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Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO

Disciplina: Biologia Molecular e Biotecnologia


Professor Michel do Nascimento Miranda
Curso de Biomedicina

TRANSGÊNICOS

Discentes: Marcos Evandro Teixeira, Rosana da Silva Pimentel e


Lorena Machado dos Santos

Niterói
2018
RESUMO
A Trangenia é uma avançada técnica que permite a manipulação de material
genético e hereditário de qualquer ser vivo. Os seres vivos manipulados geneticamente
através do processo de transgenia, sejam eles, animais ou vegetais são conhecidos como
transgênicos. Tais métodos da biotecnologia tem sido objeto de manifestos favoráveis e
contrários. Mas, destacamos que a Transgenia pode salvar vidas; curar doenças;
melhorar a estrutura genética de animais; produzir alimentos vegetais e minerais com
melhor valor nutritivo; etc. Mas, em se tratando de alimentos de origem vegetal
modificados, devemos alertar para o possível desenvolvimento de espécies resistentes
ou ervas daninhas. Em alguns estudos que abordam a segurança alimentar dos alimentos
transgênicos, a análise é feita principalmente pela exposição de riscos e incertezas
desses produtos, quanto a saúde e meio ambiente. Inexistem estudos eficazes sobre tais
efeitos. Os alimentos transgênicos devem apresentar em seus rótulos o símbolo com a
indicação de que o alimento é alterado geneticamente ou utiliza outros alimentos
geneticamente manipulados em sua composição, esse símbolo é a letra T ao centro de
um triangulo eqüilátero1 de cor amarela.

INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, o uso da biotecnologia tem permitido que se manipule o
material hereditário de qualquer ser vivo. O seqüenciamento dos genes e o cultivo das
células-tronco embrionárias constituem-se nas inovações tecnológicas mais importantes
para a transgenia – técnica de transferência de DNA de uma espécie para outra. Esta
técnica implica na alteração do genoma de um ser vivo pela intervenção da mão
humana, e tornou-se possível porque a maquinaria celular, responsável pela transcrição
e tradução do DNA em proteínas, funciona de maneira muito semelhante em todos os
organismos. É a universalidade do código genético que permite que uma proteína
codificada por uma seqüência exclusive do DNA humano possa ser produzida num
vegetal ou animal transgênico.

A adição de um gene humano a um embrião animal pode resultar num modelo


transgênico com características específicas de uma doença humana, que se constitui,
portanto, num modelo experimental valioso para o teste de vacinas e agentes
farmacológicos. No sentido inverso, a desativação de um gene nas células embrionárias
pode levar ao nascimento de um camundongo nocaute 2 , por exemplo, que serve de
modelo para se entender como as mutações produzem as malformações e os defeitos
congênitos. É assim que, dentre múltiplas aplicações, a transgenia animal tem
contribuído para a pesquisa de diversas doenças, incluindo aquelas de origem complexa
e difícil cura, como câncer, diabetes, hipertensão, Alzheimer, Huntington, deficiências
imunológicas e distrofias musculares, entre outras.

Um animal transgênico é produzido pela inserção de um fragmento de DNA que


resulte numa modificação genética transmissível a seus descendentes. Para fazê-lo,
basta que se tenha em mãos algumas cópias do DNA de interesse e os meios de
introduzi-las no genoma de um embrião, como uma parte de um vírus ou bactéria, um

1
O triangulo eqüilátero possui os três lados com medidas iguais.
2
A técnica de nocaute gênico permite que genes mutados in vitro e inseridos, durante o desenvolvimento
embrionário no blastocisto, originem camundongos deficientes na produção da molécula induzida pelo
gene.

2
cromossomo artificial, uma célula-tronco ou até mesmo um espermatozóide contendo
este fragmento de DNA de interesse para a transgênese.

A produção de animais transgênicos foi impulsionada pela técnica de


microinjeção de DNA no pró-núcleo de óvulos recém fertilizados. Em 1980, Gordon e
colaboradores a implementaram para camundongos. Em 2001, nós a utilizamos pela
primeira vez no Brasil para produzir um camundongo transgênico com níveis
aumentados do receptor B2 de bradicinina no coração. Mas, como é aplicável a
qualquer espécie, o uso da microinjeção pró-nuclear já possibilitou a geração de
milhares de linhagens de transgênicos, incluindo ratos, aves, peixes, ovelhas, gado e
macacos.

