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620 QUESTÕES DE BIOLOGIA...

COM COMENTÁRIO E RESOLUÇÃO!

PRIMEIRA BATERIA

01. (UERJ) A invertase é a enzima que hidrolisa a sacarose em glicose e frutose. Incubou-se,
em condições adequadas, essa enzima com sacarose, de tal forma que a concentração inicial,
em milimoles por litro, do dissacarídeo fosse de 10mM. Observe os gráficos a seguir.

Aquele que melhor representa a variação das concentrações, em função do tempo de


incubação, da sacarose e da glicose, é o de número:
a) 4.
b) 3.
c) 2.
d) 1.
ALTERNATIVA CORRETA: C
JUSTIFICATIVA
- Atente para o que é solicitado na questão: (“... Aquele que melhor representa a variação das
concentrações, em função do tempo de incubação, da sacarose e da glicose, é o de número: ...
“).
- Perceba que a questão se refere às concentrações de sacarose e glicose. Ela não solicita a
concentração de frutose mais glicose.
- Como mostra o gráfico 2, a medida que a concentração de sacarose tende a zero, a de
glicose se estabiliza em torno de 10mM.
- Gráfico 1 mostra que a concentração de glicose tende a superar 10mM.
- O perfil mostrado no gráfico 3 não é de uma reação enzimática.
- O gráfico 4 mostra que a concentração de glicose se estabiliza em torno de 20mM. Valor que
seria atribuído ao somatório da concentração de glicose mais frutose.
- O gráfico 2 atende, portanto, o que foi solicitado na questão.

02. (UFV) Os três componentes químicos encontrados nas membranas plasmáticas são:
a) Proteínas, lipídios e ácidos nucleicos.
b) Proteínas, lipídios e carboidratos.
c) Lipídios, carboidratos e ácidos nucleicos.
d) Proteínas, carboidratos e ácidos nucleicos.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Proteínas, lipídios e carboidratos.”)
JUSTIFICATIVA
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- As proteínas, juntamente com os lipídios, representam os componentes mais abundantes da


membrana plasmática, razão pela qual se costuma dizer que ela apresenta constituição
lipoproteica. Além de participar da estrutura mecânica da membrana, as proteínas
desenvolvem funções importantes, entre as quais: (a) exercer atividade reguladora; (b) atuar no
reconhecimento de substâncias, função importante, não apenas para selecionar o que entra e
o que sai da célula, mas também para o reconhecimento e a comunicação entre as células; (c)
favorecer a adesão entre células adjacentes; (d) funcionar como pontos de apoio para o
citoesqueleto e (e) atuar como transportadora entre o meio externo e o meio interno,
carregando substâncias para dentro e para fora da célula. No último caso, fala-se,
basicamente, em proteínas de canal e proteínas carreadoras ou carregadoras (permeases). As
permeases estão envolvidas na difusão facilitada.
- Os lipídios constituem, na maioria das células animais, cerca de 50% da massa total da
membrana plasmática. Os três principais tipos de lipídios encontrados nessa membrana são os
fosfolipídios (mais abundantes), dos quais citamos: fosfatidilcolina, esfingomielina,
fosfatidiletanolamina e fosfatidilserina; o colesterol e os glicolipídios. Trata-se de moléculas
anfipáticas, ou seja, dotadas de uma extremidade polar (cabeça polar) ou hidrófila (“atraída”
pela água) e outra apolar (duas caudas apolares) ou hidrófoba (“repelida” pela água). A
membrana das células vegetais não apresenta colesterol. Nela, o colesterol é substituído por
outros esteróis, denominados, coletivamente, de fitoesteróis. Lembramos que algumas
proteínas que participam da composição química da membrana são também anfipáticas, com
as extremidades hidrófilas (polares) situadas na superfície e as hidrófobas (apolares) se
inserindo na porção hidrofóbica da camada fosfolipídica.
- Todas as células eucarióticas apresentam carboidratos na sua superfície. A maior parte se
apresenta como cadeias de oligossacarídeos ligados covalentemente às proteínas da
membrana, formando as glicoproteínas. Uma menor quantidade se liga aos lipídios, formando
os glicolipídios. Algumas membranas plasmáticas são dotadas, também, de proteoglicanos,
cadeias polissacarídicas ligadas covalentemente às proteínas transmembrana, presentes no
lado externo da célula como parte a matriz celular.
- Os ácidos nucleicos não são encontrados na membrana plasmática.

03. (UNIMONTES) A tirinha a seguir ilustra uma situação comumente encontrada nos dias de
hoje. Leia-a atentamente e analise-a.

Considerando a figura e o assunto relacionado com a biologia, implícito no diálogo, analise as


alternativas abaixo e assinale a correspondente ao composto que melhor justifica o não
respondido por Sofia.
a) Proteína.
b) DNA.
c) Carboidrato.
d) Lipídeo.
ALTERNATIVA CORRETA: B
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(“DNA.”)
JUSTIFICATIVA
A situação ilustrada na tirinha se relaciona com o parentesco entre irmãos, envolvendo, dessa
forma, do DNA, que é o material genético.

04. (UNIFAL) As membranas biológicas são fundamentais na estrutura e funcionamento das


células. São constituídas por lipídios e proteínas e, em algumas membranas, outros compostos
como colesterol e carboidratos podem fazer parte de sua estrutura. Nas células animais, os
carboidratos fazem parte do glicocálix, onde exercem uma importante função. Das alternativas
relacionadas abaixo, assinale aquela que apresenta uma função atribuída aos carboidratos:
a) Permitem que uma célula reconheça outra e possa interagir com ela.
b) Constituem canais que permitem a passagem de uma grande quantidade de íons.
c) Permitem a ligação com certos componentes do citoesqueleto.
d) Participam do transporte de determinadas moléculas, transportando-as através da
membrana.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Permitem que uma célula reconheça outra e possa interagir com ela.”)
JUSTIFICATIVA
- Glicocálix (glicocálice): camada de hidratos de carbono (CARBOIDRATOS) ligados às
proteínas, constituindo glicoproteínas, ou a lipídios, formando glicolipídios, constantemente
renovada. Ele está presente na superfície externa da membrana plasmática e responde pela
“identidade celular”. Embora pertença à mesma classe de compostos químicos, os
componentes do glicocálix não são iguais em todas as células, tornando-o responsável por
essa importante atividade celular. Entre as funções do glicocálix, destacamos: (a) proteção
contra agressões físicas e químicas do ambiente; (b) malha de retenção de nutrientes e
enzimas, mantendo um microambiente adequado ao redor de cada célula e (c) reconhecimento
molecular, promovendo, em última análise, a adesão ou a rejeição entre as células.
- Em algumas bactérias, pode se desenvolver, por extensão da camada superficial, um
glicocálice de fibras enroladas de polissacarídeos, que constitui um equivalente funcional da
cápsula. Embora as bactérias nem sempre formem glicocálice, quando cultivadas em
laboratório, essa estrutura pode ter, na natureza, um papel importante na iniciação e na
evolução de uma infecção bacteriana, mediando a adesão da bactéria a diferentes substratos.
Através de algumas reações enzimáticas que ocorrem no glicocálice, por exemplo, certas
bactérias têm a capacidade de colonizar a superfície esmaltada intacta dos dentes, bem como
a de outros substratos aparentemente resistentes.
- As alternativas B, C e D, estão relacionadas com proteínas.

05. (FAVIP) Os carboidratos representam as principais fontes energéticas do organismo e


devem estar presentes na alimentação. Tal energia é disponibilizada através de reações
metabólicas celulares que:
a) Transformam os carboidratos em compostos de mais alta energia por meio de reações
catabólicas.
b) Degradam os carboidratos em compostos de menor energia por meio de reações
anabólicas.
c) Armazenam toda a energia liberada de reações “endotérmicas” na molécula de ATP.
d) Armazenam parte da energia livre de reações “exotérmicas” na molécula de ATP.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Armazenam parte da energia livre de reações “exotérmicas” na molécula de ATP.”)
JUSTIFICATIVA
- No processo respiratório aeróbio, importante reação metabólica celular, apenas, cerca de
40 da energia liberada é conservada sob a forma de ligações fosfóricas do ATP, útil para as
células.
- Alternativa A – INCORRETA
* Seriam reações anabólicas.
- Alternativa B – INCORRETA
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* Seriam reações catabólicas


- Alternativa C – INCORRETA
* Apenas parte da energia liberada através das reações metabólicas celulares é armazenada
na molécula de ATP.

06. (UFCG) Determinadas espécies possuem reprodução sexuada numa fase e assexuada em
outra, fenômeno denominado alternância de gerações. A fase assexuada da reprodução, em
que o pólipo libera fragmentos que originarão exemplares morfologicamente diferentes, é
denominada de:
a) Regeneração.
b) Esporulação.
c) Cissiparidade.
d) Propagação vegetativa.
e) Estrobilização.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Estrobilização.”)
JUSTIFICATIVA
- Estrobilização ou estrobilação é um tipo de reprodução assexuada, no qual há uma
fragmentação do organismo em várias partes e cada uma delas cresce formando um novo
indivíduo. Ocorre em algumas espécies de cnidários (celenterados), nos quais o pólipo se
divide transversalmente em inúmeros fragmentos denominados éfiras ou esfírulas (medusas
imaturas). Destacando-se cada éfira se desenvolve, dando origem a uma medusa (seres
natantes), forma sexuada desses invertebrados aquáticos.
- Alternativa A – INCORRETA
* Regeneração (laceração): nesse processo assexuado, o organismo tem seu corpo
fragmentado e cada parte resultante se desenvolve, por mitose, originando um novo indivíduo.
Como exemplo citamos as estrelas-do-mar (equinoderma), em que diferentes partes do corpo,
quando separadas, por fragmentação, podem originar estrelas inteiras. Esse processo ocorre
também entre as planárias (platelminto aquático de vida livre). Trabalhos experimentais têm
mostrado que, nas planárias, há um gradiente de regeneração da cabeça para a cauda, com a
cabeça se regenerando mais facilmente que as demais partes do corpo.
- Alternativa B – INCORRETA
* - Esporulação: ocorre, por exemplo, em alguns protozoários denominados esporozoários.
Nesse processo a célula sofre sucessivas divisões do seu núcleo (cariocinese),
acompanhadas, posteriormente, de idêntico número de divisões citoplasmáticas (citocinese ou
citodiérese).
- Alternativa C – INCORRETA
* Cissiparidade (bipartição ou divisão binaria): reprodução assexuada bastante simples e rápida
que consiste na divisão de um ser em duas partes iguais, ou aproximadamente iguais, onde
cada uma delas dará origem a um novo indivíduo de composição genética idêntica à celular
mãe. Esse tipo de reprodução ocorre em bactérias, protozoários e algas unicelulares.
Alternativa D - INCORRETA
* Propagação vegetativa (multiplicação vegetativa): processo em que partes vegetativas de
uma planta (raízes, caule e folhas), além de exercerem suas funções habituais, podem estar
envolvidas com a reprodução assexuada. Neste caso, parte do organismo “materno” origina,
sem fecundação, um ou mais descendentes geneticamente iguais.

07. (UTFPR) Em organismos eucariontes unicelulares ou multicelulares, a reprodução pode


estar associada à mitose. Em alguns fungos, como leveduras, surge por mitose uma célula
menor que se destaca da célula inicial originando um novo organismo. Assinale a alternativa
correta sobre esse tipo de reprodução.
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a) É uma reprodução sexuada e os descendentes serão geneticamente iguais entre si e em


relação aos ascendentes.
b) É uma reprodução assexuada e denomina-se cissiparidade ou bipartição.
c) É uma reprodução por gemiparidade ou brotamento e os descendentes serão geneticamente
idênticos entre si.
d) Essa reprodução denomina-se conjugação e é assexuada.
e) As células menores que surgem por mitose são gametas, portanto é uma reprodução
sexuada.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“É uma reprodução por gemiparidade ou brotamento e os descendentes serão geneticamente
idênticos entre si.”)
JUSTIFICATIVA
- Gemiparidade ou brotamento: reprodução assexuada que se caracteriza pela emissão de
saliências (dilatações) denominadas brotos (gêmulas ou gemas), formadas por mitose, na
superfície externa do organismo progenitor. Os brotos podem se destacar, originando novos
seres geneticamente idênticos entre si, ou ficar ligados ao organismo original, formando uma
colônia. Esse processo pode ocorrer em fungos, como as leveduras, bem como nos poríferos
(esponjas) e nas hidras (celenterados), constituindo-se como exemplos de animais
invertebrados que apresentam esse tipo de reprodução. Ao contrário da bipartição, no
brotamento o indivíduo se “parte” em pedaços desiguais.
- Alternativa A – INCORRETA
* Não é um tipo de reprodução sexuada.
- Alternativa B – INCORRETA
* Embora seja um tipo de reprodução assexuada não se trata de cissiparidade ou bipartição.
- Alternativa D – INCORRETA
* Não se trata de conjugação, embora seja assexuada.
- Alternativa E – INCORRETA
* Não há formação de gametas.

08. (CEFET-AL) Por meio da reprodução – assexuada ou sexuada – um organismo produz


descendentes, passando para eles os seus genes. Sobre esse assunto, assinale a afirmativa
correta.
a) Na reprodução assexuada, há participação de apenas um indivíduo, e os descendentes são
formados por meiose.
b) Na reprodução sexuada, exceto quando ocorrem mutações, são produzidos indivíduos
geneticamente iguais.
c) Na reprodução sexuada, pode ser produzida grande quantidade de indivíduos em curto
intervalo de tempo.
d) O brotamento é um tipo de reprodução assexuada em que os descendentes são formados
por meiose.
e) Na reprodução sexuada, ocorre maior variedade genética, porque os gametas são
geneticamente distintos.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Na reprodução sexuada, ocorre maior variedade genética, porque os gametas são
geneticamente distintos.”)
JUSTIFICATIVA
- Reprodução sexuada, também denominada gâmica, é um tipo de reprodução em que há
participação de células especializadas denominadas gametas, que se unem através da
fecundação. Dessa forma, ela está relacionada com processos que envolvem trocas e mistura
de material genético entre organismos da mesma espécie. A reprodução sexuada envolve dois
fatores essenciais: meiose e fecundação. A meiose tem por objetivo reduzir o número de
cromossomos à metade, formando gametas, na maioria dos organismos. A fecundação, por
outro lado, tem por finalidade restaurar o número de cromossomos da espécie.
- Alternativa A – INCORRETA
* Na reprodução assexuada não ocorre meiose.
- Alternativa B – INCORRETA
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* Em havendo mutação (alteração na informação genética) há uma tendência a que os


indivíduos produzidos não sejam geneticamente iguais. Um “novo” gene, resultante de uma
mutação, tem propriedades imprevisíveis. Ele pode interferir de tal modo no metabolismo
celular, a ponto de tornar o organismo inviável.
- Alternativa C – INCORRETA
* Grande quantidade de indivíduos em um curto intervalo tempo ocorre, via de regra, no
processo assexuado.
Alternativa D – INCORRETA
* Brotamento ou gemiparidade: reprodução assexuada que se caracteriza pela emissão de
saliências (dilatações) denominadas brotos (gêmulas ou gemas), formadas por mitose, na
superfície externa do organismo progenitor.

09. (PUC-RIO) Circula na Internet uma notícia verídica: uma inglesa negra, com ancestrais
brancos, deu à luz a duas gêmeas em 2005, uma negra e a outra branca. Tanto a mãe, quanto
o pai são filhos de casais mistos (negro e branco). Sendo as gêmeas filhas do mesmo pai e da
mesma mãe, a explicação para este fato é que:
a) Dois espermatozoides fecundaram cada um, um óvulo, formando embriões que se
desenvolveram independentemente e simultaneamente no mesmo útero.
b) Um só espermatozoide fecundou um óvulo, que se dividiu posteriormente formando gêmeos
univitelinos.
c) Dois espermatozoides fecundaram um só óvulo, formando dois embriões que se
desenvolveram independentemente no mesmo útero.
d) Dois espermatozoides fecundaram um só óvulo, formando dois embriões que deram origem
a gêmeos dizigóticos.
e) Um espermatozoide fecundou dois óvulos, formando dois embriões que se desenvolveram
independentemente e simultaneamente no mesmo útero.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Dois espermatozoides fecundaram cada um, um óvulo, formando embriões que se
desenvolveram independentemente e simultaneamente no mesmo útero.”)
JUSTIFICATIVA
- Na reprodução, cada espermatozoide fecunda um óvulo e cada óvulo é fecundado por um
espermatozoide.
- Via de regra, a fêmea humana produz apenas um óvulo a cada ovulação. Pode acontecer,
entretanto, ovulação dupla, na qual dois folículos ovarianos ovulam simultaneamente.
- Gêmeos idênticos (univitelinos ou monozigóticos) são originados a partir da divisão total tardia
de um embrião formado a partir de um só óvulo, fecundado por um único espermatozoide.
- No caso dos gêmeos dizigóticos, fraternos ou não idênticos, como as meninas acima
mencionadas, os fetos são originados da fecundação de dois óvulos, cada um fertilizado por
um espermatozoide diferente. Dessa forma, estes gêmeos se desenvolvem a partir de dois
óvulos fecundados separadamente.

10. (UNIRIO) Os pulgões (afídeos) são insetos que sugam a seiva de uma grande variedade
de plantas. No Brasil, como em outras regiões de clima quente, a sua reprodução depende da
fêmea sem a participação do macho. A esse tipo de reprodução chamamos:
a) Partenogênese.
b) Neotenia.
c) Poliembrionia.
d) Conjugação.
e) Fecundação.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Partenogênese.”)
JUSTIFICATIVA
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- Partenogênese: processo de reprodução em que um óvulo não fecundado se desenvolve,


originando um organismo adulto. Esse fenômeno é bem difundido entre os invertebrados,
principalmente entre os insetos e os crustáceos.
- Alternativa B – INCORRETA
* Neotenia: fenômeno em que o indivíduo atinge a maturidade sexual, produzindo gametas
fertilizáveis, ainda na fase larvária. Trata-se, em última análise, de uma reprodução no estado
larvar.
- Alternativa C – INCORRETA
* Poliembrionia: fenômeno em que vários indivíduos se desenvolvem a partir de um único ovo
ou zigoto. Os seres formados por esse processo (inseto, tatu, etc.) possuem a mesma
constituição genética.
- Alternativa D – INCORRETA
* Conjugação: é a troca de material genético entre células, promovendo recombinação gênica,
na ausência de gametas. Esse processo é bastante estudado e conhecido nas bactérias. Neste
caso, duas bactérias se unem e uma delas, a bactéria doadora (bactéria “macho”) transfere,
através de uma ponte citoplasmática (ponte de conjugação), material genético para a bactéria
receptora (bactéria “fêmea”). O material transferido pode ser incorporado ao material genético
da receptora, que passa a ter uma constituição genética diferente.
- Alternativa E – INCORRETA
* Fecundação (fertilização): união de dois gametas haploides (n), levando à formação do ovo
ou zigoto diploide (2n)

11. (UNIRIO) Em Congressos Científicos, nacionais e internacionais, muitos trabalhos são


divulgados sob a forma de painéis como o intitulado “Nova ocorrência e caracterização de
Phenax variegata (Fulgoridae)”, apresentado durante o XXIII Congresso Brasileiro de Zoologia.
De acordo com as Regras de Nomenclatura Zoológica, quais categorias taxonômicas podem
ser identificadas no título desse painel?
a) Espécie e reino.
b) Espécie e família.
c) Gênero e família.
d) Gênero e filo.
e) Família e classe.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Espécie e família.”)
JUSTIFICATIVA
- Phenax variegata (espécie): o organismo deve ter seu nome formado por duas partes
(nomenclatura binominal). A primeira identifica o gênero e a segunda qualifica a espécie,
devendo ambas as palavras serem grifadas de forma destacada (sublinhada, escrita em itálico
ou em negrito). O nome relativo ao gênero (Phenax, no caso citado) deve ser escrito,
obrigatoriamente, com letra inicial maiúscula. O nome relativo à espécie (variegata, no exemplo
citado), deve ser escrito com letra minúscula. Quando a segunda palavra, que qualifica a
espécie, se refere a nomes próprios, tais como: homenagem a uma pessoa ou nome de uma
localidade, poderá ser escrita também, como inicial maiúscula. Constitui-se erro grava o uso do
nome que qualifica a espécie isoladamente, sem ser antecipado pelo nome do gênero. É
errado, portanto, dizer que o homem pertence ao gênero Homo e à espécie sapiens.
Corretamente devemos dizer que o homem pertence ao gênero Homo e à espécie Homo
sapiens.
- Fulgoridae (família): em taxonomia, a família é uma categoria situada entre a ordem e o
gênero. Ela engloba, portanto, vários gêneros. Apresenta um radical que vem do nome do
gênero com maior representatividade de espécie dentro dessa família e a terminação idae no
caso do reino animal (Felidae, Canidae, etc.) e aceae no caso do reino das plantas (Rosaceae,
Palmaceae, etc.).
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12. O palmito-juçara e o açaí têm como nomes científicos Euterpe edulis e Euterpe oleracea,
respectivamente. Pode-se dizer que ambos apresentam os mesmos níveis taxonômicos,
exceto:
a) Gênero.
b) Família.
c) Ordem.
d) Divisão.
e) Espécie.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Espécie.”)
JUSTIFICATIVA
- Euterpe edulis e Euterpe oleracea: embora pertençam ao mesmo gênero (Euterpe), são
espécies diferentes (Euterpe edulis e Euterpe oleracea). Os seres vivos são reunidos em sete
grupos denominados táxons, que em ordem decrescentes são: Reino, Filo, Classe, Ordem,
Família, Gênero e Espécie (táxon básico). Eventualmente, as sete categorias taxionômicas
podem ser divididas, quando da necessidade de uma classificação mais precisa. Dessa forma,
podermos ter: sub-reinos, subfilos, subclasses, etc.

13. (UFLA) De acordo com o sistema universal de classificação, a alternativa que apresenta a
sequência de categorias taxonômicas iniciando-se a partir de filo é:
a) Chordata – Mammalia – Carnívora – Canidae – Canis.
b) Chordata – Carnívora – Mammalia – Canidae – Canis.
c) Chordata – Canidae – Carnívora – Mammalia – Canis.
d) Chordata – Mammalia – Canidae – Carnívora – Canis.
e) Chordata – Canis – Mammalia – Canidae – Carnívora.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Chordata – Mammalia – Carnívora – Canidae – Canis.”)
JUSTIFICATIVA
- Os seres vivos são reunidos em sete grupos denominados táxons, que em ordem
decrescentes são: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie (táxon básico).
Eventualmente, as sete categorias taxionômicas podem ser divididas, quando da necessidade
de uma classificação mais precisa. Dessa forma, podermos ter: sub-reinos, subfilos,
subclasses, etc. Dessa forma temos:
* Chordata: filo
* Mammalia: classe
* Carnívora: ordem
* Canidae: família
* Canis: gênero

14. (UFLA) Em relação à sistemática e à nomenclatura zoológica, pode-se afirmar que:


I. Os nomes genéricos devem ser escritos com a primeira letra maiúscula e destacada do
restante do texto.
II. A ordem hierárquica das categorias taxonômicas é: reino, filo, ordem, classe, família, gênero
e espécie.
III. A escrita correta para a espécie humana, seguindo as regras de nomenclatura, é Homo
sapiens.
IV. Os nomes da categoria da família em animais são sempre terminados em idae, como, por
exemplo, Felidae e Viperidae.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas II e III são corretas.
b) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.”)
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JUSTIFICATIVA
I. AFIRMATIVA CORRETA
*Os organismos devem ter seu nome formado por duas partes (nomenclatura binominal). A
primeira identifica o gênero e a segunda qualifica a espécie, devendo ambas as palavras serem
grifadas de forma destacada (sublinhada, escrita em itálico ou em negrito). O nome relativo ao
gênero deve ser escrito, obrigatoriamente, com letra inicial maiúscula e destacada do texto.
II. AFIRMATIVA INCORRETA
* A ordem hierárquica das categorias taxonômica e: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família,
Gênero e Espécie (táxon básico). Eventualmente, essas categorias taxionômicas podem ser
divididas, quando da necessidade de uma classificação mais precisa. Dessa forma, podermos
ter: sub-reinos, subfilos, subclasses, etc.
III. AFIRMATIVA CORRETA
* A escrita correta para a espécie humana é Homo sapiens. Constitui-se erro grave escrever
que o homem pertence ao gênero Homo e à especie sapiens.
IV. AFIRMATIVA CORRETA
* Em taxonomia, a categoria família apresenta um radical que vem do nome do gênero com
maior representatividade de espécie dentro dessa família e a terminação idae no caso do reino
animal (Felidae, Viperidae, Canidae, etc.) e aceae no caso do reino das plantas (Rosaceae,
Palmaceae, etc.).

15. (UNIFESP) “Em uma área de transição entre a mata atlântica e o cerrado, são encontrados
o pau-d’arco (Tabebuia serratifolia), a caixeta (Tabebuia cassinoides) e alguns ipês (Tabebuia
aurea, Tabebuia alba, Cybistax antisyphillitica). O cipó-de-são-joão (Pyrostegia venusta) é
também frequente naquela região”. Considerando os critérios da classificação biológica, no
texto são citados:
a) 3 gêneros e 3 espécies.
b) 3 gêneros e 4 espécies.
c) 3 gêneros e 6 espécies.
d) 4 gêneros e 4 espécies.
e) 4 gêneros e 6 espécies.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“3 gêneros e 6 espécies.”)
JUSTIFICATIVA
- Os seres vivos têm seu nome formado por duas partes (nomenclatura binominal). A primeira
identifica o gênero e a segunda qualifica a espécie. Dessa forma, o nome das espécies devem
conter, obrigatoriamente, as duas partes.
- 3 GÊNEROS: Tabebuia, Cybistax e Pyrostegia.
- 6 ESPÉCIES: Tabebuia serratifolia, Tabebuia cassinoides, Tabebuia aurea, Tabebuia alba,
Cybistax antisyphillitica e Pyrostegia venusta.

16. (UFMG) Assinale a associação correta:


a) Bactéria: clorofilada – autótrofa – eucariótica.
b) Vírus: aclorofilado – heterótrofo – eucariótico.
c) Fungo: aclorofilado – heterótrofo – eucariótico.
d) Protozoário: aclorofilado – autótrofo – procariótico.
e) Alga: clorofilada – heterótrofa – procariótica.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Fungo: aclorofilado – heterótrofo – eucariótico.”)
JUSTIFICATIVA
- Associação a – INCORRETA
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* O pigmento fotossintetizante encontrado em algumas bactérias é denominado


bacterioclorofila, que embora possua composição distinta da clorofila, também absorve uma
determinada quantidade de energia da radiação luminosa. As bactérias, entretanto, são
procariontes e não eucariontes.
- Associação b – INCORRETA
* Vírus são “organismos” acelulares.
- Associação d – INCORRETA
* Os protozoários são seres vivos unicelulares, eucariontes e heterótrofos, sendo desprovidos
de clorofila (aclorofilados).
- Associação e – INCORRETA
* Algas são organismos clorofilados, eucarióticos e dotados da capacidade de realizar
fotossíntese, sendo, portanto, autótrofos.

17. (PUC-PR) Um estudante de Biologia, ao realizar uma pesquisa científica, chegou à


conclusão de que um determinado ser vivo apresenta as seguintes características:
- Tem como substância de reserva o glicogênio.
- Apresenta quitina como um dos componentes da membrana celular.
- É pluricelular, muito embora suas células não constituam tecidos diferenciados.
- É eucarionte, porém não sintetiza pigmento fotossintetizante.
Pelas características expostas, conclui-se que o ser vivo pesquisado pertence ao reino:
a) Protista.
b) Fungi.
c) Monera.
d) Plantae.
e) Animalia.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Fungi.)
JUSTIFICATIVA
- Os caracteres descritos no enunciado da questão são típicos dos fungos.
* O Reino Fungi compreende organismos eucariontes, heterotróficos que se alimentam de
nutrientes absorvidos do meio. A maioria dos fungos possui uma parede celular complexa,
constituída de quitina, mesma substância encontrada no esqueleto dos artrópodes. A
substância de reserva energética da maioria dos fungos é o glicogênio, também presente nos
animais. Nesse reino há espécies unicelulares e multicelulares formadas por filamentos
denominados hifas. Como exemplo de fungos unicelulares citamos a levedura Saccharomyces
cerevisiae, fungo utilizado para a fabricação de pão, cachaça, cerveja, etc., graças à
fermentação que realiza. Os fungos são conhecidos popularmente como leveduras (fermento),
mofos, bolores, cogumelos e orelha-de-pau. Existem espécies de vida livre e associadas (em
mutualismo) com outros organismos. É o caso, por exemplo, dos liquens, que é uma
associação harmônica interespecífica de fungos e algas.
- Alternativa A – INCORRETA
* Protista: seres unicelulares eucariontes. Nesse grupo estão incluídos os protozoários,
organismos heterótrofos, que podem obter seus alimentos por absorção ou por ingestão e as
algas unicelulares, que são autótrofas fotossintetizantes.
- Alternativa C – INCORRETA
* Monera: reúne seres procariontes, unicelulares, coloniais ou não, representados pelas
bactérias e cianobactérias (conhecidas no passado como cianofíceas ou algas azuis).
- Alternativa D – INCORRETA
* Plantae: seres pluricelulares autótrofos que realizam a fotossíntese. Nesse grupo estão
incluídas as plantas e as algas multicelulares.
- Alternativa E – INCORRETA
* Animalia: seres pluricelulares heterótrofos, desprovidos de clorofila.

18. (UPE) No reino Protista, todos os organismos são ______1______. As algas protistas são
______2______ classificadas de acordo com _____3______. Os protozoários, em relação à
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nutrição, são todos ____4________, obtendo o alimento do meio por ______5______ou


absorção.
A seguir, assinale a alternativa que contém as palavras que preenchem corretamente as
lacunas do texto acima.
a) 1-procariontes; 2-fotossintetizantes; 3-sua coloração; 4-parasitas; 5-fagocitose.
b) 1-unicelulares; 2-quimiossintetizantes; 3-sua morfologia; 4-parasitas; 5-ingestão.
c) 1-procariontes; 2-unicelulares; 3-seus pigmentos; 4-autótrofos; 5-quimiossíntese.
d) 1-eucariontes; 2-unicelulares; 3-sua morfologia; 4-quimiossintetizantes; 5-fagocitose.
e) 1-eucariontes; 2-fotossintetizantes; 3-seus pigmentos; 4-heterótrofos; 5-ingestão.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“1-eucariontes; 2-fotossintetizantes; 3-seus pigmentos; 4-heterótrofos; 5-ingestão.”)
JUSTIFICATIVA
- Protistas (1) são eucariontes unicelulares
* Incorretas: A e C.
- Algas protistas (2 e 3) são fotossintetizantes unicelulares. A maioria apresenta clorofila, além
de outros pigmentos como carotenos e xantofilas. A presença desses pigmentos é uma
caracteristica muito importante como critério de classificação.
* Incorretas: B e D.
- Os protozoários (4 e 5) são organismos heterótrofos, que podem obter seus alimentos por
absorção ou por ingestão.
* Incorretas: A, B, C e D.

19. (UFJF) Qual a probabilidade de um casal que tem 5 filhos homens ter, novamente, um filho
do sexo masculino?
a) 0%.
b) maior do que 0% mas inferior a 25%.
c) 50%.
d) maior do que 75% mas inferior a 100%.
e) 100%.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“50%.”)
JUSTIFICATIVA
- Trata-se de eventos independentes: dois eventos são independentes quando a probabilidade
de ocorrer B não é condicional à ocorrência de A.
- Como cada filho é um evento independente em relação ao nascimento de outros filhos do
º
mesmo casal, a probabilidade do 6 filho ser do sexo masculino continua sendo 50% (1/2).
º
- Mesma probabilidade será do 6 filho ser do sexo feminino.

20. (UNEMAT) Um casal normal teve dois filhos normais e um filho com albinismo, doença
genética, condicionada por um único par de alelos, caracterizada pela ausência de
pigmentação na pele, cabelo e olhos. Com base neste caso, é correto afirmar.
a) A anomalia é condicionada por um gene dominante.
b) A probabilidade de o casal ter um próximo filho albino é de 50%.
c) Os pais são homozigotos.
d) O gene para a anomalia é recessivo.
e) Todos os filhos normais são heterozigotos.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“O gene para a anomalia é recessivo.”)
JUSTIFICATIVA
- O albinismo é uma herança autossômica recessiva [um casal normal teve um filho com
albinismo, como consta no enunciado (“Um casal normal teve dois filhos normais e um filho
com albinismo, ...”)]. Dessa forma, os genitores são heterozigotos (Aa).
- CRUZAMENTO:
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* Casal: Aa x Aa = AA (normal homozigoto) + Aa (normal heterozigoto) + Aa (normal


heterozigoto) + aa (albino). Portanto: 1/4 normal homozigoto (AA), 2/4 normais heterozigotos
(Aa) e 1/4 albino (aa).
* O casal pode, dessa forma, ter filhos normais homozigotos (AA) e filhos normais
heterozigotos (Aa), com probabilidades de 25% (1/4) e 50% (2/4), respectivamente.
* A probabilidade de o casal ter um filho albino (aa) é 1/4 (25%).
- Alternativa A – INCORRETA
* A anomalia é condicionada por um gene recessivo.
- Alternativa B – INCORRETA
* A probabilidade de o casal ter um próximo albino é de 25%.
- Alternativa C – INCORRETA
* Os pais são heterozigotos.
- Alternativa E – INCORRETA
* Dos filhos normais 2/3 são heterozigotos e 1/3 é homozigoto.

SEGUNDA BATERIA
01. (CESGRANRIO) “Cerca de 27 milhões de brasileiros têm intolerância ao leite por
deficiência na produção de uma enzima do intestino”.
(FOLHA DE SÃO PAULO, 09/08/98)
Sobre a enzima citada no artigo, e as enzimas em geral, podemos afirmar que:
a) Aumentam a energia de ativação necessária para as reações.
b) Atuam de forma inversamente proporcional ao aumento da temperatura.
c) São altamente específicas em função de seu perfil característico.
d) São estimuladas pela variação do grau de acidez do meio.
e) São consumidas durante o processo, não podendo realizar nova reação do mesmo tipo.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“São altamente específicas em função de seu perfil característico.”)
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A – INCORRETA
* As enzimas mudam o mecanismo da reação, fazendo que o processo requeira uma menor
energia de ativação.
- Alternativa B – INCORRETA
* As enzimas não atuam de forma inversamente proporcional ao aumento de temperatura. Via
de regra, elas têm uma temperatura ótima de funcionamento. A velocidade da reação é
máxima na temperatura ótima, diminuindo sua eficiência abaixo ou acima dessa temperatura.
o
Dependendo da enzima, esse ótimo pode variar bastante, podendo estar ao redor de 0 C, no
o o
caso de certos peixes árticos, ou em torno de 40 C/60 C, em bactérias e algas que vivem em
o
fontes termais. Em temperaturas superiores a 42 C, entretanto, a maioria das enzimas perde
sua atividade, devido à desnaturação.
- Alternativa C – CORRETA
* As enzimas costumam ser específicas. Elas atuam, via de regra, apenas sobre determinados
compostos, realizando sempre o mesmo tipo de reação. Há, entretanto, algumas exceções,
como no caso da ribulose-1,5-bifosfato carboxilase/oxigenase (rubisco), que catalisa duas
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reações concorrentes. Essa enzima, presente nos cloroplastos, além de exercer a atividade de
carboxilase, que dá início ao ciclo de Calvin, é igualmente capaz de exercer atividade de
oxigenase, tendo, nos dois casos, à ribulose-1,5-bifosfato (RuBP) como substrato, daí sua
denominação “ribulose-1,5-bifosfato carboxilase/oxigenase”. A atividade carboxilase ou
oxigenase da rubisco depende das concentrações de CO 2 e O2 no estroma (região do
cloroplasto onde ocorre a etapa termoquímica da fotossíntese). Quando a concentração de
CO2 é alta e a de O2 é relativamente baixa, a rubisco age como carboxilase, ligando o CO 2 à
RuBP, formando PGA. Quando a situação se inverte, ou seja, a concentração de O 2 é
relativamente mais alta que a de CO2, a enzima opera como oxigenase, combinando RuBP e
oxigênio, originando PGA e fosfoglicolato, o que caracteriza a fotorrespiração.
- Alternativa D – INCORRETA
* Da mesma forma que a temperatura, cada enzima funciona melhor em uma determinada
faixa de pH, considerada ótima. Acima ou abaixo dessa faixa, sua função é menos eficiente.
Para se ter uma ideia, a amilase salivar (ptialina), que inicia, na boca, a digestão do amido, tem
ótimo desempenho em pH em torno de 7,0 (neutro). Ela deixa de funcionar, por exemplo, em
condições de acidez extrema, como ocorre no estômago. A pepsina, por outro lado, enzima do
estômago que digere proteínas, é mais eficiente em pH ácido (em torno de 2,0).
- Alternativa E – INCORRETA
* Ao terminar a reação, as enzimas são, via de regra, regeneradas e estão prontas para repetir
a operação com outras moléculas de substrato.

02. (UFMT) Sobre as enzimas, analise as afirmações abaixo e assinale a incorreta.


a) São moléculas de lipídios especializadas na função catalisadora.
b) As reações enzimáticas são altamente específicas; uma enzima, normalmente, catalisa
apenas um tipo de reação química.
c) São substâncias importantes nas reações químicas que ocorrem nos seres vivos, atuando
como catalisadores.
d) Na reação enzimática os reagentes (substratos) se unem temporariamente à enzima,
formando um complexo enzima-substrato, que, após ocorrida a reação, desagrega-se,
originando o produto e liberando a enzima.
e) Depois de concluída uma reação, a enzima liberada poderá catalisar outra reação, desde
que seja do mesmo tipo à qual é especializada.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“São moléculas de lipídios especializadas na função catalisadora.”)
JUSTIFICATIVA
- Com exceção das ribozimas (RNAs dotados de atividade catalítica), as enzimas são de
natureza proteica, associadas ou não a grupos não proteicos. As enzimas que apresentam
apenas proteínas (formadas apenas por cadeias polipeptídicas) são denominadas enzimas
simples e as que apresentam, além de proteínas, grupos não proteicos, são chamadas
enzimas conjugadas ou holoenzimas. Nestas, a parte proteica é denominada apoenzima.
Dessa forma, a alternativa A está incorreta, pois as enzimas não são moléculas de lipídios
especializadas na função catalisadora.
- As demais alternativas dizem respeito às propriedades das enzimas em geral, estando,
portanto, corretas.

03. (UFRPE) Todas as características dos organismos dependem das reações químicas que
neles acontecem e resultam das informações contidas no material genético desses
organismos. Os processos ilustrados em 1, 2 e 3 são denominados, respectivamente de:
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a) Transcrição, replicação e tradução.


b) Replicação, transcrição e tradução.
c) Tradução, duplicação e transcrição.
d) Síntese de DNA, tradução e transcrição.
e) Duplicação, tradução e síntese.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Replicação, transcrição e tradução.”)
JUSTIFICATIVA
- Na figura, o processo 1 refere-se à replicação ou duplicação da molécula de DNA. O processo
2 refere-se à transcrição da informação genética contida no DNA para a codificação (síntese)
do RNA. O processo 3 refere-se à tradução da informação genética, ou seja, à síntese de
polipeptídeos (proteínas).
- A replicação do DNA, que nas células eucariótica tem lugar no núcleo, é extremamente
importante para a continuidade genética através das gerações, já que ele é o material genético
que se transmite de pais para filhos, durante a reprodução. Ela é igualmente importante para
manter a continuidade genética nas diversas células de um organismo, por ocasião das
divisões celulares.
- A transcrição requer a presença da RNA-polimerase DNA dependente e não ocorre em
pontos aleatórios de uma molécula de DNA. Em verdade, a RNA polimerase liga-se a
sequências específicas do DNA chamadas de promotores, que direcionam a transcrição de
segmentos adjacentes ao gene. Ressaltamos que a transcrição se processa apenas na
interfase, sendo interrompida durante a divisão celular. A compactação da cromatina, que
ocorre durante a divisão, impede que as enzimas envolvidas na transcrição tenham acesso ao
DNA. No final da telófase, quando tem lugar a descondensação cromossômica, o processo de
transcrição é retomado. Nas células eucarióticas, a exemplo da replicação do DNA, a
transcrição também se processa o núcleo. Nos procariotos, seres que não apresentam núcleo
típico (são desprovidos de carioteca), a síntese dos diferentes tipos de RNA (transcrição)
ocorre no nucleoide, região da célula onde se o localiza o DNA desses organismos.
- A biossíntese de proteína ocorre no citoplasma, em estruturas denominadas ribossomo que,
por ocasião da síntese proteica, associam-se formando os polissomos ou polirribossomos.
Dessa associação, participa o RNA mensageiro.

04. Analise o esquema simplificado a seguir:


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As fases 1 e 2 do esquema resumem, respectivamente:


a) Fotossíntese e fermentação.
b) Respiração e fotossíntese.
c) Fermentação e respiração
d) Fotossíntese e respiração.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Fotossíntese e respiração.”)
JUSTIFICATIVA
- Na “fase” 1 (esquema resumido da fotossíntese), a luz é convertida em energia química e
armazenada em moléculas de glicose com liberação de O 2. Nela, o CO2 e H2O atuam como
reagentes. A fotossíntese apresenta duas séries de reações, denominadas fase fotoquímica
(fase luminosa ou fotodependente ou reações de claro), que ocorre no tilacoide, e fase
termoquímica (fase química ou fase enzimática ou termodependente ou reações de “escuro”),
que se processa no estroma. As reações da fase luminosa dependem, diretamente, da luz, o
que não ocorre com as da fase termoquímica (ciclo de Calvin). A glicose produzida na
fotossíntese oferece um esqueleto carbônico que pode ser utilizado como ponto de partida para
a produção de moléculas orgânicas mais complexas.
- A “fase 2” é um esquema resumido da respiração aeróbia. Nela, a glicose, em presença de
O2, é metabolizada para proporcionar a liberação de energia. Parte dessa energia liberada é
armazenada no ATP (adenosina trifosfato). A respiração aeróbia pode ser dividida em três
etapas: glicólise, ciclo de Krebs (ciclo do ácido tricarboxílico ou ciclo do ácido cítrico) e cadeia
respiratória (cadeia oxidativa ou cadeia transportadora de elétrons). Enquanto a glicólise ocorre
no hialoplasma (fora da mitocôndria), o ciclo de Krebs e a cadeia respiratória se processam na
mitocôndria. O ciclo do ácido tricarboxílico ocorre, especificamente, na matriz mitocondrial e a
cadeia oxidativa nas cristas mitocondriais.

05. (UFV) A figura abaixo representa a segmentação da célula-ovo em quatro diferentes


organismos (I, II, III e IV).

Assinale a alternativa que contém as quatro associações corretas:


a) I – inseto, II – anfíbio, III – ave, IV – mamífero.
b) I – anfíbio, II – mamífero, III – inseto, IV – réptil.
c) I – mamífero, II – anfíbio, III – réptil, IV – inseto.
d) I – réptil, II – ave, III – mamífero, IV – inseto.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“I – mamífero, II – anfíbio, III – réptil, IV – inseto.”)
JUSTIFICATIVA
- O ovo isolécito (oligolécito, miolécito ou homolécito) possui pouco vitelo, distribuído de modo
homogêneo ou quase homogêneo dentro do citoplasma. Ele ocorre nos equinodermos, no
anfioxo (protocordado), nos MAMÍFEROS placentários, etc., não ocorrendo nos prototerianos
(monotrematas), que são ovíparos. Sua segmentação (clivagem) é holoblástica (total) e igual,
gerando blastômeros de mesmo tamanho.
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* Na figura está representado por I.


- Ovo heterolécito (mediolécito ou telolécito incompleto ou mesolécito) apresenta maior
quantidade de vitelo que o ovo isolécito, com distribuição heterogênea. Esse ovo apresenta
uma nítida polaridade, havendo um polo animal, com núcleo e pequena quantidade de vitelo
(deutoplasma), e um polo vegetativo, com abundante vitelo. Ele ocorre nos ANFÍBIOS, nos
anelídeos, na maioria dos moluscos, em alguns peixes, etc. Sua segmentação é holoblástica
(total) e desigual. Nela, as células resultantes apresentam tamanhos diferentes, em face de o
deutoplasma ser mais concentrado em um polo ovular. Os blastômeros são maiores na região
do polo vegetativo (mais rico em vitelo), tomando o nome de macrômeros e menores
(micrômeros) no polo germinativo (animal).
* Na figura está representado por II.
- Ovo telolécito (megalécitos) possui grande quantidade de vitelo, ocupando quase todo o ovo.
Nele, o citoplasma e o núcleo, ficam restritos a uma pequena região, denominada disco
germinativo (cicatrícula), situada no polo animal. Esse ovo é, via de regra, volumoso e ocorre
nos RÉPTEIS, nas aves, nos moluscos cefalópodes (polvos e lulas), em alguns peixes, nos
mamíferos ovíparos (prototerianos), como o ornitorrinco e a équidnas, etc. Sua segmentação é
meroblástica (parcial) discoidal, ocorrendo apenas no disco germinativo, contido no polo
animal. A segmentação desse disco produz a blastoderme (blastodisco), uma camada de
blastômeros que recobre a blastocele.
* Na figura está representado por III.
- No ovo centrolécito o vitelo se acumula na região central da célula, em torno do núcleo. Ele
ocorre nos INSETOS, nos crustáceos, nos aracnídeos, etc. Sua segmentação é meroblástica
(parcial) superficial. Nessa clivagem, o núcleo central se divide várias vezes no interior do
vitelo, migrando depois para o citoplasma periférico, que se torna plurinucleado, formando uma
massa plasmodial.
* Na figura está representado por IV.

06. (UPE) Os zigotos de quase todas as células animais possuem substâncias nutritivas,
armazenadas no citoplasma, constituindo o vitelo. As substâncias contidas no vitelo nutrirão as
células embrionárias até que o embrião consiga obter alimento do ambiente. A figura a seguir
representa um tipo de ovo quanto à quantidade e à distribuição do vitelo, analise-a. Identifique-
o em uma das alternativas abaixo.

a) Centrolécito.
b) Isolécito.
c) Telolécito.
d) Oligolécito.
e) Heterolécito.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Telolécito”.)
JUSTIFICATIVA
- A figura mostra um ovo telolécito (megalécito), que se caracteriza por possui uma grande
quantidade de vitelo (deutoplasma), ocupando quase todo o ovo. O citoplasma e o núcleo ficam
restritos a uma pequena região denominada disco germinativo ou cicatrícula, situada em um
polo, denominado polo animal.
- Alternativa A – INCORRETA
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* No ovo centrolécito o vitelo se acumula na região central da célula, em torno do núcleo.


- Alternativa B – INCORRETA
* O ovo isolécito (oligolécito, miolécito ou homolécito) possui pouco vitelo, distribuído de modo
homogêneo ou quase homogêneo dentro do citoplasma.
- Alternativa D – INCORRETA
* Ver justificativa da alternativa B.
- Alternativa E – INCORRETA
* No ovo heterolécito (mediolécito ou telolécito incompleto ou mesolécito) há uma distribuição
heterogênea de vitelo. Nele, há um polo animal, com núcleo e pequena quantidade de vitelo
(deutoplasma), e um polo vegetativo, com abundante vitelo.

07. (IFMG) As abelhas apresentam um caso especial de reprodução: a rainha da colmeia pode
realizar a reprodução sexuada por fecundação, originando as operárias, ou a reprodução
“assexuada”, originando o zangão. Sobre a reprodução das abelhas, é correto dizer que:
a) A divisão meiótica ocorre tanto nos machos quanto nas fêmeas.
b) Esse caso especial de reprodução denomina-se pedogênese.
c) As fêmeas são diploides e os machos haploides.
d) Os óvulos que originam as fêmeas não são fecundados.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“As fêmeas são diploides e os machos haploides.”)
JUSTIFICATIVA
- A reprodução nas abelhas envolve um caso especial de reprodução denominado
partenogênese, em que um óvulo não fecundado se desenvolve formando um organismo
adulto. Nesses insetos, a determinação do sexo não obedece aos padrões habitualmente
conhecidos. Neles, a partenogênese participa do processo de determinação do sexo, onde o
zangão, que é macho, resulta de um óvulo não fecundado e as fêmeas (rainhas e operárias),
provêm de óvulos fecundados. As fêmeas, resultantes de fecundação, são, portanto, diploides
(2n), enquanto os machos (partenogenéticos) são haploides (n).
- Alternativa A – INCORRETA
* A meiose não ocorre nos machos, que são haploides. Eles geram espermatozoides por
mitose e não por meiose. A meiose ocorre nas fêmeas, que são diploides.
- Alternativa B – INCORRETA
* Não se trata de pedogênese e sim de partenogênese. Pedogênese é um fenômeno que
ocorre em uma fêmea ainda imatura organicamente, na fase larvar. Ela produz óvulos que se
desenvolvem partenogeneticamente, formando outras larvas. A pedogênese é observada em
algumas moscas (Miastor metraloa) e no Schistosoma mansoni, que realiza pedogênese no
interior do caramujo. Trata-se, em última análise, de partenogênese na fase larvária em que há
formação de outras larvas.
- Alternativa D – INCORRETA
* Os óvulos que originam as fêmeas são fecundados. Ausência de fecundação ocorre na
formação dos machos.

08. (UFPI) Na maioria dos protozoários, ocorre reprodução assexuada por mitose, e este é o
único modo de reprodução conhecido em algumas espécies. A divisão do organismo em duas
ou mais células-filhas é chamada de fissão. Quando esse processo resulta em duas células-
filhas semelhantes, ele é chamado de fissão binária; quando uma célula-filha é muito menor do
que a outra, o processo é chamado de:
a) Brotamento.
b) Cissiparidade.
c) Estrobilização.
d) Esporulação
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ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Brotamento.*)
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A – CORRETA
* Gemiparidade ou brotamento é uma reprodução assexuada que se caracteriza pela emissão
de saliências (dilatações) denominadas brotos (gêmulas ou gemas), formadas por mitose, na
superfície externa do organismo progenitor. Os brotos podem se destacar, originando novos
seres geneticamente idênticos entre si, ou ficar ligados ao organismo original, formando uma
colônia. Ao contrário da bipartição, no brotamento o indivíduo se “parte” em pedaços desiguais.
- Alternativa B – INCORRETA
* Cissiparidade (bipartição ou divisão binaria) é uma reprodução assexuada que consiste na
divisão de um ser em duas partes iguais, ou aproximadamente iguais, onde cada uma delas
dará origem a um novo indivíduo de composição genética idêntica à celular mãe.
- Alternativa C – INCORRETA
* Estrobilização ou estrobilação é um tipo de reprodução assexuada, no qual há uma
fragmentação do organismo em várias partes e cada uma delas cresce formando um novo
indivíduo. Ocorre em algumas espécies de cnidários (celenterados), nos quais o pólipo se
divide transversalmente em inúmeros fragmentos denominados éfiras ou esfírulas (medusas
imaturas). Destacando-se cada éfira se desenvolve, dando origem a uma medusa (seres
natantes), forma sexuada desses invertebrados aquáticos.
- Alternativa D – INCORRETA
* Esporulação: ocorre, por exemplo, em alguns protozoários denominados esporozoários.
Nesse processo a célula sofre sucessivas divisões do seu núcleo (cariocinese),
acompanhadas, posteriormente, de idêntico número de divisões citoplasmáticas (citocinese ou
citodiérese).

09. (UFJF) São características evolutivas comuns aos grupos apresentados na figura abaixo
pelas letras A, B e C, respectivamente:

a) Radiada, Protostomia, Arthropoda.


b) Bilateria, Acelomados, Nematoda.
c) Bilateria, Metameria, Annelida.
d) Bilateria, Protostomia, Chordata.
e) Pentarradiada, Protostomia, Chordata.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Bilateria, Protostomia, Chordata.”)
JUSTIFICATIVA
- Porifera é um Parazoa (não possui tecido diferenciado).
- Eumetazoa: grupo de animais que apresenta tecido diferenciado.
- Eumetazoários podem ter simetria radial ou bilateral (A). Uma estrutura apresenta simetria
bilateral se, cortada por um plano que passe pelo seu centro, origina duas metades
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equivalentes. Com exceção dos poríferos, cnidários e equinodermos adultos, todos os demais
animais têm simetria bilateral.
- Animais dotados de simetria bilateral podem ser protostômios (B) ou deuterostômios. Nos
protostômios (todos os animais, exceto os equinodermos e os cordados) o blastóporo (primeira
abertura que surge na gastrulação) que comunica o arquêntero (intestino primitivo) com o
exterior dá origem à boca no adulto. Nos deuterostômios [equinodermas e todos os
cordados(C)] o blastóporo dá origem ao ânus no adulto.

10. (UCPel) Ao longo do processo evolutivo, a provável sequência temporal de aparecimento


dos diversos grupos vegetais é:
a) Briófitas – gimnospermas – angiospermas – pteridófitas.
b) Briófitas – pteridófitas – gimnospermas – angiospermas.
c) Pteridófitas – briófitas – angiospermas – gimnospermas.
d) Pteridófitas – gimnospermas – briófitas – angiospermas.
e) Gimnospermas – briófitas – pteridófitas – angiospermas.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Briófitas – pteridófitas – gimnospermas – angiospermas.”)
JUSTIFICATIVA
- BRIÓFITAS
* Também conhecias como muscíneas, são constituídas pelos musgos, hepáticas e antóceras.
* São avasculares (desprovidas de vasos condutores de seiva). O transporte de água ocorre
lentamente por osmose, de célula-a-celula.
* São desprovidas de flores (criptógamas), sementes e frutos, bem como de raiz, caule e
folhas. Seu corpo é formado por rizoide, cauloide e filoide. Os rizoides, estruturas filamentosas
semelhantes às raízes, atuam na fixação das briófitas no solo, nas rochas e nos troncos das
árvores, bem como na absorção de água e sais minerais. O cauloide, que lembra o caule das
plantas vasculares, representa o eixo principal das briófitas. O filoide, lâmina que se assemelha
às folhas propriamente ditas, é relativamente simples, sendo desprovido de vasos condutores e
dotado de poucos tecidos diferenciados.
* Sua fase gametofítica (haploide) é mais duradoura que a fase esporofítica (diploide).
- PTERIDÓFITAS
* As pteridófitas constituem um grupo mais complexo que as briófitas, tendo como
representantes muito conhecidos as samambaias e as avencas,
* São as primeiras plantas vasculares a evoluir. São, portanto, traqueófitas, dotadas de vasos
condutores, ao contrário das briófitas.
* São desprovidas de flores (criptógamas), sementes e frutos.
* São, ao contrário das briófitas, dotadas de raiz, caule e folhas, bem diferenciadas.
* Ao contrario das briófitas apresentam fase esporofítica (diploide) mais duradoura que a fase
gametofítica (haploide), ao contrário das briófitas.
- GIMNOSPERMAS
* Grupo constituído pelos pinheiros, araucárias, sequoias, cedros, etc.
* São dotadas de vasos condutores, a exemplo das pteridófitas.
* Primeiro grupo de plantas, na história evolutiva da Terra, a conquistar em definitivo o
ambiente terrestre.
* São as primeiras fanerógamas, isto é, dotadas de estruturas reprodutoras visíveis (estróbilos
ou pinhas).
* São as primeiras espermatófitas, isto é, dotadas de sementes (pinhão).
* São as primeiras plantas sifonógamas, isto é, capazes de produzir grão-de-pólen, partir do
qual se forma o tubo polínico.
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* Graças à polinização, seu processo reprodutivo, ao contrário das briófitas e pteridófitas, não
depende da água.
* Não apresentam frutos.
* Fase esporofítica (diploide) muito superior à fase gametofítica (haploide).
- ANGIOSPERMAS
* Grupo de vegetais mais abundantes e de maior diversidade da Terra.
* Dotadas de uma grande irradiação adaptativa, graças principalmente ao fato de terem
sementes protegidas por frutos, o que aumenta a dispersão, e possuírem flores de aspecto
variados, capazes de atrair diferentes tipos de agentes polinizadores (insetos, aves, morcegos,
etc.).
* São plantas traqueófitas (vasculares), isto é, dotadas de vasos condutores de seiva, a
exemplo das pteridófitas e gimnospermas.
* São espermatófitas (dotadas de semente), a exemplo das gimnospermas.
* São sifonógamas (dotadas de grão-de-pólen e tubo polínico), a exemplo das gimnospermas.
* Possuem fase esporofítica (diploide) muito superior à fase gametofítica (haploide).
* Possuem frutos protegendo as sementes, ao contrário das gimnospermas.

11. (UFAC) Na maior parte das fecundações em humanos, o encontro dos gametas masculino
e feminino se dá no terço distal das tubas uterinas. Após ocorrer a fecundação, o zigoto
percorre um longo caminho até alcançar o útero, local apropriado para o desenvolvimento
gestacional. Ao processo de fixação do zigoto no endométrio dá-se o nome de:
a) Gastrulação.
b) Nidação.
c) Ovulação.
d) Fertilização.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Nidação.”)
JUSTIFICATIVA
- Nidação é a implantação do embrião, no estágio de blastocisto, no endométrio (tecido
presente no interior do útero ricamente vascularizado), onde continua o seu desenvolvimento.
Com a nidação tem início a gestação ou gravidez.
- Alternativa A – INCORRETA
* Gastrulação é o estágio embrionário que origina a gástrula. Nesse estágio diferenciam-se os
três folhetos embrionários ou germinativos (ectoderma, mesoderma e endoderma), precursores
de todos os tecidos e órgãos do corpo. Na gastrulação forma-se também arquêntero (intestino
primitivo) e o blastóporo (orifício de comunicação do arquêntero com o exterior).
- Alternativa C – INCORRETA
* Ovulação é a liberação do “gameta” feminino pelo ovário. É também o período fértil do ciclo
menstrual.
- Alternativa D – INCORRETA
* Fertilização (fecundação) é o encontro do espermatozoide com o óvulo (gametas masculino e
feminino), com formação do zigoto ou célula-ovo.

12. (FEP-PA) Capilares como os que estão focalizados na figura abaixo podem ser
encontrados no:

a) Coração.
b) Fígado.
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c) Pulmão.
d) Intestino.
e) Cérebro.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Pulmão.”)
JUSTIFICATIVA
A figura mostra a hematose, processo que ocorre nos pulmões, especificamente nos alvéolos
pulmonares. As setas contidas na figura mostram o sangue venoso, que é rico em gás
carbônico, entrando na estrutura indicada e o sangue arterial, que é rico em oxigênio, deixando
a referida estrutura. A hematose está relacionada, em sua essência, com a pressão parcial dos
gases, sendo, em última análise, um processo físico-químico.

13. Comparando uma célula procariótica com células eucarióticas vegetal e animal, em comum
as três apresentam:
a) Mitocôndrias, centríolos e flagelos.
b) Membrana plasmática, ribossomos e cromatina.
c) Membrana esquelética, ribossomos e cromatina.
d) Parede celular celulósica, membrana plasmática e lisossomos.
e) Membrana esquelética, membrana plasmática e cromatina.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Membrana plasmática, ribossomos e cromatina.”)
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A – INCORRETA
* Células procarióticas são desprovidas de mitocôndrias e centríolos.
* Células vegetais superiores não apresentam centríolos.
- Alternativa B – CORRETA
* As três estruturas citadas nessa alternativa estão presente nas células procarióticas e nas
células eucarióticas (vegetal e animal).
- Alternativa C – INCORRETA
* Células animais não possuem membrana esquelética.
- Alternativa D – INCORRETA
* Células procarióticas são desprovidas de parede celular celulósica e de lisossomos.
* Células vegetais não possuem lisossomos típicos.
* Células animais não apresentam parede celular celulósica.
- Alternativa E – INCORRETA
* Células animais não possuem membrana esquelética.

14. Um cientista, ao descobrir um novo ser vivo, teve como incumbência classificá-lo de acordo
com o sistema de Lineu. O ser foi então classificado como:
MONERA - SCHYZOPHYTA - AUTOTRÓFICO
Ele chegou a tal conclusão por se tratar de um organismo:
a) Procarionte, unicelular, de reprodução predominantemente assexuada e capaz de realizar
fotossíntese.
b) Procarionte, unicelular, de reprodução predominantemente sexuada e que retira a molécula
orgânica já digerida do ambiente.
c) Procarionte, unicelular, sem parede celular, de respiração anaeróbica facultativa.
d) Eucarionte, unicelular, com parede celular, de respiração anaeróbica e quimiossintetizantes.
e) Eucarionte, pluricelular, com parede celular, de reprodução predominantemente assexuada
e capaz de realizar fotossíntese.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Procarionte, unicelular, de reprodução predominantemente assexuada e capaz de realizar
fotossíntese.”)
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JUSTIFICATIVA
- Trata-se de uma bactéria dotada da capacidade de realizar fotossíntese.
- Alternativa B – INCORRETA
* As bactérias não apresentam reprodução sexuada típica, embora algumas sejam dotadas da
capacidade de promover recombinação genética, capaz de modificar seu genótipo. Essa
recombinação, que está associada à transferência de fragmentos de DNA, pode ocorrer,
naturalmente, por três diferentes vias: transformação, transdução e conjugação, que lembram,
dentro de certos limites, a reprodução sexuada. Em todos esses processos ocorre passagem
de material genético de uma bactéria doadora para uma receptora que pode incorporar, por
recombinação, o DNA recebido ao seu patrimônio genético. Em consequência, uma bactéria
pode passar a revelar uma ou mais características que não possuía antes. Assim sendo, a
recombinação, por quaisquer desses mecanismos, mantém, nas bactérias, uma variabilidade
genética que compensa a ausência da meiose e da fecundação, levando a que elas tenham
maiores chances de se adaptar a ambientes diferentes. A transformação bacteriana é a
absorção e a posterior incorporação de fragmentos de DNA dispersos no meio ambiente,
oriundos da lise celular, na maioria dos casos, ou de secreção realizada por bactérias ainda
vivas. A transdução bacteriana é a transferência de segmentos da molécula de DNA de uma
bactéria (doadora) para outra (receptora) por meio de um bacteriófago ou fago (vírus
bacteriano), que funciona como um vetor. A conjugação bacteriana é o processo de
transferência de genes, através de uma ponte citoplasmática temporária (ponte de
conjugação). Essa ponte, formada pelas fímbrias de uma bactéria doadora (“macho”) para uma
receptora (“fêmea”), possibilita a troca de material genético entre elas.
* No que diz respeito à nutrição, o ser em destaque é fotossintetizante.
- Alternativa C – INCORRETA
* O ser em destaque é dotado de parede celular.
- Alternativa D – INCORRETA
* Trata-se de um ser procarionte, dotado da capacidade realizar fotossíntese.
- Alternativa E – INCORRETA
* O ser em destaque é procarionte e unicelular.

15. (UFPE/UFRPE/UNIVASF) Em protozoários, fungos, algas, animais, plantas, bactérias e


cianobactérias são encontrados.
a) Retículo endoplasmático rugoso, citoplasma e membrana plasmática.
b) Membrana, citoplasma e mitocôndria.
c) Peroxissomos, lisossomos e mitocôndrias.
d) Ribossomos, membrana plasmática e citoplasma.
e) Núcleo, retículo endoplasmático rugoso e mitocôndrias.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Ribossomos, membrana plasmática e citoplasma.”)
JUSTIFICATIVA
Tanto em bactérias e cianobactérias (células procarióticas), quanto em células eucarióticas de
protozoários, fungos, algas, animais e plantas são observados ribossomos, membrana
plasmática (plasmalema) e citoplasma.
Alternativa A – INCORRETA
* Bactérias e cianobactérias não possuem retículo endoplasmático rugoso, tampouco liso.
Alternativa B – INCORRETA
* Bactérias e cianobactérias não são dotadas de mitocôndrias.
Alternativa C – INCORRETA
* Bactérias e cianobactérias são desprovidas de peroxissomos, lisossomos e mitocôndrias.
Alternativa E - INCORRETA
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* Bactérias e cianobactérias são desprovidas de núcleo (não têm carioteca), retículo


endoplasmático e mitocôndrias.

16. (COVEST) Na chave dicotômica abaixo, são mostradas algumas características


observadas entre diferentes seres. Assinale a alternativa que apresenta os organismos que
podem ser indicados como representantes de 1, 2, 3 e 4, nesta ordem.

a) Bactérias, protozoários, mamíferos e fungos.


b) Protozoário, algas, poríferos e nematelmintos.
c) Fungos, algas, platelmintos e nematelmintos.
d) Cianobactérias, poríferos, celenterados e moluscos.
e) Moluscos, anfíbios, aves e répteis.
- A QUESTÃO NÃO TEM RESPOSTA
- A COVEST FORNECEU A ALTERNATIVA A COMO CORRETA (“Bactérias, protozoários,
mamíferos e fungos.”)
- JUSTIFICATIVA DA COVEST PARA A ALTERNATIVA A
* 1 (bactérias): possuem organização celular, mas não têm envoltório nuclear.
- 2 (protozoários): possuem envoltório nuclear, mas não têm tecidos diferenciados.
- 3 (mamíferos): possuem tecidos diferenciados, mas suas células não têm parede celular.
- 4 (fungos): possuem células com parede celular, mas não apresentam cloroplasto.
CONTESTAÇÃO DO GABARITO DA COVEST
- De acordo com a chave dicotômica, os fungos:
* têm estrutura celular (correto)
* têm envoltório nuclear (correto)
* têm tecidos diferenciados (incorreto)
* têm parede celular (correto)
* não possuem cloroplasto (correto)
- Os fungos não apresentam tecidos diferenciados, podendo, inclusive ser unicelulares, como
as leveduras, caracterizando a ausência de tecidos. Nos pluricelulares ocorre o pletênquima ou
falso tecido.

17. (UPE) Eritroblastose fetal ou doença hemolítica do recém-nascido (DHRN) é uma doença
que destrói as hemácias do feto. Uma mulher teve dois filhos, sendo que o primeiro nasceu
normal e o segundo apresentando a DHRN. Assinale a alternativa que justifica o fato descrito
acima.
PAI MÃE 1º FILHO 2º FILHO
a Rh- Rh+ Rh- Rh+
b Rh+ Rh+ Rh+ Rh+
c Rh- Rh- Rh+ Rh+
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d Rh+ Rh- Rh+ Rh+


e Rh+ Rh- Rh- Rh+
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Rh+, Rh-, Rh+, Rh+”)
JUSTIFICATIVA
- Mulheres Rh- podem produzir anticorpos anti-Rh quando geram filhos Rh+. Isto ocorre porque
durante a gestação e, principalmente, no momento do parto, ocorrem rompimentos de vasos
sanguíneos, permitindo a passagem de hemácias da criança (Rh+) para mãe. Isso provoca
uma reação do sistema imunológico da mãe que, reagindo à presença do fator Rh fetal,
começa a produzir anticorpos. Mesmo que essa produção ocorra ainda na gravidez, ela é lenta,
e o 1º filho, via de regra, não terá problema. A partir da 2ª gestação, se o filho for Rh+
novamente, como a mãe já está sensibilizada, o feto tem grandes probabilidades de apresentar
a eritroblastose fetal [doença hemolítica do recém-nascido (DNRN)]. Dessa forma, essa doença
só ocorre quando a mãe é Rh- já sensibilizada. Ela não ocorre quando a mãe é Rh+ ou não
sensibilizada, como no caso, por exemplo, do 1º filho ser Rh-, como mostra a alternativa E.
- Alternativa A – INCORRETA
* Mãe Rh+.
- Alternativa B – INCORRETA
* Mãe Rh*.
- Alternativa C – INCORRETA
* Genitores Rh- não têm filhos Rh+.
- Alternativa E – INCORRETA
* 1º filho Rh- (mãe não sensibilizada).

18. (FEI) Um homem de genótipo AB casa-se com uma mulher receptora universal. Os tipos de
sangue dos filhos são apenas:
a) A e AB.
b) A e B.
c) A, B, AB.
d) A, B, O.
e) A, O.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“A, B, AB.”)
JUSTIFICATIVA
- Homem AB (IAIB).
- Mulher receptora universal [também AB (IAIB)].
- Cruzamento:
* IAIB x IAIB = IAIA (sangue A) + IAIB (sangue AB) + IAIB (sangue AB) + IBIB (sangue B).
* Sangue A, AB e B, com probabilidades de 1/4, 2/4 (1/2) e 1/4, respectivamente.

19. A maior quantidade de energia numa cadeia alimentar é encontrada nível dos:
a) Produtores.
b) Consumidores primários.
c) Consumidores secundários.
d) Consumidores terciários.
e) Consumidores terciários e quaternários.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Produtores.”)
JUSTIFICATIVA
- A cadeia alimentar é uma sequência linear, não ramificada, em que um ser vivo serve de
alimento para outro, indo do produtor ao decompositor. Na cadeia alimentar, a energia,
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originalmente captada pelos seres autótrofos (fotossintetizantes ou quimiossintetizantes), flui


através de uma série linear de organismos. Nela, cada um dos elos constitui um nível trófico. A
energia, cuja fonte primária é o Sol, é captada pelos produtores e flui pelo corpo dos
consumidores e decompositores. O fluxo de energia é unidirecional e, a cada nível trófico, parte
da energia que entrou na cadeia alimentar é dissipada. A quantidade de energia disponível
para um carnívoro que devora uma capivara, por exemplo, é menor do que aquela que a
capivara obteve comendo o capim, pois grande parte é perdida na forma de fezes, calor e
restos outros não utilizados. O aproveitamento de energia, que passa de um nível para outro, é
cerca de um décimo da energia disponível no nível trófico anterior. Dessa forma, em uma
cadeia alimentar a maior quantidade de energia disponível se encontra no nível dos produtores.

20. Assinale a alternativa que completa corretamente a frase a seguir.


O impacto mais imediato da teoria de ............... foi fornecer uma estrutura conceitual para o
estudo da morfologia comparada, embriologia descritiva, paleontologia e biogeografia, porque
as relações entre os organismos passaram a ser, então, compreendidas como significando
ancestralidade comum, ao invés de afinidades no esquema da criação.
a) Lineu.
b) Lamarck.
c) Darwin.
d) Mendel.
e) Watson e Crick.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Darwin.”)
JUSTIFICATIVA
- Embora Lamarck tenha proposto uma teoria evolucionista aparentemente lógica e de fácil
compreensão, foi a teoria da seleção natural de Darwin que consolidou o transformismo ou
evolucionismo, ideia contrário a doutrina fixista (fixismo ou criacionismo), segundo a qual todas
as espécies vivas teriam sido criadas por um ato divino, da mesma forma que se apresentam
atualmente. A teoria Darwin alavancou não apenas o estudo da morfologia comparada, da
embriologia descritiva, da paleontologia e da biogeografia, mas também da genética e da
biologia molecular.

21. (UEMS) Observe a figura.

A figura exemplifica um tipo de:


a) Reprodução sexuada.
b) Cissiparidade.
c) Regeneração.
d) Partenogênese.
e) Cicatrização.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Regeneração.*)
JUSTIFICATIVA
* Regeneração (laceração) é processo assexuado, no qual organismo tem seu corpo
fragmentado e cada parte resultante se desenvolve, por mitose, originando um novo indivíduo.
A figura mostra a regeneração em uma planária (platelminto aquático de vida livre). Trabalhos
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experimentais têm mostrado que nesses seres, há um gradiente de regeneração da cabeça


para a cauda, com a cabeça se regenerando mais facilmente que as demais partes do corpo.
- Alternativa A – INCORRETA
* Não se trata de um processo sexuado.
- Alternativa B – INCORRETA
* Cissiparidade (bipartição ou divisão binaria) é uma reprodução assexuada que consiste na
divisão de um ser em duas partes iguais, ou aproximadamente iguais, onde cada uma delas
dará origem a um novo indivíduo de composição genética idêntica à celular mãe.
- Alternativa D – INCORRETA
* Partenogênese é uma reprodução em que um óvulo não fecundado se desenvolve,
originando um organismo adulto.
- Alternativa E – INCORRETA
* Cicatrização é um processo pelo qual um tecido lesado é substituído por um novo tecido
vascularizado, sendo, portanto, fundamental para manter a integridade do corpo. Não é, dessa
forma, um tipo de reprodução do organismo.
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TERCEIRA BATERIA
01. (UNIR) Avanços recentes nas pesquisas em engenharia genética têm alcançado diversas
áreas como medicina, agricultura e pecuária e baseiam-se na obtenção de moléculas híbridas
de DNA (ácido desoxirribonucleico). A coluna I apresenta componentes do DNA e coluna II sua
caracterização. Numere a coluna I de acordo com a coluna II.
COLUNA I
1. Nucleotídeo
2. Desoxirribose
3. Gene
4. Timina
COLUNA II
( ) Pentose presente no nucleotídeo.
( ) Base nitrogenada que compõe o nucleotídeo.
( ) Subunidade do DNA.
( ) Região do DNA que transcreve para um RNA.
Assinale a sequência correta.
a) 1, 3, 2, 4.
b) 3, 2, 4, 1.
c) 4, 1, 3, 2.
d) 2, 3, 4, 1.
e) 2, 4, 1, 3.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“2, 4, 1, 3.”)
- COMPONENTES DOS ÁCIDOS NUCLEICOS: os ácidos nucleicos são formados por:
pentose, bases nitrogenadas e radical fosfato.
I. Pentose: carboidrato com cinco átomos de carbono. Há nos ácidos nucleicos, dois tipos de
pentose, a desoxirribose e a ribose. A diferença química entre essas pentoses reside no
carbono 2. Enquanto na ribose há, na referida posição, um grupo OH, na desoxirribose há um
hidrogênio, daí a denominação “desoxirribose” (“ribose despojada de um oxigênio”).
II. Bases nitrogenadas: as bases nitrogenadas apresentam estrutura em anel de carbono e
nitrogênio. Elas podem ser pirimídicas (pirimidinas) e púricas (purinas). As pirimídicas
apresentam anel simples, enquanto as púricas apresentam esqueleto básico formado por um
duplo anel de carbono e nitrogênio. As principais bases pirimídicas (“bases curtas”) que entram
na composição química dos ácidos nucleicos são a citosina (C), a timina (T) e a uracil (U) ou
uracila. As principais bases púricas (“bases longas”) que compõem essas “moléculas mestras”
são a adenina (A) e a guanina designadas (G).
* Além das cinco bases citadas acima, sabe-se da existência de uma série de outras que
participam da composição química dos ácidos nucleicos, tais como: 2-metiladenina, 1-
metilguanina, 5-metilcitosina, 5-hidroximetilcitosina, pseudouridina, dihidrouridina, inosina e 4-
thiouridina.
III. Radical fosfato: apresenta três grupamentos ácidos, dois dos quais são usados na formação
dos ácidos nucleicos. O terceiro fica livre e confere aos ácidos nucleicos a sua basofilia
(afinidade por corantes básicos). O fosfato, ao contrário das pentoses e das bases
nitrogenadas, não varia nos diversos nucleotídeos.
- NUCLEOTÍDEOS (MONÔMEROS DOS ÁCIDOS NUCLEICOS): os ácidos nucleicos têm
como unidade, os nucleotídeos, que se compõem de um radical fosfato, uma pentose (ribose
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no RNA e desoxirribose no DNA) e uma base nitrogenada (adenina, guanina citosina ou uracil
no RNA e adenina, guanina, citosina ou timina no DNA). A base se liga, por desidratação, à
pentose, formando o nucleosídeo e este se une, também por desidratação, ao radical fosfato,
constituindo o nucleotídeo. Os nucleotídeos dotados de ribose são chamados ribonucleotídeos
e os que contêm desoxirribose são denominados desoxirribonucleotídeos. Alguns derivados de
nucleotídeos são encontrados livres no hialoplasma. É o caso, por exemplo, do ATP
(adenosina trifosfato), do FAD (flavina adenina dinucleotídeo), do NAD (nicotinamida adenina
dinucleotídeo) e do NADP (nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato).
* Uma análise mais fina da molécula dos ácidos nucleicos identifica, não apenas a presença de
outras bases, além das cinco citadas acima, mas, também, a existência de timina no RNA
transportador.
- POLIMERIZAÇÃO DOS NUCLEOTÍDEOS (POLINUCLEOTÍDEOS): na polimerização, os
nucleotídeos são unidos através da ligação do grupamento alfa-fosfato, acoplado ao carbono 5'
de um dos nucleotídeos, ao carbono 3' do próximo nucleotídeo na cadeia. A ligação entre os
nucleotídeos de um polinucleotídeo é chamada ligação fosfodiester. Devemos, para ser
preciso, denominar essa ligação de 3'-5' fosfodiester, a fim de que não ocorra confusão acerca
de quais átomos de carbono da pentose participam da ligação.
- GENE: segmento de DNA que atua como modelo na produção de uma molécula de RNA,
processo conhecido como transcrição (síntese de RNA).
JUSTIFICATIVA
1. Nucleotídeo: subunidade do DNA.
2. Desoxirribose: pentose presente no nucleotídeo.
3. Gene: região do DNA que transcreve para um RNA.
4. Timina: base nitrogenada que compõe o nucleotídeo.

02. (PUC-RIO) O material genético deve suas propriedades a seus constituintes, os


nucleotídeos, e à forma como são organizados na molécula de ácido nucleico. No caso
específico do DNA, é característica da estrutura molecular.
a) A ligação entre as bases nitrogenadas se dar por pontes de enxofre.
b) A pentose típica do DNA ser uma desoxirribose.
c) Ter como bases nitrogenadas a adenina, a citosina, a guanina, a timina e a uracila.
d) Não existir uma orientação de polimerização dos nucleotídeos em uma cadeia.
e) Formar cadeias somente de fitas simples.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“A pentose típica do DNA ser uma desoxirribose.”)
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A – INCORRETA
* A ligação entre as bases nitrogenadas se dar por pontes de hidrogênio. Entre uma timina e
uma adenina se formam duas pontes de hidrogênio e entre uma citosina e uma guanina se
formam três. Assim sendo, as moléculas que possuem um número maior de pares C-G são
mais resistentes à desnaturação térmica, do que aquelas que são dotadas de maior número de
pares A-T.
- Alternativa B – CORRETA
* Os nucleotídeos (unidades dos ácidos nucleicos) que compõem o DNA apresentam
desoxirribose, sendo denominados desoxirribonucleotídeos, enquanto os que compõem o RNA
são dotados de ribose, sendo conhecidos como ribonucleotídeos. Os desoxirribonucleotídeos
são chamados de ácido desoxirriboadenílico, ácido desoxirriboguanílico, ácido
desoxirribocitidílico, conforme possuem adenina, guanina, citosina e timina, respectivamente.
Os ribonucleotídeos são denominados ácido riboadenílico, ácido riboguanílico, ácido
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ribocitidílico e ácido ribouridílico, conforme apresentem adenina, guanina, citosina e uracil,


respectivamente.
- Alternativa C – INCORRETA
* O DNA não possui uracila. Ele apresenta adenina, citosina, guanina e timina.
- Alternativa D – INCORRETA
* Existir uma orientação de polimerização dos nucleotídeos em uma cadeia. A DNA polimerase
III (enzima de replicação), que catalisa o acréscimo de desoxirribonucleotídeos na forquilha de
crescimento, como todas as demais DNAs polimerases só adicionam nucleotídeos no sentido
5  3. Nunca no sentido 3  5. A transcrição, da mesma forma que a duplicação do DNA e
tradução da mensagem genética, ocorre também no sentido 5   3. Dessa forma, por ocasião
da síntese proteica, os ribossomos se deslocam ao longo do RNAm, igualmente, no sentido
5’ 3’.
- Alternativa E – INCORRETA
* Na grande maioria dos casos, o DNA é formado por duas cadeias poliméricas helicoidais.
Nem todos os DNAs conhecidos, entretanto, se apresentam como descrito no modelo de
Watson e Crick. O DNA do bacteriófago  X 174, por exemplo, pode se apresentar tanto na
forma de dupla hélice, como na de hélice simples (DNAs monofilamentares). Quando na forma
simples, ele não segue o modelo proposto por Watson e Crick, em face de apresentar uma
única cadeia. Deve ser mencionado, ainda, que muitas moléculas de DNA são circulares. É o
caso dos DNAs genômicos dos procariontes, da maioria dos DNAs virais e dos DNAs
presentes nas mitocôndrias e nos cloroplastos.

03. (CEFET-MG) O perigo das febres altas se associa principalmente a inativação das
proteínas do sistema nervoso, podendo ser fatal para o organismo. Nessa condição, e correto
afirmar que as proteínas:
a) Rompem as ligações internas entre os lipídios.
b) Ganham átomos que se agregam a sua molécula.
c) Separam os aminoácidos e suas ligações peptídicas.
d) Alteram sua estrutura, prejudicando sua função biológica.
e) Sofrem uma desnaturação que promove sua reestruturação espacial.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Alteram sua estrutura, prejudicando sua função biológica.”)
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A – INCORRETA
* Com exceção das ribozimas (RNAs dotados de atividade catalítica), as enzimas são de
natureza proteica, associadas ou não a grupos não proteicos. As enzimas que apresentam
apenas proteínas (formadas apenas por cadeias polipeptídicas) são denominadas enzimas
simples e as que apresentam, além de proteínas, grupos não proteicos, são chamadas
enzimas conjugadas ou holoenzimas. Nestas, a parte proteica é denominada apoenzima.
Dessa forma, a alternativa A está incorreta, pois as enzimas não são moléculas lipídicas.
- Alternativa B – INCORRETA
* As enzimas não se alteram ao longo da reação que catalisa. Dessa forma, após a reação,
elas permanecem quimicamente inalteradas, podendo participar novamente do mesmo tipo de
reação. Elas aceleram a velocidade de uma reação, sem, no entanto participar dela, como
reagente ou produto.
- Alternativa C – INCORRETA
* A união dos aminoácidos, formando a estrutura primária, ocorre através de ligações
peptídicas [entre o radical carboxila de um aminoácido e o radical amina de outro, liberando
água (síntese por desidratação)], são ligações covalentes de difícil ruptura. A estrutura primária
é, em última análise, a sequência linear dos aminoácidos na cadeia polipeptídica. Representa o
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nível estrutura mais simples e mais importante, pois dele deriva todo o arranjo espacial da
molécula (estruturas secundária, terciária e quaternária).
- Alternativa D – CORRETA
* A temperatura, o grau de acidez, a concentração de sais e outros fatores ambientais podem
afetar a estrutura espacial das proteínas, fazendo com suas moléculas se desenrolem e
percam a configuração original. A alteração da estrutura espacial de uma proteína é chamada
desnaturação. O calor excessivo desnatura as proteínas porque a agitação molecular, causada
pela alta temperatura, afeta interações como as ligações por pontes de hidrogênio, as
interações hidrofóbicas, as interações eletrostáticas e as forças de Van der Waals,
responsáveis pela estabilidade da estrutura proteica. Essa alteração espacial prejudica, em
última análise, a ação das enzimas. A temperatura ótima de funcionamento de uma enzima
o
pode variar bastante, podendo estar ao redor de 0 C, no caso de certos peixes árticos, ou em
o o
torno de 40 C/60 C, em bactérias e algas que vivem em fontes termais. Na reação de PCR (do
inglês polymerase chain reaction), técnica que proporciona um aumento muito grande na
o
eficiência da análise do material genético, o DNA é submetido a temperaturas elevadas (94 C
o
a 96 C, por 1 ou 2 minutos), a fim de separar a dupla-hélice (desnaturação térmica do DNA).
Cada fita simples, em seguida, serve de molde para que a enzima Taq polimerase ou Taq DNA
polimerase (uma DNA polimerase termostável, resistente a elevadas temperaturas) promova a
o
síntese de novas moléculas de DNA. Em temperaturas superiores a 42 C, entretanto, a maioria
das enzimas perde sua atividade, devido à desnaturação.
- Alternativa E – INCORRETA
* A desnaturação não promove sua restruturação espacial. Ela promove, ao contrário, a perda
da configuração original.

04. (UFU) Considere as atividades celulares e as organelas apresentadas nas colunas abaixo.
I. Digestão intracelular
II. Síntese de proteínas
III. Acúmulo e eliminação de secreções
IV. Participação na divisão celular
V. Respiração celular
A. Retículo endoplasmático granular
B. Centríolos
C. Mitocôndrias
D. Lisossomos
E. Complexo de Golgi
Assinale a alternativa que corresponde à associação correta entre as duas colunas.
a) I-C; II-B; III-A; IV-E; V-D.
b) I-E; II-A; III-C; IV-D; V-B.
c) I-D; II-A; III-E; IV-B; V-C.
d) I-D; II-E; III-A; IV-B; V-C.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“I-D; II-A; III-E; IV-B; V-C.”)
A. Retículo endoplasmático granular: além de funções como transporte, armazenamento,
controle da pressão osmótica, suporte mecânico (juntamente com os microtúbulos e os
microfilamentos hialoplasmáticos) e aumento da superfície celular em relação ao volume,
também desempenhadas pelo retículo liso, o rugoso atua na síntese proteica. Essa função
específica do retículo granular se deve à presença de ribossomos “aderidos” a sua membrana.
B. Centríolos.
- Funções dos centríolos:
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* Atuação na divisão celular: eles estão associados às regiões polares das células, para as
quais os cromossomos migram por ocasião da divisão celular. Eles se situam no interior de
uma massa de material amorfo, denominada centrossomo ou centro celular.
* Formação dos cílios e dos flagelos, que são estruturas filamentosas contráteis, que se
projetam da superfície celular, possibilitando certos movimentos celulares. Eles podem ser
encontrados tanto em seres unicelulares, quanto em organismos mais complexos e são, em
última análise, centríolos modificados e mais compridos. Além da tubulina dos microtúbulos, os
cílios e flagelos apresentam dineína, proteína dotada de atividade ATPásica, importante para
sua movimentação.
C. Mitocôndrias: são organelas citoplasmáticas dotadas, em geral, de forma de bastonetes,
medindo de 0,2 a 1,0 micrômetro de diâmetro e de 2 a 8 micrômetros de comprimento. Elas
estão presentes apenas nas células eucarióticas. Embora possam ser visíveis com microscopia
óptica comum, detalhes de sua estrutura só são observados com o uso da microscopia
eletrônica. As mitocôndrias apresentam duas membranas lipoproteicas, semelhantes à
membrana plasmática. A externa é lisa, enquanto a interna possui dobras, chamadas cristas
mitocondriais, que se projetam para o interior da organela, que é preenchido por um material
viscoso, chamado matriz mitocondrial. Imersos nessa matriz, encontram-se enzimas
respiratórias, DNA mitocondrial, RNA mitocondrial e ribossomos próprios (mitorribossomos).
Esses ribossomos são menores que os citoplasmáticos e semelhantes aos das células
procarióticas. Além de comandar a síntese proteica, o DNA mitocondrial comanda a duplicação
da mitocôndria. As mitocôndrias são consideradas verdadeiras “usinas” energéticas da célula,
pois “produzem” energia para as diversas atividades celulares. O ATP formado nessas
organelas difunde-se para outras regiões da célula, fornecendo energia para o metabolismo
celular. É nas mitocôndrias que se processam o ciclo de Krebs, que ocorre na matriz
mitocôndrias, e cadeia respiratória, que ocorre nas cristas mitocondriais. Ciclo de Krebs e
cadeia respiratória são processo que compõe a respiração celular.
D. Lisossomos: são bolsas membranosas, de natureza lipoproteica, que contêm, em seu
interior, enzimas digestivas (hidrolases), capazes de digerir diversas substâncias, tais como
lipídios, proteínas, carboidratos e ácidos nucleicos. As enzimas lisossômicas são sintetizadas
no retículo rugoso, sendo em seguida transferidas para o sistema golgiense e, posteriormente,
liberadas sob a forma de lisossomos.
E. Complexo de Golgi (aparelho de Golgi, complexo golgiense ou sistema de Golgi): são
organoides desprovidos de ribossomos e consiste de sáculos membranosos, achatados e
empilhados, de cuja periferia se originam vesículas, por brotamento. Ele atua na modificação,
na concentração e no empacotamento, em pequenas vesículas, de algumas substâncias
produzidas no retículo endoplasmático rugoso. As vesículas que brotam dos golgiossomos
(pilhas que compõem o complexo de Golgi) têm três destinos principais: (I) formar os
lisossomos, que permanecem no interior da célula, atuando na digestão intracelular; (II) fundir-
se à membrana plasmática, incorporando, nessa membrana, as proteínas contidas no seu
interior. Deve aqui ser ressaltado que, na membrana plasmática, também existem proteínas
sintetizadas nos polissomos do citosol; (III) fundir-se à membrana plasmática, lançando seus
conteúdos para fora da célula, como no caso das enzimas digestivas sintetizadas e eliminadas
por células do sistema digestório. Dentre as funções do complexo de Golgi destacamos: (a)
secreção celular; (b) formação do acrossomo, estrutura vesicular que se situa na “cabeça” do
espermatozoide e contém uma grande quantidade de enzimas digestivas, que têm a função de
“perfurar” as membranas do óvulo por ocasião da fecundação; (c) formação da lamela média
em células vegetais; (d) formação do lisossomo e (e) glicosilação de proteínas e lipídios.
JUSTIFICATIVA
I. Digestão intracelular – lisossomo (D)
II. Síntese de proteínas – retículo endoplasmático granular (A)
III. Acúmulo e eliminação de secreções – complexo de Golgi (E)
IV. Participação na divisão celular – centríolos (B)
V. Respiração celular – mitocôndrias (C)
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05. (PUC-MG) Numere a segunda coluna de acordo com a primeira.


PRIMEIRA COLUNA
1. Endoderma.
2. Mesoderma.
3. Ectoderma.
SEGUNDA COLUNA
( ) Tecido ósseo.
( ) Sistema nervoso.
( ) Rins.
( ) Fígado.
( ) Pâncreas.
( ) Glândulas mamárias.
( ) Tecido muscular cardíaco.
Feita a correlação, a sequência numérica correta, de cima para baixo, é:
a) 1, 1, 2, 1, 3, 2, 2.
b) 1, 2, 3, 3, 3, 2, 1.
c) 2, 3, 2, 1, 1, 3, 2.
d) 3, 2, 2, 1, 3, 2, 3.
e) 3, 3, 2, 2, 1, 1, 1.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“2, 3, 2, 1, 1, 3, 2.”)
1. O endoderma origina:
* Revestimento interno (da traqueia, dos brônquios, das vias digestivas, da bexiga urinária, da
uretra, da faringe).
* Glândulas salivares
* Glândulas estomacais
* Fígado.
* Pâncreas.
* Alvéolos pulmonares.
* Tireoide.
* Paratireoides.
2. O mesoderma origina:
* Ossos e cartilagens.
* Músculos [esqueletico, cardíaco e liso (visceral)].
* Derme.
* Tecido adiposo e outros tecidos conjuntivos.
* Sistema excretor.
* Gônadas e outras estruturas do sistema reprodutor.
* Sistema circulatório e linfático.
* Membranas serosas [do coração (pericárdio), dos pulmões (pleuras) e dos órgãos abdominais
(peritônio)].
3. O ectoderma origina:
* Epiderme.
* Anexos epidérmicos [pelos, unhas, glândulas cutâneas (sudoríparas e sebáceas)].
* Glândulas mamárias.
* Sistema nervoso central e periférico.
* Hipófise.
* Córnea, cristalino e retina.
JUSTIFICATIVA
( 2 ) Tecido ósseo.
( 3 ) Sistema nervoso.
( 2 ) Rins.
( 1 ) Fígado.
( 1 ) Pâncreas.
( 3 ) Glândulas mamárias.
( 2 ) Tecido muscular cardíaco.
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06. (UFV) Observando a reprodução de alguns organismos, um grupo de alunos elaborou o


esquema de três tipos desse processo, representados a seguir por I, II e III. Embora o
esquema esteja incompleto, é possível identificá-los.

Assinale a alternativa que contenha, respectivamente, os nomes dos três tipos de reprodução:
a) Cissiparidade, fecundação, conjugação.
b) Esporulação, brotamento, cissiparidade.
c) Fecundação, brotamento, conjugação.
d) Cissiparidade, brotamento, esporulação.
e) Cissiparidade, fecundação, brotamento.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Cissiparidade, fecundação, brotamento.”)
JUSTIFICATIVA
I. Cissiparidade (bipartição ou divisão binaria) é uma reprodução assexuada que consiste na
divisão de um ser em duas partes iguais, ou aproximadamente iguais, onde cada uma delas
dará origem a um novo indivíduo de composição genética idêntica à celular mãe.
II. Fecundação (fertilização) é o encontro do espermatozoide com o óvulo (gametas masculino
e feminino), com formação do zigoto ou célula-ovo.
III. Brotamento (gemiparidade) é uma reprodução assexuada que se caracteriza pela emissão
de saliências (dilatações) denominadas brotos (gêmulas ou gemas), formadas por mitose, na
superfície externa do organismo progenitor. Os brotos podem se destacar, originando novos
seres geneticamente idênticos entre si, ou ficar ligados ao organismo original, formando uma
colônia. Ao contrário da bipartição, no brotamento o indivíduo se “parte” em pedaços desiguais.

07. (UEL) Analise a figura a seguir que representa um dos estágios do desenvolvimento
embrionário do anfioxo em corte transversal.

Com base na figura e nos conhecimentos sobre a embriologia do anfioxo, considere as


afirmativas a seguir.
I. A figura representa um embrião no estágio de nêurula.
II. As setas A, B e C apontam respectivamente o endoderma, a notocorda e o mesoderma.
III. As estruturas apontadas pelas setas B e D darão origem, respectivamente, à coluna
vertebral e ao sistema nervoso central.
IV. As estruturas apontadas pelas setas A e E darão origem a tecidos epiteliais de
revestimento.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) I e IV.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
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e) II, III e IV.


ALTERNATIVA CORRETA: A
(“I e IV.”)
JUSTIFICATIVA
I. AFIRMATIVA CORRETA (“A figura representa um embrião no estágio de nêurula.”)
* Nêurula: neste estágio além da formação do tubo neural, que dará origem ao sistema nervoso
central, observa-se a perfeita diferenciação dos três folhetos e também a produção da
notocorda. O tubo neural e a notocorda (eixo de sustentação do embrião) só ocorrem nos
cordados. A notocorda, que permanece na fase adulta do anfioxo (*), é gradativamente
substituída, nos vertebrados, pela coluna vertebral. Após este estágio tem início o
desenvolvimento dos vários órgãos e aparelhos do futuro ser.
(*) O anfioxo pertence ao grupo dos cordados (subfilo cefalocordado ou Cephalochordata) e
nele a notocorda funciona como estrutura de sustentação. Sua principal função, entretanto, é
contribuir para a movimentação do seu corpo. São pequenos, pisciformes (corpo semelhante a
de um peixe), com cerca de 6 a 8 cm de comprimento, e vivem semienterrados na areia, em
locais de águas calmas e limpas, deixando para fora do substrato apenas sua extremidade
anterior. A palavra anfioxo deriva do fato de esses animais terem o corpo afilado em duas
pontas (amphi = dois e oxy = pontiagudo).
II. AFIRMATIVA INCORRETA (”As setas A, B e C apontam respectivamente o endoderma, a
notocorda e o mesoderma.”)
* A – Ectoderma
* B – Notocorda
* C – Mesoderma
III. AFIRMATIVA INCORRETA (“As estruturas apontadas pelas setas B e D darão origem,
respectivamente, à coluna vertebral e ao sistema nervoso central.”)
* B – Notocorda: nos anfioxos, ela é o eixo de sustentação do animal adulto. A notocorda é
gradativamente substituída nos vertebrados pela coluna vertebral.
* D – Tubo neural: da origem ao sistema nervoso central
IV. AFIRMATIVA CORRETA (“As estruturas apontadas pelas setas A e E darão origem a
tecidos epiteliais de revestimento.”)
- Origem dos epitélios: os tecidos epiteliais derivam, embriologicamente, do ectoderma,
mesoderma ou endoderma.
I. Origem ectodérmica: epiderme, epitélio nasal, epitélio bucal, glândulas salivares, glândulas
sebáceas e glândulas mamárias.
* A – Ectoderma:
II. Origem mesodérmica: epitélio de membranas envoltórias de órgãos, como é o caso do
pericárdio (envolve o coração), da pleura (envolve os pulmões) e do peritônio (envolve o
conjunto dos órgãos abdominais); epitélio do sistema urogenital e endotélio (tecido que reveste
os vasos sanguíneos).
III. Origem endodérmica: epitélio que reveste a luz do tubo digestivo, a árvore respiratória, o
fígado e o pâncreas; epitélio da bexiga urinária, glândulas tireoide e paratireoide.
* E – Endoderma:

08. (UFV) A ocorrência de gêmeos é um fato relativamente comum entre os mamíferos. No


tatu, por exemplo, a ocorrência de gêmeos idênticos (ou unizigóticos) é uma regra, mas na
maioria dos mamíferos os gêmeos fraternos (ou dizigóticos) são mais esperados. Tendo por
base essas informações, indique a afirmativa incorreta:
a) Gêmeos fraternos surgem da fecundação de dois ou mais ovócitos.
b) Gêmeos idênticos podem ser considerados, do ponto de vista genético, clones.
c) Gêmeos idênticos podem surgir da separação de dois ou mais blastômeros.
d) Gêmeos fraternos podem ou não ser do mesmo sexo.
e) Gêmeos idênticos resultam da fecundação de um ovócito por dois espermatozoides.
ALTERNATIVA INCORRETA: E
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(“Gêmeos idênticos resultam da fecundação de um ovócito por dois espermatozoides.”)


- São conhecidos dois tipos de gêmeos na espécie humana: os monozigóticos (univitelinos,
idênticos ou verdadeiros) e os dizigóticos (bivitelinos, fraternos ou falsos).
I. Gêmeos monozigóticos: originam-se de um só zigoto, formado pela fecundação de um óvulo
por um espermatozoide. Formam-se, quando no início do desenvolvimento, o embrião divide-
se em dois grupos de células e cada grupo dá origem a um organismo. Eles são do mesmo
sexo e possuem a mesma constituição genética. Teoricamente, qualquer diferença entre eles
deve ser atribuída ao ambiente.
* Poliembrionia: fenômeno em que vários organismos se desenvolvem a partir de um único ovo
ou zigoto. Os seres formados por esse processo, tatu, por exemplo, apresentam a mesma
constituição genética.
* Gêmeos siameses (gêmeos ligados): se a separação do material embrionário for incompleta
durante o desenvolvimento, os gêmeos podem permanecer parcialmente unidos, levando â
formação dos gêmeos siameses. A extensão da união pode variar bastante. Ela pode ser
pequena, podendo ser corrigida por uma cirurgia, permitindo a sobrevivência dos dois gêmeos,
ou muito extensa, a ponto da separação dos corpos ser impossível, pois levaria ambos à
morte. Há casos, ainda, em que a separação cirúrgica levaria, necessariamente, à morte de um
deles.
II. Gêmeos dizigóticos: originam-se de dois zigotos distintos. Em face de serem provenientes
de espermatozoides e óvulos diferentes, possuem patrimônio genético diferente e podem ou
não ser do mesmo sexo. O mais comum é apresentar placentas, córions e âmnions distintos.
Os gêmeos dizigóticos são mais comuns que os monozigóticos.
* A formação de trigêmeos, quadrigêmeos, etc. é mais rara e pode resultar tanto da separação
de vários conjuntos de blastômeros, quanto de uma ovulação múltipla ou de uma mistura
desses dois fatores. Na espécie humana, entretanto, na maior parte dos casos nascem dois
seres.
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A – CORRETA
* Ver acima gêmeos dizigóticos (fraternos) e formação de trigêmeos, quadrigêmeos, etc.
- Alternativa B – CORRETA
* Gêmeos idênticos (monozigóticos) originam-se de um único zigoto, podendo ser
considerados clones. Eles possuem, inclusive, a mesma constituição genética.
- Alternativa C – CORRETA
* Ver acima gêmeos idênticos (monozigóticos).
- Alternativa D – CORRETA
* Ver acima gêmeos dizigóticos (fraternos).
- Alternativa E – INCORRETA
* Gêmeos idênticos (monozigóticos) resultam de um só zigoto, formado pela fecundação de um
óvulo por um espermatozoide e não por dois espermatozoides.

09. (UNICENTRO) O cladograma abaixo representa a evolução das algas e das plantas.
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De acordo com a ilustração, sobre as características dos principais grupos de plantas, é correto
afirmar, exceto:
a) As pteridófitas são plantas vasculares e sem sementes.
b) As algas são classificadas como plantas aquáticas avasculares.
c) As briófitas são plantas pequenas, avasculares, que vivem em ambientes úmidos.
d) A presença de sementes é uma inovação evolutiva das gimnospermas, em relação às
pteridófitas.
e) As angiospermas apresentam como característica evolutiva, em relação às gimnospermas,
as flores e os frutos.
ALTERNATIVA INCORRETA (“... exceto: ...”): B
(“As algas são classificadas como plantas aquáticas avasculares.”)
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A (“As pteridófitas são plantas vasculares e sem sementes.”) – CORRETA
* As pteridófitas constituem um grupo mais complexo que as briófitas, tendo como
representantes muito conhecidos as samambaias e as avencas. Elas são vasculares
(dotadas de vasos condutores) e desprovidas de flores (criptógamas), logo não possuem
fruto nem sementes. Ao contrário das briófitas, são dotadas de raiz, caule e folhas, bem
diferenciadas.
- Alternativa B (“As algas são classificadas como plantas aquáticas avasculares.”) –
INCORRETA
* O sistema de cinco reinos proposto por Copeland (1956) e modificado por Schwartz e
Margulies (1988) reúne algas e protozoários no reino Protoctista. Com base nesse status da
classificação, os seres vivos costumam ser agrupados em: Monera, Protista, Fungi, Plantae e
Animallia. Nessa classificação, as algas estão incluídas no reino Protista, que compreende os
eucariontes unicelulares heterótrofos (protozoários) e os unicelulares e pluricelulares que não
formam tecidos verdadeiros e que são autótrofos (algas). Levando em conta, inclusive, o
enunciado e o cladograma (“O cladograma abaixo representa a evolução das algas e das
plantas. ... De acordo com a ilustração, sobre as características dos principais grupos de
plantas, ...”), percebe-se que as algas não estão incluídas no reino Plantae.
* Embora tenham, durante muito tempo, sido consideradas como plantas, apenas as algas
verdes têm uma relação evolutiva com as plantas terrestres (Embriófitas); os grupos restantes
de algas representam linhas independentes de desenvolvimento evolutivo paralelo. As algas
são estudadas na ficologia, tradicionalmente uma especialização da botânica.
- Alternativa C (“As briófitas são plantas pequenas, avasculares, que vivem em ambientes
úmidos.”) – CORRETA
* Briófitas, também conhecidas como muscíneas, são vegetais rudimentares, desprovidos de
vasos condutores (avasculares), que requerem, via de regra, ambientes sombrios e
úmidos para sobreviver. Elas formam “tapetes” verdes aveludados sobre pedras, troncos e
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barrancos e são consideradas as mais primitivas plantas terrestres, dependendo ainda, em


grande parte, do meio aquático. Embora a maioria das espécies não ultrapasse 5 cm de
altura, sabe-se da existência de algumas briófitas, na Nova Zelândia, que atingem 40 cm. São
criptógamas (desprovidas de flores) e seu corpo vegetativo é formado por rizoide, filoide e
cauloide. Os rizoides, estruturas filamentosas semelhantes às raízes, atuam na fixação das
briófitas no solo, nas rochas e nos troncos das árvores, bem como na absorção de água e sais
minerais. O cauloide, que lembra o caule das plantas vasculares, representa o eixo principal
das briófitas. O filoide, lâmina que se assemelha às folhas propriamente ditas, é relativamente
simples, sendo desprovido de vasos condutores e dotado de poucos tecidos diferenciados.
- Alternativa D (“A presença de sementes é uma inovação evolutiva das gimnospermas, em
relação às pteridófitas.”) – CORRETA
* Gimnospermas: grupo constituído pelos pinheiros, araucárias, sequoias, cedros, etc., são
dotados de vasos condutores, a exemplo das pteridófitas. Constituem o primeiro grupo de
plantas a conquistar em definitivo o ambiente terrestre; as primeiras fanerógamas, isto é,
dotadas de estruturas reprodutoras visíveis (estróbilos ou pinhas) e as primeiras
espermatófitas, ou seja, dotadas sementes (pinhão). Elas, entretanto, não
apresentam frutos, estruturas que ocorrem nas angiospermas.
- Alternativa E (“As angiospermas apresentam como característica evolutiva, em relação às
gimnospermas, as flores e os frutos.”) – CORRETA
* Angiospermas: grupo de vegetais mais abundantes e de maior diversidade da Terra. Elas são
dotadas de uma grande irradiação adaptativa, graças, principalmente, ao fato de terem
sementes protegidas por frutos, o que aumenta a dispersão, e possuírem flores de aspecto
variados, capazes de atrair diferentes tipos de agentes polinizadores (insetos, aves, morcegos,
etc.). Percebe-se que, ao contrário das gimnospermas, as angiospermas são
dotadas de flores típicas e de frutos. Elas são traqueófitas (vasculares), isto é, dotadas
de vasos condutores de seiva, a exemplo das pteridófitas e gimnospermas, e espermatófitas
(dotadas de semente), a exemplo das gimnospermas.
RESUMINDO:
- Algas: reino protista.
- Briófitas: criptógamas e avasculares.
- Pteridófitas: criptógamas e vasculares.
- Gimnospermas: fanerógamas, vasculares, com sementes e sem frutos.
- Angiospermas: fanerógamas, vasculares e com frutos.

10. (IFAL) Associe o nome das plantas da coluna I com os respectivos grupos da coluna II.
COLUNA I
1. Musgo.
2. Avenca.
3. Pinheiro-do-paraná.
4. Feijão.
5. Semente do milho.
COLUNA II
( ) Monocotiledônea.
( ) Dicotiledônea.
( ) Briófita.
( ) Pteridófita.
( ) Gimnosperma.
Qual das alternativas abaixo representa a sequência correta?
a) 4, 3, 1, 5, 2.
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b) 5, 4, 1, 2, 3.
c) 3, 4, 2, 1, 5.
d) 2, 1, 5, 3, 4.
e) 5, 3, 1, 4, 2.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“5, 4, 1, 2, 3.”)
1. Musgos são briófitas [(criptógamas (desprovidas de flores) e avasculares (desprovidas de
vasos condutores)].
2. Avenca são pteridófitas [(criptógamas (desprovidas de flores) e vasculares (dotadas de
vasos condutores)].
3. Pinheiro-do-paraná são gimnospermas [fanerógamas (dotadas de estruturas
reprodutoras visíveis – estróbilos ou pinhas –), vasculares (dotadas de vasos
condutores), espermatófitas (dotadas de sementes – pinhão –) e desprovidas de frutos].
4. Feijão são dicotiledôneas [fanerógamas (dotadas de flores), vasculares (dotadas e
vasos condutores), espermatófitas (dotadas de semente), sementes com dois
cotilédones (folhas encontradas no embrião da semente, que irrompe durante a germinação,
cuja função é acumular reserva nutritiva – endosperma -, que é consumida à medida que a
plântula vai se desenvolvendo) e angiospermas (dotadas de frutos)].
5. Semente do milho [pertencente ao fruto denominado cariopse ou grão (fruto seco,
indeiscente, com uma semente, cujo pericarpo está firmemente aderido ao redor de todo
o tegumento da semente), planta monocotiledônea (dotada de apenas um cotilédone)].
JUSTIFICATIVA
( 5 ) Monocotiledônea.
( 4 ) Dicotiledônea.
( 1 ) Briófita.
( 2 ) Pteridófita.
( 3 ) Gimnosperma.

11. (UFGD) Os grupos zoológicos diferem morfologicamente uns dos outros. Essas diferenças
evolutivas, que caracterizam os diferentes grupos, são utilizadas em sua classificação.
Estabeleça a associação correta entre as características e os filos, de acordo com as
informações a seguir.
CARACTERÍSTICAS
I. Corpo achatado, excreção por células flama, sistema digestório incompleto.
II. Corpo cilíndrico e segmentado, hermafroditas com fecundação cruzada.
III. Possuem mesogleia, alternância de gerações, protostômios e diblásticos.
IV. Exoesqueleto quitinoso, filo com maior número de espécies, pernas articuladas,
protostômios e triblásticos.
V. Endoesqueleto com placas calcárias articuladas, simetria radial, deuterostômios e
triblásticos.
FILOS
( ) Artrópodes.
( ) Cnidários.
( ) Equinodermos.
( ) Platelmintos.
( ) Anelídeos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
a) V - IV - II - I - III.
b) IV - III - V - II - I.
c) V - III - IV - I - II.
d) IV - III - V - I - II.
e) V - III - IV - II - I.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“IV - III - V - I - II.”)
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JUSTIFICATIVA
- ARTRÓPODES (algumas características) – IV
* O filo artrópodes é o mais diversificado do planeta com mais de 1 milhão de espécies
catalogada, sendo cerca de 900 mil só de insetos.
* Simetria bilateral.
* Triblásticos [(embriões apresentam três folhetos germinativos (ectoderma,
mesoderma e endoderma)].
* Celomado.
* Corpo dividido em três partes: cabeça, tórax e abdome, podendo ocorrer fusão da cabeça
com o tórax. Neste caso, apresenta-se dividido em duas partes (cefalotórax e abdome ou
cabeça e tronco).
* Dotados de patas articuladas, isto é com juntas moveis.
* Corpo protegido por uma armadura rígida, o exoesqueleto quitinoso (dotado de quitina).
* Sistema digestivo completo.
* Sistema circulatório aberto.
* Respiração através da superfície corpórea, brânquias, traqueias ou pulmões foliáceos.
* Glândulas excretoras pareadas denominadas glândulas coxais, antenais ou maxilares,
presentes em alguns, homólogos ao sistema nefridiano metamérico dos anelídeos;
alguns com outros órgãos excretores, chamados túbulos de Malpighi.
* Sistema nervoso ganglionar com um gânglio cerebral dorsal conectado por um anel
que circunda o tubo digestivo e uma cadeia nervosa ventral dupla constituída por
gânglios segmentares.
* Protostômios [o blastóporo (primeira abertura que surge na gastrulação) que comunica o
arquêntero (intestino primitivo) com o exterior dá origem à boca no adulto.]
- CNIDÁRIOS (algumas características) – III
* Simetria radial ao redor de um eixo longitudinal com extremidades oral e aboral.
* Sem cabeça definida.
* Dois tipos básicos de indivíduos (pólipos e medusas).
* Na maioria dos cnidários (classes hidrozoários, cifozoários e cubozoários) o ciclo de
vida apresenta alternância de gerações (metagênese) assexuadas poliploides e
sexuadas medusoides.
* Corpo com duas camadas, a epiderme e a gastroderme, com a mesogleia.
* Diblásticos [(embriões apresentam dois folhetos germinativos (ectoderma e
endoderma)].
* Cavidade gastrovascular (frequentemente ramificada ou dividida em septos) com uma
única abertura que serve tanto como boca quanto como ânus.
* Organelas celulares urticantes especiais chamadas de nematocistos presentes nos
cnidoblastos.
* Rede nervosa difusa.
* Sistema muscular do tipo epitélio-muscular, com uma camada externa de fibras
longitudinais na base da epiderme e uma camada interna de fibras circulares na base da
gastroderme.
* Sem sistemas excretório, circulatório e respiratório.
* Protostômios [o blastóporo (primeira abertura que surge na gastrulação) que comunica o
arquêntero (intestino primitivo) com o exterior dá origem à boca no adulto.].
- EQUINODERMOS (algumas características) – V
* Corpo não segmentado.
* Simetria radial pentâmera.
* Sem cabeça.
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* Poucos órgãos sensoriais especializados. Sistema sensorial composto por receptores tácteis
e químicos; pés ambulacrais; tentáculos terminais; fotorreceptores e estatocistos.
* Sistema nervoso ganglionar, compostos por um anel ao redor da boca e nervos radiais.
* Endoesqueleto formado por ossículos calcários dérmicos com espinhos, ou
por espículas calcárea.
* Locomoção por meio de pés ambulacrais, que protraem das áreas ambulacrais; pelo
movimento dos espinhos, ou pelo movimento dos braços, que se estendem a partir do disco
central do corpo.
* Sistema digestivo geralmente completo, axial ou enrolado; ânus ausente nos ofiuroides. Nos
ouriços, observa-se a presença de cinco dentes calcários ao redor da boca, que estão ligados
a uma estrutura de apoio, composta por ossos e músculos, denominada Lanterna-de-
Aristóteles.
* Órgãos excretores ausentes.
* Deuterostômios [o blastóporo (primeira abertura que surge na gastrulação) que comunica
o arquêntero (intestino primitivo) com o exterior dá origem ao ânus no adulto.]
* Todos os representantes são exclusivamente marinhos.
* Triblásticos [(embriões apresentam três folhetos germinativos (ectoderma,
mesoderma e endoderma)].
- Platelmintos (algumas características) – I
* Triblásticos [(embriões apresentam três folhetos germinativos (ectoderma, mesoderma
e endoderma)].
* Simetria bilateral.
* Corpo achatado dorsoventralmente.
* Aberturas oral e genital, na maioria das vezes, na superfície ventral.
* Sistema muscular primariamente com forma de bainha e origem mesodérmica.
* Acelomados.
* Sistema digestório incompleto (tipo gastrovascular). Ausente em alguns
(cestodas).
* Sistema nervos consistindo em um par de gânglios anteriores com cordões nervosos
longitudinais.
* Sistema excretório com dois canais laterais com ramos que apresentam células-
flama (protonefrídios); ausentes em algumas formas primitivas.
* Ausência de sistemas respiratório, circulatório e esquelético; canais de linfa com
células livres em alguns trematódeos.
* A maioria dos indivíduos da classe Turbellaria é de vida livre; classes Trematoda e
Cestoda são inteiramente parasitas.
- Anelídeos (algumas características) – II
* Corpo alongado, cilíndrico e segmentado.
* Triblásticos [(embriões apresentam três folhetos germinativos (ectoderma, mesoderma
e endoderma)].
* Celomado.
* Simetria bilateral.
* Sistema circulatório, pelo qual corre sangue portador de hemoglobina.
* Em sua maioria apresentam respiração cutânea; em alguns a respiração é branquial.
* Aparelho digestivo completo, com boca, papo, moela, tiflossole e ânus.
* Alguns são fixos e outros móveis. Os que se movimentam podem ou não apresentar cerdas,
pequenas formações filiformes quitinosas sem articulação.
* Apresentam reprodução sexuada. A maioria é dioica, com fecundação externa e
desenvolvimento indireto.
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* As minhocas, embora sejam hermafroditas, apresentam fecundação cruzada. Durante


a cópula, os animais se orientam em sentidos opostos, de maneira que os poros genitais
masculinos de um entrem em contato com os receptáculos seminais do outro, e vice-versa.
Como cada uma das minhocas elimina esperma nos receptáculos seminais do parceiro. Depois
da troca reciproca de esperma elas se separam. A fecundação ocorre, em verdade, dentro do
casulo (onde os ovos se desenvolvem), fora do corpo da minhoca. Por isto, fala-se em
fecundação externa. Não há estágio larval: as minhocas apresentam, dessa forma,
desenvolvimento direto.

12. (UFC) Na história evolutiva dos animais, destaca-se o aparecimento das seguintes
características: simetria bilateral, presença de três folhetos germinativos, cavidade digestória
completa com boca e ânus, cavidade corporal e metameria. Com relação à ocorrência destas
características entre os diversos grupos animais, assinale a alternativa correta.
a) Todos os animais com metameria apresentam cavidade corporal e simetria bilateral.
b) Todos os animais com simetria bilateral apresentam metameria e três folhetos germinativos.
c) Todos os animais com cavidade corporal apresentam três folhetos germinativos e
metameria.
d) Todos os animais com cavidade digestória completa apresentam simetria bilateral e
metameria.
e) Todos os animais com três folhetos germinativos apresentam cavidade digestória completa e
cavidade corporal.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Todos os animais com metameria apresentam cavidade corporal e simetria bilateral.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Todos os animais com metameria apresentam cavidade corporal e
simetria bilateral.”) – CORRETA
* Os animais com metameria são os anelídeos, os artrópodes e os cordados. Todos esses
mais os moluscos e os equinodermos são celomados (apresentam cavidade corporal). No que
concerne à simetria bilateral, todos os animais, com exceção dos poríferos (espongiários),
cnidários (celenterados) e equinodermos adultos, têm simetria bilateral. Logo, platelmintos,
nematelmintos, moluscos, anelídeos, artrópodes e cordados têm simetria bilateral.
* Dessa forma, os anelídeos, os artrópodes e os cordados, que possuem metameria,
apresentam, também, cavidade corporal e simetria bilateral, o que torna essa alternativa
correta.
- ALTERNATIVA B (“Todos os animais com simetria bilateral apresentam metameria e três
folhetos germinativos.”) – INCORRETA
* Com exceção dos poríferos (espongiários), cnidários (celenterados) e equinodermos adultos,
todos os demais animais têm simetria bilateral. Logo, platelmintos, nematelmintos, moluscos,
anelídeos, artrópodes e cordados têm simetria bilateral. Dos que apresentam simetria bilateral,
apenas os anelídeos, os artrópodes e os cordados também apresentam metameria. Dessa
forma, platelmintos, nematelmintos e moluscos, não apresentam metameria. Analisando, os
animais dotados de três folhetos germinativos (platelmintos, nematelmintos, moluscos,
anelídeos, artrópodes, equinodermos e cordados), notamos que todos os dotados de
simetria bilateral têm três folhetos germinativos (triblástico), embora nem todos que apresentam
três folhetos germinativos têm simetria bilateral, sendo este o caso dos equinodermos.
* Constata-se que nem todos os animais dotados de simetria bilateral apresentam metameria,
caso dos platelmintos, nematelmintos e moluscos, o que torna essa alternativa incorreta.
- ALTERNATIVA C (“Todos os animais com cavidade corporal apresentam três folhetos
germinativos e metameria.”) – INCORRETA
* Animais celomados (com cavidade corporal) são os moluscos, os anelídeos, os artrópodes,
os equinodermos e os cordados. Os triblásticos (com três folhetos germinativos) são os
platelmintos, nematelmintos, moluscos, anelídeos, artrópodes, equinodermos e cordados.
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Constata-se que todos os celomados possuem três folhetos germinativos. No que


concerne à metameria, anelídeos, artrópodes e cordados são dotados de metameria.
* Observa-se que os moluscos e os equinodermos são celomados e desprovidos de
metameria, o que torna essa alternativa incorreta.
* Lembramos que os platelmintos embora sejam triblásticos são desprovidos de celoma
(acelomados) e os nematelmintos, também triblásticos, são pseudocelomados.
- ALTERNATIVA D (“Todos os animais com cavidade digestória completa apresentam simetria
bilateral e metameria.”) – INCORRETA
* Os animais com cavidade digestória completa são os nematelmintos, moluscos, anelídeos,
artrópodes, equinodermos e cordados. Com exceção dos poríferos (espongiários), cnidários
(celenterados) e equinodermos adultos, todos os demais animais têm simetria bilateral. Logo,
platelmintos, nematelmintos, moluscos, anelídeos, artrópodes e cordados têm simetria bilateral.
Percebe-se que os equinodermos tem cavidade digestória completa, sem, contudo, ter simetria
bilateral. Eles possuem sistema radial pentâmera. Os animais dotados de metameria são os
anelídeos, os artrópodes e os cordados. Constata-se que os nematelmintos, os moluscos e os
equinodermos, embora possuam cavidade digestória completa, não têm metameria.
* Comparando-se a simetria bilateral e a metameria com a cavidade digestória completa,
percebe-se uma não correspondência, o que torna a alternativa incorreta.
- ALTERNATIVA E (“Todos os animais com três folhetos germinativos apresentam cavidade
digestória completa e cavidade corporal.”) – INCORRETA
* Os triblásticos (com três folhetos germinativos) são os platelmintos, nematelmintos,
moluscos, anelídeos, artrópodes, equinodermos e cordados. Os dotados de cavidade
digestória completa são os nematelmintos, moluscos, anelídeos, artrópodes,
equinodermos e cordados. Percebe-se que os platelmintos são os únicos triblásticos
desprovidos de cavidade digestória completa. Animais celomados (com cavidade corporal)
são os moluscos, os anelídeos, os artrópodes, os equinodermos e os cordados. Constata-se
que os platelmintos e os nematelmintos são triblásticos, mas desprovidos de cavidade corporal.
* Comparando-se a cavidade digestória completa e a cavidade corporal (celoma) com a
presença de três folhetos germinativos, constata-se uma não correspondência, o que torna a
alternativa incorreta.

13. (UNESP) No sistema de classificação de Lineu, os fungos eram considerados vegetais


inferiores e compunham o mesmo grupo do qual faziam parte os musgos e as samambaias.
Contudo, sistemas de classificação modernos colocam os fungos em um reino à parte, reino
Fungi, que difere dos vegetais não apenas por não realizarem fotossíntese, mas também
porque os fungos:
a) São procariontes, uni ou pluricelulares, enquanto os vegetais são eucariontes pluricelulares.
b) São exclusivamente heterótrofos, enquanto os vegetais são autótrofos ou heterótrofos.
c) Não apresentam parede celular, enquanto todos os vegetais apresentam parede celular
formada por celulose.
d) Têm o glicogênio como substância de reserva energética, enquanto nos vegetais a reserva
energética é o amido.
e) Reproduzem-se apenas assexuadamente, enquanto nos vegetais ocorre reprodução
sexuada ou assexuada.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Têm o glicogênio como substância de reserva energética, enquanto nos vegetais a reserva
energética é o amido.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“São procariontes, uni ou pluricelulares, enquanto os vegetais são
eucariontes pluricelulares.”) – INCORRETA
* O Reino Fungi compreende organismos eucariontes, unicelulares e pluricelulares. Como
exemplo de fungos unicelulares citamos a levedura Saccharomyces cerevisiae, fungo utilizado
para a fabricação de pão, cachaça, cerveja, etc., graças à fermentação que realiza. Os fungos
pluricelulares são constituídos por filamentos microscópicos ramificados, denominados hifas. O
conjunto de hifas forma o micélio, pseudo tecido que constitui o corpo do fungo multicelular. No
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cogumelo-de-chapéu, por exemplo, o micélio apresenta "abas" ou “chapéu”, que contém


estruturas chamadas esporângios, formadas por hifas férteis. Uma vez produzidos pelos
esporângios, os esporos são eliminados, podendo se espalhar pela ação do vento, por
exemplo. Encontrando condições favoráveis, eles germinam e originam hifas que formarão um
novo fungo. Os vegetais são realmente eucariontes pluricelulares.
- ALTERNATIVA B (“São exclusivamente heterótrofos, enquanto os vegetais são autótrofos
ou heterótrofos.”) – INCORRETA
* O Reino Fungi compreende organismos heterotróficos que se alimentam de nutrientes
absorvidos do meio. Os vegetais, por outo lado, são autótrofos fotossintetizantes.
- ALTERNATIVA C (“Não apresentam parede celular, enquanto todos os vegetais
apresentam parede celular formada por celulose.”) – INCORRETA
* Os fungos possuem uma parede celular complexa, constituída de quitina, mesma
substância encontrada no esqueleto dos artrópodes. Os vegetais possuem parede celular
formada por celulose.
- ALTERNATIVA D (“Têm o glicogênio como substância de reserva energética, enquanto nos
vegetais a reserva energética é o amido.”) – CORRETA
- ALTERNATIVA E (“Reproduzem-se apenas assexuadamente, enquanto nos vegetais
ocorre reprodução sexuada ou assexuada.”) – INCORRETA
* Os fungos se reproduzem assexuadamente [fragmentação, brotamento (gemulação) e
esporulação] e sexuadamente. Os vegetais apresentam, realmente, reprodução sexuada e
assexuada.

14. Aplicando-se os conhecimentos sobre a classificação e regras de nomenclatura dos seres


vivos, podemos então, afirmar corretamente que Canis familiaris e Canis latrans:
a) São duas espécies diferentes, que pertencem a diferentes ordens.
b) São duas espécies diferentes, que pertencem ao mesmo gênero.
c) São duas espécies diferentes, que pertencem a famílias diferentes.
d) Pertencem à mesma espécie, pois são do mesmo gênero.
e) Pertencem à mesma espécie, pois convivem em um mesmo habitat.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“São duas espécies diferentes, que pertencem ao mesmo gênero.”)
- A ordem hierárquica das categorias taxonômica é: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família,
Gênero e Espécie (táxon básico). Eventualmente, essas categorias taxionômicas podem ser
divididas, quando da necessidade de uma classificação mais precisa. Dessa forma, podermos
ter: sub-reinos, subfilos, subclasses, etc.
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A – INCORRETA
* Canis familiaris e Canis latrans são duas espécies diferentes pertencentes ao mesmo gênero
(Canis), logo pertencem à mesma ordem.
- Alternativa B – CORRETA
* Canis familiaris e Canis latrans são duas espécies diferentes que pertencem ao mesmo
gênero (Canis).
- Alternativa C – INCORRETA
* Canis familiaris e Canis latrans são duas espécies diferentes pertencentes à mesma
família (Canidae).
- Alternativa D – INCORRETA
* Canis familiaris e Canis latrans não pertencem à mesma espécie, embora pertençam
ao mesmo gênero (Canis).
- Alternativa E – INCORRETA
* Canis familiaris e Canis latrans são duas espécies diferentes.
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15. (UPE) Analise o seguinte esquema como representativo das principais categorias
sistemáticas, partindo de Reino e identifique a alternativa correta que descreve e caracteriza
tais categorias. Para efeito de simplificação, cada categoria só está representada por um
subconjunto.

a) As categorias representadas são: A-Filo, B-Ordem, C-Família, D-Classe, E-Gênero, F-


Espécie.
b) Filo congrega organismos com características morfológicas, fisiológicas e comportamentais
semelhantes e está representado pela figura B.
c) Organismos anatomicamente semelhantes, que convivem num mesmo habitat a apresentam
o mesmo tipo de reprodução, são classificados numa mesma Família, que está representado
pela figura C.
d) A figura B representa uma Classe, que é constituída por uma ou mais Ordens.*
e) Espécie compreende organismos morfo-fisiologicamente semelhantes, capazes de
cruzarem-se naturalmente entre si, gerando descendentes férteis; está representada pela
figura E.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“A figura B representa uma Classe, que é constituída por uma ou mais Ordens.”)
- A ordem hierárquica das categorias taxonômica é: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família,
Gênero e Espécie (táxon básico). Eventualmente, essas categorias taxionômicas podem ser
divididas, quando da necessidade de uma classificação mais precisa. Dessa forma, podermos
ter: sub-reinos, subfilos, subclasses, etc.
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A – INCORRETA
* A = Filo.
* B = Classe e não Ordem.
* C = Ordem e não Família.
* D = Família e não Classe
* E = Gênero.
* F = Espécie.
- Alternativa B – INCORRETA
* B é classe e não filo.
Alternativa C – INCORRETA
* O conceito não se refere à família. Ele pode, dentro de certos limites, ser atribuído à especie.
Tampou C representa família e sim ordem.
Alternativa D – CORRETA
* A letra B representa, realmente, uma classe, que é constituída por um conjunto de ordens.
Alternativa E – INCORRETA
* Espécie está representada em F. A letra E representa um gênero.

16. (URCA) Caso alguém tenha um susto, como consequência sofra uma vasoconstricção e
fique com taquicardia não deve entrar em pânico, pois isso é uma situação fisiológica normal
provocada pelo aumento de adrenalina que é um hormônio produzido pelo(a):
a) Adenohipófise.
b) Medula da suprarrenal.
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c) Pâncreas.
d) Glândula pineal.
e) Fígado.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Medula da suprarrenal.”)
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A – INCORRETA
* A adenohipófise (lóbulo anterior da hipófise) não produz adrenalina. Ela produz diversos
hormônios, a maioria representada por hormônios tróficos (tropinas ou trofinas), isto é, que
atuam sobre o controle de outras glândulas ou órgãos, cujos desempenhos estão relacionados
com o desenvolvimento do indivíduo. A liberação de cada tropina hipofisária depende da
estimulação ou inibição do hipotálamo. Por razão se costuma dizer que ela é o “maestro” da
orquestra endócrina e o hipotálamo é o “compositor”. Hormônios produzidos pela
adenohipófise:
I. Hormônio somatotrópico (hormônio do crescimento ou STH ou SH ou GH).
II. Hormônio tireotrópico (TSH ou hormônio estimulante da tireoide)
IV. Hormônio adrenocorticotrópico (ACTH ou estimulante do córtex-adrenal).
III. Hormônio luteotrópico (LTH ou prolactina ou hormônio lactogênico).
IV. Hormônios gonadotrópicos (gonadotropina), que atuam sobre as gônadas masculinas e
femininas. A adenohipófise secreta duas gonadotropinas: o hormônio folículo estimulante
(FSH) e o hormônio luteinizante (LH), também chamado, no homem, de hormônio
estimulador das células intersticiais (ICSH).
- Alternativa B – CORRETA
* A suprarrenal (adrenal), revela, estruturalmente, uma região mais externa (córtex adrenal ou
córtex da suprarrenal) e outra mais interna (medula adrenal ou medula da suprarrenal). Os
hormônios corticais são todos da mesma natureza química dos esteroides, daí a denominação
corticosteroides. Eles se distribuem em três grupos: mineralocorticoides, sendo a aldosterona o
principal deles; glicocorticoides, representados principalmente pelo cortisol e os sexuais, que
compreende os androgênios (hormônios sexuais masculinos) e os hormônios sexuais
femininos (estrógenos e progesterona). A medula da suprarrenal tem como principal hormônio
a adrenalina ou epinefrina.
- Alternativa C – INCORRETA
* O pâncreas é uma glândula anfícrina (mista). Sua porção exócrina (ácinos pancreáticos)
produz suco pancreático. Sua porção endócrina (ilhotas de Langerhans) secreta insulina,
glucagon e somatostatina.
- Alternativa D – INCORRETA
* A glândula pineal (epífise neural ou simplesmente pineal) é uma pequena glândula endócrina
situada perto de centro de cérebro, cujo principal produto é a melatonina, hormônio produzido a
partir da serotonina. Apesar da função dessa glândula ser muito discutida, parece não haver
dúvidas quanto ao importante papel que ela exerce na regulação dos chamados ciclos
circadianos, que são os ciclos vitais (principalmente o sono) em humanos e no controle das
atividades sexuais e de reprodução.
- Alternativa E – INCORRETA
* O fígado é uma glândula que exerce várias funções no organismo, tais como:
armazenamento de glicogênio, síntese de ureia, degradação do álcool e de outras substâncias
tóxicas. No que concerne à digestão, produz a bile, que é temporariamente armazenada na
vesícula biliar. Embora seja desprovida de enzimas digestiva, a bile contém substâncias que
emulsionam as gorduras, facilitando a ação das enzimas que vão atuar nos alimentos no
interior do duodeno. A bile possui, ainda, bicarbonato e resíduos do metabolismo do colesterol
e da degradação das hemácias.
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17. (UEL) RESPONDA ESTA QUESTÃO COM BASE NO TEXTO ABAIXO


Darwin, empolgado com as maravilhas da natureza tropical, em Salvador e no Rio, registrou: A
viagem do Beagle foi sem dúvida o acontecimento mais importante de minha vida e determinou
toda a minha carreira. As maravilhas das vegetações dos trópicos erguem-se hoje em minha
lembrança de maneira mais vívida do que qualquer outra coisa.
(Adaptado de: MOREIRA, I. C. Darwin, Wallace e o Brasil. In Jornal da Ciência, Ano XXII, n.
625, p. 6, 11 jul. 2008.)
Com base no texto acima e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a
seguir:
I. A ideia de evolução não era nova, contudo, foi Darwin que estabeleceu cientificamente o
princípio da seleção natural como fator responsável pela evolução dos organismos.
II. As conclusões expostas no livro A Origem das Espécies levaram ao aprimoramento dos
estudos de Lamarck que embasavam a teoria da geração espontânea dos organismos.
III. Em sua viagem, Darwin observou a ocorrência de processos biológicos semelhantes em
áreas geográficas e com seres vivos diferentes, o que colaborou para a elaboração da Teoria
da Evolução pela seleção natural.
IV. A Teoria da Evolução pela seleção natural, conhecida por darwinismo, também foi
desenvolvida por Alfred Wallace que, na mesma época, estudava o fenômeno evolutivo.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.*
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.”)
JUSTIFICATIVA
- Afirmativa I (“A ideia de evolução não era nova, contudo, foi Darwin que estabeleceu
cientificamente o princípio da seleção natural como fator responsável pela evolução dos
organismos.”) – CORRETA
* Ao contrário do que o senso comum aponta Charles Darwin não propôs a ideia de evolução,
mas sim, um mecanismo pelo qual a evolução ocorreria, que ele chamou de seleção natural.
- Afirmativa II (“As conclusões expostas no livro A Origem das Espécies levaram ao
aprimoramento dos estudos de Lamarck que embasavam a teoria da geração espontânea dos
organismos.”) – INCORRETA
* As ideias expostas no livro A origem das Espécies não levaram à superação da teoria da
geração espontânea dos organismos. As conclusões expostas no citado livro, levaram, sem
dúvida, ao aprimoramento dos estudos feitos por Lamarck.
- Afirmativa III (“Em sua viagem, Darwin observou a ocorrência de processos biológicos
semelhantes em áreas geográficas e com seres vivos diferentes, o que colaborou para a
elaboração da Teoria da Evolução pela seleção natural.”) – CORRETA
* Aos 22 anos, em dezembro de 1931, Darwin embarcou, como naturalista, no navio HMS
Beagle, da marinha inglesa, para uma viagem ao redor do mundo, que durou cinco anos e que
tinha como objetivo principal promover a atualização de mapas. Durante essa viagem,
conheceu e explorou, entre outros locais, regiões da América do Sul e as Ilhas Galápagos,
tendo, inclusive, passado duas vezes pelo Brasil. O Arquipélago de Galápagos, formado por
ilhas vulcânicas e situado no oceano Pacífico a cerca de 1.000 Km da costa da América do Sul,
revelou-se de particular interesse para os estudos de Darwin. Nele, Darwin observou que em
cada ilha existem tartarugas, tentilhões e outros seres adaptados aos ambientes particulares
em que vivem, tendo estudado, detidamente esses organismos e analisado as diferenças em
suas estruturas e hábitos alimentares.
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- Afirmativa IV (“A Teoria da Evolução pela seleção natural, conhecida por darwinismo, também
foi desenvolvida por Alfred Wallace que, na mesma época, estudava o fenômeno evolutivo.”) –
CORRETA
* Alfred Wallace descobriu a seleção natural na mesma época que Charles Darwin. Em 1º de
julho de 1858, em Londres, na Sociedade Lineana, um grupo de naturalistas ouviu a leitura de
dois textos, um de Alfred Russel Wallace e outro de Charles Robert Darwin, que lançavam os
princípios da teoria da evolução. A ideia da criação (doutrina fixista, fixismo ou criacionismo)
era substituída pela da evolução, regida pelo princípio da seleção natural. O episódio da leitura
dos textos de Darwin e Wallace em 1858 é importante não somente por antecipar a revolução
evolucionista, mas também por revelar um aspecto profundamente humano da produção do
conhecimento científico. De certo modo, a leitura aconteceu naquela data para garantir a
Darwin - que há 20 anos elaborava o evolucionismo - o papel de protagonista na formulação
dessa teoria. Em fevereiro de 1858, durante uma jornada de pesquisa nas ilhas Molucas
(Indonésia), Wallace descobriu a seleção natural e passou suas ideias para o papel. Resolveu,
em seguida, mandar o manuscrito de sua descoberta para Darwin, naturalista a quem admirava
e com quem já havia trocado correspondência. Para Darwin, tratava-se de uma surpresa nada
agradável. Wallace lhe apresentava uma teoria praticamente idêntica àquela em que o próprio
Darwin vinha trabalhando há duas décadas. Darwin passava, então, pelo pior pesadelo de um
cientista, a de ter perdido a precedência no descobrimento, a ponto de escrever numa carta a
Charles Lyell “toda a minha originalidade será esmagada”. Para evitar que isso ocorresse, Lyell
e Joseph Hooker, propuseram que os trabalhos fossem apresentados simultaneamente na
Sociedade Lineana, como citamos acima. Portando-se como legítimo cavalheiro, Darwin dividiu
as honras da descoberta com Wallace que, por seu turno, lhe cedeu a primazia na publicação
de "Origem das Espécies", o que tornou Darwin um dos maiores cientistas de todos os tempos.

18. (UESPI) Joana vai ao médico se queixando de dor na garganta, e diz que os antibióticos
que havia tomado não resolveram seu problema. Ao definir o diagnóstico, o médico relatou que
a infecção era causada por uma bactéria resistente aos antibióticos ingeridos. Considerando
seu conhecimento sobre a teoria da Seleção Natural proposta há cerca de 150 anos por Darwin
e Wallace, leia as proposições abaixo.
1. O hábito da automedicação pode selecionar bactérias naturalmente resistentes a antibióticos
presentes no corpo de Joana.
2. Mutações induzidas pela ação das drogas utilizadas são os principais agentes da seleção de
bactérias resistentes a antibióticos.
3. Além dos antibióticos, bactérias responsáveis por uma infecção sofrem a pressão seletiva da
resposta imunológica.
Está(ão) correta(s) apenas:
a) 1 e 2.
b) 2 e 3.
c) 1 e 3.
d) 1.
e) 2.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“1 e 3.”)
JUSTIFICATIVA
- Proposição I (“O hábito da automedicação pode selecionar bactérias naturalmente resistentes
a antibióticos presentes no corpo de Joana.”) – CORRETA
* O hábito de automedicação, sem indicação médica, pode acarretar o uso inadequado de
antibióticos, favorecendo a seleção de bactérias resistentes. Esse fenômeno, conhecido como
resistência bacteriana, dificulta o tratamento de infecções. Quando expostas a medicamentos
não específicos e com alta potência, algumas bactérias podem sobreviver (seleção artificial),
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resistindo ao ataque da mesma droga. Dessa forma, ficam prontas para sobreviver à ação
desse mesmo agente quando necessário.
- Proposição II (“Mutações induzidas pela ação das drogas utilizadas são os principais agentes
da seleção de bactérias resistentes a antibióticos.”) – INCORRETA
* Antibióticos não induzem mutações. Eles atuam, apenas, como agentes selecionadores das
bactérias resistentes presentes na população.
- Proposição III (“Além dos antibióticos, bactérias responsáveis por uma infecção sofrem a
pressão seletiva da resposta imunológica.”) – CORRETA
* A resposta imunológica tem papel fundamental na defesa contra agentes infecciosos e se
constitui no principal impedimento para a ocorrência de infecções disseminadas, habitualmente
associadas com alto índice de mortalidade. É também conhecido o fato de que, para a quase
totalidade das doenças infecciosas, o número de indivíduos expostos à infecção é bem
superior ao dos que apresentam a doença, indicando que a maioria das pessoas tem
condições de destruir esses microrganismos e impedir a progressão da infecção.

19. (UNIFAL-MG) O ano de 2009 tem um significado importante para a ciência, pois completou,
em 12 de fevereiro, 200 anos do nascimento de Charles Darwin. Com relação à Teoria
Evolucionista de Darwin, é incorreto afirmar:
a) A cada geração, os indivíduos que deixam descendentes são preferencialmente os que
apresentam características que estão relacionadas com a adaptação às condições do ambiente
onde vivem.
b) A cada geração morre um grande número de indivíduos, sendo que muitos deles não
deixarão descendentes.
c) Os organismos atuais surgiram em decorrência de transformações sucessivas de formas
primitivas e o desaparecimento de uma espécie ocorre em consequência de sua transformação
em outra.
d) Os indivíduos mais adaptados sobrevivem e tendem a transmitir as características que estão
relacionadas com essa maior adaptação.
ALTERNATIVA INCORRETA: C
(“Os organismos atuais surgiram em decorrência de transformações sucessivas de formas
primitivas e o desaparecimento de uma espécie ocorre em consequência de sua transformação
em outra.”)
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A (“A cada geração, os indivíduos que deixam descendentes são
preferencialmente os que apresentam características que estão relacionadas com a adaptação
às condições do ambiente onde vivem.”) – CORRETA
* Indivíduos cujas características permitem uma maior adaptação às condições ambientais
tendem a sobreviver e a deixar maior número de descendentes. Esse ponto resume o conceito
darwinista de seleção natural ou sobrevivência dos mais aptos. Do exposto, conclui-se que
Darwin elegeu o meio ambiente como causa principal da seleção natural.
- Alternativa B (“A cada geração morre um grande número de indivíduos, sendo que muitos
deles não deixarão descendentes.”) – CORRETA
* Uma vez que, a cada geração, sobrevivem os mais aptos, morrendo, em função disso, um
grande número de indivíduos, sem deixar descendentes. Os sobreviventes, por seu turno,
tendem a transmitir aos descendentes, as características relacionadas a essa maior aptidão
para sobreviver. Em outras palavras, a seleção natural atua favorecendo, ao longo das
gerações sucessivas, a permanência de características relacionadas à adaptação. Disso
decorre que os organismos com as variações mais favoráveis, em um determinado ambiente,
estarão mais capacitados a sobreviver e se reproduzir nele do que os que possuem variações
desfavoráveis. Dessa forma, cada geração sucessiva fica melhor adaptada ao ambiente.
- Alternativa C (“Os organismos atuais surgiram em decorrência de transformações sucessivas
de formas primitivas e o desaparecimento de uma espécie ocorre em consequência de sua
transformação em outra.”) - INCORRETA
* A ideia de que o desaparecimento de uma espécie ocorre em consequência de sua
transformação em outra se enquadra na teoria de Lamarck e não na de Darwin.
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- Alternativa D (“Os indivíduos mais adaptados sobrevivem e tendem a transmitir as


características que estão relacionadas com essa maior adaptação.”) – CORRETA
* Indivíduos dotados de características adaptativas a determinados ambientes tendem a
sobreviver e transmitir essas características às gerações futuras. Este é um dos pontos centrais
da teoria evolucionista de Darwin.

20. (UFLA) Sobre as Teorias da Evolução, assinale a alternativa que apresenta uma ideia
comum ao Lamarckismo e ao Darwinismo.
a) A adaptação resulta da modificação de certas características herdadas geneticamente ao
longo das gerações.
b) A adaptação resulta do uso e desuso de estruturas anatômicas.
c) A adaptação está associada a sucessos reprodutivos diferenciais.
d) A adaptação é resultado da interação dos organismos com o ambiente.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“A adaptação é resultado da interação dos organismos com o ambiente.”)
- Alternativa A (“A adaptação resulta da modificação de certas características herdadas
geneticamente ao longo das gerações.”)
* Darwinismo.
* Os indivíduos de uma mesma população, em qualquer espécie, diferem, via de regra, quanto
a várias características, inclusive aquelas que influem na capacidade de explorar, com
sucesso, os recursos naturais e de deixar descendentes. Dessa forma, os seres já nascem
com as variações, cabendo ao ambiente selecionar os portadores daquelas variações que
viabilizam a sobrevivência e a reprodução em um determinado meio. Assim sendo, a extinção e
a sobrevivência dos seres vivos são faces da mesma moeda, a seleção natural. Darwin não
teve, entretanto, condições de esclarecer a origem das variações hereditárias existentes nas
populações, o que representou, de certa forma, uma das grandes críticas a sua obra. Os
conhecimentos biológicos disponíveis em sua época, não lhe davam condições de ir além da
constatação da luta pela sobrevivência e da seleção natural. A explicação para a origem das
referidas variações só pôde ser dada mais tarde, com o desenvolvimento da genética.
Sabemos, atualmente, que elas são determinadas pelas mutações.
- Alternativa B (“A adaptação resulta do uso e desuso de estruturas anatômicas.”)
* Lamarckismo.
* Lei do Uso e desuso (a utilização constante de certos órgãos pode faze-los crescer, enquanto
a não utilização tenderia a faze-lo regredir e até desaparecer).
- Alternativa C (“A adaptação está associada a sucessos reprodutivos diferenciais.”)
* Darwinismo.
* As populações naturais de todas as espécies tendem a crescer rapidamente. Seus
representantes têm potencial para produzir mais descendentes do que o ambiente suportaria,
seja em termos de alimento ou de espaço, entre outros recursos. Em se garantindo condições
ambientais favoráveis ao desenvolvimento, sempre se observa uma elevada capacidade
reprodutiva inerente às populações biológicas.
- Alternativa D (“A adaptação é resultado da interação dos organismos com o ambiente.”)
* Lamarckismo e Darwinismo.
* Adaptação é a capacidade de sobrevivência e reprodução de certa espécie em um
determinado ambiente. Dessa forma, para que uma espécie esteja adaptada ao ambiente, é
necessário que ela possua um conjunto de características morfofisiológicas intimamente
associadas com sua sobrevivência e reprodução. Embora não tenha explicado, corretamente, o
fenômeno da evolução, o lamarckismo deixou uma importante contribuição para a teoria
evolucionista, que foi chamar atenção para o fenômeno da adaptação dos seres vivos ao
ambiente em que vivem. Lamarck mostrou, de certa forma, que os indivíduos em harmonia com
o meio têm melhores condições de sobrevivência. Igualmente, adaptação foi um dos pontos
centrais da teoria evolucionista de Darwin, como se pode constatar na citação a seguir
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“Indivíduos cujas características permitem uma maior adaptação às condições ambientais


tendem a sobreviver e a deixar maior número de descendentes. Esse ponto resume o conceito
darwinista de seleção natural ou sobrevivência dos mais aptos.”
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QUARTA BATERIA

01. (UECE) A base molecular da vida pode ser contemplada, em seus aspectos primários, no
esquema abaixo:

Os números 1, 2 e 3 referem-se às substâncias químicas envolvidas, enquanto os números 4,


5 e 6 indicam setas que representam o processamento dessas substâncias. Para dar sentido
ao esquema, a sequência que apresenta, respectivamente, os números adequados aos termos
é:
a) 1 – DNA; 3 – proteína; 5 – tradução.
b) 1 – proteína; 4 – replicação; 6 – tradução.
c) 3 – proteína; 5 – transcrição; 6 – tradução.
d) 4 – RNA; 5 – transcrição; 6 – tradução.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“3 – proteína; 5 – transcrição; 6 – tradução.”)
JUSTIFICATIVA
- O esquema mostra o Dogma Central proposto em 1958 por Francis Crick. Ele postula que a
informação genética, contida no DNA (1), é primeiramente transferida para o RNA (2) e em
seguida para a proteína (3). Classicamente, está implícito nesse dogma que o RNA não pode
orientar a síntese de DNA. Essa parte do Dogma Central foi “balançada” em 1970 quando
Howard Temin e David Baltimore descobriram, independentemente, que certos vírus, os
retrovírus, têm a capacidade de transferir a informação genética do RNA para o DNA sendo
esta síntese catalisada pela transcriptase reversa (inversão do dogma central). O DNA assim
sintetizado é integrado ao genoma da célula e será replicado, juntamente com o DNA celular,
toda vez que a célula se dividir. Apesar disto, o Dogma Central permanece, ainda hoje, como
um dos conceitos básicos da genética molecular. A transcriptase reversa é uma DNA
polimerase dependente de RNA. Ela foi isolada de vírus do sarcoma de Rous e da leucemia
das aves. Esses vírus produzem câncer em animais e possuem um RNA de fita única como
seu material genético.
* 1. DNA.
* 2. RNA.
* 3. Cadeia polipeptídica (proteína).
* 4. Replicação (duplicação) do DNA.
* 5. Transcrição (formação de RNA).
* 6. Tradução da mensagem genética contida do RNAm (RNA mensageiro).
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- Portanto: 3 (proteína); 5 (transcrição); 6 (tradução) –


ALTERNATIVA C

02. (UNCISAL) Observe o esquema que representa, de forma resumida, uma etapa da síntese
proteica que ocorre em uma célula eucariótica.

Pode-se afirmar que a molécula indicada pela letra X corresponde ao:


a) DNA e a sua sequência de códons seria ATG GTG TCG.
b) DNA e a sua sequência de códons seria AUG GUG UCG.
c) RNA mensageiro e a sua sequência de códons seria ATG GTG TCG.
d) RNA mensageiro e a sua sequência de códons seria AUG GUG UCG.
e) RNA transportador e a sua sequência de anticódons seria UAG GUG UCG.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“RNA mensageiro e a sua sequência de códons seria AUG GUG UCG.”)
JUSTIFICATIVA
- Como consta no enunciado, o esquema resume uma etapa da síntese proteica (“Observe o
esquema que representa, de forma resumida, uma etapa da síntese proteica que ocorre em
uma célula eucariótica.”)
- Síntese proteica é um processo de biossíntese que ocorre no citoplasma, em estruturas
denominadas ribossomos que, por ocasião da síntese proteica, associam-se formando os
polissomos ou polirribossomos. Dessa associação, participa o RNA mensageiro. A síntese
proteica, chave para a expressão da informação biológica, pode ser dividido em duas etapas
básicas: formação do RNA mensageiro (transcrição) e tradução da mensagem.
* Formação do RNA mensageiro (transcrição): compreende a passagem da informação
genética do DNA para o RNAm, que se desloca até os ribossomos conduzindo a mensagem
codificada, daí sua denominação “RNA mensageiro”. A transcrição (primeiro estágio da
expressão gênica), da mesma forma que a duplicação do DNA e a tradução da mensagem
genética, ocorrem na direção 5  3. Constata-se que o transcrito tem sequência semelhante
à do filamento não molde, com uracil substituindo timina.
* Tradução (segundo estágio da expressão gênica): é a decodificação, nos ribossomos, da
mensagem contida no RNAm, levando à formação de uma cadeia polipeptídica (proteína). Nos
ribossomos em atividade, há apenas dois sítios funcionais, denominados sítio P (peptidil ou
doador) e sítio A (aminoacil ou aceptor). O RNAt, transportando o aminoácido (aminoacil-
tRNA), liga-se ao sitio A e o peptidil-tRNA (cadeia proteica em crescimento) liga-se ao sítio P.
Dessa etapa participam, dentre outros elementos, o RNAt, cada um deles transportando um
aminoácido especifico. Assim sendo, o código genético contido no DNA é materializado na
forma de uma proteína estrutural ou enzimática, que por sua vez é responsável por
determinada característica do organismo. Para cada um dos 20 aminoácidos existe um RNAt
diferente e para cada uma das ligações entre um aminoácido e um RNAt, existe uma enzima
especifica, que garante tal exclusividade. A decodificação da mensagem genética consiste, em
última análise, na tradução dos quatro sinais dos ácidos nucleicos (A, G, C e T para o DNA e A,
G, C e U para o RNA), para a linguagem dos vinte sinais (vinte aminoácidos) das proteínas.
Nesta etapa da síntese proteica, o RNAt funciona como um adaptador perfeito. Um dos
extremos (CCA) se liga ao aminoácido e o outro (anticódon) interage com o RNAm, que
durante a síntese proteica se encontra associado ao ribossomo. Dessa forma, o RNAt impede
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que os códons, presentes no RNAm, entre em contato direto com os aminoácidos que lhes
correspondem.
- O esquema mostra, portanto, uma transcrição (formação de RNA), onde a letra X corresponde
ao RNA mensageiro (RNAm), cuja sequência é AUG GUG UCG, resultante do
emparelhamento com a sequência TAC CAC AGC, presente no DNA.
- ALTERNATIVA CORRETA - D

03. (UFPB) Considere três diferentes tipos de moléculas de ácido ribonucleico (RNA) que
ocorrem em organismos eucariotos: RNA ribossômico (RNAr), RNA transportador (RNAt), RNA
mensageiro (RNAm). Sobre os distintos tipos de RNA citados, é correto afirmar que as
moléculas de:
a) RNAr recém sintetizados se unem a proteínas específicas vindas do citoplasma, para
formarem os nucléolos, estruturas nucleares responsáveis pela síntese de proteínas.
b) RNAt têm, em uma de suas extremidades, uma trinca de bases, o anticódon, por meio do
qual se liga ao RNAm.
c) RNAt, independente do seu anticódon, possuem uma região molecular que se liga a um
aminoácido qualquer e o transporta para os ribossomos.
d) RNAm têm a informação para a síntese de proteínas codificada na forma de pares de bases
nitrogenadas denominadas códon.
e) RNAt com anticódon UAC ligam-se ao códon ATG do RNAm.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“RNAt têm, em uma de suas extremidades, uma trinca de bases, o anticódon, por meio do
qual se liga ao RNAm.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“RNAr recém sintetizados se unem a proteínas específicas vindas do
citoplasma, para formarem os nucléolos, estruturas nucleares responsáveis pela síntese de
proteínas.”) – INCORRETA
* Os nucléolos não são estruturas responsáveis pela síntese de proteínas e sim os ribossomos,
que, em bem da verdade, são formados a partir dos nucléolos, como citamos a seguir.
* Nucléolo, também denominado plasmossomo, facilmente visível ao microscópio óptico, é um
corpúsculo (podendo ocorrer em número superior a um) denso e arredondado, desprovido de
membrana, que se encontra em contato direto com a cariolinfa. Ele é rico em RNAr (RNA
ribossômico) e proteínas, que juntos formam grãos de ribonucleoproteínas,
matérias primas usadas na elaboração dos ribossomos. Via de regra, o tamanho
do nucléolo está relacionado com a intensidade da síntese proteica. Dessa forma, células que
produzem proteínas ativamente, por terem atividade secretora, ou por se reproduzirem com
grande frequência, possuem nucléolos maiores que outros tipos celulares. Constata-se, por
exemplo, que células indiferenciadas dos embriões e dos tecidos que crescem rapidamente,
como certos tumores malignos, possuem nucléolos bem-evidentes. O DNA que codifica o
RNAr, chamado DNAr ou DNA nucleolar, daí haver uma pequena quantidade de DNA no
nucléolo, faz parte de um cromossomo denominado cromossomo organizador do nucléolo. A
região específica desse cromossomo, à qual o nucléolo está ligado, chama-se região
organizadora do nucléolo ou zona SAT (de satélite) e se localiza próximo à constrição
secundária. A zona SAT é responsável, em última análise, pela organização do nucléolo e pela
síntese de RNAr. Na espécie humana, apenas os cromossomos 13, 14 e 15 (pertencentes ao
grupo D) e 21 e 22 (pertencentes ao grupo G) formam nucléolo.
ALTERNATIVA B (“RNAt têm, em uma de suas extremidades, uma trinca de bases, o
anticódon, por meio do qual se liga ao RNAm.”) – CORRETA
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* O RNAt (RNA transportador) também denominado RNA solúvel (RNAs) ou RNA tradutor
(RNAt), são moléculas pequenas, formadas por cerca de 80 a 100 nucleotídeos e representam
10 a 15 de todo o RNA celular. Tem por função transportar os aminoácidos para os
ribossomos, em “obediência” à mensagem genética contida no RNAm, que se encontra, no
momento da síntese proteica, associado aos ribossomos. Eles atuam, em última análise, como
moléculas adaptadoras que “leem” a sequência de nucleotídeos do transcrito de RNAm e a
“convertem” em uma sequência de aminoácidos. Em função desta sua atividade existe, pelo
menos, um RNAt para cada aminoácido. Embora sejam constituídos, como os demais RNA, de
uma única cadeia, o RNAt assume a forma espacial de uma folha de trevo (modelo em folha de
trevo). Essa estrutura é constituída pelos seguintes componentes:
I. Braço aceptor (braço do aminoácido), formado por uma série de geralmente sete pares de
bases, apresentando numa extremidade (5') o nucleotídeo guanina e na outra (3') a sequência
CCA. Estudos têm mostrado que nos eucariontes, a sequência CCA é adicionada após a
transcrição através de uma enzima de processamento, chamada RNAt nucleotidil transferase.
Nos procariontes, a sequência CCA é codificada pelo gene de RNAt, sendo, portanto, transcrita
de maneira normal. Durante a síntese proteica, o aminoácido é ligado a esse braço,
especificamente na extremidade 3'.
II. Braço DHU, assim denominado em função de conter até três resíduos de diidrouracil
(pirimidina modificada), dependendo do RNAt. É provável que esse braço esteja relacionado
com a aminoacil sintetase (enzima que catalisa a ligação do aminoácido com o RNAt, formando
o aminoacil-tRNA).
III. Braço anticódon, desempenha o papel central na decodificação da
mensagem genética contida no RNAm. Ele se liga ao códon, sequência de
três nucleotídeos presente no RNA mensageiro, durante a tradução da
mensagem genética.
IV. Braço opcional, extra ou variável, pode ser uma alça com apenas 3 ou 5 nucleotídeos (caso
de cerca de 75% de todos os RNAts) ou uma alça maior, contendo 13 a 21 nucleotídeos.
Lembramos que esse braço não está presente em todos os RNAts.
V. Braço TC, que contém a ribotimidina (T), não usualmente presentes nos RNAs e
pseudouridina (), base modificada que possui uma ligação carbono-carbono, não usual nas
bases. É provável que esse braço esteja implicado na união do RNAt com a superfície do
ribossomo. A síntese do RNAt é catalisada pela RNA polimerase III.
ALTERNATIVA C (“RNAt, independente do seu anticódon, possuem uma região molecular que
se liga a um aminoácido qualquer e o transporta para os ribossomos.”) - INCORRETA
* O RNAt não se liga a um aminoácido qualquer, existindo, pelo menos, um RNAt para cada
aminoácido. O anticódon que se liga ao códon, sequência de três nucleotídeos presente no
RNA mensageiro, durante a tradução da mensagem genética, responde por essa
especificidade.
ALTERNATIVA D (“RNAm têm a informação para a síntese de proteínas codificada na forma
de pares de bases nitrogenadas denominadas códon.”) – INCORRETA
* Códons (unidades do código genético) são formados por três pares de bases nitrogenadas
(trincas ou ternos) e não por dois pares. Com exceção de três códons (UAA, UAG e UGA, no
código padrão), todos os demais correspondem a um aminoácido específico. Esses três
códons que não codificam nenhum aminoácido, são códons de terminação (códons de
pontuação ou de finalização) e têm como função sinalizar a conclusão da síntese proteica.
ALTERNATIVA E (“RNAt com anticódon UAC ligam-se ao códon ATG do RNAm.”) –
INCORRETA
* O anticódon UAC, presente no RNAt, liga-se ao códon UAG, presente no RNAm. Lembramos
que não existe T (timina) no RNAm.
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04. (UFMG) Observe o esquema abaixo:

Em relação ao esquema, todas as afirmativas estão corretas, exceto:


a) A eliminação de uma adenina em 4 altera toda a sequência de códons a partir desse ponto.
b) A sequência UUU indicada em 3 é denominada códon.
c) A troca de um único nucleotídeo em 3 (UUU → UUA) muda o primeiro aminoácido da
sequência.
d) O anticódon que pode reconhecer a sequência indicada em 5 é GCT.
e) Os processos indicados em 1 e 2 denominam-se, respectivamente, transcrição e tradução.
ALTERNATIVA INCORRETA (EXCETO): D
(“O anticódon que pode reconhecer a sequência indicada em 5 é GCT.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A eliminação de uma adenina em 4 altera toda a sequência de códons a
partir desse ponto.”) – CORRETA
* A alternativa se refere à uma mutação gênica. A eliminação de A (adenina), denominada
supressão ou deleção, no DNA altera a sequencia de códons a partir desse ponto.
* Quando as mutações gênicas ou pontuais são decorrentes de substituições de bases (tipo
mais comum), classificam-se em transição e transversão. Fala-se em transição, quando ocorre
troca de uma base púrica por outra púrica ou de uma base pirimídica por outra pirimídica (A ↔
G ou C ↔ T). Quando, por outro lado, a base púrica é substituída por uma pirimídica ou vice-
versa, fala-se em transversão (A ou G ↔ C ou T). Além das trocas de bases, podem ocorrer,
inserções (adições) e supressões (deleções) de bases, determinando aumento ou
diminuição, respectivamente, no tamanho da informação genética.
- ALTERNATIVA B (“A sequência UUU indicada em 3 é denominada códon.”) – CORRETA
* Códons: sequência de três nucleotídeos adjacentes (trinca ou terno), no DNA ou no RNA
mensageiro (RNAm), Este é do esquema, em que UUU está contido no RNA mensageiro.
ALTERNATIVA C (“A troca de um único nucleotídeo em 3 (UUU → UUA) muda o primeiro
aminoácido da sequência.”) – CORRETA
* A troca de UUU por UUA é uma mutação gênica ou pontual, em que há troca de uma base
pirimídica (U) por uma púrica (A). Neste caso, em particular, haverá substituição do aminoácido
fenilalanina (UUU) pelo aminoácido leucina (UUA). A alteração não ocorreria se os códons
UUU e UUA correspondessem ao mesmo aminoácido, o que não é caso. Lembramos que o
código genético é degenerado.
*”Degeneração” do código genético (o código genético é redundante): todos os aminoácidos,
exceto a metionina e o triptofano, possuem mais de um códon, de modo que todos os 64 ternos
possuem um significado apesar de haver apenas 20 aminoácidos. Até os códigos de
terminação (UAA, UAG e UGA), que não correspondem a nenhum aminoácido, têm significado
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(“termine a cadeia”). A maioria dos códigos sinônimos está agrupada em família. É o caso, por
exemplo, de GGA, GGU, GGG e GGC, todos codificadores da glicina.
ALTERNATIVA D (“O anticódon que pode reconhecer a sequência indicada em 5 é GCT.”) –
INCORRETA
* O anticódon (terno pertencentes ao RNAt) que reconhece a sequência 5 (CGU), que é um
códon do RNA mensageiro (RNAm) é GCA e não GCT. O RNAt não tem timina no anticódon. A
timina do RNAt se localiza em outro braço TC, que contém a ribotimidina (T), não usualmente
presentes nos RNAs e pseudouridina (), base modificada que possui uma ligação carbono-
carbono, não usual nas bases. É provável que esse braço esteja implicado na união do RNAt
com a superfície do ribossomo.
ALTERNATIVA E (“Os processos indicados em 1 e 2 denominam-se, respectivamente,
transcrição e tradução.”) – CORRETA
- 1. Transcrição: compreende a passagem da informação genética do DNA para o RNA. A
transcrição (primeiro estágio da expressão gênica), da mesma forma que a duplicação do DNA
e a tradução da mensagem genética, ocorrem na direção 5  3. O transcrito tem sequência
semelhante à do filamento não molde, com uracil substituindo timina.
- 2. Tradução (segundo estágio da expressão gênica): é a decodificação, nos ribossomos, da
mensagem contida no RNAm, levando à formação de uma cadeia polipeptídica (proteína).
- 3. Códon do RNA mensageiro (RNAm).
- 4. Códon do DNA.
- 5. Códon do RNA mensageiro (RNAm).

05. (PUC-RIO) Em um experimento hipotético, foram retirados os centríolos de uma célula


animal. Em seguida, foi observado que essas células haviam perdido a capacidade de realizar:
a) Divisão celular.
b) Respiração aeróbica.
c) Eliminação de resíduos.
d) Endocitose de partículas granulares.
e) Duplicação de seu material genético.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Divisão celular.”)
JUSTIFICATIVA
- Os centríolos são estruturas que orientam a divisão celular. ALTERNATIVA A - CORRETA
- A respiração ocorre parcialmente no citoplasma e parcialmente dentro das mitocôndrias.
ALTERNATIVA B - INCORRETA
- Tanto a eliminação de resíduos quanto a endocitose estão relacionados à formação de
vesículas. ALTERNATIVA C – INCORRETA. ALTERNATIVA D – INCORRETA
- Os centríolos não são necessários para a duplicação do material genético. ALTERNATIVA E
– INCORRETA

06. (UEL) Analise a figura a seguir:


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Com base na figura e nos conhecimento sobre os eventos da mitose, é correto afirmar:
a) A fase 1 corresponde à prófase, onde cada cromátide diminui sua condensação.
b) A fase 2 mostra cromossomos homólogos pareados em metáfase.
c) A fase 3 evidencia a atividade cinética dos microtúbulos.
d) A fase 4 evidencia a ausência de citocinese em telófase.
e) A fase 4 evidencia a progressiva eliminação dos centríolos.
ALTERNATIVA CORRETA: C
- A figura representa o ciclo celular que compreende os processos que ocorrem desde a
formação de uma célula até sua própria divisão, originando as células filhas. É, portanto, o
conjunto de interfase (G1, S e G2) mais divisão celular (prófase, metáfase, anáfase e telófase)
e nele ocorrem o crescimento celular, a duplicação do DNA e a divisão celular propriamente
dita. A duração desse ciclo varia de acordo com o tipo de célula considerado e com o estado
funcional em que a célula se encontra. Em algumas, o ciclo pode ser completado em pouco
mais de 30 minutos. Em outras, pode durar vários dias. No embrião, por exemplo, as divisões
celulares ocorrem com grande rapidez. A interfase é o intervalo entre duas divisões celulares
sucessivas e representa cerca de 95% do tempo de duração do ciclo celular. Nesse período, a
célula se encontra em grande atividade metabólica, realizando, praticamente, todos os
processos de síntese necessários ao seu desenvolvimento. Nela, ocorre a duplicação do
material genético e o crescimento celular. Durante a interfase, os “cromossomos” se
apresentam bastante alongados, não sendo distinguíveis ao microscópio óptico. Utilizando-se
marcadores radioativos, constata-se que eles se duplicam no período S. Desse modo, onde
havia uma cromátide, passam a existir duas, unidas pelo centrômero, formando um
“cromossomo” duplicado.
(“A fase 3 evidencia a atividade cinética dos microtúbulos.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A fase 1 corresponde à prófase, onde cada cromátide diminui sua
condensação.”) – INCORRETA
* Na prófase (fase 1 da figura), o material genético sofre condensação, formando os
cromossomos; os nucléolos se desintegram; ocorre a migração dos centríolos para os polos da
célula e a desintegração da carioteca.
- ALTERNATIVA B (“A fase 2 mostra cromossomos homólogos pareados em metáfase.”)
INCORRETA
* Na metáfase (fase 2 da figura), os cromossomos exibem uma máxima condensação e se
dispõem no “equador” da célula, formando a placa metafásica. Na mitose não há
pareamento de homólogos. Esse pareamento, denominado sinapse cromossomial, ocorre
na zigóteno (zigótene), que é uma subfase da prófase I da meiose.
- ALTERNATIVA C (“A fase 3 evidencia a atividade cinética dos microtúbulos.”) – CORRETA
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* A fase 3 da figura representa a anáfase. Nela ocorre a separação dos cromossomos irmãos
(cromossomos filhos) e sua migração para os polos da célula, graças à atividade cinética dos
microtúbulos.
* Os microtúbulos são estruturas cilíndricas ocas, relativamente flexíveis, com cerca de 22 a 24
nm de diâmetro que constituem a base do citoesqueleto, sendo formados por um grupo de
proteínas globulares denominadas tubulinas. Essas proteínas podem se encontrar soltas no
citoplasma ou associadas, formando a parede dos microtúbulos. O processo de polimerização
(agregação ou associação) e despolimerização (desagregação ou dissociação) das tubulinas
acontece continuamente, de modo que os microtúbulos estão constantemente se formando e
se desfazendo, de acordo com o momento da vida celular. A unidade estrutural dos
microtúbulos é constituída por duas cadeias proteicas de estrutura ligeiramente diferentes,
chamadas tubulina alfa e tubulina beta, que se associam para formar os dímeros de tubulina.
Entre as funções dos microtúbulos, destacamos: (a) fornecer suporte estrutural para manter a
forma da célula; (b) posicionar organelas, tais como retículo endoplasmático, complexo
golgiense e lisossomo, no interior da célula; (c) formar as fibras proteicas que
orientam a migração dos cromossomos durante a divisão celular; (d) formar os
centríolos, os cílios e os flagelos e (e) promover o deslocamento de diferentes elementos no
interior da célula.
- ALTERNATIVA D (“A fase 4 evidencia a ausência de citocinese em telófase.”) –
INCORRETA
* A fase 4 da figura (telófase), evidencia a divisão citoplasmática (citocinese ou
citodiérese), que marca o fim da divisão celular. É nessa fase ocorrem, também, a
descondensação dos cromossomos e a reorganização do nucléolo e da carioteca.
- ALTERNATIVA E (“A fase 4 evidencia a progressiva eliminação dos centríolos.”) –
INCORRETA
* A fase 4 da figura (telófase) mostra os centríolos nas células filhas. Eles jamais são
eliminados durante o ciclo celular.

07. (UNESP) Um bebê apresenta cerca de 1 trilhão de células. Esse mesmo indivíduo, quando
adulto, irá apresentar:
a) Menor número de células, pois, com o tempo, ocorre perda de células por apoptose.
b) Menor número de células, pois, com o tempo, ocorre perda de células por descamação de
superfícies (pele e vias respiratórias e digestivas).
c) O mesmo número de células, porém elas serão maiores em decorrência de especializações,
nutrientes e organelas.
d) Maior número de células, em decorrência de divisões mitóticas, que permitem o crescimento
de órgãos e tecidos.
e) Maior número de células, em decorrência da ingestão, na alimentação, de células animais e
vegetais, as quais se somam àquelas do individuo.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Maior número de células, em decorrência de divisões mitóticas, que permitem o crescimento
de órgãos e tecidos.”)
JUSTIFICATIVA
- Quando adulto, um bebê apresentará maior número de células, decorrente das sucessivas
divisões mitóticas que proporcionam o crescimento dos órgãos e dos tecidos e,
consequentemente, do próprio corpo.

08. (MACK) O esquema abaixo representa um experimento realizado em amebas.


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Considere as afirmativas a seguir.


I. A célula 4 apresentará as características genéticas da célula 5.
II. Pode-se concluir que, por serem anucleadas, as hemácias são células que vivem pouco
tempo.
III. Entre outras funções, o núcleo é responsável pela reprodução.
Assinale:
a) Se todas as afirmativas estiverem corretas.
b) Se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) Se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) Se somente a afirmativa III estiver correta.
e) Se somente a afirmativa II estiver correta.
ALTERNATIVA CORRETA: A
- O experimento mostrado no esquema é denominado merotomia. Ele foi realizado pela
primeira vez por Balbiani e permite avaliar o quanto o núcleo da célula é importante para sua
manutenção. Seccionando uma ameba em duas partes, de modo que uma fique com núcleo e
a outra não, percebe-se que o fragmento nucleado vive normalmente, sofrendo, inclusive
divisão (1 e 2). O pedaço anucleado da ameba seccionada (3) morre cerca de 20 dias depois.
Se pouco tempo depois, o fragmento anucleado receber o núcleo (4) de outra ameba (5), ele
regenera suas funções vitais, passando a se alimentar normalmente, se locomover e se
reproduzir.
(“Se todas as afirmativas estiverem corretas.”)
JUSTIFICATIVA
- Afirmativa I (“A célula 4 apresentará as características genéticas da célula 5.”) – CORRETA
* O núcleo comanda as funções vitais.
- Afirmativa II (“Pode-se concluir que, por serem anucleadas, as hemácias são células que
vivem pouco tempo.”) – CORRETA
* Por não conterem núcleo (“comandante” das funções biológicas), as hemácias adultas dos
mamíferos vivem pouco, cerca de 120 dias, sendo depois destruídas no fígado e no baço.
- Afirmativa III (“Entre outras funções, o núcleo é responsável pela reprodução.”) – CORRETA
* A reprodução célula é comandada pelo núcleo.
- Constata-se que todas as afirmativas estão corretas e relacionadas com as funções do núcleo
celular.

09. Acerca da figura abaixo que representa os diversos tipos de rins dos vertebrados, podemos
afirmar que:
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0 0 – A letra A indica um rim do tipo pronefro, sendo encontrado nos peixes adultos e na fase
larvar dos anfíbios.
1 1 – A letra B indica um rim do tipo mesonefro, que é o rim funcional dos peixes e dos anfíbios
adultos.
2 2 – A letra C indica um rim do tipo metanefro, que se caracteriza por apresentar,
simultaneamente, nefróstoma e cápsula de Bowman.
3 3 – C indica o rim funcional dos répteis, aves e mamíferos.
4 4 – O rim indicado pela letra A se caracteriza por apresentar apenas nefróstoma.
FVFVV
JUSTIFICATIVA
- A: representa um pronefro (protonefro). Os excretas, presentes no sangue arterial,
passam do glomérulo para o celoma, de onde, graças dos cílios dos nefróstoma, são
conduzidos pelo nefrídio até o conduto urinário. Não possui, portanto, cápsula de Bowman.
Possui, contudo, nefróstoma. Representa o tipo mais primitivo de rim. Ocorre nos
embriões de todos os cordados. Na fase adulta (ocorrência funcional) ocorre nos
protocordados e ciclóstomos (agnatas).
* Alternativa 0 0 (“A letra A indica um rim do tipo pronefro, sendo encontrado nos peixes
adultos e na fase larvar dos anfíbios.”) - FALSA (na fase adulta ocorre no protocordados e
nos ciclóstomos).
- B: representa um mesonefro. Grande parte dos excretas passa diretamente do sangue
para o interior dos nefrídios através da cápsula de Bowman. Parte dos excretas é, entretanto,
retirada do celoma através do nefróstoma. Possui, portanto, nefróstoma e cápsula de Bolwman.
Constitui-se um tipo de sistema excretor intermediário, anatômica e funcionalmente, entre o rim
pronefro e rim metanefro. Ocorre nos embriões dos peixes, anfíbios, répteis, aves e
mamíferos. Na fase adulta (ocorrência funcional) ocorre nos peixes e nos
anfíbios.
- Alternativa 1 1 (“A letra B indica um rim do tipo mesonefro, que é o rim funcional dos peixes e
dos anfíbios adultos.” - VERDADEIRA
- C: representa um metanefro. Todos os excretas passam diretamente do sangue para o
nefrídio através da cápsula de Bowman. Não possui nefróstoma, como o pronefro e o
mesonefro, mas apenas cápsula de Bowman, que filtra os produtos de excreção a partir do
sangue. Ocorre nos embriões dos répteis, aves e mamíferos. Na fase adulta (ocorrência
funcional), nos répteis, aves e mamíferos.
- Alternativa 2 2 (“A letra C indica um rim do tipo metanefro, que se caracteriza por
apresentar, simultaneamente, nefróstoma e cápsula de Bowman.” - FALSA (não possui
nefróstoma).
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- Alternativa 3 3 (“C indica o rim funcional dos répteis, aves e mamíferos.” - VERDADEIRA
- Alternativa 4 4 (“O rim indicado pela letra A se caracteriza por apresentar apenas
nefróstoma.” - VERDADEIRA

10. (CESGRANRIO) Durante o desenvolvimento filogenético, o sistema excretor dos animais


aumentou em complexidade, de forma a poder oferecer aos seres mais evoluídos um processo
adequado de eliminação de resíduos. Ao mesmo tempo, este sistema especializou-se na
melhor conservação de substâncias essenciais às funções dos organismos.

Correlacione no quadro de opções a seguir as formas de excreção com os respectivos


organismos desenhados e numerados acima.

Rins Vacúolo Tubos de Células-


Nefrídeos
metanéfricos pulsátil Malpighi flamas
a 5 3 2 4 1
b 4 3 1 5 2
c 3 4 2 3 1
d 4 5 2 3 1
e 5 4 1 3 2

ALTERNATIVA CORRETA: B
(“4, 3, 1, 5, 2”)
1. Vacúolo pulsátil (vacúolo contrátil): ocorre em protozoários de água doce. As contrações do
vacúolo eliminam para o exterior a água em excesso e alguns catabolitos.
2. Células-flamas (protonefrídios ou solenócitos): absorvem as substâncias excretadas pelas
células corporais e, graças ao batimento do seu tufo de flagelos, impulsionam as excretas pelo
interior de condutos excretores que se abrem na superfície dorsal do animal. Ocorre nos
platelmintos.
3. Nefrídeos (metanefrídios): as excreções recolhidas pelos nefrídios são eliminadas para o
exterior através dos nefridióporos. Ocorre nos anelídeos e moluscos.
4. Rins metanéfricos (metanefro): todos os excretas passam diretamente do sangue para o
nefrídio, através da cápsula de Bowman. Não possui nefróstoma como o pronefro e o
mesonefro, mas apenas glomérulo de Malpighi, que filtra os produtos de excreção a partir do
sangue. Ocorre nos embriões dos répteis, aves e mamíferos. Na fase adulta (ocorrência
funcional), ocorre nos répteis, aves e mamíferos.
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5. Tubos de Malpighi: filtram a hemolinfa e dela remove as excreções, conduzindo-as ao


intestino, onde serão eliminadas juntamente com as fezes. Ocorre nos insetos, aracnídeos e
miriápodes.

11. (UFSCar) Do metabolismo das proteínas pelos animais resultam produtos nitrogenados,
como a amônia, a ureia e o ácido úrico. Sobre a toxicidade, solubilidade e excreção desses
produtos pode-se dizer que:
a) A amônia é o mais tóxico deles, o que implica que deve ser eliminada praticamente à
medida que vai sendo produzida, resultando em perda de grande quantidade de água pelo
animal. Os peixes ósseos apresentam amônia como excreta nitrogenado.
b) A ureia é praticamente insolúvel em água, o que implica que o animal não precisa recrutar
grande quantidade de água para promover sua excreção. Por ser pouco tóxica, pode ser retida
pelo organismo por mais tempo. Aves e répteis apresentam excretas desse tipo.
c) O ácido úrico é o mais tóxico dos excretas nitrogenados, o que implica em ter que ser
eliminado rapidamente do organismo. Contudo, por apresentar alta solubilidade, necessita de
pequenas quantidades de água para ser eliminado. Essa economia hídrica mostra-se
adaptativa ao modo de vida dos insetos.
d) A ureia apresenta o maior grau de toxicidade e a mais baixa solubilidade, o que implica na
necessidade de grandes volumes de água para sua diluição e excreção. A excessiva perda de
água representa desvantagem aos organismos com excretas desse tipo, tais como os
mamíferos.
e) A amônia apresenta baixa toxicidade e é praticamente insolúvel em água, o que permite que
seja mantida por mais tempo no organismo. Além disso, a amônia é compatível com o
desenvolvimento do embrião fora do corpo materno e dentro de um ovo fechado, o que ocorre
nas aves e répteis. Esse embrião morreria caso produzisse ureia ou ácido úrico.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“A amônia é o mais tóxico deles, o que implica que deve ser eliminada praticamente à medida
que vai sendo produzida, resultando em perda de grande quantidade de água pelo animal. Os
peixes ósseos apresentam amônia como excreta nitrogenado.”)
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A (“A amônia é o mais tóxico deles, o que implica que deve ser eliminada
praticamente à medida que vai sendo produzida, resultando em perda de grande quantidade de
água pelo animal. Os peixes ósseos apresentam amônia como excreta nitrogenado.”) -
CORRETA
* Amônia: muito tóxica e bastante solúvel em água.
* Seres amoniotélicos: são aqueles que eliminam, predominantemente, amônia urina. São
aquáticos ou vivem em ambientes úmidos. Urina diluída e volumosa.
* Exemplos de seres amoniotélicos: porífera, celenterados, helmintos, crustáceos, anelídeos,
moluscos, peixes ósseos, equinodermos e anfíbios (larvas).
- Alternativa B (“A ureia é praticamente insolúvel em água, o que implica que o animal não
precisa recrutar grande quantidade de água para promover sua excreção. Por ser pouco tóxica,
pode ser retida pelo organismo por mais tempo. Aves e répteis apresentam excretas desse
tipo.”) – INCORRETA
* Ureia: razoavelmente tóxica e solúvel na água. Não requer perde de água elevada.
* Seres ureotélicos: são aqueles que excretam, principalmente, a ureia. Volume urinário
variável em função do meio onde vivem.
* Exemplos de seres ureotélicos: anfíbios adultos, peixes cartilaginosos, répteis (crocodilianos
e quelônios) e mamíferos.
- Alternativa C (“O ácido úrico é o mais tóxico dos excretas nitrogenados, o que implica em ter
que ser eliminado rapidamente do organismo. Contudo, por apresentar alta solubilidade,
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necessita de pequenas quantidades de água para ser eliminado. Essa economia hídrica
mostra-se adaptativa ao modo de vida dos insetos.”) – INCORRETA
* Ácido úrico: pouco tóxico e quase insolúvel em água, podendo ser excretado com pequena
perda de água.
* Seres uricotélicos: são aqueles cujo principal excreta nitrogenada é o ácido úrico. São
terrestres. A urina é pastosa, concentrada e eliminada junto com as fezes do animal.
* Exemplos de seres uricotélicos: insetos, aves, répteis (lacertílios e ofídios), aracnídeos,
miriápodes e monotremos.
- Alternativa D (“A ureia apresenta o maior grau de toxicidade e a mais baixa solubilidade, o
que implica na necessidade de grandes volumes de água para sua diluição e excreção. A
excessiva perda de água representa desvantagem aos organismos com excretas desse tipo,
tais como os mamíferos.”) – INCORRETA (ver “ureia” acima)
- Alternativa E (“A amônia apresenta baixa toxicidade e é praticamente insolúvel em água, o
que permite que seja mantida por mais tempo no organismo. Além disso, a amônia é
compatível com o desenvolvimento do embrião fora do corpo materno e dentro de um ovo
fechado, o que ocorre nas aves e répteis. Esse embrião morreria caso produzisse ureia ou
ácido úrico.”) – INCORRETA (ver “amônia” acima)

12. (FUVEST) No esquema abaixo, as letras R e S representam substâncias orgânicas,


enquanto X, Y e Z referem-se a grupos de animais.

O metabolismo das substâncias R e S produzem excretas nitrogenados. A amônia, a ureia e o


ácido úrico são as substâncias nitrogenadas predominantes nos excretas dos animais dos
grupos X, Y e Z, respectivamente. As letras R, S, X, Y e Z correspondem a:

R S X Y Z
a Proteínas Ácidos graxos Mamíferos Peixes ósseos Répteis
b Ácidos nucleicos Proteínas Aves Anfíbios Répteis
c Proteínas Ácidos nucleicos Peixes ósseos Mamíferos Aves
d Ácidos graxos Proteínas Anfíbios Mamíferos Aves
e Proteínas Ácidos nucleicos Peixes ósseos Aves Mamíferos

ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Proteínas – ácidos nucleicos – peixes ósseos – mamíferos - aves”)
JUSTIFICATIVA
- R = proteínas que são constituídas por aminoácidos.
- S = ácidos nucleicos que apresentam bases nitrogenadas na sua composição química.
- X = seres amoniotélicos: eliminam, predominantemente, amônia na urina. Exemplos de seres
amoniotélicos: porífera, celenterados, helmintos, crustáceos, anelídeos, moluscos, peixes
ósseos, equinodermos e anfíbios (larvas).
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- Y = seres ureotélicos: excretam, principalmente, ureia na urina. Exemplos de seres


ureotélicos: anfíbios adultos, peixes cartilaginosos, répteis (crocodilianos e quelônios) e
mamíferos.
- Z = seres uricotélicos: são aqueles cujo principal excreta nitrogenada é o ácido úrico.
Exemplos de seres uricotélicos: insetos, aves, répteis (lacertílios e ofídios), aracnídeos,
miriápodes e monotremos.

13. (UNEMAT) A dengue é uma doença ocasionada por vírus. Segundo a Secretaria de
Vigilância em Saúde, em 2010, até meados do primeiro semestre, houve o registro de 447.769
casos notificados de dengue no Brasil, um acréscimo de cerca de 80% dos casos para o
mesmo período no ano de 2009. Assinale a alternativa correta.
a) A deformação das hemácias em indivíduos portadores de anemia falciforme impede que o
vírus da dengue se multiplique nessas células.
b) Os vírus são organismos unicelulares procariontes que parasitam células eucariontes.
c) A forma mais eficiente de prevenção da dengue é feita através do controle das larvas do seu
vetor holometábolo.
d) A alta taxa de mutação de alguns tipos de vírus facilita a produção de vacinas.
e) O desmatamento da vegetação nativa não contribuiu para a disseminação do vírus entre os
seres humanos.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“A forma mais eficiente de prevenção da dengue é feita através do controle das larvas do seu
vetor holometábolo.”)
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A (“A deformação das hemácias em indivíduos portadores de anemia falciforme
impede que o vírus da dengue se multiplique nessas células.”) - INCORRETA
* Os vírus não se reproduzem em células anucleadas.
- Alternativa B (“Os vírus são organismos unicelulares procariontes que parasitam células
eucariontes.”) – INCORRETA
* Os vírus são acelulares e não possuem metabolismo próprio. Eles dependem do aparato
bioquímico da célula hospedeira para se reproduzir. Os vírus são, em última analise,
macromoléculas infecciosas.
- Alternativa C (“A forma mais eficiente de prevenção da dengue é feita através do controle das
larvas do seu vetor holometábolo.”) – CORRETA
* A melhor forma de prevenção é o controle do inseto vetor e evitar a sua picada
(mosquito Aedes aegypti), um inseto de desenvolvimento holometábolo (*).
(*) Holometábolos são insetos que apresentam metamorfose completa. Do ovo eclode uma
larva pequena, vermiforme, de corpo segmentado, sem olhos nem asas e que pode ou não ter
pernas, bem diferente dos adultos. Essa larva passa por certo número de mudas, que varia
entre as espécies, até produzir um exoesqueleto relativamente duro, transformando-se em
pupa ou crisálida. A pupa sofre profundas mudanças, havendo a formação de novos tecidos,
característicos do inseto adulto, denominado imago, que rompe a cutícula pupal e emerge, não
passando por mais por nenhuma muda. Exemplos de insetos holometábolos: besouro,
mariposa, borboleta, moscas, pulgas, gafanhotos, etc.
- Alternativa D (“A alta taxa de mutação de alguns tipos de vírus facilita a produção de
vacinas.”) – INCORRETA
* A elevada taxa de mutação dificulta a obtenção de vacinas, já que a reação antígeno-
anticorpo é específica.
- Alternativa E (“O desmatamento da vegetação nativa não contribuiu para a disseminação do
vírus entre os seres humanos.”) – INCORRETA
* O desmatamento da vegetação nativa contribuiu para a disseminação do vírus entre os seres
humanos.
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14. (PUC-RIO) O Governo Federal do Brasil anunciou que em breve estarão disponíveis doses
de vacinas contra o vírus do tipo A (H1NI), conhecido popularmente como o vírus da gripe
suína. Até o momento, os indivíduos que contraem a gripe causada por esse vírus estão sendo
medicados com antivirais. Qual a diferença entre a ação da vacina e dos medicamentos
antivirais?
a) A vacina é uma imunização ativa enquanto os antivirais fazem uma imunização passiva.
b) Os antivirais fazem uma imunização ativa enquanto a vacina é uma imunização passiva.
c) A vacina deve ser ministrada após o contato do indivíduo com as partículas virais, enquanto
os antivirais devem ser ministrados preventivamente.
d) Os antivirais agem estimulando a produção de anticorpos contra os vírus, enquanto a vacina
já contém anticorpos contra as partículas virais.
e) Tanto vacina quanto qualquer medicamento antiviral devem ser ministrados
preventivamente.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“A vacina é uma imunização ativa enquanto os antivirais fazem uma imunização passiva.”)
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A (“A vacina é uma imunização ativa enquanto os antivirais fazem uma imunização
passiva.”) - CORRETA
* A vacina é composta por elementos que estimulam a resposta imunológica, sendo, por isso
considerada imunização ativa. Os antivirais, por seu turno, atuando sobre a ação viral,
promovem uma imunização passiva.
- Alternativa B (“b) Os antivirais fazem uma imunização ativa enquanto a vacina é uma
imunização passiva.”) – INCORRETA
* Por atuarem sobre a ação viral, não estimulando a resposta imunitária, os antivirais são
considerados uma imunização passiva e não ativa. A vacinal, por outro lado, fazem uma
imunização ativa.
- Alternativa C (“A vacina deve ser ministrada após o contato do indivíduo com as partículas
virais, enquanto os antivirais devem ser ministrados preventivamente.”) - INCORRETA
* A vacina deve ser ministrada antes do contato com o agente causador da doença. Os
antivirais, por seu turno, devem ser ministrados só após o contato com o agente causador da
doença.
- Alternativa D (“Os antivirais agem estimulando a produção de anticorpos contra os vírus,
enquanto a vacina já contém anticorpos contra as partículas virais.”) – INCORRETA
* Os antivirais atuam sobre a ação viral e não estimulam a resposta imunológica. As vacinas
não contêm anticorpos contra as partículas virais.
- Alternativa E (“Tanto vacina quanto qualquer medicamento antiviral devem ser ministrados
preventivamente.”) – INCORRETA
* Os antivirais devem ser ministrados só após o contato com o agente causador da doença
(não preventivamente). A vacina, por outro lado, deve ser ministrada antes do contato com o
agente causador da doença (preventivamente).

15. (UFC) A AIDS é uma doença infecciosa que afeta o sistema imunológico e cujo agente
etiológico é o vírus HIV. Assinale a alternativa que apresenta duas formas de transmissão do
vírus da AIDS.
a) Inalação de ar contaminado; uso de seringas não esterilizadas.
b) Transfusão de sangue contaminado; ingestão de água contaminada.
c) Picada de inseto; contaminação do bebê por meio da amamentação.
d) Contato sexual sem o uso de preservativo; uso de talheres e copos contaminados.
e) Contaminação do feto, pela mãe, por meio da placenta; contato sexual sem o uso de
preservativo.
ALTERNATIVA CORRETA: E
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(“Contaminação do feto, pela mãe, por meio da placenta; contato sexual sem o uso de
preservativo.”)
JUSTIFICATIVA
- O vírus HIV pode ser transmitido pelo sangue, pelo sêmen, pela secreção vaginal e pelo leite
materno. Além disso, uma mãe infectada pode passar o HIV para o filho durante a gravidez, o
parto e a amamentação. Por outro lado, o contato sexual com o uso correto de preservativo, o
compartilhamento de copos e talheres e contatos como apertos de mão e abraços não
oferecem perigo de transmissão do vírus HIV.
- Alternativa correta: E

16. (UEPA) Os papilomavirus humanos (HPV) são vírus transmitidos por contato direto com o
revestimento corporal de pessoas infectadas. Ocasionam lesões de pele ou mucosa, podendo
as lesões apresentar a forma de verrugas. Alguns subtipos desses vírus podem causar na
região genital, principalmente no colo do útero, alterações celulares pré-cancerígenas. A
adoção da vacina pela rede pública de saúde no Brasil atuará na prevenção da ocorrência
dessa doença sexualmente transmissível (DST). Sobre o fato descrito acima, afirma-se que:
a) O lisossomo viral é responsável pelas lesões da pele.
b) O causador da doença é um microrganismo unicelular.
c) A porção do órgão feminino citado é local de implantação do zigoto.
d) A prevenção proposta induzirá nas pessoas a formação de proteínas de defesa.
e) A utilização do dispositivo intra-uterino (DIU) pode evitar a infecção dessa DST.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“A prevenção proposta induzirá nas pessoas a formação de proteínas de defesa.”)
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A (“O lisossomo viral é responsável pelas lesões da pele.”) – INCORRETA
* Virus é acelular, logo não tem lisossomo.
- Alternativa B (“O causador da doença é um microrganismo unicelular.”) – INCORRETA
* O causador da doença é um virus, que é acelular. Não se tratando, portanto, de um
microrganismo unicelular.
- Alternativa C (“A porção do órgão feminino citado é local de implantação do zigoto.”) –
INCORRETA
* A implantação (nidação) ocorre nas paredes do útero, que sofrem profundas modificações
particularmente no endométrio, que se encontra, na ocasião, edemaciando, bastante
vascularizado, com glândulas volumosas que secretam glicogênio e muco em abundância. Via
de regra, a implantação ocorre na porção superior do útero, um pouco mais frequente na
parede posterior que na anterior. Ao atingir o útero, o blastocisto, em desenvolvimento
permanece, geralmente, na cavidade uterina por um a três dias antes de se implantar no
endométrio. Dessa forma, a implantação ocorre, usualmente, cerca de cinco a sete dias após a
ovulação. Antes da implantação, o blastocisto se nutre a partir de secreções endometriais,
denominadas “leite uterino”.
- Alternativa D (“A prevenção proposta induzirá nas pessoas a formação de proteínas de
defesa.”) – CORRETA
* A vacina é composta por elementos que estimulam a resposta imunológica (formação de
proteínas de defesa).
- Alternativa E (“A utilização do dispositivo intra-uterino (DIU) pode evitar a infecção dessa
DST.”) – INCORRETA
* DIU não protege das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

17. (UFU) A produção e o uso de antibióticos representaram um avanço da ciência no controle


de doenças bacterianas. Entretanto, ainda são observados, no Brasil, altos índices de doenças
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provocadas por bactérias como pneumonia e tuberculose, por exemplo. Muitas vezes, após
serem administrados diferentes antibióticos nas mais variadas doses, ainda são encontradas
bactérias resistentes. Assinale a alternativa que justifica corretamente a resistência de
bactérias a antibióticos.
a) O uso indiscriminado de antibióticos provoca mutações nas bactérias.
b) Os antibióticos selecionam as bactérias resistentes.
c) Os antibióticos levam à formação de bactérias resistentes.
d) As bactérias se acostumam aos antibióticos.
- O uso contínuo de determinado antibiótico provoca a mortalidade das
bactérias sensíveis a ele. As resistentes sobrevivem e, com o tempo, têm
sua população aumentada.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Os antibióticos selecionam as bactérias resistentes.”)
JUSTIFICATIVA
- Alternativa A (“O uso indiscriminado de antibióticos provoca mutações nas bactérias.”) –
INCORRETA
* Antibióticos não induzem mutações. Eles atuam, apenas, como agentes selecionadores das
bactérias resistentes presentes na população.
- Alternativa B (“Os antibióticos selecionam as bactérias resistentes.”) - CORRETA
* Os antibióticos atuam selecionando bactérias resistentes. Esse fenômeno, conhecido como
resistência bacteriana, dificulta o tratamento de infecções.
- Alternativa C (“Os antibióticos levam à formação de bactérias resistentes.”) – INCORRETA
* Não sendo mutagênicos, os antibióticos não levam à formação de bactérias resistentes. Eles
“simplesmente” selecionam, na população, as bactérias que já apresentam resistência.
- Alternativa D (“As bactérias se acostumam aos antibióticos.”) – INCORRETA
* A expressão “acostumar” não tem sentido em evolução biológica. As bactérias resistentes
são, em verdade, selecionadas pelos antibióticos.

18. (IFCE) Não corresponde a considerações da Teoria Moderna da Evolução:


a) É um aprimoramento da teoria darwinista, a partir do momento em que acrescenta ao
processo de seleção natural, proposto por Darwin, uma explicação genética para as variações
existentes entre os seres vivos.
b) Os principais processos relacionados à geração de variabilidade dentro de uma população
são a mutação e a permutação.
c) Da mesma forma que existem fatores que aumentam a variabilidade genética dentro de uma
população, existem aqueles que têm efeito contrário, como representado pelo fenômeno da
deriva gênica.
d) A migração é outro fator capaz de alterar o perfil gênico de uma população.
e) A base da evolução dos seres vivos consiste na forma como o ambiente exige adaptações
dos indivíduos, estimulando-os a desenvolver porções do corpo que são mais utilizadas e a
regredir o que não é necessário.
ALTERNATIVA QUE NÃO CORRESPONDE A CONSIDERAÇÕES DA TEORIA MODERNA
DA EVOLUÇÃO: E
- Teoria Moderna da Evolução (Teoria Sintética da Evolução ou Teoria Sintética Atual): é a
mais completa de todas as teorias apresentadas. Ela se sustenta, na sua essência, sobre os
seguintes pontos: mutações, acaso, luta pela vida, seleção natural, recombinação e isolamento
do tipo mutante em relação ao tipo original. A soma desses fatores responde pelo
transformismo das espécies. Trata-se, em última análise, da reformulação da teoria proposta
por Darwin à luz dos atuais conhecimentos científicos da genética e da biologia molecular. As
ideias fundamentais de Darwin (luta pela sobrevivência e seleção natural) serviram como base
para o neodarwinismo
- Fatores da evolução: são fatores que atuam propiciando mudanças do estoque de genes
(gene pool) das populações. São eles: mutação, recombinação genética, migração (emigração
e imigração), oscilação genética (deriva genética ou genetic drift) e seleção natural.
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(“A base da evolução dos seres vivos consiste na forma como o ambiente exige adaptações
dos indivíduos, estimulando-os a desenvolver porções do corpo que são mais utilizadas e a
regredir o que não é necessário.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“É um aprimoramento da teoria darwinista, a partir do momento em que
acrescenta ao processo de seleção natural, proposto por Darwin, uma explicação genética para
as variações existentes entre os seres vivos.”) – CORRESPONDE A CONSIDERAÇÕES DA
TEORIA MODERNA DA EVOLUÇÃO
* As mutações, que causam variações genéticas entre os seres vivos, faz parte da Teoria
Moderna da Evolução, como mostramos acima.
* Darwin não teve condições de esclarecer a origem das variações hereditárias existentes nas
populações, o que representou, de certa forma, uma das grandes críticas a sua obra. Os
conhecimentos biológicos disponíveis na época, não lhe davam condições de ir além da
constatação da luta pela sobrevivência e da seleção natural. A explicação para a origem das
referidas variações só pode ser dada mais tarde, com o desenvolvimento da genética.
Sabemos, atualmente, que elas são determinadas pelas mutações. Hugo De Vries, um dos
redescobridores das Leis de Mendel, descobriu, em 1901, as mutações, que associadas às
recombinações mendelianas, vieram explicar a origem e a intensidade das mudanças ocorridas
nas populações.
- ALTERNATIVA B (“Os principais processos relacionados à geração de variabilidade dentro de
uma população são a mutação e a permutação.”) – CORRESPONDE A CONSIDERAÇÕES DA
TEORIA MODERNA DA EVOLUÇÃO
* Mutação e permutação (recombinação genética), constituem dois importantes processos
relacionados com a geração de variabilidade dentro de uma população.
- ALTERNATIVA C (“Da mesma forma que existem fatores que aumentam a variabilidade
genética dentro de uma população, existem aqueles que têm efeito contrário, como
representado pelo fenômeno da deriva gênica.”) – CORRESPONDE A CONSIDERAÇÕES DA
TEORIA MODERNA DA EVOLUÇÃO
* A deriva genética (oscilação genética ou genetic drift), que atua sobre a variabilidade genética
já existente, tende a diminuir essa variabilidade.
- ALTERNATIVA D (“A migração é outro fator capaz de alterar o perfil gênico de uma
população.”) – CORRESPONDE A CONSIDERAÇÕES DA TEORIA MODERNA DA
EVOLUÇÃO
* A migração (emigração e imigração) altera a frequência gênica de uma população.
- ALTERNATIVA E (“A base da evolução dos seres vivos consiste na forma como o ambiente
exige adaptações dos indivíduos, estimulando-os a desenvolver porções do corpo que são
mais utilizadas e a regredir o que não é necessário.”) – NÃO CORRESPONDE A
CONSIDERAÇÕES DA TEORIA MODERNA DA EVOLUÇÃO
* O desenvolvimento de porções do corpo mais utilizadas e a regressão das que são menos
usadas, dizem respeito a Lei do Uso e Desuso de Lamarck, não tendo, portanto, relação com
as ideias de Darwin, tampouco com a Teoria Moderna da Evolução.

19. (FUVEST) O conhecimento sobre a origem da variabilidade entre os indivíduos, sobre os


mecanismos de herança dessa variabilidade e sobre o comportamento dos genes nas
populações foi incorporado à teoria da evolução biológica por seleção natural de Charles
Darwin. Diante disso, considere as seguintes afirmativas:
I. A seleção natural leva ao aumento da frequência populacional das mutações vantajosas num
dado ambiente; caso o ambiente mude, essas mesmas mutações podem tornar seus
portadores menos adaptados e, assim, diminuir de frequência.
II. A seleção natural é um processo que direciona a adaptação dos indivíduos ao ambiente,
atuando sobre a variabilidade populacional gerada de modo casual.
III. A mutação é a causa primária da variabilidade entre os indivíduos, dando origem a material
genético novo e ocorrendo sem objetivo adaptativo.
Está correto o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) I e III, apenas.
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c) I e II, apenas.
d) I, apenas.
e) III, apenas.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“I, II e III.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“A seleção natural leva ao aumento da frequência populacional das mutações
vantajosas num dado ambiente; caso o ambiente mude, essas mesmas mutações podem
tornar seus portadores menos adaptados e, assim, diminuir de frequência.”) – CORRETA
* A seleção dos indivíduos portadores de características vantajosas, em um determinado
ambiente, leva ao aumenta da frequência das mutações vantajosas. Havendo, por outro lado
alteração no ambiente, elas podem vir a ser desvantajosas. Neste caso, haverá redução na
frequência dessas mutações.
- AFIRMATIVA II (“A seleção natural é um processo que direciona a adaptação dos indivíduos
ao ambiente, atuando sobre a variabilidade populacional gerada de modo casual.”) –
CORRETA
* A seleção natural é um fenômeno biológico que favorece a sobrevivência de parte da
população, ou seja, aqueles seres que, graças à variabilidade genética, herdaram combinações
gênicas mais adaptativas a uma determinada condição ecológica. Dessa forma, a seleção
natural, a exemplo da migração e da oscilação genética (genetic drift), atua sobre a
variabilidade genética já estabelecida.
- AFIRMATIVA III (“A mutação é a causa primária da variabilidade entre os indivíduos, dando
origem a material genético novo e ocorrendo sem objetivo adaptativo.”) – CORRETA
* As mutações, responsáveis pela origem de novos alelos, são a fonte primária de variabilidade
genética. Um novo gene, resultante de uma mutação, que ocorre ao acaso, tem propriedades
imprevisíveis. Ele pode interferir de tal modo no metabolismo celular, a ponto de tornar o
organismo inviável. Pode, também, levar a certas deficiências metabólicas, sem, contudo,
matar o organismo, bem como provocar modificações sem, aparentemente, qualquer valor
adaptativo. Por fim, ele pode levar a um favorecimento do ser que o possui, podendo ser
preservado pela seleção natural.

20. (UEMA) A teoria sintética da evolução constitui uma ampliação das ideias de Darwin e se
diferencia do Darwinismo porque:
a) Afirma que a seleção natural modela o processo evolutivo, direcionando-o.
b) Considera o ambiente o causador das variações intraespecíficas.
c) Explica as causas das variações nos seres vivos.
d) Considera que o ambiente seleciona as características já existentes.
e) Afirma que em uma população natural o número de indivíduos, na maioria das espécies,
permanece mais ou menos constante.
ALTERNATIVA QUE DIFERENCIA AS DUAS TEORIAS: C
(“Explica as causas das variações nos seres vivos.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Afirma que a seleção natural modela o processo evolutivo, direcionando-
o.”) – NÃO DIFERENCIA AS DUAS TEORIAS
* Tanto a teoria sintética da evolução quanto o darwinismo admitem que a seleção natural
modela o processo evolutivo, direcionando-o. A seleção natural é um dos sustentáculos das
duas teorias.
- ALTERNATIVA B (“Considera o ambiente o causador das variações intraespecíficas.”) – NÃO
DIFERENCIA AS DUAS TEORIAS
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* Nenhuma das teorias considera que o ambiente seja causador das variações intraespecíficas.
Ambas consideram que o meio funciona apenas como um selecionador das mudanças já
existentes. A ideia de que as mudanças ambientais levariam os seres a se modificarem para se
adaptarem faz parte da teoria de Lamarck.
- ALTERNATIVA C (“Explica as causas das variações nos seres vivos.”) – DIFERENCIA AS
DUAS TEORIAS (DEVENDO SER A ASSINALADA)
* Darwin não teve condições de esclarecer a origem das variações hereditárias existentes nos
seres vivos, o que representou, de certa forma, uma das grandes críticas a sua obra. A
explicação para a origem das referidas variações só pode ser dada mais tarde, com o
desenvolvimento da genética. Sabemos, atualmente, que elas são determinadas pelas
mutações, que um dos pilares da teoria sintética da evolução.
- ALTERNATIVA D (“Considera que o ambiente seleciona as características já existentes.”) –
NÃO DIFERENCIA AS DUAS TEORIAS
* Ambas as teorias consideram que o ambiente seleciona as características já existentes,
através da seleção natural.
- ALTERNATIVA E (“Afirma que em uma população natural o número de indivíduos, na maioria
das espécies, permanece mais ou menos constante.”) – NÃO DIFERENCIA AS DUAS
TEORIAS
* Em ambas as teorias está contida a ideia de que a superpopulação faz com que ocorra uma
“luta pela sobrevivência” entre os membros da população, levando a que o número de
indivíduos de uma espécie possa, via de regra, permanecer relativamente constante ao longo
das gerações. Apesar do grande potencial de crescimento, apenas alguns organismos, chegam
à idade adulta. Um considerável número de indivíduos morre, muitos deles, sem deixar
descendentes.
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QUNTA BATERIA

01. (UFES) O esquema abaixo se refere a dois modelos de especiação (A e B).

Considere as afirmações abaixo relacionadas ao esquema.


I. O modelo A representa um exemplo de especiação filética, que pressupõe a ocorrência de
isolamento geográfico.
II. O modelo A representa especiação por anagênese, que envolve seleção natural e
adaptação a modificações graduais nas condições ambientais.
III. O modelo B representa especiação por cladogênese, que envolve isolamento de
populações, adaptações a diferentes ambientes e isolamento reprodutivo.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
ALTERNATIVA CORRETA: E
- Especiação (origem de novas espécies): é o processo evolutivo pelo qual novas espécies são
formadas. Considera-se a existência de dois processos básicos de especiação: anagênese
(ana = para cima) e cladogênese (clado = ramo) ou especiação por diversificação. Na
anagênese, a população vai se modificando gradativamente ao longo do tempo, podendo
resultar em uma população tão diferente da ancestral a ponto de se constituir uma nova
espécie. Neste processo não há isolamento geográfico, como ocorre na cladogênese. A
mutação, a recombinação gênica e a seleção natural são exemplos de eventos anagênicos. Na
especiação por cladogênese, as novas espécies se formam a partir de grupos que se isolam,
graças a uma barreira geográfica (natural ou artificial), da população ancestral. Essa barreira,
evidentemente, impede a troca de genes entre os referidos grupos. Após longo tempo de
isolamento, as populações separadas podem originar novas espécies, por acúmulo de
mutações e adaptações às condições ambientais diferentes. Admite-se que a maioria das
espécies surgiu por cladogênese. A especiação por cladogênese pressupõe a ocorrência de,
pelo menos, três etapas sequenciais: isolamento geográfico, diversificação gênica (pressão de
seleção diferente) e, finalmente, isolamento reprodutivo.
* O isolamento geográfico consiste na formação de barreiras que separam uma população em
subpopulações. As barreiras, denominadas geográficas ou ecológicas, que promovem esse
isolamento, podem ser representadas por um rio que corta uma planície, um vale que separa
dois planaltos ou um braço de mar que separa ilhas e continentes. Impedindo a passagem de
indivíduos, essas barreiras interrompem, também, a troca de genes entre os dois grupos, que
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passam, então, a ser submetidos à ação da seleção natural em ambos os lados. Dessa forma,
o isolamento geográfico faz com que variabilidades genéticas novas, surgidas em uma das
subpopulações, não sejam transmitidas para a outra.
* Diversificação gênica é a progressiva diferenciação do conjunto gênico de subpopulações
isoladas, que é causada, basicamente, por dois fatores: mutações e seleção natural. As
mutações respondem pela introdução de alelos diferentes em cada um dos grupos isolados,
que passarão a integrar o “pool” gênico (conjunto gênico). A seleção natural, atuando em
ambientes distintos, tende a preservar certos genes em uma das subpopulações, que são
transferidos aos descendentes, por meio da reprodução, e a eliminar genes similares em outra
subpopulação, acentuando, como consequência, a diversidade gênica e adaptando os grupos
a diferentes nichos ecológicos. Dessa forma, essas subpopulações, assim separadas,
acumulam diferenças ao longo do tempo, podendo chegar a desenvolver mecanismos de
isolamento reprodutivo, que caracteriza a formação de novas espécies.
* Isolamento reprodutivo é a incapacidade, total ou parcial, de membros de duas
subpopulações se cruzarem. Ele atua impedindo a mistura de genes das subpopulações,
quando elas entram em contato. Via de regra, após um longo período de isolamento
geográfico, as subpopulações isoladas se tornam tão diferentes que não mais conseguem
cruzar ou formar descendentes férteis, mesmo depois do desaparecimento da barreira
geográfica. Quando isso ocorre, elas são consideradas espécies distintas. O isolamento
reprodutivo evolui, portanto como subproduto da divergência entre populações
geograficamente afastadas.
- Especiação filética (gradualismo filético), mencionada na afirmação I (“...um exemplo de
especiação filética ...”) é uma teoria evolutiva proposta por Charles Darwin no seu livro “A
Origem das Espécies”, publicado em 1859. Segundo o gradualismo filético, a evolução ocorre
através do acúmulo de pequenas modificações sucessivas ao longo de várias gerações e não
por grandes saltos, sendo, portanto, um processo anagênico. As novas adaptações evoluem
em pequenos passos, a partir de órgãos, padrões de comportamento, células ou moléculas
preexistentes. Dessa forma, as diferenças entre os organismos, mesmo naqueles dotados de
diferenças radicais, envolvem o incremento de pequenos passos através de formas
intermediárias. O gradualismo filético resulta, portanto, do acúmulo de pequenas diferenças
genéticas ao longo de várias gerações, sob a influência da seleção natural.
(“Apenas II e III.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMAÇÃO I (“O modelo A representa um exemplo de especiação filética, que pressupõe a
ocorrência de isolamento geográfico.”) – INCORRETA
* O modelo A mostra uma especiação anagênica, na qual não ocorre isolamento geográfico.
Trata-se de uma especiação filética que é um processo anagênico, como vimos acima.
- AFIRMAÇÃO II (“O modelo A representa especiação por anagênese, que envolve seleção
natural e adaptação a modificações graduais nas condições ambientais.”) – CORRETA
* O modelo A mostra uma especiação por anagênese. Nela, ocorre mutação, recombinação
gênica, seleção natural, que são exemplos de eventos anagênicos. Não se verifica, entretanto,
isolamento geográfico, como na especiação cladogênica.
- AFIRMAÇÃO III (“O modelo B representa especiação por cladogênese, que envolve
isolamento de populações, adaptações a diferentes ambientes e isolamento reprodutivo.”) -
CORRETA
* O modelo B mostra uma especiação por cladogênese, que, ao contrário da anagênese,
envolve isolamento geográfico (isolamento de populações).
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02. (PUC-MG) Observe o desenho a seguir, referente ao esquema ultraestrutura da membrana


celular. A natureza química dos componentes 1, 2 e 3, respectivamente, é:

a) Lipídios, proteínas e proteínas.


b) Proteínas, lipídios e proteínas.
c) Proteínas, proteínas e lipídios.
d) Lipídios, lipídios e proteínas.
e) Proteínas, lipídios e lipídios.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Lipídios, lipídios e proteínas.”)
JUSTIFICATIVA
- O desenho é um esquema resumido do modelo mosaico fluido da estrutura da membrana
plasmática (membrana celular ou plasmalema), proposto por Jonathan Singer e Garth
Nicholson, por volta de 1972. Esse modelo admite a existência de uma bicamada fosfolipídica
(1 e 2) com proteínas (3) nela incluídas. Em cada camada lipídica, as moléculas se dispõem
com a porção polar (“cabeça”) voltada para fora e a porção apolar (“cauda”) voltada para
dentro.
- Dessa forma:
* 1. Lipídios.
* 2. Lipídios.
* 3. Proteínas.
+ +
03. (FUVEST) Medidas da concentração de íons de sódio (Na ) e de potássio (K ), dentro e
fora dos neurônios gigantes de lula, revelaram os seguintes valores:
+
[Na ] no citoplasma = 50
+
[Na ] no meio extracelular = 440
+
[K ] no citoplasma = 400
+
[K ] no meio extracelular = 20
Se os neurônios são expostos a um bloqueador respiratório, como o cianeto, a concentração
de sódio rapidamente se iguala dentro e fora da célula, o mesmo ocorrendo com o potássio.
Em condições normais, qual o mecanismo responsável pela manutenção da diferença entre as
concentrações iônicas dentro e fora do neurônio?
a) Difusão, pelo qual íons podem atravessar a membrana espontaneamente.
b) Osmose, pelo qual apenas a água atravessa a membrana espontaneamente.
c) Transporte ativo, pelo qual íons atravessam a membrana com “gasto” de energia.
d) Fagocitose, pelo qual a célula captura partículas sólidas.
e) Pinocitose, pelo qual a célula captura gotículas.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Transporte ativo, pelo qual íons atravessam a membrana com “gasto” de energia.”)
JUSTIFICATIVA
- Muitas vezes as células precisam transportar substâncias do lado menos concentrado para o
lado mais concentrado, fazendo-o, dessa forma, contra um gradiente de concentração. Nesse
transporte, denominado transporte ativo, o “gasto” de energia é inevitável. Esse mecanismo é
possível devido ao fato de haver proteínas na membrana plasmática que alterando sua forma,
transportam essas substâncias de um lado para o outro. É essa alteração de forma que
promove o “gasto” de energia, que é obtida graças à quebra de moléculas de ATP (adenosina
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+ +
trifosfato). O exemplo mais conhecido de transporte ativo é a bomba de Na -K , que transporta,
+ +
ativamente, íons Na do interior da célula para fora da célula e íons K do meio extracelular
para o citoplasma. Ressaltamos que a bomba de sódio-potássio é mediada pelo carreador
+ +
Na /k -ATPase. Essa bomba permite que a célula execute uma série de funções relacionadas
com a membrana plasmática, como a condução de impulsos ao longo das células nervosas e
musculares.
+
* É graças ao transporte ativo de íons Na do interior da célula para fora, que o citoplasma
+ +
consegue manter uma concentração de Na igual a 50 {[Na ] no citoplasma = 50} contra 440
+
no meio extracelular {[Na ] no meio extracelular = 440}, como consta no enunciado.
+
* É em função do transporte ativo de íons K do meio extracelular para o citoplasma, que é
+ +
possível manter uma concentração de K igual a 20 no meio extracelular {[K ] no meio
+
extracelular = 20} contra 400 no citoplasma {[K ] no citoplasma = 400}, com consta no
enunciado.
+ + +
- Em função da bomba de Na -K , a concentração de Na do meio externo é superior a do
+ +
meio interno da célula e a concentração de K apresenta concentrações contrárias ao do Na .
Caso não houvesse transporte ativo as concentrações internas e externas tenderiam a se
igualar.
- As diferenças de concentrações mencionadas favorecem, dentre outas atividades celulares,
os fenômenos elétricos que ocorrem nas células nervosas e musculares.
- Em face da bomba de sódio-potássio bombear mais cargas positivas para fora do que para
+ +
dentro da célula (3 Na para o exterior em troca de 2 K para o interior), deixando um déficit
real de íons positivos no interior, é eletrogênica (gera potencial elétrico).

04. (FGV) O gráfico a seguir mostra as concentrações relativas de alguns íons no citoplasma
da alga verde Nitella e na água circundante. A partir dos conhecimentos sobre permeabilidade
da membrana celular, qual a melhor interpretação para os dados mostrados no gráfico?

a) Os íons difundem-se espontaneamente através da membrana.


b) A diferença de concentração iônica deve-se à osmose.
c) A diferença de concentração iônica se deve à pinocitose.
d) A carga elétrica atrai os íons para dentro da célula.
e) Ocorre transporte ativo dos íons através da membrana.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Ocorre transporte ativo dos íons através da membrana.”)
JUSTIFICATIVA
+ + ++ ++ -
- O gráfico mostra que as concentrações relativas de Na , K , Ca , Mg e Cl são menores
na água do que no citoplasma da Nitella, o que caracteriza um transporte contra um gradiente
de concentração. Esse tipo de transporte, que ocorre com “gasto” inevitável de energia, é
denominado transporte ativo. O transporte ativo é possível devido ao fato de haver proteínas
na membrana plasmática que alterando sua forma, transportam esses íons de um lado para o
outro. É essa alteração de forma que promove o “gasto” de energia, que é obtida graças à
quebra de moléculas de ATP (adenosina trifosfato).

05. (FUVEST) Um cromossomo é formado por uma longa molécula de DNA associada a
proteínas. Isso permite afirmar que o núcleo de uma célula somática humana em ... A... possui
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... B... moléculas de DNA. Qual das alternativas indica os termos que substituem corretamente
as letras A e B?
a) A = início de interfase (G1); B = 46.
b) A = fim da interfase (G2); B = 23.
c) A = início de mitose (prófase); B = 46.
d) A = fim de mitose (telófase); B = 23.
e) A = qualquer fase do cicio celular; B = 92.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“A = início de interfase (G1); B = 46.”)
- O conhecimento da teoria uninêmica (cada cromossomo não duplicado é formado por uma
única dupla-hélice contínua de DNA) é fundamental para a resolução desta questão.
- A interfase é o intervalo entre duas divisões celulares sucessivas e representa, na maioria dos
casos, cerca de 95% do tempo de duração do ciclo celular. Nesse período, a célula se encontra
em grande atividade metabólica, realizando, praticamente, todos os processos de síntese
necessários ao seu desenvolvimento. Na interfase, ocorre a duplicação do material genético e
o crescimento celular. Tomando como base a duplicação do DNA, que ocorre no período S, a
interfase apresenta três períodos, denominados G1, S e G2. Ao contrário do que ocorre na
divisão celular, ao longo da interfase, não são observadas, com microscópio óptico, diferenças
morfológicas significativas. Por causa disso, até a década de 1970, com exceção da descrição
da fase S, era dispensada pouca atenção à interfase. A síntese de DNA é periódica na
interfase, ficando restrita ao período S. As sínteses de RNA e de proteína, por outro lado,
ocorrem continuamente durante toda a interfase. A síntese de RNA é mais intensa no G 1 e no
início de S, quando cerca de 80% do RNA sintetizados são representados por RNAr (RNA
ribossômico). Os RNAs extranucleolares são elaborados em picos durante os períodos G 1 e
G2. No que concerne às proteínas, embora sejam elaboradas continuamente, diferem em
quantidade e em qualidade, em cada período da interfase. O período G 1 é o mais variável na
maioria das células de animais e vegetais e, via de regra, ocupa muitas horas, durante as quais
as células crescem. Ele pode, em verdade, variar individualmente de célula a célula, em face
de ser o que mais sofre influencia de fatores extracelulares. É, também, o período em que
vários inibidores e mutações são capazes de bloquear a proliferação. Há, entretanto, ciclos
como os da Tetrahymena sp. e da Amoeba proteus, em que o período G1 é ausente, e o G2 é o
mais longo. Outro caso, em que o período G1 é ausente, ou tem pequena duração, é o das
células embrionárias iniciais, que começa logo após a fecundação. Nesse caso, entretanto, não
ocorre crescimento celular.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNAVIVA A (“A = início de interfase (G1); B = 46.”) – CORRETA
* No início da interfase, período G1, ainda não houve duplicação do DNA. Dessa forma, o
núcleo das células somáticas humanas possui 46 cromossomos não duplicados e,
consequentemente, de acordo com a teoria uninêmica, 46 moléculas de DNA.
- ALTERNATIVA B (“A = fim da interfase (G2); B = 23.”) – INCORRETA
* No fim da interfase os cromossomos estão duplicados, logo, de acordo com a teoria
uninêmica, o núcleo das células somáticas apresenta 92 cromossomos.
- ALTERTNATIVA C (“ A = início de mitose (prófase); B = 46.”) – INCORRETA
* No início da prófase, quando já houve duplicação de DNA no período S da interfase, os
cromossomos estão duplicados. Logo de acordo com a teoria uninêmica, o núcleo das células
somáticas está com 92 moléculas de DNA.
- ALTERNATIVA D (“A = fim de mitose (telófase); B = 23.”) – INCORRETA
* Na telófase, antes da citocinese ou citodiérese (divisão citoplasmática), a célula, de acordo
com a teoria uninêmica, está com 92 cromossomos. Após a citocinese, cada célula filha
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apresentará 46 cromossomos não duplicados, ou seja, 46 moléculas de DNA. 23 moléculas de


DNA, como consta nesta alternativa, ocorreria na meiose (processo reducional), divisão em
que as células filhas apresentam metade do número de cromossomos da célula mãe. A mitose,
que ocorre nas células somática, com menciona o enunciado da questão (“...o núcleo de uma
célula somática humana ...”) é uma divisão equacional, na qual as células filhas apresentam o
mesmo número de cromossomos da célula original (célula mãe).
- ALTERNATIVAS E (“A = qualquer fase do cicio celular; B = 92.”) – INCORRETA
* O número de DNA, como vimos acima, não é o mesmo ao longo do ciclo celular. Ele varia de
acordo com a fase ou período do ciclo considerado.

06. (PUC) As fases da prófase da primeira divisão meiótica, em sequência correta, são:
a) Paquíteno, leptóteno, diplóteno, zigóteno, diacinese.
b) Paquíteno, diacinese, leptóteno, zigóteno, diplóteno.
c) Leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno, diacinese.
d) Leptóteno, paquíteno, zigóteno, diacinese, diplóteno.
e) Diacinese, zigóteno, leptóteno, paquíteno, diplóteno.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno, diacinese.”)
- A meiose, simbolizada por R!, é um tipo de divisão que forma quatro células filhas, com
metade do número de cromossomos presentes na célula mãe, sendo por isso considerada, ao
contrário da mitose, uma divisão reducional. Nela, ocorre apenas uma duplicação de DNA, para
duas divisões celulares, denominadas meiose I (divisão I da meiose) e meiose II (divisão II da
meiose). A primeira divisão é reducional (reduz o número de cromossomos à metade) e a
segunda, a exemplo da mitose, é equacional (o número de cromossomos das células formadas
é o mesmo da célula que iniciou a divisão II). Assim sendo, a partir de uma célula diploide (2n),
por exemplo, formam-se, após a meiose I, duas células haploides (n). Cada uma dessas, após
a meiose II, produz duas células haploides. A meiose tem início depois de uma interfase que
não difere muito daquela que antecede a mitose.
- A meiose representa um mecanismo fundamental do ciclo de reprodução sexuada, em face
de ela contrabalançar o fato de o número de cromossomos dobrar por ocasião da fecundação.
Imaginando-se uma situação de ausência de meiose, toda vez que ocorresse uma fecundação,
o número de cromossomos duplicaria, o que terminaria por inviabilizar a espécie. Dessa forma,
a meiose tem como objetivo manter constante o número de cromossomos das espécies.
- Muitos dos fenômenos que ocorrem na mitose (formação do fuso acromático,
desaparecimento dos nucléolos, desintegração da carioteca, movimento dos cromossomos
para o meio da célula e, em seguida, para os polos), também se repetem na meiose. Por causa
disso, ela pode ser estudada através das mesmas fases (prófase, metáfase, anáfase e
telófase), adotadas na mitose. Uma diferença entre os dois processos é que, na meiose, como
mencionamos acima, há uma duplicação de DNA para duas divisões celulares, denominada
meiose I (que compreende prófase I, metáfase I, anáfase I e telófase I) e meiose II
(compreende prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase II), levando à formação de
quatro células filhas, para cada uma que inicia o processo. Isso explica a redução do padrão
cromossomial de 2n para n. Na mitose, ao contrário, há apenas uma divisão celular, para cada
duplicação de DNA. Outra característica importante da meiose é que as células produzidas não
são geneticamente iguais. Esse fato aumenta a variedade genética dos indivíduos formados
através da reprodução sexuada.
- A prófase I é a mais longa e mais complexa de todas as fases da meiose. Nela, ocorrem
eventos que não são observados na mitose, tais como o emparelhamento dos cromossomos
homólogos e a troca de pedaços entre cromátides. Devido a sua importância e a sua
complexidade, essa fase é dividida em 5 subfases: leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e
diacinese, nesta ordem.
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JUSTIFICATIVA
1ª. Leptóteno ou leptótene (do grego, leptos, fino, comprido; tainia, fita, filamento): nesta
subfase, os cromossomos se apresentam distendidos, assemelhando-se a longos e finos
filamentos. É nela que tem início a espiralização cromossômica. Embora estejam duplicados,
desde a interfase, eles “aparecem” como estruturas simples, não se distinguindo, ainda, as
cromátides irmãs. Nesse período, os cromossomos podem apresentar uma polarização
definida, formando alças onde os telômeros estão ligados ao envoltório nuclear, na região
próxima aos centríolos. Esse arranjo dentro do núcleo é denominado disposição em buquê e,
às vezes, só pode ser visto no estágio seguinte. No leptóteno, percebem-se regiões mais
condensadas, denominadas cromômeros, que apresentam a mesma distribuição ao longo dos
cromossomos homólogos. Nessa subfase, tem início o processo de espiralização dos
cromossomos, que continua por toda a prófase I.
2ª. Zigóteno ou zigótene (do grego, zygos, par, juntos): esta subfase se caracteriza pelo
pareamento entre os cromossomos homólogos, fenômeno denominado sinapse cromossomial,
que não ocorre na mitose. No final do zigóteno, todos os cromossomos homólogos, ainda
parecendo ser únicos (parecendo não duplicados), encontram-se pareados. Lembramos que,
na zigótene, ainda não é possível visualizar, ao microscópio óptico, as quatro cromátides dos
cromossomos homólogos emparelhados, em face de elas estarem pouco condensadas e
intimamente associadas. Esse conjunto, chamado tétrade ou bivalente, torna-se bem visível na
paquítene, subfase seguinte. A microscopia eletrônica mostrou que as sinapses
cromossômicas ocorrem graças à formação de uma estrutura, de natureza proteica,
denominada complexo sinaptonêmico. Essa estrutura, descoberta por Moses em 1956, é
formada por dois braços laterais e um elemento central (medial ou axial). Esse elemento,
considerado a base estrutural do pareamento, está interposto entre os cromossomos
homólogos, associando-os como se fosse um “zíper”. O complexo sinaptonêmico garante que
o emparelhamento seja altamente específico, de modo que cada ponto de um cromossomo
fique exatamente ao lado do ponto correspondente em seu homólogo, permitindo a ocorrência
de crossing-over entre as cromátides homólogas. Desse modo, a sinapse ocorre ponto a ponto,
cromômero a cromômero, de forma bastante precisa.
3ª. Paquíteno ou paquítene (do grego, pachys, grosso, espesso): nesta subfase, completa-se a
sinapse cromossômica. Em face de cada cromossomo ser constituído por duas cromátides-
irmãs, cada par de homólogo fica com quatro cromátides, constituindo uma tétrade ou
bivalente. No paquíteno, as cromátides que se originam de um mesmo cromossomo são
denominadas irmãs, enquanto as que provêm de cromossomos homólogos são chamadas
homólogas. Entre o paquíteno e o diplóteno (subfase seguinte), verificam-se, frequentemente,
fraturas nas cromátides homólogas emparelhadas, seguidas de soldaduras de reparação.
Essas soldaduras, muitas vezes, ocorrem em posição trocada, levando a que uma cromátide
se ligue ao fragmento de sua homóloga e vice-versa. Esse fenômeno, que leva à combinação
de genes ligados (genes que estão no mesmo cromossomo), promovendo alterações na
constituição gênica das cromátides, é conhecido como crossing-over (permutação ou
recombinação gênica). Uma vez que a permutação ocorre, via regra, ao acaso, há várias
possibilidades de trocas de pedaços entre os cromossomos, fazendo surgir um grande número
de novas combinações gênicas. Por aumentar a variabilidade genética dos gametas, o
crossing-over é importante para o processo evolutivo das espécies, sendo considerado um
fator da evolução. É bom lembrar que pode haver também quebra e união entre cromátides-
irmãs, mas isso, em geral, não tem consequências genéticas, em face de elas serem
geneticamente idênticas. Quanto mais perto, dois genes se encontrarem no mesmo
cromossomo, menos provável é que recombinem com os genes do cromossomo homólogo por
crossing-over. Por razões ainda pouco conhecidas, o crossing-over não se dá completamente
ao acaso, havendo regiões de um cromossomo onde se observa maior recombinação do que
em outras, tendo cada região sua taxa de permutação.
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4ª. Diplóteno ou diplótene (do grego, diploos, duplo): nesta subfase, ocorre o término do
crossing-over, iniciado no fim do paquíteno, bem como tem início a separação dos
cromossomos, ainda unidos nos pontos das cromátides onde ocorreram as permutações.
Esses pontos, evidenciados em forma de X, são denominados quiasmas (do grego, khiasma,
cruzamento). O número de quiasma fornece a frequência com que as permutações ocorrem.
Apesar de as recombinações gênicas terem início no paquíteno, os quiasmas só são visíveis
no diplóteno.
5ª. Diacinese (do grego, dia, através de; kinesis, movimento): esta subfase se caracteriza pelo
aumento da repulsão entre os cromossomos homólogos, continuando a separação dos
homólogos iniciada na diplótene. O afastamento leva ao deslocamento dos quiasmas para as
extremidades dos cromossomos, fenômeno chamado terminalização dos quiasmas. Durante
essa subfase, os quiasmas ainda são mantidos, o que é importante para a distribuição correta
dos cromossomos entre as células filhas. Sua falta pode acarretar uma segregação incorreta
dos cromossomos homólogos, resultando em aneuploidias. No final da diacinese, a carioteca
se desintegra, e os pares de homólogos, ainda “associados”, migram para a região “equatorial”
da célula. A diacinese é a última subfase da prófase I.
- As descrições feitas acima, acerca da prófase I, referem-se, direta ou indiretamente, aos
cromossomos. Além disso, é possível notar que à medida que as subfases evoluem, os
nucléolos e a carioteca sofrem desintegração, como na prófase mitótica. No citoplasma, ocorre
migração dos centríolos duplicados para os polos da célula e formação das fibras do fuso.

07. (UEL) Considere os seguintes eventos:


I. Recombinação genética.
II. Segregação de cromossomos homólogos.
III. Segregação de cromátides irmãs.
IV. Alinhamento dos cromossomos na placa equatorial.
Desses, os que ocorrem tanto na mitose quanto na meiose são apenas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“III e IV.”)
JUSTIFICATIVA
- EVENTO I (“Recombinação genética.”)
* NÃO OCORRE NA MITOSE. OCORRE NA PRÓFASE I DA MEIOSE.
- EVENTO II (“Segregação de cromossomos homólogos.”)
* NÃO OCORE NA MITOSE. OCORRE NA ANÁFASE I DA MEIOSE.
* A anáfase I da meiose se caracteriza pela migração dos homólogos duplicados (constituídos
por duas cromátides), para os polos da célula, fenômeno que se deve ao encurtamento das
fibras cromossômicas. Convém lembrar que, ao contrário da mitose e da divisão II, na divisão I,
não ocorre duplicação dos centrômeros. Por essa razão, na divisão II e na mitose, os
cromossomos que migram são irmãos e simples, formados por apenas uma cromátide.
- EVENTO III (“Segregação de cromátides irmãs.”)
* OCORE NA ANÁFASE MITÓTICA E NA ANÁFASE II DA MEIOSE.
* Na anáfase mitótica e na anáfase II da meiose cada cromossomo irmão migra para um dos
polos da célula. Essa migração se deve à despolimerização dos microtúbulos que compõem as
fibras cromossômicas e consequente encurtamento dessas fibras. A anáfase (mitótica e
meiótica II) termina quando os cromossomos filhos (ex-cromátides irmãs) chegam aos polos da
célula.
* Ressaltamos que a anáfase I da meiose se caracteriza pela migração dos homólogos
duplicados (constituídos por duas cromátides), para os polos da célula, fenômeno que se deve,
como mencionamos acima, ao encurtamento das fibras cromossômicas. Convém lembrar que,
ao contrário da mitose e da divisão II, na divisão I, não ocorre duplicação dos centrômeros. Por
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essa razão, na divisão II e na mitose, os cromossomos que migram são irmãos e simples,
formados por apenas uma cromátide.
- EVENTO IV (“Alinhamento dos cromossomos na placa equatorial.”)
* OCORRE NA METÁSE MITÓTICA E NAS METÁFASES I E II DA MEIOSE
*Metáfase mitótica: nesta fase, os cromossomos atingem o estado de máxima
condensação, chegando a aumentar cerca de 700 vezes em espessura, tornando-se bastante
visíveis ao microscópio óptico. Nesta metáfase, os cromossomos duplicados (díades) se ligam
às fibras cromossômicas através dos cinetócoros e se alinham no “equador” da célula,
formando a placa equatorial ou placa metafásica. No final dessa fase, tem início a duplicação
dos centrômeros, fato que acarreta a separação das cromátides-irmãs que irão constituir os
cromossomos irmãos (cromossomos filhos). Em face de a metáfase ser a fase de máxima
visibilidade cromossômica, ela é a mais utilizada para a obtenção de fotografias
cromossômicas, com as quais são montados os cariótipos, sendo por essa razão que ela é
conhecida como a fase do cariótipo.
* Metáfase I da meiose: nesta fase, os cromossomos homólogos pareados (tétrades)
dispõem-se na zona equatorial da célula, formando a placa equatorial ou placa metafásica. Os
cromossomos atingem sua máxima condensação, e cada componente do par de homólogos se
encontra ligado, pelo seu centrômero, às fibras cromossômicas que “emergem” de centríolos
opostos.
* Metáfase II da meiose: semelhante à metáfase mitótica. Nela, a exemplo do ocorre na
metáfase mitótica, verifica-se a disposição dos cromossomos duplicados (díades) na região
equatorial da célula (placa metafásica), estando cada díade ligada às fibras cromossômicas,
pelo cinetócoro. A metáfase II termina quando os centrômeros começam a se duplicar e as
cromátides irmãs, que irão constituir os cromossomos irmãos, iniciam sua separação e
migração para os polos da célula.
- Dessa forma, apenas os eventos III (“Segregação de cromátides irmãs.”) e IV (“Segregação
de cromátides irmãs.”) ocorrem tanto na mitose quanto da meiose.
- NÃO ESQUEÇA
* Sempre que ocorre duplicação dos centrômeros migram cromossomos irmãos (filhos),
formados por apenas uma cromátide (mitose e meiose II).
* Não havendo duplicação dos centrômeros migram cromossomos homólogos duplicados
(meiose I).

08. (FATEC) Leia com atenção as afirmativas a seguir e considere um ciclo celular inteiro, ou
seja, uma interfase e uma mitose subsequente:
I. Durante a interfase os cromossomos se duplicam.
II. Na prófase os cromossomos migram para os polos opostos.
III. Na metáfase os cromossomos atingem o máximo de espiralização.
Dessas afirmativas:
a) Apenas I e III são corretas.
b) I, II e III são corretas.
c) São corretas apenas I e II.
d) Apenas I é correta.
e) São corretas apenas II e III.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Apenas I e III são corretas.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Durante a interfase os cromossomos se duplicam.”) – CORRETA
* A duplicação ocorre no período S da interfase, quando tem lugar a replicação do DNA. Essa
replicação garante que as células-filhas recebam todas as informações genéticas responsáveis
pelas suas características
- AFIRMATIVA II (“Na prófase os cromossomos migram para os polos opostos.”) –
INCORRETA
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* A migração dos cromossomos para os polos opostos ocorre na anáfase e não prófase. A
migração, verificada na anáfase, se deve ao encurtamento das fibras cromossômicas,
resultante da despolimerização dos microtúbulos que compõem essas fibras.
- AFIRMATIVA III (“Na metáfase os cromossomos atingem o máximo de espiralização.”) –
CORRETA
* Na metáfase, os cromossomos atingem o máximo de espiralização (máxima condensação),
tornando-se bastante visíveis ao microscópio óptico. Devido a essa máxima visibilidade
cromossômica, a metáfase é a fase mais utilizada para a obtenção de fotografias
cromossômicas, com as quais são montados os cariótipos. Por esta razão, a metáfase é
conhecida como a fase do cariótipo.

09. (UPE) O quadro abaixo se refere aos seres dos reinos monera, protista e dos fungos,
descrevendo sua forma de reprodução e características em geral. Estabeleça a associação
entre as colunas.

Assinale a alternativa que apresenta a associação correta.


a) I-A-2, II-D-4, III-E-1, IV-B-5, V-C-3.
b) I-D-5, II-B-2, III-A-1, IV-C-4, V-E-5.
c) I-C-2, II-A-4, III-B-5, IV-E-1, V-D-3.
d) I-C-1, II-D-4, III-A-3, IV-E-2, V-B-5.
e) I-E-1, II-D-4, III-B-5, IV-A-3, V-C-2.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“I-C-1, II-D-4, III-A-3, IV-E-2, V-B-5.”)
JUSTIFICATIVA
I. SARCODÍNEOS (Reino protista)
- Os sarcodíneos, também denominados rizópodas, correspondem a um filo dos protozoários,
cujos representantes mais conhecidos são as amebas. Eles têm como principal característica a
presença de expansões citoplasmáticas denominadas pseudópodes ("falsos pés"), utilizados
tanto para locomoção quanto para a captura de alimento, fazendo-o, neste caso, através da
fagocitose, ação que consiste em envolver uma partículas sólida, colocando-a, em seguida,
para dentro da célula. O termo “rizópode” (do grego rhiza, raiz) se refere ao aspecto muitas
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vezes ramificado dos pseudópodes de certas amebas. O termo “sarcodina” (do grego sarkos,
carne), por seu turno, refere-se ao aspecto “carnoso” e consistente das amebas, os principais
representantes do grupo.
- A maioria das espécies desse filo vive livremente em água doce ou do mar, sobre os
fundos e na vegetação submersa. É o caso, por exemplo, da Amoeba proteus, um
sarcodíneo de vida livre, extremamente simples em estrutura e com uma constante
mudança de forma. Algumas amebas podem viver no corpo humano sem causar prejuízos, em
uma relação denominada comensalismo, como é o caso da Entamoeba coli, que vive no
intestino. Há, por outro lado, espécies parasitas, como a Entamoeba histolytica, que se
instalando no intestino humano, provoca a doença conhecida como amebíase ou disenteria
amebiana.
- O tipo de reprodução mais comum entre os ameboides é a divisão binária (bipartição ou
cissiparidade). Nessa forma de reprodução assexuada, a célula se divide ao meio, por
mitose, dando origem a duas células filhas com a mesma informação genética da célula-mãe.
Os sarcodíneos também são capazes de se reproduzir sexuadamente. Neste caso, a célula,
que é diploide, divide-se por meiose gerando gametas morfologicamente iguais. A união
desses gametas forma um zigoto que se desenvolve gerando uma nova célula. Essa
reprodução sexuada é denominada copulação isogamética, pelo fato de se formarem dois
gametas iguais morfologicamente, e autogâmica, por serem procedentes de uma única célula
pré-existente.
* I (Sarcodíneos), C (Assexuada e sexuada), 1 (Vida livre ou parasitas. Locomovem-se por
pseudópodos. Ex: Amoeba proteus.)
II. ESPOROZOÁRIOS (Reino protista)
- Os esporozoários, também conhecidos como apicomplexos, são protozoários que não
possuem estrutura locomotora. Obtém alimento por absorção direta dos nutrientes dos
organismos que parasitam. O grupo abrange cerda de 5.000 espécies, todas parasitas de
vertebrados e invertebrados. Eles se reproduzem através da alternância de
gerações sexuada e assexuada e da produção de esporos.
- Duas doenças causadas pelos esporozoários são a malária (impaludismo, maleita, febre
intermitente, febre palustre...) e a toxoplasmose. A malária é transmitida pela picada da fêmea
do mosquitos do gênero Anopheles (conhecido como mosquito-prego e
carapanã) contaminados por protozoários de três espécies: Plasmodium vivax, P. malariae
e P. falciparum. Esta doença provoca acessos de febre em intervalos cíclicos. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 40% da população mundial, principalmente
nos trópicos, convive com o risco de contrair malária. A toxoplasmose é uma infecção causada
pelo esporozoário Toxoplasma gondii, que possui como hospedeiros animais domésticos como
gatos, cachorros, roedores, entre outros.
* II (Esporozoários), D (Alternância de geração assexuada e sexuada), 4 (Todas as espécies
são parasitas. Não apresentam estruturas de locomoção. Ex: Plasmodium vivax.)
III. BACILOS (Reino monera)
- Bacilo é o nome dado às bactérias (seres unicelulares e procariontes) em forma de bastão
(bastonete). Lembramos que as esféricas são denominadas cocos, as espiraladas são
conhecidas como espirilo e as em forma de vírgula recebem o nome vibrião. Os bacilos, que
causam, por exemplo, tétano, tuberculose e difteria, se apresentam geralmente como células
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isoladas, mas podem, em alguns casos, formar os diplobacilos [reunidos dois a dois (em
pares)] ou os estreptobacilos (alinhados em cadeia).
- Os bacilos ficaram mais famosos por causarem doenças (patógenos) como a tuberculose,
cujo agente, Mycobacterium tuberculosis, é mais conhecido como Bacilo de Koch, e a
antraz, infecção letal, causada pelo Bacillus anthracis.
- Os bacilos, como as demais bactérias, se reproduzem, via de regra, por divisão (ou
fissão) binária, forma assexuada de reprodução. Também pode haver reprodução,
igualmente assexuada, por esporulação, que ocorre quando a bactéria encontra uma condição
ambiental adversa, capaz de leva-la à morte. Dessa forma, a esporulação, mais que um tipo de
reprodução, seria um eficiente mecanismo de defesa.
* III (Bacilos), A (Divisão binária), 3 (Unicelulares em forma de bastonetes isolados, em pares
ou agrupados em cadeias. Podem ser patógenos. Ex: Mycobacterium tuberculosis.)
IV. ASCOMICETOS (Reino fungi)
- Os ascomicetos (Ascomycota), seres eucariontes, representam cerca de 30% de todas as
espécies de fungos (em torno de 32.000 espécies). A denominação Ascomycota (do grego
askos, odre, saco), deriva do fato de esses fungos formarem hifas especiais em forma de saco,
chamadas ascos. Alguns são unicelulares, como as leveduras. Os dotados de micélio, por
outro lado, são multicelulares. No grupo dos ascomicetos estão incluídos vários fungos
familiares e economicamente importantes. A maioria dos bolores verde-azulados, vermelhos e
marrons que estragam os alimentos são ascomicetos, inclusive o bolor cor de salmão do pão,
Neurospora, que teve um papel importante no desenvolvimento da genética moderna. Com
exceção das leveduras unicelulares, os ascomicetos são filamentosos quando estão
crescendo.
- A reprodução dos fungos, em geral, pode ser assexuada ou sexuada, com alternância de
gerações em alguns casos. A reprodução assexuada ocorre por fragmentação, por
brotamento (ou gemulação) ou pela formação de esporos por mitose (esporulação). O bolor
verde de laranja, do gênero Penicillium (ascomiceto), por exemplo, ser reproduz por
esporulação e o Saccharomyces cerevisae (fermento de padaria ou lêvedo de cerveja),
exemplo mais conhecido de ascomiceto, apresenta reprodução por brotamento.
- O ciclo de vida de um ascomiceto se inicia com a germinação de um esporo. Durante o
desenvolvimento do micélio, formam-se hifas especializadas na reprodução assexuada,
denominadas conidióforos (hifas reprodutivas assexuadas). O mesmo micélio que forma hifas
especializadas na reprodução assexuada produz, também, hifas especializadas na
reprodução sexuada, que são de dois tipos: ascogônios (gametângios femininos) e anterídios
(gametângios masculinos). A partir do ascogônios forma-se uma projeção (tricógino), que
cresce em direção a um anterídio próximo e se funde com ele. Através dessa projeção os
núcleos do anterídio migram para o interior do ascogônios, emparelham-se e estabelecem uma
condição dicariótica. A partir do ascogônios crescem hifas cujas células apresentam pares de
núcleos, sendo um deles descendente de um núcleo do ascogônios e outro, de um núcleo do
anterídio. Assim, o micélio que se origina do “ascogônios fecundado” é constituído
exclusivamente por hifas dicarióticas, denominadas hifas ascógenas. Nesse processo, os dois
núcleos de uma célula da extremidade de uma hifa ascógena fundem-se para formar o zigoto,
que é o único núcleo diploide em todo o ciclo de vida de um ascomiceto. A célula contendo o
núcleo diploide alonga-se e forma o asco. No interior do asco, o núcleo se divide por meiose e
origina quatro núcleos haploides que ficam enfileirados ao longo do asco. Na maioria dos
ascomicetos, cada um desses núcleos passa por uma divisão mitótica adicional, de modo que
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o asco fica com oito núcleos haploides enfileirados em seu interior. Essas células diferenciam-
se nos ascósporos (esporos sexuados), que são liberados pelo rompimento da parede do asco
maduro. Os ascósporos são transportados pelo ar e, ao encontrarem condições favoráveis,
germinam, originando novos micélios haploides e reiniciando o ciclo. Lembramos que os ascos
(estrutura em forma de saco dentro da qual os ascósporos haploides são formados após a
meiose) e os ascósporos são estruturas exclusivas que distinguem os ascomicetos de todos os
outros fungos.
- Certas espécies de fungos vivem em associação mutualística com algas unicelulares
(quase sempre uma clorofícea) ou cianobactérias, originando organismos denominados
liquens. Nessa interação, as algas e as cianobactérias constituem os elementos produtores,
isto é, capazes de sintetizar matéria orgânica a partir de inorgânica, fornecendo para os fungos
parte do alimento produzido. Os fungos, com suas hifas, envolvem o protegem as algas contra
a desidratação, além de lhes fornecer água e sais minerais que retiram do substrato. Na
maioria dos líquens, o fungo participante é um ascomiceto.
* IV (Ascomicetos), E (Assexuada e sexuada por hifas especializadas), 2 (Uni ou multicelulares,
eucariontes. Podem realizar associações mutualísticas. Ex: Saccharomyces cerevisae.)
V. RADIOLÁRIOS (Reino protista)
- São seres unicelulares, eucariontes, que vivem exclusivamente no mar, vivendo desde
a superfície até as profundidades abissais, constituindo um importante componente do
zooplâncton. Eles apresentam pseudópodes rígidos (axópodes), com forma de agulha,
suportados por microtúbulos e que os auxiliam na flutuação. Na cadeia alimentar, eles são
consumidores primários, usando seus pseudópodes para se alimentar de bactérias, algas,
pequenos copépodos e protozoários. Por outro lado, servem de alimento para crustáceos,
peixes e outros animais. Nos radiolários, a célula apresenta uma cápsula interna central,
esférica e perfurada, constituída de quitina (quitinosa) e ligada a um esqueleto
formado por espículas de sílica ou de sulfato de estrôncio (SrSO4). O citoplasma contém
muitos vacúolos superficiais e gotícula de lipídios, importantes como reserva nutricional e na
flutuação, já que tornam as células menos densas. Muitos radiolários apresentam zooxantelas
(algas endossimbióticas) em seu citoplasma, em geral crisofíceas e diatomáceas sem
carapaças. Embora possam, eventualmente, capturar alimento por fagocitose, os radiolários
obtêm boa parte de seu alimento a partir das zooxantelas endossimbióticas. Fatos como esses
reforçam a hipótese de que os cloroplastos, organelas presentes em células de algas e de
plantas atuais, tenham sido, no passado, seres fotossintetizantes que estabeleceram uma
relação de endossimbiose com os ancestrais de algas e plantas. Sua reprodução é
assexuada, por divisão simples da célula (fissão binária). Como exemplo de radiolários
citamos: Thalassicola pelagica e Heliosphera inermis.
* V (Radiolários), B (Reprodução assexuada), 5 (Unicelulares, com cápsula quitinosa interna e
espículas. Ex: Thalassicola.)

10. (UFV) O sistema circulatório dos animais tem como principal função a distribuição de
nutrientes a todas as células do corpo. Em relação aos diferentes tipos de sistemas
circulatórios dos animais, é incorreto afirmar que:
a) Em moluscos as artérias desembocam em lacunas sanguíneas.
b) Os anelídeos apresentam sistema circulatório fechado.
c) Celenterados e platelmintos não apresentam sistema circulatório.
d) Nas aves há mistura parcial de sangue artéria e venoso no coração.
ALTERNATIVA INCORRETA: D
(“Nas aves há mistura parcial de sangue arterial e venoso no coração.”)
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JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Em moluscos as artérias desembocam em lacunas sanguíneas.”) –
CORRETA
* Nos moluscos, com exceção dos cefalópodes, o sistema circulatório é aberto, sendo formado
por um coração dorsal, artérias, veias e hemoceles ou lacunas sanguíneas. Movimentos
alternados de contração e relaxamento do coração bombeiam a hemolinfa para o interior de
artérias, que se ramificam e se dirigem aos diferentes tecidos do corpo. Nesses tecidos, esses
vasos terminam em espaços ou lacunas sanguíneas (hemoceles), onde a hemolinfa entra em
contato diretamente com as células, abastecendo-as de nutrientes e oxigênio e livrando-as de
resíduos metabólicos. Assim sendo, o “sangue” não circula sempre no interior de vasos, como
ocorre nos sistemas circulatórios fechados.
- ALTERNATIVA B (“Os anelídeos apresentam sistema circulatório fechado.”) – CORRETA
* Os anelídeos apresentam sistema circulatório fechado, isto é, o sangue sempre circula
no interior de vasos sanguíneos.
- ALTERNATIVA C (“Celenterados e platelmintos não apresentam sistema circulatório.”) –
CORRETA
* Os celenterados (cnidários) e os platelmintos, bem como os poríferas, os nematelmintos e os
equinodermas, são desprovidos de sistema circulatório. Nesses organismos, a
nutrição de todas as partes do corpo é feita por difusão e transporte ativo, semelhante aos
unicelulares.
- ALTERNATIVA D (“Nas aves há mistura parcial de sangue arterial e venoso no coração.”) –
INCORRETA
* Nas aves não há mistura de sangue arterial e venoso no coração. Isto ocorre no
coração dos anfíbios, que possuem coração tricavitário, com três cavidades (dois átrios e um
único ventrículo). Nesse ventrículo único, ocorre uma mistura parcial de sangue arterial, vindo
do átrio esquerdo, com sangue venoso, proveniente do átrio direito. Essa mistura também
ocorre no coração dos répteis não crocodilianos (lagartos, tartarugas, cobras, jabutis, cágados,
....), que possuem, a exemplo do anfíbios, três câmaras cardíacas (dois átrios e um único
ventrículo).
TIPOS DE SISTEMAS CIRCULATÓRIO
I. Sistema aberto ou lacunar: os vasos circulatórios possuem extremidades abertas. O
fluido passa para cavidades corporais (hemocelas ou lacunas). Dessa forma, o sangue nem
sempre caminha no interior de um vaso. Ocorre nos artrópodes e nos moluscos (exceto nos
cefalópodes).
II. Sistema fechado: o líquido circulante (sangue) se desloca sempre no interior dos vasos.
As trocas são realizadas através dos capilares. Ocorre nos anelídeos, cefalópodes (moluscos)
e vertebrados.
III. Circulação simples: em um circuito completo pelo corpo, o sangue passa apenas uma
vez pelo coração, quando vem dos tecidos corporais (“corpo”). Ocorre nos peixes e nos
protocordados.
IV. Circulação dupla: em um circuito completo pelo corpo, o sangue passa duas vezes pelo
coração. Uma quando vem dos tecidos corporais (circulação sistêmica) e outra quando vem
dos pulmões (circulação pulmonar). Ocorre nos anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
V. Circulação incompleta: ocorre mistura de sangues arterial e venoso. É encontrada nos
anfíbios e nos répteis. Lembramos que nos répteis não crocodilianos (lagartos, tartarugas,
cobras, jabutis, cágados, ....), que possuem ventrículo único, embora parcialmente dividido pelo
septo de Sabatier, a mistura ocorre dentro do coração. Nos répteis crocodilianos
(crocodilos e jacarés), que já possuem, a exemplo das aves e dos mamíferos, 4 cavidades
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cardíacas (2 átrios e 2 ventrículos), o sangue se mistura fora do coração, no forâmem de


Panizza.
VI. Circulação completa: os sangues venoso e arterial não se misturam. Ocorre nos
peixes, nas aves e nos mamíferos. Lembramos que na circulação das aves a aorta é votada
para a direita, enquanto nos mamíferos é voltada para a esquerda.

11. (PUC-PR) Relacione as descrições dos Sistemas Circulatórios com seus respectivos Filos
animais.
I. Ausente. O alimento é distribuído diretamente da cavidade gastrovascular.
II. Ausente. O alimento é distribuído pelo intestino muito ramificado.
III. Ausente. O alimento é distribuído pelo fluido da cavidade pseudocelômica.
IV. Presente, do tipo fechado, com vasos pulsáteis e sangue dotado de pigmentos
respiratórios.
V. Presente, do tipo aberto, com coração e vasos sanguíneos, onde circula o fluido celômico.
P. Artrópodos.
Q. Anelídeos.
R. Moluscos.
S. Nematelmintos.
T. Platelmintos.
U. Cnidários.
Assinale a opção que contém as associações corretas.
a) I - P; II - Q; III - R; IV - S; V – T.
b) I - P; II - Q; III - R; IV - T; V – U.
c) I - P; II - Q; III - R; IV - U; V – T.
d) I - U; II - T; III - S; IV - Q; V – P.
e) I - U; II - T; III - S; IV - S; V – Q.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“I - U; II - T; III - S; IV - Q; V – P.”)
JUSTIFICATIVA
P. Artrópodos.
- São dotados de sistema circulatório do tipo aberto ou lacunar, com um coração contrátil
dorsal, artérias e hemocele (conjunto de seios sanguíneos). Nesse sistema, os vasos
circulatórios possuem extremidades abertas e o fluido sanguíneo passa para as cavidades
corporais (hemoceles ou lacunas). Dessa forma, o sangue nem sempre caminha no interior de
um vaso. Além de ocorrer nos artrópodos, esse sistema também é encontrado nos moluscos
(exceto nos cefalópodes).
* Associação: V (“Presente, do tipo aberto, com coração e vasos sanguíneos, onde circula o
fluido celômico.”) – P (Artrópodos).
Q. Anelídeos.
- Os anelídeos, a exemplo dos cefalópodes e dos vertebrados, possui sistema circulatório
fechado. Nos anelídeos, o sangue, dotado de hemoglobina (pigmento respiratório) se desloca
sempre no interior dos vasos. A impulsão do sangue ocorre graças às contrações rítmicas da
parede dos vasos, que é dotada de células musculares, tratando-se, portanto, de vasos
pulsáteis.
* Associação: IV (“Presente, do tipo fechado, com vasos pulsáteis e sangue dotado de
pigmentos respiratórios.”) – Q (Anelídeos).
R. Moluscos.
- Nos moluscos, com exceção dos cefalópodes, o sistema circulatório é aberto, sendo formado
por um coração dorsal, artérias, veias e hemoceles ou lacunas sanguíneas. Movimentos
alternados de contração e relaxamento do coração bombeiam a hemolinfa para o interior de
artérias, que se ramificam e se dirigem aos diferentes tecidos do corpo. Nesses tecidos, esses
vasos terminam em espaços ou lacunas sanguíneas (hemoceles), onde a hemolinfa entra em
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contato diretamente com as células, abastecendo-as de nutrientes e oxigênio e livrando-as de


resíduos metabólicos. Assim sendo, o “sangue” não circula sempre no interior de vasos, como
ocorre nos sistemas circulatórios fechados.
* Não há associação que preencha, em sua plenitude, as características do sistema circulatório
do Molusco.
S. Nematelmintos.
- Os nematelmintos são desprovidos de sistema circulatório. Ele apresenta uma cavidade
corporal preenchida de liquido, denominada pseudoceloma. O alimento é distribuído nessa
cavidade. Além dos nematelmintos, os poríferas, os celenterados (cnidários), os platelmintos e
os equinodermas, são, também, desprovidos de sistema circulatório.
* Associação: III (“Ausente. O alimento é distribuído pelo fluido da cavidade pseudocelômica.”)
– S (Nematelmintos).
T. Platelmintos.
- Os platelmintos são desprovidos de sistema circulatório. A grande ramificação do intestino
desses animais facilita a distribuição dos diversos produtos resultantes da sua digestão.
Reiteramos que além dos platelmintos, os poríferas, os celenterados (cnidários), os
nematelmintos e os equinodermas, são, também, desprovidos de sistema circulatório.
* Associação: II (“Ausente. O alimento é distribuído pelo intestino muito ramificado.”) – T
(Platelmintos).
U. Cnidários.
- Os cnidários (celenterados) são desprovidos de sistema circulatório. A cavidade
gastrovascular, frequentemente ramificada ou dividida por septos, atua como única abertura
que serve tanto como boca quanto como ânus. O alimento ingerido pela boca é conduzido à
cavidade gastrovascular. As células mioepiteliais digestivas voltadas para essa cavidade são
dotadas de dois flagelos, cujas ondulações movimentam o conteúdo da cavidade
gastrovascular, facilitando a mistura do alimento com as enzimas digestivas produzidas por
células glandulares presentes na gastroderme. Além de ser o local onde a digestão se
processa, a cavidade gastrovascular também participa da distribuição dos alimentos por todo o
corpo do celenterado. Não esqueça que além dos cnidários, os poríferas, platelmintos, os
nematelmintos e os equinodermas, são, também, desprovidos de sistema circulatório.
* Associação: I (“Ausente. O alimento é distribuído diretamente da cavidade gastrovascular”) –
U (Cnidários).

12. (UFG) As asas dos insetos e das aves evoluíram como estruturas eficientes para a
sobrevivência desses animais no ambiente aéreo. Do ponto de vista evolutivo, esses órgãos
evidenciam:
a) Homologia.
b) Convergência evolutiva.
c) Origem embrionária comum.
d) Irradiação adaptativa.
e) Existência de ancestral comum.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Convergência evolutiva.”)
JUSTIFICATIVA
ALTERNATIVA A (“Homologia.”) – INCORRETA
- Na homologia, os órgãos (homólogos) apresentam a mesma origem embrionária e têm
características anatômicas comuns. Eles derivam de um mesmo ancestral e podem, ou não,
estar modificados para exercer uma mesma função. As estruturas homólogas, ao contrário das
análogas, refletem parentesco evolutivo
- Como exemplo de estruturas homólogas, citamos os membros anteriores (braços) do homem;
a nadadeira da baleia; a pata dianteira do cavalo e a asa do morcego. Elas são homólogas, em
face de serem modificações de um caráter (membro anterior dos tetrápodes) presente no grupo
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ancestral que deu origem aos mamíferos. Nesse caso, essas estruturas são homólogas, mas
não desempenham a mesma função. Há, entretanto, estruturas homólogas que estão
adaptadas à mesma função. Sendo este, o caso das nadadeiras anteriores das baleias e dos
golfinhos, ambos mamíferos com os membros anteriores modificados para a vida no ambiente
aquático.
- A homologia dos órgãos ocorre entre estruturas que, por vezes, são bastante diferentes entre
si, com funções que nada têm a ver uma com as outras, que recebem nomes diversos, mas
que possuem a mesma estrutura básica e a mesma origem embrionária. A presença de
estruturas homólogas em diferentes grupos de organismos vivos sugere uma evolução a partir
de um ancestral comum. Nas gerações subsequentes, esses organismos devem ter começado
a apresentar ligeiras alterações da estrutura anatômica inicial. Os órgãos homólogos falam
decisivamente a favor de um parentesco entre as espécies comparadas, constituindo-se
testemunhas incontestáveis da evolução. Eles são evidências da irradiação adaptativa
(radiação adaptativa ou divergência adaptativa ou adaptação divergente).
* As asas dos insetos e das aves não evidenciam homologia e sim analogia.
ALTERNATIVA B (“Convergência evolutiva.”) – CORRETA
- As asas dos insetos e das aves são estruturas análogas (estruturas que possuem origem
embrionária diferente, não têm características anatômicas comuns, mas desempenham a
mesma função). As asas dos insetos e das aves, embora sejam especializadas para o voo,
possuem origens embrionárias totalmente distintas. Essas estruturas surgiram em momentos
diferentes da história evolutiva desses grupos e a partir de ancestrais diferentes, sendo
semelhantes apenas porque exercem a mesma função, mas não resultam de um mesmo
ancestral. As estruturas análogas não se constituem, portanto, uma prova de grau de
parentesco e são usadas como evidências de processos adaptativos convergentes.
* Dessa forma, as asas dos insetos e das aves (estruturas análogas) evidenciam uma
convergência evolutiva (convergência adaptativa ou evolução convergente ou adaptação
convergente) que ocorre quando grupos não aparentados de seres vivos se assemelham em
função de adaptação a uma mesma condição ecológica.
ALTERNATIVA C (“Origem embrionária comum.”) – INCORRETA
- Sendo estruturas análogas, as asas dos insetos e das aves não têm origem embrionária
comum. Origem embrionária comum se aplica aos órgãos homólogos.
ALTERNATIVA D (“Irradiação adaptativa.”) – INCORRETA
- Irradiação adaptativa (radiação adaptativa ou divergência adaptativa ou adaptação
divergente) é a denominação dada à formação de várias espécies, a partir de uma origem
comum, em decorrência da ocupação de diferentes hábitats ou nichos ecológicos. Nesse caso,
um grupo ancestral pode se dispersar por vários ambientes, como florestas, campos e
desertos. Em face de cada ambiente apresentar características próprias e diferentes fatores de
seleção natural, poderá haver seleção de diferentes variações adaptativas. Os seres dotados
dessas variações favoráveis poderão sobreviver, originando diversas espécies adaptadas aos
ambientes em que se desenvolveram. As novas espécies formadas ainda apresentarão,
entretanto, algumas características semelhantes, devido a sua origem comum. Para que a
evolução por radiação adaptativa aconteça, é indispensável que a espécie apresente uma
gama enorme de variabilidade em seu estoque gênico e que ocorra o isolamento genético.
* A irradiação adaptativa resulta em homologia (estruturas homólogas) e asas dos insetos e
das aves são estruturas análogas (analogia).
ALTERNATIVA E (“Existência de ancestral comum.”) – INCORRETA
- As estruturas análogas, caso das asas dos insetos e das aves, possuem origens embrionárias
totalmente distintas e não resultam de um mesmo ancestral.

13. (UFL-MG) Em face da destruição acelerada de ecossistemas naturais, uma espécie de


roedor foi separada em duas populações geograficamente isoladas, uma em áreas de caatinga
e outra na região do chaco paraguaio. Supondo que estas populações possam futuramente
originar novas espécies, qual sequência de eventos seria mais provável a partir do isolamento:
a) Isolamento reprodutivo  mutação  seleção  especiação.
b) Recombinação  seleção  isolamento reprodutivo  especiação.
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c) Seleção  divergência  isolamento reprodutivo  especiação.


d) Plasticidade fenotípica  mutação  seleção  recombinação.
e) Mutação  plasticidade fenotípica  seleção  recombinação.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Recombinação  seleção  isolamento reprodutivo  especiação.”)
JUSTIFICATIVA
- A questão descreve uma especiação (processo formado de novas espécies) cladogênica,
que, ao contrário da especiação anagênica, requer isolamento geográfico, barreira (um rio que
corta uma planície, um vale que separa dois planaltos, um braço de mar que separa ilhas e
continentes, etc.) que separa uma população em duas subpopulações. Impedindo a passagem
de indivíduos, essas barreiras interrompem também a troca de genes entre os dois grupos, que
passam então a ser submetidos à ação da seleção natural em ambos os lados. Dessa forma, o
isolamento geográfico faz com que variabilidades genéticas novas, surgidas em uma das
subpopulações, não sejam transmitidas para a outra.
- Uma vez estabelecido o isolamento geográfico, espera-se que ocorra, nesta ordem,
recombinação gênica, seleção natural, isolamento reprodutivo, culminando
com a formação de novas espécies (especiação).
- As mutações, associadas à recombinação gênica e à seleção natural, promovem uma
progressiva diferenciação do conjunto gênico (pool gênico) das subpopulações isoladas. Dessa
forma, essas subpopulações, assim separadas, acumulam diferenças ao longo do tempo,
podendo chegar a desenvolver mecanismos de isolamento reprodutivo, que caracteriza a
formação de novas espécies.
- Os mecanismos de isolamento reprodutivo (incapacidade total ou parcial de membros de
duas subpopulações se cruzarem) podem ser classificados em dois grupos: pré-zigóticos e
pós-zigóticos.
* Mecanismos pré-zigóticos: são aqueles que impedem a fecundação e, por consequência, a
formação do zigoto. Nesse grupo se enquadram o isolamento estacional ou sazonal; o
isolamento de hábitat ou ecológico; o isolamento etológico ou comportamental; o isolamento
mecânico ou incompatibilidade anatômica e a mortalidade gamética.
* Mecanismos pós-zigóticos: são aqueles que inviabilizam a sobrevivência do híbrido ou a sua
fertilidade. Mesmo ocorrendo a cópula, esses mecanismos impedem ou reduzem seu sucesso.
Neste caso, o desenvolvimento do zigoto é inviável, ou se ocorrer, a progênie pode ser frágil e
morrer rapidamente ou ainda ser infértil. O insucesso na reprodução configura uma alteração
na carga gênica dos seres envolvidos, a ponto de ocasionar a falta de estabilidade necessária
na(s) formação(ões) do(s) novo(s) organismo(s) gerado(s). Nesse grupo, relacionamos:
mortalidade do zigoto, inviabilidade do híbrido, esterilidade do híbrido e deterioração da
geração F2. Em face de envolver grande desperdício de tempo e de energia, sem que haja a
perpetuação de seus genes através da reprodução, o isolamento pós-zigótico é evolutivamente
desvantajoso para as espécies que se entrecruzam.

14. (UFF) Sobre o conceito de especiação, é incorreto afirmar que:


a) As espécies de tentilhões descobertos por Darwin nas Ilhas Galápagos surgiram por
especiação simpátrica.
b) A especiação alopátrica envolve isolamento geográfico, diversificação gênica e isolamento
reprodutivo.
c) Todos os indivíduos pertencentes à mesma espécie compartilham de um patrimônio gênico
característico e por isso possuem um conjunto básico de características morfológicas e
funcionais.
d) A especiação alopátrica ocorre quando uma população torna-se geograficamente separada
do restante da espécie e subsequentemente evolui por seleção natural ou deriva gênica.
e) A especiação pode ocorrer após um longo período de separação geográfica de duas
populações da mesma espécie.
ALTERNATIVA INCORRETA: A
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(“As espécies de tentilhões descobertos por Darwin nas Ilhas Galápagos surgiram por
especiação simpátrica.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“As espécies de tentilhões descobertos por Darwin nas Ilhas Galápagos
surgiram por especiação simpátrica.”) – INCORRETA
* As espécies de tentilhões descobertos por Darwin nas Ilhas Galápagos surgiram por
especiação alopátrica ou geográfica e não simpátrica.
* A especiação se diz alopátrica ou geográfica quando a população inicial se divide em dois
grupos geograficamente isolados, devido, por exemplo, a fragmentação do seu habitat
(isolamento geográfico), levando a um impedimento do fluxo gênico entre eles. Espécies
alopátricas são, dessa forma, aquelas que vivem em regiões diferentes. Neste caso, o
isolamento geográfico é o ponto de partida para a diversificação das populações, como ocorre
na especiação cladogênica.
* Um exemplo clássico de especiação alopátrica ocorreu com os pássaros da família dos
fringilídeos, conhecidos como Tentilhões de Darwin, que este pesquisador estudou em
Galápagos, durante sua viagem a bordo do navio Beagle. Darwin constatou a existência de
aproximadamente 14 espécies de tentilhões vivendo nas diferentes ilhas do arquipélago de
Galápagos. Analisando-as, constatou que apesar da forte semelhança entre as várias
espécies, elas apresentavam diferentes adaptações, principalmente em relação à forma do
bico e ao tipo de alimento utilizado. O isolamento nas diferentes ilhas impede a migração e
consequentemente o fluxo gênico entre elas, favorecendo a estabilização de características
genéticas particulares.
- ALTERNATIVA B (“A especiação alopátrica envolve isolamento geográfico, diversificação
gênica e isolamento reprodutivo.”) – CORRETA
* A especiação alopátrica (do grego allos, outro; patrã, pátria), também conhecida como
especiação geográfica, é o fenômeno que acontece quando populações biológicas ficam
fisicamente isoladas por uma barreira externa (isolamento geográfico). Essa especiação
decorre, basicamente, de isolamento geográfico, diversificação gênica (pressão de seleção
diferente) e isolamento reprodutivo.
- ALTERNATIVA C (“Todos os indivíduos pertencentes à mesma espécie compartilham de um
patrimônio gênico característico e por isso possuem um conjunto básico de características
morfológicas e funcionais.”) – CORRETA
* A grande semelhança genética entre os indivíduos de uma mesma espécie, leva a que eles
apresentem profundas semelhanças estruturais e funcionais, a ponto de poderem se reproduzir
entre si, originando descendentes férteis.
- ALTERNATIVA D (“A especiação alopátrica ocorre quando uma população torna-se
geograficamente separada do restante da espécie e subsequentemente evolui por seleção
natural ou deriva gênica.”) – CORRETA
* Especiação alopátrica novas espécies se diferenciam em ambientes geograficamente
isolados. Espécies alopátricas, dessa forma, são aquelas que vivem em regiões diferentes.
Nesse caso, o isolamento geográfico é o ponto de partida para a diversificação das
populações. Essa especiação envolve, dentre outros fatores, seleção natural e deriva gênica.
* Seleção natural é um fenômeno biológico que favorece a sobrevivência de parte da
população, ou seja, aqueles seres que, graças à variabilidade genética, herdaram combinações
gênicas mais adaptativas a uma determinada condição ecológica.
* A deriva genética (genetic drift) ou oscilação genética consiste em variações provocadas por
mecanismos puramente casuais na frequência gênica e não à seleção natural. Durante muito
tempo, a seleção natural foi tida como a única ideia de processo responsável pela evolução, a
ponto de evolução e seleção natural se tornarem quase sinônimos. Com o desenvolvimento da
genética de populações, ocorrido em meados do século 20, começou-se a se pensar que
possibilidades teóricas pudessem acarretar mudanças nas espécies meramente devidas ao
acaso, sem necessariamente pressões do ambiente. Dessa forma, a frequência dos genes e,
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como consequência, as características que eles determinam, oscilaria, ao acaso, dentro das
populações. Os efeitos da deriva genética são tanto maiores quanto menor for o tamanho da
população: populações pequenas tendem a apresentar características mais “oscilantes” ao
longo do tempo, que populações grandes. É por essa razão que os efeitos evolutivos da deriva
genética são mais intensos quando ocorre uma grande redução, quer por mortalidade ou por
isolamento de poucos indivíduos, no número de seres vivos que estão se reproduzindo em
uma população. Na prática, os dois fenômenos causadores de redução, referidos acima
produzem, sem dúvida, o mesmo resultado: perda de diversidade. A deriva genética ocorre, por
exemplo, quando grandes áreas de uma floresta são eliminadas pelo fogo ou por enchentes,
restando apenas algumas espécies, que por acaso não foram atingidas por esses desastres
ecológicos. Somente os genes presentes nessas espécies farão parte do novo conjunto gênico
da população, que pode não ser representativo da população original. Por acaso e não por
critérios de adaptação, alguns genes dessa pequena população podem ter sua frequência
repentinamente aumentada, em detrimento de outros, que podem até desaparecer. Embora
possa parecer, a deriva genética não constitui uma nova teoria da evolução, nem ameaça à
seleção natural de Darwin. Ao contrário, elas não são excludentes e estão colocadas lado a
lado como dois processos que podem ser trilhados por uma espécie em seu caminho evolutivo.
- ALTERNATIVA E (“A especiação pode ocorrer após um longo período de separação
geográfica de duas populações da mesma espécie.”) – CORRETA
* Esta alternativa corresponde à especiação cladogênica, na qual novas espécies se formam a
partir de grupos da mesma espécie que se isolam, graças a uma barreira geográfica
(isolamento geográfico). Após longo tempo de isolamento, essas subpopulações poderão
originar novas espécies. Essa especiação pressupõe a ocorrência de, pelo menos, três etapas
sequenciais: isolamento geográfico, diversificação gênica (pressão de seleção diferente) e
isolamento reprodutivo.

15. (UEL) Uma nova espécie surge quando:


a) Uma sequência de mutações torna um indivíduo diferente dos outros da população.
b) Uma barreira geográfica isola um indivíduo dos outros membros da população.
c) O clima da região em que vive a população altera-se drasticamente.
d) Um grupo de indivíduos da população vence os demais na competição pelo alimento
levando-os à extinção.
e) Indivíduos da população isolam-se e, depois de algum tempo, não conseguem cruzar-se
com os da população inicial.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Indivíduos da população isolam-se e, depois de algum tempo, não conseguem cruzar-se com
os da população inicial.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Uma sequência de mutações torna um indivíduo diferente dos outros da
população.”) – INCORRETA
* Embora a mutação seja um fator que aumenta a variabilidade genética da população, ela não
o único fator que leva a formação de uma nova espécie. Outros fatores evolutivos (fatores da
evolução) atuam propiciando mudanças do estoque de genes (“gene pool”) das populações:
recombinação gênica, seleção natural, migração e oscilação genética ou deriva genética
(genetic drift). É, em verdade, integração desses fatores, associados, via de regra, ao
isolamento geográfico, que pode levar, ao longo do tempo, ao isolamento reprodutivo, quando
então surgem novas espécies.
* Alguns desses fatores (mutação e recombinação) tendem a aumentar a variabilidade genética
da população, enquanto outros (migração, oscilação genética e seleção natural) atuam sobre a
variabilidade genética já estabelecida.
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- ALTERNATIVA B (“Uma barreira geográfica isola um indivíduo dos outros membros da


população.”) – INCORRETA
* A exemplo da mutação, a barreira geográfica não é o único fator que leva à formação
de uma nova espécie.
- ALTERNATIVA C (“O clima da região em que vive a população altera-se drasticamente.”) –
INCORRETA
* A alteração drástica do clima é relevante para que ocorra uma seleção natural, que,
como vimos acima, não o único fator que leva à formação de uma nova espécie.
- ALTERNATIVA D (“Um grupo de indivíduos da população vence os demais na competição
pelo alimento levando-os à extinção.”) – INCORRETA
* Esta alternativa corresponde a ideia da seleção natural e apenas a extinção de parte
da população, não leva à especiação.
- ALTERNATIVA E (“Indivíduos da população isolam-se e, depois de algum tempo, não
conseguem cruzar-se com os da população inicial.”) – CORRETA
* Esta alternativa corresponde à especiação cladogênica, na qual novas espécies se formam a
partir de grupos da mesma espécie que se isolam, graças a uma barreira geográfica
(isolamento geográfico). Após algum tempo de isolamento, essas subpopulações poderão
originar novas espécies, formando indivíduos que não mais se cruzam com organismo
da população inicial. Essa especiação pressupõe a ocorrência de, pelo menos, três etapas
sequenciais: isolamento geográfico, diversificação gênica (pressão de seleção diferente) e
isolamento reprodutivo.

16. (UPE) Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium falciparum são


respectivamente agentes etiológicos da malária terçã benigna, quartã benigna e terçã maligna.
Sobre as características gerais desses organismos e as regras de classificação, assinale a
alternativa correta.
a) São três Espécies distintas do mesmo Filo Plasmodium.
b) São espécies pertencentes a Famílias distintas, porém do mesmo Gênero.
c) Pela sua organização celular, são Procariotos pertencentes ao Filo Sporozoa.
d) São protozoários que pertencem à mesma Espécie, porém a Ordens diferentes.
e) São organismos endoparasitos unicelulares que pertencem ao Reino Protista.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“São organismos endoparasitos unicelulares que pertencem ao Reino Protista.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNAVIVA A (“São três Espécies distintas do mesmo Filo Plasmodium.”) – INCORRETA
* Embora Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium falciparum, sejam três
espécies distintas, Plasmodium não é um filo e sim um gênero. Lembramos que o nome
genérico (Plasmodium, nesta questão), pode ser escrito isoladamente. O nome da espécie, no
entanto, não pode ser escrito sozinho, em face de especificar um grupo de certo gênero.
- ALTERNAVIVA B (“São espécies pertencentes a Famílias distintas, porém do mesmo
Gênero.“) – INCORRETA
* Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium falciparum, pertencem ao mesmo
gênero (Plasmodium) e a mesma família (Plasmodidae) e não a famílias distintas.
- ALTERNAVIVA C (“Pela sua organização celular, são Procariotos pertencentes ao Filo
Sporozoa.“) – INCORRETA
* Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium falciparum, são eucariotos e não
procariotos. Eles pertencem, realmente, ao filo Sporozoa (Apicomplexos) do reino protista.
- ALTERNAVIVA D (“São protozoários que pertencem à mesma Espécie, porém a Ordens
diferentes.“) – INCORRETA
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* Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium falciparum, pertencem a espécies


diferentes e não à mesma espécie. Eles, por outro lado, pertencem à mesma ordem
(Haemosporida)
- ALTERNAVIVA E (“São organismos endoparasitos unicelulares que pertencem ao Reino
Protista.“) – CORRETA
* Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium falciparum são todos endoparasitas
unicelulares, pertencentes ao Reino Protista e causadores da malária (impaludismo, maleita,
febre intermitente, febre palustre...). O Plasmodium vivax responde pela terçã benigna (forma
de malária de gravidade intermediária), o Plasmodium malariae responde pela quartão benigna
(forma branda da doença) e o Plasmodium falciparum pela terçã maligna (forma mais grave da
doença).

17. (UFSCar) Considere o esquema a seguir, que representa um réptil fóssil, um peixe
cartilaginoso e um mamífero.

Esses animais constituem exemplo de uma convergência adaptativa, ou seja:


a) Apresentam o mesmo ancestral que deu origem aos três tipos de vertebrados.
b) Tiveram a mesma origem embrionária e apresentam as mesmas funções.
c) Embora pertençam a grupos diferentes, apresentam a forma do corpo em comum.
d) Representam um processo genético baseado na diferença física entre grupos irmãos.
e) Constitui exemplo de um mecanismo de mutação por isolamento geográfico.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Embora pertençam a grupos diferentes, apresentam a forma do corpo em comum.”)
- A convergência adaptativa (evolução convergente ou adaptação convergente ou ainda
convergência evolutiva) ocorre quando grupos não aparentados de seres vivos se assemelham
em função de adaptação a uma mesma condição ecológica. Como exemplo de convergência
adaptativa, citamos o caso dos golfinhos e dos tubarões. Apesar de eles serem evolutivamente
bastante diferentes, estão adaptados à vida aquática e apresentam, externamente, várias
características semelhantes, inclusive a forma do corpo, que os adapta à natação.
Internamente, entretanto, possuem muitas diferenças anatômicas e fisiológicas. Enquanto os
golfinhos são mamíferos, organismos homeotermos e pulmonados, os tubarões são peixes
cartilaginosos, pecilotermos e dotados de respiração branquial. As semelhanças não são
indicativas de parentesco entre eles, mas sugerem que eles descendem de ancestrais que,
ocupando o mesmo ambiente, se submeteram aos mesmos desafios da seleção natural ao
longo do tempo e se tornaram muito semelhantes externamente. Há ainda a ser mencionado,
registro fóssil de répteis, como o icitiossauro (nome que significa réptil semelhante a peixe),
adaptados ao nado, que possuíam a forma do corpo muito semelhante à dos peixes e à dos
golfinhos atuais. O mimetismo, fator de adaptação evolutiva em que duas ou mais espécies
diferentes assumem algumas semelhanças físicas ou de comportamento, constitui um tipo
especial de convergência adaptativa. A convergência adaptativa resulta em analogia.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Apresentam o mesmo ancestral que deu origem aos três tipos de
vertebrados.”) – INCORRETA
* Tratando-se de convergência adaptativa, eles não apresentam o mesmo ancestral.
- ALTERNATIVA B (“Tiveram a mesma origem embrionária e apresentam as mesmas
funções.”) – INCORRETA
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* Tratando-se de convergência adaptativa, eles não tiveram a mesma origem embrionária.


Eles, entretanto, assemelham-se em função de adaptação a uma mesma condição ecológica.
- ALTERNATIVA C (“Embora pertençam a grupos diferentes, apresentam a forma do corpo em
comum.”) – CORRETA
* Embora pertençam a grupos diferentes [ictiossauro (registro fóssil de répteis, semelhante a
peixe), tubarão (peixe cartilaginoso) e golfinho (mamífero)] apresentam muita semelhança na
forma do corpo.
- ALTERNATIVA D (“Representam um processo genético baseado na diferença física entre
grupos irmãos.”) – INCORRETA
* Tratando-se de convergência adaptativa, não se pode falar em “grupos irmãos” e sim em
grupos não aparentados.
- ALTERNATIVA E (“Constitui exemplo de um mecanismo de mutação por isolamento
geográfico.”) – INCORRETA
* O isolamento geográfico não provoca mutação. Ele é o ponto de partida para a diversificação
das populações, na especiação cladogênica. O isolamento geográfico faz com que
variabilidades genéticas novas, surgidas em uma das subpopulações, não sejam transmitidas
para a outra.

18. (CESGRANRIO) A análise de o quadro a seguir permite fazer as seguintes afirmativas:

I. O grau de parentesco entre o gorila e o homem é maior que entre este e o chimpanzé .
II. A sequência de aminoácidos existentes na proteína do gibão é uma evidência de que,
evolutivamente, ele está mais afastado do homem do que o macaco Rhesus .
III. Provavelmente a grande distância evolutiva entre o homem e outras espécies deve-se à
existência de mutações ocorridas no DNA.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é(são):
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“III, apenas.”)
- Evidências moleculares evolução: as evidências moleculares vêm sendo largamente
empregadas nas análises de parentesco entre grupos de seres vivos. Todos os organismos
dotados de estrutura celular possuem o DNA como material genético e os genes, trechos
desse ácido nucleico, são transcritos em RNA e posteriormente traduzidos em proteínas. O
DNA, o RNA e as proteínas são, dessa forma, moléculas presentes em todos os seres vivos de
estrutura celular desde que eles surgiram na Terra. Podemos, em última análise, dizer que as
semelhanças entre proteínas de espécies diferentes estão na razão direta do seu grau de
proximidade, em face de a sequência dos aminoácidos que as constitui ser determinada pelo
DNA. Modificações nos ácidos nucleicos (mutações gênicas) foram fundamentais no processo
evolutivo, tendo sido elas as responsáveis pela grande diversificação dos seres vivos.
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Comparando-se as sequências do DNA ou do RNA, ou comparando-se as proteínas de


diferentes espécies, é possível estabelecer o grau de proximidade entre essas espécies e com
isso estabelecer um parentesco evolutivo entre elas. Quanto maior a semelhança nas
sequências de bases nitrogenadas desses ácidos nucleicos, ou quanto maior a semelhança
entre as proteínas dessas espécies, tanto maior deverá ser a proximidade evolutiva entre elas.
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“O grau de parentesco entre o gorila e o homem é maior que entre este e o
chimpanzé.”) – INCORRETA
* De acordo com o quadro, a diferença de aminoácidos entre homem e chimpanzé é zero (os
aminoácidos são os mesmos), enquanto entre homem e gorila é 1 (há diferença em um
aminoácido). Com base neste critério, o parentesco entre o homem e o chimpanzé é maior do
que entre o homem e o gorila.
- AFIRMATIVA II (“A sequência de aminoácidos existentes na proteína do gibão é uma
evidência de que, evolutivamente, ele está mais afastado do homem do que o macaco
Rhesus.”) – INCORRETA
* O quadro não se refere à sequência de aminoácidos e sim a diferença de aminoácidos nos
grupos considerados, o que já invalida a afirmativa. De qualquer forma, considerando os dados
contidos no quadro (“aminoácidos diferentes em relação ao homem”), o gibão (2 aminoácidos
diferentes em relação ao homem) está mais próximo do homem que macaco Rhesus (8
aminoácidos diferentes em relação ao homem).
- AFIRMATIVA III (“Provavelmente a grande distância evolutiva entre o homem e outras
espécies deve-se à existência de mutações ocorridas no DNA.”) – CORRETA
* A mutação gênica ou pontual proporciona o aparecimento de novas formas de um gene,
sendo, portanto, uma fonte básica para a variabilidade genética. Dessa forma, ela contribui
para a alteração na frequência dos genes de uma população, e, portanto, do seu estoque
gênico. O gene mutado, introduzido no gene pool dessa população, poderá ter sua frequência
gradativamente aumentada de geração a geração. O gene que está sendo substituído, por
outro lado, apresentará uma queda gradativa na sua frequência. Nota-se, portanto, que a
mutação determina uma variabilidade gênica na população, proporcionando sua evolução.
Embora se saiba que a frequência das mutações indesejáveis seja, atualmente, maior que a
das adaptativas, o conjunto de genes de cada espécie atual é o resultado do acúmulo de
mutações vantajosas, que vêm ocorrendo e se perpetuando, por ação da seleção natural,
durante os bilhões de anos de evolução biológica.
* Com base no exposto acima, é muito provável que a distância, do ponto de vista evolutivo,
entre o homem e outras espécies esteja relacionada com mutações que ocorreram, e ainda
ocorrem no DNA, conhecidas como mutações gênicas (pontuais ou puntiformes).
* Lembramos que a mutação e a recombinação são fatores (fatores evolutivos) que tendem a
aumentar a variabilidade genética. Migração, oscilação genética (genetic drift) e seleção
natural, por outro lado, são fatores que atuam sobre a variabilidade genética já estabelecida.

19. (UDESC) Analise as proposições a respeito dos organismos do Reino Protista e assinale
a(s) correta(s).
I II
0 0 – Os protozoários são eucariontes unicelulares heterótrofos.
1 1 – A organela de locomoção dos protozoários é apenas do tipo flagelo.
2 2 – O Trypanosoma cruzi é o protozoário flagelado causador da doença de Chagas.
3 3 – As diatomáceas são algas do grupo das crisófitas; têm parede celular rígida por causa da
presença de celulose.
4 4 – Nos protistas predomina a reprodução assexuada por cissiparidade, que se inicia com a
divisão do núcleo e depois em divisão do citoplasma.
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RESPOSTA: VFVFV
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO 0 0 (“Os protozoários são eucariontes unicelulares heterótrofos.”) –
VERDADEIRA
* Os protozoários, pertencentes ao reino protista, são organismos eucariontes, unicelulares e
heterótrofos. A estrutura celular desses organismos varia bastante nos diferentes grupos. Em
alguns, como nas amebas, a membrana é flexível, de modo que elas conseguem mudar sua
forma, alongando-se ou contraindo-se. Graças a essa flexibilidade, elas “abraçam” o alimento
com prolongamentos celulares denominados pseudópodes, ingerindo-o por fagocitose. Outros,
como o paramécio, têm uma película envoltória consistente, que define sua forma típica. A
maioria dos protozoários flagelados e ciliados possui uma região celular especializada para a
entrada de alimento. Essa região, denominada citóstoma (do grego stoma, boca), funciona
como uma espécie de boca. Em certos protozoários, como o paramécio, é possível observar
uma região celular por onde ocorre a clasmocitose (defecação celular), chamada citopígio ou
citoprocto (do grego proctus, ânus).
- PROPOSIÇÃO 1 1 (“A organela de locomoção dos protozoários é apenas do tipo flagelo.”) –
FALSA
* Os protozoários, em geral, apresentam diferentes estruturas para se locomover:
I. Pseudópodos (do grego pseudos, falso, e podos, pé): expansões citoplasmáticas, que
ocorrem no filo Rhizopoda (do grego rhiza, raiz), também denominado Sarcodina (do grego
sarkos, carne), representado pelas amebas. Os pseudópodos também são utilizados para
captura de alimentos.
II. Cílios: estruturas filamentosas, geralmente mais curtas e mais numerosas que os flagelos.
Ocorrem nos representantes do filo Cilliophora (ciliados). Nesse filo se encontram, dentre
outros, os paramécios (gênero Paramecium) e o Balantidium coli, que parasita o intestino do
porco e pode, eventualmente, infectar a espécie humana.
III. Flagelos: são filamentos finos e compridos, em forma de chicote, constituídos por
protoplasma que se expande do corpo celular. Ocorre, geralmente, um ou dois flagelos por
indivíduo, Há, entretanto, espécies que chegam a apresentar dezenas deles. Diversas espécies
de flagelados (mastigóforos) parasitam animais e a espécie humana, em particular. Entre os
flagelados podemos destacar a Leishmania brasiliensis (causadora da leishmaniose), o
Trypanosoma cruzi (causador da doença de Chagas) e o Trichomonas vaginalis (responsável
por inflamações e corrimentos vaginais).
- Lembramos que os esporozoários, que reúne protozoários exclusivamente parasitas, não
apresentam estruturas locomotoras especiais, como pseudópodos, cílios e flagelos. Seu
deslocamento ocorre por flexões do corpo ou por deslizamento.
- PROPOSIÇÃO 2 2 (“O Trypanosoma cruzi é o protozoário flagelado causador da doença de
Chagas.”) – VERDADEIRA
* O Trypanosoma cruzi (causador da doença de Chagas) é um protozoário flagelado, como
vimos na proposição 1 1.
- PROPOSIÇÃO 3 3 (“As diatomáceas são algas do grupo das crisófitas; têm parede celular
rígida por causa da presença de celulose.”) – FALSA
* As diatomáceas (filo Bacillariophita) são algas unicelulares. Elas são recobertas por uma
carapaça (a frústula), que não contém celulose e sim por dióxido de silício (SiO2).
* A iridescência (fenômeno óptico que faz certos tipos de superfícies refletirem as cores do
arco-íris) das carapaças silicosas, associada aos pigmentos presentes, dá às diatomáceas
diferentes colorações, que vão do dourado ao marrom-esverdeado. Suas principais
substâncias de reserva são óleos, que, em certas espécies, contribuem para facilitar sua
flutuação.
* Em certos aspectos, as crisofíceas se assemelham às diatomáceas e, em
outros, às feofíceas. Por isso, a classificação desse grupo é controversa. Em
muitas classificações, as crisófitas são reunidas às diatomáceas.
* Mesmo diante da possibilidade de considerar as diatomáceas como
pertencentes ao grupo das crisófitas, esta alternativa está incorreta, em
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face das diatomáceas não terem parede celular constituída por celulose. Sua
parede celular é constituída por dióxido de silício.
- PROPOSIÇÃO 4 4 (“Nos protistas predomina a reprodução assexuada por cissiparidade,
que se inicia com a divisão do núcleo e depois em divisão do citoplasma.”) – VERDADEIRA
* Nos protistas predomina a cissiparidade (divisão binária ou bipartição), reprodução
assexuada, em que a célula se divide ao meio, por mitose, dando origem a duas células filhas
com a mesma informação genética da célula-mãe. Para se ter uma ideia, esse processo ocorre
na maioria dos protozoários, nas euglenófitas, nas bacilariófitas, nas pirrófitas, etc., todos
representantes do reino protista.

20. (UEP) No mecanismo de formação de novas espécies, especiação, observa-se,


geralmente, várias fases que estão relacionadas abaixo:
I. Seleção natural.
II. Isolamento reprodutivo.
III. Formação de espécies novas.
IV. Formação de subespécies.
V. Isolamento geográfico.
Assinale a alternativa que indica a mais provável sequência das fases do processo, na
natureza.
a) IV, I, II, V, III.
b) II, IV, V, III, I.
c) I, III, II, V, IV.
d) V, IV, I, II, III.
e) IV, II, III, V, I.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“V, IV, I, II, III.”)
JUSTIFICATIVA
- Considerando a especiação por cladogênese, que se admite ter dado origem a maioria das
espécies, o processo tem início com o isolamento geográfico, barreira geográfica (natural ou
artificial), que divide a população inicial em subpopulações isoladas ainda da mesma espécie.
Essa barreira, evidentemente, impede a troca de genes entre os referidos grupos. O acúmulo
de diferentes mutações pode levar, com o tempo, ao surgimento de subespécies ou raças
(oriundas das subpopulações), que ainda mantêm a capacidade de intercruzarem, produzindo
descendentes férteis. A seleção natural, atuando em ambientes distintos, tende a preservar
certos genes em uma das subpopulações (subespécies), que são transferidos aos
descendentes, por meio da reprodução, e a eliminar genes similares em outra subpopulação
(subespécie), acentuando, como consequência, a diversidade gênica e adaptando os grupos a
diferentes nichos ecológicos. Dessa forma, essas subpopulações (subespécies), assim
separadas, acumulam diferenças ao longo do tempo, podendo chegar a desenvolver
mecanismos de isolamento reprodutivo, o que caracteriza a formação de novas espécies.
- Em linhas gerais, constata-se que ao longo da especiação por cladogênese ocorre, nesta
ordem, isolamento geográfico (V); formação de subespécies (IV), que ainda não
apresentam isolamento reprodutivo; seleção de diferentes mutações em função do ambiente
onde as subespécies vivem [seleção natural (I)]; isolamento reprodutivo (II),
decorrente da diversificação gênica provocada por mutações e seleção diferentes e finalmente
a formação de novas espécies (III), constituídas por organismos que não mais se
cruzam ou se cruzam gerando descendentes inférteis.
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SEXTA BATERIA

01. (USU-RJ) O fenômeno de o esquema a seguir é de vital importância para os seres vivos.

Identificando-o, indique, nas alternativas relacionadas, as substâncias representadas,


respectivamente, pelos números (1), (7) e (8).
a) Água, oxigênio e glicose.
b) Oxigênio, água e gás carbônico.
c) Glicose, gás carbônico e oxigênio.
d) Oxigênio, gás carbônico e glicose.
e) Gás carbônico, oxigênio e glicose.
- O esquema mostra, resumidamente, as etapas da fotossíntese. A fotossíntese apresenta
duas séries de reações, denominadas fase fotoquímica (fase luminosa ou reações de claro),
que ocorre no tilacoide e fase termoquímica (fase química ou fase enzimática ou reações de
“escuro”), que ocorre no estroma. Os reagentes e produtos de cada uma dessas fases estão
indicados, resumidamente, na figura abaixo. Percebe-se que as reações que a fase luminosa
dependem, diretamente, da luz, o que não verifica com as da fase termoquímica (ciclo de
Calvin), que são consideradas “fotoindependentes”. Nesta etapa, ocorre a redução do CO 2 a
carboidrato, usando o ATP e o NADPH2, produzidos na etapa fotoquímica.

ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Oxigênio, gás carbônico e glicose.”)
JUSTIFICATIVA
1. Oxigênio (O2).
7. Gás carbônico (CO2).
8. Glicose.

02. (UFV) O esquema abaixo corresponde a duas importantes organelas celulares inter-
relacionadas quanto às atividades que desempenham.
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Para que o esquema demonstre de forma correta as respectivas funções das organelas,
assinale a alternativa que contém as correspondências exatas de letras e números
considerados ao lado do esquema.
a) A-VI; B-III; C-II; D-V; E-IV; F-I.
b) A-VI; B-V; C-IV; D-III; E-II; F-I.
c) A-III; B-II; C-I; D-IV; E-V; F-VI.
d) A-I; B-IV; C-V; D-II; E-III; F-VI.
e) A-I; B-II; C-III; D-IV; E-V; F-VI.
- No esquema A representa um cloroplasto, onde ocorre a fotossíntese e B uma mitocôndria
onde se processa a fase aeróbia da respiração.
- Fotossíntese: processo endoenergético em que ocorre a transformação de energia luminosa
em energia química. Ela apresenta, como pode ser visto na figura abaixo, duas séries de
reações, denominadas fase fotoquímica (fase luminosa ou reações de claro), que ocorre no
tilacoide e fase termoquímica (fase química ou fase enzimática ou reações de “escuro”), que
ocorre no estroma. Os reagentes e produtos de cada uma dessas fases estão indicados,
resumidamente, na figura abaixo. Percebe-se que as reações da fase luminosa dependem,
diretamente, da luz, o que não ocorre com as da fase termoquímica (ciclo de Calvin), que são
consideradas “fotoindependentes”. Nesta etapa, ocorre a redução do CO2 a carboidrato,
usando o ATP e o NADPH2, oriundos na etapa fotoquímica.

- Veja abaixo a equação da fotossíntese:

- Respiração aeróbia: consiste de uma série de reações enzimáticas, através das quais os
produtos da glicólise (fase anaeróbia) são metabolizados para proporcionar uma maior
liberação de energia. A reação aeróbia está estritamente relacionada com a glicólise, sendo
esta, na realidade, um preparatório para a degradação total da glicose. O ácido pirúvico,
formado na fase anaeróbia, após sofrer algumas modificações químicas, entra na fase aeróbia
propriamente dita. Nesta fase, seu derivado, o acetil-coenzimaA (acetil-CoA), substância
“alimentadora” do ciclo de Krebs, é degradado, após uma série de reações, a CO2 e H2O. A
respiração celular representa, em última análise, um processo exoenergético que os seres
vivos utilizam para retirar energia de uma fonte alimentar. Nessa respiração são degradadas
moléculas orgânicas, principalmente a glicose. A energia liberada nesse processo é
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armazenada em “bancos energéticos” como o ATP. As várias reações que compõem a fase
aeróbia da respiração ocorrem no interior das mitocôndrias e constituem o ciclo de Krebs (ciclo
do ácido cítrico ou ciclo do ácido tricarboxílico), que ocorre na matriz mitocondrial e a cadeia
respiratória (cadeia oxidativa ou cadeia transportadora de elétrons), que tem lugar nas cristas
mitocondriais. Lembramos que na glicólise, também chamada de ciclo de Embden e Meyerhoff,
que ocorre no hialoplasma, a glicose se transforma em duas moléculas de ácido pirúvico,
graças às mesmas reações que se verificam na primeira etapa da fermentação. A figura abaixo
mostra, resumidamente, as principais reações que ocorrem na respiração aeróbia.

- Veja abaixo a equação da respiração aeróbia:

- A figura a seguir mostra a integração cloroplasto (fotossíntese) – mitocôndria (respiração


celular):

ALTERNATIVA CORRETA: A
(“A-VI; B-III; C-II; D-V; E-IV; F-I.”)
JUSTIFICATIVA
* A – VI (luz)
* B – III (CO2) ou B – II (H2O)
* C – II (H2O) ou III (CO2)
* D – V (O2) ou IV (glicose)
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* E - IV (glicose) ou V (O2)
* F – I (ATP)
- ALTERNATIVA A – CORRETA
* TODAS ESTÃO CORRESPONDENDO.
- ALTERNARTIVA B – INCORRETA
* Estão correspondendo apenas A – VI (luz) e F – 1 (ATP)
- ALTERNATIVA C – INCORRETA
* Estão correspondendo apenas B – II (H2O), D – IV (glicose) e E – V (O2)
- ALTERNATIVA D – INCORRETA
* Não há nenhuma correspondência
- ALTERNATIVA E – INCORRETA
* Estão correspondendo apenas B – II (H2O), C – III (CO2), D – IV (glicose) e E – V (O2)

03. (CESGRANRIO) A partir da glicose, os processos de respiração celular levam à formação


de gás carbônico e de água, com liberação de energia. Esta transformação decorre da ação
encadeada de diversos processos metabólicos. Uma sequência correta desse encadeamento
corresponde a:
a) Glicólise, ciclo de Krebs, cadeia respiratória.
b) Ciclo de Krebs, glicólise, cadeia respiratória.
c) Glicólise, cadeia respiratória, ciclo de Krebs.
d) Cadeia respiratória, ciclo de Krebs, glicólise.
e) Ciclo de Krebs, cadeia respiratória, glicólise.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Glicólise, ciclo de Krebs, cadeia respiratória.”)
JUSTIFICATIVA
- Respiração celular: consiste de uma série de reações enzimáticas, através das quais os
produtos da glicólise (fase anaeróbia) são metabolizados para proporcionar uma maior
liberação de energia. O ácido pirúvico, formado na fase anaeróbia (glicólise), após sofrer
algumas modificações químicas, entra na fase aeróbia propriamente dita. Nesta fase, seu
derivado, o acetil-coenzimaA (acetil-CoA), substância “alimentadora” do ciclo de Krebs, é
degradado, após uma série de reações, a CO2 e H2O. Nessa respiração são degradadas
moléculas orgânicas, principalmente a glicose. A energia liberada nesse processo é
armazenada em “bancos energéticos” como o ATP. As várias reações que compõem a fase
aeróbia da respiração ocorrem no interior das mitocôndrias e constituem o ciclo de Krebs (ciclo
do ácido cítrico ou ciclo do ácido tricarboxílico), que ocorre na matriz mitocondrial e a cadeia
respiratória (cadeia oxidativa ou cadeia transportadora de elétrons), que tem lugar nas
cristas mitocondriais.
- Como e pode constatar, na figura abaixo, os eventos que ocorrem na respiração celular são,
nesta ordem: glicólise, que ocorre no hialoplasma; ciclo de Krebs, que ocorre na matriz
mitocondrial e cadeia respiratória, que ocorre nas cristas mitocondriais.
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04. (FUVEST) Considere os esquemas a seguir, nos quais as setas indicam absorção ou
eliminação de gás.

Qual a alternativa que identifica corretamente a substância absorvida ou eliminada?


a) (I) O2, (II) O2, (III) O2, (IV) CO2.
b) (I) O2, (II) CO2, (III) CO2, (IV) CO2.
c) (I) O2, (II) CO2, (III) O2, (IV) O2.
d) (I) CO2, (II) CO2, (III) CO2, (IV) O2.
e) (I) CO2, (II) O2, (III) CO2, (IV) O2.
ALTERNATIVA CORRETA: C
[“(I) O2, (II) CO2, (III) O2, (IV) O2.”]
- Os seres heterótrofos respiram tanto na presença quanto na ausência de luz (“de dia e de
noite”). Eles não realizam fotossíntese.
- Os seres autótrofos, a exemplo dos heterótrofos, respiram quer na presença de luz, quer na
ausência (no claro e no escuro). Eles realizam fotossíntese apenas na presença de luz, de dia,
por exemplo.
- Na respiração, os seres, quer heterótrofos ou autótrofos, absorvem oxigênio e liberam gás
carbônico, como mostra a equação abaixo.
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- Na fotossíntese, os seres autótrofos absorvem gás carbônico e liberam oxigênio, como


mostra a equação a seguir.

JUSTIFICATIVA
JUSTIFICATIVA
I. No escuro, o heterótrofo realiza respiração, absorvendo O 2.
II. Havendo luz, o heterótrofo realiza respiração, eliminando CO2.
* Os heterótrofos não realizam fotossíntese.
III. No escuro, o autótrofo não realiza fotossíntese. Ele realiza respiração, absorvendo O 2.
IV. Havendo luz, o autótrofo realiza fotossíntese, eliminando O 2.

05. (FEI-SP) Os fatores externos limitantes da fotossíntese são:


a) Concentração de O2.
b) Concentração de dióxido de carbono, água, oxigênio e luz.
c) Concentração de O2, água, clorofila, luz e temperatura.
d) Concentração de dióxido de carbono, água, luz e temperatura.
e) Clorofila, água e luz.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Concentração de dióxido de carbono, água, luz e temperatura.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Concentração de O2.”) – INCORRETA
* A concentração de O2 não é um fator limitante da fotossíntese.
- ALTERNATIVA B (“Concentração de dióxido de carbono, água, oxigênio e luz”) –
INCORRETA
* O oxigênio não é um fator limitante da fotossíntese.
- ALTERNATIVA C (“Concentração de O2, água, clorofila, luz e temperatura.”) - INCORRETA
* A concentração de O2 não é um fator limitante da fotossíntese.
* A clorofila é um fator interno (intrínseco) e a questão diz respeito a fatores externos ou
extrínsecos (“Os fatores externos limitantes da fotossíntese são: ...”). Como a clorofila é a
principal responsável pela captação da energia luminosa, sua falta restringe a capacidade
dessa captação e a possibilidade de produzir matéria orgânica. Além da disponibilidade de
pigmentos fotossintetizantes, como a clorofila, podemos citar outros fatores intrínsecos que
limitam a atividade fotossintética como as enzimas; os cofatores, como os aceptores de
elétrons e os citocromos, que atuam transportando elétrons e os cloroplastos, organelas onde
ocorrem as reações da fotossíntese. Quanto maior o número dessas organelas, maior, via de
regra, será a eficiência do processo. A quantidade desses fatores deve ser ideal, para que a
fotossíntese se processe com a sua intensidade máxima.
- ALTERNATIVA D (“Concentração de dióxido de carbono, água, luz e temperatura.”) –
CORRETA
I. INTENSIDADE LUMINOSA (PSL)
Em completa escuridão, a planta não realiza fotossíntese. Com o aumento da
intensidade luminosa, a taxa de fotossíntese se eleva até que um valor máximo seja alcançado
(ponto de saturação luminosa ou PSL). Sob intensidades luminosas superiores ao PSL,
aumentos na intensidade da luz não são acompanhados por elevação na taxa da fotossíntese.
No PSL, a célula tem todos os seus fotossistemas excitados e não pode captar quantidades
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adicionais de luz. Nesse ponto, a planta se encontra luminicamente saturada, estando o


processo limitado por outros fatores, que não a intensidade luminosa.
Na fotossíntese, a luz atua na excitação eletrônica da clorofila, podendo ionizá-la e na
fotólise da água (degradação da agua pela ação da luz). Na excitação da clorofila, alguns
elétrons são ativados e elevados a um nível energético superior. O átomo entra, então, em um
estado ativado, rico em energia e muito instável. Os elétrons, elevados a um estado energético
superior, podem voltar ao seu estado base dissipando a energia como calor ou luz (referida
como fluorescência), ou pode, alternativamente, ser perdido, levando o átomo a uma carga
liquida positiva. Neste último caso, o elétron pode ser “aceito” por um agente redutor, sendo
isto que ocorre na fotossíntese. A fotólise da água (reação de Hill), na qual a água é quebrada
em elétrons, íons H+ e oxigênio, foi descrita por Robert Hill em 1937. Essa cisão da água,
impulsionada pela luz, é catalisada por um complexo proteico contendo Mn.
Sob baixa intensidade luminosa, a taxa de respiração celular é superior à taxa de
fotossíntese. Consequentemente, as trocas gasosas da respiração superam as da fotossíntese.
Nessa condição, a planta absorve oxigênio e elimina CO 2, e o balanço de matéria orgânica é
negativo, já que mais glicose é consumida na respiração celular do que produzida na
fotossíntese. Há certa intensidade luminosa em que as taxas de fotossíntese e de respiração
celular se equivalem. Nessa condição, todo O2 gerado na fotossíntese é consumido na
respiração, e todo CO2 eliminado na respiração é utilizado na fotossíntese. Essa intensidade
luminosa é conhecida como ponto de compensação fótico (PCF) ou ponto de compensação
luminoso (PCL) e nela o balanço de trocas gasosas entre a planta e o meio ambiente é nulo.
Sob intensidades luminosas superiores ao PCF e, dentro de certos limites, a taxa de
fotossíntese supera a de respiração celular. Nessa condição, a planta libera mais O 2 na
fotossíntese do que consome na respiração e capta mais CO 2 na fotossíntese do que elimina
na respiração. Há, portanto, um balanço positivo de matéria orgânica, pois mais glicose é
produzida na fotossíntese do que é consumida na respiração. Em função de suas
necessidades fóticas, o PCF varia nas diferentes plantas. Dessa forma, as plantas heliófilas (de
sol), que vivem em locais bem iluminados, apresentam ponto de compensação fótico maior que
as plantas umbrófilas (de sombra) ou esciófilas, que vivem, preferencialmente, em locais pouco
iluminados. Vivendo em locais sombrios, as umbrófilas, mesmo com pouca luz, mantêm
balanço positivo de matéria orgânica, podendo crescer e se reproduzir. As plantas heliófilas, ao
contrário, necessitam maior intensidade luminosa para se desenvolver.
A planta respira durante todo o tempo, quer seja dia ou noite. Durante o dia, entretanto,
quando a intensidade luminosa é maior do que o PCF, a produção de O 2 se torna maior que o
consumo, havendo, como consequência, uma sobra desse gás que é liberado para a
atmosfera.
II. CONCENTRAÇÃO DE GÁS CARBÔNICO
A concentração de CO2 influi, a exemplo da intensidade luminosa, na velocidade da
fotossíntese, pois, a produção de glicose na etapa termoquímica (etapa química ou etapa
enzimática ou reações de “escuro”), que ocorre no estroma, é dependente da presença de
CO2. Nessa etapa, o gás carbônico é reduzido a carboidrato pelo NADPH2 produzido na etapa
fotoquímica (etapa luminosa ou reações de claro), que ocorre no tilacoide. As plantas, em
verdade, contam, naturalmente, com duas fontes principais de CO 2. Ele pode ser proveniente
da atmosfera, que penetra nas folhas, principalmente através dos estômatos, ou da respiração
celular.
Na ausência de CO2, a fotossíntese não ocorre. Em condições ideais de intensidade
luminosa e temperatura, um aumento na concentração desse gás é acompanhado, até
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determinado ponto, por um aumento na velocidade da fotossíntese. Ultrapassados


determinados valores, novos aumentos na concentração de gás carbônico não mais influem na
velocidade do processo fotossintético, que então se estabiliza. Nesse ponto, ocorre a saturação
da RuBP carboxilase/oxigenase (enzima que catalisa a fixação do CO2 à ribulose-1,5-
bifosfato), o que impede a incorporação de quantidades adicionais de gás carbônico. Em
concentrações de CO2 superiores à estabilização do processo, a quantidade desse gás deixa
de ser o fator limitante da fotossíntese, estando o processo limitado por outros fatores, que não
a concentração de CO2.
A concentração de CO2 na atmosfera é da ordem de 0,03. Concentrações elevadas
de CO2, maiores que 1, atuam como inibidores da fotossíntese, devido, principalmente, à
redução do pH pelo ácido carbônico que se forma. Um dos efeitos que pode ser atribuído a
essa redução é o fechamento dos estômatos, levando a um impedimento da difusão do gás
carbônico para os cloroplastos. Nesse estágio, a planta se encontra em uma situação bastante
atípica: carência de CO2, em presença de grande quantidade desse gás.
III. ÁGUA
+
Sob a ação da luz, a molécula de água é quebrada em elétrons, íons H e oxigênio,
processo denominado fotólise da água. Os elétrons e os íons hidrogênios são usados na
fotofosforilação acíclica e o gás oxigênio é liberado como um subproduto da fotossíntese. A
ideia de que o oxigênio liberado na fotossíntese provinha do gás carbônico perdurou por mais
de um século. A descoberta, feita por Theodor Wilhelm Engelmann, que algumas bactérias
realizavam um tipo de fotossíntese, metabolizando compostos sulfúricos e gás carbônico, sem
liberar O2, concorreu para a queda dessa ideia. A comprovação da origem do oxigênio foi
obtida graças a trabalhos realizados pela equipe de Melvin Calvin, que forneceu moléculas de
18 16
água marcada com oxigênio 18 (O ), em lugar de oxigênio 16 (O ), à alga verde Chlorella.
Esses pesquisadores verificaram que, na fotossíntese, o oxigênio liberado era do tipo 18 e não
16. Esse trabalho permitiu demonstrar que o oxigênio liberado na fotossíntese não provinha do
gás carbônico, como se pensava antigamente, mas da água, que, funciona, no processo
fotossintético, como doadora de prótons e elétrons.
IV. TEMPERATURA
Como todas as atividades enzimáticas, a fotossíntese tem sua intensidade influenciada
pela temperatura. O aumento da temperatura, até certo ponto, estimula a velocidade do
processo fotossintético, havendo uma determinada temperatura em que a taxa de fotossíntese
é máxima. Esse valor (temperatura ótima da fotossíntese) varia nas diferentes espécies
vegetais e está relacionado com a adaptação da planta a diferentes hábitats. Acima de um
determinado valor, entretanto, a temperatura começa a provocar a desnaturação das enzimas
que atuam no processo, bem como danos em outros elementos do aparelho fotossintetizante,
reduzindo a eficiência da fotossíntese.
A temperatura ótima de funcionamento de uma enzima varia bastante, podendo estar
o o o
ao redor de 0 C, no caso de certos peixes árticos, ou em torno de 40 C/60 C, em bactérias e
algas que vivem em fontes termais. Na reação de PCR (do inglês polymerase chain reaction),
técnica que proporciona um aumento muito grande na eficiência da análise do material
o o
genético, o DNA é submetido a temperaturas elevadas (94 C a 96 C, por 1 ou 2 minutos), a fim
de separar a dupla-hélice (desnaturação térmica do DNA). Cada fita simples, em seguida,
serve de molde para que a enzima Taq polimerase ou Taq DNA polimerase (uma DNA
polimerase termostável, resistente a elevadas temperaturas) promova a síntese de novas
o
moléculas de DNA. Em temperaturas superiores a 42 C, entretanto, a maioria das enzimas
perde sua atividade, devido à desnaturação.
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- ALTERNATIVA E (“Clorofila, água e luz”) - INCORRETA


* A clorofila, como consta na análise da alternativa C, não é um fator limitante externo da
fotossíntese.

06. (UFPB) O esquema a seguir ilustra o processo de formação dos gametas a partir de
células germinativas, o que ocorre em indivíduos humanos do sexo masculino
(espermatogênese).

De acordo com o processo esquematizado, é correto afirmar:


a) As espermatogônias formam-se por divisão meiótica de células da linhagem germinativa.
b) O espermatócito I forma-se por fusão das espermatogônias.
c) Os espermatócitos II formam-se ao final do processo de divisão meiótica.
d) As espermátides formam-se pelo crescimento e diferenciação dos espermatócitos II.
e) Os espermatozoides formam-se pela diferenciação das espermátides, sem que ocorram
novas divisões celulares.
- A espermatogênese humana, processo formador do gameta masculino (espermatozoide),
ocorre no interior dos túbulos seminíferos, como resultado da estimulação dos hormônios
gonadotrópicos, produzidos pela hipófise anterior (adenohipófise). Ela costuma ser dividida em
quatros fases (ou períodos): proliferação (ou multiplicação), crescimento, maturação e
espermiogênese.
I. Proliferação: tem início na fase intrauterina e se prolonga, praticamente, por toda a vida.
Nessa fase, as células primordiais do testículo se dividem por mitose, convertendo-se em
espermatogônias, células diploides que aumentam em quantidade. Essa proliferação é muito
lenta durante a infância, torna-se mais rápida a partir da puberdade e tende a diminuir na
velhice.
II. Crescimento: nesta fase, que tem início depois de alcançada a maturidade sexual, ocorre um
aumento no volume citoplasmático, transformando as espermatogônias em espermatócitos
primários (espermatócitos de primeira ordem ou espermatócitos I), também diploide.
III. Maturação: esta é a fase onde ocorre e meiose. Cada espermatócito primário sofre a
meiose I (reducional), dando origem a dois espermatócitos secundários (espermatócitos de
segunda ordem ou espermatócitos II), que são haploides, embora cada cromossomo seja
constituído por duas cromátides-irmãs (cromossomo duplicado). Tem lugar, então, a meiose II
(equacional), onde cada espermatócito secundário dá origem a duas espermátides haploides,
com cromossomos não duplicados. Dessa forma, ao fim da meiose são formados quatro
espermátides, a partir de uma espermatogônia que iniciou a maturação.
IV. Espermiogênese: após o período de maturação, ocorre a espermiogênese, que se
caracteriza pela diferenciação das espermátides em espermatozoides. Nesta fase, as
espermátides perdem grande parte do seu citoplasma e desenvolvem a cauda ou flagelo.
Percebe-se, também, que as mitocôndrias se agrupam no início da cauda (peça intermediária).
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Este conjunto de transformações torna as células leves e móveis, capazes de se deslocar, com
grande velocidade em direção ao “óvulo”.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Os espermatozoides formam-se pela diferenciação das espermátides, sem que ocorram
novas divisões celulares.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“As espermatogônias formam-se por divisão meiótica de células da
linhagem germinativa.”) – INCORRETA
* As espermatogônias se formam por divisão mitótica de células da linhagem germinativa
(células primordiais do testículo).
- ALTERNATIVA B (“O espermatócito I forma-se por fusão das espermatogônias.”) –
INCORRETA
* O espermatócito I forma-se por aumento de volume citoplasmático (período de crescimento)
da espermatogônia.
- ALTERNATIVA C (“Os espermatócitos II formam-se ao final do processo de divisão
meiótica.”) – INCORRETA
* Os espermatócitos II formam-se após a divisão I da meiose e não ao final do processo de
divisão meiótica.
- ALTERNATIVA D (“As espermátides formam-se pelo crescimento e diferenciação dos
espermatócitos II”) – INCORRETA
* As espermátides formam-se a partir da meiose II, sofrida pelos espermatócitos secundários e
não pelo crescimento e diferenciação dos espermatócitos II.
- ALTERNATIVA E (“Os espermatozoides formam-se pela diferenciação das espermátides,
sem que ocorram novas divisões celulares.”) – CORRETA
* Os espermatozoides se formam pela diferenciação das espermátides, que ocorre na
espermiogênese, na qual não tem lugar mitose nem meiose.

07. (UNIVASF) Abaixo se ilustra o processo da ovulação humana. Correlacionando esse


processo com o processo da ovulogênese, analise as proposições dadas.

1. No ovário, cada ovócito primário (I) está contido em um folículo (II).


2. A cada ciclo menstrual, um folículo ovariano inicia a maturação, formando um ovócito
secundário (III).
3. Na ovulação, um folículo não elimina um óvulo, mas, sim, um ovócito secundário (IV)
4. Após a ovulação, o folículo transforma-se no corpo lúteo ou corpo amarelo (V).
Está(ão) correta(s) apenas:
a) 1 e 4.
b) 2 e 4.
c) 1, 2, 3 e 4.
d) 3 e 4.
e) 1 e 2.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“1, 2, 3 e 4.”)
I. Ovócito primário.
II. Folículos ovarianos primários.
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III. Folículo maduro, com um ovócito secundário.


IV. Ovócito secundário liberado do folículo ovariano rompido.
* Na ovulação, o folículo ovariano libera um ovócito secundário ou ovócito II, com n
cromossomos duplicados e não um óvulo propriamente dito.
V. Corpo lúteo ou corpo amarelo.
- Todas as proposições estão corretas (alternativa C)

08. (UFT) O esquema abaixo mostra a série de transformações que resultam na formação dos
gametas maduros durante a gametogênese. Observe o esquema para responder esta questão.

Com base no esquema abaixo, assinale a alternativa correta:


a) As espermatogônias são células haploides que aumentam em número por meio das divisões
mitóticas.
b) O espermatócito I sofre divisão mitótica, originando o espermatócito II.
c) As espermátides são produtos da meiose I da gametogênese masculina.
d) Os espermatozoides são produtos da meiose II.
e) O processo de maturação das espermátides em espermatozoides ocorre por divisão
meiótica.
- A espermatogênese [processo formador do gameta masculino (espermatozoide)] que ocorre
no interior dos túbulos seminíferos, costuma ser dividida em quatros fases (ou períodos):
proliferação (ou multiplicação), crescimento, maturação e espermiogênese.
I. Proliferação: tem início na fase intrauterina e se prolonga, praticamente, por toda a vida.
Nessa fase, as células primordiais do testículo se dividem por mitose, convertendo-se em
espermatogônias, células diploides que aumentam em número.
II. Crescimento: nesta fase ocorre um aumento no volume citoplasmático, transformando as
espermatogônias em espermatócitos primários (espermatócitos de primeira ordem ou
espermatócitos I), também diploide.
III. Maturação: esta é a fase onde ocorre e meiose. Cada espermatócito primário sofre a
meiose I, dando origem a dois espermatócitos secundários (espermatócitos de segunda ordem
ou espermatócitos II), que são haploides, embora cada cromossomo seja constituído por
duas cromátides-irmãs (cromossomo duplicado). Tem lugar, então, a meiose II, onde cada
espermatócito secundário dá origem a duas espermátides haploides, com cromossomos não
duplicados. Dessa forma, ao fim da meiose são formados quatro espermátides, a partir de uma
espermatogônia que iniciou a maturação.
IV. Espermiogênese: após o período de maturação, ocorre a espermiogênese, que se
caracteriza pela diferenciação das espermátides em espermatozoides. Nesta fase, as
espermátides perdem grande parte do seu citoplasma e desenvolvem a cauda ou flagelo.
Percebe-se, também, que as mitocôndrias se agrupam no início da cauda (peça intermediária).
Este conjunto de transformações torna as células leves e móveis, capazes de se deslocar, com
grande velocidade em direção ao “óvulo”.
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ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Os espermatozoides são produtos da meiose II.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“As espermatogônias são células haploides que aumentam em número por
meio das divisões mitóticas.”) - INCORRETA
* As espermatogônias são células diploides, resultantes da proliferação das células primordiais
do testículo, que se dividem por mitose, aumentando-as em número.
- ALTERNATIVA B (“O espermatócito I sofre divisão mitótica, originando o espermatócito II.”) –
INCORRETA
* Na transformação do espermatócito I em espermatócito II não ocorre por divisão mitótica e
sim por meiose (meiose I ou primeira divisão da meiose).
- ALTERNATIVA C (“As espermátides são produtos da meiose I da gametogênese masculina.”)
– INCORRETA
* As espermátides (haploides) são formadas a partir dos espermatócitos secundários, graças à
meiose II (equacional) e não à meiose I (reducional).
- ALTERNATIVA D (“Os espermatozoides são produtos da meiose II.”) – CORRETA
* Os espermatozoides (haploides) se formam por espermiogênese (ou maturação) processo de
diferenciação das espermátides, produtos da meiose II (segunda divisão da meiose).
- ALTERNATIVA E (“O processo de maturação das espermátides em espermatozoides ocorre
por divisão meiótica.”) – INCORRETA
* A maturação das espermátides em espermatozoides é denominada espermiogênese, na qual
não há meiose nem mitose. Nela, podemos destacar que as espermátides perdem grande
parte do seu citoplasma e desenvolvem a cauda ou flagelo.

09. (IFSUL) A reprodução sexuada começa com a formação dos gametas, processo
denominado gametogênese. Nesse processo, a formação de óvulos é chamada de ovogênese,
enquanto que a formação de espermatozoides é chamada de espermatogênese. Na
gametogênese, a partir de um ovócito I e de um espermatócito I, são originados,
imediatamente após a meiose I, respectivamente,
a) 1 ovócito II e 1 glóbulo polar; 2 espermatócitos II.
b) 1 óvulo e 3 glóbulos polares; 4 espermatozoides.
c) 2 ovócitos II e 2 glóbulos polares; 4 espermatócitos II.
d) 2 óvulos e 2 glóbulos polares; 4 espermatozoides.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“1 ovócito II e 1 glóbulo polar; 2 espermatócitos II.”)
- A solução desta questão está relacionada com a etapa de maturação da ovogênese
(ovulogênese) e da espermatogênese.
- No caso da ovogênese (ovulogênese), processo formador do gameta feminino, cada
ovócito I (ovócito primário ou ovócito de primeira ordem), proveniente da ovogônia, sofre a
primeira divisão da meiose (meiose I ou reducional), originando um ovócito II (ovócito
secundário) e um glóbulo polar (primeiro glóbulo polar ou polócito primário). Ambos
haploides, embora cada cromossomo seja constituído por duas cromátides-irmãs (cromossomo
duplicado).
- No caso da espermatogênese, processo formador do gameta masculino
(espermatozóide), cada espermatócito I (espermatócito primário ou espermatócito de
primeira ordem), oriundo de uma espermatogônia, sofre a primeira divisão da meiose (meiose I
ou reducional), dando origem a dois espermatócitos II (espermatócitos secundários ou
espermatócitos de segunda ordem). Ambos haploides, embora cada cromossomo seja
constituído por duas cromátides-irmãs (cromossomo duplicado).
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- Lembramos que ao final da ovogênese se forma apenas um “óvulo” (ovócito secundário ou


ovócito II) para cada ovogônia que iniciou a maturação. Na espermatogênese, por outro lado,
se formam quatro espermatozoides para cada espermatogônia que iniciou a maturação.
- ALTERNATIVA A (“1 ovócito II e 1 glóbulo polar; 2 espermatócitos II.”) – CORRETA
- AS DEMAIS ALTERNATIVAS ESTÃO INCORRETAS.

10. (FUVEST) A figura a seguir representa diferentes padrões de coração de vertebrados.


Qual a sequência indica a ordem crescente da eficiência circulatória, com relação ao transporte
de gases, conferida pelos três corações?

a) 1, 2, 3.
b) 1, 3, 2.
c) 3, 2, l.
d) 2, 1, 3.
e) 3, 1, 2.*
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“3, 1, 2.”)
TIPOS DE SISTEMAS CIRCULATÓRIOS
I. Sistema aberto ou lacunar: os vasos circulatórios possuem extremidades abertas. O
fluido passa para cavidades corporais (hemocelas ou lacunas). Dessa forma, o sangue nem
sempre caminha no interior de um vaso. Ocorre nos artrópodes e nos moluscos (exceto nos
cefalópodes).
II. Sistema fechado: o líquido circulante (sangue) se desloca sempre no interior dos vasos.
As trocas são realizadas através dos capilares. Ocorre nos anelídeos, cefalópodes (moluscos)
e vertebrados.
III. Circulação simples: em um circuito completo pelo corpo, o sangue passa apenas uma
vez pelo coração, quando vem dos tecidos corporais (“corpo”). Ocorre nos peixes e nos
protocordados.
IV. Circulação dupla: em um circuito completo pelo corpo, o sangue passa duas vezes pelo
coração. Uma quando vem dos tecidos corporais (circulação sistêmica) e outra quando vem
dos pulmões (circulação pulmonar). Ocorre nos anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
V. Circulação incompleta: ocorre mistura de sangues arterial e venoso. É encontrada nos
anfíbios e nos répteis. Lembramos que nos répteis não crocodilianos (lagartos, tartarugas,
cobras, jabutis, cágados, ....), que possuem ventrículo único, embora parcialmente dividido pelo
septo de Sabatier, a mistura ocorre dentro do coração. Nos répteis crocodilianos
(crocodilos e jacarés), que já possuem, a exemplo das aves e dos mamíferos, 4 cavidades
cardíacas (2 átrios e 2 ventrículos), o sangue se mistura fora do coração, no forâmem de
Panizza.
VI. Circulação completa: os sangues venoso e arterial não se misturam. Ocorre nos
peixes, nas aves e nos mamíferos.
CIRCULAÇÃO NOS VERTEBRADOS
a. Peixes
- Coração com duas cavidades (um átrio e um ventrículo).
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- Circulação fechada.
- Circulação simples.
- Circulação completa.
b. Anfíbios
- Coração com três cavidades (dois átrios e um ventrículo).
- Circulação fechada.
- Circulação dupla.
- Circulação Incompleta.
c. Répteis não crocodilianos (lagartos, tartarugas, cobras, jabutis, cágados,
....)
- Coração com três cavidades (dois átrios e um ventrículo parcialmente septado, pelo septo de
Sabatier).
- Circulação fechada.
- Circulação dupla.
- Circulação Incompleta.
IV. Répteis crocodilianos (crocodilos e jacarés)
- Coração com quatro cavidades (dois átrios e dois ventrículos)
- Circulação fechada.
- Circulação dupla.
- Circulação Incompleta: o sangue se mistura fora do coração, no forâmem de Panizza.
V. Aves e mamíferos
- Coração: com quatro cavidades (dois átrios e dois ventrículos).
- Circulação fechada.
- Circulação dupla.
- Circulação completa.
- Lembramos que na circulação das aves a aorta é voltada para a direita, enquanto nos
mamíferos é voltada para a esquerda.
- Dessa forma, ordem crescente da eficiência circulatória, com relação ao transporte de gases
é: 3, 1 e 2 (ALTERNATIVA E).

11. (UNESP) A respeito das mutações gênicas, foram apresentadas as cinco afirmações
seguintes.
I. As mutações podem ocorrer tanto em células somáticas como em células germinativas.
II. Somente as mutações ocorridas em células somáticas poderão produzir alterações
transmitidas à sua descendência, independentemente do seu sistema reprodutivo.
III. Apenas as mutações que atingem as células germinativas da espécie humana podem ser
transmitidas aos descendentes.
IV. As mutações não podem ser “espontâneas”, mas apenas causadas por fatores
mutagênicos, tais como agentes químicos e físicos.
V. As mutações são fatores importantes na promoção da variabilidade genética e para a
evolução das espécies.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmações corretas.
a) I, II e III.
b) I, III e V.
c) I, IV e V.
d) II, III e IV.
e) II, III e V.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I, III e V.”)
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- AFIRMATIVA I (“As mutações podem ocorrer tanto em células somáticas como em células
germinativas.”) – CORRETA
* As mutações gênicas podem se relacionar com qualquer parte do organismo, de modo que
tanto as células somáticas, como as germinativas estão sujeitas a essas alterações. As que
afetam as células somáticas não são transmitidas às gerações futuras, não sendo, portanto,
hereditárias. Elas podem, entretanto, acarretar grande prejuízo ao organismo, causando
tumores ou outras lesões degenerativas. As que se relacionam com as células germinativas,
por seu turno, são passíveis de serem transmitidas às futuras gerações. Em face de
concorrerem para aumentar a variedade genética das populações, as mutações germinativas
constituem a base molecular do processo evolutivo.
- AFIRMATIVA II (“Somente as mutações ocorridas em células somáticas poderão produzir
alterações transmitidas à sua descendência, independentemente do seu sistema reprodutivo.”)
– INCORRETA
* As mutações gênicas ocorridas em células somáticas não são transmitidas às gerações
futuras, não sendo, portanto, hereditárias. Elas podem, entretanto, acarretar grande prejuízo ao
organismo, causando tumores ou outras lesões degenerativas.
- AFIRMATIVA III (“Apenas as mutações que atingem as células germinativas da espécie
humana podem ser transmitidas aos descendentes.”) – CORRETA
* Apenas as mutações que se relacionam com as células germinativas da espécie humana são
passíveis de serem transmitidas às futuras gerações. As que afetam as células somáticas, por
outro lado, não são transmitidas às gerações futuras, não sendo, portanto, hereditárias.
- AFIRMATIVA IV (“As mutações não podem ser “espontâneas”, mas apenas causadas por
fatores mutagênicos, tais como agentes químicos e físicos.”) – INCORRETA
* As mutações podem ocorrer “espontaneamente” (sem uma causa aparente), como, por
exemplo, em consequência de erros que ocorrem durante a replicação, ou serem causadas por
agentes físicos ou químicos, chamados agentes mutagênicos. Entre esses agentes, citamos os
raios-X, as radiações ultravioletas, a nitrosoguanidina e o ácido nitroso.
- AFIRMATIVA V (“As mutações são fatores importantes na promoção da variabilidade genética
e para a evolução das espécies.”) – CORRETA
* As mutações, juntamente com a recombinação, a migração, a oscilação genética (genetic
drift) e a seleção natural, são considerados fatores evolutivos (fatores da evolução), já que
atuam propiciando mudanças do estoque de genes (gene pool) das populações. Alguns desses
fatores, como a mutação e a recombinação, tendem a amentar a variabilidade genética da
população, enquanto outros, como a migração, a oscilação genética e a seleção natural, atuam
sobre a variabilidade genética já estabelecida.
* A mutação gênica ou pontual, em particular, proporciona o aparecimento de novas formas de
um gene, sendo, portanto, uma fonte básica para a variabilidade genética. Dessa forma, ela
contribui para a alteração na frequência dos genes de uma população, e, portanto, do seu
estoque gênico. O gene mutado, introduzido no gene pool dessa população, poderá ter sua
frequência gradativamente aumentada de geração a geração. O gene que está sendo
substituído, por outro lado, apresentará uma queda gradativa na sua frequência. Nota-se,
portanto, que a mutação determina uma variabilidade gênica na população, proporcionando
sua evolução. Embora se saiba que a frequência das mutações indesejáveis seja, atualmente,
maior que a das adaptativas, o conjunto de genes de cada espécie atual é o resultado do
acúmulo de mutações vantajosas, que vêm ocorrendo e se perpetuando, por ação da seleção
natural, durante os bilhões de anos de evolução biológica.

12. (FUVEST) A figura abaixo representa, em corte longitudinal, o coração de um sapo.


Comparando o coração de um sapo com o coração humano, pode-se afirmar que:
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a) Não há diferenças significativas entre os dois quanto à estrutura das câmaras.


b) Enquanto no sapo o sangue chega pelos átrios cardíacos, no coração humano o sangue
chega pelos ventrículos.
c) Ao contrário do que ocorre no sapo, no coração humano o sangue chega sempre pelo átrio
direito.
d) Ao contrário do que ocorre no sapo, nas câmaras do coração humano por onde passa
sangue arterial não passa sangue venoso.
e) Nos dois casos, o sangue venoso chega ao coração por dois vasos, um que se abre no átrio
direito e o outro, no átrio esquerdo.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Ao contrário do que ocorre no sapo, nas câmaras do coração humano por onde passa sangue
arterial não passa sangue venoso.”)
CIRCULAÇÃO NOS SAPOS
- Coração: três câmaras (dois átrios e um ventrículo).
- O sangue venoso (rico em gás carbônico) chega ao átrio direito vindo do corpo e o sangue
arterial (rico em oxigênio) chega ao átrio esquerdo vindo dos pulmões. Há mistura parcial dos
sangues arterial e venoso no ventrículo único. A circulação nos sapos é dupla incompleta.
CIRCULAÇÃO NOS HUMANOS
- Coração: quatro câmaras (dois átrios e dois ventrículos).
- O sangue venoso chega ao átrio direito vindo do corpo e o sangue arterial chega ao átrio
esquerdo vindo dos pulmões. Dessa forma, no lado direito do coração dos mamíferos só circula
sangue venoso (rico em gás carbônico), e do lado esquerdo só circula sangue arterial (rico em
oxigênio). A circulação nos humanos é dupla e completa.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Não há diferenças significativas entre os dois quanto à estrutura das
câmaras.”) – INCORRETA
* Há diferença. Os sapos possuem coração tricavitário, com três câmaras (dois átrios e um
ventrículo), enquanto os humanos possuem coração tetracavitário, com quatro câmaras (dois
átrios e dois ventrículos).
- ALTERNATIVA B (“Enquanto no sapo o sangue chega pelos átrios cardíacos, no coração
humano o sangue chega pelos ventrículos.”) – INCORRETA
* Em ambos, o sangue chega aos átrios. No átrio direito chega sangue venoso vindo do corpo
e no átrio esquerdo chega sangue arterial vindo dos pulmões.
- ALTERNATIVA C (“Ao contrário do que ocorre no sapo, no coração humano o sangue chega
sempre pelo átrio direito.”) – INCORRETA
* Em ambos chega sangue nos átrios. No átrio direito chega sangue venoso, vindo do corpo e
no esquerdo sangue arterial, vindo dos pulmões.
- ALTERNATIVA D (“Ao contrário do que ocorre no sapo, nas câmaras do coração humano por
onde passa sangue arterial não passa sangue venoso.”) – CORRETA
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* No ventrículo único do sapo chega sangue venoso vindo do átrio direito e sangue arterial
proveniente do átrio esquerdo. No sapo os sangues venoso e arterial se misturam parcialmente
no ventrículo. Sua circulação é incompleta. No coração humano, ao contrário, não há mistura
de sangue arterial com venoso. Os sangues arterial e venoso passam por câmaras distintas. O
sangue venoso pelo átrio e ventrículo direitos e o arterial, pelo átrio e ventrículo esquerdos. A
circulação dos mamíferos é completa, uma vez que não mistura de sangue venoso com
sangue arterial, como ocorre nos anfíbios.
- ALTERNATIVA E (“Nos dois casos, o sangue venoso chega ao coração por dois vasos, um
que se abre no átrio direito e o outro, no átrio esquerdo.”) – INCORRETA
* Em ambos os casos, o sangue venoso sempre chega ao átrio direito. Não há um segundo
vaso que conduz sangue venoso ao átrio esquerdo.

