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Belém - PA
2018
MARIA DE NAZARÉ CAETANA MARQUES
Belém – PA
2018
MARIA DE NAZARÉ CAETANA MARQUES
BANCA EXAMINADORA:
_________________________________________________
Profª. Drª Rosana Quaresma Maneschy- NUMA-UFPA
_________________________________________________
Profª. Drª. Gisalda Carvalho Filgueiras –ICSA/ UFPA
_________________________________________________
Profª. Drª. Elessandra Laura Nogueira Lopes – UFPA/Cametá
_________________________________________________
Profº. Drº. Gilson da Silva Costa – ICSA/UFPA
Belém – PA
2018
“A tarefa não é tanto ver
aquilo que ninguém viu,mas
pensar o que ninguém ainda
pensou sobre aquilo que todo
mundo vê.”
(Arthur Schopenhauer)
AGRADECIMENTOS
LISTA DE MAPAS.
MAPA 1- Mapa de localização de Tomé-Açu, Pará
MAPA 2- Mapa de localização de São Domingos do Araguaia - PA.
LISTA DE TABELAS.
Tabela 1 - Valor presente líquido (VPL), Taxa interna de retorno (TIR), Relação
benefício custo (R b/c ), Valor anual equivalente (VAE) e Payback nos modelos simulados.
Tabela 2 - Valor presente líquido (VPL), Taxa interna de retorno (TIR), Relação
benefício custo (R b/c ), Valor anual equivalente (VAE) e Payback nos modelos simulados.
LISTA DE QUADROS
1. INTRODUÇÃO.
Já a região sudeste do Pará, foi selecionada por esta pesquisa, pois é uma região
que desde a década de 60 se destaca pela instalação de grandes projetos agrícolas, com o
foco na pecuária bovina de corte, sendo que a expansão da criação de bovinos foi o
principal motivo impulsionador da substituição da floresta pela pastagem. De acordo com
Oliveira e Almeida (2008) este modelo imprimiu um forte ritmo de exploração dos
recursos naturais, visto que além de ter favorecido a pecuária extensiva, favoreceu
também a exploração madeireira, o que provocou significativa alteração na paisagem
regional: onde a floresta era dominante, a pastagem passou a ser predominante.
intuito de buscar diversificação das espécies forrageiras e a arborização dos pastos, além
da recuperação de pastagens degradadas, sendo que a implantação de SAFs é o meio
utilizado pelo projeto para alcançar todos esses objetivos.
Além das duas regiões que serão trabalhadas, A Amazônia destaca-se por possuir
inúmeras iniciativas com utilização de sistemas de produção integrados (SIP’s) com a
utilização de preparo de área sem uso de fogo, mas apesar dos benefícios ecológicos que
os SIPs apresentam, são poucas informações existentes que possam subsidiar políticas
públicas para esses sistemas, e é como destaca Hurtienne, (2005) “o redirecionamento das
políticas públicas voltadas para os sistemas de uso da terra na Amazônia é uma tarefa
fundamental para qualquer projeto de desenvolvimento sustentável na
região”,principalmente na questão dos desenhos e da valoração dos mesmos.
Configuram-se assim como problema de pesquisa as lacunas de informações,
instrumentos e metodologias para apoiar políticas públicas de incentivo a esses sistemas
adaptados à agricultura familiar (ex: Consórcios Agrícolas, SAF’s e Sistemas
Agrossilvipastoris).
A partir dessas definições, podemos destacar que para a maioria dos autores a
agricultura familiar é caracterizada principalmente pela dimensão da propriedade, pela
renda que a atividade agrícola exercida gera para a família, e por essa família ser ao
mesmo tempo proprietária dos meios de produção e assumi o trabalho na propriedade
(TINOCO, 2006). Com posse do conhecimento, podemos definir o perfil da agricultura
familiar brasileira, de acordo com o ultimo levantamento do Instituto de ciências agrárias
– INCRA existi no Brasil aproximadamente 4.139.369 estabelecimentos familiares,
ocupando uma área de 107,8 milhões de ha, sendo responsáveis por R$ 18,1 bilhões do
VBP (Valor Bruto da Produção) nacional total, recebendo apenas R$ 937 milhões de
financiamento rural, em percentual esse valor representa 85,2% do total de
15
estabelecimentos, com uma área ocupada 30,5% do total nacional e são responsáveis por
37,9% do Valor Bruto da Produção nacional Brasileira, recebendo apenas 25,3% do
financiamento destinado a agricultura. O relatório “Perspectivas da Agricultura e do
Desenvolvimento Rural nas Américas 2014: uma visão para a América Latina e Caribe”
afirma que no Brasil a agricultura familiar representa para o setor agrícola 77% dos
empregos.