Alguns animais transgênicos são utilizados como biorreatores. Inicialmente,


foram gerados clones de ovelhas transgênicas que produzem leite contendo o
fator IX de coagulação do sangue humano. Purificado do leite, portanto sem o risco de
contaminação viral, este fator IX pode ser adquirido comercialmente para o tratamento
de hemofílicos. Nos últimos anos, caprinos, bovinos e coelhos transgênicos também
vêm sendo testados como possíveis produtores de diversas proteínas de interesse
farmacológico, principalmente anticorpos e hormônios.

Nas pesquisas recentes, vem aumentando também o uso de camundongos e ratos


contendo o gene GFP (Green Fluorescent Protein) originário da Aequorea victoria 3
marinha. Estes animais são usados principalmente como fonte de células marcadas para
transplante, pois a luminescência das células GFP facilita sua localização entre as
demais, mesmo que, eventualmente, este processo implique em uma marcação adicional
com anticorpo fluorescente. Daí sua importância nos promissores estudos de terapia
gênica e celular. Nesta perspectiva, as células-tronco retiradas de embriões ou da
medula óssea de camundongos e ratos GFP podem ser acompanhadas após transplante
para o sangue, cérebro, coração ou qualquer outro órgão, onde se deseje que elas se
diferenciem e substituam as células danificadas, de modo a promover uma saudável
regeneração do órgão afetado e possível cura da doença.

A otimização do uso de animais de laboratório na pesquisa é uma das


conseqüências mais positivas da transgenia animal. Além de provocar uma redução do
número de animais utilizados na experimentação, o uso de transgênicos também
possibilita a substituição de espécies geneticamente mais próximas do homem, como
primatas, cães e porcos, por animais de menor tamanho, especialmente os
camundongos. Isto porque aproximadamente 80% dos genes funcionam nos
camundongos da mesma maneira que em humanos. Assim, essa tendência da redução na
quantidade de animais por estudo deverá ser acentuada no futuro, pois o refinamento
progressivo das técnicas de transgenia segue gerando modelos animais que mimetizam,
cada vez com maior similaridade, os sintomas e as respostas aos tratamentos de doenças
humanas.

3 Aequorea victoria, também chamado às vezes a geleia-de-cristal, é uma bioluminescente água-viva, ou


hidromedusa, que se encontra ao largo da costa oeste da América do Norte. Esta espécie é considerada
sinônimo de Aequorea aequorea de Osamu Shimomura, o descobridor da proteína verde fluorescente.

3
OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo apresentar os “transgenicos” a luz do
conhecimento, parte integrante da disciplina Química Molecular.

METODOLOGIA
A organização deste trabalho constitui-se de uma pesquisa, realizada através da
revisão bibliográfica de artigos técnicos e científicos publicados em sites especializados
sobre a tecnologia dos transgênicos.

DISCUSSÃO
Os organismos transgênicos são aqueles cujo genoma foi modificado com o
objetivo de atribuir-lhes nova característica ou alterar alguma característica já existente,
através da inserção ou eliminação de um ou mais genes por técnicas de engenharia
genética (Marinho, 2003). Entre as principais características almejadas encontram-se o
aumento do rendimento com melhoria da produtividade e da resistência a pragas, a
doenças e a condições ambientais adversas; a melhoria das características agronômicas,
permitindo uma melhor adaptação às exigências de mecanização; o aperfeiçoamento da
qualidade; a maior adaptabilidade a condições climáticas desfavoráveis e a
domesticação de novas espécies, conferindo-lhes utilidade e rentabilidade para o
homem (Lacadena, 1998).

A liberação dos transgênicos no Brasil, particularmente aqueles com finalidade


comercial, vem provocando intensa polêmica quanto a possíveis riscos à saúde e ao
meio ambiente.