13. (UPE) A figura abaixo representa o coração de um mamífero visto de frente. Sobre essa
figura são feitas várias afirmações.

I. Na figura, o número 1 indica a artéria aorta; o número 3, as veias pulmonares; e arterial é o


tipo de sangue circulante nesses vasos.
II. Os números 10 e 13 indicam, respectivamente, as artérias pulmonares direita e esquerda; o
sangue circulante nesses vasos é o venoso.
III. O número 2 indica a veia cava que se ramifica em veia cava superior e veia cava inferior; o
sangue circulante nesses vasos é venoso.
IV. Os números 4 e 8 indicam, respectivamente, átrio esquerdo e ventrículo direito; o sangue
circulante é arterial e venoso, respectivamente.
Estão corretas:
a) I e IV.
b) II e III.
c) I e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
- 1. Artéria aorta.
- 2. Artéria pulmonar.
- 3. Veia pulmonar.
- 4. Átrio esquerdo.
- 5. Válvula semilunar aórtica.
- 6. Válvula bicúspide (mitral).
- 7. Ventrículo esquerdo.
- 8. Ventrículo direito.
- 9. Válvula tricúspide.
- 10. Veia cava inferior.
- 11. Átrio direito.
- 12. Válvula semilunar pulmonar.
- 13. Veia cava superior.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“I e IV.”)
JUSTIFICATIVA
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- AFIRMAÇÃO I (“Na figura, o número 1 indica a artéria aorta; o número 3, as veias


pulmonares; e arterial é o tipo de sangue circulante nesses vasos.”) – CORRETA
* O tipo de sangue que circula na artéria aorta, indicada pelo número 1, e nas veias
pulmonares, indicadas pelo número 3, é do tipo arterial.
* O sangue arterial (oxigenado), que deixa os pulmões é levado pelas veias pulmonares ao
átrio esquerdo. Desse átrio ele passa para o ventrículo esquerdo que o bombeia para a artéria
aorta. Essa artéria se divide em vários ramos que conduzem o sangue arterial para todos os
sistemas do corpo.
- AFIRMAÇÃO II (“Os números 10 e 13 indicam, respectivamente, as artérias pulmonares
direita e esquerda; o sangue circulante nesses vasos é o venoso.”) – INCORRETA
* Os números 10 e 13 indicam, respectivamente, a veia cava inferior e a veia cava superior,
que conduzem sangue venoso das diversas partes do corpo para o átrio direito.
- AFIRMAÇÃO III (“O número 2 indica a veia cava que se ramifica em veia cava superior e veia
cava inferior; o sangue circulante nesses vasos é venoso.”) – INCORRETA
* O número 2 indica a artéria pulmonar que se ramifica em artéria pulmonar direita e esquerda,
que conduzem sangue venoso para os pulmões, onde ocorrerá a hematose.
- AFIRMAÇÃO IV (“Os números 4 e 8 indicam, respectivamente, átrio esquerdo e ventrículo
direito; o sangue circulante é arterial e venoso, respectivamente.”) – CORRETA
* No átrio esquerdo, indicado pelo número 4, o sangue circulante é arterial, tendo sido trazido
dos pulmões pelas veias pulmonares. No ventrículo direito, indicado pelo número 8, o sangue
circulante é venoso, que será conduzido aos pulmões, pelas artérias pulmonares, onde
ocorrerá a hematose.

14. (UNIFESP) Com a finalidade de bloquear certas funções celulares, um pesquisador utilizou
alguns antibióticos em uma cultura de células de camundongo. Entre os antibióticos usados, a
tetraciclina atua diretamente na síntese de proteína, a mitomicina inibe a ação das polimerases
do DNA e a estreptomicina introduz erros na leitura dos códons do RNA mensageiro. Esses
antibióticos atuam, respectivamente, no:
a) Ribossomo, ribossomo, núcleo.
b) Ribossomo, núcleo, ribossomo.
c) Núcleo, ribossomo, ribossomo.
d) Ribossomo, núcleo, núcleo.
e) Núcleo, núcleo, ribossomo.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Ribossomo, núcleo, ribossomo.”)
JUSTIFICATIVA
- A tradução da mensagem genética, contida no RNA mensageiro, com o objetivo de produzir
cadeias polipeptídicas (proteínas) ocorre nos ribossomos, presentes no citoplasma celular. A
duplicação do DNA, que envolve DNAs polimerases, por outro lado, ocorre no núcleo celular.
Dessa forma, a tetraciclina, que atua diretamente na síntese de proteínas; a mitomicina,
que inibe a ação das DNAs polimerases e a estreptomicina, que introduz erros na leitura
dos códons do RNA mensageiro, atuam, respectivamente, no ribossomo, no núcleo e
no ribossomo. Assim sendo, a alternativa correta é B (“Ribossomo, núcleo, ribossomo.”).

15. (PUC-MG) A figura abaixo mostra as quatro etapas do experimento de transformação


bacteriana realizado por Griffth em 1928.
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Analisando os resultados acima de acordo com seus conhecimentos, é incorreto afirmar:


a) As bactérias não capsuladas poderiam estar mais susceptíveis ao sistema imunológico do
camundongo sendo, por isso, menos virulentas.
b) As bactérias não capsuladas foram transformadas em bactérias virulentas ao absorverem as
glicoproteínas das capsuladas.
c) A inativação pelo calor foi capaz de desnaturar enzimas necessárias ao crescimento
bacteriano, mas não destruiu o material genético das bactérias.
d) Seria possível recuperar bactérias capsuladas vivas dos camundongos mortos na etapa 4 do
experimento.
- Lembramos que a questão pede a alternativa incorreta: (“Analisando os resultados acima e
de acordo com seus conhecimentos, é incorreto afirmar:”)
ALTERNATIVA INCORRETA: B
(“As bactérias não capsuladas foram transformadas em bactérias virulentas ao absorverem as
glicoproteínas das capsuladas.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“As bactérias não capsuladas poderiam estar mais susceptíveis ao sistema
imunológico do camundongo sendo, por isso, menos virulentas.”) – CORRETA
* Trata-se de uma hipótese viável. Os trabalhos experimentais mostraram, entretanto, que
ocorreu uma transformação bacteriana, processo que consiste na absorção e na posterior
incorporação de fragmentos de DNA dispersos no meio ambiente, oriundos da lise celular, na
maioria dos casos, ou de secreção realizada por bactérias ainda vivas.
- ALTERNATIVA B (“As bactérias não capsuladas foram transformadas em bactérias virulentas
ao absorverem as glicoproteínas das capsuladas.”) – INCORRETA
* Em 1944, Avery, MacLeod e McCarty, mostraram que as bactérias não capsuladas (não
patogênicas ou não “virulentas”) foram transformadas em “virulentas” (encapsuladas ou
patogênicas) pela absorção de DNA das encapsuladas e não de glicoproteínas, como consta
na alternativa B. Foi graças aos trabalhos de desses pesquisadores que o ácido
desoxirribonucleico (DNA) passou a ser considerado a principal molécula informacional. Esses
trabalhos (transformação bacteriana) representam, em última análise, a primeira evidência
experimental de que o DNA é o material genético.
- ALTERNATIVA C (“A inativação pelo calor foi capaz de desnaturar enzimas necessárias ao
crescimento bacteriano, mas não destruiu o material genético das bactérias.”) – CORRETA
* A manutenção da capacidade do DNA de transformar as bactérias não capsuladas em
capsuladas (características genéticas), demonstra que não houve destruição do material
genético das bactérias.
- ALTERNATIVA D (“Seria possível recuperar bactérias capsuladas vivas dos camundongos
mortos na etapa 4 do experimento.”) – CORRETA
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* Foi exatamente o que ocorreu, nos trabalhos desenvolvidos, em 1944, por Avery, MacLeod e
McCarty. Eles mostraram, na ocasião, que o DNA presente no extrato da variedade com
cápsula foi capaz de promover, permanentemente, a transformação da variedade não
patogênica em variedade patogênica, processo denominado transformação bacteriana. Eles
recuperaram bactérias capsuladas vivas dos camundongos mortos na etapa 4 do experimento
esquematizado nesta questão.

16. (UEL) Em 1953, James Watson e Francis Crick elucidaram a estrutura tridimensional da
dupla hélice de DNA e postularam que o pareamento específico de bases nitrogenadas sugere
um possível mecanismo de cópia para o material genético. Baseado neste postulado, o
processo de duplicação do DNA é considerado como sendo semiconservativo porque:
a) A dupla-hélice original permanece intacta e uma nova dupla-hélice é formada.
b) Os dois filamentos da dupla-hélice original se separam e cada um serve como molde para
uma nova fita.
c) Ambos os filamentos da dupla-hélice original se fragmentam e servem como moldes para
síntese de novos fragmentos.
d) Um dos filamentos da dupla-hélice original serve de cópia para as duas fitas de DNA.
e) Os filamentos da dupla-hélice original permutam as suas fitas para servirem de cópias de
DNA.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Os dois filamentos da dupla-hélice original se separam e cada um serve como molde para
uma nova fita.”)
- A molécula de DNA é dotada da capacidade de produzir cópias idênticas a ela mesma, sendo
essa propriedade denominada duplicação ou replicação. O modelo de Watson e Crick tem,
implícito, um mecanismo para a duplicação do DNA. Durante a replicação ocorre separação
das cadeias e cada uma delas serve de molde para a formação do seu complemento. Assim
sendo, onde na cadeia original existir uma guanina (G) somente uma citosina (C) deverá se
encaixar na nova cadeia, ou vice-versa, e onde ocorrer uma adenina (A) apenas uma timina (T)
se encaixará na nova cadeia, ou vice-versa, formando apenas pares G-C e A-T. Ao fim do
processo, formam-se dois DNAs filhos idênticos ao paterno. Cada uma das moléculas-filhas
possui uma cadeia do DNA original e outra recém-sintetizada. Em face de cada molécula filha
conservar metade da molécula mãe, esse processo de duplicação é chamado
semiconservativo. A replicação do DNA depende de um complexo multienzimático (DNA girase
ou topoisomerase II, primase, DNA ligase, DNA polimerase I, DNA polimerase III....), bem como
de nucleotídeos livres e de uma cadeia de DNA que servirá como matriz ou molde, entre outros
fatores. O rompimento das diversas pontes de hidrogênio, a fim de separar as cadeias da
molécula original, não constitui dificuldade, pois, apesar de serem altamente específicas, são
bastante frágeis. A formação e o rompimento dessas pontes independem da DNA polimerase.
A ação dessa enzima consiste em catalisar a polimerização dos nucleotídeos, formando a
ligação fosfodiester, com liberação de um difosfato e não romper as pontes de hidrogênio.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNAVIVA A (“A dupla-hélice original permanece intacta e uma nova dupla-hélice é
formada.”) – INCORRETA
* Durante a duplicação do DNA não se forma uma nova dupla-hélice. Em verdade, cada uma
das moléculas-filhas possui uma cadeia do DNA original e outra recém-sintetizada.
- ALTERNAVIVA B (“Os dois filamentos da dupla-hélice original se separam e cada um serve
como molde para uma nova fita.”) – CORRETA
* Durante a replicação ocorre separação das cadeias e cada uma delas serve de molde para a
formação do seu complemento (replicação semiconservativa).
- ALTERNAVIVA C (“Ambos os filamentos da dupla-hélice original se fragmentam e servem
como moldes para síntese de novos fragmentos.”) – INCORRETA
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* Neste caso a replicação seria dispersiva e ela é, como já foi demonstrado experimentalmente,
semiconservativa.
- ALTERNAVIVA D (“Um dos filamentos da dupla-hélice original serve de cópia para as duas
fitas de DNA.”) – INCORRETA

17. (UEPB) O aumento da variabilidade genética nas bactérias ocorre por mutação ou por
transmissão de material genético. A transmissão pode-se dar pelos seguintes mecanismos:
a) Transformação, transdução e conjugação.
b) Conjugação, cissiparidade e transformação.
c) Bipartição, transdução e conjugação.
d) Transformação, transdução e bipartição.
e) Transformação, tradução e conjugação.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Transformação, transdução e conjugação.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Transformação, transdução e conjugação.”) – CORRETA
- Embora as bactérias não apresentem reprodução sexuada típica, algumas espécies são
dotadas da capacidade de promover recombinação genética, sendo, portanto, capazes de
modificar seu genótipo. Essa recombinação consiste, em última análise, na interação de duas
moléculas de DNA que são clivadas e religadas entre si, num arranjo diferente do que existia
anteriormente. Dessa forma, essa mistura de material genético leva à formação de indivíduos
com características genéticas diferentes. Os indivíduos, assim modificados, podem se dividir,
inúmeras vezes, por bipartição (divisão binária), forma simples de reprodução assexuada.. A
recombinação genética nas bactérias pode ocorrer, naturalmente, de três formas básicas:
transformação, transdução e conjugação, que lembram, dentro de certos limites, a reprodução
sexuada. Em todos esses processos ocorre passagem de material genético de uma bactéria
doadora para uma receptora que incorpora, por recombinação, o DNA recebido ao seu
patrimônio genético. Em consequência, uma bactéria pode passar a revelar uma ou mais
características que não possuía antes. A engenharia genética ou tecnologia do DNA
recombinante também promove recombinação genética nesses organismos. As mutações,
base do processo evolutivo, podem, igualmente, contribuir para a diversidade genética de uma
população.
I. Transformação bacteriana: é a absorção e a posterior incorporação de fragmentos de
DNA dispersos no meio ambiente, levando a bactéria receptora a exibir novas características
genéticas, condicionadas pelo DNA incorporado. Dentro da bactéria, o DNA estranho pode se
unir ao “cromossomo” ou substituir um segmento dele, condicionando novas características
genéticas à população bacteriana, denominada população transformada. O DNA que penetra
na bactéria, entretanto, pode ser reconhecido como estranho e destruído pelas enzimas de
restrição, cuja função é defender a bactéria contra bacteriófagos invasores, degradando o DNA
fágico. A transformação bacteriana tem sido utilizada pelos cientistas para introduzir genes de
espécies diferentes em células bacterianas hospedeiras, como no caso do gene da insulina
humana que foi introduzido em célula de Escherichia coli que se tornou capaz de sintetizar
esse hormônio. A insulina foi, inclusive, a primeira proteína humana produzida através dessa
tecnologia em bactérias e aprovada para uso em humanos.
II. Transdução bacteriana: é a transferência de segmentos da molécula de DNA de uma
bactéria (doadora) para outra (receptora) por meio de um bacteriófago ou fago (vírus
bacteriano), que funciona como um vetor. Há dois tipos básicos de transdução: a generalizada
e a especializada (ou restrita).
IIA. Transdução generalizada: requer a ocorrência de um ciclo lítico, onde,
eventualmente, pode haver inserção, no vírus, de fragmento de DNA da célula hospedeira,
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formando partículas transdutoras (defectivas). Esse fragmento poderá ser transferido, numa
infecção subsequente, para outra bactéria, pois os processo de adsorção e injeção de DNA
dependem, essencialmente, da estrutura do vírus, sendo independente, via de regra, do tipo de
DNA contido em seu interior. Na transdução generalizada qualquer gene pode, potencialmente,
ser transferido para a linhagem receptora com a mesma probabilidade, ao contrário da
transdução especializada, que transfere genes específicos. .
IIb. Transdução especializada (ou restrita): este processo é dependente da
ocorrência de um ciclo lisogênico dos fagos temperados, como o fago lambda da
Escherichia coli, e se limita a alguns genes específicos, daí a denominação desse fenômeno.
Nessa transdução, ao contrário da generalizada, apenas fragmentos do DNA hospedeiro de
cada lado do local onde o provírus (DNA fágico) está inserido pode ser transferido.
- Do exposto, pode-se concluir que a diferença crítica entre os dois tipos de transdução é que a
generalizada envolve a transferência de pedaços aleatórios de DNA bacteriano e a
especializada envolve apenas transferência de genes imediatamente adjacentes ao sítio de
integração do profago.
III. Conjugação bacteriana: é o processo de transferência de genes, através de uma
ponte citoplasmática temporária (ponte de conjugação), Essa ponte, formada pelas fímbrias de
uma bactéria doadora (“macho”) para uma receptora (“fêmea”), possibilita a troca de material
genético entre elas. A ponte de conjugação, responsável pela conexão direta entre as células
conjugantes, decorre de tubos proteicos ocos, denominados pelos sexuais (fímbria sexual ou
pilus sexual), que estão presentes apenas nas cepas doadoras. Através desses tubos passa
DNA de fita simples da cepa doadora para a receptora, na qual é convertida numa forma de fita
dupla que se torna apta a sofrer permuta com regiões homólogas presentes nesta linhagem. As
receptoras, por seu turno, desprovidas de fimbrias sexuais, possuem, na sua superfície,
macromoléculas que facilitam a fixação desses pelos. Em face da fragilidade da ponte de
conjugação, os pares conjugantes permanecem, via de regra, associados apenas por um curto
intervalo de tempo. Como consequência da conjugação, a célula receptora ficará com
constituição genética diferente das duas células iniciais, sendo, portanto, um método de
recombinação genética, como a transformação bacteriana e a transdução bacteriana. Estes
dois últimos processos, entretanto, não envolvem, como a conjugação, contato direto entre as
células. As novas misturas genéticas serão transmitidas às células filhas através da
cissiparidade. A conjugação bacteriana depende da presença de um plasmídeo chamado fator
F (de Fertilidade), dotado de genes que permitem a transferência do DNA de uma célula para
-
outra. As células desprovidas de fator sexual (F ) são chamadas receptoras ou “fêmeas”,
enquanto as dotadas desse fator são denominadas doadoras ou “machos”. As doadoras
+ +
podem ser F e Hfr. Nas F o fator sexual se encontra livre no citoplasma, sendo, portanto,
autônomo. Nas Hfr (do inglês high frequency of recombination) ou Afr, o plasmídeo F está
integrado ao “cromossomo” bacteriano. Há diferentes tipos de cepas Hfr, caracterizadas pelo
local de integração do fator F e pela capacidade de transferir o material genético bacteriano em
direções específicas. Dessa forma, existem pares de cepas Hfr que embora o fator sexual seja
integrado no mesmo local, transferem o “cromossomo” bacteriano em direções opostas.
+ - + -
IIIa. Conjugação F x F : quando uma bactéria F encontra uma F se estabelece um
contato entre elas através da ponte de conjugação. Em seguida, uma das fitas do fator F,
presente na cepa doadora, é clivada por uma endonuclease e uma das extremidades dessa fita
começa a migrar para a célula receptora. À medida que o DNA de fita simples vai sendo
+
transferida, a cadeia não clivada que ficou na célula F serve de molde para a biossíntese da
fita de DNA que esta sendo “perdida”. Por outro lado, à medida que o DNA de cadeia simples
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-
entra na célula F , ela também serve de molde para a biossíntese da fita complementar. Em
face da transferência do DNA, por conjugação, demorar apenas alguns minutos e os
plasmídeos bacterianos não serem, via de regra, muito grandes, dá tempo de passar uma fita
+ -
completa do fator F da célula F para a célula F . Após a transferência, o DNA linear de fita
dupla, presente na cepa receptora, é fechado e forma um plasmídeo típico, levando a que a
- +
bactéria F se torne F . Como consequência dessa conjugação, na qual não há transferência
de genes “cromossômicos”, mas apenas do fator sexual, a bactéria receptora passa a exibir,
apenas, características codificadas pelo plasmídeo F, que podem ser transferidas às gerações
+
subsequentes. A cepa F , por seu turno, mantém todas as suas características genéticas,
+
continuando, inclusive, a ser F , uma vez que não apresenta perda real de DNA.
-
IIIb. Conjugação Hfr x F : nesta conjugação, ocorrem duplicação e transferência de parte
do “cromossomo” bacteriano da doadora para a receptora, na qual tem lugar, via de regra, uma
-
recombinação, por crossing-over, entre o fragmento transferido do Hfr e o “cromossomo” da F .
-
Como consequência, é gerada uma célula F recombinante, que passa a exibir maior
-
diversidade genética o que implica em maior poder adaptativo. Na conjugação entre Hfr e F ,
+ -
ao contrário do que se verifica na conjugação entre F e F , as bactérias resultantes continuam
- -
Hfr e F . A manutenção da condição F se deve ao fato de esta célula não receber uma cópia
do plasmídeo F, já que a transferência tem início a partir do “cromossomo” do doador e não a
partir do fator sexual. Como a passagem total do genoma leva, em condições ideais, 100
minutos e a ponte de conjugação se mantém por um tempo bem menor, variando de célula
para célula, a conjugação costuma ser interrompida precocemente. Como consequência dessa
interrupção, o fator sexual, que seria o último a passar, não é transferido para a célula
-
receptora, que, dessa forma, continua F . Em outras palavras, o material genético introduzido
-
na célula F contém alguns genes cromossômicos, mas não o fator F. Dependendo do sítio de
inserção do fator sexual no “cromossomo” bacteriano e da direção de transferência, diferentes
blocos de genes podem passar da cepa doadora para a receptora.
- ALTERNATIVA B (“Conjugação, cissiparidade e transformação.”) – INCORRETA
* Cissiparidade (bipartição ou divisão binaria) é uma forma de reprodução assexuada bastante
simples e rápida que consiste na divisão, por amitose (divisão direta), de um ser em duas
partes iguais, ou aproximadamente iguais, onde cada uma delas dará origem a um novo
indivíduo de composição genética idêntica à celular mãe.
- ALTERNATIVA C (“Bipartição, transdução e conjugação.”) – INCORRETA
* Bipartição (cissiparidade ou divisão binária) é uma forma simples de reprodução assexuada.
- ALTERNATIVA D (“Transformação, transdução e bipartição.”) – INCORRETA
* Bipartição (cissiparidade ou divisão binária) é uma forma simples de reprodução assexuada.
- ALTERNATIVA E (“Transformação, tradução e conjugação.”) – INCORRETA
* Tradução, do ponto genético, é a decodificação, nos ribossomos, feita pelo RNAt (RNA
transportador), da mensagem contida no RNAm (RNA mensageiro), levando à formação de
uma cadeia polipeptídica.

18. (PUC) Hershey e Chase utilizaram isótopos radioativos para marcar os componentes das
partículas virais e seguir a trajetória de cada uma delas no processo de infecção da bactéria.
Que isótopos eles utilizaram para distinguir as substâncias virais?
a) Isótopo de nitrogênio para marcar as proteínas e de enxofre para marcar o DNA.
b) Isótopo de nitrogênio para marcar as proteínas e de fósforo para marcar o DNA.
c) Isótopo de enxofre para marcar as proteínas e de fósforo para marcar o DNA.
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d) Isótopo de enxofre para marcar as proteínas e de nitrogênio para marcar o DNA.


e) Isótopo de fósforo para marcar as proteínas e de enxofre para marcar o DNA.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Isótopo de enxofre para marcar as proteínas e de fósforo para marcar o DNA.”)
JUSTIFICATIVA
- Os trabalhos experimentais, realizados em 1952, por Alfred Hershey e Martha Chase
ratificaram a condição de que o DNA transporta a informação genética. Em suas pesquisas
32 35
eles usaram fósforo radioativo ( P) e enxofre radioativo ( S) para mostrar que quando um
bacteriófago (fago) infecta uma bactéria, é o DNA, e não a proteína da capa viral, que
realmente penetra na célula hospedeira, portando as informações genéticas para a formação
de novos vírus. A escolha desses elementos deveu-se ao fato de o DNA não conter enxofre e
32 35
as proteínas virais serem desprovidas de fósforo. Dessa forma, usando-se P e S marca-se,
especificamente e respectivamente, o DNA e as proteínas virais. Duas preparações de fagos
32
foram marcadas com material radioativo. Uma delas com P nos grupos fosfatos do DNA e
35
outra com S nos aminoácidos dotados de enxofre das proteínas das capas virais
(capsídeos). As duas preparações, assim marcadas, foram adicionadas, separadamente, a
suspensões de bactérias não marcadas. Cada suspensão foi agitada no homogeneizador para
afastar, das bactérias, as “cabeças” virais. Em seguida, as bactérias e as capas virais foram
separadas por centrifugação. Foi constatado que as células infectadas com o fago marcado
32
com P continham esse elemento no seu interior, indicando que o DNA marcado havia
entrado nas células e as capas virais não continham radioatividade. As células infectadas com
35 35
S, por outro lado, não continham qualquer radioatividade no seu interior. Neste caso, o S
foi detectado nas capas virais, que se mostraram radioativa. Algum tempo após a remoção das
capas, verificou-se que ambas as preparações bacterianas produziam partículas virais,
indicando que a mensagem genética para a replicação viral havia sido introduzida pelo DNA
viral e não pela proteína viral.
- COM BASE NO QUE FOI DESCRITO ACIMA, CONCLUI-SE QUE AS DEMAIS
ALTERNATIVAS ESTÃO INCORETAS.

19. (UEL) A anemia falciforme ou siclemia é uma doença hereditária que leva à formação de
hemoglobina anormal e, consequentemente, de hemácias que se deformam. É condicionada
por um alelo mutante s. O indivíduo SS é normal, o Ss apresenta anemia atenuada e o ss
geralmente morre. O esquema a seguir mostra a seqüência do DNA que leva à formação da
hemoglobina normal e a que leva à formação da hemoglobina alterada.
Considere os segmentos de DNA a seguir:

Trata-se de um caso de mutação por:


a) Perda de um par de bases no DNA, sem alteração do aminoácido codificado.
b) Adição de um par de bases no DNA, sem alteração do aminoácido codificado.
c) Inversão de um par de bases no DNA, sem alteração do aminoácido codificado.
d) Inversão de um par de bases no DNA, com alteração do aminoácido codificado, mas não da
proteína correspondente.
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e) Inversão de um par de bases no DNA, com alteração do aminoácido codificado e da proteína


correspondente.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“inversão de um par de bases no DNA, com alteração do aminoácido codificado e da proteína
correspondente.”)
- Mutação gênica (mutação pontual ou puntiforme): são alterações nas mensagens genéticas,
que podem levar à produção de cadeias proteicas modificadas, na ordem ou no número de
aminoácidos. O RNA que for transcrito do DNA alterado terá igualmente sua sequência de
bases modificada e isto pode alterar sua estrutura e função. No caso da anemia falciforme
(siclemia ou drepanocitose), a inversão de A-T para T-A, provoca, na cadeia beta da
hemoglobina (proteína), a incorporação do aminoácido valina (val) no lugar do aminoácido
ácido glutâmico (glu). Trata-se de uma doença hereditária caracterizada pela malformação das
hemácias, que assume forma semelhante a foices (daí o nome falciforme), causando
deficiência no transporte de oxigênio e gás carbônico. A figura abaixo mostra hemácias
normais (A) e falciformes (B)

- ALTERNATIVA A (“Perda de um par de bases no DNA, sem alteração do aminoácido


codificado.”) – INCORRETA
* Não ocorreu perda (deleção ou supressão) de um par de bases no DNA e houve alteração do
aminoácido codificado.
- ALTERNATIVA B (“Adição de um par de bases no DNA, sem alteração do aminoácido
codificado.”) – INCORRETA
* Não ocorreu adição (inserção) de um par de bases no DNA e houve alteração do aminoácido
codificado.
- ALTERNATIVA C (“Inversão de um par de bases no DNA, sem alteração do aminoácido
codificado.”) – INCORRETA
* Embora tenha havido inversão de um par de bases no DNA, houve alteração do aminoácido
codificado.
- ALTERNATIVA D (“Inversão de um par de bases no DNA, com alteração do aminoácido
codificado, mas não da proteína correspondente.”) – INCORRETA
* Houve inversão de um par de bases no DNA, alteração do aminoácido codificado e alteração,
(também), da proteína correspondente.
- ALTERNATIVA E (“Inversão de um par de bases no DNA, com alteração do aminoácido
codificado e da proteína correspondente.”) – CORRETA
* Houve inversão de um par de bases (A-T na sequencia normal e T-A na sequencia mutada),
alteração do aminoácido codificado [valina (val) no do ácido glutâmico (glu)] e alteração da
proteína (hemoglobina) correspondente.
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20. (UNIOEST) Um dos efeitos do terremoto e do tsunami ocorrido em 11 de marco de 2011


foi a explosão ocorrida, no dia seguinte, na Central Nuclear de Fukushima com consequente
vazamento de radiação. Entre os efeitos causados por radiações está a ocorrência de
mutações no material genético. Sobre o processo de mutação, assinale a alternativa
incorreta.
a) Mutação e um processo irreversível.*
b) Mutação pode ser causada por agentes biológicos.
c) Mutação pode ser causada por agentes químicos.
d) Mutação pode ser causada por agentes físicos.
e) Mutação pode ser “espontânea”, decorrente da tautomeria das bases nitrogenadas.
ALTERNATIVA INCORRETA: A
(“Mutação e um processo irreversível.”)
- Conquanto o DNA possa ser alterado por vários fatores, há mecanismos de reparo (figura
abaixo) que podem anular os efeitos dos agentes mutagênicos, levando a que a sequência
nucleotídica normal seja restaurada e o conteúdo informacional seja preservado. Como em
qualquer processo biológico, entretanto, os mecanismos reparadores de erros no DNA podem
falhar, com o consequente aparecimento de mutações gênicas. A célula faz grande
investimento na produção de enzimas de reparo de DNA. Para se ter uma ideia, a análise de
seres humanos que apresentam xeroderma pigmentosum, distúrbio genético sugere que pelo
menos 10 proteínas podem ser necessárias para a excisão de bases danificadas no DNA, por
um único mecanismo de reparo.

- Os processos de reparo são muito eficientes. Estima-se que ocorra apenas 1 a cada 1000
alterações acidentais que resultam em mutações. As demais são corrigidas através de
diferentes mecanismos de reparo do DNA. São conhecidos vários tipos de mecanismos de
reparo do DNA. Entre eles destacamos a fotorreativação, a reparação por excisão e a
reparação pós-replicativa.
I. FOTORREATIVAÇÃO (REPARO POR FOTOLIASE)
Este mecanismo foi descoberto em 1949 e consiste na eliminação de lesões
provocadas pelos raios ultravioleta (UV) no DNA, mais especificamente dos dímeros de timina
que eles induzem. Nesse mecanismo, a remoção da lesão está condicionada à exposição do
DNA irradiado com UV, à luz visível, sendo o processo mediado por uma enzima chamada
fotoliase ou enzima de fotorreativação. Essa enzima tem a propriedade de se associar à lesão,
mesmo na ausência da luz. A dissociação do complexo enzima-substrato, com a consequente
reparação do DNA só ocorre, todavia, quando o sistema é iluminado. Do ponto de vista
molecular, constata-se que na fotorreativação, os dímeros de timina são desfeitos, levando ao
restabelecimento das ligações A-T, com o retorno do DNA à condição normal.
II. REPARAÇÃO POR EXCISÃO
Este mecanismo de reparo foi demonstrado por volta de 1964 e, ao contrário da
fotorreativação, independe da luz para ocorrer. A reparação por excisão parece ser universal,
ocorrendo em todos os organismos investigados. Ela atua, inclusive, nas lesões que resultam
da formação de dímeros de timina e pode ser dividida em três etapas.
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IIa. Reconhecimento e incisão da lesão: esta primeira etapa consiste no


reconhecimento da alteração estrutural e na incisão, através de hidrolise da cadeia
polinucleotídica, situada nas proximidades da lesão. Esta etapa é mediada por uma enzima
denominada endonuclease específica (endonuclease UV). As pessoas dotadas de xeroderma
pigmentosum são incapazes de produzir a endonuclease específica para o dímero. Os
portadores dessa deficiência genética autossômica recessiva são muito sensíveis aos raios
ultravioletas e apresentam elevada incidência de câncer de pele.
IIb. Excisão e replicação restauradora: nesta etapa, ocorre a remoção do fragmento
da cadeia que contém a lesão e a ressíntese do segmento removido, tendo por base a
sequência contida na cadeia complementar. Essa etapa é catalisada pela DNA polimerase I ou
polimerase de Kornberg, enzima dotada de atividade exonucleolítica e polimerásica. A fração
removida contém cerca de 15 a 20 nucleotídeos. Lembramos que a enzima que atua na
reparação do DNA é a DNA polimerase I (pol I) e a que participa da replicação é a DNA
polimerase III (pol III).
IIc. Ligação: o processo de restauração por excisão é finalizado pela ligação do segmento
neossintetizado à extremidade livre da cadeia preexistente. Esta etapa fecha o corte e é
mediada por uma enzima denominada polinucleotídeo-ligase.
III. REPARAÇÃO PÓS-REPLICATIVA
Ao contrário do que se verifica nos tipos de reparo mencionados anteriormente, na
reparação pós-replicativa a remoção da sequência lesada ocorre após a replicação
semiconservativa. Desse processo de reparação participam a endonuclease, a polimerase I
(polimerase de Kornberg) e a polinuclotídeo-ligase, enzimas que também atuam no mecanismo
de reparação por excisão.
- A DNA POLIMERASE CORRIGE ERROS QUE ELA MESMA COMETE
Se durante a replicação, a DNA polimerase inserir, acidentalmente, um nucleotídeo
incorreto, ela pode perceber a falha e não agregar novos nucleotídeos, interrompendo,
temporariamente, o crescimento da cadeia. Esse erro pode ser corrigido, pela própria enzima,
graças a uma função adicional que ela possui conhecida como leitura de provas. Dessa forma,
a DNA polimerase, diante da presença de um nucleotídeo colocado de modo incorreto,
“retrocede” e o elimina, utilizando, para isso, a atividade exonucleotídica 3’  5’ de uma de
suas subunidades. Uma vez eliminado o nucleotídeo inserido incorretamente, a síntese do
DNA prossegue normalmente.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Mutação e um processo irreversível.”) - INCORRETA
* Os mecanismos de reparo do DNA, mostrados acima, podem tornar a mutação reversível.
- ALTERNATIVA B (“Mutação pode ser causada por agentes biológicos.”) – CORRETA
* Os vírus e as bactérias estão entre os agentes mutagênicos biológicos mais comuns.
Ocasionalmente, eles injetam parte do seu DNA no DNA da célula hospedeira, tentando que
essa porção do seu DNA seja integrada ao DNA da célula hospedeira, o que pode causar
mutações de ordem genética.
- ALTERNATIVA C (“Mutação pode ser causada por agentes químicos.”) – CORRETA
* São conhecidos vários agentes mutagênicos químicos (nitrosoguanidina, ácido nitroso, 5-
bromouracil, mostardas nitrogenadas, ésteres de ácido metilsulfônico, etc.)
- ALTERNATIVA D (“Mutação pode ser causada por agentes físicos.”) – CORRETA
* Dentre os agentes mutagênicos físicos citamos: raios X, raios cósmicos, partículas emitidas
por elementos radioativos e raios ultravioletas.
- ALTERNATIVA E (“Mutação pode ser “espontânea”, decorrente da tautomeria das bases
nitrogenadas.”) – CORRETA
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* Na tautomeria (Tautos significa “dois de si mesmo”), ocorre transformação de uma base


nitrogenada em outra. As bases púricas e pirimídicas podem existir em duas ou mais formas
tautoméricas, dependendo do pH. No pareamento usual a adenina (A) se liga especificamente
a timina (T) [A-T] e a guanina (G) se liga a citosina (C) [G-C], sendo esse específico
pareamento de bases que permite a duplicação e a fidelidade da informação genética. Outros
pareamentos de bases tendem, em graus variáveis, a desestabilizar a estrutura da dupla
hélice. Como exemplo, citamos o caso dos análogos de bases, que devido à sua semelhança
com determinadas bases nitrogenadas, podem ser incorporados ao DNA, substituindo-a. É o
caso do 5-bromouracil (5bU), análogo da timina, que normalmente se liga à adenina. Ele pode,
entretanto, sofrer uma leve mudança em sua estrutura química, chamada mudança
tautomérica, e se ligar à guanina. Dessa forma, na duplicação seguinte, o par A-T muda para
G-C (figura abaixo), caracterizando uma transição, mutação em que há troca de uma base
púrica por outra púrica ou de uma base pirimídica por outra pirimídica (A ↔ G ou C ↔ T).
Erros no pareamento incorreto das bases nitrogenadas podem ser detectados pela função
corretora de provas da DNA polimerase III.
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SÉTIMA BATERIA

01. (UNEMAT) Há dois tipos de retículos endoplasmáticos, o rugoso e o liso. Ambos


transportam substâncias no interior das células, mas há diferenças morfológicas e funcionais
entre eles. Sobre as funções dessas estruturas, foram feitas as seguintes afirmações:
I. O Retículo Endoplasmático Liso participa principalmente da síntese de esteroides,
fosfolipídios e outros lipídios como o colesterol. Atua também na degradação do álcool ingerido
em bebidas. O Retículo Endoplasmático Rugoso participa principalmente na síntese de
proteínas para a exportação como, por exemplo, células pancreáticas que produzem enzimas e
hormônios proteicos.
II. O Retículo Endoplasmático Rugoso participa principalmente da síntese de esteroides,
fosfolipídios e outros lipídios como o colesterol. Atua também na degradação do álcool ingerido
em bebidas. O Retículo Endoplasmático Liso participa principalmente na síntese de proteínas
para a exportação como, por exemplo, células pancreáticas que produzem enzimas e
hormônios proteicos.
III. O Retículo Endoplasmático Rugoso participa principalmente das funções heterofágicas e o
Retículo Endoplasmático Liso participa, principalmente, das funções autofágicas.
Assinale a alternativa correta.
a) Todas as alternativas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas III está correta.
d) Apenas II está correta.
e) Apenas I está correta.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Apenas I está correta.”)
- Retículo endoplasmático: sistema de membranas duplas, lipoproteicas, presentes em células
eucarióticas, que se comunica entre si, formando uma complexa rede espalhada por toda a
célula e que têm as funções de armazenar, transportar e sintetizar substâncias. A organização
dessas membranas varia bastante no interior de uma mesma célula, podendo formar vesículas,
cisternas (sáculos achatados), vacúolos e túbulos membranosos, que comunicam as diversas
cisternas entre si. Cerca de 50% a 60% do total das membranas celulares fazem parte do
retículo endoplasmático. De um modo geral, o retículo é pouco desenvolvido em células com
pequena atividade metabólica, como as adiposas e muito desenvolvido nas células dotadas de
grande atividade metabólica, como os fibroblastos e os osteoblastos. Analisando-se a estrutura
do retículo endoplasmático, percebe-se uma comunicação de suas membranas com a
plasmalema (membrana plasmática) e com a carioteca (membrana nuclear), como mostra a
figura a seguir. O retículo endoplasmático foi descoberto em 1945 pelo citologista belga Albert
Claude.
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- Tipos de retículo endoplasmático: são conhecidos dois “tipos” de retículo endoplasmático: o


liso (REL), também denominado retículo endoplasmático não granuloso ou agranular e o
rugoso (RER), também conhecido como retículo endoplasmático granuloso ou retículo
endoplasmático granular (REG) ou ergastoplasma. O liso tem como principal característica
estrutural ser desprovido de ribossomos, sendo bem-desenvolvido em células de certos órgãos
nos quais ocorre síntese de hormônios esteroides, como as gônadas e o córtex adrenal. Ele
é muito desenvolvido, também, nas células do fígado, órgão que possui, entre outras, a função
de armazenar glicose sob a forma de glicogênio. No fígado, o não granuloso participa da
remoção do grupo fosfato presente nas glicoses, resultantes da degradação do glicogênio,
tornando possível a passagem desses monossacarídeos para a corrente sanguínea. O retículo
granular, que possui ribossomos “aderido” ao lado externo da sua membrana, é bem
desenvolvido em células secretoras, como as células dos ácinos pancreáticos, que secretam
as enzimas digestivas contidas no suco pancreático e nas células caliciformes da parede do
intestino, que secretam um muco lubrificante e protetor da parede interna desse órgão. Devido
à espessura de suas membranas, que está abaixo do poder de resolução do microscópio
óptico, o retículo endoplasmático só é visível, via de regra, com o microscópio eletrônico. No
caso do rugoso, em particular, é possível, evidenciar sua presença ao microscópio óptico,
desde que as células sejam coradas com corantes básicos. Essas porções coradas,
chamadas, inicialmente, regiões basófilas do citoplasma e, posteriormente, ergastoplasma,
são, nos neurônios, denominadas corpúsculo de Nissl.
- Funções do retículo endoplasmático liso: relacionamos a seguir as principais funções do
retículo liso endoplasmático liso.
I. Transporte de substâncias: graças à movimentação de suas membranas e a sua
comunicação com a carioteca e a plasmalema, o retículo liso promove não apenas o transporte
de substâncias dentro da célula, mas também desta para o meio externo. Essa função também
é exercida pelo retículo endoplasmático rugoso.
II. Armazenamento de substâncias/regulação da pressão osmótica: o retículo liso, a exemplo
do rugoso, armazena substâncias diversas no interior de suas cavidades. Uma vez que as
substâncias armazenadas podem determinar alteração na concentração do suco celular, o
retículo endoplasmático está, de certa forma, associado com a regulação da pressão osmótica.
III. Síntese de lipídios: o retículo liso é responsável pela síntese de praticamente todos os
lipídios que compõem as membranas celulares, incluindo os fosfolipídios e o “colesterol”.
Em alguns casos, os lipídios das membranas são inicialmente produzidos no retículo liso,
sendo em seguida completados no complexo golgiense. Esse é o caso, por exemplo, da
esfingomielina e dos glicolipídios, cujas partes glicídicas são produzidas com o auxílio do
complexo de Golgi. As enzimas que sintetizam os fosfolipídios são intrínsecas à
membrana do retículo liso, com suas partes ativas fazendo saliência na face
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citoplasmática da membrana. No retículo liso, também são produzidas esteroides. Em


função disso, as células dos testículos e dos ovários, produtoras de hormônios sexuais
lipídicos, da categoria dos esteroides, apresentam retículo endoplasmático agranular
bastante desenvolvido.
IV. Desintoxicação do organismo: o organismo possui a capacidade de converter substâncias
tóxicas (álcool, herbicidas, conservantes, corantes alimentares, medicamentos, etc.) em
substâncias inócuas ou de fácil eliminação. Essa atividade neutralizadora ocorre principalmente
no fígado, graças a enzimas do retículo agranular. Para se ter uma ideia, a ingestão de
barbitúricos, que tem efeito hipnótico e depressor do sistema nervoso central, promove
acentuado aumento na quantidade de retículo endoplasmático liso nas células hepáticas.
Embora muitas células possuam pouco retículo liso, esse organoide é abundante nos
hepatócitos.
V. Metabolização do glicogênio: esta atividade do retículo liso consiste na obtenção de glicose
a partir do glicogênio, processo denominado glicogenólise. Em determinadas células, como as
do fígado e as dos músculos estriados, podem ocorrer grandes depósitos de glicogênio. No
fígado, a glicogenólise tem papel importante na manutenção do nível de glicose no sangue
(glicemia), fornecendo esse monossacarídeo para outras células do organismo. A glicose
resultante da glicogenólise muscular, por outro lado, é quase toda utilizada como fonte de
energia para a contração muscular, não contribuindo, de modo significativo, para modificar a
glicemia.
++
VI. Controle da atividade muscular: sendo o principal reservatório de Ca do citoplasma, o
retículo endoplasmático liso exerce importante papel na contração muscular. Quando as
células musculares estriadas são estimuladas pelos neurotransmissores liberados nas placas
++
motoras, o Ca sai do retículo liso pelos canais de cálcio e promove a contração das
++
miofibrilas, levando à contração muscular. Cessado o estímulo, os íons Ca são trazidos de
++
volta às cisternas do retículo liso, por processo ativo. O Ca provoca grandes forças de
atração entre a actina e a miosina, fundamental para a contração muscular.
- Funções do retículo endoplasmático rugoso: além de funções como transporte,
armazenamento, controle da pressão osmótica, suporte mecânico (juntamente com os
microtúbulos e os microfilamentos hialoplasmáticos) e aumento da superfície celular em
relação ao volume, também desempenhadas pelo retículo liso, o rugoso atua na síntese
proteica. Essa função específica do retículo granular se deve à presença de ribossomos
“aderidos” a sua membrana. Ainda em processo de síntese, as proteínas são transferidas para
o interior das cisternas, onde são processadas e acumuladas, sendo em seguida
transportadas, no interior de vesículas, para seus locais de destino. As proteínas
sintetizadas nesse retículo são, via de regra, “exportadas”, indo exercer suas
funções fora da célula. É o caso, por exemplo, do pâncreas (glândula anfícrina ou mista), que
apresenta, simultaneamente, funções exócrina e endócrina. A função exócrina á exercida pelos
ácinos pancreáticos, que secretam o suco pancreático, constituídos de enzimas digestivas
(enzimas proteicas), que é lançado no intestino. A função endócrina e exercida pelas
Ilhotas pancreáticas (ilhotas de Langerhans), que secretam hormônios proteicos. Nelas
são encontradas três tipos de células (alfa, beta e delta). As células alfa que constituem cerca
de 25% do número total de células das ilhotas e secretam glucagon. As células beta que
constituem cerca de 60% do número total de células das ilhotas e secretam insulina. As células
delta que constituem cerca de 10% do total das células das ilhotas, secretam somatostatina.
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- AFIRMATIVA I (“O Retículo Endoplasmático Liso participa principalmente da síntese de


esteroides, fosfolipídios e outros lipídios como o colesterol. Atua também na degradação do
álcool ingerido em bebidas. O Retículo Endoplasmático Rugoso participa principalmente na
síntese de proteínas para a exportação como, por exemplo, células pancreáticas que produzem
enzimas e hormônios proteicos.”) – CORRETA
* Ver texto acima, onde estão destacados: esteroides, fosfolipídios, colesterol, álcool,
proteínas ... “exportadas”, pâncreas, enzimas proteicas e hormônios
proteicos.
- AFIRMATIVA II (“O Retículo Endoplasmático Rugoso participa principalmente da síntese de
esteroides, fosfolipídios e outros lipídios como o colesterol. Atua também na degradação do
álcool ingerido em bebidas. O Retículo Endoplasmático Liso participa principalmente na
síntese de proteínas para a exportação como, por exemplo, células pancreáticas que produzem
enzimas e hormônios proteicos.”) – INCORRETA
* Ver texto acima.
- AFIRMATIVA III (“O Retículo Endoplasmático Rugoso participa principalmente das funções
heterofágicas e o Retículo Endoplasmático Liso participa, principalmente, das funções
autofágicas.”) – INCORRETA
* As funções heterofágicas e autofágicas, que são tipos de digestão intracelular, estão
relacionadas com os lisossomos.

02. (UNINOEST) Analise as descrições (I, II e III) dos constituintes celulares abaixo e suas
funções, e assinale a alternativa que representa a ordem correta destes constituintes.
I. Organela com membrana dupla, com função ativa na fosforilação oxidativa (transporte de
elétrons).
II. Organela com membrana dupla com função na fotólise da água e produção de açúcares.
III. Sistema de endomembranas que se comunicam, com função de armazenar, transportar e
sintetizar compostos orgânicos.
a) Mitocôndria, cloroplasto, membrana plasmática.
b) Mitocôndria, retículo endoplasmático, cloroplasto.
c) Mitocôndria, cloroplasto, retículo endoplasmático.
d) Vacúolo, cloroplasto, membrana plasmática.
e) Cloroplasto, membrana plasmática, mitocôndria.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Mitocôndria, cloroplasto, retículo endoplasmático.”)
- Descrição I [“Organela com membrana dupla, com função ativa na fosforilação oxidativa
(transporte de elétrons)”] - MITOCÔNDRIA
* Mitocôndria: organela citoplasmática dotada, em geral, de forma de bastonetes, medindo de
0,2 a 1,0 micrômetro de diâmetro e de 2 a 8 micrômetros de comprimento, e presente apenas
nas células eucarióticas. Ela apresenta duas membranas lipoproteicas, semelhantes à
membrana plasmática. A externa é lisa, enquanto a interna possui dobras, chamadas cristas
mitocondriais, que se projetam para o interior da organela, que é preenchido por um material
viscoso, chamado matriz mitocondrial. Imersos nessa matriz, encontram-se enzimas
respiratórias, DNA mitocondrial, RNA mitocondrial e ribossomos próprios (mitorribossomos).
Esses ribossomos são menores que os citoplasmáticos e semelhantes aos das células
procarióticas. Além de comandar a síntese proteica, o DNA mitocondrial comanda a duplicação
da mitocôndria. Na matriz mitocondrial ocorre o ciclo de Krebs (ciclo do ácido cítrico ou ciclo do
ácido tricarboxílico) e nas cristas mitocondriais tem lugar a fosforilação oxidativa (cadeia
transportadora de elétrons ou cadeia respiratória).
- Descrição II (“Organela com membrana dupla com função na fotólise da água e produção
de açúcares.”) – CLOROPLASTO
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* Cloroplasto: possui, a exemplo das mitocôndrias, dupla membrana, sendo ambas dotadas de
estrutura semelhante às demais membranas lipoproteicas da célula e totalmente permeáveis
ao CO2, substrato utilizado na síntese de carboidratos durante a fotossíntese. O interior do
cloroplasto (estroma ou matriz do cloroplasto) é preenchido por uma substância gelatinosa,
análoga à matriz mitocondrial, na qual estão imersos os ácidos nucleicos (DNA e RNA), os
ribossomos e a maquinaria responsável pela síntese proteica nessa organela. A presença,
principalmente, do DNA faz com que o cloroplasto apresente, até certo ponto, um sistema
genético próprio, o que lhe confere uma determinada autonomia dentro da célula. O cloroplasto
tem como função realizar a fotossíntese (processo endoenergético em que ocorre a
transformação de energia luminosa em energia química). A fotossíntese apresenta duas séries
de reações, denominadas fase fotoquímica (fase luminosa ou reações de claro), que ocorre no
tilacoide e fase termoquímica (fase química ou fase enzimática ou reações de “escuro”), que
ocorre no estroma. Na etapa fotoquímica, que depende diretamente da luz, ocorre a excitação
dos elétrons da clorofila e a degradação da água pela ação da luz (fotólise da água ou reação
de Hill). Na etapa termoquímica, que não depende diretamente da luz, sendo por isso
considerada “fotoindependente”, ocorre a redução do CO 2 a carboidrato, usando o ATP e o
NADPH2, oriundos na etapa fotoquímica.
- Descrição III (“Sistema de endomembranas que se comunicam, com função de armazenar,
transportar e sintetizar compostos orgânicos.”) – RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO
* Retículo endoplasmático: sistema de endomembranas duplas, lipoproteicas, presente em
células eucarióticas, que se comunica entre si, formando uma complexa rede espalhada por
toda a célula e que tem as funções de armazenar, transportar e sintetizar compostos orgânicos.
De um modo geral, o retículo é pouco desenvolvido em células com pequena atividade
metabólica, como as adiposas e muito desenvolvido nas células dotadas de grande atividade
metabólica, como os fibroblastos e os osteoblastos.

03. (UFAM) Com base nas descrições a seguir (I a V), que correspondem a organelas e
estruturas celulares (A a E),
I. Organela delimitada por membrana, presente em células eucarióticas, contendo enzimas
digestivas, as quais são tipicamente mais ativas em pH ácido.
II. Finas projeções cilíndricas, recobertas por membrana, existentes na superfície de uma
célula animal promovendo aumento de área superficial.
III. Organela delimitada por membrana, com o tamanho aproximado de uma bactéria, que
executa a fosforilação oxidativa.
IV. Pequena organela delimitada por membrana contendo algumas enzimas que produzem e
outras que degradam (catalase) o peróxido de hidrogênio.
V. Sistema de filamentos proteicos no citoplasma de uma célula que confere a forma celular e a
capacidade de movimento direcionado.
A) Citoesqueleto
B) Mitocôndrias
C) Peroxissomos
D) Lisossomos
E) Microvilosidades
Assinale a correspondência correta:
a) A-V; B-III; C-IV; D-I; E-II.
b) A-II; B-IV; C-II; D-III; E-V.
c) A-III; B-V; C-I; D-II; E-IV.
d) A-V; B-IV; C-III; D-I; E-II.
e) A-V; B-III; C-IV; D-II; E-I.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“A-V; B-III; C-IV; D-I; E-II.”)
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- DESCRIÇÃO I (“Organela delimitada por membrana, presente em células eucarióticas,


contendo enzimas digestivas, as quais são tipicamente mais ativas em pH ácido”) –
LISOSSOMOS
* Lisossomos: foram descobertos por Christian de Duve, na década de 50 e estão presentes
em células eucarióticas. Eles são bolsas membranosas, de natureza lipoproteica, que contêm,
em seu interior, enzimas digestivas (hidrolases), capazes de digerir diversas substâncias, tais
como lipídios (lipases), proteínas (proteases), carboidratos (carboidrases) e ácidos nucleicos
(nucleases). As enzimas lisossômicas funcionam mais eficientemente em valores de pH ácido
(em torno de 5,0) e coletivamente são denominadas hidrolases ácidas. Esse grau de
+
acidificação é alcançado graças a uma bomba de H presente na membrana do lisossomo. As
enzimas lisossômicas são sintetizadas no retículo rugoso, sendo em seguida transferidas para
o sistema golgiense e, posteriormente, liberadas sob a forma de lisossomos. Esses organoides
apresentam uma cobertura de glicoproteínas que fica associada à face interna da membrana
que os envolve. Aparentemente, essa cobertura evita a digestão da própria membrana pelas
hidrolases que se acumulam no interior do lisossomo. Logo após a morte da célula, os
lisossomos sofrem ruptura e promovem a degradação do material celular. A característica mais
evidente dos lisossomos é seu polimorfismo, não apenas por seus aspectos e dimensões
diferentes, mas também pela irregularidade de seus componentes. A causa desse polimorfismo
é dupla; por um lado, está relacionada à diversidade do material que é endocitado e, por outro,
ao fato de que cada tipo de lisossomo apresenta uma combinação singular de hidrolases, das
quais há cerca de 50 diferentes. Os lisossomos estão relacionados com a digestão intracelular:
digestão heterofágica, digestão autofágica e autólise. Digestão heterofágica é a digestão de
partículas exógenas, que penetram na célula por fagocitose ou pinocitose. Digestão autofágica
é a digestão de estruturas celulares que não estão mais desempenhando suas atividades
normais. O objetivo da autofagia é, acima de tudo, renovar do material celular. Autólise é a
digestão de toda a célula, que nos seres pluricelulares é importante para a remoção de células
mortas, sendo, portanto, importante nos processos patológicos. A morte celular (“autólise”)
programada geneticamente é denominada, especificamente, apoptose. Como exemplo de
apoptose citamos a regressão da cauda do girino, conhecido como “sapo de rabo”.
* CORRESPONDÊNCIA: D (“Lisossomos”) – I (“Organela delimitada por membrana, presente
em células eucarióticas, contendo enzimas digestivas, as quais são tipicamente mais ativas em
pH ácido.”).
- DESCRIÇÃO II (“Finas projeções cilíndricas, recobertas por membrana, existentes na
superfície de uma célula animal promovendo aumento de área superficial.”) –
MICROVILOSIDADES
* Microvilosidades: são finas projeções cilíndricas do citoplasma, recobertas por membrana e
contendo numerosos filamentos de actina e miosina, que respondem pela manutenção da
forma dessas projeções e por seus movimentos ativos. As microvilosidades têm como função
básica aumentar a superfície de absorção da célula e as mais bem estudadas são as das
células do intestino delgado e as do rim. No intestino, figura a seguir, elas aumentam a área da
membrana, a fim de facilitar o transporte dos nutrientes da cavidade ou luz intestinal, para
dentro das células. No rim, as microvilosidades são encontradas na superfície livre da camada
única de células que revestem os túbulos contorcidos proximais. Pela luz desses túbulos,
passa um filtrado do plasma sanguíneo que vai originar a urina, mas que ainda contém
moléculas aproveitáveis. Nos referidos túbulos, muitas dessas moléculas são removidas do
filtrado, passando para as células tubulares, de onde são posteriormente devolvidas ao
sangue.
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* CORRESPONDÊNCIA: E (“Microvilosidades”) – II (“Finas projeções cilíndricas, recobertas por


membrana, existentes na superfície de uma célula animal promovendo aumento de área
superficial.”).
- DESCRIÇÃO III (“Organela delimitada por membrana, com o tamanho aproximado de uma
bactéria, que executa a fosforilação oxidativa.”) – MITOCÔNDRIAS
* Mitocôndrias: organelas de tamanho aproximado de uma bactéria e presente apenas nas
células eucarióticas. Elas apresentam duas membranas lipoproteicas, semelhantes à
membrana plasmática. A externa é lisa, enquanto a interna possui dobras, chamadas cristas
mitocondriais, que se projetam para o interior da organela, que é preenchido por um material
viscoso, chamado matriz mitocondrial. Nessa matriz ocorre o ciclo de Krebs (ciclo do ácido
cítrico ou ciclo do ácido tricarboxílico) e nas cristas mitocondriais tem lugar a fosforilação
oxidativa (cadeia transportadora de elétrons ou cadeia respiratória).
* CORRESPONDÊNCIA: B (“Mitocôndrias”) – III (“Organela delimitada por membrana, com o
tamanho aproximado de uma bactéria, que executa a fosforilação oxidativa.”).
- DESCRIÇÃO IV (“Pequena organela delimitada por membrana contendo algumas enzimas
que produzem e outras que degradam (catalase) o peróxido de hidrogênio.”) –
PEROXISSOMOS
* Peroxissomos: também conhecidos como microcorpos (figura a seguir), são bolsas
membranosas, que, além de conter enzimas que degradam gorduras e aminoácidos, como os
lisossomos, são dotados de grandes quantidades de catalase, enzima oxidativa que converte a
“água oxigenada” ou peróxido de hidrogênio (H2O2), em água e oxigênio. Por outro lado, os
peroxissomos usam oxigênio molecular para remover átomos de hidrogênio de substrato
orgânicos em reações oxidativas que produzem peróxido de hidrogênio, substância oxidante
muito prejudicial à célula, devendo, portanto, ser imediatamente eliminada. Ressaltamos que a
água oxigenada, formada normal e continuamente no interior da célula, como subproduto de
diversas reações bioquímicas, pode, em grande quantidade, causar sérias lesões às células
Dessa forma, os peroxissomos participam na oxidação de substrato em presença de oxigênio
molecular e, em seguida, realizam a decomposição do peroxido de hidrogênio proveniente das
citadas oxidações. Em verdade, o conteúdo enzimático dos peroxissomos varia muito de uma
célula para outra. Observa-se, ainda, que em uma célula nem todos os peroxissomos têm a
mesma composição enzimática. Essas enzimas são produzidas pelos polirribossomos do
citosol, conforme as necessidades da célula e, muitas vezes, como uma adaptação para a
destruição de moléculas estranhas que penetram na célula, como álcool etílico (cerca de 25%
do álcool que ingerimos é oxidado no fígado, por enzimas presentes nos peroxissomos) e
drogas diversas. Os peroxissomos, que foram descritos pela primeira vez por Rodhin (1954),
em células de rato, são muito abundantes nas células do fígado.
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* CORRESPONDÊNCIA: C (“Peroxissomos”) – IV (“Pequena organela delimitada por


membrana contendo algumas enzimas que produzem e outras que degradam (catalase) o
peróxido de hidrogênio.”).
- DESCRIÇÃO V (“Sistema de filamentos proteicos no citoplasma de uma célula que confere
a forma celular e a capacidade de movimento direcionado.”) – CITOESQUELETO
* Citoesqueleto: termo usado para designar uma série de elementos celulares responsáveis
pela integridade estrutural da célula e por uma grande variedade de processos dinâmicos,
como a movimentação celular, a aquisição da forma e o transporte de organelas e de outros
elementos citoplasmáticos. O citoesqueleto (figura a seguir) é compostos por três tipos
principais de filamentos (microtúbulos, microfilamentos de actina e filamentos intermediários),
entrelaçados e interligados, sendo cada um deles formado por proteínas específicas. Os
microtúbulos são constituídos pelas tubulinas. Os microfilamentos de actina, também
conhecidos apenas como microfilamentos, são formados, como o próprio nome indica, por
actina (proteína contrátil). Os filamentos intermediários, por sua vez, são constituídos por
proteínas fibrosas. Conquanto ocorra em todas as células eucarióticas, a distribuição e a
quantidade dos elementos do citoesqueleto variam, consideravelmente, nos diferentes tipos de
célula. O citoesqueleto responde, basicamente, pela forma, pela organização interna e,
mobilizado pelas proteínas motoras que recebem energia do ATP, está associado aos
principais deslocamentos que ocorrem nas células. Entre as atividades do citoesqueleto,
destacamos: (a) deslocamento do hialoplasma e de organoides; (b) migração de vesículas; (c)
eliminação de secreções; (d) contração das fibras musculares; (e) movimentos dos cílios e dos
flagelos, que deslocam células inteiras ou promovem movimento do fluido em que as células
estão mergulhadas; (f) locomoção das células por meio de pseudópodos, que são
prolongamentos celulares que ocorrem nas amebas e nos leucócitos; (g) movimentação dos
centríolos e do fuso, estruturas que atuam na divisão celular.
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* CORRESPONDÊNCIA: A (“Citoesqueleto”) – V (“Sistema de filamentos proteicos no


citoplasma de uma célula que confere a forma celular e a capacidade de movimento
direcionado.”).
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“A-V; B-III; C-IV; D-I; E-II.”)
- A (“Citoesqueleto”) - V (“Sistema de filamentos proteicos no citoplasma de uma célula que
confere a forma celular e a capacidade de movimento direcionado.”).
- B (“Mitocôndrias”) – III (“Organela delimitada por membrana, com o tamanho aproximado de
uma bactéria, que executa a fosforilação oxidativa.”).
- C (“Peroxissomos”) – IV (“Pequena organela delimitada por membrana contendo algumas
enzimas que produzem e outras que degradam (catalase) o peróxido de hidrogênio.”).
- D (“Lisossomos”) – I (“Organela delimitada por membrana, presente em células eucarióticas,
contendo enzimas digestivas, as quais são tipicamente mais ativas em pH ácido.”).
- E (“Microvilosidades”) – II (“Finas projeções cilíndricas, recobertas por membrana, existentes
na superfície de uma célula animal promovendo aumento de área superficial.”).

04. Uma célula animal está sintetizando proteínas. Nessa situação, os locais indicados por I, II
e III na figura a seguir, apresentam alto consumo de:

a) (I) bases nitrogenadas, (II) aminoácidos, (III) oxigênio.


b) (I) bases nitrogenadas, (II) aminoácidos, (III) gás carbônico.
c) (I) aminoácidos, (II) bases nitrogenadas, (III) oxigênio.
d) (I) bases nitrogenadas, (II) gás carbônico, (III) oxigênio.
e) (I) aminoácidos, (II) oxigênio, (III) gás carbônico.
ALTERNATIVA CORRETA: A
[“(I) bases nitrogenadas, (II) aminoácidos, (III) oxigênio.”]
I. Núcleo: com algumas exceções, como as hemácias dos mamíferos, que, quando adultas, se
mostram anucleadas, o núcleo é encontrado em todas as células. Mesmo as procarióticas, cujo
núcleo não se apresenta individualizado, razão pela qual o material hereditário se encontra
mergulhado no fluido citoplasmático (nucleoide), são consideradas nucleadas, do ponto de
vista funcional. O núcleo é facilmente observado durante a interfase, período em que as células
não estão se dividindo. Nesse intervalo, no caso das células eucarióticas, podemos destacar
quatro componentes, esquematizados na figura a seguir: carioteca (membrana nuclear ou
cariomembrana ou cariolema), envoltório membranoso que reveste o núcleo; cariolinfa (matriz
nuclear ou carioplasma ou suco nuclear), componente fibroso ou de aparência amorfa;
nucléolo(s), um ou mais corpos bem-evidenciáveis, e cromatina, componente filamentoso ou
granuloso, onde se situa o DNA.
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* O material genético (DNA), presente no núcleo, apresenta bases nitrogenadas na sua


composição química, logo ocorre o consumo dessas bases.
II. Retículo endoplasmático rugoso: tem como principal função a produção de proteínas, devido
à presença de ribossomos “aderidos” a sua membrana. A síntese de proteínas requer o
consumo de aminoácidos (componentes das proteínas).
III. Mitocôndria: apresenta duas membranas lipoproteicas. A externa é lisa, enquanto a interna
possui dobras, chamadas cristas mitocondriais, que se projetam para o interior da organela,
que é preenchido por um material viscoso, chamado matriz mitocondrial. Nessa matriz ocorre o
ciclo de Krebs (ciclo do ácido cítrico ou ciclo do ácido tricarboxílico) e nas cristas mitocondriais
tem lugar a fosforilação oxidativa (cadeia transportadora de elétrons ou cadeia respiratória),
que requer oxigênio. Apesar de o oxigênio participar, apenas na cadeia respiratória, como
aceptor final de hidrogênio, sua ausência leva à parada do transporte de hidrogênio e, por
conseguinte, ao bloqueio da fosforilação oxidativa. Ele é, sem dúvida, um reagente
fundamental na sequência das reações que ocorrem na respiração aeróbia. Na sua ausência,
alguns seres e até células do nosso tecido muscular continuam a realizar a glicólise, desviando
o metabolismo para a fermentação.

05. (UFV) Assinale a alternativa que apresenta três tipos de células encontradas no tecido
conjuntivo propriamente dito:
a) Condrócitos, plasmócitos e hepatócitos.
b) Adipócitos, leucócitos e melanócitos.
c) Fibroblastos, plasmócitos e macrófagos.
d) Eritrócitos, linfócitos e células da glia.
e) Condrócitos, osteócitos e macrófagos.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Fibroblastos, plasmócitos e macrófagos.”)
- Os tecidos conjuntivos podem ser classificados em tecido conjuntivo frouxo ou areolar, tecido
conjuntivo denso, tecido adiposo, tecido cartilaginoso, tecido ósseo e tecido hematopoiético ou
reticular (sangue). Os dois primeiros costumam ser reunidos sob a denominação de tecido
conjuntivo propriamente dito (TCPD); o adiposo e o reticular sob a designação de tecidos
conjuntivos de propriedades especiais e o cartilaginoso, juntamente com o ósseo, sob a
denominação de tecidos conjuntivos de consistência rígida. O tecido conjuntivo frouxo é o
tecido de maior distribuição no organismo, sendo considerado o tecido conjuntivo típico. Ele
preenche espaços não ocupados por outros tecidos; apoia e nutre células epiteliais; envolve
nervos, músculos, vasos sanguíneos e vasos linfáticos; faz parte da estrutura de muitos órgãos
e desempenha importante função no isolamento de infecções localizadas e nos processos de
cicatrização. Nesse tecido, há vários tipos de células: fibroblastos, plasmócitos, macrófagos,
mastócitos, adipócitos (células adiposas), leucócitos e células mesenquimatosas
indiferenciadas.
I. Fibroblastos: células alongadas e bastante ramificadas, sendo responsáveis pela produção
das fibras, bem como das substâncias intercelulares amorfas, notadamente os
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mucopolissacarídeos, que dão certa viscosidade ao material intersticial. São as células mais
típicas e numerosas desse tecido, apresentando grande vacúolo, bem como retículo
endoplasmático rugoso e complexo golgiense bastante desenvolvidos.
II. Plasmócitos: são ovoides e apresentam retículo endoplasmático rugoso e complexo de
Golgi, bastante desenvolvidos. São pouco numerosos no tecido conjuntivo normal e
abundantes em locais sujeitos à penetração de bactérias, como a pele e o intestino, bem como
onde existem lesões crônicas. Os plasmócitos são responsáveis pela síntese de anticorpos,
participando, portanto, dos processos de defesa do organismo. Originam-se do linfócito B, que
atravessa os capilares sanguíneos e, no tecido conjuntivo, formam os plasmócitos.
III. Macrófagos: são células fagocitárias, ricas em lisossomos e pertencentes ao sistema de
defesa do organismo. Originam-se dos monócitos, glóbulos brancos que atravessam os
capilares sanguíneos e, através de movimentos ameboides, deslocam-se ao longo do tecido
conjuntivo, promovendo o englobamento e a destruição de partículas estranhas que penetram
no tecido, inclusive bactérias e vírus. Os macrófagos também fagocitam e destroem fragmentos
de células mortas, quando ocorrem lesões numa parte do corpo, bem como participam da
redução do volume do útero após o parto. Ocasionalmente, podem surgir, no tecido conjuntivo
frouxo, corpos estranhos de dimensões maiores e, portanto, de difícil fagocitose por
macrófagos isolados. Nessas ocasiões, várias dessas células se fundem, dando origem às
chamadas “células gigantes de corpo estranho”. Os macrófagos também identificam
substâncias potencialmente perigosas para o organismo, alertando o sistema de defesa do
corpo. Depois dos fibroblastos, são as células mais frequentes do tecido conjuntivo frouxo.
IV. Mastócitos: células grandes, globosas ou ovoides, com núcleo esférico e central e
citoplasma granuloso. Esses grânulos contêm heparina e histamina. A heparina é um
anticoagulante fisiológico produzido por essas células. A histamina é uma substância liberada
em reações alérgicas e inflamatórias, sendo importante na dilatação e no aumento da
permeabilidade dos vasos sanguíneos.
V. Adipócitos ou células adiposas: são células arredondadas que acumulam grande quantidade
de gordura, apresentando praticamente todo o seu citoplasma ocupado por essa substância de
reserva. As “gorduras” armazenadas nessas células são principalmente triglicérides, ácidos
graxos e glicerol. No caso dos ácidos graxos, eles se originam, basicamente, de duas fontes:
(a) diretamente da alimentação e (b) sintetizados pela própria célula a partir da glicose. Por
causa disso, o núcleo, pequeno e esférico, é deslocado para a periferia da célula, e o restante
do citoplasma fica com uma delgada camada ao redor da gota de gordura. Os adipócitos
podem se apresentar isolados ou em pequenos grupos nos tecidos conjuntivos frouxos, bem
como agrupados em grande número, formando o tecido adiposo.
VI. Leucócitos: glóbulos brancos do sangue que deixam os vasos sanguíneos, através de um
processo chamado diapedese e penetram em outros tipos de tecido conjuntivo,
particularmente, em áreas infectadas. Os leucócitos são importantes no mecanismo de defesa
do organismo.
VII. Células mesenquimatosas indiferenciadas: presentes no tecido conjuntivo dos adultos
derivam do mesoderma embrionário e são capazes de formar outras células (fibroblastos,
adipócitos, condroblastos, osteoblastos, etc.). Elas possuem, portanto, a função de fornecer ao
tecido conjuntivo os tipos celulares específicos de acordo com a necessidade do organismo.
- ALTERNATIVA A (“Condrócitos, plasmócitos e hepatócitos.”) – INCORRETA
* Condrócitos: fazem parte, juntamente com os condroblastos e os condroclastos, do tecido
cartilaginoso.
* Hepatócitos: são células poliédricas encontradas no fígado (parênquima hepático), capazes
de sintetizar proteínas usadas tanto para exportação como para sua própria manutenção. Elas
são dotadas de grandes quantidades de retículo endoplasmático (liso e rugoso) e de
mitocôndrias.
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- ALTERNATIVA B (“Adipócitos, leucócitos e melanócitos.”) – INCORRETA


* Melanócitos: células localizadas na epiderme que produzem a melanina, pigmento
responsável pela cor da pele e por sua proteção contra os raios ultravioleta. Elas determinam,
também, a cor dos pelos.
- ALTERNATIVA C (“Fibroblastos, plasmócitos e macrófagos.”) – CORRETA
* Ver os vários tipos de células do TCPD no texto acima.
- ALTERNATIVA D (“Eritrócitos, linfócitos e células da glia.”) – INCORRETA
* Eritrócitos (hemácias ou células vermelhas do sangue ou glóbulos vermelhos): são células do
sangue, em cujo interior se encontra a hemoglobina, proteína que responde pela cor vermelha
do sangue. As hemácias dos mamíferos não possuem núcleo, que é eliminado durante o
processo de diferenciação. O núcleo é mantido, entretanto, nos demais vertebrados. A função
dos eritrócitos é transportar os gases respiratórios (oxigênio e gás carbônico)
* Linfócitos: tipo de leucócito (glóbulo branco) agranulócito, presentes no sangue. Os linfócitos
participam da defesa do organismo.
* Células da glia (gliócitos): constituintes do tecido nervoso. Essas células influenciam a
formação de sinapses e ajudam a determinar quais conexões neurais se fortalecerão ou
enfraquecerão com o tempo. Essas alterações são essenciais para o aprendizado e o
armazenamento de memórias duradouras. Trabalhos recentes mostram que as células gliais
também se comunicam entre si, numa rede independente, mas paralela à neural, influenciando
o desempenho do cérebro.
- ALTERNATIVA E (“Condrócitos, osteócitos e macrófagos.”) – INCORRETA
* Condrócitos: fazem parte, juntamente com os condroblastos e os condroclastos, do tecido
cartilaginoso.
* Osteócitos: fazem parte, juntamente, com os osteoblastos e os osteoclastos, do tecido ósseo.

06. (UFPR) Um estudante recebeu de seu professor quatro fichas com as seguintes
informações sobre diferentes tecidos:

Células localizadas em colunas- matriz percorrida por canalículos- matriz


FICHA I constituída por substâncias orgânicas e minerais- canais que contêm vasos
sanguíneos
Células grandes e globosas- constitui reserva de material energético-
FICHA II encontra-se em permanente renovação- desempenha função de proteção
contra a perda de calor
Apresenta numerosos tipos celulares- aspecto de massa esbranquiçada,
FICHA III
mais ou menos rígida e fibrosa- muito difundido no organismo
FICHA IV Células fusiformes com núcleo central- contração lenta e involuntária

Que alternativa apresenta os nomes dos tecidos correspondentes às informações das


respectivas fichas?
a) I – ósseo; II – adiposo; III – conjuntivo propriamente dito; IV – muscular liso.
b) I – cartilaginoso; II – adiposo; III – ósseo; IV – muscular esquelético.
c) I – ósseo; II – cartilaginoso; III – conjuntivo frouxo; IV – muscular liso.
d) I – hemocitopoético; II – cartilaginoso; III – ósseo; IV – músculo cardíaco.
e) I – ósseo; II – adiposo; III – cartilaginoso; IV – muscular liso.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“I – ósseo; II – adiposo; III – conjuntivo propriamente dito; IV – muscular liso.”)
- FICHA I – TECIDO ÓSSEO
* Tecido ósseo: tecido conjuntivo rígido e resistente, devido à mineralização da substância
fundamental, chamada matriz óssea. Ele é especializado, basicamente, em proteção,
sustentação, locomoção e formação de células sanguíneas. É muito mais rígido e resistente
que o tecido cartilaginoso e atua como o principal formador dos ossos. Apesar de sua rigidez e
mineralização, os ossos se constituem em peças altamente funcionais, sendo dotados de
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células vivas, com importantes papeis no comportamento geral do organismo. O tecido ósseo é
formado por material intercelular (matriz óssea) e por células.
I. Matriz óssea: constitui-se de substâncias inorgânicas (fosfato de cálcio, carbonato de cálcio e
fosfato de magnésio), que representam cerca de 65% e de compostos orgânicos (colágeno e
mucopolissacarídeos), com uma porcentagem de aproximadamente 35%.
II. Células ósseas: no tecido ósseo, encontramos os osteoblastos, osteócitos e os osteoclastos.
A matriz óssea, recentemente produzida e que ainda não se encontra calcificada, denomina-se
osteoide.
IIa. Osteoblastos: células jovens, ramificadas, que apresentam intensa atividade metabólica.
Elas respondem pela produção da parte orgânica da matriz e também influenciam na
incorporação de minerais na matriz óssea.
IIb. Osteócitos: células adultas, com atividade metabólica reduzida, que se localizam em
lacunas denominadas osteoplastos. Nas regiões ocupadas pelas ramificações dos
osteoblastos, formam-se canalículos que permitem a comunicação entre os osteócitos e os
vasos sanguíneos, que os alimentam. Os osteócitos atuam mantendo, em níveis normais, os
constituintes minerais da matriz óssea.
IIc. Osteoclastos: células grandes e multinucleadas, podendo ter de 6 a 50 núcleos. Originam-
se da fusão de monócitos e atuam destruindo as áreas lesadas ou envelhecidas do osso,
tornando possível a regeneração pelos osteoblastos. Dessa forma, a remodelação óssea
depende da atividade conjunta de destruição e reconstrução, promovidas, respectivamente,
pelos osteoclastos e osteoblastos.
* Os ossos são estruturas inervadas e irrigadas. Eles apresentam grande sensibilidade,
elevado metabolismo e capacidade de regeneração. Neles são encontrados os canais de
Volkmann e os canais de Havers (figura a seguir). Os canais de Volkmann partem da superfície
externa e interna do osso, sendo dotados de uma trajetória perpendicular ou oblíqua em
relação ao eixo maior do osso. Esses canais se comunicam com os canais de Havers, que
percorrem o osso longitudinalmente e podem se intercomunicar por projeções laterais. Através
dos canais de Havers, correm vasos sanguíneos, inclusive capilares, e filetes nervosos. Os
filetes nervosos justificam a sensibilidade do osso, enquanto os vasos sanguíneos se
encarregam do abastecimento de água, sais, nutrientes e oxigênio, ao mesmo tempo em que
por eles são descartados o dióxido de carbono, a ureia e outros produtos finais do metabolismo
celular. Ao redor de cada canal de Havers, podemos observar, em cortes transversais de um
osso compacto, várias lamelas concêntricas de substância intercelular e de células ósseas.
Cada um desses conjuntos, formado pelo canal central de Havers e por lamelas concêntricas,
toma o nome de sistema de Havers (sistema haversiano ou osteon). Os canais de Volkmann
são desprovidos de lamelas concêntricas.

- FICHA II – TECIDO ADIPOSO


* Tecido adiposo: tipo especial de tecido conjuntivo, no qual existe grande quantidade de
células adiposas (ou adipócitos). Ele se apresenta envolvido por tecido conjuntivo frouxo, onde
se localizam os vasos sanguíneos responsáveis por sua nutrição. Além de atuar como tecido
de reserva, o tecido adiposo sintetiza lipídios e os mobiliza regularmente ou mais intensamente
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quando o organismo, devido a uma redução de carboidratos disponíveis, tem maior


necessidade de energia. O tecido adiposo responde pela formação do tecido subcutâneo ou
“hipoderme” e está presente ao redor de alguns órgãos como rins e coração, bem como na
medula amarela (tutano) que preenche a cavidade central dos ossos longos. Ele se encontra
também em espaços entre outros tecidos e nas articulações. Nestas, além de atuar
amortecendo choques mecânicos, ele as lubrifica, reduzindo o atrito entre os ossos. Nas aves
e nos mamíferos de clima frio, a camada de gordura da pele se apresenta muito espessa,
funcionando como eficiente isolante térmico, reduzindo as perdas de calor do organismo para o
meio ambiente. O tecido adiposo (figura abaixo) é conhecido vulgarmente com o nome de
toucinho, sendo facilmente visível no porco, depois de abatido.

- Os adipócitos (células adiposas) que compõem o tecido adiposo são células grandes e
globosas que acumulam grande quantidade de gordura, apresentando praticamente todo o seu
citoplasma ocupado por essa substância de reserva. As “gorduras” armazenadas nessas
células são principalmente triglicérides, ácidos graxos e glicerol. No caso dos ácidos graxos,
eles se originam, basicamente, de duas fontes: (a) diretamente da alimentação e (b)
sintetizados pela própria célula a partir da glicose. Por causa disso, como mostra a figura a
seguir, o núcleo, pequeno e esférico, é deslocado para a periferia da célula, e o restante do
citoplasma fica com uma delgada camada ao redor da gota de gordura. Os adipócitos podem
se apresentar isolados ou em pequenos grupos nos tecidos conjuntivos frouxos, bem como
agrupados em grande número, formando o tecido adiposo.

- FICHA III – TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO (TCPD)


* Tecido conjuntivo propriamente dito (TCPD): reúne o tecido conjuntivo frouxo ou areolar e o
tecido conjuntivo denso (modelado e não modelado). O tecido conjuntivo frouxo é o tecido
de maior distribuição no organismo, sendo considerado o tecido conjuntivo típico. Nesse tecido,
há vários tipos de células [fibroblastos, plasmócitos, macrófagos, mastócitos, adipócitos
(células adiposas), leucócitos e células mesenquimatosas indiferenciadas]. Ao contrário do
tecido epitelial, as células do tecido conjuntivo ficam imersas em grande quantidade de
substância intercelular (ou intersticial), denominada matriz, que é formada por dois
componentes principais: parte amorfa e parte fibrosa (figura a seguir). A parte amorfa é
constituída por água, sais minerais, polissacarídeos, glicídios e proteínas. A parte fibrosa é
formada, basicamente, por fibras proteicas, havendo três tipos básicos: colágenas, elásticas e
reticulares.
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- FICHA IV – TECIDO MUSCULAR LISO


* Tecido muscular liso (não estriado ou visceral): possui células (miócitos) fusiformes
(extremidades afiladas), mononucleadas, com núcleo central e não apresentam estrias
transversais (figura a seguir), como as células musculares esqueléticas e cardíacas. Isso se
deve ao fato dos filamentos de actina e miosina não se apresentarem no padrão regular como
ocorre nas células esqueléticas estriadas e cardíacas, conquanto, estejam orientadas de
acordo com o eixo maior da celula. Sua contração é bem mais lenta que as das fibras
esqueléticas, embora possa se manter contraída por um intervalo de tempo bem mais longo. A
exemplo do músculo cardíaco, o movimento dos músculos lisos é involuntário. Esse tecido
ocorre nos órgãos (estômago, intestino, útero), em ductos de diversas glândulas, nas paredes
das artérias e das veias e em músculos isolados do corpo humano, como o músculo eretor do
pelo. O tecido muscular liso, também responde pela peristalse (peristaltismo ou movimento
peristáltico) em órgãos ocos do corpo, como os que compõem o trato digestivo. Esses
movimentos são contrações em ondas que impulsionam o conteudo presente nesses órgãos.

07. (PUC-MG) A figura a seguir apresenta diferentes tipos de tecido conjuntivo do membro de
um mamífero.
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Com relação aos tecidos destacados na figura, foram feitas as seguintes afirmações:
I. Todos os tecidos representados são de origem mesodérmica.
II. Alguns genes podem ser expressos por todos os tecidos representados.
III. Colágeno é uma proteína comum a todos os tecidos destacados.
IV. Nem todos os tecidos representados são irrigados por vasos sanguíneos.
V. Macrófagos são constituintes normais em pelo menos dois dos tecidos mencionados na
figura.
São afirmativas corretas:
a) I, II, III, IV e V.
b) II, III e IV, apenas.
c) I, II, IV e V, apenas.
d) I, III e V, apenas.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“I, II, IV e V, apenas.”)
- AFIRMATIVA I (“Todos os tecidos representados são de origem mesodérmica.”) – CORRETA
* Todos os tecidos indicados na figura são conjuntivos, que têm origem comum no
mesênquima, que é um tecido embrionário derivado do mesoderma.
- AFIRMATIVA II (“Alguns genes podem ser expressos por todos os tecidos representados.”) –
CORRETA
* Em se tratando de tecido conjuntivo, cuja origem embrionária é a mesma, há genes que serão
expressos em todos os tecidos representados.
- AFIRMATIVA III (“Colágeno é uma proteína comum a todos os tecidos destacados.”) –
INCORRETA
* Colágeno não está presente no tecido adiposo nem no sangue.
- AFIRMATIVA IV (“Nem todos os tecidos representados são irrigados por vasos sanguíneos.”)
– CORRETA
* O tecido cartilaginoso é desprovido de vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Sua
nutrição é feita pelo pericôndrio, tecido conjuntivo denso não modelado que envolve a
cartilagem.
- AFIRMATIVA V (“Macrófagos são constituintes normais em pelo menos dois dos tecidos
mencionados na figura”) – CORRETA
* Os macrófagos são células fagocitárias, ricas em lisossomos (figura a seguir) e pertencentes
ao sistema de defesa do organismo. Originam-se dos monócitos, glóbulos brancos que
atravessam os capilares sanguíneos e, através de movimentos ameboides, deslocam-se ao
longo do tecido conjuntivo, promovendo o englobamento e a destruição de partículas estranhas
que penetram no tecido, inclusive bactérias e vírus. Os macrófagos também fagocitam e
destroem fragmentos de células mortas, quando ocorrem lesões numa parte do corpo, bem
como participam da redução do volume do útero após o parto. Ocasionalmente, podem surgir,
no tecido conjuntivo frouxo, corpos estranhos de dimensões maiores e, portanto, de difícil
fagocitose por macrófagos isolados. Nessas ocasiões, várias dessas células se fundem, dando
origem às chamadas “células gigantes de corpo estranho”. Os macrófagos também identificam
substâncias potencialmente perigosas para o organismo, alertando o sistema de defesa do
corpo. Depois dos fibroblastos, são as células mais frequentes do tecido conjuntivo frouxo.
Quando no estado inativo, permanecem fixas, retraem seus pseudópodos, tomam aspecto
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ovoide e são denominadas histiócitos. Monócitos, macrófagos e histiócitos constituem, na


realidade, formas diferentes de um mesmo tipo de célula.

- Os macrófagos estão presentes no tecido conjuntivo propriamente dito denso modelado e no


tecido conjuntivo propriamente dito frouxo.
* Com relação ao sangue, sabe-se que os monócitos (glóbulos brancos), valendo-se de
movimentos ameboides, atravessam os capilares sanguíneos e originam os macrófagos,
presentes no TCPD.
* O tecido ósseo apresentam osteoclastos, que são células grandes e multinucleadas, podendo
ter de 6 a 50 núcleos. Elas se originam da fusão de monócitos (glóbulos brancos, presentes no
sangue) e atuam destruindo as áreas lesadas ou envelhecidas do osso, tornando possível a
regeneração pelos osteoblastos. Dessa forma, a remodelação óssea depende da atividade
conjunta de destruição e reconstrução, promovidas, respectivamente, pelos osteoclastos e
osteoblastos. Lembramos que os osteoblastos são células jovens, ramificadas, que
apresentam intensa atividade metabólica e que respondem pela produção da parte orgânica da
matriz óssea, bem como influenciam na incorporação de minerais nessa matriz.
* O tecido cartilaginoso apresenta condroclastos que são células ricas em lisossomos, a
exemplo dos macrófagos, cujas enzimas proteolíticas digerem e remodelam a matriz
cartilaginosa, permitindo a renovação e a substituição tecidual.

08. (IFCE) Refere-se ao tecido cujas células possuem substâncias anticoagulantes:


a) Muscular.
b) Epitelial.
c) Conjuntivo propriamente dito.
d) Nervoso.
e) Adiposo.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Conjuntivo propriamente dito.”)
- A heparina, anticoagulante fisiológico, é produzida pelos mastócitos, células presentes no
tecido conjuntivo propriamente dito. Além de heparina, os mastócitos produzem histamina, que
é uma substância liberada em reações alérgicas e inflamatórias, sendo importante na dilatação
e no aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos.

09. (CEFET-MG) Os itens abaixo apresentam aspectos identificadores dos grupos vegetais.
I. Esporângios situados em soros.
II. Ocorrência de dupla fecundação.
III. Sementes nuas e ausência de frutos.
IV. Gametófito dominante em relação ao esporófito.
V. Surgimento, pela primeira vez, de vasos condutores de seiva.
VI. Órgão reprodutivo frequentemente com atrativos para animais.
As características das Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas estão,
respectivamente, em:
a) II, IV, VI, III.
b) III, V, I, IV.
c) IV, I, VI, II.
d) IV, V, III, VI.
e) V, I, II, VI.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“IV, V, III, VI.”)
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1. BRIÓFITAS
- Também conhecidas como muscíneas, são vegetais rudimentares, desprovidos de vasos
condutores (avasculares), que requerem, via de regra, ambientes sombrios e úmidos para
sobreviver. Elas formam “tapetes” verdes aveludados sobre pedras, troncos e barrancos e são
consideradas as mais primitivas plantas terrestres, dependendo ainda, em grande parte, do
meio aquático. O corpo vegetativo das briófitas é formado por rizoide, filoide e cauloide. Os
rizoides, estruturas filamentosas semelhantes às raízes, atuam na fixação das briófitas no solo,
nas rochas e nos troncos das árvores, bem como na absorção de água e sais minerais. O
cauloide, que lembra o caule das plantas vasculares, representa o eixo principal das briófitas.
O filoide, lâmina que se assemelha às folhas propriamente ditas, é relativamente simples,
sendo desprovido de vasos condutores e dotado de poucos tecidos diferenciados. Nas
briófitas, o gametófito (fase haploide) é mais desenvolvido que o esporófito
(fase diploide).
- Ciclo reprodutivo das briófitas: a exemplo do que ocorre em todos os vegetais, as briófitas
apresentam alternância de gerações ou metagênese. Durante o seu ciclo reprodutivo, há uma
fase haploide (n), o gametófito, que representa a planta propriamente dita e
responde pela produção dos gametas, e uma fase diploide (2n), o esporófito, que pr oduz os
esporos (figura a seguir). Na extremidade dos brotos foliares das briófitas, f ormam-se os
órgãos reprodutores masculino e feminino, denominados, respectivamente, anterídio e
arquegônio. Lembramos que essas estruturas podem se formar no mesmo indivíduo
(denominado monoico ou bissexuado) ou em indivíduos diferentes (dioicos ou unissexuados) e
que a maioria das briófitas é dioica. No interior do anterídio, há formação de vários
anterozoides, gametas masculinos dotados de dois flagelos, graças aos quais “nadam” até o
arquegônio, que contém uma única oosfera. Da fecundação, surge o ovo ou zigoto que se
desenvolve no ápice da planta feminina, formando o esporófito, plantinha constituída por
células diploides. O zigoto representa, portanto, o início da diplofase, cujo organismo toma o
nome de esporófito, que é pouco desenvolvido e fica implantado sobre o gametófito
(haploide), do qual se nutre até atingir a maturidade, quando produz esporos e morre. Quando
maduro, o esporófito é representado, basicamente, por uma haste fina e longa (seta ou
pedúnculo), em cuja extremidade superior se encontra uma cápsula que contém o esporângio.
No esporângio encontram-se células diploides (células-mães dos esporos), que por meiose
produzem esporos, que representam o início da fase haploide ou gametofítica. Esses esporos,
liberados em um meio propício, desenvolvem-se e formam filamentos verdes multicelulares
denominados protonemas, que darão origem a novas briófitas haploides, que, atingindo a
maturidade, reiniciarão o ciclo.

- Associação: aspecto identificador IV (“Gametófito dominante em relação ao esporófito.”) com


BRIÓFITAS.
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2. PTERIDÓFITAS
- Constituem um grupo mais complexo que as briófitas, tendo como representantes muito
conhecidos as samambaias e as avencas. As pteridófitas apresentam raiz, caule, folhas e
vasos condutores (são vasculares), sendo desprovidas de flores (são criptógamas), e
muitas delas são epífitas, ou seja, vivem sobre outras plantas sem lhe causar prejuízos.
- Ciclo reprodutivo das pteridófitas: ao contrário das briófitas a diplofase, representada pelo
esporófito, é mais desenvolvida que a haplofase, representada pelo gametófito. Enquanto o
esporófito é o indivíduo permanente, o gametófito, denominado prótalo, é apenas uma
estrutura verde cordiforme, quase microscópica e de pequena duração. Em certas épocas do
ano, observam-se, na parte inferior de certas folhas das pteridófitas, formações escuras
denominadas soros (figura a seguir). As folhas portadoras de soros são denominadas
esporófilos, enquanto as outras, não produtoras dessas estruturas, tomam o nome de tropófilos
e têm papel importante na assimilação. Na figura, percebe-se também báculo (folha jovem
recurvada), rizoma (caule subterrâneo que se desenvolve paralelamente à superfície do solo) e
raízes adventícias (originárias do caule).

* Liberado e caindo em solo favorável, o esporo (haploide) se divide, por mitose, dando origem
ao prótalo, estrutura verde e cordiforme (em forma de coração) que representa o gametófito
(figura a seguir). Quando maduro, o prótalo bissexuado, caso da figura, contém os
gametângios masculino e feminino, denominados, respectivamente, anterídio e arquegônio. No
interior do anterídio, formam-se vários anterozoides e, no interior do arquegônio, apenas uma
oosfera. Depois de liberados, os anterozoides nadam na água que fica retida na face inferior do
prótalo até o gametângio feminino, penetram nele e um deles fecunda a oosfera, resultando o
ovo ou zigoto. Essa célula diploide desenvolve-se, a princípio, a custa do prótalo, originando o
esporófito ou pteridófita propriamente dita, que reinicia o ciclo. Lembramos que há prótalos
unissexuados.

- Associação: aspecto identificador V (“Surgimento, pela primeira vez, de vasos condutores de


seiva.”) com PTERIDÓFITAS.
3. GIMNOSPERMAS
- As gimnospermas (do grego gymnos = nu; e sperma = semente) são plantas vasculares,
dotadas de raiz, caule, folhas, estróbilos (flores rudimentares) e sementes. Nesse grupo se
incluem os pinheiros, as sequoias e os ciprestes. Os estróbilos masculinos são chamados de
microsporângios, que por meiose produzem os micrósporos (esporos haploides), passando por
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divisão mitótica, origina o gametófito masculino (grão de pólen). Os estróbilos femininos,


denominados megasporângios, forma o gametófito feminino (óvulo). Formados os gametas
(núcleo espermático e oosfera), ocorre a fecundação gerando o zigoto que se divide por
mitose, dando origem ao embrião, que se desenvolve em novo esporófito. Embora as
gimnospermas produzam semente, importante novidade evolutiva em relação às pteridófitas,
que as antecederam, não há produção de frutos, dai a denominação
gimnosperma (semente nua).
- Associação: aspecto identificador III (“Sementes nuas e ausência de frutos.”) com
GIMNOSPERMAS.
4. ANGIOSPERMAS
- São as plantas dominantes, formando a maior parte da vegetação. Elas diferem,
fundamentalmente, das gimnospermas por apresentarem flores típicas e frutos.
- A flor, que se origina das gemas floríferas do caule e funciona como aparelho reprodutor das
fanerógamas, pode ser definida como um conjunto de folhas modificadas, denominadas
antófilos. Uma flor típica, completa (figura a seguir), apresenta um pedúnculo floral (pedicelo),
eixo que sustenta a flor e um receptáculo floral, dilatação do ápice do pedúnculo, onde se
inserem os quatro verticilos (ou elementos) florais (cálice, corola, androceu e gineceu ou
pistilo). O cálice e a corola, juntos, tomam o nome de perianto, cuja função é proteger os dois
outros componentes (androceu e gineceu), que representam as partes reprodutoras
propriamente ditas.

* O cálice é constituído por sépalas que, geralmente, apresentam cor verde. Quando ocorre ter
a mesma cor das pétalas, o cálice é denominado petaloide. As sépalas podem estar unidas,
como no cravo (cálice gamossépalo ou sinsépalo) ou separadas umas das outras, como na
rosa (cálice dialissépalo).
* A corola é constituída por pétalas, estruturas, em geral, delicadas e coloridas da flor. As
pétalas, devido ao seu néctar, às suas cores brilhantes e ao seu aroma característicos, tendem
a atrair os pássaros e os insetos, elementos importantes para a reprodução das
angiospermas. No caso das pétalas se encontrarem unidas a corola denomina-se gamopétala
ou simpétala. No caso das pétalas serem livres ela é denominada dialipétala.
* O androceu, denominação dada ao conjunto de estames ou microsporófilos, repre senta o
órgão masculino da flor. Cada estame (figura abaixo) é constituído de duas partes,
denominadas filete e antera. O filete é uma haste fina, em cuja extremidade se encontra uma
parte espessada, denominada antera. A antera encontra-se dividida em duas “lojas” (bilobada)
unidas por um prolongamento do filete, denominado conectivo. Em cada “loja” (ou lóbulo)
encontramos, geralmente, duas cavidades, denominadas sacos polínicos ou microsporângio,
em cujo interior se formam, por meiose, os grãos de pólen ou micrósporos.
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* O gineceu, órgão feminino da flor, é formado por carpelos (pistilos ou megasporófilos). Um


carpelo (figura a seguir) consiste de três partes: estigma, estilete e ovário. O estigma é a
extremidade livre, destinada a receber o pólen, proveniente da antera. O estilete é a parte
intermediária, ao longo do qual se forma o tubo polínico. O ovário é a região do carpelo, onde
os óvulos (macrósporos) são produzidos, e pode ser unicarpelar (formado de um único carpelo)
ou pluricarpelar (formado por vários carpelos).

* O óvulo quando “maduro”, apresenta o saco embrionário, que representa o gametófito


feminino (figura a seguir). Esse saco apresenta no polo próximo à micrópila [pequena abertura
do óvulo através da qual os anterozoides (gametas masculinos) penetram durante a
fecundação] três células, sendo a central chamada oosfera (gameta feminino) e as laterais,
denominadas sinérgides. No polo oposto à micrópila, encontram-se três outras, chamadas
antípodas. Na região central do saco embrionário, encontram-se dois núcleos polares,
formando a célula central. Como podemos constatar, o saco embrionário apresenta oito
núcleos, contidos em sete células.

* As angiospermas apresentam fecundação dupla. O primeiro anterozoide fecunda a


oosfera, levando à formação do zigoto, célula diploide (2n), que vai constituir o embrião. O
segundo anterozoide funde-se com os dois núcleos polares, formando uma célula triploide (3n)
que dará origem ao albúmen ou endosperma, tecido de reserva da semente. Após essa dupla
fecundação, ocorre a degeneração dos cinco núcleos restantes (três antípodas e duas
sinérgides), presentes no saco embrionário. Após a fecundação, a flor murcha, perdendo, em
geral, cálice, corola e androceu, permanecendo apenas o ovário, que se desenvolve e dá
origem ao fruto propriamente dito.
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- Associação: aspecto identificador VI (“Órgão reprodutivo frequentemente com atrativos para


animais.”) com ANGIOSPERMAS.

10. (UNINOESTE) Com relação à diversidade e reprodução das plantas, assinale a alternativa
correta.
a) Os esporófitos são diploides, originados a partir da união dos gametas.
b) As briófitas não possuem reprodução sexuada devido à dominância da fase esporofítica.
c) Nas pteridófitas, os megasporângios são responsáveis por armazenar a oosfera.
d) As gimnospermas são as primeiras plantas a apresentar a dupla fecundação.
e) Nas angiospermas, o endosperma é originado a partir da fusão das sinérgides com um
núcleo espermático do grão de pólen.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Os esporófitos são diploides, originados a partir da união dos gametas.”)
- ALTERNATIVA A (“Os esporófitos são diploides, originados a partir da união dos gametas.”) –
CORRETA
* Uma característica comum a todos os vegetais é a alternância de gerações (metagênese)
haploide (n) e diploide (2n). O organismo haploide, denominado gametófito, forma gametas por
diferenciação e não por meiose. Da união dos gametas, pela fecundação, surge o ovo ou
zigoto que origina um organismo diploide, chamado esporófito. Ao atingir a fase adulta, células
do esporófito se dividem por meiose, dando origem aos esporos, que são haploides. Cada
esporo se desenvolve por mitose e dá origem a um novo gametófito haploide, fechando o ciclo.
- ALTERNATIVA B (“As briófitas não possuem reprodução sexuada devido à dominância da
fase esporofítica.”) – INCORRETA
* As briófitas possuem reprodução sexuada. Durante seu ciclo reprodutivo, o gametófito (fase
haploide), que representa a planta propriamente dita, é mais desenvolvido que o esporófito
(fase diploide). Dessa forma, a fase gametofítica “domina” a fase esporofítica, ao contrário do
que consta nessa alternativa.
- ALTERNATIVA C (“Nas pteridófitas, os megasporângios são responsáveis por armazenar a
oosfera.”) – INCORRETA
* Nas pteridófitas que apresentam gametófito unissexuado (Selaginella, Salvinia, Marsilea,
etc.), formam-se dois tipos de esporângios, denominados macro ou megasporângios, que dão
origem a esporos grandes (macro ou megásporos) e microsporângios, que formam esporos
pequenos ou micrósporos. Germinando, os megásporos formam prótalos (gametófitos)
femininos, portadores de arquegônio, enquanto os micrósporos produzem prótalos
(gametófitos) masculinos, portadores de anterídio. Os anterozoides, formados nos anterídios
quando liberados, nadam até o gametófito feminino, penetram no arquegônio, e um deles
fecunda a oosfera. A célula-ovo resultante desenvolve-se sobre o gametófito feminino e dá
origem a uma nova planta (esporófito), que reinicia o ciclo. Como se pode constatar, quem
origina a oosfera (gameta feminino) é o gametófito feminino e não o megasporângio, que, como
vimos acima, forma o megásporo.
- ALTERNATIVA D (“As gimnospermas são as primeiras plantas a apresentar a dupla
fecundação.”) – INCORRETA
* Nas gimnospermas um núcleo espermático se une à oosfera e o outro degenera. Dessa
forma, nesse grupo vegetal, a fecundação é simples. A fecundação dupla ocorre nas
angiospermas, nas quais, o primeiro anterozoide fecunda a oosfera, levando à formação do
zigoto, célula diploide (2n), que vai constituir o embrião e o segundo anterozoide funde-se com
os dois núcleos polares, formando uma célula triploide (3n) que dará origem ao albúmen ou
endosperma, tecido de reserva da semente.
- ALTERNATIVA E (“Nas angiospermas, o endosperma é originado a partir da fusão das
sinérgides com um núcleo espermático do grão de pólen.”) – INCORRETA
* O endosperma ou albúmen (tecido de reserva da semente), que é triploide (3n), resulta da
fusão do segundo anterozoide com os dois núcleos polares e não com as duas sinérgides.
Estas sinérgides, juntamente com as três antípodas, degeneram após a dupla fecundação que
ocorre nas angiospermas.
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11. (PUC-CAMPINAS) Num terreno úmido situado ao lado de uma plantação de tomate
cresceram musgos e samambaias. Considerando-se os ciclos de vida desses dois tipos de
vegetais, pode-se afirmar corretamente que:
a) Os esporos do musgo e da samambaia são transportados por correntes de ar, germinando
somente se caírem no solo seco.
b) O esporófito do musgo, bem como o da samambaia, é capaz de realizar fotossíntese e de
absorver nutrientes do solo.
c) O gametófito do musgo e o da samambaia têm tamanho muito pequeno e dão origem a um
esporófito grande e rico em clorofila.
d) A fecundação do musgo necessita de água para o encontro dos gametas, ao passo que na
samambaia o encontro entre os gametas ocorre por meio de correntes de ar.
e) O esporófito do musgo é nutrido pelo gametófito, enquanto que, na samambaia, o esporófito
realiza fotossíntese e absorve nutrientes do solo.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“O esporófito do musgo é nutrido pelo gametófito, enquanto que, na samambaia, o esporófito
realiza fotossíntese e absorve nutrientes do solo.”)
- ALTERNATIVA A (“Os esporos do musgo e da samambaia são transportados por correntes
de ar, germinando somente se caírem no solo seco.”) – INCORRETA
* Os musgos (briófitas), também conhecidas como muscíneas, são vegetais rudimentares,
desprovidos de vasos condutores (avasculares), que requerem, via de regra, ambientes
sombrios e úmidos para sobreviver. Os esporos (haploides) que eles liberam no solo úmido,
podem se desenvolver e originar um novo musgo verde. Como se pode constatar, os musgos
dependem da água para a reprodução e não correntes de ar.
* As samambaias (pteridófitas), que constituem um grupo mais complexo que as briófitas, já
apresentam raiz, caule, folhas e vasos condutores (são vasculares), sendo desprovidas,
entretanto, de flores (são criptógamas). Os esporos (haploides) que elas liberam caindo em
solo favorável (úmido) se divide, por mitose, dando origem a uma estrutura verde e cordiforme
(em forma de coração), denominada prótalo, que representa o gametófito. A exemplo dos
musgos, as samambaias dependem da água para a reprodução e não de correntes de ar.
- ALTERNATIVA B (“O esporófito do musgo, bem como o da samambaia, é capaz de realizar
fotossíntese e de absorver nutrientes do solo.”) – INCORRETA
* O esporófito do musgo (briófita), que é diploide e pouco desenvolvido, fica implantado sobre o
gametófito (haploide), do qual se nutre até atingir a maturidade, quando produz esporos e
morre. Essa nutrição, feita pela planta-mãe, é denominada matrotrofia. A transferência de
nutrientes do gametófito para o embrião é realizada através de células presentes na base do
arquegônio, cujo conjunto é denominado placenta, em analogia à estrutura presente nos
organismos placentários que exerce função semelhante. Como se pode constatar, o esporófito
do musgo não é capaz de realizar fotossíntese nem de absorver nutrientes do solo.
* Na samambaia (pteridófita), o esporófito (diploide), ao contrário das briófitas, é mais
desenvolvido que o gametófito (haploide). Enquanto o esporófito é o indivíduo permanente, o
gametófito, denominado prótalo, é apenas uma estrutura verde e cordiforme (em forma de
coração), quase microscópica e de pequena duração. Nas pteridófitas, o esporófito, que
representa o vegetal verde, complexo e duradouro, possui folhas típicas, que apresentam
mesófilo com nervuras ramificadas. A epiderme dessas folhas apresentam estômatos e células
com cloroplastos, sendo, portanto, capazes de realizar fotossíntese e absorver nutrientes do
solo.
- ALTERNATIVA C (“O gametófito do musgo e o da samambaia têm tamanho muito pequeno e
dão origem a um esporófito grande e rico em clorofila.”) – INCORRETA
* O gametófito do musgo (briófita), que é haploide e dotado de clorofila é mais desenvolvido
que o esporófito (fase diploide), que se origina do gametófito. Logo, o gametófito não tem
tamanho muito pequeno em relação ao esporófito, como consta nessa alternativa.
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* O gametófito da samambaia (pteridófita), que é haploide e dotado de clorofila é menos


desenvolvido que o esporófito (fase diploide), que se origina do gametófito, como consta nessa
alternativa.
- ALTERNATIVA D (“A fecundação do musgo necessita de água para o encontro dos gametas,
ao passo que na samambaia o encontro entre os gametas ocorre por meio de correntes de ar.”)
– INCORRETA
* No musgo (briófita) e na samambaia (pteridófita), a fecundação depende da água.
- ALTERNATIVA E (“O esporófito do musgo é nutrido pelo gametófito, enquanto que, na
samambaia, o esporófito realiza fotossíntese e absorve nutrientes do solo.”) – CORRETA
* O esporófito do musgo (briófita) fica implantado sobre o gametófito (haploide), do qual se
nutre até atingir a maturidade, quando produz esporos e morre. Essa nutrição, feita pela planta-
mãe, é denominada matrotrofia.
* Na samambaia (pteridófita) o esporófito, que representa o vegetal verde, complexo e
duradouro, possui folhas típicas, que apresentam mesófilo com nervuras ramificadas. A
epiderme dessas folhas apresentam estômatos e células com cloroplastos, sendo, portanto,
capazes de realizar fotossíntese, absorvendo nutrientes do solo.

12. (UEPB) Observe o ciclo de vida da Ulva, uma alga multicelular, e assinale a alternativa que
corresponde à numeração do desenho.

a) I – gametófito 2n; II – zoósporos 2n; III – esporófitos n; IV – gametângios; V – zigoto.


b) I – gametófitos n ; II – gametângios; III – zigoto; IV – esporófito 2n; V – zoósporos.
c) I – esporófito n; II – zoósporos n; III – gametófitos 2n; IV – gametângios; V – zigoto.
d) I – esporófito 2n; II – zoósporos 2n; III – gametófitos 2n; IV – gametângios; V – zigoto.
e) I – esporófito 2n; II – zoósporos n; III – gametófitos n; IV – gametângios; V – zigoto.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“I – esporófito 2n; II – zoósporos n; III – gametófitos n; IV – gametângios; V – zigoto.”)
- A ulva (popularmente conhecida como “alface-do-mar”) é uma alga (clorofícea) multicelular,
macroscópica, na qual os gametas e os esporos são dotados de flagelos, o que permite o
deslocamento dessas estruturas em meio líquido. No litoral brasileiro é comum encontrar a
espécie Ulva lactuca. No desenho são mostrados:
I. Esporófito diploide (2n).
II. Zoósporos (esporos flagelados) haploides (n).
III superior. Gametófito feminino haploide (n).
III inferior. Gametófito feminino haploide (n).
IV. Gametângios haploides (n), onde ocorre a formação dos gametas por mitose.
V. Zigoto diploide (2n), resultante da união dos gametas flagelados.
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13. (UFJF) Leia as afirmativas abaixo a respeito das clorófitas (algas verdes), feófitas (algas
pardas) e rodófitas (algas vermelhas).
I. Entre as feófitas predominam as formas pluricelulares e macroscópicas.
II. Clorófitas, feófitas e rodófitas possuem função ecológica essencial na decomposição e
reciclagem de matéria orgânica.
III. Das rodófitas extrai-se a agarose, um dos componentes do ágar usado como meio de
cultura de bactérias.
IV. Clorófitas e rodófitas diferem pela presença dos pigmentos fucoxantina e ficoeritrina,
respectivamente.
Marque a opção que registra as afirmativas corretas.
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“I e III.”)
- AFIRMATIVA I (“Entre as feófitas predominam as formas pluricelulares e macroscópicas.”) –
CORRETA
* Filo Phaeophyta (feófitas): esse filo compreende as algas pardas (ou feofíceas), que ocorrem
principalmente no ambiente marinho. Sua cor parda se deve ao pigmento fucoxantina que
mascara a clorofila. Todas são multicelulares e de tamanho variado, existindo espécies desde
poucos centímetros até “gigantes”, que chegam a 60 metros de comprimento. No litoral do
Espírito Santo, por exemplo, são encontradas algas pardas que atingem 4 metros de
comprimento.
- AFIRMATIVA II (“Clorófitas, feófitas e rodófitas possuem função ecológica essencial na
decomposição e reciclagem de matéria orgânica.”) – INCORRETA
* Filo Chlorophyta [clorófitas (clorofíceas ou algas verdes)]: podem ser uni ou pluricelulares,
algumas com talos relativamente complexos. No litoral brasileiro é comum encontrar a
clorofícea macroscópica Ulva lactuca, popularmente conhecida como “alface-do-mar”. A
maioria das clorofíceas é aquática, com representantes marinhas e de água doce. Há também
espécies terrestres, que vivem em ambientes úmidos, como barrancos ou troncos de árvores
nas florestas, ou ainda na superfície da neve. Algumas espécies vivem em associação com
fungos, constituindo os liquens. Outras vivem no interior de células de animais, principalmente
cnidários de água doce como a Hydra, sendo chamadas de zooclorelas. Ao realizar a
fotossíntese, as zooclorelas, fornecem substâncias orgânicas ao cnidário e este, por seu turno,
garante, às algas, abrigos, nutrientes inorgânicos e substâncias orgânicas que elas necessitam
e não conseguem produzir. As suas células possuem parede celular composta basicamente de
celulose, sendo que em algumas espécies podem apresentar depósitos de carbonato de cálcio.
* Filo Phaeophyta (feófitas): esse filo compreende as algas pardas (ou feofíceas),
multicelulares, que ocorrem principalmente no ambiente marinho. Sua cor parda se deve ao
pigmento fucoxantina que mascara a clorofila. Além da sua importância como produtoras,
essas algas são fonte de muitos produtos para as indústrias, tais como os alginatos,
substâncias viscosas usadas na fabricação de papel e como estabilizadores em cremes
dentais e sorvetes. Há também espécies, como Laminaria japônica, conhecida popularmente
como kombu, muito apreciada na alimentação humana.
* Filo Rhodoplhyta (rodofíceas ou algas vermelhas): a maioria é multicelular. Elas são
abundantes nos mares tropicais, embora também ocorram em água doce e em superfícies
úmidas, como tronco de árvores. A cor dessas algas pode variar desde o vermelho até o roxo-
escuro. Algumas espécies, denominadas algas vermelhas calcárias, acumulam carbonato de
cálcio nas paredes celulares, o que torna seu talo rígido e de aspecto petrificado, semelhante
aos recifes de coral onde vivem. Essa estrutura rígida absorve parte da energia das ondas,
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criando um ambiente tranquilo onde as anêmonas, formadora do coral, podem crescer e


construir os recifes, que servem de moradia a diversas formas de vida. Algumas espécies são
usadas na alimentação humana, como o nori (gênero Porphyra), utilizado principalmente no
preparo do sushi.
- Decompositores são os organismos que se nutrem de restos de plantas e animais mortos.
Compreendem as bactérias e os fungos, que atuam como verdadeiras "usinas processadoras
de lixo": decompõem organismos mortos, transformando-os em substâncias simples, como sais
minerais, que podem ser reaproveitadas pelos produtores. A ação decompositora permite a
reciclagem de matéria orgânica e impede que o planeta fique recoberto por uma camada
orgânica morta – fato que poderia comprometer a existência da vida na Terra.
- AFIRMATIVA III (“Das rodófitas extrai-se a agarose, um dos componentes do ágar usado
como meio de cultura de bactérias.”) – CORRETA
* Das algas vermelhas [Filo Rhodoplhyta (rodofíceas)] são extraídas o ágar e a carragenina. O
ágar é um polissacarídeo coloidal com diversas aplicações na indústria de alimentos e na
pesquisa científica (cultura bacteriana, eletroforese em gel de agarose...). A carragenina é
semelhante ao ágar e também é utilizada na indústria, principalmente para manter a
estabilidade de emulsões.
- AFIRMATIVA IV (“Clorófitas e rodófitas diferem pela presença dos pigmentos fucoxantina e
ficoeritrina, respectivamente.”) – INCORRETA
* Pigmentos da clorófitas: clorofilas (a, b), carotenos e diversas xantofilas.
* Pigmentos da rodófitas: clorofilas (a, d), carotenos, diversas xantofilas, ficoeritrina e
ficocianina.
* A clorofila a ocorre em todos os eucariontes fotossintetizantes e nas cianobactérias, sendo
considerada essencial para a fotossíntese realizada por esses organismos.
* Como se pode constar, as clorófitas não possuem fucoxantina, que se encontra nas feófitas,
nas diatomáceas e nas crisófitas.

14. (UFMA) Relacione as duas colunas e indique a alternativa correta.


1. Reprodução sempre assexuada.
2. Unicelulares com carapaça silicosa.
3. Pluricelulares, presença de clorofila e ficoeritrina.
4. Unicelulares, clorofilados e flagelados.
5. Nutrição autótrofa ou heterótrofa.
- Cianobactérias.
- Bactérias.
- Euglenófitas.
- Rodófitas.
- Crisófitas.
a) 3, 1, 4, 5 e 2.
b) 2, 1, 3, 5 e 4.
c) 1, 5, 3, 2 e 4.
d) 1, 5, 4, 3 e 2.
e) 4, 2, 1, 3 e 5.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“1, 5, 4, 3 e 2.”)
- Cianobactérias (denominadas antigamente de algas azul-azuis ou cianofíceas): são autótrofas
fotossintetizantes, sendo dotadas de clorofila e de outros pigmentos, como ficocianina e
ficoeritrina, conhecidos como pigmentos acessórios. A energia solar absorvida pela ficocianina
e pela ficoeritrina é transferida para as membranas contendo clorofila, onde se processa a
fotossíntese. Algumas cianobactérias (Nostoc e Anabaena, entre outras), além de
fotossintetizantes, atuam como bactérias fixadoras, participando do ciclo do nitrogênio. As
cianobactérias formam, com frequência, filamentos e podem proliferar em grandes massas de
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até 1 metro ou mais de comprimento. Elas se reproduzem por divisão binária ou por
hormogonia, em que se destacam fragmentos do corpo filamentoso, chamados hormogônios,
que vão originar novos filamentos. Sua reprodução, portanto, é apenas assexuada.
* Relação: CIANOBACTÉRIAS – 1 (“Reprodução sempre assexuada.”)
- Bactérias: são seres procariontes (desprovidos de carioteca), estando o seu “cromossomo”
(formado por um DNA circular) contido em uma área da célula denominada nucleoide. Elas
ocorrem em todos os ambientes, e graças as suas caracteristicas metabólicas incomuns,
algumas podem sobreviver em ambientes que não permitem outra forma de vida. Em sua
maioria, elas são heterótrofas, incapazes de sintetizar compostos orgânicos a partir de
substâncias inorgânicas simples. O maior grupo das bactérias heterótrofas é o dos “saprófitas”,
que obtêm seus nutrientes a partir de matéria orgânica em decomposição. Outras espécies de
bactérias são autótrofas, capazes de sintetizar compostos orgânicos a partir de inorgânicos
precursores, seja por fotossíntese (fotoautotróficos) ou por quimiossíntese (quimioautotróficos).
* Relação: BACTÉRIAS – 5 (“Nutrição autótrofa ou heterótrofa.”)
* Euglenófitas: são organismos unicelulares livres-natantes, a maioria de água doce. Em
geral elas apresentam dois flagelos, um muito curto, que não consegue chegar a emergir da
célula, e outro longo, usado para locomoção. A cor das euglenófitas é em geral verde, devido à
presença de cloroplastos. No que se refere à nutrição elas são muito versáteis. Em
ambientes iluminados realizam fotossíntese, produzindo seu próprio alimento. Colocadas no
escuro, são capazes de sobreviver ingerindo partículas de alimento por fagocitose, um modo
heterotrófico de nutrição.
* Relação: EUGLENÓFITAS – 4 (“Unicelulares, clorofilados e flagelados.”)
* Rodófitas: são, na sua maioria, pluricelulares e abundantes nos mares tropicais, embora
também ocorram em água doce e em superfícies úmidas, como tronco de árvores. A cor
dessas algas pode variar desde o vermelho até o roxo-escuro. Algumas espécies,
denominadas algas vermelhas calcárias, acumulam carbonato de cálcio nas paredes celulares,
o que torna seu talo rígido e de aspecto petrificado, semelhante aos recifes de coral onde
vivem. As rodófitas apresentam clorofilas (a, d), carotenos, diversas xantofilas,
ficoeritrina e ficocianina.
* Relação: RODÓFITAS – 3 (“Pluricelulares, presença de clorofila e ficoeritrina.”)
* Crisófitas: são unicelulares, na sua grande maioria. Há tanto espécies marinhas como de
água doce. Os pigmentos marrom-amarelados e a iridescência (fenômeno óptico que faz certos
tipos de superfícies refletirem as cores do arco-íris) produzida pela sílica presente na sua
parede celular de muitas espécies conferem a certas crisofíceas um aspecto dourado, que
levou os pesquisadores a denominá-las de algas douradas.
* Relação: CRISÓFITAS – 2 (“Unicelulares com carapaça silicosa.”)

15. (UFMG) Observe estas figuras, em que estão representadas, de acordo com alguns
estudiosos da Biologia, modificações na classificação dos seres vivos:
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Considerando-se a sequência dessas representações e outros conhecimentos sobre o assunto,


é incorreto afirmar que, na classificação de:
a) Aristóteles são desconsiderados os grupos de organismos microscópicos.
b) Copeland são separados os grupos de organismos microscópicos com e sem núcleo.
c) Haeckel são incluídos os grupos de organismos microscópicos produtores e consumidores.
d) Whitaker são separados os grupos de organismos unicelulares produtores.
ALTERNATIVA INCORRETA: D
(“Whitaker são separados os grupos de organismos unicelulares produtores.”)
- ALTERNATIVA A (“Aristóteles são desconsiderados os grupos de organismos
microscópicos.”) – CORRETA
* Classificação de Aristóteles em dois reinos: tradicionalmente, os organismos vivos foram
divididos em dois reinos claramente distintos: as Plantas e os Animais. Neste tipo de
classificação, as plantas eram todos os organismos fixos e sem uma forma claramente definida,
capazes de fabricar matéria orgânica a partir de fontes inorgânicas (autotrofia). Os animais
eram todos os restantes dos organismos, de vida livre, com forma definida e dependentes da
matéria orgânica, oriunda das plantas ou de outros animais, para a sua nutrição (heterotrofia).
Aristóteles desconsiderou, portanto, os organismos microscópicos.
- ALTERNATIVA B (“Copeland são separados os grupos de organismos microscópicos com e
sem núcleo.”) – CORRETA
* Primeiro em 1938 e, posteriormente, em 1956, Herbert Copeland sugeriu uma classificação
com quatro reinos: Monera [procariontes (bactérias)], Protista [protozoários, algas (unicelulares
e pluricelulares) e fungos], Plantae [Metaphyta (plantas)] e Animalia [Metazoa (animais)]. Nesse
sistema de classificação, os organismos microscópicos com núcleo diferenciado (protozoários)
e algumas algas, colocados no reino protista, são separados dos seres desprovidos de
carioteca (“sem núcleo”), incluídos no reino Monera.
- ALTERNATIVA C (“Haeckel são incluídos os grupos de organismos microscópicos produtores
e consumidores.”) – CORRETA
* Em 1866, Haeckel sugeriu um sistema de classificação com três reinos (Protista, Plantae e
Animalia), acrescentando, portanto, o reino Protista ao sistema proposto por Aristóteles. Nesse
novo reino foram incluídos todos os seres vivos unicelulares e coloniais que não tinham tecidos
diferenciados (protozoários e algas). Dessa forma, Haeckel incluiu, em sua classificação,
grupos de organismos microscópicos produtores (algas) e consumidores (protozoários);
- ALTERNATIVA D (“Whitaker são separados os grupos de organismos unicelulares
produtores.”) – INCORRETA
* Em 1969, modificando a proposta de Herbert Copeland, Robert H. Whittaker propôs uma
classificação mais completa, dividida em cindo reinos: Monera (bactérias e cianobactérias),
Protista [protozoários (sem parede celular) e algas unicelulares (com parede celular)], Fungi
(fungos), Plantae (algas multicelulares e plantas terrestres) e Animalia (animais). Como se
pode constatar, Whitaker não separou os grupos de organismos unicelulares produtores, haja
vista, que ele colocou bactérias (há espécies produtoras) e cianobactérias, unicelulares
produtores no reino Monera e algas unicelulares, também produtoras, no reino Protista.
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16. (FUVEST) Considerando os grandes grupos de organismos vivos no planeta – bactérias,


protistas, fungos, animais e plantas –, em quantos deles existem seres clorofilados e
fotossintetizantes?
a) Um.
b) Dois.
c) Três.
d) Quatro.
e) Cinco.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Três.”)
- Entre as bactérias (reino Monera) há espécies heterotróficas (incapazes de sintetizar
compostos orgânicos a partir de substâncias inorgânicas simples), bem como espécies
autotróficas (capazes de sintetizar compostos orgânicos a partir de inorgânicos precursores),
por fotossíntese [fotoautotróficas (clorofiladas)] ou por quimiossíntese (quimioautotróficas).
* Entre os protistas estão as algas unicelulares clorofiladas e autótrofas, dotadas da
capacidade de realizar fotossíntese.
* As plantas são clorofiladas e fotossintetizantes.

17. (COVEST) Os seres vivos não são entidades isoladas. Eles interagem em seu ambiente
com outros seres vivos e com componentes físicos e químicos. São afetados pelas condições
desse ambiente. Com relação ao ecossistema marinho, assinale a alternativa correta.
a) O Zooplâncton e o Fitoplâncton representam os organismos produtores (autotróficos) nas
cadeias alimentares marinhas.
b) Os consumidores secundários e terciários, nos mares, são representados, principalmente,
por peixes.
c) No ambiente marinho, não existem decompositores.
d) As diatomáceas são os principais representantes do Zooplâncton.
e) Todos os seres do Zooplâncton marinho são macroscópicos.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Os consumidores secundários e terciários, nos mares, são representados principalmente por
peixes.”)
- ALTERNATIVA A (“O Zooplâncton e o Fitoplâncton representam os organismos produtores
(autotróficos) nas cadeias alimentares marinhas.”) – INCORRETA
* O zooplâncton conjunto de seres do plâncton formado por protozoários, pequenos
crustáceos, cnidários, larvas de animais, etc., não são produtores. O fitoplâncton (seres
flutuantes autótrofos, como algas e cianobactérias), por outro lado, representa os organismos
produtores nas cadeias alimentares marinhas. Lembramos que plâncton é o conjunto de algas,
pequenos animais, etc., que flutuam próximo à superfície, carregados pela corrente.
- ALTERNATIVA B (“Os consumidores secundários e terciários, nos mares, são representados,
principalmente, por peixes.*”) – CORRETA
* Os peixes são os principais consumidores secundários e terciários no ecossistema marinho.
- ALTERNATIVA C (“No ambiente marinho, não existem decompositores.”) – INCORRETA
* Os decompositores, representados por bactérias e fungos, são consumidores muito
especiais, uma vez que se nutrem de organismos mortos. Eles desagregam a matéria orgânica
morta, transformando-a em compostos inorgânicos, como sais minerais, gás carbônico e
amônia, que são reutilizados pelos autótrofos na produção de nova matéria orgânica. A
desagregação dos compostos orgânicos, denominada decomposição ou mineralização, é
fundamental para a reciclagem da matéria e faz dos decompositores as grandes “usinas
processadoras de lixo” do planeta. Dessa forma, sua presença se faz necessária em qualquer
ambiente, no inclusive no ambiente marinho.
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ALTERNATIVA D (“As diatomáceas são os principais representantes do Zooplâncton.”) –


INCORRETA
* As diatomáceas (filo Bacillariophita) são algas unicelulares, Dessa forma, elas são
representantes do fitoplâncton (seres flutuantes autótrofos, como algas e cianobactérias) e não
do zooplâncton.
ALTERNATIVA E (“Todos os seres do Zooplâncton marinho são macroscópicos.”) –
INCORRETA
* Entre os componentes do zooplâncton marinho existe seres microscópicos, como os
protozoários.

18. (FUVEST) Uma mulher de sangue tipo A, casada com um homem de sangue tipo B, teve
um filho de sangue tipo O. Se o casal vier a ter outros 5 filhos, a chance deles nascerem todos
com sangue do tipo O é:
a) Igual à chance de nascerem todos com sangue do tipo AB.
b) Menor que a chance de nascerem todos com sangue do tipo AB.
c) Maior que a chance de nascerem todos com sangue do tipo AB.
d) Menor que a chance de nascerem sucessivamente com sangue do tipo AB, A, B, A e B.
e) Maior que a chance de nascerem sucessivamente com sangue do tipo AB, B, B, A e A.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Igual à chance de nascerem todos com sangue do tipo AB.”)
- Como o casal tem um filho tipo O, os genitores são heterozigotos (IAi e IBi).
- Cruzamento:
* IAi x IBI = IAIB [tipo AB (1/4)] + IAi [tipo A (1/4) + IBi [tipo B (1/4) + ii [tipo O (1/4)]. Como se
pode constatar, a probabilidade do casal ter filhos AB, A, B e O é a mesma (1/4 = 25%).
* A probabilidade de o casal ter outros 5 filhos e deles nascerem todos com sangue tipo O é
igual à chance de nascerem todos os filhos tipo AB (alternativa A).
* Mesmo raciocínio é valido para os filhos nascerem com os demais tipos sanguíneos do
sistema ABO.
19. (UNCISAL) O casal Erick e Suzana tinha três filhos, Júlia, Pedro e Nina. Cada qual
pertencia a um grupo sanguíneo diferente um do outro. Fizeram os testes para detectar a
presença de aglutinogênios em todos da família e os resultados foram:
Erick – apresenta aglutinogênio B.
Suzana – apresenta aglutinogênio A.
Júlia – apresenta aglutinogênio A.
Pedro – apresenta aglutinogênio B.
Nina – apresenta aglutinogênios A e B.
Pode-se afirmar que
a) Esse casal não poderia gerar um filho do grupo O.
b) Júlia poderia doar sangue para o seu pai e para sua irmã.
c) Suzana poderia doar sangue para todos os seus filhos.
d) Nina poderia doar sangue para todos os seus familiares.
e) Pedro poderia receber sangue apenas de seu pai.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Pedro poderia receber sangue apenas de seu pai.”)
* Erick apresenta aglutinogênio B (considerando que ele não tem aglutinogênio A): sangue tipo
B.
* Suzana apresenta aglutinogênio A (considerando que ela não tem aglutinogênio B): sangue
tipo A.
* Júlia apresenta aglutinogênio A (considerando que ela não tem aglutinogênio B): sangue tipo
A.
* Pedro apresenta aglutinogênio B (considerando que ele não tem aglutinogênio A): sangue
tipo B.
.* Nina apresenta aglutinogênios A e B: sangue tipo AB (receptor universal).
- ALTERNATIVA A (“Esse casal não poderia gerar um filho do grupo O.”) – INCORRETA
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* Poderia se o casal fosse heterozigoto: Erick (IBi) e Suzana (IAi).


- A figura abaixo mostra as possibilidades de transfusão de sangue no sistema ABO. Use-a
para análise das alternativas B, C, D e E.

- ALTERNATIVA B (“Júlia poderia doar sangue para o seu pai e para sua irmã.”) –
INCORRETA
* Júlia (sangue tipo A) não pode doar sangue para seu pai (Erick), que é tipo B. Ela pode,
entretanto, doar para sua irmã (Nina) que é AB (receptor universal).
- ALTERNATIVA C (“Suzana poderia doar sangue para todos os seus filhos.”) – INCORRETA
* Suzana (sangue tipo A) pode doar sangue para Júlia (sangue tipo A) e para Nina [sangue tipo
AB (receptor universal)]. Não pode, entretanto, doar sangue para Pedro, que tem sangue tipo
B.
- ALTERNATIVA D (“Nina poderia doar sangue para todos os seus familiares.”) – INCORRETA
* Nina, que é AB (receptor universal), não pode doar sangue para nenhum dos seus familiares.
Pode, entretanto, receber de todos eles.
- ALTERNATIVA E (“Pedro poderia receber sangue apenas de seu pai.”) – CORRETA
* Dentre os familiares constantes nessa questão, Pedro (sangue tipo B) só pode receber
sangue do seu pai (Erick), que tem o mesmo tipo sanguíneo (B) de Pedro.

20. (UFC) LEIA O TEXTO A SEGUIR.


ESTUDANTE DESCOBRE NÃO SER FILHA DOS PAIS EM AULA DE GENÉTICA
Uma aula sobre genética tumultuou a vida de uma família que vive em Campo Grande, Mato
Grosso do Sul. Uma estudante descobriu que não poderia ser filha natural dos pais. Miriam
Anderson cresceu acreditando que Holmes e Elisa eram os seus pais. Na adolescência,
durante uma aula de genética, ela entendeu que o tipo sanguíneo dos pais era incompatível
com o dela.
Jornal Hoje – Rede Globo, 29/09/08.

Considerando que o tipo sanguíneo de Miriam seja O, Rh , assinale a alternativa que apresenta
o provável tipo sanguíneo do casal que confirmaria o drama descrito na reportagem, ou seja,
que Holmes e Elisa não poderiam ter gerado Miriam.
+ –
a) Pai: AB, Rh e mãe: O, Rh .
+ +
b) Pai: A, Rh e mãe: B, Rh .
– –
c) Pai: B, Rh e mãe: B, Rh .
– +
d) Pai: O, Rh e mãe: A, Rh .
+ +
e) Pai: B, Rh e mãe: A, Rh .
ALTERNATIVA CORRETA: A
+ –
(“Pai: AB, Rh e mãe: O, Rh .”)
JUSTIFICATIVA
A B
- No sistema ABO, o alelo i é recessivo em relação a seus alelos I e I , e só se manifesta em
dose dupla. O único cruzamento que indica a impossibilidade de Miriam ser filha biológica do
casal que a criou é o apresentado na alternativa A. Nesse caso, o pai apresenta tipo sanguíneo
A B A B
AB (I I ) e os alelos presentes nos seus gametas (I ou I ) se manifestam, pois são dominantes
em relação ao alelo i, presente nos gametas da mãe, cuja constituição genética é ii. Dessa
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A B
forma, este casal só pode ter filho A (I i) ou B (I i). A conclusão pode ser obtida analisando-se
apenas o sistema ABO, pois, pelo fator Rh, todos os cruzamentos podem gerar um(a) filho(a)

Rh . Portanto, está correta a alternativa A.
+ –
- ALTERNATIVA A (“Pai: AB, Rh e mãe: O, Rh .”) – CORRETA
* Ver explicação acima.
+ +
- ALTERNATIVA B (“Pai: A, Rh e mãe: B, Rh .”) – INCORRETA
A B
* Pai A e mãe B. Se ambos forem heterozigotos (I i e I i, respectivamente), podem ter filhos O
(ii), caso de Miriam.
– –
- ALTERNATIVA C (“Pai: B, Rh e mãe: B, Rh .”) – INCORRETA
B
* Pai B e mãe B. Se ambos forem heterozigotos (I i), podem ter filhos O (ii), caso de Mirian.
– +
- ALTERNATIVA D (“Pai: O, Rh e mãe: A, Rh .”) – INCORRETA
A
* Pai O (ii) e mãe A. Se a mãe for heterozigota (I i), o casal pode ter filhos O (ii), caso de
Mirian.
+ +
- ALTERNATIVA E (“Pai: B, Rh e mãe: A, Rh .”) – INCORRETA
B A
* Pai B e mãe A. Se ambos forem heterozigotos (I i e I i, respectivamente), podem ter filhos O
(ii), caso de Miriam
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OITAVA BATERIA
01. (UNICENTRO) É difícil manter as moléculas de oxigênio livres, apesar de ele ser o terceiro
elemento mais abundante do Universo, formado nas fornalhas densas no interior das estrelas.
Isso porque o oxigênio é extremamente reagente e pode formar compostos com quase todos
os elementos da tabela periódica. Então como a Terra acabou com uma atmosfera composta
por praticamente 21% desse gás? A resposta está nos minúsculos organismos conhecidos
como cianobactérias ou “algas azuis”. Esses microrganismos realizam a fotossíntese utilizando
luz solar, água e dióxido de carbono para produzir carboidratos e, também, oxigênio. Na
verdade, até hoje, todas as plantas da Terra contêm cianobactérias — conhecidas como
cloroplastos — que participam da fotossíntese. (BIELLO, 2009).
Considerando-se as informações do texto e os conhecimentos acerca do processo
fotossintético, é correto afirmar, exceto:
a) Os glicídios produzidos através da fotossíntese representam fonte de energia para as
atividades metabólicas dos seres autótrofos.
b) Os cloroplastos, segundo a teoria endossimbiótica, derivaram da simbiose entre um
microrganismo autótrofo capaz de captar energia luminosa e uma célula hospedeira
heterotrófica.
c) A fotossíntese compreende uma série complexa de reações químicas, dentre as quais a
fixação do carbono depende diretamente da luz para ocorrer.
d) O gás oxigênio presente na atmosfera é produzido a partir da decomposição da molécula de
água, sob ação direta da luz.
e) A fotossíntese representa um processo anabólico que permite a conversão de energia
luminosa em energia química.
- As cianobactérias (denominadas antigamente de algas azul-azuis ou cianofíceas) apresentam
clorofila e outros pigmentos, como ficocianina e ficoeritrina, conhecidos como pigmentos
acessórios. Elas são autótrofas fotossintetizantes e vivem no mar, na água doce e em
ambientes terrestres úmidos, podendo se apresentar como células isoladas ou formar colônias
de diferentes tamanhos. Seu sistema fotossintético é constituído por sacos membranosos,
achatados e concêntricos, entre os quais se encontram grânulos de cerca de 40 nm de
diâmetro, ligados à parede externa dos referidos sacos. Esses grânulos, denominados
cianossomos, são dotados de ficocianina e ficoeritrina, enquanto a estrutura membranosa
contém clorofila e outros compostos do sistema fotossintetizante. A energia solar absorvida
pela ficocianina e pela ficoeritrina é transferida para as membranas contendo clorofila, onde se
processa a fotossíntese. Dessa forma, esses pigmentos acessórios aumentam o espectro de
utilização de a luz solar, em comparação com a absorção proporcionada pela clorofila sozinha.
A parede celular das cianobactérias é semelhante à das demais bactérias e, por vezes, é
revestida por uma capa gelatinosa dotada de pigmentos coloridos (dourado, castanho,
vermelho, etc.), razão pela qual esses procariontes nem sempre são azuis, apesar da sua
denominação genérica. Usando água, oxigênio, gás carbônico e amônia, elas sintetizam uma
grande variedade de moléculas orgânicas, sendo capazes de sobreviver com esses parcos
recursos nas condições mais adversas, desde que na presença de luz. Para beneficiar sua
nutrição e captação de energia, muitas cianobactérias são dotadas de vacúolos contendo gás,
que, controlando a flutuação da célula, colocam esses procariontes na profundidade ótima em
nutrientes, concentração de oxigênio e intensidade luminosa. Algumas cianobactérias (Nostoc
e Anabaena, entre outras), além de fotossintetizantes, atuam como bactérias fixadoras,
participando do ciclo do nitrogênio. A exemplo das demais bactérias, sua divisão celular ocorre
por amitose (divisão direta). Os principais exemplos de cianobactérias pertencem aos gêneros
Nostoc, Oscillatoria, Anabaena e Microcystis.
ALTERNATIVA INCORRETA: C
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(“A fotossíntese compreende uma série complexa de reações químicas, dentre as quais a
fixação do carbono depende diretamente da luz para ocorrer.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Os glicídios produzidos através da fotossíntese representam fonte de
energia para as atividades metabólicas dos seres autótrofos.”) – CORRETA
* Nos seres vivos em geral (autótrofos e heterótrofos), a glicose (glicídio) formado na
fotossíntese, tem três destinos principais (figura a seguir): (a) ela pode ser armazenada, como
amido, glicogênio, sacarose, etc.; (b) ser oxidada, pela via glicolítica, a compostos constituídos
por três de carbono (piruvato) formando ATP e intermediários metabólicos; (c) ser oxidada a
pentoses, pela via das pentoses fosfato (via do fosfogliconato ou das hexoses monofosfato)
produzindo ribose-5-fosfato que irá participar de diversos processos biossintéticos (síntese de
RNA, DNA, NAD, FAD, coenzima A, etc.).

- ALTERNATIVA B (“Os cloroplastos, segundo a teoria endossimbiótica, derivaram da simbiose


entre um microrganismo autótrofo capaz de captar energia luminosa e uma célula hospedeira
heterotrófica.”) – CORRETA
* A exemplo das mitocôndrias, há uma tendência em se admitir que os cloroplastos tenham se
originado de organismos procariontes. Com relação às mitocôndrias, as suposições recaem
sobre procariontes heterótrofos aeróbios. No que concerne aos cloroplastos, supõe-se que eles
tenham surgido a partir de procariontes fotossintetizantes (autótrofos), provavelmente
cianobactérias, que endocitados, passaram a viver em “simbiose” com células eucarióticas
primitivas (células hospedeiras heterotróficas). Entre as evidências que reforçam essa ideia,
conhecida como hipótese simbiótica, destacamos: (a) o DNA encontrado nos cloroplastos, que
é circular e fechado, como ocorre nas bactérias; (b) os plastorribossomos (ribossomos dos
cloroplastos), com coeficientes de sedimentação 50S e 30S, a exemplo dos encontrados nas
bactérias; (c) a inibição da síntese proteica pelo cloranfenicol, a exemplo do ocorre nas
bactérias; (d) a transcrição do DNA do cloroplasto pela RNA polimerase de Escherichia coli,
sintetizando RNAm que podem ser traduzidos por enzimas de E. Coli, produzindo proteínas do
cloroplasto.
- ALTERNATIVA C (“A fotossíntese compreende uma série complexa de reações químicas,
dentre as quais a fixação do carbono depende diretamente da luz para ocorrer.”) –
INCORRETA
* A fotossíntese apresenta duas séries de reações, denominadas fase fotoquímica (fase
luminosa ou reações de claro), que ocorre nos tilacoides e fase química (fase termoquímica ou
fase enzimática ou reações de “escuro”), que se processa no estroma. As reações da fase
luminosa dependem, diretamente, da luz, o que não ocorre com as da fase termoquímica (ciclo
de Calvin), que são consideradas “fotoindependentes”. Na fase termoquímica, o carbono entra
na forma de CO2, (fixação do carbono) em uma sequência cíclica de reações denominada ciclo
de Calvin ou ciclo de Calvin-Benson.
- ALTERNATIVA D (“O gás oxigênio presente na atmosfera é produzido a partir da
decomposição da molécula de água, sob ação direta da luz.”) – CORRETA
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* O oxigênio liberado na fotossíntese provém da fotólise da água (reação de Hill), processo que
consiste na degradação da água por ação direta da luz.
- ALTERNATIVA E (“A fotossíntese representa um processo anabólico que permite a
conversão de energia luminosa em energia química.”) – CORRETA
* Na fotossíntese, processo anabólico, ocorre a transformação de energia luminosa em energia
química.

02. (UNEMAT) A fotossíntese é um processo de formação de matéria orgânica, a partir da


água e do gás carbônico, e exige luz para que se realize. Esse processo é realizado pelos
seres vivos que possuem em suas células pigmentos fotossintetizantes, como a clorofila. A
respeito desse processo, é correto afirmar.
a) A fotossíntese apresenta duas fases: a de claro ocorre nos cloroplastos e a de escuro ocorre
nas mitocôndrias.
b) Ao final do processo fotossintético, na planta produzirá nitrogênio, água e oxigênio.
c) Na fotossíntese, a fase fotoquímica (reação de claro) ocorre nas partes clorofiladas dos
cloroplastos e consiste em duas etapas: a fotólise da água que libera O 2 e a fotofosforilação
que produz ATP.
d) A fotossíntese ocorre exclusivamente no cloroplasto, a fase de claro acontece no estroma e
a fase de escuro acontece na grana, que é rica em clorofila.
e) O objetivo principal da fotossíntese é manter estável a quantidade de oxigênio do planeta,
um processo realizado exclusivamente pelas plantas.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Na fotossíntese, a fase fotoquímica (reação de claro) ocorre nas partes clorofiladas dos
cloroplastos e consiste em duas etapas: a fotólise da água que libera O2 e a fotofosforilação
que produz ATP.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A fotossíntese apresenta duas fases: a de claro ocorre nos cloroplastos e
a de escuro ocorre nas mitocôndrias.”) – INCORRETA
* A fotossíntese apresenta duas séries de reações, denominadas fase fotoquímica (fase
luminosa ou reações de claro), que ocorre nos tilacoides e fase química (fase termoquímica ou
fase enzimática ou reações de “escuro”), que se processa no estroma. Ambas as fase ocorrem,
portanto, nos cloroplastos. No interior das mitocôndrias ocorre a parte aeróbia da respiração,
compreendendo o ciclo de Krebs (ciclo do ácido cítrico ou ciclo do ácido tricarboxílico) e a
cadeia respiratória (cadeia oxidativa ou cadeia transportadora de elétrons).
- ALTERNATIVA B (“Ao final do processo fotossintético, na planta produzirá nitrogênio, água e
oxigênio.”) – INCORRETA
* Ao final do processo fotossintético, a planta produz carboidrato (composto orgânico), água e
oxigênio, como mostra a equação abaixo. A fotossíntese não produz nitrogênio.

- ALTERNATIVA C (“Na fotossíntese, a fase fotoquímica (reação de claro) ocorre nas partes
clorofiladas dos cloroplastos e consiste em duas etapas: a fotólise da água que libera O 2 e a
fotofosforilação que produz ATP.”) – CORRETA
* A fotossíntese apresenta duas séries de reações, denominadas fase fotoquímica (fase
luminosa ou reações de claro), que ocorre nos tilacoides (onde se dispõem as moléculas de
clorofila) e fase química (fase termoquímica ou fase enzimática ou reações de “escuro”), que se
processa no estroma. A fase fotoquímica depende diretamente da luz, o que não ocorre com a
fase termoquímica (ciclo de Calvin), que é considerada “fotoindependente”. Na etapa
fotoquímica ocorre a fotólise da água (reação de Hill), com liberação de oxigênio e a produção
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de ATP a partir de ADP, processo denominado fotofosforilação (fosforilação com participação


da luz). A formação de ATP ocorre tanto na fotofosforilação cíclica, quanto na fotofosforilação
acíclica.
- ALTERNATIVA D (“A fotossíntese ocorre exclusivamente no cloroplasto, a fase de claro
acontece no estroma e a fase de escuro acontece na grana, que é rica em clorofila.”) –
INCORRETA
* A fotossíntese ocorre exclusivamente no cloroplasto, como consta na alternativa. A fase do
claro (fase fotoquímica ou fase luminosa) se processa na grana, rica em clorofila, e a fase de
“escuro” (fase termoquímica ou fase enzimática ou fase química) ocorre no estroma.
* Lembramos que granum (plural: grana) é formado por uma série de tilacoides empilhados,
como mostra a figura abaixo, que representa a estrutura de um cloroplasto.

- ALTERNATIVA E (“O objetivo principal da fotossíntese é manter estável a quantidade de


oxigênio do planeta, um processo realizado exclusivamente pelas plantas.”) – INCORRETA
* O principal objetivo da fotossíntese é a produção de compostos orgânicos, a partir de
substâncias inorgânicas. No que diz respeito ao oxigênio, parte dele é utilizada pelo próprio ser
fotossintetizante na sua respiração aeróbia. Dessa forma, nem todo oxigênio “produzido” por
esse ser é liberado para a atmosfera. Lembramos que nos seres fotossintetizantes que não
utilizam a água como doadora de prótons e elétrons, não ocorre liberação de oxigênio. É o
caso, por exemplo, das bactérias que utilizam o ácido sulfídrico, das que usam o gás
hidrogênio e das que utilizam o lactato. Deve ainda ser ressaltado que a fotossíntese não
ocorre exclusivamente nas plantas. Ela também se processa nas algas e em algumas bactérias
fotossintetizantes. As bactérias fotossintetizantes, com exceção das cianobactérias, não
“produzem” O2.

03. (UECE) A fotossíntese é o inicio da maior parte das cadeias alimentares no planeta. Sem
ela, os animais e muitos outros seres heterotróficos seriam incapazes de sobreviver, porque a
base da sua alimentação encontra-se sempre nas substâncias orgânicas produzidas pelas
plantas clorofiladas. Sobre o processo fotossintético, podemos afirmar corretamente que
durante a etapa fotoquímica ocorre:
a) Liberação do oxigênio e redução do NADP.
b) Fotólise da água e oxidação do NADP a NADPH.
c) Redução do NAD a NADPH e fotofosforilação do ATP.
d) Fotofosforilação do ADP e fixação do carbono.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Liberação do oxigênio e redução do NADP.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Liberação do oxigênio e redução do NADP.”) – CORRETA
* Na etapa fotoquímica há liberação de oxigênio, proveniente da fotólise da água (reação de
Hill) e redução do NADP a NADPH (carregador de hidrogênio), que vai ser utilizado na etapa
termoquímica, para a redução do CO2 a carboidrato (CH2O).
- ALTERNATIVA B (“Fotólise da água e oxidação do NADP a NADPH.”) – INCORRETA
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* Ocorre fotólise da água (reação de Hill) e redução do NADP a NADPH. Não se trata de
oxidação, como consta nesta alternativa e sim de redução.
* O aluno dever ter a preocupação de não confundir a redução do NADP com um fenômeno de
oxidação.
- ALTERNATIVA C (“Redução do NAD a NADPH e fotofosforilação do ATP.”) – INCORRETA
* Embora ocorra, na etapa fotoquímica, fotofosforilação (fosforilação com participação da luz)
do ATP, a partir de ADP, ocorre redução de NADP a NADPH e não redução do NAD a NADPH.
- ALTERNATIVA D (“Fotofosforilação do ADP e fixação do carbono.”) – INCORRETA
* A fotofosforilação (fosforilação com participação da luz) do ADP a ATP ocorre, realmente, na
etapa fotoquímica. A fixação do carbono, entretanto, ocorre na etapa termoquímica.

04. (COVEST) As plantas possuem a capacidade de “gerar” energia, a partir da luz solar,
associada à absorção de alguns elementos químicos. Elas captam energia através de várias
reações bioquímicas. Com relação a esse assunto, indique a única incorreta.
a) Na natureza, ocorrem reações de transformação em que os reagentes têm menos energia
que os produtos. São as chamadas reações endergônicas, como, por exemplo, a fotossíntese.
b) A fotossíntese compreende várias reações que são desenvolvidas em duas fases: a
fotoquímica, que necessita de luz e ocorre nos tilacoides, e química, que independe
diretamente da luz e ocorre no estroma dos cloroplastos.
c) Na etapa fotoquímica da fotossíntese, ocorrem a fotólise da água com liberação do oxigênio,
e a transferência de hidrogênio para o NADP.
d) Na etapa fotoquímica da fotossíntese, ocorre a formação de ATP, a partir da fotofosforilação
do ADP, com a participação da clorofila.
e) O NADP e o gás oxigênio, produzidos na etapa fotoquímica, são indispensáveis para a
transformação de gás carbônico em glicose.
ALTERNATIVA INCORRETA: E
(“O NADP e o gás oxigênio, produzidos na etapa fotoquímica, são indispensáveis para a
transformação de gás carbônico em glicose.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Na natureza, ocorrem reações de transformação em que os reagentes
têm menos energia que os produtos. São as chamadas reações endergônicas, como, por
exemplo, a fotossíntese.”) – CORRETA
* A fotossíntese (conversão de energia luminosa em energia química) é um processo
endergônico (endoenergético). Nela, os reagentes possuem menos energia que os produtos. A
respiração celular (processo que os seres vivos utilizam para retirar energia de uma fonte
alimentar) é, por outro lado, um processo exergônico (exoenergético). Na respiração celular, os
reagentes têm mais energia que os produtos.
- ALTERNATIVA B (“A fotossíntese compreende várias reações que são desenvolvidas em
duas fases: a fotoquímica, que necessita de luz e ocorre nos tilacoides, e química, que
independe diretamente da luz e ocorre no estroma dos cloroplastos.”) – CORRETA
* A fotossíntese apresenta duas séries de reações, denominadas fase fotoquímica (fase
luminosa ou reações de claro), que ocorre nos tilacoides e fase química (fase termoquímica ou
fase enzimática ou reações de “escuro”), que se processa no estroma. Os reagentes e
produtos de cada uma dessas fases estão indicados, resumidamente, no esquema abaixo.
Como se pode notar, as reações da fase luminosa dependem, diretamente, da luz, o que não
ocorre com as da fase termoquímica (ciclo de Calvin), que são consideradas
“fotoindependentes”.
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- ALTERNATIVA C (“Na etapa fotoquímica da fotossíntese, ocorrem a fotólise da água com


liberação do oxigênio, e a transferência de hidrogênio para o NADP.”) – CORRETA
* O papel da luz na fotossíntese (etapa fotoquímica) consiste, basicamente, em excitar os
elétrons da clorofila e em degradar a água, processo denominado fotólise da água (reação de
Hill) e descrito por Robert Hill em 1937. Essa cisão da água, impulsionada pela luz, é
catalisada por um complexo proteico contendo Mn. Hill desconhecia qual era a substância que
atuava como aceptora de hidrogênio. Sabe-se hoje que se trata do NADP (nicotinamida
adenina dinucleotídeo fosfato), que é reduzido a NADPH 2. O oxigênio, por seu turno, é liberado
como um subproduto da fotossíntese.
* A figura constante da alternativa anterior (etapa fotoquímica) mostra a formação do NADPH 2
(a partir do NADP), que vai ser utilizado na etapa termoquímica, bem como, a liberação do
oxigênio.
- ALTERNATIVA D (“Na etapa fotoquímica da fotossíntese, ocorre a formação de ATP, a partir
da fotofosforilação do ADP, com a participação da clorofila.”) – CORRETA
* Na etapa fotoquímica, da qual participa a clorofila, há formação de ATP a partir de ADP,
processo denominado fotofosforilação (fosforilação com participação da luz). Há formação de
ATP tanto na fotofosforilação cíclica, quanto na fotofosforilação acíclica.
- ALTERNATIVA E (“O NADP e o gás oxigênio, produzidos na etapa fotoquímica, são
indispensáveis para a transformação de gás carbônico em glicose.”) – INCORRETA
* Na etapa termoquímica da fotossíntese ocorre a redução do CO2 a carboidrato. Nessa etapa
(figura a seguir) são usados o ATP e o NADPH2 (não o NAPD, como consta nessa alternativa)
produzidos na etapa fotoquímica. O oxigênio, que é liberado, não participa da etapa
termoquímica.

OBSERVAÇÃO
* Embora, habitualmente, sejam usados NADP e NADPH2, a forma correta de representar é
+
NADP e NADPH, respectivamente.

05. (UEM) Sobre as estruturas especiais utilizadas na reprodução sexuada dos diferentes
grupos vegetais, assinale a única incorreta.
a) No arquegônio do gametófito de Bryophyta (musgo), a fecundação entre a oosfera e o
anterozoide resultará no zigoto diploide, e este, após divisões mitóticas sucessivas, originará o
esporófito.
b) Em Pterophyta (samambaias e avencas), os esporângios reunidos em soros liberam os
esporos haploides que, após divisões mitóticas sucessivas, originarão os gametófitos.
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c) Nos vegetais produtores de sementes nuas (sem a proteção do pericarpo), a micrópila do


óvulo recebe o grão de pólen que formará o tubo polínico, através do nucelo, até atingir a
oosfera.
d) Nos vegetais produtores de frutos, o ovário impede a livre chegada do grão de pólen até a
micrópila do óvulo. O estigma oferecerá as condições para a germinação do grão de pólen.
e) A dupla fecundação que ocorre no gametófito das angiospermas (Magnoliophyta) produz
dois embriões diploides, que serão os esporófitos, quando atingirem a fase adulta.
ALTERNATIVA INCORRETA: E
(“A dupla fecundação que ocorre no gametófito das angiospermas (Magnoliophyta) produz dois
embriões diploides, que serão os esporófitos, quando atingirem a fase adulta.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“No arquegônio do gametófito de Bryophyta (musgo), a fecundação entre a
oosfera e o anterozoide resultará no zigoto diploide, e este, após divisões mitóticas sucessivas,
originará o esporófito.”) – CORRETA
* Durante o seu ciclo reprodutivo dos Bryophyta (musgos), há uma fase haploide (n), o
gametófito, que representa a planta propriamente dita e responde pela produção dos gametas,
e uma fase diploide (2n), o esporófito, que produz os esporos (figura abaixo). Na extremidade
dos brotos foliares das briófitas, formam-se os órgãos reprodutores masculino e feminino,
denominados, respectivamente, anterídio e arquegônio. No interior do anterídio, há formação
de vários anterozoides, gametas masculinos dotados de dois flagelos, graças aos quais
“nadam” até o arquegônio, que contém uma única oosfera. Da fecundação, surge o ovo ou
zigoto que se desenvolve, por mitoses sucessivas, no ápice da planta feminina, formando o
esporófito, plantinha constituída por células diploides. O zigoto representa, portanto, o início da
diplofase, cujo organismo toma o nome de esporófito, que é pouco desenvolvido e fica
implantado sobre o gametófito (haploide), do qual se nutre até atingir a maturidade, quando
produz esporos e morre.

- ALTERNATIVA B (“Em Pterophyta (samambaias e avencas), os esporângios reunidos em


soros liberam os esporos haploides que, após divisões mitóticas sucessivas, originarão os
gametófitos.”) – CORRETA
* Durante o ciclo reprodutivo das Pterophyta [pteridófitas (samambaias e avencas)], há uma
diplofase, representada pelo esporófito, que é mais desenvolvida que a haplofase,
representada pelo gametófito. Enquanto o esporófito é o indivíduo permanente, o gametófito,
denominado prótalo, é apenas uma estrutura verde cordiforme, quase microscópica e de
pequena duração. Em certas épocas do ano, observam-se, na parte inferior de certas folhas
das pteridófitas, formações escuras denominadas soros (figura a seguir). As folhas portadoras
de soros são denominadas esporófilos, enquanto as outras, não produtoras dessas estruturas,
tomam o nome de tropófilos e têm papel importante na assimilação.
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* Liberado e caindo em solo favorável, o esporo (haploide) se divide, por sucessivas


mitoses, dando origem ao prótalo que representa o gametófito (figura a seguir).
Quando maduro, o prótalo bissexuado, caso da figura, contém os gametângios
masculino e feminino, denominados, respectivamente, anterídio e arquegônio. No
interior do anterídio, formam-se vários anterozoides e, no interior do arquegônio,
apenas uma oosfera. Depois de liberados, os anterozoides nadam na água que fica
retida na face inferior do prótalo até o gametângio feminino, penetram nele e um deles
fecunda a oosfera, resultando o ovo ou zigoto. Essa célula diploide desenvolve-se, a
princípio, a custa do prótalo, originando o esporófito ou pteridófita propriamente dita,
que reinicia o ciclo.

- ALTERNATIVA C (“Nos vegetais produtores de sementes nuas (sem a proteção do


pericarpo), a micrópila do óvulo recebe o grão de pólen que formará o tubo polínico, através do
nucelo, até atingir a oosfera.”) – CORRETA
* As gimnospermas (do grego gymnos = nu; e sperma = semente) são plantas vasculares,
dotadas de raiz, caule, folhas, estróbilos (flores rudimentares) e sementes. Nesse grupo se
incluem os pinheiros, as sequoias e os ciprestes. Os estróbilos masculinos (microsporângios)
produzem, por meiose, os micrósporos (esporos haploides), que originam, por mitose, o
gametófito masculino (grão de pólen). Os estróbilos femininos (megasporângios), por seu
turno, gera, também por meiose, o gametófito feminino (óvulo). Lembramos que nos vegetais, o
óvulo não é o gameta feminino, como ocorre nos animais. Ele é uma estrutura que abriga os
elementos formadores do gameta feminino, denominado oosfera. Uma vez liberado, o grão de
pólen é carregado pelo vento (polinização anemófila) até o estróbilo feminino, adere à micrópila
do óvulo e, entrando em contato com o nucelo, germina, formando uma estrutura longa (tubo
polínico) que leva o gameta masculino, não flagelado, até a oosfera (gameta feminino) e a
fecunda. O ovo ou zigoto (2n), resultante da fecundação se divide por mitose e dá origem ao
embrião, que se desenvolve em um novo organismo (esporófito). Lembramos que a
fecundação é simples nas gimnospermas e dupla nas angiospermas.
- ALTERNATIVA D (“Nos vegetais produtores de frutos, o ovário impede a livre chegada do
grão de pólen até a micrópila do óvulo. O estigma oferecerá as condições para a germinação
do grão de pólen.”) – CORRETA
* As angiospermas, ao contrário das gimnospermas, apresentam flores típicas e frutos. Uma
flor típica (figura abaixo) apresenta um pedúnculo floral (pedicelo), eixo que sustenta a flor e
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um receptáculo floral, dilatação do ápice do pedúnculo, onde se inserem os quatro verticilos (ou
elementos) florais (cálice, corola, androceu e gineceu ou pistilo). O cálice e a corola, juntos,
tomam o nome de perianto, cuja função é proteger os dois outros componentes (androceu e
gineceu), que representam as partes reprodutoras propriamente ditas.

* O gineceu, órgão feminino da flor, é formado por carpelos (pistilos ou megasporófilos). Um


carpelo (figura a seguir) consiste de três partes: estigma, estilete e ovário. O estigma é a
extremidade livre, destinada a receber o pólen, proveniente da antera. O estilete é a parte
intermediária, ao longo do qual se forma o tubo polínico. O ovário é a região do carpelo, onde
os óvulos (macrósporos) são produzidos.

* Como se pode constatar, nas angiospermas, o grão de pólen que chega ao estigma é retido e
germina, produzindo o tubo polínico que cresce ao longo do estilete e atinge o ovário, onde se
encontra o óvulo. Nas gimnospermas, em função da ausência de estigma nos carpelos, o grão
de pólen, como vimos na alternativa anterior, adere diretamente à micrópila do óvulo.
- ALTERNATIVA E (“A dupla fecundação que ocorre no gametófito das angiospermas
(Magnoliophyta) produz dois embriões diploides, que serão os esporófitos, quando atingirem a
fase adulta.”) – INCORRETA
* Na dupla fecundação que ocorre nas angiospermas, o primeiro anterozoide fecunda a
oosfera, levando à formação do zigoto, célula diploide (2n), que vai constituir o embrião. O
segundo anterozoide funde-se com os dois núcleos polares, formando uma célula triploide (3n)
que dará origem ao albúmen ou endosperma, tecido de reserva da semente. Como se pode
constatar, não há formação de dois embriões diploides, como consta nesta alternativa.
- Para saber mais ver BRIÓFITAS E PTERIDÓFITAS (CRIPTÓGAMOS), matéria publicada, no
dia 07/11/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”

06. (UEFS) As plantas descendem de ancestrais que selecionaram uns aos outros, sem se
digerir completamente. Células aquáticas ancestrais, com um voraz apetite, engoliram
micróbios fotossintéticos verdes chamados cianobactérias. Algumas resistiram à digestão e
sobreviveram dentro das células maiores, e continuaram a realizar fotossíntese. Com a
integração, a comida verde crescia como parte de um novo ser. A bactéria de fora era agora
uma parte independente dentro da célula. A partir de uma cianobactéria e um voraz nadador
transparente, evolui um novo indivíduo, a alga. A partir das células verdes (protoctistas), vieram
as células das plantas.
(MARGULIS, 1997, p. 90-91).
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O modo como ocorreu a evolução dos processos sexuados e dos ciclos de vida nas plantas foi
de fundamental importância para a conquista do ambiente terrestre. Pode-se considerar como
um desses fatores evolutivos na formação do grupo vegetal:
a) A alternância de gerações entre uma fase sexuada e outra fase assexuada, ao longo do
ciclo de vida.
b) A presença, a partir das pteridófitas, de uma fase esporofítica mais desenvolvida e
nutricionalmente independente da fase gametofítica.
c) O advento das flores, frutos e sementes nos indivíduos do grupo das fanerógamas.
d) A presença de vasos condutores que condicionou uma melhor adaptação das briófitas aos
ambientes com menor disponibilidade de água.
e) A consolidação da meiose espórica na etapa gametofítica desenvolvida pelo grupo.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“A presença, a partir das pteridófitas, de uma fase esporofítica mais desenvolvida e
nutricionalmente independente da fase gametofítica.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A alternância de gerações entre uma fase sexuada e outra fase
assexuada, ao longo do ciclo de vida.”) – INCORRETA
* A alternância de gerações (metagênese) entre uma fase sexuada e outra assexuada, ao
longo do ciclo de vida das plantas, não foi de fundamental importância para a conquista do
ambiente terrestre, já que ocorre em todos os vegetais e em muitas algas multicelulares, como
a Ulva [(alga verde), figura abaixo, conhecida popularmente como “alface-do-mar”].
Durante o ciclo de vida desses organismos, a geração com reprodução sexuada e
produtora de gametas, denominada gametofítica (haploide), se alterna com a reprodução
assexuada, produtora de esporos, denominada esporofítica (diploide), podendo, em
função do organismo considerado, predominar uma delas. Nos briófitas, por exemplo,
predomina o gametófito. Nas pteridófitas, por outro lado, predomina o esporófito.

- ALTERNATIVA B (“A presença, a partir das pteridófitas, de uma fase esporofítica mais
desenvolvida e nutricionalmente independente da fase gametofítica.”) – CORRETA
* Sobrepujança da diplofase: fazendo-se uma análise do processo sexual dos vegetais,
constatamos que, à medida que as formas se tornam mais evoluídas, a fase gametofítica
(haplofase), indicada por II na figura abaixo, faz-se menos evidente e menos dominante. O
esporófito (diplofase), indicado por I na referida figura, torna-se, por outro lado, mais dominante
e mais independente da fase gametofítica.
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* Para se ter uma ideia, nos briófitos (musgos), que são avasculares, o gametófito (haploide) é
mais desenvolvido que o esporófito (diploide). Nesses vegetais, o esporófito fica implantado
sobre o gametófito, do qual se nutre até atingir a maturidade, quando produz esporos e morre.
Essa nutrição, feita pela planta-mãe, é denominada matrotrofia. A transferência de nutrientes
do gametófito para o embrião é realizada através de células presentes na base do arquegônio,
cujo conjunto é denominado placenta, em analogia à estrutura presente nos organismos
placentários que exerce função semelhante. Nas pteridófitas (samambaias e avencas), que já
são vasculares e mais evoluídas que os briófita, o esporófito (diploide) é mais desenvolvido que
o gametófito (haploide). Enquanto o esporófito é o indivíduo permanente, o gametófito,
denominado prótalo, é apenas uma estrutura verde cordiforme, quase microscópica e de
pequena duração.
- ALTERNATIVA C (“O advento das flores, frutos e sementes nos indivíduos do grupo das
fanerógamas.”) – INCORRETA
* As gimnospermas (do grego gymnos = nu; e sperma = semente), representadas pelos
pinheiros, sequoias e ciprestes, estão adaptadas ao ambiente terrestre, pertencem ao grupo
das fanerógamas e são desprovidas de frutos.
- ALTERNATIVA D (“A presença de vasos condutores que condicionou uma melhor adaptação
das briófitas aos ambientes com menor disponibilidade de água.”) – INCORRETA
* A presença de vasos condutores condiciona, realmente, uma melhor adaptação aos
ambientes com menor disponibilidade de água. As briófitas, entretanto, são avasculares
(desprovidas de vasos condutores).
- ALTERNATIVA E (“A consolidação da meiose espórica na etapa gametofítica desenvolvida
pelo grupo.”) – INCORRETA
* A meiose espórica ocorre na etapa esporofítica e não na etapa gametofítica.

07. (UFRPE) A polinização é o transporte dos grãos de pólen das anteras para o estigma das
flores, possibilitando a fecundação. A eficiência do mecanismo de transporte desse pólen é
fundamental para a sobrevivência da espécie, seja ela feita pelo vento, por insetos ou por outra
forma de polinização. Com relação a esse assunto, analise as proposições seguintes.
1. A anemofilia ocorre em flores relativamente pequenas, com perianto não atrativo e grandes
anteras que ficam pendentes para fora, agitadas pelo vento, como no caso das gramíneas:
arroz, trigo e milho.
2. A entomofilia e a ornitofilia ocorrem em plantas com flores que têm corolas vistosas,
nectários e glândulas odoríferas. Algumas, como o antúrio, têm inflorescências circundadas por
grandes brácteas coloridas.
3. Há mecanismos genéticos de autoesterilidade que impedem a germinação do pólen sobre o
estigma da própria flor.
4. Há mecanismos capazes de evitar a autopolinização em plantas com flores hermafroditas,
como, por exemplo, a existência de estames sob o estigma ou o amadurecimento dos estames
e dos óvulos em diferentes épocas.
Está(ão) correta(s):
a) 1 e 2, apenas.
b) 1, 2, 3 e 4.
c) 2 e 3, apenas.
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d) 3 e 4, apenas.
e) 2, apenas.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“1, 2, 3 e 4.”)
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO I (“A anemofilia ocorre em flores relativamente pequenas, com perianto não
atrativo e grandes anteras que ficam pendentes para fora, agitadas pelo vento, como no caso
das gramíneas: arroz, trigo e milho.”) – CORRETA
* Nas angiospermas, dotadas de flor reduzida ou insignificante, como o arroz, o trigo, o milho e
o centeio, bem como nas gimnospermas (pinheiros, sequoias, ciprestes, etc.), o vento é o
principal agente polinizador.
* As flores polinizadas pelo vento (polinização anemófila) têm, usualmente, estames bastante
expostos, que podem facilmente liberar o grão de pólen para ser transportado pelo vento. Em
alguns casos, as anteras estão suspensas por longos filetes. Os grãos de pólen abundantes,
são geralmente lisos e pequenos e não aderem uns aos outros, como ocorre com o pólen de
plantas polinizadas por insetos (polinização entomófila). Os grandes estigmas estão
caracteristicamente expostos e, via de regra, apresentam ramificações ou projeções
epidérmicas plumosas, adaptadas para a interceptação de grãos de pólen transportados pelo
vento.
- PROPOSIÇÃO II (“A entomofilia e a ornitofilia ocorrem em plantas com flores que têm corolas
vistosas, nectários e glândulas odoríferas. Algumas, como o antúrio, têm inflorescências
circundadas por grandes brácteas coloridas.”) – CORRETA
* As flores entomófilas (polinizadas pelos insetos) e as ornitófilas (polinizadas pelas aves),
possuem, dentre outras, as seguintes características:
I. Pétalas (verticilos que compões a corola) grandes, viscosas e coloridas.
II. Frequentemente perfumadas.
III. Frequentemente dotadas de nectários na base da flor.
IV. As anteras no interior da flor que deixam mais facilmente o pólen sobre o corpo do agente
polinizador.
V. Estigma situado no interior da flor, de modo a recolher o pólen do corpo do visitante.
VI. Pólen grudento e dotado de superfície rugosa, a fim de aderir com facilidade ao corpo do
agente polinizador.
* Brácteas são adaptações presentes nas bases das flores, que podem ser coloridas, atuando
como atração de insetos e pássaros.
- PROPOSIÇÃO III (“Há mecanismos genéticos de autoesterilidade que impedem a germinação
do pólen sobre o estigma da própria flor.”) – CORRETA
* A autoesterilidade ocorre quando a “fecundação” de um indivíduo com o seu próprio grão de
pólen (ou grão de pólen de um indivíduo genotipicamente semelhante) não forma sementes.
Ela é condicionada pela presença de certos genes, denominados autoestéreis. Em muitas
espécies, o crescimento do tubo polínico é inibido, quer pela inativação de substância de
crescimento ou pela presença de um inibidor específico do tubo polínico, o que acontece
quando o tecido do estigma e o pólen possuem o mesmo alelo. A autoesterilidade ocorre, por
exemplo, em muitas variedades de centeio.
- PROPOSIÇÃO IV (“Há mecanismos capazes de evitar a autopolinização em plantas com
flores hermafroditas, como, por exemplo, a existência de estames sob o estigma ou o
amadurecimento dos estames e dos óvulos em diferentes épocas.”) – CORRETA
* A autopolinização (polinização direta ou autogâmica) é aquela em que o grão de pólen cai no
carpelo da mesma flor que o produziu. A autogamia é o tipo mais raro de polinização e é
encontrado nas flores monóclinas (hermafroditas), que na maioria dos casos não se
autofecundam. Em algumas, conhecidas como flores protândricas, ocorre primeiramente o
amadurecimento dos estames (papo-de-peru, compostas, etc.). Em outras, denominadas flores
protóginas, o gineceu (pistilos ou megasporófilos), órgão feminino da flor, formado por estigma,
estilete e ovário, onde se forma o óvulo, é o primeiro a amadurecer (salvia, crucíferas, etc.).
Esse fenômeno de amadurecimento em tempos diferentes, que é chamado dicogamia, impede
uma polinização direta, em condições naturais. Além desse fenômeno, a autopolinização pode,
também, ser impossibilitada pela disposição dos carpelos e dos estames, que impede a queda
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do pólen no estigma da mesma flor. Esse fenômeno, que ocorre na íris, por exemplo, é
conhecido como hercogamia.
- Para maiores detalhes ver POLINIZAÇÃO E FECUNDAÇÃO NAS ESPERMATÓFITAS,
matéria publicada, no dia 28/11/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”

08. (UPE) Ao receber a tipagem sanguínea AB e B, respectivamente, de seus gêmeos


bivitelinos recém-nascidos, um homem questiona a equipe médica sobre uma possível troca de
bebês, visto ele ser do grupo sanguíneo A e sua mulher, do tipo O. Além disso, o casal possuía
duas filhas de quatro e três anos com tipos sanguíneos O e A, respectivamente. Os médicos
alegaram não ter ocorrido troca, pois, naquele dia, apenas o casal havia gerado meninos,
enquanto as demais crianças eram meninas. A equipe médica realizou, então, uma bateria de
testes com o casal e os bebês, obtendo os seguintes resultados:
1. Após teste de DNA, foi revelado que os bebês pertenciam ao casal.
2. A mãe dos bebês possui o fenótipo Bombaim.
As proposições abaixo estão relacionadas a esses fatos. Analise-os e conclua.
I II
0 0 – Os antígenos A e B são sintetizados a partir de uma substância H, devido a um gene H
que se manifesta apenas em heterozigose.
1 1 – O sangue dos indivíduos de genótipo hh não produz a substância H, e, portanto, estes
não poderão expressar antígenos A e/ou B, mesmo que possuam o genótipo para produzi-los.
BB
2 2 – O genótipo da mãe dos bebês é I I hh, o que justifica ela ser um falso O e poder ter
crianças com antígeno B ou sem antígenos na superfície das hemácias.
3 3 – Como o casal possui filhas com tipos O e A, o genótipo do pai dos bebês é,
AA
obrigatoriamente, I I HH.
B
4 4 – A mãe, falso O, por ter o alelo I , poderá transmiti-lo aos seus descendentes, que
poderão manifestar o fenótipo tipo B, por possuírem um gene H recebido do pai.
RESPOSTA: FVFFV
- Para saber mais sobre o fenótipo Bombaim ver FALSO “O” (FENÓTIPO BOMBAIM OU
EFEITO BOMBAIM), matéria publicada no blog “djalmasantos.wordpress.com.”, no dia
23/02/2012.
- INERPRETANDO A QUESTÃO
* Sabendo que o tipo sanguíneo do genitor é A e considerando os tipos sanguíneos dos
descendentes identificados [(gêmeos bivalentes AB e B), (filha de 4 anos O) e (filha de 3 anos
A B
A)], conclui-se que o pai é A heterozigoto (I i) e mãe (bombaim) tem genótipo I ihh. A
A B AB
confirmação desses genótipos pode ser obtida pelo cruzamento I i (pai) x I i (mãe) = [AB (I I ),
B
um dos gêmeos; B (I i), o outro gêmeo; O (ii), filha de 4 anos e A(IAi), filha de 3 anos.]
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO 0 0 (“Os antígenos A e B são sintetizados a partir de uma substância H,
devido a um gene H que se manifesta apenas em heterozigose.”) – FALSA
* A expressão dos genótipos do sistema sanguíneo ABO está relacionada com o locus gênico
denominado H, existente em um dos cromossomos, onde está o alelo H (funcional) ou h (não
funcional). O alelo H (dominante) produz uma enzima (enzima H) que transforma uma
substância precursora em antígeno H, que, por sua vez, é transformado em antígeno A ou B
A B
por ação, respectivamente, de enzimas sintetizadas sob o comando dos alelos I ou I . Sendo
inativo, o alelo i não promove qualquer transformação no antígeno H, que, inalterado,
permanece presente nas hemácias dos indivíduos do sangue tipo “O” (esquema abaixo).
Sendo dominante, o gene H pode se manifestar em homozigose (HH) ou em heterozigoses
(Hh), como mostra o quadro apresentado na proposição 1 1,
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- PROPOSIÇÃO 1 1 (“O sangue dos indivíduos de genótipo hh não produz a substância H, e,


portanto, estes não poderão expressar antígenos A e/ou B, mesmo que possuam o genótipo
para produzi-los.”) – VERDADEIRA
* O alelo h (recessivo), não funcional, não tem a capacidade de transformar a substância
precursora em antígeno H, em face de não produzir a enzima H, que promove essa
transformação. Dessa forma, indivíduos HH ou Hh, que representam a quase totalidade da
AA A BB
população humana, são capazes de expressar os genótipos I I ou I i (sangue tipo A); I I ou
B AB
I i (sangue tipo B); e I I (sangue tipo AB). Indivíduos de composição genética hh (genótipo
muito raro), por outro lado, são incapazes de promover essa transformação, não expressando,
como consequência, os referidos genótipos, caracterizando, portanto, os falsos “O”. Nele, é
sempre manifestado um fenótipo do tipo “O”, independentemente do seu verdadeiro genótipo.
O quadro a seguir mostra os diferentes genótipos e fenótipos relacionados com os loci ABO e
H.

GENÓTIPOS FENÓTIPOS

H_ IAIA ou H_ IAi A
H_ IBIB ou H_ IBi B
H_ IAIB AB
H_ ii O
hh _ _ Falso O
B B
- PROPOSIÇÃO 2 2 (“O genótipo da mãe dos bebês é I I hh, o que justifica ela ser um falso
O e poder ter crianças com antígeno B ou sem antígenos na superfície das hemácias.”) –
FALSA
B B B B
* O genótipo da mãe dos bebês é I i hh e não I I hh. Nela, os genes I e i não se manifestam
BB
devido à composição genética hh. Ela é, portanto, falso O. Se ela fosse I I hh, como consta
nesta proposição, não teria filho O nem A, apenas AB e B. Ela tem filhos O e A (“...Além disso,
o casal possuía duas filhas de quatro e três anos com tipos sanguíneos O e A,
respectivamente. ..”), já que o homem é IAi. Ver confirmação do genótipo da mãe nos
cruzamentos apresentados a seguir.
- Cruzamentos:
A BB
* I i x I I (apresentado na proposição) = AB + B + AB + B (apenas filhos AB e B)
A B
* I i x I i = AB + A + B + O (filhos AB, A, B e O)
- PROPOSIÇÃO 3 3 (“Como o casal possui filhas com tipos O e A, o genótipo do pai dos
A A
bebês é, obrigatoriamente, I I HH.”) – FALSA
* Genótipo do pai dos bebês, em função do nascimento de filhas com tipo sanguíneo O e A, é
A
I iH_, como mostramos em “INERPRETANDO A QUESTÃO”.
B
- PROPOSIÇÃO 4 4 (“A mãe, falso O, por ter o alelo I , poderá transmiti-lo aos seus
descendentes, que poderão manifestar o fenótipo tipo B, por possuírem um gene H recebido do
pai.”) – VERDADEIRA
B B
* A mãe, que é falso O, por ter o alelo I (ela é I i, como vimos na alternativa 2 2), poderá
B
transmitir esse alelo (I ) aos descendentes, que se manifestarão graças ao gene H recebido do
pai, que não é falso O.

09. (UECE) Com relação à anemia hemolítica podemos afirmar que é uma doença:
+
a) Própria de recém-nascidos, adquirida pela incompatibilidade do fator Rh (feto Rh e mãe
-
Rh ).
b) Que causa a morte do feto por incompatibilidade ao grupo sanguíneo AB.
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-
c) Própria de recém-nascidos, quando o bebê e a mãe são Rh .
d) Que causa a destruição dos leucócitos e atrofia as hemácias.
-
- Doença hemolítica do recém-nascido (DHRN): mulheres Rh podem produzir anticorpos anti-
+
Rh se gerarem filhos Rh . O fasto acontece porque durante a gestação e, principalmente, na
hora do parto, ocorrem rompimento de vasos sanguíneos, permitindo a passagem de hemácias
+
da criança (Rh ) para a mãe. Isso provoca uma reação do sistema imunológico da genitora
que, reagindo à presença do fator Rh fetal, começa a produzir anticorpos. Mesmo que essa
“produção” se processe ainda na gravidez, ela é lenta, e o 1 º filho, geralmente, não terá
+
problemas. A partir da 2ª gestação, se o filho for novamente Rh , como a mãe já está
sensibilizada, o feto tem grandes probabilidades de apresentar a eritroblastose fetal. A figura
abaixo mostra os genótipos da mãe, do pai e do filho que levam à ocorrência da DHRN.

ALTERNATIVA CORRETA: A
+ -
[“Própria de recém-nascidos, adquirida pela incompatibilidade do fator Rh (feto Rh e mãe Rh
).”]
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A [“Própria de recém-nascidos, adquirida pela incompatibilidade do fator Rh
+ -
(feto Rh e mãe Rh ).”] – CORRETA
* Ver explicação acima.
- ALTERNATIVA B (“Que causa a morte do feto por incompatibilidade ao grupo sanguíneo
AB.”) – INCORRETA
* A doença hemolítica do recém-nascido não está relacionada com o sistema sanguíneo ABO.
-
- ALTERNATIVA C (“Própria de recém-nascidos, quando o bebê e a mãe são Rh .”) –
INCORRETA
-
* A DHRN não ocorre quando o bebê e a mãe são Rh (ver descrição e figura acima).
- ALTERNATIVA D (“Que causa a destruição dos leucócitos e atrofia as hemácias.”) –
INCORRETA
* Na doença hemolítica do recém-nascido não há destruição dos leucócitos. As hemácias é que
são destruídas.

10. (PUC-MG) Interpretando a figura a seguir sobre a Doença Hemolítica do recém-nascido


(DHRN), assinale a afirmativa incorreta.
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a) A placenta normalmente funciona como uma barreira que separa as células sanguíneas
fetais e maternas.
a
b) Após a 1 gravidez, os antígenos fetais não serão capazes de induzir a produção de
anticorpos anti-Rh pela mãe.
+
c) Em III, após o contato com o antígeno Rh , a mãe produz anticorpos anti-Rh que podem ser
transferidos para a corrente sanguínea fetal.
a
d) Se, logo após o parto da 1 gravidez, a mãe recebesse anticorpos anti-Rh, a DHR poderia
ser evitada.
- Doença hemolítica do recém-nascido (DHRN), também conhecida como eritroblastose fetal:
- +
mulheres Rh podem produzir anticorpos anti-Rh se gerarem filhos Rh . O fato acontece
porque durante a gestação e, principalmente, na hora do parto, ocorrem rompimento de vasos
+
sanguíneos, permitindo a passagem de hemácias da criança (Rh ) para a mãe. Isso provoca
uma reação do sistema imunológico da genitora que, reagindo à presença do fator Rh fetal,
começa a produzir anticorpos. Mesmo que essa “produção” se processe ainda na gravidez, ela
é lenta, e o 1º filho, geralmente, não terá problemas. A partir da 2ª gestação, se o filho for
+
novamente Rh , como a mãe já está sensibilizada, o feto tem grandes probabilidades de
apresentar a eritroblastose fetal. A figura abaixo mostra os genótipos da mãe, do pai e do filho
que levam à ocorrência da DHRN.

ALTERNATIVA INCORRETA: B
a
(“Após a 1 gravidez, os antígenos fetais não serão capazes de induzir a produção de
anticorpos anti-Rh pela mãe.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A placenta normalmente funciona como uma barreira que separa as
células sanguíneas fetais e maternas.”) – CORRETA
* Através da placenta ocorrem as trocas de substâncias, por difusão, entre a mãe e o feto.
Normalmente, não há mistura de sangue das duas circulações.
a
- ALTERNATIVA B (“Após a 1 gravidez, os antígenos fetais não serão capazes de induzir a
produção de anticorpos anti-Rh pela mãe.”) – INCORRETA
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* Após a 1ª gravidez, os antígenos fetais continuam sendo capazes de induzir a produção de


+
anticorpos anti-Rh pela mãe. Se na 1ª gravidez o feto foi Rh , a mãe já se encontra
+
sensibilizada. Neste caso, há uma grande probabilidade do 2 º filho, sendo também Rh ,
apresentar a DHRN.
+
- ALTERNATIVA C (“Em III, após o contato com o antígeno Rh , a mãe produz anticorpos anti-
Rh que podem ser transferidos para a corrente sanguínea fetal.”) – CORRETA
+
* Na 2ª gestação (condição III da figura), se o filho for novamente Rh , a mãe continua a
produzir anticorpos anti-Rh, que podem ser transferidos para a corrente sanguínea do feto.
a
- ALTERNATIVA D (“Se, logo após o parto da 1 gravidez, a mãe recebesse anticorpos anti-
Rh, a DHR poderia ser evitada.”) – CORRETA
-
* É possível diminuir a chance de uma mulher de sangue Rh vir a ser sensibilizada despois do
+
nascimento de uma criança de sangue Rh . Para isso, ela deverá receber, logo após o
+
nascimento do primeiro filho Rh , uma injeção intravenosa de anticorpos anti-Rh, que irão
+
destruir as hemácias Rh do feto que tenham passado para o sangue dela. Esse tratamento
deverá ser repetido após cada parto, diminuindo, dessa forma, a sensibilização materna e,
consequentemente, problemas, dessa ordem, nas futuras gestações.

11. (PUC-SP) A hemoglobina humana é uma proteína conjugada, cuja molécula é constituída
de 574 aminoácidos que se distribuem em duas cadeias alfa e duas beta. A genética molecular
explica que a substituição do ácido glutâmico por valina na cadeia beta afeta sua função,
podendo provocar anemia falciforme. Esse fenômeno que envolve os dois aminoácidos é:
a) Hereditário, pois a posição dos aminoácidos na proteína é determinada geneticamente.
b) Ocasional, dependendo das mutações ocorridas durante a síntese proteica.
c) Ocasional, porque a alteração na hemoglobina é provocada pela baixa tensão de oxigênio
no meio ambiente.
d) Ocasional, devido à presença de átomos de ferro entre as cadeias alfa e beta na
hemoglobina.
e) Impossível identificar como ocasional ou hereditário apenas com esses dados e sem
conhecer a estrutura química da hemoglobina.
- A anemia falciforme (siclemia ou drepanocitose), resulta da troca de um par A-T, no DNA
normal, por um par T-A, no DNA siclêmico. O RNA que for transcrito a partir do DNA alterado
terá, igualmente, sua sequência de bases modificada e isto pode alterar sua estrutura e função.
Essa troca constitui um exemplo de mutação gênica do tipo transversão, na qual uma base
púrica é substituída por uma pirimídica ou vice-versa (A ou G ↔ C ou T). Como consequência
dessa mutação, a cadeia beta da hemoglobina dos portadores dessa doença, que pode ser
letal, apresenta, na posição 6 (figura a seguir), uma valina (val) no lugar de um ácido glutâmico
(glu), que leva a uma modificação na forma da proteína toda. Em função disso, as hemácias
dotadas dessa hemoglobina alterada em um único aminoácido (valina no lugar de ácido
glutâmico), tendem a se deformar, assumindo o formato de uma foice, o que caracteriza a
siclemia. Além de serem destruídas mais depressa que as hemácias normais, levando a uma
anemia grave, as hemácias falciformes grudam umas nas outras no interior dos capilares
sanguíneos, podendo provocar obstruções no trajeto do sangue para os tecidos.
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- Trata-se, portanto, de uma doença hereditária caracterizada pela malformação das hemácias,
que assume forma semelhante à foice (daí o nome falciforme), causando deficiência no
transporte de oxigênio e gás carbônico. A figura a seguir, mostra hemácias normais (em A) e
falciformes (em B).

- Para maiores detalhes ver MUTAÇÃO GÊNICA e CÓDIGO GENÉTICO, matérias publicadas
no blog “djalmasantos.wordpress.com.”, nos dias15/04/2011 e 15/11/2010, respectivamente.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Hereditário, pois a posição dos aminoácidos na proteína é determinada geneticamente.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Hereditário, pois a posição dos aminoácidos na proteína é determinada
geneticamente.”) – CORRETA
* Trata-se de um fenômeno hereditário, como mostramos acima.
- Todas as demais alternativas estão incorretas, como se pode constatar no que foi exposto
acima.

12. (UEL) A anemia falciforme ou siclemia é uma doença hereditária que leva à formação de
hemoglobina anormal e, consequentemente, de hemácias que se deformam. É condicionada
por um alelo mutante s. O indivíduo SS é normal, o Ss apresenta anemia atenuada e o ss
geralmente morre. O esquema a seguir mostra a sequência do DNA que leva à formação da
hemoglobina normal e a que leva à formação da hemoglobina alterada. Considere os
segmentos de DNA a seguir:
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Trata-se de um caso de mutação por:


a) Perda de um par de bases no DNA, sem alteração do aminoácido codificado.
b) Adição de um par de bases no DNA, sem alteração do aminoácido codificado.
c) Inversão de um par de bases no DNA, sem alteração do aminoácido codificado.
d) Inversão de um par de bases no DNA, com alteração do aminoácido codificado, mas não da
proteína correspondente.
e) Inversão de um par de bases no DNA, com alteração do aminoácido codificado e da proteína
correspondente.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Inversão de um par de bases no DNA, com alteração do aminoácido codificado e da proteína
correspondente.”)
JUSTIFICATIVA
- Mutação gênica (mutação puntiforme ou pontual): alteração na mensagem genética, que pode
levar à produção de uma cadeia proteica modificada, na ordem ou no número de aminoácidos.
O RNA que for transcrito a partir do DNA alterado terá igualmente sua sequência de bases
modificada e isto pode alterar sua estrutura e função. No caso da anemia falciforme (siclemia
ou drepanocitose), a inversão de A-T para T-A, provoca, na cadeia beta da hemoglobina
(proteína), a incorporação do aminoácido valina (val) no lugar do aminoácido ácido glutâmico
(glu). Trata-se de uma doença hereditária caracterizada pela malformação das hemácias, que
assume forma semelhante a foice (daí o nome falciforme), causando deficiência no transporte
de oxigênio e gás carbônico. A figura a seguir, mostra hemácias normais (em A) e falciformes
(em B).

- Para saber mais ver MUTAÇÃO GÊNICA e CÓDIGO GENÉTICO, matérias publicadas no
blog “djalmasantos.wordpress.com.”, nos dias15/04/2011 e 15/11/2010, respectivamente.
- ALTERNATIVA A (“Perda de um par de bases no DNA, sem alteração do aminoácido
codificado.”) – INCORRETA
* Não ocorreu perda (deleção ou supressão) de um par de bases no DNA e houve alteração do
aminoácido codificado. Como vimos acima, ocorreu uma substituição do par A-T pelo par T-A,
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levando à incorporação, na cadeia beta da hemoglobina (proteína), do aminoácido valina (val)


no lugar do aminoácido ácido glutâmico (glu).
- ALTERNATIVA B (“Adição de um par de bases no DNA, sem alteração do aminoácido
codificado.”) – INCORRETA
* Não ocorreu adição (inserção) de um par de bases no DNA e sim uma substituição do par A-T
pelo par T-A, acarretando a incorporação, na cadeia beta da hemoglobina (proteína), do
aminoácido valina (val) no lugar do aminoácido ácido glutâmico (glu).
- ALTERNATIVA C (“Inversão de um par de bases no DNA, sem alteração do aminoácido
codificado.”) – INCORRETA
* Embora tenha havido inversão de um par de bases no DNA (A-T na sequencia normal e T-A
na sequencia mutada), houve alteração do aminoácido codificado. Ocorreu, como descrito
acima, a incorporação, na cadeia beta da hemoglobina (proteína), do aminoácido valina (val)
no lugar do aminoácido ácido glutâmico (glu).
- ALTERNATIVA D (“Inversão de um par de bases no DNA, com alteração do aminoácido
codificado, mas não da proteína correspondente.”) – INCORRETA
* Houve inversão de um par de bases no DNA, alteração do aminoácido codificado e alteração,
também, da proteína correspondente. A referida inversa alterou a cadeia beta da hemoglobina,
que é uma proteína. Como descrito acima, houve a substituição, na citada cadeia, do
aminoácido ácido glutâmico (glu) pelo aminoácido valina (val).
- ALTERNATIVA E (“Inversão de um par de bases no DNA, com alteração do aminoácido
codificado e da proteína correspondente.”) – CORRETA
* Houve inversão de um par de bases (A-T na sequencia normal e T-A na sequencia mutada),
alteração do aminoácido codificado [valina (val) no lugar do ácido glutâmico (glu)] e alteração
da proteína (hemoglobina) correspondente.

A
13. (OBJETIVO-SP) Indivíduos portadores do genótipo H H sofrem uma mutação gênica no
cromossomo 11 e expressam anemia falciforme ou siclemia. Sabendo-se que o continente
africano possui alto índice de malária e que o Plasmodium malariae tem dificuldade de
A
sobreviver nas hemácias de indivíduos portadores do genótipo H H, analise a figura a seguir
que representa uma população isolada, em um período de tempo, em uma determinada região
africana que possui casos de malária.

Com base nas informações apresentadas, pode-se concluir que:


A
a) O aumento do número de indivíduos H H está diretamente associado ao aparecimento de
casos de malária.
A
b) A elevação do número de indivíduos HH está associada ao aparecimento de indivíduos H H
infectados.
A
c) Os genótipos HH e H H estão igualmente adaptados ao longo do tempo.
A
d) A variação do meio, durante certo tempo, desfavorece os indivíduos H H.
e) A seleção natural, nesse caso, prioriza os indivíduos HH.
- A questão se refere a uma seleção natural estabilizadora, também denominada seleção
natural normalizadora. Essa seleção favorece indivíduos portadores de formas intermediárias e
elimina os que apresentam formas extremas da curva de distribuição normal (gráfico a seguir).
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- O favorecimento dos heterozigotos (HAH) para o gene da anemia falciforme (anemia


drepanocítica ou siclemia), em regiões onde há grande incidência de malária, é um
bom exemplo de seleção estabilizadora. Esse gene mutante (HA) leva à formação de
moléculas anormais de hemoglobina e consequente malformação das hemácias, que
assumem forma semelhante à foice (figura abaixo), com reduzida capacidade de
transportar oxigênio. Em condições ambientais normais, ao contrário do que ocorre
nas regiões malarígena, o gene para a siclemia (HA) sofre uma forte seleção negativa,
levando a que sua frequência seja baixa nas populações em geral.

- Considerando uma região malarígena, condição apresentada nesta questão, os


A A
indivíduos homozigóticos para a siclemia (H H ) apresentam elevada anemia e, via de
regra, morrem antes da fase reprodutiva. A tendência, portanto, é que o gene HA
desapareça, praticamente, da população. Em locais onde a malária é endêmica,
entretanto, a frequência desse alelo (gene HA) é grande, bem acima do esperado.
Essa elevada frequência se deve ao fato das pessoas heterozigóticas (HAH),
conquanto sejam ligeiramente anêmicos, pois produzem tanto hemoglobinas normais
quanto falciformes, apresentarem maior resistência à malária que os indivíduos
homozigóticos normais (HH). Sabe-se que, quando o Plasmodium (protozoário que
provoca a malária) penetra nas hemácias consome oxigênio. Com a diminuição de
oxigênio, as hemácias siclêmicas se deformam e são fagocitadas pelos leucócitos,
antes que o protozoário presente no seu interior se reproduza e se espalhe pelo
organismo.
- Em função, portanto, dos homozigóticos para siclemia (HAHA) tenderem a morrer de
anemia e os homozigóticos normais (HH) terem elevada tendência a morrer de
malária, como vimos acima, os heterozigóticos (HAH) apresentam maior chance de
A
sobrevier e de se reproduzir, transmitindo o alelo mutante H para a geração seguinte.
É, em última análise, essa superioridade adaptativa dos heterozigóticos que propicia a
alta frequência do gene HA na população malarígena.
- Para saber mais ver SELEÇÃO NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS) e
MUTAÇÃO GÊNICA, matérias publicadas no blog “djalmasantos.wordpress.com.”, nos dias
14/10/2011 e15/04/2011, respectivamente.
ALTERNATIVA CORRETA: A
A
(“O aumento do número de indivíduos H H está diretamente associado ao aparecimento de
casos de malária.”)
JUSTIFICATIVA
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A
- ALTERNATIVA A (“O aumento do número de indivíduos H H está diretamente associado ao
aparecimento de casos de malária.”) – CORRETA
A
* Ver no texto acima (“...pessoas heterozigóticas (H H), conquanto sejam ligeiramente
anêmicos, pois produzem tanto hemoglobinas normais quanto falciformes, apresentarem maior
resistência à malária ...”).
- ALTERNATIVA B (“A elevação do número de indivíduos HH está associada ao aparecimento
A
de indivíduos H H infectados.”) – INCORRETA
A
* Nas regiões malarígenas ocorre uma elevação do número de indivíduos H H. Veja no texto
A
acima (“... , os heterozigóticos (H H) apresentam maior chance de sobrevier e de se reproduzir,
... ”).
A
- ALTERNATIVA C (“Os genótipos HH e H H estão igualmente adaptados ao longo do tempo.”)
– INCORRETA
A
* O genótipo H H está mais adaptado que o genótipo HH. Veja no texto acima (“...os
homozigóticos normais (HH) terem elevada tendência a morrer de malária, como vimos acima,
A
os heterozigóticos (H H) apresentam maior chance de sobrevier ... “),
- ALTERNATIVA D (“A variação do meio, durante certo tempo, desfavorece os indivíduos
A
H H.”) – INCORRETA
* Com base no que foi apresentado no enunciado (“... Sabendo-se que o continente africano
possui alto índice de malária e que o Plasmodium malariae ... “) ocorre favorecimento dos
A
indivíduos H H.
- ALTERNATIVA E (“A seleção natural, nesse caso, prioriza os indivíduos HH.”) – INCORRETA
A
* A seleção prioriza os indivíduos H H e não os HH.

14. (UNIMONTES) Para o diagnóstico pré-natal de anemia falciforme (doença autossômica


recessiva), é utilizada a técnica Southern blotting. São usadas duas sondas para testar o DNA
fetal: uma complementar à sequência do gene normal, na região da mutação, e outra
complementar à sequência do gene mutado. Através dessa técnica, é possível distinguir se o
DNA isolado do feto contém ou não o gene mutado. A análise é feita verificando-se se ocorreu
ou não hibridização com as sondas complementares. Quando isso ocorre, a sonda fica visível
numa membrana de nylon. A figura abaixo representa o esquema de um exame de três bebês.
Analise-a.
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Considerando a figura e o assunto relacionado a ela, analise as afirmativas abaixo e assinale a


alternativa correta.
a) Todos os pais dos bebês analisados são normais.
b) O indivíduo 1 apresenta pais heterozigotos.
c) O indivíduo 2 apresenta hemácias normais.
d) O indivíduo 3 é heterozigoto para a anemia falciforme.
- Southern blotting é, em linhas gerais, uma técnica utilizada para detectar sequências
específicas de DNA, separadas por eletroforese, através da hibridização com uma sonda de
ácidos nucleico marcada.
INTERPRETANDO A FIGURA
- O indivíduo 1 não tem gene mutado, logo ele é SS (normal não portador).
- O indivíduo 2 não tem gene normal, logo ele é ss (apresenta anemia falciforme).
- O indivíduo 3 tem gene normal e mutado, logo ele é Ss (normal heterozigoto).
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“O indivíduo 3 é heterozigoto para a anemia falciforme.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Todos os pais dos bebês analisados são normais.”) – INCORRETA
* O indivíduo 2, que é ss, tem pais com anemia falciforme, logo não normais.
- ALTERNATIVA B (“O indivíduo 1 apresenta pais heterozigotos.”) – INCORRETA
* Como o indivíduo 1 é SS, ele pode ter pais normais homozigotos (SS) ou normais
heterozigotos (Ss).
- ALTERNATIVA C (“O indivíduo 2 apresenta hemácias normais.”) – INCORRETA
* O indivíduo 2 é ss, sendo portador de anemia falciforme não tem hemácias normais.
- ALTERNATIVA D (“O indivíduo 3 é heterozigoto para a anemia falciforme.”) – CORRETA
* O indivíduo 3 é Ss, portanto, heterozigoto para a anemia falciforme.

15. (UFPel) A anemia pode ter várias causas, como, por exemplo, baixa quantidade de
hemoglobina, alimentação pobre em ferro ou a origem hereditária, como acontece na anemia
falciforme. Analise a figura:
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Com base no texto, é correto afirmar que a anemia é uma doença relacionada com:
a) Os glóbulos brancos (1), que possuem mais de um núcleo por célula.
b) As plaquetas (2), que fazem parte do tecido epitelial de revestimento; portanto, uma
consequência da anemia pode ser a hemorragia.
c) Os leucócitos (3), que também são responsáveis pelas defesas do nosso corpo.
d) O plasma (2), que é uma solução aquosa, em que o componente que predomina são as
imunoglobulinas.
e) As hemácias (3), que são anucleadas apenas nos mamíferos; nos demais vertebrados, elas
possuem núcleo.
- A anemia é uma doença em que o transporte de oxigênio se encontra prejudicado em
decorrência, na sua essência, da redução de hemoglobina no sangue. Neste contexto, ela
pode resultar, por exemplo, de hemorragias; de doenças que afetam a produção de hemácias
normais (caso da anemia falciforme); da deficiência de ferro (elemento essencial na
constituição da hemoglobina) no organismo; da produção insuficiente pela medula óssea e da
destruição exacerbada de hemácias. As pessoas dotadas de anemia têm uma taxa respiratória
reduzida, acarretando uma diminuição na “produção” de energia e, como consequência,
redução de todo o metabolismo.
1. Leucócitos
2. Plaquetas
3. Hemácias
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“As hemácias (3), que são anucleadas apenas nos mamíferos; nos demais vertebrados, elas
possuem núcleo.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A [“Os glóbulos brancos (1), que possuem mais de um núcleo por célula.”] –
INCORRETA
* Os glóbulos brancos (leucócitos) fazem parte do sistema imunitário, defendendo o organismo
contra microrganismos ou substâncias estranhas que penetram nos tecidos. Eles não estão
entre os elementos que respondem, diretamente, pela anemia.
- ALTERNATIVA B [“As plaquetas (2), que fazem parte do tecido epitelial de revestimento;
portanto, uma consequência da anemia pode ser a hemorragia.”] – INCORRETA
* As plaquetas ou trombócitos são fragmentos anucleados de células. Elas se originam na
medula óssea vermelha a partir de células denominadas megacariócitos. As plaquetas atuam
na coagulação do sangue e não fazem parte do tecido epitelial de revestimento. A hemorragia,
por seu turno, está entre uma das causas da anemia.
- ALTERNATIVA C [“Os leucócitos (3), que também são responsáveis pelas defesas do nosso
corpo.”] – INCORRETA
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* Embora estejam relacionados com a defesa do organismo eles estão indicados por 1 e não
por número 3. Eles não estão entre os elementos que respondem, diretamente, pela anemia.
- ALTERNATIVA D [“O plasma (2), que é uma solução aquosa, em que o componente que
predomina são as imunoglobulinas.”] – INCORRETA
* 2 está indicando plaquetas e não plasma. O plasma representa cerca de 55% do volume total
do sangue, sendo constituído, por água (cerca de 90%), aminoácidos, glicose, proteína,
triglicerídios, vitaminas, anticorpos, hormônios, ureia, sais minerais, etc. Dentre as proteínas
plasmáticas citamos as albuminas (responsáveis pelo transporte de substâncias, pela
viscosidade do sangue e por seu potencial osmótico), as globulinas (como as imunoglobulinas,
que atuam como anticorpos), a protrombina e o fibrinogênio. As duas últimas estão
relacionadas com a coagulação sanguínea. Em função da atividade da protrombina e do
fibrinogênio, o plasma está, de certa forma, relacionado com a anemia.
- ALTERNATIVA E [“As hemácias (3), que são anucleadas apenas nos mamíferos; nos demais
vertebrados, elas possuem núcleo.”] – CORRETA
* As hemácias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos), indicadas por 3 são anucleadas nos
mamíferos e nucleadas nos demais vertebrados. Os Invertebrados não possuem hemácias.
Elas “vivem” aproximadamente 120 dias e tem por função transportar os gases respiratórios.
Elas estão, como mencionamos acima, relacionadas com a anemia.

16. (UFMG) Observe o esquema.

Com base nesse esquema e em conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar que:
a) O gene HbA é dominante sobre o gene HbS.
b) Os indivíduos HbA/HbS e HbS/HbS devem apresentar os mesmos níveis de hemoglobina
anormal.
c) Os indivíduos que produzem só hemácias anormais podem ser curados por meio de
transfusão sanguínea.
d) Um determinado genótipo pode produzir diferentes fenótipos.
- ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Um determinado genótipo pode produzir diferentes fenótipos.”)
INTERPRETANDO O ESQUEMA
* O genótipo HbA/HbA (homozigoto) produz apenas hemácias normais (indivíduos normais não
portadores de genes para a anemia falciforme).
* O genótipo HbA/HbS (heterozigoto) produz hemácias normais e anormais [indivíduos
portadores de gene (HbS) para a anemia falciforme].
* O genótipo HbS/HbS (homozigotos) produz apenas hemácias anormais. Eles apresentam,
dentre outras anomalias, anemia, lesão de inserções musculares e fibrose do baço, como
consta no esquema.
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- Para maiores detalhes ver SELEÇÃO NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS) e
MUTAÇÃO GÊNICA, matérias publicadas no blog “djalmasantos.wordpress.com.”, nos dias
14/10/2011 e15/04/2011, respectivamente.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O gene HbA é dominante sobre o gene HbS.”) – INCORRETA
* A anemia falciforme tem herança codominante, ou seja, ambos os alelos se expressam no
heterozigoto, que produz ambos os tipos de hemoglobina (normal e siclêmica). Ver em
“interpretando o esquema” [“...O genótipo HbA/HbS (heterozigoto) produz hemácias normais e
anormais (indivíduos portadores de gene (HbS) para a anemia falciforme)].
ALTERNATIVA B (“Os indivíduos HbA/HbS e HbS/HbS devem apresentar os mesmos níveis de
hemoglobina anormal.”) – INCORRETA
* Os indivíduos HbS/HbS (homozigotos para a anemia falciforme), devem apresenta mais
hemoglobinas anormais que os indivíduos HbA/HbS (heterozigotos normais para a anemia
falciforme). Como se pode constatar em “interpretando o esquema”: HbA/HbS (heterozigoto)
produz hemácias normais e anormais, enquanto HbS/HbS (homozigotos) produz apenas
hemácias anormais.
ALTERNATIVA C (“Os indivíduos que produzem só hemácias anormais podem ser curados por
meio de transfusão sanguínea.”) – INCORRETA
* Não, por se tratar de uma condição hereditária.
ALTERNATIVA D (“Um determinado genótipo pode produzir diferentes fenótipos.”) –
CORRETA
* Fenótipo (do grego fainein = aparecer + tipo) é a “aparência” do indivíduo, ou seja, tudo aquilo
que é visível ou detectável de alguma forma e, que está associado às características
morfológicas, fisiológicas, bioquímicas ou comportamentais do organismo. As características
fenotípicas podem ser alteradas com o passar do tempo. Várias características não são
visíveis, mas apenas detectáveis. Não se consegue ver, por exemplo, o tipo sanguíneo de uma
pessoa. Ele, entretanto, pode ser “descoberto” por meio de exames laboratoriais. O mesmo
ocorre com o indivíduo diabético, o daltônico, o hemofílico e com numerosos outros caracteres,
cujos fenótipos não são visíveis, mas apenas detectados. Na maioria dos casos, as
manifestações fenotípicas dependem das interações entre os genes e o meio externo ou
interno. Essa variação na maneira de “atuar”, em função das influências ambientais (peristalse)
é denominada de norma de reação de um gene (ou genótipo).

17. Áreas com alta incidência de Malária:


85% de indivíduos siclêmicos
15% de indivíduos normais
Áreas com baixa incidência de Malária:
40% de indivíduos siclêmicos
60% de indivíduos normais
Observando os dados anteriores, pode-se afirmar que as diferenças entre as
porcentagens de indivíduos que possuem anemia falciforme, decorre da:
a) Irradiação adaptativa.
b) Seleção natural.
c) Convergência adaptativa.
d) Seleção artificial.
e) Sobreposição de nicho.
- A questão se refere a uma seleção natural estabilizadora, também denominada seleção
natural normalizadora. O maior número de indivíduos siclêmicos nas áreas com alta incidência
de malária, decorre do fato dos portadores dessa anomalia apresentarem uma maior
resistência à malária que os indivíduos normais. Sabe-se que, quando o Plasmodium
(protozoário que provoca a malária) penetra nas hemácias consome oxigênio. Com a
diminuição de oxigênio, as hemácias siclêmicas se deformam e são fagocitadas pelos
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leucócitos, antes que o protozoário presente no seu interior se reproduza e se espalhe


pelo organismo.
- Para maiores detalhes ver SELEÇÃO NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS) e
MUTAÇÃO GÊNICA, matérias publicadas no blog “djalmasantos.wordpress.com.”, nos dias
14/10/2011 e15/04/2011, respectivamente.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Seleção natural.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Irradiação adaptativa.”) – INCORRETA
* Irradiação adaptativa (radiação adaptativa ou divergência adaptativa ou adaptação
divergente) é a denominação dada à formação de várias espécies, a partir de uma origem
comum, em decorrência da ocupação de diferentes hábitats ou nichos ecológicos. Nesse caso,
um grupo ancestral pode se dispersar por vários ambientes, como florestas, campos e
desertos. Em face de cada ambiente apresentar características próprias e diferentes fatores de
seleção natural, poderá haver seleção de diferentes variações adaptativas. Os seres dotados
dessas variações favoráveis poderão sobreviver, originando diversas espécies adaptadas aos
ambientes em que se desenvolveram. As novas espécies formadas ainda apresentarão,
entretanto, algumas características semelhantes, devido a sua origem comum. Para que a
evolução por radiação adaptativa aconteça, é indispensável que a espécie apresente uma
gama enorme de variabilidade em seu estoque gênico e que ocorra o isolamento genético. A
figura abaixo mostra, de modo esquemático, a irradiação adaptativa dos mamíferos, a partir de
uma espécie ancestral hipotética. Lembramos que a divergência adaptativa resulta em
homologia.

- ALTERNATIVA B (“Seleção natural.”) – CORRETA


* Como mostramos acima, trata-se de uma seleção natural estabilizadora (seleção natural
normalizadora).
- ALTERNATIVA C (“Convergência adaptativa.”) – INCORRETA
* Convergência adaptativa (evolução convergente ou adaptação convergente ou ainda
convergência evolutiva) ocorre quando grupos não aparentados de seres vivos se assemelham
em função de adaptação a uma mesma condição ecológica. Como exemplo de evolução
convergente, citamos o caso dos golfinhos e dos tubarões. Apesar de eles serem
evolutivamente bastante diferentes, estão adaptados à vida aquática e apresentam,
externamente, várias características semelhantes, inclusive a forma do corpo, que os adapta à
natação. Internamente, entretanto, possuem muitas diferenças anatômicas e fisiológicas.
Enquanto os golfinhos são mamíferos, organismos homeotermos e pulmonados, os tubarões
são peixes cartilaginosos, seres pecilotermos e dotados de respiração branquial. As
semelhanças não são indicativas de parentesco entre eles, mas sugerem que eles descendem
de ancestrais que, ocupando o mesmo ambiente, se submeteram aos mesmos desafios da
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seleção natural ao longo do tempo e se tornaram muito semelhantes externamente. O


mimetismo é um tipo especial de convergência no qual uma espécie desenvolve características
estruturais e comportamentais muito semelhantes às de outras espécies. Lembramos que a
convergência adaptativa resulta em analogia.
- Para conhecer mais sobre mimetismo ver MIMETISMO E CAMUFLAGEM, matéria publicada
no blog “djalmasantos.wordpress.com.”, no dia 10.05.2012
- ALTERNATIVA D (“Seleção artificial.”) – INCORRETA
* Seleção artificial é a seleção feito homem, a fim de obter determinadas características de seu
interesse.
- ALTERNATIVA E (“Sobreposição de nicho.”) – INCORRETA
* Nicho ecológico se refere ao conjunto das características (hábitos alimentares, como se
reproduz, onde se abriga, etc.) que traçam o “perfil” de como uma espécie vive na sua
comunidade, Costuma-se dizer que o nicho ecológico corresponde ao “modo de vida” ou à
“profissão” que a espécie desempenha no ecossistema. O nicho ecológico descreve, portanto,
como os organismos usam os recursos do ambiente, como eles são afetados por outras
espécies e como sua existência compromete outros indivíduos no mesmo hábitat. Organismos
de espécies diferentes podem ter o mesmo habitat e possuir nichos ecológicos completamente
distintos. É o caso, por exemplo, das algas microscópicas que juntamente com os
microcrustáceos vivem nas águas superficiais de uma lagoa. Enquanto as algas atuam como
produtor, utilizando a luz e produzindo compostos orgânicos, os microcrustáceos agem como
consumidores. Os grupos citados possuem mesmo habitat e nichos ecológicos diferentes.
Quando duas ou mais espécies possuem o mesmo nicho e o mesmo hábitat (sobreposição de
nichos) se estabelece uma competição entre elas (Princípio de Gause ou princípio da exclusão
competitiva), que pode levar a eliminação de uma delas.

18. (UFJF) A figura a seguir representa a produção primária em dois ecossistemas aquáticos
distintos ao longo de um perfil de profundidade. Em relação à figura, é correto afirmar que:

a) A zona fótica do ecossistema A é maior que a zona fótica do ecossistema B e,


consequentemente, apresenta maior concentração de nutrientes.
b) Maior profundidade das zonas afóticas resulta em maior produção fitoplanctônica por causa
dos nutrientes.
c) Na zona afótica do ecossistema A, temos maior produção primária por causa da intensidade
de luz.
d) A intensidade de luz e a produção primária são máximas na camada superficial (0 m).
e) O pico máximo de produção primária não tem relação com a profundidade máxima da zona
fótica.
- Produtividade dos ecossistemas: no que diz respeito à produtividade dos ecossistemas, fala-
se em produtividade primária bruta, produtividade primária líquida e produtividade secundária.
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I. Produtividade primária bruta (PPB): total de biomassa elaborada pelos produtores em certa
área, em um determinado intervalo de tempo. Sendo a matéria bruta produzida, principalmente,
a partir da fotossíntese, quanto maior for a capacidade dos produtores de certa região realizar
esse processo, tanto maior será a produtividade bruta. Dessa forma, todos os fatores que
interferem na fotossíntese (luz, temperatura, água, sais minerais, gases, etc.) interferem
2
também na produtividade. A produtividade primária bruta pode ser expressa por Kcal/m /ano.
II. Produtividade primária líquida (PPL): representa o valor da produtividade bruta menos a
biomassa* (ou energia), utilizada na respiração dos produtores, como mostra a figura abaixo.
Ela corresponde, portanto, à taxa líquida da biomassa ou energia disponível para os
heterótrofos. A PPL é, em última análise, o “saldo disponível” da matéria orgânica produzida
pelos autótrofos de certa região, em um determinado intervalo de tempo. Representando a
“perda” de energia na respiração por R, teremos PPL = PPB – R.

* Biomassa pode ser conceituada como a matéria orgânica total do ecossistema, incluindo não
apenas os frutos e as sementes, mas todos os órgãos das plantas, bem como todos os
animais, seus restos e toda a matéria orgânica em decomposição, podendo ser expressa em
2
gramas/m .
III. Produtividade secundária: energia armazenada no nível trófico dos consumidores e que fica
disponível para o nível trófico seguinte. Ela corresponde, em última análise, à energia
absorvida por esses organismos, subtraído o que foi usado para a manutenção do seu
metabolismo.
- Plâncton (seres flutuantes): conjunto de organismos que vivem em suspensão na água, sendo
carregado passivamente pelas ondas e correntes. Conquanto alguns sejam capazes de
executar movimentos próprios, não conseguem superar a força das correntes e das ondas,
sendo carregados por elas. No plâncton pode ser identificado dois grupos de organismos,
denominados fitoplâncton (do grego phyton, planta e plankton, errante) e zooplâncton (do
grego zoon, animal).
I. Fitoplâncton (plâncton fotossintetizante): compreende os organismos planctônicos, que
flutuam próximo à superfície, dotados da capacidade de realizar a fotossíntese, sendo formado,
principalmente, pelas diatomáceas (algas unicelulares) e pelas cianobactérias. O fitoplâncton
exerce um importante papel nas cadeias alimentares marinhas. Ele constitui a base alimentar
dos ecossistemas aquáticos.
II. Zooplâncton (plâncton não fotossintetizante): compreende os organismos planctônicos
heterótrofos (herbívoros e carnívoros), sendo formado, dentre outros, por protozoários,
pequenos crustáceos, larvas de animais diversos e pequenas medusas.
- De acordo com a penetração da luz nos ecossistemas aquáticos [limnociclo (ecossistema de
água doce ou biociclo dulcícola) e talassociclo (ecossistema de água salgada ou biociclo
marinho)] podemos distinguir duas zonas ou regiões, denominadas fótica e afótica.
I. Zona fótica (do grego photos, luz): região iluminada, situada até aproximadamente 200
metros de profundidade. Esse limite inferior varia de acordo com a turbidez da água. Na
metade superior dessa zona vive o fitoplâncton, que produz praticamente todo alimento
necessário à manutenção da vida aquática. A região fótica, onde a fotossíntese se processa,
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pode ser subdividida em eufótica (até aproximadamente 100 metros) e disfótica (situada entre
100 metros e 200 metros, aproximadamente).
II. Zona afótica: região escura situada, normalmente, abaixo dos 200 metros de profundidade.
Dada à ausência de luz, a fotossíntese não ocorre nessa região. Dessa forma, nela não há
seres fotossintetizantes nem herbívoros.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“O pico máximo de produção primária não tem relação com a profundidade máxima da zona
fótica.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A zona fótica do ecossistema A é maior que a zona fótica do ecossistema
B e, consequentemente, apresenta maior concentração de nutrientes.”) – INCORRETA
* De acordo com a figura, a zona fótica do ecossistema A se estende, aproximadamente, de 30
a 0 metros, enquanto a do ecossistema B se estende, aproximadamente, de 100 a 0 metros.
Dessa forma, a zona fótica do ecossistema B é maior do que a zona fótica do ecossistema A.
- ALTERNATIVA B (“Maior profundidade das zonas afóticas resulta em maior produção
fitoplanctônica por causa dos nutrientes.”) – INCORRETA
* Na zona afótica (região escura) não há fitoplâncton (plâncton fotossintetizante).
- ALTERNATIVA C (“Na zona afótica do ecossistema A, temos maior produção primária por
causa da intensidade de luz.”) – INCORRETA
* Na zona afótica (região escura), devido à ausência de luz, não há fotossíntese, logo não há
produção primária.
- ALTERNATIVA D [“A intensidade de luz e a produção primária são máximas na camada
superficial (0 m).”] – INCORRETA
* A produção primária é máxima, como mostra a figura, em torno dos 10 metros e não a 0
metros.
- ALTERNATIVA E (“O pico máximo de produção primária não tem relação com a profundidade
máxima da zona fótica.”) – CORRETA
* Realmente não tem, haja vista que a profundidade máxima da zona fótica é de
aproximadamente 100 metros (levando em consideração os dados contidos na figura) e o pico
máximo de produção marinha (com base na figura) se situa em torno de 10 metros.

19. (UFMG) Analise os gráficos abaixo, em que está representado o efeito da pastagem de
uma população herbívora que se alimenta, preferentemente, de gramíneas sobre uma
comunidade vegetal:

Considerando-se as informações contidas nesses gráficos e outros conhecimentos sobre o


assunto, é correto afirmar que a pastagem faz diminuir:
a) Os recursos disponíveis para outros herbívoros.
b) A competição entre gramíneas e ervas.
c) A diversidade dessas espécies vegetais.
d) A produtividade das ervas.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“A competição entre gramíneas e ervas.”)
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JUSTIFICATIVA
- Os gráficos mostram, claramente, que a diversidade de espécies de ervas é sempre maior
nas áreas de pastagens (áreas pastadas) que nas áreas não pastadas. Isso reflete, sem
dúvida, que há uma menor competição, nas áreas pastadas, entre as gramíneas e as ervas.
* ALTERNATIVA B
(“... , é correto afirmar que a pastagem faz diminuir: ........ A competição entre gramíneas e
ervas.”)

20. (FUVEST) A partir da contagem de indivíduos de uma população experimental de


protozoários, durante determinado tempo, obtiveram-se os pontos e a curva média registrados
no gráfico abaixo. Tal gráfico permite avaliar a capacidade limite do ambiente, ou seja, sua
carga biótica máxima.

De acordo com o gráfico:


a) A capacidade limite do ambiente cresceu até o dia 6.
b) A capacidade limite do ambiente foi alcançada somente após o dia 20.
c) A taxa de mortalidade superou a de natalidade até o ponto em que a capacidade limite do
ambiente foi alcançada.
d) A capacidade limite do ambiente aumentou com o aumento da população.
e) O tamanho da população ficou próximo da capacidade limite do ambiente entre os dias 8 e
20.
- Resistência ambiental é conjunto de fatores ambientais (bióticos e abióticos), que impede o
crescimento de uma população segundo seu potencial biótico. Dentre os fatores bióticos
destacamos as competições (intraespecífica e interespecífica), o predatismo, o canibalismo e
o parasitismo. Com relação aos fatores abióticos citamos a falta de espaço, a carência
alimentar, as condições climáticas, o pH e as concentrações de O2 e CO2. A figura abaixo
mostra a curva de potencial biótico (capacidade inata de uma população crescer em condições
ambientais favoráveis) e a curva de crescimento normal que se estabiliza em função da
capacidade limite do ambiente (resistência ambiental). Potencial biótico e resistência ambiental
são duas forças antagônicas: o potencial biótico tende a fazer com que a população cresça, e a
resistência ambiental tende a impedir esse crescimento.

ALTERNATIVA CORRETA: E
(“O tamanho da população ficou próximo da capacidade limite do ambiente entre os dias 8 e
20.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A capacidade limite do ambiente cresceu até o dia 6.”) – INCORRETA
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* A capacidade limite do ambiente cresceu até por volta do 8 º dia, quando atingiu a capacidade
de carga do meio. A partir daí, o tamanho da população se estabilizou.
- ALTERNATIVA B (“A capacidade limite do ambiente foi alcançada somente após o dia 20.”) –
INCORRETA
* A capacidade limite do ambiente foi alcançada por volta do 8º dia e não após o dia 20.
- ALTERNATIVA C (“A taxa de mortalidade superou a de natalidade até o ponto em que a
capacidade limite do ambiente foi alcançada.”) – INCORRETA
* Até alcançar a capacidade limite do ambiente (volta do 8º dia), a população estava
crescendo, portanto, não se pode dizer que a taxa de mortalidade superou a de natalidade.
Levando em considerção esses dois fatores (taxa de mortalidade e taxa de natalidade),
podemos afirmar o contrário (a taxa de natalidade superou a de mortalidade).
- ALTERNATIVA D (“A capacidade limite do ambiente aumentou com o aumento da
população.”) – INCORRETA
* A capacidade limite do ambiente não aumentou com o aumento da população.
- ALTERNATIVA E (“O tamanho da população ficou próximo da capacidade limite do ambiente
entre os dias 8 e 20.”) – CORRETA
* Entre os dias 8 e 20 o tamanho da população permaneceu estável, indicando que ele ficou
próximo da capacidade limite do ambiente.
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NONA BATERIA

01. (FGV-SP) Quando da divisão da célula, a fita de DNA se duplica de modo


semiconservativo. A fita dupla hélice se abre e cada um dos filamentos serve de molde para
síntese de uma fita complementar. Isso assegura que as células-filhas contenham a mesma
informação genética da célula-mãe. Contudo, podem ocorrer erros na incorporação de bases
nitrogenadas na fita complementar (mutação). Entre esses erros, podem-se citar:
I. Substituição de uma base nitrogenada por outra.
II. Adição ou deleção de uma base entre duas bases originais da sequência.
Sobre esses dois tipos de mutação, I e II, pode-se afirmar que:
a) A mutação do tipo I provoca sempre a substituição de um aminoácido na proteína codificada
pelo gene.
b) A mutação do tipo I provoca a substituição de vários aminoácidos na proteína codificada
pelo gene.
c) A mutação do tipo I tem maior potencial para alterar a composição de aminoácidos na
proteína codificada pelo gene.
d) A mutação do tipo II altera toda a composição de aminoácidos na proteína codificada pelo
gene.
e) A mutação do tipo II tem maior potencial para alterar a composição de aminoácidos na
proteína codificada pelo gene.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“A mutação do tipo II tem maior potencial para alterar a composição de aminoácidos na
proteína codificada pelo gene.”).
* Mutações gênicas (mutações pontuais) são alterações nas mensagens genéticas, que podem
levar à produção de cadeias proteicas modificadas, na ordem ou no número de aminoácidos. O
RNA que for transcrito do DNA alterado terá igualmente sua sequência de bases modificada e
isto pode alterar sua estrutura e função. Tratando-se de um RNAm, essa alteração pode afetar
um ou mais aminoácidos também com consequências em termos de estrutura e função.
Quando as mutações são decorrentes de substituições de bases (tipo mais comum),
classificam-se em transição e transversão (figura a seguir). Fala-se em transição, quando
ocorre troca de uma base púrica por outra púrica ou de uma base pirimídica por outra
pirimídica (A ↔ G ou C ↔ T). Quando, por outro lado, a base púrica é substituída por uma
pirimídica ou vice-versa, fala-se em transversão (A ou G ↔ C ou T). Além das trocas de bases,
podem ocorrer, inserções (adições) e supressões (deleções) de bases, determinando aumento
ou diminuição, respectivamente, no tamanho da informação genética. Para maiores detalhes
ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria publicada, no dia 15/04/2011, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”
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* Em face de a degenerescência do código genético, é possível a ocorrência de alterações na


informação genética, sem consequente modificação na sequência de aminoácidos na cadeia
proteica formada. Esse tipo de alteração genética toma o nome especial de mutação
“silenciosa”. Todos os aminoácidos, exceto a metionina e o triptofano, possuem mais de um
códon (quadro abaixo). Para se ter uma ideia dessa degenerescência os códons CUU, CUC,
CUA e CUG correspondem ao mesmo aminoácido (leucina). Igualmente, GGA, GGU, GGG e
GGC, são codificadores do aminoácido glicina. Para saber mais ver CÓDIGO GENÉTICO,
matéria publicada, no dia 15/11/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”

AMINOÁCIDO NÚMERO DE CÓDONS


Alanina (ala) 4
Arginina (arg) 6
Asparagina (asn) 2
Ácido aspártico (asp) 2
Ácido glutâmico (glu) 2
Cisteína (cis) 2
Fenilalanina (fen) 2
Glicina (gli) 4
Glutamina (gln) 2
Histidina (his) 2
Isoleucina (ile) 3
Leucina (leu) 6
Lisina (lis) 2
METIONINA (MET) 1
Prolina (pro) 4
Serina (ser) 6
Tirosina (tir) 2
Treonina (tre) 4
TRIPTOFANO (TRP) 1
Valina (val) 4

JUSTIFICATIVA
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- ALTERNATIVA A (“A mutação do tipo I provoca sempre a substituição de um aminoácido na


proteína codificada pelo gene.”) – INCORRETA
* A mutação tipo I (“Substituição de uma base nitrogenada por outra.”), nem sempre provoca a
substituição de um aminoácido, em face da degenerescência do código genético, como vimos
acima.
- ALTERNATIVA B (“A mutação do tipo I provoca a substituição de vários aminoácidos na
proteína codificada pelo gene.”) – INCORRETA
* A mutação tipo I (“Substituição de uma base nitrogenada por outra.”), pode não provocar a
substituição do aminoácido, devido à degenerescência do código genético ou, de apenas um
aminoácido, e não vários com consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA C (“A mutação do tipo I tem maior potencial para alterar a composição de
aminoácidos na proteína codificada pelo gene.”) – INCORRETA
* A mutação tipo I (“Substituição de uma base nitrogenada por outra.”), como podemos deduzir
do exposto acima, tem menor potencial de alterar a composição de aminoácidos na cadeia
proteica do que a mutação tipo II (“Adição ou deleção de uma base entre duas bases originais
da sequência.”), já que esta, invariavelmente, provocará alterações na composição dos
aminoácidos. Essas alterações ocorrerão, com certeza, a partir da adição (inserção) ou da
deleção (supressão) de uma base, que levarão ao aumento ou à redução, respectivamente, do
tamanho da informação genética.
- ALTERNATIVA D (“A mutação do tipo II altera toda a composição de aminoácidos na proteína
codificada pelo gene.”) – INCORRETA
* A mutação tipo II (“Adição ou deleção de uma base entre duas bases originais da
sequência.“) não provoca alteração dos aminoácidos correspondentes aos códons anteriores à
adição (inserção) ou à deleção (supressão) de uma base entres duas bases originais da
sequência.
- ALTERNATIVA E (“A mutação do tipo II tem maior potencial para alterar a composição de
aminoácidos na proteína codificada pelo gene.”) – CORRETA
* A mutação tipo II (“Adição ou deleção de uma base entre duas bases originais da
sequência.“), provoca alterações na sequência dos aminoácidos da cadeia proteica a ser
codificada pelo gene mutado, bem como, aumento ou redução do número de aminoácidos
nessa cadeia.

02. (UFRS) Na década de 1950, foi desenvolvido um experimento onde um dos componentes
de um tipo de bacteriófago foi marcado radiativamente com enxofre e outro, com fósforo. Esses
bacteriófagos foram utilizados para infectar uma cultura de Escherichia coli. Um dos
componentes entrou na bactéria, e o outro foi retirado da parede da mesma, por agitação. A
cultura foi, então, imediatamente, centrifugada. O resultado obtido encontra-se ilustrado no
esquema a seguir.

Sobre o resultado do experimento, é correto afirmar que:


a) O DNA do bacteriófago marcado com fósforo encontra-se no depósito bacteriano.
b) As proteínas do bacteriófago marcadas com enxofre encontram-se no depósito bacteriano.
c) O DNA do bacteriófago marcado com enxofre encontra-se em suspensão.
d) As proteínas do bacteriófago marcadas com fósforo encontram-se em suspensão.
e) O DNA do bacteriófago marcado com enxofre encontra-se no depósito bacteriano.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“O DNA do bacteriófago marcado com fósforo encontra-se no depósito bacteriano.”).
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* O trabalho relatado nesta questão foi realizado, em 1952, por Alfred Hershey e Martha Chase,
com o objetivo de ratificar a condição de que o DNA transportava a informação genética (o
32
DNA era o material genético e não a proteína). Eles usaram fósforo radioativo ( P) e enxofre
35
radioativo ( S) para mostrar que quando um bacteriófago (fago) infecta uma bactéria, é o
DNA, e não a proteína da capa viral, que realmente penetra na célula hospedeira, portando as
informações genéticas para a formação de novos vírus. A escolha desses elementos deveu-se
ao fato de o DNA não conter enxofre e as proteínas virais serem desprovidas de fósforo. Dessa
32 35
forma, usando-se P e S marca-se, especificamente e respectivamente, o DNA e as
proteínas virais. Hershey e Chase constataram que as células infectadas com o fago marcado
32
com P continham esse elemento no seu interior, indicando que o DNA marcado havia
35
entrado nas células. As células infectadas com S, por outro lado, não continham qualquer
radioatividade no seu interior. Para maiores detalhes ver DNA: DEPÓSITO DAS
INFORMAÇÕES GENÉTICAS, matéria publicada, no dia 10/07/2011, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O DNA do bacteriófago marcado com fósforo encontra-se no depósito
bacteriano.”) – CORRETA
* As bactérias depositadas (depósito bacteriano), apresentam DNA do fago marcado com
fósforo radioativo, como podemos deduzir do exposto acima.
- ALTERNATIVA B (“As proteínas do bacteriófago marcadas com enxofre encontram-se no
depósito bacteriano.”) – INCORRETA
* Durante a infecção bacteriana por um fago, as proteínas presentes na capa viral não
penetram na bactéria e sim o DNA, portando a informação genética para a formação de novos
vírus. Dessa forma, não há proteínas marcadas com enxofre no interior da bactéria.
- ALTERNATIVA C (“O DNA do bacteriófago marcado com enxofre encontra-se em
suspensão.”) – INCORRETA
* O DNA do bacteriófago foi marcado com fósforo e não com enxofre.
- ALTERNATIVA D (“As proteínas do bacteriófago marcadas com fósforo encontram-se em
suspensão.”) – INCORRETA
* As proteínas da capa viral do fago foram marcadas com enxofre e não com fósforo.
- ALTERNATIVA E (“O DNA do bacteriófago marcado com enxofre encontra-se no depósito
bacteriano.”) – INCORRETA
* O DNA do bacteriófago foi marcado com fósforo e não com enxofre.

03. (UFMG) Analise estas figuras:


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Considerando-se os processos de imunização representados, é incorreto afirmar que:


a) Os anticorpos são produzidos tanto em I quanto em II.
b) O código genético do patógeno é igual ao do camundongo.
c) O antígeno do patógeno é produzido pelo camundongo em I.
d) O mRNA do antígeno do patógeno é traduzido em II.
ALTERNATIVA INCORRETA: C
(“O antígeno do patógeno é produzido pelo camundongo em I.”).
* Vacinas clássicas (não gênicas): contêm agentes infecciosos inativados ou atenuados,
toxinas inativas ou outros componentes que induzem a produção de anticorpos ao serem
introduzidos no organismo. Essas vacinas correspondem, portanto, a antígeno que não
provocam doenças, mas que induzem o sistema imunológico do organismo a produzir
anticorpos específicos que neutralizam o agente causador da doença.
* Vacinas de DNA (vacinas gênicas): utilizando as técnicas da biologia molecular, os
pesquisadores estão avançando em mais uma área importante: as vacinas a partir do DNA.
Genes de agentes causadores de doenças e que codificam proteínas responsáveis por
estimular o sistema imunológico humano tem sido isolados, inseridos em bactérias e clonados.
O produto da atividade desses genes é purificado e pode atuar como vacina, que, introduzida
no organismo humano, estimula a produção de anticorpos específicos. Com essa técnica, já
estão sendo produzidas vacinas contra a hepatite B e a meningite, além de outras em fase de
testes.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Os anticorpos são produzidos tanto em I quanto em II.”) – CORRETA
* Tanto na vacina clássica (I) como na vacina gênica (II) há formação de anticorpos. Em ambos
os casos ocorre imunização do organismo.
- ALTERNATIVA B (“O código genético do patógeno é igual ao do camundongo.”) – CORRETA
* O código genético, com exceção de algumas pequenas diferenças do considerado código
padrão (quadro abaixo), é considerado universal. Dessa forma, o código genético do patógeno
e igual ao do camundongo. Para maiores detalhes ver CÓDIGO GENÉTICO, matéria
publicada, no dia 15/11/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
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- ALTERNATIVA C (“O antígeno do patógeno é produzido pelo camundongo em I.”) –


INCORRETA
* No camundongo são produzidos anticorpos específicos induzidos pelo patógeno morto, como
vimos acima em Vacinas clássicas “... Essas vacinas correspondem, portanto, a antígeno que
não provocam doenças, mas que induzem o sistema imunológico do organismo a produzir
anticorpos específicos que neutralizam o agente causador da doença.”
- ALTERNATIVA D (“O mRNA do antígeno do patógeno é traduzido em II.”) – CORRETA
* Na vacina gênica (II), o RNAm do antígeno é traduzido, a fim de formar os anticorpos, como
vimos em vacinas gênicas “... . Genes de agentes causadores de doenças e que codificam
proteínas responsáveis por estimular o sistema imunológico humano ... “.

04. (UERJ) A enzima EPSP-sintase, presente em praticamente todos os vegetais, é modificada


na soja transgênica, tornando-a resistente à inibição pelo herbicida glifosato. Assim, o
tratamento com esse herbicida não prejudica o desenvolvimento de culturas de soja
transgênica, mas evita o crescimento de outros vegetais indesejáveis. Num estudo para a
identificação da variedade transgênica de soja, foi medida, nas mesmas condições
experimentais, a atividade da EPSP-sintase em extratos de folhas de diferentes tipos desse
vegetal, em presença ou ausência de glifosato. As atividades da enzima nesses extratos, na
ausência do inibidor, apresentaram o mesmo valor. Observe o gráfico abaixo.

A curva que corresponde à razão entre as atividades de uma enzima da variedade transgênica
e as atividades dessa mesma enzima da soja comum é a indicada pela seguinte letra:
a) W.
b) X.
c) Y.
d) Z.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“W.”).
JUSTIFICATIVA
* Atente para o que é solicitado “A curva que corresponde à razão entre as atividades de uma
enzima da variedade transgênica e as atividades dessa mesma enzima da soja comum ...”.
Essa solicitação se refere a uma razão, logo teremos: numerador/denominador.
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* O herbicida glicofosato não inibe a ação da enzima EPSP-sintase na variedade transgênica


(numerador da razão), mas inibe a ação da enzima na variedade comum (denominador da
razão). Dessa forma, aumentando a concentração de glicofosato, o numerador permanece
constante (“... , o tratamento com esse herbicida não prejudica o desenvolvimento de culturas
de soja transgênica ... “) e o numerador diminui (“... . mas evita o crescimento de outros
vegetais ...”), aumentando a razão.
* A única curva compatível é a W (resposta A)

05. (UEL) Alguns tecidos do organismo humano adulto se regeneram constantemente por meio
de um processo complexo e finamente regulado. Isso acontece com a pele, com os epitélios
intestinais e especialmente com o sangue, que tem suas células destruídas e renovadas
constantemente, como mostra o esquema a seguir:

Baseado nas informações anteriores e nos conhecimentos sobre o tema considere as


afirmativas a seguir.
I. Células-tronco hematopoéticas apresentam potencial para diferenciar-se em qualquer célula
do sangue e também gerar outras células-tronco.
II. A hematopoese resulta da diferenciação e da proliferação simultânea de células-tronco que,
à medida que se diferenciam, vão reduzindo sua potencialidade.
III. As diferentes linhagens hematopoéticas geradas no sistema apresentam altas taxas de
proliferação.
IV. Existe um aumento gradual da capacidade de auto renovação das células durante este
processo.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III, IV.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“I e II.”).
* Células-tronco: células indiferenciadas, sem função específica nos tecidos que, mediante um
estímulo, podem se diferenciar em células maduras e funcionais. Elas diferem de outras células
do organismo por apresentarem, basicamente, três características: (a) são células
indiferenciadas e não especializadas; (b) são capazes de se multiplicar (tanto in vitro como in
vivo) por longos períodos mantendo-se indiferenciadas, de forma que um pequeno número
pode originar uma grande população de células semelhantes; (c) são capazes de se diferenciar
em células especializadas de um tecido particular. Em essência, elas são capazes de realizar
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“divisões assimétricas”, ou seja, podem originar células que permanecem indiferenciadas,


substituindo o pool de células tronco ou, alternativamente, se diferenciar em células
especializadas.
I. De acordo com o nível de plasticidade (capacidade de originar células diferenciadas de
outros tecidos), as células-tronco se classificam em totipotentes, pluripotentes e multipotentes.
Ia. Totipotentes: são capazes de originar todas as células do organismo, além das células que
suportam o desenvolvimento do embrião no útero (presentes na placenta e nos anexos
embrionários). Apresentam uma grande capacidade de multiplicação e especialização e são
efêmeras, desaparecendo poucos dias após a fertilização. Elas são representadas pela célula
ovo e pelas células originárias das primeiras divisões do zigoto. Constituindo, em última
análise, o primeiro grupo de até 32 células, que se formam nas primeiras 72 horas após a
fecundação. Neste momento, não é possível identificar, nesse grupo de células, qualquer
diferenciação de tecido específico. O zigoto constitui, em última análise, a primeira célula-
tronco totipotente, ou seja, uma célula com capacidade de formar qualquer célula existente no
ser completamente formado e desenvolvido.
Ib. Pluripotentes: são capazes de se diferenciar em quaisquer tipos de células, exceto as da
placenta e as dos anexos embrionários. Incluem células derivadas do embrião, quando
apresentam 32-64 células aproximadamente a partir do 5º dia de vida, fase considerada como
blastocisto, bem como do feto. Apesar de existirem em menor número, as células-tronco
pluripotentes estão presentes, também, em indivíduos adultos. Elas não são capazes de
originar um organismo completo, visto que não podem gerar a placenta e outros tecidos de
apoio ao feto.
Ic. Multipotentes: são capazes de se transformar em um número limitado de células, sendo
direcionadas a formar uma determinada linhagem celular. Como exemplos citamos as células-
tronco hematopoiéticas da medula óssea (formadoras de sangue), as célula-tronco
mesenquimatosas (formadoras de diferentes células do tecido conjuntivo) e as da pele
(capazes de produzir quaisquer tipos de células da pele). Essas células são designadas de
acordo com o órgão de que derivam e podem, via de regra, originar apenas células daquele
órgão, possibilitando a regeneração tecidual.
II. De acordo com a origem, as células-tronco podem ser distribuídas em dois grupos:
embrionárias e adultas.
IIa. Embrionárias: tipo de célula-tronco capaz de originar todos os tipos de tecidos de um
indivíduo adulto. São dotadas de grande plasticidade e apresentam características essenciais,
como uma ilimitada capacidade de proliferação indiferenciada in vitro. Essas células, desde
que cultivadas em condições determinadas, podem se diferenciar em qualquer tipo celular do
corpo humano, daí a ideia de se usar na terapia celular para o tratamento de várias doenças
degenerativas até então incuráveis.
IIb. Adultas: tipo de célula-tronco obtida de tecidos após a fase embrionária (feto, recém-
nascido e adulto), sendo, portanto, encontradas em vários órgãos e tecidos no indivíduo adulto,
onde participam da homeostase tecidual, gerando novas células devido à renovação fisiológica
ou em resposta a uma injúria. As células-tronco adultas até agora isoladas em humanos são
tecido específicas, ou seja, têm a capacidade de diferenciação limitada a um único tipo de
tecido ou a alguns poucos tecidos relacionados. Dessa forma, boa parte dos tecidos humanos
não pode ser obtida a partir delas.
* Células-tronco hematopoiéticas (formadoras de sangue): as primeiras células-tronco adultas
identificadas e bem caracterizadas foram as progenitoras das células do sangue. Elas
apresentam potencial de se diferenciar nas diversas células do sangue. Já na década de 1940
sabia-se que na medula óssea existem células indiferenciadas que repõem as células maduras
do sangue que vão sendo eliminadas. Além de se localizarem na medula óssea, elas estão
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presentes, em número restrito, na circulação periférica, em especial no sangue do feto. No


momento do nascimento, o sangue fetal retido na placenta após a secção do cordão umbilical
(sangue de cordão umbilical ou, mais propriamente, sangue placentário) pode ser recuperado e
constitui uma fonte rica dessas células, que podem ser usadas para fins terapêuticos. Na
medula óssea são encontradas células-tronco mesenquimais, que é uma população de células
do estroma (parte que dá sustentação às células), dotada da capacidade de se diferenciar
em diversos tecidos, como ósseo, cartilaginoso, adiposo e muscular.
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Células-tronco hematopoéticas apresentam potencial para diferenciar-se em
qualquer célula do sangue e também gerar outras células-tronco.”) – CORRETA
* As células-tronco hematopoiéticas, além de se diferenciar nas diversas células do sangue,
ainda possui, devido a célula-tronco mesenquimal, a capacidade de se diferenciar em diversos
tecidos em diversos tecidos, como ósseo, cartilaginoso, adiposo e muscular.
- AFIRMATIVA II (“A hematopoese resulta da diferenciação e da proliferação simultânea de
células-tronco que, à medida que se diferenciam, vão reduzindo sua potencialidade.”) –
CORRETA
* Hematopoese, também conhecida como hematopoiese, hemopoese e hemopoiese, é o
processo de formação, desenvolvimento e maturação dos elementos figurados do sangue
(eritrócitos, leucócitos e plaquetas) a partir de um precursor celular comum e indiferenciado
conhecido como célula hematopoiética pluripotente, célula-tronco ou stem-cell. À medida que
se diferenciam elas vão reduzindo sua potencialidade.
- AFIRMATIVA III (“As diferentes linhagens hematopoéticas geradas no sistema apresentam
altas taxas de proliferação.”) – INCORRETA
* Ao contrário dos outros animais, os mamíferos apresentam hemácias anucleadas, ou seja,
desprovidas de DNA, sendo, portanto, incapazes de se dividirem. O mesmo ocorre com as
plaquetas (trombócitos) que não são células inteiras e sim fragmentos de células.
- AFIRMATIVA IV (“Existe um aumento gradual da capacidade de auto renovação das células
durante este processo.”) – INCORRETA
* A medida que a diferenciação aumenta, a capacidade de auto renovação diminui.

06. (UFF) Atletas recordistas em distintas modalidades de corridas desenvolvem, ao longo de


seus percursos, velocidades diferenciadas, conforme ilustra o gráfico:

Sabe-se que a atividade muscular depende, diretamente, da energia do ATP. Assim, pode-se
assumir que a taxa de produção de ATP no músculo é bem maior em corridas curtas do que
em maratonas, mas, não pode ser mantida elevada por longos períodos de tempo, fazendo a
velocidade do corredor diminuir à medida que aumenta a distância percorrida. Considerando-se
os processos de geração de ATP no músculo, conclui-se que os principais produtos finais do
metabolismo energético nesse tecido em corridas curtas e em maratona são, respectivamente:
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a) Lactato; piruvato.
b) Piruvato; lactato.
c) CO2 e H2O; lactato.
d) Lactato; CO2 e H2O.
e) CO2 e H2O; piruvato.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Lactato; CO2 e H2O.”).
JUSTIFICATIVA
* Nas corridas curtas, que requerem elevada produção de ATP, como consta no enunciado
(“...a taxa de produção de ATP no músculo é bem maior em corridas curtas do que em
maratonas, ...”), a geração de ATP ocorre via glicólise muscular (“fermentação” láctica),
processo anaeróbio, que tem como produto final o lactato. Nas maratonas, ao contrário, o
metabolismo oxidativo aeróbio é a principal fonte de ATP, tendo como produtos finais CO2 e
H2O. Durante a glicólise muscular, cada glicose é desdobrada, após uma série de reações, em
duas moléculas de ácido pirúvico, sendo a energia liberada na forma de ATP. Comumente,
esse ácido penetra nas mitocôndrias das células musculares levando a que ocorra a respiração
aeróbia, formando um número maior de ATP do que na glicólise muscular. Essa glicólise ocorre
quando, em contração vigorosa, o tecido muscular esquelético precisa funcionar em condições
de hipóxia (baixa pressão parcial de oxigênio). O ácido láctico produzido no musculo é
transportado pela corrente sanguínea até o fígado, onde é convertido em glicose através da
gliconeogênese (ou neoglicogênese). Dessa forma, a gliconeogênese é um processo
metabólico em que a glicose é produzida a partir de precursores de natureza não glicídica,
como ácido láctico, glicerol e aminoácidos.

07. (UERJ) O esquema a seguir resume as etapas da síntese e da degradação do glicogênio


no fígado, órgão responsável pela regulação da taxa de glicose no sangue.

1. Glicoquinase
2. Glicose-6 fosfato fosfatase
3. Fosfoglicomutase
4. UDPG sintetase
5. Glicogênio sintetase
6. Glicogênio fosforilase
Um paciente portador de um defeito genético apresenta crises frequentes de hipoglicemia nos
intervalos entre as refeições, embora a taxa de glicogênio hepático permaneça elevada. Nesse
paciente, as enzimas que podem apresentar atividade deficiente, dentre as identificadas, são:
a) Glicoquinase / UDPG sintetase.
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b) Glicogênio fosforilase / glicoquinase.


c) Fosfoglicomutase / glicogênio sintetase.
d) Glicose-6 fosfato fosfatase / glicogênio fosforilase.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Glicose-6 fosfato fosfatase / glicogênio fosforilase.”).
JUSTIFICATIVA
* Se o paciente possui glicogênio hepático elevado e hipoglicemia (baixo nível de glicose
sanguínea) é uma indicação que a conversão de glicogênio em glicose está deficiente. Do
exposto, pode-se concluir que as enzimas indicadas na alternativa D (Glicose-6 fosfato
fosfatase / glicogênio fosforilase) estão deficientes em sua atividade catalisadora. A Glicose-6
fosfato fosfatase (2) atua na conversão de glicose-6P em glicose e a glicogênio fosforilase (6),
catalisa a transformação de glicogênio em glicose-1P. Ambas, em atividade normal, atuam
aumentando a glicemia.

08. (UERJ) Num experimento sobre absorção intestinal foi utilizado o seguinte procedimento:
– fechar um pedaço de alça intestinal em uma das extremidades, formando um saco;
– virar o saco, expondo a mucosa para o lado externo;
– colocar solução salina no interior do saco;
– mergulhá-lo, parcialmente, numa solução salina idêntica, porém acrescida de glicose;
– medir, em função do tempo, a variação da concentração da glicose na solução externa,
mantendo as condições adequadas;
– adicionar, em um determinado momento T, à solução externa, cianeto de sódio, um forte
inibidor da cadeia respiratória mitocondrial.
O resultado deste experimento está representado por uma das curvas do gráfico abaixo.

A curva que representa as variações da concentração de glicose na solução em que o saco foi
mergulhado é a de número.
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 2 e 3.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“1”).
JUSTIFICATIVA
* A penetração da glicose na situação referida (alça intestinal) só ocorre se houver um excesso
de sódio do lado externo da célula. Esse transporte é denominado co-transporte do tipo
simporte, no qual duas substâncias entram na célula simultaneamente e na mesma direção. O
excesso de sódio referido só existe porque a bomba de sódio e potássio (transporte ativo)
bombeia constantemente sódio para o meio extracelular. O co-transporte (simporte e antiporte)
é, em última análise, um transporte ativo dirigido por gradiente iônico. A adição de cianeto (“...–
adicionar, em um determinado momento T, à solução externa, cianeto de sódio, um forte
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inibidor da cadeia respiratória mitocondrial.”) inibe a cadeia respiratória (cadeia oxidativa ou


cadeia transportadora de elétrons), impedindo a produção de ATP e, consequentemente,
bloqueando a bomba de sódio e potássio. Esse bloqueio impede a entrada da glicose. Dessa
forma, no início do experimento a concentração de glicose diminui com o tempo, pois ela está
sendo absorvida pela célula intestinal. A partir do tempo T, indicado no gráfico, quando há
adição do cianeto, que bloqueia a atividade mitocondrial, a bomba de sódio e potássio para de
funcionar, cessando a absorção de glicose.
* A situação descrita (redução inicial da concentração de glicose e parada de absorção após a
adição de cianeto) está representada no gráfico 2, tornando B a alternativa correta.

09. (UNICENTRO) A ilustração abaixo representa o intestino delgado e destaca uma célula
epitelial com os transportes envolvidos no trânsito da glicose (GL) da luz intestinal para a
corrente sanguínea.

O epitélio é um tecido que reveste ou recobre as superfícies do corpo, como no caso do


intestino, e tem como característica:
a) Ser formado por células indiferenciadas e com baixa taxa de mitose.
b) Possuir pouca coesão entre suas células para permitir flexibilidade.
c) Apresentar grande quantidade de matriz extracelular entre suas células.
d) Apresentar polarização estrutural que se reflete numa polarização funcional.
e) Ser irrigado, direta e abundantemente, por vasos sanguíneos e linfáticos.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Apresentar polarização estrutural que se reflete numa polarização funcional.”).
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Ser formado por células indiferenciadas e com baixa taxa de mitose.”) –
INCORRETA
* Apresentam células diferenciadas que se renovem continuamente por mitose, não
apresentam, portanto, uma baixa taxa de mitose.
- ALTERNATIVA B (“Possuir pouca coesão entre suas células para permitir flexibilidade.”) –
INCORRETA
* Os tecidos epiteliais possuem uma elevada adesão entre as células, sendo constituídos com
ausência ou quase ausência de substâncias intercelulares. Essa característica contrasta com o
que se observa nos tecidos conjuntivos em geral, cujas células ficam imersas em grande
quantidade de substância intercelular.
- ALTERNATIVA C (“Apresentar grande quantidade de matriz extracelular entre suas células.”)
– INCORRETA
* Os tecidos epiteliais apresentam pouca ou nenhuma substância intercelular (matriz
extracelular entre as células).
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- ALTERNATIVA D (“Apresentar polarização estrutural que se reflete numa polarização


funcional.”) – CORRETA
* Os epitélios possuem polaridade estrutural e funcional. O polo voltado para a superfície livre é
denominado polo apical ou região apical, enquanto o polo voltado para o tecido conjuntivo
subjacente é denominado polo basal ou região basal. A polaridade é utilizada para classificar
morfologicamente os epitélios. Nos epitélios são identificados três domínios: (a) domínio apical
(exposto para o lúmen ou para o meio externo); (b) domínio lateral (em contato com as células
epiteliais vizinhas unidas mutuamente por moléculas de adesão celular e complexos
funcionais); (c) domínio basal (associado à membrana basal, que separa o epitélio do tecido
conjuntivo subjacente). As células epiteliais, por seu turno, possuem dois domínios principais:
um domínio apical e um domínio basolateral. Cada domínio é definido por características
estruturais e funcionais específicas. O domínio apical é a região da célula epitelial voltada para
+
a luz, sendo rico em canais iônicos, proteínas carregadoras, H -ATPase, glicoproteínas e
enzimas hidrolíticas, bem como aquaporinas (proteínas formadoras de canais que atuam na
regulação do equilíbrio hídrico). Ele é, ainda, o sítio onde produtos de secreção são levados
para serem liberados. Para efetuar suas múltiplas funções, o domínio apical necessita de
várias modificações, entre as quais se incluem microvilosidades, cílios e flagelos que são
estruturas importantes para a proteção da superfície epitelial. O domínio basolateral, por seu
turno, pode ser subdividido em duas regiões: a membrana plasmática lateral e a membrana
plasmática basal. Cada região possui suas próprias junções especializadas e receptores para
+
hormônios e neurotransmissores. Além disso, essas regiões são ricas em Na - K+ ATPase e
canais iônicos e são locais de secreção constitutiva. As especializações da membrana lateral
são as zônulas de oclusão, zônulas de adesão, desmossomos e junções comunicantes. As
especializações da membrana basal são as invaginações e os hemidesmossomos.
- ALTERNATIVA E (“Ser irrigado, direta e abundantemente, por vasos sanguíneos e linfáticos.”)
– INCORRETA
* Os tecidos epiteliais não possuem um suprimento sanguíneo e linfático direto. Ele é
avascular. As trocas gasosas e alimentares, que suas células realizam com o sangue, bem
como a excreção, são feitas pelos capilares sanguíneos, presentes no tecido conjuntivo
subjacente. Sendo a membrana basal permeável aos nutrientes oriundos da lâmina própria, ela
permite que o epitélio seja convenientemente alimentado.

10. (UEL) Analise a figura a seguir:

Sobre o tema, analise as afirmativas a seguir:


I. Durante a fotossíntese, a energia luminosa captada pela clorofila é convertida em energia
química e utilizada para reunir moléculas de gás carbônico (CO 2) e de água (H2O), sintetizando
moléculas orgânicas que podem servir de alimentos.
II. Em clima tropical, as plantas atingem o ótimo de respiração e fotossíntese líquida com 45 °C.
Se a temperatura aumentar, os estômatos de muitas plantas se abrem, pois continua a
respiração sem que haja fotossíntese.
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III. Em clima temperado, as plantas atingem o ótimo de respiração e fotossíntese líquida ao


redor de 12°C. Uma planta, para crescer, precisa realizar mais fotossíntese que respiração,
caso contrário não poderá acumular matéria orgânica.
IV. O aumento da temperatura, assim como a falta de água, diminuem igualmente a
fotossíntese, uma vez que os estômatos se abrem, o que permite a saída de água e a entrada
de gás carbônico.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas.
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I e III.”).
- AFIRMATIVA I (“Durante a fotossíntese, a energia luminosa captada pela clorofila é
convertida em energia química e utilizada para reunir moléculas de gás carbônico (CO 2) e de
água (H2O), sintetizando moléculas orgânicas que podem servir de alimentos.”) – CORRETA
* Fotossíntese é um processo endoenergético em que ocorre a transformação de energia
luminosa em energia química, que é utilizada para formar compostos orgânicos a partir de gás
carbônico e água, como mostra a equação abaixo.

- AFIRMATIVA II (“Em clima tropical, as plantas atingem o ótimo de respiração e fotossíntese


líquida com 45°C. Se a temperatura aumentar, os estômatos de muitas plantas se abrem, pois
continua a respiração sem que haja fotossíntese.”) – INCORRETA
* O aumento da temperatura referido nesta afirmativa, promove o fechamento dos estômatos
de muitas plantas. A respiração continua a ocorrer sem que haja fotossíntese, levando a que
ocorra uma redução na produção de substâncias fotossintetizadas e, concomitantemente, um
aumento no gasto dessas substâncias.
- AFIRMATIVA III (“Em clima temperado, as plantas atingem o ótimo de respiração e
fotossíntese líquida ao redor de 12°C. Uma planta, para crescer, precisa realizar mais
fotossíntese que respiração, caso contrário não poderá acumular matéria orgânica.”) –
CORRETA
* Esta alternativa se refere ao ponto de compensação fótico (PCF) ou ponto de compensação
luminoso (PCL), que é o valor da intensidade luminosa em que as taxas de fotossíntese e de
respiração celular se equivalem (figura abaixo).

* Sob baixa intensidade luminosa, a taxa de respiração celular é superior à taxa de


fotossíntese. Consequentemente, as trocas gasosas da respiração superam as da fotossíntese.
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Nessa condição, a planta consome oxigênio e libera CO2, e o balanço de matéria orgânica é
negativo, já que mais glicose é consumida na respiração celular do que produzida na
fotossíntese. Há certa intensidade luminosa em que as taxas de fotossíntese e de respiração
celular se equivalem. Nessa condição, todo O2 gerado na fotossíntese é consumido na
respiração, e todo CO2 eliminado na respiração é utilizado na fotossíntese. Essa intensidade
luminosa é conhecida como ponto de compensação fótico (ver acima) e nela o balanço de
trocas gasosas entre a planta e o meio ambiente é nulo. Sob intensidades luminosas
superiores ao PCF e dentro de certos limites, a taxa de fotossíntese supera a de respiração.
Nessa condição, a planta libera mais O2 na fotossíntese do que consome na respiração e capta
mais CO2 na fotossíntese do que elimina na respiração. Há, portanto, um balanço positivo de
matéria orgânica, pois mais glicose é produzida na fotossíntese do que é consumida na
respiração. Dessa forma, para que a planta cresça é preciso que ela realize mais fotossíntese
que respiração, como consta nesta afirmativa (“. Uma planta, para crescer, precisa realizar
mais fotossíntese que respiração, caso contrário não poderá acumular matéria orgânica.”).
* Lembramos que em função de suas necessidades fóticas, o PCF varia de espécie para
espécie. Assim sendo, as plantas heliófilas (de sol), apresentam ponto de compensação fótico
maior que as plantas umbrófilas (de sombra), como mostra a figura abaixo. Vivendo em locais
sombrios, as umbrófilas, mesmo com pouca luz, mantêm balanço positivo de matéria orgânica
podendo crescer e se reproduzir. As plantas heliófilas, ao contrário, necessitam maior
intensidade luminosa para se desenvolver.

- AFIRMATIVA IV (“O aumento da temperatura, assim como a falta de água, diminuem


igualmente a fotossíntese, uma vez que os estômatos se abrem, o que permite a saída de água
e a entrada de gás carbônico.”) – INCORRETA
* O aumento da temperatura, como vimos na afirmativa II, promove o fechamento dos
estômatos. A falta de água [ver explicação a seguir (mecanismo hidroativo)] promove,
igualmente, o fechamento dos estômatos.
- Mecanismo de fechamento e abertura dos estômatos: as condições de umidade do ambiente,
a luminosidade e o teor de gás carbônico nas células-guarda são os fatores mais diretamente
envolvidos nos movimentos de abertura e fechamento dos estômatos. Esses movimentos são
agrupados em mecanismos hidroativo e fotoativo. Analisado o mecanismo hidroativo (ou
movimento hidroativo), constata-se que toda vez que as células-guarda (células estomáticas)
acumulam um elevado teor de água, tendem, naturalmente, por turgescência, a aumentar seu
volume. Sendo as paredes dessas células mais espessas na parte que delimitam o ostíolo que
na parte oposta, as partes mais finas da membrana se afastam, principalmente, no sentido
vertical. A parte resistente, não se amoldando, é repuxada para dentro (no sentido horizontal).
Isso, ocorrendo em ambas as células-guarda, determina a abertura do ostíolo. Resumindo,
podemos afirmar que estômato murcho acarreta o fechamento do ostíolo e que estômato
túrgido leva à abertura da fenda estomática, como mostra a figura a seguir. Para maiores
detalhes ver ÓRGÃOS DE AREJAMENTO VEGETAL, matéria publicada, no dia 11/09/2010, no
blog “djalmasantos.wordpress.com.”
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11. (PUC-CAMPINAS) ENERGIA


A quase totalidade da energia utilizada na Terra tem sua origem nas radiações que recebemos
do Sol. Uma parte é aproveitada diretamente dessas radiações (iluminação, aquecedores e
baterias solares, etc.) e outra parte, bem mais ampla, é transformada e armazenada sob
diversas formas antes de ser usada (carvão, petróleo, energia eólica, hidráulica, etc). A energia
– incluindo a luz visível e as radiações ultravioleta e infravermelha – é um dos componentes
abióticos dos ecossistemas e juntamente com a atmosfera e o solo deve ser considerada no
estudo dos diversos níveis de organização dos ecossistemas, desde moléculas orgânicas,
células, tecidos, organismos, populações e comunidades.
(Adaptado de Antônio Máximo e Beatriz Alvarenga. Curso de Física. v. 2. S. Paulo: Scipione,
1997. p. 433)
O gráfico abaixo mostra a variação na taxa de fotossíntese de uma alga, em função da
intensidade luminosa, quando colocada em três ambientes que diferem na concentração de:

(Norma Maria Cleffi. Curso de Biologia: estrutura – função nos seres vivos.
São Paulo: Harbra, 1987. p.15)
Com base nesses dados, fizeram-se as seguintes afirmações:
I. De 0 a 250 candelas as diferenças nas concentrações de CO 2 do ambiente não influem na
fotossíntese.
II. A partir de 250 candelas a concentração de CO 2 do ambiente passa a ser limitante nos três
ambientes.
III. Ao alcançar 1000 candelas, a intensidade luminosa passa a ser o fator limitante nos três
ambientes.
É correto o que se afirma somente em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“I.”).
JUSTIFICATIVA
- AFIRMAÇÃO I (“De 0 a 250 candelas as diferenças nas concentrações de CO 2 do ambiente
não influem na fotossíntese.”) – CORRETA
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* Entre 0 e 250 candelas, a taxa de fotossíntese independe da concentração de CO 2. Ela


depende da intensidade luminosa. Neste intervalo, a taxa de fotossíntese é tanto maior, quanto
maior for a intensidade luminosa. Dessa forma, entre 0 e 250 candelas a luz atua como fator
limitante.
- AFIRMAÇÃO II (“A partir de 250 candelas a concentração de CO 2 do ambiente passa a ser
limitante nos três ambientes.”) – INCORRETA
* Entre 250 e 500 candelas, por exemplo, a taxa de fotossíntese aumenta com o aumento da
concentração de CO2 até 0,03% (ambiente 2). Neste intervalo (250-500 candelas), as
concentrações de 0,01% (ambiente 1) e 0,03% (ambiente 2) atuam como fator limitante. O
mesmo não acontece com a concentração de 0,12% (ambiente 3), já que neste ambiente (3), a
taxa de fotossíntese (0,075) é a mesma da concentração de 0,03% (ambiente 2). Do exposto,
conclui-se que na intensidade luminosa de 500 candelas, apenas as concentrações do
ambiente 1 (0,01%) e do ambiente 2 (0,03%) atuam como fator limitante. Logo, esta afirmação
(“A partir de 250 candelas a concentração de CO2 do ambiente passa a ser limitante nos três
ambientes.”) está incorreta.
- AFIRMAÇÃO III (“Ao alcançar 1000 candelas, a intensidade luminosa passa a ser o fator
limitante nos três ambientes.”) – INCORRETA
* Alcançada 1.000 candelas, a taxa de fotossíntese será tanto maior quanto maior for a
concentração de CO2 nos três ambientes. Neste caso, a concentração de CO 2 passa a atuar
como fator limitante e não a intensidade luminosa como consta nesta afirmação (“Ao alcançar
1000 candelas, a intensidade luminosa passa a ser o fator limitante nos três ambientes.”).

12. (PUC-RS)
RESPONDA ESTA QUESTÃO COM BASE NAS INFORMAÇÕES, FIGURA E AFIRMATIVAS
ABAIXO.
O Brasil é o segundo maior produtor de culturas biotecnológicas do mundo, atrás somente dos
Estados Unidos da América (ISAAA, 2009). Culturas biotecnológicas com ação inseticida,
como o Milho Bt, produzem uma toxina chamada de Bt, que age matando especificamente
insetos praga do milho. Dessa forma, é esperado que as plantas de Milho Bt promovam uma
elevada mortalidade nas populações naturais de insetos praga, levando a uma diminuição
dessas populações em curto prazo. Contudo, sabe-se que em longo prazo irão surgir insetos
praga resistentes a esta toxina Bt. A melhor estratégia para reduzir o aparecimento dessas
pragas resistentes é o uso de refúgios em lavoura com Milho Bt. O refúgio pode ser definido
como uma área cultivada com milho tradicional, na qual a praga alvo tenha condições de
sobrevivência e de reprodução.
A figura abaixo ilustra a estratégia dos refúgios.

Sobre essa situação, afirma-se:


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I. A toxina Bt age como pressão de seleção para o surgimento de insetos praga sensíveis ao
Bt.
II. A relação que existe entre insetos tolerantes e insetos sensíveis ao Bt é a comensal.
III. O refúgio possibilita a produção de insetos praga e favorece o acasalamento ao acaso com
indivíduos provenientes de áreas com plantas Bt.
IV. A estratégia de utilizar refúgios reduz a probabilidade de que os insetos praga desenvolvam
resistência à proteína inseticida Bt.
Interpretando as informações, conclui-se que estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I, II e III.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“III e IV.”).
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“A toxina Bt age como pressão de seleção para o surgimento de insetos
praga sensíveis ao Bt.”) – INCORRETA
* A toxina Bt age eliminando os insetos praga, como consta no enunciado (“ ... toxina chamada
de Bt, que age matando especificamente insetos praga do milho. ... “) e não promovendo o
surgimento desses insetos.- AFIRMATIVA II (“A relação que existe entre insetos tolerantes e
insetos sensíveis ao Bt é a comensal.”) – INCORRETA
* Trata-se de uma competição.
- AFIRMATIVA III (“O refúgio possibilita a produção de insetos praga e favorece o
acasalamento ao acaso com indivíduos provenientes de áreas com plantas Bt.”) – CORRETA
* Em face de o refúgio conter lavoura tradicional de milho (sem planta Bt), favorece a
proliferação de insetos pragas, bem como o acasalamento desses insetos com indivíduos
oriundos da área cultivada com milho Bt (lavoura biotecnológica).
- AFIRMATIVA IV (“A estratégia de utilizar refúgios reduz a probabilidade de que os insetos
praga desenvolvam resistência à proteína inseticida Bt.”) – CORRETA
* Esse é o objetivo do refugio, como se pode constar no enunciado da questão (“ . A melhor
estratégia para reduzir o aparecimento dessas pragas resistentes é o uso de refúgios ... “).

13. (UEFS) A respeito da ultraestrutura presente na parede celular ilustrada na figura abaixo,
pode-se afirmar que:

a) O reforço de quitina garante a espessura e a resistência das paredes celulares da célula


vegetal representada.
b) A presença dos plasmodesmos tem como função aumentar a aderência presente entre
células contíguas do tecido vegetal.
c) O retículo endoplasmático granuloso encontrado associado aos plasmodesmos favorece o
transporte de substâncias que ocorrem entre os citoplasmas de células vizinhas.
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d) A parede celular presente nos fungos é constituída por longas e resistentes microfibrilas de
celulose que, junto com a lignina, reforça a estrutura esquelética da célula.
e) A estrutura primária da parede celular deve ser elástica o suficiente para permitir o
crescimento e, ao mesmo tempo, fornecer toda a sustentação esquelética necessária para
manter a célula vegetal.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“O retículo endoplasmático granuloso encontrado associado aos plasmodesmos favorece o
transporte de substâncias que ocorrem entre os citoplasmas de células vizinhas.”).
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O reforço de quitina garante a espessura e a resistência das paredes
celulares da célula vegetal representada.”) – INCORRETA
* A parede celular das células vegetais não contém quitina. Ela apresenta, além da celulose,
seu componente principal, lignina (derivada de glicídeos) e suberina (um lipídio complexo do
grupo das ceras), que aumentam a resistência da parede celular. A quitina está presente na
parede celular dos fungos e no exoesqueleto de artrópodes.
- ALTERNATIVA B (“A presença dos plasmodesmos tem como função aumentar a aderência
presente entre células contíguas do tecido vegetal.”) – INCORRETA
* Plasmodesmos são pontes citoplasmáticas que comunicam células vegetais adjacentes
(figura abaixo), através das quais ocorre a passagem de substâncias de uma célula para outra.
Eles não têm a função de aumentar a aderência entre as células contíguas.

- ALTERNATIVA C (“O retículo endoplasmático granuloso encontrado associado aos


plasmodesmos favorece o transporte de substâncias que ocorrem entre os citoplasmas de
células vizinhas.”) – CORRETA
* A figura mostra “bolsas” do retículo endoplasmático rugoso passando através dos
plasmodesmos, favorecendo o transporte de substâncias que ocorre entre citoplasmas de
celular vegetais adjacentes.
- ALTERNATIVA D (“A parede celular presente nos fungos é constituída por longas e
resistentes microfibrilas de celulose que, junto com a lignina, reforça a estrutura esquelética da
célula.”) – INCORRETA
* A parede celular dos fungos é composta por quitina (polissacarídeos), mesma substância
presente no exoesqueleto de artrópodes. Ela não possui lignina.
- ALTERNATIVA E (“A estrutura primária da parede celular deve ser elástica o suficiente para
permitir o crescimento e, ao mesmo tempo, fornecer toda a sustentação esquelética necessária
para manter a célula vegetal.”) – INCORRETA
* Nas células vegetais jovens forma-se uma parede (parede primária) fina, flexível e elástica o
suficiente para permitir o crescimento celular. Depois que a célula atinge seu tamanho
definitivo, formar-se, internamente à parede primária, outra mais espessa e mais rígida,
denominada parede secundária, que pode conter, além da celulose, outros componentes,
como a lignina e a suberina. Essa parede celular secundária é a principal responsável pela
grande resistência da parede celular, atuando na sustentação esquelética.

14. (UEL) Analise a figura abaixo.


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(Adaptado de: ALBERTS, B. et al. Fundamentos da Biologia Celular. 2ª Ed.


Porto Alegre: ARTMED. 2006.p. 391)
Com base na figura acima e nos seus conhecimentos sobre transporte através de membrana,
considere as afirmativas abaixo.
I. As membranas celulares são constituídas por três camadas de moléculas lipídicas, com as
cadeias polares (hidrofóbicas) colocadas no interior da membrana e as extremidades apolares
(hidrofílicas) voltadas para as superfícies da membrana.
II. Quanto menor a molécula e quanto menores forem suas interações favoráveis com a água,
ou seja, quanto menos polar ela for, mais rapidamente a molécula se difundirá através da
bicamada lipídica.
III. Moléculas apolares pequenas, tais como oxigênio molecular (O 2) e dióxido de carbono
(CO2), prontamente se dissolvem nas bicamadas lipídicas e, dessa forma, rapidamente se
difundem através delas. As células requerem essa permeabilidade aos gases para o processo
de respiração celular.
IV. Moléculas apolares não carregadas também se difundem rapidamente através de uma
bicamada, se são suficientemente pequenas. Por exemplo, a água e o etanol se difundem com
dificuldade, ao passo que o glicerol e a glicose se difundem rapidamente, pois são importantes
fontes de energia para as células.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Somente as afirmativas II e III são corretas.”).
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“As membranas celulares são constituídas por três camadas de moléculas
lipídicas, com as cadeias polares (hidrofóbicas) colocadas no interior da membrana e as
extremidades apolares (hidrofílicas) voltadas para as superfícies da membrana.”) –
INCORRETA
* Estudos bioquímicos mostraram que os componentes mais abundantes da membrana
plasmática são fosfolipídeos e proteínas, razão pela qual se costuma dizer que ela apresenta
constituição lipoproteica. Os fosfolipídios, presentes na membrana plasmática, são moléculas
anfipáticas (esquema abaixo), ou seja, são dotadas de uma extremidade polar (“cabeça” polar)
ou hidrófila e outra apolar ou hidrófoba. De acordo com o modelo do mosaico fluido, proposto
por Jonathan Singer e Garth Nicholson, por volta de 1972, a membrana apresenta uma
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bicamada fosfolipídica (e não três camada de moléculas lipídicas, como consta nesta
afirmativa), com proteínas nela incluídas.

* Em face de haver água tanto dentro como fora da célula, as extremidades hidrófilas (polares)
da camada interna ficam voltadas para o citoplasma, e as da camada externa apontam para o
espaço entre as células. As extremidades hidrofóbicas dos fosfolipídios, por seu turno,
encontram-se voltadas para o interior da membrana (figura a seguir).

- AFIRMATIVA II (“Quanto menor a molécula e quanto menores forem suas interações


favoráveis com a água, ou seja, quanto menos polar ela for, mais rapidamente a molécula se
difundirá através da bicamada lipídica.”) – CORRETA
* Experiências têm mostrado que quanto menor for a molécula e quanto mais hidrofóbica (não
polar) ela for, mais rapidamente elas se difundirá através da bicamada lipídica.
- AFIRMATIVA III (“Moléculas apolares pequenas, tais como oxigênio molecular (O 2) e dióxido
de carbono (CO2), prontamente se dissolvem nas bicamadas lipídicas e, dessa forma,
rapidamente se difundem através delas. As células requerem essa permeabilidade aos gases
para o processo de respiração celular.”) – CORRETA
* Moléculas apolares (não polares) como o O2, o CO2, o N2 e o benzeno, dentre outras, se
dissolvem facilmente em bicamadas lipídicas e, portanto, se difundem rapidamente através
delas.
- AFIRMATIVA IV (“Moléculas apolares não carregadas também se difundem rapidamente
através de uma bicamada, se são suficientemente pequenas. Por exemplo, a água e o etanol
se difundem com dificuldade, ao passo que o glicerol e a glicose se difundem rapidamente,
pois são importantes fontes de energia para as células.”) – INCORRETA
* Moléculas como a água e o etanol se difundem rapidamente e não com dificuldade, como
consta nesta alternativa. Já o glicerol e a glicose se difundem menos rapidamente e não
rapidamente, como consta nesta alternativa.

15. (UNICENTRO) A figura apresentada ilustra:


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a) A ação da enzima ATP-sintase a partir da passagem de prótons pelo seu interior, durante a
fosforilação oxidativa.
b) A passagem gradativa de elétrons durante a sua transferência na cadeia transportadora até
o seu aceptor final.
+
c) O acúmulo de prótons H no espaço intermembrana devido à acidificação por meio da
liberação de ácido láctico proveniente da fermentação.
d) O transporte de elétrons pelo complexo fotossintético de antena, levando à síntese de ATP
dirigida pela captação da energia luminosa.
e) A produção direta de ATP a partir da degradação de acetil coenzima-A a ácido oxalacético.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“A ação da enzima ATP-sintase a partir da passagem de prótons pelo seu interior, durante a
fosforilação oxidativa.”).
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A ação da enzima ATP-sintase a partir da passagem de prótons pelo seu
interior, durante a fosforilação oxidativa.”) – CORRETA
* A figura ilustra a hipótese quimiosmótica. De acordo com essa hipótese, a energia química ou
radiante é conservada pela célula quando os elétrons e os íons hidrogênio são separados
pelos sistemas de transporte de elétrons associados à membrana. A maior concentração de
íons hidrogênio de um dos lados de uma membrana, como a membrana interna de uma
mitocôndria, por exemplo, cria uma diferença de potencial elétrico, chamada força motriz dos
prótons, que pode ser utilizada para formar ATP por ação de enzimas transportadoras
conhecidas como ATP sintetases (ATPases), que são proteínas transmembrana. Essas
enzimas, que são proteínas de canal, conduzem os íons através da membrana para a síntese
endergônica de ATP a partir de ADP mais Pi (“fosfato inorgânico”). A ATP sintetase, enzima de
estrutura muito complexa, formada por 16 subunidades polipeptídicas distribuídas em 2 frações
funcionais (frações Fo e F1), é encontrada na membrana das mitocôndrias, caso da referida
figura, na qual se verifica a fosforilação oxidativa, e na membrana dos tilacoides dos
cloroplastos.
- ALTERNATIVA B (“A passagem gradativa de elétrons durante a sua transferência na cadeia
transportadora até o seu aceptor final.”) – INCORRETA
* O aceptor final de hidrogênio na cadeia respiratório é o oxigênio, processo não mostrado na
figura. Destacamos que apesar de o oxigênio participar, apenas na cadeia respiratória, como
aceptor final de hidrogênio, sua ausência leva à parada do transporte de hidrogênio e, por
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conseguinte, ao bloqueio da fosforilação oxidativa. Ele é, sem dúvida, um reagente


fundamental na sequência das reações que ocorrem na respiração aeróbia. Na sua ausência,
alguns seres, e até células do nosso tecido muscular, continuam a realizar a glicólise,
desviando o metabolismo para a fermentação (fermentação láctica ou glicólise muscular).
+
- ALTERNATIVA C (“O acúmulo de prótons H no espaço intermembrana devido à acidificação
por meio da liberação de ácido láctico proveniente da fermentação.”) – INCORRETA
* A figura não ilustra uma fermentação láctica, processo anaeróbio que ocorre no hialoplasma
(fora da mitocôndria).
- ALTERNATIVA D (“O transporte de elétrons pelo complexo fotossintético de antena, levando
à síntese de ATP dirigida pela captação da energia luminosa.”) – INCORRETA
* A figura ilustra uma mitocôndria e a fotossíntese, mencionada nesta alternativa (“O transporte
de elétrons pelo complexo fotossintético de antena, ... “), ocorre nos cloroplastos.
- ALTERNATIVA E (“A produção direta de ATP a partir da degradação de acetil coenzima-A a
ácido oxalacético.”) – INCORRETA
* A acetil coenzima-A (acetil-CoA), provém, após algumas reações, do ácido pirúvico (figura
abaixo). O ácido pirúvico, por sua vez, se origina da glicólise (fase anaeróbia da respiração
aeróbia), que ocorre no hialoplasma.

* A acetil-CoA não é degradada a ácido oxaloacético. Em verdade, ela reage com o ácido
oxaloacético (oxaloacetato), formando o ácido cítrico (citrato), durante o ciclo de Krebs,
também conhecido como ciclo do ácido cítrico, mostrado, resumidamente, na figura a seguir.
Por esta razão, a acetil coenzima-A é considerada a substância “alimentadora” do ciclo de
Krebs. Tampouco, há produção direta de ATP a partir da acetil-CoA (ver figura abaixo).
Considerando o ciclo de Krebs, essa produção direta, conhecida como síntese em nível do
substrato, ocorre na passagem do ácido succínico-CoA (succinil-CoA) para ácido succínico
(succinato).

16. (UFSCAR) O gráfico abaixo representa as taxas fotossintéticas e de respiração para duas
diferentes plantas, uma delas umbrófila (planta de sombra) e a outra heliófila (planta de sol).
Considere que a taxa respiratória é constante e igual para as duas plantas.
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Pode-se concluir que:


a) No intervalo X-Y, cada uma das plantas consome mais oxigênio do que aquele produzido na
sua fotossíntese.
b) A partir do ponto Y, cada uma das plantas consome mais oxigênio do que aquele produzido
na sua fotossíntese.
c) As plantas A e B são, respectivamente, umbrófila e heliófila.
d) No intervalo X-Y, cada uma das plantas produz mais oxigênio do que aquele consumido em
sua respiração.
e) No ponto X, a planta A consome mais oxigênio do que aquele produzido em sua
fotossíntese, e a planta B produz a mesma quantidade de oxigênio que aquela consumida em
sua respiração.
- PONTO DE COMPENSAÇÃO FÓTICO OU PONTO DE COMPENSAÇÃO LUMINOSO
Sob baixa intensidade luminosa, a taxa de respiração celular é superior à taxa de
fotossíntese. Consequentemente, as trocas gasosas da respiração superam as da fotossíntese.
Nessa condição, a planta consome oxigênio e libera CO 2, e o balanço de matéria orgânica é
negativo, já que mais glicose é consumida na respiração celular do que produzida na
fotossíntese. Há certa intensidade luminosa em que as taxas de fotossíntese e de respiração
celular se equivalem (gráfico abaixo). Nessa condição, todo O 2 gerado na fotossíntese é
consumido na respiração, e todo CO2 eliminado na respiração é utilizado na fotossíntese. Essa
intensidade luminosa é conhecida como ponto de compensação fótico (PCF) ou ponto de
compensação luminoso (PCL) e nela o balanço de trocas gasosas entre a planta e o meio
ambiente é nulo. Sob intensidades luminosas superiores ao PCF e dentro de certos limites, a
taxa de fotossíntese supera a de respiração. Nessa condição, a planta libera mais O 2 na
fotossíntese do que consome na respiração e capta mais CO 2 na fotossíntese do que elimina
na respiração. Há, portanto, um balanço positivo de matéria orgânica, pois mais glicose é
produzida na fotossíntese do que é consumida na respiração.

Considerando o gráfico anterior, percebe-se que:


I. Em A (abaixo do PCF), a fotossíntese é menos intensa que a respiração.
II. Em B (no PCF), a fotossíntese e a respiração apresentam a mesma intensidade.
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III. Em C (acima do PCF), a fotossíntese é mais intensa que a respiração.


- PCF NAS PLANTAS UMBRÓFILAS E HELIÓFILAS
Em função de suas necessidades fóticas, o PCF varia de espécie para espécie. Assim
sendo, as plantas heliófilas (“de sol”), apresentam ponto de compensação fótico maior que as
plantas umbrófilas (“de sombra”), como mostra a figura abaixo. Vivendo em locais sombrios, as
plantas umbrófilas, mesmo com pouca luz, mantêm balanço positivo de matéria orgânica
podendo crescer e se reproduzir. As plantas heliófilas, ao contrário, necessitam maior
intensidade luminosa para se desenvolver.

ALTERNATIVA CORRETA: E
(“No ponto X, a planta A consome mais oxigênio do que aquele produzido em sua fotossíntese,
e a planta B produz a mesma quantidade de oxigênio que aquela consumida em sua
respiração.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“No intervalo X-Y, cada uma das plantas consome mais oxigênio do que
aquele produzido na sua fotossíntese.”) – INCORRETA
*A proposição é válida apenas para a planta A, que está abaixo do PCF (a fotossíntese é
menos intensa que a respiração).
- ALTERNATIVA B (“A partir do ponto Y, cada uma das plantas consome mais oxigênio do que
aquele produzido na sua fotossíntese.”) – INCORRETA
* As duas consomem menos oxigênio, já que ambas estão acima do PCF (a fotossíntese é
mais intensa que a respiração).
- ALTERNATIVA C (“As plantas A e B são, respectivamente, umbrófila e heliófila.”) –
INCORRETA
* Ao contrário, a planta A é heliófila e a planta B é umbrófila.
- ALTERNATIVA D (“No intervalo X-Y, cada uma das plantas produz mais oxigênio do que
aquele consumido em sua respiração.”) – INCORRETA
* A proposição é válida apenas para a planta B, que está acima do PCF (a fotossíntese é mais
intensa que a respiração).
- ALTERNATIVA E (“No ponto X, a planta A consome mais oxigênio do que aquele produzido
em sua fotossíntese, e a planta B produz a mesma quantidade de oxigênio que aquela
consumida em sua respiração.”) – CORRETA
* No ponto X, planta A está abaixo do PCF (a fotossíntese é menos intensa que a respiração),
logo consome mais oxigênio do que aquele produzido em sua fotossíntese, como consta na
alternativa. Nesse ponto (X), a planta B está no PCF (a fotossíntese e a respiração apresentam
a mesma intensidade), logo produz a mesma quantidade de oxigênio que aquela consumida na
sua respiração, como consta nesta alternativa.

17. (UNESP) Um grupo de estudantes montou o seguinte experimento: quatro tubos de ensaio
foram etiquetados, cada um com um número, 1, 2, 3 e 4. Uma planta de egéria (planta
aquática) foi colocada nos tubos 1 e 2. Os tubos 1 e 3 foram cobertos com papel alumínio, de
modo a criar um ambiente escuro, e os outros dois foram deixados descobertos. Dentro de
cada tubo foi colocada uma substância indicadora da presença de gás carbônico, que não
altera o metabolismo da planta. Todos os tubos foram fechados com rolha mantidos por 24
horas em ambiente iluminado e com temperatura constante. A figura representa a montagem
do experimento.
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Sabendo-se que a solução indicadora tem originalmente cor vermelho-clara, a qual muda para
amarela quando aumenta a concentração de gás carbônico dissolvido, e para vermelho-escura
quando a concentração desse gás diminui, pode-se afirmar que as cores esperadas ao final do
experimento para as soluções dos tubos 1, 2, 3, e 4 são, respectivamente,
a) Amarela, vermelho-clara, vermelho-clara e vermelho-escura.
b) Amarela, vermelho-escura, vermelho-clara e vermelho-clara.
c) Vermelho-escura, vermelho-escura, amarela e amarela.
d) Amarela, amarela, amarela e amarela.
e) Vermelho-escura, vermelho-clara, vermelho-escura e amarela.
- TUBO 1 (coberto com papel alumínio): com planta
* Realiza respiração. Não realiza fotossíntese, devido ao papel de alumínio.
* Libera CO2
* Cor da solução indicadora: AMARELA
- TUBO 2 (não coberto com papel alumínio): com planta
* Realiza fotossíntese
* Absorve CO2
* Cor da solução indicadora: VERMELHO-ESCURA
- TUBO 3 (coberto com papel alumínio): sem planta
* Tubo controle
* Cor da solução indicadora: VERMELHO-CLARA
- TUBO 4 (não coberto com papel alumínio): sem planta
* Tubo controle
* Cor da solução indicadora: VERMELHO-CLARA
RESUMO:
Tubo 1: AMARELA
Tubo 2: VERMELHO-ESCURA
Tubo 3: VERMELHO-CLARA
Tubo 4: VERMELHO-CLARA
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Amarela, vermelho-escura, vermelho-clara e vermelho-clara.”)

18. (UFPA) Observando o gráfico a seguir, podemos afirmar que, na curva 2, o(a)____ é o fator
limitante em virtude do observado na curva____.

a) gás carbônico; 3.
b) temperatura; 3.
c) gás carbônico: 1.
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d) luz; 2.
e) luz. 1.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“temperatura; 3.”)
JUSTIFICATIVA
o
- Curva 1: CO2 insuficiente, 20 C.
o
- Curva 2: Excesso de CO2 (mais CO2 que na curva 1), 20 C (mesma temperatura da curva 1).
o
- Curva 3: excesso de CO2 (igual a curva 2), 35 C (maior que a curva 1 e 2).
* O gráfico mostra que, na curva 3, com a mesma concentração de CO2 (excesso de CO2), e
o o
maior temperatura (35 C) em relação à curva 2 (20 C), a taxa de fotossíntese é maior que na
o o
3. Dessa forma, a maior temperatura na curva 3 (35 C), em relação da curva 2 (20 C), é
responsável pelo aumento da taxa de fotossíntese.
- Conclusão: a maior taxa de fotossíntese ocorrida na curva 3, mostra que a menor taxa
o
evidenciada na curva 2, decorre da menor temperatura (20 C), na curva 2, em relação a maior
o o
temperatura na curva 3 (35 C). Assim sendo, na curva 2, a temperatura (20 C) é o fator
o
limitante, com base no observado na curva 3 (35 C).
- RESPOSTA CORRETA: Temperatura: curva 3 (alternativa B).

19. (UFMG) Analise experimento a seguir:

Considerando-se o resultado desse experimento, é correto afirmar que:


a) Os ratos produzem dióxido de carbono quando absorvem oxigênio.
b) A troca de gases aumenta quando é maior a produção de energia.
c) A água resultante do metabolismo da glicose é produto de oxidação.
d) O C carbono do CO2 eliminado pelos ratos é proveniente da glicose.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“O C carbono do CO2 eliminado pelos ratos é proveniente da glicose.”)
- Esta questão se refere ao resultado obtido no experimento, como consta no enunciado
(“Considerando-se o resultado desse experimento, é correto afirmar que:”). Com base no que é
solicitado a alternativa correta é D.
JUSTIFICATIVA
* Em função de o precipitado de carbonato de cálcio apresentar cálcio radioativo, como mostra
a figura, conclui-se que o carbono do CO2, liberado pelos ratos, é proveniente da glicose.

20. (PUC-SP)
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Na tira de quadrinhos, a situação apresentada relaciona-se com um processo realizado no


músculo. Trata-se de fermentação:
a) Alcoólica, que ocorre no interior da mitocôndria.
b) Alcoólica, que ocorre fora da mitocôndria.
c) Lática, que ocorre no interior da mitocôndria.
d) Lática, que ocorre fora da mitocôndria.
e) Acética, que ocorre no interior da mitocôndria.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Lática, que ocorre fora da mitocôndria.”)
- Fermentação: degradação “incompleta” de moléculas orgânicas na ausência de O 2 (processo
anaeróbio), com liberação de energia que é usada na formação de ATP. Na fermentação, que
ocorre no hialoplasma (fora da mitocôndria), o aceptor final de hidrogênio é uma molécula
orgânica. Lembramos que na respiração aeróbia o aceptor final de hidrogênio é o oxigênio e
não uma molécula orgânica, como ocorre na fermentação. São conhecidos vários tipos de
fermentação, que diferem, fundamentalmente, quanto à variedade dos compostos produzidos,
dentre elas citamos: fermentação alcoólica (ou etílica), fermentação láctica (glicólise muscular)
e fermentação acética.
I. Fermentação alcoólica: embora haja diferentes espécies de seres dotados da
capacidade de realizar a fermentação alcoólica, inclusive certas bactérias, o
organismo mais utilizado pelo homem é o Saccharomyces cerevisiae (lêvedo de
cerveja), fungo microscópico usado na produção de bebidas fermentadas. Nesse caso,
ele transforma açúcares contidos em sucos de uva e de malte, em vinho e cerveja,
respectivamente. Ele também é utilizado para crescer a massa de pão, sendo por isso
conhecido, popularmente, como fermento de padaria. Assim, o CO2 produzido na
fermentação fica armazenado no interior da massa, em pequenas câmaras, fazendo-a
crescer. Ao se assar a massa, as paredes dessas câmaras se enrijecem, mantendo a
estrutura alveolar. Deve ainda ser mencionado que a fermentação do caldo da cana e
sua posterior destilação produzem aguardente e álcool etílico (C2H5OH), este último,
largamente utilizado na indústria e como combustível. Segundo alguns pesquisadores,
o fato de os fungos terem evoluído como organismos fermentadores, pode ter-lhes
dado um maior domínio no ambiente que ocupam, já que o álcool produzido torna
difícil a sobrevivência de um grande número de seres que com eles competem.
II. Fermentação láctica: na fermentação láctica, o ácido pirúvico é transformado em ácido
láctico (C3H6O3) pela utilização de íons hidrogênio transportados pelos NADH 2, formados na
glicólise. Essa fermentação é realizada por algumas bactérias, alguns protozoários e fungos,
bem como por células do tecido muscular esquelético do corpo humano em anaerobiose.
Como exemplo de fermentação láctica, podemos citar o processo de “azedamento” do leite,
resultante do desenvolvimento de determinadas bactérias, algumas das quais do gênero
Lactobacillus, que produzem ácido láctico como resíduo final. Na produção da coalhada, do
iogurte e de alguns tipos de queijo, a lactose (dissacarídeo do leite) é fermentada por
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microrganismos, levando a produção do ácido láctico e tornando o leite ácido. Bactérias


produtoras de ácido láctico também participam da produção de conservas do tipo picles e de
chucrute. O ácido láctico provoca o abaixamento do pH do leite, causando a coagulação das
proteínas e a formação de um coalho solidificado, que é usado na fabricação de queijos. Em
nosso corpo, a “fermentação” láctica (glicólise muscular) pode ocorrer nas células musculares
estriadas, durante um grande esforço físico. Em condições de atividade intensa, o suprimento
de oxigênio pode se tornar insuficiente para oxidar a quantidade de glicose necessária à
atividade requerida. Nessas condições, as células musculares utilizam, como recurso adicional,
a glicólise muscular, que permite a produção de ATP na ausência de oxigênio livre. O acúmulo
do ácido láctico nos músculos é responsável pelas fortes dores que, às vezes, sentimos, após
um exercício físico intenso, estado que caracteriza a fadiga muscular, principal causa da
câimbra. Ao contrário dos microrganismos, que descartam o ácido láctico, nós o transformamos
em glicose ou glicogênio. Para isso, é necessário que seja adicionado ao sistema químico
resultante, entre outros elementos, a mesma energia liberada no caminho degradativo. Essa
reação ocorre, com máxima eficiência, no fígado e toma o nome de ciclo do ácido láctico. Nos
músculos em geral, essa regeneração não ocorre facilmente em virtude de as fibras
musculares serem bastante permeáveis ao ácido láctico, fazendo com que ele passe para a
circulação. Os músculos cardíacos dos mamíferos, entretanto, não se comportam dessa
maneira, pelo contrário, estão adaptados à realização desse tipo de conversão.
III. Fermentação acética: as acetobactérias fazem a fermentação acética, em que o produto
final é o ácido acético (CH3COOH) e o CO2. Essa fermentação provoca o azedamento de
vinho e sucos de frutas, sendo também, utilizada na fabricação de vinagre.
JUSTIFICATIVA
A câimbra, como vimos acima, está relacionada com a fermentação láctica (glicólise muscular),
que ocorre no hialoplasma (fora da mitocôndria). Logo, a alternativa correta é D (“Lática, que
ocorre fora da mitocôndria”).
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DÉCIMA BATERIA

01. (UFC) A definição de vida é motivo de muitos debates. Segundo a Biologia, o início da vida
na Terra deu-se com:
a) O "big bang, que deu origem ao universo e consequentemente à vida.
b) O aumento dos níveis de O2 atmosférico, que permitiu a proliferação dos seres aeróbios.
c) O surgimento dos coacervados, os quais, em soluções aquosas, são capazes de criar uma
membrana, isolando a matéria orgânica do meio externo.
d) O surgimento de uma bicamada fosfolipídica, que envolveu moléculas com capacidade de
autoduplicação e metabolismo.
e) O resfriamento da atmosfera, que propiciou uma condição favorável para a origem de
moléculas precursoras de vida.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“O surgimento de uma bicamada fosfolipídica, que envolveu moléculas com capacidade de
autoduplicação e metabolismo.”)
JUSTIFICATIVA
De acordo com Enerst Mayr (1982), “Tentativas foram feitas repetidamente para definir ‘vida’.
Esses esforços são um tanto fúteis, visto que agora está inteiramente claro que não há uma
substância, um objeto ou força especial que possa ser identificada”. Desse modo, a vida só
pode ter seu início evidenciado quando do surgimento da sua forma de manifestação: a célula,
unidade funcional formada por uma bicamada fosfolipídica, que envolve moléculas com
capacidade de autoduplicação e metabolismo. Assim sendo, a alternativa D é a correta.

02. (UFPR) A ilustração abaixo descreve o aparelho desenvolvido por Stanley Miller e Harold
Urey, em um dos experimentos mais significativos na busca científica pela explicação da
origem da vida na Terra.

Sobre o experimento, considere as seguintes afirmativas:


1. É um experimento que invalida a Teoria Criacionista.
2. Os compostos químicos obtidos do experimento são vitaminas e sais minerais, o que
comprova que essas foram as moléculas precursoras da vida.
3. Metano, amoníaco, hidrogênio e vapor d’água foram utilizados em um dos experimentos
para simular as condições atmosféricas do planeta Terra cerca de 3,5 bilhões de anos atrás.
4. As faíscas elétricas simulam os raios solares, catalisando as reações entre as substâncias
químicas utilizadas no experimento.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
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e) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.


- Stanley Miller recriou, em laboratório, um ambiente semelhante ao da terra no início, para
verificar a possibilidade da formação, pré-bioquímica, de compostos orgânicos na terra
primitiva. O aparelho para recriar esse ambiente reunia metano, amônia, hidrogênio e vapor
d’água, bem como descargas elétricas, simulando os raios que, naquela época, deviam ocorrer
com grande frequência. Essas descargas devem ter atuado como fonte de energia para o
rompimento de ligações químicas das moléculas dos gases primitivos. O depósito em forma de
U, indicado na figura contida nesta questão, simulava os mares primitivos, que recebiam as
chuvas e os compostos formados na atmosfera. Analisando a solução contida na parte em U,
Miller constatou a presença de moléculas orgânicas. Entre elas, alguns aminoácidos
(principalmente glicina e alanina), substâncias que formam as proteínas. Desse modo, ele
demonstrou que as condições iniciais postuladas por Oparin e Haldane podem ter favorecido o
aparecimento de moléculas precursoras da vida, o que reforça, de certa forma, a hipótese da
evolução gradual dos sistemas químicos. Em face de Miller ser, na época, aluno de Harold C.
Urey, vencedor do Prêmio Nobel de Química em 1934, por suas pesquisas com isótopos,
alguns autores costumam denominar o trabalho descrito de “experimento de Miller-Urey”.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Somente a afirmativa 3 é verdadeira.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 1 (“É um experimento que invalida a Teoria Criacionista.”) – INCORRETA
* O experimento de Miller não teve como objetivo invalidar a Teoria Criacionista, mas apenas,
mostrar que compostos orgânicos podem ter se formado, pré-bioquimicamente, na terra
primitiva.
- AFIRMATIVA 2 (“Os compostos químicos obtidos do experimento são vitaminas e sais
minerais, o que comprova que essas foram as moléculas precursoras da vida.”) – INCORRETA
* No seu trabalho, Miller não obteve vitaminas e sim alguns aminoácidos.
- AFIRMATIVA 3 (“Metano, amoníaco, hidrogênio e vapor d’água foram utilizados em um dos
experimentos para simular as condições atmosféricas do planeta Terra cerca de 3,5 bilhões de
anos atrás.”) – CORRETA
* Miller utilizou, no seu experimento, além de descargas elétricas, metano, amônia, hidrogênio
e vapor d’água.
- AFIRMATIVA 4 (“As faíscas elétricas simulam os raios solares, catalisando as reações entre
as substâncias químicas utilizadas no experimento.”) – INCORRETA
* Descargas elétricas não são catalizadores.

03. (UFPI) Sobre a origem da vida, uma das maiores dúvidas refere-se à produção de alimento
utilizado pelos primeiros seres vivos. Duas hipóteses tentam explica como eles conseguiam
obter e degradar o alimento para sua sobrevivência. Sobre essas hipóteses, é correto afirmar:
a) Um processo importante para a hipótese autotrófica foi o aparecimento da fotossíntese,
realizado por algas e plantas, que sintetizam seu próprio alimento a partir de O 2 e H2O.
b) A via metabólica mais simples para degradar alimento sem O2 é a fermentação.
c) Por meio da respiração, o alimento é degradado em O2 e H2O.
d) São autotróficos alguns tipos de bactérias, algumas algas e todas as plantas atuais.
e) São heterótrofos alguns fungos, todas as bactérias, os protozoários e os animais.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“A via metabólica mais simples para degradar alimento sem O2 é a fermentação.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Um processo importante para a hipótese autotrófica foi o aparecimento da
fotossíntese, realizado por algas e plantas, que sintetizam seu próprio alimento a partir de O 2 e
H2O.”) – INCORRETA
* Na fotossíntese realizada por algas e plantas (6 CO 2 + 12 H2O  C6H12O6 + 6H2O + 6 O2),
a produção de alimento ocorre a partir de CO2 e H2O e não a partir de O2 e H2O, como consta
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nesta alternativa. Nesse processo bioenergético, o O 2 é liberado, como subproduto, graças à


fotólise da água (reação de Hill) que ocorre na etapa fotoquímica.
- ALTERNATIVA B (“A via metabólica mais simples para degradar alimento sem O 2 é a
fermentação.”) – CORRETA
* A fermentação, que ocorre no hialoplasma (fora da mitocôndria), é uma degradação
“incompleta” de moléculas orgânicas na ausência de O2 (processo anaeróbio). Ela é menos
rentável, do ponto de vista energético, que a respiração aeróbia.
- ALTERNATIVA C (“Por meio da respiração, o alimento é degradado em O 2 e H2O.”) –
INCORRETA
* Na respiração (C6H12O6 + 6 O2  6 CO2 + 6 H2O), o alimento não é degradado em O2 e
H2O, como consta nesta alternativa, e sim em CO2 + H2O. Na respiração aeróbia, o oxigênio
atua, na cadeia respiratória, como aceptor final de hidrogênio.
- ALTERNATIVA D (“São autotróficos alguns tipos de bactérias, algumas algas e todas as
plantas atuais.”) – INCORRETA
* Todas as algas são autótrofas. Lembramos que as bactérias quimiossintetizantes, como as
sulfobactérias (ou tiobactérias), as ferrobactérias, as nitrobactérias, as bactérias
metanogênicas, bem como as cianobactérias, são autótrofas. Há ainda, bactérias que realizam
fotossíntese, sendo, portanto autótrofa, utilizando o ácido sulfídrico (H2S), o hidrogênio gasoso
(H2) ou compostos orgânicos (lactato, por exemplo), em lugar da H2O, como doadores de
hidrogênio. Nestes casos, também conhecidos como fotorredução, não há liberação de O 2,
como ocorre no caso das algas e dos vegetais. Por fim, há bactérias, como a Halobacterium
halobium, bactéria halofílica (“que gosta de sal”), que embora desprovida de clorofila, é capaz
de usar a luz para produzir compostos orgânicos, utilizando uma variante do princípio
empregado pelos seres fotossintetizantes “verdadeiros”. Essas bactérias, pouco comuns, vivem
em ambientes extremamente salinos, como os Grandes Lagos Salgados e o Mar Morto. Elas
são aeróbias e usam normalmente o O2 para oxidar as moléculas orgânicas, produzindo ATP.
Em face de a solubilidade do O2 ser baixa nesses ambientes salgados, levando a uma
escassez de oxigênio, as bactérias halofílicas precisam, algumas vezes, recorrer à luz solar
como fonte de energia. Para isso, elas usam a bacteriorrodopsina, presente na sua membrana
plasmática, onde se formam áreas de pigmentos que absorvem luz, denominadas áreas
púrpuras. A bacteriorrodopsina é uma associação de proteína com um pigmento denominado
retinal (pigmento vermelho derivado da vitamina A), que a bactéria produz e que também é
encontrado na retina dos olhos dos vertebrados, como grupo prostético. Quando as células são
iluminadas (figura abaixo), as moléculas de bacteriorrodopsina são excitadas, a exemplo do
que ocorre com a clorofila. A energia liberada, por ocasião do retorno da bacteriorrodopsina ao
seu estado original, bombeia prótons, através da membrana, para fora da célula,
estabelecendo um fluxo de energia que leva à fosforilação do ADP a ATP. Dessa forma, as
halobactérias, usando a luz, suplementam o ATP produzido através da fosforilação oxidativa
realizada com o O2 disponível no ambiente. Apesar de não envolver clorofila, não haver
+
produção de glicose, nem de O2, nem fotorredução do NADP , o processo pode, na sua
essência, ser considerado fotossintético, em face de ocorrer a formação de ATP (substância
orgânica), com a participação da luz.

- ALTERNATIVA E (“São heterótrofos alguns fungos, todas as bactérias, os protozoários e os


animais.”) – INCORRETA
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* Todos os animais; todos os fungos e não alguns, como consta nesta alternativa; as bactérias
não quimiossintetizantes e não fotossintetizantes e não todas, como consta na alternativa e os
protozoários são seres heterótrofos.

04. (UEPG) O assunto da origem da vida se baseia grandemente em hipóteses, mas existem
questões sobre as quais podemos ter alguma certeza. A respeito desse tema, assinale o que
for correto.
0 0 – Para formular hipóteses sobre a origem da vida e sua evolução, a ciência utiliza o
registro fóssil em restos de organismos, preservados em rochas, âmbar ou gelo, que podem
ser datados com razoável segurança, por meio de métodos sofisticados como o do carbono 14.
1 1 – Existem três proposições sobre a origem da vida: a criação divina, a origem
extraterrestre e a origem por evolução química.
2 2 – Houve uma época em que se acreditava que determinadas substâncias eram exclusivas
dos seres vivos e que elas só podiam ser fabricadas dentro deles. Em 1828, o químico Wohler
conseguiu produzir em laboratório, a partir de substâncias inorgânicas simples, ureia, que é
uma substância orgânica encontrada na urina.
3 3 – Um dos primeiros cientistas a organizar as ideias sobre a origem da vida foi Alexander
Oparin, que, por volta de 1930, propôs um modelo de como a vida poderia ter surgido, baseado
no que seria a composição da atmosfera primitiva. Naquela época, ainda não se sabia que os
ácidos nucleicos carregavam as informações genéticas de todos os seres vivos.
4 4 – Na década de 1950, Miller, um bioquímico norte-americano, fez circular num aparelho
fechado uma mistura de vapor de água, metano, amônia e hidrogênio, que submeteu a
descargas elétricas contínuas durante toda uma semana, na tentativa de simular a Terra
primitiva. No fim do experimento, ele constatou que a mistura, além de outras moléculas
orgânicas, continha alguns aminoácidos, as matérias-primas das proteínas.
GABARITO: VVVVV
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“Para formular hipóteses sobre a origem da vida e sua evolução, a
ciência utiliza o registro fóssil em restos de organismos, preservados em rochas, âmbar ou
gelo, que podem ser datados com razoável segurança, por meio de métodos sofisticados como
o do carbono 14.V”) – CORRETA
* Os fósseis (o passado de volta), um dos testemunhos mais valiosos e indiscutíveis da
evolução das espécies, são, via de regra, vestígios, restos ou simples marcas petrificadas ou
endurecidas de seres vivos que habitaram a Terra no passado. As partes duras do corpo dos
organismos, como ossos, dentes, cornos, cascos e conchas são as mais frequentemente
conservadas no processo de fossilização. Existem casos em que a parte mole do corpo
também é preservada. Como exemplo, citamos os fósseis de mamutes encontrados enterrados
no gelo, na Sibéria, com partes do corpo ainda amolecidas. Há, ainda, casos de preservação
em âmbar (resina protetora exteriorizada por muitas plantas, como os pinheiros, no momento
que ocorre uma lesão, que quando fossilizada toma o nome de âmbar), como a descoberta de
insetos conservados nessa resina. Devemos ressaltar que poucos seres vivos deixaram fósseis
e, dos fósseis existentes, apenas uma pequena quantidade é encontrada e estudada. O estudo
da sequência dos fósseis nos tempos geológicos demonstra: (a) extinção de algumas espécies
e modificações de outras; (b) aumento na diversidade e na complexidade dos fósseis; (c)
existência de formas de transição (ou formas intermediárias), como o Archaeopterix organismo
intermediário entre répteis e aves. O Archaeopterix, descoberto no século XIX, era dotado de
dentes e de uma longa cauda, características dos répteis, e de penas, características das aves.
Em 1986 foram descobertos fósseis de um animal extinto, classificado como Protoavis, que
parece estar mais diretamente relacionado com as aves atuais do que o Archaeopterix. A
14 40 235 207
datação radioativa ou datação radiométrica, utilizando elementos como C ,K ,U e Pb
é o método usado para determinar, com razoável segurança, a idade dos fósseis.
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- ALTERNATIVA 1 1 (“Existem três proposições sobre a origem da vida: a criação divina, a


origem extraterrestre e a origem por evolução química.”) – CORRETA
* O criacionismo (teoria fixista) defende a ideia que todas as espécies foram criadas,
independentemente, por um ato divino, tal e qual se apresentam hoje. Elas não teriam,
portanto, sofrido qualquer modificação ao longo do tempo. Segundo Cuvier, as espécies atuais
já existiam desde a origem do mundo. Para ele, o desaparecimento de algumas espécies teria
sido provocado por catástrofes que teriam abalado o planeta. Lineu, considerado o "pai" da
classificação moderna, dizia que "as espécies são tantas quantas saíram das mãos do
Criador". No final de sua vida, esse botânico sueco já era adepto da evolução. O fixismo tem
como base, portanto, a imutabilidade das espécies, levando-se a se aceitar a ideia de que os
seres que há atualmente foram os que sempre existiram, desde o princípio da criação. À
medida que o conhecimento humano foi sendo ampliado e ganhando novas fronteiras, foram
sendo acumulados dados que contribuíram para a “queda” da ideia da imutabilidade das
espécies. O estudo comparativo da anatomia dos organismos, tanto dos fósseis, como dos
atuais, bem como o estudo da embriologia e da genética, entre outros conhecimentos, foram
decisivos para o desenvolvimento das ideias evolucionistas, contrárias às ideias criacionistas.
As primeiras manifestações que se opuseram ao fixismo surgiram no século XIX, graças,
principalmente, às teorias de Lamarck e de Darwin, conhecidas como lamarquismo e
darwinismo, respectivamente.
* A teoria extraterrena (cosmogônica ou panspermia) propõe que a vida se originou fora da
Terra e chegou ao nosso planeta sob a forma de esporos trazidos por meteoritos vindos do
espaço. Essa ideia foi aceita e ampliada por cientistas do século XIX, tendo o sueco Svante
August Arrhenius, Prêmio Nobel de química em 1903, sido um dos seus defensores.
* A evolução química ou teoria da evolução molecular, mais aceita atualmente pela
comunidade científica, foi proposta inicialmente, em 1869, por Thomas Huxley (1825-1894),
sendo retomada e aprofundada, na década de 1920, por Aleksandr Oparin e Jonh Burdon S.
Haldane. Ela admite que a vida possa ter surgido na Terra, a partir da evolução química de
moléculas não vivas.
- ALTERNATIVA 2 2 (“Houve uma época em que se acreditava que determinadas substâncias
eram exclusivas dos seres vivos e que elas só podiam ser fabricadas dentro deles. Em 1828, o
químico Wohler conseguiu produzir em laboratório, a partir de substâncias inorgânicas simples,
ureia, que é uma substância orgânica encontrada na urina.”) – CORRETA
* Pensava-se que só seres vivos eram capazes de produzir substâncias orgânicas, daí o seu
nome: orgânica, que provém de organismo. Contrariando essa ideia, no início do século XIX
(1828), Wohler sintetizou, em laboratório, a ureia, substância orgânica resultante do
metabolismo das proteínas e encontrada na urina. Desde então, tem sido sintetizados vários
compostos orgânicos fora do organismo.
- ALTERNATIVA 3 3 (“Um dos primeiros cientistas a organizar as ideias sobre a origem da
vida foi Alexander Oparin, que, por volta de 1930, propôs um modelo de como a vida poderia
ter surgido, baseado no que seria a composição da atmosfera primitiva. Naquela época, ainda
não se sabia que os ácidos nucleicos carregavam as informações genéticas de todos os seres
vivos.”) – CORRETA
* Por volta de 1930, o bioquímico russo e membro da Academia de Ciências da Rússia,
Aleksandr Ivanovitch Oparin, apresentou, em seu livro A Origem da Vida, uma nova ideia para
explicar a formação do primeiro ser vivo na Terra. Segundo a hipótese de Oparin (hipótese
naturalista), ele teria surgido sem ascendência de qualquer progenitor. Partindo do princípio de
que as substâncias orgânicas representam a matéria-prima fundamental que forma os corpos
de todos os seres vivos, a hipótese de Oparin tem como principal desafio explicar como teria
surgido o primeiro ser vivo num planeta que, originalmente, não possuía matéria orgânica.
Lembramos que, embora o escocês J. B. Haldane (1892-1964) não trabalhasse junto com
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Oparin, chegou à mesma conclusão que ele: nas condições da Terra primitiva, a vida poderia
ter surgido a partir de matéria bruta. Por essa razão, costuma-se denominar essa ideia de
“hipótese de Oparin e Haldane”. À primeira vista, essa "geração espontânea" (origem da vida
por evolução bioquímica), proposta por Oparin e Haldane, é igual à abiogênese. No entanto,
esta última foi recusada no século XIX, e a hipótese de Oparin e Haldane é aceita, hoje, por um
bom número de cientistas. Há, todavia, importantes e grandes diferenças entre as duas. A
abiogênese admite que organismos complexos (moscas, vermes, etc.) surgiram e surgem,
ainda hoje, repentinamente, de matéria inorgânica. A hipótese da evolução bioquímica supõe,
ao contrário, que um ser altamente simples tenha surgido de matéria bruta sob condições muito
especiais, e esse processo de formação tenha durado milhões de anos. A hipótese
heterotrófica admite, portanto, que a vida usou um meio muito mais rico, em compostos
orgânicos, que o atual, para seu aparecimento. No mundo em que vivemos, não parece existir,
naturalmente, a menor possibilidade de átomos e moléculas se unirem para formar o mais
simples sistema autorreprodutor.
- ALTERNATIVA 4 4 (“Na década de 1950, Miller, um bioquímico norte-americano, fez circular
num aparelho fechado uma mistura de vapor de água, metano, amônia e hidrogênio, que
submeteu a descargas elétricas contínuas durante toda uma semana, na tentativa de simular a
Terra primitiva. No fim do experimento, ele constatou que a mistura, além de outras moléculas
orgânicas, continha alguns aminoácidos, as matérias-primas das proteínas.”) – CORRETA
* A hipótese da evolução gradual dos sistemas químicos (hipótese de Oparin e Haldane) foi
testada pela primeira vez, em 1953, na Universidade de Chicago, pelo químico americano
Stanley L. Miller. Ele construiu um aparelho (figura abaixo) que simulava as condições da
Terra primitiva e “introduziu” nele hidrogênio, metano, amônia e vapor de água. Lembramos
que, na época em que Miller realizou seus experimentos, se supunha que a atmosfera primitiva
era composta, principalmente, desses gases. No balão em que se encontrava a mistura
gasosa, ocorreram descargas elétricas, simulando os raios que, naquela época, deviam ocorrer
com grande frequência. Após as descargas elétricas, os materiais formados foram submetidos
a um resfriamento, para simular a condensação nas altas camadas da atmosfera, que provoca
as chuvas. A parte em U, desse sistema, representado pelo depósito na figura abaixo,
simulava os mares primitivos, que recebiam as chuvas e os compostos formados na atmosfera.
Analisando a solução contida na parte em U, Miller constatou a presença de moléculas
orgânicas. Entre elas, alguns aminoácidos (principalmente glicina e alanina), substâncias que
formam as proteínas. Desse modo, ele demonstrou que as condições iniciais postuladas por
Oparin e Haldane podem ter favorecido o aparecimento de moléculas precursoras da vida, o
que reforça, de certa forma, a hipótese da evolução gradual dos sistemas químicos. Em face
de Miller ser, na época, aluno de Harold C. Urey, vencedor do Prêmio Nobel de Química em
1934, por suas pesquisas com isótopos, alguns autores costumam denominar o trabalho
descrito de “experimento de Miller-Urey”. Ressaltamos que por volta de 1957, o pesquisador
americano Sidney W. Fox, quase que dando continuidade aos trabalhos de Miller, realizou um
experimento que nos leva a supor a origem pré-bioquímica das proteínas. Em seus
experimentos, ele aqueceu uma mistura seca de aminoácidos, tendo verificado, após o
resfriamento, que houve formação de pequenas moléculas proteicas, denominadas de
proteinoides.
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05. (UECE) Baseado na teoria da evolução química podemos afirmar corretamente que,
dentre os requisitos básicos para a formação dos seres vivos, a Terra já apresentava há mais
de 3,5 bilhões de anos atmosfera:
a) Oxidante, com o oxigênio livre proveniente da atividade das cianobactérias.
b) Redutora, semelhante às de Vênus e de Marte, com mais de 90% de gás carbônico.
c) Redutora, com carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio presentes, principalmente, no
metano, no vapor d’água e na amônia.
d) Oxidante, já que há indícios que comprovam que todo o ferro existente na crosta terrestre
encontrava-se em estado férrico.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Redutora, com carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio presentes, principalmente, no
metano, no vapor d’água e na amônia.”)
JUSTIFICATIVA
* Todos os cientistas concordam que a atmosfera primitiva diferia bastante da atual, na qual há
cerca de 77% de gás nitrogênio (N2), aproximadamente 21% de gás oxigênio (O 2), em torno de
0,04% de gás carbônico (CO2) e cerca de 1,96% de outros gases. Segundo um considerável
grupo de estudiosos, a atmosfera primitiva se compunha, predominantemente, de amônia,
metano, vapor de água e hidrogênio. Conquanto não haja, ainda, um consenso entre os
cientistas, eles são unânimes em afirmar que a Terra primitiva era desprovida de oxigênio livre
(O2). Com base nessa suposição, pode-se dizer que o oxigênio livre existente na atmosfera
atual, que é da ordem de 21%, teve origem secundária, a partir do metabolismo de organismos
fotossintetizantes. Dessa forma, a presença, na atmosfera primitiva, de carbono, oxigênio,
hidrogênio e nitrogênio, elementos essenciais à vida, principalmente sob a forma de metano,
vapor d’água e amônia, tornavam a atmosfera primitiva redutora.

06. (ENADE) A observação das formas atuais de vida demonstra que até mesmo o mais
simples dos seres vivos com organização celular é um sistema complexo, no qual se
destacam duas classes de moléculas: as proteínas e os ácidos nucleicos. É possível
imaginar que, nos oceanos primitivos, existiam sistemas organizados de reações
enzimáticas, do tipo coacervados. Mas como esses sistemas se perpetuariam e
evoluiriam sem um código genético? Os ácidos nucleicos também poderiam ter surgido
nas condições da Terra primitiva. Mas como formariam um sistema complexo e
organizado sem interagir com o aparato proteico/enzimático? A total interdependência
entre essas moléculas essenciais remete a uma das principais questões ligadas à
origem da vida, que poderia ser comparada ao dilema do ovo e da galinha.
ANDRADE, L. A. e SILVA, E. P. O que é vida? In: Ciência Hoje, v. 32, n.º
191, 2003, p. 16-23 (com adaptações).
Considerando que as hipóteses acerca da origem da vida na Terra mencionadas no texto
acima não são as únicas, responda: o que surgiu primeiro, os ácidos nucleicos ou as
proteínas?
a) O DNA pode ter sido o precursor dos demais compostos, pois estoca e replica informação
genética, é dotado de atividade catalítica e é facilmente degradado por hidrólise, o que facilita a
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reutilização de seus monômeros e, portanto, a colonização da Terra com polímeros primordiais


de DNA.
b) Existe a possibilidade de o RNA ter sido o precursor das demais moléculas, visto que certas
sequências de RNA, chamadas ribozimas, são capazes de acelerar reações químicas.
c) Admitindo-se a possibilidade de a Terra primitiva conter nucleotídeos livres, o calor poderia
ter sido a fonte de energia disponível para a formação de ligações covalentes entre eles, com a
consequente formação de proteinoides, que, por sua vez, deram origem as microesferas,
estruturas que poderiam ser precursoras das células primitivas.
d) O estudo de aminoácidos que contêm grupos tiol (tioésteres) fornece argumentos a favor da
precedência de proteínas na origem da vida, entre os quais se incluem a abundância de sulfeto
de hidrogênio (H2S) no ambiente primitivo e a alta concentração de oxigênio na atmosfera
primitiva, que favoreceria a respiração aeróbica.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Existe a possibilidade de o RNA ter sido o precursor das demais moléculas, visto que certas
sequências de RNA, chamadas ribozimas, são capazes de acelerar reações químicas.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O DNA pode ter sido o precursor dos demais compostos, pois estoca e
replica informação genética, é dotado de atividade catalítica e é facilmente degradado por
hidrólise, o que facilita a reutilização de seus monômeros e, portanto, a colonização da Terra
com polímeros primordiais de DNA.”) – INCORRETA
* Embora o DNA estoque e replique informação genética ele não é dotado de atividade
catalítica, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA B (“Existe a possibilidade de o RNA ter sido o precursor das demais
moléculas, visto que certas sequências de RNA, chamadas ribozimas, são capazes de acelerar
reações químicas.”) – CORRETA
* Ribozimas e origem da vida (“o mundo do RNA”): a descoberta das ribozimas (RNAs dotados
de atividade catalítica) provocou novas perspectivas nas especulações sobre a origem da vida
na Terra. Os biologistas sempre especularam sobre um velho problema: a eterna questão "do
ovo e da galinha". De um lado, os ácidos nucleicos são o suporte das informações genéticas,
que comandam a síntese proteica. De outro lado, a leitura dessas informações genéticas, bem
como sua cópia, dependem da presença de enzimas "proteicas". Isso significa que os ácidos
nucleicos, moléculas "informacionais", não podem existir sem as proteínas, moléculas
catalíticas (ou efetuadoras) e vice-versa. Dessa forma, a descoberta das ribozimas vem romper
esse aparente paradoxo, desde que o RNA parece ser a única molécula dotada de
capacidades informacional e catalítica. Atualmente o RNA aparece como o melhor candidato a
ter sido um sistema primitivo de autorreplicação, sobre o qual a evolução darwiniana teria
intervindo ao nível molecular. O fato de as ribozimas poderem se comportar, também, como
polimerases capazes de alongar um RNA utilizando uma molécula modelo, sugere que, por
ocasião da evolução das primeiras formas de vida, um sistema de replicação tendo por base
unicamente o RNA tenha podido funcionar. Tendo função catalítica, além da de armazenador
de informações genéticas, os RNAs podem ter funcionado sem DNA nem proteínas, quando a
vida apareceu sobre a terra. Os erros (mutações) que ocorreram por ocasião das cópias
dessas moléculas, teriam sido integrados às moléculas-filhas e posteriormente selecionadas.
Os RNAs, em face de sua propriedade autocatalítica, teriam podido se multiplicar mais
rapidamente que outras moléculas e invadido a população, até o aparecimento de novos
mutantes mais eficazes. A descoberta que as enzimas RNA podem também catalisar reações
químicas sobre as proteínas, vem reforçar essa hipótese de um RNA pré-biótico e aumentar
ainda mais o campo de aplicações possíveis das ribozimas. Assim sendo, as ribozimas
dispensaram a presença de proteínas no mundo pré-biótico. Sua descoberta originou um novo
paradigma da origem da vida, denominado mundo do RNA, que precedeu o mundo atual
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baseado no DNA e proteínas. Essa ideia que o RNA pudesse ter sido o primeiro material
genético, já proposta na década de 60 por Leslie Orgel do Instituto Salk da Califórnia, foi
consolidada por Walter Gilbert em 1986. Pela descoberta das ribozimas, Thomas Cech e
Sidney Altman receberam o Prêmio Nobel de Química em 1989. Para saber mais ver
RIBOZIMA (RNA SUPER STAR), matéria, no dia 10/06/2011, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”
- ALTERNATIVA C (“Admitindo-se a possibilidade de a Terra primitiva conter nucleotídeos
livres, o calor poderia ter sido a fonte de energia disponível para a formação de ligações
covalentes entre eles, com a consequente formação de proteinoides, que, por sua vez, deram
origem as microesferas, estruturas que poderiam ser precursoras das células primitivas.”) –
INCORRETA
* Por volta de 1957, o pesquisador americano Sidney W. Fox, quase que dando continuidade
aos trabalhos de Stanley L. Miller, realizado em 1953, desenvolveu um experimento que nos
leva a supor a origem pré-bioquímica das proteínas. Em seus experimentos, ele aqueceu uma
mistura seca de aminoácidos, tendo verificado, após o resfriamento, que houve formação de
pequenas moléculas proteicas, denominadas de proteinoides. Ao dissolver em solução aquosa
os proteinoides obtidos, Fox notou, após o resfriamento, que surgiram microesferas de
proteinoides, bem mais estáveis que os coacervados ou coacervatos [aglomerado de
proteínas, que se mantêm juntas em pequenos grupos, circundadas por uma camada de
moléculas de água (hidratação)], sugeridos por Oparin. Como se pode constatar, essas
microesfera são de natureza proteica, contendo aminoácidos e não nucleotídeos, como consta
nesta alternativa. Os nucleotídeos são constituintes dos ácidos nucleicos e não das proteínas.
- ALTERNATIVA D (“O estudo de aminoácidos que contêm grupos tiol (tioésteres) fornece
argumentos a favor da precedência de proteínas na origem da vida, entre os quais se incluem
a abundância de sulfeto de hidrogênio (H2S) no ambiente primitivo e a alta concentração de
oxigênio na atmosfera primitiva, que favoreceria a respiração aeróbica.”) – INCORRETA
* Embora não haja, ainda, um consenso entre os cientistas, acerca dos gases que compunham
a atmosfera primitiva, eles são unânimes em afirmar que o ambiente primitivo era desprovido
de oxigênio livre (O2) e não dotado de alta concentração desse gás, como consta nesta
alternativa.

07. (USU-RJ) Em seu famoso experimento, Stanley Miller submeteu em 1953 uma mistura de
metano, amônia, hidrogênio e vapor de água em alta temperatura à ação de descargas
elétricas dentro de um balão de vidro. Com isso, pretendia demonstrar a hipótese de que:
a) As proteínas são formadas de aminoácidos.
b) Moléculas orgânicas complexas formaram-se na atmosfera terrestre primitiva.
c) É possível, no laboratório, formarem-se produtos complexos a partir de gases simples.
d) O carbono e o hidrogênio são constituintes dos compostos orgânicos.
e) As proteínas têm ação catalítica.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Moléculas orgânicas complexas formaram-se na atmosfera terrestre primitiva.”)
JUSTIFICATIVA
* O experimento de Stanley Miller teve como objetivo testar a hipótese da evolução
gradual dos sistemas químicos (hipótese de Oparin e Haldane). Usando condições
que simulavam a Terra primitiva ele constatou a formação de moléculas orgânicas.
Desse modo, ele demonstrou que as condições iniciais da Terra, postuladas por
Oparin e Haldane, podem ter favorecido o aparecimento de moléculas precursoras da
vida, o que reforça, de certa forma, a hipótese da evolução gradual dos sistemas
químicos.
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08. (UNIOESTE) Em uma das fitas de DNA de uma espécie de vírus encontram-se 90
Adeninas e 130 Citosinas. Sabendo-se ainda que nessa fita ocorre um total de 200 bases
púricas e 200 bases pirimidinas, assinale a alternativa correta.
a) Na dupla fita de DNA ocorrem 180 Adeninas.
b) Na dupla fita de DNA ocorrem 140 Guaninas.
c) Na fita complementar ocorrem 300 bases púricas e 100 bases pirimidinas.
d) Na fita complementar ocorrem 70 Adeninas e 110 Citosinas.
e) Não é possível determinar a composição de bases nitrogenadas da fita complementar.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Na fita complementar ocorrem 70 Adeninas e 110 Citosinas.”)
- Como na referida fita há 200 bases púricas (adenina e guanina) e 200 bases
pirimídicas (citosina e timina), das quais 90 são adeninas (base púrica) e 130 são
citosinas (base pirimídica), podemos concluir que nessa fita há, além das adeninas
(90) e citosinas (130), referidas no enunciado, 110 guaninas [200 bases púricas
(adenina e guanina) – 90 adeninas (ver enunciado) = 110 guaninas] e 70 timinas [200
bases pirimídicas (citosina e timina) – 130 citosinas (ver enunciado) = 70 timinas]. A
partir desses valores (90 adeninas, 110 guaninas, 130 citosinas e 70 timinas),
deduzimos que a fita complementar terá 90 timinas (par A-T), 110 citosinas (par G-C),
130 guaninas (par C-G) e 70 adeninas (par T-A). Por fim, chega-se a conclusão que
na dupla hélice (dupla fita) há 160 adeninas (90 do par A-T + 70 do par T-A = 160),
160 timinas (90 do par A-T + 70 do par T-A), 240 guaninas (130 do par C-G + 110 do
par G-C = 240) e 240 citosinas (130 do par C-G + 110 do par G-C = 240). Esses
valores estão de acordo com o modelo do DNA no qual a quantidade adenina é igual a
de timina [160 (A forma par com T)] e a de guanina é igual a de citosina [240 (G forma
par com C)], totalizando, na dupla hélice, 400 bases púricas (200 em cada cadeia,
como consta no enunciado) e 400 bases pirimídicas (200 em cada cadeia, como
consta no enunciado).
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Na dupla fita de DNA ocorrem 180 Adeninas.”) – INCORRETA
* Na dupla fita de DNA ocorrem 160 adeninas e não 180, como mostra a descrição acima.
- ALTERNATIVA B (“Na dupla fita de DNA ocorrem 140 Guaninas.”) – INCORRETA
* Na dupla fita de DNA ocorrem 240 guaninas e não 140, ver descrição acima.
- ALTERNATIVA C (“Na fita complementar ocorrem 300 bases púricas e 100 bases
pirimidinas.”) – INCORRETA
* Na fita complementar ocorre 200 bases púricas (70 adeninas + 130 guaninas) e 200 bases
pirimídicas (110 citosinas e 90 timinas), como descrevemos acima.
- ALTERNATIVA D (“Na fita complementar ocorrem 70 Adeninas e 110 Citosinas.*”) –
CORRETA
* Como se pode constatar na descrição acima na fita complementar ocorrem, realmente, 70
adeninas e 110 citosinas.
- ALTERNATIVA E (“Não é possível determinar a composição de bases nitrogenadas da fita
complementar.”) – INCORRETA
* A composição de bases nitrogenadas da fita complementar, ao contrário do que consta nesta
alternativa, pode ser determinada. No exemplo desta questão ela apresenta (ver acima), 90
timinas, 110 citosinas, 130 guaninas e 70 adeninas.

09. (UNB) As figuras abaixo representam fragmentos da estrutura do DNA, o qual corresponde
6 6
a moléculas enormes cujas massas moleculares podem variar de 6 × 10 u a 16 × 10 u.
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Um dos objetivos de um experimento clássico da biologia é a extração do DNA de células de


cebola. Nesse experimento, o material biológico é colocado em um béquer que contém solução
aquosa de cloreto de sódio e detergente e, em seguida, é aquecido em banho-maria. Após o
resfriamento e a filtração da solução, é adicionado etanol ao líquido obtido e o DNA precipita-se
na superfície da solução.
Considerando as informações acima, assinale a alternativa incorreta:
a) Na figura II, na qual está esquematizada parte de uma fita da molécula de DNA, os
algarismos 1, 2 e 3 representam, respectivamente, grupamento fosfato, desoxirribose e base
nitrogenada.
b) No experimento mencionado, o detergente contribui para a ruptura das membranas lipídicas
das células.
c) Na figura III, as distâncias entre os átomos de nitrogênio e de oxigênio, identificadas
por d1 e d2, são menores que a distância entre os átomos de nitrogênio, assinalada como d3.
d) No grupamento fosfato, representado na figura I, são iguais os comprimentos das ligações
entre o fósforo e os três oxigênios que não estão ligados à parte orgânica da molécula.
ALTERNATIVA INCORRETA: C
(“Na figura III, as distâncias entre os átomos de nitrogênio e de oxigênio, identificadas
por d1 e d2, são menores que a distância entre os átomos de nitrogênio, assinalada como d3.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Na figura II, na qual está esquematizada parte de uma fita da molécula de
DNA, os algarismos 1, 2 e 3 representam, respectivamente, grupamento fosfato, desoxirribose
e base nitrogenada.”) – CORRETA
* A figura II mostra a polimerização de nucleotídeos, formando um polinucleotídeo, que
esquematizamos abaixo. Nela, como se pode constatar, 1 representa um grupamento
fosfato, 2 uma desoxirribose (pentose que se encontra no DNA) e 3 uma base
nitrogenada, que ligados constituem um nucleotídeo, unidade dos ácidos nucleicos.

- ALTERNATIVA B (“No experimento mencionado, o detergente contribui para a ruptura das


membranas lipídicas das células.”) – CORRETA
* Os detergentes, como o SDS (Sodium Dodecyl Sulfate), têm a propriedade de dissociar
proteínas e lipoproteínas. Dessa forma, eles contribuem para lise das membranas lipoproteicas
liberando, como consequência, os componentes celulares, inclusive o DNA.
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- ALTERNATIVA C (“Na figura III, as distâncias entre os átomos de nitrogênio e de oxigênio,


identificadas por d1 e d2, são menores que a distância entre os átomos de nitrogênio,
assinalada como d3.”) – INCORRETA
* Estudos de difração de raios X, realizados por Rosalind Franklin e Maurice Wilkins, usando
várias amostras de diferentes DNA, revelaram que ele apresenta uma configuração helicoidal,
como mostra a figura abaixo. Nela, pode-se constatar que a distância entre as bases ao longo
da dupla hélice é a mesma.

- ALTERNATIVA D (“No grupamento fosfato, representado na figura I, são iguais os


comprimentos das ligações entre o fósforo e os três oxigênios que não estão ligados à parte
orgânica da molécula.”) – CORRETA
* As referidas ligações têm o mesmo comprimento.

10. Em 1953, James Watson e Francis Crick propuseram ao mundo o modelo do DNA. Em
meio século de pesquisa, os avanços nessa área vêm sendo surpreendentes e têm aberto
novos horizontes nos vários campos da biotecnologia. No esquema abaixo, está representado,
de forma simplificada, o processo de replicação semiconservativo e semidescontínuo dessa
molécula.