No geral agricultor familiar amazônico se destaca por fazer uso dos recursos naturais
para a produção do auto-sustento familiar; por ainda praticar técnicas passadas de geração
a geração e de gerar produtos priorizando sua sobrevivência e não a comercialização.
Para Rabello et al. (2008) a Amazônia desde o início da década de 70, tem sua
história de colonização voltada para o fomento de investimentos em infraestrutura básica
que apoiava à agricultura direcionada à incorporação de novas áreas ao processo
produtivo sem nenhum controle ambiental, principalmente relacionados os programas de
colonização, o que fomentou na região a pratica da monocultura extensiva e de grandes
projetos pecuários, esse tipo de atividade fez com que o desmatamento ocorresse de
forma intensiva.
Contudo os SPIs têm sido uma alternativa bem-sucedida no ponto de vista ecológico
e produtivo, principalmente na região sudeste e nordeste do Pará, área de estudo dessa
pesquisa, na reabilitação de áreas degradadas pela agricultura convencional. Mas são
mais viáveis economicamente quando comparado aos sistemas tradicionais de uso da
terra? e isso tem limitado o acesso as linhas de crédito existentes?
Dessa forma, ter a coerência de saber optar por modelos viáveis de Sistemas de
Produção Integrados – SPI’s é um dos fatores mais importantes para a implantação.
Definir claramente os custos de todas as fases, a quantidade demandada de mão de obra e
o rendimento do sistema, possibilita a comparação destes indicadores com os de outros
sistemas de produção, para que assim haja uma decisão coerente com relação à
implantação e para que seja possível visualizar as oportunidades de aperfeiçoamento e
ajustes em sua idealização Arco-Verde; Amaro (2014).
1.2.OBJETIVOS:
1.2.1. Objetivo geral:
tal como Produto Interno Bruto- PIB, de um País. O PIB só calcula os ganhos que esses
recursos produzem para um País e não avalia como a redução desses recursos afetam
diretamente a economia de tal, ou seja, não é levado em conta o processo de exaustão dos
recursos naturais.
Mas a incorporação dos recursos naturais nas contas nacionais é outro problema a
ser enfrentado, haja vista que, perante a economia normalmente esses recursos, por mais
diversos que sejam, são divididos em duas grandes categorias: recursos exauríveis e
recursos de fluxo. (MAY, 2010)
Ainda segundo May, (2010), os recursos exauríveis são aqueles recursos que há
uma possibilidade de escassez futura, cuja exploração humana, desses recursos, levem a
uma redução de disponibilidade futura, ou a sua extinção, como é o caso dos recursos
minerais e florestais.Já os recursos de fluxo, são aqueles cujo há possibilidade de
restauração pela ação natural ou humana, o uso desses recursos não reduz seus estoques,
em curto prazo, mas pode haver outras formas de degradação, como a
contaminação.Exemplo desse tipo de recuso é a água.
Classificar os recursos naturais é importante, pois permite que haja uma inclusão e
correção adequada das contas nacionais, e para que isso ocorra é necessária a distinção
dos recursos de fluxo dos recursos exauríveis, no caso dessa pesquisa como estamos
trabalhando com uso de terra e a degradação ambiental, iremos avaliar os recursos
exauríveis, de acordo com o modelo de sustentabilidade de El Serafy.
Como o custo de uso pode variar entre zero (quando as reservas são superiores ao
nível corrente de extração) e o rent (quando a extração resulta no imediato esgotamento
19
das reservas), o ajuste deve ser feito no sentido de diminuir ou manter o mesmo nível do
produto convencional, mas nunca excedê-lo ou tornar-se negativo. Neste sentido, no
modelo de El Serafy, os níveis de extração e rent permanecem constantes ao longo do
tempo.