Tal polêmica, que envolve diversos atores, como cientistas, agricultores,


ambientalistas e representantes do governo, refere-se ao nível de incerteza atribuído a
esses alimentos diante da chamada ‘segurança alimentar’ (Marinho, 2003). O conceito
surgiu na Europa do século XX, fortemente relacionado à capacidade de os
países produzir sua própria alimentação no caso de eventos de guerra e catástrofes.

Assim, seu percurso histórico iniciou-se associado às noções de soberania e


segurança nacional e fo i impulsionado pelas conseqüências da 1ª Guerra Mundial,
que evidenciou o poder de dominação que poderia representar o controle do
fornecimento de alimentos (Maluf, 2007).

Há um intenso conflito entre defensores e críticos da tecnologia transgênica.


Grande parte da polêmica emerge da falta de informações completas e confiáveis sobre
riscos, benefícios e limitações dessa aplicação. Os vários argumentos, utilizados por
ambos os lados da controvérsia, encontram-se no Quadro a seguir (Lacey, 2006).

4
Argumentos Favoráveis Argumentos Contrários
Conhecimento incompleto, que desconsidera a
Expansão do conhecimento cientifico possibilidade de riscos ao ambiente e dos
agrossistemas sustentáveis.

Benefícios medíocre, limitados ao grupo de


Grandes benefícios com o uso imediato dos
grandes produtores, sem alcançar o pequeno
transgênicos (sementes com qualidade
produtor; seu desenvolvimento reflete
nutritiva aumentada).
interesses do sistema de marcado global.

Os maiores riscos podem não ser os que


afetam diretamente a saúde humana e o
ambiente, mas sim aqueles ocasionados pelo
Ausência de perigos para a saúde humana e
contexto socioeconomico da pesquisa e do
ambiental que se originem de seu uso e que
desenvolvimento de transgênicos e de seus
não possam ser adequadamente administrados
mecanismos associados, tais como a
por regulamentações planejadas.
estipulação que as sementes transgênicas são
objetos em relação aos quais os direitos de
propriedade intellectual devem ser garantidos.
Encontram-se em desenvolvimento métodos
agroecológicos que permitem alta
Inexistência de formas alternativas de produtividade em lavouras essenciais e
agricultura a serem desenvolvidas em seu lgar ocasionam riscos relativamente menores,
, sem ocasionar riscos inaceitáveis (ex. Falta promovem agrossistemas sustentáveis,
de alimento). utilizam e protegem a biodiversidade; e
contribuem para a emancipação social das
comunidades pobres.

Para o desenvolvimento de um organismo transgênico são necessários muitos


anos de pesquisa e milhões de dólares de investimento. O trabalho envolve cientistas de
diversas áreas do conhecimento, a exemplo de biologia, genética e agronomia.

A transgenia pode ser aplicada em diferentes áreas:

Agricultura
Muitas culturas já possuem versões transgênicas. Abóbora, alfafa, algodão,
berinjela, beterraba, cana-de-açúcar, canola, feijão, mamão, milho e soja são
exemplos. Soja, milho, algodão e canola compõem 99%4 de toda a área plantada com
transgênicos no mundo.

Alimentação
Bactérias, leveduras e fungos transgênicos atuam diretamente nos processos de
fermentação, preservação e formação de sabor e aromas de bebidas e comidas. Por
exemplo: queijos, pães, cerveja, vinho e adoçantes.

4
Dados da CTNBio é a sigla para Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, órgão vinculado ao
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

5
Saúde
Diversas vacinas, medicamentos, kits de diagnóstico, terapias e tratamentos são
desenvolvidos por meio da transgenia. A insulina usada por seres humanos no
tratamento de diabetes é transgênica.

Química
Microrganismos transgênicos produzem enzimas que contribuem na degradação de
gordura e são usadas, por exemplo, na composição de detergentes e sabões em pó.

Têxtil
Para que tecidos resistam a condições de lavagem, também são usadas enzimas
produzidas por microrganismos transgênicos.

O primeiro produto derivado de um organismo transgênico chegou ao mercado


em 1982. Era insulina, produzida por uma bactéria geneticamente modificada com um
gene humano. As primeiras plantas transgênicas começaram a ser comercializadas na
China, na década de 1990. A comercialização iniciou com uma linhagem de tabaco que
continha um gene que auxiliava no controle de pragas.