Baseado na figura e nos seus conhecimentos assinale a alternativa correta.


a) A replicação do DNA requer apenas dois “sistemas” enzimáticos: as DNA polimerases e a
DNA ligase.
b) As DNA polimerases só adicionam os novos nucleotídeos na fita em formação, na

extremidade 3 OH do nucleotídeo já estabilizado.*
‘ ‘
c) No esquema, B representa a fita líder, que é alongada na direção 3 OH → 5 P de forma
contínua.
d) A fita A é sintetizada em segmentos longos, com cerca de 10.000 a 20.000 nucleotídeos
(fragmentos de Okazaki), e em sentido oposto à do movimento da forquilha de replicação, com
lacunas entre eles.
e) A velocidade de alongamento da fita A é ligeiramente superior à da fita B (fita retardada).
- Trabalhos realizados nos anos 60, por Reiji Okazaki, demonstraram que durante a replicação
uma das novas cadeias do DNA é produzida em pedaços curtos, formando os chamados
fragmentos de Okazaki, com cerca de 1.000 a 2.000 nucleotídeos. Dessa forma, a replicação
do DNA, além de ser semiconservativa, como foi mostrada experimentalmente em 1958, por
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Matthew Meselson e Franklin Stahl é também “semidescontínua”, havendo uma fita líder ou
contínua (leading strand) em que a síntese prossegue na direção 5 → 3, mesmo sentido do
movimento da forquilha de crescimento e uma fita descontinua ou lenta (lagging strand), na
qual a síntese 5 → 3 ocorre no sentido oposto à do movimento da forquilha de replicação. A
figura abaixo mostra o esquema atual de replicação “semidescontínua” do DNA. A DNA
polimerase III, como todas as demais DNAs polimerases, já caracterizadas até o momento, só
adicionam nucleotídeos no sentido 5 → 3. Como as duas cadeias do DNA são antiparalelas e
a replicação de ambas é simultânea, uma delas (fita lenta ou atrasada) tem obrigatoriamente
de ser feita na direção da origem. Ao contrário da fita rápida, ela tem que ser reiniciada várias
vezes e desse modo sua síntese é descontínua. Outro ponto importante é que as cadeias são
começadas a partir de um iniciador (primer) que é um oligorribonucleotídeo (RNA primer,
especificamente), contendo cerca de 10 a 12 ribonucleotídeos, sintetizado por uma enzima
denominada primase, que é uma RNA polimerase. Isso se deve ao fato da DNA polimerase ser
incapaz de iniciar a polimerização de nucleotídeos, capacidade que a RNA polimerase possui.
A partir desse RNA inicial, segue-se a inserção dos desoxirribonucleotídeos, constituintes do
DNA. O referido primer é posteriormente removido pela DNA polimerase I que também
completa a “falha” com os desoxirribonucleotídeos correspondentes, cabendo à DNA ligase
fazer a junção das extremidades 3OH e 5P da cadeia. Devemos ressaltar que em função de
haver uma grande probabilidade de erros na inserção dos primeiros nucleotídeos, a formação
do RNA primer é importante para a manutenção da fidelidade do DNA. A remoção dos
primeiros nucleotídeos inseridos elimina uma provável mutação que possa ter ocorrido.

- A tabela abaixo mostra, resumidamente, a ação das principais enzimas relacionadas com a
duplicação do DNA.
ENZIMA AÇÃO
Remove os RNAs iniciadores dos fragmentos de
DNA polimerase I Okazaki (atividade exonucleolítica) e preenche os
espaços na fita complementar.
Catalisa o acréscimo de desoxirribonucleotídeos na
DNA polimerase III
forquilha de crescimento.
Primase Catalisa a formação dos RNAs iniciadores para a
(RNA polimerase) síntese de DNA.
DNA ligase Catalisa a união dos fragmentos adjacentes de
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Okazaki.
Movimenta-se ao longo da dupla hélice de DNA
Helicase utilizando a energia da hidrólise de ATP para
desenrolar as duas fitas.
Corta uma fita do DNA, rotaciona essa fita sobre a outra
Topoisomerase I e rejunta as extremidades, evitando o emaranhamento
do DNA durante a replicação.
Corta e rejunta ambas as fitas, evitando o
Girase (topoisomerase tipo II)
emaranhamento do DNA durante a replicação.

- Para maiores detalhes ver DUPLICAÇÃO DO DNA, matéria publicada, no dia 31/10/2010, no
blog “djalmasantos.wordpress.com.”
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“As DNA polimerases só adicionam os novos nucleotídeos na fita em formação, na

extremidade 3 OH do nucleotídeo já estabilizado.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A replicação do DNA requer apenas dois “sistemas” enzimáticos: as DNA
polimerases e a DNA ligase.”) – INCORRETA
* Como se pode constatar na tabela acima, a replicação do DNA requer, além das DNAs
polimerases (DNA polimerases I e III) e da DNA ligase, uma série de outras enzimas, como a
primase (RNA polimerase), a helicase, a topoisomerase I e a girase (topoisomerase tipo II).
- ALTERNATIVA B (“As DNA polimerases só adicionam os novos nucleotídeos na fita em

formação, na extremidade 3 OH do nucleotídeo já estabilizado.”) – CORRETA
* Todas as DNAs polimerases, já caracterizadas até o momento, só inserem nucleotídeos no
sentido 5 → 3, como se pode constatar na figura abaixo. Dessa forma, elas só adicionam

novos nucleotídeos na extremidade 3 OH do nucleotídeo já estabilizado, ou seja, do
polinucleotídeo em crescimento.


- ALTERNATIVA C (“No esquema, B representa a fita líder, que é alongada na direção 3 OH →

5 P de forma contínua.”) – INCORRETA
* Embora B represente a fita líder ou contínua (leading strand), como consta nesta alternativa,
seu alongamento ocorre na direção 5P → 3OH e no mesmo sentido do movimento da
forquilha de crescimento. Lembramos que todas DNAs polimerases, já caracterizadas até o
momento, só adicionam nucleotídeos no sentido 5P → 3OH.
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- ALTERNATIVA D (“A fita A é sintetizada em segmentos longos, com cerca de 10.000 a


20.000 nucleotídeos (fragmentos de Okazaki), e em sentido oposto à do movimento da
forquilha de replicação, com lacunas entre eles.”) – INCORRETA.
* Embora a fita A seja descontínua (sintetizadas em segmentos), gere lacunas e cresça no
sentido oposto à do movimento da forquilha de replicação, os segmentos formados (fragmentos
de Okazaki) são relativamente curtos, com cerca de 1.000 a 2.000 nucleotídeos e não com
10.000 a 20.000, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA E (“A velocidade de alongamento da fita A é ligeiramente superior à da
fita B (fita retardada)”) – INCORRETA.
* A fita A que é descontínua ou lenta (lagging strand) tem velocidade de alongamento menor do
que a fita B, que é líder ou contínua (leading strand) e “rápida”.

11. (COVEST) A figura ilustra um conhecido mecanismo de transferência de material genético


entre bactérias. Com relação a este assunto, pode ser dito que:

I II
0 0 – Neste processo, conhecido como conjugação bacteriana, uma bactéria funciona como
“macho” ou doador e a outra como “fêmea” ou receptor.
1 1 – Para que uma bactéria funcione como “fêmea”, ela deve possuir um pedaço de DNA
especial, chamado fator F ou de fertilidade.
2 2 – Esse fator F, na maioria dos casos, está integrado ao cromossomo bacteriano na
+
linhagem de “fêmeas”, designadas “F ”.
+
3 3 – O fator F duplica-se e é transferido da célula doadora F (“macho”) para a célula
-
receptora F (“fêmea”).
4 4 – As bactérias nas quais o fator F está integrado ao cromossomo, ditas bactérias Hfr
(alta frequência de recombinação), podem transferir material genético mas, raramente,
-
o fator F cromossômico é também transferido à bactéria F .
A conjugação bacteriana, descoberta por Joshua Lederberg e Tatum Edward, é o
processo de transferência genes, através de uma ponte citoplasmática temporária (ponte de
conjugação), Essa ponte (figura abaixo), formada pelas fímbrias de uma bactéria doadora
(“macho”) para uma receptora (“fêmea”), possibilita a troca de material genético entre elas.
Graças a essa descoberta, utilizando Escherichia coli, Lederberg e Tatum receberam o prêmio
Nobel de Fisiologia e Medicina em 1958. Como consequência da conjugação, a célula
receptora ficará com constituição genética diferente das duas células iniciais, sendo, portanto,
um método de recombinação genética, como a transformação bacteriana e a transdução
bacteriana.
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A conjugação bacteriana depende da presença de um plasmídeo chamado fator F


(de Fertilidade) [ver PLASMÍDEOS (PLASMÍDEO F), matéria publicada, no dia 04/06/2013, no
blog “djalmasantos.wordpress.com.”] dotado de genes que permitem a transferência do DNA
de uma célula para outra. Esse plasmídeo é um DNA circular que pode se replicar de forma
autônoma na célula, sendo, portanto, um replicon independente. As células desprovidas de
-
fator sexual (F ) são chamadas receptoras ou “fêmeas”, enquanto as dotadas desse fator são
denominadas doadoras ou “machos”. Podemos considerar, a priori, dois tipos importantes de
+ +
doadoras (F e Hfr). Nas F o fator sexual se encontra livre no citoplasma, sendo, portanto,
autônomo. Nas Hfr (do inglês high frequency of recombination) ou Afr (alta frequência de
recombinação), o plasmídeo F está integrado ao “cromossomo” bacteriano. Há diferentes tipos
de cepas Hfr, caracterizadas pelo local de integração do fator F e pela capacidade de transferir
o material genético bacteriano em direções específicas. Dessa forma, existem pares de
linhagens Hfr que embora o fator sexual seja integrado no mesmo local, transferem o
“cromossomo” bacteriano em direções opostas. As linhagens dotadas de fator sexual,
integrado ou não, podem realizar a conjugação com as desprovidas do fator F. Durante a
conjugação, o plasmídeo F é replicado por um mecanismo denominado “círculo rolante” e
apenas uma das fitas é transferida, através da ponte de conjugação, para a cepa receptora,
onde a fita complementar é sintetizada, formando um DNA de dupla cadeia, como veremos a
+ -
seguir na conjugação F x F .
+ -
Conjugação F x F (representada à esquerda, na figura constante desta questão):
+ -
quando uma bactéria F encontra uma F se estabelece um contato entre elas através da ponte
de conjugação (figura abaixo). Em seguida, uma das fitas do fator F, presente na cepa
doadora, é clivada por uma endonuclease e uma das extremidades dessa fita começa a migrar
para a célula receptora. À medida que o DNA de fita simples vai sendo transferida, a cadeia
+
não clivada que ficou na célula F serve de molde para a biossíntese da fita de DNA que esta
-
sendo “perdida”. Por outro lado, à medida que o DNA de cadeia simples entra na célula F , ela
também serve de molde para a biossíntese da fita complementar. Em face de a transferência
do DNA, por conjugação, demorar apenas alguns minutos e os plasmídeos bacterianos não
serem, via de regra, muito grandes, dá tempo de passar uma fita completa do fator F da célula
+ -
F para a célula F . Após a transferência, o DNA linear de fita dupla, presente na cepa
- +
receptora, é fechado e forma um plasmídeo típico, levando a que a bactéria F se torne F ,
como mostra a figura constante desta questão. Como consequência dessa conjugação, na qual
não há transferência de genes “cromossômicos”, mas apenas do fator sexual, a bactéria
receptora passa a exibir, apenas, características codificadas pelo plasmídeo F, que podem ser
+
transferidas às gerações subsequentes. A cepa F , por seu turno, mantém todas as suas
+
características genéticas, continuando, inclusive, a ser F , uma vez que não apresenta perda
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+
real de DNA. Deve-se ainda considerar que as células as células F podem integrar o
plasmídeo F e passar ao estado Hfr.

-
Conjugação Hfr x F (representada à direita, na figura constante desta questão): nesta
conjugação, ocorrem duplicação e transferência de parte do “cromossomo” bacteriano da
doadora para a receptora, na qual tem lugar, via de regra, uma recombinação, por crossing-
-
over, entre o fragmento transferido do Hfr e o “cromossomo” da F . Como consequência, é
-
gerada uma célula F recombinante (figura abaixo), que passa a exibir maior diversidade
genética o que implica em maior poder adaptativo. Como mostra a referida figura, na
- + -
conjugação entre Hfr e F , ao contrário do que se verifica na conjugação entre F e F , as
- -
bactérias resultantes continuam Hfr e F . A manutenção da condição F se deve ao fato de esta
célula não receber uma cópia do plasmídeo F, já que a transferência tem início a partir do
“cromossomo” do doador e não a partir do fator sexual. Como a passagem total do genoma
leva, em condições ideais, cerca de 100 minutos e a ponte de conjugação se mantém por um
tempo bem menor, variando de célula para célula, a conjugação costuma ser interrompida
precocemente. Como consequência desta precocidade, o fator sexual, que seria o último a
-
passar, não é transferido para a célula receptora, que, dessa forma, continua F . Em outras
-
palavras, nesta conjugação, o material genético introduzido na célula F contém alguns genes
cromossômicos, mas não o fator F.

GABARITO
VFFVV
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“Neste processo, conhecido como conjugação bacteriana, uma
bactéria funciona como “macho” ou doador e a outra como “fêmea” ou receptor.”) –
VERDADEIRA
* Na conjugação bacteriana, uma das cepas atua como “macho” ou doador e a outra como
+
“fêmea” ou receptor. A bactéria doadora é dotada de fator sexual, podendo ser F (fator sexual
livre no citoplasma) ou Hfr (fator sexual integrado ao “cromossomo” bacteriano). A receptora,
-
por seu turno, é desprovida de fator sexual, sendo, portanto, F .
- ALTERNATIVA 1 1 (“Para que uma bactéria funcione como “fêmea”, ela deve possuir um
pedaço de DNA especial, chamado fator F ou de fertilidade.”) – FALSA
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* A bactéria “fêmea” (receptora) é desprovida de fator F. Esse fator ocorre nas bactérias
“macho” ou doadoras.
- ALTERNATIVA 2 2 (“Esse fator F, na maioria dos casos, está integrado ao cromossomo
+
bacteriano na linhagem de “fêmeas”, designadas “F ”.) – FALSA
+ -
* Bactérias “fêmeas” não são F e sim F . O fator F está integrado nas linhagens Hfr (Afr), que
são “macho” ou doadoras.
+
- ALTERNATIVA 3 3 (“O fator F duplica-se e é transferido da célula doadora F (“macho”)
-
para a célula receptora F (“fêmea”).”) – VERDADEIRA
* Na conjugação F+ x F-, o fator F sofre duplicação, por ocasião de sua transferência da
linhagem doadora para a receptora.
- ALTERNATIVA 4 4 (“As bactérias nas quais o fator F está integrado ao cromossomo, ditas
bactérias Hfr (alta frequência de recombinação), podem transferir material genético mas,
-
raramente, o fator F cromossômico é também transferido à bactéria F .”) – VERDADEIRA
- -
* Na conjugação Hfr x F as bactérias resultantes continuam Hfr e F , em função de a “fêmea”
não receber uma cópia do plasmídeo F, já que a transferência tem início a partir do
“cromossomo” do doador e não a partir do fator sexual. Como a passagem total do genoma
leva, em condições ideais, cerca de 100 minutos e a ponte de conjugação se mantém por um
tempo bem menor, a conjugação costuma ser interrompida precocemente. Dessa forma, o fator
F, que seria o último a passar, não é transferido para a célula receptora, levando a que ela
-
continue F .

12. (UPE) Na natureza, existem dois tipos celulares básicos: procariontes e eucariontes. Entre
os eucariontes, temos células animais e vegetais. Sobre a estrutura química do material
genético dos referidos tipos celulares, analise as afirmativas a seguir:
I. Nos procariontes, o DNA (material genético) é composto por unidades chamadas
nucleotídeos, constituídos de um açúcar de cinco carbonos, a desoxirribose, uma base
nitrogenada e um radical fosfato. No entanto, nos eucariontes, o açúcar é a ribose.
II. Em todos os tipos celulares, o DNA (material genético) é composto de um açúcar, a
desoxirribose, uma base nitrogenada (púrica ou pirimídica) e um radical fosfato,
formando uma molécula dupla-hélice (modelo de Watson e Crick).
III. Em todos os tipos celulares, o DNA (material genético) é formado por duas cadeias de
nucleotídeos, compostos de um açúcar de cinco carbonos, a desoxirribose, um radical
fosfato e uma base nitrogenada cujas quantidades de adenina e guanina são iguais bem
como as de citosina e timina.
IV. Nos procariontes, seres unicelulares mais simples, o DNA (material genético) é um
polinucleotídeo fita simples, enquanto, nos eucariontes, é um polinucleotídeo do tipo
dupla-hélice (modelo de Watson e Crick).
V. Em todos os tipos celulares, o DNA (material genético) é uma dupla-hélice resultante
de dois polinucleotídeos, ligados entre si por suas bases, através de pontes de
hidrogênio entre pares de bases específicas: a adenina emparelha-se com a timina, e a
guanina, com a citosina.
Estão corretas:
a) I e III.
b) II, IV e V.
c) II e V.
d) III e V.
e) IV e V.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“II e V.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I [“Nos procariontes, o DNA (material genético) é composto por unidades
chamadas nucleotídeos, constituídos de um açúcar de cinco carbonos, a desoxirribose,
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uma base nitrogenada e um radical fosfato. No entanto, nos eucariontes, o açúcar é a


ribose.”] – INCORRETA
* Tanto nos procariontes quanto nos eucariontes, os nucleotídeos que compõem o DNA,
denominados desoxirribonucleotídeos, são constituídos de uma desoxirribose (carboidrato com
5 átomos de carbono), uma base nitrogenada e um radical fosfato.
- AFIRMATIVA II [“Em todos os tipos celulares, o DNA (material genético) é composto de
um açúcar, a desoxirribose, uma base nitrogenada (púrica ou pirimídica) e um radical
fosfato, formando uma molécula dupla-hélice (modelo de Watson e Crick).”] – CORRETA
* O DNA presente em todas as células é uma dupla-hélice (modelo de Watson e Crick),
constituído de desoxirribonucleotídeos (unidades do DNA) compostos de uma desoxirribose,
uma base nitrogenada [púrica (adenina ou guanina) ou pirimídica (citosina ou timina)] e um
radical fosfato.
- AFIRMATIVA III [“Em todos os tipos celulares, o DNA (material genético) é formado por
duas cadeias de nucleotídeos, compostos de um açúcar de cinco carbonos, a
desoxirribose, um radical fosfato e uma base nitrogenada cujas quantidades de adenina
e guanina são iguais bem como as de citosina e timina.”] – INCORRETA
* No DNA (dupla-hélice) de todos os tipos celulares, a adenina (base púrica) pareia com a
timina (base pirimídica) e a guanina (base púrica) pareia com a citosina (base pirimídica).
Nesses DNAs, portanto, as quantidades de adenina e timina são iguais, bem como as de
guanina e citosina.
- AFIRMATIVA IV [“Nos procariontes, seres unicelulares mais simples, o DNA (material
genético) é um polinucleotídeo fita simples, enquanto, nos eucariontes, é um
polinucleotídeo do tipo dupla-hélice (modelo de Watson e Crick).”] – INCORRETA
* Tanto nos procariontes quanto nos eucariontes, o DNA é um polinucleotídeo do tipo dupla-
hélice (modelo de Watson e Crick).
- AFIRMATIVA V (“Em todos os tipos celulares, o DNA (material genético) é uma dupla-
hélice resultante de dois polinucleotídeos, ligados entre si por suas bases, através de
pontes de hidrogênio entre pares de bases específicas: a adenina emparelha-se com a
timina, e a guanina, com a citosina.”) – CORRETA
* Em todos os tipos celulares, o DNA é uma dupla-hélice constituída por duas cadeias (ou fitas)
polinucleotídicas, unidas por pontes de hidrogênio que se formam entre as bases. Nessa dupla-
hélice a adenina pareia com a timina e a guanina com a citosina. Entre a adenina e a timina se
formam 2 pontes e entre guanina e citosina se formam 3 pontes, como se pode ver na figura
abaixo.

13. (UFV) A sequência de nucleotídeos 3′……ATGGATTAG……5′ de uma fita de DNA após


ser transcrita e traduzida irá codificar para qual peptídeo?
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a) –Tir–Leu–Ile–.*
b) –Leu–Ile–His–.
c) –Cis–Leu–Ile–.
d) –Cis–Ile–His–.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“–Tir–Leu–Ile–.”)
JUSTIFICATIVA
- A partir da transcrição da sequência de DNA fornecida (3′……ATGGATTAG……5′) será
formado um RNA mensageiro com a seguinte sequência: 5′……UACCUAAUC……3′. Como a
tradução da mensagem, a exemplo da transcrição e da replicação do DNA,
sempre ocorrer no sentido 5’→ 3’, teremos (ver quadro do código genético
contido nesta questão):
* UAC – Tir (Tirosina).
* CUA – Leu (Leucina).
* AUC – Ile (Isoleucina).
- ALTERNATIVA A
- Para saber mais acerca do assunto contido nesta questão ver CÓDIGO GENÉTICO, matéria
publicada, no dia 15/11/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”

14. (FMJ) Uma mutação sem sentido muda um códon que especifica um aminoácido para um
códon de término de cadeia, enquanto uma mutação de sentido trocado muda um códon que
especifica um aminoácido por outro aminoácido diferente baseado no mecanismo do código
genético e na leitura da tabela abaixo, analise as afirmativas abaixo.
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Fen = Fenilalanina. Leu = Leucina. Ile = Isoleucina. Met = Metionina.


Val = Valina. Ser = Serina. Pro = Prolina. Tre = Treonina.
Ala = Alanina. Tir = Tirosina. His = Histidina. Gln = Glutamina.
Asn = Asparagina. Lis = Lisina. Asp = Ácido aspártico. Glu = Ácido glutâmico.
Cis = Cisteína. Trp = Triptofano. Arg = Arginina. Gli = Glicina.
I. As mutações de sentido trocado são mais frequentes, pois, dos 64 códons, apenas três
especificam o término da cadeia.
II. O número de mutações de sentido trocado possíveis é muito maior que o número de
mutações sem sentido possíveis.
III. Quase sempre as mutações sem sentido geram produtos gênicos não funcionais.
IV. As mutações sem sentido em genes essenciais são sempre letais nos homozigotos e
heterozigotos.
Está(ão) correta(s) a(s) alternativa(s):
a) I e III, apenas.
b) I, II e III, apenas.*
c) I e II, apenas.
d) I, II, III e IV.
e) II, apenas.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I, II e III, apenas.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“As mutações de sentido trocado são mais frequentes, pois, dos 64
códons, apenas três especificam o término da cadeia.”) – CORRETA
* Como se pode observar no quadro do código genético, contido nesta questão, dos 64 códons
apenas 3 (UAA, UAG e UGA), indicados, no referido quadro, pela palavra Fim, são de
terminação.
- AFIRMATIVA II (“O número de mutações de sentido trocado possíveis é muito maior que
o número de mutações sem sentido possíveis.”) – CORRETA
* Isto se deve ao fato de apenas 3 (UAA, UAG e UGA) códons, dos 64 possíveis serem sem
sentido.
- AFIRMATIVA III (“Quase sempre as mutações sem sentido geram produtos gênicos não
funcionais.”) – CORRETA
* Isto se deve ao fato de essas mutações, por gerarem códons finalizadores, promoverem o
término prematuro da cadeia em proteica em formação.
- AFIRMATIVA IV (“As mutações sem sentido em genes essenciais são sempre letais nos
homozigotos e heterozigotos.”) – INCORRETA
* Caso elas sejam recessivas não serão obrigatoriamente letais nos heterozigotos e sim nos
homozigotos.
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- Para saber mais acerca do assunto contido nesta questão ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria
publicada, no dia 15/04/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”

15. (PUCCAMP) A MÁQUINA A VAPOR: UM NOVO MUNDO, UMA NOVA CIÊNCIA.


1. As primeiras utilizações do carvão mineral verificaram-se esporadicamente até o século Xl;
ainda que não fosse sistemática, sua exploração ao longo dos séculos levou ao esgotamento
das jazidas superficiais (e também a fenômenos de poluição atmosférica, lamentados já no
século XIII). A necessidade de se explorarem jazidas mais profundas levou logo, já no século
XVII, a uma dificuldade: a de ter que se esgotar a água das galerias profundas. O esgotamento
era feito ou à força do braço humano ou mediante uma roda, movida ou por animais ou por
queda d’água. Nem sempre se dispunha de uma queda d’água próxima ao poço da mina, e o
uso de cavalos para este trabalho era muito dispendioso, ou melhor, ia contra um princípio que
não estava ainda formulado de modo explícito, mas que era coerentemente adotado na maior
parte das decisões produtivas: o princípio de se empregar energia não alimentar para obter
energia alimentar, evitando fazer o contrário. O cavalo é uma fonte de energia melhor do que o
boi, dado que sua força é muito maior, mas são maiores também suas exigências alimentares:
não se contenta com a celulose – resíduo da alimentação humana-, mas necessita de aveia e
trevos, ou seja, cereais e leguminosas; compete, pois, com o homem, se considera que a área
cultivada para alimentar o cavalo é subtraída da cultivada para a alimentação humana; pode-se
dizer, portanto, que utilizar o cavalo para extrair carvão é um modo de utilizar energia alimentar
para obter energia não alimentar. Daí a não economicidade de sua utilização, de modo que
muitas jazidas de carvão que não dispunham de uma queda d’água nas proximidades só
puderam ser exploradas na superfície. Ainda hoje existe certo perigo de se utilizar energia
alimentar para se obter energia não alimentar: num mundo que conta com um bilhão de
desnutridos, há quem pense em colocar álcool em motores de automóveis. Esta será uma
solução “econômica” somente se os miseráveis continuarem miseráveis.
2. Até a invenção da máquina a vapor, no fim do século XVII, o carvão vinha sendo utilizado
para fornecer o calor necessário ao aquecimento de habitações e a determinados processos,
como o trato do malte para preparação da cerveja, a forja e a fundição de metais. Já o trabalho
mecânico, isto é, o deslocamento de massas, era obtido diretamente de outro trabalho
mecânico: do movimento de uma roda d’água ou das pás de um moinho a vento.
3. A altura a que se pode elevar uma massa depende, num moinho a água, de duas
grandezas: o volume d’água e a altura de queda. Uma queda d’água de cinco metros de altura
produz o mesmo efeito quer se verifique entre 100 e 95 metros de altitude, quer se verifique
entre 20 e 15 metros. As primeiras considerações sobre máquinas térmicas partiram da
hipótese de que ocorresse com elas um fenômeno análogo, ou seja, que o trabalho mecânico
obtido de uma máquina a vapor dependesse exclusivamente da diferença de temperatura entre
o “corpo quente” (a caldeira) e o “corpo frio” (o condensador). Somente mais tarde o estudo da
termodinâmica demonstrou que tal analogia com a mecânica não se verifica: nas máquinas
térmicas, importa não só a diferença temperatura, mas também o seu nível; um salto térmico
entre 50°C e 0°C possibilita obter um trabalho maior do que o que se pode obter com um salto
térmico entre 100°C e 50°C. Esta observação foi talvez o primeiro indício de que aqui se
achava um mundo novo, que não se podia explorar com os instrumentos conceituais
tradicionais.
4. O mundo que então se abria à ciência era marcado pela novidade prenhe de consequências
teóricas: as máquinas térmicas, dado que obtinham movimento a partir do calor, exigiam que
se considerasse um fator de conversão entre energia térmica e trabalho mecânico. Aí, ao
estudar a relação entre essas duas grandezas, a ciência defrontou-se não só com um princípio
de conservação, que se esperava determinar, mas também com um princípio oposto. De fato, a
energia, a “qualquer coisa” que torna possível produzir trabalho – e que pode ser fornecida pelo
calor, numa máquina térmica, ou pela queda d’água, numa roda/turbina hidráulica, ou pelo trigo
ou pela forragem, se são o homem e o cavalo a trabalhar – a energia se conserva, tanto quanto
se conserva a matéria. Mas, a cada vez que a energia se transforma, embora não se altere sua
quantidade, reduz-se sua capacidade de produzir trabalho útil. A descoberta foi traumática:
descortinava um universo privado de circularidade e de simetria, destinado à degradação e à
morte.
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5. Aplicada à tecnologia da mineração, a máquina térmica provocou um efeito de feed-


back positivo: o consumo de carvão aumentava a disponibilidade de carvão. Que estranho
contraste! Enquanto o segundo princípio da termodinâmica colocava os cientistas frente à
irreversibilidade, à morte, à degradação, ao limite intransponível, no mesmo período histórico e
graças à mesma máquina, a humanidade se achava em presença de um “milagre”. Vejamos
como se opera este “milagre”: pode-se dizer que a invenção da máquina a vapor nasceu da
necessidade de exploração das jazidas profundas de carvão mineral; o acesso às grandes
quantidades de carvão mineral permitiu, juntamente com um paralelo avanço tecnológico da
siderurgia – este baseado na utilização do coque (de carvão mineral) – que se construíssem
máquinas cada vez mais adaptáveis a altas pressões de vapor. Era mais carvão para produzir
metais, eram mais metais para explorar carvão. Este imponente processo de desenvolvimento
parecia trazer em si uma fatalidade definitiva, como se, uma vez posta a caminho, a tecnologia
gerasse por si mesma tecnologias mais sofisticadas e as máquinas gerassem por si mesmas
máquinas mais potentes. Uma embriaguez, um sonho louco, do qual só há dez anos
começamos a despertar.
6. “Mais carvão se consome, mais há à disposição”. Sob esta aparência inebriante ocultava-se
o processo de decréscimo da produtividade energética do carvão: a extração de uma tonelada
de carvão no século XIX requeria, em média, mais energia do que havia requerido uma
tonelada de carvão extraída no século XVIII, e esta requererá mais energia do que uma
tonelada de carvão extraída no século XVII. Era como se a energia que se podia obter da
queima de uma tonelada de carvão fosse continuamente diminuindo.
7. Começava a revelar-se uma nova lei histórica, a lei da produtividade decrescente dos
recursos não renováveis; mas os homens ainda não estavam aptos a reconhecê-la.
(Laura Conti. Questo pianeta, Cap.10. Roma: Editori Riuniti, 1983. Traduzido e adaptado por
Ayde e Veiga Lopes)
O texto compara o cavalo com o boi como fonte de energia para o trabalho. Sobre esses dois
animais, fizeram-se as seguintes afirmações:
I. São mamíferos ruminantes.
II. Seus sucos digestivos não contêm celulase.
III. A digestão de celulose é efetuada por microrganismos simbiontes em ambos os animais.
IV. No cavalo, os microrganismos localizam-se no ceco intestinal, enquanto que no boi
localizam-se no estômago.
São corretas:
a) I, II e III, somente.
b) I, II e IV, somente.
c) I, III e IV, somente.
d) II, III e IV, somente.*
e) I, II, III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“II, III e IV, somente.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“São mamíferos ruminantes.”) – INCORRETA
* Cavalo não é ruminante. Dentre os ruminantes citamos o boi, o carneiro, o veado, a girafa, o
antílope, o camelo e a cabra.
- AFIRMATIVA II (“Seus sucos digestivos não contêm celulase.”) – CORRETA
* Os sucos digestivos do cavalo e do boi não possui, realmente, celulase (enzima que digere a
celulose).
- AFIRMATIVA III (“A digestão de celulose é efetuada por microrganismos simbiontes em
ambos os animais.”) – CORRETA
* Embora a celulose seja uma fonte essencial de alimento para diversos animais herbívoros,
como o cavalo e o boi, eles, paradoxalmente, são desprovidos de celulase, enzima que digere
a celulose. Essa função é desempenha por microrganismos simbiontes que habitam esses
animais.
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- AFIRMATIVA IV (“No cavalo, os microrganismos localizam-se no ceco intestinal, enquanto


que no boi localizam-se no estômago.”) – CORRETA
* Nos cavalos (não ruminantes), os microrganismos simbiontes, responsáveis pela digestão da
celulose, se localizam no ceco, porção inicial do intestino grosso, situado na junção com o
intestino delgado. O boi, a exemplo dos demais ruminantes (considerados animais
poligástricos), apresenta quatro câmaras gástricas denominadas rúmen ou pança; reticulo ou
barrete; omaso ou folhoso e abomaso ou coagulador. As três primeiras câmaras são
denominadas de pré-estômago, pois nelas não ocorre digestão química, apenas mecânica. O
abomaso, por outro lado, é conhecido como estômago verdadeiro, pois é o único
compartimento que possui enzimas utilizadas no processo de digestão química. No boi, como
nos demais ruminantes, os microrganismo produtores de celulose se localizam no abomaso,
considerado, como vimos acima, o verdadeiro estômago.

16. (PUCCAMP) Na época de Colombo, a batata era cultivada nas terras altas da América do
Sul e se tornou um dos mais importantes alimentos da Europa durante dois séculos,
fornecendo mais do que duas vezes a quantidade de calorias por hectare do que o trigo.
Atualmente, se o convidarem para saborear um belo cozido português, certamente a última
coisa que experimentará entre as iguarias do prato será a batata, pois ao ser colocada na boca
sempre parecerá mais quente. … Mas será que ela está sempre mais quente, uma vez que
todos os componentes do prato foram cozidos juntos e saíram ao mesmo tempo da panela?
(Adaptado de P. H. Raven, et all: Biologia Vegetal. Guanabara: Koogan-2001 e Anibal
Figueiredo e Maurício Pietrocola. “Física – um outro lado – Calor e temperatura”. São Paulo:
FTD, 1997)
Quando se come um cozido, as batatas e a carne começam a ser digeridas, respectivamente:
a) No estômago e na boca.
b) Na boca e no estômago.*
c) Na boca e no duodeno.
d) No estômago e no duodeno.
e) No duodeno e no estômago.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Na boca e no estômago.”)
JUSTIFICATIVA
* A batata começa a ser digerida na boca, graças à ptialina (amilase salivar), que transforma o
amido (polissacarídeo) em maltose (dissacarídeo). A carne (proteína) começa a ser digerida no
estômago, graças às enzimas proteolíticas (pepsina e gastricsina) contidas no suco gástrico.

17. (PUCCAMP) Uma determinada enzima, retirada de um órgão do aparelho digestivo de um


mamífero, foi distribuída igualmente em 8 tubos de ensaio. O tipo de alimento e o pH de cada
tubo estão informados na tabela a seguir.

Tubos de Alimentos
pH
ensaio adicionados
I Pão 12,0
II Pão 7,0
III Carne 3,0
IV Carne 7,0
V Arroz 12,0
VI Arroz 3,0
VII Ovo 12,0
VIII Ovo 7,0
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Os tubos de ensaio foram mantidos a 37°C e após 10 horas observou-se digestão do alimento
apenas no tubo III. Com base nesses dados, é possível concluir que a enzima utilizada e o
órgão de onde foi retirada são, respectivamente:
a) Amilase pancreática e intestino.
b) Maltase e estômago.
c) Tripsina e intestino.
d) Ptialina e boca.
e) Pepsina e estômago.*
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Pepsina e estômago.”)
JUSTIFICATIVA
* Os dados fornecidos, que têm carne como alimento (digestão proteica), e pH 3,0 (ácido) nos
leva à alternativa E (pepsina como enzima e estômago como órgão de digestão).

18. (UEL) Muitos vertebrados apresentam notáveis modificações estruturais no aparelho


digestório, de forma que seja possível aproveitar mais eficientemente os recursos alimentares.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir:
I. O papo do pardal é uma parte dilatada do estômago no qual ocorrem acúmulo e digestão
química do alimento, permitindo, desta forma, servi-lo já digerido aos seus filhotes.
II. O intestino do tubarão-branco é relativamente curto, mas, para aumentar a superfície de
absorção de nutrientes por esse órgão, apresenta uma estrutura conhecida como válvula
espiral.
III. A ausência de dentes nas aves restringe a exploração de diferentes itens alimentares,
limitando o número de grupos tróficos nessa classe, ao contrário do que ocorre nos mamíferos,
que apresentam dentes.
IV. Carneiros apresentam estômago dividido em quatro câmaras e uma associação
mutualística com microrganismos produtores de celulase.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“II e IV.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“O papo do pardal é uma parte dilatada do estômago no qual ocorrem
acúmulo e digestão química do alimento, permitindo, desta forma, servi-lo já digerido aos seus
filhotes.”) – INCORRETA
* O papo ou inglúvio é uma dilatação presente na parte anterior do tubo digestório,
especializada no armazenamento e umedecimento do alimento a ser digerido.
- AFIRMATIVA II (“O intestino do tubarão-branco é relativamente curto, mas, para aumentar a
superfície de absorção de nutrientes por esse órgão, apresenta uma estrutura conhecida como
válvula espiral.”) – CORRETA
* O tubarão-branco, que é um condricte (peixe cartilaginoso), apresenta, no seu intestino, a
válvula espiral, que tem como função aumentar a superfície de absorção dos nutrientes.
- AFIRMATIVA III (“A ausência de dentes nas aves restringe a exploração de diferentes itens
alimentares, limitando o número de grupos tróficos nessa classe, ao contrário do que ocorre
nos mamíferos, que apresentam dentes.”) – INCORRETA
* A ausência de dentes nas aves não impede que elas explorem diferentes itens alimentares,
tanto é que elas podem ser herbívoras, carnívoras ou onívoras. No caso das onívoras, em
particular, elas têm alimentação variada, como ocorre, por exemplo, na espécie humana.
Ressaltamos que a estrutura do tubo digestivo das aves varia de acordo com a sua dieta
alimentar.
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- AFIRMATIVA IV (“Carneiros apresentam estômago dividido em quatro câmaras e uma


associação mutualística com microrganismos produtores de celulase.”) – CORRETA
* Os carneiros, como os demais ruminantes (boi, veado, girafa, antílope, camelo e cabra,
dentre outros), considerados animais poligástricos, apresentam quatro câmaras gástricas
denominadas: rúmen ou pança; reticulo ou barrete; omaso ou folhoso e abomaso ou
coagulador. As três primeiras são denominadas de pré-estômago, pois nelas não ocorre
digestão química, apenas mecânica. O abomaso, por outro lado, é conhecido como estômago
verdadeiro, pois é a única das quatro câmaras que possui enzimas utilizadas no processo de
digestão química. Embora a celulose seja uma fonte essencial de alimento para os ruminantes,
bem como os herbívoros em geral, eles, paradoxalmente, são desprovidos de celulase, enzima
que digere a celulose. Essa enzima é produzida por microrganismos mutualistas que habitam
esses animais. Nos ruminantes, em particular, esses microrganismos se localizam no
abomaso, considerado, como vimos acima, o verdadeiro estômago desses animais.

19. (UNIMONTES) Aparelho digestivo ou sistema digestório, como recomenda a nova


nomenclatura, é composto de uma série de órgãos tubulares interligados, formando um único
tubo que se estende desde a boca até o ânus. Alguns órgãos que compõem esse sistema
estão evidenciados na figura abaixo. Observe-a:

Considerando a figura e o assunto abordado, analise as alternativas abaixo e assinale a que


representa o órgão em que é produzida a enzima pepsina.
a) II.
b) III.*
c) IV.
d) I.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“III.”)
JUSTIFICATIVA
* A pepsina compõe o suco gástrico que é produzido pelo estômago (órgão III).

20. (UFU) OBSERVE A FIGURA ABAIXO


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Adaptado de CESAR e SEZAR. São Paulo: Saraiva, 2003, v. 2.


Essa figura mostra um segmento do sistema digestório humano. No interior dos retângulos, os
números correspondem a hormônios ou a outras substâncias produzidas por componentes
desse sistema. Assim, os números 1, 2, 3 e 4 correspondem, respectivamente, à
a) colecistocinina, gastrina, bile e secretina.
b) gastrina, bile, secretina e colecistocinina.
c) secretina, colecistocinina, gastrina e bile.
d) gastrina, bile, colecistocinina e secretina.*
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“gastrina, bile, colecistocinina e secretina.”)
JUSTIFICATIVA
1. Gastrina
* Local de produção: estômago.
* Estímulo para produção: alimentos no estômago.
* Efeitos: estimula a secreção e a motilidade gástrica.
2. Bile
* Local de produção: fígado.
* Local de armazenamento: vesícula biliar.
* Estímulo para produção: quimo ácido e lipídios no duodeno.
* A bile não possui enzimas digestivas.
* Ação: emulsionar as gorduras, transformando-as em minúsculas gotículas que se misturam
com a água e formam uma emulsão. Isto aumenta bastante a superfície de contanto dos
lipídios com a lipase, facilitando a sua ação.
3. Colecistocinina
* Local de produção: intestino delgado.
* Estímulo para produção: lipídios e peptonas no duodeno.
* Efeitos: estimula a secreção de enzimas pancreáticas, de bile e de suco entérico.
4. Secretina
* Local de produção: intestino delgado.
* Estímulo para produção: acidez do quimo no duodeno.
* Efeitos: estimula a secreção de suco pancreático rico em bicarbonatos; estimula a produção
de bile pelo fígado; inibe a secreção e a motilidade gástrica (fracamente); estimula a secreção
entérica.

21. (VUNESP) Em um laboratório, quatro ratos foram submetidos a cirurgias experimentais no


pâncreas, conforme descrição a seguir:
Rato I: remoção total do pâncreas.
Rato II: obstrução total dos canais pancreáticos.
Rato III: destruição das células de Langerhans.
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Rato IV: abertura do abdome, mas o pâncreas permaneceu intocado.


Após as cirurgias, provavelmente:
a) Os ratos I e II serão prejudicados apenas no processo digestivo.
b) Os ratos II e III terão insuficiência de apenas determinados hormônios produzidos pelo
pâncreas.
c) Os ratos III e IV não receberão determinados hormônios e desenvolveram diabetes mellitus.
d) Os ratos I e III deixarão de receber certas enzimas digestivas e ficarão privados de
determinados hormônios.
e) Apenas o rato I ficará prejudicado em suas funções digestivas e hormonais.
- O pâncreas (figura abaixo) tem função exócrina e endócrina, sendo, portanto, uma
glândula anfícrina ou mista. A função exócrina é executada pelos ácinos pancreático
que secretam o suco pancreático, dotado de enzimas digestivas. Desses ácinos,
partem finos ductos secretores que se unem formando o ducto pancreático. O suco
pancreático atua, juntamente com a bile (secretada pelo fígado) e com o suco entérico
(secretado pelo intestino delgado), da digestão entérica, que se processa no intestino
delgado. A atividade endócrina é realizada pelas ilhotas de Langerhans (ilhotas
pancreáticas) descobertas em 1896 por Paul Langerhans, originando daí seu nome.
Nessas ilhotas se destacam três importantes tipos de células (alfa, beta e delta). As
betas, em maior número (constituem cerca de 60% do número total de células dessas
ilhotas) secretam insulina que tem efeito hipoglicemiante (redução do nível de glicose
no sangue). As células alfa, que constituem cerca de 25% do número total de células
das ilhotas de Langerhans, secretam glucagon, que tem, ao contrário da insulina,
efeito hiperglicemiante (aumento do nível de glicose sanguínea). Como se pode
constatar, a insulina e o glucagon são hormônios relacionados com o metabolismo da
glicose. As células delta, em menor quantidade que as duas citadas (constituem cerca
de 10% do total das células das ilhotas pancreáticas), respondem pela secreção de
somatostatina. Dentre os efeitos da somatostatina, destacamos: (a) atuar localmente
no interior das ilhotas de Langerhans deprimindo a secreção de insulina e glucagon;
(b) diminuir a motilidade do estômago, duodeno e vesícula biliar; (c) reduzir tanto a
secreção quanto a absorção no trato gastrintestinal. Lembramos que a somatostatina
é a mesma substância química conhecida como hormônio de inibição do hormônio de
crescimento, secretado pelo hipotálamo, que suprime a secreção do hormônio de
crescimento pela adenohipófise. Ressaltamos que há, ainda, um quarto tipo de célula
nas ilhotas pancreáticas (que representa cerca de 1% das células dessas ilhotas),
denominada células PP que é responsável pela secreção de um polipeptídeo
pancreático, que inibe o pâncreas exócrino.

ALTERNATIVA CORRETA: E
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(“Apenas o rato I ficará prejudicado em suas funções digestivas e hormonais.”)


JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Os ratos I e II serão prejudicados apenas no processo digestivo.”) –
INCORRETA
* O rato I (“Rato I: remoção total do pâncreas.”) será prejudicado também em termos de função
hormonal, pois não há produção de insulina/glucagon pelas ilhotas de Langerhans.
- ALTERNATIVA B (“Os ratos II e III terão insuficiência de apenas determinados hormônios
produzidos pelo pâncreas.”) – INCORRETA
* O rato II (“Rato II: obstrução total dos canais pancreáticos.”) sofrerá problemas digestivos,
devido à obstrução da passagem do suco pancreático rico em enzimas digestivas que atuam
no duodeno.
- ALTERNATIVA C (“Os ratos III e IV não receberão determinados hormônios e
desenvolveram diabetes mellitus.”) – INCORRETA
* O rato IV (“Rato IV: abertura do abdome, mas o pâncreas permaneceu intocado.”) não
desenvolverá diabetes mellitus.
- ALTERNATIVA D (“Os ratos I e III deixarão de receber certas enzimas digestivas e ficarão
privados de determinados hormônios.”) – INCORRETA
* Conquanto o rato I (“Rato I: remoção total do pâncreas.”) vá desenvolver deficiência de
enzimas digestivas e de certos hormônios, o rato III (“Rato III: destruição das células de
Langerhans.”) não vai deixar de receber enzimas digestivas, porque é a porção exócrina do
pâncreas que responde pela produção do suco pancreático. Como o pâncreas exócrino e os
ductos pancreáticos estão preservados, o rato III não tem sua função enzimática digestiva
comprometida.
- ALTERNATIVA E (“Apenas o rato I ficará prejudicado em suas funções digestivas e
hormonais.”) – CORRETA
* Pelo exposto, constata-se que apenas o rato I (“Rato I: remoção total do pâncreas.”) ficará
prejudicado em suas funções digestivas e hormonais.
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DÉCIMA-PRIMEIRA BATERIA

01. (UEPG) No Brasil, em 2005, foram realizadas com sucesso, três microcirurgias
reconstrutivas para a regeneração de nervos da mão e do braço de pacientes acidentados,
com a utilização de células-tronco de suas próprias medulas ósseas vermelhas, retiradas dos
ossos da bacia. Sobre células-tronco, assinale o que for incorreto.
a) As células-tronco são diferenciadas, com potencialidade para dar origem aos mais diversos
tipos de células especializadas.
b) As células-tronco de indivíduos adultos têm menor potencial de diferenciação do que as
células-tronco embrionárias.
c) São exemplos de células-tronco as células da medula óssea vermelha, que produzem as
células sanguíneas. Neste caso, as células da linhagem linfoide produzem os linfócitos e as
mieloides dão origem aos demais leucócitos e às hemácias.
d) As células-tronco podem ser obtidas a partir do sangue do cordão umbilical conservado sob
resfriamento, para eventual uso terapêutico pelo doador, futuramente.
e) As células-tronco embrionárias têm maior capacidade de diferenciação, são totipotentes,
podendo originar todos os tecidos corporais, desde que recebam tratamento especial para
orientar a diferenciação em determinado tipo de tecido.
- CÉLULAS-TRONCO (“STEM CELL”): essas células diferem de outras células do organismo
por apresentarem, basicamente, três características: (a) são células indiferenciadas e não
especializadas; (b) são capazes de se multiplicar por longos períodos mantendo-se
indiferenciadas, de forma que um pequeno número pode originar uma grande população de
células semelhantes; (c) são capazes de se diferenciar em células especializadas de um tecido
particular. Em essência, elas são capazes de realizar “divisões assimétricas”, ou seja, podem
originar células que permanecem indiferenciadas, substituindo o “pool” de células tronco-
tronco, ou alternativamente podem se diferenciar em células especializadas. Mediante um
estímulo elas podem diferenciar-se em células maduras e funcionais dos tecidos. A figura
abaixo representa um grupo de células-tronco às quais foram adicionados fatores de
crescimento e outros “insumos” necessários ao desenvolvimento e à reprodução celular.
Observa-se a formação, a partir delas, de células musculares, células sanguíneas e células
nervosas.
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- CLASSIFICAÇÃO DAS CÉLULAS-TRONCO


I. De acordo com o nível de plasticidade (capacidade de células-tronco de um tecido originar
células diferenciadas de outros tecidos, indicando, em última análise, a sua potência), as
células-tronco podem ser totipotentes, pluripotentes e multipotentes.
Ia. Totipotentes: são capazes de originar todas as células do organismo, além das células que
suportam o desenvolvimento do embrião no útero (presentes na placenta e nos anexos
embrionários). Apresentam uma grande capacidade de multiplicação e especialização e são
efêmeras, desaparecendo poucos dias após a fertilização. Elas são representadas pela célula
ovo e pelas células originárias das primeiras divisões do zigoto. Constituindo, em última
análise, o primeiro grupo de até 32 células, que se formam nas primeiras 72 horas após a
fecundação. Neste momento, não é possível identificar, nesse grupo de células, qualquer
diferenciação de tecido específico. As células totipotentes são as únicas que permitem a
formação de um indivíduo completo.
Ib. Pluripotentes: são capazes de se diferenciar em quaisquer tipos de células, exceto as da
placenta e dos anexos embrionários. Incluem células derivadas do embrião, quando
apresentam 32-64 células aproximadamente a partir do 5º dia de vida, fase considerada como
blastocisto, bem como do feto. Apesar de existirem em menor número, as células-tronco
pluripotentes estão presentes, também, em indivíduos adultos. Dessa forma, elas são capazes
de formar qualquer tipo de tecido sem, no entanto, originar um organismo completo, visto que
não podem gerar a placenta e outros tecidos de apoio ao feto.
Ic. Multipotentes: são capazes de se transformar em um número limitado de células, sendo
direcionadas a formar uma determinada linhagem celular. Como exemplos citamos as células-
tronco hematopoiéticas da medula óssea (formadoras de sangue), as célula-tronco
mesenquimatosas (formadoras de diferentes células do tecido conjuntivo) e as da pele
(capazes de produzir quaisquer tipos de células da pele).
II. De acordo com a origem, as células-tronco podem ser distribuídas em dois grupos:
embrionárias e adultas.
IIa. Embrionárias: tipo de célula-tronco capaz de originar todos os tipos de tecidos de um
indivíduo adulto que cresce in vitro na forma de linhagens celulares derivadas de embriões.
São dotadas de grande plasticidade e apresentam características essenciais, como uma
ilimitada capacidade de proliferação indiferenciada in vitro. Elas são obtidas de embriões
descartados em clínicas de fertilidade e que não são implantados no útero nem destruídos pela
clínica. Essas células, desde que cultivadas em condições determinadas, podem se diferenciar
em qualquer tipo celular do corpo humano, daí a ideia de se usar a terapia celular para o
tratamento de várias doenças degenerativas até então incuráveis.
IIb. Adultas: tipo de célula-tronco obtida de tecidos após a fase embrionária (feto, recém-
nascido e adulto), sendo, portanto, encontradas em vários órgãos e tecidos no indivíduo adulto,
onde participam da homeostase tecidual, gerando novas células devido à renovação fisiológica
ou em resposta a uma injúria. As células-tronco adultas até agora isoladas em humanos são
tecido específicas, ou seja, têm a capacidade de diferenciação limitada a um único tipo de
tecido ou a alguns poucos tecidos relacionados. Elas possuem, portanto, menor potencial de
diferenciação que as células-tronco embrionárias. Dessa forma, boa parte dos tecidos
humanos não pode ser obtida a partir delas. As células-tronco adultas são raras e difíceis de
identificar e purificar.
- CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS (FORMADORAS DE SANGUE): as primeiras
células-tronco adultas identificadas e bem caracterizadas foram as progenitoras das células do
sangue. As células maduras sanguíneas executam funções essenciais para a manutenção da
vida: os eritrócitos (glóbulos vermelhos) transportam oxigênio; os neutrófilos e monócitos
defendem o organismo contra microrganismo; os linfócitos são intermediários nos processos de
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imunização e as plaquetas participam da hemostasia (coagulação), que se contrapõe à perda


sanguínea após lesão de vaso ou tecido. Já na década de 1940 sabia-se que na medula óssea
existem células indiferenciadas que repõem as células maduras do sangue que vão sendo
eliminadas. Essas células-tronco hematopoiéticas (formadoras de sangue) são raras (menos
de 1 em 10.000 células) e, por isso, sua identificação morfológica sempre foi muito difícil. Além
de se localizarem na medula óssea, elas estão presentes, em número restrito, na circulação
periférica, em especial no sangue do feto. No momento do nascimento, o sangue fetal retido na
placenta após a secção do cordão umbilical (sangue de cordão umbilical ou, mais
propriamente, sangue placentário) pode ser recuperado e constitui uma fonte rica dessas
células, que podem ser usadas para fins terapêuticos. Em muitos países existem programas
especiais para coletar o sangue das placentas após o parto e armazená-lo para uso terapêutico
em transplante (bancos de sangue de cordão).
- Utilizadas há décadas no transplante de medula óssea para tratar leucemia e outras doenças
do sangue, as células-tronco são, atualmente, vistas como uma possível solução para diversos
males. O crescimento das pesquisas com células-tronco embrionárias trará, sem dúvida,
grandes benefícios para a humanidade.
ALTERNATIVA INCORRETA: A
(“As células-tronco são diferenciadas, com potencialidade para dar origem aos mais diversos
tipos de células especializadas.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“As células-tronco são diferenciadas, com potencialidade para dar origem
aos mais diversos tipos de células especializadas.”) – INCORRETA
* As células-tronco são indiferenciadas.
- ALTERNATIVA B (“As células-tronco de indivíduos adultos têm menor potencial de
diferenciação do que as células-tronco embrionárias.”) – CORRETA
* Enquanto as células-tronco embrionárias são capazes de originar todos os tipos de tecidos de
um indivíduo adulto, as células-tronco adultas são tecido específicas, ou seja, têm a
capacidade de diferenciação limitada a um único tipo de tecido ou a alguns poucos tecidos
relacionados. As células-tronco adultas possuem, portanto, menor potencial de diferenciação
que as células-tronco embrionárias.
- ALTERNATIVA C (“São exemplos de células-tronco as células da medula óssea vermelha,
que produzem as células sanguíneas. Neste caso, as células da linhagem linfoide produzem os
linfócitos e as mieloides dão origem aos demais leucócitos e às hemácias.”) – CORRETA
* As células-tronco hematopoiéticas (formadoras de sangue) foram as primeiras células-tronco
adultas identificadas e bem caracterizadas. Neste contexto, as células da linhagem linfoide
produzem os linfócitos (intermediários nos processos de imunização) e as mieloides originam
os demais leucócitos e as hemácias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos) que atuam no
transporte dos gases respiratórios.
- ALTERNATIVA D (“As células-tronco podem ser obtidas a partir do sangue do cordão
umbilical conservado sob resfriamento, para eventual uso terapêutico pelo doador,
futuramente.”) – CORRETA
* Além de se localizarem na medula óssea, as células-tronco hematopoiéticas (formadoras de
sangue) estão presentes, em número restrito, na circulação periférica, em especial no sangue
do feto. No momento do nascimento, o sangue fetal retido na placenta após a secção do
cordão umbilical (sangue de cordão umbilical ou, mais propriamente, sangue placentário) pode
ser recuperado e constitui uma fonte rica em células-tronco, que podem ser usadas para fins
terapêuticos.
- ALTERNATIVA E (“As células-tronco embrionárias têm maior capacidade de diferenciação,
são totipotentes, podendo originar todos os tecidos corporais, desde que recebam tratamento
especial para orientar a diferenciação em determinado tipo de tecido.”) – CORRETA
* As células-tronco embrionárias são dotadas de grande plasticidade, que é capacidade de
células-tronco de um tecido originar células diferenciadas de outros tecidos. Desde que
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cultivadas em condições determinadas, as células-tronco embrionárias podem se diferenciar


em qualquer tipo celular do corpo humano.

02. (UFAL) Um grupo de enzimas, extraídas de bactérias e capazes de cortar a dupla-hélice


de DNA, constitui a principal ferramenta empregada na manipulação do DNA; tais enzimas são
comparadas a tesouras moleculares (Figura 1). Em comparações de material genético de
diferentes pessoas, uma técnica laboratorial muito empregada é a da eletroforese (Figura 2).
Resultados da eletroforese de fragmentos de DNA obtidos com o emprego de certa enzima,
para amostras de sangue de uma criança (C), de sua mãe (M) e de seu suposto pai (P), podem
ser observados na figura 3. Com base nos dados apresentados acima e nas informações
constantes nas figuras abaixo, assinale a alternativa correta.

a) Endonucleases é a denominação dada a essas enzimas, que são capazes de cortar, em


pontos específicos, a dupla-hélice do DNA.
b) Uma enzima desse grupo tem alto grau de eficiência e pode cortar uma molécula de DNA
em fragmentos de diferentes tamanhos, como no exemplo,
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c) Cada molécula de DNA, independentemente de seu tamanho molecular, quando cortada por
uma enzima de que trata a questão, resulta em até dez fragmentos de DNA.
d) Na separação eletroforética dos vários fragmentos que compõem a amostra do DNA, a
velocidade com que cada fragmento de DNA se desloca no substrato (gelatina), a partir do
ponto de aplicação da amostra, é diretamente proporcional ao seu tamanho.
e) Todos os tipos de fragmentos de DNA da criança devem estar presentes em seus genitores;
fragmentos de DNA presentes na amostra de sua mãe podem não estar presentes na amostra
da criança.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Todos os tipos de fragmentos de DNA da criança devem estar presentes em seus genitores;
fragmentos de DNA presentes na amostra de sua mãe podem não estar presentes na amostra
da criança.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Endonucleases é a denominação dada a essas enzimas, que são capazes
de cortar, em pontos específicos, a dupla-hélice do DNA.”) – INCORRETA
* Endonuclease, com consta nesta alternativa, é uma denominação genérica atribuída a
enzimas que clivam a ligação fosfodiéster dentro de um polinucleotídeo de uma cadeia, em
contraste com a exonuclease que cliva ligações fosfodiester no final da cadeia de
polinucleotídeos. Algumas endonucleases têm, inclusive, ações em RNA, sendo, nestes casos,
denominadas endoribonucleases. As endonucleases constituem, portanto, um grupo de
enzimas que catalisam a hidrólise de ligações fosfodiéster tanto no DNA como no RNA. A
denominação correta seria enzima restrição (“tesoura molecular”) ou endonuclease de restrição
e não apenas endonuclease, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA B (“Uma enzima desse grupo tem alto grau de eficiência e pode cortar uma
molécula de DNA em fragmentos de diferentes tamanhos, como no exemplo,”) – INCORRETA
* Cada enzima de restrição reconhece pontos específicos do DNA, e não diferentes pontos,
como mostra a figura desta alternativa. Atente que a alternativa B se refere a uma enzima
(“Uma enzima.... “) e não a várias enzimas. São conhecidas, atualmente, centenas dessas
enzimas entre as quais citamos: Bam HI (Bacillus amyloliquefaciens H), Eco RI (Escherichia
coli RY 13), Hind III (Haemophilus influenzae Rd), Aha III (Aphanothece halophytica), Hae III
(Haemophilus aegypitius) e Taq I (Thermus aquaticus YTI) [denominações derivadas das
fontes bacterianas]. Elas são isoladas das bactérias, comercializadas por grandes empresas da
área de Biologia Molecular e cortam o DNA dentro de uma sequência específica de 4 a 8 pares
de bases (pb), denominada sequência de reconhecimento (sítio de restrição). Dessa forma,
moléculas idênticas de DNA, quando tratadas com determinada endonuclease de restrição, são
cortadas nos mesmos pontos, gerando fragmentos de mesmo tamanho, com duas
extremidades adesivas. O quadro abaixo mostra a sequência de reconhecimento (sequência
de corte no DNA) de três dessas enzimas (Bam HI, Eco RI e Hin dIII).
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- ALTERNATIVA C (“Cada molécula de DNA, independentemente de seu tamanho molecular,


quando cortada por uma enzima de que trata a questão, resulta em até dez fragmentos de
DNA.”) – INCORRETA
* Cada molécula de DNA cortada por uma enzima de restrição resulta em um conjunto de
fragmentos, mas sem que haja essa obrigatoriedade de que sejam 10 fragmentos, como
consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA D (“Na separação eletroforética dos vários fragmentos que compõem a
amostra do DNA, a velocidade com que cada fragmento de DNA se desloca no substrato
(gelatina), a partir do ponto de aplicação da amostra, é diretamente proporcional ao seu
tamanho.”) – INCORRETA
* A velocidade com que cada fragmento de DNA se desloca na eletroforese não é diretamente
proporcional ao seu tamanho.
- ALTERNATIVA E (“Todos os tipos de fragmentos de DNA da criança devem estar presentes
em seus genitores; fragmentos de DNA presentes na amostra de sua mãe podem não estar
presentes na amostra da criança.”) – CORRETA
* Como a criança recebe metade de suas moléculas de DNA de sua mãe e metade de seu pai,
todos os fragmentos de DNA da criança devem estar presentes em seus genitores. Observa-
se, entretanto, que nem todos os fragmentos de DNA, revelados para sua mãe, via análise
eletroforética, estarão presentes na criança, visto que, como descrito acima, metade provém do
pai.

03. (UFJF) As principais proteínas responsáveis pela transição de fases do ciclo celular são
chamadas de quinases dependentes de ciclina (CDKs). Com o objetivo de inibir a atividade da
CDK de milho pesquisadores desenvolveram plantas transgênicas que continham um alelo
mutante que codifica essa CDK sem a capacidade de transferir P para outras proteínas. Dentre
as várias plantas transgênicas obtidas, os pesquisadores selecionaram uma planta na qual um
dos alelos selvagens que codifica a CDK funcional foi substituído pelo alelo mutante. Esses
pesquisadores se surpreenderam ao observar que essa planta heterozigota já apresentava
atividade de CDK completamente inibida, porque:
a) Como as plantas transgênicas heterozigotas apresentam dois alelos selvagens, a proteína
CDK não deveria estar completamente inibida nessas plantas.
b) O resultado obtido demonstrou que o alelo mutante introduzido na planta transgênica era
dominante em relação ao alelo selvagem, justificando o seu fenótipo.
c) O resultado obtido demonstrou que o alelo mutante introduzido na planta transgênica era
recessivo em relação ao alelo selvagem, justificando o seu fenótipo.
d) Nas plantas transgênicas homozigotas, somente o alelo mutante estaria presente e, assim, a
proteína CDK não seria completamente inibida nessas plantas.
e) O resultado obtido demonstrou que as plantas transgênicas perderam o alelo selvagem e,
por isso, a CDK estava completamente inibida nessas plantas.
ALTERNATIVA CORRETA: B
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(“O resultado obtido demonstrou que o alelo mutante introduzido na planta transgênica era
dominante em relação ao alelo selvagem, justificando o seu fenótipo.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Como as plantas transgênicas heterozigotas apresentam dois alelos
selvagens, a proteína CDK não deveria estar completamente inibida nessas plantas.”) –
INCORRETA
* As plantas transgênicas heterozigotas apresentam um alelo selvagem e um alelo mutante.
Ver no enunciado (“... , os pesquisadores selecionaram uma planta na qual um dos alelos
selvagens que codifica a CDK funcional foi substituído pelo alelo mutante. ...”)
- ALTERNATIVA B (“O resultado obtido demonstrou que o alelo mutante introduzido na planta
transgênica era dominante em relação ao alelo selvagem, justificando o seu fenótipo.”) –
CORRETA
* O resultado da pesquisa mostrou, realmente, que o alelo introduzido na planta transgênica
era dominante em relação ao selvagem. Ver no enunciado (“ ... Esses pesquisadores se
surpreenderam ao observar que essa planta heterozigota já apresentava atividade de CDK
completamente inibida, ...”).
- ALTERNATIVA C (“O resultado obtido demonstrou que o alelo mutante introduzido na planta
transgênica era recessivo em relação ao alelo selvagem, justificando o seu fenótipo.”) –
INCORRETA
* O resultado da pesquisa mostrou que o alelo introduzido na planta transgênica era dominante
em relação ao selvagem e não recessivo como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA D (“Nas plantas transgênicas homozigotas, somente o alelo mutante estaria
presente e, assim, a proteína CDK não seria completamente inibida nessas plantas.”) –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, se apenas o alelo mutante está presente a
proteína CDK seria inibida.
- ALTERNATIVA E (“O resultado obtido demonstrou que as plantas transgênicas perderam o
alelo selvagem e, por isso, a CDK estava completamente inibida nessas plantas.”) –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, as plantas transgênicas não perderam o alelo
selvagem. Ver enunciado (“ ... , os pesquisadores selecionaram uma planta na qual um dos
alelos selvagens que codifica a CDK funcional foi substituído pelo alelo mutante. ...”)
04. (UFJF) Os testes de paternidade utilizando grupos sanguíneos foram praticamente
abandonados por não permitirem confirmar a paternidade, mas sim negá-la. Atualmente testes
mais sofisticados, com 99,9% de confiabilidade, permitem confirmar a paternidade. Tais testes
são realizados com:
a) Segmentos de DNAr, que sintetizam a mensagem proteica, ou seja, gene da mãe, do
possível pai e da criança.
b) Segmentos de DNAm que enviam a mensagem proteica, ou seja, gene da mãe, do possível
pai e da criança.
c) Segmentos de DNAc que são as proteínas, ou seja, gene da mãe, do possível pai e da
criança.
d) Segmentos de DNA que não codificam proteínas, ou seja, repetições de DNA que não são
genes e que são metade da mãe e metade do possível pai, formando o DNA da criança.
- DNAr (DNA nucleolar): DNA que codifica o RNAr (RNA ribossomal).
- DNAm (DNA mitocondrial): DNA circular presente na matriz mitocondrial.
- DNAc (DNA complementar): molécula de DNA copiada de uma molécula de RNAm pela
transcriptase reversa e que, portanto, não apresenta os introns presentes no DNA genômico.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Segmentos de DNA que não codificam proteínas, ou seja, repetições de DNA que não são
genes e que são metade da mãe e metade do possível pai, formando o DNA da criança.”)
JUSTIFICATIVA
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* Para a realização do teste de DNA, são usadas repetições de DNA presentes no DNA não
codificante de um indivíduo, denominadas VNTR’s (variable number tandem repeat), que é
característica de cada pessoa. Elas são herdadas pelos princípios mendelianos e, em cada
pessoa, 50% é de origem paterna e 50% de origem materna, o que permite identificar se um
indivíduo é não progenitor de outro.

05. (PUC-RS)
RESPONDA ESTA QUESTÃO COM BASE NAS INFORMAÇÕES, FIGURA E AFIRMATIVAS
ABAIXO.
O Brasil é o segundo maior produtor de culturas biotecnológicas do mundo, atrás somente dos
Estados Unidos da América (ISAAA, 2009). Culturas biotecnológicas com ação inseticida,
como o Milho Bt, produzem uma toxina chamada de Bt, que age matando especificamente
insetos praga do milho. Dessa forma, é esperado que as plantas de Milho Bt promovam uma
elevada mortalidade nas populações naturais de insetos praga, levando a uma diminuição
dessas populações em curto prazo. Contudo, sabe-se que em longo prazo irão surgir insetos
praga resistentes a esta toxina Bt. A melhor estratégia para reduzir o aparecimento dessas
pragas resistentes é o uso de refúgios em lavoura com Milho Bt. O refúgio pode ser definido
como uma área cultivada com milho tradicional, na qual a praga alvo tenha condições de
sobrevivência e de reprodução.
A figura abaixo ilustra a estratégia dos refúgios.

Sobre essa situação, afirma-se:


I. A toxina Bt age como pressão de seleção para o surgimento de insetos praga sensíveis ao
Bt.
II. A relação que existe entre insetos tolerantes e insetos sensíveis ao Bt é a comensal.
III. O refúgio possibilita a produção de insetos praga e favorece o acasalamento ao acaso com
indivíduos provenientes de áreas com plantas Bt.
IV. A estratégia de utilizar refúgios reduz a probabilidade de que os insetos praga desenvolvam
resistência à proteína inseticida Bt.
Interpretando as informações, conclui-se que estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I, II e III.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“III e IV.”)
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- AFIRMATIVA I (“A toxina Bt age como pressão de seleção para o surgimento de insetos
praga sensíveis ao Bt.”) – INCORRETA
* A toxina Bt age eliminando os insetos praga, como consta no enunciado (“ ... toxina chamada
de Bt, que age matando especificamente insetos praga do milho. ... “) e não promovendo o
surgimento desses insetos.-
AFIRMATIVA II (“A relação que existe entre insetos tolerantes e insetos sensíveis ao Bt é a
comensal.”) – INCORRETA
* Trata-se de uma competição.
- AFIRMATIVA III (“O refúgio possibilita a produção de insetos praga e favorece o
acasalamento ao acaso com indivíduos provenientes de áreas com plantas Bt.”) – CORRETA
* Em face de o refúgio conter lavoura tradicional de milho (sem planta Bt), favorece a
proliferação de insetos pragas, bem como o acasalamento desses insetos com indivíduos
oriundos da área cultivada com milho Bt (lavoura biotecnológica).
- AFIRMATIVA IV (“A estratégia de utilizar refúgios reduz a probabilidade de que os insetos
praga desenvolvam resistência à proteína inseticida Bt.”) – CORRETA
* Esse é o objetivo do refugio, como se pode constar no enunciado da questão (“ . A melhor
estratégia para reduzir o aparecimento dessas pragas resistentes é o uso de refúgios ... “).

06. (PUC-MG) O esquema abaixo representa de forma resumida o processo utilizado na


clonagem do primeiro mamífero.

Como base no esquema e em outros conhecimentos sobre o assunto, assinale a afirmativa


incorreta.
a) Se a fusão de dois ovócitos de uma ovelha gerasse um descendente, esse deveria ser
geneticamente idêntico à doadora dos ovócitos.
b) O filhote produzido por esse processo deve apresentar DNA mitocondrial tanto da ovelha
Finn dorset quanto da ovelha Scottsh blackface.
c) Não é possível garantir que todas as características observáveis na ovelha doadora da
célula somática estejam presentes em seu descendente.
d) O filhote gerado pela ovelha Scottsh blackface é dito clone da ovelha Finn dorset por
apresentar o mesmo genoma nuclear que esta última.
AFIRMATIVA INCORRETA: A
(“Se a fusão de dois ovócitos de uma ovelha gerasse um descendente, esse deveria ser
geneticamente idêntico à doadora dos ovócitos.”)
JUSTFICATIVA
- AFIRMATIVA A (“Se a fusão de dois ovócitos de uma ovelha gerasse um descendente, esse
deveria ser geneticamente idêntico à doadora dos ovócitos.”) – INCORRETA
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* Em face de os ovócitos serem provenientes de meiose, processo que leva à formação de


células diferentes, devido ao crossing-over, a fusão de dois ovócitos deveria gerar indivíduos
geneticamente diferentes das ovelhas doadoras dos ovócitos.
- AFIRMATIVA B (“O filhote produzido por esse processo deve apresentar DNA mitocondrial
tanto da ovelha Finn dorset quanto da ovelha Scottsh blackface.”) – CORRETA
* A ovelha Finn dorset forneceu célula com citoplasma e núcleo (ver esquema), logo ela é
doadora de mitocôndria (presente no citoplasma) e genoma nuclear (presente no núcleo). A
ovelha Scottsh blackface, que forneceu citoplasma desprovido de núcleo, atua como doadora
de mitocôndria, mas não de genoma nuclear. Do exposto, conclui-se o filhote resultante desse
processo apresenta DNA mitocondrial das duas ovelhas citadas.
- AFIRMATIVA C (“Não é possível garantir que todas as características observáveis na ovelha
doadora da célula somática estejam presentes em seu descendente.”) – CORRETA
* Considerando-se o esquema, percebe-se que, embora o descendente tenha genoma nuclear
da ovelha Finn dorset (doadora de célula somática), ele possui DNA mitocondrial de ambas as
ovelhas. Dessa forma, não é possível garantir que todas as caracteristicas observáveis na
ovelha doadora de célula somática, estejam presentes no filhote.
- AFIRMATIVA D (“O filhote gerado pela ovelha Scottsh blackface é dito clone da ovelha Finn
dorset por apresentar o mesmo genoma nuclear que esta última.”) – CORRETA
* Os descendentes são clones do organismo doador de núcleo, no qual está presente o
genoma nuclear. No caso em questão, esse organismo é a Finn dorset, ovelha doadora de
célula somática dotada de núcleo.

07. (UFVJM) LEIA O TEXTO E ANALISE A FIGURA.


Uma ovelha foi produzida por meio de uma técnica em que se retira o núcleo de uma célula da
glândula mamária de um animal adulto. Em seguida esse núcleo é fundido, com a ajuda de
uma corrente elétrica, a um óvulo de outra ovelha que teve seu núcleo retirado. Esse óvulo é,
então, implantado no útero. Das 277 tentativas, apenas uma vingou: a Dolly. Um cientista está
cultivando células para clonar um mamífero, repetindo a técnica utilizada para gerar a Dolly.
Ele observou uma divisão celular em sua cultura, que aparece nesta ilustração.

Com base nessas informações, é correto afirmar que esse cientista pretende, com as células
dessa cultura, utilizar:
a) O núcleo, já que as células das glândulas mamárias possuem apenas um conjunto
cromossômico.
b) O citoplasma e descartar o núcleo, já que se trata de um óvulo cujo núcleo tem apenas um
genoma.
c) Os cromossomos dos óvulos, já que eles carregam DNA, que tem codificadas todas as
informações genéticas.
d) O núcleo, já que as células das glândulas mamárias têm dois genomas completos, o que é
vantajoso para a clonagem.
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ALTERNATIVA CORRETA: B
(“O citoplasma e descartar o núcleo, já que se trata de um óvulo cujo núcleo tem apenas um
genoma.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O núcleo, já que as células das glândulas mamárias possuem apenas um
conjunto cromossômico.”) – INCORRETA
* As células das glândulas mamárias são diploides (2n), possuem dois conjuntos
cromossômicos.
- ALTERNATIVA B (“O citoplasma e descartar o núcleo, já que se trata de um óvulo cujo núcleo
tem apenas um genoma.”) – CORRETA
* O descarte do núcleo do óvulo é essencial para a clonagem, já que ele é haploide (n),
possuindo, portanto, apenas um genoma. A sua utilização com núcleo iria gerar um organismo
com n cromossomos, que seria inviável e desvantajoso, portanto, para a clonagem.
- ALTERNATIVA C (“Os cromossomos dos óvulos, já que eles carregam DNA, que tem
codificadas todas as informações genéticas.”) – INCORRETA
* Por serem haploides (n), os óvulos apresentam apenas um conjunto de cromossomos, que
carregam, evidentemente, informações genéticas. A geração de um ser, entretanto, requer dois
conjuntos cromossômicos (2n).
- ALTERNATIVA D (“O núcleo, já que as células das glândulas mamárias têm dois genomas
completos, o que é vantajoso para a clonagem.”) – INCORRETA
* A figura constante desta questão mostra uma célula em meiose (anáfase I), não se podendo,
dessa forma, falar em células das glândulas mamárias. A cultura de células referida pelo
pesquisador, em verdade, diz respeito ao óvulo (“Esse óvulo é, então, implantado no útero. ... “)
e não às células das glândulas mamárias, haja vista que ele observou na cultura, como
mencionamos acima, células em meiose. Células mamárias não se dividem por meiose e sim
por mitose.

08. (UPE) Estabeleça a associação correta entre as glândulas listadas na primeira coluna com
os hormônios por elas produzidos e listados na segunda coluna e as suas respectivas funções
listadas na terceira coluna.

GLÂNDULAS HORMÔNIOS FUNÇÕES


1. Age sobre a tireoide, aumentando
I. Pâncreas A. Epinefrina a taxa do metabolismo.

2. Interfere nos sistemas imunológico,


II. Pineal B.Tireoidotropina hormonal e nervoso.

III. Hipófise C. Melatonina 3. Aumenta o nível de glicose no sangue.


4. Provoca vasoconstricção periférica,
IV. Hipotálamo D. Ocitocina taquicardia e rápido aumento da taxa
metabólica.

V. Adrenal E. Glucagon 5. Estimula as contrações uterinas.

Assinale a alternativa que apresenta a associação correta entre as colunas.


a) I-E-3 / II-B-1 / III-D-5 / IV-A-4 / V-C-2.
b) I-A-2 / II-C-3 / III-B-1 / IV-D-5 / V-E-4.
c) I-B-4 / II-A-5 / III-C-2 / IV-E-1 / V-D-3.
d) I-B-1 / II-A-4 / III-E-3 / IV-C-2 / V-D-5.
e) I-E-3 / II-C-2 / III-B-1 / IV-D-5 / V-A-4.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“I-E-3 / II-C-2 / III-B-1 / IV-D-5 / V-A-4.”)
JUSTIFICATIVA
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* A tabela é autoexplicativa. Ela fornece os dados necessários para que se chegue à alternativa
correta.

09. (UFRN) Em um período de seca, um retirante caminhou por dois dias, à procura de água,
para matar sua sede. Durante esse período ocorreu:
a) Aumento da secreção de aldosterona, diminuindo a concentração de urina na bexiga.
b) Diminuição da permeabilidade dos túbulos renais à água, devido à maior concentração de
proteína no sangue.
c) Diminuição da secreção do hormônio antidiurético na circulação, aumentando a reabsorção
de água.
d) Aumento da pressão osmótica do plasma sanguíneo, devido ao aumento da concentração
do sódio.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Aumento da pressão osmótica do plasma sanguíneo, devido ao aumento da concentração do
sódio.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Aumento da secreção de aldosterona, diminuindo a concentração de urina
na bexiga.”) – INCORRETA
* A aldosterona, hormônio secretado pelo córtex adrenal (córtex suprarrenal) e que atua na
manutenção do equilíbrio hidrossalino do organismo, é o principal mineralocorticoide,
exercendo cerca de 90% da atividade mineralocorticoide da secreção adrenocortical. Ela atua
na regulação das taxas de água, sódio, potássio e cloro no sangue, provocando, inclusive, um
aumento da taxa de sódio no sangue (hipernatremia), causado pela reabsorção ativa desse íon
na alça de Henle, no túbulo distal e no coletor. Por osmose ocorre, também, a reabsorção de
água, aumentando o volume total do sangue circulante (volemia) e a pressão sanguínea. Sua
produção depende de aferências renais, estimuladas quando é detectada uma redução no
volume de fluido circulante. A carência de água, referida no enunciado, leva a um aumento na
concentração de sódio no sangue (hipernatremia). A aldosterona também determina se a urina
será mais ou menos concentrada. A sua atuação diminui a excreção de água o que faz a urina
ficar bastante concentrada. Na sua ausência, por outro lado, ocorre diminuição de reabsorção
de água o que torna a urina bastante diluída. Quando a quantidade sódio no sangue é alta
diminui a secreção de aldosterona e vice-versa. Dessa forma, na condição descrita, em que a
condição de sódio no sangue é elevada, ocorre redução da secreção de aldosterona e não
aumento, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA B (“Diminuição da permeabilidade dos túbulos renais à água, devido à maior
concentração de proteína no sangue.”) – INCORRETA
* A maior concentração e proteínas no sangue aumenta a permeabilidade dos túbulos renais à
água.
- ALTERNATIVA C (“Diminuição da secreção do hormônio antidiurético na circulação,
aumentando a reabsorção de água.”) – INCORRETA
* O hormônio antidiurético (ADH), também conhecido como vasopressina, é produzido pelo
hipotálamo (“encruzilhada neuroendócrina”), de onde desce, através dos axônios de alguns
feixes de neurônios, até o lobo posterior da hipófise (neurohipófise), que o lança na corrente
sanguínea. Ele atua estimulando a reabsorção de água pelos rins (figura abaixo). Quando
presente em altas concentrações provoca constrição dos vasos sanguíneos e eleva a pressão
arterial. Dessa forma, a diminuição da secreção de ADH diminui a reabsorção de água e não
aumenta, como consta nesta alternativa.
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- ALTERNATIVA D (“Aumento da pressão osmótica do plasma sanguíneo, devido ao aumento


da concentração do sódio.”) – CORRETA
* A desidratação, que ocorre quando a eliminação de água do corpo é maior que o volume
ingerido, provoca um aumento da concentração de sódio no sangue, acarretando um aumento
da pressão osmótica do plasma sanguíneo.

10. (PUC-MG) O diagrama abaixo exemplifica a amplificação biológica possível no


sistema endócrino.

Analise o esquema dado e assinale a alternativa incorreta.


a) O resultado da liberação de uma pequena quantidade de hormônio hipotalâmico no órgão
alvo final constitui um exemplo de amplificação.
b) O esquema apresenta relações entre quatro glândulas.
c) Pelo menos três das substâncias produzidas no processo indicado são de natureza química
diferente.
d) O destino de cada hormônio liberado no processo não depende do órgão alvo.
ALTERNATIVA INCORRETA: D
(“O destino de cada hormônio liberado no processo não depende do órgão alvo.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O resultado da liberação de uma pequena quantidade de hormônio
hipotalâmico no órgão alvo final constitui um exemplo de amplificação.”) – CORRETA
* O esquema mostra uma amplificação das dosagens à medida que se aproxima do órgão alvo.
Tem início com 0,1µg [hormônio liberador de corticotropina (CRH)], passando por 1µg
[corticotropina (ACTH)] e atingindo 40µg (corticosteroide).
- ALTERNATIVA B (“O esquema apresenta relações entre quatro glândulas.”) – CORRETA
* O esquema mostra a relação entre quatro glândulas: hipotálamo (“encruzilhada
neuroendócrina”), adeno-hipófise (hipófise anterior ou lobo anterior da hipófise), córtex adrenal
[parte cortical da adrenal (região mais externa da adrenal)] e fígado.
- ALTERNATIVA C (“Pelo menos três das substâncias produzidas no processo indicado são de
natureza química diferente.”) – CORRETA
* Hormônio liberador de corticotropina: de natureza proteica.
* Corticotropina: carboidrato.
* Corticosteroide: de natureza lipídica.
- ALTERNATIVA D (“O destino de cada hormônio liberado no processo não depende do órgão
alvo.”) – INCORRETA
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* O esquema mostra que cada hormônio tem um órgão alvo (órgão específico). Dessa forma, o
destino de cada hormônio liberado depende do órgão alvo.

11. (UEL) RESPONDA ESTA QUESTÃO COM BASE NO TEXTO ABAIXO


“Os animais têm acesso periódico aos alimentos, enquanto que as plantas precisam sobreviver
durante a noite, sem a possibilidade de produzir açúcar a partir da fotossíntese. Portanto,
animais e plantas evoluíram os meios de estocar moléculas de alimento para o consumo,
quando essas fontes de energia são escassas.”
(Adaptado: ALBERTS, B. et al. Fundamentos da Biologia Celular. 2. Ed. Porto Alegre:
ARTMED, 2006. p. 444.)
Com base no texto e considerando um indivíduo que apresenta uma regulação metabólica
normal frente à abundância e à escassez de nutrientes, considere as afirmativas abaixo.
I. A adaptação às oscilações diárias da concentração de nutrientes evidencia as alterações
pelas quais os seres humanos ajustam seu metabolismo a diferentes condições.
II. Após uma refeição, o excedente de glicose é mantido na circulação, por consequência, o
fígado responde diminuindo a liberação de insulina, ao passo que o pâncreas aumenta a
concentração de glucagon.
III. À medida que a glicose circulante atinge o seu valor basal, o pâncreas secreta o hormônio
glucagon, iniciando o período pós-abortivo, no qual a glicemia será mantida pela degradação
do glicogênio hepático.
IV. Se as reservas de carboidratos do organismo estiverem abaixo do normal, a glicólise,
oriunda dos triglicerídeos dos músculos esqueléticos, será a única via capaz de manter a
glicemia em níveis satisfatórios.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Somente as afirmativas I e III são corretas.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“A adaptação às oscilações diárias da concentração de nutrientes evidencia
as alterações pelas quais os seres humanos ajustam seu metabolismo a diferentes
condições.”) – CORRETA
* A adaptação às condições diárias da concentração de nutrientes é apenas um dos exemplos
conhecidos que evidenciam as profundas alterações pelas quais os seres humanos ajustam
seu metabolismo a diferentes condições.
- AFIRMATIVA II (“Após uma refeição, o excedente de glicose é mantido na circulação, por
consequência, o fígado responde diminuindo a liberação de insulina, ao passo que o pâncreas
aumenta a concentração de glucagon.”) – INCORRETA
* Após uma refeição, o excedente de glicose, mantido na circulação, provoca o aumento da
glicemia (concentração de glicose no sangue). Isto leva a que o pâncreas aumente a secreção
de insulina (hipoglicemiante), pelas células betas das ilhotas de Langerhans (ilhotas
pancreáticas) e diminua a secreção de glucagon (hiperglicemiante), pelas células alfas dessas
ilhotas.
- AFIRMATIVA III (“À medida que a glicose circulante atinge o seu valor basal, o pâncreas
secreta o hormônio glucagon, iniciando o período pós-abortivo, no qual a glicemia será mantida
pela degradação do glicogênio hepático.”) – CORRETA
* À medida que a glicose circulante atinge o seu valor basal, o pâncreas passa a secretar
glucagon (hormônio hiperglicemiante), iniciando o período pós-abortivo, no qual a glicemia será
mantida graças à degradação de glicogênio hepático (glicogenólise), com contribuição
crescente da gliconeogênese (processo através do qual precursores como lactato, piruvato,
glicerol e aminoácidos são convertidos em glicose).
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- AFIRMATIVA IV (“Se as reservas de carboidratos do organismo estiverem abaixo do normal,


a glicólise, oriunda dos triglicerídeos dos músculos esqueléticos, será a única via capaz de
manter a glicemia em níveis satisfatórios.”) – INCORRETA
* Após, aproximadamente, 24 horas de jejum, a gliconeogênese [rota pela qual é produzida
glicose a partir de compostos aglicanos (não açúcares ou não carboidratos)] será a via capaz
de manter a glicemia e o principal substrato da síntese de glicose são os aminoácidos
provenientes da degradação das proteínas dos músculos esqueléticos. Este processo pode se
dar, também, através da degradação do glicerol, presente na gordura.

12. (UERJ) O esquema abaixo destaca três tipos de tecidos e algumas de suas respectivas
etapas metabólicas.

A epinefrina é um hormônio liberado em situações de tensão, com a finalidade de melhorar o


desempenho de animais em reações de luta ou de fuga. Além de agir sobre o coração e os
vasos sanguíneos, facilita o consumo de reservas orgânicas de combustível pelos músculos.
Para cumprir essa função metabólica, estimula a glicogenólise hepática e muscular, a
gliconeogênese hepática, a glicólise muscular e a lipólise no tecido adiposo. No esquema, as
etapas ativadas pela epinefrina correspondem às representadas pelos números:
a) 1 – 3 – 5 – 8 – 10.
b) 1 – 4 – 6 – 8 – 10.
c) 2 – 3 – 6 – 7 – 9.
d) 2 – 4 – 5 – 7 – 9.
- A epinefrina ou adrenalina é um hormônio secretado pela medula adrenal (medula
suprarrenal). Além de atuar como mediador químico nas sinapses nervosas, ela intensifica a
resposta dos nervos simpáticos, como vasoconstrição periférica (o indivíduo fica pálido),
taquicardia, aumento da pressão arterial, excitabilidade, etc. Por fim, ela estimula a
glicogenólise hepática e muscular, a gliconeogênese hepática, a glicólise muscular e a lipólise
do tecido adiposo, processos referidos nesta questão. Todas esses processos estão, direta ou
indiretamente, relacionadas com a obtenção de energia que será utilizada para “enfrentar o
perigo”.
* A glicogenólise, que ocorre no citossol das células musculares e hepáticas, consiste na
conversão de glicogênio em glicose. Este processo é estimulado quando os níveis de açúcar
do sangue caem muito.
* A Gliconeogênese ou neoglicogênese é o processo em que a glicose é gerada a partir de
precursores não glicídicos, como o ácido lático, os aminoácidos e o glicerol. Cerca de 90% da
gliconeogênese ocorre nos fígado e cerca de 10% nos rins.
* A glicólise (figura abaixo) é a quebra da glicose (C 6H12O6) em duas moléculas de ácido
pirúvico (C3H6O3). Ela é uma etapa comum tanto para a fermentação (processo anaeróbio)
como para respiração aeróbia.
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* A lipólise é o processo pelo qual há degradação de lipídios em ácidos graxos e glicerol


ALTERNATIVA CORRETA: B
(“1 – 4 – 6 – 8 – 10.”)
JUSTIFICATIVA
- Hepático
* 1. Gliconeogênese: formação de glicose a partir de compostos não glicídicos, no caso o
piruvato.
* 4. Glicogenólise: conversão de glicogênio em glicose.
- Muscular
* 6. Glicólise: quebra da glicose em moléculas de ácido pirúvico (C3H4O3).
* 8. Glicogenólise: conversão de glicogênio em glicose.
- Adiposo
* 10. Lipólise: degradação de lipídios (triacilgliceróis) em ácidos graxos + glicerol.

13. (SANTA CASA-SP) Responda a esta questão com base no gráfico abaixo.

O ponto d, correspondente à intensidade luminosa II, é mais bem explicado por qual das
alternativas?
a) Aí o vegetal está fazendo apenas fotossíntese.
b) Aí o vegetal está fazendo apenas respiração.
c) Aí o vegetal está eliminando CO2 e não O2, portanto está “produzindo” energia.
d) Aí o vegetal está eliminando O2 não CO2, portanto está “consumindo” energia.
e) Algo totalmente diferente do que foi exposto nas alternativas anteriores está ocorrendo.
* O gráfico mostra que no ponto d, correspondente à intensidade luminosa II, o volume de
oxigênio liberado é zero, correspondendo, portanto, ao ponto de compensação fótico (PCF) ou
ponto de compensação luminoso (PCL), que é definido como o valor da intensidade luminosa
em que as taxas de fotossíntese e de respiração celular se equivalem (figura abaixo).
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* Analisando a figura anterior, constata-se que sob baixa intensidade luminosa (abaixo do
PCF), a taxa de respiração celular é superior à taxa de fotossíntese. Como consequência, as
trocas gasosas da respiração superam as da fotossíntese. Nessa condição, a planta consome
oxigênio e libera CO2, e o balanço de matéria orgânica é negativo, já que mais glicose é
consumida na respiração celular do que produzida na fotossíntese. Há certa intensidade
luminosa em que as taxas de fotossíntese e de respiração celular se equivalem. Nessa
condição, todo O2 gerado na fotossíntese é consumido na respiração, e todo CO 2 eliminado na
respiração é utilizado na fotossíntese. Nessa intensidade luminosa, conhecida como ponto de
compensação fótico, o balanço de trocas gasosas entre a planta e o meio ambiente é nulo. Sob
intensidades luminosas superiores ao PCF e dentro de certos limites, a taxa de fotossíntese
supera a de respiração. Nessa condição, a planta libera mais O 2 na fotossíntese do que
consome na respiração e capta mais CO2 na fotossíntese do que elimina na respiração. Há,
portanto, um balanço positivo de matéria orgânica, pois mais glicose é produzida na
fotossíntese do que é consumida na respiração. Dessa forma, para que a planta cresça é
preciso que ela realize mais fotossíntese que respiração, ou seja, se mantenha acima do PCF.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Algo totalmente diferente do que foi exposto nas alternativas anteriores está ocorrendo.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Aí o vegetal está fazendo apenas fotossíntese.”) – INCORRETA
* O ponto d, correspondente à intensidade luminosa II (PCF), a planta está realizando
respiração e fotossíntese com a mesma intensidade, e não apenas fazendo fotossíntese, como
consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA B (“Aí o vegetal está fazendo apenas respiração.”) – INCORRETA
O ponto d, correspondente à intensidade luminosa II (PCF), a planta está realizando respiração
e fotossíntese com a mesma intensidade, e não apenas respirando, como consta nesta
alternativa.
- ALTERNATIVA C (“Aí o vegetal está eliminando CO2 e não O2, portanto está “produzindo”
energia.”) – INCORRETA
* O ponto d, correspondente à intensidade luminosa II (PCF), onde as taxas de fotossíntese e
de respiração celular se equivalem, todo O2 gerado na fotossíntese é consumido na respiração,
e todo CO2 eliminado na respiração é utilizado na fotossíntese. Nessa condição, embora o
planta esteja “produzindo” energia, o balanço de trocas gasosas entre a planta e o meio
ambiente é nulo, o que torna esta alternativa incorreta.
- ALTERNATIVA D (“Aí o vegetal está eliminando O2 não CO2, portanto está “consumindo”
energia.”) – INCORRETA
* No PCF, como referido acima, embora o vegetal esteja “consumindo” energia, o balanço de
trocas gasosas entre a planta e o meio ambiente é nulo, o que torna esta alternativa incorreta.
- ALTERNATIVA E (“Algo totalmente diferente do que foi exposto nas alternativas anteriores
está ocorrendo.”) – CORRETA
* Realmente, nada do que foi exposto nas alternativas anteriores está ocorrendo. No ponto
referido na questão, denominado PCF, embora a planta esteja realizando fotossíntese e
respiração, esses processos se equivalem, levando a que o balanço de trocas gasosas entre o
vegetal e o meio ambiente seja nulo.

14. (UFES) A hipófise produz e secreta uma série de hormônios que têm ação em órgãos
distintos, sendo, portanto, considerada a mais importante glândula do sistema endócrino
humano. Sobre os hormônios hipofisários, é correto afirmar que:
a) O FSH, produzido na hipófise anterior, facilita o crescimento dos folículos ovarianos e
aumenta a motilidade das trompas uterinas durante a fecundação.
b) A vasopressina, secretada pelo lobo posterior da hipófise, é responsável pela reabsorção de
água nos túbulos renais.
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c) O hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) é um esteroide secretado pela adenohipófise e


exerce efeito inibitório sobre o córtex adrenal.
d) O comportamento maternal e a recomposição do endométrio, após o parto, ocorrem sob a
influência do hormônio prolactina.
e) O hormônio luteinizante atua sobre o ovário e determina aumento nos níveis do hormônio
folículo estimulante (FSH) após a ovulação.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“O FSH, produzido na hipófise anterior, facilita o crescimento dos folículos ovarianos e
aumenta a motilidade das trompas uterinas durante a fecundação.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O FSH, produzido na hipófise anterior, facilita o crescimento dos folículos
ovarianos e aumenta a motilidade das trompas uterinas durante a fecundação.”) – CORRETA
* O FSH (hormônio folículo estimulante), produzido pelo lobo anterior da hipófise
(adenohipófise), estimula, na mulher, a maturação dos folículos ovarianos (folículos De Graaf),
com o desenvolvimento dos ovócitos e a produção de estrógenos, interferindo no ciclo
menstrual. No homem, ele estimula a espermatogênese, nos túbulos seminíferos.
- ALTERNATIVA B (“A vasopressina, secretada pelo lobo posterior da hipófise, é responsável
pela reabsorção de água nos túbulos renais.”) – INCORRETA
* Embora a vasopressina [hormônio antidiurético (ADH)] promova a reabsorção de água pelos
rins, como consta nesta alternativa, não é secretada, literalmente, pelo lobo posterior da
hipófise (neurohipófise) e sim pelo hipotálamo (“encruzilhada neuroendócrina”). Lembramos
que secretar é o ato de produzir substância(s) destinada(s) à eliminação pela célula. O lóbulo
posterior da hipófise atua armazenando esse hormônio que desce do hipotálamo para a
neurohipófise ao longo dos axônios de alguns feixes de neurônios.
- ALTERNATIVA C (“O hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) é um esteroide secretado pela
adenohipófise e exerce efeito inibitório sobre o córtex adrenal.”) – INCORRETA
* O hormônio adrenocorticotrópico (ACTH), também conhecido como hormônio estimulante do
córtex-adrenal, hormônio corticotrófico, corticotropina ou corticotrofina, de natureza proteica e
secretado pela adenohipófise (lobo anterior da hipófise), atua estimulando o córtex adrenal.
- ALTERNATIVA D (“O comportamento maternal e a recomposição do endométrio, após o
parto, ocorrem sob a influência do hormônio prolactina.”) – INCORRETA
* A prolactina [hormônio luteotrópico (LTH)] secretada pela adenohipófise (lobo anterior da
hipófise), estimula a produção e a secreção de leite, pelas glândulas mamárias.
- ALTERNATIVA E (“O hormônio luteinizante atua sobre o ovário e determina aumento nos
níveis do hormônio folículo estimulante (FSH) após a ovulação.”) – INCORRETA
* O hormônio luteinizante (LH|), secretado pela adenohipófise (lobo anterior da hipófise)
estimula a ovulação; estimula a formação do corpo amarelo (corpo lúteo) a partir do folículo de
Graaf (folículo ovariano) já vazio, depois de eliminar o óvulo (ovócito secundário); estimula,
ainda, a produção de estrógeno e progesterona pelo corpo amarelo, influenciando, dessa
forma, nas alterações morfofuncionais dos ciclos menstruais. No homem, o LH (outrora
conhecido como ICSH), atua estimulando as células intersticiais de Leydig na produção de
hormônios masculinos, responsáveis pela virilização do indivíduo.

15. (UFAL) Lagosta, escorpião, gafanhoto, dentre outros artrópodes possuem um


exoesqueleto com articulações nas patas. Ao mesmo tempo em que esse esqueleto serve
como proteção e sustentação, as articulações permitem que as patas executem movimentos
como o de andar, correr, cavar, nadar, triturar, inocular veneno, copular, etc.
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Com referência ao grupo dos artrópodes, assinale a opção correta.


a) Os artrópodes são altamente diversificados com excepcional capacidade de adaptação aos
mais variados ambientes e modos de vida. Muitas espécies de microcrustáceos, por exemplo,
são importantes componentes do zooplâncton, marinho e de água doce. Na Antártida, o Krill
(Euphausia sp.) é a principal fonte de alimento para muitos animais marinhos, como peixes,
focas e baleias.
b) O maior número de artrópodes é terrestre, bem adaptados aos campos, desertos e matas,
como insetos, aracnídeos, diplópodos (lacraias) e quilópodos (piolhos–de-cobra).
c) Os insetos cumprem importante papel ecológico nos ecossistemas: polinizam flores; vivem
associados a outras espécies animais e vegetais; servem de alimento para outros animais, e
até produzem alimento, caso do mel produzido pelas abelhas; as minhocas, por sua vez, são
de grande importância para a vida nos solos.
d) O grande grupo dos artrópodes mostra duas linhas evolutivas: a dos antenados,
representados por insetos, diplópodos e quilópodos (um par de antenas), crustáceos (dois
pares de antenas) e a dos quelicerados. Estes últimos não têm antenas e sim um par de
quelíceras que são apêndices articulados, com várias formas e funções, localizados na região
bucal. Nas aranhas, as quelíceras se encarregam da inoculação do veneno; nos escorpiões,
elas têm função preensora; os carrapatos não apresentam quelíceras.
e) O corpo dos crustáceos apresenta cefalotórax, estrutura resultante da fusão da cabeça com
o tórax, e abdome. Nos siris e caranguejos o abdome é ausente.
ALTERNATIVA CORRETA: A
[(“Os artrópodes são altamente diversificados com excepcional capacidade de adaptação aos
mais variados ambientes e modos de vida. Muitas espécies de microcrustáceos, por exemplo,
são importantes componentes do zooplâncton, marinho e de água doce. Na Antártida, o Krill
(Euphausia sp.) é a principal fonte de alimento para muitos animais marinhos, como peixes,
focas e baleias.”]
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A [“Os artrópodes são altamente diversificados com excepcional capacidade
de adaptação aos mais variados ambientes e modos de vida. Muitas espécies de
microcrustáceos, por exemplo, são importantes componentes do zooplâncton, marinho e de
água doce. Na Antártida, o Krill (Euphausia sp.) é a principal fonte de alimento para muitos
animais marinhos, como peixes, focas e baleias.”] – CORRETA
* O sucesso dos artrópodes, o que diz respeito a sua capacidade de adaptação a diferentes
ambientes e modo de vida se deve, principalmente, ao seu exoesqueleto, a sua espiração
aérea e sua capacidade de voar. O exoesqueleto além de proteger o corpo do animal atua
como ponto de apoio para a ação dos músculos, levando a uma eficiente movimentação. A
respiração aérea e capacidade de voar faz com que eles possam explorar muitos ambientes
terrestres. Muitos crustáceos exercem importante papel nas cadeias alimentares aquáticas,
compondo o zooplâncton (conjunto de seres do plâncton, não produtor, formado por
protozoários, pequenos crustáceos, cnidários, larvas de animais, etc.). Ressaltamos que o filo
Arthropoda (artrópodes) compreende cerca de 3/4 de todas as espécies conhecidas do reino
animal.
- ALTERNATIVA B [“O maior número de artrópodes é terrestre, bem adaptados aos campos,
desertos e matas, como insetos, aracnídeos, diplópodos (lacraias) e quilópodos (piolhos–de-
cobra).”] – INCORRETA
* Os diplópodos, cujos representantes mais conhecidos são os piolhos-de-cobra, vivem em
ambientes úmidos, sob folhas e troncos em decomposição. Têm o corpo formado por três
tagmas: cabeça, tórax e abdome. Os quilópodos mais conhecidos são as lacraias e as
centopeias. Eles têm o corpo formado por dois tagmas: cabe e tronco. Em face de
apresentarem muitas pernas, os diplópodos e o quilópodos são chamados de miriápode e
reunidos na superclasse Myriapoda. Como se pode constatar, as lacraias são quilópodos e as
piolhos-de-cobra são diplópodos, o que torna esta alternativa incorreta.
- ALTERNATIVA C (“Os insetos cumprem importante papel ecológico nos ecossistemas:
polinizam flores; vivem associados a outras espécies animais e vegetais; servem de alimento
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para outros animais, e até produzem alimento, caso do mel produzido pelas abelhas; as
minhocas, por sua vez, são de grande importância para a vida nos solos.”) – INCORRETA
* Os artrópodas, de um modo geral, interagem com os seres humanos de diferentes maneiras:
transmitindo doenças; devorando parte significativa da produção agrícola; destruindo materiais
que procuramos preservar, como madeiras e roupas; produzindo materiais que utilizamos,
como cera, mel e seda e servindo de alimento. Dos insetos que se alimentam de plantas,
alguns são devoradores, como as lagartas das borboletas, enquanto outros são parasitas,
como a broca e a cigarrinha-do-café. Os artrópodes não são os grandes “vilões” da natureza.
As cadeias alimentares terrestres poderiam se romper na ausência dos insetos. Há insetos
polinizadores de plantas (polinização entomófila). Sem eles a produção agrícola seria
grandemente afetada. Existem aqueles que se alimentam de outros insetos, contribuindo para
controlar a densidade populacional das presas. As aranhas também colaboram com esse
controle, uma vez que os insetos constituem seu alimento básico.
*As minhocas, por seu turno, exercem importante papel na agricultura. Ao se alimentarem de
restos vegetais, principalmente de folhas caídas, auxiliam no processo de decomposição que
fertiliza o solo. Elas ainda atuam cavando túneis no solo, permitindo maior oxigenação das
raízes das planta.
- ALTERNATIVA D (“O grande grupo dos artrópodes mostra duas linhas evolutivas: a dos
antenados, representados por insetos, diplópodos e quilópodos (um par de antenas),
crustáceos (dois pares de antenas) e a dos quelicerados. Estes últimos não têm antenas e sim
um par de quelíceras que são apêndices articulados, com várias formas e funções, localizados
na região bucal. Nas aranhas, as quelíceras se encarregam da inoculação do veneno; nos
escorpiões, elas têm função preensora; os carrapatos não apresentam quelíceras.”) –
INCORRETA
* Insetos, diplópodos e quilópodos são dotados, realmente, de um par de antenas.
* Crustáceos apresentam, como consta na alternativa, dois pares de antenas.
* Quelicerados são desprovidos de antenas e apresentam um par de quelíceras, de acordo
com a alternativa.
* Nas aranhas, as quelíceras, realmente, se encarregam da inoculação do veneno.
* Nos escorpiões, a inoculação do veneno não é feita pelas quelícera. Neles, a cauda
corresponde a uma parte conhecida como pós-abdome, em cuja extremidade fica o aguilhão
(ou Télson) venenoso. Suas quelíceras, que não têm glândulas venenosas, têm função
apreensora (segura e tritura os alimentos).
* Os carrapatos, a exemplo das aranhas e dos escorpiões, são dotados de quelícera, ao
contrário do que consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA E (“O corpo dos crustáceos apresenta cefalotórax, estrutura resultante da
fusão da cabeça com o tórax, e abdome. Nos siris e caranguejos o abdome é ausente.”) –
INCORRETA
* Os crustáceos, apresentam, como consta nesta alternativa, cefalotórax e addome. No que diz
respeito aos siris e caranguejos, eles possuem abdome, ao contrário do que se encontra nesta
alternativa.

16. (PUC-SP) Comparando-se a respiração aeróbica e a fermentação, através dos esquemas


abaixo, fizeram-se as seguintes afirmações:
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I. Na respiração aeróbica o aceptor final dos hidrogênios é o oxigênio e na fermentação é a


própria substância orgânica formada.
II. A diferença entre a fermentação e a glicólise aeróbia é o destino dos hidrogênios durante o
processo.
III. Os aceptores intermediários de hidrogênio que participam dos dois processos são
diferentes.
Assinale:
a) Se as afirmativas I, II e III estiverem certas.
b) Se apenas a afirmativa I estiver certa.
c) Se apenas a afirmativa II estiver certa.
d) Se as afirmativas I e II estiverem certas.
e) Se todas as afirmativas estiverem erradas.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Se as afirmativas I e II estiverem certas.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMAÇÃO I (“Na respiração aeróbica o aceptor final dos hidrogênios é o oxigênio e na
fermentação é a própria substância orgânica formada.”) – CORRETA
* A fermentação e a respiração aeróbia são os principais processos que os seres vivos utilizam
para liberar a energia armazenada nas ligações químicas dos compostos orgânicos. A
fermentação, ocorre na ausência de oxigênio livre, é relativamente simples, não requer um
compartimento especial da célula para sua ocorrência e apresenta um baixo rendimento
energético. Ela não envolve cadeia respiratória, e o aceptor final de hidrogênio é um composto
orgânico (ver figura contida na afirmação II, a seguir). A respiração aeróbia, ao contrário, ocorre
na presença de oxigênio livre, que atua como receptor final de hidrogênios, requer um
organoide para a sua ocorrência (a mitocôndria), é bem mais complexa e bem mais eficiente,
do ponto de vista energético, do que a fermentação.
- AFIRMAÇÃO II (“A diferença entre a fermentação e a glicólise aeróbia é o destino dos
hidrogênios durante o processo.”) – CORRETA
* Na fermentação, os hidrogênios reagem com o ácido pirúvico (compostos orgânico), como se
pode constatar na figura abaixo, que é um esquema resumido das fermentações alcoólica,
láctica e acética.
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* Na respiração aeróbia, os hidrogênios reagem, na cadeia respiratória, com oxigênio (aceptor


final de hidrogênio), formando H2O. Lembramos que a respiração aeróbia pode ser dividida em
três etapas: glicólise, ciclo de Krebs (ciclo do ácido tricarboxílico ou ciclo do ácido cítrico) e
cadeia respiratória (cadeia oxidativa ou cadeia transportadora de elétrons). A glicólise ocorre
no hialoplasma, o ciclo de Krebs se processa na matriz mitocondrial e a cadeia respiratória tem
lugar nas cristas mitocondriais.
- AFIRMAÇÃO III (“Os aceptores intermediários de hidrogênio que participam dos dois
processos são diferentes.”) – INCORRETA
* Em ambos os processos, o NAD (nicotinamida adenina dinucleotídeo), como mostram os
esquemas contidos nesta questão, atua como aceptor intermediário de hidrogênio. Convém
lembrar que a nicotinamida é um derivado da niacina (vitamina B3).

17. (UFRJ) As leveduras são utilizadas pelos vinicultores como fonte de etanol, pelos
panificadores como fonte de dióxido de carbono e pelos cervejeiros como fontes de ambos. As
etapas finais do processo bioquímico que forma o etanol e o dióxido de carbono estão
esquematizadas abaixo.

Além da produção de tais substâncias, esse processo apresenta a seguinte finalidade para a
levedura:
a) Reduzir piruvato em anaerobiose.
b) Reoxidar o NADH2 em anaerobiose.
c) Produzir aldeído acético em anaerobiose.
d) Iniciar a gliconeogênese em aerobiose.
- Esta questão se refere à fermentação, que é a degradação “incompleta” de moléculas
orgânicas, principalmente glicose, na ausência de O2 (processo anaeróbio), com liberação de
energia que é usada na formação de ATP. Merece especial destaque, as fermentações
alcoólica (tratada nesta questão), láctica e acética, mostradas, resumidamente, na figura a
seguir.
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- A figura constante desta questão representa a transformação do ácido pirúvico (C 3H4O3) em


álcool etílico (C2H5OH), passando por acetaldeído (CH3COH), que mostramos abaixo, de outra
forma, para facilitar o raciocínio. A transformação de ácido pirúvico em acetaldeído se dá pela
ação da descarboxilase pirúvica e o acetaldeído é reduzido à álcool etílico graça a ação da
álcool desidrogenase.

- Embora haja diferentes espécies de seres dotados da capacidade de realizar a fermentação


alcoólica, inclusive certas bactérias, o organismo mais utilizado pelo homem é o
Saccharomyces cerevisiae (lêvedo de cerveja), fungo microscópico usado na produção de
bebidas fermentadas. Nesse caso, ele transforma açúcares contidos em sucos de uva e de
malte, em vinho e cerveja, respectivamente. Ele também é utilizado para crescer a massa de
pão, sendo por isso conhecido, popularmente, como fermento de padaria. Assim, o CO 2
produzido na fermentação fica armazenado no interior da massa, em pequenas câmaras,
fazendo-a crescer. Ao se assar a massa, as paredes dessas câmaras se enrijecem, mantendo
a estrutura alveolar. Deve ainda ser mencionado que a fermentação do caldo da cana e sua
posterior destilação produzem aguardente e álcool etílico, este último, largamente utilizado na
indústria e como combustível.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Reoxidar o NADH2 em anaerobiose.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Reduzir piruvato em anaerobiose.”) – INCORRETA
* Não se trata de redução do ácido pirúvico e sim de oxidação.
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- ALTERNATIVA B (“Reoxidar o NADH2 em anaerobiose.”) – CORRETA


* O NADH2 é, realmente, oxidado em anaerobiose.
- ALTERNATIVA C (“Produzir aldeído acético em anaerobiose.”) – INCORRETA
* O processo tem por finalidade formar álcool etílico (fermentação alcóolica) e não aldeído
acético.
- ALTERNATIVA D (“Iniciar a gliconeogênese em aerobiose.”) – INCORRETA
* Não se trata de gliconeogênese e sim de fermentação alcoólica. Lembramos que
gliconeogênese ou neoglicogênese é o processo em que a glicose é gerada a partir de
precursores não glicídicos, como o ácido lático, os aminoácidos e o glicerol.

18. (UEPA) Leia o texto abaixo para responder esta questão.


A maior parte dos motoristas pode não notar uma faixa branca no meio de alguns semáforos
de São Paulo. Essa medida, implantada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), faz
a diferença quando os condutores dos veículos são daltônicos, ou seja, possuem dificuldades
para diferenciar as cores vermelho e verde, podendo sofrer graves acidentes de trânsito.
(Adaptado de http://www.zap.com.br/revista/carros/tag/daltonico/. Acesso: 09.09.2011)
Quanto à anomalia em destaque no texto, analise as afirmativas:
I. É uma herança recessiva ligada ao cromossomo sexual X.
II. É uma herança dominante ligada ao cromossomo sexual Y.
III. Apresenta uma distinta interpretação genotípica e respectivos fenótipos para o gênero
masculino e feminino.
IV. Os homens transmitem o gene dessa anomalia para todos os filhos do gênero masculino.
V. Descendentes de mulheres daltônicas do gênero masculino são todos daltônicos.
De acordo com as afirmativas acima, a alternativa correta é:
a) I, II e IV.
b) I, III e V.
c) II, IV e V.
d) III, IV e V.
e) I, II, III, IV e V.
- Herança ligado ao sexo: é determinada pelos genes que se encontram na região não
homóloga (heteróloga) do cromossomo X. Neste caso, como os machos possuem apenas um
cromossomo X, e, consequentemente não possuem alelos dos genes localizados na região
não homóloga desse cromossomo, eles são chamados hemizigóticos. As fêmeas podem ser
homozigotas ou heterozigotas, pois apresentam dois cromossomos X que se pareiam
completamente. O daltonismo (dificuldade em distinguir certas cores) constitui um exemplo
recessivo desse tipo de herança. Nela, o homem só transmite o gene para as suas filhas e todo
menino que manifesta a característica, obrigatoriamente, herdou-a de sua mãe. Considerando
D d
essa característica genética o homem pode ser normal (X Y) ou daltônico (X Y). As mulheres,
D D D d
por outro lado, podem ser normal homozigota (X X ), normal heterozigota (X X ) ou daltônica
d d
(X X ). A figura a seguir, mostra as diferenças morfológicas entre os cromossomos X (à
esquerda da figura) e Y (à direita da figura).

ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I, III e V.”)
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- AFIRMATIVA I (“É uma herança recessiva ligada ao cromossomo sexual X.”) – CORRETA
* Como vimos acima, o daltonismo é uma herança recessiva ligada ao cromossomo X (herança
ligada ao sexo).
- AFIRMATIVA II (“É uma herança dominante ligada ao cromossomo sexual Y.”) –
INCORRETA
* Não se trata de ligada ao cromossomo Y (herança restrita ao sexo ou herança holândrica) e
sim ligada ao cromossomo X (herança ligada ao sexo). Na herança holândrica, restrita aos
machos, os genes estão localizados na região não homóloga do cromossomo Y.
- AFIRMATIVA III (“Apresenta uma distinta interpretação genotípica e respectivos fenótipos
para o gênero masculino e feminino.”) – CORRETA
* Para os machos:
D
I. Genótipo X Y (não daltônico).
d
II. Genótipo X Y (daltônico).
* Para as fêmeas:
D D
I. Genótipo X X (normal homozigota).
D d
II. Genótipo X X (normal heterozigota).
d d
III. Genótipo X X (daltônica).
- AFIRMATIVA IV (“Os homens transmitem o gene dessa anomalia para todos os filhos do
gênero masculino.”) – INCORRETA
* Os homens não transmitem o daltonismo para seus filhos do sexo masculino, como consta
nesta alternativa. Eles só transmitem para suas filhas. Dessa forma, todo menino que
d
manifestar essa característica (X Y) herdou, obrigatoriamente, de sua mãe.
- AFIRMATIVA V (“Descendentes de mulheres daltônicas do gênero masculino são todos
daltônicos.”) – CORRETA
d d
* Todos os filhos do gênero masculino de mulheres daltônicas (X X ) são igualmente daltônico
d
(X Y), como conta nesta alternativa.

19. (FUVEST) Em um indivíduo daltônico, do sexo masculino, o gene para o daltonismo


encontra-se.
a) Em todas as células somáticas.
b) Em todas as células gaméticas.
c) Apenas nas células do globo ocular.
d) Apenas nas células mãe dos gametas.
e) Apenas nos gametas com cromossomo Y.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Em todas as células somáticas.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Em todas as células somáticas.”) – CORRETA
* O gene para daltonismo em um indivíduo daltônico, do sexo masculino, se encontra em todas
as células somáticas, não apenas nas relacionadas com a visão.
- ALTERNATIVA B (“Em todas as células gaméticas.”) – INCORRETA
* Em função do gene para daltonismo se encontrar apenas no cromossomo X (herança ligada
ao sexo), os gametas dotados de cromossomos Y não possuem gene para o daltonismo.
Dessa forma, nem todas as células gaméticas de um indivíduo daltônico, do sexo masculino,
apresenta gene para daltonismo, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA C (“Apenas nas células do globo ocular.”) – INCORRETA
* O gene para daltonismo em um indivíduo daltônico, do sexo masculino, não se encontra
apenas nas células do globo ocular, como consta nesta alternativa, mas em todas as células
somáticas.
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- ALTERNATIVA D (“Apenas nas células mãe dos gametas.”) – INCORRETA


* O gene para daltonismo em um indivíduo daltônico, do sexo masculino, não se encontra
apenas nas células mãe dos gametas, como consta nesta alternativa. Ele se encontra em
todas as suas células somáticas.
- ALTERNATIVA E (“Apenas nos gametas com cromossomo Y.”) – INCORRETA
* O gene para daltonismo em um indivíduo daltônico, do sexo masculino, não se encontra nos
gametas com cromossomos Y, como vimos na alternativa B.

20. (UFPEL) A hemofilia é uma doença hereditária em que há uma falha no sistema de
coagulação do sangue. A hemofilia A, um dos tipos mais graves, é causada pela deficiência de
um dos fatores que agem na coagulação, o fator VIII. Esse fator é uma proteína cujo gene
codificador encontra-se no cromossomo X; o alelo normal (H) produz o fator VIII e condiciona
fenótipo não hemofílico; o alelo mutante (h) condiciona ausência do fator VIII, sendo
responsável por este tipo de hemofilia. Observe o heredograma abaixo de uma família em que
ocorre a hemofilia A, considerando que os indivíduos 2 e 4 são irmãs.

Com base nos textos e em seus conhecimentos, analise as afirmativas.


I. As irmãs 2 e 4 apresentam, respectivamente, genótipos da figura 2 e a consanguinidade,
através da união entre primos irmãos (indivíduos 5 e 6), condicionou a manifestação do alelo
deletério h para hemofilia nos descendentes.
II. O indivíduo 7 é hemofílico, pois herdou o alelo recessivo para ausência do fator VIII de sua
mãe, e o indivíduo 8 pode ou não ser portador deste alelo recessivo.
III. Dos primos que se casaram, somente o indivíduo 6 é portador do alelo recessivo que causa
a hemofilia, enquanto que o indivíduo 5 não apresenta esse alelo, pois herdou da mãe o alelo
normal (H).
IV. Se o indivíduo 7 tiver filhos com uma mulher que tenha o mesmo genótipo para hemofilia de
sua avó materna, a probabilidade de terem filhos hemofílicos é de 50% e de terem filhas
hemofílicas é de 0%.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e IV.
b) III e IV.
c) II e III.
d) I e II.
e) I e III.
- ANALISE DO HEREDOGRAMA ACIMA
H
* 1: X Y (normal).
H h
* 2: X X (normal heterozigota).
H
* 3. X Y (normal).
H h
* 4: X X (normal heterozigota).
H
* 5. X Y (normal).
H h
* 6: X X (normal heterozigota).
h
* 7. X Y (hemofílico)
H H H h
* 8. Normal homozigota (X X ) ou heterozigota (X X ).
H
* 9: X Y (normal).
ALTERNATIVA CORRETA: C
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(“II e III.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“As irmãs 2 e 4 apresentam, respectivamente, genótipos da figura 2 e a
consanguinidade, através da união entre primos irmãos (indivíduos 5 e 6), condicionou a
manifestação do alelo deletério h para hemofilia nos descendentes.”) – INCORRETA
* A probabilidade de alelos deletérios recessivos se encontrarem, dando origem a um
descendente homozigótico doente, aumenta nos casamentos consanguíneos, nos quais as
pessoas que se casam são parentes próximos, como primos em primeiro grau, por exemplo.
Indivíduos aparentados, em função de terem herdado seus genes de ancestrais comuns, têm,
dessa forma, maior chance de possuir os mesmos tipos de alelo “familiar” que pessoas não
aparentadas.
H H h
* Da união entre os indivíduos 5 (X Y) e 6 (X X ), o gene deletério se manifestou em apenas
h
no descendente 7 (X Y). Assim sendo, esta afirmativa está incorreta.
- AFIRMATIVA II (“O indivíduo 7 é hemofílico, pois herdou o alelo recessivo para ausência do
fator VIII de sua mãe, e o indivíduo 8 pode ou não ser portador desse alelo recessivo.”) –
CORRETA
h H h
* O indivíduo 7 (X Y) é realmente hemofílico, tendo herdado o alelo h de sua mãe (X X ) e não
H
de seu pai (X Y) que é normal, não possuindo, portanto, alelo h. Com relação ao indivíduo 8
H H H h
[(X X ) ou (X X )] não se pode afirmar se ele é ou não portador do gene h.
- AFIRMATIVA III (“Dos primos que se casaram, somente o indivíduo 6 é portador do alelo
recessivo que causa a hemofilia, enquanto que o indivíduo 5 não apresenta esse alelo, pois
herdou da mãe o alelo normal (H).”) – CORRETA
H H h H h
* Dos primos que se casaram [5 (X Y) x 6 (X X )] realmente apenas o indivíduo 6 (X X ) é
H
portador de gene h. Os indivíduo 5 (X Y), como se pode constatar, não possui esse alelo em
H h
função de ter herdado de sua mãe (X X ) o alelo H.
- AFIRMATIVA IV (“Se o indivíduo 7 tiver filhos com uma mulher que tenha o mesmo genótipo
para hemofilia de sua avó materna, a probabilidade de terem filhos hemofílicos é de 50% e de
terem filhas hemofílicas é de 0%.”) – INCORRETA
h
*Cruzamento entre 7 (X Y) e uma mulher que tenha o mesmo genótipo de sua avó materna [4
H h
(X X )]
h H h H h h h H
* X Y x X X = X X (filha normal portadora) + X X (filha hemofílica) + X Y (filho normal) +
h h h h
X Y (filho hemofílico). Dessa forma, 50% das filhas (X X ) e 50% dos filhos (X Y) serão
hemofílicos. Assim sendo, esta alternativa (“... filhos hemofílicos é de 50% e de terem filhas
hemofílicas é de 0%.) está incorreta.
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DÉCIMA-SEGUNDA BATERIA

01. (UNICENTRO) A figura abaixo representa um aparato experimental que contém uma
suspensão de mitocôndrias num meio rico em NADH, mas sem oxigênio (O2). Além disso, tem
um dispositivo para adicionar solução rica em O 2 e um eletrodo para medir o pH do meio. O
+
gráfico representa a concentração de prótons (H ) medida pelo eletrodo, durante o
experimento, e mostra que, no momento 0 (zero), foi adicionado um pouco da solução rica em
O 2.

A análise do gráfico, associada aos conhecimentos de respiração aeróbica permite concluir:


a) O NADH, antes do momento 0 (zero), na ausência de O 2, foi oxidado por processos
anaeróbicos.
b) Após o momento 0 (zero), ocorreu, progressivamente, hidrólise de ATP até que fosse
totalmente consumido.
c) A adição de O2 provocou um abrupto aumento do pH do meio, com consequente redução do
pH mitocondrial.
d) A elevação da concentração de prótons permitiu que o NADH fosse reduzido pelo O2 nas
mitocôndrias.
e) O NADH foi oxidado na presença de O2 e induziu o bombeamento de prótons para fora das
mitocôndrias.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“O NADH foi oxidado na presença de O2 e induziu o bombeamento de prótons para fora das
mitocôndrias.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O NADH, antes do momento 0 (zero), na ausência de O 2, foi oxidado por
processos anaeróbicos.”) – INCORRETA
- A figura abaixo mostra, resumidamente, a glicólise, processo anaeróbio em que há
transformação da glicose em ácido e que tem lugar no hialoplasma, fora da mitocôndria.
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* Durante glicólise (figura acima), a única etapa que tem participação do “NADH” como cofator
é por ocasião da conversão de 3-fosfo-gliceraldeído (gliceraldeído-3-fosfato) em ácido-1,3-
difosfoglicérico, reação catalisada pela gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase. Nessa etapa
(figura abaixo) ocorre redução do NAD* (nicotinamida adenina dinucleotídeo) que passa a
NADH. A energia liberada pela oxidação do fosfogliceradeído, e não do NADH, como consta na
alternativa, é transferida para a formação de uma nova ligação fosfato rica em energia, como
se pode constar no ácido-1,3-difosfoglicérico.

- ALTERNATIVA B (“Após o momento 0 (zero), ocorreu, progressivamente, hidrólise de ATP


até que fosse totalmente consumido.”) – INCORRETA
* Após o momento 0 (zero) ocorreu síntese de ATP nas mitocôndrias por um processo aeróbio,
devido ao O2 adicionado, como consta no enunciado (“..., tem um dispositivo para adicionar
solução rica em O2 ... “).
- ALTERNATIVA C (“A adição de O2 provocou um abrupto aumento do pH do meio, com
consequente redução do pH mitocondrial.”) – INCORRETA
+
* O gráfico mostra que após a adição de O2 houve aumento da concentração de H o que
acarreta diminuição do pH e não aumento, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA D (“A elevação da concentração de prótons permitiu que o NADH fosse
reduzido pelo O2 nas mitocôndrias.”) – INCORRETA
* A elevação da concentração de prótons permitiu que o NADH fosse oxidado nas
mitocôndrias, através da cadeia respiratória (cadeia oxidativa ou cadeia transportadora de
elétrons), que ocorre nas cristas mitocondriais.
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- ALTERNATIVA E (“O NADH foi oxidado na presença de O2 e induziu o bombeamento de


prótons para fora das mitocôndrias.”) – CORRETA
* O NADH foi oxidado na presença de O2, como mostramos na alternativa anterior e induziu o
bombeamento de prótons para foras das mitocôndrias.

02. (PUC-RIO) Sabe-se que um indivíduo da espécie humana não pode ficar sem realizar
respiração sistêmica por muito tempo, sob pena de sofrer lesões cerebrais. Assinale a
alternativa que descreve corretamente o processo metabólico celular que ocorre nesse caso.
a) Na ausência de oxigênio molecular, as células iniciam um processo fermentativo de
respiração aeróbica.
b) O gás carbônico produzido na respiração se acumula provocando diminuição do pH celular.
c) O oxigênio molecular é consumido, e sua diminuição causa aumento do pH celular.
d) O oxigênio molecular começa a se transformar em ácido carbônico, diminuindo o pH celular
e) Na ausência de oxigênio molecular, a célula passa a fazer digestão aeróbica para gerar
energia.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“O gás carbônico produzido na respiração se acumula provocando diminuição do pH celular.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Na ausência de oxigênio molecular, as células iniciam um processo
fermentativo de respiração aeróbica.”) – INCORRETA
* O processo fermentativo é anaeróbio e não aeróbio, como consta na alternativa.
- ALTERNATIVA B (“O gás carbônico produzido na respiração se acumula provocando
diminuição do pH celular.”) – CORRETA
* Durante a respiração sistêmica, ocorre consumo de O 2 e liberação de CO2 produzido no
processo de respiração celular. Caso não ocorra respiração sistêmica durante algum tempo, o
CO2 começa a se acumular gerando ácido carbônico, diminuindo o pH celular. Na falta de
oxigênio, a célula muscular passa a realizar processo fermentativo (glicólise muscular ou
fermentação láctica) gerando ácido lático (figura abaixo).

- ALTERNATIVA C (“O oxigênio molecular é consumido, e sua diminuição causa aumento do


pH celular.”) – INCORRETA
* A diminuição do oxigênio não provoca aumento do pH celular.
- ALTERNATIVA D (“O oxigênio molecular começa a se transformar em ácido carbônico,
diminuindo o pH celular.”) – INCORRETA
* Não ocorre, na condição citada, a transformação de oxigênio molecular em ácido carbônico.
- ALTERNATIVA E (“Na ausência de oxigênio molecular, a célula passa a fazer digestão
aeróbica para gerar energia.”) – INCORRETA
* Na ausência de oxigênio molecular, a célula muscular passa a realizar glicólise muscular
(fermentação lática), que é um processo anaeróbio. A expressão “digestão aeróbica” não tem
sentido.

03. (UECE) Numere a coluna B de acordo com a coluna A associando cada tipo de organismo
ao seu sistema de determinação do sexo.
COLUNA A
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1. Aves
2. Abelhas Melíferas
3. Gafanhoto
4. Homem
COLUNA B
( ) X0
( ) XY
( ) ZW
( ) HAPLODIPLOIDE
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.
a) 1; 2; 3; 4.
b) 2; 3; 4; 1.
c) 4; 1; 3; 2.
d) 3; 4; 1; 2.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“3; 4; 1; 2.”)
JUSTIFICATIVA
* Aves, diversas espécies de répteis, algumas espécies de peixes e de insetos, como nos
lepidópteros, por exemplo, o sexo é determinado pelo sistema ZW. Nesse sistema, as
fêmeas apresentam dois cromossomos sexuais diferentes (ZW), enquanto os machos, dois
cromossomos sexuais homólogos (ZZ).
* Em insetos himenópteros como abelhas, o sistema de determinação do sexo é
denominado haplodiploide ou haploide/diploide. Nesse grupo de insetos, os machos são
haploides (n) e as fêmeas, diploides (2n).
* Em diversas espécies de insetos, entre elas a maioria dos gafanhotos, não há o
cromossomo Y; as fêmeas têm um par homólogo de cromossomos sexuais (XX), enquanto os
machos têm um único cromossomo sexual X (X0) Esse sistema de determinação do sexo é
denominado sistema X0.
* Em mamíferos, humanos, inclusive, a determinação do sexo é feita através do bastante
conhecido sistema XY, no qual são as fêmeas que possuem dois cromossomos sexuais
iguais (XX), enquanto que os machos possuem um par heteromórfico (XY). Esse sistema
também está presente em diversos insetos (como em drosófilas, por exemplo), em diversas
espécies de peixes e em algumas espécies de plantas.

04. (UEPG) As cobras peçonhentas encontradas no Brasil pertencem a dois grupos:


crotalíneos e elapíneos. A respeito dessas cobras, assinale o que for correto.
I II
0 0 – Os crotalíneos apresentam, em geral, anéis vermelhos no corpo, alternados com anéis
de outras cores, como amarelo e preto, característica das cobras corais.
1 1 – A principal característica que diferencia as corais verdadeiras das falsas corais é a
dentição.
2 2 – Alguns crotalíneos apresentam fosseta loreal, uma estrutura localizada entre os olhos e
as narinas, com função termorreceptora, que permite perceber o calor do corpo de suas
vítimas.
3 3 – O veneno da jararaca tem ação proteolítica, coagulante e hemorrágica. Já o veneno da
surucucu tem ação neurotóxica, coagulante e miotóxica, e o da cascavel tem ação proteolítica,
hemorrágica e neurotóxica.
4 4 – Os elapíneos apresentam cauda diferenciada do restante do corpo, que pode ser lisa,
com escamas arrepiadas ou com chocalho, características da jararaca, da surucucu e da
cascavel, respectivamente.
GABARITO
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FVVFF
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“Os crotalíneos apresentam, em geral, anéis vermelhos no corpo,
alternados com anéis de outras cores, como amarelo e preto, característica das cobras corais.”)
– FALSA
* Embora as corais verdadeiras (Micrurus sp) sejam peçonhentas e apresentem anéis
vermelhos, pretos e brancos ou amarelos em sequências diversas, não pertencem ao grupo
dos crotalíneos, como consta na alternativa, e sim ao grupo dos elapíneos. No grupo dos
crotalíneos se encontram as jararacas, as cascavéis, as surucucus, etc.
- ALTERNATIVA 1 1 (“A principal característica que diferencia as corais verdadeiras das
falsas corais é a dentição.”) – VERDADEIRA
* Nas corais verdadeiras (Micrurus) a dentição é proteróglifa (do grego proteros, “dianteiro”;
glyphes, “suco”) ou proteroglifodonte (dentes inoculadores de veneno situados na região
anterior do maxila superior). Nas falsas corais (Oxyrhopus) a dentição é opistóglifa (do grego
opisthein, posterior) ou opistoglifodonte (dentes inoculadores de veneno situados na parte
posterior do maxilar superior).
- ALTERNATIVA 2 2 (“Alguns crotalíneos apresentam fosseta loreal, uma estrutura localizada
entre os olhos e as narinas, com função termorreceptora, que permite perceber o calor do
corpo de suas vítimas.”) – VERDADEIRA
* A fosseta loreal, localizada entre as narinas e os olhos, é um órgão presente nas serpentes
da subfamília Crotalinae, capaz de detectar o calor. Ela se conecta diretamente com o encéfalo
da serpente e é usada detectar presas, cuja temperatura é maior que a do ambiente
circundante.
- ALTERNATIVA 3 3 (“O veneno da jararaca tem ação proteolítica, coagulante e hemorrágica.
Já o veneno da surucucu tem ação neurotóxica, coagulante e miotóxica, e o da cascavel tem
ação proteolítica, hemorrágica e neurotóxica.”) – FALSA
* O veneno da jararaca tem efeito proteolítico (lesão tecidual), hemorrágico, coagulante,
neurotóxico (lesões do sistema nervoso) e miotóxico (lesões musculares).
* O veneno da surucucu tem ação proteolítica, neurotóxica, miotóxica, citotóxica (detém o
crescimento dos tecidos), hemorrágica e coagulante.
* O veneno da cascavel tem efeito neurotóxico, hemolítico (destruição das hemácias),
miotóxico e coagulante.
- PRINCÍPIOS ATIVOS DOS VENENOS COM SEUS SINTOMAS
* Neurotoxinas: atuam sobre o sistema nervoso, provocando dormência e insensibilidade no
local do ferimento, paralisias musculares, perda de visão e prostação geral. Pode ocorrer até
parada respiratória.
* Proteolíticos: causam intensa dor no local do ferimento devido à necrose dos tecidos, que
podem gangrenar.
* Hemolíticos: determinam hemólise, isto é, destruição das hemácias, com sinais de sangue na
urina.
*Coagulantes: em pequenas doses, coagulam o fibrinogênio, o que impede a coagulação do
sangue. Em grandes doses, ao contrário, provocam extensa coagulação, podendo causar a
morte em poucos minutos.
- ALTERNATIVA 4 4 (“Os elapíneos apresentam cauda diferenciada do restante do corpo, que
pode ser lisa, com escamas arrepiadas ou com chocalho, características da jararaca, da
surucucu e da cascavel, respectivamente.”) – FALSA
* Embora a jararaca tenha cauda lisa, a surucucu possua cauda com escamas arrepiadas e a
cascavel tenha cauda com chocalho, elas pertencem ao grupo dos crotalíneos e não dos
elapíneos, como consta nesta alternativa.

05. (UPE) Quem já não cantou e dançou em festinhas de escola ou com a garotada na rua, ao
som de palmas, esta canção de roda da nossa riquíssima cultura popular?
“Caranguejo não é peixe, / Caranguejo peixe é /Caranguejo só é
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peixe / Na enchente da maré.Bate palma, palma, palma / Bate


pé, pé, pé /Caranguejo só é peixe / Na enchente da maré.
Caranguejo é presidente / Goiamum é capitão /
Aratu, por mais pequeno / Inspetor de quarteirão.”
Fonte: ABRASOFFA
Agora, finalmente caranguejo é peixe ou não é? Avalie as afirmativas abaixo que estabelecem
comparações entre ambos.
I. O caranguejo é um crustáceo pertencente ao Filo Arthropoda, enquanto o peixe é um
gnatostomado do Filo Chordata.
II. Os peixes apresentam corpo de forma variada e locomovem-se por natação, através de
nadadeiras. O corpo do caranguejo é dividido em cefalotórax, onde estão inseridos cinco pares
de patas articuladas, e abdômen, que está reduzido a uma lâmina dobrada ventralmente, sob o
cefalotórax.
III. O peixe tem exoesqueleto escamoso e endoesqueleto ósseo (osteíctes) ou cartilaginoso
(condrictes). Essas escamas podem ter origem dérmica (condrictes) ou placoides
dermoepidérmicas (osteíctes). O caranguejo tem, apenas, exoesqueleto de quitina com
impregnação de carbonato de cálcio.
IV. Peixe e caranguejo desenvolveram, em alguns casos, adaptação à captação de oxigênio do
ar, permitindo sua permanência momentânea fora da água. É o caso do peixe dipnoico e do
caranguejo-do-mangue que possuem pulmões primitivos desenvolvidos a partir de suas
brânquias.
V. Entre os peixes, há ovíparos, ovovivíparos e vivíparos, enquanto os caranguejos são,
apenas, ovíparos. Nos caranguejos, porém, as fêmeas permanecem com seus ovos presos em
apêndices do corpo, onde são incubados até o momento da eclosão.
Assinale a alternativa correta.
a) Todas estão corretas.
b) I e III são corretas.
c) II e IV são corretas.
d) III, IV e V são corretas.
e) I, II e V são corretas.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“I, II e V são corretas.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“O caranguejo é um crustáceo pertencente ao Filo Arthropoda, enquanto o
peixe é um gnatostomado do Filo Chordata.”) – CORRETA
- Caranguejo
* Filo: Arthropoda.
* Subfilo: Crustacea (crustáceos).
* Classe: Malacostraca.
* Ordem: Decapoda (caranguejos, lagostas, camarões, siris, etc.).
- Peixe
* Filo: Chordata.
* Subfilo: Vertebrata.
* Classe: Agnatas (Ciclostomatas) e Gnatostomas.
* Agnatas: vertebrados sem mandíbulas (lampreia e feiticeira).
* Gnatostomas: vertebrados com mandíbulas, com duas superclasses: (a) peixes, com as
classes Chondrichthyes (peixes cartilaginosos) e Osteichthyes (peixes ósseos); (b) tetrápodas,
com as classes Amphibia, Reptilia, Aves e Mammalia.
- AFIRMATIVA II (“Os peixes apresentam corpo de forma variada e locomovem-se por natação,
através de nadadeiras. O corpo do caranguejo é dividido em cefalotórax, onde estão inseridos
cinco pares de patas articuladas, e abdômen, que está reduzido a uma lâmina dobrada
ventralmente, sob o cefalotórax.”) – CORRETA
- Peixes:
* Exibem forma variada. Ver, como exemplos, a forma atípica do cavalo-marinho [(classe:
Actinopterygii, ordem: Gasterosteiformes) e os peixes da região abissal.]
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* Locomovem-se por natação através de nadadeiras. Associadas a uma musculatura poderosa


e uma pele adaptada para oferecer pequena resistência à água, as nadadeiras permitem que
os peixes nadem, via de regra, com muita rapidez.
- Caranguejo (crustáceo):
* Apresenta o corpo dividido em cefalotórax (cabeça e tórax, fundidos) e abdômen.
* No cefalotórax estão inseridos cinco pares de patas articuladas. O primeiro par, em função de
apresentar o formato de pinças, serve para defesa e apreensão de alimentos. As antenas são
curtas e os olhos pedunculados (situados na extremidade de um prolongamento). O último par
de patas é adaptado para caminhar,
* Abdômen reduzido a uma lâmina dobrada ventralmente, sob o cefalotórax.
- AFIRMATIVA III (“O peixe tem exoesqueleto escamoso e endoesqueleto ósseo (osteíctes) ou
cartilaginoso (condrictes). Essas escamas podem ter origem dérmica (condrictes) ou placoides
dermoepidérmicas (osteíctes). O caranguejo tem, apenas, exoesqueleto de quitina com
impregnação de carbonato de cálcio.”) – INCORRETA
* A incorreção diz respeito às escamas [“. Essas escamas podem ter origem dérmica
(condrictes) ou placoides dermoepidérmicas (osteíctes).”]. Ao contrário do que consta na
alternativa, as escamas placoides dos condrictes têm origem dermoepidérmica e as escamas
dos osteíctes são exclusivamente dérmicas.
- AFIRMATIVA IV (“Peixe e caranguejo desenvolveram, em alguns casos, adaptação à
captação de oxigênio do ar, permitindo sua permanência momentânea fora da água. É o caso
do peixe dipnoico e do caranguejo-do-mangue que possuem pulmões primitivos desenvolvidos
a partir de suas brânquias.”) – INCORRETA
* Os dipnoicos ou peixes pulmonados (figura abaixo) são peixes ósseos que possuem a bexiga
natatória (bexiga de gás) adaptada à função respiratória. Os pulmões nesses peixes não são
desenvolvidos a partir de suas brânquias, como consta na afirmativa. Os caranguejos
apresentam brânquias modificadas.

- AFIRMATIVA V (“Entre os peixes, há ovíparos, ovovivíparos e vivíparos, enquanto os


caranguejos são, apenas, ovíparos. Nos caranguejos, porém, as fêmeas permanecem com
seus ovos presos em apêndices do corpo, onde são incubados até o momento da eclosão.”) –
CORRETA
- Peixes
* Embora a maioria dos peixes seja ovípara, há indivíduos ovovivíparos e vivíparos. Nos
ovíparos, os filhotes se desenvolvem fora do corpo da mãe, dentro do ovo que contém os
nutrientes necessários. Mais de 90% dos peixes pertencem a essa categoria. No caso dos
ovovíparos, as fêmeas retêm os ovos por certo tempo no interior dos oviduto, onde se dá
grande parte do desenvolvimento embrionário. Podemos dizer que nos ovovíparos, os filhotes
se desenvolvem dentro do ovo e dentro do corpo materno e na hora do nascimento os filhotes
saem do ovo. No caso dos vivíparos, o desenvolvimento embrionário se dá totalmente no
interior do oviduto, que funciona como um útero de mamífero, lançando para o meio exterior
pequenos animais totalmente formados. A alimentação dos embriões, neste caso, ocorre
através das paredes do oviduto por meio de intensa rede capilar, que funciona como uma
placenta (denominada onfaloplacenta). Entre os tubarões, por exemplo, há representantes
ovíparos, ovovivíparos e vivíparos.
- Caranguejos
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* Os ovos costumam ser incubados pela fêmea até o embrião estar totalmente formado, sendo
comum encontrar caranguejos com ovos presos às patas abdominais.

06. (UEPB) Os sistemas sensoriais dos elasmobrânquios (raias e tubarões) são refinados e
diversificados, podendo detectar as presas por meio de receptores mecânicos, campos
elétricos, recepção química e pela visão. Com base nos sistemas sensoriais, analise as
proposições abaixo.
I. Ampola de Lorenzini, anatomicamente relacionada e constituída de tubos com muco, com
células sensoriais e com neurônios aferentes em sua base, é extremamente sensível aos
potenciais elétricos.
II. O sistema da linha lateral é constituído por uma série de poros e tubos superficiais
localizados nas laterais do corpo, que se comunicam com a água e com estruturas especiais
denominadas neuromastos.
III. As narinas são dois orifícios na região cefálica, que terminam em fundos cegos. Não se
comunicam com a faringe.
IV. A visão em intensidades luminosas baixas é especialmente bem desenvolvida, pois esta
sensibilidade se deve à retina, rica em bastonetes, e às células com inúmeros cristais de
guanina.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas as proposições II e IV estão corretas.
b) Todas as proposições estão corretas.
c) Apenas as proposições I e III estão corretas.
d) Apenas as proposições I e II estão corretas.
e) Apenas a proposição IV está correta.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Todas as proposições estão corretas.”)
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO I (“Ampola de Lorenzini, anatomicamente relacionada e constituída de tubos
com muco, com células sensoriais e com neurônios aferentes em sua base, é extremamente
sensível aos potenciais elétricos.”) – CORRETA
* Os condrictes, peixes cartilaginosos (tubarões, arraias, cações, etc.), apresentam na cabeça
canais sensoriais que terminam nas ampolas de Lorenzini (ampolas lorenzinianas). Nessas
ampolas há células sensoriais que captam correntes elétricas geradas pela atividade dos
músculos de outros animais, auxiliando esses peixes na localização de suas presas.
- PROPOSIÇÃO II (“O sistema da linha lateral é constituído por uma série de poros e tubos
superficiais localizados nas laterais do corpo, que se comunicam com a água e com estruturas
especiais denominadas neuromastos.”) – CORRETA
* Linhas laterais são dois finos canais, presentes nos condrictes, ao longo das laterais do
corpo. Nessas linhas há aberturas por onde penetra a água do mar. Dentro dos citados canais
encontram-se células receptoras ciliadas (neuromastos) que detectam as variações de pressão
da água, permitindo que os condrictes percebam as vibrações na água ao seu redor.
- PROPOSIÇÃO III (“As narinas são dois orifícios na região cefálica, que terminam em fundos
cegos. Não se comunicam com a faringe.”) – CORRETA
* Nos peixes cartilaginosos, as narinas não se comunicam com a faringe, como ocorre na
maioria dos peixes ósseos (osteíctes). Nos condrictes, as narinas, de fundo cego, apresentam
quimiorreceptores em seu interior, que comunicam as sensações captadas aos lobos olfativos.
Nesses peixes, as narinas têm, apenas, função olfativa.
- PROPOSIÇÃO IV (“A visão em intensidades luminosas baixas é especialmente bem
desenvolvida, pois esta sensibilidade se deve à retina, rica em bastonetes, e às células com
inúmeros cristais de guanina.”) – CORRETA
* O sistema visual dos peixes costuma ser pouco desenvolvido em comparação com os demais
existentes, sendo o seu sentido mais ineficiente. Nos condrictes, cuja retina é rica em
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bastonetes com células dotadas de cristais de guanina, a visão para intensidades luminosas
baixas é bem desenvolvida.

07. (URCA) O Soldadinho do Araripe (Antilophia bokermanni) é uma ave que vive apenas na
Chapada do Araripe. Descrita em 1996, pouco ainda se sabe sobre sua biologia e ecologia.
Mesmo assim, você pode ter certeza de:

a) Que essa ave possui respiração hemocianina.


b) Que essa ave excreta ácido úrico.
c) Que essa ave possui no ouvido os ossículos estribo, martelo e bigorna.
d) Que essa ave possui omaso no papo.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Que essa ave excreta ácido úrico.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Que essa ave possui respiração hemocianina.”) – INCORRETA
* As aves, como os demais vertebrados, possuem hemoglobina e não hemocianina, que é
encontrada em alguns moluscos, nos crustáceos e nos aracnídeos.
- ALTERNATIVA B (“Que essa ave excreta ácido úrico.”) – CORRETA
* A principal substância nitrogenada excretada pelas aves á o ácido úrico, que requer menor de
água. Ele é removido do sangue pelos rins e conduzido à cloaca pelos ureteres. Lembramos
que as aves, a exemplo do repteis, são uricotélicos (excretam ácido úrico).
- ALTERNATIVA C (“Que essa ave possui no ouvido os ossículos estribo, martelo e bigorna.”)
- INCORRETA
* Embora as aves apresentem uma audição bastante aguçada, o que possibilita a comunicação
por meio dos sons, elas não possuem estribo, martelo e bigorna, que são ossículos presentes
no ouvido médio dos mamíferos. Eles constituem um sistema de alavanca que transmite e
amplia as vibrações.
- ALTERNATIVA D (“Que essa ave possui omaso no papo.”) - INCORRETA
* As aves não possuem omaso (folhoso), que constitui uma das câmaras gástrica dos
ruminantes (bois, cabras, camelos, carneiros, girafas, veados, etc.). O papo ou inglúvio,
presente nas aves, corresponde a uma dilatação da porção posterior do esôfago e serve para
armazenar, temporariamente, o alimento coletado, bem como umedecer esses compostos,
tornando-os mais macios.
COMPLEMENTO
I. A moela apresenta paredes grossas e musculosas, capazes de triturar os alimentos,
facilitando a ação das enzimas. Ela atua, dessa forma, como um “estômago mecânico”. As
pequenas pedras engolidas, propositadamente, por muitas aves, auxiliam a trituração do
alimento na moela. Do ponto de vista funcional essas pedrinhas equivalem a dentes, ausentes
nas aves.
II. Nos ruminantes encontramos quatro câmaras gástricas: rúmen (pança), retículo (barrete),
omaso (folhoso) e abomaso (coagulador). As três primeiras são dilatações do esôfago e
apenas a quarta (abomaso) é o verdadeiro estômago, secretor de enzimas digestivas.

08. (UFF) Atletas recordistas em distintas modalidades de corridas desenvolvem, ao longo de


seus percursos, velocidades diferenciadas, conforme ilustra o gráfico:
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Sabe-se que a atividade muscular depende, diretamente, da energia do ATP. Assim, pode-se
assumir que a taxa de produção de ATP no músculo é bem maior em corridas curtas do que
em maratonas, mas, não pode ser mantida elevada por longos períodos de tempo, fazendo a
velocidade de o corredor diminuir à medida que aumenta a distância percorrida. Considerando-
se os processos de geração de ATP no músculo, conclui-se que os principais produtos finais
do metabolismo energético nesse tecido em corridas curtas e em maratona são,
respectivamente:
a) Lactato; piruvato.
b) Piruvato; lactato.
c) CO2 e H2O; lactato.
d) Lactato; CO2 e H2O.
e) CO2 e H2O; piruvato.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Lactato; CO2 e H2O.”)
JUSTIFICATIVA
Nas corridas curtas, que requerem elevada produção de ATP, como consta no enunciado
(“... a taxa de produção de ATP no músculo é bem maior em corridas curtas do que em
maratonas, ...”), a produção de ATP ocorre via glicólise muscular (“fermentação” láctica),
processo anaeróbio, que tem como produto final o lactato (figura a seguir).

Nas maratonas, ao contrário, o metabolismo oxidativo aeróbio é a principal fonte de ATP,


tendo como produtos finais CO2 e H2O (figura abaixo). Durante a glicólise muscular, cada
glicose é desdobrada, após uma série de reações, em duas moléculas de ácido pirúvico, sendo
a energia liberada na forma de ATP. Comumente, esse ácido penetra nas mitocôndrias das
células musculares levando a que ocorra a respiração aeróbia, formando um número maior de
ATP do que na glicólise muscular. Essa glicólise ocorre quando, em contração vigorosa, o
tecido muscular esquelético precisa funcionar em condições de hipóxia (baixa pressão parcial
de oxigênio). O ácido láctico produzido no músculo é transportado pela corrente sanguínea até
o fígado, onde é convertido em glicose através da gliconeogênese (ou neoglicogênese). Assim
sendo, a gliconeogênese é um processo metabólico em que a glicose é produzida a partir de
precursores de natureza não glicídica, como ácido láctico, glicerol e aminoácidos.
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09. (UESPI) A figura abaixo mostra um processo metabólico que ocorre dentro das células de
um menino, após a digestão das batatas fritas que ele consumiu durante o lanche. Tal
processo:

a) Demonstra o consumo de calorias da célula em reações anabólicas da glicólise.


b) Ocorre durante o Ciclo de Krebs e mostra o acúmulo de saldo energético celular.
c) É típico das reações catabólicas exotérmicas que ocorrem devido ao consumo de alimentos
ricos em carboidratos.
d) É típico das reações anabólicas endotérmicas que ocorrem devido ao consumo de alimentos
ricos em proteínas.
e) Gera um saldo energético de 4 ATPs.
- Glicólise
* Durante a glicólise (figura abaixo), também chamada de ciclo de Embden e Meyerhoff,
processo anaeróbio que ocorre no hialoplasma, a glicose se transforma, graças a uma série de
reações, em duas moléculas de ácido pirúvico.
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* A figura a seguir mostra o resumo da quebra da glicose até ácido pirúvico (glicólise). Como se
pode constatar há, como saldo, 2 ATPs (dois “gastos” e 4 produzidos), 2 NADH 2 e dois ácidos
pirúvicos.

- Destino do ácido pirúvico: dependendo do organismo e das condições fisiológicas, o ácido


pirúvico (C3H4O3) pode seguir caminhos distintos. Dessa forma, ele pode:
a) Transformar-se em álcool etílico (C2H5OH) e gás carbônico, caracterizando a fermentação
alcoólica (processo anaeróbio).

b) Converter-se em ácido láctico (C3H6O3), caracterizando a fermentação láctica ou glicólise


muscular (processo anaeróbio).

c) Transformar-se em ácido acético, caracterizando a fermentação acética (processo


anaeróbio).
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d) Sofrer descarboxilação e se converter, posteriormente, em acetil-CoA.

* O acetil-CoA é a substância “alimentadora” do ciclo de Krebs, processo que integra a


respiração aeróbia (figura a seguir).

ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Demonstra o consumo de calorias da célula em reações anabólicas da glicólise.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Demonstra o consumo de calorias da célula em reações anabólicas da
glicólise.”) – CORRETA
* A figura constante nesta questão, mostra a conversão da frutose-6-fosfato em frutose-1,6-
difosfato, com a utilização de um ATP, que se converte em ADP. Essa conversão, como vimos
acima, ocorre durante a glicólise. Trata-se, portanto, de uma reação anabólica com “consumo”
de energia (“gasto” de um ATP).
- ALTERNATIVA B (“Ocorre durante o Ciclo de Krebs e mostra o acúmulo de saldo energético
celular.”) – INCORRETA
* Ela não ocorre no ciclo de Krebs, que integra o processo aeróbio e nem mostra o acúmulo de
saldo energético celular, já que um ATP é “gasto”.
- ALTERNATIVA C (“É típico das reações catabólicas exotérmicas que ocorrem devido ao
consumo de alimentos ricos em carboidratos.”) – INCORRETA
* Trata-se de uma reação anabólica endoenergética (“endotérmica”).
- ALTERNATIVA D (“É típico das reações anabólicas endotérmicas que ocorrem devido ao
consumo de alimentos ricos em proteínas.”) – INCORRETA
* Embora seja uma reação anabólica endoenergética (“endotérmica”) ela está
relacionada com o consumo de alimentos ricos em carboidratos (glicose, como mostra
a figura).
- ALTERNATIVA E (“Gera um saldo energético de 4 ATPs.”) – INCORRETA
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* Como se pode constatar na figura da questão, há “consumo” de 1 ATP e não um


saldo energético de 4.

10. (PUC-PR) Após várias aulas teóricas de zoologia, o professor propõe a seguinte prática,
muito comum em diversos colégios: no laboratório, são distribuídos vários animais (alguns
vivos, outros conservados) nas equipes ou bancadas e é solicitado aos alunos que os
classifiquem em seus respectivos grupos. A seguir estão os resultados de algumas equipes:
- EQUIPE 1:
* animais com concha e moles = Filo MOLLUSCA
* animais segmentados e com exoesqueleto quitinoso = Filo ARTHROPODA
* animais com poros e espículas no esqueleto = Filo PORIFERA
- EQUIPE 2:
* animais com endoesqueleto calcáreo e espinhos = Filo CHORDATA
* animais com formato de pólipo e tentáculos = Filo COELENTERATA
* animais invertebrados com patas articuladas = Filo ARTHROPODA
- EQUIPE 3:
* animais com cabeça, pé muscular e massa visceral = Filo CEPHALOPODA
* animais com vértebras e crânio calcáreos = Filo CHORDATA
* animais com corpo dorsoventralmente achatados = Filo PLATYHELMINTHES
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas as equipes 2 e 3 classificaram os animais corretamente.
b) Apenas a equipe 3 classificou os animais corretamente.
c) Apenas a equipe 2 classificou os animais corretamente.
d) Apenas as equipes 1 e 3 classificaram os animais corretamente.
e) Apenas a equipe 1 classificou os animais corretamente.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Apenas a equipe 1 classificou os animais corretamente.”)
JUSTIFICATIVA
EQUIPE 1
- Filo MOLLUSCA (ostras, mexilhões, caramujos, lemas, caracóis, polvo, etc.).
* Animais com corpo de consistência mole, protegidos, em geral, por uma concha calcária.
* Corpo com simetria bilateral, sem segmentação e geralmente dividido em pé, cabeça e
massa visceral.
* Parede ventral do corpo especializada com um pé muscular, diversamente modificado, mas
usado principalmente para a locomoção.
* Presença de concha univalva (caramujos) ou bivalva (ostras), que os protege externamente
ou os sustenta internamente.
* Aparelho digestivo completo, boca em geral munida de rádula (órgão raspador) e ânus aberto
na cavidade do manto.
* Aparelho respiratório do tipo pulmonar (gastrópodes), branquial (cefalópodes) ou cutânea
(lesmas).
* Sistema circulatório aberto (fechado nos cefalópodes), coração, colocado na cavidade
pericárdica, com um ventrículo e uma ou duas aurículas.
* Sistema nervoso compreendendo 3 pares de gânglios, ligados por nervos. Órgãos sensitivos
bem diferenciados e especializados para tato, olfato, paladar, equilíbrio e visão (em alguns).
Olhos altamente desenvolvidos nos cefalópodes.
* Sistema excretor formado por um ou dois “rins” (metanefrídios) abrindo-se para dentro da
cavidade pericárdica e geralmente drenando para o interior da cavidade do manto.
* Sistema reprodutor diferenciado, maioria ovíparos, com formas monoicas e dioicas e larvas
do tipo trocófora ou véliger. Alguns apresentam desenvolvimento direto.
* A maioria dos moluscos acha-se adaptada à vida aquática, com poucas espécies de hábitos
terrestres.
- Filo ARTHROPODA
* Animais segmentados com exoesqueleto de natureza quitinosa, secretado pela epiderme.
* Passa por sucessivas mudas (ecdises) durante o seu crescimento.
* Simetria bilateral, triblásticos e celomados.
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* Corpo metamerizado dividido em três partes: cabeça; tórax e abdome, podendo ocorrer fusão
da cabeça com o tórax. Neste caso, o corpo se apresenta dividido em duas partes cefalotórax e
abdome ou cabeça e tronco.
* Dotados de patas articuladas, isto é com juntas moveis; apêndices frequentemente
modificados para assumir funções especializadas.
* Sistema muscular complexo, que utiliza o exoesqueleto para sua inserção, composto por
músculos estriados para ações rápidas e musculatura lisa nos órgãos viscerais.
* Sistema digestivo completo; peças bucais correspondem a apêndices modificados e estão
adaptadas para diferentes métodos de alimentação (sucção, trituração, etc.).
* Sistema circulatório aberto e do tipo lacunar, com um coração contrátil dorsal, artérias e
hemocele.
* Excreção por glândulas verdes, túbulos de Malpighi e glândulas coxais.
* Respiração através da superfície corpórea, brânquias, traqueias (tubos de ar) ou pulmões
foliáceos.
* Sistema nervoso ganglionar, com um gânglio cerebral dorsal conectado por um anel que
circunda o tubo digestivo e uma cadeia nervosa ventral dupla constituída por gânglios
segmentados.
* Geralmente sexos separados, com órgãos reprodutores pareados e em sistema de dutos.
Geralmente com fertilização interna. Ovíparos, ovovíparos ou vivíparos (certos escorpiões).
Frequentemente apresentam metamorfose e com partenogênese em alguns casos.
- Filo PORIFERA
* Corpo com poros (óstios), canais e câmaras que servem para a passagem de água e
alimentos.
* Estrutura esquelética constituída por colágeno fibrilar e espículas cristalinas silicosas
ou calcarias, frequentemente combinadas com uma variedade de colágenos
modificados (espongina).
* Todas as espécies são aquáticas. A maioria das espécies é marinha.
* Simetria bilateral ou sem simetria.
* Epiderme de pinacócitos achatados, com a maior parte das superfícies interiores
forrada por células flageladas com colarinho (coanócitos) que geram correntes d’água.
Uma matriz proteica gelatinosa chamada mesogleia dotada de amebócitos de vários
tipos e elementos esqueléticos.
* Sem órgãos ou tecidos verdadeiros.
* Digestão intracelular.
* Excreção e respiração por difusão.
* As reações aos estímulos são locais e independentes, com sistema nervoso ausente.
* Todos os adultos são sésseis e fixos a um substrato.
* Reprodução assexuada por brotos ou gêmulas e reprodução sexuada através de
óvulos e espermatozoides. Larvas ciliadas livre-natantes (anfiblástula e parenquímula).
EQUIPE 2
- Filo CHORDATA
* Endoesqueleto cartilaginoso ou ósseo e não calcáreo.
- Filo COELENTERATA
* Animais com formato de pólipo e medusa.
* Tentáculos extensivos geralmente ao redor da boca ou região oral.
- Filo ARTHROPODA
* Dotados de patas articuladas, isto é com juntas moveis; apêndices frequentemente
modificados para assumir funções especializadas.
EQUIPE 3
- Filo CEPHALOPODA
* Animais com cabeça, pé muscular e massa visceral.
- Filo CHORDATA
* Endoesqueleto cartilaginoso ou ósseo e não calcáreo.
- Filo PLATYHELMINTHES
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* Animais com corpo achatado dorsoventralmente. Abertura oral e genital situadas, na maioria
das vezes, na superfície ventral.

11. (CEFET-SP)
CONSIDERE AS INFORMAÇÕES A SEGUIR PARA RESPONDER ESTA QUESTÃO
A Grapholita modesta, denominada popularmente mariposa-oriental, inseto de origem asiática,
atinge as regiões agrícolas brasileiras. Os adultos medem aproximadamente 10 mm,
apresentam um ciclo de vida de, aproximadamente, um mês, e depositam seus ovos em
pessegueiros, macieiras, ameixeiras e marmeleiros. As lagartas originadas são responsáveis
pela destruição de frutos, causando um grande prejuízo aos produtores. O gráfico a seguir
representa a flutuação de adultos em uma plantação de pessegueiros no estado de São Paulo,
no período de setembro a abril. De maio a agosto, esses insetos não são observados nesses
vegetais.
(Zucchi Vilela e Cantor. Pragas introduzidas no Brasil)

A mariposa-oriental apresenta um tipo de desenvolvimento denominado


a) Ametábolo, cujos ovos originam as larvas que são os adultos.
b) Hemimetábolo, pois as larvas originam as ninfas e depois os adultos.
c) Holometábolo, com: ovos; larvas; pupas que originam os adultos.
d) Indireto, já que os ovos originam as ninfas e depois os adultos.
e) Direto, pois dos ovos surgem a larvas que atacam os vegetais.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Holometábolo, com: ovos; larvas; pupas que originam os adultos.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Ametábolo, cujos ovos originam as larvas que são os adultos.”) –
INCORRETA
* Insetos ametábolos (do grego a, negação, e metabole, transformar): são aqueles que, ao
saírem do ovo, já são muito semelhantes a um adulto (figura abaixo). Não passam, portanto,
por estágio larval nem sofrem metamorfose (do grego metabole, "mudança"). Como exemplos
citamos os insetos ordem Thysanura, como a traça dos livros. Este não o caso da mariposa-
oriental, que como consta no enunciado, passa por metamorfose (“ . As lagartas originadas são
responsáveis ....”). Os insetos ametábolos apresentam desenvolvimento direto, ao contrário
dos metábolos (hemimetábolos e holometábolos) que apresentam desenvolvimento indireto.

- ALTERNATIVA B (“Hemimetábolo, pois as larvas originam as ninfas e depois os adultos.”) –


INCORRETA
* Insetos hemimetábolos (hemi, metade): são os insetos que, quando da eclosão do ovo,
nascem diferentes dos adultos e sofrem transformações graduais na forma e na sua fisiologia
(figura a seguir). Essa passagem gradativa para a vida adulta é chamada metamorfose
incompleta (também chamada gradual ou parcial). As formas jovens são chamadas ninfas e, à
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medida que sofrem mudas, vão se tornando cada vez mais parecidas com o adulto. Para se ter
uma ideia, a ninfa, que eclode do ovo, é semelhantes ao adulto (imago), mas não tem asas
desenvolvidas. Como exemplos citamos os cupins, os gafanhotos, as cigarras e as baratas.
Não sendo, portanto, o caso da mariposa-oriental.

- ALTERNATIVA C (“Holometábolo, com: ovos; larvas; pupas que originam os adultos.”) –


CORRETA
* Insetos holometábolos (holos, total): são aqueles que passam por transformações muito
significativas, durante algumas fases da vida (figura abaixo). Para se ter uma ideia dessas
transformações radicais basta comparar uma larva de borboleta (lagarta) com um adulto da
mesma espécie. Do ovo, eclode um organismo vermiforme e segmentado, a larva, bastante
diferente do adulto, que se nutre com grande apetite durante alguns dias e cresce bastante. Ao
se imobilizar as larvas, costumam adquire, caso das borboletas, por exemplo, um revestimento
(casulo), assumindo a forma característica de pupa (ou crisálida), que permanece imóvel,
pendurada em galhos de árvores enrolada em folhas, em buracos no solo ou nos troncos das
árvores. É nessa fase que ocorrem as transformações mais significativas. Os tecidos da larva
são digeridos e novos tecidos e órgãos são formados. Esse processo, conhecido como
metamorfose completa, termina quando o revestimento da pupa se rompe e dela emerge
um adulto, denominado imago. A fase da larva pode durar de meses até mais de um ano, e a
fase adulta pode durar entre uma semana e alguns meses, dependendo da espécie. Nos
insetos holometábolos, as larvas e os adultos apresentam, via de regra, diferentes hábitos
alimentares, evitando, dessa forma, a competição pelo alimento. As lagartas das borboletas,
por exemplo, apresentam potentes peças bucais mastigadoras e alimentam-se de folhas. Os
adultos, por outro lado, têm peças bucais sugadoras e alimentam-se de néctar. Como
exemplos citamos de insetos holometábolos citamos as borboletas, as moscas e as pulgas.
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- ALTERNATIVA D (“Indireto, já que os ovos originam as ninfas e depois os adultos.”) –


INCORRETA
* Como vimos acima, este é o caso dos insetos hemimetábolos (cupins, os gafanhotos, as
cigarras, as baratas, etc.), no qual não se enquadra a mariposa-oriental.
- ALTERNATIVA E (“Direto, pois dos ovos surgem a larvas que atacam os vegetais.”) –
INCORRETA
* Direto é caso dos insetos ametábolos, visto acima, que não passam por estado larval nem
sofrem metamorfose, no qual não se enquadra a mariposa-oriental. Ver enunciado (“ . As
lagartas originadas são responsáveis ....”).

12. (UFPel) Os cnidários são animais exclusivamente aquáticos de corpo mole ou gelatinoso,
na sua maioria marinho, de vida livre ou fixa, podendo viver em colônias ou isolados. A parede
corporal desses animais apresenta uma série de células especializadas e responsáveis por
diversas funções. Na figura, a seguir, temos a representação esquemática da estrutura celular
de um pólipo de uma Hydra onde observamos os diversos tipos de células com funções as
mais diversas, entre outras: protetora, digestiva e sensitiva.

Baseado nos textos, em seus conhecimentos, indique corretamente os nomes das células
identificadas por números.
a) 1 (célula glandular) – 2 (célula sensorial) – 3 (célula nervosa) – 4 (cnidoblasto) – 5 (célula
digestiva).
b) 1 (célula glandular) – 2 (célula nervosa) – 3 (célula sensorial) – 4 (célula digestiva) – 5
(cnidoblasto).
c) 1 (célula nervosa) – 2 (cnidoblasto) – 3 (célula glandular) – 4 (célula digestiva) – 5 (célula
sensorial).
d) 1 (célula nervosa) – 2 (cnidoblasto) - 3 (célula glandular) – 4 (célula sensorial) – 5 (célula
digestiva).
e) 1 (célula sensorial) – 2 (célula glandular) – 3 (cnidoblasto) – 4 (célula digestiva) - 5 (célula
sensorial).
- Hidrozoários (Hydrozoa)
* A maioria dos hidrozoários vive em água salgada, embora haja espécies de água doce. Um
exemplo clássico de hidrozoário de água doce é a Hydra (figura desta questão), pólipo que não
apresenta fase medusoide no seu ciclo vital. Entre as hidras há espécies de sexos separados e
hermafroditas. Os espermatozoides são liberados na água e os óvulos ficam presos ao corpo.
Apenas um óvulo é produzido em cada ovário. Nos hidrozoários, em geral, a forma poliploide é
predominantes no ciclo de vida. Na maioria das espécies, os pólipos originam,
assexuadamente, pequenas medusas de vida relativamente curta, que se reproduzem
sexuadamente, formando novos pólipos, que fecham o ciclo vital (alternância de gerações ou
metagênese). Um exemplo bastante conhecido de hidrozoário marinho é a Obelia, espécie
séssil que forma colônia, nas quais se destacam dois tipos básicos de pólipo: (a) gastrozoide
(pólipos alimentares), que respondem pela captura de alimentos e nutrição da colônia; (b)
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gonozoides (pólipos reprodutores) que através de brotamento (reprodução assexuada) dão


origem a pequenas medusas. Alguns hidrozoários, como a Physallia pelagica (espécie marinha
flutuante), conhecida popularmente com caravela, formam grandes colônias, constituídas por
centenas ou milhares de organismos, bastantes especializados. A flutuação da colônia está
associada a uma grande estrutura flutuadora inflada de ar. Ligados a esse pólipo flutuador há
vários outros tipos de pólipo, relacionados com a captura de alimentos, com a defesa, com a
reprodução, etc. Os tentáculos de uma caravela, onde se concentram os cnidoblastos (células
urticantes), podem capturar peixes relativamente grandes, retraindo-se em seguida e levando a
presa para perto dos pólipos alimentadores. Dessa forma, a caravela, com seus pólipos
especializados que atuam de maneira integrada, comporta-se como um único organismo.
Ressaltamos que os cnidoblastos são células de defesa características dos cnidários. Eles se
encontram distribuídas por todo o corpo, mas em maior quantidade ao redor da boca do animal
e nos tentáculos. No interior dessas células existe um líquido tóxico mantido sob pressão.
Quando alguma coisa (em geral um animal) entra em contato com ele, o líquido é liberado
através de um tubo oco. Esse mecanismo funciona como defesa para o animal ou para a
captura de alimento. Acidentes podem ocorrer também com pessoas. Essas estruturas são
microscópicas e, quando tocadas, liberam o líquido que provoca queimação, irritação e,
dependendo da espécie, até acidentes mais sérios. Em algumas pessoas, ele também pode
provocar reações alérgicas.
ALTERNATIVA CORRETA: A
[“1 (célula glandular) – 2 (célula sensorial) – 3 (célula nervosa) – 4 (cnidoblasto) – 5 (célula
digestiva).”]

13. (UEL) A utilização do soro imune é o tratamento utilizado contra a peçonha de cobras,
aranhas, escorpiões e lacraias. As peçonhas, utilizadas para produção do soro, são retiradas
de glândulas localizadas em diferentes locais do corpo desses animais. Analise as afirmativas
a seguir:
I. As aranhas possuem essas glândulas associadas a apêndices da região anterior do corpo
denominados quelíceras, com os quais inoculam a peçonha.
II. Os escorpiões possuem essas glândulas associadas a uma estrutura localizada na
extremidade posterior do corpo denominada aguilhão, com a qual inoculam a peçonha.
III. As lacraias possuem essas glândulas associadas a apêndices do último segmento do
tronco, modificados em uma estrutura injetora de peçonha, denominados pedipalpos.
IV. As serpentes possuem um par dessas glândulas no maxilar superior sendo que, além de
injetar a peçonha pela picada, algumas são capazes de expeli-la em jatos.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“As aranhas possuem essas glândulas associadas a apêndices da região
anterior do corpo denominados quelíceras, com os quais inoculam a peçonha.”) – CORRETA
* As aranhas possuem essas glândulas de veneno associadas a apêndices do prossoma,
denominados quelíceras, com os quais inoculam a peçonha. Prossoma (figura abaixo), também
referido como "cefalotórax" é o tagma anterior do corpo dos animais do subfilo Chelicerata, ao
qual pertencem as aranhas. Encontra-se dividido em duas zonas: a zona cefálica, (onde se
inserem os olhos e as quelíceras) e a zona torácica onde se inserem os pedipalpos e as patas
locomotoras. Tem ao todo, seis pares de apêndices articulados: as quelíceras, os pedipalpos e
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quatro pares de patas locomotoras. Opistossoma (ver figura) é a região posterior e também a
mais flexível e expansível do corpo e pode, nas aranhas, ser referido como “abdômen”. Os
únicos apêndices articulados presentes no opistossoma são as fieiras. São em número,
tamanho, forma e segmentação variável, mas apresentam principalmente na extremidade, as
fúsulas por onde é produzida a seda que vem líquida das glândulas sericígenas. As fieiras
podem estar transformadas em cribelo, que, por sua vez, pode ser único ou dividido. O cribelo,
que produz uma seda com estrutura semelhante a lã, é um órgão das aranhas que se encontra
frontalmente às fiandeiras e se presume que seja o homólogo do oitavo par de fiandeiras das
aranhas primitivas (Mesothelae e Mygalomorphae). É também na face ventral do opistossoma
que se situam as aberturas respiratórias que podem ser fendas pulmonares, fendas traqueais
e/ou um espiráculo. A abertura genital fica na face ventral, numa posição mais anterior e abre
no sulco epigástrico onde frequentemente se situam também as fendas pulmonares ou
traqueais anteriores. A abertura genital nas fêmeas pode situar-se numa estrutura
esclerotizada denominada epigíneo. O opistossoma é muito variável de espécie para espécie,
tanto em forma, como em tamanho e cor.

- AFIRMATIVA II (“Os escorpiões possuem essas glândulas associadas a uma estrutura


localizada na extremidade posterior do corpo denominada aguilhão, com a qual inoculam a
peçonha.”) – CORRETA
* Os escorpiões possuem essas glândulas associadas a uma estrutura localizada na
extremidade do opistossoma [região posterior do corpo (ver figura acima)], denominada
aguilhão, com a qual inoculam a peçonha.
- AFIRMATIVA III (“As lacraias possuem essas glândulas associadas a apêndices do último
segmento do tronco, modificados em uma estrutura injetora de peçonha, denominados
pedipalpos.”) – INCORRETA
* As lacraias possuem essas glândulas associadas ao primeiro par de “pernas”, que é
modificado em uma estrutura injetora de peçonha denominada maxilípede ou forcípula.
- AFIRMATIVA IV (“As serpentes possuem um par dessas glândulas no maxilar superior sendo
que, além de injetar a peçonha pela picada, algumas são capazes de expeli-la em jatos.”) –
CORRETA
* Correta. As serpentes possuem um par de glândulas de veneno no maxilar superior sendo
que, além de injetar a peçonha pela picada, algumas são capazes de expeli-la em jatos.

14. (UFJF) Podemos imaginar a história da vida na terra, de sua origem até hoje, como uma
árdua batalha para a conquista de novos ambientes (AMABIS & MARTHO, 2001). No processo
de adaptação dos animais aos diversos ambientes, foram selecionados diferentes padrões de
estrutura corporal. Referindo-se aos animais ilustrados a seguir, é correto afirmar que:
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a) Platelmintos, anelídeos, artrópodes, moluscos e mamíferos são cefalizados.


b) Turbelários, anelídeos e artrópodes são animais metamerizados.
c) Todos os animais ilustrados têm simetria bilateral.
d) Exceto cnidários e artrópodes, todos os outros animais têm o sistema nervoso ganglionar.
e) Cnidários, artrópodes e moluscos têm exoesqueleto quitinoso.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Platelmintos, anelídeos, artrópodes, moluscos e mamíferos são cefalizados.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Platelmintos, anelídeos, artrópodes, moluscos e mamíferos são
cefalizados.”) – CORRETA
* Platelmintos: possuem sistema nervoso constituído por um par de gânglios cerebrais,
localizado na região anterior do corpo (cefalização), com nervos e cordões nervosos
longitudinais, que percorrem todo o seu corpo. Esses gânglios constituem, portanto, um centro
integrador das informações capturadas por células sensoriais e conduzidas pelos nervos e
cordões nervosos. Essa centralização constitui um avanço em relação aos cnidários, que
apresenta uma rede nervosa difusa, sem um órgão integrador das atividades nervosas.
* Anelídeos: possuem sistema nervoso constituído por um par de gânglios cerebrais, situados
dorsalmente e por dois cordões nervosos ventrais, com um par de gânglios por metâmero, o
que reflete a metameria do seu corpo. O sistema nervoso dos anelídeos é, portanto, do tipo
ganglionar e ventral.
* Moluscos: possuem alguns pares de gânglios nervosos, onde se concentram os corpos das
células nervosas. Os principais gânglios estão situados na cabeça e são denominados gânglios
cerebrais, dos quais partem nervos para os principais órgãos dos sentidos, bem diferenciados
e especializados para tato, cheiro, paladar, visão, equilíbrio, etc.
* Mamíferos: sistema nervoso formado pelo nervoso central (SNC), com duas partes (encéfalo
e medula espinhal) e pelo sistema nervoso periférico constituído pelos nervos e gânglios,
sendo por isto denominado sistema cefalorraquidiano. O SNC processa e integra as
informações. O SNP conduz informações entre os órgãos receptores de estímulo, o SNC e os
órgãos efetuadores, como músculos e glândulas.
- ALTERNATIVA B (“Turbelários, anelídeos e artrópodes são animais metamerizados.”) –
INCORRETA
* Metameria ou segmento corporal consiste na organização do corpo em uma série de
segmentos (metâmeros), que se repetem ao longo de seu comprimento. A metameria
proporciona pacotes musculares que se contraem e garantem maior flexibilidade corporal e
uma variedade de movimentos. Essas estruturas surgem durante o desenvolvimento
embrionário.
* Turbelários: platelmintos de vida livre conhecidos, popularmente, como planárias, de corpo
não segmentado (não metamerizado).
* Anelídeos: metamerizados.
* Artrópodes: metamerizados.
- ALTERNATIVA C (“Todos os animais ilustrados têm simetria bilateral.”) – INCORRETA
* Os cnidários possuem simetria radial. Os demais animais ilustrados apresentam simetria
bilateral.
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- ALTERNATIVA D (“Exceto cnidários e artrópodes, todos os outros animais têm o sistema


nervoso ganglionar.”) – INCORRETA
* Nos cnidários, a rede nervosa está espalhada por todo o corpo, constituindo o sistema
nervoso difuso. Os demais animais ilustrados têm sistema nervoso ganglionar.
- ALTERNATIVA E (“Cnidários, artrópodes e moluscos têm exoesqueleto quitinoso.”) –
INCORRETA
- O exoesqueleto, que tem como principal objetivo proteger os órgãos internos é uma cobertura
rígida que envolve o animal totalmente (exoesqueleto completo), como nos artrópodes ou
parcialmente (exoesqueleto incompleto), como nos moluscos. Nos artrópodes o exoesqueleto,
secretado pela epiderme subjacente (exoesqueleto cuticular), é composto basicamente de
quitina (polissacarídeo), à qual pode se agregar outras substâncias, como proteínas, lipídios e
carbonato de cálcio. O exoesqueleto completo apesar de ser mais eficiente na proteção e na
movimentação do corpo, limita o crescimento. Assim sendo, para crescer o animal precisa sair
desse exoesqueleto, substituindo-o por um novo. Esse processo de troca de exoesqueleto é
denominado ecdise ou muda. Nos moluscos (ostras, caracóis, mexilhões, caramujos, entre
outros), o exoesqueleto consiste de uma ou mais placas de carbonato de cálcio, denominada
concha. Essa concha pode ser univalva (formada por uma única valva ou peça), como nos
caracóis ou bivalva (constituída por duas valvas ou peças), como nas ostras e nos mexilhões.
Nas bivalvas, as duas valvas se articulam por meio de uma borda e são movimentadas por
músculos que promovem o seu fechamento ou abertura. Ao contrário do exoesqueleto
completo presente nos artrópodes, o incompleto permite o crescimento contínuo do corpo, não
necessitando, portanto, quer haja muda ou ecdise. Alguns cnidários, como os corais-pétreos ou
corais verdadeiros (classe Anthozoa) apresentam exoesqueleto de carbonato de cálcio
secretado pela epiderme do corpo do pólipo, formando uma taça esquelética, no interior da
qual o pólipo se aloja.
* Cnidários: quando presente, carbonato de cálcio.
* Artrópodes: quitina.
* Moluscos: carbonato de cálcio.

15. (PUC-RIO) O princípio da capacidade de submersão dos submarinos é o mesmo presente


na bexiga natatória de alguns peixes. Indique qual a alternativa que explica corretamente este
funcionamento.
a) Quando a bexiga natatória se enche de ar, o peixe fica menos denso do que a água e sobe
à superfície.
b) Quando a bexiga natatória se enche de água, o peixe fica menos denso que o meio e sobe à
superfície.
c) Quando a bexiga natatória se enche de ar, o peixe fica mais denso do que a água e sobe à
superfície.
d) Quando a bexiga natatória se enche de água, o peixe fica menos denso que a água e
submerge.
e) Quando a bexiga natatória se enche de ar, o peixe fica menos denso do que a água e
submerge.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Quando a bexiga natatória se enche de ar, o peixe fica menos denso do que a água e sobe à
superfície.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Quando a bexiga natatória se enche de ar, o peixe fica menos denso do
que a água e sobe à superfície.”) – CORRETA
* A bexiga natatória, presente apenas nos osteíctes, auxilia esses animais a se manterem em
determinadas profundidades. Ela controla, através da entrada e da saída de ar, a submersão e
flutuação desses peixes. Como o ar é menos denso que a água, a entrada de ar, enchendo a
bexiga natatória, torna o peixe menos denso do que a água, e a saída de ar, esvaziando a
referida estrutura, o torna mais denso. Menos denso, o peixe sobe à superfície. Lembramos
que os condrictes não possuem bexiga natatória e que há osteíctes, como os linguados, que
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vivem em contato com o fundo do mar e são sedentários, que são desprovidos dessa estrutura
flutuadora.
- ALTERNATIVA B (“Quando a bexiga natatória se enche de água, o peixe fica menos denso
que o meio e sobe à superfície.”) – INCORRETA
* A bexiga natatória não se enche de água.
- ALTERNATIVA C (“Quando a bexiga natatória se enche de ar, o peixe fica mais denso do que
a água e sobe à superfície.”) – INCORRETA
* Quando a bexiga natatório se enche de ar, o peixe fica menos denso do a água.
- ALTERNATIVA D (“Quando a bexiga natatória se enche de água, o peixe fica menos denso
que a água e submerge.”) – INCORRETA
* A bexiga natatória não se enche de água.
- ALTERNATIVA E (“Quando a bexiga natatória se enche de ar, o peixe fica menos denso do
que a água e submerge.”) – INCORRETA
* Quando a bexiga natatória se enche de ar, o peixe fica menos denso do que a água e sobe à
superfície.

16. (UECE) O quadrado de punnett é um recurso que foi idealizado por R. C. Punnett,
geneticista colaborador de William Batenson (ambos viveram entre o final do século XIX e
começo do século XX, participando ativamente das redescobertas do trabalho de Mendel), que
facilita sobremaneira a confecção de cruzamentos entre heterozigotos de F 1, pelo
preenchimento das casas que o compõem com os genótipos resultantes do cruzamento
realizado. Entretanto, no cruzamento poliíbrido esse preenchimento se complica devido ao
aumento de casas do quadrado. Podemos afirmar corretamente que, no caso de um
cruzamento poliíbrido do tipo AaBbCcDdFf X AaBbCcDdFf, que se apresenta com 5 (cinco) loci
heterozigotos, localizados em diferentes pares de cromossomos homólogos, a quantidade de
casas do quadrado de punnett que teriam que ser preenchidas com genótipos é:
a) 59 049.
b) 1 024.
c) 19 456.
d) 32.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“1 024.”)
JUSTIFICATIVA
* Os genótipos são resultantes da combinação dos diferentes gametas produzidos por cada
indivíduo. O número de gametas diferentes pode ser encontrado, rapidamente, aplicando-se a
fórmula 2 elevado a potência n, onde n corresponde ao número de loci heterozigotos. Para os
indivíduos envolvidos no cruzamento em questão (AaBbCcDdFf), encontramos 5 loci
heterozigotos (Aa, Bb, Cc, Dd e Ee), logo n é igual a 5. Cada indivíduo forma, portanto, 32
gametas (2 elevado à quinta potência). Como um cruzamento envolve dois indivíduos e, no
caso em questão, ambos com 5 loci heterozigotos (AaBbCcDdFf X AaBbCcDdFf), teremos 2
elevado à quinta potência x 2 elevado à quinta potência = 4 elevado à quinta potência = 1024
(quantidade de casas do quadrado de punnett que teriam que ser preenchidas).

17. (UFAL) João casa-se com Maria, sua prima. Considerando o parentesco entre ambos,
resolvem fazer um aconselhamento genético e descobrem que, apesar de saudáveis, João e
Maria possuem alelos para a doença X, que em Maria ocorre em heterozigose. Considerando
que tal doença é condicionada por um gene que age como dominante no homem e como
recessivo na mulher, é correto afirmar que João e Maria:
a) Se tiverem filhos homens, todos terão a doença.
b) Se tiverem filhas, nenhuma terá a doença.
c) Se tiverem filhos homens, possuem 25% de chance de nascerem com a doença.
d) Se tiverem filhas, possuem 75% de chance de nascerem com a doença.
e) Independentemente do sexo, todos os filhos terão a doença.
ALTERNATIVA CORRETA: B
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(“Se tiverem filhas, nenhuma terá a doença.”)


JUSTIFICATIVA:
* Sendo o gene dominante no homem, os genótipos AA ou Aa provoca a doença X. Como João
é saudável (“... , apesar de saudáveis, João e Maria ... “) possui genótipo “aa”. Sendo recessivo
na mulher, apenas o genótipo AA causa a doença X. Maria é saudável (“... , apesar de
saudáveis, João e Maria ... “) e possui genótipo heterozigótico (“...em Maria ocorre em
heterozigose. ... “), logo ela é Aa (heterozigose).
* Cruzamento: Aa (Maria) x aa (João) = Aa (homem doente e mulher saudável) + Aa (homem
doente e mulher saudável) + aa (homem saudável e mulher saudável) + aa (homem saudável e
mulher saudável).
* 50% dos homens doentes e 50% saudáveis.
* Todas (100%) das mulheres serão saudáveis (nenhuma terá a doença X).

18. (PUC-RS) Para responder esta questão, relacione os termos apresentados em 1 a 4 com
as informações apresentadas na sequência, numerando os parênteses.
1. Dominância
2. Ausência de dominância
3. Polialelia
4. Interação gênica
( ) Dois ou mais pares de genes, com distribuição independente, determinam conjuntamente
um caráter herdado.
( ) Um gene impede a expressão de seu alelo em um indivíduo heterozigoto.
( ) Um gene pode exibir três ou mais formas alternativas, mas em um determinado indivíduo
existirão apenas dois genes alelos.
( ) Um gene interage com seu alelo, de maneira que o heterozigoto expressa simultaneamente
os dois fenótipos dos genitores homozigotos.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) 3 – 1 – 2 – 4.
b) 2 – 4 – 3 – 1.
c) 1 – 3 – 4 – 2.
d) 4 – 1 – 2 – 3.
e) 4 – 1 – 3 – 2.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“4 – 1 – 3 – 2.”)
JUSTIFICATIVA
- Dominância
* Fenômeno em que um alelo impede a expressão de outro. Quando um alelo só se manifesta
em homozigose (aa), dizemos que ele é recessivo e quando ele se expressa tanto em
homozigose (AA) como em heterozigose (Aa) dizemos que ele é dominante. Dessa forma, o
alelo dominante determina o mesmo fenótipo, tanto em homozigose como em heterozigose.
Indica-se, via de regra, o dominante com a inicial maiúscula do recessivo e o recessivo com a
mesma designação, mas em minúscula. Considerando, por exemplo, o daltonismo, que é
recessivo, usa-se a letra D (maiúscula) para indicar o dominante e a letra d (minúscula) para
designar o recessivo.
- Ausência de dominância
* Fenômeno em que o gene interage com seu alelo, de maneira que o heterozigoto apresenta
um fenótipo diferente e intermediário em relação aos pais homozigotos ou expressa,
simultaneamente, os dois fenótipos paternos. Podemos identificar dois tipos básicos de
ausência de dominância: a herança intermediária e a codominância.
I. A herança intermediária é o tipo de dominância em que o individuo heterozigoto exibe um
fenótipo diferente e intermediário em relação aos genitores homozigotos. Como exemplos
citamos:
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Ia. A planta “maravilha” (Mirabilis jalapa) que apresenta duas variedades básicas para a
coloração das flores: a variedade alba (com flores brancas) e a variedade rubra (com flores
vermelhas). Chamando o gene que condiciona flores brancas de B e o gene para flores
vermelhas de V, o genótipo de uma planta com flores brancas é BB, e o genótipo de uma
planta com flores rubras é VV. Cruzando-se esses dois tipos de plantas (VV x BB), os
descendentes serão todos VB, cujas flores serão rosa. Elas exibirão, portanto, um fenótipo
intermediário em relação aos fenótipos paternais (flores vermelhas e brancas).
1b. Nas galinhas de raça andaluza, o cruzamento de um galo de plumagem preta (PP) com
uma galinha de plumagem branca (BB) produz descendentes com plumagem azulada (PB).
Percebe-se então que a interação do gene para a plumagem preta (P) com o gene para
plumagem branca (B) determina o surgimento de um fenótipo intermediário (plumagem
azulada).
II. Codominância é o tipo de ausência de dominância em que o individuo heterozigoto expressa
simultaneamente os dois fenótipos paternos. Como exemplo citamos:
IIa. A cor da pelagem em bovinos da raça Shorthon. Neste caso, os indivíduos homozigotos AA
têm pelagem vermelha; os homozigotos BB tem pelagem branca e os heterozigotos AB têm
pelos brancos e pelos vermelhos alternadamente distribuídos.
A B A
IIb. A interação entre os genes I e I do sistema sanguíneo ABO. Os portadores dos alelos I
B AB
e I (I I ), possuem sangue AB. Expressando, dessa forma, os dois alelos simultaneamente.
- Polialelia (alelos múltiplos)
* Fenômeno em que os genes ocorrem em mais de duas formas alélicas, podendo haver três
ou mais alelos diferentes na população. Em um determinado indivíduo, entretanto, existirão
apenas dois desses alelos. Citamos como exemplos a cor da pelagem dos coelhos e o os
grupos sanguíneos do sistema ABO.
- Interação gênica
* Fenômeno em que dois ou mais genes atuam conjuntamente na determinação de certa
característica. Esses genes se distribuem de forma independente durante a formação dos
gametas. Muitas características nos seres vivos são determinadas dessa maneira, como por
exemplo, a forma da crista em galináceos, a cor da plumagem dos periquitos australianos e a
herança da cor do fruto do pimentão.

19. (UEM) Considere que a composição genética de uma população pode ser conhecida
calculando-se as frequências de seus alelos e as frequências de seus genótipos. Analise os
dados de duas populações hipotéticas, fornecidos na tabela, e assinale o que for incorreto.

POPULAÇÃO 1 POPULAÇÃO 2
Genótipos N Genótipos N
AA 3.200 AA 2.400
Aa 5.000 Aa 4.000
aa 1.800 aa 3.600
Total 10.000 Total 10.000
N = número de indivíduos
A = alelo dominante
a = alelo recessivo.
a) A frequência do alelo a da população 1 é de 43%.
b) A frequência do alelo A da população 1 é maior do que a frequência do alelo A da população
2.
c) A frequência dos genótipos AA, Aa e aa da população 1 é de 32%, 50% e 18%,
respectivamente.
d) A frequência do genótipo heterozigoto da população 2 é de 60%.
e) Na população 2, a frequência do alelo recessivo é 12% maior do que a frequência do alelo
dominante.
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- As duas populações constantes desta questão não obedecem ao princípio de Hardy-


Weimberg, logo não estão em equilíbrio genético [ver GENÉTICA DE POPULAÇÕES (Princípio
de Hardy-Weinberg), matéria publicada, no dia 21/08/2013, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”).
POPULAÇÃO 1
- 10.000 indivíduos diploides.
- 20.000 genes, considerando apenas os dois alelos (A e a) indicados nesta questão.
- 3.200 AA (6.400 genes) – [0,32 (32%) da população].
* 6.400 genes A.
- 5.000 Aa (10.000 genes) – [0,5 (50%) da população].
* 5.000 genes A.
* 5.000 genes a.
- 1.800 aa (3.600 genes) – [0,18 (18%) da população].
* 3.600 genes a.
- Total de genes A: 11.400 (0,57 = 57%).
- Total de genes a: 8.600 (0,43 = 43%).
POPULAÇÃO 2
- 10.000 indivíduos diploides.
- 20.000 genes, considerando apenas os dois alelos (A e a) indicados nesta questão.
- 2.400 AA (4.800 genes) – [0,24 (24%) da população].
* 4.800 genes A.
- 4.000 Aa (8.000 genes) - [0,4 (40%) da população].
* 4.000 genes A.
* 4.000 genes a.
- 3.600 aa (7.200 genes) – [0.36 (36%) da população].
* 7.200 genes a.
- Total de genes A: 8.800 (0,44 = 44%).
- Total de genes a: 11.200 (0,56 = 56%)
ALTERNATIVA INCORRETA: D
(“A frequência do genótipo heterozigoto da população 2 é de 60%.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A frequência do alelo a da população 1 é de 43%.”) – CORRETA
* Dos 20.000 genes [considerando apenas os dois alelos (A e a) indicados nesta questão]
presentes na população 1, 8.600 são a (8.600/20.000 = 0,43 = 43%).
- ALTERNATIVA B (“A frequência do alelo A da população 1 é maior do que a frequência do
alelo A da população 2.”) – CORRETA
* Frequência de alelos A na população 1 é 0,57 [11.400 genes em um total de 20.000 genes
(11.400/20.000 = 0,57)].
* Frequência de alelos A na população 2 é 0,44 [ 8.800 genes em um total de 20.000 genes
(8.800/20.000 = 0,44 = 44%)].
- ALTERNATIVA C (“A frequência dos genótipos AA, Aa e aa da população 1 é de 32%, 50% e
18%, respectivamente.”) – CORRETA
* Frequência de genótipos AA na população 1 (3.200/10.000 = 0,32 = 32%).
* Frequência de genótipos AA na população 1 (5.000/10.000 = 0,5 = 50%).
* Frequência de genótipos aa na população 1 (1.800/10.000 = 0,18 = 18%).
- ALTERNATIVA D (“A frequência do genótipo heterozigoto da população 2 é de 60%.”) –
INCORRETA
* A frequência de heterozigoto (Aa) na população 2 é 40% (4.000/10.000 = 0,4 = 40%) e não
60%, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA E (“Na população 2, a frequência do alelo recessivo é 12% maior do que a
frequência do alelo dominante.”) – CORRETA
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* Frequência do alelo recessivo (a) na população 2 é 0,56 [11.200 genes a em um universo de


20.000 genes (11.200/20.000 = 0,56 = 56%)].
* Frequência do alelo dominante (A) na população 2 é 0,44 [8.800 genes A em um universo de
20.000 genes (8.800/20.000 = 0,44 = 44%)], 12% maior (0,56 – 0,44 = 0,12 = 12%).

20. (UFPI) Em 1908, os cientistas Hardy e Weinberg formularam um teorema cuja importância
está no fato dele estabelecer um modelo para o comportamento dos genes nas populações
naturais. Se os valores das frequências gênicas de uma população, observada ao longo de
gerações, forem significativamente diferentes dos valores esperados através da aplicação do
teorema, pode-se concluir corretamente que:
a) A população estudada é infinitamente grande, inviabilizando a aplicação do teorema.
b) Não houve a atuação dos fatores evolutivos sobre a população.
c) A população encontra-se em equilíbrio genético.
d) A população está evoluindo, uma vez que as frequências gênicas foram alteradas.
e) Os cruzamentos nessa população ocorrem ao acaso.
- PRINCÍPIO DE HARDY-WEINBERG
* A genética de população teve sua gênese em 1908, graças aos trabalhos do matemático
inglês Godfrey H. Hardy e do médico alemão Wilhem Weinberg. Eles demonstraram,
independentemente, que através das gerações, a frequência de certo gene permanece
constante em uma população, caso os fatores da evolução não atuem. Esse princípio pode ser
enunciado como se segue: “em uma população panmítica (os cruzamentos ocorram ao acaso),
de tamanho suficientemente grande para que seja válida a lei dos grandes números, as
frequências gênicas e genotípicas permanecem constantes, geração após geração, desde que
não estejam atuando os fatores da evolução”. Por fatores da evolução, compreendemos certas
forças (mutações; seleção natural ou artificial; migração; tamanho da população; oscilação
gênica, também conhecida como efeito de Sewall-Wright; etc.) que perturbam o equilíbrio
genético e modificam a frequência de genes em uma população. Através do princípio de Hardy-
Weinberg podemos verificar se a população está ou não evoluindo. Se os valores observados
forem significativamente diferentes dos esperados, pode-se deduzir que a população está em
evolução. Caso eles não difiram de modo significativo, pode-se concluir que a população está
em equilíbrio e, dessa forma, não está evoluindo. Para maiores detalhes sobre o princípio de
Hardy-Weinberg ver GENÉTICA DE POPULAÇÕES (Princípio de Hardy-Weinberg), matéria
publicada, no dia 21/08/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(”A população está evoluindo, uma vez que as frequências gênicas foram alteradas.”)
- ALTERNATIVA A (“A população estudada é infinitamente grande, inviabilizando a aplicação
do teorema.”) – INCORRETA
* O princípio de Hardy-Weinberg só se aplica a populações grandes. Dessa forma, uma
população infinitamente grande não inviabiliza o princípio.
- ALTERNATIVA B (“Não houve a atuação dos fatores evolutivos sobre a população.”) –
INCORRETA
* Na população referida nesta questão houve atuação dos fatores evolutivos.
- ALTERNATIVA C (“A população encontra-se em equilíbrio genético.”) – INCORRETA
* A população referida nesta questão não se encontra em equilíbrio genético. Ela está
evoluindo.
- ALTERNATIVA D (“A população está evoluindo, uma vez que as frequências gênicas foram
alteradas.”) – CORRETA
* Se os valores das frequências gênicas de uma população, observada ao longo de gerações,
forem significativamente diferentes dos valores esperados através da aplicação do teorema,
como consta no enunciado, pode-se concluir que a população está evoluindo. Não se encontra,
portanto, em equilíbrio genético.
- ALTERNATIVA E (“Os cruzamentos nessa população ocorrem ao acaso.”) – INCORRETA
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* Na população referida nesta questão os cruzamentos não ocorrem ao caso. A citada


população não é panmítica.
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DÉCIMA-TERCEIRA BATERIA

01. (FATEC-SP) Do casamento de um homem normal com uma mulher normal nasceram:
• um menino daltônico com sangue tipo A,
• um menino normal com sangue tipo O,
• um menino daltônico com sangue tipo AB,
• uma menina normal com sangue tipo B e
• uma menina normal com sangue tipo O.
Sabendo-se que o daltonismo é uma herança ligada ao sexo e que o locus gênico para o
sistema ABO encontra-se em um autossomo, pode-se afirmar que:
a) Apenas o pai possui o gene para o daltonismo, sendo que pai e mãe têm sangue tipo AB.
b) O pai e a mãe possuem o gene para o daltonismo, o pai tem sangue tipo A, e a mãe tem
sangue tipo B ou vice-versa.
c) Apenas a mãe possui o gene para o daltonismo, o pai tem sangue tipo A, e a mãe tem
sangue tipo B ou vice-versa.
d) Apenas a mãe possui o gene para o daltonismo, o pai tem sangue tipo AB, e a mãe tem
sangue tipo O ou vice-versa.
e) Apenas a mãe possui o gene para o daltonismo, o pai tem sangue tipo AB, e a mãe tem
sangue tipo A ou vice-versa.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Apenas a mãe possui o gene para o daltonismo, o pai tem sangue tipo A, e a mãe tem
sangue tipo B ou vice-versa.”)
JUSTIFICATIVA
- Análise do daltonismo:
D
* Homem normal (X Y).
* Mulher normal com filhos daltônicos [(“um menino daltônico com sangue tipo A,”) (“um menino
D d
daltônico com sangue tipo AB,”)]. Ela é, portanto, normal heterozigota (X X ).
- Análise do sistema sanguíneo ABO:
A B
* Homem: A heterozigoto (I i) ou B heterozigoto (I i).
A B
* Mulher: A heterozigota (I i) ou B heterozigota (I i).
* Essas condições são justificadas pelo nascimento de descendente com sangue tipo A (“um
menino daltônico com sangue tipo A,”), de descendente com sangue tipo B (“uma menina
normal com sangue tipo B ...”), de descendente com sangue tipo AB (“um menino daltônico
com sangue tipo AB,”) e de descendentes com sangue tipo O [(“um menino normal com
sangue tipo O,”) (“uma menina normal com sangue tipo O.“].
- Conclusão:
D d D
I. Apenas a mãe (X X ) tem gene para o daltonismo. O pai (X Y) não tem esse gene.
A B
II. O pai pode ser A (I i) ou B (I i).
A B
III. A mãe pode ser, igualmente, A (I i) ou B (I i).
- A conclusão mostra que a alternativa C (“Apenas a mãe possui o gene para o daltonismo, o
pai tem sangue tipo A, e a mãe tem sangue tipo B ou vice-versa.”) está correta.

02. (UFTM) Plantas Mirabilis jalapa, popularmente conhecidas como maravilha, que produzem
flores de cores diferentes, foram cruzadas entre si. Os descendentes (F1) produzem flores
diferentes das plantas da geração parental (P). O esquema ilustra o cruzamento.
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Caso uma planta, que produza flor rósea, fosse cruzada com outra planta, que produza flor
branca, o número de genótipos e fenótipos diferentes encontrados na descendência desse
cruzamento seria, respectivamente, de:
a) 1 e 2.
b) 1 e 3.
c) 2 e 1.
d) 2 e 2.
e) 2 e 3.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“2 e 2.”)
JUSTIFICATIVA
- Na maravilha (Mirabilis jalapa) a herança é do tipo intermediária (“ausência de dominância”)
em que o indivíduo heterozigoto exibe um fenótipo diferente e intermediário em relação aos
genitores homozigotos. Ela apresenta duas variedades básicas para a coloração das flores: a
variedade alba (com flores brancas) e a variedade rubra (com flores vermelhas). Chamando o
gene que condiciona flores brancas de B e o gene para flores vermelhas de V, o genótipo de
uma planta com flores brancas é BB, e o genótipo de uma planta com flores rubras é VV.
Cruzando-se esses dois tipos de plantas (VV x BB), os descendentes serão todos VB, cujas
flores serão róseas. Elas exibirão, portanto, um fenótipo intermediário em relação aos fenótipos
paternais (flores vermelhas e flores brancas).
- Cruzando uma planta que produz flor rósea (VB) com uma planta que produz flor branca (BB),
com consta no enunciado, teremos: VB (rósea) x BB (branca) = VB (rósea) + VB (rósea) + BB
(branca) + BB (branca), portanto, 2 genótipos (VB e BB) e 2 fenótipos (flora branca e flor
rósea), como consta na alternativa D (“2 e 2”).

03. (UFPR) Considere os seguintes cruzamentos entre humanos:

Com base nesses cruzamentos, é correto afirmar que a anomalia presente nos indivíduos
assinalados em preto é causada:
a) Por um gene autossômico dominante.
b) Por um gene dominante ligado ao cromossomo X.
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c) Por um gene autossômico recessivo.


d) Pela ação de um par de genes recessivos ligados ao cromossomo Y.
e) Pela ação de dois pares de genes dominantes com interação epistática.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Por um gene autossômico dominante.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Por um gene autossômico dominante.”) – CORRETA
* Em 3 dos 4 cruzamentos em que os pais apresentam a anomalia (mesmo fenótipo), há um ou
mais descendentes, de ambos os sexos, com fenótipos diferentes dos progenitores, sendo a
característica causada, portanto, por um gene autossômico dominante. Cruzamento: [Aa
(portador da anomalia) x Aa (portador da anomalia) = AA (portador da anomalia) + Aa (portador
da anomalia) + Aa (portador da anomalia) + aa (não portador da anomalia)]. A confirmação
pode advir também do quarto cruzamento em os pais são portadores da anomalia e todos os
descendentes a apresentam e dos cruzamentos em que pais normais geram descendentes
também normais [aa (normais) x aa (normais) = 100% aa (normais)].
- ALTERNATIVA B (“Por um gene dominante ligado ao cromossomo X.”) – INCORRETA
* Se a herança fosse causada por um gene dominante ligado ao cromossomo X (herança
ligada ao sexo), todas as filhas de casais portadores da anomalia seriam igualmente
portadoras.
- ALTERNATIVA C (“Por um gene autossômico recessivo.”) – INCORRETA
* Se a anomalia fosse causada por um gene autossômico recessivo, os casais portadores da
anomalia não teriam filhos normais [aa (portador da anomalia) x aa (portador da anomalia)
= 100% aa (portador da anomalia)].
ALTERNATIVA D (“Pela ação de um par de genes recessivos ligados ao cromossomo Y.”) –
INCORRETA
* Se a anomalia fosse decorrente da ação de gene ligado ao cromossomo Y (herança
holândrica) apenas os homens (XY) apresentaria a referida anomalia, já que as mulheres (XX)
não apresentam cromossomo Y.
ALTERNATIVA E (“Pela ação de dois pares de genes dominantes com interação epistática.”) –
INCORRETA
* Os cruzamentos indicados não seguem o padrão de epistasia, fenômeno em que um gene
inibe a ação de outro gene não alelo.

04. (IFSC) As mutações são alterações genéticas que podem ocorrer nos seres vivos. Em
relação aos seres humanos, as mutações podem ser divididas em gênicas e cromossômicas.
Dentre as cromossômicas, podem ocorrer as euploidias e aneuploidias. As síndromes de
Down, Turner e Klinefelter, ilustradas na figura abaixo, são aneuploidias, respectivamente, dos
seguintes tipos:

a) Nulissomia, trissomia e trissomia.


b) Monossomia, trissomia e trissomia.
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c) Trissomia, trissomia e trissomia.


d) Trissomia, monossomia e trissomia.
e) Monossomia, monossomia e trissomia.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Trissomia, monossomia e trissomia.”)
- Mutações cromossômicas
* Além das modificações que atingem o DNA propriamente dito, denominadas,
especificamente, mutações gênicas, pontuais ou puntiformes (ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria
publicada, no dia 15/04/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”), existe uma série de
outras que afetam diretamente os cromossomos, chamadas mutações cromossômicas ou
aberrações cromossômicas, que podem ser agrupadas em: numéricas e estruturais.
I. Mutações cromossômicas numéricas: estão relacionadas com alterações no número de
cromossomos e são classificadas em euploidias e aneuploidias (tabela abaixo). Nas euploidias
(haploidia, triploidia e tetraploidia) ocorre acréscimo ou perda de lotes cromossomos (genomas)
completos. Nas aneuploidias (nulissomia, monossomia, trissomia e tetrassomia) há perda ou
acréscimo de um ou mais cromossomos, mas não todo o genoma.

TIPO DE MUTAÇÃO NÚMERO DE CROMOSSOMOS


Haploidia n
Euploidias Triploidia 3n
Tetraploidia 4n
Nulissomia 2n - 2
Monossomia 2n – 1
Aneuploidias
Trissomia 2n +1
Tetrassomia 2n + 2

II. Mutações cromossômicas estruturais: estão relacionadas com alterações na forma ou no


tamanho dos cromossomos. Elas podem ser classificadas em: (a) deficiência ou deleção,
quando falta um pedaço do cromossomo; (b) duplicação, quando o cromossomo tem um
pedaço a mais; (c) inversão, quando o cromossomo tem um pedaço invertido; (d) translocação,
quando um cromossomo tem um pedaço proveniente de outro cromossomo.
JUSTIFICATIVA
* Síndrome de Down é causada por uma trissomia do cromossomo 21 [47, XY (homem) ou 47,
XX (mulher)]. Trata-se, portanto, de uma aneuploidia somática em que o ser apresenta 3
cromossomos 21, ao invés de dois.
* A síndrome de Turner é uma monossomia relacionada com cromossomos sexuais. O
indivíduo apresenta apenas um cromossomo sexual (XO). Sua nomenclatura cromossômica é
45, X0.
* A síndrome de Klinefelter é uma trissomia relacionada com cromossomos sexuais. O
indivíduo apresenta 2 cromossomos X e um cromossomo Y (XXY). Sua nomenclatura
cromossômica é 47, XXY.
- Down: trissomia.
- Turner: monossomia.
- Klinefelter: trissomia.

05. (IFSEP) Uma determinada característica que, presente em um dos filhos do casal, não se
encontra nos pais e não está ligada ao gênero (sexo), deve representar uma transmissão:
a) Heterossômica dominante.
b) Pleiotrópica.
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c) Autossômica recessiva.
d) Quantitativa e dominante.
e) Autossômica dominante.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Autossômica recessiva.”)
JUSTIFICATIVA
* Alelo dominante é aquele que pode se manifestar tanto em dose dupla (homozigoto) como
em dose simples (heterozigoto). O alelo recessivo, por outro lado, só se manifesta em dose
dupla (homozigoto). Como a característica relacionada com esta questão, se expressa em um
dos filos do casal e não nos genitores (está “escondida”), e não está ligada ao sexo apresenta
uma transmissão autossômica recessiva (alternativa C).
COMPLEMENTO
- Pleiotropia: fenômeno em que um gene determina o aparecimento, simultâneo, de várias
caracteristicas. Um exemplo na espécie humana envolve o alelo que condiciona a fibrose
cística, doença que afeta a produção de uma glicoproteína. Nessa doença, quase todas as
secreções do corpo sofrem alterações, particularmente o suor, as secreções digestivas (bile e
suco pancreático, por exemplo) e o muco que recobre as vias respiratórias. Como
consequência, o portador de fibrose cística apresenta suor com grande concentração de sais,
bem como, distúrbios pulmonares, digestivos e hepáticos. Outro exemplo é um par de alelos
presente na mosca Drosophila melanogaster que determina, simultaneamente, o caráter
tamanho das asas e o caráter tamanho das pernas.
- Herança quantitativa (poligênica ou multifatorial) é aquela em que participam dois ou mais
pares de genes com efeitos aditivos. Muitas características dos seres vivos, como cor da pele,
altura e peso resultam do efeito cumulativo de muitos genes, cada um contribuindo com uma
parcela no fenótipo. Nesse tipo de herança, sempre iremos observar a presença, entre os
fenótipos extremos (“extremo” mínimo e o máximo), de uma série de fenótipos intermediários
(variação fenotípica contínua). Nos casos de herança quantitativa não se deve falar em
dominância. O que realmente importa é o número de genes que contribuem para a modificação
do fenótipo.

06. (UNICENTRO) Os periquitos australianos apresentam grande diversidade de cores,


determinadas por diversos genes. No entanto, na determinação das cores básicas da
plumagem dessas aves (verde, azul, amarelo e branco) estão envolvidos apenas dois genes,
cada um com dois alelos com segregação independente, como discriminado no quadro abaixo:

GENÓTIPO FENÓTIPO
aabb Branco
aaBB
Amarelo
aaBb
AAbb
Azul
Aabb
AABB
AABb
Verde
AaBB
AaBb

A proporção de periquitos azuis esperada do cruzamento entre um macho branco com uma
fêmea verde duplo heterozigota é de:
a) 1/2.
b) 1/4.
c) 1/8.
d) 1/16.
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e) 1/64.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“1/4.”)
- A cor da plumagem dos periquitos australianos é um caso de interação gênica, fenômeno em
que dois ou mais genes atuam conjuntamente na determinação de certa característica. Esses
genes se distribuem de forma independente (segregação independente) durante a formação
dos gametas. Afora a cor da plumagem dos periquitos australianos, assunto desta questão,
muitas características, como a forma da crista em galináceos e a herança da cor do fruto do
pimentão, são determinadas dessa maneira.
JUSTIFICATIVA
Cruzamento: macho branco (aabb) x fêmea verde duplo heterozigota (AaBb).
- Gametas do macho: todos ab (100% = 1).
- Gametas da fêmea: AB (1/4), Ab (1/4), aB (1/4) e ab (1/4).
- Periquitos azuis: AAbb e Aabb
- O constituição genética AAbb não é possível em função do macho branco (aabb).
- Constituição genética possível: Aabb
- Periquitos azuis Aabb, resultam de:
* Gameta ab do macho branco = 1
* Gameta Ab da fêmea verde duplo heterozigota = 1/4
* Como na interação gênica os genes se segregam independentemente, teremos: 1 (gameta ab
do macho branco) x 1/4 (gameta Ab da fêmea verde duplo heterozigota) = 1/4.
- Alternativa correta: B

07. (CEFET-MG) A determinação da pelagem de coelhos esta ligada a definição de alelos


múltiplos, sendo que a relação de dominância e dada por:

ch h
C>c > c > c em que:
ch h
C → selvagem; c → chinchila; c → himalaia; e c → albino.
Sabendo-se que são encontrados diversos tipos de genótipos para manifestação de um
determinado fenótipo, a relação entre a característica desses coelhos e a representação do
gene esta, respectivamente, correta em:

FENÓTIPO GENÓTIPO
a Selvagem e selvagem h
Cc e Cc
b Chinchila e chinchila ch ch h
Cc ec c
c Himalaia e albino h
CC e c c
d Albino e selvagem h h
c c e cc
e Chinchila e himalaia ch h
CC e c c

ALTERNATIVA CORRETA: A
h
(“Selvagem e selvagem/Cc e Cc ”)
JUSTIFICATIVA
- Considerando a dominância entre os diferentes alelos, teremos:
ch h
* Selvagem ou aguti: CC, Cc , Cc e Cc.
ch ch ch h ch
* Chinchila: c c , c c e c c.
h h h
* Himalaia: c c e c c.
* Albino: cc.
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08. (UNINOESTES) Os fenótipos dos indivíduos podem ser afetados por mudanças no número
e/ou na estrutura cromossômica. Assinale a alternativa correta.
a) Trissomias são caracterizadas pela presença de um lote cromossômico a mais.
b) Triploidias são caracterizadas pela presença de um cromossomo a mais.
c) Inversões e deleções são exemplos de aneuploidias.
d) As síndromes de Turner e Down são caracterizadas por uma nulissomia e uma monossomia,
respectivamente.
e) Síndrome de Cri-du-chat é caracterizada por uma alteração cromossômica estrutural.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Síndrome de Cri-du-chat é caracterizada por uma alteração cromossômica estrutural.”)
- As mutações cromossômicas (aberrações cromossômicas) afetam diretamente os
cromossomos e podem ser agrupadas em duas categorias: numéricas e estruturais.
a) Mutações cromossômicas numéricas: estão relacionadas com alterações no número de
cromossomos e são classificadas em euploidias e aneuploidias (tabela a seguir). Nas
euploidias (haploidia, triploidia e tetraploidia) ocorre acréscimo ou perda de lotes cromossomos
(genomas) completos. Nas aneuploidias (nulissomia, monossomia, trissomia e tetrassomia) há
perda ou acréscimo de um ou mais cromossomos, mas não todo o genoma.

TIPO DE MUTAÇÃO NÚMERO DE CROMOSSOMOS


Haploidia n
Euploidias Triploidia 3n
Tetraploidia 4n
Nulissomia 2n - 2
Monossomia 2n – 1
Aneuploidias
Trissomia 2n +1
Tetrassomia 2n + 2

b) Mutações cromossômicas estruturais: estão relacionadas com alterações na forma ou no


tamanho dos cromossomos. Elas podem ser classificadas em: (I) deficiência ou deleção,
quando falta um pedaço do cromossomo; (II) duplicação, quando o cromossomo tem um
pedaço a mais; (III) inversão, quando o cromossomo tem um pedaço invertido; (IV)
translocação, quando um cromossomo tem um pedaço proveniente de outro cromossomo.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Trissomias são caracterizadas pela presença de um lote cromossômico a
mais.”) – INCORRETA
* Trissomia (2n +1) é uma aneuploidia e se caracteriza pelo acréscimo de um cromossomo e
não de um lote cromossômico.
- ALTERNATIVA B (“Triploidias são caracterizadas pela presença de um cromossomo a mais.”)
– INCORRETA
* Triploidia (3n) é uma euploidia e se caracteriza pelo acréscimo de um lote cromossomo
(genoma) completo e não de um cromossomo apenas.
- ALTERNATIVA C (“Inversões e deleções são exemplos de aneuploidias.”) – INCORRETA
* Inversões e deleções são exemplos de mutações cromossômicas estruturais e não de
aneuploidias, que são mutações cromossômicas numéricas em que há perda ou acréscimo de
um ou mais cromossomos, mas de todo o genoma.
- ALTERNATIVA D (“As síndromes de Turner e Down são caracterizadas por uma nulissomia e
uma monossomia, respectivamente.”) – INCORRETA
* A síndrome de Turner é uma monossomia, e não uma nulissomia, relacionada com
cromossomos sexuais. O indivíduo apresenta apenas um cromossomo sexual (XO). Sua
nomenclatura cromossômica é 45, X0.
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* Síndrome de Down é uma trissomia, e não uma monossomia. Os portadores dessa síndrome
autossômica (somática), apresentam 3 cromossomo 21 [47, XY (homem) ou 47, XX (mulher)],
ao invés de dois.
- ALTERNATIVA E (“Síndrome de Cri-du-chat é caracterizada por uma alteração cromossômica
estrutural.”) – CORRETA
* A síndrome de Cri-du-chat (síndrome do “miado do gato”) é uma alteração (mutação)
cromossômica estrutural, em que há deficiência do braço curto do cromossomo 5. A
denominação Cri-du-chat (síndrome do “miado do gato”) se deve ao fato de o choro das
crianças portadoras dessa anomalia, em consequência de alterações na laringe, se assemelhar
ao miado de um gato.

09. (PUC-RS)
RESPONDER ESTA QUESTÃO COM BASE NAS INFORMAÇÕES PRESENTES NO TEXTO
A SEGUIR.
Através de evidências como a ausência de movimentos oculares e de circulação encefálica, foi
confirmada a morte cerebral de uma jovem vítima de um acidente automobilístico. Após a
família haver concordado com a doação de seus órgãos, um grande e organizado esforço da
equipe de saúde resultou no encaminhamento, para transplante, do fígado, das córneas, do
coração, dos rins e dos pulmões.
O pulmão da doadora substituiu o órgão de um rapaz de 22 anos afetado pela doença
autossômica recessiva chamada fibrose cística, a qual produz infecções respiratórias crônicas
e graves. Tendo recuperado parte de sua saúde e sabendo-se fértil, o jovem pensa agora em
constituir família. Considerando que sua mulher não tem o gene que causa a fibrose cística,
qual é a chance de eles virem a ter descendentes saudáveis?
a) 0%.
b) 25%.
c) 50%.
d) 75%.
e) 100%.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“100%.”)
JUSTIFICATIVA
- Rapaz de 22 anos:
* Tem fibrose cística (doença autossômica recessiva).
* Genótipo: aa
- Mulher:
* Não tem gene para fibrose cística.
* Genótipo: AA (normal homozigota).
- Cruzamento
* AA (mulher) x aa (rapaz de 22 anos) = Aa (100%)
* Todos os descendentes serão Aa (normal heterozigoto).
- ALTERNATIVA CORRETA: E (100%).

10. (UPE) Os testículos internamente são subdivididos em lóbulos, cada um com longos e
finos túbulos seminíferos enovelados. O esquema abaixo apresenta uma secção parcial de um
túbulo seminífero.
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Assinale a alternativa correta


a) As células apontadas pela seta 1 são denominadas células de Sertoli que estimuladas por
estrógenos produzem ACTH.
b) As células apontadas pela seta 3 são as células intersticiais (células de Leydig) secretoras
de testosterona.
c) A seta 2 aponta para a célula que estimulada pelo ICSH e LH produzem substâncias que
irão nutrir os espermatozoides.
d) As células apontadas pela seta 1, quando produzem testosterona em excesso, inibem o
hipotálamo, reduzindo a taxa de FSH.
e) Um excesso de ICSH, produzido pelas células apontadas pela seta 3, estimula o hipotálamo
a produzir FSH.
- ANÁLISE DA FIGURA
* 1: Célula de Sertoli.
* 2: Células em meiose.
* 3: Células intersticiais.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“As células apontadas pela seta 3 são as células intersticiais (células de Leydig) secretoras de
testosterona.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“As células apontadas pela seta 1 são denominadas células de Sertoli que
estimuladas por estrógenos produzem ACTH.”) – INCORRETA
* A seta 1 indica, realmente, a célula de Sertoli. As células de Sertoli são células da estrutura
dos tubos seminíferos que servem como um dos caminhos pelo qual os nutrientes e os sinais
químicos alcançam as células germinativas em desenvolvimento. Sua função consiste, em
última análise, em sustentar e nutrir os espermatozoides em desenvolvimento. Esta alternativa
(“ ... células de Sertoli que estimuladas por estrógenos produzem ACTH.”) está, portanto,
incorreta.
- ALTERNATIVA B (“As células apontadas pela seta 3 são as células intersticiais (células de
Leydig) secretoras de testosterona.”) – CORRETA
* A seta 3 indica, realmente, as células intersticiais (células intersticiais de Leydig). Essas
células são secretoras de hormônios sexuais masculinos (andrógenos), sendo a testosterona o
mais importante deles, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA C (“A seta 2 aponta para a célula que estimulada pelo ICSH e LH produzem
substâncias que irão nutrir os espermatozoides.”) – INCORRETA
* A seta 2 indica células em meiose e não células que estimuladas pelo ICSH (hormônio
estimulante das células intersticiais) e LH (hormônio luteinizante) produzem substâncias que
irão nutrir os espermatozoides, como consta nesta alternativa. Lembramos que a
espermatogênese e a estimulação das células intersticiais dependem de dois hormônios
hipofisários (produzidos pela adenohipófise ou lobo anterior da hipófise), o hormônio folículo
estimulante (FSH) e o hormônio estimulante das células intersticiais (ICSH), conhecido nas
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fêmeas como hormônio luteinizante (LH). O FSH estimula, no homem, a espermatogênese, e


nas fêmeas a maturação dos folículos ovarianos. O ICSH atua, no homem, estimulando as
células intersticiais, que passam a produzir os andrógenos, que promovem o desenvolvimento
dos caracteres sexuais secundários masculinos. Nas mulheres, o LH induz a ovulação. Os
testículos são, portanto, glândulas anfícrinas ou mistas, já que produzem espermatozoides, que
são lançados no exterior (função exócrina) e andrógenos, hormônios sexuais masculinos, que
são lançados na corrente sanguínea (função endócrina).
- ALTERNATIVA D (“As células apontadas pela seta 1, quando produzem testosterona em
excesso, inibem o hipotálamo, reduzindo a taxa de FSH.”) – INCORRETA
* A seta 1 indica as células de Sertoli, que atuam na sustentação e na nutrição dos
espermatozoides em desenvolvimento. Esta alternativa (“As células apontadas pela seta 1,
quando produzem testosterona em excesso, inibem o hipotálamo, reduzindo a taxa de FSH.”)
está, portanto, incorreta.
- ALTERNATIVA E (“Um excesso de ICSH, produzido pelas células apontadas pela seta 3,
estimula o hipotálamo a produzir FSH”) – INCORRETA
* O ICSH (hormônio estimulante das células intersticiais) é um hormônio hipofisário (produzido
pela adenohipófise ou lobo anterior da hipófise) e não pelas células intersticiais, indicada pela
seta 3, como consta nesta alternativa.

11. (OBJETIVO-SP) A figura mostra relações entre hormônios hipofisários e ovarianos. Os


números I, II, e III indicam, respectivamente:

FSH = hormônio folículo estimulante


LH = hormônio luteinizante
E = estrógenos
a) FSH, LH, E.
b) LH, E, FSH.
c) E, LH, FSH.
d) LH, FSH, E.
e) FSH, E, LH.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“FSH, E, LH.”)
JUSTIFICATIVA
- I. FSH (hormônio folículo estimulante)
* Produzido pela adenohipófise (lobo anterior da hipófise). Nas mulheres, caso desta questão,
estimula a maturação dos folículos ovarianos (folículos De Graaf), com o desenvolvimento dos
ovócitos e a produção de estrógenos, interferindo indiretamente no ciclo menstrual. Lembramos
que no homem, esse hormônio estimula a espermatogênese, nos túbulos seminíferos.
- II. Estrógenos
* Produzidos pelas células do folículo ovariano em desenvolvimento. Entre os vários
estrógenos, um dos mais importantes, é o estradiol. Os estrógenos agem no desenvolvimento
dos caracteres sexuais secundários femininos (desenvolvimento dos quadris, ausência de
pelos faciais, desenvolvimento das mamas, timbre de voz mais “suave”, etc.). Eles também
induzem o amadurecimento dos órgãos genitais e promovem o impulso sexual. Em taxas
“altas” inibem a liberação do FSH pela adenohipófise, que é um importante mecanismo de
feedback negativo usado no controle do ciclo menstrual.
- III. LH (hormônio luteinizante)
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* Produzido pela adenohipófise (lobo anterior da hipófise). Nas mulheres, caso desta questão,
induz a ovulação; a formação do corpo amarelo (corpo lúteo), a partir do folículo ovariano
(folículo De Graaf) já vazio, depois que eliminou o “óvulo” (ovócito secundário); estimula ainda
a produção de progesterona pelo corpo amarelo. A progesterona tem importância fundamental
no processo reprodutivo, já que, em associação com o estrógeno, atua na preparação da
parede uterina para receber o embrião. No homem, conhecido como hormônio estimulante das
células intersticiais (ICSH), atua estimulando as células intersticiais (células intersticiais de
Leydig), que passam a produzir os andrógenos, que promovem o desenvolvimento dos
caracteres sexuais secundários masculinos.

12. (FUVEST) Na alternância de gerações, uma fase haploide (gametófito) dá origem a


gametas que produzem zigoto; este, germinando, produzirá a fase diploide (esporófito), de
onde se originarão novos gametófitos. O que foi exposto poderá ser explicado pelo desenho:

ALTERNATIVA CORRETA: A
JUSTIFICATIVA
- Esta questão se refere ao ciclo de um ser diplobionte, que apresenta meiose espórica
também denominada intermediária. Embora esse ciclo ocorra em algumas algas multicelulares
e em alguns fungos, ele é típico dos vegetais em geral, ocorrendo tanto nos criptógamos
(briófitas e pteridófitas), como nos fanerógamas (gimnospermas e angiospermas). Nesses
seres (figura abaixo), há dois tipos de organismos, denominados: gametófito (haploide), que
produz gametas e esporófito (diploide), que origina esporos. Os gametas (n), formados por
mitose, e não por meiose, unem-se, graças à fecundação, produzindo o zigoto (2n). Esse se
desenvolve por mitose, originando o esporófito, que, através de meiose, produz esporos (n),
unidades assexuadas de reprodução. A germinação dos esporos origina gametófitos haploides,
que, na maturidade, formarão gametas, completando o ciclo, denominado diplobionte. Esse
fenômeno, em que uma fase diploide, formadora de esporos por meiose, alterna-se com uma
fase haploide, formadora de gametas por diferenciação, é conhecido como metagênese ou
alternância de gerações. Para maiores detalhes ver TIPOS DE MEIOSE, matéria publicada, no
dia 10/10/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
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13. (PUC-SP) Em qualquer organismo, os ciclos de reprodução sexuada se apresentam como


uma sucessão de duas fases complementares, denominadas fase haploide e fase diploide.
Esta alternância de fases constitui a verdadeira característica sexuada e, para melhor
compreensão, está esquematizada abaixo:

Em relação a este processo de reprodução, foram formuladas três alternativas:


I. A passagem da fase diploide para a fase haploide ocorre pelo processo da meiose e a volta à
fase diploide resulta da fecundação.
II. A importância relativa das duas fases é variável nos seres que se reproduzem
sexuadamente. Em todos os vegetais a multiplicação celular, e consequentemente, o
crescimento da planta ocorrem, exclusivamente, na fase haploide e, portanto, todos os vegetais
são haplobiônticos. Em todos os animais a fase haploide está limitada aos gametas e, portanto,
todos os animais são diplobiônticos.
III. A reprodução sexuada, independente das características haplobiônticas ou diplobiônticas,
apresenta, como vantagem, permitir que através da fecundação ocorra a recombinação gênica
e, portanto, a possibilidade de variabilidade biológica.
Assinale a resposta correta de acordo com a seguinte chave:
a) Somente a afirmativa I está correta.
b) Estão corretas I e III.
c) Somente a afirmativa II está correta.
d) Estão corretas II e III.
e) Somente a afirmativa III está correta.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Estão corretas I e III.”)
- A reprodução é a mais notável característica dos sistemas vivos. É, em verdade, a
capacidade que os seres vivos possuem de, ao chegarem num certo estágio de
desenvolvimento, originar organismos, promovendo a perpetuação da especie e produzindo
novos indivíduos que vão substituí-lo no meio ambiente. É, em última análise, o único
mecanismo capaz de perpetuar as espécies no espaço e no tempo. Devido a esse processo, a
extinção do organismo não leva, necessariamente, a extinção da espécie. Sabe-se que todos
os seres vivos se reproduzem. Alguns de maneira bem simples, outros de modo bastante
complicado. Podemos também analisar, em um indivíduo, a reprodução do ponto de vista
celular. Neste caso, ela visa, nos organismos pluricelulares, a compensação dessas unidades,
destruídas pelo desgaste normal, bem como, a reposição de células perdidas acidentalmente,
como em um ferimento, por exemplo. Sem dúvida, a duplicação de um organismo maior,
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implica, obrigatoriamente, na duplicação dos elementos menores que o compõem. Neste


contexto, podemos afirmar que a reprodução do organismo implica, necessariamente, na de
suas unidades, as células, cuja reprodução implica, por sua vez, na duplicação das moléculas
que as constituem, ou seja, reprodução em nível molecular. Considerando do ponto de vista
orgânico, podemos dividir a reprodução em dois tipos fundamentais: assexuada (agâmica ou
vegetativa) e sexuada ou gâmica. Considerando esta questão, analisaremos apenas a
reprodução sexuada.
* A reprodução sexuada é um tipo de reprodução em que há participação de células
especializada chamadas gametas, que se unem através da fecundação. Ela requer a
participação de um (autofecundação) ou dois (fecundação cruzada) progenitores, sendo o
último caso o mais comum. A reprodução sexuada veio constitui um aperfeiçoamento funcional
no mecanismo evolutivo, em face do crossing-over (recombinação gênica), que ocorre durante
a meiose (prófase I) permitir que os gametas formados apresentem uma grande variabilidade
de combinações entre os genes. Além disto, a fusão de gametas, sexualmente opostos, cada
um portando certa carga genética exclusiva, faz com que os descendentes de um mesmo casal
possuam genótipos diferentes. A meiose e a fecundação, constituem, portanto, a vantagem da
reprodução sexuada em relação à assexuada, que, ao contrário da sexuada, leva à produção
de descendentes iguais ao original (clones). A reprodução sexuada envolve, portanto, dois
fatores essenciais: meiose e fecundação. Graças à meiose (divisão reducional), ocorre a
redução do número de cromossomos [considerando uma célula diploide (2n) ela gera célula
haploide (n), como mostra a figura abaixo], que poderá ou não ser um gameta (ver TIPOS DE
MEIOSE, matéria publicada, no dia 10/10/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”). A
fecundação, por sua vez, encarrega-se de restaurar o número de cromossomos da especie. Na
ausência de meiose, o número de cromossomos seria duplicado a cada geração (2n, 4n, 8n e
assim sucessivamente).

- COMPLEMENTO
* Tipos de meiose: de acordo com o ciclo de vida que ocorre nos seres eucariotos de
reprodução sexuada, a meiose pode ser de três tipos: gamética, zigótica e espórica.
I. Meiose gamética ou final: ocorre em algumas algas e nos animais em geral, inclusive no
homem, levando à formação dos gametas, unidades sexuadas de reprodução. Os organismos
adultos nos quais a meiose gamética ocorre são diploides (figura a seguir). Graças à meiose,
são formados os gametas, que são células haploides, que através da fecundação, originam os
zigotos (2n), restabelecendo a diploidia. Desenvolvendo-se por mitose, o zigoto forma um novo
indivíduo diploide que repete o ciclo, denominado haplobionte diplonte.
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II. Meiose zigótica ou inicial: ocorre no zigoto, logo após a sua formação e é observada em
algumas algas verdes como a Chlamydomonas e a Spirogyra, em alguns fungos, como o
Rhizobium nigricans e em alguns protozoários. No ciclo reprodutivo desses seres, os
organismos adultos são haploides (n) e produzem gametas por mitose, e não por meiose
(figura abaixo). Em seguida, os gametas se unem, por fecundação, formando o zigoto, que
sofre meiose, originando células haploides. Essas, multiplicando-se por mitose, geram
indivíduos haploides adultos, que, formando gametas, repetem o ciclo, conhecido como
haplobionte haplonte.

III. Espórica ou intermediária: embora ocorra em algumas algas multicelulares e em alguns


fungos, ela é típica dos vegetais em geral, ocorrendo tanto nos criptógamos (briófitas e
pteridófitas), como nos fanerógamas (gimnospermas e angiospermas). Nas espécies dotadas
de meiose espórica (figura a seguir), há dois tipos de organismos, denominados: gametófito
(haploide), que produz gametas e esporófito (diploide), que origina esporos. Os gametas,
formados por mitose, e não por meiose, unem-se, graças à fecundação, produzindo o zigoto
(2n). Este se desenvolve por mitose, originando o esporófito, que, através de meiose, produz
esporos (n), unidades assexuadas de reprodução. A germinação dos esporos origina
gametófitos haploides, que, na maturidade, formarão gametas, completando o ciclo,
denominado diplobionte. Esse fenômeno, em que uma fase diploide, formadora de esporos por
meiose, alterna-se com uma fase haploide, formadora de gametas por diferenciação, é
conhecido como metagênese ou alternância de gerações.
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- Do exposto, podemos concluir que nem toda meiose produz gameta e nem todo gameta
provém de meiose. Para saber mais ver TIPOS DE MEIOSE, matéria publicada, no dia
10/10/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA I (“A passagem da fase diploide para a fase haploide ocorre pelo processo da
meiose e a volta à fase diploide resulta da fecundação.”) – CORRETA
* Como se pode constatar no esquema constante nesta questão, a passagem da fase diploide
(2n) para a fase haploide (n) ocorre graças à meiose (divisão reducional) e o retorno à fase
diploide resulta da fecundação.
- ALTERNATIVA II (“A importância relativa das duas fases é variável nos seres que se
reproduzem sexuadamente. Em todos os vegetais a multiplicação celular, e
consequentemente, o crescimento da planta ocorrem, exclusivamente, na fase haploide e,
portanto, todos os vegetais são haplobiônticos. Em todos os animais a fase haploide está
limitada aos gametas e, portanto, todos os animais são diplobiônticos.”) – INCORRETA
* A importância relativa das duas fases, nos seres que se reproduzem sexuadamente, é,
realmente, variável, ver BRIÓFITAS E PTERIDÓFITAS (CRIPTÓGAMOS) e
POLINIZAÇÃO E FECUNDAÇÃO NAS ESPERMATÓFITAS, matérias publicadas, nos
dias 07/11/2010 e 28/11/2010, respectivamente, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
* Nos vegetais (seres diplobiônticos e não haplobiônticos), ao contrário do que consta nesta
alternativa, a multiplicação celular pode ocorrer na fase haploide ou na fase diploide. Em
alguns deles, como se verifica nas briófitas (musgos e hepáticas), a fase haploide (gametófito),
que responde pela produção dos gametas, representa a planta propriamente dita (mais
desenvolvida), enquanto a fase diploide (esporófito), que responde pela produção de esporos,
é menos desenvolvida. Nas pteridófitas (samambaias e avencas), ao contrário, a diplofase,
representada pelo esporófito, é mais desenvolvida que a haplofase, representada pelo
gametófito. Nas pteridófitas, enquanto o esporófito é o indivíduo permanente, o gametófito,
denominado prótalo, é apenas uma estrutura verde cordiforme, quase microscópica e de
pequena duração. Fazendo uma análise do mecanismo sexual dos vegetais (figura abaixo),
constatamos que, à medida que as formas se tornam mais evoluídas, a fase gametofítica
(haplofase) se torna menos evidente e menos dominante. O esporófito (diplofase), por outro
lado, torna-se mais dominante e mais independente. A geração gametofítica, que é mais
desenvolvida nas plantas inferiores, está mais adaptada à vida aquática, enquanto o esporófito,
que se torna maior nas formas superiores, está mais adaptado à vida terrestre.

* Nos animais, seres haplobionte diplontes e não diplobiontes, como consta nesta alternativa, a
fase haploide (n) está, realmente, limitada aos gametas. Neles, apenas as células sexuais são
haploides.
- ALTERNATIVA III (“A reprodução sexuada, independente das características haplobiônticas
ou diplobiônticas, apresenta, como vantagem, permitir que através da fecundação ocorra a
recombinação gênica e, portanto, a possibilidade de variabilidade biológica.”) – CORRETA
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* Em face de o crossing-over, que ocorre na meiose (profase I), gerando diferentes


combinações gênicas, e da fusão dos gametas (fecundação), cada um portando certa genética
exclusiva, a reprodução sexuada faz com que descendentes de um mesmo casal possuem
genótipos diferentes. Dessa forma, a fecundação associada à meiose, possibilita o aumento da
variabilidade genética, fator importante para a evolução das espécies.

14. (OSEC-SP) Quanto à reprodução, as minhocas (classe Oligoqueta) são:


a) Monoicas, isto é, cada animal apresenta tanto órgãos sexuais masculinos, como femininos.
b) Monoicas, isto é, cada animal apresenta órgãos sexuais masculinos ou femininos.
c) Dioicas, isto é, cada animal apresenta tanto órgão masculino, quanto feminino.
d) Dioicas, isto é, cada animal apresenta apenas órgãos masculinos ou femininos.
e) Protândricas, isto é, os órgãos masculinos desenvolvem-se antes dos femininos.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Monoicas, isto é, cada animal apresenta tanto órgãos sexuais masculinos, como femininos.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Monoicas, isto é, cada animal apresenta tanto órgãos sexuais masculinos,
como femininos.”) – CORRETA
* As minhocas são, realmente, monoicas (bissexuadas ou hermafroditas). Nelas, um mesmo
indivíduo possui órgãos sexuais masculino e feminino, produzindo, portanto, dois tipos de
gametas (espermatozoide e ovulo). Embora bissexuadas, elas realizam fecundação cruzada,
em que um indivíduo fecunda, com seus espermatozoides, os óvulos de outro, e tem seus
óvulos fecundados pelo parceiro. Por ocasião da cópula, duas minhocas se unem e ocorre uma
fecundação cruzada mútua (figura abaixo). Na ocasião, elas se dispõem de tal forma que o
poro genital masculino de um coincide com o receptáculo seminal do outro. Assim sendo, os
espermatozoides de um individuo passam para o receptáculo seminal do outro, e vice-versa.
Em face de permitir a troca de material genético entre organismos diferentes, a fecundação
cruzada tem maior eficiência biológica. Lembramos que seres dioicos (unissexuados) são
aqueles que cada indivíduo apresenta um único órgão reprodutor (masculino ou feminino),
produzindo, portanto, apenas um tipo de gameta.

- ALTERNATIVA B (“Monoicas, isto é, cada animal apresenta órgãos sexuais masculinos ou


femininos.”) – INCORRETA
* Apresentar órgãos sexuais masculinos ou femininos caracteriza os seres dioicos
(unissexuados). Não é o caso dos seres monoicos, como as minhocas.
- ALTERNATIVA C (“Dioicas, isto é, cada animal apresenta tanto órgão masculino, quanto
feminino.”) – INCORRETA
* As minhocas são monoicas (bissexuadas ou hermafroditas) e não dioicas (unissexuadas),
como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA D (“Dioicas, isto é, cada animal apresenta apenas órgãos masculinos ou
femininos.”) – INCORRETA
* As minhocas são monoicas (bissexuadas ou hermafroditas) e não dioicas (unissexuadas),
como consta nesta alternativa.
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- ALTERNATIVA E (“Protândricas, isto é, os órgãos masculinos desenvolvem-se antes dos


femininos.”) – INCORRETA
* Protandria é um fenômeno que evita a autofecundação. Como veremos a seguir, esse
fenômeno não se aplica às minhocas. Via de regra, os seres monoicos (hermafroditas)
costumam evitar uma autofecundação, realizando uma fecundação cruzada, que, por permitir a
troca de material genético entre organismos diferentes, tem maior eficiência biológica. Dentre
os mecanismos que evitam a autofecundação citamos: protandria e protoginia. Na protandria,
ocorre primeiramente o amadurecimento dos órgãos sexuais masculinos, como consta nesta
alternativa. Na protoginia, os órgãos sexuais femininos são os primeiros a amadurecer. Esse
fenômeno de amadurecimento dos órgãos sexuais em tempos diferentes é denominado
dicogamia. No caso das minhocas, os órgãos sexuais amadurecem ao mesmo tempo, não se
aplicando, portanto, a dicogamia (protandria nem protoginia). Dessa forma, a alternativa E
(“Protândricas, isto é, os órgãos masculinos desenvolvem-se antes dos femininos.”), está
incorreta.

15. (UFV) Observando a reprodução de alguns organismos, um grupo de alunos elaborou o


esquema de três tipos desse processo, representados a seguir por I, II e III. Embora o
esquema esteja incompleto, é possível identificá-los.

Assinale a alternativa que contenha, respectivamente, os nomes dos três tipos de reprodução:
a) Cissiparidade, fecundação, conjugação.
b) Esporulação, brotamento, cissiparidade.
c) Fecundação, brotamento, conjugação.
d) Cissiparidade, brotamento, esporulação.
e) Cissiparidade, fecundação, brotamento.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Cissiparidade, fecundação, brotamento.”)
JUSTIFICATIVA
I. Cissiparidade (bipartição ou divisão binaria) é uma reprodução assexuada que consiste na
divisão de um ser em duas partes iguais, ou aproximadamente iguais, onde cada uma delas
dará origem a um novo indivíduo de composição genética idêntica à celular mãe.
II. Fertilização (fecundação) é o encontro do espermatozoide com o óvulo (gametas masculino
e feminino), com formação do zigoto ou célula-ovo.
III. Gemiparidade ou brotamento é uma reprodução assexuada que se caracteriza pela
emissão de saliências (dilatações) denominadas brotos (gêmulas ou gemas), formadas por
mitose, na superfície externa do organismo progenitor. Os brotos podem se destacar,
originando novos seres geneticamente idênticos, ou ficar ligados ao organismo original,
formando uma colônia. Ao contrário da bipartição, no brotamento o indivíduo se “parte” em
pedaços desiguais.

16. (PUC-PR) Analise as afirmações relacionadas à meiose durante a ovulogênese:


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I. Ocorrem as seguintes fases auxiliares durante a Prófase I: Leptóteno, Zigóteno, Paquíteno,


Diplóteno e Diacinese.
II. Na Anáfase I dá-se o estrangulamento do citoplasma e a formação da carioteca em torno
dos cromossomos.
III. No final da Telófase I resultam duas células morfológica e geneticamente idênticas.
IV. Intercinese é uma fase de curta duração a partir da qual começa uma segunda divisão
celular, que faz parte do processo de divisão meiótica.
V. Ao final do processo mitótico, formam-se quatro células haploides férteis.
São verdadeiras:
a) Apenas I, II e IV.
b) Apenas II, III e V.
c) Apenas I e V.
d) Apenas I e IV.
e) I, II, III, IV e V.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Apenas I e IV.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Ocorrem as seguintes fases auxiliares durante a Prófase I: Leptóteno,
Zigóteno, Paquíteno, Diplóteno e Diacinese.”) – CORRETA
* A Prófase I é a mais longa e mais complexa de todas as fases da meiose. Nela, ocorrem
eventos que não são observados na mitose, tais como o emparelhamento dos cromossomos
homólogos e a troca de pedaços entre cromátides. Devido a sua importância e a sua
complexidade, essa fase é dividida em 5 subfases: leptóteno (do grego, leptos, fino, comprido;
tainia, fita, filamento), zigóteno (do grego, zygos, par, juntos), paquíteno (do grego, pachys,
grosso, espesso), diplóteno (do grego, diploos, duplo) e diacinese (do grego, dia, através de;
kinesis, movimento).
I. Leptóteno ou leptótene
Nesta subfase (figura abaixo), os cromossomos se apresentam distendidos,
assemelhando-se a longos e finos filamentos. Embora estejam duplicados, desde a interfase,
eles “aparecem” como estruturas simples, não se distinguindo, ainda, as cromátides irmãs.
Nesse período, os cromossomos podem apresentar uma polarização definida, formando alças
onde os telômeros estão ligados ao envoltório nuclear, na região próxima aos centríolos. Esse
arranjo dentro do núcleo é denominado disposição em buquê e, às vezes, só pode ser visto no
estágio seguinte. No leptóteno, percebem-se regiões mais condensadas, denominadas
cromômeros, que apresentam a mesma distribuição ao longo dos cromossomos homólogos.
Nessa subfase, tem início o processo de espiralização dos cromossomos, que continua por
toda a prófase I.
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II. Zigóteno ou zigótene


Esta subfase (figura abaixo) se caracteriza pelo pareamento entre os cromossomos
homólogos, fenômeno denominado sinapse cromossomial, que não ocorre na mitose. No final
do zigóteno, todos os cromossomos homólogos, ainda parecendo ser únicos (parecendo não
duplicados), encontram-se pareados. Lembramos que, na zigótene, ainda não é possível
visualizar, ao microscópio óptico, as quatro cromátides dos cromossomos homólogos
emparelhados, em face de elas estarem pouco condensadas e intimamente associadas. Esse
conjunto, chamado tétrade ou bivalente, torna-se bem visível na paquítene, subfase seguinte.

III. Paquíteno ou paquítene


Nesta subfase (figura a segui), completa-se a sinapse cromossômica. Em face de cada
cromossomo ser constituído por duas cromátides-irmãs, cada par de homólogo fica com quatro
cromátides, constituindo uma tétrade ou bivalente. No paquíteno, as cromátides que se
originam de um mesmo cromossomo são denominadas irmãs, enquanto as que provêm de
cromossomos homólogos são chamadas homólogas.

Entre o paquíteno e o diplóteno (subfase seguinte), verificam-se, frequentemente,


fraturas nas cromátides homólogas emparelhadas, seguidas de soldaduras de reparação
(figura abaixo). Essas soldaduras, muitas vezes, ocorrem em posição trocada, levando a que
uma cromátide se ligue ao fragmento de sua homóloga e vice-versa. Esse fenômeno, que leva
à combinação de genes ligados (genes que estão no mesmo cromossomo), promovendo
alterações na constituição gênica das cromátides, é conhecido como crossing-over
(permutação ou recombinação gênica). Uma vez que a permutação ocorre, via regra, ao acaso,
há várias possibilidades de trocas de pedaços entre os cromossomos, fazendo surgir um
grande número de novas combinações gênicas. Por aumentar a variabilidade genética dos
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gametas, o “crossing-over” é importante para o processo evolutivo das espécies, sendo


considerado um fator da evolução. É bom lembrar que pode haver também quebra e união
entre cromátides-irmãs, mas isso, em geral, não tem consequências genéticas, em face de elas
serem geneticamente idênticas. Quanto mais pertos dois genes se encontrarem no mesmo
cromossomo, menos provável é que recombinem com os genes do cromossomo homólogo por
crossing-over. Por razões ainda pouco conhecidas, o crossing-over não se dá completamente
ao acaso, havendo regiões de um cromossomo onde se observa maior recombinação do que
em outras, tendo cada região sua taxa de permutação.

IV. Diplóteno ou diplótene


Nesta subfase (figura a seguir), ocorre o término do crossing-over, iniciado no fim do
paquíteno, bem como tem início a separação dos cromossomos, ainda unidos nos pontos das
cromátides onde ocorreram as permutações. Esses pontos, evidenciados em forma de X, são
denominados quiasmas (do grego, khiasma, cruzamento). O número de quiasma fornece a
frequência com que as permutações ocorrem. Apesar de as recombinações gênicas terem
início no paquíteno, os quiasmas só são visíveis no diplóteno.

V. Diacinese
A diacinese (figura abaixo) se caracteriza pelo aumento da repulsão entre os
cromossomos homólogos, continuando a separação dos homólogos iniciada na diplótene. O
afastamento leva ao deslocamento dos quiasmas para as extremidades dos cromossomos,
fenômeno chamado terminalização dos quiasmas. Durante essa subfase, os quiasmas ainda
são mantidos, o que é importante para a distribuição correta dos cromossomos entre as células
filhas. Sua falta pode acarretar uma segregação incorreta dos cromossomos homólogos,
resultando em aneuploidias. No final da diacinese, a carioteca se desintegra, e os pares de
homólogos, ainda “associados”, migram para a região “equatorial” da célula.
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As descrições feitas acima, acerca da prófase I, referem-se, direta ou indiretamente,


aos cromossomos. Além disso, é possível notar que à medida que as subfases evoluem, os
nucléolos e a carioteca sofrem desintegração. No citoplasma, ocorrem migração dos centríolos
duplicados para os polos da célula e formação das fibras do fuso. Os centríolos atingem os
referidos polos na diacinese.
- AFIRMATIVA II (“Na Anáfase I dá-se o estrangulamento do citoplasma e a formação da
carioteca em torno dos cromossomos.”) – INCORRETA
* A anáfase I (figura abaixo) se caracteriza pela migração dos homólogos duplicados
(constituídos por duas cromátides), para os polos da célula, fenômeno que se deve ao
encurtamento das fibras cromossômicas. Convém lembrar que, ao contrário da mitose e da
divisão II, na divisão I, não ocorre duplicação dos centrômeros. Por essa razão, na divisão II e
na mitose, os cromossomos que migram são irmãos e simples, formados por apenas uma
cromátide.

O estrangulamento do citoplasma e a formação da carioteca em torno dos


cromossomos ocorrem na telófase e não na anáfase I, como consta nesta afirmativa. A figura
abaixo mostra, como exemplo, a telófase I, que se caracteriza pela chegada dos homólogos
aos polos da célula, graças ao encurtamento das fibras cromossômicas; pela desespiralização
(descondensação) dos cromossomos e pela reorganização do nucléolo e da carioteca. Após a
reorganização nuclear, ocorre a primeira citocinese, fazendo surgirem duas células haploides,
sendo por essa razão que a meiose I é considerada uma divisão reducional. Não devemos
esquecer que, embora o número de cromossomos tenha sido reduzido à metade, cada um
deles está duplicado. Assim sendo, as células filhas haploides, ao final da meiose I, possuem
duas cópias de cada molécula de DNA. Com a segunda divisão da meiose, essa situação irá
se modificar.
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- AFIRMATIVA III (“No final da Telófase I resultam duas células morfológica e geneticamente
idênticas.”) – INCORRETA
* No final da telófase I resultam duas células geneticamente diferentes (e não idênticas, como
consta nesta afirmativa), devido ao crossing-over (permutação ou recombinação gênica) que,
como vimos acima, ocorre na prófase I
- AFIRMATIVA IV (“Intercinese é uma fase de curta duração a partir da qual começa uma
segunda divisão celular, que faz parte do processo de divisão meiótica.”) – CORRETA
* Após a telófase I segue-se um curto intervalo de tempo entre a primeira e a segunda divisão,
chamado de intercinese, ao longo do qual não há duplicação de DNA. Devido à ausência de
replicação de DNA nesse intervalo, ele não é considerado uma interfase típica.
- AFIRMATIVA V (“Ao final do processo mitótico, formam-se quatro células haploides férteis.”)
– INCORRETA
* Ao final do processo mitótico, formam-se duas células diploides, considerando que a célula
original seja diploide, e não quatro células haploides, como consta nesta afirmativa.
Lembramos que a mitose (figura abaixo) é uma divisão em que as células filhas são iguais à
célula inicial, tanto na qualidade quanto na quantidade do material genético. Nela, ocorre uma
duplicação cromossômica, para cada divisão celular. Durante a mitose, os cromossomos se
condensam e se distribuem de forma a garantir a separação das cromátides-irmãs, duplicadas
durante a fase S, entre as células filhas. Dessa forma, cada célula filha porta o mesmo número
de cromossomos da célula mãe, sendo, portanto, uma divisão equacional. Nos organismos
unicelulares, como protozoários e certas algas, a mitose tem por objetivo reproduzir o
indivíduo. Nesses casos, a reprodução celular se confunda com reprodução orgânica, pois dois
novos indivíduos surgem a partir da divisão de uma única célula que compõe o progenitor. No
caso dos seres pluricelulares, a mitose tem como objetivos fundamentais promover o
crescimento dos organismos e a substituição de células perdidas que por acidentes ou por
desgastes normais.

17. (UNESP) Considerando aspectos gerais da biologia de algumas espécies animais, tem-se
o grupo A representado por espécies monoicas, como minhocas e caracóis; o grupo B, por
espécies que apresentam desenvolvimento indireto, como insetos com metamorfose completa
e crustáceos, e o grupo C, com espécies de vida livre, como corais e esponjas. Pode-se afirmar
que as espécies:
a) Do grupo A são hermafroditas, do grupo B não apresentam estágio larval e do grupo C não
são sésseis.
b) Do grupo A não são hermafroditas, do grupo B apresentam estágio larval e do grupo C não
são sésseis.
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c) Do grupo A são hermafroditas, do grupo B apresentam estágio larval e do grupo C não são
parasitas.
d) Do grupo A não são hermafroditas, do grupo B não apresentam estágio larval e do
grupo C não são parasitas.
e) Do grupo A são hermafroditas, do grupo B apresentam estágio larval e do grupo C não são
sésseis.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Do grupo A são hermafroditas, do grupo B apresentam estágio larval e do grupo C não são
parasitas.”)
- Monoicos (bissexuados ou hermafroditas): são seres nos quais um mesmo indivíduo possui
órgãos reprodutores masculino e feminino, produzindo, portanto, dois tipos de gametas. Entre
os animais, há vários exemplos de monoicos (minhocas, caracóis, solitária, planária, etc.). Ao
contrário dos monoicos, os dioicos (unissexuados) são aqueles que cada indivíduo apresenta
um único órgão reprodutor (masculino ou feminino), produzindo, portanto, apenas um tipo de
gameta.
* Os unissexuados (dioicos) apresentam necessariamente fecundação cruzada (os
espermatozoides de um indivíduo fecundam os óvulos de outro). Os monoicos (bissexuados)
podem ter autofecundação, em que os espermatozoides de um organismo fecundam seus
próprios óvulos. Embora proporcione menor variabilidade gênica, a autofecundação tem a
vantagem de facilitar o encontro dos gametas, uma vez que envolve participação de um só
organismo. Na maioria dos casos, entretanto, os animais monoicos fazem fecundação
cruzadas, em que um indivíduo fecunda, com seus espermatozoides, os óvulos de outro, e tem
seus óvulos fecundados pelo parceiro. Em face de permitir a troca de material genético entre
organismos diferentes, a fecundação cruzada tem maior eficiência biológica. Para se ter uma
ideia, a solitária, parasita intestinal do homem, é um monoico que realizada autofecundação,
enquanto a minhoca (figura abaixo) e o caracol são hermafroditas (monoicos) que fazem
fecundação cruzada.

- De acordo com o desenvolvimento, os insetos podem ser ametábolos (desenvolvimento


direto), hemimetábolos (desenvolvimento indireto) e holometábolos (desenvolvimento indireto).
Os dois últimos costumam ser agrupados como metábolos.
I. Insetos ametábolos (do grego a, negação, e metabole, transformar): são aqueles que, ao
saírem do ovo, já são muito semelhantes a um adulto (figura abaixo). Não passam, portanto,
por estágio larval nem sofrem metamorfose (do grego metabole, "mudança"). Como exemplos
citamos os insetos ordem Thysanura, como a traça dos livros.

II. Insetos hemimetábolos (hemi, metade): são os insetos que, quando da eclosão do ovo,
nascem diferentes dos adultos e sofrem transformações graduais na forma e na sua fisiologia
(figura a seguir). Essa passagem gradativa para a vida adulta é chamada metamorfose
incompleta (também chamada gradual ou parcial). As formas jovens são chamadas ninfas e, à
medida que sofrem mudas, vão se tornando cada vez mais parecidas com o adulto. Para se ter
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uma ideia, a ninfa, que eclode do ovo, é semelhantes ao adulto (imago), mas não tem asas
desenvolvidas. Como exemplos citamos os cupins, os gafanhotos, as cigarras e as baratas.

III. Insetos holometábolos (holos, total): são aqueles que passam por transformações muito
significativas, durante algumas fases da vida (figura abaixo). Para se ter uma ideia dessas
transformações radicais basta comparar uma larva de borboleta (lagarta) com um adulto da
mesma espécie. Do ovo, eclode um organismo vermiforme e segmentado, a larva, bastante
diferente do adulto, que se nutre com grande apetite durante alguns dias e cresce bastante. Ao
se imobilizar as larvas, costumam adquire, caso das borboletas, por exemplo, um revestimento
(casulo), assumindo a forma característica de pupa (ou crisálida), que permanece imóvel,
pendurada em galhos de árvores enrolada em folhas, em buracos no solo ou nos troncos das
árvores. É nessa fase que ocorrem as transformações mais significativas. Os tecidos da larva
são digeridos e novos tecidos e órgãos são formados. Esse processo, conhecido como
metamorfose completa, termina quando o revestimento da pupa se rompe e dela emerge
um adulto, denominado imago. A fase da larva pode durar de meses até mais de um ano, e a
fase adulta pode durar entre uma semana e alguns meses, dependendo da espécie. Nos
insetos holometábolos, as larvas e os adultos apresentam, via de regra, diferentes hábitos
alimentares, evitando, dessa forma, a competição pelo alimento. As lagartas das borboletas,
por exemplo, apresentam potentes peças bucais mastigadoras e alimentam-se de folhas. Os
adultos, por outro lado, têm peças bucais sugadoras e alimentam-se de néctar. Como
exemplos citamos de insetos holometábolos citamos as borboletas, as moscas e as pulgas.

- Os crustáceos apresentam, via de regra, desenvolvimento indireto e a primeira larva que


surge e a náuplius, que se caracteriza pelo corpo não segmentado, um olho simples e
mediano, 3 pares de apêndices, dos quais, o primeiro corresponde às antênulas, o segundo às
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antenas e o terceiro às mandíbulas. A fase seguinte é a metanáuplius, onde surgem os outros


segmentos do corpo (tórax e abdome). Dai por diante seguem-se outras fases, chamadas zoé
e metazoé, nelas encontramos os demais segmentos que vão constituir o corpo adulto, porém
ainda com aspectos rudimentares. A última fase é a misis, que representa o aspecto jovem do
adulto. Lembramos que nem todos os crustáceos passam por todas as fases mencionadas,
algumas delas podem faltar em determinadas espécies de crustáceos. Salientamos, ainda, que
em algumas de crustáceo, os ovos se desenvolvem diretamente em formas jovens
semelhantes aos pais, apresentando, portanto, desenvolvimento direto.
- Seres de vida livre: possuem modo de vida não parasitária, como as esponjas e os corais.
- Seres sésseis (ou fixos): são organismos que não possuem capacidade de locomoção, vivem
fixos, associados à um substrato. Como exemplos citamos os corais, as esponjas, as ostras e
as cracas (nome comum para pequenos crustáceos marinhos fixos de vários gêneros). Há
seres que são considerados semissésseis, ou seja, apesar de apresentarem estruturas de
locomoção, ocupam praticamente o mesmo espaço a vida toda, restringindo seu campo de
peregrinação à apenas alguns centímetros, como ocorre com alguns moluscos gastrópodes.
- Grupos referidos no enunciado
* Grupo A: representado por espécies monoicas, como minhocas e caracóis.
* Grupo B: representado por espécies que apresentam desenvolvimento indireto, como insetos
com metamorfose completa e crustáceos.
* Grupo C: representado por espécies de vida livre, como corais e esponjas.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Do grupo A são hermafroditas, do grupo B não apresentam estágio larval
e do grupo C não são sésseis.”) – INCORRETA
* As minhocas e os caracóis (grupo A) são, realmente, espécies monoicas (hermafroditas).
* Os insetos e os crustáceos (grupo B) apresentam, ao contrário do que consta na alternativa,
estágio larval (possuem desenvolvimento indireto).
* Os corais e as esponjas (grupo C), ao contrário do que consta na alternativa, são sésseis.
- ALTERNATIVA B (“Do grupo A não são hermafroditas, do grupo B apresentam estágio larval
e do grupo C não são sésseis.”) – INCORRETA
* As minhocas e os caracóis (grupo A) são espécies monoicas (hermafroditas), ao contrário do
que consta na alternativa.
* Os insetos e os crustáceos (grupo B) apresentam, realmente, estágio larval (possuem
desenvolvimento indireto).
* Os corais e as esponjas (grupo C), ao contrário do que consta na alternativa, são sésseis.
- ALTERNATIVA C (“Do grupo A são hermafroditas, do grupo B apresentam estágio larval e do
grupo C não são parasitas.”) – CORRETA
* As minhocas e os caracóis (grupo A) são, realmente, espécies monoicas (hermafroditas).
* Os insetos e os crustáceos (grupo B) apresentam, realmente, estágio larval (possuem
desenvolvimento indireto).
* Os corais e as esponjas (grupo C), não são, realmente, parasitas.
- ALTERNATIVA D (“Do grupo A não são hermafroditas, do grupo B não apresentam estágio
larval e do grupo C não são parasitas.”) – INCORRETA
* As minhocas e os caracóis (grupo A) são espécies monoicas (hermafroditas), ao contrário do
que consta na alternativa.
* Os insetos e os crustáceos (grupo B) apresentam, ao contrário do que consta na alternativa,
estágio larval (possuem desenvolvimento indireto).
* Os corais e as esponjas (grupo C), não são, realmente, parasitas.
- ALTERNATIVA E (“Do grupo A são hermafroditas, do grupo B apresentam estágio larval e do
grupo C não são sésseis.”) – INCORRETA
* As minhocas e os caracóis (grupo A) são, realmente, espécies monoicas (hermafroditas).
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* Os insetos e os crustáceos (grupo B) apresentam, realmente, estágio larval (possuem


desenvolvimento indireto).
Os corais e as esponjas (grupo C), ao contrário do que consta na alternativa, são sésseis.

18. (UNESP) Em relação ao esquema abaixo, relacionado com o ciclo de vida de um animal
de reprodução sexuada, são feitas as seguintes afirmações:

I. Os quadros 1 e 2 correspondem, respectivamente, aos estágios haploide e diploide.


II. O número 3 corresponde à meiose e esta favorece um aumento de variabilidade genética.
III. O número 4 corresponde à mitose e esta ocorre somente em células germinativas.
IV. O número 5 corresponde à fertilização, onde ocorre a recombinação dos genes
provenientes dos pais.
Estão corretas as afirmações?
a) I e II, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“II e IV, apenas.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Os quadros 1 e 2 correspondem, respectivamente, aos estágios haploide e
diploide.”) – INCORRETA
* O quadro 1 (zigoto e animal adulto normal) corresponde ao estágio diploide (2n) e o quadro 2
(gametas masculino e feminino) corresponde ao estágio haploide (n).
- AFIRMATIVA II (“O número 3 corresponde à meiose e esta favorece um aumento de
variabilidade genética.”) – CORRETA
* O número 3 indica a formação de gameta, que é haploide (n), a partir de célula diploide (2n)
do animal adulto multicelular, tratando-se, portanto, de uma divisão reducional (meiose).
Durante a meiose ocorre, na prófase I, o crossing-over (permutação ou recombinação gênica),
figura abaixo, que favorece um aumento na variabilidade genética.

- AFIRMATIVA III (“O número 4 corresponde à mitose e esta ocorre somente em células
germinativas.”) – INCORRETA
* O número 4 corresponde, realmente, à mitose. Ela, entretanto, não ocorre apenas nas células
germinativa, mas também, e acima de tudo, nas células somáticas. A mitose (figura abaixo) é
uma divisão em que as células filhas são iguais à célula inicial, tanto na qualidade quanto na
quantidade do material genético, sendo, portanto, uma divisão equacional. Nos organismos
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unicelulares, como protozoários e certas algas, seu objetivo é reproduzir o indivíduo. Nesses
casos, a mitose se confunda com reprodução orgânica, pois dois novos indivíduos surgem a
partir da divisão de uma única célula que compõe o progenitor. No caso dos seres
pluricelulares, a mitose tem como objetivos fundamentais promover o crescimento dos
organismos e a substituição de células perdidas que por acidentes ou por desgastes normais.

- AFIRMATIVA IV (“O número 5 corresponde à


fertilização, onde ocorre a recombinação dos genes
provenientes dos pais.”) – CORRETA
* O número 5 corresponde, realmente, a fertilização (fecundação), onde ocorre a recombinação
dos genes provenientes do espermatozoide (gameta masculino) com o “óvulo” (gameta
feminino).

19. (UNESP) Considere a tabela seguinte, que contém diversas formas de contraceptivos
humanos e três modos de ação.

MODOS DE AÇÃO
Impede o encontro de Impede a implantação do
Previne a ovulação
gametas embrião

I Camisinha masculina Dispositivo intrauterino (DIU) Pílula comum

II Coito interrompido Laqueadura tubária Camisinha feminina

III Diafragma Pílula do dia seguinte Pílula comum

IV Dispositivo intrauterino (DIU) Laqueadura tubária Camisinha feminina

V Vasectomia Camisinha masculina Diafragma

A relação entre tipos de contraceptivos e os três modos de ação está correta em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) III e V, apenas.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“I e III, apenas.”)
- Camisinha masculina (condom): retém o esperma ejaculado, evitando que ele seja depositado
na vagina. Impede, dessa forma, o encontro dos gametas.
- Camisinha feminina (femidom): tem a mesma finalidade da camisinha masculina.
- Dispositivo intrauterino (DIU): dispositivo aplicado dentro do útero, que impede a fecundação
e a implantação do óvulo, casa seja fecundado.
- Pílula comum: consiste de uma mistura de progesterona e estrógeno sintéticos, que previne a
ovulação. Os hormônios presentes na pílula anticoncepcional inibem a secreção de FSH
(hormônio folículo estimulante) e de LH (hormônio luteinizante) pela hipófise (adenohipófise).
Na falta destes dois hormônios não ocorre a ovulação.
- Coito interrompido: consiste em retirar o pênis da vagina antes que a ejaculação ocorra.
Dessa forma, ele evita que os espermatozoides penetrem no corpo feminino.
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- Laqueadura tubária: consiste no seccionamento das tubas uterinas, impedindo que os óvulos
atinjam o útero. Os espermatozoides ficam, portanto, impedidos de chegar até aos óvulos.
- Diafragma: dispositivo colocado no fundo da vagina, fechando o colo do útero e impedindo a
entrada dos espermatozoides.
- Pílula do dia seguinte (método contraceptivo de emergência): tem por objetivo prevenir uma
gravidez indesejada dentro de 72 horas após uma relação desprotegida ou indesejada. Os
hormônios que compõem essa pílula atuam, basicamente, impedindo a ovulação (caso ela
ainda não tenha ocorrido) e a implantação do embrião na parede uterina entre cinco e seis dias
após a fertilização.
- Vasectomia: consiste no seccionamento dos ductos deferentes, interrompendo o caminho que
deve ser percorrido pelos espermatozoides. A produção hormonal e todos os demais detalhes
relacionados com o funcionamento do sistema genital masculino permanecem sem alterações.
JUSTIFICATIVA
- MODO I (“Camisinha masculina/Dispositivo intrauterino (DIU)/Pílula comum.”) – CORRETO
- MODO II (“Coito interrompido/Laqueadura tubária/Camisinha feminina.”) – INCORRETO
* Laqueadura tubária não impede a implantação do embrião. Ela impede que os óvulos atinjam
o útero (impede o encontro dos gametas).
* Camisinha feminina (femidom) não previne a ovulação. Ela impede o encontro dos gametas.
- MODO III (“Diafragma/ Pílula do dia seguinte/ Pílula comum.”) – CORRETO
- MODO IV [“Dispositivo intrauterino (DIU)/Laqueadura tubária/Camisinha feminina.”] –
INCORRETO
* Dispositivo intrauterino (DIU) não impede o encontro de gametas. Ele impede a fecundação e
a implantação do óvulo, casa seja fecundado.
* Laqueadura tubária não impede a implantação do embrião. Ela impede que os óvulos atinjam
o útero (impede o encontro dos gametas).
* Camisinha feminina (femidom) não previne a ovulação. Ela impede o encontro dos gametas.
- MODO V (“Vasectomia/Camisinha masculina/Diafragma”) – INCORRETO
* Camisinha masculina (condom) não impede a implantação do embrião. Ela impede o
encontro de gametas.
* Diafragma não previne a ovulação. Ele impede o encontro dos gametas.

20. (UEL) A figura a seguir mostra parte do ciclo de vida de uma hidra.

Com base nessa figura, fizeram-se as seguintes afirmações:


I. Trata-se de uma espécie dioica.
II. O desenvolvimento é direto.
III. O pequeno pólipo é necessariamente geneticamente igual aos pólipos da geração parental.
Dessas afirmações:
a) Somente I é correta.
b) Somente II é correta.
c) Somente III é correta.
d) Somente I e II são corretas.
e) Somente I e III são corretas.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Somente I e II são corretas.”)
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- A maioria dos hidrozoários vive em água salgada, mas há espécies de água doce, como a
Hydra, um gênero de pólipos solitários sem fase medusoide no seu ciclo de vida, que
apresenta tanto reprodução sexuada como assexuada. Nas hidras existem espécies
hermafroditas (monoicas) e espécies de sexos separados (dioicas), como a mostrada na figura
desta questão. No que diz respeito ao desenvolvimento, poucas espécies de cnidários
apresentam desenvolvimento direto, no qual não há estágios larvais, como no caso das hidras.
Nas hidras, o óvulo permanece preso ao corpo da fêmea (ver figura desta questão), onde é
fecundado e se desenvolve até formar um pequeno embrião que se solta, no estágio de
gástrula, e se fixa a algum objeto, transformando-se em uma hidra semelhante, não
obrigatoriamente igual aos progenitores.
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Trata-se de uma espécie dioica.”) – CORRETA
* Embora, entre as hidras, haja espécies monoicas (bissexuadas ou hermafroditas) e espécies
dioicas (unissexuadas), a figura mostra um exemplar dioico, como se pode constatar pela
presença de ovário em um organismo e testículo em outro. Ele apresenta sexos separados
(fêmea e macho)
- AFIRMATIVA II (“O desenvolvimento é direto.”) – CORRETA
* As hidras apresentam desenvolvimento direto (ausência de estágios larvais).
- AFIRMATIVA III (“O pequeno pólipo é necessariamente geneticamente igual aos pólipos da
geração parental.”) – INCORRETA
* Em função de provir de indivíduos dioicos (unissexuados), o pequeno pólipo não é, do ponto
de vista genético, obrigatoriamente igual aos pólipos parentais.

21. (UECE) Questionar-se o processo de reprodução na partenogênese, bem como se o vírus


é ser vivo ou inanimado são níveis de discussão similares, por deixar dúvidas em quem
classifica. Assinale a opção que contraria, respectivamente, a classificação da partenogênese
como processo de reprodução assexuada e do vírus como ser inanimado.
a) Somente um organismo participa; cristalização.
b) São gerados organismos haploides; reprodução.
c) Há produção de óvulos; reprodução.
d) Há produção de óvulos; cristalização.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Há produção de óvulos; reprodução.”)
- A partenogênese (“parto virgem”) ocorre quando um óvulo cresce e se desenvolve sem ter
sido fecundado pelo espermatozoide. O fenômeno produz um filhote que possui apenas o
material genético materno, sendo, portanto, clones de suas mães. Por não depender da
presença do macho, garante o aumento do número de indivíduos mais rapidamente e o
estabelecimento da espécie no novo ambiente.
JUSTIFICATIVA
* A partenogênese pode ser considerada um caso particular de reprodução sexuada, pois
mesmo que não haja fecundação, envolve a participação do óvulo (gameta feminino).
* A ausência de metabolismo celular, devido a sua estrutura acelular, é um dos principais
motivos pelos quais muitos autores não consideram o virus como um ser vivo. Há, contudo,
quem o considere como um ser vivo, tendo por base, acima de tudo, a presença de material
genético e a capacidade de se reproduzir.
- Veja as citações abaixo:
* “Considerar ou não o vírus como organismo é uma questão de gosto.”
- André Lwoff, francês, vencedor do Nobel, 1962.
* “Um vírus é um vírus.”
- André Lwoff, 1959.
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* “A essência de um vírus é sua fusão fundamental com o maquinário genético e metabólico do


hospedeiro.”
- Joshua Lederberg, americano, vencedor do Nobel, 1993.
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DÉCIMA-QUARTA BATERIA

01. (UFAL) Certas pessoas são diabéticas porque possuem células que, em suas membranas
plasmáticas, apresentam proteínas que dificultam a passagem de insulina em quantidade
suficiente. Outro caso que evidencia a importância de certas proteínas de membrana
plasmática está relacionado à rejeição de órgãos: células do sangue do receptor atacam o
órgão implantado, uma vez que as proteínas das membranas celulares do doador são
estranhas ao organismo do receptor. A diabetes e a rejeição de órgãos apresentadas por essas
pessoas devem estar relacionadas com duas das proteínas de membrana, ilustradas na figura
abaixo, a saber:

a) Proteínas carregadoras, tanto para a diabetes quanto para a rejeição de órgãos.


b) Proteínas de reconhecimento, tanto para a diabetes quanto para a rejeição de órgãos.
c) Proteínas carregadoras, para a diabetes, e proteínas receptoras para a rejeição de órgãos.
d) Proteínas receptoras, para a diabetes, e proteínas de reconhecimento para a rejeição de
órgãos.
e) Proteína de reconhecimento, para a diabetes, e proteínas carregadoras para a rejeição de
órgãos.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Proteínas receptoras, para a diabetes, e proteínas de reconhecimento para a rejeição de
órgãos.”)
- Proteínas da membrana: a porcentagem de proteínas nas membranas varia, em geral, entre
25% e 75%. As membranas mielínicas dos axônios, que funcionam, principalmente, como
isolante elétrico, apresentam apenas 25% de massa proteica. Membranas internas das
mitocôndrias e dos cloroplastos, envolvidas com processos energéticos possuem, por outro
lado, cerca de 75% de proteínas. Embora a estrutura básica de uma biomembrana seja dada
pela bicamada lipídica, a maioria de suas funções é realizada por proteínas. Não é surpresa,
portanto, que a razão entre proteínas e lipídios, nas diferentes biomembranas, varie de acordo
com sua atividade funcional. Além de participar da estrutura mecânica da membrana, as
proteínas desenvolvem funções importantes, entre as quais: (a) exercer atividade reguladora;
(b) atuar no reconhecimento de substâncias, função importante, não apenas para selecionar o
que entra e o que sai da célula, mas também para o reconhecimento e a comunicação entre as
células; (c) favorecer a adesão entre células adjacentes; (d) funcionar como pontos de apoio
para o citoesqueleto e (e) atuar como transportadora entre o meio externo e o meio interno,
carregando substâncias para dentro e para fora da célula. No último caso, fala-se,
basicamente, em proteínas de canal e proteínas carreadoras ou carregadoras (permeases). As
permeases estão envolvidas na difusão facilitada.
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I. Proteínas de canal (figura abaixo): respondem pela formação de canais hidrofílicos através
+ + - ++
dos quais certos íons (Na , K , Cl , Ca ) e moléculas podem atravessar a membrana
plasmática. Em face de nesses canais não ocorrer ligação entre os solutos e as proteínas que
o compõem, o transporte através deles é relativamente rápido, sendo diretamente proporcional
à concentração do soluto. Esses canais são dotados de uma elevada seletividade, decorrente
de características próprias, tais como seu diâmetro e a disposição de cargas elétricas ao longo
deles. Para se ter uma ideia da importância das proteínas canais, a falta de canais de cloro, por
exemplo, causa uma doença autossômica recessiva denominada fibrose cística. Essa doença
se caracteriza pelo acúmulo crônico de um muco anormal no interior dos dutos do pâncreas
(afetando a produção de enzimas digestivas) e das vias respiratórias, resultando em alterações
pulmonares e infecções persistentes, bem como uma perda excessiva de sal pelo suor. As
aquaporinas, que formam canais de passagem para as moléculas de água através das
biomembranas, pertencem ao grupo das proteínas de canal.

II. Proteínas carreadoras (carreadoras): estas proteínas ligam-se, especificamente, a pequenas


moléculas (glicose, aminoácidos, nucleotídeos, etc.), sofrem alterações conformacionais (figura
a seguir) e liberam as moléculas no outro lado da membrana. Elas funcionam, dessa forma,
como enzimas, facilitando o transporte de moléculas específicas através da membrana.
Ressaltamos que a translocação de moléculas mediada por carreadores tende a ser mais
rápida do que nos canais proteicos. O transporte mediado por carreadores, entretanto,
apresenta uma velocidade máxima, que é atingida quando todos os carreadores presentes na
membrana estão “trabalhando” em atividade máxima.

Todas as proteínas de canal e algumas proteínas transportadoras são uniporte (figura


abaixo), ou seja, transportam um único soluto de um lado para outro da membrana. Outras
proteínas transportadoras, dotadas de cinética mais complexa, funcionam em sistemas de co-
transporte, no qual a transferência de um soluto depende da transferência simultânea ou
sequencial de um segundo soluto. Esse pode ser transportado na mesma direção que o
primeiro (simporte) ou na direção oposta (antiporte ou trocador),
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Além das proteínas da plasmalema citadas acima, outras, como as receptoras e as de


reconhecimento (figuras a seguir), também associadas à membrana plasmática, merecem ser
destacadas. As primeiras apresentam “formas” que permitem sua ligação com moléculas
importantes para o metabolismo celular. As segundas atuam no reconhecimento entre as
células. No caso da rejeição de órgãos, por exemplo, proteínas presentes na membrana das
células do doador são reconhecidas como estranhas pelo receptor.

As proteínas membranosas podem ser classificadas, também, em integrais ou


intrínsecas e periféricas ou extrínsecas (figura abaixo), tendo como base o grau de associação
com os demais componentes da membrana e os métodos utilizados para solubilizá-las. As
periféricas são mais facilmente extraídas das membranas do que as integrais. As primeiras
podem ser removidas com soluções salinas de molaridade relativamente baixa (0,1-0,5 M), são
solúveis em soluções aquosas e, ao contrário das integrais, não interagem diretamente com o
interior hidrofóbico das biomembranas. Elas se unem à membrana por meio de ligações
eletrostáticas ou pontes de hidrogênio com outras proteínas periféricas, com proteínas
intrínsecas ou com a porção polar (hidrofílica) dos fosfolipídios. As proteínas periféricas
localizadas na face citosólica incluem proteínas do citoesqueleto e a enzima proteinoquinase,
que atua na transdução de sinais intercelulares. Outras proteínas periféricas, incluindo certas
proteínas da matriz extracelular, estão localizadas na superfície externa (exoplasmática) da
membrana citoplasmática. As proteínas integrais, que interagem fortemente com as porções
hidrofóbicas dos lipídios, requerem tratamentos drásticos para serem isoladas, exigindo a
presença de detergente, como dodecilsulfato de sódio, para que se desliguem das membranas.
Habitualmente, são insolúveis em soluções aquosas e representam mais de 70% do total
proteico da membrana. O estudo das proteínas integrais de diferentes membranas tem
mostrado uma elevada variação no que concerne ao peso molecular. Essas proteínas podem
estar ligadas a hidratos de carbono, formando glicoproteínas, que aparecem na superfície
externa da membrana como componentes do glicocálice. Deve ser ressaltado, também, que a
plasmalema é assimétrica. Isso pode ser constatado pela distribuição das moléculas de
glicoproteínas e glicolipídios na superfície externa da célula e nunca na face citoplasmática da
membrana, bem como pelas proteínas periféricas concentradas na face citoplasmática, onde
algumas se encontram ligadas a filamentos do citoesqueleto.
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Várias proteínas integrais cruzam a bicamada lipídica, com partes expostas em ambos
os lados da membrana (proteínas transmembrana). Algumas atravessam a membrana uma
única vez, são as proteínas transmembrana de passagem única ou unipasso (a, figura abaixo).
Outras se apresentam longa e dobrada, atravessando a membrana várias vezes, sendo nesse
caso denominadas proteínas transmembrana de passagem múltipla ou multipasso (b, figura
abaixo). A porção da proteína que atravessa a membrana é, via de regra, a região hidrofóbica,
enquanto as regiões hidrofílicas ficam expostas para o meio aquoso em ambos os lados da
membrana. As partes externas dessas proteínas atuam como antena para sinais moleculares
que se aproximam, e as internas desencadeiam respostas da célula a esses sinais. Na figura,
estão indicadas, também, proteínas periféricas (c). A face da membrana voltada para o meio
extracelular é ricamente glicosada, formando o glicocálix, como mostra a figura. Os
carboidratos presentes nas biomembranas correspondem às porções glicídicas de suas
glicoproteínas, proteoglicanos e glicolipídios. Eles ocupam um espaço considerável na
superfície da membrana e são de grande importância para a sua fisiologia.

Glicocálix ou glicocálice (figura a seguir): é uma camada de hidratos de carbono


ligados, principalmente, a proteínas, constituindo glicoproteínas, ou a lipídios, formando
glicolipídios, constantemente renovada, presente na superfície externa da membrana
plasmática. Ele representa, desse modo, uma projeção da parte mais externa da plasmalema,
com algumas moléculas adsorvidas, e não uma camada inteiramente extracelular, como se
pensou inicialmente. Embora pertençam à mesma classe de compostos químicos, os
componentes do glicocálix não são iguais em todas as células, tornando-o responsável pelo
que se poderia chamar de “identidade celular”. Entre as funções do glicocálix, destacamos: (a)
proteção contra agressões físicas e químicas do ambiente; (b) malha de retenção de nutrientes
e enzimas, mantendo um microambiente adequado ao redor de cada célula e (c)
reconhecimento molecular, promovendo, em última análise, a adesão ou a rejeição entre as
células.
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JUSTIFICATIVA
* Como vimos acima, são conhecidos vários tipos de proteínas nas membranas celulares.
Algumas formam poros, que permitem a passagem de substâncias. Outras são capazes de
capturar substâncias de fora para dentro da célula ou de dentro para fora da célula. Há
proteínas que reconhecem (proteína de reconhecimento) a presença de certas substâncias
alertando a célula e estimulando a sua reação, caso da rejeição de órgãos, mencionado nesta
alternativa, em que células do receptor atacam célula do doador como estranhas. Algumas
pessoas são diabéticas porque apresentam células que não produzem proteínas receptoras de
insulina em quantidade suficiente.

1. Origem e evolução da vida.

02. (UNICENTRO) Dois momentos importantes para a compreensão da origem da vida foram o
experimento de Miller e Urey, em 1953, que produziu compostos orgânicos simples, dentre eles
aminoácidos, a partir de uma mistura de CH4, NH3, H2O e H2 submetida a descargas elétricas,
e o achado de Cech, em 1982, de que o RNA pode ter atividade enzimática. A partir dos dados
desses estudos, pode-se afirmar:
a) Os dados de Miller e Urey comprovam a composição e a natureza redutora da atmosfera
primitiva.
b) O achado de Cech confirmou que os ácidos nucleicos só são sintetizados por enzimas
proteicas.
c) O experimento de Miller e Urey demonstrou que a atividade catalítica é exclusiva de
compostos orgânicos.
d) O achado de Cech reforça a hipótese da primazia dos ácidos nucleicos na constituição do
sistema vivo.
e) Os dois experimentos se complementam e confirmam que as proteínas foram as moléculas
orgânicas primordiais.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“O achado de Cech reforça a hipótese da primazia dos ácidos nucleicos na constituição do
sistema vivo.”)
- Stanley L. Mille, químico americano, recriou (1953), em laboratório, na Universidade de
Chicago, um ambiente semelhante ao da terra no início, para verificar a possibilidade da
formação, pré-bioquímica, de compostos orgânicos na terra primitiva. O aparelho, figura
abaixo, para recriar esse ambiente reunia metano, amônia, hidrogênio e vapor d’água, bem
como descargas elétricas, simulando os raios que, naquela época, deviam ocorrer com grande
frequência. Lembramos que, na época em que Miller realizou seus experimentos, se supunha
que a atmosfera primitiva era composta, principalmente, desses gases. As descargas elétricas
devem ter atuado como fonte de energia para o rompimento de ligações químicas das
moléculas dos gases primitivos. O depósito em forma de U (figura abaixo) simulava os mares
primitivos, que recebiam as chuvas e os compostos formados na atmosfera. Analisando a
solução contida na parte em U, Miller constatou a presença de moléculas orgânicas. Entre elas,
alguns aminoácidos (principalmente glicina e alanina), substâncias que formam as proteínas.
Desse modo, ele demonstrou que as condições iniciais postuladas por Oparin e Haldane
podem ter favorecido o aparecimento de moléculas precursoras da vida, o que reforça, de certa
forma, a hipótese da evolução gradual dos sistemas químicos. Em face de Miller ser, na época,
aluno de Harold C. Urey, vencedor do Prêmio Nobel de Química em 1934, por suas pesquisas
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com isótopos, alguns autores costumam denominar o trabalho descrito de “experimento de


Miller-Urey”.

Ressaltamos que por volta de 1957, o pesquisador americano Sidney W. Fox, quase
que dando continuidade aos trabalhos de Miller, realizou um experimento que nos leva a supor
a origem pré-bioquímica das proteínas. Em seus experimentos, Fox aqueceu uma mistura seca
de aminoácidos, tendo verificado, após o resfriamento, que houve formação de pequenas
moléculas proteicas, denominadas de proteinoides. Ao dissolver, em solução aquosa, os
proteinoides obtidos, ele notou, após o resfriamento, que surgiram microesferas de
proteinoides, bem mais estáveis que os coacervados ou coacervatos [aglomerado de
proteínas, que se mantêm juntas em pequenos grupos, circundadas por uma camada de
moléculas de água (hidratação)], sugeridos por Oparin.
- Trabalhos Cech: na década de 1980, o grupo de Thomas Cech, a partir de pesquisas com os
íntrons do grupo I e o grupo de Sidney Altman, a partir de trabalhos com a Ribonuclease P
(RNase P), mostrando que certos RNAs podiam ser também catalisadores, vieram de encontro
a visão clássica, que supunha que todas as ações catalíticas, dentro da célula, eram
assumidas por proteínas. Longe de ser uma simples curiosidade, as enzimas RNA, chamadas
ribozimas, são alvo de importante interesse científico, não só pela especulação sobre a origem
da vida, permitindo imaginar os primeiros momentos da evolução dos seres vivos, mas também
em nível de pesquisa em biologia molecular e, acima de tudo, em razão de suas potenciais
aplicações terapêuticas. No que diz respeito à pesquisa fundamental, as ribozimas podem ser
utilizadas como ribonucleases de restrição específica, ferramentas importantes para analisar as
estruturas secundárias e para interferir nas atividades dos RNAs, seja in vitro ou in vivo. No
que concerne à aplicação terapêutica, as ribozimas podem, em princípio, serem utilizadas para
inativar certos genes, degradar RNAs específicos ou lutar contra os vírus, tais como o HIV
(vírus da imunodeficiência humana), agente etiológico da AIDS (síndrome da imunodeficiência
adquirida), desde que elas podem ser usadas para inibir especificamente uma etapa chave do
ciclo viral. A descoberta das ribozimas veio, também, esclarecer certas funções celulares
importantes, como no caso dos ribossomos que são constituídos por moléculas de RNA e de
proteínas. Pensava-se que estas últimas catalisavam a síntese proteica, uma das atividades
biológicas mais importantes. Esse papel, entretanto, é desempenhado por RNAs ribossômicos,
que atuando como ribozimas, catalisam as ligações peptídicas, unindo aminoácidos. “O
ribossomo é uma ribozima” como resumiu, brilhantemente, Thomas Cech.
Ribozimas e origem da vida (“o mundo do RNA”): além das aplicações mencionadas
acima, a descoberta das ribozimas provocou, também, novas perspectivas nas especulações
sobre a origem da vida na terra. Os biologistas sempre especularam sobre um velho problema:
a eterna questão "do ovo e da galinha". De um lado, os ácidos nucleicos são o suporte das
informações genéticas, que comandam a síntese proteica. De outro lado, a leitura dessas
informações genéticas, bem como sua cópia, dependem da presença de enzimas "proteicas".
Isso significa que os ácidos nucleicos, moléculas "informacionais", não podem existir sem as
proteínas, moléculas catalíticas (ou efetuadoras) e vice-versa. A descoberta das ribozimas vem
romper esse aparente paradoxo, desde que o RNA parece ser a única molécula dotada de
capacidades informacional e catalítica. Essa ideia que o RNA pudesse ter sido o primeiro
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material genético, já proposta na década de 60, por Leslie Orgel do Instituto Salk da Califórnia,
foi consolidada por Walter Gilbert em 1986. Atualmente o RNA aparece como o melhor
candidato a ter sido um sistema primitivo de autorreplicarão, sobre o qual a evolução
darwiniana teria intervindo ao nível molecular. O fato de as ribozimas poderem se comportar,
também, como polimerases capazes de alongar um RNA utilizando uma molécula modelo,
sugere que, por ocasião da evolução das primeiras formas de vida, um sistema de replicação
tendo por base unicamente o RNA tenha podido funcionar. Tendo função catalítica, além da de
armazenador de informações genéticas, os RNAs podem ter funcionado sem DNA nem
proteínas, quando a vida apareceu sobre a terra. Os erros (mutações) que ocorreram por
ocasião das cópias dessas moléculas, teriam sido integradas às moléculas-filhas e
posteriormente selecionadas. Os RNAs, em face de sua propriedade autocatalítica, teriam
podido se multiplicar mais rapidamente que outras moléculas e invadido a população, até o
aparecimento de novos mutantes mais eficazes. A descoberta que as enzimas RNA podem
também catalisar reações químicas sobre as proteínas, vem reforçar essa hipótese de um RNA
pré-biótico e aumentar ainda mais o campo de aplicações possíveis das ribozimas. Dessa
forma, as ribozimas dispensaram a presença de proteínas no mundo pré-biótico. Sua
descoberta originou um novo paradigma da origem da vida, denominado mundo do RNA, que
precedeu o mundo atual baseado no DNA e proteínas.
Para saber mais ver RIBOZIMA (RNA SUPER STAR), matéria publicada, no dia
10.06.2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Os dados de Miller e Urey comprovam a composição e a natureza
redutora da atmosfera primitiva.”) – INCORRETA
* Embora a atmosfera primitiva tenha sido redutora (atmosfera de redução), como consta nesta
alternativa, os trabalhos de Miller e Urey não comprovam a composição da referida atmosfera.
- ALTERNATIVA B (“O achado de Cech confirmou que os ácidos nucleicos só são sintetizados
por enzimas proteicas.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, os achados de Thomas Cech, descobrindo as
ribozimas (RNAs com atividade catalítica), mostraram que os ácidos nucleicos não são
sintetizados apenas por enzimas proteicas. Ver descrição acima em “trabalhos de Cech”.
- ALTERNATIVA C (“O experimento de Miller e Urey demonstrou que a atividade catalítica é
exclusiva de compostos orgânicos.”) – INCORRETA
* Os trabalhos de Miller e Urey tiveram como objetivo demonstrar a possibilidade da formação,
pré-bioquímica, de compostos orgânicos na terra primitiva, como mostramos acima, e não
demonstrar que a atividade catalítica é exclusiva de compostos orgânicos, como consta nesta
alternativa.
- ALTERNATIVA D (“O achado de Cech reforça a hipótese da primazia dos ácidos nucleicos na
constituição do sistema vivo.”) – CORRETA
* O achado de Thomas Cech, descobrindo as ribozimas (RNAs com atividade catalítica), como
mostramos acima, reforçaram a primazia dos ácidos nucleicos na constituição do sistema vivo.
- ALTERNATIVA E (“Os dois experimentos se complementam e confirmam que as proteínas
foram as moléculas orgânicas primordiais.”) – INCORRETA
* Os trabalhos de Thomas Cech, descobrindo as ribozimas (RNAs dotados de atividade
catalítica), levaram ao paradigma “mundo do RNA”, segundo o qual o RNA foi o primeiro
material genético. Ver acima [“Ribozimas e origem da vida (“o mundo do RNA”)”]

2. Origem e evolução das células.

03. (UFT) A origem da vida parece ter ocorrido há cerca de 3.400 M.a., quando o planeta Terra
teria já 1.000 a 1.500 M.a., e os seres vivos conservam em si marcas do seu passado.
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Atualmente, há, reconhecidamente, duas formas de organização celular entre os seres vivos: a
célula procariótica e a célula eucariótica, que provavelmente originaram-se de organismos
ancestrais, a partir de eventos evolutivos e interações com os ecossistemas em que habitavam.
Qual seria a origem da diferença entre células procarióticas e eucarióticas? Até há pouco
tempo, considerava-se que as células eucarióticas teriam derivado da invaginação e
especialização da membrana plasmática da célula procariótica. A cientista Lynn Margulis
sugeriu que a origem da célula eucariótica se deve ao desenvolvimento de associações
simbióticas obrigatórias entre diferentes seres, que ocorreram em três etapas: (1) Uma célula
proto-eucarionte hospedou uma bactéria aeróbia, obtendo assim a mitocôndria; (2) Esta célula
proto-eucarionte hospedou uma espiroqueta obtendo assim cílios, flagelos e citoesqueleto; (3)
Finalmente, esta célula proto-eucarionte hospedou uma cianobactéria e obteve assim os
plastos. É verdadeiro que:
I. Esta hipótese chamada Teoria Endossimbiôntica é muito improvável porque a simbiose
raramente ocorre na Natureza.
II. A síntese proteica em mitocôndrias e cloroplastos não ocorre na presença de substâncias
inibidoras de procariontes, como estreptomicina e cloranfenicol.
III. A membrana que envolve as mitocôndrias e plastos é dupla, o que sugere que a bactéria
endossimbionte foi fagocitada pela célula proto-eucarionte.
IV. Houve a aquisição de complexidade na estrutura e função da célula eucariótica em relação
à célula procariótica, inclusive permitindo a maturação de proteínas.
V. As organelas de eucariontes, mitocôndrias e plastos, não têm DNA próprio e, portanto não
podem fazer divisão autônoma.
Indique a alternativa em que todas as afirmativas são verdadeiras.
a) II, III e IV.
b) I, II e IV.
c) I, II, IV e V.
d) IV e V.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“II, III e IV.”)
- Origem exogênica da mitocôndria: existe uma tendência em se admitir que as mitocôndrias
tenham se originado a partir de bactérias que foram fagocitadas, escaparam dos mecanismos
de digestão intracelular e se instalaram no citoplasma das primeiras células eucarióticas,
criando um relacionamento mutuamente benéfico, que se tornou irreversível com o tempo.
Essa teoria é conhecida como teoria exogênica da mitocôndria (teoria simbiótica da biogênese
mitocondrial ou teoria endossimbiótica). Ao longo da evolução, as mitocôndrias foram perdendo
parte do seu genoma para o núcleo da célula hospedeira, tornando-se, até certo ponto,
dependentes do DNA cromossomial dessas células. Assim sendo, boa parte das proteínas
mitocondriais são codificados por RNAs mensageiros provenientes do núcleo celular. Uma vez
sintetizadas nos polissomos da matriz citoplasmática, as referidas proteínas são transferidas
para o interior das mitocôndrias. Esse é o caso, por exemplo, de vários componentes
necessários para a expressão gênica, como proteínas ribossomais e da maioria das enzimas
do ciclo de Krebs. Para que elas penetrem na mitocôndria, é necessário que sejam
reconhecidas pela organela. Esse reconhecimento é possível graças à presença de sequências
sinais que dirigem as referidas proteínas para as regiões adequadas dentro da mitocôndria.
- Ancestrais dos plastos: a exemplo do que descrevemos em relação às mitocôndrias, há uma
tendência em se admitir que os plastos também tenham se originado de organismos
procariontes.
- Com relação às mitocôndrias, as suposições recaem sobre procariontes heterótrofos aeróbios
(procarionte aeróbio primitivo). No que concerne aos plastos, supõe-se que eles tenham
surgido a partir de procariontes fotossintetizantes, provavelmente cianobactérias (procarionte
autótrofo primitivo), que endocitados, passaram a viver em “simbiose” com células eucarióticas
primitivas, como mostra a figura abaixo.
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* Entre as evidências que reforçam essa ideia, conhecida como hipótese simbiótica,
destacamos:
I. O DNA encontrado nos plastos e nas mitocôndrias, que é circular e fechado, como ocorre
nas bactérias.
II. Os plastorribossomos (ribossomos dos plastos) e os mitorribossomos (ribossomos das
mitocôndrias), com coeficientes de sedimentação 50S e 30S, a exemplo dos encontrados nas
bactérias.
III. A inibição da síntese proteica pela estreptomicina e pelo cloranfenicol, por exemplo, como
ocorre nas bactérias.
IV. A transcrição do DNA do plastos e das mitocôndrias pela RNA polimerase de Escherichia
coli, sintetizando RNAm que podem ser traduzidos por enzimas de E. Coli, produzindo
proteínas nos dois organoides.
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Esta hipótese chamada Teoria Endossimbiôntica é muito improvável porque
a simbiose raramente ocorre na Natureza.”) – INCORRETA
* Ao contrário que consta nesta afirmativa, a Teoria Endossimbiôntica é muito provável.
Mostramos acima, várias evidências que reforçam essa teoria.
- AFIRMATIVA II (“A síntese proteica em mitocôndrias e cloroplastos não ocorre na presença
de substâncias inibidoras de procariontes, como estreptomicina e cloranfenicol.”) – CORRETA
* A estreptomicina e o cloranfenicol inibem a síntese proteica em mitocôndrias e cloroplastos,
com consta nesta afirmativa. O mesmo ocorre nas bactérias. Nesses procariontes, a
estreptomicina se liga à subunidade pequena (30S), impedindo a iniciação ou causando perda
de fidelidade na leitura do RNAm. O cloranfenicol, por seu turno, inibe a atividade da
peptidiltransferase (enzima que catalisa a formação da ligação peptídica).
- AFIRMATIVA III (“A membrana que envolve as mitocôndrias e plastos é dupla, o que sugere
que a bactéria endossimbionte foi fagocitada pela célula proto-eucarionte.”) – CORRETA
* As mitocôndrias e os plastos possuem, como consta nesta alternativa, membrana dupla. As
mitocôndrias são organelas citoplasmática, dotadas, em geral, de forma de bastonetes,
medindo de 0,2 a 1,0 micrômetro de diâmetro e de 2 a 8 micrômetros de comprimento, e
presentes apenas nas células eucarióticas. Embora possam ser visíveis com microscopia
óptica comum, detalhes de sua estrutura só são observados com o uso da microscopia
eletrônica. Elas apresentam duas membranas lipoproteicas, semelhantes à membrana
plasmática. A externa é lisa, enquanto a interna possui dobras, chamadas cristas mitocondriais,
que se projetam para o interior da organela, que é preenchido por um material viscoso,
chamado matriz mitocondrial. Imersos nessa matriz, encontram-se enzimas respiratórias, DNA
mitocondrial, RNA mitocondrial e ribossomos próprios (mitorribossomos). Esses ribossomos
são menores que os citoplasmáticos e semelhantes aos das células procarióticas. Além de
comandar a síntese proteica, o DNA mitocondrial comanda a duplicação da mitocôndria.
Analisando-se o cloroplasto com o microscópio eletrônico, percebe-se que ele possui duas
membranas, a exemplo do que ocorre com as mitocôndrias. Ambas são dotadas de estrutura
semelhante às demais membranas lipoproteicas da célula e totalmente permeáveis ao CO 2,
substrato utilizado na síntese de carboidratos durante a fotossíntese. O interior do cloroplasto
(estroma ou matriz do cloroplasto) é preenchido por uma substância gelatinosa, análoga à
matriz mitocondrial, na qual estão imersos os ácidos nucleicos (DNA e RNA), os ribossomos e
a maquinaria responsável pela síntese proteica nessa organela. A presença, principalmente, do
DNA faz com que os plastos apresentem, até certo ponto, um sistema genético próprio, o que
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lhes confere uma determinada autonomia dentro da célula. Convém lembrar que no estroma
ocorrem a fixação do CO2 e a síntese de diversas substâncias orgânicas (açúcares, amido,
ácidos graxos, etc.). Nas lamelas do granum, organiza-se uma série de discos, denominados
tilacoides, que se dispõem em pilhas, formando o granum, cujo conjunto se chama grana. As
moléculas de clorofila ficam dispostas, organizadamente, nas membranas dos tilacoides, de
modo a captarem a luz solar com a máxima eficiência. Deve-se mencionar, ainda, a ocorrência
da lamela estromal, que se estende pelo estroma, interligando os diferentes granum.
- AFIRMATIVA IV (“Houve a aquisição de complexidade na estrutura e função da célula
eucariótica em relação à célula procariótica, inclusive permitindo a maturação de proteínas.”) –
CORRETA
* Observando o citoplasma das células eucarióticas com um microscópio óptico, ele se
apresenta preenchido por um complexo de substância que assume um aspecto homogêneo.
Com um microscópio eletrônico, entretanto, constata-se que o citoplasma não é um sistema
homogêneo, pelo contrário, ele é bastante heterogêneo. Nessas condições, percebe-se que o
citoplasma apresenta um sistema de endomembranas que o divide em dois compartimentos,
um interno e outro externo em relação a esse sistema. O externo, representado por uma
verdadeira rede de substâncias gelatinosas, toma o nome de hialoplasma (matriz
citoplasmática, citosol, citoplasma fundamental ou substância basal), no qual estão imersos as
inclusões e uma série de orgânulos ou organoides citoplasmáticos, que exercem funções
específicas e importantes no metabolismo celular, como produção, digestão, armazenamento e
transporte de substâncias diversas. Lembramos que inclusões são formações “inertes”
(desprovidas de “atividades biológicas”), existentes no citoplasma, como grãos de amido,
grânulos de proteína, gotículas de gorduras, cristais diversos, grânulos de pigmentos, etc. O
conjunto de inclusões de uma célula é denominado paraplasma. Afora isso, as células
eucarióticas possuem o núcleo individualizado, e não nucleoide, como as procarióticas, onde
se encontra o material genético. Ressaltamos que no nucleoide (região citoplasmática,
presente nos procariotos), encontra-se o material genético das células procarióticas,
representado por um DNA circular, não associado a proteínas, como no caso dos eucariotos.
Dentre os diversos orgânulos presentes nas células eucarióticas, destacamos o complexo de
Golgi, relacionado com o contido nesta alternativa.
- Complexo de Golgi: também conhecido como aparelho de Golgi, complexo golgiense ou
sistema golgiense (figura abaixo), foi descoberto em 1898 pelo citologista italiano Camillo
Golgi, que o denominou inicialmente de aparelho reticular interno. Esse organoide, desprovido
de ribossomos, consiste de sáculos membranosos, achatados e empilhados, de cuja periferia
se originam vesículas, por brotamento. Cada uma dessas pilhas, denominada dictiossomo,
golgiossomo ou sáculo lameliforme, é semelhante em células animais e vegetais. O complexo
golgiense atua na modificação, na concentração e no empacotamento, em pequenas vesículas,
de algumas substâncias produzidas no retículo endoplasmático rugoso. Camillo Golgi recebeu,
em 1906, o Prêmio Nobel de medicina por essa descoberta. Lembramos que as vesículas que
brotam dos golgiossomos têm três destinos principais: (a) formar os lisossomos, que
permanecem no interior da célula, atuando na digestão intracelular; (b) fundir-se à membrana
plasmática, incorporando, nessa membrana, as proteínas contidas no seu interior. Deve aqui
ser ressaltado que, na membrana plasmática, também existem proteínas sintetizadas nos
polissomos do citosol; (c) fundir-se à membrana plasmática, lançando seus conteúdos para
fora da célula, como no caso das enzimas digestivas sintetizadas e eliminadas por células do
sistema digestório.
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* Estrutura do complexo de Golgi: ao microscópio eletrônico, ele se apresenta formado por


pilhas de seis a vinte sáculos achatados (cisternas ou sáculos de Golgi), limitados por
membranas. Das bordas desses sáculos, brotam vesículas que são liberadas para as
proximidades. Essas vesículas, de acordo com a função realizada pela célula em que se
encontram, contêm, em seu interior, diferentes compostos, como hormônios e secreções
outras. O complexo golgiense é estrutural e bioquimicamente polarizado, apresentando duas
faces distintas (figura a seguir): a cis (formativa ou proximal) e a trans (de maturação ou distal).
A face cis fica voltada para o retículo endoplasmático rugoso, possui membranas mais
delgadas que a trans, sendo a face através da qual as proteínas sintetizadas por esse retículo
penetram no complexo de Golgi. A trans, por seu turno, é voltada para a membrana plasmática,
apresenta membranas mais espessas, sendo a face através da qual brotam as vesículas
secretoras e os lisossomos.

- AFIRMATIVA V (“As organelas de eucariontes, mitocôndrias e plastos, não têm DNA próprio
e, portanto não podem fazer divisão autônoma.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, mitocôndria e plastos possuem DNA próprio,
sintetizam algumas de suas próprias proteínas e são capazes de se autoduplicar.

3. Diferenciação celular.

04. (UEG) Estudando o processo de síntese proteica in vitro, Chapeville e colaboradores


verificaram que, por tratamento químico do complexo aminoácido-RNAt correspondente à
cisteína (cisteinil-RNAt), é possível transformar este aminoácido em alanina, sem dissociá-lo do
RNAt e sem afetar as características intrínsecas deste RNA. Obtém-se, dessa maneira, um
complexo “híbrido” que, adicionado ao sistema de síntese de proteínas in vivo, promove a
incorporação de alanina, no lugar da cisteína, no polipeptídeo sintetizado. A experiência é
interpretada como indicativa de que:
a) A seleção do ácido aminado a ser integrado na sequência polipeptídica é determinada pela
constituição química do ácido aminado.
b) O RNAt serve apenas como transportador do ácido aminado e não intermediário de sua
integração correta na sequência polipeptídica.
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c) Qualquer tipo de complexo aminoacil-RNAt pode se associar ao ribossoma, em qualquer


etapa da síntese do polipeptídeo.
d) O reconhecimento, pelo RNAt, de um determinado códon do RNA mensageiro não depende
do aminoácido.
e) O anticódon do RNAt para cisteína é idêntico ao anticódon do RNAt para alanina.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“O reconhecimento, pelo RNAt, de um determinado códon do RNA mensageiro não depende
do aminoácido.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A seleção do ácido aminado a ser integrado na sequência polipeptídica é
determinada pela constituição química do ácido aminado.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a seleção do aminoácido a ser integrado na
sequência polipeptídica não é determinada pela constituição química do ácido aminado, haja
vista, que houve, no caso em foco, integração de alanina no lugar da cisteína, como consta no
enunciado (“ , ... promove a incorporação de alanina, no lugar da cisteína, no polipeptídeo
sintetizado.”). A seleção é determinada pela interação códon (presente no RNAm)-anticódon
(presente no RNAt), bem como pelo Braço DHU, presente no RNAt, Veja, a seguir, uma
descrição, sumária, do RNAt, do RNAm e do RNAr.
- RNAt (RNA transportador): também denominado RNA solúvel (RNAs) ou RNA tradutor
(RNAt), são moléculas pequenas, formadas por cerca de 80 a 100 nucleotídeos e representam
10 a 15 de todo o RNA celular. Tem por função transportar os aminoácidos para os
ribossomos, em “obediência” à mensagem genética contida no RNAm, que se encontra, no
momento da síntese proteica, associado aos ribossomos. Eles atuam, em última análise, como
moléculas adaptadoras que “leem” a sequência de nucleotídeos do transcrito de RNAm e a
“convertem” em uma sequência de aminoácidos. Em função desta sua atividade existe, pelo
menos, um RNAt para cada aminoácido. Embora sejam constituídos, como os demais RNA, de
uma única cadeia, o RNAt assume a forma espacial de uma folha de trevo (modelo em folha de
trevo). Essa estrutura, como mostra a figura abaixo, é constituída pelos seguintes
componentes:

I. Braço aceptor (braço do aminoácido), formado por uma série de geralmente sete pares de
bases, apresentando numa extremidade (5') o nucleotídeo guanina e na outra (3') a sequência
CCA. Estudos têm mostrado que nos eucariontes, a sequência CCA é adicionada após a
transcrição através de uma enzima de processamento, chamada RNAt nucleotidil transferase.
Nos procariontes, a sequência CCA é codificada pelo gene de RNAt, sendo, portanto, transcrita
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de maneira normal. Durante a síntese proteica, o aminoácido é ligado a esse braço,


especificamente na extremidade 3'.
II. Braço TC, que contém a ribotimidina (T), não usualmente presentes nos RNAs e
pseudouridina (), base modificada que possui uma ligação carbono-carbono, não usual nas
bases. É provável que esse braço esteja implicado na união do RNAt com a superfície do
ribossomo.
III. Braço opcional, extra ou variável, pode ser uma alça com apenas 3 ou 5 nucleotídeos (caso
de cerca de 75% de todos os RNAts) ou uma alça maior, contendo 13 a 21 nucleotídeos.
Lembramos que esse braço não está presente em todos os RNAts.
IV. Braço anticódon, desempenha o papel central na decodificação da mensagem genética
contida no RNAm. Ele se liga ao códon, sequência de três nucleotídeos presente no RNA
mensageiro, durante a tradução da mensagem genética.
V. Braço DHU (diidrouracil), assim denominado em função de conter até três resíduos de
diidrouracil (pirimidina modificada), dependendo do RNAt. É provável que esse braço esteja
relacionado com a aminoacil sintetase (enzima que catalisa a ligação do aminoácido com o
RNAt, formando o aminoacil-tRNA).
* Lembramos que a síntese do RNAt é catalisada pela RNA polimerase III.
- RNA mensageiro (RNAm): tem por função transcrever e transportar as informações genéticas
do DNA para os ribossomos, onde serão traduzidas a fim de formar as cadeias proteicas. Dada
sua atividade informacional, o RNAm é bastante heterogêneo, tanto na composição, quanto na
sequência de nucleotídeos. Além disto, ele é dotado de pequeno tempo de “vida” (elevado
turnover), sendo degradado logo após a tradução e, em alguns casos, simultaneamente com
ela. A síntese do RNAm é catalisada pela RNA polimerase II.
- RNA ribossomal (RNAr): representa cerca de 80% de todo RNA celular e participa,
juntamente com as proteínas, da composição dos ribossomos, estruturas que atuam como
“fábricas” para síntese proteica. É produzido a partir do cromossoma nucleolar e se acumula no
nucléolo, antes de integrar os ribossomos. Admite-se que o RNAr, atuando como uma ribozima
(RNA dotado de atividade enzimática), catalisa a formação das ligações peptídicas. Da síntese
do RNAr participam as RNAs polimerases I e III.
* Para maiores detalhes sobre ribozima ver RIBOZIMA (RNA SUPER STAR), matéria
publicada, no dia 10.06.2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- ALTERNATIVA B (“O RNAt serve apenas como transportador do ácido aminado e não
intermediário de sua integração correta na sequência polipeptídica.”) – INCORRETA
* O RNAt não seve apenas como transportador do ácido aminado, como consta nesta
alternativa, Ele atua, sobretudo, como tradutor da mensagem contida no RNA mensageiro,
como vimos acima em “RNAt (RNA transportador)” – (“... . Tem por função transportar os
aminoácidos para os ribossomos, em “obediência” à mensagem genética contida no RNAm,
que se encontra, no momento da síntese proteica, associado aos ribossomos. Eles atuam, em
última análise, como moléculas adaptadoras que “leem” a sequência de nucleotídeos do
transcrito de RNAm e a “convertem” em uma sequência de aminoácidos. ... “).
- ALTERNATIVA C (“Qualquer tipo de complexo aminoacil-RNAt pode se associar ao
ribossoma, em qualquer etapa da síntese do polipeptídeo.”) – INCORRETA
* A associação do complexo aminoacil-tRNA ao ribossomo depende do códon contido no
RNAm. Logo, essa associação não ocorre aleatoriamente, em qualquer etapa da síntese do
polipeptídeo, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA D (“O reconhecimento, pelo RNAt, de um determinado códon do RNA
mensageiro não depende do aminoácido.”) – CORRETA
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* O reconhecimento, pelo RNAt, de um determinado códon do RNA mensageiro não depende,


realmente, do aminoácido. Como vimos acima, depende da interação códon (presente no
RNAm)-anticódon (presente no RNAt).
- ALTERNATIVA E (“O anticódon do RNAt para cisteína é idêntico ao anticódon do RNAt para
alanina.”) – INCORRETA
* Eles não são idênticos, como consta nesta alternativa.
- CISTEÍNA
* Códons (RNAm): UGU UGC
* Anticódons (RNAt): ACA ACG
- ALANINA
* Códons (RNAm): GCU GCC GCA GCG
* Anticódons (RNAt): CGA CGG CGU CGC
-Para maiores detalhes ver CÓDIGO GENÉTICO, matéria publicada, no dia 15/11/2010, no
blog “djalmasantos.wordpress.com.”

4. Citoplasma.

05. (UEPB) Observe a figura abaixo que esquematiza uma célula.

Assinale a alternativa que estabeleça de forma correta o nome e a função da organela


representada no esquema acima.
a) Em 1 está representado o retículo endoplasmático granuloso, responsável pela condução
intracelular do impulso nervoso nas células do músculo estriado.
b) Em 2 está representado o retículo endoplasmático não granuloso, responsável pela síntese
de proteínas.
c) Em 5 está representado o complexo golgiense, responsável pelo acúmulo e eliminação de
secreções.
d) Em 3 está representado o lisossomo, local onde ocorre armazenamento de substâncias.
e) Em 4 está representado o vacúolo, responsável pela digestão intracelular.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Em 5 está representado o complexo golgiense, responsável pelo acúmulo e eliminação de
secreções.”)
- Identificação das estruturas indicadas na figura desta questão.
1. Retículo endoplasmático rugoso.
2. Retículo endoplasmático liso.
3. Mitocôndria.
4. Lisossomo.
5. Complexo golgiense.
- RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO: sistema de membranas duplas, lipoproteicas, presentes em
células eucarióticas, que se comunica entre si, formando uma complexa rede espalhada por
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toda a célula e que têm as funções de armazenar, transportar e sintetizar substâncias. A


organização dessas membranas varia bastante no interior de uma mesma célula, podendo
formar vesículas, cisternas (sáculos achatados), vacúolos e túbulos membranosos, que
comunicam as diversas cisternas entre si. Cerca de 50% a 60% do total das membranas
celulares fazem parte do retículo endoplasmático. De um modo geral, o retículo é pouco
desenvolvido em células com pequena atividade metabólica, como as adiposas e muito
desenvolvido nas células dotadas de grande atividade metabólica, como os fibroblastos e os
osteoblastos. Analisando-se a estrutura do retículo endoplasmático, percebe-se uma
comunicação de suas membranas com a plasmalema (membrana plasmática) e com a
carioteca (membrana nuclear). São conhecidos dois “tipos” de retículo endoplasmático (figura
abaixo): o liso (REL), também denominado retículo endoplasmático não granuloso ou agranular
e o rugoso (RER), também conhecido como retículo endoplasmático granuloso ou retículo
endoplasmático granular (REG) ou ergastoplasma. O liso tem como principal característica
estrutural ser desprovido de ribossomos, sendo bem-desenvolvido em células de certos órgãos
nos quais ocorre síntese de hormônios esteroides, como as gônadas e o córtex adrenal. Ele é
muito desenvolvido, também, nas células do fígado, órgão que possui, entre outras, a função
de armazenar glicose sob a forma de glicogênio. No fígado, o não granuloso participa da
remoção do grupo fosfato presente nas glicoses, resultantes da degradação do glicogênio,
tornando possível a passagem desses monossacarídeos para a corrente sanguínea. O retículo
granular, que possui ribossomos, “aderido” ao lado externo da sua membrana, é bem
desenvolvido em células secretoras, como as células dos ácinos pancreáticos, que secretam
as enzimas digestivas contidas no suco pancreático e nas células caliciformes da parede do
intestino, que secretam um muco lubrificante e protetor da parede interna desse órgão. Devido
à espessura de suas membranas, que está abaixo do poder de resolução do microscópio
óptico, o retículo endoplasmático só é visível, via de regra, com o microscópio eletrônico. No
caso do rugoso, em particular, é possível, evidenciar sua presença ao microscópio óptico,
desde que as células sejam coradas com corantes básicos. Essas porções coradas,
chamadas, inicialmente, regiões basófilas do citoplasma e, posteriormente, ergastoplasma,
são, nos neurônios, denominadas corpúsculo de Nissl.

1. RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO RUGOSO.


* Além de funções como transporte, armazenamento, controle da pressão osmótica, suporte
mecânico (juntamente com os microtúbulos e os microfilamentos hialoplasmáticos) e aumento
da superfície celular em relação ao volume, também desempenhadas pelo retículo liso, como
veremos a seguir, o rugoso atua na síntese proteica. Essa função específica do retículo
granular se deve à presença de ribossomos “aderidos” a sua membrana. As proteínas são
transferidas para o interior das cisternas, onde são processadas e acumuladas, sendo em
seguida transportadas, no interior de vesículas, para seus locais de destino. A maioria das
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proteínas sintetizadas nesse retículo é “exportada”, indo exercer suas funções fora da célula. O
retículo endoplasmático não pode ser isolado intacto das células. Os fragmentos obtidos a
partir do retículo endoplasmático rugoso são denominados microssomos. Os microssomos
possuem ribossomos nas suas paredes externas e são dotados da capacidade de produzir
proteínas.
2. RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO LISO.
* Relacionamos a seguir as principais funções do retículo liso endoplasmático liso.
I. Transporte de substâncias: graças à movimentação de suas membranas e a sua
comunicação com a carioteca e a plasmalema, o retículo liso promove não apenas o transporte
de substâncias dentro da célula, mas também desta para o meio externo. Essa função também
é exercida pelo retículo endoplasmático rugoso.
II. Armazenamento de substâncias/regulação da pressão osmótica: o retículo liso, a exemplo
do rugoso, armazena substâncias diversas no interior de suas cavidades. Uma vez que as
substâncias armazenadas podem determinar alteração na concentração do suco celular, o
retículo endoplasmático está, de certa forma, associado com a regulação da pressão osmótica.
III. Síntese de lipídios: o retículo liso é responsável pela síntese de praticamente todos os
lipídios que compõem as membranas celulares, incluindo os fosfolipídios e o “colesterol”. Em
alguns casos, os lipídios das membranas são inicialmente produzidos no retículo liso, sendo
em seguida completados no complexo golgiense. Esse é o caso, por exemplo, da
esfingomielina e dos glicolipídios, cujas partes glicídicas são produzidas com o auxílio do
complexo de Golgi. As enzimas que sintetizam os fosfolipídios são intrínsecas à membrana do
retículo liso, com suas partes ativas fazendo saliência na face citoplasmática da membrana. No
retículo liso, também são produzidas esteroides. Em função disso, as células dos testículos e
dos ovários, produtoras de hormônios sexuais lipídicos, da categoria dos esteroides,
apresentam retículo endoplasmático agranular bastante desenvolvido.
IV. Desintoxicação do organismo: o organismo possui a capacidade de converter substâncias
tóxicas (álcool, herbicidas, conservantes, corantes alimentares, medicamentos, etc.) em
substâncias inócuas ou de fácil eliminação. Essa atividade neutralizadora ocorre principalmente
no fígado, graças a enzimas do retículo agranular. Para se ter uma ideia, a ingestão de
barbitúricos, que tem efeito hipnótico e depressor do sistema nervoso central, promove
acentuado aumento na quantidade de retículo endoplasmático liso nas células hepáticas.
Embora muitas células possuam pouco retículo liso, esse organoide é abundante nos
hepatócitos.
V. Metabolização do glicogênio: esta atividade do retículo liso consiste na obtenção de glicose
a partir do glicogênio, processo denominado glicogenólise. Em determinadas células, como as
do fígado e as dos músculos estriados, podem ocorrer grandes depósitos de glicogênio. No
fígado, a glicogenólise tem papel importante na manutenção do nível de glicose no sangue
(glicemia), fornecendo esse monossacarídeo para outras células do organismo. A glicose
resultante da glicogenólise muscular, por outro lado, é quase toda utilizada como fonte de
energia para a contração muscular, não contribuindo, de modo significativo, para modificar a
glicemia.
++
VI. Controle da atividade muscular: sendo o principal reservatório de Ca do citoplasma, o
retículo endoplasmático liso exerce importante papel na contração muscular. Quando as
células musculares estriadas são estimuladas pelos neurotransmissores liberados nas placas
++
motoras, o Ca sai do retículo liso pelos canais de cálcio e promove a contração das
++
miofibrilas, levando à contração muscular. Cessado o estímulo, os íons Ca são trazidos de
++
volta às cisternas do retículo liso, por processo ativo. O Ca provoca grandes forças de
atração entre a actina e a miosina, fundamental para a contração muscular.
3. MITOCÔNDRIAS.
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* Embora possam ser visíveis com microscopia óptica comum, detalhes de sua estrutura só são
observados com o uso da microscopia eletrônica. As mitocôndrias (figura abaixo) apresentam
duas membranas lipoproteicas, semelhantes à membrana plasmática. A externa é lisa,
enquanto a interna possui dobras, chamadas cristas mitocondriais, que se projetam para o
interior da organela, que é preenchido por um material viscoso, chamado matriz mitocondrial.
Imersos nessa matriz, encontram-se enzimas respiratórias, DNA mitocondrial, RNA
mitocondrial e ribossomos próprios (mitorribossomos). Além de comandar a síntese proteica, o
DNA mitocondrial comanda a duplicação da mitocôndria. Elas apresentam, portanto,
capacidade de autoduplicação. Quando a célula se divide em duas células filhas, cada uma
delas recebe, aproximadamente, metade do número de mitocôndrias existente na célula mãe.
À medida que as células filhas crescem, suas mitocôndrias se autoduplicam, restabelecendo o
número original. Em função de serem responsáveis pela respiração celular, elas são
consideradas verdadeiras “usinas” energéticas da célula. Nas mitocôndrias ocorrem o ciclo de
Krebs (ciclo do ácido tricarboxílico ou ciclo do ácido cítrico), na mátria mitocondrial, e a cadeia
respiratória (cadeia oxidativa ou cadeia transportadora de elétrons), nas cristas mitocondriais. A
descoberta que todas as etapas do ciclo de Krebs e da cadeia respiratória ocorrem no interior
das mitocôndrias foi feita por Albert Lehninger e Eugene Kennedy, em 1948. A denominação
“ciclo de Krebs” é uma homenagem ao bioquímico alemão Hans Adolf Krebs, o principal
responsável pela sua elucidação, que recebeu, em 1953, o Prêmio Nobel de Fisiologia e
Medicina.

4. LISOSSOMOS.
* Os lisossomos foram descobertos por Christian de Duve, na década de 50. Eles são bolsas
membranosas, de natureza lipoproteica, que contêm, em seu interior, enzimas digestivas
(hidrolases), capazes de digerir diversas substâncias, tais como lipídios, proteínas,
carboidratos e ácidos nucleicos. As enzimas lisossômicas funcionam mais eficientemente em
valores de pH ácido (em torno de 5,0) e coletivamente são denominadas hidrolases ácidas.
+
Esse grau de acidificação é alcançado graças a uma bomba de H presente na membrana do
lisossomo. Essas enzimas são sintetizadas no retículo rugoso, sendo em seguida transferidas
para o sistema golgiense e, posteriormente, liberadas sob a forma de lisossomos, que
apresentam uma cobertura de glicoproteínas que fica associada à face interna da membrana
que os envolve. Aparentemente, essa cobertura evita a digestão da própria membrana pelas
hidrolases que se acumulam no seu interior. Logo após a morte da célula, os lisossomos
sofrem ruptura e promovem a degradação do material celular. A característica mais evidente
dos lisossomos é seu polimorfismo, não apenas por seus aspectos e dimensões diferentes,
mas também pela irregularidade de seus componentes. A causa desse polimorfismo é dupla;
por um lado, está relacionada à diversidade do material que é endocitado e, por outro, ao fato
de que cada tipo de lisossomo apresenta uma combinação singular de hidrolases, das quais há
cerca de 50 diferentes. Os lisossomos estão, portanto, relacionados com a digestão
intracelular: digestão heterofágica, digestão autofágica e autólise. A digestão heterofágica
compreende, basicamente, a fagocitose e a pinocitose. Fala-se em digestão autofágica ou
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autofagia quando os lisossomos digerem estruturas celulares. Havendo alguma organela


funcionalmente inativa, a célula pode digeri-la o que permite a utilização do material resultante
para renovação dos seus constituintes. Desse modo, os lisossomos podem promover a
digestão de mitocôndria, de retículo endoplasmático, etc., reaproveitando alguns de seus
componentes moleculares. Em situação de extrema desnutrição, a autofagia poderá melhorar,
transitoriamente, a oferta de energia para o metabolismo celular. Na autofagia, a estrutura se
funde com o lisossomo, formando o vacúolo autofágico. Fala-se em autólise quando ocorre a
digestão de toda a célula. Como exemplo, citamos a regressão da cauda do girino. Nos
organismos pluricelulares, esse fenômeno pode ser importante para a remoção de células
mortas, bem como se revestir de grande interesse como processo patológico. Lembramos que
a morte celular induzida por sinais químicos (morte programada) é denominada,
particularmente, apoptose. A metamorfose do girino, citada acima, em que a cauda vai
desaparecendo, à medida que o animal vai ficando adulto (figura I, abaixo), constitui um
exemplo de apoptose. Outro exemplo é a modelação dos dedos do embrião humano, que
inicialmente se apresentam unidos por uma membrana, à semelhança de um “pé-de-pato”
(figura II, a seguir). A morte das células dessa membrana digital ocorre por apoptose. Como
terceiro exemplo, citamos o corpo das lagartas, que vai sendo destruído por apoptose, à
medida que o novo corpo do inseto se desenvolve no interior da crisálida.

5. COMPLEXO GOLGIENSE.
* Também denominado complexo de Golgi ou sistema golgiense (figura abaixo), desprovido de
ribossomos, consiste de sáculos membranosos, achatados e empilhados, de cuja periferia se
originam vesículas, por brotamento. Cada uma dessas pilhas, denominada dictiossomo,
golgiossomo ou sáculo lameliforme, é semelhante em células animais e vegetais. Ele atua na
modificação, na concentração e no empacotamento, em pequenas vesículas, de algumas
substâncias produzidas no retículo endoplasmático rugoso. As vesículas que brotam dos
golgiossomos têm três destinos principais: (a) formar os lisossomos, que permanecem no
interior da célula, atuando na digestão intracelular, como vimos acima; (b) fundir-se à
membrana plasmática, incorporando, nessa membrana, as proteínas contidas no seu interior.
Deve aqui ser ressaltado que, na membrana plasmática, também existem proteínas
sintetizadas nos polissomos do citosol; (c) fundir-se à membrana plasmática, lançando seus
conteúdos para fora da célula, como no caso das enzimas digestivas sintetizadas e eliminadas
por células do sistema digestório.
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.
* No que concerne à estrutura, o complexo golgiense apresenta-se formado por pilhas de seis
a vinte sáculos achatados (cisternas ou sáculos de Golgi), limitados por membranas. Das
bordas desses sáculos, brotam vesículas que são liberadas para as proximidades. Essas
vesículas, de acordo com a função realizada pela célula em que se encontram, contêm, em seu
interior, diferentes compostos, como hormônios e secreções outras. O complexo golgiense é
estrutural e bioquimicamente polarizado, apresentando duas faces distintas (figura a seguir): a
cis (formativa ou proximal) e a trans (de maturação ou distal). A face cis fica voltada para o
retículo endoplasmático rugoso, possui membranas mais delgadas que a trans, sendo a face
através da qual as proteínas sintetizadas por esse retículo penetram no complexo de Golgi. A
trans, por seu turno, é voltada para a membrana plasmática, apresenta membranas mais
espessas, sendo a face através da qual brotam as vesículas secretoras e os lisossomos.

* Entre as funções do complexo de Golgi, destacamos:


I. Secreção celular.
II. Formação do acrossomo: estrutura situada na “cabeça” do espermatozoide que contém uma
grande quantidade de enzimas digestivas, cuja função de “perfurar” as membranas do óvulo
por ocasião da fecundação.
III. Formação da lamela média em células vegetais: estrutura composta basicamente por
substâncias pécticas que se situa entre as paredes de células adjacentes.
IV. Formação do lisossomo: a partir do complexo de Golgi, formam-se os lisossomos, que são
vesículas repletas de enzimas digestivas, como vivos acima.
V. Glicolização de proteínas e lipídios: no interior do complexo de Golgi, os glicídios se
associam a determinadas proteínas e a certos lipídios formando, respectivamente,
glicoproteínas e glicolipídios que integram as membranas celulares.
* Relação entre o complexo de Golgi e o retículo endoplasmático rugoso: a figura a seguir
mostra o fluxo de material do retículo endoplasmático rugoso para o complexo golgiense.
Percebe-se que vesículas de secreção oriundas do retículo rugoso fundem-se à face cis do
complexo de Golgi e que, da face trans, brotam vesículas, como os grãos de zimógenos
(vesículas repletas de pró-enzimas, proteínas com pouca ou nenhuma atividade enzimática)
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que são secretados, por exocitose, através da plasmalema. Essa relação é uma evidência de
que membranas lipoproteicas podem ser transferidas, dentro da célula, de um organoide
membranoso para outro.

JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Em 1 está representado o retículo endoplasmático granuloso, responsável
pela condução intracelular do impulso nervoso nas células do músculo estriado.”) –
INCORRETA
* Embora 1 esteja representando o retículo endoplasmático granuloso, ele não é responsável
pela condução intracelular do impulso nervoso nas células do músculo estriado. Veja acima,
funções desse retículo.
- ALTERNATIVA B (“Em 2 está representado o retículo endoplasmático não granuloso,
responsável pela síntese de proteínas.”) – INCORRETA
* Embora 2 esteja representando o retículo endoplasmático não granuloso, ele não é
responsável pela síntese proteica, Esta função é realizada pelo retículo granuloso, indicado por
1.
- ALTERNATIVA C (“Em 5 está representado o complexo golgiense, responsável pelo acúmulo
e eliminação de secreções.”) – CORRETA
* 5 está representando, realmente, o complexo golgiense. Acúmulo e eliminação de secreções
são funções exercidas pelo complexo de Golgi, como vimos acima.
- ALTERNATIVA D (“Em 3 está representado o lisossomo, local onde ocorre armazenamento
de substâncias.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, 3 está indicando mitocôndria e não lisossomo.
Como mostramos acima, a mitocôndria responde pela respiração celular (ciclo de Krebs e
cadeia respiratória) e o lisossomo atua na digestão intracelular.
- ALTERNATIVA E (“Em 4 está representado o vacúolo, responsável pela digestão
intracelular.”) – INCORRETA
* Em 4 está representado o lisossomo, orgânulo que atua na digestão intracelular, como vimos
acima. No que diz respeito ao vacúolo, organoide delimitado por uma membrana lipoproteica,
em cujo interior se encontra água, substâncias de reserva, excretas, etc., podemos destacar
dois tipos principais: vacúolo de suco celular e vacúolo pulsátil.
I. Vacúolo de suco celular (vacúolo de reserva ou vacúolo vegetal); organela exclusiva das
células vegetais. Em uma célula vegetal definitiva, a maior parte do volume celular é
geralmente ocupada por um único vacúolo de grande tamanho (figura abaixo). Ele é delimitado
por uma membrana lipoproteica denominada tonoplasto e atua como um “armazém” de água,
sais, proteínas, carboidratos, lipídeos, pigmentos, enzimas hidrolíticas, etc.
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* Esse vacúolo desempenha diversas funções importantes, tais como:


a) Reservatório de substâncias metabolicamente ativas, como açúcares, aminoácidos e
outras moléculas, ou de subprodutos do metabolismo. Algumas dessas substâncias
desempenham, pela sua elevada toxicidade, um papel importante na defesa contra
animais herbívoros. Entre os produtos acumulados no vacúolo, encontram-se alguns de
utilização metabólica imediata. Tal é o caso das plantas que fixam o dióxido de carbono
durante a noite e o convertem em malato, que é acumulado no vacúolo até ser mobilizado
para a síntese de açúcares, em presença da luz. Ver FOTORRESPIRAÇÃO [PLANTAS
MAC (CAM)] matéria publicada, no dia 20/09/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
b) Armazenamento de pigmentos responsáveis pela cor vermelha (antocianinas) de
pétalas e outros órgãos, ou pela cor amarela (flavonas) de pétalas, e que desempenham
um papel importante nas relações planta/animal, em particular na atração dos
polinizadores.
c) Devido à elevada concentração de substâncias dissolvidas, nesse vacúolo, ele é
responsável pela turgidez da célula, na medida em que a diferença de concentrações entre
o interior e o exterior provoca um apelo de água do exterior. A pressão osmótica assim
gerada, contrapondo-se à elasticidade da parece celular, confere turgidez à célula vegetal.
d) O aumento do volume do vacúolo conduz ao alongamento da célula, processo que
ocorre enquanto a parede celular não adquirir a sua composição final.
II. Vacúolos contráteis ou pulsáteis: esses vacúolos que ocorrem, principalmente, em
protozoários de água doce, como as amebas e os paramécios, contraem-se ritmicamente,
expulsando o excesso de água da célula. Esse excedente hídrico se deve ao fato de os
referidos organismos serem hipertônicos em relação ao meio, o que acarreta uma constante
entrada de água na célula, por osmose. A figura a seguir mostra o vacúolo pulsátil da euglena
(A), do paramécio (B) e da ameba (C).

