

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CADERNETA DE GNSS

RELATÓRIO DE CAMPO

DATA : DIA JULIANO :


OBRA:
LOCAL:
ESTAÇÃO DE REFERÊNCIA:
RESPONSÁVEL TÉCNICO:

FICHA DE ANOTAÇÃO

ESTAÇÃO EQUIPAMENTO ALTURA MODO DE


(CÓDIGO) ANTENA
INÍCIO/TÉRMINO RASTREIO

CROQUI

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