Logo em seguida, os Estados Unidos liberaram a comercialização de um tomate


com um gene que retardava seu amadurecimento. Esses dois produtos, entretanto, já
saíram do mercado. A cultura que inseriu, definitivamente, os transgênicos na
agricultura foi a soja, aprovada nos Estados Unidos, em 1995.

No Brasil, as plantas transgênicas chegaram em 1998, quando a CTNBio 5


aprovou o plantio de uma soja tolerante a herbicidas. Desde então, outros 129 produtos
geneticamente modificados (GM) foram modificados. Entre eles estão plantas, vacinas,
microrganismos, medicamentos e até insetos.

No Brasil, independentemente da origem do material genético, todo o


organismo que tiver seu DNA modificado é considerado um OGM. Essa modificação
pode ou não inserir um gene externo no DNA do organismo.

Dessa maneira, um OGM pode

 ter a adição de um gene proveniente de uma espécie não sexualmente compatível


(transgênico)
 ter a adição de um gene de uma espécie com a qual poderia haver um
cruzamento (cisgênico)
 ter um ou mais de seus genes deletados

5 Comissão Tecnica Nacional de Biossegurança. (www.ctnbio.mcti.gov.br)

6
Desde a descoberta da agricultura e da domesticação de animais já eram
realizados cruzamentos entre espécies sexualmente compatíveis na tentativa de obter
melhores indivíduos.

Um exemplo é o milho (observe na imagem acima). Agricultores foram


cruzando o ancestral do grão (o teosinto) com o objetivo de aumentar número de grãos
por espiga, tamanho e cor dos grãos, porte da planta etc. Como resultado desse
processo, o milho de hoje é completamente diferente da planta que lhe deu origem.

Com o passar dos anos, descobriu-se como as características são passadas de


uma geração para outra e qual o papel da genética neste processo. As técnicas foram
aprimoradas e as descobertas tornaram-se cada vez mais detalhadas. Os novos métodos
utilizados permitiram que os genes fossem transferidos sem a reprodução sexual. A
tecnologia que permitiu esse avanço ficou conhecida por Engenharia Genética.

Os transgênicos trazem inúmeros benefícios ao consumidor, ao agricultor e ao


meio ambiente. Os principais são:

Prevenção e tratamento de doenças

Por meio do uso de técnicas de biotecnologia, são desenvolvidos métodos de


diagnóstico de doenças, terapias, tratamentos e vacinas. Alguns produtos que já trazem
esses benefícios: insulina, hormônio do crescimento, vacina contra a Hepatite B e
vacina contra a dengue.

7
Disponibilidade de alimentos

Com a adoção de transgênicos na agricultura, há redução das perdas nas lavouras e,


conseqüentemente, aumento da produtividade. Isso faz com que mais alimentos estejam
disponíveis para compor a ração animal e também para o consumidor final.

Facilidade de manejo na agricultura

As características introduzidas nos transgênicos disponíveis para a agricultura


facilitam o manejo do produtor. A tolerância a herbicidas e a resistência a insetos
otimizam o uso de defensivos químicos.

Preservação do meio ambiente

Ao otimizar o uso de insumos, os transgênicos permitem que o agricultor use


menos água para diluir os produtos e menos combustível para a aplicação.

CONCLUSÃO
Alimentos transgênicos são alimentos que tiveram seu DNA modificado pela
inserção do gene de um outro organismo ou que apresentam em sua composição algum
ingrediente ou matéria-prima que passou pelo mesmo processo. Pode ser um milho que
recebeu um trecho do DNA de uma bactéria, um tofu6 feito com soja transgênica, uma
farinha feita com milho transgênico ou um biscoito que tenha em sua composição
derivados desses produtos. Os alimentos transgênicos, cada vez mais, fazem parte da
nossa vida.

Estima-se que quase 100% de todos os alimentos processados e bebidas


contenham pelo menos um ingrediente derivado de soja e milho. Os grãos, na maioria
das vezes, são transgênicos. Além disso, há muitos anos bactérias, leveduras e fungos
transgênicos atuam diretamente nos processos de fermentação, preservação e formação
de sabor e aromas de comidas e bebidas.