1.4.REVISÃO BIBLIOGÁFICA.
1.4.1. Diversificação produtiva da agricultura familiar.
agrícola exercida pelo agricultor ou sempre que relacionado a uma comunidade rural que
tem como base subsistência esse tipo de atividade.
São sistemas que apresentam vantagens frente aos sistemas de monocultivo, pois
através de tais há melhor aproveitamento do espaço, a diminuição de erosão, a produção
se torna sustentável o que estímulo à economia de produção com base participativa
(MEDRADO, 2000). Ajuda, ainda, recuperar a degradação de áreas alteradas,
possibilitando novamente sua integração ao sistema produtivo, o que contribui para
redução da abertura de novas áreas para cultivo, representando assim, um meio para que
os recursos naturais sejam utilizados de forma sustentável (MONTAGNINI, 1992).
Dessa forma a, podemos dizer que o emprego de SPIs, traz uma alternativa à
agricultura tradicional, proporcionando em uma mesma área a produção alimentar e
serviços ambientais, motivando a geração de trabalho e renda por um tempo maior, além
de permitir o melhor aproveitamento da mão de obra familiar em suas distintas fases de
permanência (GAMA, 2003), que se refere ao uso de SAFs.
Portanto, enquanto estratégia, a ILPF pode ser adotada por meio de diferentes
sistemas de integração, como por exemplo a integração lavoura-pecuária (ILP) ou sistema
agropastoril; a integração pecuária-floresta (IPF) ou sistema silvipastoril; a integração
lavoura-floresta (ILF) ou sistema silviagrícola; e a integração (CORDEIRO et al., 2015).
Ter a coerência de saber optar por modelos viáveis de SPIs é um dos fatores mais
importantes para a implantação. Definir claramente os custos de todas as fases, a
quantidade demandada de mão de obra e o rendimento do sistema, possibilita a
comparação destes indicadores com os de outros sistemas de produção, para que assim
haja uma decisão coerente com relação à implantação e para que seja possível visualizar
as oportunidades de aperfeiçoamento e ajustes em sua idealização Arco-Verde; Amaro
(2014).
informação sobre quanto é necessário investir e quando investir, assim como quando e
quanto será a possível receita do investimento, podendo avaliar o período que as
atividades produtivas serão realizadas e o fluxo de caixa real no período da observação do
projeto. (ARCO-VERDE; AMARO, 2014).
Ter a coerência de saber optar por modelos viáveis de SPIs é um dos fatores mais
importantes para a implantação. Definir claramente os custos de todas as fases, a
quantidade demandada de mão de obra e o rendimento do sistema, possibilita a
comparação destes indicadores com os de outros sistemas de produção, para que assim
haja uma decisão coerente com relação à implantação e para que seja possível visualizar
as oportunidades de aperfeiçoamento e ajustes em sua idealização Arco-Verde; Amaro
(2014).
24
O produtor é beneficiado pelo uso mais eficiente dos seus recursos, como terra,
mão de obra e insumos. Beneficia-se também com a melhoria da qualidade do solo e da
água, a possibilidade de redução de uso de agrotóxicos, a melhoria do ambiente produtivo
de uma forma geral, além da redução da vulnerabilidade aos riscos climáticos. Os
principais benefícios econômicos para os produtores são: aumento da renda com a
diversificação das atividades, redução dos riscos de mercado, redução de custos no médio
e longo prazo, melhoria na qualidade de vida do produtor e de sua família, entre outros.
(EMBRAPA, 2007).