5. Clonagem.

06. (UPE) Nos últimos anos, a comunidade científica e a sociedade em geral vêm participando
de discussões referentes ao uso de células-tronco embrionárias para clonagem reprodutiva e
terapêutica em humanos, tipos distintos de clonagem, que muitas vezes, são confundidos.
Nesse sentido, analise as afirmativas e conclua.
I II
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0 0 – O princípio básico da clonagem reprodutiva consiste na transferência de um núcleo para


um ovócito anucleado, que é, então, implantado em uma mãe adotiva para desenvolvimento
normal do embrião.
1 1 – Na clonagem terapêutica, células-tronco embrionárias são retiradas na fase de blastocisto
e induzidas a se diferenciarem em tecidos específicos.
2 2 – No Brasil, a clonagem reprodutiva tem sido legalmente permitida somente em casos de
famílias que apresentam doenças degenerativas graves, tais como as doenças
neurodegenerativas.
3 3 – A clonagem reprodutiva tem como principal objetivo produzir uma cópia saudável de um
tecido ou de um órgão específico, o qual poderá ser utilizado para transplante.
4 4 – No Brasil, a clonagem terapêutica vem ocorrendo para a produção de hormônios, tal
como a insulina.
GABARITO
VVFFF
CLONAGEM REPRODUTIVA (PRODUÇÃO DE ORGANISMOS COM GENES IGUAIS)
Em face de todas as células do corpo serem formadas a partir do zigoto, elas possuem,
via de regra, a mesma informação genética. Desse modo, a partir do núcleo de qualquer célula
do corpo, é possível, teoricamente, formar cópias geneticamente idênticas de um determinado
indivíduo, processo denominado clonagem reprodutiva (ou transferência de núcleo somático).
Lembramos que clones são cópias genéticas idênticas de um organismo, seja bactéria,
protista, fungo, vegetal ou animal. Como exemplos de clones que ocorrem na natureza,
mencionamos as bactérias, formadas por divisão celular simples (amitose); as planárias que
podem se desenvolver a partir de parte do corpo e os gêmeos univitelinos, originados de uma
única célula ovo. Em todos esses casos, os organismos apresentam a mesma constituição
genética. Já há muito, os homens obtêm clones vegetais. É o caso, por exemplo, da cana-de-
açúcar, reproduzida, assexuadamente, a partir de pedaços de caule e do eucalipto, que pode
ser obtido a partir de cultura de tecidos, que representa, de certo modo, uma forma de
reprodução assexuada.
CLONAGEM DA OVELHA DOLLY
O primeiro clone de mamífero foi obtido pela equipe do Ian Wilmut em 1997, ano em
que foi anunciado o nascimento da ovelha Dolly. A técnica que permitiu a clonagem de Dolly
(figura abaixo) consistiu, em linhas gerais, na retirada do núcleo de óvulos de uma ovelha
adulta da raça Scottish Blackface (ovelha doadora de óvulo), que receberam núcleos de células
das glândulas mamárias de outra fêmea, também adulta, da raça Finn Dorset (ovelha doadora
de célula). Em seguida, a célula proveniente dessa fusão foi cultivada em laboratório e o
embrião resultante implantado no útero de terceira ovelha, que serviu como “mãe de aluguel”.
O desenvolvimento desse embrião originou Dolly, uma ovelha geneticamente idêntica à que
doou o núcleo (Finn Dorset). Ressaltamos que foram necessárias 277 tentativas para se clonar
a ovelha Dolly. Como a ovelha doadora de célula para a clonagem de Dolly já tinha seis anos
na ocasião do procedimento, e em função do processo de envelhecimento celular, que leva ao
acúmulo de mutações e alterações celulares, Dolly já nasceu, do ponto de vista biológico, com
seis anos de vida. Nasceu, portanto, prematuramente velha. Outra preocupação dos
pesquisadores que clonaram Dolly, dizia respeito a sua fertilidade. Ela, entretanto, deu
nascimento a quatro ovelhas, a primeira em 1998 e as três outras em 1999, demonstrando que
o animal clonado não era estéril e podia se reproduzir sem maiores problemas. Por outro lado,
enquanto a maior parte das ovelhas vive entre os onze e os doze anos, Dolly morreu com
apenas seis anos e meio, após ter começado a manifestar, prematuramente, doenças
frequentemente associadas à velhice. Em janeiro de 2002, por exemplo, foi anunciado que
Dolly apresentava sinais de artrite no quadril e nos joelhos, doença que, embora seja comum
nas ovelhas velhas, costuma aparecer em uma idade mais avançada. O animal foi sacrificado
após a descoberta de sinais de uma doença pulmonar progressiva.
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Logo após o nascimento de Dolly (em fevereiro de 1997), vários clones de mamíferos
foram obtidos, inclusive da ovelha Polly (nascida em meados de 1997), enxertada com o gene
humano para a produção do fator IX, que é liberado no seu leite. Esse fator, utilizado no
tratamento de hemofílicos, é uma proteína importante nos processos de coagulação. Dessa
forma, pessoas que não produzem esse fator podem obtê-lo através da alimentação. Polly foi
clonada pela mesma equipe de cientista que clonou Dolly. Embora a clonagem tenha gerado
polêmica, ela abre grandes perspectivas na agropecuária e na medicina. A clonagem de
organismos com características desejáveis aos seres humanos irá, sem dúvida, elevar a
produtividade nas diversas fazendas, inclusive de gado. No que concerne ao interesse direto
dos homens, a clonagem visa, por exemplo, à obtenção de animais que possam ser um
reservatório de órgãos utilizáveis para transplantes em seres humanos. Lembramos que o
primeiro mamífero clonado no Brasil foi a bezerra Vitória, nascida em 17 de março de 2001. Ao
contrário de Dolly, clonada de um animal adulto, Vitória foi clonada a partir de células extraídas
de um embrião de cinco meses, que não chegou a nascer. Nesse caso, o núcleo retirado da
célula embrionária foi inoculado em um ovócito enucleado. O “ovócito” assim formado foi, em
seguida, transferido para o útero de uma vaca que serviu como “mãe de aluguel”.
A clonagem reprodutiva é, em última análise, uma tecnologia usada para gerar um
organismo que tenha o mesmo DNA nuclear de outro, previamente existente.
O envelhecimento precoce de Dolly, que já nasceu, biologicamente, com a idade da
ovelha que a originou, está relacionado com o telômero. Para maiores detalhes ver
TELÔMERO, matéria publicada, no dia 16.09.2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
CLONAGEM TERAPÊUTICA
Um grande obstáculo em qualquer tipo de transplante é a questão da
histocompatibilidade entre o doador e o receptor. Apesar do progresso já alcançado nesta área,
indivíduos submetidos a transplantes de órgãos, via de regra, precisam tomar drogas
imunossupressoras para que o enxerto não seja rejeitado. Estratégias para prevenir essa
rejeição incluem a geração de bancos de linhagem de células-tronco embrionárias,
equivalentes aos bancos de medula óssea ou de sangue de cordão umbilical e placentário, que
poderiam ser pesquisados para se identificar uma linhagem compatível com o paciente. Porém,
além das dificuldades técnicas inerentes ao estabelecimento e a manutenção desse banco,
sabe-se, pela experiência com bancos de medula e de sangue de cordão, que sempre existe a
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possibilidade de não se encontrar uma amostra compatível com o paciente, mesmo quando a
coleção do banco é muito grande. Outra possibilidade para se evitar a rejeição seria a geração
de células-tronco embrionárias geneticamente idênticas ao paciente pela técnica de
transferência nuclear (clonagem terapêutica ou terapia por transplante nuclear). Neste caso,
um núcleo somático do paciente é transferido para um óvulo enucleado que, em condições
adequadas de cultura, origina um “embrião”. Este, cultivado “in vitro”, até um estágio do
desenvolvimento embrionário denominado blastocisto, é dissociado para a obtenção das
células tronco-embrionárias. Dessa forma, o blastocisto não é implantado. Ele serve apenas
como uma massa de células que podem ser consideradas células-tronco de alta versatilidade.
Essas células-tronco podem ser usadas para restaurar a função de um órgão ou de um tecido,
transplantando novas células para substituir as perdidas pela doença, bem como substituir
células que não funcionam adequadamente devido a diferentes causas (defeitos genéticos,
lesões da coluna cervical, acidente vascular cerebral, doenças sanguíneas, etc.). Lembramos
que as células-tronco adultas não possuem a capacidade de se transformarem em qualquer
tecido, sendo, portanto, menos versáteis que as embrionárias. A clonagem terapêutica
descortina a possibilidade de, no futuro, pessoa poder “reparar” defeitos no organismo usando
suas próprias células. A clonagem terapêutica tem com objetivos básicos produzir órgãos
inteiros a partir de uma única célula, bem como produzir células saudáveis, que poderão
substituir as danificadas por doenças degenerativas.
CLONAGEM GÊNICA
Clonagem gênica (técnica do DNA recombinante ou engenharia genética) consiste, em
última análise, na separação de um gene ou um segmento de DNA específico (DNA doador ou
inserto); sua inserção em um plasmídio ou no “cromossomo” de um bacteriófago, que atuam
como vetores de clonagem e posterior replicação desse DNA recombinante em um hospedeiro
apropriado, como uma bactéria ou uma célula de levedura, onde poderá ser expresso. Essa
replicação ocorre quando o sistema de síntese do DNA do hospedeiro replica o DNA inserido
na célula hospedeira. Dessa forma, a partir de uma dessas células transformadas são obtidas,
graças à divisão celular, um grande número de células idênticas (clones), cada uma dotada de
várias cópias do DNA recombinante. A clonagem gênica, como se pode constatar é utilizada
pelos cientistas para gerar múltiplas cópias de determinado gene, pelo qual haja algum tipo de
interesse. Além de permitir a modificação genética dos seres vivos em um curto intervalo de
tempo, a engenharia genética possibilita que vários genes sejam manipulados
simultaneamente. A introdução de um ou mais genes de uma espécie em outra, base da
clonagem gênica, origina indivíduos geneticamente modificados, conhecidos como
transgênicos. A engenharia genética corresponde, em última análise, a um conjunto de
técnicas que possibilitam a manipulação do DNA. Utilizando essas técnicas pode-se saber em
qual cromossomo e em que lugar no cromossomo um gene se localiza (mapeamento genético),
bem como promover o sequenciamento gênico, determinando, portanto, a sequencia de bases
nitrogenadas de um gene. Entre as “áreas” nas quais a técnica do DNA recombinante tem
provocado maior impacto, citamos:
I. Estudo da estrutura dos genes - importante para compreender os mecanismos que regulam a
expressão de um determinado gene em um tecido e para deduzir a função do gene a nível
molecular. A engenharia possibilita, igualmente, o estudo de anormalidades genéticas, como
alterações em oncogenes e em genes supressores de tumor.
II. Obtenção de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). Organismos em cujo
genoma foram introduzidos genes que conferem características desejadas. Eles são dotados,
portanto, de alteração(ões) em trecho(s) do seu genoma obtida(s) através da tecnologia do
DNA recombinante.
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III. Teste de paternidade. A comparação das impressões digitais genéticas dos progenitores e
do(s) descendente(s) permite excluir a paternidade ou confirmá-la com um elevado grau de
certeza.
IV. Investigação forense – permite a identificação de suspeitos a partir de material deixado num
local, como cabelo, sangue, esperma, etc. Permite, igualmente, a identificação de cadáveres.
V. Aconselhamento genético. Processo pelo qual paciente(s) e/ou parente(s) portador(es) de
uma doença ou com o risco de ter uma doença hereditária são informados acerca da natureza
da doença, da probabilidade ou risco de desenvolvê-la e transmiti-la à próxima geração, bem
como das formas de preveni-la, evitá-la ou melhorá-la.
VI. Diagnóstico pré-natal - permite a detecção de doenças genéticas ainda durante a gravidez.
Ele antecipa, aos casais, o conhecimento da saúde genética do feto e permite opções de
conduta.
VII. Obtenção, em grande quantidade, de proteínas úteis aos seres vivos, inclusive ao homem.
Entre as quais, citamos: insulina, hormônio do crescimento, gonadotrofina humana, interferons,
fatores de coagulação do sangue, antitrombina, albumina sérica humana e fator de necrose
tumoral.
VIII. Terapia gênica (geneterapia).
Para maiores detalhes ver CLONAGEM GÊNICA, matéria publicada, no dia 26/02/2011, no
blog “djalmasantos.wordpress.com.”
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“O princípio básico da clonagem reprodutiva consiste na transferência de
um núcleo para um ovócito anucleado, que é, então, implantado em uma mãe adotiva para
desenvolvimento normal do embrião.”) – CORRETA
* Ver a técnica que permitiu a clonagem de Dolly, descrita acima.
- ALTERNATIVA 1 1 (“Na clonagem terapêutica, células-tronco embrionárias são retiradas na
fase de blastocisto e induzidas a se diferenciarem em tecidos específicos.”) – CORRETA
* Ver clonagem terapêutica abordada acima [“... técnica de transferência nuclear (clonagem
terapêutica ou terapia por transplante nuclear). ... até um estágio do desenvolvimento
embrionário denominado blastocisto, é dissociado para a obtenção das células tronco-
embrionárias. ...]
- ALTERNATIVA 2 2 (“No Brasil, a clonagem reprodutiva tem sido legalmente permitida
somente em casos de famílias que apresentam doenças degenerativas graves, tais como as
doenças neurodegenerativas.”) – INCORRETA
* A clonagem reprodutiva não é permitida no Brasil.
- ALTERNATIVA 3 3 (“A clonagem reprodutiva tem como principal objetivo produzir uma cópia
saudável de um tecido ou de um órgão específico, o qual poderá ser utilizado para
transplante.”) – INCORRETA
* A clonagem reprodutiva tem como objetivo gerar um organismo que tenha o mesmo DNA
nuclear de outro, previamente existente, como nos casos das ovelhas Dolly e Polly, descritos
acima. A produção de tecidos e órgãos é objetivo da clonagem terapêutica.
- ALTERNATIVA 4 4 (“No Brasil, a clonagem terapêutica vem ocorrendo para a produção de
hormônios, tal como a insulina.”) – INCORRETA
* A insulina não é produto da clonagem terapêutica e sim da clonagem gênica (técnica do DNA
recombinante ou engenharia genética).

6. Codificação da informação genética.


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07. (URCA) Observe o esquema abaixo relativo ao processo de saída de informações


genéticas do núcleo para o citoplasma e o processo de síntese proteica e responda
corretamente:

a) I é o DNA e A é o processo de tradução.


b) II é o RNA e C é o processo de transcrição.
c) III é uma proteína e D é o processo de tradução.
d) IV é uma proteína e C é o processo de síntese.
e) I é uma proteína e A é o processo de duplicação do DNA.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“IV é uma proteína e C é o processo de síntese.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“I é o DNA e A é o processo de tradução.”) – INCORRETA
* I é o DNA e A é transcrição e não tradução, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA B (“II é o RNA e C é o processo de transcrição.”) – INCORRETA
* II é o RNA e C é tradução e não transcrição, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA C (“III é uma proteína e D é o processo de tradução.”) – INCORRETA
* III é um polissomo e D é a liberação da cadeia proteica recém-sintetizada.
- ALTERNATIVA D (“IV é uma proteína e C é o processo de síntese.”) – CORRETA
* IV é realmente uma proteína (cadeia proteica) recém-sintetizada e C o processo de síntese
(tradução da mensagem).
- ALTERNATIVA E (“I é uma proteína e A é o processo de duplicação do DNA”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, I é o DNA e A é transcrição.

7. Biotecnologia e sistemática.

08. (PASUSP) “Criada vida artificial” e “Ciência cria primeira célula sintética” foram algumas
das manchetes que citaram o trabalho de Craig Venter, publicado na revista Science. Na
realidade, foi uma bela obra de engenharia genética, mas não se criou vida. A equipe de
cientistas utilizou vidas existentes, tanto de bactérias como de leveduras, para conseguir esse
feito. Foram 15 anos de trabalho, envolvendo 24 cientistas, a um custo de US$ 40 milhões. (…)
A estratégia para criar a bactéria de Craig Venter poderá permitir aprimorar as técnicas de
engenharia genética, produzindo novos microrganismos úteis ao homem, como, por exemplo,
bactérias mais eficientes em degradar a celulose ou o plástico, gerando novas formas de
combustível biodegradável.
Mayana Zatz, Pesquisa Fapesp, Edição impressa nº 172, Junho 2010. Adaptado.
Considere as seguintes afirmações, elaboradas com base na leitura do texto:
I. O cientista Craig Venter criou vida artificial ao empregar técnicas de engenharia genética.
II. As bactérias sintetizadas pelos pesquisadores são capazes de degradar celulose e plástico.
III. Leveduras e bactérias foram os organismos empregados nos experimentos de Craig Venter.
IV. Novos microrganismos, úteis ao homem, poderão ser criados com o aprimoramento das
técnicas de engenharia genética.
São corretas apenas as afirmações:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
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d) II e IV.
e) III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“III e IV.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMAÇÃO I (“O cientista Craig Venter criou vida artificial ao empregar técnicas de
engenharia genética.”) – INCORRETA
* Embora o cientista Craig Venter tenha empregado em seus trabalhos técnicas de engenharia
genética, como consta no enunciado e nesta afirmação, ele não criou, verdadeiramente, vida
artificial, já que se valeu de vidas já existentes (bactérias e leveduras, como consta no
enunciado) para desenvolver seus trabalhos. O que ele fez, realmente, foi transformar uma
vida em outra.
- AFIRMAÇÃO II (“As bactérias sintetizadas pelos pesquisadores são capazes de degradar
celulose e plástico.”) – INCORRETA
* Craig Venter não sintetizou bactérias. Ele promoveu, apenas, transformação de bactérias,
usando técnicas de engenharia genética.
- AFIRMAÇÃO III (“Leveduras e bactérias foram os organismos empregados nos experimentos
de Craig Venter.”) – CORRETA
* Em seus trabalhos, Craig Venter utilizou, realmente, leveduras e bactérias, como consta no
enunciado (“... A equipe de cientistas utilizou vidas existentes, tanto de bactérias como de
leveduras, para conseguir esse feito. ...”).
- AFIRMAÇÃO IV (“Novos microrganismos, úteis ao homem, poderão ser criados com o
aprimoramento das técnicas de engenharia genética.”) – CORRETA
* O aprimoramento das técnicas de engenharia genética utilizadas por Craig Venter permitirá a
produção de novos organismos úteis ao homem.

8. Biotecnologia e sustentabilidade.

09. (UFAL) A tecnologia do DNA recombinante tem produzido uma série de avanços no setor
agropecuário brasileiro. A inserção de um gene da bactéria Bacillus thuringiensis em algumas
variedades de plantas, por exemplo, as torna resistentes a certas pragas. Sobre essas
tecnologias, é correto afirmar:
a) A transferência de qualquer gene de um organismo a outro produz variabilidade genética;
daí, os transgênicos serem resistentes a pragas.
b) Plasmídios virais são utilizados como vetores de genes de interesse que serão transferidos a
um organismo.
c) A resistência de uma planta transgênica a uma praga se deve à ação do produto do gene
inserido na planta, e não à presença do gene em si.
d) Plantas naturalmente resistentes a pragas não passam necessariamente esta característica
à prole; daí, a necessidade das técnicas de engenharia genética.
e) A clonagem de plantas com características de resistência a pragas as torna menos
susceptíveis à extinção ao longo da evolução, segundo as leis da seleção natural.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“A resistência de uma planta transgênica a uma praga se deve à ação do produto do gene
inserido na planta, e não à presença do gene em si.”)
- Clonagem gênica (técnica do DNA recombinante ou engenharia genética) consiste, em última
análise, na separação de um gene ou um segmento de DNA específico (DNA doador ou
inserto); sua inserção em um plasmídio ou no “cromossomo” de um bacteriófago, que atuam
como vetores de clonagem e posterior replicação desse DNA recombinante em um hospedeiro
apropriado, como uma bactéria ou uma célula de levedura, onde poderá ser expresso. Essa
replicação ocorre quando o sistema de síntese do DNA do hospedeiro replica o DNA inserido
na célula hospedeira. Dessa forma, a partir de uma dessas células transformadas são obtidas,
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graças à divisão celular, um grande número de células idênticas (clones), cada uma dotada de
várias cópias do DNA recombinante. A clonagem gênica, como se pode constatar é utilizada
pelos cientistas para gerar múltiplas cópias de determinado gene, pelo qual haja algum tipo de
interesse. Uma clonagem de genes envolve cinco componentes principais, relacionados a
seguir.
I. DNA doador (inserto): fonte do gene a ser clonado.
II. Endonuclease de restrição (tesoura genética): enzima usada para cortar o DNA doador e o
DNA do vetor em locais específicos, de modo que o gene a ser clonado possa ser inserido no
vetor. As enzimas de restrição fazem parte do mecanismo de defesa das bactérias. Atuando
como “tesouras moleculares”, elas cortam o DNA viral dos bacteriófagos (vírus que atacam
bactérias), também conhecidos como fagos em diferentes pedaços, inativando-o (figura
abaixo). São conhecidas, atualmente, centenas dessas enzimas entre as quais citamos: Bam
HI (Bacillus amyloliquefaciens H), Eco RI (Escherichia coli RY 13), Hind III (Haemophilus
influenzae Rd), Aha III (Aphanothece halophytica), Hae III (Haemophilus aegypitius) e Taq I
(Thermus aquaticus YTI) [denominações derivadas das fontes bacterianas]. Elas são isoladas
das bactérias, comercializadas por grandes empresas da área de Biologia Molecular e cortam o
DNA dentro de uma sequência específica de 4 a 8 pares de bases (pb), denominada sequência
de reconhecimento (sítio de restrição). Dessa forma, moléculas idênticas de DNA, quando
tratadas com determinada endonuclease de restrição, são cortadas nos mesmos pontos,
gerando fragmentos de mesmo tamanho, com duas extremidades adesivas. Os três
pesquisadores (Werner Arber, Daniel Nathans e Hamilton Smith) que elucidaram o mecanismo
de ação das endonucleases de restrição, receberam o Prêmio Nobel de Medicina em 1978.

III. Vetor de clonagem: plasmídio ou “cromossomo” de bacteriófago usado para introduzir o


gene a ser clonado numa célula hospedeira apropriada.
IV. DNA ligase: enzima usada para unir as extremidades livres e adaptáveis (coesivas,
adesivas ou “pegajosas”) do DNA do vetor e do DNA doador, formando um vetor recombinante.
V. Célula hospedeira: célula na qual o vetor recombinante é introduzido de modo a obter
grandes quantidades da molécula de DNA recombinante. Geralmente é uma bactéria ou uma
célula de levedura.
- Para maiores detalhes ver CLONAGEM GÊNICA, matéria publicada, no dia 26/02/2011, no
blog “djalmasantos.wordpress.com.”
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A transferência de qualquer gene de um organismo a outro produz
variabilidade genética; daí, os transgênicos serem resistentes a pragas.”) – INCORRETA
* A resistência à praga resulta da inserção de genes específicos capazes de gerar essa
resistência e não da variabilidade genética em si.
- ALTERNATIVA B (“Plasmídios virais são utilizados como vetores de genes de interesse que
serão transferidos a um organismo.”) – INCORRETA
* Plasmídios (ou plasmídeos) são pequenos DNAs circulares, de cadeia dupla e
extracromossomiais, presentes em bactérias que veiculam informações genéticas. Embora
possuam genes para a própria replicação, eles não são essenciais para a sobrevivência da
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célula, em condições ambientais normais, podendo ser perdidos sem causar a morte celular.
Os plasmídios (figura abaixo), cujo número varia de 1 a 50 por célula, são muito utilizados nas
técnicas de DNA recombinante (engenharia genética), para transferir genes entre organismos
diferentes e, juntamente com os genes virais e os transposons (genes “saltitantes”), podem ser
considerados elementos dotados de mobilidade. Alguns dos plasmídios mais conhecidos são
os fatores de resistência ou fatores R, dotados de genes que codificam enzimas que destroem
antibióticos, tornando as bactérias resistentes à ação desses agentes terapêuticos.

* Os plasmídios são elementos genéticos bacterianos e não virais, como consta nesta
alternativa.
- ALTERNATIVA C (“A resistência de uma planta transgênica a uma praga se deve à ação do
produto do gene inserido na planta, e não à presença do gene em si.”) – CORRETA
* A resistência de uma planta transgênica a uma praga se deve, realmente, às proteínas
sintetizadas a partir do(s) gene(s) inserido(s) na planta e não da simples presença do(s)
gene(s).
- ALTERNATIVA D (“Plantas naturalmente resistentes a pragas não passam necessariamente
esta característica à prole; daí, a necessidade das técnicas de engenharia genética.”) –
INCORRETA
* Plantas naturalmente resistentes a pragas transmitem essa característica à prole.
- ALTERNATIVA E (“A clonagem de plantas com características de resistência a pragas as
torna menos susceptíveis à extinção ao longo da evolução, segundo as leis da seleção
natural.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a clonagem diminui a variabilidade genética,
tornando o organismo mais susceptível à variações ambientais. Uma nova praga pode dizimar
todos os clones obtidos. Dessa forma, a clonagem é prejudicial em termos evolutivos.

9. Biotecnologia na produção de alimentos, fármacos e componentes biológicos.

10. (UFU) A biotecnologia — entendida como o conjunto de técnicas que permitem adaptar
organismos vivos às necessidades do homem — permite, por exemplo, que o gene
responsável pela síntese de insulina seja isolado das células do organismo que a produz e
inserido num plasmídeo (pequeno segmento circular do DNA de bactéria). Este plasmídeo,
com gene estranho, pode ser reinserido na bactéria, que passa então a produzir insulina. Da
mesma forma, pode-se obter albumina humana, hormônio do crescimento e fatores de ativação
do sistema imune. Essa técnica utilizada, conhecida como do DNA recombinante ou
engenharia genética, tem várias outras aplicações, por exemplo, na produção de vacinas de
segunda geração, como a da hepatite B: a substância imunizante (antígeno) é produzida por
engenharia genética e não a partir de plasma de portadores de vírus da hepatite. Outra técnica
é a fusão nuclear, que permite unir características de dois tipos de células em uma célula
híbrida ou hibridoma. Por exemplo, a união de células produtoras de anticorpos com células
tumorais resulta em hibridomas que sintetizam anticorpos que retêm a capacidade de células
tumorais crescerem indefinidamente.
(Adaptado de Ciências Hoje, nº 42).
De acordo com o texto e com seus conhecimentos biológicos, assinale abaixo a alternativa
incorreta:
a) A insulina é uma proteína secretada pelas ilhotas de Langerhans do pâncreas.
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b) O hormônio do crescimento, no homem, é produzido pela hipófise, que é uma glândula


endócrina.
c) O “plasmídeo” da bactéria localiza-se no núcleo, que é envolvido pela membrana nuclear.
d) A produção de vacina da hepatite B por engenharia genética reduz o risco de contaminação
da AIDS.
e) Como as células cancerosas têm grande capacidade de multiplicação, uma das aplicações
de hibridomas pode ser no combate a esta doença.
ALTERNATIVA INCORRETA: C
(“O “plasmídeo” da bactéria localiza-se no núcleo, que é envolvido pela membrana nuclear.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A insulina é uma proteína secretada pelas ilhotas de Langerhans do
pâncreas.”) – CORRETA
* A insulina é, realmente, um hormônio proteico secretado pelas células betas das ilhotas
pancreáticas (ilhotas de Langerhans). A insulina tem efeito hipoglicemiante (reduz o nível de
glicose no sangue).
- ALTERNATIVA B (“O hormônio do crescimento, no homem, é produzido pela hipófise, que é
uma glândula endócrina.”) – CORRETA
* O hormônio do crescimento (hormônio somatotrópico ou somatotropina), representado pelas
siglas SH, STH ou GH, é, realmente, secretado pela hipófise (adeno-hipófise), que é uma
glândula endócrina.
- ALTERNATIVA C (“O “plasmídeo” da bactéria localiza-se no núcleo, que é envolvido pela
membrana nuclear.”) – INCORRETA
* Plasmídios ou plasmídeos (figura abaixo) são pequenos DNAs circulares, de cadeia dupla e
extracromossomiais, presentes, realmente, em bactérias, que, ao contrário do que consta nesta
alternativa, não possuem núcleo envolvido pela membrana nuclear (carioteca).

- ALTERNATIVA D (“A produção de vacina da hepatite B por engenharia genética reduz o risco
de contaminação da AIDS.”) – CORRETA
* Vacinas gênicas: utilizando a engenharia genética (técnica do DNA recombinante ou
clonagem gênica), os pesquisadores estão avançando em mais uma área importante: as
vacinas a partir do DNA (vacinas gênicas). Genes de agentes causadores de doenças e que
codificam proteínas responsáveis por estimular o sistema imunológico humano tem sido
isolados, inseridos em bactérias e clonados. O produto da atividade desses genes é purificado
e pode atuar como vacina, que, introduzida no organismo humano, estimula a produção de
anticorpos específicos. Com essa técnica, já estão sendo produzidas vacinas contra a hepatite
B e a meningite, além de outras em fase de testes. Como se pode constatar (“.... . O produto da
atividade desses genes é purificado ...”), o uso dessas vacinas reduz, realmente, o risco de
contaminação, inclusive da AIDS. Para saber mais sobre engenharia genética ver CLONAGEM
GÊNICA, matéria publicada, no dia 26/02/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- ALTERNATIVA E (“Como as células cancerosas têm grande capacidade de multiplicação,
uma das aplicações de hibridomas pode ser no combate a esta doença.”) – CORRETA
* Como exemplo da aplicação de hibridomas no combate ao câncer, citamos a fusão de
linfócitos B com células de um tipo de câncer, o mieloma (tumor de uma célula sanguínea). O
linfócito B fabrica anticorpos, mas vive pouco. O mieloma nunca para de se dividir. Dessa
fusão, surge uma célula hibrida, uma quimera biotecnológica, denominada hibridoma, que
“imortaliza” o referido linfócito. A função do hibridoma é, em última análise, produzir
“indefinidamente” um único tipo de anticorpo (anticorpo monoclonal), que impede a capacidade
de células tumorais crescerem indefinidamente.
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10. Aspectos gerais do metabolismo celular.

11. (PUC-CAMPINAS) Considere as afirmações abaixo sobre a “produção” de energia nas


células.
I. Somente no metabolismo energético de eucariotos ocorre liberação de CO 2.
II. A respiração anaeróbia é exclusiva de procariotos.
III. O metabolismo de gorduras tem um rendimento energético maior que o metabolismo da
mesma quantidade de carboidratos.
Está correto o que se afirma somente em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“III.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMAÇÃO I (“Somente no metabolismo energético de eucariotos ocorre liberação de
CO2.”) – INCORRETA
* Na fermentação acética, por exemplo, realizada por bactérias (seres procariontes), ocorre
o ácido acético e o CO2. A figura
liberação de CO2. Nesse caso, os produtos finais são
abaixo é um esquema resumido da fermentação acética.

* Outro exemplo é a respiração anaeróbia em bactérias desnitrificantes, como mostra a


equação a seguir;
-
C6H12O6 (glicose) + 4 NO 3 (nitrato)  6 CO2 + 6 H2O + 2 N2
- AFIRMAÇÃO II (“A respiração anaeróbia é exclusiva de procariotos.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a respiração anaeróbia também ocorre nos
eucariontes. É o caso, por exemplo, do Saccharomyces cerevisiae (lêvedo de cerveja), fungo
microscópico que realiza a fermentação alcoólica (figura abaixo).

* Há, também, a fermentação láctica (figura a seguir), processo anaeróbio realizado por
algumas bactérias, alguns protozoários e fungos, bem como por células do tecido muscular
esquelético do corpo humano em anaerobiose. Lembramos que no nosso corpo, esse processo
costuma ser denominado, especificamente, de glicólise muscular.
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- AFIRMAÇÃO III (“O metabolismo de gorduras tem um rendimento energético maior que o
metabolismo da mesma quantidade de carboidratos.”) – CORRETA
* Os lipídios apresentam, realmente, um maior rendimento energético que os carboidratos.
Lembramos que cerca de noventa e cinco por cento da energia biologicamente obtida dos
triacilgliceróis reside nos seus três ácidos graxos de cadeias longas, apenas cinco por cento
dessa energia é fornecida pelo glicerol.

11. Autótrofos e heterótrofos.

12. (PUC-SP) Considere as seguintes etapas referentes ao metabolismo energético:


I. Consumo de gás carbônico.
II. Utilização da água como fonte de hidrogênio.
III. Liberação de gás carbônico.
IV. Liberação de oxigênio.
Pode-se afirmar que:
a) Uma planta realiza I, II, III e IV.
b) Uma planta realiza apenas I e II.
c) Uma planta realiza apenas I, II e IV.
d) Um animal realiza I, II, III e IV.
e) Um animal realiza apenas III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: A:
(“Uma planta realiza I, II, III e IV.”)
JUSTIFICATIVA
- ETAPA I (“Consumo de gás carbônico.”)
* Fotossíntese
* Planta: realiza.
* Animal: não realiza.
- ETAPA II (“Utilização da água como fonte de hidrogênio.”)
* Fotossíntese
* Planta: realiza.
* Animal: não realiza.
- ETAPA III (“Liberação de gás carbônico.”)
* Respiração celular
* Planta: realiza.
* Animal: realiza.
- ETAPA IV (“Liberação de oxigênio.”)
* Fotossíntese
* Planta: realiza.
* Animal: não realiza.
- Nas plantas realizam I, II, III e IV.
* ALTERNATIVA CORRETA: A
- Os animais realizam apenas a III
* Alternativas D e E estão incorretas.
- A palavra “apenas” torna incorretas as alternativa B e C.
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12. Aspectos bioquímicos das estruturas celulares.

13. (UFF) A microscopia eletrônica foi inicialmente criada para estudos de estrutura de material
bélico, sendo posteriormente utilizada para estudos de estruturas e organelas celulares. As
eletromicrografias I e II mostram organelas citoplasmáticas distintas.

Com base na identificação das organelas nas figuras I e II, marque a alternativa que indica,
respectivamente, as moléculas que podem ser secretadas por células que possuam essas
organelas em grandes quantidades.
a) Colágeno e mineralocorticoide.
b) Insulina e prolactina.
c) Estrógeno e glucagon.
d) Colágeno e testosterona.
e) Colágeno e fibronectina.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Estrógeno e glucagon.”)
- Identificação das eletromicrografias indicadas na figura desta questão.
I. Retículo endoplasmático liso.
II. Retículo endoplasmático rugoso.
I. RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO LISO: tem como principal característica estrutural ser
desprovido de ribossomos. Ele é bem desenvolvido em células de certos órgãos, como os
ovários, nos quais ocorre síntese de hormônios esteroides, como estrógeno e progesterona,
II. RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO RUGOSO: possui ribossomos, “aderido” ao lado externo da
sua membrana. Ele é bem desenvolvido em células secretoras, como o pâncreas, cujas células
alfa de suas “ilhotas” (ilhotas de Langerhans) secretam glucagon que tem efeito
hiperglicemiante (aumenta o nível de glicose sanguínea). Ele é também igualmente
desenvolvido em células que produzem insulina (hipoglicemiante) e colágeno (proteína
produzida pelo retículo endoplasmático rugoso do fibroblasto, que são células do tecido
conjuntivo frouxo).
- ASSOCIAÇÕES
* I (Retículo endoplasmático liso) – estrógeno.
* II (Retículo endoplasmático rugoso) – glucagon.
- ALTERNATIVA C
COMPLEMENTO
I. Mineralocorticoides: são hormônios produzidos pelo córtex adrenal que atuam no
metabolismo hidrossalino. Dentre os efeitos desses hormônios destacamos: (a) aumento da
reabsorção de sódio, elevando sua taxa de no sangue (hipernatremia); (b) excreção de
potássio nos túbulos renais, reduzindo seu nível no sangue (hipocalemia) e (c) aumento da
reabsorção de cloro. Lembramos que a aldosterona é o principal mineralocorticoide.
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II. Prolactina [hormônio lactogênico ou hormônio luteotrópico (LTH)]: hormônio da adeno-


hipófise que atua diretamente sobre as glândulas mamárias, iniciando a secreção dessas
glândulas.
III. Testosterona: hormônio sexual masculino produzido pelas células intersticiais de Leydig
(células de Leydig) que se encontram entre os tubos seminíferos, nos testículos.
IV. Fibronectina: famílias de glicoproteínas de elevado peso molecular, contendo cerca de 5%
de carboidratos e que se liga a receptores proteicos da membrana celular chamados integrinas.
Liga-se também à matriz extracelular. Pode estabelecer ligações com outras moléculas tais
como: colágeno, fibrina e heparina, sendo encontrada em todos os vertebrados. Ela é
produzida pelos fibroblastos do tecido conjuntivo frouxo.

13. Aspectos éticos relacionados ao desenvolvimento biotecnológico.

14. (UFMS) “Em abril de2008, a Universidade do Kansas publicou um estudo que demonstra,
após analisar a produção do setor cerealista dos Estados Unidos durante os últimos três anos,
que a produtividade dos cultivos transgênicos (soja, milho, algodão e canola) foi menor do que
na época anterior à introdução dos transgênicos. A soja apresentou uma diminuição de
rendimento de até 10%. A produtividade do milho transgênico foi menor em vários anos e em
outros igual ou imperceptivelmente maior, dando um resultado total negativo quando
comparado a variedades tradicionais. Também mostram menor rendimento a canola e o
algodão transgênicos, segundo dados levantados em períodos de vários anos. (E em todos os
casos as sementes são mais caras que as convencionais, ou seja, que a margem de lucro dos
agricultores também é menor)”.
Silvia Ribeiro – “Quer ter menos produção? Use transgênicos!”.
Disponível em: <HTTP://www.cartamaior.com.br>
Considerando o resultado indicado pelos estudos da Universidade do Kansas expresso em
“Que ter menos produção? Use transgênicos!”, avalie as possíveis implicações decorrentes
daí, colocando V (verdadeira) ou F (falsa) nos parênteses.
( ) O enunciado indica uma preocupação bioética.
( ) O enunciado indica que o cultivo de cereais deve considerar a qualidade dos alimentos.
( ) O enunciado pressupõe uma relação entre fins e meios.
A sequência correta é:
a) V –V – F.
b) V – F – V.
c) F – F – V.
d) F – V – V.
e) F – F – F.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“F – F – V.”)
JUSTIFICATIVA
- O enunciado indica uma preocupação bioética. IMPLICAÇÃO FALSA
* O enunciado se refere à produtividade dos cultivos transgênicos e não à bioética.
- O enunciado indica que o cultivo de cereais deve considerar a qualidade dos alimentos.
IMPLICAÇÃO FALSA
* O enunciado considera a produtividade dos cereais e não a qualidade dos alimentos.
- O enunciado pressupõe uma relação entre fins e meios. IMPLICAÇÃO VERDADEIRA
* O enunciado relaciona o investimento em sementes transgênicas (mais caras que as
convencionais) com a menor margem de lucros do agricultor, pressupondo, portanto, uma
relação entre os fins e os meios.

14. Estudo da água


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15. (CESGRANRIO) O aparelho representado na figura a seguir possui no interior do tubo de


vidro, de extremidade inferior afunilada, uma solução concentrada de sacarose (xarope)
separada da água contida no recipiente externo por uma membrana semipermeável. De acordo
com os princípios de osmose, podem ser tiradas as seguintes conclusões:

I. É a passagem de água do recipiente externo para o interior do tubo que provoca a elevação
da coluna de xarope a um nível que está acima do nível da água no recipiente externo.
II. A altura da coluna líquida no interior do tubo depende tão somente da pressão atmosférica
que se exerce sobre a superfície ampla do recipiente externo compensando a maior densidade
da solução do açúcar na coluna do xarope.
III. A diferença entre a altura da coluna liquida no interior do tubo e o nível de água no
recipiente externo é proporcional à diferença de concentração da água em cada lado da
membrana e é uma medida indireta da pressão osmótica.
Assinale:
a) Se somente I estiver correta.
b) Se somente II estiver correta.
c) Se somente III estiver correta.
d) Se somente I e II estiverem corretas.
e) Se somente I e III estiverem corretas.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Se somente I e III estiverem corretas.”)
- O aparelho mostrado nesta questão, denominado osmômetro, é usado para medir a pressão
osmótica. A pressão gerada pelo fluxo de água através de uma membrana semipermeável
[livremente permeável à agua (solvente), mas totalmente impermeável à substância dissolvida
(soluto)] para um compartimento aquoso contendo soluto em uma concentração maior, como
mostra o esquema, é denominada pressão osmótica. Lembramos que osmose é a migração de
solvente, tal como água, de uma solução hipotônica (de menor concentração de partículas de
soluto) para uma solução hipertônica (de maior concentração de partículas de soluto). A
osmose é, em última análise, um caso particular de difusão simples, que pode ser interpretada
como um movimento de uma substância, de uma região de alta concentração para uma região
de baixa concentração, na ausência de proteína carreadora (permease).
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“É a passagem de água do recipiente externo para o interior do tubo que
provoca a elevação da coluna de xarope a um nível que está acima do nível da água no
recipiente externo.”) – CORRETA
* No esquema mostrado, a água migra do “recipiente externo”, contendo apenas água, para o
interior do tubo de vidro contendo xarope (solução hipertônica), elevando a coluna de xarope
acima do nível de água no referido recipiente. A pressão gerada pelo fluxo de água através de
uma membrana semipermeável para um compartimento aquoso contendo soluto em uma
concentração maior é denominada pressão osmótica, como dissemos anteriormente.
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- AFIRMATIVA II (“A altura da coluna líquida no interior do tubo depende tão somente da
pressão atmosférica que se exerce sobre a superfície ampla do recipiente externo
compensando a maior densidade da solução do açúcar na coluna do xarope.”) – INCORRETA
* A altura da coluna líquida no interior do tubo está relacionada, como mostramos na afirmativa
anterior, com a concentração da solução (xarope) contida no tubo de vidro.
- AFIRMATIVA III (“A diferença entre a altura da coluna liquida no interior do tubo e o nível de
água no recipiente externo é proporcional à diferença de concentração da água em cada lado
da membrana e é uma medida indireta da pressão osmótica.”) – CORRETA
* A diferença entre a altura da coluna liquida no interior do tubo e o nível de água no recipiente
externo é, realmente, proporcional à diferença de “concentração” da água em cada lado da
membrana e é uma medida indireta da pressão osmótica, como mostramos acima.

15. Anatomia e fisiologia humana.

16. (UFPB) A espécie humana possui diversas glândulas endócrinas, algumas responsáveis
pela produção de mais de um tipo de hormônio que, juntamente com o sistema nervoso,
coordenam a atividade sincrônica e equilibrada de vários sistemas do corpo. A ocorrência de
uma anormalidade nessas glândulas afeta a sua atividade funcional. A figura abaixo mostra a
localização de importantes glândulas endócrinas, que aparecem numeradas de 1 a 6.

Nesse sentido, é incorreto afirmar que a ocorrência de uma anormalidade na glândula


identificada pelo número:
a) 1 pode afetar o desenvolvimento das características sexuais secundárias nos indivíduos do
sexo feminino.
b) 2 pode levar ao descontrole do nível normal de glicose no sangue, mantido pela ação
conjunta dos hormônios glucagon e insulina.
c) 3 pode inibir a produção de insulina e de glucagon pelo pâncreas.
d) 4 pode afetar o controle da concentração de cálcio no sangue.
e) 6 pode afetar o crescimento, ocasionando nanismo ou gigantismo.
ALTERNATIVA INCORRETA: C
(“3 pode inibir a produção de insulina e de glucagon pelo pâncreas.”)
- Identificação das glândulas endócrinas indicadas na figura desta questão.
1. Gônadas (ovários).
2. Pâncreas.
3. Suprarrenais (adrenais).
4. Paratireoides.
5. Tireoide.
6. Hipófise.
1. OVÁRIOS: os ovários secretam estrógenos e progesterona.
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1a: Estrógenos: o termo estrógeno se aplica a um grupo de esteroides secretados pelo folículo
ovariano, dos quais, o mais importante, na maioria dos mamíferos, inclusive na espécie
humana, é o estradiol-17-B. A produção de estrógenos é feita pelos folículos ovarianos, por
estímulo do FSH (hormônio folículo estimulante) da adeno-hipófise. Os estrógenos, hormônios
sexuais femininos, respondem pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários típicos
das mulheres (ausência de pelos faciais, desenvolvimento das mamas, alargamento dos
quadris, timbre vocal mais “suave”, etc.). Eles induzem, também, o amadurecimento dos órgãos
sexuais e promovem o impulso sexual Em altas, “taxas” inibem a liberação do FSH,
constituindo-se um importante mecanismo de feedback usado no controle do ciclo menstrual
Além dos ovários, a placenta se constitui outra fonte secretora de estrógeno.
1b: Progesterona: é um hormônio secretado por um tecido denominado corpo lúteo (figura
abaixo), que se desenvolve a partir do folículo ovariano rompido. A progesterona se relaciona,
quase totalmente, com o desenvolvimento do endométrio (camada interna do útero) para a
implantação do embrião e com o desenvolvimento das mamas para a lactação. Em doses
“elevadas” produz, a exemplo dos estrógenos, um feedback negativo. Neste caso, o hormônio
inibido é o LH (hormônio luteinizante) da adeno-hipófise. Em resumo, podemos afirmar que a
progesterona, juntamente com os estrógenos, respondem pela série de modificações que
ocorrem durante o ciclo menstrual.

2. PÂNCREAS: tem função exócrina e endócrina, sendo, portanto, uma glândula anfícrina ou
mista (figura a seguir). A função exócrina é executada pelos ácinos pancreático que secretam o
suco pancreático, dotado de enzimas digestivas. Desses ácinos, partem finos ductos
secretores que se unem formando o ducto pancreático. O suco pancreático atua, juntamente
com a bile (secretada pelo fígado) e com o suco entérico (secretado pelo intestino delgado), da
digestão entérica, que se processa no intestino delgado. A atividade endócrina, relacionada
com esta questão, é realizada pelas ilhotas de Langerhans (ilhotas pancreáticas). A
denominação “ilhota” se deve ao fato delas estarem totalmente envolvidas por tecido exócrino,
que constitui a maior parte do pâncreas. Nessas ilhotas se destacam três importantes tipos de
células (alfa, beta e delta). As betas, em maior número (constituem cerca de 60% do número
total de células dessas ilhotas) secretam insulina que tem efeito hipoglicemiante (redução do
nível de glicose no sangue). As células alfa, que constituem cerca de 25% do número total de
células das ilhotas de Langerhans, secretam glucagon, que tem, ao contrário da insulina, efeito
hiperglicemiante (aumento do nível de glicose sanguínea). Como se pode constatar, a insulina
e o glucagon são hormônios relacionados com o metabolismo da glicose. As células delta, em
menor quantidade que as duas citadas (constituem cerca de 10% do total das células das
ilhotas pancreáticas), respondem pela secreção de somatostatina. Dentre os efeitos da
somatostatina, destacamos: (a) atuar localmente no interior das ilhotas de Langerhans
deprimindo a secreção de insulina e glucagon; (b) diminuir a motilidade do estômago, duodeno
e vesícula biliar; (c) reduzir tanto a secreção quanto a absorção no trato gastrintestinal.
Lembramos que a somatostatina é a mesma substância química conhecida como hormônio de
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inibição do hormônio de crescimento, secretado pelo hipotálamo, que suprime a secreção do


hormônio de crescimento pela adeno-hipófise. Ressaltamos que há, ainda, um quarto tipo de
célula nas ilhotas pancreáticas (que representa cerca de 1% das células dessas ilhotas),
denominada células PP que é responsável pela secreção de um polipeptídeo pancreático, que
inibe o pâncreas exócrino.

3. SUPRARRENAIS (ADRENAIS): estruturalmente (figura abaixo), apresentam uma região


mais externa (córtex adrenal) e outra mais interna (medula adrenal), bastante diferente, a ponto
de poderem ser consideradas duas glândulas distintas.

3a. Hormônios do córtex adrenal: essa região secreta vários hormônios, denominados,
genericamente, corticoides, que se distribuem em três grupos: glicocorticoides,
mineralocorticoides e hormônios sexuais (hormônios corticossexuais).
I. Glicocorticoides: dentre os glicocorticoides destacamos o cortisol, que realiza cerca de 95%
das atividades glicocorticoides das adrenais. Suas principais funções são incrementar a
conversão de aminoácidos e triglicerídeos em glicose (gliconeogênese), promover a hidrólise
do glicogênio em moléculas de glicoses isolada (glicogenólise) e diminuir a utilização de glicose
pelas células. Como resultado desses papeis biológicos, há um aumento na taxa glicêmica. Do
exposto, constata-se que os glicocorticoides desempenham um papel antagônico ao da
insulina; enquanto eles lançam glicose na corrente sanguínea (aumentando a glicemia), a
insulina faz o inverso.
II. Mineralocorticoides: hormônios que atuam na manutenção do equilíbrio hidrossalino do
organismo, têm a aldosterona, que responde por cerca de 95% das atividades
mineralocorticoides adrenal, como principal representante. Seus principais efeitos consistem
em aumentar a reabsorção de sódio, elevando sua taxa de no sangue (hipernatremia) e a
excreção de potássio nos túbulos renais, reduzindo seu nível no sangue reduzindo seu nível no
sangue (hipocalemia). Secundariamente, atuam ainda, aumentando a reabsorção de cloro. Um
excesso desses hormônios pode provocar uma série de transtornos orgânicos, tais como:
hipertensão; sede intensa; alcalose e aumento de líquido extracelular, o que pode levar à
formação de edemas. Tanto o aumento do sódio quanto a diminuição do potássio inibem ou
diminuem a secreção desses hormônios corticoides pelas adrenais.
III. Hormônios sexuais: além dos dois grupos de hormônios acima citados, o córtex adrenal,
ainda secreta hormônios sexuais. Os efeitos dessas secreções, em condições normais, são
bem reduzidos, quando comparados com os efeitos causados pelos hormônios sexuais das
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gônadas. Uma hipertrofia glandular, entretanto, pode produzir efeitos masculinizantes ou


feminilizantes.
A regulação do córtex adrenal é feita pelo ACTH (hormônio adrenocorticotrófico)
secreto pela adeno-hipófise. Esse hormônio trófico (trofina ou tropina) interfere na região
cortical, estimulando-a, principalmente, a secretar os glicocorticoides, e, em menor quantidade,
os mineralocorticoides. Uma pequena concentração de glicocorticoides no sangue estimula a
secreção de ACTH, enquanto uma elevada taxa tem efeito contrário.
Uma hipofunção do córtex adrenal pode determinar uma condição fatal conhecida
como enfermidade (doença) de Addison, que se caracteriza por pigmentação anormal da pele;
distúrbios gastrointestinais (vômitos e diarreias); debilidade (astenia); perda de peso; anemia,
grande perda de sais e água na urina, etc. Uma hiperfunção do córtex adrenal conduz a um
estado patológico conhecido como enfermidade (doença) de Cushing. Uma superatividade do
córtex adrenal pode produzir uma maior retenção de sal, uma infiltração de água nos tecidos
(inchação do rosto e do tronco), um aumento da pressão sanguínea (hipertensão arterial), etc.
3b. Hormônios da medula adrenal: a região medular secreta dois hormônios: adrenalina
(epinefrina) e noradrenalina (norepinefrina), que exercem, em geral, os mesmos efeitos que
uma estimulação simpática. Esses hormônios tendem a recuperar o organismo de situações de
tensão ou emergência. A adrenalina, que, por sinal, é um dos mediadores químicos das
sinapses nervosas, atua elevando a glicemia (hiperglicemiante), em virtude de acelerar a
despolimerização do glicogênio hepático (efeito glicogenolítico). Exerce, ainda, efeito
vasoconstrictor, aumentando os batimentos cardíacos (taquicardia) e o consumo de glicose.
Sobre a musculatura lisa do trato digestivo e brônquios pulmonares, exerce efeito contrário.
Esses efeitos da adrenalina levam a uma frase comum: “tomei um susto tão grande, que meu
coração quer sair pela boca e meu estômago está frio”. A noradrenalina tem efeito menos
intenso. Sua influência sobre o metabolismo dos carboidratos é pouco apreciável e quase não
tem influência sobre a musculatura cardíaca. Exerce efeito moderado sobre a musculatura lisa
e não relaxa os músculos dos tubos bronquiais. A medula adrenal é regulada diretamente pelo
sistema nervoso.
4. PARATIREOIDES: são representadas por dois pares de glândulas implantadas na parte
posterior da tiroide, sendo um par de cada lado (figura a seguir). Apesar de estarem ligadas,
anatomicamente, à tireoide, não o estão do ponto de vista funcional.

4a. Hormônio das paratireoides: secretam um hormônio proteico, denominado paratormônio


(PTH), cuja função esta relacionada com o metabolismo do cálcio e do fósforo. Uma injeção
desse hormônio aumenta a concentração de cálcio nos líquidos extracelulares, ao mesmo
tempo em que diminui a concentração de fosforo. O primeiro efeito resulta do fato do PTH
aumentar a reabsorção de cálcio em nível dos ossos e o segundo, deve-se ao fato dele
aumentar a excreção de fósforo a nível renal. Graças, principalmente, à regulação do cálcio no
sangue (calcemia), o paratormônio exerce relevante papel há homeostase (manutenção do
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meio interno constante), já esse íon interfere em uma série de funções orgânicas, tais como:
contração muscular, coagulação sanguínea, excitabilidade e formação óssea.
4b. Regulação das paratireoides: é feita pelo nível de cálcio no sangue. Uma hipocalcemia
(pequena quantidade de cálcio circulante) leva a um aumento na secreção de PTH, que
aumenta a concentração ao nível normal (normocalcemia). Um grande aumento desse íon no
sangue (hipercalcemia), por outro lado, é uma “informação” às paratireoides para que diminua
a secreção de PTH, o que acarreta a redução do cálcio circulante aos valores normais.
4c. Disfunções das paratireoides: um hiperparatireoidismo (produzido por tumores glandulares)
se caracteriza por um aumento de cálcio e uma diminuição de fosfato no sangue, bem como
por uma descalcificação óssea. Como consequência da hipercalcemia estabelecida, há uma
inibição do sistema nervoso, bem como uma diminuição da atividade reflexa, já que os íons
bivalentes (cálcio e magnésio) diminuem a permeabilidade das membranas, fazendo
decrescer, deste modo, a excitabilidade. Um hipoparatireoidismo, resultante, em geral de uma
desnutrição ou remoção cirúrgica das paratireoides, leva a uma menor concentração de cálcio
sanguíneo e uma hiperfosfatemia (elevada taxa de fosfato no sangue). Como consequência, há
uma descalcificação óssea e um aumento na excitabilidade neuromuscular, estado conhecido
como tetania. O último efeito se deve ao aumento da permeabilidade da membrana, face à
pequena concentração de cálcio circulante Por ocasião de uma tetania, notam-se intensas
contrações musculares. Sendo os músculos da laringe os mais sensíveis a esses espasmos,
pode ocorrer um bloqueio respiratório, ocasionando, a morte do paciente.
5. TIREOIDE: está situada no pescoço, ligeiramente abaixo da laringe e frente à traqueia
(figura abaixo). Consta de dois lóbulos, situados um de cada lado da traqueia, estando esses
lóbulos conectados pelo istmo da tireoide. Completa, ela se assemelha a uma borboleta, cujas
asas se encontram abertas. Apresenta-se bastante irrigada e possui uma série de unidades
microscópicas ou vesículas, em cujo interior se encontra a tiroglobulina, glicoproteína
fundamental na biossíntese das secreções tireoidianas.

5a. Hormônio da tireoide: dentre os hormônios secretados pela tireoide, destacam-se a tiroxina
(tetraiodotironina ou T4), a triiodotironina (T3) e a tireocalcitonina (calcitonina). .
I. Tiroxina e a triiodotironina: esses dois hormônios são a base de iodo, sendo por isto que a
concentração desse elemento químico é bastante alta nessa glândula. A tiroxina e a
triiodotironina têm função semelhante no organismo, apesar de diferirem na intensidade da
ação, sendo a tiroxina o mais importante deles. Ambos atuam numa grande diversidade de
tecido do corpo. Entre outras atividades, eles interferem no metabolismo dos diversos
nutrientes (glicídios, proteínas, vitaminas, lipídeos, água e eletrólitos), bem como estimulam o
crescimento e a diferenciação de vários tecidos. Relacionamos, a seguir, alguns efeitos desses
hormônios iodados.
Ia. Efeitos sobre os glicídeos: sobre esses carboidratos, a ação consiste principalmente em: (a)
aumentar a capacidade de absorção em nível intestinal; (b) aumentar o uso de glicose nos
processos oxidativos; (c) estimular a penetração dessa hexose nas diversas células do corpo;
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(d) atuar na reserva de glicose no fígado, convertendo glicogênio hepático em glicose (efeito
glicogenolítico). Esta última atividade promove a redução das reservas hepáticas de
carboidratos, bem como faz aumentar a taxa de glicose sanguínea (efeito hiperglicemiante).
Ib. Efeitos sobre as proteínas e sobre as vitaminas: em relação ao metabolismo proteico, a
ação desses hormônios consiste, principalmente, em estimular a síntese das proteínas,
inclusive síntese de várias enzimas. Dentre as que sofrem maior influência estão as enzimas
oxidativas das mitocôndrias. Em decorrência disto, há um considerável aumento das
transformações energéticas e, consequentemente, do metabolismo basal. Em virtude de varias
vitaminas atuarem associadas às proteínas simples, formando enzimas conjugadas
(holoenzimas), o excesso de secreção tireoidiana pode levar a certas hipovitaminoses.
Ic. Efeitos sobre os lipídeos: com relação aos lipídeos, esses hormônios atuam aumentando o
seu uso no metabolismo, muito mais do que fazem com qualquer outro nutriente. Como
consequência disto, há redução das gorduras circulantes e das depositadas no fígado.
Id. Efeitos sobre a água e os eletrólitos: no que concerne ao metabolismo hídrico, a ação
desses hormônios tireoidianos consiste em aumentar a diurese, sendo a excreção da água
acompanhada pela eliminação de vários eletrólitos.
II. Tireocalcitonina: juntamente com o PTH, a calcitonina atua na regulação do cálcio
sanguíneo. A tireocalcitonina atua estimulando o depósito de cálcio ósseo, reduzindo o cálcio
plasmático, efeito contrário ao exercido pelo PTH. A calcitonina tem, portanto, efeito
hipocalcêmico (retira cálcio do sangue), enquanto o PTH tem efeito hipercalcêmico (incorpora
cálcio ao sangue).
5b. Regulação da tireoide: é feito por um mecanismo de retroalimentação (feedback). Um
aumento de hormônios tireoidianos na corrente sanguínea é uma “informação” ao hipotálamo
para que seja inibida a liberação de TRF (fator liberador de tireotropina). Inibida a liberação
dessa substância neuro-secretora, há redução da tireotropina hipofisária e, como
consequência, uma diminuição na estimulação da tireoide. Uma grande secreção desse fator
liberador de tireotropina, atuando sobre a adeno-hipófise, faz aumentar a liberação de TSH
(hormônio estimulante da tireoide), que estimula a tireoide, tornando-a mais ativa.
5c. Disfunções tireoidianas
I. Hipofunção glandular: quando a insuficiência ocorre durante a infância, acarreta uma
condição orgânica conhecida como cretinismo (cretinismo biológico), que se caracteriza por
deficiência física e mental, bem como deficiência metabólica. Nos adultos, um hipotireoidismo
leva a uma enfermidade denominada mixedema (figura abaixo), que se caracteriza, dentre
outras anormalidades, por: (a) metabolismo deficiente; (b) edemas generalizados,
principalmente no rosto e nos membros superiores e inferiores; (c) perda de pelos; (d) perda da
potência sexual.
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O hipotireoidismo pode vir acompanhado de aumento da glândula (bócio coloidal


simples. bócio endêmico ou bócio carencial), figura abaixo, cuja causa de formação se
relaciona com a carência de iodo.

II. Hiperfunção glandular: a superatividade funcional resulta, em geral, de tumores da tireoide e


seus efeitos são, na grande maioria, opostos ao hipotireoidismo. O hipertireoidismo se
caracteriza, principalmente: (a) pelo crescimento excessivo da glândula; (b) metabolismo
elevado; (c) taquicardia; (d) sendo comum, na maioria dos hipertireoideos, protusão excessiva
dos glóbulos oculares (bócio exoftálmico ou exoftalmia), figura abaixo, que em casos graves
pode levar a lesões oculares ou mesmo à cegueira.
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6. HIPÓFISE: conhecida antigamente como pituitária, a hipófise (“maestro da orquestra


endócrina”) é uma glândula pouco maior que um grão de ervilha, situada na base do cérebro,
numa região denominada sela túrcica. É a principal representante do sistema endócrino e se
encontra conectada ao hipotálamo (“encruzilhada neuroendócrina”), que controla quase todas
as suas secreções através do trato hipofisário. A hipófise possui duas porções endócrinas
(anterior e posterior) bem desenvolvidas (figura abaixo). A anterior, denominada adeno-hipófise
ou lobo anterior da hipófise, tem sua origem, como a maioria das outras glândulas endócrinas,
a partir de um tecido epitelial. A porção posterior, chamada neuro-hipófise ou lobo posterior da
hipófise, é um prolongamento do hipotálamo, tendo, portanto, origem nervosa.

6a. Neuro-hipófise: não sintetiza nenhum hormônio. Ela armazena e libera os hormônios
antidiurético (ADH) e a oxitocina (ocitocina) produzidos, respectivamente, nos núcleos supra-
óptico e paraventricular do hipotálamo.

O ADH (vasopressina) tem por finalidade promover a reabsorção de água em nível dos
tubos uriníferos (figura abaixo). Quando presente em altas concentrações provoca constrição
dos vasos sanguíneos e eleva a pressão arterial.
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No que concerne à oxitocina, ela exerce efeito contrátil sobre o útero grávido (figura
abaixo). Atua também sobre a musculatura lisa (bexiga e intestino, por exemplo), bem como
nas glândulas mamárias, por ocasião da sucção.

6b. Adeno-hipófise: em função de vários dos seus hormônios atuarem na regulação e na


manutenção de diversas glândulas endócrinas, ele é considerada a “mestra do sistema
endócrino”. Dessa forma, ela desempenha papel fundamental na integração do crescimento,
desenvolvimento, sistema reprodutor, metabolismo e outras atividades orgânicas, igualmente
importantes.
I. Hormônios da adeno-hipófise (figura abaixo): somatotrópico (STH), adrenocorticotrópico
(ACTH), tireotrópico (TSH), folículo estimulante (FSH), luteinizante (LH) e luteotrópico (LTH).

Ia. Hormônio somatotrópico: também denominado hormônio de crescimento ou somatotropina,


sendo representado pelas siglas STH, SH ou GH. Ele determina um aumento de crescimento
corporal e sua atuação consiste, principalmente, em aumentar o volume das células e
incrementar o processo mitótico, fenômenos conhecidos, respectivamente, por hipertrofia e
hiperplasia celular. Além dessas funções, o STH ainda atua em várias outras, tais como: (1)
diminuição da absorção de glicose pelo fígado; (2) menor utilização de carboidratos; (3)
aumento do uso de triglicerídeos, como fonte de energia; (4) maior retenção de aminoácidos;
(5) diminuição na excreção urinária de vários eletrólitos (nitrogênio, fósforo e enxofre, dentre
outros). Uma produção insuficiente de somatotropina (hiposecreção), durante a fase de
crescimento do esqueleto, determina o nanismo hipofisário (figura a seguir), que ao contrário
do cretinismo originado por um hipotireoidismo, não é acompanhado de deformações físicas ou
mentais. A hiposecreção no adulto é rara e quando ocorre, determina distúrbios metabólicos
(interferência na eliminação de certos eletrólitos e no metabolismo dos carboidratos).
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Uma hipersecreção de hormônio somatotrópico durante a infância, leva à formação do


gigantismo (desenvolvimento exagerado do esqueleto), figura abaixo.

No adulto, essa hipersecreção produz acromegalia (crescimento exacerbado das


extremidades, tais como: pés, mãos, nariz, queixo, etc.), figura a seguir.

Ib. Hormônio adrenocorticotrópico: também denominado corticotropina, sendo representado


pela sigla ACTH. Como o próprio nome indica, ele tem por finalidade estimular as secreções do
córtex adrenal. Como vimos acima, os hormônios dessa região adrenal, relacionam-se,
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principalmente, com o metabolismo dos minerais (mineralocorticoides) e dos carboidratos


(glicocorticoides), havendo, ainda, a secreção de hormônios sexuais (hormônios
corticossexuais).
Ic. Hormônio tireotrópico: também conhecido como tireotropina ou hormônio estimulante da
tireoide, sendo representado pela sigla TSH. Sua função consiste em controlar diversos
aspectos funcionais da tireoide, inclusive seu desenvolvimento e manutenção. Atua, ainda,
estimulando o acúmulo de iodo, bem como na sua conversão em hormônios e liberação na
corrente sanguínea.
Id. Hormônio folículo estimulante (FSH): atua nas fêmeas promovendo o desenvolvimento dos
folículos ovarianos e a secreção de estrógenos (hormônios femininos). Nos machos, atua
estimulando a formação do espermatozoide (espermatogênese), nos tubos seminíferos.
Ie. Hormônio luteinizante (LH): atua, principalmente, na conversão do folículo ovariano (folículo
ovulado) em corpo amarelo (corpos luteum), que, ainda sob a ação do LH secreta
progesterona. Nos machos, o hormônio luteinizante, outrora denominado hormônio estimulante
das células intersticiais (ICSH), tem como função estimular as células intersticiais a produzir
andrógenos (hormônios sexuais masculinos), principalmente a testosterona.
If. Hormônio luteotrópico (LTH): também denominado hormônio lactogênico ou prolactina, atua
diretamente sobre as glândulas mamárias, iniciando a secreção dessas glândulas.
II. Regulação da adeno-hipófise: é feita pelo hipotálamo através do sistema porta-hipotalâmico.
Esse sistema, graças aos seus vasos, estabelece uma comunicação entre a eminência média
do hipotálamo e o lobo anterior da hipófise (figura abaixo). Nessa eminência são produzidas
substâncias neuro-secretoras, denominadas fatores liberadores (releasing factor ou RF), que
graças aos vasos hipotalâmicos-hipofisários, são conduzidos até a adeno-hipófise. Esses
fatores são responsáveis pela liberação dos diversos hormônios do lobo anterior da hipófise.
Dessa forma: (1) a liberação de hormônio somatotrópico (STH) é controlada pelo fator liberador
de somatotropina (SRF); (2) a secreção de hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) é regulada
pelo fator liberador de corticotropina, conhecido como CRF; (3) a liberação de hormônio
tireotrópico (TSH) é controlada pelo fator liberador de tireotropina (TRF); (4) a liberação de
hormônio folículo estimulante (FSH) é regulada pelo FSH-RF; (5) a liberação de LH é
controlada pelo LH-RF: (6) a liberação do LTH é regulada pelo LTH-RF.

JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“1 pode afetar o desenvolvimento das características sexuais secundárias
nos indivíduos do sexo feminino.”) – CORRETA
* 1 está indicando os ovários. Eles secretam estrógenos, hormônios sexuais femininos, que
respondem pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários típicos das mulheres
(ausência de pelos faciais, desenvolvimento das mamas, alargamento dos quadris, timbre
vocal mais “suave”, etc.).
- ALTERNATIVA B (“2 pode levar ao descontrole do nível normal de glicose no sangue,
mantido pela ação conjunta dos hormônios glucagon e insulina.”) – CORRETA
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* 2 está indicando o pâncreas. Ele secreta insulina e glucagon, hormônios relacionados com o
metabolismo da glicose. A insulina, secretada pelas células betas das ilhotas de Langerhans,
tem efeito hipoglicemiante (redução do nível de glicose no sangue). O glucagon, secretado
pelas células alfa das referidas ilhotas tem, ao contrário da insulina, efeito hiperglicemiante
(aumento do nível de glicose sanguínea). Dessa forma, a insulina e o glucagon, controlam a
glicose sanguínea, objetivando mantê-la em níveis normais.
- ALTERNATIVA C (“3 pode inibir a produção de insulina e de glucagon pelo pâncreas.”) –
INCORRETA
* 3 está indicando as suprarrenais (adrenais). Embora elas produzam glicocorticoides
(hormônios relacionados com o metabolismo da glicose), suas secreções não atuam inibindo a
produção de insulina nem de glucagon, como consta nesta alternativa. Em verdade, os
glicocorticoides, como o cortisol, desempenham um papel antagônico ao da insulina; enquanto
eles lançam glicose na corrente sanguínea (aumentando a glicemia), a insulina faz o inverso.
- ALTERNATIVA D (“4 pode afetar o controle da concentração de cálcio no sangue.”) –
CORRETA
* 4 está indicando as paratireoides. Elas secretam o paratormônio (PTH), cuja função esta
relacionada com o metabolismo do cálcio e do fósforo. Esse hormônio aumenta a reabsorção
de cálcio em nível dos ossos e aumenta a excreção de fósforo a nível renal.
- ALTERNATIVA E (“6 pode afetar o crescimento, ocasionando nanismo ou gigantismo.”) –
CORRETA
* 6 está indicando a hipófise. O hormônio de crescimento ou somatotropina (SH, STH ou GH) é
um dos hormônios secretado pela adeno-hipófise ou lobo anterior da hipófise. Uma produção
insuficiente de somatotropina (hiposecreção), durante a fase de crescimento do esqueleto,
determina o nanismo hipofisário. Uma hipersecreção de hormônio somatotrópico durante a
infância, leva à formação do gigantismo (desenvolvimento exagerado do esqueleto).

16. Antígenos e anticorpos.

17. (UEA)
INSTITUTO BUTANTAN DEVE PRODUZIR 30 MILHÕES DE DOSES DE VACINA O
INSTITUTO
Butantan anunciou ontem que deve produzir 30 milhões de doses da vacina brasileira contra a
gripe A (H1N1) no primeiro semestre de 2010. A cepa do vírus (matéria-prima que será usada
na fabricação do antídoto) chegou ontem ao país. O vírus será injetado em ovos para se
multiplicar e, depois, será separado e purificado em laboratório para que a vacina seja feita.
(Folha de S.Paulo, 13.08.2009.)
Na notícia, o trecho – matéria-prima que será usada na fabricação do antídoto – explica que
essa cepa viral fornecerá:
a) Antígenos e anticorpos virais específicos, sendo ambos constituintes da vacina quando
pronta.
b) Antígenos que, no ovo, induzirão à produção de anticorpos, os quais serão utilizados como
matéria-prima da vacina.
c) Antígenos específicos que serão replicados no ovo, purificados e utilizados na produção da
vacina.*
d) Anticorpos específicos que serão utilizados na produção do soro, sendo este último a
matéria-prima na produção da vacina.
e) Anticorpos específicos que serão replicados no ovo, purificados e utilizados na produção da
vacina.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Antígenos específicos que serão replicados no ovo, purificados e utilizados na produção da
vacina.”)
JUSTIFICATIVA
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- ALTERNATIVA A (“Antígenos e anticorpos virais específicos, sendo ambos constituintes da


vacina quando pronta.”) – INCORRETA
* Vacina é uma preparação antigênica (proteínas; toxinas; partes de bactérias ou vírus; ou
mesmo vírus e bactérias, atenuados ou mortos), que ao serem introduzidas no organismo
induzem uma resposta imunitária protetora específica, desencadeando a produção de
anticorpos. Essa reação é semelhante à que ocorreria no caso de uma infecção por um
determinado agente patogênico. A vacina também desenvolve a memória imunológica, que
tornando mais fácil o reconhecimento do agente patogênico em futuras infecções, aumenta a
eficiência do sistema imunológico em combatê-lo. Dessa forma, a cepa viral fornece antígeno e
não antígeno e anticorpos, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA B (“Antígenos que, no ovo, induzirão à produção de anticorpos, os quais
serão utilizados como matéria-prima da vacina.”) – INCORRETA
* Os anticorpos não são utilizados como matéria-prima da vacina, como consta nesta
alternativa. Eles são, como vimos na alternativa anterior, moléculas produzidas pelo
desencadear do mecanismo de defesa imunitária específica, em resposta à presença de um
determinado antígeno.
- ALTERNATIVA C (“Antígenos específicos que serão replicados no ovo, purificados e
utilizados na produção da vacina.”) – CORRETA
* Vacinas são realmente antígenos utilizados na produção da vacina, como consta no
enunciado (“ ... . O vírus será injetado em ovos para se multiplicar e, depois, será separado e
purificado em laboratório para que a vacina seja feita.”). Lembramos que para que ocorra a
multiplicação dos vírus, é necessário que os ovos estejam embrionados, ou seja, apresentem
em seu interior um organismo em desenvolvimento. A cepa viral fornece, realmente antígeno,
como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA D (“Anticorpos específicos que serão utilizados na produção do soro, sendo
este último a matéria-prima na produção da vacina.”) – INCORRETA
* O soro contém anticorpos, são sendo matéria-prima na produção de vacina, como consta
nesta alternativa. O soro promove uma imunização passageira e não estimula a produção de
anticorpos, atividade que é exercida pela vacina. Dessa forma, a cepa viral fornece antígeno e
não anticorpos, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA E (“Anticorpos específicos que serão replicados no ovo, purificados e
utilizados na produção da vacina.”) – INCORRETA
* A cepa viral fornece antígenos e não anticorpos, como consta nesta alternativa.

17. Aplicações de tecnologias relacionadas ao DNA a investigações científicas.

18. (FUVEST) Num caso de investigação de paternidade, foram realizados exames para
identificação de grupos sanguíneos e análise de DNA. A tabela a seguir resume os resultados
parciais da análise de grupos sanguíneos (do menino, de sua mãe e do suposto pai) e de duas
sequências de DNA (do menino e do suposto pai), correspondentes a um segmento localizado
num autossomo e outro no cromossomo X. Considerando apenas a tabela adiante, podemos
afirmar que:

a) Os resultados dos grupos sanguíneos excluem a possibilidade do homem ser o pai da


criança; os outros exames foram desnecessários.
b) Os resultados dos grupos sanguíneos não excluem a possibilidade do homem ser o pai da
criança, mas a sequência de DNA do cromossomo X exclui.
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c) Os resultados dos grupos sanguíneos e de DNA não excluem a possibilidade do homem ser
pai da criança.
d) Os três resultados foram necessários para confirmar que o homem é mesmo o pai da
criança.
e) Os resultados de DNA contradizem os resultados dos grupos sanguíneos.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Os resultados dos grupos sanguíneos e de DNA não excluem a possibilidade do homem ser
pai da criança.”)
JUSTIFICTIVA
- ALTERNATIVA A (“Os resultados dos grupos sanguíneos excluem a possibilidade do homem
ser o pai da criança; os outros exames foram desnecessários.”) – INCORRETA
* O resultado obtido a partir do grupo sanguíneo não exclui a possibilidade do homem ser pai
da criança. Indivíduo portador de sangue B pode ter descendente tipo O, caso ele seja
B
heterozigoto (I i). Dentre os demais exames realizados, ressaltamos que a sequência de DNA
localizado em um cromossomo X é irrelevante, neste caso, para a investigação de paternidade,
devido ao fato do pai não fornecer cromossomo X para o descendente masculino (XY), que é
proveniente da mãe. O pai, no caso em foco, fornece o cromossomo Y.
- ALTERNATIVA B (“Os resultados dos grupos sanguíneos não excluem a possibilidade do
homem ser o pai da criança, mas a sequência de DNA do cromossomo X exclui.”) –
INCORRETA
* O resultado obtido a partir do grupo sanguíneo não exclui, realmente, a paternidade do
suposto pai, como demonstramos na alternativa anterior. A sequência de DNA localizado no
cromossomo X é irrelevante, neste caso, para determinar a paternidade do suposto pai, como
mostramos na alternativa anterior.
- ALTERNATIVA C (“Os resultados dos grupos sanguíneos e de DNA não excluem a
possibilidade do homem ser pai da criança.”) – CORRETA
* Os resultados obtidos a partir da análise do grupo sanguíneo e da sequencia de DNA não
excluem, realmente, a possibilidade de o homem ser pai da criança. Com relação ao grupo
B
sanguíneo, em sendo heterozigoto (I i), ele pode ser o pai. Com relação à análise de DNA,
percebe-se que no caso do autossomo, o menino e o suposto pai, apresentam a mesma
sequencia. A sequência de DNA localizado em um cromossomo X é, no caso em foco,
irrelevante para a determinação de paternidade, como mostramos acima.
- ALTERNATIVA D (“Os três resultados foram necessários para confirmar que o homem é
mesmo o pai da criança.”) – INCORRETA
* A determinação da sequência de DNA localizado em um cromossomo X não é necessária,
neste caso, para confirma a paternidade do suposto pai, como mostramos acima.
- ALTERNATIVA E (“Os resultados de DNA contradizem os resultados dos grupos
sanguíneos.”) – INCORRETA
* Os resultados obtidos a partir da sequencia de DNA não contradizem o resultado obtido a
partir do sistema sanguíneo ABO.

18. Aspectos biológicos da pobreza.

19. (PUCCAMP-SP) Os avanços biotecnológicos fazem-se notar, sobretudo no setor agrícola.


A cada ano são anunciados os resultados de novos experimentos, tais como manipulação
genética para obtenção e criação de novas linhagens de plantas, levando a um grande
aumento na produção de alimentos. Todavia, o problema da fome persiste no mundo. Por quê?
Em uma discussão sobre o assunto surgiram as seguintes respostas:
I. Não há igualdade de distribuição de alimentos entre os países e dentro de um mesmo país.
II. Em muitas regiões, o aumento da população sobrepuja o aumento na produção de alimento.
III. Pragas atacam e apodrecem alimentos armazenados, impedindo que sejam distribuídos à
populações carentes.
IV. A má distribuição de renda deixa boa parte da população humana impossibilitada de
comprar alimento.
Estão corretas:
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a) I e II, somente.
b) I e III, somente.
c) II e III, somente.
d) I, II e III, somente.
e) I, II, III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“I, II, III e IV.”)
A genética molecular é uma das áreas da Biologia que tem se desenvolvido bastante
nos últimos anos, sendo responsável por um grande número de informações acerca dos genes
e dos mecanismos de herança. Neste contexto, ela vem incrementando a biotecnologia, uma
antiga área da Biologia. A biotecnologia, por seu turno, pode ser conceituada como um ramo
da biologia que utiliza os seres vivos para obter produtos de interesse para o ser humano. Há
muito, a biotecnologia vem sendo praticada pela humanidade. O uso de fungos como
fermentadores naturais para fazer bolo, pão e vinho e, mais recentemente, produzir
antibióticos, por exemplo, são aplicações práticas dessa área do conhecimento humano.
Devemos ainda mencionar a utilização de bactérias para obtenção de derivados do leite, como
queijos e iogurtes, bem como a seleção de gado melhor produtor de leite ou carne. Os recentes
avanços na biologia molecular vêm dando novos rumos à biotecnologia, que atualmente
engloba as técnicas de manipulação genética das células, ramo da biologia denominado
engenharia genética, também conhecida como tecnologia do DNA recombinante. A engenharia
genética tem como objetivo transformar seres vivos por meio da introdução de genes que
modifiquem suas características originais.
BIOTECNOLOGIA E AGRICULTURA
A biotecnologia pode oferecer aos agricultores uma forma mais elaborada de produzir
cultivares. Os principais benefícios da biotecnologia agrícola incluem resistência a doenças e
pragas; redução do uso de pesticidas; frutas e grãos com composição mais nutritiva; tolerância
a herbicidas; mais rápido desenvolvimento dos vegetais e melhoria do sabor e qualidade dos
alimentos. Neste contexto, a biotecnologia focaliza, em última análise, a produtividade, a
redução de custos, a geração de inovações e melhorias nos alimentos e o estabelecimento de
práticas mais ecológicas. Em função de as plantas serem manipuladas mais facilmente que os
animais, uma vez que é relativamente mais fácil conseguir uma planta completa a partir de uma
única célula geneticamente transformada, o avanço dessa tecnologia aplicada aos vegetais
vem sendo mais rápido do que para os animais. O cultivo de plantas manipuladas
geneticamente (GM) está crescendo no mundo inteiro, já sendo bastante difundido nos EUA,
Canadá e Argentina. Nos países da Europa, devido a receios quanto à ameaça de que essas
plantas representam ao meio ambiente e à saúde humana, somente agora esse cultivo está
sendo liberado. No Brasil, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) investiu
pesado nessa tecnologia e desenvolveu inúmeros tipos de plantas modificadas. Entre os
principais produtos agrícolas melhorados pela biotecnologia, citamos: (a) a soja com menor
teor de lipídio saturado, com mais ácido oleico e maior estabilidade à oxidação; (b) o mamão
papaia resistente a vírus; (c) o arroz que cresce mais rápido, mais rico em proteínas e capaz de
tolerar o solo ácido; (d) a batata e o milho resistentes a doenças e com produção aumentada. A
investigação dessas plantas trará, também, muitos benefícios para a saúde pública. A redução
do uso de inseticidas representa um desses benefícios.
Com o avanço da biotecnologia, as plantas estão começando a serem utilizadas como
“fábricas” produtoras de proteínas terapêuticas que servirão de matéria-prima para produção
de medicamentos. Essas plantas são resultados, sem dúvida, de uma aplicação alternativa da
biotecnologia agrícola. Essa metodologia apresenta baixo custo, sendo segura e mais eficiente
se comparada aos processos tradicionais (fermentação microbiana, culturas de células, etc.).
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Outra vantagem diz respeito ao fato de as plantas não propagarem agentes patogênicos que
possam infectar o homem e outros animais.
A discussão no momento diz respeito aos riscos e benefícios dos organismos
geneticamente modificados, sob o ponto de vista de uma ciência ambientalista e ecológica.
Dessa forma, esses organismos devem ser desenvolvidos e regulados levando em conta a
perspectiva científica, política, socioeconômica, moral e ética. A ameaça à diversidade
biológica pode decorrer das propriedades intrínsecas do OGM ou de sua potencial
transferência a outras espécies. A adição de novo genótipo em uma comunidade de plantas
pode proporcionar efeitos indesejáveis, como a eliminação de algumas espécies; a exposição
de espécies a novos patógenos ou agentes tóxicos e a interrupção da reciclagem de nutrientes
e energia. Um monitoramento bem planejado é imprescindível para identificar os ricos que um
organismo geneticamente modificado (OGM) pode provocar no ambiente. Entre os riscos
ambientais, a transferência vertical e a transferência horizontal são muito importantes. A
transferência vertical refere-se ao acasalamento entre indivíduos da mesma espécie, enquanto
a horizontal está relacionada com a transferência de DNA de uma espécie para outra,
aparentada ou não. Há ainda a ser considerado, os riscos decorrentes da ação direta das
novas proteínas sintetizadas sobre os componentes do ecossistema. Os ecologistas e os
ambientalistas fazem, a princípio, oposição radical aos OGMs, em particular às plantas
geneticamente manipuladas.
Plantas que emitem luz: usando a técnica do DNA recombinante, os cientistas
conseguiram plantas emissoras de luz, transferindo para elas, um gene do Photinus pyralis
(vaga-lume ou pirilampo) que sintetiza a luciferase, enzima que catalisa, na presença de
oxigênio e ATP, a decomposição da luciferina, produzindo luz. Dessa forma, regando-se essas
plantas transgênicas com luciferina dissolvida em água, suas células podem emitir luz, e a
planta brilhar no escuro. Partindo desse princípio, o gene da luciferase (luc) tem sido usado
para determinar se um gene foi, realmente, introduzido nos vegetais. Atuando como um
“repórter”, o produto do gene luc indica quando os genes estão ativos nas referidas plantas.
Usando esse procedimento, pode-se aferir a introdução de genes úteis em cereais, como os
genes responsáveis pela fixação de nitrogênio e os que conferem resistência a herbicidas. O
gene luc também pode ser usado na biologia do desenvolvimento, indicando se os genes estão
ativos ou inativos durante o desenvolvimento de um organismo. Lembramos ainda que a
luciferase é amplamente utilizada em química clínica e em ensaios bioquímicos de laboratório
de microbiologia.

19. A teoria evolutiva de Charles Darwin.

20. (UEPA) As figuras abaixo ilustram pensamentos e teorias acerca da evolução. Faça uma
análise e relacione-as com as alternativas seguir, assinalando a(s) correta(s).

I II
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0 0 – De acordo com a figura 1, o número de espécie é determinado no momento da criação


por Deus e, segundo o fixismo, aumenta gradativamente com o processo de especiação.
1 1 – A figura 2, justamente com as semelhanças anatômicas, fisiológicas e bioquímicas entre
as espécies, fornecem dados sobre as relações evolutivas dos seres vivos.
2 2 – A figura 2 representa uma evidência da evolução biológica a partir de vestígios
conservados de seres que viveram no passado.
3 3 – A teoria de que as alterações nos organismos surgiram por transmissão de caracteres
adquiridos foi criada pelo naturalista da figura 3.
4 4 – O conceito de seleção natural, apresentado pelo naturalista da figura 3, fundamenta-se
na sobrevivência e seleção dos indivíduos mais aptos, que se reproduzem a cada geração.
GABARITO
FVVFV
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“De acordo com a figura 1, o número de espécie é determinado no
momento da criação por Deus e, segundo o fixismo, aumenta gradativamente com o processo
de especiação.”) – FALSA
* Até o século XVIII, predominava a doutrina fixista (fixismo ou criacionismo), segundo a qual,
todas as espécies vivas teriam sido criadas por um ato divino, da mesma forma que se
apresentam hoje. Elas não teriam sofrido qualquer modificação ao longo do tempo. Segundo
Cuvier, as espécies atuais já existiam desde a origem do mundo. Para ele, o desaparecimento
de algumas espécies teria sido provocado por catástrofes que teriam abalado o planeta. Lineu,
considerado o "pai" da classificação moderna, dizia que "as espécies são tantas quantas
saíram das mãos do Criador". O fixismo tem como base, portanto, a imutabilidade das
espécies, levando-se a se aceitar a ideia de que os seres que há atualmente foram os que
sempre existiram, desde o princípio da criação.
* Com relação ao processo de especiação ver ESPECIAÇÃO, matéria publicada, no dia
13/02/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- ALTERNATIVA 1 1 (“A figura 2, justamente com as semelhanças anatômicas, fisiológicas e
bioquímicas entre as espécies, fornecem dados sobre as relações evolutivas dos seres vivos.”)
– VERDADEIRA
* A figura 2 mostra um fóssil, evidência paleontológica da evolução. Os fósseis, um dos
testemunhos mais valiosos e indiscutíveis da evolução das espécies, são vestígios, restos ou
simples marcas petrificadas ou endurecidas de seres vivos que habitaram a Terra no passado.
As partes duras do corpo dos organismos, como ossos, dentes, cornos, cascos e conchas são
as mais frequentemente conservadas no processo de fossilização. Devemos ressaltar que
poucos seres vivos deixaram fósseis e, dos fósseis existentes, apenas uma pequena
quantidade é encontrada e estudada.
* Outras evidências da evolução:
I. Anatomia comparada: a anatomia comparada tem por objetivo estudar as semelhanças e as
diferenças entre as estruturas anatômicas de duas ou mais espécies. Ela revela a existência de
planos estruturais comuns entre os diversos grupos de organismos, mostrando o caminho
trilhado pela evolução no processo de aperfeiçoamento estrutural e funcional dos seres vivos.
É o que se nota, por exemplo, quando se comparam a estrutura óssea dos membros anteriores
de mamíferos como o homem e o cão. Nesses animais, eles se mostram adaptados para
realizar funções específicas e características, mas, apesar disso, suas estruturas ósseas são
muito semelhantes e obedecem a um mesmo plano estrutural. A semelhança pode ser
explicada admitindo-se que eles tiveram ancestrais comuns, dos quais herdaram um plano
básico de estrutura corporal. O estudo da anatomia comparada evidencia a evolução das
espécies, principalmente através da comparação entre estruturas homólogas e da investigação
das estruturas vestigiais.
Ia. Estruturas homólogas: são aquelas que apresentam a mesma origem embrionária e têm
características anatômicas comuns. Elas derivam de um mesmo ancestral e podem, ou não,
estar modificadas para exercer uma mesma função. As estruturas homólogas, ao contrário das
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análogas, refletem parentesco evolutivo. Como exemplo de estruturas homólogas (figura


abaixo), citamos os membros anteriores (braços) do homem; a nadadeira da baleia; a pata
dianteira do cavalo e a asa do morcego. Elas são homólogas, em face de serem modificações
de um caráter (membro anterior dos tetrápodes) presente no grupo ancestral que deu origem
aos mamíferos. Nesse caso, essas estruturas são homólogas, mas não desempenham a
mesma função.

* Há estruturas homólogas que estão adaptadas à mesma função. Sendo o caso das
nadadeiras anteriores das baleias e dos golfinhos, ambos mamíferos com os membros
anteriores modificados para a vida no ambiente aquático.
Ib. Estruturas vestigiais: são aquelas que em alguns organismos encontram-se atrofiados e
sem função evidente, enquanto em outros são maiores e exercem função definida. Um
exemplo de órgão vestigial no homem, citado corriqueiramente, é o apêndice vermiforme
(apêndice cecal). Há ainda, na espécie humana, outros exemplos de estruturas vestigiais, tais
como a prega semilunar, o cóccix e os músculos auriculares (figura a seguir), que movimentam
as orelhas e são desenvolvidos em alguns animais como os cães.

II. Embriologia comparada: a observação das primeiras fases do desenvolvimento embrionário


de vertebrados (figura abaixo) mostra que embriões de animais diferentes apresentam algumas
semelhanças. Em geral, quanto mais precoce a fase embrionária, mais semelhantes são os
embriões, mesmo aqueles que pertencem a grupos distintos. À medida que o embrião se
desenvolve, surgem caracteres individualizantes, e as semelhanças diminuem. Constata-se
ainda que, quanto mais diferentes são os organismos, menor é o período embrionário comum
entre eles.

III. Evidências moleculares: vêm sendo largamente empregadas nas análises de parentesco
entre grupos de seres vivos. Todos os organismos dotados de estrutura celular possuem o
DNA como material genético e os genes, trechos desse ácido nucleico, são transcritos em RNA
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e posteriormente traduzidos em proteínas. O DNA, o RNA e as proteínas são, dessa forma,


moléculas presentes em todos os seres vivos de estrutura celular desde que eles surgiram na
Terra. Podemos, em última análise, dizer que as semelhanças entre proteínas de espécies
diferentes estão na razão direta do seu grau de proximidade, em face de a sequência dos
aminoácidos que as constitui ser determinada pelo DNA. Comparando-se as sequências do
DNA ou do RNA, ou comparando-se as proteínas de diferentes espécies, é possível
estabelecer o grau de proximidade entre essas espécies e com isso estabelecer um parentesco
evolutivo entre elas. Quanto maior a semelhança nas sequências de bases nitrogenadas
desses ácidos nucleicos, ou quanto maior a semelhança entre as proteínas dessas espécies,
tanto maior deverá ser a proximidade evolutiva entre elas.
* Para saber mais ver EVIDÊNCIAS MOLECULARES DA EVOLUÇÃO, matéria publicada, no
dia 13/02/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- ALTERNATIVA 2 2 (“A figura 2 representa uma evidência da evolução biológica a partir de
vestígios conservados de seres que viveram no passado.”) – VERDADEIRA
* A figura 2 mostra um fóssil, evidência paleontológica da evolução, que descrevemos na
alternativa anterior.
- ALTERNATIVA 3 3 (“ A teoria de que as alterações nos organismos surgiram por transmissão
de caracteres adquiridos foi criada pelo naturalista da figura 3.”) – FALSA
* A “lei” da transmissão dos caracteres adquiridos foi criada por Jean Baptiste Lamarck e não
por Charles Robert Darwin, indicado na figura 3.
- ALTERNATIVA 4 4 (“O conceito de seleção natural, apresentado pelo naturalista da figura 3,
fundamenta-se na sobrevivência e seleção dos indivíduos mais aptos, que se reproduzem a
cada geração.”) – VERDADEIRA
* Darwin, indicado na figura 3, denominou de seleção natural, ou seleção dos mais aptos, a
capacidade diferenciada de certos indivíduos da população deixarem descendentes. Segundo
ele, efeitos cumulativos da seleção natural, atuando durante longos intervalos de tempo,
levariam à produção de novas espécies a partir de espécies ancestrais. Essa seria a origem de
toda a diversidade biológica.
* Para maiores detalhes ver SELEÇÃO NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS),
matéria publicada, no dia 14/10/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”

DÉCIMA-QUINTA BATERIA

01. (UFV) Observe o esquema do embrião de um cordado, em corte transversal, e analise as


afirmativas seguintes.

I. A letra D representa a endoderme.


II. Os pulmões originam-se a partir do folheto C.
III. O folheto indicado por B dá origem ao cérebro.
IV. O coração forma-se a partir do folheto indicado pela letra A.
V. Alterações no folheto D não podem afetar as glândulas do tubo digestivo.
Indique a alternativa que contém apenas afirmativas verdadeiras:
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
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c) III, IV e V.
d) II e III.
e) IV e V.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I, III e IV.”)
- Identificação das estruturas indicadas na figura desta questão.
A. Mesoderme.
B. Tubo neural.
C. Ectoderme.
D. Endoderme.
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“A letra D representa a endoderme.”) – CORRETA
* A letra está D indicando, realmente, a endoderme, como mostramos acima.
- AFIRMATIVA II (“Os pulmões originam-se a partir do folheto C.”) – INCORRETA
* Os pulmões se originam da endoderme e a letra C indica a ectoderme.
- AFIRMATIVA III (“O folheto indicado por B dá origem ao cérebro.”) – CORRETA
* O folheto indicado por B (tubo neural) dá origem ao sistema nervoso, inclusive ao cérebro.
- AFIRMATIVA IV (“O coração forma-se a partir do folheto indicado pela letra A.”) – CORRETA
* O coração se forma, realmente, a partir da mesoderme, indicado pela letra A.
- AFIRMATIVA V (“Alterações no folheto D não podem afetar as glândulas do tubo digestivo.”)
– INCORRETA
* A endoderme, indicada pela letra D, origina o revestimento interno do tubo digestivo, forma as
estruturas glandulares associadas à digestão (glândulas salivares, pâncreas, fígado e
glândulas estomacais), bem como, origina os sistemas respiratórios, representados pelas
brânquias ou pulmões. Dessa forma, uma alteração nesse folheto afeta, ao contrário do que
consta nesta alternativa, as glândulas do tubo digestivo.

1. Aconselhamento genético.

02. (UPE) “Casamentos entre parentes próximos, como primos, aumentam as chances de as
uniões ciganas gerarem crianças com problemas genéticos, a exemplo da surdez. – O preço
de manter a tradição”
Jornal do Commercio, Recife, maio de 2010.
Sob esse título, o jornal apresenta uma matéria sobre as formas com que grupos ciganos, que
vivem no interior nordestino, preservam sua identidade e se mantêm isolados das influências
de outras culturas, explicitando interessantes costumes bem como aspectos sociais e de
saúde. Analise as afirmativas abaixo que abordam questões genéticas relacionadas com o
tema.
I. O aconselhamento genético, realizado por geneticistas especializados, é especialmente
indicado nos casos de casamentos consanguíneos ou não em que há histórico de doenças
hereditárias na família.
II. Em casamentos consanguíneos, há aumento da probabilidade de alelos deletérios
recessivos encontrarem-se dando origem a pessoas homozigotas doentes.
III. Os filhos dos casamentos endogâmicos têm graves problemas genéticos, causados pela
autofecundação, com maior número de alelos em homozigose.
IV. Populações isoladas geram mutações de más formações orgânicas e mentais, a exemplo
da surdez.
V. Nas populações pequenas, como no caso dos ciganos, em que os grupos se mantêm
isolados por muitas gerações, há uma grande tendência de haver maior variabilidade genética.
Em relação aos problemas genéticos citados, estão corretas as afirmativas:
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) IV e V.
e) I, III, IV e V.
ALTERNATIVA CORRETA: A
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(“I e II.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“O aconselhamento genético, realizado por geneticistas especializados, é
especialmente indicado nos casos de casamentos consanguíneos ou não em que há histórico
de doenças hereditárias na família.”) – CORRETA
* O aconselhamento genético é uma consulta, com um geneticista especializado, para
pessoas que estão preocupadas com a possibilidade da ocorrência de uma doença
genética na família. Na oportunidade, o profissional informa, ao(s) interessado(s), as
consequências e natureza do distúrbio; a probabilidade ou risco de desenvolvê-la ou
transmiti-la à próxima geração; as opções existentes para ele(s) no manejo e planejamento
familiar e as opções para sua prevenção ou tratamento, de maneira a preveni-la, evitá-la ou
melhorá-la. Dessa forma, o aconselhamento genético é indicado nos casos de
casamentos consanguíneos ou não em que há histórico da doença hereditária na família,
como consta nesta alternativa.
- AFIRMATIVA II (“Em casamentos consanguíneos, há aumento da probabilidade de alelos
deletérios recessivos encontrarem-se dando origem a pessoas homozigotas doentes.”) –
CORRETA
* Embora o encontro de alelos recessivos deletérios, originando pessoas homozigotas doentes,
possa ocorrer em casais sem parentesco, a probabilidade aumenta bastante em casamentos
consanguíneos. Sabendo-se que há milhares de mutações causadoras de doenças genéticas,
quanto maior for o grau de parentesco entre duas pessoas, maior será a probabilidade que elas
apresentem o mesmo gene.
- AFIRMATIVA III (“Os filhos dos casamentos endogâmicos têm graves problemas genéticos,
causados pela autofecundação, com maior número de alelos em homozigose.”) – INCORRETA
* Casamento endogâmico se refere a casamento consanguíneo, enquanto autofecundação é
uma forma de reprodução sexuada em que os gametas masculinos e femininos são oriundos
do mesmo indivíduo.
- AFIRMATIVA IV (“Populações isoladas geram mutações de más formações orgânicas e
mentais, a exemplo da surdez.”) – INCORRETA
* O isolamento populacional não é condição necessária para a geração de mutações de más
formações orgânicas. Dessa forma, essa condição pode ou não gerar as referidas mutações.
- AFIRMATIVA V (“Nas populações pequenas, como no caso dos ciganos, em que os grupos
se mantêm isolados por muitas gerações, há uma grande tendência de haver maior
variabilidade genética.”) – INCORRETA
* Nessas populações tende a haver uma menor variabilidade genética, ao contrário do que
consta nesta alternativa.

03. Qual das alternativas a seguir traz uma associação incorreta?


a) Pradaria – Plantas epífitas.
b) Deserto – Xeromorfismo.
c) Floresta temperada – Árvores caducifólias.
d) Tundra – Seca fisiológica.
ALTERNATIVA INCORRETA:
(“Pradaria – Plantas epífitas.”)
* Pradaria (figura abaixo) é uma planície vasta e aberta onde não há sinal
de árvores nem arbustos, com capim baixo em abundância (vegetação herbácea). Está
localizada em praticamente todos os continentes, com maior ocorrência na América do Norte e
recebe diferentes dominações em diferentes partes do mundo. Para se ter uma ideia, na
Europa e na Ásia, recebe o nome de “estepe”. Na América do Norte é chamada “pradaria”.
Na América do Sul, recebe o nome de “pampa”. Dessa forma, os pampas gaúchos, que se
prestam muito bem à criação de gado, são um tipo de pradaria.
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04. (UEPB) A compreensão da variabilidade biológica e dos mecanismos da hereditariedade


sempre motivou os pesquisadores na busca de explicações. Da Antiguidade Clássica aos
conhecimentos da atualidade trilhamos um longo caminho, chegamos aos cromossomos e
genes e destes ao incremento da biotecnologia, com todos os dilemas éticos inerentes ao
nosso tempo. Leia as proposições abaixo sobre as temáticas acima expostas e, em seguida,
assinale a alternativa correta.
a) O código genético é dito degenerado, pois uma trinca de bases nitrogenadas pode codificar
mais de um aminoácido.
b) Wolff, e, depois, Baer, explicaram melhor o processo de desenvolvimento embrionário a
partir da união do gameta feminino com o masculino, que forma a célula-ovo; esta passa por
sucessivas divisões originando células indiferenciadas. Essas se modificam, formando os
tecidos, e estes os órgãos. Essa explicação do surgimento dos indivíduos ficou conhecida
como teoria da pangênese.
c) Morgan e seus colaboradores, em 1910, realizando experimentações com a mosca
Drosophila melanogaster, reforçaram as ideias de Sutton e Boveri (1902), de que o
comportamento dos cromossomos nas divisões celulares era comparável ao dos fatores
mendelianos e formularam a teoria cromossômica da herança, segundo a qual nos genes estão
localizados os cromossomos.
d) A duplicação do DNA é do tipo semiconservativo, portanto, se repetirmos a experimentação
de Meselson e Stahl (1958), partindo de uma molécula de DNA marcada com isótopo radiativo
15 14
N que será nossa Geração 1 e ocorrendo a duplicação em meio não marcado, ou seja, N,
teremos na Geração 4 a formação de 8 novas moléculas de DNA, sendo que a proporção de
DNA não marcado e DNA híbrido é de 3:1.
e) A molécula de DNA é helicoidal, apresentando duas hélices enroladas ao longo de um eixo
teórico, sendo cada hélice composta por uma sequência linear de nucleotídeos. As duas
hélices dispõem-se de modo invertido entre si, o que permite o exato pareamento das bases
nitrogenadas.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“A molécula de DNA é helicoidal, apresentando duas hélices enroladas ao longo de um eixo
teórico, sendo cada hélice composta por uma sequência linear de nucleotídeos. As duas
hélices dispõem-se de modo invertido entre si, o que permite o exato pareamento das bases
nitrogenadas.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O código genético é dito degenerado, pois uma trinca de bases
nitrogenadas pode codificar mais de um aminoácido”.) – INCORRETA
* Degenerescência do código genético se deve ao fato de várias trincas de bases poderem
codificar um mesmo aminoácido, como mostra a tabela a seguir. Nela, percebe-se que todos
os aminoácidos, exceto a metionina e o triptofano, possuem mais de um códon, de modo que
todos os 64 ternos possuem um significado apesar de haver apenas 20 aminoácidos. A maioria
dos códigos sinônimos está agrupada em família. É o caso, por exemplo, de GGA, GGU, GGG
e GGC, todos codificadores da glicina. Em face de a degenerescência do código genético, é
possível a ocorrência de alterações na informação genética (mutação), sem consequente
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modificação na sequência de aminoácidos na cadeia proteica formada. Esse tipo de alteração


toma o nome especial de mutação “silenciosa”.

- Para maiores detalhes ver CÓDIGO GENÉTICO, matéria publicada, no dia 15/11/2010, no
blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- ALTERNATIVA B (“Wolff, e, depois, Baer, explicaram melhor o processo de desenvolvimento
embrionário a partir da união do gameta feminino com o masculino, que forma a célula-ovo;
esta passa por sucessivas divisões originando células indiferenciadas. Essas se modificam,
formando os tecidos, e estes os órgãos. Essa explicação do surgimento dos indivíduos ficou
conhecida como teoria da pangênese.”) – INCORRETA
* A pangênese é uma das primeiras teorias acerca da herança biológica, tendo sido proposta
pelo filósofo grego Hipócrates. Segundo ela, cada órgão ou parte do corpo de um ser
produzia suas próprias cópias em miniaturas bastante pequenas, denominadas pangenes ou
gêmulas. Essas partículas “hereditárias” migravam para as gônadas, masculinas e femininas,
onde se reuniam nos gametas e eram transmitidas aos descendentes no momento da
concepção. Dessa forma, ela explicava a semelhança que havia entre os descendentes e os
progenitores. Ela foi uma teoria aceita até o século XIX para explicar a hereditariedade dos
caracteres, inclusive dos caracteres adquiridos, base da teoria evolucionista de Lamarck, já
que ela admitia que modificações no organismo, durante a vida, provocava alteração nas
gêmulas, podendo, consequentemente ser transmitida às gerações futuras.
* A formação dos tecidos e órgãos está relacionada com a diferenciação celular, processo em
ocorre uma série de modificações bioquímicas, morfológicas e funcionais que transformam uma
célula indiferenciada, que executa apenas as funções celulares básicas, essenciais a sua
sobrevivência, em uma célula dotada da capacidade realizar algumas funções específicas
eficientemente. Essa diferenciação está intimamente associada à expressão gênica. Dessa
forma, uma célula especializada (diferenciada) expressa, tipicamente, apenas uma fração de
seus genes. Para entender como funcionam a indução e a repressão gênica (expressão
gênica) ver OPERON, matéria publicada, no dia 12/03/2011, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”
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- ALTERNATIVA C (“Morgan e seus colaboradores, em 1910, realizando experimentações com


a mosca Drosophila melanogaster, reforçaram as ideias de Sutton e Boveri (1902), de que o
comportamento dos cromossomos nas divisões celulares era comparável ao dos fatores
mendelianos e formularam a teoria cromossômica da herança, segundo a qual nos genes estão
localizados os cromossomos.”) – INCORRETA
* A teoria cromossômica da herança estabelece que os genes estão nos cromossomos e não
que nos genes estão localizados os cromossomos, como consta nesta alternativa. As provas
definitivas dessa teoria foram obtidas, durante a década de 1910, pelo pesquisador norte-
americano Thomas Hunt Morgan e colaboradores.
- ALTERNATIVA D (“A duplicação do DNA é do tipo semiconservativo, portanto, se repetirmos
a experimentação de Meselson e Stahl (1958), partindo de uma molécula de DNA marcada
15
com isótopo radiativo N que será nossa Geração 1 e ocorrendo a duplicação em meio não
14
marcado, ou seja, N, teremos na Geração 4 a formação de 8 novas moléculas de DNA,
sendo que a proporção de DNA não marcado e DNA híbrido é de 3:1.”) – INCORRETA
* Embora das 8 moléculas formadas, 6 sejam não marcadas e 2 com marcação em uma das
15
cadeias (DNAs “híbridos”), portanto, numa proporção de 3:1, como consta na alternativa, o N
não é um isótopo radioativo. Para maiores detalhes ver DUPLICAÇÃO DO DNA, matéria
publicada, no dia 31/10/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- ALTERNATIVA E (“A molécula de DNA é helicoidal, apresentando duas hélices enroladas ao
longo de um eixo teórico, sendo cada hélice composta por uma sequência linear de
nucleotídeos. As duas hélices dispõem-se de modo invertido entre si, o que permite o exato
pareamento das bases nitrogenadas.”) – CORRETA
* A molécula de DNA é helicoidal, possui duas cadeias (hélices), constituídas por uma
sequência linear de nucleotídeos dotados de desoxirribose (desoxirribonucleotídeos). Essas
cadeias são complementares e se dispõem de modo invertido entre si (antiparalelas), como
mostra a figura abaixo. As hélices se ligam através de pontes de hidrogênio formadas entre as
bases A (adenina) e T (timina) e entre as bases C (citosina) e G (guanina). Entre A e T se
formam duas pontes, e entre C e G três pontes.

COMPLEMENTO
Nem todos os DNAs conhecidos se apresentam como descrito no modelo de Watson e
Crick (modelo acima). O DNA do bacteriófago  X 174, por exemplo, pode se apresentar tanto
na forma de dupla hélice, como na de hélice simples (DNAs monofilamentares). Quando na
forma simples, ele não segue o modelo proposto por Watson e Crick, em face de apresentar
uma única cadeia. Deve ser mencionado, ainda, que muitas moléculas de DNA são circulares.
É o caso dos DNAs genômicos dos procariontes, da maioria dos DNAs virais e dos DNAs
presentes nas mitocôndrias e nos cloroplastos.
05. (FATEC-SP) Em uma experiência, foram utilizados dois tubos de ensaio numerados I e II,
contendo quantidades iguais de goma de amido diluída, cujo pH foi mantido em torno de 6,7.
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Em cada um desses tubos, foram adicionadas porções iguais de saliva humana, sendo que a
saliva do tubo I foi previamente fervida e a do tubo II, não. Após a aplicação do teste do lugol
(solução de iodo), obteve-se resultado positivo para a amostra do tubo I e negativo para a
amostra do tubo II, demonstrando que:
a) O iodo inativou a saliva fervida.
b) A enzima da saliva não digeriu o amido no tubo II.
c) O amido reagiu com a enzima amilase salivar no tubo I.
d) A amilase salivar foi destruída pelo calor no tubo I.
e) O açúcar maltose, obtido no tubo II, só reage com o iodo na ausência da enzima da saliva.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“A amilase salivar foi destruída pelo calor no tubo I.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O iodo inativou a saliva fervida.”) – INCORRETA
* A saliva foi inativada pela fervura, que desnaturou a amilase salivar (ptialina) e não pelo iodo.
- ALTERNATIVA B (“A enzima da saliva não digeriu o amido no tubo II.”) – INCORRETA
* No tubo II não houve desnaturação da amilase salivar (ptialina). Como consequência, o amido
foi digerido (resultado negativo).
- ALTERNATIVA C (“O amido reagiu com a enzima amilase salivar no tubo I.”) – INCORRETA
* Em função da fervura, ocorreu desnaturação da amilase salivar (ptialina). Não houve,
portanto, reação amido-amilase salivar.
- ALTERNATIVA D (“A amilase salivar foi destruída pelo calor no tubo I.”) – CORRETA
* O amido, quando tratado com lugol, modifica sua coloração, formando um complexo de cor
azul intensa. Essa coloração caracteriza, portanto, um resultado positivo. Como a saliva do
tubo I foi previamente fervida, como consta no enunciado, houve desnaturação térmica
(inativação) da amilase salivar (ptialina), enzima que hidrolisa o amido. Como consequência
dessa inativação, o amido, não digerido, reagiu com o lugol (resultado positivo).
ALTERNATIVA E (“O açúcar maltose, obtido no tubo II, só reage com o iodo na ausência da
enzima da saliva.”) – INCORRETA
* A reação ocorre entre o iodo (presente no lugol) e o amido e não entre o iodo e a maltose
(dissacarídeo), formada a partir da hidrólise do amido (polissacarídeo), por ação da amilase
salivar (ptialina), que não foi desnaturada no tubo II.

06. (UEPB) Pesquisadores brasileiros que estudam a nascente de águas cristalinas de Baía
Bonita, na região de Bonito (MS), registraram uma curiosa relação trófica que envolve plantas
terrestres, macacos, peixes, insetos e serpentes. Analisando as relações tróficas entre os seres
vivos, pode-se afirmar que:
a) Rede ou teia alimentar são conjuntos de várias cadeias alimentares de um ecossistema.
b) A cadeia alimentar é uma sequência multilinear de seres vivos em que um serve de alimento
para o outro.
c) Nos ecossistemas a energia tem fluxo unidirecional, ou seja, é reciclada.
d) O conjunto de todos os organismos de um ecossistema com vários tipos de nutrição constitui
um nível trófico ou alimentar.
e) A transferência de energia e de matéria nos ecossistemas pode ser analisada a partir dos
decompositores.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Rede ou teia alimentar são conjuntos de várias cadeias alimentares de um ecossistema.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Rede ou teia alimentar são conjuntos de várias cadeias alimentares de um
ecossistema.”) – CORRETA
* Rede ou teia alimentar é o conjunto de várias cadeias alimentares que interagem num
ecossistema, evidenciando suas relações alimentares, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA B (“A cadeia alimentar é uma sequência multilinear de seres vivos em que um
serve de alimento para o outro.”) – INCORRETA
* Cadeia alimentar ou cadeia trófica é uma sequência linear, não ramificada, em que um ser
vivo serve de alimento para outro, indo do produtor ao decompositor, passando, ou não, pelo
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consumidor. Dessa forma, os únicos elos indispensáveis na manutenção da cadeia alimentar


são os produtores e os decompositores. Na cadeia trófica, a energia, originalmente captada
pelos seres autótrofos (fotossintetizantes ou quimiossintetizantes), flui através de uma série
linear de organismos. Assim sendo, a cadeia alimentar não é uma sequência multilinear de
seres vivos, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA C (“Nos ecossistemas a energia tem fluxo unidirecional, ou seja, é reciclada.”)
– INCORRETA
* A energia, cuja fonte primária é o sol, é captada pelos produtores e flui pelo corpo dos
consumidores e decompositores. O fluxo de energia é unidirecional, portanto, ela não reciclada,
como consta nesta alternativa. Lembramos que a cada nível trófico, parte da energia que
entrou na cadeia alimentar é “dissipada”. Assim sendo, a quantidade de energia disponível
para um carnívoro que devora uma capivara, por exemplo, é menor do que aquela que a
capivara obteve comendo o capim, pois grande parte é perdida na forma de fezes, calor e
restos outros não utilizados. O aproveitamento de energia, que passa de um nível para outro,
é, via de regra, da ordem de um décimo da energia disponível no nível trófico anterior.
COMPLEMENTO
* Fluxo da matéria: a matéria passa pelos diversos componentes da comunidade e é devolvida
ao meio, sob forma simples, graças à ação dos decompositores, sendo, portanto, reciclada.
* O fluxo da matéria é cíclico, enquanto o fluxo da energia é acíclico.
- ALTERNATIVA D (“O conjunto de todos os organismos de um ecossistema com vários tipos
de nutrição constitui um nível trófico ou alimentar.”) – INCORRETA
* Nível trófico ou nível alimentar (cada um dos elos de uma cadeia alimentar) é o conjunto de
todos os seres de um ecossistema dotados do mesmo tipo de nutrição e não dotados de vários
tipos de nutrição, como consta nesta alternativa. Os autótrofos, conhecidos como produtores
elaboram matéria orgânica, a partir de compostos inorgânicos. Os heterótrofos que não
apresentam essa capacidade são divididos em dois grupos: consumidores e decompositores.
- ALTERNATIVA E (“A transferência de energia e de matéria nos ecossistemas pode ser
analisada a partir dos decompositores.”) – INCORRETA
* Os decompositores constituírem o último elo de uma cadeia alimentar, recebendo, portanto,
matéria orgânica de todos os níveis tróficos. Em função disso, a transferência de energia e de
matéria nos ecossistemas não pode ser analisada a partir deles, como consta nesta alternativa.
Essa transferência pode ser analisada a partir dos produtores.

07. (UESPI) São consideradas práticas de desenvolvimento sustentável:


a) Reflorestamento de áreas que sofreram influência antrópica.
b) Queimadas e desmatamento para cultivo de alimentos.
c) Uso de combustíveis renováveis como o gás natural.
d) Construção de represas e termoelétricas.
e) Utilização de sacos plásticos descartáveis no supermercado.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Reflorestamento de áreas que sofreram influência antrópica.”)
JUSTIFICATIVA
* Desenvolvimento sustentável é aquele que procura satisfazer as necessidades da geração
atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias
necessidades. Ele significa, em última análise, progresso, crescimento econômico e avanços
científicos visando preservar o meio ambiente. Assim sendo, vários procedimentos podem ser
tomados para não prejudicar a fauna, a flora e os recursos naturais disponíveis em nosso
planeta. Relacionamos a seguir algumas práticas (exemplos) de desenvolvimento sustentável:
I. Reflorestamento: áreas que sofreram a retirada de vegetação podem ser reflorestadas para
preservar o meio ambiente.
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II. Reciclagem: o reaproveitamento do lixo reciclável, além de ajudar a não poluir o meio
ambiente, gera renda para empresas e trabalhadores.
III. Reutilização da água por indústrias: além de economizar agua para as empresas evita o
lançamento de água contaminada e poluída na natureza.
IV. Utilização de procedimentos na agricultara que visem à preservação do solo. A agricultura
orgânica constitui um bom exemplo desse procedimento no campo.
V. Descarte de equipamentos eletrônicos, como bateria e pilhas, em locais apropriados para
empresas especializadas possam dar um destino correto a esse material.
- Reflorestamento: áreas que sofreram a retirada de vegetação podem ser
reflorestadas para preservar o meio ambiente.
VI. Extração de recursos minerais sem provocar impactos ambientais.
VII. Pesca controlada, principalmente de espécies marinha que correm risco de extinção.
VIII. Desenvolvimento e utilização de novas tecnologias capazes de reduzir a poluição
emitida por veículos automotores.

08. (UEPB) O aumento da variabilidade genética nas bactérias ocorre por mutação ou por
transmissão de material genético. A transmissão pode-se dar pelos seguintes mecanismos:
a) Transformação, transdução e conjugação.
b) Conjugação, cissiparidade e transformação.
c) Bipartição, transdução e conjugação.
d) Transformação, transdução e bipartição.
e) Transformação, tradução e conjugação.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Transformação, transdução e conjugação.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Transformação, transdução e conjugação.”) – CORRETA
- Embora as bactérias não apresentem reprodução sexuada típica, algumas espécies são
dotadas da capacidade de promover recombinação genética, sendo, portanto, capazes de
modificar seu genótipo. Essa recombinação consiste, em última análise, na interação de duas
moléculas de DNA que são clivadas e religadas entre si, num arranjo diferente do que existia
anteriormente. Dessa forma, essa mistura de material genético leva à formação de indivíduos
com características genéticas diferentes. Os indivíduos, assim modificados, podem se dividir,
inúmeras vezes, por bipartição (divisão binária), forma simples de reprodução assexuada. A
recombinação genética nas bactérias pode ocorrer, naturalmente, de três formas básicas:
transformação, transdução e conjugação, que lembram, dentro de certos limites, a reprodução
sexuada. Em todos esses processos ocorre passagem de material genético de uma bactéria
doadora para uma receptora que incorpora, por recombinação, o DNA recebido ao seu
patrimônio genético. Em consequência, uma bactéria pode passar a revelar uma ou mais
características que não possuía antes. A engenharia genética ou tecnologia do DNA
recombinante também promove recombinação genética nesses organismos. As mutações,
base do processo evolutivo, podem, igualmente, contribuir para a diversidade genética de uma
população.
I. Transformação bacteriana: é a absorção e a posterior incorporação de fragmentos de DNA
dispersos no meio ambiente, levando a bactéria receptora a exibir novas características
genéticas, condicionadas pelo DNA incorporado. Dentro da bactéria, o DNA estranho pode se
unir ao “cromossomo” ou substituir um segmento dele, condicionando novas características
genéticas à população bacteriana, denominada população transformada. O DNA que penetra
na bactéria, entretanto, pode ser reconhecido como estranho e destruído pelas enzimas de
restrição, cuja função é defender a bactéria contra bacteriófagos invasores, degradando o DNA
fágico. A transformação bacteriana tem sido utilizada pelos cientistas para introduzir genes de
espécies diferentes em células bacterianas hospedeiras, como no caso do gene da insulina
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humana que foi introduzido em célula de Escherichia coli que se tornou capaz de sintetizar
esse hormônio. A insulina foi, inclusive, a primeira proteína humana produzida através dessa
tecnologia em bactérias e aprovada para uso em humanos. Para maiores detalhes ver
TRANSFORMAÇÃO BACTERIANA, matéria publicada, no dia 10/03/2014, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”
II. Transdução bacteriana: é a transferência de segmentos da molécula de DNA de uma
bactéria (doadora) para outra (receptora) por meio de um bacteriófago ou fago (vírus
bacteriano), que funciona como um vetor. Há dois tipos básicos de transdução: a generalizada
e a especializada (ou restrita).
IIa. Transdução generalizada: requer a ocorrência de um ciclo lítico, onde, eventualmente,
pode haver inserção, no vírus, de fragmento de DNA da célula hospedeira, formando partículas
transdutoras (defectivas). Esse fragmento poderá ser transferido, numa infecção subsequente,
para outra bactéria, pois os processo de adsorção e injeção de DNA dependem,
essencialmente, da estrutura do vírus, sendo independente, via de regra, do tipo de DNA
contido em seu interior. Na transdução generalizada qualquer gene pode, potencialmente, ser
transferido para a linhagem receptora com a mesma probabilidade, ao contrário da transdução
especializada, que transfere genes específicos. .
IIb. Transdução especializada (ou restrita): este processo é dependente da ocorrência de um
ciclo lisogênico dos fagos temperados, como o fago lambda da Escherichia coli, e se limita a
alguns genes específicos, daí a denominação desse fenômeno. Nessa transdução, ao contrário
da generalizada, apenas fragmentos do DNA hospedeiro de cada lado do local onde o provírus
(DNA fágico) está inserido pode ser transferido.
- Do exposto, pode-se concluir que a diferença crítica entre os dois tipos de transdução é que a
generalizada envolve a transferência de pedaços aleatórios de DNA bacteriano e a
especializada envolve apenas transferência de genes imediatamente adjacentes ao sítio de
integração do profago.
- Para saber mais ver TRANSDUÇÃO BACTERIANA, matéria publicada, no dia 03/05/2014, no
blog “djalmasantos.wordpress.com.”
III. Conjugação bacteriana: é o processo de transferência de genes, através de uma ponte
citoplasmática temporária (ponte de conjugação), Essa ponte, formada pelas fímbrias de uma
bactéria doadora (“macho”) para uma receptora (“fêmea”), possibilita a troca de material
genético entre elas. A ponte de conjugação, responsável pela conexão direta entre as células
conjugantes, decorre de tubos proteicos ocos, denominados pelos sexuais (fímbria sexual ou
pilus sexual), que estão presentes apenas nas cepas doadoras. Através desses tubos passa
DNA de fita simples da cepa doadora para a receptora, na qual é convertida numa forma de fita
dupla que se torna apta a sofrer permuta com regiões homólogas presentes nesta linhagem. As
receptoras, por seu turno, desprovidas de fimbrias sexuais, possuem, na sua superfície,
macromoléculas que facilitam a fixação desses pelos. Em face da fragilidade da ponte de
conjugação, os pares conjugantes permanecem, via de regra, associados apenas por um curto
intervalo de tempo. Como consequência da conjugação, a célula receptora ficará com
constituição genética diferente das duas células iniciais, sendo, portanto, um método de
recombinação genética, como a transformação bacteriana e a transdução bacteriana. Estes
dois últimos processos, entretanto, não envolvem, como a conjugação, contato direto entre as
células. As novas misturas genéticas serão transmitidas às células filhas através da
cissiparidade. A conjugação bacteriana depende da presença de um plasmídeo chamado fator
F (de Fertilidade), dotado de genes que permitem a transferência do DNA de uma célula para
-
outra. As células desprovidas de fator sexual (F ) são chamadas receptoras ou “fêmeas”,
enquanto as dotadas desse fator são denominadas doadoras ou “machos”. As doadoras
+ +
podem ser F e Hfr. Nas F o fator sexual se encontra livre no citoplasma, sendo, portanto,
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autônomo. Nas Hfr (do inglês high frequency of recombination) ou Afr, o plasmídeo F está
integrado ao “cromossomo” bacteriano. Há diferentes tipos de cepas Hfr, caracterizadas pelo
local de integração do fator F e pela capacidade de transferir o material genético bacteriano em
direções específicas. Dessa forma, existem pares de cepas Hfr que embora o fator sexual seja
integrado no mesmo local, transferem o “cromossomo” bacteriano em direções opostas.
+ - + -
IIIa. Conjugação F x F : quando uma bactéria F encontra uma F se estabelece um contato
entre elas através da ponte de conjugação. Em seguida, uma das fitas do fator F, presente na
cepa doadora, é clivada por uma endonuclease e uma das extremidades dessa fita começa a
migrar para a célula receptora. À medida que o DNA de fita simples vai sendo transferida, a
+
cadeia não clivada que ficou na célula F serve de molde para a biossíntese da fita de DNA
que esta sendo “perdida”. Por outro lado, à medida que o DNA de cadeia simples entra na
-
célula F , ela também serve de molde para a biossíntese da fita complementar. Em face da
transferência do DNA, por conjugação, demorar apenas alguns minutos e os plasmídeos
bacterianos não serem, via de regra, muito grandes, dá tempo de passar uma fita completa do
+ -
fator F da célula F para a célula F . Após a transferência, o DNA linear de fita dupla, presente
-
na cepa receptora, é fechado e forma um plasmídeo típico, levando a que a bactéria F se torne
+
F . Como consequência dessa conjugação, na qual não há transferência de genes
“cromossômicos”, mas apenas do fator sexual, a bactéria receptora passa a exibir, apenas,
características codificadas pelo plasmídeo F, que podem ser transferidas às gerações
+
subsequentes. A cepa F , por seu turno, mantém todas as suas características genéticas,
+
continuando, inclusive, a ser F , uma vez que não apresenta perda real de DNA.
-
IIIb. Conjugação Hfr x F : nesta conjugação, ocorrem duplicação e transferência de parte do
“cromossomo” bacteriano da doadora para a receptora, na qual tem lugar, via de regra, uma
-
recombinação, por crossing-over, entre o fragmento transferido do Hfr e o “cromossomo” da F .
-
Como consequência, é gerada uma célula F recombinante, que passa a exibir maior
-
diversidade genética o que implica em maior poder adaptativo. Na conjugação entre Hfr e F ,
+ -
ao contrário do que se verifica na conjugação entre F e F , as bactérias resultantes continuam
- -
Hfr e F . A manutenção da condição F se deve ao fato de esta célula não receber uma cópia
do plasmídeo F, já que a transferência tem início a partir do “cromossomo” do doador e não a
partir do fator sexual. Como a passagem total do genoma leva, em condições ideais, 100
minutos e a ponte de conjugação se mantém por um tempo bem menor, variando de célula
para célula, a conjugação costuma ser interrompida precocemente. Como consequência dessa
interrupção, o fator sexual, que seria o último a passar, não é transferido para a célula
-
receptora, que, dessa forma, continua F . Em outras palavras, o material genético introduzido
-
na célula F contém alguns genes cromossômicos, mas não o fator F. Dependendo do sítio de
inserção do fator sexual no “cromossomo” bacteriano e da direção de transferência, diferentes
blocos de genes podem passar da cepa doadora para a receptora.
- Para maiores detalhes ver CONJUGAÇÃO BACTERIANA, matéria publicada, no
dia15/06/2014, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- ALTERNATIVA B (“Conjugação, cissiparidade e transformação.”) – INCORRETA
* Cissiparidade (bipartição ou divisão binaria) é uma forma de reprodução assexuada bastante
simples e rápida que consiste na divisão, por amitose (divisão direta), de um ser em duas
partes iguais, ou aproximadamente iguais, onde cada uma delas dará origem a um novo
indivíduo de composição genética idêntica à celular mãe.
- ALTERNATIVA C (“Bipartição, transdução e conjugação.”) – INCORRETA
* Bipartição (cissiparidade ou divisão binária) é uma forma simples de reprodução assexuada.
- ALTERNATIVA D (“Transformação, transdução e bipartição.”) – INCORRETA
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* Bipartição (cissiparidade ou divisão binária) é uma forma simples de reprodução assexuada.


- ALTERNATIVA E (“Transformação, tradução e conjugação.”) – INCORRETA
* Tradução, do ponto genético, é a decodificação, nos ribossomos, feita pelo RNAt (RNA
transportador), da mensagem contida no RNAm (RNA mensageiro), levando à formação de
uma cadeia polipeptídica.

09. (UFOP) Comparando-se células somáticas de diferentes tecidos do corpo de uma mesma
pessoa, a correspondência adequada é:
CARIÓTIPOS GENOMAS CONJUNTOS DE GENES EM ATIVIDADE
a Diferentes Diferentes Iguais
b* Iguais Iguais Diferentes
c Iguais Iguais Iguais
d Diferentes Diferentes Diferentes
ALTERNATIVA CORRETA: B
[“CARIÓTIPOS (Iguais), GENOMAS (Iguais), CONJUNTOS DE GENES EM ATIVIDADE
(Diferentes)”].
JUSTIFICATIVA
* A diferenciação celular, levando à formação de diferentes tecidos, está relacionada com a
indução e repressão de determinados genes. Dessa forma, células somáticas de diferentes
tecidos de uma mesma pessoa, possuem mesmo cariótipo, mesmo genoma (salvo ocorrências
de mutações) e diferentes genes em atividade. Para entender como funcionam a indução e a
repressão gênica ver OPERON, matéria publicada, no dia 12/03/2011, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”
- COMPLEMENTO
* Diferenciação celular é um processo em ocorre uma série de modificações bioquímicas,
morfológicas e funcionais que transformam uma célula indiferenciada, que executa apenas as
funções celulares básicas, essenciais a sua sobrevivência, em uma célula dotada da
capacidade realizar algumas funções específicas eficientemente. Durante a diferenciação,
essas modificações são precedidas pela síntese de grande quantidade de RNA e proteínas
específicas. Assim sendo, a diferenciação celular está intimamente relacionada à expressão
gênica. Uma célula especializada (diferenciada) expressa, tipicamente, apenas uma fração de
seus genes. A diferenciação depende, em última análise, de uma série de fatores, como sinais
provenientes de hormônios; do contato entre células e de fatores de diferenciação
denominados, genericamente, de citocininas, que modificam a forma das células, seus
produtos de “exportação”, sua própria estrutura e as moléculas de presentes na superfície
celular.

10. (UEPB) O Brasil possui cerca de 30% das espécies de plantas e de animais conhecidas no
mundo, que estão distribuídas em seus diferentes ecossistemas. A região dos cerrados, com
seus 204 milhões de hectares, aproximadamente 25% do território nacional, apresenta grande
diversidade faunística e florística em suas diferentes fisionomias vegetais. Apesar de ser uma
região de solos pobres e pouco férteis, que não despertavam muito interesse nos agricultores e
nos órgãos de defesa ambiental, o bioma abriga uma variedade de espécies, muitas delas
endêmicas, conforme tabela abaixo:
TABELA – Número de espécies de vertebrados e plantas que ocorrem no Cerrado,
porcentagem de endemismos do bioma e proporção da riqueza de espécies do bioma em
relação à riqueza de espécies no Brasil.
% ESPÉCIES
%
NÚMERO EM
ENDEMISMOS
RELAÇÃO AO
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DO CERRADO BRASIL

Plantas 7.000 44 12

Mamíferos 199 9,5 37

Aves 837 3,4 49

Répteis 180 17 50

Anfíbios 150 28 20

Peixes 1.200 ? 40

FONTES: (Fonseca et al. 1996; Fundação Pro-Natureza et al. 1999; Aguiar 2000; Colli
et al. 2002; Marinho-Filho et al. 2002; Oliveira & Marquis 2002; Aguiar et al. 2004, in Klink &
Machado 2005).
Sobre a fauna e flora do Cerrado, é correto afirmar:
a) Entre as 180 espécies de répteis observadas para o Cerrado, há uma grande variedade de
anfisbenídeos, répteis squamatos famosos por apresentarem duas cabeças.
b) Entre as 837 espécies de aves do Cerrado encontram-se a Pomba-asa-branca (Columba
picazuro), Bico-roxo (Oxyura dominica), Seriema (Cariama cristata) e Arara-azul-pequena
(Anodorhynchus glaucus).
c) Entre as 7000 espécies de plantas do Cerrado, com quase cerca de 4.400 endêmicas,
encontram-se representantes típicos desse bioma com troncos tortuosos e recurvados como
capim-flecha (Tristachya leiostachya), o cajueiro do campo (Anacardium humile) e o pinheiro
do Paraná (Araucaria angustifolia).
d) Os crescentes avanços nos processos na retirada da vegetação e de outros distúrbios não
devem afetar as 1200 espécies de peixes assinaladas para o Cerrado, cujo percentual de
endemismo ainda não foi possível avaliar, devido a estes organismos serem encontrados em
ambientes aquáticos.
e) Entre as 199 espécies de mamíferos encontradas no Cerrado, encontram-se representantes
como os Queixadas (Tayassu pecari), Gato palheiro (Oncifelis colocolo), Cuíca (Gracilinanus
microtarsus), Irara (Eira barbara) e outros.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Entre as 199 espécies de mamíferos encontradas no Cerrado, encontram-se representantes
como os Queixadas (Tayassu pecari), Gato palheiro (Oncifelis colocolo), Cuíca (Gracilinanus
microtarsus), Irara (Eira barbara) e outros.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Entre as 180 espécies de répteis observadas para o Cerrado, há uma
grande variedade de anfisbenídeos, répteis squamatos famosos por apresentarem duas
cabeças.”) – INCORRETA
* Entre os anfisbenídeos, grupo pertencente à família dos Amphisbaenidae (ordem Squamata)
se encontram as cobras de duas cabeças. Elas não apresentam, realmente, duas cabeças.
Essa denominação se deve ao fato de elas apresentarem uma cauda arredonda, mais ou
menos no mesmo formato de uma cabeça (figura abaixo). Essa característica se torna uma
vantagem para esses répteis, já que podem fazer com que seus predadores confundam a
cauda com a cabeça, ou vice-versa. Elas são realmente observadas no Cerrado, como consta
nesta alternativa.
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- ALTERNATIVA B [“Entre as 837 espécies de aves do Cerrado encontram-se a Pomba-asa-


branca (Columba picazuro), Bico-roxo (Oxyura dominica), Seriema (Cariama cristata) e Arara-
azul-pequena (Anodorhynchus glaucus).”] – INCORRETA
* A Pomba-asa-branca ou asa-branca (Columba picazuro) é uma ave columbídea endêmica
da América do Sul que ocorre desde o nordeste brasileiro até a Argentina. Ela vive
em campos, cerrados e bordas de florestas, bem como em centros urbanos. Sua elevada
resistência à seca no Nordeste serviu de inspiração para Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira
comporem a música “ASA BRANCA”.
* Bico-roxo (Oxyura dominica): no ambiente do Cerrado são conhecidos um grande número
de espécies de animais, entre vertebrados (mamíferos, aves, peixes, repteis e anfíbios) e
invertebrados (insetos, moluscos, etc.). Em relação à avifauna, são inúmeras as aves do
Cerrado e entre elas destaca-se Bico-roxo (Oxyura dominica).
* Seriema (Cariama cristata): ave típica dos cerrados do Brasil. Ela inspirou diversas canções
pelos rincões do Brasil. Exemplo típico é o trecho abaixo da canção Seriema de autoria de Nhô
Pai e Mario Zan:
“Oh, seriema de Mato Grosso teu canto triste me faz lembrar
Daqueles tempos que eu viajava, tenho saudade do teu cantar
Maracajú, Ponta Porã, quero voltar ao meu Tupã
Rever os campos que eu conheci, oh seriema eu quero ouvir.”
* Arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus): espécie de arara da família Psittacidae,
distribuída numa pequena faixa entre a província de Corrientes na Argentina, fronteira com o
Paraguai, província de Artigas no Uruguai e os estados brasileiros do Rio Grande do Sul e
Santa Catarina. É considerada extinta por muitos pesquisadores por não ser avistada na
natureza há mais de 80 anos, sendo que não existem exemplares em cativeiro.
- ALTERNATIVA C [“Entre as 7000 espécies de plantas do Cerrado, com quase cerca de 4.400
endêmicas, encontram-se representantes típicos desse bioma com troncos tortuosos e
recurvados como capim-flecha (Tristachya leiostachya), o cajueiro do campo (Anacardium
humile) e o pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia).”] – INCORRETA
* Capim-flecha (Tristachya leiostachya): entre as espécies vegetais que caracterizam o

Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o


pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim,
como o capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m.
* Cajueiro do campo (Anacardium humile): também conhecido como cajuzinho-do-
cerrado, caju-do-cerrado, cajuí ou cajueiro-do-campo. Ela é nativa do Brasil com ocorrência
mais comum no cerrado, estando presente em Estados como Tocantins, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
* Pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia): ocorre na Mata das Araucárias (Florestas de
Araucárias ou Pinheiral), onde é a árvore predominante, e não no cerrado. Em face da grande
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importância de sua madeira, o pinheiro-do-paraná vem sendo bastante explorado, fenômeno


que tem provocado uma grande redução da A. angustifolia nesse ecossistema.
- ALTERNATIVA D (“Os crescentes avanços nos processos na retirada da vegetação e de
outros distúrbios não devem afetar as 1200 espécies de peixes assinaladas para o Cerrado,
cujo percentual de endemismo ainda não foi possível avaliar, devido a estes organismos serem
encontrados em ambientes aquáticos.”) – INCORRETA
* A ocorrência de endemismo depende da mobilidade dos organismos. Neste contexto, as
plantas e os peixes de água doce são bastante afetados por processos endêmicos.
Lembramos que endemismo é a associação de uma espécie biológica com uma área
geográfica única e bem definida. É, em última análise, a limitação de uma espécie animal ou
vegetal a uma área restrita. Sobre espécies endêmicas se diz vulgarmente “não se
encontrando em nenhum outro lado".
- ALTERNATIVA D [“Entre as 199 espécies de mamíferos encontradas no Cerrado, encontram-
se representantes como os Queixadas (Tayassu pecari), Gato palheiro (Oncifelis colocolo),
Cuíca (Gracilinanus microtarsus), Irara (Eira barbara) e outros.”] – CORRETA
* Queixadas, Gato palheiro, Cuíca e Irara são mamíferos encontrados no Cerrado.

11. (UDESC) Assinale a alternativa incorreta, quanto aos biomas terrestres.


a) A Taiga se localiza em regiões de clima frio, com invernos rigorosos; nela as coníferas
predominam.
b) Nos Desertos, predominam as Savanas, cujos solos áridos permitem a rápida decomposição
da matéria orgânica.
c) Nos Campos, devido à quantidade de chuvas intermediária entre o deserto e a floresta, a
vegetação que predomina é constituída por gramíneas.
d) As florestas tropicais são caracterizadas por uma vegetação que cresce o ano todo, devido à
luminosidade, temperatura elevada e chuvas frequentes.
e) A Tundra se desenvolve no hemisfério Norte; é caracterizada por plantas herbáceas, como o
capim, musgos e liquens.
ALTERNATIVA INCORRETA: B
(“Nos Desertos, predominam as Savanas, cujos solos áridos permitem a rápida decomposição
da matéria orgânica.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A Taiga se localiza em regiões de clima frio, com invernos rigorosos; nela
as coníferas predominam.”) – CORRETA
* Taiga (Floresta de coníferas ou Floresta Boreal): localiza-se em regiões da América do Norte,
da Europa e da Ásia, sendo dotadas de clima frio e inverno rigoroso, como as tundras. A
estação quente, por outro lado, é mais longa e amena. Por estarem mais perto do Equador,
recebem uma maior quantidade de energia solar que as tundras. Os solos são cobertos por
espessa camada de folhas e de ramos em decomposição. As taigas se caracterizam pela
presença de gimnospermas, grupo ao qual pertencem os pinheiros, sempre verdes e com
adaptações para vida em ambiente de inverno longo e com neve. São também comuns
algumas angiospermas decíduas, que perdem folhas no outono, permanecendo nuas ao longo
de todo o inverno, bem como musgos e liquens.
- ALTERNATIVA B (“Nos Desertos, predominam as Savanas, cujos solos áridos permitem a
rápida decomposição da matéria orgânica.”) – INCORRETA
* Desertos: são encontrados em vários pontos do planeta, apresentam, entre outras
características, uma baixa precipitação pluviométrica (cerca de 250 mm anuais) e uma baixa
umidade do ar. Durante o dia, a temperatura é extremamente elevada, e as noites são frias,
podendo atingir zero grau. Em face das condições climáticas desfavoráveis, a flora dos
desertos é pobre e bastante esparsa, com regiões nuas, entre zonas de vegetação. Ela é
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composta, basicamente, por cactáceas que possuem inúmeras adaptações à falta de água
(caules suculentos, espinhos, raízes amplamente difundidas pelo solo, etc.) e por gramíneas.
* Savanas: caracterizam-se por apresentar arbustos e árvores de pequeno porte, além
de gramíneas. As chuvas são desiguais durante o ano, mas as raízes profundas das
plantas lhe permitem sobreviver à seca. As savanas são mais comuns no hemisfério
sul: aparecem na América do Sul, na África, no Sudeste da Ásia e na Austrália. O
campo cerrado brasileiro é um bioma do tipo savana.
- ALTERNATIVA C (“Nos Campos, devido à quantidade de chuvas intermediária entre o
deserto e a floresta, a vegetação que predomina é constituída por gramíneas.”) – CORRETA
* Campos: são formações abertas, encontradas tanto em regiões tropicais, quanto em regiões
temperadas. Eles apresentam um tipo de vegetação no qual as plantas herbáceas ocupam um
lugar dominante, sendo observados poucos arbustos e árvores de pequeno porte. Os campos
cobrem parte dos Estados Unidos (pradaria), da Rússia (estepes), da África do Sul, da
Austrália e da América do Sul, onde se encontram os cerrados brasileiros e os pampas do sul
do Brasil, Uruguai e Argentina. No Brasil, por exemplo, os pampas gaúchos correspondem a
locais cuja vegetação é formada, predominantemente, por gramíneas, prestando-se muito bem
à criação de gado.
- ALTERNATIVA D (“As florestas tropicais são caracterizadas por uma vegetação que cresce o
ano todo, devido à luminosidade, temperatura elevada e chuvas frequentes.”) – CORRETA
* Florestas tropicais: ocorre ao norte e ao sul do Equador, ocupando grande parte das
Américas Central e do Sul e algumas áreas da África, da Ásia e da Austrália, além de várias
ilhas da região equatorial. Em face de receber muita energia radiante e apresentar um alto
índice pluviométrico, apresenta-se como uma floresta exuberante e de crescimento rápido. A
vegetação é bastante estratificada, e a biodiversidade é grande, havendo uma elevada
quantidade de nichos ecológicos. Devemos ressaltar, inclusive, a existência de um grande
número de fungos em associação com raízes, formando as micorrizas. As árvores (perenifólias)
nunca perdem suas folhas em uma estação específica, por isso esse bioma se apresenta
sempre verde. A estratificação, oriunda dos diversos andares de vegetação, origina vários
microclimas, com diferentes graus de umidade e de luminosidade. Sobre o tronco das árvores,
perceber-se um grande número de plantas epífitas (bromélias, samambaias, etc.) buscando
melhores condições de luminosidade. A parte fértil do solo é pouco espessa, em função da
rápida reciclagem dos nutrientes.
- ALTERNATIVA E (“A Tundra se desenvolve no hemisfério Norte; é caracterizada por plantas
herbáceas, como o capim, musgos e liquens.”) – CORRETA
* Tundra: desenvolve-se no hemisfério Norte, incluindo Alasca, Canadá, partes da Europa e da
Ásia. Nesse bioma, a vegetação se desenvolve apenas durante dois ou três meses por ano,
em face de o solo permanecer congelado a maior parte do tempo quando as temperaturas se
o
encontram abaixo de –20 C. No inverno, que dura cerca de dez meses, a maioria das formas
de vida permanece em estado latente. No verão, quando se processa o degelo, apenas a parte
superficial do solo se apresenta própria para o desenvolvimento de vegetação. A parte mais
profunda permanece em estado de congelamento, conhecido como permafrost (do inglês, frost
= congelado). A precipitação é pequena, em torno de 25 cm anuais, normalmente, em forma de
neve. Devemos ressaltar que, embora não falte água nas tundras, ela não pode ser absorvida
pelas plantas devido a sua baixa temperatura. Dessa forma, apesar do solo encharcado, os
vegetais padecem da falta de água, fenômeno que costuma ser designado de seca fisiológica.
As tundras são desprovidas de árvores, e as plantas que conseguem sobreviver são de
pequeno porte, sobretudo gramíneas; arbustos; grandes camadas de liquens que caracterizam
as tundras, e musgos, que crescem sobre as rochas.
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12. (UDESC) O Brasil se divide em seis grandes biomas, que, em conjunto, abrigam uma das
maiores biodiversidades do mundo. Analise as descrições abaixo a respeito de cinco biomas
brasileiros.
I. Bioma caracterizado pela presença de uma grande diversidade de gramíneas. Estende-se
por áreas de planície, apresentando um clima subtropical, com verões quentes e invernos frios.
Devido à intensa exploração para a agricultura e a pecuária, apresenta apenas 36% de sua
cobertura original.
II. Segundo bioma em extensão do Brasil. Caracteriza-se pelo clima tropical-sazonal, com
chuvas concentradas em um período do ano. O solo é ácido e pouco fértil, com plantas
adaptadas a estas condições, como árvores de cascas grossas e troncos retorcidos. Dados
atuais mostram que o bioma já perdeu quase 50% de sua cobertura original.
III. Maior Floresta Pluvial Tropical do mundo. Caracteriza-se pela presença de um dossel
fechado formado por árvores altas e um subdossel onde pode ser identificada uma grande
quantidade de lianas e epífitas. Encontra-se ameaçada, tendo perdido aproximadamente 20%
de sua cobertura original.
IV. Bioma único no Planeta, tombado como patrimônio natural da humanidade pela UNESCO.
Considerado a maior planície inundável do mundo, apresenta uma elevada biodiversidade,
onde se destaca a fauna aquática. Dados atuais revelam que o bioma já perdeu
aproximadamente 15% de sua cobertura original.
V. Bioma que se estendia, originalmente, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, pela
linha costeira do país. Apresenta clima que vai do tropical ao subtropical e uma grande
diversidade de ecossistemas, como as Florestas Ombrófilas Densas, as Florestas Ombrófilas
Mistas e as formações pioneiras. Apresenta apenas 7% de sua cobertura original.
Assinale a alternativa que relaciona corretamente a descrição do bioma com o seu nome.
a) I. Pampa / II. Caatinga / III. Floresta Amazônica / IV. Pantanal / V. Floresta Atlântica.
b) I. Pampa / II. Floresta Atlântica / III. Pantanal / IV. Floresta Amazônica / V. Cerrado.
c) I. Cerrado / II. Pampa / III. Pantanal / IV. Floresta Amazônica / V. Floresta Atlântica.
d) I. Pantanal / II. Caatinga / III. Floresta Amazônica / IV. Pampa / V. Floresta Atlântica.
e) I. Pampa / II. Cerrado / III. Floresta Amazônica / IV. Pantanal / V. Floresta Atlântica.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“I. Pampa / II. Cerrado / III. Floresta Amazônica / IV. Pantanal / V. Floresta Atlântica.”)
JUSIFICATIVA
- DESCRIÇÃO I (“Bioma caracterizado pela presença de uma grande diversidade de
gramíneas. Estende-se por áreas de planície, apresentando um clima subtropical, com verões
quentes e invernos frios. Devido à intensa exploração para a agricultura e a pecuária,
apresenta apenas 36% de sua cobertura original.”) – PAMPA
* Pampa (palavra indígena que significa “plano”) ou campo: ocorre principalmente no Rio
Grande do Sul, estendendo-se até o Uruguai e a Argentina. Os Pampas ocupam áreas de
planície, são bastante homogêneos quanto à vegetação, que é, sobretudo, do tipo herbáceo,
em que predominam as gramíneas, sendo, por isso, muito utilizado como pastagens. Ele
também é empregado no plantio de arroz, trigo, soja e milho. A agropecuária vem reduzindo
bastante a sua cobertura original. Ao longo dos rios e na região litorânea, são encontradas
algumas árvores, como o salgueiro e o sarandi.
- DESCRIÇÃO II (“Segundo bioma em extensão do Brasil. Caracteriza-se pelo clima tropical-
sazonal, com chuvas concentradas em um período do ano. O solo é ácido e pouco fértil, com
plantas adaptadas a estas condições, como árvores de cascas grossas e troncos retorcidos.
Dados atuais mostram que o bioma já perdeu quase 50% de sua cobertura original.”) –
CERRADO
* Cerrado: estende-se por cerca de 25% do território brasileiro, aproximadamente 2 milhões de
2
Km , sendo um bioma do tipo savana, com vegetação arbórea esparsa formada por pequenas
árvores e arbustos. Ele cobre parte dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Maranhão e Minas Gerais e quase todo o Estado de Goiás e Tocantins. Pequenas áreas
esparsas de cerrado são encontradas, também, em São Paulo, Paraná, Paraíba, Pernambuco
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e Amazônia. O clima da região é relativamente quente (temperatura média anual por volta de
o
26 C), com estação seca rigorosa, podendo perdurar por cinco a sete meses. Além de árvores
esparsas, o cerrado apresenta arbustos e gramíneas. O solo é ácido, pouco fértil, pobre em
nutrientes, rico em alumínio e as árvores apresentam, geralmente, cascas grossas e troncos
retorcidos, com folhas coriáceas e raízes comumente longas, que atingem as reservas de água
subterrânea.
- DESCRIÇÃO III (“Maior Floresta Pluvial Tropical do mundo. Caracteriza-se pela presença de
um dossel fechado formado por árvores altas e um subdossel onde pode ser identificada uma
grande quantidade de lianas e epífitas. Encontra-se ameaçada, tendo perdido
aproximadamente 20% de sua cobertura original.”) – FLORESTA AMAZÔNICA
* Floresta Amazônica: também chamada Hileia brasileira, e corresponde à descrição
de uma floresta pluvial tropical típica. Ela se estende por, aproximadamente, 3,5
2
milhões de Km , cobre cerca de 40% do território nacional, ocupa os Estados do
Amazonas, Pará, Rondônia, Acre, Amapá, Roraima. Recobre ainda parte de Mato
Grosso, Goiás e Tocantins e é considerada a maior floresta tropical pluvial do planeta.
Seu solo é pobre em nutrientes, devido à rápida degradação e ao rápido
reaproveitamento da matéria orgânica que nele se deposita. As precipitações
(superiores 1.800 mm/ano) são relativamente bem-distribuídas no decorrer do ano, e a
densa cobertura vegetal contribui para reduzir o impacto da água da chuva,
diminuindo, desse modo, seu efeito erosivo bem como o carreamento dos minerais. As
temperaturas são mais ou menos constantes, com valores médios anuais de cerca de
26oC. Trata-se de um ecossistema de grande complexidade e com grande número de
nichos ecológicos. Dentre as plantas encontradas na Floresta Amazônica,
destacamos: a seringueira (Hevea brasiliensis), considerada a árvore mais conhecida
da região amazônica, que pode atingir até 30 metros de altura, com tronco de mais de
um metro de diâmetro. Dela se extrai o látex, usado na fabricação da borracha natural;
a castanheira-do-pará, cujo tronco pode atingir até 3 metros de diâmetro e 50 metros
de altura; o cacau; o palmito; o cupuaçu; o coco do açaí; o guaraná; o babaçu; a
cerejeira e o mogno, além de um considerável número de plantas medicinais. Nesse
ecossistema, encontramos, também, um grande número de plantas epífitas, algumas
com raízes aéreas que atingem o solo. Afora o assoreamento dos rios, a região da
Amazônia vem sendo destruída, também, por desmatamentos, para ceder espaço à
pecuária, à agricultura e à extração de minérios e de madeiras. Há ainda a ser
mencionado que a caça predatória e a contaminação dos rios por mercúrio dos
garimpos também têm contribuído para a poluição e destruição desse bioma. A
mineração requer um melhor planejamento, com a inclusão de técnicas não poluentes,
particularmente nos garimpos de ouro, evitando-se a poluição por mercúrio. No que
concerne à extração da madeira, é preciso que ela seja feita de forma controlada e
restrita, plantando-se novas árvores e fazendo-se um rodízio das regiões de extração.
- DESCRIÇÃO IV (“Bioma único no Planeta, tombado como patrimônio natural da humanidade
pela UNESCO. Considerado a maior planície inundável do mundo, apresenta uma elevada
biodiversidade, onde se destaca a fauna aquática. Dados atuais revelam que o bioma já perdeu
aproximadamente 15% de sua cobertura original.”) – PANTANAL
* Pantanal (complexo pantanal): situa-se nos Estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso,
estendendo-se também pelo Paraguai, Bolívia e Argentina, onde é conhecido como chaco.
Nessa formação, há predominância de várzeas e campos alagados, sendo uma região de
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elevado grau de umidade e alto índice pluviométrico. A alternância de períodos de seca com
períodos de chuvas (responsáveis pelo alagamento de dois terços do Pantanal) origina uma
mistura de vegetação de cerrados, campos, florestas e brejos. O solo é fértil, nem tanto por sua
composição, mas, acima de tudo, pelo material orgânico trazido pelos rios. A vegetação
compreende diversos tipos que refletem as condições existentes, predominando palmeiras, e,
nas lagoas e braços dos rios, flutuam aguapés e vitórias-régias. O Pantanal apresenta uma
fauna muito rica, com um número relativamente grande de indivíduos de cada espécie. Os
danos ao ambiente são provocados, acima de tudo, pelo garimpo, pela agricultura, pelas
usinas de álcool, pelos caçadores clandestinos e pelo turismo não controlado.
- DESCRIÇÃO V (“Bioma que se estendia, originalmente, do Rio Grande do Norte ao Rio
Grande do Sul, pela linha costeira do país. Apresenta clima que vai do tropical ao subtropical e
uma grande diversidade de ecossistemas, como as Florestas Ombrófilas Densas, as Florestas
Ombrófilas Mistas e as formações pioneiras. Apresenta apenas 7% de sua cobertura original.”)
– FLORESTA ATLÂNTICA
* Floresta Atlântica: também conhecida como Mata Atlântica ou Mata Costeira em face
de se estender ao longo da costa, acompanhando a cadeia de montanhas de nosso
litoral, abrange cerca de 6% do território brasileiro. Ela se estende ao longo de um
conjunto de serras que vão do Rio Grande do Sul até o sul da Bahia e, com menor
expressão, segue para o Nordeste até o Rio Grande do Norte. Assemelha-se bastante
à Floresta Amazônica, tanto na sua composição, quanto na sua fisionomia, estando na
topografia a mais expressiva diferença entre as duas. Enquanto a Floresta Amazônica
ocorre em ampla planície, a Mata Atlântica ocorre em regiões montanhosas, como a
Serra do Mar. Na Floresta Atlântica, há uma grande diversidade de plantas, dentre as
quais se destacam pau-brasil, jacarandá, palmito, jambo, figueira, caviúna e jatobá,
bem como muitas espécies epífitas, como as orquídeas e as bromélias. A Mata
Atlântica é um dos biomas mais devastados pela exploração humana. Calcula-se que
restam apenas cerca de 7% da sua cobertura original.

13. (UFU) A figura abaixo se refere ao ciclo do nitrogênio.

Adaptado de MORANDINI, C.; BELLINELLO, L. C. Biologia. São Paulo: Atual, 2003. SILVA Jr.,
C. e SASSON, S. Biologia. São Paulo: Saraiva, 2003.
Nas etapas 1, 2, 3 e 4 atuam as seguintes bactérias:
a) (1) fixadoras de nitrogênio, (2) decompositoras, (3) nitrificantes, (4) desnitrificantes.
b) (1) desnitrificantes, (2) nitrificantes, (3) decompositoras, (4) fixadoras de nitrogênio.
c) (1) nitrificantes, (2) desnitrificantes, (3) fixadoras de nitrogênio, (4) decompositoras.
d) (1) decompositoras, (2) fixadoras de nitrogênio, (3) nitrificantes, (4) desnitrificantes.
e) (1) fixadoras de nitrogênio, (2) nitrificantes, (3) decompositoras, (4) desnitrificantes.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“(1) fixadoras de nitrogênio, (2) decompositoras, (3) nitrificantes, (4) desnitrificantes.”)
CICLO DO NITROGÊNIO
O nitrogênio é encontrado na natureza tanto sob a forma orgânica como sob a forma
inorgânica. Das substâncias orgânicas nitrogenadas, citamos as proteínas, os ácidos nucleicos
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e o ATP, moléculas que estão, de certo modo, envolvidas com a “construção”, a coordenação e
o metabolismo energético, o que torna o nitrogênio um elemento essencial à manutenção da
-
vida. No que concerne às formas inorgânicas, destacamos a amônia (NH3), o nitrito (NO2 ), o
-
nitrato (NO3 ) e o nitrogênio molecular (N2). O ciclo do nitrogênio, figura abaixo, costuma ser
dividido em 4 etapas: fixação do nitrogênio atmosférico, amonização (ou amonificação),
nitrificação e desnitrificação.

I. Fixação do nitrogênio atmosférico: essa etapa é realizada, principalmente, por um grupo de


microrganismos conhecidos, genericamente, como fixadores de nitrogênio, que tem como
principais representantes as cianobactérias (a Nostoc e a Anabaema, entre outras) e as
bactérias pertencentes aos gêneros Azotobacter, Clostridium e Rhizobium (bacilo radicícola).
As cianobactérias são encontradas, principalmente, na água e em solos encharcados. As
bactérias do gênero Azotobacter e Clostridium vivem livremente no solo, enquanto as do
gênero Rhizobium (esquema a seguir) vivem em associação mutualística com as células das
raízes de certas plantas, principalmente leguminosas (feijão, soja, lentilha, ervilha, alfafa,
amendoim, etc.) onde formam pequenos nódulos. Esses organismos fixadores são capazes de
converter o nitrogênio atmosférico em amônia. Esse processo, denominado fixação biológica
do nitrogênio, possibilita, portanto, a utilização do nitrogênio pelos vegetais. O Rhizobium
funciona como um autêntico adubo vivo, fornecendo ao vegetal os sais de nitrogênio
necessários ao seu desenvolvimento. Em troca, a planta fornece matéria orgânica para as
bactérias, caracterizando uma relação de benefícios mútuos conhecida como mutualismo.

* Fixação atmosférica: o nitrogênio molecular atmosférico (N2) pode também reagir com o O2,
- -
formando NO2 (nitrito) ou NO3 (nitrato), em havendo grande fornecimento de energia como no
caso dos relâmpagos. Esse processo, conhecido como fixação atmosférica, torna, a exemplo
da fixação biológica, referida acima, o nitrogênio acessível às plantas.
II. Amonização (amonificação): decomposição realizada por certas bactérias (Clostridium,
Bacillus e Proteus) e fungos decompositores, em que o nitrogênio presente, sob a forma
orgânica, no corpo dos animais e dos vegetais mortos, e nas excretas é transformado em
+
amônia (NH3) ou íon amônio (NH4 ). É através desse processo que a maior parte do nitrogênio
retorna ao ambiente, tornando-se disponível para as bactérias e vegetais. Graças à
amonização, o nitrogênio pode passar novamente por processos de nitrificação (nitrosação e
nitratação), como veremos a seguir, a fim de ser assimilado, como mostra o esquema abaixo.
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-
III. Nitrificação (figura a seguir): é conversão de amônia em nitrato (NO3 ), passando por nitrito
-
(NO2 ). O nitrato é então incorporado pelas plantas, seguindo a cadeia alimentar.

Embora algumas plantas aproveitem o nitrogênio sob a forma de amônia, a modalidade


-
mais largamente usada é o nitrato (NO3 ). A formação de nitrato, no solo, ocorre graças à ação
conjunta das bactérias nitrosas (dos gêneros Nitrosomonas, Nitrosococcus e Nitrosolobus) e
nítricas (do gênero Nitrobacter). Essas bactérias quimiossintetizantes, conhecidas
genericamente como bactérias nitrificantes, permitem a transformação sequencial da amônia
em nitratos. As Nitrosomonas (as Nitrosococcus e as Nitrosolobus) utilizam a amônia em sua
-
quimiossíntese e liberam o ânion nitrito (NO2 ) como produto. Essa etapa da nitrificação, em
que a amônia é convertida em nitrito, é denominada nitrosação (figura abaixo).

-
O nitrito, em seguida e sob a ação da Nitrobacter, é convertido em nitrato (NO3 ). Essa
etapa da nitrificação, em que o nitrito é convertido em nitrato, é chamada nitratação (figura a
seguir).

Observa-se, nas reações descritas, que, tanto na nitrosação quanto na nitratação, há


liberação de energia. Essa energia é utilizada pelas referidas bactérias na produção de glicose
a partir de CO2 e H2O, sendo esse processo conhecido como quimiossíntese.
IV. Desnitrificação (denitrificação): decomposição, pelas bactérias desnitrificantes, como a
Pseudomonas desnitrificans, que são anaeróbias, da amônia, do nitrato ou do nitrito, com
liberação de nitrogênio molecular. A desnitrificação representa, em última análise, um escape
do ciclo. Ela devolve para a atmosfera o nitrogênio que foi fixado, fechando o ciclo e
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estabilizando a taxa de nitrato do solo. As bactérias desnitrificantes vivem em regiões pobres


em oxigênio, como pântanos, onde a grande atividade decompositora de outras bactérias
consome o oxigênio livre.
Como vimos acima, quatro categorias de bactérias participam do ciclo do nitrogênio:
1. Bactérias fixadoras: atuam na fixação do nitrogênio.
2. Bactérias decompositoras: transformam os resíduos nitrogenados orgânicos em amônia.
3. Bactérias nitrificantes: transformam a amônia em nitritos (nitrosação) e, em seguida, em
nitratos (nitratação).
4. Bactérias desnitrificantes: transformam a amônia, o nitrato e o nitrito em nitrogênio
molecular, devolvendo-o à atmosfera e fechando o ciclo.

14. (UNICENTRO) A necessidade de se fazer uma transição de recursos não renováveis de


carbono para biorrecursos renováveis é inegável. [...]. O grande desafio [...] está em se
desenvolver um produto agrícola que apresente o dobro da produção de biomassa,
aumentando o valor industrial do produto em termos de extração do bicombustível. [...] A
biomassa de uma árvore pode ser aumentada atuando-se, por exemplo, no processo de
fotossíntese, aumentando-se a captação inicial de energia da luz, a qual atualmente é de
menos de 2%. Outras possibilidades seriam atuar no metabolismo do nitrogênio, tornar a planta
mais robusta, por meio do aumento da resistência a doenças e a insetos, tolerância a secas e a
grandes variações de temperatura, diminuir o período de dormência da planta durante o
inverno, ou eliminar a floração, processo que consome muita energia.
(FARAH, 2007. p. 357)
Uma repercussão danosa ao meio ambiente, consequente da exploração de grandes áreas
para a produção de biocombustível, é:
a) A perda da biodiversidade devido à inibição do controle de outras espécies vegetais.
b) O aumento na disponibilidade de nichos ecológicos.
c) A manutenção permanente das espécies endêmicas.
d) O acréscimo no número de elos nas cadeias alimentares locais.
e) A maior vulnerabilidade da produção primária consumida por organismos de níveis tróficos
de ordem mais elevada.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“A perda da biodiversidade devido à inibição do controle de outras espécies vegetais.”)
JUSTIFICATIVA
* A produção de biocombustível repercute, realmente, na perda da biodiversidade, como consta
nesta alternativa. Esse impacto negativo será na maior parte resultante da perda de habitat, do
aumento do número de espécies invasoras, que podem promover a inibição do controle de
espécies vegetais nativas, e do uso de fertilizantes e agrotóxicos. Esses fatores podem ter
impacto isolado, ou podem ser potencializados, se ocorrerem simultaneamente. A perda de
habitat ocorre quando uma comunidade diversificada de microrganismos, vegetais e animais
são substituídos por uma monocultura, já que cada grupo, em particular, utiliza a terra, de
diferentes maneiras. Dessa forma, mais cedo ou mais tarde, o desaparecimento da especie
modificará o habitat. Espécies que invadem ou são introduzidas em áreas fora dos seus limites
causam, via de regra, impactos negativos sobre a biodiversidade nativa. Esses impactos estão
relacionados, principalmente, pela competição com as nativas e pela ausência de inimigos
naturais, como parasitas, predadores e doenças diversas. A poluição, resultante do uso de
fertilizantes e agrotóxicos associados à produção de biocombustíveis, também provoca impacto
negativo sobre a biodiversidade. Conquanto, não se trate, especificamente, de um impacto
exclusivo de culturas energéticas, a poluição está relacionada com o processo agrícola em si.
De resto, em qualquer cultura agrícola são necessários cuidados para evitar a perda de
biodiversidade.

15. (UFAL) Os conhecimentos de restauração florestal tomaram grande impulso nos últimos
anos. Estes plantios tiveram como objetivo a recuperação da flora, controle da erosão e
assoreamento, proteção à fauna, restabelecimento do equilíbrio ecológico, melhoria do clima,
recreação, lazer, embelezamento do ambiente, e muito mais. O mecanismo pelo qual as
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florestas tropicais se renovam pela recomposição de locais perturbados que ocorrem em


diferentes pontos da mata é denominado sucessão secundária. O plantio de espécies florestais
nativas contribui com o processo de aceleração da formação de florestas densas que,
acontecendo de forma natural, levaria muito tempo para seu restabelecimento.

Dadas as afirmações sobre o assunto,


I. Nas sucessões, a comunidade que existe num dado momento é fundamental para que
outra comunidade, diferente da primeira se estabeleça. As diversas comunidades se
sucedem, até que se atinja um estágio de relativa estabilidade e equilíbrio denominada
comunidade clímax, que se instala de forma permanente.
II. Quando a sucessão ocorre numa área em que não há mais vida aparente, como um
campo abandonado ou uma floresta após um incêndio, trata-se de uma sucessão
primária.
III. A grande estabilidade da comunidade clímax deve-se principalmente a sua grande
diversidade de espécies.
Está(ão) correta(s):
a) III, apenas.
b) I e III.
c) I, apenas.
d) II e III.
e) I, II e III.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I e III.”)
SUCESSÃO ECOLÓGICA
I. Conceito: processo ordenado, direcional e até previsível, em que as comunidades vão se
sucedendo umas às outras, culminando com o estabelecimento de uma comunidade estável,
denominada clímax. A comunidade clímax é, portanto, aquela que atingiu o desenvolvimento
máximo compatível com as condições físicas do ecossistema a que pertence. A comunidade
que primeiro se instala na sucessão é chamada comunidade pioneira, e as comunidades que
se instalam em seguida são chamadas seres ou séries. A sucessão ecológica é regulada não
apenas pela comunidade, mas também pelos fatores abióticos, que podem determinar o
padrão das mudanças verificadas, bem como, limitar a extensão do desenvolvimento.
II. Tipos de sucessão ecológica: primária e secundária.
IIa. Sucessão primária: é aquela que ocorre em locais nunca antes habitados. Como exemplo
citamos a colonização e a sucessão de comunidades em uma rocha nua.
IIb. Sucessão secundária: é aquela que ocorre locais anteriormente povoados, cujas
comunidades foram eliminadas, por alterações ambientais naturais (erupções vulcânicas,
incêndios, inundações, glaciações, etc.) ou pela intervenção do homem (queimadas,
desmatamentos, etc.). Na sucessão secundária, os estágios são mais curtos e o clímax é
atingido mais rápido.
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III. Fases da sucessão ecológica: podemos falar em três fases no processo de sucessão
ecológica: ecese (ou comunidade pioneira), sere (ou série ou comunidades intermediárias) e
clímax.
IIIa. Ecese: comunidade que primeiro se instala em uma sucessão ecológica. As espécies
pioneiras são, via de regra, autótrofas ou mantêm relação ecológica harmônica com seres
autótrofos, como no caso dos liquens. Uma rocha nua, por exemplo, representa um ambiente
hostil ao desenvolvimento de vida. Nela, a temperatura varia muito, e a água não pode ser
retida, sendo poucos os organismos capacitados a sobreviver nesse ambiente. Os liquens
constituem uma exceção à regra, sendo capazes de tolerar essas condições. Durante seu
metabolismo, eles produzem ácidos orgânicos, que vão lentamente corroendo a rocha e,
gradativamente, novas camadas de liquens vão se formando, constituindo um delgado “solo
vivo” sobre a rocha. A partir de então, as condições do local deixam de ser tão difíceis,
possibilitando o desenvolvimento de musgos, pequenas plantas do grupo das briófitas.
Percebe-se, através da descrição, que os liquens desbravaram um novo nicho ecológico,
IIIb. Sere: conjunto de comunidades transitórias que se instalam, no ambiente, depois da
pioneira. É caracterizada como uma fase de transição. Sobre a rocha, agora com uma camada
mais espessa de solo, espécies de plantas maiores poderão se desenvolver.
IIIc. Clímax: última fase da sucessão ecológica. No clímax, o ecossistema se apresenta estável,
em equilíbrio com o ambiente, não sofrendo maiores alterações. Nessa comunidade, todos os
nichos ecológicos estão sendo explorados e a variedade de espécies é a maior possível. A
comunidade clímax (figura abaixo) apresenta uma grande diversidade de espécie, um grande
número de seres vivos e uma elevada biomassa, sendo a que possui maior número de nichos
ecológicos. Nela, é atingida uma alta estabilidade (homeostase), capaz de responder, dentro
de certos limites e rapidamente, às flutuações do ambiente.

A TABELA A SEGUIR MOSTRA ALGUMAS INFORMAÇÕES ACERCA DAS MUDANÇAS QUE


OCORREM NUM ECOSSISTEMA DURANTE A SUCESSÃO ECOLÓGICA
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- AFIRMAÇÃO I (“Nas sucessões, a comunidade que existe num dado momento é


fundamental para que outra comunidade, diferente da primeira se estabeleça. As
diversas comunidades se sucedem, até que se atinja um estágio de relativa estabilidade
e equilíbrio denominada comunidade clímax, que se instala de forma permanente.”) –
CORRETA
* Na sucessão ecológica, a comunidade que existe em um dado momento é realmente
fundamental para que outra comunidade se estabeleça, como mostramos acima. A
comunidade clímax é a que se instala de forma permanente.
- AFIRMAÇÃO II (“Quando a sucessão ocorre numa área em que não há mais vida
aparente, como um campo abandonado ou uma floresta após um incêndio, trata-se de
uma sucessão primária.”) – INCORRETA
* O contido nesta afirmação corresponde a uma sucessão secundária e não sucessão primária.
- AFIRMAÇÃO III (“A grande estabilidade da comunidade clímax deve-se principalmente a
sua grande diversidade de espécies.”) – CORRETA
* Como consta na tabela acima, ao longo da sucessão ecológica, a diversidade das espécies
aumenta inicialmente, atingindo o ponto mais alto no clímax, quando então se estabiliza.

16. (UFMT) Entre agosto de 2004 e julho de 2005 foram derrubados 9.102 quilômetros
quadrados de floresta. Mapeamento feito pelo governo mostra uma redução de 50% no ritmo
de desmatamento na Amazônia. Contudo, o estado de Mato Grosso teve o pior desempenho: 6
mil quilômetros quadrados desmatados, quase dois terços do total registrado em toda a
Amazônia.
(Estadão Online, Disponível em
http:/lwww.estadao.com.br/ciencia/noticias/2005/aao/261113.htm Acesso em 26/8/05).
Considerando o quadro de saúde que pode se estabelecer a partir do desmatamento, analise
as assertivas.
I. A alteração da umidade relativa do ar provoca transtorno à saúde respiratória.
II. O aumento de resíduos no solo eleva o número de casos de câncer hepático.
III. A perda de habitats pode favorecer o aparecimento de espécies vetores de viroses.
IV. Inundações e alagamentos aumentam o risco de câncer de pele.
São corretas:
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) I e III, apenas.
e) III e IV, apenas.
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ALTERNATIVA CORRETA: D
(“I e III, apenas.”)
JUSTIFICATIVA
- ASSERTIVA I (“A alteração da umidade relativa do ar provoca transtorno à saúde
respiratória.”) – CORRETA
* A alteração da umidade relativa do ar (URA) provoca transtornos respiratórios. Neste
contexto, tanto umidades muito altas quanto muito baixas podem afetar a saúde e o bem estar.
Com a queda da umidade, por exemplo, existem duas preocupações principais para a saúde.
Além do ar poluído, as vias aéreas ficam mais ressecadas, o que favorece a intensificação de
problemas respiratórios.
- ASSERTIVA II (“O aumento de resíduos no solo eleva o número de casos de câncer
hepático.”) – INCORRETA
* O aumento de resíduos no solo não eleva o numero de casos de câncer hepático.
- ASSERTIVA III (“A perda de habitats pode favorecer o aparecimento de espécies vetores de
viroses.”) – CORRETA
* À medida que o desmatamento aumenta, habitats de várias espécies são destruídos. Assim,
privados de seus ambientes naturais, muitos organismos, como os mosquitos vetores de
viroses, migram para novas aéreas em busca de abrigo e locais de reprodução. Com a invasão
de áreas urbanas por vetores de moléstias, o risco de contaminação da população aumenta
significativamente.
- ASSERTIVA IV (“Inundações e alagamentos aumentam o risco de câncer de pele.”) –
INCORRETA
* Inundações e alagamentos não aumentam o risco de câncer de pele.

17. (UFPB) A figura, abaixo, ilustra uma das hipóteses acerca da origem do homem atual.
Cada letra, nessa figura, corresponde a uma espécie e revela a possível filogenia da espécie
Homo sapiens.

Nesse contexto, as letras A, B, C e D correspondem, respectivamente, às espécies:


a) Australopithecus afarensis, Australopithecus robustus, Homo erectus e Homo
neanderthalensis.
b) Australopithecus robustus, Australopithecus afarensis, Homo neanderthalensis e Homo
erectus.
c) Australopithecus afarensis, Australopithecus robustus, Homo neanderthalensis e Homo
erectus.
d) Australopithecus robustus, Australopithecus afarensis, Homo erectus e Homo
neanderthalensis.
e) Australopithecus afarensis, Homo erectus, Australopithecus robustus e Homo
neanderthalensis.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Australopithecus afarensis, Australopithecus robustus, Homo erectus e Homo
neanderthalensis.”)
COMPLEMENTO
As principais características anatômicas dos hominídeos [termo usado para designar os
pré-homens (antepassados do homem atual)] foram: postura ereta; locomoção bípede no solo,
em substituição à braquiação (deslocamento com os braços, de galho em galho); capacidade
craniana superior à de outras famílias aparentadas e dentes pequenos, com caninos não
especializados. No processo de hominização (mecanismo muito lento de transformações
físicas e intelectuais verificadas desde o aparecimento dos primeiros hominídeos e que
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conduziram ao homem atual) surgiram também vários comportamentos distintivos, como a


confecção de instrumentos e a linguagem verbal.
- Estudos mostram que os Australopithecus talhavam pedras e fabricavam alguns
instrumentos.
- Homo Erectus talhava a pedra e fazia diferentes tipos de instrumentos. O controle do fogo foi
sua maior conquista.
- Homo Neandertal fabricava instrumentos de pedra, de osso e de madeira e decorava-os com
figuras de animais entalhadas.
- Junto do esqueleto do Homo Pekinenses havia grande quantidade de facas, raspadores e
pontas, o que demonstra seu elevado estágio de desenvolvimento.
- O homem de Cro-Magnon possuía altura acentuada, membros retos e peito amplo, bem
como, a maior capacidade craniana encontrada até então, o que provou através da arte, da
magia e da vida social. Construía ferramentas relativamente bem elaboradas. No que diz
respeito à arte produzia esculturas, modelos em argila e pinturas em cavernas. Fazia também
braceletes e colares, bem como materiais de pedra e de madeira.
- Homo Habilis fabricava toscas peças de pedra para usar como ferramentas e arma.

18. (IFSP) LEIA O TEXTO PARA RESPONDER À QUESTÃO A SEGUIR.


“(…) os indivíduos que, por causas particulares, são transportados a uma situação muito
diferente daquela em que se encontram, e que experimentam constantemente outras
influências nessa situação, tomam novas formas devido aos novos hábitos, e como
consequência disso constituem uma nova espécie, formada pelo conjunto de indivíduos que
estão na mesma circunstância”.
O trecho retirado do livro Recherches sur l’organisation des corps vivants, de Jean Baptiste
Lamarck, demonstra:
a) A teoria fixista indicando que as situações às quais os indivíduos são expostos influenciam a
formação de novas características que serão transmitidas aos descendentes.
b) O rompimento, em termos filosóficos, do fixismo com o modelo apresentado por Lamarck,
propondo uma visão evolucionista sobre a formação de novas espécies.
c) A constituição de uma nova espécie baseada na seleção natural dos indivíduos mais aptos a
sobreviver quando submetidos a diferentes condições de pressão.
d) A influência do conjunto de circunstâncias às quais os indivíduos são submetidos como fator
determinante na constituição de novas espécies, baseadas nos conceitos de genética e
seleção natural.
e) A importância das situações de pressão para a ocorrência de mutações e formação de
variações dentro de uma espécie e até mesmo de novas espécies geradas pelo conjunto de
indivíduos que sofreram as mesmas alterações genéticas.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“O rompimento, em termos filosóficos, do fixismo com o modelo apresentado por Lamarck,
propondo uma visão evolucionista sobre a formação de novas espécies.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A teoria fixista indicando que as situações às quais os indivíduos são
expostos influenciam a formação de novas características que serão transmitidas aos
descendentes.”) – INCORRETA
* O texto se refere à especiação (“... consequência disso constituem uma nova espécie, ... “). A
teoria fixista (fixismo ou criacionismo), ao contrário, defende a ideia que todas as espécies
foram criadas, independentemente, por um ato divino, tal e qual se apresentam hoje. Elas não
teriam, portanto, sofrido qualquer modificação ao longo do tempo.
- ALTERNATIVA B (“O rompimento, em termos filosóficos, do fixismo com o modelo
apresentado por Lamarck, propondo uma visão evolucionista sobre a formação de novas
espécies.”) – CORRETA
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* O texto exprime a visão transformista (evolucionista) de Lamarck. Para ele o ambiente pode
provocar mudanças em estruturas biológicas, levando a adaptação dos organismos vivos ao
meio. Embora não tenha explicado, corretamente, o fenômeno da evolução, Lamarck deixou
uma importante contribuição para a teoria evolucionista, que foi chamar atenção para o
fenômeno da adaptação dos seres vivos ao ambiente em que vivem. Ele mostrou, de certa
forma, que os indivíduos em harmonia com o meio têm melhores condições de sobrevivência.
Além disso, suas publicações tiveram, ainda, o mérito de despertar a atenção dos naturalistas,
da época, para o fenômeno da evolução dos seres vivos.
- ALTERNATIVA C (“A constituição de uma nova espécie baseada na seleção natural dos
indivíduos mais aptos a sobreviver quando submetidos a diferentes condições de pressão.”) –
INCORRETA
* A ideia de seleção natural não integra a teoria de Lamarck e sim a teoria evolucionista de
Darwin. Para saber mais sobre seleção natura ver SELEÇÃO NATURAL (SOBREVIVÊNCIA
DOS MAIS APTOS), matéria publicada, no dia 14/10/2011, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”
- ALTERNATIVA D (“A influência do conjunto de circunstâncias às quais os indivíduos são
submetidos como fator determinante na constituição de novas espécies, baseadas nos
conceitos de genética e seleção natural.”) – INCORRETA
* A teoria evolucionista de Lamarck (lamarckismo) não tem por base conceitos genéticos, nem
seleção natural. Com base nas transformações ocorridas, em razão das mudanças ambientais,
Lamarck propôs dois princípios, que fundamentam sua teoria: Lei do uso e desuso e Lei da
transmissão dos caracteres adquiridos. Segundo a Lei do uso e desuso, uma estrutura muito
usada se desenvolve, tornando-se mais forte, vigorosa ou de maior tamanho. A não utilização
permanente, por outro lado, causa seu enfraquecimento e deteriorização, diminuindo,
progressivamente, a sua capacidade para funcionar, podendo até desaparecer. De acordo com
a Lei da transmissão dos caracteres adquiridos, as modificações que se produzem nos
indivíduos ao longo da sua vida como consequência do uso e desuso das diversas estruturas
biológicas são hereditárias, originando mudanças morfológicas no conjunto da população.
Essas transformações acumulam-se ao longo de gerações sucessivas, provocando o
aparecimento de novas espécies.
- ALTERNATIVA E (“A importância das situações de pressão para a ocorrência de mutações e
formação de variações dentro de uma espécie e até mesmo de novas espécies geradas pelo
conjunto de indivíduos que sofreram as mesmas alterações genéticas.”) – INCORRETA
* As mutações não integram a teoria de Lamarck, tampouco a teoria de Darwin.
COMPLEMENTO
Darwin não teve condições de esclarecer a origem das variações hereditárias
existentes nas populações, o que representou, de certa forma, uma das grandes críticas a sua
obra. Os conhecimentos biológicos disponíveis em sua época, não lhe davam condições de ir
além da constatação da luta pela sobrevivência e da seleção natural. A explicação para a
origem das referidas variações só pode ser dada mais tarde, com o desenvolvimento da
genética. Sabemos, atualmente, que elas são determinadas pelas mutações. Dentre os
cientistas que colaboraram na elucidação da origem das variações propostas por Darwin, bem
como na explicação da transmissão dessas variações às gerações futuras, destacamos August
Weissman e Hugo De Vries. Weissman estabeleceu a existência de duas linhagens de células:
as germinativas, que dão origem aos gametas e as somáticas que formam o corpo, mostrando
que apenas as modificações surgidas na linhagem germinativa são transmitidas aos
descendentes. Dessa forma, Weissman derrubou, em definitivo, a lei da herança dos
caracteres adquiridos, proposta por Lamarck. Hugo De Vries, um dos redescobridores das Leis
de Mendel, descobriu, em 1901, as mutações, que associadas às recombinações mendelianas,
vieram explicar a origem e a intensidade das mudanças ocorridas nas populações. Por irônica
coincidência, Hugo De Vires descobriu as mutações a partir de estudos feitos com a Oenothera
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lamarckiana, planta que tem o nome de Lamarck. Para maiores detalhes ver MUTAÇÃO
GÊNICA, matéria publicada, no dia 15/04/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”

19. (ESS) Há 50 anos, os cientistas sabem que as informações hereditárias contidas nos genes
são constituídas pelo ácido desoxirribonucleico (DNA). Uma cópia dessas informações está
presente no espermatozoide e outra no óvulo. No ato da fecundação, o espermatozoide
proveniente do pai se une ao óvulo da mãe e ambas as informações genéticas são agrupadas
na célula resultante, o zigoto. As nossas células são derivadas desse zigoto, que se multiplica
e se desenvolve até a formação completa de um novo indivíduo. Através da análise
comparativa de determinadas regiões do DNA de um indivíduo, com as do suposto pai ou mãe,
é possível estabelecer o grau de vínculo genético. Assinale a alternativa correta sobre o exame
de DNA.
a) O exame de DNA não pode ser feito em bebês, pois os resultados não seriam confiáveis.
b) O teste de paternidade não pode ser feito em DNA extraído de pessoa falecida.
c) O exame de DNA pode ser feito, entre outras células, nos glóbulos brancos do sangue.
d) O uso de medicamentos ou alimentos antes da coleta para o exame de DNA altera os
resultados.
e) O exame de DNA empregado em processos criminais e de família tem de ser feito nas
primeiras 24 horas após a coleta do material.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“O exame de DNA pode ser feito, entre outras células, nos glóbulos brancos do sangue.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O exame de DNA não pode ser feito em bebês, pois os resultados não
seriam confiáveis.”) – INCORRETA
* O exame pode ser feito, com resultados confiáveis, em bebês mesmo dentro do útero. Neste
caso, por biópsia de vilosidade coriônico ou líquido amniótico, dependendo da idade fetal.
- ALTERNATIVA B (“O teste de paternidade não pode ser feito em DNA extraído de pessoa
falecida.”) – INCORRETA
* O teste de paternidade pode ser feito, com resultados confiáveis, em DNA extraído de
pessoas falecidas. Requerendo, neste caso, a exumação do corpo.
- ALTERNATIVA C (“O exame de DNA pode ser feito, entre outras células, nos glóbulos
brancos do sangue.”) – CORRETA
* A princípio, qualquer amostra de tecido biológico pode ser utilizada no exame de DNA.
Normalmente, entretanto, ele é realizado utilizando amostras de sangue ou de outros fluidos
biológicos como saliva (raspado bucal), sêmen e líquido amniótico. Dessa forma, ele pode ser
feito utilizando glóbulos brancos do sangue.
- ALTERNATIVA D (“O uso de medicamentos ou alimentos antes da coleta para o exame de
DNA altera os resultados.”) – INCORRETA
* Medicamentos, alimentos, bem como ingestão de bebidas alcoólicas ou uso de drogas não
afeta o exame de DNA. O padrão de DNA de um indivíduo não é alterado por drogas, inclusive
álcool, medicamentos, alimentos, idade ou modo de vida.
- ALTERNATIVA E (“O exame de DNA empregado em processos criminais e de família tem de
ser feito nas primeiras 24 horas após a coleta do material.”) – INCORRETA
* Nos processos criminais e de família o exame não tem que ser feito nas primeiras 24 horas
após a coleta do material. É possível, inclusive, guardar o material genético de um indivíduo
para possível uso futuro do DNA em teste de paternidade, por exemplo, mesmo após a sua
morte.

20. (PUC-RS)
RESPONDA ESTA QUESTÃO COM BASE NO TEXTO E NAS AFIRMATIVAS ABAIXO.
Até a inauguração do canal do Panamá, em 1913, a rota comercial do Atlântico para o Pacífico
incluía obrigatoriamente a travessia do Cabo Horn, no extremo sul da América do Sul, já que
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era inviável a travessia contornando o Canadá pelo norte, em função da extensão das
banquisas de gelo do Ártico. Em setembro de 2007, essa travessia foi realizada pelo velejador
norte-americano Roger Swanson, de 76 anos, a bordo do veleiro Cloud Nine. Também nesse
ano, a prestigiada revista científica Nature noticiou uma grande diminuição do gelo no verão
Ártico, o que teria permitido a passagem do navegador. Esse fenômeno é resultado direto do
aquecimento global, cujos efeitos podem determinar grande perda de biodiversidade.
Sobre esse fenômeno, afirma-se:
I. A intensificação do efeito estufa é atribuída ao aumento da concentração de dióxido de
carbono (CO2) na atmosfera, em função da queima de combustíveis fósseis.
II. O metano (CH4) também é um gás intensificador do efeito estufa, sendo liberado a partir da
decomposição anaeróbica de matéria orgânica.
III. Embora o dióxido de carbono seja considerado o vilão do efeito estufa, o metano,
isoladamente, é um gás estufa muitas vezes mais potente.
IV. Além do dióxido de carbono e do metano, o vapor d’água também é considerado como um
importante gás estufa.
Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas as alternativas:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) I e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
* BANQUISA (BANCO DE GELO): camada de gelo formada na superfície dos oceanos em
o o
condição de baixa temperatura (-2 ou -3 C), que se quebra facilmente.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“I, II, III e IV.”)
EFEITO ESTUFA
Há evidências de que o acúmulo na atmosfera de CO 2, principalmente, e de outros
gases, como o vapor dágua, os clorofluocarbonados, o metano (CH4), o dióxido de enxofre
[SO2 (gás tóxico liberado da combustão do carvão mineral e do diesel)] e os óxidos de
nitrogênio, vem provocando um aquecimento cada vez maior do nosso meio ambiente. Embora
menos abundante que o dióxido de carbono, o metano tem uma capacidade de reter cerca de
23 vezes mais calor que o CO2. O óxido nitroso (N2O) é um gás de extrema importância para o
efeito estufa, devido ao seu potencial de aquecimento global que é cerca de 300 vezes maior
do que o CO2. Embora ele seja menos abundante na atmosfera que o CO 2, sua atual
concentração atmosférica é responsável por um aquecimento equivalente a 10% da
contribuição do dióxido de carbono. Atuando como um manto (figura abaixo), esses gases
impedem a perda de calor para o espaço exterior, sendo esse fenômeno conhecido como
efeito estufa. Admite-se que ele possa desencadear um degelo parcial das calotas polares,
acarretando uma elevação no nível dos mares, com consequente invasão de parte dos
continentes pelas águas. Esse fato provocaria, entre outros desequilíbrios ecológicos,
inundações generalizadas, elevação dos lençóis freáticos, erosão litorânea e colapso das
o
estruturas costeiras. A temperatura da superfície terrestre subiu cerca de 0,6 C nos últimos
100 anos.. O efeito estufa faz com que a temperatura média do nosso planeta fique em torno
o
de 15 C. Na sua ausência, a Terra estaria completamente recoberta por uma camada de gelo,
o
e sua temperatura média seria em torno de –18 C. Com o advento da Revolução Industrial, na
segunda metade do século XVIII, o gás carbônico passou a ser liberado em grandes
quantidades, levando à exacerbação do efeito estufa.
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JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“A intensificação do efeito estufa é atribuída ao aumento da concentração de
dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, em função da queima de combustíveis fósseis.”) –
CORRETA
* O uso mundial cada vez maior de combustíveis fósseis leva a mais emissões de
dióxido de carbono (CO2), que, por sua vez, causa aquecimento global (efeito estufa).
- AFIRMATIVA II (“O metano (CH4) também é um gás intensificador do efeito estufa, sendo
liberado a partir da decomposição anaeróbica de matéria orgânica.”) – CORRETA
* O metano e o dióxido de carbono são os principais gases provenientes da decomposição
anaeróbia dos compostos biodegradáveis dos resíduos orgânicos.
COMPLEMENTO
* O gado emite metano na eructação (arroto) e na flatulência (“pum”). Dessa forma, além da
liberação de metano, a pecuária também contribui com o efeito estufa pela derrubada de
florestas.
- AFIRMATIVA III (“Embora o dióxido de carbono seja considerado o vilão do efeito estufa, o
metano, isoladamente, é um gás estufa muitas vezes mais potente.”) – CORRETA
* Embora menos abundante que o dióxido de carbono, o metano tem uma capacidade de reter
cerca de 23 vezes mais calor que o CO2.
- AFIRMATIVA IV (“Além do dióxido de carbono e do metano, o vapor d’água também é
considerado como um importante gás estufa.”) – CORRETA
* Os gases do efeito estufa (GEE) são aqueles que dificultam ou impedem a dispersão para o
espaço da radiação solar que é refletida pela Terra, mantendo, como consequência, a
Terra aquecida. Grande parte desses gases é produzida pelos seres humanos em diversas
atividades, principalmente pela queima de combustíveis fósseis, atividades industriais e
queimadas de florestas. Entre esses gases, estão o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4),
o óxido nitroso (N2O), o vapor de água [H2O(v)] e o dióxido de enxofre (SO2).
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DÉCIMA-SEXTA BATERIA

01. (FUVEST) Qual das alternativas indica corretamente o tipo de bioma que prevalece nas
regiões assinaladas?

a) Floresta tropical em I, III e IV.


b) Floresta tropical em I, III e V.
c) Savana em I, III e IV.
d) Savana em II, III e IV.
e) Savana em II, IV e V.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Floresta tropical em I, III e V.”)
Os tipos de biomas que prevalecem nas regiões assinaladas são:
I. Floresta Tropical.
II. Savana.
III. Floresta Tropical.
IV. Deserto.
V. Floresta Tropical.

02. (UEPG) As relações alimentares nos ecossistemas podem ser descritas de forma mais
completa pelas teias alimentares. A respeito desse tema, assinale o que for correto.
I II
0 0 – Na representação da teia alimentar, as setas sempre vão da espécie que serve de
alimento para a que utiliza esse alimento. Exemplificando com uma lagoa: as mesmas plantas
aquáticas que servem de alimento para caramujos podem nutrir peixes herbívoros. Os peixes
carnívoros comem não apenas caramujos, mas também os peixes herbívoros e pequenos
crustáceos. Os peixes, tanto os herbívoros, como os carnívoros, servem de alimento para as
aves da margem. A teia alimentar representada nessa lagoa nada mais é do que o conjunto de
várias cadeias alimentares entrelaçadas.
1 1 – Duas espécies de animais ou de plantas podem ter exatamente o mesmo nicho
ecológico por muito tempo. Eles se adaptam completamente e passam a viver em mutualismo.
2 2 – Quando duas espécies de animais têm o mesmo nicho ecológico por muito tempo, as
duas espécies competem em todos os níveis, o que leva uma delas a desaparecer, cedendo
lugar à outra.
3 3 – Na ideia de nicho ecológico estão incluídas informações como: o que o organismo come,
onde, como e a que momento do dia isso ocorre, quais são seus inimigos naturais, de que
forma e em que época do ano se reproduz, enfim, todas as informações sobre a função da
espécie no ecossistema.
4 4 – O princípio de Gause é reforçado por várias observações na natureza. Percebe-se, por
exemplo, que os nichos ecológicos costumam ser bastante especializados, de modo que
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espécies diferentes não podem coexistir sem que o nível de competição entre elas se torne
insustentável.
GABARITO
VFVVF
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“Na representação da teia alimentar, as setas sempre vão da espécie
que serve de alimento para a que utiliza esse alimento. Exemplificando com uma lagoa: as
mesmas plantas aquáticas que servem de alimento para caramujos podem nutrir peixes
herbívoros. Os peixes carnívoros comem não apenas caramujos, mas também os peixes
herbívoros e pequenos crustáceos. Os peixes, tanto os herbívoros, como os carnívoros,
servem de alimento para as aves da margem. A teia alimentar representada nessa lagoa nada
mais é do que o conjunto de várias cadeias alimentares entrelaçadas.”) – VERDADEIRA
* Teia alimentar ou rede alimentar (figura abaixo) é o conjunto de diversas cadeias alimentares
que interagem num ecossistema, evidenciando suas relações alimentares. Percebe-se que as
setas sempre vão da espécie que serve de alimentos para aquela que utiliza esse alimento,
como consta nesta alternativa.

COMPLEMENT0
No complexo inter-relacionamento dos seres vivos de um ecossistema, as cadeias
alimentares se interconectam, formando um verdadeiro emaranhado de linhas que indicam os
caminhos que podem seguir os fluxos de matéria e energia no ecossistema, que se denomina
teia alimentar. Nela, está representado o máximo de relações tróficas existentes entre os
diversos organismos do ecossistema. Dessa forma, na teia alimentar, a posição de alguns
consumidores pode variar em função da cadeia alimentar que eles integram. Quanto maior for
a teia alimentar, mais estável será o ecossistema. A cadeia alimentar é, em verdade, um
modelo teórico utilizado no estudo do fluxo de energia nos ecossistemas. Na prática,
entretanto, os organismos fazem parte de diferentes cadeias que se interconectam, formando
as teias alimentares. Assim sendo, a cadeia alimentar é, em última análise, uma sequência
linear teórica, enquanto a teia alimentar é uma representação mais fiel do que ocorre na
natureza.
- ALTERNATIVA 1 1 (“Duas espécies de animais ou de plantas podem ter exatamente o
mesmo nicho ecológico por muito tempo. Eles se adaptam completamente e passam a viver
em mutualismo.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, duas espécies de animais ou de plantas não
podem ter exatamente o mesmo nicho ecológico por muito tempo. Segundo o princípio de
Gause (princípio da exclusão competitiva) duas ou mais espécies animais ou vegetais, que
possuem o mesmo nicho, não podem ocupar o mesmo habitat, por muito tempo, sem que entre
elas se estabeleça uma competição por um ou mais recursos do meio, o que pode levar à
eliminação de uma delas. Esse princípio foi formulado tendo por base experiências realizadas,
em laboratório, com culturas de duas espécies de protozoários: Paramecium aurelia e
Paramecium caudatum (gráficos abaixo). Em (a), são mostrados os resultados obtidos quando
as duas espécies foram cultivadas nas mesmas condições, porém em ambientes diferentes.
Em (b), são apresentados os resultados obtidos quando as duas espécies foram cultivadas no
mesmo ambiente. A análise dessas curvas de crescimento mostra que, em ambientes
diferentes e mesmas condições, inclusive no que diz respeito ao meio de cultura (gráfico a), a
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população de P. aurelia cresce mais depressa que a do P. caudatum, indicando que o primeiro
possui maior eficiência na utilização dos recursos disponíveis. Quando cultivadas juntas, em
um mesmo recipiente, (gráfico b), percebe-se que o P. aurelia também cresce mais
rapidamente que o P. caudatum. Essa experiência simples mostra que, se duas espécies
possuem exatamente o mesmo nicho, elas entram em competição por recursos comuns que
não existem em quantidade suficiente para a sobrevivência de ambas. Quando isso ocorre,
uma delas, a menos apta, é eliminada, caracterizando o princípio da exclusão competitiva.

- ALTERNATIVA 2 2 (“Quando duas espécies de animais têm o mesmo nicho ecológico por
muito tempo, as duas espécies competem em todos os níveis, o que leva uma delas a
desaparecer, cedendo lugar à outra.”) – VERDADEIRA
* Ver princípio de Gause descrito na alternativa anterior.
- ALTERNATIVA 3 3 (“Na ideia de nicho ecológico estão incluídas informações como: o que o
organismo come, onde, como e a que momento do dia isso ocorre, quais são seus inimigos
naturais, de que forma e em que época do ano se reproduz, enfim, todas as informações sobre
a função da espécie no ecossistema.”) – VERDADEIRA
* Nicho ecológico é a posição funcional de um organismo em seu ambiente (tipo de alimento,
condições de reprodução, tipo de moradia, hábitos, inimigos naturais, estratégias de
sobrevivência, etc.).
- ALTERNATIVA 4 4 (“O princípio de Gause é reforçado por várias observações na natureza.
Percebe-se, por exemplo, que os nichos ecológicos costumam ser bastante especializados, de
modo que espécies diferentes não podem coexistir sem que o nível de competição entre elas
se torne insustentável.”) – FALSA
* (“ ... espécies diferentes não podem coexistir sem que o nível de competição entre elas se
torne insustentável.”), podem, desde que ocupem nichos ecológicos diferentes. Lembramos
que organismos de espécies diferentes podem ter o mesmo habitat e possuir nichos ecológicos
completamente distintos. É o caso, por exemplo, das algas microscópicas que juntamente com
os microcrustáceos vivem nas águas superficiais de uma lagoa. Enquanto as algas atuam
como produtor, utilizando a luz e produzindo compostos orgânicos, os microcrustáceos agem
como consumidores. Os grupos citados possuem mesmo habitat e nichos ecológicos
diferentes.

03. (UNESP) O filme GATTACA, direção de Andrew Niccol, EUA, 1997, apresenta uma
sociedade na qual os indivíduos são identificados pelo seu DNA. Os personagens da estória
não usam documento ou crachás para identificação e acesso a prédios e repartições; apenas
encostam a ponta do dedo em um equipamento que recolhe uma gota de sangue e a
identificação é feita com um teste de DNA. Na vida real e cotidiana, já se utilizam
equipamentos para identificação que dispensam a apresentação dos documentos. Em portaria
de alguns clubes, por exemplo, um aparelho acoplado ao computador faz a leitura de nossas
impressões digitais, dispensando a apresentação da “carteirinha”. Considerando-se dois irmãos
gêmeos e a eficácia dos dois equipamentos citados em diferenciá-los, indique a alternativa
correta:
a) Ambos os equipamentos poderão diferenciá-los, mesmo que os irmãos sejam gêmeos
monozigóticos.
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b) Os equipamentos só poderão diferenciá-los se os irmãos forem gêmeos dizigóticos.


c) Se os irmãos forem gêmeos monozigóticos, apenas o equipamento do filme poderá
diferenciá-los.
d) Se os irmãos forem gêmeos monozigóticos, apenas o equipamento do clube poderá
diferenciá-los.
e) Nenhum dos equipamentos poderá diferenciá-los quer os irmãos sejam gêmeos dizigóticos
ou monozigóticos.
- Teste de DNA: não diferencia gêmeos monozigóticos (apresentam o mesmo genótipo).
Diferencia gêmeos dizigóticos (apresentam genótipos diferentes).
- Impressão digital: diferencia gêmeos monozigóticos e gêmeos dizigóticos. Apesar de
apresentarem mesmo genótipos, os gêmeos monozigóticos apresentam impressões digitais
diferentes.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Se os irmãos forem gêmeos monozigóticos, apenas o equipamento do clube poderá
diferenciá-los.”)
JUSTIFICATIVA
* Gêmeos monozigóticos apresentam o mesmo genótipo (bagagem genética). Dessa forma, o
teste de DNA (usado no filme) não poderá diferenciar os gêmeos monozigóticos. A
diferenciação, entretanto, pode ser feita pelo equipamento usado no clube (impressão digital).

04. (UEFS) O esquema abaixo representa interações bióticas que podem ocorrer de forma
direta e indireta entre determinadas populações de um ecossistema.

A respeito dessas alelobioses, pode-se considerar que:


a) A população de carvalhos faz parte do único elo nessa cadeia, que deverá crescer
permanentemente próximo ao seu potencial biótico.
b) A relação entre os camundongos e os carvalhos interfere tanto na curva de crescimento da
população de mariposas como na curva da população de predadores desses camundongos.
c) A relação entre as mariposas-cigana e os carvalhos se configura como um exemplo de
parasitismo, já que não interfere na produção de novos descendentes para as árvores de
carvalho.
d) Os predadores de camundongos e as mariposas-cigana são prejudiciais ao equilíbrio das
populações envolvidas.
e) O aumento da população de mariposas-cigana garante, de forma aparentemente
contraditória, o incremento da população de camundongo que, por sua vez, é o seu principal
predador.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“A relação entre os camundongos e os carvalhos interfere tanto na curva de crescimento da
população de mariposas como na curva da população de predadores desses camundongos.”)
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JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A população de carvalhos faz parte do único elo nessa cadeia, que deverá
crescer permanentemente próximo ao seu potencial biótico.”) – INCORRETA
* A população de carvalhos tem seu crescimento prejudicado por ação das mariposas-cigana
[As infecções de mariposa-cigana desfolham os carvalhos, reduzindo a produção de frutos (5,
no esquema)].
- ALTERNATIVA B (“A relação entre os camundongos e os carvalhos interfere tanto na curva
de crescimento da população de mariposas como na curva da população de predadores
desses camundongos.”) – CORRETA
* O esquema mostra que há uma relação entre os camundongos e os carvalhos, com consta
nesta alternativa [As populações de camundongos aumentam muito em anos de grande
produção de frutos (2, no esquema)]. Essa relação, por seu turno, interfere tanto na curva da
população de predadores desses camundongos [Os predadores de camundongos reduzem
suas populações, permitindo a recuperação das populações de mariposas-cigana (3, no
esquema)], como na curva de crescimento da população de mariposas [Os camundongos
comem relativamente poucas pupas de mariposas-cigana: as populações de mariposas
permanecem altas (4, no esquema)], que, por sua vez, interfere na produtividade dos carvalhos
[As infecções de mariposa-cigana desfolham os carvalhos, reduzindo a produção de frutos (5,
no esquema)].
- ALTERNATIVA C (“A relação entre as mariposas-cigana e os carvalhos se configura como um
exemplo de parasitismo, já que não interfere na produção de novos descendentes para as
árvores de carvalho.”) – INCORRETA
* Na relação entre as mariposas-cigana e os carvalhos há interferência na produção de novos
descentes, em função de elas promoverem redução na produção de frutos [As infecções de
mariposa-cigana desfolham os carvalhos, reduzindo a produção de frutos (5, no esquema)].
- ALTERNATIVA D (“Os predadores de camundongos e as mariposas-cigana são prejudiciais
ao equilíbrio das populações envolvidas.”) – INCORRETA
* Percebe-se, a partir do esquema apresentado, que os predadores de camundongos permitem
a recuperação da população das mariposas, favorecendo o equilíbrio [Os predadores de
camundongos reduzem suas populações, permitindo a recuperação das populações de
mariposas-cigana (3, no esquema)],
- ALTERNATIVA E (“O aumento da população de mariposas-cigana garante, de forma
aparentemente contraditória, o incremento da população de camundongo que, por sua vez, é o
seu principal predador.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, os camundongos não são os principais
predadores das mariposas [Os camundongos comem relativamente poucas pupas de
mariposas-cigana: as populações de mariposas permanecem altas (4, no esquema)],

05. (CEFET-SP) Em fevereiro de 2006, a revista americana Fortune publicou uma matéria com
o título de “Climate collapse, the Pentagon’s weather nigthmare” (Colapso climático, o
pesadelo do Pentágono). Na matéria, o articulista David Stipp afirma, sobre as mudanças
climáticas profundas que a Terra experimentará dentro de pouco tempo, que “há poucos anos
tais mudanças pareciam ser sinais de possíveis problemas para nossos filhos e netos, mas
hoje anunciam que pode não esperar convenientemente que já tenhamos passado à história”.
Stipp ainda diz que, em menos de uma década, o clima do mundo pode virar “como uma canoa
que se inclina pouco até emborcar de repente”. A previsão é que essa virada brusca ocorra
entre os anos de 2.010 e 2.020. A reportagem faz um alerta porque:
a) As mudanças climáticas favorecem a evolução, pois somente os mais aptos sobrevivem.
b) Gerações futuras não serão afetadas pelas mudanças climáticas.
c) Havendo mutações, é possível direcionar a formação de novas espécies através da seleção
natural.
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d) Todos os habitantes da Terra desaparecerão, pois o clima tornará a sobrevivência das


espécies impossível.
e) Essas mudanças climáticas podem ser direcionadas e suas consequências não afetará a
vida no planeta.

06. (UNESP) A respeito das mutações gênicas, foram apresentadas as cinco afirmações
seguintes.
I. As mutações podem ocorrer tanto em células somáticas como em células germinativas.
II. Somente as mutações ocorridas em células somáticas poderão produzir alterações
transmitidas à sua descendência, independentemente do seu sistema reprodutivo.
III. Apenas as mutações que atingem as células germinativas da espécie humana podem ser
transmitidas aos descendentes.
IV. As mutações não podem ser “espontâneas”, mas apenas causadas por fatores
mutagênicos, tais como agentes químicos e físicos.
V. As mutações são fatores importantes na promoção da variabilidade genética e para a
evolução das espécies.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmações corretas.
a) I, II e III.
b) I, III e V.
c) I, IV e V.
d) II, III e IV.
e) II, III e V.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I, III e V.”)
- AFIRMATIVA I (“As mutações podem ocorrer tanto em células somáticas como em células
germinativas.”) – CORRETA
* As mutações gênicas podem se relacionar com qualquer parte do organismo. Dessa forma,
tanto as células somáticas, como as germinativas estão sujeitas a essas alterações, como
consta nesta alternativa. As mutações que afetam as células somáticas não são transmitidas
às gerações futuras, não sendo, portanto, hereditárias. Elas podem, entretanto, acarretar
grande prejuízo ao organismo, causando tumores ou outras lesões degenerativas. As
mutações que se relacionam com as células germinativas, por seu turno, são passíveis de
serem transmitidas às futuras gerações. Em face de concorrerem para aumentar a variedade
genética das populações, as mutações germinativas constituem a base molecular do processo
evolutivo.
- AFIRMATIVA II (“Somente as mutações ocorridas em células somáticas poderão produzir
alterações transmitidas à sua descendência, independentemente do seu sistema reprodutivo.”)
– INCORRETA
* As mutações gênicas ocorridas em células somáticas não são transmitidas às gerações
futuras, não sendo, portanto, hereditárias. Elas podem, entretanto, acarretar grande prejuízo ao
organismo, causando tumores ou outras lesões degenerativas, como vimos acima.
- AFIRMATIVA III (“Apenas as mutações que atingem as células germinativas da espécie
humana podem ser transmitidas aos descendentes.”) – CORRETA
* Apenas as mutações que se relacionam com as células germinativas da espécie humana são
passíveis de serem transmitidas às futuras gerações. As que afetam as células somáticas, por
outro lado, não são transmitidas às gerações futuras, não sendo, portanto, hereditárias.
- AFIRMATIVA IV (“As mutações não podem ser “espontâneas”, mas apenas causadas por
fatores mutagênicos, tais como agentes químicos e físicos.”) – INCORRETA
* As mutações podem ocorrer “espontaneamente” (sem uma causa aparente), como, por
exemplo, em consequência de erros que ocorrem durante a replicação, ou serem causadas por
agentes físicos ou químicos, chamados agentes mutagênicos. Entre esses agentes, citamos os
raios-X, as radiações ultravioletas, a nitrosoguanidina e o ácido nitroso.
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- Entre os agentes mutagênicos físicos destacamos as radiações ionizantes (raios X, raios


cósmicos, partículas emitidas por elementos radioativos...) e os raios ultravioleta. O principal
efeito mutagênico dos raios ultravioleta, por exemplo, está na formação de ligações covalentes
entre duas moléculas adjacentes de timina (dímero de timina), como mostra a figura abaixo,
impedindo o seu pareamento com a adenina, daí a necessidade de sua remoção. O reparo
desses dímeros é o mais bem estudado e conhecido. Os raios ultravioleta podem provocar,
também, embora eventualmente, a fusão de uma timina com uma citosina, distorcendo a dupla
hélice e impedindo a replicação do DNA.

- Os principais agentes mutagênicos químicos são os análogos de bases, os compostos com


ação direta, os agentes alquilantes e os corantes de acridina.
I. Análogos de bases: devido à sua semelhança com determinadas bases nitrogenadas, eles
podem ser incorporados ao DNA, substituindo-as. Como exemplo, citamos o 5-bromouracil,
análogo da timina, que normalmente se liga à adenina. Ele pode, entretanto, sofrer alterações
estruturais e se ligar à guanina. Dessa forma, na duplicação seguinte, o par A-T muda para G-
C (figura a seguir), caracterizando uma mutação gênica do tipo transição, na qual ocorre troca
de uma base púrica por outra púrica ou de uma base pirimídica por outra pirimídica (A ↔ G ou
C ↔ T).

II. Compostos com ação direta: ao contrário dos agentes anteriores, esses compostos não são
incorporados ao DNA. Sua atuação consiste em alterar a estrutura das bases. Como exemplo,
citamos o ácido nitroso (HNO2), responsável pela desaminação da adenina e da citosina. A
adenina desaminada se transforma em hipoxantina (figura abaixo), que pareia com a citosina e
não com a timina (A-T se transforma em G-C).

A citosina desaminada se transforma em uracil (figura a seguir), que pareia com a


adenina e não com a guanina (C-G se transforma em T-A).
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III. Agentes alquilantes: reagem com o DNA adicionando grupamentos etil ou metil às bases,
enfraquecendo sua ligação com a desoxirribose. Como consequência, há um mau pareamento
ou total perda da base modificada, criando uma falha. A principal base afetada é a guanina,
embora outras também possam ser alquiladas. A guanina perdida, por exemplo, pode ser
substituída por qualquer outra base nitrogenada. Como exemplos desses agentes citamos:
DES (dietilsulfato), EMS (etilmetanossulfonato), enxofre nitrogenado e gás mostarda. Este
último foi um dos primeiros grupos de mutagênicos químicos descobertos graças a estudos
envolvendo operações militares durante a Segunda Guerra Mundial. Os agentes alquilantes
constituem os mais potentes mutagênicos.
IV – Corantes de acridina: ligam-se ao DNA, inserindo-se entre bases adjacentes (figura
abaixo), sendo, portanto, um agente intercalador. Essa inserção aumenta a rigidez e altera a
conformação da dupla hélice, distorcendo a molécula e rompendo o alinhamento e o
pareamento das bases. Isso faz com que, durante a replicação do DNA, ocorra adição ou
perda de nucleotídeo(s).

A adição ou perda de um nucleotídeo faz com que todos os códons, a partir do


nucleotídeo inserido (+) ou removido (-), sofram alterações, modificando a sequência de leitura
do RNAm (figura abaixo). Como consequência dessa modificação haverá, também, alteração
na proteína sintetizada. Este tipo de mutação em que ocorre uma nova leitura da sequência do
RNAm a partir da região alterada é denominada frameshift.

- AFIRMATIVA V (“As mutações são fatores importantes na promoção da variabilidade genética


e para a evolução das espécies.”) – CORRETA
* As mutações, juntamente com a recombinação, a migração, a oscilação genética (genetic
drift) e a seleção natural, são considerados fatores evolutivos (fatores da evolução), já que
atuam propiciando mudanças do estoque de genes (gene pool) das populações. Alguns desses
fatores, como a mutação e a recombinação, tendem a aumentar a variabilidade genética da
população, enquanto outros, como a migração, a oscilação genética e a seleção natural, atuam
sobre a variabilidade genética já estabelecida.
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* A mutação gênica ou pontual, em particular, proporciona o aparecimento de novas formas de


um gene, sendo, portanto, uma fonte básica para a variabilidade genética. Dessa forma, ela
contribui para a alteração na frequência dos genes de uma população, e, portanto, do seu
estoque gênico. O gene mutado, introduzido no gene pool dessa população, poderá ter sua
frequência gradativamente aumentada de geração a geração. O gene que está sendo
substituído, por outro lado, apresentará uma queda gradativa na sua frequência. Nota-se,
portanto, que a mutação determina uma variabilidade gênica na população, proporcionando
sua evolução. Embora se saiba que a frequência das mutações indesejáveis seja, atualmente,
maior que a das adaptativas, o conjunto de genes de cada espécie atual é o resultado do
acúmulo de mutações vantajosas, que vêm ocorrendo e se perpetuando, por ação da seleção
natural, durante os bilhões de anos de evolução biológica.
- Para maiores detalhes ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria publicada, no dia 15/04/2011, no
blog “djalmasantos.wordpress.com.”

07. (UEPG) A permutação é um processo que permite a recombinação entre os genes,


aumentando a variabilidade genética nas populações. O aumento da variabilidade genética
pode ocorrer por mudanças estruturais nos cromossomos, chamadas mutações
cromossômicas estruturais. A respeito dessas mutações, assinale o que for correto.
I II
0 0 – A deficiência ou deleção ocorre quando um cromossomo perde um segmento em função
de quebras. Deficiências muito acentuadas podem ser letais, uma vez que a perda de muitos
genes altera profundamente as condições do indivíduo.
1 1 – As mutações cromossômicas estruturais apresentam alteração no número de
cromossomos, além da alteração estrutural.
2 2 – A translocação ocorre quando dois cromossomos homólogos quebram-se
simultaneamente e trocam seus segmentos. Na meiose os dois pares de cromossomos
homólogos emparelham-se lado a lado em função da translocação.
3 3 – A inversão ocorre quando um cromossomo sofre quebra em dois pontos e o segmento
entre as quebras apresenta um giro de 180 graus, soldando-se invertido no cromossomo. A
sequência de genes apresenta-se, assim, invertida em relação à anterior.
4 4 – A duplicação corresponde à ocorrência de um ou mais segmentos em dose dupla, em
um mesmo cromossomo e nem sempre reduz a viabilidade do organismo. Naqueles que
toleram duplicações, um dos trechos em duplicata pode sofrer mutação sem que isso interfira
na adaptabilidade do organismo, pois o outro trecho não alterado pode continuar a atuar
normalmente.
GABARITO
VFFVV
- Além das modificações que atingem o DNA propriamente dito, denominadas,
especificamente, mutações gênicas, pontuais ou puntiformes (ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria
publicada, no dia 15/04/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”), existe uma série de
outras que afetam diretamente os cromossomos, chamadas mutações cromossômicas ou
aberrações cromossômicas, que provocam alterações no número ou na forma dos
cromossomos. Embora não formem novas versões de genes, como as mutações pontuais, elas
contribuem para que ocorra variabilidade gênica, sendo consideradas, portanto, um dos fatores
da evolução. As mutações cromossômicas costumam ser classificadas em dois tipos:
numéricas e estruturais.
I. Mutações cromossômicas numéricas: estão relacionadas com alterações no número de
cromossomos e são classificadas em euploidias e aneuploidias (figura abaixo).
Ia. Euploidias: são alterações que envolvem todo o genoma (acréscimo ou perda de lotes
cromossômicos completos), originando células, cujo número de cromossomos é um número
múltiplo exato do número haploide característico da espécie. As principais euploidias são:
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1. Haploidia (n): quando o número de cromossomos se apresenta em dose simples como nos
gametas. A haploidia pode ser um estado normal em alguns organismos. É considerada
anormal, entretanto, quando ocorre nas células somáticas de organismos diploides.
2. Poliploidia: quando os lotes cromossômicos são representados por três (triploidia,
3n), quatro (tetraploidia, 4n) ou mais genomas. A poliploidia ocorre em alguns
vertebrados inferiores e em alguns vegetais [ver ESPECIAÇÃO (ESPECIAÇÃO POR
POLIPLOIDIA), matéria publicada, no dia 13/02/2013, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”
Ib. Aneuploidias: são alterações que envolvem um ou mais cromossomos (perda ou acréscimo)
de cada par, mas não de todo o genoma, dando origem a múltiplos não exatos do número
haploide característico da espécie. Elas decorrem da não disjunção de um ou mais
cromossomos, durante a anáfase I ou II da meiose ou na anáfase da(s) mitose(s) do zigoto. A
não disjunção ocorre mais frequentemente durante a meiose e pode ocorrer tanto na primeira
quanto na segunda divisão. Se ocorrer na primeira, o gameta com o cromossomo em excesso,
em vez de ter apenas um dos cromossomos de um determinado par, terá os dois cromossomos
de um mesmo par, sendo um de origem paterna e outro de origem materna. Se a não
disjunção ocorrer na segunda divisão meiótica, ambos os cromossomos do mesmo par, no
gameta que ficou com o excesso de cromossomos, serão de origem idêntica (materna ou
paterna). Outro mecanismo responsável pelas aneuploidias é a perda de um cromossomo,
provavelmente devido a um “atraso” na separação de um dos cromossomos, durante a
anáfase. Aqui destacamos a nulissomia, a monossomia e a trissomia.
1. Nulissomia: quando há perda dos dois membros de um mesmo par cromossômico (2n –2).
2. Monossomia: quando há perda de um dos cromossomos do par, isto é, quando o número de
cromossomos da célula for (2n –1).
3. Trissomia: quando um mesmo cromossomo se apresenta repetido três vezes (2n +1), em
vez de duas vezes.

II. Mutações cromossômicas estruturais: são mudanças na estrutura dos cromossomos, que
resultam de uma ou mais quebras em um ou mais pares de cromossomos. Essas quebras
podem ocorrer espontaneamente ou por ação de agentes externos, como radiações, drogas,
vírus, etc. Entre elas destacamos (figura a seguir): deficiência (deleção), duplicação (adição),
inversão e translocação.
IIa. Deficiência: é a perda de um pedaço de cromossomo, podendo originar um braço mais
curto. Lembramos que a fração acêntrica (sem centrômero) perde-se (degenera), pois quando
a célula se divide ela não tem como se prender às fibras do fuso. A deficiência pode ser de dois
tipos: terminais e intercalares.
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1. Terminais: neste caso ocorre uma única fratura do cromossomo. As deficiências terminais
nas duas pontas do mesmo cromossomo podem originar um cromossomo em anel (ring) pela
soldadura das extremidades livres fraturadas.
2. Intercalares: neste caso, ocorrem duas fraturas em um mesmo cromossomo, com perda do
fragmento resultante. Os pedaços resultantes se soldam e o cromossomo fica mais curto.
IIb. Duplicação: neste caso, o cromossomo apresenta um ou mais genes em dose dupla. As
duplicações são mais comuns e menos prejudiciais que as deficiências, deduzindo-se que o
excesso de genes geralmente é menos prejudicial do que a falta deles.
IIc. Inversão: neste caso, o cromossomo sofre quebra em dois pontos, e o segmento solto se
solda, após um giro de 180º, aos locais fraturados do mesmo cromossomo. A inversão pode
ser pericêntrica (envolve um segmento cromossômico dotado de centrômero) e paracêntrica
(envolve um segmento cromossômico desprovido de centrômero). Na inversão não há perda
nem ganho de material genético.
IId. Translocação: ocorre quando dois cromossomos não homólogos sofrem quebras
simultâneas, e os segmentos se soldam trocados (permutados).

JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“A deficiência ou deleção ocorre quando um cromossomo perde um
segmento em função de quebras. Deficiências muito acentuadas podem ser letais, uma vez
que a perda de muitos genes altera profundamente as condições do indivíduo.”) –
VERDADEIRA
* Deficiência ou deleção é, realmente, a perda de um pedaço de cromossomo, como vimos
acima.
- ALTERNATIVA 1 1 (“As mutações cromossômicas estruturais apresentam alteração no
número de cromossomos, além da alteração estrutural.”) – FALSA
* Alterações cromossômicas estruturais são mudanças na estrutura dos cromossomos
[deficiência (deleção), duplicação (adição), inversão e translocação] e não no número de
cromossomos, que são mutações cromossômicas numéricas [euploidias (haploidia, triploidia,
tetraploidia, etc.) e aneuploidias (nulissomia, monossomia, trissomia, etc.)]
- ALTERNATIVA 2 2 (“A translocação ocorre quando dois cromossomos homólogos quebram-
se simultaneamente e trocam seus segmentos. Na meiose os dois pares de cromossomos
homólogos emparelham-se lado a lado em função da translocação.”) – FALSA
* Translocação ocorre quando dois cromossomos não homólogos sofrem quebras simultâneas,
e os segmentos se soldam trocados. Como se pode constatar, a translocação envolve
cromossomos não homólogos e não cromossomos homólogos, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA 3 3 (“A inversão ocorre quando um cromossomo sofre quebra em dois pontos
e o segmento entre as quebras apresenta um giro de 180 graus, soldando-se invertido no
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cromossomo. A sequência de genes apresenta-se, assim, invertida em relação à anterior.”) –


VERDADEIRA
* Na inversão, o cromossomo sofre, realmente, quebra em dois pontos, e o segmento solto se
solda, após um giro de 180º, aos locais fraturada do mesmo cromossomo, levando a que a
sequência dos genes fique invertida em relação à condição normal.
- ALTERNATIVA 4 4 (“A duplicação corresponde à ocorrência de um ou mais segmentos em
dose dupla, em um mesmo cromossomo e nem sempre reduz a viabilidade do organismo.
Naqueles que toleram duplicações, um dos trechos em duplicata pode sofrer mutação sem que
isso interfira na adaptabilidade do organismo, pois o outro trecho não alterado pode continuar a
atuar normalmente.”) – VERDADEIRA
* Na duplicação (adição) o cromossomo apresenta um ou mais genes em dose dupla e não
reduz, obrigatoriamente, a viabilidade do organismo, como consta nesta alternativa.

08. (UECE) “As lagoas da cidade continuam a sofrer com a ocupação irregular e com a falta de
saneamento. A Prefeitura se esforça para urbanizar o entorno de algumas e reassentar famílias
ribeirinhas, mas para o problema do saneamento não pode dar solução definitiva a médio
prazo.”
Jornal O POVO, 2 de outubro de 2008.
A falta de saneamento e a ocupação irregular das cidades têm sido uma prática bastante
comum, o que tem resultado na eutrofização de lagoas da nossa cidade, provocando a
proliferação de algas, o crescimento de plantas e, consequentemente, a morte de peixes. Tal
fenômeno revela o estado preocupante de desequilíbrio ambiental em que se encontram esses
ecossistemas. Com relação ao processo de eutrofização é correto afirmar que:
a) Os peixes que vivem em lagos eutrofizados morrem ao se alimentarem da matéria orgânica
contaminada, em virtude do crescimento das bactérias anaeróbicas em seu organismo.
b) Nos corpos d’água eutrofizados, observam-se elevadas densidades de cianobactérias que
tornam a água desses ecossistemas imprópria para o abastecimento humano, pela alta
quantidade de substâncias tóxicas persistentes.
c) É um fenômeno típico do mundo atual, resultante das atividades diárias, e, portanto, não
acontece sem a interferência humana.
d) A elevada taxa de mortalidade de peixes se dá pela poluição da água com detergentes
biodegradáveis que interferem desastrosamente no ciclo do carbono.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Nos corpos d’água eutrofizados, observam-se elevadas densidades de cianobactérias que
tornam a água desses ecossistemas imprópria para o abastecimento humano, pela alta
quantidade de substâncias tóxicas persistentes.”)
EUTROFIZAÇÃO OU EUTROFICAÇÃO
A eutrofização é um fenômeno que decorre, via de regra, da presença de grandes
quantidades de esgotos despejados em um ecossistema. O esquema abaixo mostra,
resumidamente, as etapas básicas da eutroficação. Entrando em decomposição, por ação de
bactérias e de fungos, a matéria orgânica presente no esgoto se transforma em nutrientes
minerais. Utilizando esses nutrientes, as algas da superfície passam a exibir uma intensa
proliferação, fenômeno conhecido como floração das águas. O aumento exagerado desses
organismos na superfície dificulta a entrada de luz, o que pode acarretar a morte das algas e
de outros produtores do fundo aquático. Essa proliferação pode, simultaneamente, provocar
um decréscimo na quantidade de nutrientes, levando a que as algas morram e sejam
decompostas. Durante a eutrofização, como mostra o referido esquema, há dois momentos em
que a decomposição ocorre. Inicialmente, quando a matéria orgânica presente no esgoto é
lançada na água. Essa decomposição é, até certo ponto, benéfica para todo o ecossistema,
pois contribui para o aumento do número de algas e de animais diversos, inclusive de peixes.
Em um segundo momento, verifica-se a decomposição da matéria orgânica que proliferou a
partir do esgoto. Essa segunda decomposição, onde atuam microrganismos aeróbicos, provoca
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um maior impacto no ecossistema, em relação à primeira. A redução da quantidade de


oxigênio dissolvido na água aumenta a proliferação de bactérias anaeróbicas que,
decompondo a matéria orgânica animal e vegetal morta, leva à produção de resíduos, como o
ácido sulfídrico (H2S), o que torna a água imprestável para o homem e como habitat de outros
organismos.

JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Os peixes que vivem em lagos eutrofizados morrem ao se alimentarem da
matéria orgânica contaminada, em virtude do crescimento das bactérias anaeróbicas em seu
organismo.”) – INCORRETA
* Nos lagos eutrofizados a morte dos peixes, bem como de outros organismos aeróbios, se
deve a redução da taxa de oxigênio, provocada pelo aumento da população dos
decompositores aeróbios, que consomem grande quantidade de oxigênio para a realização da
decomposição. Veja a seguir, a sequência de eventos que justifica a morte desses organismos:
Excesso de matéria orgânica  aumento no número de bactérias aeróbicas  diminuição
de oxigênio  morte dos seres aeróbicos  decomposição anaeróbica  produção de
gases tóxicos.
- ALTERNATIVA B (“Nos corpos d’água eutrofizados, observam-se elevadas densidades de
cianobactérias que tornam a água desses ecossistemas imprópria para o abastecimento
humano, pela alta quantidade de substâncias tóxicas persistentes.”) – CORRETA
* Os ambientes eutrofizados são ideias para o desenvolvimento de cianobactérias. Muitas das
quais liberam toxinas prejudiciais à saúde. Para se ter uma ideia, cianobactérias dos gêneros
Microcystis, Anabaena, Oscilatória e Nostoc, por exemplo, em águas eutrofizadas, liberam
hepatotoxinas conhecidas como microcistinas, capazes de produzir intoxicações em humanos,
que podem ser fatais
- ALTERNATIVA C (“É um fenômeno típico do mundo atual, resultante das atividades diárias,
e, portanto, não acontece sem a interferência humana.”) – INCORRETA
* Nem sempre a eutrofização está associada com atividades humanas. Por vezes, lagos e
reservatórios de água abrigam pássaros cujos excrementos aumentam a concentração de
nutrientes na água, levando ao surgimento de superpopulações de algas. Nesses casos, os
resultados podem ser tão danosos quanto aqueles provocados pelos seres humanos.
- ALTERNATIVA D (“A elevada taxa de mortalidade de peixes se dá pela poluição da água com
detergentes biodegradáveis que interferem desastrosamente no ciclo do carbono.”) –
INCORRETA
* A elevada taxa de mortalidade de peixes se dá, acima de tudo, pela poluição da água com
grandes quantidades de esgotos despejados no ecossistema, como vimos acima.
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09. (UFPR) Estamos constantemente em contato com a poluição, gerada por diversas formas
de atividade humana. Sobre a poluição observada no litoral paranaense, assinale a alternativa
correta.
a) Fezes de animais depositadas na praia durante o verão não podem ser consideradas como
agentes poluidores, uma vez que se dissolvem na areia e, portanto, não causam nenhum mal à
saúde.
b) O esgoto despejado nos rios aumenta a quantidade de oxigênio presente na água, o que
favorece o aparecimento de excesso de vegetais aquáticos.
c) O derramamento de petróleo no mar pode ser prejudicial até aos organismos que não
entraram em contato direto com o poluente.
d) O desmatamento da Mata Atlântica através de queimadas, diferentemente da Floresta
Amazônica, não tem efeito na poluição atmosférica.
e) O volume exagerado dos aparelhos de som dos veículos não pode ser considerado uma
modalidade de poluição, uma vez que não pode ser quantificado.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“O derramamento de petróleo no mar pode ser prejudicial até aos organismos que não
entraram em contato direto com o poluente.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Fezes de animais depositadas na praia durante o verão não podem ser
consideradas como agentes poluidores, uma vez que se dissolvem na areia e, portanto, não
causam nenhum mal à saúde. ”) – INCORRETA
* As fezes representam é um importante poluidor da água, sendo, prejudicial à saúde humana.
- ALTERNATIVA B (“O esgoto despejado nos rios aumenta a quantidade de oxigênio presente
na água, o que favorece o aparecimento de excesso de vegetais aquáticos. ”) – INCORRETA
* O esgoto (matéria orgânica) despejado nos rios provoca o fenômeno denominado
eutrofização, que acarreta a redução da quantidade de oxigênio, como mostra a figura a seguir.

- ALTERNATIVA C (“O derramamento de petróleo no mar pode ser prejudicial até aos
organismos que não entraram em contato direto com o poluente.”) – CORRETA
* O petróleo derramado no mar leva a formação de uma extensa mancha na camada superficial
das águas, bloqueando a passagem da luz e consequentemente a fotossíntese. Dessa forma,
o derramamento de petróleo causa prejuízo também aos organismos que não tiveram contato
direto com o esse poluente.
- ALTERNATIVA D (“O desmatamento da Mata Atlântica através de queimadas, diferentemente
da Floresta Amazônica, não tem efeito na poluição atmosférica.”) – INCORRETA
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* Além dos danos causados à biodiversidade, da exposição do solo à ação das intempéries
(intensificando processos erosivos) e do comprometimento dos recursos hídricos, as
queimadas geram e transferem para a atmosfera grandes quantidades de gases de efeito
estufa, especialmente CO2, tendo, portanto, efeito na poluição atmosférica. Estima-se que a
destruição da vegetação nativa e as queimadas sejam responsáveis por cerca de 75% das
emissões brasileiras de CO2 para a atmosfera.
- ALTERNATIVA E (“O volume exagerado dos aparelhos de som dos veículos não pode ser
considerado uma modalidade de poluição, uma vez que não pode ser quantificado.”) –
INCORRETA
* O volume exagerado dos aparelhos de som dos automóveis constitui uma modalidade de
poluição, denominada poluição sonora, que é prejudicial à saúde. Ao contrário de outros tipos
de poluição, ela não deixa resíduo, possui um menor raio de ação, não é transportada por
fontes naturais e só é percebida pela audição. Em função disto, a poluição sonora tem seus
efeitos subestimados, embora possa provocar danos graves à saúde humana. A curto e a
médio prazos ela provoca diversas alterações comportamentais. A longo prazo provoca
redução da audição e até surdez.

10. (FATEC-SP) A poluição do ar pode ser causada pela introdução de partículas que ficam em
suspensão no ar e pela introdução de gases poluentes, tais como, monóxido de carbono (CO),
ozônio (O3), dióxido de nitrogênio (NO2), monóxido de nitrogênio (NO), hidrocarbonetos e
dióxido de carbono (CO2). São feitas as seguintes afirmações com relação à poluição do ar.
I. O dióxido de carbono é um gás extremamente perigoso, inodoro, que se mistura ao ar e, se
inspirado, passa para o sangue onde se associa com a hemoglobina.
II. O ozônio (O3) se forma pelas reações químicas entre alguns dos gases liberados pelos
veículos, especialmente o NO2 e o gás oxigênio presente na atmosfera.
III. O metano (CH4), produzido pela combustão incompleta da gasolina, é um dos principais
responsáveis pela chuva ácida nas grandes cidades.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“II, apenas.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMAÇÃO I (“O dióxido de carbono é um gás extremamente perigoso, inodoro, que se
mistura ao ar e, se inspirado, passa para o sangue onde se associa com a hemoglobina.”) –
INCORRETA
* A descrição contida nesta afirmação se refere ao monóxido de carbono (CO) e não ao dióxido
de carbono (CO2). O monóxido de carbono, que resulta da queima incompleta de
combustíveis de origem orgânica, tem a capacidade de se ligar à hemoglobina, formando
a carboxiemoglobina, que impede o transporte de oxigênio pelas hemácias, dificultando a
oxigenação dos tecidos, levando à perda de consciência e até à morte.
- AFIRMAÇÃO II [“O ozônio (O3) se forma pelas reações químicas entre alguns dos gases
liberados pelos veículos, especialmente o NO2 e o gás oxigênio presente na atmosfera.”] –
CORRETA
* Gases, como o dióxido de nitrogênio (NO2), liberados pelo escapamento de automóveis,
atuam na produção de ozônio, gás altamente reativo. A exposição a níveis elevados de ozônio
compromete a função pulmonar.
- AFIRMAÇÃO III (“O metano (CH4), produzido pela combustão incompleta da gasolina, é um
dos principais responsáveis pela chuva ácida nas grandes cidades.”) – INCORRETA
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* A atividade industrial e o uso de automóveis provocam, através da combustão de carvão


mineral, petróleo e derivados, a emissão de poluentes, especialmente dióxido de enxofre (SO 2)
e dióxido de nitrogênio (NO2). Na atmosfera, em contato com o vapor de água, o SO 2 e NO2
produzem, respectivamente, o ácido sulfúrico (H2SO4) e o ácido nítrico (HNO3), que se
dissolvem na água das nuvens e caem na terra sob a forma de chuva ácida. Essa chuva causa
prejuízos à flora e à fauna, além de correr prédios, casas, monumentos, etc. O metano, que é
produzido por decomposição de lixo orgânico, digestão de animais herbívoros, metabolismo de
algumas bactérias, vulcões de lama, dentre outras fontes, é um gás estufa, contribuindo, dessa
forma, para agravar o aquecimento global.

11. (UFCG) A biodiversidade tem fascinado a humanidade ao longo de sua história.


Explicações religiosas e científicas têm sido formuladas para a origem dos seres vivos e de sua
diversidade. Em 2009 foram comemorados os 150 anos de “A Origem das Espécies”, o livro do
naturalista Charles Darwin (1809-1882), que revolucionou o pensamento acerca da existência
da vida e estabeleceu os fundamentos do evolucionismo. A Teoria Darwinista defende as
ideias expressas em:
I. A seleção natural favorece, ao longo das gerações sucessivas, a permanência e o
aprimoramento de características relacionadas à adaptação.
II. O ambiente natural impõe limites ao crescimento das populações, mantendo-as constante ao
longo do tempo, porém, morrendo a cada geração grande número de indivíduos, muitos deles
sem deixar descendentes.
III. As características adquiridas pelo uso intenso ou pela falta de uso dos órgãos poderiam ser
transmitidas à descendência, caracterizando-se como a “lei da transmissão de caracteres
adquiridos”.
IV. A seleção artificial não podia, segundo as observações de Darwin, ser comparada à seleção
que a natureza exerce sobre as espécies selvagens.
V. A adaptação resulta do fato de os indivíduos portadores de características adaptativas terem
mais chance de sobreviver e de deixar descendentes, aos quais transmitem suas
características.
Assinale a alternativa correta:
a) II, III e IV.
b) I, II e V.
c) I, IV e V.
d) I, III e IV.
e) III, IV e V.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I, II e V.”)
PONTOS CENTRAIS DA TEORIA DARWINISTA
I. Os indivíduos de uma mesma população, em qualquer espécie, diferem, via de regra, quanto
a várias características, inclusive aquelas que influem na capacidade de explorar, com
sucesso, os recursos naturais e de deixar descendentes. Dessa forma, os seres já nascem
com as variações, cabendo ao ambiente selecionar os portadores daquelas variações que
viabilizam a sobrevivência e a reprodução em um determinado meio. Assim sendo, a extinção e
a sobrevivência dos seres vivos são faces da mesma moeda, a seleção natural. Darwin não
teve condições de esclarecer a origem das variações hereditárias existentes nas populações, o
que representou, de certa forma, uma das grandes críticas a sua obra. Os conhecimentos
biológicos disponíveis em sua época, não lhe davam condições de ir além da constatação da
luta pela sobrevivência e da seleção natural. A explicação para a origem das referidas
variações só pode ser dada mais tarde, com o desenvolvimento da genética. Sabemos,
atualmente, que elas são determinadas pelas mutações.
II. As populações naturais de todas as espécies tendem a crescer rapidamente. Seus
representantes têm potencial para produzir mais descendentes do que o ambiente suportaria,
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seja em termos de alimento ou de espaço, entre outros recursos. Isso pode ser verificado, por
exemplo, quando se cria determinada espécie em cativeiro. Em se garantindo condições
ambientais favoráveis ao desenvolvimento, sempre se observa uma elevada capacidade
reprodutiva inerente às populações biológicas.
III. A superpopulação faz com que ocorra uma “luta pela sobrevivência” entre os membros da
população, levando a que o número de indivíduos de uma espécie permaneça relativamente
constante ao longo das gerações. Apesar do grande potencial de crescimento, apenas alguns
organismos chegam à idade adulta. Um grande número de indivíduos morre, muitos deles, sem
deixar descendentes.
IV. Indivíduos cujas características permitem uma maior adaptação às condições ambientais
tendem a sobreviver e a deixar maior número de descendentes. Esse ponto resume o conceito
darwinista de seleção natural ou sobrevivência dos mais aptos. Do exposto, conclui-se que
Darwin elegeu o meio ambiente como causa principal da seleção natural.
V. Uma vez que, a cada geração, sobrevivem os mais aptos, eles tendem a transmitir aos
descendentes, características relacionadas a essa maior aptidão para sobreviver. Em outras
palavras, a seleção natural atua favorecendo, ao longo das gerações sucessivas, a
permanência de características relacionadas à adaptação. Darwin denominou de seleção
natural, ou seleção dos mais aptos, a capacidade diferenciada de certos indivíduos da
população deixarem descendentes. Segundo ele, efeitos cumulativos da seleção natural,
atuando durante longos intervalos de tempo, levariam à produção de novas espécies a partir de
espécies ancestrais. Essa seria a origem de toda a diversidade biológica. Ao contrário do que o
senso comum aponta Charles Darwin não propôs a ideia de evolução, mas sim, um mecanismo
pelo qual a evolução ocorreria, que ele chamou de seleção natural.
JUSTIFICATIVA
- Ideia I (“A seleção natural favorece, ao longo das gerações sucessivas, a permanência e o
aprimoramento de características relacionadas à adaptação.”) – CORRETA
* Ver pontos centrais da teoria darwinista (V), acima (“, ... a seleção natural atua favorecendo,
ao longo das gerações sucessivas, a permanência de características relacionadas à
adaptação. ...“). Para maiores detalhes ver SELEÇÃO NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS
MAIS APTOS), matéria publicada, no dia 14/10/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- Ideia II (“O ambiente natural impõe limites ao crescimento das populações, mantendo-as
constante ao longo do tempo, porém, morrendo a cada geração grande número de indivíduos,
muitos deles sem deixar descendentes.”) – CORRETA
* Ver pontos centrais da teoria darwinista (III), acima (“ ... o número de indivíduos de uma
espécie permaneça relativamente constante ao longo das gerações. Apesar do grande
potencial de crescimento, apenas alguns organismos chegam à idade adulta. Um grande
número de indivíduos morre, muitos deles, sem deixar descendentes.“)
- Ideia III (“As características adquiridas pelo uso intenso ou pela falta de uso dos órgãos
poderiam ser transmitidas à descendência, caracterizando-se como a “lei da transmissão de
caracteres adquiridos”.”) – INCORRETA
* O texto contido nesta ideia se refere ao lamarquismo e não ao darwinismo (Teoria
Darwinista).
- Ideia IV (“A seleção artificial não podia, segundo as observações de Darwin, ser comparada à
seleção que a natureza exerce sobre as espécies selvagens.”) – INCORRETA
* A seleção artificial, feita pelo homem com o objetivo de promover o melhoramento
genético de espécies animais em seu próprio beneficio, é perfeitamente comparável à
seleção natural. Ambas têm como objetivo central favorecer determinadas
caracteristicas.
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- Ideia V (“A adaptação resulta do fato de os indivíduos portadores de características


adaptativas terem mais chance de sobreviver e de deixar descendentes, aos quais transmitem
suas características.”) – CORRETA
* Adaptação é qualquer característica ou comportamento que torna um organismo
capacitado a sobreviver e a se reproduzir (deixar descendentes) em seu respectivo
habitat.

12. (UFPB) Com o passar dos anos, observa-se que os diferentes ambientes sofrem
modificações, ocasionadas tanto por fenômenos naturais como pela interferência humana. A
esse processo denomina-se sucessão ecológica. A figura a seguir representa o esquema de
uma sucessão ecológica:

AMABIS E MARTHO. Biologia das Populações.


v3. São Paulo: Ed. Moderna, 2005, p. 389.
Com base na figura e nos conhecimentos acerca desse processo, é correto afirmar:
a) A comunidade que se estabelece, ao final da sucessão ecológica, é a mais estável possível.
b) As espécies que iniciam o processo de sucessão ecológica são denominadas espécies
clímax.
c) A diversidade de espécies da comunidade que se estabelece é mantida.
d) As relações ecológicas entre as espécies que se estabelecem diminuem.
e) As mudanças que ocorrem na população não alteram o ambiente.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“A comunidade que se estabelece, ao final da sucessão ecológica, é a mais estável possível.”)
SUCESSÃO ECOLÓGICA
I. Conceito: processo ordenado, direcional e até previsível, em que as comunidades vão se
sucedendo umas às outras, culminando com o estabelecimento de uma comunidade estável,
denominada clímax. A comunidade clímax é, portanto, aquela que atingiu o desenvolvimento
máximo compatível com as condições físicas do ecossistema a que pertence. Para se ter uma
ideia, a Floresta Amazônica, por exemplo, é uma comunidade clímax. A comunidade que
primeiro se instala na sucessão é chamada ecese ou comunidade pioneira, e as comunidades
que se instalam em seguida são chamadas seres (séries ou comunidade serial). A sucessão
ecológica é regulada não apenas pela comunidade, mas também pelos fatores abióticos, que
podem determinar o padrão das mudanças verificadas, bem como, limitar a extensão do
desenvolvimento. Como se pode constatar, a exemplo dos seres vivos, que passam por
grandes modificações desde a sua juventude até a maturidade, os ecossistemas também
sofrem transformações.
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II. Tipos de sucessão ecológica: primária e secundária.


IIa. Sucessão primária: é aquela que ocorre em locais nunca antes habitados. Como exemplo
citamos a colonização e a sucessão de comunidades em uma rocha nua.
IIb. Sucessão secundária: é aquela que ocorre locais anteriormente povoados, cujas
comunidades foram eliminadas, por alterações ambientais naturais (erupções vulcânicas,
incêndios, inundações, glaciações, etc.) ou pela intervenção do homem (queimadas,
desmatamentos, etc.). Na sucessão secundária, os estágios são mais curtos e o clímax é
atingido mais rápido.
III. Fases da sucessão ecológica: podemos falar em três fases no processo de sucessão
ecológica: ecese (ou comunidade pioneira), sere (ou série ou comunidades intermediárias) e
clímax.
IIIa. Ecese: comunidade que primeiro se instala em uma sucessão ecológica. As espécies
pioneiras são, via de regra, autótrofas ou mantêm relação ecológica harmônica com seres
autótrofos, como no caso dos liquens. Uma rocha nua, por exemplo, representa um ambiente
hostil ao desenvolvimento de vida. Nela, a temperatura varia muito, e a água não pode ser
retida, sendo poucos os organismos capacitados a sobreviver nesse ambiente. Os liquens
constituem uma exceção à regra, sendo capazes de tolerar essas condições. Durante seu
metabolismo, eles produzem ácidos orgânicos, que vão lentamente corroendo a rocha e,
gradativamente, novas camadas de liquens vão se formando, constituindo um delgado “solo
vivo” sobre a rocha. A partir de então, as condições do local deixam de ser tão difíceis,
possibilitando o desenvolvimento de musgos, pequenas plantas do grupo das briófitas.
Percebe-se, através da descrição, que os liquens desbravaram um novo nicho ecológico,
IIIb. Sere: conjunto de comunidades transitórias que se instalam, no ambiente, depois da
pioneira. É caracterizada como uma fase de transição. Sobre a rocha, agora com uma camada
mais espessa de solo, espécies de plantas maiores poderão se desenvolver. As seres são, em
última análise, são comunidades temporárias que surgem durante uma sucessão ecológica.
IIIc. Clímax: última fase da sucessão ecológica. No clímax, o ecossistema se apresenta estável,
em equilíbrio com o ambiente, não sofrendo maiores alterações. Nessa comunidade, todos os
nichos ecológicos estão sendo explorados e a variedade de espécies é a maior possível. A
comunidade clímax (figura abaixo) apresenta uma grande diversidade de espécie, um grande
número de seres vivos e uma elevada biomassa, sendo a que possui maior número de nichos
ecológicos. Nela, é atingida uma alta estabilidade (homeostase), capaz de responder, dentro
de certos limites e rapidamente, às flutuações do ambiente.

A TABELA A SEGUIR MOSTRA ALGUMAS INFORMAÇÕES ACERCA DAS MUDANÇAS QUE


OCORREM NUM ECOSSISTEMA DURANTE A SUCESSÃO ECOLÓGICA
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JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A comunidade que se estabelece, ao final da sucessão ecológica, é a
mais estável possível.”) – CORRETA
* A comunidade biológica que se estabelece ao final de uma sucessão ecológica, denominada
clímax, é a mais estável possível, devido ao equilíbrio entre a produção de matéria orgânica
por fotossíntese e o consumo através da respiração. Nela, todos os nichos ecológicos estão
sendo explorados e a variedade de espécies é a maior possível.
- ALTERNATIVA B (“As espécies que iniciam o processo de sucessão ecológica são
denominadas espécies clímax.”) – INCORRETA
* A comunidade que inicia o processo de sucessão ecológica é denominada ecese (ou
comunidade pioneira) e não clímax, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA C (“A diversidade de espécies da comunidade que se estabelece é mantida.”)
– INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a diversidade de espécies não é mantida. Ela
aumenta inicialmente, atingindo o ponto mais alto no clímax, quando então se estabiliza, como
se pode constatar no gráfico e na tabela acima.
- ALTERNATIVA D (“As relações ecológicas entre as espécies que se estabelecem diminuem.”)
– INCORRETA
* As relações ecológicas entre as espécies aumentam, quando se avança em direção à
comunidade clímax. O aumento da complexidade das comunidades tornam mais complexas as
relações dentro delas, aumentando, inclusive, o numero de nichos ecológicos.
- ALTERNATIVA E (“As mudanças que ocorrem na população não alteram o ambiente.”) –
INCORRETA
* Ao longo da sucessão ecológica ocorrem grandes alterações no ambiente. Essas alterações
tendem a se estabilizar no clímax, não havendo maiores alterações.

13. (UFPB) O quadro, a seguir, apresenta duas colunas: a primeira contém frases incompletas
relativas à Teoria Moderna da Evolução, e a segunda apresenta duas opções de complemento
para cada frase. Complete-as corretamente:

1ª Coluna 2ª Coluna
1. Limitação da diversidade
I Uma importante consequência do fenômeno biológica.
de mutação é a… 2. Criação de novas variantes
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de seres vivos.

3. Mutação gênica e pela


II A variabilidade genética é gerada pela… recombinação gênica.
4. Seleção natural.
A força responsável pelo direcionamento do 5. Recombinação gênica.
III
processo evolutivo é a… 6. Seleção natural.

As frases I, II e III são complementadas, respectivamente, pelas opções identificadas pelos


números:
a) 1, 4, 5.
b) 2, 3, 6.
c) 2, 3, 5.
d) 1, 3, 5.
e) 1, 4, 6.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“2, 3, 6.”)
JUSTIFICATIVA
- I (“Uma importante consequência do fenômeno de mutação é a…”) – 2 (“Criação de novas
variantes de seres vivos.”)
* A mutação gênica ou pontual proporciona o aparecimento de novas formas de um gene,
criando novas variantes de seres vivos. Ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria publicada, no dia
15/04/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- II (“A variabilidade genética é gerada pela…”) – 3 (“Mutação gênica e pela recombinação
gênica.”)
* Mutação gênica e recombinação gênica promovem variabilidade gênica. A mutação
proporciona o aparecimento de novas formas gênicas, constituindo-se uma fonte básica para a
variabilidade genética. A recombinação gênica permite que novos arranjos gênicos cheguem
aos gametas, estabelecendo novas combinações entre os genes e levando a que o numero de
diferentes gametas produzidos seja aumentado.
- III (“A força responsável pelo direcionamento do processo evolutivo é a…”) – 6 (“Seleção
natural.”)
* A seleção natural favorece a sobrevivência de parte da população, ou seja, aqueles seres
que, graças à variabilidade genética, herdaram combinações gênicas mais adaptativas a uma
determinada condição ecológica. Dessa forma, ela direciona o processo evolutivo. Para
maiores detalhes ver SELEÇÃO NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS) matéria
publicada, no dia 14/10/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”

14. (IFAL) A respeito das teorias sobre a origem da vida na Terra, analise as questões:
I. O criacionismo afirma que Deus criou o mundo e não houve evolução.
II. O Lamarckismo afirma que a evolução ocorre sempre na competição entre os seres, onde os
mais fracos não sobrevivem porque não usam adequadamente seus órgãos.
III. O Neodarwinismo afirma que a evolução ocorre porque há sobrevivência dos mais
adaptados e essas características são transmitidas aos descendentes.
IV. O uso e o desuso dos órgãos e o que determina a evolução.
Após a análise, constata-se que:
a) Estão corretas as alternativas I, II, III e IV.
b) Estão corretas as alternativas II, III e IV.
c) Estão corretas as alternativas I, II e III.
d) Estão corretas as alternativas I e III.
e) Estão corretas as alternativas II e III.
ALTERNATIVA CORRETA: D
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(“Estão corretas as alternativas I e III.”)


- ALTERNATIVA I (“O criacionismo afirma que Deus criou o mundo e não houve evolução.”) –
CORRETA
* O criacionismo (teoria fixista) defende a ideia que todas as espécies foram criadas,
independentemente, por um ato divino, tal e qual se apresentam hoje (as espécies seriam fixas
e imutáveis), não houve evolução.
COMPLEMENTO
Até o século XVIII, predominava a doutrina fixista (fixismo ou criacionismo), segundo a
qual, todas as espécies vivas teriam sido criadas por um ato divino, da mesma forma que se
apresentam hoje. Elas não teriam sofrido qualquer modificação ao longo do tempo. Segundo
Cuvier, as espécies atuais já existiam desde a origem do mundo. Para ele, o desaparecimento
de algumas espécies teria sido provocado por catástrofes que teriam abalado o planeta. Lineu,
considerado o "pai" da classificação moderna, dizia que "as espécies são tantas quantas
saíram das mãos do Criador". No final de sua vida, esse botânico sueco já era adepto da
evolução. O fixismo tem como base, portanto, a imutabilidade das espécies, levando-se a se
aceitar a ideia de que os seres que há atualmente foram os que sempre existiram, desde o
princípio da criação. À medida que o conhecimento humano foi sendo ampliado e ganhando
novas fronteiras, foram sendo acumulados dados que contribuíram para a “queda” da ideia da
imutabilidade das espécies. O estudo comparativo da anatomia dos organismos, tanto dos
fósseis, como dos atuais, bem como o estudo da embriologia e da genética, entre outros
conhecimentos, foram decisivos para o desenvolvimento das ideias evolucionistas. As
primeiras ideias que se opuseram ao fixismo surgiram no século XIX, graças, principalmente,
às teorias de Lamarck e de Darwin, conhecidas como lamarquismo e darwinismo,
respectivamente.
- ALTERNATIVA II (“O Lamarckismo afirma que a evolução ocorre sempre na competição entre
os seres, onde os mais fracos não sobrevivem porque não usam adequadamente seus
órgãos.”) – INCORRETA
* A afirmação contida nesta alternativa não é atribuída ao lamarckismo e sim ao darwinismo
(seleção natural). As ideias de Lamarck não têm tem como base a seleção natural. Elas se
fundamentam na Lei do uso e desuso e na Lei da transmissão dos caracteres adquiridos.
Segundo a Lei do uso e desuso, uma estrutura muito usada se desenvolve, tornando-se mais
forte, vigorosa ou de maior tamanho. A não utilização permanente, por outro lado, causa seu
enfraquecimento e deteriorização, diminuindo, progressivamente, a sua capacidade para
funcionar, podendo até desaparecer. De acordo com a Lei da transmissão dos caracteres
adquiridos, as modificações que se produzem nos indivíduos ao longo da sua vida como
consequência do uso e desuso das diversas estruturas biológicas são hereditárias, originando
mudanças morfológicas no conjunto da população. Essas transformações acumulam-se ao
longo de gerações sucessivas, provocando o aparecimento de novas espécies. Para maiores
detalhes ver SELEÇÃO NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS), matéria publicada,
no dia 14/10/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- ALTERNATIVA III (“O Neodarwinismo afirma que a evolução ocorre porque há sobrevivência
dos mais adaptados e essas características são transmitidas aos descendentes.”) – CORRETA
* O neodarwinismo (teoria sintética da evolução ou teoria moderna ou teoria sintética atual) é a
mais completa de todas as teorias apresentadas. Ela se sustenta, na sua essência, sobre os
seguintes pontos: mutações; acaso; luta pela vida; seleção natural (sobrevivência dos mais
adaptados, cujas características adaptativas podem ser transmitidas ás gerações futuras);
recombinação e isolamento do tipo mutante em relação ao tipo original. A soma desses fatores
responde pelo transformismo das espécies. Trata-se, em última análise, da reformulação da
teoria proposta por Darwin à luz dos atuais conhecimentos científicos da genética e da biologia
molecular. O esquema abaixo resume a teoria sintética da evolução. A partir dele, percebe-se
que as ideias fundamentais de Darwin (luta pela sobrevivência e seleção natural) serviram
como base para o neodarwinismo.
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- Para maiores detalhes sobre isolamentos (geográfico e reprodutivo) ver ESPECIAÇÃO,


matéria publicada, no dia 13/02/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- ALTERNATIVA IV (“O uso e o desuso dos órgãos e o que determina a evolução.”) –
INCORRETA
* O uso e o desuso dos órgãos, um dos fundamentos da teoria de Lamarck, não são fatores
determinantes da evolução, em face de não serem transmissíveis às gerações futuras.

15. (PUC-SP) Em qualquer organismo, os ciclos de reprodução sexuada se apresentam como


uma sucessão de duas fases complementares, denominadas fase haploide e fase diploide.
Esta alternância de fases constitui a verdadeira característica sexuada e, para melhor
compreensão, está esquematizada abaixo:

Em relação a este processo de reprodução, foram formuladas três alternativas:


I. A passagem da fase diploide para a fase haploide ocorre pelo processo da meiose e a volta à
fase diploide resulta da fecundação.
II. A importância relativa das duas fases é variável nos seres que se reproduzem
sexuadamente. Em todos os vegetais a multiplicação celular, e consequentemente, o
crescimento da planta ocorrem, exclusivamente, na fase haploide e, portanto, todos os vegetais
são haplobiônticos. Em todos os animais a fase haploide está limitada aos gametas e, portanto,
todos os animais são diplobiônticos.
III. A reprodução sexuada, independente das características haplobiônticas ou diplobiônticas,
apresenta, como vantagem, permitir que através da fecundação ocorra a recombinação gênica
e, portanto, a possibilidade de variabilidade biológica.
Assinale a resposta correta de acordo com a seguinte chave:
a) Somente a afirmativa I está correta.
b) Estão corretas I e III.
c) Somente a afirmativa II está correta.
d) Estão corretas II e III.
e) Somente a afirmativa III está correta.
JUSTIFICATIVA
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Estão corretas I e III.”)
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- A reprodução é a mais notável característica dos sistemas vivos. É, em verdade, a


capacidade que os seres vivos possuem de, ao chegarem num certo estágio de
desenvolvimento, originar organismos, promovendo a perpetuação da especie e produzindo
novos indivíduos que vão substituí-lo no meio ambiente. É, em última análise, o único
mecanismo capaz de perpetuar as espécies no espaço e no tempo. Devido a esse processo, a
extinção do organismo não leva, necessariamente, a extinção da espécie. Sabe-se que todos
os seres vivos se reproduzem. Alguns de maneira bem simples, outros de modo bastante
complicado. Podemos também analisar, em um indivíduo, a reprodução do ponto de vista
celular. Neste caso, ela visa, nos organismos pluricelulares, a compensação dessas unidades,
destruídas pelo desgaste normal, bem como, a reposição de células perdidas acidentalmente,
como em um ferimento, por exemplo. Sem dúvida, a duplicação de um organismo maior,
implica, obrigatoriamente, na duplicação dos elementos menores que o compõem. Neste
contexto, podemos afirmar que a reprodução do organismo implica, necessariamente, na de
suas unidades, as células, cuja reprodução implica, por sua vez, na duplicação das moléculas
que as constituem, ou seja, reprodução em nível molecular. Considerando do ponto de vista
orgânico, podemos dividir a reprodução em dois tipos fundamentais: assexuada (agâmica ou
vegetativa) e sexuada ou gâmica. Considerando esta questão, analisaremos apenas a
reprodução sexuada.
* A reprodução sexuada é um tipo de reprodução em que há participação de células
especializada chamadas gametas, que se unem através da fecundação. Ela reque a
participação de um (autofecundação) ou dois (fecundação cruzada) progenitores, sendo o
último caso o mais comum. A reprodução sexuada veio constitui um aperfeiçoamento funcional
no mecanismo evolutivo, em face do crossing-over (recombinação gênica), que ocorre durante
a meiose (prófase I) permitir que os gametas formados apresentem uma grande variabilidade
de combinações entre os genes. Além disto, a fusão de gametas, sexualmente opostos, cada
um portando certa carga genética exclusiva, faz com que os descendentes de um mesmo casal
possuam genótipos diferentes. A meiose e a fecundação, constituem, portanto, a vantagem da
reprodução sexuada em relação à assexuada, que, ao contrário da sexuada, leva à produção
de descendentes iguais ao original (clones). A reprodução sexuada envolve, portanto, dois
fatores essenciais: meiose e fecundação. Graças à meiose (divisão reducional), ocorre a
redução do número de cromossomos [considerando uma célula diploide (2n) ela gera célula
haploide (n), como mostra a figura abaixo], que poderá ou não ser um gameta (ver TIPOS DE
MEIOSE, matéria publicada, no dia 10/10/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”). A
fecundação, por sua vez, encarrega-se de restaurar o número de cromossomos da espécie. Na
ausência de meiose, o número de cromossomos seria duplicado a cada geração (2n, 4n, 8n e
assim sucessivamente).

- COMPLEMENTO
* Tipos de meiose: de acordo com o ciclo de vida que ocorre nos seres eucariotos de
reprodução sexuada, a meiose pode ser de três tipos: gamética, zigótica e espórica.
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I. Meiose gamética ou final: ocorre em algumas algas e nos animais em geral, inclusive no
homem, levando à formação dos gametas, unidades sexuadas de reprodução. Os organismos
adultos nos quais a meiose gamética ocorre são diploides (figura a seguir). Graças à meiose,
são formados os gametas, que são células haploides, que através da fecundação, originam os
zigotos (2n), restabelecendo a diploidia. Desenvolvendo-se por mitose, o zigoto forma um novo
indivíduo diploide que repete o ciclo, denominado haplobionte diplonte.

II. Meiose zigótica ou inicial: ocorre no zigoto, logo após a sua formação e é observada em
algumas algas verdes como a Chlamydomonas e a Spirogyra, em alguns fungos, como o
Rhizobium nigricans e em alguns protozoários. No ciclo reprodutivo desses seres, os
organismos adultos são haploides (n) e produzem gametas por mitose, e não por meiose
(figura abaixo). Em seguida, os gametas se unem, por fecundação, formando o zigoto, que
sofre meiose, originando células haploides. Essas, multiplicando-se por mitose, geram
indivíduos haploides adultos, que, formando gametas, repetem o ciclo, conhecido como
haplobionte haplonte.

III. Espórica ou intermediária: embora ocorra em algumas algas multicelulares e em alguns


fungos, ela é típica dos vegetais em geral, ocorrendo tanto nos criptógamos (briófitas e
pteridófitas), como nos fanerógamas (gimnospermas e angiospermas). Nas espécies dotadas
de meiose espórica (figura a seguir), há dois tipos de organismos, denominados: gametófito
(haploide), que produz gametas e esporófito (diploide), que origina esporos. Os gametas,
formados por mitose, e não por meiose, unem-se, graças à fecundação, produzindo o zigoto
(2n). Este se desenvolve por mitose, originando o esporófito, que, através de meiose, produz
esporos (n), unidades assexuadas de reprodução. A germinação dos esporos origina
gametófitos haploides, que, na maturidade, formarão gametas, completando o ciclo,
denominado diplobionte. Esse fenômeno, em que uma fase diploide, formadora de esporos por
meiose, alterna-se com uma fase haploide, formadora de gametas por diferenciação, é
conhecido como metagênese ou alternância de gerações.
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- Do exposto, podemos concluir que nem toda meiose produz gameta e nem todo gameta
provém de meiose. Para saber mais ver TIPOS DE MEIOSE, matéria publicada, no dia
10/10/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA I (“A passagem da fase diploide para a fase haploide ocorre pelo processo da
meiose e a volta à fase diploide resulta da fecundação.”) – CORRETA
* Como se pode constatar no esquema constante nesta questão, a passagem da fase diploide
(2n) para a fase haploide (n) ocorre graças à meiose (divisão reducional) e o retorno à fase
diploide resulta da fecundação.
- ALTERNATIVA II (“A importância relativa das duas fases é variável nos seres que se
reproduzem sexuadamente. Em todos os vegetais a multiplicação celular, e
consequentemente, o crescimento da planta ocorrem, exclusivamente, na fase haploide e,
portanto, todos os vegetais são haplobiônticos. Em todos os animais a fase haploide está
limitada aos gametas e, portanto, todos os animais são diplobiônticos.”) – INCORRETA
* A importância relativa das duas fases, nos seres que se reproduzem sexuadamente, é,
realmente, variável, ver BRIÓFITAS E PTERIDÓFITAS (CRIPTÓGAMOS) e POLINIZAÇÃO E
FECUNDAÇÃO NAS ESPERMATÓFITAS, matérias publicadas, nos dias 07/11/2010 e
28/11/2010, respectivamente, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
* Nos vegetais (seres diplobiônticos e não haplobiônticos), ao contrário do que consta nesta
alternativa, a multiplicação celular pode ocorrer na fase haploide ou na fase diploide. Em
alguns deles, como se verifica nas briófitas (musgos e hepáticas), a fase haploide (gametófito),
que responde pela produção dos gametas, representa a planta propriamente dita (mais
desenvolvida), enquanto a fase diploide (esporófito), que responde pela produção de esporos,
é menos desenvolvida. Nas pteridófitas (samambaias e avencas), ao contrário, a diplofase,
representada pelo esporófito, é mais desenvolvida que a haplofase, representada pelo
gametófito. Nas pteridófitas, enquanto o esporófito é o indivíduo permanente, o gametófito,
denominado prótalo, é apenas uma estrutura verde cordiforme, quase microscópica e de
pequena duração. Fazendo uma análise do mecanismo sexual dos vegetais (figura abaixo),
constatamos que, à medida que as formas se tornam mais evoluídas, a fase gametofítica
(haplofase) se torna menos evidente e menos dominante. O esporófito (diplofase), por outro
lado, torna-se mais dominante e mais independente. A geração gametofítica, que é mais
desenvolvida nas plantas inferiores, está mais adaptada à vida aquática, enquanto o esporófito,
que se torna maior nas formas superiores, está mais adaptado à vida terrestre.
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* Nos animais, seres haplobionte diplontes e não diplobiontes, como consta nesta alternativa, a
fase haploide (n) está, realmente, limitada aos gametas. Neles, apenas as células sexuais são
haploides.
- ALTERNATIVA III (“A reprodução sexuada, independente das características haplobiônticas
ou diplobiônticas, apresenta, como vantagem, permitir que através da fecundação ocorra a
recombinação gênica e, portanto, a possibilidade de variabilidade biológica.”) – CORRETA
* Em face de o crossing-over, que ocorre na meiose (profase I), gerando diferentes
combinações gênicas, e da fusão dos gametas (fecundação), cada um portando certa genética
exclusiva, a reprodução sexuada faz com que descendentes de um mesmo casal possuem
genótipos diferentes. Dessa forma, a fecundação associada à meiose, possibilita o aumento da
variabilidade genética, fator importante para a evolução das espécies.

16. (UFPB) O cladograma abaixo, apresenta as relações filogenéticas hipotéticas entre grupos
de espécies de seres vivos (A até F).

Com base no cladograma, pode-se afirmar:


I. As espécies A, B e C formam um grupo parafilético.
II. As espécies D, E e F formam um grupo monofilético.
III. As espécies B, C e D formam um grupo polifilético.
Está(ão) correta(s) apenas:
a) I e II.
b) I e III.
c) I.
d) II.
e) II e III.
- Grupo monofilético: inclui todas as espécies derivadas de uma única espécie ancestral,
incluindo esse mesmo ancestral (figura abaixo). Esse grupo compartilha uma série de
características únicas (apomorfias) que o caracteriza.
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- Grupo parafilético: inclui um grupo de descendentes de um ancestral comum em que estão


incluídos vários descendentes desse ancestral, porém não todos eles (figura a seguir).

- Grupo polifilético: é aquele em que seus integrantes possuem vários ancestrais comuns, um
em cada grupo (figura abaixo).

- Para melhor compreensão, a figura a seguir reúne os três grupos (monofiléticos, parafiléticos
e polifiléticos).

ALTERNATIVA CORRETA: E
(“II e III.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“As espécies A, B e C formam um grupo parafilético.”) – INCORRETA
* As espécies A, B e C formam um grupo monofilético e não parafilético, como consta nesta
afirmativa (Figura abaixo).
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- AFIRMATIVA II (“As espécies D, E e F formam um grupo monofilético.”) – CORRETA


* As espécies D, E e F formam, realmente, um grupo monofilético (figura a seguir).

- AFIRMATIVA III (“As espécies B, C e D formam um grupo polifilético.”) – CORRETA


* As espécies B, C e D formam, como consta nesta alternativa, um grupo polifilético (figura
abaixo).

17. (UFF) Levando-se em conta as diferenças entre células procariotas e eucariotas, podemos
classificar os seres vivos em:
a) Procariotas (bactérias e animais) e eucariotas (cianobactérias, plantas e fungos).
b) Procariotas (bactérias e cianobactérias) e eucariotas (plantas, fungos e animais).
c) Procariotas (cujos cromossomos das células estão separados do citoplasma por membrana)
e eucariotas (cujos núcleos das células não são individualizados e delimitados por membrana).
d) Procariotas (constituídos por células ricas em membrana) e eucariotas (cujas células são
pobres em membranas).
e) Procariotas (cujas células se dividem por mitose e há condensação dos filamentos de DNA,
levando à formação de cromossomos visíveis ao microscópico óptico durante a divisão celular)
e eucariotas (cujas células possuem polirribossomos, mesossomos e nucleoides).
ALTERNATIVA CORRETA: B
[“Procariotas (bactérias e cianobactérias) e eucariotas (plantas, fungos e animais).”]
A microscopia eletrônica mostrou que existem, fundamentalmente, duas classes de
células: as procarióticas (ou procariotas), cujo cromossomo não se encontra separado do
citoplasma por membrana, e as eucarióticas (ou eucariotas), dotadas de núcleo individualizado,
delimitado pelo envoltório nuclear (a carioteca).
As células procarióticas apresentam os componentes mínimos que uma célula deve
possuir para o desempenho de suas atividades vitais. Os seres dotados de células
procarióticas são denominados procariontes e são colocados no reino Monera, representado
pelas bactérias (esquema abaixo) e pelas cianobactérias [denominadas antigamente de
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cianofíceas (algas azul-azuis)]. As menores bactérias têm cerca de 200 nanômetros de


diâmetro. A célula procariótica mais bem-estudada é a Escherichia coli, que, devido a sua
simplicidade estrutural e a sua rapidez de multiplicação, tem se revelado um excelente material
para os estudos da biologia molecular e celular.

A bactéria é envolvida por uma membrana esquelética (parede celular) e por uma
membrana plasmática. A parede celular é “rígida", totalmente permeável, e tem como funções
básicas sustentar a célula e protegê-la mecanicamente. A membrana plasmática é semelhante
à que envolve as células eucarióticas e controla as trocas entre a célula e o ambiente. O
hialoplasma (citoplasma fundamental ou citosol) possui vários ribossomos, que produzem as
proteínas necessárias à célula. A presença de ribossomos, que têm entre 20 e 30 nm de
diâmetro, impede que as bactérias possuam diâmetro inferior a 200 nm. Imerso no
hialoplasma, numa região denominada nucleoide, encontramos, também, o material genético
da célula (“cromossomo” bacteriano ou “cromatina” ou genóforo), que é formado por um longo
DNA circular e responde pelo controle das atividades celulares. Embora esse DNA seja
denominado “cromossomo” bacteriano, difere dos cromossomos das células eucarióticas que
são estruturas mais complexas e constituídas de DNA e de diversas proteínas. O
“cromossomo” bacteriano não é observável ao microscópio óptico. Visto ao microscópio
eletrônico de transmissão, assemelha-se bastante à cromatina presente no núcleo das células
eucarióticas em interfase. O mesossomo é uma invaginação da membrana plasmática que
penetra no hialoplasma. Ele se assemelha às cristas mitocondriais e atua na respiração celular.
O mesossomo também se associa, de modo complexo, ao material nuclear, estando, dessa
forma, relacionado com a replicação do cromossomo bacteriano.
Uma camada gelatinosa (cápsula), composta de polissacarídeo, é, muitas vezes,
formada externamente à parede celular bacteriana. A cápsula, figura a seguir, tem como
funções proteger a bactéria de microrganismos predadores e promover a sua ligação a vários
objetos, bem como a outros seres, nos quais ela, eventualmente, penetra.

Além do “cromossomo” presente no nucleoide, as bactérias podem apresentar


pequenos DNAs circulares, de cadeia dupla e extracromossomiais, denominados plasmídios
(ou plasmídeos), que também veiculam informações genéticas. Embora possuam genes para a
própria replicação, eles não são essenciais para a sobrevivência da célula, em condições
ambientais normais, podendo ser perdidos sem causar a morte celular. Os plasmídios (figura
abaixo), cujo número varia de 1 a 50 por célula, são muito utilizados nas técnicas de DNA
recombinante (engenharia genética), para transferir genes entre organismos diferentes e,
juntamente com os genes virais e os transposons (genes “saltitantes”), podem ser
considerados elementos dotados de mobilidade. Alguns dos plasmídios mais conhecidos são
os fatores de resistência ou fatores R, dotados de genes que codificam enzimas que destroem
antibióticos, tornando as bactérias resistentes à ação desses agentes terapêuticos. Um
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plasmídio dotado da capacidade de existir livre no citoplasma ou integrado ao cromossomo


bacteriano recebe o nome de epissoma (ou epissomo). Como exemplos de epissomas, citamos
o fator F (fator sexual bacteriano ou fator de fertilidade bacteriano), presente nas bactérias
doadoras (bactéria “macho”) e o material genético dos fagos temperados (como o fago
lambda). O fator F, por exemplo, pode se encontrar livre no citoplasma, caracterizando a
+
bactéria F ou integrado ao cromossomo bacteriano, caracterizando a bactéria Hfr (“high
frequency of recombination”), também conhecida com Afr (alta frequência de recombinação).
-
As bactérias receptoras ou “fêmeas” (F ) são desprovidas de fator F. Para maiores detalhes ver
PLASMÍDEOS, matéria publicada, no dia 04/06/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”

Algumas bactérias apresentam tubos longos e ocos, denominados pili ou fímbrias,


compostos de uma proteína chamada pilina, que contribuem para a adesividade das bactérias.
Um determinado tipo de pili, os pilis sexuais, une células de tipos conjugantes diferentes,
facilitando a transferência, por conjugação, de DNA de uma bactéria doadora (“macho”) para
uma receptora (“fêmea”). A figura abaixo ilustra uma conjugação bacteriana. Nela, percebe-se
- +
que uma bactéria receptora (F ) incorpora material genético de uma doadora (F ). Para saber
mais ver CONJUGAÇÃO BACTERIANA, matéria publicada, no dia 15/06/2014, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”

A divisão das células bacterianas, denominada amitose ou divisão direta, é bem mais
simples que a mitose (divisão indireta), que ocorre nas células eucarióticas em geral.
Lembramos na mitose ocorre uma divisão nuclear (cariocinese) e uma divisão citoplasmática
(citocinese ou citodiérese), por isto ela é denominada indireta. Nas bactérias (figura abaixo), a
divisão tem início com a duplicação do DNA constituinte do “cromossomo” bacteriano, que se
prende ao mesossomo, através de uma região específica, denominada origem de replicação. À
medida que a duplicação avança, a célula se alonga, e a membrana plasmática cresce,
dobrando-se entre os pontos de ligação dos novos cromossomos em formação. Esse
dobramento progride até o citoplasma se dividir, formando duas células filhas, cada uma delas
contendo uma cópia do cromossomo presente na célula mãe.
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As cianobactérias (figura a seguir) apresentam clorofila e outros pigmentos, como


ficocianina e ficoeritrina, conhecidos como pigmentos acessórios. Elas são autótrofas
fotossintetizantes e vivem no mar, na água doce e em ambientes terrestres úmidos. Seu
sistema fotossintético é constituído por sacos membranosos, achatados e concêntricos, entre
os quais se encontram grânulos de cerca de 40 nm de diâmetro, ligados à parede externa dos
referidos sacos. Esses grânulos, denominados cianossomos, são dotados de ficocianina e
ficoeritrina, enquanto a estrutura membranosa contém clorofila e outros compostos do sistema
fotossintetizante. A energia solar absorvida pela ficocianina e pela ficoeritrina é transferida para
as membranas contendo clorofila, onde se processa a fotossíntese. Dessa forma, esses
pigmentos acessórios aumentam o espectro de utilização da luz solar, em comparação com a
absorção proporcionada pela clorofila sozinha. A parede celular das cianobactérias é
semelhante à das demais bactérias e, por vezes, é revestida por uma capa gelatinosa dotada
de pigmentos coloridos (dourado, castanho, vermelho, etc.), razão pela qual esses procariontes
nem sempre são azuis, apesar da sua denominação genérica. Usando água, oxigênio, gás
carbônico e amônia, elas sintetizam uma grande variedade de moléculas orgânicas, sendo
capazes de sobreviver com esses parcos recursos nas condições mais adversas, desde que na
presença de luz. Para beneficiar sua nutrição e captação de energia, muitas cianobactérias são
dotadas de vacúolos contendo gás, que, controlando a flutuação da célula, colocam esses
procariontes na profundidade ótima em nutrientes, concentração de oxigênio e intensidade
luminosa. Algumas cianobactérias (Nostoc e Anabaena, entre outras), além de
fotossintetizantes, atuam como bactérias fixadoras, participando do ciclo do nitrogênio. Os
principais exemplos de cianobactérias pertencem aos gêneros Nostoc, Oscillatoria, Anabaena
e Microcystis.

Micoplasmas: são pequenas bactérias (0,1 a 0,25 μm de diâmetro), desprovidas de


parede celular. São capazes de formar colônias filamentosas que lembram as hifas dos fungos,
daí a denominação do grupo (myco que significa fungo). Algumas espécies possuem vida livre,
vivendo no solo e no esgoto, e outras são parasitas de plantas ou de animais. Eles foram
identificados, inicialmente, por um grupo de pesquisadores que estudava uma doença
respiratória do gado, denominada pleuropneumonia. Por essa razão, os microrganismos
causadores receberam, na ocasião, a denominação de PPO (pleuropneumonia organism). Por
causa da descoberta de outras espécies semelhantes, tanto de vida livre como parasitas,
passaram a ser denominados PPLO (pleuropneumonia like organism). Sua identificação como
bactéria provocou o abandono dessas antigas denominações, e esses organismos passaram a
ser denominados, genericamente, de micoplasmas. O primeiro micoplasma humano foi isolado
em 1932, num abcesso. Desde então se descobriram muitas estirpes diferentes, que são
fundamentalmente específicas da espécie hospedeira (ou pelo menos de grupos específicos de
animais: felinos, aves, roedores, homem, símios antropoides, etc.). Como exemplos de
micoplasmas, citamos: Mycoplasma pneumoniae, Mycoplasma genitalium e Mycoplasma
hominis.
As células eucarióticas, ao contrário das procarióticas, apresentam duas partes
morfologicamente “distintas” - o citoplasma e o núcleo - entre os quais existe um trânsito
constante de compostos químicos diversos, nos dois sentidos. O citoplasma é envolvido pela
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membrana plasmática (membrana celular ou plasmalema) e o núcleo pela membrana nuclear


ou carioteca. Seu citoplasma apresenta, afora os ribossomos, presentes, também, nas células
procarióticas, uma série de outras organelas, tais como: retículo endoplasmático (liso e
rugoso), complexo golgiense (complexo de Golgi), lisossomo, peroxissomo, mitocôndria, etc.
Afora as moneras, que são procariontes, todos os demais reinos (protista, fungo, vegetal e
animal) são formados por organismos compostos por célula(s) eucariótica(s). A figura abaixo
ilustra, esquematicamente, uma célula animal e uma célula vegetal.

JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A [“Procariotas (bactérias e animais) e eucariotas (cianobactérias, plantas e
fungos).”] – INCORRETA
* Animais são eucariotas e não procariotas. Cianobactérias são procariotos e não eucariotas.
- ALTERNATIVA B [“Procariotas (bactérias e cianobactérias) e eucariotas (plantas, fungos e
animais).”] – CORRETA
* Bactérias e cianobactérias são procariotas, enquanto fungos, plantas e animais são
eucariotas, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA C [“Procariotas (cujos cromossomos das células estão separados do
citoplasma por membrana) e eucariotas (cujos núcleos das células não são individualizados e
delimitados por membrana).”] – INCORRETA
* O cromossomo das células procarióticas não está separado do citoplasma por membrana.
Essa separação corre nas células eucarióticas, que são dotadas de membrana nuclear
(carioteca).
- ALTERNATIVA D [“Procariotas (constituídos por células ricas em membrana) e eucariotas
(cujas células são pobres em membranas).”] – INCORRETA
* As células dos procariotos não apresentam um sistema interno de membranas
(endomembranas), que ocorre nas células dos eucariotos. Esse sistema divide o citoplasma
em dois compartimentos, um interno e outro externo em relação a esse sistema. O externo,
representado por uma verdadeira rede de substâncias gelatinosas, toma o nome de
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hialoplasma (matriz citoplasmática, citosol, citoplasma fundamental ou substância basal), no


qual estão imersos as inclusões e uma série de orgânulos ou organoides citoplasmáticos, que
exercem funções específicas e importantes no metabolismo celular.
- ALTERNATIVA E [“Procariotas (cujas células se dividem por mitose e há condensação dos
filamentos de DNA, levando à formação de cromossomos visíveis ao microscópico óptico
durante a divisão celular) e eucariotas (cujas células possuem polirribossomos, mesossomos e
nucleoides).”] – INCORRETA
* Os procariotos não se dividem por mitose (divisão indireta) e sim por amitose (divisão direta),
como mostramos acima. Mesossomos e nucleoides estão presentes nos procariotos e não nos
eucariotos.

18. (UFV) O gráfico abaixo mostra a porcentagem de fibras musculares esqueléticas de


contração rápida e de contração lenta nos músculos das pernas de três pessoas (X, Y e Z) com
diferentes tipos de atividade física.

Com base no gráfico, calouros do curso de Educação Física concluíram que:


I. X deve ser um corredor velocista de 100 metros rasos, pois esforços intensos de curta
duração exigem maior porcentagem de fibras rápidas.
II. Y deve ser um adulto comum e ativo, pois esforços leves e de média duração exigem a
mesma porcentagem de fibras rápidas e lentas.
III. Z deve ser uma pessoa que apresenta lesão na medula espinhal, pois esforços moderados
e de longa duração exigem maior porcentagem de fibras lentas.
Estão corretas as conclusões:
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I e II, apenas.”)
- FIBRAS LENTAS (TIPO I – VERMELHAS)
* Menores em relação às rápidas.
* Inervada por fibras nervosas mais delgadas.
* Rede de vasos sanguíneos e capilares mais extensos que às rápidas, para fornecer
quantidade extra de oxigênio.
* Grande quantidade de mitocôndria, também para manter altos níveis de metabolismo
oxidativo.
* Contêm grande quantidade de mioglobina (proteína dotada de ferro e semelhante à
hemoglobina das hemácias). A mioglobina combina-se com o oxigênio e o armazena até que
seja necessário, também acelera bastante o transporte de oxigênio para as mitocôndrias. A
mioglobina confere a aparência vermelhas a essas fibras, daí a denominação de “musculo
vermelho”. Lembramos que a falta de mioglobina vermelha no "músculo rápido, que veremos a
seguir, lhe confere a denominação de “músculo branco”.
* Muitas enzimas oxidativas.
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* Metabolismo energético predominantemente aeróbico, permitindo esforços duradouros.


* Predominam nos atletas de endurance ou resistência – maratonistas.
* São altamente resistentes à fadiga.
* São mais apropriadas para exercícios de longa duração.
* Do exposto, pode-se ver que essas fibras são adaptadas para a atividade muscular
prolongada e continuada, como suporte do corpo contra a gravidade e os eventos atléticos de
longa duração, corridas de maratona, por exemplo.
- FIBRAS RÁPIDAS (TIPO II – BRANCAS)
* Bem maiores que as lentas, para maior força contrátil.
* Retículo sarcoplasmático extenso, para a rápida liberação de íons cálcio para a produção da
contração.
* Grande quantidade de enzimas glicolíticas, para a rápida liberação de energia no processo
glicolítico.
* Suprimento sanguíneo menos extenso, em face de o metabolismo oxidativo ter importância
secundária.
* Menos mitocôndria, em relação às lentas, também pelo papel secundário do metabolismo
oxidativo.
* Metabolismo energético é predominantemente do tipo anaeróbio.
* Do exposto, pode-se observa que as fibras rápidas são adaptadas para as contrações
musculares fortes e rápidas, como as do salto e da corrida forte por curtas distâncias. Assim
sendo, predominam em velocistas (100 metros rasos), nadadores, levantadores de peses e
lutadores.
- CONCLUSÃO I (“X deve ser um corredor velocista de 100 metros rasos, pois esforços
intensos de curta duração exigem maior porcentagem de fibras rápidas.”) – CORRETA
* Ver, acima, descrição das fibras [“... as fibras rápidas são adaptadas para as contrações
musculares fortes e rápidas, ... , predominam em velocistas (100 metros rasos), ...].
- CONCLUSÃO II (“Y deve ser um adulto comum e ativo, pois esforços leves e de média
duração exigem a mesma porcentagem de fibras rápidas e lentas.”) – CORRETA
* Um adulto comum e ativo tem aproximadamente a mesma porcentagem das duas fibras. Os
dois tipos estão presentes em todos os grupos musculares do organismo, havendo, no entanto,
predomínio de um tipo sobre o outro, como vimos acima. O envelhecimento é, em geral,
acompanhado por uma pronunciada diminuição da atividade física, o que causa uma mudança
no tipo de fibra no sentido rápida para lenta. Nessa fase da vida, o maior número de fibras
lentas ocorre devido à atrofia das unidades motoras de fibras rápidas, uma vez que atividades
de força muscular não são, via de regra, muito praticadas por essa população.
- CONCLUSÃO III (“Z deve ser uma pessoa que apresenta lesão na medula espinhal, pois
esforços moderados e de longa duração exigem maior porcentagem de fibras lentas.”) –
INCORRETA
* Conquanto as fibras lentas estejam relacionadas com esforço de longa duração, como vimos
acima em FIBRAS LENTAS (TIPO I – VERMELHAS), as atividades descritas nesta alternativa
não são típicas de uma pessoa que apresenta lesão na medula espinhal. Uma lesão grave na
medula espinhal, por exemplo, causa, normalmente, perda de sensibilidade e paralisia (perda
de movimento). Para se ter uma ideia na paraplegia ocorre comprometimento parcial ou total
da função motora e/ou sensorial nos segmentos torácicos, lombar ou sacral da medula
espinhal. Neste caso, a função dos membros superiores é preservada, mas o tronco, os
membros inferiores e os órgãos pélvicos podem ficar comprometidos. Na tetraplegia há perda
ou disfunção sensitiva e motora nos segmentos cervicais, com comprometimento total ou
parcial da função motora e sensitiva dos membros superiores, membros inferiores e órgãos
pélvicos, podendo também comprometer a respiração.
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19. (PUC-MG) O esquema apresenta o sistema de classificação em cinco Reinos, idealizado


por Whittaker em 1969. Esse sistema, como todo sistema de classificação filogenético, baseia-
se em critérios unificadores e diferenciadores (I, II, III, IV, V e VI) para a formação dos
diferentes grupos, em que III e IV se referem somente aos reinos pertencentes a II.

Assinale a alternativa que apresenta corretamente todos os possíveis critérios (I, II, III, IV, V e
VI) que podem ser usados no esquema de classificação apresentado.

CRITÉRIOS
I II III IV V VI
Sem Com Com parede Sem parede Sem
a Com carioteca
cloroplastos cloroplastos celular celular carioteca
Com Sem Uni ou Apenas
b Procariotas Eucariotas
cloroplastos cloroplastos pluricelulares unicelulares
Respiradores
Apenas Apenas Sem respiração Com Sem
c aeróbio ou
anaeróbios aeróbios aeróbia mitocôndrias mitocôndrias
fermentadores
Uni ou Uni ou
d Autótrofos Heterótrofos Eucarionte Procarionte
multicelulares pluricelulares

- Principais caracteristicas dos cinco grupos COM BASE NO ESQUEMA APRESENTADO


E NA PROPOSIÇÃO DA QUESTÃO
- Monera:
* Procariontes.
* Unicelulares.
* Bactérias e cianobactérias.
* Heterótrofos ou autótrofos (cianobactérias).
- Protista:
* Eucariontes.
* Protozoários e algas.
* Desprovidos de tecidos diferenciados.
* Unicelulares ou pluricelulares [caso das algas mais complexas como as clorofíceas (algas
verdes), as feofíceas (algas pardas) e as rodofíceas (algas vermelhas).]
* Heterótrofos ou autótrofos (caso das algas fotossintetizantes).
- Fungi:
* Eucariontes.
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* Unicelulares (leveduras) ou pluricelulares.


* Heterótrofos.
* Desprovidos de tecidos organizados.
- Plantae:
* Eucariontes.
* Pluricelulares.
* Autótrofas.
- Animalia:
* Eucariontes.
* Pluricelulares.
* Heterótrofos.
ALTERNATIVA CORRETA: D
I. Moneras e protista: uni ou pluricelulares.
II. Pantae, fungi e animalia: uni ou pluricelulares.
III. Pantae: autótrofos.
IV. Fungi e animalia: heterótrofos.
V. Protista, plantae, fungi e animalia: eucariontes.
VI. Monera: procarionte.

20. (UPE) Estabeleça a correta associação entre as colunas I, que contém protozoários
causadores de doenças, a coluna II, que contém as doenças por eles causadas, a coluna III, o
vetor ou modo de transmissão da doença e, enfim, a coluna IV, os sintomas.

MODO DE TRANSMISSÃO
PROTOZOÁRIOS DOENÇAS SINTOMAS
OU VETOR
I II IV
III
1 – Trypanosoma I – Picada da mosca A – Feridas ulcerosas na
a – Malária
cruzi tsé-tsé pele
B – Febre, aumento do
2 – Leishmania b – Doença II- Picada do
baço ou fígado e lesões
brasiliensis de Chagas mosquito palha ou birigui
no músculo cardíaco
C– Febre contínua,
3 – Plasmodium c – Doença III – Picada do mosquito
lesões no baço e fígado,
malariae do Sono do gênero Lutzomyia
perda de apetite
IV – Fezes do inseto D – Perturbações do
4 – Leishmania
d – Calazar barbeiro contaminadas sistema nervoso central,
donovani
com o protozoário febre e anemia
E – Picos de febre e
5 – Trypanosoma V – Picada da fêmea
e – Leishmaniose calafrios, anemia, falta de
gambiense do mosquito Anopheles
ar e danos no fígado

Assinale a alternativa que contém a associação correta.


a) 1 b IV B / 2 e II A / 3 a V E / 4 d III C / 5 c I D.
b) 1 b I B / 2 e II E / 3 d V C / 4 a IV D / 5 c III A.
c) 1 e IV D / 2 a I A / 3 d III E / 4 b II C / 5 c V B.
d) 1 a II E / 2 b III C / 3 e V A / 4 c I B / 5 d IV D.
e) 1 c III A / 2 d IV B / 3 b II D / 4 e I E / 5 a V C.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“1 b IV B / 2 e II A / 3 a V E / 4 d III C / 5 c I D.”)
1. Trypanosoma cruzi (protozoário flagelado).
* Doença: doença de Chagas (b).
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* Modo de transmissão ou vetor: fezes do inseto barbeiro (chupança) contaminadas com o


protozoário (IV). A espécie transmissora mais comum é o Triatoma infestans.
* Sintomas: febre, aumento do baço, do fígado e lesões no músculo cardíaco (hipertrofia
cardíaca, levando a um disfunção desse órgão) (B).
2. Leishmania brasiliensis (protozoário flagelado).
* Doença: leishmaniose (leishmaniose tegumentar ou úlcera de Bauru) (e).
* Modo de transmissão ou vetor: picada do mosquito palha ou birigui (II).
* Sintomas: feridas ulcerosas na pele (A).
3. Plasmodium malariae (esporozoário).
* Doença: malária (impaludismo, maleita, febre intermitente, febre palustre .....) (a).
* Modo de transmissão ou vetor: picada da fêmea do mosquito Anopheles (V), contaminada
pelo protozoário. O mosquito é o hospedeiro definitivo e o homem é o hospedeiro intermediário.
* Sintomas: picos de febre alta, e calafrios, anemia, falta de ar e danos no fígado (E).
4. Leishmania donovani (protozoário flagelado).
* Doença: calazar (d).
* Modo de transmissão ou vetor: picada do mosquito do gênero Lutzomyia (III).
* Sintomas: febre contínua, lesões no baço e fígado, perda de apetite (C).
5. Trypanosoma gambiense (protozoário flagelado).
* Doença: doença do sono (c).
* Modo de transmissão ou vetor: picada da mosca tsé-tsé (gênero Glossina) (I).
* Sintomas: perturbações do sistema nervoso central, febre e anemia (D). A pessoa doente
passa a apresentar fadiga, letargia e paralisia, entra em coma e pode falecer.
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DÉCIMA-SÉTIMA BATERIA

01. (UNICENTRO) Monogenea é uma classe dentro do filo Platelmintes composta por
organismos ectoparasitos de vertebrados aquáticos. Antigamente este grupo era incluído como
uma subclasse dentro da classe Trematoda. Conhecidos como monogenéticos, os
representantes desta classe são exclusivamente parasitas, esses são encontrados parasitando
principalmente o tegumento, narinas e brânquias de seus hospedeiros (peixes, répteis e
anfíbios aquáticos). Abaixo um representante parasita de peixes.

Sobre os vermes assinale a alternativa correta.


a) No filo Platelmintes inclui-se a classe Turbelária, Trematoda e Nematoda.
b) Os Trematoda são platelmintos parasitas, exemplo, Fasciola hepatica, Schistosoma mansoni
e Biomphalaria, parasitas do fígado humano.
c) Monogenea é uma classe dentro do filo Platelmintes, pertencente à ordem Cestoda.
d) Taenia solium é um cestoide que pode provocar em humanos uma doença grave, a
elefantíase.
e) Ascaris lumbricoides é um nematoide parasita de humanos, cujo ciclo de desenvolvimento
passa pelo sistema digestório, corrente sanguínea, fígado, coração e pulmão, retornando após
deglutição até o intestino.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Ascaris lumbricoides é um nematoide parasita de humanos, cujo ciclo de desenvolvimento
passa pelo sistema digestório, corrente sanguínea, fígado, coração e pulmão, retornando após
deglutição até o intestino.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“No filo Platelmintes inclui-se a classe Turbelária, Trematoda e
Nematoda.”) – INCORRETA
* Turbellaria (turbelários) e Trematoda (trematódeos) são classes pertencentes ao filo
Platelmintes, como consta nesta alternativa. A classe Turbellaria tem a planária como
representante. A classe Trematoda tem como exemplos a Fasciola hepática e os animais
pertencentes ao gênero Schistosoma, como o Schistosoma mansoni.
* Nematoda (nematódeos) é um filo, e não uma classe do filo Platelmintes, que reúne uma
grande variedade de animais de corpo cilíndrico e afilado nas duas pontas. Os nematódeos
parasitas mais conhecidos são as lombrigas (Ascaris lumbricoides); os ancilóstomos
(Ancylostomo duodenale), causadores do amarelão e as filárias (Wuchereria bancrofti),
causadoras da elefantíase (filariose).
- ALTERNATIVA B (“Os Trematoda são platelmintos parasitas, exemplo, Fasciola hepatica,
Schistosoma mansoni e Biomphalaria, parasitas do fígado humano.”) – INCORRETA
* Os Trematoda (trematódeos) pertencem ao filo Platelmintes (ver alternativa anterior). A
Fasciola hepatica e o Schistosoma mansoni pertencem, realmente, à classe trematoda, como
consta na alternativa A. Biomphalaria (Biomphalaria glabrata, por exemplo) é um caramujo [filo:
Mollusca (moluscos), pertencente à classe Gastropoda], hospedeiro intermediário do
Schistosoma mansoni, não sendo, portanto, um platelminto, como consta nesta alternativa.
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- ALTERNATIVA C (“Monogenea é uma classe dentro do filo Platelmintes, pertencente à ordem


Cestoda.”) – INCORRETA
* Cestoda (cestódeos) é uma classe do filo Platelmintes e não uma ordem, como consta nesta
alternativa.
* Monogenea é uma classe majoritariamente ectoparasita do filo Platelmintes. São comuns
na pele, barbatanas, guelras e brânquias dos peixes. Sendo, portanto um grande problema na
piscicultura. Existem centenas de espécies descritas e por descrever. Sua denominação
deriva do fato de ele possuir um único hospedeiro em toda sua vida, no caso o peixe, não
precisando de agentes vetores (que o passem para seu hospedeiro definitivo).
* Cestoda é uma classe do filo Platelmintes, que tem como exemplos os vermes pertencentes
ao gênero Taenia (solitária), como a Taenia solium e a Taenia saginata, ambas parasitas
intestinais.
- ALTERNATIVA D (“Taenia solium é um cestoide que pode provocar em humanos uma
doença grave, a elefantíase.”) – INCORRETA
* Embora a Taenia solium seja um cestoide (Cestoda), como consta nesta alternativa, ela não
provoca elefantíase. A elefantíase ou filariose é provocada pela Wuchereria bancrofti,
pertencente ao filo Nematoda (nematódeos).
- ALTERNATIVA E (“Ascaris lumbricoides é um nematoide parasita de humanos, cujo ciclo de
desenvolvimento passa pelo sistema digestório, corrente sanguínea, fígado, coração e pulmão,
retornando após deglutição até o intestino.”) – CORRETA
* Ascaris lumbricoides (lombriga) é um parasita humano, pertencente ao filo Nematoda
(nematódeos), cujo ciclo desenvolvimento (ciclo evolutivo) passa, realmente, pelo sistema
digestório, corrente sanguínea, fígado, coração e pulmão, retornando após deglutição até o
intestino.

02. (UPE) Leia o diálogo abaixo entre um paciente e seu médico.


- Toda doença sem causa aparente é virose?- Não. As viroses
são doenças causadas por vírus. Dentre elas, temos algumas
muito comuns, como a gripe e o resfriado. Existem, também,
doenças virais fatais. Fique atento às campanhas de vacinação.
Sobre os vírus e as doenças virais, abordados acima, analise as afirmativas e conclua.
I II
0 0 – Doenças virais, como a tuberculose, podem se tornar uma epidemia, quando o número
de casos for acima dos registros para determinada área, em curto espaço de tempo.
1 1 – A vacinação é um método passivo de imunização contra doenças virais, como
poliomielite, rubéola e tétano. Ainda não existe vacinação contra herpes e AIDS.
2 2 – Os vírus são organismos unicelulares com grande capacidade de mutação. Parasitas
intracelulares obrigatórios podem causar doenças tanto no homem como em plantas e outros
animais.
3 3 – A profilaxia envolve métodos de prevenção contra determinada doença. O controle do
mosquito Aedes é uma profilaxia contra dengue e febre amarela, que são doenças causadas
por vírus.
4 4 – O Condiloma (crista-de-galo) e a Aids são doenças virais, sexualmente transmissíveis.
GABARITO
FFFVV
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“Doenças virais, como a tuberculose, podem se tornar uma epidemia,
quando o número de casos for acima dos registros para determinada área, em curto espaço de
tempo.”) – FALSA
* A tuberculose é uma bacteriose e não uma virose, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA 1 1 (“A vacinação é um método passivo de imunização contra doenças virais,
como poliomielite, rubéola e tétano. Ainda não existe vacinação contra herpes e AIDS.”) –
FALSA
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* A vacinação é um método de imunização ativa e não passiva, como consta nesta alternativa.
O tétano não é uma virose e sim uma bacteriose.
- ALTERNATIVA 2 2 (“Os vírus são organismos unicelulares com grande capacidade de
mutação. Parasitas intracelulares obrigatórios podem causar doenças tanto no homem como
em plantas e outros animais.”) – FALSA
* Os virus são acelulares e não organismos unicelulares, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA 3 3 (“A profilaxia envolve métodos de prevenção contra determinada doença.
O controle do mosquito Aedes é uma profilaxia contra dengue e febre amarela, que são
doenças causadas por vírus.”) – VERDADEIRA
* O termo profilaxia (do grego prophýlaxis que significa “precaução”) é usado na medicina para
designar um conjunto de medidas que tem por objetivo prevenir ou atenuar as doenças, bem
como suas complicações e consequências. Inclui desde medidas simples como lavar as mãos
até procedimentos mais complexos, inclusive o uso de antibióticos e medicamentos diversos,
variando de acordo com a doença a se prevenir. Um abastecimento de água sanitariamente
seguro, por exemplo, dependendo do caso, pode ser constituir uma eficiente medida profilática.
O controle do mosquito Aedes, usado como exemplo nesta alternativa, é uma profilaxia contra
dengue e febre amarela.
- ALTERNATIVA 4 4 (“O Condiloma (crista-de-galo) e a Aids são doenças virais, sexualmente
transmissíveis.”) – VERDADEIRA
* O Condiloma (crista-de-galo ou verruga genital) e a AIDS ou SIDA (síndrome da
imunodeficiência adquirida) são doenças virais, sexualmente transmissíveis ou DST (doenças
sexualmente transmissíveis). O condiloma é causado pelo Papilomavirus, um vírus não
envelopado com DNA de cadeia dupla, conhecido como HPV. A AIDS tem como agente
etiológico (patógeno ou agente patológico) o HIV (vírus da imunodeficiência humana),
retrovírus, envelopado, dotado de RNA.

03. (UFBA) A partir do diagrama abaixo, não é correto afirmar-se que:

a) Todos os cordados são animais.


b) Nem todos os cordados são vertebrados.
c) Os mamíferos formam uma das classes dos vertebrados.
d) Estrela-do-mar e anfioxo pertencem a filos diferentes.
e) A classe é um grupo menos homogêneo que o filo.
ALTERNATIVA INCORRETA: E
(“A classe é um grupo menos homogêneo que o filo.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Todos os cordados são animais.”) – CORRETA
* Cordados são animais dotados de características exclusivas, que, às vezes, estão presentes
apenas na fase embrionária: a notocorda (corda dorsal), o sistema nervoso dorsal, as fendas
branquiais a cauda.
- ALTERNATIVA B (“Nem todos os cordados são vertebrados.”) – CORRETA
*Os cordados são divididos em três subfilos: Urochordata (urocordados), Cephalochordata
(cefalocordados) e Vertebrata (vertebrados ou craniatas). Os urocordados (representados
pelas ascídias) e os cefalocordados (representados pelo anfioxo) não possuem crânio nem
coluna vertebral, sendo por isso denominados cordados invertebrados ou protocordados.
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ALTERNATIVA C (“Os mamíferos formam uma das classes dos vertebrados.”) – CORRETA
* O subfilo Vertebrata (vertebrados) pode ser dividido em três grupos: Agnatos (ciclostomatas),
Peixes e Tetrápodes.
I. Agnatos:
- Classes: Myxine (feiticeiras ou peixes-bruxos) e Petromyzontida (lampreias)
II. Peixes:
- Classes: Chondricthyes (tubarões, cações, quimeras, etc.), Actinopterygii (sardinha, salmão,
truta, tainha, badejo, cavalo-marinho, bagre, moreia, baiacu, enguia, linguado, etc.), Actinistia
(gênero Latimeria), Dipnoi (gêneros Neoceratodus, Lepidosiren e Protopterus).
III. Tetrápodes:
- Classes: Amphibia (sapos, rãs, pererecas, salamandras, cobras-cegas, etc.), Reptilia (cobras,
lagartos, tartarugas, jacarés, etc.), Aves (avestruzes, canários, galinhas, beija-flores, etc.) e
Mammalia (cangurus, ornitorrinco, cães, gatos, cavalos, elefantes, focas, baleias, macacos,
humanos, etc.).
ALTERNATIVA D (“Estrela-do-mar e anfioxo pertencem a filos diferentes.”) – CORRETA
- ESTRELA-DO-MAR
* Filo: Echinodermata (equinodermos).
- ANFIOXO
* Filo: Chordata (cordados).
ALTERNATIVA E (“A classe é um grupo menos homogêneo que o filo.”) – INCORRETA
* Classe é uma categoria taxonômica usada na classificação dos seres vivos. Ela é inferior ao
filo e superior à ordem. Dessa forma, um filo compreende diversas classes e uma classe
abrange algumas ordens. A classe é, portanto, um grupo mais homogêneo que um filho e não
menos homogêneo, como consta nesta alternativa.

04. (UPE) A gravidez na adolescência apresenta riscos por causa da imaturidade


anatomofisiológica, dificultando o desenvolvimento e o desfecho do processo de gestação,
parto e puerpério. Observe a figura a seguir:

Fonte: adaptada dehttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/


cartilha_direitos_sexuais_2006.
Sobre isso, preencha as lacunas do texto, correlacionando-as com os métodos de
contracepção, representados pelas figuras numeradas em algarismos arábicos.
De uma maneira geral, os adolescentes podem usar a maioria dos métodos anticoncepcionais
disponíveis. No entanto, alguns métodos são mais adequados que outros nessa fase da vida.
______ deve(m) ser usada(s) em todas as relações sexuais, independentemente do uso de
outro método anticoncepcional, pois é o único que oferece dupla proteção, protegendo-os ao
mesmo tempo das doenças sexualmente transmissíveis e da gravidez não desejada. Os
métodos ______ são pouco recomendados, porque exigem do adolescente disciplina e
planejamento, e as relações sexuais nessa fase, em geral, não são planejadas. _______
podem ser usadas(os), desde a primeira menstruação, pois agem impedindo a ovulação.
_______ pode ser usada(o) pelas garotas, entretanto as que nunca tiveram filhos correm mais
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risco de expulsá-la(lo) e também não é indicada(o) para aquelas com mais de um parceiro
sexual ou cujos parceiros têm outros parceiros/parceiras e não usam camisinha em todas as
relações sexuais, pois, nessas situações, existe risco maior de contrair doenças sexualmente
transmissíveis. ______ não são indicadas(os) para adolescentes.
Fonte: adaptado dehttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/
cartilha_direitos_sexuais_2006.pdf
Assinale a alternativa cuja sequência numérica preenche corretamente as lacunas.
a) 1; 2; 3; 5; 7.
b) 1; 3; 4; 6; 2.
c) 1; 2; 3; 6; 7.
d) 4; 3; 1; 5; 2.
e) 5; 2; 3; 4; 6.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“1; 2; 3; 6; 7.”)
- Identificação dos métodos de contracepção indicados na figura desta questão.
1. Camisinha (masculina e feminina): é o único método que protege da contaminação das
doenças sexualmente transmissíveis (DST) e da gravidez não desejada. Quando a camisinha
rompe ou ocorre vazamento do esperma, a mulher pode tomar a pílula anticoncepcional de
emergência para evitar a gravidez.
2. Sintotérmico: está baseado na combinação dos métodos do muco cervical, da temperatura
basal, da tabela e na observação de sinais e sintomas que indicam o período fértil da mulher.
Em face de requerer disciplina e planejamento é pouco recomendável, em princípio, para os
adolescentes.
3. Pílulas anticoncepcionais e injeções anticoncepcionais: agem impedindo a ovulação. São
muito eficazes quando usadas corretamente.
4. Diafragma e espermicida:
4a. Diafragma: capa flexível de borracha ou de silicone, que é colocada na vagina para cobrir o
colo do útero. Evita a gravidez impedindo a penetração dos espermatozoides no do útero.
4b. Espermicida: substância química que recobre a vagina e o colo do útero, impedindo a
penetração dos espermatozoides no útero, imobilizando-os ou destruindo-os, podendo ser
usado sozinho ou em combinação com o diafragma.
5. Coito interrompido: neste processo, o homem retira o pênis da vagina um pouco antes da
ejaculação. Não deve ser estimulado como método anticoncepcional, porque é grande a
possibilidade de falha, pois o líquido que sai pouco antes da ejaculação pode conter
espermatozoides. Além disto, o homem pode não consegue interromper a relação antes da
ejaculação.
6. Dispositivo intrauterino (DIU): pequeno objeto de plástico, que pode ser recoberto de cobre
ou conter hormônio, colocado no interior do útero para evitar a gravidez. Ele não provoca
aborto, porque atua antes da fecundação. O DIU, como consta no enunciado, não é indicado
para as mulheres que têm mais de um parceiro sexual ou cujos parceiros têm outros
parceiros/parceiras e não usam camisinha em todas as relações sexuais, pois, nessas
situações, existe risco maior de contrair doenças sexualmente transmissíveis.
7. Ligadura de trompas (laqueadura tubária) e vasectomia: cirurgias simples. Atuam impedindo
que os espermatozoides se encontrem com o ovulo. São consideras permanentes ou
irreversíveis, porque, depois de feitas as cirurgias, é muito difícil recuperar a capacidade de ter
filhos. Por essa razão, não são indicadas para os adolescentes.
JUSTIFICATIVA
Considerando o que foi apresentado acima, a sequência numérica que preenche corretamente
as lacunas é: 1 [camisinha (masculina e feminina)], 2 (sintotérmico), 3 (pílulas
anticoncepcionais e injeções anticoncepcionais), 6 [dispositivo intrauterino (DIU)] e 7 [ligadura
de trompas (laqueadura tubária) e vasectomia.] – ALTERNATIVA C
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05. Algumas organelas de uma célula animal foram esquematizadas:

A respeito dessas organelas, foram feitas algumas afirmações:


I. F tem pouca importância em uma glândula.
II. I sintetiza proteínas, com a participação de algumas moléculas provenientes da região H.
III. L depende da organela G para exercer a sua função.
IV. M apresenta substâncias que foram sintetizadas na organela I.
V. J depende da substância H para se autoduplicar.
Pode-se afirmar que estão corretas apenas
a) I, II e IV.
b) I, III e V.
c) I, IV e V.
d) II e IV.
e) III e V.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“II e IV.”)
- Identificação das estruturas indicadas na figura desta questão.
F. Retículo endoplasmático liso.
G. Centríolos.
H. Cromatina (DNA).
I. Retículo endoplasmático rugoso.
J. Mitocôndria.
L. Complexo golgiense (complexo de Golgi).
M. Lisossomo.
- RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO: sistema de membranas duplas, lipoproteicas, presentes em
células eucarióticas, que se comunica entre si, formando uma complexa rede espalhada por
toda a célula e que têm as funções de armazenar, transportar e sintetizar substâncias. A
organização dessas membranas varia bastante no interior de uma mesma célula, podendo
formar vesículas, cisternas (sáculos achatados), vacúolos e túbulos membranosos, que
comunicam as diversas cisternas entre si. Cerca de 50% a 60% do total das membranas
celulares fazem parte do retículo endoplasmático. De um modo geral, o retículo é pouco
desenvolvido em células com pequena atividade metabólica, como as adiposas e muito
desenvolvido nas células dotadas de grande atividade metabólica, como os fibroblastos e os
osteoblastos. Analisando-se a estrutura do retículo endoplasmático, percebe-se uma
comunicação de suas membranas com a plasmalema (membrana plasmática) e com a
carioteca (membrana nuclear). São conhecidos dois “tipos” de retículo endoplasmático (figura
abaixo): o liso (REL), também denominado retículo endoplasmático não granuloso ou agranular
e o rugoso (RER), também conhecido como retículo endoplasmático granuloso ou retículo
endoplasmático granular (REG) ou ergastoplasma. O liso tem como principal característica
estrutural ser desprovido de ribossomos, sendo bem-desenvolvido em células de certos órgãos
nos quais ocorre síntese de hormônios esteroides, como as gônadas e o córtex adrenal. Ele é
muito desenvolvido, também, nas células do fígado, órgão que possui, entre outras, a função
de armazenar glicose sob a forma de glicogênio. No fígado, o não granuloso participa da
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remoção do grupo fosfato presente nas glicoses, resultantes da degradação do glicogênio,


tornando possível a passagem desses monossacarídeos para a corrente sanguínea. O retículo
granular, que possui ribossomos, “aderido” ao lado externo da sua membrana, é bem
desenvolvido em células secretoras, como as células dos ácinos pancreáticos, que secretam
as enzimas digestivas contidas no suco pancreático e nas células caliciformes da parede do
intestino, que secretam um muco lubrificante e protetor da parede interna desse órgão. Devido
à espessura de suas membranas, que está abaixo do poder de resolução do microscópio
óptico, o retículo endoplasmático só é visível, via de regra, com o microscópio eletrônico. No
caso do rugoso, em particular, é possível, evidenciar sua presença ao microscópio óptico,
desde que as células sejam coradas com corantes básicos. Essas porções coradas,
chamadas, inicialmente, regiões basófilas do citoplasma e, posteriormente, ergastoplasma,
são, nos neurônios, denominadas corpúsculo de Nissl.

1. RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO LISO


* Relacionamos a seguir as principais funções do retículo endoplasmático liso.
I. Transporte de substâncias: graças à movimentação de suas membranas e a sua
comunicação com a carioteca e a plasmalema, o retículo liso promove não apenas o transporte
de substâncias dentro da célula, mas também desta para o meio externo. Essa função também
é exercida pelo retículo endoplasmático rugoso.
II. Armazenamento de substâncias/regulação da pressão osmótica: o retículo liso, a exemplo
do rugoso, armazena substâncias diversas no interior de suas cavidades. Uma vez que as
substâncias armazenadas podem determinar alteração na concentração do suco celular, o
retículo endoplasmático está, de certa forma, associado com a regulação da pressão osmótica.
III. Síntese de lipídios: o retículo liso é responsável pela síntese de praticamente todos os
lipídios que compõem as membranas celulares, incluindo os fosfolipídios e o “colesterol”. Em
alguns casos, os lipídios das membranas são inicialmente produzidos no retículo liso, sendo
em seguida completados no complexo golgiense. Esse é o caso, por exemplo, da
esfingomielina e dos glicolipídios, cujas partes glicídicas são produzidas com o auxílio do
complexo de Golgi. As enzimas que sintetizam os fosfolipídios são intrínsecas à membrana do
retículo liso, com suas partes ativas fazendo saliência na face citoplasmática da membrana. No
retículo liso, também são produzidos esteroides. Em função disso, as células dos testículos e
dos ovários, produtoras de hormônios sexuais lipídicos, da categoria dos esteroides,
apresentam retículo endoplasmático agranular bastante desenvolvido.
IV. Desintoxicação do organismo: o organismo possui a capacidade de converter substâncias
tóxicas (álcool, herbicidas, conservantes, corantes alimentares, medicamentos, etc.) em
substâncias inócuas ou de fácil eliminação. Essa atividade neutralizadora ocorre principalmente
no fígado, graças a enzimas do retículo agranular. Para se ter uma ideia, a ingestão de
barbitúricos, que tem efeito hipnótico e depressor do sistema nervoso central, promove
acentuado aumento na quantidade de retículo endoplasmático liso nas células hepáticas.
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Embora muitas células possuam pouco retículo liso, esse organoide é abundante nos
hepatócitos.
V. Metabolização do glicogênio: esta atividade do retículo liso consiste na obtenção de glicose
a partir do glicogênio, processo denominado glicogenólise. Em determinadas células, como as
do fígado e as dos músculos estriados, podem ocorrer grandes depósitos de glicogênio. No
fígado, a glicogenólise tem papel importante na manutenção do nível de glicose no sangue
(glicemia), fornecendo esse monossacarídeo para outras células do organismo. A glicose
resultante da glicogenólise muscular, por outro lado, é quase toda utilizada como fonte de
energia para a contração muscular, não contribuindo, de modo significativo, para modificar a
glicemia.
++
VI. Controle da atividade muscular: sendo o principal reservatório de Ca do citoplasma, o
retículo endoplasmático liso exerce importante papel na contração muscular. Quando as
células musculares estriadas são estimuladas pelos neurotransmissores liberados nas placas
++
motoras, o Ca sai do retículo liso pelos canais de cálcio e promove a contração das
++
miofibrilas, levando à contração muscular. Cessado o estímulo, os íons Ca são trazidos de
++
volta às cisternas do retículo liso, por processo ativo. O Ca provoca grandes forças de
atração entre a actina e a miosina, fundamental para a contração muscular.
2. RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO RUGOSO
* Além de funções como transporte, armazenamento, controle da pressão osmótica, suporte
mecânico (juntamente com os microtúbulos e os microfilamentos hialoplasmáticos) e aumento
da superfície celular em relação ao volume, também desempenhadas pelo retículo liso, o
rugoso atua na síntese proteica. Essa função específica do retículo granular se deve à
presença de ribossomos “aderidos” a sua membrana. As proteínas são transferidas para o
interior das cisternas, onde são processadas e acumuladas, sendo em seguida transportadas,
no interior de vesículas, para seus locais de destino. A maioria das proteínas sintetizadas
nesse retículo é “exportada”, indo exercer suas funções fora da célula. O retículo
endoplasmático não pode ser isolado intacto das células. Os fragmentos obtidos a partir do
retículo endoplasmático rugoso são denominados microssomos. Os microssomos possuem
ribossomos nas suas paredes externas e são dotados da capacidade de produzir proteínas.
- CENTRÍOLOS
* Estruturas citoplasmáticas cilíndricas, desprovidas de membrana e constituídas por
microtúbulos proteicos. Os centríolos podem ser vistos ao microscópio óptico e, por isso, já
eram conhecidos, pelos citologistas, mesmo antes da descoberta dos microtúbulos. Ao
microscópio eletrônico, cada centríolo aparece formado por nove trincas de microtúbulos (figura
ao lado), unidas por pontes proteicas (proteínas que ligam os microtúbulos) e dispostas de
modo a formar um cilindro.

* FUNÇÕES DOS CENTRÍOLOS


I. Atuação na divisão celular: os centríolos estão associados às regiões polares das células,
para as quais os cromossomos migram por ocasião da divisão celular. Eles se situam no
interior de uma massa de material amorfo, denominada centrossomo ou centro celular (figura a
seguir).
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II. Formação dos cílios e dos flagelos: cílios e flagelos são estruturas filamentosas contráteis,
que se projetam da superfície celular, possibilitando certos movimentos celulares. Eles podem
ser encontrados tanto em seres unicelulares, quanto em organismos mais complexos e são,
em última análise, centríolos modificados e mais compridos. Além da tubulina dos microtúbulos,
os cílios e flagelos apresentam dineína, proteína dotada de atividade ATPásica, importante
para sua movimentação.
- CROMATINA
* Os citologistas que primeiro estudaram o núcleo interfásico de células vegetais e animais se
depararam com uma substância densa, de aspecto reticular, que corava facilmente com
determinados reagentes. Esse material nuclear, representado por um conjunto de fios,
denominados cromonema, ficou conhecido como cromatina. Cada cromonema (figura abaixo) é
formado por uma longa cadeia de DNA, associada, principalmente, a moléculas de histonas,
proteínas básicas nucleares, encontradas nos eucariotos. Em termos evolutivos, essas
proteínas têm sido muito conservadas, variando pouco em sequência de aminoácidos em
diferentes espécies analisadas. As histonas atuam na repressão, ativação e proteção do DNA,
bem como na condensação da cromatina, que ocorre durante a divisão celular, originando
estruturas em forma de bastonetes, conhecidas como cromossomos. Desse modo, a
cromatina, principal componente do núcleo, é considerada a forma como os “cromossomos” se
apresentam durante a interfase, antes de sofrer espiralização para a próxima divisão celular.
Algumas proteínas não histônicas também participam da composição da cromatina,
desempenhando, a exemplo das histônicas, diferentes funções, desde estrutural até
enzimático. Dessa forma, elas atuam nos mecanismos de reparo, replicação e transcrição de
DNA, bem como nos processos de descondensação e condensação cromatínica. Lembramos
que o RNA, componente transitório da estrutura da cromatina e da qual constitui cerca de 3%,
corresponde às cadeias recém-transcritas.

- MITOCÔNDRIAS
* Embora possam ser visíveis com microscopia óptica comum, detalhes de sua estrutura só são
observados com o uso da microscopia eletrônica. As mitocôndrias (figura abaixo) apresentam
duas membranas lipoproteicas, semelhantes à membrana plasmática. A externa é lisa,
enquanto a interna possui dobras, chamadas cristas mitocondriais, que se projetam para o
interior da organela, que é preenchido por um material viscoso, chamado matriz mitocondrial.
Imersos nessa matriz, encontram-se enzimas respiratórias, DNA mitocondrial, RNA
mitocondrial e ribossomos próprios (mitorribossomos). Além de comandar a síntese proteica, o
DNA mitocondrial comanda a duplicação da mitocôndria. Elas apresentam, portanto,
capacidade de autoduplicação. Quando a célula se divide em duas células filhas, cada uma
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delas recebe, aproximadamente, metade do número de mitocôndrias existente na célula mãe.


À medida que as células filhas crescem, suas mitocôndrias se autoduplicam, restabelecendo o
número original. Em função de serem responsáveis pela respiração celular, elas são
consideradas verdadeiras “usinas” energéticas da célula. Nas mitocôndrias ocorrem o ciclo de
Krebs (ciclo do ácido tricarboxílico ou ciclo do ácido cítrico), na mátria mitocondrial, e a cadeia
respiratória (cadeia oxidativa ou cadeia transportadora de elétrons), nas cristas mitocondriais. A
descoberta que todas as etapas do ciclo de Krebs e da cadeia respiratória ocorrem no interior
das mitocôndrias foi feita por Albert Lehninger e Eugene Kennedy, em 1948. A denominação
“ciclo de Krebs” é uma homenagem ao bioquímico alemão Hans Adolf Krebs, o principal
responsável pela sua elucidação, que recebeu, em 1953, o Prêmio Nobel de Fisiologia e
Medicina.

- COMPLEXO GOLGIENSE
* Também denominado complexo de Golgi ou sistema golgiense (figura abaixo), desprovido de
ribossomos, consiste de sáculos membranosos, achatados e empilhados, de cuja periferia se
originam vesículas, por brotamento. Cada uma dessas pilhas, denominada dictiossomo,
golgiossomo ou sáculo lameliforme, é semelhante em células animais e vegetais. Ele atua na
modificação, na concentração e no empacotamento, em pequenas vesículas, de algumas
substâncias produzidas no retículo endoplasmático rugoso. As vesículas que brotam dos
golgiossomos têm três destinos principais: (a) formar os lisossomos, que permanecem no
interior da célula, atuando na digestão intracelular, como vimos acima; (b) fundir-se à
membrana plasmática, incorporando, nessa membrana, as proteínas contidas no seu interior.
Deve aqui ser ressaltado que, na membrana plasmática, também existem proteínas
sintetizadas nos polissomos do citosol; (c) fundir-se à membrana plasmática, lançando seus
conteúdos para fora da célula, como no caso das enzimas digestivas sintetizadas e eliminadas
por células do sistema digestório.

.
* No que concerne à estrutura, o complexo golgiense apresenta-se formado por pilhas de seis
a vinte sáculos achatados (cisternas ou sáculos de Golgi), limitados por membranas. Das
bordas desses sáculos, brotam vesículas que são liberadas para as proximidades. Essas
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vesículas, de acordo com a função realizada pela célula em que se encontram, contêm, em seu
interior, diferentes compostos, como hormônios e secreções outras. O complexo golgiense é
estrutural e bioquimicamente polarizado, apresentando duas faces distintas (figura a seguir): a
cis (formativa ou proximal) e a trans (de maturação ou distal). A face cis fica voltada para o
retículo endoplasmático rugoso, possui membranas mais delgadas que a trans, sendo a face
através da qual as proteínas sintetizadas por esse retículo penetram no complexo de Golgi. A
trans, por seu turno, é voltada para a membrana plasmática, apresenta membranas mais
espessas, sendo a face através da qual brotam as vesículas secretoras e os lisossomos.

* Entre as funções do complexo de Golgi, destacamos:


I. Secreção celular.
II. Formação do acrossomo: estrutura situada na “cabeça” do espermatozoide que contém uma
grande quantidade de enzimas digestivas, cuja função de “perfurar” as membranas do óvulo
por ocasião da fecundação.
III. Formação da lamela média em células vegetais: estrutura composta basicamente por
substâncias pécticas que se situa entre as paredes de células adjacentes.
IV. Formação do lisossomo: a partir do complexo de Golgi, formam-se os lisossomos, que são
vesículas repletas de enzimas digestivas, como vivos acima.
V. Glicolização de proteínas e lipídios: no interior do complexo de Golgi, os glicídios se
associam a determinadas proteínas e a certos lipídios formando, respectivamente,
glicoproteínas e glicolipídios que integram as membranas celulares.
* Relação entre o complexo de Golgi e o retículo endoplasmático rugoso: a figura a seguir
mostra o fluxo de material do retículo endoplasmático rugoso para o complexo golgiense.
Percebe-se que vesículas de secreção oriundas do retículo rugoso fundem-se à face cis do
complexo de Golgi e que, da face trans, brotam vesículas, como os grãos de zimógenos
(vesículas repletas de pró-enzimas, proteínas com pouca ou nenhuma atividade enzimática)
que são secretados, por exocitose, através da plasmalema. Essa relação é uma evidência de
que membranas lipoproteicas podem ser transferidas, dentro da célula, de um organoide
membranoso para outro.

- LISOSSOMOS
* Os lisossomos foram descobertos por Christian de Duve, na década de 50. Eles são bolsas
membranosas, de natureza lipoproteica, que contêm, em seu interior, enzimas digestivas
(hidrolases), capazes de digerir diversas substâncias, tais como lipídios, proteínas,
carboidratos e ácidos nucleicos. As enzimas lisossômicas funcionam mais eficientemente em
valores de pH ácido (em torno de 5,0) e coletivamente são denominadas hidrolases ácidas.
+
Esse grau de acidificação é alcançado graças a uma bomba de H presente na membrana do
lisossomo. Essas enzimas são sintetizadas no retículo rugoso, sendo em seguida transferidas
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para o sistema golgiense e, posteriormente, liberadas sob a forma de lisossomos, que


apresentam uma cobertura de glicoproteínas que fica associada à face interna da membrana
que os envolve. Aparentemente, essa cobertura evita a digestão da própria membrana pelas
hidrolases que se acumulam no seu interior. Logo após a morte da célula, os lisossomos
sofrem ruptura e promovem a degradação do material celular. A característica mais evidente
dos lisossomos é seu polimorfismo, não apenas por seus aspectos e dimensões diferentes,
mas também pela irregularidade de seus componentes. A causa desse polimorfismo é dupla;
por um lado, está relacionada à diversidade do material que é endocitado e, por outro, ao fato
de que cada tipo de lisossomo apresenta uma combinação singular de hidrolases, das quais há
cerca de 50 diferentes. Os lisossomos estão, portanto, relacionados com a digestão
intracelular: digestão heterofágica, digestão autofágica e autólise. A digestão heterofágica
compreende, basicamente, a fagocitose e a pinocitose. Fala-se em digestão autofágica ou
autofagia quando os lisossomos digerem estruturas celulares. Havendo alguma organela
funcionalmente inativa, a célula pode digeri-la o que permite a utilização do material resultante
para renovação dos seus constituintes. Desse modo, os lisossomos podem promover a
digestão de mitocôndria, de retículo endoplasmático, etc., reaproveitando alguns de seus
componentes moleculares. Em situação de extrema desnutrição, a autofagia poderá melhorar,
transitoriamente, a oferta de energia para o metabolismo celular. Na autofagia, a estrutura se
funde com o lisossomo, formando o vacúolo autofágico. Fala-se em autólise quando ocorre a
digestão de toda a célula. Como exemplo, citamos a regressão da cauda do girino. Nos
organismos pluricelulares, esse fenômeno pode ser importante para a remoção de células
mortas, bem como se revestir de grande interesse como processo patológico. Lembramos que
a morte celular induzida por sinais químicos (morte programada) é denominada,
particularmente, apoptose. A metamorfose do girino, citada acima, em que a cauda vai
desaparecendo, à medida que o animal vai ficando adulto (figura I, abaixo), constitui um
exemplo de apoptose. Outro exemplo é a modelação dos dedos do embrião humano, que
inicialmente se apresentam unidos por uma membrana, à semelhança de um “pé-de-pato”
(figura II, a seguir). A morte das células dessa membrana digital ocorre por apoptose. Como
terceiro exemplo, citamos o corpo das lagartas, que vai sendo destruído por apoptose, à
medida que o novo corpo do inseto se desenvolve no interior da crisálida.

JUSTIFICATIVA
- AFIRMAÇÃO I (“F tem pouca importância em uma glândula.”) – INCORRETA
* F (retículo endoplasmático liso): no retículo liso são produzidos esteroides. Em função disso,
as células dos testículos e dos ovários, produtoras de hormônios sexuais lipídicos, da categoria
dos esteroides, apresentam retículo endoplasmático agranular (liso) bastante desenvolvido,
como vimos acima, em “RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO LISO”.
- AFIRMAÇÃO II (“I sintetiza proteínas, com a participação de algumas moléculas provenientes
da região H.”) – CORRETA
* A síntese de proteínas que ocorre no retículo endoplasmático rugoso (I) depende da
informação genética contida no DNA presente na cromatina (H).
- AFIRMAÇÃO III (“L depende da organela G para exercer a sua função.”) – INCORRETA
* O complexo golgiense (L) não depende de G (centríolos) para exercer suas funções.
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- AFIRMAÇÃO IV (“M apresenta substâncias que foram sintetizadas na organela I.”) –


CORRETA
* M (lisossomo) apresenta substâncias [enzimas digestivas (hidrolases)] sintetizadas em I
(retículo endoplasmático rugoso).
- AFIRMAÇÃO V (“J depende da substância H para se autoduplicar.”) – INCORRETA
* J (mitocôndria) apresentam capacidade de autoduplicação, não dependendo, portanto, de H
(DNA cromatínico) para se duplicar.

06. (PUC-RS)

Técnica para extrair o DNA de dentro das células da cebola:


I. Preparar uma mistura com:
- uma cebola pequena bem ralada.
- meio copo de água bem quente.
- três colheres de sal.
- duas colheres de detergente de cozinha.
II. Mexer bem.
III. Deixar a mistura descansar até esfriar.
IV. Filtrar a mistura em um filtro de papel.
V. Acrescentar um copo de álcool ao produto filtrado.
VI. “Pescar” o DNA que aparece no produto filtrado e no álcool com um garfo.
Pela análise dos passos da técnica, conclui-se que estão corretas as afirmativas a seguir,
exceto:
a) Ao ralar a cebola, a estrutura do tecido vegetal é destruída.
b) A água quente ajuda a desnaturar as proteínas presentes nas células.
c) A solução salina induz a passagem de água para dentro da célula por osmose.
d) O detergente serve para desfazer a membrana plasmática, que é composta por lipídeos.
e) As moléculas de DNA são menores que os poros do filtro de papel.
AFIRMATIVA INCORRETA: C
(“A solução salina induz a passagem de água para dentro da célula por osmose.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA A (“Ao ralar a cebola, a estrutura do tecido vegetal é destruída.”) – CORRETA
* Ao ralar a cebola ocorre destruição da parede celular, estrutura que envolve e protege a
célula vegetal.
- AFIRMATIVA B (“A água quente ajuda a desnaturar as proteínas presentes nas células.”) –
CORRETA
* O aquecimento promove a desnaturação das proteínas presentes nas células, inclusive as
DNAses, evitando que o DNA seja clivado em pequenos fragmentos o que dificultaria a sua
extração.
- AFIRMATIVA C (“A solução salina induz a passagem de água para dentro da célula por
osmose.”) – INCORRETA
* O sal ajuda a manter as proteínas dissolvidas no líquido extraído, impedindo que elas
precipitem com o DNA. Dessa forma, o DNA precipita na solução aquosa.
- AFIRMATIVA D (“O detergente serve para desfazer a membrana plasmática, que é composta
por lipídeos.”) – CORRETA
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* O detergente serve para desfazer a bicamada lipídica que compõe a membrana plasmática,
bem como as membranas das organelas e a carioteca (liberando o DNA).
- AFIRMATIVA E (“As moléculas de DNA são menores que os poros do filtro de papel.”) –
CORRETA
* As moléculas de DNA são, realmente, menores que os poros do filtro de papel.

07. (PUC-RS) Responda esta questão com base na ilustração abaixo, que apresenta diferentes
tipos celulares que compõem os tecidos do corpo humano.

Tratando-se de células de um mesmo indivíduo, é correto considerar que os quatro tipos


celulares indicados acima possuem:
a) O mesmo DNA genômico.
b) O mesmo conteúdo de RNA.
c) O mesmo conteúdo de proteínas.
d) Os mesmos RNAs mensageiros.
e) O mesmo conteúdo de enzimas.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“O mesmo DNA genômico.”)
JUSTIFICATIVA
* As células dos diferentes tecidos, de um mesmo indivíduo, apresentam o mesmo genótipo
(mesma carga genética). As diferenças entre as referidas células se deve a indução e a
repressão de determinados genes (ver OPERON, matéria publicada, no dia 12/03/2011, no
blog “djalmasantos.wordpress.com.”), levando à diferenciação celular. Assim sendo, embora as
diferentes células, dos diferentes tecidos, apresentem o mesmo DNA genômico, possuem
diferentes RNAs e, consequentemente, diferentes proteínas, inclusive diferentes enzimas.

08. (UFV) A tabela a seguir relaciona quatro tipos de tecidos animais (I, II, III e IV) e algumas
de suas características.

TECIDOS CARACTERÍSTICAS
I Células separadas por grande quantidade de material
intercelular.
II Células que possuem extensos prolongamentos e liberam
substâncias neurotransmissoras.
III Células fusiformes que apresentam, em seu citoplasma,
inúmeros microfilamentos constituídos por actina e miosina.
IV Células justapostas e unidas por pouca quantidade de
material intercelular.

Das alternativas a seguir, aquela cuja sequência de tecidos corresponde, respectivamente, aos
números I, II, III e IV é:
a) Conjuntivo, nervoso, epitelial, muscular.
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b) Epitelial, muscular, nervoso, conjuntivo.


c) Conjuntivo, nervoso, muscular, epitelial.
d) Muscular, epitelial, nervoso, conjuntivo.
e) Epitelial, nervoso, muscular, conjuntivo.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Conjuntivo, nervoso, muscular, epitelial.”)
JUSTIFICATIVA
I. TECIDO CONJUNTIVO
Nos tecidos conjuntivos, enquadra-se uma grande variedade de tecidos que têm
origem comum no mesênquima, que é um tecido embrionário derivado do mesoderma. É o
tecido mais amplamente distribuído por nosso corpo, onde exerce várias funções, tais como
preenchimento, sustentação, nutrição e defesa. Ao contrário do tecido epitelial, as células do
tecido conjuntivo ficam imersas em grande quantidade de substância intercelular (ou
intersticial), denominada matriz, que é formada por dois componentes principais: parte amorfa
e parte fibrosa. A amorfa é constituída por água, sais minerais, polissacarídeos, glicídios e
proteínas. Às vezes, como no tecido ósseo, a substância intercelular amorfa é sólida, com uma
considerável rigidez, outras vezes, como no plasma sanguíneo, apresenta-se líquida. A parte
fibrosa é formada, basicamente, por fibras proteicas, havendo três tipos básicos: colágenas,
elásticas e reticulares. Em um mesmo tipo de tecido conjuntivo, pode haver mais de um tipo de
fibra. Via de regra, é a predominância de uma determinada fibra que confere propriedades
específicas ao tecido.
II. TECIDO NERVOSO
Os neurônios constituem cerca de 10% das células presentes no tecido nervoso. Eles
apresentam uma parte volumosa (corpo celular ou pericário), onde se localizam o núcleo e a
maioria das estruturas citoplasmáticas, e prolongamentos que constituem as fibras nervosas
(neurofibras), que são os dendritos e o axônio. As extremidades do axônio são dilatadas e seu
citoplasma apresenta vesículas membranosas repletas de substâncias neurotransmissoras
(mediadores químicos). São conhecidas várias dessas substâncias, das quais destacamos a
acetilcolina, a adrenalina, a serotonina e a dopamina.
III. MUSCULAR
As células musculares são alongadas, recebem a denominação de fibras musculares
ou miócitos e se contraem devido ao encurtamento das miofibrilas, que são constituídas por
diversos tipos de proteínas, sendo a actina e a miosina as mais abundantes. Elas formam
filamentos que podem deslizar uns sobre os outros, encurtando as miofibrilas, o que leva à
contração da célula muscular.
IV. EPITELIAL
Os tecidos epiteliais (ou epitélios) são constituídos por células achatadas, cúbicas,
cilíndricas ou prismáticas, bem-justapostas, com ausência ou quase ausência de substâncias
intercelulares. Essa característica contrasta com o que se observa nos tecidos conjuntivos em
geral, cujas células ficam imersas em grande quantidade de substância intercelular.

09. (OLIMPÍADA BRASILEIRA DE BIOLOGIA) O chamado ciclo vital de uma célula eucariota
compreende um conjunto bem definido de etapas, designadas de G1, S, G2 e a divisão (mitose
ou meiose), cada uma das quais ocorrendo, nos organismos multicelulares, em intervalos de
tempo que são basicamente constantes para cada tecido. Entretanto, as células de uma
neoplasia (câncer) multiplicam-se de forma muito rápida, pois em seus ciclos vitais ocorre
drástica redução do tempo de duração dos períodos:
a) G1 e S.
b) G1 e G2.
c) S e G2.
d) De divisão.
e) G2 e de divisão.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“G1 e G2.”)
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CICLO CELULAR
O ciclo celular compreende os processos que ocorrem desde a formação de uma célula
até sua própria divisão, originando as células filhas. É, portanto, o conjunto de interfase mais
divisão celular e nele ocorrem o crescimento celular, a duplicação do DNA e a divisão celular
propriamente dita. A duração desse ciclo varia de acordo com o tipo de célula considerado e
com o estado funcional em que a célula se encontra. Em algumas, o ciclo pode ser completado
em pouco mais de 30 minutos. Em outras, pode durar vários dias. No embrião, por exemplo, as
divisões celulares ocorrem com grande rapidez.
Na interfase, que representa cerca de 95% do tempo de duração do ciclo celular, a
celula se encontra em grande atividade metabólica realizando, praticamente, todos os
processos de síntese necessários ao seu desenvolvimento. Na interfase, ocorre a duplicação
do material genético e o crescimento celular. Tomando como base a duplicação do DNA, a
interfase apresenta três períodos, denominados G 1, S e G2 (figura abaixo). Ao contrário do que
ocorre na divisão celular, ao longo da interfase, não são observadas, com microscópio óptico,
diferenças morfológicas significativas. Por causa disso, até a década de 1970, com exceção da
descrição da fase S, era dispensada pouca atenção à interfase.