Também há outros cultivos transgênicos em alguns países. Nos Estados Unidos,


são plantadas variedades transgênicas de mamão, abóbora e beterraba. No Canadá,
chegou ao mercado em 2017 o salmão transgênico. Já em Bangladesh, há uma
variedade de berinjela resistente a insetos sendo cultivada.

Atualmente, os produtos que contêm transgênicos, do ponto de vista da


aparência, são iguais aos não modificados. Entretanto, é possível identificá-los por meio

6 Tofu é um alimento produzido a partir da soja. Tem uma textura firme parecida com a do queijo, sabor
delicado, cor branca cremosa e apresenta-se sob a forma de um bloco branco. É originário da China, mas
muito comum também na alimentação japonesa e coreana.

8
da rotulagem. No Brasil, se um produto contiver mais de 1% de ingrediente transgênico
em sua composição, deve ser rotulado. Para reconhecer esses alimentos, basta prestar
atenção nas seguintes indicações:

1. símbolo de transgênico na embalagem. A


representação é um triângulo amarelo, com a
letra T dentro;
2. frase “produto produzido a partir de soja
transgênica” ou “contém soja transgênica”;
3. nome da espécie doadora do gene junto à
identificação dos ingredientes ou sigla OGM
(Organismo Geneticamente Modificado).

É importante ressaltar que a rotulagem não tem relação com a biossegurança dos
transgênicos, mas sim com o direito à informação.

A transgenia também contribui para avanços na medicina. Diversas vacinas hoje


disponíveis foram desenvolvidas por meio de técnicas de biotecnologia. É o caso das
vacinas contra dengue, hepatite B e outras usadas para imunizar animais. Centros de
pesquisa e tratamento no mundo estão utilizando transgênicos para realizar tratamentos,
diagnósticos e desenvolver medicamentos.

Uma das primeiras aplicações da transgenia na saúde é também uma das mais
úteis: a produção de insulina por microrganismos transgênicos. Até a década de 1980,
ela extraída de bois e porcos e, freqüentemente, causava alergias. De lá para cá,
diabéticos do mundo inteiro se beneficiam dessa tecnologia. Isso tornou a insulina mais
segura e aumentou a eficiência dos tratamentos.

Outros bons exemplos das várias aplicações da transgenia na saúde são o


hormônio do crescimento e a vitamina C.

Além disso, insetos estão sendo geneticamente modificados para carregarem um


gene que, quando transmitido à prole, não deixa que ela se desenvolva. É o caso do
mosquito da dengue transgênico, aprovado no Brasil em 2014. Ele é idêntico ao Aedes
aegypti – exceto por dois genes modificados inseridos. Um deles faz as larvas do
mosquito brilharem sob uma luz especial (para que elas possam ser identificadas pelos
cientistas). O outro impede que os filhotes cheguem à fase adulta, reduzindo, assim, a
população do vetor da doença.

Embora não tenha sido o primeiro a utilizar a transgenia, o setor da agricultura é


o mais famoso. Isso porque boa parte da soja, milho, algodão e canola plantados no
mundo hoje são transgênicos. Além disso, por serem commodities, mercadorias
vendidas em grandes quantidades globalmente, milhões de toneladas são produzidas
todos os anos.

9
Área plantada com transgênicos no mundo, por cultura. | ISAAA, 2018

De acordo com dados do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em


Agrobiotecnologia (ISAAA), em 2017 foram cultivados 189,8 milhões de hectares com
culturas transgênicas. A soja foi responsável por metade da área, enquanto as outras
culturas pelos outros 50%.

O Brasil é o segundo país que mais planta transgênicos no mundo. Cultiva-


se soja, milho, algodão e, mais recentemente, cana-de-açúcar. Feijão e eucalipto,
embora já estejam liberados para plantio, ainda não são plantados em comercialmente.

Entre as culturas que já estão no campo, é na da soja que se observa a maior taxa
de adoção: 96,5% de toda a soja do Brasil é transgênica. A produção da oleaginosa foi a
primeira a receber autorização da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
(CTNBio), em 1998.