Dando espaço para outra política publica de extrema importância para os SPI’s, a
Lei nº 12.805/2013 que rege a política nacional de, objetivando melhorar a qualidade e
produção, através de sistemas sustentáveis de exploração que integram atividades
agrícolas, pecuárias e florestais. A Lei busca assegurar a recuperação de áreas
degradadas e a redução dos desmatamentos por meio dos sistemas de ILPF. A política
almeja expandir as linhas de crédito para produtores rurais que implantarem os sistemas
ILPF e dar apoio técnico para que possam desenvolver as técnicas de preservação
(MAPA, 2013)
27
2.1. INTRODUÇÃO.
A agricultura é uma das mais importantes fontes de geração de trabalho e renda
para a população do município de Tomé-Açu, dado principalmente, a sua significativa
participação no valor bruto da produção (62% do setor agropecuário). É importante
destacar que outras atividades econômicas também têm desempenho positivo, a exemplo
da extração e beneficiamento de madeira. Entretanto, a atividade agrícola situa-se como
base de sustentação sócio-economia do município.
Outra característica importante do município é a diversificação da propriedade, o
que torna Tome- Açú como um verdadeiro laboratório aos estudiosos na temática dos
sistemas agroflorestais e, consequentemente, na interação biológica entre plantas da
mesma e/ou espécies diferentes.
Em Tomé-Açu, concentra-se a colônia mais antiga de japoneses no estado do
Pará. A primeira atividade dos imigrantes japoneses foi a horticultura seguida pelo
plantio de pimenta-do-reino (Piper nigrun L). Entretanto, a fusariose, doença causada
pelo fungo Fusariumsolani, provocou redução expressiva dos pimentais do município.
Buscando alternativas para minimizar as perdas econômicas provocadas pela fusariose,
os produtores optaram por diversificar sua produção introduzindo os sistemas
agroflorestais.
Os sistemas agroflorestais mais exitosos encontrados na Amazônia estão
localizados no município de Tomé- Açu (REGO, 2015). O município de Tomé-Açú, de
acordo com boletim agropecuário do Estado do PA 2015, é o oitavo município paraense
com maior de produção agrícola, o que representa 2,83% da produção total do Estado,
onde há destaque para ocupação de culturas perenes como: pimenta-do-reino, cacau,
dendê, cupuaçu, manga, castanha-do-brasil, acerola, essências florestais, pastagens entre
outras. (FAPESPA,2015)
A base de informações para esse estudo foi a partir do trabalho de Rego (2015)
desenvolvido no âmbito do projeto Transição Produtiva e Serviços Ambientais - FASE I,
28
n −j n −j
a VPL = j=0 R J (1 + i) − j=0 R J (1 + i)
30
n −j
t=0 R j (1 + i)
Rb c = n −j
t=0 Cj (1 + i)
Taxa Interna de Retorno (TIR): é a taxa de desconto que iguala o valor presente
dos ingressos ao valor presente dos custos, ou seja, iguala o VPL a zero. Também pode
ser entendida como a taxa percentual do retorno do capital investido. De acordo com
Diogo et. al. (2017) a viabilidade do projeto também pode ser avaliada pela taxa interna
de retorno (TIR), A TIR é uma demonstração da rentabilidade do projeto.
n
Rt − Ct
0=
1 + i∗ t
t=0
31
VPL. i
VAE =
1 − (1 + i)−n
Onde:
𝑇
PR=T, quando 𝑗 =0 𝑅𝑗 − Cj = I
Onde:
I = investimento inicial.
32
Utilizou-se as taxas de 2,5% a.a. 8,5% a.a. e 12,75% a.a. para todas as análises de
acordo com as linhas, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar –
PRONAF Floresta, Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural – PRONAMP,
e com o Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017 para agricultura empresarial,
respectivamente.