I. Período G1: antecede à duplicação do DNA. Nele ocorre crescimento acentuado da célula e
intensa síntese de RNA (transcrição) e de proteínas diversas. Neste período são produzidas
que estimulam ou inibem a duplicação do DNA, determinando a ocorrência ou não da divisão
celular
II. Período S: ocorre a duplicação do DNA, processo necessário para que as células-filhas
recebam todas as informações genéticas responsáveis pelas suas características.
III. Período G2: intervalo entre a duplicação do DNA e o início da divisão celular. Neste período
o crescimento é menos intenso que no G 1 e a célula sintetiza, principalmente, moléculas
relacionadas diretamente com a divisão, como as fibras do fuso acromático.
Ressaltamos que a síntese de DNA é periódica na interfase, ficando restrita ao período
S, como vimos acima. As sínteses de RNA e de proteína, por outro lado, ocorrem
continuamente durante toda a interfase. A de RNA é mais intensa no G 1 e no início de S,
quando cerca de 80% do RNA sintetizados são representados por RNAr (RNA ribossômico).
Os RNAs extranucleolares são elaborados em picos durante os períodos G 1 e G2. No que
concerne às proteínas, embora sejam elaboradas continuamente, diferem em quantidade e em
qualidade, em cada período da interfase.
Ao longo do ciclo celular, existem momentos, denominados pontos de checagem
(checkpoints), em que mecanismos celulares avaliam as condições da célula, antes de iniciar a
fase seguinte. É nesses pontos que a célula “decide” se completa a divisão ou se interrompe o
processo e, dependendo das condições, a alternativa pode ser até a apoptose que leva uma
célula danificada ao suicídio. Nessas interrupções, são feitos reparos em DNAs eventualmente
danificados, evitando que moléculas lesadas sejam duplicadas e transmitidas às células filhas.
O principal ponto de checagem, denominado ponto de restrição (ponto de checagem G 1),
ocorre no final do período G1, antes de iniciar o período S. Nesse momento, a célula verifica,
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fundamentalmente, se o tamanho que atingiu está adequado, se o meio extracelular se


encontra ideal à proliferação e se o DNA não está danificado. Se as condições não estão
adequadas, o ciclo celular não prossegue, e a célula assume um estado pausado ou
quiescente denominado G0, em vez de seguir para o período S, podendo permanecer nesse
estado por longo tempo sem se dividir. Estando as condições ideais, a célula entra na fase S e,
em seguida, no período G2. Nesse período, um pouco antes de a célula iniciar a divisão, ocorre
outro ponto de checagem (ponto de checagem G 2), no qual tem lugar nova verificação quanto
ao crescimento da célula e à correta replicação do DNA. Tendo havido crescimento adequado
e correta duplicação do DNA, tem início a divisão celular. Se, por outro lado, as condições não
são satisfatórias, a prófase não é iniciada, e a divisão não se processa. Um terceiro ponto de
checagem, denominado ponto de checagem da mitose, ocorre durante a divisão celular, entre
o término da metáfase e o início da anáfase. Ele tem por objetivo detectar defeitos na formação
do fuso mitótico (fuso de divisão ou acromático) e na adesão dos cinetócoros aos microtúbulos.
Dessa forma, as células só entram em anáfase, via de regra, quando todos os cinetócoros se
encontram perfeitamente ligados aos microtúbulos do referido fuso. Para maiores detalhes ver
CONTROLE DA PROGRESSÃO DO CICLO CELULAR, matéria publicada, no dia 13/09/2010,
no blog “djalmasantos.wordpress.com.” - As células de uma neoplasia (câncer) apresentam
drástica redução do tempo de duração dos períodos G1 e G2, aumentando, como
consequência, a mitogênese (divisão celular). ALTERNATIVA B

10. (UNESP) EU E MEUS DOIS PAPAIS


No futuro, quando alguém fizer aquele velho comentário sobre crianças fofinhas: “Nossa, é a
cara do pai!”, será preciso perguntar: “Do pai número um ou do número dois?”. A ideia parece
absurda, mas, em princípio, não tem nada de impossível. A descoberta de que qualquer célula
do nosso corpo tem potencial para retornar a um estado primitivo e versátil pode significar que
homens são capazes de produzir óvulos, e mulheres têm chance de gerar espermatozoides.
Tudo graças às células iPS (sigla inglesa de “células-tronco pluripotentes induzidas”), cujas
capacidades “miraculosas” estão começando a ser estudadas. Elas são funcionalmente
idênticas às células-tronco embrionárias, que conseguem dar origem a todos os tecidos do
corpo. Em laboratório, as células iPS são revertidas ao estado embrionário por meio de
manipulação genética.
(Revista Galileu, maio 2009.)
Na reportagem, cientistas acenaram com a possibilidade de uma criança ser gerada com o
material genético de dois pais, necessitando de uma mulher apenas para a “barriga de
aluguel”. Um dos pais doaria o espermatozoide e o outro uma amostra de células da pele que,
revertidas ao estado iPS, dariam origem à um ovócito pronto para ser fecundado in vitro. Isto
ocorrendo, a criança:
a) Necessariamente seria do sexo masculino.
b) Necessariamente seria do sexo feminino.
c) Poderia ser um menino ou uma menina.
d) Seria clone genético do homem que forneceu o espermatozoide.
e) Seria clone genético do homem que forneceu a célula da pele.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Poderia ser um menino ou uma menina.”)
JUSTIFICATIVA
* Em função do homem, em termos de cromossomos sexuais, apresentar composição XY, ele
pode originar espermatozoides ou “óvulos”, no caso da tecnologia referida nesta questão,
portadores de cromossomos X ou cromossomo Y. Dessa forma, o encontro dos gametas
poderá gerar um menino (XY) ou uma menina (XX).
* Mesmo raciocínio pode ser feito, considerando, especificamente, as células da pele, que,
sendo de um homem, pode forma gametas portadores de X ou de Y, gerando,
consequentemente menino (XY) ou menina (XX).
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11. O núcleo nas células desempenha o papel de portador dos fatores hereditários e
controlador das atividades metabólicas. Em relação a essa importante estrutura e seus
constituintes assinale a(s) correta(s).
I II
0 0 – No núcleo eucariótico o conjunto haploide de cromossomos é denominado cariótipo,
enquanto que o número, forma e tamanho dos cromossomos é denominado genoma.
1 1 – O número de cromossomos é constante para cada espécie, porém o número de
cromossomos e o grau evolutivo das espécies não estão relacionados.
2 2 – Nos cromossomos, a heterocromatina corresponde a regiões que permanecem muito
condensadas na interfase e apresenta-se bastante ativa na transcrição do DNA em RNA.
3 3 – Nas células vegetais durante a interfase não é possível identificar o núcleo dotado de
carioteca, nucléolo e cromatina, através de qualquer técnica de preparação utilizada.
4 4 – O nucléolo é uma estrutura intranuclear, dotada de membranas, composto por DNA,
RNA ribossômico e proteínas.
GABARITO
FVFFF
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“No núcleo eucariótico o conjunto haploide de cromossomos é
denominado cariótipo, enquanto que o número, forma e tamanho dos cromossomos é
denominado genoma.”) – FALSA
* Os conceitos contidos nesta alternativa estão invertidos.
I. Genoma: grupo de cromossomos presentes em uma celula haploide.
II. Cariótipo ou cariograma: conjunto diploide dos cromossomos de um indivíduo, ordenados
de acordo com o tamanho e a posição do centrômero (forma). Esse conjunto forma um padrão
que se repete em todas as células de um indivíduo, bem como nas células dos organismos de
uma mesma espécie, não sendo igual entre seres de espécies diferentes. Desse modo, cada
espécie tem sua coleção de cromossomo particular. No cariótipo, os cromossomos estão
arrumados aos pares homólogos, e cada um deles se apresenta duplicado, formado por duas
cromátides unidas pelo centrômero (figura abaixo). Essas duas cromátides, que se originam
por autoduplicação, são denominadas irmãs e são, via de regra, idênticas química e
morfologicamente.

CARIÓTIPO HUMANO
Na espécie humana, o cariótipo normal (figura a seguir) mostra 23 pares de
cromossomos (46 unidades). Desses, 22 pares são homólogos nos dois sexos, sendo
denominados autossomos ou somáticos. O par restante forma os cromossomos sexuais, que
são homólogos na mulher (XX) e não homólogos no homem (XY). Os 46 cromossomos
humanos são distribuídos em 7 grupos, denominados de A a G, de acordo com o tamanho e a
posição do centrômero. O cromossomo X (submetacêntrico médio) pertence ao grupo C, e o Y
(acrocêntrico, pequeno e sem satélite) pertence ao grupo G. Os cromossomos 13-15 (grupo D)
e 21-22 (grupo G) possuem satélites que correspondem aos organizadores nucleolares.
Lembramos que, na espécie humana, não há cromossomos telocêntricos. O menor
cromossomo humano é o 21, que tem 55Mb de comprimento enquanto o maior deles é o
cromossomo 1, que contém 250Mb. 1Mb (Megabase) corresponde a 1.000Kb (Kilobases) ou
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1.000.000 de pares de bases (pb). No cromossomo 1, estão cerca de 8% do DNA total de cada
célula. O cariótipo é um instrumento importante para a detecção de aneuploidias, tais como a
síndrome de Down, presença de três cromossomos 21 (trissomia do 21), em vez do par
habitual; síndrome de Klinefelter, em que se observa uma trissomia do tipo XXY; síndrome de
Turner, em que se observa uma monossomia do tipo XO; etc. Além de alterações numéricas, o
cariótipo também permite verificar anomalia de forma, tais como: perda (deleção), acréscimo
(adição), inversão ou translocação de segmento(s) cromossômico(s).

- ALTERNATIVA 1 1 (“O número de cromossomos é constante para cada espécie, porém o


número de cromossomos e o grau evolutivo das espécies não estão relacionados.”) –
VERDADEIRA
* Embora o número de cromossomos não caracterize uma espécie, já que pode haver
diferentes espécies com o mesmo número cromossômico, ele é constante para cada espécie.
Não há, entretanto (tabela abaixo), relação entre o número de cromossomos e o grau evolutivo
das espécies.

- ALTERNATIVA 2 2 (“Nos cromossomos, a heterocromatina corresponde a regiões que


permanecem muito condensadas na interfase e apresenta-se bastante ativa na transcrição do
DNA em RNA.”) – FALSA
CROMATINA
Os citologistas que primeiro estudaram o núcleo interfásico de células vegetais e
animais se depararam com uma substância densa, de aspecto reticular, que corava facilmente
com determinados reagentes. Esse material nuclear, representado por um conjunto de fios,
denominados cromonema, ficou conhecido como cromatina. Cada cromonema (figura a seguir)
é formado por uma longa cadeia de DNA, associada, principalmente, a moléculas de histonas,
proteínas básicas nucleares, encontradas nos eucariotos. Em termos evolutivos, essas
proteínas têm sido muito conservadas, variando pouco em sequência de aminoácidos em
diferentes espécies analisadas. As histonas atuam na repressão, ativação e proteção do DNA,
bem como na condensação da cromatina, que ocorre durante a divisão celular, originando
estruturas em forma de bastonetes, conhecidas como cromossomos. Desse modo, a
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cromatina, principal componente do núcleo, é considerada a forma como os “cromossomos” se


apresentam durante a interfase, antes de sofrer espiralização para a próxima divisão celular.
Algumas proteínas não histônicas também participam da composição da cromatina,
desempenhando, a exemplo das histônicas, diferentes funções, desde estrutural até
enzimático. Dessa forma, elas atuam nos mecanismos de reparo, replicação e transcrição de
DNA, bem como nos processos de descondensação e condensação cromatínica. Lembramos
que o RNA, componente transitório da estrutura da cromatina e da qual constitui cerca de 3%,
corresponde às cadeias recém-transcritas.

ESTADOS FUNCIONAIS DA CROMATINA


A utilização de corantes básicos revela a presença de dois “tipos” de cromatina no
núcleo interfásico, denominados eucromatina e heterocromatina (falso nucléolo, cariossomo ou
cromocentro), sendo esta mais intensamente corável. A diferença de colorabilidade entre a
eucromatina e a heterocromatina é denominada heteropicnose. A eucromatina, que se
apresenta menos condensada, é geneticamente ativa e nela há uma intensa transcrição
gênica. A heterocromatina, por outro lado, dotada de um maior nível de compactação,
apresenta replicação de DNA mais lenta e certa inatividade gênica. Deve ser ressaltado que,
em uma mesma fibra cromatínica, pode haver regiões eucromáticas e heterocromáticas. Esse
tipo de organização, em que diferentes estados de condensação são mantidos lado a lado,
possibilita que ocorram alterações cíclicas no nível de compactação da cromatina entre a
interfase e a divisão celular. A heterocromatina pode ser classificada em constitutiva e
facultativa. A constitutiva é formada por sequências gênicas altamente repetitivas, que, via de
regra, não sofre transcrição. Ela se localiza em regiões específicas do “cromossomo”,
principalmente no centrômero e ao redor das constrições secundárias. A facultativa é a parte
da heterocromatina que, em um mesmo organismo, se apresenta condensada em algumas
células e descondensadas em outras, representando, em última análise, um estado fisiológico
reprimido do DNA que pode ser revertido ao estado não condensado. Um exemplo de
heterocromatina facultativa é o corpúsculo de Barr ou cromatina sexual.

- Ao contrário do que consta nesta alternativa (“....., a heterocromatina ......... apresenta-se


bastante ativa.... “), a heterocromatina é pouco ativa, como vimos acima (“. A
heterocromatina.... apresenta......... certa inatividade gênica.”).
- ALTERNATIVA 3 3 (“Nas células vegetais durante a interfase não é possível identificar o
núcleo dotado de carioteca, nucléolo e cromatina, através de qualquer técnica de preparação
utilizada.”) – FALSA
* O núcleo é facilmente observado durante a interfase, período em que as células não estão se
dividindo. Nesse intervalo, no caso das células eucarióticas, podemos destacar quatro
componentes, esquematizados na figura abaixo: carioteca (membrana nuclear ou
cariomembrana ou cariolema), envoltório membranoso que reveste o núcleo; cariolinfa (matriz
nuclear ou carioplasma ou suco nuclear), componente fibroso ou de aparência amorfa;
nucléolo(s), um ou mais corpos bem-evidenciáveis, e cromatina, componente filamentoso ou
granuloso, onde se situa o DNA.
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- ALTERNATIVA 4 4 (“O nucléolo é uma estrutura intranuclear, dotada de membranas,


composto por DNA, RNA ribossômico e proteínas.”) – FALSA
* O nucléolo, também denominado plasmossomo, facilmente visível ao microscópio óptico, é
um corpúsculo (podendo ocorrer em número superior a um) denso e arredondado, desprovido
de membrana, que se encontra em contato direto com a cariolinfa. Ele é rico em RNAr (RNA
ribossômico) e proteínas, que juntos formam grãos de ribonucleoproteínas, matérias primas
usadas na elaboração dos ribossomos. Via de regra, o tamanho do nucléolo está relacionado
com a intensidade da síntese proteica. Dessa forma, células que produzem proteínas
ativamente, por terem atividade secretora, ou por se reproduzirem com grande frequência,
possuem nucléolos maiores que outros tipos celulares. Constata-se, por exemplo, que células
indiferenciadas dos embriões e dos tecidos que crescem rapidamente, como certos tumores
malignos, possuem nucléolos bem-evidentes. O DNA que codifica o RNAr, chamado DNAr ou
DNA nucleolar, daí haver uma pequena quantidade de DNA no nucléolo, faz parte de um
cromossomo denominado cromossomo organizador do nucléolo. A região específica desse
cromossomo, à qual o nucléolo está ligado, chama-se região organizadora do nucléolo ou zona
SAT (de satélite) e se localiza próximo à constrição secundária. A zona SAT é responsável, em
última análise, pela organização do nucléolo e pela síntese de RNAr. Geralmente, os nucléolos
são basófilos devido ao RNA, que se cora por corantes básicos. Os que apresentam elevado
teor de proteínas básicas, contudo, têm afinidade pelos corantes ácidos, sendo, portanto,
acidófilos.

12. (COVEST) O índice de massa corporal (IMC) tem sido utilizado como um parâmetro de
avaliação da obesidade e pode ser calculado como: IMC = massa (Kg)/altura x altura (m). No
caso de indivíduos adultos, um IMC entre 18,5 e 24,9 é considerado ideal para uma pessoa
saudável. Entre 25 e 29,9, ocorre sobrepeso e acima de 30,0, são descritos diferentes graus de
obesidade. Com um valor de IMC acima de 40,0, o indivíduo é considerado com obesidade
mórbida. Sobre este assunto, analise as afirmativas seguintes.
I II
0 0 – Pessoas com IMC acima de 40 não perdem peso com a realização de exercícios físicos
e devem se submeter a uma cirurgia de redução de estômago.
1 1 – Pessoas com IMC acima de 30 geralmente possuem espessa camada de tecido adiposo
junto à pele, o que permite maior isolamento térmico em regiões geladas, em comparação com
pessoas magras.
2 2 – A ingestão de gorduras na dieta, independentemente do IMC, auxilia na absorção de
vitaminas lipossolúveis, tais como as vitaminas “A” e “K”, cujas deficiências causam,
respectivamente, xeroftalmia e hemorragias.
3 3 – Indivíduos com grande massa muscular em relação à altura, como atletas halterofilistas,
podem ser saudáveis apesar de apresentarem IMC acima de 30.
4 4 – Pessoas com IMC acima de 30, mas com colesterol do tipo LDL normal, não estão
propensas ao desenvolvimento da arterosclerose.
GABARITO
FVVVV
JUSTIFICATIVA (FORNECIDA PELA COVEST)
0 0 - Falso: a realização de exercícios físicos e a ingestão de alimentos de baixa caloria
auxiliam na diminuição do sobrepeso, mesmo em pessoas com IMC alto, independentemente
de uma eventual necessidade cirúrgica.
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1 1 - Verdadeiro: a gordura funciona como isolante térmico que auxilia na manutenção da


temperatura corporal.
2 2 - Verdadeiro: a deficiência das vitaminas lipossolúveis A e K causa as enfermidades
descritas.
3 3 - Verdadeiro: o cálculo do IMC considera a massa, que pode ser alta em indivíduos
musculosos e não obesos.
4 4 - Verdadeiro: o LDL elevado (mau colesterol) está associado a arteroscleorose.

13. (UFT) As atividades celulares são orientadas pelas informações contidas no DNA, que são
decodificadas em proteínas através dos mecanismos de transcrição e tradução. O que faz uma
baleia parecer uma baleia são suas proteínas. Assim, as proteínas determinam as funções
vitais da baleia, como de todos os seres vivos. Para ditar o desenvolvimento de um organismo,
a informação do DNA deve, de algum modo, ser convertida em proteínas. Essa conversão
ocorre porque o DNA contém um código genético para os aminoácidos que compõem as
proteínas. Nesse código, cada aminoácido é representado por uma sequência de pares de
bases, e essa sequência é refletida na sequência de aminoácidos reunidos em uma cadeia
proteica. Assim, traduzir o código genético significa passar o código de sequência de bases
para uma sequência de aminoácidos. Desse modo, o DNA é decodificado na forma de uma
proteína estrutural ou enzimática que, por sua vez, é responsável por uma característica do
organismo.
Podemos afirmar que:
I. Essa decodificação se faz através da leitura de sequências de três nucleotídeos, chamados
códons, que especificam aminoácidos.
II. Os códons diferem entre diferentes táxons de seres vivos; há códons que não codificam
aminoácidos.
III. A decodificação ocorre no citoplasma celular, em estruturas chamadas ribossomos, a partir
de uma fita simples de DNA que deixa momentaneamente o núcleo somente para tal função.
IV. Cada códon traduz apenas um aminoácido.
V. Vários aminoácidos são codificados por mais de um códon. A isto chamamos degeneração
do código, o que possivelmente traz maior estabilidade contra mutações no DNA.
Indique a alternativa em que todas as afirmativas são falsas.
a) I e III.
b) II, III e IV.
c) II e III.
d) II, III e V.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“II e III.”)
Para uma melhor compreensão desta questão, ver CÓDIGO GENÉTICO, matéria publicada, no
dia 15/11/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
JUSTFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Essa decodificação se faz através da leitura de sequências de três
nucleotídeos, chamados códons, que especificam aminoácidos.”) – VERDADEIRA
* A decodificação (tradução da mensagem genética) é feita através da leitura da mensagem
contida nos códons, presentes no RNAm, levando à formação de uma cadeia polipeptídica.
Cada códon, constituído por três nucleotídeos, especifica um determinado aminoácido, ver
quadro abaixo.
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- AFIRMATIVA II (“Os códons diferem entre diferentes táxons de seres vivos; há códons que
não codificam aminoácidos.”) – FALSA
* Os códons não diferem entre diferentes táxons de seres vivos (ver quadro acima). A diferença
consiste na sequencia desses códons. Com relação à segunda parte desta afirmativa (“... ; há
códons que não codificam aminoácidos.”), há, realmente, códons que não codificam
aminoácidos, casos dos códons de terminação (UAA, UAG e UGA), como pode ser observado
no quadro acima.
- AFIRMATIVA III (“A decodificação ocorre no citoplasma celular, em estruturas chamadas
ribossomos, a partir de uma fita simples de DNA que deixa momentaneamente o núcleo
somente para tal função”) – FALSA
* A fita simples referida nesta afirmativa, não é de DNA e sim de RNA (RNAm), resultante da
transcrição do DNA.
- AFIRMATIVA IV (“Cada códon traduz apenas um aminoácido.”) – VERDADEIRA
* O código genético não é ambíguo, isto é, nenhum códon especifica mais de um aminoácido.
Cada códon corresponde, portanto, a apenas um aminoácido.
- AFIRMATIVA V (“Vários aminoácidos são codificados por mais de um códon. A isto
chamamos degeneração do código, o que possivelmente traz maior estabilidade contra
mutações no DNA.”) – VERDADEIRA
* O código genético é, realmente, degenerado. Todos os aminoácidos, exceto a metionina e o
triptofano (tabela a seguir), possuem mais de um códon. Há casos, inclusive, como a arginina,
a leucina e a serina que chegam a ser especificados por seis códons diferentes. Devido à
degenerescência do código genético, é possível a ocorrência de alterações na informação
genética, sem consequente modificação na cadeia proteica formada (ver MUTAÇÃO GÊNICA,
matéria publicada, no dia 15/04/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”). Esse tipo de
alteração genética, que não apresenta efeito detectável, toma o nome especial de mutação
“silenciosa” (mutação com o mesmo sentido). Como exemplo, podemos citar a troca do códon
CUU pelo códon CUC ou CUA ou CUG. Em face de todos eles codificarem para a leucina, não
há modificação no aminoácido incorporado (quadro anterior). Dessa forma, a degenerescência
traz maior estabilidade contra mutações no DNA, como consta nesta alternativa. A maioria dos
códigos sinônimos está agrupada em família. É o caso, por exemplo, de GGU, GGC, GGA e
GGG e, todos codificadores da glicina, como mostra o quadro anterior.
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- Estão falsas as afirmativas II e III (ALTERNATIVA C).

14. (UFPel) Quatro casos de contaminação pela bactéria Klebsiella pneumoniae


carbapenemase (KPC) foram confirmados em Pernambuco, na tarde de ontem (22/10/2010).
Essa bactéria, também conhecida como a superbactéria, está trazendo preocupações, por isso
os meios de comunicação estão divulgando notícias para esclarecimento da população. A
Klebsiella pneumoniae carbapenemase é transmitida principalmente em ambientes
hospitalares, onde a baixa imunidade de pacientes favorece a proliferação. O risco principal é
para pacientes com baixa imunidade em UTIs, centros cirúrgicos e emergências. Porém nem
todos os que entrarem em contato com a KPC ficarão doentes. A pessoa pode ficar apenas
colonizada pela bactéria. Se estiver saudável e com imunidade reforçada, a pessoa corre
poucos riscos. O controle da transmissão entre pacientes e o uso correto de antibióticos são as
principais providências. A proliferação pode ser barrada com o isolamento de pacientes que
apresentem sintomas e também de pessoas contaminadas e que não tenham sinais. As
bactérias são disseminadas de paciente a paciente por meio de mãos mal higienizadas de
profissionais de saúde e de visitante em hospitais. Por isso a lavagem das mãos com sabão ou
com álcool gel é importante, para evitar o transporte de germes. O simples contato de pele
pode não transmitir a bactéria, mas ajuda a espalhá-la pelo ambiente. A KPC é encontrada em
fezes, na água, no solo, no trato gastrointestinal, em vegetais, frutas e nos cereais. Provoca
normalmente pneumonia e infecções urinárias.
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1
&section=Geral&newsID=a3085493.xml [adapt.].
Com base em seus conhecimentos e no texto, é correto afirmar que a Klebsiella pneumoniae
carbapenemase é um (a):
a) Eucarioto que tem uma capacidade proliferativa superior às demais bactérias existentes,
pois ela desenvolveu mecanismo de variabilidade genética através da reprodução sexuada.
b) Procarioto e, para evitar a contaminação, as pessoas sadias que visitam pacientes nos
hospitais devem tomar antibiótico e lavar as mãos antes de fazerem as visitas.
c) Procarioto e é mais provável que uma pessoa doente seja vítima da superbactéria do que
uma pessoa sadia, pois a capacidade de defesa do organismo dos pacientes nos hospitais está
mais debilitada.
d) Cianobactéria, e as pessoas que estão contaminadas não podem sofrer procedimentos
cirúrgicos nem transfusão de sangue, pois esta é uma das principais formas de transmissão.
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e) Eucarioto, e pessoas com infecções urinárias e pneumonia devem procurar os hospitais,


pois estes são os sintomas da doença.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Procarioto e é mais provável que uma pessoa doente seja vítima da superbactéria do que
uma pessoa sadia, pois a capacidade de defesa do organismo dos pacientes nos hospitais está
mais debilitada.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Eucarioto que tem uma capacidade proliferativa superior às demais
bactérias existentes, pois ela desenvolveu mecanismo de variabilidade genética através da
reprodução sexuada.”) – INCORRETA
* A Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) é um procarioto e não eucarioto, como
consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA B (“Procarioto e, para evitar a contaminação, as pessoas sadias que visitam
pacientes nos hospitais devem tomar antibiótico e lavar as mãos antes de fazerem as visitas.”)
– INCORRETA
* As pessoas sadias que visitam pacientes nos hospitais devem lavar as mãos com sabão ou
álcool gel, antes e depois de estar com os pacientes. Essa lavagem é importante para evitar o
transporte de germes, já que as bactérias são disseminadas de paciente a paciente por meio
de mãos mal higienizadas de profissionais de saúde e de visitante em hospitais. Elas não
devem, entretanto, tomar antibióticos. O uso desnecessário de antibióticos deve ser evitado,
em função da Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase, também conhecida por superbactéria,
ser um microrganismo resistente à maior parte dos antibióticos, sendo de difícil cura. Dessa
forma, existem poucas classes de antibióticos que se mostram efetivas para o tratamento das
infecções hospitalares causadas pela bactéria KPC. A bactéria Klebsiella Pneumoniae
Carbapenemase foi identificada pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2000, depois de ter
sofrido uma mutação genética, que lhe conferiu resistência a múltiplos antibióticos e a
capacidade de tornar resistentes outras bactérias.
- ALTERNATIVA C (“Procarioto e é mais provável que uma pessoa doente seja vítima da
superbactéria do que uma pessoa sadia, pois a capacidade de defesa do organismo dos
pacientes nos hospitais está mais debilitada.”) – CORRETA
* Como consta no enunciado, uma pessoa saudável e com imunidade reforçada, corre pouco
risco de ser vítima da Klebsiella pneumoniae carbapenemase. A baixa imunidade dos
pacientes, por outro lado, favorece a proliferação.
- ALTERNATIVA D (“Cianobactéria, e as pessoas que estão contaminadas não podem sofrer
procedimentos cirúrgicos nem transfusão de sangue, pois esta é uma das principais formas de
transmissão.”) – INCORRETA
* A Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase não é uma cianobactéria, como consta nesta
alternativa.
COMPLEMENTO
As cianobactérias (denominadas antigamente de algas azul-azuis ou cianofíceas)
apresentam clorofila e outros pigmentos, como ficocianina e ficoeritrina, conhecidos como
pigmentos acessórios. Elas são autótrofas fotossintetizantes e vivem no mar, na água doce e
em ambientes terrestres úmidos, podendo se apresentar como células isoladas ou formar
colônias de diferentes tamanhos. Seu sistema fotossintético é constituído por sacos
membranosos, achatados e concêntricos, entre os quais se encontram grânulos de cerca de 40
nm de diâmetro, ligados à parede externa dos referidos sacos. Esses grânulos, denominados
cianossomos, são dotados de ficocianina e ficoeritrina, enquanto a estrutura membranosa
contém clorofila e outros compostos do sistema fotossintetizante. A energia solar absorvida
pela ficocianina e pela ficoeritrina é transferida para as membranas contendo clorofila, onde se
processa a fotossíntese. Dessa forma, esses pigmentos acessórios aumentam o espectro de
utilização de a luz solar, em comparação com a absorção proporcionada pela clorofila sozinha.
A parede celular das cianobactérias é semelhante à das demais bactérias e, por vezes, é
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revestida por uma capa gelatinosa dotada de pigmentos coloridos (dourado, castanho,
vermelho, etc.), razão pela qual esses procariontes nem sempre são azuis, apesar da sua
denominação genérica. Usando água, oxigênio, gás carbônico e amônia, elas sintetizam uma
grande variedade de moléculas orgânicas, sendo capazes de sobreviver com esses parcos
recursos nas condições mais adversas, desde que na presença de luz. Para beneficiar sua
nutrição e captação de energia, muitas cianobactérias são dotadas de vacúolos contendo gás,
que, controlando a flutuação da célula, colocam esses procariontes na profundidade ótima em
nutrientes, concentração de oxigênio e intensidade luminosa. Algumas cianobactérias (Nostoc
e Anabaena, entre outras), além de fotossintetizantes, atuam como bactérias fixadoras,
participando do ciclo do nitrogênio. A exemplo das demais bactérias, sua divisão celular ocorre
por amitose (divisão direta). Os principais exemplos de cianobactérias pertencem aos gêneros
Nostoc, Oscillatoria, Anabaena e Microcystis.
- ALTERNATIVA E (“Eucarioto, e pessoas com infecções urinárias e pneumonia devem
procurar os hospitais, pois estes são os sintomas da doença”) – INCORRETA
* A Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) é um procarioto e não eucarioto, como
consta nesta alternativa. Como consta no enunciado, a KPC provoca normalmente pneumonia
e infecções urinárias.

15. (FATEC) Os seres vivos mantêm um ambiente interno estável, mesmo quando as
condições ambientais externas apresentarem variações. Essa estabilidade, denominada
_____I_____, é garantida por um conjunto de reações químicas ordenadas, que constituem o
_____II_____. Assim, cada ser vivo mantém a sua própria vida e, através do processo de
_____III_____, garante a sobrevivência de sua espécie. Assinale a alternativa que contém os
termos que preencham, corretamente, as lacunas I, II e III.
a) I = metabolismo
II = homeostase
III = reprodução
b) I = metabolismo
II = reação a estímulos do ambiente
III = reprodução
c) I = reação a estímulos do ambiente
II = reprodução
III = adaptação
d) I = homeostase
II = metabolismo
III = reprodução
e) I = homeostase
II = reprodução
III = adaptação
ALTERNATIVA CORRETA: D
(I = homeostase, II = metabolismo e III = reprodução.)
JUSTIFICATIVA
I. HOMEOSTASE: é a capacidade de manter o meio interno constante. Na manutenção desse
equilíbrio atuam integralmente os vários sistemas do indivíduo, como o nervoso, o hormonal, o
excretor, o circulatório, o respiratório, etc. São inúmeras as formas de conservação da
homeostase, dentre elas destacamos os processos ou “reações” de feedback
(retroalimentação). Quem primeiro chamou atenção para a necessidade do organismo manter
seu meio interno constante foi Claude Bernard (1813-1878). Foi, entretanto, o americano
Walter Cannon (1871-1945), que criou o termo homeostase, para descrever essa capacidade.
Relacionamos a seguir alguns dos mais importantes exemplos de homeostase nos mamíferos:
Ia. Regulação da quantidade de água e minerais no corpo, conhecida como osmorregulação.
Tem lugar principalmente nos rins.
Ib. Remoção de resíduos metabólicos, conhecida como excreção. Tem lugar em órgão
excretórios, como os rins e os pulmões.
Ic. Regulação da temperatura corporal (termorregulação), realizada principalmente pela pele e
pela circulação sanguínea.
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Id. Regulação dos níveis de glicose no sangue, realizada, principalmente, pelo fígado e pela
insulina secretada pelo pâncreas.
II. METABOLISMO: conjunto de reações químicas ordenadas, que se processam nos seres
vivos, responsáveis pelas transformações e utilização da matéria e da energia. O metabolismo
costuma ser dividido em dois grupos: anabolismo e catabolismo.
IIa. Anabolismo: refere-se a todos os processos em que ocorre produção (síntese) de novas
substâncias, utilizadas para o crescimento do organismo e reparação das perdas, a partir de
substâncias mais simples. A produção de proteínas, a partir de aminoácidos, por exemplo, faz
parte do anabolismo.
IIb. Catabolismo: ao contrário do anabolismo, refere-se a reações em que há degradação
(quebra) de substâncias complexas em outras mais simples, com liberação de energia
necessária às diversas funções orgânicas. A quebra da glicose em gás carbônico e água,
liberando energia, por exemplo, faz parte do catabolismo.
Podemos ainda falar em metabolismo energético, plástico (estrutural) e regulador.
1. Metabolismo energético: compreende os processos que envolvem variações de energia,
como a respiração celular, a fermentação, a fotossíntese e a quimiossíntese. Várias
substâncias exercem a função de combustíveis imediatos, como a glicose, e outras constituem
reserva energética, como o glicogênio.
2. Metabolismo plástico: envolve, principalmente, as substâncias que entram na estrutura
arquitetônica das células e dos tecidos. Como exemplos citamos o colágeno (proteína),
componente dos ossos e de outros tecidos animais e a celulose (carboidrato), encontrada nos
tecidos vegetais.
3. Metabolismo regulador: neste caso temos, como exemplo, a participação dos ácidos
nucleicos (DNA e RNA), que atuam como depositários e executores das informações
genéticas; das proteínas que auxiliam e efetuam várias das instruções hereditárias e dos
hormônios, que transmitem “mensagens” de uma célula para outra.
III. REPRODUÇÃO: capacidade que todos os seres vivos possuem de originar outros seres,
garantindo a perpetuação das espécies. A reprodução difere de todas as outras funções,
realizadas pelos seres vivos, por ser necessária à conservação da espécie e não à
sobrevivência do indivíduo em si. Qualquer que seja o modo de reprodução (assexuada ou
sexuada), os membros de uma geração transmitem aos descendentes uma “semente” básica,
representada por uma ou mais células. Dessa forma, a vida vem, graças à reprodução, se
perpetuando, ininterruptamente, desde que ela surgiu, na Terra, há mais de 3,5 bilhões de
anos.

16. (UESPI) A doença humana conhecida popularmente como “Calazar”, cujo ciclo é ilustrado
abaixo, é causada por qual protozoário?

a) Trypanossoma.
b) Plasmodium.
c) Leishmania.
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d) Giardia.
e) Toxoplasma.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Leishmania.”)
JUSTIFICTIVA
* Calazar (leishmaniose visceral) é causada pela Leishmania chagasi (protozoário flagelado),
que ataca o baço e o fígado. Os principais sintomas são febre intermitente com semanas de
duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do
fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na
boca e nos intestinos. A parasitose é transmitida pela picada do mosquito Lutzomya
longipalpis, conhecido vulgarmente como mosquito-palha.

17. (UESPI) Todos os anos o Ministério da Saúde do Brasil realiza campanha nacional para
erradicação da Poliomielite com a administração da vacina oral Sabin, uma das vacinas mais
modernas do mundo, visto que bastam algumas gotas contendo antígenos virais para imunizar
a população. Contudo, a perspectiva é que as futuras vacinas sejam preparadas a partir do
DNA dos microrganismos alvo. Sobre este assunto, observe a figura abaixo e assinale a
alternativa correta.

a) Vacinas de DNA são constituídas por cromossomos do próprio hospedeiro, enxertados com
DNA microbiano.
b) Vacinas de DNA induzem a produção de proteínas microbianas pelas células do hospedeiro.
c) Vacinas de DNA não induzem a formação de células B de memória e anticorpos no
hospedeiro.
d) Vacinas de DNA não poderiam ser produzidas contra vírus que possuem material genético
de RNA.
e) Vacinas de DNA induziriam a produção de anticorpos somente quando o hospedeiro fosse
infectado pelo microrganismo alvo da vacina.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Vacinas de DNA induzem a produção de proteínas microbianas pelas células do hospedeiro.”)
JUSTIFICICATIVA
- As vacinas de DNA são feitas com partes de DNA do agente que se quer combater
(microrganismos alvos), como se pode constatar no enunciado e na figura constantes nesta
questão. Dessa forma, ao contrário das tradicionais, as vacinas de DNA se baseiam no uso da
sequência de material genético que se deseja combater.
- Quando a vacina de DNA é administrada em uma pessoa, o DNA é reconhecido por suas
células, que começam a produzir substâncias que seriam normalmente elaboradas por
bactérias, vírus ou outro agente infeccioso, fazendo com que o organismo hospedeiro
reconheça e produza imunidade contra essas substâncias, criando, dessa forma, uma memória
imunológica.
- O DESCRITO ACIMA LEVA À ALTERNATIVA B (“VACINAS DE DNA INDUZEM A
PRODUÇÃO DE PROTEÍNAS MICROBIANAS PELAS CÉLULAS DO HOSPEDEIRO.”).
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18. (UNESP) Os dados abaixo apresentam resultados de uma pesquisa sobre o consumo de
drogas, realizada com 943 jovens estudantes de um grande município do Estado de São Paulo.

Dentre as drogas relacionadas, há uma que tem sido detectada em alguns atletas que
participam de competições esportivas e utilizada por jovens ou adolescentes que cultuam o
chamado corpo sarado. Trata-se:
a) Do ecstasy, pois melhora o desempenho nas práticas esportivas, embora provoque
ansiedade.
b) Do anabolizante que, na forma de esteroides, aumenta a massa muscular, sem provocar
sérios problemas ou danos à saúde.
c) Do anabolizante que, na forma de esteroides, aumenta a massa muscular, mas pode causar
esterilidade, impotência e doenças cardíacas.
d) Do ecstasy, pois aumenta a massa muscular, embora provoque depressão.
e) Da cocaína, pois acelera a circulação e, consequentemente, as contrações musculares,
embora provoque sérios efeitos colaterais.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Do anabolizante que, na forma de esteroides, aumenta a massa muscular, mas pode causar
esterilidade, impotência e doenças cardíacas.”)
* Os esteroides anabolizantes, utilizados indevidamente por alguns atletas e jovens, aumentam
a massa muscular por estimulação da síntese de proteínas. Podem, entretanto, causar uma
série de efeitos colaterais graves, como disfunções sexuais (impotência e esterilidade) e
problemas cardiovasculares.

19. (UECE) O AVC é causado pela obstrução ou ruptura de uma artéria, que ocasiona a falta
de irrigação em determinada área do cérebro, podendo, dessa forma, provocar morte celular
dos neurônios pela ausência de nutrientes e de oxigênio. Dentre as alternativas a seguir,
assinale a que contém somente fatores que predispõem um indivíduo à ocorrência de AVC.
a) Hipotensão, diabetes mellitus, tabagismo, obesidade.
b) Hipertensão, obesidade, tabagismo, colesterol elevado.
c) Hipotireiodismo, hipotensão, doenças cardiovasculares, alcoolismo.
d) Hipertensão, elevada taxa glicêmica, HDL elevado, hipotireioidismo.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Hipertensão, obesidade, tabagismo, colesterol elevado.”)
JUSTIFICATIVA
* O acidente vascular cerebral (AVC) representa um processo patológico que tem como fatores
de riscos prévios a hipertensão, a diabetes, a obesidade, o tabagismo e o colesterol elevado.
Essa patologia ocorre devido a uma obstrução ou rompimento de um vaso encefálico, levando
a isquemias ou hemorragias no interior do tecido nervoso.
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20. (COVEST) Os mecanismos de autorregulação que levam à homeostase, para garantir um


equilíbrio dinâmico, implicam retroalimentação (feedback), como ocorre no exemplo
de feedback negativo, esquematicamente, ilustrado na figura.

O aumento da concentração da substância X determina a ativação do centro Y, que provoca o


aumento da função Z, que determina a diminuição da concentração da substância X. Um
exemplo de feedback negativo no homem é:
a) A regulação do ritmo respiratório.
b) A diminuição da oxigenação sanguínea por excessiva ingestão de água salgada por um
náufrago.
c) A menor capacidade de armazenamento de urina em idosos.
d) A elevação da temperatura em casos de febre.
e) A contração da musculatura uterina durante o trabalho de parto.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“A regulação do ritmo respiratório.”)
JUSTIFICATIVA
* A figura desta questão evidencia um caso de feedback (retroalimentação) negativo, no qual a
alteração funcional se faz em um sentido, e a reação para a correção, objetivando atingir o
equilíbrio dinâmico, inverte esse sentido. Isso se verifica, por exemplo, no mecanismo normal
de regulação do ritmo respiratório. No caso em lide, a elevação da concentração de gás
carbônico (CO2), ilustrado como substância X, ao passar pelo bulbo raquidiano (medula
oblonga), situado no encéfalo, ativa o centro respiratório (Y), aumentando, como consequência,
o ritmo respiratório, ilustrado com função Z. Isto provoca a redução da concentração de CO 2 no
sague, cessando, momentaneamente, a ativação do referido centro respiratório.
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DÉCIMA-OITAVA BATERIA

01. (UERJ) Em uma experiência que procurava estudar a participação dos tecidos
embrionários na formação dos órgãos primitivos, um embriologista transplantou o lábio dorsal
do blastóporo de uma gástrula para a região ventral de outra, conforme demonstra o esquema
abaixo:

A partir do implante, um novo embrião se desenvolveu. Esse resultado pode ser atribuído ao
seguinte fator:
a) Existência da placa neural no lábio dorsal transplantado.
b) Presença de célula germinativa já fecundada no transplante.
c) Atuação do lábio dorsal sobre os tecidos do organismo receptor.
d) Fornecimento de abundante material nutritivo pelo tecido transplantado.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Atuação do lábio dorsal sobre os tecidos do organismo receptor.”)
- O enunciado relata uma experiência de indução embrionária.
* Por indução embrionária, denominamos a influência que um tecido exerce sobre outro
adjacente, por ocasião da diferenciação celular. Este fenômeno ocorre durante um período
específico e limitado do desenvolvimento embrionário. Sabe-se que além do controle genético,
propriamente dito, o desenvolvimento é dirigido e influenciado por uma parte do embrião e que
a parte capaz de induzir é denominada indutora ou organizadora. A indução, em parte, resulta
da gastrulação, já que é nessa fase do desenvolvimento que as células de uma camada entram
em contado com as células de outras camadas adjacentes. Mediante esse contato, as
moléculas dos dois tecidos influenciam umas as outras, orientando a diferenciação das células
induzidas. Experimentos envolvendo indução embrionária foram iniciados no começo do século
passado por Hans Spemann, cujos trabalhos de enxertia embrionária lhe valeram o prêmio
Nobel em 1933.
- Do exposto, pode-se concluir que houve atuação do lábio dorsal sobre os tecidos do
organismo receptor (ALTERNATIVA C)

02. (UPE) Os textos a seguir apresentam notícias na mídia sobre duas doenças: a AIDS e a
Dengue.

HIV-2 É IDENTIFICADO EM 15 PACIENTES NO BRASIL


São Paulo – estudo realizado pela Fiocruz confirmou a presença de um segundo
tipo de vírus da AIDS em 15 pacientes do Brasil, todos com co-infecção com o vírus 1,
que circula no país. O estudo tem impacto sobre as políticas de prevenção, reforçando o
uso de camisinhas. Mesmo infectada, uma pessoa tem de usar camisinha, afirmou o
diretor do departamento de DST, Dirceu Greco. (…) Ele destacou que esse vírus tem
evolução lenta, mas é resistente a medicamentos contra a AIDS.
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Fonte: Jornal do Commercio – caderno Brasil/ saúde, 02/09/10.


DENGUE TIPO 4 TEM MAIS NOVE CASOS SUSPEITOS
Brasília – o Ministério da Saúde divulgou mais nove casos de pessoas
contaminadas com vírus da dengue tipo 4. O sorotipo 4 representa um risco muito
grande, porque a população brasileira é 100% vulnerável a ele. Se ocorrer uma
epidemia, o número de infectados e mortes será muito maior, diz o infectologista da
UFRJ, Edimilson Migowski. A doença provoca dor de cabeça, dores no corpo e
articulações, febre…
Fonte: Jornal do Commercio – caderno Brasil/ saúde, 20/08/10.

Sobre essas doenças, assinale a alternativa correta.


a) A AIDS e a dengue são causadas por vírus, organismos procarióticos simples que possuem
o material genético do tipo DNA envolto por uma cápsula proteica, denominada de capsídeo.
b) A dengue é transmitida ao homem pela picada de fêmeas hematófagas do mosquito Culex
fatigans. O mosquito pica durante o dia e tem o abdome rajado de preto e branco.
c) A maneira mais eficiente de evitar a dengue é o controle da população do mosquito vetor da
doença, tais como não deixar água parada em vasos, pneus, usar repelentes de insetos no
corpo e proteger portas e janelas com telas.
d) Como a infecção pela AIDS ocorre apenas por meio de relações sexuais, recomenda-se o
uso de preservativos ou camisinhas como forma mais eficiente de evitar o contágio.
e) Para o tratamento da dengue e da AIDS, é recomendado o uso de medicamentos
denominados antirretrovirais, inibidores da transcriptase reversa, que impedem a síntese do
DNA viral.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“A maneira mais eficiente de evitar a dengue é o controle da população do mosquito vetor da
doença, tais como não deixar água parada em vasos, pneus, usar repelentes de insetos no
corpo e proteger portas e janelas com telas.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A AIDS e a dengue são causadas por vírus, organismos procarióticos
simples que possuem o material genético do tipo DNA envolto por uma cápsula proteica,
denominada de capsídeo.”) – INCORRETA
* Virus não são organismos procarióticos. Eles são acelulares. Além disto, os virus causadores
da AIDS e da dengue são do tipo RNA de cadeia simples e não do tipo DNA, como consta
nesta alternativa.
- ALTERNATIVA B (“A dengue é transmitida ao homem pela picada de fêmeas hematófagas do
mosquito Culex fatigans. O mosquito pica durante o dia e tem o abdome rajado de preto e
branco.”) – INCORRETA
* Adquire-se a dengue pela picada de um mosquito (Aedes aegypti ou Aedes albopictus),
portador do vírus, que picam durante o dia. O mosquito Culex fatigans transmite a filariose.
- ALTERNATIVA C (“A maneira mais eficiente de evitar a dengue é o controle da população do
mosquito vetor da doença, tais como não deixar água parada em vasos, pneus, usar repelentes
de insetos no corpo e proteger portas e janelas com telas.”) – CORRETA
* A dengue pode ser controlada e eventualmente erradicada com a eliminação dos mosquitos
vetores, cujas larvas se desenvolvem em águas paradas. Uma medida é impedir o acesso do
mosquito a reservatório que contenha água limpa para evitar que a fêmea possa depositar
seus ovos e as larvar possam se desenvolver. Cobrir caixas d’água, cisternas, latas, pneus,
cacos de vidro e vasos de plantas, por exemplo, são medidas preventivas eficientes para
controlar a população dos mosquitos vetores.
- ALTERNATIVA D (“Como a infecção pela AIDS ocorre apenas por meio de relações sexuais,
recomenda-se o uso de preservativos ou camisinhas como forma mais eficiente de evitar o
contágio.”) – INCORRETA
* A transmissão do vírus da AIDS pode ocorrer de varias maneiras. Dentre elas citamos:
I. Contato sexual sem preservativo com pessoas portadoras do HIV.
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II. Transfusão de sangue ou transplante de órgãos contaminados pelo HIV.


III. Uso de seringas ou outros materiais cirúrgicos ou cortantes não esterilizados.
IV. De mãe para filho, durante a gravidez, no momento do parto ou pela amamentação.
* Constata-se que as relações sexuais não representam o único meio de transmissão da AIDS,
como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA E (“Para o tratamento da dengue e da AIDS, é recomendado o uso de
medicamentos denominados antirretrovirais, inibidores da transcriptase reversa, que impedem
a síntese do DNA viral.”) – INCORRETA
* O tratamento referido nesta alternativa não aplica à dengue, que é causada por um vírus RNA
de cadeia simples (+) e não por um retrovírus como o HIV, causador da AIDS.

03. (UEPB) Analise o ciclo de vida abaixo e, a partir da identificação do parasita ao qual
pertence, identifique as proposições corretas.

PROPOSIÇÕES:
-Trata-se de:
1. Schistosoma mansoni.
2. Taenia solium.
3. Ascaris lumbricoides.
4. A n c i l o s t o m a duodenale.
5. Wuchereria bancrofti.
- O modo de transmissão é:
a. Penetração ativa de larvas cercarias na pele, provocando coceira.
b. Penetração ativa de larvas, presentes no solo, no corpo humano através da pele.
c. Picada de mosquito do gênero Culex.
d. Ingestão de alimentos e de água contaminados por ovos.
e. Carne de porco contaminada com cisticercos.
- Podemos evitar o contágio com as seguintes medidas:
I. Saneamento básico, higiene alimentar e pessoal, filtrar ou ferver a água de beber, tratamento
dos doentes.
II. Saneamento básico, inspeção das carnes nos abatedouros e açougues, cozimento
prolongado dessas carnes, tratamento dos doentes.
III. Controle da população do agente transmissor, uso de repelentes de insetos, telas em portas
e janelas, tratamento dos doentes.
IV. Saneamento básico, evitar contato com solo contaminado, tratamento dos doentes.
V. Saneamento básico, controle da população do planorbídeo, evitar entrar ou nadar nas
chamadas “lagoas de coceiras”, tratamento dos doentes.
- Dentre os sintomas nos seres humanos, podemos destacar:
A. Desnutrição, devido ao parasitismo de vasos intestinais.
B. Cólicas intestinais e náuseas, além de manchas brancas na pele.
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C. Desnutrição, podendo ocorre complicações que afetam o cérebro, os olhos e o coração


(cisticercose).
D. Inchaço causado pela obstrução dos vasos linfáticos.
E. Palidez intensa devido à anemia, ocasionada por perda de sangue nas lesões do intestino
delgado.
A sequência que corresponde às proposições corretas em relação ao ciclo de vida analisado é:
a) 3 – d – I – B.
b) 2 – e – II – C.
c) 1 – a – V – A.
d) 4 – b – IV – E.
e) 5 – c – III – D.
SEQUÊNCIA CORRETA: A
(“3 – d – I – B.”)
JUSTIFICATIVA
A figura contida nesta questão mostra o ciclo de vida (ciclo evolutivo) do Ascaris
lumbricoides, que provoca uma doença denominada ascaridíase ou ascaríase. Ver abaixo, o
esquema resumido desse ciclo.

- AGENTE CAUSADOR: Ascaris lumbricoides (3), popularmente conhecido como


lombriga. É um verme (nematódeo) de forma cilíndrica, parasita do intestino delgado humano.
Os machos medem cerca de 20 a 30 cm de comprimentos quando adultos e apresentam cor
leitosa. Possuem extremidade posterior encurvada em forma de gancho, que serve para
segurar a fêmea na hora da cópula. As fêmeas medem cerca de 30 a 40 cm quando adultas,
sendo mais robustas que os exemplares machos, cor leitosa. Apresenta a extremidade
posterior cônica e retilínea.
- MODO DE TRANSMISSÃO: ingestão de ovos do parasita através de água e
alimentos contaminados (d).
I. A contaminação pelo Ascaris lumbricoides ocorre através da ingestão de água e alimentos
contaminados com ovo embrionado. No interior do intestino delgado (duodeno) ocorre eclosão
do ovo com liberação de uma pequena larva filamentosa, com cerca de 0,2 mm de
comprimento.
II. Essa larva passa pela corrente sanguínea, para o fígado, coração e pulmões.
III. No interior dos pulmões essas larvas perfuram os alvéolos pulmonares sofrendo mudas, se
tornando resistentes e maiores, provocando irritação.
IV. Dos pulmões, as larvas chegam à laringe, onde podem ser deglutidas. Chegam ao Intestino
delgado originando vermes adultos.
V. No interior do intestino delgado ocorre reprodução sexuada com liberação de milhares ovos,
que serão eliminados através das fezes.
- PROFILAXIA (FORMA DE EVITAR O CONTÁGIO):
I. Tomar água filtrada (I), clorada ou fervida e só comer verduras cruas após lavagem
cuidadosa.
II. Impedir que hortas sejam adubadas com fezes humanas.
III. Saneamento básico (I).
IV. Higiene das mãos após a defecação (I).
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V. Tratamento dos doentes (I).


- A ASCARIDÍASE PODE CAUSAR (SINTOMAS):
I. Cólicas intestinais (B), náuseas, diarreia, vômitos falta de apetite, astenia, palidez...
II. Quando há grande número de vermes pode haver quadro de obstrução intestinal e
eliminação dos vermes nas fezes ou através de vômitos.
III. A larva pode agredir as vias respiratórias, fazendo o indivíduo apresentar tosse, catarro com
sangue ou crise de asma.
IV. Os vermes podem perfurar a parede do intestino, passando a cavidade abdominal.
V. Manchas brancas na pele (B) decorrentes de toxinas eliminadas pelo parasita.

04. (PUCCAMP) A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, foi a primeira
vitamina a ser isolada, ser conhecida estruturalmente e a ser sintetizada em laboratório. Por
apresentar comportamento químico fortemente redutor, atua, numa função protetora como
antioxidante de compostos. Atualmente é obtida industrialmente a partir da glicose, através de
processo envolvendo várias etapas e vários compostos intermediários. As vitaminas são
substâncias orgânicas essenciais, por atuarem como:
a) Precursoras de hormônios.
b) Cofatores enzimáticos.
c) Estimulantes do apetite.
d) Fonte de energia.
e) Enzimas celulares.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Cofatores enzimáticos.”)
JUSTIFICATIVA
* Os cofatores enzimáticos são substâncias orgânicas ou inorgânicas necessárias ao
funcionamento das holoenzimas (enzimas conjugadas). Se um cofator for orgânico, recebe o
nome de coenzima. As principais coenzimas são as vitaminas (substâncias orgânicas
exógenas, necessárias em pequenas quantidades e de natureza química variável). Lembramos
que as holoenzimas são formadas por apoenzima (porção proteica) mais coenzima (porção
não proteica). Na ausência da coenzima, as holoenzimas são inativas.

05. (PUC-SP) A hemoglobina humana é uma proteína conjugada, cuja molécula é constituída
de 574 aminoácidos que se distribuem em duas cadeias alfa e duas beta. A genética molecular
explica que a substituição do ácido glutâmico por valina na cadeia beta afeta sua função,
podendo provocar anemia falciforme. Esse fenômeno que envolve os dois aminoácidos é:
a) Hereditário, pois a posição dos aminoácidos na proteína é determinada geneticamente.
b) Ocasional, dependendo das mutações ocorridas durante a síntese proteica.
c) Ocasional, porque a alteração na hemoglobina é provocada pela baixa tensão de oxigênio
no meio ambiente.
d) Ocasional, devido à presença de átomos de ferro entre as cadeias alfa e beta na
hemoglobina.
e) Impossível identificar como ocasional ou hereditário apenas com esses dados e sem
conhecer a estrutura química da hemoglobina.
- A anemia falciforme (siclemia ou drepanocitose), resulta da troca de um par A-T, no DNA
normal, por um par T-A, no DNA siclêmico. O RNA que for transcrito a partir do DNA alterado
terá, igualmente, sua sequência de bases modificada e isto pode alterar sua estrutura e função.
Essa troca constitui um exemplo de mutação gênica do tipo transversão (ver MUTAÇÃO
GÊNICA, matéria publicada no blog “djalmasantos.wordpress.com.”, no dia15/04/2011), na qual
uma base púrica é substituída por uma pirimídica ou vice-versa (A ou G ↔ C ou T). Como
consequência dessa mutação, a cadeia beta da hemoglobina dos portadores dessa doença,
que pode ser letal, apresenta, na posição 6 (figura a seguir), uma valina (val) no lugar de um
ácido glutâmico (glu), que leva a uma modificação na forma da proteína toda (ver CÓDIGO
GENÉTICO e SÍNTESE PROTEICA, matérias publicadas no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”, nos dias 15/11/2010 e 16/07/2014, respectivamente). Em
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função disso, as hemácias dotadas dessa hemoglobina alterada em um único aminoácido


(valina no lugar de ácido glutâmico), tendem a se deformar, assumindo o formato de uma foice,
o que caracteriza a siclemia. Além de serem destruídas mais depressa que as hemácias
normais, levando a uma anemia grave, as hemácias falciformes grudam umas nas outras no
interior dos capilares sanguíneos, podendo provocar obstruções no trajeto do sangue para os
tecidos.

- Trata-se, portanto, de uma doença hereditária caracterizada pela malformação das hemácias,
que assume forma semelhante à foice (daí o nome falciforme), causando deficiência no
transporte de oxigênio e gás carbônico. A figura a seguir, mostra hemácias normais (em A) e
falciformes (em B).

ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Hereditário, pois a posição dos aminoácidos na proteína é determinada geneticamente.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Hereditário, pois a posição dos aminoácidos na proteína é determinada
geneticamente.”) – CORRETA
* Trata-se de um fenômeno hereditário, como mostramos acima.
- Todas as demais alternativas estão incorretas, como se pode constatar no que foi exposto
acima.

o
06. (PUERI DOMUS) As informações a seguir foram retiradas da Lei n 11.105 de 24 de março
de 2005, que estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades
que envolvam organismos geneticamente modificados (OGM).
Engenharia genética: atividade de produção e manipulação de moléculas de DNA
recombinante.
Moléculas de DNA recombinante: moléculas manipuladas fora das células mediante
modificações de segmentos de DNA e que possam multiplicar-se em uma célula viva.
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Organismo geneticamente modificado (OGM): organismo cujo material genético tenha sido
modificado por qualquer técnica de engenharia genética.
Clonagem: processo de reprodução assexuada, produzida artificialmente, baseada em um
púnico patrimônio genético, com ou sem utilização de técnicas de engenharia genética.
Em relação ao apresentado, assinale a alternativa correta.
a) A reprodução sexuada que ocorre nos animais depende de moléculas de DNA recombinante
para a formação dos gametas.
b) Durante a divisão celular, são produzidas moléculas de DNA recombinante que
posteriormente serão passadas aos descendentes, por meio dos processos de reprodução.
c) Os transgênicos, como, por exemplo, o algodão resistente a insetos e a soja resistente a
herbicida, podem ser considerados organismos geneticamente modificados.
d) A clonagem promove o surgimento de linhagem com pouca variabilidade genética, o que
aumenta a capacidade da população de ser adaptar a novas condições ambientais.
e) Produtos agrícolas que apresentam vantagens são produzidos necessariamente por meio de
clonagem, como, por exemplo, a soja resistente às pragas.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Os transgênicos, como, por exemplo, o algodão resistente a insetos e a soja resistente a
herbicida, podem ser considerados organismos geneticamente modificados.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A reprodução sexuada que ocorre nos animais depende de moléculas de
DNA recombinante para a formação dos gametas.”) – INCORRETA
* A formação de gametas (gametogênese) em animais independe de moléculas de DNA
recombinante, ao contrario do que consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA B (“Durante a divisão celular, são produzidas moléculas de DNA
recombinante que posteriormente serão passadas aos descendentes, por meio dos processos
de reprodução.”) – INCORRETA
* Moléculas de DNA recombinantes são produzidas fora das células. A figura abaixo mostra,
esquematicamente, os eventos básicos em uma experiência de clonagem gênica (técnica do
DNA recombinante ou engenharia genética). Nela, se pode constatar a formação de
uma molécula de DNA recombinante.

1. Um fragmento de DNA contendo o gene a ser clonado é inserido em um vetor de clonagem,


geralmente um DNA circular, formando uma molécula de DNA recombinante.
2. Introdução da molécula de DNA recombinante na célula hospedeira.
3. Multiplicação da molécula de DNA recombinante no interior da célula hospedeira, formando
várias cópias idênticas, processo conhecido como amplificação.
4. Divisão da célula hospedeira e consequente passagem para a prole, de cópias da molécula
de DNA recombinante.
5. Formação de um clone, colônia de células cada uma contendo cópias múltiplas da molécula
de DNA recombinante, graças a sucessivas divisões celulares.
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- ALTERNATIVA C (“Os transgênicos, ou seja, organismos que receberam, por meio de


técnicas de engenharia genética, genes de outras espécies, podem ser considerados
organismos geneticamente modificados.”) – CORRETA
* Os transgênicos, organismos que receberam, por meio de técnicas de engenharia genética,
genes de outras espécies, são considerados organismos geneticamente modificados, como
consta nesta alternativa.
COMPLEMENTO
* Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) são aqueles em cujo genoma foram
introduzidos genes que conferem características desejadas. Eles são dotados, portanto, de
alteração(ões) em trecho(s) do seu genoma obtida(s) através da tecnologia do DNA
recombinante. Dentre as utilizações dos OGMs citamos:
I. Produção de alimentos em maior quantidade e qualidade.
II. Produção de grandes quantidades de substâncias com aplicação médica ou farmacêutica,
como insulina, hormônio do crescimento e fatores de coagulação sanguínea.
III. Produção de substâncias com aplicação industrial.
IV. Biorremediação - modificação de organismos no sentido de degradarem poluentes.
A utilização e a introdução no mercado dos OGMs é um assunto controverso e que levanta
problemas éticos.
- ALTERNATIVA D (“A clonagem promove o surgimento de linhagem com pouca variabilidade
genética, o que aumenta a capacidade da população de ser adaptar a novas condições
ambientais.”) – INCORRETA
* A pequena ou nenhuma variabilidade genética produzida pela clonagem diminui a capacidade
da população de se adaptar a novas condições ambientais, ao contrário do que consta nesta
alternativa.
- ALTERNATIVA E (“Produtos agrícolas que apresentam vantagens são produzidos
necessariamente por meio de clonagem, como, por exemplo, a soja resistente às pragas.”) –
INCORRETA
* Produtos agrícolas que apresentam vantagens podem ser produzidos por meio de várias
técnicas diferentes e não apenas por meio de clonagem, como consta nesta alternativa. É o
caso, por exemplo, das técnicas de reprodução seletiva já, há muito, utilizada pelo homem a
fim de obter seres mais produtivos, como milhos mais nutritivos, vacas capazes de produzir
mais leite e diferentes variedades vegetais dotadas de determinadas características. Embora a
clonagem gênica (técnica do DNA recombinante ou engenharia genética) e a reprodução
seletiva promovam o melhoramento genético de espécies úteis para a humanidade, a
reprodução seletiva, ao contrário da clonagem, é um processo mais lento, envolve várias
gerações e favorece o progresso de apenas um ou de poucos caracteres por vez.
- Para maiores detalhes ver CLONAGEM GÊNICA, matéria publicada, no dia 26/11/2011, no
blog “djalmasantos.wordpress.com.”

07. (UEFS) A expansão das atividades humanas afeta os ambientes naturais e a


biodiversidade, ocasionando a fragmentação de hábitats em florestas tropicais. Acredita-se
que, por conta da intervenção humana, restem apenas 7% da Mata Atlântica original. Com
relação aos efeitos da ação humana sobre a Mata Atlântica, analise as alternativas a seguir,
identificando com V as verdadeiras e com F, as falsas.
( ) Os pequenos fragmentos florestais gerados a partir da intervenção humana sobre o
ambiente florestal tornam-se, cada vez mais, internamente homogêneos quanto à composição
de espécies e grupos ecológicos.
( ) Nas bordas dos fragmentos florestais, ocorre a redução da variedade de espécies de
árvores, sendo que as árvores pioneiras proliferam e as típicas de florestas entram em declínio.
( ) As alterações microclimáticas decorrentes da formação de fragmentos florestais são
insuficientes para intervir na taxa reprodutiva dos animais e desequilíbrio populacional.
( ) Um dos principais problemas da formação de fragmentos florestais advém da total
incapacidade de regeneração de florestas tropicais, após a perturbação humana.
A alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a:
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a) F F F V.
b) V V F F.
c) F V F V.
d) V V F V.
e) V F V F.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“V V F F.”)
JUSTIFICATIVA
- (“OS PEQUENOS FRAGMENTOS FLORESTAIS GERADOS A PARTIR DA INTERVENÇÃO
HUMANA SOBRE O AMBIENTE FLORESTAL TORNAM-SE, CADA VEZ MAIS,
INTERNAMENTE HOMOGÊNEOS QUANTO À COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIES E GRUPOS
ECOLÓGICOS.”) – VERDADEIRA
* Fragmentos florestais são áreas de vegetação natural, interrompidas por barreiras antrópicas
(humanas) ou naturais, capazes de reduzir significativamente o fluxo de animais, de pólen ou
de sementes. Os principais fatores a serem considerados nos fragmentos florestais são a
borda, o tipo de vizinhança, o grau de isolamento, bem como o tamanho e a forma dos
fragmentos. O isolamento torna, portanto, os pequenos fragmentos florestais cada vez mais
internamente homogêneos, como consta nesta alternativa.
- (“NAS BORDAS DOS FRAGMENTOS FLORESTAIS, OCORRE A REDUÇÃO DA
VARIEDADE DE ESPÉCIES DE ÁRVORES, SENDO QUE AS ÁRVORES PIONEIRAS
PROLIFERAM E AS TÍPICAS DE FLORESTAS ENTRAM EM DECLÍNIO.”) – VERDADEIRA
* Bordas são os limites do fragmento e formam uma transição abrupta entre a floresta e a
paisagem adjacente alterada. Nelas, há diversos efeitos negativos, tais como: alterações
abióticas, alteração na abundância das espécies e alterações nos processos ecológicos. Nas
referidas bordas ocorre a redução da variedade de espécies de árvores, sendo que as árvores
pioneiras proliferam e as típicas de florestas entram em declínio, como consta nesta alternativa.
- (“AS ALTERAÇÕES MICROCLIMÁTICAS DECORRENTES DA FORMAÇÃO DE
FRAGMENTOS FLORESTAIS SÃO INSUFICIENTES PARA INTERVIR NA TAXA
REPRODUTIVA DOS ANIMAIS E DESEQUILÍBRIO POPULACIONAL.”) – FALSA
* As alterações microclimáticas, decorrentes da formação de fragmentos florestais, são
suficientes para interferir na taxa reprodutiva dos animais e no desequilíbrio populacional.
Essas alterações podem resultar no isolamento de populações e até extinção de espécies,
reduzindo a biodiversidade local em função, principalmente, da perda de habitats.
- (“UM DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS DA FORMAÇÃO DE FRAGMENTOS FLORESTAIS
ADVÉM DA TOTAL INCAPACIDADE DE REGENERAÇÃO DE FLORESTAS TROPICAIS,
APÓS A PERTURBAÇÃO HUMANA.”) – FALSA
* Após perturbações humanas (antropogênicas) ou naturais, a regeneração de florestas
tropicais segue uma progressão de estágios através dos quais os estágios florestais
gradualmente aumentam a riqueza de espécies e a complexidade estrutura e funcional. As
trajetórias sucessionais e as taxas de mudanças sofrem ampla variação de acordo com a
natureza do uso anterior da terra, com a proximidade da floresta primária e com a
disponibilidade de fauna dispersora de semente. Lembramos que nas florestas tropicais a
reciclagem da matéria orgânica é muito rápida. Dessa forma, folhas que caem e plantas e
animais que morrem são rapidamente decompostos, e seus elementos químicos reciclados.

08. (COVEST) Em garimpos clandestinos no Brasil, diferentes quantidades de terra são


retiradas das áreas exploradas. Para resgatar pequenas partículas de ouro existentes na lama
resultante dos processos de peneiramento e lavagem, utiliza-se o mercúrio. De todo o
processo poderão advir como consequências:
I II
0 0 – Degradação e poluição do solo.
1 1 – Assoreamento de rios e até inundações.
2 2 – Interferência no processo de procriação de certos peixes.
3 3 – Lançamento de poluentes na atmosfera.
4 4 – Destruição da vegetação.
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GABARITO
VVVVV
JUSTIFICATIVA (FORNECIDA PELA COVEST)
Degradação ambiental, incluindo a poluição do solo, e destruição da vegetação são causadas
em decorrência da utilização do mercúrio em garimpos. Deposição de areia no fundo de rios
(assoreamento) poderá dificultar o fluxo normal das águas e provocar inundações. Interferência
na vida de certos peixes, por exemplo, dificultando a subida dos mesmos para locais de desova
ou para acasalamento. Poluição das águas, devido ao lançamento do mercúrio para a
formação de liga com partículas de ouro misturadas à lama, essa resultante do processo de
peneiramento e lavagem da terra. Poluição do ar, em decorrência do processo de
aquecimento/evaporação do mercúrio, para o resgate do ouro puro.

09. (PUC-RS) Responda esta questão com base nas informações abaixo.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou em setembro de 2011 a
produção comercial no Brasil de um feijão geneticamente modificado desenvolvido pela
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A alteração genética no feijão
impede que a planta contraia a doença conhecida como mosaico dourado, capaz de dizimar
plantações inteiras. Esta doença é causada por um vírus que promove danos em quase todas
as regiões onde se cultiva feijão nas Américas. Este vírus é transmitido pela mosca branca
(Bermisia tabaci) que, ao se alimentar das plantas, acaba transferindo o vírus. O principal
método para o controle da mosca branca é o uso frequente de inseticidas nas lavouras.
Contudo, poucos inseticidas têm se mostrado eficientes no controle da praga, elevando os
custos de produção sem reduzir a taxa de transmissão do vírus. Para combater o vírus, os
pesquisadores da Embrapa introduziram nas plantas de feijão um gene que é transcrito em um
RNA de interferência, que possui a capacidade de promover a degradação de um mRNA viral
específico. O mRNA viral, alvo da degradação, é responsável pela síntese de uma proteína
necessária para que ocorra a multiplicação do vírus na célula vegetal (proteína Rep). Desta
forma, o feijoeiro transgênico impede a multiplicação do vírus e evita a doença.
(Adaptado de http://www.ctnbio.gov.br/index.php/content/view/16501.html)
Com referência ao efeito esperado do feijoeiro geneticamente modificado sobre a população de
mosca branca e ao controle da doença do mosaico dourado, afirma-se:
I. O feijoeiro transgênico está protegido do mosaico dourado, mesmo na presença da mosca
branca.
II. A manipulação genética das plantas interfere na multiplicação da mosca branca.
III. A transmissão do vírus será reduzida devido à diminuição da população de moscas brancas
hospedeiras.
IV. A ausência da produção da proteína Rep nas células do vegetal impede a proliferação viral
no feijoeiro.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I, II e III.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I e IV.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“O feijoeiro transgênico está protegido do mosaico dourado, mesmo na
presença da mosca branca.”) – CORRETA
* O feijoeiro transgênico está protegido do mosaico dourado, mesmo na presença da mosca
branca, como consta nesta afirmativa, em face do gene introduzido nele ser transcrito em um
RNA de interferência que degrada o RNAm do vírus responsável pela síntese da proteína Rep,
necessária à reprodução viral (ver enunciado).
- AFIRMATIVA II (“A manipulação genética das plantas interfere na multiplicação da mosca
branca.”) – INCORRETA
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* A manipulação genética interfere no vírus que é transmitido pela mosca branca e não na
multiplicação dessa mosca, como consta nesta afirmativa.
- AFIRMATIVA III (“A transmissão do vírus será reduzida devido à diminuição da população de
moscas brancas hospedeiras.”) – INCORRETA
* A transmissão do vírus será reduzida pela ausência da produção da proteína Rep (necessária
à sua replicação) e não pela diminuição da população de moscas brancas, como consta nesta
afirmativa. Essa ausência, por seu turno, se deve ao RNA de interferência, transcrito a partir do
gene introduzido no feijão, que degrada o RNAm responsável pela produção da proteína Rep.
- AFIRMATIVA IV (“A ausência da produção da proteína Rep nas células do vegetal impede a
proliferação viral no feijoeiro.”) – CORRETA
* Como mencionamos acima, a ausência da proteína Rep (necessária à sua replicação),
impede a proliferação viral no feijoeiro.
- Para maiores detalhes acerca de RNA de interferência ver RNA ANTISSENSO, matéria
publicada, no dia 03/08/2012, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”

10. (COVEST) A descoberta de uma grande jazida de petróleo em gás natural na camada pré-
sal tem sido comemorada pelo governo brasileiro e pela Petrobras, que estima uma reserva de
cerca de 100 bilhões de barris do óleo. Sobre este assunto, podemos afirmar que:
I II
0 0 – O petróleo encontrado é derivado de organismos marinhos mortos que se depositaram
ao longo de milhões de anos no fundo do oceano e se fossilizaram.
1 1 – Motores de automóveis que empregam gasolina, liberam na atmosfera gases do efeito
estufa, como monóxido de carbono, dióxido de enxofre e clorofluocarbono.
2 2 – A produção de biodiesel, a partir de plantas como o girassol e a soja, fornece uma
alternativa energética renovável, mas pouco viável no Brasil, uma vez que a maioria das
espécies oleaginosas são consumidas na alimentação.
3 3 – A prospecção do gás natural, um bem renovável, permitirá a independência energética
do Brasil em relação à Bolívia, principal fornecedor brasileiro deste produto.
4 4 – A queima do óleo diesel libera dióxido de nitrogênio que, ao reagir com o vapor d’água
atmosférico, produz ácido sulfúrico, que precipita nas chamadas chuvas ácidas.
GABARITO
VFFFF
JUSTIFICATIVA (FORNECIDA PELA COVEST)
0 0 - Verdadeiro: combustíveis como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral são produtos
da decomposição de plantas e de animais que fossilizaram ao longo de milhões anos.
1 1 - Falso: a liberação de monóxido de carbono na atmosfera é principalmente resultante da
queima incompleta de moléculas orgânicas proveniente de motores a combustão de veículos
automotores. Contudo, o dióxido de enxofre é derivado da queima industrial de combustíveis
como o carvão mineral e o óleo diesel. Já a liberação de clorofluocarbono (CFC) é derivada da
utilização de aparelhos aerosóis.
2 2 - Falso: apesar de algumas plantas oleaginosas serem utilizadas na alimentação, sua
utilização como biodiesel não representa um fator limitante, considerando tratar-se de um bem
renovável cuja produção somente depende da existência de terras férteis para o plantio.
3 3 - Falso: o gás natural, assim como o petróleo, é um derivado fóssil, sendo, portanto, um
bem não renovável.
4 4 - Falso: a reação do dióxido de nitrogênio com o vapor d’água atmosférico produz o ácido
nítrico, presente nas chuvas ácidas.

11. (UNINOEST) Entre os impactos ambientais causados nos ecossistemas pelo homem,
podemos citar:
I. Destruição da biodiversidade.
II. Erosão e empobrecimento dos solos.
III. Enchentes e assoreamento dos rios.
IV. Desertificação.
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V. Proliferação de pragas e doenças.


A alternativa que melhor represente os impactos consequentes do desmatamento:
a) apenas I está correta.
b) apenas V está correta.
c) apenas III, IV e V estão corretas.
d) apenas I, II, III e V estão corretas.
e) I, II, III, IV e V estão corretas.*
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“I, II, III, IV e V estão corretas.”)
- Impacto ambiental é a alteração do meio por alguma atividade ou ação. Interferindo nos
ecossistemas, o homem prejudica a si próprio. Neste contexto, ele polui sua própria água, o ar
que respira, o lugar onde vive, bem como aumenta a taxa de mortalidade não só humana, mas
também vegetal e animal, de um modo geral. Relacionamos a seguir alguns desses impactos.
I. Diminuição da biodiversidade.
II. Erosão e empobrecimento dos solos.
III. Enchentes e assoreamento dos rios.
IV. Desertificação.
V. Proliferação de pragas e doenças.
VI. Inversão térmica.
VII. Ilhas de calor.
VIII. Efeito estufa.
IX. Destruição da camada de ozônio.
X. Chuvas ácidas.
- Várias medidas podem ser tomadas para reduzir esses impactos, tais como:
I. Reflorestar as áreas desmatadas.
II. Criar um processo de despoluição de rios, córregos, etc.
III. Uso consciente de recursos naturais
IV. Evitar qualquer tipo de poluição.
V. Aplicação de desenvolvimento sustentável.
VI. Conscientizar as gerações futuras sobre a preservação ambiental.

12. (UFC) Até meados do século XVIII, discutiam-se os papéis, hoje plenamente esclarecidos,
do homem e da mulher na formação de um novo indivíduo. Analise as afirmações a seguir, que
apresentam a evolução do conhecimento sobre esse tema.
I. O pré-formismo defendia que nos gametas havia miniaturas de seres humanos – os
homúnculos.
II. O esclarecimento sobre este tema deu-se com o estabelecimento da teoria celular.
III. Atualmente, sabe-se que a estrutura celular provém da célula germinativa masculina, e a
ativação do metabolismo, que inicia o processo de cariogamia e clivagem, é desempenhada
pelo gameta feminino.
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmações verdadeiras.
a) Apenas II e III.
b) Apenas III.
c) Apenas II.
d) Apenas I e II.
e) Apenas I e III.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Apenas I e II.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMAÇÃO I (“O pré-formismo defendia que nos gametas havia miniaturas de seres
humanos – os homúnculos.”) – VERDADEIRA
* A teoria pré-formista, muito popular no século XVIII, defendia a ideia que homúnculos,
pequenos seres precursores dos humanos, estavam pré-formados no interior dos gametas. A
dúvida era em qual dos gametas eles se encontravam: os animaculistas defendiam a ideia que
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eles estavam pré-formados dentro dos espermatozoides, enquanto os ovistas afirmavam que
eles se encontravam no interior dos gametas femininos.
- AFIRMAÇÃO II (“O esclarecimento sobre este tema deu-se com o estabelecimento da teoria
celular.”) – VERDADEIRA
* Com o avanço da microscopia e o advento da teoria celular ficou evidente que homens e
mulheres contribuem com um conjunto haploide por meio de seus gametas, eliminando,
portanto, a ideia dos homúnculos (teoria pré-formista).
- AFIRMAÇÃO III (“Atualmente, sabe-se que a estrutura celular provém da célula germinativa
masculina, e a ativação do metabolismo, que inicia o processo de cariogamia e clivagem, é
desempenhada pelo gameta feminino.”) – FALSA
* Sabe-se, atualmente que o espermatozoide participa da fecundação contribuindo,
essencialmente, com o pronúcleo. O ovócito II, que quando fecundado completa a segunda da
meiose e se denomina óvulo, contribui com o pronúcleo, a exemplo do espermatozoide, com as
estruturas celulares e com a reserva de nutrientes.

13. (UFAM) O mimetismo é o fenômeno em que duas espécies diferentes compartilham alguma
semelhança reconhecida por outras espécies, o que confere vantagens para uma ou para
ambas as espécies miméticas. Segundo a teoria evolucionista, qual a alternativa correta:
a) Os padrões semelhantes entre cobras corais e falsas corais são exemplos de divergência
evolutiva.
b) Os padrões de cobras-corais e falsas-corais são exemplos de semelhanças vestigiais.
c) A cor branca de lebres-da-neve constitui um exemplo clássico de mimetismo.
d) O mimetismo é o resultado de um processo de adaptação evolutiva.
e) Espécies miméticas geralmente são alopátricas.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“O mimetismo é o resultado de um processo de adaptação evolutiva.”)
- Mimetismo: é um fator de adaptação evolutiva em que duas ou mais espécies diferentes
assumem algumas semelhanças físicas ou de comportamento que são reconhecidas por
outras espécies. Essas semelhanças compartilhadas conferem vantagens para uma ou para
ambas as espécies miméticas. Os seres mais imitados são aqueles cujas características
nocivas deixam uma impressão duradoura nos predadores. Há casos, por exemplo, de animais
e plantas de sabor agradável para quem deles se alimenta (palatáveis), que se assemelham a
outras espécies não palatáveis, de modo a confundir seus predadores, obtendo vantagens em
função disso. Dessa forma, imitar a não palatável é ser desprezada como ela e, assim, ficar
menos exposta ao ataque dos inimigos. Citamos, a seguir, alguns exemplos de mimetismo:
I. Borboletas vice-rei/borboletas monarcas: as borboletas vice-rei (Limenitis archippus), de
sabor agradável aos pássaros, apresentam grande semelhança com as borboletas monarca
(Danaus plexippus), de sabor desagradável e extremamente tóxicas (figura abaixo), sendo
ambas evitadas por pássaros predadores, com evidente benefício para a “imitadora” (borboleta
vice-rei), que, em última análise, mimetiza a monarca, que armazena toxinas em seus tecidos.
Os predadores “aprendem” a associar o padrão de coloração (coloração de advertência ou
coloração de aviso) ao sabor desagradável e evitam capturar essas borboletas.
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II. Corais verdadeiras/corais falsas: as corais-verdadeiras (Micrurus coralinus) são bastante


temidas, sendo uma das mais perigosas em função da potência do seu veneno neurotóxico. Ao
contrário de muitas espécies que se confundem com o ambiente, elas são dotadas de
coloração vistosa (coloração de advertência), alertando eventuais predadores, que se mantêm
afastados. As falsas-corais (Erithrolampus aesculapi), por outro lado, embora apresentem
coloração de advertência semelhante às corais-verdadeiras, não apresentam dentes
inoculadores de peçonha. Sendo não peçonhentas, não oferecem grandes perigos a eventuais
atacantes. A semelhança do padrão de coloração dessas serpentes (figura a seguir), embora
pertençam a famílias diferentes, favorece as falsas-corais, que, a exemplo das corais-
verdadeiras, também são evitadas pelos seus predadores (seus inimigos naturais). Esse fato é
resultante de adaptação da falsa-coral, cujos ancestrais provavelmente se beneficiavam por
serem parecidos com as corais-verdadeiras, com as quais conviviam.

III. Orquídea Ophrys apifera: essa orquídea (figura abaixo), bastante comum na área
mediterrânica e vulgarmente chamada erva-abelha, possui flores que lembram as fêmeas de
uma espécie de abelha (Eucera nigrilabris). Ela também emite um odor semelhante ao
feromônio que a fêmea dessa abelha exala para atrair os zangões. Essas semelhanças
induzem os machos a tentar “copular” com as referidas flores, “pensando” que está se
acasalando com uma fêmea da sua própria espécie. Esta pseudocópula acontece,
normalmente, com insetos machos ainda inexperientes, que saem do casulo antes das fêmeas
e se precipitam para se acasalar. Com isso, eles levam os grãos de pólen de uma flor para
outra, antes de darem pelo engano. Dessa forma, eles atuam como um eficiente agente
polinizador, contribuindo para a reprodução da orquídea. Esse exemplo de mimetismo é
denominado mimetismo reprodutivo.

IV. Borboleta-coruja: pertence a um grupo com cerca de 80 espécies que ocorrem na América
do Sul e pela sua denominação percebe-se que ela imita uma coruja (figura a seguir). Nas suas
asas, pelo lado de dentro, ela apresenta um desenho semelhante ao rosto de uma coruja, com
destaque para os olhos enormes e abertos. Essa estampa serve de maneira eficiente para
driblar seus predadores, na maioria pequenos animais, já que parece ser um animal maior e
mais perigoso do que realmente é. Em verdade, ela é um dos maiores exemplares de
borboletas que se conhece, chegando a medir até 18 centímetros de envergadura, ou seja, de
ponta a ponta das asas. Via de regra, as fêmeas são maiores e menos coloridas que os
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machos. Nenhum exemplar, entretanto, é igual ao outro, propriedade que funciona como uma
impressão digital. Cada exemplar possui características únicas no formato de seus desenhos,
muitas vezes até aparentando ser de espécies diferentes.

Para maiores detalhes ver MIMETISMO E CAMUFLAGEM, matéria publicada, no dia


10/05/2012, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Os padrões semelhantes entre cobras corais e falsas corais são exemplos
de divergência evolutiva.”) – INCORRETA
* Os padrões semelhantes entre cobras corais e falsas corais é, como vimos acima, um
exemplo de mimetismo, que é uma convergência e não uma divergência, como consta nesta
alternativa.
- ALTERNATIVA B (“Os padrões de cobras-corais e falsas corais são exemplos de
semelhanças vestigiais.”) – INCORRETA
* Trata-se, como vimos acima, de mimetismo e não de semelhanças vestigiais, como consta
nesta alternativa.
- ALTERNATIVA C (“A cor branca de lebres-da-neve constitui um exemplo clássico de
mimetismo.”) – INCORRETA
* A cor branca de lebres-da-neve constitui um exemplo de camuflagem e não de mimetismo.
Camuflagem (ver MIMETISMO E CAMUFLAGEM, matéria publicada, no dia 10/05/2012, no
blog “djalmasantos.wordpress.com.”) pode ser definida como a propriedade que os membros
de uma espécie possuem de desenvolver uma ou mais características corporais, no formato
e/ou na coloração do corpo, que as tornam semelhantes ao seu meio ambiente, dificultando
sua detecção.
- ALTERNATIVA D (“O mimetismo é o resultado de um processo de adaptação evolutiva.”) –
CORRETA
* O mimetismo, como vimos acima, é um fator de adaptação evolutiva em que duas ou mais
espécies diferentes assumem algumas semelhanças físicas ou de comportamento que são
reconhecidas por outras espécies. Trata-se, especificamente, de uma de convergência
adaptativa (evolução convergente ou adaptação convergente ou ainda convergência evolutiva),
em que uma espécie desenvolve características estruturais e comportamentais muito
semelhantes às de outras espécies.
- ALTERNATIVA E (“Espécies miméticas geralmente são alopátricas.”) – INCORRETA
* Trata-se de espécies simpátricas e não alopátricas, como consta nesta alternativa.
COMPLEMENTO
I. Especiação simpátrica: a especiação se diz simpátrica quando duas espécies podem surgir
sem que tenha havido isolamento geográfico, divergindo quando ainda ocupam a mesma área
geográfica, sendo, dessa forma um processo anagênico. Espécies simpátricas (que vivem em
uma mesma área geográfica), portanto, são aquelas que coexistem lado a lado, explorando o
meio de forma diferente.
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II. Especiação alopátrica: a especiação se diz alopátrica ou geográfica quando a


população inicial se divide em dois grupos geograficamente isolados, devido, por
exemplo, a fragmentação do seu habitat (isolamento geográfico), levando a um
impedimento do fluxo gênico entre eles. A barreira geográfica pode surgir por
mudanças geológicas e geomorfológicas (cursos d’água, rios, cadeias de montanhas,
deriva continental, vulcões, etc.), bem como por eventos de dispersão (deslocamento
de populações para regiões distantes, dispersão causada pelas correntes marinhas,
etc.). Esses grupos vão sofrendo diferenciações por estarem sujeitas a mutações
diferentes, pressões seletivas diferentes ou fatores aleatórios, como a deriva genética.
Decorrido certo intervalo de tempo, mesmo que a barreira que os isolou desapareça,
levando a que os indivíduos que faziam parte da população original voltem a se
encontrar, é possível que eles não mais possam trocar genes entre si (isolamento
reprodutivo). Dessa forma, mesmo que eles voltem a viver em simpatria, não serão
mais compatíveis reprodutivamente. Quando isto ocorre dizemos que novas espécies
foram formadas. As espécies alopátricas se formam, portanto, em regiões diferentes.
O isolamento geográfico é, dessa forma, o ponto de partida para a diversificação
dessas populações.
- Para maiores detalhes ver ESPECIAÇÃO, matéria publicada, no dia 13/02/2013, no
blog“djalmasantos.wordpress.com.”

14. (UFC) Em um estudo realizado nas ilhas Galápagos, um casal de pesquisadores observou
que indivíduos de uma espécie de tentilhão (espécie A) comumente se alimentavam de
sementes de vários tamanhos. A ilha onde a espécie A ocorria foi colonizada por outra espécie
de tentilhão (espécie B). Indivíduos de B se alimentavam de sementes grandes e eram mais
eficientes que A na aquisição deste recurso. Com o passar dos anos, os dois pesquisadores
observaram que o tamanho médio do bico dos indivíduos de A estava reduzindo gradualmente.
Considerando que pássaros com bicos maiores conseguem se alimentar de sementes maiores,
o processo de redução de bico observado em A é um exemplo de seleção:
a) Direcional: o estabelecimento de indivíduos da espécie B representou uma pressão seletiva
que favoreceu indivíduos da espécie A com bicos pequenos.
b) Disruptiva: o estabelecimento de indivíduos da espécie B representou uma pressão seletiva
que favoreceu indivíduos da espécie A com bicos muito pequenos ou muito grandes.
c) Estabilizadora: o estabelecimento de indivíduos da espécie B representou uma pressão
seletiva que favoreceu indivíduos da espécie A com bicos de tamanho intermediário.
d) Sexual: o estabelecimento de indivíduos da espécie B aumentou a competição entre machos
da espécie A por acesso às fêmeas.
e) Direcional: o estabelecimento de indivíduos da espécie B induziu mutações em indivíduos da
espécie A.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Direcional: o estabelecimento de indivíduos da espécie B representou uma pressão seletiva
que favoreceu indivíduos da espécie A com bicos pequenos.”)
- Seleção natural: fenômeno biológico que favorece a sobrevivência de parte da população, ou
seja, aqueles seres que, graças à variabilidade genética, herdaram combinações gênicas mais
adaptativas a uma determinada condição ecológica. Ao contrário da mutação, a seleção natural
atua reduzindo a variabilidade gênica. A seleção natural costuma ser classificada em três tipos
básicos: direcional, estabilizadora (ou normalizadora) e disruptiva (ou diversificadora).
I. Seleção direcional: nessa seleção (figura abaixo), as condições ambientais favorecem um
fenótipo extremo, diferente do que representa a média da população. Ela ocorre, portanto,
quando a população está sujeita à alteração ambiental em um dado sentido, produzindo, como
consequência, mudança regular da população em uma direção. Essa seleção favorece, em
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última análise, características distantes da média da referida característica para a população,


porém em apenas um sentido (aumento ou redução da característica). A resistência de insetos
a inseticidas, a resistência de bactérias a antibióticos e o melanismo industrial são exemplos de
seleção direcional.

II. Seleção estabilizadora ou normalizadora: atua em populações que vivem em ambientes


relativamente estáveis, nas quais a média dos indivíduos está bem adaptada às condições
ambientais. Ela favorece indivíduos portadores de formas intermediárias e elimina os que
apresentam formas extremas da curva de distribuição normal (figura a seguir). Ela prejudica,
em última análise, indivíduos com características muito ou pouco desenvolvidas em relação à
média da referida característica para a população. A seleção estabilizadora mantém, portanto,
a população geneticamente constante. O favorecimento dos heterozigotos para o gene da
anemia falciforme, em regiões onde há grande incidência de malária, representa um exemplo
de seleção estabilizadora. Outro exemplo desse tipo de seleção foi verificado em uma
população de pardais, a partir da análise do tamanho das asas dos indivíduos mortos após
uma forte tempestade. Entre estes, a grande maioria era de pardais com asas muito longas ou
muito curtas em relação à média da população. Nesse caso, a pressão seletiva favoreceu a
sobrevivência dos tipos médios.

III. Seleção disruptiva ou diversificadora: ocorre quando uma população, já adaptada a um


ambiente homogêneo, é submetida a diferentes pressões seletivas, de modo que são
selecionadas formas adaptativas em direções opostas. Ela favorece, portanto, os indivíduos
portadores de qualquer uma das formas extremas de determinadas características (figura
abaixo). Nesse caso, há um deslocamento da média das características para os dois extremos
da curva, desfavorecendo indivíduos com características próximas à média populacional.
Admite-se que devido à capacidade que essa seleção apresenta de promover a diversificação
de uma população, ela represente o primeiro passo para a formação de novas espécies (ver
ESPECIAÇÃO, matéria publicada, no dia 13/02/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”).
Como exemplo de seleção disruptiva, citamos os besouros que se alimentam de sementes e
desprezam as de tamanho pequeno e grande, preferindo as de tamanho médio. Em função
disso, haverá favorecimento dos indivíduos portadores dos fenótipos extremos, ou seja, plantas
que produzem sementes pequenas ou as que produzem sementes grandes. Outro exemplo foi
verificado em populações de plantas que crescem em regiões próximas a minas de chumbo e
de zinco. Certas áreas do solo, onde os rejeitos são jogados, apresentam um elevado índice de
contaminação, mantendo fronteiras bem definidas com áreas não contaminadas. Plantas que
se desenvolvem bem nesses solos morreriam em solos contaminados. Plantas capazes de
sobreviver em solos contaminados, por outro lado, levam nítidas desvantagens nas áreas sem
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contaminação, pois perdem na competição com as plantas lá estabelecidas. Como


consequência da seleção disruptiva, surgiram dois tipos de plantas distintos em vários
aspectos, sendo um adaptado a áreas não contaminadas e outro adaptado a aéreas
contaminadas.

- Seleção sexual: representa um tipo especial de seleção, que atua em relação ao sexo e à
reprodução, favorecendo, dessa forma, as chances de acasalamento. Quando um determinado
macho for preferido por uma fêmea, entre os diversos pretendentes, ele estará sendo
selecionado positivamente, tendo, portanto, maiores chances de se reproduzir e transmitir seus
genes às gerações futuras. Aquele, entretanto, que é rejeitado pela fêmea, estará sendo
selecionado negativamente, reduzindo a sua chance de deixar descendentes. A seleção sexual
está associada, em última analise, à competição entre indivíduos de um mesmo sexo pelo
acesso a parceiros sexuais ou à chance de indivíduos de um sexo serem escolhidos por
indivíduos do sexo oposto. Esse tipo de seleção não está, contudo, associado a pressões
seletivas causadas pela entrada de outras espécies. Em muitas espécies, é comum os machos
exibirem suas “virtudes” masculinas, visando conquistar as fêmeas e fecundá-las. Essas
“virtudes” são representadas, por exemplo, por um canto mavioso, uma plumagem colorida, no
caso de um grande número de pássaros ou até por agressividade e força física, como no caso
de certos mamíferos. Assim sendo, os machos mais dotados, de acordo com o critério de cada
espécie, terão maiores chances de se reproduzir e perpetuar seus genótipos.
- Para maiores detalhes ver SELEÇÃO NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS),
matéria publicada, no dia 14/10/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
COMPLEMENTO
- SELEÇÃO ARTIFICIAL: da mesma forma que a natureza seleciona, nas espécies selvagens,
seres mais adaptados às condições existentes no ambiente (seleção natural), o homem
seleciona indivíduos de certa variedade (ou raça), a fim de obter determinadas características
de seu interesse (seleção artificial). A seleção artificial, feita pelo homem com o objetivo de
promover o melhoramento genético de espécies animais e vegetais em seu próprio benefício,
é, em última análise, uma seleção direcional. O mesmo raciocínio se aplica à clonagem, que
vem sendo feita pelo homem com o intuito de preservar algumas características desejáveis.
JUSTIFICATIVA
* Como no caso dos tentilhões o tamanho médio do bico da espécie A estava reduzindo
gradualmente (com os indivíduos com bicos grandes sendo desfavorecidos), como consta no
enunciado, a seleção direcional é o processo que melhor explica este padrão.
- OBSERVAÇÃO
* Embora a alternativa E faça menção à seleção direcional (“Direcional: o estabelecimento de
indivíduos da espécie B induziu mutações em indivíduos da espécie A.”) está incorreta, pois a
espécie B não induziu mutações em indivíduos da espécie A.

15. (IFAL) A respeito das teorias sobre a origem da vida na Terra, analise as questões:
I. O criacionismo afirma que Deus criou o mundo e não houve evolução.
II. O Lamarckismo afirma que a evolução ocorre sempre na competição entre os seres, onde os
mais fracos não sobrevivem porque não usam adequadamente seus órgãos.
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III. O Neodarwinismo afirma que a evolução ocorre porque há sobrevivência dos mais
adaptados e essas características são transmitidas aos descendentes.
IV. O uso e o desuso dos órgãos e o que determina a evolução.
Após a analise, constata-se que:
a) Estão corretas as alternativas I, II, III e IV.
b) Estão corretas as alternativas II, III e IV.
c) Estão corretas as alternativas I, II e III.
d) Estão corretas as alternativas I e III.
e) Estão corretas as alternativas II e III.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Estão corretas as alternativas I e III.”)
- ALTERNATIVA I (“O criacionismo afirma que Deus criou o mundo e não houve evolução.”) –
CORRETA
* O criacionismo (teoria fixista) defende a ideia que todas as espécies foram criadas,
independentemente, por um ato divino, tal e qual se apresentam hoje (as espécies seriam fixas
e imutáveis), não houve evolução.
COMPLEMENTO
Até o século XVIII, predominava a doutrina fixista (fixismo ou criacionismo), segundo a
qual, todas as espécies vivas teriam sido criadas por um ato divino, da mesma forma que se
apresentam hoje. Elas não teriam sofrido qualquer modificação ao longo do tempo. Segundo
Cuvier, as espécies atuais já existiam desde a origem do mundo. Para ele, o desaparecimento
de algumas espécies teria sido provocado por catástrofes que teriam abalado o planeta. Lineu,
considerado o "pai" da classificação moderna, dizia que "as espécies são tantas quantas
saíram das mãos do Criador". No final de sua vida, esse botânico sueco já era adepto da
evolução. O fixismo tem como base, portanto, a imutabilidade das espécies, levando-se a se
aceitar a ideia de que os seres que há atualmente foram os que sempre existiram, desde o
princípio da criação. À medida que o conhecimento humano foi sendo ampliado e ganhando
novas fronteiras, foram sendo acumulados dados que contribuíram para a “queda” da ideia da
imutabilidade das espécies. O estudo comparativo da anatomia dos organismos, tanto dos
fósseis, como dos atuais, bem como o estudo da embriologia e da genética, entre outros
conhecimentos, foram decisivos para o desenvolvimento das ideias evolucionistas. As
primeiras ideias que se opuseram ao fixismo surgiram no século XIX, graças, principalmente,
às teorias de Lamarck e de Darwin, conhecidas como lamarquismo e darwinismo,
respectivamente.
- ALTERNATIVA II (“O Lamarckismo afirma que a evolução ocorre sempre na competição entre
os seres, onde os mais fracos não sobrevivem porque não usam adequadamente seus
órgãos.”) – INCORRETA
* A afirmação contida nesta alternativa não é atribuída ao lamarckismo e sim ao darwinismo
(seleção natural). As ideias de Lamarck não têm tem como base a seleção natural. Elas se
fundamentam na Lei do uso e desuso e na Lei da transmissão dos caracteres adquiridos.
Segundo a Lei do uso e desuso, uma estrutura muito usada se desenvolve, tornando-se mais
forte, vigorosa ou de maior tamanho. A não utilização permanente, por outro lado, causa seu
enfraquecimento e deteriorização, diminuindo, progressivamente, a sua capacidade para
funcionar, podendo até desaparecer. De acordo com a Lei da transmissão dos caracteres
adquiridos, as modificações que se produzem nos indivíduos ao longo da sua vida como
consequência do uso e desuso das diversas estruturas biológicas são hereditárias, originando
mudanças morfológicas no conjunto da população. Essas transformações acumulam-se ao
longo de gerações sucessivas, provocando o aparecimento de novas espécies. Para maiores
detalhes ver SELEÇÃO NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS), matéria publicada,
no dia 14/10/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
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- ALTERNATIVA III (“O Neodarwinismo afirma que a evolução ocorre porque há sobrevivência
dos mais adaptados e essas características são transmitidas aos descendentes.”) – CORRETA
* O neodarwinismo (teoria sintética da evolução ou teoria moderna ou teoria sintética atual) é a
mais completa de todas as teorias apresentadas. Ela se sustenta, na sua essência, sobre os
seguintes pontos: mutações; acaso; luta pela vida; seleção natural (sobrevivência dos mais
adaptados, cujas características adaptativas podem ser transmitidas ás gerações futuras);
recombinação e isolamento do tipo mutante em relação ao tipo original. A soma desses fatores
responde pelo transformismo das espécies. Trata-se, em última análise, da reformulação da
teoria proposta por Darwin à luz dos atuais conhecimentos científicos da genética e da biologia
molecular. O esquema abaixo resume a teoria sintética da evolução. A partir dele, percebe-se
que as ideias fundamentais de Darwin (luta pela sobrevivência e seleção natural) serviram
como base para o neodarwinismo.

- Para maiores detalhes sobre isolamentos (geográfico e reprodutivo) ver ESPECIAÇÃO,


matéria publicada, no dia 13/02/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- ALTERNATIVA IV (“O uso e o desuso dos órgãos e o que determina a evolução.”) –
INCORRETA
* O uso e o desuso dos órgãos, um dos fundamentos da teoria de Lamarck, não são fatores
determinantes da evolução, em face de não serem transmissíveis às gerações futuras.

16. (UESPI) Relacione os tecidos animais descritos abaixo com alguma de suas respectivas
funções no organismo.
1. Tecido sanguíneo
2. Tecido epitelial
3. Tecido adiposo
4. Tecido muscular
5. Tecido ósseo
( ) Revestimento.
( ) Reserva energética.
( ) Sustentação.
( ) Transporte.
( ) Batimento cardíaco.
A sequência correta é:
a) 2, 3, 5, 1 e 4.
b) 1, 2, 3, 4 e 5.
c) 4, 5, 2, 3 e 1.
d) 5, 1, 4, 3 e 2.
e) 3, 5, 2, 1 e 4.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“2, 3, 5, 1 e 4.”)
JUSTIFICATIVA
* Revestimento – tecido epitelial (2).
* Reserva energética – tecido adiposo (3).
* Sustentação – tecido ósseo (5).
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* Transporte – tecido sanguíneo (1).


* Batimento cardíaco – tecido muscular (4).

17. (UFPel) A doença celíaca é um distúrbio autoimune desencadeada pela ingestão de glúten,
uma proteína encontrada no trigo e em outros grãos. A absorção dessa proteína ocorre no
intestino delgado, que é revestido com projeções em forma de “dedos” (vilosidades) e as suas
células apresentam expansões da membrana plasmática, as microvilosidades.
No intestino delgado, a maior parte dos alimentos é quebrada pelas enzimas pancreáticas em
unidades menores, que são absorvidas, depois passam para a corrente sanguínea e alcançam
todo o organismo.
A doença celíaca altera a absorção de nutrientes ao achatar as vilosidades e danificar as
células epiteliais de revestimento, os enterócitos. Nessa doença as junções intercelulares se
afastam, permitindo que uma grande quantidade de fragmentos indigeríveis de glúten vaze ao
tecido subjacente e incite as células do sistema imune.
Scientific American Brasil, nº 88, setembro de 2009 [adapt.].

Baseado nos textos acima é correto afirmar que:


a) O tecido epitelial do intestino é formado por uma camada de células planas (pavimentosas)
que estão firmemente aderidas entre si.
b) As enzimas que degradam os alimentos no intestino delgado são produzidas pelo fígado,
uma glândula exócrina que produz a bile.
c) Os nutrientes alcançam os vasos, em que está presente o sangue, que é um tipo de tecido
conjuntivo produzido na medula espinhal.
d) O tecido epitelial não é irrigado; os nutrientes captados pelas células desse tecido são
encaminhados para os vasos sanguíneos presentes no tecido conjuntivo.
e) Todos os órgãos do sistema digestório apresentam um tecido epitelial específico para a
função de absorção.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“O tecido epitelial não é irrigado; os nutrientes captados pelas células desse tecido são
encaminhados para os vasos sanguíneos presentes no tecido conjuntivo.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O tecido epitelial do intestino é formado por uma camada de células
planas (pavimentosas) que estão firmemente aderidas entre si.”) – INCORRETA
* O tecido epitelial do intestino delgado é formado por células cilíndricas (prismáticas ou
colunares) e não por células planas (pavimentosas ou achatadas), como consta nesta
alternativa. O tecido epitelial cilíndrico simples, que reveste internamente o intestino delgado, é
um bom exemplo de epitélio especializado em absorver nutrientes e permitir que eles passem
da cavidade intestinal para o sangue. A alta capacidade de absorção do epitélio intestinal se
deve ao fato de suas células possuírem, na membrana a borda livre (isto é, a borda voltada
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para a cavidade intestinal), muitas projeções finas e alongadas, que lembrem dedos de uma
luva, chamadas microvilosidades.
- ALTERNATIVA B (“As enzimas que degradam os alimentos no intestino delgado são
produzidas pelo fígado, uma glândula exócrina que produz a bile.”) – INCORRETA
* As enzimas que degradam os alimentos no intestino delgado são produzidas pelo pâncreas
(secreção pancreática) e pelo intestino delgado (secreção entérica) e não pelo fígado, como
consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA C (“Os nutrientes alcançam os vasos, em que está presente o sangue, que é
um tipo de tecido conjuntivo produzido na medula espinhal.”) – INCORRETA
* O sangue é produzido na medula óssea vermelha e não na medula espinhal, como consta
nesta alternativa.
- ALTERNATIVA D (“O tecido epitelial não é irrigado; os nutrientes captados pelas células
desse tecido são encaminhados para os vasos sanguíneos presentes no tecido conjuntivo.”) –
CORRETA
* Nos tecidos epiteliais, não se encontram vasos sanguíneos. As trocas gasosas e alimentares,
que suas células realizam com o sangue, bem como a excreção, são feitas pelos capilares
sanguíneos, presentes no tecido conjuntivo subjacente.
- ALTERNATIVA E (“Todos os órgãos do sistema digestório apresentam um tecido epitelial
específico para a função de absorção.”) – INCORRETA
* Além de tecido epitelial específico para a função de absorção há, no sistema digestório,
órgãos com tecidos epiteliais relacionados com a secreção, caso, por exemplo, do estômago,
que secreta suco gástrico e do intestino delgado, que secreta suco entérico.

18. (UESPI) Apesar do coquetel anti-HIV, a AIDS ainda é responsável por grande mortandade
no planeta. Considerando o que se sabe sobre o ciclo replicativo do vírus HIV, ilustrado abaixo,
é correto afirmar o que segue.

a) O vírus é formado por moléculas de DNA envoltas por um capsídeo e um envelope


lipoproteico.
b) Glicoproteínas do envelope viral fazem a adesão aos receptores CD8 da membrana celular.
c) O RNA viral é inserido no núcleo pela enzima integrase que o fusiona ao DNA celular.
d) O DNA viral é transcrito e traduzido formando proteases que degradam o DNA celular.
e) Drogas que inibem a ação da transcriptase reversa viral impedem a produção dos provírus.
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ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Drogas que inibem a ação da transcriptase reversa viral impedem a produção dos provírus.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O vírus é formado por moléculas de DNA envoltas por um capsídeo e um
envelope lipoproteico.”) – INCORRETA
* O HIV é um vírus RNA de feixe simples (figura abaixo), dotado de atividade reversa,
catalisada pela transcriptase reversa e não um vírus DNA, como consta nesta alternativa.

- ALTERNATIVA B (“Glicoproteínas do envelope viral fazem a adesão aos receptores CD8 da


membrana celular.”) – INCORRETA
* As glicoproteínas do envelope viral (ver figura constante na alternativa anterior) fazem a
adesão aos receptores CD4 da membrana celular e não aos receptores CD8, como consta
nesta alternativa.
- ALTERNATIVA C (“O RNA viral é inserido no núcleo pela enzima integrase que o fusiona ao
DNA celular.”) – INCORRETA
* A integrase é uma enzima que liga o DNA viral (formado a partir do RNA, pela atividade
reversa) ao DNA da célula infectada e não o RNA viral do DNA celular, como consta nesta
alternativa. Após sofre ação da transcriptase reversa o RNA do HIV dá origem a um DNA viral
que se ligará ao DNA da célula infectada para produzir proteínas virais que formarão novos
vírus. A integrase se constitui, portanto, um potencial alvo para a terapia anti-HIV.
- ALTERNATIVA D (“O DNA viral é transcrito e traduzido formando proteases que degradam o
DNA celular.”) – INCORRETA
* O DNA viral, oriundo do RNA por ação da transcriptase reversa, não é traduzido para formar
proteases, como consta nesta alternativa. A tradução é feita a partir do RNA transcrito do
referido DNA viral, como mostra a figura abaixo, que representa a inversão do dogma central
de Temin.

COMPLEMENTO
O Dogma Central, proposto em 1958 por Francis Crick, postula que a informação genética,
contida no DNA, é primeiramente transferida para o RNA e em seguida para a proteína, através
da tradução (figura a, abaixo). Classicamente, está implícito nesse dogma que o RNA não pode
orientar a síntese de DNA. Essa parte do Dogma Central foi “balançada” em 1970 quando
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Howard Temin e David Baltimore descobriram, independentemente, que certos vírus, os


retrovírus, têm a capacidade de transferir a informação genética do RNA para o DNA (figura b,
a seguir), sendo essa síntese catalisada pela transcriptase reversa, caracterizando a inversão
do Dogma Central. O DNA assim sintetizado é integrado ao genoma da célula e poderá ser
replicado, juntamente com o DNA celular, toda vez que a célula se dividir. Apesar disto, o
Dogma Central permanece, ainda hoje, como um dos conceitos básicos da genética molecular.

- Para maiores detalhes acerca do Dogma Central, ver SÍNTESE PROTEICA, matéria
publicada, no dia 16/07/2014, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- ALTERNATIVA E (“Drogas que inibem a ação da transcriptase reversa viral impedem a
produção dos provírus.”) – CORRETA
* Inibidores da transcriptase reversa (RTIs) são usados no tratamento da AIDS. Inibindo a
atividade da transcriptase reversa, enzima que o HIV utiliza para completar a infecção de uma
célula, os RTIs previnem que esse vírus fabrique um DNA pró-viral baseado em seu RNA.
Provírus é o estado latente em que se encontra o material genético viral após ter sido
incorporado ao DNA da célula hospedeira.

19. (UPE) O exemplo mostrado no texto a seguir revela o potencial que as ferramentas usadas
em genética podem ter para inibir a exploração e o comércio de produtos e espécimes da
fauna, auxiliando na conservação das espécies ameaçadas.
Um dos casos mais interessantes da genética molecular forense envolveu o comércio ilegal de
carne de baleias no Japão e Coreia. A pedido do Earthrust, Baker e Palumbi (1996)
desenvolveram um sistema para monitorar esse comércio, utilizando sequências de DNAmt e
PCR, que distinguiam, com confiança, uma variedade de espécies de baleias umas das outras
e de golfinhos. As análises revelaram que parte das amostras obtidas em mercados varejistas
não era de baleias Minke, nas quais o Japão caçava para “fins científicos”, mas sim de baleias
Azuis, Jubartes, Fin e de Bryde, as quais são protegidas por lei. Além disso, parte da “carne de
baleia” era na realidade de golfinhos, botos, ovelhas e cavalos. Assim, além da ilegalidade da
caça das baleias, os consumidores estavam sendo ludibriados.
Fonte: Adaptado de Fankham et al., 2008 – Genética da Conservação.
Leia as proposições abaixo sobre a reação em cadeia da polimerase (PCR):
I. Antes da PCR, para se detectarem genes ou VNTRs (número variável de repetições em
sequência), havia a obrigação de se ter grande quantidade de DNA alvo.
II. Pela PCR, promove-se a deleção de trechos do DNA in vivo, usando polimerases de DNA.
III. A técnica da PCR permitiu a obtenção de grandes quantidades de fragmentos específicos
do DNA por meio da amplificação em ciclos.
IV. O DNA a ser amplificado não pode ser submetido a temperaturas altas, acima de 40°C, sob
pena de desnaturar e não mais renaturar.
Apenas é correto afirmar o que está contido nas proposições:
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a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I e III.”)
- PCR (reação em cadeia da polimerase): a reação de PCR (do inglês polymerase chain
reaction), idealizada nos meados dos anos 1980, por G. Mullis e H. A. Erlich, representa um
marco para os trabalhos desenvolvidos na área da Biologia Molecular. Ela proporciona um
aumento muito grande na eficiência da análise do material genético, permitindo a replicação de
fragmentos de DNA de qualquer organismo em várias cópias, através de reações realizadas
em um equipamento específico (máquina de PCR). Nessa reação de amplificação exponencial
o o
in vitro (figura abaixo), o DNA é submetido a temperaturas elevadas (94 C a 96 C, por 1 ou 2
minutos), a fim de separar a dupla-hélice (desnaturação térmica temporária do DNA). Cada fita
simples, em seguida, serve de molde para que a Taq polimerase ou Taq DNA polimerase (uma
DNA polimerase termostável, resistente a elevadas temperaturas) promova a síntese de novas
moléculas de DNA. O processo se repete várias vezes (repetição dos ciclos), sempre a
o o
temperaturas ao redor de 94 C a 96 C, produzindo milhares de cópias de um trecho de DNA
em poucas horas. Com isso, pequenas amostras contendo poucos fragmentos de DNA podem
ser estudadas com mais facilidade. Como se pode constatar, essa técnica, que envolve duas
etapas básicas (a separação das cadeias de DNA e a formação de outras complementares),
simula o que ocorre na natureza (a duplicação semiconservativa do DNA em uma célula).

JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO I (“Antes da PCR, para se detectarem genes ou VNTRs (número variável de
repetições em sequência), havia a obrigação de se ter grande quantidade de DNA alvo.”) –
CORRETA
* Antes da PCR, grande parte das técnicas de Biologia Molecular era laboriosa e demorada.
Havia necessidade, via de regra, de se trabalhar com grande quantidade de DNA, como consta
netas proposição.
- PROPOSIÇÃO II (“Pela PCR, promove-se a deleção de trechos do DNA in vivo, usando
polimerases de DNA.”) – INCORRETA
* A PCR não promove deleção de trechos de DNA in vivo. Ela promove, como vimos acima, a
amplificação exponencial in vitro do DNA, usando a Taq polimerase ou Taq DNA polimerase.
- PROPOSIÇÃO III (“A técnica da PCR permitiu a obtenção de grandes quantidades de
fragmentos específicos do DNA por meio da amplificação em ciclos.”) – CORRETA
*Como vimos acima, a técnica da PCR produz milhares de cópias, em poucas horas, de
fragmentos específicos de DNA de diferentes organismos, por meio de amplificação em ciclos.
- PROPOSIÇÃO IV (“O DNA a ser amplificado não pode ser submetido a temperaturas altas,
acima de 40°C, sob pena de desnaturar e não mais renaturar.”) – INCORRETA
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o o
* Como vimos acima, o DNA é submetido a temperaturas elevadas (94 C a 96 C, por 1 ou 2
minutos), a fim de separar a dupla-hélice (desnaturação térmica do DNA, considerada
reversível). Desnaturação do DNA é o processo através do qual o ácido
desoxirribonucleico de dupla cadeia se desenrola e separa-se em duas cadeias simples,
através da quebra de ligações de hidrogénio entre as bases.
COMPLEMENTO
No caso das proteínas, a desnaturação promove a perda da estrutura tridimensional e
consequentemente as suas propriedades. Algumas proteínas desnaturadas, ao serem
devolvidas para o seu meio original, podem recuperar a sua configuração espacial normal,
renaturando-se. Quando, entretanto, a desnaturação ocorre por elevações extremas de
temperatura ou alterações muito intensas do pH, as modificações são, geralmente,
irreversíveis.

20. (UPE) Acerca dos biomas brasileiros, representados no mapa a seguir, analise as
afirmativas a seguir:

a) O bioma (4) que cobre a maior parte do Nordeste brasileiro apresenta vegetação com caules
retorcidos, uma adaptação ao intenso calor local. Suas raízes são profundas para retirar água
do lençol freático. O solo é ácido, com grande quantidade de sais de alumínio.
b) Os Pampas (1) e a Caatinga (5) são biomas que apresentam a água como fator limitante. As
chuvas são escassas e, por isso, a vegetação é pouco desenvolvida, o que lhes habilita à
classificação de Campos. São pouco degradados pela ação do homem.
c) O Cerrado (4) e a Caatinga (1) são biomas onde encontramos caracterização vegetal de
xeromorfismo devido à falta de água no local. As queimadas são fenômenos naturais nesses
locais, não causando prejuízo à vida ou ao solo.
d) A Mata Atlântica (2) é bastante distinta da Floresta Amazônica em termos de fauna e,
principalmente, de flora. O solo da Floresta Amazônica (3) é rico em nutrientes, ao contrário da
Mata Atlântica que é ácido e muito lixiviado.
e) O Pantanal (6) ou Complexo Pantanal é uma grande planície alagável. É possível encontrar
vegetação característica de Cerrado em locais de raras inundações. Há plantas típicas de
brejos em partes que ficam constantemente alagadas.
AFIRMATIVA CORRETA: E
(“O Pantanal (6) ou Complexo Pantanal é uma grande planície alagável. É possível encontrar
vegetação característica de Cerrado em locais de raras inundações. Há plantas típicas de
brejos em partes que ficam constantemente alagadas.”)
- Identificação biomas brasileiros indicadas na figura desta questão.
1. Caatinga
2. Pampa
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3. Floresta Amazônica
4. Cerrado
5. Mata Atlântica
6. Pantanal
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA A (“O bioma (4) que cobre a maior parte do Nordeste brasileiro apresenta
vegetação com caules retorcidos, uma adaptação ao intenso calor local. Suas raízes são
profundas para retirar água do lençol freático. O solo é ácido, com grande quantidade de sais
de alumínio.”) – INCORRETA
* O bioma 4 (Cerrado) não cobre a maior parte do nordeste, como consta nesta afirmativa.
- O Cerrado se estende por cerca de 25% do território brasileiro, sendo um bioma do tipo
Savana, dotado de vegetação arbórea esparsa formada por pequenas árvores e arbustos. Ele
cobre parte dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Minas Gerais e
quase todo o Estado de Goiás e Tocantins. Pequenas áreas esparsas de Cerrado são
encontradas, também, em São Paulo, Paraná, Paraíba, Pernambuco e Amazônia. O clima da
o
região é relativamente quente (temperatura média anual na cada dos 26 C), com estação seca
rigorosa, podendo perdurar por cinco a sete meses. Os solos são ácidos e dotados de grande
quantidade de alumínio, bastante tóxico para a vegetação. Além de árvores esparsas, o
Cerrado apresenta arbustos e gramíneas. O caule das árvores é tortuoso, com folhas coriáceas
e raízes comumente longas, que atingem as reservas de água subterrânea. Entre as árvores
encontradas nos Cerrados, citamos: sucupira, copaíba, ipê-do-cerrado, angico, peroba-do-
campo, araçá, murici, gabiroba, pau-terra, idaiá (uma palmeira, que em certos locais, domina a
paisagem) e buriti (uma palmeira que ocorre nas margens dos rios do Cerrado). Além da
madeira, podem ser extraídos outros produtos das árvores, tais como: cortiça, tanino, óleo (do
piqui), frutos (mangaba, jatobá, murici, etc.), bem como produtos medicinais. No que concerne
à fauna, ela é bastante rica: tamanduá-bandeira, tatu-bola, tatu-canastra, quati, macaco-prego,
sagui, rato-do-mato, raposa, anta, capivara, porco-do-mato, veado-campeiro, onça-pintada,
suçuarana, jaguatirica, lobo-guará, cachorro-vinagre, furão, guaxinim, seriema, gralha, tucano,
coruja, urubu-rei, socó, ema, periquitos, gavião-carcará, etc.
- AFIRMATIVA B (“Os Pampas (1) e a Caatinga (5) são biomas que apresentam a água como
fator limitante. As chuvas são escassas e, por isso, a vegetação é pouco desenvolvida, o que
lhes habilita à classificação de Campos. São pouco degradados pela ação do homem.”) –
INCORRETA
* O bioma 1 é a Caatinga e o 5 é a Mata Atlântica.
- A Caatinga se estende pelos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e norte de Minas Gerais, sendo um bioma
típico do deserto. Nessa formação, as chuvas são escassas (índices pluviométricos baixos), as
secas são prolongadas, as temperaturas são elevadas, e a umidade relativa do ar é baixa. A
Caatinga se caracteriza por possuir plantas com folhas apenas nos meses de inverno. Nos
períodos de seca, que podem se prolongar por mais de sete meses, elas perdem suas folhas,
com o objetivo de se protegerem contra a perda de água, caracterizando uma vegetação
caducifólia. Esse fenômeno faz com que a vegetação apresente um aspecto esbranquiçado,
daí a denominação caatinga, que em tupi significa “mata branca”. As plantas, via de regra,
apresentam, ainda, várias outras adaptações, que lhes permitem sobreviver na estação seca,
tais como: abertura e fechamento dos estômatos bastante rápido; redução das folhas que, em
algumas espécies (cactáceas) assumem a forma de espinhos, e acúmulo de água nas folhas,
nas raízes e nos caules. Na Caatinga, existem também plantas grandes e arborescentes, como
o mandacaru, o facheiro, a coroa-de-frade e o xique-xique. Nela, destacam-se ainda a
maniçoba, o marmeleiro, o umbuzeiro, a barriguda, a oiticica e o juazeiro. As duas últimas
caracterizam-se por não perderem suas duras folhas na época das secas. Na Caatinga, não há
uma grande variedade de espécies animais. Nela são encontrados animais que suportam a
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escassez de água ou que vivem perto dos rios, como roedores e aves de rapina. Sua fauna
inclui, também, a cascavel, a jiboia, o gavião-carcará, a gralha, a cutia, o gambá, o preá, o
veado-catingueiro, o tatupeba e a ararinha-azul. Entre os invertebrados, nota-se a presença de
certas abelhas desprovidas de ferrão e de um tipo grande de escorpião. Costuma-se dividir a
Caatinga em agreste e sertão. O agreste, próximo do mar, tem maior umidade e vegetação
mais alta e densa. O sertão, característico do interior, é mais seco e tem uma vegetação com
ramos duros e secos.
- A Mata Atlântica também conhecida como Floresta Atlântica ou Mata Costeira
(Floresta Pluvial Costeira), em face de se estender ao longo da costa, acompanhando
a cadeia de montanhas de nosso litoral. Ela se estende ao longo de um conjunto de
serras que vão do Rio Grande do Sul até o sul da Bahia e, com menor expressão,
segue para o Nordeste até o Rio Grande do Norte. Assemelha-se bastante à Floresta
Amazônica, tanto na sua composição, quanto na sua fisionomia, estando na topografia
a mais expressiva diferença entre as duas. Enquanto a Floresta Amazônica ocorre em
ampla planície, a Mata Atlântica ocorre em regiões montanhosas, como a Serra do
Mar. Na Mata Atlântica, há uma grande diversidade de plantas, dentre as quais se
destacam pau-brasil, jacarandá, palmito, jambo, figueira, caviúna e jatobá, bem como
muitas espécies epífitas, como as orquídeas e as bromélias. Ela apresenta, também,
uma fauna bastante diversificada que inclui, entre outros animais, o tamanduá, a
jaguatirica, a onça-pintada, a paca, o mico-leão-dourado, o mono-carvoeiro (o maior
macaco das Américas), o cachorro-vinagre, os saguis, o guaxinim, a capivara, a anta,
a preguiça, a cutia, o porco-do-mato, o gambá, a suçuarana, etc. A Mata Atlântica é
um dos biomas mais devastados pela exploração humana. Calcula-se que restam
apenas cerca de 5% da área original da Mata Atlântica, existente por ocasião da
chegada dos primeiros colonizadores europeus.
- AFIRMATIVA C (“O Cerrado (4) e a Caatinga (1) são biomas onde encontramos
caracterização vegetal de xeromorfismo devido à falta de água no local. As queimadas são
fenômenos naturais nesses locais, não causando prejuízo à vida ou ao solo.”) – INCORRETA
*Ao contrário do que consta nesta afirmativa, as queimadas causam prejuízo à vida e
ao solo, mesmo em se tratando de fenômenos naturais.
- AFIRMATIVA D (“A Mata Atlântica (2) é bastante distinta da Floresta Amazônica em termos
de fauna e, principalmente, de flora. O solo da Floresta Amazônica (3) é rico em nutrientes, ao
contrário da Mata Atlântica que é ácido e muito lixiviado.”) – INCORRETA
* O bioma 2 é o Pampa e não a Mata Atlântica, como consta nesta afirmativa.
* O solo da Floresta Amazônica, ao contrário do que consta nesta afirmativa, é pobre em
nutrientes, devido à rápida degradação e ao rápido reaproveitamento da matéria orgânica que
nele se deposita. Como vimos acima, a Mata Atlântica se assemelha bastante à Floresta
Amazônica, tanto na sua composição, quanto na sua fisionomia, estando na topografia a mais
expressiva diferença entre as duas. Enquanto a Floresta Amazônica ocorre em ampla planície,
a Mata Atlântica ocorre em regiões montanhosas, como a Serra do Mar.
- Os Pampas (palavra indígena que significa “plano”) ou Campos Limpos, bioma do tipo
Estepe, ocorrem principalmente no norte do Rio Grande do Sul, estendendo-se até o Uruguai e
nordeste da Argentina. O índice de chuva fica entre 500 e 1.000 mm/anuais, e a temperatura
o
varia de acordo com a estação. No verão, situa-se entre 20 e 23 C e, no inverno, oscila entre
o
10 e 14 C. Os Pampas são bastante homogêneos quanto à vegetação, que é, sobretudo, do
tipo herbáceo, em que predominam as gramíneas, sendo, por isso, muito utilizado como
pastagens. Ao longo dos rios e na região litorânea, são encontradas algumas árvores, como o
salgueiro e o sarandi. Entre os animais encontrados nos pampas, citamos o tatu, o gato-do-
pampa, o zorilho (espécie de raposa), o guaxinim e o marreco. Embora os Pampas se mostrem
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ideais para a criação de gado, constata-se que grande parte deles está sendo destruída, para
dar lugar a áreas cultiváveis e por falta de cuidados com o solo. O descaso com o solo pode,
mais cedo ou mais tarde, levar à erosão e à desertificação.
- A Floresta Amazônica, também chamada Hileia Brasileira, corresponde à descrição
de uma floresta pluvial tropical típica. Ela ocupa os Estados do Amazonas, Pará,
Rondônia, Acre, Amapá, Roraima. Recobre ainda parte de Mato Grosso, Goiás e
Tocantins e é considerada a maior floresta tropical pluvial do planeta. Seu solo é pobre
em nutrientes, devido à rápida degradação e ao rápido reaproveitamento da matéria
orgânica que nele se deposita. As precipitações (superiores 1.800 mm/ano) são
relativamente bem-distribuídas no decorrer do ano, e a densa cobertura vegetal
contribui para reduzir o impacto da água da chuva, diminuindo, desse modo, seu efeito
erosivo bem como o carreamento dos minerais. As temperaturas são mais ou menos
constantes, com valores médios anuais de cerca de 26oC. Trata-se de um ecossistema
de grande complexidade e com grande número de nichos ecológicos. Dentre as
plantas encontradas na Floresta Amazônica, destacamos: a seringueira (Hevea
brasiliensis), considerada a árvore mais conhecida da região amazônica, que pode
atingir até 30 metros de altura, com tronco de mais de um metro de diâmetro. Dela se
extrai o látex, usado na fabricação da borracha natural; a castanheira-do-pará, cujo
tronco pode atingir até 3 metros de diâmetro e 50 metros de altura; o cacau; o palmito;
o cupuaçu; o coco do açaí; o guaraná; o babaçu; a cerejeira e o mogno, além de um
considerável número de plantas medicinais. Nesse ecossistema, encontramos,
também, um grande número de plantas epífitas, algumas com raízes aéreas que
atingem o solo. Na Floresta Amazônica, ocorre um grande número de espécies
animais, tais como: macaco, cachorro-vinagre, coati, furão, jaguatirica, arara, porco-
espinho, cobra, anta, onça, perereca, tamanduá, preguiça, esquilo, veado, porco-do-
mato, peixe-boi, boto, lontra, ariranha, etc. Além do assoreamento dos rios, a região
da Amazônia vem sendo destruída, também, por desmatamentos, para ceder lugar à
pecuária, à agricultura e à extração de minérios e de madeiras. Há ainda a ser
mencionado que a caça predatória e a contaminação dos rios por mercúrio dos
garimpos também têm contribuído para a poluição e a destruição desse ecossistema.
A mineração requer um melhor planejamento, com a inclusão de técnicas não
poluentes, particularmente nos garimpos de ouro, evitando-se a poluição por mercúrio.
No que concerne à extração da madeira, é preciso que ela seja feita de forma
controlada e restrita, plantando-se novas árvores e fazendo-se um rodízio das regiões
de extração.
- AFIRMATIVA E (“O Pantanal (6) ou Complexo Pantanal é uma grande planície alagável. É
possível encontrar vegetação característica de Cerrado em locais de raras inundações. Há
plantas típicas de brejos em partes que ficam constantemente alagadas.”) – CORRETA
* O Pantanal (região do Pantanal) se situa nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso,
estendendo-se também pelo Paraguai, Bolívia e Argentina, onde é conhecido como chaco.
Poucos locais no mundo apresentam uma comunidade tão exuberante quanto o Pantanal.
Nessa formação, há predominância de várzeas e campos alagados, sendo uma região de
elevado grau de umidade e alto índice pluviométrico. A alternância de períodos de seca com
períodos de chuvas (responsáveis pelo alagamento de dois terços do Pantanal) origina uma
mistura de vegetação de cerrados, campos, florestas e brejos. O solo é fértil, nem tanto por sua
composição, mas, acima de tudo, pelo material orgânico trazido pelos rios. A vegetação
compreende diversos tipos que refletem as condições existentes, predominando palmeiras, e,
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nas lagoas e braços dos rios, flutuam aguapés e vitórias-régias. O Pantanal apresenta uma
fauna muito rica, com um número relativamente grande de indivíduos de cada espécie. No que
diz respeito às aves, estima-se que reúna a maior concentração do continente, com mais de
700 espécies diferentes. Nele, encontram-se, entre outras, as seguintes aves: martim-
pescador, cabeça-seca, biguá-tinga, garças, tuiuiú (ave símbolo da região), patos selvagens,
jaburus e gavião carcará. No que diz respeito aos peixes, destacam-se: dourado, piranha,
traíra, pacu e pintado. Também se encontram várias espécies de mamíferos, tais como: onça-
parda, onça-pintada, jaguatirica, gato-do-mato, lobo-guará, cachorro-vinagre, cervo-do-
pantanal, capivara, anta, ariranha, lontra, onça, porco-espinho, tatu-canastra e tamanduá-
bandeira.
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DÉCIMA-NONA BATERIA

01. (UFRGS) O esquema abaixo representa um importante experimento realizado por J. R.


Guidon.

O experimento representado demonstrou que:


a) Núcleos de células diferenciadas podem originar organismos novos e completos.
b) Uma célula epitelial, quando isolada, é capaz de originar um organismo completo.
c) Um óvulo não fecundado é capaz de originar um organismo completo.
d) É improvável a criação de clones de vertebrados.
e) O material genético encontrado no núcleo é desnecessário ao desenvolvimento de um
organismo adulto.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Núcleos de células diferenciadas podem originar organismos novos e completos.”)
JUSTIFICATIVA
* O núcleo das células intestinais quando em um óvulo desprovido de núcleo, originou um
organismo completo, no caso o sapo (ver esquema), mostrando, dessa forma, que núcleos de
células diferenciadas são capazes de originar organismos novos e completos, como consta
nesta alternativa.
COMPLEMENTO
O termo clonagem (ver CLONAGEM GÊNICA, matéria publicada, no dia 26/02/2011, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”), deriva do grego klón, que quer dizer "broto" e pressupõe
"qualquer grupo de células ou organismos produzidos assexuadamente de um único ancestral
sexuadamente produzido", permitindo a obtenção de indivíduos geneticamente idênticos. A
clonagem é possível pela fissão de embriões (produção artificial de gêmeos) ou por
transferência nuclear (caso desta questão), isto é, transferência de núcleos de células
somáticas, diferenciadas porque já assumiram uma função específica, para ovócitos sem
núcleo para produzir embriões reconstituídos que são capazes, após a transferência para
hospedeiros adequados ou meios adequados, resultar em uma prole viável.

02. (CEFET-SP) A filogenia de alguns animais é baseada nas diferenças entre as sequências
dos aminoácidos na molécula da proteína citocromo C. O citocromo C é uma proteína presente
em todos os seres vivos que fazem respiração aeróbica, sendo constituída por 104
aminoácidos encadeados. O percentual de cada tipo de aminoácido presente nessa proteína
varia nas diferentes espécies de organismos e está relacionada com a proximidade evolutiva
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entre as espécies. Essa filogenia é coerente com a que foi obtida através do estudo dos
fósseis. Pela análise da filogenia são feitas quatro afirmativas.

I. A proteína citocromo C do homem e a do macaco indica que eles são evolutivamente,


parentes próximos.
II. O atum é evolutivamente mais parente do homem do que o canguru.
III. O pombo é evolutivamente mais parente do pato do que o porco.
IV. Todos os vertebrados tiveram um ancestral comum.
Em relação às frases, pode-se afirmar que:
a) Apenas I, II e IV são verdadeiras.
b) Apenas I, III e IV são verdadeiras.
c) Apenas II e III são verdadeiras.
d) Apenas III e IV são verdadeiras.
e) I, II, III e IV são verdadeiras.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Apenas I, III e IV são verdadeiras.”)
JUSTIFICATIVA
- De acordo com a árvore filogenética, quanto maior for a semelhança da proteína citocromo C
entre dois grupos, maior será o grau de parentesco evolutivo entre os eles. Ressaltamos que a
comparação da sequência peptídica de uma mesma proteína, presente em diferentes espécies,
é uma evidencia molecular da evolução (ver EVIDÊNCIAS MOLECULARES DA EVOLUÇÃO,
matéria publicada, no dia 19/08/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”). Dessa forma,
apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
- AFIRMATIVA I (“A proteína citocromo C do homem e a do macaco indica que eles são
evolutivamente, parentes próximos.”) – VERDADEIRA
* A filogenia mostra uma grande semelhança entre a proteína C do homem e a do macaco,
indicando que eles são, evolutivamente, parentes próximos.
- AFIRMATIVA III (“O pombo é evolutivamente mais parente do pato do que o porco.”) –
VERDADEIRA
* A filogenia mostra uma maior semelhança entre a proteína C do pombo e a do pato do que
entre a proteína C do pombo e a do porco.
- AFIRMATIVA IV (“Todos os vertebrados tiveram um ancestral comum”) – VERDADEIRA
* De acordo com análise referida, todos os vertebrados tiveram um ancestral comum.

03. (UFPR) O gráfico abaixo apresenta a variação da população de uma espécie de inseto
considerada praga numa cultura. As setas indicam a aplicação de agrotóxico contra o inseto,
sendo que a espessura da seta indica a quantidade de agrotóxico usada.

Sobre o comportamento da população de insetos e o uso de agrotóxico representados nesse


gráfico, assinale a alternativa correta.
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a) A primeira aplicação de agrotóxico não levou a uma imediata alteração da densidade de


pragas, por isso houve nova aplicação de agrotóxico.
b) A terceira aplicação só teve sucesso na diminuição da praga porque a dose de inseticida foi
maior que as duas primeiras.
c) A magnificação trófica no ecossistema está assegurada, pois a praga só será controlada
com doses maiores de agrotóxico.
d) As aves que se alimentam de insetos mortos por agrotóxicos sofrem maior efeito do
agrotóxico do que o predador dessas aves.
e) Na terceira aplicação, o agricultor resolveu aplicar maior quantidade de inseticida em função
da segunda não ter surtido o efeito desejado, pois restaram os insetos resistentes àquela
quantidade de inseticida.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Na terceira aplicação, o agricultor resolveu aplicar maior quantidade de inseticida em função
da segunda não ter surtido o efeito desejado, pois restaram os insetos resistentes àquela
quantidade de inseticida.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A primeira aplicação de agrotóxico não levou a uma imediata alteração da
densidade de pragas, por isso houve nova aplicação de agrotóxico.”) – INCORRETA
* Ao contrario do que consta nesta alternativa, o gráfico mostra que a primeira aplicação de
agrotóxico levou a uma imediata alteração da densidade de pragas. Houve redução na
quantidade de insetos (mil).
- ALTERNATIVA B (“A terceira aplicação só teve sucesso na diminuição da praga porque a
dose de inseticida foi maior que as duas primeiras.”) – INCORRETA
* Ao contrario do que consta nesta alternativa, o gráfico mostra que não houve sucesso da
diminuição da praga com a terceira aplicação do agrotóxico. Houve, realmente, aumento na
quantidade de inseto (mil).
- ALTERNATIVA C (“A magnificação trófica no ecossistema está assegurada, pois a praga só
será controlada com doses maiores de agrotóxico.”) – INCORRETA
* Ao contrario do que consta nesta alternativa, o gráfico mostra que doses maiores de
agrotóxico (seta mais espessa) não controla a praga.
MAGNIFICAÇÃO TRÓFICA
Um dos mais graves problemas, no mundo de hoje, é o acúmulo, no ambiente, de
subprodutos das indústrias químicas (chumbo, mercúrio, etc.) e de moléculas sintéticas
(detergentes, plásticos, inseticidas, etc.). Não sendo biodegradáveis, eles vão aos poucos se
acumulando no meio ambiente e, quando ingeridos pelos seres vivos, tendem a se concentrar
ao longo das cadeias alimentares, pois, além de não serem metabolizados, são, via de regra,
eliminados com dificuldade. Em face de a redução da biomassa na passagem de um nível
trófico para outro, a concentração do produto tóxico vai aumentando nos organismos, ao longo
da cadeia. Como consequência, os seres dos últimos níveis tendem a absorver elevadas
concentrações dessas substâncias, que lhes prejudica a saúde. Esse fenômeno é conhecido
como magnificação trófica.
- ALTERNATIVA D (“As aves que se alimentam de insetos mortos por agrotóxicos sofrem maior
efeito do agrotóxico do que o predador dessas aves.”) – INCORRETA
* Ao contrario do que consta nesta alternativa, predador das aves sofrem maior efeito dos
agrotóxicos que as aves que se alimentam de insetos mortos pelos referidos agrotóxicos (ver
MAGNIFICAÇÃO TRÓFICA, acima).
- ALTERNATIVA E (“Na terceira aplicação, o agricultor resolveu aplicar maior quantidade de
inseticida em função da segunda não ter surtido o efeito desejado, pois restaram os insetos
resistentes àquela quantidade de inseticida.”) – CORRETA
* Essa foi, realmente, a intenção do agricultor. A terceira aplicação, com maior quantidade de
inseticida, entretanto, não surtiu o efeito desejado. Para saber mais ver SELEÇÃO NATURAL
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(SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS), matéria publicada, no dia 14/10/2011, no blog


“djalmasantos.wordpress.com.”.

04. (UNESP) O esquema representa alguns passos de uma série de reações metabólicas,
onde quatro genes, I, II, III e IV, produzem quatro tipos diferentes de enzimas, 1, 2, 3 e 4,
transformando o aminoácido fenilalanina em quatro possíveis substâncias.

Um indivíduo tem anomalias na pigmentação do corpo e seu metabolismo é prejudicado pela


falta do hormônio da tireoide. O funcionamento das glândulas suprarrenais, porém, é normal.
De acordo com o esquema, os sintomas que o indivíduo apresenta ocorrem devido às
alterações.
a) No gene I, somente.
b) Nos genes I e II, somente.
c) Nos genes I e III, somente.
d) Nos genes II e III, somente.
e) Nos genes III e IV, somente.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Nos genes III e IV, somente.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“No gene I, somente.”) – INCORRETA
* Se a alteração fosse no gene I, haveria prejuízo na síntese de adrenalina (suprarrenais), na
síntese melanina (pigmentação do corpo) e na síntese de tiroxina (hormônio da tireoide). O
enunciado mostra que o indivíduo tem o funcionamento das glândulas suprarrenais normal (“ .
O funcionamento das glândulas suprarrenais, porém, é normal.”).
- ALTERNATIVA B (“Nos genes I e II, somente.”) – INCORRETA
* Se a alteração fosse no gene II, haveria prejuízo na síntese de adrenalina (suprarrenais). O
enunciado mostra que o indivíduo tem o funcionamento das glândulas suprarrenais normal (“ .
O funcionamento das glândulas suprarrenais, porém, é normal.”).
- ALTERNATIVA C (“Nos genes I e III, somente.”) – INCORRETA
* Se a alteração fosse no gene I, haveria, como vimos na alternativa A, prejuízo na síntese de
adrenalina (suprarrenais), na síntese melanina (pigmentação do corpo) e na síntese de tiroxina
(hormônio da tireoide). O enunciado mostra que o indivíduo tem o funcionamento das glândulas
suprarrenais normal (“ . O funcionamento das glândulas suprarrenais, porém, é normal.”).
- ALTERNATIVA D (“Nos genes II e III, somente.”) – INCORRETA
* Se a alteração fosse no gene II, haveria, como vimos na alternativa B, prejuízo na síntese de
adrenalina (suprarrenais). O enunciado mostra que o indivíduo tem o funcionamento das
glândulas suprarrenais normal (“ . O funcionamento das glândulas suprarrenais, porém, é
normal.”).
- ALTERNATIVA E (“Nos genes III e IV, somente.*”) – CORRETA
* Alteração no gene III: alteração na enzima 3, levando a não transformação da tirosina em
melanina, acarretando anomalia na pigmentação do corpo, como consta no enunciado.
* Alteração no gene IV: alteração na enzima 4, levando a não transformação da tirosina em
tiroxina, acarretando a falta de hormônio da tireoide, como consta no enunciado.

05. (PUC-CAMPINAS)
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Atenção: Para responder esta questão considere o texto apresentado abaixo.


A pelagem das preguiças parece ser realmente um bom meio de cultura de algas. Tem estrias
e fissuras e, ao contrário do pelo de outros mamíferos, absorve água. Além de fornecer um
despiste cromático para os mamíferos, as algas talvez sejam uma pequena fonte extra de
nutrientes que seriam absorvidos por difusão pela pele das preguiças. Outras hipóteses ainda
não testadas têm sido propostas para explicar essa estreita ligação entre algas e preguiças. As
algas poderiam, por exemplo, produzir substâncias que deixariam os pelos com a textura mais
apropriada para o crescimento de bactérias benéficas. Ou ainda produzir certos tipos de
aminoácidos que absorveriam raios ultravioleta, ou seja, atuariam como protetores solares para
as preguiças.
(Adaptado: Revista Pesquisa Fapesp, junho de 2010, p. 61)
O uso de protetor solar é um importante aliado contra o câncer de pele. Isso porque, os raios
UV presentes na luz solar são agentes mutagênicos e podem causar alterações permanentes
na estrutura e fisiologia das células. A respeito das mutações causadas por raios UV nas
células da pele é correto afirmar que:
a) Podem ser transmitidas aos descendentes através da reprodução.
b) Contribuem para o aumento da variabilidade genética e para a evolução.
c) Alteram aminoácidos e, consequentemente, interferem na síntese proteica.
d) Modificam o DNA, o que pode levar a alterações nas proteínas celulares.
e) Alteram o processo de tradução e com isso modificam os RNAs mensageiros.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Modificam o DNA, o que pode levar a alterações nas proteínas celulares.”)
- O principal efeito mutagênico dos raios ultravioleta está na formação de ligações covalentes
entre duas moléculas adjacentes de timina (dímero de timina), como mostra a figura abaixo,
impedindo o seu pareamento com a adenina (Ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria publicada, no
dia 15/04/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”). Eles podem provocar, também,
embora eventualmente, a fusão de uma timina com uma citosina, distorcendo a dupla hélice e
impedindo a replicação do DNA.

JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Podem ser transmitidas aos descendentes através da reprodução.”) –
INCORRETA
* Mutações que ocorrem nas células da pele (mutações somáticas) não são transmitidas às
gerações futuras.
COMPLEMENTO
As mutações gênicas podem se relacionar com qualquer parte do organismo, de modo que
tanto as células somáticas, não envolvidas diretamente na produção dos gametas, como as
germinativas estão sujeitas a essas alterações. As que afetam o DNA das células somáticas
(mutações somáticas) não são transmitidas às gerações futuras, não sendo, portanto,
hereditárias. Elas podem, entretanto, acarretar grande prejuízo ao organismo, causando
tumores ou outras lesões degenerativas, dependendo das células, dos tecidos ou dos órgãos
nos quais elas ocorrem. Seus efeitos, portanto, são restritos ao indivíduo que as possuem. As
que se relacionam com o DNA das células germinativas (mutações germinativas), por seu
turno, são passíveis de serem transmitidas às futuras gerações. Em face de concorrerem para
aumentar a variedade genética das populações, as mutações germinativas constituem a base
molecular do processo evolutivo (Ver MUTAÇÃO GÊNICA e REPARO DO DNA, matérias
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publicadas, respectivamente, nos dias 15/04/2011 e 13/05/2011, no blog


“djalmasantos.wordpress.com.”).
- ALTERNATIVA B (“Contribuem para o aumento da variabilidade genética e para a evolução.”)
– INCORRETA
* Mutações que ocorrem nas células da pele (mutações somáticas) não são transmitidas às
gerações futuras (ver COMPLEMENTO acima). Dessa forma, não contribuem para o aumento
da variabilidade genética nas populações e tampouco para a evolução.
- ALTERNATIVA C (“Alteram aminoácidos e, consequentemente, interferem na síntese
proteica.”) – INCORRETA
* Mutações não alteram os aminoácidos, como consta nesta alternativa. Elas alteram a
informação genética (DNA), podendo levar à produção de cadeias proteicas modificadas, na
ordem ou no número de aminoácidos ou até ausência de sua síntese.
- ALTERNATIVA D (“Modificam o DNA, o que pode levar a alterações nas proteínas celulares.”)
– CORRETA
* Como vimos na alternativa anterior, as mutações, realmente, modificam o DNA (informação
genética), podendo levar a alterações nas proteínas celulares.
- ALTERNATIVA D (“Alteram o processo de tradução e com isso modificam os RNAs
mensageiros.”) – INCORRETA
* As mutações alteram o DNA e com isso modificam os RNAs mensageiros, por ocasião da
transcrição, e não o processo de tradução, como consta nesta alternativa. Para maiores
detalhes ver SÍNTESE PROTEICA, matéria publicada, no dia 16/07/2014, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”.

06. (UFSCar) Em um experimento, populações de tamanho conhecido de duas espécies de


insetos (A e B) foram colocadas cada uma em um recipiente diferente (recipientes 1 e 2). Em
um terceiro recipiente (recipiente 3), ambas as espécies foram colocadas juntas.

Durante certo tempo, foram feitas contagens do número de indivíduos em cada recipiente e
os resultados representados nos gráficos.

A partir desses resultados, pode-se concluir que:


a) A espécie A se beneficia da interação com a espécie B.
b) O crescimento populacional da espécie A independe da presença de B.
c) A espécie B depende da espécie A para manter constante o número de indivíduos.
d) A espécie B tem melhor desempenho quando em competição com a espécie A.
e) O número de indivíduos de ambas se mantém constante ao longo do tempo quando as
duas populações se desenvolvem separadamente.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“A espécie B tem melhor desempenho quando em competição com a espécie A.”)
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JUSTIFICATIVA
* Quando as duas espécies (A e B) são colocadas juntas no recipiente 3, uma das
espécies B mostra melhor desempenho do que a outra A, o que é característico de uma
interação competitiva (princípio de Gause ou princípio da exclusão competitiva), que
descrevemos a seguir.
- PRINCÍPIO DE GAUSE (PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO COMPETITIVA)
Segundo esse princípio, duas ou mais espécies animais ou vegetais, que possuem o
mesmo nicho, não podem ocupar o mesmo habitat, por muito tempo, sem que entre elas se
estabeleça uma competição por um ou mais recursos do meio, o que pode levar à eliminação
de uma delas. Esse princípio foi formulado tendo por base experiências realizadas, em
laboratório, com culturas de duas espécies de protozoários: Paramecium aurelia e Paramecium
caudatum (gráficos abaixo). Em (a), são mostrados os resultados obtidos quando as duas
espécies foram cultivadas nas mesmas condições, porém em ambientes diferentes. Em (b),
são apresentados os resultados obtidos quando as duas espécies foram cultivadas no mesmo
ambiente. A análise dessas curvas de crescimento mostra que, em ambientes diferentes e
mesmas condições, inclusive no que diz respeito ao meio de cultura (gráfico a), a população de
P. aurelia cresce mais depressa que a do P. caudatum, indicando que o primeiro possui maior
eficiência na utilização dos recursos disponíveis. Quando cultivadas juntas, em um mesmo
recipiente, (gráfico b), percebe-se que o P. aurelia também cresce mais rapidamente que o P.
caudatum. Essa experiência simples mostra que, se duas espécies possuem exatamente o
mesmo nicho, elas entram em competição por recursos comuns que não existem em
quantidade suficiente para a sobrevivência de ambas. Quando isso ocorre, uma delas, a menos
apta, é eliminada, caracterizando o princípio da exclusão competitiva.

07. Sabe-se que 10 mil quilogramas de algas suprem as necessidades alimentares de 1.000 kg
de microcrustáceos e que estes satisfazem as carências nutritivas de 100 kg de pequenos
peixes. Essa massa de pequenos peixes é o que se faz necessário para o abastecimento e
sobrevivência de 10 kg de peixes grandes. Finalmente, 10 kg de peixes grandes fornecidos a
um homem contribuem, após o processo digestivo, para o aumento de 1 kg deste. Isso é
sugestivo de que:
a) A passagem da matéria e da energia pelas cadeias alimentares sofre a cada nível um
decréscimo acentuado, com aproveitamento de apenas cerca de 1/10 do disponível no grupo
anterior.
b) Produtores e consumidores devem existir em igual número num ecossistema.
c) Os consumidores devem ser mais numerosos do que os produtores.
d) Os decompositores não fazem parte de a cadeia alimentar nem da pirâmide das massas.
e) Os produtores só fazem a fotossíntese e não realizam os trâmites da respiração, por isso
não consomem matéria.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“A passagem da matéria e da energia pelas cadeias alimentares sofre a cada nível um
decréscimo acentuado, com aproveitamento de apenas cerca de 1/10 do disponível no grupo
anterior.”)
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JUSTIFICATIVA
A porcentagem de energia transferida de um nível trófico para outro, dentro de uma cadeia
alimentar, é denominda eficiência ecológica. Essa eficiência é, em geral, de aproximadamente
10% (ver esquema abaixo). É em face dessa redução que uma cadeia alimentar não possui,
via de regra, mais que quatro ou cinco níveis tróficos. Dessa forma, quanto menor for a cadeia
alimentar, maior será a quantidade de energia disponível para os níveis mais elevados.

08. (UFF) Em 1908 Hardy (matemático inglês) e Weinberg (médico alemão) publicaram o
teorema fundamental da genética de populações, conhecido como Equilíbrio de Hardy-
Weinberg. Para se aplicar este princípio, a população deve ser de tamanho:
a) Aleatório, visto que não influencia para a aplicação do teorema, já que a probabilidade dos
cruzamentos depende de processos migratórios que ocorrem naturalmente nas populações.
b) Pequeno, de modo que possam ocorrer cruzamentos de forma experimental, de acordo com
as leis de Mendel, ou seja, os cruzamentos entre indivíduos de diferentes genótipos devem
acontecer sempre a partir de alelos heterozigotos.
c) Muito grande, para que possam ocorrer cruzamentos seletivos, de acordo com a teoria
evolutiva, ou seja, os efeitos da seleção natural a partir de mutações ao acaso devem ser
considerados.
d) Pequeno, de modo que possam ocorrer cruzamentos entre os organismos mutantes, de
acordo com as leis das probabilidades, ou seja, novas características devem ser introduzidas
de forma controlada na população.
e) Muito grande, de modo que possam ocorrer todos os tipos de cruzamentos possíveis, de
acordo com as leis das probabilidades, ou seja, os cruzamentos entre indivíduos de diferentes
genótipos devem acontecer completamente ao acaso.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Muito grande, de modo que possam ocorrer todos os tipos de cruzamentos possíveis, de
acordo com as leis das probabilidades, ou seja, os cruzamentos entre indivíduos de diferentes
genótipos devem acontecer completamente ao acaso.”)
JUSTIFICATIVA
- PRINCÍPIO DE HARDY-WEINBERG
* A genética de população teve sua gênese em 1908, graças aos trabalhos do matemático
inglês Godfrey H. Hardy e do médico alemão Wilhem Weinberg. Eles demonstraram,
independentemente, que através das gerações, a frequência de certo gene permanece
constante em uma população, caso os fatores da evolução não atuem. Esse princípio pode ser
enunciado como se segue: “em uma população panmítica (os cruzamentos ocorram ao acaso),
de tamanho suficientemente grande para que seja válida a lei dos grandes números, as
frequências gênicas e genotípicas permanecem constantes, geração após geração, desde que
não estejam atuando os fatores da evolução”. Por fatores da evolução, compreendemos certas
forças (mutações; seleção natural ou artificial; migração; tamanho da população; oscilação
gênica, também conhecida como efeito de Sewall-Wright; etc.) que perturbam o equilíbrio
genético e modificam a frequência de genes em uma população. Através do princípio de Hardy-
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Weinberg podemos verificar se a população está ou não evoluindo. Se os valores observados


forem significativamente diferentes dos esperados, pode-se deduzir que a população está em
evolução. Caso eles não difiram de modo significativo, pode-se concluir que a população está
em equilíbrio e, dessa forma, não está evoluindo. Para maiores detalhes sobre o princípio de
Hardy-Weinberg ver GENÉTICA DE POPULAÇÕES (Princípio de Hardy-Weinberg), matéria
publicada, no dia 21/08/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”.

09. (PUCCAMP) “Os cientistas examinaram 11 homens aidéticos, dos quais 5 nunca tinham
usado medicamentos anti-HIV e 6 haviam usado. Verificaram que 8 pacientes apresentavam
novas mutações do vírus, resistentes às drogas ministradas e passíveis de serem transmitidas
a outras pessoas.”
De acordo com o texto, o vírus HIV:
a) Somente sofreu mutação nos homens que tomaram medicamentos antivirais.
b) Não sofreu mutação nos homens que nunca usaram medicamentos antivirais.
c) Sofreu mutação nas pessoas que tomaram ou não medicamentos antivirais.
d) Foi completamente destruído pela ação dos medicamentos antivirais.
e) É facilmente destruído pela ação de mutantes produzidos por medicamentos antivirais.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Sofreu mutação nas pessoas que tomaram ou não medicamentos antivirais.”)
JUSTIFICATIVA
* Com base no enunciado (“ .... 5 nunca tinham usado medicamentos anti-HIV e 6 haviam
usado. Verificaram que 8 pacientes apresentavam novas mutações do vírus, ...”) pode-se
deduzir o virus HIV sofreu mutação nas pessoas que tomaram ou não medicamentos antivirais
(ALTERNATIVA C).

10. (IFMT) “SEXO VIOLENTO”


Jantar em Família
A aranha-caranguejeira merece, sim, a fama de assassina. Em alguns casos, após a cópula, a
fêmea enrola o amante na teia e guarda os restos mortais dele para servir de primeira refeição
aos filhotes, cerca de 60 dias após o acasalamento.
Perdendo a Cabeça
Depois de transar, o louva-a-deus fêmea agarra o parceiro e o devora vivo, começando pela
cabeça, na maioria das vezes. A refeição garante a ela energia para que construa ootecas
(lugar em que deposita os ovos) mais resistentes e com capacidade para mais ovos.
Apetite Sexual
No jogo de sedução da aranha-de-costas-vermelha, vale tudo. Para transar, o macho posiciona
o abdômen perto da boca da parceira, deixando que ela o coma durante o ato sexual. Esse
sacrifício ocorre em 65% dos acasalamentos da espécie.”
(REVISTA MUNDO ESTRANHO, São Paulo, n. 113, p. 44-45, jul. 2011.)
Os relacionamentos descritos acima recebem a correta denominação de:
a) Relação interespecífica harmônica do tipo comensalismo.
b) Relação intraespecífica desarmônica do tipo canibalismo.
c) Relação interespecífica desarmônica do tipo predatismo.
d) Relação intraespecífica harmônica do tipo canibalismo.
e) Relação interespecífica desarmônica do tipo comensalismo.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Relação intraespecífica desarmônica do tipo canibalismo.”)
JUSTIFICATIVA
* Os relacionamentos descritos acima representam relações intraespecíficas ou homotípicas
(que se estabelecem entre seres da mesma espécie), desarmônicas ou negativas (pelo menos
um dos integrantes é prejudicado), do tipo canibalismo (“predatismo intraespecífico”). O
canibalismo surge, muitas vezes, quando ocorre falta de alimento, devido ao crescimento
excessivo da população. Nesses casos, ele passa a ser um dos fatores que restabelecem o
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equilíbrio entre a população e o ambiente, funcionando, portanto, como fator moderador do


crescimento populacional.

11. (UEPA) “O sequenciamento do genoma do camundongo revelou cerca de 30 mil


genes, 99% dos quais possuíam equivalentes diretos em seres humanos.”
(Revista National Geographic, novembro/2004, por David
Quammen)
As semelhanças entre os genes humanos e os do camundongo revelam:
a) Outro tipo de evidência de um processo evolutivo, as homologias, como aquela entre mãos e
patas com cinco dedos.
b) Mecanismos de evolução convergente, influenciados por pressões do ambiente.
c) Inúmeros cruzamentos entre camundongos e humanos, promovendo a recombinação
gênica.
d) Evidências que não caracterizam ancestralidade comum entre os vertebrados citados.
e) Populações de camundongos que surgiram de populações humanas.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Outro tipo de evidência de um processo evolutivo, as homologias, como aquela entre mãos e
patas com cinco dedos.”)
JUSTIFICATIVA
* As semelhanças entre os genes humanos e os do camundongo revelam, como consta nesta
alternativa, um tipo evidência de um processo evolutivo, denominado homologia, que
descrevemos a seguir.
- A homologia dos órgãos ocorre entre estruturas que, por vezes, são bastante diferentes entre
si, com funções que nada têm a ver uma com as outras, que recebem nomes diversos, mas
que possuem a mesma estrutura básica e a mesma origem embrionária. A presença de
estruturas homólogas (homologia) em diferentes grupos de organismos vivos sugere uma
evolução a partir de um ancestral comum. Nas gerações subsequentes, esses organismos
devem ter começado a apresentar ligeiras alterações da estrutura anatômica inicial. Os órgãos
homólogos falam decisivamente a favor de um parentesco entre as espécies comparadas,
constituindo-se testemunhas incontestáveis da evolução. Eles são evidências da irradiação
adaptativa (radiação adaptativa ou divergência adaptativa ou adaptação divergente). A
irradiação adaptativa é, em ultima análise, a denominação dada à formação de várias espécies,
a partir de uma origem comum, em decorrência da ocupação de diferentes hábitats ou nichos
ecológicos. Nesse caso, um grupo ancestral pode se dispersar por vários ambientes, como
florestas, campos e desertos. Em face de cada ambiente apresentar características próprias e
diferentes fatores de seleção natural, poderá haver seleção de diferentes variações
adaptativas. Os seres dotados dessas variações favoráveis poderão sobreviver, originando
diversas espécies adaptadas aos ambientes em que se desenvolveram. As novas espécies
formadas ainda apresentarão, entretanto, algumas características semelhantes, devido a sua
origem comum. Para que a evolução por radiação adaptativa aconteça, é indispensável que a
espécie apresente uma gama enorme de variabilidade em seu estoque gênico e que ocorra o
isolamento genético. A figura abaixo mostra, de modo esquemático, a irradiação adaptativa
dos mamíferos, a partir de uma espécie ancestral hipotética. Com base nela, percebe-se que o
processo se caracteriza pelo aparecimento de diferentes linhas evolutivas divergentes entre os
grupos descendentes de um mesmo ancestral. A irradiação adaptativa permitiu que, ao longo
de milhões de anos, os mamíferos se diversificassem em espécies pisciformes de hábitos
aquáticos, como as baleias e os golfinhos; espécies voadoras, como os morcegos; espécies
cavadoras, como os tatus; espécies arborícolas, como os macacos e muitos outros tipos que
se mostram adaptados ao clima gelado dos polos, ao clima quente dos trópicos, à vida nas
altas montanhas ou aos esgotos das grandes metrópoles.
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COMPLEMENTO
Ao contrário da divergência adaptativa, mencionada acima, a convergência adaptativa ou
evolução convergente ou adaptação convergente ou ainda convergência evolutiva ocorre
quando grupos não aparentados de seres vivos se assemelham em função de adaptação a
uma mesma condição ecológica. Como exemplo de evolução convergente, citamos o caso dos
golfinhos e dos tubarões. Apesar de eles serem evolutivamente bastante diferentes, estão
adaptados à vida aquática e apresentam, externamente, várias características semelhantes,
inclusive a forma do corpo, que os adapta à natação. Internamente, entretanto, possuem
muitas diferenças anatômicas e fisiológicas. Enquanto os golfinhos são mamíferos, organismos
homeotermos e pulmonados, os tubarões são peixes cartilaginosos, seres pecilotermos e
dotados de respiração branquial. As semelhanças não são indicativas de parentesco entre
eles, mas sugerem que eles descendem de ancestrais que, ocupando o mesmo ambiente, se
submeteram aos mesmos desafios da seleção natural ao longo do tempo e se tornaram muito
semelhantes externamente. Outro exemplo de adaptação convergente está mostrado na figura
abaixo. Na superfície da água, em um rio africano, encontramos rãs (anfíbios), crocodilos
(répteis) e hipopótamos (mamíferos). Percebe-se que eles possuem olhos e narinas com a
mesma disposição, alinhados rente à superfície. Com o corpo quase todo submerso, eles
podem respirar e observar o que se passa fora da água, sem chamar a atenção. Da mesma
forma que, no exemplo anterior, essas semelhanças não são indicativas de parentesco entre
esses seres vivos. Lembramos que o mimetismo, ver MIMETISMO E CAMUFLAGEM, matéria
publicada, no dia 15/05/2012, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”, é um tipo especial de
convergência adaptativa, no qual uma espécie desenvolve características estruturais e
comportamentais muito semelhantes às de outras espécies.

12. (PUC-CAMINA) Para responder esta questão considere o texto abaixo.


O diesel verde pode ser produzido através da gaseificação de biomassa – que ocorre
quando se esquenta matéria orgânica até o ponto de ocorrer a liberação de hidrogênio e
monóxido de carbono – seguida da conversão dos compostos em hidrocarbonetos de
cadeia longa. O resultado é um combustível automotivo líquido competitivo, que não
acrescenta virtualmente nenhum gás de efeito estufa à atmosfera.
(Adaptado de Scientific American. Outubro 2006. p.
58)
Gaseificadores produzem, a partir dos restos vegetais, em torno de: CO – 20%, H2 – 17%,
CH4 – 2,5%, CO2 – 10%, e o restante N2. Este equipamento tem uma ação que, em uma teia
alimentar, corresponde à ação de:
a) Decompositores.
b) Bactérias nitrificantes.
c) Produtores primários.
d) Consumidores primários.
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e) Consumidores secundários.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Decompositores.”)
CADEIA ALIMENTAR (CADEIA TRÓFICA)
Processo de transferência da matéria e da energia, contidas nos alimentos, desde os
produtores até os decompositores, passando, ou não, pelos consumidores. Os únicos elos
indispensáveis na manutenção da cadeia alimentar são, portanto, os produtores e os
decompositores. Dessa forma, ela mostra a transferência de matéria e de energia através de
uma série de organismos vivos. Nesse fluxo de energia e matéria, observamos diversos níveis
tróficos ou níveis alimentares, como mostra o esquema abaixo, que representa uma pirâmide
ecológica. Nos ecossistemas, o número de níveis tróficos é limitado pela disponibilidade de
energia para o nível seguinte. Nos mais complexos, o número máximo de níveis tróficos é, em
geral, cinco, sendo esse número menor nos ecossistemas mais simples.

A cadeia alimentar é uma sequência linear, não ramificada, em que um ser vivo serve
de alimento para outro, indo do produtor ao decompositor, como se pode observar no esquema
abaixo. Nela, a energia, originalmente captada pelos seres autótrofos (fotossintetizantes ou
quimiossintetizantes), flui através de uma série linear de organismos, onde cada um dos elos
constitui um nível trófico.

A cadeia trófica envolve, via de regra, produtores, consumidores e decompositores. Os


componentes de uma cadeia alimentar podem, entretanto, morrer sem terem sido devorados,
sendo, portanto, diretamente atacados pelos decompositores. Dessa forma, os únicos elos
indispensáveis na manutenção da cadeia trófica, como mostramos acima, são os produtores e
os decompositores. Na cadeia alimentar (figura abaixo), os produtores sempre ocupam o
primeiro nível trófico, seguindo-se, pela ordem, os consumidores primários (animais
herbívoros), os secundários, os terciários, etc., sendo o último nível representado pelos
decompositores (fungos e bactérias), que podem ser considerados um tipo especial de
consumidores, uma vez que também “consomem” matéria orgânica, realizando, porém, sua
degradação, processo importante na reciclagem da matéria.

TEIA ALIMENTAR (REDE ALIMENTAR)


Conjunto de diversas cadeias alimentares que interagem num ecossistema,
evidenciando suas relações alimentares. No complexo inter-relacionamento dos seres vivos de
um ecossistema, as cadeias tróficas se interconectam, formando um verdadeiro emaranhado
de linhas que indicam os caminhos que podem seguir os fluxos de matéria e energia no
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ecossistema, que se denomina teia alimentar (figura abaixo). Nela, está representado o
máximo de relações tróficas existentes entre os diversos organismos do ecossistema. Dessa
forma, na teia alimentar, a posição de alguns consumidores pode variar em função da cadeia
alimentar que eles integram. Quanto maior for a teia alimentar, mais estável será o
ecossistema.

A cadeia trófica é, em verdade, um modelo teórico utilizado no estudo do fluxo de


energia nos ecossistemas. Na prática, entretanto, os organismos fazem parte de diferentes
cadeias que se interconectam, formando as teias alimentares. Assim sendo, a cadeia alimentar
é, em última análise, uma sequência linear teórica, enquanto a rede alimentar é uma
representação mais fiel do que ocorre na natureza.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Decompositores.”) – CORRETA
* O equipamento referido nesta questão, tem uma ação que, em uma teia alimentar,
corresponde à ação de decompositores.
- ALTERNATIVA B (“Bactérias nitrificantes.”) – INCORRETA
* Bactérias nitrificantes são organismos quimiossintetizantes, como veremos a seguir, que
participam do ciclo do nitrogênio, transformando, sequencialmente, a amônia em nitrato. Essa
transformação, conhecida como nitrificação, compreende a nitrosação e a nitratação.
-
I. Nitrosação (figura abaixo): oxidação da amônia em nitrito (NO2 ). Reação realizada pelas
bactérias dos gêneros Nitrosomonas (Nitrosococcus e Nitrosolobus).

- -
II. Nitratação (figura a seguir): oxidação do nitrito (NO2 ) em nitrato (NO3 ). Reação realizada
pelas bactérias do gênero Nitrobacter.

Observa-se, nas reações descritas, que, tanto na nitrosação quanto na nitratação, há


liberação de energia. Essa energia é utilizada pelas referidas bactérias na produção de glicose
a partir de CO2 e H2O, sendo esse processo conhecido como quimiossíntese.
- ALTERNATIVA C (“Produtores primários.”) – INCORRETA
* O equipamento referido nesta questão, não tem uma ação que, em uma teia alimentar,
corresponde à ação dos produtores, como vimos acima.
- ALTERNATIVA D (“Consumidores primários.”) – INCORRETA
* O equipamento referido nesta questão, não tem uma ação que, em uma teia alimentar,
corresponde à ação dos consumidores primários (ver descrição de cadeia e teia alimentar,
acima).
- ALTERNATIVA E (“Consumidores secundários.”) – INCORRETA
* O equipamento referido nesta questão, não tem uma ação que, em uma teia alimentar,
corresponde à ação dos consumidores secundários, como descrevemos acima.

13. (CEFET-MG) Analise a ilustração seguinte.


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Fonte: Disponivel em: <http://1.bp.blogspot.com/&gt;.


Acesso em: 25 ago. 2011.
Os anfíbios acima apresentam aposematismo, estratégia de advertência dos organismos
venenosos e/ou impalatáveis aos possíveis predadores por meio de cores/estruturas. Esses
sinais são reconhecidos por potenciais predadores que, de forma inata ou por aprendizagem,
evitam o ataque, aumentando a chance das presas potenciais sobreviverem.
(EDMUNDS, M. 1974)
Esse fato explica-se, porque os animais:
a) São venenosos como todos os anfíbios.
b) Mudaram sua cor para se tornarem venenosos.
c) Receberam os genes condicionadores dessas cores.
d) Aprenderam a enganar seus prováveis predadores.
e) Escolheram o aposematismo como vantagem adaptativa.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Receberam os genes condicionadores dessas cores.”)
- Aposematismo (coloração de aviso ou coloração de advertência): alguns animais,
principalmente insetos, anfíbios e répteis, produzem ou acumulam substâncias químicas
nocivas e apresentam coloração vistosa, denominada coloração de advertência. Essa
coloração em vez de escondê-los, como no caso da camuflagem, destaca-os no ambiente,
sinalizando que eles não devem ser ingeridos. A coloração de aviso funciona, dessa forma,
como proteção, alertando os predadores que o animal que a ostenta tem sabor desagradável, é
tóxico ou é perigoso, sendo melhor evitá-lo. Quem tenta se alimentar de um desses
organismos “aprende” a não comer outro semelhante. É o caso das borboletas de cores vivas,
geralmente de sabor desagradável ou tóxica aos seus predadores, como a monarca (figura a
seguir), que, ingerida por um pássaro, levá-lo a sentir-se mal e a vomitar.

Outros exemplos são rãs (figura abaixo) e sapos coloridos, em cuja pele há venenos
poderosíssimos, e répteis peçonhentos como as cobras-corais (figura abaixo) e certos lagartos,
cujo padrão de cores vivas da pele alerta sobre o perigo que representam. Um predador
inexperiente ataca presas dotadas de coloração de aviso, mas logo “aprende” a associar a
sensação ruim à cor vistosa. Mesmo que ensinar a “lição” ao predador possa custar a vida de
alguns indivíduos da população, esta será beneficiada ao todo.
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- Para saber mais ver MIMETISMO E CAMUFLAGEM, matéria publicada, no dia 10/05/2012,
no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“São venenosos como todos os anfíbios.”) – INCORRETA
* Nem todos os anfíbios são venenosos, como consta nesta alternativa.
- Ver a seguir, analise das alternativas C (correta), B, D e E (incorretas).
- ALTERNATIVA C (“Receberam os genes condicionadores dessas cores.”) – CORRETA
* O aposematismo é um caráter genético, estando, portanto, associado a genes
condicionadores das referidas cores e estruturas. Não se trata de caráter adquirido como
consta nas alternativas B (“Mudaram sua cor para se tornarem venenosos.”), D (“Aprenderam a
enganar seus prováveis predadores.”) e E (“Escolheram o aposematismo como vantagem
adaptativa.”).

14. (UFES) Duas formigas da mesma espécie se encontram e estabelecem o seguinte diálogo:
FORMIGA 1:
- Oi, aonde vai tão depressa e tão cheirosa?
FORMIGA 2:
- Ah! Estou nas nuvens, de tanta felicidade, pois é verão e espero o meu príncipe encantado
para o vôo nupcial.
FORMIGA 1 (pensando em voz alta):
- E eu, aqui, no maior cansaço. Queria tanto ser como a formiga 2! Mas como!?

Com base nesse “diálogo”, podemos dizer que:


a) A formiga 1 é uma fêmea operária que, apesar de trabalhar, é fértil, podendo um dia se
casar.
b) A formiga 1 é um macho operário, à espera da maturidade sexual.
c) A formiga 1 só originará descendentes por partenogênese.
d) A formiga 2 é uma rainha que, depois de fecundada, perde as asas e dá início à formação
de um novo formigueiro.
e) A formiga 2 será fecundada a cada verão de sua vida.
- As formigas, a exemplo das abelhas e dos cupins (térmites), são insetos sociais, que
constituem uma sociedade heteromorfa. Nesse tipo de sociedade, as funções são exercidas
por indivíduos morfologicamente modificados, formando as castas. No caso das formigas,
utilizando as saúvas como exemplo, percebemos que das fêmeas do formigueiro, apenas a
rainha, conhecida como içá, é fértil. Todas as outras, denominadas operárias, que se dividem
em várias castas e se apresentam diferenciadas morfologicamente, são estéreis. Na época da
reprodução, as jovens rainhas virgens saem do formigueiro para o voo nupcial, sendo
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fecundadas pelos reis ou bitus, que são os machos da sociedade. Após a fecundação, os
machos não retornam ao formigueiro e acabam morrendo. Muitas rainhas também não
sobrevivem, podendo ser devoradas por pássaros ou outros predadores. Cada rainha que
permanece viva é agora encarregada de formar outro formigueiro. Ela perde suas asas e se
enterra no solo, cavando um canal que é fechado com terra, não mais deixando o formigueiro.
Nesse instante, a içá regurgita um pedaço de fungo que havia apanhado no formigueiro antigo,
“aduba-o”, com secreções, e deixa-o se desenvolver. Em seguida, põe os primeiros ovos que,
ao fim de três meses, originam as primeiras formigas, que começam a trazer folhas para a
“plantação” de fungos, aumentando o formigueiro. A partir desse instante, a rainha se preocupa
apenas com a reprodução. Devemos lembrar que entre as saúvas, apenas as formas reais
(rainhas ou içás e reis ou bitus) são dotadas de asas. Entre as formigas operárias, há três
castas que realizam o trabalho pesado do formigueiro. As maiores, dotadas de mandíbulas
grandes e conhecidas como soldados defendem o formigueiro contra intrusos. As de tamanho
médio, chamadas cortadeiras-carregadeiras, têm como função coletar, transportar e cortar
folhas e gravetos. As menores, conhecidas como donas-de-casa ou jardineiras, cuidam dos
fungos que servem de alimentos para os componentes de formigueiro e realizam outras tarefas
domésticas.
- Identificação das formigas indicadas na figura desta questão.
* Formiga 1: operária.
* Formiga 2: rainha.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“A formiga 2 é uma rainha que, depois de fecundada, perde as asas e dá início à formação de
um novo formigueiro.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A formiga 1 é uma fêmea operária que, apesar de trabalhar, é fértil,
podendo um dia se casar.”) – INCORRETA
* A formiga 1 (operária) é estéril, como mostramos acima.
- ALTERNATIVA B (“A formiga 1 é um macho operário, à espera da maturidade sexual.”) –
INCORRETA
* A formiga 1 é um operária, como mostramos acima.
- ALTERNATIVA C (“A formiga 1 só originará descendentes por partenogênese.”) –
INCORRETA
* A formiga 1 é uma operária (estéril). Dessa forma, ela não origina descendentes.
- ALTERNATIVA D (“A formiga 2 é uma rainha que, depois de fecundada, perde as asas e dá
início à formação de um novo formigueiro.”) – CORRETA
*A formiga 2 é, realmente, uma rainha. Depois de fecundada ela perde as asas e dá início à
formação de um novo formigueiro, como mostramos acima.
- ALTERNATIVA D (“A formiga 2 será fecundada a cada verão de sua vida.”) – INCORRETA
* A formiga 2 (rainha ou içá) é fecundada uma única vez, durante toda a sua vida, e não a cada
verão, como consta nesta alternativa.

15. (UPE) O capítulo IV, da Constituição Federal do Brasil, referente ao meio ambiente,
no Art. 225, afirma.
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.”
Sobre o cumprimento deste artigo da nossa Constituição, analise as afirmativas abaixo.
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I. Para evitar o efeito de eutrofização dos lagos, deve ser proibido o uso de pesticidas e
herbicidas nas regiões circunvizinhas.
II. A retirada das espécies predadoras do meio ambiente é importante medida para o
equilíbrio das cadeias alimentares nos ecossistemas.
III. Introdução de espécies mais competitivas e resistentes e retirada de espécies
parasitas nas regiões de florestas e campos são ações positivas para o aumento da
biodiversidade.
IV. Controle da emissão de gases poluentes, como o CO2 e CH4, o que contribui para a
diminuição do efeito estufa.
Como mecanismos de ação efetiva para preservação do meio ambiente em território nacional e
no mundo, somente está correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I.
e) IV.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“IV.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Para evitar o efeito de eutrofização dos lagos, deve ser proibido o uso
de pesticidas e herbicidas nas regiões circunvizinhas.”) – INCORRETA
* Eutrofização, que veremos a seguir, não tem relação com o uso de pesticidas nem de
herbicidas.
EUTROFIZAÇÃO OU EUTROFICAÇÃO
A eutrofização é um fenômeno que decorre, via de regra, da presença de grandes
quantidades de esgotos despejados em um ecossistema. O esquema abaixo mostra,
resumidamente, as etapas básicas da eutroficação. Entrando em decomposição, por ação de
bactérias e de fungos, a matéria orgânica presente no esgoto se transforma em nutrientes
minerais. Utilizando esses nutrientes, as algas da superfície passam a exibir uma intensa
proliferação, fenômeno conhecido como floração das águas. O aumento exagerado desses
organismos na superfície dificulta a entrada de luz, o que pode acarretar a morte das algas e
de outros produtores do fundo aquático. Essa proliferação pode, simultaneamente, provocar
um decréscimo na quantidade de nutrientes, levando a que as algas morram e sejam
decompostas. Durante a eutrofização, como mostra o referido esquema, há dois momentos em
que a decomposição ocorre. Inicialmente, quando a matéria orgânica presente no esgoto é
lançada na água. Essa decomposição é, até certo ponto, benéfica para todo o ecossistema,
pois contribui para o aumento do número de algas e de animais diversos, inclusive de peixes.
Em um segundo momento, verifica-se a decomposição da matéria orgânica que proliferou a
partir do esgoto. Essa segunda decomposição, onde atuam microrganismos aeróbicos, provoca
um maior impacto no ecossistema, em relação à primeira. A redução da quantidade de
oxigênio dissolvido na água aumenta a proliferação de bactérias anaeróbicas que,
decompondo a matéria orgânica animal e vegetal morta, leva à produção de resíduos, como o
ácido sulfídrico (H2S), o que torna a água imprestável para o homem e como habitat de outros
organismos.
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- AFIRMATIVA II (“A retirada das espécies predadoras do meio ambiente é importante


medida para o equilíbrio das cadeias alimentares nos ecossistemas.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a retirada de espécies predadoras do meio
ambiente levará a um desequilíbrio das cadeias alimentares.
- AFIRMATIVA III (“Introdução de espécies mais competitivas e resistentes e retirada de
espécies parasitas nas regiões de florestas e campos são ações positivas para o
aumento da biodiversidade.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a introdução de espécies mais competitivas e
resistentes, bem como a retira das espécies parasitas não se constituem ações positivas para
aumento da biodiversidade. Essas atitudes levam, realmente, a um desequilíbrio ecológico.
- AFIRMATIVA IV (“Controle da emissão de gases poluentes, como o CO 2 e CH4, o que
contribui para a diminuição do efeito estufa.”) – CORRETA
* O controle de CO2 e CH4 (gases de efeito de estufa) contribui, realmente, para a diminuição
do efeito estufa.
EFEITO ESTUFA
Há evidências de que o acúmulo na atmosfera de CO 2, principalmente, e de outros
gases, como o vapor dágua, os clorofluocarbonados, o metano (CH4), o dióxido de enxofre
(SO2) e os óxidos de nitrogênio, vem provocando um aquecimento cada vez maior do nosso
meio ambiente. Atuando como um manto, esses gases impedem a perda de calor para o
espaço exterior, sendo esse fenômeno conhecido como efeito estufa. Admite-se que ele possa
desencadear um degelo parcial das calotas polares, acarretando uma elevação no nível dos
mares, com consequente invasão de parte dos continentes pelas águas. Esse fato provocaria,
entre outros desequilíbrios ecológicos, inundações generalizadas, elevação dos lençóis
freáticos, erosão litorânea e colapso das estruturas costeiras. Lembramos que o óxido nitroso
(N2O) é um gás de extrema importância para o efeito estufa, devido ao seu potencial de
aquecimento global que é cerca de 300 vezes maior do que o CO2. Embora ele seja menos
abundante na atmosfera que o CO2, sua atual concentração atmosférica é responsável por um
aquecimento equivalente a 10% da contribuição do dióxido de carbono.

16. (UDESC) O Brasil se divide em seis grandes biomas, que, em conjunto, abrigam uma das
maiores biodiversidades do mundo. Analise as descrições abaixo a respeito de cinco biomas
brasileiros.
I. Bioma caracterizado pela presença de uma grande diversidade de gramíneas. Estende-se
por áreas de planície, apresentando um clima subtropical, com verões quentes e invernos frios.
Devido à intensa exploração para a agricultura e a pecuária, apresenta apenas 36% de sua
cobertura original.
II. Segundo bioma em extensão do Brasil. Caracteriza-se pelo clima tropical-sazonal, com
chuvas concentradas em um período do ano. O solo é ácido e pouco fértil, com plantas
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adaptadas a estas condições, como árvores de cascas grossas e troncos retorcidos. Dados
atuais mostram que o bioma já perdeu quase 50% de sua cobertura original.
III. Maior Floresta Pluvial Tropical do mundo. Caracteriza-se pela presença de um dossel
fechado formado por árvores altas e um subdossel onde pode ser identificada uma grande
quantidade de lianas e epífitas. Encontra-se ameaçada, tendo perdido aproximadamente 20%
de sua cobertura original.
IV. Bioma único no Planeta, tombado como patrimônio natural da humanidade pela Unesco.
Considerado a maior planície inundável do mundo, apresenta uma elevada biodiversidade,
onde se destaca a fauna aquática. Dados atuais revelam que o bioma já perdeu
aproximadamente 15% de sua cobertura original.
V. Bioma que se estendia, originalmente, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, pela
linha costeira do país. Apresenta clima que vai do tropical ao subtropical e uma grande
diversidade de ecossistemas, como as Florestas Ombrófilas Densas, as Florestas Ombrófilas
Mistas e as formações pioneiras. Apresenta apenas 7% de sua cobertura original.
Assinale a alternativa que relaciona corretamente a descrição do bioma com o seu nome.
a) I. Pampa / II. Caatinga / III. Floresta Amazônica / IV. Pantanal / V. Floresta Atlântica.
b) I. Pampa / II. Floresta Atlântica / III. Pantanal / IV. Floresta Amazônica / V. Cerrado.
c) I. Cerrado / II. Pampa / III. Pantanal / IV. Floresta Amazônica / V. Floresta Atlântica.
d) I. Pantanal / II. Caatinga / III. Floresta Amazônica / IV. Pampa / V. Floresta Atlântica.
e) I. Pampa / II. Cerrado / III. Floresta Amazônica / IV. Pantanal / V. Floresta Atlântica.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“I. Pampa / II. Cerrado / III. Floresta Amazônica / IV. Pantanal / V. Floresta Atlântica.”)
JUSIFICATIVA
- DESCRIÇÃO I (“Bioma caracterizado pela presença de uma grande diversidade de
gramíneas. Estende-se por áreas de planície, apresentando um clima subtropical, com verões
quentes e invernos frios. Devido à intensa exploração para a agricultura e a pecuária,
apresenta apenas 36% de sua cobertura original.”) – PAMPA
* Pampa (palavra indígena que significa “plano”) ou campo: ocorre principalmente no Rio
Grande do Sul, estendendo-se até o Uruguai e a Argentina. Os Pampas ocupam áreas de
planície, são bastante homogêneos quanto à vegetação, que é, sobretudo, do tipo herbáceo,
em que predominam as gramíneas, sendo, por isso, muito utilizado como pastagens. Ele
também é empregado no plantio de arroz, trigo, soja e milho. A agropecuária vem reduzindo
bastante a sua cobertura original. Ao longo dos rios e na região litorânea, são encontradas
algumas árvores, como o salgueiro e o sarandi.
- DESCRIÇÃO II (“Segundo bioma em extensão do Brasil. Caracteriza-se pelo clima tropical-
sazonal, com chuvas concentradas em um período do ano. O solo é ácido e pouco fértil, com
plantas adaptadas a estas condições, como árvores de cascas grossas e troncos retorcidos.
Dados atuais mostram que o bioma já perdeu quase 50% de sua cobertura original.”) –
CERRADO
* Cerrado: estende-se por cerca de 25% do território brasileiro, sendo um bioma do tipo
savana, com vegetação arbórea esparsa formada por pequenas árvores e arbustos. Ele cobre
parte dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Minas Gerais e quase
todo o Estado de Goiás e Tocantins. Pequenas áreas esparsas de cerrado são encontradas,
também, em São Paulo, Paraná, Paraíba, Pernambuco e Amazônia. O clima da região é
o
relativamente quente (temperatura média anual por volta de 26 C), com estação seca rigorosa,
podendo perdurar por cinco a sete meses. Além de árvores esparsas, o cerrado apresenta
arbustos e gramíneas. O solo é ácido, pouco fértil, pobre em nutrientes, rico em alumínio e as
árvores apresentam, geralmente, cascas grossas e troncos retorcidos, com folhas coriáceas e
raízes comumente longas, que atingem as reservas de água subterrânea.
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- DESCRIÇÃO III (“Maior Floresta Pluvial Tropical do mundo. Caracteriza-se pela presença de
um dossel fechado formado por árvores altas e um subdossel onde pode ser identificada uma
grande quantidade de lianas e epífitas. Encontra-se ameaçada, tendo perdido
aproximadamente 20% de sua cobertura original.”) – FLORESTA AMAZÔNICA
* Floresta Amazônica: também chamada Hileia brasileira, corresponde à descrição de
uma floresta pluvial tropical típica. Ela ocupa os Estados do Amazonas, Pará,
Rondônia, Acre, Amapá, Roraima. Recobre ainda parte de Mato Grosso, Goiás e
Tocantins e é considerada a maior floresta tropical pluvial do planeta. Seu solo é pobre
em nutrientes, devido à rápida degradação e ao rápido reaproveitamento da matéria
orgânica que nele se deposita. As precipitações (superiores 1.800 mm/ano) são
relativamente bem-distribuídas no decorrer do ano, e a densa cobertura vegetal
contribui para reduzir o impacto da água da chuva, diminuindo, desse modo, seu efeito
erosivo bem como o carreamento dos minerais. As temperaturas são mais ou menos
o
constantes, com valores médios anuais de cerca de 26 C. Trata-se de um
ecossistema de grande complexidade e com grande número de nichos ecológicos.
Dentre as plantas encontradas na Floresta Amazônica, destacamos: a seringueira
(Hevea brasiliensis), considerada a árvore mais conhecida da região amazônica, que
pode atingir até 30 metros de altura, com tronco de mais de um metro de diâmetro.
Dela se extrai o látex, usado na fabricação da borracha natural; a castanheira-do-pará,
cujo tronco pode atingir até 3 metros de diâmetro e 50 metros de altura; o cacau; o
palmito; o cupuaçu; o coco do açaí; o guaraná; o babaçu; a cerejeira e o mogno, além
de um considerável número de plantas medicinais. Nesse ecossistema, encontramos,
também, um grande número de plantas epífitas, algumas com raízes aéreas que
atingem o solo. Afora o assoreamento dos rios, a região da Amazônia vem sendo
destruída, também, por desmatamentos, para ceder espaço à pecuária, à agricultura e
à extração de minérios e de madeiras. Há ainda a ser mencionado que a caça
predatória e a contaminação dos rios por mercúrio dos garimpos também têm
contribuído para a poluição e destruição desse bioma. A mineração requer um melhor
planejamento, com a inclusão de técnicas não poluentes, particularmente nos
garimpos de ouro, evitando-se a poluição por mercúrio. No que concerne à extração
da madeira, é preciso que ela seja feita de forma controlada e restrita, plantando-se
novas árvores e fazendo-se um rodízio das regiões de extração.
- DESCRIÇÃO IV (“Bioma único no Planeta, tombado como patrimônio natural da humanidade
pela UNESCO. Considerado a maior planície inundável do mundo, apresenta uma elevada
biodiversidade, onde se destaca a fauna aquática. Dados atuais revelam que o bioma já perdeu
aproximadamente 15% de sua cobertura original.”) – PANTANAL
* Pantanal (complexo pantanal): situa-se nos Estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso,
estendendo-se também pelo Paraguai, Bolívia e Argentina, onde é conhecido como chaco.
Nessa formação, há predominância de várzeas e campos alagados, sendo uma região de
elevado grau de umidade e alto índice pluviométrico. A alternância de períodos de seca com
períodos de chuvas (responsáveis pelo alagamento de dois terços do Pantanal) origina uma
mistura de vegetação de cerrados, campos, florestas e brejos. O solo é fértil, nem tanto por sua
composição, mas, acima de tudo, pelo material orgânico trazido pelos rios. A vegetação
compreende diversos tipos que refletem as condições existentes, predominando palmeiras, e,
nas lagoas e braços dos rios, flutuam aguapés e vitórias-régias. O Pantanal apresenta uma
fauna muito rica, com um número relativamente grande de indivíduos de cada espécie. Os
danos ao ambiente são provocados, acima de tudo, pelo garimpo, pela agricultura, pelas
usinas de álcool, pelos caçadores clandestinos e pelo turismo não controlado.
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- DESCRIÇÃO V (“Bioma que se estendia, originalmente, do Rio Grande do Norte ao Rio


Grande do Sul, pela linha costeira do país. Apresenta clima que vai do tropical ao subtropical e
uma grande diversidade de ecossistemas, como as Florestas Ombrófilas Densas, as Florestas
Ombrófilas Mistas e as formações pioneiras. Apresenta apenas 7% de sua cobertura original.”)
– FLORESTA ATLÂNTICA
* Floresta Atlântica: também conhecida como Mata Atlântica ou Mata Costeira em face
de se estender ao longo da costa, acompanhando a cadeia de montanhas de nosso
litoral. Ela se estende ao longo de um conjunto de serras que vão do Rio Grande do
Sul até o sul da Bahia e, com menor expressão, segue para o Nordeste até o Rio
Grande do Norte. Assemelha-se bastante à Floresta Amazônica, tanto na sua
composição, quanto na sua fisionomia, estando na topografia a mais expressiva
diferença entre as duas. Enquanto a Floresta Amazônica ocorre em ampla planície, a
Mata Atlântica ocorre em regiões montanhosas, como a Serra do Mar. Na Floresta
Atlântica, há uma grande diversidade de plantas, dentre as quais se destacam pau-
brasil, jacarandá, palmito, jambo, figueira, caviúna e jatobá, bem como muitas
espécies epífitas, como as orquídeas e as bromélias. A Mata Atlântica é um dos
biomas mais devastados pela exploração humana. Calcula-se que restam apenas
cerca de 7% da sua cobertura original.

17. (UFTM) Um estudante do ensino médio, ao ler sobre o tegumento humano, fez a seguinte
afirmação ao seu professor: o homem moderno não apresenta tantos pelos como os seus
ancestrais, pois deixou de usar esses anexos como isolante térmico. Isso só foi possível
porque o homem adquiriu uma inteligência que permitiu a confecção de roupas,
protegendo-o do frio. Diante dessa informação dada pelo aluno, o professor explicou que
isso:
a) Não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Lamarck, que
pressupõe que estruturas do corpo que não são solicitadas desaparecem e essas
características adquiridas são transmitidas aos descendentes.
b) Não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Lamarck, que
pressupõe que existe variação genotípica entre indivíduos, sendo que aqueles portadores de
características adaptativas conseguem sobreviver e deixar descendentes.
c) Não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Stephen Jay Gould,
que pressupõe que os seres vivos não se modificam por interferência ambiental, mas sim por
alterações genéticas intrínsecas.
d) Ocorreu de fato e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Darwin, que
pressupõe que os seres vivos com características adaptativas favoráveis têm maiores chances
de viver.
e) Ocorreu de fato e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Darwin, que
pressupõe que os seres vivos por necessidade vão se modificando ao longo do tempo.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Lamarck, que
pressupõe que estruturas do corpo que não são solicitadas desaparecem e essas
características adquiridas são transmitidas aos descendentes.”)
TEORIA DE LAMARCK
Jean Baptiste Lamarck (1774-1829) foi um dos primeiros cientistas a propor uma teoria
relativamente consistente para explicar o processo pelo qual os organismos vivos se modificam
e se diversificam no decorrer do tempo. Em seu livro Philosophie Zoologique (Filosofia
Zoológica), publicado em 1809, ano em que nasceu Charles Darwin, Lamarck propôs uma
teoria geral e relativamente bem elaborada, na época, para explicar as transformações que se
verificam dentro de uma mesma espécie. Segundo ele, essas transformações ocorrem porque
"o meio ambiente sofre alterações, e os seres vivos têm que se modificar para se adaptar às
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novas condições". Ou seja, Lamarck afirmava que as espécies evoluíam e propunha que o
agente propulsor da evolução era o meio ambiente. Com o passar do tempo, essas
modificações se tornariam hereditárias. Dessa forma, o escurecimento da pele, devido à
radiação solar; o desenvolvimento muscular, produzido por exercícios contínuos e adequados e
a atrofia de órgãos ou parte do organismo, devido ao desuso, seriam características que, uma
vez adquiridas, se tornariam hereditárias. Ele chegou a admitir o aparecimento de novas
características, quando preciso, e o desaparecimento das que se tornassem inúteis. Esses
fenômenos contribuiriam para uma melhor adaptação dos organismos ao meio ambiente em
que vivem. Com base nas transformações ocorridas, em razão das mudanças ambientais,
Lamarck propôs dois princípios, que fundamentam sua teoria.
I. Lei do uso e desuso: no processo de adaptação ao meio, o uso de determinadas partes do
corpo do organismo faz com que elas se desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem.
II. Lei da transmissão dos caracteres adquiridos: alterações no corpo do organismo provocadas
pelo uso ou desuso são transmitidas aos descendentes.
TEORIA DE DARWIN
Charles Robert Darwin abordou o fenômeno da evolução de uma forma bem diferente
da proposta por Lamarck. Relacionamos, a seguir, os pontos centrais da teoria evolucionista de
Darwin.
I. Os indivíduos de uma mesma população, em qualquer espécie, diferem, via de regra, quanto
a várias características, inclusive aquelas que influem na capacidade de explorar, com
sucesso, os recursos naturais e de deixar descendentes. Dessa forma, os seres já nascem
com as variações, cabendo ao ambiente selecionar os portadores daquelas variações que
viabilizam a sobrevivência e a reprodução em um determinado meio. Assim sendo, a extinção e
a sobrevivência dos seres vivos são faces da mesma moeda, a seleção natural. Darwin não
teve condições de esclarecer a origem das variações hereditárias existentes nas populações, o
que representou, de certa forma, uma das grandes críticas a sua obra. Os conhecimentos
biológicos disponíveis em sua época, não lhe davam condições de ir além da constatação da
luta pela sobrevivência e da seleção natural. A explicação para a origem das referidas
variações só pôde ser dada mais tarde, com o desenvolvimento da genética. Sabemos,
atualmente, que elas são determinadas pelas mutações. Dentre os cientistas que colaboraram
na elucidação da origem das variações propostas por Darwin, bem como na explicação da
transmissão dessas variações às gerações futuras, destacamos August Weissman (1834-1914)
e Hugo De Vries (1848-1935). Weissman estabeleceu a existência de duas linhagens de
células: as germinativas, que dão origem aos gametas e as somáticas que formam o corpo,
mostrando que apenas as modificações surgidas na linhagem germinativa são transmitidas aos
descendentes. Dessa forma, Weissman derrubou, em definitivo, a lei da herança dos
caracteres adquiridos, proposta por Lamarck. Hugo De Vries, um dos redescobridores das Leis
de Mendel, descobriu, em 1901, as mutações, que associadas às recombinações mendelianas,
vieram explicar a origem e a intensidade das mudanças ocorridas nas populações. Por irônica
coincidência, Hugo De Vires descobriu as mutações a partir de estudos feitos com a Oenothera
lamarckiana, planta que tinha o nome de Lamarck.
II. As populações naturais de todas as espécies tendem a crescer rapidamente. Seus
representantes têm potencial para produzir mais descendentes do que o ambiente suportaria,
seja em termos de alimento ou de espaço, entre outros recursos. Isso pode ser verificado, por
exemplo, quando se cria determinada espécie em cativeiro. Em se garantindo condições
ambientais favoráveis ao desenvolvimento, sempre se observa uma elevada capacidade
reprodutiva inerente às populações biológicas.
III. A superpopulação faz com que ocorra uma “luta pela sobrevivência” entre os membros da
população, levando a que o número de indivíduos de uma espécie permaneça relativamente
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constante ao longo das gerações. Apesar do grande potencial de crescimento, apenas alguns
organismos chegam à idade adulta. Um grande número de indivíduos morre, muitos deles, sem
deixar descendentes.
IV. Indivíduos cujas características permitem uma maior adaptação às condições ambientais
tendem a sobreviver e a deixar maior número de descendentes. Esse ponto resume o conceito
darwinista de seleção natural ou sobrevivência dos mais aptos. Do exposto, conclui-se que
Darwin elegeu o meio ambiente como causa principal da seleção natural.
V. Uma vez que, a cada geração, sobrevivem os mais aptos, eles tendem a transmitir aos
descendentes, características relacionadas a essa maior aptidão para sobreviver. Em outras
palavras, a seleção natural atua favorecendo, ao longo das gerações sucessivas, a
permanência de características relacionadas à adaptação. Darwin denominou de seleção
natural, ou seleção dos mais aptos, a capacidade diferenciada de certos indivíduos da
população deixarem descendentes. Segundo ele, efeitos cumulativos da seleção natural,
atuando durante longos intervalos de tempo, levariam à produção de novas espécies a partir de
espécies ancestrais. Essa seria a origem de toda a diversidade biológica. Ao contrário do que o
senso comum aponta, Charles Darwin não propôs a ideia de evolução, mas sim, um
mecanismo pelo qual a evolução ocorreria, que ele chamou de seleção natural.
- Para maiores detalhes ver SELEÇÃO NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS),
matéria publicada, no dia 14/10/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de
Lamarck, que pressupõe que estruturas do corpo que não são solicitadas desaparecem e
essas características adquiridas são transmitidas aos descendentes.”) – CORRETA
* Esta alternativa está, realmente, de acordo com a teoria evolutiva de Lamarck,
especificamente, na Lei da transmissão de caracteres adquiridos, que não é valida em
nenhuma circunstância, já que os seres vivos transmitem, naturalmente, apenas o material
genético presente em suas células, não tendo, portanto, nenhum respaldo científico. Dessa
forma, a impossibilidade da transmissão, aos descendentes, de alterações fenotípicas
provocadas por fatores ambientais, invalida a hipótese de Lamarck. Várias experiências
realizadas jamais demonstraram a veracidade do lamarquismo. Uma das mais célebres foi feita
pelo biólogo alemão, Weissmann na segunda metade do século XIX. Ele cortou a cauda de
camundongos e os cruzou entre si. Fez o mesmo com os descendentes do primeiro
cruzamento, procedendo assim durante várias gerações consecutivas. Em nenhuma delas
aconteceu o desaparecimento ou mesmo o encurtamento da cauda dos animais, o que deveria
ocorrer se a teoria de Lamarck fosse correta.
- ALTERNATIVA B (“Não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de
Lamarck, que pressupõe que existe variação genotípica entre indivíduos, sendo que aqueles
portadores de características adaptativas conseguem sobreviver e deixar descendentes.”) –
INCORRETA
* A teoria evolutiva de Lamarck não pressupõe a existência de variações genotípicas entre os
indivíduos, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA C (“Não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de
Stephen Jay Gould, que pressupõe que os seres vivos não se modificam por interferência
ambiental, mas sim por alterações genéticas intrínsecas.”) – INCORRETA
* A informação contida no enunciado não está de acordo com a teoria evolutiva de Stephen Jay
Gould, que propôs a teoria do equilíbrio pontuado, que descremos a seguir;
- Equilíbrio pontuado: teoria evolutiva proposta pelos paleontólogos norte-americanos Stephen
Jay Gould e Niles Eldredge, em 1972. O equilíbrio pontuado, ao contrário do gradualismo
darwiniano, supõe que as espécies se formam a partir de um ancestral comum por mudanças
rápidas, pouco se modificando, depois, ao longo de sua existência. Nele há, portanto, longos
períodos de “estase”, no qual ocorre acúmulo de mutações genéticas, “pontuados” por “boons”
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de especiação. Desse modo, a especiação não ocorre de forma constante, mas alternada em
período de escassas mudanças, com súbitos saltos que caracterizam alterações estruturais ou
orgânicas adaptadas e selecionadas. Não sendo graduais, como propõe o gradualismo, as
mudanças levam a eventos que pontuam ou interrompem um longo período de estabilidade
evolutiva (figura abaixo). O equilíbrio pontuado objetiva explicar a dificuldade em encontrar
formas intermediárias de fósseis que registrem as mudanças graduais dos organismos ao
longo do tempo, lacunas que as ideias tradicionais atribuem ao fato de os registros fósseis
serem incompletos e falhos. A ideia do equilíbrio pontuado tem provocado grande polêmica nos
meios científicos e vem, nos últimos tempos, ganhando alguns adeptos, sendo apontada hoje
como uma teoria muito original. Na perspectiva do próprio Gould, essa teoria derrubava um
princípio-chave do neodarwinismo (o gradualismo das mudanças evolucionárias). Perspectiva
não partilhada por grande parte da comunidade dos biólogos evolucionários que a consideram
apenas como uma retificação importante, sem dúvida, mas que não punha em causa o que já
era conhecido e defendido como certo pelos cientistas até ao momento.

- Para maiores detalhes sobre o equilíbrio pontuado e o não pontuado (considerado na teoria
darwiniana) ver ESPECIAÇÃO, matéria publicada, no dia 13/02/2013, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”
- ALTERNATIVA D (“Ocorreu de fato e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de
Darwin, que pressupõe que os seres vivos com características adaptativas favoráveis têm
maiores chances de viver.”) – INCORRETA
* A informação contida no enunciado (“... o homem moderno não apresenta tantos pelos
como os seus ancestrais, pois deixou de usar esses anexos como isolante térmico. Isso
só foi possível porque o homem adquiriu uma inteligência que permitiu a confecção de
roupas, protegendo-o do frio. ... “) não está de acordo com a teoria evolutiva de Darwin e sim
com a teoria de Lamarck, particularmente, no que diz respeito a Lei da transmissão dos
caracteres adquiridos.
- ALTERNATIVA E (“Ocorreu de fato e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de
Darwin, que pressupõe que os seres vivos por necessidade vão se modificando ao longo do
tempo.”) – INCORRETA
* A teoria evolutiva de Darwin não presupõe que os seres vivos por necessidade vão se
modificando ao longo do tempo. Essa ideia está relacionada com a teoria de evolutiva de
Lamarck.

18. (UFPR) Observe o esquema abaixo:

Pressupondo que esse esquema representa uma simples cadeia alimentar, que cada
compartimento é um nível trófico e que as setas representam a passagem de energia de um
nível a outro, assinale a alternativa correta.
a) O compartimento 1 indica o nível mais basal de toda a cadeia e, por isso, sustenta-a
totalmente, com base no princípio energético do aumento de entropia à medida que os níveis
tróficos consomem a biomassa disponível.
b) O compartimento 2 recebe energia do compartimento 1diretamente e pode receber do
compartimento 3 indiretamente, através da irradiação solar.
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c) A passagem de um nível trófico para o seguinte indica perda de biomassa, porém com
otimização máxima de energia e um mínimo de desperdício energético.
d) O nível 4 é o mais afetado pelo processo de maximização biológica quando há poluentes
dispersos no ecossistema, devido à diluição química provocada pela biomassa aumentada.
e) Os seres vivos são incorporadores de energia ineficientes, razão pela qual a maioria da
energia disponível num nível trófico é dispersada novamente ao ambiente.*
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Os seres vivos são incorporadores de energia ineficientes, razão pela qual a maioria da
energia disponível num nível trófico é dispersada novamente ao ambiente.”)
CADEIA ALIMENTAR (CADEIA TRÓFICA)
Processo de transferência da matéria e da energia, contidas nos alimentos, desde os
produtores até os decompositores, passando, ou não, pelos consumidores. Os únicos elos
indispensáveis na manutenção da cadeia alimentar são, portanto, os produtores e os
decompositores. Dessa forma, ela mostra a transferência de matéria e de energia através de
uma série de organismos vivos. Nesse fluxo de energia e matéria, observamos diversos níveis
tróficos ou níveis alimentares, como mostra o esquema abaixo, que representa uma pirâmide
ecológica.

A cadeia alimentar é, em última análise, uma sequência linear, não ramificada, em que
um ser vivo serve de alimento para outro, indo do produtor ao decompositor, como se pode
observar no esquema abaixo. Nela, a energia, originalmente captada pelos seres autótrofos
(fotossintetizantes ou quimiossintetizantes), flui através de uma série linear de organismos,
onde cada um dos elos constitui um nível trófico.

A cadeia trófica envolve, via de regra, produtores, consumidores e decompositores. Os


componentes de uma cadeia alimentar podem, entretanto, morrer sem terem sido devorados,
sendo, portanto, diretamente atacados pelos decompositores. Dessa forma, os únicos elos
indispensáveis na manutenção da cadeia trófica, como mostramos acima, são os produtores e
os decompositores. Na cadeia alimentar (figura abaixo), os produtores sempre ocupam o
primeiro nível trófico, seguindo-se, pela ordem, os consumidores primários (animais
herbívoros), os secundários, os terciários, etc., sendo o último nível representado pelos
decompositores (fungos e bactérias), que podem ser considerados um tipo especial de
consumidores, uma vez que também “consomem” matéria orgânica, realizando, porém, sua
degradação, processo importante na reciclagem da matéria.

TEIA ALIMENTAR (REDE ALIMENTAR)


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Conjunto de diversas cadeias alimentares que interagem num ecossistema,


evidenciando suas relações alimentares. No complexo inter-relacionamento dos seres vivos de
um ecossistema, as cadeias tróficas se interconectam, formando um verdadeiro emaranhado
de linhas que indicam os caminhos que podem seguir os fluxos de matéria e energia no
ecossistema, que se denomina teia alimentar (figura abaixo). Nela, está representado o
máximo de relações tróficas existentes entre os diversos organismos do ecossistema. Dessa
forma, na teia alimentar, a posição de alguns consumidores pode variar em função da cadeia
alimentar que eles integram. Quanto maior for a teia alimentar, mais estável será o
ecossistema.

A cadeia trófica é, em verdade, um modelo teórico utilizado no estudo do fluxo de


energia nos ecossistemas. Na prática, entretanto, os organismos fazem parte de diferentes
cadeias que se interconectam, formando as teias alimentares. Assim sendo, a cadeia alimentar
é, em última análise, uma sequência linear teórica, enquanto a rede alimentar é uma
representação mais fiel do que ocorre na natureza.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O compartimento 1 indica o nível mais basal de toda a cadeia e, por isso,
sustenta-a totalmente, com base no princípio energético do aumento de entropia à medida que
os níveis tróficos consomem a biomassa disponível.”) – INCORRETA
* À medida que os níveis tróficos consomem a biomassa, a energia disponível diminui, como
veremos na alternativa C. Para uma melhor compreensão, ver complemento a seguir.
COMPLEMENTO
ª
- 2 Lei da termodinâmica (Lei da entropia): nenhum processo de transformação energética
ocorre espontaneamente, sem que haja degradação da energia de uma forma concentrada
numa forma mais dispersa (ou desorganizada). Dessa forma, nenhuma transformação de
energia de um estado para outro é 100% eficiente, ou seja, nessa transformação parte da
energia de origem é dissipada sob a forma de energia térmica, não disponível para o consumo.
A entropia é, em última análise, uma medida de energia não disponível resultante das
transformações energéticas. Sua variação é sempre positiva em qualquer transformação.
- Os seres vivos possuem uma característica especial: conseguem criar e manter um elevado
grau de ordem interna (condição de baixa entropia), que é obtido graças a processos biológicos
contínuos e eficientes de dissipação de energia.
- ALTERNATIVA B (“O compartimento 2 recebe energia do compartimento 1diretamente e
pode receber do compartimento 3 indiretamente, através da irradiação solar.”) – INCORRETA
* Sendo, a cadeia alimentar, uma sequência linear, não ramificada, como mostramos acima, o
compartimento 2 não pode receber energia do compartimento 2.
- ALTERNATIVA C (“A passagem de um nível trófico para o seguinte indica perda de
biomassa, porém com otimização máxima de energia e um mínimo de desperdício energético.”)
– INCORRETA
* A cada nível trófico, parte da energia que entrou na cadeia é dissipada. Dessa forma, a
quantidade de energia disponível para um carnívoro que devora uma capivara, por exemplo, é
menor do que aquela que a capivara obteve comendo o capim, pois grande parte é perdida na
forma de fezes, calor e restos outros não utilizados. O aproveitamento de energia, que passa
de um nível para outro, é cerca de um décimo da energia disponível no nível trófico anterior,
como mostra a figura abaixo. É em face dessa redução que uma cadeia alimentar não possui,
via de regra, mais que quatro ou cinco níveis tróficos. Dessa forma, quanto menor for a cadeia
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alimentar, maior será a quantidade de energia disponível para os níveis mais elevados.
Lembramos que a porcentagem de energia transferida de um nível trófico para outro, dentro de
uma cadeia alimentar, é denominda eficiência ecológica.

* Na cadeia alimentar o fluxo de energia é unidirecional (acíclico), enquanto o fluxo da matéria


é cíclico. Assim sendo, a matéria passa pelos diversos componentes da comunidade e é
devolvida ao meio, sob forma simples, graças à ação dos decompositores, sendo, portanto,
reciclada.
- ALTERNATIVA D (“O nível 4 é o mais afetado pelo processo de maximização biológica
quando há poluentes dispersos no ecossistema, devido à diluição química provocada pela
biomassa aumentada.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a cada nível trófico a biomassa, assim como a
energia, é dissipada, como mostramos na alternativa anterior.
- ALTERNATIVA E (“Os seres vivos são incorporadores de energia ineficientes, razão pela qual
a maioria da energia disponível num nível trófico é dispersada novamente ao ambiente.”) –
CORRETA
* Os seres vivos são, realmente, incorporadores de energia ineficientes. Grande parte da
energia disponível em um nível trófico é dissipada para o ambiente, como mostramos na
alternativa C.

19. (CEFET-SP) Em fevereiro de 2006, a revista americana Fortune publicou uma matéria com
o título de “Climate collapse, the Pentagon’s weather nigthmare” (Colapso climático, o
pesadelo do Pentágono). Na matéria, o articulista David Stipp afirma, sobre as mudanças
climáticas profundas que a Terra experimentará dentro de pouco tempo, que “há poucos anos
tais mudanças pareciam ser sinais de possíveis problemas para nossos filhos e netos,
mas hoje anunciam que pode não esperar convenientemente que já tenhamos passado à
história”. Stipp ainda diz que, em menos de uma década, o clima do mundo pode virar “como
uma canoa que se inclina pouco até emborcar de repente”. A previsão é que essa virada
brusca ocorra entre os anos de 2.010 e 2.020. A reportagem faz um alerta porque:
a) As mudanças climáticas favorecem a evolução, pois somente os mais aptos sobrevivem.
b) Gerações futuras não serão afetadas pelas mudanças climáticas.
c) Havendo mutações, é possível direcionar a formação de novas espécies através da seleção
natural.
d) Todos os habitantes da Terra desaparecerão, pois o clima tornará a sobrevivência das
espécies impossível.
e) Essas mudanças climáticas podem ser direcionadas e suas consequências não afetará a
vida no planeta.
JUSTIFICATIVA
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“As mudanças climáticas favorecem a evolução, pois somente os mais aptos sobrevivem.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“As mudanças climáticas favorecem a evolução, pois somente os mais
aptos sobrevivem.”) – CORRETA
* Esta alternativa se fundamenta na seleção natural [ver SELEÇÃO NATURAL
(SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS)], matéria publicada, no dia 14/10/2011, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”
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- ALTERNATIVA B (“Gerações futuras não serão afetadas pelas mudanças climáticas.”) –


INCORRETA
* As gerações futuras serão, sem dúvida, afetadas pelas mudanças climáticas. Veja na
reportagem (“... sinais de possíveis problemas para nossos filhos e netos, ...”).
- ALTERNATIVA C (“Havendo mutações, é possível direcionar a formação de novas espécies
através da seleção natural.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, as mutações não são direcionadas, podendo ser
vantajosas, indiferentes ou indesejáveis (inclusive letais). Para maiores detalhes ver
MUTAÇÃO GÊNICA, matéria publicada, no dia 15/04/2011, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”
- ALTERNATIVA D (“Todos os habitantes da Terra desaparecerão, pois o clima tornará a
sobrevivência das espécies impossível.”) – INCORRETA
* A reportagem não alerta para o desaparecimento de todos os habitantes da Terra. Ela chama
atenção para algo menos radical (“ ... possíveis problemas para nossos filhos e netos, ...”).
- ALTERNATIVA E (“Essas mudanças climáticas podem ser direcionadas e suas
consequências não afetará a vida no planeta.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, as mudanças climáticas afetará a vida no
planeta. Veja na reportagem (“ ... possíveis problemas para nossos filhos e netos, ...”).

20. (FGV-SP) Um pesquisador obteve várias sementes de uma mesma planta, sementes essas
com diferentes pesos. Na figura abaixo, a curva 1 representa a distribuição de peso dessas
sementes. Dentre essas sementes, as mais leves foram plantadas e originaram novas plantas
cujas sementes eram, em média, mais leves que as da geração anterior. A curva 2 representa
a distribuição de peso dessas novas sementes. O mesmo ocorreu com as sementes mais
pesadas que, plantadas, originaram novas plantas cujas sementes eram, em média, mais
pesadas que as da geração anterior, como representado na curva 3. O valor X, peso em g, é o
mesmo nas três curvas.

Sabendo-se que o plantio das sementes e o desenvolvimento das novas plantas deram-se sob
as mesmas condições ambientais (composição do solo, luz, temperatura e umidade), pode-se
supor corretamente que a variação no peso das sementes é:
a) Geneticamente determinada. Se fosse determinada por fatores ambientais, as descendentes
das sementes mais leves deveriam apresentar a mesma distribuição de peso das
descendentes das sementes mais pesadas.
b) Geneticamente determinada. Se fosse determinada por fatores ambientais, as descendentes
das sementes mais leves deveriam apresentar distribuição de peso indicando serem estas
mais leves que as descendentes das sementes mais pesadas.
c) Geneticamente determinada. Se fosse determinada por fatores ambientais, as descendentes
das sementes mais leves deveriam apresentar distribuição de peso indicando serem estas
mais pesadas que as descendentes das sementes mais pesadas.
d) Devida a fatores ambientais. Se fosse geneticamente determinada, as descendentes das
sementes mais leves deveriam apresentar a mesma distribuição de peso das descendentes
das sementes mais pesadas.
e) Devida a fatores ambientais. Se fosse geneticamente determinada, as descendentes das
sementes mais leves deveriam apresentar distribuição de peso indicando serem estas mais
leves que as descendentes das sementes mais pesadas.
ALTERNATIVA CORRETA: A
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(“Geneticamente determinada. Se fosse determinada por fatores ambientais, as descendentes


das sementes mais leves deveriam apresentar a mesma distribuição de peso das
descendentes das sementes mais pesadas.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Geneticamente determinada. Se fosse determinada por fatores
ambientais, as descendentes das sementes mais leves deveriam apresentar a mesma
distribuição de peso das descendentes das sementes mais pesadas.”) – CORRETA
* A variação no peso das sementes é geneticamente determinada. Se fosse determinada por
fatores ambientais, a distribuição de peso das sementes da geração 1 [curva 2 para as mais
leves (referidas nesta alternativa) e curva 3 para as mais pesadas] deveria ser a mesma da
apresentada pela geração parental (curva 1), uma vez que o ambiente foi o mesmo ao longo do
experimento, como consta no enunciado [“Sabendo-se que o plantio das sementes e o
desenvolvimento das novas plantas deram-se sob as mesmas condições ambientais
(composição do solo, luz, temperatura e umidade), ...], resultados não mostrados nas curvas 2
e 3.
- ALTERNATIVA B (“Geneticamente determinada. Se fosse determinada por fatores
ambientais, as descendentes das sementes mais leves deveriam apresentar distribuição de
peso indicando serem estas mais leves que as descendentes das sementes mais pesadas.”) –
INCORRETA
* Se fossem determinadas por fatores ambientais, as descendentes das sementes mais leves
(curva 2) deveriam apresentar a mesma distribuição da apresentada pela geração parental
(curva 1), como mostramos na alternativa A.
- ALTERNATIVA C (“Geneticamente determinada. Se fosse determinada por fatores
ambientais, as descendentes das sementes mais leves deveriam apresentar distribuição de
peso indicando serem estas mais pesadas que as descendentes das sementes mais
pesadas.”) – INCORRETA
* Se fossem determinadas por fatores ambientais, as descendentes das sementes mais
pesadas (curva 3) deveriam apresentar a mesma distribuição da apresentada pela geração
parental (curva 1), como mostramos na alternativa A.
ALTERNATIVA D (“Devida a fatores ambientais. Se fosse geneticamente determinada, as
descendentes das sementes mais leves deveriam apresentar a mesma distribuição de peso
das descendentes das sementes mais pesadas.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a distribuição do peso das sementes é
geneticamente determinada, como vimos acima.
ALTERNATIVA E (“Devida a fatores ambientais. Se fosse geneticamente determinada, as
descendentes das sementes mais leves deveriam apresentar distribuição de peso indicando
serem estas mais leves que as descendentes das sementes mais pesadas.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a distribuição do peso das sementes é
geneticamente determinada, como vimos acima.
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VIGÉSIMA BATERIA (ECOLOGIA)

01. (UPE-2014) Leia o texto a seguir:


No Egito e na Antiguidade clássica, vivia um belo e esplendoroso pássaro, de origem mítica,
com uma plumagem escarlate e dourada e com um canto melodioso que encantava qualquer
um. A Fênix, como era chamada, era dotada de uma capacidade extraordinária: tinha uma
longevidade sem precedentes. À medida que sentia a morte se aproximar, ela mesma
construía um ninho de ervas aromáticas e, com o próprio calor do corpo - cujas penas
pareciam labaredas - ateava fogo a si própria e transformava-se em cinzas. Dessas cinzas,
ressurgia outra ave Fênix e, assim, da mesma morte pelo fogo, surgia uma nova e promissora
vida.
Fonte: Conecte Bio 1 - Sônia Lopes e Sérgio Rosso.
Essa lenda egípcia remete-nos a uma característica bastante peculiar de um bioma brasileiro.
Assinale a alternativa que indica o bioma o qual tem o fogo, produzido naturalmente, como
mecanismo de manutenção da sua biodiversidade.
a) Amazônia.
b) Caatinga.
c) Campo Sulino.
d) Cerrado.
e) Mata Atlântica.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Cerrado.”)
JUSTIFICATIVA
* As queimada visando a prática da atividade agropecuária é frequente no Cerrado, em face de
ser uma atividade que gera poucos custos para o preparo inicial do solo. Outra forma de
queimadas nesse bioma pode ser causada por tocos de cigarros jogados na mata,
temperaturas elevadas, tempo seco e baixa umidade do ar, que, de certa forma, contribuem
para o surgimento e propagação do fogo. O fogo no Cerrado pode, entretanto, ser iniciado por
fatores naturais (objeto desta questão), ocorrendo através de descargas elétricas, atrito entre
rochas e até decorrente de atrito de pelos de alguns animais com a mata seca. Esse fogo,
originado por fatores naturais, pode, de certa forma, ser benéfico para o bioma, pois contribui
para a germinação de algumas sementes, principalmente aquelas que, sendo impermeáveis,
necessitam de um choque térmico para que ocorra a quebra de sua dormência. Dessa forma, a
rápida elevação da temperatura provoca fissuras na semente, favorecendo a penetração da
água, dando início à germinação. Elas também contribuem para a ciclagem de nutrientes do
solo. Assim sendo, contribuem para a aceleração da remineralização da biomassa e a
transferência dos nutrientes minerais, nela existentes, para a superfície do solo, sob a forma de
cinzas, fazendo com que nutrientes inúteis, que estavam imobilizados na palha seca e morta
sejam devolvidos rapidamente ao solo e postos à disposição das raízes. Em função de ocorrer
em grandes proporções e intensidade, e em qualquer época do ano, as queimadas provocadas
pelo homem, sem o manejo adequado, apresentam, entretanto, consequências drásticas para
o bioma, levando à degradação do ambiente, esgotamento das terras, erosão e perda da
biodiversidade, prejudicando a flora e fauna do Cerrado, entre outros fatores negativos.
Infelizmente, a maioria das queimadas, decorre, atualmente, de ações do homem. Neste
contexto, a intensa ocupação, bem como o desenvolvimento da atividade agropecuária nesse
bioma, causaram profundas modificações na sua paisagem, levando a grandes perdas na
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biodiversidade do Cerrado. Queimadas controladas, por outro lado, não só reduzem o risco de
incêndios acidentais como beneficiam a vegetação.

02. (UPE-2013) Um pesquisador levantou fotos antigas e atuais, entrevistou moradores,


analisou imagens de satélites e visitou diversas áreas da Floresta Amazônica, procurando
conhecer os diferentes estágios de sucessão em áreas degradadas e preservadas. Organizou
as informações e propôs 3 etapas.
1ª ETAPA: ILUSTRAÇÃO DA DEGRADAÇÃO PROGRESSIVA

Fonte: Monitoramento da cobertura florestal da Amazônia


por satélites (2007-2008). www.obt.inpe.br/deter
2ª ETAPA: ATIVIDADE DEGRADADORA
I. Retirada de madeira e queimada.
II. Corte Raso.
III. Recorrência de queimada.
IV. Extração seletiva de Madeira.
3ª ETAPA: CARACTERÍSTICAS ECOLÓGICAS DA SUCESSÃO
A. Área em processo inicial de sucessão, com poucas espécies e espaço para ser colonizado
por espécies pioneiras arbustivas ou rasteiras.
B. Permanência apenas das espécies do sub-bosque, com solo exposto para colonização por
espécies pioneiras arbustivas ou rasteiras.
C. Área com redução de espécies da comunidade clímax, estimulando a sucessão secundária
a partir de árvores jovens que compõem o sub-bosque.
D. Estágio, no qual permanecem algumas poucas espécies da comunidade clímax,
predominando espécies do sub-bosque.
Assinale a alternativa que apresenta a correlação correta entre Ilustração, Atividade
Degradadora e Características ecológicas da sucessão:
a) 1-I-A; 2-II-C; 3-III-B; 4-IV-D.
b) 1-IV-B; 2-II-A; 3-I-C; 4-III-D.
c) 1-III-B; 2-IV-A; 3-II-C; 4-I-D.
d) 1-I-D; 2-III-B; 3-IV-A; 4-II-C.
e) 1-IV-C; 2-I-D; 3-III-B; 4-II-A.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“1-IV-C; 2-I-D; 3-III-B; 4-II-A.”)
JUSTIFICATIVA
Ilustração 1: [extração seletiva de madeira (IV)]
- Esta ilustração mostra uma área com redução de espécies da comunidade clímax,
estimulando a sucessão secundária a partir de árvores jovens que compõem o sub-bosque (C).
- 1-IV-C
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Ilustração 2: [retirada de madeira e queimada (I)]


- Percebe-se a permanência de algumas poucas espécies da comunidade clímax,
predominando espécies do sub-bosque (D).
- 2-I-D
Ilustração 3: [recorrência de queimada (III)]
- Esta ilustração mostra a permanência das espécies do sub-bosque, com solo exposto para a
colonização por espécies pioneiras arbustivas ou rasteiras (B).
- 3-III-B
Ilustração 4: [corte raso (II)]
* Corte raso: processo de desmatamento que resulta na remoção completa da cobertura
florestal (perda total do dossel) em um curto intervalo de tempo. Nesse processo, a cobertura
florestal é totalmente removida e substituída por outras coberturas e usos (agrícola, pastagem,
urbano, hidroelétricas, etc.). Representa, portanto, o estágio extremo de desmatamento, com
retirada completa da vegetação original.
- Mostra uma área em processo inicial de sucessão ecológica, constatando-se poucas
espécies, bem como espaço para ser colonizado por espécies pioneiras arbustivas ou rasteiras
(A).
- 4-II-A

03. (UPE-2013) As cotias são roedores comuns na Floresta Amazônica e importantes


dispersores de sementes, como a castanha-do-pará. Por sua vez, as castanheiras dependem
principalmente das cotias para a abertura do fruto, com casca muito dura e espessa. A forma
de dispersão das sementes praticada pelas cotias também é essencial para o recrutamento
dessa espécie de árvore. Esse roedor enterra grande quantidade de sementes no solo, na
intenção de guardá-las para uma próxima refeição. É correto afirmar, nesse caso, que se trata
da interação animal-planta do tipo:
a) Mutualismo, que é uma relação entre indivíduos de espécies diferentes; as duas espécies
envolvidas são beneficiadas, e a associação é necessária para a sobrevivência de ambas.
b) Protocooperação, que é uma relação na qual as duas espécies envolvidas são beneficiadas,
embora vivam de modo independente, sem que isso as prejudique.
c) Inquilinismo, que é uma relação entre indivíduos da mesma espécie ou de espécies
diferentes, ligados fisicamente entre si, ocorrendo ou não divisão de trabalho.
d) Simbiose, que é uma relação entre indivíduos de espécies diferentes, em que apenas uma
delas se beneficia sem prejudicar ou beneficiar a outra.
e) Comensalismo, que é uma relação mantida entre indivíduos de espécies diferentes, em que
apenas uma se beneficia sem prejudicar a outra. Nesse caso, a espécie beneficiada obtém
abrigo ou, ainda, suporte no corpo da outra espécie.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Mutualismo, que é uma relação entre indivíduos de espécies diferentes; as duas espécies
envolvidas são beneficiadas, e a associação é necessária para a sobrevivência de ambas.”).
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Mutualismo, que é uma relação entre indivíduos de espécies diferentes;
as duas espécies envolvidas são beneficiadas, e a associação é necessária para a
sobrevivência de ambas.”) – CORRETA
* Mutualismo: trata-se de uma associação interespecífica harmônica. Os participantes dessa
associação, como se pode constatar no enunciado da questão, são beneficiados, sendo ela
necessária à sobrevivência de ambos.
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- ALTERNATIVA B (“Protocooperação, que é uma relação na qual as duas espécies envolvidas


são beneficiadas, embora vivam de modo independente, sem que isso as prejudique.”) –
INCORRETA
* Protocooperação (cooperação ou mutualismo não obrigatório): associação interespecífica
harmônica. Embora os participantes sejam beneficiados, a exemplo do mutualismo, a
protocooperação é uma associação facultativa (não obrigatória), contrastando com o que está
descrito no enunciado desta questão.
- ALTERNATIVA C (“Inquilinismo, que é uma relação entre indivíduos da mesma espécie ou de
espécies diferentes, ligados fisicamente entre si, ocorrendo ou não divisão de trabalho.”) –
INCORRETA
* Inquilinismo: associação harmônica interespecífica. Nessa associação um indivíduo (o
inquilino) se beneficia pelo fato de se fixar ou se abrigar no outro (o hospedeiro), que não é
prejudicado nem beneficiado. Fenômeno não descrito no enunciado da questão.
- ALTERNATIVA D (“Simbiose, que é uma relação entre indivíduos de espécies diferentes, em
que apenas uma delas se beneficia sem prejudicar ou beneficiar a outra.”) – INCORRETA
* O termo simbiose (do grego syn, juntos, e bios, vida), criado em 1879 pelo biólogo alemão
Heinrich Anton de Bary, se refere a toda e qualquer associação permanente, interespecífica,
harmônica ou desarmônica. Dessa forma, relações como mutualismo [obrigatório ou não
obrigatório (protocooperação)], comensalismo, inquilinismo e parasitismo são considerados
exemplos de simbiose. Percebe-se, portanto, que não é válido utilizar a expressão simbiose
para designar apenas a associação mutualística entre fungos e algas. Ultimamente, alguns
autores vêm utilizando o termo simbiose para designar qualquer relação entre os seres vivos.
- ALTERNATIVA E (“Comensalismo, que é uma relação mantida entre indivíduos de espécies
diferentes, em que apenas uma se beneficia sem prejudicar a outra. Nesse caso, a espécie
beneficiada obtém abrigo ou, ainda, suporte no corpo da outra espécie.”) – INCORRETA
* Comensalismo: associação harmônica interespecífica. Trata-se de uma relação unilateral
entre duas espécies, na qual apenas uma delas, denominada comensal, é beneficiada,
enquanto a outra não é prejudicada nem favorecida. Fenômeno não descrito no enunciado da
questão.
COMPLEMENTO
Do exposto, pode-se constatar que tanto no comensalismo quanto no inquilinismo um
dos participantes é beneficiado pela associação, enquanto ou outro não é beneficiado nem
prejudicado. O comensalismo tem por função básica a busca de alimento, enquanto o
inquilinismo, como vimos acima, visa, essencialmente, fixação e abrigo.

04. (UPE-2012) Leia o texto a seguir:


A importância das florestas originais
Recuperar a variedade de plantas e animais de uma floresta é muito mais difícil do que se
imaginava. Isso se, de fato, for realmente possível... Uma pesquisa publicada no site da revista
Nature, no dia 14/09/11, analisou 2.200 comparações entre florestas primárias e secundárias
feitas anteriormente, em 138 estudos, em 28 países de diferentes continentes, como América,
Ásia, África e Oceania. Essa avaliação, possivelmente a mais ampla sobre o assunto, concluiu
que as florestas primárias tropicais são praticamente insuperáveis em biodiversidade. “Esse
padrão depende muito do histórico de perturbação e da paisagem onde as manchas de mata
primária estão inseridas”, explica Carlos Peres, brasileiro, e um dos autores do estudo....
Regiões degradadas podem se recuperar sozinhas, mas reflorestar, usando espécies nativas
ou de outros ambientes, é um trabalho lento, que pode durar séculos. “Áreas de mata atlântica
secundárias com cerca de 400 anos no Paraná ainda não têm o perfil de espécies de plantas
de regiões primárias”, alerta o pesquisador. ...Foram analisados 12 tipos de interferências
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humanas que afetam de modo diferente os ambientes. A prática mais agressiva é o uso do
fogo, muitas vezes para abrir espaço para a agricultura, enquanto a que oferece menos risco
para a biodiversidade é o corte seletivo. A retirada de apenas 3% das árvores de uma floresta
já afeta a variedade de espécies do local. A monocultura de árvores de crescimento rápido,
como o eucalipto, também é um problema para a biodiversidade, principalmente em locais
como a Ásia e o Brasil.
Fonte: adaptado de http://revistapesquisa.fapesp.br/index.php?art=71727&bd=2&pg=1&lg=
Dentre as alternativas, assinale a que apresenta corretamente dois fatores envolvidos na
extinção de espécies de floresta e mencionados no texto.
a) Aumento do fluxo gênico e fragmentação das populações.
b) Introdução de espécies exóticas e perda de habitat.
c) Poluição e aumento da extensão da área de ocupação da floresta.
d) Resolução de incertezas taxonômicas e endogamia.
e) Tamanho populacional em progressão e detecção de hibridação.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Introdução de espécies exóticas e perda de habitat.”)
JUSTIFICATIVA
* Tendo como base o que é mencionado no texto, os dois fatores envolvidos na extinção de
espécies (“Dentre as alternativas, assinale a que apresenta corretamente dois fatores
envolvidos na extinção de espécies de floresta e mencionados no texto.”) são a introdução de
espécies exóticas e perda de habitat (ALTERNATIVA B).
* A introdução de espécies exóticas está representada no texto em “A monocultura de árvores
de crescimento rápido, como o eucalipto, também é um problema para a biodiversidade,”.
* A perda de habitat está mostrada no texto em “A prática mais agressiva é o uso do fogo, ... “.
- Os demais fatores contidos nas alternativas A (“Aumento do fluxo gênico e fragmentação das
populações.”), C (“Poluição e aumento da extensão da área de ocupação da floresta.”), D
(“Resolução de incertezas taxonômicas e endogamia.”) e E (“Tamanho populacional em
progressão e detecção de hibridação.”) não são retratados no texto.

05. (UPE-2011) A vida na Terra está baseada fundamentalmente no elemento carbono, que
compõe a estrutura básica de todas as moléculas orgânicas. Em relação à química desse
elemento, a seu ciclo e à dinâmica planetária, analise as proposições e conclua.
I II
0 0 - É a versatilidade do carbono, cujos átomos podem se ligar entre si e com átomos de
outros elementos químicos, que torna possível a existência da grande diversidade de
moléculas orgânicas.
1 1 - O ciclo do carbono consiste na fixação desse elemento pelos heterótrofos, por meio da
fotossíntese ou da respiração, processos que incorporam o carbono proveniente das
moléculas de gás carbônico (CO2) do meio a moléculas orgânicas, que ficam disponíveis para
os produtores e, através da cadeia alimentar, para os consumidores e decompositores, que
restituem o CO2 para o meio através da quimiossíntese ou da fermentação.
2 2 - O carbono acumulado nos combustíveis fósseis não provém do período Quaternário -
época Recente, tendo sido retirado dos ecossistemas há muito tempo. Com a queima desses
combustíveis, como o carvão mineral, o petróleo e o gás natural, ocorreu liberação desse
elemento, o que tem contribuído para diminuir a quantidade de gás carbônico na atmosfera.
3 3 - A tectônica de placas desempenha um papel decisivo para a vida na Terra, participando
ativamente do ciclo do carbono. Parte do CO2 atmosférico dissolve-se nos lagos e oceanos,
formando, juntamente com o cálcio, o composto carbonato de cálcio (CaCO3), que se deposita
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no fundo submerso. Nas zonas de colisão, esse composto se decompõe, liberando o CO 2, que
retorna à atmosfera e evita o aquecimento da Terra.
4 4 - Se não ocorresse a reciclagem de gás carbônico, ocorreria redução na taxa de
fotossíntese, ocasionando uma diminuição na oferta de alimento para os seres heterotróficos.
GABARITO
VFFFV
CICLO DO CARBONO
Em face de participar da formação dos compostos orgânicos, o carbono é um elemento
muito importante para os sistemas biológicos, como mostra a figura abaixo. Sua passagem dos
sistemas abióticos para os bióticos ocorre através dos produtores. Através da fotossíntese,
realizada pelos produtores, ocorre a formação de matéria orgânica a partir de CO 2 e H2O. Essa
matéria é utilizada pelos seres vivos em geral, quer na “construção” de seus tecidos, quer
como combustível. A degradação da matéria orgânica através da respiração, tanto nos
vegetais como nos animais, leva à liberação de energia e à devolução do CO2 para o
ambiente. Com a morte dos organismos, podem ocorrer dois processos: decomposição e
formação de combustíveis fósseis. A decomposição é feita por fungos e bactérias que, a
exemplo dos animais e dos vegetais, utilizam a matéria orgânica como combustível e como
material de “construção”. Os combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo, são
provenientes de seres vivos do passado e possuem moléculas orgânicas preservadas ou
modificadas ao longo de milhões de anos. O homem, promovendo a combustão desses
materiais, bem como queimando vegetais, como madeira ou florestas inteiras, promove a
liberação do CO2 para a atmosfera.

Há evidências de que o acúmulo na atmosfera de CO 2, principalmente, e de outros


gases, como o vapor dágua, os clorofluocarbonados, o metano (CH4), o dióxido de enxofre
(SO2) e os óxidos de nitrogênio, vem provocando um aquecimento cada vez maior do nosso
meio ambiente. Atuando como um “manto”, esses gases, conhecidos como gases do efeito
estufa, impedem a perda de calor para o espaço exterior, sendo esse fenômeno conhecido
como efeito estufa (figura a seguir). Admite-se que ele possa desencadear um degelo parcial
das calotas polares, acarretando uma elevação no nível dos mares, com consequente invasão
de parte dos continentes pelas águas. Esse fato provocaria, entre outros desequilíbrios
ecológicos, inundações generalizadas, elevação dos lençóis freáticos, erosão litorânea e
colapso das estruturas costeiras.
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Lembramos que o efeito estufa é imprescindível para manter a temperatura do planeta


em condições ideais de sobrevivência. Sem ele, a Terra seria muito fria, dificultando
o desenvolvimento das espécies. Ele faz com que a temperatura média do nosso planeta fique
o
em torno de 15 C. Na sua ausência, a Terra estaria completamente recoberta por uma camada
o
de gelo, e sua temperatura média seria em torno de –18 C. Com o advento da Revolução
Industrial, na segunda metade do século XVIII, o gás carbônico passou a ser liberado em
grandes quantidades, levando à exacerbação do efeito estufa. Segundo alguns cálculos, a
o
Terra deverá sofrer um aumento de temperatura entre 0,12 e 0,26 C, a cada dez anos, o que
poderá provocar a subida do nível dos mares.
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO 0 0 (“É a versatilidade do carbono, cujos átomos podem se ligar entre si e
com átomos de outros elementos químicos, que torna possível a existência da grande
diversidade de moléculas orgânicas.”) – VERDADEIRA
* A existência da grande diversidade de moléculas orgânicas, está associada à versatilidade do
carbono, como consta nesta proposição.
- PROPOSIÇÃO 1 1 (“O ciclo do carbono consiste na fixação desse elemento pelos
heterótrofos, por meio da fotossíntese ou da respiração, processos que incorporam o carbono
proveniente das moléculas de gás carbônico (CO 2) do meio a moléculas orgânicas, que ficam
disponíveis para os produtores e, através da cadeia alimentar, para os consumidores e
decompositores, que restituem o CO2 para o meio através da quimiossíntese ou da
fermentação.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta proposição (“O ciclo do carbono consiste na fixação desse
elemento pelos heterótrofos, por meio da fotossíntese ou da respiração, ... “), durante a
respiração não ocorre fixação de CO 2 e sim liberação. Tampouco, há restituição de CO 2 para o
meio através da quimiossíntese, que veremos a seguir (“ ... restituem o CO2 para o meio
através da quimiossíntese ...“ ), nem a fixação do gás carbônico é feita pela respiração (“O ciclo
do carbono consiste na fixação desse elemento pelos heterótrofos, por meio da fotossíntese ou
da respiração, ... “), como constam nesta proposição.
QUIMIOSSÍNTESE
Processo realizado por certas bactérias (bactérias quimiossintetizantes), que
conseguem produzir moléculas orgânicas, utilizando a energia química da oxidação de
compostos inorgânicos. Dessa forma, algumas espécies de bactérias autotróficas, não
clorofiladas, conseguem fabricar compostos orgânicos, a partir de CO2 e H2O, na ausência de
luz. A energia utilizada nessa síntese é obtida através da oxidação, que essas bactérias
realizam, de compostos inorgânicos reduzidos. Dependendo das espécies, elas podem oxidar
substâncias, como gás sulfídrico, amônia, nitritos, óxidos ferrosos, etc. Assim sendo, esses
organismos usam substâncias inorgânicas para fabricar glicose na ausência da luz. Dentre as
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bactérias quimiossintetizantes destacamos as sulfobactérias (ou tiobactérias), as


ferrobactérias, as nitrobactérias e as bactérias metanogênicas.
I. Sulfobactérias: também conhecidas como tiobactérias, como a Beggiatoa, por exemplo, são
encontradas nas fontes termais ou de águas minerais sulfurosas. Oxidando o gás sulfídrico
(2H2S + O2  2H2O + 2S + energia), elas obtêm a energia necessária para uma segunda
reação (reação de síntese), na qual ocorre a formação de compostos orgânicos, a partir de
CO2 e H2O, com liberação de O2, como mostrado a seguir:
II. Ferrobactérias: também denominadas bactérias de ferro, como a Ferrobacillus, oxidam o íon
++ +++
ferroso (Fe ) a íon férrico (Fe ), obtendo energia desse processo. Essa energia, a exemplo
do que ocorre com as sulfobactérias, é utilizada numa reação de síntese para a formação de
compostos orgânicos.
III. Nitrobactérias: no solo vivem, entre outros, dois tipos importantes de bactérias
quimiossintetizantes, as nitrosomonas e as nitrobactérias, que participam da reciclagem do
nitrogênio em nosso planeta. As primeiras obtêm energia através da oxidação da amônia,
presentes no solo, transformando-a em nitritos (figura a seguir), através de um processo
denominado nitrosação.

As nitrobactérias, por seu turno, obtêm energia através da oxidação do nitrito a nitrato
(figura abaixo), através de um processo conhecido como nitratação.

Observa-se, nas reações descritas, que, tanto na nitrosação quanto na nitratação, há


liberação de energia. Essa energia é utilizada pelas referidas bactérias na produção de glicose
a partir de CO2 e H2O.
IV. Bactérias metanogênicas: obtêm energia a partir da reação entre H2 e CO2, com produção
do gás metano (CH4) e liberação de energia. Essas bactérias vivem em ambientes diversos,
tais como depósitos de lixo, fundos de pântanos e tubo digestivo de animais. A exemplo dos
casos anteriores, a energia liberada é utilizada para a produção de compostos orgânicos.
- PROPOSIÇÃO 2 2 (“O carbono acumulado nos combustíveis fósseis não provém do período
Quaternário - época Recente, tendo sido retirado dos ecossistemas há muito tempo. Com a
queima desses combustíveis, como o carvão mineral, o petróleo e o gás natural, ocorreu
liberação desse elemento, o que tem contribuído para diminuir a quantidade de gás carbônico
na atmosfera.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta proposição, a liberação do carbono, com a queima dos
combustíveis fósseis, não diminui a quantidade de gás carbônico na atmosfera.
- PROPOSIÇÃO 3 3 (“A tectônica de placas desempenha um papel decisivo para a vida na
Terra, participando ativamente do ciclo do carbono. Parte do CO2 atmosférico dissolve-se nos
lagos e oceanos, formando, juntamente com o cálcio, o composto carbonato de cálcio
(CaCO3), que se deposita no fundo submerso. Nas zonas de colisão, esse composto se
decompõe, liberando o CO2, que retorna à atmosfera e evita o aquecimento da Terra.”) –
FALSA
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* Ao contrário do que consta nesta proposição, a liberação do CO 2 para a atmosfera, exacerba


(não evita) o aquecimento da Terra (efeito estufa).
- PROPOSIÇÃO 4 4 (“Se não ocorresse a reciclagem de gás carbônico, ocorreria redução na
taxa de fotossíntese, ocasionando uma diminuição na oferta de alimento para os seres
heterotróficos.”) – VERDADEIRA
* Como vimos em “ciclo do carbono” (resumido na figura a seguir), a reciclagem do gás
carbônico, é necessária para que ocorra a fotossíntese, processo imprescindível para a
nutrição dos organismos heterótrofos.

06. (UPE-2011) Na tirinha abaixo, Calvin se reporta ao crocodilo (quadrinho 1), à camuflagem
(quadrinho 2) e à predação (quadrinho 3). Embora saibamos que os crocodilos verdadeiros não
vivem na Amazônia (quadrinho 1) e sim, na África, podemos fazer um paralelo com nossos
jacarés, distribuídos por todo o Brasil, que são predadores, embora também convivam em
colaboração com aves que entram em sua boca e se alimentam, removendo detritos e
sanguessugas das suas gengivas.

http://depositodocalvin.blogspot.com/search/label/Criaturas - tirinha 187


Na coluna à esquerda, estão relacionados alguns tipos de relação ecológica interespecíficas
(representadas por algarismos romanos); na coluna à direita, estão relacionadas adaptações
decorrentes da seleção natural (representadas por algarismos arábicos) e, na coluna do centro,
as definições e/ou exemplos correspondentes [representada(os) por letras].

I. Inquilinismo A. Aumento da quantidade de hemácias em 1. Camuflagem


II. Mutualismo resposta à variação de altitude, 2. Coloração de
III. Predação compensando a menor concentração de aviso
IV. Protocooperação oxigênio. 3. Homeostase
B. Carcará, que devora um roedor. 4. Mimetismo
C. Duas espécies diferentes assemelham-
se em determinadas características,
constituindo vantagem para uma ou para
ambas em relação à outra ou a outras
espécies.
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D. Os indivíduos associados se beneficiam,


e a associação não é obrigatória.
E. Os indivíduos associados se beneficiam,
sendo essa associação fundamental à
sobrevivência de ambos.
F. Plantas epífitas sobre árvores.
G. Propriedade de os membros de
determinada espécie apresentarem
características que os assemelhem ao
ambiente em que vivem.
H. Rãs e sapos coloridos, cujo padrão de
cores vivas alerta sobre sua toxicidade.

Assinale a alternativa que mostra a correta associação entre tipo de relação e/ou adaptação e
seus respectivos exemplos.
a) I-A, II-B, III-C, IV-D, 1-E, 2-F, 3-G, 4-H.
b) I-B, II-A, III-F, IV-H, 1-C, 2-D, 3-E, 4-G.
c) I-C, II-D, III-E, IV-G, 1-A, 2-B, 3-F, 4-H.
d) I-F, II-E, III-B, IV-D, 1-G, 2-H, 3-A, 4-C.
e) I-F, II-C, III-H, IV-D, 1-E, 2-B, 3-G, 4-A.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“I-F, II-E, III-B, IV-D, 1-G, 2-H, 3-A, 4-C.”)
JUSTIFICATIVA
I. INQUILINISMO
- Associação interespecífica harmônica em que um deles (o inquilino) se beneficia pelo fato de
se fixar ou se abrigar no outro (o hospedeiro), que não é prejudicado nem beneficiado. O
epifitismo é um caso particular de inquilinismo. Em nossas matas, muitas plantas, como as
orquídeas e as bromélias (figura a seguir), vivem sobre o tronco de árvores maiores, obtendo,
dessa forma, um maior suprimento de luz. Essas plantas utilizam as árvores apenas como
suporte, sem lhes causar quaisquer prejuízos, constituindo-se, dessa forma, um tipo de
inquilinismo denominado epifitismo.

- I-F
II. MUTUALISMO
- Associação obrigatória entre indivíduos de espécies diferentes (interespecífica), na qual os
participantes são beneficiados (harmônica). Como exemplos de mutualismos citamos: (a) os
líquens; (b) a associação entre Rhizobium e raízes de leguminosas; (c) as micorrizas; (d) a
associação entre os ruminantes que abrigam no seu tubo digestivo um grande número de
bactérias indispensáveis para que eles possam digerir a celulose e (e) a associação entre
determinados protozoários flagelados (Tryconinpha collaris), presentes no intestino dos cupins
que produzem enzimas capazes de promover a digestão da celulose dando possibilidades a
esses insetos de aproveitarem a madeira que ingerem e, em troca, os referidos protozoários
ganham abrigo e alimento.
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- II-E
III. PREDAÇÃO (PREDATISMO)
- Associação interespecífica desarmônica, na qual um participante (o predador) mata ou mutila
o outro (presa) para se alimentar. Lembramos que raros são os casos em o que o predador é
uma planta, como ocorre com as insetívoras, que aprisionam e digerem insetos.
- III-B
IV. PROTOCOOPERAÇÃO (COOPERAÇÃO OU MUTUALISMO NÃO OBRIGATÓRIO)
- Associação facultativa entre indivíduos de espécies diferentes (interespecífica), em que os
participantes se beneficiam (harmônica). Percebe-se que, embora os integrantes da
associação sejam beneficiados, a exemplo do mutualismo, a protocooperação, ao contrário do
mutualismo, é uma associação facultativa (não obrigatória). Como exemplos de
protocooperação citamos: (a) paguro e anêmona; (b) pássaro anu e gado; (c) pássaro-palito e
crocodilo; (d) formigas e pulgões e (e) polinização entomófila
- IV-D
1. CAMUFLAGEM
- Propriedade que os membros de uma espécie possuem de desenvolver uma ou mais
características corporais, no formato e/ou na coloração do corpo, que as tornam semelhantes
ao seu meio ambiente, dificultando sua detecção.
- Para maiores detalhes ver MIMETISMO E CAMUFLAGEM, matéria publicada, no dia
10.05.2012, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- 1-G
2. COLORAÇÃO DE AVISO (COLORAÇÃO DE ADVERTÊNCIA OU APOSEMATISMO)
- Alguns animais, principalmente insetos, anfíbios e répteis, produzem ou acumulam
substâncias químicas nocivas e apresentam coloração vistosa, denominada coloração de
aviso. Essa coloração em vez de escondê-los, como no caso da camuflagem, como vimos
acima, destaca-os no ambiente, sinalizando que eles não devem ser ingeridos. A coloração de
advertência funciona, dessa forma, como proteção, alertando os predadores que o animal que
a ostenta tem sabor desagradável, é tóxico ou é perigoso, sendo melhor evitá-lo. Quem tenta
se alimentar de um desses organismos “aprende” a não comer outro semelhante. É o caso das
borboletas de cores vivas, geralmente de sabor desagradável ou tóxica aos seus predadores,
como a monarca, que, ingerida por um pássaro, leva-o a sentir-se mal e a vomitar. Outros
exemplos são rãs e sapos coloridos, em cuja pele há venenos poderosíssimos, e répteis
peçonhentos como as cobras-corais e certos lagartos, cujo padrão de cores vivas da pele
alerta sobre o perigo que representam. Um predador inexperiente ataca presas dotadas de
coloração de aviso, mas logo “aprende” a associar a sensação ruim à cor vistosa. Mesmo que
ensinar a “lição” ao predador possa custar a vida de alguns indivíduos da população, esta será
beneficiada ao todo.
- Para saber mais ver MIMETISMO E CAMUFLAGEM, matéria publicada, no dia 10.05.2012,
no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- 2-H
3. HOMEOSTASE
- Manutenção da constância interna (equilíbrio) do corpo, independente do ambiente externo.
Quem primeiro chamou atenção para a necessidade do organismo manter o meio interno em
equilíbrio foi o cientista Claude Bernard (1813-1878). Foi, entretanto, Walter Cannon (1871-
1945) que criou o termo homeostase. Para que as células continuem vivas é imprescindível
que as funções do corpo se mantenham em equilíbrio (homeostase). Se condições do meio
interno, como temperatura e quantidade de oxigênio, por exemplo, mudarem muito, a
sobrevivência do organismo se torna impossível. Dessa forma, os mecanismos de homeostase
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estabilizam, o mais possível, essas variáveis. Quando algum equilíbrio se desfaz, o organismo
sente as alterações e tenta corrigi-las. Na manutenção desse equilíbrio atuam, integradamente,
vários sistemas do indivíduo, como o nervoso, o endócrino, o excretor, o circulatório, o
respiratório, etc. São inúmeras as formas de conservação do meio interno constante, dentre
elas, merece especial destaque as “reações” de feedback (retroalimentação ou retroinibição),
principalmente o negativo.
3-A
4. MIMETISMO
- É um fator de adaptação evolutiva em que duas ou mais espécies diferentes assumem
algumas semelhanças físicas ou de comportamento que são reconhecidas por outras espécies.
Essas semelhanças compartilhadas conferem vantagens para uma ou para ambas as espécies
miméticas. Os seres mais imitados são aqueles cujas características nocivas deixam uma
impressão duradoura nos predadores. Há casos, por exemplo, de animais e plantas de sabor
agradável para quem deles se alimenta (palatáveis), que se assemelham a outras espécies
não palatáveis, de modo a confundir seus predadores, obtendo vantagens em função disso.
Dessa forma, imitar a não palatável é ser desprezada como ela e, assim, ficar menos exposta
ao ataque dos inimigos. Como exemplos de mimetismo citamos: borboletas vice-rei/borboletas
monarcas, corais verdadeiras/corais falsas, orquídea Ophrys apifera e borboleta-coruja.
- Para maiores detalhes ver MIMETISMO E CAMUFLAGEM, matéria publicada, no dia
10.05.2012, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
4-C

07. (UPE-2010) SE UMBUZEIRO FALASSE

CORDEL - A Peleja entre o Umbuzeiro e o Roçador


Autor: Marialvo Barreto

Se você ainda não sabe


Vou lhe dizer o que é
O umbuzeiro é uma planta
Que na(o,s) ....1.... tem pé
Resistente a toda seca
Sagrado pra quem tem fé.
.....
É um símbolo do ....2....
Onde o sol é de rachar
No tabuleiro e na serra
Em todo lugar estar
Só existe no ....2....
Porque este é seu lugar
....
Outras frutas da(o,s) ....1....
Correm o risco de acabar
Já não vejo mais o icó,
Cambuí e cambucá
Ah! Como tenho saudade...
Do gosto do trapiá.
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Preencha corretamente as lacunas numeradas neste cordel referentes a (1) um determinado


bioma nacional e (2) à região do país onde este é característico e assinale a alternativa correta.
a) 1-Caatinga / 2-Nordeste
b) 1-Mata atlântica / 2-Sudeste
c) 1- Cerrado / 2-Norte
d) 1-Pampas / 2-Sul
e) 1-Pantanal / 2- Centro-oeste
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“1-Caatinga / 2-Nordeste”)
JUSTIFICATIVA
* O umbuzeiro (Spondias tuberosa L.), também conhecido como imbuzeiro ou jique, é uma
planta xerófita, pertencente à família das anacardiáceas, nativa do Nordeste brasileiro. Em
função da importância de suas raízes Euclides da Cunha a denominou “árvore sagrada do
Sertão”. Seu sistema radicular possui uma estrutura de túbera ou batata, denominada
xilopódio, dotada de tecido que armazena água, mucilagem, glicose, amido, entre outras
substâncias que são utilizados pelo sertanejo nos períodos de estiagem. O umbuzeiro, que
vive em torno de 100 anos e é tido como um símbolo de resistência corre risco de extinção na
sua “terra natal”, o semiárido brasileiro (nordeste). Em função disto, diversas organizações têm
trabalhado no sentido de preservar o umbu, planta que só cresce na Caatinga, um bioma
exclusivamente brasileiro.

08. (UPE-2009) Faça a associação entre as três colunas da tabela abaixo.

BIOMA CARACTERÍSTICAS FLORA


1. Clima quente e úmido, com índice
A. Plantas xeromórficas
pluviométrico elevado. Solo rico em
I. Caatinga e caducifólias.
nutrientes minerais. Local: região costeira
do Rio Grande do Norte ao sul do Brasil.
2. Clima quente com estação seca e
B. Plantas latifoliadas
estação das chuvas. Ocupa em torno de
II. Mata de Cocais e perenifólias.
25% do território brasileiro. Solo ácido.
Água não é fator limitante.
3. Índice elevado de chuvas e temperatura
o
média de 26 C. Solo com lençol freático C. Babaçu e Carnaúba.
III. Mata Atlântica
pouco profundo. Local: Maranhão e Piauí.

4. Área ocupa 10% do território brasileiro.


Com índices pluviométricos baixos e D. Vegetação arbórea
IV. Cerrado o esparsa, com casca
temperaturas entre 24 e 26 C. Rios secam
grossa e caule retorcido.
no verão. Água é fator limitante.
Assinale a alternativa que apresenta a associação correta.
a) I-1-B; II-4-D; III-3-C; IV-2-A.
b) I-2-D; II-3-B; III-4-C; IV-1-A.
c) I-4-A; II-3-C; III-1-B; IV-2-D.
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d) I-3-D; II-1-B; III-4-A; IV-2-C.


e) I-4-C; II-2-B; III-3-D; IV-1-A.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“I-4-A; II-3-C; III-1-B; IV-2-D.”)
JUSTIFICATIVA
BIOMA I (Caatinga)
- Ocupa cerca de 10% do território brasileiro e se estende pelos Estados do Maranhão, Piauí,
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e norte de Minas
Gerais, sendo um bioma típico do deserto. Nessa formação, as chuvas são escassas (índices
pluviométricos baixos), as secas são prolongadas, a umidade relativa do ar é baixa e a
temperatura se situa entre 24 e 26º. No período seco, o sol forte acelera a evaporação da água
das lagoas e dos rios que, nos trechos mais estreitos, secam e param de correr. A Caatinga se
caracteriza por possuir plantas com folhas apenas nos meses de inverno. Nos períodos de
seca, que podem se prolongar por mais de sete meses, elas perdem suas folhas, com o
objetivo de se protegerem contra a perda de água, caracterizando uma vegetação caducifólia.
Esse fenômeno faz com que a vegetação apresente um aspecto esbranquiçado, daí a
denominação caatinga, que em tupi significa “mata branca”. As plantas da Caatinga
denominadas xeromórficas, apresentam, via de regra, ainda, várias outras adaptações, que
lhes permitem sobreviver na estação seca, tais como: abertura e fechamento dos estômatos
bastante rápido; redução das folhas que, em algumas espécies (cactáceas) assumem a forma
de espinhos, e acúmulo de água nas folhas, nas raízes e nos caules. Neste bioma, existem
também plantas grandes e arborescentes, como o mandacaru, o facheiro, a coroa-de-frade e o
xique-xique. Nela, destacam-se ainda a maniçoba, o marmeleiro, o umbuzeiro, a barriguda, a
oiticica e o juazeiro.
I-4-A
BIOMA II (Mata de Cocais)
- A Mata de Cocais (Floresta de Cocais ou Babaçuais), localizada, principalmente, em certas
regiões dos estados do Maranhão e Piauí é formada por vários tipos de palmeiras. Como
principal representante, citamos o babaçu (usado para exploração de óleo), a carnaúba
(utilizada para produção de cera) e o buriti. A região onde ocorre a Mata dos Cocais tem um
lençol freático pouco profundo, um elevado índice pluviométrico e uma temperatura média
o
anual de 26 C. Esse bioma vem sofrendo desmatamento devido às monoculturas, o que tem
afetado não apenas o ambiente, mas as pessoas que dependem da comercialização dos
produtos obtidos a partir do babaçu e da carnaúba.
- II-3-C
BIOMA III (Mata Atlântica)
- Também conhecida como Floresta Atlântica ou Mata Costeira, situa-se nas montanhas e
planícies costeira, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, abrangendo cerca de
6% do território brasileiro. Assemelha-se bastante à Floresta Amazônica, tanto na sua
composição, quanto na sua fisionomia, estando na topografia a mais expressiva diferença entre
as duas. Seu clima é quente e úmido, com elevado indicie pluviométrico e o solo é rico em
nutrientes minerais. Esse bioma apresenta plantas latifoliadas (folhas largas) e perenifólias
(perenes). Na Mata Atlântica, há uma grande diversidade de plantas, dentre as quais se
destacam pau-brasil, jacarandá, palmito, jambo, figueira, caviúna e jatobá, bem como muitas
espécies epífitas, como as orquídeas e as bromélias. É um dos biomas mais devastados pela
exploração humana. Calcula-se que restam apenas cerca de 7% da sua cobertura original.
- III-1-B
BIOMA IV (Cerrado)
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- Estende-se por cerca de 25% do território brasileiro, sendo um bioma do tipo savana, com
vegetação arbórea esparsa formada por pequenas árvores e arbustos. Ele cobre parte dos
Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Minas Gerais e quase todo o
Estado de Goiás e Tocantins. Pequenas áreas esparsas de cerrado são encontradas, também,
em São Paulo, Paraná, Paraíba, Pernambuco e Amazônia. O clima da região é quente com
estação seca e estação chuvosa. Além da vegetação arbórea esparsas, o cerrado apresenta
arbustos e gramíneas. O solo é ácido, pouco fértil, pobre em nutrientes, rico em alumínio e as
árvores apresentam, geralmente, cascas grossas e troncos retorcidos, com folhas coriáceas e
raízes comumente longas, que atingem as reservas de água subterrânea.
- IV-2-D

09. (UPE-2009) Em determinado pomar de laranjas-cravo, foi aplicado DDT contra uma praga
de lagartas que afetava os cultivares. Analise a teia alimentar encontrada na região e
responda.

Qual nível trófico apresenta maior concentração do poluente em seus tecidos?


a) Laranjeiras.
b) Lagartas.
c) Sapos.
d) Cobras.
e) Corujas.*
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Corujas.”)
MAGNIFICAÇÃO TRÓFICA
Um dos mais graves problemas, no mundo de hoje, é o acúmulo, no ambiente, de
subprodutos das indústrias químicas (chumbo, mercúrio, etc.) e de moléculas sintéticas
(detergentes, plásticos, inseticidas, etc.). Não sendo biodegradáveis, eles vão aos poucos se
acumulando no meio ambiente e, quando ingeridos pelos seres vivos, tendem a se concentrar
ao longo das cadeias alimentares, pois, além de não serem metabolizados, são, via de regra,
eliminados com dificuldade. Em face de a redução da biomassa na passagem de um nível
trófico para outro, a concentração do produto tóxico vai aumentando nos organismos, ao longo
da cadeia. Como consequência, os seres dos últimos níveis tendem a absorver elevadas
concentrações dessas substâncias, que lhes prejudica a saúde.
JUSTIFICATIVA
* Do exposto acima acerca da magnificação trófica (efeito cumulativo), conclui-se que
agrotóxicos e metais pesados se acumulam, à medida que os níveis tróficos da cadeia
alimentar se sucedem. A coruja, que na teia constante nesta questão, atua como consumidor
terciário e quaternário é o organismos que apresenta maior concentração de DDT.

10. (UPE–2008) Todos os organismos buscam adaptar-se ao meio em que vivem, seja nos
aspectos anatômicos, fisiológicos ou comportamentais. Analise os exemplos de adaptação
abaixo.
I. A pelagem das raposas-do-ártico, que é branca durante o inverno e acinzentada em outras
épocas do ano, quando não há neve.
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II. As flores de orquídea Ophrys apifera, que se assemelham às fêmeas de uma espécie de
abelhas e atraem zangões, que transportam o pólen, agindo como polinizadores.
III. A falsa-coral (Erithrolampus aesculapi), serpente sem dentes injetores de peçonha, e a
coral-verdadeira (Micrurus coralinus) altamente peçonhenta.
IV. O inseto conhecido como bicho-pau, que se assemelha a gravetos.
Assinale a alternativa correta.
a) I, II e III são exemplos de mimetismo.
b) II e III são exemplos de mimetismo.
c) Todos são exemplos de camuflagem.
d) Apenas o IV é exemplo de camuflagem.
e) III e IV são exemplos de camuflagem.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“II e III são exemplos de mimetismo.”)
MIMETISMO
É um fator de adaptação evolutiva em que duas ou mais espécies diferentes assumem
algumas semelhanças físicas ou de comportamento que são reconhecidas por outras espécies.
Essas semelhanças compartilhadas conferem vantagens para uma ou para ambas as espécies
miméticas. Os seres mais imitados são aqueles cujas características nocivas deixam uma
impressão duradoura nos predadores. Há casos, por exemplo, de animais e plantas de sabor
agradável para quem deles se alimenta (palatáveis), que se assemelham a outras espécies
não palatáveis, de modo a confundir seus predadores, obtendo vantagens em função disso.
Dessa forma, imitar a não palatável é ser desprezada como ela e, assim, ficar menos exposta
ao ataque dos inimigos. Como exemplos de mimetismo citamos: a orquídea Ophrys apifera
(exemplo II, desta questão), os corais verdadeiras/corais falsas (exemplo III, desta questão), as
borboletas vice-rei/borboletas monarcas e a borboleta-coruja. Para saber mais ver MIMETISMO
E CAMUFLAGEM, matéria publicada, no dia 10.05.2012, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”
CAMUFLAGEM
A camuflagem pode ser definida como a propriedade que os membros de uma espécie
possuem de desenvolver uma ou mais características corporais, no formato e/ou na coloração
do corpo, que as tornam semelhantes ao seu meio ambiente, dificultando sua detecção. A
camuflagem, “disfarce” do organismo que o confunde com o ambiente ao seu redor, pode se
manifestar de duas formas: homocromia e homotipia (homomorfia).
I. Homocromia: refere-se à semelhança de cor entre certas espécies e o meio em que
vivem, combinando seu padrão de cor com cascas de árvores, cor de areia, galhos e
folhas, por exemplo, confundindo seus perseguidores. Analogamente, certos
predadores podem apresentar a cor do meio, de modo que a presa não percebe sua
presença e é mais facilmente capturada. A homocromia é observada em um grande
número de insetos, répteis e aves, dentre outros seres vivos, cuja coloração verde
permite que eles se camuflem entre as folhagens. Há ainda insetos marrons que
habitam região também marrom, onde se escondem e ficam menos sujeitos ao ataque
dos seus inimigos. Como exemplos de homocromia citamos: a raposa-do-ártico
(exemplo I, desta questão), o camaleão, o linguado, as águas-vivas e animais polares.
II. Homotipia: refere-se à semelhança de forma entre um ser vivo e um objeto presente no
ambiente que ocupa. Como exemplos, citamos o bicho-pau (exemplo IV, desta questão) e o
bicho-folha. Para maiores detalhes ver MIMETISMO E CAMUFLAGEM, matéria publicada, no
dia 10.05.2012, no blog “djalmasantos.wordpress.com.
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Do exposto, pode-se concluir que mimetismo e camuflagem são adaptações utilizadas


pelos predadores para surpreender as presas e pelas presas para se protegerem dos
predadores. São, portanto, adaptações predadores-presas.
JUSTIFICATIVA
- Adaptação I (“A pelagem das raposas-do-ártico, que é branca durante o inverno e
acinzentada em outras épocas do ano, quando não há neve.”) – CAMUFLAGEM
(HOMOCROMIA)
* A raposa-do-ártico apresenta pelagem totalmente branca durante o inverno, quando o
ambiente está coberto de neve, constituindo-se uma adaptação a esse ambiente. Em outras
épocas do ano, quando não há neve, ela exibe pelagem acinzentada (figura abaixo). No
inverno, a pelagem branca faz com que as raposas se confundam com o ambiente, tornando-
se menos visíveis, o que facilita sua aproximação das presas e sua ocultação de predadores.

- Adaptação II (“As flores de orquídea Ophrys apifera, que se assemelham às fêmeas de uma
espécie de abelhas e atraem zangões, que transportam o pólen, agindo como polinizadores.”)
– MIMETISMO
* Orquídea Ophrys apifera: essa orquídea (figura abaixo), bastante comum na área
mediterrânica e vulgarmente chamada erva-abelha, possui flores que lembram as fêmeas de
uma espécie de abelha (Eucera nigrilabris). Ela também emite um odor semelhante ao
feromônio que a fêmea dessa abelha exala para atrair os zangões. Essas semelhanças
induzem os machos a tentar “copular” com as referidas flores, “pensando” que está se
acasalando com uma fêmea da sua própria espécie. Esta pseudocópula acontece,
normalmente, com insetos machos ainda inexperientes, que saem do casulo antes das fêmeas
e se precipitam para se acasalar. Com isso, eles levam os grãos de pólen de uma flor para
outra, antes de darem pelo engano. Dessa forma, eles atuam como um eficiente agente
polinizador, contribuindo para a reprodução da orquídea. Este exemplo de mimetismo é
denominado mimetismo reprodutivo.

- Adaptação III [“A falsa-coral (Erithrolampus aesculapi), serpente sem dentes injetores de
peçonha, e a coral-verdadeira (Micrurus coralinus) altamente peçonhenta.”] – MIMETISMO
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* Corais verdadeiras/corais falsas: as corais-verdadeiras (Micrurus coralinus) são bastante


temidas, sendo uma das mais perigosas em função da potência do seu veneno neurotóxico. Ao
contrário de muitas espécies que se confundem com o ambiente, elas são dotadas de
coloração vistosa [coloração de advertência (ver MIMETISMO E CAMUFLAGEM, matéria
publicada, no dia 10.05.2012, no blog “djalmasantos.wordpress.com.], alertando eventuais
predadores, que se mantêm afastados. As falsas-corais (Erithrolampus aesculapi), por outro
lado, embora apresentem coloração de advertência semelhante às corais-verdadeiras, não
apresentam dentes inoculadores de peçonha. Sendo não peçonhentas, não oferecem grandes
perigos a eventuais atacantes. A semelhança do padrão de coloração dessas serpentes (figura
a seguir), embora pertençam a famílias diferentes, favorece as falsas-corais, que, a exemplo
das corais-verdadeiras, também são evitadas pelos seus predadores (seus inimigos naturais).
Esse fato é resultante de adaptação da falsa-coral, cujos ancestrais provavelmente se
beneficiavam por serem parecidos com as corais-verdadeiras, com as quais conviviam. Essa
relação corais verdadeiras/corais falsas constitui um exemplo de mimetismo batesiano (ver
MIMETISMO E CAMUFLAGEM, matéria publicada, no dia 10.05.2012, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.).

- Adaptação IV (“O inseto conhecido como bicho-pau, que se assemelha a gravetos.”) –


CAMUFLAGEM (HOMOTIPIA)
* O bicho-pau (figura abaixo) apresenta forma muito parecida com a de um graveto, sendo
dificilmente percebidos pelos predadores, seus inimigos naturais.

11. (UPE–2008) Na sucessão ecológica, existe uma sequência ordenada e gradual de


populações, que se instalam em determinado ambiente.
ROCHA NUA → LIQUENS → MUSGOS → ERVAS → ARBUSTOS → ÁRVORES
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Após observar o esquema da sucessão ilustrado acima, analise as cinco afirmações a seguir e
conclua.
I II
0 0 - Os liquens podem ser considerados facilitadores do processo de sucessão, pois eles vão
gradualmente agregando matéria orgânica e melhorando as condições ambientais. São
organismos pioneiros.
1 1 - A sucessão ilustrada acima é do tipo primária, caracterizada por sua maior rapidez em
atingir o máximo de desenvolvimento e estabilidade, em comparação à sucessão secundária
de um campo de cultivo abandonado.
2 2 - À medida que evolui o processo de sucessão ecológica, aumenta a biodiversidade,
enquanto diminui a biomassa do ecossistema em formação.
3 3 - A sucessão que acontece nas dunas recém-formadas, pela ação constante dos ventos
em regiões do litoral, representa sucessão secundária, e seu estágio de comunidade clímax
sofre alterações estruturais constantes.
4 4 - O surgimento de novos nichos ecológicos, durante a sucessão ecológica, resulta em
aumento da biodiversidade na comunidade.
GABARITO
VFFFV
Sucessão ecológica
Processo ordenado, direcional e até previsível, em que as comunidades vão se
sucedendo umas às outras, culminando com o estabelecimento de uma comunidade estável,
denominada clímax. Dessa forma, a exemplo dos seres vivos, que passam por grandes
modificações desde a sua juventude até a maturidade, os ecossistemas também sofrem
transformações. A comunidade clímax é, portanto, aquela que atingiu o desenvolvimento
máximo compatível com as condições físicas do ecossistema a que pertence. A comunidade
que primeiro se instala na sucessão é chamada comunidade pioneira, e as comunidades que
se instalam em seguida são chamadas seres ou séries.
Tipos de sucessão ecológica: podemos falar em dois tipos de sucessão ecológica: primária e
secundária.
I. Sucessão primária: ocorre em locais nunca antes habitado. Como exemplo citamos a
colonização e a sucessão de comunidades em uma rocha nua.
II. Sucessão secundária: ocorre em locais anteriormente povoados, cujas comunidades foram
eliminadas, por alterações ambientais naturais (erupções vulcânicas, incêndios, inundações,
glaciações, etc.) ou pela intervenção do homem (queimadas, desmatamentos, etc.). Nessa
sucessão os estágios (fases), que veremos a seguir, são, via de regra, mais curtos e o clímax é
atingindo mais rápido.
Fases da sucessão ecológica: podemos falar em três fases no processo de sucessão
ecológica: ecese (ou comunidade pioneira), sere (série, comunidades intermediárias ou
comunidade serial) e clímax.
I. Ecese: comunidade que primeiro se instala em uma sucessão ecológica. As espécies
pioneiras são autótrofas ou mantêm relação ecológica harmônica com seres autótrofos, como
no caso dos liquens. Uma rocha nua, por exemplo, representa um ambiente hostil ao
desenvolvimento de vida. Nela, a temperatura varia muito, e a água não pode ser retida, sendo
poucos os organismos capacitados a sobreviver nesse ambiente. Os liquens constituem uma
exceção à regra, sendo capazes de tolerar essas condições. Durante seu metabolismo, eles
produzem ácidos orgânicos, que vão lentamente corroendo a rocha e, gradativamente, novas
camadas de liquens vão se formando, constituindo um delgado “solo vivo” sobre a rocha. A
partir de então, as condições do local deixam de ser tão difíceis, possibilitando o
desenvolvimento de musgos, pequenas plantas do grupo das briófitas. Percebe-se, através da
descrição, que os liquens desbravaram um novo nicho ecológico.
II. Sere: conjunto de comunidades transitórias que se instalam, no ambiente, depois da
pioneira.
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III. Clímax: última fase da sucessão ecológica. No clímax, o ecossistema se apresenta estável,
em equilíbrio com o ambiente, não sofrendo maiores alterações. Essa comunidade apresenta
uma grande diversidade de espécie, um grande número de seres vivos e uma elevada
biomassa, sendo a que possui maior número de nichos ecológicos (figura abaixo). Nela, é
atingida uma alta estabilidade (homeostase), capaz de responder, dentro de certos limites e
rapidamente, às flutuações do ambiente.

A tabela a seguir mostra algumas informações acerca das mudanças que ocorrem num
ecossistema durante a sucessão ecológica

JUSTIFICATIVA
- AFIRMAÇÃO 0 0 (“Os liquens podem ser considerados facilitadores do processo de
sucessão, pois eles vão gradualmente agregando matéria orgânica e melhorando as condições
ambientais. São organismos pioneiros.”) – VERDADEIRA
* Como mostramos acima (“ ... Durante seu metabolismo, eles produzem ácidos orgânicos, que
vão lentamente corroendo a rocha e, gradativamente, novas camadas de liquens vão se
formando, constituindo um delgado “solo vivo” sobre a rocha. A partir de então, as condições
do local deixam de ser tão difíceis, possibilitando o desenvolvimento de musgos, pequenas
plantas do grupo das briófitas. ... “), os liquens podem ser considerados facilitadores do
processo de sucessão, pois eles vão gradualmente agregando matéria orgânica e melhorando
as condições ambientais. São, realmente, organismos pioneiros.
- AFIRMAÇÃO 1 1 (“A sucessão ilustrada acima é do tipo primária, caracterizada por sua
maior rapidez em atingir o máximo de desenvolvimento e estabilidade, em comparação à
sucessão secundária de um campo de cultivo abandonado.”) – FALSA
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* Conquanto a sucessão ilustrada nesta questão seja uma sucessão primaria, como consta
nesta afirmação, a maior rapidez em atingir o máximo de desenvolvimento e estabilidade se
verifica na sucessão secundária, como mostramos acima (“Sucessão secundária: ... . Nessa
sucessão os estágios .... são, via de regra, mais curtos e o clímax é atingindo mais rápido.”).
- AFIRMAÇÃO 2 2 (“À medida que evolui o processo de sucessão ecológica, aumenta a
biodiversidade, enquanto diminui a biomassa do ecossistema em formação.”) – FALSA
* Á medida que evolui o processo de sucessão ecológica a biomassa aumenta (ver figura e
tabela acima), ao contrário do que consta nessa afirmação.
- AFIRMAÇÃO 3 3 (“A sucessão que acontece nas dunas recém-formadas, pela ação
constante dos ventos em regiões do litoral, representa sucessão secundária, e seu estágio de
comunidade clímax sofre alterações estruturais constantes.”) – FALSA
* O clímax é a última fase da sucessão ecológica. Nessa comunidade, o ecossistema se
apresenta estável, em equilíbrio com o ambiente. No clímax, todos os nichos ecológicos estão
sendo explorados e a variedade de espécies é a maior possível. Assim sendo, esta afirmação
está falsa quando se refere a alterações estruturais constantes sofridas pela comunidade
clímax.
- AFIRMAÇÃO 4 4 (“O surgimento de novos nichos ecológicos, durante a sucessão ecológica,
resulta em aumento da biodiversidade na comunidade.”) – VERDADEIRA
* Novos nichos ecológicos, durante a sucessão ecológica [“caminho” da sucessão ecológica
(ver figura acima)] resulta em aumento da biodiversidade na comunidade [nichos ecológicos
explorados/variedade de espécies (citado na referida figura)], como consta nesta afirmação.

12. (UPE–2008) O capítulo IV, da Constituição Federal do Brasil, referente ao meio ambiente,
no Art. 225, afirma.

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

Sobre o cumprimento deste artigo da nossa Constituição, analise as afirmativas abaixo.


I. Para evitar o efeito de eutrofização dos lagos, deve ser proibido o uso de pesticidas e
herbicidas nas regiões circunvizinhas.
II. A retirada das espécies predadoras do meio ambiente é importante medida para o equilíbrio
das cadeias alimentares nos ecossistemas.
III. Introdução de espécies mais competitivas e resistentes e retirada de espécies parasitas nas
regiões de florestas e campos são ações positivas para o aumento da biodiversidade.
IV. Controle da emissão de gases poluentes, como o CO 2 e CH4, o que contribui para a
diminuição do efeito estufa.
Como mecanismos de ação efetiva para preservação do meio ambiente em território nacional e
no mundo, somente está correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I.
e) IV.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“IV.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Para evitar o efeito de eutrofização dos lagos, deve ser proibido o uso
de pesticidas e herbicidas nas regiões circunvizinhas.”) – INCORRETA
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* Eutrofização, que veremos a seguir, não tem relação com o uso de pesticidas nem de
herbicidas.
EUTROFIZAÇÃO OU EUTROFICAÇÃO
A eutrofização é um fenômeno que decorre, via de regra, da presença de grandes
quantidades de esgotos despejados em um ecossistema. O esquema abaixo mostra,
resumidamente, as etapas básicas da eutroficação. Entrando em decomposição, por ação de
bactérias e de fungos, a matéria orgânica presente no esgoto se transforma em nutrientes
minerais. Utilizando esses nutrientes, as algas da superfície passam a exibir uma intensa
proliferação, fenômeno conhecido como floração das águas. O aumento exagerado desses
organismos na superfície dificulta a entrada de luz, o que pode acarretar a morte das algas e
de outros produtores do fundo aquático. Essa proliferação pode, simultaneamente, provocar
uma redução na quantidade de nutrientes, levando a que as algas morram e sejam
decompostas. Durante a eutrofização, como mostra o referido esquema, há dois momentos em
que a decomposição ocorre. Inicialmente, quando a matéria orgânica presente no esgoto é
lançada na água. Essa decomposição é, até certo ponto, benéfica para todo o ecossistema, em
face de contribui para o aumento do número de algas e de animais diversos, inclusive de
peixes. Em um segundo momento, verifica-se a decomposição da matéria orgânica que
proliferou a partir do esgoto. Essa segunda decomposição, onde atuam microrganismos
aeróbicos, provoca um maior impacto no ecossistema, em relação à primeira. A redução da
quantidade de oxigênio dissolvido na água aumenta a proliferação de bactérias anaeróbicas
que, decompondo a matéria orgânica animal e vegetal morta, leva à produção de resíduos,
como o ácido sulfídrico (H2S), o que torna a água imprestável para o homem e como habitat de
outros organismos.

- AFIRMATIVA II (“A retirada das espécies predadoras do meio ambiente é importante


medida para o equilíbrio das cadeias alimentares nos ecossistemas.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a retirada de espécies predadoras do meio
ambiente levará a um desequilíbrio das cadeias alimentares.
- AFIRMATIVA III (“Introdução de espécies mais competitivas e resistentes e retirada de
espécies parasitas nas regiões de florestas e campos são ações positivas para o
aumento da biodiversidade.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a introdução de espécies mais competitivas e
resistentes, bem como a retirada das espécies parasitas não se constituem ações positivas
para aumento da biodiversidade. Essas atitudes levam, realmente, a um desequilíbrio
ecológico.
- AFIRMATIVA IV (“Controle da emissão de gases poluentes, como o CO 2 e CH4, o que
contribui para a diminuição do efeito estufa.”) – CORRETA
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* O controle de CO2 e CH4 (gases de efeito de estufa) contribui, realmente, para a diminuição
do efeito estufa.
EFEITO ESTUFA
Há evidências de que o acúmulo na atmosfera de CO 2, principalmente, e de outros
gases, como o vapor dágua, os clorofluocarbonados, o metano (CH4), o dióxido de enxofre
(SO2) e os óxidos de nitrogênio, vem provocando um aquecimento cada vez maior do nosso
meio ambiente. Atuando como um “manto”, esses gases, conhecidos como gases do efeito
estufa, impedem a perda de calor para o espaço exterior, sendo esse fenômeno conhecido
como efeito estufa (figura a seguir). Admite-se que ele possa desencadear um degelo parcial
das calotas polares, acarretando uma elevação no nível dos mares, com consequente invasão
de parte dos continentes pelas águas. Esse fato provocaria, entre outros desequilíbrios
ecológicos, inundações generalizadas, elevação dos lençóis freáticos, erosão litorânea e
colapso das estruturas costeiras. Ressaltamos que o óxido nitroso (N2O) é um gás de extrema
importância para o efeito estufa, devido ao seu potencial de aquecimento global que é cerca de
300 vezes maior do que o CO2. Embora ele seja menos abundante na atmosfera que o CO 2,
sua atual concentração atmosférica é responsável por um aquecimento equivalente a 10% da
contribuição do dióxido de carbono.

Lembramos que o efeito estufa é imprescindível para manter a temperatura do planeta


em condições ideais de sobrevivência. Sem ele, a Terra seria muito fria, dificultando
o desenvolvimento das espécies. Ele faz com que a temperatura média do nosso planeta fique
o
em torno de 15 C. Na sua ausência, a Terra estaria completamente recoberta por uma camada
o
de gelo, e sua temperatura média seria em torno de –18 C. Com o advento da Revolução
Industrial, na segunda metade do século XVIII, o gás carbônico passou a ser liberado em
grandes quantidades, levando à exacerbação do efeito estufa. Segundo alguns cálculos, a
o
Terra deverá sofrer um aumento de temperatura entre 0,12 e 0,26 C, a cada dez anos, o que
poderá provocar a subida do nível dos mares.

13. (UPE–2007) O almoço está na mesa! É assim o dia a dia nas nossas florestas. Uma anta, à
margem do rio, alimenta-se de grama, enquanto, no seu pelo, carrapatos infestantes a deixam
de mau humor. Um barulho chama sua atenção. É uma onça que a espreita, preparando-se
para o bote certeiro. As relações ecológicas citadas no texto da anta com o vegetal, com o
carrapato e com a onça podem ser caracterizadas como:
a) Herbivorismo, parasitismo e canibalismo.
b) Parasitismo vegetal, parasitismo animal e predatismo.
c) Herbivorismo, parasitismo e predatismo.
d) Uma relação harmônica e duas desarmônicas.
e) Comensalismo, pois tratam de relações para obtenção de alimentos.
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ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Herbivorismo, parasitismo e predatismo.”)
- Anta com o vegetal: herbivorismo
* Herbivorismo: quando a espécie predada é um vegetal, como no caso citado, em que a anta
se alimenta de grama, à margem do rio, o predatismo toma o nome especial de herbivorismo.
Embora o herbivorismo seja, do ponto de vista individual, prejudicial para as plantas e benéfico
para os animais que delas se nutrem, ele é muito importante na natureza, em face de ser
através dessa relação que a energia luminosa captada pelos produtores passa para os demais
componentes da cadeia alimentar.
- Anta com o carrapato: parasitismo
* Parasitismo: associação interespecífica desarmônica, em que uma espécie (a parasita) vive à
custa de outra (o hospedeiro), obtendo dela recursos alimentares, causando-lhe prejuízo, sem
“intenção” de matá-la. O fenômeno relatado entre a anta e o carrapato caracteriza um
parasitismo.
COMPLEMENTO
Os parasitas são, em geral, mais específicos que os predadores no que diz respeito à
obtenção de alimento, já que estes podem procurar outras fontes de alimento quando uma
população de presas se reduz. O mesmo não acontece, entretanto, com os parasitas que, via
de regra, se instalam apenas em uma ou em algumas espécies.
Em relação aos vegetais, podemos considerar dois tipos de parasitismo:
hemiparasitismo e holoparasitismo.
I. Hemiparasitas (“parasitismo incompleto”): são as plantas clorofiladas que retiram do
hospedeiro a seiva bruta, que elas utilizam para realizar a fotossíntese. Nesse caso, os vasos
perfurados são os vasos lenhosos, que transportam uma solução de água e sais minerais.
Como exemplo, citamos a erva-de-passarinho.
II. Holoparasitas (“parasitismo completo”): são os vegetais aclorofilados que retiram da planta
hospedeira a seiva elaborada, necessária a sua sobrevivência. Eles causam às plantas
parasitadas mais prejuízos do que no caso das hemiparasitas. Suas raízes sugadoras ou
haustórios penetram pelo caule do hospedeiro até os vasos liberianos de onde retiram a seiva
orgânica. Como exemplo de holoparasitas, citamos o cipó-chumbo.
- Anta com a onça: predatismo
* Predatismo: associação interespecífica desarmônica, na qual um participante (o predador)
mata ou mutila o outro (presa) para se alimentar. A interação relatada (“... . É uma onça que a
espreita, preparando-se para o bote certeiro. ... “) caracteriza um predatismo.

14. (UPE-2007) A gralha-azul é a grande semeadora de pinheiros em uma formação


fitogeográfica, onde predomina o Pinheiro-do-Paraná, em meio a arbustos, gramíneas e outras
árvores, como canela e erva-mate. Estende-se pelo Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul
e São Paulo. Assinale a alternativa que contempla o bioma típico dessa descrição.
a) Cerrado.
b) Floresta de Cocais.
c) Floresta de Araucárias.
d) Floresta Atlântica.
e) Floresta Amazônica.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Floresta de Araucárias.”)
- Floresta de Araucárias (Mata das Araucárias ou Pinheiral): ocorre nos estados do Rio Grande
do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Apresenta precipitações atmosféricas bastante
regulares ao longo do ano e estações muito bem delimitadas pela temperatura, com verões
quentes e invernos frios. A árvore predominante na paisagem é a Araucaria angustifolia,
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conhecida como pinheiro-do-paraná, que chega a atingir 25 metros de altura e tronco de até
1,5 metros de diâmetro. Mediante a grande importância de sua madeira, o pinheiro-do-paraná
vem sendo bastante explorado, fenômeno que tem provocado uma grande redução da A.
angustifolia nesse ecossistema. Na Mata das Araucárias, há também canela, imbuia, erva-
mate, cedro, angico, gameleira, bem como orquídeas e bromélias (plantas epífitas). Com
relação aos animais, encontram-se várias espécies de insetos, aves e roedores. Muitas
espécies, como a gralha-azul, o sabiá e o tatu alimentam-se do pinhão, que é a semente do
pinheiro. Estima-se que mais de 95% da Mata das Araucárias foi devastada para a extração da
madeira e cultivo de plantações de eucaliptos e outros tipos de pinheiros. Com a modificação
do ambiente natural, muitas espécies estão ameaçadas de extinção.

15. (UPE–2006) Sobre as interferências do homem no meio ambiente e suas consequências


negativas, analise as afirmativas.
I II
0 0 - A queima de combustíveis fósseis, a exemplo do óleo diesel, libera, na atmosfera, o
dióxido de enxofre (SO2) e o dióxido de nitrogênio (NO 2). Esses gases reagem com o vapor de
água da atmosfera, originando o ácido sulfúrico e o ácido nítrico, precipitando-se, como chuva
ácida, que pode alterar o pH da água de lagos e gerar a mortalidade de peixes.
1 1 - O lançamento de esgoto doméstico diretamente nos rios é uma das principais causas de
eutroficação, que reduz os nutrientes e o O 2 na água, favorecendo a proliferação de bactérias
anaeróbicas na água e causando a morte de outros organismos aeróbicos.
2 2 - A utilização da água de lagos e mares no resfriamento dos reatores em usinas nucleares
provoca a elevação da temperatura dessas águas, favorecendo o desenvolvimento de fungos e
bactérias, que causam doenças em peixes e outros organismos, geralmente elevando a taxa
de mortalidade dessas populações.
3 3 - O derramamento de petróleo no mar afeta diretamente os animais marinhos, pois se
impregna na superfície de seus corpos, matando-os por intoxicação ou asfixia. Nas aves
marinhas, o petróleo adere às suas penas, impossibilitando seu voo e, nos peixes, adere-se às
brânquias, impedindo sua respiração.
4 4 - No fenômeno da inversão térmica, que ocorre principalmente nas metrópoles e nos
grandes centros urbanos, durante o inverno, o ar quente fica preso às camadas mais próximas
do solo, e o ar frio, mais denso, sobrepondo-se a essa camada, onde existe concentração de
poluentes.
GABARITO
VFVVF
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“A queima de combustíveis fósseis, a exemplo do óleo diesel, libera, na
atmosfera, o dióxido de enxofre (SO2) e o dióxido de nitrogênio (NO2). Esses gases reagem
com o vapor de água da atmosfera, originando o ácido sulfúrico e o ácido nítrico, precipitando-
se, como chuva ácida, que pode alterar o pH da água de lagos e gerar a mortalidade de
peixes.”) – VERDADEIRA
* CHUVA ÁCIDA
A atividade industrial e o uso de automóveis provocam, através da combustão de
carvão mineral, petróleo e derivados, a emissão de poluentes, especialmente dióxidos de
enxofre e de nitrogênio. Na atmosfera, esses poluentes, em contato com o vapor de água,
produzem os ácidos sulfúrico e nítrico, que se precipitam na forma de neve ou chuva, daí a
denominação “chuva ácida”. Essa chuva, ou neve, contendo ácidos, causa, entre outros danos,
destruição da flora e da fauna.
- AFIRMATIVA 1 1 (“O lançamento de esgoto doméstico diretamente nos rios é uma das
principais causas de eutroficação, que reduz os nutrientes e o O2 na água, favorecendo a
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proliferação de bactérias anaeróbicas na água e causando a morte de outros organismos


aeróbicos.”) – FALSA
* EUTROFICAÇÃO (EUTROFIZAÇÃO)
A eutrofização é um fenômeno que decorre, via de regra, da presença de grandes
quantidades de esgotos despejados em um ecossistema. O esquema abaixo mostra,
resumidamente, as etapas básicas da eutroficação. Entrando em decomposição, por ação de
bactérias e de fungos, a matéria orgânica presente no esgoto se transforma em nutrientes
minerais. Utilizando esses nutrientes, as algas da superfície passam a exibir uma intensa
proliferação, fenômeno conhecido como floração das águas. O aumento exagerado desses
organismos na superfície dificulta a entrada de luz, o que pode acarretar a morte das algas e
de outros produtores do fundo aquático. Essa proliferação pode, simultaneamente, provocar
uma redução na quantidade de nutrientes, levando a que as algas morram e sejam
decompostas. Durante a eutrofização, como mostra o referido esquema, há dois momentos em
que a decomposição ocorre. Inicialmente, quando a matéria orgânica presente no esgoto é
lançada na água. Essa decomposição é, até certo ponto, benéfica para todo o ecossistema, em
face de contribui para o aumento do número de algas e de animais diversos, inclusive de
peixes. Em um segundo momento, verifica-se a decomposição da matéria orgânica que
proliferou a partir do esgoto. Essa segunda decomposição, onde atuam microrganismos
aeróbicos, provoca um maior impacto no ecossistema, em relação à primeira. A redução da
quantidade de oxigênio dissolvido na água aumenta a proliferação de bactérias anaeróbicas
que, decompondo a matéria orgânica animal e vegetal morta, leva à produção de resíduos,
como o ácido sulfídrico (H2S), o que torna a água imprestável para o homem e como habitat de
outros organismos.

Lembramos que nem sempre a eutrofização está associada com atividades humanas.
Por vezes, lagos e reservatórios de água abrigam pássaros cujos excrementos aumentam a
concentração de nutrientes na água, levando ao surgimento de superpopulações de algas.
Nesses casos, os resultados podem ser tão danosos quanto aqueles provocados pelos seres
humanos.
Como se pode constatar no que foi descrito acima (“. Entrando em decomposição, por
ação de bactérias e de fungos, a matéria orgânica presente no esgoto se transforma em
nutrientes minerais. Utilizando esses nutrientes, as algas da superfície passam a exibir uma
intensa proliferação, ... “) e no esquema supra ocorre aumento de nutrientes na água e não
redução, como consta nesta afirmativa.
- AFIRMATIVA 2 2 (“A utilização da água de lagos e mares no resfriamento dos reatores em
usinas nucleares provoca a elevação da temperatura dessas águas, favorecendo o
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desenvolvimento de fungos e bactérias, que causam doenças em peixes e outros organismos,


geralmente elevando a taxa de mortalidade dessas populações.”) – VERDADEIRA
* A utilização da referida água no resfriamento dos reatores em usinas nucleares eleva a taxa
de mortalidade, como consta nesta afirmativa.
- AFIRMATIVA 3 3 (“O derramamento de petróleo no mar afeta diretamente os animais
marinhos, pois se impregna na superfície de seus corpos, matando-os por intoxicação ou
asfixia. Nas aves marinhas, o petróleo adere às suas penas, impossibilitando seu voo e, nos
peixes, adere-se às brânquias, impedindo sua respiração.”) – VERDADEIRA
* O petróleo derramado no mar representa ricos à saúde ambiental por décadas.
* O uso de organismos, principalmente bactérias, para degradar substâncias nocivas ao meio
ambiente, convertendo-as em produtos não tóxicos, é conhecido como biorremediação. Nesse
processo, são usados microrganismos que utilizam os contaminantes como reagente de seu
metabolismo. A biorremediação é usada, por exemplo, na descontaminação de ambientes
poluídos por derramamento de petróleo, solventes e óleos em geral.
- AFIRMATIVA 4 4 (“No fenômeno da inversão térmica, que ocorre principalmente nas
metrópoles e nos grandes centros urbanos, durante o inverno, o ar quente fica preso às
camadas mais próximas do solo, e o ar frio, mais denso, sobrepondo-se a essa camada, onde
existe concentração de poluentes.”) – FALSA
* INVERSÃO TÉRMICA
Normalmente, a temperatura do ar diminui com a altitude, em face de as camadas
inferiores de ar serem aquecidas pelo reflexo dos raios solares no solo. Assim sendo, o ar
quente das camadas inferiores tende a subir, enquanto o ar frio das camadas superiores tende
a descer, provocando um fluxo contínuo de ar entre as baixas e as altas camadas da
atmosfera. Esse movimento, chamado convecção térmica, dispersa os poluentes (figura A,
abaixo). No inverno, principalmente, pode ocorrer um fenômeno natural, conhecido como
inversão térmica (inversão das camadas), esquematizada na figura B, a seguir. Nessas
condições, o ar próximo ao solo fica mais frio e não sobe, provocando a interrupção do fluxo de
ar entre as baixas e as altas camadas da atmosfera. A inversão térmica, associada à ausência
de ventos, aumenta bastante a poluição nos grandes centros, uma vez que os poluentes ficam
retidos junto à superfície. Como consequência, surge uma névoa portadora de poluentes
diversos. Muitas vezes, e principalmente pela alta concentração de SO 2, essa névoa tem
provocado a morte de um número significativo de seres humanos, especialmente crianças e
pessoas idosas, afetados por doenças pulmonares e cardíacas.
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Como se pode constar no que foi descrito acima, durante a inversão térmica (“.... , o ar
próximo ao solo fica mais frio e não sobe, provocando a interrupção do fluxo de ar entre as
baixas e as altas camadas da atmosfera. ... “) e na figura B supra, o ar frio, e não o ar quente,
fica preso às camadas mais próximas do solo, contrariando esta afirmativa.

16. (UPE–2006) Os recifes são elementos da paisagem litorânea do Estado de Pernambuco,


que deram o nome à sua capital. Essa designação foi registrada, pela primeira vez, no Diário
de Pero Lopes de Souza, em 1532. Os recifes representam um dos ecossistemas marinhos de
maior importância, por fornecer abrigo, alimento e condições propícias à reprodução para uma
rica biodiversidade. Nesses ambientes, os organismos encontram-se em relações ecológicas
de:
I II
0 0 - Protocooperação - existente entre peixes de diferentes espécies que se beneficiam
mutuamente, como no caso dos “peixes limpadores”, que se alimentam de parasitas que se
desenvolvem entre as escamas da epiderme de outros peixes maiores.
1 1 - Competição - em que organismos bentônicos, como dois corais de espécies distintas
que competem por espaço e por alimento nas superfícies do recife, numa relação
interespecífica com prejuízo recíproco.
2 2 - Sociedade - entre a anêmona-do-mar e o caranguejo-ermitão, o conhecido paguro, que
vivem numa relação harmônica, em que o paguro transporta a anêmona-do-mar, oferecendo-
lhe maior disponibilidade de alimentos em troca de proteção.
3 3 - Inquilinismo - uma relação desarmônica que pode ser exemplificada por um pequeno
peixe, o fierasfer, que vive protegido dentro do corpo do pepino-do-mar, de onde sai apenas
para se alimentar.
4 4 - Amensalismo - em que as substâncias secretadas por dinoflagelados, responsáveis pelo
fenômeno “maré vermelha”, podem determinar a morte da fauna marinha.
GABARITO
VVFFV
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“Protocooperação - existente entre peixes de diferentes espécies que se
beneficiam mutuamente, como no caso dos “peixes limpadores”, que se alimentam de
parasitas que se desenvolvem entre as escamas da epiderme de outros peixes maiores.”) –
VERDADEIRA
* PROTOCOOPERAÇÃO (COOPERAÇÃO OU MUTUALISMO NÃO OBRIGATÓRIO)
- Associação facultativa entre indivíduos de espécies diferentes (interespecífica), em que os
participantes são beneficiados (harmônica). Dessa forma, a coexistência entre os seres
envolvidos pode ser dispensada, sem que a perda das vantagens cause desequilíbrio
metabólico para as espécies associadas. O peixe limpador, que se alimenta de parasitas que
se desenvolvem entre as escamas da epiderme de outros peixes maiores (figura abaixo),
constitui um caso de protocooperação.
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- ALTERNATIVA 1 1 (“Competição - em que organismos bentônicos, como dois corais de


espécies distintas que competem por espaço e por alimento nas superfícies do recife, numa
relação interespecífica com prejuízo recíproco.”) – VERDADEIRA
* COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA
- Associação em que indivíduos de espécies diferentes (interespecífica) concorrem pelos
mesmos recursos do meio. Durante a competição, os participantes sempre “gastam” energia, o
que acarreta, de certa forma, prejuízo para os envolvidos. Enquanto durar a competição, cada
indivíduo reduz os recursos que o outro poderia utilizar. Com ela, haverá, portanto, menos
recursos para os participantes. Dessa forma, a competição é desfavorável para os seres
envolvidos.
COMPLEMENTO
A competição interespecífica é um fator importante na regulação do tamanho das
populações que estão interagindo. Em ocorrendo uma competição muito severa, uma das
espécies pode ser completamente eliminada, ou então uma delas (ou as duas) acaba(m)
ocupando nichos ecológicos mais especializados, reduzindo os efeitos da competição.
As competições, intra e interespecíficas, trazem resultados positivos no que diz
respeito à seleção natural, já que tendem a manter os organismos mais adaptados, em
detrimento dos menos aptos.
- ALTERNATIVA 2 2 (“Sociedade - entre a anêmona-do-mar e o caranguejo-ermitão, o
conhecido paguro, que vivem numa relação harmônica, em que o paguro transporta a
anêmona-do-mar, oferecendo-lhe maior disponibilidade de alimentos em troca de proteção.”) –
FALSA
* A associação entre anêmona-do-mar e o caranguejo-ermitão (paguro ou bernado-eremita ou
simplesmente ermitão) constitui um caso de protocooperação e não de sociedade, como
consta nesta alternativa. O paguro tem o corpo longo e mole e costuma ocupar o interior de
conchas abandonadas de gastrópodes (figura a seguir). Sobre a concha, costumam se instalar
uma ou mais anêmonas-do-mar (actínias), que são celenterados. Dessa união, surge o
benefício mútuo, em que a anêmona, graças às suas células urticantes, afugenta os
predadores, e o paguro, ao se deslocar, dá condições para a que anêmona promova uma
melhor exploração do espaço em busca de alimento. Percebe-se que tanto o paguro, quanto a
anêmona são capazes de viver isoladamente. A associação, entretanto, torna a vida mais fácil
para ambos.
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COMPLEMENTO
- Sociedade: grupo de indivíduos da mesma espécie (intraespecífica), não ligados
anatomicamente e que se organizam de modo cooperativo (harmônica). Em algumas
sociedades, as funções são exercidas por indivíduos, morfologicamente modificados, formando
as castas. Sociedades que apresentam essas características são conhecidas como
heteromorfas. As abelhas, as formigas e os cupins são exemplos típicos desse tipo de
sociedade. Em outras, apesar de haver divisão de trabalho, os indivíduos não são
morfologicamente modificados para a função que exercem. Fala-se, nesses casos, em
sociedades homomorfas ou isomorfas. Um exemplo típico de sociedade homomorfa é a
sociedade humana, em que, apesar do isomorfismo, há uma complexa divisão de trabalho.
- ALTERNATIVA 3 3 (“Inquilinismo - uma relação desarmônica que pode ser exemplificada por
um pequeno peixe, o fierasfer, que vive protegido dentro do corpo do pepino-do-mar, de onde
sai apenas para se alimentar.”) – FALSA
* INQUILINISMO
- Associação interespecífica harmônica em que um participante (o inquilino) se beneficia pelo
fato de se fixar ou se abrigar no outro (o hospedeiro), que não é prejudicado nem beneficiado.
Embora a relação citada seja um inquilinismo, ela é harmônica e não desarmônica, como
consta nesta alternativa. No exemplo citado (figura abaixo), o fierasfer (peixe-agulha) se
refugia, sistematicamente, no interior da holotúria ou pepino-do-mar (equinoderma), de onde
sai apenas para se alimentar, voltando logo em seguida. O peixe-agulha em nada prejudica o
animal que o abriga.

COMPLEMENTO
- O comensalismo e o inquilinismo são associações ecológicas muito semelhantes sendo, por
vezes, confundidas. Em ambos os casos, apenas um dos participantes é favorecido sem que
haja prejuízo para o outro. No comensalismo, entretanto, a associação é, sobretudo, alimentar,
enquanto, no inquilinismo, a espécie beneficiada ganha apenas abrigo ou suporte.
- ALTERNATIVA 4 4 (“Amensalismo - em que as substâncias secretadas por dinoflagelados,
responsáveis pelo fenômeno “maré vermelha”, podem determinar a morte da fauna marinha.”)
– VERDADEIRA
* AMENSALISMO (ANTIBIOSE OU ALELOPATIA)
- Associação interespecífica desarmônica em que seres de uma população secretam
substâncias que inibem ou impedem o desenvolvimento de indivíduos de outra espécie. Como
exemplo de amensalismo citamos: (a) alguns fungos que produzem substâncias químicas
(antibióticos) capazes de interromper a multiplicação das bactérias. É o caso da penicilina,
produzida em laboratório por meio do cultivo do fungo Penicillium notatum. A penicilina e outros
antibióticos são largamente utilizados pela medicina no combate às infecções bacterianas; (b)
maré vermelha, referida nesta alternativa, em que certas algas microscópicas do grupo dos
dinoflagelados, como a Gonyaulax catanella, eliminam toxinas para o meio ambiente,
provocando grande mortandade no ambiente marinho. O principal resíduo tóxico liberado é a
saxitoxina, substância que provoca sérios distúrbios nervosos em animais contaminados.
COMPLEMENTO
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- A maré vermelha é um fenômeno natural que provoca manchas de coloração escura na água
do mar. As manchas são causadas pelo crescimento excessivo de algas microscópicas
presentes no plâncton marinho, num processo chamado de floração. Dependendo da espécie
de alga, a mancha pode adquirir coloração vermelha, marrom, laranja, roxa ou amarela. Uma
vez que a água nem sempre fica vermelha, o termo "maré vermelha" vem sendo substituído por
"floração de algas nocivas" ou simplesmente "FAN".

17. (UPE-2004) Esta questão está relacionada com o texto a seguir.

Segundo especialistas, o perigo maior trazido pelos pombos está relacionado às


fezes. “São muito ácidas e acabam danificando a pintura de prédios e de automóveis.
Além disso, eles possuem aparelho digestivo curto e defecam constantemente”,
explica a bióloga Sônia Moura, especialista em controle de pragas. Os bichos,
através das fezes secas, transmitem doenças como salmonelose, alergias
respiratórias, dermatites, ornitose e, além de tudo, portam piolhos que podem
também atacar as pessoas.
...Em cidades da Europa, prefeitos desesperados chegaram a soltar predadores
naturais dos pombos, como os falcões, para tentar reduzir a população das pequenas
aves, provocando a fúria dos ecologistas...
Afirma ainda a bióloga que “o combate à multiplicação exagerada dos pombos
depende dos hábitos da população, e que é preciso acabar com o abrigo e a
alimentação para que eles procurem outro lugar.”
A alternativa apresentada pela bióloga, ainda não foi adotada pelos moradores da
avenida Saldanha Marinho, na Vila do IPSEP, que há um ano sofrem com a
multiplicação exagerada dos pombos...
Conforme o taxista Wellington de Lima, morador do local, “tudo isso acontece porque
o dono de uma loja aqui perto fica dando milho para os bichos... os vizinhos já
chegaram até a dar veneno para tentar acabar com os pombos. Conseguiram matar
alguns, mas logo eles voltaram.”
Texto adaptado: FERRAZ, Tarcísio. Pombos: símbolo da paz e de muitos
problemas. Diário de Pernambuco – vida urbana C2.29/06/2003.
Sobre a dinâmica da população de pombos, analise as afirmativas.
I II
0 0 - A solução apresentada pela bióloga reduz a densidade populacional de pombos, pois,
conforme o potencial biótico, há uma diminuição da taxa de natalidade, alterando o traçado da
curva de crescimento de exponencial para sigmoide.
1 1 - A redução dos locais de abrigo nos prédios e o fim da prática de fornecer alimento aos
pombos são fatores que aumentam a resistência ambiental, contribuindo para manter a
população controlada.
2 2 - A falta de alimento aumenta a taxa de dispersão, causada pela imigração de pombos,
diminuindo, assim, a sua densidade populacional.
3 3 - A introdução dos falcões pode conter o crescimento exagerado da população de pombos,
a exemplo do que ocorre entre as populações de lebres e linces, que ocupam um mesmo nicho
ecológico, obedecendo, assim, ao princípio de Gause.
4 4 - As alternativas adotadas pelos prefeitos europeus e pelos moradores da vila do IPSEP
provocam um aumento da taxa de natalidade em relação à de mortalidade.
GABARITO
VVFFF
JUSTIFICATIVA
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- AFIRMATIVA 0 0 (“A solução apresentada pela bióloga reduz a densidade populacional de


pombos, pois, conforme o potencial biótico, há uma diminuição da taxa de natalidade, alterando
o traçado da curva de crescimento de exponencial para sigmoide.”) – VERDADEIRA
* A solução apresentada pela bióloga reduz, realmente, a densidade populacional de pombos,
como consta nesta afirmativa. Lembramos que potencial biótico (ver curva de potencial biótico,
na figura abaixo) é a capacidade inata de uma população crescer em condições ambientais
favoráveis. Comparando-se a curva de potencial biótico com a da capacidade limite do meio,
constantes na referida figura, percebe-se a alteração do traçado da curva de crescimento,
referida na afirmativa. A capacidade limite do meio (capacidade de carga) é o valor numérico
máximo do tamanho da população permitido pelo ambiente. Conquanto a fase do crescimento
geométrico tenda a ser ilimitada, em função do potencial biótico da espécie, como mostra a
curva de potencial biótico, barreiras diversas [disponibilidade de espaço e alimentos; clima:
existência de predatismo, parasitismo e competição; etc., conhecidas como fatores de
resistência ambiental (fatores de resistência do meio)], regulam o crescimento populacional,
contrapondo-se a esse crescimento sem fim. Dessa forma, a alternativa apresentada pela
bióloga, no caso em foco (“... preciso acabar com o abrigo e a alimentação .... “) atua como
fator de resistência ambiental, já que impede o crescimento dos pombos, segundo seu
potencial biótico.

- AFIRMATIVA 1 1 (“A redução dos locais de abrigo nos prédios e o fim da prática de fornecer
alimento aos pombos são fatores que aumentam a resistência ambiental, contribuindo para
manter a população controlada.”) – VERDADEIRA
* A resistência ambiental [conjunto de fatores ambientais (bióticos e abióticos), que impede o
crescimento de uma população segundo seu potencial biótico], representada, no caso em foco,
pela redução de locais de abrigos nos prédios e pelo fim da prática de fornecer alimentos aos
pombos, aumentam a referida resistência, contribuindo para a manutenção controlada da
população.
- AFIRMATIVA 2 2 (“A falta de alimento aumenta a taxa de dispersão, causada pela imigração
de pombos, diminuindo, assim, a sua densidade populacional.”) – FALSA
* A falta de alimento aumenta a taxa de dispersão, causada pela emigração e não pela
imigração, como consta nesta afirmativa, levando a uma redução da densidade populacional
dos pombos.
- AFIRMATIVA 3 3 (“A introdução dos falcões pode conter o crescimento exagerado da
população de pombos, a exemplo do que ocorre entre as populações de lebres e linces, que
ocupam um mesmo nicho ecológico, obedecendo, assim, ao princípio de Gause.”) – FALSA
PRINCÍPIO DE GAUSE (PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO COMPETITIVA)
Segundo esse princípio, duas ou mais espécies animais ou vegetais, que possuem o
mesmo nicho, não podem ocupar o mesmo habitat, por muito tempo, sem que entre elas se
estabeleça uma competição por um ou mais recursos do meio, o que pode levar à eliminação
de uma delas. Esse princípio foi formulado tendo por base experiências realizadas, em
laboratório, com culturas de duas espécies de protozoários: Paramecium aurelia e Paramecium
caudatum (gráficos abaixo). Em (a), são mostrados os resultados obtidos quando as duas
espécies foram cultivadas nas mesmas condições, porém em ambientes diferentes. Em (b),
são apresentados os resultados obtidos quando as duas espécies foram cultivadas no mesmo
ambiente. A análise dessas curvas de crescimento mostra que, em ambientes diferentes e
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mesmas condições, inclusive no que diz respeito ao meio de cultura (gráfico a), a população de
P. aurelia cresce mais depressa que a do P. caudatum, indicando que o primeiro possui maior
eficiência na utilização dos recursos disponíveis. Quando cultivadas juntas, em um mesmo
recipiente, (gráfico b), percebe-se que o P. aurelia também cresce mais rapidamente que o P.
caudatum. Essa experiência simples mostra que, se duas espécies possuem exatamente o
mesmo nicho, elas entram em competição por recursos comuns que não existem em
quantidade suficiente para a sobrevivência de ambas. Quando isso ocorre, uma delas, a menos
apta, é eliminada, caracterizando o princípio da exclusão competitiva.

* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, não se pode relacionar a associação lebres-
linces com o princípio de Gause, que como vimos acima envolve seres que possuem o mesmo
nicho ecológico (“ ... possuem o mesmo nicho, ... “). Lebre (presa) e lince (predador) não
possuem o mesmo nicho ecológico.
COMPLEMENTO
A associação envolvendo lebre-lince (gráfico abaixo) representa um caso clássico de
predatismo. Ele mostra que há flutuações periódicas e sincronizadas das duas populações, o
que indica a existência de um controle mútuo. Quando a população de presas (lebres) está
muito grande, os predadores (linces) têm maior oferta de alimento e maior facilidade de
obtenção de nutrientes, com menor “gasto” de energia. Nessa condição, eles podem viver mais
tempo e gerar mais descendentes. Esse aumento torna maior a demanda de alimento, o que
leva à redução da população de presas. Essa redução, por seu turno, leva a que os predadores
tenham maior dificuldade em conseguir alimento, “gastando” mais energia para obtê-lo, vivam
menos tempo e deixem menor número de descendentes, o que leva a uma redução na
população de linces. Sofrendo menos ataque dos predadores, a população de lebres sofre
ampliação, reiniciando seu ciclo. Como se pode notar, presas e predadores controlam-se
mutuamente, mantendo-se em permanente estado de equilíbrio dinâmico.

- AFIRMATIVA 4 4 (“As alternativas adotadas pelos prefeitos europeus e pelos moradores da


vila do IPSEP provocam um aumento da taxa de natalidade em relação à de mortalidade.”) –
FALSA
* As alternativas adotadas pelos prefeitos europeus (“ , prefeitos desesperados chegaram a
soltar predadores naturais dos pombos, como os falcões, para tentar reduzir a população das
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pequenas aves, ... “) e pelos moradores da vila do IPSEP (“ ... é preciso acabar com o abrigo e
a alimentação ... “) provocam um aumento da taxa de mortalidade e não de natalidade, como
consta nesta afirmativa.

18. (UPE-2004) Um agricultor aplicou um defensivo agrícola sobre a sua plantação, afetando
os organismos abaixo. Complete a cadeia alimentar estabelecendo o fluxo de matéria e
energia, identificando os níveis tróficos ocupados pelos organismos.

Assinale o organismo que apresenta maior concentração do pesticida.


a) A planta.
b) O gafanhoto.
c) O sapo.
d) A cobra.
e) O gavião.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“O gavião.”)
- Sequência da cadeia apresentada na figura desta questão: Planta  Gafanhoto  Sapo 
Cobra  Gavião.
JUSTIFICATIVA
* Um grave problema, no mundo de hoje, é o acúmulo, no ambiente, de subprodutos das
indústrias químicas (chumbo, mercúrio, etc.) e de moléculas sintéticas (detergentes, plásticos,
inseticidas, etc.). Não sendo biodegradáveis, eles vão aos poucos se acumulando no meio
ambiente e, quando ingeridos pelos seres vivos, tendem a se concentrar ao longo das cadeias
alimentares, pois, além de não serem metabolizados, são, via de regra, eliminados com
dificuldade. Em face de a redução da biomassa na passagem de um nível trófico para outro, a
concentração desses produtos, no caso desta questão, o pesticida, vão aumentando nos
organismos, ao longo da cadeia. Como consequência, os seres dos últimos níveis tendem a
absorver elevadas concentrações dessas substâncias, que lhes prejudica a saúde. O
fenômeno que descrevemos é conhecido como magnificação trófica.
- Dessa forma, o gavião [consumidor quaternário (quinto e último nível trófico, considerado a
situação apresenta)] dentre os seres que compõem a cadeia em foco, é o que apresenta maior
concentração do pesticida.
- Alternativa correta; E (gavião).

19. (UPE-2002) Analisando o esquema representativo do ciclo do nitrogênio na natureza, o que


você conclui?
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I II
0 0 - A fixação do nitrogênio, que é mediada por cianobactérias e bactérias do solo, por ação
da nitrogenase, é representada pelas etapas D, no esquema.
1 1 – Uma associação de mutualismo, verificada entre leguminosas e bactérias do gênero
Rhizobium, garante produção de amônia como resultado da fixação do nitrogênio atmosférico
pela bactérias.
2 2 – A etapa F, conhecida por nitrificação, é a principal fonte de nitratos do solo que são
produzidos por descargas elétricas atmosféricas.
3 3 – A decomposição de restos orgânicos – plantas, animais e dejetos – representada na
etapa C do esquema, resulta em amônia, numa reação conhecida por desnitrificação.
4 4 – Nitrosação, realizada por bactérias quimiossintéticas, corresponde à transformação de
amônia em nitratos e destes em nitrogênio livre, quer é lançado na atmosfera e reaproveitado
pelas plantas durante a respiração.
GABARITO
FVFFF
CICLO DO NITROGÊNIO
O nitrogênio é encontrado na natureza tanto sob a forma orgânica como sob a forma
inorgânica. Das substâncias orgânicas nitrogenadas, citamos as proteínas, os ácidos nucleicos
e o ATP, moléculas que estão, de certo modo, envolvidas com a “construção”, a coordenação e
o metabolismo energético, o que torna o nitrogênio um elemento essencial à manutenção da
-
vida. No que concerne às formas inorgânicas, destacamos a amônia (NH 3), o nitrito (NO2 ), o
-
nitrato (NO3 ) e o nitrogênio molecular (N2). O ciclo do nitrogênio, figura abaixo, costuma ser
dividido em 4 etapas: fixação do nitrogênio, amonificação (amonização), nitrificação e
desnitrificação.
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I. Fixação do nitrogênio: essa etapa é realizada, principalmente, por um grupo de


microrganismos conhecidos, genericamente, como fixadores de nitrogênio, que tem como
principais representantes as cianobactérias (a Nostoc e a Anabaema, entre outras) e as
bactérias pertencentes aos gêneros Azotobacter, Clostridium e Rhizobium (bacilo radicícola).
As cianobactérias são encontradas, principalmente, na água e em solos encharcados. As
bactérias do gênero Azotobacter e Clostridium vivem livremente no solo, enquanto as do
gênero Rhizobium (esquema a seguir) vivem em associação mutualística com as células das
raízes de certas plantas, principalmente da família das leguminosas (feijão, soja, lentilha,
ervilha, alfafa, amendoim, etc.) onde formam pequenos nódulos. Esses organismos fixadores
são capazes de converter o nitrogênio atmosférico em amônia. Esse processo, denominado
fixação biológica do nitrogênio, possibilita, portanto, a utilização do nitrogênio pelos vegetais. O
Rhizobium funciona como um autêntico adubo vivo, fornecendo ao vegetal os sais de
nitrogênio necessários ao seu desenvolvimento. Em troca, a planta fornece matéria orgânica
para as bactérias, caracterizando uma relação de benefícios mútuos conhecida como
mutualismo.

* Fixação “não biológica”: o nitrogênio molecular atmosférico (N2) pode também reagir com o
- -
O2, formando NO2 (nitrito) ou NO3 (nitrato), em havendo grande fornecimento de energia
como no caso dos relâmpagos. Esse processo, conhecido, especificamente, como fixação
atmosférica, torna, a exemplo da fixação biológica, referida acima, o nitrogênio acessível às
plantas. A pequena quantidade fixada neste processo físico, não disponibiliza quantidade de
compostos de nitrogênio condizentes com a vida, sendo por isso necessária a atuação dos
microrganismos fixadores descritos acima, que promovem a fixação biológica.
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II. Amonificação (amonização): decomposição realizada por certas bactérias (Clostridium,


Bacillus e Proteus) e fungos decompositores, em que o nitrogênio presente, sob a forma
orgânica, no corpo dos animais e dos vegetais mortos, e nas excretas é transformado em
+
amônia (NH3) ou íon amônio (NH4 ). É através desse processo que a maior parte do nitrogênio
retorna ao ambiente, tornando-se disponível para as bactérias e vegetais. Graças à
amonização, o nitrogênio pode passar novamente por processos de nitrificação (nitrosação e
nitratação), como veremos a seguir, a fim de ser assimilado, como mostra o esquema abaixo.

-
III. Nitrificação (figura a seguir): é conversão de amônia em nitrato (NO3 ), passando por nitrito
-
(NO2 ). O nitrato é então incorporado pelas plantas, seguindo a cadeia alimentar.

Embora algumas plantas aproveitem o nitrogênio sob a forma de amônia, a modalidade


-
mais largamente usada é o nitrato (NO3 ). A formação de nitrato, no solo, ocorre graças à ação
conjunta das bactérias nitrosas (dos gêneros Nitrosomonas, Nitrosococcus e Nitrosolobus) e
nítricas (do gênero Nitrobacter). Essas bactérias quimiossintetizantes, conhecidas
genericamente como bactérias nitrificantes, permitem a transformação sequencial da amônia
em nitratos. As Nitrosomonas (as Nitrosococcus e as Nitrosolobus) utilizam a amônia em sua
-
quimiossíntese e liberam o ânion nitrito (NO2 ) como produto. Essa etapa da nitrificação, em
que a amônia é convertida em nitrito, é denominada nitrosação (figura abaixo).

-
O nitrito, em seguida e sob a ação da Nitrobacter, é convertido em nitrato (NO3 ). Essa
etapa da nitrificação, em que o nitrito é convertido em nitrato, é chamada nitratação (figura a
seguir).
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Observa-se, nas reações descritas, que, tanto na nitrosação quanto na nitratação, há


liberação de energia. Essa energia é utilizada pelas referidas bactérias na produção de glicose
a partir de CO2 e H2O, sendo esse processo conhecido como quimiossíntese.
IV. Desnitrificação (denitrificação): decomposição, pelas bactérias desnitrificantes, como a
Pseudomonas desnitrificans, que são anaeróbias, da amônia, do nitrato ou do nitrito, com
liberação de nitrogênio molecular. A desnitrificação representa, em última análise, um escape
do ciclo. Ela devolve para a atmosfera o nitrogênio que foi fixado, fechando o ciclo e
estabilizando a taxa de nitrato do solo. As bactérias desnitrificantes vivem em regiões pobres
em oxigênio, como pântanos, onde a grande atividade decompositora de outras bactérias
consome o oxigênio livre.
Como se pode constatar do exposto acima, quatro categorias de bactérias participam
do ciclo do nitrogênio. (I) Bactérias fixadoras: transformam o nitrogênio atmosférico em amônia.
(II) Bactérias decompositoras: transformam os resíduos nitrogenados orgânicos em amônia.
(III) Bactérias nitrificantes: transformam a amônia em nitritos (nitrosação) e, em seguida, em
nitratos (nitratação). (IV) Bactérias desnitrificantes: transforma amônia, nitritos e nitratos em
nitrogênio molecular, devolvendo-o à atmosfera e fechando o ciclo.
- Identificação das etapas do ciclo do nitrogênio indicadas no esquema desta questão:
* A: fixação biológica.
* B: fixação biológica.
* C: amonificação (amonização).
* D1: nitrosação.
* D2: nitratação.
* E: desnitrificação (denitrificação).
* F:
fixação “não biológica”.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“A fixação do nitrogênio, que é mediada por cianobactérias e bactérias
do solo, por ação da nitrogenase, é representada pelas etapas D, no esquema.”) – FALSA
* A etapa D (D1 e D2) representa a nitrificação [D1 (nitrosação) e D2 (nitratação)] e não fixação
do nitrogênio, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA 1 1 (“Uma associação de mutualismo, verificada entre leguminosas e
bactérias do gênero Rhizobium, garante produção de amônia como resultado da fixação do
nitrogênio atmosférico pela bactérias.”) – VERDADEIRA
* Uma associação mutualística entre leguminosas e bactérias do gênero Rhizobium promove,
realmente, a fixação do nitrogênio, como vimos acima em “fixação do nitrogênio”.
- ALTERNATIVA 2 2 (“A etapa F, conhecida por nitrificação, é a principal fonte de nitratos do
solo que são produzidos por descargas elétricas atmosféricas.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a etapa F não representa a nitrificação e sim a
fixação “não biológica”. A principal fonte de nitratos é, como vimos acima, a nitratação.
- ALTERNATIVA 3 3 (“A decomposição de restos orgânicos – plantas, animais e dejetos –
representada na etapa C do esquema, resulta em amônia, numa reação conhecida por
desnitrificação.”) – FALSA
* A desnitrificação (denitrificação), representada pela etapa E, consiste, ao contrário do que
consta nesta alternativa, na transformação de amônia, nitritos e nitratos em nitrogênio
molecular, devolvendo-o à atmosfera.
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- ALTERNATIVA 4 4 (“Nitrosação, realizada por bactérias quimiossintéticas, corresponde à


transformação de amônia em nitratos e destes em nitrogênio livre, quer é lançado na atmosfera
e reaproveitado pelas plantas durante a respiração.”) – FALSA
* A nitrosação (D1) promove a transformação de amônia em nitrito e não de amônia em nitrato,
como consta nesta alternativa.

20. (UPE-2001) Associação entre organismos.


I II
0 0 – O fenômeno da maré vermelha, causado por certas espécies de algas marinhas
planctônicas, que eliminam substâncias tóxicas e provocam a morte da fauna local, representa
um caso de Amensalismo, uma relação interespecífica desarmônica.
1 1 – A viúva negra (Latrodectus) foi assim denominada pelo fato de que a fêmea devora o
macho após o ato sexual, fenômeno esse chamado de Canibalismo, pois um animal mata e
devora o outro da mesma espécie.
2 2 – As orquídeas e as bromélias são exemplos clássicos de plantas epífitas, ou seja,
vegetais de pequeno porte, que vivem sobre árvores, buscando retirar alimentos e captar a luz
solar.
3 3 – As plantas insetívoras representam os raros casos de Predatismo vegetal,
aprisionamento e digestão de insetos de pequeno porte, o que caracteriza uma relação
desarmônica interespecífica.
4 4 – As hienas acompanham, a distância, os leões e alimentam-se dos restos da caça
desses ativos predadores e representam um exemplo de Comensalismo, uma relação
harmônica intraespecífica, pois não há prejuízo para nenhum dos indivíduos da associação.
GABARITO
VVFVF
- ALTERNATIVA 0 0 (“O fenômeno da maré vermelha, causado por certas espécies de algas
marinhas planctônicas, que eliminam substâncias tóxicas e provocam a morte da fauna local,
representa um caso de Amensalismo, uma relação interespecífica desarmônica.”) –
VERDADEIRA
* AMENSALISMO (ANTIBIOSE OU ALELOPATIA)
- Associação interespecífica desarmônica em que seres de uma população eliminam
substâncias tóxicas que inibem ou impedem o desenvolvimento de indivíduos de outra espécie.
Como exemplo de amensalismo citamos:
I. Maré vermelha (referida nesta alternativa): fenômeno natural causado pelo crescimento
excessivo de algas microscópicas presentes no plâncton marinho, que, num processo
denominado floração, eliminam toxinas para o meio ambiente, provocando grande mortandade
no ambiente marinho. O principal resíduo tóxico liberado é a saxitoxina, substância que
provoca sérios distúrbios nervosos em animais contaminados. Dependendo da espécie de
alga, a mancha escura na água do mar, resultante dessa floração, pode adquirir coloração
vermelha, marrom, laranja, roxa ou amarela. Uma vez que a água nem sempre fica vermelha, o
termo "maré vermelha" vem sendo substituído por "floração de algas nocivas" ou simplesmente
"FAN".
II. Alguns fungos que produzem substâncias químicas (antibióticos) capazes de interromper a
multiplicação das bactérias. É o caso da penicilina, produzida em laboratório por meio do
cultivo do fungo Penicillium notatum. A penicilina e outros antibióticos são largamente utilizados
pela medicina no combate às infecções bacterianas.
- ALTERNATIVA 1 1 (“A viúva negra (Latrodectus) foi assim denominada pelo fato de que a
fêmea devora o macho após o ato sexual, fenômeno esse chamado de Canibalismo, pois um
animal mata e devora o outro da mesma espécie.”) – VERDADEIRA
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* CANINABILISMO
- Associação desarmônica em que um indivíduo mata outro da mesma espécie
(intraespecífica) para se alimentar. O canibalismo surge, muitas vezes, quando ocorre falta
de alimento, devido ao crescimento excessivo da população. Nesses casos, ele passa a ser um
dos fatores que restabelecem o equilíbrio entre a população e o ambiente, funcionando,
portanto, como fator moderador do crescimento populacional. A “viúva negra”, referida nesta
alternativa, é o nome que se dá, em geral, às aranhas do gênero Latrodectus, cujo nome
provém do fato de a fêmea, via de regra, devorar o macho após a cópula.
- ALTERNATIVA 2 2 (“As orquídeas e as bromélias são exemplos clássicos de plantas
epífitas, ou seja, vegetais de pequeno porte, que vivem sobre árvores, buscando retirar
alimentos e captar a luz solar.”) – FALSA
* Epifitismo representa um caso particular de inquilinismo [associação interespecífica
harmônica em que um deles (o inquilino) se beneficia pelo fato de se fixar ou se abrigar no
outro (o hospedeiro), que não é prejudicado nem beneficiado]. Em nossas matas, muitas
plantas, como as orquídeas e as bromélias (figura a seguir), vivem sobre o tronco de árvores
maiores, obtendo, dessa forma, um maior suprimento de luz. Essas plantas utilizam as árvores
apenas como suporte, sem lhes causar quaisquer prejuízos, constituindo-se, dessa forma, um
tipo de inquilinismo denominado epifitismo. Como se pode constatar, as orquídeas e as
bromélias não retiram alimentos da árvore hospedeira, contrariando o que consta nesta
alternativa (” ... , buscando retirar alimentos ...”).

COMPLEMENTO
Não se deve confundir plantas epífitas com plantas parasitas. As últimas introduzem
suas raízes no interior do tronco de outra planta, retirando dela a seiva, da qual se alimentam.
As epífitas, ao contrário, apenas se apoiam na planta hospedeira, ficando numa posição mais
favorável para a obtenção de elementos necessários ao seu metabolismo. As árvores que
apoiam as plantas epífitas não são prejudicadas nem beneficiadas.
- ALTERNATIVA 3 3 (“As plantas insetívoras representam os raros casos de Predatismo
vegetal, aprisionamento e digestão de insetos de pequeno porte, o que caracteriza uma relação
desarmônica interespecífica.”) – VERDADEIRA
* As plantas insetívoras que representa um caso em que o predador é uma planta,
apresentam folhas (figura abaixo) modificadas para a captura e a digestão de insetos,
sendo dotadas de glândulas, cuja secreção é rica em enzimas digestivas. O produto da
digestão dos animais aprisionados é assimilado pelas próprias folhas insetívoras. Como se
pode constatar, o fenômeno envolve planta e inseto (associação interespecífica), com prejuízo
para um deles (relação desarmônica), como consta nesta alternativa.
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- ALTERNATIVA 4 4 (“As hienas acompanham, a distância, os leões e alimentam-se dos


restos da caça desses ativos predadores e representam um exemplo de Comensalismo, uma
relação harmônica intraespecífica, pois não há prejuízo para nenhum dos indivíduos da
associação.”) – FALSA
* A relação referida, em que acompanhado os leões, à distância, as hienas se alimentam dos
restos deixados por eles é, realmente, um exemplo de comensalismo, associação harmônica
interespecífica e não intraespecífica, como consta nesta alternativa.
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VIGÉSIMA-PRIMEIRA BATERIA (BOTÂNICA)

01. (UPE-2002) Analise o desenho abaixo no qual são evidenciados detalhes anatômicos e
histológicos de uma planta.

I II
0 0 – No corte foliar, é possível reconhecer a epiderme, tecido de revestimento e proteção (IA
e ID) e os parênquimas paliçádico (IB) e lacunoso (IC), cujas funções são, respectivamente,
fotossíntese e armazenamento de substância.
1 1 – Pela presença do aparelho reprodutor, podemos deduzir que se trata de uma espécie
monoica, uma vez que contempla tanto gineceu como o androceu (II) na mesma flor.
2 2 – O tecido vascular (III), constituído de vasos crivados que transportam a seiva elaborada,
é chamado xilema.
3 3 – O sistema radicular pivotante (IV), que evidencia os haustório (IVA), tem como função
absorver água e nutrientes do solo.
4 4 – Pelas evidências anatômicas, podemos concluir que se trata de uma planta Traqueófita,
Angiosperma, Dicotiledônea.
GABARITO
FFFFV
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“No corte foliar, é possível reconhecer a epiderme, tecido de revestimento
e proteção (IA e ID) e os parênquimas paliçádico (IB) e lacunoso (IC), cujas funções são,
respectivamente, fotossíntese e armazenamento de substância.”) – FALSA
* Estrutura das folhas: as folhas, em geral, apresentam: epiderme, mesófilo e inervação.
I. Epiderme (figura abaixo): a epiderme, via de regra, é uniestratificada, com células achatadas
que não deixam espaços entre si, exceto ao nível dos estômatos. Essas células apresentam
parede celulósica, podendo ter cutina, cera ou lignina e são desprovidas de cloroplastos,
exceto as estomáticas (células-guarda). Nas folhas, distinguimos duas epidermes (superior e
inferior), com veremos a seguir.
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II. Mesófilo (figura abaixo): tecido clorofiliano limitado pelas epidermes (superior e inferior), e
constituído pelos parênquimas paliçádico e lacunoso (ou esponjoso), ambos clorofilados e
dotados de atividade fotossintetizante.

III. Inervação: as nervuras são representadas pelos feixes liberolenhosos.


- Identificação das estruturas indicadas na figura (I), desta questão.
* IA: epiderme superior (tecido de proteção e revestimento).
* IB: parênquima paliçádico (tecido fotossintetizante).
* IC: parênquima lacunoso ou esponjoso (tecido fotossintetizante).
* ID: epiderme inferior (tecido de proteção e revestimento).
- Ao contrário do que consta nesta alternativa, o parênquima lacunoso não atua no
armazenamento de substância. A exemplo do parênquima paliçádico, ele é um tecido
fotossintetizante.
- ALTERNATIVA 1 1 (“Pela presença do aparelho reprodutor, podemos deduzir que se trata de
uma espécie monoica, uma vez que contempla tanto gineceu como o androceu (II) na mesma
flor.”) – FALSA
* Flor: que tem sua origem a partir das gemas floríferas do caule e funciona como aparelho
reprodutor das fanerógamas, pode ser definida como um conjunto de folhas modificadas,
denominadas antófilos. Uma flor típica, completa, apresenta um pedúnculo floral (pedicelo),
eixo que sustenta a flor e um receptáculo floral, dilatação do ápice do pedúnculo, onde se
inserem os quatro verticilos (ou elementos) florais (cálice, corola, androceu e gineceu ou
pistilo). O cálice (constituído por sépalas que, geralmente, apresentam cor verde) e a corola
(constituída por pétalas, estruturas, em geral, delicadas e coloridas), juntos, tomam o nome de
perianto, cuja função é proteger os dois outros componentes, o androceu (órgão masculino,
formado por estames ou microsporófilos) e o gineceu (órgão feminino, formado por carpelos,
também denominado pistilos ou megasporófilos), que representam as partes reprodutoras
propriamente ditas. As flores desprovidas de uma ou mais das partes mencionadas acima são
ditas incompletas, sendo o caso das flores aperiantada, monoperiantada e díclina.
I. Aperiantada ou aclamídea: desprovida, simultaneamente de cálice e colora.
II. Monoperiantada ou monoclamídea: possui apenas um dos verticilos do perianto, cálice ou
corola.
III. Díclina ou unissexuada: possui apenas um dos verticilos de reprodução o androceu ou o
gineceu. Sendo, portanto, masculina (se possui apenas o androceu) ou feminina (se possui
apenas o androceu).
OBSERVAÇÃO: a flor monóclina ou bissexuada possui androceu e gineceu. Via de regra, as
flores monóclinas possuem mecanismos que dificultam ou impedem a autofecundação,
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propiciando a fecundação cruzada, que aumenta a variabilidade gênica. Entre esses


mecanismos, citamos a dicogamia e a hercogamia.
I. Dicogamia: fenômeno em que ocorre o amadurecimento dos órgãos sexuais em tempos
diferentes, impedindo, em condições naturais, a polinização direta (autopolinização ou
autogamia). Quando ocorre, primeiramente, o amadurecimento do androceu (papo-de-peru,
compostas, etc.), as flores são conhecidas como protândricas. Quando ocorre, primeiramente,
o amadurecimento do gineceu (salvia, crucíferas, etc.), as flores são denominadas protóginas.
II. Hercogamia: fenômeno em que a disposição dos carpelos e dos estames impede a queda
do pólen no estigma da mesma flor, como ocorre na íris, por exemplo.
* Quando as plantas apresentam apenas flores monóclinas ou bissexuadas [dotadas de
androceu e gineceu, como no caso da estrutura indicada na figura (II), desta questão], são
denominadas, especificamente, hermafroditas e não monoicas, como consta nesta alternativa.
As plantas são ditas, especificamente, monoicas quando apresentam flores com estames
(masculinas) e flores com carpelos (femininas). Possuem, portanto, flores díclinas
(unissexuadas) em um mesmo indivíduo. Este não o caso da planta mostrada na figura.
- ALTERNATIVA 2 2 (“O tecido vascular (III), constituído de vasos crivados que transportam a
seiva elaborada, é chamado xilema.”) – FALSA
* Os vasos crivados ou vasos liberianos (indicados por III, na figura, desta questão),
componentes do floema, transportam a seiva elaborada e não a seiva bruta, como consta nesta
alternativa.
- ALTERNATIVA 3 3 (“O sistema radicular pivotante (IV), que evidencia os haustório (IVA), tem
como função absorver água e nutrientes do solo.”) – FALSA
* A estrutura indicada por IVA, na figura desta questão, evidencia os pelos absorventes e não
os haustórios, como consta nesta alternativa.
COMPLEMENTO
I. Pelos absorventes: são expansões laterais das células epidérmicas da raiz [zona pilífera
(região de absorção ou dos pelos absorventes)], que ampliam a sua superfície de absorção.
Eles têm, portanto, origem exógena, como mostra a figura a seguir.