No Brasil e no mundo, grande parte dos transgênicos plantados apresenta


características que facilitam a agricultura. As características mais comuns adicionadas
às plantas são tolerância a herbicidas e resistência a insetos. A primeira foi obtida pela
inserção de gene de uma bactéria do solo chamada Agrobacterium tumefacien 7 s.
Também é de uma bactéria, a Bacillus thuringiensis8 , o gene que confere às plantas
resistência a insetos. Há variedades, inclusive, que apresentam os dois benefícios
combinados.

Embora o benefício dos transgênicos na agricultura seja percebido mais


diretamente pelo produtor, essa tecnologia também impacta o consumidor.

7 Agrobacterium tumefaciens é o agente causal da doença da galha da coroa em mais de 140 espécies de
eudicotiledôneas. É uma bactéria do solo Gram-negativa em forma de bastonete.
8 Bacillus thuringiensis é uma espécie microbiológica da família Bacillaceae. Foi descoberto em 1911 por
Ernst Berliner na província de Thuringia, Alemanha. Passou a ser utilizado como inseticida na França em
1938, e nos Estados Unidos da América na década de 1950.

10
Prós

1. Custo baixo devido à produção e larga escala.


2. Torna acessível diversos tipos de alimento a toda a população. tornando-a
acessível para toda população.
3. Facilita a vida do agricultor, que quando compra uma semente transgênica, tem
menos gastos com pesticidas e outros produtos químicos.

Contras

1. Há desgaste do ambiente e alterações que podem tornar-se irreversíveis, como a


aplicação de agrotóxicos, que penetra na terra e através da chuva atinge os rios e
toda fauna e flora que está interligado.
2. Dúvidas geradas quanto à própria saúde humana e os riscos que podem se
desencadear a longo tempo.
3. Pesquisadores ainda criticaram o processo de análise de atividades que
envolvam o uso comercial de OGM e derivados pela CTNBio. As faltas de
transparência, participação popular e critérios mais claros para a aprovação de
plantas transgênicas para comercialização no Brasil são algumas das críticas.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA
1. BERTONCINI, Celia Rejane Antonio. Tecnica de Transgenia (2009). Universidade
Federal de São Paulo. Disponivel em: https://www.researchgate.net/profile/Clelia_
Bertoncini/publication/263854582_Tecnica_de_Transgenia/links/0f31753c2d0bea4816
000000/Tecnica-de-Transgenia.pdf, vistado em 20/11/2018, as 13h30.
2. CAMARA, Maria Clara Coelho; MARINHO, Carmem L. C.; GUILAM, Maria Cristina
Rodrigues; e NODARI, Rubens Onofre. Transgenicos: avaliação da possível (in)
segurança alimentar atraves da produção científica. História, Ciência e Saúde –
Manguinhos, Rio de Janeiro, v.16, n.3, jul-set 2009, p 669-681.
3. Transgênicos: tudo o que voce precisa saber. CIB (Conselho de Informações sobre
Biotecnologia). Disponível em https://cib.org.br/transgenicos/, visitado em 19/11/2018,
as 21h17min.
4. Trangênicos: Pesquisadores expõem argumentos e esclarecem duvidas de procuradores
sobre assunto. Reunião de trabalho aberta da Câmara de Meio Ambiente e Patrimonio
Cultural. Procuradoria Geral da República, realizada em 2 de dezembro de 2016.
Disponível em: http://www.mpf.mp.br/pgr/noticias-pgr/transgenicos-pesquisadores-
expoem-argumentos-pros-e-contras-e-esclarecem-duvidas-de-procuradores-sobre-o-
assunto, visitado em 20/11/2018 as 12h10min.

11
ANEXOS 1

12
ANEXO 2

13
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA
BIOMEDICINA
TRANSGENICOS
BIOLOGIA MOLECULAR E BIOTECNOLOGIA

Rio de Janeiro, 21 de novembro de 2018

MARCOS EVANDRO T. PINTO

ROSANA DA SILVA PIMENTEL

LORENA MACHADO DOS SANTOS

14

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