Superfosfato kg R$2,00
Herbicida l R$20,00
Formicida l R$9,15
Inseticida l R$47,00
FTE kg R$0,40
Mudas Unidade R$4,50
calcário kg R$0,20
N kg R$3,94
Insumos: Plantio de
P kg R$3,91
Cacau
K kg R$2,34
Herbicida l R$19,42
Inseticida l R$47,00
Mudas unid R$1,50
NPK 08-20-20 kg R$3,10
Arad kg R$1,32
Insumos: Plantio de Açaí Cloreto de Potássio kg R$2,20
Irrigação (poço, tubulação,
equipamentos) unid R$10.000,00
Manutenção da irrigação unid R$2.500,00
Insumos: Plantio de Sementes kg R$2,50
Arroz NPK 10-28-20 kg R$2,45
Manivas (20 cm) m3 R$20,00
nitrogênio kg R$3,94
Fosforo kg R$3,91
Insumos: Plantio de
Cloreto de Potássio kg R$2,34
Mandioca
Formicida l R$0,44
Herbicida l R$17,00
Inseticida l R$19,42
Modelo Componentes
Mogno (Plantioflorestal)
Cacau e Açaí(Perene)
No primeiro ano, realizou-se o preparo das áreas, além da plantação no arroz, que
foi plantado e colhido no primeiro ano do sistema, a mandioca será plantada no primeiro
e no terceiro ano do sistema e a pimenta do reino é inserida no primeiro ano e permanece
até o sétimo ano do sistema, já o cacau e o açaí são inseridos no quarto ano e
permanecerão até o final dos 15 anos do sistema e o mogno será inserido no primeiro ano
e terá seu ultimo desbaste, no decimo ano do sistema.
1 2 3 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Arroz x
Mandioca x x
Pimenta- do- Reino x x x x x x x x x
Açai x x x x x x x x x x x x
Cacau x x x x x x x x x x x x
Mogno x x x x x x x x x x x x
Fonte: Autor Próprio
DENSIDADE DE
ESPÉCIES REFERÊNCIA
PLANTIO/RECOMENDAÇÃO
Modelo Componentes
Arroz x mandioca
Para a plantação agrícola a ação tem o intuito de ser implantada em uma área de
1ha. As mudas das espécies implantadas serão plantadas em fileiras com plantio do arroz
com espaçamento de, 0,4m x0,2m, no qual será plantado no primeiro ano do projeto, e a
Mandioca com espaçamento de 1m x 1m será plantada no primeiro e no terceiro ano do
projeto, como mostra o quadro 5.
Anos
Componentes do Modelo Agrícola
1 2 3
Arroz x
Mandioca x x
Fonte: Autor Próprio
DENSIDADE DE
ESPÉCIES REFERÊNCIA
PLANTIO/RECOMENDAÇÃO
Modelo Componentes
A ação para o sistema florestal tem o intuito de ser implantada em uma área de
1ha. As mudas das espécies implantadas serão plantadas em fileiras aleatoriamente, em
um período de 10 anos, com corte aos 7 anos e aos 10 anos.
Anos
Componentes do Sistema Florestal
1 2 3 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Mogno x x x x x x x x x x x x
Fonte: Autor Próprio
DENSIDADE DE
ESPÉCIES REFERÊNCIA
PLANTIO/RECOMENDAÇÃO
Tabela 1 - Valor presente líquido (VPL), Taxa interna de retorno (TIR), Relação
benefício custo (R b/c ), Valor anual equivalente (VAE) ePayback nos modelos simulados.
Vale ressaltar que SAF apresentou VPL maior que o Sistema Agrícola e o Sistema
Florestal, em todas as simulações, o que confirma a vantagem econômica na utilização
desse tipo de sistema.
De acordo com Cosenza e Neto et. al. (2017), “a viabilidade do projeto também
pode ser avaliada pela taxa interna de retorno (TIR), que seria a taxa anual que retorna o
capital investido”. Nos casos das simulações apresentadas, as TIR’s são vantajosas para o
produtor, o que mostra a rentabilidade positiva dos sistemas, independente da taxa de
juros aplicada. Mas vale ressaltar que o SAF por sua diversificação produtiva apresenta
maior segurança econômica para o produtor.
39
O payback é igual a 3,0, 1,00 e 8,00 indicando que a partir do primeiro e oitavo
ano após sua implantação os Sistemas já começam a apresentar receitas maiores do que
despesas,
É importante ressaltar que o SAF ainda é a melhor opção, pois é como destaca
Balbino et al. (2011) os sistemas agroflorestais são capazes de integrar o cultivo agrícola,
pecuário e florestal, essa associação é capaz de produzir efeitos sinérgicos que adequam
os componentes ambiental e econômico, já que conseguem aumentar a rentabilidade da
propriedade e minimizar o impacto ambiental, já que reduziriam a influência da atividade
pecuária. Assim os SAFs são uma atividade sustentável do ponto de vista econômico e
ambiental.