II. Haustórios: são estruturas presentes nas raízes sugadoras, que penetram na planta
parasitada, de onde extraem os nutrientes. As plantas hemiparasitas (semiparasitas), como a
erva-de-passarinho, extraem do hospedeiro a seiva bruta, como a qual realizam a fotossíntese
em suas próprias folhas. As plantas holoparasitas, como o cipó-chumbo, por outro lado,
retiram, do hospedeiro, a seiva já elaborada.
- ALTERNATIVA 4 4 (“Pelas evidências anatômicas, podemos concluir que se trata de uma
planta Traqueófita, Angiosperma, Dicotiledônea.”) – VERDADEIRA
* As evidências anatômicas apresentadas na figura desta questão mostram que se trata,
realmente, de uma planta traqueófita (dotada de vasos condutores), angiosperma (dotada de
fruto, exclusivo das angiospermas) e dicotiledônea [dois cotilédones nas sementes, raiz axial
pivotante (mostrada na figura), folhas peninérveas (mostrada na figura), flores pentâmeras ou
tetrâmeras, vasos liberianos e lenhosos reunidos em feixes dentro do cilindro central, etc.
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02. (UPE-2004) Analise as afirmativas sobre a ação dos hormônios vegetais.


I II
0 0 - Os floricultores costumam cortar ramos e colher flores, colocá-los em água e pulverizá-
los com citocinina, para que durem mais, uma vez que esse hormônio retarda o
envelhecimento celular.
1 1 - As donas de casa costumam fazer cortes na casca do mamão verde e embrulhá-lo em
jornal, isso provoca a liberação e o acúmulo do gás etileno, que acelera a maturação do fruto.
2 2 - Os fruticultores costumam fazer a “poda de produção”, para aumentar o número de
ramos, flores e frutos, removendo-se a gema apical, um centro ativo de produção de citocinina,
inibidora do crescimento das gemas laterais. Ao se cortar a gema apical, as gemas laterais
saem do estado de dormência e se desenvolvem, sob estímulo de outro hormônio, o etileno.
3 3 - A partenocarpia comercial, visando à obtenção de frutos sem sementes, pode ser obtida
pela pulverização de auxina sobre as flores não fecundadas, onde há desenvolvimento dos
ovários e formação de frutos partenocárpicos.
4 4 - Durante secas prolongadas, as plantas da caatinga perdem as folhas e há dormência das
gemas apicais pelo aumento na produção de giberelina. Com a chegada das chuvas, há
diminuição desse hormônio e aumento do ácido abscísico, responsável pela quebra da
dormência.
GABARITO
VVFVF
CITOCININAS
A denominação “citocinina” se deve ao fato de elas estimularem o crescimento,
acelerando as mitoses (“citocineses”). Elas são abundantes em locais da planta em que há
grande proliferação celular, como sementes em germinação, frutos, folhas em desenvolvimento
e extremidades de raízes, bem como nas regiões de cicatrização do ferimento das plantas. Sua
produção ocorre, principalmente, nas raízes e a sua condução, para toda a planta, é feita
através do xilema. Embriões, frutos jovens e folhas também produzem citocininas. Elas atuam,
em última análise, estimulando a divisão e a diferenciação celular; na diferenciação e no
crescimento de raízes; induzindo o desenvolvimento de gemas laterais e retardando o
envelhecimento da planta. Em associação com as auxinas, elas atuam, também, no controle da
dominância apical, exercendo efeitos antagônicos. Neste contexto, enquanto as auxinas, que
descem pelo caule, inibem o desenvolvimento das gemas laterais, as citocininas, provenientes
das raízes, estimulam essas gemas a se desenvolverem. Dessa forma, removendo-se a gema
apical cessa a ação das auxinas e as citocininas induzem o desenvolvimento das gemais
laterais. As citocininas também atuam retardando o envelhecimento da planta. Assim sendo,
flores e ramos, quando cortados e colocados na água envelhecem pela falta desses
hormônios. A colocação de citocinina na agua retarda o envelhecimento dessas estruturas, que
passam a durar muito mais tempo. Por isso, as citocininas são conhecidas como hormônios
antienvelhecimento. Valendo-se desse expediente, é prática comum no comércio de plantas,
pulverizar citocinina sobre as flores recém-colhidas, a fim retardar seu envelhecimento
ETILENO
Hormônio gasoso, produzido por diferentes tecidos das raízes, dos caules, das flores e
dos frutos, que mesmo em doses muito pequenas, atua como importante regulador natural de
processos fisiológicos normais das plantas, como a indução da floração, a indução da abscisão
e a estimulação da maturação dos frutos, que veremos mais adiante. Ele pode ser endógeno
(produzido pela própria planta), difundindo-se pelos espaços intercelulares, ou exógeno (de
origem externa). Dentre as funções do etileno destacamos:
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I. Indução da floração: algumas plantas, como a macieira e a mangueira, entre outras, podem
entrar em floração com a queima de serragem e de palha, por exemplo, que tem o etileno
como produto da queima.
II. Indução da abscisão (queda): neste caso, atua estimulando a síntese de celulase, enzima
que destrói as paredes celulares, acelerando, como consequência a queda das folhas, flores e
frutos. Essa abscisão é mais acentuada em folhas mais velhas, carentes em auxinas. As
baixas concentrações do gradiente de auxinas nessas folhas permitem a expressão do etileno,
que sensibiliza as células da zona de abscisão.
III. Estimulação do processo de amadurecimento de frutos: são conhecidos os fatos que uma
maçã ferida ou podre libera etileno, que induz a maturação e apodrecimento de frutos sadios. É
sabido, também, que uma banana madura libera etileno que provoca o amadurecimento de
outras bananas. Uma importante prática desse conhecimento é o armazenamento de frutos
para exportação, cujo amadurecimento se deseja retardar. Neste caso, as câmaras devem ser
mantidas com elevada taxa de CO2, que efeito antagônico ao etileno. Essas câmaras devem,
também, conter pequena taxa de O2 e baixas temperaturas, que inibem a síntese do etileno.
AUXINA
É o mais conhecido hormônio vegetal, sendo o ácido indolacético (AIA), o mais
importante deles. A principal ação auxina é promover o crescimento da planta, determinando a
distensão celular e, estimulando, com menor frequência, as divisões celulares. Sua produção
ocorre, principalmente, nas gemas apicais, nas folhas jovens, nos frutos e nas sementes. O
transporte de auxina, que “consome” energia, ocorre, em parte através dos vasos condutores,
principalmente floema, e em parte pelos parênquimas. Esse transporte é polarizado. No caule,
ele ocorre do ápice para a base (direção basípeta), enquanto na raiz ele se faz da base para o
ápice (direção acrópeta). Dentre as funções da auxina, além do papel importante que elas
exercem nos movimentos vegetais, destacamos:
I. Dominância apical (maior desenvolvimento da planta podada): o AIA produzido pela gema
apical, ao se distribuir caule abaixo, inibe a atividade das gemas laterais, localizadas nas axilas
das folhas, fazendo com que essas gemas fiquem em dormência. Fenômeno denominado
dominância apical. Eliminando-se a gema apical, as laterais deixem seu estado de dormência e
ramos laterais são produzidos. Essa é, exatamente, a técnica utilizada nas podas, onde a
eliminação das gemas apicais dos ramos quebra a dormência, levando a que se ramifique
graças ao desenvolvimento de vários “brotos” laterais.
II. Formação do fruto: o AIA estimula o desenvolvimento do ovário, uma vez que, formadas as
sementes, elas passam a produzir esse hormônio. Há, por outro lado, frutos que se
desenvolvem sem sementes (frutos partenocárpicos), como banana, laranja baía, limão-taiti,
etc. Artificialmente, a partenocarpia pode ser obtida aplicando-se uma solução de AIA no ovário
da flor.
III. Enraizamento de estacas: a maior obtenção de percentagem de “pega” de estacas, pode
ser conseguida banhando-as por algum tempo, antes de plantá-las, numa solução de auxina. A
solução pode, igualmente, ser usada, também, para regar as estacas após o plantio. As
auxinas atuam, neste caso, estimulando as regiões cortadas ou feridas, levando ao
desenvolvimento de meristemas responsáveis pela formação de novas raízes.
GIBERELINAS
As giberelina foram descobertas por volta de 1926, quando o botânico Kurosawa
constatou que plantas de arroz parasitadas pelo fungo Gibberella fujikuroi, cresciam
exageradamente por alongamento do caule. Cultivando-se o referido fungo em laboratório,
percebeu-se que a aplicação do seu extrato ou do meio de cultura, onde ele havia se
desenvolvido, às plantas normais de arroz, elas mostraram um crescimento semelhante às
plantas parasitadas pelo fungo. O isolamento desse novo fator de crescimento, denominado
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giberelina, só ocorreu por volta de 1935. Estudo dessa substância, retomado na década de 50,
levaram ao conhecimento de sua forma estrutural. São conhecidos, atualmente, inúmeras
giberelinas, das quais a mais comum é o ácido giberélico, conhecido por AG3. As giberelinas,
produzidas na zona apical, nos frutos e nas sementes, ocorrem em doses muito pequenas em
órgãos novos, sementes em germinação e meristemas. Foi constatado que plantas
geneticamente anãs, que receberam pulverização de giberelinas, passaram a apresentar um
bom desenvolvimento, chegando a um tamanho normal. Elas também estimulam o
desenvolvimento de frutos, mesmo na ausência de fecundação, levando à formação de frutos
sem sementes, a exemplo das auxinas. Elas atuam, ainda, na quebra de dormência de
sementes, ativando a produção de enzimas que permitem a utilização das substâncias de
reserva, como o amido, por exemplo. Dessa forma, elas podem ser utilizadas como
fertilizantes, já que, quebrando a dormência das sementes, promovem o crescimento do
embrião e a emergência da plântula. Resumindo, podemos dizer que as giberelinas têm como
principais funções incrementar o crescimento dos talos; interromper o período de latência das
sementes fazendo-as germinar, induzir a brotação de gemas e promover o desenvolvimento
dos frutos, ao contrário do ácido abscísico.
ÁCIDO ABSCÍSICO
Produzido nas folhas, no caule e no ápice radicular é uma das substâncias agrupadas
sob a denominação de inibidores de crescimento da planta (hormônios vegetais que podem
atuar como antagonistas de outros hormônios). Ele induz a dormência das sementes (inibindo
sua germinação, em contraste com o ácido abscísico) e das gemas; induz a abscisão (queda)
das folhas, das flores e dos frutos, impedindo, dessa forma, o desenvolvimento, o alongamento
de raízes, o brotamento das gemas e a germinação. Ele age “moderando” o papel das auxinas
e das giberelinas, dificultando o desenvolvimento e impedindo, dessa forma, que a planta siga
sua evolução muito rápida. Ele atua, também, induzindo o fechamento dos estômatos em
resposta à diminuição do conteúdo hídrico.
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Os floricultores costumam cortar ramos e colher flores, colocá-los em
água e pulverizá-los com citocinina, para que durem mais, uma vez que esse hormônio retarda
o envelhecimento celular.”) – VERDADEIRA
* Ver trecho (“... . As citocininas também atuam retardando o envelhecimento da planta. Assim
sendo, flores e ramos, quando cortados e colocados na água envelhecem pela falta desses
hormônios. A colocação de citocinina na agua retarda o envelhecimento dessas estruturas, que
passam a durar muito mais tempo. ... “), contido em “CITOCININAS”.
- AFIRMATIVA 1 1 (“As donas de casa costumam fazer cortes na casca do mamão verde e
embrulhá-lo em jornal, isso provoca a liberação e o acúmulo do gás etileno, que acelera a
maturação do fruto.”) – VERDADEIRA
* Ver “... . Estimulação do processo de amadurecimento de frutos: ... “, contido em “ETILENO“.
- AFIRMATIVA 2 2 (“Os fruticultores costumam fazer a “poda de produção”, para aumentar o
número de ramos, flores e frutos, removendo-se a gema apical, um centro ativo de produção
de citocinina, inibidora do crescimento das gemas laterais. Ao se cortar a gema apical, as
gemas laterais saem do estado de dormência e se desenvolvem, sob estímulo de outro
hormônio, o etileno.”) – FALSA
* Esta afirmativa trata de dominância apical, na qual não há participação do etileno. Ver trechos
[“... Dominância apical (maior desenvolvimento da planta podada): o AIA produzido pela gema
apical, ao se distribuir caule abaixo, inibe a atividade das gemas laterais, localizadas nas axilas
das folhas, fazendo com que essas gemas fiquem em dormência. Fenômeno denominado
dominância apical. Eliminando-se a gema apical, as laterais deixem seu estado de dormência e
ramos laterais são produzidos. Essa é, exatamente, a técnica utilizada nas podas, onde a
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eliminação das gemas apicais dos ramos quebra a dormência, levando a que se ramifique
graças ao desenvolvimento de vários “brotos” laterais.”], contido em “AUXINA“ e (“ ... Em
associação com as auxinas, elas atuam, também, no controle da dominância apical, exercendo
efeitos antagônicos. Neste contexto, enquanto as auxinas, que descem pelo caule, inibem o
desenvolvimento das gemas laterais, as citocininas, provenientes das raízes, estimulam essas
gemas a se desenvolverem. Dessa forma, removendo-se a gema apical cessa a ação das
auxinas e as citocininas induzem o desenvolvimento das gemais laterais. ... “), contido em
“CITOCININAS“.
- AFIRMATIVA 3 3 (“A partenocarpia comercial, visando à obtenção de frutos sem sementes,
pode ser obtida pela pulverização de auxina sobre as flores não fecundadas, onde há
desenvolvimento dos ovários e formação de frutos partenocárpicos.”) – VERDADEIRA
* Ver formação do fruto (“... Artificialmente, a partenocarpia pode ser obtida aplicando-se uma
solução de AIA no ovário da flor. “), contido em “AUXINA“
- AFIRMATIVA 4 4 (“Durante secas prolongadas, as plantas da caatinga perdem as folhas e há
dormência das gemas apicais pelo aumento na produção de giberelina. Com a chegada das
chuvas, há diminuição desse hormônio e aumento do ácido abscísico, responsável pela quebra
da dormência.”) – FALSA
* A giberelina não está relacionada com a queda das folhas, como consta nesta alternativa.
Essa é uma das atividades do ácido abscísico e do etileno. Ver o trechos [“; ... induz a
abscisão (queda) das folhas, das flores e dos frutos, ... ‘], contido em “ÁCIDO ABSCÍSICO“ e
[... Indução da abscisão (queda): neste caso, atua estimulando a síntese de celulase, enzima
que destrói as paredes celulares, acelerando, como consequência a queda das folhas, flores e
frutos. Essa abscisão é mais acentuada em folhas mais velhas, carentes em auxinas. ... “],
contido em “ETILENO“.
- A quebra da dormência mencionada nesta afirmativa (“... aumento do ácido abscísico,
responsável pela quebra da dormência.”) não está relacionada com o ácido abscísico e sim
com as giberelinas. Ver trecho (“... elas podem ser utilizadas como fertilizantes, já que,
quebrando a dormência das sementes, promovem o crescimento do embrião e a emergência
da plântula. ... “), contido em “GIBERELINAS“. O ácido abscísico induz a dormência da
semente, como se pode constatar no trecho [“ ... induz a dormência das sementes (inibindo sua
germinação, em contraste com o ácido abscísico) ... “], contido em “ÁCIDO ABSCÍSICO“.

03. (UPE-2004) Analise a figura abaixo e responda.

a) As setas 1, 2 e 3 representam, respectivamente, o limbo, o pecíolo e a bainha, e as setas 4


e 5 apontam estruturas constituídas por vasos crivados e feixes líbero-lenhosos que conduzem
a seiva elaborada através de um processo de coesão-tensão.
b) As estruturas 4 e 5 conduzem a água que vem do solo através das raízes e do caule, até às
estruturas, representadas pela seta 6, que se fecham, caso haja baixa disponibilidade de água
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na planta, mesmo com luz disponível para a fotossíntese, evitando, dessa forma, a perda de
água por transpiração.
c) Os estômatos (seta 6), presentes na face inferior da folha, têm função de difundir os gases
respiratórios durante a fotossíntese e a respiração celular, além de eliminar a água da planta
nos processos de transpiração e sudação.
d) O estômato apresenta estrutura epidérmica, formada por duas células ricas em cloroplastos
(seta 9), denominadas de células companheiras (seta 8).
e) Os estômatos se fecham quando há excesso de água na planta, visto que as células ficam
túrgidas, diminuindo a curvatura entre estas e fechando o ostíolo, representado pela seta 10.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“As estruturas 4 e 5 conduzem a água que vem do solo através das raízes e do caule, até às
estruturas, representadas pela seta 6, que se fecham, caso haja baixa disponibilidade de água
na planta, mesmo com luz disponível para a fotossíntese, evitando, dessa forma, a perda de
água por transpiração.”)
FOLHA
Órgão vegetativo laminar e clorofilado, que tem como função principal realizar a
fotossíntese. Elas promovem, também, outras atividades importantes como a respiração, a
transpiração e a gutação ou sudação, que consiste na eliminação de gotículas de água por
estruturas bem definidas, existentes nas bordas das folhas, denominadas hidatódios ou
estômatos aquíferos. As folhas completas apresentam limbo, pecíolo e bainha (figura abaixo).

I. Limbo: expansão laminar verde e dotada de nervuras, resultantes dos feixes liberolenhosos.
A grande superfície das folhas é importante para que a planta apresente um bom desempenho
fotossintético. O limbo apresenta uma face ventral, superior, geralmente brilhante e uma dorsal,
inferior, geralmente fosca e percorrida por nervuras salientes.
II. Pecíolo: é o pedúnculo, geralmente cilíndrico, que sustenta o limbo e se insere no caule,
quer diretamente, ou através da bainha. Ele pode ser longo, como nas folhas de mamoeiro, ou
curto, como nas folhas da goiabeira. O pecíolo representa, em última análise, um
prolongamento da nervura central (ou principal), que sustenta o limbo.
III. Bainha: parte basal e achatada da folha, que a prende ao caule, sendo raramente
encontrada nas folhas das dicotiledôneas. Nas monocotiledôneas, a bainha pode se
desenvolver bastante e abraçar o caule, formando o pseudocaule, como nas bananeiras.
Embora ocorram variações na estrutura das folhas, podemos considerar, em
geral, as seguintes partes: epiderme, mesófilo e inervação.
I. Epiderme (figura a seguir): via de regra, é uniestratificada, com células achatadas que não
deixam espaços entre si, exceto ao nível dos estômatos. Essas células apresentam parede
celulósica, podendo ter cutina, cera ou lignina e são desprovidas de cloroplastos, exceto as
estomáticas (células-guarda). Nas folhas, distinguimos duas epidermes (superior e inferior).
Lembramos que plantas xerófitas podem apresentar epiderme constituída por várias camadas
de células (pluriestratificada).
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II. Mesófilo (figura abaixo): tecido clorofiliano limitado pelas epidermes (superior e inferior),
sendo constituído dos parênquimas paliçádico e lacunoso (ou esponjoso). No mesófilo,
encontram-se o xilema e o floema (tecidos condutores).

III. Inervação: as nervuras são representadas pelos feixes liberolenhosos.


ESTÔMATO
São formações que exercem grande importância nas trocas gasosas entre os tecidos
internos das plantas e o meio externo, além de atuar no controle de saída de água da planta,
sob a forma gasosa (transpiração). Embora numerosos nas folhas, são também encontrados
nos caules herbáceos. Cada estômato (figura a seguir) é formado por duas células reniformes,
clorofiladas, que se tocam pelos polos, chamadas células estomáticas (ou células-guarda).
Essas células delimitam um poro regulável, denominado ostíolo (fenda ou poro estomático),
que estabelece comunicação entre o ambiente externo e as estruturas internas da planta.
Abaixo do ostíolo, localiza-se uma cavidade (câmara subestomática), situada entre células
muito atuantes do parênquima clorofilado. A parede da célula-guarda voltada para o ostíolo é
espessa, enquanto a parede oposta é delgada, importante no processo de transpiração. Ao
lado de cada célula estomática, existe outra célula, chamada célula anexa (companheira ou
subsidiária).

O diâmetro do ostíolo varia de acordo com o estado de turgescência das células-


guarda. Sempre que ocorre acúmulo de água no interior dessas células (o que geralmente
indica excesso de água nos tecidos da planta), o diâmetro do ostíolo aumenta. Isso leva a uma
maior eliminação de água para o meio externo, sob a forma de vapor (transpiração). Desse
modo, o vegetal mantém seus tecidos com a quantidade conveniente de água. Quando a
planta está desidratada, os estômatos se fecham, cessando a eliminação do vapor de água.
Com esse expediente, o vegetal regula seu conteúdo hídrico. O fechamento dos estômatos não
impede apenas a perda de vapor de água pelas folhas, mas também impede a entrada de
dióxido de carbono. Certa quantidade de CO2, entretanto, é produzida pela planta durante a
respiração, e, com a disponibilidade de luz, o dióxido de carbono pode ser utilizado para a
manutenção de um nível muito baixo de fotossíntese mesmo quando os estômatos estão
fechados. A tabela abaixo resume a influência da intensidade luminosa, da concentração de
CO2 no mesófilo (“meio da folha”) e da disponibilidade de água, no funcionamento dos
estômatos.
COMPORTAMENTO
FATORES
DOS ESTÔMATOS
Intensidade de luz Alta Abre
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Baixa Fecha
Alta Fecha
Concentração de CO2 no mesófilo
Baixa Abre
Alta Abre
Disponibilidade de água
Baixa Fecha
HIDATÓDIO/SUDAÇÃO
Hidatódios ou estômatos aquíferos (figura a seguir) são estruturas encontradas nos
bordos de algumas folhas (morangueiro, tomateiro, etc.) que se assemelham aos estômatos
comuns (estômatos aeríferos). O espaço onde deveria existir a câmara subestomática é
ocupado por um tecido de preenchimento chamado epitema, no qual terminam os vasos
lenhosos que aí liberam a água e os sais minerais, que serão eliminados na forma de gotículas.
Pelos hidatódios, ocorre a eliminação da água no estado líquido, fenômeno conhecido como
sudação ou gutação. A sudação é particularmente mais evidente quando a absorção de água é
intensa (solo rico em água) e a transpiração é baixa (umidade relativa de ar elevada e
temperatura relativamente baixa).

A figura abaixo mostra uma folha em processo de gutação.

- Para maiores detalhes ver ÓRGÃOS DE AREJAMENTO VEGETAL, matéria publicada, no dia
11/09/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“As setas 1, 2 e 3 representam, respectivamente, o limbo, o pecíolo e a
bainha, e as setas 4 e 5 apontam estruturas constituídas por vasos crivados e feixes líbero-
lenhosos que conduzem a seiva elaborada através de um processo de coesão-tensão.”) –
INCORRETA
* Conquanto as setas 1, 2 e 3 representem, respectivamente, o limbo, o pecíolo e a bainha,
conforme consta nesta alternativa, as setas 4 e 5 apontam estruturas constituídas por vasos
lenhosos e não por vasos crivados (vasos liberianos), contrariando o contido nesta alternativa.
- ALTERNATIVA B (“As estruturas 4 e 5 conduzem a água que vem do solo através das raízes
e do caule, até às estruturas, representadas pela seta 6, que se fecham, caso haja baixa
disponibilidade de água na planta, mesmo com luz disponível para a fotossíntese, evitando,
dessa forma, a perda de água por transpiração.”) – CORRETA
* As estruturas 4 e 5 conduzem a água que constitui a seiva bruta ou mineral, como consta
nesta alternativa. A estrutura apontada pela seta 6 (estômato) atua, como vimos acima, nas
trocas gasosas entre os tecidos internos das plantas e o meio externo e no controle de saída
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de água da planta, sob a forma gasosa (transpiração). No diz respeito à relação entre o
fechamento dessa estrutura e a baixa disponibilidade de água, ver tabela acima e explicação
da alternativa E.
- ALTERNATIVA C [“Os estômatos (seta 6), presentes na face inferior da folha, têm função de
difundir os gases respiratórios durante a fotossíntese e a respiração celular, além de eliminar a
água da planta nos processos de transpiração e sudação.”] – INCORRETA
* A sudação, como vimos acima, é feita pelos hidatódios e não pelos estômatos, como consta
nesta alternativa.
- ALTERNATIVA D [“O estômato apresenta estrutura epidérmica, formada por duas células
ricas em cloroplastos (seta 9), denominadas de células companheiras (seta 8).”] – INCORRETA
* As duas células ricas em cloroplastos, que compõem os estômatos, são denominadas células
estomáticas (ou células-guarda), como vimos acima, e não células companheiras (anexas ou
subsidiarias), como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA E (“Os estômatos se fecham quando há excesso de água na planta, visto que
as células ficam túrgidas, diminuindo a curvatura entre estas e fechando o ostíolo,
representado pela seta 10.”) – INCORRETA
* Mecanismo (ou movimento) hidroativo de fechamento e abertura dos estômatos: toda vez que
as células-guarda (células estomáticas) acumulam um elevado teor de água, tendem,
naturalmente, por turgescência, a aumentar seu volume. Sendo as paredes dessas células
mais espessas na parte que delimitam o ostíolo que na parte oposta, as partes mais finas da
membrana se afastam, principalmente no sentido vertical. A parte resistente, não se
amoldando, é repuxada para dentro (no sentido horizontal). Isso, ocorrendo em ambas as
células-guarda, determina a abertura do ostíolo. Resumindo, podemos afirmar que estômato
murcho acarreta o fechamento do ostíolo e que estômato túrgido leva à abertura da fenda
estomática (ver figura a seguir). Para saber mais ver ÓRGÃOS DE AREJAMENTO VEGETAL,
matéria publicada, no dia 11/09/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”

* Com base no exposto, podemos concluir que os estômatos se abrem quando há um excesso
de água na planta, ao contrário do que consta nesta alternativa.

04. (UPE-2005) Sobre a morfologia vegetal, analise as afirmativas.


I II
0 0 - O coqueiro apresenta um tronco aéreo, tipo estipe, ereto, geralmente não ramificado,
com uma coroa de folhas apenas no ápice.
1 1 - Drupas são frutos carnosos com endocarpo duro.
2 2 - A sâmara é um fruto, cuja parede do ovário forma expansões aladas.
3 3 - O umbuzeiro é uma árvore, cujas raízes adventícias formam túberas especializadas no
armazenamento da água.
4 4 - As raízes suporte, encontradas em plantas de milho, são raízes secundárias
responsáveis pela melhor fixação destas plantas ao solo.
GABARITO
FVVFF
JUSTIFICATIVA
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- AFIRMATIVA 0 0 (“O coqueiro apresenta um tronco aéreo, tipo estipe, ereto, geralmente não
ramificado, com uma coroa de folhas apenas no ápice.”) – FALSA
* A expressão “O coqueiro apresenta um tronco aéreo, tipo estipe, ... “ está incorreta, em
função de tronco ser um tipo de caule. O certo seria “O coqueiro apresenta um caule aéreo,
tipo estipe, ... “.
- AFIRMATIVA 1 1 (“Drupas são frutos carnosos com endocarpo duro.”) – VERDADEIRA
* As drupas são, realmente, frutos carnosos, com endocarpo duro, como consta nesta
afirmativa.
- Drupa: fruto carnoso, indeiscente, formado de ovário com um só carpelo (unicarpelar).
Citamos como exemplos a manga, o abacate, a cereja, o pêssego, a azeitona e o coco-da-
baía.
- AFIRMATIVA 2 2 (“A sâmara é um fruto, cuja parede do ovário forma expansões aladas.”) –
VERDADEIRA
* A sâmara é um fruto, cuja parede do ovário forma expansões aladas, como consta nesta
afirmativa.
- Sâmara: fruto seco, indeiscente, com uma só semente, com pericarpo (parede do fruto)
dotado de projeções aliformes (aladas) que facilitam a dispersão pelo vento. Citamos como
exemplos o pau-d’alho e a begônia.
- AFIRMATIVA 3 3 (“O umbuzeiro é uma árvore, cujas raízes adventícias formam túberas
especializadas no armazenamento da água.”) – FALSA
* O umbuzeiro (Spondias tuberosa) é uma planta xerófila, nativa do Nordeste brasileiro. Seu
sistema radicular possui uma estrutura de túbera ou batata, denominada de xilopódio, que além
de água, armazena amido, glicose, mucilagem, ácidos, etc., substâncias que utilizados pelo
sertanejo nos períodos de estiagem.
- AFIRMATIVA 4 4 (“As raízes suporte, encontradas em plantas de milho, são raízes
secundárias responsáveis pela melhor fixação destas plantas ao solo.”) – FALSA
* Raízes suportes ou escoras: raízes aéreas que se originam do caule (adventícias) e se
dirigem para o solo, onde penetram e sofrem ramificações, aumentando a fixação e a
capacidade de absorção do vegetal. Não se tratam, portanto, de raízes secundárias, como
consta nesta afirmativa. A figura abaixo mostra a raiz escora do milho.

COMPLEMENTO
- Raízes adventícias: originam-se diretamente de caule ou de folhas, de onde se dirigem para o
solo, atuando como elemento auxiliar de fixação e de absorção do vegetal. Como exemplos,
citamos as raízes formadas a partir das folhas de fortuna; as raízes laterais do sistema
radicular fasciculado; as raízes escoras do milho (figura acima) e as raízes da samambaia
(figura a seguir), que se originam do rizoma (caule subterrâneo).
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05. (UPE-2005) Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, frutos considerados do tipo
baga, drupa e seco, respectivamente.
a) Laranja - goiaba - milho.
b) Pêssego - abacate - noz.
c) Castanha-portuguesa - morango - soja.
d) Uva - manga - feijão.
e) Abacaxi - maçã - arroz.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Uva - manga - feijão.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Laranja - goiaba - milho.”) – INCORRETA
* Laranja: baga.
* Goiaba: baga.
* Milho: seco (cariopse ou grão).
- ALTERNATIVA B (“Pêssego - abacate - noz.”) – INCORRETA
* Pêssego: drupa.
* Abacate: drupa.
* Noz: fruto seco indeiscente, com pericarpo resistente (muito duro), coriáceo e com uma só
semente no seu interior (carvalho, salvia, avela, noz, castanha-portuguesa, etc.).
- ALTERNATIVA C (“Castanha-portuguesa - morango - soja.”) – INCORRETA
* Castanha-portuguesa: noz (ver alternativa B).
* Morango: a polpa do morango é um pseudofruto, resultante do desenvolvimento do
receptáculo floral. Os frutos verdadeiros do morango (figura abaixo), também conhecidos como
frutículos (fruto do tipo aquênio), correspondem aos pequenos pontos escuros que se
encontram na sua superfície.

* Soja: seco (vagem ou legume).


- ALTERNATIVA D (“Uva - manga - feijão.”) – CORRETA
* Uva: baga.
* Manga: drupa.
* Feijão: seco (vagem ou legume).
- ALTERNATIVA E (“Abacaxi - maçã - arroz.”) – INCORRETA
* Abacaxi: pseudofruto múltiplo. Nele, as partes comestíveis são os receptáculos florais
hipertrofiados das diversas flores (figura a seguir).
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COMPLEMENTO
- Os frutos múltiplos ou sinantocarpados (jaca, abacaxi, fruta-pão, figo, amora, cacho de uvas,
espiga de milho, etc.), resultam não de uma única flor, mas de várias flores situadas umas
próximas das outras (inflorescência), que foram fecundadas. Esse tipo de fruto é também
chamado de infrutescência (ver figura anterior).
* Maçã: pseudofruto que se desenvolve do receptáculo flora, que acumula reservas e se
transforma na parte comestível. O verdadeiro fruto (figura abaixo) é uma pequena “bolsa”
interna que abriga as sementes.

* Arroz: seco (cariopse ou grão).

O quadro a seguir mostra tipos de frutos, com suas principais caracteristicas e


exemplos.

FRUTO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Carnoso, indeiscente, formado de ovário Tomate, uva, mamão,
com um ou mais carpelos, frequentemente melancia, pepino,
Baga
com muitas sementes, sem caroço. goiaba, laranja e
berinjela.
Carnoso, indeiscente, formado de ovário Manga, abacate, cereja,
Drupa com um só carpelo, geralmente com uma pêssego, azeitona e
única semente, encerrada em um caroço. coco-da-baía.
Seco, indeiscente, contendo apenas uma Castanha de caju, erva-
Aquênio semente, presa ao pericarpo por apenas doce, girassol e figo
um ponto (funículo). (cada “bolinha interna”).
Seco, indeiscente, com uma semente, cujo
Cariopse ou
pericarpo está firmemente aderido ao redor Trigo, milho e arroz.
grão
de todo o tegumento da semente.
Seco, indeiscente, com uma só semente,
com pericarpo dotado de projeções Pau-dalho e begônia.
Sâmara
aliformes (aladas) que facilitam a dispersão
pelo vento.
Noz Seco, indeiscente, com pericarpo Carvalho e salvia.
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resistente, coriáceo e com uma só


semente.
Seco, deiscente, derivado de um único
Folículo carpelo, que se abre por uma fenda Magnólia e esporinha.
longitudinal.
Seco, deiscente, derivado de um único
Vagem ou
carpelo, que se abre através de duas Feijão, soja e ervilha.
legume
fendas longitudinais.
Seco, deiscente, que se desenvolve de dois
ou mais carpelos, normalmente com várias Fumo, azálea, algodão,
sementes e com diferentes modos de íris e papoula.
Cápsula
deiscência: septicida (azálea e fumo),
loculicida (algodão e íris), poricida
(papoula), etc.
06. (UPE-2005) No segundo filme do Senhor dos Anéis, observa-se que, em determinadas
cenas, algumas árvores eram capazes de andar na floresta. Sabe-se que as árvores não
andam, entretanto, está cientificamente comprovado que as plantas realizam movimento.
Desse modo, analise, sob o aspecto científico, as afirmativas sobre o movimento realizado
pelas plantas.
I II
0 0 - Nastismos são movimentos realizados pela planta, devido a estímulos do ambiente,
porém esses movimentos não são em direção à fonte do estímulo.
1 1 - A curvatura do caule em direção a uma fonte de luz deve-se a um movimento nastismo
positivo, quando a planta procura a fonte de luz.
2 2 - O dobramento do caule, voltando-se para uma fonte unidirecional de luz, deve-se ao fato
das células da região não iluminada se alongarem mais do que as da região iluminada.
3 3 - O movimento realizado pela planta em direção a uma fonte de estímulo do ambiente é
conhecido como tropismo.
4 4 - O contato da raiz pivotante com o solo provoca o movimento de tactismo positivo,
fazendo com que a raiz se direcione para o interior do solo.
GABARITO
VFVVF
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Nastismos são movimentos realizados pela planta, devido a estímulos do
ambiente, porém esses movimentos não são em direção à fonte do estímulo.”) –
VERDADEIRA
- NASTISMO
* Movimento não efetuado na direção do estímulo, como consta nesta afirmativa. Dessa forma,
ao contrário do que ocorre no tropismo, a estrutura que realiza esse movimento não se
aproxima nem se afasta do agente estimulador. Como exemplos de nastismo citamos: (a)
folhas da Mimosa pudica, popularmente conhecida como sensitiva ou dormideira, que se
dobram quando tocada, retornando depois à posição inicial; (b) o aprisionamento de insetos
pelas folhas das plantas insetívoras; (c) a abertura e o fechamento dos estômatos e (d) flores,
como as da vitória-régia e as da onze-horas, que apresentam, diariamente, alternância de
abertura e fechamento. Em todos esses casos, embora haja resposta a um estímulo, a direção
da resposta independe da orientação do fator estimulante.
- AFIRMATIVA 1 1 (“A curvatura do caule em direção a uma fonte de luz deve-se a um
movimento nastismo positivo, quando a planta procura a fonte de luz.”) – FALSA
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* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a curvatura do caule em direção a uma fonte de
luz é um tropismo (fototropismo) e não um nastismo.
- TROPISMO
* Movimento por crescimento, não acompanhado por deslocamento, apresentado, pelos
caules, raízes e folhas, em resposta a estímulos ambientais e orientados por eles. Dessa
forma, ao contrário do que ocorre no nastismo, a estrutura que realiza o tropismo cresce em
direção à fonte do estímulo (tropismo positivo) ou cresce em direção oposta à referida fonte
(tropismo negativo), aproximando-se ou afastando-se, respectivamente, do agente estimulador.
- AFIRMATIVA 2 2 (“O dobramento do caule, voltando-se para uma fonte unidirecional de luz,
deve-se ao fato das células da região não iluminada se alongarem mais do que as da região
iluminada.”) – VERDADEIRA
* O dobramento do caule, voltando-se para uma fonte unidirecional de luz, mencionado nesta
afirmativa se constitui um exemplo de fototropismo positivo. Trata-se de um crescimento
resultante da ação direta de auxinas (hormônios vegetais ou fitormônios) sobre o alongamento
celular, que migram para o lado menos iluminado, como mostra a figura abaixo. Dessa forma,
como consta nesta afirmativa, as células do lado não iluminado (ou menos iluminado) se
alongam mais que as do lado iluminado, fazendo com que o caule se curve em direção à fonte
luminosa.

- AFIRMATIVA 3 3 (“O movimento realizado pela planta em direção a uma fonte de estímulo
do ambiente é conhecido como tropismo.”) – VERDADEIRA
* Tropismo é, como consta nesta afirmativa, o movimento realizado pela planta em direção a
um estímulo externo.
- AFIRMATIVA 4 4 (“O contato da raiz pivotante com o solo provoca o movimento de tactismo
positivo, fazendo com que a raiz se direcione para o interior do solo.”) – FALSA
* O movimento descrito nesta afirmativa é um tropismo e não um tactismo.
- TACTISMO (TAXISMO)
* Movimento por deslocamento orientado, em resposta aos estímulos, que ocorrem em
anterozoides, que apresentam quimiotactismo positivo para determinadas substâncias
produzidas pelas oosferas, garantindo, dessa forma, o encontro das células sexuais; em
bactérias e em algas unicelulares, por exemplo. Dessa forma, a resposta (ocorrência do
movimento), sempre depende da origem e da direção do estímulo aplicado.

07. (UPE–2006) Sobre as características morfológicas dos vegetais, analise as afirmativas


abaixo.
I II
0 0 - Na bananeira, o caule subterrâneo, do tipo rizoma, torna-se visível na produção e na
sustentação do cacho de banana.
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1 1 - O caule da batata-doce, denominado de túbera, é especializado no armazenamento de


substâncias de reservas.
2 2 - A palma, cactácea utilizada para alimentação do gado no período de seca no Sertão,
apresenta o tronco do tipo cladódio.
3 3 - A castanha de caju é um fruto indeiscente do tipo aquênio.
4 4 - O grão de milho e o grão de girassol são tipos de frutos secos deiscentes.
GABARITO
VFFVF
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Na bananeira, o caule subterrâneo, do tipo rizoma, torna-se visível na
produção e na sustentação do cacho de banana.”) – VERDADEIRA
* Rizomas: caules subterrâneos, mais ou menos cilíndricos, que apresentam desenvolvimento
horizontal abaixo da superfície da terra. Emitem, a partir da gema apical ou das gemas laterais,
ramos aéreos e raízes adventícias, que assumem a função de fixação e de absorção.
Exemplos: bananeira (figura abaixo), samambaia, gengibre (usado como tempero na cozinha
oriental), íris, espada de São Jorge, etc. Na bananeira, a parte aérea é constituída por folhas
dotadas de bainha bem desenvolvidas que, unidas, formam o pseudocaule. Uma única vez na
vida de uma bananeira, um ramo caulinar cresce para fora do solo, dentro do conjunto de
folhas, e forma, em seu ápice, uma inflorescência que se transforma em um cacho com várias
“pencas” de bananas.

- AFIRMATIVA 1 1 (“O caule da batata-doce, denominado de túbera, é especializado no


armazenamento de substâncias de reservas.”) – FALSA
*Ao contrário do que consta nesta alternativa, a batata-doce é raiz (raiz tuberosa ou tubérculo
radicular) e não caule.
COMPLEMENTO
Raiz tuberosa ou tubérculo radicular: raiz bem desenvolvida devido ao acúmulo de
substâncias nutritivas, principalmente na forma de grãos de amido, na raiz principal ou nas
raízes secundárias. As substâncias armazenadas são utilizadas durante a floração e a
produção de frutos pelas plantas. Como exemplos de tubérculo na raiz principal, citamos a
cenoura e a beterraba (figuras a seguir), bem como, o nabo e o rabanete.

Como exemplos de tubérculo nas raízes secundárias, citamos a batata-doce (figura ao


abaixo), a mandioca e a dália. Lembramos que a batatinha (batata-inglesa) é um caule.
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- AFIRMATIVA 2 2 (“A palma, cactácea utilizada para alimentação do gado no período de seca
no Sertão, apresenta o tronco do tipo cladódio.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, cladódio é um caule modificado e não um
tronco, que, em verdade, é um tipo de caule.
COMPLEMENTO
Cladódios: são caules modificados, presentes em cactos como a palma e adaptados à
realização da fotossíntese e ao armazenamento de água. As plantas que os possuem
perderam as folhas no curso da evolução, geralmente como adaptação a regiões de clima
seco. A ausência de folhas permite à planta economizar parte da água que seria perdida por
evaporação, e a sua superfície aumentada lembra suculentas folhas. A natureza caulinar dos
cladódios, entretanto, pode ser comprovada pela formação de flores. A figura ao abaixo mostra
o cladódio de uma cactácea.

O quadro a seguir mostra tipos de frutos, com suas principais caracteristicas e


exemplos.

FRUTO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Carnoso, indeiscente, formado de ovário Tomate, uva, mamão,
com um ou mais carpelos, frequentemente melancia, pepino,
Baga
com muitas sementes, sem caroço. goiaba, laranja e
berinjela.
Carnoso, indeiscente, formado de ovário Manga, abacate, cereja,
Drupa com um só carpelo, geralmente com uma pêssego, azeitona e
única semente, encerrada em um caroço. coco-da-baía.
Seco, indeiscente, contendo apenas uma Castanha de caju, erva-
Aquênio semente, presa ao pericarpo por apenas doce, girassol e figo
um ponto (funículo). (cada “bolinha interna”).
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Seco, indeiscente, com uma semente, cujo


Cariopse ou
pericarpo está firmemente aderido ao redor Trigo, milho e arroz.
grão
de todo o tegumento da semente.
Seco, indeiscente, com uma só semente,
com pericarpo dotado de projeções Pau-dalho e begônia.
Sâmara
aliformes (aladas) que facilitam a dispersão
pelo vento.
Seco, indeiscente, com pericarpo
Noz resistente, coriáceo e com uma só Carvalho e salvia.
semente.
Seco, deiscente, derivado de um único
Folículo carpelo, que se abre por uma fenda Magnólia e esporinha.
longitudinal.
Seco, deiscente, derivado de um único
Vagem ou
carpelo, que se abre através de duas Feijão, soja e ervilha.
legume
fendas longitudinais.
Seco, deiscente, que se desenvolve de dois
ou mais carpelos, normalmente com várias Fumo, azálea, algodão,
sementes e com diferentes modos de íris e papoula.
Cápsula
deiscência: septicida (azálea e fumo),
loculicida (algodão e íris), poricida
(papoula), etc.

COMPLEMENTO
De acordo com a deiscência os frutos podem ser deiscentes e indeiscentes.
I. Frutos deiscentes: são aqueles que se abrem naturalmente, quando maduros, para
liberar as sementes (feijão, ervilha, fumo, algodão, papoula, etc.).
II. Frutos indeiscentes: são aqueles que não se abrem naturalmente para liberar as
sementes (uva, goiaba, manga, abacate, pêssego, azeitona, tomate, etc.). Nos frutos
indeiscentes, as sementes são liberadas quando da decomposição do pericarpo.
- AFIRMATIVA 3 3 (“A castanha de caju é um fruto indeiscente do tipo aquênio.”) –
VERDADEIRA
* Como mostra o quadro acima, a castanha de caju é, realmente, um fruto indeiscente do tipo
aquênio.
- AFIRMATIVA 4 4 (“O grão de milho e o grão de girassol são tipos de frutos secos
deiscentes.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o grão de milho (cariopse ou grão) e o girassol
(aquênio) são frutos secos indeiscentes (ver quadro acima).

08. (UPE–2006) Estabeleça a associação entre cada tecido vegetal listado na coluna I e as
características apresentadas na coluna II.
COLUNA I
1. Periciclo
2. Xilema
3. Floema
4. Colênquima
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5. Esclerênquima
COLUNA II
( )Tecido complexo formado por vários tipos de células, dentre elas os elementos de vasos e
os traqueídeos.
( ) Tecido de sustentação formado por células vivas, com paredes espessas, constituídas de
celulose, pectina e outras substâncias.
( ) Tecido responsável pela formação de raízes laterais.
( ) Tecido mecânico de sustentação, constituído por células com paredes espessas, ricas em
celulose e lignina.
( ) Tecido complexo formado por vários tipos de células, dentre elas destacam-se as células
com placas crivadas.
Assinale a alternativa que contempla a sequência correta das associações entre as colunas.
a) 3, 4, 1, 2, 5.
b) 5, 2, 3, 1, 4.
c) 2, 4, 1, 5, 3.
d) 2, 4, 3, 5, 1.
e) 5, 2, 3, 4, 1.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“2, 4, 1, 5, 3.”)
JUSTIFICATIVA
1. Periciclo: constituído por uma ou mais camadas de células dispostas, como uma lâmina, ao
redor do cilindro vascular, separando-o do endoderma (figura abaixo). As raízes laterais
(secundárias) são formadas do periciclo, razão pela qual ele também é denominado camada
rizogênica.

2. Xilema: tem como componentes os vasos condutores (elementos de vaso e traqueídes),


células parenquimatosas e fibras esclerenquimatosas. Os elementos de vaso e traqueídes são,
portanto, os elementos verdadeiramente condutores. Nas pteridófitas e nas gimnospermas são
encontrados apenas traqueídes. Nas angiospermas, por outro lado, ocorrem traqueídes e
elementos de vaso.
3. Floema ou líber: constituído, fundamentalmente, por dois tipos de células os tubos crivados
(vasos liberianos) e as células companheiras (células anexas), como e pode constatar na figura
a seguir. Os tubos crivados são as estruturas verdadeiramente condutoras. As células anexas
contribuem para a sobrevivência dos vasos liberianos, fornecendo-lhes substâncias
necessárias ao seu metabolismo.
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4. Colênquima: o tecido colenquimático é constituído por células vivas, geralmente clorofiladas,


cujas paredes apresentam reforços de celulose e pectina (um polissacarídeo). Apesar de ser
um tecido de sustentação, o colênquima não dá grande rigidez à estrutura da planta, sendo
responsável pela flexibilidade e elasticidade dos caules herbáceos. Por serem vivas, as células
do colênquima podem continuar a desenvolver paredes espessadas flexíveis enquanto o órgão
está se alongando.
5. Esclerênquima: nas partes velhas das plantas, as células do colênquima podem sofrer
lignificação (impregnação por lignina), transformando-se em esclerênquima, tecido muito
resistente, formado por “células” mortas na maturidade, que desempenha, melhor que o
colênquima, a função de sustentação. Essas “células” apresentam paredes espessadas, ricas
em celulose e lignina. Os dois principais tipos de células que constituem o esclerênquima são
as fibras (longas e delgadas) e os esclereídeos ou esclereídes (variáveis na forma e
geralmente ramificados), que podem ocorrer isolados ou em grupos por todo o tecido
fundamental. As chamadas fibras liberianas, tais como o cânhamo, a juta e o linho, são
provenientes de caules de dicotiledôneas. Os esclereídeos formam o tegumento de muitas
sementes, as cascas das nozes e o caroço (endocarpo) das drupas (manga, abacate, azeitona,
ameixa, etc.).

09. (UPE–2006) A figura esquemática abaixo representa um corte longitudinal do óvulo de uma
angiosperma. Entre as estruturas do óvulo indicadas pelas setas numeradas, assinale aquela
responsável pela formação do embrião.

a) 1 - antípodas.
b) 2 - núcleo polar.
c) 3 - sinérgides.
d) 4 - oosfera.
e) 5 - saco embrionário.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“4 - oosfera.”)
- O óvulo é uma formação globoide peduncular, presa à parede do ovário. Em um óvulo
desenvolvido, podemos distinguir as seguintes partes: funículo, tegumentos (primina e
secundina), micrópila, hilo, nucela (ou nucelo), chalaza (ou calaza) e saco embrionário
(evidenciado na figura abaixo).
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I. Funículo: pedúnculo, constituído de feixes condutores, que liga o óvulo ao ovário.


II. Tegumentos: são dois envoltórios, sendo o externo denominado primina e o interno
chamado secundina.
III. Micrópila: pequena abertura, limitada pelos dois tegumentos (primina e secundina). É
através da micrópila que os anterozoides penetram durante a fecundação.
IV. Hilo: ponto de inserção do óvulo no funículo.
V. Nucela: parênquima central limitado pelos tegumentos (primina e secundina).
VI. Chalaza: base da nucela, sendo a região onde nascem os tegumentos e coincide com o
ponto de ramificação dos vasos.
VII. Saco embrionário (destacado na figura constante desta questão): localizado no interior da
nucela, representa o gametófito feminino (figura a seguir). Ele apresenta no polo próximo à
micrópila, três células, sendo a central chamada oosfera (gameta feminino) e as laterais,
denominadas sinérgides. No polo oposto à micrópila, encontram-se três outras, chamadas
antípodas. Na região central do saco embrionário, encontram-se dois núcleos polares,
formando a célula central. Como podemos constatar, o saco embrionário apresenta oito
núcleos, contidos em sete células.

- Por ocasião da fecundação das angiospermas, que é dupla, o primeiro anterozoide, formando
por ocasião da germinação do grão de pólen (ver complemento abaixo), fecunda a oosfera,
levando à formação do zigoto, célula diploide (2n), que vai constituir o embrião. O segundo
anterozoide, formando, a exemplo do primeiro, durante a germinação do grão de pólen, funde-
se com os dois núcleos polares, formando uma célula triploide (3n) que dará origem ao
albúmen ou endosperma, tecido de reserva da semente. Após essa dupla fecundação, ocorre a
degeneração dos cinco núcleos restantes (três antípodas e duas sinérgides), presentes no
saco embrionário. Após a fecundação, a flor murcha, perdendo, em geral, cálice, corola e
androceu, permanecendo apenas o ovário, que se desenvolve e dá origem ao fruto
propriamente dito.
COMPLEMENTO
I. Germinação do grão de pólen: chegando ao estigma, o pólen é retido e germina, produzindo
o tubo polínico, que cresce ao longo do estilete e atinge o ovário, onde se encontra o óvulo. No
interior do óvulo, há o saco embrionário, dotado de oito núcleos (três antípodas, dois núcleos
polares, duas sinérgides e uma oosfera), como mostramos acima. Durante a formação do
referido tubo, o núcleo germinativo se divide por mitose, originando dois núcleos gaméticos
(primeiro e segundo anterozoides). Dessa forma, o tubo polínico passa a ter três núcleos
haploides (um vegetativo e dois gaméticos), como mostra a figura seguir. O núcleo vegetativo,
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que fica na extremidade e sofre degeneração posteriormente, organiza o crescimento do tubo


polínico.

II. Nas gimnospermas, cujos representantes mais conhecidos são os pinheiros (figura abaixo),
os ciprestes e as sequoias a fecundação é simples (apenas um dos dois núcleos espermáticos
é funcional), ao contrário do que ocorre com as angiospermas, que, como vimos acima, é um
processo duplo. Durante a germinação do pólen, a célula germinativa (generativa ou geradora
ou reprodutiva) se divide por mitose e produz duas células-filhas haploides (n), a célula estéril e
a célula espermatogênica, que sofre nova mitose produzindo duas células espermáticas
(gametas masculinos). Ao atingir a oosfera, o núcleo de uma das células espermáticas se
funde com o núcleo da oosfera produzindo o ovo ou zigoto (2n) e a outra célula degenera.

- Para maiores detalhes ver POLINIZAÇÃO E FECUNDAÇÃO NAS ESPERMATÓFITAS,


matéria publicada, no dia 28/11/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
JUSTIFICATIVA
* Como se pode constatar do exposto acima, a estrutura, presente no ovulo, especificamente
no saco embrionário, que responde pela formação do embrião é a de número 4 [oosfera
(gameta feminino)].
* ALTERNATIVA D.

10. (UPE–2006) Durante o ciclo de vida de uma Pteridófita, encontram-se diversas estruturas
morfológicas próprias de cada fase, destacadas pela numeração abaixo.

Identifique, nesse ciclo, essas estruturas e assinale a alternativa correta.


a) 1-folíolo, 2-rizoide, 3-esporângio, 4-protalo, 5-arquegônio, 6-anterídio.
b) 1-fronde, 2-rizoma, 3-soro, 4-protonema, 5-arquegônio, 6-anterídio.
c) 1-fronde, 2-rizoma, 3-esporângio, 4-protalo, 5-anterídio, 6-arquegônio.
d) 1-filoide, 2-rizoide, 3-caliptra, 4-protonema, 5-gametófito feminino, 6-gametófito masculino.
e) 1-fronde, 2-radícula, 3-soro, 4-protalo, 5-conceptáculo, 6-propágulo.
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ALTERNATIVA CORRETA: C
(“1-fronde, 2-rizoma, 3-esporângio, 4-protalo, 5-anterídio, 6-arquegônio.”)
PTERIDÓFITAS
As pteridófitas constituem um grupo mais complexo que as briófitas, tendo
como representantes muito conhecidos as samambaias e as avencas, bastante
utilizadas como plantas ornamentais. As pteridófitas apresentam raiz, caule e folhas,
bem diferenciadas, sendo desprovidas de flores, e muitas delas são epífitas, ou seja,
vivem sobre outras plantas sem lhe causar prejuízos. Hoje apresentam poucas
espécies e de tamanhos geralmente reduzidos, já tiveram, entretanto, seu apogeu na
era paleozoica. No ciclo reprodutivo das pteridófitas, a diplofase, representada pelo
esporófito, é mais desenvolvida que a haplofase, representada pelo gametófito.
Enquanto o esporófito (produtor de esporos), é o indivíduo permanente, o gametófito
(produtor de gametas), denominado prótalo, é apenas uma estrutura verde cordiforme,
quase microscópica e de pequena duração. Em certas épocas do ano, observam-se,
na parte inferior de certas folhas das pteridófitas, formações escuras denominadas
soros (figura abaixo), que em algumas espécies podem se apresentar cobertas por
uma membrana chamada indúsio ou indúsia. As folhas portadoras de soros são
denominadas esporófilos, enquanto as outras, não produtoras dessas estruturas,
tomam o nome de tropófilos e têm papel importante na assimilação. Na figura,
percebe-se também báculo (folha jovem recurvada), rizoma (caule subterrâneo que se
desenvolve paralelamente à superfície do solo) e raízes adventícias (originárias do
caule).

Liberado e caindo em solo favorável, o esporo (haploide) se divide, por mitose,


dando origem ao prótalo, estrutura verde e cordiforme (em forma de coração) que,
como vimos acima, representa o gametófito (figura a seguir). Quando maduro, o
prótalo bissexuado contém os gametângios masculino e feminino, denominados,
respectivamente, anterídio e arquegônio.

No interior do anterídio, formam-se vários anterozoides e, no interior do


arquegônio, apenas uma oosfera. Depois de liberados, os anterozoides nadam na
água que fica retida na face inferior do prótalo até o gametângio feminino, penetram
nele e um deles fecunda a oosfera, resultando o ovo ou zigoto (2n). Essa célula
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diploide desenvolve-se, a princípio, a custa do prótalo (n), originando o esporófito (2n)


ou pteridófita propriamente dita, que reinicia o ciclo, como mostra a figura a seguir, que
é um esquema do ciclo de vida de uma pteridófita isosporada.

No exemplo descrito acima, foi considerado um gametófito bissexuado. Há


casos, porém, de prótalos (gametófitos) unissexuados. Em algumas pteridófitas
(Selaginella, Salvinia, Marsilea, etc.), formam-se dois tipos de esporângios,
denominados macro ou megasporângios, que dão origem a esporos grandes (macro
ou megásporos) e microsporângios, que formam esporos pequenos ou micrósporos.
Germinando, os megásporos formam prótalos (gametófitos) femininos, portadores de
arquegônio, enquanto os micrósporos produzem prótalos (gametófitos) masculinos,
portadores de anterídio. Os anterozoides, formados nos anterídios quando liberados,
nadam até o gametófito feminino, penetram no arquegônio, e um deles fecunda a
oosfera. A célula-ovo resultante desenvolve-se sobre o gametófito feminino e dá
origem a uma nova planta (esporófito), que reinicia o ciclo. Quando há produção de
um único tipo de esporo, dizemos que o organismo apresenta isosporia. Quando, por
outro lado, há produção de dois tipos diferentes de esporos (macrósporos e
micrósporos), fala-se em heterosporia.
Muitas pteridófitas se reproduzem assuadamente por brotamento. Nesse processo, o
rizoma cresce e, a intervalos regulares, forma pontos vegetativos que dão origem a novas
plantas. A separação dos organimos recém-surgidos ocorre por fragmentação ou
decomposição do rizoma em regiões situadas entre os mencionados pontos vegetativos.
- Para saber mais ver BRIÓFITAS E PTERIDÓFITAS (CRIPTÓGAMOS), matéria publicada, no
dia 07/11/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- Identificação das estruturas indicadas na figura desta questão.
1. Fronde (folhas das pteridófitas).
2. Rizoma (caule subterrâneo).
3. Esporângio (produtor de esporos).
4. Protalo (gametófito).
5. Anterídio (gametângio masculino).
6. Arquegônio (gametâgio feminino).
- ALTERNATIVA CORRETA: C

11. (UPE–2008) O bambu é uma planta da família das gramíneas, com ampla utilização na
construção civil, na construção de pontes, edificações, pisos, paredes e forros. É também
utilizado como planta ornamental e em peças de decoração. Existem em torno de 40 espécies
na América Latina, incluindo o Brasil. Assinale a alternativa que contém características desse
vegetal.
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a) Possui caule não ramificado, do tipo colmo oco, com nítida divisão de nós e entrenós.
b) Suas raízes são do tipo axial ou pivotante, pois ela é uma planta do grupo das
dicotiledôneas.
c) Por ser oco, o seu caule não possui tecidos de condução de seiva xilema e floema. Desse
modo, a condução ocorre por difusão célula a célula.
d) A madeira do bambu é muito resistente, e, em corte transversal, podemos distinguir anéis de
crescimento concêntricos na estrutura maciça.
e) Colênquima e esclerênquima são tecidos de sustentação ausentes em monocotiledôneas,
como o bambu, razão por que a sua utilização em edificações não é adequada.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Possui caule não ramificado, do tipo colmo oco, com nítida divisão de nós e entrenós.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA A (“Possui caule não ramificado, do tipo colmo oco, com nítida divisão de nós e
entrenós.”) – VERDADEIRA
* O bambu possui, realmente, caule tipo colmo oco (ver descrição a seguir).
* Colmo: caule cilíndrico, que apresenta uma nítida divisão entre os nós e os entrenós (gomos),
sendo desprovido de ramificações e característico das gramíneas. O colmo pode ser oco
(fistuloso), como no bambu, ou cheio (maciço), como na cana-de-açúcar (figura abaixo).

- AFIRMATIVA B (“Suas raízes são do tipo axial ou pivotante, pois ela é uma planta do grupo
das dicotiledôneas.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa o bambu é uma monocotiledônea, sendo dotada
de raiz fasciculada ou em cabeleira.
- Raiz fasciculada ou em “cabeleira”: caracteriza-se por não apresentar raiz primária, que
degenera cedo. Ela é constituída por raízes adventícias, originárias do caule, de cuja base
parte um grande número de raízes laterais e relativamente finas. A raiz fasciculada representa
o sistema radicular das monocotiledôneas.
- AFIRMATIVA C (“Por ser oco, o seu caule não possui tecidos de condução de seiva xilema e
floema. Desse modo, a condução ocorre por difusão célula a célula.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, o bambu apresenta tecidos de condução (xilema
e floema).
- AFIRMATIVA D (“A madeira do bambu é muito resistente, e, em corte transversal, podemos
distinguir anéis de crescimento concêntricos na estrutura maciça.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, o caule do bambu não apresenta anéis de
crescimento concêntricos (zonas concêntricas sucessivas de xilema).
COMPLEMENTO
- Madeiras originárias de regiões temperadas (estações do ano são bem marcadas), cada anel
é conhecido como anel anual (“fornece a idade” da planta).
- AFIRMATIVA E (“Colênquima e esclerênquima são tecidos de sustentação ausentes em
monocotiledôneas, como o bambu, razão por que a sua utilização em edificações não é
adequada.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, o bambu apresenta colênquima e esclerênquima
e sua utilização em edificações é adequada como consta no enunciado desta questão (“ ... ,
ampla utilização na construção civil, na construção de pontes, edificações, ... “).
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12. (UPE–2008) No Hino de Pernambuco, nossos coqueiros são exaltados por seu porte e
beleza.

“Salve ó terra dos altos coqueiros,


De beleza soberbo estendal!
Nova Roma de bravos guerreiros,
Pernambuco imortal! Imortal!”

Muitos pesquisadores afirmam que o coqueiro Cocus nucifera é originário da Índia e teria
chegado à nossa costa de forma natural, flutuando na água do mar. Em relação à classificação
taxonômica e à morfologia dessa espécie vegetal, que adorna o litoral brasileiro, é correto
afirmar que:
a) É classificado como uma gimnosperma da família das palmeiras, podendo chegar até a 25
metros de altura.
b) O caule é do tipo estipe e as raízes axiais, com eixo principal profundo, responsável pela
sustentação do alto tronco do vegetal.
c) O seu fruto é do tipo simples, classificado como drupa. A dispersão ocorre pela água,
quando o fruto flutua, graças ao seu mesocarpo rico em fibras, que retém ar no seu interior.
d) A água e a parte branca comestíveis do interior do fruto correspondem ao mesocarpo
carnoso.
e) As folhas pinadas, flores pentâmeras e frutos secos indeiscentes (não se abrem
espontaneamente, quando maduros) encontram-se inseridos em um mesmo ponto, no alto do
caule.
AFIRMATIVA CORRETA: C
(“O seu fruto é do tipo simples, classificado como drupa. A dispersão ocorre pela água, quando
o fruto flutua, graças ao seu mesocarpo rico em fibras, que retém ar no seu interior.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA A (“É classificado como uma gimnosperma da família das palmeiras, podendo
chegar até a 25 metros de altura.”) – INCORRETA
* O coqueiro Cocos nucifera é uma monocotiledônea e não uma gimnosperma, como consta
nessa afirmativa.
- AFIRMATIVA B (“O caule é do tipo estipe e as raízes axiais, com eixo principal profundo,
responsável pela sustentação do alto tronco do vegetal.”) – INCORRETA
* Embora o caule do coqueiro Cocus nucifera seja do tipo estepe, como consta nesta
afirmativa, ele não possui raiz axial e sim fasciculada (em cabeleira).
- Estipe (figura abaixo): tipo de caule que, apesar de apresentar um grande desenvolvimento e
ser resistente, é desprovido de ramificações. Em seu ápice, observa-se um “tufo” de folhas,
que se prende diretamente a ele. O caule tipo estipe é encontrado nas palmeiras em geral
(palmito, carnaubeira, babaçu, coqueiro-da-baía, etc.).
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- Raiz fasciculada ou em “cabeleira”: caracteriza-se por não apresentar raiz primária, que
degenera cedo. Ela é constituída por raízes adventícias, originárias do caule, de cuja base
parte um grande número de raízes laterais e relativamente finas. A raiz fasciculada representa
o sistema radicular das monocotiledôneas.
- Raiz axial ou pivotante é aquela que possui um eixo principal (raiz principal) bastante
desenvolvido, que penetra verticalmente no solo. Suas ramificações (raízes secundárias,
terciárias, etc.) são menos desenvolvidas e se dispõem obliquamente em relação à principal.
As raízes pivotantes (sistema radicular pivotante), que são características das dicotiledôneas e
das gimnospermas, penetram profundamente no solo.
- AFIRMATIVA C (“O seu fruto é do tipo simples, classificado como drupa. A dispersão ocorre
pela água, quando o fruto flutua, graças ao seu mesocarpo rico em fibras, que retém ar no seu
interior.”) – CORRETA
* O fruto do coqueiro Cocus nucifera é realmente um tipo simples, classificado como drupa e
sua dispersão ocorre graças ao seu mesocarpo rico em fibras.
COMPLEMENTO
- Drupa: fruto simples, carnoso, indeiscente, formado a partir de um ovário com um só carpelo
(unicarpelar). Citamos como exemplos: manga, abacate, cereja, pêssego, azeitona e coco-da-
baía.
- Fruto simples: são os mais numerosos, podendo se originar de um único carpelo (ovário
unicarpelar), como a manga e o abacate, ou de vários carpelos unidos (ovário gamocarpelar),
de uma mesma flor, como a laranja, o tomate e o mamão.
- Fruto/coco-da-baía: os frutos são exclusivos das angiospermas e se originam do ovário
fecundado e desenvolvido. Eles se constituem, basicamente, de duas partes: pericarpo e
semente (figura a seguir).

I. Pericarpo: representado pelas paredes do fruto. Nele, podemos notar três camadas
(epicarpo, mesocarpo e endocarpo). O epicarpo é a porção externa e provém da epiderme
inferior da folha. O mesocarpo é a porção mediana e tem sua origem a partir do mesófilo
(parênquima foliar). Via de regra, ele é a parte do fruto que sofre maior desenvolvimento,
acumulando e sintetizando substâncias nutritivas. O endocarpo é a porção interna e provém da
epiderme superior da folha.
II. Semente: óvulo fecundado e desenvolvido no interior dos frutos. Compõe-se de duas partes
(tegumento e amêndoa). O tegumento provém do envoltório do óvulo e tem por função proteger
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o embrião. A amêndoa é constituída de embrião e albúmen ou endosperma. O endosperma


contém substância alimentícia de reserva para a germinação do embrião ou plântula, que é a
parte essencial da semente. O embrião consta de quatro partes: radícula, caulículo,
cotilédone(s) e gêmula. A radícula desenvolve-se, dando origem à raiz. O caulículo dá origem
ao hipocótilo, parte inicial do caule, situado abaixo do cotilédone. Os cotilédones são folhas
temporárias que funcionam na digestão, absorção e armazenamento de alimento do
endosperma, sendo de grande importância para o embrião, antes e durante a germinação. A
gêmula dá origem à parte superior do caule, o epicótilo, situado acima do cotilédone, bem
como às primeiras folhas.
A figura abaixo mostra o pericarpo e a semente no coco-da-baía, objeto desta questão.

I. Epicarpo: porção externa (casca) e lisa.


II. Mesocarpo: porção mediana (espessa e fibrosa).
III. Endocarpo: porção interna (casca dura, que protege a única semente).
IV. Endosperma (albúmen) líquido (reserva alimentar). Provém da fusão do segundo
anterozoide com os dois núcleos polares (mesocistos), formando uma célula triploide (3n).*
V. Endosperma (albúmen) sólido (reserva alimentar). Provém da fusão do segundo anterozoide
com os dois núcleos polares (mesocistos), formando uma célula triploide (3n).*
VI. Embrião (plântula): formado a partir da fecundação da oosfera pelo primeiro anterozoide.*
* Ver POLINIZAÇÃO E FECUNDAÇÃO NAS ESPERMATÓFITAS, matéria publicada, no dia
28/11/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- AFIRMATIVA D (“A água e a parte branca comestíveis do interior do fruto correspondem ao
mesocarpo carnoso.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a água e a parte branca, comestíveis, provêm da
fusão do segundo anterozoide com os dois núcleos polares formando uma célula triploide (3n),
como vimos acima. Não corresponde, portanto, ao mesocarpo.
- AFIRMATIVA E (“As folhas pinadas, flores pentâmeras e frutos secos indeiscentes (não se
abrem espontaneamente, quando maduros) encontram-se inseridos em um mesmo ponto, no
alto do caule.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa o fruto do coqueiro Cocus nucifera é carnoso e
não seco. Igualmente, suas flores são trímeras e não pentâmeras.
- Flor trímera: apresenta peças florais em número de três ou múltiplo de três. Ela é típica das
monocotiledôneas, caso do coqueiro Cocus nucifera.
- Flor pentâmera: apresenta peças florais em número de cinco ou múltiplo de cinco. A flor
pentâmera ocorre nas dicotiledôneas.

13. (UPE-2009) Fibras vegetais são empregadas na fabricação de telhas e caixas d’água,
através da tecnologia do fibracimento, como alternativa aos materiais de construção civil, em
substituição aos produzidos com amianto. É uma tecnologia nacional, que utiliza fibras
vegetais da madeira, como pinho e eucalipto. Também são aproveitadas fibras de outras
partes vegetais de folhas de sisal e bananeira, frutos, como o coco, e o bagaço da cana-
de-açúcar, com a finalidade de adicionar reforços aos materiais de ação cimentante.
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Analise as afirmativas que vêm a seguir, referentes às palavras sublinhadas do texto acima.
I. Fibras vegetais da madeira: fibras de esclerênquima e de xilema são impregnadas de lignina,
que conferem resistência à estrutura.
II. Bananeira: vegetal de caule subterrâneo tipo rizoma; suas folhas largas têm bainhas que se
enrolam.
III. Coco: pseudofruto do coqueiro, planta monocotiledônea.
IV. Cana-de-açúcar: caule tipo estipe, com armazenamento de Glicose.
Marque a alternativa que reúne as afirmativas corretas.
a) I, II e III, apenas.
b) II, III e IV, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) III e IV, apenas.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“I e II, apenas.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Fibras vegetais da madeira: fibras de esclerênquima e de xilema são
impregnadas de lignina, que conferem resistência à estrutura.”) – CORRETA
* Como consta nesta afirmativa, as fibras de esclerênquima e de xilema são impregnadas de
lignina e conferem resistência à estrutura (ver abaixo).
- Esclerênquima: nas partes velhas das plantas, as células do colênquima podem sofrer
lignificação (impregnação por lignina), transformando-se em esclerênquima, tecido muito
resistente, formado por “células” mortas na maturidade, que desempenha, melhor que o
colênquima, a função de sustentação. Essas “células” apresentam paredes espessadas, ricas
em celulose e lignina. Os dois principais tipos de células que constituem o esclerênquima são
as fibras (longas e delgadas) e os esclereídeos ou esclereídes (variáveis na forma e
geralmente ramificados).
- Xilema: tem como componentes os vasos condutores (elementos de vaso e traqueídes),
células parenquimatosas e fibras esclerenquimatosas.
- AFIRMATIVA II (“Bananeira: vegetal de caule subterrâneo tipo rizoma; suas folhas largas têm
bainhas que se enrolam.”) – CORRETA
* A bananeira possui, como consta nesta afirmativa, caule subterrâneo tipo rizoma, com folhas
dotadas de bainhas bem desenvolvidas, que unidas se enrolam, formando o pseudocaule
(figura a seguir).

- AFIRMATIVA III (“Coco: pseudofruto do coqueiro, planta monocotiledônea.”) – INCORRETA


* O coco não é um pseudofruto do coqueiro, como consta nesta afirmativa, e sim uma drupa,
como mostra ao quadro abaixo.

FRUTO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Carnoso, indeiscente, formado de ovário Tomate, uva, mamão,
Baga com um ou mais carpelos, frequentemente melancia, pepino,
com muitas sementes, sem caroço. goiaba, laranja e
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berinjela.

Carnoso, indeiscente, formado de ovário Manga, abacate, cereja,


DRUPA com um só carpelo, geralmente com uma pêssego, azeitona e
única semente, encerrada em um caroço. COCO-DA-BAÍA.
Seco, indeiscente, contendo apenas uma Castanha de caju, erva-
Aquênio semente, presa ao pericarpo por apenas doce, girassol e figo
um ponto (funículo). (cada “bolinha interna”).
Seco, indeiscente, com uma semente, cujo
Cariopse ou
pericarpo está firmemente aderido ao redor Trigo, milho e arroz.
grão
de todo o tegumento da semente.
Seco, indeiscente, com uma só semente,
com pericarpo dotado de projeções Pau-dalho e begônia.
Sâmara
aliformes (aladas) que facilitam a dispersão
pelo vento.
Seco, indeiscente, com pericarpo
Noz resistente, coriáceo e com uma só Carvalho e salvia.
semente.
Seco, deiscente, derivado de um único
Folículo carpelo, que se abre por uma fenda Magnólia e esporinha.
longitudinal.
Seco, deiscente, derivado de um único
Vagem ou
carpelo, que se abre através de duas Feijão, soja e ervilha.
legume
fendas longitudinais.
Seco, deiscente, que se desenvolve de dois
ou mais carpelos, normalmente com várias Fumo, azálea, algodão,
sementes e com diferentes modos de íris e papoula.
Cápsula
deiscência: septicida (azálea e fumo),
loculicida (algodão e íris), poricida
(papoula), etc.

- AFIRMATIVA IV (“Cana-de-açúcar: caule tipo estipe, com armazenamento de Glicose.”) –


INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, o caule da cana-de-açucar é do tipo colmo (ver a
seguir) e não do tipo estipe.
* Colmo: caule cilíndrico, que apresenta uma nítida divisão entre os nós e os entrenós (gomos),
sendo desprovido de ramificações e característico das gramíneas. O colmo pode ser oco
(fistuloso), como no bambu, ou cheio (maciço), como na cana-de-açúcar (figura abaixo).
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* Estipe (figura a seguir): tipo de caule que, apesar de apresentar um grande desenvolvimento
e ser resistente, é desprovido de ramificações. Em seu ápice, observa-se um “tufo” de folhas,
que se prende diretamente a ele. O caule tipo estipe é encontrado nas palmeiras em geral
(palmito, carnaubeira, babaçu, coqueiro-da-baía, etc.).

14. (UPE-2009) No esquema abaixo, está representado um corte transversal de uma folha.

Analise as alternativas abaixo, relacionando-as com as estruturas foliares do esquema,


indicadas por números e assinale a que estiver correta.
a) Nas células da epiderme, a fotossíntese é mais intensa devido à maior incidência dos raios
solares: estrutura 1 - Epiderme com cutícula cerosa.
b) Células com cloroplastos em seu interior, com alto catabolismo (fotossíntese) em relação à
atividade de reduzido anabolismo (respiração): estruturas 2 e 3 - Parênquima lacunoso e
paliçádico, respectivamente.
c) Vasos lenhosos e floema, responsáveis pela condução de seiva, circundados por cinturão de
esclerênquima: estrutura 4 - Feixe liberolenhoso.
d) Tecido formado por uma única camada de células achatadas, aclorofiladas, de formato
irregular; células mortas devido ao acúmulo de lignina (impermeabilidade): estrutura 1 -
Epiderme foliar.
e) Anexo elaborado pela epiderme, com função de trocas gasosas; suas células não possuem
cloroplastos: estrutura 5 - Estômato.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Vasos lenhosos e floema, responsáveis pela condução de seiva, circundados por cinturão de
esclerênquima: estrutura 4 - Feixe liberolenhoso.”)
- Identificação das estruturas indicadas na figura desta questão.
1. Epiderme superior.
2. Parênquima paliçádico.
3. Parênquima esponjoso (lacunoso).
4. Feixe liberolenhoso.
5. Estômato [destacando a fenda estomática (ostíolo)].
- Como se pode constatar na figura abaixo, o parênquima paliçádico e o parênquima lacunoso
compõem o mesófilo (parênquima clorofiliano).
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JUSTIFICATIVA
ALTERNATIVA A (“Nas células da epiderme, a fotossíntese é mais intensa devido à maior
incidência dos raios solares: estrutura 1 - Epiderme com cutícula cerosa.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a fotossíntese não é intensa na epiderme, em
função de suas células, com exceção das que formam os estômatos (células estomáticas ou
células-guardas), serem desprovidas de cloroplastos.
ALTERNATIVA B (“Células com cloroplastos em seu interior, com alto catabolismo
(fotossíntese) em relação à atividade de reduzido anabolismo (respiração): estruturas 2 e 3 -
Parênquima lacunoso e paliçádico, respectivamente.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a fotossíntese é um processo anabólico
(anabolismo) e respiração é uma atividade catabólica (catabolismo).
ALTERNATIVA C (“Vasos lenhosos e floema, responsáveis pela condução de seiva,
circundados por cinturão de esclerênquima: estrutura 4 - Feixe liberolenhoso.”) – CORRETA
* Como mostramos acima, 4 indica o feixe liberolenhoso, no qual se encontram os vasos
liberianos (vasos crivados) que compõem o floema e os vasos lenhosos que estão presentes
no xilema.
ALTERNATIVA D (“Tecido formado por uma única camada de células achatadas, aclorofiladas,
de formato irregular; células mortas devido ao acúmulo de lignina (impermeabilidade): estrutura
1 - Epiderme foliar.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a epiderme não é formada por células mortas.
Ela é um tecido vivo, apresenta vários tipos de anexos, tais como estômatos (figura a seguir),
acúleos e pelos que são estruturas filamentosas formadas por uma ou mais células. Com
exceção das células que formam os estômatos (células estomáticas ou células-guardas), as
células epidérmicas são desprovidas de cloroplastos.

ALTERNATIVA E (“Anexo elaborado pela epiderme, com função de trocas gasosas; suas
células não possuem cloroplastos: estrutura 5 - Estômato.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, as células que compõem o estômato (células
estomáticas ou células-guardas) são dotadas de cloroplastos, como vimos acima.

15. (UPE-2010) No processo evolutivo das plantas, muitas características foram sendo
modificadas, tornando-as, cada vez mais, independentes da água para a reprodução. Nesse
sentido, sobre essas características, analise os itens abaixo.
I. Perda gradativa dos vasos condutores.
II. A fase gametofítica passa a ser mais duradoura que a fase esporofítica.
III. Produção de sementes.
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IV. Presença do tubo polínico.


Somente estão corretos:
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“III e IV.”)
JUSTIFICATIVA
- CARACTERÍSTICA I (“Perda gradativa dos vasos condutores.”) – INCORRETA
* Ao longo do processo evolutivo não houve perda gradativa dos vasos condutores. Haja vista
que pteridófitas, gimnospermas e angiospermas, mais evoluídos que as briófitas, são
vasculares ou traqueófitas (dotados de vasos condutores). As briófitas, por seu turno, são
desprovidas desses vasos, sendo, portanto, avasculares ou atraqueófitas.
- CARACTERÍSTICA II (“A fase gametofítica passa a ser mais duradoura que a fase
esporofítica.”) – INCORRETA
* SOBREPUJANÇA DA DIPLOFASE
Fazendo uma análise do mecanismo sexual dos vegetais (figura abaixo), constatamos
que, à medida que as formas se tornam mais evoluídas, a fase gametofítica (haplofase) se
torna menos evidente e menos dominante. O esporófito (diplofase), por outro lado, torna-se
mais dominante e mais independente. A geração gametofítica, que é mais desenvolvida nas
plantas inferiores, está mais adaptada à vida aquática, enquanto o esporófito, que se torna
maior nas formas superiores, está mais adaptado à vida terrestre. Ver BRIÓFITAS E
PTERIDÓFITAS (CRIPTÓGAMOS), matéria publicada, no dia 07/11/2010, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”

- CARACTERÍSTICA III (“Produção de sementes.”) – CORRETA


* Ao longo do processo evolutivo, a produção de sementes se tornou evidente. Haja vista que
gimnospermas e angiospermas, mais evoluídos que briófitas e pteridófitas, são espermatófitas
(plantas dotadas de sementes), constituindo-se as plantas mais evoluídas e mais complexas
que vivem atualmente na Terra.
CARACTERÍSTICA IV (“Presença do tubo polínico.”) – CORRETA
* O tubo polínico, resultante do prolongamento do pólen, tem como função servir de ponte de
união entre os gametas masculino (anterozoide) e feminino (oosfera). Durante a evolução
vegetal, o seu surgimento tornou possível a existência de gametas desprovidos de mobilidade
própria, importante em termos evolutivos já que briófitas e pteridófitas (vegetais inferiores)
dependem, essencialmente, da presença de água para a reprodução. Só se propagando,
portanto, em condições de umidade. Neste contexto, o tubo polínico se tornou uma vantagem
adaptativa ao meio terrestre. O seu surgimento levou a que as plantas conquistassem
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definitivamente a terra, já que a reprodução passou a não requerer ambiente úmido como
condição essencial.

16. (UPE-2010) Uma das vegetações típicas do sertão nordestino corresponde às cactáceas,
como, por exemplo, o mandacaru e o cacto. Esses e outros vegetais dessa região apresentam
características morfofisiológicas que permitem sua adaptação ao ambiente seco. Sobre essas
características e seus respectivos efeitos, analise as afirmativas abaixo.
I. Folhas modificadas em espinhos, reduzindo a superfície foliar e, consequentemente, a perda
de água.
II. Presença de parênquima aquífero, contribuindo para o suprimento hídrico da planta.
III. Epiderme rica em ceras impermeabilizantes ou portadora de pelos, favorecendo o aumento
da transpiração.
IV. Abertura permanente dos estômatos durante o dia, favorecendo a absorção do CO 2 e
retenção de água.
Somente está correto o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) I, III e IV.
d) I e II.
e) III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“I e II.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Folhas modificadas em espinhos, reduzindo a superfície foliar e,
consequentemente, a perda de água.”) – CORRETA
* Os espinhos presentes nas cactáceas (figura abaixo) são, realmente, folhas atrofiadas,
pontiagudas, adaptadas a climas secos, que evitam a perda excessiva de água.

COMPLEMENTO
Além dos espinhos mencionados acima (espinhos foliares), há também os espinhos
caulinares, que são endurecidos, secos e pontiagudos, cuja função é proteger a planta,
afastando dela animais que poderiam danificá-la. Caules com esse tipo de espinho ocorrem
tanto regiões áridas quanto em regiões úmidas. Como exemplo de espinhos caulinares,
citamos os espinhos da laranjeira e do limoeiro (figuras a seguir).
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Os espinhos caulinares (figuras B e C, abaixo) são frequentemente confundidos com


acúleos (figura A, a seguir). Os primeiros são estruturas endógenas enquanto os acúleos,
presentes nas roseiras, são originários da epiderme (estruturas exógenas), o que explica
serem, ao contrário dos espinhos, facilmente destacáveis da planta.

- AFIRMATIVA II (“Presença de parênquima aquífero, contribuindo para o suprimento hídrico


da planta.”) – CORRETA
* As cactáceas (plantas xerófitas) apresentam parênquimas aquíferos (armazenadores de
água), o que explica seus caules carnosos e túrgidos.
COMPLEMENTO
- Cladódios: caules modificados, presentes em cactos como a palma e adaptados à realização
da fotossíntese e ao armazenamento de água. As plantas que os possuem perderam as folhas
no curso da evolução, geralmente como adaptação a regiões de clima seco. A ausência de
folhas permite à planta economizar parte da água que seria perdida por evaporação, e a sua
superfície aumentada lembra suculentas folhas. A natureza caulinar dos cladódios, entretanto,
pode ser comprovada pela formação de flores. A figura ao abaixo mostra o cladódio de uma
cactácea.

- AFIRMATIVA III (“Epiderme rica em ceras impermeabilizantes ou portadora de pelos,


favorecendo o aumento da transpiração.”) – INCORRETA
* As células da epiderme foliar das cactáceas (plantas xerófitas) apresentam paredes
espessas, intensamente cutinizadas e cutícula grossa, características que favorecem a
redução da transpiração e não o aumento, como consta nesta alternativa.
- AFIRMATIVA IV (“Abertura permanente dos estômatos durante o dia, favorecendo a absorção
do CO2 e retenção de água.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, os estômatos se mantêm fechados durante o dia,
processo que, embora evite a perda de água, impede a entrada de CO 2, prejudicando a
fotossíntese. Esse problema é contornado graças a uma adaptação conhecida como via MAC,
descrita a seguir, em “COMPLEMENTO”.
COMPLEMENTO
Uma adaptação ao metabolismo fotossintético, conhecida como via MAC (metabolismo
ácido das crassuláceas), ocorre nas plantas chamadas MAC, como o cacto, o abacaxi e o lírio,
que vivem, predominantemente, em ambientes áridos e microclimas secos. Em resposta ao
estresse hídrico, essas plantas abrem seus estômatos durante a noite e os fecha durante o dia,
razão pela qual se tornam ácidas à noite e progressivamente mais básicas de dia. Esse
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processo evita que elas percam água por evaporação, mas impede a entrada de CO 2,
exatamente quando a disponibilidade de luz é elevada, e a fotossíntese deveria estar
ocorrendo. Durante a noite, com os estômatos abertos, as plantas MAC absorvem CO 2 (figura
a seguir) e o fixa em malato (ácido orgânico), graças a uma reação com o fosfoenolpiruvato. O
malato é armazenado, ainda durante a noite, em grandes vacúolos das células do mesófilo,
provocando a queda do pH. Durante o dia, quando a energia luminosa permite a produção, na
etapa fotoquímica, de ATP e NADPH, o CO2 que foi fixado é liberado, refixado à ribulose-1,5-
bifosfato por ação da rubisco e incorporado aos carboidratos pelo ciclo de Calvin, no interior da
mesma célula do mesófilo. Para maiores detalhes ver FOTORRESPIRAÇÃO, matéria
publicada, no dia 20/09/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”.

17. (UPE-2010) As características abaixo fazem parte de um tipo de tecido vegetal. Analise-as.
I. É constituído de células vivas.
II. Confere flexibilidade nos caules jovens, ao pecíolo das folhas e ao pedúnculo das flores.
III. Promove a sustentação da planta.
Com base nesses dados, é correto afirmar que o tecido correspondente é:
a) Colênquima.
b) Felogênio.
c) Esclerênquima.
d) Parênquima.
e) Meristema primário.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Colênquima.”)
HISTOLOGIA VEGETAL
Os vegetais apresentam dois grandes grupos de tecidos: os meristemáticos ou
embrionários e os permanentes (adultos ou não meristemáticos).
a) TECIDOS MERISTEMÁTICOS: apresentam grande capacidade de divisão de suas células
(grande potencial mitótico) e são responsáveis pela formação de todos os tecidos da planta.
Podemos distinguir, em uma planta, dois tipos básicos de meristema (primário e secundário).
I. Meristema primário: responde pelo crescimento longitudinal (em extensão) dos caules e das
raízes, conhecido como crescimento primário. Ele se localiza na região apical dos caules e na
região subapical das raízes e através da diferenciação celular, as células meristemáticas
primárias originam outros tipos de célula, fazendo com que surjam os diversos tecidos do caule
e da raiz. O meristema primário compreende a protoderme, o meristema fundamental, o
procâmbio (figura abaixo) e o caliptrogênio.
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Ia. Protoderme (dermatogênio): forma a epiderme, tecido que envolve e protege todo o corpo
da planta. A epiderme defende a planta contra ataque microbiano, impede a perda excessiva
de água e permite a troca de gases usados na respiração e na fotossíntese.
Ib. Meristema fundamental (periblema): origina células do parênquima, do colênquima e do
esclerênquima. O parênquima tem função básica de preenchimento enquanto o colênquima e
esclerênquima são tecidos de sustentação.
Ic. Procâmbio (pleroma): origina o sistema vascular primário, representado pelo xilema ou
lenho e pelo floema ou líber, presentes no cilindro central.
Id. Caliptrogênio: encontrado apenas nas raízes. Dá origem à coifa, também conhecida como
caliptra.
II. Meristema secundário: resulta de uma desdiferenciação celular (as células adultas
readquirem a atividade embrionária). Ele é responsável pelo crescimento em espessura das
plantas, conhecido como crescimento secundário. O meristema secundário compreende o
câmbio vascular e o felogênio (câmbio da casca ou súber da casca).
IIa. Câmbio vascular: origina-se da desdiferenciação de células do cilindro central. As células
do câmbio vascular se multiplicam diferenciando-se em vasos lenhosos secundários, que
compõem o xilema secundário (no lado interno) e em vasos liberianos secundários que
constituem o floema secundário (no lado externo), como mostra a figura a seguir.

IIb. Felogênio: origina-se da desdiferenciação de células adultas do córtex, que readquirem a


capacidade proliferativa. Multiplicando-se, o felogênio produz células para fora e para dentro do
corpo do vegetal (figura abaixo). As células produzidas para fora se diferenciam e terminam
constituindo o súber (ou felema), tecido morto que reveste as raízes e os caules de plantas
arbustivas e arbóreas. As células produzidas para o lado interno formam a feloderma (ou
feloderme), tecido vivo com função de preenchimento.

Para maiores detalhes ver MERISTEMAS, matéria publicada, no dia 29/03/2012, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.
b) TECIDOS PERMANENTES DOS VEGETAIS: compreendem basicamente: tecidos de
proteção e de arejamento; tecidos de sustentação; tecidos absorventes e condutores; tecidos
de síntese e de armazenamento e tecidos de secreção. Os tecidos de sustentação e de síntese
e armazenamento costumam ser agrupados sob a denominação de tecido fundamental ou
sistema fundamental.
I. Tecidos de proteção: nas plantas com crescimento primário, o sistema de proteção é
representado apenas pela epiderme, que vimos acima em “protoderme (dermatogênio)”. Nas
plantas com crescimento secundário, a epiderme das raízes e dos caules é substituída pela
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periderme, sistema de proteção formado por três camadas de tecidos (súber, felogênio e
feloderme). Nos vegetais superiores, os tecidos destinados à proteção compreendem, em
última análise, a epiderme e o súber (tecido suberoso). A epiderme, que é um tecido vivo,
apresenta vários tipos de anexos, tais como estômatos, acúleos e pelos que são estruturas
filamentosas formadas por uma ou mais células. Com exceção das células que formam os
estômatos, as células epidérmicas são desprovidas de cloroplastos. O súber que, quando
maduro, é também conhecido como cortiça, é um tecido formado por células que acumulam em
suas paredes a suberina, substância de natureza lipídica pouco permeável, que impede as
trocas gasosas. O súber, que atua como isolante térmico e na proteção contra choques
mecânicos, é um tecido morto que revela apenas vestígios das células que ali existiram.
II. Órgãos de arejamento: compreende os estômatos e as lenticelas (ver ÓRGÃOS DE
AREJAMENTO VEGETAL, matéria publicada, no dia 11/09/2010, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.).
III. Tecidos de sustentação (estereoma): compreende duas variedades de tecidos: colênquima
e esclerênquima.
IIIa. Colênquima: constituído por células vivas, geralmente clorofiladas, cujas paredes
apresentam reforços de celulose e pectina (um polissacarídeo). Apesar de ser um tecido de
sustentação, o colênquima não dá grande rigidez à estrutura da planta, sendo responsável pela
flexibilidade e elasticidade dos caules herbáceos.
IIIb. Esclerênquima: nas partes velhas das plantas, as células do colênquima podem sofrer
lignificação (impregnação por lignina), transformando-se em esclerênquima, tecido muito
resistente, formado por células mortas na maturidade, que desempenha, melhor que o
colênquima, a função de sustentação.
IV. Tecidos de absorção e condução: nesse grupo se enquadram os tecidos que têm
importante participação nos mecanismos de nutrição celular das plantas. Eles compreendem
os pelos absorventes das raízes e os canais condutores de seiva. Os pelos absorventes são
prolongamentos filiformes das células epidérmicas de determinada região da raiz (região
pilífera). Suas membranas são delgadas e permitem uma intensa absorção de água e sais
minerais do solo (seiva bruta). Os vasos condutores se dividem em dois grupos denominados
lenhosos e liberianos. Os vasos lenhosos, que fazem parte do xilema, respondem pela
condução da seiva bruta. Os vasos liberianos ou crivados, que compõem o floema, transportam
a seiva elaborada (orgânica).
V. Tecidos de síntese e de armazenamento (parênquimas): neste caso falamos em dois tipos
básicos: o parênquima clorofilado (de síntese ou de assimilação ou clorênquima) e o
parênquima aclorofilado (de armazenamento ou de reserva ou incolor). O parênquima
clorofilado destina-se à síntese de substância orgânica a partir de inorgânicas, através da
fotossíntese. O parênquima aclorofilado atua na reserva de material nutritivo.
VI. Tecidos de secreção: reúnem uma série de estruturas que têm a capacidade de secretar
diversas substâncias, como essências, néctar, resinas, látex, tanino (amargo e adstringente),
alcaloides e gomas. Aqui são agrupados, principalmente, os pelos secretores, as bolsas
secretoras e os canais lactíferos ou laticíferos.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Colênquima.”) – CORRETA
* As 3 características apresentadas dizem respeito ao colênquima, como vimos acima em “IIIa.
colênquima”.
- Os tecidos referidos nas demais alternativas [felogênio (b), esclerênquima (c), parênquima (d)
e meristema primário (e)], não possuem, como vimos na descrição acima, as caracteristicas
apresentadas.

18. (UPE-2011) As angiospermas compreendem uma ampla diversidade de plantas; os dois


maiores grupos que as constituem correspondem às monocotiledôneas e às dicotiledôneas, os
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quais são distintos por diversas características. O quadro abaixo mostra, de forma aleatória,
características que são observadas frequentemente em um ou outro grupo.

I. Raiz axial.
II. Pólen monoaperturado (possui um poro ou sulco).
III. Folhas com nervuras paralelas.
IV. Flores tetrâmeras ou pentâmeras.
V. Vasos de condução ordenados regularmente.

Assinale a alternativa que indica características que estão presentes apenas nas
Monocotiledôneas.
a) I, II, III e IV.
b) II e III.
c) II, III e IV.
d) III, IV e V.
e) IV e V.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“II e III.”)
JUSTIFICATIVA
- CARACTERÍSTICA I (“Raiz axial.”) – NÃO PRESENTE NAS MONOCOTILEDÔNEAS.
* A raiz axial é característica das dicotiledôneas e das gimnospermas e não das
monocotiledôneas, que possuem raiz fasciculada.
- Raiz axial ou pivotante é aquela que possui um eixo principal (raiz principal) bastante
desenvolvido, que penetra verticalmente no solo. Suas ramificações (raízes secundárias,
terciárias, etc.) são menos desenvolvidas e se dispõem obliquamente em relação à principal.
As raízes pivotantes (sistema radicular pivotante), que são características das dicotiledôneas e
das gimnospermas, penetram profundamente no solo.
- Raiz fasciculada ou em “cabeleira”: caracteriza-se por não apresentar raiz primária, que
degenera cedo. Ela é constituída por raízes adventícias, originárias do caule, de cuja base
parte um grande número de raízes laterais e relativamente finas. A raiz fasciculada representa
o sistema radicular das monocotiledôneas. Em face da sua pouca profundidade e de formar um
emaranhado que aderem às partículas de sedimento, essas raízes são muito utilizadas pelo
homem, para prevenir a erosão do solo.
- CARACTERÍSTICA II [“Pólen monoaperturado (possui um poro ou sulco).”] - PRESENTE NAS
MONOCOTILEDÔNEAS.
* Grãos de pólen monoaperturado ou monocolpado (dotados de um poro ou sulco) é uma
característica das monocotiledôneas. Nas dicotiledôneas, os grãos de pólen são triaperturados
ou tricolpado (dotados de três poros ou sulcos).
- CARACTERÍSTICA III (“Folhas com nervuras paralelas.”) - PRESENTE NAS
MONOCOTILEDÔNEAS.
* Folhas com nervuras paralelas (paralelinérveas) são típicas das Monocotiledôneas.
- CARACTERÍSTICA IV (“Flores tetrâmeras ou pentâmeras.”) - NÃO PRESENTE NAS
MONOCOTILEDÔNEAS.
* Flores tetrâmeras e pentâmeras são típicas das dicotiledôneas. As monocotiledôneas
apresentam flores trímeras (dotadas de peças florais em número de três ou múltiplo de três),
como mostra a figura abaixo.
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- CARACTERÍSTICA V (“Vasos de condução ordenados regularmente.”) - NÃO PRESENTE


NAS MONOCOTILEDÔNEAS.
* Vasos de condução ordenados regularmente não é uma caracteristica das monocotiledôneas
e sim das dicotiledôneas. A figura abaixo mostra a disposição, ordenada, do xilema e do floema
na raiz de uma dicotiledônea. Nela, se pode observar o xilema formando um maciço central
com projeções em direção ao periciclo, com feixes de floema alternando-se com as referidas
projeções.

* A figura a seguir mostra a disposição do xilema e do floema no caule de uma


monocotiledônea. Nela, se observa, em contraste com a figura anterior, xilema e floema
dispersos.

19. (UPE-2011) As afirmativas abaixo se referem a eventos comuns que são observados na
reprodução das Angiospermas. Analise-as.
I. O transporte do pólen até o estigma da própria flor ou de outras flores pode ser realizado por
diversos tipos de agentes polinizadores, dependendo de processos adaptativos, que as plantas
sofreram durante a evolução. Assim, flores polinizadas por animais, por exemplo, geralmente
têm características que os atraem, como corola vistosa, glândulas odoríferas e produtoras de
substâncias açucaradas.
II. Ocorrendo a polinização, o grão de pólen entra em contato com o estigma de uma flor
reprodutivamente compatível, germina e forma o tubo polínico. Esse tubo cresce no interior do
estilete, atinge o ovário e penetra no óvulo, através da micrópila.
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III. No interior do tubo polínico, um dos núcleos espermáticos degenera, e o outro fecunda a
oosfera, formando o zigoto (2n), que se desenvolverá, originando o embrião, o qual será
nutrido através de um tecido triploide (3n), denominado de endosperma.
IV. Após a fertilização, o óvulo e o ovário serão modificados, originando a semente e o fruto,
respectivamente. Nesse processo, as sinérgides e os núcleos polares se fundem, formando o
tecido suspensor.
Somente está correto o que se afirma em
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“I e II.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“O transporte do pólen até o estigma da própria flor ou de outras flores pode
ser realizado por diversos tipos de agentes polinizadores, dependendo de processos
adaptativos, que as plantas sofreram durante a evolução. Assim, flores polinizadas por animais,
por exemplo, geralmente têm características que os atraem, como corola vistosa, glândulas
odoríferas e produtoras de substâncias açucaradas.”) – CORRETA
* Polinização: pode ser conceituada como sendo o transporte do grão de pólen das anteras
para os carpelos, possibilitando a fecundação. Esse transporte pode ser feito por vários
agentes, tais como: insetos (entomofilia), pássaro (ornitofilia), água (hidrofilia), vento
(anemofilia) e morcego (quiropterofilia). A polinização anemófila, feita pelo vento, é o comum
nas gimnospermas, cujos grãos de pólen são dotados de duas cavidades cheias de ar que têm
por finalidade facilitar o transporte do pólen.
* A plantas polinizadas por animais (zoofilia) apresentam, geralmente, as características
mencionadas nesta afirmativa.
- AFIRMATIVA II (“Ocorrendo a polinização, o grão de pólen entra em contato com o estigma
de uma flor reprodutivamente compatível, germina e forma o tubo polínico. Esse tubo cresce no
interior do estilete, atinge o ovário e penetra no óvulo, através da micrópila.”) – CORRETA
* A figura abaixo confirma o que se encontra descrito nesta afirmativa.

- AFIRMATIVA III (“No interior do tubo polínico, um dos núcleos espermáticos degenera, e o
outro fecunda a oosfera, formando o zigoto (2n), que se desenvolverá, originando o embrião, o
qual será nutrido através de um tecido triploide (3n), denominado de endosperma.”) –
INCORRETA
* Durante a formação do tubo polínico, o núcleo germinativo se divide por mitose, originando
dois núcleos gaméticos (primeiro e segundo anterozoides), como mostra a figura a seguir. O
primeiro anterozoide fecunda a oosfera, levando à formação do zigoto, célula diploide (2n), que
vai constituir o embrião. O segundo anterozoide funde-se com os dois núcleos polares,
formando uma célula triploide (3n) que dará origem ao albúmen ou endosperma, tecido de
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reserva da semente. Ocorrendo, portanto, uma dupla fecundação. Como se pode constatar, em
se tratando de angiospermas, de que trata esta questão [ver enunciado (“ ... a eventos comuns
que são observados na reprodução das Angiospermas. ...”)], não há degeneração de um dos
núcleos espermáticos (núcleos gaméticos), como consta nesta afirmativa.

* A degeneração referida nesta afirmativa ocorre nas gimnospermas, cuja fecundação é


simples (apenas um dos dois núcleos espermáticos é funcional). Neste caso, durante a
germinação do pólen, a célula germinativa (generativa ou geradora ou reprodutiva) se divide
por mitose e produz duas células-filhas haploides (n), a célula estéril e a célula
espermatogênica, que sofre nova mitose produzindo duas células espermáticas (gametas
masculinos). Ao atingir a oosfera, o núcleo de uma das células espermáticas se funde com o
núcleo da oosfera produzindo o ovo ou zigoto (2n) e a outra célula degenera.
- AFIRMATIVA IV (“Após a fertilização, o óvulo e o ovário serão modificados, originando a
semente e o fruto, respectivamente. Nesse processo, as sinérgides e os núcleos polares se
fundem, formando o tecido suspensor.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, as duas sinérgides, bem como as três antípodas
se degeneram e os núcleos polares se fundem ao segundo anterozoide, formando uma celula
triploide (3n) que dará origem ao albúmen ou endosperma, tecido de reserva da semente. No
que diz respeito ao óvulo e ao ovário, eles darão origem, depois de fecundados e
desenvolvidos, realmente, à semente e ao fruto, como consta nesta afirmativa.
- Para maiores detalhes ver POLINIZAÇÃO E FECUNDAÇÃO NAS ESPERMATÓFITAS,
matéria publicada, no dia 28/11/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”

20. (UPE-2014) Leia o texto a seguir:


Insatisfeito com uma árvore na sua calçada, um sujeito decidiu matá-la sem deixar suspeitas,
cometendo um crime ambiental por não ter solicitado autorização à prefeitura. Com um artefato
cortante, retirou um anel completo da casca, conforme mostra a figura a seguir. Entretanto, um
morador do bairro, ao perceber que a árvore estava morrendo, chamou um analista ambiental
da prefeitura, especialista em Botânica, para emitir um parecer técnico.

Assinale a alternativa que representa corretamente o parecer do perito quanto à morte da


árvore com a retirada da casca.
a) Interrompeu o fluxo de seiva elaborada das folhas em direção às raízes, expondo o xilema.
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b) Permitiu que fungos e bactérias nocivas colonizassem o floema, levando à putrefação do


caule.
c) Interrompeu o fluxo da seiva bruta das folhas para os órgãos consumidores, expondo o
floema à dessecação.
d) Expôs os vasos condutores do xilema e floema à dessecação, evitando o transporte de água
da raiz às folhas aos galhos.
e) Reduziu a taxa fotossintética das células do tecido caulinar até níveis insustentáveis para a
árvore.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Interrompeu o fluxo de seiva elaborada das folhas em direção às raízes, expondo o xilema.”)
- ANEL DE MALPIGHI
A retirada do anel referida no enunciado desta questão (“ ... , retirou um anel completo
da casca, ... “), removeu o floema, interrompendo o transporte da seiva elaborada (orgânica)
até as raízes, levando à morte da planta, como mostra a figura abaixo.

Uma interpretação mais simples do fenômeno pode ser observada no esquema a


seguir.

JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Interrompeu o fluxo de seiva elaborada das folhas em direção às raízes,
expondo o xilema.”) – CORRETA
* Como se pode constatar na figura e no esquema acima, a remoção do anel completo da
casca (anel de Malpighi) interrompeu, realmente, o fluxo de seiva elaborada (seiva orgânica)
das folhas em direção às raízes, expondo o xilema.
- ALTERNATIVA B (“Permitiu que fungos e bactérias nocivas colonizassem o floema, levando à
putrefação do caule.”) – INCORRETA
* Não houve colonização de fungos e bactérias colonizando o floema, com consta nesta
alternativa.
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- ALTERNATIVA C (“Interrompeu o fluxo da seiva bruta das folhas para os órgãos


consumidores, expondo o floema à dessecação.”) – INCORRETA
* A remoção do anel da casca (anel de Malpighi) não interrompeu, como mostramos acima, o
fluxo da seiva bruta (seiva mineral).
- ALTERNATIVA D (“Expôs os vasos condutores do xilema e floema à dessecação, evitando o
transporte de água da raiz às folhas aos galhos.”) – INCORRETA
* A remoção do anel da casca (anel de Malpighi) não interrompeu, como mostramos acima, o
transporte de água das raízes às folhas.
- ALTERNATIVA E (“Reduziu a taxa fotossintética das células do tecido caulinar até níveis
insustentáveis para a árvore.”) – INCORRETA
* A remoção do anel da casca (anel de Malpighi) não reduziu a fotossíntese, já que houve o
transporte da seiva bruta não foi interrompido, como mostramos acima.
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VIGÉSIMA-SGUNDA BATERIA (P.SAÚDE)


01. (UPE-2001)
“O ecoturismo traz a ameaça da febre amarela de volta às grandes cidades brasileiras.”
Esta manchete, em vários veículos de comunicação, despertava a atenção para o fato de
alguns turistas, vindo da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, terem falecido de febre amarela,
no retorno aos seus lugares de origem – Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Esta condição é
restrita às áreas de Mata do Norte e Centro do país, uma vez que o reservatório natural do
agente etiológico é o macaco. A preocupação se justifica devido à falta de tratamento para a
infecção e à alta taxa de mortalidade – 10% dos afetados.
Identifique, entre as alternativas abaixo, a que trata do tema corretamente.
a) O agente etiológico da febre amarela é um vírus que é transmitido nas matas por mosquitos
silvestres, mas que, nos grandes centros urbanos, pode ser transmitido pelo Aedes aegypti, o
mesmo vetor da dengue.
b) A transmissão da febre amarela nas zonas endêmicas se dá pela contaminação das águas
com as fezes dos macacos infectados por um retrovírus disseminado pelo hemíptero
vulgarmente conhecido por barbeiro.
c) Os principais sintomas são febre e dor de cabeça, com episódios de hemorragias; os tecidos
mais atingidos são os músculos esqueléticos, onde se desenvolve o protozoário causador da
doença, levando a óbito por asfixia.
d) Nos centros urbanos, as medidas preventivas, singularmente importantes, são o combate ao
rato, vetor da doença transmitida por sua urina.
e) A falta de tratamento para a febre amarela torna a vacina tríplice BCG a medida mais eficaz
para prevenir a doença, sobretudo nas crianças de a 7 anos, devido à imaturidade do sistema
imunológico.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“O agente etiológico da febre amarela é um vírus que é transmitido nas matas por mosquitos
silvestres, mas que, nos grandes centros urbanos, pode ser transmitido pelo Aedes aegypti, o
mesmo vetor da dengue.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O agente etiológico da febre amarela é um vírus que é transmitido nas
matas por mosquitos silvestres, mas que, nos grandes centros urbanos, pode ser transmitido
pelo Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue.”) – CORRETA
* Febre amarela: doença infecto-contagiosa provocada por Flavivirus, vírus do grupo dos
arbovírus (termo que provém de arthopod born virus), envelopado com RNA de cadeia simples
de sentido positivo [(+) (pode ser usado diretamente como um RNA para a síntese proteica,
atuando como RNA mensageiro)] e transmitido por mosquitos dos gêneros Aedes e
Haemagogus. Esse virus, que infecta, inicialmente, células do linfonodos, espalhando-se, em
seguida, pelo fígado, baço, rins e coração, tem como reservatório natural primatas não
humanos que habitam as florestas tropicais. Distinguem-se duas formas de febre amarela:
urbana e silvestre. A primeira é transmitida aos humanos pelo mosquito Aedes aegypti (mesmo
vetor da dengue), enquanto a silvestre tem como vetor o mosquito do gênero Haemagogus.
Conquanto os vetores sejam diferentes, o vírus e a evolução da doença são iguais. Dentre os
sintomas destacamos: febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular muito forte, cansaço,
calafrios, náusea, vômito, diarreia e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino, etc.).
Devido à lesão fígado, pigmentos biliares (bilirrubina) são liberados no sangue e se depositam
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na pele e nas mucosas, fazendo com que o paciente adquira uma tonalidade amarelada
(icterícia), da qual decorre o nome “febre amarela”.
- ALTERNATIVA B (“A transmissão da febre amarela nas zonas endêmicas se dá pela
contaminação das águas com as fezes dos macacos infectados por um retrovírus disseminado
pelo hemíptero vulgarmente conhecido por barbeiro.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a transmissão da febre amarela não de por
contaminação das águas com fezes, tampouco é causada por um retrovírus, disseminado pelo
barbeiro.
- ALTERNATIVA C (“Os principais sintomas são febre e dor de cabeça, com episódios de
hemorragias; os tecidos mais atingidos são os músculos esqueléticos, onde se desenvolve o
protozoário causador da doença, levando a óbito por asfixia.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a febre amarela não é causa por protozoário e
sim por vírus, como vimos acima.
- ALTERNATIVA D (“Nos centros urbanos, as medidas preventivas, singularmente importantes,
são o combate ao rato, vetor da doença transmitida por sua urina.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a doença pode ser controlada e, eventualmente
erradicada, pelo combate aos mosquitos vetores, eliminando, inclusive, os criadouros desses
mosquitos. A vacinação também se constitui uma forma de prevenção.
- ALTERNATIVA E (“A falta de tratamento para a febre amarela torna a vacina tríplice BCG a
medida mais eficaz para prevenir a doença, sobretudo nas crianças de a 7 anos, devido à
imaturidade do sistema imunológico.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a vacina tríplice viral imuniza contra sarampo,
caxumba e rubéola. A vacina tríplice bactéria é usada contra coqueluche, difteria e tétano. A
BCG (bacilo de Calmette-Guérin) é utilizada na prevenção da tuberculose e da hanseníase
(lepra).

02. (UPE-2001) Afirmativas sobre sistema imune e imunização.


I II
0 0 – As vacinas têm o objetivo de desencadear, no organismo, um mecanismo de imunização
ativa pela introdução das formas atenuadas das toxinas ou dos próprios microrganismos
causadores das doenças.
1 1 – Os microrganismos causadores das doenças no nosso corpo, irão atuar como antígenos
ou elementos estranhos, estimulando o nosso sistema imunológico a produzir proteínas
especiais – os anticorpos.
2 2 – O anticorpo é uma molécula de proteína de papel defensivo, que reage com outras
moléculas estranhas ao organismos, e os glóbulos brancos são células de defesa que podem
englobar outras células por fagocitose.
3 3 – A anatoxina, quando inoculada no organismo, força a produção de anticorpos contra a
toxina produzida por um microrganismo, protegendo o indivíduo dos efeitos de uma
determinada doença.
4 4 – Na imunização ativa, o anticorpo é fabricado fora do corpo a ser imunizado e introduzido
pronto e tem efeito lento e duradouro, uma vez que o sistema imunológico guarda, na memória,
o anticorpo especifico.
GABARITO
VVVVF
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“As vacinas têm o objetivo de desencadear, no organismo, um mecanismo
de imunização ativa pela introdução das formas atenuadas das toxinas ou dos próprios
microrganismos causadores das doenças.”) – VERDADEIRA
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*As vacinas consistem, via de regra, de suspensões de microrganismos mortos ou vivos


atenuados (tratados de modo a não causar a doença), que são introduzidos no organismo para
estimular a formação de anticorpos contra as doenças correspondentes. Em alguns casos, a
vacina é fabricada não a partir do organismo em si, e sim a partir da toxina que ele produz.
Dessa forma, no caso das vacinas, mecanismo de imunização ativa, os organismos criam os
anticorpos. Ela é, portanto, preventiva.
COMPLEMENTO
Utilizando as técnicas da biologia molecular, os pesquisadores estão avançando em
mais uma área importante: as vacinas de DNA (vacinas gênicas ou vacinas a partir do DNA).
Nesse processo, genes de agentes causadores de doenças e que codificam proteínas
responsáveis por estimular o sistema imunológico humano, são isolados, inseridos em
bactérias e clonados. O produto da atividade desses genes é purificado e pode atuar como
vacina, que, introduzida no organismo humano, estimula a produção de anticorpos específicos.
Ver no quadro abaixo, as principais diferenças entre vacina e soro.
VACINA SORO
Imunidade ativa Imunidade passiva
Com antígenos atenuados Com anticorpos específicos
Estimula a produção de anticorpos Fornece anticorpos pré-fabricados
Preventiva Curativa
Ação lenta e duradoura Ação rápida e passageira
- AFIRMATIVA 1 1 (“Os microrganismos causadores das doenças no nosso corpo, irão atuar
como antígenos ou elementos estranhos, estimulando o nosso sistema imunológico a produzir
proteínas especiais – os anticorpos.”) – VERDADEIRA
* Antígenos: substâncias químicas (proteínas ou polissacarídeos) estranhas ao organismo,
capazes de estimular uma resposta imune. Os antígenos podem estar presentes nos
envoltórios de virus, bactérias, fungos, protistas e vermes, bem como na superfície de materiais
estanhos ao corpo humano, como o pólen e os tecidos transplantados. Nesse contexto, o
sistema imunitário responde ao antígeno produzindo uma proteína denominada anticorpo, que
é específica para aquele antígeno.
* Anticorpos: proteínas de defesa fabricadas por células do sangue (linfócitos) e do tecido
conjuntivo (plasmócitos) em resposta aos antígenos. Os anticorpos são denominados,
genericamente, imunoglobulina (Ig) e cada anticorpo reconhece apenas o antígeno que induziu
a sua formação, sendo, dessa forma, altamente específico.
- AFIRMATIVA 2 2 (“O anticorpo é uma molécula de proteína de papel defensivo, que reage
com outras moléculas estranhas ao organismos, e os glóbulos brancos são células de defesa
que podem englobar outras células por fagocitose.”) – VERDADEIRA
* Como vimos acima, o anticorpo é uma molécula de proteína que exerce papel defensivo. Os
glóbulos brancos são, realmente, células de defesa que podem englobar outras células por
fagocitose.
COMPLEMENTO
Macrófagos: são células fagocitárias, ricas em lisossomos e pertencentes ao sistema
de defesa do organismo. Originam-se dos monócitos, glóbulos brancos que atravessam os
capilares sanguíneos e, através de movimentos ameboides, deslocam-se ao longo do tecido
conjuntivo, promovendo o englobamento e a destruição de partículas estranhas que penetram
no tecido, inclusive bactérias e vírus. Os macrófagos também fagocitam e destroem fragmentos
de células mortas, quando ocorrem lesões numa parte do corpo, bem como participam da
redução do volume do útero após o parto. Ocasionalmente, podem surgir, no tecido conjuntivo
frouxo, corpos estranhos de dimensões maiores e, portanto, de difícil fagocitose por
macrófagos isolados. Nessas ocasiões, várias dessas células se fundem, dando origem às
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chamadas “células gigantes de corpo estranho”. Os macrófagos também identificam


substâncias potencialmente perigosas para o organismo, alertando o sistema de defesa do
corpo.
- AFIRMATIVA 3 3 (“A anatoxina, quando inoculada no organismo, força a produção de
anticorpos contra a toxina produzida por um microrganismo, protegendo o indivíduo dos efeitos
de uma determinada doença.”) – VERDADEIRA
* A anatoxina, quando inoculada no organismo, força, realmente, a produção de anticorpos
contra a toxina produzida por um microrganismo. A vacina contra o tétano é um bom exemplo
de anatoxina.
- AFIRMATIVA 4 4 (“Na imunização ativa, o anticorpo é fabricado fora do corpo a ser
imunizado e introduzido pronto e tem efeito lento e duradouro, uma vez que o sistema
imunológico guarda, na memória, o anticorpo especifico.”) – FALSA
* Imunização ativa: ocorre quando o sistema imunológico do hospedeiro é estimulado a
produzir anticorpos devido à introdução de antígenos no organismo. Trata-se de uma
imunidade duradoura, em que os anticorpos permanecem no indivíduo, via de regra, por “toda
vida”. Ela pode ser natural ou artificial.
I. Natural: ocorre quando adquirimos a doenças e o sistema imunológico produz anticorpos.
II. Artificial: ocorre por inoculação do agente patogênico, morto ou atenuado. Neste caso,
dizemos que o hospedeiro tomou uma vacina.
Resumindo podemos dizer que quando a produção dos anticorpos ocorre em função da
uma doença contraída, fala-se em imunização natural e no caso da aplicação de uma vacina,
ela é chamada artificial.
* Imunização passiva: ocorre quando o indivíduo já recebe os anticorpos prontos, produzidos
por outros seres, necessários para combater a doença. Ao contrário da imunidade ativa, ela é
passageira, já que a informação não fica registrada na “memória” do organismo. A imunidade
passiva, a exemplo ativa, pode ser natural ou artificial.
I. Natural: neste caso, a aquisição de anticorpos, considerando os placentários, ocorre através
da placenta ou do leite materno, durante o ato de amamentação.
II. Artificial: ocorre pela aplicação dos soros terapêuticos (soro antiofídico, soro antitetânico,
etc.).
* Memória imunitária (células de memória): mesmo após uma infecção ter sido debelada, resta
no organismo certa quantidade de linfócitos especiais (as células de memória), que guardam
durante anos ou até pelo resto da vida, a capacidade de reconhecer agentes infecciosos com
os quais o organismo tenham tido contato. Ocorrendo novo ataque, essas células são
imediatamente ativadas e estimuladas a se reproduzir, levando ao surgimento, em um curto
intervalo de tempo, um grande número de células defensoras específicas.
- Como se pode constatar, na imunização ativa, o anticorpo não é fabricado fora do corpo,
como consta nesta afirmativa. Ver texto (“ Imunização ativa: ocorre quando o sistema
imunológico do hospedeiro é estimulado a produzir anticorpos devido à introdução de
antígenos no organismo. ... “), contido acima.

03. (UPE-2002) Identifique a associação correta entre os elementos que compõem as colunas
abaixo.
PARASITAS CLASSIFICAÇÃO DOENÇAS CONTÁGIO/INFESTAÇÃO
Treponema Classe Sarcodina
a Sífilis Contato sexual
pallidum Filo Protozoa
Larvas (microfilárias)
Wuchereria
b Filo Nematodea Filariose transmitidas por picadas de
bancrofti
Dípteros como o Culex.
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Trypanosoma Penetração ativa de


c Filo Mastigophora Chagas
cruzi cercarias através da pele.
Balantidium Classe Trematoda Fezes contaminadas do
d Disenteria
coli Filo Platelmintos Triatoma infestans.
Ingestão de água e
Ancylostoma Classe Nematoda
e Amarelão alimentos contaminados
duodenale Filo Anelida
com ovos.
ASSOCIAÇÃO CORRETA: B
JUSTIFICATIVA
- ASSOCIAÇÃO A – INCORRETA
* Treponema pallidum é uma bactéria e não um protozoa.
- ASSOCIAÇÃO B – CORRETA
* Filariose (elefantíase): helmintose provocada pelo nematelminto (Filo Nematodea)
Wuchereria bancrofti (filaria de Bancrofti), cuja transmissão é feita pela picada do mosquito
palha (Culex). Os vermes adultos vivem nos vasos linfáticos humanos, onde se reproduzem,
ficando os ovos retidos no corpo das fêmeas. Esses ovos liberam larvas denominadas
microfilárias, que migram para o sangue e se alojam em vasos próximos à superfície do corpo
humano. A presença desse verme nos vasos linfáticos determina a obstrução e a dificuldade
de circulação da linfa. Como consequência há um derrame dessa linfa nos tecidos adjacentes,
provocando um progressivo edema (inchaço), que pode atingir dimensões exageradas e
deformantes. Por essa razão, a doença ficou popularmente conhecida com elefantíase.
- ASSOCIAÇÃO C – INCORRETA
* A transmissão não se dá pela penetração ativa de cercárias através da pele, como consta
nesta associação. O contágio da doença de Chagas exige a participação de um inseto
hematófago, sendo o Triatoma infestans (barbeiro ou chupança) o principal transmissor. Ao
picar uma pessoa e defecar, o barbeiro elimina, com as fezes, o parasita na forma flagelada
infectante. Através do orifício da picada, por lesões provocadas, principalmente, pela coçada, o
Trypanosoma cruzi penetra no corpo e chega a corrente sanguínea. O contágio/infestação
nesta alternativa se aplica à esquistossomose, parasitose causada pelo platelminto da classe
trematoda Schistosoma mansoni.
- ASSOCIAÇÃO D – INCORRETA
* Balantidium coli: protozoário ciliado (Ciliophora) e não platelminto como consta nesta
associação. Ele causa a balantidiose (balantidiase), parasitose que afeta o intestino grosso.
Essa doença se reveste das caracteristicas comuns às disenterias, como cólicas intensas,
tenesmos (puxos, vontade de evacuar quando já não há o que eliminar) e diarreia. Em função
de o referido protozoário provocar ulcerações na mucosa intestinal, as fezes podem ser
acompanhadas de sangue oculto, o que pode ser comprovado pela identificação de hemácias
no exame microscópico das fezes. A infecção dá pela ingestão de cistos, frequentemente
encontrados nas fezes dos suínos contaminados, não tendo, portanto relação com o Triatoma
infestans, como consta em “Contágio/infestação”. Triatoma infestans (barbeiro ou chupança) é
o principal transmissor do Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, como vimos na
associação C.
- ASSOCIAÇÃO E – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta associação, o Ancylostoma duodenale, causador da
ancilostomíase (ancilostomose, amarelão ou opilação), não pertence ao Filo Anelida e sim ao
Filo Nematelminthes. O contágio, ao contrário do consta na associação E, ocorre pela
penetração ativa no homem (através da pele), de larvas do A. duodenale, presentes no solo.
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04. (UPE-2003) Durante os séculos XV e XVI, períodos das Grandes Guerras, os tripulantes
dos navios eram acometidos por uma estranha doença que provocava debilidade orgânica e
até a morte. Suas manifestações foram descritas pelo poeta Luis de Camões neste pequeno
trecho de Os Lusíadas.
“(...) ali lhes incharam as gengivas na boca, que crescia a carne, e juntamente apodrecia!
Apodrecia cum fétido e bruto cheiro, que o ar vizinho inficionava.”
Uma das afirmativas abaixo oferece informações sobre essa doença, identifique-a.
a) A carência de vitamina B6 ou riboflavina provoca problemas na boca, com ruptura da
mucosa, dos lábios, da língua e das bochechas, sintomas associados aos descritos.
b) A vitamina A ou ácido ascórbico tem nítida participação no desenvolvimento do tecido
conjuntivo e estimula a produção de anticorpos pelo organismo, por isso é conhecida como
vitamina anti-infecciosa.
c) A descrição de Camões refere-se à beribéri e surge em decorrência da falta de vitamina B1,
cujas fontes naturais são o fígado, as frutas frescas, os óleos, o feijão, o arroz e o trigo integral.
d) Além das manifestações descritas no texto, o escorbuto pode provocar ainda hemorragia,
queda de cabelos e de dentes, fraqueza e anemia, que surge pela deficiência da vitamina C na
alimentação.
e) Vítimas da pelagra, os tripulantes apresentavam fragilidade dos capilares e alterações no
mecanismo de coagulação, pois na ausência da vitamina K a formação de protrombina no
fígado fica comprometida.
AFIRMATIVA CORRETA: D
(“Além das manifestações descritas no texto, o escorbuto pode provocar ainda hemorragia,
queda de cabelos e de dentes, fraqueza e anemia, que surge pela deficiência da vitamina C na
alimentação.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA A (“A carência de vitamina B6 ou riboflavina provoca problemas na boca, com
ruptura da mucosa, dos lábios, da língua e das bochechas, sintomas associados aos
descritos.”) – INCORRETA
* A vitamina B6 ou piridoxina e não riboflavina (B2), como consta nesta afirmativa. Ela auxilia a
oxidação dos alimentos e mantém a pele saudável. A carência da vitamina B 6, que é
hidrossolúvel, pode acarretar dermatites, anemia, alterações neurológicas, fraqueza muscular,
contrações musculares involuntárias, cálculos renais, inércia e apatia.
- AFIRMATIVA B (“A vitamina A ou ácido ascórbico tem nítida participação no desenvolvimento
do tecido conjuntivo e estimula a produção de anticorpos pelo organismo, por isso é conhecida
como vitamina anti-infecciosa.”) – INCORRETA
* A vitamina A ou retinol e não ácido ascórbico, como consta nesta afirmativa. Ela também é
denominada vitamina antixeroftálmica ou axeroftol. A carência da vitamina A, que é
lipossolúvel, determina, no homem, uma série de distúrbios, dos quais se destacam:
xeroftalmia, cegueira noturna, atraso no crescimento e lesões de pele. Xeroftalmia é o
ressecamento da córnea e da mucosa conjuntiva do globo ocular. A cegueira noturna
(hemeralopia ou nictalopia) consiste na dificuldade de enxergar e de se adaptar à obscuridade.
- AFIRMATIVA C (“A descrição de Camões refere-se à beribéri e surge em decorrência da falta
de vitamina B1, cujas fontes naturais são o fígado, as frutas frescas, os óleos, o feijão, o arroz e
o trigo integral.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a descrição de Camões não se refere à beribéri e
sim à escorbuto, doença provocada pela carência de vitamina C (ácido ascórbico). Beribéri,
que decorre da carência da vitamina B1 (vitamina antiberibérica, vitamina antineurítica, tiamina
ou aneurina), que é hidrossolúvel, caracteriza-se por inflamação e degeneração dos nervos
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periféricos; atrofia muscular, com paralisia dos membros inferiores e edemas. Surgem,
também, distúrbios cardiovasculares e insuficiência cardíaca. Pode, eventualmente, levar à
morte súbita, pela insuficiência cardíaca. São fontes naturais de vitamina B 1, fígado, feijão,
cutícula de arroz, gérmen de trigo, cereais integrais, fermento de padaria, ervilha, ameixa preta,
etc.
- AFIRMATIVA D (“Além das manifestações descritas no texto, o escorbuto pode provocar
ainda hemorragia, queda de cabelos e de dentes, fraqueza e anemia, que surge pela
deficiência da vitamina C na alimentação.”) – CORRETA
* Como consta nesta afirmativa, o escorbuto pode provocar, também, os sintomas aqui
descritos. O escorbuto decorre de uma carência da vitamina C (ácido ascórbico), cuja principal
função é estimular a produção de colágeno, substância fundamental dos tecidos conjuntivos,
dai, o fato dos sintomas do escorbuto decorrerem, via de regra, do comprometimento desses
tecidos.
- AFIRMATIVA E (“Vítimas da pelagra, os tripulantes apresentavam fragilidade dos capilares e
alterações no mecanismo de coagulação, pois na ausência da vitamina K a formação de
protrombina no fígado fica comprometida.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, não se trata de vítimas da pelagra e sim de
vítimas do escorbuto. A pelagra decorre de uma carência da vitamina hidrossolúvel B3 [PP
(preventiva da pelagra), niacina, ácido nicotínico ou nicotinamida]. Nela ocorre vermelhidão,
espessamento e descamação da pele. A dermatite surgida, com rachaduras dolorosas na pele,
leva à lesões das mucosas, inclusive da mucosa intestinal, com diarreia. Em fase adiantada,
podem ocorrer neurites do sistema nervoso central (SNC), causando desordens neurológicas
graves, culminando com a demência. Por esta razão, a pelagra é conhecida como “doença dos
3 D” (dermatite, diarreia e demência).

05. (UPE-2003) Dentre as doenças abaixo, estabeleça 5 associações corretas entre os


sintomas e a sua profilaxia.

DOENÇA SINTOMAS
Amebíase A. Anemia
Cólera B. Insuficiência cardíaca
Hepatite C. Diarreia
Esquistossomose D. Perturbações do fígado
Tricomoníase E. Vômitos
Doença de Chagas F. Obstrução intestinal
Dengue G. Hemorragias
Pneumonia H. Dores musculares
Poliomielite I. Prurido
Ascaridíase J. Febre e dor de cabeça

MEDIDAS PROFILÁTICAS
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a) Cólera – letras C e E – figuras 3 e 5


Dengue – letras H e J – figuras 4 e 10
Esquistossomose – letras C e D – figuras 2 e 6
Amebíase – letras A e C – figuras 1 e 5
Ascaridíase – letras E e F – figuras 3 e 5

b) Hepatite – letras E e H – figuras 5 e 7


Dengue – letras B e E – figuras 4 e 8
Pneumonia – letras E e G – figuras 3 e 6
Poliomielite – letras H e J – figuras 3 e 5
Ascaridíase – letras G e I – figuras 6 e 9

C) Hepatite – letras A e D – figuras 1 e 3


Doença de Chagas – letras B e H – figuras 4 e 10
Cólera – letras E e H – figuras 3 e 9
Poliomielite – letras H e J – figuras 7 e 9
Ascaridíase – letras A e C – figuras 3 e 6
d) Cólera – letras C e B – figuras 1 e 3
Dengue – letras G e J – figuras 4 e 10
Esquistossomose – letras D e I – figuras 2 e 9
Hepatite – letras A e C – figuras 5 e 7
Tricomoníase – letras A e I – figuras 1 e 6

e) Amebíase – letras C e E – figuras 3 e 5


Esquistossomose – letras F e G – figuras 2 e 9
Doença de Chagas – letras A e D – figuras 4 e 8
Pneumonia – letras G e H – figuras 3 e 5
Tricomoníase – letras I e J – figuras 6 e 7
ALTERNATIVA CORRETA: A
- CÓLERA
* Agente etiológico: bactéria Vibrio cholerae (vibrião colérico).
* Principais sintomas: os vibriões se multiplicam no intestino delgado, provocando grande perda
de líquido na forma de intensa diarreia (C) e vômito (E). A acentuada perda de água e
eletrólitos pode levar o organismo a um estado grave de desidratação, acarretando colapso dos
órgãos, que justifica a morte do paciente.
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* Principais medidas profiláticas: ferver a água a ser bebida (3) e evitar alimentos preparados
sem condições higiênicas adequadas (5).
- DENGUE
* Agente etiológico: Flavivírus (arbovírus), vírus envelopado com RNA de cadeia simples de
sentido positivo [(+) (pode ser usado diretamente com um RNA para a síntese proteica)].
* Principais sintomas: dores musculares intensas (H); febre e dor de cabeça (J); dores nas
juntas; manchas vermelhas na pele e fadiga.
* Principais medidas profiláticas: a dengue pode ser controlada e eventualmente erradicada
com a eliminação dos mosquitos vetores, cujas larvas se desenvolvem em águas paradas.
Proteger portas e janelas com telas (4) e eliminar criadouros do mosquito transmissor (10)
estão entre os elencos de medidas profiláticas.
- ESQUISTOSSOMOSE
* Agente etiológico: platelminto da classe trematoda Schistosoma mansoni,
* Principais sintomas: na fase aguda da doença os portadores apresentam sintomas como
diarreia (C), anemia, fezes sanguinolentas, febre, coceira, dermatites, vômito, emagrecimento,
inapetência, tosse, enjoos, etc. A doença pode evoluir para quadros mais graves, como o
aumento do fígado (D); do baço; hemorragias provocadas por rompimento de veias do esôfago
e aumento do volume da barriga (ascite ou “barriga d’água”).
* Principais medidas profiláticas: no combate à doença é fundamental que se promova a
eliminação do molusco transmissor, que pode ser feita com produtos químicos ou através de
animais (peixes, patos, etc.), que se alimentam do caramujo. É necessário, também que se
melhorem as condições socioeconômicas da população, com moradias de melhor qualidade,
dotadas de instalações sanitárias e sistema esgoto eficientes, evitando, dessa forma, que as
fezes com ovos atinjam os rios. Dessa forma, não nadar em água contaminada (2) e não
defecar ao ar livre (6) estão entre as medidas profiláticas.
- AMEBÍASE (DISENTERIA AMEBIANA)
* Agente etiológico: protozoário (rizópoda) Entamoeba histolytica (entameba).
* Principais sintomas: anemia (A), diarreia (C), dores abdominais e eliminação de sangue e
muco junto com as fezes.
* Principais medidas profiláticas: evitar que fezes humanas contaminem a água potável e os
alimentos (saneamento básico), higiene pessoal (1) e lavar bem os alimentos consumidos cruz
(5).
- ASCARIDÍASE
* Agente etiológico: nematelminto Ascaris lumbricoide, popularmente conhecido como
“lombriga”.
* Principais sintomas: a gravidade das manifestações depende do número de “lombrigas”
presentes no organismo. Dessa forma, infecções leves, com poucos vermes (três ou quatro),
costumam ser assintomáticas, acarretando poucos prejuízos ao hospedeiro. Infecções maiores
(100 ou mais parasitas) são potencialmente graves, causando vômito (E); obstrução intestinal
(F); lesões e infecções pulmonares de relativa gravidade e invasão das veias do fígado,
provocando lesões consideráveis.
* Principais medidas profiláticas: contágio ocorre através da água contaminada usada no
consumo doméstico (para beber, para lavar louças, etc.) e na irrigação de verduras, frutas,
legumes, etc. Neste contexto, ferver a água a ser bebida (3) e evitar alimentos preparados sem
condições higiênicas adequadas (5), constituem medidas profiláticas.
- ALTERNATIVA A – CORRETA
* Cólera: C/E/3/5
* Dengue: H/J/4/10
* Esquistossomose: C/D/2/6
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* Amebíase: A/C/1/5
* Ascaridíase: E/F/3/5

06. (UPE-2003) A malária é uma doença tropical com ampla ocorrência no Brasil. Sobre essa
parasitose, analise as informações abaixo.
I II
0 0 – O agente etiológico da doença é um protozoário esporozoário do gênero Plasmodium. O
transmissor é o mosquito prego, flebótomo pertencente ao gênero Culex.
1 1 – Medidas profiláticas da doença incluem: combate ao inseto adulto através de inseticidas
e das larvas por uso de larvicidas e controle biológico por peixes, drenagem de áreas alagadas,
uso de mosquiteiros e telas.
2 2 – É uma doença endêmica que pode se tornar epidêmica, caso haja interrupção dos
programas de combate. A ausência de campanhas educativas e de projetos de preservação
das matas, habitat natural do inseto transmissor, acelera sua disseminação.
3 3 – A febre alta é um sintoma marcante. Os parasitas penetram nas hemácias, rompendo-as
e liberando toxinas no plasma sanguíneo. Os surtos de febre estão associados à destruição
destas “células”, obedecendo ao ciclo de vida do parasita.
4 4 – As três espécies de parasitas P. vivax, P. falciparum e P. malariae, pertencentes a
categorias taxonômicas distintas, desenvolvem no hospedeiro surtos de febre com duração de
48 horas.
GABARITO
FVVVF
- Malária (impaludismo, paludismo, maleita, febre intermitente, febre palustre...): doença
infecciosa com manifestações agudas, em surtos, causada por protozoários (esporozoários) do
gênero Plasmodium, sendo uma das mais importantes endemias brasileiras. No organismo
humano, os Plasmodium passam por um ciclo assexuado (esquizogênico), parasitando as
hemácias, em cujo interior se multiplicam até destruí-las (hemólise), passando para novas
hemácias, que serão, igualmente, destruídas (figura abaixo).

A cada hemólise, o paciente exibe um surto febril, podendo chegar a 41 ºC, com
tremores incontroláveis, calafrios intensos, seguidos de uma onda de calor com profusa
sudorese. Em seguida, a urina se torna escura pela presença maciça de hemoglobina. O
Plasmodium malariae provoca surto febris de 72 em 72 horas, sendo responsável pela “febre
quartã benigna”, forma mais branda da doença. O P. vivax faz seu ciclo em 48 horas,
caracterizando a “febre terça benigna” (figura a seguir). O P. falciparum provoca acessos febris
irregulares, de 36 a 48 horas, sendo causador da “febre terça maligna”, variedade mais grave
da doença. Neste caso, as hemácias parasitadas se aglutinam, provocando obstrução de
vasos sanguíneos, podendo levar à morte. A transmissão da malária se faz, via de regra,
através da participação ativa dos mosquitos (pernilongos) do gênero Anopheles (mosquito-
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prego ou carapanã). Por essa razão, a campanha de combate à malária consiste,


essencialmente, na erradicação desses mosquitos.

Além da via de transmissão citada acima, existem outras, não relacionadas diretamente
com os insetos, das quais citamos:
I. Transfusão de sangue contaminado pelo parasita.
II. Transmissão para o bebê, no momento do parto em se tratando de mães contaminadas ou
através da placenta (congênita).
III. Utilização compartilhada de agulhas e/ou seringas contaminadas.
IV. Contaminação de funcionários de hospitais e laboratórios, decorrente de acidentes de
trabalho.
Os principais sintomas da malária são: febre alta, intermitente; tremores violentos e
incontroláveis; calafrios intensos; dores de cabeça; sudorese; vômito; anemia; icterícia;
hemoglobina na urina; convulsões e lesões no fígado e no baço.
Há, atualmente, vários medicamentos capazes de eliminar o plasmódio do sangue
humano. Além do quinino e seus derivados, utilizados tradicionalmente, novas drogas
terapêuticas vêm sendo usadas como sucesso no tratamento da malária. As drogas
antimaláricas devem ser ingeridas preventivamente, sob rigorosa orientação médica, por
pessoas que visitam regiões com elevada incidência da dessa doença. Não existe vacina
contra a malária.
As principais medidas utilizadas para prevenir a malária são: (a) eliminação de
criadouros do inseto vetor, que pode ser feito evitando água acumulada; (b) utilização de
larvicidas e de inseticidas, para combater o inseto; (c) proteção de portas e de janelas com
telas para evitar que o mosquito transmissor adentre a casa; (d) utilização de mosquiteiro nas
camas e (e) uso de repelentes de insetos.
Ciclo evolutivo (figura abaixo): no seu ciclo esquizogênico (assexuado) que se
processa no sangue humano, o Plasmodium penetra nas hemácias, passando de esporozoito a
trofozoito, que no interior dessas “células” assume, inicialmente, o aspecto semelhante ao de
um anel (esquizonte jovem). Em seguida, assume uma forma ameboide (esquizonte adulto),
que se reproduz diversas vezes, dando origem a células denominadas merozoítos. Isso
provoca a ruptura das hemácias (hemólise), liberando os merozoítos que, livres no sangue,
atacam novas hemácias, recomeçando outra divisão. Alguns desses merozoítos, todavia,
evoluem para gametócitos (masculino ou feminino), que também são liberados na circulação
sanguínea. No momento em que o mosquito (a fêmea) pica o indivíduo doente, aspira com o
sangue muitos desses gametócitos, que no seu organismo vão realizar a etapa sexuada da
reprodução. Dessa forma, o mosquito, no qual se realiza a reprodução sexuada, atua como
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hospedeiro definitivo, enquanto o homem, no qual ocorre a reprodução assexuada, é o


hospedeiro intermediário.

JUSTIFICATIVA
- INFORMAÇÃO 0 0 (“O agente etiológico da doença é um protozoário esporozoário do
gênero Plasmodium. O transmissor é o mosquito prego, flebótomo pertencente ao gênero
Culex. ”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta informação, o transmissor da malária é o mosquito do
gênero Anopheles (mosquito-prego ou carapanã), como descrevemos acima.
- INFORMAÇÃO 1 1 (“Medidas profiláticas da doença incluem: combate ao inseto adulto
através de inseticidas e das larvas por uso de larvicidas e controle biológico por peixes,
drenagem de áreas alagadas, uso de mosquiteiros e telas.”) – VERDADEIRA
* Ver “As principais medidas utilizadas para prevenir a malária são:”, contidas na descrição
acima.
- INFORMAÇÃO 2 2 (“É uma doença endêmica que pode se tornar epidêmica, caso haja
interrupção dos programas de combate. A ausência de campanhas educativas e de projetos de
preservação das matas, habitat natural do inseto transmissor, acelera sua disseminação.”) –
VERDADEIRA
* A malária é, realmente, uma doença endêmica, como consta nesta informação, que pode se
tornar epidêmica, caso haja interrupção dos programas visando seu combate.
- INFORMAÇÃO 3 3 (“A febre alta é um sintoma marcante. Os parasitas penetram nas
hemácias, rompendo-as e liberando toxinas no plasma sanguíneo. Os surtos de febre estão
associados à destruição dessas “células”, obedecendo ao ciclo de vida do parasita.”) –
VERDADEIRA
* A febre alta é, realmente, um sintoma marcante dessa doença, com se pode constatar no
trecho ( “Os principais sintomas da malária são: febre alta, ... “), contido na descrição acima.
* Com relação ao trecho (“Os parasitas penetram nas hemácias, rompendo-as e liberando
toxinas no plasma sanguíneo. ... “), presente nesta informação, ver “Ciclo evolutivo ...”, contido
na descrição acima.
- INFORMAÇÃO 4 4 (“As três espécies de parasitas P. vivax, P. falciparum e P. malariae,
pertencentes a categorias taxonômicas distintas, desenvolvem no hospedeiro surtos de febre
com duração de 48 horas.”) – FALSA
* O P. vivax faz seu ciclo em 48 horas, caracterizando a “febre terça benigna”.
* O P. falciparum provoca acessos febris irregulares, de 36 a 48 horas, sendo causador da
“febre terça maligna”.
O Plasmodium malariae provoca surto febris de 72 em 72 horas, sendo responsável pela
“febre quartã benigna”.
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* Ver o trecho (“.O Plasmodium malariae provoca surto febris de 72 em 72 horas, sendo
responsável pela “febre quartã benigna”, forma mais branda da doença. O P. vivax ...”), contido
na descrição acima.

07. (UPE-2004)
ESTABELEÇA A CORRETA ASSOCIAÇÃO ENTRE AS COLUNAS.
PARASITOSE
A. Teníase.
B. Elefantíase.
C. Leishmaniose visceral.
D. Esquistossomose.
E. Giardíase.
MANIFESTAÇÕES DA DOENÇA
1. Diarreia, dor abdominal, falta de apetite, anemia.
2. Febre, anemia, emagrecimento, aumento do fígado e do baço.
3. Anemia, fezes sanguinolentas, diarreia, febre, aumento do fígado e do baço.
4. Dor de cabeça, diarreia, constipação intestinal, falta de apetite.
5. Edemas causados por obstrução dos vasos linfáticos.
PROFILAXIA
I. Combater o mosquito transmissor e usar telas e mosquiteiros.
II. Lavar e cozinhar bem os alimentos e realizar saneamento básico.
III. Combater o molusco transmissor e realizar saneamento básico.
IV. Salgar e cozer as carnes e realizar saneamento básico.
V. Combater o mosquito transmissor e eliminar cães infectados.
Assinale a alternativa correta.
a) A 1 IV, B 5 III, C 3 I, D 2 II e E 4 V.
b) A 2 V, B 5 I, C 4 IV, D 3 III e E 1 II.
c) A 1 II, B 4 III, C 2 V, D 5 I e E 3 IV.
d) A 1 III, B 5 I, C 3 II, D 4 IV e E 2 V.
e) A 4 IV, B 5 I, C 2 V, D 3 III e E 1 II.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“A 4 IV, B 5 I, C 2 V, D 3 III e E 1 II.”)
JUSTIFICATIVA
* Teníase: infestação por vermes platelmintos da Classe Cestoda, conhecidos como tênias ou
solitárias (Taenia saginata e Taenia solium). Adquire-se essa doença pela ingestão de carne
malcozida contendo cisticercos. Os possíveis sintomas incluem dor de cabeça, diarreia,
constipação intestinal, falta de apetite, apatia, fraqueza, perda de peso, insônia, irritabilidade,
dores abdominais, náuseas, fadiga, insônia, etc. A profilaxia da teníase consiste,
essencialmente, em evitar a ingestão de carne (de porco ou de boi) mal cozida, já que ela pode
se encontrar infestada por cisticercos ainda vivos. Em nível de população, os cuidados
profiláticos se estendem à realização de saneamento básico, bem como ao não lançamento de
fezes no solo, pois as chuvas e o vento podem dispersar os ovos embrionados dos vermes até
os locais onde os animais hospedeiros intermediários vão procurar alimento.
* PARASITOSE: A (Teníase)
* MANIFESTAÇÕES DA DOENÇA: 4 (“. Os possíveis sintomas incluem dor de cabeça,
diarreia, constipação intestinal, falta de apetite, ... “).
* PROFILAXIA: IV (“. A profilaxia da teníase consiste essencialmente em evitar a ingestão de
carne (de porco ou de boi) mal cozida, ... Em nível de população, os cuidados profiláticos se
estendem a realização de saneamento básico, ... “)
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- A 4 IV
* Elefantíase (filariose): helmintose provocada pelo nematelminto Wuchereria bancrofti (filaria
de Bancrofti), cuja transmissão é feita pela picada do mosquito palha (Culex). A presença
desse verme nos vasos linfáticos determina a obstrução e a dificuldade de circulação da linfa.
Como consequência há um derrame dessa linfa nos tecidos adjacentes, provocando um
progressivo edema (inchaço), que pode atingir dimensões exageradas e deformantes. Por essa
razão, a doença ficou popularmente conhecida com elefantíase. As regiões mais afetadas são,
os membros inferiores, as mamas e a bolsa escrotal, nessa ordem. A profilaxia consiste,
essencialmente, em combater o mosquito transmissor e proteger as camas com cortinados,
para evitar a picada desse mosquito.
* PARASITOSE: B (Elefantíase)
* MANIFESTAÇÕES DA DOENÇA: 5 (“... A presença desse verme nos vasos linfáticos
determina a obstrução e a dificuldade de circulação da linfa. Como consequência há um
derrame dessa linfa nos tecidos adjacentes, provocando um progressivo edema (inchaço), ... “).
* PROFILAXIA: I (“. A profilaxia consiste, essencialmente, em combater o mosquito transmissor
e proteger as camas com cortinados, ... “).
-B5I
* Leishmaniose visceral (calazar): provocada pelo protozoário flagelado (mastigófora)
Leishmania chagasi, que ataca o baço e o fígado. Dentre os sintomas dessa doença citamos:
febre, anemia, emagrecimento, aumento do fígado (hepatomegalia), aumento do baço
(esplenomegalia) e aumento dos gânglios linfáticos (adenomegalia), bem como lesões na pele.
A transmissão é feita pelo mosquito Lutzomya longipalpis (mosquito-palha ou birigui), que, ao
picar o indivíduo, introduz, na circulação do hospedeiro, o referido protozoário. Essa
contaminação ocorre, portanto, quando o inseto pica mamíferos contaminados, como cães,
gatos, ratos e gambás (reservatórios do parasita). Dentre as medidas profiláticas citamos a
erradicação do mosquito transmissor e a eliminação de animais que atuam como reservatórios
do parasita, como os cães.
* PARASITOSE: C (Leishmaniose visceral)
* MANIFESTAÇÕES DA DOENÇA: 2 [“... febre; anemia; emagrecimento; aumento do fígado
(hepatomegalia), aumento do baço (esplenomegalia) ...].
* PROFILAXIA: V (“. Dentre as medidas profiláticas citamos a erradicação do mosquito
transmissor e a eliminação de animais que atuam como reservatórios do parasita, como os
cães. “).
-C2V
* Esquistossomose: parasitose causada pelo platelminto da classe trematoda Schistosoma
mansoni. Na fase aguda da doença os portadores apresentam sintomas como anemia, fezes
sanguinolentas, diarreia, febre, coceira, dermatites, vômito, emagrecimento, inapetência, tosse,
enjoos, etc. A doença pode evoluir para quadros mais graves, como o aumento do fígado
(hepatomegalia); do baço (esplenomegalia); hemorragias provocadas por rompimento de veias
do esôfago e aumento o volume da barriga (ascite ou “barriga d’água”). No combate à doença
é fundamental que se promova a eliminação do molusco transmissor, que pode ser feita com
produtos químicos ou através de animais (peixes, patos, etc.), que se alimentam do caramujo.
É necessário, também que se melhorem as condições socioeconômicas da população, com
moradias de melhor qualidade, dotadas de instalações sanitárias e sistema esgoto eficientes,
evitando, dessa forma, que as fezes com ovos atinjam os rios.
* PARASITOSE: D (Esquistossomose)
* MANIFESTAÇÕES DA DOENÇA: 3 [“ Na fase aguda da doença os portadores apresentam
sintomas como anemia, fezes sanguinolentas, diarreia, febre, ... aumento do fígado
(hepatomegalia); do baço (esplenomegalia); ...”]
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* PROFILAXIA: III (“ ... No combate à doença é fundamental que se promova a eliminação do


molusco transmissor, .... com moradias de melhor qualidade, dotadas de instalações sanitárias
e sistema esgoto eficientes, ... “).
- D 3 III
* Giardíase (giardiose): parasitose intestinal provocada pelo protozoário flagelado Giardia
lamblia, que afeta o intestino delgado humano e é transmitido, por contágio direto, através da
água e de alimentos contaminados por cistos da giárdia. As cólicas e os quadros
disenteriformes são cíclicos, intermediados, muitas vezes por período de remissão da doença,
dando impressão que o paciente está curado. Essa parasitose tem como principais sintomas
diarreia, dores abdominais, falta de apetite, anemia, dor de cabeça, náusea, inchaço ou
distensão do abdome e vômitos. Para evitar a giardíase deve-se: só ingerir alimentos bem
lavados e/ou cozidos; só beber água filtrada e/ou fervida; lavar as mãos, especialmente, antes
das refeições e após o uso de sanitários e construção de fossas e de redes de esgotos. A
profilaxia se resume, portanto, aos cuidados com os alimentos que devem ser consumidos e
com saneamento básico, evitando, dessa forma, que as fezes humanas contaminem a água
potável e o alimento.
* PARASITOSE: E (Giardíase)
* MANIFESTAÇÕES DA DOENÇA: 1 (“ ... Essa parasitose tem como principais sintomas
diarreia, dores abdominais, falta de apetite, anemia, ... “).
* PROFILAXIA: II (“ ... A profilaxia se resume, portanto, aos cuidados com os alimentos que
devem ser consumidos e com saneamento básico, ... “).
- E 1 II

08. (UPE-2005) Esta questão refere-se a doenças, citadas na letra da música do grupo Titãs,
que assolam a humanidade.
(...)
O pulso ainda pulsa
Peste bubônica, câncer, pneumonia,
Raiva, rubéola, tuberculose, anemia
Rancor, cisticercose, caxumba, difteria,
Encefalite, faringite, gripe, leucemia
(...)
Hepatite, escarlatina, estupidez, paralisia
Toxoplasmose, sarampo, esquizofrenia
Úlcera, trombose, coqueluche, hipocondria
Sífilis, ciúmes, asma, cleptomania
O corpo ainda é pouco
(...)
Reumatismo, Raquitismo, cistite, disritmia
Hérnia, pediculose, tétano, hipocrisia
Brucelose, febre tifoide, arteriosclerose, miopia
Catapora, culpa, cárie, cãibra, lepra, afasia
(...)
Titãs, 1989.
Analise as afirmativas que melhor descrevem as doenças em destaque na música.
I. A tuberculose, o tétano e a difteria são doenças causadas pelas bactérias Mycobacterium
tuberculosis, Clostridium tetani e Corynebacterium diphtheriae, respectivamente.
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II. A febre tifoide tem como agente etiológico a bactéria Salmonella typhi, que é transmitida pela
ingestão de água e alimentos contaminados. Os sintomas mais comuns são: febre alta, dor de
cabeça, redução dos batimentos cardíacos, aumento do baço e manchas vermelhas no corpo.
III. A sífilis é causada pela bactéria denominada Treponema pallidum, sendo transmitida
geralmente por contato sexual; um sinal característico dessa doença são verrugas nas regiões
genital e anal, podendo levar, nas mulheres, ao câncer de colo uterino.
IV. A toxoplasmose é uma grave doença provocada pela bactéria Toxoplasma gondii, que
pode afetar o sistema nervoso, levando a pessoa à cegueira. É transmitida ao homem pelo
contato com as fezes e a urina de gatos contaminados.
V. A escarlatina é provocada pela bactéria Streptococcus pyogenes. É uma doença típica da
infância, apresentando como sintomas uma tosse persistente e seca, acompanhada de febre e
dificuldade para falar e engolir. A medida profilática mais importante é aplicação, nas crianças,
da vacina tríplice.
Assinale a alternativa que contempla as afirmativas corretas.
a) II, III e V.
b) I, III e V.
c) I e II.
d) III e IV.
e) II e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“I e II.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“A tuberculose, o tétano e a difteria são doenças causadas pelas bactérias
Mycobacterium tuberculosis, Clostridium tetani e Corynebacterium diphtheriae,
respectivamente.”) – CORRETA
* Tuberculose: doença causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida
como bacilo de Koch, nome do seu descobridor. A transmissão ocorre, via de regra, através de
contato com individuo doente, por meio das vias respiratórias. Dessa forma a fala, o espirro e
principalmente a tosse de uma pessoa acometida com essa doença, lançam gotículas
contaminadas no ar.
* Tétano: doença provocada pelo bacilo (bactéria) Clostridium tetani (anaeróbio obrigatório),
que pode ser letal. A transmissão ocorre, via de regra, pela introdução de esporos através de
um ferimento perfurante, causado por objetos contaminados. A queimadura pode também ser a
via de entrada dos esporos, quando em contato com solo contaminado.
* Difteria (crupe): doença provocada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae. A transmissão
ocorre, habitualmente, por via direta, através de gotículas de saliva expelidas pelos doentes
durante a fala, tosse, espirro, que contaminam as pessoas sadias.
- AFIRMATIVA II (“A febre tifoide tem como agente etiológico a bactéria Salmonella typhi, que é
transmitida pela ingestão de água e alimentos contaminados. Os sintomas mais comuns são:
febre alta, dor de cabeça, redução dos batimentos cardíacos, aumento do baço e manchas
vermelhas no corpo.”) – CORRETA
* Febre tifoide: doença causada pela bactéria Salmonella typhi ou bacilo de Eberth, nome do
cientista que a identificou pela primeira vez. A transmissão se faz por meio de água e de
alimentos contaminados com fezes de portadores. Esse bacilo ataca, principalmente, o
intestino, destruindo os nódulos linfáticos situados abaixo da mucosa intestinal e ocasionando
úlceras na estrutura desse órgão. Ocorrem, então, quadros diarreicos com cólicas, febre, e
muitas vezes presença de sangue nas fezes. As toxinas produzidas pela bactéria caem na
circulação sanguínea e produzem um quadro de toxemia, com erupção cutânea ao nível do
abdome e certo torpor, pela impregnação do sistema nervoso central. Os sintomas mais
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comuns são, em ultima análise, febre alta, forte dor de cabeça, diminuição do batimento
cardíaco, aumento do baço e do fígado, manchas vermelhas no corpo, falta de apetite, quadros
diarreicos com cólicas e presença de sangue nas fezes, etc. Em casos graves pode haver
perfuração do intestino, levando a morte.
- AFIRMATIVA III (“A sífilis é causada pela bactéria denominada Treponema pallidum, sendo
transmitida geralmente por contato sexual; um sinal característico dessa doença são verrugas
nas regiões genital e anal, podendo levar, nas mulheres, ao câncer de colo uterino.”) –
INCORRETA
* Sífilis (lues): causada, como consta nesta afirmativa, pela bactéria denominada Treponema
pallidum. Sua transmissão não ocorre, exclusivamente, por via sexual, embora ela seja a
principal forma de transmissão. Na sífilis congênita, a referida bactéria passa pela placenta e
contamina o feto. Dessa forma, em gestantes os cuidados devem ser maiores, em função dos
riscos para o feto. O câncer, mencionado nesta alternativa, não é causado pela sífilis.
- AFIRMATIVA IV (“A toxoplasmose é uma grave doença provocada pela bactéria Toxoplasma
gondii, que pode afetar o sistema nervoso, levando a pessoa à cegueira. É transmitida ao
homem pelo contato com as fezes e a urina de gatos contaminados.”) – INCORRETA
* Toxoplasmose: doença causada pelo protozoário (e não por bactéria, com consta nesta
afirmativa) Toxoplasma gondii, pertencente à classe Sporozoa [mesma em que se enquadram
o Plasmodium (causador da malária)], encontrado nas fezes dos gatos e de outros felinos. O
homem e outros animais também podem hospedar o referido parasita. A doença afeta o
sistema nervoso, com perturbações visuais, podendo levar à cegueira. Pode, também, afetar o
miocárdio, o fígado, o baço e os músculos. Sua transmissão se faz pela ingestão de água
contaminada com cistos presentes nas fezes e urina de gatos e de outros felídeos; por carnes
cruas ou mal passadas, principalmente de porco e de carneiro, que abrigam os referidos cistos;
bem como pela ingestão de vegetais que, por terem tido contato com fezes e urina de animais
hospedeiros, ou material contaminado, abriguem os cistos do Toxoplasma. Pode também
haver transmissão de mãe para filho durante a gravidez (transmissão via placentária),
prejudicando o sistema nervoso do feto.
- AFIRMATIVA V (“A escarlatina é provocada pela bactéria Streptococcus pyogenes. É uma
doença típica da infância, apresentando como sintomas uma tosse persistente e seca,
acompanhada de febre e dificuldade para falar e engolir. A medida profilática mais importante é
aplicação, nas crianças, da vacina tríplice.”) – INCORRETA
* Escarlatina: doença infectocontagiosa aguda, causada pela bactéria Streptococcus pyogenes,
que acomete, especialmente, as crianças na idade escolar. Dentre os sintomas citamos: tosse,
febre alta, garganta inflamada, língua inchada e vermelha, dor de cabeça, calafrios, erupção
cutânea (exantemas), mal-estar, inapetência, náuseas, vômitos, dores musculares e
articulares. A transmissão ocorre pelo contato direto com a saliva ou com a secreção nasal de
pessoas doentes ou portadoras da bactéria que não apresentam sinais da enfermidade
(portadores assintomáticos podem transmitir a bactéria). A melhor forma de prevenir a doença
é evitar o contato com pessoas infectadas. A vacina tríplice bacteriana imuniza contra
coqueluche, difteria e tétano. A vacina tríplice viral é usada contra sarampo, caxumba e
rubéola.

09. (UPE–2006) As doenças sexualmente transmissíveis são conhecidas desde os primórdios


da civilização humana. Na primeira coluna, estão listadas algumas dessas doenças; na
segunda coluna, seus respectivos agentes etiológicos e, na terceira coluna, seus principais
sintomas. Estabeleça a associação entre as colunas.

DOENÇA AGENTE ETIOLÓGICO SINTOMA


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I. Coceira, corrimento
A. Condiloma acuminado 1. Haemophilus ducrery purulento e ardor ao
urinar.
II. Verrugas na região
B. Cancro mole 2. Neisseria gonorrhoeae anogenital ou no colo do
útero.
III. Feridas dolorosas no
C. Gonorreia 3. Papilomavirus humano (HPV) pênis ou na região anal,
com secreção clara.

Assinale a alternativa que apresenta a correlação correta entre as colunas.


a) A-3-I / B-2-II / C-1-III.
b) A-3-II / B-1-III / C-2-I.
c) A-2-II / B-3-III / C-1-I.
d) A-1-II / B-3-I / C-2-III.
e) A-2-III / B-1-II / C-3-I.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“A-3-II / B-1-III / C-2-I.”)
JUSTIFICATIVA
* Condiloma (crista-de-galo ou verruga genital): doença sexualmente transmissível (DST),
provocada pelo Papilomavirus humano (HPV), um vírus não envelopado com DNA de cadeia
dupla. Ele infecta células dos órgãos genitais, causando, no homem, lesões papilares
(verrugas) na glande, no prepúcio e no meato uretral e na vulva, períneo e colo do útero, na
mulher. Pode levar ao desenvolvimento de um tipo de câncer genital, que afeta o colo do útero
e o pênis.
* DOENÇA: A (Condiloma acuminado)
* AGENTE ETIOLÓGICO: 3 [Papilomavirus humano (HPV)]
* SINTOMA: II (verrugas na região anogenital ou no colo do útero). Ver descrição “Condiloma
(crista-de-galo ou verruga genital)”, acima.
- A 3 II
* Cancro mole: ulceração dolorida e mole da genitália externa, causada pela bactéria
Haemophilus ducrery, que se adquire através de contato sexual com parceiros contaminados,
sendo mais frequente nos homens. Os portadores apresentam lesões, geralmente dolorosas,
no pênis ou na região anal, com secreção clara.
* DOENÇA: B (Cancro mole)
* AGENTE ETIOLÓGICO: 1 (Haemophilus ducrery)
* SINTOMA: III (feridas dolorosas no pênis ou na região anal, com secreção clara.). Ver
descrição “Cancro mole”, acima.
- B 1 III
* Gonorreia (blenorragia): causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae (“gonococo”),
adquirida, principalmente, através de relações sexuais com parceiros contaminados e da mãe
para o recém-nascido, por ocasião do parto. O diagnóstico é mais fácil no homem, em face da
doença produzir ardor ao urinar e causar eliminação de uma secreção uretral amarelada
(corrimento purulento). Nas mulheres, em face dos sintomas serem menos evidentes, o
tratamento é mais difícil que nos homens. A evolução da doença pode comprometer as tubas
uterinas e causar esterilidade.
* DOENÇA: C [Gonorreia (blenorragia)]
* AGENTE ETIOLÓGICO: 2 (Neisseria gonorrhoeae)
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* SINTOMA: I (coceira, corrimento purulento e ardor ao urinar.). Ver descrição “Gonorreia


(blenorragia)”, acima.
-C2I

10. (UPE–2006) A água é um importante meio de transmissão de doenças, especialmente as


do sistema digestório. Os agentes etiológicos atingem a água juntamente com os excrementos
de pessoas ou animais infectados. Assinale a alternativa que apresenta corretamente o
patógeno e as respectivas “doenças de transmissão hídrica”.
a) Vírus: difteria e poliomielite.
b) Bactérias: leptospirose e cólera.
c) Protozoários: disenteria amebiana e disenteria bacilar.
d) Platelmintos: ascaridíase e giardíase.
e) Nematelmintos: esquistossomíase e ancilostomíase.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Bactérias: leptospirose e cólera.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Vírus: difteria e poliomielite.”) – INCORRETA
* Difteria (crupe): doença provocada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, não sendo,
portanto, de origem virótica, como consta nesta alternativa. A transmissão ocorre,
habitualmente, por via direta, através de gotículas de saliva expelidas pelos doentes durante a
fala, tosse, espirro, que contaminam as pessoas sadias. Não sendo, dessa forma, uma doença
de transmissão hídrica, como enfatiza esta alternativa.
* Poliomielite (paralisia infantil): doença provocada por Enterovírus [vírus não envelopados com
RNA de cadeia simples (+)], sendo, portanto, de origem virótica, como consta nesta alternativa.
A transmissão se dá através da ingestão de alimento e de água contaminados com fezes de
portadores, bem como através de gotículas expelidas por esses portadores ao falar, tossir ou
espirrar.
- ALTERNATIVA B (“Bactérias: leptospirose e cólera.”) – CORRETA
* Leptospirose: doença infecciosa causada por bactéria (Leptospira interrogans), como consta
nesta alternativa. Os reservatórios dessa bactéria são ratos, camundongos, cães, coelhos e
galinhas, que, embora possam ser portadores assintomáticos da doença, eliminam as referidas
bactérias através de suas secreções, notadamente a urina. Dessa forma, a água e alimentos,
bem como objetos de uso comum, contaminados pela urina de animais infectados, podem
transmitir a doença.
* Cólera: infecção intestinal provocada pela bactéria Vibrio cholerae, sendo, portanto, de
origem bacteriana, como consta nesta alternativa. Adquire-se essa bactéria através da ingestão
de água ou alimentos contaminados com fezes de portadores. Dessa forma, para evitar a
doença deve ser evitado alimentos preparados sem a devida condições de higiene, bem como
a ingestão de água não potável.
- ALTERNATIVA C (“Protozoários: disenteria amebiana e disenteria bacilar.”) – INCORRETA
* Disenteria amebiana (amebíase): tem como agente etiológico o protozoário (rizópoda)
Entamoeba histolytica (entameba) sendo, portanto, uma protozoose, como consta nesta
alternativa. A aquisição dessa doença ocorre pela ingestão de cistos da entameba presentes
na água ou em alimentos contaminados com fezes de doentes.
* Disenteria bacilar (shigelose): causada por bactéria do gênero Shigella, não sendo, portanto,
uma protozoose, como consta nesta alternativa. A doença é adquirida pela ingestão de água
ou de alimentos contaminados com fezes de doentes.
- ALTERNATIVA D (“Platelmintos: ascaridíase e giardíase.”) – INCORRETA
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* Ascaridíase (ascaridiose): helmintose causada pelo nematelminto Ascaris lumbricoide,


popularmente conhecido como “lombriga”. Dessa forma, essa doença não é provocada por
platelminto, como consta nesta alternativa. O contágio ocorre através da água contaminada
usada no consumo doméstico (para beber, para lavar louças, etc.) e na irrigação de verduras,
frutas, legumes, etc.
* Giardíase (giardiose): parasitose intestinal provocada pelo protozoário flagelado Giardia
lamblia, não sendo, portanto, causada por platelmintos, como consta nesta alternativa. A
transmissão é feita através da água e de alimentos contaminados por cistos da giárdia.
ALTERNATIVA E (“Nematelmintos: esquistossomíase e ancilostomíase.”) – INCORRETA
* Esquistossomíase: parasitose provocada pelo platelminto da classe trematoda Schistosoma
mansoni, não sendo, portanto, causada por nematelmintos, como consta nesta alternativa. A
transmissão ocorre através da água contaminada.
* Ancilostomíase (ancilostomose, amarelão ou opilação): helmintose causada pelo
nematelminto Ancylostoma duodenale. A transmissão ocorre através da água contaminada.

11. (UPE–2007) A leishmaniose cutânea é uma parasitose restrita à pele e às mucosas; é


provocada pela Leishmania brasiliensis, que tem como hospedeiro intermediário o inseto
conhecido como mosquito-palha e como hospedeiro definitivo, o homem. Neste, no local da
picada, onde as leishmanias se multiplicam, surgem feridas arredondadas em forma de moeda.
Existem duas outras formas de leishmaniose: a botão-do-oriente, leishmaniose cutânea típica
de países orientais, causada pela Leishmania tropica, e a leishmaniose visceral ou calazar,
causada pela Leishmania chagasi. Sobre a doença, as medidas profiláticas e as formas de
contaminação, analise as afirmativas e conclua.
I II
0 0 - Na leishmaniose visceral ou calazar, o fígado e o baço são atacados; a doença provoca
febre contínua, perda de apetite, inchaço do fígado, anemia e lesões na pel
1 1 - A leishmaniose visceral ou calazar é transmitida aos seres humanos pela picada do
mosquito-palha, Lutzomyia longipalpis; os cães também podem ser atacados por esse
protozoário.
2 2 - A leishmaniose tegumentar é uma doença que ataca pele e mucosas. Na pele atingida
pelas picadas do mosquito-palha, do gênero Anopheles, manifestam-se feridas ulcerosas com
bordas elevadas e fundo granuloso.
3 3 - As principais medidas preventivas no combate à leishmaniose são: controle da
proliferação dos mosquitos transmissores através do uso de inseticidas, de mosquiteiros e de
telas sobre portas e janelas das casas.
4 4 - O tratamento da doença é feito pela administração prolongada de antibióticos por se
tratar de uma doença de origem bacteriana.
GABARITO
VVFVF
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Na leishmaniose visceral ou calazar, o fígado e o baço são atacados; a
doença provoca febre contínua, perda de apetite, inchaço do fígado, anemia e lesões na pele.”)
– VERDADEIRA
* A leishmaniose visceral (calazar) é provocada pelo protozoário flagelado (mastigófora)
Leishmania chagasi, que ataca o baço e o fígado. Dentre os sintomas dessa doença citamos:
febre contínua, perda de apetite, aumento do fígado e do baço, anemia e lesões na pele.
Podendo, em alguns casos, causar morte. A transmissão é feita pelo mosquito Lutzomya
longipalpis (mosquito-palha ou birigui), que, ao picar o indivíduo, introduz, na circulação do
hospedeiro, o referido protozoário. Essa contaminação ocorre, portanto, quando o inseto pica
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mamíferos contaminados, como cães, gatos, ratos e gambás (reservatórios do parasita).


Ressaltamos que a doença não é contagiosa, nem se transmite diretamente de uma pessoa
para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. Ela ocorre
apenas através da picada do mosquito fêmea infectado. Algumas das medidas a serem
adotadas são evitar ou controlar a transmissão do parasita, tais como: diagnóstico precoce e
tratamento dos doentes; erradicar o vetor na fase lavar ou adulta; uso de telas nas janelas e
nas portas, com malhas muito finas; uso de repelentes do inseto e eliminação de focos onde
existe o inseto vetor. O tratamento é feito com base na administração prolongada de
medicamentos à base de antimônio.
- AFIRMATIVA 1 1 (“A leishmaniose visceral ou calazar é transmitida aos seres humanos pela
picada do mosquito-palha, Lutzomyia longipalpis; os cães também podem ser atacados por
esse protozoário.”) – VERDADEIRA
* Ver (“ . A transmissão é feita pela picada do mosquito Lutzomya longipalpis ... “) e (“ ...
mamíferos contaminados, como cães, ... “), trechos contidos na alternativa anterior.
- AFIRMATIVA 2 2 (“A leishmaniose tegumentar é uma doença que ataca pele e mucosas. Na
pele atingida pelas picadas do mosquito-palha, do gênero Anopheles, manifestam-se feridas
ulcerosas com bordas elevadas e fundo granuloso.”) – FALSA
* A transmissão da leishmaniose tegumentar (úlcera-de-bauru), causada pelo protozoário
flagelado (mastigófora) Leishmania brasiliensis, ocorre pela picada de mosquito do gênero
Lutzomya (mosquito-palha) e não do gênero Anopheles, como consta nesta afirmativa.
- AFIRMATIVA 3 3 (“As principais medidas preventivas no combate à leishmaniose são:
controle da proliferação dos mosquitos transmissores através do uso de inseticidas, de
mosquiteiros e de telas sobre portas e janelas das casas.”) – VERDADEIRA
* Ver trecho (“ . Algumas das medidas a serem adotadas são evitar ou controlar a transmissão
do parasita, tais como: diagnóstico precoce e tratamento dos doentes; erradicar o vetor na fase
lavar ou adulta; uso de telas nas janelas e portas, com malhas muito finas; uso de repelentes
do inseto e eliminação de focos onde existe o inseto vetor. ... “), contido na alternativa 0 0.
- AFIRMATIVA 4 4 (“O tratamento da doença é feito pela administração prolongada de
antibióticos por se tratar de uma doença de origem bacteriana.”) – FALSA
* A leishmaniose visceral (calazar) é provocada pelo protozoário flagelado (mastigófora)
Leishmania chagasi. Ela não tem, portanto, origem bacteriana, como consta nesta afirmativa.

12. (UPE–2007) “Se nadou e depois coçou, é porque pegou.” Este ditado popular faz uma
alusão à contaminação por cercárias comuns nas chamadas lagoas de coceiras, que servem
de abrigo aos caramujos, hospedeiros intermediários dos vermes causadores da
Esquistossomose, doença muito comum no Brasil. Sobre isso, analise as afirmativas abaixo.
I. A postura dos ovos ocorre nos capilares do intestino do hospedeiro. Eles são dotados de
pequeno espinho, que perfura os vasos capilares e permite sua passagem para cavidade
intestinal, de onde são eliminados junto com as fezes.
II. Na água, os ovos eclodem e libertam os miracídios, larvas ciliadas, que ao encontrarem o
caramujo da família dos Planorbídeos, que lhes serve de hospedeiro intermediário, nele
penetram, perdem os cílios e transformam-se no esporocisto primário.
III. O esporocisto primário gera o esporocisto secundário e este, as cercárias, que atravessam
os tecidos do caramujo, saindo para a água. Se uma pessoa entrar em contato com a água, as
cercárias podem penetrar pela sua pele, por ação de enzimas, que elas produzem, gerando
uma coceira característica.
IV. Ao penetrarem no corpo humano, as cercárias perdem a cauda, são esquistosômulos, que
passam para os vasos sanguíneos ou linfáticos, migrando para o fígado. O ciclo se completa
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com a migração dos vermes adultos para os vasos mesentéricos do hospedeiro, iniciando a
postura de ovos.
V. Na fase aguda da doença, os sintomas são coceiras, dermatites, febre, vômito e
emagrecimento, sendo a fase crônica, assintomática. A doença pode evoluir para quadros mais
graves com o aumento do baço e do fígado. As medidas profiláticas mais eficazes no combate
à doença são: uso de calçados, construção de instalações sanitárias e ingestão de carnes
cozidas, para evitar a ingestão de ovos do parasita.
Sobre o ciclo de vida do parasita causador da doença e das mediadas profiláticas mais
importantes no combate a doença, assinale a alternativa correta.
a) Apenas II, IV e V.
b) Apenas I, III e V.
c) Apenas I, II, III e IV.
d) Apenas I e V.
e) Apenas a III.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Apenas I, II, III e IV.”)
Ciclo evolutivo do Schistosoma mansoni
O esquema abaixo mostra, de forma resumida, o ciclo evolutivo do Schistosoma
mansoni, que provoca a esquistossomose mansônica (xistossomose, xistosa ou doença do
caramujo), doença comum no Brasil. Na fase aguda da doença os portadores apresentam
sintomas como coceira, dermatites, febre, vômito, emagrecimento, inapetência, tosse, diarreia,
enjoos, etc. A fase crônica é, via de regra, assintomática. A doença pode evoluir para quadros
mais graves, como o aumento do baço (esplenomegalia) e do fígado (hepatomegalia);
hemorragias provocadas por rompimento de veias do esôfago e aumento o volume da barriga
(ascite ou “barriga d’água”).

O macho do gênero Schistosoma é menor que a fêmea e, como ela, possui duas
ventosas. Ele apresenta um sulco ao longo do corpo (canal ginecóforo), que abriga a fêmea
(figura seguir), durante o acasalamento, tornando mais fácil o encontro entre os dois.
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O esquistossomo completa seu desenvolvimento no sistema porta hepático do


hospedeiro (veias hepáticas e mesentéricas que ligam o fígado ao intestino). A postura dos
ovos ocorre nos vasos capilares do intestino do hospedeiro. Esses ovos (figura abaixo) são
dotados de um espinho lateral que facilita a perfuração da parede do vaso e sua penetração no
intestino, de onde são eliminados junto com as fezes.

Na água, os ovos eclodem e liberam uma larva ciliada e móvel, denominada miracídio
(figura seguir), cuja sobrevivência depende de sua penetração em um caramujo da família
planorbídeos, do gênero Biomphalaria (hospedeiro intermediário).

No caramujo o miracídio perde os cílios e outras estruturas, cresce e se transforma em


um “saco” alongado, com centenas de células reprodutoras, denominado esporócito primário.
Por reprodução assexuada, esse esporócito dá origem a vários esporócitos secundários, que
originam um segundo tipo de larva, denominada cercária (figura abaixo). Ela possui duas
ventosas, cauda bifurcada e glândulas que auxiliam a sua penetração através da pele ou das
mucosas do homem, o que ocorre quando ele entra em contato com água contaminada
(tomando banho, bebendo, lavando roupa, etc.). Ao penetrar na pele, a cercária provoca uma
reação alérgica, com sensação de coceira, vermelhidão e dor. No corpo humano, as cercárias
perdem a cauda e recebem o nome de esquistosômulos que passam para os vasos
sanguíneos ou linfáticos e migram para o fígado, passando pelo coração e pelos pulmões. O
ciclo se completa com a migração dos vermes adultos para os vasos mesentéricos do
hospedeiro, tendo início a postura dos ovos.
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Para combater a doença não basta apenas tratar as pessoas afetadas. É fundamental
a melhoria das condições socioeconômicas da população. Moradias de melhor qualidade,
dotadas de instalações sanitárias adequadas, com sistema de esgoto eficientes, evitam que as
fezes com ovos atinjam os rios, impedindo, dessa forma, a propagação do verme. O uso de
luvas e botas de borracha é um meio eficiente de evitar a doença. A eliminação do caramujo,
por seu turno, pode ser feita com produtos químicos ou através de animais (peixes, patos, etc.),
que se alimentam do molusco, o que constitui um combate biológico.
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“A postura dos ovos ocorre nos capilares do intestino do hospedeiro. Eles são
dotados de pequeno espinho, que perfura os vasos capilares e permite sua passagem para
cavidade intestinal, de onde são eliminados junto com as fezes.”) – CORRETA
* Ver [“ ... A postura dos ovos ocorre nos vasos capilares do intestino do hospedeiro. Esses
ovos (...) são dotados de um espinho lateral que facilita a perfuração da parede do vaso e sua
penetração no intestino, de onde são eliminados junto com as fezes.], trecho contido na
descrição acima.
- AFIRMATIVA II (“Na água, os ovos eclodem e libertam os miracídios, larvas ciliadas, que ao
encontrarem o caramujo da família dos Planorbídeos, que lhes serve de hospedeiro
intermediário, nele penetram, perdem os cílios e transformam-se no esporocisto primário.”) –
CORRETA
* Ver [“ Na água, os ovos eclodem e liberam uma larva ciliada e móvel, denominada miracídio
(...), cuja sobrevivência depende de sua penetração em um caramujo da família planorbídeos,
do gênero Biomphalaria (hospedeiro intermediário)”] e (“ No caramujo o miracídio perde os
cílios e outras estruturas, cresce e se transforma em um “saco” alongado, com centenas de
células reprodutoras, denominado esporócito primário.”), trechos contidos na descrição acima.
- AFIRMATIVA III (“O esporocisto primário gera o esporocisto secundário e este, as cercárias,
que atravessam os tecidos do caramujo, saindo para a água. Se uma pessoa entrar em contato
com a água, as cercárias podem penetrar pela sua pele, por ação de enzimas, que elas
produzem, gerando uma coceira característica.”) – CORRETA
* Ver (“ ... esporócito primário. Por reprodução assexuada, esse esporócito dá origem a vários
esporócitos secundários, que originam um segundo tipo de larva, denominada cercária ... “) e (“
... Ao penetrar na pele, a cercária provoca uma reação alérgica, com sensação de coceira,
vermelhidão e dor. ...”), trechos contidos na descrição acima.
- AFIRMATIVA IV (“Ao penetrarem no corpo humano, as cercárias perdem a cauda, são
esquistosômulos, que passam para os vasos sanguíneos ou linfáticos, migrando para o fígado.
O ciclo se completa com a migração dos vermes adultos para os vasos mesentéricos do
hospedeiro, iniciando a postura de ovos.”) – CORRETA
* Ver (“ ... No corpo humano, as cercárias perdem a cauda e recebem o nome de
esquistosômulos que passam para os vasos sanguíneos ou linfáticos e migram para o fígado,
passando pelo coração e pelos pulmões. O ciclo se completa com a migração dos vermes
adultos para os vasos mesentéricos do hospedeiro, tendo início a postura dos ovos. “), contido
na descrição acima.
- AFIRMATIVA V (“Na fase aguda da doença, os sintomas são coceiras, dermatites, febre,
vômito e emagrecimento, sendo a fase crônica, assintomática. A doença pode evoluir para
quadros mais graves com o aumento do baço e do fígado. As medidas profiláticas mais
eficazes no combate à doença são: uso de calçados, construção de instalações sanitárias e
ingestão de carnes cozidas, para evitar a ingestão de ovos do parasita.”) – INCORRETA
* Conquanto a afirmativa seja verdadeira com relação aos sintomas da doença, ver trecho (“ .
Na fase aguda da doença os portadores apresentam sintomas como coceira, dermatites, febre,
vômito, emagrecimento, inapetência, tosse, diarreia, enjoos, etc. A fase crônica é, via de regra,
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assintomática. A doença pode evoluir para quadros mais graves, como o aumento do baço
(esplenomegalia) e do fígado (hepatomegalia); ... “), contido na descrição acima, ela está falsa
com relação às medidas profiláticas quando menciona “... ingestão de carnes cozidas, para
evitar a ingestão de ovos do parasita.”.

13. (UPE–2007) “SUS vacina contra o rotavírus: crianças de dois meses poderão, a partir de
amanhã, ser vacinadas no serviço público contra doença responsável por maior parte das
mortes por diarreia.”
(Jornal do Commercio; Recife, março de 2006.)
Em relação às imunizações, é correto afirmar.
I. BCG: contra o tétano, cujo agente causador é a bactéria do gênero Clostridium.
II. Antipólio: contra a poliomielite, doença com duas fases: intestinal e neurológica.
III. Tríplice (coqueluche, difteria e tétano): doenças causadas por bactérias.
IV. Tríplice (sarampo, rubéola e caxumba): previne contra doenças tanto de origem viral, como
sarampo e rubéola, quanto bacteriana, como a caxumba.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I e IV.
b) Apenas II, III e IV.
c) Apenas I, III e IV.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Apenas II e III.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“BCG: contra o tétano, cujo agente causador é a bactéria do gênero
Clostridium.”) – INCORRETA
* BCG (bacilo de Calmette-Guérin): vacina utilizada na prevenção da tuberculose e da
hanseníase (lepra) e não contra o tétano, como consta nesta afirmativa.
- AFIRMATIVA II (“Antipólio: contra a poliomielite, doença com duas fases: intestinal e
neurológica.”) – CORRETA
* A vacina Antipólio é, como consta nesta afirmativa, usada contra a poliomielite (paralisia
infantil).
- AFIRMATIVA III [“Tríplice (coqueluche, difteria e tétano): doenças causadas por bactérias.”] –
CORRETA
* A vacina tríplice bacteriana é, realmente, usada contra coqueluche, difteria e tétano, doenças
causadas por bactérias, como consta nesta afirmativa.
- AFIRMATIVA IV [“Tríplice (sarampo, rubéola e caxumba): previne contra doenças tanto de
origem viral, como sarampo e rubéola, quanto bacteriana, como a caxumba.”] – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a caxumba é de origem viral, a exemplo do
sarampo e da rubéola.

14. (UPE–2008) “Sífilis: doença grave, que afeta homens, mulheres e crianças e pode levar a
sérias complicações, se não for tratada.”
(Saúde e Meio Ambiente na Zona da Mata – Cartilha da
Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco)
Sobre a doença a que se refere o texto acima, analise as afirmativas e conclua.
I II
0 0 - Compromete diversos órgãos e o sistema nervoso, provocando paralisia progressiva e
morte.
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1 1 - Produz lesões papilares (verrugas) que podem levar ao desenvolvimento de câncer no


colo do útero, na vulva, no pênis e no ânus.
2 2 - Lesões que não cicatrizam, na pele e nas mucosas, formam úlceras de bordos circulares
elevados e fundos granulosos, que destroem tecidos.
3 3 - Em mulheres grávidas, a bactéria causadora da Sífilis passa pela barreira da placenta,
contaminando o feto.
4 4 - Por ser uma doença de transmissão exclusiva por via sexual (DST), aconselha-se o uso
de preservativos como profilaxia.
GABARITO
VFFVF
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Compromete diversos órgãos e o sistema nervoso, provocando paralisia
progressiva e morte.”) – VERDADEIRA
* Como consta nesta afirmativa, a sífilis compromete diversos órgãos, inclusive o sistema
nervoso (sífilis terciária), causando problemas mentais, dificuldade motora e cegueira. Nesta
fase, se incluem, portanto, a paralisia geral progressiva, que resulta, inclusive, em mudança de
personalidade e mudanças emocionais.
- AFIRMATIVA 1 1 (“Produz lesões papilares (verrugas) que podem levar ao desenvolvimento
de câncer no colo do útero, na vulva, no pênis e no ânus.”) – FALSA
* Cerca de 20 dias após a contaminação surge uma lesão de consistência dura e pouco
dolorosa (cancro duro) nos órgãos genitais (sífilis primária). Nos homens, aparece com maior
frequência no pênis e nas mulheres, nos lábios menores, nas paredes da vagina e no colo
uterino. Cerca de seis a oito semanas após o cancro duro surgem lesões escamosas na pele e
nas mucosas, bem como nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Os cânceres,
mencionados nesta alternativa, podem ser causados pelo HPV e não pela sífilis.
- AFIRMATIVA 2 2 (“Lesões que não cicatrizam, na pele e nas mucosas, formam úlceras de
bordos circulares elevados e fundos granulosos, que destroem tecidos.”) – FALSA
* As lesões mencionadas, decorrentes da sífilis, costumam desaparecer, mesmo sem
tratamento, após alguns dias, levando a que os contaminados pensem que estão curados. A
doença, entretanto, continua ativa no organismo, podendo provocar manchas avermelhadas na
pele e nas mucosas (sífilis secundária) e alterações no sistema nervoso central (sífilis terciária).
- AFIRMATIVA 3 3 (“Em mulheres grávidas, a bactéria causadora da Sífilis passa pela barreira
da placenta, contaminando o feto.”) – VERDADEIRA
* Como consta nesta afirmativa, na sífilis congênita (ver afirmativa seguinte), a bactéria
causadora da sífilis (Treponema pallidum) passa pela barreira da placenta e contamina o feto.
- AFIRMATIVA 4 4 (“Por ser uma doença de transmissão exclusiva por via sexual (DST),
aconselha-se o uso de preservativos como profilaxia.”) – FALSA
* Nem sempre a sífilis é transmitida por via sexual, como costa nesta afirmativa. Não sendo,
portanto, exclusivamente sexual. Na sífilis congênita, como vimos na afirmativa anterior, o
Treponema pallidum passa pela placenta e contamina o feto. Dessa forma, em gestantes os
cuidados devem ser maiores, em função dos riscos para o feto.

15. (UPE–2008) Estabeleça a correta associação entre as colunas I, que contém protozoários
causadores de doenças, a coluna II, que contém as doenças por eles causadas, a coluna III, o
vetor ou modo de transmissão da doença e, enfim, a coluna IV, os sintomas.

MODO DE TRANSMISSÃO
PROTOZOÁRIOS DOENÇAS SINTOMAS
OU VETOR
I II IV
III
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1 - Trypanosoma A - Feridas ulcerosas


a - Malária I - Picada da mosca tsé-tsé
cruzi na pele.
B - Febre, aumento do
II - Picada do mosquito
2 - Leishmania b - Doença baço ou fígado e
palha ou birigui
brasiliensis de Chagas lesões no músculo
cardíaco
C - Febre contínua,
3 - Plasmodium c - Doença III - Picada do mosquito do lesões no baço e
malariae do Sono gênero Lutzomyia fígado, perda de
apetite
IV - Fezes do inseto barbeiro D - Perturbações do
4 - Leishmania contaminadas com o sistema nervoso
d - Calazar
donovani protozoário central, febre e anemia

E - Picos de febre e
5 - Trypanosoma e - V - Picada da fêmea do calafrios, anemia, falta
gambiense Leishmaniose mosquito Anopheles de ar e danos no
fígado

Assinale a alternativa que contém a associação correta.


a) 1 b IV B / 2 e II A / 3 a V E / 4 d III C / 5 c I D.
b) 1 b I B / 2 e II E / 3 d V C / 4 a IV D / 5 c III A.
c) 1 e IV D / 2 a I A / 3 d III E / 4 b II C / 5 c V.B.
d) 1 a II E / 2 b III C / 3 e V A / 4 c I B / 5 d IV D.
c) 1 c III A / 2 d IV B / 3 b II D / 4 e I E / 5 a V C.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“1 b IV B / 2 e II A /3 a V E / 4 d III C / 5 c I D.”)
1. Trypanosoma cruzi (protozoário flagelado).
* Doença: doença de Chagas (b).
* Modo de transmissão ou vetor: fezes do inseto barbeiro (chupança) contaminadas com o
protozoário (IV). A espécie transmissora mais comum é o Triatoma infestans.
* Sintomas: febre, aumento do baço, do fígado e lesões no músculo cardíaco (hipertrofia
cardíaca, levando a um disfunção desse órgão) (B).
2. Leishmania brasiliensis (protozoário flagelado).
* Doença: leishmaniose (leishmaniose tegumentar ou úlcera de Bauru) (e).
* Modo de transmissão ou vetor: picada do mosquito palha ou birigui (II).
* Sintomas: feridas ulcerosas na pele (A).
3. Plasmodium malariae (esporozoário).
* Doença: malária (impaludismo, maleita, febre intermitente, febre palustre .....) (a).
* Modo de transmissão ou vetor: picada da fêmea do mosquito Anopheles (V), contaminada
pelo protozoário. O mosquito é o hospedeiro definitivo e o homem é o hospedeiro intermediário.
* Sintomas: picos de febre alta, e calafrios, anemia, falta de ar e danos no fígado (E).
4. Leishmania donovani (protozoário flagelado).
* Doença: calazar (d).
* Modo de transmissão ou vetor: picada do mosquito do gênero Lutzomyia (III).
* Sintomas: febre contínua, lesões no baço e fígado, perda de apetite (C).
5. Trypanosoma gambiense (protozoário flagelado).
* Doença: doença do sono (c).
* Modo de transmissão ou vetor: picada da mosca tsé-tsé (gênero Glossina) (I).
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* Sintomas: perturbações do sistema nervoso central, febre e anemia (D). A pessoa doente
passa a apresentar fadiga, letargia e paralisia, entra em coma e pode falecer.

16. (UPE-2009) No ciclo evolutivo do Schistosoma mansoni, apresentado no esquema abaixo,


estão representados hospedeiros, parasitas em diversas fases, modo de transmissão e
profilaxia da esquistossomose.

As numerações do esquema acima representam em:


a) 1 e 2, os vermes adultos hermafroditas alojados no fígado e intestino do homem parasitado.
b) 2 e 3, ovos são liberados pelo intestino do hospedeiro junto com as fezes. Na água, cada
ovo libera uma larva ciliada.
c) 3 e 4, ovos são ingeridos por caramujos. Reproduzem-se sexuadamente e liberam larvas na
água.
d) 4 e 5, através das picadas do caramujo, os vermes da esquistossomose são introduzidos na
pele do homem, que se banha em águas contaminadas.
e) 5 e 6, a transmissão para o homem. As larvas adultas migram para os vasos linfáticos. A
profilaxia será a utilização de botas ou calçados que protejam os pés completamente.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“2 e 3, ovos são liberados pelo intestino do hospedeiro junto com as fezes. Na água, cada ovo
libera uma larva ciliada.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“1 e 2, os vermes adultos hermafroditas alojados no fígado e intestino do
homem parasitado.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa o Schistosoma mansoni não é hermafrodita.
Além de apresentar sexos separados ele possui dimorfismo sexual (figura abaixo). A fêmea
tem o corpo cilíndrico e é maior que macho, que, por sua vez, apresenta ao longo do corpo um
suco (canal ginecóforo), no qual se instala a fêmea durante o acasalamento.

- ALTERNATIVA B (“2 e 3, ovos são liberados pelo intestino do hospedeiro junto com as fezes.
Na água, cada ovo libera uma larva ciliada.”) – CORRETA
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* Ovos (3) são liberados pelo intestino com as fezes (2). Na água, cada ovo se rompe e libera
uma larva ciliada móvel, denominada miracídio (figura a abaixo), capaz de se movimentar por
cerca de 8 a 12 horas. Sua sobrevivência após esse tempo depende de sua penetração em um
caramujo da família planorbídeos, do gênero Biomphalaria.

- ALTERNATIVA C (“3 e 4, ovos são ingeridos por caramujos. Reproduzem-se sexuadamente e


liberam larvas na água.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, os ovos (3) não penetram no caramujo. O ovo
libera a larva miracídio, que penetra no caramujo, como vimos na alternativa anterior. No
interior do caramujo se forma um segundo tipo de larva, denominada cercária (figura a seguir),
que possui duas ventosas, cauda bifurcada e glândulas que auxiliam a penetração através da
pele ou das mucosas do homem.

- ALTERNATIVA D (“4 e 5, através das picadas do caramujo, os vermes da esquistossomose


são introduzidos na pele do homem, que se banha em águas contaminadas.”) – INCORRETA
* A introdução das cercárias na pele do homem não ocorre através das picadas do caramujo
(ver alternativa anterior).
- ALTERNATIVA E (“5 e 6, a transmissão para o homem. As larvas adultas migram para os
vasos linfáticos. A profilaxia será a utilização de botas ou calçados que protejam os pés
completamente.”) – INCORRETA
* Ao penetrar na pele, a cercária pode provocar uma reação alérgica, como coceira,
vermelhidão e dor. Podem ocorrer problemas no fígado (hepatite), baço e intestino,
ocasionando diarreias, dores abdominais e emagrecimento. O baço e o fígado crescem,
aumentando o volume da barriga (ascite ou “barriga d’água”). O uso de luvas e botas de
borracha é, como consta nesta alternativa, um meio eficiente de evitar a doença.
- O esquema abaixo mostra, de forma resumida, o ciclo evolutivo do Schistosoma mansoni.
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17. (UPE-2009) Leia o diálogo abaixo entre um paciente e seu médico.

- Toda doença sem causa aparente é virose?


- Não. As viroses são doenças causadas por vírus. Dentre elas, temos algumas muito
comuns, como a gripe e o resfriado. Existem, também, doenças virais fatais. Fique
atento às campanhas de vacinação.

Sobre os vírus e as doenças virais, abordados acima, analise as afirmativas e conclua.


I II
0 0 - Doenças virais, como a tuberculose, podem se tornar uma epidemia, quando o número
de casos for acima dos registros para determinada área, em curto espaço de tempo
1 1 - A vacinação é um método passivo de imunização contra doenças virais, como
poliomielite, rubéola e tétano. Ainda não existe vacinação contra herpes e AIDS.
2 2 - Os vírus são organismos unicelulares com grande capacidade de mutação. Parasitas
intracelulares obrigatórios podem causar doenças tanto no homem como em plantas e outros
animais.
3 3 - A profilaxia envolve métodos de prevenção contra determinada doença. O controle do
mosquito Aedes é uma profilaxia contra dengue e febre amarela, que são doenças causadas
por vírus.
4 4 - O Condiloma Acuminado (crista-de-galo) e a Aids são doenças virais, sexualmente
transmissíveis.
GABARITO
FFFVV
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“Doenças virais, como a tuberculose, podem se tornar uma epidemia,
quando o número de casos for acima dos registros para determinada área, em curto espaço de
tempo.”) – FALSA
* A tuberculose é uma bacteriose e não uma virose, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA 1 1 (“A vacinação é um método passivo de imunização contra doenças virais,
como poliomielite, rubéola e tétano. Ainda não existe vacinação contra herpes e AIDS.”) –
FALSA
* A vacinação é um método de imunização ativa e não passiva, como consta nesta alternativa.
O tétano não é uma virose e sim uma bacteriose.
- ALTERNATIVA 2 2 (“Os vírus são organismos unicelulares com grande capacidade de
mutação. Parasitas intracelulares obrigatórios podem causar doenças tanto no homem como
em plantas e outros animais.”) – FALSA
* Os virus são acelulares e não organismos unicelulares, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA 3 3 (“A profilaxia envolve métodos de prevenção contra determinada doença.
O controle do mosquito Aedes é uma profilaxia contra dengue e febre amarela, que são
doenças causadas por vírus.”) – VERDADEIRA
* O termo profilaxia (do grego prophýlaxis que significa “precaução”) é usado na medicina para
designar um conjunto de medidas que tem por objetivo prevenir ou atenuar as doenças, bem
como suas complicações e consequências. Inclui desde medidas simples como lavar as mãos
até procedimentos mais complexos, inclusive o uso de antibióticos e medicamentos diversos,
variando de acordo com a doença a se prevenir. Um abastecimento de água sanitariamente
seguro, por exemplo, dependendo do caso, pode ser constituir uma eficiente medida profilática.
O controle do mosquito Aedes, usado como exemplo nesta alternativa, é uma profilaxia contra
dengue e febre amarela.
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- ALTERNATIVA 4 4 (“O Condiloma (crista-de-galo) e a Aids são doenças virais, sexualmente


transmissíveis.”) – VERDADEIRA
* O Condiloma (crista-de-galo ou verruga genital) e a AIDS ou SIDA (síndrome da
imunodeficiência adquirida) são doenças virais, sexualmente transmissíveis ou DST (doenças
sexualmente transmissíveis). O condiloma é causado pelo Papilomavirus, um vírus não
envelopado com DNA de cadeia dupla, conhecido como HPV. A AIDS tem como agente
etiológico (patógeno ou agente patológico) o HIV (vírus da imunodeficiência humana),
retrovírus, envelopado, dotado de RNA.

18. (UPE-2011) Os textos a seguir apresentam notícias na mídia sobre duas doenças: a AIDS
e a Dengue.

HIV-2 É IDENTIFICADO EM 15 PACIENTES NO BRASIL


São Paulo – estudo realizado pela Fiocruz confirmou a presença de um segundo tipo
de vírus da AIDS em 15 pacientes do Brasil, todos com co-infecção com o vírus 1, que
circula no país. O estudo tem impacto sobre as políticas de prevenção, reforçando o
uso de camisinhas. Mesmo infectada, uma pessoa tem de usar camisinha, afirmou o
diretor do departamento de DST, Dirceu Greco. (...) Ele destacou que esse vírus tem
evolução lenta, mas é resistente a medicamentos contra a AIDS.
Fonte: Jornal do Commercio – caderno Brasil/ saúde, 02/09/10.

DENGUE TIPO 4 TEM MAIS NOVE CASOS SUSPEITOS


Brasília – o Ministério da Saúde divulgou mais nove casos de pessoas contaminadas
com vírus da dengue tipo 4. O sorotipo 4 representa um risco muito grande, porque a
população brasileira é 100% vulnerável a ele. Se ocorrer uma epidemia, o número de
infectados e mortes será muito maior, diz o infectologista da UFRJ, Edimilson
Migowski. A doença provoca dor de cabeça, dores no corpo e articulações, febre...
Fonte: Jornal do Commercio – caderno Brasil/ saúde, 20/08/10.

Sobre essas doenças, assinale a alternativa correta.


a) A AIDS e a dengue são causadas por vírus, organismos procarióticos simples que possuem
o material genético do tipo DNA envolto por uma cápsula proteica, denominada de capsídeo.
b) A dengue é transmitida ao homem pela picada de fêmeas hematófagas do mosquito Culex
fatigans. O mosquito pica durante o dia e tem o abdome rajado de preto e branco.
c) A maneira mais eficiente de evitar a dengue é o controle da população do mosquito vetor da
doença, tais como não deixar água parada em vasos, pneus, usar repelentes de insetos no
corpo e proteger portas e janelas com telas.
d) Como a infecção pela AIDS ocorre apenas por meio de relações sexuais, recomenda-se o
uso de preservativos ou camisinhas como forma mais eficiente de evitar o contágio.
e) Para o tratamento da dengue e da AIDS, é recomendado o uso de medicamentos
denominados antirretrovirais, inibidores da transcriptase reversa, que impedem a síntese do
DNA viral.
JUSTIFICATIVA
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“A maneira mais eficiente de evitar a dengue é o controle da população do mosquito vetor da
doença, tais como não deixar água parada em vasos, pneus, usar repelentes de insetos no
corpo e proteger portas e janelas com telas.”)
JUSTIFICATIVA
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- ALTERNATIVA A (“A AIDS e a dengue são causadas por vírus, organismos procarióticos
simples que possuem o material genético do tipo DNA envolto por uma cápsula proteica,
denominada de capsídeo.”) – INCORRETA
* Virus não são organismos procarióticos. Eles são acelulares. Além disto, os virus causadores
da AIDS e da dengue são do tipo RNA de cadeia simples e não do tipo DNA, como consta
nesta alternativa.
- ALTERNATIVA B (“A dengue é transmitida ao homem pela picada de fêmeas hematófagas do
mosquito Culex fatigans. O mosquito pica durante o dia e tem o abdome rajado de preto e
branco.”) – INCORRETA
* Adquire-se a dengue pela picada de um mosquito (Aedes aegypti ou Aedes albopictus),
portador do vírus, que picam durante o dia. O mosquito Culex fatigans transmite a filariose.
- ALTERNATIVA C (“A maneira mais eficiente de evitar a dengue é o controle da população do
mosquito vetor da doença, tais como não deixar água parada em vasos, pneus, usar repelentes
de insetos no corpo e proteger portas e janelas com telas.”) – CORRETA
* A dengue pode ser controlada e eventualmente erradicada com a eliminação dos mosquitos
vetores, cujas larvas se desenvolvem em águas paradas. Uma medida é impedir o acesso do
mosquito a reservatório que contenha água limpa para evitar que a fêmea possa depositar
seus ovos e as larvas possam se desenvolver. Cobrir caixas d’água, cisternas, latas, pneus,
cacos de vidro e vasos de plantas, por exemplo, são medidas preventivas eficientes para
controlar a população dos mosquitos vetores.
- ALTERNATIVA D (“Como a infecção pela AIDS ocorre apenas por meio de relações sexuais,
recomenda-se o uso de preservativos ou camisinhas como forma mais eficiente de evitar o
contágio.”) – INCORRETA
* A transmissão do vírus da AIDS pode ocorrer de varias maneiras. Dentre elas citamos:
I. Contato sexual sem preservativo com pessoas portadoras do HIV.
II. Transfusão de sangue ou transplante de órgãos contaminados pelo HIV.
III. Uso de seringas ou outros materiais cirúrgicos ou cortantes não esterilizados.
IV. De mãe para filho, durante a gravidez, no momento do parto ou pela amamentação.
* Constata-se que as relações sexuais não representam o único meio de transmissão da AIDS,
como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA E (“Para o tratamento da dengue e da AIDS, é recomendado o uso de
medicamentos denominados antirretrovirais, inibidores da transcriptase reversa, que impedem
a síntese do DNA viral.”) – INCORRETA
* O tratamento referido nesta alternativa não aplica à dengue, que é causada por um vírus RNA
de cadeia simples (+) e não por um retrovírus como o HIV, causador da AIDS.

19. (UPE-2012) Muitos microrganismos são agentes etiológicos de diversas doenças


infecciosas e parasitárias em humanos. Observe o quadro a seguir e identifique seus
respectivos agentes etiológicos.

AGENTE MODO DE
SINTOMA PROFILAXIA
ETIOLÓGICO TRANSMISSÃO
Diarreia volumosa, com Ingerir água
A transmissão é fecal-oral
fezes em “água de fervida ou
e se dá por meio da água
arroz”, que começa de clorada; lavar
e de alimentos
I repente, acompanhada bem as mãos e
contaminados pelas
de vômitos, cãibras e, as frutas e
fezes.
raramente, de febre e verduras; não
dores abdominais. ingerir frutos do
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mar crus.
Lavar as mãos
Ingestão de cistos Geralmente evolui sem
ao lidar com
presentes nas fezes do sintomas; pode causar
animais ou com
gato, que podem estar no cegueira; em gestantes,
II terra, utilizada
solo ou no pelo do animal pode passar para o feto,
por estes; só
ou em carne crua ou causando lesões no seu
ingerir carnes
malcozida. sistema nervoso.
bem cozidas.
Lesões na pele causadas
Dor de cabeça, febre e
por objetos Vacinar com
fortes contrações
contaminados, corte do reforço a cada
III musculares, que
cordão umbilical com 10 anos.
provocam rigidez na
instrumentos não
nuca e na mandíbula.
esterilizados.
Mordida de animal Alterações respiratórias,
Vacinar cães e
IV infectado, principalmente taquicardia; afeta o
gatos.
de cão e gato. sistema nervoso central.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta dos agentes etiológicos.
a) I - Vibrio cholerae; II - Toxoplasma gondii; III - Clostridium tetani; IV - Vírus da Raiva.
b) I - Balantidium coli; II - Clostridium tetani; III - Toxoplasma gondii; IV - HPV.
c) I - Giardia lamblia; II - Trypanosoma cruzi; III - Leishmania chagasi; IV - Neisseria
meningitidis.
d) I - Entamoeba histolytica; II - Rickettsia rickettsii; III - Vírus da hepatite A; IV - Vírus da raiva.
e) I - Esquerichia coli; II - Leishmania chagasi; III - Neisseria meningitidis; IV - Vírus herpes.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“I - Vibrio cholerae; II - Toxoplasma gondii; III - Clostridium tetani; IV - Vírus da Raiva.”)
I. Vibrio cholerae (vibrião colérico): bactéria que se multiplica no intestino delgado e causa a
cólera. A referida bactéria produz uma toxina que leva as células intestinais a liberarem água e
sais minerais (diarreia e vômitos).
* Modo de transmissão: ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes de portadores.
* Sintoma: grande perda de líquido na forma intensa de diarreia, acompanhada de vômitos,
cãibras e, com menor frequência, de febre e dores abdominais.
* Profilaxia: evitar alimentos preparados sem condições higiênicas adequadas e a ingestão de
água não potável. Em última análise, deve-se ingerir água fervida ou clorada; lavar bem as
mãos, as frutas e as verduras e não ingerir frutos do mar crus.
II. Toxoplasma gondii: protozoário, da classe Sporozoa, encontrado nas fezes de gatos e
outros felinos, sendo o causador da toxoplasmose. O homem e outros animais também podem
hospedar o referido parasita.
* Modo de transmissão: ingestão de água contaminada com cistos oriundos das fezes e da
urina de gatos e de outros felídeos; carnes cruas ou mal passadas, principalmente de porco e
de carneiro, que abrigam os referidos cistos; bem como pela ingestão de vegetais que, por
terem tido contato com fezes e urina de animais hospedeiros, ou material contaminado,
abriguem os cistos do Toxoplasma. Pode também haver transmissão de mãe para filho durante
a gravidez (transmissão via placentária), prejudicando o sistema nervoso do feto.
* Sintoma: afeta o sistema nervoso, com perturbações visuais, podendo levar à cegueira. Pode,
também, afetar o miocárdio, o fígado, o baço e os músculos. Em gestantes, como vimos acima,
pode passar para o feto, causando lesões no seu sistema nervoso.
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* Profilaxia: cozinhar bem os alimentos; evitar contato com animais contaminados,


principalmente durante a gravidez; lavar as mãos ao lidar com animais ou com a terra, utilizada
por esses animais.
III. Clostridium tetani: bacilo (bactéria) Clostridium tetani (anaeróbio obrigatório), causador do
tétano. Os esporos dessa bactéria penetram no corpo através de lesões na pele. As toxinas
que ela libera agem sobre os nervos motores causando fortes contrações musculares, que não
sendo tratada a tempo pode levar à morte, por paradas cardíacas e respiratórias.
* Modo de transmissão: ocorre, via de regra, pela introdução de esporos através de um
ferimento, causado por objetos contaminados, bem como através do corte do cordão umbilical,
com instrumento não esterilizado adequadamente. A queimadura pode também ser a via de
entrada dos esporos, quando em contato com solo contaminado.
* Sintoma: dor de cabeça, febre e fortes contrações musculares, que provocam rigidez na nuca
e na mandíbula, podendo, como mencionamos acima, ser letal.
* Profilaxia: a vacinação é usada como prevenção. Em caso de ferimentos, com sinais de
contaminação, deve ser aplicado o soro antitetânico.
IV. Vírus da Raiva: Lyssavirus, virus envelopado com RNA de cadeia simples de sentido
negativo [(-) (não usado diretamente como um RNA para a síntese proteica, não atuando,
portanto, como RNA mensageiro)], causador da raiva ou “hidrofobia”, doença quase sempre
fatal. Esse vírus ataca o sistema nervoso, iniciando pelos nervos periféricos, através dos quais
atinge o sistema nervoso central, via medula espinhal, onde provoca encefalite, que leva o
indivíduo à morte na maioria dos casos. As primeiras manifestações se fazem notar com
hipersensibilidade dolorosa local (na região do ferimento) ou mesmo geral (formigamento, ardor
e sensação de fisgada ao longo dos nervos do local afetado). Em seguida, ocorrem espasmos
dolorosos da musculatura da boca e da faringe, quando o animal ou a pessoa afetada tenta
beber água ou inalar ar, dai a denominação “hidrofobia” usada para designar essa doença. No
“estado final”, causa depressão, alucinações, delírio, convulsão e paralisia, inclusive
respiratória, levando à morte. Antes de atingir o sistema nervoso, a pessoa deve ser submetida
a uma série de injeções de vacina antirrábica e de soro rico em imunoglobulina.
* Modo de transmissão: contato da saliva, de animais infectados, por mordedura, lambida em
feridas abertas, mucosas ou arranhões. Entre os animais silvícolas destacam-se, como
principais transmissores, os morcegos hematófagos, as raposas e os lobos. Entre os animais
domésticos, são os cães e os gatos. Pessoas mordidas por um animal, bem como aquelas cuja
saliva do animal entrou em contato com algum ferimento exposto, particularmente se não se
sabe se o animal está com a raiva, devem lavar a região afetada com água e sabão, manter o
animal sob rigorosa observação, por um determinado tempo, a fim de verificar se ele mostra
alterações comportamentais e procurar, imediatamente, um serviço de assistência medica, a
fim de receber orientações adequadas (imunização com vacina ou imunoglobulina antirrábica).
* Sintoma: como vimos acima, o vírus afeta o sistema nervoso central, provocando convulsões
e paralisia, inclusive respiratória, podendo levar à morte.
* Profilaxia: vacinação de cães e gatos, bem como de humanos.

20. (UPE-2013) Observe a charge a seguir:


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Disponível em: http://www.orkugifs.com/recado.php?


titulo=dengue+vs+gripe+suina&gif=3079
Em relação às doenças apontadas na charge, é correto afirmar que:
a) A dengue, doença respiratória aguda, é endêmica do Brasil, enquanto a gripe suína, doença
infecciosa febril aguda, ocorre em todo o mundo.
b) A gripe suína faz referência aos porcos por haver suspeitas de que esse novo subtipo de
vírus da influenza os tenha acometido, portanto há risco no contato e no consumo de produtos
de origem suína. A dengue, por sua vez, é transmitida pela picada da fêmea do mosquito vetor,
infectada com o vírus A (H1N1), transmissor da doença.
c) Em ambas as doenças, os sintomas são similares ao da gripe comum, contudo, na dengue,
não há sintomas respiratórios, como coriza e tosse, e as dores no corpo podem ser mais
pronunciadas.
d) Em locais onde ocorre dengue, não pode haver gripe suína, pois os vírus de ambas as
doenças competem pelo mesmo vetor de transmissão.
e) Para evitar ambas as doenças, devem-se: lavar bem as mãos com água e sabão, não
compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável, ao tossir
ou ao espirrar.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Em ambas as doenças, os sintomas são similares ao da gripe comum, contudo, na dengue,
não há sintomas respiratórios, como coriza e tosse, e as dores no corpo podem ser mais
pronunciadas.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A dengue, doença respiratória aguda, é endêmica do Brasil, enquanto a
gripe suína, doença infecciosa febril aguda, ocorre em todo o mundo.”) – INCORRETA
* A dengue (“febre quebra-ossos”), ao contrário do que consta nesta afirmativa, não é uma
doença respiratória aguda. Dentre os sintomas dessa doença citamos: febre alta; astenia
(moleza); dores (cabeça, olhos, pernas, região lombar, articulações, etc.); náusea, vômitos,
falta de apetite, diarreia, machas vermelhas pelo corpo; coceira, sangramento de gengiva e
nariz e hemorragias gastrointestinais.
- ALTERNATIVA B (“A gripe suína faz referência aos porcos por haver suspeitas de que esse
novo subtipo de vírus da influenza os tenha acometido, portanto há risco no contato e no
consumo de produtos de origem suína. A dengue, por sua vez, é transmitida pela picada da
fêmea do mosquito vetor, infectada com o vírus A (H1N1), transmissor da doença.”) –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a dengue não causada pelo virus A (H1N1). O
agente etiológico da dengue é o flavivírus (arbovírus), vírus RNA, que tem como agentes
transmissores o Aedes aegypti (figura abaixo) e o Aedes albopictus.
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- ALTERNATIVA C (“Em ambas as doenças, os sintomas são similares ao da gripe comum,


contudo, na dengue, não há sintomas respiratórios, como coriza e tosse, e as dores no corpo
podem ser mais pronunciadas.*”) – CORRETA
* Como vimos na alternativa A, a dengue não é uma doença respiratória.
- ALTERNATIVA D (“Em locais onde ocorre dengue, não pode haver gripe suína, pois os vírus
de ambas as doenças competem pelo mesmo vetor de transmissão.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a dengue e a gripe suína não possuem o
mesmo vetor de transmissão. Na dengue, como vimos acima, os transmissores são Aedes
aegypti e o Aedes albopictus. No caso H1N1, a forma mais comum transmissão é a
transmissão direta (pessoa a pessoa), por meio de gotículas de saliva, expelidas ao falar, ao
tossir e ao espirrar. Outra forma é pelo contato (indireto), por meio das secreções de pessoas
doentes. Nesses casos, a mão é o principal veículo transmissor do vírus, ao favorecer a
introdução de partículas virais diretamente na boca, olhos e nariz.
- ALTERNATIVA E (“Para evitar ambas as doenças, devem-se: lavar bem as mãos com água e
sabão, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço
descartável, ao tossir ou ao espirrar.”) – INCORRETA
* A profilaxia descrita nesta alternativa não evita a transmissão da dengue. Na alternativa
anterior vimos as formas mais comuns da transmissão do vírus H1N1. Com relação à dengue,
ela pode ser controlada e eventualmente erradicada com a eliminação dos mosquitos vetores.
Uma medida é impedir o acesso do mosquito a qualquer tipo de água parada, onde ele possa
depositar seus ovos e suas larvas possam se desenvolver.
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VIGÉSIMA-TERCEIRA BATERIA (G.MOLECULAR)

01. (UPE-2001) O Brasil surpreendeu a comunidade científica internacional, anunciando a


conclusão do genoma de Xylella fastidiosa, bactéria responsável pelo amarelinho que ataca um
terço das laranjas paulistas. Pernambuco dirige sua atenção para os problemas regionais e
divulga os projetos sobre genomas de cana-de-açúcar e da Leishamania, ficando a
coordenação destes últimos aos seus cuidados. Com a biologia molecular e a tecnologia que
ela exige, chegando mais perto de você, prove seus conhecimentos.
I II
0 0 – A estrutura do DNA é a de uma dupla-hélice resultante de 2 polinucleotídeos paralelos e
em orientações opostas ligados entre si por suas bases através de pontes de hidrogênio (A=C;
T=G) e que se enrolam em torno de um eixo.
1 1 – O DNA dos eucariotos se enrola ao redor de histonas para formar os nucleossomos que
se organizam em solenoides helicoidais e que por, sua vez, se organizam em alças de
cromatina, fortemente ligadas a proteínas, compactando assim, todo o material no interior de
pequenos núcleos.
2 2 – A unidade informacional é um conjunto de 3 bases – trinca ou códon – que especifica
um aminoácido e, como o número de aminoácidos é de apenas 20, inferior ao de arranjos
possíveis das bases – 64 – os demais códons significam sinais que funcionam como
indicadores, reguladores e finalizadores da mensagem genética.
3 3 – Há sequências de bases que não codificam proteínas, e mesmo assim, fazem parte da
estrutura de genes de eucariotos: essas sequências, denominadas introns, são extraídas
enzimaticamente do RNA logo após a transcrição.
4 4 – A complementação do pareamento das bases é característica importante para que o
DNA possa se duplicar fielmente a partir de cada um dos filamentos distendidos – que servem
de molde – de enzimas com função polimerásica e de desoxirribonucleotídeos livres.
GABARITO
FVFVV
JU STIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“A estrutura do DNA é a de uma dupla-hélice resultante de 2
polinucleotídeos paralelos e em orientações opostas ligados entre si por suas bases através de
pontes de hidrogênio (A=C; T=G) e que se enrolam em torno de um eixo.”) – FALSA
* O emparelhamento é A-T e C-G e não A-C e T-G, como consta nesta alternativa.
- DESCRIÇÃO DO MODELO
I. O DNA é formado por duas cadeias poliméricas helicoidais (figura abaixo).
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II. Cada cadeia é constituída por uma série de nucleotídeos, onde a pentose de cada um deles
está ligada à pentose do nucleotídeo adjacente, por um grupo fosfórico (figura a seguir), daí a
denominação de polinucleotídeo atribuída aos ácidos nucleicos.

III. As duas cadeias se mantêm unidas por pontes de hidrogênio, que se estabelecem entre as
bases (figura abaixo).
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IV. As cadeias são complementares, de modo que diante de uma timina se encontra uma
adenina e diante de uma citosina se encontra uma guanina. Esses pareamentos vêm explicar
os achados de Chargaff em que adenina e timina, assim como guanina e citosina,
encontravam-se em quantidades iguais, nas diversas amostras de DNA analisadas. Entre uma
timina e uma adenina se formam duas pontes de hidrogênio e entre uma citosina e uma
guanina se formam três (figura anterior), portanto, as moléculas que possuem um número
maior de pares C-G são mais resistentes à desnaturação térmica, do que aquelas que são
dotadas de maior número de pares A-T. Como decorrência desse emparelhamento, a
sequencia de bases de uma cadeia determina a sequencia de bases no outro filamento. É
importante salientar que o emparelhamento específico das bases nitrogenadas é fundamental
para o controle das características e da hereditariedade dos seres vivos.
V. As cadeias são “antiparalelas”, ou seja, “correm” em “direções” opostas uma em relação à
outra. Enquanto numa cadeia a “direção” é 3OH  5P, de “baixo para cima”, na outra a
“direção” 3OH  5P se verifica de “cima para baixo” (figura a seguir). Dessa forma, se numa
extremidade de uma cadeia (filamento) há uma pentose (chamada extremidade 3OH), na
cadeia oposta há um fosfato (denominada extremidade 5P).

- ALTERNATIVA 1 1 (“O DNA dos eucariotos se enrola ao redor de histonas para formar os
nucleossomos que se organizam em solenoides helicoidais e que por, sua vez, se organizam
em alças de cromatina, fortemente ligadas a proteínas, compactando assim, todo o material no
interior de pequenos núcleos.”) – VERDADEIRA
ESTRUTURA MOLECULAR DA CROMATINA (NUCLEOSSOMO)
A unidade estrutural básica da cromatina é denominada nucleossomo. Cada
nucleossomo (figura abaixo) é formado por cerca de 200 pares de bases associados a um
octâmero de proteínas, constituído por duas moléculas de cada uma das histonas H2A, H2B,
H3 e H4, e a uma molécula de histona H1. Em torno do octâmero, enrola-se, duas vezes, um
segmento de DNA com cerca de 146 pares de bases, constituindo o centro do nucleossomo.
Unindo um centro do nucleossomo ao outro, há um segmento de DNA, não associado a
proteínas, com 15 a 100 pares de bases, denominado DNA de ligação. A histona H1 liga-se
externamente ao centro do nucleossomo e ao DNA de ligação, constituindo o nucleossomo. As
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fibras cromatínicas representam, dessa forma, filamentos “cromossômicos” formados por fios
de DNA salpicados de nucleossomos.

Esses nucleossomos se organizam em solenoides helicoidais, que por sua vez se


organizam em alças de cromatina. A figura a seguir mostra o modelo solenoide da fibra de
cromatina.

Ao microscópio eletrônico, as fibras cromatínicas assumem aspecto de “colares de


contas” (figura abaixo)

- ALTERNATIVA 2 2 (“A unidade informacional é um conjunto de 3 bases – trinca ou códon –


que especifica um aminoácido e, como o número de aminoácidos é de apenas 20, inferior ao
de arranjos possíveis das bases – 64 – os demais códons significam sinais que funcionam
como indicadores, reguladores e finalizadores da mensagem genética.”) – FALSA
* Nem todos os códons “excedentes” têm as funções citadas nesta alternativa. A maioria está
relacionada com a “degenerescência” do código genético.
- DECIFRAÇÃO DO CÓDIGO GENÉTICO
A decifração do código genético teve seu passo inicial dado por volta de 1957, quando
Ochoa e Heppel isolaram e purificaram a polinucleotídeo-fosforilase. Essa enzima catalisa, in
vitro, a síntese de RNA, sem a necessidade da presença de DNA ou RNA como molde,
podendo, inclusive, sintetizar RNA com apenas um tipo de nucleotídeo, tais como poli-U e poli-
A. Com base nesses e em outros elementos, Marshall Niremberg e Heinrich Matthaei, por volta
de 1961, estabeleceram o primeiro método para decifrar o código genético. Adicionando poli-U
(RNA artificial que contém uracil, como única base) a extrato de Escherichia coli, isento de DNA
e RNA, e mais uma mistura dos vinte diferentes aminoácidos, notaram que só a fenilalanina
(fen) era incorporada a essa cadeia proteica sintetizada in vitro, formando uma poli-fenilalanina
(poli-fe). Esse primeiro resultado levaram-nos a concluir que o códon para o aminoácido
denominado fenilalanina era três uracilas (UUU), como mostra a figura a seguir. Dessa forma,
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UUU corresponde à seguinte informação: “acrescente-se uma fenilalanina à proteína em


formação”.

Usando-se RNAs sintéticos mais complexos (heteropolímeros) e técnicas mais


sofisticadas, foi possível decifrar todo o código genético. No quadro abaixo está representado o
código genético-padrão. Percebemos que todos os 64 ternos possuem um significado apesar
de haver apenas 20 aminoácidos. Lembramos que os códons, mostrados no referido quadro,
dizem respeito ao RNA mensageiro e são complementares aos códons do DNA
correspondente.
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- “Degeneração” do código genético (o código genético é redundante): todos os aminoácidos,


exceto a metionina e o triptofano (tabela a seguir), possuem mais de um códon, de modo que
todos os 64 ternos possuem um significado apesar de haver apenas 20 aminoácidos.

Para maiores detalhes ver CÓDIGO GENÉTICO, matéria publicada, no dia 15/11/2010, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.
- ALTERNATIVA 3 3 (“Há sequências de bases que não codificam proteínas, e mesmo assim,
fazem parte da estrutura de genes de eucariotos: essas sequências, denominadas introns, são
extraídas enzimaticamente do RNA logo após a transcrição.”) – VERDADEIRA
* A extração enzimática dos introns referida nesta alternativa diz respeito ao splicing
(processamento do RNA).
- SPLICING
Nas células eucarióticas, há uma grande quantidade de sequências de DNA que não
são expressas em RNA ou em proteínas, não sendo, portanto, convertidas em produtos
funcionais. Grande parte do DNA que especifica o RNA mensageiro constitui os íntrons dentro
dos genes. Descobertos em 1977, por Berget, os introns são regiões dos genes que não
codificam qualquer proteína, embora façam parte da transcrição inicial. Eles separam, uma das
outras, sequências de DNA que codificam para proteínas conhecidas como éxons. Nesse caso,
como mostra a figura a seguir, todo o gene, conhecido como gene em mosaico, contendo
éxons e íntrons, é transcrito em uma longa molécula de RNA (pré-RNAm), dotada de éxons e
íntrons. Em seguida, ainda no núcleo, ocorre remoção dos íntrons, o que reduz o tamanho do
RNA inicial. Finalmente, os éxons se ligam, formando o RNAm funcional ou maduro, que,
contendo apenas segmentos codificadores (éxons), migra para o citoplasma, onde vai ser
traduzido em cadeia polipeptídica. Os íntrons retirados do pré-RNA são “destruídos” dentro do
núcleo gerando nucleotídeos livres que são reciclados.
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Tanto a clivagem do pré-RNA, para remoção dos íntrons, como a junção dos éxons,
para a formação do RNA funcional, envolvem um complexo enzimático chamado spliceossoma
(maquinaria de splicing). O spliceossoma é constituído por 5 tipos de pequenos RNAs (dotados
de 107 a 210 nucleotídeos), ricos em uracil, associados a proteínas, formando
ribonucleoproteínas. Ele é um complexo dinâmico no qual os elementos que o compõem estão
mudando constantemente durante o processo de amadurecimento. O splicing requer uma
extrema precisão das moléculas envolvidas no processo, já que o acréscimo ou a remoção de
um único nucleotídeo em um éxon pode alterar a fase de leitura e produzir uma proteína
bastante diferente da original, caracterizando uma mutação, decorrente, portanto, de erros no
splicing. Ressaltamos que o splicing só ocorre em células eucarióticas, já que o DNA das
células procarióticas é desprovido de íntrons.
- Para maiores detalhes ver SPLICING (processamento do RNA), matéria publicada, no dia
21/06/2012, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- ALTERNATIVA 4 4 (“A complementação do pareamento das bases é característica
importante para que o DNA possa se duplicar fielmente a partir de cada um dos filamentos
distendidos – que servem de molde – de enzimas com função polimerásica e de
desoxirribonucleotídeos livres.”) – VERDADEIRA
- DUPLICAÇÃO (REPLICAÇÃO) DO DNA
A molécula de DNA é dotada da capacidade de produzir cópias idênticas a ela mesma,
sendo essa propriedade denominada duplicação ou replicação. Durante a replicação (figura
abaixo) ocorre separação das cadeias e cada uma delas serve de molde para a formação do
seu complemento. Assim sendo, onde na cadeia original existir uma guanina (G) somente uma
citosina (C) deverá se encaixar na nova cadeia, ou vice-versa, e onde ocorrer uma adenina (A)
apenas uma timina (T) se encaixará na nova cadeia, ou vice-versa, formando apenas pares G-
C e A-T. Ao fim do processo, formam-se dois DNAs filhos idênticos ao paterno. Cada uma das
moléculas-filhas possui uma cadeia do DNA original e outra recém-sintetizada. Em face de
cada molécula filha conservar metade da molécula mãe, esse processo de duplicação é
chamado semiconservativo. A replicação do DNA depende de um complexo multienzimático
(DNA girase ou topoisomerase II, primase, DNA ligase, DNA polimerase I, DNA polimerase
III....), bem como de nucleotídeos livres e de uma cadeia de DNA que servirá como matriz ou
molde, entre outros fatores. O rompimento das diversas pontes de hidrogênio, a fim de separar
as cadeias da molécula original, não constitui dificuldade, pois, apesar de serem altamente
específicas, são bastante frágeis. A formação e o rompimento dessas pontes independem da
DNA polimerase. A ação dessa enzima consiste em catalisar a polimerização dos nucleotídeos,
formando a ligação fosfodiester, com liberação de um difosfato e não romper as pontes de
hidrogênio.
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A tabela abaixo mostra, resumidamente, a ação das principais enzimas relacionadas


com a duplicação do DNA.
ENZIMA AÇÃO
Remove os RNAs iniciadores dos fragmentos de
DNA polimerase I Okazaki (atividade exonucleolítica) e preenche
os espaços na fita complementar.
Catalisa o acréscimo de desoxirribonucleotídeos
DNA polimerase III
na forquilha de crescimento.
Primase Catalisa a formação dos RNAs iniciadores para a
(RNA polimerase) síntese de DNA.
Catalisa a união dos fragmentos adjacentes de
DNA ligase
Okazaki.
Movimenta-se ao longo da dupla hélice de DNA
Helicase utilizando a energia da hidrólise de ATP para
desenrolar as duas fitas.
Corta uma fita do DNA, rotaciona essa fita sobre
Topoisomerase I a outra e rejunta as extremidades, evitando o
emaranhamento do DNA durante a replicação.
Girase Corta e rejunta ambas as fitas, evitando o
(topoisomerase tipo II) emaranhamento do DNA durante a replicação.
Para maiores detalhes ver DUPLICAÇÃO DO DNA, matéria publicada, no dia 31/10/2010, no
blog “djalmasantos.wordpress.com”.

02. (UPE-2003) O quadrinho satiriza os avanços da Biologia Molecular através das técnicas de
engenharia genética que têm possibilitado a manipulação do material genético em diversos
seres.
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As proposições abaixo comentam sobre os ácidos nucleicos e suas particularidades. Analise-


as e assinale a correta.
a) O DNA bacteriano apresenta-se na forma circular, e para conferir-lhe maior estabilidade, é
envolvido por um grupo de proteínas básicas do tipo histona. Algumas bactérias apresentam
pequenos segmentos circulares de DNA dispersos no citoplasma, chamados de plasmídeos.
b) O material genético dos vírus é formado por DNA ou RNA. Quando constituídos por este
último, alguns vírus são classificados como retrovírus e nestes o RNA é transcrito em DNA
através da enzima transcriptase reversa. Um exemplo de retrovírus é o HIV.
c) O DNA presente em organelas, como os cloroplastos, tem capacidade de se duplicar,
embora não seja transcrito devido à ausência de genes ativos e da enzima RNA polimerase.
d) Os dois filamentos da molécula de DNA em eucariontes são complementares e estão
ligados por pontes de hidrogênio. As bases adenina e timina são ligadas por três pontes de
hidrogênio, e duas pontes ligam citosina e guanina.
e) Nos eucariontes, para que a transcrição ocorra, haverá o desemparelhamento das duas fitas
de DNA e, simultaneamente, cada uma delas servirá de molde para síntese de moléculas de
RNA. Uma das principais enzimas envolvidas nesse processo é a DNA polimerase.
PROPOSIÇÃO CORRETA: B
(“O material genético dos vírus é formado por DNA ou RNA. Quando constituídos por este
último, alguns vírus são classificados como retrovírus e nestes o RNA é transcrito em DNA
através da enzima transcriptase reversa. Um exemplo de retrovírus é o HIV.”)
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO A (“O DNA bacteriano apresenta-se na forma circular, e para conferir-lhe
maior estabilidade, é envolvido por um grupo de proteínas básicas do tipo histona. Algumas
bactérias apresentam pequenos segmentos circulares de DNA dispersos no citoplasma,
chamados de plasmídeos.”) – INCORRETA
* Conquanto o DNA bacteriano (“cromossomo bacteriano”), presente em uma região celular
denominada nucleoide, seja circular, como consta nesta proposição, ele não é envolvido por
proteínas. Por essa razão, alguns autores preferem denominar esse “cromossomo” de corpo
cromatínico, por não o considerarem um cromossomo verdadeiro. Algumas bactérias
apresentam, realmente, pequenos DNA circulares, extracromossomiais, denominados
plasmídeos.
COMPLEMENTO
I. MITOCÔNDRIAS
Embora possam ser visíveis com microscopia óptica comum, detalhes de sua estrutura
só são observados com o uso da microscopia eletrônica. As mitocôndrias (figura abaixo)
apresentam duas membranas lipoproteicas, semelhantes à membrana plasmática. A externa é
lisa, enquanto a interna possui dobras, chamadas cristas mitocondriais, que se projetam para o
interior da organela, que é preenchido por um material viscoso, chamado matriz mitocondrial.
Imersos nessa matriz, encontram-se enzimas respiratórias, DNA mitocondrial, RNA
mitocondrial e ribossomos próprios (mitorribossomos). Além de comandar a síntese proteica, o
DNA mitocondrial comanda a duplicação da mitocôndria. Elas apresentam, portanto,
capacidade de autoduplicação. Quando a célula se divide em duas células filhas, cada uma
delas recebe, aproximadamente, metade do número de mitocôndrias existente na célula mãe.
À medida que as células filhas crescem, suas mitocôndrias se autoduplicam, restabelecendo o
número original. Em função de serem responsáveis pela respiração celular, elas são
consideradas verdadeiras “usinas” energéticas da célula.
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II. PLASMÍDEOS
Plasmídeos ou plasmídios (figura a seguir) são pequenas moléculas circulares de DNA
extracromossomiais, em dupla hélice, que podem ser passados de célula a célula. Geralmente
ocorrem em bactérias e por vezes também em organismos eucarióticos, como o círculo 2µ
presente na Saccharomyces cerevisiae. As informações veiculadas pelos plasmídios
respondem por características úteis à bactéria, como a capacidade de conjugar (plasmídeo F),
resistir à antibióticos (plasmídeos R), produzir colicinas (plasmídeos col), metabolizar diferentes
substratos (plasmídeos degradativos) e conferir patogenicidade à bactéria hospedeira
(plasmídeos de virulência). Dessa forma, a molécula de DNA presente no nucleoide não é
único depósito de genes nas bactérias.

Embora os plasmídeos possuam genes para a própria replicação, independentemente


do “cromossomo” bacteriano, eles não são essenciais para a sobrevivência da célula, em
condições ambientais normais, podendo ser perdidos sem causar a morte celular. Em
circunstâncias especiais, entretanto, eles podem conferir, como vimos acima, propriedades
essenciais à sobrevivência da bactéria. Um plasmídeo dotado da capacidade de existir livre no
citoplasma ou integrado ao “cromossomo” bacteriano (figura abaixo), como fator o F (de
fertilidade), presente nas bactérias doadoras (ou “macho”), recebe o nome de epissomo ou
+
plasmídeo integrado. Nas cepas doadoras F esse fator se encontra livre no citoplasma e nas
linhagens doadoras Hfr (“high frequency of recombination”), também conhecida com Afr (alta
frequência de recombinação), ele se encontra integrado ao “cromossomo”. O plasmídeo F pode
ser mantido de modo estável, compondo a constituição genética da bactéria, durante várias
divisões celulares, mas sempre em algum estágio existe como elemento independente.

- Para maiores detalhes ver PLASMÍDEOS, matéria publicada, no dia 04/06/2013, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.
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- PROPOSIÇÃO B (“O material genético dos vírus é formado por DNA ou RNA. Quando
constituídos por este último, alguns vírus são classificados como retrovírus e nestes o RNA é
transcrito em DNA através da enzima transcriptase reversa. Um exemplo de retrovírus é o
HIV.”) – CORRETA
- DNA PODE SER SINTETIZADO USANDO MOLDE DE RNA
Por muitos anos se assumiu que a única direção na qual a informação poderia fluir era
do DNA para o RNA. Esse dogma foi revisto quando se descobriu que durante a replicação dos
retrovírus, como o HIV, o RNA genômico desses vírus é copiado em DNA. O DNA assim obtido
pode ser transcrito, para produzir mais vírus, ou ser incorporado ao DNA do hospedeiro. No
último caso, o genoma viral é replicado juntamente com o DNA do hospedeiro e,
frequentemente, permanece latente por várias gerações. As enzimas que usam moldes de
RNA para a síntese de DNA são denominadas transcriptases reversas.
- DOGMA CENTRAL
O Dogma Central, proposto em 1958 por Francis Crick, postula que a informação
genética, contida no DNA, é primeiramente transferida para o RNA e em seguida para a
proteína, através da tradução (figura a, abaixo). Classicamente, está implícito nesse dogma
que o RNA não pode orientar a síntese de DNA. Essa parte do Dogma Central foi “balançada”
em 1970 quando Howard Temin e David Baltimore descobriram, independentemente, que
certos vírus, os retrovírus, têm a capacidade de transferir a informação genética do RNA para o
DNA (figura b, a seguir), fenômeno conhecido como inversão do dogma central, sendo essa
transferência catalisada pela transcriptase reversa (DNA polimerase dependente de RNA), que
foi isolada de vírus do sarcoma de Rous e da leucemia das aves. Esses vírus produzem câncer
em animais e possuem um RNA de fita única como seu material genético. Apesar disto, o
Dogma Central permanece, ainda hoje, como um dos conceitos básicos da genética molecular.

- Ver DOGMA CENTRAL, contido em SÍNTESE PROTEICA, matéria publicada, no dia


16/07/2014, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- PROPOSIÇÃO C (“O DNA presente em organelas, como os cloroplastos, tem capacidade de
se duplicar, embora não seja transcrito devido à ausência de genes ativos e da enzima RNA
polimerase.”) – INCORRETA
* O DNA circular, presente nas mitocôndrias e nos cloroplasto, têm a capacidade de se
duplicar e serem transcritos, ao contrário do que consta nesta proposição. Ver trecho [“ ... DNA
mitocondrial, RNA mitocondrial e ribossomos próprios (mitorribossomos). Além de comandar a
síntese proteica, o DNA mitocondrial ... “], grifado em “MITOCÕNDRIA”, acima.
- PROPOSIÇÃO D (“Os dois filamentos da molécula de DNA em eucariontes são
complementares e estão ligados por pontes de hidrogênio. As bases adenina e timina são
ligadas por três pontes de hidrogênio, e duas pontes ligam citosina e guanina.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta proposição, entre uma adenina e uma timina se formam
duas pontes de hidrogênio e entre uma citosina e uma guanina se formam três dessas pontes
(figura a seguir). Em função disso, as moléculas que possuem um número maior de pares C-G
são mais resistentes à desnaturação térmica, do que aquelas que são dotadas de maior
número de pares A-T
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- PROPOSIÇÃO E (“Nos eucariontes, para que a transcrição ocorra, haverá o


desemparelhamento das duas fitas de DNA e, simultaneamente, cada uma delas servirá de
molde para síntese de moléculas de RNA. Uma das principais enzimas envolvidas nesse
processo é a DNA polimerase”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta proposição, a DNA polimerase atua na duplicação do DNA e
não na transcrição. A ação da DNA polimerase consiste em catalisar a polimerização dos
nucleotídeos, formando a ligação fosfodiester, com liberação de um difosfato. A enzima que
atua na transcrição (síntese de RNA) é a RNA polimerase-DNA dependente (figura abaixo).

COMPLEMENTO
RNA ANTISSENSO
Não é novidade que cada gene normal, produtor de proteína apresenta uma sequência
complementar de DNA que se posiciona do outro lado da dupla hélice e que não é,
normalmente, transcrita em RNA. Em face de as células poderem utilizar essa sequência
complementar para reparar danos presentes nos genes, os biólogos costumam considerá-la
como um backup. Em alguns casos, enquanto o gene está produzindo RNA senso, pode haver
síntese de RNA antissenso, que apresenta uma sequência complementar do RNA senso. Em
havendo encontro de RNAs senso e de RNA antissenso combináveis, pode ocorrer formação
de RNAs de duplo filamento, que bloqueiam o mecanismo de tradução, interferindo na
habilidade de os genes expressarem sua atividade, como mostra a figura a seguir. Quando um
RNA de filamento duplo surge em uma célula, as enzimas rompem e separam as duas cadeias.
Em seguida, utilizam um fragmento do RNA para procurar e destruir qualquer outro RNAm que
se ligue a sua sequência. Esse sistema protege, de certa forma, as células contra os vírus, que
geralmente liberam seus produtos na forma de RNA de duplo filamento. Por possuir
mecanismo necessário para a interferência do RNA, o RNA de fita dupla representa uma
importante forma de desativar genes. Embora já há algum tempo tenha sido verificada a
presença de RNA antissenso em bactérias e vegetais, só em 2003, os biólogos constataram
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que pelo menos 1.600 genes humanos apresentam um complemento que sintetiza RNAs
antissenso.

- Para maiores detalhes ver RNA ANTISSENSO, matéria publicada, no dia 03/08/2012, no blog
“djalmasantos.wordpress.com.”

03. (UPE-2005) Sobre o mecanismo de duplicação da molécula de DNA, analise as afirmativas.


I II
0 0 - Antes da duplicação do DNA, enzimas e proteínas específicas desenrolam as duas
hélices e quebram as pontes de hidrogênio. A duplicação se faz em vários pontos da molécula
e só ocorre no sentido 3’  5’.
1 1 - A molécula de DNA possui dois filamentos de polinucleotídeos, presos um ao outro pelas
bases nitrogenadas, através de pontes de hidrogênio; esses filamentos estão torcidos,
formando uma dupla hélice, e emparelhados em sentidos opostos; na extremidade de um
filamento, há uma pentose e, no filamento oposto, uma ribose.
2 2 - Em cada filamento oposto da molécula de DNA, novos nucleotídeos são adicionados com
a ajuda da enzima DNA-polimerase, de modo que cada filamento serve de molde para o
filamento recém-sintetizado.
3 3 - Durante o encaixe dos novos nucleotídeos, é obedecido o emparelhamento A-U e G-C,
desse modo a sequência de bases do filamento antigo determina a sequência do filamento que
está se formando.
4 4 - Por ação da enzima DNA-polimerase, os íntrons, sequências não codificantes do DNA,
são retirados, enquanto os éxons, sequências codificantes, são unidos, finalizando, assim, o
processo de duplicação.
GABARITO
FFVFF
JU STIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Antes da duplicação do DNA, enzimas e proteínas específicas
desenrolam as duas hélices e quebram as pontes de hidrogênio. A duplicação se faz em
vários pontos da molécula e só ocorre no sentido 3’  5’.”) – FALSA
* A duplicação ocorre no sentido 5’  3’ e não no sentido 3’  5’, como consta na alternativa.
- AFIRMATIVA 1 1 (“A molécula de DNA possui dois filamentos de polinucleotídeos, presos um
ao outro pelas bases nitrogenadas, através de pontes de hidrogênio; esses filamentos estão
torcidos, formando uma dupla hélice, e emparelhados em sentidos opostos; na extremidade de
um filamento, há uma pentose e, no filamento oposto, uma ribose.”) – FALSA
* DNA não tem ribose e sim desoxirribose.
- DESCRIÇÃO DO MODELO
I. O DNA é formado por duas cadeias poliméricas helicoidais (figura abaixo).
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II. Cada cadeia é constituída por uma série de nucleotídeos, onde a pentose de cada um deles
está ligada à pentose do nucleotídeo adjacente, por um grupo fosfórico (figura a seguir), daí a
denominação de polinucleotídeo atribuída aos ácidos nucleicos.

III. As duas cadeias se mantêm unidas por pontes de hidrogênio, que se estabelecem entre as
bases (figura abaixo).
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IV. As cadeias são complementares, de modo que diante de uma timina se encontra uma
adenina e diante de uma citosina se encontra uma guanina. Esses pareamentos vêm explicar
os achados de Chargaff em que adenina e timina, assim como guanina e citosina,
encontravam-se em quantidades iguais, nas diversas amostras de DNA analisadas. Entre uma
timina e uma adenina se formam duas pontes de hidrogênio e entre uma citosina e uma
guanina se formam três (figura anterior), portanto, as moléculas que possuem um número
maior de pares C-G são mais resistentes à desnaturação térmica, do que aquelas que são
dotadas de maior número de pares A-T. Como decorrência desse emparelhamento, a
sequencia de bases de uma cadeia determina a sequencia de bases no outro filamento. É
importante salientar que o emparelhamento específico das bases nitrogenadas é fundamental
para o controle das características e da hereditariedade dos seres vivos.
V. As cadeias são “antiparalelas”, ou seja, “correm” em “direções” opostas uma em relação à
outra. Enquanto numa cadeia a “direção” é 3OH  5P, de “baixo para cima”, na outra a
“direção” 3OH  5P se verifica de “cima para baixo” (figura a seguir). Dessa forma, se numa
extremidade de uma cadeia (filamento) há uma pentose (chamada extremidade 3OH), na
cadeia oposta há um fosfato (denominada extremidade 5P).

- AFIRMATIVA 2 2 (“Em cada filamento oposto da molécula de DNA, novos nucleotídeos são
adicionados com a ajuda da enzima DNA-polimerase, de modo que cada filamento serve de
molde para o filamento recém-sintetizado.”) – VERDADEIRA
* A duplicação do DNA é semiconservativa, o que justifica esta afirmativa.
- DUPLICAÇÃO (REPLICAÇÃO) DO DNA
A molécula de DNA é dotada da capacidade de produzir cópias idênticas a ela mesma,
sendo essa propriedade denominada duplicação ou replicação. Durante a replicação (figura
abaixo) ocorre separação das cadeias e cada uma delas serve de molde para a formação do
seu complemento. Assim sendo, onde na cadeia original existir uma guanina (G) somente uma
citosina (C) deverá se encaixar na nova cadeia, ou vice-versa, e onde ocorrer uma adenina (A)
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apenas uma timina (T) se encaixará na nova cadeia, ou vice-versa, formando apenas pares G-
C e A-T. Ao fim do processo, formam-se dois DNAs filhos idênticos ao paterno. Cada uma das
moléculas-filhas possui uma cadeia do DNA original e outra recém-sintetizada. Em face de
cada molécula filha conservar metade da molécula mãe, esse processo de duplicação é
chamado semiconservativo. A replicação do DNA depende de um complexo multienzimático
(DNA girase ou topoisomerase II, primase, DNA ligase, DNA polimerase I, DNA polimerase
III....), bem como de nucleotídeos livres e de uma cadeia de DNA que servirá como matriz ou
molde, entre outros fatores. O rompimento das diversas pontes de hidrogênio, a fim de separar
as cadeias da molécula original, não constitui dificuldade, pois, apesar de serem altamente
específicas, são bastante frágeis. A formação e o rompimento dessas pontes independem da
DNA polimerase. A ação dessa enzima consiste em catalisar a polimerização dos nucleotídeos,
formando a ligação fosfodiester, com liberação de um difosfato e não romper as pontes de
hidrogênio.

Em havendo erro durante a replicação, que pode ser “espontâneo” ou provocado por
agentes físicos, químicos ou biológicos, formam-se, em não havendo reparação, DNA filhos
diferentes do original, gerando alterações conhecidas como mutações gênicas (ver MUTAÇÃO
GÊNICA, matéria publicada, no dia 15/04/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.) No
caso do DNA monofilamentar, como o DNA do bacteriófago  X 174, a duplicação ocorre em
duas etapas: o filamento único (+) orienta a formação da cadeia complementar (-) e esta serve,
posteriormente, de molde para formar um novo filamento +.
Para maiores detalhes ver DUPLICAÇÃO DO DNA, matéria publicada, no dia 31/10/2010, no
blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- AFIRMATIVA 3 3 (“Durante o encaixe dos novos nucleotídeos, é obedecido o
emparelhamento A-U e G-C, desse modo a sequência de bases do filamento antigo determina
a sequência do filamento que está se formando.”) – FALSA
* O emparelhamento, como vimos acima em “DESCRIÇÃO DO MODELO” é A-T e não A-U,
como consta nesta afirmativa. Além disto, DNA não possui uracil (U). Essa base nitrogenada é
encontrada no RNA.
- AFIRMATIVA 4 4 (“Por ação da enzima DNA-polimerase, os íntrons, sequências não
codificantes do DNA, são retirados, enquanto os éxons, sequências codificantes, são unidos,
finalizando, assim, o processo de duplicação.”) – FALSA
* A remoção dos introns e união dos éxons não estão relacionadas com a duplicação do DNA e
sim com o splicing (processamento do RNA).
- SPLICING
Nas células eucarióticas, há uma grande quantidade de sequências de DNA que não
são expressas em RNA ou em proteínas, não sendo, portanto, convertidas em produtos
funcionais. Grande parte do DNA que especifica o RNA mensageiro constitui os íntrons dentro
dos genes. Descobertos em 1977, por Berget, os introns são regiões dos genes que não
codificam qualquer proteína, embora façam parte da transcrição inicial. Eles separam, uma das
outras, sequências de DNA que codificam para proteínas conhecidas como éxons. Nesse caso,
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como mostra a figura a seguir, todo o gene, conhecido como gene em mosaico, contendo
éxons e íntrons, é transcrito em uma longa molécula de RNA (pré-RNAm), dotada de éxons e
íntrons. Em seguida, ainda no núcleo, ocorre remoção dos íntrons, o que reduz o tamanho do
RNA inicial. Finalmente, os éxons se ligam, formando o RNAm funcional ou maduro, que,
contendo apenas segmentos codificadores (éxons), migra para o citoplasma, onde vai ser
traduzido em cadeia polipeptídica. Os íntrons retirados do pré-RNA são “destruídos” dentro do
núcleo gerando nucleotídeos livres que são reciclados.

Tanto a clivagem do pré-RNA, para remoção dos íntrons, como a junção dos éxons,
para a formação do RNA funcional, envolvem um complexo enzimático chamado spliceossoma
(maquinaria de splicing). O spliceossoma é constituído por 5 tipos de pequenos RNAs (dotados
de 107 a 210 nucleotídeos), ricos em uracil, associados a proteínas, formando
ribonucleoproteínas. Ele é um complexo dinâmico no qual os elementos que o compõem estão
mudando constantemente durante o processo de amadurecimento. O splicing requer uma
extrema precisão das moléculas envolvidas no processo, já que o acréscimo ou a remoção de
um único nucleotídeo em um éxon pode alterar a fase de leitura e produzir uma proteína
bastante diferente da original, caracterizando uma mutação, decorrente, portanto, de erros no
splicing. Ressaltamos que o splicing só ocorre em células eucarióticas, já que o DNA das
células procarióticas é desprovido de íntrons.
- Para maiores detalhes ver SPLICING (processamento do RNA), matéria publicada, no dia
21/06/2012, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.

04. (UPE–2006) Ao final da década de 70, um grupo de cientistas postulou a hipótese de que a
origem da vida está no RNA. Um RNA diferente e capaz de se duplicar sem ajuda de enzimas.
A proposta do estudo “O mundo do RNA” vem ganhando apoio, embora não tenha uma ampla
aceitação. Sobre essa molécula, assinale a alternativa que descreve corretamente a sua
estrutura.
a) O RNA é uma molécula grande, formada de nucleotídeos e com os mesmos constituintes
fundamentais do DNA.
b) Um nucleotídeo de RNA é formado por uma molécula de ácido fosfórico, uma molécula de
açúcar, que é a desoxirribose, e uma base nitrogenada.
c) As bases nitrogenadas do RNA são as mesmas do DNA: adenina, guanina, timina e citosina.
d) A molécula de RNA possui aspecto de dupla hélice, e, tal como ocorre no DNA, as duas
cadeias de nucleotídeos são mantidas unidas por pontes de hidrogênio.
e) O RNA origina-se por um processo de transcrição, no qual o trecho da molécula de DNA,
que contém um gene a ser transcrito, se abre pela ação da enzima DNA polimerase.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“O RNA é uma molécula grande, formada de nucleotídeos e com os mesmos constituintes
fundamentais do DNA.”)
- Ribozimas e origem da vida (“o mundo do RNA”): a descoberta das ribozimas provocou novas
perspectivas nas especulações sobre a origem da vida na terra. Os biologistas sempre
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especularam sobre um velho problema: a eterna questão "do ovo e da galinha". De um lado, os
ácidos nucleicos são o suporte das informações genéticas, que comandam a síntese proteica.
De outro lado, a leitura dessas informações genéticas, bem como sua cópia, dependem da
presença de enzimas "proteicas". Isso significa que os ácidos nucleicos, moléculas
"informacionais", não podem existir sem as proteínas, moléculas catalíticas (ou efetuadoras) e
vice-versa. A descoberta das ribozimas vem romper esse aparente paradoxo, desde que o
RNA parece ser a única molécula dotada de capacidades informacional e catalítica. Essa ideia
que o RNA pudesse ter sido o primeiro material genético, já proposta na década de 60, por
Leslie Orgel do Instituto Salk da Califórnia, foi consolidada por Walter Gilbert em 1986.
Atualmente o RNA aparece como o melhor candidato a ter sido um sistema primitivo de
autorreplicarão, sobre o qual a evolução darwiniana teria intervindo ao nível molecular. O fato
de as ribozimas poderem se comportar, também, como polimerases capazes de alongar um
RNA utilizando uma molécula modelo, sugere que, por ocasião da evolução das primeiras
formas de vida, um sistema de replicação tendo por base unicamente o RNA tenha podido
funcionar. Tendo função catalítica, além da de armazenador de informações genéticas, os
RNAs podem ter funcionado sem DNA nem proteínas, quando a vida apareceu sobre a terra.
Os erros (mutações) que ocorreram por ocasião das cópias dessas moléculas, teriam sido
integradas às moléculas-filhas e posteriormente selecionadas. Os RNAs, em face de sua
propriedade autocatalítica, teriam podido se multiplicar mais rapidamente que outras moléculas
e invadido a população, até o aparecimento de novos mutantes mais eficazes. A descoberta
que as enzimas RNA podem também catalisar reações químicas sobre as proteínas, vem
reforçar essa hipótese de um RNA pré-biótico e aumentar ainda mais o campo de aplicações
possíveis das ribozimas. Dessa forma, as ribozimas dispensaram a presença de proteínas no
mundo pré-biótico. Sua descoberta originou um novo paradigma da origem da vida,
denominado mundo do RNA, que precedeu o mundo atual baseado no DNA e proteínas.
- Para saber mais ver RIBOZIMA (RNA SUPER STAR), matéria publicada, no dia 10.06.2011,
no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O RNA é uma molécula grande, formada de nucleotídeos e com os
mesmos constituintes fundamentais do DNA.”) – CORRETA
* RNA e DNA possuem, realmente, os mesmos constituintes fundamentais (base nitrogenada,
pentose e fosfato).
- ALTERNATIVA B (“Um nucleotídeo de RNA é formado por uma molécula de ácido fosfórico,
uma molécula de açúcar, que é a desoxirribose, e uma base nitrogenada.”) – INCORRETA
* A pentose presente no RNA é a ribose e não a desoxirribose, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA C (“As bases nitrogenadas do RNA são as mesmas do DNA: adenina,
guanina, timina e citosina.”) – INCORRETA
* As bases do RNA são adenina, guanina, uracil e citosina, não sendo, portanto, as mesmas do
DNA, que são adenina, guanina, timina e citosina.
- ALTERNATIVA D (“A molécula de RNA possui aspecto de dupla hélice, e, tal como ocorre no
DNA, as duas cadeias de nucleotídeos são mantidas unidas por pontes de hidrogênio.”) –
INCORRETA
* O RNA não possui dupla hélice, com consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA E (“O RNA origina-se por um processo de transcrição, no qual o trecho da
molécula de DNA, que contém um gene a ser transcrito, se abre pela ação da enzima DNA
polimerase.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a DNA polimerase não atua na transcrição e sim
na duplicação do DNA. Sua ação consiste em catalisar a polimerização dos nucleotídeos,
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formando a ligação fosfodiester, com liberação de um difosfato. A enzima que atua na


transcrição é a RNA polimerase-DNA dependente.

05. (UPE–2007) A biotecnologia e as pesquisas de células-tronco surgem como uma


esperança no tratamento de doenças que não respondem às terapias tradicionais. Pacientes
brasileiros já estão sendo beneficiados com sucesso, através do uso de células-tronco no
combate a doenças cardiovasculares. Analise as afirmativas abaixo que apoiam cientificamente
essa abordagem e conclua.
I II
0 0 - As células-tronco capazes de originar qualquer tipo de célula do corpo são chamadas
totipotentes.
1 1 - Apesar de todas as células derivarem de uma única célula-tronco, o zigoto, os tecidos do
nosso organismo, como os que formam o coração, possuem funções específicas devido às
diferenciações celulares.
2 2 - O coração surge, na fase de gástrula, de um grupo de células-tronco embrionárias a partir
do folheto endoderma.
3 3 - Ao serem introduzidas células-tronco no coração, passamos a ter um caso de órgão
transgênico.
4 4 - As células musculares cardíacas são envolvidas externa e internamente por uma camada
de tecido conjuntivo, denominada, respectivamente, de epimísio e de perimísio, e que consiste
em fonte de células-tronco embrionárias para o coração.
GABARITO
VVFFF
CÉLULAS-TRONCO
Apesar da grande diversidade de células que podem ser reconhecida em tecidos
adultos, todas derivam de uma única célula (a célula-ovo), após a fecundação de um ovócito
por um espermatozoide. Essa célula tem, dessa forma, a propriedade de gerar todos os tecidos
do indivíduo adulto, sendo por isto denominada totipotente. As células-tronco (stem cell),
também denominadas células-mãe, pela sua capacidade de originar novas células, podem,
portanto, ser obtidas de embriões ou de tecidos maduros de crianças ou adultos. Elas diferem
de outras células do organismo por apresentarem, basicamente, três características: (a) são
células indiferenciadas e não especializadas; (b) são capazes de se multiplicar por longos
períodos mantendo-se indiferenciadas, de forma que um pequeno número pode originar uma
grande população de células semelhantes; (c) são capazes de se diferenciar em células
especializadas de um tecido particular. Em essência, elas são capazes de realizar “divisões
assimétricas”, ou seja, podem originar células que permanecem indiferenciadas, substituindo o
pool de células tronco-tronco, ou, alternativamente, podem se diferenciar em células
especializadas. Dessa forma, células-tronco são células indiferenciadas, sem função específica
nos tecidos, capazes de se multiplicarem mantendo-se indiferenciadas por longos períodos,
tanto in vitro como in vivo. Mediante um estímulo elas podem diferenciar-se em células
maduras e funcionais dos tecidos. A figura abaixo representa um grupo de células-tronco às
quais foram adicionados fatores de crescimento e outros “insumos” necessários ao
desenvolvimento e à reprodução celular. Observa-se a formação, a partir delas, de células
musculares, células sanguíneas e células nervosas.
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De acordo com o nível de plasticidade que as células-tronco possuem, quantas


diferentes vias podem seguir, e para qual porção de um organismo funcional elas podem
contribuir, as células-tronco classificam-se em totipotentes, pluripotentes e multipotentes.
Lembramos que plasticidade é definida como a capacidade de células-tronco de um tecido
originar células diferenciadas de outros tecidos. Indicando, em última análise, a sua potência.
I. Totipotentes: são capazes de originar todas as células do organismo, além das células que
suportam o desenvolvimento do embrião no útero (presentes na placenta e nos anexos
embrionários). Apresentam uma grande capacidade de multiplicação e especialização e são
efêmeras, desaparecendo poucos dias após a fertilização. Elas são representadas pela célula
ovo e pelas células originárias das primeiras divisões do zigoto. Constituindo, em última
análise, o primeiro grupo de até 32 células, que se formam nas primeiras 72 horas após a
fecundação. Neste momento, não é possível identificar, nesse grupo de células, qualquer
diferenciação de tecido específico. As células totipotentes podem também ser derivadas de um
tipo de célula híbrida formada em um processo chamado de transferência de núcleo somático
(ou clonagem). O zigoto constitui a primeira célula tronco totipotente (etimologicamente,
totipotente significa “poder tudo”), ou seja, uma célula com capacidade de formar qualquer
célula existente no ser completamente formado e desenvolvido. Essa célula tronco inicial se
divide em duas, que se dividem em quatro, que se dividem em oito e assim sucessivamente até
formar um conjunto de células que constitui o blastocisto, cujas células são pluripotentes. As
células totipotentes são as únicas que permitem a formação de um indivíduo completo.
II. Pluripotentes: são capazes de se diferenciar em quaisquer tipos de células, exceto as da
placenta e dos anexos embrionários. Incluem células derivadas do embrião, quando
apresentam 32-64 células aproximadamente a partir do 5º dia de vida, fase considerada como
blastocisto, bem como do feto. Apesar de existirem em menor número, as células-tronco
pluripotentes estão presentes, também, em indivíduos adultos. Dessa forma, as pluripotentes
são células capazes de formar qualquer tipo de tecido sem, no entanto, originar um organismo
completo, visto que não podem gerar a placenta e outros tecidos de apoio ao feto.
III. Multipotentes: são capazes de se transformar em um número limitado de células, sendo
direcionadas a formar uma determinada linhagem celular. Como exemplos citamos as células-
tronco hematopoiéticas da medula óssea (formadoras de sangue), as célula-tronco
mesenquimatosas (formadoras de diferentes células do tecido conjuntivo) e as da pele
(capazes de produzir quaisquer tipos de células da pele). Essas células são designadas de
acordo com o órgão de que derivam e podem originar apenas células daquele órgão,
possibilitando a regeneração tecidual.
De acordo com a origem, as células-tronco podem ser distribuídas em dois grupos:
embrionárias e adultas.
I. Embrionárias: tipo de célula-tronco capaz de originar todos os tipos de tecidos de um
indivíduo adulto que cresce in vitro na forma de linhagens celulares derivadas de embriões.
São dotadas de grande plasticidade e apresentam características essenciais, como uma
ilimitada capacidade de proliferação indiferenciada in vitro. Essas células, desde que cultivadas
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em condições determinadas, podem, em princípio, se diferenciar em qualquer tipo celular do


corpo humano.
II. Adultas: tipo de célula-tronco obtida de tecidos após a fase embrionária (feto, recém-nascido
e adulto), sendo, portanto, encontradas em vários órgãos e tecidos no indivíduo adulto, onde
participam da homeostase tecidual, gerando novas células devido à renovação fisiológica ou
em resposta a uma injúria. As células-tronco adultas até agora isoladas em humanos são
tecido específicas, ou seja, têm a capacidade de diferenciação limitada a um único tipo de
tecido ou a alguns poucos tecidos relacionados. Dessa forma, boa parte dos tecidos humanos
não pode ser obtida a partir delas. As células-tronco adultas são raras e difíceis de identificar e
purificar. As células-tronco de adultos, consideradas multipotentes, são mais especializadas
que as embrionárias e dão origem a tipos específicos de células.
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“As células-tronco capazes de originar qualquer tipo de célula do corpo
são chamadas totipotentes.”) – VERDADEIRA
* Ver trecho (“Totipotentes: são capazes de originar todas as células do organismo, ...“), grifado
na descrição acima.
- AFIRMATIVA 1 1 (“Apesar de todas as células derivarem de uma única célula-tronco, o
zigoto, os tecidos do nosso organismo, como os que formam o coração, possuem funções
específicas devido às diferenciações celulares.”) – VERDADEIRA
* Os tecidos são formados a partir da diferenciação celular, que ocorre durante o
desenvolvimento embrionário. Diferenciando-se, as células se tornam especializadas em
determinadas funções, tais como sintetizar substâncias específicas como a hemoglobina,
contida no interior das hemácias e a insulina, elaborada pelas células pancreáticas. Elas
podem também sofrer grandes modificações estruturais, como no caso dos neurônios, que
possuem longas ramificações e dos miócitos (células musculares), dotados da capacidade de
contração. A diferenciação celular decorre do fato de alguns genes se tornarem ativos em
algumas células e inativos em outras, dependendo do tecido e do momento do
desenvolvimento. A grande diversidade celular presente nos seres vivos é consequência dessa
atividade gênica diferencial, já que todas as células de um determinado organismo, em função
de se originarem da célula ovo por mitoses sucessivas, considerando a reprodução sexuada,
possuem, a não ser que ocorram mutações após a fecundação, os mesmos genes. Tecidos
diferentes reúnem-se formando órgãos que desempenham uma série de funções relacionadas.
Os órgãos, por seu turno, interligam-se funcional e estruturalmente para formar os sistemas.
- AFIRMATIVA 2 2 (“O coração surge, na fase de gástrula, de um grupo de células-tronco
embrionárias a partir do folheto endoderma.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, o coração surge a partir do mesoderma e não do
endoderma.
- AFIRMATIVA 3 3 (“Ao serem introduzidas células-tronco no coração, passamos a ter um
caso de órgão transgênico.”) – FALSA
* O descrito nesta afirmativa não se refere à transgênico. Transgênicos ou organismos
geneticamente modificados (OGMs) são seres que incorporaram, em seu patrimônio genético,
genes oriundos de outros organismos e podem transmiti-los a sua prole.
- AFIRMATIVA 4 4 (“As células musculares cardíacas são envolvidas externa e internamente
por uma camada de tecido conjuntivo, denominada, respectivamente, de epimísio e de
perimísio, e que consiste em fonte de células-tronco embrionárias para o coração.”) – FALSA
* O epimísio, bainha espessa de tecido conjunto, rica em fibras colágenas, envolve
grupamentos de feixes organizados de células musculares e não as células musculares
externamente, como consta nesta afirmativa. O perimísio lamina fina de tecido conjuntivo
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denso, por seu turno, envolve cada feixe de fibra muscular e não a celula internamente. Cada
célula muscular é envolvida por uma cada fina de fibras reticulares denominada endomísio.

06. (UPE-2010) O esquema abaixo representa as fases para a expressão de um gene


eucarioto, que codifica um polipeptídeo.

Com base no esquema e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas abaixo.


I. Na etapa 1, a enzima RNA polimerase se liga à região promotora do gene, dando início ao
processo de transcrição.
II. O pré-RNAm sofre alterações (etapa 2), incluindo o processo de retirada das regiões não
codificantes (íntrons).
III. A etapa 3 é realizada no citoplasma, onde o RNAm será traduzido em polipeptídeo.
IV. A diminuição do tamanho do RNAm ocorre na fase 2, em decorrência da retirada dos éxons
e da associação com o RNAr.
Somente está correto o que se afirma em:
a) I e II.
b) III e IV.
c) I e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“I, II e III.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Na etapa 1, a enzima RNA polimerase se liga à região promotora do gene,
dando início ao processo de transcrição.”) – CORRETA
* A etapa 1 mostra a formação do pré RNAm (transcrição). Nessa etapa, a RNA polimerase se
liga, realmente, à região promotora (P) do gene, como mostra a figura abaixo.
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COMPLEMENTO
I. Operon: conjunto de genes adjacentes controlados por um operador. Unidade genética de
expressão controlada, o operon é constituído pelos seguintes genes: (a) gene promotor (P),
segmento do DNA que fornece um local para a RNA polimerase se ligar e iniciar a transcrição
(figura anterior); (b) gene operador (O), sítio onde se encaixa a proteína repressora,
bloqueando a transcrição; (c) um ou mais genes estruturais que informa(m) ou determina(m) a
estrutura da(s) proteína(s) que representa(m) a atividade gênica do operon. Ver OPERON,
matéria publicada, no dia 12/03/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
II. Pré-RNAm: durante a transcrição é formada uma longa molécula de RNA (pré-RNAm),
dotada de éxons (regiões que codificam para proteínas) e introns (regiões que não codificam
nenhuma proteína). Em seguida, ainda no núcleo, ocorre remoção dos íntrons e união dos
éxons, formando o RNAm funcional ou maduro, que, contendo apenas segmentos
codificadores (éxons), migra para o citoplasma, onde vai ser traduzido em cadeia polipeptídica.
Esse processo, mostrado na figura a seguir, é denominado splicing ou processamento do RNA.

- Para maiores detalhes ver SPLICING (processamento do RNA), matéria publicada, no dia
21/06/2016, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- AFIRMATIVA II [“O pré-RNAm sofre alterações (etapa 2), incluindo o processo de retirada das
regiões não codificantes (íntrons).”] – CORRETA
* Ver trecho (“... , ainda no núcleo, ocorre remoção dos íntrons e união dos éxons, formando o
RNAm funcional ou maduro, ...”) grifado em “Pré-RNAm”, acima.
- AFIRMATIVA III (“A etapa 3 é realizada no citoplasma, onde o RNAm será traduzido em
polipeptídeo.”) – CORRETA
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* A etapa 3, realizada no citoplasma, em estruturas denominadas ribossomos, representa a


tradução da mensagem contida no RNAm funcional ou maduro, que possui apenas segmentos
codificadores, denominados éxons.
- Para saber mais ver SÍNTESE PROTEICA, matéria publicada, no dia 16/07/2014, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.
- AFIRMATIVA IV (“A diminuição do tamanho do RNAm ocorre na fase 2, em decorrência da
retirada dos éxons e da associação com o RNAr.”) – INCORRETA
* A redução do tamanho do RNA (conversão do pré-RNAm em RNAm funcional), ocorre em
decorrência da remoção dos introns (regiões que não codificam nenhuma proteína), e não dos
éxons, graças a um processo chamado splicing ou processamento do RNA. Tampouco há
associação com o RNAr. Ver splicing (processamento do RNA), matéria publicada, no dia
21/06/2016, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.

07. (UPE-2010) A clonagem é um processo, que é observado na natureza, desde muito tempo
e, atualmente, vem sendo também realizada pela ação do homem. A coluna I apresenta alguns
tipos de clonagem, e a coluna II mostra o princípio básico ou exemplo relacionado a cada um
desses tipos.
COLUNA I
TIPOS DE CLONAGEM
1. Gênica
2. Reprodutiva e natural
3. Reprodutiva, induzida artificialmente
4. Terapêutica

COLUNA II
PRINCÍPIO BÁSICO/EXEMPLO
A. Células diploides isoladas de uma planta-mãe são cultivadas em soluções
nutritivas, originando mudas que se desenvolverão em novas plantas.
B. Células bacterianas, contendo um DNA recombinante reproduzem-se, obtendo-se
milhões de cópias do gene de interesse.
C. No estágio de blastocisto, células-tronco embrionárias são removidas e induzidas
a se diferenciarem em tipos específicos de células, tais como células musculares.
D. Os gêmeos univitelinos surgem a partir da fecundação de um óvulo com um
espermatozoide, formando um zigoto que se divide em dois, originando dois seres.

Assinale a alternativa que apresenta a correta associação.


a) 1-A; 2-D; 3-B; 4-C.
b) 1-B; 2-D; 3-A; 4-C.
c) 1-C; 2-D; 3-A; 4-B.
d) 1-C; 2-B; 3-A; 4-D.
e) 1-D; 2-A; 3-B; 4-C.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“1-B; 2-D; 3-A; 4-C.”)
JUSTIFICATIVA
- CLONAGEM GÊNICA
Clonagem gênica (técnica do DNA recombinante ou engenharia genética) consiste na
inserção de um segmento selecionado de DNA (DNA doador ou inserto) em um plasmídio ou
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no cromossomo de um bacteriófago, que atuam como vetores de clonagem, e posterior


replicação desse DNA recombinante em um hospedeiro apropriado, como uma bactéria ou
uma célula de levedura. Essa replicação ocorre quando o sistema de síntese do DNA do
hospedeiro replica o DNA inserido na célula hospedeira. Dessa forma, a partir de uma dessas
células transformadas são obtidas, graças à divisão celular, um grande número de células
idênticas (clones), cada uma dotada de várias cópias do DNA recombinante (figura abaixo).

Para maiores detalhes ver CLONAGEM GÊNICA, matéria publicada, no dia 26/02/2011, no
blog “djalmasantos.wordpress.com”.
1-B
- CLONAGEM REPRODUTIVA E NATURAL
Clones são cópias genéticas idênticas de um organismo, seja bactéria, protista, fungo,
vegetal ou animal. Como exemplos de clones que ocorrem na natureza, mencionamos as
bactérias, formadas por divisão celular simples (amitose); as planárias que podem se
desenvolver a partir de parte do corpo e os gêmeos univitelinos, originados de uma única célula
ovo. Em todos esses casos, os organismos apresentam a mesma constituição genética. Já há
muito, os homens obtêm clones vegetais. É o caso, por exemplo, da cana-de-açúcar,
reproduzida, assexuadamente, a partir de pedaços de caule e do eucalipto, que pode ser
obtido a partir de cultura de tecidos, que representa, de certo modo, uma forma de reprodução
assexuada.
2-D
COMPLEMENTO
I. Gêmeos monozigóticos (univitelinos): originam-se de um só zigoto, resultante da fecundação
de um óvulo por um espermatozoide. Eles se formam, quando no início do desenvolvimento, o
embrião se divida em dois grupos de células e cada grupo dá origem a um organismo. Eles são
do mesmo sexo e possuem a mesma constituição genética.
II. Gêmeos dizigóticos: originam-se de dois zigotos distintos. Em face de serem provenientes
de espermatozoides e óvulos diferentes, apresentam patrimônio genético diferente, podendo
ou não ser do mesmo sexo.
- CLONAGEM REPRODUTIVA, INDUZIDA ARTIFICIALMENTE
A biotecnologia pode oferecer aos agricultores uma forma mais elaborada de produzir
cultivares. Os principais benefícios da biotecnologia agrícola incluem resistência a doenças e
pragas; redução do uso de pesticidas; frutas e grãos com composição mais nutritiva; tolerância
a herbicidas; mais rápido desenvolvimento dos vegetais e melhoria do sabor e qualidade dos
alimentos. Neste contexto, a biotecnologia focaliza, em última análise, a produtividade, a
redução de custos, a geração de inovações e melhorias nos alimentos e o estabelecimento de
práticas mais ecológicas. Em função de as plantas serem manipuladas mais facilmente que os
animais, uma vez que é relativamente mais fácil conseguir uma planta completa a partir de uma
única célula geneticamente transformada, o avanço dessa tecnologia aplicada aos vegetais
vem sendo mais rápido do que para os animais. O cultivo de plantas manipuladas
geneticamente (GM) está crescendo no mundo inteiro. No Brasil, a Embrapa (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) investiu pesado nessa tecnologia e desenvolveu
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inúmeros tipos de plantas modificadas. Entre os principais produtos agrícolas melhorados pela
biotecnologia, citamos: (a) a soja com menor teor de lipídio saturado, com mais ácido oleico e
maior estabilidade à oxidação; (b) o mamão papaia resistente a vírus; (c) o arroz que cresce
mais rápido, mais rico em proteínas e capaz de tolerar o solo ácido; (d) a batata e o milho
resistentes a doenças e com produção aumentada. A investigação dessas plantas trará,
também, muitos benefícios para a saúde pública. A redução do uso de inseticidas representa
um desses benefícios.
3-A
- CLONAGEM TERAPÊUTICA
A clonagem terapêutica (terapia por transplante nuclear ou técnica de transferência
nuclear) é um tipo de clonagem, que tem como objetivo a obtenção de células-tronco
embrionárias. Ela descortina a possibilidade de, no futuro, uma pessoa poder “reparar”
defeitos no organismo usando suas próprias células. Nessa clonagem, um núcleo somático
do paciente é transferido para um óvulo enucleado que, em condições adequadas de cultura,
origina um “embrião”. Este, cultivado in vitro até um estágio do desenvolvimento embrionário
denominado blastocisto, é dissociado para a obtenção das células tronco-embrionárias. Dessa
forma, o blastocisto não é implantado. Ele serve apenas como uma massa de células que
podem ser consideradas células-tronco de alta versatilidade. Essas células-tronco podem ser
usadas para restaurar a função de um órgão ou de um tecido, transplantando novas células
para substituir as perdidas pela doença, bem como substituir células que não funcionam
adequadamente devido a diferentes causas (defeitos genéticos, lesões da coluna cervical,
acidente vascular cerebral, doenças sanguíneas, etc.). Lembramos que as células-tronco
adultas não possuem a capacidade de se transformarem em qualquer tecido, sendo, portanto,
menos versátil que as embrionárias.
Para saber ver CLONAGEM TERAPÊUTICA em CLONAGEM GÊNICA, matéria publicada, no
dia 26/02/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
4-C

08. (UPE-2010) Nos últimos anos, a comunidade científica e a sociedade em geral vêm
participando de discussões referentes ao uso de células-tronco embrionárias para clonagem
reprodutiva e terapêutica em humanos, tipos distintos de clonagem, que muitas vezes, são
confundidos. Nesse sentido, analise as afirmativas e conclua.
I II
0 0 - O princípio básico da clonagem reprodutiva consiste na transferência de um núcleo para
um ovócito anucleado, que é, então, implantado em uma mãe adotiva para desenvolvimento
normal do embrião.
1 1 - Na clonagem terapêutica, células-tronco embrionárias são retiradas na fase de blastocisto
e induzidas a se diferenciarem em tecidos específicos.
2 2 - No Brasil, a clonagem reprodutiva tem sido legalmente permitida somente em casos de
famílias que apresentam doenças degenerativas graves, tais como as doenças
neurodegenerativas.
3 3 - A clonagem reprodutiva tem como principal objetivo produzir uma cópia saudável de um
tecido ou de um órgão específico, o qual poderá ser utilizado para transplante.
4 4 - No Brasil, a clonagem terapêutica vem ocorrendo para a produção de hormônios, tal
como a insulina.
GABARITO
VVFFF
CLONAGEM REPRODUTIVA (PRODUÇÃO DE ORGANISMOS COM GENES IGUAIS)
Em face de todas as células do corpo serem formadas a partir do zigoto, elas possuem,
via de regra, a mesma informação genética. Assim sendo, a partir do núcleo de qualquer célula
do corpo, é possível, teoricamente, formar cópias geneticamente idênticas de um determinado
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indivíduo, processo denominado clonagem reprodutiva (ou transferência de núcleo somático).


Lembramos que clones são cópias genéticas idênticas de um organismo, seja bactéria,
protista, fungo, vegetal ou animal. Como exemplos de clones que ocorrem na natureza,
mencionamos as bactérias, formadas por divisão celular simples (amitose); as planárias que
podem se desenvolver a partir de parte do corpo e os gêmeos univitelinos, originados a partir
de única célula ovo. Em todos esses casos, os organismos apresentam a mesma constituição
genética. Já há muito, os homens obtêm clones vegetais. É o caso, por exemplo, da cana-de-
açúcar, reproduzida, assexuadamente, a partir de pedaços de caule e do eucalipto, que pode
ser obtido a partir de cultura de tecidos, que representa, de certo modo, uma forma de
reprodução assexuada.
CLONAGEM DA OVELHA DOLLY
O primeiro clone de mamífero foi obtido pela equipe do Ian Wilmut em 1997, ano em
que foi anunciado o nascimento da ovelha Dolly. A técnica que permitiu a clonagem de Dolly
(figura abaixo) consistiu, em linhas gerais, na retirada do núcleo de óvulos de uma ovelha
adulta da raça Scottish Blackface (ovelha doadora de óvulo), que receberam núcleos de células
das glândulas mamárias de outra fêmea, também adulta, da raça Finn Dorset (ovelha doadora
de célula). Em seguida, a célula proveniente dessa fusão foi cultivada em laboratório e o
embrião resultante implantado no útero de terceira ovelha, que serviu como “mãe de aluguel”.
O desenvolvimento desse embrião originou Dolly, uma ovelha geneticamente idêntica à que
doou o núcleo (Finn Dorset). Ressaltamos que foram necessárias 277 tentativas para se clonar
a ovelha Dolly. Como a ovelha doadora de célula para a clonagem de Dolly já tinha seis anos
na ocasião do procedimento, e em função do processo de envelhecimento celular, que leva ao
acúmulo de mutações e alterações celulares, Dolly já nasceu, do ponto de vista biológico, com
seis anos de vida. Nasceu, portanto, prematuramente velha. Outra preocupação dos
pesquisadores que clonaram Dolly, dizia respeito a sua fertilidade. Ela, entretanto, deu
nascimento a quatro ovelhas, a primeira em 1998 e as três outras em 1999, demonstrando que
o animal clonado não era estéril e podia se reproduzir sem maiores problemas. Por outro lado,
enquanto a maior parte das ovelhas vive entre os onze e os doze anos, Dolly morreu com
apenas seis anos e meio, após ter começado a manifestar, prematuramente, doenças
frequentemente associadas à velhice. Em janeiro de 2002, por exemplo, foi anunciado que
Dolly apresentava sinais de artrite no quadril e nos joelhos, doença que, embora seja comum
nas ovelhas velhas, costuma aparecer em uma idade mais avançada. O animal foi sacrificado
após a descoberta de sinais de uma doença pulmonar progressiva.
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Logo após o nascimento de Dolly (em fevereiro de 1997), vários clones de mamíferos
foram obtidos, inclusive da ovelha Polly (nascida em meados de 1997), enxertada com o gene
humano para a produção do fator IX, que é liberado no seu leite. Esse fator, utilizado no
tratamento de hemofílicos, é uma proteína importante nos processos de coagulação. Dessa
forma, pessoas que não produzem esse fator podem obtê-lo através da alimentação. Polly foi
clonada pela mesma equipe de cientista que clonou Dolly. Embora a clonagem tenha gerado
polêmica, ela abre grandes perspectivas na agropecuária e na medicina. A clonagem de
organismos com características desejáveis aos seres humanos irá, sem dúvida, elevar a
produtividade nas diversas fazendas, inclusive de gado. No que concerne ao interesse direto
dos homens, a clonagem visa, por exemplo, à obtenção de animais que possam ser um
reservatório de órgãos utilizáveis para transplantes em seres humanos. O primeiro mamífero
clonado no Brasil foi a bezerra Vitória, nascida em 17 de março de 2001. Ao contrário de Dolly,
clonada de um animal adulto, Vitória foi clonada a partir de células extraídas de um embrião de
cinco meses, que não chegou a nascer. Nesse caso, o núcleo retirado da célula embrionária foi
inoculado em um ovócito enucleado. O “ovócito” assim formado foi, em seguida, transferido
para o útero de uma vaca que serviu como “mãe de aluguel”.
A clonagem reprodutiva é, em última análise, uma tecnologia usada para gerar um
organismo que tenha o mesmo DNA nuclear de outro, previamente existente.
O envelhecimento precoce de Dolly, que já nasceu, biologicamente, com a idade da
ovelha que a originou, está relacionado com o telômero. Para saber mais ver TELÔMERO,
matéria publicada, no dia 16.09.2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
CLONAGEM TERAPÊUTICA
Um grande obstáculo em qualquer tipo de transplante é a questão da
histocompatibilidade entre o doador e o receptor. Apesar do progresso já alcançado nesta área,
indivíduos submetidos a transplantes de órgãos, via de regra, precisam tomar drogas
imunossupressoras para que o enxerto não seja rejeitado. Estratégias para prevenir essa
rejeição incluem a geração de bancos de linhagem de células-tronco embrionárias,
equivalentes aos bancos de medula óssea ou de sangue de cordão umbilical e placentário, que
poderiam ser pesquisados para se identificar uma linhagem compatível com o paciente. Porém,
além das dificuldades técnicas inerentes ao estabelecimento e a manutenção desse banco,
sabe-se, pela experiência com bancos de medula e de sangue de cordão, que sempre existe a
possibilidade de não se encontrar uma amostra compatível com o paciente, mesmo quando a
coleção do banco é muito grande. Outra possibilidade para se evitar a rejeição seria a geração
de células-tronco embrionárias geneticamente idênticas ao paciente pela técnica de
transferência nuclear (clonagem terapêutica ou terapia por transplante nuclear). Neste caso,
um núcleo somático do paciente é transferido para um óvulo enucleado que, em condições
adequadas de cultura, origina um “embrião”. Este, cultivado “in vitro”, até um estágio do
desenvolvimento embrionário denominado blastocisto, é dissociado para a obtenção das
células tronco-embrionárias. Dessa forma, o blastocisto não é implantado. Ele serve apenas
como uma massa de células que podem ser consideradas células-tronco de alta versatilidade.
Essas células-tronco podem ser usadas para restaurar a função de um órgão ou de um tecido,
transplantando novas células para substituir as perdidas pela doença, bem como substituir
células que não funcionam adequadamente devido a diferentes causas (defeitos genéticos,
lesões da coluna cervical, acidente vascular cerebral, doenças sanguíneas, etc.). Lembramos
que as células-tronco adultas não possuem a capacidade de se transformarem em qualquer
tecido, sendo, portanto, menos versáteis que as embrionárias. A clonagem terapêutica
descortina a possibilidade de, no futuro, pessoa poder “reparar” defeitos no organismo usando
suas próprias células. A clonagem terapêutica tem com objetivos básicos produzir órgãos
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inteiros a partir de uma única célula, bem como produzir células saudáveis, que poderão
substituir as danificadas por doenças degenerativas.
CLONAGEM GÊNICA
Clonagem gênica (técnica do DNA recombinante ou engenharia genética) consiste, em
última análise, na separação de um gene ou um segmento de DNA específico (DNA doador ou
inserto); sua inserção em um plasmídio ou no “cromossomo” de um bacteriófago, que atuam
como vetores de clonagem e posterior replicação desse DNA recombinante em um hospedeiro
apropriado, como uma bactéria ou uma célula de levedura, onde poderá ser expresso. Essa
replicação ocorre quando o sistema de síntese do DNA do hospedeiro replica o DNA inserido
na célula hospedeira. Assim sendo, a partir de uma dessas células transformadas são obtidas,
graças à divisão celular, um grande número de células idênticas (clones), cada uma dotada de
várias cópias do DNA recombinante. A clonagem gênica, como se pode constatar, é utilizada
pelos cientistas para gerar múltiplas cópias de determinado gene, pelo qual haja algum tipo de
interesse. Além de permitir a modificação genética dos seres vivos em um curto intervalo de
tempo, a engenharia genética possibilita que vários genes sejam manipulados
simultaneamente. A introdução de um ou mais genes de uma espécie em outra, base da
clonagem gênica, origina indivíduos geneticamente modificados, conhecidos como
transgênicos. A engenharia genética corresponde, em última análise, a um conjunto de
técnicas que possibilitam a manipulação do DNA. Utilizando essas técnicas pode-se saber em
qual cromossomo e em que lugar no cromossomo um gene se localiza (mapeamento genético),
bem como promover o sequenciamento gênico, determinando, portanto, a sequência de bases
nitrogenadas de um gene. Entre as “áreas” nas quais a técnica do DNA recombinante tem
provocado maior impacto, citamos:
I. Estudo da estrutura dos genes - importante para compreender os mecanismos que regulam a
expressão de um determinado gene em um tecido e para deduzir a função do gene a nível
molecular. A engenharia possibilita, igualmente, o estudo de anormalidades genéticas, como
alterações em oncogenes e em genes supressores de tumor.
II. Obtenção de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). Organismos em cujo
genoma foram introduzidos genes que conferem características desejadas. Eles são dotados,
portanto, de alteração(ões) em trecho(s) do seu genoma obtida(s) através
da tecnologia do DNA recombinante.
III. Teste de paternidade. A comparação das impressões digitais genéticas dos progenitores e
do(s) descendente(s) permite excluir a paternidade ou confirmá-la com um elevado grau de
certeza.
IV. Investigação forense – permite a identificação de suspeitos a partir de material deixado num
local, como cabelo, sangue, esperma, etc. Permite, igualmente, a identificação de cadáveres.
V. Aconselhamento genético. Processo pelo qual paciente(s) e/ou parente(s) portador(es) de
uma doença ou com o risco de ter uma doença hereditária são informados acerca da natureza
da doença, da probabilidade ou risco de desenvolvê-la e transmiti-la à próxima geração, bem
como das formas de preveni-la, evitá-la ou melhorá-la.
VI. Diagnóstico pré-natal - permite a detecção de doenças genéticas ainda durante a
gravidez. Ele antecipa, aos casais, o conhecimento da saúde genética do feto e
permite opções de conduta.
VII. Obtenção, em grande quantidade, de proteínas úteis aos seres vivos, inclusive ao homem.
Entre as quais, citamos: insulina, hormônio do crescimento, gonadotrofina humana, interferons,
fatores de coagulação do sangue, antitrombina, albumina sérica humana e fator de necrose
tumoral.
VIII. Terapia gênica (geneterapia).
Para maiores detalhes ver CLONAGEM GÊNICA, matéria publicada, no dia 26/02/2011, no
blog “djalmasantos.wordpress.com.”
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JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“O princípio básico da clonagem reprodutiva consiste na transferência de
um núcleo para um ovócito anucleado, que é, então, implantado em uma mãe adotiva para
desenvolvimento normal do embrião.”) – CORRETA
* Ver a técnica que permitiu a clonagem de Dolly, descrita acima.
- ALTERNATIVA 1 1 (“Na clonagem terapêutica, células-tronco embrionárias são retiradas na
fase de blastocisto e induzidas a se diferenciarem em tecidos específicos.”) – CORRETA
* Ver clonagem terapêutica abordada acima [“... técnica de transferência nuclear (clonagem
terapêutica ou terapia por transplante nuclear). ... até um estágio do desenvolvimento
embrionário denominado blastocisto, é dissociado para a obtenção das células tronco-
embrionárias. ...]
- ALTERNATIVA 2 2 (“No Brasil, a clonagem reprodutiva tem sido legalmente permitida
somente em casos de famílias que apresentam doenças degenerativas graves, tais como as
doenças neurodegenerativas.”) – INCORRETA
* A clonagem reprodutiva não é permitida no Brasil.
- ALTERNATIVA 3 3 (“A clonagem reprodutiva tem como principal objetivo produzir uma cópia
saudável de um tecido ou de um órgão específico, o qual poderá ser utilizado para
transplante.”) – INCORRETA
* A clonagem reprodutiva tem como objetivo gerar um organismo que tenha o mesmo DNA
nuclear de outro, previamente existente, como nos casos das ovelhas Dolly e Polly, descritos
acima. A produção de tecidos e órgãos é objetivo da clonagem terapêutica.
- ALTERNATIVA 4 4 (“No Brasil, a clonagem terapêutica vem ocorrendo para a produção de
hormônios, tal como a insulina.”) – INCORRETA
* A insulina não é produto da clonagem terapêutica e sim da clonagem gênica (técnica do DNA
recombinante ou engenharia genética).

09. (UPE-2011) O termo “mundo de RNA” foi criado por Gilbert, em 1986, para delinear um
cenário no qual a principal molécula ativa na origem da vida era o RNA. Em relação à hipótese
do mundo de RNA, conclui-se que:
I II
0 0 - A reprodução e o metabolismo das primeiras formas de vida dependiam das atividades
catalíticas e replicativas do RNA.
1 1 - Ao se multiplicarem, moléculas de RNA produziam versões ligeiramente diferentes entre
si; algumas delas tinham maior capacidade de se perpetuarem e de se reproduzirem,
transmitindo essas características à descendência.
2 2 - O RNA é a única molécula capaz de armazenar informação genética nos primórdios e
nos tempos atuais, propriedade que, até alguns anos atrás, se acreditava limitada às
proteínas.
3 3 - O RNA precedeu o DNA, visto exercer vários papéis na célula, tais como: mensageiro
(RNAm), transportador (RNAt), ribossômico (RNAr). Além disso, os ribonucleotídeos são
derivados dos desoxirribonucleotídeos, e o DNA não é tão estável quanto o RNA.
4 4 - A catálise das ribozimas no mundo de RNA, há bilhões de anos, era muito mais eficiente
por causa das baixas temperaturas, quando comparada à catálise atual das enzimas
proteicas, o que reforça a hipótese do RNA como molécula inicial.
GABARITO
VVFFF
RIBOZIMAS E ORIGEM DA VIDA (“O MUNDO DO RNA”)
A descoberta das ribozimas provocou novas perspectivas nas especulações sobre a
origem da vida na terra. Os biologistas sempre especularam sobre um velho problema: a
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eterna questão "do ovo e da galinha". De um lado, os ácidos nucleicos são o suporte das
informações genéticas, que comandam a síntese proteica. De outro lado, a leitura dessas
informações genéticas, bem como sua cópia, dependem da presença de enzimas "proteicas".
Isso significa que os ácidos nucleicos, moléculas "informacionais", não podem existir sem as
proteínas, moléculas catalíticas (ou efetuadoras) e vice-versa. A descoberta das ribozimas vem
romper esse aparente paradoxo, desde que o RNA parece ser a única molécula dotada de
capacidades informacional e catalítica. Essa ideia que o RNA pudesse ter sido o primeiro
material genético, já proposta na década de 60 por Leslie Orgel do Instituto Salk da Califórnia,
foi consolidada por Walter Gilbert em 1986. Atualmente o RNA aparece como o melhor
candidato a ter sido um sistema primitivo de auto-replicação, sobre o qual a evolução
darwiniana teria intervindo ao nível molecular. O fato de as ribozimas poderem se comportar,
também, como polimerases capazes de alongar um RNA utilizando uma molécula modelo,
sugere que, por ocasião da evolução das primeiras formas de vida, um sistema de replicação
tendo por base unicamente o RNA tenha podido funcionar. Tendo função catalítica, além da de
armazenador de informações genéticas, os RNAs podem ter funcionado sem DNA nem
proteínas, quando a vida apareceu sobre a terra. Os erros (mutações) que ocorreram por
ocasião das cópias dessas moléculas, teriam sido integradas às moléculas-filhas e
posteriormente selecionadas. Os RNAs, em face de sua propriedade autocatalítica, teriam
podido se multiplicar mais rapidamente que outras moléculas e invadido a população, até o
aparecimento de novos mutantes mais eficazes. A descoberta que as enzimas RNA podem
também catalisar reações químicas sobre as proteínas, vem reforçar essa hipótese de um RNA
pré-biótico e aumentar ainda mais o campo de aplicações possíveis das ribozimas. Dessa
forma, as ribozimas dispensaram a presença de proteínas no mundo pré-biótico. Sua
descoberta originou um novo paradigma da origem da vida, denominado mundo do RNA, que
precedeu o mundo atual baseado no DNA e proteínas. É muito provável, portanto, que a
primeira molécula com função genética tenha sido um RNA e não um DNA. Nesse contexto, o
DNA, mais estável que o RNA, deve ter tomado o lugar deste último como “depósito” das
informações genéticas e se constituído, provavelmente, o segundo passo na evolução do
material genético.
- Para maiores detalhes ver RIBOZIMA (RNA SUPER STAR), matéria publicada, no dia
10/06/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
JUSIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“A reprodução e o metabolismo das primeiras formas de vida
dependiam das atividades catalíticas e replicativas do RNA.”) – VERDADEIRA
* Como consta na descrição acima [“RIBOZIMAS E ORIGEM DA VIDA (“O MUNDO DO
RNA”)], a reprodução e o metabolismo das primeiras formas de vida, dependiam das atividades
catalíticas e replicativas da RIBOZIMA [RNA dotado de atividade catalítica (RNA enzima)]. Ver
trecho (“..; o RNA aparece como o melhor candidato a ter sido um sistema primitivo de auto
replicação, sobre o qual a evolução darwiniana teria intervindo ao nível molecular. ... “), grifado
na descrição acima.
- ALTERNATIVA 1 1 (“Ao se multiplicarem, moléculas de RNA produziam versões ligeiramente
diferentes entre si; algumas delas tinham maior capacidade de se perpetuarem e de se
reproduzirem, transmitindo essas características à descendência.”) – VERDADEIRA
* Ver trecho [“ ... Os erros (mutações) que ocorreram por ocasião das cópias dessas moléculas,
teriam sido integradas às moléculas-filhas e posteriormente selecionadas. ... “], grifado na
descrição acima.
- ALTERNATIVA 2 2 (“O RNA é a única molécula capaz de armazenar informação genética
nos primórdios e nos tempos atuais, propriedade que, até alguns anos atrás, se acreditava
limitada às proteínas.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, nos tempos atuais o DNA se constitui a principal
molécula armazenadora de informações genéticas.
- ALTERNATIVA 3 3 (“O RNA precedeu o DNA, visto exercer vários papéis na célula, tais
como: mensageiro (RNAm), transportador (RNAt), ribossômico (RNAr). Além disso, os
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ribonucleotídeos são derivados dos desoxirribonucleotídeos, e o DNA não é tão estável quanto
o RNA. ”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa o DNA é mais estável que o RNA. Ver trecho (“
... , o DNA, mais estável que o RNA ... “), grifado na descrição acima.
- ALTERNATIVA 4 4 (“A catálise das ribozimas no mundo de RNA, há bilhões de anos, era
muito mais eficiente por causa das baixas temperaturas, quando comparada à catálise atual
das enzimas proteicas, o que reforça a hipótese do RNA como molécula inicial.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a temperatura, há bilhões de anos, não era
baixa comparada com a atual.

10. (UPE-2011) A era da biotecnologia, tal qual a revolução industrial, a revolução verde e a
era da informação, promete grandes vantagens e benefícios à humanidade. Também tem
gerado polêmicas e questionamentos acerca dos impactos que possam vir a causar ao homem
e aos ecossistemas naturais. Com relação às características das técnicas utilizadas, ao papel
desempenhado e aos processos que envolvem a biotecnologia, analise as afirmativas e
conclua.
I II
0 0 - A terapia gênica e a clonagem são técnicas desenvolvidas pela engenharia genética. Na
terapia gênica, genes alterados, cujas deficiências originam diversas doenças humanas, são
substituídos por genes normais.
1 1 - Com a utilização de células-tronco, temos a possibilidade da cura de várias doenças
humanas. Sua maior aplicação é na prevenção da eritroblastose fetal.
2 2 - O teste de paternidade é uma metodologia da biotecnologia segura, incluindo a análise
do DNA ou o exame bioquímico de identificação dos grupos sanguíneos. Através de qualquer
dos métodos, é possível provar que um homem é, de fato, pai de uma criança.
3 3 - Organismos transgênicos contêm genes de outras espécies, inseridos através de técnicas
de Engenharia Genética. As mulas, híbridos resultantes do cruzamento entre o jumento
Equuos asinos e a égua Equuos caballus, são exemplos de transgênicos.
4 4 - DNA fingerprint corresponde à “impressão digital” genética de um indivíduo. Cada ser
humano possui uma composição genômica exclusiva.
GABARITO
VFFFV
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“A terapia gênica e a clonagem são técnicas desenvolvidas pela
engenharia genética. Na terapia gênica, genes alterados, cujas deficiências originam diversas
doenças humanas, são substituídos por genes normais.”) – VERDADEIRA
* A clonagem (reprodutiva, terapêutica e gênica) e a terapia gênica (geneterapia), são,
realmente, técnicas desenvolvidas pela engenharia genética.
I. A clonagem reprodutiva é uma tecnologia usada para gerar um organismo inteiro, que tenha
o mesmo DNA nuclear de outro, previamente existente. Como exemplos, citamos a ovelha
Dolly, clonada a partir de uma célula extraída da mama de uma ovelha adulta e a bezerra
Vitória, primeiro mamífero clonado no Brasil, originada a partir de célula embrionária, extraída
de um embrião de cinco meses, que não chegou a nascer.
II. A clonagem terapêutica (terapia por transplante nuclear ou técnica de transferência nuclear)
é um tipo de clonagem, que tem como objetivo a obtenção de células-tronco embrionárias. Ela
descortina a possibilidade de, no futuro, uma pessoa poder “reparar” defeitos no organismo
usando suas próprias células.
III. A clonagem gênica consiste na separação de um gene ou um segmento de DNA específico
(DNA doador ou inserto); sua inserção em um plasmídio ou no “cromossomo” de um
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bacteriófago, que atua como vetor de clonagem e posterior replicação desse DNA
recombinante em um hospedeiro apropriado, como uma bactéria ou uma célula de levedura,
onde poderá ser expresso. Essa replicação ocorre quando o sistema de síntese do DNA do
hospedeiro replica o DNA inserido na célula hospedeira. Dessa forma, a partir de uma dessas
células transformadas são obtidas, graças à divisão celular, um grande número de células
idênticas (clones), cada uma dotada de várias cópias do DNA recombinante. A figura abaixo
mostra, esquematicamente, os eventos básicos em uma experiência de clonagem gênica.
Nela, se pode constatar a formação de uma molécula de DNA recombinante.

1. Um fragmento de DNA contendo o gene a ser clonado é inserido em um vetor de clonagem,


geralmente um DNA circular, formando uma molécula de DNA recombinante.
2. Introdução da molécula de DNA recombinante na célula hospedeira.
3. Multiplicação da molécula de DNA recombinante no interior da célula hospedeira, formando
várias cópias idênticas, processo conhecido como amplificação.
4. Divisão da célula hospedeira e consequente passagem para a prole, de cópias da molécula
de DNA recombinante.
5. Formação de um clone, colônia de células cada uma contendo cópias múltiplas da molécula
de DNA recombinante, graças a sucessivas divisões celulares.
IV. A terapia gênica (geneterapia) é o reparo ou substituição de um gene defeituoso visando o
tratamento e a cura de uma doença genética. Embora, teoricamente, seja possível transformar
tanto células somáticas quanto células germinativas, a terapia gênica feita atualmente em
humanos trabalha com correção das células somáticas (terapia gênica somática),
proporcionando resultados satisfatórios aos pacientes, sem afetar, contudo, os genes
das gerações futuras.
- Para maiores detalhes ver CLONAGEM GÊNICA, matéria publicada, no dia 26/02/2011, no
blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- AFIRMATIVA 1 1 (“Com a utilização de células-tronco, temos a possibilidade da cura de
várias doenças humanas. Sua maior aplicação é na prevenção da eritroblastose fetal.”) –
FALSA
* A utilização de células-tronco, ao contrário do que consta nesta afirmativa, não se aplica na
prevenção da eritroblastose fetal [doença hemolítica do recém-nascido (DHRN)], que é uma
-
doença provocada por incompatibilidade do fator Rh. Neste caso, mulheres Rh podem produzir
+
anticorpos anti-Rh se gerarem filhos Rh . O fato acontece porque durante a gestação e,
principalmente, na hora do parto, ocorre rompimento de vasos sanguíneos, permitindo a
+
passagem de hemácias da criança (Rh ) para a mãe. Isso provoca uma reação do sistema
imunológico da genitora que, reagindo à presença do fator Rh fetal, começa a produzir
anticorpos. Mesmo que essa “produção” se processe ainda na gravidez, ela é lenta, e o 1 º filho,
+
geralmente, não terá problemas. A partir da 2ª gestação, se o filho for novamente Rh , como a
mãe já está sensibilizada, o feto tem grandes probabilidades de apresentar a eritroblastose
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fetal. A figura a seguir mostra os genótipos da mãe, do pai e do filho que podem levar à
ocorrência da DHRN.

- AFIRMATIVA 2 2 (“O teste de paternidade é uma metodologia da biotecnologia segura,


incluindo a análise do DNA ou o exame bioquímico de identificação dos grupos sanguíneos.
Através de qualquer dos métodos, é possível provar que um homem é, de fato, pai de uma
criança.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, o exame bioquímico de identificação de grupo
sanguíneo não prova paternidade.
- AFIRMATIVA 3 3 (“Organismos transgênicos contêm genes de outras espécies, inseridos
através de técnicas de Engenharia Genética. As mulas, híbridos resultantes do cruzamento
entre o jumento Equuos asinos e a égua Equuos caballus, são exemplos de transgênicos.”) –
FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, as mulas são indivíduos híbridos, resultantes do
cruzamento de raças diferentes, não se tratando, portanto, de seres transgênicos.
COMPLEMENTO
Transgênicos ou organismos geneticamente modificados (OGMs) são seres que
incorporaram, em seu patrimônio genético, genes oriundos de outros organismos e podem
transmiti-los a sua prole. A importância dos OGMs está no fato de serem obtidos indivíduos
com características vantajosas e que produzam substâncias de interesse para o ser humano.
Desse modo, é possível introduzir um gene humano em uma bactéria, que, ao sofrer
multiplicação, produz uma população inteira de bactérias portadora do gene inserido. A lista de
transgênicos já é relativamente grande. Entre os animais transgênicos, citamos: frangos e
porcos com menos gordura e mais carne nas partes mais moles; vacas capazes de produzir
leite rico em determinados nutrientes e salmões gigantes, dotados da capacidade de se
reproduzir com grande rapidez. A lista de vegetais transgênicos é mais extensa que a dos
animais, havendo não apenas os que receberam genes de bactérias, mas também de outras
plantas e até de seres humanos. Entre os vegetais transgênicos, destacamos: banana, alface e
batata produtoras de vacinas; soja e milho dotados da capacidade de produzir anticorpos
humanos; tomate dotado de amadurecimento modificado e resistência a insetos e vírus; soja,
milho e feijão mais resistentes a certas pragas agrícolas e a herbicidas; mamão resistente ao
ataque de vírus; maçãs mais ricas em determinados nutrientes, mais resistentes ao ataque de
insetos e que não escurecem depois de cortadas ou mordidas e arroz resistente a insetos e
mais rico em betacaroteno, substância precursora da vitamina A. No Brasil, foi produzido um
camundongo transgênico que apresenta um gene de água-viva incorporado no seu DNA. Esse
gene codifica a síntese de uma proteína responsável pela cor verde fluorescente. Quando
iluminados com luz especial, esses animais adquirem a cor verde fluorescente. Os resultados
obtidos podem ser úteis em futuras pesquisas sobre o câncer, em face de a proteína verde
fluorescente poder ser utilizada para marcar células cancerígenas, que seriam, dessa forma,
facilmente visualizadas em microscópio, sob luz azul. Na Inglaterra, já foram produzidas
ovelhas transgênicas, dotadas do gene humano responsável pela produção da proteína alfa-1-
antitripsina, que é lançada no leite produzido em suas glândulas mamárias. Na espécie
humana, a falta dessa proteína provoca suscetibilidade a enfisema pulmonar e deficiência
hepática, sendo o tratamento atual feito utilizando-se proteínas de pessoas sadias. A utilização
dessas ovelhas transgênicas reduz bastante o custo do tratamento.
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- AFIRMATIVA 4 4 (“DNA fingerprint corresponde à “impressão digital” genética de um


indivíduo. Cada ser humano possui uma composição genômica exclusiva.”) – VERDADEIRA
* Identificação de pessoas através de fragmentos do seu DNA (“DNA fingerprinting”):
procedimento que vem sendo largamente utilizados em problemas criminais como estupros,
roubos e assassinatos (investigação forense) e em testes de paternidade. Utilizando-se uma
amostra de DNA purificada e tratada convenientemente com determinada endonuclease de
restrição, pode-se obter, após separação dos fragmentos por eletroforese, o padrão genético
de uma determinada pessoa, que é semelhante ao código de barras usado no comércio. Por
não haver, com exceção dos gêmeos univitelinos, dois indivíduos cujos DNAs sejam totalmente
idênticos, esse método de fragmentação do DNA vem sendo largamente usado para identificar
pessoas, inclusive em investigações policiais. Por seu poder discriminatório, foi criado o termo
DNA fingerprinting (“impressão digital de DNA”) para designar o padrão de bandas exibido por
uma pessoa, numa alusão ao uso das clássicas impressões digitais. Ao contrário das
tradicionais impressões digitais, o DNA fingerprinting fornece não apenas evidências sobre a
identidade individual, mas também sobre a relação de parentesco. A figura abaixo mostra
padrões de bandas obtidos de gêmeos monozigóticos e dizigóticos. Comparando os dois
padrões, percebe-se que, enquanto os monozigóticos apresentam bandas idênticas, os
dizigóticos, assim como os irmãos comuns, apresentam, em média, 50% das bandas iguais. O
grau de certeza dos testes que utilizam DNA fingerprinting é de 99,9%. Como se pode observar
na figura, os gêmeos monozigóticos apresentam o mesmo patriômio genético, não sendo,
portanto, distinguidos pela análise do DNA. Suas impressões digitais, entretanto, podem ser
ligeiramente diferentes, em face de durante o desenvolvimento embrionário poderem surgir
diferenças, que serão mantidas após o nascimento.

A técnica de fragmentação do DNA vem sendo largamente usada, também, para


determinação de paternidade, processo chamado comumente de teste do DNA. Nesse caso, o
padrão obtido é comparado com os padrões dos supostos genitores. Em face de uma pessoa
receber metade de suas moléculas de DNA de sua mãe e a outra metade de seu pai, todos os
tipos de fragmentos que ela possui devem estar presentes em seus genitores. A figura a seguir
mostra o DNA fingerprinting obtido da mãe (1), do filho (2), do pai (3) e de um indivíduo não
aparentado (4). Percebe-se que cada banda observada no filho foi herdade da mãe ou do pai.
Uma série de materiais biológicos (leucócitos, esperma, fios de cabelos, polpa dentária, medula
óssea, etc.) pode ser utilizada na identificação genética.
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11. (UPE-2011) O exemplo mostrado no texto a seguir revela o potencial que as ferramentas
usadas em genética podem ter para inibir a exploração e o comércio de produtos e espécimes
da fauna, auxiliando na conservação das espécies ameaçadas.
Um dos casos mais interessantes da genética molecular forense envolveu o comércio ilegal de
carne de baleias no Japão e Coreia. A pedido do Earthrust, Baker e Palumbi (1996)
desenvolveram um sistema para monitorar esse comércio, utilizando sequências de DNAmt e
PCR, que distinguiam, com confiança, uma variedade de espécies de baleias umas das outras
e de golfinhos. As análises revelaram que parte das amostras obtidas em mercados varejistas
não era de baleias Minke, nas quais o Japão caçava para “fins científicos”, mas sim de baleias
Azuis, Jubartes, Fin e de Bryde, as quais são protegidas por lei. Além disso, parte da “carne de
baleia” era na realidade de golfinhos, botos, ovelhas e cavalos. Assim, além da ilegalidade da
caça das baleias, os consumidores estavam sendo ludibriados.
Fonte: Adaptado de Fankham et al., 2008 – Genética da Conservação.
Leia as proposições abaixo sobre a reação em cadeia da polimerase (PCR):
I. Antes da PCR, para se detectarem genes ou VNTRs (número variável de repetições em
sequência), havia a obrigação de se ter grande quantidade de DNA alvo.
II. Pela PCR, promove-se a deleção de trechos do DNA in vivo, usando polimerases de DNA.
III. A técnica da PCR permitiu a obtenção de grandes quantidades de fragmentos específicos
do DNA por meio da amplificação em ciclos.
IV. O DNA a ser amplificado não pode ser submetido a temperaturas altas, acima de 40°C, sob
pena de desnaturar e não mais renaturar.
Apenas é correto afirmar o que está contido nas proposições:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
JUSTIFICATIVA (FERNADO)
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I e III.”)
- PCR (reação em cadeia da polimerase): a reação de PCR (do inglês polymerase chain
reaction), idealizada nos meados dos anos 1980, por G. Mullis e H. A. Erlich representa um
marco para os trabalhos desenvolvidos na área da Biologia Molecular. Ela proporciona um
aumento muito grande na eficiência da análise do material genético, permitindo a replicação de
fragmentos de DNA de qualquer organismo em várias cópias, através de reações realizadas
em um equipamento específico (máquina de PCR). Nessa reação de amplificação exponencial
o o
in vitro (figura abaixo), o DNA é submetido a temperaturas elevadas (94 C a 96 C, por 1 ou 2
minutos), a fim de separar a dupla-hélice (desnaturação térmica temporária do DNA). Cada fita
simples, em seguida, serve de molde para que a Taq polimerase ou Taq DNA polimerase (uma
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DNA polimerase termostável, resistente a elevadas temperaturas) promova a síntese de novas


moléculas de DNA. O processo se repete várias vezes (repetição dos ciclos), sempre a
o o
temperaturas ao redor de 94 C a 96 C, produzindo milhares de cópias de um trecho de DNA
em poucas horas. Com isso, pequenas amostras contendo poucos fragmentos de DNA podem
ser estudadas com mais facilidade. Como se pode constatar, essa técnica, que envolve duas
etapas básicas (a separação das cadeias de DNA e a formação de outras complementares),
simula o que ocorre na natureza (a duplicação semiconservativa do DNA em uma célula).

JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO I (“Antes da PCR, para se detectarem genes ou VNTRs (número variável de
repetições em sequência), havia a obrigação de se ter grande quantidade de DNA alvo.”) –
CORRETA
* Antes da PCR, grande parte das técnicas de Biologia Molecular era laboriosa e demorada.
Havia necessidade, via de regra, de se trabalhar com grande quantidade de DNA, como consta
netas proposição.
- PROPOSIÇÃO II (“Pela PCR, promove-se a deleção de trechos do DNA in vivo, usando
polimerases de DNA.”) – INCORRETA
* A PCR não promove deleção de trechos de DNA in vivo. Ela promove, como vimos acima, a
amplificação exponencial in vitro do DNA, usando a Taq polimerase ou Taq DNA polimerase.
- PROPOSIÇÃO III (“A técnica da PCR permitiu a obtenção de grandes quantidades de
fragmentos específicos do DNA por meio da amplificação em ciclos.”) – CORRETA
*Como vimos acima, a técnica da PCR produz milhares de cópias, em poucas horas, de
fragmentos específicos de DNA de diferentes organismos, por meio de amplificação em ciclos.
- PROPOSIÇÃO IV (“O DNA a ser amplificado não pode ser submetido a temperaturas altas,
acima de 40°C, sob pena de desnaturar e não mais renaturar.”) – INCORRETA
o o
* Como vimos acima, o DNA é submetido a temperaturas elevadas (94 C a 96 C, por 1 ou 2
minutos), a fim de separar a dupla-hélice (desnaturação térmica do DNA, considerada
reversível). Desnaturação do DNA é o processo através do qual o ácido desoxirribonucleico de
dupla cadeia se desenrola e separa-se em duas cadeias simples, através da quebra de
ligações de hidrogénio entre as bases.
COMPLEMENTO
No caso das proteínas, a desnaturação promove a perda da estrutura tridimensional e
consequentemente as suas propriedades. Algumas proteínas desnaturadas, ao serem
devolvidas para o seu meio original, podem recuperar a sua configuração espacial normal,
renaturando-se. Quando, entretanto, a desnaturação ocorre por elevações extremas de
temperatura ou alterações muito intensas do pH, as modificações são, geralmente,
irreversíveis.

12. (UPE-2012) Analise a figura a seguir:


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Disponível em: http://www.clker.com/inc/svgedit/svg-


editor.html?paramurl=/inc/clean.html?id=49537 (Adaptado)
Correlacione o texto abaixo com a figura.
A polimerase do RNA, ao percorrer uma unidade de transcrição no (1), transcreve tanto éxons
quanto íntrons, produzindo uma molécula, o (2). Ainda no núcleo, o processo de splicing é
realizado por várias partículas constituídas por proteínas e pequenas moléculas de RNA, as
(3), que irão formar o (4), responsável pelos cortes e pelas emendas de íntrons e de éxons,
respectivamente. Após a eliminação dos (5), o (6) estará com sua informação genética
devidamente editada e poderá passar para o citoplasma, onde se reunirá aos ribossomos para
ser traduzido em polipeptídio.
Assinale a alternativa que contém os termos que preenchem corretamente os espaços (1), (2),
(3), (4), (5) e (6).
a) (1) DNA, (2) pré-RNA mensageiro, (3) ribonucleoproteínas, (4) spliceossoma, (5) íntrons, (6)
RNA mensageiro.
b) (1) DNA, (2) RNA mensageiro, (3) ribonucleases, (4) polipeptídio, (5) éxons, (6) polipeptídio.
c) (1) Pré-RNA mensageiro, (2) DNA, (3) ribonucleoproteínas, (4) spliceossoma, (5) íntrons, (6)
RNA mensageiro.
d) (1) RNA mensageiro, (2) DNA, (3) ribonucleoproteínas, (4) aminoácido, (5) éxons, (6)
polipeptídio.
e) (1) RNA mensageiro, (2) aminoácido, (3) ribonucleases, (4) spliceossoma, (5) íntrons, (6)
DNA.
ALTERNATIVA CORRETA: A
[“(1) DNA, (2) pré-RNA mensageiro, (3) ribonucleoproteínas, (4) spliceossoma, (5) íntrons, (6)
RNA mensageiro.”]
- SPLICING
Nas células eucarióticas, há uma grande quantidade de sequências de DNA que não
são expressas em RNA ou em proteínas, não sendo, portanto, convertidas em produtos
funcionais. Grande parte do DNA que especifica o RNA mensageiro constitui os íntrons dentro
dos genes. Descobertos em 1977, por Berget, os introns são regiões dos genes que não
codificam qualquer proteína, embora façam parte da transcrição inicial. Eles separam, uma das
outras, sequências de DNA que codificam para proteínas conhecidas como éxons. Nesse caso,
como mostra a figura a seguir, todo o gene, conhecido como gene em mosaico, contendo
éxons e íntrons, é transcrito em uma longa molécula de RNA (pré-RNAm), dotada de éxons e
íntrons. Em seguida, ainda no núcleo, ocorre remoção dos íntrons, o que reduz o tamanho do
RNA inicial. Finalmente, os éxons se ligam, formando o RNAm funcional ou maduro, que,
contendo apenas segmentos codificadores (éxons), migra para o citoplasma, onde vai ser
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traduzido em cadeia polipeptídica. Os íntrons retirados do pré-RNA são “destruídos” dentro do


núcleo gerando nucleotídeos livres que são reciclados.

Tanto a clivagem do pré-RNA, para remoção dos íntrons, como a junção dos éxons,
para a formação do RNA funcional, envolvem um complexo enzimático chamado spliceossoma
(maquinaria de splicing). O spliceossoma é constituído por 5 tipos de pequenos RNAs (dotados
de 107 a 210 nucleotídeos), ricos em uracil, associados a proteínas, formando
ribonucleoproteínas. Ele é um complexo dinâmico no qual os elementos que o compõem estão
mudando constantemente durante o processo de amadurecimento. O splicing requer uma
extrema precisão das moléculas envolvidas no processo, já que o acréscimo ou a remoção de
um único nucleotídeo em um éxon pode alterar a fase de leitura e produzir uma proteína
bastante diferente da original, caracterizando uma mutação, decorrente, portanto, de erros no
splicing. Ressaltamos que o splicing só ocorre em células eucarióticas, já que o DNA das
células procarióticas é desprovido de íntrons.
- Para maiores detalhes ver SPLICING (processamento do RNA), matéria publicada, no dia
21/06/2012, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- Identificação das estruturas indicadas na figura desta questão (ver descrição acima).
- ALTERNATIVA A [“(1) DNA, (2) pré-RNA mensageiro, (3) ribonucleoproteínas, (4)
spliceossoma, (5) íntrons, (6) RNA mensageiro.”] - CORRETA
1. DNA [gene em mosaico, contendo introns (regiões não codificadoras) e éxons (regiões
codificadoras), que será transcrito].
2. Pré-RNA mensageiro (dotado de introns e éxons).
3. Ribonucleoproteínas [pequenas moléculas RNAs (dotados de 107 a 210 nucleotídeos), ricos
em uracil, associados a proteínas].
4. Spliceossoma ou maquinaria de splicing [responsável pela clivagem, ainda no núcleo, do
pré-RNA, atuando na remoção dos introns (regiões dos genes que não codificam qualquer
proteína) e na junção do éxons (sequências de DNA que codificam para proteínas) para a
formação do RNA funcional ou RNA maduro, processo denominado splicing].
5. Íntrons (sequências, não codificadoras, retiradas do pré-RNA. Os introns são “destruídos”,
dentro do núcleo, gerando nucleotídeos livres que são reciclados).
6. RNA mensageiro [RNA funcional ou maduro, que contendo apenas segmentos codificadores
(éxons), migram para o citoplasma, onde vai ser traduzido em cadeia polipeptídica (proteína)].

13. (UPE-2012) Mutação é assunto recorrente na mídia e, em geral, tratado de forma ficcional,
como no exemplo do desenho no qual Calvin afirma ter se transformado em um inseto. No
cotidiano, é sabido que mutações podem ser neutras (alelos do grupo ABO), benéficas (visão
em cores na espécie humana) ou deletérias (doenças). Analise as proposições seguintes sobre
mutação:
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I. Mutações gênicas podem ocorrer na sequência de bases nitrogenadas dos genes, sendo
consideradas a fonte primária da variabilidade, por aumentarem o número de alelos disponíveis
em um loco.
II. Mutações cromossômicas podem ser classificadas em estruturais, englobando as euploidias
e aneuploidias, ou numéricas, em que podem ser observadas deleção, duplicação, inversão ou
translocação.
III. As mutações não ocorrem para adaptar o indivíduo ao ambiente; ocorrem por meio de
processos estocásticos, ou seja, ao acaso, e, por seleção natural, serão, conservadas, se
forem adaptativas (seleção positiva) ou, em caso contrário, serão suprimidas (seleção
negativa).
IV. Em uma população pequena, em que os cruzamentos são preferenciais e sobre a qual não
há atuação de fatores evolutivos, tais como mutação, seleção natural e migração, as
frequências gênicas e genotípicas permanecem constantes ao longo das gerações.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) II e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I e III.”)
- MUTAÇÃO GÊNICA
Alteração na informação genética (DNA), que pode levar à produção de cadeias
proteicas modificadas, na ordem ou no número de aminoácidos ou até ausência de sua
síntese. Como consequência, pode haver a produção de células modificadas ou o
aparecimento de indivíduos mutantes distinguíveis do tipo original em uma ou mais
características genéticas. Em face de aumentar o número de alelos (formas alternativas de
um gene) em um locus gênico, as mutações gênicas, que geram variações no conjunto gênico
da população (gene pool), atuam como fontes primárias da diversidade biológica. Elas podem
ocorrer “espontaneamente”, como, por exemplo, em consequência de erros que ocorrem
durante a replicação do DNA, ou serem induzidas por agentes físicos ou químicos, chamados
agentes mutagênicos. Entre esses agentes, citamos os raios-X, os raios gama, os raios
ultravioleta, a nitrosoguanidina, o ácido nitroso, o gás mostarda, substâncias existentes no
fumo e alguns corantes presente nos alimentos. As mutações gênicas podem se relacionar
com qualquer parte do organismo, de modo que tanto as células somáticas, não envolvidas
diretamente na produção dos gametas, como as germinativas estão sujeitas a essas
alterações. As que afetam o DNA das células somáticas (mutações somáticas) não são
transmitidas às gerações futuras, não sendo, portanto, hereditárias. Elas podem, entretanto,
acarretar grande prejuízo ao organismo, causando tumores ou outras lesões degenerativas,
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dependendo das células, dos tecidos ou dos órgãos nos quais elas ocorrem. Seus efeitos,
portanto, são restritos ao indivíduo que as possuem. As que se relacionam com o DNA das
células germinativas (mutações germinativas), por seu turno, são passíveis de serem
transmitidas às futuras gerações. Em face de concorrerem para aumentar a variedade genética
das populações, as mutações germinativas constituem a base molecular do processo evolutivo.
Quando as mutações são decorrentes de substituições de nucleotídeos, tipos mais
simples classificam-se em transição e transversão (figura a seguir). Fala-se em transição
quando ocorre a troca de uma base púrica por outra púrica (A↔G) ou de uma base pirimídica
por outra pirimídica (C↔T). Quando, por outro lado, a base púrica é substituída por uma
pirimídica ou vice-versa (A ou G↔C ou T), fala-se em transversão. Além das substituições
mencionadas, pode ocorrer também inserção (adição) ou supressão (perda ou deleção) de
nucleotídeo(s) (figura abaixo). A inserção é causada geralmente por transposons ou erros
durante a replicação de elementos repetitivos, como as sequências AT. Inserções na região
codificadora de um gene podem alterar o splicing (“corte”) do RNAm ou podem causar
mudança no quadro de leitura dos códons. Em ambos, os casos podem ocorrer alterações
significativas no produto gênico. As deleções, que são, via de regra, irreversíveis, também
podem modificar o quadro de leitura do gene, a exemplo das inserções. Vale ressaltar,
entretanto, que as deleções não são o oposto exato das inserções. Enquanto as primeiras são
aleatórias, as inserções consistem, via de regra, de uma sequência específica inserida em
regiões não completamente aleatórias. Quando ocorre a deleção ou a inserção de três
nucleotídeos ou múltiplo de três nucleotídeos, há perda ou adição, respectivamente, de
aminoácido(s) na cadeia proteica. A leitura da sequência, entretanto, se faz normalmente (não
ocorre mudança na matriz de leitura do RNAm). Uma deleção de três nucleotídeos é o que
ocorre na fibrose cística, doença que afeta diversos sistemas e aleija crianças, levando à morte
prematura. Quando, por outro lado, a adição ou a deleção não envolve três nucleotídeos ou
múltiplo de três nucleotídeos, a leitura se altera, a partir do ponto da mutação, até o fim da
sequência (mutação de mudança de matriz de leitura), como mencionamos acima. As deleções
e as inserções são, portanto, muito mais drásticas do que a substituição de um único par de
nucleotídeos.
- Para maiores detalhes ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria publicada, no dia 15/04/2011, no
blog “djalmasantos.wordpress.com”.

- PROPOSIÇÃO I (“Mutações gênicas podem ocorrer na sequência de bases nitrogenadas dos


genes, sendo consideradas a fonte primária da variabilidade, por aumentarem o número de
alelos disponíveis em um loco.”) – CORRETA
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* As mutações gênicas podem correr, realmente, na sequencia de bases e são consideradas a


fonte primaria da variabilidade, como consta na descrição acima.
- MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS
Além das modificações que atingem o DNA propriamente dito, denominadas,
especificamente, mutações gênicas, pontuais ou puntiformes, que vimos acima, existe uma
série de outras que afetam diretamente os cromossomos, chamadas mutações cromossômicas
ou aberrações cromossômicas, que provocam alterações no número ou na forma dos
cromossomos. Embora não formem novas versões de genes, como as mutações pontuais, elas
contribuem para que ocorra variabilidade gênica, sendo consideradas, portanto, um dos fatores
da evolução. As mutações cromossômicas costumam ser classificadas em dois tipos:
numéricas e estruturais.
I. Mutações cromossômicas numéricas: estão relacionadas com alterações no número
de cromossomos e são classificadas em euploidias e aneuploidias (tabela abaixo).
TIPO DE MUTAÇÃO NÚMERO DE CROMOSSOMOS
Haploidia n
Euploidias Ttriploidia 3n
Tetraploidia 4n
Nulissomia 2n - 2
Monossomia 2n – 1
Aneuploidias
Trissomia 2n +1
Tetrassomia 2n + 2
Ia. Euploidias: são alterações que envolvem todo o genoma (acréscimo ou perda de lotes
cromossômicos completos), originando células, cujo número de cromossomos é um número
múltiplo exato do número haploide característico da espécie. As principais euploidias são:
1. Haploidia (n): quando o número de cromossomos se apresenta em dose simples como nos
gametas. A haploidia pode ser um estado normal em alguns organismos. É considerada
anormal, entretanto, quando ocorre nas células somáticas de organismos diploides.
2. Poliploidia: quando os lotes cromossômicos são representados por três [triploidia (3n], quatro
[tetraploidia (4n)] ou mais genomas. A poliploidia ocorre em alguns vertebrados inferiores e em
alguns vegetais [ver ESPECIAÇÃO (ESPECIAÇÃO POR POLIPLOIDIA), matéria publicada, no
dia 13/02/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
Ib. Aneuploidias: são alterações que envolvem um ou mais cromossomos (perda ou acréscimo)
de cada par, mas não de todo o genoma, dando origem a múltiplos não exatos do número
haploide característico da espécie. Aqui destacamos a nulissomia, a monossomia e a trissomia.
1. Nulissomia: quando há perda dos dois membros de um mesmo par cromossômico (2n –2).
2. Monossomia: quando há perda de um dos cromossomos do par, isto é, quando o número de
cromossomos da célula for (2n –1).
3. Trissomia: quando um mesmo cromossomo se apresenta repetido três vezes (2n +1), em
vez de duas vezes.
II. Mutações cromossômicas estruturais: são mudanças na estrutura dos
cromossomos, que resultam de uma ou mais quebras em um ou mais pares de cromossomos.
Essas quebras podem ocorrer espontaneamente ou por ação de agentes externos, como
radiações, drogas, vírus, etc. Entre elas destacamos: deficiência (deleção), duplicação
(adição), inversão e translocação.
IIa. Deficiência: é a perda de um pedaço de cromossomo, podendo originar um braço mais
curto. Lembramos que a fração acêntrica (sem centrômero) perde-se (degenera), pois quando
a célula se divide ela não tem como se prender às fibras do fuso.
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IIb. Duplicação: neste caso, o cromossomo apresenta um ou mais genes em dose dupla. As
duplicações são mais comuns e menos prejudiciais que as deficiências, deduzindo-se que o
excesso de genes geralmente é menos prejudicial do que a falta deles.
IIc. Inversão: neste caso, o cromossomo sofre quebra em dois pontos, e o segmento solto se
solda, após um giro de 180º, aos locais fraturados do mesmo cromossomo. A inversão pode
ser pericêntrica (envolve um segmento cromossômico dotado de centrômero) e paracêntrica
(envolve um segmento cromossômico desprovido de centrômero). Na inversão não há perda
nem ganho de material genético.
IId. Translocação: ocorre quando dois cromossomos não homólogos sofrem quebras
simultâneas, e os segmentos se soldam trocados (“permutados”).
- PROPOSIÇÃO II (“Mutações cromossômicas podem ser classificadas em estruturais,
englobando as euploidias e aneuploidias, ou numéricas, em que podem ser observadas
deleção, duplicação, inversão ou translocação.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que constas nesta alternativa as mutações cromossômicas estruturais
englobam deleção (deficiência), duplicação (adição), inversão e translocação, enquanto as
numéricas englobam as euploidias e as aneuploidias (ver descrição acima).
EFEITOS DAS MUTAÇÕES GÊNICAS
Um “novo” gene, resultante de uma mutação, tem propriedades imprevisíveis. Ele pode
interferir no metabolismo celular a ponto de tornar o organismo inviável. Nesse caso, fala-se
em mutação letal. Pode também levar a certas deficiências metabólicas, sem, contudo, matar o
organismo, bem como provocar modificações sem, aparentemente, qualquer valor adaptativo.
A maior parte das mutações que ocorre nos dias de hoje são prejudiciais ao organismo. Isso
decorre do fato de as espécies atuais serem resultantes de um longo processo evolutivo, já
tendo as variações convenientes se fixado nos indivíduos, tornando-os adaptados ao ambiente
em que vivem. Novas alterações, em face de se darem ao acaso, em se falando de alterações
naturais, têm maior probabilidade de quebrar essa “harmonia” ser vivo-ambiente, do que
melhorá-la. Somente modificações “ligeiras” (menos drásticas) parecem concorrer para ajustar
melhor um mecanismo já praticamente ajustado, daí se admitir que essas mutações sejam as
mais importantes para a evolução, pelo menos nos tempos atuais. Elas parecem continuar
produzindo, nas espécies, novas características hereditárias que tornam os filhos diferentes
dos pais, em relação a certos genes. Devido à degenerescência do código genético, é possível
a ocorrência de alterações na informação genética, sem consequente modificação na cadeia
proteica formada. Esse tipo de alteração genética, que não apresenta efeito detectável, toma o
nome especial de mutação “silenciosa” (mutação com o mesmo sentido). Como exemplo,
podemos citar a troca do códon CUU pelo códon CUC ou CUA ou CUG. Em face de todos eles
codificarem para a leucina, não há modificação no aminoácido incorporado. Lembramos ainda,
que se um dos códons de parada (UAA, UAG ou UGA) substituir um códon de aminoácido (não
terminador), haverá um término prematuro da tradução, reduzindo o tamanho original da cadeia
proteica, que, via de regra, é incapaz de funcionar, levando a perda de uma característica
biológica. Nesse caso, temos uma mutação “sem sentido” (nonsense). No caso da alteração
resultar na substituição de um códon com sentido por outro também com sentido, mas
codificador de um aminoácido diferente, a mutação é denominada missense (mutação de
sentido equivocado).
- Para maiores detalhes ver MUTAÇÃO GÊNICA e CÓDIGO GENÉTICO, matérias publicadas,
respectivamente, nos dias 15/04/2011 e 15/11/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- PROPOSIÇÃO III [“As mutações não ocorrem para adaptar o indivíduo ao ambiente; ocorrem
por meio de processos estocásticos, ou seja, ao acaso, e, por seleção natural, serão,
conservadas, se forem adaptativas (seleção positiva) ou, em caso contrário, serão suprimidas
(seleção negativa).”] – CORRETA
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* Como consta nesta alternativa, em função da seleção natural, as mutações podem ser
conservadas (seleção positiva) ou suprimidas (seleção negativa). Ver acima “EFEITOS DAS
MUTAÇÕES GÊNICAS”.
GENÉTICA DE POPULAÇÕES
A genética de populações tem por objetivo estudar a distribuição e a frequência dos
genes em uma população, bem como a maneira como essa frequência é mantida ou alterada.
Sendo a evolução o resultado das diversas modificações genéticas de uma população, esse
ramo da genética trabalha para elucidar os mecanismos graças aos quais os seres evoluíram.
Em seu sentido mais amplo, qualquer grupo de seres vivos da mesma espécie constitui uma
população. A genética de população, entretanto, interessa-se, particularmente, pelas
populações mendelianas, que podem ser definidas como sendo um grupo de indivíduos que se
reproduzem entre si. Assim sendo, os organismos que se reproduzem assexuadamente ou por
autofecundação, não constituem esse tipo de população. É bom ressaltar que todos os
princípios e cálculos analisados em genética de populações são válidos apenas para
populações panmíticas, que podem ser conceituadas como formadas por organismos
sexuados, que realizam reprodução cruzada e cujos processos de fecundação se dão ao
acaso. Em outras palavras, podemos dizer que a genética de populações não se dedica ao
estudo das populações em que os acasalamentos se processam de um modo seletivo
(preferenciais).
A genética de população teve sua gênese em 1908, graças aos trabalhos do
matemático inglês Godfrey H. Hardy (1877-1947) e do médico alemão Wilhem Weinberg (1862-
1937). Eles demonstraram, independentemente, que através das gerações, a frequência de
certo gene permanece constante em uma população, caso os fatores da evolução não atuem.
Esse princípio pode ser enunciado como se segue: “em uma população panmítica, de tamanho
suficientemente grande para que seja válida a lei dos grandes números, as frequências gênicas
e genotípicas permanecem constantes, geração após geração, desde que não estejam
atuando os fatores da evolução”. Por fatores da evolução, compreendemos certas forças
(mutações; seleção natural ou artificial; migração; tamanho da população e oscilação gênica,
também conhecida como efeito de Sewall-Wright; etc.) que perturbam o equilíbrio genético e
modificam a frequência de genes em uma população. Através do princípio de Hardy-Weinberg
podemos verificar se a população está ou não evoluindo. Se os valores observados forem
significativamente diferentes dos esperados, pode-se deduzir que a população está em
evolução. Caso eles não difiram de modo significativo, pode-se concluir que a população está
em equilíbrio e, dessa forma, não está evoluindo.
- Para saber mais ver GENÉTICA DE POPULAÇÕES, matéria publicada, no dia 21/08/2013, no
blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- PROPOSIÇÃO IV (“Em uma população pequena, em que os cruzamentos são preferenciais e
sobre a qual não há atuação de fatores evolutivos, tais como mutação, seleção natural e
migração, as frequências gênicas e genotípicas permanecem constantes ao longo das
gerações.”) – INCORRETA
* Segundo o princípio de Hardy-Weinberg, base da genética de populações, de que trata esta
proposição, em uma população panmítica, de tamanho suficientemente grande para que seja
válida a lei dos grandes números, as frequências gênicas e genotípicas permanecem
constantes, geração após geração, desde que não estejam atuando os fatores da evolução
(mutação, seleção natural, seleção artificial, migração, etc.). Populações panmíticas são
formadas por organismos sexuados que realizam reprodução cruzada e cuja fecundação se dá
ao acaso.
* Incorreções desta alternativa: a população não deve ser pequena e os cruzamentos não são
preferenciais.
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14. (UPE-2012) O desenvolvimento dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM’s) ou,


mais comumente, Transgênicos, foi possível graças a uma série de avanços científicos e
tecnológicos, listados no quadro a seguir. Relacione as duas colunas.