Por esse motivo segue a baixo o demonstrativo de fluxo de caixa dos sistemas
trabalhados nesse capitulo:
Entradas Aj 5.381,60 16.519,09 40.025,53 86.628,71 115.248,83 102.216,26 91.548,47 8.582,74 2.765,26 10.511,69 3.765,16 5.642,25 5.004,21 4.438,32 3.936,43
Entradas 6.067,75 21.000,00 57.370,25 140.000,00 210.000,00 210.000,00 212.064,00 22.416,00 8.143,00 34.901,00 14.095,00 23.815,00 23.815,00 23.815,00 23.815,00
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Saídas 720,79 53.992,16 8.714,24 15.458,97 29.909,28 30.178,50 31.230,30 31.730,97 4.276,00 4.409,33 4.609,33 4.312,67 4.979,33 4.979,33 4.979,33 4.979,33
Saídas Aj 720,79 47.886,62 6.854,83 10.785,27 18.507,16 16.562,08 15.201,16 13.698,32 1.637,21 1.497,35 1.388,27 1.152,03 1.179,70 1.046,30 927,98 823,04
Fl Cx -720,79 -47.924,41 12.285,76 41.911,28 110.090,72 179.821,50 178.769,70 180.333,03 18.140,00 3.733,67 30.291,67 9.782,33 18.835,67 18.835,67 18.835,67 18.835,67
Entradas Aj 5.592,40 0,00 3.812,96 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Entradas 6.067,75 0,00 4.870,25 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Saídas 720,79 4.645,98 0,00 878,48 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Saídas Aj 720,79 4.282,01 0,00 687,77 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Fl Cx -720,79 1.421,77 0,00 3.991,77 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Entradas Aj 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6796,20 0,00 6851,98
Entradas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 17750,00 0,00 22750,00
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Saídas 720,79 631,03 14,40 14,40 430,00 430,00 430,00 430,00 430,00 430,00 430,00
S aídas Aj 720,79 559,67 11,33 10,05 266,07 235,99 209,30 185,63 164,64 146,02 129,51
Fl Cx -720,79 -631,03 -14,40 -14,40 -430,00 -430,00 -430,00 -430,00 17320,00 -430,00 22320,00
Fonte: Autor Próprio
Tendo em vista a demonstração dos Fluxos de caixas dos três sistemas, é notável
que o Sistema Agroflorestal- SAF possui maior vantagem em comparação ao Sistema
Florestal e ao Sistema Agrícola.Haja vista, a quantidade maior de entrada de recurso e a
disponibilidade de capital anualmente, logo sendo este osistema bem mais atrativo e com
maiores vantagem para o agricultor.
2.4.2. Mão-de-obra.
O custo mão de obra constitui o fator de grande relevância na composição dos
custos do sistema de produção analisado.
Segundo o (ARCO-VERDE E AMARO, 2014)
Os coeficientes técnicos para os SAFs estão baseados na quantidade de
mão de obra necessária para desenvolver as atividades necessárias à
implantação, manutenção e colheita no sistema e nas quantidades de
insumos demandadas por cada cultura utilizada. (ARCO-VERDE E
AMARO, 2014).
A base de informações para esse estudo foi a pesquisa, realizada de julho de 2008
a dezembro de 2009 no âmbito do projeto “Sistemas silvipastoris e agrossilvipastoris
como alternativa para a sustentabilidade da pecuária na agricultura familiar da região de
Marabá – PA” desenvolvido pela Universidade Federal do Pará – Campus de Marabá, no
Projeto de Assentamento (P. A.) Belo Horizonte I, localizado no km 30 da BR-153, no
município de São Domingos do Araguaia, na microrregião de Marabá-PA. Na ocasião do
levantamento viviam aproximadamente 40 famílias no assentamento. E das seis Unidades
de Produção Familiar (UPF) selecionadas para serem avaliados no projeto, selecionamos
as espécies que mais se adaptaram e realizamos esse estudo.