TECNOLOGIA DESCRIÇÃO
A. Organismo, que apresenta genes de
I. Enzima de restrição
outra espécie incorporados ao seu genoma.
B. Altamente específica, cortando o DNA
II. Clonagem gênica
em sequências determinadas.
C. Conjunto de procedimentos e técnicas
III. Eletroforese
empregadas na manipulação do DNA.
D. Separação de fragmento de DNA com
IV. Transgênico diferentes tamanhos, produzindo um
padrão característico de bandas.
E. Introdução de um gene de interesse em
V. Engenharia genética
uma célula, que é induzida a multiplicar-se.
Assinale a alternativa que apresenta a associação correta.
a) I - B; II - E; III - D; IV - A; V - C.
b) I - B; II - C; III - D; IV - E; V - A.
c) I - D; II - A; III - B; IV - E; V - C.
d) I - E; II - B; III - C; IV - A; V - D.
e) I - B; II - A; III - D; IV - E; V - C.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“I - B; II - E; III - D; IV - A; V - C.”)
- Enzima de restrição (endonuclease de restrição ou “tesoura genética”): enzima usada para
cortar o DNA doador (DNA inserto) e o DNA do vetor em locais específicos, de modo que o
gene a ser clonado possa ser inserido no vetor, formando o DNA recombinante. Nas bactérias,
as endonucleases de restrição, assim denominadas por cortarem sítios restritos no interior do
DNA em dupla-hélice, fazem parte de um sistema de proteção contra infecção por
bacteriófagos (vírus que atacam bactérias), também conhecidos como fagos. Atuando como
“tesouras moleculares” (“tesouras genéticas”), elas cortam o DNA viral dos bacteriófagos em
diferentes pedaços, inativando-o (figura a seguir).

As bactérias, por seu turno, também sintetizam enzimas, como a DNA metiltransferase,
que, adicionando o grupo metil (grupo protetor) ao DNA “cromossômico” (DNA bacteriano), as
protegem de suas próprias endonucleases de restrição. Há, portanto, um sistema que protege
a bactéria contra a entrada de informação indesejável (DNA estranho) e ao mesmo tempo
protege da sua própria informação evitando que o seu DNA se degrade. Na tecnologia do DNA
recombinante, as enzimas restrição são usadas para se obter, com precisão, fragmentos bem
definidos de DNA a fim de serem implantados em outras moléculas de DNA cortadas pela
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mesma enzima. Dessa forma, o uso apropriado dessas “tesouras genéticas” permite, em face
do corte ser realizado em regiões definidas, o isolamento de fragmentos discretos de DNA,
uniformes em tamanho e capacidade de codificação.
Atualmente são conhecidas e catalogadas centenas de enzimas de restrição entre as
quais citamos: BamHI, EcoRI, HindIII, AvalI, AluI, BglII, PstI, BalI, SmaI, HaeIII, TaqI, HhaI e
SalI (denominações derivadas das estirpes bacterianas a partir das quais foram isoladas). Elas
são isoladas das bactérias, comercializadas por grandes empresas da área de Biologia
Molecular e cortam o DNA dentro de uma sequência específica de 4 a 8 pares de bases (pb),
denominada sequência de reconhecimento (sítio de restrição). Dessa forma, moléculas
idênticas de DNA, quando tratadas com determinada endonuclease de restrição, são cortadas
nos mesmos pontos, gerando fragmentos de mesmo tamanho, com duas extremidades
adesivas. O quadro abaixo mostra a sequência de reconhecimento (sequência de corte no
DNA) de três dessas enzimas (BamHI, EcoRI e HindIII).

A figura a seguir mostra, esquematicamente, como as enzimas de restrição agem na


engenharia genética. Elas reconhecem e atuam sobre sequências específicas do DNA,
catalisando a quebra de uma ligação fosfodiéster entre dois nucleotídeos consecutivos ligados
a determinadas bases. Um corte num fragmento de DNA por uma enzima de restrição forma
fragmentos com extremidades coesivas. Os cortes tanto no DNA inserto, gerando o segmento
enxerto, quanto no DNA vetor devem ser feitos pela mesma “tesoura genética”, portanto no
mesmo sítio de reconhecimento. Em função disto, aparecem extremidades soltas
complementares capazes de se ligarem. O resultado da união, feita pela DNA ligase, é um
DNA recombinante (molécula híbrida), constituído pelo vetor e pelo gene enxerto, proveniente
do DNA inserto.

- Para maiores detalhes ver CLONAGEM GÊNICA, matéria publicada no 26/02/2011, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.
I. Enzima de restrição
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B. Altamente específica, cortando o DNA em sequências determinadas.


I-B
- Clonagem gênica (técnica do DNA recombinante ou engenharia genética) consiste, em última
análise, na separação de um gene ou um segmento de DNA específico (DNA doador ou
inserto); sua inserção em um plasmídio ou no “cromossomo” de um bacteriófago, que atua
como vetor de clonagem e posterior replicação desse DNA recombinante em um hospedeiro
apropriado, como uma bactéria ou uma célula de levedura, onde poderá ser expresso. Essa
replicação ocorre quando o sistema de síntese do DNA do hospedeiro replica o DNA inserido
na célula hospedeira. Dessa forma, a partir de uma dessas células transformadas são obtidas,
graças à divisão celular, um grande número de células idênticas (clones), cada uma dotada de
várias cópias do DNA recombinante (figura abaixo).

- Para maiores detalhes ver CLONAGEM GÊNICA, matéria publicada no 26/02/2011, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.
II. Clonagem gênica
E. Introdução de um gene de interesse em uma célula, que é induzida a multiplicar-se.
II - E
- Eletroforese: método físico-químico usado para separar macromoléculas (DNA, RNA e
proteínas) em uma matriz (gel), que pode ser preparada com agarose ou poliacrilamida, na
qual se aplica um campo elétrico. A eletroforese em gel de agarose é uma forma simples e
rápida para se separar e se visualizar fragmentos de DNA produzidos pela digestão com
enzimas de restrição. A migração eletroforética de ácidos nucleicos é amplamente empregada
em técnicas de biologia molecular, para separar, isolar e manipular fragmentos de DNA/RNA,
em face de seus tamanhos, sequências ou formas.
III. Eletroforese
D. Separação de fragmento de DNA com diferentes tamanhos, produzindo um padrão
característico de bandas.
III - D
- Transgênicos ou organismos geneticamente modificados (OGMs) são seres que
incorporaram, em seu patrimônio genético, genes oriundos de outros organismos e podem
transmiti-los a sua prole. A importância dos OGMs está no fato de serem obtidos indivíduos
com características vantajosas e que produzam substâncias de interesse para o ser humano.
Desse modo, é possível introduzir um gene humano em uma bactéria, que, ao sofrer
multiplicação, produz uma população inteira de bactérias portadora do gene inserido.
IV. Transgênico
A. Organismo, que apresenta genes de outra espécie incorporados ao seu genoma.
IV – A
- Engenharia genética (clonagem gênica ou técnica do DNA recombinante): consiste, em última
análise, na separação de um gene ou um segmento de DNA específico (DNA doador ou
inserto); sua inserção em um plasmídio ou no “cromossomo” de um bacteriófago, que atua
como vetor de clonagem e posterior replicação desse DNA recombinante em um hospedeiro
apropriado, como uma bactéria ou uma célula de levedura, onde poderá ser expresso. Essa
replicação ocorre quando o sistema de síntese do DNA do hospedeiro replica o DNA inserido
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na célula hospedeira. Dessa forma, a partir de uma dessas células transformadas são obtidas,
graças à divisão celular, um grande número de células idênticas (clones), cada uma dotada de
várias cópias do DNA recombinante.
Uma clonagem de genes envolve cinco componentes principais, relacionados no
quadro a seguir.
COMPONENTES FUNÇÃO
DNA doador (inserto) Fonte do gene a ser clonado.
Endonuclease de Enzima usada para cortar o DNA doador e o DNA
restrição do vetor em locais específicos, de modo que o
(tesoura genética) gene a ser clonado possa ser inserido no vetor.
Plasmídio ou “cromossomo” de bacteriófago
Vetor de clonagem usado para introduzir o gene a ser clonado numa
célula hospedeira apropriada.
Enzima usada para unir as extremidades livres e
adaptáveis (coesivas, adesivas ou “pegajosas”)
DNA ligase
do DNA do vetor e do DNA doador, formando um
vetor recombinante.
Célula na qual o vetor recombinante é introduzido
de modo a obter grandes quantidades da
Célula hospedeira
molécula de DNA recombinante. Geralmente é
uma bactéria ou uma célula de levedura.
- Para maiores detalhes ver CLONAGEM GÊNICA, matéria publicada no 26/02/2011, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.
V. Engenharia genética
C. Conjunto de procedimentos e técnicas empregadas na manipulação do DNA.
V-C
ALTERNATIVA CORRETA: A (“I - B; II - E; III - D; IV - A; V - C.”)

15. (UPE-2012) Na natureza, existem dois tipos celulares básicos: procariontes e eucariontes.
Entre os eucariontes, temos células animais e vegetais. Sobre a estrutura química do material
genético dos referidos tipos celulares, analise as afirmativas a seguir:
I. Nos procariontes, o DNA (material genético) é composto por unidades chamadas
nucleotídeos, constituídos de um açúcar de cinco carbonos, a desoxirribose, uma base
nitrogenada e um radical fosfato. No entanto, nos eucariontes, o açúcar é a ribose.
II. Em todos os tipos celulares, o DNA (material genético) é composto de um açúcar, a
desoxirribose, uma base nitrogenada (púrica ou pirimídica) e um radical fosfato, formando uma
molécula dupla-hélice (modelo de Watson e Crick).
III. Em todos os tipos celulares, o DNA (material genético) é formado por duas cadeias de
nucleotídeos, compostos de um açúcar de cinco carbonos, a desoxirribose, um radical fosfato e
uma base nitrogenada cujas quantidades de adenina e guanina são iguais bem como as de
citosina e timina.
IV. Nos procariontes, seres unicelulares mais simples, o DNA (material genético) é um
polinucleotídeo fita simples, enquanto, nos eucariontes, é um polinucleotídeo do tipo dupla-
hélice (modelo de Watson e Crick).
V. Em todos os tipos celulares, o DNA (material genético) é uma dupla-hélice resultante de dois
polinucleotídeos paralelos, ligados entre si por suas bases, através de pontes de hidrogênio
entre pares de bases específicas: a adenina emparelha-se com a timina, e a guanina, com a
citosina.
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Estão corretas:
a) I e III.
b) II, IV e V.
c) II e V.
d) III e V.
e) IV e V.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“II e V.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I [“Nos procariontes, o DNA (material genético) é composto por unidades
chamadas nucleotídeos, constituídos de um açúcar de cinco carbonos, a desoxirribose, uma
base nitrogenada e um radical fosfato. No entanto, nos eucariontes, o açúcar é a ribose.”] –
INCORRETA
* Tanto nos procariontes quanto nos eucariontes, os nucleotídeos que compõem o DNA,
denominados desoxirribonucleotídeos, são constituídos de uma desoxirribose (carboidrato com
5 átomos de carbono), uma base nitrogenada e um radical fosfato.
- AFIRMATIVA II [“Em todos os tipos celulares, o DNA (material genético) é composto de um
açúcar, a desoxirribose, uma base nitrogenada (púrica ou pirimídica) e um radical fosfato,
formando uma molécula dupla-hélice (modelo de Watson e Crick).”] – CORRETA
* O DNA presente em todas as células é uma dupla-hélice (modelo de Watson e Crick),
constituído de desoxirribonucleotídeos (unidades do DNA) compostos de uma desoxirribose,
uma base nitrogenada [púrica (adenina ou guanina) ou pirimídica (citosina ou timina)] e um
radical fosfato.
- AFIRMATIVA III [“Em todos os tipos celulares, o DNA (material genético) é formado por duas
cadeias de nucleotídeos, compostos de um açúcar de cinco carbonos, a desoxirribose, um
radical fosfato e uma base nitrogenada cujas quantidades de adenina e guanina são iguais
bem como as de citosina e timina.”] – INCORRETA
* No DNA (dupla-hélice) de todos os tipos celulares, a adenina (base púrica) pareia com a
timina (base pirimídica) e a guanina (base púrica) pareia com a citosina (base pirimídica).
Nesses DNAs, portanto, as quantidades de adenina e timina são iguais, bem como as de
guanina e citosina.
- AFIRMATIVA IV [“Nos procariontes, seres unicelulares mais simples, o DNA (material
genético) é um polinucleotídeo fita simples, enquanto, nos eucariontes, é um polinucleotídeo do
tipo dupla-hélice (modelo de Watson e Crick).”] – INCORRETA
* Tanto nos procariontes quanto nos eucariontes, o DNA é um polinucleotídeo do tipo dupla-
hélice (modelo de Watson e Crick).
- AFIRMATIVA V (“Em todos os tipos celulares, o DNA (material genético) é uma dupla-hélice
resultante de dois polinucleotídeos, ligados entre si por suas bases, através de pontes de
hidrogênio entre pares de bases específicas: a adenina emparelha-se com a timina, e a
guanina, com a citosina.”) – CORRETA
* Em todos os tipos celulares, o DNA é uma dupla-hélice constituída por duas cadeias (ou fitas)
polinucleotídicas, unidas por pontes de hidrogênio que se formam entre as bases. Nessa dupla-
hélice a adenina pareia com a timina e a guanina com a citosina. Entre a adenina e a timina se
formam 2 pontes e entre guanina e citosina se formam 3 pontes, como se pode ver na figura
abaixo.
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16. (UPE-2012) A novela O Clone foi exibida novamente pela Rede Globo. A trama assinada
por Glória Perez conta a história de amor entre Lucas (Murilo Benício) e Jade (Giovanna
Antonelli).
Entre outros temas polêmicos, a novela aborda a clonagem humana. A história tem
início quando Jade, filha de muçulmanos – nascida e criada no Brasil – é obrigada a se mudar
para Marrocos. Nessa terra distante, Jade conhece o brasileiro Lucas que está viajando pelo
país, em companhia de seu irmão gêmeo, Diogo (Murilo Benício), do seu pai Leônidas
(Reginaldo Faria) e do cientista Albieri (Juca de Oliveira). Enquanto Lucas e Jade vivem o
romance proibido, Diogo volta ao Brasil e morre em um acidente de helicóptero. Abalado pela
morte do afilhado, o cientista Albieri decide clonar o outro gêmeo, Lucas, como forma de trazer
Diogo de volta e realizar um sonho: ser o primeiro a realizar a clonagem de um ser humano.
Sem que ninguém tome conhecimento da experiência, Albieri usa as células de Lucas na
formação do embrião e o insere em Deusa (Adriana Lessa) que pensa estar fazendo uma
inseminação artificial comum. O geneticista faz o primeiro clone humano, que se chama
Leandro (Murilo Benício), mais conhecido como Léo.
Quando a história da criação do clone vem a público, Deusa – a “mãe de aluguel” – e
Leônidas – o “pai biológico” – disputam Léo na Justiça. Léo é considerado filho de Leônidas e
Deusa. No final da história, Albieri e Léo – criador e criatura – desaparecem nas dunas do
deserto do Saara.
Fonte: adaptado de: http://memoriaglobo.globo.com/Memoriaglobo/0,27723,GYN0-
5273-229915,00.html
Sobre esse caso fictício de clonagem humana e tomando-se como base conhecimentos
científicos, analise as afirmativas a seguir:
I. Lucas e Diogo são gêmeos monozigóticos, que se formaram de um mesmo óvulo, fecundado
por dois espermatozoides que geraram dois indivíduos do mesmo sexo e idênticos
geneticamente.
II. O perfil do DNA mitocondrial de Léo é diferente do perfil do DNA de Lucas, do qual Léo foi
clonado, visto que o genoma mitocondrial tem como origem a herança genética materna. Como
na clonagem foi utilizado o óvulo de Deusa, as mitocôndrias do clone derivaram, ao menos, em
parte, dessa célula.
III. O cientista Albieri utilizou uma célula diploide de Lucas ou apenas o seu núcleo e fundiu
com um óvulo de Deusa, do qual anteriormente removeu o núcleo haploide. Após o
desenvolvimento embrionário in vitro, o embrião foi implantado em Deusa, e a gestação
prosseguiu, resultando no nascimento de Léo.
IV. As células sanguíneas de Léo foram, em parte, herdadas de Deusa através do cordão
umbilical, que contém vaso que leva o sangue arterial da mãe para o feto, visto que o
desenvolvimento embrionário de Léo ocorreu no corpo de Deusa.
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V. O mesmo padrão genético herdado pelos gêmeos Lucas e Diogo do seu pai biológico
Leônidas deve ser encontrado no clone Léo, justificando a decisão da justiça em considerá-lo
pai de Léo.
Estão corretas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II, IV e V.
d) II, III e IV.
e) II, III e V.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“II, III e V.”)
- A questão relata uma clonagem reprodutiva, na qual o organismo clonado apresenta o
mesmo DNA nuclear de outro, previamente existente. No caso em foco, o núcleo de uma célula
diploide de Lucas foi inserido em um óvulo de Deusa enucleado (teve seu núcleo removido),
gerando Léo (clone). Dessa forma, Léo apresenta DNA nuclear (genoma) de Lucas e DNA
mitocondrial de Deusa (doadora do citoplasma).
- GENOMA MITOCONDRIAL
A mitocôndria é um organoide dotado de “cromossomo” próprio. Dessa forma, apesar
de a grande maioria dos genes se localizarem no núcleo celular, alguns poucos genes
extranucleares compõem o genoma mitocondrial, no qual há uma região bastante variável com
cerca de 1.200 pares de bases, denominada D-loop (figura a seguir), muito importante na
identificação de indivíduos. Lembramos que as mitocôndrias se duplicam e, durante a divisão
mitótica, segregam-se ao acaso entre as células filhas, bem como, que cada “cromossomos
bacteriano (DNA circular), apresenta cerca de 16.569 pares de bases e 37 genes. A região D-
loop (região controle ou região hipervariável) não é codificadora. A denominação “D-loop” está
relacionada à fase inicial de replicação. Por ocasião desse processo, a cadeia recém-
sintetizada se solta da cadeia molde formando uma “bolha” ou “loop”. A denominação “região
controle” se deve ao fato de ela conter o sinal que controla a síntese de RNA e DNA.
Finalmente, a denominação “hipervariável” diz respeito ao fato de ela acumular um grande
número de mutações pontuais, relacionado, principalmente, com a baixa fidelidade da DNA
polimerase.

Durante a formação do zigoto, o espermatozoide contribui com uma cópia do genoma


nuclear, enquanto o óvulo transmite a segunda cópia do genoma nuclear mais o genoma
mitocondrial (figura abaixo). Dessa forma, embora os espermatozoides possuam esse
organoide, todas as mitocôndrias são transmitidas pelos óvulos, levando a que o genoma
mitocondrial tenha herança exclusivamente materna. Por causa disso, homens e mulheres
herdam suas mitocôndrias de suas mães, mas os homens não as transmitem às gerações
futuras. Assim sendo, o DNA mitocondrial pode revelar o ancestral materno de uma pessoa.
Estudos têm mostrado que o número de mutações no DNA mitocondrial é cerca de 10 vezes
maior, do que no DNA do nuclear. Isso faz com que o DNA das mitocôndrias apresente
grandes diferenças entre os diversos organismos e seja ideal para se identificar espécies e
traçar a evolução dos seres vivos. A existência de múltiplas cópias de DNA no genoma
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mitocondrial, por seu turno, representa uma vantagem porque a mutação em uma cópia pode
não gerar efeitos visíveis, devido à atividade das cópias não alteradas.

Comparando-se o genoma nuclear humano com o genoma mitocondrial, percebe-se


uma série de diferenças. Algumas delas estão relacionadas na tabela a seguir.

GENOMA NUCLEAR GENOMA


HUMANO MITOCONDRIAL

Número de diferentes
23 (XX) ou 23 (XY) 1 molécula circular
moléculas de DNA
Proteínas associadas Histonas e não histonas Livre de proteínas
DNA repetitivo Grande proporção Muito pouco
Íntrons Maioria dos genes Ausente
UGA – Terminação UGA – Triptofano
Diferenças no código AGA – Arginina AGA – Terminação
AGG - Arginina AGG - Terminação
AUA - Isoleucina AUA - Metionina
HERANÇA Segue as leis de Mendel Exclusivamente materna
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Lucas e Diogo são gêmeos monozigóticos, que se formaram de um mesmo
óvulo, fecundado por dois espermatozoides que geraram dois indivíduos do mesmo sexo e
idênticos geneticamente.”) – INCORRETA
* Gêmeos monozigóticos são formados a partir de um único óvulo fecundado por um
espermatozoide e não a partir de um único óvulo fecundado por dois espermatozoides, como
consta nesta afirmativa.
COMPLEMENTO
I. Gêmeos monozigóticos: originam-se de um só zigoto, resultante da fecundação de um óvulo
por um espermatozoide. Eles se formam, quando no início do desenvolvimento, o embrião se
divida em dois grupos de células e cada grupo dá origem a um organismo. Eles são do mesmo
sexo e possuem a mesma constituição genética.
II. Gêmeos dizigóticos: originam-se de dois zigotos distintos. Em face de serem provenientes
de espermatozoides e óvulos diferentes, apresentam patrimônio genético diferente, podendo
ou não ser do mesmo sexo.
- AFIRMATIVA II (“O perfil do DNA mitocondrial de Léo é diferente do perfil do DNA de Lucas,
do qual Léo foi clonado, visto que o genoma mitocondrial tem como origem a herança genética
materna. Como na clonagem foi utilizado o óvulo de Deusa, as mitocôndrias do clone
derivaram, ao menos, em parte, dessa célula.”) – CORRETA
* Ver trecho (“ ... todas as mitocôndrias são transmitidas pelos óvulos, levando a que o genoma
mitocondrial tenha herança exclusivamente materna. ... “), grifado na descrição “GENOMA
MITOCONDRIAL”, acima.
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- AFIRMATIVA III (“O cientista Albieri utilizou uma célula diploide de Lucas ou apenas o seu
núcleo e fundiu com um óvulo de Deusa, do qual anteriormente removeu o núcleo haploide.
Após o desenvolvimento embrionário in vitro, o embrião foi implantado em Deusa, e a gestação
prosseguiu, resultando no nascimento de Léo.”) – CORRETA
* Ver trecho (“ ... o núcleo de uma célula diploide de Lucas foi inserido em um óvulo de Deusa
enucleado (teve seu núcleo removido), gerando Léo (clone). ...”), grifado na descrição acima
- AFIRMATIVA IV (“As células sanguíneas de Léo foram, em parte, herdadas de Deusa através
do cordão umbilical, que contém vaso que leva o sangue arterial da mãe para o feto, visto que
o desenvolvimento embrionário de Léo ocorreu no corpo de Deusa.”) – INCORRETA
* As células sanguíneas de Léo, ao contrário do que consta nesta afirmativa, foram formadas a
partir do seu tecido hematopoiético. Analogamente, durante a gestação não há, em condições
normais, mistura de sangue materno e fetal.
- AFIRMATIVA V (“O mesmo padrão genético herdado pelos gêmeos Lucas e Diogo do seu pai
biológico Leônidas deve ser encontrado no clone Léo, justificando a decisão da justiça em
considerá-lo pai de Léo.”) – CORRETA
* Ver trecho (“ Durante a formação do zigoto, o espermatozoide contribui com uma cópia do
genoma nuclear, enquanto o óvulo transmite a segunda cópia do genoma nuclear mais o
genoma mitocondrial ... “), grifado na descrição “GENOMA MITOCONDRIAL”, acima.

17. (UPE-2013) Observe a figura a seguir:

Disponível em: https://sites.google.com/site/geneticaemmovimentoo/musicas (Adaptado)


Assinale a alternativa que indica corretamente o método da genética molecular ilustrado com
suas respectivas etapas.
a) Na clonagem molecular do RNA, após o corte do vetor viral (1) e do gene de interesse (2)
pela mesma enzima de restrição, ocorre a formação do RNA recombinante (3) pela ação da
helicase que une o RNA do fago lambda ao RNA exógeno. A partir da bactéria hospedeira
transformada (4), obtêm-se bilhões de bactérias, cada uma possuindo uma ou mais cópias do
RNA recombinante (5).
b) Na clonagem molecular do DNA, após o corte do vetor (1) e do gene de interesse (2) pela
mesma enzima de restrição, ocorre a formação do DNA recombinante (3) pela ação da ligase,
que une o DNA do plasmídeo ao DNA exógeno. A partir da bactéria hospedeira transformada
(4), obtêm-se bilhões de bactérias, cada uma possuindo uma ou mais cópias do DNA
recombinante (5).
c) Na cultura de tecidos vegetais, após o corte do vetor (1) e do gene de interesse (2) por
diferentes enzimas de restrição, ocorre a formação do DNA recombinante (3) pela ação da
DNA polimerase, que une o DNA do plasmídeo vegetal ao DNA exógeno. A partir dos
fragmentos de tecido de uma única planta transformada (4), obtêm-se centenas de plantas
similares, cada uma possuindo uma ou mais cópias do DNA recombinante (5).
d) Na transgenia animal, após o corte do gene de interesse (1) e do vetor (2) e pela mesma
enzima de restrição, ocorre a formação do gene recombinante (3) pela ação da topoisomerase
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que une os dois RNAs. A partir da fecundação in vitro (4), ocorre a implantação dos
espermatozoides recombinantes nos óvulos de uma fêmea de camundongo (5).
e) Na transgenia entre animais e vegetais, após o corte do gene de interesse (1) e do vetor (2)
por diferentes enzimas de restrição, ocorre a formação do gene recombinante (3) pela ação da
girase que une o DNA do plasmídio Ti da bactéria Agrobacterium tumefaciens ao DNA animal.
A partir da célula vegetal hospedeira transformada (4), obtêm-se várias células com o gene
animal (5).
ALTERNATIVA CORRETA: B
[“Na clonagem molecular do DNA, após o corte do vetor (1) e do gene de interesse (2) pela
mesma enzima de restrição, ocorre a formação do DNA recombinante (3) pela ação da ligase,
que une o DNA do plasmídeo ao DNA exógeno. A partir da bactéria hospedeira transformada
(4), obtêm-se bilhões de bactérias, cada uma possuindo uma ou mais cópias do DNA
recombinante (5).”]
CLONAGEM GÊNICA
Clonagem gênica (técnica do DNA recombinante ou engenharia genética) consiste, em
última análise, na separação de um gene ou um segmento de DNA específico (DNA doador ou
inserto); sua inserção em um plasmídio ou no “cromossomo” de um bacteriófago, que atua
como vetor de clonagem e posterior replicação desse DNA recombinante em um hospedeiro
apropriado, como uma bactéria ou uma célula de levedura, onde poderá ser expresso. Essa
replicação ocorre quando o sistema de síntese do DNA do hospedeiro replica o DNA inserido
na célula hospedeira. Dessa forma, a partir de uma dessas células transformadas são obtidas,
graças à divisão celular, um grande número de células idênticas (clones), cada uma dotada de
várias cópias do DNA recombinante (figura abaixo).

A clonagem gênica, como se pode constatar é utilizada pelos cientistas para gerar
múltiplas cópias de determinado gene, pelo qual haja algum tipo de interesse. Além de permitir
a modificação genética dos seres vivos em um curto intervalo de tempo, a engenharia genética
possibilita que vários genes sejam manipulados simultaneamente. A introdução de um ou mais
genes de uma espécie em outra, base da clonagem gênica, origina indivíduos geneticamente
modificados, conhecidos como transgênicos. A engenharia genética corresponde, em última
análise, a um conjunto de técnicas que possibilita a manipulação do DNA. Uma clonagem de
genes envolve cinco componentes principais, relacionados a seguir.
I. DNA doador (inserto): fonte do gene de interesse a ser clonado.
II. Endonuclease de restrição (enzima de restrição ou “tesoura genética”)/ “operária” da
tecnologia do DNA recombinante: enzima usada para cortar o DNA do doador e o DNA do
vetor em locais específicos, de modo que o gene de interesse a ser clonado possa ser inserido
no vetor. As enzimas de restrição fazem parte de um sistema de proteção contra infecção por
bacteriófagos (vírus que atacam bactérias), também conhecidos como fagos. Atuando como
“tesouras moleculares” (“tesouras genéticas”), elas cortam o DNA viral dos bacteriófagos em
diferentes pedaços, inativando-o (figura a seguir).
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São conhecidas, atualmente, centenas dessas enzimas. Elas são isoladas das
bactérias, comercializadas por grandes empresas da área de Biologia Molecular e cortam o
DNA dentro de uma sequência específica de 4 a 8 pares de bases (pb), denominada sequência
de reconhecimento ou sítio de restrição. Dessa forma, moléculas idênticas de DNA, quando
tratadas com determinada endonuclease de restrição, são cortadas nos mesmos pontos,
gerando fragmentos de mesmo tamanho, com duas extremidades adesivas.
As bactérias, por seu turno, também sintetizam enzimas, como a DNA metiltransferase,
que, adicionando o grupo metil (grupo protetor) ao DNA “cromossômico” (DNA bacteriano), as
protegem de suas próprias endonucleases de restrição. Há, portanto, um sistema que protege
a bactéria contra a entrada de informação indesejável (DNA estranho) e ao mesmo tempo
protege da sua própria informação evitando que o seu DNA se degrade. Na tecnologia do DNA
recombinante, as enzimas de restrição são usadas para se obter, com precisão, fragmentos
bem definidos de DNA a fim de serem implantados em outras moléculas de DNA cortadas pela
mesma enzima.
III. Vetor de clonagem: plasmídio ou “cromossomo” de bacteriófago usado para introduzir o
gene a ser clonado numa célula hospedeira apropriada.
IV. DNA ligase: enzima usada para unir as extremidades livres e adaptáveis (coesivas,
adesivas ou “pegajosas”) do DNA do vetor e do DNA doador, formando um vetor recombinante.
V. Célula hospedeira: célula na qual o vetor recombinante é introduzido de modo a obter
grandes quantidades da molécula de DNA recombinante. Essa celula é, geralmente, uma
bactéria ou uma célula de levedura.
A figura abaixo mostra, esquematicamente, os eventos básicos em uma experiência de
clonagem gênica.

1. Um fragmento de DNA contendo o gene a ser clonado é inserido em um vetor de clonagem,


geralmente um DNA circular, formando uma molécula de DNA recombinante.
2. Introdução da molécula de DNA recombinante na célula hospedeira.
3. Multiplicação da molécula de DNA recombinante no interior da célula hospedeira, formando
várias cópias idênticas, processo conhecido como amplificação.
4. Divisão da célula hospedeira e consequente passagem para a prole, de cópias da molécula
de DNA recombinante.
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5. Formação de um clone, colônia de células cada uma contendo cópias múltiplas da molécula
de DNA recombinante, graças a sucessivas divisões celulares.
- Para maiores detalhes ver CLONAGEM GÊNICA e PLASMÍDEOS, matérias publicadas, nos
dias 26/02/201 e 04/06/2013, respectivamente, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
- Identificação dos elementos indicadas na figura desta questão.
1. Vetor de clonagem.
2. Gene de interesse a ser clonado, contido no DNA doador (DNA inserto).
3. DNA recombinante, formado pela junção do vetor de clonagem com o gene de interesse.
4. Bactéria hospedeira, na qual o DNA recombinante foi introduzido, na qual poderá ser
expresso.
6. Divisão da célula hospedeira transformada, formando um grande número de células
idênticas (clones).
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA B [“Na clonagem molecular do DNA, após o corte do vetor (1) e do gene de
interesse (2) pela mesma enzima de restrição, ocorre a formação do DNA recombinante (3)
pela ação da ligase, que une o DNA do plasmídeo ao DNA exógeno. A partir da bactéria
hospedeira transformada (4), obtêm-se bilhões de bactérias, cada uma possuindo uma ou mais
cópias do DNA recombinante (5).”] – CORRETA
* Ver descrição acima, em particular: “componentes envolvidos na clonagem”; “eventos básicos
em uma experiência de clonagem gênica” e “identificação dos elementos indicadas na figura”.
COMPLEMENTO
I. Helicase (ver alternativa A): enzima que se movimenta ao longo da dupla hélice de DNA
utilizando a energia da hidrólise de ATP para desenrolar as duas fitas.
II. Topoisomerase (ver alternativa D)
IIa. Topoisomerase I: corta uma fita do DNA, rotaciona essa fita sobre a outra e rejunta as
extremidades, evitando o emaranhamento do DNA durante a replicação.
IIb. Girase (topoisomerase tipo II): corta e rejunta ambas as fitas, evitando o emaranhamento
do DNA durante a replicação.

18. (UPE-2013) Nos ácidos nucleicos, encontram-se bases nitrogenadas formando pares de
relativas especificidades. Ao se analisar o DNA de uma determinada bactéria, encontram-se
38% de bases Citosina (C). Que percentuais de bases Adenina (A), Guanina (G) e Timina (T)
são esperados respectivamente?
a) 62%, 38%, 62%.
b) 24%, 38%, 24%.
c) 38%, 12%, 12%.
d) 62%, 12%, 12%.
e) 12%, 38%, 12%.
AFIRMATIVA CORRETA: E
(“12%, 38%, 12%.”)
JUSTIFICATIVA
* Citosina: 38% (ver enunciado).
* Guanina: 38% (porcentagem de guanina é igual a de citosina).
* Citosina + guanina = 76% (38% + 38%)
* Restam 24% (100 – 76), distribuídos, igualmente, entre adenina e timina.
* Adenina: 12%.
* Timina: 12%
- ALTERNATIVA E
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19. (UPE-2014) Leia o texto a seguir:


Os antibióticos com aplicações terapêuticas devem ter toxicidade seletiva. Devem ser tóxicos
para o agente causador da doença, mas não para o hospedeiro, por atuarem em etapas do
metabolismo de microrganismo e não do ser infectado. Alguns exemplos podem ser citados. A
ampicilina impede a formação do peptidoglicano, que envolve a membrana plasmática da
bactéria, acarretando a lise bacteriana. O cloranfenicol inibe exclusivamente a síntese de
proteínas bacterianas. A daptomicina modifica a permeabilidade da membrana plasmática da
bactéria, fazendo os metabólitos importantes serem perdidos. As quinolonas inibem a
duplicação do cromossomo bacteriano ou da transcrição. Trimetoprima e sulfas, por sua vez,
imitam substâncias usadas pela bactéria e se ligam a enzimas, inibindo-as.
Disponível em:
http://www.moderna.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A7A83CB30D6852A0130
D7BC0E4E107A. Adaptado.
Observe a figura que indica os principais modos de ação de antibióticos sobre bactérias por
INIBIÇÃO DE PROCESSOS ou DANOS A ESTRUTURAS CELULARES, por meio de balões
numerados.

(Disponível em:
http://www.moderna.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A7A83CB30D6852A0130
D7BC0E4E107A. Adaptada.)
Assinale a alternativa que apresenta a correlação entre os antibióticos e o seu modo de
atuação indicado no texto e nos balões numerados.
a) Ampicilina (1), cloranfenicol (2), daptomicina (3), quinolonas (4), trimetoprima e sulfa (5).
b) Ampicilina (2), cloranfenicol (1), daptomicina (4), quinolonas (5), trimetoprima e sulfa (3).
c) Ampicilina (3), cloranfenicol (2), daptomicina (5), quinolonas (1), trimetoprima e sulfa (4).
d) Ampicilina (4), cloranfenicol (5), daptomicina (3), quinolonas (2), trimetoprima e sulfa (1).
e) Ampicilina (5), cloranfenicol (4), daptomicina (3), quinolonas (1), trimetoprima e sulfa (2).
ALTERNATIVA CORRETA: E
[“Ampicilina (5), cloranfenicol (4), daptomicina (3), quinolonas (1), trimetoprima e sulfa (2).”]
JUSTIFICATIVA
* Observando a figura, constante desta questão, percebe-se que:
1. Mostra inibição da duplicação do “cromossomo” bacteriano e da transcrição (quinolonas).
2. Mostra uma atividade relacionada com enzima (trimetoprima e sulfa).
3. Evidencia uma alteração na membrana plasmática (daptomicina).
4. Evidencia uma relação com proteína (cloranfenicol).
5. Mostra uma relação com a parede celular (ampicilina).
* Correlação entre os antibióticos e o seu modo de atuação indicado no texto e nos balões
numerados:
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- AMPICILINA: impede a formação do peptidoglicano, que envolve a membrana plasmática da


bactéria, mostrada em 5.
* AMPICILINA (5)
- CLORANFENICOL: inibe a síntese de proteínas bacterianas, mostrada em 4.
* CLORANFENICOL (4)
- DAPTOMICINA: modifica a permeabilidade da membrana plasmática da bactéria, fazendo os
metabólitos importantes serem perdidos, mostrada em 3.
* DAPTOMICINA (3)
- QUINOLONAS: inibem a duplicação do cromossomo bacteriano ou da transcrição, mostrada
em 1.
* QUINOLONAS (1)
- TRIMETOPRIMA E SULFA: imitam substâncias usadas pela bactéria e se ligam a enzimas,
inibindo-as, mostrada em 2.
* TRIMETOPRIMA E SULFA (2).

20. (UPE-2014)
Leia o texto a seguir referente às aplicações das técnicas moleculares da genética.
Marcadores moleculares podem ser utilizados com grande eficiência para identificar e inibir a
comercialização ilegal de produtos. Existem kits de identificação de diferentes espécies
baseados na análise de polimorfismos de DNA de genes mitocondriais e nucleares. A
vantagem desses é que podem ser obtidos a partir de material processado e industrializado,
que não permitiria a identificação de outra maneira. Assim, é possível identificar com sucesso
camarão descascado e congelado, salgado e seco ao sol (como o do acarajé) e em lata. Outro
exemplo seria o de peixes brasileiros, como o mero (Epinephelus itajara), cuja carne é
frequentemente vendida como se fosse garoupa (Epinephelus marginatus), devido a sua
semelhança. Isso torna possível que órgãos de fiscalização ambiental identifiquem, facilmente
e sem ambiguidade, o material apreendido.
Fonte: Adaptado de Galetti Jr. Et al., 2008. Genética da conservação
na biodiversidade brasileira, pp.119-229. In: fundamentos de Genética da Conservação.
Frankham, R., Ballou, J. D., Briscoe, D. A., Ribeirão Preto, SP, editora SBG, 280p.
Essa identificação de espécies é possível, pois:
a) A sequência que contém o sítio de restrição não variável é amplificada, o produto é incubado
com uma enzima de restrição qualquer e posteriormente testado em gel, para verificar se
houve o corte.
b) É possível caracterizar moléculas de DNA por meio do padrão eletroforético de fragmentos
gerados pela digestão com enzimas de restrição, produzindo uma impressão molecular única
para todos os indivíduos de uma espécie.
c) Os polimorfismos de DNA podem ser analisados pela digestão de amostras de DNA
genômico com a enzima de restrição relevante e pela identificação de fragmentos de restrição
específicos, cujos tamanhos representam alelos.
d) Polimorfismos de DNA se constituem em um conjunto de marcadores numerosos e
distribuídos por todo o genoma, permitindo a construção de mapas físicos, por enzimas de
restrição, embora sua localização genética não possa ser determinada.
e) Um pequeno número de sequências de reconhecimento para enzimas de restrição é
conhecido, porém muitos polimorfismos de mutação de DNA serão caracterizados pelos alelos
que possuem.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Os polimorfismos de DNA podem ser analisados pela digestão de amostras de DNA
genômico com a enzima de restrição relevante e pela identificação de fragmentos de restrição
específicos, cujos tamanhos representam alelos.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A sequência que contém o sítio de restrição não variável é amplificada, o
produto é incubado com uma enzima de restrição qualquer e posteriormente testado em gel,
para verificar se houve o corte.”) – INCORRETA
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* Na tecnologia do DNA recombinante, as enzimas de restrição (“tesouras genéticas”), são


usadas para se obter, com precisão, fragmentos bem definidos de DNA a fim de serem
implantados em outras moléculas de DNA cortadas pela mesma enzima. Dessa forma, o uso
apropriado dessas “tesouras genéticas” permite, em face do corte ser realizado em regiões
definidas, o isolamento de fragmentos discretos de DNA, uniformes em tamanho e capacidade
de codificação. Essas enzimas cortam o DNA dentro de uma sequência específica de 4 a 8
pares de bases (pb), denominada sequência de reconhecimento (sítio de restrição). Dessa
forma, moléculas idênticas de DNA, quando tratadas com determinada endonuclease de
restrição, são cortadas nos mesmos pontos, gerando fragmentos de mesmo tamanho, com
duas extremidades adesivas. O quadro abaixo mostra a sequência de reconhecimento
(sequência de corte no DNA) de três dessas enzimas (BamHI, EcoRI e HindIII).

* Como se pode constatar, há uma especificidade das enzimas de restrição, o que invalida esta
alternativa, na qual consta (“... com uma enzima de restrição qualquer ...”).
- ALTERNATIVA B (“É possível caracterizar moléculas de DNA por meio do padrão
eletroforético de fragmentos gerados pela digestão com enzimas de restrição, produzindo uma
impressão molecular única para todos os indivíduos de uma espécie.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a impressão molecular não é única para todos
os indivíduos de uma espécie.
- ALTERNATIVA C (“Os polimorfismos de DNA podem ser analisados pela digestão de
amostras de DNA genômico com a enzima de restrição relevante e pela identificação de
fragmentos de restrição específicos, cujos tamanhos representam alelos.”) – CORRETA
* O descrito nesta alternativa traduz, resumidamente, a técnica da clonagem gênica (técnica do
DNA recombinante ou engenharia genética). Para maiores detalhes ver CLONAGEM GÊNICA,
matéria publicada, no dia 26/02/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- ALTERNATIVA D (“Polimorfismos de DNA se constituem em um conjunto de marcadores
numerosos e distribuídos por todo o genoma, permitindo a construção de mapas físicos, por
enzimas de restrição, embora sua localização genética não possa ser determinada.”) –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a referida localização pode ser determinada.
- ALTERNATIVA E (“Um pequeno número de sequências de reconhecimento para enzimas de
restrição é conhecido, porém muitos polimorfismos de mutação de DNA serão caracterizados
pelos alelos que possuem.”) –INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o número de sequencias de reconhecimento
para enzimas de restrição conhecido não é pequeno, haja vista, que já são conhecidas e
catalogadas centenas dessas enzimas. Ver CLONAGEM GÊNICA, matéria publicada, no dia
26/02/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
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VIGÉSIMA-QUARTA BATERIA (TAXONOMIA)

01. (UPE–2001) Considerando os nomes científicos de alguns organismos, abaixo


discriminados e, atendendo à normalização da nomenclatura científica, o que se pode concluir:

A – Schistosoma mansoni
B – Enterobius (Oxyurus) vermiculares
C – Rhea americana alba
D – Trypanosoma Cruzi
I II
0 0 – O nome do organismo deve ser escrito em latim e obrigatoriamente designados o
gênero e a espécie os quais devem ser destacado do texto (grifados ou em itálico).
1 1 – A letra inicial do termo indicativo do gênero deve ser maiúscula e a da espécie de ser
minúscula, razões pelas quais os organismos B e D estão incorretamente designados.
2 2 – Para se fazer referência a subespécies, o nome indicativo deve ser escrito com inicial
minúscula e suceder a espécie; os termos vermiculares e alba, referentes aos organismos B e
C, respectivamente, designam subespécies.
3 3 – A indicação de subgênero deve seguir a de gênero, com todas as letras maiúsculas;
apesar de serem representados os subgêneros em B e C, nenhum deles está corretamente
escrito.
4 4 – Quando o nome da espécie homenageia uma pessoa, a letra inicial pode ser
maiúscula ou minúscula; por isto o organismo D pode estar corretamente designado.
GABARITO
VFFFV
PRINCIPAIS REGRAS DA NOMENCLATURA CIENTÍFICA
I. Na designação científica, os nomes devem ser latinos de origem ou ter forma latinizada.
II. Os organismos devem ter seu nome formado por duas partes (nomenclatura binominal). A
primeira parte identifica o gênero (epiteto genérico) e a segunda qualifica a espécie (epiteto
específico), devendo ambas as palavras ser grafadas de forma destacada (sublinhadas, escrita
em itálico ou em negrito). O nome relativo ao gênero deve, obrigatoriamente, ser escrito com
inicial maiúscula, enquanto o relativo à espécie deve ter, em princípio, inicial minúscula. No
caso da segunda palavra se referir a nomes próprios, tais como: homenagem a uma pessoa ou
nome de uma localidade, ela poderá ser escrita com inicial maiúscula. Como exemplo citamos
o Trypanosoma, causador da doença de Chagas, que pode escrito de duas maneiras:
Trypanosoma cruzi ou Trypanosoma Cruzi. Constitui-se um erro grave usar o nome relativo a
espécie isoladamente, sem ser antecipado pelo nome do gênero. Dessa forma, não se deve
dizer, por exemplo, que o homem pertence à espécie sapiens e sim que ele pertence à especie
Homo sapiens.
III. Em querendo se referir a uma espécie indeterminada, de certo gênero, deve-se usar o
nome genérico seguido de sp., abreviação de espécie em latim (Felis sp., Canis sp., etc.).
IV. Em seguida ao nome da espécie é facultado escrever, por extenso ou abreviadamente, o
nome do autor que primeiro a descreveu e a denominou, sem qualquer pontuação
intermediária, seguindo-se uma vírgula e a data em que foi publicada pela primeira vez (cão:
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Canis familiaris Lineu, 1758 ou L., 1758; verme ancilóstoma: Ancylostoma duodenale Creplin,
1845 ou C., 1845).
V. Em havendo necessidade de escrever o nome científico de uma subespécie, ele deve ser
escrito após o da espécie, como letra minúscula e também em destaque. Vejamos, a seguir,
dois exemplos (cascavel e ema).
1. Cascavel
* Gênero: Crotalus
* Espécie: Crotalus terrificus
* Subespécie: Crotalus terrificus terrificus
2. Ema
* Gênero: Rhea
* Espécie: Rhea americana
* Subespécie: Rhea americana alba
VI. Em havendo subgênero, ele deverá ser escrito com inicial maiúscula, entre parênteses, e
logo após o gênero. Como exemplo citamos o Aedes (Stegomyia) aegypti, mosquito
transmissor da dengue e da febre amarela.
VII. Em zoologia, os nomes da família e da subfamília são dados pela adição dos sufixos idae e
inae, respectivamente. Vejamos a seguir dois exemplos [gato (Felis catus) e cão (Canis
familiaris)].
1. Gato
* Gênero: Felis
* Família: Felidae
* Subfamília: Felinae
2. Cão
* Gênero: Canis
* Família: Canidae
* Subfamília: Caninae
Para os vegetais, os nomes de família, por exemplo, levam, via de regra, a terminação aceae
[Rosaceae (roseira, macieira), Palmaceae (palmeiras, coqueiros), etc.]
VIII. Lei da prioridade: quando para um mesmo organismo forem dados nomes científicos
diferentes, por autores diversos, prevalece a primeira denominação. Excepcionalmente é
permitida a substituição de um nome científico. Adota-se, nestes casos, uma notação especial,
indicando que se trata de uma espécie reclassificada. Assim sendo, quando um pesquisador
muda a posição sistemática de um organismo que já recebera denominação científica, e o
coloca em outro gênero, por exemplo, a notação taxonômica correta deve assumir uma das
formas a seguir:
1. Escrever o nome antigo entre parênteses, depois do gênero e antes do epiteto específico.
Como exemplo citamos o Schizotrypanum cruzi (nome dado por Carlos Chagas) que teve seu
gênero substituído por Trypanossoma. Neste caso poderá ser escrito: Trypanossoma
(Schizotrypanum) cruzi.
2. Escrever o nome do organismo já no novo gênero e, a seguir, entre parênteses, o nome do
primeiro autor e a data em que ele denominou o referido organismo. Só então, já fora dos
parênteses, é colocado o nome do segundo autor e a data em que o espécime foi
reclassificado. Um dos parasitas agentes da ancilostomose, descrito em 1843 por Dubini
recebeu a denominação de Agehylostoma duodenale. Em 1845, Creplin incluiu esse parasita
no gênero Ancylostoma. Neste caso, deve-se grafar: Ancylostoma duodenale (Dubini, 1843)
Creplin, 1845.
JUSTIFICATIVA
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- ALTERNATIVA 0 0 [“O nome do organismo deve ser escrito em latim e obrigatoriamente


designados o gênero e a espécie os quais devem ser destacado do texto (grifados ou em
itálico).”] – VERDADEIRA
* Ver trechos (“... , os nomes devem ser latinos de origem ...”) e [“ ... A primeira parte identifica
o gênero (epiteto genérico) e a segunda qualifica a espécie (epiteto específico), devendo
ambas as palavras ser grafadas de forma destacada (sublinhadas, escrita em itálico ou em
negrito). ...], contidos na descrição acima.
- ALTERNATIVA 1 1 (“A letra inicial do termo indicativo do gênero deve ser maiúscula e a da
espécie de ser minúscula, razões pelas quais os organismos B e D estão incorretamente
designados.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa B e D estão designados corretamente. Ver
trechos (“VI. Em havendo subgênero, ele deverá ser escrito com inicial maiúscula, entre
parênteses, e logo após o gênero. ... ) para o organismo B e (... No caso da segunda palavra
se referir a nomes próprios, tais como: homenagem a uma pessoa ou nome de uma localidade,
ela poderá ser escrita com inicial maiúscula. Como exemplo citamos o Trypanosoma, causador
da doença de Chagas, que pode escrito de duas maneiras: Trypanosoma cruzi ou
Trypanosoma Cruzi. ...”), contidos na descrição acima.
- ALTERNATIVA 2 2 (“Para se fazer referência a subespécies, o nome indicativo deve ser
escrito com inicial minúscula e suceder a espécie; os termos vermiculares e alba, referentes
aos organismos B e C, respectivamente, designam subespécies.”) – FALSA
* Alba (Rhea americana alba), indica realmente subespécie. Ver [“V. Em havendo necessidade
de escrever o nome científico de uma subespécie, ele deve ser escrito após o da espécie,
como letra minúscula e também em destaque. Vejamos, a seguir, dois exemplos (cascavel e
ema). ...”], contido na descrição acima.
* Vermiculares [Enterobius (Oxyurus) vermiculares], entretanto, não indica subespécie. Ver (“
VI. Em havendo subgênero, ele deverá ser escrito com inicial maiúscula, entre parênteses, e
logo após o gênero. Como exemplo citamos o Aedes (Stegomyia) aegypti, mosquito
transmissor da dengue e da febre amarela.”), contido na descrição acima.
- ALTERNATIVA 3 3 (“A indicação de subgênero deve seguir a de gênero, com todas as letras
maiúsculas; apesar de serem representados os subgêneros em B e C, nenhum deles está
corretamente escrito.”) – FALSA
* A indicação do subgênero deve ser grafada apenas com a primeira letra maiúscula e não com
todas maiúsculas, como consta nesta afirmativa. Ver (“VI. Em havendo subgênero, ele deverá
ser escrito com inicial maiúscula... “), contido na descrição acima. Dessa forma, B [Enterobius
(Oxyurus) vermiculares] está grafado corretamente.
* Em C (Rhea americana alba) está representado subespécie e não subgênero. Ver [“V. Em
havendo necessidade de escrever o nome científico de uma subespécie, ele deve ser escrito
após o da espécie, como letra minúscula e também em destaque. Vejamos, a seguir, dois
exemplos (cascavel e ema). ...”], contido na descrição acima.
- ALTERNATIVA 4 4 [“Quando o nome da espécie homenageia uma pessoa, a letra inicial
pode ser maiúscula ou minúscula; por isto o organismo D pode estar corretamente designado.”]
– VERDADEIRA
* Ver (... No caso da segunda palavra se referir a nomes próprios, tais como: homenagem a
uma pessoa ou nome de uma localidade, ela poderá ser escrita com inicial maiúscula. Como
exemplo citamos o Trypanosoma, causador da doença de Chagas, que pode escrito de duas
maneiras: Trypanosoma cruzi ou Trypanosoma Cruzi. ... ”), contidos na descrição acima. Dessa
forma D (Trypanosoma Cruzi) está grafado corretamente.
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02. (UPE–2001) Analise o seguinte esquema como representativo das principais categorias
sistemáticas, partindo de Reino e identifique a alternativa correta que descreve e caracteriza
tais categorias. Para efeito de simplificação, cada categoria só está representada por um
subconjunto.

a) As categorias representadas são: A - Filo, B - Ordem, C - Família, D - Classe, E - Gênero, F


- Espécie.
b) Filo congrega organismos com características morfológicas, fisiológicas e comportamentais
semelhantes e está representado pela figura B.
c) Organismos anatomicamente semelhantes, que convivem num mesmo habitat a apresentam
o mesmo tipo de reprodução, são classificados numa mesma Família, que está representado
pela figura C.
d) A figura B representa uma Classe, que é constituída por uma ou mais Ordens.
e) Espécie compreende organismos morfo-fisiologicamente semelhantes, capazes de
cruzarem-se naturalmente entre si, gerando descendentes férteis; está representada pela
figura E.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“A figura B representa uma Classe, que é constituída por uma ou mais Ordens.”)
- A ordem hierárquica das categorias taxonômica é: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família,
Gênero e Espécie (táxons básicos). Eventualmente, essas categorias taxionômicas podem ser
divididas, quando da necessidade de uma classificação mais precisa. Dessa forma, podermos
ter: sub-reinos, subfilos, subclasses, etc.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“As categorias representadas são: A - Filo, B - Ordem, C - Família, D -
Classe, E - Gênero, F - Espécie.”) – INCORRETA
* A = Filo.
* B = Classe e não Ordem.
* C = Ordem e não Família.
* D = Família e não Classe
* E = Gênero.
* F = Espécie.
- ALTERNATIVA B (“Filo congrega organismos com características morfológicas, fisiológicas e
comportamentais semelhantes e está representado pela figura B.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, B é classe e não filo.
- ALTERNATIVA C (“Organismos anatomicamente semelhantes, que convivem num mesmo
habitat a apresentam o mesmo tipo de reprodução, são classificados numa mesma Família,
que está representado pela figura C.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o conceito explicitado não se refere à Família.
Tampou, C representa família e sim ordem.
- ALTERNATIVA D (“A figura B representa uma Classe, que é constituída por uma ou mais
Ordens.”) – CORRETA
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* A letra B representa, realmente, uma classe, que é constituída por um conjunto de ordens.
- ALTERNATIVA E (“Espécie compreende organismos morfo-fisiologicamente semelhantes,
capazes de cruzarem-se naturalmente entre si, gerando descendentes férteis; está
representada pela figura E.”) – CORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, Espécie está representada em F. A letra E
representa um Gênero.

03. (UPE–2006) Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium falciparum são


respectivamente agentes etiológicos da malária terçã benigna, quartã benigna e terçã maligna.
Sobre as características gerais desses organismos e as regras de classificação, assinale a
alternativa correta.
a) São três Espécies distintas do mesmo Filo Plasmodium.
b) São espécies pertencentes a Famílias distintas, porém do mesmo Gênero.
c) Pela sua organização celular, são Procariotos pertencentes ao Filo Sporozoa.
d) São protozoários que pertencem à mesma Espécie, porém a Ordens diferentes.
e) São organismos endoparasitos unicelulares que pertencem ao Reino Protista.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“São organismos endoparasitos unicelulares que pertencem ao Reino Protista.”)
- Malária (impaludismo, paludismo, maleita, febre intermitente, febre palustre...): doença
infecciosa com manifestações agudas, em surtos, causada por protozoários (esporozoários) do
gênero Plasmodium, sendo uma das mais importantes endemias brasileiras. No organismo
humano, os Plasmodium passam por um ciclo assexuado (esquizogênico), parasitando as
hemácias, em cujo interior se multiplicam até destruí-las (hemólise), passando para novas
hemácias, que serão, igualmente, destruídas (figura abaixo).

A cada hemólise, o paciente exibe um surto febril, podendo chegar a 41 ºC, com
tremores incontroláveis, calafrios intensos, seguidos de uma onda de calor com profusa
sudorese. Em seguida, a urina se torna escura pela presença maciça de hemoglobina. O
Plasmodium malariae provoca surto febris de 72 em 72 horas, sendo responsável pela “febre
quartã benigna”, forma mais branda da doença. O P. vivax faz seu ciclo em 48 horas,
caracterizando a “febre terça benigna” (figura a seguir). O P. falciparum provoca acessos febris
irregulares, de 36 a 48 horas, sendo causador da “febre terça maligna”, variedade mais grave
da doença. Neste caso, as hemácias parasitadas se aglutinam, provocando obstrução de
vasos sanguíneos, podendo levar à morte. A transmissão da malária se faz, via de regra,
através da participação ativa dos mosquitos (pernilongos) do gênero Anopheles (mosquito-
prego ou carapanã). Por essa razão, a campanha de combate à malária consiste,
essencialmente, na erradicação desses mosquitos.
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Além da via de transmissão citada acima, existem outras, não relacionadas diretamente
com os insetos, das quais citamos:
I. Transfusão de sangue contaminado pelo parasita.
II. Transmissão para o bebê, no momento do parto em se tratando de mães contaminadas ou
através da placenta (congênita).
III. Utilização compartilhada de agulhas e/ou seringas contaminadas.
IV. Contaminação de funcionários de hospitais e laboratórios, decorrente de acidentes de
trabalho.
Os principais sintomas da malária são: febre alta, intermitente; tremores violentos e
incontroláveis; calafrios intensos; dores de cabeça; sudorese; vômito; anemia; icterícia;
hemoglobina na urina; convulsões e lesões no fígado e no baço.
Há, atualmente, vários medicamentos capazes de eliminar o plasmódio do sangue
humano. Além do quinino e seus derivados, utilizados tradicionalmente, novas drogas
terapêuticas vêm sendo usadas como sucesso no tratamento da malária. As drogas
antimaláricas devem ser ingeridas preventivamente, sob rigorosa orientação médica, por
pessoas que visitam regiões com elevada incidência da dessa doença. Não existe vacina
contra a malária.
As principais medidas utilizadas para prevenir a malária são: (a) eliminação de
criadouros do inseto vetor, que pode ser feito evitando água acumulada; (b) utilização de
larvicidas e de inseticidas, para combater o inseto; (c) proteção de portas e de janelas com
telas para evitar que o mosquito transmissor adentre a casa; (d) utilização de mosquiteiro nas
camas e (e) uso de repelentes de insetos.
Ciclo evolutivo (figura abaixo): no seu ciclo esquizogênico (assexuado) que se
processa no sangue humano, o Plasmodium penetra nas hemácias, passando de esporozoito a
trofozoito, que no interior dessas “células” assume, inicialmente, o aspecto semelhante ao de
um anel (esquizonte jovem). Em seguida, assume uma forma ameboide (esquizonte adulto),
que se reproduz diversas vezes, dando origem a células denominadas merozoítos. Isso
provoca a ruptura das hemácias (hemólise), liberando os merozoítos que, livres no sangue,
atacam novas hemácias, recomeçando outra divisão. Alguns desses merozoítos, todavia,
evoluem para gametócitos (masculino ou feminino), que também são liberados na circulação
sanguínea. No momento em que o mosquito (a fêmea) pica o indivíduo doente, aspira com o
sangue muitos desses gametócitos, que no seu organismo vão realizar a etapa sexuada da
reprodução. Dessa forma, o mosquito, no qual se realiza a reprodução sexuada, atua como
hospedeiro definitivo, enquanto o homem, no qual ocorre a reprodução assexuada, é o
hospedeiro intermediário.
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JUSTIFICATIVA
- ALTERNAVIVA A (“São três Espécies distintas do mesmo Filo Plasmodium.”) – INCORRETA
* Embora Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium falciparum, sejam três
espécies distintas, Plasmodium não é um filo e sim um gênero (“... , causada por protozoários
(esporozoários) do gênero Plasmodium, ...“), contrariando o que consta nesta alternativa.
Lembramos que o nome genérico (Plasmodium, nesta questão), pode ser escrito isoladamente.
O nome da espécie, no entanto, não pode ser escrito sozinho, em face de especificar um grupo
de certo gênero.
- ALTERNAVIVA B (“São espécies pertencentes a Famílias distintas, porém do mesmo
Gênero.“) – INCORRETA
* Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium falciparum, pertencem ao mesmo
gênero (Plasmodium) e a mesma família (Plasmodidae) e não a famílias distintas, como consta
nesta alternativa.
- ALTERNAVIVA C (“Pela sua organização celular, são Procariotos pertencentes ao Filo
Sporozoa.“) – INCORRETA
*Ao contrário do que consta nesta alternativa, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e
Plasmodium falciparum, são eucariotos e não procariotos. Eles pertencem, realmente, ao filo
Sporozoa (Apicomplexos) do reino protista.
- ALTERNAVIVA D (“São protozoários que pertencem à mesma Espécie, porém a Ordens
diferentes.“) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e
Plasmodium falciparum, pertencem a espécies diferentes e não à mesma espécie. Eles
pertencem à mesma ordem (Haemosporida) e a ordens diferentes, contrariando, mais uma vez,
o contido nesta alternativa.
- ALTERNAVIVA E (“São organismos endoparasitos unicelulares que pertencem ao Reino
Protista.“) – CORRETA
* Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium falciparum são, realmente, todos
endoparasitas unicelulares, pertencentes ao Reino Protista, como consta nesta alternativa.

04. (UPE–2007) “As aparências enganam.” Uma aranha pode ser confundida com uma
borboleta?
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Sobre as diferenças e/ou as semelhanças entre esses animais, analise as afirmativas a seguir.
I. Tanto as borboletas como as aranhas são Artrópodes, animais de corpo metamerizado,
pernas articuladas, exoesqueleto de quitina, que, por ser rígido, os obriga à muda ou ecdise.
São triblásticos, celomados e de simetria bilateral.
II. As borboletas pertencem à Classe Insecta, animais de corpo dividido em cabeça, tórax e
abdome. Na cabeça, apresentam 1 par de antenas, 1 par de olhos compostos, 3 olhos simples
e apêndices bucais, adaptados ao tipo de alimentação. Possuem 3 pares de pernas torácicas.
III. As aranhas pertencem à classe Arachnida e apresentam o prossoma (cefalotórax) ligado ao
opistossoma (abdome). No prossoma, existem entre 5 a 8 olhos simples, um par de quelíceras,
que inocula o veneno, e 1 par de pedipalpos ao redor da boca. Elas não possuem antenas,
nem mandíbulas nem asas, possuindo 4 pares de pernas.
IV. As aranhas e as borboletas são insetos dioicos, de sexos separados e de fecundação
externa. No entanto, nas aranhas, o desenvolvimento é direto; já nas borboletas, o
desenvolvimento é indireto com metamorfose completa.
V. Tanto nas aranhas como nas borboletas, a excreção é realizada pelos túbulos de Malpighi e
pelas glândulas coxais localizadas próximas à base da perna. Essas estruturas filtram as
excretas nitrogenadas que são lançadas no intestino, sendo eliminadas junto com as fezes.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I, II e III estão corretas.
b) Apenas I, III e V estão corretas.
c) Apenas II, III e V estão corretas.
d) Apenas IV e V estão corretas.
e) Apenas a V está correta.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Apenas I, II e III estão corretas.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Tanto as borboletas como as aranhas são Artrópodes, animais de corpo
metamerizado, pernas articuladas, exoesqueleto de quitina, que, por ser rígido, os obriga à
muda ou ecdise. São triblásticos, celomados e de simetria bilateral.”) – CORRETA
* Borboletas e aranhas: pertencem ao Filo Arthropoda (artrópodes), que reúne o maior número
de espécies do reino animal.
* Principais características dos representantes desse Filo: corpo metamerizado (segmentado),
dotados de patas articuladas; exoesqueleto quitinoso que reveste todo o corpo do animal e é
trocado em determinados intervalos de tempo (muda ou ecdise, processo regulado pelo
hormônio da muda ou ecdisona); triblásticos; celomados; simetria bilateral; sistema digestivo
completo; sistema circulatório aberto; sistema nervoso ganglionar (apresenta gânglios
cerebrais bem desenvolvidos, de onde parte o cordão nervoso ventral); sexo usualmente
separado; frequentemente com metamorfose e partenogênese em alguns exemplares.
- AFIRMATIVA II (“As borboletas pertencem à Classe Insecta, animais de corpo dividido em
cabeça, tórax e abdome. Na cabeça, apresentam 1 par de antenas, 1 par de olhos compostos,
3 olhos simples e apêndices bucais, adaptados ao tipo de alimentação. Possuem 3 pares de
pernas torácicas.”) – CORRETA
* As borboletas pertencem, realmente, à Classe Insecta (Filo Arthropoda), como consta nesta
alternativa. Ressaltamos que a classe dos insetos (hexápodes) reúne o maior número de
espécies animais conhecidas, sendo, portanto, o grupo mais diversificado dos artrópodes. Eles
apresentam o corpo dividido em três regiões: cabeça, tórax e abdome.
* Na cabeça dos insetos estão presentes um par de antenas (estruturas sensoriais que
permitem aos insetos perceber odores, como o perfume das flores e o cheiro dos frutos); um
par de olhos compostos (que propiciam uma excelente visão de formas e cores); três olhos
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simples; apêndices bucais, adaptados ao tipo de alimentação; um par de mandíbulas, um par


de maxilas e um segundo par de maxilas fundido, formando uma estrutura única denominada
lábio.
* O tórax dos insetos resulta da fusão de três segmentos, cada um deles apresentando um par
de pernas, totalizando, dessa forma, três pares ou 6 pernas, dai a denominação hexápoda. O
segundo e o terceiro segmentos são os que contêm asas. Os insetos alados podem ter duas
ou quatro asas. No caso de haver duas [grupo dos dípteros (moscas, pernilongos, etc.)], elas
estão restritas ao segundo segmento.
* O abdome dos insetos é formado por nove a onze segmentos. Os únicos apêndices
presentes são um par de cercos sensoriais no último segmento e os relacionados com a
reprodução: órgão copulador (pênis) nos machos e ovopositor nas fêmeas.
* Respiração ocorre através de traqueias.
* Excreção através de túbulos de Malpighi.
* Os insetos apresentam sexos separados e fecundação interna. São ovíparos e podem
apresentar três tipos de desenvolvimento:
I. Direto, sem metamorfose (ametábolo), caso das traça-dos-livros.
II. Indireto, com metamorfose gradual ou incompleta (hemimetábolo), caso dos percevejos,
gafanhotos, baratas, etc.
III. Indireto, com metamorfose completa (holometábolo), caso das pulgas, das moscas, das
borboletas, etc.
- AFIRMATIVA III [“As aranhas pertencem à classe Arachnida e apresentam o prossoma
(cefalotórax) ligado ao opistossoma (abdome). No prossoma, existem entre 5 a 8 olhos
simples, um par de quelíceras, que inocula o veneno, e 1 par de pedipalpos ao redor da boca.
Elas não possuem antenas, nem mandíbulas nem asas, possuindo 4 pares de pernas.”] –
CORRETA
* Como consta nesta alternativa, as aranhas pertencem, realmente, à Classe Arachnida (Filo
Arthropoda), que apresenta o corpo dividido em cefalotórax (prossoma) e abdome
(opistossoma).
* No prossoma são encontrados entre 5 e 8 olhos simples; um par de quelíceras, dai sua
denominação “quelicerados”; um par de pedipalpos (exclusivos dos quelicerados, não correndo
nos mandibulados), ao redor da boca, que dependendo do grupo podem ter diversas funções.
As aranhas possuem 4 pares de pernas e são desprovidas de antenas, de mandíbulas e de
asas.
- AFIRMATIVA IV (“As aranhas e as borboletas são insetos dioicos, de sexos separados e de
fecundação externa. No entanto, nas aranhas, o desenvolvimento é direto; já nas borboletas, o
desenvolvimento é indireto com metamorfose completa.”) – INCORRETA
* Incorreção desta alternativa: as aranhas e as borboletas apresentam fecundação interna.
- AFIRMATIVA V (“Tanto nas aranhas como nas borboletas, a excreção é realizada pelos
túbulos de Malpighi e pelas glândulas coxais localizadas próximas à base da perna. Essas
estruturas filtram as excretas nitrogenadas que são lançadas no intestino, sendo eliminadas
junto com as fezes.”) – INCORRETA
* Incorreção desta alternativa: a excreção nas aranhas é feita pelos túbulos de Malpighi e pelas
glândulas coxais, enquanto nas borboletas e feita pelos túbulos de Malpighi.

05. (UPE–2007) Alga é uma denominação abrangente para organismos classificados em vários
filos. Analise as afirmativas abaixo e conclua.
I II
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0 0 – No Reino Protista, existem organismos fotossintetizantes, unicelulares isolados ou em


colônias, que apresentam um pigmento azulado. Esses organismos procariontes são
classificados como cianobactérias.
1 1 – Dinoflagelados são algas eucariontes unicelulares, em sua maioria de água doce.
Possuem dois flagelos, podendo ser autótrofas ou heterótrofas em alternâncias de gerações.
2 2 – Algas planctônicas microscópicas formam o fitoplâncton, base das cadeias alimentares
aquáticas. O fitobentos é constituído por essas algas, que se fixam no fundo do mar, sendo
macroscópicas e tendo o corpo organizado em um talo.
3 3 – Das algas vermelhas é retirado o ágar, utilizado na produção de alguns medicamentos, e
das algas pardas, a algina, substância gelatinosa utilizada na fabricação de sorvetes.
4 4 – A maré vermelha é um fenômeno relacionado com o aumento populacional, de forma
descontrolada, das algas vermelhas macroscópicas conhecidas como rodofíceas.
GABARITO
FFFVF
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“No Reino Protista, existem organismos fotossintetizantes, unicelulares
isolados ou em colônias, que apresentam um pigmento azulado. Esses organismos
procariontes são classificados como cianobactérias.”) – FALSA
* O reino protista (protoctista) é constituído por seres eucariontes, desprovidos de tecidos
verdadeiros e as cianobactérias são procariontes (reino monera).
COMPLEMENTO
As cianobactérias (denominadas antigamente de algas azul-azuis ou cianofíceas)
apresentam clorofila e outros pigmentos, como ficocianina e ficoeritrina, conhecidos como
pigmentos acessórios. Elas são autótrofas fotossintetizantes e vivem no mar, na água doce e
em ambientes terrestres úmidos, podendo se apresentar como células isoladas ou formar
colônias de diferentes tamanhos. Seu sistema fotossintético é constituído por sacos
membranosos, achatados e concêntricos, entre os quais se encontram grânulos de cerca de 40
nm de diâmetro, ligados à parede externa dos referidos sacos. Esses grânulos, denominados
cianossomos (figura abaixo), são dotados de ficocianina e ficoeritrina, enquanto a estrutura
membranosa contém clorofila e outros compostos do sistema fotossintetizante. A energia solar
absorvida pela ficocianina e pela ficoeritrina é transferida para as membranas contendo
clorofila, onde se processa a fotossíntese. Dessa forma, esses pigmentos acessórios
aumentam o espectro de utilização de a luz solar, em comparação com a absorção
proporcionada pela clorofila sozinha. A parede celular das cianobactérias é semelhante à das
demais bactérias e, por vezes, é revestida por uma capa gelatinosa dotada de pigmentos
coloridos (dourado, castanho, vermelho, etc.), razão pela qual esses procariontes nem sempre
são azuis, apesar da sua denominação genérica. Usando água, oxigênio, gás carbônico e
amônia, elas sintetizam uma grande variedade de moléculas orgânicas, sendo capazes de
sobreviver com esses parcos recursos nas condições mais adversas, desde que na presença
de luz. Para beneficiar sua nutrição e captação de energia, muitas cianobactérias são dotadas
de vacúolos contendo gás, que, controlando a flutuação da célula, colocam esses procariontes
na profundidade ótima em nutrientes, concentração de oxigênio e intensidade luminosa.
Algumas cianobactérias (Nostoc e Anabaena, entre outras), além de fotossintetizantes, atuam
como bactérias fixadoras, participando do ciclo do nitrogênio. A exemplo das demais bactérias,
sua divisão celular ocorre por amitose (divisão direta). Os principais exemplos de
cianobactérias pertencem aos gêneros Nostoc, Oscillatoria, Anabaena e Microcystis.
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- AFIRMATIVA 1 1 (“Dinoflagelados são algas eucariontes unicelulares, em sua maioria de


água doce. Possuem dois flagelos, podendo ser autótrofas ou heterótrofas em alternâncias de
gerações.”) – FALSA
Dinoflagelados (filo Dinophyta, também denominado Pyrrophita): reúne seres eucariontes,
unicelulares, fotossintetizantes (autótrofos) e heterótrofos. Em sua maioria vive no mar,
compondo parte importante do fitoplâncton marinho, embora existam espécies de água doce.
Dentre as componentes do plâncton marinho, destacam-se os gêneros Ceratium (tecado
fotossintetizante) e Noctiluca (atecado heterotrófico). Os dinoflagelados que apresentam dois
flagelos, emergentes de uma mesma região da célula, se deslocam em rápidos rodopios,
girando sobre si mesmos, característica que deu nome ao grupo (do grego dinos, pião,
rodopiar). A forma mais comum de reprodução nesse grupo é assexuada, por divisão binária,
embora também ocorra reprodução sexuada, com formação de gametas. Varias espécies de
dinoflagelados são responsáveis pela “maré vermelha”, provocada pela multiplicação
exacerbada dessas algas perto do litoral. Nessas situações, as substâncias tóxicas liberadas
pelos dinoflagelados provocam morte de peixes e de outros animais.
* Como se pode constatar na descrição acima e, contrariando o contido nesta alternativa, os
dinoflagelados, na sua maioria, vivem no mar e não na água doce.
- AFIRMATIVA 2 2 (“Algas planctônicas microscópicas formam o fitoplâncton, base das
cadeias alimentares aquáticas. O fitobentos é constituído por essas algas, que se fixam no
fundo do mar, sendo macroscópicas e tendo o corpo organizado em um talo.”) – FALSA
* No ambiente aquático, em função do local onde vivem (habitat), as algas podem constituir
comunidades conhecidas com fitoplâncton e fitobentos. O fitoplâncton é composto, via de
regra, por microalgas que flutuam livremente ao sabor das ondas. O fitobentos, por outro lado,
é uma comunidade de algas, via de regra, macroscópicas, fixas no solo marinho.
* Como se pode constatar na descrição acima e, contrariando o contido nesta alternativa, o
fitobentos não é constituído por algas planctônicas.
- AFIRMATIVA 3 3 (“Das algas vermelhas é retirado o ágar, utilizado na produção de alguns
medicamentos, e das algas pardas, a algina, substância gelatinosa utilizada na fabricação de
sorvetes.”) – VERDADEIRA
* Como consta nesta alternativa, das algas vermelhas (Filo Rhodophyta ou rodofíceas) é
retirado o ágar e das algas pardas (Filo Phaeophyta ou feofíceas), a algina.
- AFIRMATIVA 4 4 (“A maré vermelha é um fenômeno relacionado com o aumento
populacional, de forma descontrolada, das algas vermelhas macroscópicas conhecidas como
rodofíceas.”) – FALSA
* A maré vermelha é um fenômeno natural que provoca manchas de coloração escura na água
do mar. As manchas são causadas pelo crescimento excessivo de algas microscópicas
presentes no plâncton marinho, num processo chamado de floração. Dependendo da espécie
de alga, a mancha pode adquirir coloração vermelha, marrom, laranja, roxa ou amarela. Uma
vez que a água nem sempre fica vermelha, o termo "maré vermelha" vem sendo substituído por
"floração de algas nocivas" ou simplesmente "FAN".
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* Como se pode constatar na descrição acima, a “maré vermelha” está relacionada com algas
microscópicas e não macroscópicas, como consta nesta alternativa.

06. (UPE–2007) O quadro abaixo se refere aos seres dos reinos monera, protista e dos fungos,
descrevendo sua forma de reprodução e características em geral. Estabeleça a associação
entre as colunas.
COLUNA I COLUNA II COLUNA III
Organismo Reprodução Caracteres gerais
1
I A
Vida livre ou parasitas. Locomovem-se por
Sarcodíneos Divisão binária
pseudópodos. Ex: Amoeba proteus.
2
II B Uni ou multicelulares, eucariontes. Podem
Esporozoários Reprodução assexuada realizar associações mutualísticas. Ex:
Saccharomyces cerevisae.
3
III C Unicelulares em forma de bastonetes
Bacilos Assexuada e sexuada isolados, em pares ou agrupados em
cadeias. Podem ser patógenos. Ex:
Mycobacterium tuberculosis.
4
IV D
Todas as espécies são parasitas. Não
Ascomicetos Alternância de geração
apresentam estruturas de locomoção. Ex:
assexuada e sexuada
Plasmodium vivax.

V E 5
Radiolários Assexuada e sexuada Unicelulares, com cápsula quitinosa
por hifas especializadas interna e espículas. Ex: Acantoplegma.

Assinale a alternativa que apresenta a associação correta.


a) I-A-2, II-D-4, III-E-1, IV-B-5, V-C-3.
b) I-D-5, II-B-2, III-A-1, IV-C-4, V-E-5.
c) I-C-2, II-A-4, III-B-5, IV-E-1, V-D-3.
d) I-C-1, II-D-4, III-A-3, IV-E-2, V-B-5.
e) I-E-1, II-D-4, III-B-5, IV-A-3, V-C-2.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“I-C-1, II-D-4, III-A-3, IV-E-2, V-B-5.”)
JUSTIFICATIVA
I. SARCODÍNEOS (Reino protista)
- Os sarcodíneos, também denominados rizópodas, correspondem a um filo dos protozoários,
cujos representantes mais conhecidos são as amebas. Eles têm como principal característica a
presença de expansões citoplasmáticas denominadas pseudópodes ("falsos pés"), utilizados
tanto para locomoção quanto para a captura de alimento, fazendo-o, neste caso, através da
fagocitose, ação que consiste em envolver uma partículas sólida, colocando-a, em seguida,
para dentro da célula. O termo “rizópode” (do grego rhiza, raiz) se refere ao aspecto muitas
vezes ramificado dos pseudópodes de certas amebas. O termo “sarcodina” (do grego sarkos,
carne), por seu turno, refere-se ao aspecto “carnoso” e consistente das amebas, os principais
representantes do grupo.
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- A maioria das espécies desse filo vive livremente em água doce ou do mar, sobre os fundos e
na vegetação submersa. É o caso, por exemplo, da Amoeba proteus, um sarcodíneo de vida
livre, extremamente simples em estrutura e com uma constante mudança de forma. Algumas
amebas podem viver no corpo humano sem causar prejuízos, em uma relação denominada
comensalismo, como é o caso da Entamoeba coli, que vive no intestino. Há, por outro lado,
espécies parasitas, como a Entamoeba histolytica, que se instalando no intestino humano,
provoca a doença conhecida como amebíase ou disenteria amebiana.
- O tipo de reprodução mais comum entre os ameboides é a divisão binária (bipartição ou
cissiparidade). Nessa forma de reprodução assexuada, a célula se divide ao meio, por mitose,
dando origem a duas células filhas com a mesma informação genética da célula-mãe. Os
sarcodíneos também são capazes de se reproduzir sexuadamente. Neste caso, a célula, que é
diploide, divide-se por meiose gerando gametas morfologicamente iguais. A união desses
gametas forma um zigoto que se desenvolve gerando uma nova célula. Essa reprodução
sexuada é denominada copulação isogamética, pelo fato de se formarem dois gametas iguais
morfologicamente, e autogâmica, por serem procedentes de uma única célula pré-existente.
* I (Sarcodíneos), C (Assexuada e sexuada), 1 (Vida livre ou parasitas. Locomovem-se por
pseudópodos. Ex: Amoeba proteus.)
* I–C–1
II. ESPOROZOÁRIOS (Reino protista)
- Os esporozoários, também conhecidos como apicomplexos, são protozoários que não
possuem estrutura locomotora. Obtém alimento por absorção direta dos nutrientes dos
organismos que parasitam. O grupo abrange cerda de 5.000 espécies, todas parasitas de
vertebrados e invertebrados. Eles se reproduzem através da alternância de gerações sexuada
e assexuada e da produção de esporos.
- Duas doenças causadas pelos esporozoários são a malária (impaludismo, maleita, febre
intermitente, febre palustre...) e a toxoplasmose. A malária é transmitida pela picada da fêmea
do mosquitos do gênero Anopheles (conhecido como mosquito-prego e
carapanã) contaminados por protozoários de três espécies: Plasmodium vivax, P. malariae e P.
falciparum. Esta doença provoca acessos de febre em intervalos cíclicos. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 40% da população mundial, principalmente
nos trópicos, convive com o risco de contrair malária. A toxoplasmose é uma infecção causada
pelo esporozoário Toxoplasma gondii, que possui como hospedeiros animais domésticos como
gatos, cachorros, roedores, entre outros.
* II (Esporozoários), D (Alternância de geração assexuada e sexuada), 4 (Todas as espécies
são parasitas. Não apresentam estruturas de locomoção. Ex: Plasmodium vivax.)
* II-D-4
III. BACILOS (Reino monera)
- Bacilo é o nome às bactérias (seres unicelulares e procariontes) em forma de bastão
(bastonete). Lembramos que as esféricas são denominadas cocos, as espiraladas são
conhecidas como espirilo e as em forma de vírgula recebem o nome vibrião. Os bacilos, que
causam, por exemplo, tétano, tuberculose e difteria, se apresentam geralmente como células
isoladas, mas podem, em alguns casos, formar os diplobacilos [reunidos dois a dois (em
pares)] ou os estreptobacilos (alinhados em cadeia).
- Os bacilos ficaram mais famosos por causarem doenças (patógenos) como a tuberculose,
cujo agente, Mycobacterium tuberculosis, é mais conhecido como Bacilo de Koch, e a antraz,
infecção letal, causada pelo Bacillus anthracis.
- Os bacilos, como as demais bactérias, se reproduzem, via de regra, por divisão (ou fissão)
binária, forma assexuada de reprodução. Também pode haver reprodução, igualmente
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assexuada, por esporulação, que ocorre quando a bactérias encontra uma condição ambiental
adversa, capaz de leva-la à morte. Dessa forma, a esporulação, mais que um tipo de
reprodução, seria um eficiente mecanismo de defesa.
* III (Bacilos), A (Divisão binária), 3 (Unicelulares em forma de bastonetes isolados, em pares
ou agrupados em cadeias. Podem ser patógenos. Ex: Mycobacterium tuberculosis.)
* III-A-3
IV. ASCOMICETOS (Reino fungi)
- Os ascomicetos (Ascomycota), seres eucariontes, representam cerca de 30% de todas as
espécies de fungos (em torno de 32.000 espécies). A denominação Ascomycota (do grego
askos, odre, saco), deriva do fato desses fungos formarem hifas especiais em forma de saco,
chamadas ascos. Alguns são unicelulares, como as leveduras. Os dotados de micélio, por
outro lado, são multicelulares. No grupo dos ascomicetos estão incluídos vários fungos
familiares e economicamente importantes. A maioria dos bolores verde-azulados, vermelhos e
marrons que estragam os alimentos são ascomicetos, inclusive o bolor cor de salmão do pão,
Neurospora, que teve um papel importante no desenvolvimento da genética moderna. Com
exceção das leveduras unicelulares, os ascomicetos são filamentosos quando estão
crescendo.
- A reprodução dos fungos, em geral, pode ser assexuada ou sexuada, com alternância de
gerações em alguns casos. A reprodução assexuada ocorre por fragmentação, por brotamento
(ou gemulação) ou pela formação de esporos por mitose (esporulação). O bolor verde de
laranja, do gênero Penicillium (ascomiceto), por exemplo, ser reproduz por esporulação e o
Saccharomyces cerevisae (fermento de padaria ou lêvedo de cerveja), exemplo mais
conhecido de ascomiceto, apresenta reprodução por brotamento.
- O ciclo de vida de um ascomiceto se inicia com a germinação de um esporo. Durante o
desenvolvimento do micélio, formam-se hifas especializadas na reprodução assexuada,
denominadas conidióforos (hifas reprodutivas assexuadas). O mesmo micélio que forma hifas
especializadas na reprodução assexuada produz também hifas especializadas na reprodução
sexuada, que são de dois tipos: ascogônios (gametângios femininos) e anterídios (gametângios
masculinos). A partir do ascogônios forma-se uma projeção (tricógino), que cresce em direção
a um anterídio próximo e se funde com ele. Através dessa projeção os núcleos do anterídio
migram para o interior do ascogônios, emparelham-se e estabelecem uma condição dicariótica.
A partir do ascogônios crescem hifas cujas células apresentam pares de núcleos, sendo um
deles descendente de um núcleo do ascogônios e outro, de um núcleo do anterídio. Assim, o
micélio que se origina do “ascogônios fecundado” é constituído exclusivamente por hifas
dicarióticas, denominadas hifas ascógenas. Nesse processo, os dois núcleos de uma célula da
extremidade de uma hifa ascógena fundem-se para formar o zigoto, que é o único núcleo
diploide em todo o ciclo de vida de um ascomiceto. A célula contendo o núcleo diploide alonga-
se e forma o asco. No interior do asco, o núcleo se divide por meiose e origina quatro núcleos
haploides que ficam enfileirados ao longo do asco. Na maioria dos ascomicetos, cada um
desses núcleos passa por uma divisão mitótica adicional, de modo que o asco fica com oito
núcleos haploides enfileirados em seu interior. Essas células diferenciam-se nos ascósporos
(esporos sexuados), que são liberados pelo rompimento da parede do asco maduro. Os
ascósporos são transportados pelo ar e, ao encontrarem condições favoráveis, germinam,
originando novos micélios haploides e reiniciando o ciclo. Lembramos que os ascos (estrutura
em forma de saco dentro da qual os ascósporos haploides são formados após a meiose) e os
ascósporos são estruturas exclusivas que distinguem os ascomicetos de todos os outros
fungos.
- Certas espécies de fungos vivem em associação mutualística com algas unicelulares (quase
sempre uma clorofícea) ou cianobactérias, originando organismos denominados liquens. Nessa
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interação, as algas e as cianobactérias constituem os elementos produtores, isto é, capazes de


sintetizar matéria orgânica a partir de inorgânica, fornecendo para os fungos parte do alimento
produzido. Os fungos, com suas hifas, envolvem o protegem as algas contra a desidratação,
além de lhes fornecer água e sais minerais que retiram do substrato. Na maioria dos líquens, o
fungo participante é um ascomiceto.
* IV (Ascomicetos), E (Assexuada e sexuada por hifas especializadas), 2 (Uni ou multicelulares,
eucariontes. Podem realizar associações mutualísticas. Ex: Saccharomyces cerevisae.)
* IV-E-2
V. RADIOLÁRIOS (Reino protista)
- São seres unicelulares, eucariontes, que vivem exclusivamente no mar, vivendo desde a
superfície até as profundidades abissais, constituindo um importante componente do
zooplâncton. Eles apresentam pseudópodes rígidos (axópodes), com forma de agulha,
suportados por microtúbulos e que os auxiliam na flutuação. Na cadeia alimentar, eles são
consumidores primários, usando seus pseudópodes para se alimentar de bactérias, algas,
pequenos copépodos e protozoários. Por outro lado, servem de alimento para crustáceos,
peixes e outros animais. Nos radiolários, a célula apresenta uma cápsula interna central,
esférica e perfurada, constituída de quitina (quitinosa) e ligada a um esqueleto formado por
espículas de sílica ou de sulfato de estrôncio (SrSO 4). O citoplasma contém muitos vacúolos
superficiais e gotícula de lipídios, importantes como reserva nutricional e na flutuação, já que
tornam as células menos densas. Muitos radiolários apresentam zooxantelas (algas
endossimbióticas) em seu citoplasma, em geral crisofíceas e diatomáceas sem carapaças.
Embora possam, eventualmente, capturar alimento por fagocitose, os radiolários obtêm boa
parte de seu alimento a partir das zooxantelas endossimbióticas. Fatos como esses reforçam a
hipótese de que os cloroplastos, organelas presentes em células de algas e de plantas atuais,
tenham sido, no passado, seres fotossintetizantes que estabeleceram uma relação de
endossimbiose com os ancestrais de algas e plantas. Sua reprodução é assexuada, por divisão
simples da célula (fissão binária). Como exemplo de radiolários citamos o Acantoplegma.
* V (Radiolários), B (Reprodução assexuada), 5 (Unicelulares, com cápsula quitinosa interna e
espículas. Ex: Acantoplegma.)
* V-B-5

07. (UPE–2007) Leia o texto e responda.


“Considerada uma das mais letais infecções bacterianas, com uma taxa de mortalidade de
90%, a febre de La Oroya é uma doença da região dos Andes. O mosquito que a transmite é o
Lutzomyia, o mesmo da leishmaniose, mas o microrganismo que a causa é mais raro. A
Bartonella bacilliformis é típica de altitudes entre 600 e 2.800 metros.”
(Veja, outubro de 2005.)
Mosquito: Lutzomyia
Bactéria: Bartonella bacilliformis
Qual a alternativa que classifica corretamente a bactéria e/ou o mosquito em questão, segundo
o sistema de classificação biológica e as regras de nomenclatura?
a) A bactéria pertence ao Reino Protista, procarionte, classificada como um bacilo.
b) O mosquito pertence à Classe Insecta, ordem Díptera e Gênero Lutzomyia.
c) A bactéria pertence ao Gênero Bartonella e à Espécie bacilliformis.
d) O mosquito pertence ao Reino Animal, filo Arthropoda e Espécie Lutzomyia.
e) Os dados referentes ao mosquito e à bactéria são imprecisos, não havendo possibilidade de
classificá-los.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“O mosquito pertence à Classe Insecta, ordem Díptera e Gênero Lutzomyia.”)
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JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A bactéria pertence ao Reino Protista, procarionte, classificada como um
bacilo.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a bactéria (procarionte), pertence ao Reino
Monera.
- ALTERNATIVA B (“O mosquito pertence à Classe Insecta, ordem Díptera e Gênero
Lutzomyia.”) – CORRETA
* O mosquito referido no enunciado desta questão pertence, realmente, ao Filo Arthropoda,
Classe Insecta, ordem Díptera (um par de asas membranosas) e Gênero Lutzomyia.
- ALTERNATIVA C (“A bactéria pertence ao Gênero Bartonella e à Espécie bacilliformis.”) –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a bactéria referida no enunciado pertence à
espécie Bartonella bacilliformis e não bacilliformis.
- ALTERNATIVA D (“O mosquito pertence ao Reino Animal, filo Arthropoda e Espécie
Lutzomyia.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, Lutzomyia é gênero e não especie. A especie
seria, por exemplo, Lutzomyia longipalpis.
- ALTERNATIVA E (“Os dados referentes ao mosquito e à bactéria são imprecisos, não
havendo possibilidade de classificá-los.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, os dados referentes ao mosquito e à bactéria,
referidos no enunciado, não são imprecisos.

08. (UPE–2008) As algas habitam os oceanos há mais de dois bilhões de anos, presentes,
também, em ambiente dulcícola e terrestre úmido. Além dessa versatilidade em habitats,
apresentam grande heterogeneidade em sua estrutura e pigmentação. As afirmativas a seguir
fazem referências a esses organismos. Analise-as e conclua.
I II
0 0 – O termo algas não tem valor taxonômico. Na verdade, as algas são protistas, eucariontes,
fotossintetizantes. Apenas as algas verdes utilizam a clorofila como pigmento fotossintetizante;
as demais utilizam pigmentos acessórios de colorações diferentes.
1 1 – As cianobactérias já foram denominadas algas azuis, devido ao seu pigmento verde-
azulado ficobilina. Não apresentam clorofila e representam organismos muito frágeis de difícil
adaptação em ambientes inóspitos.
2 2 – As clorofíceas são verdes, unicelulares e marinhas, grandes responsáveis pela
fotossíntese do planeta. Quando mantidas no escuro, passam à condição heterotrófica.
3 3 – O Sargassum, comum em nosso litoral, é uma alga multicelular, com pigmento pardo
(fucoxantina), do Filo Phaeophyta.
4 4 – Devido ao pigmento ficoeritrina, as rodofíceas apresentam coloração vermelha. São
usadas na culinária japonesa na preparação do sushi e na fabricação de gelatinas.
GABARITO
FFFVV
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“O termo algas não tem valor taxonômico. Na verdade, as algas são
protistas, eucariontes, fotossintetizantes. Apenas as algas verdes utilizam a clorofila como
pigmento fotossintetizante; as demais utilizam pigmentos acessórios de colorações diferentes.”)
– FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, as algas em geral utilizam a clorofila como
pigmento fotossintetizante, embora possam conter, também, pigmentos acessórios, tais como:
carotenos, xantofilas, ficoeritrina, ficocianina e peridina. Neste contexto, as Euglenophyta
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possuem carotenos e xantofilas; as Dinophyta apresentam carotenos, peridina e xantofilas; as


Chlorophyta têm carotenos e xantofilas; nas Phaeophyta ocorrem carotenos, fucoxantina e
outras xantofilas; as Rhodophyta possuem carotenos, xantofilas, ficoeritrina e ficocianina; as
Bacillariophyta apresentam carotenos, fucoxantina e outras xantofilas; as Chrysophyta têm
carotenos, fucoxantina e outras xantofilas; nas Charophyta ocorrem carotenos e xantofilas.
- AFIRMATIVA 1 1 (“As cianobactérias já foram denominadas algas azuis, devido ao seu
pigmento verde-azulado ficobilina. Não apresentam clorofila e representam organismos muito
frágeis de difícil adaptação em ambientes inóspitos.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, as cianobactérias possuem clorofila e
apresentam uma elevada capacidade de adaptação a diferentes ambientes.
COMPLEMENTO
As cianobactérias (denominadas antigamente de algas azul-azuis ou cianofíceas)
apresentam clorofila e outros pigmentos, como as ficobilinas, representadas pela ficoeritrina e
pela ficocianina, conhecidos como pigmentos acessórios. Elas são autótrofas fotossintetizantes
e vivem no mar, na água doce e em ambientes terrestres úmidos, podendo se apresentar como
células isoladas ou formar colônias de diferentes tamanhos. Seu sistema fotossintético é
constituído por sacos membranosos, achatados e concêntricos, entre os quais se encontram
grânulos de cerca de 40 nm de diâmetro, ligados à parede externa dos referidos sacos. Esses
grânulos, denominados cianossomos (figura abaixo), são dotados de ficocianina e ficoeritrina,
enquanto a estrutura membranosa contém clorofila e outros compostos do sistema
fotossintetizante. A energia solar absorvida pela ficocianina e pela ficoeritrina é transferida para
as membranas contendo clorofila, onde se processa a fotossíntese. Dessa forma, esses
pigmentos acessórios aumentam o espectro de utilização de a luz solar, em comparação com a
absorção proporcionada pela clorofila sozinha. A parede celular das cianobactérias é
semelhante à das demais bactérias e, por vezes, é revestida por uma capa gelatinosa dotada
de pigmentos coloridos (dourado, castanho, vermelho, etc.), razão pela qual esses procariontes
nem sempre são azuis, apesar da sua denominação genérica. Usando água, oxigênio, gás
carbônico e amônia, elas sintetizam uma grande variedade de moléculas orgânicas, sendo
capazes de sobreviver com esses parcos recursos nas condições mais adversas, desde que na
presença de luz. Para beneficiar sua nutrição e captação de energia, muitas cianobactérias são
dotadas de vacúolos contendo gás, que, controlando a flutuação da célula, colocam esses
procariontes na profundidade ótima em nutrientes, concentração de oxigênio e intensidade
luminosa. Algumas cianobactérias (Nostoc e Anabaena, entre outras), além de
fotossintetizantes, atuam como bactérias fixadoras, participando do ciclo do nitrogênio. Os
principais exemplos de cianobactérias pertencem aos gêneros Nostoc, Oscillatoria, Anabaena
e Microcystis.

- AFIRMATIVA 2 2 (“As clorofíceas são verdes, unicelulares e marinhas, grandes


responsáveis pela fotossíntese do planeta. Quando mantidas no escuro, passam à condição
heterotrófica.”) – FALSA
* Incorreções desta afirmativa:
I. No grupo das clorofíceas (Chlorophyta) há representantes unicelulares e pluricelulares.
II. A maioria é aquática, com espécies marinhas e de água doce, havendo, também, espécies
terrestres, que habitam ambientes úmidos, como barrancos ou troncos de árvores.
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III. As clorofíceas não exibem condição heterotrófica na ausência de luz.


- AFIRMATIVA 3 3 (“O Sargassum, comum em nosso litoral, é uma alga multicelular, com
pigmento pardo (fucoxantina), do Filo Phaeophyta.”) – VERDADEIRA
* Filo Phaeophyta (Feofíceas ou algas marrons): todas as espécies desse filo são
multicelulares e vivem no mar. Sua cor está relacionada com o pigmento fucoxantina, que
mascara a clorofila. Algumas feofíceas são dotadas de partes relativamente diferenciadas, que
lembram os caules e as folhas das plantas. Seu talo se assemelhe, em última análise, a uma
planta herbácea. Nos mares tropicais há poucas espécies dessas algas, entre as quais se
destacam as do gênero Sargassum, fáceis de encontrar no litoral brasileiro.
- AFIRMATIVA 4 4 (“Devido ao pigmento ficoeritrina, as rodofíceas apresentam coloração
vermelha. São usadas na culinária japonesa na preparação do sushi e na fabricação de
gelatinas.”) – VERDADEIRA
* Filo Rhodophyta (rodofíceas ou algas vermelhas): a maioria das rodofíceas é multicelular.
Conquanto sejam abundantes nos mares tropicais, elas também ocorrem em água doce e em
superfícies úmidas, como tronco de árvores. Além da clorofila, pigmento fotossintetizante, as
rodofíceas apresentam caroteno, xantofila, ficocianina e ficoeritrina, conhecidos como
pigmentos acessórios. A ficoeritrina, pigmento vermelho, responde pela coloração dessas
algas. Algumas rodofíceas são usadas na alimentação humana. Este é o caso da alga
conhecida popularmente como nori (gênero Porphyra) empregada, na culinária japonesa, na
preparação de sushi. Ressaltamos que a maioria dos representantes desse filo apresenta, em
sua parede celular, além da celulose, outros polissacarídeos como ágar e carragenina, cuja
quantidade se encontra exacerbada em alguns deles. Em função disto, eles são usados na
obtenção desses polissacarídeos para diversos usos: indústria farmacêutica, cosmética e
alimentícia, bem como na fabricação de gelatinas. O ágar é também utilizado na preparação de
meios de cultura bacteriana.

09. (UPE–2009) Na tirinha abaixo do “níquel náusea – Fernando Gonzales” há um diálogo


entre uma raposa e um ouriço-do-mato.

Esses animais são mamíferos de hábitos noturnos. A raposa-vermelha Vulpes


vulpes (Mammalia, Carnivora) é um dos carnívoros com maior distribuição no
mundo. O ouriço-do-mato Chaetomys subspinosus (Mammalia, Rodentia) é
um roedor ameaçado de extinção em nível vulnerável.
Considerando-se os níveis taxonômicos de classificação, sobre o grau de parentesco entre
esses dois animais, é correto afirmar.
a) Pertencem à mesma espécie animal.
b) São de mesma classe e filo animal.
c) São de mesma ordem e classe animal.
d) São de espécies diferentes, mas parentes em nível de gênero e classe.
e) Não há grau de parentesco evolutivo.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“São de mesma classe e filo animal.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Pertencem à mesma espécie animal.”) – INCORRETA
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* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a raposa-vermelha (Vulpes vulpes) e o ouriço-


do-mato (Chaetomys subspinosus) pertencem à espécies animais diferentes.
- ALTERNATIVA B (“São de mesma classe e filo animal.”) – CORRETA
* Como consta nesta alternativa, a raposa-vermelha (Vulpes vulpes) e o ouriço-do-mato
(Chaetomys subspinosus) pertencem à mesma classe (Mammalia) e ao mesmo filo (Chordata).
Ver alternativa seguinte.
- ALTERNATIVA C (“São de mesma ordem e classe animal.”) – INCORRETA
* Incorreções desta alternativa:
I. Raposa-vermelha Vulpes vulpes
* Reino: Animalia
* Filo: Chordata
* Classe: Mammalia
* Ordem: Carnivora
* Família: Canidae
* Gênero: Vulpes
II. Ouriço-do-mato Chaetomys subspinosus
* Reino: Animalia
* Filo: Chordata
* Classe: Mammalia
* Ordem: Rodentia
* Família: Erethizontidae
* Gênero: Chaetomys
* Como se pode constatar, a raposa-vermelha (Vulpes vulpes) e o ouriço-do-mato (Chaetomys
subspinosus), embora pertençam à mesma classe (Mammalia) não pertencem à mesma
ordem. A raposa-vermelha (Vulpes vulpes) pertence à ordem Carnivora, enquanto o ouriço-do-
mato (Chaetomys subspinosus) pertence à ordem Rodentia.
- ALTERNATIVA D (“São de espécies diferentes, mas parentes em nível de gênero e classe.”)
– INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a raposa-vermelha (Vulpes vulpes) e o ouriço-
do-mato (Chaetomys subspinosus), são diferentes em espécies e em gênero [Vulpes para a
raposa-vermelha e Chaetomys para o ouriço-do-mato). São, como consta na alternativa
parentes em nível de classe (ambos pertencem à classe Mammalia).
- ALTERNATIVA E (“Não há grau de parentesco evolutivo.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, há um grau de parentesco evolutivo entre a
raposa-vermelha (Vulpes vulpes) e o ouriço-do-mato (Chaetomys subspinosus). Como se pode
constatar na alternativa C, eles pertencem ao mesmo reino (Animalia), filo (Chordata) e classe
(Mammalia), diferindo a partir da ordem.

10. (UPE–2009) Dois garotos passeavam em um parque zoológico, observando espécimes


animais da fauna sul-americana. Faziam anotações de taxonomia, hábitos de vida e habitat,
para trabalho escolar sobre o tema. Na jaula das antas, encontraram a descrição:
Anta brasileira – Tapirus terrestris (Mammalia, Perissodactyla)
Anta andina – Tapirus pinchaque (Mammalia, Perissodactyla)
Dentre as anotações taxonômicas e conclusões feitas pelos garotos, relacionadas abaixo, está
correta a alternativa:
a) São animais roedores (perissodactilos) de mesma espécie.
b) São carnívoros (mamíferos) de mesma espécie.
c) São mamíferos, perissodactilos, de gêneros distintos.
d) As antas brasileira e andina pertencem ao mesmo gênero, porém são de classes distintas.
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e) As antas brasileiras e andinas representam espécies distintas, porém pertencem ao mesmo


gênero e classe.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“As antas brasileiras e andinas representam espécies distintas, porém pertencem ao mesmo
gênero e classe.”)
I. Classificação científica da anta brasileira:
* Reino: Animalia
* Filo: Chordata
* Classe: Mammalia
* Ordem: Perissodactyla
* Família: Tapiridae
* Gênero: Tapirus
* Espécie: Tapirus terrestris
II. Classificação científica da anta andina:
* Reino: Animalia
* Filo: Chordata
* Classe: Mammalia
* Ordem: Perissodactyla
* Família: Tapiridae
* Gênero: Tapirus
* Espécie: Tapirus pinchaque
COMPLEMENTO
As antas são animais herbívoros que se alimentam, preferencialmente, de folhagem
com pouca celulose, como folhas, brotos e pequenos ramos, além de plantas aquáticas e
frutos, sendo conhecidas como importantes dispersoras de semente.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“São animais roedores (perissodactilos) de mesma espécie.”) –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, as antas brasileira (Tapirus terrestris) e andina
(Tapirus pinchaque), que são animais herbívoros, pertencem a espécies diferentes.
- ALTERNATIVA B (“São carnívoros (mamíferos) de mesma espécie.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, as antas brasileira (Tapirus terrestris) e andina
(Tapirus pinchaque), que são animais herbívoros, pertencem a espécies diferentes.
- ALTERNATIVA C (“São mamíferos, perissodactilos, de gêneros distintos.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, as antas brasileira (Tapirus terrestris) e andina
(Tapirus pinchaque), pertencem ao mesmo gênero (Tapirus).
- ALTERNATIVA D (“As antas brasileira e andina pertencem ao mesmo gênero, porém são de
classes distintas.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, as antas brasileira (Tapirus terrestris) e andina
(Tapirus pinchaque), pertencem ao mesmo gênero (Tapirus) e a mesma classe (Mammalia).
Ver classificações acima.
- ALTERNATIVA E (“As antas brasileiras e andinas representam espécies distintas, porém
pertencem ao mesmo gênero e classe.”) – CORRETA
- Como se pode constatar nas classificações acima, as antas brasileiras e andinas, que são de
espécies distintas, pertencem ao mesmo gênero (Tapirus) e à mesma classe (Mammalia).

11. (UPE–2009) O Reino Animalia inclui organismos eucariontes pluricelulares e heterótrofos.


São bastante diversificados e estão presentes em nosso planeta, desde a Era Pré-Cambriana.
Com relação às características gerais dos filos animais, analise as afirmativas e conclua.
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I II
0 0 – Exclusivamente marinhos, cujas espécies mais conhecidas são as águas-vivas e os
corais; são conhecidos por causarem queimaduras devido a um tipo celular característico do
filo denominado cnidócitos: Filo Echinodermata.
1 1 – São vermes achatados dorsoventralmente, com simetria bilateral; as formas de vida livre,
como as planárias, apresentam ocelos que permitem sua orientação pela luz; muitas espécies
são parasitas do homem, como a Taenia solium e o Schistosoma mansoni: Filo
Platyhelminthes.
2 2 – São aquáticos, sendo a maioria marinha; são animais filtradores, cujas células da camada
externa denominam-se pinacócitos. Os coanócitos promovem correntes de circulação de água
através do átrio: Filo Porifera.
3 3 – São vermes roliços com o corpo segmentado em anéis, que representam metâmeros;
seu tubo digestivo é incompleto e, nas formas parasitas, como nas solitárias, pode estar
ausente: Filo Annelida.
4 4 – Todos aquáticos, sendo a maioria marinhos; corpo mole, com patas articuladas; dentre
seus representantes, estão as ostras e os camarões: Filo Mollusca.
GABARITO
FVVFF
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Exclusivamente marinhos, cujas espécies mais conhecidas são as
águas-vivas e os corais; são conhecidos por causarem queimaduras devido a um tipo celular
característico do filo denominado cnidócitos: Filo Echinodermata.”) – FALSA
* Incorreções desta afirmativa:
I. Águas-vivas e corais pertencem ao Filo Cnidaria (cnidários ou celenterados) e não ao Filo
Echinodermata.
II. Cnidócitos ou cnidoblastos: são células urticantes presentes no Filo Cnidaria (cnidários ou
celenterados), principalmente, nos tentáculos. Sob qualquer perturbação, detectada através do
cnidocílio, o cnidócito lança o nematocisto ou cnida, estrutura penetrante que possui um longo
filamento, através do qual o líquido urticante, contido em seu interior, é eliminado. Dessa forma,
essas células participam da defesa dos cnidários contra predadores, bem como, da captura de
alimentos. Valendo-se das substâncias elaboradas pelos cnidócitos, eles conseguem paralisar
imediatamente os pequenos animais capturados pelos seus tentáculos.
- AFIRMATIVA 1 1 (“São vermes achatados dorsoventralmente, com simetria bilateral; as
formas de vida livre, como as planárias, apresentam ocelos que permitem sua orientação pela
luz; muitas espécies são parasitas do homem, como a Taenia solium e o Schistosoma
mansoni: Filo Platyhelminthes.”) – VERDADEIRA
* O contido nesta afirmativa diz respeito, verdadeiramente, ao Filo Platyhelminthes
(platelmintos ou vermes achatados).
- AFIRMATIVA 2 2 (“São aquáticos, sendo a maioria marinha; são animais filtradores, cujas
células da camada externa denominam-se pinacócitos. Os coanócitos promovem correntes de
circulação de água através do átrio: Filo Porifera.”) – VERDADEIRA
* O contido nesta afirmativa diz respeito, verdadeiramente, ao Filo Porifera (poríferos ou
esponjas).
COMPLEMENTO
I. Animais filtradores
As esponjas se alimentam das partículas orgânicas contidas na água que circula
através do seu corpo, entrando pelos poros e saindo pelo ósculo (abertura presente no ápice
do corpo), sendo por essa razão considerados animais filtradores.
II. Tipos de células presente nas esponjas
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A parede desses organismos é constituída por diversos tipos de células, sustentadas


por elementos esqueléticos. São elas:
IIa. Pinacócitos
Células achatadas e bem unidas que revestem a parte externa das esponjas, como
uma espécie de epiderme.
IIb. Coanócitos
Células ovoides, flageladas, dotadas de expansão membranosa em forma de colarinho
que revestem o átrio ou espongiocele (cavidade interna) dos poríferos. O movimento dos seus
flagelos cria a corrente liquida que circula através do corpo das esponjas, trazendo partículas
nutritivas e oxigênio e eliminando excreções e gás carbônico (resíduos não aproveitáveis).
IIc. Amebócitos (arqueócitos)
Células livres, presentes na substância gelatinosa localizada entre as camadas de
pinacócitos e coanócitos. Os amebócitos dão origem a todos os outros tipos de células das
esponjas, sendo, portanto, responsáveis pelo seu crescimento e sua capacidade de
regeneração. Uma importante função dessas células é distribuir nutrientes pelo corpo dos
poríferos. Neste contexto, elas capturam, por endocitose, partículas alimentares transferidas
pelos coanócitos e as digere intracelularmente. As partículas oriundas dessa digestão são
transferidas para as diversas células (pinacócitos, porócitos, etc.), durante o deslocamento dos
amebócitos pelo meso-hilo.
IId. Porócitos
Células dotadas de um canal central que atravessa o citoplasma de lado a lado. Elas
se localizam entre os pinacócitos, formando um poro por onde a água penetra no corpo das
esponjas.
- AFIRMATIVA 3 3 (“São vermes roliços com o corpo segmentado em anéis, que representam
metâmeros; seu tubo digestivo é incompleto e, nas formas parasitas, como nas solitárias, pode
estar ausente: Filo Annelida.”) – FALSA
* Incorreções desta afirmativa:
I. O Filo Annelida ou anelídeos (minhoca, sanguessuga, nereide, etc.) possui aparelho
digestivo completo.
II. As solitárias, que possuem, realmente, sistema digestivo incompleto, não pertencem ao Filo
Annelida e sim ao Filo Platyhelminthes (platelmintos ou vermes achatados).
- AFIRMATIVA 4 4 (“Todos aquáticos, sendo a maioria marinhos; corpo mole, com patas
articuladas; dentre seus representantes, estão as ostras e os camarões: Filo Mollusca.”) –
FALSA
* Incorreções desta afirmativa:
I. O Filo Mollusca ou moluscos (caramujos, caracóis, ostras, mexilhões, polvos, lulas,
calamares, etc.) não possuem patas articuladas. Presença de apêndices articulados é uma
“marca registrada” do Filo Arthropoda (artrópodes).
II. Os camarões não pertencem ao Filo Mollusca e sim Filo Arthropoda, Subfilo Crustacea
(crustáceos), Classe Malacostraca, Ordem Decapoda. Nessa ordem estão incluídos camarões,
siris, caranguejos, lagostas, etc.

12. (UPE–2009) No reino Protista, todos os organismos são ______1______. As algas


protistas são ______2______ classificadas de acordo com _____3______. Os protozoários,
em relação à nutrição, são todos ____4________, obtendo o alimento do meio por
______5______ou absorção.
A seguir, assinale a alternativa que contém as palavras que preenchem corretamente as
lacunas do texto acima.
a) 1-procariontes; 2-fotossintetizantes; 3-sua coloração; 4-parasitas; 5-fagocitose.
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b) 1-unicelulares; 2-quimiossintetizantes; 3-sua morfologia; 4-parasitas; 5-ingestão.


c) 1-procariontes; 2-unicelulares; 3-seus pigmentos; 4-autótrofos; 5-quimiossíntese.
d) 1-eucariontes; 2-unicelulares; 3-sua morfologia; 4-quimiossintetizantes; 5-fagocitose.
e) 1-eucariontes; 2-fotossintetizantes; 3-seus pigmentos; 4-heterótrofos; 5-ingestão.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“1-eucariontes; 2-fotossintetizantes; 3-seus pigmentos; 4-heterótrofos; 5-ingestão.”)
- O reino protista (protoctista) inclui os protozoários (eucariontes, unicelulares e heterótrofos) e
algas (eucarióticas e autótrofas fotossintetizantes), todos desprovidos de tecidos verdadeiros.
- Protozoários: organismos unicelulares, heterótrofos, cuja estrutura celular varia nos diferentes
grupos. Eles utilizam como alimento tanto a matéria orgânica de cadáveres quanto
microrganismos vivos (bactérias, algas e outros protozoários). As amebas, por exemplo, que
apresentam membrana celular flexível, podendo mudar de forma alongando-se ou se
contraindo, usam pseudópodos para “abraçar” o alimento, ingerindo-o por fagocitose. Nos
flagelados e nos ciliados há, via de regra, uma região, denominada citóstoma (espécie de
boca), especializada para a entrada do alimento. Em certos protozoários, como o paramécio,
observa-se o citopígio ou citoprocto, região celular por onde se processa a clasmocitose ou
defecação celular. Algumas espécies são parasitas de invertebrados e vertebrados e outras
vivem em associação mutualística com outros seres vivos. É o caso, por exemplo, da relação
entre os cupins e o protozoário flagelado (Tryconinpha collaris). Presente do intestino dos
cupins, esse protozoário produz enzimas que atuam na digestão da celulose, dando
possibilidades a esses insetos de aproveitarem a madeira que ingerem. Em troca, os referidos
protozoários ganham abrigo e alimento. Os protozoários costumam ser classificados em 6 filos:
Rhizopoda ou Sarcodina (amebas); Actinopoda (radiolários e heliozoários); Foraminifera
(foraminíferos); Apicomplexa (apicomplexos ou esporozoários); Zoomastigophora (flagelados) e
Cilliophora (ciliados).
- Além das diversas clorofilas, algas podem possuir outros pigmentos como caroteno,
xantofilas, fucoxantina, ficoeritrina, ficocianina, etc., relacionados com sua classificação.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA E – CORRETA
1. Todos os protistas são eucariontes.
2. As algas protistas realizam fotossíntese, são fotossintetizantes.
3. As algas são classificadas de acordo com os seus pigmentos.
4. Os protozoários são todos heterótrofos.
5. Os protozoários obtêm seu alimento por ingestão.
* Ver descrição acima.

13. (UPE–2011) Texto para esta questão.


MORENA TROPICANA
COMPOSIÇÃO ALCEU VALENÇA/VICENTE BARRETO

Da manga rosa
Quero o gosto e o sumo
Melão maduro, sapoti, juá
Jabuticaba teu olhar noturno
Beijo travoso de umbu cajá...

Pele macia
Ai! carne de caju
Saliva doce
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Doce mel
Mel de uruçu...

Linda morena
Fruta de vez temporana
Caldo de cana caiana..
Vou te desfrutar

...Vem me desfrutar...

Morena Tropicana
Eu quero teu sabor
Ai, ai, ioiô, ioiô...(2x)

DADOS AUXILIARES:
Manga
Mangifera indica
Anacardiaceae
Melão
Cucumis melo
Cucurbitaceae
Sapoti
Manilkara zapota
Sapotaceae
Cana-de-açúcar
Saccharum officinarum
Poaceae
Sobre as palavras destacadas na música “Morena Tropicana”, analise as afirmativas e conclua.
I II
0 0 - A manga é o fruto da mangueira, que corresponde às seguintes categorias e aos nomes
de táxons: Reino Plantae, Divisão Bryophyta, Classe Araucariaceae.
1 1 - As frutas destacadas na primeira estrofe da música pertencem a plantas do mesmo
gênero.
2 2 - Os produtos destacados na segunda estrofe da música provêm, respectivamente, de uma
planta e de um animal, sendo estes pertencentes a reinos distintos.
3 3 - A abelha uruçu corresponde às seguintes categorias e aos nomes de táxons: Reino
Animalia, Filo Arthropoda, Classe Insecta, Ordem Hymenoptera.
4 4 - A cana apresenta as categorias taxonômicas, organizadas na seguinte ordem de
complexidade crescente: Plantae, Saccharum, Poaceae.
GABARITO
FFVVF
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“A manga é o fruto da mangueira, que corresponde às seguintes
categorias e aos nomes de táxons: Reino Plantae, Divisão Bryophyta, Classe Araucariaceae.”)
– FALSA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a mangueira é uma angiosperma e não uma
Bryophyta. Além disto, a classe não é Araucariaceae (ver classificação a seguir).
- Classificação científica da mangueira:
* Reino: Plantae
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* Divisão: Magnoliophyta
* Classe: Magnoliopsida
* Ordem: Sapindales
* Família: Anacardiaceae
* Gênero: Mangifera
* Espécie: Mangifera indica
- AFIRMATIVA 1 1 (“As frutas destacadas na primeira estrofe da música pertencem a plantas
do mesmo gênero.”) – FALSA
* Ao contrario do que consta nesta afirmativa as frutas destacadas na primeira estrofe (manga,
melão e sapoti), não pertencem ao mesmo gênero (ver “dados auxiliares”, contido no
enunciado).
* Manga: gênero Mangifera
* Melão: gênero Cucumis
* Sapoti: gênero Manilkara
COMPLEMENTO
I. Classificação científica da mangueira: ver afirmativa anterior
II. Classificação científica do meloeiro:
* Reino: Plantae
* Divisão: Magnoliophyta
* Classe: Magnoliopsida
* Ordem: Cucurbitales
* Família: Cucurbitaceae
* Gênero: Cucumis
* Espécie: Cucumis melo
III. Classificação científica do sapotizeiro:
* Reino: Plantae
* Divisão: Magnoliophyta
* Classe: Magnoliopsida
* Ordem: Ericales
* Família: Sapotaceae
* Gênero: Manilkara
* Espécie: Manilkara zapota
- AFIRMATIVA 2 2 (“Os produtos destacados na segunda estrofe da música provêm,
respectivamente, de uma planta e de um animal, sendo esses pertencentes a reinos distintos.”)
– VERDADEIRA
* Os produtos destacados na segunda estrofe (carne de caju e mel de uruçu), provêm,
respectivamente, de uma planta (Reino Plantae) e de um animal (Reino Animalia),
pertencendo, portanto, a reinos distintos.
- AFIRMATIVA 3 3 (“A abelha uruçu corresponde às seguintes categorias e aos nomes de
táxons: Reino Animalia, Filo Arthropoda, Classe Insecta, Ordem Hymenoptera.”) –
VERDADEIRA
- Classificação científica da abelha uruçu:
* Reino: Animalia
* Filo: Arthropoda
* Classe: Insecta
* Ordem: Hymenoptera
* Subordem: Apocrita
* Superfamília: Apoidea
* Família: Apidae
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* Gênero: Apis
* Espécie: Apis mellifera
- AFIRMATIVA 4 4 (“A cana apresenta as categorias taxonômicas, organizadas na seguinte
ordem de complexidade crescente: Plantae, Saccharum, Poaceae.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a ordem de complexidade apresentada é
decrescente.
- Classificação científica da cana-de-açúcar:
* Reino: Plantae
* Divisão: Magnoliophyta
* Classe: Liliopsida
* Ordem: Poales
* Família: Poaceae
* Gênero: Saccharum
* Espécies: S. officinarum, S. edule, S. spontaneum, S. robustum, S. barberi, S. sinense, etc.

14. (UPE–2011) O reino protoctista agrupa organismo os com origens evolutivas distintas.
Inclui os protozoários e as algas. Associe corretamente alguns dos diferentes filos desse reino
listados na coluna A, com seus representantes distribuídos na coluna B e suas respectivas
características contidas na coluna C.
COLUNA A COLUNA B COLUNA C
A
Apresentam flagelos, que permitem a
I. Chlorophyta 1. Algas marrons natação ou a captura de alimento.
Possuem espécies de vida livre e
parasitas.
B
Locomoção e captura de alimentos por
II. Euglenophyta 2. Algas verdes
meio de pseudópodes. Há espécies de
vida livre e parasitas.
C
Multicelular; com parede celular
III. Foraminifera 3. Amoeba proteus composta por celulose e algina;
substâncias de reserva - óleos e
laminarina.
D
IV. Phaeophyta 4. Euglenoides Possuem esqueleto perfurado, de quitina
ou de carbonato de cálcio.
E
V. Sarcodina 5. Foraminíferos Unicelular; sem parede celular;
substância de reserva – paramilo.
F
VI. Zoomastigophora 6. Trypanosoma cruzi Unicelular ou multicelular; substância de
reserva – amido; clorofilas a,b.
Assinale a alternativa que contém a associação correta.
a) I-1-F; II-4-C; III-5-B; IV-3-E; V-2-A; VI-6-D.
b) I-6-D; II-5-E; III-4-A; IV-3-B; V-1-C; VI-2-F.
c) I-4-A; II-3-B; III-2-E; IV-5-D; V-6-C; VI-1-F.
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d) I-2-F; II-4-E; III-5-D; IV-1-C; V-3-B; VI-6-A.


e) I-5-C; II-6-A; III-2-E; IV-4-F; V-1-D; VI-3-B.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“I-2-F; II-4-E; III-5-D; IV-1-C; V-3-B; VI-6-A.”)
JUSTIFICATIVA
I. CHLOROPHYTA (clorofíceas ou algas verdes)
- As clorofíceas podem ser unicelulares ou multicelulares, algumas dotadas de talos
relativamente complexos. É comum encontrar no litoral brasileiro a clorofícea macroscópica
(Ulva lactuca), conhecida popularmente como alface-do-mar. A cor dessas algas varia de um
verde intenso até um verde acastanhado ou acinzentado, devido à presença de outros
pigmentos além da clorofila. Algumas espécies vivem em associação mutualista com fungos,
constituindo os liquens. Há, inclusive, espécies que vivem no interior de células animais, como
a Hydra (cnidário de água doce), sendo neste caso denominadas zooclorelas. As clorofíceas
apresentam clorofilas a e b, além de carotenos e diversas xantofilas, que são pigmentos
acessórios. Elas têm amido como substância de reserva.
* I (Chlorophyta), 2 (Algas verdes), F (Unicelular ou multicelular; substância de reserva – amido;
clorofilas a,b.)
* I-2-F
II. Euglenophyta (euglenoides)
- São unicelulares, livre-natantes, sendo a maioria de água doce. Não possuem parede celular
e sim uma película flexível que, permitindo a contração da célula com rapidez, auxilia seu
deslocamento. São dotadas de dois flagelos, sendo um deles muito curto, a ponto de não
emergir da célula e o outro longo, que ela usa para locomoção. No que concerne à nutrição, as
euglenófitas são bastante versáteis. Em ambientes dotados de luz, elas realizam fotossíntese,
atuando como autótrofas. Em ambientes escuros, atuam como heterótrofas, ingerindo, via de
regra, partículas de alimento por fagocitose. Elas têm paramilo (polissacarídeo), como
substância de reserva.
* II (Euglenophyta), 4 (Euglenoides), E (Unicelular; sem parede celular; substância de reserva –
paramilo.)
* II-4-E
III. Foraminifera (foraminíferos)
- Neste grupo estão os protozoários dotados de uma carapaça externa, constituída de
carbonato de cálcio e de quitina. Essa carapaça apresenta várias perfurações, através das
quais se projetam pseudópodos que eles utilizam na captura de alimento. A maioria vive no
mar e muitas espécies flutuam constituindo parte importante do plâncton. Há espécies que
rastejam no fundo aquático ou vivem sobre algas e animais,
* III (Foraminifera), 5 (Foraminíferos), D (Possuem esqueleto perfurado, de quitina ou de
carbonato de cálcio.)
* III-5-D
IV. Phaeophyta (Feofíceas ou algas marrons)
- Todas as espécies desse grupo são multicelulares e vivem no mar. Sua cor está relacionada
com o pigmento fucoxantina, que mascara a clorofila. Algumas feofíceas são dotadas de partes
relativamente diferenciadas, que lembram os caules e as folhas das plantas. Seu talo se
assemelhe, em última análise, a uma planta herbácea. Nos mares tropicais há poucas espécies
dessas algas, entre as quais se destacam as do gênero Sargassum, fáceis de encontrar na
costa brasileira. Além de sua importância como produtores, as feofíceas são fontes de vários
produtos utilizados na indústria, dentre eles os alginatos, substância viscosa usadas na
fabricação de papel e nos cremes dentais e sorvetes, como estabilizadores. Laminaria e
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Macrocystis, são seus principais gêneros utilizados na produção de alginatos. As feofíceas têm
óleos e laminarina (polissacarídeo) como substâncias de reserva e sua parede celular é
composta por celulose e algina, havendo, também, carbonato de cálcio em algumas espécies.
* IV (Phaeophyta), 1 (Algas marrons), C (Multicelular; com parede celular composta por
celulose e algina; substâncias de reserva - óleos e laminarina.)
* IV-1-C
V. Sarcodina (Rhizopoda)
- Os sarcodíneos, também denominados rizópodas, correspondem a um filo dos protozoários,
cujos representantes mais conhecidos são as amebas. Eles têm como principal característica a
presença de expansões citoplasmáticas denominadas pseudópodes ("falsos pés"), utilizados
tanto para locomoção quanto para a captura de alimento, fazendo-o, neste caso, através da
fagocitose. A maioria das espécies desse grupo vive livremente em água doce ou do mar,
sobre os fundos e na vegetação submersa. É o caso, por exemplo, da Amoeba proteus, um
sarcodíneo de vida livre, extremamente simples em estrutura e com uma constante mudança
de forma. Algumas amebas podem viver no corpo humano sem causar prejuízos, em uma
relação denominada comensalismo, como é o caso da Entamoeba coli, que vive no intestino.
Há, por outro lado, espécies parasitas, como a Entamoeba histolytica, que se instalando no
intestino humano, provoca a doença conhecida como amebíase ou disenteria amebiana. O tipo
de reprodução mais comum entre os ameboides é a divisão binária (bipartição ou
cissiparidade). Nessa forma de reprodução assexuada, a célula se divide ao meio, por mitose,
dando origem a duas células filhas com a mesma informação genética da célula-mãe. Os
sarcodíneos também são capazes de se reproduzir sexuadamente. Neste caso, a célula, que é
diploide, divide-se por meiose gerando gametas morfologicamente iguais. A união desses
gametas forma um zigoto que se desenvolve gerando uma nova célula. Essa reprodução
sexuada é denominada copulação isogamética, pelo fato de se formarem dois gametas iguais
morfologicamente, e autogâmica, por serem procedentes de uma única célula pré-existente.
* V (Sarcodina), 3 (Amoeba proteus), B (Locomoção e captura de alimentos por meio de
pseudópodes. Há espécies de vida livre e parasitas.)
* V-3-B
VI. Zoomastigophora (zoomastigóforo ou flagelado)
- São protozoários que se locomovem por meio de estruturas filamentosas denominadas de
flagelos. A maioria das espécies possui uma ou duas dessas estruturas. Alguns
representantes, entretanto, podem apresentar dezenas de flagelos. Os flagelados podem viver
no meio aquático (no mar ou na água doce). Alguns têm vida livre, utilizando os flagelos para a
natação e a captura de alimentos. Outros são sésseis, vivendo fixos a um substrato. Neste
caso, os flagelos são utilizados para criar correntes líquidas que arrastam partículas de
alimentos para junto do seu “corpo”. Várias espécies de flagelados são parasitas, provocando
doenças em animais e na espécie humana. Entre os que parasitam seres humanos, citamos o
Trypanosoma cruzi (causador da doença de Chagas), a Leishmania brasiliensis (causadora da
leishmaniose) e o Trichomonas vaginalis (causador de inflamações e corrimentos vaginais).
* VI (Zoomastigophora), 6 (Trypanosoma cruzi), A (Apresentam flagelos, que permitem a
natação ou a captura de alimento. Possuem espécies de vida livre e parasitas.)
* VI-6-A

15. (UPE–2011)
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Era uma vez uma cigarra que vivia cantando, sem se preocupar com o futuro. Encontrando
uma formiga que carregava uma folha pesada, falou:
- Para que todo esse trabalho? O verão é para a gente aproveitar!
- Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso guardar comida para o inverno.
- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir.
- Se não mudar, você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio.
- O inverno ainda está longe, querida!
O inverno chegou, e a cigarra começou a passar frio e fome. Desesperada, foi bater na casa da
formiga.
Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta. Puxou-a para dentro,
agasalhou-a e alimentou-a. Porém disse à cigarra:
- No mundo das formigas, todos trabalham e, se você quiser ficar conosco, cumpra o seu
dever: toque e cante para nós.
Para a cigarra e para as formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.
Adaptado de Contos Tradicionais do Brasil
A cigarra e a formiga já foram tema de lendas, músicas e de contos. Analisando as proposições
abaixo sobre esses artrópodes, pode-se concluir que:
I II
0 0 - A divisão do corpo desses exemplares de Chilopoda restringe-se à cabeça e ao tronco.
1 1 - A formiga e a cigarra são hexápodes e díceros.
2 2 - A respiração desses insetos é do tipo traqueal.
3 3 - A alimentação desses exemplares de crustáceos ocorre por filtração.
4 4 - Aranhas e embuás são representantes da mesma classe de artrópodes que a cigarra e a
formiga.
GABARITO
FVVFF
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO 0 0 (“A divisão do corpo desses exemplares de Chilopoda restringe-se à
cabeça e ao tronco.”) – FALSA
* Chilopoda (quilópodes): classe filo Arthropoda (artrópodes), que tem como representantes
mais conhecidos as centopeias e as lacraias. Os seres que compõem essa classe têm o corpo
formado por cabeça e tronco, este último constituído por metâmeros torácicos e abdominais.
Na cabeça há um par de antenas. O tronco alongado é constituído por um número variável de
metâmeros, dependendo da espécie. Cada metâmero tem um par de pernas, sendo o primeiro
transformado em uma estrutura denominada forcípula, na extremidade da qual se abre uma
glândula de veneno, que eles utilizam para imobilizar suas presas.
* Ao contrário do que consta nesta proposição, a cigarra e a formiga não pertencem à classe
Chilopoda e sim à classe Insecta.
- PROPOSIÇÃO 1 1 (“A formiga e a cigarra são hexápodes e díceros.”) – VERDADEIRA
* A formiga e a cigarra (insetos), são, como consta nesta proposição, hexápodes (possuem 6
pernas) e díceros (possuem 1 par de antenas).
- PROPOSIÇÃO 2 2 (“A respiração desses insetos é do tipo traqueal.”) – VERDADEIRA
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* A formiga e a cigarra (insetos), apresentam, como consta nesta proposição, respiração do


tipo traqueal.
- PROPOSIÇÃO 3 3 (“A alimentação desses exemplares de crustáceos ocorre por filtração.”) –
FALSA
* Ao contrário do que consta nesta proposição, a formiga e a cigarra não são crustáceos e sim
insetos, como vimos acima.
- PROPOSIÇÃO 3 3 (“Aranhas e embuás são representantes da mesma classe de artrópodes
que a cigarra e a formiga.”) – FALSA
* Conquanto as aranhas, os embuás, as cigarras e as formigas, pertençam ao filo Arthropoda
(artrópodes), como consta nesta proposição, não pertencem à mesma classe, contrariando
esta proposição. As aranhas pertencem à classe Arachinida (aracnídeos). Os embuás à classe
Diplopoda (diplópodes). As cigarras e as formigas à classe Insecta (insetos), como vimos
acima.

16. (UPE-2014) Observe a tirinha a seguir:

(Disponível em:
http://www.estudavest.com.br/index/questoes/?resolver=23319&prova=&q=&inicio=&instituicao
=&uf=&ano=&cat=1&subcat=)
Nela Mafalda informa ao seu colega Miguelito que fará uma redação sobre a vaca. Para isso,
ela fez uma pesquisa e solicitou à professora de Biologia que corrigisse a sua produção textual
antes de entregar à professora de redação. A pesquisa, além de conter as informações
fornecidas por Miguelito, continha também a classificação zoológica desse animal, segundo o
sistema de classificação proposto por Carl Woese e colaboradores (1990). Sobre a
classificação taxonômica da vaca, assinale a alternativa correta.
a) Domínio: Eukarya; Reino: Mammalia; Filo: Animalia; Classe: Chordata; Ordem:
Perissodactyla; Família: Artiodactylidae; Gênero: Bos; Espécie: Bos taurus.
b) Domínio: Eukarya; Reino: Mammalia; Filo: Animalia; Classe: Chordata; Ordem: Bovidactyla;
Família: Artiodactylidae; Gênero: Bos; Espécie: Bos taurus.
c) Domínio: Archaea; Reino: Chordata; Filo: Animalia; Classe: Mammalia; Ordem: Artiodactyla;
Família: Bovidae; Gênero: Bos; Espécie: Bos taurus.
d) Domínio: Eukarya; Reino: Animalia; Filo: Chordata; Classe: Mammalia; Ordem: Artiodactyla;
Família: Bovidae; Gênero: Bos; Espécie: Bos taurus.
e) Domínio: Archaea; Reino: Animalia; Filo: Mammalia; Classe: Chordata; Ordem:
Perissodactyla; Família: Perissodactylidae; Gênero: Bos; Espécie: Bos taurus.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Domínio: Eukarya; Reino: Animalia; Filo: Chordata; Classe: Mammalia; Ordem: Artiodactyla;
Família: Bovidae; Gênero: Bos; Espécie: Bos taurus.”)
Classificação científica da vaca (Bos taurus):
* Domínio: Eukarya
* Reino: Animalia
* Filo: Chordata
* Classe: Mammalia
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* Ordem: Artiodactyla
* Família: Bovidae
* Subfamília: Bovinae
* Gênero: Bos
* Espécie: Bos taurus
* Subespécies: Bos taurus taurus e Bos taurus indicus
COMPLEMENTO
I. Domínio (super-reino): designação dada em biologia ao taxon de nível mais elevado utilizado
para agrupar os organismos numa classificação científica. O domínio agrupa os
diferentes reinos, sendo a mais inclusiva das divisões taxonômicas em que se dividem
as espécies que compõem a vida na Terra (figura abaixo). Sistema dos Três Domínios é, em
última análise, uma forma de agrupar os diferentes reinos da taxonomia tradicional em três
grandes clades designadas por domínios. Este esquema classificativo, que tem tido larga
aceitação, foi proposto por Carl Woese em 1990, tendo por base as relações genéticas entre
os seres. Neste contexto, são conhecidos três domínios:
a) Domínio Eubacteria, que inclui as bactérias.
b) Domínio Archaea, anteriormente chamado Archaebacteria, que inclui os procariontes que
não recaem na classificação anterior, como os metanogênicos e alguns termófilos.
c) Domínio Eukaria, que inclui todos os eucariontes [seres com um núcleo celular organizado,
dotados de carioteca (Protista, Fungi, Plantae e Animalia)].
Como se pode constatar, essa classificação não inclui os vírus em face de a dificuldade
em integrá-los entre os seres vivos devido à ausência de algumas das características
“definidoras” de vida. Não obstante essas dificuldades, a qual se acresce o fato da
nomenclatura utilizada para os vírus não ser binomial, surgiu uma classificação alternativa,
criando um quarto domínio chamado Aphanobionta, composto exclusivamente pelos vírus.

II. Subfamília: divisão da família que compreende dois ou mais gêneros afins. Em zoologia é
caracterizada pela adição do sufixo inae, como no caso da subfamília Bovinae, citada acima.
Em botânica, ela é caracterizada, via de regra, pela adição do sufixo oideae.
III. Subespécie: havendo necessidade de escrever o nome científico de uma subespécie, ele
deve ser escrito após o da espécie, como letra minúscula e também em destaque, como no
caso das subespécies Bos taurus taurus e Bos taurus indicus, referidas acima.
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JUSTIFICATIVA
* Analisando-se o exposto acima, podemos concluir que a alternativa correta é a D (“Domínio:
Eukarya; Reino: Animalia; Filo: Chordata; Classe: Mammalia; Ordem: Artiodactyla; Família:
Bovidae; Gênero: Bos; Espécie: Bos taurus.”)
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VIGÉSIMA-QUINTA BATERIA (ZOOLOGIA)

01. (UPE-2002) A piranha, a preguiça e a capivara são animais registrados no Guiness Book
(Livro do Recordes), respectivamente, como o peixe mais feroz, o mamífero mais lento e o
maior roedor do mundo. Sobre essas espécies da fauna brasileira, assinale a alternativa
correta.
a) A piranha pertence à classe Osteicties, apresentando bexiga natatória, boca ventral e
intestino longo com válvula em espiral.
b) A preguiça e a capivara são, respectivamente, mamíferos pertencentes às ordens Edentata
ou Xenartra e Rodentia.
c) Esses animais são classificados como Eutheria e Methateria em função da reprodução.
d) As três espécies mencionadas distribuem-se na Região Neotrópica, em florestas tropicais,
como a Mata Atlântica e a Mata de Araucária.
e) A dentição desses animais é bem desenvolvida e adaptada ao hábito alimentar.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“A preguiça e a capivara são, respectivamente, mamíferos pertencentes às ordens Edentata
ou Xenartra e Rodentia.”)
JUSTIFICATIVA
ALTERNATIVA A (“A piranha pertence à classe Osteicties, apresentando bexiga natatória,
boca ventral e intestino longo com válvula em espiral.”) – INCORRETA
* Ao contrario do que consta nesta alternativa, boca ventral e válvula em espiral são
características dos Chondricthyes (condrictes ou peixes cartilaginosos) e não dos Osteicties
(peixes ósseos).
ALTERNATIVA B (“A preguiça e a capivara são, respectivamente, mamíferos pertencentes às
ordens Edentata ou Xenartra e Rodentia.”) – CORRETA
* A preguiça e a capivara pertencem à classe Mammalia (mamíferos), subclasse Eutheria
[euterianos (placentários)] e ordens Edentata (ou Xenartra) e Rodentia, respectivamente, como
consta nesta alternativa.
COMPLEMENTO
Principais ordens dos mamíferos placentários (euterianos):
I. Edentata ou Xenarthra ou Xenartros ou desdentados (preguiças, tamanduá, tatus, etc.).
II. Rodentia (capivaras, ratos, camundongos, cobaias, chinchilas, esquilos, preás, cutias,
pacas, marmotas, castores, lemingues, porcos-espinhos, etc.).
III. Cetacea (baleias, golfinhos)
IV. Sirenia (peixe-boi).
V. Chiroptera (morcegos).
VI. Lagomorpha (coelhos, lebres, etc.)
VII. Carnivora (cães, lobos, gatos, leões, tigres, onças, hienas, focas, etc.).
VIII. Proboscídea (elefantes).
IX. Perissodactyla (cavalos, zebras, rinocerontes, antas, etc.).
X. Artiodactyla (bois, porcos, cabras, carneiros, girafas, camelos, hipopótamos, búfalos,
veados, antílopes, cervos, lhamas, etc.).
XI. Insectivora (toupeiras, musaranhos, etc.)
XII. Primata, com três subordens: lêmures, társios e antropoides (mico, sagui, bugio, Rhesus,
mandril, babuíno, gorila, chimpanzé, orangotango, Homo sapiens, etc.).
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ALTERNATIVA C (“Esses animais são classificados como Eutheria e Methateria em função da


reprodução.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a preguiça e a capivara pertencem à subclasse
Eutheria [euterianos (placentários)].
COMPLEMENTO
- A classe Mammalia (mamíferos) é dividida em três subclasses: Prototheria [prototerianos
(monotrematas)], Metatheria [metaterianos (marsupiais)] e Eutheria [euterianos (placentários)].
I. Prototheria: formada por uma única ordem, a dos monotremados, que são os mamíferos mais
primitivos, encontrados, atualmente, na Austrália e na Nova Guiné. Eles não possuem placenta
e mantêm caracteristicas de aves e repteis, como bico córneo, oviparidade e cloaca. Suas
glândulas mamárias são simples, sem mamilos, e se dispõem ao longo de duas pregas
abdominais da pele. O monotremata mais conhecido é o ornitorrinco (ornito = ave + rinco =
bico). Ele possui um bico achatado, semelhante aos dos patos e dedos palmados, adaptados
para a natação. Escava buracos nas margens dos rios, depositando seus ovos em ninho de
folhas e gravetos. Outro monotremata é a equidna, que possui corpo coberto de pelos grossos
e espinhos e, a exemplo dos ornitorrincos, apresenta bico semelhante aos das aves.
II. Metatheria: com uma única ordem, as dos marsupiais é um grupo relativamente bem
diversificado. São representados por espécies grandes e pequenas; carnívoras e herbívoras;
ágeis e lentas; corredoras; saltadoras e arborícolas. Não apresentam uma “placenta
verdadeira”. Sua característica marcante é o marsúpio, onde os embriões completam o seu
desenvolvimento. Os metaterianos mais conhecidos são os cangurus, os coalas e os lobos-da-
tasmânia. No Brasil, são comuns os gambás e as cuícas.
III. Eutheria (placentários): uma característica marcante dessa subclasse é a presença de
placenta.
ALTERNATIVA D (“As três espécies mencionadas distribuem-se na Região Neotrópica, em
florestas tropicais, como a Mata Atlântica e a Mata de Araucária.”) – INCORRETA
* Piranhas não são encontradas na Mata de Araucárias.
- Preguiças não são encontradas na Mata de Araucárias.
- Capivaras não são encontradas na Mata de Araucárias.
ALTERNATIVA E (“A dentição desses animais é bem desenvolvida e adaptada ao hábito
alimentar.”) – INCORRETA
* Como vimos na alternativa B, as preguiças pertencem à ordem Edentata (Xenarthra ou
Xenartros ou desdentados).

02. (UPE-2003) Quando se fase em biodiversidade, logo vêm a mente as matas brasileiras
com seus animais exóticos. No entanto, o ambiente marinho apresenta uma diversidade de
fauna que há muito atrai mergulhadores, fotógrafos da natureza e pesquisadores. Sobre os
invertebrados marinhos, analise as proposições abaixo.
I II
0 0 – As estrelas-do-mar possuem hábito alimentar carnívoro, alimentando-se
preferencialmente de ostras. A digestão é externa porque o animal lança enzimas digestivas no
corpo da presa. Algumas espécies apresentam cinco dentes que formam a lanterna de
Aristóteles para triturar o alimento.
1 1 – Assim como as esponjas, as ostras são animais filtradores que se nutrem basicamente
de partículas alimentares e organismos planctônicos. O alimento se mistura com o muco
produzido pelo epitélio da cavidade do manto, sendo conduzido ao trato digestório pelos
batimentos dos filamentos branquiais. Alguns bivalves apresentam rádula para raspar
alimentos no substrato.
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2 2 – Os poríferas são hermafroditas com fecundação interna. Do zigoto desenvolve-se uma


larva ciliada que se fixa, originando uma nova esponja. Ocorre reprodução assexuada por
brotamento, através de gemas laterais, semelhantes à dos hidrozoários, representantes dos
cnidários.
3 3 – Em muitas espécies de cnidários, há duas fases de vida que se alternam, cada uma
efetuando um tipo de reprodução: sexuada e assexuada. A fase de pólipo se reproduz
assexuadamente por estrobilização, dando origem a medusas que, por reprodução sexuada,
originam a colônia de pólipos.
4 4 – A Physalia, conhecida como caravela, é uma colônia cujos indivíduos são especializados
em diferentes funções, tais como nutrição, defesa e reprodução. Os pólipos com função de
defesa possuem células especializadas, os coanócitos, que liberam substância urticante.
GABARITO
FFVVF
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO 0 0 (“As estrelas-do-mar possuem hábito alimentar carnívoro, alimentando-se
preferencialmente de ostras. A digestão é externa porque o animal lança enzimas digestivas no
corpo da presa. Algumas espécies apresentam cinco dentes que formam a lanterna de
Aristóteles para triturar o alimento.”) – FALSA
* As estrelas-do-mar (filo Echinodermata, classe Asteroidea) são marinhas e carnívoras,
alimentando-se, preferencialmente, de corais, moluscos e outros equinodermos, como as
ostras. Para se alimentar, elas lançam o estômago pela boca, localizada em sua face oral na
parte inferior do corpo, tendo, portanto, digestão extracorpórea.
* Ao contrário do que consta nesta proposição, as estrelas-do-mar não possuem lanterna de
Aristóteles, que ocorre nos ouriços.
* O ouriço [filo Echinodermata, classe Echinoidea (equinoides)] possui a boca guarnecida por
dentes calcários que fazem parte de uma estrutura típica do grupo, denominada lanterna de
Aristóteles, com a qual raspa as algas presas nas rochas, seu principal alimento. Essa
denominação se deve a Aristóteles, que a descreveu pormenorizadamente.
- PROPOSIÇÃO 1 1 (“Assim como as esponjas, as ostras são animais filtradores que se
nutrem basicamente de partículas alimentares e organismos planctônicos. O alimento se
mistura com o muco produzido pelo epitélio da cavidade do manto, sendo conduzido ao trato
digestório pelos batimentos dos filamentos branquiais. Alguns bivalves apresentam rádula para
raspar alimentos no substrato.”) – FALSA
* As esponjas [filo Porífera (poríferos)] são animais filtradores, alimentando-se das partículas
orgânicas contidas na água que circula através do seu corpo, entrando pelos poros e saindo
pelo ósculo (abertura presente no ápice do corpo).
* As ostras [filo Mollusca (moluscos), classe Bivalvia (bivalvos)] filtram partículas alimentares e
algas verdes microscópicas, que são conduzidas à boca em seguida. Dessa forma, elas são
filtradoras, a exemplo das esponjas, como consta nesta proposição.
* Ao contrário do que consta nesta proposição, a cavidade do manto está relacionada com a
respiração. Na maioria dos moluscos (filo Mollusca) a parede dorsal do corpo forma um par de
dobras (manto), que delimita a cavidade do manto e dá origem às brânquias ou pulmões.
* Ao contrário do que consta nesta proposição, os bivalvos (filo Mollusca, classe Bivalvia) não
possuem rádula (“língua raladora”).
- PROPOSIÇÃO 2 2 (“Os poríferas são hermafroditas com fecundação interna. Do zigoto
desenvolve-se uma larva ciliada que se fixa, originando uma nova esponja. Ocorre reprodução
assexuada por brotamento, através de gemas laterais, semelhantes à dos hidrozoários,
representantes dos cnidários.”) – VERDADEIRA
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* As características referidas nesta proposição, estão presentes nos representantes dos


poríferos [filo Porífera (esponjas)].
- PROPOSIÇÃO 3 3 (“Em muitas espécies de cnidários, há duas fases de vida que se
alternam, cada uma efetuando um tipo de reprodução: sexuada e assexuada. A fase de pólipo
se reproduz assexuadamente por estrobilização, dando origem a medusas que, por reprodução
sexuada, originam a colônia de pólipos.”) – VERDADEIRA
* O processo descrito nesta proposição, que ocorre em alguns cnidários [Filo Cnidaria
(celenterados)], como a Aurelia, é denominado metagênese ou alternância de gerações, nela
pólipos dão origem, por meio de reprodução assexuada, a medusas, que geram pólipos por
reprodução sexuada.
- PROPOSIÇÃO 4 4 (“A Physalia, conhecida como caravela, é uma colônia cujos indivíduos
são especializados em diferentes funções, tais como nutrição, defesa e reprodução. Os pólipos
com função de defesa possuem células especializadas, os coanócitos, que liberam substância
urticante.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta proposição, os coanócitos ocorrem em poríferas [filo
Porífera (esponjas)] e não na Physalia, que pertence ao filo Cnidaria (cnidários ou
celenterados).
* Coanócitos (figura abaixo): são células ovoides, flageladas, dotadas de expansão
membranosa em forma de colarinho que revestem o átrio ou espongiocele (cavidade interna)
dos poríferos. O movimento dos seus flagelos cria a corrente liquida que circula através do
corpo das esponjas, trazendo partículas nutritivas e oxigênio e eliminando excreções e gás
carbônico (resíduos não aproveitáveis).

A referida figura mostra, ainda, três outros tipos de células presentes nos poríferos:
I. Pinacócitos: células achatadas e bem unidas que revestem a parte externa dos espongiários,
como uma espécie de epiderme.
II. Porócitos: células dotadas de um canal central que a atravessa o citoplasma de lado a lado.
Elas se localizam entre os pinacócitos, formando um poro por onde a água penetra no corpo
das esponjas.
III. Amebócitos (arqueócitos): células livres, presentes na substância gelatinosa localizada
entre as camadas de pinacócitos e coanócitos. Os amebócitos dão origem a todos os outros
tipos de células das esponjas, sendo, portanto, responsáveis pelo seu crescimento e sua
capacidade de regeneração. Uma importante função dessas células é distribuir nutrientes pelo
corpo dos poríferos. Neste contexto, elas capturam, por endocitose, partículas alimentares
transferidas pelos coanócitos e as digere intracelularmente. As partículas oriundas dessa
digestão são transferidas para as diversas células (pinacócitos, porócitos, etc.), durante o
deslocamento dos amebócitos pelo meso-hilo.

03. (UPE-2003) Escolha a alternativa que melhor preenche os espaços, dando sentido ao
texto.
Os .....1..... são animais com exoesqueleto quitinoso e apêndices articulados. O corpo é
dividido em ....2..... No lugar de maxilas e mandíbulas existem ....3..... com garras e acúleo
inoculador de veneno. A circulação é .....4....., e o coração situa-se dorsalmente no abdome.
Em algumas espécies, pigmentos como a ....5....., transportam os gases respiratórios. A
respiração nesse grupo é do tipo .....6..... e a excreção é realizada através de .....7..... O
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sistema nervoso é constituído por gânglios e possuem .....8..... com função sensorial.
Apresentam sexos separados com fecundação interna e são .....9..... com desenvolvimento
.....10..... O crescimento do animal se dá através de mudas, nas quais o exoesqueleto é
substituído por um novo e maior.
a) 1 – araneídeos; 2 – cefalotórax e abdome; 3 – quelíceras; 4 – aberta; 5 – hemocianina; 6 –
filotraqueal; 7 – túbulos de Malpighi; 8 – ocelos; 9 – ovíparos; 10 – direto.
b) 1 – escorpionídeos; 2 – cefalotórax, abdômen e pós- abdome; 3 – quelíceras; 4 – aberta; 5 –
hemocianina; 6 – filotraqueal; 7 – glândulas verdes; 8 – ocelos; 9 – vivíparos; 10 – indireto.
c) 1 – insetos; 2 – cabeça, tórax e abdome; 3 – forcípulas; 4 – aberta; 5 – hemoglobina; 6 –
traqueal; 7 – túbulos de Malpighi; 8 – antenas; 9 – ovíparos; 10 – indireto.
d) 1 – crustáceos; 2 – cefalotórax e abdome; 3 – pedipalpos; 4 – fechada; 5 – hemoglobina; 6 –
branquial; 7 – glândulas coxais; 8 – antenas; 9 – ovovivíparos; 10 – indireto.
e) 1 – diplópodos; 2 – cabeça e tronco; 3 – forcípulas; 4 – aberta; 5 – hemocianina; 6 –
filotraqueal; 7 – túbulos de Malpighi; 8 – antenas; 9 – ovíparos; 10 – direto.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“1 – araneídeos; 2 – cefalotórax e abdome; 3 – quelíceras; 4 – aberta; 5 – hemocianina; 6 –
filotraqueal; 7 – túbulos de Malpighi; 8 – ocelos; 9 – ovíparos; 10 – direto.”)
ARANEÍDEOS (aranhas)
- Compreende um grupo mais ou menos homogêneo de artrópodes, conhecidos genericamente
por aranhas. São encontradas, via de regra, sobre o solo, entre as árvores, formando teias
fabricadas por secreções glandulares.
- Seu corpo é formado por cefalotórax (prossoma) e abdome (opistossoma).
- Possuem ao redor da boca, um par de quelíceras, que apresentam um aspecto de garra, em
cujo interior existe o ducto de uma glândula de veneno. Abaixo das quelíceras existe uma
lâmina mastigadora, empregada na fragmentação dos alimentos. As quelíceras servem,
portanto, para agarrar e matar as presas, que serão trituradas pelas lâminas mastigadoras.
- Sistema circulatório é aberto ou lacunar, com um coração contrátil dorsal, artérias e hemocele
(conjunto de seios sanguíneos), cuja hemolinfa contém hemocianina, como pigmento
respiratório.
- Sistema respiratório formado por uma bolsa, de cujas paredes partem numerosos filamentos
que se dispõem como folhas de um livro entreaberto, recebendo, por isso, a denominação de
fillotraqueias (pulmões foliáceos).
- Sistema excretor: a eliminação dos catabolitos ocorre através de tubos de Malpighi, que se
abrem no intestino.
- O sistema nervos é concentrado, compreendendo um gânglio bilobado acima do esôfago, que
se acha unido a uma grande massa nervosa ganglionar e ventral, da qual partem nervos para
todas as regiões do corpo. Seus olhos (simples), conhecidos como ocelos, são formados por
uma “lente” quitinosa, células epiteliais, células retinianas e filamentos nervosos.
- São animais de sexos separados (dioicos) e ovíparos. Dos ovos eclodem jovens semelhantes
aos pais, tendo, portanto, desenvolvimento direto.
- ALTERNATIVA B (“1 – escorpionídeos; 2 – cefalotórax, abdômen e pós-abdome; 3 –
quelíceras; 4 – aberta; 5 – hemocianina; 6 – filotraqueal; 7 – glândulas verdes; 8 – ocelos; 9 –
vivíparos; 10 – indireto.”) – INCORRETA
ESCORPIONÍDEOS (escorpiões)
* Incorreções desta alternativa:
I. Glândulas verdes ocorrem nos crustáceos (7).
II. Desenvolvimento direto (10).
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- ALTERNATIVA C (“1 – insetos; 2 – cabeça, tórax e abdome; 3 – forcípulas; 4 – aberta; 5 –


hemoglobina; 6 – traqueal; 7 – túbulos de Malpighi; 8 – antenas; 9 – ovíparos; 10 – indireto.”) –
INCORRETA
INSETOS (mosca, pernilongos, gafanhotos, traças-dos-livros, barata, percevejos, borboletas,
pulgas, etc.).
* Incorreções desta alternativa:
I. Não possuem forcípulas (3).
* Presente nos quilópodos, a forcípula apresenta, na sua extremidade, uma glândula de veneno
que esses animais (carnívoros predadores) utilizam para imobilizar suas presas.
II. Hemolinfa incolor sem pigmentos respiratórios (5).
III. Podem apresentar três tipos de desenvolvimento (10):
IIIa. Direto, sem metamorfose (ametábolo), caso das traça-dos-livros.
IIIb. Indireto, com metamorfose gradual ou incompleta (hemimetábolo), caso dos percevejos,
gafanhotos, baratas, etc.
IIIc. Indireto, com metamorfose completa (holometábolo), caso das pulgas, das moscas, das
borboletas, etc.
- ALTERNATIVA D (“1 – crustáceos; 2 – cefalotórax e abdome; 3 – pedipalpos; 4 – fechada; 5
– hemoglobina; 6 – branquial; 7 – glândulas coxais; 8 – antenas; 9 – ovovivíparos; 10 –
indireto.”) – INCORRETA
CRUSTÁCEOS (siris, lagostas, camarões, cracas, etc.)
* Incorreções desta alternativa:
I. Não possuem pedipalpos (3).
- Pedipalpos: estruturas situadas ao redor da boca dos aracnídeos que, dependendo do grupo,
podem exercer diversas funções. Eles são exclusivos dos quelicerados [Arachinida (aranhas e
escorpiões) e Merostomata (representada pelo gênero Limulus (límulos ou caranguejos-pata-
de-cavalo)], não ocorrendo nos mandibulados [Crustacea (siris, lagostas, camarões, etc.),
Insecta (mosca, pernilongos, gafanhotos, traças-dos-livros, barata, percevejos, borboletas,
pulgas, etc.), Diplopoda (embuás) e Chilopoda (lacraias, centopeias, etc.)].
II. Circulação aberta ou lacunar (4).
III. Possuem hemocianina, como pigmento respiratório (5).
IV. Possuem glândulas verdes (glândulas antenais) (7).
V. São ovíparos.
VI. Algumas espécies de crustáceos apresentam desenvolvimento direto e outras
desenvolvimento indireto (10).
- ALTERNATIVA E (“1 – diplópodos; 2 – cabeça e tronco; 3 – forcípula (não); 4 – aberta; 5 –
hemocianina; 6 – filotraqueal; 7 – túbulos de Malpighi; 8 – antenas; 9 – ovíparos; 10 – direto.”)
– INCORRETA
DIPLÓPODOS (embuás e piolhos-de-cobra). Lembramos que as lacraias e as centopeias
pertencem ao grupo dos quilópodos. Em fase de apresentarem muitas pernas, os diplópodos e
os quilópodos são denominados miriápodes e agrupados na superclasse Myriapoda.
* Incorreções desta alternativa:
I. Cabeça, tórax (curto) e abdome (2).
II. Não possuem forcípula (3).
* Presente nos quilópodos, a forcípula apresenta, na sua extremidade, uma glândula de veneno
que esses animais (carnívoros predadores) utilizam para imobilizar suas presas.
III. Sem pigmentos respiratórios (5).
IV. Respiração traqueal (6).
V. Desenvolvimento direto (os ovos se desenvolvem sem estágios intermediários, produzindo
indivíduos semelhantes aos adultos) em alguns representantes e indiretos (nos quais os
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indivíduos jovens passam por fases larvais antes de se transformarem em adultos) em outros
representantes. Náuplio, zoé e esquizópoda, são alguns tipos de larvas encontradas nos
crustáceos.

04. (UPE-2004) Identifique a Classe de Vertebrado [?] cujas características estão apresentadas
no diagrama.

Assinale a alternativa correta.


a) Osteichthyes.
b) Amphibia.
c) Reptilia.
d) Aves.
e) Mammalia.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Reptilia.”)
OSTEICHTHYES (peixes ósseos)
CARACTERÍSTICAS APRESENTADAS NO DIAGRAMA
I. Fecundação interna
* A maioria dos representantes tem fecundação externa.
II. Ovovivíparos
* A maioria das espécies é ovípara.
III. Presença de glândula de sal
* Não possuem glândulas de sal.
IV. Amniota
* São anamniotas (não possuem âmnio).
V. Uricotélico
* A maioria é amoniotélica (excreta principalmente amônia).
VI. Circulação dupla
* Apresentam circulação simples.
AMPHIBIA
CARACTERÍSTICAS APRESENTADAS NO DIAGRAMA
I. Fecundação interna
* A fecundação é externa, na maioria dos representantes.
II. Ovovivíparos:
* A maioria das espécies é ovípara.
III. Presença de glândula de sal
* Não possui glândulas de sal.
IV. Amniota
* São anamniotas (não possuem âmnio).
V. Uricotélico
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* Os adultos são ureotélicos (excretam principalmente ureia). As larvas são amoniotélicas


(excretam principalmente amônia).
VI. Circulação dupla
* A circulação é realmente dupla.
REPTILIA
CARACTERÍSTICAS APRESENTADAS NO DIAGRAMA
I. Fecundação interna
* A fecundação realmente interna.
II. Ovovivíparos
* Em geral ovíparos. Algumas espécies são ovovivíparas.
III. Presença de glândula de sal
* Presente nas tartarugas marinhas.
IV. Amniota
* É realmente amniota (possui âmnio).
V. Uricotélico
* É realmente uricotélico (excreta principalmente ácido úrico).
VI. Circulação dupla
* A circulação é realmente dupla.
AVES
CARACTERÍSTICAS APRESENTADAS NO DIAGRAMA
I. Fecundação interna
* A fecundação é realmente interna.
II. Ovovivíparos
* São ovíparas.
III. Presença de glândula de sal
* Gaivotas, albatrozes, pelicanos e outras aves marinhas possuem glândulas de sal.
IV. Amniota
* São realmente amniotas (possuem âmnio).
V. Uricotélico
* São realmente uricotélicas (excretam principalmente ácido úrico).
VI. Circulação dupla
* A circulação é realmente dupla.
MAMMALIA
CARACTERÍSTICAS APRESENTADAS NO DIAGRAMA
I. Fecundação interna
* A fecundação é realmente interna.
II. Ovovivíparos
* Os prototerianos (ornitorrincos e equidnas) são ovíparos. Os metaterianos (marsupiais) e os
euterianos (placentários) são vivíparos.
III. Presença de glândula de sal
* Não possui glândulas de sal.
IV. Amniota
* É realmente amniota (possui âmnio).
V. Uricotélico
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* As espécies dessa classe são ureotélicas (excretam principalmente ureia), com exceção dos
prototerianos (ornitorrincos e equidnas) que são uricotélicos (excretam principalmente ácido
úrico).
VI. Circulação dupla
* A circulação é realmente dupla.
JUSTIFICATIVA
* Analisando-se a descrição acima, constata-se que apenas os répteis (Reptilia) apresentam
todas as características apresentadas no diagrama (“fecundação interna, ovovivíparos,
presença de glândulas de sal, amniota, uricotélico e circulação dupla”). Dessa forma, a
alternativa correta è C (“Reptilia”).

05. (UPE-2004) Estabeleça a correta associação entre o inseto apresentado na figura, o


respectivo tipo de desenvolvimento e a sua denominação.

Assinale a alternativa que apresenta a associação correta.


a) A 2 III, B 1 I e C 3 II.
b) A 1 II, B 2 III e C 3 I.
c) A 3 I, B 1 II e C 2 III.
d) A 2 II, B 3 III e C 1 I.
e) A 3 III, B 2 I e C 1 II.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“A 2 III, B 1 I e C 3 II.”)
JUSTIFICATIVA
Os insetos podem apresentar três tipos de desenvolvimento:
a) Ametábolo: desenvolvimento direto, sem metamorfose. Do ovo emerge um organismo muito
semelhante ao adulto. É caso das traça-dos-livros.
b) Hemimetábolo: desenvolvimento indireto, com metamorfose gradual ou incompleta. As
formas jovens já apresentam algumas semelhanças com o adulto, que vão se tornando cada
vez maior a cada muda ou ecdise. Nesses insetos, os estágios de desenvolvimento são
chamados ninfas, que apresentam menor tamanho e asas extremamente reduzidas. Caso dos
percevejos, gafanhotos, grilos, cupins, piolhos, etc.
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c) Holometábolo: desenvolvimento indireto, com metamorfose completa, passando por


profundas mudanças, em que os tecidos larvais são destruídos e formados novos tecidos,
característicos do adulto. Neste caso, a fase de pupa é extremamente importante no momento
da transformação da larva em adulto, também conhecido como imago, que rompe a cutícula
pupal e emerge, não sofrendo mais nenhuma mudança. Caso das moscas, das borboletas, das
pulgas, dos besouros, etc.
- A (mosca), 2 (indireto, com metamorfose completa), III (holometábolo).
* A-2-III
- B (traça), 1 (direto), I (ametábolo).
* B-1-I
- C (barbeiro), 3 (indireto, com metamorfose gradual ou incompleta), II (hemimetábolo).
* C-3-II
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“A 2 III, B 1 I e C 3 II.”)

06. (UPE-2005) Analise as características morfológicas e fisiológicas das aves.


I II
0 0 - Excretam ácido úrico por meio de uma bexiga urinária.
1 1 - Apresentam pulmões compactos que se expandem em bolsas de ar, denominadas de
sacos aéreos.
2 2 - São ovíparas e seus ovos se desenvolvem fora do corpo da fêmea, contribuindo para a
redução do seu peso.
3 3 - Apresentam a pele lubrificada, devido à presença de glândulas uropigianas distribuídas
pelo corpo do animal.
4 4 - Possuem a siringe que, localizada na traqueia, é responsável pela emissão dos sons
produzidos por esses animais.
GABARITO
FVVFV
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“Excretam ácido úrico por meio de uma bexiga urinária.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a excreção de ácido úrico, nas aves, ocorre
através da cloaca. As aves são desprovidas de bexiga urinária, contrariando o contido nesta
alternativa.
COMPLEMENTO
* A principal excreta das aves, bem como dos repteis, é o ácido úrico, por isto eles são
considerados seres uricotélicos.
* Nas aves, o ácido úrico, removido do sangue pelos rins é levado à cloaca pelos ureteres, na
qual a maior parte da água é absorvida e o ácido úrico, bastante concentrado, é eliminado
juntamente com as fezes.
- ALTERNATIVA 1 1 (“Apresentam pulmões compactos que se expandem em bolsas de ar,
denominadas de sacos aéreos.”) – VERDADEIRA
* A respiração nas aves ocorre através de pulmões, que consistem em finos tubos
(parabronquíolos), cuja parede é irrigada por capilares sanguíneos, que permitem as trocas
gasosas entre o sangue e o ar inalado. Dos pulmões partem bolsas de ar (sacos aéreos), que
se expandem, ocupando as partes anterior e posterior do corpo desses organismos.
- ALTERNATIVA 2 2 (“São ovíparas e seus ovos se desenvolvem fora do corpo da fêmea,
contribuindo para a redução do seu peso.”) – VERDADEIRA
* As aves produzem ovos (são ovíparas) com casca, constituída por carbonato de cálcio,
protegendo o embrião contra agressões. Sendo porosa, a casca do ovo, permite as trocas
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gasosas entre o embrião e o meio ambiente. A fecundação é interna e o desenvolvimento dos


ovos, que são liberados pela cloaca, ocorre fora do corpo da fêmea.
- ALTERNATIVA 3 3 (“Apresentam a pele lubrificada, devido à presença de glândulas
uropigianas distribuídas pelo corpo do animal.”) – FALSA
* A pele das aves é queratinizada, seca e impermeável, o que dificulta a perda de água e
possibilita a adaptação a ambientes terrestres secos. A epiderme pluriestratificada não
apresenta glândulas, exceto as glândulas uropigianas, situadas sobre a região posterior do
corpo, acima da base da cauda, e que secretam um óleo, utilizado na impermeabilização das
penas e não da pele, como consta nesta alternativa. Dessa forma, as aves não possuem
glândulas uropigianas por todo o corpo, como destacado nesta alternativa. Elas se situam, ao
contrário, apenas na região caudal.
- ALTERNATIVA 4 4 (“Possuem a siringe que, localizada na traqueia, é responsável pela
emissão dos sons produzidos por esses animais.”) – VERDADEIRA
* O canto, que é gerado pela siringe, é uma interessante característica das aves. A siringe,
órgão fonador, localiza-se na base da traqueia.

07. (UPE–2006) Archaeopteryx representa o fóssil mais antigo das aves. Com
aproximadamente 9.000 espécies atuais, as aves descenderam de um ramo de répteis
dinossauros bípedes e evoluíram no período Jurássico, há cerca de 150 milhões de anos.
Entre outras características, as aves apresentam:
I II
0 0 - Ovos adaptados à vida terrestre, com casca impermeável de bicarbonato de cálcio, que
impede as trocas com o meio externo, evitando a contaminação e a desidratação dos ovos.
1 1 - Pulmões pequenos e bexiga urinária, que armazena excretas nitrogenadas na forma de
ácido úrico.
2 2 - Siringe, órgão do canto, responsável pela produção de sons característicos, utilizados
nas demarcações de territórios.
3 3 - Quilha, que é atrofiada nas aves carenatas adaptadas ao voo e, bem desenvolvida nas
aves ratitas, que não voam.
4 4 - Penas, característica marcante do grupo, lubrificadas por uma secreção gordurosa,
secretada pela glândula uropigiana.
GABARITO
FFVFV
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“Ovos adaptados à vida terrestre, com casca impermeável de
bicarbonato de cálcio, que impede as trocas com o meio externo, evitando a contaminação e a
desidratação dos ovos.”) – FALSA
* Conquanto as aves apresentem ovos com casca, constituída por carbonato de cálcio, ela é
porosa, permitindo que haja trocas gasosas entre o embrião e o meio ambiente, contrariando o
contido nesta alternativa.
- ALTERNATIVA 1 1 (“Pulmões pequenos e bexiga urinária, que armazena excretas
nitrogenadas na forma de ácido úrico.”) – FALSA
* Embora nas aves (seres uricotélicos), o principal excreta nitrogenado seja o ácido úrico, como
consta nesta alternativa, elas não possuem bexiga urinária. Nelas, o ácido úrico, removido do
sangue pelos rins é levado à cloaca pelos ureteres, na qual a maior parte da água é absorvida
e o ácido úrico, bastante concentrado, é eliminado juntamente com as fezes. Como a dilatação
dos pulmões das aves é limitada, partem deles bolsas de ar (sacos aéreos), que se expandem,
ocupando as partes anterior e posterior do corpo desses seres.
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- ALTERNATIVA 2 2 (“Siringe, órgão do canto, responsável pela produção de sons


característicos, utilizados nas demarcações de territórios.”) – VERDADEIRA
* A siringe (órgão fonador, que se localiza na base da traqueia) é, como consta nesta
alternativa, responsável pelo canto das aves.
- ALTERNATIVA 3 3 (“Quilha, que é atrofiada nas aves carenatas adaptadas ao voo e, bem
desenvolvida nas aves ratitas, que não voam.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a quilha é encontra nas aves carenatas [maioria
delas (tico-tico, sabiá, canário, bem-te-vi, sanhaço, etc.)] e ausente nas aves ratitas (emas,
avestruzes, etc.).
COMPLEMENTO
As aves são divididas em dois grandes grupos: as carinatas (carenatas) e as ratitas. As
primeiras apresentam uma quilha no osso externo, chamada carena e têm músculos peitorais
bastante desenvolvidos. Muitas podem voar, embora algumas não o façam habitualmente,
realizando apenas voos curtos, como as galinhas. Algumas aves, como os pinguins, sofreram,
em suas asas, modificações que as tornaram aptas à natação. As ratitas, por outro lado, não
apresentam carena no externo e são incapazes de voar.
- ALTERNATIVA 4 4 (“Penas, característica marcante do grupo, lubrificadas por uma secreção
gordurosa, secretada pela glândula uropigiana.”) – VERDADEIRA
* A glândula uropigiana, situada na região caudal, secreta um óleo lubrificante, que através do
bico das aves, é espalhado nas penas.

08. (UPE–2006) Entre os Artrópodes, encontramos um maior número de espécies, se


comparado a qualquer outro grupo de animais. Diversas aquisições evolutivas foram
importantes para tão grande sucesso dos Artrópodes. São características pertencentes aos
animais deste Filo:
I II
0 0 - A presença de exoesqueleto quitinoso, produzido por células epidérmicas. Nos
crustáceos, esse esqueleto apresenta maior resistência pela ação do carbonato de cálcio. Nas
formas terrestres, apresenta-se impermeabilizado por uma cobertura de cera.
1 1 - A capacidade de voo nos insetos, pela presença de asas funcionais, desde as fases de
larva e ninfa. Nestas etapas, eles são mais vulneráveis aos inimigos naturais.
2 2 - A circulação fechada garante uma eficiente e rápida distribuição da hemolinfa por todas
as células do corpo. A hemolinfa pode conter pigmentos respiratórios.
3 3 - A construção de teias pelas aranhas para captura de suas vítimas, que são imobilizadas
pela ação paralisante de substâncias inoculadas pelas quelíceras. A digestão das aranhas é
extracorpórea.
4 4 - A metameria, semelhante aos anelídeos e nematelmintos, porém com segmentos
fusionados em cefalotórax e abdome, como nos aracnídeos, diplópodes e crustáceos.
GABARITO
VFFVF
JUSTIFICATIVA
- CARACTERÍSTICA 0 0 (“A presença de exoesqueleto quitinoso, produzido por células
epidérmicas. Nos crustáceos, esse esqueleto apresenta maior resistência pela ação do
carbonato de cálcio. Nas formas terrestres, apresenta-se impermeabilizado por uma cobertura
de cera.”) – VERDADEIRA
* Os artrópodes (filo Arthropoda) possuem exoesqueleto cuticular constituído, principalmente
de quitina (polissacarídeo). Esse exoesqueleto é secretado pela epiderme subjacente e é
trocado em determinados intervalos de tempo, fenômeno denominado muda ou ecdise.
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* Nos crustáceos (subfilo Crustacea) o exoesqueleto quitinoso é impregnado de substâncias


calcárias, que o torna rígido, constituindo uma carapaça.
* Os artrópodes terrestres são, realmente, revestidos por uma cobertura de cera impermeável,
que impede a desidratação.
- CARACTERÍSTICA 1 1 (“A capacidade de voo nos insetos, pela presença de asas
funcionais, desde as fases de larva e ninfa. Nestas etapas, eles são mais vulneráveis aos
inimigos naturais.”) – FALSA
* Nos insetos holometábolos (moscas, borboletas, mariposas, etc.), a larva ou fase de
alimentação, por exemplo, não apresenta asas.
- CARACTERÍSTICA 2 2 (“A circulação fechada garante uma eficiente e rápida distribuição da
hemolinfa por todas as células do corpo. A hemolinfa pode conter pigmentos respiratórios.”) –
FALSA
* Os artrópodes (filo Arthropoda) apresentam sistema circulatório aberto, podendo [como os
araneídeos (aranhas) e os crustáceos] ou não (como os insetos) ter pigmento respiratório.
- CARACTERÍSTICA 3 3 (“A construção de teias pelas aranhas para captura de suas vítimas,
que são imobilizadas pela ação paralisante de substâncias inoculadas pelas quelíceras. A
digestão das aranhas é extracorpórea.”) – VERDADEIRA
* As aranha apresentam na extremidade do opistossoma (abdome), as fiandeiras ou
espinaretas, estruturas onde desembocam as glândulas produtoras de seda para a confecção
da teia.
* Elas possuem ao redor da boca, um par de quelíceras, que apresentam um aspecto de garra,
em cujo interior existe o ducto de uma glândula de veneno. Abaixo das quelíceras existe uma
lâmina mastigadora, empregada na fragmentação dos alimentos. As quelíceras servem,
portanto, para agarrar e matar as presas, que serão trituradas pelas lâminas mastigadoras.
* A digestão das aranhas é extracorpórea. Uma vez imobilizada a presa, ela regurgita os sucos
digestivos que liquefazem os tecidos, podendo então absorver o líquido resultante.
- CARACTERÍSTICA 4 4 (“A metameria, semelhante aos anelídeos e nematelmintos, porém
com segmentos fusionados em cefalotórax e abdome, como nos aracnídeos, diplópodes e
crustáceos.”) – FALSA
* Os nematelmintos [filo Nematelminthes (asquelmintos ou vermes cilíndrico)] não são
segmentados.
* Os diplópodes (embuás e piolhos-de-cobra) apresentam o corpo divido em cabeça, tórax
(curto) e abdome.

09. (UPE–2006) Antes da descoberta do plástico, as esponjas de banho utilizadas na higiene


pessoal eram obtidas a partir de animais marinhos pertencentes ao Filo Porifera. Em relação
aos animais desse Filo e suas características, pode-se afirmar que:
I. São invertebrados aquáticos filtradores, de corpo esponjoso e de estrutura simples, sem
tecidos ou órgãos diferenciados nem sistema nervoso.
II. Apresentam numerosos poros laterais e, na região superior do corpo, uma única abertura
para a entrada do alimento e da água, denominada de ósculo.
III. Apresentam digestão extracelular na espongiocele, que ocorre por meio de enzimas
produzidas pelos nematocistos.
IV. Apresentam digestão intracelular, que ocorre no interior dos coanócitos e dos amebócitos.
V. Apresentam circulação de água, facilitada por meio de células especiais flageladas,
denominadas de coanócitos.
Assinale a alternativa correta.
a) I, II,V, apenas.
b) II, III, IV, apenas.
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c) I, IV, V, apenas.
d) I, III, V, apenas.
e) III, IV, V, apenas.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“I, IV, V, apenas.”)
PORIFERA (espongiários)
Embora sejam todas multicelulares, compartilham poucas características com os outros
filos de metazoários (animais). Por esta razão, os poríferos são, frequentemente, colocados em
um sub-reino a parte, denominado Parazoa, enquanto os demais metazoários são reunidos em
outro sub-reino, denominado Eumetazoa. Os espongiários são filtradores, alimentando-se das
partículas orgânicas contidas na água que circula através do seu corpo, entrando pelos poros e
saindo pelo ósculo (abertura presente no ápice do corpo).
Características gerais:
I. Multicelulares, sendo o corpo um agregado frouxo de células de origem mesenquimática.
II. Corpo com poros (óstios), canais e câmaras que servem para a passagem de água.
III. Aquáticos, sendo a maioria marinho, com organização corporal muito simples.
IV. Epiderme de pinacócitos achatados, com a maior parte das superfícies internas forrada por
células flageladas dotadas de colarinho (coanócitos), que geram correntes de água. Possuem
uma matriz gelatinosa (mesogleia), que contém amebócitos de vários tipos, bem como,
elementos esqueléticos.
V. Estrutura esquelética constituída por colágeno fibrilar (uma proteína) e espículas cristalinas
silicosas ou calcárias, frequentemente associadas à espongina (variedade modificada de
colágeno).
VI. Sem órgãos ou tecidos verdadeiros.
VII. Digestão intracelular.
VIII. Excreção e respiração por difusão.
IX. Sem sistema nervoso. As reações aos estímulos são locais e independentes.
X. Todos os adultos são sésseis e fixos a um substrato.
XI. Reprodução assexuada por brotos ou gêmulas e sexuada através de óvulos e
espermatozoides. A maioria das espécies é monoica (hermafrodita), nas quais o mesmo
indivíduo forma gametas de ambos os sexos. Há, também, espécies dioicas, com organismos
produtores de óvulos (fêmeos) e indivíduos geradores de espermatozoides (machos).
XII. Os espongiários dotados de desenvolvimento indireto apresentam larvas ciliadas, livres-
natantes (anfiblástula e parenquímula).
A figura a seguir, mostra os diversos tipos de células presentes nos espongiários.

1. Pinacócitos: células achatadas e bem unidas que revestem a parte externa dos
espongiários, como uma espécie de epiderme.
2. Porócitos: células dotadas de um canal central que a atravessa o citoplasma de lado a lado.
Elas se localizam entre os pinacócitos, formando um poro por onde a água penetra no corpo
das esponjas.
3. Amebócitos (arqueócitos): células livres, presentes na substância gelatinosa localizada entre
as camadas de pinacócitos e coanócitos. Os amebócitos dão origem a todos os outros tipos de
células das esponjas, sendo, portanto, responsáveis pelo seu crescimento e sua capacidade de
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regeneração. Uma importante função dessas células é distribuir nutrientes pelo corpo dos
poríferos. Neste contexto, elas capturam, por endocitose, partículas alimentares transferidas
pelos coanócitos e as digere intracelularmente. As partículas oriundas dessa digestão são
transferidas para as diversas células (pinacócitos, porócitos, etc.), durante o deslocamento dos
amebócitos pelo meso-hilo.
4. Coanócitos: células ovoides, flageladas, dotadas de expansão membranosa em forma de
colarinho que revestem o átrio ou espongiocele (cavidade interna) dos poríferos. O movimento
dos seus flagelos cria a corrente liquida que circula através do corpo das esponjas, trazendo
partículas nutritivas e oxigênio e eliminando excreções e gás carbônico (resíduos não
aproveitáveis).
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“São invertebrados aquáticos filtradores, de corpo esponjoso e de estrutura
simples, sem tecidos ou órgãos diferenciados nem sistema nervoso.”) – CORRETA
* Ver trechos (“... Os espongiários são filtradores, ...”), (“Aquáticos, sendo a maioria marinho,
com organização corporal muito simples...”), (“Sem órgãos ou tecidos verdadeiros.”) e (“Sem
sistema nervoso. As reações aos estímulos são locais e independentes.”), contidos na
descrição acima.
- AFIRMATIVA II (“Apresentam numerosos poros laterais e, na região superior do corpo, uma
única abertura para a entrada do alimento e da água, denominada de ósculo.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, o alimento e água entram pelos poros laterais e
não pelo ósculo, como mostra a figura abaixo.

- AFIRMATIVA III (“Apresentam digestão extracelular na espongiocele, que ocorre por meio de
enzimas produzidas pelos nematocistos.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a digestão nos poríferos é intracelular, como
vimos acima, e os nematocistos estão presentes nos cnidários (celenterados) e não nos
espongiários.
COMPLEMENTO
Cnidócitos ou cnidoblastos são células urticantes presentes no Filo Cnidaria (cnidários
ou celenterados), principalmente, nos tentáculos. Sob qualquer perturbação, detectada através
do cnidocílio, o cnidócito lança o nematocisto ou cnida, estrutura penetrante que possui um
longo filamento, através do qual o líquido urticante, contido em seu interior, é eliminado. Dessa
forma, essas células participam da defesa dos cnidários contra predadores, bem como, da
captura de alimentos. Valendo-se das substâncias elaboradas pelos cnidócitos, eles
conseguem paralisar imediatamente os pequenos animais capturados pelos seus tentáculos.
- AFIRMATIVA IV (“Apresentam digestão intracelular, que ocorre no interior dos coanócitos e
dos amebócitos.”) – CORRETA
* Os espongiários apresentam, realmente, digestão intracelular. Com relação aos coanócitos e
amebócitos, ver funções dessas células, descritas acima.
- AFIRMATIVA V (“Apresentam circulação de água, facilitada por meio de células especiais
flageladas, denominadas de coanócitos.”) – CORRETA
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* Ver trecho (“... O movimento dos seus flagelos cria a corrente liquida que circula através do
corpo das esponjas...”), contido, acima, na descrição dos coanócitos.

10. (UPE-2007) São animais invertebrados com simetria bilateral, triblásticos e celomados. Seu
corpo mole é dividido em cabeça, pé e massa visceral revestida pelo manto. Possuem
representantes em ambientes terrestres, marinhos e água doce. Essa descrição é
característica geral dos:
a) Oligoquetas, como as minhocas.
b) Moluscos, como o caramujo.
c) Anelídeos, como as sanguessugas.
d) Asquelmintos, como os vermes.
e) Insetos, como as lagartas.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Moluscos, como o caramujo.”)
1. OLIGOQUETAS [classe do filo Annelida (anelídeos)]
Os representantes dessa classe (minhocas) possuem poucas cerdas. Muitos
oligoquetas vivem enterrados em solos úmidos ou em ambiente de água doce, como o Tubifex,
gênero com representantes resistentes à poluição orgânica, que vivem em lagos e rios. Há,
também, alguns poucos representantes marinhos.
COMPLEMENTO
ANELÍDEO (minhocas, sanguessugas, etc.)
Características gerais:
I. Corpo cilíndrico, alongado e segmentado (formado por vários metâmeros ou anéis).
II. Vive em água doce ou salgada e em solo úmido. As minhocas, por exemplo, vivem em terra
firme. As sanguessugas, em ambientes úmidos ou em água doce. Os poliquetas, que veremos
mais adiante, vivem no mar, vagando pelo fundo ou dentro de tubos que eles mesmos
constroem.
III. Triblástico e celomado.
IV. Simetria bilateral.
V. Sistema digestório completo, com boca, papo, moela, tiflossole e ânus.
* Tiflossole: dobra do intestino, que aumenta a superfície de absorção do alimento digerido.
VI. Sistema excretor: a excreção é feita por metanefrídios, existindo um par dessas estruturas
por segmento corporal.
VII. Sistema circulatório fechado, tendo a hemoglobina, como pigmento respiratório.
VIII. A respiração pode ser cutânea ou por meio de projeções do corpo que formam brânquias
modificadas.
IX. Sistema nervoso formado por vários gânglios ligados entre si por cordões nervosos. Em
cada segmento existe um par de gânglios, refletindo a característica metamérica do corpo.
X. Há representantes fixos e móveis. Os que se movimentam podem ou não apresentar cerdas
(pequenas formações filiformes quitinosas, sem articulações), mostradas na figura abaixo.
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XI. Os anelídeos estão distribuídos em três classes: Oligochaeta (oligoqueta), Polychaeta


(poliqueta) e Hirudinea.
XIa. Oligochaeta (minhocas): descrita acima.
XIb. Polychaeta [Nereide (encontrada nas areias da praia)]: conquanto sejam principalmente
marinhos, há representantes de água doce, de água salobra e terrestres, estes últimos, mais
raros, vivem em ambientes úmidos. Nessa classe, há dois grupos principais. Um deles é
constituído por organismos que nadam ou se arrastam (errantes) e outro constituído por
espécies sedentárias (cavadoras, tubícolas ou perfuradores). Os errantes [Neanthes viridis
(Nereis), Eunice gigantes (palolo), Aphrodite hesione, etc.] são, via de regra, animais
caçadores dotados de região anterior desenvolvida, com estruturas sensoriais, como olhos e
tentáculos. Os sedentários (gêneros Serpula, Sabelida, Capitelida, Chaetopterus, etc.), por seu
turno, apresentam, via de regra, grande diferenciação de tentáculos e outras estruturas
relacionadas com a captura de alimento e com trocas gasosas. Os poliquetas diferem dos
oligoquetas em vários aspectos. Possuem uma cabeça diferenciada onde existem apêndices
sensitivos. Apresentam em cada anel do corpo, numerosas cerdas concentradas em
expansões laterais, que atuam como rudimentos de patas, servindo para a locomoção, são os
parapódios (parápodes), mostrados na figura a seguir. Em cada metâmero, existe um par
dessas estruturas, situados lateralmente. Outra diferença diz respeito ao sexo e ao
desenvolvimento embrionário. Enquanto os oligoquetas são hermafroditas, os poliquetas são
de sexos separados. O desenvolvimento é direto nos oligoquetas (dos ovos emergem
indivíduos jovens semelhantes aos adultos) e indireto nos poliquetas, passando por fase larval.

XIc. Hirudinea (sanguessugas): não possuem cerdas nem parapódios. Eles são conhecidos
popularmente como sanguessugas, em face de a maioria se alimentar de sangue de
vertebrados, que não coagula devido a uma substância anticoagulante produzida pelas suas
glândulas salivares. Muitos representantes vivem em água doce, embora haja alguns que
vivem em brejos e pântanos.
2. MOLUSCOS (filo Mollusca)
Representantes: caramujos, caracóis, mariscos, ostras, polvos, lulas, lesmas, etc., dotados de
corpo mole (dai sua denominação).
Características gerais:
I. Simetria bilateral, com cefalização.
II. Triblásticos e celomados.
III. Têm o corpo dividido em três regiões básicas: cabeça (região cefálica), pé e massa visceral.
IV. Possui representantes no mar, na água doce e no ambiente terrestre.
V. Parede ventral do corpo especializado como um pé muscular, diversamente modificado, mas
usado, principalmente, para a locomoção.
VI. Parede dorsal do corpo forma um par de dobras (manto), que delimita a cavidade do manto
e dá origem às brânquias ou pulmões e secreta a concha (ausente em alguns representantes).
VII. Epitélio da superfície corporal geralmente ciliado e provido de glândulas de muco e
terminações nervosas sensoriais.
VIII. Sistema digestivo completo, com boca e ânus, evacuando, via de regra, para dentro da
cavidade do manto. Órgão raspador (rádula), geralmente presente.
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IX. Sistema circulatório aberto, exceto nos cefalópodas (polvo e lula), moluscos mais
complexos, que são dotados de sistema circulatório fechado. Neles, o sangue flui apenas no
interior de vasos, sendo mantido sob pressão elevada e circulando com maior velocidade.
X. Trocas gasosas através de brânquias, pulmão (cavidade do manto) e cutânea (lesmas).
XI. Um ou dois “rins” (metanefrídios) abrindo-se para o interior da cavidade pericárdica e
geralmente drenando para dentro da cavidade do manto.
XII. Sistema nervoso ganglionar.
XIII. Órgãos sensoriais do tato, olfato, paladar, equilíbrio e visão (em alguns). Olhos bastante
desenvolvidos nos cefalópodes.
XIV. Formas monoicas e dioicas. Larva do tipo trocófora. Muitos também, com larva véliger.
Alguns com desenvolvimento direto.
XV. A concha pode ser univalva (caramujo) ou bivalva (ostras). Nos bivalvos, as duas peças
(valvas) se articulam por uma borda e são movimentadas por músculos que promovem o seu
fechamento ou abertura.
3. ASQUELMINTOS [filo Nematelminthes (nematelmintos ou vermes cilíndrico)]
Representantes: Ascaris lumbricoides (lombriga), Ancylostomo duodenale, Necator
americanus, Wuchereria bancrofti, Enterobius vermiculares, Ancylostoma brasiliensis, etc.
Características gerais:
I. Corpo cilíndrico afilado nas extremidades, triblásticos, pseudocelomados e simetria bilateral.
II. Tubo digestivo completo, com boca e ânus.
III. O sistema excretor tem dois canais longitudinais, dispostos um em cada lado do tubo
digestivo.
IV. Ausência de sistemas respiratório (as trocas gasosas são feitas por difusão através da
superfície do corpo e circulatório (o líquido do pseudoceloma contribui para a distribuição de
gases e do alimento digerido pelo animal).
V. Sistema nervoso é do tipo ganglionar, formado por dois cordões longitudinais, um dorsal e
outro ventral, ao longo dos quais se situam os gânglios nervosos.
VI. Sistema locomotor constituído por camadas musculares longitudinais, encontradas logo
abaixo da epiderme, que são ativadas pelas cadeias nervosas.
VII. A maioria dos representantes é dioico e apresenta dimorfismo sexual. Via de regra, os
machos são menores que as fêmeas e apresentam a região posterior curvada, formando um
gancho com o qual seguram a fêmea durante a cópula. A fecundação é interna e o
desenvolvimento é indireto.
VIII. Muitos são de vida livre, vivendo em diversos ambientes, como solos úmidos, rios, lagos e
oceanos. Outros são parasitas de plantas e animais, inclusive do ser humano.
4. INSETOS [Classe Insecta (Filo Arthropoda)]
Representantes: mosca, pernilongos, gafanhotos, traças-dos-livros, barata, percevejos,
borboletas, pulgas, etc.
- A classe dos insetos (hexápodes) reúne o maior número de espécies animais conhecidas,
sendo, portanto, o grupo mais diversificado dos artrópodes. Eles apresentam o corpo dividido
em três regiões: cabeça, tórax e abdome.
I. Na cabeça dos insetos estão presentes um par de antenas (estruturas sensoriais que
permitem aos insetos perceber odores, como o perfume das flores e o cheiro dos frutos); um
par de olhos compostos (que propiciam uma excelente visão de formas e cores); três olhos
simples; apêndices bucais, adaptados ao tipo de alimentação; um par de mandíbulas, um par
de maxilas e um segundo par de maxilas fundido, formando uma estrutura única denominada
lábio.
II. O tórax dos insetos resulta da fusão de três segmentos, cada um deles apresentando um par
de pernas, totalizando, dessa forma, três pares ou 6 pernas, dai a denominação hexápoda. O
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segundo e o terceiro segmentos são os que contêm asas. Os insetos alados podem ter duas
ou quatro asas. No caso de haver duas [grupo dos dípteros (moscas, pernilongos, etc.)], elas
estão restritas ao segundo segmento.
III. O abdome dos insetos é formado por nove a onze segmentos. Os únicos apêndices
presentes são um par de cercos sensoriais no último segmento e os relacionados com a
reprodução: órgão copulador (pênis) nos machos e ovopositor nas fêmeas.
- Conquanto haja insetos adaptados ao ambiente de água doce, a maioria é terrestre. Eles
desempenham importante papel ecológico nos ecossistemas terrestres, onde atuam como
polinizador (polinização entomófila) de um grande número de plantas floríferas. Existe, por
outro lado, aqueles que provocam prejuízos consideráveis à agricultura. É o caso, por exemplo,
dos gafanhotos que chegam a dizimar, toda uma plantação, em um curto intervalo de tempo.
Há, além disso, espécies que atuam como vetores de doenças como a dengue, a filariose, a
febre amarela, a malária, o tifo, etc.
- A respiração ocorre através de traqueias e a excreção através de túbulos de Malpighi.
- Os insetos apresentam sexos separados e fecundação interna. São ovíparos e podem
apresentar três tipos de desenvolvimento:
I. Direto, sem metamorfose (ametábolo), caso das traça-dos-livros.
II. Indireto, com metamorfose gradual ou incompleta (hemimetábolo), caso dos percevejos,
gafanhotos, baratas, etc.
III. Indireto, com metamorfose completa (holometábolo), caso das pulgas, das moscas, das
borboletas, etc.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA B (“Moluscos, como o caramujo.”) – CORRETA
- As características relacionadas no enunciado desta questão estão presentes nos
representantes dos moluscos (filo Mollusca), como mencionamos acima. Ver, particularmente,
“Representantes” (“... caramujos, caracóis, ... , dotados de corpo mole ...”) e “Características
gerais”, I (“Simetria bilateral, ...”), II (“Triblásticos e celomados.”), III (“ ... corpo dividido em três
regiões básicas: cabeça (região cefálica), pé e massa visceral.”) e IV (“... representantes no
mar, na água doce e no ambiente terrestre.”).

11. (UPE–2008) Quem já não cantou e dançou em festinhas de escola ou com a garotada na
rua, ao som de palmas, esta canção de roda da nossa riquíssima cultura popular?

“Caranguejo não é peixe, / Caranguejo peixe é /


Caranguejo só é peixe / Na enchente da maré.
Bate palma, palma, palma / Bate pé, pé, pé /
Caranguejo só é peixe / Na enchente da maré.
Caranguejo é presidente / Goiamum é capitão /
Aratu, por mais pequeno / Inspetor de quarteirão.”
Fonte: ABRASOFFA

Agora, finalmente caranguejo é peixe ou não é? Avalie as afirmativas abaixo que estabelecem
comparações entre ambos.
I. O caranguejo é um crustáceo pertencente ao Filo Arthropoda, enquanto o peixe é um
gnatostomado do Filo Chordata.
II. Os peixes apresentam corpo de forma variada e locomovem-se por natação, através de
nadadeiras. O corpo do caranguejo é dividido em cefalotórax, onde estão inseridos cinco pares
de patas articuladas, e abdômen, que está reduzido a uma lâmina dobrada ventralmente, sob o
cefalotórax.
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III. O peixe tem exoesqueleto escamoso e endoesqueleto ósseo (osteíctes) ou cartilaginoso


(condrictes). Essas escamas podem ter origem dérmica (condrictes) ou placoides
dermoepidérmicas (osteíctes). O caranguejo tem, apenas, exoesqueleto de quitina com
impregnação de carbonato de cálcio.
IV. Peixe e caranguejo desenvolveram, em alguns casos, adaptação à captação de oxigênio do
ar, permitindo sua permanência momentânea fora da água. É o caso do peixe dipnoico e do
caranguejo-do-mangue que possuem pulmões primitivos desenvolvidos a partir de suas
brânquias.
V. Entre os peixes, há ovíparos, ovovivíparos e vivíparos, enquanto os caranguejos são,
apenas, ovíparos. Nos caranguejos, porém, as fêmeas permanecem com seus ovos presos em
apêndices do corpo, onde são incubados até o momento da eclosão.
Assinale a alternativa correta.
a) Todas estão corretas.
b) I e III são corretas.
c) II e IV são corretas.
d) III, IV e V são corretas.
e) I, II e V são corretas.
JUSTIFICATIVA
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“I, II e V são corretas.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“O caranguejo é um crustáceo pertencente ao Filo Arthropoda, enquanto o
peixe é um gnatostomado do Filo Chordata.”) – CORRETA
- Caranguejo
* Filo: Arthropoda.
* Subfilo: Crustacea (crustáceos).
* Classe: Malacostraca.
* Ordem: Decapoda (caranguejos, lagostas, camarões, siris, etc.).
- Peixe
* Filo: Chordata.
* Subfilo: Vertebrata.
* Classe: Agnatas (Ciclostomatas) e Gnatostomas.
* Agnatas: vertebrados sem mandíbulas (lampreia e feiticeira).
* Gnatostomas: vertebrados com mandíbulas, com duas superclasses: (a) peixes, com as
classes Chondrichthyes (peixes cartilaginosos) e Osteichthyes (peixes ósseos); (b) tetrápodas,
com as classes Amphibia, Reptilia, Aves e Mammalia.
- AFIRMATIVA II (“Os peixes apresentam corpo de forma variada e locomovem-se por natação,
através de nadadeiras. O corpo do caranguejo é dividido em cefalotórax, onde estão inseridos
cinco pares de patas articuladas, e abdômen, que está reduzido a uma lâmina dobrada
ventralmente, sob o cefalotórax.”) – CORRETA
- Peixes:
* Exibem forma variada. Ver, como exemplos, a forma atípica do cavalo-marinho [(classe:
Actinopterygii, ordem: Gasterosteiformes) e os peixes da região abissal.]
* Locomovem-se por natação através de nadadeiras. Associadas a uma musculatura poderosa
e uma pele adaptada para oferecer pequena resistência à água, as nadadeiras permitem que
os peixes nadem, via de regra, com muita rapidez.
- Caranguejo (crustáceo):
* Apresenta o corpo dividido em cefalotórax (cabeça e tórax, fundidos) e abdômen.
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* No cefalotórax estão inseridos cinco pares de patas articuladas. O primeiro par, em função de
apresentar o formato de pinças, serve para defesa e apreensão de alimentos. As antenas são
curtas e os olhos pedunculados (situados na extremidade de um prolongamento). O último par
de patas é adaptado para caminhar,
* Abdômen reduzido a uma lâmina dobrada ventralmente, sob o cefalotórax.
- AFIRMATIVA III (“O peixe tem exoesqueleto escamoso e endoesqueleto ósseo (osteíctes) ou
cartilaginoso (condrictes). Essas escamas podem ter origem dérmica (condrictes) ou placoides
dermoepidérmicas (osteíctes). O caranguejo tem, apenas, exoesqueleto de quitina com
impregnação de carbonato de cálcio.”) – INCORRETA
* A incorreção diz respeito às escamas [“. Essas escamas podem ter origem dérmica
(condrictes) ou placoides dermoepidérmicas (osteíctes).”]. Ao contrário do que consta na
alternativa, as escamas placoides dos condrictes têm origem dermoepidérmica e as escamas
dos osteíctes são exclusivamente dérmicas.
- AFIRMATIVA IV (“Peixe e caranguejo desenvolveram, em alguns casos, adaptação à
captação de oxigênio do ar, permitindo sua permanência momentânea fora da água. É o caso
do peixe dipnoico e do caranguejo-do-mangue que possuem pulmões primitivos desenvolvidos
a partir de suas brânquias.”) – INCORRETA
* Os dipnoicos ou peixes pulmonados (figura abaixo) são peixes ósseos que possuem a bexiga
natatória (bexiga de gás) adaptada à função respiratória. Os pulmões nesses peixes não são
desenvolvidos a partir de suas brânquias, como consta na afirmativa. Os caranguejos
apresentam brânquias modificadas.

- AFIRMATIVA V (“Entre os peixes, há ovíparos, ovovivíparos e vivíparos, enquanto os


caranguejos são, apenas, ovíparos. Nos caranguejos, porém, as fêmeas permanecem com
seus ovos presos em apêndices do corpo, onde são incubados até o momento da eclosão.”) –
CORRETA
- Peixes
* Embora a maioria dos peixes seja ovípara, há indivíduos ovovivíparos e vivíparos. Nos
ovíparos, os filhotes se desenvolvem fora do corpo da mãe, dentro do ovo que contém os
nutrientes necessários. Mais de 90% dos peixes pertencem a essa categoria. No caso dos
ovovíparos, as fêmeas retêm os ovos por certo tempo no interior dos oviduto, onde se dá
grande parte do desenvolvimento embrionário. Podemos dizer que nos ovovíparos, os filhotes
se desenvolvem dentro do ovo e dentro do corpo materno e na hora do nascimento os filhotes
saem do ovo. No caso dos vivíparos, o desenvolvimento embrionário se dá totalmente no
interior do oviduto, que funciona como um útero de mamífero, lançando para o meio exterior
pequenos animais totalmente formados. A alimentação dos embriões, neste caso, ocorre
através das paredes do oviduto por meio de intensa rede capilar, que funciona como uma
placenta (denominada onfaloplacenta). Entre os tubarões, por exemplo, há representantes
ovíparos, ovovivíparos e vivíparos.
- Caranguejos
* Os ovos costumam ser incubados pela fêmea até o embrião estar totalmente formado, sendo
comum encontrar caranguejos com ovos presos às patas abdominais.
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12. (UPE–2008) Ao caminhar pela areia da praia, durante a baixa-mar, um naturalista encontra
um pequeno verme e classifica-o imediatamente como um anelídeo. Qual das características
abaixo teria fundamentado seguramente tal conclusão?
a) Corpo segmentado com anéis visíveis na superfície do corpo, caracterizando essa
segmentação.
b) Vida marinha e hábito escavador.
c) Corpo vermiforme e hábito marinho.
d) Vermes cilíndricos, alongados e lisos, com boca e ausência de ânus, caracterizando sistema
digestório incompleto.
e) Vermes de corpo achatado e região cefálica não determinada.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Corpo segmentado com anéis visíveis na superfície do corpo, caracterizando essa
segmentação.”)
ANELÍDEO (minhocas, sanguessugas, etc.)
Características gerais:
I. Corpo cilíndrico, alongado e segmentado (formado por vários metâmeros ou anéis).
II. Vivem em água doce ou salgada e em solo úmido. As minhocas, por exemplo, vivem em
terra firme. As sanguessugas, em ambientes úmidos ou em água doce. Os poliquetas, que
veremos mais adiante, vivem no mar, vagando pelo fundo ou dentro de tubos que eles mesmos
constroem.
III. Triblásticos e celomado.
IV. Simetria bilateral.
V. Sistema digestório completo, com boca, papo, moela, tiflossole e ânus.
* Tiflossole: dobra do intestino, que aumenta a superfície de absorção do alimento digerido.
VI. Sistema excretor: a excreção é feita por metanefrídios, existindo um par dessas estruturas
por segmento corporal.
VII. Sistema circulatório fechado, tendo a hemoglobina, como pigmento respiratório.
VIII. A respiração pode ser cutânea ou por meio de projeções do corpo que formam brânquias
modificadas.
IX. Sistema nervoso formado por vários gânglios ligados entre si por cordões nervosos. Em
cada segmento existe um par de gânglios, refletindo a característica metamérica do corpo.
X. Há representantes fixos e móveis. Os que se movimentam podem ou não apresentar cerdas
(pequenas formações filiformes quitinosas, sem articulações), mostradas na figura abaixo.

XI. Os anelídeos estão distribuídos em três classes: Oligochaeta (oligoqueta), Polychaeta


(poliqueta) e Hirudinea.
XIa. Oligochaeta (minhocas): possuem poucas cerdas. Muitos oligoquetas vivem enterrados
em solos úmidos ou em ambiente de água doce, como o Tubifex, gênero com representantes
resistentes à poluição orgânica, que vivem em lagos e rios. Há, também, alguns poucos
representantes marinhos.
XIb. Polychaeta [Nereide (encontrada nas areias da praia)]: conquanto sejam principalmente
marinhos, há representantes de água doce, de água salobra e terrestres, estes últimos, mais
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raros, vivem em ambientes úmidos. Nessa classe, há dois grupos principais. Um deles é
constituído por organismos que nadam ou se arrastam (errantes) e outro constituído por
espécies sedentárias (cavadoras, tubícolas ou perfuradores). Os errantes [Neanthes viridis
(Nereis), Eunice gigantes (palolo), Aphrodite hesione, etc.] são, via de regra, animais
caçadores dotados de região anterior desenvolvida, com estruturas sensoriais, como olhos e
tentáculos. Os sedentários (gêneros Serpula, Sabelida, Capitelida, Chaetopterus, etc.), por seu
turno, apresentam, via de regra, grande diferenciação de tentáculos e outras estruturas
relacionadas com a captura de alimento e com trocas gasosas. Os poliquetas diferem dos
oligoquetas em vários aspectos. Possuem uma cabeça diferenciada onde existem apêndices
sensitivos. Apresentam em cada anel do corpo, numerosas cerdas concentradas em
expansões laterais, que atuam como rudimentos de patas, servindo para a locomoção, são os
parapódios (parápodes), mostrados na figura a seguir. Em cada metâmero, existe um par
dessas estruturas, situados lateralmente. Outra diferença diz respeito ao sexo e ao
desenvolvimento embrionário. Enquanto os oligoquetas são hermafroditas, os poliquetas são
de sexos separados. O desenvolvimento é direto nos oligoquetas (dos ovos emergem
indivíduos jovens semelhantes aos adultos) e indireto nos poliquetas, passando por fase larval.

XIc. Hirudinea (sanguessugas): não possuem cerdas nem parapódios. Eles são conhecidos
popularmente como sanguessugas, em face de a maioria se alimentar de sangue de
vertebrados, que não coagula devido a uma substância anticoagulante produzida pelas suas
glândulas salivares. Muitos representantes vivem em água doce, embora haja alguns que
vivem em brejos e pântanos.
JUSTIFICATIVA
- CARACTERÍSTICA A (“Corpo segmentado com anéis visíveis na superfície do corpo,
caracterizando essa segmentação.”) – CORRETA
* Ver I [“Corpo cilíndrico, alongado e segmentado (formado por vários metâmeros ou anéis)”],
em características gerais, acima.
- CARACTERÍSTICA B (“Vida marinha e hábito escavador.”) – INCORRETA
* Nem todos os anelídeos são marinhos. Ver II (Vivem em água doce ou salgada e em solo
úmido. As minhocas, por exemplo, vivem em terra firme. As sanguessugas, em ambientes
úmidos ou em água doce. Os poliquetas, que veremos mais adiante, vivem no mar, vagando
pelo fundo ou dentro de tubos que eles mesmos constroem.”), em características gerais, acima.
* O hábito escavador, contido nessa característica B, ocorre nos representantes sedentários.
Ver XIb [“... espécies sedentárias (cavadoras, tubícolas ou perfuradores)...”], na descrição
acima.
- CARACTERÍSTICA C (“Corpo vermiforme e hábito marinho.”) – INCORRETA
* Como vimos acima, nem todos os anelídeos possuem hábito marinho.
- CARACTERÍSTICA D (“Vermes cilíndricos, alongados e lisos, com boca e ausência de ânus,
caracterizando sistema digestório incompleto.”) – INCORRETA
* O termo verme cilíndrico é utilizado para designar o filo Nematelminthes (nematelmintos), que
tem como representantes o Ascaris lumbricoides (lombriga), o Ancylostomo duodenale, o
Necator americanus, a Wuchereria bancrofti, o Enterobius vermiculares, o Ancylostoma
brasiliensis, etc.
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* Ao contrário que consta nessa característica D, os anelídeos possuem sistema digestório


completo. Ver V (“Sistema digestório completo, com boca, papo, moela, tiflossole e ânus.”),
contido na descrição supra.
- CARACTERÍSTICA E (“Vermes de corpo achatado e região cefálica não determinada.”) –
INCORRETA
* O termo verme de corpo achatado é utilizado para designar o filo Platyhelminthes
(platelmintos), que tem como representantes o Schistosoma mansoni, a Taenia solium, a
Taenia saginata, a planária, etc.
* Com relação à região cefálica, contida nessa característica E, os Polychaeta (poliquetas), por
exemplo, possuem região cefálica determinada.

13. (UPE-2009) Na evolução dos seres do reino Animalia, o surgimento dos filos
Platyhelminthes e Nematelminthes veio acompanhado por inovações evolutivas na organização
do corpo, capacitando-os a uma melhor adaptação ao meio ambiente em que estão inseridos.
Com relação às características dos animais pertencentes a esses filos, analise as afirmativas e
conclua.
I II
0 0 - Os platelmintos são diblásticos e pseudocelomados, enquanto os nematelmintos são
triblásticos e celomados.
1 1 - Ambos possuem simetria bilateral, apresentam cefalização e centralização do sistema
nervoso. Não têm órgãos ou sistemas especializados para trocas gasosas, e a respiração é
cutânea.
2 2 - A reprodução dos platelmintos é muito diversificada. Nas planárias, a reprodução é
exclusivamente assexuada por fragmentação do corpo. Os esquistossomos e as tênias têm
reprodução sexuada e são hermafroditas. Os nematelmintos são, na maioria, dioicos, com
dimorfismo sexual.
3 3 - São nesses dois filos que aparecem, pela primeira vez, no reino animal, estruturas
especializadas na excreção de resíduos e sistema circulatório. Para excreção, os platelmintos
desenvolveram as células-flama, e os nematelmintos desenvolveram os renetes, célula gigante
com formato semelhante à letra H.
4 4 - Apesar de os animais dos filos Platyhelminthes e Nematelminthes não apresentarem
desenvolvimento de segmentação corporal e de sistemas esqueléticos, são capazes de
movimentar-se por meios de contrações das células musculares localizadas sob a epiderme do
corpo.
GABARITO
FVFFV
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Os platelmintos são diblásticos e pseudocelomados, enquanto os
nematelmintos são triblásticos e celomados.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, os platelmintos (Schistosoma mansoni, Taenia
solium, Taenia saginata, planária, etc.) são triblásticos e acelomados. Os nematelmintos
(Ascaris lumbricoides, Ancylostomo duodenale, Necator americanus, Wuchereria bancrofti,
Enterobius vermiculares, Ancylostoma brasiliensis, etc.) são triblásticos pseudocelomados.
- AFIRMATIVA 1 1 (“Ambos possuem simetria bilateral, apresentam cefalização e centralização
do sistema nervoso. Não têm órgãos ou sistemas especializados para trocas gasosas, e a
respiração é cutânea.”) – VERDADEIRA
* Os platelmintos e os nematelmintos apresentam as características relacionadas nesta
afirmativa.
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- AFIRMATIVA 2 2 (“A reprodução dos platelmintos é muito diversificada. Nas planárias, a


reprodução é exclusivamente assexuada por fragmentação do corpo. Os esquistossomos e as
tênias têm reprodução sexuada e são hermafroditas. Os nematelmintos são, na maioria,
dioicos, com dimorfismo sexual.”) – FALSA
* Planária [Classe Turbellaria (turbelários)]: além de apresentarem reprodução assexuada, por
fragmentação do corpo, como consta nesta afirmativa, as planárias também se reproduzem
sexuadamente. Embora hermafroditas, elas raramente se autofecundam.
* Schistosoma mansoni (esquistossomo): não é hermafrodita, como consta nesta afirmativa.
Além de apresentar sexos separados, ele possui dimorfismo sexual (figura abaixo). A fêmea
tem o corpo cilíndrico e é maior que macho, que, por sua vez, apresenta ao longo do corpo um
suco (canal ginecóforo), no qual se instala a fêmea durante o acasalamento.

* Tênias [Classe Cestoda (cestódeos)]: são hermafroditas, como consta nesta afirmativa e se
autofecundam.
* Nematelmintos: são, geralmente, dioicos (sexos separados), com dimorfismo sexual, como
consta nesta afirmativa.
* Incorreções desta alternativa:
I. Planárias não apresentam apenas reprodução assexuada.
II. Esquistossomo não são hermafroditas.
- AFIRMATIVA 3 3 (“São nesses dois filos que aparecem, pela primeira vez, no reino animal,
estruturas especializadas na excreção de resíduos e sistema circulatório. Para excreção, os
platelmintos desenvolveram as células-flama, e os nematelmintos desenvolveram os renetes,
célula gigante com formato semelhante à letra H.”) – FALSA
* Platelmintos
I. Sistema excretor: células-flama (protonefrídios), como consta nesta afirmativa, estando
ausentes em alguns representantes primitivos.
II. Ausência de sistema circulatório, contraindo o contido nesta afirmativa.
* Nematelmintos
I. Sistema excretor: renetes, como consta nesta afirmativa.
II. Ausência de sistema circulatório, contraindo o contido nesta afirmativa.
* Incorreção desta alternativa: platelmintos e nematelmintos não apresentam sistema
circulatório.
- AFIRMATIVA 4 4 (“Apesar de os animais dos filos Platyhelminthes e Nematelminthes não
apresentarem desenvolvimento de segmentação corporal e de sistemas esqueléticos, são
capazes de movimentar-se por meios de contrações das células musculares localizadas sob a
epiderme do corpo.”) – VERDADEIRA
* Os platelmintos e os nematelmintos, conquanto sejam desprovidos de sistemas esqueléticos,
são capazes de se movimentar por meio de células musculares típicas. Nos platelmintos ocorre
o túbulo músculo-dermático (unidade funcional com a pele), dotado de musculatura do tipo lisa,
relacionado, entre funções, com a locomoção desses animais. Nos nematelmintos, o sistema
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locomotor é constituído por camadas musculares longitudinais, encontradas logo abaixo da


epiderme, que são ativadas pelas cadeias nervosas.

14. (UPE-2012) Com relação aos mamíferos, analise as afirmativas a seguir:


I. Os Marsupiais nascem precocemente, o que faz seu desenvolvimento acontecer apenas fora
do útero e dentro de bolsas onde se localizam os mamilos da mãe, como exemplifica o
tamanduá.
II. Cetáceos e sirênios são mamíferos, que se assemelham aos peixes por terem habitat
semelhante. Nesses grupos, incluem-se golfinhos, baleias e peixe-boi.
III. Existe uma grande diversidade de habitat onde se podem encontrar mamíferos, sendo os
morcegos os representantes dos quirópteros, mamíferos voadores.
Está (ão) correta (s) apenas:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“II e III.”)
- A classe Mammalia (mamíferos) é dividida em três subclasses: Prototheria [prototerianos
(monotrematas)], Metatheria [metaterianos (marsupiais)] e Eutheria [euterianos (placentários)].
I. Prototheria: formada por uma única ordem, a dos monotremados, que são os mamíferos mais
primitivos, encontrados, atualmente, na Austrália e na Nova Guiné. Eles não possuem placenta
e mantêm caracteristicas de aves e repteis, como bico córneo, oviparidade e cloaca. Suas
glândulas mamárias são simples, sem mamilos, e se dispõem ao longo de duas pregas
abdominais da pele. O monotremata mais conhecido é o ornitorrinco (ornito = ave + rinco =
bico). Ele possui um bico achatado, semelhante aos dos patos e dedos palmados, adaptados
para a natação. Escava buracos nas margens dos rios, depositando seus ovos em ninho de
folhas e gravetos. Outro monotremata é a equidna, que possui corpo coberto de pelos grossos
e espinhos e, a exemplo dos ornitorrincos, apresenta bico semelhante aos das aves.
II. Metatheria: com uma única ordem, as dos marsupiais é um grupo relativamente bem
diversificado. São representados por espécies grandes e pequenas; carnívoras e herbívoras;
ágeis e lentas; corredoras; saltadoras e arborícolas. Não apresentam uma “placenta
verdadeira”. Sua característica marcante é o marsúpio, onde os embriões completam o seu
desenvolvimento. Os metaterianos mais conhecidos são os cangurus, os coalas e os lobos-da-
tasmânia. No Brasil, são comuns os gambás e as cuícas.
III. Eutheria (placentários): uma característica marcante dessa subclasse é a presença de
placenta. Principais ordens dos mamíferos placentários (euterianos):
01. Edentata ou Xenarthra ou Xenartros ou desdentados (tamanduá, preguiças, tatus, etc.).
02. Cetacea (baleias, golfinhos)
03. Sirenia (peixe-boi).
04. Chiroptera (morcegos).
05. Lagomorpha (coelhos, lebres, etc.)
06. Rodentia (ratos, camundongos, cobaias, chinchilas, esquilos, preás, cutias, pacas,
capivaras, marmotas, castores, lemingues, porcos-espinhos, etc.).
07. Carnivora (cães, lobos, gatos, leões, tigres, onças, hienas, focas, etc.).
08. Proboscídea (elefantes).
09. Perissodactyla (cavalos, zebras, rinocerontes, antas, etc.).
10. Artiodactyla (bois, porcos, cabras, carneiros, girafas, camelos, hipopótamos, búfalos,
veados, antílopes, cervos, lhamas, etc.).
11. Insectivora (toupeiras, musaranhos, etc.)
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12. Primata, com três subordens: lêmures, társios e antropoides (mico, sagui, bugio, Rhesus,
mandril, babuíno, gorila, chimpanzé, orangotango, Homo sapiens, etc.).
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Os Marsupiais nascem precocemente, o que faz seu desenvolvimento
acontecer apenas fora do útero e dentro de bolsas onde se localizam os mamilos da mãe,
como exemplifica o tamanduá.”) – INCORRETA
* Como se pode constatar na descrição acima, tamanduá não pertence à subclasse Prototheria
[prototerianos (monotrematas)] e sim à subclasse Eutheria [euterianos (placentários)], ordem
Edentata (Xenarthra ou desdentados)
- AFIRMATIVA II (“Cetáceos e sirênios são mamíferos, que se assemelham aos peixes por
terem habitat semelhante. Nesses grupos, incluem-se golfinhos, baleias e peixe-boi.”) –
CORRETA
* Como vimos acima, golfinhos e baleias pertencem à ordem Cetacea (cetáceos) e peixe-boi à
ordem Sirenia (sirênios), como consta nesta afirmativa.
- AFIRMATIVA III (“Existe uma grande diversidade de habitat onde se podem encontrar
mamíferos, sendo os morcegos os representantes dos quirópteros, mamíferos voadores.”) –
CORRETA
* Conforme vimos acima, os morcegos são, realmente, mamíferos voadores e pertencem à
ordem Chiroptera (quirópteros).

15. (UPE-2012) As aves ocupam várias regiões do globo, graças a mecanismos adaptativos
eficientes, como a manutenção da temperatura corporal, que os fazem tolerar temperaturas
abaixo de 40 graus, como os pinguins. Elas, no entanto, mantêm semelhanças com répteis, tal
como:
a) Epiderme queratinizada.
b) Excreção na forma de ureia.
c) Glândula uropigiana.
d) Homeotermia.
e) Presença de carena.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Epiderme queratinizada.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Epiderme queratinizada.”) – CORRETA
* As aves apresentam pele seca, queratinizada e sem glândulas, exceto na região sobre a
cloaca. Os repteis apresentam, igualmente, o revestimento da pele queratinizado.
- ALTERNATIVA B (“Excreção na forma de ureia.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a principal excreta das aves, bem como dos
repteis, é o ácido úrico, por isto eles são considerados seres uricotélicos.
- ALTERNATIVA C (“Glândula uropigiana.”) – INCORRETA
* A pele das aves é queratinizada, seca e impermeável, o que dificulta a perda de água e
possibilita a adaptação a ambientes terrestres secos. A sua epiderme, pluriestratificada, não
apresenta glândulas, exceto as glândulas uropigianas, situadas sobre a região posterior do
corpo, acima da base da cauda, e que secretam um óleo, utilizado na impermeabilização das
penas.
* Repteis não possuem glândula uropigiana.
- ALTERNATIVA D (“Homeotermia.”) – INCORRETA
* Os repteis são pecilotermos, ao contrario das aves e dos mamíferos, que são homeotermos.
Os homeotermos, conhecidos como animais de “sangue quente”, mantêm a temperatura
corpórea constante independentemente da temperatura ambiental, graças a mecanismos
internos de “produção” de calor. Dessa forma, a temperatura corporal desses animais é
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regulada pelo próprio metabolismo. Os pecilotermos, ao contrário, apresentam temperatura


corpórea variável.
- ALTERNATIVA E (“Presença de carena.”) – INCORRETA
* Os repteis não apresentam carena. Ela está presente nas aves do grupo carinata [maioria das
delas (tico-tico, sabiá, canário, bem-te-vi, sanhaço, etc.)] e ausente nas ratitas (emas,
avestruzes, etc.).
COMPLEMENTO
As aves são divididas em dois grandes grupos: as carinatas e as ratitas. As carinatas
apresentam uma quilha no osso externo, chamada carena e têm músculos peitorais bastante
desenvolvidos. Muitas podem voar, embora algumas não o façam habitualmente, realizando
apenas voos curtos, como as galinhas. Algumas aves, como os pinguins, sofreram, em suas
asas, modificações que as tornaram aptas à natação. As ratitas, com a ema e o avestruz, não
apresentam carena no externo e são incapazes de voar.

16. (UPE-2013) Quando se fazem referências a peixes, erroneamente se pode achar que a
única diferença encontrada entre eles é o habitat, uma vez que alguns habitam águas doces e
outros, águas salgadas. No entanto, são muitas as características que os diferenciam. Observe
as afirmativas a seguir:
I. O peixe-bruxa é um representante atual de peixes primitivos, que, por não possuírem
mandíbulas, não podem se alimentar de presas maiores nem mastigar partes duras dessas
presas.
II. O tubarão representa uma classe de peixes, o qual possui um esqueleto firme, porém
adaptável, denominado cartilaginoso, e nadadeiras articuladas de amplo movimento.
III. Os peixes ósseos primitivos desenvolveram bolsas de gás, que suplementaram a ação das
brânquias e aperfeiçoaram o controle da flutuação, encontradas, atualmente, apenas, nos
peixes pulmonados.
IV. Descendentes de peixes com nadadeiras articuladas tornaram-se, com o tempo, mais
adaptados à vida na terra, o que deu origem aos tetrápodes.
Estão corretas, apenas:
a) I e II.
b) II e III.
c) I e IV.
d) II e IV.
e) III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“I e IV.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“O peixe-bruxa é um representante atual de peixes primitivos, que, por não
possuírem mandíbulas, não podem se alimentar de presas maiores nem mastigar partes duras
dessas presas.”) – CORRETA
* O peixe-bruxa (enguias-do-casulo, enguias-de-muco, feiticeira, mixina ou bruxa-do-mar),
pertence ao grupo dos ciclostomatas (agnatas). Ele se caracteriza pela ausência de
mandíbulas, tendo boca circular, dai a denominação “ciclostomata” (figura abaixo).

COMPLEMENTO
Os agnatas (ciclostomatas) eram abundantes nos mares de eras geológicas passadas.
Na fauna atual, entretanto, estão representados por apenas duas classes: Myxini (peixe-bruxo)
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e Petromyzontida (lampreias). Eles descendem dos primeiros craniados que surgiram,


provavelmente, a partir de animais marinhos de pequeno porte. São dotados de encéfalo
simples e de endoesqueleto cartilaginoso, com crânio rudimentar. O peixe-bruxo, que se
alimenta, principalmente, de pequenos poliquetas, crustáceos e peixes moribundos, não possui
vértebras e as lampreias as possuem rudimentares. As feiticeiras são hermafroditas, mas em
geral, só o ovário ou só o testículo é funcional em cada indivíduo e não passam por estágio
larval, apresentando, portanto, desenvolvimento direto. Algumas espécies de peixe-bruxo
encontram-se ameaçadas de extinção pela pesca excessiva. São capturados devido a sua pele
macia e forte, que é vendida no mercado internacional como “pele-de-enguia”. A figura a seguir
mostra uma lampreia, com sua boca circular.

- AFIRMATIVA II (“O tubarão representa uma classe de peixes, o qual possui um esqueleto
firme, porém adaptável, denominado cartilaginoso, e nadadeiras articuladas de amplo
movimento.”) – INCORRETA
* Conquanto o tubarão pertença à classe Chondricthyes (condrictes ou peixes cartilaginosos),
como consta nesta afirmativa, suas nadadeiras não são articuladas.
- AFIRMATIVA III (“Os peixes ósseos primitivos desenvolveram bolsas de gás, que
suplementaram a ação das brânquias e aperfeiçoaram o controle da flutuação, encontradas,
atualmente, apenas, nos peixes pulmonados.”) – INCORRETA
* Nos peixes pulmonados (dipnoicos), que estão representados na fauna atual por apenas três
gêneros: o Neoceratodus, o Protopterus e o Lepidostrem, a bexiga natatória (bolsa interna de
parede flexível e cheia de gás) está relacionada com a função respiratória e não com o controle
da flutuação, não atuando, portanto, como órgão hidrostático. Neles, a membrana da bexiga
natatória é vascularizada, permitindo a realização de trocas gasosas entre o ar presente no
interior dessa bexiga e o sangue. Nos demais Osteichthyes (peixes ósseos), ela permanece
como a função hidrostática, controlando a flutuação do peixe, permitindo, dessa forma, que ele
se mantenha em diferentes profundidades, subindo ou descendo sem despender muita
energia. A figura abaixo mostra a localização da bexiga natatória, acima do tubo digestivo.
Lembramos que os Chondricthyes (condrictes ou peixes cartilaginosos) não possuem bexiga
natatória.

- AFIRMATIVA IV (“Descendentes de peixes com nadadeiras articuladas tornaram-se, com o


tempo, mais adaptados à vida na terra, o que deu origem aos tetrápodes.”) – CORRETA
* A superclasse Tetrapoda (tetrápodes), inclui quatro classes, cujos representantes (anfíbios,
repteis, aves e mamíferos), possuem quatro membros. Admite-se que eles sejam
descendentes dos peixes com nadadeiras articuladas, carnosas e lobadas, conhecidos como
Sarcopterygii (sarcopterígeos), cuja base é suportada por um esqueleto ósseo interno,
semelhante às patas de tetrápodes. Admite-se, dessa forma, que eles podiam se apoiar no
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solo com as nadadeiras e “caminhar” pelo fundo de rios e lagos. Esse modo peculiar de
movimentação teria permitido que eles pudessem realizar incursões em terra firme, a procura
de alimento.

VIGÉSIMA-SEXTA BATERIA (CITOLOGIA)

01. (UPE-2004) Sobre os organoides citoplasmáticos, analise as afirmativas.


I II
0 0 - Os ribossomos, presentes apenas em células eucarióticas, formados por RNA e
proteínas, são responsáveis pela síntese proteica.
1 1 - Os centríolos, encontrados no citoplasma de células animais e vegetais, são formados
por dois cilindros em ângulo reto entre si, localizando-se próximo ao núcleo na região
denominada centro celular ou cinetócoro.
2 2 - Nos lisossomos, a enzima catalase está envolvida no processo de decomposição de
H2O2 em água e gás oxigênio.
3 3 - O conjunto de mitocôndrias de uma célula é denominado de condrioma, cujo número é
constante em todos os tipos celulares.
4 4 - Os glioxissomos, presentes nos protistas, nos fungos, nas plantas e nos animais, são
organelas que atuam sobre os lipídios, convertendo-os em açúcares.
GABARITO
FFFFF
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Os ribossomos, presentes apenas em células eucarióticas, formados por
RNA e proteínas, são responsáveis pela síntese proteica.”) – FALSA
* Os ribossomos estão presentes nas células procarióticas e eucarióticas e, não apenas nas
eucarióticas, como consta nesta afirmativa.
- AFIRMATIVA 1 1 (“Os centríolos, encontrados no citoplasma de células animais e vegetais,
são formados por dois cilindros em ângulo reto entre si, localizando-se próximo ao núcleo na
região denominada centro celular ou cinetócoro.”) – FALSA
* Ocorrência dos centríolos: protozoários, algas, briófitas, pteridófitas e animais. Nas células
das gimnospermas e das angiospermas não há centríolos. Nelas existem, portanto,
centrossomos desprovidos de centríolos.
* Centro celular e cinetócoro são estruturas distintas (veja a seguir).
I. Centro celular (centrossomo): região diferenciada do citoplasma, em cujo interior se
situam os centríolos (diplossomo). Ele “orienta” a migração dos cromossomos para os polos da
célula por ocasião da divisão celular. O centrossomo (figura abaixo) é formado por centríolos,
microcentro, centrosfera e astrosfera (ou áster).

Ia. Centríolos: estruturas citoplasmáticas cilíndricas, desprovidas de membrana e constituídas


por microtúbulos proteicos. Ao microscópio eletrônico, cada centríolo aparece formado por
nove trincas de microtúbulos (figura a seguir), unidas por pontes proteicas (proteínas que ligam
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os microtúbulos) e dispostas de modo a formar um cilindro. Eles atuam na divisão celular e na


formação dos cílios e dos flagelos.

1. Atuação na divisão celular: os centríolos estão associados às regiões polares das células,
para as quais os cromossomos migram por ocasião da divisão celular. Eles se situam no
interior de uma massa de material amorfo, denominada centrossomo ou centro celular (figura
abaixo).

2. Formação dos cílios e dos flagelos: cílios e flagelos são estruturas filamentosas contráteis,
que se projetam da superfície celular, possibilitando certos movimentos celulares. Eles podem
ser encontrados tanto em seres unicelulares, quanto em organismos mais complexos e são,
em última análise, centríolos modificados e mais compridos. Além da tubulina dos microtúbulos,
os cílios e flagelos apresentam dineína, proteína dotada de atividade ATPásica, importante
para sua movimentação.
Ib. Microcentro: zona condensada do citoplasma, que se dispõe ao redor dos centríolos, sendo
envolvida pela centrosfera e pela astrosfera.
Ic. Centrosfera: zona clara do centrossomo, situada ao redor dos centríolos e por fora do
microcentro. Nela se encontram, frequentemente, pequenas vesículas do complexo de Golgi.
Estudos sugerem que a centrosfera é o principal centro organizador dos microtúbulos.
Id. Astrosfera (ou áster): estrutura formada por microtúbulos (fibras do áster) com disposição
radiada a partir e em torno dos centríolos (figura a seguir).

II. Cinetócoro: disco de proteínas, situado no centrômero (figura abaixo), ao qual se


prendem os microtúbulos da fibra cromossômica (fibra do cinetócoro), durante a divisão celular.
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Lembramos que os cromossomos possuem um estrangulamento chamado constrição


primária (ou centromérica), que se caracteriza por apresentar uma zona clara onde se observa
uma condensação denominada centrômero, cuja posição é constante num determinado
cromossomo, permitindo que ele seja classificado como metacêntrico, submetacêntrico,
acrocêntrico e telocêntrico (figura a seguir).

- AFIRMATIVA 2 2 (“Nos lisossomos, a enzima catalase está envolvida no processo de


decomposição de H2O2 em água e gás oxigênio.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a catalase, envolvida no processo de
decomposição do H2O2 (peróxido de hidrogênio) em água e gás oxigênio, está presente nos
peroxissomos e não nos lisossomos. Para maiores detalhes ver PEROXISSOMOS, matéria
publicada, no dia 25/04/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- AFIRMATIVA 3 3 (“O conjunto de mitocôndrias de uma célula é denominado de condrioma,
cujo número é constante em todos os tipos celulares.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, o número de mitocôndria por célula é muito
variável, dependendo da célula e da condição em que ela se encontra, aumentando com a
atividade metabólica da célula.
- AFIRMATIVA 4 4 (“Os glioxissomos, presentes nos protistas, nos fungos, nas plantas e nos
animais, são organelas que atuam sobre os lipídios, convertendo-os em açúcares.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa os glioxissomos não estão presentes nos animais
(veja a seguir).
- Glioxissomos: organoides presentes nos protozoários, nas algas, nos fungos e nas
sementes oleaginosas dos vegetais superiores, sendo ausentes nas células animais. São
considerados peroxissomos vegetais, que catalisam reações onde o ácido graxo da semente é
transformado em hidrato de carbono, num processo denominado ciclo do ácido glioxílico (ciclo
do glioxilato). O carboidrato formado fornece energia para a germinação da semente. Eles são,
portanto, importantes reguladores do processo germinativo vegetal.

02. (UPE-2004) Entre as alternativas abaixo, qual delas contempla corretamente a estrutura
e/ou a função de um dos organoides citoplasmáticos?
a) O ergastoplasma é bem desenvolvido em células com pequena atividade metabólica, como
os osteoblastos, e pouco desenvolvido em células com alta atividade metabólica, como as
adiposas.
b) Nas células de vegetais e de invertebrados, o retículo endoplasmático liso, em geral,
encontra-se fragmentado e disperso pelo hialoplasma, sendo denominado de dictiossomo.
c) O retículo endoplasmático rugoso, pela sua comunicação com a membrana plasmática,
aumenta consideravelmente o contato entre a superfície da célula e o exterior, facilitando a
entrada e a saída de substâncias.
d) Nos músculos, o retículo endoplasmático rugoso, denominado de retículo sarcoplasmático,
apresenta-se bem-desenvolvido, servindo de reservatório de íons cálcio e ATP, necessários ao
mecanismo de contração.
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e) Em células vegetais e animais, são encontrados os peroxissomos, organelas envolvidas na


digestão intracelular. A membrana interna dessas organelas é revestida por glicoproteínas, que
são produzidas no retículo endoplasmático rugoso e acumuladas no complexo de Golgi.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“O retículo endoplasmático rugoso, pela sua comunicação com a membrana plasmática,
aumenta consideravelmente o contato entre a superfície da célula e o exterior, facilitando a
entrada e a saída de substâncias.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O ergastoplasma é bem desenvolvido em células com pequena atividade
metabólica, como os osteoblastos, e pouco desenvolvido em células com alta atividade
metabólica, como as adiposas.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o ergastoplasma ou retículo endoplasmático
rugoso (figura abaixo), é pouco desenvolvido em células com pequena atividade metabólica,
como as adiposas e muito desenvolvido naquelas que apresentam elevada atividade
metabólica, como os fibroblastos e os osteoblastos.

- ALTERNATIVA B (“Nas células de vegetais e de invertebrados, o retículo endoplasmático liso,


em geral, encontra-se fragmentado e disperso pelo hialoplasma, sendo denominado de
dictiossomo.”) – INCORRETA
* Dictiossomo não fragmentos do retículo endoplasmático liso, como consta nesta alternativa.
Eles fazem parte do complexo de Golgi (ver abaixo).
COMPLEXO DE GOLGI: também conhecido como aparelho de Golgi, complexo golgiense ou
sistema golgiense (figura a seguir), foi descoberto em 1898 pelo citologista italiano Camillo
Golgi, que o denominou inicialmente de aparelho reticular interno. Esse organoide, desprovido
de ribossomos, consiste de sáculos membranosos, achatados e empilhados, de cuja periferia
se originam vesículas, por brotamento. Cada uma dessas pilhas, denominada dictiossomo,
golgiossomo ou sáculo lameliforme, é semelhante em células animais e vegetais. O complexo
golgiense atua na modificação, na concentração e no empacotamento, em pequenas vesículas,
de algumas substâncias produzidas no retículo endoplasmático rugoso.
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- ALTERNATIVA C (“O retículo endoplasmático rugoso, pela sua comunicação com a


membrana plasmática, aumenta consideravelmente o contato entre a superfície da célula e o
exterior, facilitando a entrada e a saída de substâncias.”) – CORRETA
* Analisando-se a estrutura do retículo endoplasmático (rugoso e liso), percebe-se uma
comunicação de suas membranas com a plasmalema (membrana plasmática) e com a
carioteca (membrana nuclear), levando a que haja um aumento considerável no contato entre a
superfície da célula e o meio exterior.
- ALTERNATIVA D (“Nos músculos, o retículo endoplasmático rugoso, denominado de retículo
sarcoplasmático, apresenta-se bem-desenvolvido, servindo de reservatório de íons cálcio e
ATP, necessários ao mecanismo de contração.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, é o reticulo endoplasmático liso, e não o rugoso,
que atua como reservatório de íons cálcio nos músculos (ver abaixo).
* PRINCIPAIS FUNÇÕES DO RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO LISO (RETÍCULO
AGRANULAR)
++
I. CONTROLE DA ATIVIDADE MUSCULAR: sendo o principal reservatório de Ca do
citoplasma, o retículo endoplasmático liso exerce importante papel na contração muscular.
Quando as células musculares estriadas são estimuladas pelos neurotransmissores liberados
++
nas placas motoras, o Ca sai do retículo liso pelos canais de cálcio e promove a contração
++
das miofibrilas, levando à contração muscular. Cessado o estímulo, os íons Ca são trazidos
++
de volta às cisternas do retículo liso, por processo ativo. O Ca provoca grandes forças de
atração entre a actina e a miosina, fundamental para a contração muscular.
II. Transporte de substâncias: graças à movimentação de suas membranas e a sua
comunicação com a carioteca e a plasmalema, o retículo liso promove não apenas o transporte
de substâncias dentro da célula, mas também desta para o meio externo. Essa função também
é exercida pelo retículo endoplasmático rugoso.
III. Armazenamento de substâncias/regulação da pressão osmótica: o retículo liso, a
exemplo do rugoso, armazena substâncias diversas no interior de suas cavidades. Uma vez
que as substâncias armazenadas podem determinar alteração na concentração do suco
celular, o retículo endoplasmático está, de certa forma, associado com a regulação da pressão
osmótica.
IV. Síntese de lipídios: o retículo liso é responsável pela síntese de praticamente todos os
lipídios que compõem as membranas celulares, incluindo os fosfolipídios e o “colesterol”. Em
alguns casos, os lipídios das membranas são inicialmente produzidos no retículo liso, sendo
em seguida completados no complexo golgiense. Esse é o caso, por exemplo, da
esfingomielina e dos glicolipídios, cujas partes glicídicas são produzidas com o auxílio do
complexo de Golgi. As enzimas que sintetizam os fosfolipídios são intrínsecas à membrana do
retículo liso, com suas partes ativas fazendo saliência na face citoplasmática da membrana. No
retículo liso, também são produzidas esteroides. Em função disso, as células dos testículos e
dos ovários, produtoras de hormônios sexuais lipídicos, da categoria dos esteroides,
apresentam retículo endoplasmático agranular bastante desenvolvido.
V. Desintoxicação do organismo: o organismo possui a capacidade de converter substâncias
tóxicas (álcool, herbicidas, conservantes, corantes alimentares, medicamentos, etc.) em
substâncias inócuas ou de fácil eliminação. Essa atividade neutralizadora ocorre principalmente
no fígado, graças a enzimas do retículo agranular. Para se ter uma ideia, a ingestão de
barbitúricos, que tem efeito hipnótico e depressor do sistema nervoso central, promove
acentuado aumento na quantidade de retículo endoplasmático liso nas células hepáticas.
Embora muitas células possuam pouco retículo liso, esse organoide é abundante nos
hepatócitos.
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VI. Metabolização do glicogênio: esta atividade do retículo liso consiste na obtenção de


glicose a partir do glicogênio, processo denominado glicogenólise. Em determinadas células,
como as do fígado e as dos músculos estriados, podem ocorrer grandes depósitos de
glicogênio. No fígado, a glicogenólise tem papel importante na manutenção do nível de glicose
no sangue (glicemia), fornecendo esse monossacarídeo para outras células do organismo. A
glicose resultante da glicogenólise muscular, por outro lado, é quase toda utilizada como fonte
de energia para a contração muscular, não contribuindo, de modo significativo, para modificar a
glicemia.
- ALTERNATIVA E (“Em células vegetais e animais, são encontrados os peroxissomos,
organelas envolvidas na digestão intracelular. A membrana interna dessas organelas é
revestida por glicoproteínas, que são produzidas no retículo endoplasmático rugoso e
acumuladas no complexo de Golgi.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, os peroxissomos não estão envolvidos com a
digestão intracelular. Esta atividade é realizada pelo lisossomo.
* Para saber as funções dos peroxissomos ver PEROXISSOMOS, matéria publicada, no dia
25/04/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.

03. (UPE–2006) Peroxissomos são organelas citoplasmáticas, membranosas, presentes nas


células animais e de muitos vegetais. Sobre essas organelas e suas funções, analise as
afirmativas.
I II
0 0 - Apresentam muitas enzimas do tipo oxidases, que utilizam o oxigênio para oxidar
substâncias orgânicas e formar, como subproduto, peróxido de hidrogênio.
1 1 - São mais abundantes nas células do fígado e dos rins, onde desempenham importante
papel na oxidação de várias substâncias absorvidas pelo sangue, como, por exemplo, o álcool.
2 2 - Os novos peroxissomos são formados a partir das cisternas do complexo de Golgi, sendo
liberados diretamente, no citoplasma.
3 3 - Em determinadas plantas, principalmente no grupo das oleaginosas, as células dos
cotilédones apresentam um tipo especial de peroxissomos, denominado de glioxissomos, cuja
função é converter os lipídeos, armazenados na semente, em açúcares que serão utilizados no
processo de germinação.
4 4 - Embora o peróxido de hidrogênio seja uma substância tóxica produzida pelos
peroxissomos, estes são capazes de degradá-lo, transformando-o em água e gás carbônico
através da enzima catalase.
GABARITO
VVFVF
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Apresentam muitas enzimas do tipo oxidases, que utilizam o oxigênio
para oxidar substâncias orgânicas e formar, como subproduto, peróxido de hidrogênio.”) –
VERDADEIRA
* Os peroxissomos também conhecidos como microcorpos (figura abaixo), oxidam substratos
orgânicos específicos, retirando átomos de hidrogênio e combinando-os com oxigênio
molecular (O2). Essa reação produz peróxido de hidrogênio (H2O2), usando as chamadas
enzimas geradoras de peróxido de hidrogênio (glicolato oxidase, urato oxidase e D-aminoácido
oxidase). Sendo fortemente oxidante e, portanto, extremamente prejudicial à célula, esse
peróxido é imediatamente degradado a água e oxigênio pela catalase, também presente no
interior dos peroxissomos.
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- AFIRMATIVA 1 1 (“São mais abundantes nas células do fígado e dos rins, onde
desempenham importante papel na oxidação de várias substâncias absorvidas pelo sangue,
como, por exemplo, o álcool.”) – VERDADEIRA
* Os peroxissomos são organoides geralmente esféricos, presentes em células eucarióticas,
cujo tamanho e forma variam muito, conforme o tipo celular e as condições fisiológicas
consideradas. Nos seres humanos, por exemplo, eles são particularmente abundantes no
fígado e no rim, onde têm sido bem estudados, ocorrendo, em menor número e tamanho, nos
fibroblastos e no cérebro. Eles formam, na verdade, uma família de organelas com funções
específicas em tipos celulares diversos. Observa-se, ainda, que em uma célula nem todos os
peroxissomos têm a mesma composição enzimática. Essas enzimas são produzidas pelos
polirribossomos do citosol, conforme as “necessidades” da célula e, muitas vezes, como uma
adaptação à destruição de moléculas estranhas que penetram na célula, como álcool etílico e
drogas diversas. Para se ter uma ideia, cerca de 25% do álcool que ingerimos é oxidado a
acetaldeído no fígado, por enzimas presentes nos peroxissomos.
- AFIRMATIVA 2 2 (“Os novos peroxissomos são formados a partir das cisternas do complexo
de Golgi, sendo liberados diretamente, no citoplasma.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, os novos peroxissomos não são formados a
partir do complexo de Golgi.
* Os peroxissomos se duplicam por fissão binária de peroxissomos preexistentes, após
crescerem graças à penetração de proteínas sintetizadas nos polirribossomos livres no citosol.
Essas proteínas possuem um sinal, sequência especial de três aminoácidos (serina, lisina,
leucina) próximo a sua extremidade carboxílica, que é reconhecido por receptores da
membrana. Essas sequências, denominadas peroxinas, participam do mecanismo movido pela
hidrólise de ATP, sendo, portanto, um processo ativo. Dessa forma, os peroxissomos crescem
e, após atingirem um determinado tamanho, dividem-se por fissão. As moléculas que ficam
presas nas membranas dos peroxissomos, promovendo saliências na face citoplasmática e
funcionando como receptores, também são sintetizadas nos polirribossomos livres. A divisão
desses organoides tem como principais objetivos repor os que sofreram autofagia e compensar
a sua redução numérica, sofrida durante a divisão celular. Sua proliferação pode ocorrer,
também, em resposta a diferentes estímulos externos, levando a um processo de divisão
regulada, independente da mitose. Findo o estímulo responsável pela proliferação, a
homeostase celular relativa ao número desses organoides é restabelecida por autofagia.
- AFIRMATIVA 3 3 (“Em determinadas plantas, principalmente no grupo das oleaginosas, as
células dos cotilédones apresentam um tipo especial de peroxissomos, denominado de
glioxissomos, cuja função é converter os lipídeos, armazenados na semente, em açúcares que
serão utilizados no processo de germinação.”) – VERDADEIRA
* Glioxissomos: organoides presentes nos protozoários, nas algas, nos fungos e nas
sementes oleaginosas dos vegetais superiores. São considerados peroxissomos vegetais, que
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catalisam reações onde o ácido graxo da semente é transformado em hidrato de carbono, num
processo denominado ciclo do ácido glioxílico (ciclo do glioxilato). O carboidrato formado
fornece energia para a germinação da semente. Eles são, portanto, importantes reguladores do
processo germinativo vegetal.
- AFIRMATIVA 4 4 (“Embora o peróxido de hidrogênio seja uma substância tóxica produzida
pelos peroxissomos, estes são capazes de degradá-lo, transformando-o em água e gás
carbônico através da enzima catalase.”) – FALSA
* A catalase, presente nos peroxissomos, degrada o peróxido de hidrogênio (H2O2) em água e
oxigênio e não em água e gás carbônico, como consta nesta afirmativa.
- Para maiores detalhes ver PEROXISSOMOS, matéria publicada, no dia 25/04/2013, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.

04. (UPE–2006) A mitose é um processo contínuo de divisão celular, que permite a renovação
e a formação de novas células. Associe as figuras dessa divisão às suas respectivas
características e a cada fase da mitose.

A – Os cromossomos estão alinhados na região equatorial da célula e presos às fibras do fuso


pelos centrômeros.
B – As fibras do fuso começam a encurtar e, como consequência, cada lote de cromossomos
irmãos são puxados para os polos opostos da célula.
C – Os cromossomos iniciam o processo de desespiralização, e os nucléolos reaparecem nos
novos núcleos celulares formados.
D – Os cromossomos se condensam, e, em torno do núcleo, organiza-se um conjunto de fibras
originadas a partir dos centrossomos, constituindo o fuso mitótico.
I – PRÓFASE II – METÁFASE III – ANÁFASE IV – TELÓFASE
Assinale a alternativa que apresenta a associação correta entre as colunas.
a) Figura 3-D-I.
b) Figura 2-B-IV.
c) Figura 4-A-II.
d) Figura 1-C-III.
e) Figura 3-C-II.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Figura 3-D-I.”)
PRÓFASE (Figura 3)
Durante a prófase (figura abaixo), os nucléolos se tornam menos visíveis até
desaparecerem, completamente, no final dessa fase. Os filamentos de cromatina, já duplicados
na interfase, no período S, passam por um processo contínuo de condensação, devido à ação
de uma proteína (condensina), tornando-se facilmente visíveis ao microscópio óptico e
formando os cromossomos propriamente ditos. Cada cromossomo, na prófase, está formado
por duas cromátides (cromátides-irmãs), unidas pelo centrômero. Os centríolos duplicados
(diplossomos) migram para os polos da célula, rodeados por um conjunto de fibras proteicas
que constituem o áster. Entre os centríolos que se afastam, aparecem fibras de proteínas do
fuso mitótico (fuso de divisão ou aparelho mitótico).
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- CARACTERÍSTICA D (“Os cromossomos se condensam, e, em torno do núcleo, organiza-se


um conjunto de fibras originadas a partir dos centrossomos, constituindo o fuso mitótico.”)
METÁFASE (Figura 1)
Nesta fase (figura a seguir), os cromossomos atingem o estado de máxima
condensação, tornando-se bastante visíveis ao microscópio óptico. Os cromossomos se ligam
às fibras cromossômicas através dos cinetócoros e se alinham no “equador” da célula,
formando a placa equatorial ou placa metafásica. Em face de a metáfase ser a fase de máxima
visibilidade cromossômica, ela é a mais utilizada para a obtenção de fotografias
cromossômicas, com as quais são montados os cariótipos, sendo por essa razão que ela é
conhecida como a fase do cariótipo.

- CARACTERÍSTICA A (“Os cromossomos estão alinhados na região equatorial da célula e


presos às fibras do fuso pelos centrômeros.”)
ANÁFASE (Figura 4)
Após a separação das cromátides irmãs, decorrente da duplicação dos centrômeros,
que teve início no final da metáfase, cada cromossomo irmão migra para um dos polos da
célula (figura abaixo). Essa migração se deve à despolimerização dos microtúbulos que
compõem as fibras cromossômicas e consequente encurtamento dessas fibras. A anáfase
termina quando os cromossomos filhos chegam aos polos da célula.

- CARACTERÍSTICA B (“As fibras do fuso começam a encurtar e, como consequência, cada


lote de cromossomos irmãos são puxados para os polos opostos da célula.”)
TELÓFASE (Figura 2)
Em linhas gerais, a telófase pode ser considerada como o inverso da prófase. Nela,
ocorre uma série de eventos opostos aos que se verificam no início da divisão celular. Na
telófase (figura a seguir), os cromossomos já situados nos polos da célula se descondensam
(sofrem desespiralização), os nucléolos se reorganizam, e a carioteca se forma em torno de
cada conjunto cromossômico, reconstituindo-se a partir das membranas do retículo
endoplasmático. Dessa forma, os dois núcleos filhos formados adquirem o aspecto típico de
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núcleos interfásicos. Após a divisão nuclear (cariocinese), tem início a citocinese ou divisão
citoplasmática, levando à formação de duas células filhas, com distribuição mais ou menos
equitativa dos orgânulos citoplasmáticos.

- CARACTERÍSTICA C (“Os cromossomos iniciam o processo de desespiralização, e os


nucléolos reaparecem nos novos núcleos celulares formados.”)
ASSOCIAÇÃO CORRETA ENTRE AS COLUNAS
Figura: 3
Característica: D (“Os cromossomos se condensam, e, em torno do núcleo, organiza-se um
conjunto de fibras originadas a partir dos centrossomos, constituindo o fuso mitótico.”)
Fase da mitose: I (“PRÓFASE”)
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Figura 3-D-I.”)

05. (UPE–2006) A estrutura, a quantidade de DNA e a posição do centrômero dos


cromossomos podem ser alteradas sem que haja mudança no número de cromossomos. Esse
fenômeno é conhecido como mutação estrutural.

A figura acima representa uma mutação estrutural do tipo:


a) Inversão.
b) Duplicação.
c) Deleção.
d) Translocação.
e) Trissomia.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Inversão.”)
JUSTIFICATIVA
* A figura mostra uma mutação cromossômica estrutural do tipo inversão, o que pode ser
constatado pela sequência do cromossomo alterado (abaixo na figura) que passará a ser: A –
B – E – D – C – F – G – H. A sequencia no cromossomo normal (não mutado) e acima na
figura é: A – B – C – D – E – F – G – H.
COMPLEMENTO
MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS ESTRUTURAIS
São mudanças na estrutura dos cromossomos, que resultam de uma ou mais quebras
em um ou mais pares de cromossomos. Entre elas destacamos (figura abaixo): deficiência
(deleção), duplicação (adição), inversão e translocação.
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I. Deficiência (deleção): é a perda de um pedaço de cromossomo, podendo originar um


braço mais curto. Lembramos que a fração acêntrica (sem centrômero) perde-se (degenera),
pois quando a célula se divide ela não tem como se prender às fibras do fuso.
II. Duplicação (adição): neste caso, o cromossomo apresenta um ou mais genes em dose
dupla. As duplicações são mais comuns e menos prejudiciais que as deficiências, deduzindo-
se que o excesso de genes geralmente é menos prejudicial do que a falta deles.
III. Inversão: neste caso, o cromossomo sofre quebra em dois pontos, e o segmento solto se
solda, após um giro de 180º, aos locais fraturados do mesmo cromossomo.
IV. Translocação: ocorre quando dois cromossomos não homólogos sofrem quebras
simultâneas, e os segmentos se soldam trocados (permutados).
TRISSOMIA (alternativa E)
É uma mutação cromossômica numérica, e não estrutural, do tipo aneuploidia (2n + 1).
Lembramos que aneuploidias são alterações que envolvem um ou mais cromossomos (perda
ou acréscimo) de cada par, mas não de todo o genoma, dando origem a múltiplos não exatos
do número haploide característico da espécie. Entre elas destacamos a nulissomia, a
monossomia e a trissomia (figura a seguir).

I. Nulissomia: quando há perda dos dois membros de um mesmo par cromossômico (2n –2).
II. Monossomia: quando há perda de um dos cromossomos do par, isto é, quando o número de
cromossomos da célula for (2n –1).
III. Trissomia: quando um mesmo cromossomo se apresenta repetido três vezes (2n +1), em
vez de duas vezes.

06. (UPE-2007) A membrana plasmática fornece individualidade à célula, definindo e


estabelecendo elos entre os meios intra e extracelular. A partir da membrana plasmática, a
primeira célula adquiriu identidade. Em relação a esse envoltório celular, podemos afirmar:
I. Os componentes básicos de sua estrutura são fosfolipídios e proteínas. As proteínas, de
acordo com a função que desempenham, constituem: canais de proteína, proteínas
carregadoras, proteínas receptoras e proteínas de reconhecimento.
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II. As células bacterianas não apresentam membrana plasmática. Seu revestimento externo é
constituído de glicoproteínas, conhecido como glicocálix ou parede bacteriana.
III. A bomba de sódio e potássio é um mecanismo de transporte por difusão passiva, através da
membrana, em que se mantém maior concentração de sódio no interior da célula e de potássio
fora dela.
IV. Potencial de membrana é a diferença de potencial elétrico entre seus lados interno e
externo. Normalmente, a superfície extracelular tem potencial positivo em relação ao interior, e
essa diferença é mantida graças à bomba de sódio e potássio.
V. Na fagocitose, a membrana envolve o material a ser englobado. No combate a infecções em
nosso organismo, os macrófagos agem através da fagocitose como também no processo de
involução uterina pós-parto.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I, II e V.
b) Apenas II, III e IV.
c) Apenas I, IV e V.
d) Apenas I, II e IV.
e) Apenas III, IV e V.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Apenas I, IV e V.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Os componentes básicos de sua estrutura são fosfolipídios e proteínas. As
proteínas, de acordo com a função que desempenham, constituem: canais de proteína,
proteínas carregadoras, proteínas receptoras e proteínas de reconhecimento.”) – CORRETA
* Estudos bioquímicos mostraram que os componentes mais abundantes da membrana
plasmática são fosfolipídeos e proteínas, razão pela qual se costuma dizer que ela apresenta
constituição lipoproteica, como consta nesta afirmativa. Igualmente, de acordo com as funções
que as proteínas desempenham, temos: proteínas de canal (canais de proteína), proteínas
carregadoras (carreadoras), proteínas receptoras e proteínas de reconhecimento.
I. Proteínas de canal (figura abaixo): respondem pela formação de canais hidrofílicos através
+ + - ++
dos quais certos íons (Na , K , Cl , Ca ) e moléculas podem atravessar a membrana
plasmática. Em face de nesses canais não ocorrer ligação entre os solutos e as proteínas que
o compõem, o transporte através deles é relativamente rápido, sendo diretamente proporcional
à concentração do soluto. As aquaporinas, que formam canais de passagem para as moléculas
de água através das biomembranas, pertencem ao grupo das proteínas de canal.

II. Proteínas carregadoras (carreadoras): estas proteínas ligam-se, especificamente, a


pequenas moléculas (glicose, aminoácidos, nucleotídeos, etc.), sofrem alterações
conformacionais (figura a seguir) e liberam as moléculas no outro lado da membrana. Elas
funcionam, dessa forma, como enzimas, facilitando o transporte de moléculas específicas
através da membrana. Ressaltamos que a translocação de moléculas mediada por carreadores
tende a ser mais rápida do que nos canais proteicos. O transporte mediado por carreadores,
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entretanto, apresenta uma velocidade máxima, que é atingida quando todos os carreadores
presentes na membrana estão “trabalhando” em atividade máxima.

III. Proteínas receptoras (abaixo): apresentam “formas” que permitem sua ligação com
moléculas importantes para o metabolismo celular.
IV. Proteínas de reconhecimento (figura a seguir): atuam no reconhecimento entre as células.
No caso da rejeição de órgãos, por exemplo, proteínas presentes na membrana das células do
doador são reconhecidas como estranhas pelo receptor.

- AFIRMATIVA II (“As células bacterianas não apresentam membrana plasmática. Seu


revestimento externo é constituído de glicoproteínas, conhecido como glicocálix ou parede
bacteriana.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa as células bacterianas apresentam membrana
plasmática, como mostra a figura a seguir.

COMPLEMENTO
A bactéria é envolvida por uma membrana esquelética (parede celular) e por uma
membrana plasmática. A parede celular é “rígida", totalmente permeável, e tem como funções
básicas sustentar a célula e protegê-la mecanicamente. A membrana plasmática é semelhante
à que envolve as células eucarióticas e controla as trocas entre a célula e o ambiente. Uma
camada gelatinosa (cápsula), composta de polissacarídeo, é, muitas vezes, formada
externamente à parede celular bacteriana. A cápsula (figura abaixo) tem como funções
proteger a bactéria de microrganismos predadores e promover a sua ligação a vários objetos,
bem como a outros seres, nos quais ela, eventualmente, penetra.

- AFIRMATIVA III (“A bomba de sódio e potássio é um mecanismo de transporte por difusão
passiva, através da membrana, em que se mantém maior concentração de sódio no interior da
célula e de potássio fora dela.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a bomba de sódio e potássio é um mecanismo
de transporte ativo.
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COMPLEMENTO
TRANSPORTE ATIVO
Transporte que se faz contra um gradiente de concentração (de uma região de menor
concentração para outra de maior concentração) e requer energia para que ocorra. Ao
contrário do transporte passivo, o transporte ativo leva ao acúmulo de um soluto acima do
ponto de equilíbrio. Ele é termodinamicamente desfavorável (endergônico) e ocorre apenas
quando acoplado a um processo exergônico. Esse transporte é energizado, via de regra, pelo
ATP (transporte ativo primário). No transporte ativo primário, a reação de hidrólise do ATP
libera energia que impulsiona o movimento do soluto contra um gradiente eletroquímico. A
exemplo do que ocorre com a difusão facilitada, o transporte ativo também apresenta um ponto
de saturação, que é atingido quando todos os carreadores da membrana estiverem
trabalhando em atividade máxima. O exemplo mais comum de transporte ativo é a bomba de
+ + +
Na -K (esquema a seguir), que transporta, ativamente, íons Na do interior da célula para fora
+
e íons K do meio extracelular para o citoplasma, como mostra a figura a seguir. Ressaltamos
+ +
que a bomba de sódio-potássio é mediada pelo carreador Na /k -ATPase. Essa bomba permite
que a célula execute uma série de funções relacionadas com a membrana plasmática, como a
condução de impulsos ao longo das células nervosas.

- AFIRMATIVA IV (“Potencial de membrana é a diferença de potencial elétrico entre seus lados


interno e externo. Normalmente, a superfície extracelular tem potencial positivo em relação ao
interior, e essa diferença é mantida graças à bomba de sódio e potássio.”) – CORRETA
* A bomba de sódio-potássio é eletrogênica (gera potencial elétrico), porque são bombeadas
+
mais cargas positivas para fora do que para dentro da célula (3 Na para o exterior em troca de
+
2 K para o interior), deixando um déficit real de íons positivos no interior. Na figura abaixo,
vemos a medida do potencial de membrana da fibra nervosa (-90 mv) por meio de micropipeta.

- AFIRMATIVA V (“Na fagocitose, a membrana envolve o material a ser englobado. No


combate a infecções em nosso organismo, os macrófagos agem através da fagocitose como
também no processo de involução uterina pós-parto.”) – CORRETA
* Por ocasião da fagocitose, a célula se aproxima da partícula a ser englobada, emitindo
expansões citoplasmáticas, denominadas pseudópodos, com os quais engloba o material.
Como consequência, forma-se uma vesícula intracitoplasmática, denominada fagossomo ou
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vacúolo de fagocitose, contendo, no seu interior, o material englobado. Ressaltamos que, como
consta nesta afirmativa, os macrófagos fagocitam e destroem fragmentos de células mortas,
quando ocorrem lesões numa parte do corpo, bem como participam da redução do volume do
útero após o parto. A figura a seguir, mostra o englobamento de uma bactéria.

* Principais funções da fagocitose


I. Nutrição: observada em organismos unicelulares como as amebas.
II. Defesa do organismo: caso dos leucócitos.
III. Limpeza do corpo: realizada pelos macrófagos que, circulando pelo organismo, fagocitam o
“lixo” (restos de células mortas, bem como partículas e materiais inúteis) que eles encontram
no seu caminho.
IV. Regressão da cauda do girino: através de apoptose [morte celular induzida por sinais
químicos (morte programada ou fisiológica)]. Outro exemplo de apoptose é a modelação dos
dedos do embrião humano, que inicialmente se apresentam unidos por uma membrana, à
semelhança de um “pé-de-pato”. Como terceiro exemplo, citamos o corpo das lagartas, que vai
sendo destruído por apoptose, à medida que o novo corpo do inseto se desenvolve dentro da
crisálida.

07. (UPE–2008) Em relação às mitocôndrias e aos cloroplastos, analise as afirmativas abaixo e


conclua.
I II
0 0 - Mitocôndrias e cloroplastos são organelas ausentes nas células das amebas, pois se
trata de seres primitivos com células procariontes.
1 1 - As mitocôndrias, relacionadas à respiração celular e os cloroplastos, com função de
fotossíntese, estão presentes exclusivamente nas células animais e vegetais, respectivamente.
2 2 - A hipótese da simbiose mutualística com bactérias é atribuída à origem das mitocôndrias
nas células eucarióticas, em função da presença de ribossomos, de DNA e RNA e de sua
capacidade de autoduplicação.
3 3 - Em uma célula eucariótica típica, a glicólise, fase anaeróbia da respiração, ocorre no
citosol, e toda a fase aeróbia ocorre no interior das mitocôndrias.
4 4 - Todo o processo fotossintetizante da célula de uma planta ocorre no interior dos
cloroplastos, com duas etapas interligadas: fase clara (fotoquímica) e fase escura (química).
GABARITO
FFVVV
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Mitocôndrias e cloroplastos são organelas ausentes nas células das
amebas, pois se trata de seres primitivos com células procariontes.”) – FALSA
* As amebas, que são eucariontes e não procariontes, como consta nesta afirmativa, possuem
mitocôndrias.
- AFIRMATIVA 1 1 (“As mitocôndrias, relacionadas à respiração celular e os cloroplastos, com
função de fotossíntese, estão presentes exclusivamente nas células animais e vegetais,
respectivamente.”) – FALSA
* As células vegetais apresentam mitocôndrias e cloroplastos e não apenas cloroplastos, como
consta nesta afirmativa.
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- AFIRMATIVA 2 2 (“A hipótese da simbiose mutualística com bactérias é atribuída à origem


das mitocôndrias nas células eucarióticas, em função da presença de ribossomos, de DNA e
RNA e de sua capacidade de autoduplicação.”) – VERDADEIRA
TEORIA EXOGÊNICA DA MITOCÔNDRIA
Existe uma tendência em se admitir que as mitocôndrias tenham se originado a partir
de bactérias aeróbias heterotróficas que foram fagocitadas, escaparam dos mecanismos de
digestão intracelular e se instalaram no citoplasma das primeiras células eucarióticas, criando
um relacionamento mutuamente benéfico, que se tornou irreversível com o tempo. Essa teoria
é conhecida como teoria exogênica da mitocôndria (teoria simbiótica da biogênese mitocondrial
ou teoria endossimbiótica). Ao longo da evolução, as mitocôndrias foram perdendo parte do
seu genoma para o núcleo da célula hospedeira, tornando-se, até certo ponto, dependentes do
DNA cromossomial dessas células. Assim sendo, boa parte das proteínas mitocondriais são
codificados por RNAs mensageiros provenientes do núcleo celular. Uma vez sintetizadas nos
polissomos da matriz citoplasmática, as referidas proteínas são transferidas para o interior das
mitocôndrias. Esse é o caso, por exemplo, de vários componentes necessários para a
expressão gênica, como proteínas ribossomais e da maioria das enzimas do ciclo de Krebs.
Para que elas penetrem na mitocôndria, é necessário que sejam reconhecidas pela organela.
Esse reconhecimento é possível graças à presença de sequências sinais que dirigem as
referidas proteínas para as regiões adequadas dentro da mitocôndria. Há, igualmente, uma
tendência em se admitir que os plastos também tenham se originado de organismos
procariontes. Dentre as evidências que apoiam teoria exogênica da mitocôndria citamos:
I. O tipo de DNA: bactérias e mitocôndrias apresentam DNA circular. A presença desse ácido
nucleico faz com que ambas sejam capazes de se autoduplicar.
II. O tipo de ribossomos: bactérias e mitocôndrias apresentam ribossomos 30S e 50S. As
células eucarióticas possuem ribossomo 40S e 60S. Lembramos que S (unidade de Svedberg
ou unidade se sedimentação) representa a velocidade com que uma partícula sedimenta em
um campo centrífugo.
III. Ação do cloranfenicol, por exemplo, que inibe a síntese proteica em mitocôndrias e
bactérias, não o fazendo nos ribossomos citoplasmáticos.
IV. Semelhança entre as cristas mitocondriais e os mesossomos, ambos ricos em enzimas
respiratórias.
- AFIRMATIVA 3 3 (“Em uma célula eucariótica típica, a glicólise, fase anaeróbia da
respiração, ocorre no citosol, e toda a fase aeróbia ocorre no interior das mitocôndrias.”) –
VERDADEIRA
* A respiração aeróbia pode ser dividida em três etapas: glicólise (etapa anaeróbia da
respiração), ciclo de Krebs (ciclo do ácido tricarboxílico ou ciclo do ácido cítrico) e cadeia
respiratória (cadeia oxidativa ou cadeia transportadora de elétrons). As duas últimas constituem
a etapa aeróbia, propriamente dita. A figura abaixo mostra, de modo esquemático, os locais,
nos eucariotos, onde cada uma dessas etapas ocorre. Percebe-se que glicólise ocorre
hialoplasma (fora da mitocôndria), o ciclo de Krebs se processa na matriz mitocondrial e a
cadeia respiratória ocorre nas cristas mitocondriais.
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- AFIRMATIVA 4 4 [“Todo o processo fotossintetizante da célula de uma planta ocorre no


interior dos cloroplastos, com duas etapas interligadas: fase clara (fotoquímica) e fase escura
(química).”] – VERDADEIRA
* A fotossíntese apresenta duas séries de reações, denominadas fase fotoquímica (fase
luminosa ou reações de claro) e fase termoquímica (fase química ou fase enzimática ou
reações de “escuro”). Ambas ocorrendo no interior do cloroplasto. A fotoquímica no tilacoide e
a termoquímica no estoma. Os reagentes e produtos de cada uma dessas fases estão
indicados, resumidamente, no esquema ao lado. Como se pode notar, as reações da fase
luminosa dependem, diretamente, da luz, o que não ocorre com as da fase termoquímica (ciclo
de Calvin), que são consideradas “fotoindependentes”.

08. (UPE–2008) Sobre a mitose e meiose, suas fases e peculiaridades, analise as descrições
abaixo e conclua.
I II
0 0 - As fases da mitose obedecem à sequência: prófase, anáfase, metáfase e telófase. Na
prófase, cada cromossomo é formado por duas cromátides-irmãs. Durante a metáfase, há
separação das cromátides-irmãs que passam a ser denominadas cromossomos-irmãos.
1 1 - A meiose ocorre em duas etapas: meiose I (reducional) e meiose II (equacional). A
meiose I assemelha-se à mitose, enquanto a meiose II tem particularidades próprias, como o
crossing over, ausentes na mitose.
2 2 - A mitose pode ser realizada por células haploides ou diploides, que produzem, em
condições normais, cópias idênticas de si mesmas. As bactérias não se dividem por mitose
nem meiose.
3 3 - Os cromossomos que sofrem descondensação no início da prófase, ao se espiralizarem
no final da telófase, tornam a se condensar, mantendo sua individualidade nas células que não
se encontram em divisão. Essa condensação é indispensável para a síntese proteica.
4 4 - O câncer é uma doença em que falham os mecanismos biológicos de regulação do
processo da divisão celular. Uma série de divisões celulares desordenadas origina inúmeras
células-filhas que invadem outros órgãos.
GABARITO
FFVFV
JUSTIFICATIVA
DESCRIÇÃO 0 0 (“As fases da mitose obedecem à sequência: prófase, anáfase, metáfase e
telófase. Na prófase, cada cromossomo é formado por duas cromátides-irmãs. Durante a
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metáfase, há separação das cromátides-irmãs que passam a ser denominadas cromossomos-


irmãos.”) – FALSA
* Incorreções desta descrição:
I. Sequência da mitose: prófase, metáfase, anáfase e telófase.
II. A separação das cromátides irmãs (figura abaixo) ocorre na anáfase e não na metáfase.

DESCRIÇÃO 1 1 [“A meiose ocorre em duas etapas: meiose I (reducional) e meiose II


(equacional). A meiose I assemelha-se à mitose, enquanto a meiose II tem particularidades
próprias, como o crossing over, ausentes na mitose.”] – FALSA
* Incorreções desta descrição:
I. A mitose se assemelha à meiose II e não à meiose I.
II. O crossing over ocorre na meiose I (prófase I) e não na meiose II.
DESCRIÇÃO 2 2 (“A mitose pode ser realizada por células haploides ou diploides, que
produzem, em condições normais, cópias idênticas de si mesmas. As bactérias não se dividem
por mitose nem meiose.”) – VERDADEIRA
- MITOSE: divisão em que as células filhas são iguais, via de regra, à célula inicial, tanto na
qualidade quanto na quantidade do material genético. Nela, ocorre uma duplicação
cromossômica, para cada divisão celular. Durante a mitose, os cromossomos se condensam e
se distribuem de forma a garantir a separação das cromátides-irmãs, duplicadas durante o
período S (interfase), entre as células filhas. Dessa forma, cada célula filha porta o mesmo
número de cromossomos da célula mãe, sendo, portanto, uma divisão equacional. Como se
pode observa na figura a seguir, a mitose pode ocorrer tanto em células haploides (n) quanto
em diploides (2n).

* As bactérias se dividem por amitose, portanto, nem por mitose, nem por meiose.
- AMITOSE (divisão das células bacterianas)
A divisão das células bacterianas, denominada amitose ou divisão direta (esquema
abaixo), é bem mais simples que a mitose e a meiose (divisões indiretas), que ocorrem nas
células eucarióticas. Nas bactérias, a divisão tem início com a duplicação do DNA constituinte
do “cromossomo bacteriano” (DNA circular), que se prende ao mesossomo, através de uma
região específica, denominada origem de replicação. À medida que a duplicação avança, a
célula se alonga, e a membrana plasmática cresce, “dobrando-se” entre os pontos de ligação
dos novos “cromossomos” em formação. Esse “dobramento” progride até o citoplasma se
dividir, formando duas células filhas, cada uma delas contendo uma cópia do “cromossomo”
(DNA circular) presente na célula mãe.
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DESCRIÇÃO 3 3 (“Os cromossomos que sofrem descondensação no início da prófase, ao se


espiralizarem no final da telófase, tornam a se condensar, mantendo sua individualidade nas
células que não se encontram em divisão. Essa condensação é indispensável para a síntese
proteica.”) – FALSA
* Incorreções desta descrição:
I. Durante a prófase os nucléolos se tornam menos visíveis até desaparecerem,
completamente, no final dessa fase. Os filamentos de cromatina, já duplicados na interfase, no
período S, passam por um processo contínuo de condensação, devido à ação de uma proteína
(condensina), tornando-se facilmente visíveis ao microscópio óptico e formando os
cromossomos propriamente ditos.
II. Durante a telófase ocorrem descondensação dos cromossomos, bem como reorganização
do nucléolo e da carioteca. A divisão do citoplasma (citocinese ou citodiérese) marca o fim da
divisão celular.
DESCRIÇÃO 4 4 (“O câncer é uma doença em que falham os mecanismos biológicos de
regulação do processo da divisão celular. Uma série de divisões celulares desordenadas
origina inúmeras células-filhas que invadem outros órgãos.”) – VERDADEIRA
* O câncer, como consta nesta descrição, está relacionado com falhas nos mecanismos de
regulação da divisão celular. Para maiores detalhes ver CONTROLE DA PROGRESSÃO DO
CICLO CELULAR, matéria publicada, no dia 13/09/2010, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.

09. (UPE–2008) Analise este cariótipo.

Sobre o cariótipo apresentado, analise as afirmativas.


I. É uma monossomia, ou seja, o indivíduo apresenta, apenas, um cromossomo sexual: o X,
que caracteriza a síndrome de Turner.
II. Corresponde a uma aneuploidia, do tipo autossômica, pela não disjunção de um ou mais
cromossomos durante a meiose.
III. O portador dessa síndrome é do sexo feminino, com ausência de cromatina sexual nas suas
células.
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IV. As características mais comuns ao portador dessa síndrome são: baixa estatura, baixo
padrão de inteligência, testículos atrofiados, ausência de espermatozoides e anomalias renais.
V. Esta alteração não envolve os cromossomos sexuais, portanto não está relacionada ao
sexo. O cariótipo é 45, X0, podendo ser do sexo masculino ou feminino, porém estéril.
Assinale a alternativa correta.
a) As afirmativas I, II e III estão corretas.
b) As afirmativas II, IV e V estão corretas.
c) As afirmativas I e III estão corretas.
d) A afirmativa V está correta.
e) Todas estão corretas.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“As afirmativas I e III estão corretas.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“É uma monossomia, ou seja, o indivíduo apresenta, apenas, um
cromossomo sexual: o X, que caracteriza a síndrome de Turner.”) – CORRETA
* O cariótipo contido nesta questão mostra, realmente, uma monossomia e caracteriza a
síndrome de Turner.
COMPLEMENTO
MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS
Além das modificações que atingem o DNA propriamente dito, denominadas,
especificamente, mutações gênicas, pontuais ou puntiformes (ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria
publicada, no dia 15/04/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”), existe uma série de
outras que afetam diretamente os cromossomos, chamadas mutações cromossômicas ou
aberrações cromossômicas, que provocam alterações no número ou na forma dos
cromossomos. Embora não formem novas versões de genes, como as mutações pontuais, elas
contribuem para que ocorra variabilidade gênica, sendo consideradas, portanto, um dos fatores
da evolução. As mutações cromossômicas costumam ser classificadas em dois tipos:
numéricas e estruturais.
I. Mutações cromossômicas numéricas: estão relacionadas com alterações no número de
cromossomos e são classificadas em euploidias e aneuploidias (tabela e figura abaixo).

TIPO DE MUTAÇÃO NÚMERO DE CROMOSSOMOS


Haploidia n
Euploidias Triploidia 3n
Tetraploidia 4n
Nulissomia 2n - 2
Monossomia 2n – 1
Aneuploidias
Trissomia 2n +1
Tetrassomia 2n + 2
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Ia. Euploidias: são alterações que envolvem todo o genoma (acréscimo ou perda de lotes
cromossômicos completos), originando células, cujo número de cromossomos é um número
múltiplo exato do número haploide característico da espécie. As principais euploidias são:
1. Haploidia (n): quando o número de cromossomos se apresenta em dose simples como nos
gametas. A haploidia pode ser um estado normal em alguns organismos. É considerada
anormal, entretanto, quando ocorre nas células somáticas de organismos diploides.
2. Poliploidia: quando os lotes cromossômicos são representados por três (triploidia, 3n), quatro
(tetraploidia, 4n) ou mais genomas. A poliploidia ocorre em alguns vertebrados inferiores e em
alguns vegetais [ver ESPECIAÇÃO (ESPECIAÇÃO POR POLIPLOIDIA), matéria publicada, no
dia 13/02/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com.”
Ib. Aneuploidias: são alterações que envolvem um ou mais cromossomos (perda ou acréscimo)
de cada par, mas não de todo o genoma, dando origem a múltiplos não exatos do número
haploide característico da espécie. Aqui destacamos a nulissomia, a monossomia e a trissomia.
1. Nulissomia: quando há perda dos dois membros de um mesmo par cromossômico (2n –2).
2. Monossomia: quando há perda de um dos cromossomos do par, isto é, quando o número de
cromossomos da célula for (2n –1).
3. Trissomia: quando um mesmo cromossomo se apresenta repetido três vezes (2n +1), em
vez de duas vezes.
II. Mutações cromossômicas estruturais: são mudanças na estrutura dos cromossomos, que
resultam de uma ou mais quebras em um ou mais pares de cromossomos. Essas quebras
podem ocorrer espontaneamente ou por ação de agentes externos, como radiações, drogas,
vírus, etc. Entre elas destacamos (figura a seguir): deficiência (deleção), duplicação (adição),
inversão e translocação.

IIa. Deficiência: é a perda de um pedaço de cromossomo, podendo originar um braço mais


curto. Lembramos que a fração acêntrica (sem centrômero) perde-se (degenera), pois quando
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a célula se divide ela não tem como se prender às fibras do fuso. A deficiência pode ser de dois
tipos: terminais e intercalares.
1. Terminais: neste caso ocorre uma única fratura do cromossomo. As deficiências terminais
nas duas pontas do mesmo cromossomo podem originar um cromossomo em anel (ring) pela
soldadura das extremidades livres fraturadas.
2. Intercalares: neste caso, ocorrem duas fraturas em um mesmo cromossomo, com perda do
fragmento resultante. Os pedaços resultantes se soldam e o cromossomo fica mais curto.
IIb. Duplicação: neste caso, o cromossomo apresenta um ou mais genes em dose dupla. As
duplicações são mais comuns e menos prejudiciais que as deficiências, deduzindo-se que o
excesso de genes geralmente é menos prejudicial do que a falta deles.
IIc. Inversão: neste caso, o cromossomo sofre quebra em dois pontos, e o segmento solto se
solda, após um giro de 180º, aos locais fraturados do mesmo cromossomo. A inversão pode
ser pericêntrica (envolve um segmento cromossômico dotado de centrômero) e paracêntrica
(envolve um segmento cromossômico desprovido de centrômero). Na inversão não há perda
nem ganho de material genético.
IId. Translocação: ocorre quando dois cromossomos não homólogos sofrem quebras
simultâneas, e os segmentos se soldam trocados (permutados).
SÍNDROME TURNER {monossomia [(45, XO) (2n – 1)], sexo feminino}
São mulheres que apresentam ovários em fita, baixa estatura, pescoço alado,
malformação renal e anormalidades cardiovasculares. Essa síndrome é caracterizada, via de
regra, por monossomia do cromossomo X.
- AFIRMATIVA II (“Corresponde a uma aneuploidia, do tipo autossômica, pela não disjunção de
um ou mais cromossomos durante a meiose.”) – INCORRETA
* Como vimos acima, corresponde a uma aneuploidia do tipo sexual {envolve o cromossomo X
[cromossomo sexual (heterocromossomo)]} e não do tipo autossômica, como consta nesta
afirmativa.
- AFIRMATIVA III (“O portador dessa síndrome é do sexo feminino, com ausência de cromatina
sexual nas suas células.”) – CORRETA
* O portador dessa síndrome é, realmente, do sexo feminino, como vimos acima, e não
apresenta cromatina sexual em suas células.
CROMATINA SEXUAL (CORPÚSCULO DE BARR)
Resulta da condensação de um dos cromossomos X, sendo observado em número
unitário, nas mulheres dotadas de cariótipo normal. Nas células normais dos homens, onde só
existe um cromossomo X, não ocorre cromatina sexual. O número de corpúsculo de Barr é
igual ao número de cromossomos X menos 1, sendo sua identificação importante na clínica
médica. A figura ao lado mostra cromatinas sexuais presentes em mulheres dotadas de três
cromossomos X (trissomia do X) e dois cromossomos X (condição normal). No primeiro caso,
percebe-se a existência de dois corpúsculos de Barr (3 – 1 = 2) e, no segundo, de apenas um
(2 – 1 = 1).

- AFIRMATIVA IV (“As características mais comuns ao portador dessa síndrome são: baixa
estatura, baixo padrão de inteligência, testículos atrofiados, ausência de espermatozoides e
anomalias renais.”) – INCORRETA
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* Como vimos acima, o portador dessa anomalia é do sexo feminino, que apresenta, dentre
outras característica, ovários rudimentares e ausência de menstruação.
- AFIRMATIVA V (“Esta alteração não envolve os cromossomos sexuais, portanto não está
relacionada ao sexo. O cariótipo é 45, X0, podendo ser do sexo masculino ou feminino, porém
estéril.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa e, como vimos acima, o cariótipo apresentando
envolve cromossomos sexuais e seu portador é do sexo feminino.

10. (UPE-2009) As proteínas da membrana plasmática exercem várias funções, agem como
transportadoras, receptoras, dentre outras. Na coluna I, estão esquematizados modelos de
transporte através de proteínas; na coluna II, o tipo de proteína, e, na coluna III, a descrição
desse transporte. Estabeleça a correta associação entre as três colunas.

Assinale a que apresenta a associação correta.


a) 1 D IV / 2 C II / 3 A III / 4 B I.
b) 1 A II / 2 B III / 3 C I / 4 D IV.
c) 1 C IV / 2 B I / 3 A III / 4 D II.
d) 1 D IV / 2 A III / 3 C I / 4 B II.
e) 1 B I / 2 C III / 3 D II / 4 A IV.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“1 D IV / 2 A III / 3 C I / 4 B II.”)
1. Proteínas de reconhecimento: atuam no reconhecimento entre as células. No caso da
rejeição de órgãos, por exemplo, proteínas presentes na membrana das células do doador são
reconhecidas como estranhas pelo receptor.
- 1-D-IV
2. Proteínas carregadoras (carreadoras): estas proteínas ligam-se, especificamente, a
pequenas moléculas (glicose, aminoácidos, nucleotídeos, etc.) e certos íons sofrem alterações
conformacionais e os libera no outro lado da membrana. Elas funcionam, dessa forma, como
enzimas, facilitando o transporte de moléculas específicas através da membrana. Ressaltamos
que a translocação de moléculas mediada por carreadores tende a ser mais rápida do que nos
canais proteicos. O transporte mediado por carreadores, entretanto, apresenta uma velocidade
máxima, que é atingida quando todos os carreadores presentes na membrana estão
“trabalhando” em atividade máxima.
- 2-A-III
3. Proteínas receptoras: apresentam “formas” que permitem sua ligação com moléculas
importantes para o metabolismo celular.
- 3-C-I
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4. Canal de proteínas (proteínas de canal): respondem pela formação de canais


+ + - ++
hidrofílicos através dos quais certos íons (Na , K , Cl , Ca ) e moléculas podem atravessar a
membrana plasmática. Em face de nesses canais não ocorrer ligação entre os solutos e as
proteínas que o compõem, o transporte através deles é relativamente rápido, sendo
diretamente proporcional à concentração do soluto. Esses canais são dotados de uma elevada
seletividade, decorrente de características próprias, tais como seu diâmetro e a disposição de
cargas elétricas ao longo deles. Para se ter uma ideia da importância das proteínas canais, a
falta de canais de cloro, por exemplo, causa uma doença autossômica recessiva denominada
fibrose cística. Essa doença se caracteriza pelo acúmulo crônico de um muco anormal no
interior dos dutos do pâncreas (afetando a produção de enzimas digestivas) e das vias
respiratórias, resultando em alterações pulmonares e infecções persistentes, bem como uma
perda excessiva de sal pelo suor. As aquaporinas, que formam canais de passagem para as
moléculas de água através das biomembranas, pertencem ao grupo das proteínas de canal.
- 4-B-II
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“1 D IV / 2 A III / 3 C I / 4 B II.”)

11. (UPE-2010) “Em 30 de maio de 2008, morreu Lorenzo Odone aos 30 anos, vítima de
doença que motivou um esforço sobre-humano por parte de seus pais para salvá-lo e inspirou
o filme indicado ao Oscar "O Óleo de Lorenzo.”
Adaptado Jornal "Washington Post". 2008.
Lorenzo padecia de adrenoleucodistrofia (ALD), uma doença que causa mutações genéticas,
que destroem o sistema neurológico. A enfermidade deriva normalmente de uma falha cerebral
e causa morte, embora Lorenzo viveu vinte anos a mais do que previram os médicos. A ADL se
caracteriza pelo acúmulo de ácidos graxos saturados de cadeia longa na maioria das células
do organismo afetado, mas principalmente nas células do cérebro, levando à destruição da
bainha de mielina. A ADL é associada a defeitos em uma proteína de membrana
transportadora de ácidos graxos para o interior de uma determinada organela, onde sofreriam a
beta-oxidação.
Dentre as organelas abaixo, qual está envolvida nesse mecanismo?
a) Complexo de Golgi.
b) Lisossomos.
c) Peroxissomos.
d) Retículo endoplasmático agranular.
e) Retículo endoplasmático granular.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Peroxissomos.”)
JUSTIFICATIVA
PEROXISSOMOS
Os peroxissomos ou peroxissomas são organoides geralmente esféricos, presentes em
células eucarióticas e em todos os tecidos, principalmente fígado e rins, onde têm sido bem
estudados. São formados por uma membrana lipoproteica que contém algumas enzimas
funcionais na face interna. A maioria delas, entretanto, responsáveis pelas diversas funções
exercidas por esse organoide, está dispersa na sua matriz, das quais a catalase representa
cerca de 40%. Sabe-se, atualmente, que esses organoides catalisam um grande número de
reações essenciais de diferentes rotas metabólicas, desempenhando, dessa forma, um papel
muito importante no metabolismo intermediário. Um dos mais importantes processos
metabólicos em que o peroxissomo está envolvido é a beta-oxidação dos ácidos graxos de
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cadeia muito longa (VLCFA do inglês Very long Chais Fatty Acids). Os peroxissomos também
estão envolvidos, dentre outros processos, na biossíntese de fosfolipídios; de ácidos biliares;
de colesterol e de intermediários de colesterol; na síntese de plasmalógenos [lipídios
encontrados na bainha (bainha de mielina) que reveste os neurônios]; no metabolismo de
aminoácidos e de purina; na oxidação de cadeia ramificada de ácidos dicarboxílicos e de
ácidos graxos polinssaturados. Dada a sua multiplicidade de funções, as disfunções
relacionadas com o peroxissomo também é diversificada em suas manifestações. Essas
disfunções são conhecidas como distúrbios peroxissomiais ou doenças peroxissomiais,
abordadas a seguir. Para maiores detalhes ver PEROXISSOMOS, matéria publicada, no dia
25/04/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
DOENÇAS PEROXISSOMIAIS
São conhecidas várias doenças humanas ligadas a disfunções dos peroxissomos, a
maioria delas com comprometimento neurológico severo (retardo psicomotor, hipotonia,
convulsões, deficiência auditiva, comprometimento ocular, etc.). Essas doenças costumam ser
subdivididas em 2 grandes grupos: grupo 1 e grupo 2. As do grupo 1 apresentam, como causa,
defeitos generalizados na biogênese desses organoides, provocando múltiplas alterações
funcionais. Nesse grupo, o peroxissomo não é formado normalmente, já que as proteínas não
são importadas, sendo degradas no citoplasma. Assim sendo, as células não perderam a
capacidade de produzir as enzimas típicas desse organoide e sim a capacidade de transferi-las
para o interior do peroxissomo. Em consequência disso, ele se apresenta vazio, sendo
representado apenas pela sua membrana. Como exemplo citamos a síndrome de Zellweger,
doença rara, autossômica e recessiva, que interfere no desenvolvimento do cérebro e no
crescimento da bainha de mielina. Nas doenças do grupo 2, a estrutura do organoide está
intacta e presente, ocorrendo um defeito em uma enzima peroxissomial, fazendo com que
apenas uma via metabólica seja afetada. Neste caso, ocorre acúmulo de substratos e falta dos
seus respectivos produtos. A adrenoleucodistrofia, também conhecida como ALD
(desmielinização do hemisfério direito), abordada nesta questão, é, dentre outras [hiperoxaluria
tipo I, acatalassemia (catalassemia ou enfermidade de Takahara) e doença de Refsum], um
exemplo de enfermidade do grupo 2. A ALD é um transtorno recessivo, ligado ao cromossomo
X (herança ligado ao sexo), por isso também denomina X-ALD, que compromete,
principalmente, a substância branca e os axônios do sistema nervoso central; as células de
Leydig e o córtex adrenal. Para saber mais ver PEROXISSOMOS, matéria publicada, no dia
25/04/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.

12. (UPE-2011) A figura abaixo representa um corte histológico de raiz de cebola, na qual
estão enumeradas diferentes fases do ciclo celular.

http://www.mundoeducacao.com.br/upload/conteudo
legenda/46bb800fb7c29b4228969b92cbdbc1b5.jpg
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Assinale a frase que identifica corretamente a fase 5 (cinco) e a estrutura apontada com uma
seta.
a) A interfase está subdividida nas fases S, G1 e G2. A estrutura apontada é o cloroplasto.
b) Na metáfase, os cromossomos estão alinhados na placa equatorial. A estrutura apontada é
o cloroplasto.
c) Na metáfase, os cromossomos estão alinhados na placa equatorial. A estrutura apontada é a
parede celular.
d) Na telófase, ocorre a descondensação dos cromossomos e a citocinese centrípeta. A
estrutura apontada é o fragmoplasto.
e) Na telófase, ocorre a descondensação dos cromossomos e a citocinese centrífuga. A
estrutura apontada é o fragmoplasto.
FRASE CORRETA: E
(“Na telófase, ocorre a descondensação dos cromossomos e a citocinese centrífuga. A
estrutura apontada é o fragmoplasto.”)
JUSTIFICATIVA (ver, abaixo, telófase e citocinese centrífuga)
TELÓFASE
Em linhas gerais, a telófase pode ser considerada como o inverso da prófase. Nela,
ocorre uma série de eventos opostos aos que se verificam no início da divisão celular. Na
telófase (esquema abaixo), os cromossomos já situados nos polos da célula se descondensam,
os nucléolos se reorganizam, e a carioteca se forma em torno de cada conjunto cromossômico,
reconstituindo-se a partir das membranas do retículo endoplasmático. Os nucléolos se formam
a partir das regiões organizadoras dos nucléolos (zonas RON), situadas nas constrições
secundárias de alguns cromossomos (cromossomos organizadores dos nucléolos). Dessa
forma, os dois núcleos filhos formados adquirem o aspecto típico de núcleos interfásicos. Após
a divisão nuclear (cariocinese), tem início a citocinese ou divisão citoplasmática, levando à
formação de duas células filhas, com distribuição mais ou menos equitativa dos orgânulos
citoplasmáticos.

CITOCINESE CENTRÍFUGA
Ocorre nas células dos vegetais e das algas, em geral, e se processa de “dentro para
fora” (do centro para a periferia). Nesse caso, o complexo de Golgi, como mostra o esquema a
seguir, origina vesículas que se depositam na região central do citoplasma e se organizam do
centro para a periferia, formando uma placa, denominada fragmoplasto. A fusão dessas
vesículas leva à formação de uma membrana fina e elástica constituída de pectatos de cálcio e
magnésio, chamada lamela média. Ao redor dessa lamela, ocorre a deposição de celulose,
formando as paredes celulósicas primárias das células filhas. A separação entre os
citoplasmas não é completa, pois, durante a formação do fragmoplasto, restam filamentos do
citoplasma estabelecendo, comunicação entre as células filhas (plasmodesmos).
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13. (UPE-2012) A figura a seguir ilustra o processo de digestão intracelular, no qual estão
envolvidas várias organelas celulares. Identifique as estruturas e/ou processos enumerados na
figura a seguir:

Fonte: adaptada de
http://3.bp.blogspot.com/_klKFmeWGnUQ/THF49NcH8TI/AAAAAAAAAG8/0YkWYfNfing/s1600/
Autofagia+e+Heterofagia.gif
Estão corretas:
a) I - Endocitose; II - Peroxissomo; III - Retículo endoplasmático rugoso; IV - Vacúolo digestivo;
V - Fagossomo; VI - Exocitose.
b) I - Fagocitose; II - Lisossomo; III - Complexo de Golgi; IV - Vacúolo autofágico; V - Corpo
residual; VI - Clasmocitose.
c) I - Pinocitose; II - Vacúolo; III - Retículo endoplasmático liso; IV - Mitocôndria; V -
Fagossomo; VI - Autofagia.
d) I - Heterofagia; II - Ribossomo; III - Complexo de Golgi; IV - Vacúolo; V - Exocitose; VI -
Excreção celular.
e) I - Fagossomo; II - Grânulo de inclusão; III - Retículo endoplasmático liso; IV - Mitocôndria; V
- Heterofagia; VI - Clasmocitose.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I - Fagocitose; II - Lisossomo; III - Complexo de Golgi; IV - Vacúolo autofágico; V - Corpo
residual; VI - Clasmocitose.”)
CICLO LISOSSÔMICO
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Quando uma partícula é englobada por endocitose (fagocitose ou pinocitose), forma-se


no interior da célula um vacúolo alimentar (fagossomo ou pinossomo). A fusão de um ou mais
lisossomos, também conhecidos como lisossomos primários, com o vacúolo alimentar, leva à
formação do vacúolo digestivo (lisossomo secundário). Após a digestão, as substâncias úteis
ao metabolismo celular atravessam a membrana lisossômica e penetram no citosol, onde são
utilizadas pela célula, restando uma vesícula cheia de resíduos (corpo residual, vesícula de
clasmocitose ou vacúolo residual). Esse vacúolo se dirige até a periferia da célula, “encosta” na
membrana plasmática, funde-se com ela e lança seu conteúdo para o meio externo, fenômeno
conhecido como clasmocitose ou defecação celular. Fala-se em digestão autofágica ou
autofagia quando os lisossomos digerem estruturas celulares. Havendo alguma organela
funcionalmente inativa, a célula pode digeri-la o que permite a utilização do material resultante
para renovação dos seus constituintes. Desse modo, os lisossomos podem promover a
digestão de mitocôndria, de retículo endoplasmático, etc., reaproveitando alguns de seus
componentes moleculares. Em situação de extrema desnutrição, a autofagia poderá melhorar,
transitoriamente, a oferta de energia para o metabolismo celular. Na autofagia, a estrutura se
funde com o lisossomo, formando o vacúolo autofágico, com pode ser observado no esquema
acima.
COMPLEXO DE GOLGI
Também denominado complexo de golgiense ou sistema golgiense (figura abaixo),
desprovido de ribossomos, consiste de sáculos membranosos, achatados e empilhados, de
cuja periferia se originam vesículas, por brotamento. Cada uma dessas pilhas, denominada
dictiossomo, golgiossomo ou sáculo lameliforme, é semelhante em células animais e vegetais.
Ele atua na modificação, na concentração e no empacotamento, em pequenas vesículas, de
algumas substâncias produzidas no retículo endoplasmático rugoso. As vesículas que brotam
dos golgiossomos têm três destinos principais: (a) formar os lisossomos, que permanecem no
interior da célula, atuando na digestão intracelular (fagocitose, pinocitose e autofagia), como
vimos acima, em ciclo lisossômico; (b) fundir-se à membrana plasmática, incorporando, nessa
membrana, as proteínas contidas no seu interior; (c) fundir-se à membrana plasmática,
lançando seus conteúdos para fora da célula, como no caso das enzimas digestivas
sintetizadas e eliminadas por células do sistema digestório.

.
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No que concerne à estrutura, o complexo golgiense apresenta-se formado por pilhas de


seis a vinte sáculos achatados (cisternas ou sáculos de Golgi), limitados por membranas. Das
bordas desses sáculos, brotam vesículas que são liberadas para as proximidades. Essas
vesículas, de acordo com a função realizada pela célula em que se encontram, contêm, em seu
interior, diferentes compostos, como hormônios e secreções outras. O complexo golgiense é
estrutural e bioquimicamente polarizado, apresentando duas faces distintas (figura a seguir): a
cis (formativa ou proximal) e a trans (de maturação ou distal). A face cis fica voltada para o
retículo endoplasmático rugoso, possui membranas mais delgadas que a trans, sendo a face
através da qual as proteínas sintetizadas por esse retículo penetram no complexo de Golgi. A
trans, por seu turno, é voltada para a membrana plasmática, apresenta membranas mais
espessas, sendo a face através da qual brotam as vesículas secretoras e os lisossomos.

Entre as funções do complexo de Golgi, destacamos:


I. Secreção celular.
II. Formação do acrossomo: estrutura situada na “cabeça” do espermatozoide que contém uma
grande quantidade de enzimas digestivas, cuja função de “perfurar” as membranas do óvulo
por ocasião da fecundação.
III. Formação da lamela média em células vegetais: estrutura composta basicamente por
substâncias pécticas que se situa entre as paredes de células adjacentes.
IV. Formação do lisossomo: a partir do complexo de Golgi, formam-se os lisossomos, que são
vesículas repletas de enzimas digestivas, como vivos acima.
V. Glicolização de proteínas e lipídios: no interior do complexo de Golgi, os glicídios se
associam a determinadas proteínas e a certos lipídios formando, respectivamente,
glicoproteínas e glicolipídios que integram as membranas celulares.
* Considerando o descrito acima, podemos afirmar que, na figura contida nesta questão temos:
I. Fagocitose.
II. Lisossomo.
III. Complexo de Golgi.
IV. Vacúolo autofágico.
V. Corpo residual.
VI. Clasmocitose.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I - Fagocitose; II - Lisossomo; III - Complexo de Golgi; IV - Vacúolo autofágico; V - Corpo
residual; VI - Clasmocitose.”).

14. (UPE-2012) Observe a tirinha a seguir:


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Nela Calvin faz alusão a uma ameba. Observe as afirmativas, a seguir, relacionadas a esse
organismo e sua forma de alimentação ou locomoção por meio de pseudópodes e assinale a
afirmativa correta.
a) A difusão facilitada ocorre a favor do gradiente de concentração, mas depende da ação dos
pseudópodes da membrana plasmática para a entrada de glicose com gasto de energia.
b) A fagocitose é o englobamento de moléculas grandes ou sólidas por meio de expansões da
membrana plasmática, denominadas pseudópodes.
c) A pinocitose é a captura de moléculas menores ou líquidas mediante a de invaginação da
parede celular por meio de pseudópodes.
d) O glicocálix é um revestimento externo da membrana plasmática, formado por celulose e
lipídios que irão desempenhar funções imunogênica e locomotora por meio de pseudópodes.
e) Os pseudópodes mantêm uma diferença de potencial entre os meios extra e intracelular,
permitindo a locomoção sem gasto de energia.
AFIRMATIVA CORRETA: B
(“A fagocitose é o englobamento de moléculas grandes ou sólidas por meio de expansões da
membrana plasmática, denominadas pseudópodes.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA A (“A difusão facilitada ocorre a favor do gradiente de concentração, mas
depende da ação dos pseudópodes da membrana plasmática para a entrada de glicose com
gasto de energia.”) – INCORRETA
* Ao contrario do que consta nesta afirmativa, a difusão facilitada não depende da ação de
pseudópodos e sim de permeases, tampouco há “gasto” de energia para que haja entrada de
glicose (ver descrição abaixo).
* Difusão facilitada: é um processo de transporte através da membrana, que, embora
ocorra sem “consumo” de energia, requer proteínas “carregadoras”, denominadas permeases,
que são enzimas especializadas no reconhecimento e no transporte de carboidratos,
aminoácidos e certos íons como o cloro, o sódio e o potássio. Essas proteínas possuem um
“canal” interno no qual há sítios especializados para a união com as substâncias a serem
carreadas. Dessa forma, existem vários tipos de permeases, cada uma delas relacionada com
o transporte de uma determinada substância. Embora se processe a favor de um gradiente, a
velocidade com que o transporte é feito na difusão facilitada é maior do que na difusão simples.
A figura abaixo é um esquema da permease da glicose. Analisando-a, percebe-se que a
glicose tem sua penetração facilitada por uma proteína integral da membrana que modifica sua
forma ao capturar esse monossacarídeo no meio extracelular.
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- AFIRMATIVA B (“A fagocitose é o englobamento de moléculas grandes ou sólidas por meio


de expansões da membrana plasmática, denominadas pseudópodes.”) – CORRETA
* Fagocitose é realmente o englobamento (ingestão) de partículas grandes (microrganismos,
restos celulares, etc.). Por ocasião da fagocitose, a célula se aproxima da partícula a ser
englobada, emitindo expansões citoplasmáticas, denominadas pseudópodos, com os quais
engloba o material. Como consequência, forma-se uma vesícula intracitoplasmática,
denominada fagossomo ou vacúolo de fagocitose, contendo, no seu interior, o material
englobado. A figura a seguir, mostra o englobamento de uma bactéria.

- AFIRMATIVA C (“A pinocitose é a captura de moléculas menores ou líquidas mediante a de


invaginação da parede celular por meio de pseudópodes.”) – INCORRETA
* Na pinocitose, da mesma forma que na fagocitose, ocorre a invaginação da membrana
plasmática e não da parede celular, como consta nesta afirmativa.
- AFIRMATIVA D (“O glicocálix é um revestimento externo da membrana plasmática, formado
por celulose e lipídios que irão desempenhar funções imunogênica e locomotora por meio de
pseudópodes.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, o glicocálix é formado por uma camada de
hidratos de carbonos ligados, principalmente, a proteínas, constituindo glicoproteínas, ou a
lipídios, formando glicolipídios (figura abaixo), constantemente renovada, presente na
superfície da membrana plasmática. Ele não tem função locomotora, contrariando o contido
nesta afirmativa.

COMPLEMENTO
O glicocálix representa uma projeção da parte mais externa da membrana plasmática
(plasmalema), com algumas moléculas adsorvidas, e não uma camada inteiramente
extracelular. Embora pertençam à mesma classe de compostos químicos, os componentes do
glicocálix não são iguais em todas as células, tornando-o responsável pelo que se poderia
chamar de “identidade celular”. Entre as funções do glicocálix, destacamos:
I. Proteção contra agressões físicas e químicas do ambiente.
II. Malha de retenção de nutrientes e enzimas, mantendo um microambiente adequado ao
redor de cada célula.
III. Reconhecimento molecular, promovendo, em última análise, a adesão ou a rejeição entre
as células.
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- AFIRMATIVA E (“Os pseudópodes mantêm uma diferença de potencial entre os meios extra e
intracelular, permitindo a locomoção sem gasto de energia.”) – INCORRETA
* Os pseudópodos não estão relacionados com a diferença de potencial entre os meios extra e
intracelular, como consta nesta afirmativa.
COMPLEMENTO
Movimento ameboide (figura a seguir): certas células (muitos protozoários e algumas células
animais) têm a capacidade de alterar a consistência do citosol, gerando fluxos internos que
permitem à célula mudar de forma e se movimentar, através da emissão de pseudópodos. O
movimento ameboide está, portanto, relacionado com a atividade tixotrópica do citoplasma.
Nas mudanças referidas, que permitem a locomoção da célula, ocorre a participação ativa do
citoesqueleto.

15. (UPE-2013) A proliferação celular exagerada está diretamente relacionada ao


desenvolvimento de câncer. Tem-se como exemplo de bloqueio desse processo o uso de
drogas antimitóticas, que desorganizam o fuso mitótico. Em relação à formação e ao papel do
fuso mitótico em condições normais, é correto afirmar que:
a) A carioteca, membrana nuclear formada por proteínas fibrosas do citoesqueleto, está
envolvida na formação do fuso mitótico, essencial à adesão celular.
b) O citoesqueleto é uma rede citoplasmática de ácidos nucleicos envolvidos no processo da
formação do fuso mitótico, de lisossomos e do acrossomo, responsáveis pela mitose.
c) Os centríolos são cilindros formados por actina e miosina, envolvidos na formação do fuso
mitótico, dos cílios e flagelos, que auxiliam na movimentação celular.
d) Os centrômeros são responsáveis pela formação do fuso mitótico constituído de
carboidratos, essencial ao direcionamento do ciclo celular.
e) Os microtúbulos são constituídos de tubulinas e formam o fuso mitótico, responsável pela
correta segregação dos cromossomos durante a divisão celular.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Os microtúbulos são constituídos de tubulinas e formam o fuso mitótico, responsável pela
correta segregação dos cromossomos durante a divisão celular.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A carioteca, membrana nuclear formada por proteínas fibrosas do
citoesqueleto, está envolvida na formação do fuso mitótico, essencial à adesão celular.”) –
INCORRETA
* A carioteca não é formada por proteínas fibrosas do citoesqueleto, tampouco está envolvida
na formação do fuso mitótico, como consta nesta alternativa.
* A carioteca (figura abaixo) é um envoltório formado por duas unidades de membrana, dotadas
de organização molecular semelhante à das demais membranas celulares. A face externa da
carioteca se comunica com o retículo endoplasmático e, muitas vezes, apresenta ribossomos
“aderidos” a sua superfície. O espaço estreito entre as duas faces da carioteca (cavidade
perinuclear) é uma continuação do espaço interno do retículo endoplasmático. Os fatos de se
comunicar com o retículo e a presença de ribossomos do lado citoplasmático sugerem que a
carioteca não é nada mais nada menos que uma região especializada do retículo.
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A membrana nuclear apresenta um grande número de poros, através dos quais


determinadas substâncias entram e saem do núcleo, promovendo um controle ativo da
passagem de macromoléculas entre o núcleo e o citoplasma e vice-versa. Os poros (figura a
seguir) são áreas onde as superfícies interna e externa se fundem, e sua quantidade, por
unidade de área do envoltório, varia com o tipo de célula e com seu estágio funcional. Células
em que a síntese proteica é elevada, como as embrionárias, possuem maior quantidade de
poros. Outras, com baixa atividade metabólica, como os eritrócitos nucleados, possuem
quantidade de poros significativamente menor. Cada um desses poros apresenta uma
complexa estrutura proteica que funciona como uma válvula, abrindo e fechando para dar
passagem a determinadas moléculas, não sendo, portanto, uma simples abertura. Grande
parte dos poros é ocupada por um cilindro de material fibrilar, denominado annuli. O conjunto
do poro mais annuli é denominado complexo do poro.

- ALTERNATIVA B (“O citoesqueleto é uma rede citoplasmática de ácidos nucleicos envolvidos


no processo da formação do fuso mitótico, de lisossomos e do acrossomo, responsáveis pela
mitose.”) – INCORRETA
* O citoesqueleto, ao contrário do que consta nesta alternativa, não é uma rede citoplasmática
de ácidos nucleicos.
CITOESQUELETO
O termo citoesqueleto é usado para designar uma série de elementos celulares
responsáveis pela integridade estrutural da célula e por uma grande variedade de processos
dinâmicos, como a movimentação celular, a aquisição da forma e o transporte de organelas e
de outros elementos citoplasmáticos. O citoesqueleto (figura abaixo) é representado por três
tipos principais de filamentos (microtúbulos, microfilamentos de actina e filamentos
intermediários), entrelaçados e interligados, sendo cada um deles formado por proteínas
específicas. Os microtúbulos são constituídos pelas tubulinas. Os microfilamentos de actina,
também conhecidos apenas como microfilamentos, são formados, como o próprio nome indica,
por actina (proteína contrátil). Os filamentos intermediários, por sua vez, são constituídos por
proteínas fibrosas. Conquanto ocorra em todas as células eucarióticas, a distribuição e a
quantidade dos elementos do citoesqueleto variam, consideravelmente, nos diferentes tipos de
célula.
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O citoesqueleto responde, basicamente, pela forma, pela organização interna e,


mobilizado pelas proteínas motoras que recebem energia do ATP, está associado aos
principais deslocamentos que ocorrem nas células. Entre as atividades do citoesqueleto,
destacamos:
I. Deslocamento do hialoplasma e de organoides.
II. Migração de vesículas.
III. Eliminação de secreções.
IV. Contração das fibras musculares.
V. Movimentos dos cílios e dos flagelos, que deslocam células inteiras ou promovem
movimento do fluido em que as células estão mergulhadas.
VI. Locomoção das células por meio de pseudópodos, que são prolongamentos celulares que
ocorrem nas amebas e nos leucócitos.
VII. Movimentação dos centríolos e do fuso, estruturas que atuam na divisão celular.
- ALTERNATIVA C (“Os centríolos são cilindros formados por actina e miosina, envolvidos na
formação do fuso mitótico, dos cílios e flagelos, que auxiliam na movimentação celular.”) –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, os centríolos não são formados por actina e
miosina e sim por microtúbulos constituídos de tubulinas.
CENTRÍOLOS
São estruturas citoplasmáticas cilíndricas, desprovidas de membrana e constituídas por
microtúbulos proteicos. Ao microscópio eletrônico, cada centríolo aparece formado por nove
trincas de microtúbulos (figura a seguir), unidas por pontes proteicas (proteínas que ligam os
microtúbulos) e dispostas de modo a formar um cilindro. Eles atuam na divisão celular e na
formação dos cílios e dos flagelos.

- ALTERNATIVA D (“Os centrômeros são responsáveis pela formação do fuso mitótico


constituído de carboidratos, essencial ao direcionamento do ciclo celular.”) – INCORRETA
* Os centrômeros não são responsáveis pela formação do fuso mitótico, que tampouco é
constituído de carboidrato.
CENTRÔMERO: região presente na constrição primária (centromérica) dos cromossomos
(figura abaixo). No centrômero, que divide o cromossomo em partes denominadas braços
cromossômicos, encontra-se um disco de proteínas, chamado cinetócoro, ao qual se prendem
os microtúbulos da fibra cromossômica (fibra do cinetócoro), durante a divisão celular. A
posição do centrômero é constante num determinado cromossomo, permitindo que ele seja
classificado como metacêntrico, submetacêntrico, acrocêntrico ou telocêntrico. Certos
cromossomos possuem, além da constrição primária, outras regiões estreitas desprovidas de
centrômero, denominadas constrições secundárias (figura a seguir), que aparecem sempre no
mesmo lugar e são importantes na caracterização cromossômica. Nos cromossomos
organizadores do nucléolo, elas possuem uma região denominada satélite (ou zona SAT),
responsável pela síntese de RNA ribossômico e formação do nucléolo. Nas extremidades dos
cromossomos, existem sequências especiais repetitivas de DNA não codificantes, que
constituem os telômeros. Para maiores detalhes sobre os telômeros ver TELÔMERO, matéria
publicada, no dia 16/09/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
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FUSO MITÓTICO (fuso de divisão ou acromático): conjunto formado pelas fibras do áster,
fibras contínuas (polares) e fibras cinetocóricas (cromossômicas). As fibras do áster se
localizam ao redor dos centríolos. As contínuas (polares) se estendem de um centríolo a outro,
sem interrupção. As cinetocóricas (cromossômicas), que são descontínuas, prendem-se aos
cromossomos. Todas essas fibras são microtúbulos do citoesqueleto. Lembramos que o áster
(figura abaixo) é uma estrutura formada por microtúbulos com disposição radiada a partir e em
torno dos centríolos.

- ALTERNATIVA E (“Os microtúbulos são constituídos de tubulinas e formam o fuso mitótico,


responsável pela correta segregação dos cromossomos durante a divisão celular.”) –
CORRETA
* Os microtúbulos, como vimos em “CITOESQUELETO”, são, realmente, constituídos por
proteínas denominadas tubulinas. Igualmente, eles formam o fuso mitótico. Ver trecho (“ ...
Todas essas fibras são microtúbulos do citoesqueleto. ...”) contido em ‘FUSO MITÓTICO”,
acima.

16. (UPE-2014) Num determinado hospital da Região Metropolitana do Recife, nasceu um


menino com a síndrome de Zellweger ou síndrome cerebrohepatorenal. Considerada uma
doença raríssima, por ocorrer 1 em cada 50.000 a 100.000 nascimentos, é resultante do defeito
no funcionamento de uma organela celular, cuja função está relacionada com o
armazenamento da enzima catalase. Esta reage com o peróxido de hidrogênio, substância
tóxica que necessita da sua degradação, contribuindo com a desintoxicação do organismo, a
partir da oxidação de substâncias absorvidas do sangue.
Com base nessas informações, a organela celular a que o texto se refere denomina-se:
a) Lisossomos.
b) Peroxissomos.
c) Mitocôndrias.
d) Ribossomos.
e) Glioxissomos.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Peroxissomos.”)
JUSTIFICATIVA
PEROXISSOMOS
Os peroxissomos ou peroxissomas são organoides geralmente esféricos, presentes em
células eucarióticas e em todos os tecidos, principalmente fígado e rins, onde têm sido bem
estudados. São formados por uma membrana lipoproteica que contém algumas enzimas
funcionais na face interna. A maioria delas, entretanto, responsáveis pelas diversas funções
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exercidas por esse organoide, está dispersa na sua matriz, das quais a catalase representa
cerca de 40%. Sabe-se, atualmente, que esses organoides catalisam um grande número de
reações essenciais de diferentes rotas metabólicas, desempenhando, dessa forma, um papel
muito importante no metabolismo intermediário. Um dos mais importantes processos
metabólicos em que o peroxissomo está envolvido é a beta-oxidação dos ácidos graxos de
cadeia muito longa (VLCFA do inglês Very long Chais Fatty Acids). Os peroxissomos também
estão envolvidos, dentre outros processos, na biossíntese de fosfolipídios; de ácidos biliares;
de colesterol e de intermediários de colesterol; na síntese de plasmalógenos [lipídios
encontrados na bainha (bainha de mielina) que reveste os neurônios]; no metabolismo de
aminoácidos e de purina; na oxidação de cadeia ramificada de ácidos dicarboxílicos e de
ácidos graxos polinssaturados. Dada a sua multiplicidade de funções, as disfunções
relacionadas com o peroxissomo também é diversificada em suas manifestações. Essas
disfunções são conhecidas como distúrbios peroxissomiais ou doenças peroxissomiais,
abordadas a seguir. Para saber mais ver PEROXISSOMOS, matéria publicada, no dia
25/04/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
DOENÇAS PEROXISSOMIAIS
São conhecidas várias doenças humanas ligadas a disfunções dos peroxissomos, a
maioria delas com comprometimento neurológico severo (retardo psicomotor, hipotonia,
convulsões, deficiência auditiva, comprometimento ocular, etc.). Essas doenças costumam ser
subdivididas em 2 grandes grupos: grupo 1 e grupo 2. As do grupo 1 apresentam, como causa,
defeitos generalizados na biogênese desses organoides, provocando múltiplas alterações
funcionais. Nesse grupo, o peroxissomo não é formado normalmente, já que as proteínas não
são importadas, sendo degradas no citoplasma. Assim sendo, as células não perderam a
capacidade de produzir as enzimas típicas desse organoide e sim a capacidade de transferi-las
para o interior do peroxissomo. Em consequência disso, ele se apresenta vazio, sendo
representado apenas pela sua membrana. Como exemplo citamos a síndrome de Zellweger ou
síndrome cerebrohepatorenal, abordada nesta questão. Trata-se de uma doença rara,
autossômica e recessiva, que interfere no desenvolvimento do cérebro e no crescimento da
bainha de mielina, tendo sido a primeira doença peroxissomial descoberta. As células dos
pacientes portadores dessa síndrome não têm a capacidade de executar a beta-oxidação de
ácidos graxos de cadeia muito longa (Very Long Chain Fatty Acids - VLCFA), levando a
alteração de todo o funcionamento corpóreo. Como consequência, o organismo do indivíduo
afetado não poderá realizar as reações oxidativas características desse organoide. As
características clínicas dessa doença incluem dismorfias cranifaciais (macrocefalia, testa alta
proeminente, fontanela anterior alargada, prega de epicanto, lobos auriculares deformados com
implantação auricular baixa, palato ogival, nariz achatado, etc.); hipotonia grave; convulsões
neonatais; atraso pisicomotor; hepatomegalia com disfunção hepática; mal formações
cardíacas, icterícia prolongada; quisto renais; calcificação das epífises; defeitos de migração
neuronal; retinopatia pigmentar e cataratas com alterações de visão e de surdez
neurosensorial. Nas doenças do grupo 2, a estrutura do organoide está intacta e presente,
ocorrendo um defeito em uma enzima peroxissomial, fazendo com que apenas uma via
metabólica seja afetada. Neste caso, ocorre acúmulo de substratos e falta dos seus respectivos
produtos. Como exemplo citamos a adrenoleucodistrofia, também conhecida como ALD
(desmielinização do hemisfério direito); a hiperoxaluria tipo I; a acatalassemia (catalassemia ou
enfermidade de Takahara) e a doença de Refsum. Para maiores detalhes ver
PEROXISSOMOS, matéria publicada, no dia 25/04/2013, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.
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VIGÉSIMA-SÉTIMA BATERIA (GENÉTICA)

01. (UPE-2001) Sabendo-se que o daltonismo tem herança recessiva ligada ao sexo, e o
sistema sanguíneo ABO tem herança autossômica condicionada por uma série de alelos
múltiplos analise a genealogia e, em seguida, assinale a alternativa correta. Para interpretação,
os símbolos dos indivíduos têm representados, na metade esquerda, o fenótipo para a visão e,
na metade direita, o fenótipo para o grupo sanguíneo.

a) Considerando que o pai do indivíduo II 5 é daltônico e de sangue tipo O, a probabilidade de


que o casal II5 X II6 venha a ter uma criança do sexo masculino, daltônica e de sangue tipo o é
1/16.
d D d A
b) Os genótipos dos gêmeos monozigóticos e dizigóticos correspondem a X Y ii e X X I i,
respectivamente.
c) Em casos de extrema necessidade, o individuo III 6 poderá receber sangue dois indivíduos I2,
II1, II5, II6 e III5.
d) O indivíduo II1, casando-se com uma mulher daltônica e de sangue tipo AB, terá 1/4 de
probabilidade de ter uma criança, do sexo feminino, daltônica e de sangue tipo AB.
D A D d AB
e) Os genótipos dos indivíduos III1 e II7 são, respectivamente, X Y I i e X X I I .
Interpretação do heredograma
D A
- I.1: X Y- I i
D d A B
- I.2: X X – I I
D A B
- II.1: X Y – I I
D
- II.2: X Y – ii
D d A
- II.3: X X – I i
D d A
- II.4: X X – I i
D B
- II.5: X X_ – I _
d B
- II.6: X Y – I i
D B
- II.7: X X_ – I i
D A
- III.1: X Y – I i
d
- III.2: X Y – ii
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d
- III.3: X Y – ii
- III.4: adotiva (?) – ii
D B
- III.5: X Y – I _
D d B
- III.6: X X – I _
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Considerando que o pai do indivíduo II5 é daltônico e de sangue tipo O, a probabilidade de
que o casal II5 X II6 venha a ter uma criança do sexo masculino, daltônica e de sangue
tipo O é 1/16.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Considerando que o pai do indivíduo II5 é daltônico e de sangue tipo O, a
probabilidade de que o casal II5 X II6 venha a ter uma criança do sexo masculino, daltônica e
de sangue tipo O é 1/16.”) – CORRETA
D D D d BB
* O indivíduo II5 pode ser X X (daltônico homozigoto) ou X X (daltônico heterozigoto) e I I
B
ou I i, como vimos acima em “Interpretação do heredograma”. Considerando, como consta
d D d B
nesta alternativa, que seu pai é daltônico (X Y) e de sangue O (ii) ele será X X – I i. Neste
D d B d B
caso, a probabilidade do casal II5 (X X – I i) x II6 (X Y – I i) vir a ter uma criança do sexo
masculino, daltônica e de sangue tipo O será:
- Ser do sexo masculino/daltônica = 1/4
- Ter sangue tipo O = 1/4
- Ser do sexo masculino/daltônica e ter sangue tipo O será 1/16 (1/4 x 1/4), como consta esta
alternativa.
- ALTERNATIVA B (“Os genótipos dos gêmeos monozigóticos e dizigóticos correspondem
d D A
a X Y ii e X Xd I i, respectivamente.”) – INCORRETA
D d
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, os gêmeos monozigóticos (II3 e II4) são X X –
A d
I i e os gêmeos dizigóticos (III2 e III3) são X Y – ii. Ver “Interpretação do heredograma”, acima.
- ALTERNATIVA C (“Em casos de extrema necessidade, o individuo III6 poderá receber
sangue dos indivíduos I2, II1, II5, II6 e III5.”) – INCORRETA
* O indivíduo III6 tem sangue do tipo B e os indivíduos I2, II1, II5, II6 e III5 têm,
respectivamente, sangues do tipo AB, AB, B, B e B, logo ele não poderá, na condição descrita
nesta alternativa, receber sangue de I2 (AB) nem de II1 (AB). Ele poderá receber sangue de
II5, II6 e III5, todos do grupo B.
- ALTERNATIVA D (“O indivíduo II1, casando-se com uma mulher daltônica e de sangue
tipo AB, terá 1/4 de probabilidade de ter uma criança, do sexo feminino, daltônica e de sangue
tipo AB.”) – INCORRETA
D A B d d
* Casamento do indivíduo II1(X Y – I I ) com uma mulher daltônica de sangue tipo AB (X X -
A B
I I ):
- Criança do sexo feminino/daltônica = zero, logo, ao contrário do que consta nesta alternativa,
a probabilidade não é 1/4.
D
- ALTERNATIVA E (“Os genótipos dos indivíduos III1 e II7 são, respectivamente, X Y
A D d A B
I i e X X I I .”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa os genótipos dos indivíduos III1 e II7 são,
D A D B
respectivamente, X Y – I i e X X_ – I i. Ver “Interpretação do heredograma”, acima.

02. (UPE-2003) Um casal fez um teste para determinar seu tipo sanguíneo. Pedro apresentou
aglutinogênios A, aglutininas anti-B e fator Rh, e o sangue de Maria mostrou reações de
aglutinação com os soros anti-A e anti-Rh, como verificado na lâmina.
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Considerando os resultados pode-se concluir que:


a) O casal apresenta o mesmo tipo de sangue para o sistema ABO e, se forem heterozigotos
terão 50% de probabilidade de originar uma criança de sangue tipo O.
b) O casal tem, pelo menos, 25% de probabilidade de ter uma criança de sangue tipo AB.
c) Em casos de necessidade de uma transfusão sanguínea, Pedro poderá ser receptor de
Maria e não doador para ela.
+
d) Se o segundo filho desse casal for de sangue A Rh , pode haver doença hemolítica de
recém-nascido, a eritroblastose fetal.
AA A
e) Para o loco do sistema ABO, Maria pode apresentar I I ou I i.
ALTERNATIVA CORRETA: E
AA A
(“Para o loco do sistema ABO, Maria pode apresentar I I ou I i.”)
INTERPRETAÇÃO DO TESTE
- Pedro apresentou aglutinogênio A, aglutinina anti-B e fator Rh (ver enunciado), logo ele é A
positivo.
- Maria mostrou reações de aglutinação com os soros anti-A e anti-Rh, e não com anti-B, como
mostrado na lâmina (ver enunciado), logo ela é, também, A positivo.
- ALTERNATIVA A (“O casal apresenta o mesmo tipo de sangue para o sistema ABO e, se
forem heterozigotos terão 50% de probabilidade de originar uma criança de sangue tipo O.”) –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a probabilidade do referido casal originar uma
criança de sangue tipo O é 25% e não 50%, ver explicação abaixo.
A A AA A A
* I i x I i = I I (1/4) + I i (1/4) + I i (1/4) + ii (1/4).
* 3/4 sangue tipo A [1/4 (homozigoto) e 2/4 (heterozigoto)] e 1/4 tipo O (ii).
- ALTERNATIVA B (“O casal tem, pelo menos, 25% de probabilidade de ter uma criança de
sangue tipo AB.”) – INCORRETA
* O correto seria 0% e não, pelo menos 25%, pois, sendo ambos A não podem ter filhos AB.
Ver cruzamento contido na alternativa anterior.
- ALTERNATIVA C (“Em casos de necessidade de uma transfusão sanguínea, Pedro poderá
ser receptor de Maria e não doador para ela.”) – INCORRETA
* Ambos têm o mesmo grupo sanguíneo (A positivo), o que torna esta alternativa incorreta.
+
- ALTERNATIVA D (“Se o segundo filho desse casal for de sangue A Rh , pode haver doença
hemolítica de recém-nascido, a eritroblastose fetal.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o referido filho não terá a doença em foco, visto
que Maria é Rh positivo (ver complemento, a seguir).
COMPLEMENTO
DOENÇA HEMOLÍTICA DO RECÉM-NASCIDO (DHRN) OU ERITROBLASTOSE
- +
FETAL: mulheres Rh podem produzir anticorpos anti-Rh se gerarem filhos Rh . O fato
acontece porque durante a gestação e, principalmente, na hora do parto, ocorre rompimento de
+
vasos sanguíneos, permitindo a passagem de hemácias da criança (Rh ) para a mãe. Isso
provoca uma reação do sistema imunológico da genitora que, reagindo à presença do fator Rh
fetal, começa a produzir anticorpos. Mesmo que essa “produção” se processe ainda na
gravidez, ela é lenta, e o 1º filho, geralmente, não terá problemas. A partir da 2ª gestação, se o
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+
filho for novamente Rh , como a mãe já está sensibilizada, o feto tem grandes probabilidades
de apresentar a eritroblastose fetal. A figura abaixo mostra os genótipos da mãe, do pai e do
filho que levam à ocorrência da DHRN.

AA A
- ALTERNATIVA E (“Para o loco do sistema ABO, Maria pode apresentar I I ou I i.”) –
CORRETA
AA
* Maria, como vimos acima, tem sangue do tipo A, podendo ser, realmente, I I (homozigota)
A
ou I i (heterozigota).

03. (UPE-2004) Antônio e Mara pretendem ter filhos. Entretanto, como em suas famílias há
indivíduos hemofílicos e/ou albinos, embora ambos sejam normais para essas características,
resolveram procurar aconselhamento de um especialista e relataram o seguinte:
- Os pais de Antônio e a mãe de Mara são normais para essas características, entretanto, o pai
de Mara é albino e hemofílico.
- O avô materno de Antônio era hemofílico.
- Do seu primeiro casamento, Antônio tem uma filha albina.
Com base nos dados acima e considerando que o tipo de hemofilia apresentado é de herança
recessiva ligada ao cromossomo X e o albinismo, de herança autossômica recessiva, analise
as informações.
I. A probabilidade de o casal ter uma criança albina e hemofílica será de 1/16, independente do
sexo.
II. Dentre as crianças do sexo masculino, o casal terá 1/2 de probabilidade de ter um filho
albino e hemofílico.
III. Dentre as crianças do sexo feminino, o casal terá 0% de probabilidade de ter uma filha
albina e hemofílica.
IV. Como Antônio e Mara são portadores do alelo para a hemofilia, transmitido para Antônio
através de seu avô e para Mara, através de seu pai, o casal tem 1/4 de probabilidade de gerar
uma criança com essa característica, independente do sexo.
V. Como Antônio tem uma filha albina, independente do genótipo de Mara, o casal terá 1/2 de
probabilidade de ter uma criança albina.
Assinale a alternativa que contempla a(s) informação(ões) declarada(s) corretamente pelo
geneticista.
a) I e III.
b) II e IV.
c) IV e V.
d) Apenas a II.
e) Apenas a III.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Apenas a III.”)
INTERPRETAÇÃO DA QUESTÃO
H h
I. Mara é portadora do gene para hemofilia (X X ), em função de o seu pai ser hemofílico
h
(X Y). Ela também é portadora do gene para albinismo (Aa), em função de o seu pai ser albino
(aa).
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H h
- MARA: (X X ) e (Aa).
H
II. Antônio não é hemofílico (X Y), como consta no enunciado. Ele é portador do gene para o
albinismo (Aa), em função de ele ter tido, do seu primeiro casamento, uma filha albina.
H
- ANTÔNIO: (X Y) e (Aa).
CRUZAMENTOS
I. Em relação à hemofilia
H H h H H H h
- X Y (Antonio) x X X (Mara) = X X (mulher normal não portadora) + X X (mulher normal
H h
portadora) + X Y (homem normal) + X Y (homem hemofílico).
- Todas as mulheres normais e metade dos homens hemofílicos.
II. Em relação ao albinismo
- Aa (Antônio) x Aa (Mara) = AA (não albino e não portador) + Aa (não albino portador) + Aa
(não albino portador) + aa (albino).
- 3/4 normais e 1/4 albino.
JUSTIFICATIVA
- INFORMAÇÃO I (“A probabilidade de o casal ter uma criança albina e hemofílica será de
1/16, independente do sexo.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta informação, a probabilidade de o casal ter uma criança
albina e hemofílica depende do sexo. Haja vista, que nenhuma filha do casal será hemofílica.
Descendente hemofílico, apenas do sexo masculino (ver cruzamento I, acima).
- INFORMAÇÃO II (“Dentre as crianças do sexo masculino, o casal terá 1/2 de probabilidade de
ter um filho albino e hemofílico.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta informação, a probabilidade em foco é 1/8. A probabilidade
de ser homem hemofílico é 1/2 (ver cruzamento I, acima). A probabilidade de ser albino é 1/4
(ver cruzamento II, acima). Portanto, 1/2 x 1/4 = 1/8.
- INFORMAÇÃO III (“Dentre as crianças do sexo feminino, o casal terá 0% de probabilidade de
ter uma filha albina e hemofílica.”) – CORRETA
* Nenhuma filha desse casal será hemofílica (ver cruzamento I, acima). Dessa forma, a
probabilidade é, realmente, 0%.
- INFORMAÇÃO IV (“Como Antônio e Mara são portadores do alelo para a hemofilia,
transmitido para Antônio através de seu avô e para Mara, através de seu pai, o casal tem 1/4
de probabilidade de gerar uma criança com essa característica, independente do sexo.”) –
INCORRETA
H h
* Ao contrário do que consta nesta informação apenas Mara (X X ) é portadora do gene para
H
hemofilia, como vimos em INTERPRETAÇÃO DA QUESTÃO, acima. Antônio (X Y) não é
hemofílico, como consta no enunciado.
- INFORMAÇÃO V (“Como Antônio tem uma filha albina, independente do genótipo de Mara, o
casal terá 1/2 de probabilidade de ter uma criança albina.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmação, a probabilidade de Antônio (Aa) ter uma filha
albina depende do genótipo de Mara. Como vimos acima, Mara (Aa) possui gene para
albinismo. Neste caso, a probabilidade de nascer uma criança albina, independente do sexo, é
1/4 (ver cruzamento II, acima).

04. (UPE-2004) Sobre indivíduos portadores da síndrome de Down, analise as afirmativas


abaixo
I II
0 0 - Em geral, os portadores apresentam língua protrusa, retardo mental de intensidade
variável e malformações cardíacas.
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1 1 - Em ambos os sexos, a análise do núcleo interfásico revela a presença da cromatina


sexual.
2 2 - A alteração cromossômica, presente nesses indivíduos, pode surgir por uma disjunção
irregular do par cromossômico 22, durante a separação dos homólogos na meiose I ou das
cromátides irmãs na meiose II, em um dos parentais.
3 3 - Os portadores podem apresentar cariótipo 45 A + XX, quando do sexo feminino, ou 45 A
+ XY, quando do sexo masculino.
4 4 - Cariotipicamente, os portadores apresentam uma monossomia do par cromossômico 21.
GABARITO
VFFVF
- AFIRMATIVA 0 0 (“Em geral, os portadores apresentam língua protrusa, retardo mental de
intensidade variável e malformações cardíacas.”) – VERDADEIRA
* Os portadores da síndrome de Dow apresentam algumas características fenotípicas
sugestivas. Entre elas destacamos: língua protrusa (para fora da boca); retardo mental de
intensidade variável; malformações cardíacas; elevado risco de infecção; baixa estatura;
orelhas com implantação baixa; pescoço curto; mãos curtas e largas, frequentemente com uma
única prega palmar transversa, em vez de duas e olhos oblíquos semelhantes aos dos
orientais.
- AFIRMATIVA 1 1 (“Em ambos os sexos, a análise do núcleo interfásico revela a presença da
cromatina sexual.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a cromatina sexual está presente apenas nas
mulheres.
CROMATINA SEXUAL (CORPÚSCULO DE BARR)
Resulta da condensação de um dos cromossomos X, sendo observado em número
unitário, nas mulheres dotadas de cariótipo normal, em relação aos cromossomos sexuais. Nas
células normais dos homens, onde só existe um cromossomo X, não ocorre cromatina sexual.
O número de corpúsculo de Barr é igual ao número de cromossomos X menos 1, sendo sua
identificação importante na clínica médica. A figura abaixo mostra cromatinas sexuais
presentes em mulheres dotadas de três cromossomos X (trissomia do X) e dois cromossomos
X (condição normal). No primeiro caso, percebe-se a existência de dois corpúsculos de Barr (3
– 1 = 2) e, no segundo, de apenas um (2 – 1 = 1).

- AFIRMATIVA 2 2 (“A alteração cromossômica, presente nesses indivíduos, pode surgir por
uma disjunção irregular do par cromossômico 22, durante a separação dos homólogos na
meiose I ou das cromátides irmãs na meiose II, em um dos parentais.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a síndrome de Dow resulta, na maioria dos casos
(cerca de 95%), de uma não disjunção do par cromossômico 21 e não do par 22. Dessa forma,
o portador dessa síndrome apresenta um cromossomo 21 a mais [trissomia do 21 (2n +1)], ou
seja, três cópias desse cromossomo e não duas, que é a condição normal.
COMPLEMENTO
Conquanto a síndrome de Dow decorra, na maioria dos casos, de uma mutação
cromossômica numérica, na qual o portador possui um cromossomo a mais do par 21
(trissomia do 21), como consta nesta questão, há duas outras possibilidades, menos comuns,
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de ela ocorrer: (a) translocação entre os pares 15 e 21; (b) translocação entre os pares 21 e 22.
Nestes casos, os portadores são conhecidos Dow de translocação.
- AFIRMATIVA 3 3 (“Os portadores podem apresentar cariótipo 45 A + XX, quando do sexo
feminino, ou 45 A + XY, quando do sexo masculino.”) – VERDADEIRA
* Os portadores da síndrome de Dow (trissomia do cromossomo 21), podem apresentar, como
consta nesta afirmativa, cariótipo 45 A + XX, quando do sexo feminino ou 45 A + XY, quando
do sexo masculino. Outra forma de apresentar o referido cariótipo é: 47, + 21, XX (sexo
feminino) e 47, + 21, XY (sexo masculino).
- AFIRMATIVA 4 4 (“Cariotipicamente, os portadores apresentam uma monossomia do par
cromossômico 21.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, os portadores da síndrome de Dow apresenta,
como vimos acima, uma trissomia (2n +1) do par 21 e não uma monossomia (2n – 1).