Utilizou-se as taxas de 2,5% a.a. 8,5% a.a. e 12,75% a.a. para todasas análises de
acordo com as linhas, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar –
PRONAF Floresta, Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural – PRONAMP,
e com o Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017 para agricultura empresarial,
respectivamente
Modelo Componentes
Banana (Semi-perene)
DENSIDADE DE
ESPÉCIES REFERÊNCIA
PLANTIO/RECOMENDAÇÃO
50
Castro (2014)
Banana 625 plantas/ha (espaçamento 4 X 4m) apudHomma et al.
(2001)
Maneschyet al.
Teca 1666 plantas/ha (espaçamento 3 x 2 m)
(2009)
Componentes do Anos
SAF 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2
1 2 3 2 3 4 5 6 7 8 9
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0
Milho x x
Mandioca x x
Banana x x x x x
Goiaba x x x x x x x x x x x x x x x x x
Cacau x x x x x x x x x
Mogno x x x x x x x x x x x x
Teca x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
DENSIDADE DE
ESPÉCIES REFERÊNCIA
PLANTIO/RECOMENDAÇÃO
Anos
Componentes do Modelo Agrícola
1 2 3
Milho x x
Mandioca x x
Fonte: Autor Próprio
A teca utilizou-se desbastes aos 8 (50%) e 13 anos (34%), com corte final previsto
para 20 anos (16% restante) (MANESCHY et al., 2009). Para o mogno foi utilizado um
desbaste aos 8 anos de idade (20%) e corte final aos 15 anos após o plantio (80%
restante) (GOMES, 2010).
DENSIDADE DE
ESPÉCIES REFERÊNCIA
PLANTIO/RECOMENDAÇÃO
Componentes Anos
do Sistema 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2
Florestal 1 2 3 2 3 4 5 6 7 8 9
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0
Mogno x x x x x x x x x x x x
Teca x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Tabela 2 - Valor presente líquido (VPL), Taxa interna de retorno (TIR), Relação
benefício custo (R b/c ), Valor anual equivalente (VAE) e Payback nos modelos simulados.
Vale ressaltar que SAF apresentou VPL maior que o Sistema Agrícola e o Sistema
Florestal, em todas as simulações, o que confirma a vantagem econômica na utilização
desse tipo de sistema.
De acordo com Cosenza e Neto et. al. (2017), “a viabilidade do projeto também
pode ser avaliada pela taxa interna de retorno (TIR), que seria a taxa anual que retorna o
capital investido”. Nos casos das simulações apresentadas, houve um retorno somente no
SAF , e no Sistema Florestal, com destaque da taxa mais atrativa para o SAF,
independente da taxa de juros aplicada. O Sistema Agrícolanão alcançou TIR satisfatória
em nenhuma das simulações.
O payback é igual a 8,0, 31,00 e 9,00 indicando que a partir do oitavo ano após
sua implantação os Sistemas já começam a apresentar receitas maiores do que despesas,
Verificou-se que mesmo que o SAF apresentando um custo maior para sua
implantação temos que levar em consideração que sua receita foi superior a cultura
agrícola e do plantio florestal, além de que a diversidade do SAF, como já foi
mencionada a cima, é bem maior, garantindo uma fonte de renda segura com retorno
financeiro rápido e distribuído ao longo do tempo para a família.
Entradas Aj 5.314,39 8.005,90 10.909,79 3.346,94 4.105,86 5.459,55 5.879,10 41.142,71 1.014,04 18.761,57 965,18 941,64 35.376,14 896,27 874,41 0,00 0,00 0,00 0,00 30.513,55
Entradas 5.447,25 8.411,20 11.748,65 3.694,40 4.645,40 6.331,40 6.988,40 50.128,40 1.266,40 24.016,40 1.266,40 1.266,40 48.766,40 1.266,40 1.266,40 0,00 0,00 0,00 0,00 50.000,00
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Saídas 720,79 19.321,51 5.019,98 5.634,11 4.791,16 12.213,38 13.079,18 13.079,18 1.692,33 1.583,60 3.113,60 1.261,10 1.261,10 1.443,14 1.261,10 1.261,10 0,00 0,00 0,00 0,00 189,42
Saídas Aj 720,79 18.850,25 4.778,09 5.231,83 4.340,56 10.794,85 11.278,14 11.003,06 1.388,98 1.268,04 2.432,34 961,14 937,70 1.046,88 892,52 870,75 0,00 0,00 0,00 0,00 115,60
Fl Cx -720,79 -13.874,26 3.391,22 6.114,54 -1.096,76 -7.567,98 -6.747,78 -6.090,78 48.436,07 -317,20 20.902,80 5,30 5,30 47.323,26 5,30 5,30 0,00 0,00 0,00 0,00 49.810,58
Entradas Aj 4.043,90 538,05 2.722,66 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Entradas 4.559,50 684,00 3.902,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Saídas 1.731,28 4.469,79 1.404,57 2.919,48 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Saídas Aj 1.731,28 3.964,34 1.104,87 2.036,84 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Fl Cx -1.731,28 89,71 -720,57 983,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Entradas Aj 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 13.104,31 0,00 0,00 0,00 0,00 10.096,85 0,00 8.776,08 0,00 0,00 0,00 6.517,94
Entradas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 27.307,50 0,00 0,00 0,00 0,00 31.637,50 0,00 32.372,50 0,00 0,00 0,00 33.320,00
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Saídas 1.611,28 8.210,94 2.521,00 1.184,00 1.184,00 544,00 544,00 544,00 544,00 3.723,82 0,00 0,00 0,00 0,00 4.302,70 0,00 4.402,66 0,00 0,00 0,00 4.531,52
Saídas Aj 1.611,28 7.567,69 2.141,48 926,96 854,34 361,78 333,44 307,32 283,24 1.786,99 0,00 0,00 0,00 0,00 1.373,17 0,00 1.193,55 0,00 0,00 0,00 886,44
Fl Cx -1.611,28 -8.210,94 -2.521,00 -1.184,00 -1.184,00 -544,00 -544,00 -544,00 -544,00 23.583,68 0,00 0,00 0,00 0,00 27.334,80 0,00 27.969,84 0,00 0,00 0,00 28.788,48
Tendo em vista a demonstração dos Fluxos de caixas dos três sistemas, é notável
que o Sistema Agroflorestal- SAF possui maior vantagem em comparação ao Sistema
Florestal e ao Sistema Agrícola. Haja vista, a quantidade maior de entrada de recurso e a
disponibilidade de capital anualmente, logo sendo este o sistema bem mais atrativo e com
maiores vantagens para o agricultor.
3.4.2. Mão-de-obra.
Com sua devida relevância, já apresentada no capitulo dois, segue a baixa a
distribuição de mão-de-obra dos sistemas analisados nesse capitulo três.
4. CONCLUSÃO.
Dessa forma todos os objetivos dessa pesquisa foram todos alcançados, pois com
as informações geradas, fica mais viável para o agricultor, investir em sistemas
Agroflorestais, possibilitando a produção de alimentos através meios com baixa emissão
de carbono, que contribui não só para redução do desmatamento, mas também para o
aumento da geração de renda do agricultor, e possibilita subsidiar com informações a
geração de políticas públicas adequadas a esses sistemas.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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and its importance for Economic Analysis.2002. Disponível
em:<http://www.bibalex.org/CSSP/Event/Material/Serafy060228_WWF_No_3%2520-
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KATO, O.R.; KATO, M.S.A. SÁ, T.D. de A.; FIGUEIREDO, R. Plantio direto na
capoeira. Ciência e Ambiente. v. 29, p. 99-111. 2004.
MAY. H. Peter (org) .Economia do Meio Ambiente. Teoria e pratica. 2 ed. Rio de
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SILVA, M.M. Projeto Roça Sem Queimar: uma proposta de manejo agroecológico
para a região da Transamazônica – Pará. 2003. 179 f. Dissertação (Pós – graduação
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Catarina. Florianópolis.48p. 2011.
VALANDRO, Kelia; PERONDI, Miguel A.; KIYOTA, Norma; VILLWOCK, Ana Paula
S.; SIMONETTI, Danieli. O impacto das estratégias de diversificação na renda dos
agricultores: um estudo numa comunidade rural. Pato Branco. 2011.