05. (UPE-2004) A Drosophila melanogaster tem sido um modelo biológico muito utilizado pela
genética clássica e pela molecular para compreensão dos modos de herança. Dentre os genes
mapeados desse organismo, suponhamos que os genes para cor do corpo e tipo de asa
estejam localizados no cromossomo 2, distantes um do outro a 18 unidades de recombinação.
A cor cinza do corpo é condicionada pelo alelo dominante P, e a cor preta, pelo alelo recessivo
p. A asa longa é condicionada pelo alelo dominante V, e a asa vestigial, pelo alelo recessivo v.
Considerando esses dados, verifique seus conhecimentos sobre genes ligados, analisando as
proposições.
I. Uma fêmea de corpo cinza e asas longas, em que um dos parentais tinha corpo cinza e asas
longas, e o outro tinha corpo preto e asas vestigiais, sendo fecundada por um macho
duplamente recessivo para essas características, terá 9% de probabilidade de ter moscas de
corpo cinza e asas vestigiais.
II. Uma fêmea duplamente heterozigota e que porta os genes em posição trans, poderá originar
dois tipos de gametas recombinantes nas seguintes proporções: 9% PV e 9% pv.
III. Uma fêmea de genótipo Pv/pV, durante a gametogênese, não havendo crossing-over,
poderá dar origem a quatro tipos de gameta nas seguintes proporções: 25% PV; 25% pv; 25%
Pv; 25% pV.
IV. Estimando-se que um terceiro gene (A) esteja localizado a 3 unidades de recombinação do
gene P e a 21 unidades de recombinação do gene V, deduz-se que a frequência de
permutação entre os genes A e V será de 24%.
Assinale a alternativa que apresenta as proposições corretas.
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e IV.
c) Apenas III e IV.
d) Apenas II e III.
e) I, II, III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Apenas I e II.”)
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO I (“Uma fêmea de corpo cinza e asas longas, em que um dos parentais tinha
corpo cinza e asas longas, e o outro tinha corpo preto e asas vestigiais, sendo fecundada por
um macho duplamente recessivo para essas características, terá 9% de probabilidade de ter
moscas de corpo cinza e asas vestigiais.”) – CORRETA
* Considerando os parentais, a fêmea referida é heterozigota cis (PV/pv). O macho que a
fecunda é pv/pv (duplamente homozigoto). O surgimento de mosca de corpo cinza e asas
vestigiais (Pv/pv) decorre de crosing-over entre os genes P e V em linkage. Como a distância
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entre os referidos genes é de 18 unidades de recombinação, a probabilidade de surgir mosca


de corpo cinza e asas vestigiais (Pv/pv), trans, é 9%. A probabilidade, por outro lado, de surgir
mosca de corpo preto e asas longas (pV/pv), o outro recombinante, não mencionado na
proposição, é 9%, totalizando 18, que é a distância entre os referidos genes.
- PROPOSIÇÃO II (“Uma fêmea duplamente heterozigota e que porta os genes em posição
trans, poderá originar dois tipos de gametas recombinantes nas seguintes proporções: 9% PV
e 9% pv.”) – CORRETA
* Considerando que a fêmea é duplamente heterozigota tipo trans (Pv/pV) e a distância entre
os referidos genes é 18 morganídeos (unidades de recombinação), o surgimento de gametas
recombinados, PV e pv, é 9% para cada um deles, probabilidades que somadas totalizam 18.
- PROPOSIÇÃO III (“Uma fêmea de genótipo Pv/pV, durante a gametogênese, não havendo
crossing-over, poderá dar origem a quatro tipos de gameta nas seguintes proporções: 25% PV;
25% pv; 25% Pv; 25% pV.”) – INCORRETA
* Na ausência crossing-over entre os genes P e V, uma fêmea Pv/pV (heterozigota trans),
formará apenas gametas Pv e pV, nas mesmas proporções.
- PROPOSIÇÃO IV (“Estimando-se que um terceiro gene (A) esteja localizado a 3 unidades de
recombinação do gene P e a 21 unidades de recombinação do gene V, deduz-se que a
frequência de permutação entre os genes A e V será de 24%.”) – INCORRETA
* De acordo com a proposição (A localizado a 3 unidades e P e a 21 de V), a sequência dos
genes é VPA. Dessa forma, a frequência de permutação entre A e V é de 21%.

06. (UPE-2005) Um homem hemofílico casa-se com uma mulher normal, cujo pai é hemofílico.
Sabendo-se que a hemofilia tem herança recessiva ligada ao cromossomo X, analise as
afirmativas.
I. A mulher é portadora para a hemofilia e, consequentemente, todos os seus filhos homens
serão hemofílicos.
II. Como o homem tem hemofilia, e a mulher é portadora para esse caráter, o casal terá 50%
de probabilidade de gerar uma criança hemofílica, sem considerar o sexo.
III. Dentre as crianças do sexo masculino, 50% delas poderão ser hemofílicas.
IV. Dentre as crianças do sexo feminino, 50% poderão ser portadoras e 25% poderão ser
hemofílicas.
Assinale a alternativa que contempla a(s) afirmativa(s) correta(s).
a) I e II.
b) II e III.
c) I e IV.
d) Apenas a I.
e) Apenas a IV.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“II e III.”)
h
- Homem: X Y (hemofílico).
H h
- Mulher: X X (normal portadora).
H h
* Razão de ela ser heterozigota (X X ): seu pai é hemofílico, como consta no enunciado (“...
mulher normal, cujo pai é hemofílico. ...”).
- Cruzamento
h H h H h H h h
* X Y x X X = X X (mulher normal portadora) + X Y (homem normal) + X X (mulher
h
hemofílica) + X Y (homem hemofílico).
H h h h
* MULHER: 50% normais portadoras (X X ) e 50% hemofílicas (X X ).
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H h
* HOMEM: 50% normais (X Y) e 50% hemofílicos (X Y)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“A mulher é portadora para a hemofilia e, consequentemente, todos os seus
filhos homens serão hemofílicos.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a probabilidade dos filhos homens serem
hemofílicos é de 50% (ver cruzamento acima).
- AFIRMATIVA II (“Como o homem tem hemofilia, e a mulher é portadora para esse caráter, o
casal terá 50% de probabilidade de gerar uma criança hemofílica, sem considerar o sexo.”) –
CORRETA
* Não considerando o sexo, a probabilidade de esse casal gerar um descendente com
hemofilia é, realmente, 50% (ver cruzamento acima).
- AFIRMATIVA III (“Dentre as crianças do sexo masculino, 50% delas poderão ser
hemofílicas.”) – CORRETA
* Com mostramos no cruzamento acima, considerando as crianças do sexo masculino, a
h
probabilidade de elas serem hemofílicas (X Y) é, realmente, 50%.
- AFIRMATIVA IV (“Dentre as crianças do sexo feminino, 50% poderão ser portadoras e 25%
poderão ser hemofílicas.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a probabilidade de esse casal gerar
descendentes do sexo feminino hemofílicos é 50% e não 25% (ver cruzamento acima).

07. (UPE–2007) Sabe-se que a miopia é determinada pela ação de um gene recessivo
autossômico m. Um casal de visão normal, cujas mães eram míopes, teve 3 filhas, todas com
visão normal. Qual a probabilidade de o próximo filho ser do sexo masculino com visão
normal?
a) 3/4.
b) 1/4.
c) 1/2.
d) 3/8.
e) 1/8.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“3/8.”)
JUSTIFICATIVA
- Genótipo da mulher: Mm (normal heterozigota). Recebeu m da sua genitora que é míope
(mm).
- Genótipo do homem: Mm (normal heterozigoto). Recebeu m da sua genitora que é míope
(mm).
- CRUZAMENTO
* Mm x Mm = MM (normal não portador) + Mm (normal portador) + Mm (normal portador) + mm
(míope).
* Normal: 3/4.
* Míope: 1/4.
* Probabilidade de o próximo filho ser do sexo masculino (1/2) com visão normal (3/4) = 1/2 x
3/4 = 3/8.
RESPOSTA D (“3/8.”)

08. (UPE-2009) Da família Silva nasceu um casal de gêmeos. O menino apresentou, logo na
infância, sintomas da agamaglobulinemia, condição hereditária recessiva ligada ao
cromossomo X, que afeta o sistema imunológico. A menina, de nome Sandra, era normal.
Sandra casou-se com um homem normal, e seu primeiro filho, do sexo masculino, também
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nasceu afetado pela agamaglobulinemia. A probabilidade de Sandra e seu esposo, na próxima


gravidez, terem uma menina com agamaglobulinemia é:
a) 100%.
b) 75%.
c) 50%.
d) 25%.
e) Zero.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Zero.”)
INTERPRETAÇÃO DA QUESTÃO
* Trata-se de uma doença recessiva ligada ao sexo (ligada ao cromossomo X).
a
* Genótipo do menino: X Y (portador da doença, como consta no enunciado).
A a
* Genótipo de Sandra: X X (normal portadora), em face de ela casada com um homem normal
A a
(X Y) ter um filho do sexo masculino com a doença (X Y).
A a A
CRUZAMENTO: Sandra normal portadora (X X ) x marido normal (X Y).
A a A A A A A a
* X X x X Y = X X (menina normal não portadora) + X Y (menino normal) + X X (menina
a
normal portadora) + X Y (menino portador da doença).
- Meninas: todas normais.
- Menino: 50% normais e 50% doentes.
- ALTERNATIVA E (“Zero.”).

09. (UPE-2010) “Casamentos entre parentes próximos, como primos, aumentam as chances de
as uniões ciganas gerarem crianças com problemas genéticos, a exemplo da surdez. – O preço
de manter a tradição”
Jornal do Commercio, Recife, maio de 2010.
Sob esse título, o jornal apresenta uma matéria sobre as formas com que grupos
ciganos, que vivem no interior nordestino, preservam sua identidade e se mantêm isolados das
influências de outras culturas, explicitando interessantes costumes bem como aspectos sociais
e de saúde. Analise as afirmativas abaixo que abordam questões genéticas relacionadas com o
tema.
I. O aconselhamento genético, realizado por geneticistas especializados, é especialmente
indicado nos casos de casamentos consanguíneos ou não em que há histórico de doenças
hereditárias na família.
II. Em casamentos consanguíneos, há aumento da probabilidade de alelos deletérios
recessivos encontrarem-se dando origem a pessoas homozigotas doentes.
III. Os filhos dos casamentos endogâmicos têm graves problemas genéticos, causados pela
autofecundação, com maior número de alelos em homozigose.
IV. Populações isoladas geram mutações de más formações orgânicas e mentais, a exemplo
da surdez.
V. Nas populações pequenas, como no caso dos ciganos, em que os grupos se mantêm
isolados por muitas gerações, há uma grande tendência de haver maior variabilidade genética.
Em relação aos problemas genéticos citados, estão corretas as afirmativas:
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) IV e V.
e) I, III, IV e V.
ALTERNATIVA CORRETA: A
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(“I e II.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“O aconselhamento genético, realizado por geneticistas especializados, é
especialmente indicado nos casos de casamentos consanguíneos ou não em que há histórico
de doenças hereditárias na família.”) – CORRETA
* O aconselhamento genético é uma consulta, com um geneticista especializado, para pessoas
que estão preocupadas com a possibilidade da ocorrência de uma doença genética na família.
Na oportunidade, o profissional informa, ao(s) interessado(s), as consequências e natureza do
distúrbio; a probabilidade ou risco de desenvolvê-la ou transmiti-la à próxima geração; as
opções existentes para ele(s) no manejo e planejamento familiar e as opções para sua
prevenção ou tratamento, de maneira a preveni-la, evitá-la ou melhorá-la. Dessa forma, o
aconselhamento genético é indicado nos casos de casamentos consanguíneos ou não em que
há histórico da doença hereditária na família, como consta nesta alternativa.
- AFIRMATIVA II (“Em casamentos consanguíneos, há aumento da probabilidade de alelos
deletérios recessivos encontrarem-se dando origem a pessoas homozigotas doentes.”) –
CORRETA
* Embora o encontro de alelos recessivos deletérios, originando pessoas homozigotas doentes,
possa ocorrer em casais sem parentesco, a probabilidade aumenta bastante em casamentos
consanguíneos. Sabendo-se que há milhares de mutações causadoras de doenças genéticas,
quanto maior for o grau de parentesco entre duas pessoas, maior será a probabilidade que elas
apresentem o mesmo gene.
- AFIRMATIVA III (“Os filhos dos casamentos endogâmicos têm graves problemas genéticos,
causados pela autofecundação, com maior número de alelos em homozigose.”) – INCORRETA
* Casamento endogâmico se refere a casamento consanguíneo, enquanto autofecundação é
uma forma de reprodução sexuada em que os gametas masculinos e femininos são oriundos
do mesmo indivíduo.
- AFIRMATIVA IV (“Populações isoladas geram mutações de más formações orgânicas e
mentais, a exemplo da surdez.”) – INCORRETA
* O isolamento populacional não é condição necessária para a geração de mutações de más
formações orgânicas. Dessa forma, essa condição pode ou não gerar as referidas mutações.
- AFIRMATIVA V (“Nas populações pequenas, como no caso dos ciganos, em que os grupos
se mantêm isolados por muitas gerações, há uma grande tendência de haver maior
variabilidade genética.”) – INCORRETA
* Nessas populações tende a haver uma menor variabilidade genética, ao contrário do que
consta nesta alternativa.

10. (UPE-2011) O heredograma abaixo representa o padrão de segregação para


Acondroplasia, uma das formas de nanismo humano, condicionada por um gene, que prejudica
o crescimento dos ossos durante o desenvolvimento. Essa doença genética humana apresenta
letalidade, se ocorre em homozigose (AA).

Com relação à figura, conclui-se que:


I II
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0 0 - O padrão de herança do caráter em estudo é autossômico dominante.


1 1 - Os indivíduos I1 e II2 são homozigotos dominantes para o caráter.
2 2 - O casal III3 e III4 possui a probabilidade de que, independente do sexo, 1/2 de seus filhos
nascidos vivos possam ser normais e 1/2 portadores da doença.
3 3 - O indivíduo IV1 representa um aborto, e seu genótipo é AA, que, em condição
homozigótica, tem efeito tão severo que causa a morte do portador ainda durante o
desenvolvimento embrionário.
4 4 - Todos os acondroplásicos nascidos vivos desta genealogia são heterozigotos.
GABARITO
VFFVV
INTERPRETAÇÃO DO HEREDOGRAMA
- I.1: Aa
- I.2: aa
- II.1: aa
- II.2: Aa
- II.3: aa
- II.4: Aa
- II.5: aa
- III.1: aa
- III.2: aa
- III.3: Aa
- III.4: Aa
- III.5: aa
- III.6: aa
- IV.1: AA
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“O padrão de herança do caráter em estudo é autossômico dominante.”)
– VERDADEIRA
* A Acondroplasia é uma doença, sabidamente, autossômica dominante, como consta nesta
alternativa.
- ALTERNATIVA 1 1 (“Os indivíduos I1 e II2 são homozigotos dominantes para o caráter.”) –
FALSA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, os indivíduos I1 e II2 são heterozigotos (Aa),
como se pode constatar em “INTERPRETAÇÃO DO HEREDOGRAMA”, acima. De acordo com
o enunciado, a Acondroplasia é letal em homozigose dominante (AA), sendo este, o caso do
aborto, referido na legenda do heredograma.
- ALTERNATIVA 2 2 (“O casal III3 e III4 possui a probabilidade de que, independente do sexo,
1/2 de seus filhos nascidos vivos possam ser normais e 1/2 portadores da doença.”) – FALSA
* III3 e III4 têm genótipo Aa, como consta “INTERPRETAÇÃO DO HEREDOGRAMA”, acima.
* CRUZAMENTO
- Aa x Aa = AA (não sobrevive) + Aa (sobrevive) + Aa (sobrevive) + aa (sobrevive). Assim
sendo, dos sobreviventes, num total de três, 1/3 é normal (aa) e 2/3 são portadores da doença
(Aa), contrariando o contido nesta alternativa.
- ALTERNATIVA 3 3 (“O indivíduo IV1 representa um aborto, e seu genótipo é AA, que, em
condição homozigótica, tem efeito tão severo que causa a morte do portador ainda durante o
desenvolvimento embrionário.”) – VERDADEIRA
* O indivíduo IV.1 (AA) representa, realmente, um aborto, como vimos acima. De acordo com o
enunciado, a Acondroplasia é letal em homozigose dominante (AA).
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- ALTERNATIVA 4 4 (“Todos os acondroplásicos nascidos vivos desta genealogia são


heterozigotos.”) – VERDADEIRA
* Todos os acondroplásicos nascidos vivos desta genealogia são, realmente, heterozigotos
(Aa). Ver os genótipos indicados em “INTERPRETAÇÃO DO HEREDOGRAMA”, acima.

11. (UPE-2011) Ao receber a tipagem sanguínea AB e B, respectivamente, de seus gêmeos


bivitelinos recém-nascidos, um homem questiona a equipe médica sobre uma possível troca de
bebês, visto ele ser do grupo sanguíneo A e sua mulher, do tipo O. Além disso, o casal possuía
duas filhas de quatro e três anos com tipos sanguíneos O e A, respectivamente. Os médicos
alegaram não ter ocorrido troca, pois, naquele dia, apenas o casal havia gerado meninos,
enquanto as demais crianças eram meninas. A equipe médica realizou, então, uma bateria de
testes com o casal e os bebês, obtendo os seguintes resultados:
1. Após teste de DNA, foi revelado que os bebês pertenciam ao casal.
2. A mãe dos bebês possui o fenótipo Bombaim.
As proposições abaixo estão relacionadas a esses fatos. Analise-os e conclua.
I II
0 0 – Os antígenos A e B são sintetizados a partir de uma substância H, devido a um gene H
que se manifesta apenas em heterozigose.
1 1 – O sangue dos indivíduos de genótipo hh não produz a substância H, e, portanto, estes
não poderão expressar antígenos A e/ou B, mesmo que possuam o genótipo para produzi-los.
BB
2 2 – O genótipo da mãe dos bebês é I I hh, o que justifica ela ser um falso O e poder ter
crianças com antígeno B ou sem antígenos na superfície das hemácias.
3 3 – Como o casal possui filhas com tipos O e A, o genótipo do pai dos bebês é,
AA
obrigatoriamente, I I HH.
B
4 4 – A mãe, falso O, por ter o alelo I , poderá transmiti-lo aos seus descendentes, que
poderão manifestar o fenótipo tipo B, por possuírem um gene H recebido do pai.
GABARITO
FVFFV
- Para saber mais sobre o fenótipo Bombaim ver FALSO “O” (FENÓTIPO BOMBAIM OU
EFEITO BOMBAIM), matéria publicada no blog “djalmasantos.wordpress.com.”, no dia
23/02/2012.
- INERPRETANDO A QUESTÃO
* Sabendo que o tipo sanguíneo do genitor é A e considerando os tipos sanguíneos dos
descendentes identificados [(gêmeos bivalentes AB e B), (filha de 4 anos O) e (filha de 3 anos
A B
A)], conclui-se que o pai é A heterozigoto (I i) e mãe (bombaim) tem genótipo I ihh. A
A B AB
confirmação desses genótipos pode ser obtida pelo cruzamento I i (pai) x I i (mãe) = [AB (I I ),
B
um dos gêmeos; B (I i), o outro gêmeo; O (ii), filha de 4 anos e A(IAi), filha de 3 anos.]
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO 0 0 (“Os antígenos A e B são sintetizados a partir de uma substância H,
devido a um gene H que se manifesta apenas em heterozigose.”) – FALSA
* A expressão dos genótipos do sistema sanguíneo ABO está relacionada com o locus gênico
denominado H, existente em um dos cromossomos, onde está o alelo H (funcional) ou h (não
funcional). O alelo H (dominante) produz uma enzima (enzima H) que transforma uma
substância precursora em antígeno H, que, por sua vez, é transformado em antígeno A ou B
A B
por ação, respectivamente, de enzimas sintetizadas sob o comando dos alelos I ou I . Sendo
inativo, o alelo i não promove qualquer transformação no antígeno H, que, inalterado,
permanece presente nas hemácias dos indivíduos do sangue tipo “O” (esquema abaixo).
Sendo dominante, o gene H pode se manifestar em homozigose (HH) ou em heterozigoses
(Hh), como mostra o quadro apresentado na proposição 1 1,
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- PROPOSIÇÃO 1 1 (“O sangue dos indivíduos de genótipo hh não produz a substância H, e,


portanto, estes não poderão expressar antígenos A e/ou B, mesmo que possuam o genótipo
para produzi-los.”) – VERDADEIRA
* O alelo h (recessivo), não funcional, não tem a capacidade de transformar a substância
precursora em antígeno H, em face de não produzir a enzima H, que promove essa
transformação. Dessa forma, indivíduos HH ou Hh, que representam a quase totalidade da
AA A BB
população humana, são capazes de expressar os genótipos I I ou I i (sangue tipo A); I I ou
B AB
I i (sangue tipo B); e I I (sangue tipo AB). Indivíduos de composição genética hh (genótipo
muito raro), por outro lado, são incapazes de promover essa transformação, não expressando,
como consequência, os referidos genótipos, caracterizando, portanto, os falsos “O”. Nele, é
sempre manifestado um fenótipo do tipo “O”, independentemente do seu verdadeiro genótipo.
O quadro a seguir mostra os diferentes genótipos e fenótipos relacionados com os loci ABO e
H.
GENÓTIPOS FENÓTIPOS
A A A
H_ I I ou H_ I i A
B B B
H_ I I ou H_ I i B
A B
H_ I I AB
H_ ii O
hh _ _ Falso O
B B
- PROPOSIÇÃO 2 2 (“O genótipo da mãe dos bebês é I I hh, o que justifica ela ser um falso
O e poder ter crianças com antígeno B ou sem antígenos na superfície das hemácias.”) –
FALSA
B B B B
* O genótipo da mãe dos bebês é I i hh e não I I hh. Nela, os genes I e i não se manifestam
BB
devido à composição genética hh. Ela é, portanto, falso O. Se ela fosse I I hh, como consta
nesta proposição, não teria filho O nem A, apenas AB e B. Ela tem filhos O e A (“...Além disso,
o casal possuía duas filhas de quatro e três anos com tipos sanguíneos O e A,
respectivamente. ..”), já que o homem é IAi. Ver confirmação do genótipo da mãe nos
cruzamentos apresentados a seguir.
- Cruzamentos:
A BB
* I i x I I (apresentado na proposição) = AB + B + AB + B (apenas filhos AB e B)
A B
* I i x I i = AB + A + B + O (filhos AB, A, B e O)
- PROPOSIÇÃO 3 3 (“Como o casal possui filhas com tipos O e A, o genótipo do pai dos
A A
bebês é, obrigatoriamente, I I HH.”) – FALSA
* Genótipo do pai dos bebês, em função do nascimento de filhas com tipo sanguíneo O e A, é
A
I iH_, como mostramos em “INERPRETANDO A QUESTÃO”.
B
- PROPOSIÇÃO 4 4 (“A mãe, falso O, por ter o alelo I , poderá transmiti-lo aos seus
descendentes, que poderão manifestar o fenótipo tipo B, por possuírem um gene H recebido do
pai.”) – VERDADEIRA
B B
* A mãe, que é falso O, por ter o alelo I (ela é I i, como vimos na alternativa 2 2), poderá
B
transmitir esse alelo (I ) aos descendentes, que se manifestarão graças ao gene H recebido do
pai, que não é falso O.

12. (UPE-2012) A aplicação do princípio de Hardy-Weinberg, representado pela equação


2 2
matemática p + 2pq + q , é importante para se estimar a frequência de alelos de doenças
hereditárias nas populações. Uma delas é a fenilcetonúria (PKU), detectada pelo teste do
2
pezinho. Os afetados (q ) podem vir a sofrer grave retardo mental ao ingerir fenilalanina, por
não possuírem a capacidade de degradar esse aminoácido essencial, encontrado em diversos
alimentos, inclusive no leite. Em uma amostra de 2.000 pessoas, verificou-se que os
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homozigotos recessivos para PKU correspondiam a 4%. Qual a frequência de indivíduos com
genótipo dominante homozigoto e heterozigoto respectivamente?
2
a) p = 0,80; 2pq = 0,20.
2
b) p = 0,64; 2pq = 0,32.
2
c) p = 0,54; 2pq = 0,46.
2
d) p = 0,29; 2pq = 0,67.
2
e) p = 0,15; 2pq = 0,70.
ALTERNATIVA CORRETA: B
2
(“p = 0,64; 2pq = 0,32.”)
JUSTIFICATIVA
2 2
- Considerando a equação que constitui o princípio de Hardy-Weinberg (p + 2pq + q ) = 1 =
100%, temos:
2
I. p = frequência de homozigotos dominantes (AA).
II. 2pq = frequência de heterozigotos (Aa).
2
III. q = frequência de homozigotos recessivos (aa).
- Para maiores detalhes ver GENÉTICA DE POPULAÇÕES, matéria publicada, no dia
21/08/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
* Na população mencionada nesta questão, a frequência de homozigotos recessivos (aa), que
2
corresponde, na equação acima a q , é igual 4% (0,04). Assim sendo, q (frequência do alelo a)
é igual a 0,2 e p (frequência do alelo A) é igual a 0,8.
2
* Frequência de indivíduos com genótipo dominante homozigoto (p ) é igual a 0,8 x 0,8 = 0,64
(64%).
* Frequência de indivíduos heterozigotos (2pq) é igual a 2 x 0,8 x 0,2 = 0,32 (32%).
2
- ALTERNATIVA B (“p = 0,64; 2pq = 0,32.”)

13. (UPE-2013) Observe o esquema a seguir:

Desenho de libélula disponível em:


http://criandoartepravoce.blogspot.com (Adaptado)
Com base no esquema acima, analise as seguintes proposições:
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I. Gametas portadores dos alelos E/C e dos alelos e/c ocorrem em uma proporção maior que a
dos gametas portadores dos alelos E/c e e/C, caracterizando um arranjo trans.
II. Na descendência, as classes que surgem em maior frequência portam as combinações
parentais dos alelos, e aquelas em menor frequência são, portanto, as recombinantes,
caracterizando uma ligação gênica.
III. O cruzamento-teste da fêmea duplo-heterozigótica com o macho duplo- homozigoto
recessivo mostra quatro tipos de genótipos na descendência, embora em proporções diversas
das esperadas, segundo a lei de segregação independente.
IV. O fenótipo dos descendentes é determinado pela constituição genética do espermatozoide,
visto que o macho é homozigoto recessivo duplo, fornecendo alelos recessivos para os
descendentes.
Estão corretas:
a) I e II.
b) I e III.
c) I, II e IV.
d) II e III.
e) II, III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“II e III.”)
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO I (“Gametas portadores dos alelos E/C e dos alelos e/c ocorrem em uma
proporção maior que a dos gametas portadores dos alelos E/c e e/C, caracterizando um arranjo
trans.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta proposição, a maior proporção de gametas portadores de
alelos E/C (40%) e e/c (40%), em relação a dos gametas E/c (10%) e e/C (10%), caracteriza
um arranjo cis e não trans. Observe que os recombinantes Eecc (10%) e eeCc (10%), que são
trans, estão em menor quantidade [20% (10% + 10%)], enquanto as formas parentais EeCc
(40%) e eecc (40%), que são cis, estão em maior quantidade [80% (40% + 40%)]. Lembramos
que, no caso em foco, a distância entre os genes E (e) e C(e) é de 20 [10% (Eecc) + 10%
(eeCc)] unidades de recombinação (UR) ou 20 morganídeos.
COMPLEMENTO
I. Heterozigoto cis: alelos dominantes em um cromossomo e os recessivos em outro
(figura abaixo).

II. Heterozigoto trans: os alelos dominantes e recessivos se alternam em cada


cromossomo (figura a seguir).
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- PROPOSIÇÃO II (“Na descendência, as classes que surgem em maior frequência portam as


combinações parentais dos alelos, e aquelas em menor frequência são, portanto, as
recombinantes, caracterizando uma ligação gênica.”) – CORRETA
* Como consta nesta proposição, na descendência, as classes em maior frequência [40%
(EeCc) e 40% (eecc)] apresentam as combinações alélicas dos parentais [fêmea (EeCc) e
macho (eecc), como mostra o esquema (ver “Cruzamento-teste”)]. As classes com menor
frequência [10% (Eecc) e 10% (eeCc)] representam as classes recombinantes. Esse resultado
caracteriza, realmente, uma ligação gênica (linkage) e não uma segregação independente.
- PROPOSIÇÃO III (“O cruzamento-teste da fêmea duplo-heterozigótica com o macho duplo-
homozigoto recessivo mostra quatro tipos de genótipos na descendência, embora em
proporções diversas das esperadas, segundo a lei de segregação independente.”) –
CORRETA
* Como se pode observar no esquema, o cruzamento-teste da fêmea duplamente heterozigota
(EeCc) com o macho duplamente recessivo (eecc) mostra uma descendência com quatro tipos
de genótipos [EeCc (40%), Eecc (10%), eeCc (10%) e eecc (40%)], com proporções diferentes
(40%, 10%, 10% e 40%, respectivamente) das que seriam esperadas quando os genes se
encontram em cromossomos diferentes e não em linkage (ligados), segundo a lei da
segregação independente.
- PROPOSIÇÃO IV (“O fenótipo dos descendentes é determinado pela constituição genética do
espermatozoide, visto que o macho é homozigoto recessivo duplo, fornecendo alelos
recessivos para os descendentes.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta proposição, o fenótipo dos descendentes é determinado
pelos gametas femininos, haja vista que a fêmea, duplo-heterozigota (EeCc), produz quatro
tipos diferentes de gametas (EC, Ec, eC e ec), como mostra o esquema (ver gametas do
cruzamento-teste). O macho, por outro lado, que é duplo-homozigoto (eecc), como mostra o
esquema (ver gametas do cruzamento-teste), produz apenas um tipo de gameta (ec).

14. (UPE-2014) A determinação do sexo nos seres vivos está condicionada a diversos
sistemas que envolvem processos e mecanismos distintos, importantes para a perpetuação e
manutenção das espécies. Na maioria dos casos, é determinado por mecanismos genéticos,
que caracterizam os sexos opostos. Em alguns grupos de organismos, um par de
cromossomos sexuais é diferenciado no cariótipo de indivíduos do sexo feminino e do sexo
masculino; em outros, não há diferenças morfológicas entre os cromossomos, embora alguns
deles contenham os genes que definem os sexos. Em relação aos sistemas de determinação
do sexo, analise as afirmativas a seguir:
I. Na maioria das espécies, indivíduos sem cromossomo “X” ou “Z” não conseguem sobreviver
por possuírem grande quantidade de genes envolvidos em diversas características, enquanto o
cromossomo “Y” ou “W” não afeta a sobrevivência por apresentar pouquíssimos genes.
II. Nas espécies dioicas, tais como a maioria dos vertebrados e das plantas com flores, a
determinação do sexo por intermédio do sistema XY ocorre no momento da fecundação e
depende da ação de genes específicos, que atuam no desenvolvimento do novo organismo,
tornando-o macho ou fêmea.
III. No sistema de determinação sexual XY, as fêmeas são capazes de originar apenas um tipo
de gameta, com metade dos alossomos e um autossomo sempre X. Já o macho é
heterogamético, produzindo gametas com autossomo X ou autossomo Y.
IV. No sistema de determinação XO, as fêmeas são homogaméticas por possuírem
cromossomos homólogos (XX), originando apenas um tipo de gameta, e os machos são
heterogaméticos por possuírem cromossomos homólogos (X0), originando dois tipos de
gametas.
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V. No sistema de herança sexual ZW de algumas espécies de répteis e aves, a heterogamia é


mostrada pelas fêmeas, por apresentar cromossomos sexuais (ZW), enquanto a homogamia é
mostrada pelo macho (ZZ), assim é a fêmea que determina o sexo da prole.
Estão corretas, apenas:
a) I, II, IV e V.
b) I, II, III e V.
c) I, II e V.
d) I, II, III e IV.
e) I, II e III.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“I, II e V.”)
DISTRIBUIÇÃO CROMOSSÔMICA DO SEXO
A teoria cromossômica do sexo tem por base o fato de que a maioria dos indivíduos
possui, em suas células somáticas, dois tipos de cromossomos, denominados autossomos
(somáticos) e cromossomos sexuais (heterocromossomos, alossomos ou idiocromossomos),
estes relacionados diretamente com a determinação do sexo. No par de cromossomos sexuais
há sempre uma diferença quanto ao tamanho e a estrutura entre os dois homólogos nos
indivíduos de um dos sexos. Essa diversidade na distribuição dos heterocromossomos entre os
machos e as fêmeas têm mostrado algumas diferenças conforme a espécie estudada.
Mostramos, a seguir, os tipos mais comuns de distribuição cromossômica do sexo.
I. Sistema XY
Observado nos seres humanos e em um grande número de outras espécies, inclusive
em algumas espécies de plantas. Neste caso, como mostra a figura abaixo, as fêmeas
possuem dois cromossomos sexuais iguais do tipo X [tem cariótipo 2A (autossomo) + XX] e os
machos têm um cromossomo sexual X e um Y [tem cariótipo 2A (autossomo) + XY]. Dessa
forma, todos os gametas das fêmeas são iguais, portando um cromossomo X (AX), razão pela
qual são consideradas homogaméticas. Os machos, por outro lado, produzem gametas com
cromossomos X (AX) e gametas com cromossomos Y (AY), razão pela qual são denominados
heterogaméticos. O sexo dos descendentes é, portanto, determinado no momento da
fecundação, dependendo do espermatozoide que fecunda o óvulo.

II. Sistema X0 (tipo protenor)


Observado em coleópteros (besouros), entre os quais foi encontrado primeiramente no
gênero Protenor. Ocorre também em baratas, gafanhotos, percevejos, etc. Neste caso, como
mostra a figura a seguir, a fêmea é do tipo XX [tem cariótipo 2A (autossomo) + XX] e o macho
é monossômico quanto ao sexo (X0). Embora ele possua os cromossomos autossômicos aos
pares (2A), só apresenta um heterocromossomo que é também do tipo X [tem cariótipo 2A
(autossomo) + X0]. Assim sendo, ao formar gametas, ele origina espermatozoides que contêm
um autossomo de cada par e um cromossomo X (AX), bem como, gametas que só têm os
autossomos, sem nenhum heterocromossomo (A0), sendo, portanto, heterogamético, ao
contrário da fêmea. Dessa forma, a exemplo do tipo XY, visto acima, o sexo dos descendentes
depende do tipo de espermatozoide que fecunda o óvulo.
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III. Sistema ZW (tipo abraxas)


Foi identificado pela primeira vez em lepidópteros (borboletas) do gênero Abraxas.
Ocorre também em mariposas, peixes, anfíbios, répteis e aves. Nesse sistema, a fêmea, como
mostra a figura abaixo, é heterogamética e representada por 2A + ZW (ZW corresponde a XY)
e o macho é homogamético [2A + ZZ (onde ZZ corresponde a XX)]. Assim sendo, o sexo dos
descendentes depende do tipo de gametas produzido pela fêmea (AZ ou AW)

IV. Sistema Z0
Semelhante ao anterior. As fêmeas, no entanto, não apresentam o cromossomo W
(figura a seguir). Ocorre em certas aves domésticas e alguns tipos de répteis.

COMPLEMENTO
I. Determinação do sexo em drosófilas (índice sexual ou balanço gênico)
A Drosophila melanogaster apresenta 8 cromossomos em seu cariótipo, sendo 3 pares
autossômicos e 1 par sexual (X e Y). Nesse inseto, a determinação do sexo depende de um
balanço entre a quantidade de cromossomo X e a quantidade de lotes autossômicos,
denominado índice sexual (IS), que pode ser representado pelo número de cromossomos X
sobre o número de lotes autossômicos (número de cromossomos X/número de lotes
autossômicos). O cromossomo Y passa a ter função relacionada apenas com a fertilidade nos
machos, não interferindo, portanto, na determinação do sexo. Havendo um cromossomo X para
dois lotes de autossomos (IS = 0,5), a mosca é macho normal. Caso haja dois cromossomos X
para dois lotes de autossomo (IS = 1), ela é fêmea normal. IS menor que 1 (um cromossomo X
e três lotes autossômicos): supermacho (metamachos). Índice sexual entre 0,5 e 1 (dois
cromossomos X e três lotes autossômicos): intersexuado. IS maior que 1 (três cromossomos X
e dois lotes autossômicos): superfêmea (metafêmea). Supermachos, intersexuados e
superfêmeas são, via de regra, estéreis. A figura abaixo mostra essa relação.
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II. A haploidia e a diploidia como determinante do sexo


Nas abelhas, por exemplo, o sexo não depende da presença de cromossomos X, e sim
da ploidia (número cromossômico). Assim sendo, os machos (zangões) são haploides (n),
enquanto as fêmeas (rainhas e operárias) são diploides (2n), como mostra a tabela a seguir.

III. Cromossomo Y
Nos mamíferos, esse cromossomo apresenta um gene denominado SRY 9 (sex-
determining region Y), codificador de uma proteína que induz, no embrião, a formação de
testículo, ativando, provavelmente, outros genes em diversos cromossomos. Em drosófilas, o
cromossomo Y possui genes que, embora não determine o sexo, estão relacionados com a
produção de espermatozoides.
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Na maioria das espécies, indivíduos sem cromossomo “X” ou “Z” não
conseguem sobreviver por possuírem grande quantidade de genes envolvidos em diversas
características, enquanto o cromossomo “Y” ou “W” não afeta a sobrevivência por apresentar
pouquíssimos genes.”) – CORRETA
* Como consta nesta afirmativa, indivíduos sem cromossomo X ou sem cromossomo Z não
conseguem sobreviver. Esses cromossomos possuem vários genes envolvidos na
determinação de diversas caracteristica. Seus homólogos (Y e W), por outro lado, apresentam
pouquíssimos genes, cuja ausência não afeta, via de regra, a sobrevivência do organismo.
Haja vista, por exemplo, a síndrome de Turner (X0), na qual as portadoras dessa monossomia
(aneuploidia), não apresentam cromossomo Y e sobrevivem.
- AFIRMATIVA II (“Nas espécies dioicas, tais como a maioria dos vertebrados e das plantas
com flores, a determinação do sexo por intermédio do sistema XY ocorre no momento da
fecundação e depende da ação de genes específicos, que atuam no desenvolvimento do novo
organismo, tornando-o macho ou fêmea.”) – CORRETA
* Ver “Sistema XY“, acima.
- AFIRMATIVA III (“No sistema de determinação sexual XY, as fêmeas são capazes de originar
apenas um tipo de gameta, com metade dos alossomos e um autossomo sempre X. Já o
macho é heterogamético, produzindo gametas com autossomo X ou autossomo Y.”) –
INCORRETA
* Incorreções desta afirmativa:
I. Os gametas formados pelas fêmeas, no sistema XY, apresentam metade dos autossomos e
um alossomos (cromossomos sexuais, heterocromossomos ou idiocromossomos) X e não
metade dos alossomos e um autossomo X.
II. Os gametas produzidos pelos machos, nesse sistema, possuem um alossomos
(cromossomos sexuais, heterocromossomos ou idiocromossomos) X ou um alossomos Y e não
um autossomo X e um autossomo Y.
- Ver “DISTRIBUIÇÃO CROMOSSÔMICA DO SEXO” e “Sistema XY“, acima
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- AFIRMATIVA IV (“No sistema de determinação XO, as fêmeas são homogaméticas por


possuírem cromossomos homólogos (XX), originando apenas um tipo de gameta, e os machos
são heterogaméticos por possuírem cromossomos homólogos (X0), originando dois tipos de
gametas.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, no sistema XO, o macho é monossômico quanto
ao sexo (XO), não possuindo, portanto, cromossomos sexuais homólogos. Ver “Sistema X0
(tipo protenor)“, acima.
- AFIRMATIVA V (“No sistema de herança sexual ZW de algumas espécies de répteis e aves, a
heterogamia é mostrada pelas fêmeas, por apresentar cromossomos sexuais (ZW), enquanto a
homogamia é mostrada pelo macho (ZZ), assim é a fêmea que determina o sexo da prole.”) –
CORRETA
* Ver “Sistema ZW (tipo abraxas)“, acima.

15. (UPE-2014) João Silva, jovem, estudioso, aplicado e muito responsável, estudante de uma
escola do Estado de Pernambuco, foi um dos selecionados para participar da Olimpíada
Estadual de Biologia. No dia da Olimpíada, foi entregue a ele uma avaliação na qual havia as
seguintes afirmações sobre os alelos múltiplos:
I. Os alelos múltiplos são resultantes de mutações sucessivas de genes preexistentes de um
determinado locus, e seus efeitos genéticos dependem de suas relações de dominância.
II. Nos gametas de um indivíduo diploide, podem existir dois alelos múltiplos diferentes de uma
determinada série, enquanto nas células somáticas, existe apenas um.
III. Os alelos múltiplos mutantes, que surgem, estabelecem condições para o aparecimento de
mais uma nova expressão fenotípica daquele caráter naquela espécie.
IV. A determinação da tipologia sanguínea, na espécie humana, a partir do sistema ABO, é um
exemplo de polialelia que ocorre em diferentes locus de cromossomos homólogos.
V. Os alelos múltiplos são capazes de causar alterações estruturais nos genes de forma que é
possível ocorrer mais de um par de alelos para um determinado gene.
Com base no que João Silva aprendeu sobre esse conteúdo, ele considerou corretas as
afirmativas contidas na alternativa:
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) I, III e IV.
d) I, III e V.
e) I, II e V.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“I, III e V.”)
- AFIRMAÇÃO I (“Os alelos múltiplos são resultantes de mutações sucessivas de genes
preexistentes de um determinado locus, e seus efeitos genéticos dependem de suas relações
de dominância.”) – CORRETA
* A maioria dos caracteres apesenta apenas duas variedades diferentes de alelos. Nas
ervilhas, por exemplo, R determina superfície lisa das sementes e seu alelo r superfície rugosa;
na pelagem das cobaias, L determina pelo arrepiado e seu alelo l pelo liso; no albinismo, A
determina pele normal e seu alelo a determina a anomalia; etc. Alguns caracteres, entretanto,
devido a mutações, podem ter vários alelos (3 ou mais), fenômeno denominado alelia múltipla
ou polialelia. Exemplo clássico de polialelia na espécie humana é a herança do sistema ABO
A B
(grupos sanguíneos), que envolve três alelos (I , I e i), determinando os grupos sanguíneos A
AA A BB B A B
(I I ou I i), B (I I ou I i), AB (I I ) e 0 (ii).
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- AFIRMAÇÃO II (“Nos gametas de um indivíduo diploide, podem existir dois alelos múltiplos
diferentes de uma determinada série, enquanto nas células somáticas, existe apenas um.”) –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmação, os gametas são haploides (n) e as células
somáticas são diploides (2n).
- AFIRMAÇÃO III (“Os alelos múltiplos mutantes, que surgem, estabelecem condições para o
aparecimento de mais uma nova expressão fenotípica daquele caráter naquela espécie.”) –
CORRETA
* Ver caso da herança do sistema sanguíneo ABO, citado na afirmativa I.
- AFIRMAÇÃO IV (“A determinação da tipologia sanguínea, na espécie humana, a partir do
sistema ABO, é um exemplo de polialelia que ocorre em diferentes locus de cromossomos
homólogos.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmação, a polialelia ocorre no mesmo locus e não em
diferentes loci, dos cromossomos homólogos.
- AFIRMAÇÃO V (“Os alelos múltiplos são capazes de causar alterações estruturais nos genes
de forma que é possível ocorrer mais de um par de alelos para um determinado gene.”) –
CORRETA
* Ver afirmação I.

16. (UPE-2014) Observe a figura a seguir:

Entre os insetos, está sendo realizado um censo. A pulga levanta informações sobre a
determinação sexual de cada um deles. Sobre isso, leia atentamente as afirmativas a seguir:
I. Em gafanhotos, algumas espécies não apresentam o cromossomo Y; os machos são
hemizigotos, e as fêmeas possuem dois cromossomos X. Portanto, no sistema XO, o zero é
indicativo da ausência de um cromossomo sexual.
II. Algumas espécies de joaninhas possuem o sistema de determinação sexual do tipo XX/XY.
Dessa forma, o macho heterogamético é o responsável pela determinação sexual na prole.
III. Em algumas espécies de borboletas, o sistema de determinação é do tipo ZZ/ZW, e os
machos são heteromórficos, ou seja, apresentam dois cromossomos sexuais diferentes.
IV. Em himenópteros, como formigas, o sistema de determinação sexual é do tipo
haploide/diploide, sendo os machos diploides (2n) e as fêmeas haploides (n).
Estão corretas:
a) I e II.
b) I, III e IV.
c) II e III.
d) II, III e IV.
e) III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: A
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(“I e II.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Em gafanhotos, algumas espécies não apresentam o cromossomo Y; os
machos são hemizigotos, e as fêmeas possuem dois cromossomos X. Portanto, no sistema
XO, o zero é indicativo da ausência de um cromossomo sexual.”) – CORRETA
* No sistema de determinação do sexo XO (tipo protenor), no qual não há cromossomo Y e que
ocorre entre os gafanhotos, as fêmeas (figura abaixo), possuem dois cromossomos X [tem
cariótipo 2A (autossomo) + XX]. Os machos, por seu turno, são hemizigóticos [tem cariótipo 2A
(autossomo) + X0]. Lembramos que o termo hemizigótico se aplica aos indivíduos que
possuem apenas um cromossomo X. Em função disto, eles manifestam sempre o único alelo
que está localizado nesse cromossomo, quer seja dominante ou recessivo. O homem, por
exemplo, que só apresenta um cromossomo X é um hemizigoto, o mesmo não se pode aplicar
a mulher, que possui dois cromossomos XX.

- AFIRMATIVA II (“Algumas espécies de joaninhas possuem o sistema de determinação sexual


do tipo XX/XY. Dessa forma, o macho heterogamético é o responsável pela determinação
sexual na prole.”) – CORRETA
* No sistema de determinação do sexo XX/XY (figura abaixo), que ocorre em vários organismos
(seres humanos, algumas espécies de plantas, joaninhas, etc.), as fêmeas apresentam dois
cromossomos iguais do tipo X [tem cariótipo 2A (autossomo) + XX], enquanto os machos têm
um cromossomo X e um Y [tem cariótipo 2A (autossomo) + XY]. Assim sendo, todos os
gametas das fêmeas são iguais, portando um cromossomo X (AX), razão pela qual são
consideradas homogaméticas. Os machos, por outro lado, produzem gametas com
cromossomos X (AX) e gametas com cromossomos Y (AY), razão pela qual são denominados
heterogaméticos. O sexo dos descendentes é, portanto, determinado no momento da
fecundação, dependendo do espermatozoide que fecunda o óvulo.

- AFIRMATIVA III (“Em algumas espécies de borboletas, o sistema de determinação é do tipo


ZZ/ZW, e os machos são heteromórficos, ou seja, apresentam dois cromossomos sexuais
diferentes.”) – INCORRETA
* No sistema de determinação do sexo ZZ/ZW (figura abaixo), que ocorre em borboletas,
mariposas, etc., a fêmea é heterogamética e representada por 2A + ZW, enquanto o macho é
homogamético, representado por 2A + ZZ, contrariando o que consta nesta afirmativa.
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- AFIRMATIVA IV [“Em himenópteros, como formigas, o sistema de determinação sexual é do


tipo haploide/diploide, sendo os machos diploides (2n) e as fêmeas haploides (n).”] –
INCORRETA
* No sistema de determinação do sexo haploide/diploide, que ocorre nas formigas, abelhas,
vespas, etc., os machos são haploides (n) e as fêmeas diploides (2n), contrariando o contido
nesta afirmativa.
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VIGÉSIMA-OITAVA BATERIA (EVOLUÇÃO)

01. (UPE-2004) A figura abaixo ilustra um exemplo de prova anatômica da Evolução.

Assinale a alternativa que estabelece a relação correta entre um conceito e a sua


representação.
a) Lei da recapitulação que caracteriza a ontogênese.
b) Lei do uso e do desuso que se refere aos órgãos vestigiais que perderam a função primitiva.
c) Analogia de órgãos que apresentam a mesma função.
d) Homologia de órgãos que apresentam a mesma origem embrionária.
e) Convergência adaptativa que relaciona ancestrais, ocupando o mesmo habitat.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Homologia de órgãos que apresentam a mesma origem embrionária.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Lei da recapitulação que caracteriza a ontogênese.”) – INCORRETA
LEI DA RECAPITULAÇÃO
A lei da recapitulação está relacionada com a embriologia comparada que se constitui
uma das evidências da evolução. Assim sendo, a observação das primeiras fases do
desenvolvimento embrionário de vertebrados mostra que embriões de animais diferentes
apresentam algumas semelhanças (figura abaixo). Em geral, quanto mais precoce a fase
embrionária, mais semelhantes são os embriões, mesmo aqueles que pertencem a grupos
distintos. À medida que o embrião se desenvolve, surgem caracteres individualizantes, e as
semelhanças diminuem. Constata-se ainda que, quanto mais diferentes são os organismos,
menor é o período embrionário comum entre eles.

A partir de dados dessa natureza, o biólogo Ernest Haeckel formulou a “lei da


recapitulação” (“lei biogenética”), segundo a qual a ontogenia recapitula e filogenia, o que
significa dizer que as fases do desenvolvimento repetem, sequencialmente, as mudanças
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evolutivas pelas quais havia passado o organismo. Apesar do sucesso e da popularização,


essa “lei” é uma generalização indevido, visto que, muitas estruturas que aparecem nos
embriões, como os anexos embrionários dos vertebrados, nunca pertenceram aos nossos
antepassados.
- ALTERNATIVA B (“Lei do uso e do desuso que se refere aos órgãos vestigiais que perderam
a função primitiva.”) – INCORRETA
* Ao contrário que consta nesta alternativa, a figura contida nesta questão não ilustra a Lei do
uso e do desuso.
- LEI DO USO E DO DESUSO
Princípio proposto por Lamarck, segundo o qual o uso constante de determinadas
partes do organismo faz que elas se desenvolvam e o desuso faz com que elas se atrofiem.
- ÓRGÃOS VESTIGIAIS
São estruturas que se encontram atrofiadas, e sem função evidente, em determinados
grupos e desenvolvidas e funcionais em outros, revelando a existência de parentesco entre
eles.
- ALTERNATIVA C (“Analogia de órgãos que apresentam a mesma função.”) – INCORRETA
* Ao contrário que consta nesta alternativa, a figura contida nesta questão não ilustra a
analogia.
- ESTRUTURAS ANÁLOGAS (ANALOGIA)
São estruturas que possuem origem embrionária diferente, não têm características
anatômicas comuns, mas desempenham a mesma função. É o caso, por exemplo, das asas
dos insetos e das aves (figura abaixo), que, embora sejam especializadas para o vôo, possuem
origens embrionárias totalmente distintas. Essas estruturas surgiram em momentos diferentes
da história evolutiva desses grupos e a partir de ancestrais diferentes, sendo semelhantes
apenas porque exercem a mesma função, mas não resultam de um mesmo ancestral. As
estruturas análogas não se constituem, portanto, uma prova de grau de parentesco e são
usadas como evidências de processos adaptativos convergentes. Assim sendo, os órgãos
análogos podem ter o mesmo nome e desempenhar as mesmas funções, mas possuem
estruturas totalmente diversas e origens embrionárias distintas. Eles não servem para indicar
qualquer traço de parentesco entre espécies diferentes e decorrem por as espécies estarem
submetidas às mesmas pressões da seleção natural.

- ALTERNATIVA D (“Homologia de órgãos que apresentam a mesma origem embrionária.*”) –


CORRETA
* A figura acima ilustra, realmente, uma homologia de órgãos.
- ESTRUTURAS HOMÓLOGAS (HOMOLOGIA)
São aquelas que apresentam a mesma origem embrionária e têm características
anatômicas comuns. Elas derivam de um mesmo ancestral e podem, ou não, estar modificadas
para exercer uma mesma função. As estruturas homólogas, ao contrário das análogas,
refletem parentesco evolutivo. Como exemplo de estruturas homólogas, citamos os membros
anteriores (braços) do homem; a nadadeira da baleia; a asa do morcego; a pata dianteira do
cavalo; etc. Elas são homólogas, em face de serem modificações de um caráter (membro
anterior dos tetrápodes) presente no grupo ancestral que deu origem aos mamíferos. Nesse
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caso, essas estruturas são homólogas, mas não desempenham a mesma função. Há
estruturas homólogas que estão adaptadas à mesma função. Sendo o caso das nadadeiras
anteriores das baleias e dos golfinhos, ambos mamíferos com os membros anteriores
modificados para a vida no ambiente aquático. Dessa forma, a homologia dos órgãos ocorre
entre estruturas que, por vezes, são bastante diferentes entre si, com funções que nada têm a
ver uma com as outras, que recebem nomes diversos, mas que possuem a mesma estrutura
básica e a mesma origem embrionária. A presença de estruturas homólogas em diferentes
grupos de organismos vivos sugere uma evolução a partir de um ancestral comum. Nas
gerações subsequentes, esses organismos devem ter começado a apresentar ligeiras
alterações da estrutura anatômica inicial. Os órgãos homólogos falam decisivamente a favor de
um parentesco entre as espécies comparadas, constituindo-se testemunhas incontestáveis da
evolução. Eles são evidências da irradiação adaptativa (radiação adaptativa ou divergência
adaptativa ou adaptação divergente).
- ALTERNATIVA E (“Convergência adaptativa que relaciona ancestrais, ocupando o mesmo
habitat.”) – INCORRETA
* Ao contrário que consta nesta alternativa, a figura contida nesta questão não ilustra a
convergência adaptativa.
- CONVERGÊNCIA ADAPTATIVA
A convergência adaptativa ou evolução convergente ou adaptação convergente ou
ainda convergência evolutiva ocorre quando grupos não aparentados de seres vivos se
assemelham em função de adaptação a uma mesma condição ecológica. Como exemplo de
evolução convergente, citamos o caso dos golfinhos e dos tubarões. Apesar de eles serem
evolutivamente bastante diferentes, estão adaptados à vida aquática e apresentam,
externamente, várias características semelhantes, inclusive a forma do corpo, que os adapta à
natação. Internamente, entretanto, possuem muitas diferenças anatômicas e fisiológicas.
Enquanto os golfinhos são mamíferos, organismos homeotermos e pulmonados, os tubarões
são peixes cartilaginosos, seres pecilotermos e dotados de respiração branquial. As
semelhanças não são indicativas de parentesco entre eles, mas sugerem que eles descendem
de ancestrais que, ocupando o mesmo ambiente, se submeteram aos mesmos desafios da
seleção natural ao longo do tempo e se tornaram muito semelhantes externamente. Outro
exemplo de adaptação convergente está mostrado na figura abaixo. Na superfície da água, em
um rio africano, encontramos rãs (anfíbios), crocodilos (répteis) e hipopótamos (mamíferos).
Percebe-se que eles possuem olhos e narinas com a mesma disposição, alinhados rente à
superfície. Com o corpo quase todo submerso, eles podem respirar e observar o que se passa
fora da água, sem chamar a atenção. Da mesma forma que, no exemplo anterior, essas
semelhanças não são indicativas de parentesco entre esses seres vivos.

02. (UPE-2005) Os cetáceos, como as baleias e os golfinhos, conservam escondidos, na


musculatura, pequeninos ossos que correspondem aos membros posteriores dos mamíferos
terrestres. No homem, existe, na última parte da coluna vertebral, o cóccix, formado por 4
vértebras fundidas, remanescentes da cauda de nossos ancestrais, ainda visível em muitos
mamíferos. Que tipo de evidência evolutiva caracteriza os exemplos apresentados?
a) Órgãos homólogos.
b) Caracteres larvais.
c) Órgãos vestigiais.
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d) Órgãos análogos.
e) Convergência adaptativa.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Órgãos vestigiais.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Órgãos homólogos.”) – INCORRETA
- ÓRGÃOS HOMÓLOGOS (HOMOLOGIA)
São aqueles que apresentam a mesma origem embrionária e têm características
anatômicas comuns. Eles derivam de um mesmo ancestral e podem, ou não, estar modificados
para exercer uma mesma função. Os órgãos homólogos, ao contrário dos análogos, refletem
parentesco evolutivo. Como exemplo de órgãos homólogos, citamos os membros anteriores
(braços) do homem; a nadadeira da baleia; a asa do morcego; a pata dianteira do cavalo; etc.
Eles são homólogos, em face de serem modificações de um caráter (membro anterior dos
tetrápodes) presente no grupo ancestral que deu origem aos mamíferos. Nesse caso, esses
órgãos são homólogos, mas não desempenham a mesma função. Há órgãos homólogos que
estão adaptados à mesma função. Sendo o caso das nadadeiras anteriores das baleias e dos
golfinhos, ambos mamíferos com os membros anteriores modificados para a vida no ambiente
aquático. Dessa forma, a homologia dos órgãos ocorre entre estruturas que, por vezes, são
bastante diferentes entre si, com funções que nada têm a ver uma com as outras, que recebem
nomes diversos, mas que possuem a mesma estrutura básica e a mesma origem embrionária.
A presença de órgãos homólogos, em diferentes grupos de organismos vivos, sugere uma
evolução a partir de um ancestral comum. Nas gerações subsequentes, esses organismos
devem ter começado a apresentar ligeiras alterações da estrutura anatômica inicial. Os órgãos
homólogos falam decisivamente a favor de um parentesco entre as espécies comparadas,
constituindo-se testemunhas incontestáveis da evolução. Eles são evidências da irradiação
adaptativa (radiação adaptativa ou divergência adaptativa ou adaptação divergente).
- ALTERNATIVA B (“Caracteres larvais.”) – INCORRETA
* Como veremos na alternativa seguinte, o relato contido no enunciado desta questão
representa uma evidência conhecida como órgãos vestigiais.
- ALTERNATIVA C (“Órgãos vestigiais.”) – CORRETA
* O relato contido no enunciado desta questão representa, realmente, uma evidência evolutiva
conhecida como órgãos vestigiais.
- ÓRGÃOS VESTIGIAIS
São estruturas que se encontram atrofiadas, e sem função evidente, em determinados
grupos e desenvolvidas e funcionais em outros, revelando a existência de parentesco entre
eles.
- ALTERNATIVA D (“Órgãos análogos.”) – INCORRETA
- ÓRGÃOS ANÁLOGOS (ANALOGIA)
São órgãos que possuem origem embrionária diferente, não têm características
anatômicas comuns, mas desempenham a mesma função. É o caso, por exemplo, das asas
dos insetos e das aves (figura abaixo), que, embora sejam especializadas para o vôo, possuem
origens embrionárias totalmente distintas. Esses órgãos surgiram em momentos diferentes da
história evolutiva desses grupos e a partir de ancestrais diferentes, sendo semelhantes apenas
porque exercem a mesma função, mas não resultam de um mesmo ancestral. Os órgãos
análogos não se constituem, portanto, uma prova de grau de parentesco e são usados como
evidências de processos adaptativos convergentes. Assim sendo, os órgãos análogos podem
ter o mesmo nome e desempenhar as mesmas funções, mas possuem estruturas totalmente
diversas e origens embrionárias distintas. Eles não servem para indicar qualquer traço de
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parentesco entre espécies diferentes e decorrem por as espécies estarem submetidas às


mesmas pressões da seleção natural.

ALTERNATIVA E (“Convergência adaptativa.”) – INCORRETA


- CONVERGÊNCIA ADAPTATIVA
A convergência adaptativa ou evolução convergente ou adaptação convergente ou
ainda convergência evolutiva ocorre quando grupos não aparentados de seres vivos se
assemelham em função de adaptação a uma mesma condição ecológica. Como exemplo de
evolução convergente, citamos o caso dos golfinhos e dos tubarões. Apesar de eles serem
evolutivamente bastante diferentes, estão adaptados à vida aquática e apresentam,
externamente, várias características semelhantes, inclusive a forma do corpo, que os adapta à
natação. Internamente, entretanto, possuem muitas diferenças anatômicas e fisiológicas.
Enquanto os golfinhos são mamíferos, organismos homeotermos e pulmonados, os tubarões
são peixes cartilaginosos, seres pecilotermos e dotados de respiração branquial. As
semelhanças não são indicativas de parentesco entre eles, mas sugerem que eles descendem
de ancestrais que, ocupando o mesmo ambiente, se submeteram aos mesmos desafios da
seleção natural ao longo do tempo e se tornaram muito semelhantes externamente. Outro
exemplo de adaptação convergente está mostrado na figura abaixo. Na superfície da água, em
um rio africano, encontramos rãs (anfíbios), crocodilos (répteis) e hipopótamos (mamíferos).
Percebe-se que eles possuem olhos e narinas com a mesma disposição, alinhados rente à
superfície. Com o corpo quase todo submerso, eles podem respirar e observar o que se passa
fora da água, sem chamar a atenção. Da mesma forma que, no exemplo anterior, essas
semelhanças não são indicativas de parentesco entre esses seres vivos.

03. (UPE–2006) Entre as afirmativas abaixo, distinga aquela(s) que está(ão) fundamentada(s)
nos postulados da Teoria de Darwin.
I II
0 0 - Os organismos vivos produzem grandes quantidades de unidades reprodutivas, no
entanto o número de indivíduos permanece, na maioria das espécies, mais ou menos
constante.
1 1 - Os organismos de uma população natural são diferentes entre si, apresentando variações
na forma e no comportamento.
2 2 - O uso de diferentes partes do corpo faz com que estas se desenvolvam, e o desuso faz
com que atrofiem.
3 3 - Os caracteres benéficos adquiridos por um organismo durante sua vida seriam
transmitidos aos seus descendentes.
4 4 - Certas características dos seres vivos poderiam contribuir para a sua sobrevivência e
reprodução num determinado ambiente. Quando ausentes, elas tornam os indivíduos
desfavoráveis à sobrevivência, podendo levá-los à extinção.
GABARITO
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VVFFV
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Os organismos vivos produzem grandes quantidades de unidades
reprodutivas, no entanto o número de indivíduos permanece, na maioria das espécies, mais ou
menos constante.”) – VERDADEIRA
* O contido nesta afirmativa está, realmente, fundamentado nos postulados da Teoria de
Darwin. Veja, a seguir, um dos pontos centrais da teoria evolucionista de Darwin, relacionado
com essa afirmativa: “a superpopulação faz com que ocorra uma “luta pela sobrevivência” entre
os membros da população, levando a que o número de indivíduos de uma espécie permaneça
relativamente constante ao longo das gerações. Apesar do grande potencial de crescimento,
apenas alguns organismos chegam à idade adulta. Um grande número de indivíduos morre,
muitos deles, sem deixar descendentes.”
- AFIRMATIVA 1 1 (“Os organismos de uma população natural são diferentes entre si,
apresentando variações na forma e no comportamento.”) – VERDADEIRA
* Veja a seguir, o postulado da teoria de Darwin que ratifica esta afirmativa: “os indivíduos de
uma mesma população, em qualquer espécie, diferem, via de regra, quanto a várias
características, inclusive aquelas que influem na capacidade de explorar, com sucesso, os
recursos naturais e de deixar descendentes. Dessa forma, os seres já nascem com as
variações, cabendo ao ambiente selecionar os portadores daquelas variações que viabilizam a
sobrevivência e a reprodução em um determinado meio. Assim sendo, a extinção e a
sobrevivência dos seres vivos são faces da mesma moeda, a seleção natural.”
COMPLEMENTO
Darwin não teve condições de esclarecer a origem das variações hereditárias
existentes nas populações, o que representou, de certa forma, uma das grandes críticas a sua
obra. Os conhecimentos biológicos disponíveis em sua época, não lhe davam condições de ir
além da constatação da luta pela sobrevivência e da seleção natural. A explicação para a
origem das referidas variações só pôde ser dada mais tarde, com o desenvolvimento da
genética. Sabe-se, atualmente, que elas são determinadas pelas mutações. Dentre os
cientistas que colaboraram na elucidação da origem das variações propostas por Darwin, bem
como na explicação da transmissão dessas variações às gerações futuras, destacamos August
Weissman e Hugo De Vries. O primeiro estabeleceu a existência de duas linhagens de células:
as germinativas, que dão origem aos gametas e as somáticas que formam o corpo, mostrando
que apenas as modificações surgidas na linhagem germinativa são transmitidas aos
descendentes. Dessa forma, ele derrubou, em definitivo, a lei da herança dos caracteres
adquiridos, proposta por Lamarck. Hugo De Vries, um dos redescobridores das Leis de Mendel,
descobriu, em 1901, as mutações, que associadas às recombinações mendelianas, vieram
explicar a origem e a intensidade das mudanças ocorridas nas populações.
- AFIRMATIVA 2 2 (“O uso de diferentes partes do corpo faz com que estas se desenvolvam, e
o desuso faz com que atrofiem.”) – FALSA
* A ideia contida nesta afirmativa, constitui um dos princípios (lei do uso e desuso) da teoria de
Lamarck e não de Darwin.
- AFIRMATIVA 3 3 (“Os caracteres benéficos adquiridos por um organismo durante sua vida
seriam transmitidos aos seus descendentes.”) – FALSA
* A ideia contida nesta afirmativa, constitui um dos princípios (lei da transmissão dos caracteres
adquiridos) da teoria de Lamarck e não de Darwin.
- AFIRMATIVA 4 4 (“Certas características dos seres vivos poderiam contribuir para a sua
sobrevivência e reprodução num determinado ambiente. Quando ausentes, elas tornam os
indivíduos desfavoráveis à sobrevivência, podendo levá-los à extinção.”) – VERDADEIRA
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* Seleção natural é o fenômeno biológico que favorece a sobrevivência e a reprodução de parte


da população, ou seja, daqueles seres que, graças à variabilidade genética, herdaram
combinações gênicas mais adaptativas a uma determinada condição ecológica. Ver SELEÇÃO
NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS), matéria publicada, no dia 14/10/2011, no
blog “djalmasantos.wordpress.com”.

04. (UPE–2007) A imensa biodiversidade de nossos ecossistemas constitui apenas um


pequeno percentual de todos os organismos que viveram na Terra, ao longo das eras
geológicas. O surgimento de novas espécies de seres vivos e o desaparecimento de outras
fazem parte da história da vida em nosso planeta. Em relação aos mecanismos de especiação,
analise as afirmativas abaixo e conclua.
I II
0 0 - Especiação é o processo pelo qual uma espécie de ser vivo se transforma em outra
(anagênese) ou se “divide”, dando origem a duas outras (cladogênese).
1 1 - A lei de Hardy-Weinberg aplica-se ao conceito de especiação em populações que sofrem
mutações, são panmíticas, migram e, como consequência, evoluem.
2 2 - A especiação, por cladogênese, se inicia quando uma subpopulação de uma espécie se
isola geograficamente, altera seu nicho ecológico ou seu comportamento, de maneira que fique
isolada, reprodutivamente, do restante da população daquela espécie. Essa subpopulação, ao
se isolar, sofre mutações cumulativas com o passar do tempo, que alteram seu genótipo e,
consequentemente, sua expressão fenotípica.
3 3 - O isolamento reprodutivo é fundamental para o aparecimento de novas espécies,
manifestando-se de dois modos: pré-zigótico, por inviabilidade dos híbridos, e pós-zigótico, por
esterilidade dos híbridos e da geração F2.
4 4 - Pode ocorrer surgimento de novas raças, quando um número suficiente de mutações
atinge uma subpopulação isolada geograficamente, que torna a se reunir e ainda é capaz de
gerar descendentes férteis, apesar das características morfológicas distintas.
GABARITO
VFVFV
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 [“Especiação é o processo pelo qual uma espécie de ser vivo se transforma
em outra (anagênese) ou se “divide”, dando origem a duas outras (cladogênese).”] –
VERDADEIRA
- ESPECIAÇÃO
Processo evolutivo pelo qual novas espécies são formadas. Assim sendo, ao longo dos
tempos novas espécies têm surgido e outras têm se extinguido. Considera-se a existência de
dois processos básicos de especiação: anagênese e cladogênese ou especiação por
diversificação (figura abaixo).

I. Anagênese
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Na anagênese, a população vai se modificando gradativamente ao longo do tempo,


podendo resultar em um grupo tão diferente do ancestral a ponto de se constituir uma espécie
nova. Neste processo não há isolamento geográfico, como ocorre na cladogênese. A
anagênese é, em última análise, uma evolução continua que gera uma nova espécie, como
mostra a figura acima. A mutação, a recombinação gênica e a seleção natural são exemplos de
eventos anagênicos. A evolução resultante da anagênese é frequentemente denominada de
microevolução.
II. Cladogênese
Na especiação por cladogênese (figura acima), as novas espécies se formam a partir
de grupos que se isolam, graças a uma barreira geográfica natural ou artificial. Essa barreira,
evidentemente, impede a troca de genes entre os referidos grupos. Após longo tempo de
isolamento, as populações separadas podem originar novas espécies, por acúmulo de
mutações e adaptações às condições ambientais diferentes. As duas populações ou linhagens
filogenéticas, que inicialmente pertenciam a uma mesma espécie, são chamadas de clados, daí
a denominação de cladogênese, atribuída a esse mecanismo de especiação. Admite-se que a
maioria das espécies surgiu por cladogênese, sendo, portanto a forma mais comum de
especiação. A especiação por cladogênese pressupõe a ocorrência de, pelo menos, três
etapas sequenciais: isolamento geográfico, diversificação gênica (pressão de seleção
diferente) e isolamento reprodutivo.
- Para maiores detalhes ver ESPECIAÇÃO, matéria publicada, no dia 13/02/2013, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.
- AFIRMATIVA 1 1 (“A lei de Hardy-Weinberg aplica-se ao conceito de especiação em
populações que sofrem mutações, são panmíticas, migram e, como consequência, evoluem.”)
– FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a lei (princípio) de Hardy-Weimberg não se aplica
ao conceito de especiação, tampouco a populações que sofrem mutações, que sofrem
migração e que evoluem (ver descrição a seguir).
- PRINCÍPIO DE HARDY-WEINBERG
A genética de população teve sua gênese em 1908, graças aos trabalhos do inglês
Godfrey H. Hardy e alemão Wilhem Weinberg. Eles demonstraram, independentemente, que
através das gerações, a frequência de certo gene permanece constante em uma população,
caso os fatores da evolução não atuem. Esse princípio pode ser enunciado como se segue:
“em uma população panmítica, de tamanho suficientemente grande para que seja válida a lei
dos grandes números, as frequências gênicas e genotípicas permanecem constantes, geração
após geração, desde que não estejam atuando os fatores da evolução”. Por fatores da
evolução, compreendemos certas forças (mutações; seleção natural ou artificial; migração;
tamanho da população e oscilação gênica, também conhecida como efeito de Sewall-Wright;
etc.) que perturbam o equilíbrio genético e modificam a frequência de genes em uma
população. Através do princípio de Hardy-Weinberg podemos verificar se a população está ou
não evoluindo. Se os valores observados forem significativamente diferentes dos esperados,
pode-se deduzir que a população está em evolução. Caso eles não difiram de modo
significativo, pode-se concluir que a população está em equilíbrio e, dessa forma, não está
evoluindo. Para saber mais ver GENÉTICA DE POPULAÇÕES, matéria publicada, no dia
21/08/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- Com relação à especiação, processo mencionado nesta alternativa, ver a justificativa contida
na alternativa anterior.
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- AFIRMATIVA 2 2 (“A especiação, por cladogênese, se inicia quando uma subpopulação de


uma espécie se isola geograficamente, altera seu nicho ecológico ou seu comportamento, de
maneira que fique isolada, reprodutivamente, do restante da população daquela espécie. Essa
subpopulação, ao se isolar, sofre mutações cumulativas com o passar do tempo, que alteram
seu genótipo e, consequentemente, sua expressão fenotípica.”) – VERDADEIRA
* Ver “II. Cladogênese”, em justificativa da alternativa 0 0, acima.
- AFIRMATIVA 3 3 (“O isolamento reprodutivo é fundamental para o aparecimento de novas
espécies, manifestando-se de dois modos: pré-zigótico, por inviabilidade dos híbridos, e pós-
zigótico, por esterilidade dos híbridos e da geração F2.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, o isolamento por inviabilidade dos híbridos é um
mecanismo pós-zigótico e não pré-zigótico [ver “IIb. Inviabilidade do híbrido”, na descrição a
seguir.
ISOLAMENTO REPRODUTIVO
Incapacidade, total ou parcial, de membros de duas subpopulações se cruzarem. Ele
atua impedindo a mistura de genes das subpopulações quando elas entram em contato. Via de
regra, após um longo período de isolamento geográfico, as subpopulações isoladas se tornam
tão diferentes que não mais conseguem cruzar ou formam descendentes férteis. Quando isso
ocorre, elas são consideradas espécies distintas. Os mecanismos de isolamento reprodutivo
podem ser classificados em dois grupos: pré-zigóticos e pós-zigóticos.
I. Mecanismos pré-zigóticos: são aqueles que impedem a fecundação e, por
consequência, a formação do zigoto. Relacionamos a seguir os principais tipos:
Ia. Isolamento estacional ou sazonal: decorre de diferenças nas épocas de reprodução.
Nesse caso, indivíduos de dois grupos tornam-se aptos ao acasalamento em diferentes épocas
ou estações do ano. Como exemplo, citamos grupos diferentes de rãs que vivem em uma
mesma lagoa, mas não se reproduzem na mesma época.
Ib. Isolamento de hábitat ou ecológico: resulta da ocupação de diferentes hábitats. Em
condições naturais, leões e tigres, por exemplo, podem se cruzar em cativeiro, produzindo
descendentes férteis. Na natureza, entretanto, não se cruzam em função de viverem em
hábitats diferentes.
Ic. Isolamento etológico ou comportamental: decorre de diferentes padrões de
comportamento de corte, antes do acasalamento, representando um fator de fundamental
importância na reprodução de diversas espécies animais. Via de regra, as fêmeas só aceitam o
macho depois que ele realiza um complexo ritual de corte, típico para cada espécie. Como
exemplo, citamos os sinais luminosos emitidos por vaga-lumes machos que, dependendo das
espécies, variam na frequência, na duração da emissão e na cor, levando a fêmea a só
responder ao sinal emitido pelo macho da sua própria espécie. Outro exemplo é representado
pelo canto das aves. Sendo esse canto específico, as fêmeas são atraídas para o território dos
machos de sua espécie.
Id. Isolamento mecânico ou incompatibilidade anatômica: resulta da incompatibilidade
estrutural dos órgãos reprodutores de diferentes espécies. Isso pode ocorrer tanto em animais
quanto em vegetais, em que a diferença de tamanho ou forma dos órgãos genitais impede a
cópula. Nas plantas, por exemplo, há casos em que o tubo polínico não consegue germinar no
estigma de uma flor de outra espécie.
Ie. Mortalidade gamética: resulta de fenômenos fisiológicos que impedem a sobrevivência dos
gametas masculinos de uma espécie no sistema reprodutor feminino de outra. É evidente que
esse mecanismo só ocorre em espécies que apresentam fecundação interna.
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II. Mecanismos pós-zigóticos: são aqueles que inviabilizam a sobrevivência do híbrido ou


a sua fertilidade. Mesmo ocorrendo a cópula, esses mecanismos impedem ou reduzem seu
sucesso. Nesse grupo, relacionamos:
IIa. Mortalidade do zigoto: a fecundação entre gametas de espécies diferentes pode levar à
formação de zigoto pouco viável, que não se desenvolve após a fecundação, morrendo em
face da ocorrência de desenvolvimento embrionário irregular.
IIb. Inviabilidade do híbrido: nesse caso, os membros de duas espécies podem copular, o
zigoto se forma, mas o embrião morre prematuramente, devido à incompatibilidade que ocorre
entre os genes maternos e paternos. Como exemplo, citamos o caso de algumas espécies de
rãs que, embora habitem uma mesma lagoa e possam, eventualmente, cruzar-se, geram
híbridos interespecíficos que não se desenvolvem.
IIc. Esterilidade do híbrido: nesse caso, há formação do híbrido interespecífico que, por
vezes, é até mais vigoroso que os membros das espécies parentais, sendo, entretanto, estéril.
A esterilidade pode ser decorrente da presença de gônadas anormais ou de meiose anômala.
Como exemplo clássico, citamos o caso do burro ou da mula, que é um híbrido estéril,
resultante do cruzamento entre o jumento (Equus asinus) e a égua (Equus cabalus). Os
cromossomos dos genitores do burro apresentam diferenças na homologia e no número.
Enquanto o jumento tem 2n = 62, a égua tem 2n = 64. Nas células germinativas do burro, os
cromossomos não se emparelham corretamente, impedindo a ocorrência de meiose normal e,
consequentemente, a formação de gametas viáveis. O pintagol (ou arlequim), que resulta do
cruzamento entre um pintassilgo macho e uma canária; o tigão (ou ligre), produto do
cruzamento de uma leoa com um tigre e o lepórido, gerado a partir do cruzamento entre uma
lebre e um coelho, são outros exemplos de híbridos interespecíficos.
IId. Deterioração da geração F2: nesse caso, a primeira geração de híbridos interespecíficos
(F1) é normal e fértil, seus filhos, entretanto, que representam a geração F 2, são fracos ou
estéreis. Isso se deve à recombinação gênica incompatível, que ocorre na formação dos
gametas que dão origem à geração F2.
Em face de envolver grande desperdício de tempo e de energia, sem que haja a
perpetuação de seus genes através da reprodução, o isolamento pós-zigótico é evolutivamente
desvantajoso para as espécies que se entrecruzam.
- Para maiores detalhes ver ISOLAMENTO REPRODUTIVO, matéria publicada, no dia
20/11/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- AFIRMATIVA 4 4 (“Pode ocorrer surgimento de novas raças, quando um número suficiente
de mutações atinge uma subpopulação isolada geograficamente, que torna a se reunir e ainda
é capaz de gerar descendentes férteis, apesar das características morfológicas distintas.”) –
VERDADEIRA
* Durante o processo de especiação são formadas subespécies ou raças (figura a seguir), que
em função de não se constituírem, ainda, espécies distintas, são capazes de gerar
descendentes. Entre elas não se estabeleceu, ainda, um isolamento reprodutivo.
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05. (UPE-2007) A indústria cinematográfica explora, com certa frequência, temas científicos,
como, por exemplo, as mutações das espécies em abordagens catastróficas causadas por
acidentes nucleares, gerando mutantes e aberrações da criação. Apesar dessa visão
fantasiosa, as mutações genéticas são, de fato, elementos presentes na história dos seres
vivos. Assinale a alternativa que se refere corretamente a esse processo.
a) Mutações causadas pela excessiva exposição da pele humana à radiação ultravioleta
podem levar a modificações nas células locais, que serão transmitidas geneticamente à
descendência desses indivíduos.
b) Mutações são processos biológicos de alteração do genoma, não casuais, condicionados e
direcionados pelas necessidades de mudanças de uma espécie em resposta às alterações do
meio.
c) Mutações são alterações na sequência de bases do DNA, causando a transformação de um
gene “A” em seu alelo recessivo “a”, por exemplo.
d) Mutações representam elemento-chave da evolução de todos os seres vivos, com exceção
dos vírus, devido a sua condição acelular.
e) Mutações geram seres transgênicos com alterações que, no caso de serem selecionadas
positivamente pelo ambiente, representarão aquisições evolutivas para a espécie.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Mutações são alterações na sequência de bases do DNA, causando a transformação de um
gene “A” em seu alelo recessivo “a”, por exemplo.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Mutações causadas pela excessiva exposição da pele humana à radiação
ultravioleta podem levar a modificações nas células locais, que serão transmitidas
geneticamente à descendência desses indivíduos.”) – INCORRETA
* As mutações referidas nesta alternativa (mutações somáticas), não são transmitidas aos
descendentes, como mostramos a seguir.
- As mutações gênicas podem se relacionar com qualquer parte do organismo, de modo que
tanto as células somáticas, não envolvidas diretamente na produção dos gametas, como as
germinativas estão sujeitas a essas alterações. As que afetam o DNA das células somáticas
(mutações somáticas) não são transmitidas às gerações futuras, não sendo, portanto,
hereditárias. Elas podem, entretanto, acarretar grande prejuízo ao organismo, causando
tumores ou outras lesões degenerativas, dependendo das células, dos tecidos ou dos órgãos
nos quais elas ocorrem. Seus efeitos, portanto, são restritos ao indivíduo que as possuem. As
que se relacionam com o DNA das células germinativas (mutações germinativas), por seu
turno, são passíveis de serem transmitidas às futuras gerações. Em face de concorrerem para
aumentar a variedade genética das populações, as mutações germinativas constituem a base
molecular do processo evolutivo.
- ALTERNATIVA B (“Mutações são processos biológicos de alteração do genoma, não casuais,
condicionados e direcionados pelas necessidades de mudanças de uma espécie em resposta
às alterações do meio.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, as mutações não são condicionadas nem
direcionadas pelas necessidades de mudança de uma espécie em resposta às alterações do
meio.
- ALTERNATIVA C (“Mutações são alterações na sequência de bases do DNA, causando a
transformação de um gene “A” em seu alelo recessivo “a”, por exemplo.*”) – CORRETA
* As mutações gênicas são, realmente, capazes de transformar um gene do tipo A1 em outro
alelo do tipo A2, ou vice-versa. Com isto, a população ganhará um tipo de gene e perderá
outro. A mutação pode, entretanto, não alterar a frequência, caso seja igual nos dois sentidos,
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o que significa dizer que a quantidade de A1 transformado em A2, seja igual à de A2 modificada
para A1.
- ALTERNATIVA D (“Mutações representam elemento-chave da evolução de todos os seres
vivos, com exceção dos vírus, devido a sua condição acelular.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, os vírus são passiveis de sofrer mutações.
- ALTERNATIVA E (“Mutações geram seres transgênicos com alterações que, no caso de
serem selecionadas positivamente pelo ambiente, representarão aquisições evolutivas para a
espécie.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, mutações não geram seres transgênicos.
Lembramos que transgênicos ou organismos geneticamente modificados (OGM) são seres que
incorporaram, em seu patrimônio genético, genes oriundos de outros organismos e podem
transmiti-los a sua prole.
- Para maiores detalhes ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria publicada, no dia 15/04/2011, no
blog “djalmasantos.wordpress.com”.

06. (UPE-2010) Em 2009, foram comemorados o bicentenário do nascimento de Darwin e os


150 anos do seu famoso livro “A origem das Espécies”, que engloba, pelo menos, cinco teorias
independentes: evolução propriamente dita, ancestralidade comum, gradualismo, variação das
espécies e seleção natural. Em relação a Darwin e suas teorias, analise as afirmativas e
conclua.
I II
0 0 - Durante a viagem do Beagle, Darwin encontrou diferentes espécies de pássaros que
variavam de ilha para ilha, no arquipélago de Galápagos, e diferiam significantemente daquelas
encontradas no continente sul-americano, o que causou forte impressão e desencadeou
reflexões que resultaram em suas ideias sobre a evolução da vida.
1 1 - O livro Ensaio sobre o princípio da população, de Thomas Malthus foi crucial para o
desenvolvimento da teoria da seleção natural, pois, segundo a tese do crescimento
exponencial de Malthus: “As populações crescem menos rapidamente do que os recursos dos
quais dependem”.
2 2 - Com a descoberta da similaridade entre o código genético para procariotos e eucariotos,
atualmente se passou a ter um consenso de que todos os organismos existentes no planeta
Terra possuem características adquiridas pelo uso ou desuso.
3 3 - Darwin percebeu dois aspectos importantes para a evolução: a anagênese – processo
gradual de transformação das espécies e a cladogênese – processo de diversificação de novas
espécies a partir de uma espécie ancestral.
4 4 - Dentre as cinco teorias, a da seleção natural foi a mais difícil de ser aceita,
principalmente pela ausência de um mecanismo convincente de herança, o que foi solucionado
pelas leis da hereditariedade descobertas por Mendel.
GABARITO
VFFVV
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Durante a viagem do Beagle, Darwin encontrou diferentes espécies de
pássaros que variavam de ilha para ilha, no arquipélago de Galápagos, e diferiam
significantemente daquelas encontradas no continente sul-americano, o que causou forte
impressão e desencadeou reflexões que resultaram em suas ideias sobre a evolução da vida.”)
– VERDADEIRA
* Durante sua viagem no Beagle, navio da marinha inglesa, que durou cinco anos, Charles
Robert Darwin encontrou, realmente, diferentes espécies de pássaros da família dos
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fringilídeos, conhecidos como Tentilhões de Darwin, que variavam de ilha para ilha no
arquipélago de Galápagos.
- AFIRMATIVA 1 1 [“O livro Ensaio sobre o princípio da população, de Thomas Malthus foi
crucial para o desenvolvimento da teoria da seleção natural, pois, segundo a tese do
crescimento exponencial de Malthus: “As populações crescem menos rapidamente do que os
recursos dos quais dependem”.”] – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, segundo a teoria de Thomas Robert Malthus, as
populações crescem mais rapidamente (segundo uma progressão geométrica) que o alimento,
que cresce segundo uma progressão aritmética (figura abaixo). Apesar de a obra de Malthus
não espelhar corretamente o crescimento das populações, ela contribuiu para que Darwin
desenvolvesse a sua teoria. Em verdade, o que chamou a atenção de Darwin no ensaio de
Malthus não foi a formulação geral e sim o detalhe da fatalidade da morte prematura.

- AFIRMATIVA 2 2 (“Com a descoberta da similaridade entre o código genético para


procariotos e eucariotos, atualmente se passou a ter um consenso de que todos os organismos
existentes no planeta Terra possuem características adquiridas pelo uso ou desuso.”) – FALSA
* A Lei do Uso e do Desuso, componente do Lamarquismo, não é aceita como explicação para
a evolução dos seres, haja vista que caracteres adquiridos ou “perdidos”, envolvendo o uso e o
desuso, não são transmitidos às gerações futuras.
- AFIRMATIVA 3 3 (“Darwin percebeu dois aspectos importantes para a evolução: a
anagênese – processo gradual de transformação das espécies e a cladogênese – processo de
diversificação de novas espécies a partir de uma espécie ancestral.”) – VERDADEIRA
* A anagênese e a cladogênese, processos básicos de especiação (formação de espécies)
são, realmente, aspectos importantes para evolução. Para maiores detalhes ver
ESPECIAÇÃO, matéria publicada, no dia 13/02/2013, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- AFIRMATIVA 4 4 (“Dentre as cinco teorias, a da seleção natural foi a mais difícil de ser
aceita, principalmente pela ausência de um mecanismo convincente de herança, o que foi
solucionado pelas leis da hereditariedade descobertas por Mendel.”) – VERDADEIRA
* Darwin não teve, realmente, condições de esclarecer a origem das variações hereditárias
existentes nas populações, o que representou, de certa forma, uma das grandes críticas a sua
obra. Os conhecimentos biológicos disponíveis em sua época, não lhe davam condições de ir
além da constatação da luta pela sobrevivência e da seleção natural. A explicação para a
origem das referidas variações só pôde ser dada mais tarde, com o desenvolvimento da
genética. Sabemos, atualmente, que elas são determinadas pelas mutações (esquema abaixo).
Dentre os cientistas que colaboraram na elucidação da origem das variações propostas por
Darwin, bem como na explicação da transmissão dessas variações às gerações futuras,
destacamos August Weissman e Hugo De Vries. Weissman estabeleceu a existência de duas
linhagens de células: as germinativas, que dão origem aos gametas e as somáticas que
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formam o corpo, mostrando que apenas as modificações surgidas na linhagem germinativa são
transmitidas aos descendentes. Dessa forma, Weissman derrubou, em definitivo, a lei da
herança dos caracteres adquiridos, proposta por Lamarck. Hugo De Vries, um dos
redescobridores das Leis de Mendel, descobriu, em 1901, as mutações, que associadas às
recombinações mendelianas, vieram explicar a origem e a intensidade das mudanças ocorridas
nas populações. Por irônica coincidência, Hugo De Vires descobriu as mutações a partir de
estudos feitos com a Oenothera lamarckiana, planta que tinha o nome de Lamarck.

07. (UPE-2010) Em relação à evolução dos seres vivos, assinale a alternativa correta.
a) Darwin se baseou nos fenômenos da seleção natural sobre as novas características
genéticas, surgidas por mutações necessárias e direcionadas por mudanças bruscas no
ambiente, para explicar a evolução.
b) O surgimento de bactérias resistentes a antibióticos representa um fenômeno evolutivo
direcionado, por necessidades de sobrevivência, a condições adversas do ambiente, em que
não há atuação da seleção natural.
c) Novas espécies são formadas a partir de populações isoladas, por barreiras geográficas que
impedem o intercâmbio genético entre elas. Isso explica a razão de não haver especiação sem
isolamento geográfico.
d) Evolução biológica é a adaptação a ambientes em mudanças contínuas. Em ambientes
naturais, não há extinção de espécies, pois os organismos estão sempre evoluindo em direção
ao aprimoramento, tornando-se, cada vez mais, complexos.
e) A irradiação adaptativa explica a evolução de grandes grupos de seres vivos a partir de um
ancestral comum.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“A irradiação adaptativa explica a evolução de grandes grupos de seres vivos a partir de um
ancestral comum.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Darwin se baseou nos fenômenos da seleção natural sobre as novas
características genéticas, surgidas por mutações necessárias e direcionadas por mudanças
bruscas no ambiente, para explicar a evolução.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, as mutações não são direcionadas por
mudanças bruscas no ambiente (ver explicação a seguir)
- As mutações (ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria publicada neste blog no dia 15.04.2011) não
são direcionadas por mudanças bruscas no ambiente. Elas, em verdade, ocorrem
“aleatoriamente” e podem ter diferentes efeitos no organismo. Dessa forma, um “novo” gene,
resultante de uma mutação, tem propriedades imprevisíveis. Ele pode interferir no metabolismo
celular a ponto de tornar o organismo inviável. Nesse caso, fala-se em mutação letal. Pode
também levar a certas deficiências metabólicas, sem, contudo, matar o organismo, bem como
provocar modificações sem, aparentemente, qualquer valor adaptativo. Devido à
degenerescência do código genético, é possível a ocorrência, também, de alterações na
informação genética, sem consequente modificação na cadeia proteica formada. Esse tipo de
alteração genética, que não apresenta efeito detectável, toma o nome especial de mutação
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“silenciosa” (mutação com o mesmo sentido). Como exemplo, podemos citar a troca do códon
CUU pelo códon CUC ou CUA ou CUG. Em face de todos eles codificarem para a leucina, não
há modificação no aminoácido incorporado. Lembramos ainda, que se um dos códons de
parada (UAA, UAG ou UGA) substituir um códon de aminoácido (não terminador), haverá um
término prematuro da tradução, reduzindo o tamanho original da cadeia proteica, que, via de
regra, é incapaz de funcionar, levando a perda de uma característica biológica. Nesse caso,
temos uma mutação “sem sentido” (nonsense). No caso da alteração resultar na substituição
de um códon com sentido por outro também com sentido, mas codificador de um aminoácido
diferente, a mutação é denominada missense (mutação de sentido equivocado).
- ALTERNATIVA B (“O surgimento de bactérias resistentes a antibióticos representa um
fenômeno evolutivo direcionado, por necessidades de sobrevivência, a condições adversas do
ambiente, em que não há atuação da seleção natural.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o surgimento de bactérias resistentes a
antibióticos não ocorre por necessidade de sobrevivência. Esta ideia está calcada na teoria
evolucionista de Lamarck (lamarckismo). Contrariando, ainda, esta alternativa, na referida
resistência há atuação da seleção natural, especificamente, seleção direcional, descrita a
seguir.
- Seleção direcional
Nesta seleção, as condições ambientais favorecem um fenótipo extremo, diferente
do que representa a média da população, sendo por isso que a frequência alélica
muda continuamente na mesma direção. Ela ocorre, portanto, quando a população
está sujeita à alterações ambientais em um dado sentido, produzindo, como
consequência, mudança regular da população em uma mesma direção. A resistência
de insetos a inseticidas, a resistência de bactérias a antibióticos e o melanismo
industrial são exemplos de seleção direcional. Ver TIPOS DE SELEÇÃO NATURAL
em SELEÇÃO NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS), matéria publicada,
no dia 14/10/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- ALTERNATIVA C (“Novas espécies são formadas a partir de populações isoladas, por
barreiras geográficas que impedem o intercâmbio genético entre elas. Isso explica a razão de
não haver especiação sem isolamento geográfico.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, pode haver especiação (formação de novas
espécies) sem isolamento geográfico, caso da anagênese (ver a seguir).
- ESPECIAÇÃO
Processo evolutivo pelo qual novas espécies são formadas. Assim sendo, ao longo dos
tempos novas espécies têm surgido e outras têm se extinguido. Considera-se a existência de
dois processos básicos de especiação: anagênese e cladogênese ou especiação por
diversificação (figura abaixo).

I. Anagênese
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Na anagênese, a população vai se modificando gradativamente ao longo do tempo,


podendo resultar em um grupo tão diferente do ancestral a ponto de se constituir uma espécie
nova. Neste processo não há isolamento geográfico, como ocorre na cladogênese. A
anagênese é, em última análise, uma evolução continua que gera uma nova espécie, como
mostra a figura acima. A mutação, a recombinação gênica e a seleção natural são exemplos de
eventos anagênicos. A evolução resultante da anagênese é frequentemente denominada de
microevolução.
II. Cladogênese
Na especiação por cladogênese (figura acima), as novas espécies se formam a partir
de grupos que se isolam, graças a uma barreira geográfica natural ou artificial. Essa barreira,
evidentemente, impede a troca de genes entre os referidos grupos. Após longo tempo de
isolamento, as populações separadas podem originar novas espécies, por acúmulo de
mutações e adaptações às condições ambientais diferentes. As duas populações ou linhagens
filogenéticas, que inicialmente pertenciam a uma mesma espécie, são chamadas de clados, daí
a denominação de cladogênese, atribuída a esse mecanismo de especiação. Admite-se que a
maioria das espécies surgiu por cladogênese, sendo, portanto a forma mais comum de
especiação. A especiação por cladogênese pressupõe a ocorrência de, pelo menos, três
etapas sequenciais: isolamento geográfico, diversificação gênica (pressão de seleção
diferente) e isolamento reprodutivo.
- Para maiores detalhes ver ESPECIAÇÃO, matéria publicada, no dia 13/02/2013, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.
- ALTERNATIVA D (“Evolução biológica é a adaptação a ambientes em mudanças contínuas.
Em ambientes naturais, não há extinção de espécies, pois os organismos estão sempre
evoluindo em direção ao aprimoramento, tornando-se, cada vez mais, complexos.”) –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, em ambientes naturais há extinção de espécies.
- ALTERNATIVA E (“A irradiação adaptativa explica a evolução de grandes grupos de seres
vivos a partir de um ancestral comum.”) – CORRETA
* Ver explicação a seguir.
- IRRADIAÇÃO ADAPTATIVA
Irradiação adaptativa (radiação adaptativa ou divergência adaptativa ou adaptação
divergente) é a denominação dada à formação de várias espécies, a partir de uma origem
comum, em decorrência da ocupação de diferentes hábitats ou nichos ecológicos. Nesse caso,
um grupo ancestral pode se dispersar por vários ambientes, como florestas, campos e
desertos. Em face de cada ambiente apresentar características próprias e diferentes fatores de
seleção natural, poderá haver seleção de diferentes variações adaptativas. Os seres dotados
dessas variações favoráveis poderão sobreviver, originando diversas espécies adaptadas aos
ambientes em que se desenvolveram. As novas espécies formadas ainda apresentarão,
entretanto, algumas características semelhantes, devido a sua origem comum. Para que a
evolução por radiação adaptativa aconteça, é indispensável que a espécie apresente uma
gama enorme de variabilidade em seu estoque gênico e que ocorra o isolamento genético. A
figura a seguir mostra, de modo esquemático, a irradiação adaptativa dos mamíferos, a partir
de uma espécie ancestral hipotética. Com base nela, percebe-se que o processo se caracteriza
pelo aparecimento de diferentes linhas evolutivas divergentes entre os grupos descendentes de
um mesmo ancestral. A irradiação adaptativa permitiu que, ao longo de milhões de anos, os
mamíferos se diversificassem em espécies pisciformes de hábitos aquáticos, como as baleias e
os golfinhos; espécies voadoras, como os morcegos; espécies cavadoras, como os tatus;
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espécies arborícolas, como os macacos e muitos outros tipos que se mostram adaptados ao
clima gelado dos polos, ao clima quente dos trópicos, à vida nas altas montanhas ou aos
esgotos das grandes metrópoles.

08. (UPE-2010) O trabalho de Darwin envolveu observação de fatos, a elaboração de uma


hipótese e a realização de experimentos para confirmar as hipóteses. Analise as afirmativas
abaixo e assinale a que apresenta corretamente as ideias que sustentam a teoria da seleção
natural proposta por esse cientista.
I. O meio atua, induzindo à modificação nos seres vivos.
II. O ambiente favorece a sobrevivência dos indivíduos que dispõem de certas características
para enfrentar os problemas do meio em que vivem.
III. A mortalidade é maior entre os indivíduos menos adaptados ao meio.
IV. Qualquer aquisição benéfica durante a vida dos seres vivos é transmitida aos seus
descendentes que, por sua vez, a transmitiriam às gerações seguintes.
V. A vida não evolui abruptamente, aos saltos; as mudanças sofridas pelas espécies são
resultados do acúmulo lento e gradual de pequenas modificações.
Estão corretas
a) I, II e V.
b) II, III e V.
c) I, II e III.
d) IV e V.
e) II, III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“II, III e V.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“O meio atua, induzindo à modificação nos seres vivos.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a teoria da seleção natural não admite que o
meio atue induzindo modificações nos seres vivos. Ela atua favorecendo a sobrevivência de
parte da população, ou seja, daqueles seres que, graças à variabilidade genética, herdaram
combinações gênicas mais adaptativas a uma determinada condição ecológica.
- AFIRMATIVA II (“O ambiente favorece a sobrevivência dos indivíduos que dispõem de certas
características para enfrentar os problemas do meio em que vivem.”) – CORRETA
* O contido nesta afirmativa traduz, realmente, a ideia da seleção natural [ver SELEÇÃO
NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS), matéria publicada, no dia 14/10/2011, no
blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- AFIRMATIVA III (“A mortalidade é maior entre os indivíduos menos adaptados ao meio.”) –
CORRETA
* A expressão “menos adaptada” (“menos adaptados”) se refere, realmente, à menor
probabilidade que um determinado organismo apresenta de sobreviver e deixar descendentes
em determinado ambiente.
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- AFIRMATIVA IV (“Qualquer aquisição benéfica durante a vida dos seres vivos é transmitida
aos seus descendentes que, por sua vez, a transmitiriam às gerações seguintes.”) –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a aquisição de um caráter decorrente do uso
excessivo, por exemplo, não é transmitida às gerações futuras. A ideia constante nesta
afirmativa, diz respeito à teoria de Lamarck (lei do uso e desuso e lei da herança dos
caracteres adquiridos).
- AFIRMATIVA V (“A vida não evolui abruptamente, aos saltos; as mudanças sofridas pelas
espécies são resultados do acúmulo lento e gradual de pequenas modificações.”) – CORRETA
* Como consta nesta afirmativa a vida, realmente, não evolui abruptamente. Do ponto de vista
genético, evolução pode ser definida como qualquer alteração no número de genes ou
na frequência dos alelos de um ou um conjunto de genes, em uma população, ao longo das
gerações. Assim sendo, ao longo de muitas gerações, adaptações ocorrem através de uma
combinação de mudanças sucessivas, pequenas e aleatórias nas características, mas
significativas em conjunto.

09. (UPE-2011) “Algumas mudanças evolutivas importantes ocorrem com rapidez suficiente
para que possam ser documentadas no decorrer de uma ou de algumas vidas científicas. Isto é
particularmente provável quando, devido a atividades humanas ou outras causas, o ambiente
de uma população muda ou quando uma espécie é introduzida em um novo ambiente. Por
exemplo, as mudanças no suprimento alimentar devido à seca nas Ilhas Galápagos causaram,
no período de poucos anos, uma mudança evolutiva substancial, embora temporária, no
tamanho do bico de um tentilhão; um vírus introduzido na Austrália para controlar os coelhos
evoluiu para uma menor virulência em menos de uma década (e a população de coelhos
tornou-se mais resistente a ele); os ratos evoluíram para a resistência ao veneno warfarin;
desde a II Guerra Mundial, centenas de espécies de insetos que infestam safras e transmitem
doenças desenvolveram resistência ao DDT e a outros inseticidas e a rápida evolução da
resistência a antibióticos nos microrganismos patogênicos gera um dos mais sérios problemas
de saúde pública.”
Fonte: Futuyma, 2002. Evolução, Ciência e Sociedade (SBG).
Esses exemplos decorrem da atuação de:
a) Deriva genética.
b) Especiação.
c) Migração.
d) Mutação cromossômica.
e) Seleção direcional.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Seleção direcional.”)
TIPOS DE SELEÇÃO NATURAL
Tendo por base os efeitos que a seleção natural exerce nas populações, ela
pode ser classificada em três tipos básicos: direcional, estabilizadora (ou
normalizadora) e disruptiva (ou diversificadora).
I. Seleção direcional
Nesta seleção, as condições ambientais favorecem um fenótipo extremo, diferente
do que representa a média da população, sendo por isso que a frequência alélica
muda continuamente na mesma direção. Ela ocorre, portanto, quando a população
está sujeita à alterações ambientais em um dado sentido, produzindo, como
consequência, mudança regular da população em uma mesma direção. A resistência
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de insetos a inseticidas, a resistência de bactérias a antibióticos e o melanismo


industrial são exemplos de seleção direcional.
II. Seleção estabilizadora ou normalizadora
Esta seleção atua em populações que vivem em ambientes relativamente
estáveis, nas quais a média dos indivíduos está bem adaptada às condições
ambientais. Ela favorece indivíduos portadores de formas intermediárias e elimina os
que apresentam formas extremas da curva de distribuição normal. A seleção
estabilizadora mantém, portanto, a população geneticamente constante. O
favorecimento dos heterozigotos para o gene da anemia falciforme (anemia
drepanocítica ou siclemia), em regiões onde há grande incidência de malária, é um
bom exemplo de seleção estabilizadora (ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria publicada,
no dia 15/04/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”).
III. Seleção disruptiva ou diversificadora
Esta seleção ocorre quando uma população, já adaptada a um ambiente
homogêneo, é submetida a diferentes pressões seletivas, de modo que são
selecionadas formas adaptativas em direções opostas. Ela favorece, portanto, os
indivíduos portadores de formas extremas de certas características, em detrimento das
formas intermediárias, gerando dois grupos dominantes na população. Quando esse
processo opera, os indivíduos dos extremos da distribuição tendem a produzir
maior descendência do que aqueles do centro da distribuição. Admite-se que em face
da capacidade que essa seleção apresenta de promover a diversificação de uma
população, ela represente a primeira etapa para a formação de novas espécies,
processo denominado especiação. Como exemplo de seleção disruptiva, citamos os
besouros que se alimentam de sementes e desprezam as de tamanho pequeno e
grande, preferindo as de tamanho médio. Em função disso, serão favorecidos
organismos dotados dos fenótipos extremos e, portanto, de plantas produtoras de
sementes pequenas e de sementes grandes. Outro exemplo diz respeito ao
crescimento de plantas em regiões próximas de minas de zinco e chumbo. Nas áreas
onde os rejeitos são lançados há um elevado nível de contaminação, em contraste
com outras áreas não contaminadas. Uma população de plantas mutantes que
conseguem sobreviver no solo contaminado leva nítida desvantagem ao crescerem
em solo não contaminado, em face da grande competição com a população original de
plantas não mutantes lá estabelecidas. Por outro lado, as plantas originais estão
restritas às áreas não contaminadas e somente nelas sobrevivem. A diversificação
possibilitou ampliar as áreas de crescimento com uma seleção disruptiva que levou o
desenvolvimento de dois tipos distintos de plantas em diferentes aspectos. Um deles
adaptado a solos contaminados e outro adaptado a áreas não contaminadas.
- Para maiores detalhes ver TIPOS DE SELEÇÃO NATURAL em SELEÇÃO
NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS), matéria publicada, no dia
14/10/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
JUSTIFICATIVA
* Com base no exposto acima, pode-se concluir que as mudanças evolutivas
mencionadas no enunciado desta questão, inclusive a seleção de insetos resistentes
ao DDT e a outros inseticidas, diz respeito à seleção direcional (ALTERNATIVA E).
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10. (UPE-2011) Uma das grandes preocupações atuais é a manutenção da biodiversidade,


representada pela variedade de seres vivos existentes em determinado local ou na Terra. Em
geral, a extinção de espécies é um processo natural e lento, no entanto a principal causa da
extinção das espécies é, na atualidade, a atividade humana. Analise as afirmativas abaixo:
I. A diversidade da vida ao longo do tempo reflete as taxas de perdas e ganhos de novas
espécies. A perda ocorrendo por extinção, e o ganho, por especiação. Assim, quando a taxa de
especiação suplanta a de extinção em um táxon, a diversidade diminui neste. Quando a taxa
de extinção supera a de especiação, a diversidade nele aumenta.
II. O ser humano sempre selecionou espécies mais disponíveis e rentáveis para a agricultura e
para a pecuária, mas essa uniformidade é saudável, pois diminui a sensibilidade ao ataque de
pragas e a mudanças climáticas. Assim, espécies selvagens funcionam como um “banco
genético”, onde, por meio de enxertos e cruzamentos, são melhoradas as espécies domésticas
e, até mesmo, salvas de extinção.
III. A destruição de habitats para ocupação humana, lavoura, pastagem, extração de recursos,
exploração comercial excessiva, poluição e introdução de espécies exóticas são as principais
causas para o aumento da atual taxa de extinção.
IV. Para proteger a biodiversidade, é necessário se preservar o meio ambiente por meio de leis
e do seu cumprimento, da promoção de campanhas educativas de respeito à natureza bem
como da criação e manutenção de unidades de conservação, como parques nacionais e
reservas biológicas. É preciso, também, combater a biopirataria, que envia seres vivos ao
exterior para extração e pesquisa de medicamentos, cosméticos e outros produtos.
V. Quando uma espécie se extingue, libera espaço ecológico que pode ser explorado por outra
espécie. Dessa forma, se ocorre extinção de um grupo taxonômico, irá haver a liberação de
espaço, o que permitirá uma nova irradiação adaptativa de um grupo competidor.
Somente está correto o que se afirma em:
a) I e II.
b) I, III e IV.
c) II e III.
d) II e V.
e) III, IV e V.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“III, IV e V.”)
- AFIRMATIVA I (“A diversidade da vida ao longo do tempo reflete as taxas de perdas e ganhos
de novas espécies. A perda ocorrendo por extinção, e o ganho, por especiação. Assim, quando
a taxa de especiação suplanta a de extinção em um táxon, a diversidade diminui neste.
Quando a taxa de extinção supera a de especiação, a diversidade nele aumenta.”) –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, uma maior taxa de especiação em relação à taxa
de extinção (especiação > extinção) aumenta a diversidade biológica. Uma maior taxa de
extinção em relação à de especiação (extinção > especiação), por outro lado, reduz essa
diversidade. Esta conclusão pode ser obtida a partir da própria afirmativa (“... perda ocorrendo
por extinção, e o ganho, por especiação. ...”).
- AFIRMATIVA II (“O ser humano sempre selecionou espécies mais disponíveis e rentáveis
para a agricultura e para a pecuária, mas essa uniformidade é saudável, pois diminui a
sensibilidade ao ataque de pragas e a mudanças climáticas. Assim, espécies selvagens
funcionam como um “banco genético”, onde, por meio de enxertos e cruzamentos, são
melhoradas as espécies domésticas e, até mesmo, salvas de extinção.”) – INCORRETA
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* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a uniformidade resultante da seleção artificial


(feita pelo homem) não é saudável do ponto de vista evolutivo, em face de a população
selecionada ter sua variabilidade genética reduzida. Lembramos que, através da seleção
artificial, que é um exemplo de seleção direcional, o homem seleciona indivíduos de certa
variedade (ou raça), a fim de obter determinadas características de seu interesse.
- AFIRMATIVA III (“A destruição de habitats para ocupação humana, lavoura, pastagem,
extração de recursos, exploração comercial excessiva, poluição e introdução de espécies
exóticas são as principais causas para o aumento da atual taxa de extinção.”) – CORRETA
* As condições citadas nesta afirmativa, dentre outras, provocam, realmente, aumento da taxa
de extinção das espécies.
AFIRMATIVA IV (“Para proteger a biodiversidade, é necessário se preservar o meio ambiente
por meio de leis e do seu cumprimento, da promoção de campanhas educativas de respeito à
natureza bem como da criação e manutenção de unidades de conservação, como parques
nacionais e reservas biológicas. É preciso, também, combater a biopirataria, que envia seres
vivos ao exterior para extração e pesquisa de medicamentos, cosméticos e outros produtos.”) –
CORRETA
* As condições citadas nesta afirmativa, dentre outras, são, realmente, fatores que atuam na
proteção da biodiversidade.
AFIRMATIVA V (“Quando uma espécie se extingue, libera espaço ecológico que pode ser
explorado por outra espécie. Dessa forma, se ocorre extinção de um grupo taxonômico, irá
haver a liberação de espaço, o que permitirá uma nova irradiação adaptativa de um grupo
competidor.”) – CORRETA
* A extinção de uma espécie, permite, realmente, uma irradiação adaptativa do grupo
competidor.
COMPLEMENTO
Irradiação adaptativa
Irradiação adaptativa (radiação adaptativa ou divergência adaptativa ou adaptação
divergente) é a denominação dada à formação de várias espécies, a partir de uma origem
comum, em decorrência da ocupação de diferentes hábitats ou nichos ecológicos. Nesse caso,
um grupo ancestral pode se dispersar por vários ambientes, como florestas, campos e
desertos. Em face de cada ambiente apresentar características próprias e diferentes fatores de
seleção natural, poderá haver seleção de diferentes variações adaptativas. Os seres dotados
dessas variações favoráveis poderão sobreviver, originando diversas espécies adaptadas aos
ambientes em que se desenvolveram. As novas espécies formadas ainda apresentarão,
entretanto, algumas características semelhantes, devido a sua origem comum. Para que a
evolução por radiação adaptativa aconteça, é indispensável que a espécie apresente uma
gama enorme de variabilidade em seu estoque gênico e que ocorra o isolamento genético. A
figura abaixo é um esquema da irradiação adaptativa. Lembramos que a divergência adaptativa
resulta em homologia, que descrevemos a seguir.

A homologia dos órgãos ocorre entre estruturas que, por vezes, são bastante diferentes
entre si, com funções que nada têm a ver uma com as outras, que recebem nomes diversos,
mas que possuem a mesma estrutura básica e a mesma origem embrionária. A presença de
estruturas homólogas em diferentes grupos de organismos vivos sugere uma evolução a partir
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de um ancestral comum. Nas gerações subsequentes, esses organismos devem ter começado
a apresentar ligeiras alterações da estrutura anatômica inicial. Os órgãos homólogos falam
decisivamente a favor de um parentesco entre as espécies comparadas, constituindo-se
testemunhas incontestáveis da evolução. Eles são evidências da irradiação adaptativa, que
vimos acima. Como exemplo de estruturas homólogas, citamos os membros anteriores
(braços) do homem; a nadadeira da baleia; a pata dianteira do cavalo e a asa do morcego
(figura abaixo). Elas são homólogas, em face de serem modificações de um caráter (membro
anterior dos tetrápodes) presente no grupo ancestral que deu origem aos mamíferos. Nesse
caso, essas estruturas são homólogas, mas não desempenham a mesma função. Como
exemplo de estruturas homólogas adaptadas à mesma função, citamos as nadadeiras
anteriores das baleias e dos golfinhos, ambos mamíferos com os membros anteriores
modificados para a vida no ambiente aquático.

11. (UPE-2011) A diversidade biológica e genética e a seleção natural são fundamentais para
que haja evolução. É por meio da evolução que surgem novas espécies. Em relação às
palavras e expressões sublinhadas, analise as afirmativas e conclua.
I II
0 0 - Diversidade biológica: também denominada biodiversidade. As fontes primárias da
variabilidade dos seres vivos são as mutações gênicas que podem ocorrer espontaneamente e
ao acaso.
1 1 - Seleção natural: age sobre o genótipo do indivíduo, independentemente de seu fenótipo.
Na seleção do tipo estabilizadora, são favorecidos os genótipos extremos, com consequente
diminuição dos tipos intermediários.
2 2 - Evolução: a evolução tende a aumentar a capacidade dos seres vivos em relação à
sobrevivência ao meio em que vivem. A capacidade de adaptação corresponde ao modo
harmônico de relação do organismo com o ambiente.
3 3 - Novas espécies : são formadas por processo denominado especiação. A anagênese é
um processo da especiação em que um caráter hereditário surge ou se altera em uma
população ao longo do tempo. Essas alterações que modificam as características de uma
espécie são pequenas e graduais.
4 4 - Genética: ciência estudada por Gregor Mendel, que propôs também o estudo da
Genética de Populações, ligando essa ciência à evolução das espécies.
GABARITO
VFVVF
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Diversidade biológica: também denominada biodiversidade. As fontes
primárias da variabilidade dos seres vivos são as mutações gênicas que podem ocorrer
espontaneamente e ao acaso.”) – VERDADEIRA
* MUTAÇÃO GÊNICA
Alteração na informação genética (DNA), que pode levar à produção de cadeias
proteicas modificadas, na ordem ou no número de aminoácidos ou até ausência de sua
síntese. Como consequência, pode haver a produção de células modificadas ou o
aparecimento de indivíduos mutantes distinguíveis do tipo original em uma ou mais
características genéticas. Em face de aumentar o número de alelos (formas alternativas de um
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gene) em um locus gênico, as mutações gênicas, que geram variações no conjunto gênico da
população (gene pool), atuam como fontes primárias da diversidade biológica. Elas podem
ocorrer “espontaneamente”, como, por exemplo, em consequência de erros que ocorrem
durante a replicação do DNA, ou serem induzidas por agentes físicos ou químicos, chamados
agentes mutagênicos. Entre esses agentes, citamos os raios-X, os raios gama, os raios
ultravioleta, a nitrosoguanidina, o ácido nitroso, o gás mostarda, substâncias existentes no
fumo e alguns corantes presente nos alimentos. As mutações gênicas podem se relacionar
com qualquer parte do organismo, de modo que tanto as células somáticas, não envolvidas
diretamente na produção dos gametas, como as germinativas estão sujeitas a essas
alterações. As que afetam o DNA das células somáticas (mutações somáticas) não são
transmitidas às gerações futuras, não sendo, portanto, hereditárias. Elas podem, entretanto,
acarretar grande prejuízo ao organismo, causando tumores ou outras lesões degenerativas,
dependendo das células, dos tecidos ou dos órgãos nos quais elas ocorrem. Seus efeitos,
portanto, são restritos ao indivíduo que as possuem. As que se relacionam com o DNA das
células germinativas (mutações germinativas), por seu turno, são passíveis de serem
transmitidas às futuras gerações. Em face de concorrerem para aumentar a variedade genética
das populações, as mutações germinativas constituem a base molecular do processo evolutivo.
Para maiores detalhes ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria publicada, no dia 15/04/2011, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.
- AFIRMATIVA 1 1 (“Seleção natural: age sobre o genótipo do indivíduo, independentemente
de seu fenótipo. Na seleção do tipo estabilizadora, são favorecidos os genótipos extremos, com
consequente diminuição dos tipos intermediários.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a seleção natural age sobre as variedades
(fenótipos) existentes. Igualmente, a seleção estabilizadora não favorece os genótipos
extremos e sim os tipos intermediários. O favorecimento de genótipos extremos ocorre na
seleção direcional.
- Seleção estabilizadora ou normalizadora
Esta seleção atua em populações que vivem em ambientes relativamente
estáveis, nas quais a média dos indivíduos está bem adaptada às condições
ambientais. Ela favorece indivíduos portadores de formas intermediárias e elimina os
que apresentam formas extremas da curva de distribuição normal. A seleção
estabilizadora mantém, portanto, a população geneticamente constante. O
favorecimento dos heterozigotos para o gene da anemia falciforme (anemia
drepanocítica ou siclemia), em regiões onde há grande incidência de malária, é um
bom exemplo de seleção estabilizadora (ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria publicada,
no dia 15/04/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”).
- Seleção direcional
Nesta seleção, as condições ambientais favorecem um fenótipo extremo, diferente
do que representa a média da população, sendo por isso que a frequência alélica
muda continuamente na mesma direção. Ela ocorre, portanto, quando a população
está sujeita às alterações ambientais em um dado sentido, produzindo, como
consequência, mudança regular da população em uma mesma direção. A resistência
de insetos a inseticidas, a resistência de bactérias a antibióticos e o melanismo
industrial são exemplos de seleção direcional.
- Para maiores detalhes sobre tipos de seleção ver SELEÇÃO NATURAL (SOBREVIVÊNCIA
DOS MAIS APTOS), matéria publicada, no dia 14/10/2011, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.
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- AFIRMATIVA 2 2 (“Evolução: a evolução tende a aumentar a capacidade dos seres vivos em


relação à sobrevivência ao meio em que vivem. A capacidade de adaptação corresponde ao
modo harmônico de relação do organismo com o ambiente.”) – VERDADEIRA
* Evolução é a transformação que as espécies sofrem no decorrer do tempo, sendo o processo
que produziu a grande diversidade atual de seres vivos. Ela vem ocorrendo ao longo das
gerações e é responsável pela origem de todos os organismos, quer atuais ou extintos. As
pesquisas desenvolvidas nessa área de conhecimento comprovam cada vez mais os
mecanismos pelos quais os organismos se modificaram ao longo dos séculos. As referidas
pesquisas evidenciam, também, a extinção de inúmeras espécies, o surgimento de outras e as
origens das diversidades e dos caracteres comuns aos organismos. Lembramos que o
conjunto de transformações que ocorre dentro de uma população constitui a microevolução e
que o termo macroevolução está relacionado com o fenômeno de especiação (origem de novas
espécies). De acordo com a evolução orgânica, portanto, todas as espécies biológicas atuais
são descendentes modificadas de seres vivos do passado.
- AFIRMATIVA 3 3 (“Novas espécies : são formadas por processo denominado especiação. A
anagênese é um processo da especiação em que um caráter hereditário surge ou se altera em
uma população ao longo do tempo. Essas alterações que modificam as características de uma
espécie são pequenas e graduais.”) – VERDADEIRA
* Especiação é o processo evolutivo pelo qual novas espécies são formadas. Assim sendo, ao
longo dos tempos novas espécies têm surgido e outras têm se extinguido. As populações, por
seu turno, são caracterizadas pela sua carga genética e pela frequência de alelos que a
compõe, sendo essa frequência variável entre populações da mesma espécie. A interrupção de
intercâmbio livre entre as várias populações de uma espécie leva ao acúmulo de diferenças
genéticas entre elas. Essas diferenças decorrem, basicamente, de mutações, recombinação
genética e seleção, podendo levar a uma situação que não permite o cruzamento entre as
populações. Este isolamento reprodutivo caracteriza a formação de espécies diferentes. A
divergência genética entre elas e a espécie ancestral é, via de regra, irreversível e tende a
aumentar. Considera-se a existência de dois processos básicos de especiação: anagênese e
cladogênese ou especiação por diversificação (figura abaixo).

I. Anagênese
Na anagênese, a população vai se modificando gradativamente ao longo do tempo,
podendo resultar em um grupo tão diferente do ancestral a ponto de se constituir uma espécie
nova. Neste processo não há isolamento geográfico, como ocorre na cladogênese. A
anagênese é, em última análise, uma evolução continua que gera uma nova espécie, como
mostra a figura acima. A mutação, a recombinação gênica e a seleção natural são exemplos de
eventos anagênicos. A evolução resultante da anagênese é frequentemente denominada de
microevolução.
II. Cladogênese
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Na especiação por cladogênese (figura acima), as novas espécies se formam a partir


de grupos que se isolam, graças a uma barreira geográfica natural ou artificial. Essa barreira,
evidentemente, impede a troca de genes entre os referidos grupos. Após longo tempo de
isolamento, as populações separadas podem originar novas espécies, por acúmulo de
mutações e adaptações às condições ambientais diferentes. As duas populações ou linhagens
filogenéticas, que inicialmente pertenciam a uma mesma espécie, são chamadas de clados, daí
a denominação de cladogênese, atribuída a esse mecanismo de especiação. Admite-se que a
maioria das espécies surgiu por cladogênese, sendo, portanto a forma mais comum de
especiação. A especiação por cladogênese pressupõe a ocorrência de, pelo menos, três
etapas sequenciais: isolamento geográfico, diversificação gênica (pressão de seleção
diferente) e isolamento reprodutivo.
- Para maiores detalhes ver ESPECIAÇÃO, matéria publicada, no dia 13/02/2013, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.
- AFIRMATIVA 4 4 (“Genética: ciência estudada por Gregor Mendel, que propôs também o
estudo da Genética de Populações, ligando essa ciência à evolução das espécies.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a genética de populações está associada ao
inglês Godfrey H. Hardy e ao alemão Wilhem Weinberg e não à Gregor Mendel. Ver
GENÉTICA DE POPULAÇÕES, matéria publicada, no dia 21/08/2013, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.

12. (UPE-2012) Leia o texto a seguir:


“A compreensão de como as espécies de peixes estão geneticamente organizadas ao longo de
uma bacia hidrográfica é de extrema importância para a conservação dos recursos
pesqueiros...”
“..., a ideia de que essas espécies organizam-se em populações grandes e panmíticas era, até
recentemente, inquestionável dado sua grande capacidade de dispersão. Entretanto, trabalhos
recentes em espécies como o matrinchã (Brycon orthotaenia), o curimatã (Prochilodus
argenteus) e o pintado (Pseudoplatystoma corrucans) da bacia do rio São Francisco mostram a
ocorrência de estruturação de populações que são coexistentes e co-migrantes ao longo da
calha principal do rio.”
Fonte: Frankham, R; Ballou, JD.; Briscoe, DA. Fundamentos de Genética da
Conservação. Ribeirão Preto, SP: SBG, 2008. 280p.
Quando várias populações de espécies diferentes compartilham a mesma área geográfica, são
denominadas:
a) Alopátricas.
b) Análogas.
c) Híbridas.
d) Homólogas.
e) Simpátricas.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Simpátricas.”)
* Espécies simpátricas são aquelas que vivem em uma mesma área geográfica.
- Especiação simpátrica
A especiação se diz simpátrica quando duas espécies podem surgir sem que tenha
havido isolamento geográfico, divergindo quando ainda ocupam a mesma área geográfica,
sendo, dessa forma um processo anagênico. Nessa especiação, fatores intrínsecos à
população, como a poliploidia, conduzem ao isolamento genético. Espécies simpátricas são,
portanto, aquelas que coexistem lado a lado, explorando o meio de forma diferente. Admite-se
que a seleção disruptiva [ver “seleção natural (sobrevivência dos mais aptos), matéria
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publicada neste blog em 14/10/2011], possa levar à especiação simpátrica pelo favorecimento
dos indivíduos com fenótipos extremos de uma população. Neste caso, a seleção força a
diferenciação de conjuntos gênicos distintos, o que eventualmente pode levar ao isolamento
reprodutivo. A especiação simpátrica é muito comum em plantas, em face de elas poderem
desenvolver conjunto múltiplo de cromossomos homólogos, resultando em organismos
poliploides. Dessa forma, a especiação por poliploidia, em que os descendentes poliploides,
embora reprodutivamente isolados, ocupam o mesmo ambiente das plantas parentais,
constitui, também, um exemplo de especiação simpátrica.
* Espécies alopátricas são aquelas que vivem em diferentes regiões, apresentando, portanto,
isolamento geográfico.
- Especiação alopátrica
A especiação se diz alopátrica ou geográfica quando a população inicial se
divide em dois grupos geograficamente isolados, devido, por exemplo, a fragmentação
do seu habitat (isolamento geográfico), levando a um impedimento do fluxo gênico
entre eles. A barreira geográfica pode surgir por mudanças geológicas e
geomorfológicas (cursos d’água, rios, cadeias de montanhas, deriva continental,
vulcões, etc.), bem como por eventos de dispersão (deslocamento de populações para
regiões distantes, dispersão causada pelas correntes marinhas, etc.). Esses grupos
vão sofrendo diferenciações por estarem sujeitas a mutações diferentes, pressões
seletivas diferentes ou fatores aleatórios, como a deriva genética. As espécies
alopátricas se formam, portanto, em regiões diferentes. O isolamento geográfico é,
dessa forma, o ponto de partida para a diversificação dessas populações.
- Para maiores detalhes ver ESPECIAÇÃO, matéria publicada, no dia 13/02/2013, no blog
“djalmasantos.wordpress.com”.

13. (UPE-2012) Leia o texto a seguir:


Alguns evolucionistas pós-darwinianos tenderam a propagar uma ideia empobrecida,
ingenuamente feroz, da _______________, a ideia da pura e simples “luta pela vida”,
expressão que inclusive não é de Darwin, mas de Spencer. Os neo-darwinianos do começo
deste século propuseram, ao contrário, uma concepção muito mais rica e mostraram, baseados
em teorias quantitativas, que o fator decisivo da _________________ não é a “luta pela
sobrevivência”, mas, no interior de uma espécie, a taxa diferencial de reprodução.
Fonte: adaptado de Monod, J. O acaso e a necessidade: ensaio sobre a filosofia
natural da biologia moderna. 6. ed. Petrópolis, RJ; Vozes, 2006; p. 121.
Qual alternativa abaixo apresenta o fator evolutivo que preenche corretamente as lacunas do
texto?
a) Deriva gênica.
b) Migração.
c) Mutação.
d) Recombinação.
e) Seleção natural.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“Seleção natural.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Deriva gênica.”) – INCORRETA
* Deriva gênica (deriva genética, oscilação genética ou genetic drift)
Consiste em variações provocadas por mecanismos puramente casuais na frequência
gênica e não à seleção natural. Durante muito tempo, a seleção natural foi tida como a única
ideia de processo responsável pela evolução, a ponto de evolução e seleção natural se
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tornarem quase sinônimos. Com o desenvolvimento da genética de populações, ocorrido em


meados do século 20, começou-se a se pensar que possibilidades teóricas pudessem acarretar
mudanças nas espécies meramente devidas ao acaso, sem necessariamente pressões do
ambiente. Dessa forma, a frequência dos genes e, como consequência, as características que
eles determinam, oscilaria, ao acaso, dentro das populações. Os efeitos da deriva genética são
tanto maiores quanto menor for o tamanho da população: populações pequenas tendem a
apresentar características mais “oscilantes” ao longo do tempo, que populações grandes. É por
essa razão que os efeitos evolutivos da deriva genética são mais intensos quando ocorre uma
grande redução, quer por mortalidade ou por isolamento de poucos indivíduos, no número de
seres vivos que estão se reproduzindo em uma população. Na prática, os dois fenômenos
causadores de redução, referidos acima produzem, sem dúvida, o mesmo resultado: perda de
diversidade. A deriva genética ocorre, por exemplo, quando grandes áreas de uma floresta são
eliminadas pelo fogo ou por enchentes, restando apenas algumas espécies, que por acaso não
foram atingidas por esses desastres ecológicos. Somente os genes presentes nessas espécies
farão parte do novo conjunto gênico da população, que pode não ser representativo da
população original. Por acaso e não por critérios de adaptação, alguns genes dessa pequena
população podem ter sua frequência repentinamente aumentada, em detrimento de outros, que
podem até desaparecer. Embora possa parecer, a deriva genética não constitui uma nova
teoria da evolução, nem ameaça à seleção natural de Darwin. Ao contrário, elas não são
excludentes e estão colocadas lado a lado como dois processos que podem ser trilhados por
uma espécie em seu caminho evolutivo.
- ALTERNATIVA B (“Migração.”) – INCORRETA
* Migração
Corresponde à entrada (imigração) ou à saída (emigração) de indivíduos de uma
população. Através da imigração, novos genes podem ser introduzidos na população, e através
da emigração, certos genes podem deixar a população. Quer em um caso, quer em outro,
podem ocorrer alterações na frequência gênica da população de origem. As alterações
provocadas pelas migrações são conhecidas como fluxo gênico.
- ALTERNATIVA C (“Mutação.”) – INCORRETA
* Mutações gênicas (pontuais ou puntiformes)
São alterações nas informações genéticas (DNA), que podem levar à produção de
cadeias proteicas modificadas, na ordem ou no número de aminoácidos ou até ausência de
sua síntese. Como consequência, pode haver a produção de células modificadas ou o
aparecimento de indivíduos mutantes distinguíveis do tipo original em uma ou mais
características genéticas. Em face de aumentar o número de alelos (formas alternativas de um
gene) em um locus gênico, as mutações gênicas, que geram variações no conjunto gênico da
população (gene pool), atuam como fontes primárias da diversidade biológica. Os novos genes
surgidos dessas alterações podem estar associados a características vantajosas para o
portador. Nesse caso, os novos alelos podem ser preservados pela seleção natural. Se, ao
contrário, forem incompatíveis com a vida (mutações desfavoráveis ou deletérias) podem ter
sua frequência reduzida na população por meio da seleção natural, tendendo a não passar
para as gerações futuras. Para maiores detalhes ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria publicada,
no dia 15/04/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
* Mutações cromossômicas
Além das modificações que atingem o DNA propriamente dito, denominadas,
especificamente, mutações gênicas, vistas acima, existe uma série de outras que afetam
diretamente os cromossomos, chamadas mutações cromossômicas ou aberrações
cromossômicas, que provocam alterações no número ou na forma dos cromossomos. Embora
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não formem novas versões de genes, como as mutações pontuais, elas contribuem para que
ocorra variabilidade gênica, sendo consideradas, portanto, um dos fatores da evolução.
- ALTERNATIVA D (“Recombinação.”) – INCORRETA
* Recombinação genética
A recombinação genética é a mistura de genes de indivíduos diferentes, que ocorre na
reprodução sexuada. Ao contrário das mutações pontuais, a recombinação genética e as
mutações cromossômicas são mecanismos que reorganizam os genes já existentes nos
cromossomos, não representando, portanto, fontes primárias das variações genéticas. O
mecanismo primário de recombinação genética é a reprodução sexuada, que se realiza em
duas fases: gametogênese e fecundação. Há ainda a ser mencionada a ocorrência de
crossing-over, que é a troca de segmentos correspondentes entre cromátides homólogas. Esse
mecanismo ocorre na meiose e permite que novos arranjos gênicos cheguem aos gametas,
estabelecendo novas combinações entre os genes e levando a que o número de diferentes
gametas produzidos seja aumentado. Após a fecundação e formação do zigoto, esses genes
poderão determinar o aparecimento de um número razoável de novas características. Quanto
maior for o número de permutações, durante a meiose, maior tenderá a ser a variabilidade de
gametas formados e maior a probabilidade de genótipos diferentes.
- ALTERNATIVA E (“Seleção natural.”) – CORRETA
* Seleção natural
Fenômeno biológico que favorece a sobrevivência de parte da população, ou
seja, aqueles seres que, graças à variabilidade genética, herdaram combinações
gênicas mais adaptativas a uma determinada condição ecológica. Lembramos que a
expressão “mais adaptada” se refere à maior probabilidade que um determinado
organismo apresenta de sobreviver e deixar descendentes em certo ambiente. Ao
contrário da mutação, a seleção natural atua reduzindo a variabilidade gênica. Assim
sendo, em face de haver seleção de apenas alguns genótipos, quanto mais intensa for
a seleção natural, menor será a variabilidade gênica na população. Para maiores
detalhes ver SELEÇÃO NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS), matéria
publicada, no dia 14/10/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.

14. (UPE-2013) Para responder esta questão, leia o texto a seguir:


O jumento não é mais o mesmo. Animal rústico e com fama de teimoso, a espécie está cada
vez mais valorizada. Alguns animais recebem tratamento de primeira linha, com direito à
transferência de embriões, inseminação artificial e congelamento de sêmen. Um bom jumento
reprodutor, da raça pêga, vale até R$ 20 mil. O criador de asininos, Osmar Russo (Lorena, SP),
diz que o mercado nunca esteve tão bom. “A maioria dos jumentos é vendida para produzir
muares (burros e mulas). Um bom reprodutor precisa ter orelha bonita e grande, ser
marchador, forte, resistente e manso. Mas o principal é imprimir as características às crias.
Separo os melhores animais e cruzo com matrizes boas também. Meus animais nem se
comparam aos de antigamente. Algumas jumentas, que mediam em torno de 1,3 metro, agora
chegam a 1,4 metro.” Antigamente usavam-se os piores animais para obter muares. Hoje, os
cruzamentos são com éguas das raças manga-larga, mangalarga marchador e campolina.
Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos (Adaptado)
No caso apresentado, em que os membros de duas espécies (jumento e égua) copulam, e se
forma um híbrido vigoroso (mula ou burro), incapaz, porém, de se reproduzir, diz-se que o
processo de isolamento reprodutivo é do tipo:
a) Pós-zigótico por esterilidade do híbrido.
b) Pós-zigótico por inviabilidade do híbrido.
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c) Pós-zigótico por isolamento etológico.


d) Pré-zigótico por deterioração do híbrido.
e) Pré-zigótico por isolamento de habitat.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Pós-zigótico por esterilidade do híbrido.”)
ISOLAMENTO REPRODUTIVO
Incapacidade, total ou parcial, de membros de duas subpopulações se cruzarem. Ele
atua impedindo a mistura de genes das subpopulações quando elas entram em contato. Via de
regra, após um longo período de isolamento geográfico, as subpopulações isoladas se tornam
tão diferentes que não mais conseguem cruzar ou formam descendentes férteis. Quando isso
ocorre, elas são consideradas espécies distintas. Os mecanismos de isolamento reprodutivo
podem ser classificados em dois grupos: pré-zigóticos e pós-zigóticos.
I. Mecanismos pré-zigóticos: são aqueles que impedem a fecundação e, por
consequência, a formação do zigoto. Relacionamos a seguir os principais tipos:
Ia. Isolamento estacional ou sazonal: decorre de diferenças nas épocas de reprodução.
Nesse caso, indivíduos de dois grupos tornam-se aptos ao acasalamento em diferentes épocas
ou estações do ano. Como exemplo, citamos grupos diferentes de rãs que vivem em uma
mesma lagoa, mas não se reproduzem na mesma época.
Ib. Isolamento de hábitat ou ecológico: resulta da ocupação de diferentes hábitats. Em
condições naturais, leões e tigres, por exemplo, podem se cruzar em cativeiro, produzindo
descendentes férteis. Na natureza, entretanto, não se cruzam em função de viverem em
hábitats diferentes.
Ic. Isolamento etológico ou comportamental: decorre de diferentes padrões de
comportamento de corte, antes do acasalamento, representando um fator de fundamental
importância na reprodução de diversas espécies animais. Via de regra, as fêmeas só aceitam o
macho depois que ele realiza um complexo ritual de corte, típico para cada espécie. Como
exemplo, citamos os sinais luminosos emitidos por vaga-lumes machos que, dependendo das
espécies, variam na frequência, na duração da emissão e na cor, levando a fêmea a só
responder ao sinal emitido pelo macho da sua própria espécie. Outro exemplo é representado
pelo canto das aves. Sendo esse canto específico, as fêmeas são atraídas para o território dos
machos de sua espécie.
Id. Isolamento mecânico ou incompatibilidade anatômica: resulta da incompatibilidade
estrutural dos órgãos reprodutores de diferentes espécies. Isso pode ocorrer tanto em animais
quanto em vegetais, em que a diferença de tamanho ou forma dos órgãos genitais impede a
cópula. Nas plantas, por exemplo, há casos em que o tubo polínico não consegue germinar no
estigma de uma flor de outra espécie.
Ie. Mortalidade gamética: resulta de fenômenos fisiológicos que impedem a sobrevivência dos
gametas masculinos de uma espécie no sistema reprodutor feminino de outra. É evidente que
esse mecanismo só ocorre em espécies que apresentam fecundação interna.
II. Mecanismos pós-zigóticos: são aqueles que inviabilizam a sobrevivência do híbrido ou
a sua fertilidade. Mesmo ocorrendo a cópula, esses mecanismos impedem ou reduzem seu
sucesso. Nesse grupo, relacionamos:
IIa. Mortalidade do zigoto: a fecundação entre gametas de espécies diferentes pode levar à
formação de zigoto pouco viável, que não se desenvolve após a fecundação, morrendo em
face da ocorrência de desenvolvimento embrionário irregular.
IIb. Inviabilidade do híbrido: nesse caso, os membros de duas espécies podem copular, o
zigoto se forma, mas o embrião morre prematuramente, devido à incompatibilidade que ocorre
entre os genes maternos e paternos. Como exemplo, citamos o caso de algumas espécies de
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rãs que, embora habitem uma mesma lagoa e possam, eventualmente, cruzar-se, geram
híbridos interespecíficos que não se desenvolvem.
IIc. Esterilidade do híbrido: nesse caso, há formação do híbrido interespecífico que, por
vezes, é até mais vigoroso que os membros das espécies parentais, sendo, entretanto, estéril.
A esterilidade pode ser decorrente da presença de gônadas anormais ou de meiose anômala.
Como exemplo clássico, citamos o caso do burro ou da mula, que é um híbrido estéril,
resultante do cruzamento entre o jumento (Equus asinus) e a égua (Equus cabalus). Os
cromossomos dos genitores do burro apresentam diferenças na homologia e no número.
Enquanto o jumento tem 2n = 62, a égua tem 2n = 64. Nas células germinativas do burro, os
cromossomos não se emparelham corretamente, impedindo a ocorrência de meiose normal e,
consequentemente, a formação de gametas viáveis. O pintagol (ou arlequim), que resulta do
cruzamento entre um pintassilgo macho e uma canária; o tigão (ou ligre), produto do
cruzamento de uma leoa com um tigre e o lepórido, gerado a partir do cruzamento entre uma
lebre e um coelho, são outros exemplos de híbridos interespecíficos.
IId. Deterioração da geração F2: nesse caso, a primeira geração de híbridos interespecíficos
(F1) é normal e fértil, seus filhos, entretanto, que representam a geração F 2, são fracos ou
estéreis. Isso se deve à recombinação gênica incompatível, que ocorre na formação dos
gametas que dão origem à geração F2.
Em face de envolver grande desperdício de tempo e de energia, sem que haja a
perpetuação de seus genes através da reprodução, o isolamento pós-zigótico é evolutivamente
desvantajoso para as espécies que se entrecruzam.
- Para maiores detalhes ver ISOLAMENTO REPRODUTIVO, matéria publicada, no dia
20/11/2010, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
JUSTIFICATIVA
* O isolamento reprodutivo relacionado com a fomação da mula (ou burro) é do tipo pós-
zigótico por esterilidade do híbrido (alternativa A), como vimos acima em “IIc. Esterilidade do
híbrido”.
COMPLEMENTO
I. Alternativa C (“Pós-zigótico por isolamento etológico.”)
* O isolamento etológico ou comportamental é pré-zigótico e não pós-zigótico, como consta
nesta alternativa (ver Ic, acima).
II. Alternativa D (“Pré-zigótico por deterioração do híbrido.”)
* O isolamento por deterioração do híbrido é pós-zigótico e não pré-zigótico, com consta nesta
alterntaiva (ver IId, acima).
15. (UPE-2013) Leia o texto e observe o gráfico a seguir:
A evolução da resistência a inseticidas em espécies de insetos que constituem pragas oferece
um exemplo da Evolução como processo dinâmico, que pode ter um impacto direto e
importante sobre o meio ambiente. Atualmente, muitas espécies que constituem pragas são
resistentes a todos, ou a quase todos, os inseticidas disponíveis. Além disso, algumas espécies
que eram incomuns tornaram-se pragas sérias, porque o uso de inseticidas extinguiu os seus
inimigos naturais. A resistência dos insetos evolui rapidamente, porque a seleção natural
aumenta as mutações raras que não são vantajosas em condições normais, mas, casualmente,
conferem proteção contra substâncias químicas danosas.
Fonte: FUTUYMA, D. J. 2002. Evolução, Ciência e Sociedade. Disponível em:
www.sbg.org.br (Adaptado)
Gráfico - Aumento dos números de espécies de pragas resistentes às principais classes de
inseticidas.
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Fonte: De R.L. Metcalf em: R.L. Metcalf e W.H. Luckman (eds.),


Introduction to Insect Pest Management, 3. ed., p. 251,
Copyright 1994 de John Wiley and Sons, N.Y.
Com base no texto e no gráfico que ilustra o processo, assinale a alternativa que identifica o
tipo de seleção.
a) Disruptiva.
b) Direcional.
c) Estabilizadora.
d) Neutra.
e) Sexual.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Direcional.”)
TIPOS DE SELEÇÃO NATURAL
Tendo por base os efeitos que a seleção natural exerce nas populações, ela
pode ser classificada em três tipos básicos: direcional, estabilizadora (ou
normalizadora) e disruptiva (ou diversificadora).
I. Seleção direcional
Nesta seleção, as condições ambientais favorecem um fenótipo extremo, diferente
do que representa a média da população, sendo por isso que a frequência alélica
muda continuamente na mesma direção. Ela ocorre, portanto, quando a população
está sujeita à alterações ambientais em um dado sentido, produzindo, como
consequência, mudança regular da população em uma mesma direção. A resistência
de insetos a inseticidas, a resistência de bactérias a antibióticos e o melanismo
industrial são exemplos de seleção direcional.
II. Seleção estabilizadora ou normalizadora
Esta seleção atua em populações que vivem em ambientes relativamente
estáveis, nas quais a média dos indivíduos está bem adaptada às condições
ambientais. Ela favorece indivíduos portadores de formas intermediárias e elimina os
que apresentam formas extremas da curva de distribuição normal. A seleção
estabilizadora mantém, portanto, a população geneticamente constante. O
favorecimento dos heterozigotos para o gene da anemia falciforme (anemia
drepanocítica ou siclemia), em regiões onde há grande incidência de malária, é um
bom exemplo de seleção estabilizadora (ver MUTAÇÃO GÊNICA, matéria publicada,
no dia 15/04/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”).
III. Seleção disruptiva ou diversificadora
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Esta seleção ocorre quando uma população, já adaptada a um ambiente


homogêneo, é submetida a diferentes pressões seletivas, de modo que são
selecionadas formas adaptativas em direções opostas. Ela favorece, portanto, os
indivíduos portadores de formas extremas de certas características, em detrimento das
formas intermediárias, gerando dois grupos dominantes na população. Quando esse
processo opera, os indivíduos dos extremos da distribuição tendem a produzir
maior descendência do que aqueles do centro da distribuição. Admite-se que em face
da capacidade que essa seleção apresenta de promover a diversificação de uma
população, ela represente a primeira etapa para a formação de novas espécies,
processo denominado especiação. Como exemplo de seleção disruptiva, citamos os
besouros que se alimentam de sementes e desprezam as de tamanho pequeno e
grande, preferindo as de tamanho médio. Em função disso, serão favorecidos
organismos dotados dos fenótipos extremos e, portanto, de plantas produtoras de
sementes pequenas e de sementes grandes. Outro exemplo diz respeito ao
crescimento de plantas em regiões próximas de minas de zinco e chumbo. Nas áreas
onde os rejeitos são lançados há um elevado nível de contaminação, em contraste
com outras áreas não contaminadas. Uma população de plantas mutantes que
conseguem sobreviver no solo contaminado leva nítida desvantagem ao crescerem
em solo não contaminado, em face da grande competição com a população original de
plantas não mutantes lá estabelecidas. Por outro lado, as plantas originais estão
restritas às áreas não contaminadas e somente nelas sobrevivem. A diversificação
possibilitou ampliar as áreas de crescimento com uma seleção disruptiva que levou o
desenvolvimento de dois tipos distintos de plantas em diferentes aspectos. Um deles
adaptado a solos contaminados e outro adaptado a áreas não contaminadas.
- Para maiores detalhes ver TIPOS DE SELEÇÃO NATURAL em SELEÇÃO
NATURAL (SOBREVIVÊNCIA DOS MAIS APTOS), matéria publicada, no dia
14/10/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
JUSTIFICATIVA
* Com base no exposto acima, pode-se concluir que a “evolução da resistência a
inseticidas em espécies de insetos”, mencionada no enunciado desta questão
identifica a seleção como direcional (ALTERNATIVA B)

16. (UPE-2013) Observe a imagem a seguir:

Disponível em: http://sti.br.inter.net/rafaas/biologia-ar/introducao.htm


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Os membros de mamíferos representados na imagem demonstram um(a):


I. Processo de analogia, que se caracteriza pelo fato de os membros, apesar de possuírem
função semelhante, serem de origem embriológica diferente.
II. Processo que ilustra a teoria do uso e do desuso, uma vez que, a partir do uso do membro,
as transformações ocorreram de forma contínua.
III. Representação de homologia, na qual espécies diferentes possuem membros diferentes,
embora de mesma origem embriológica.
IV. Ilustração do processo de uso e desuso representado pela analogia de membros de
mamíferos.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) II e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“III.”)
- Estruturas homólogas: são aquelas que apresentam a mesma origem embrionária e têm
características anatômicas comuns. Elas derivam de um mesmo ancestral e podem, ou não,
estar modificadas para exercer uma mesma função. As estruturas homólogas, ao contrário das
análogas, refletem parentesco evolutivo. Como exemplo de estruturas homólogas, citamos os
membros anteriores (braços) do homem; a pata dianteira do cavalo; nadadeira da baleia e a
asa do morcego. Elas são homólogas, em face de serem modificações de um caráter (membro
anterior dos tetrápodes) presente no grupo ancestral que deu origem aos mamíferos. Nesse
caso, essas estruturas são homólogas, mas não desempenham a mesma função. Há
estruturas homólogas que estão adaptadas à mesma função. Sendo o caso das nadadeiras
anteriores das baleias e dos golfinhos, ambos mamíferos com os membros anteriores
modificados para a vida no ambiente aquático. Dessa forma, a homologia dos órgãos ocorre
entre estruturas que, por vezes, são bastante diferentes entre si, com funções que nada têm a
ver uma com as outras, que recebem nomes diversos, mas que possuem a mesma estrutura
básica e a mesma origem embrionária. A presença de estruturas homólogas em diferentes
grupos de organismos vivos sugere uma evolução a partir de um ancestral comum. Nas
gerações subsequentes, esses organismos devem ter começado a apresentar ligeiras
alterações da estrutura anatômica inicial. Os órgãos homólogos falam decisivamente a favor de
um parentesco entre as espécies comparadas, constituindo-se testemunhas incontestáveis da
evolução. Eles são evidências da irradiação adaptativa (radiação adaptativa ou divergência
adaptativa ou adaptação divergente).
- Estruturas análogas: são estruturas que possuem origem embrionária diferente, não têm
características anatômicas comuns, mas desempenham a mesma função. É o caso, por
exemplo, das asas dos insetos e das aves (figura abaixo), que, embora sejam especializadas
para o vôo, possuem origens embrionárias totalmente distintas. Essas estruturas surgiram em
momentos diferentes da história evolutiva desses grupos e a partir de ancestrais diferentes,
sendo semelhantes apenas porque exercem a mesma função, mas não resultam de um
mesmo ancestral. As estruturas análogas não se constituem, portanto, uma prova de grau de
parentesco e são usadas como evidências de processos adaptativos convergentes. Assim
sendo, os órgãos análogos podem ter o mesmo nome e desempenhar as mesmas funções,
mas possuem estruturas totalmente diversas e origens embrionárias distintas. Eles não servem
para indicar qualquer traço de parentesco entre espécies diferentes e decorrem por as
espécies estarem submetidas às mesmas pressões da seleção natural.
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JUSTIFICATIVA
AFIRMATIVA I (“Processo de analogia, que se caracteriza pelo fato de os membros, apesar de
possuírem função semelhante, serem de origem embriológica diferente.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, os membros de mamíferos representados na
imagem desta questão (braço do homem e pata dianteira do cavalo), demonstram um processo
de homologia e não de analogia (ver estruturas homólogas, acima).
AFIRMATIVA II (“Processo que ilustra a teoria do uso e do desuso, uma vez que, a partir do
uso do membro, as transformações ocorreram de forma contínua.”) – INCORRETA
* Os membros de mamíferos representados na imagem desta questão (braço do homem e pata
dianteira do cavalo), ilustram uma prova anatômica da evolução (estruturas homólogas) e não
a teoria do uso e desuso, como consta nesta afirmativa.
AFIRMATIVA III (“Representação de homologia, na qual espécies diferentes possuem
membros diferentes, embora de mesma origem embriológica.”) – CORRETA
* Os membros de mamíferos representados na imagem desta questão (braço do homem e pata
dianteira do cavalo), dizem respeito, realmente, a uma homologia, como vivos acima em
estruturas homólogas.
AFIRMATIVA IV (“Ilustração do processo de uso e desuso representado pela analogia de
membros de mamíferos.”) – INCORRETA
* Os membros de mamíferos representados na imagem desta questão (braço do homem e pata
dianteira do cavalo), não ilustram, como vimos na afirmativa II, o processo de uso e desuso e
sim uma prova anatômica da evolução. Tampouco, os referidos membros demonstram uma
analogia e sim uma homologia (ver estruturas análogas e homólogas, acima).

VIGÉSIMA-NONA BATERIA (HISTOLOGIA)

01. (UPE-2004) Estabeleça a correta associação entre cada proteína listada na 1ª coluna e
a(s) sua(s) propriedade(s) e sua distribuição no nosso corpo, apresentadas na 2ª coluna.
1ª COLUNA
1. Fibrinogênio
2. Colágeno
3. Miosina
4. Albumina
5. Queratina
2ª COLUNA
( ) Proteína de alta resistência, encontrada na pele, nas cartilagens, nos ossos e nos
tendões.
( ) Proteína contrátil, abundante nos músculos e envolvida na contração muscular.
( ) Proteína impermeabilizante, encontrada na pele, nos cabelos e nas unhas.
( ) Proteína relacionada à regulação osmótica e à viscosidade do plasma.
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( ) Proteína relacionada ao mecanismo de coagulação do sangue.


Assinale a alternativa que contempla a sequência correta das associações.
a) 2, 3, 5, 4, 1.
b) 5, 3, 2, 4, 1.
c) 2, 1, 5, 4, 3.
d) 5, 4, 3, 1, 2.
e) 3, 5, 4, 2, 1.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“2, 3, 5, 4, 1.”)
JUSTIFICATIVA
1. Fibrinogênio
Proteína do plasma sanguíneo relacionada com o mecanismo de coagulação
sanguínea.
2. Colágeno
Mais abundante proteína do reino animal, sendo dotada e elevada resistência e
presente nas fibras colágenas e reticulares. As fibras colágenas, por exemplo, estão presentes
na derme (tecido conjuntivo denso não modelado) que constitui a pele; nas cartilagens; nos
ossos e nos tendões.
3. Miosina
É uma ATPase que se movimenta ao longo da actina e em presença de ATP, estando
relacionada com a contração muscular. Ela é a principal componente dos miofilamentos, que
constituem o "esqueleto" das células musculares.
4. Albumina
Proteína do plasma sanguíneo relacionada com o potencial osmótico sanguíneo, com a
viscosidade do plasma e com o transporte de ácidos graxos livres.
5. Queratina
Proteína resistente, impermeabilizante e insolúvel em água presente na pele, nos cabelos,
nas unhas, nos cascos, nos chifres, etc.
- ASSOCIAÇÃO CORRETA ENTRE A 1ª COLUNA (PROTEINA) E A 2ª (PROPRIEDADE E
DISTRIBUIÇÃO NO CORPO)
* 2, 3, 5, 4, 1.

02. (UPE-2004) Assinale a alternativa correta que apresenta um tipo celular, sua respectiva
função e o tecido a que pertence.
a) Adiposa: acúmulo de gordura – tecido epitelial.
b) Plasmócito: defesa por fagocitose – tecido muscular.
c) Mastócito: síntese de anticorpos – tecido nervoso.
d) Fibroblasto: síntese da substância intercelular – tecido conjuntivo.
e) Macrófago: síntese de anticorpos – tecido cartilaginoso.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Fibroblasto: síntese da substância intercelular – tecido conjuntivo.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Adiposa: acúmulo de gordura – tecido epitelial.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, célula adiposa (adipócito), que acumula gordura,
não pertence ao tecido epitelial.
- ALTERNATIVA B (“Plasmócito: defesa por fagocitose – tecido muscular.”) – INCORRETA
* Incorreções desta afirmativa
I. O plasmócito é responsável pela síntese de anticorpos.
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II. O plasmócito pertence ao tecido conjuntivo frouxo (tecido conjuntivo típico).


- ALTERNATIVA C (“Mastócito: síntese de anticorpos – tecido nervoso.”) – INCORRETA
* Mastócitos: células grandes, globosas ou ovoides, com núcleo esférico e central e
citoplasma granuloso, pertencente ao tecido conjuntivo frouxo (tecido conjuntivo típico). Esses
grânulos contêm heparina e histamina. A heparina é um anticoagulante fisiológico produzido
por essas células. A histamina é uma substância liberada em reações alérgicas e inflamatórias,
sendo importante na dilatação e no aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos.
- ALTERNATIVA D (“Fibroblasto: síntese da substância intercelular – tecido conjuntivo.”) –
CORRETA
Fibroblastos: células alongadas e bastante ramificadas, sendo responsáveis pela produção
das fibras, bem como das substâncias intercelulares amorfas, notadamente os
mucopolissacarídeos, que dão certa viscosidade ao material intersticial. São as células mais
típicas e numerosas do tecido conjuntivo frouxo (tecido conjuntivo típico), apresentando grande
vacúolo, bem como retículo endoplasmático rugoso e complexo golgiense bastante
desenvolvidos.
- ALTERNATIVA E (“Macrófago: síntese de anticorpos – tecido cartilaginoso.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, os macrófagos são células fagocitárias
pertencentes ao tecido conjuntivo frouxo (tecido conjuntivo típico).

03. (UPE-2004) Analise as afirmativas sobre as características dos tecidos animais.


I II
0 0 - Os astrócitos são células do tecido nervoso, capazes de conduzir os impulsos nervosos
em resposta às alterações do meio.
1 1 - O tecido epitelial apresenta reduzida quantidade de substância intercelular e ausência de
vasos sanguíneos e funciona como a primeira barreira contra a penetração de organismos
estranhos no corpo.
2 2 - Os fibroblastos, células conjuntivas especializadas na síntese da substância intercelular,
são responsáveis pelo grande poder de regeneração desses tecidos.
3 3 - O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo rico em células especializadas no
acúmulo de gordura, denominadas de células adiposas. Esse tecido serve como reserva de
energia e de proteção contra o frio.
4 4 - Os condroblastos, células do tecido ósseo, sintetizam a substância intercelular, crescem
e transformam-se em células ósseas adultas – condrócitos - que ficam alojados em cavidades
denominadas lacunas ou osteoplastos.
GABARITO
FVVVF
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Os astrócitos são células do tecido nervoso, capazes de conduzir os
impulsos nervosos em resposta às alterações do meio.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, os astrócitos são células do sistema nervoso
(células da glia ou neuróglia) que participam do transporte de substâncias entre o sangue
circulante e os neurônios. Além disso, eles dão sustentação física ao sistema nervoso e atuam
na recuperação de lesões nesse sistema. Assim sendo, a cicatrização de lesões no sistema
nervoso central (SNC), decorre da proliferação dessas células gliais.
- AFIRMATIVA 1 1 (“O tecido epitelial apresenta reduzida quantidade de substância
intercelular e ausência de vasos sanguíneos e funciona como a primeira barreira contra a
penetração de organismos estranhos no corpo.”) – VERDADEIRA
TECIDO EPITELIAL
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I. Principais características
Ia. “Ausência” de substância intercelular: os tecidos epiteliais (ou epitélios) são constituídos
por células bem-justapostas, com ausência ou quase ausência de substâncias intercelulares.
Ib. Nutrição dos epitélios: nos tecidos epiteliais, não se encontram vasos sanguíneos. As
trocas gasosas e alimentares, que suas células realizam com o sangue, bem como a excreção,
são feitas pelos capilares sanguíneos, presentes no tecido conjuntivo subjacente. Sendo a
membrana basal permeável aos nutrientes oriundos da lâmina própria, ela permite que o
epitélio seja convenientemente alimentado.
Ic. Lâmina basal: qualquer que seja o epitélio, ele está sempre apoiado sobre tecido
conjuntivo (lâmina própria), que, entretanto, não está em contato direto com as células
epiteliais. Essas células estão separadas do tecido conjuntivo por uma estrutura de origem
epitelial, denominada membrana basal (lâmina basal ou camada basal), cuja espessura varia
conforme o epitélio considerado. A membrana basal (figura abaixo) é uma camada acelular,
constituída, principalmente, de proteínas e de glicoproteínas, sendo visível, ao microscópio
eletrônico, sob a forma de um material finamente granular ou fibrilar, muito delicada. O polo das
células epiteliais, voltado para a superfície livre, é denominado polo apical ou região apical,
enquanto o que se encontra voltado para o tecido conjuntivo é conhecido como polo basal ou
região basal.

Id. Inervação: os epitélios são inervados por terminações nervosas livres (figura a seguir) que
formam, às vezes, uma rede intraepitelial bastante desenvolvida. Na referida figura, observa-se
ainda: (a) discos de Merkel (terminações nervosas táteis localizadas perto da superfície da
pele); (b) corpúsculos de Meissner (terminações sensíveis ao toque ou à pressão); (c)
terminação de Ruffini (localizada na derme e sensível ao toque e ao calor); (d) corpúsculo de
Pacini ou Vater-Pacini (localizado mais profundamente no tecido subcutâneo, sendo sensível a
pressões mais fortes). Os deficientes visuais se utilizam frequentemente desses receptores
para tatear os relevos de um objeto; (e) receptor do folículo piloso, constituído por terminações
nervosas associadas ao folículo piloso. Vale ressaltar que na pele existe, ainda, o corpúsculo
de Krause (não indicado na figura), localizado na derme e sensível ao toque e ao frio.

Ie. Renovação: os epitélios estão sujeitos ao desgaste, ocorrendo descamação de células. Ao


mesmo tempo, eles apresentam uma renovação constante pela atividade mitótica contínua de
suas células. A velocidade de renovação, porém, varia com o tipo de epitélio considerado.
II. Funções
Os tecidos epiteliais desempenham várias funções no organismo, tais como: (1)
proteção do corpo contra atritos, traumas, desidratação, substâncias tóxicas e germes. Eles
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também protegem os tecidos mais íntimos e mais delicados, como os tecidos conjuntivos,
musculares e nervosos, contra fatores agressivos do meio ambiente; (2) secreção feita pelas
diversas glândulas de hormônios, suor, leite, lágrima, muco, sucos digestivos, etc.; (3)
excreção; (4) absorção de água e outros nutrientes, pelo epitélio que reveste internamente o
tubo digestivo; (5) revestimento do corpo e dos órgãos em geral; (6) percepção sensorial,
executada por algumas células epiteliais especializadas na recepção de estímulos e que
formam o epitélio sensorial, como o epitélio olfativo (epitélio olfatório) encontrado no nariz, que
é especializado na percepção de odores.
- AFIRMATIVA 2 2 (“Os fibroblastos, células conjuntivas especializadas na síntese da
substância intercelular, são responsáveis pelo grande poder de regeneração desses tecidos.”)
– VERDADEIRA
* Fibroblastos: células alongadas e bastante ramificadas, sendo responsáveis pela
produção das fibras, bem como das substâncias intercelulares amorfas, notadamente os
mucopolissacarídeos, que dão certa viscosidade ao material intersticial. Elas participam,
também, da regeneração tissular. São as células mais típicas e numerosas do tecido conjuntivo
frouxo, apresentando grande vacúolo, bem como retículo endoplasmático rugoso e complexo
golgiense bastante desenvolvidos. Em fase de repouso (temporário ou permanente), tomam o
nome de fibrócitos, apresentando-se menores e menos ramificadas. Quando estimuladas,
como nos processos de cicatrização, por exemplo, essas células podem desenvolver suas
organelas e recuperar sua capacidade de síntese. Dessa forma, em processo de cicatrização,
pode haver transformação de fibrócitos em fibroblastos.
- AFIRMATIVA 3 3 (“O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo rico em células
especializadas no acúmulo de gordura, denominadas de células adiposas. Esse tecido serve
como reserva de energia e de proteção contra o frio.”) – VERDADEIRA
- TECIDO ADIPOSO
Tipo especial de tecido conjuntivo, no qual existe grande quantidade de células
adiposas ou adipócitos. Além de atuar como tecido de reserva, o tecido adiposo sintetiza
lipídios e os mobiliza regularmente ou mais intensamente quando o organismo, devido a uma
redução de carboidratos disponíveis, tem maior necessidade de energia. Ele responde pela
formação do tecido subcutâneo ou “hipoderme” e está presente ao redor de alguns órgãos
como rins e coração, bem como na medula amarela (tutano) que preenche a cavidade central
dos ossos longos. Ele se encontra também em espaços entre outros tecidos e nas articulações.
Nestas, além de atuar amortecendo choques mecânicos, ele as lubrifica, reduzindo o atrito
entre os ossos. Dentre as funções do tecido adiposo, podemos destacar, dentre outras: reserva
energética; isolamento térmico e amortecedor de choques mecânicos, sendo este o caso da
sola dos pés, palma das mãos e especialmente das articulações, onde a gordura funciona,
também, como lubrificante.
- AFIRMATIVA 4 4 (“Os condroblastos, células do tecido ósseo, sintetizam a substância
intercelular, crescem e transformam-se em células ósseas adultas – condrócitos - que ficam
alojados em cavidades denominadas lacunas ou osteoplastos.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, condroblastos e condrócitos são células do
tecido cartilaginoso e não do ósseo (veja a seguir).
- Células do tecido cartilaginoso: no tecido cartilaginoso, encontramos três tipos de
células: (1) condroblastos, responsáveis pela produção das proteínas da matriz cartilaginosa;
(2) condrócitos, que mantêm a matriz cartilaginosa. Os condrócitos se localizam em pequenos
espaços de substância intercelular chamados lacunas ou condroplastos. Essas lacunas podem
conter um ou mais condrócitos e, quando muitas dessas células estão presentes em um único
condroplasto, forma-se o ninho ou nicho celular; (3) condroclastos, células ricas em lisossomos,
cujas enzimas proteolíticas digerem e remodelam a matriz cartilaginosa, permitindo a
renovação e a substituição tecidual.
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04. (UPE-2005) Analise as características de um tecido animal.


I. Justaposição de células, com pouca substância intercelular.
II. Ausência de vasos sanguíneos.
III. Primeira barreira contra a penetração de microrganismos estranhos ao corpo.
IV. Resistência a trações e atrito em decorrência de especializações na região de contato entre
suas células.
V. Apresentação de dupla polaridade: um polo relacionado à membrana basal e outro, à
superfície livre das células.
Assinale a alternativa que contempla corretamente o tecido descrito.
a) Tecido Conjuntivo.
b) Tecido Adiposo.
c) Tecido Cartilaginoso.
d) Tecido Epitelial.
e) Tecido Muscular.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Tecido Epitelial.”)
JUSTIFICATIVA
* As características e as funções a seguir, relacionadas com o tecido epitelial, justifica a
veracidade da alternativa D.
I. “Ausência” de substância intercelular: os tecidos epiteliais (ou epitélios) são
constituídos por células bem-justapostas, com ausência ou quase ausência de substâncias
intercelulares.
II. Nutrição dos epitélios: nos tecidos epiteliais, não se encontram vasos sanguíneos. As
trocas gasosas e alimentares, que suas células realizam com o sangue, bem como a excreção,
são feitas pelos capilares sanguíneos, presentes no tecido conjuntivo subjacente. Sendo a
membrana basal permeável aos nutrientes oriundos da lâmina própria, ela permite que o
epitélio seja convenientemente alimentado.
III. Funções: os tecidos epiteliais desempenham várias funções no organismo, tais como: (1)
proteção do corpo contra atritos, traumas, desidratação, substâncias tóxicas e germes,
inclusive contra a penetração de microrganismos estranhos. Eles também protegem os tecidos
mais íntimos e mais delicados, como os tecidos conjuntivos, musculares e nervosos, contra
fatores agressivos do meio ambiente; (2) secreção feita pelas diversas glândulas de hormônios,
suor, leite, lágrima, muco, sucos digestivos, etc.; (3) excreção; (4) absorção de água e outros
nutrientes, pelo epitélio que reveste internamente o tubo digestivo; (5) revestimento do corpo e
dos órgãos em geral; (6) percepção sensorial, executada por algumas células epiteliais
especializadas na recepção de estímulos e que formam o epitélio sensorial, como o epitélio
olfativo (epitélio olfatório) encontrado no nariz, que é especializado na percepção de odores.
IV. ESPECIALIZAÇÕES DA PLASMALEMA: a membrana plasmática de muitas células é
dotada de especializações ou diferenciações, que estão intimamente relacionadas com as
funções que essas células exercem. Elas se constituem em elementos altamente dinâmicos e
reguláveis, já tendo sido evidenciado o envolvimento dessas estruturas em vários processos
patológicos. Entre essas especializações, destacamos as microvilosidades, as invaginações de
base, os desmossomos (macula adherens ou zonula adherens), as interdigitações e as junções
comunicantes (junção em hiato ou nexus ou gap junction). As microvilosidades são
especializações da borda livre. As invaginações de base, como o próprio nome indica, são
especializações da base das células. Os desmossomos, as interdigitações e as junções
comunicantes são agrupados em especializações de contato entre as células ou de junções
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intercelulares. Os desmossomos (figura abaixo), em particular, confere resistência à tração, ao


atrito e à pressão.

V. Lâmina basal: qualquer que seja o epitélio, ele está sempre apoiado sobre tecido
conjuntivo (lâmina própria), que, entretanto, não está em contato direto com as células
epiteliais. Essas células estão separadas do tecido conjuntivo por uma estrutura de origem
epitelial, denominada membrana basal (lâmina basal ou camada basal), cuja espessura varia
conforme o epitélio considerado. A membrana basal (figura abaixo) é uma camada acelular,
constituída, principalmente, de proteínas e de glicoproteínas, sendo visível, ao microscópio
eletrônico, sob a forma de um material finamente granular ou fibrilar, muito delicada. O polo das
células epiteliais, voltado para a superfície livre, é denominado polo apical ou região apical,
enquanto o que se encontra voltado para o tecido conjuntivo é conhecido como polo basal ou
região basal.

05. (UPE–2006) Na coluna I, constam alguns tecidos constituintes do corpo dos animais, e, na
coluna II, estão listadas algumas de suas características. Estabeleça a correta associação
entre as colunas.
COLUNA I
1. Tecido cartilaginoso.
2. Tecido conjuntivo.
3. Tecido sanguíneo.
4. Tecido ósseo.
COLUNA II
a. Caracteriza-se por ser um tecido rígido, especializado na sustentação do organismo, no
suporte de partes moles e na proteção de órgãos vitais. É constituído por células denominadas
de osteócitos, osteoblastos e osteoclastos e por uma matriz calcificada.
b. Caracteriza-se por ser um tecido maleável, constituído por uma substância intercelular
denominada de matriz e por poucas células denominadas de condrócitos e condroblastos.
c. Caracteriza-se por apresentar riqueza de tipos celulares, como os fibroblastos e os
macrófagos, e abundante material intercelular.
d. Caracteriza-se por apresentar uma parte líquida, o plasma, e uma parte sólida, os elementos
figurados: hemácias, leucócitos e plaquetas. Sua principal função é de transportar substâncias
pelo corpo.
Assinale a alternativa que apresenta a associação correta.
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a) 1b / 2c / 3d / 4a.
b) 1a / 2b / 3d / 4c.
c) 1c / 2a / 3b / 4d.
d) 1d / 2b / 3a / 4c.
e) 1c / 2d / 3a / 4b.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“1b / 2c / 3d / 4a.”)
JUSTIFICATIVA
1. TECIDO CARTILAGINOSO
Forma o esqueleto de alguns vertebrados, como os cações, tubarões e raias,
conhecidos como peixes cartilaginosos. Os demais vertebrados, inclusive o homem,
apresentam esqueleto cartilaginoso apenas durante o estágio embrionário. À medida que o
embrião amadurece, as cartilagens são substituídas por ossos. Todos os vertebrados,
entretanto, retêm cartilagem em algumas partes do corpo. Na espécie humana, por exemplo,
existem cartilagens que sustentam o nariz, as orelhas, a traqueia e os brônquios. Ele é
desprovido de vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Sua nutrição é feita pelo
pericôndrio, tecido conjuntivo denso não modelado que envolve a cartilagem. Apresenta uma
matriz formada, principalmente, por fibras colágenas e por uma substância
mucopolissacarídica, denominada condrina. Todo esse material intercelular é produzido e
secretado por células denominadas condroblastos. No tecido cartilaginoso, encontramos três
tipos de células: (1) condroblastos, responsáveis pela produção das proteínas da matriz
cartilaginosa; (2) condrócitos, que mantêm a matriz cartilaginosa e (3) condroclastos, células
ricas em lisossomos, cujas enzimas proteolíticas digerem e remodelam a matriz cartilaginosa,
permitindo a renovação e a substituição tecidual.
- 1 (tecido cartilaginoso)
- b (Caracteriza-se por ser um tecido maleável, constituído por uma substância intercelular
denominada de matriz e por poucas células denominadas de condrócitos e condroblastos.)
2. TECIDO CONJUNTIVO
Nos tecidos conjuntivos, enquadra-se uma grande variedade de tecidos que têm
origem comum no mesênquima, que é um tecido embrionário derivado do mesoderma. É o
tecido mais amplamente distribuído por nosso corpo, onde exerce várias funções, tais como
preenchimento, sustentação, nutrição e defesa. Ao contrário do tecido epitelial, as células do
tecido conjuntivo ficam imersas em grande quantidade de substância intercelular (ou
intersticial), denominada matriz, que é formada por dois componentes principais: parte amorfa
e parte fibrosa (figura abaixo). A amorfa é constituída por água, sais minerais, polissacarídeos,
glicídios e proteínas. A parte fibrosa é formada, basicamente, por fibras proteicas, havendo três
tipos básicos: colágenas, elásticas e reticulares.

Os tecidos conjuntivos podem ser classificados em tecido conjuntivo frouxo ou areolar,


tecido conjuntivo denso, tecido adiposo, tecido cartilaginoso, tecido ósseo e tecido
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hematopoiético ou reticular (sangue). Os dois primeiros costumam ser reunidos sob a


denominação de tecido conjuntivo propriamente dito (TCPD); o adiposo e o reticular sob a
designação de tecidos conjuntivos de propriedades especiais e o cartilaginoso, juntamente com
o ósseo, sob a denominação de tecidos conjuntivos de consistência rígida. O frouxo (figura a
seguir) é o tecido de maior distribuição no organismo, sendo considerado o tecido conjuntivo
típico. Ele preenche espaços não ocupados por outros tecidos; apoia e nutre células epiteliais;
envolve nervos, músculos, vasos sanguíneos e vasos linfáticos; faz parte da estrutura de
muitos órgãos e desempenha importante função no isolamento de infecções localizadas e nos
processos de cicatrização. O nome desse tecido se deve ao fato de suas fibras se encontrarem
frouxamente distribuídas na matriz extracelular. Nele, encontram-se os três tipos de fibras
(colágenas, elásticas e reticulares), sem haver um predomínio significativo de uma sobre a
outra. Nesse tecido há vários tipos de células: fibroblastos, macrófagos, mastócitos,
plasmócitos, adipócitos (células adiposas), leucócitos e células mesenquimatosas
indiferenciadas.

- 2 (tecido conjuntivo)
- c (Caracteriza-se por apresentar riqueza de tipos celulares, como os fibroblastos e os
macrófagos, e abundante material intercelular.)
3. TECIDO SANGUÍNEO
O sangue, principal veículo de circulação interna nos animais, é um tecido conjuntivo
fluido complexo, constituído por uma parte líquida denominada plasma, onde se encontram
dispersos os elementos figurados, representados por células e fragmentos celulares.
I. Plasma sanguíneo
A maior parte do plasma sanguíneo, mais de 90%, é água. O restante é representado,
principalmente, por proteínas, sais, hormônios, nutrientes, gases e excretas. Dentre as
proteínas plasmáticas destacamos: as albuminas (responsáveis pelo transporte de ácidos
graxos livres, pela viscosidade do plasma e pelo potencial osmótico sanguíneo); as
imunoglobulinas (atuam como anticorpos, defendendo o organismo de microrganismos e
substâncias orgânicas estranhas) e proteínas (protrombina e fibrinogênio) relacionadas com a
coagulação do sangue.
II. Elementos figurados do sangue
IIa. Hemácias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos)
Nos seres humanos elas são enucleadas, discoides, bicôncavas, repletas de
hemoglobina (pigmento vermelho que possui ferro em sua molécula) e especializadas no
transporte de gases respiratórios.
IIb. Leucócitos (glóbulos brancos)
São células de diferentes formas, tamanho e funções. Seu núcleo pode ser simples,
bilobado ou trilobado e seu citoplasma pode se apresentar hialino, transparente ou conter finas
granulações, cujo conteúdo varia de acordo com o tipo de leucócito. A histamina
(vasodilatadora, que participa das reações alérgicas) e heparina (anticoagulante), por exemplo,
são encontradas nos granulócitos. No que diz respeito aos agranulócitos, há dois tipos [os
linfócitos (B e T) e os monócitos]. De acordo com os tipos, os leucócitos apresentam diferentes
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funções, tais como: (a) fagocitose de elementos estranhos, inclusive bactérias; (b)
anticoagulante: (c) vasodilatadora e (d) produção de anticorpos. Os neutrófilos e os monócitos,
tipos de leucócitos, apresentam a propriedade de atravessar as paredes dos capilares
sanguíneos (diapedese) e se deslocam em diferentes tecidos, emitindo pseudópodos,
importantes na fagocitose de corpos estranhos de natureza diversa, inclusive microrganismo.
IIc. Plaquetas (trombócitos)
Fragmentos citoplasmáticos (não apresentam núcleo) que se originam na medula
óssea vermelha a partir de células denominadas
- 3 (tecido sanguíneo)
- d (Caracteriza-se por apresentar uma parte líquida, o plasma, e uma parte sólida, os
elementos figurados: hemácias, leucócitos e plaquetas. Sua principal função é de transportar
substâncias pelo corpo.)
4. TECIDO ÓSSEO
Tecido conjuntivo rígido e resistente, devido à mineralização da substância
fundamental, chamada matriz óssea. Ele é especializado, basicamente, em proteção,
sustentação, locomoção e formação de células sanguíneas. Apesar de sua rigidez e
mineralização, os ossos se constituem em peças altamente funcionais, sendo dotados de
células vivas, com importantes papeis no comportamento geral do organismo. Ele é formado
por é formado por material intercelular (matriz óssea) e por células.
I. Matriz óssea: constitui-se de substâncias inorgânicas (fosfato de cálcio, carbonato de
cálcio e fosfato de magnésio), que representam cerca de 65% e de compostos orgânicos
(colágeno e mucopolissacarídeos), com uma porcentagem de aproximadamente 35%.
II. Células ósseas: no tecido ósseo, encontramos os osteoblastos, osteócitos e os
osteoclastos.
IIa. Osteoblastos: células jovens, ramificadas, que apresentam intensa atividade metabólica.
Elas respondem pela produção da parte orgânica da matriz e também influenciam na
incorporação de minerais na matriz óssea.
IIb. Osteócitos: células adultas, com atividade metabólica reduzida, que se localizam em
lacunas denominadas osteoplastos. Nas regiões ocupadas pelas ramificações dos
osteoblastos, formam-se canalículos que permitem a comunicação entre os osteócitos e os
vasos sanguíneos, que os alimentam. Os osteócitos atuam mantendo, em níveis normais, os
constituintes minerais da matriz óssea.
IIc. Osteoclastos: células grandes e multinucleadas. Originam-se da fusão de monócitos e
atuam destruindo as áreas lesadas ou envelhecidas do osso, tornando possível a regeneração
pelos osteoblastos. Dessa forma, a remodelação óssea depende da atividade conjunta de
destruição e reconstrução, promovidas, respectivamente, pelos osteoclastos e osteoblastos. Os
osteoclastos, a exemplo dos condroclastos, presentes no tecido cartilaginoso, são ricos em
lisossomos.
- 4 (tecido ósseo)
- a (Caracteriza-se por ser um tecido rígido, especializado na sustentação do organismo, no
suporte de partes moles e na proteção de órgãos vitais. É constituído por células denominadas
de osteócitos, osteoblastos e osteoclastos e por uma matriz calcificada.)

06. (UPE–2007) Sobre tecidos vegetais, analise as afirmativas a seguir e conclua.


I II
0 0 - O colênquima é um tecido formado por células alongadas, vivas e flexíveis localizadas na
periferia de caules jovens, pecíolos e pedúnculos de flores e frutos.
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1 1 - O floema é o principal tecido responsável pela produção de papel e largamente


empregado na construção civil e na marcenaria.
2 2 - O xilema é um tecido responsável pela condução da seiva mineral. Suas células se
caracterizam pela impregnação de lignina nas suas paredes e pela presença da placa crivada.
3 3 - O parênquima é um tecido de preenchimento, cujas células se especializaram no
processo de armazenamento e/ou fotossíntese.
4 4 - Os meristemas apicais são tecidos com grande atividade mitótica, sendo responsáveis
pelo crescimento tanto em altura como em espessura.
GABARITO
VFFVF
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“O colênquima é um tecido formado por células alongadas, vivas e
flexíveis localizadas na periferia de caules jovens, pecíolos e pedúnculos de flores e frutos.”) –
VERDADEIRA
TECIDOS DE SUSTENTAÇÃO (ESTEREOMA)
Compreendem tecidos vegetais cuja finalidade corresponde à do tecido ósseo, nos
animais. O grande porte, alcançado por muitos vegetais, está associado a um sistema de
sustentação denominado estereoma, conjunto de tecidos cujas células, transformadas em
fibras, formam feixes, capazes de sustentar o caule em posição ereta. O estereoma
compreende duas variedades de tecidos: colênquima (objeto desta afirmativa) e
esclerênquima.
Colênquima: o tecido colenquimático é constituído por células alongadas, vivas,
nucleadas, cujas paredes apresentam reforços de celulose e pectina (um polissacarídeo). Por
conterem paredes não lignificadas, essas células são especialmente bem-adaptadas para o
suporte de órgãos jovens em crescimento, estando localizadas na periferia de caules jovens,
pecíolos e pedúnculos de flores e frutos. Elas formam feixes que percorrem, longitudinalmente,
o caule e suas ramificações, dispondo-se em camadas não muito profundas. Apesar de ser um
tecido de sustentação, o colênquima não dá grande rigidez à estrutura da planta, sendo
responsável pela flexibilidade e elasticidade dos caules herbáceos. Por serem vivas, as células
do colênquima podem continuar a desenvolver paredes espessadas flexíveis enquanto o órgão
está se alongando. A figura abaixo mostra o colênquima em corte transversal.

- AFIRMATIVA 1 1 (“O floema é o principal tecido responsável pela produção de papel e


largamente empregado na construção civil e na marcenaria.”) – FALSA
* O principal relacionado com as atividades acima é o xilema (ver descrição abaixo)
Nas plantas arbóreas, os vasos lenhosos recentemente produzidos pelo câmbio,
estando situados mais próximo dele e funcionalmente ativos (transportando seiva bruta das
raízes para as folhas), formam o alburno. Os mais antigos e mais distantes do câmbio,
desprovidos de atividade condutora, formam o cerne e passam a exercer uma função
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meramente mecânica ou de sustentação. No cerne, todos os elementos do lenho, inclusive as


células do parênquima lenhoso, são mortos. Nessa região, ocorre uma intensa impregnação
das células por diversas substâncias, como anti-sépticos, taninos, pigmentos, óleos, resinas,
gomas e lignina. Essas substâncias evitam a decomposição dos tecidos mortos, escurece o
cerne e o torna, por vezes, produtor de aromas característicos para cada espécie vegetal. Em
face de sua elevada resistência, o cerne é conhecido como a “parte dura da madeira”, sendo,
por isso, bastante utilizado pela indústria madereira na construção civil, bem como na produçõo
de móveis.
- Para maiores detalhes ver ALBURNO E CERNE, matéria publicada, no dia 26/09/2010, no
blog “djalmasantos.wordpress.com”.
- AFIRMATIVA 2 2 (“O xilema é um tecido responsável pela condução da seiva mineral. Suas
células se caracterizam pela impregnação de lignina nas suas paredes e pela presença da
placa crivada.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, as placas crivadas estão presentes no floema e
não no xilela.
COMPLEMENTO
- Vasos liberianos: são formados por “células vivas” especializadas, que perderam o núcleo
durante o processo de diferenciação. As membranas de separação entre as células
apresentam uma série de pequenos poros ou crivos, que comunicam o interior de uma célula,
com o interior da célula seguinte, daí sua denominação de placas crivadas (figura a seguir).
Pela mesma razão, os vasos liberianos são também denominados vasos crivados ou tubos
crivados. Os poros das placas crivadas são revestidos por um polissacarídeo (calose), que os
obstrui quando os vasos crivados ficam transitoriamente sem função. O calo obstruidor é
desfeito quando o vaso retoma sua atividade. Em associação com os vasos liberianos,
encontram-se: (a) células anexas ou companheiras, dotadas de todos os componentes
comumente encontrados nas células vivas dos vegetais, incluindo um núcleo. Elas
desempenham papel importante, como veremos mais adiante, no funcionamento e na
manutenção dos tubos crivados; (b) fibras esclerenquimatosas liberianas (com função de
sustentação); (c) parênquima liberiano, formado por células vivas que atuam no
armazenamento de substâncias diversas. O conjunto dessas estruturas toma o nome de
floema ou líber, ao longo do qual, a seiva elaborada (ou orgânica) vai sendo distribuída desde
seu local de formação (parênquimas clorofilados) até as extremidades das raízes, servindo,
naturalmente, a todo o caule. O floema é, portanto, responsável pela condução da seiva
orgânica ou elaborada, o que ocorre através dos poros existentes nas placas crivadas. O
tempo de vida relativamente longo, cerca de dois anos, das células condutoras do floema, que
são anucleadas, é assegurado pelas células companheiras (nucleadas), que fornecem aos
tubos crivados as substâncias necessárias a sua manutenção e a seu funcionamento.

- AFIRMATIVA 3 3 (“O parênquima é um tecido de preenchimento, cujas células se


especializaram no processo de armazenamento e/ou fotossíntese.”) – VERDADEIRA
PARÊNQUIMAS (TECIDOS DE SÍNTESE E DE ARMAZENAMENTO)
No que concerne aos tecidos de síntese e de armazenamento, falamos em dois tipos
básicos: o parênquima clorofilado (de síntese ou de assimilação ou clorênquima) e o
parênquima aclorofilado (de armazenamento ou de reserva ou incolor). Os parênquimas, que
se distribuem por quase todo o corpo vegetal (raízes, caules e folhas), são formados por
células vivas, dotadas de formato variável e de um grande vacúolo.
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I. Parênquimas clorofilados: destinam-se à síntese de substâncias orgânicas a partir de


inorgânicas, através da fotossíntese. São encontrados em todas as partes verdes, sendo mais
abundantes nas folhas, onde formam o mesófilo. Nas folhas, encontramos o parênquima
clorofiliano paliçádico, que é formado por células justapostas, e o parênquima clorofiliano
lacunoso (ou esponjoso), cujas células, irregulares, guardam consideráveis espaços entre si,
daí sua denominação “lacunoso”. O parênquima esponjoso promove o arejamento da folha,
ficando nele o vapor de água que os ostíolos eliminam por difusão direta.
II. Parênquimas aclorofilados: atuam na reserva de material nutritivo, tais como:
gorduras, óleos e, principalmente, carboidratos. São geralmente encontrados em órgãos que
não ficam expostos à luz, como raízes e caules subterrâneos, bem como nos frutos. Entre os
parênquimas de reservas, ressalta-se o amilífero, cujas células são dotadas de grãos de amido
(amiloplastos).
COMPLEMENTO
Outros parênquimas podem ainda ser mencionados, tais como: parênquima de
preenchimento, parênquima aerífero (ou aerênquima) e parênquima aquífero.
I. O parênquima de preenchimento atua preenchendo o espaço entre a epiderme e os tecidos
condutores das plantas. Ele forma boa parte da medula (parênquima medula) e do córtex
(parênquima cortical), dos caules e das raízes.
II. O parênquima aerífero (aerênquima) é uma variedade de tecido cujas células se dispõem de
modo a deixar, entre elas, grandes lacunas ou espaço intercelular (bolsas de ar), onde o ar se
acumula. É comum em órgãos flutuantes e em órgãos que garantem a fácil difusão de gases
(oxigênio e gás carbônico) no interior da planta adaptada a charcos e mangues, como é o caso
das raízes respiratórias e dos pecíolos das folhas do copo-de-leite. O parênquima aerífero é
encontrado, também, em certas plantas aquáticas, onde tem a função de armazenar ar nesses
vegetais, facilitando a flutuação.
III. O parênquima aquífero é especializado em armazenar água, sendo encontrado em plantas
que vivem em ambiente seco (xerófitas), como as cactáceas, típicas dos desertos e de regiões
áridas, bem como em vegetais que vivem em ambiente salino. As células são volumosas e
dotadas de vacúolo que ocupa quase todo o lume celular.
- AFIRMATIVA 4 4 (“Os meristemas apicais são tecidos com grande atividade mitótica, sendo
responsáveis pelo crescimento tanto em altura como em espessura.”) – FALSA
* O meristema apical, localizado na gema apical (ponta ou extremidade) da raiz ou do caule,
responde pelo crescimento horizontal, ou seja, pelo alongamento das plantas e não pela sua
espessura.

07. (UPE–2007) As figuras representam algumas células do nosso corpo. Analise-as e escolha
a alternativa que descreve corretamente o tipo de célula, suas características e função.

a) A figura A representa um linfócito, célula agranulocítica do sangue, responsável pela


produção de anticorpos.
b) A figura B representa um neutrófilo, célula de núcleo geralmente trilobulado e citoplasma rico
em granulações finas, cuja principal função é fagocitar microrganismos que eventualmente
invadam nosso corpo.
c) A figura C representa um fibroblasto, célula abundante no tecido epitelial, responsável pela
produção de fibras proteicas e da substância fundamental amorfa.
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d) A figura D representa um neurônio, célula nervosa, rica em prolongamentos citoplasmáticos,


que participa do processo de cicatrização do tecido nervoso.
e) A figura E representa o mastócito, célula conjuntiva, com grande capacidade de fagocitose,
importante no mecanismo de defesa, combatendo elementos estranhos ao nosso corpo.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“A figura B representa um neutrófilo, célula de núcleo geralmente trilobulado e citoplasma rico
em granulações finas, cuja principal função é fagocitar microrganismos que eventualmente
invadam nosso corpo.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“A figura A representa um linfócito, célula agranulocítica do sangue,
responsável pela produção de anticorpos.”) – INCORRETA
* A figura representa um eosinófilo e não um linfócito. Eosinófilos são granulócitos, dotados de
núcleo bilobado, que atuam fagocitando certos elementos.
- ALTERNATIVA B (“A figura B representa um neutrófilo, célula de núcleo geralmente
trilobulado e citoplasma rico em granulações finas, cuja principal função é fagocitar
microrganismos que eventualmente invadam nosso corpo.”) – CORRETA
* A figura B representa, realmente, um neutrófilo, cuja função é fagocitar elementos estranhos
ao organismo. Ele apresenta a propriedade de atravessar as paredes dos capilares sanguíneos
(diapedese) e se deslocar em diferentes tecidos, emitindo pseudópodos, importantes na
fagocitose de corpos estranhos de natureza diversa, inclusive microrganismo.
- ALTERNATIVA C (“A figura C representa um fibroblasto, célula abundante no tecido epitelial,
responsável pela produção de fibras proteicas e da substância fundamental amorfa.”) –
INCORRETA
* A figura C representa um fibrócito e não um fibroblasto.
COMPLEMENTO
- Fibroblastos: células alongadas e bastante ramificadas, sendo responsáveis pela produção
das fibras, bem como das substâncias intercelulares amorfas, notadamente os
mucopolissacarídeos, que dão certa viscosidade ao material intersticial. Apresentam grande
vacúolo, bem como retículo endoplasmático rugoso e complexo golgiense bastante
desenvolvidos. Em fase de repouso (temporário ou permanente), tomam o nome de fibrócitos,
apresentando-se menores e menos ramificadas. Quando estimuladas, como nos processos de
cicatrização, por exemplo, essas células podem desenvolver suas organelas e recuperar sua
capacidade de síntese. Dessa forma, em processo de cicatrização, pode haver transformação
de fibrócitos em fibroblastos.
- ALTERNATIVA D (“A figura D representa um neurônio, célula nervosa, rica em
prolongamentos citoplasmáticos, que participa do processo de cicatrização do tecido nervoso.”)
– INCORRETA
* A figura D representa uma micróglia e não um neurônio. A micróglia, um dos componentes
das células da glia (neuróglia), responde pela fagocitose no sistema nervoso. Atua, portanto, na
defesa desse sistema.
- ALTERNATIVA E (“A figura E representa o mastócito, célula conjuntiva, com grande
capacidade de fagocitose, importante no mecanismo de defesa, combatendo elementos
estranhos ao nosso corpo.”) – INCORRETA
* A figura E representa o macrófago e não o mastócito.
COMPLEMENTO
I. Macrófagos: são células fagocitárias, ricas em lisossomos e pertencentes ao sistema de
defesa do organismo. Originam-se dos monócitos, glóbulos brancos que atravessam os
capilares sanguíneos e, através de movimentos ameboides, deslocam-se ao longo do tecido
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conjuntivo, promovendo o englobamento e a destruição de partículas estranhas que penetram


no tecido, inclusive bactérias e vírus. Os macrófagos também fagocitam e destroem fragmentos
de células mortas, quando ocorrem lesões numa parte do corpo, bem como participam da
redução do volume do útero após o parto. Eles também identificam substâncias potencialmente
perigosas para o organismo, alertando o sistema de defesa do corpo. Quando no estado
inativo, permanecem fixas, retraem seus pseudópodos, tomam aspecto ovoide e são
denominadas histiócitos.
II. Mastócitos: células grandes, globosas ou ovoides, com núcleo esférico e central e
citoplasma granuloso. Esses grânulos contêm heparina e histamina. A heparina é um
anticoagulante fisiológico produzido por essas células. A histamina é uma substância liberada
em reações alérgicas e inflamatórias, sendo importante na dilatação e no aumento da
permeabilidade dos vasos sanguíneos.

08. (UPE–2008) O tecido conjuntivo possui três fibras colágenas, reticulares e elásticas. Sobre
elas, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.
a) As fibras colágenas são constituídas da proteína colágeno, polimerizada fora das células, a
partir do tropocolágeno sintetizado pelos macrófagos.
b) Quanto maior a quantidade de colágeno nos tecidos, maior a elasticidade, como por
exemplo, nos tendões, o colágeno distribui-se em uma só direção, enquanto, no cordão
umbilical, formam uma malha difusa entre as células do tecido.
c) Os pulmões são órgãos facilmente sujeitos a expansões de volume, pois são ricos em fibras
elásticas, constituídas por elastina, proteína cuja principal função é dar elasticidade aos locais
onde se encontram.
d) As células de certos órgãos como o baço e os rins são envolvidas por uma trama de
sustentação constituída de fibras reticulares cujo principal componente é a elastina, uma
escleroproteína.
e) As fibras colágenas assim como as elásticas são constituídas de microfibrilas de colágeno
que se unem formando as fibrilas de colágeno, e estas se unem, formando as fibras de
colágeno.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Os pulmões são órgãos facilmente sujeitos a expansões de volume, pois são ricos em fibras
elásticas, constituídas por elastina, proteína cuja principal função é dar elasticidade aos locais
onde se encontram.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA A (“As fibras colágenas são constituídas da proteína colágeno, polimerizada
fora das células, a partir do tropocolágeno sintetizado pelos macrófagos.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, as fibras colágenas são produzidas pelos
fibroblastos e não pelos macrófagos.
COMPLEMENTO
I. Fibroblastos: células alongadas e bastante ramificadas, sendo responsáveis pela
produção das fibras, bem como das substâncias intercelulares amorfas, notadamente os
mucopolissacarídeos, que dão certa viscosidade ao material intersticial. São as células mais
típicas e numerosas do tecido conjuntivo frouxo (tecido conjuntivo típico), apresentando grande
vacúolo, bem como retículo endoplasmático rugoso e complexo golgiense bastante
desenvolvidos.
II. Macrófagos: são células fagocitárias, ricas em lisossomos e pertencentes ao sistema de
defesa do organismo. Originam-se dos monócitos, glóbulos brancos que atravessam os
capilares sanguíneos e, através de movimentos ameboides, deslocam-se ao longo do tecido
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conjuntivo, promovendo o englobamento e a destruição de partículas estranhas que penetram


no tecido, inclusive bactérias e vírus. Os macrófagos também fagocitam e destroem fragmentos
de células mortas, quando ocorrem lesões numa parte do corpo, bem como participam da
redução do volume do útero após o parto. Eles também identificam substâncias potencialmente
perigosas para o organismo, alertando o sistema de defesa do corpo. Quando no estado
inativo, permanecem fixas, retraem seus pseudópodos, tomam aspecto ovoide e são
denominadas histiócitos.
- AFIRMATIVA B (“Quanto maior a quantidade de colágeno nos tecidos, maior a elasticidade,
como por exemplo, nos tendões, o colágeno distribui-se em uma só direção, enquanto, no
cordão umbilical, formam uma malha difusa entre as células do tecido.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, quanto maior a quantidade de colágeno nos
tecidos, menor a elasticidade.
- AFIRMATIVA C (“Os pulmões são órgãos facilmente sujeitos a expansões de volume, pois
são ricos em fibras elásticas, constituídas por elastina, proteína cuja principal função é dar
elasticidade aos locais onde se encontram.”) – CORRETA
* As fibras elásticas, constituída de elastina (proteína amorfa) e microfibrilas (filamento
glicoproteico, contendo, principalmente, fibrilina), confere à estrutura que a possui uma elevada
elasticidade, que é pedida à medida que essas fibras envelhecem. São encontradas nos
pulões, na coluna vertebral, na pele, na parede dos vasos sanguíneos, no útero etc.
- AFIRMATIVA D (“As células de certos órgãos como o baço e os rins são envolvidas por uma
trama de sustentação constituída de fibras reticulares cujo principal componente é a elastina,
uma escleroproteína.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o principal componente das fibras reticulares e o
colágeno tipo III. Sua denominação se deve fato de elas se entrelaçarem, formando um
retículo. As fibras reticulares podem ser encontradas, de uma maneira geral, formando uma
rede de sustentação para certos órgãos, como o baço e o fígado.
- AFIRMATIVA E (“As fibras colágenas assim como as elásticas são constituídas de
microfibrilas de colágeno que se unem formando as fibrilas de colágeno, e estas se unem,
formando as fibras de colágeno.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, as fibras elásticas são constituída de elastina
(proteína amorfa) e microfibrilas (filamento glicoproteico, contendo, principalmente, fibrilina),
como vimos na afirmativa C.

09. (UPE–2008) Em uma aula de microscopia, um aluno recebeu cinco lâminas para descrição
e identificação do tecido correspondente a cada material. Posteriormente, fez suas anotações
em cinco fichas que são transcritas abaixo.

Analise a alternativa que descreve corretamente o tecido da lâmina.


a) I - Camada única de células achatadas e delgadas, revestindo o interior dos vasos
sanguíneos: endotélio.
b) II - Fibras de colágeno orientadas em uma direção (derme) ou em várias direções (tendões e
ligamentos): tecido conjuntivo denso.
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c) III - Quantidade abundante de fibras colágenas, presentes nos discos intervertebrais:


cartilagem elástica.
d) IV - Uma única camada de células, apresentando alturas diferentes, revestindo a bexiga
urinária: músculo liso.
e) V - Células com vários núcleos periféricos e com estrias transversais: tecido muscular
estriado cardíaco.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“I - Camada única de células achatadas e delgadas, revestindo o interior dos vasos
sanguíneos: endotélio.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“I - Camada única de células achatadas e delgadas, revestindo o interior
dos vasos sanguíneos: endotélio.”) – CORRETA
* A lâmina I se refere a um tecido epitelial pavimentoso simples. Como exemplo desse tipo de
tecido, citamos o endotélio dos vasos sanguíneos e linfáticos; revestimento dos alvéolos
pulmonares e mesotélio das serosas (pleura, pericárdio e peritônio). Ressaltamos que o epitélio
pavimentoso simples favorece a difusão de diversas substâncias (nutrientes, gases, água,
etc.), sendo, portanto, o caso dos capilares sanguíneos (figura abaixo), cuja parede é formada
por uma camada única de células endoteliais.

- ALTERNATIVA B (“II - Fibras de colágeno orientadas em uma direção (derme) ou em várias


direções (tendões e ligamentos): tecido conjuntivo denso.”) – INCORRETA
* Incorreções desta alternativa
I. A derme é um tecido conjuntivo denso não modelado ou fibroso. Nesse tecido (figura a
seguir) as fibras estão dispostas em feixes que não apresentam orientação determinada. Ele
apresenta uma consistência fibrosa, resistente à tração em todas as direções. Esse tecido é
encontrado na derme; nas cápsulas articulares; nas cápsulas envoltórias de diversos órgãos
internos, como os rins, os testículos, o fígado e o baço; no periósteo (camada fibrosa que
envolve os ossos) e no pericôndrio (camada fibrosa que envolve as cartilagens). A
denominação “não modelado” se deve ao fato de ele não ter forma própria, amoldando-se aos
órgãos que reveste.

II. Os tendões e os ligamentos (figura abaixo) são formados por tecido conjuntivo denso
modelado ou tendinoso. Esse tecido possui fibras orientadas paralelamente, o que o torna
bastante resistente, mas pouco elástico. Ele forma os tendões, que ligam as extremidades dos
músculos esqueléticos aos ossos, e os ligamentos, que unem os ossos entre si, dando
estabilidade às articulações. Os tendões podem ser facilmente notados nos pulsos e nos
tornozelos.
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Um exemplo clássico de tendão (figura a seguir) é o tendão de Aquiles (tendão


calcâneo) que faz a inserção dos músculos gastrocnêmicos (“barriga da perna”) ao osso
calcâneo (do calcanhar).

- ALTERNATIVA C (“III - Quantidade abundante de fibras colágenas, presentes nos discos


intervertebrais: cartilagem elástica.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a cartilagem elástica não está presente nos
discos intervertebrais (ver complemento abaixo).
COMPLEMENTO
Tipos de cartilagem:
I. Cartilagem hialina: nessa cartilagem, há predomínio de substância intercelular e uma
quantidade moderada de fibras colágenas. É a cartilagem mais comum, sendo encontrada
recobrindo as superfícies articulares dos ossos longos, nas cartilagens costais (costelas), no
nariz, na laringe, nos anéis da traqueia, nos brônquios e ligando as costelas ao esterno. No
feto, a cartilagem hialina é muito abundante, pois o esqueleto é inicialmente formado por esse
tecido, que posteriormente é substituído pelo tecido ósseo.
II. Cartilagem elástica: difere da hialina pela presença, em grande número, de fibras elásticas
entrelaçadas, que aparecem como uma densa rede de filamentos ramificados. Essas fibras
conferem a essa cartilagem certa elasticidade. Ela é encontrada no pavimento auditivo, na
trompa de Eustáquio (tuba auditiva), no septo nasal e na epiglote.
III. Cartilagem fibrosa: também denominada fibrocartilagem, apresenta grande quantidade de
fibras colágenas, sendo a mais resistente das três. Essas fibras se dispõem em espessos
feixes, delimitando entre si pequenos territórios ocupados pelos condrócitos. Essa cartilagem
estabelece a conexão dos dois púbis (sínfise pubiana), na região ventral da bacia; forma alguns
ligamentos das cabeças de ossos longos, como o fêmur e o úmero e forma os discos
intervertebrais. Esses discos têm por função separar uma vértebra da outra, evitando o atrito e
amortecendo os choques transmitidos à coluna durante atividades como caminhar, correr, etc.
- ALTERNATIVA D (“IV - Uma única camada de células, apresentando alturas diferentes,
revestindo a bexiga urinária: músculo liso.”) – INCORRETA
* Uma camada de células, apresentando alturas diferentes caracteriza o epitélio
pseudoestratificado e o epitélio que reveste a bexiga urinária é do tipo misto ou de transição
(ver complemento a seguir).
COMPLEMENTO
I. Epitelial pseudoestratificado: formado por uma só camada de células de alturas
diferentes, dando a impressão de que existem várias camadas. Como exemplo típico, citamos
o epitélio que reveste a luz da traqueia, que é formado por células cilíndricas dotadas de cílios
na sua superfície, daí sua denominação: epitélio pseudoestratificado ciliado.
II. Epitélio misto ou de transição: formado por várias camadas de células, cuja forma
varia de acordo com a contração ou distensão do órgão onde ocorre. Essa propriedade justifica
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sua presença em compartimentos ocos, sujeitos a expansões frequentes, como a bexiga


urinária.
- ALTERNATIVA E (“V - Células com vários núcleos periféricos e com estrias transversais:
tecido muscular estriado cardíaco.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o tecido estriado cardíaco possui miócitos
(células musculares) com um ou dois núcleos centrais e não vários núcleos periféricos, sendo
este o caso do músculo estriado esquelético.

10. (UPE-2009) As figuras abaixo descrevem tecidos do nosso corpo. Analise-as.

Assinale a alternativa que contém a descrição correta de um deles.


a) 1 – tecido adiposo – é uma variedade de tecido conjuntivo, constituído de adipócitos, que
são células de citoplasma volumoso, sendo este ocupado por gordura. Tem ampla distribuição
subcutânea e exerce as funções de reserva de energia, proteção contra choques mecânicos e
isolamento térmico.
b) 2 – tecido epitelial pseudoestratificado cilíndrico com cílios - é formado por várias camadas
de células de forma cilíndrica e encontrado na traqueia e nos rins; sua função é revestimento e
proteção.
c) 3 – tecido muscular estriado esquelético – é formado por miócitos, células longas e
fusiformes, com 1 ou 2 núcleos; no sarcoplasma, os miofilamentos se organizam em estrias.
Sua contração é lenta, rítmica e vigorosa.
d) 4 – tecido sanguíneo representado, na figura, por hemácias e neutrófilos. As hemácias são
nucleadas e ricas em hemoglobina, transportam o oxigênio, enquanto os neutrófilos são
responsáveis pela defesa do nosso corpo através da síntese de anticorpos.
e) 5 – tecido ósseo – constituído de condrócitos e condroblastos, células que ficam encerradas
na matriz extracelular, rica em fibras e fosfato de cálcio. Sua função é sustentação.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“1 – tecido adiposo – é uma variedade de tecido conjuntivo, constituído de adipócitos, que são
células de citoplasma volumoso, sendo este ocupado por gordura. Tem ampla distribuição
subcutânea e exerce as funções de reserva de energia, proteção contra choques mecânicos e
isolamento térmico.”)
JUSTIFIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“1 – tecido adiposo – é uma variedade de tecido conjuntivo, constituído de
adipócitos, que são células de citoplasma volumoso, sendo este ocupado por gordura. Tem
ampla distribuição subcutânea e exerce as funções de reserva de energia, proteção contra
choques mecânicos e isolamento térmico.”) – CORRETA
- TECIDO ADIPOSO
Adiposo é um tipo especial de tecido conjuntivo, constituído de adipócitos (células
adiposas). Essas células, que são arredondas, acumulam grande quantidade de gordura,
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apresentando praticamente todo o seu citoplasma ocupado por essa substância de reserva
(figura a seguir).

Além de atuar como tecido de reserva, o tecido adiposo sintetiza lipídios e os mobiliza
regularmente ou mais intensamente quando o organismo, devido a uma redução de
carboidratos disponíveis, tem maior necessidade de energia. O tecido adiposo responde pela
formação do tecido subcutâneo ou “hipoderme” e está presente ao redor de alguns órgãos
como rins e coração, bem como na medula amarela (tutano) que preenche a cavidade central
dos ossos longos. Ele se encontra também em espaços entre outros tecidos e nas articulações.
Nestas, além de atuar amortecendo choques mecânicos, ele as lubrifica, reduzindo o atrito
entre os ossos. Dentre as funções do tecido adiposo, podemos destacar, dentre outras: reserva
energética; isolamento térmico e amortecedor de choques mecânicos, sendo este o caso da
sola dos pés, palma das mãos e especialmente das articulações, onde a gordura funciona,
também, como lubrificante.
- ALTERNATIVA B (“2 – tecido epitelial pseudoestratificado cilíndrico com cílios - é formado por
várias camadas de células de forma cilíndrica e encontrado na traqueia e nos rins; sua função
é revestimento e proteção.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o tecido epitelial pseudoestratificado é formado
por uma só camada de células de alturas diferentes, dando a impressão de que existem várias
camadas. Como exemplo típico, citamos o epitélio que reveste a luz da traqueia, que é formado
por células cilíndricas dotadas de cílios na sua superfície, daí sua denominação: epitélio
pseudoestratificado ciliado.
- ALTERNATIVA C (“3 – tecido muscular estriado esquelético – é formado por miócitos, células
longas e fusiformes, com 1 ou 2 núcleos; no sarcoplasma, os miofilamentos se organizam em
estrias. Sua contração é lenta, rítmica e vigorosa.”) – INCORRETA
* Incorreções desta afirmativa
I. Células cilíndricas.
2. Vários núcleos periféricos.
2. Contração rápida.
- ALTERNATIVA D (“4 – tecido sanguíneo representado, na figura, por hemácias e neutrófilos.
As hemácias são nucleadas e ricas em hemoglobina, transportam o oxigênio, enquanto os
neutrófilos são responsáveis pela defesa do nosso corpo através da síntese de anticorpos.”) –
INCORRETA
- ELEMENTOS FIGURADOS DO SANGUE
I. Hemácias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos)
Nos seres humanos elas são enucleadas, discoides, bicôncavas, repletas de
hemoglobina (pigmento vermelho que possui ferro em sua molécula) e especializadas no
transporte de gases respiratórios.
II. Leucócitos (glóbulos brancos)
São células de diferentes formas, tamanho e funções. Seu núcleo pode ser simples,
bilobado ou trilobado e seu citoplasma pode se apresentar hialino, transparente ou conter finas
granulações, cujo conteúdo varia de acordo com o tipo de leucócito. A histamina
(vasodilatadora, que participa das reações alérgicas) e heparina (anticoagulante), por exemplo,
são encontradas nos granulócitos. No que diz respeito aos agranulócitos, há dois tipos [os
linfócitos (B e T) e os monócitos]. De acordo com os tipos, os leucócitos apresentam diferentes
funções, tais como: (a) fagocitose de elementos estranhos, inclusive bactérias; (b)
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anticoagulante: (c) vasodilatadora e (d) produção de anticorpos. Os neutrófilos e os monócitos,


tipos de leucócitos, apresentam a propriedade de atravessar as paredes dos capilares
sanguíneos (diapedese) e se deslocam em diferentes tecidos, emitindo pseudópodos,
importantes na fagocitose de corpos estranhos de natureza diversa, inclusive microrganismo.
III. Plaquetas (trombócitos)
Fragmentos citoplasmáticos (não apresentam núcleo) que se originam na medula
óssea vermelha a partir de células denominadas
* Incorreções desta afirmativa
I. Nos seres humanos, as hemácias são enucleadas.
II. Os neutrófilos atuam na defesa do organismo através de fagocitose.
COMPLEMENTO
Plasmócitos: são ovoides, menores que os macrófagos e apresentam retículo
endoplasmático rugoso e complexo de Golgi, bastante desenvolvidos. São pouco numerosos
no tecido conjuntivo normal e abundantes em locais sujeitos à penetração de bactérias, como a
pele e o intestino, bem como onde existem lesões crônicas. Os plasmócitos são responsáveis
pela síntese de anticorpos, participando, portanto, dos processos de defesa do organismo.
Originam-se do linfócito B, que atravessa os capilares sanguíneos e, no tecido conjuntivo,
formam os plasmócitos.
- ALTERNATIVA E (“5 – tecido ósseo – constituído de condrócitos e condroblastos, células que
ficam encerradas na matriz extracelular, rica em fibras e fosfato de cálcio. Sua função é
sustentação.”) – INCORRETA
- TECIDO ÓSSEO
Tecido conjuntivo rígido e resistente, devido à mineralização da substância
fundamental, chamada matriz óssea. Ele é especializado, basicamente, em proteção,
sustentação, locomoção e formação de células sanguíneas. Apesar de sua rigidez e
mineralização, os ossos se constituem em peças altamente funcionais, sendo dotados de
células vivas, com importantes papeis no comportamento geral do organismo.
I. Componentes do tecido ósseo: o tecido ósseo é formado por material intercelular
(matriz óssea) e por células.
Ia. Matriz óssea: constitui-se de substâncias inorgânicas (fosfato de cálcio, carbonato de cálcio
e fosfato de magnésio), que representam cerca de 65% e de compostos orgânicos (colágeno e
mucopolissacarídeos), com uma porcentagem de aproximadamente 35%.
Ib. Células ósseas: no tecido ósseo, encontramos os osteoblastos, osteócitos e os
osteoclastos.
1. Osteoblastos: células jovens, ramificadas, que apresentam intensa atividade metabólica.
Elas respondem pela produção da parte orgânica da matriz e também influenciam na
incorporação de minerais na matriz óssea.
2. Osteócitos: células adultas, com atividade metabólica reduzida, que se localizam em
lacunas denominadas osteoplastos. Nas regiões ocupadas pelas ramificações dos
osteoblastos, formam-se canalículos que permitem a comunicação entre os osteócitos e os
vasos sanguíneos, que os alimentam. Os osteócitos atuam mantendo, em níveis normais, os
constituintes minerais da matriz óssea.
3. Osteoclastos: células grandes e multinucleadas. Originam-se da fusão de monócitos e
atuam destruindo as áreas lesadas ou envelhecidas do osso, tornando possível a regeneração
pelos osteoblastos. Dessa forma, a remodelação óssea depende da atividade conjunta de
destruição e reconstrução, promovidas, respectivamente, pelos osteoclastos e osteoblastos. Os
osteoclastos, a exemplo dos condroclastos, presentes no tecido cartilaginoso, são ricos em
lisossomos.
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* Como se pode constatar da descrição acima, o tecido ósseo não possui condrócitos nem
condroblastos e sim osteoblastos e osteócitos.
* Condrócitos e condroblastos são encontrados no tecido cartilaginoso. Os condroblastos são
responsáveis pela produção das proteínas da matriz cartilaginosa e os condrócitos mantêm a
matriz cartilaginosa.

11. (UPE-2009) Faça a associação entre as três colunas da tabela abaixo.

TECIDO CARACTERÍSTICAS TIPOS CELULARES


1. Substância intercelular reduzida.
I. Cartilaginoso Função de armazenamento e A. Adipócitos.
isolamento térmico.
2. É avascular. Matriz extracelular B. Osteócitos e
II. Ósseo
com fibras colágenas. osteoblastos.
3. Tipo de tecido conjuntivo com C. Fibrócitos e
III. Conjuntivo Frouxo
grande capacidade de regeneração. fibroblastos.
4. Abundante substância intercelular.
D. Condrócitos e
IV. Adiposo Tem função de defesa, sustentação
condroblastos.
de órgãos e cicatrização.

Assinale a alternativa que apresenta a associação correta.


a) I-1-B; II-4-D; III-3-C; IV-2-A.
b) I-2-D; II-3-B; III-4-C; IV-1-A.
c) I-4-C; II-2-B; III-3-D; IV-1-A.
d) I-3-D; II-1-B; III-4-A; IV-2-C.
e) I-4-A; II-3-C; III-1-B; IV-2-D.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I-2-D; II-3-B; III-4-C; IV-1-A.”)
JUSTIFICATIVA
I. CARTILAGINOSO
Ia. Características gerais
Forma o esqueleto de alguns vertebrados, como os cações, tubarões e raias,
conhecidos como peixes cartilaginosos. Os demais vertebrados, inclusive o homem,
apresentam esqueleto cartilaginoso apenas durante o estágio embrionário. À medida que o
embrião amadurece, as cartilagens são substituídas por ossos. Todos os vertebrados,
entretanto, retêm cartilagem em algumas partes do corpo. Na espécie humana, por exemplo,
existem cartilagens que sustentam o nariz, as orelhas, a traqueia e os brônquios (figura a
seguir). Há, também, cartilagens que revestem as extremidades dos ossos que se articulam,
permitindo o deslizamento de um osso sobre outro durante a movimentação, bem como nos
discos cartilaginosos entre as vértebras, que amortecem o impacto dos movimentos sobre a
coluna vertebral. O tecido cartilaginoso é desprovido de vasos sanguíneos, vasos linfáticos e
nervos. Sua nutrição é feita pelo pericôndrio, tecido conjuntivo denso não modelado que
envolve a cartilagem. Apresenta uma matriz formada, principalmente, por fibras colágenas e
por uma substância mucopolissacarídica, denominada condrina. Todo esse material intercelular
é produzido e secretado por células denominadas condroblastos.
Ib. Funções
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As funções básicas desse tecido são: (a) sustentação e amortecimento contra choques
mecânicos, sendo resistente a trações e a atritos; (b) revestimento de superfícies articulares,
facilitando os movimentos e (c) modelagem de algumas estruturas do corpo.
Ic. Células
No tecido cartilaginoso, encontramos três tipos de células: (1) condroblastos,
responsáveis pela produção das proteínas da matriz cartilaginosa; (2) condrócitos, que mantêm
a matriz cartilaginosa e (3) condroclastos, células ricas em lisossomos, cujas enzimas
proteolíticas digerem e remodelam a matriz cartilaginosa, permitindo a renovação e a
substituição tecidual.
- TECIDO CARTILAGINOSO - I
- CARACTERÍSTICAS: Avascular e matriz extracelular com fibras colágenas (ver Ia.
Características gerais) - 2
- TIPOS CELULARES: Condrócitos e condroblastos. (ver Ic. Células) - D
* I-2-D
II. ÓSSEO
IIa. Características gerais
Tecido conjuntivo rígido e resistente, devido à mineralização da substância
fundamental, chamada matriz óssea. É muito mais rígido e resistente que o tecido cartilaginoso
e atua como o principal formador dos ossos. Apesar de sua rigidez e mineralização, os ossos
se constituem em peças altamente funcionais, sendo dotados de células vivas, com
importantes papeis no comportamento geral do organismo.
IIb. Funções
Especializado, basicamente, em proteção, sustentação, locomoção e formação de
células sanguíneas.
IIc. Células
No tecido ósseo, encontramos os osteoblastos, osteócitos e os osteoclastos.
1. Osteoblastos: células jovens, ramificadas, que apresentam intensa atividade metabólica.
Elas respondem pela produção da parte orgânica da matriz e também influenciam na
incorporação de minerais na matriz óssea.
2. Osteócitos: células adultas, com atividade metabólica reduzida, que se localizam em
lacunas denominadas osteoplastos. Os osteócitos atuam mantendo, em níveis normais, os
constituintes minerais da matriz óssea.
3. Osteoclastos: células grandes e multinucleadas. Originam-se da fusão de monócitos e
atuam destruindo as áreas lesadas ou envelhecidas do osso, tornando possível a regeneração
pelos osteoblastos. Dessa forma, a remodelação óssea depende da atividade conjunta de
destruição e reconstrução, promovidas, respectivamente, pelos osteoclastos e osteoblastos. Os
osteoclastos, a exemplo dos condroclastos, presentes no tecido cartilaginoso, são ricos em
lisossomos.
- TECIDO ÓSSEO - II
- CARACTERÍSTICAS: Tipo de tecido conjuntivo {ver IIa. (Características gerais) e com
grande capacidade de regeneração [ver IIc. Células (3. Osteoclasto)]} - 3
- TIPOS CELULARES: Osteócitos e osteoblastos (ver IIc. Células) - B
* II-3-B
III. CONJUNTIVO FROUXO
IIIa. Características gerais
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Tecido de maior distribuição no organismo, sendo considerado o tecido conjuntivo


típico. Ele preenche espaços não ocupados por outros tecidos; apoia e nutre células epiteliais;
envolve nervos, músculos, vasos sanguíneos e vasos linfáticos; faz parte da estrutura de
muitos órgãos e desempenha importante função no isolamento de infecções localizadas e nos
processos de cicatrização. O nome desse tecido se deve ao fato de suas fibras se encontrarem
frouxamente distribuídas na matriz extracelular. Nele, encontram-se os três tipos de fibras, sem
haver um predomínio significativo de uma sobre a outra.
IIIb. Funções
Dentre as funções desse tecido, destacamos: (a) preenchimento de espaço; (b) apoio e
nutrição de células epiteliais; (c) envolvimento de nervos, músculos e vasos (sanguíneos e
linfáticos); (d) cicatrização; (e) fagocitose; (f) síntese de anticorpos; (g) anticoagulação; (h)
vasodilatação; etc.
IIIc. Células
No tecido conjuntivo frouxo, há vários tipos de células (figura abaixo): fibroblastos,
macrófagos, mastócitos, plasmócitos, adipócitos (células adiposas), leucócitos e células
mesenquimatosas indiferenciadas.

1. Fibroblastos: células alongadas e bastante ramificadas, sendo responsáveis pela produção


das fibras, bem como das substâncias intercelulares amorfas, notadamente os
mucopolissacarídeos, que dão certa viscosidade ao material intersticial. São as células mais
típicas e numerosas desse tecido, apresentando grande vacúolo, bem como retículo
endoplasmático rugoso e complexo golgiense bastante desenvolvidos. Em fase de repouso
(temporário ou permanente), tomam o nome de fibrócitos, apresentando-se menores e menos
ramificadas. Quando estimuladas, como nos processos de cicatrização, por exemplo, essas
células podem desenvolver suas organelas e recuperar sua capacidade de síntese. Dessa
forma, em processo de cicatrização, pode haver transformação de fibrócitos em fibroblastos.
2. Macrófagos: são células fagocitárias, ricas em lisossomos e pertencentes ao sistema de
defesa do organismo. Originam-se dos monócitos, glóbulos brancos que atravessam os
capilares sanguíneos e, através de movimentos ameboides, deslocam-se ao longo do tecido
conjuntivo, promovendo o englobamento e a destruição de partículas estranhas que penetram
no tecido, inclusive bactérias e vírus. Os macrófagos também fagocitam e destroem fragmentos
de células mortas, quando ocorrem lesões numa parte do corpo, bem como participam da
redução do volume do útero após o parto. Eles também identificam substâncias potencialmente
perigosas para o organismo, alertando o sistema de defesa do corpo. Depois dos fibroblastos,
são as células mais frequentes do tecido conjuntivo frouxo. Quando no estado inativo,
permanecem fixas, retraem seus pseudópodos, tomam aspecto ovoide e são denominadas
histiócitos. Monócitos, macrófagos e histiócitos constituem, na realidade, formas diferentes de
um mesmo tipo de célula.
3. Mastócitos: células grandes, globosas ou ovoides, com núcleo esférico e central e
citoplasma granuloso. Esses grânulos contêm heparina e histamina. A heparina é um
anticoagulante fisiológico produzido por essas células. A histamina é uma substância liberada
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em reações alérgicas e inflamatórias, sendo importante na dilatação e no aumento da


permeabilidade dos vasos sanguíneos.
4. Plasmócitos: são ovoides, menores que os macrófagos e apresentam retículo
endoplasmático rugoso e complexo de Golgi, bastante desenvolvidos. São pouco numerosos
no tecido conjuntivo normal e abundantes em locais sujeitos à penetração de bactérias, como a
pele e o intestino, bem como onde existem lesões crônicas. Os plasmócitos são responsáveis
pela síntese de anticorpos, participando, portanto, dos processos de defesa do organismo.
Originam-se do linfócito B, que atravessa os capilares sanguíneos e, no tecido conjuntivo,
formam os plasmócitos.
5. Adipócitos (células adiposas): são células arredondadas que acumulam grande
quantidade de gordura, apresentando praticamente todo o seu citoplasma ocupado por essa
substância de reserva. As “gorduras” armazenadas nessas células são principalmente
triglicérides, ácidos graxos e glicerol. Os adipócitos podem se apresentar isolados ou em
pequenos grupos nos tecidos conjuntivos frouxos, bem como agrupados em grande número,
formando o tecido adiposo.
6. Leucócitos: glóbulos brancos do sangue que deixam os vasos sanguíneos, através de um
processo chamado diapedese e penetram em outros tipos de tecido conjuntivo,
particularmente, em áreas infectadas. Os leucócitos são importantes no mecanismo de defesa
do organismo.
7. Células mesenquimatosas indiferenciadas: presentes no tecido conjuntivo dos adultos
derivam do mesoderma embrionário e são capazes de formar outras células (fibroblastos,
adipócitos, condroblastos, osteoblastos, etc.) desse tecido. Elas possuem, portanto, a função
de fornecer ao tecido conjuntivo os tipos celulares específicos de acordo com a necessidade do
organismo.
- TECIDO CONJUNTIVO FROUXO - III
- CARACTERÍSTICAS: Abundante substância intercelular [ver IIIa. Características gerais (“
... se encontrarem frouxamente distribuídas na matriz extracelular. ... )]. Tem função de defesa,
sustentação de órgãos e cicatrização (ver IIIb. Funções) - 4
- TIPOS CELULARES: Fibrócitos e fibroblastos (ver IIIc. Células) - C
* III-4-C
IV. ADIPOSO
IVa. Características gerais
Tipo especial de tecido conjuntivo, com reduzida substância intercelular, que se
apresenta envolvido por tecido conjuntivo frouxo, onde se localizam os vasos sanguíneos,
responsáveis por sua nutrição. Além de atuar como tecido de reserva, o tecido adiposo,
conhecido vulgarmente como toucinho, sintetiza lipídios e os mobiliza regularmente ou mais
intensamente quando o organismo, devido a uma redução de carboidratos disponíveis, tem
maior necessidade de energia. Esse tecido responde pela formação do tecido subcutâneo ou
“hipoderme” e está presente ao redor de alguns órgãos como rins e coração, bem como na
medula amarela (tutano), que preenche a cavidade central dos ossos longos. Ele se encontra,
também, em espaços entre outros tecidos e nas articulações. Nestas, além de atuar
amortecendo choques mecânicos, ele as lubrifica, reduzindo o atrito entre os ossos.
IVb. Funções
Dentre as funções do tecido adiposo, podemos destacar, dentre outras: reserva
energética; isolamento térmico e amortecedor de choques mecânicos, sendo este o caso da
sola dos pés, palma das mãos e especialmente das articulações, onde a gordura funciona,
também, como lubrificante.
IVc. Células
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No tecido adiposo existe grande quantidade de adipócitos (células adiposas).


- TECIDO ADIPOSO – IV
- CARACTERÍSTICAS: Substância intercelular reduzida (ver IVa. Características gerais).
Função de armazenamento e isolamento térmico (ver IVb. Funções) - 1
- TIPOS CELULARES: Adipócitos (ver IVc. Células) - A
* IV-1-A
- ALTERNATIVA CORRETA: B (“I-2-D; II-3-B; III-4-C; IV-1-A.”)

12. (UPE-2010) Uma planta vascularizada cresceu por ação hormonal. Depois de adulta,
sofreu podação, ou seja, os seus galhos foram cortados. Entretanto o seu caule e as suas
folhas voltaram a crescer. O crescimento longitudinal e transversal num vegetal ocorre graças à
ação do tecido:
a) Meristemático.
b) Parenquimatoso.
c) De sustentação.
d) De revestimento e transporte.
e) De proteção
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Meristemático.”)
TECIDOS MERISTEMÁTICOS
São responsáveis pela formação de todos os tecidos da planta, sendo constituídos por
células indiferenciadas, possuidoras de uma elevada capacidade de reprodução (grande
potencial mitótico). Em termos gerais, suas células são pequenas; dotadas de parede celular
delgada; citoplasma abundante; numerosos vacúolos pequenos, que às vezes não são
facilmente visíveis no interior da célula e núcleo grande, situado na região central da célula. A
multiplicação das células meristemáticas está diretamente relacionada com a ação de
substâncias especialmente produzidas nos meristemas, que são os hormônios vegetais ou
fitormônios. Podemos distinguir, em uma planta, dois tipos básicos de meristema, denominados
meristemas primário e secundário.
I. Meristema primário: começa a se desenvolver muito cedo, ainda no embrião ou
plântula. Da proliferação de suas células, resultará o crescimento longitudinal (em extensão)
dos caules e das raízes, que é conhecido como crescimento primário. Esse meristema se
localiza na região apical dos caules e na região subapical das raízes. Através da diferenciação
celular, as células meristemáticas primárias originam outros tipos de célula, fazendo com que
surjam os diversos tecidos do caule e da raiz. O meristema primário compreende a protoderme,
o meristema fundamental, o procâmbio e o caliptrogênio.
II. Meristema secundário: resulta de uma desdiferenciação celular (as células adultas
readquirem a atividade embrionária). Ele é responsável pelo crescimento em espessura das
plantas, conhecido como crescimento secundário. O meristema secundário compreende o
câmbio vascular e o felogênio (câmbio da casca ou súber da casca).

13. (UPE-2010) Observe a figura.


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I. Presença de nítida polaridade, um polo voltado para a superfície livre da célula – o polo
apical, e outro polo, para o tecido subjacente, o polo basal.
II. Células com cílios, projeções da membrana plasmática que promovem a expulsão de
partículas estranhas.
III. Não possui vasos sanguíneos, recebe oxigênio e nutrientes a partir de capilares do tecido
próximo.
IV. As células são perfeitamente ajustadas, unidas umas às outras por pouca substância
intercelular.
Observando a figura e as características oferecidas, certo aluno concluiu que se tratava do
tecido______________.
Assinale a alternativa que completa, corretamente, a lacuna.
a) Adiposo.
b) Cartilaginoso.
c) Epitelial.
d) Nervoso.
d) Conjuntivo.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Epitelial.”)
JUSTIFICATIVA
* As características a seguir, presentes no tecido epitelial, justifica a veracidade da alternativa
C.
I. Lâmina basal: qualquer que seja o epitélio, ele está sempre apoiado sobre tecido
conjuntivo (lâmina própria), que, entretanto, não está em contato direto com as células
epiteliais. Essas células estão separadas do tecido conjuntivo por uma estrutura de origem
epitelial, denominada membrana basal (lâmina basal ou camada basal), cuja espessura varia
conforme o epitélio considerado. A membrana basal (figura abaixo) é uma camada acelular,
constituída, principalmente, de proteínas e de glicoproteínas, sendo visível, ao microscópio
eletrônico, sob a forma de um material finamente granular ou fibrilar, muito delicada. O polo das
células epiteliais, voltado para a superfície livre, é denominado polo apical ou região apical,
enquanto o que se encontra voltado para o tecido conjuntivo é conhecido como polo basal ou
região basal.

II. Epitelial pseudoestratificado: formado por uma só camada de células de alturas


diferentes, dando a impressão de que existem várias camadas. Como exemplo típico, citamos
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o epitélio que reveste a luz da traqueia, que é formado por células cilíndricas dotadas de cílios
na sua superfície, daí sua denominação: epitélio pseudoestratificado ciliado. Os cílios são
prolongamentos celulares móveis que tende a propelir partículas, inclusive a expulsão de
partículas estranhas.
III. Nutrição dos epitélios: nos tecidos epiteliais, não se encontram vasos sanguíneos. As
trocas gasosas e alimentares, que suas células realizam com o sangue, bem como a excreção,
são feitas pelos capilares sanguíneos, presentes no tecido conjuntivo subjacente. Sendo a
membrana basal permeável aos nutrientes oriundos da lâmina própria, ela permite que o
epitélio seja convenientemente alimentado.
IV. “Ausência” de substância intercelular: os tecidos epiteliais (ou epitélios) são
constituídos por células bem-justapostas, com ausência ou quase ausência de substâncias
intercelulares.

14. (UPE-2011) Leia o texto a seguir:


ESTRIAS - INESTÉTICAS CICATRIZES DÉRMICAS
As estrias são cicatrizes cutâneas da pele, relacionadas com pequenas fraturas
causadas à derme, por fenômenos de distensão.
Segundo o dr. Miguel Trincheiras, dermatologista, a distensão dos tecidos é comum na
adolescência, quando há aumentos bruscos de massa gorda ou massas musculares
(engordar//emagrecer, musculação) e por ocasião da gravidez. O aparecimento das estrias
ocorre na região glútea (nádegas) e nas ancas, já que são zonas de grande concentração de
tecido adiposo.
A hidratação cutânea condiciona a elasticidade da pele e a sua capacidade de sofrer
distensões sem haver ruptura dos tecidos. Os derivados da vitamina A têm a capacidade de
estimular as células da derme na produção fibras elásticas, colágeno e todas as substâncias
fundamentais para a retenção de moléculas de água no seu seio.
Adaptado de: Medicina & Saúde® Publicada por Isabel Perregil.
Algumas palavras destacadas do texto foram comentadas, explicadas e/ou justificadas nas
alternativas abaixo. Identifique a correta.
a) O tecido adiposo é formado por adipócitos, células derivadas dos lipoblastos, que se
especializaram em armazenar ácidos graxos, que provêm, essencialmente, da alimentação.
b) A pele é formada por um epitélio simples, pavimentoso, de origem endodérmica, cuja função
é a de conferir proteção mecânica e de proteção contra a perda de água.
c) As fibras elásticas são formadas pela proteína colágeno; são fibras resistentes à tração,
sendo mais abundantes na pele de pessoas idosas.
d) O colágeno é a proteína mais abundante do corpo humano é sintetizada pelos plasmócitos,
células frequentemente encontradas no tecido conjuntivo frouxo.
e) A derme é um tecido conjuntivo, que garante suporte e nutrição às células da epiderme; é
rica em terminações nervosas, vasos sanguíneos, glândulas sudoríparas e sebáceas, fibras
elásticas, colágenas e reticulares, que conferem a pele sua resistência e elasticidade típicas.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“A derme é um tecido conjuntivo, que garante suporte e nutrição às células da epiderme; é rica
em terminações nervosas, vasos sanguíneos, glândulas sudoríparas e sebáceas, fibras
elásticas, colágenas e reticulares, que conferem a pele sua resistência e elasticidade típicas.”)
- ALTERNATIVA A (“O tecido adiposo é formado por adipócitos, células derivadas dos
lipoblastos, que se especializaram em armazenar ácidos graxos, que provêm, essencialmente,
da alimentação.”) – INCORRETA
* Adiposo é um tipo especial de tecido conjuntivo, no qual existe, realmente, grande quantidade
de adipócitos (células adiposas), derivadas dos lipoblastos que, como se pode constatar na
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figura abaixo, originam-se de células mesenquimatosas indiferenciadas. Lembramos que as


células mesenquimatosas indiferenciadas, presentes no tecido conjuntivo dos adultos, derivam
do mesoderma embrionário e são capazes de formar outras células (adipócitos, fibroblastos,
condroblastos, osteoblastos, etc.). Elas possuem, portanto, a função de fornecer ao tecido
conjuntivo os tipos celulares específicos de acordo com a necessidade do organismo.

* Os adipócitos são células arredondadas que acumulam grande quantidade de gordura,


apresentando praticamente todo o seu citoplasma ocupado por essa substância de reserva
(figura a seguir). Essa gordura se encontra na forma de triglicerídeos (três ácidos graxos
ligados a uma molécula de glicerol) e não na forma de ácidos graxos, como consta nesta
alternativa.

- ALTERNATIVA B (“A pele é formada por um epitélio simples, pavimentoso, de origem


endodérmica, cuja função é a de conferir proteção mecânica e de proteção contra a perda de
água.”) – INCORRETA
- PELE
A pele (esquema abaixo) é o maior órgão do nosso corpo, representando cerca de 15-
16% do peso de uma pessoa adulta, sendo formada por duas camadas. A mais externa é a
epiderme (tecido epitelial pavimentoso estratificado), de origem ectodérmica. A mais interna é a
derme (tecido conjuntivo denso não modelado), de origem mesodérmica e cerca de 15 a 40
vezes mais espessa que a epiderme. A epiderme e a derme estão unidas firmemente pelas
papilas dérmicas, numerosas interpenetrações que em microscopia aparecem como uma linha
ondulada, sinuosa, no limite das duas camadas. A pele atua protegendo estruturas internas
contra infecções, desidratação e raios solares prejudiciais, bem como colabora no controle da
temperatura do corpo. Em face de as terminações nervosas da derme atuarem como
receptores de estímulos ambientais (calor, frio, etc.), a pele funciona também como um
importante órgão sensorial.

* Como se pode constatar na descrição acima, o tecido epitelial presente na pele é do tipo
pavimentoso estratificado, de origem ectodérmica, e não pavimentoso simples, de origem
endodérmica, como consta nesta alternativa.
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- ALTERNATIVA C (“As fibras elásticas são formadas pela proteína colágeno; são fibras
resistentes à tração, sendo mais abundantes na pele de pessoas idosas.”) – INCORRETA
- FIBRAS
Ao contrário do tecido epitelial, as células do tecido conjuntivo ficam imersas em
grande quantidade de substância intercelular (ou intersticial), denominada matriz, que é
formada por dois componentes principais: parte amorfa e parte fibrosa (figura a seguir). A
amorfa é constituída por água, sais minerais, polissacarídeos, glicídios e proteínas. Às vezes,
como no tecido ósseo, a substância intercelular amorfa é sólida, com uma considerável rigidez,
outras vezes, como no plasma sanguíneo, apresenta-se líquida. A parte fibrosa é formada,
basicamente, por fibras proteicas, havendo três tipos básicos: colágenas, elásticas e
reticulares. Em um mesmo tipo de tecido conjuntivo, pode haver mais de um tipo de fibra. Via
de regra, é a predominância de uma determinada fibra que confere propriedades específicas
ao tecido.
I. Fibras colágenas: são constituídas, basicamente, de colágeno, que é, provavelmente, a
proteína mais abundante no reino animal. Elas têm como características serem resistentes a
trações e possuírem uma espessura maior que as elásticas e as reticulares. Presentes na
derme conferem resistência à nossa pele, evitando que ela se “rasgue”, quando esticada.
Quando submetidas à fervura, elas produzem a cola animal, daí sua denominação “colágena”.
II. Fibras elásticas: são mais delgadas que as colágenas e podem apresentar
ramificações. São formadas, basicamente, por uma proteína chamada elastina. Elas conferem
elasticidade ao tecido conjuntivo frouxo, complementando a resistência das fibras colágenas. À
medida que envelhecem, essas fibras perdem sua elasticidade. Elas estão presentes na pele e
nas paredes dos vasos sanguíneos.
III. Fibras reticulares: são as mais finas do tecido conjuntivo e, a exemplo das fibras
colágenas, são constituídas de colágeno. Elas podem apresentar ramificações, e a sua
denominação se deve fato de elas se entrelaçarem, formando um retículo. As fibras reticulares
podem ser encontradas, de uma maneira geral, formando uma rede de sustentação para certos
órgãos, como o baço e o fígado.
* Incorreções desta afirmativa
I. As fibras elásticas são formadas por uma proteína chamada elastina e não por colágeno.
II. Ao contrário do que consta nesta afirmativa, as fibras elásticas são menos abundantes nas
pessoas idosas.
- ALTERNATIVA D (“O colágeno é a proteína mais abundante do corpo humano é sintetizada
pelos plasmócitos, células frequentemente encontradas no tecido conjuntivo frouxo.”) –
INCORRETA
* As fibras são sintetizadas pelos fibroblastos e não pelos plasmócitos, como consta nesta
alternativa.
* Plasmócitos: apresentam retículo endoplasmático rugoso e complexo de Golgi, bastante
desenvolvidos. São pouco numerosos no tecido conjuntivo normal e abundantes em locais
sujeitos à penetração de bactérias, como a pele e o intestino, bem como onde existem lesões
crônicas. Os plasmócitos são responsáveis pela síntese de anticorpos, participando, portanto,
dos processos de defesa do organismo. Originam-se do linfócito B, que atravessa os capilares
sanguíneos e, no tecido conjuntivo, formam os plasmócitos.
- ALTERNATIVA E (“A derme é um tecido conjuntivo, que garante suporte e nutrição às células
da epiderme; é rica em terminações nervosas, vasos sanguíneos, glândulas sudoríparas e
sebáceas, fibras elásticas, colágenas e reticulares, que conferem a pele sua resistência e
elasticidade típicas.*”) – CORRETA
- DERME: localizada sob a epiderme, é tecido conjuntivo denso não modelado, de origem
mesodérmica, que contém fibras proteicas, vasos sanguíneos, terminações nervosas, órgãos
sensoriais e glândulas. Os vasos sanguíneos da derme (esquema a seguir) são responsáveis
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pela nutrição e oxigenação tanto das células dérmicas quanto das epidérmicas. Terminações
nervosas e órgãos sensoriais, presentes na derme, respondem pelas percepções de calor, frio,
viscosidade, dureza, umidade, aspereza, maciez, etc.

15. (UPE-2011) Analise a figura de um corte histológico de um tipo especial de tecido


conjuntivo e as suas c características descritas no texto.

É um tipo de tecido conjuntivo de consistência rígida, que tem função de sustentação e de


revestimento de superfícies articulares. Suas células, condrócitos e condroblastos são
responsáveis pela formação das fibras colágenas e da substância intercelular, denominada de
matriz. Assinale a alternativa que indica corretamente o tecido correspondente.
a) Tecido adiposo.
b) Tecido cartilaginoso.
c) Tecido epitelial.
d) Tecido ósseo.
e) Tecido sanguíneo.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Tecido cartilaginoso.”)
- TECIDO ADIPOSO [alternativa A (INCORRETA)]
Tipo especial de tecido conjuntivo, no qual existe grande quantidade de células
adiposas ou adipócitos (figura abaixo). Ele se apresenta envolvido por tecido conjuntivo frouxo,
onde se localizam os vasos sanguíneos responsáveis por sua nutrição. Além de atuar como
tecido de reserva, o tecido adiposo sintetiza lipídios e os mobiliza regularmente ou mais
intensamente quando o organismo, devido a uma redução de carboidratos disponíveis, tem
maior necessidade de energia. O tecido adiposo responde pela formação do tecido subcutâneo
ou “hipoderme” e está presente ao redor de alguns órgãos como rins e coração, bem como na
medula amarela (tutano) que preenche a cavidade central dos ossos longos. Ele se encontra
também em espaços entre outros tecidos e nas articulações. Nestas, além de atuar
amortecendo choques mecânicos, ele as lubrifica, reduzindo o atrito entre os ossos. Nas aves
e nos mamíferos de clima frio, a camada de gordura da pele se apresenta muito espessa,
funcionando como eficiente isolante térmico, reduzindo as perdas de calor do organismo para o
meio ambiente. É por essa razão que os animais que habitam regiões frias são mais gordos e
maiores do que seus correspondentes de regiões quentes. O urso polar, por exemplo, é bem
maior, em face de ser muito mais gordo do que o urso americano ou o europeu. O tecido
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adiposo é conhecido vulgarmente com o nome de toucinho, sendo facilmente visível no porco,
depois de abatido. Dentre as funções do tecido adiposo, podemos destacar, dentre outras:
reserva energética; isolamento térmico e amortecedor de choques mecânicos, sendo este o
caso da sola dos pés, palma das mãos e especialmente das articulações, onde a gordura
funciona, também, como lubrificante.

- TECIDO CARTILAGINOSO [alternativa B (CORRETA)]


Forma o esqueleto de alguns vertebrados, como os cações, tubarões e raias,
conhecidos como peixes cartilaginosos. Os demais vertebrados, inclusive o homem,
apresentam esqueleto cartilaginoso apenas durante o estágio embrionário. À medida que o
embrião amadurece, as cartilagens são substituídas por ossos. Todos os vertebrados,
entretanto, retêm cartilagem em algumas partes do corpo. Na espécie humana, por exemplo,
existem cartilagens que sustentam o nariz, as orelhas, a traqueia e os brônquios (figura a
seguir). Há, também, cartilagens que revestem as extremidades dos ossos que se articulam,
permitindo o deslizamento de um osso sobre outro durante a movimentação, bem como nos
discos cartilaginosos entre as vértebras, que amortecem o impacto dos movimentos sobre a
coluna vertebral. O tecido cartilaginoso é desprovido de vasos sanguíneos, vasos linfáticos e
nervos. Sua nutrição é feita pelo pericôndrio, tecido conjuntivo denso não modelado que
envolve a cartilagem.

I. Substância intercelular do tecido cartilaginoso: formada, principalmente, por


fibras colágenas e por uma substância mucopolissacarídica, denominada condrina. Todo esse
material intercelular é produzido e secretado por células denominadas condroblastos.
II. Células do tecido cartilaginoso: no tecido cartilaginoso, encontramos três tipos de
células: (1) condroblastos, responsáveis pela produção das proteínas da matriz cartilaginosa;
(2) condrócitos, que mantêm a matriz cartilaginosa. Os condrócitos se localizam em pequenos
espaços de substância intercelular chamados lacunas ou condroplastos. Essas lacunas podem
conter um ou mais condrócitos e, quando muitas dessas células estão presentes em um único
condroplasto, forma-se o ninho ou nicho celular; (3) condroclastos, células ricas em lisossomos,
cujas enzimas proteolíticas digerem e remodelam a matriz cartilaginosa, permitindo a
renovação e a substituição tecidual.
III. Funções básicas do tecido cartilaginoso
IIIa. Sustentação e amortecimento contra choques mecânicos, sendo resistente a trações e a
atritos.
IIIb. Revestimento de superfícies articulares, facilitando os movimentos.
IIIc. Modelagem de algumas estruturas do corpo.
IV. Tipos de cartilagem: as cartilagens podem ser de três tipos (figura abaixo): hialina,
elástica e fibrosa.
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IVa. Cartilagem hialina: nessa cartilagem, há predomínio de substância intercelular e uma


quantidade moderada de fibras colágenas, as quais não são facilmente visíveis, pois têm o
mesmo índice de refração da substância intercelular. É a cartilagem mais comum, sendo
encontrada recobrindo as superfícies articulares dos ossos longos, nas cartilagens costais
(costelas), no nariz, na laringe, nos anéis da traqueia, nos brônquios e ligando as costelas ao
esterno. No feto, a cartilagem hialina é muito abundante, pois o esqueleto é inicialmente
formado por esse tecido, que posteriormente é substituído pelo tecido ósseo.
IVb. Cartilagem elástica: difere da hialina pela presença, em grande número, de fibras
elásticas entrelaçadas (figura a seguir), que aparecem como uma densa rede de filamentos
ramificados. Essas fibras conferem à cartilagem elástica certa elasticidade. Ela é encontrada
no pavimento auditivo, na trompa de Eustáquio (tuba auditiva), no septo nasal e na epiglote.

IVc. Cartilagem fibrosa: também denominada fibrocartilagem, apresenta grande quantidade


de fibras colágenas, sendo a mais resistente das três. Essas fibras se dispõem em espessos
feixes, delimitando entre si pequenos territórios ocupados pelos condrócitos (figura abaixo). A
cartilagem fibrosa estabelece a conexão dos dois púbis (sínfise pubiana), na região ventral da
bacia; forma alguns ligamentos das cabeças de ossos longos, como o fêmur e o úmero e forma
os discos intervertebrais. Esses discos têm por função separar uma vértebra da outra, evitando
o atrito e amortecendo os choques transmitidos à coluna durante atividades como caminhar,
correr, etc. Elas são encontradas em pontos onde tendões e ligamentos fixam-se aos ossos.

- TECIDO EPITELIAL [alternativa C (INCORRETA)]


Os tecidos epiteliais são classificados em dois tipos principais: os epitélios de
revestimento (ou protetores) e os epitélios glandulares (ou secretores).
I. Tecido epitelial de revestimento: responsável pelo revestimento externo do corpo e
pelo revestimento das cavidades internas do organismo. São constituídos por células
justapostas e praticamente sem interposição de substâncias intercelulares. O arranjo dessas
células pode ser comparado ao de tijolos ou ladrilhos, bem-encaixados.
Ia. Tecido epitelial quanto à forma das células:
1. Epitelial pavimentoso: dotado de células em forma de ladrilhos (achatadas ou
pavimentosas ou planas). Como exemplos de epitélio pavimentoso simples, citamos: endotélio
dos vasos sanguíneos (figura a seguir) e linfáticos; revestimento dos alvéolos pulmonares e
mesotélio das serosas (pleura, pericárdio e peritônio).
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Lembramos que o epitélio pavimentoso simples favorece a difusão de diversas


substâncias (nutrientes, gases, água, etc.). Esse é o caso dos capilares sanguíneos (figura
abaixo), cuja parede é formada por uma camada única de células endoteliais.

2. Epitelial cuboide ou cúbico: possuidor de células em forma de cubo. Exemplos de epitélio


cúbico simples: epitélio que reveste túbulos renais, ductos de glândulas e o ovário. O epitélio
cúbico simples está relacionado com secreção e absorção.
3. Epitelial prismático (colunar): dotado de células prismáticas (cilíndricas ou colunares).
Como exemplo de epitélio prismático simples, citamos o epitélio que reveste a traqueia e as
vilosidades intestinais. O epitélio prismático simples está relacionado com secreção, absorção
e remoção de partículas estranhas, sendo este o caso da traqueia.
4. Epitélio misto ou de transição: formado por várias camadas de células, cuja forma varia de
acordo com a contração ou distensão do órgão onde ocorre. Essa propriedade justifica sua
presença em compartimentos ocos, sujeitos a expansões frequentes, como a bexiga urinária.
Ib. Tecido epitelial quanto ao número de camadas celulares:
1. Epitelial simples ou uniestratificado: formado por uma única camada de células, como no
caso do endotélio, que reveste internamente os vasos sanguíneos e linfáticos.
2. Epitelial estratificado: constituído por duas ou mais camadas celulares, como no caso da
epiderme (figura a seguir), boca, esôfago, conjuntiva do olho e epiglote.

3. Epitelial pseudoestratificado: formado por uma só camada de células de alturas diferentes,


dando a impressão de que existem várias camadas. Como exemplo típico, citamos o epitélio
que reveste a luz da traqueia, que é formado por células cilíndricas dotadas de cílios na sua
superfície, daí sua denominação: epitélio pseudoestratificado ciliado.
A tabela abaixo relaciona tipos de epitélio/exemplos.
TIPOS DE EPITÉLIO EXEMPLOS
Pavimentoso simples Endotélio, alvéolos pulmonares e pericárdio.
Cúbico simples Ovário, ductos de glândulas e túbulos
renais.
Cilíndrico simples Traqueia, mucosa gástrica e vilosidades
intestinais.
Pavimentoso Epiderme, boca e esôfago.
estratificado
Cúbico estratificado Conjuntiva do olho.
Cilíndrico estratificado Epiglote.
Pseudoestratificado Traqueia, cavidades nasais e brônquios.
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Transição Bexiga e vias urinárias.


II. Tecido epitelial glandular: responsável pela produção de secreções de várias
substâncias, que são liberadas para o meio extracelular. Nas células do epitélio glandular, o
retículo endoplasmático rugoso (ou granular) e o complexo de Golgi (complexo golgiense) são
bem-desenvolvidos. Os tecidos glandulares são, em última análise, estruturas epiteliais com
capacidade secretora.
IIa. Tipos de glândulas de acordo com o modo de eliminação da secreção:
1. Merócrinas ou écrinas: são aquelas em que as células secretoras, ao eliminarem seus
produtos, permanecem intactas com todo o seu citoplasma, podendo reiniciar o ciclo secretor
(figura abaixo). Suas células eliminam exclusivamente os produtos de secreção. Como
exemplos, citamos as glândulas sudoríparas, as salivares, as gástricas, as lacrimais e o
pâncreas exócrino.

2. Apócrinas ou holomerócrinas: são aquelas cujas células secretoras perdem parte de seu
citoplasma (figura a seguir), que se mistura com a secreção elaborada. Para reiniciar a
secreção, é necessário que haja regeneração da parte perdida. Temos, como exemplos, as
glândulas mamárias e as glândulas sudoríparas modificadas, existentes nas axilas e na região
perianal.

3. Holócrinas: nessas glândulas, a célula secretora acumula os produtos no citoplasma; em


seguida, morre e se desintegra, constituindo, ela própria, a secreção (figura abaixo). Dessa
forma, a secreção eliminada é constituída pelas próprias células secretoras, cujo acúmulo de
secreção determina sua morte. Como exemplos, citamos as glândulas sebáceas de nossa
pele, que estão sempre se desintegrando e se regenerando.

IIb. Tipos de glândulas de acordo com o de acordo com o local de secreção:


1. Exócrinas: apresentam duto excretor (figura a seguir) e lançam sua secreção no exterior do
corpo ou no interior de uma cavidade, que, por sua vez, se comunica com o meio externo.
Como exemplos, citamos: glândulas mamárias, sudoríparas, salivares, sebáceas, lacrimais,
gástricas e intestinais. As glândulas exócrinas podem ser simples ou compostas. As simples
apresentam duto não ramificado (glândulas sudoríparas), enquanto as compostas apresentam
ramificações em seus dutos (glândulas parótidas).
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2. Endócrinas: também conhecidas como glândulas de secreção interna, são desprovidas de


duto excretor (canal de saída). Sua secreção, denominada hormônio, é absorvida pelo sangue
que circula pelos capilares que irrigam o tecido glandular, sendo lançada, portanto, diretamente
na corrente sanguínea (figura abaixo). Durante sua formação, o canal que a ligava ao epitélio
de origem regride e desaparece. Citamos como exemplos a hipófise, a tireoide, as
paratireoides e as adrenais.

3. Anfícrinas (“mistas”): apresentam, simultaneamente, funções exócrina e endócrina. O


pâncreas constitui um exemplo clássico de glândula anfícrina, secretando insulina, glucagon e
somatostatina, que são hormônios (secreção endócrina) relacionados com o controle do
metabolismo da glicose e de suco pancreático, que é lançado no intestino, com função
digestiva (secreção exócrina).
- TECIDO ÓSSEO [alternativa D (INCORRETA)]
Tecido conjuntivo rígido e resistente, devido à mineralização da substância
fundamental, chamada matriz óssea. Ele é especializado, basicamente, em proteção,
sustentação, locomoção e formação de células sanguíneas. É muito mais rígido e resistente
que o tecido cartilaginoso e atua como o principal formador dos ossos. Apesar de sua rigidez e
mineralização, os ossos se constituem em peças altamente funcionais, sendo dotados de
células vivas, com importantes papeis no comportamento geral do organismo.
I. Componentes do tecido ósseo: o tecido ósseo é formado por material intercelular
(matriz óssea) e por células.
Ia. Matriz óssea: constitui-se de substâncias inorgânicas (fosfato de cálcio, carbonato de cálcio
e fosfato de magnésio), que representam cerca de 65% e de compostos orgânicos (colágeno e
mucopolissacarídeos), com uma porcentagem de aproximadamente 35%.
Ib. Células ósseas: no tecido ósseo, encontramos os osteoblastos, osteócitos e os
osteoclastos (figura a seguir). A matriz óssea, recentemente produzida e que ainda não se
encontra calcificada, denomina-se osteoide.
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1. Osteoblastos: células jovens, ramificadas, que apresentam intensa atividade metabólica.


Elas respondem pela produção da parte orgânica da matriz e também influenciam na
incorporação de minerais na matriz óssea.
2. Osteócitos: células adultas, com atividade metabólica reduzida, que se localizam em
lacunas denominadas osteoplastos. Nas regiões ocupadas pelas ramificações dos
osteoblastos, formam-se canalículos que permitem a comunicação entre os osteócitos e os
vasos sanguíneos, que os alimentam. Os osteócitos atuam mantendo, em níveis normais, os
constituintes minerais da matriz óssea.
3. Osteoclastos: células grandes e multinucleadas. Originam-se da fusão de monócitos e
atuam destruindo as áreas lesadas ou envelhecidas do osso, tornando possível a regeneração
pelos osteoblastos. Dessa forma, a remodelação óssea depende da atividade conjunta de
destruição e reconstrução, promovidas, respectivamente, pelos osteoclastos e osteoblastos. Os
osteoclastos, a exemplo dos condroclastos, presentes no tecido cartilaginoso, são ricos em
lisossomos.
- TECIDO SANGUÍNEO [alternativa E (INCORRETA)]
O sangue, principal veículo de circulação interna nos animais, é um tecido conjuntivo
fluido complexo, constituído por uma parte líquida denominada plasma, onde se encontram
dispersos os elementos figurados, representados por células e fragmentos celulares. Dentre as
funções importantes do sangue, podemos destacar:
1. Respiratória: transporte de oxigênio dos órgãos respiratórios (pulmões, pele e brânquias)
até as células e de gás carbônico das células até os órgãos respiratórios.
2. Nutritiva: transporte dos nutrientes, absorvidos nas vias digestivas, a todas as células do
corpo.
3. Excretora: transporte de catabólitos (amônia e ureia, por exemplo), produzidos pelo
metabolismo celular, até os órgãos excretores, de onde são eliminados.
4. Defesa: o sangue tem papel relevante na defesa do organismo, conduzindo leucócitos,
células especializadas no combate aos agentes infecciosos externos que invadem o corpo,
bem como anticorpos, elementos relacionados à imunização do organismo.
5. Termorreguladora: manutenção da temperatura corpórea nos animais homeotérmicos
(aves e mamíferos), distribuindo-a rápida e uniformemente. Isso permite que a temperatura
seja mantida dentro dos limites considerados “ótimos” para a atividade das enzimas.
6. Endócrina: transporte dos hormônios, produzidos nas diversas glândulas endócrinas, às
diversas regiões do corpo, onde eles são necessários para a regulação e coordenação das
inúmeras atividades celulares e tissulares. Agindo dessa forma, o sangue contribui para uma
atividade integrada do organismo.
7. Regulação do pH e do teor de água e dos eletrólitos: através de uma contínua
troca de moléculas e íons entre o sangue e as células, ocorre uma regulação do conteúdo de
água, sais, ácidos e bases de todas as células e tecidos do corpo. Essa função do sangue
permite que seja mantido o equilíbrio hidrossalino, do qual depende uma série de mecanismos
complexos, como regulação iônica e eletrolítica, de importância capital para a manutenção da
vida.
Em algumas dessas funções, o sangue atua em associação com a circulação linfática,
que participa intensamente da atividade imunológica e do transporte de alguns nutrientes.
I. Plasma sanguíneo
A maior parte do plasma sanguíneo, mais de 90%, é água. O restante é representado,
principalmente, por proteínas, sais, hormônios, nutrientes, gases e excretas. Dentre as
proteínas plasmáticas destacamos: as albuminas (responsáveis pelo transporte de ácidos
graxos livres, pela viscosidade do plasma e pelo potencial osmótico sanguíneo); as
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imunoglobulinas (atuam como anticorpos, defendendo o organismo de microrganismos e


substâncias orgânicas estranhas) e proteínas (protrombina e fibrinogênio) relacionadas com a
coagulação do sangue.
II. Elementos figurados do sangue
IIa. Hemácias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos)
Nos seres humanos elas são enucleadas, discoides, bicôncavas, repletas de
hemoglobina (pigmento vermelho que possui ferro em sua molécula) e especializadas no
transporte de gases respiratórios.
IIb. Leucócitos (glóbulos brancos)
São células de diferentes formas, tamanho e funções. Seu núcleo pode ser simples,
bilobado ou trilobado e seu citoplasma pode se apresentar hialino, transparente ou conter finas
granulações, cujo conteúdo varia de acordo com o tipo de leucócito. A histamina
(vasodilatadora, que participa das reações alérgicas) e heparina (anticoagulante), por exemplo,
são encontradas nos granulócitos. No que diz respeito aos agranulócitos, há dois tipos [os
linfócitos (B e T) e os monócitos]. De acordo com os tipos, os leucócitos apresentam diferentes
funções, tais como: (a) fagocitose de elementos estranhos, inclusive bactérias; (b)
anticoagulante: (c) vasodilatadora e (d) produção de anticorpos. Os neutrófilos e os monócitos,
tipos de leucócitos, apresentam a propriedade de atravessar as paredes dos capilares
sanguíneos (diapedese) e se deslocam em diferentes tecidos, emitindo pseudópodos,
importantes na fagocitose de corpos estranhos de natureza diversa, inclusive microrganismo.
IIc. Plaquetas (trombócitos)
Fragmentos citoplasmáticos (não apresentam núcleo) que se originam na medula
óssea vermelha a partir de células denominadas

16. (UPE-2012) Os tecidos epiteliais são classificados, tomando-se como base a estrutura e a
organização celular e suas funções. Sobre isso, analise o quadro a seguir:

NÚMERO DE FORMA E
TECIDO CAMADAS ASPECTOS FUNÇÕES
CELULARES CELULARES
I Única camada Células cúbicas Absorção e secreção
Proteção mecânica e proteção
II Várias camadas Células achatadas
contra a perda de água
Células com núcleos em Proteger e limpar as vias
III Única camada
diferentes alturas respiratórias
Digestão e absorção de
IV Única camada Células altas e prismáticas
alimentos
Permite a passagem de
V Única camada Células achatadas
substâncias
VI Várias camadas Células de forma variável Proteção

Assinale a alternativa que contém a classificação correta dos tecidos.


a) I - Epitélio cúbico simples; II - Epitélio estratificado de transição; III - Epitélio
pseudoestratificado; IV - Epitélio simples prismático; V - Epitélio simples pavimentoso; VI -
Epitélio estratificado pavimentoso.
b) I - Epitélio cúbico simples; II - Epitélio pseudoestratificado; III - Epitélio estratificado
pavimentoso; IV - Epitélio simples pavimentoso; V - Epitélio simples prismático; VI - Epitélio
estratificado de transição.
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c) I - Epitélio simples pavimentoso; II - Epitélio estratificado pavimentoso; III - Epitélio


estratificado de transição; IV - Epitélio simples prismático; V - Epitélio cúbico simples; VI -
Epitélio pseudoestratificado.
d) I - Epitélio cúbico simples; II - Epitélio estratificado pavimentoso; III – Epitélio
pseudoestratificado; IV - Epitélio simples prismático; V - Epitélio simples pavimentoso; VI -
Epitélio estratificado de transição.
e) I - Epitélio simples pavimentoso; II - Epitélio estratificado pavimentoso; III - Epitélio
pseudoestratificado; IV - Epitélio cúbico simples; V - Epitélio simples prismático; VI - Epitélio
estratificado de transição.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“I - Epitélio cúbico simples; II - Epitélio estratificado pavimentoso; III – Epitélio
pseudoestratificado; IV - Epitélio simples prismático; V - Epitélio simples pavimentoso; VI -
Epitélio estratificado de transição.”)
- A questão diz respeito à classificação do tecido epitelial de revestimento de acordo com o
número de camadas celulares e a forma das células.
TECIDO EPITELIAL QUANTO AO NÚMERO DE CAMADAS CELULARES:
1. Epitelial simples ou uniestratificado: formado por uma única camada de células,
como no caso do endotélio, que reveste internamente os vasos sanguíneos e linfáticos.
2. Epitelial estratificado: constituído por duas ou mais camadas celulares, como no caso
da epiderme, boca, esôfago, conjuntiva do olho e epiglote.
3. Epitelial pseudoestratificado: formado por uma só camada de células de alturas
diferentes, dando a impressão de que existem várias camadas. Como exemplo típico, citamos
o epitélio que reveste a luz da traqueia, que é formado por células cilíndricas dotadas de cílios
na sua superfície, daí sua denominação: epitélio pseudoestratificado ciliado.
TECIDO EPITELIAL QUANTO À FORMA DAS CÉLULAS:
a) Epitelial achatado: dotado de células em forma de ladrilhos (achatadas ou
pavimentosas ou planas). Como exemplos de epitélio pavimentoso simples, citamos: endotélio
dos vasos sanguíneos e linfáticos; revestimento dos alvéolos pulmonares e mesotélio das
serosas (pleura, pericárdio e peritônio). Lembramos que o epitélio pavimentoso simples
favorece a difusão de diversas substâncias (nutrientes, gases, água, etc.). Esse é o caso dos
capilares sanguíneos, cuja parede é formada por uma camada única de células endoteliais.
b) Epitelial cúbico ou cuboide: possuidor de células em forma de cubo. Exemplos de
epitélio cúbico simples: epitélio que reveste túbulos renais, ductos de glândulas e o ovário. O
epitélio cúbico simples está relacionado com secreção e absorção.
c) Epitelial prismático (colunar): dotado de células prismáticas (cilíndricas ou
colunares). Como exemplo de epitélio prismático simples, citamos o epitélio que reveste a
traqueia e as vilosidades intestinais. O epitélio prismático simples está relacionado com
secreção, absorção e remoção de partículas estranhas, sendo este o caso da traqueia.
d) Epitélio misto ou de transição: formado por várias camadas de células, cuja forma
varia de acordo com a contração ou distensão do órgão onde ocorre. Essa propriedade justifica
sua presença em compartimentos ocos, sujeitos a expansões frequentes, como a bexiga
urinária.
JUSTIFICATIVA
ACOMPANHE USANDO OS DADOS DESCRITOS ACIMA
- TECIDO I
* Número de camadas celulares: uma [epitélio simples ou uniestratificado (tipo 1)].
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* Forma das células: cúbica [epitelial cúbico ou cuboide (tipo b)].


* Funções: absorção e secreção [tipo b (“ ... . O epitélio cúbico simples está relacionado com
secreção e absorção.”)].
- TECIDO II
* Número de camadas celulares: várias [epitélio estratificado (tipo 2)].
* Forma das células: achatada [epitelial achatado (tipo a)].
* Funções: proteção mecânica e proteção contra a perda de água [tipo 2 (“ ..., como no caso
da epiderme, ... “).
- TECIDO III
* Número de camadas celulares: uma [epitélio simples ou uniestratificado (tipo 1)].
* Forma das células: células com núcleos em diferentes alturas [epitélio pseudoestratificado
(tipo 3)].
* Funções: proteger e limpar as vias respiratórias [tipo 3 (“ ... epitélio que revestes a luz da
traqueia, ... ”).
- TECIDO IV
* Número de camadas celulares: uma [epitélio simples ou uniestratificado (tipo 1)].
* Forma das células: altas e prismáticas {epitelial prismático [colunar] (tipo c)}.
* Funções: digestão e absorção de alimentos [tipo c (“ ... epitélio que reveste a traqueia e as
vilosidades intestinais. ... “)].
- TECIDO V
* Número de camadas celulares: uma [epitélio simples ou uniestratificado (tipo 1)].
* Forma das células: achatada [epitelial achatado (tipo a)].
* Funções: permite a passagem de substâncias [tipo a [“ ... epitélio pavimentoso simples
favorece a difusão de diversas substâncias (nutrientes, gases, água, etc.) “].
- TECIDO VI
* Número de camadas celulares: várias [epitélio estratificado (tipo 2)].
* Forma das células: forma variável [epitélio misto ou de transição (tipo d)].
* Funções: proteção [tipo d (“ ... forma varia de acordo com a contração ou distensão do
órgão onde ocorre. ... “)].
- ALTERNATIVA D (“I - Epitélio cúbico simples; II - Epitélio estratificado pavimentoso; III –
Epitélio pseudoestratificado; IV - Epitélio simples prismático; V - Epitélio simples pavimentoso;
VI - Epitélio estratificado de transição.”) – CORRETA
* Está de acordo com dados apresentados acima.
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TRIGÉSIMA BATERIA (FISIOLOGIA)

01. (UPE-2002) O número muito elevado de neurônios, com suas ramificações constitui uma
fantástica rede que se entende por todo o organismo, ligando os órgãos aos centros nervoso
coordenadores. Há um numero muito maior de conexões entre neurônio, garantindo a
passagem do impulso nervoso de uma célula para outra nessa imensa rede. Observe a figura
abaixo e analise as proposições a seguir.

I II
0 0 – A superfície interna da membrana do axônio “em repouso” é eletricamente negativa em
relação à superfície externa da mesma, eletricamente positiva (A).
1 1 – Quando ocorre a estimulação do neurônio, a superfície interna da membrana torna-se
momentaneamente positiva e a externa negativa (B), em consequência da entrada de grande
+
quantidade de íons K .
2 2 – Na área afetada pelo estímulo, a membrana permanece repolarizada por vários minutos.
+
Após este tempo, ocorre a saída de íons Na da célula, e a polarização a membrana.
3 3 – O potencial de ação que se estabelece na área da membrana estimulada perturba a
área vizinha (C) e determinará sua despolarização. Ocorre uma onde dinâmica de inversão de
polarização da membrana do axônio em sua extensão que, nas fibras mielínicas, se propaga
“saltando” sequencialmente os nódulos de Ranvier.
4 4 – Os neurotransmissores liberados por um neurônio no nível das fendas sinápticas têm
uma vida útil longa, podendo ser reaproveitados muitas vezes, garantindo assim a eficiência do
estimulo.
GABARITO
VFFVF
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO 0 0 [“A superfície interna da membrana do axônio “em repouso” é
eletricamente negativa em relação à superfície externa da mesma, eletricamente positiva (A).”]
– VERDADEIRA
* Como consta nesta proposição, a membrana do axônio, em repouso, apresenta uma
diferença de potencial entre a sua face externa (positiva) e interna (negativa). Essa condição
+ +
está associada à diferença de concentração dos íons sódio (Na ) e potássio (K ) dentro e fora
+ +
da célula, que é mantida por meio da bomba de Na -K , que é um transporte ativo (veja a
seguir em complemento).
COMPLEMENTO
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Transporte ativo
Transporte que se faz contra um gradiente de concentração (de uma região de menor
concentração para outra de maior concentração) e requer energia para que ocorra. Ao
contrário do transporte passivo, o transporte ativo leva ao acúmulo de um soluto acima do
ponto de equilíbrio. Ele é termodinamicamente desfavorável (endergônico) e ocorre apenas
quando acoplado a um processo exergônico. Esse transporte é energizado, via de regra, pelo
ATP (transporte ativo primário). No transporte ativo primário, a reação de hidrólise do ATP
libera energia que impulsiona o movimento do soluto contra um gradiente eletroquímico. A
exemplo do que ocorre com a difusão facilitada, o transporte ativo também apresenta um ponto
de saturação, que é atingido quando todos os carreadores da membrana estiverem
trabalhando em atividade máxima. O exemplo mais comum de transporte ativo é a bomba de
+ + + +
Na -K , que transporta, ativamente, íons Na do interior da célula para fora e íons K do meio
extracelular para o citoplasma (figura abaixo). Ressaltamos que a bomba de sódio-potássio é
+ +
mediada pelo carreador Na /k -ATPase. Essa bomba permite que a célula execute uma série
de funções relacionadas com a membrana plasmática, como a condução de impulsos ao longo
das células nervosas.

A bomba de sódio-potássio é eletrogênica (gera potencial elétrico), porque são


+
bombeadas mais cargas positivas para fora do que para dentro da célula (3 Na para o exterior
+
em troca de 2 K para o interior), deixando um déficit real de íons positivos no interior. Na figura
abaixo, vemos a medida do potencial de membrana da fibra nervosa (-90 mv) por meio de
micropipeta.

- PROPOSIÇÃO 1 1 [“Quando ocorre a estimulação do neurônio, a superfície interna da


membrana torna-se momentaneamente positiva e a externa negativa (B), em consequência da
+
entrada de grande quantidade de íons K .”] – FALSA
* Quando o neurônio recebe um estímulo eficaz, observa-se uma inversão da polaridade
(“despolarização”). Nessa condição, momentânea, a face interna da membrana passa a ficar
mais eletropositiva do que a superfície externa, como consta nesta proposição. Essa inversão
+ +
de polaridade se deve à entrada de íons Na e não à entrada de íons K , contrariando o
contido nesta proposição.
- PROPOSIÇÃO 2 2 (“Na área afetada pelo estímulo, a membrana permanece repolarizada
+
por vários minutos. Após este tempo, ocorre a saída de íons Na da célula, e a polarização a
membrana.”) – FALSA
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* Ao contrário do que consta nesta proposição, na área estimulada eficazmente, a membrana


permanece “despolarizada” e não repolarizada, por um tempo da ordem de milésimo segundos,
muito menor, portanto, do que o contido na referida proposição.
- PROPOSIÇÃO 3 3 [“O potencial de ação que se estabelece na área da membrana
estimulada perturba a área vizinha (C) e determinará sua despolarização. Ocorre uma onde
dinâmica de inversão de polarização da membrana do axônio em sua extensão que, nas fibras
mielínicas, se propaga “saltando” sequencialmente os nódulos de Ranvier.”] – VERDADEIRA
* Essa proposição retrata a condução do impulso nervoso ao longo do neurônio. Nas fibras
mielínicas (dotadas de bainha de mielina, de natureza lipídica), caso desta questão, o impulso
nervoso se propaga aos “saltos” (“pulos”), de um nódulo de Ranvier (nó neurofibroso) para
outro, mais rapidamente que nas fibras amielinizadas (desprovidas de bainha de mielina), na
qual o impulso se propaga de forma contínua (“continuamente”).
- PROPOSIÇÃO 4 4 (“Os neurotransmissores liberados por um neurônio no nível das fendas
sinápticas têm uma vida útil longa, podendo ser reaproveitados muitas vezes, garantindo assim
a eficiência do estimulo.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta proposição, os neurotransmissores não têm vida útil longa.
Eles, em sinapses colinérgicas, por exemplo, são degradados enzimaticamente, promovendo,
com isto, o “desligamento” sináptico. Lembramos que há casos de neurotransmissores que
sofrem recaptação.
COMPLEMENTO
A recaptação dos neurotransmissores é um mecanismo frequentemente influenciado
por drogas de diferentes tipos, sendo essa a base molecular de suas ações maléficas ou
benéficas. Para se ter uma ideia, a cocaína bloqueia a recaptação de noradrenalina em
sinapses centrais. Alguns medicamentos depressivos, por outro lado, bloqueiam essa
recaptação no córtex cerebral.

02. (UPE-2002) Relacione os hormônios com as suas respectivas funções em plantas e


animais, e escolha a sequência que preenche corretamente os espaços.
I. A muda nos insetos depende da produção de .......1........ pelas glândulas protorácicas, o que
induz as células da epiderme a produzirem um novo exoesqueleto.
II. A baixa produção de ........2....... pelas folhas e frutos causa a abscisão desses órgãos. Nas
sementes, a produção desse hormônio estimula o amadurecimento do fruto.
III. A absorção de água pela semente desencadeia germinação, liberando .....3...... que se
encontra em alta concentração no embrião.
IV. A produção de ......4...... está associada à defesa contra situações ambientais
desfavoráveis, como nas estações secas, quando ocorre a indução da dormência das
sementes e o fechamento dos estômatos devido ao aumento da temperatura ambiental.
V. O hormônio ......5....... regula a concentração dos íons sódio e potássio, promovendo a
reabsorção de sódio pelos túbulos renais, tendo como consequência a retenção de água, e
atua na excreção tubular de potássio
VI. A adeno-hipófise produz ....6....., hormônio que estimula o crescimento dos tecidos através
do aumento de números de mitoses e do tamanho das células.
a) 1-somatotrofina, 2-citocinina, 3-auxina, 4-ácido indolacético, 5-aldosterona, 6-ecdisona.
b) 1-ecdisona, 2-auxina, 3-ácido abscísico, 4-hidrocortisona, 5-vasopressina, 6-corticotrofina.
c) 1-melatonina, 2-etileno, 3-ocitocina, 4-acido indolacético, 5- calcitonina, 6-somatotrofina.
d) 1-calcitonina, 2-ácido abscísico, 3-etileno, 4-melatonina, 5-vasopressina, 6-tiroxina.
e) 1-ecdisona, 2-auxina, 3-giberelina, 4-ácido abscísico, 5-aldosterona, 6-somatotrofina.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“1-ecdisona, 2-auxina, 3-giberelina, 4-ácido abscísico, 5-aldosterona, 6-somatotrofina.”)
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1. ECDISONA [HORMÔNIO DA MUDA (ECDISE)]


Hormônio produzido pelas glândulas protorácicas (situadas no protórax,
segmento do tórax dos insetos), que atua na troca periódica do exoesqueleto dos
insetos, fenômeno conhecido como ecdise ou muda.
2. AUXINA
É o mais conhecido fitormônio, sendo o ácido indolacético (AIA), o mais importante
deles. A principal ação das auxinas é promover o crescimento da planta, determinando a
distensão celular e, estimulando, com menor frequência, as divisões celulares. Sua produção
ocorre, principalmente, nas gemas apicais, nas folhas jovens, nos frutos e nas sementes. A
diminuição do teor de auxina leva à formação da camada de abscisão, provocando a queda
de folhas, flores e frutos. Esse hormônio vegetal (fitormônio) também atua na formação
do fruto. Neste caso, a auxina estimula o desenvolvimento do ovário, uma vez que, formadas
as sementes, elas passam a produzir esse hormônio.
3. GIBERELINA
As giberelinas, produzidas na zona apical, nos frutos e nas sementes, ocorrem em
doses muito pequenas em órgãos novos, sementes em germinação e meristemas. Foi
constatado que plantas geneticamente anãs, que receberam pulverização de giberelinas,
passaram a apresentar um bom desenvolvimento, chegando a um tamanho normal. Elas
também estimulam o desenvolvimento de frutos, mesmo na ausência de fecundação, levando à
formação de frutos sem sementes, a exemplo das auxinas. Elas atuam, ainda, na quebra de
dormência de sementes, ativando a produção de enzimas que permitem a utilização das
substâncias de reserva, como o amido, por exemplo. Dessa forma, elas podem ser utilizadas
como fertilizantes, já que, quebrando a dormência das sementes, promovem o crescimento do
embrião e a emergência da plântula. Resumindo, podemos dizer que as giberelinas têm como
principais funções interromper o período de latência das sementes fazendo-as
germinar; incrementar o crescimento dos talos; induzir a brotação de gemas e promover o
desenvolvimento dos frutos,
4. ÁCIDO ABSCÍSICO
Produzido nas folhas, no caule e no ápice radicular é uma das substâncias agrupadas
sob a denominação de inibidores de crescimento da planta (hormônios vegetais que podem
atuar como antagonistas de outros hormônios). Ele induz a dormência das sementes e
das gemas; induz a abscisão (queda) das folhas, das flores e dos frutos, impedindo, dessa
forma, o desenvolvimento, o alongamento de raízes, o brotamento das gemas e a germinação.
Ele age “moderando” o papel das auxinas e das giberelinas, dificultando o desenvolvimento e
impedindo, dessa forma, que a planta siga sua evolução muito rápida. Ele atua, também,
induzindo o fechamento dos estômatos em resposta à diminuição do
conteúdo hídrico.
5. ALDOSTERONA
Mineralocorticoide (produzido pelo córtex adrenal), cujos principais efeitos consistem
em aumentar a reabsorção de sódio e a excreção de potássio nos túbulos
renais. Secundariamente, atua, ainda, aumentando a reabsorção de cloro. Um excesso desse
hormônio pode provocar uma série de transtornos orgânicos, tais como: hipertensão; sede
intensa; alcalose e aumento de liquido extracelular, o que pode levar à formação de
edemas.
6. SOMATOTROFINA
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Produzido pela adenohipófise (lobo anterior da hipófise), estimula o


crescimento das cartilagens e dos ossos, levando ao crescimento do organismo. Sua ação
consiste, principalmente, em aumentar o volume das células e incrementar o
processo mitótico, fenômenos conhecidos, respectivamente, por hipertrofia e hiperplasia
celular. Além dessas funções, esse hormônio ainda atua em várias outras, tais como: (1)
estimular a síntese proteica em todas as células do corpo; (2) diminuir a absorção de glicose
pelo fígado; (3) reduzir a utilização de glicose por todo o corpo; (4) aumentar o uso de lipídeos,
como fonte de energia; (5) aumentar a retenção de aminoácidos e (6) diminuir a excreção
urinária de vários eletrólitos (nitrogênio, fósforo e enxofre, dentre outros). Como consequência
da pouca utilização e da menor absorção hepática da glicose, a concentração dessa hexose
cresce no tecido sanguíneo, levando a uma hiperglicemia. Por esta razão se diz que o
hormônio somatotrófico tem efeito diabetogênico.

03. (UPE–2006) Analise a figura sobre as células do tecido nervoso.

No que se refere às características e funções desempenhadas por estas células, assinale a


alternativa correta.
a) 1 – Astrócito – célula cujos prolongamentos se enrolam sobre as neurofibras presentes no
sistema nervoso central, envolvendo-as com camadas concêntricas de sua membrana
plasmática e constitui a bainha de mielina, que protege e auxilia o desempenho funcional dos
neurônios.
b) 2 – Micróglia – macrófago especializado, cuja função é fagocitar detritos e restos celulares
presentes no tecido nervoso. É uma célula grande, com muitos prolongamentos longos e pouco
ramificados.
c) 3 – Corpo celular do neurônio – consiste no centro metabólico do neurônio, contém o núcleo
e a maioria das organelas da célula, tais como retículo endoplasmático liso, denominado
corpúsculo de Nissl, e se relaciona à síntese de neurotransmissores.
d) 4 – Dendritos – consistem em prolongamentos ramificados e especializados na recepção de
estímulos provenientes de outros neurônios ou de células sensoriais. Esses prolongamentos
aumentam a superfície dos neurônios, o que lhes permite captar grande variedade de
estímulos.
e) 5 – Oligodendrócito – apresenta grande número de prolongamentos citoplasmáticos, alguns
destes se ligam aos neurônios, enquanto outros se ligam a capilares sanguíneos por meio de
expansões denominadas pés-vasculares, estabelecendo uma ponte nutritiva entre o sangue e
os neurônios.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“4 – Dendritos – consistem em prolongamentos ramificados e especializados na recepção de
estímulos provenientes de outros neurônios ou de células sensoriais. Esses prolongamentos
aumentam a superfície dos neurônios, o que lhes permite captar grande variedade de
estímulos.”)
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JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“1 – Astrócito – célula cujos prolongamentos se enrolam sobre as
neurofibras presentes no sistema nervoso central, envolvendo-as com camadas concêntricas
de sua membrana plasmática e constitui a bainha de mielina, que protege e auxilia o
desempenho funcional dos neurônios.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, os astrócitos (indicados por 1 na figura) não têm
relação com a constituição da bainha de mielina. Eles são células do sistema nervoso (células
da glia ou neuróglia) que participam do transporte de substâncias entre o sangue circulante e
os neurônios. Além disso, os astrócitos dão sustentação física ao sistema nervoso e atuam na
recuperação de lesões nesse sistema. Assim sendo, a cicatrização de lesões no sistema
nervoso central (SNC), decorre da proliferação dessas células gliais.
* A descrição contida nesta alternativa corresponde aos oligodendrócitos, focados na
alternativa E.
- ALTERNATIVA B (“2 – Micróglia – macrófago especializado, cuja função é fagocitar detritos e
restos celulares presentes no tecido nervoso. É uma célula grande, com muitos
prolongamentos longos e pouco ramificados.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, as micróglia (indicada por 2 na figura) são
células pequenas e dotadas de poucos prolongamentos, geralmente muito ramificados. Elas
são, realmente, macrófagos especializados e atuam fagocitando detritos e restos celulares
presentes no tecido nervoso.
- ALTERNATIVA C (“3 – Corpo celular do neurônio – consiste no centro metabólico do
neurônio, contém o núcleo e a maioria das organelas da célula, tais como retículo
endoplasmático liso, denominado corpúsculo de Nissl, e se relaciona à síntese de
neurotransmissores.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o corpúsculo de Nissl (substância basófila ou
substância de Nissl), presente no corpo celular (indicada por 3 na figura), corresponde ao
retículo endoplasmático rugoso e não ao liso.
- ALTERNATIVA D (“4 – Dendritos – consistem em prolongamentos ramificados e
especializados na recepção de estímulos provenientes de outros neurônios ou de células
sensoriais. Esses prolongamentos aumentam a superfície dos neurônios, o que lhes permite
captar grande variedade de estímulos.”) – CORRETA
* Os dendritos (indicados por 4 na figura) representam, realmente, a área de recepção de
estímulos do neurônio.
- ALTERNATIVA E (“5 – Oligodendrócito – apresenta grande número de prolongamentos
citoplasmáticos, alguns destes se ligam aos neurônios, enquanto outros se ligam a capilares
sanguíneos por meio de expansões denominadas pés-vasculares, estabelecendo uma ponte
nutritiva entre o sangue e os neurônios.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, os oligodendrócitos (indicados por 5 na figura)
estão relacionados com a constituição da bainha de mielina.
* A descrição contida nesta alternativa corresponde aos astrócitos, focados na alternativa A.

04. (UPE–2008) “Um estudo põe na berlinda o GH (hormônio do crescimento), uma das
substâncias mais populares no combate ao envelhecimento”. Dentre os benefícios, estariam o
ganho de massa muscular e o aumento do colágeno e do tônus da pele. Já outros estudos
advertem que, em pessoas sem deficiência do hormônio, a utilização do GH possibilitaria o
aparecimento de diabetes, lesões cardíacas e câncer de próstata.”
(Veja, fev.2007. Adaptado)
Após a leitura do texto acima sobre o hormônio GH, analise as afirmativas e conclua.
I II
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0 0 - Sendo um corticosteroide, é produzido pelo córtex das adrenais.


1 1 - É produzido no hipotálamo pelas células neurossecretoras.
2 2 - Também conhecido como somatotrofina, age no crescimento de vários tecidos e órgãos,
particularmente nos ossos.
3 3 - É um hormônio hipofisário, e o seu excesso no adulto causa gigantismo.
4 4 - Atua acelerando o metabolismo, e sua deficiência na infância leva ao cretinismo com
retardamento físico e mental.
GABARITO
FFVFF
GH [HORMÔNIO DO CRESCIMENTO, HORMÔNIO SOMATOTRÓFICO OU
SOMATOTROFINA (STH OU SH)]
Produzido pela adenohipófise (lobo anterior da hipófise), promove o crescimento das
cartilagens e dos ossos, levando ao crescimento do organismo. Sua ação consiste,
principalmente, em aumentar o volume das células e incrementar o processo mitótico,
fenômenos conhecidos, respectivamente, por hipertrofia e hiperplasia celular. Além dessas
funções, esse hormônio ainda atua em várias outras, tais como: (1) estimular a síntese proteica
em todas as células do corpo; (2) diminuir a absorção de glicose pelo fígado; (3) reduzir a
utilização de glicose por todo o corpo; (4) aumentar o uso de lipídeos, como fonte de energia;
(5) aumentar a retenção de aminoácidos e (6) diminuir a excreção urinária de vários eletrólitos
(nitrogênio, fósforo e enxofre, dentre outros). Como consequência da pouca utilização e da
menor absorção hepática da glicose, a concentração dessa hexose cresce no tecido
sanguíneo, levando a uma hiperglicemia. Por esta razão se diz que o hormônio somatotrófico
tem efeito diabetogênico.
Uma produção insuficiente de GH, durante a fase de crescimento, determina o
nanismo, que ao contrário do cretinismo, originado por um hipotireoidismo, não é
acompanhado de deformações físicas e mentais. A hiposecreção no adulto é rara e quando
ocorre, determina distúrbios metabólicos (interferência na eliminação de certos eletrólitos e no
metabolismo dos carboidratos). Uma hipersecreção desse hormônio durante a infância, leva ao
gigantismo (desenvolvimento exagerado do esqueleto). No adulto, essa hipersecreção produz
a acromegalia (crescimento exagerado das extremidades, tais como: mãos, pés, nariz, queixo,
etc.).
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Sendo um corticosteroide, é produzido pelo córtex das adrenais.”) –
FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, o GH não é produzido pelo córtex das adrenais e
sim pela adenohipófise (lobo anterior da hipófise), como vimos acima.
- AFIRMATIVA 1 1 (“É produzido no hipotálamo pelas células neurossecretoras.”) – FALSA
* Como vimos acima, o GH não é um hormônio hipotalâmico e sim hipofisário.
- AFIRMATIVA 2 2 (“Também conhecido como somatotrofina, age no crescimento de vários
tecidos e órgãos, particularmente nos ossos.”) – VERDADEIRA
* Ver descrição acima.
- AFIRMATIVA 3 3 (“É um hormônio hipofisário, e o seu excesso no adulto causa gigantismo.”)
– FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a hipersecreção de GH, no adulto, produz
acromegalia (crescimento exagerado das extremidades, tais como: mãos, pés, nariz, queixo,
etc.) e não gigantismo, como vimos acima.
- AFIRMATIVA 4 4 (“Atua acelerando o metabolismo, e sua deficiência na infância leva ao
cretinismo com retardamento físico e mental.”) – FALSA
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* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, uma produção insuficiente de GH, durante a fase
de crescimento, determina o nanismo, que ao contrário do cretinismo, originado por um
hipotireoidismo, não é acompanhado de deformações físicas e mentais (ver descrição acima).

05. (UPE-2009) O exame de sangue representa um mecanismo de averiguação da condição


fisiológica de uma pessoa em vários aspectos. Em tempos de Olimpíadas, Copas do mundo e
grandes jogos, o exame antidoping dos atletas passa a ter uma atenção especial por parte das
comissões organizadoras. Através da análise do sangue, é possível detectar várias drogas
utilizadas como doping. Doenças também são detectadas além das necessidades de
nutrientes ou desequilíbrios na composição química sanguínea. Sobre o tecido sanguíneo, sua
composição natural, características e produção no organismo humano, analise as afirmativas.
I. É uma variedade de tecido conjuntivo. A sua matriz extracelular é o plasma. Dentre os íons
dissolvidos no plasma, temos: sódio, magnésio, cloro, cálcio, potássio e bicarbonato.
II. A anemia é uma doença do sangue proveniente de causas diversas. A siclemia ou anemia
falciforme é hereditária, causada pela mutação do gene codificante da cadeia β da
hemoglobina. Há substituição de um ácido glutâmico da hemoglobina normal por valina, na
hemoglobina siclêmica.
++ +
III. Na coagulação sanguínea, os íons Ca e K agem conjuntamente com a tromboplastina e
catalisam a reação de conversão da trombina (inativa) em protrombina (forma ativa da enzima),
que representa uma das fases do processo coagulatório do sangue.
IV. As substâncias naturalmente transportadas pelo sangue incluem: glicose, aminoácidos,
vitaminas, hormônios, amônia, ureia, oxigênio e gás carbônico.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I, II e III estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas III e IV estão corretas.
d) Apenas I, II e IV estão corretas.
e) Apenas a IV está correta.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Apenas I, II e IV estão corretas.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“É uma variedade de tecido conjuntivo. A sua matriz extracelular é o plasma.
Dentre os íons dissolvidos no plasma, temos: sódio, magnésio, cloro, cálcio, potássio e
bicarbonato.”) – CORRETA
TECIDO SANGUÍNEO
O sangue, principal veículo de circulação interna nos animais, é um tecido conjuntivo
fluido complexo, constituído por uma parte líquida denominada plasma, onde se encontram
dispersos os elementos figurados, representados por células e fragmentos celulares.
I. Plasma sanguíneo
A maior parte do plasma sanguíneo, mais de 90%, é água. O restante é representado,
principalmente, por proteínas, sais, hormônios, nutrientes, gases e excretas. Dentre as
proteínas plasmáticas destacamos: as albuminas (responsáveis pelo transporte de ácidos
graxos livres, pela viscosidade do plasma e pelo potencial osmótico sanguíneo); as
imunoglobulinas (atuam como anticorpos, defendendo o organismo de microrganismos e
substâncias orgânicas estranhas) e proteínas (protrombina e fibrinogênio) relacionadas com a
coagulação do sangue.
II. Elementos figurados do sangue
IIa. Hemácias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos)
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Nos seres humanos elas são enucleadas, discoides, bicôncavas, repletas de


hemoglobina (pigmento vermelho que possui ferro em sua molécula) e especializadas no
transporte de gases respiratórios.
IIb. Leucócitos (glóbulos brancos)
São células de diferentes formas, tamanho e funções. Seu núcleo pode ser simples,
bilobado ou trilobado e seu citoplasma pode se apresentar hialino, transparente ou conter finas
granulações, cujo conteúdo varia de acordo com o tipo de leucócito. A histamina
(vasodilatadora, que participa das reações alérgicas) e heparina (anticoagulante), por exemplo,
são encontradas nos granulócitos. No que diz respeito aos agranulócitos, há dois tipos [os
linfócitos (B e T) e os monócitos]. De acordo com os tipos, os leucócitos apresentam diferentes
funções, tais como: (a) fagocitose de elementos estranhos, inclusive bactérias; (b)
anticoagulante: (c) vasodilatadora e (d) produção de anticorpos. Os neutrófilos e os monócitos,
tipos de leucócitos, apresentam a propriedade de atravessar as paredes dos capilares
sanguíneos (diapedese) e se deslocam em diferentes tecidos, emitindo pseudópodos,
importantes na fagocitose de corpos estranhos de natureza diversa, inclusive microrganismo.
IIc. Plaquetas (trombócitos)
Fragmentos citoplasmáticos (não apresentam núcleo) que se originam na medula
óssea vermelha a partir de células denominadas
- AFIRMATIVA II (“A anemia é uma doença do sangue proveniente de causas diversas. A
siclemia ou anemia falciforme é hereditária, causada pela mutação do gene codificante da
cadeia β da hemoglobina. Há substituição de um ácido glutâmico da hemoglobina normal por
valina, na hemoglobina siclêmica.”) – CORRETA
* Na siclemia (anemia falciforme) há, realmente, a substituição, na cadeia β da hemoglobina,
de um ácido glutâmico por uma valina (ver TIPOS DE MUTAÇÕES GÊNICAS em MUTAÇÃO
GÊNICA, matéria publicada, no dia 15/04/2011, no blog “djalmasantos.wordpress.com”.
++ +
- AFIRMATIVA III (“Na coagulação sanguínea, os íons Ca e K agem conjuntamente com a
tromboplastina e catalisam a reação de conversão da trombina (inativa) em protrombina (forma
ativa da enzima), que representa uma das fases do processo coagulatório do sangue.”) –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, trombina é a forma ativa e protrombina é a forma
inativa da enzima.
- AFIRMATIVA IV (“As substâncias naturalmente transportadas pelo sangue incluem: glicose,
aminoácidos, vitaminas, hormônios, amônia, ureia, oxigênio e gás carbônico.”) – CORRETA
* Glicose, aminoácidos, vitaminas, hormônios, amônia, ureia, oxigênio e gás carbônico, dentre
outras substâncias são transportadas naturalmente pelo sangue [ver tecido sanguíneo (plasma
sanguíneo), na afirmativa I].

06. (UPE-2009) Respirar é preciso. É um ato geralmente inconsciente. O nosso corpo se


encarrega de equilibrar a entrada do oxigênio e a eliminação do gás carbônico, dependendo de
nossas necessidades fisiológicas. Mas, há circunstâncias em que é necessário respirar
conscientemente. É o que ocorre em um treinamento físico de um nadador que, explorando o
seu potencial aeróbico e ritmo respiratório, alcança vantagens em seu desempenho. Analise as
afirmativas abaixo sobre a fisiologia da respiração e conclua.
I II
0 0 - Os pigmentos respiratórios, como a hemoglobina e a hemocianina, estão dissolvidos no
plasma, produzindo a coloração vermelha de nosso sangue. São substâncias orgânicas, que
se ligam ao oxigênio ou ao gás carbônico reversivelmente.
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1 1 - A respiração funciona perfeitamente bem, sem necessidade de empenho consciente por


parte do ser humano, por estar sob o controle do sistema nervoso autônomo. Sob esse
controle, o ritmo respiratório varia de acordo com as necessidades fisiológicas.
2 2 - Nos movimentos respiratórios de inspiração e expiração, músculos se contraem e
relaxam, modificando o volume da caixa torácica. Através da contração dos músculos
intercostais e relaxamento do diafragma, ocorre a inspiração. Quando os intercostais relaxam,
e o diafragma contrai, ocorre a expiração do ar.
3 3 - A hematose ocorre nos alvéolos pulmonares; em sua cavidade, a concentração de
oxigênio é superior à dos capilares sanguíneos, e, por difusão, o gás oxigênio passa para o
sangue, ocorrendo o inverso com o gás carbônico.
4 4 - Após uma inspiração forçada, seguida de expiração forçada máxima, permanece, nos
pulmões, certo volume de ar, o ar residual. Deste modo, por mais intensa que seja a expiração,
o pulmão nunca esvazia completamente.
GABARITO
FVFVV
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Os pigmentos respiratórios, como a hemoglobina e a hemocianina, estão
dissolvidos no plasma, produzindo a coloração vermelha de nosso sangue. São substâncias
orgânicas, que se ligam ao oxigênio ou ao gás carbônico reversivelmente.”) – FALSA
* Incorreções desta afirmativa
I. A hemoglobina (pigmento vermelho) não se encontra dissolvida no plasma e sim no interior
das hemácias.
II. Nosso sangue não apresenta hemocianina (pigmento azulado) que é uma proteína dotada
de cobre em sua composição. Ela é encontrada, dissolvida na hemolinfa, em alguns moluscos,
crustáceos e aracnídeos.
- AFIRMATIVA 1 1 (“A respiração funciona perfeitamente bem, sem necessidade de empenho
consciente por parte do ser humano, por estar sob o controle do sistema nervoso autônomo.
Sob esse controle, o ritmo respiratório varia de acordo com as necessidades fisiológicas.”) –
VERDADEIRA
* A respiração é um processo que está, realmente, sob o controle do sistema nervoso
autônomo, como consta nesta afirmativa.
- AFIRMATIVA 2 2 (“Nos movimentos respiratórios de inspiração e expiração, músculos se
contraem e relaxam, modificando o volume da caixa torácica. Através da contração dos
músculos intercostais e relaxamento do diafragma, ocorre a inspiração. Quando os intercostais
relaxam, e o diafragma contrai, ocorre a expiração do ar.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, durante a inspiração ocorre contração dos
músculos intercostais e do diafragma e durante a expiração ocorre relaxamento dos músculos
intercostais e do diafragma (ver descrição abaixo).
I. Inspiração: durante a inspiração os músculos intercostais e o diafragma se contraem.
Graças às contrações dos músculos intercostais, as costelas são “levantadas”, aumentando o
diâmetro horizontal da caixa torácica. A contração do diafragma, por seu turno, “estica-o”,
rebaixando a cúpula diafragmática e aumentando o diâmetro vertical. Em função disso, a caixa
torácica amplia-se consideravelmente, determinando uma espécie de “vácuo” no interior do
tórax. A fim de preencher esse “vácuo”, os pulmões que são elásticos, inflam-se, aspirando o ar
do exterior, ocorrendo, então, a inspiração.
II. Expiração: durante a expiração o relaxamento dos músculos intercostais provoca o
rebaixamento da arcada costal, diminuindo o diâmetro horizontal do tórax. O relaxamento do
diafragma permite que a pressão abdominal exercida pelas vísceras “empurre” o diafragma
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para cima, elevando a cúpula diafragmática e diminuindo o diâmetro vertical da caixa torácica,
ocorrendo, então, a expiração.
- AFIRMATIVA 3 3 (“A hematose ocorre nos alvéolos pulmonares; em sua cavidade, a
concentração de oxigênio é superior à dos capilares sanguíneos, e, por difusão, o gás oxigênio
passa para o sangue, ocorrendo o inverso com o gás carbônico.”) – VERDADEIRA
* A hematose, que é o conjunto de trocas gasosas que ocorre nos alvéolos pulmonares, se
processa, realmente, de acordo com o descrito nesta afirmativa.
- AFIRMATIVA 4 4 (“Após uma inspiração forçada, seguida de expiração forçada máxima,
permanece, nos pulmões, certo volume de ar, o ar residual. Deste modo, por mais intensa que
seja a expiração, o pulmão nunca esvazia completamente.”) – VERDADEIRA
* Ao realizarmos uma inspiração forçada e em seguida uma expiração também forçada,
máxima, o volume de ar que expelimos pode chegar a cerca de 4,5 ou 5 litros. Esse
volume máximo que uma pessoa pode expelir dos pulmões é denominado capacidade
vital. Por mais intensa que seja expiração, entretanto, ela não provoca o esvaziamento
completo dos pulmões. Neles, resta, sempre, certo volume de ar (cerca de 1,5 litros),
denominado ar residual.

07. (UPE-2009) Considere o gráfico abaixo sobre a variação da concentração de anticorpos


presentes no plasma, ao longo de 60 dias, em resposta à introdução de antígenos no
organismo de um mesmo indivíduo.

Em relação às respostas imunológicas, analise as afirmativas a seguir.


I. Na resposta imunológica primária, o tempo para produção de anticorpos é maior que na
resposta secundária. A primeira corresponde à imunização passiva, e a segunda, à imunização
ativa.
II. Na primeira inoculação, os antígenos são fagocitados pelos linfócitos T auxiliadores. Estes
passam a “informação” para os linfócitos T citotóxicos, produtores de anticorpos.
III. A resposta secundária está relacionada com memória imunológica, por isso é mais rápido o
aumento da concentração de anticorpos.
IV. Os anticorpos produzidos são específicos para cada tipo de antígeno e são denominados
genericamente imunoglobulinas (Ig). As IgG são imunoglobulinas que passam para o feto, via
placentária.
V. A primeira inoculação corresponde à administração de vacina, com resposta lenta, mas de
duradoura eficiência, e a segunda inoculação corresponde à administração de soro, com
resposta imediata, porém de pouca duração.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I, II e III estão corretas.
b) Apenas I, II e V estão corretas.
c) Apenas III e IV estão corretas.
d) Apenas IV e V estão corretas.
e) Apenas a V está correta.
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ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Apenas III e IV estão corretas.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Na resposta imunológica primária, o tempo para produção de anticorpos é
maior que na resposta secundária. A primeira corresponde à imunização passiva, e a segunda,
à imunização ativa.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a questão se refere apenas a imunização ativa.
O gráfico retrata, realmente, os efeitos do sistema imunológico em dois contatos com o
antígeno.
* Imunização ativa: ocorre quando o próprio hospedeiro produz o anticorpo. O sistema
imunológico é estimulado a produzir anticorpos devido à introdução de antígenos no
organismo. Ela pode ser natural (o ser adquire a doença) ou artificial (caso da vacinação).
* Imunização passiva: o organismo recebe anticorpos fabricados por outros seres. Pode
ser natural (através da placenta ou do leite materno) ou artificial (soro terapêutico, como o soro
antiofídico, antitetânico, etc.).
- AFIRMATIVA II (“Na primeira inoculação, os antígenos são fagocitados pelos linfócitos T
auxiliadores. Estes passam a “informação” para os linfócitos T citotóxicos, produtores de
anticorpos.”) – INCORRETA
* Há dois tipos principais de linfócitos T: auxiliares e citotóxicos.
I. Linfócitos T auxiliares (linfócitos CD4): estimulam os linfócitos B e os linfócitos T citotóxicos a
combaterem os antígenos. Dessa forma, sua ação consiste, essencialmente, em estimular os
linfócitos B e T a reagirem e não fagocitar antígenos, como consta nesta afirmativa.
II. Os linfócitos T citotóxicos (linfócitos CD8): reconhecem e destroem células que possuem na
membrana plasmática moléculas estranhas ao corpo do indivíduo. Atacam e destroem, em
última análise, células anormais, como as infectadas por vírus e as cancerosas.
- AFIRMATIVA III (“A resposta secundária está relacionada com memória imunológica, por isso
é mais rápido o aumento da concentração de anticorpos.”) – CORRETA
* A resposta secundária está, realmente, relacionada com a existência das células de
memórias, fazendo com que a ação seja mais rápida e a concentração de anticorpos aumente
rapidamente.
- AFIRMATIVA IV (“Os anticorpos produzidos são específicos para cada tipo de antígeno e são
denominados genericamente imunoglobulinas (Ig). As IgG são imunoglobulinas que passam
para o feto, via placentária.”) – CORRETA
*Anticorpos são proteínas de defesa fabricadas por células do sangue (linfócitos) e do tecido
conjuntivo (plasmócitos) em resposta aos antígenos. Eles são denominados, genericamente,
imunoglobulina (Ig) e cada anticorpo reconhece apenas o antígeno que induziu a sua
formação, sendo, dessa forma, altamente específico.
- AFIRMATIVA V (“A primeira inoculação corresponde à administração de vacina, com resposta
lenta, mas de duradoura eficiência, e a segunda inoculação corresponde à administração de
soro, com resposta imediata, porém de pouca duração.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, nas duas inoculações foram administradas
vacinas, haja vista, que o gráfico retrata os efeitos imunológicos em dois contatos com
antígeno.

08. (UPE-2009) O tipo celular que identifica os tecidos do sistema nervoso é o neurônio.
Através do sistema nervoso, os animais relacionam-se com o ambiente, dele recebendo
estímulos e organizando complexas e elaboradas respostas. O neurônio é responsável por
estas atividades. Identifique, na figura abaixo, as partes do neurônio e as funções
desempenhadas, respectivamente.
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Assinale a alternativa correta.


a) Em 1, estão representados os dendritos, responsáveis pela recepção dos estímulos.
b) Em 2, encontra-se o local das sinapses, onde agem os neurotransmissores ou mediadores
químicos.
c) Em 3, encontra-se corpo celular, centro de manutenção e controle das respostas neurais.
d) Em 4, encontra-se a bainha de mielina, que envolve todas as fibras nervosas.
e) Em 5, encontram-se as terminações nervosas do axônio, que captam os impulsos nervosos
e os dirigem para a estrutura de número 2.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Em 1, estão representados os dendritos, responsáveis pela recepção dos estímulos.”)
ESQUEMA DE UM NEURÔNIO
O neurônio (figura abaixo) é a unidade básica do sistema nervoso. Dotado de elevada
excitabilidade, ele é capaz de perceber as mínimas variações que ocorre em seu redor,
reagindo com uma alteração elétrica (impulso nervoso) que percorre sua superfície. Os
neurônios estabelecem conexões uns com os outros (sinapses neuroniais), de forma que um
neurônio pode transmitir aos outros os estímulos que ele recebe, gerando uma reação em
cadeia. Um neurônio típico apresenta três partes: corpo celular (pericário), dendritos e axônio.
Os dois últimos representam, em sua essência, prolongamentos da membrana plasmática.

I. Corpo celular
Região vital do neurônio, sendo indispensável ao crescimento e ao metabolismo em
geral. Nele se encontram, entre outras estruturas, um núcleo, com nucléolo bem visível; muitas
mitocôndrias: complexo golgiense perinuclear; reticulo endoplasmático desenvolvido e
substância basófila (substância de Nissl).
II. Dendritos
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Os dendritos formam, geralmente, uma extensa arborização, estabelecendo numerosas


conexões com outras células. Eles não são protegidos por bainhas e funcionalmente
representam a área de recepção de estímulos do neurônio.
III. Axônio
É um fino filamento que pode ter mais de um metro de comprimento. Nas lulas
(moluscos), por exemplo, há axônios gigantes, cuja espessura é de 1 mm. Através do axônio o
neurônio envia impulso nervoso para fora do corpo celular. A região terminal do axônio
(telodendro) apresenta ramificações que fazem a “conexão” (sinapse) do neurônio com outras
células.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Em 1, estão representados os dendritos, responsáveis pela recepção dos
estímulos.”) – CORRETA
* Ver figura e descrição (“dendritos”) acima.
- ALTERNATIVA B (“Em 2, encontra-se o local das sinapses, onde agem os
neurotransmissores ou mediadores químicos.”) – INCORRETA
* 2 está indicando o corpo celular ou pericário (figura acima). Ao contrário do que consta nesta
alternativa, nele não se encontra o local das sinapses [ver descrição (“corpo celular”, acima)],
onde agem os neurotransmissores.
- ALTERNATIVA C (“Em 3, encontra-se corpo celular, centro de manutenção e controle das
respostas neurais.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o corpo célula está indicado em 2 e não em 3.
- ALTERNATIVA D (“Em 4, encontra-se a bainha de mielina, que envolve todas as fibras
nervosas.”) – INCORRETA
* Incorreções desta afirmativa
I. 4 não está indicando a bainha de mielina (ver figura acima).
II. Nem todas as fibras nervosas são envolvidas por bainha de mielina. Assim sendo, há fibras
amielinizadas, desprovidas de bainha de mielina.
- ALTERNATIVA E (“Em 5, encontram-se as terminações nervosas do axônio, que captam os
impulsos nervosos e os dirigem para a estrutura de número 2.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a captação dos impulsos nervosos é feita pelos
dendritos, indicados por 1 [ver descrição (“dendritos”) acima].

09. (UPE-2009) A figura abaixo representa etapas do processo de coagulação sanguínea. Na


etapa final, a fibrina produzida forma uma rede entrelaçada que retém as hemácias e
interrompe a hemorragia.

Identifique a alternativa cujas palavras correspondem aos espaços de números 3, 4 e 6 da


figura.
a) 3-íons cálcio, 4-protrombina e 6-fibrinogênio.
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b) 3-íons sódio, 4-protrombina e 6-plaqueta.


c) 3-íons cálcio, 4-leucócito e 6-hemácia.
d) 3- ons potássio, 4-leucócito e 6-fibrinogênio.
e) 3-íons sódio, 4-trombócito e 6-protrombina.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“3-íons cálcio, 4-protrombina e 6-fibrinogênio.”)
JUSTIFICATIVA
Use o esquema abaixo, que resume o mecanismo da coagulação sanguínea, para responder
esta questão.

10. (UPE-2010)

A FESTA NO CÉU
Entre os bichos da floresta, espalhou-se a notícia de que haveria uma festa no
Céu. Porém, só foram convidados os animais que voam. Um sapo resolveu que iria
e se escondeu dentro da viola do urubu. Ao chegar ao céu, o urubu deixou sua viola
num canto. O sapo se vendo sozinho, saltou da viola e divertiu-se.
O urubu pegou a sua viola e voou em direção à floresta. Espiou dentro do
instrumento e avistou o sapo dormindo.
Furioso, ele virou sua viola, e o sapo despencou direto para o chão, mas não
morreu.
No entanto, nas suas costas, ficou a marca da queda; uma porção de
remendos. É por isso que os sapos possuem uns desenhos estranhos nas costas.
É uma homenagem de Deus a este sapinho atrevido, mas de bom coração.
Adaptado de Contos tradicionais do Brasil.
Anfíbios e aves já foram tema de lendas, músicas e histórias. Sobre esses vertebrados,
analise as proposições e conclua.
I II
0 0 - Os anfíbios apresentam pele úmida, intensamente vascularizada e rica em queratina.
1 1 - As aves apresentam ossos pneumáticos que aumentam a capacidade de voo devido à
diminuição do peso corporal.
2 2 - Anfíbios e aves possuem coração com três câmaras; a circulação é fechada, dupla e
completa.
3 3 - Ambos são animais homeotermos e possuem sistema digestório completo, com boca
destituída de dentes.
4 4 - A fecundação é externa, e o desenvolvimento é indireto nos anfíbios, enquanto, nas aves,
a fecundação é interna, sem larvas.
GABARITO
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FVFFV
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO 0 0 (“Os anfíbios apresentam pele úmida, intensamente vascularizada e rica
em queratina.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta proposição, a pele dos anfíbios não é rica em queratina.
- PROPOSIÇÃO 1 1 (“As aves apresentam ossos pneumáticos que aumentam a capacidade
de voo devido à diminuição do peso corporal.”) – VERDADEIRA
* Nas aves a pneumatização dos ossos está associada ao voo através de associações de força
e leveza, fornecidas por sua estrutura óssea.
- PROPOSIÇÃO 2 2 (“Anfíbios e aves possuem coração com três câmaras; a circulação é
fechada, dupla e completa.”) – FALSA
* Incorreções desta proposição
I. As aves apresentam coração com quatro cavidades e não com três.
II. Anfíbios têm circulação fechada, dupla e incompleta e não completa.
- PROPOSIÇÃO 3 3 (“Ambos são animais homeotermos e possuem sistema digestório
completo, com boca destituída de dentes.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta proposição, os anfíbios não são homeotermos.
- PROPOSIÇÃO 4 4 (“A fecundação é externa, e o desenvolvimento é indireto nos anfíbios,
enquanto, nas aves, a fecundação é interna, sem larvas.”) – VERDADEIRA
* Como consta nesta proposição, os anfíbios apresentam fecundação externa e
desenvolvimento indireto e a aves têm fecundação interna e desenvolvimento direto (sem
larvas).

11. (UPE-2010)
INDIQUE A ALTERNATIVA QUE COMPLETA CORRETAMENTE AS LACUNAS DO TEXTO
ABAIXO.
Os atos reflexos são respostas __________ a um estímulo __________. O reflexo patelar
(figura abaixo) é coordenado__________; portanto, é um exemplo de reflexo __________. Mas
o bulbo, a ponte e __________ também são centros reflexos, que coordenam atos, como
vômito, deglutição, piscar de olhos, gritos de dor, riso e lágrimas, dentre outros.

a) involuntárias – motor – pelo cérebro – cerebral – a medula espinhal


b) involuntárias – sensorial – pela medula – medular – o cérebro
c) involuntárias – sensorial – pelo cérebro – cerebral – a medula espinhal
d) voluntárias – motor – pelo cérebro – cerebral – a medula espinhal
e) voluntárias – sensorial – pela medula – medular – o cérebro
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“involuntárias – sensorial – pela medula – medular – o cérebro”)
JUSTIFICATIVA
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* No reflexo patelar, objeto desta questão, um golpe aplicado no joelho leva o paciente a dá um
“chute no ar”, involuntariamente. Nesse processo, um neurônio sensitivo (sensorial), recebe o
estímulo e o conduz até a medula e outro neurônio (motor) estimula o músculo da coxa a se
contrair, tratando-se, portanto, de um reflexo medular.

12. (UPE-2012) Observe a figura abaixo e analise as seguintes afirmativas:

I. O lado esquerdo do coração apresenta um maior espessamento da musculatura do


miocárdio, por ser responsável pelo transporte de sangue pobre em oxigênio para o pulmão.
II. O átrio direito comunica-se com a veia cava, sendo responsável pela entrada do sangue
pobre em oxigênio no interior do coração.
III. A circulação humana é impulsionada por um órgão com três câmaras, diferente dos anfíbios
e répteis.
IV. Artéria pulmonar é o vaso responsável pela ida do sangue venoso para o pulmão, onde este
sofrerá hematose.
Estão corretas:
a) I e II.
b) II e III.
c) I e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“II e IV.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“O lado esquerdo do coração apresenta um maior espessamento da
musculatura do miocárdio, por ser responsável pelo transporte de sangue pobre em oxigênio
para o pulmão.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, no lado esquerdo do coração se encontra
sangue rico em oxigênio.
- AFIRMATIVA II (“O átrio direito comunica-se com a veia cava, sendo responsável pela
entrada do sangue pobre em oxigênio no interior do coração.”) – CORRETA
* No lado direito do coração se encontra, realmente, sangue pobre em oxigênio.
- AFIRMATIVA III (“A circulação humana é impulsionada por um órgão com três câmaras,
diferente dos anfíbios e répteis.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, o homem apresenta coração com quatro
câmaras [dois átrios (aurículas) e dois ventrículos]. Nos anfíbios adultos, o coração possui três
câmaras, sendo dois átrios (aurículas) e um ventrículo, contrariando esta afirmativa. No que diz
respeito aos repteis, os não crocodilianos (lagartos, cobras, tartarugas, etc.) apresentam, ao
contrário do que consta nesta afirmativa, três câmaras cardíacas [dois átrios (aurículas) e um
ventrículo], com o septo de Sabatier no ventrículo único (ventrículo parcialmente septado). Os
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crocodilianos (jacarés e crocodilos), por seu turno, apresentam, realmente, coração com quatro
câmaras [dois átrios (aurículas) e dois ventrículos].
- Resumindo:
* Homem: 4 câmaras.
* Anfíbio adulto: 3 câmaras.
* Répteis não crocodilianos: 3 câmaras com o ventrículo septado.
* Repteis crocodilianos: 4 câmaras.
- AFIRMATIVA IV (“Artéria pulmonar é o vaso responsável pela ida do sangue venoso para o
pulmão, onde este sofrerá hematose.”) – CORRETA
* Ver esquema abaixo.

13. (UPE-2012) Baseando-se na relação de cada uma das alternativas com a figura e a
funcionalidade de cada órgão, assinale a correta.

Fonte adaptada de
http://srec.azores.gov.pt/dre/sd/115132020201/ESA/downloads/O%20SISTEMA%20DIGESTIV
O.htm.
a) O estômago (I) sofre a ação da secretina, que, ao entrar em contato com o alimento,
estimula a secreção do suco pancreático e o aumento da acidez estomacal.
b) A vesícula biliar (II) possui a função de armazenamento da bile, responsável pela
saponificação da gordura proveniente dos alimentos.
c) O duodeno (III) secreta a enterogastrona, que atua na inibição da secreção do suco gástrico
e da motilidade gástrica, tornando o esvaziamento do estômago mais lento.
d) O pâncreas (IV) secreta as enzimas encontradas no suco pancreático, que atuam
diretamente, no intestino delgado.
e) O fígado (V) não possui uma função que o ligue diretamente à digestão, mas apenas à
destruição e excreção de metabólitos, como o álcool e os medicamentos.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“O duodeno (III) secreta a enterogastrona, que atua na inibição da secreção do suco gástrico e
da motilidade gástrica, tornando o esvaziamento do estômago mais lento.”)
JUSTIFICATIVA
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- ALTERNATIVA A [“O estômago (I) sofre a ação da secretina, que, ao entrar em contato com o
alimento, estimula a secreção do suco pancreático e o aumento da acidez estomacal.”] –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o estômago (indicado por I), sofre ação da
gastrina, hormônio secretado pelo próprio estômago. Esse hormônio estimula a secreção e a
motilidade gástrica. Como se pode constatar, a gastrina é um exemplo de hormônio que atua
no mesmo onde é secretada (estômago). A secretina, mencionada nesta alternativa, é
produzida pelo intestino delgado, por estímulo da acidez do quimo no duodeno, e inibe a
secreção e a motilidade gástrica.
- ALTERNATIVA B [“A vesícula biliar (II) possui a função de armazenamento da bile,
responsável pela saponificação da gordura proveniente dos alimentos.”] – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a vesícula biliar não está sendo indica por II e
sim por IV.
- ALTERNATIVA C [“O duodeno (III) secreta a enterogastrona, que atua na inibição da
secreção do suco gástrico e da motilidade gástrica, tornando o esvaziamento do estômago
mais lento.”] – CORRETA
* A enterogastrona (peptídio inibidor gástrico) é, realmente, um hormônio secretado pelo
duodeno (indicado por III), estimulado pelo quimo ácido que chega ao duodeno, que inibe a
secreção e a motilidade gástrica. Em função disto, o esvaziamento do estômago se torna mais
lento.
- ALTERNATIVA D [“O pâncreas (IV) secreta as enzimas encontradas no suco pancreático, que
atuam diretamente, no intestino delgado.”] – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o pâncreas está indicado por II e não por IV, que
está indicando a vesícula biliar.
- ALTERNATIVA E [“O fígado (V) não possui uma função que o ligue diretamente à digestão,
mas apenas à destruição e excreção de metabólitos, como o álcool e os medicamentos.”] –
INCORRETA
* O fígado, indicado por V, secreta bile, fluido constituído, principalmente, de água (cerca de
95%), pigmentos biliares (produto de desintegração da hemoglobina), sais biliares, lecitina,
colesterol, sais inorgânicos e mucina. Dos seus componentes, o elemento mais importante na
digestão são os sais biliares, que atuam emulsionando as gorduras, facilitando, dessa forma, a
ação da lipase.

14. (UPE-2012) Sobre o Sistema Endócrino Humano, observando-se a figura a seguir, é


correto afirmar que:
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Disponível: http://sistemaendocrinounisul.blogspot.com.br
a) A glândula (2) é regulada pela estrutura (1), atuando diretamente sobre o metabolismo de
homens e mulheres, por meio dos hormônios T3, T4 e calcitonina.
b) Localizadas em cima dos rins, as glândulas (3) são responsáveis por hormônios que
estimulam a produção de glicose e gordura, além de interferir no funcionamento renal.
c) O hormônio folículo estimulante (FSH), produzido na porção posterior da glândula (1),
estimula o amadurecimento de células germinativas na estrutura (4).
d) Na glândula (1), ocorre a produção do hormônio luteinizante (LH) o qual atuará na estrutura
(5) para a produção de estradiol.
e) A estrutura (4) sofre a ação dos hormônios FSH e ACTH durante o ciclo menstrual,
favorecendo o amadurecimento e a liberação do óvulo.
AFIRMATIVA CORRETA: A
(“A glândula (2) é regulada pela estrutura (1), atuando diretamente sobre o metabolismo de
homens e mulheres, por meio dos hormônios T3, T4 e calcitonina.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA A [“A glândula (2) é regulada pela estrutura (1), atuando diretamente sobre o
metabolismo de homens e mulheres, por meio dos hormônios T3, T4 e calcitonina.”] –
CORRETA
* A glândula 2 (tireoide) é, realmente, regulada pela glândula 1 (hipófise). Os hormônios da
tireoide (T3, T4 e calcitonina), atuam diretamente no metabolismo.
- AFIRMATIVA B [“Localizadas em cima dos rins, as glândulas (3) são responsáveis por
hormônios que estimulam a produção de glicose e gordura, além de interferir no funcionamento
renal.”] – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, os hormônios secretados pelas glândulas 3
(adrenais ou suprarrenais) não estimulam a produção de gordura. Alguns desses hormônios,
os glicocorticoides, que têm como principal representante o cortisol (hidrocortisona),
incrementam, no fígado, a formação de glicose a partir de gorduras e proteínas
(gliconeogênese).
- AFIRMATIVA B [“O hormônio folículo estimulante (FSH), produzido na porção posterior da
glândula (1), estimula o amadurecimento de células germinativas na estrutura (4).”] –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, o hormônio folículo estimulante (FSH) é
produzido pela adenohipófise [porção anterior da glândula 1 (hipófise)] e não pela porção
posterior (neurohipófise).
- AFIRMATIVA D [“Na glândula (1), ocorre a produção do hormônio luteinizante (LH) o qual
atuará na estrutura (5) para a produção de estradiol.”] – INCORRETA
* O hormônio luteinizante (LH), secretado pela glândula 1 (hipófise) atua na estrutura 5
(testículo) estimulando as células intersticiais de Leydig, paraa produção de testosterona
(hormônio sexual masculino), contrariando o contido nesta afirmativa.
- AFIRMATIVA D [“A estrutura (4) sofre a ação dos hormônios FSH e ACTH durante o ciclo
menstrual, favorecendo o amadurecimento e a liberação do óvulo.”] – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a estrutura 4 (ovário) não sofre ação do ACTH
(hormônio adrenocorticotrófico) durante o ciclo menstrual. Esse hormônio hipofisário atua,
realmente, no córtex adrenal.

15. (UPE-2012) O aleitamento materno é a estratégia isolada, que mais previne mortes infantis,
além de promover a saúde física, mental e psíquica da criança e da mulher que amamenta.
(Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1251).
Observe, na figura a seguir, as glândulas envolvidas no processo de amamentação.
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Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-
IVjX8OxPxXE/TaNXvmwXVI/AAAAAAAAA0c/PU_O7kgaGFo/s1600/endocr5+hipofise+a%25C3
%25A7%25C3%25A3o+afh.jpg
Sobre elas, analise as seguintes afirmativas:
I. A hipófise é dividida em duas porções: adenohipófise e a neurohipófise. É uma glândula
mista que apresenta regiões endócrinas e exócrinas, como ocorre com o pâncreas.
II. A adenohipófise, porção anterior da hipófise, não apresenta ductos associados à porção
secretora e produz a prolactina, que é um hormônio, que estimula a produção de leite nas
glândulas mamárias, durante a gravidez e a amamentação.
III. As glândulas mamárias apresentam a porção secretora associada a ductos que lançam sua
secreção, o leite materno, para o exterior do corpo, consistindo em uma glândula exócrina,
semelhante às glândulas lacrimais e sudoríparas.
IV. A porção posterior da hipófise, ou seja, a neuroipófise, secreta a ocitocina, um hormônio,
que induz à liberação do leite na amamentação, quando o bebê suga. A sucção, por sua vez,
provoca um aumento da liberação de ocitocina, como indicam as setas da figura.
Estão corretas apenas:
a) I e II.
b) I, II e III.
c) II e III.
d) II, III e IV.
e) I, III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“II, III e IV.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“A hipófise é dividida em duas porções: adenohipófise e a neurohipófise. É
uma glândula mista que apresenta regiões endócrinas e exócrinas, como ocorre com o
pâncreas.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a hipófise (“maestro da orquestra endócrina”)
não é uma glândula mista (anfícrina). Ela é exclusivamente endócrina.
COMPLEMENTO
I. Glândulas endócrinas: também conhecidas como glândulas de secreção interna, são
desprovidas de duto excretor (canal de saída). Sua secreção, denominada hormônio, é
absorvida pelo sangue que circula pelos capilares que irrigam o tecido glandular, sendo
lançada, portanto, diretamente na corrente sanguínea (figura abaixo). Durante sua formação, o
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canal que a ligava ao epitélio de origem regride e desaparece. Citamos como exemplos a
hipófise, a tireoide, as paratireoides e as adrenais.

II. Glândulas exócrinas: apresentam duto excretor (figura a seguir) e lançam sua secreção
no exterior do corpo ou no interior de uma cavidade, que, por sua vez, se comunica com o meio
externo. Como exemplos, citamos: glândulas mamárias, lacrimais, sudoríparas, salivares,
sebáceas, gástricas e intestinais.

III. Glândulas anfícrinas (“mistas”): apresentam, simultaneamente, funções exócrina e


endócrina. O pâncreas constitui um exemplo clássico de glândula anfícrina, secretando
insulina, glucagon e somatostatina, que são hormônios (secreção endócrina) relacionados com
o controle do metabolismo da glicose e de suco pancreático, que é lançado no intestino, com
função digestiva (secreção exócrina).
- AFIRMATIVA II (“A adenohipófise, porção anterior da hipófise, não apresenta ductos
associados à porção secretora e produz a prolactina, que é um hormônio, que estimula a
produção de leite nas glândulas mamárias, durante a gravidez e a amamentação.”) –
CORRETA
* A adenohipófise (lobo anterior da hipófise), sendo uma glândula endócrina, não possui,
realmente, ducto secretor que são encontrados nas glândulas exócrinas (ver complemento
acima). A prolactina, que é um dos hormônios secretado pela adenohipófise, estimula, como
consta nesta afirmativa, a produção de leite nas glândulas mamárias.
- AFIRMATIVA III (“As glândulas mamárias apresentam a porção secretora associada a ductos
que lançam sua secreção, o leite materno, para o exterior do corpo, consistindo em uma
glândula exócrina, semelhante às glândulas lacrimais e sudoríparas.”) – CORRETA
* Sendo uma glândula exócrina, as glândulas mamárias apresentam, realmente, ductos
secretores, como mostramos acima em “complemento”.
- AFIRMATIVA IV (“A porção posterior da hipófise, ou seja, a neurohipófise, secreta a ocitocina,
um hormônio, que induz à liberação do leite na amamentação, quando o bebê suga. A sucção,
por sua vez, provoca um aumento da liberação de ocitocina, como indicam as setas da figura.”)
– CORRETA
* Embora a ocitocina seja produzida pelo hipotálamo (“encruzilhada neuroendócrina”), ela é
acumulada e liberada (secretada) pela neurohipófise (lobo posterior da hipófise), como consta
nesta afirmativa.

16. (UPE-2014) Leia o texto a seguir:


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De acordo com o pediatra Dr. Moises Chencinski, a longo prazo, não dormir direito pode
comprometer seriamente a saúde, pois é durante o sono que são produzidos alguns hormônios
vitais para o funcionamento de nosso organismo. A melatonina, neuro‐hormônio relacionado à
regulação do sono, é fabricada no escuro e produzida de forma muito irregular em bebês, pois
sua glândula produtora não é bem desenvolvida. Assim, o sono de bebês é imprevisível.
Recentes descobertas mostram que o leite materno, produzido pela ação da prolactina, contém
melatonina em grande quantidade à noite e em menor concentração durante o dia. Assim, o
aleitamento materno tem mais uma função, a qual supre essa deficiência e induz o sono dos
bebês. Além disso, na infância, cerca de 90% do hormônio do crescimento (GH ou
somatotrofina) são liberados durante o sono, e crianças que têm dificuldade para dormir têm
mais chance de ter problemas no seu desenvolvimento físico.
Disponível em: http://guiadobebe.uol.com.br/hora-de-dormir-o-sono-parte-4. Adaptado.
Considerando as amplas funções dos hormônios apresentados no texto, estabeleça a
correlação entre outras possíveis ações desses hormônios.
a) Melatonina – pode atenuar inflamações; Prolactina – estimula a espermatogênese e a
ovocitogênese; Somatotrofina – causa vasoconstrição generalizada no corpo.
b) Melatonina – aumenta a concentração de glicose no sangue; Prolactina – evita o acúmulo de
gordura e a fragilidade de ossos; Somatotrofina ‐ estimula a deposição de cálcio nos ossos.
c) Melatonina – estimula a quebra de glicogênio no fígado; Prolactina – inibe o
desenvolvimento das gônadas; Somatotrofina ‐ ajuda a manter tônus muscular.
d) Melatonina – inibe o desenvolvimento das gônadas; Prolactina – promove a secreção de
progesterona; Somatotrofina ‐ afeta o metabolismo das células.
e) Melatonina – causa vasoconstrição na pele, mucosas e rins; Prolactina – pode atenuar
inflamações; Somatotrofina ‐ acelera os batimentos cardíacos.
ALTERNATIVA CORRETA: D
(“Melatonina – inibe o desenvolvimento das gônadas; Prolactina – promove a secreção de
progesterona; Somatotrofina ‐ afeta o metabolismo das células.”)
* Veja a correlação a seguir.
MELATONINA
Hormônio produzido pela glândula pineal (epífise). Esse hormônio, cuja secreção é
fortemente afetada pela exposição à luz, além de está envolvido em modificações
comportamentais relacionadas aos ciclos de claro e escuro, inibe o desenvolvimento das
gônadas.
PROLACTINA
Hormônio produzido pela adenohipófise (lobo anterior da hipófise) que atua nos ovários
promovendo a produção de progesterona e nas glândulas mamárias estimulando a
produção de leite.
SOMATOTROFINA
Hormônio produzido pela adenohipófise (lobo anterior da hipófise) promove o
crescimento das cartilagens e dos ossos, levando ao crescimento do organismo. Sua ação
consiste, principalmente, em aumentar o volume das células e incrementar o
processo mitótico, fenômenos conhecidos, respectivamente, por hipertrofia
e hiperplasia celular. Além dessas funções, esse hormônio ainda atua em várias outras,
tais como: (1) estimular a síntese proteica em todas as células do corpo; (2) diminuir a
absorção de glicose pelo fígado; (3) reduzir a utilização de glicose por todo o corpo; (4)
aumentar o uso de lipídeos, como fonte de energia; (5) aumentar a retenção de aminoácidos e
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(6) diminuir a excreção urinária de vários eletrólitos (nitrogênio, fósforo e enxofre, dentre
outros).
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TRIGÉSIMA PRIMEIRA (REP. E EMBRIOLOGIA)

01. (UPE-2001) Os répteis foram os primeiros vertebrados a conquistar o ambiente terrestre,


exigindo grandes adaptações relativas à reprodução – apresentam fecundação interna e ovo
terrestre, como casca impermeável e resistente. A presença da casca no ovo trouxe uma serie
de “problemas” ao desenvolvimento embrionário tais como, o destino das excretas
nitrogenadas produzidas durante o desenvolvimento e a efetuação de trocas gasosas
respiratórias da casca. Nas aves e nos répteis, quais os anexos embrionários que
solucionaram esses problemas?
a) Cório.
b) Vesícula vitelina.
c) Alantoide.
d) Âmnio.
e) Calaza.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Alantoide.”)
VESÍCULA VITELINA
Anexo embrionário que armazena substâncias nutritivas para o embrião, participando,
dessa forma, da nutrição do embrião durante seu desenvolvimento. Apresenta-se bem
desenvolvido nos peixes, répteis, aves e mamíferos ovíparos (não placentários). É, inclusive, o
único anexo embrionário encontrado nos peixes.
ÂMNIO
Cresce ao redor do embrião dos repteis, das aves e dos mamíferos, envolvendo-o
completamente e tendo como função proteger o embrião contra choques mecânicos e
desidratação. Em função de possui âmnion, os répteis, as aves e os mamíferos são conhecidos
como amniotas, enquanto os peixes e os anfíbios, que não possuem âmnion, são chamados
anamniotas.
ALANTOIDE
Tem, principalmente, função excretora nos não placentários, armazenando excretas
nitrogenadas do embrião e ocorre nos repteis, nas aves e nos mamíferos. Em associação com
o cório (alantocórion) participa, também, dos processos de trocas gasosas entre o embrião e o
meio externo.
CÓRIO
Também conhecido como serosa, circunda completamente as demais estruturas e em
associação com o alantoide, como vimos acima, funciona como estrutura respiratória. Ocorre
nos répteis, nas aves e nos mamíferos.
CALAZA (CHALAZA)
- Animal: formação filamentosa que prende a gema à clara dos ovos das aves.
- Vegetal: base da nucela, presente no óvulo vegetal (figura abaixo), sendo a região onde
nascem os tegumentos e coincide com o ponto de ramificação dos vasos.
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- ALTERNATIVA C (“Alantoide.”) – CORRETA


* Ver “Tem, principalmente, função excretora nos não placentários, armazenando excretas
nitrogenadas do embrião ...” em “ALANTOIDE”, acima.

02. (UPE-2003)
O TEXTO ABAIXO COMPARA OS OVOS DE GALINHA, LEVANDO EM CONTA O ASPECTO
COMERCIAL.
Em que os ovos caipiras são diferentes dos outros?
Eles são 30% menores, têm a casca mais grossa e a cor da gema mais escura – de um
alaranjado forte, em comparação com o amarelo-claro dos ovos de granja. “São apenas
diferenças superficiais: em termos nutricionais ambos são idênticos”, afirma o melhorista
genético Vicente José Maria Savino, da Escola Superior Agrícola Luiz de Queiroz (ESALQ), em
Piracicaba, SP.
(Super Interessante – julho/2002)
Essas diferenças são apenas comerciais. Considere as proposições relativas às características
dos ovos das aves.
I II
0 0 – A presença da casca mais grossa nos ovos das aves e o surgimento do âmnion foram
passos importantes na conquista do ambiente terrestre a partir desses animais, permitindo aos
embriões desenvolverem-se fora da água.
1 1 – Os ovos de galinha são reserva nutritiva para o embrião e também fonte de alimento
para os humanos, fornecendo vitamina A e algumas vitaminas do complexo B, além de
proteínas ricas em aminoácidos essenciais.
2 2 – Tanto a galinha caipira como a galinha de granja são amniotas. O âmnion, o cório e o
alantoide realizam funções de nutrição, proteção mecânica e contra a desidratação, e excreção
de amônia respectivamente.
3 3 – A gema é uma célula cuja maior parte é constituída de vitelo. Ao ser fecundada, inicia-se
o processo de clivagem a partir da região chamada cicatrícula que contém o núcleo. A clara ou
albúmen é incorporada ao ovo quando da passagem da gema pelo oviduto.
4 4 – Nos embriões de aves, algumas regiões de alantoide aderem firmemente ao cório,
formando o corioalantoide ou membrana corioalantoide. Essa estrutura vascularizada, situada
próxima à casca porosa do ovo, permite as trocas gasosas com o ar.
GABARITO
FVFVV
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO 0 0 (“A presença da casca mais grossa nos ovos das aves e o surgimento do
âmnion foram passos importantes na conquista do ambiente terrestre a partir desses animais,
permitindo aos embriões desenvolverem-se fora da água.”) – FALSA
* Ovos com casca e surgimento do âmnio foram passos importantes na evolução dos répteis,
que antecederam às aves na conquista pelo ambiente terrestre.
- PROPOSIÇÃO 1 1 (“Os ovos de galinha são reserva nutritiva para o embrião e também fonte
de alimento para os humanos, fornecendo vitamina A e algumas vitaminas do complexo B,
além de proteínas ricas em aminoácidos essenciais.”) – VERDADEIRA
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* Os ovos de galinha são, realmente, reservas nutritivas para o embrião e fonte de alimento
para os humanos.
- PROPOSIÇÃO 2 2 (“Tanto a galinha caipira como a galinha de granja são amniotas. O
âmnion, o cório e o alantoide realizam funções de nutrição, proteção mecânica e contra a
desidratação, e excreção de amônia respectivamente.”) – FALSA
* Incorreções desta proposição
I. Âmnion: proteção contra choques mecânicos e desidratação e não nutrição, como consta
nesta proposição.
II. Alantoide: excreção de ácido úrico e não de amônia, como consta nesta proposição. Os
repteis e as aves são uricotélicos e não amoniotélicos.
- PROPOSIÇÃO 3 3 (“A gema é uma célula cuja maior parte é constituída de vitelo. Ao ser
fecundada, inicia-se o processo de clivagem a partir da região chamada cicatrícula que contém
o núcleo. A clara ou albúmen é incorporada ao ovo quando da passagem da gema pelo
oviduto.”) – VERDADEIRA
* As aves apresentam ovo do tipo telolécito (figura abaixo), no qual há uma grande quantidade
de vitelo. Nesse ovo, a clivagem (segmentação) é meroblástica do tipo parcial discoidal. Neste
caso, ela se limita a um disco de citoplasma, denominado a cicatrícula ou disco germinativo,
contido na região do polo animal ou germinativo.

- PROPOSIÇÃO 4 4 (“Nos embriões de aves, algumas regiões de alantoide aderem


firmemente ao cório, formando o corioalantoide ou membrana corioalantoide. Essa estrutura
vascularizada, situada próxima à casca porosa do ovo, permite as trocas gasosas com o ar.”) –
VERDADEIRA
* Como consta nesta proposição, o cório em associação com alantoide (alantocórion), participa
dos processos de trocas gasosas entre o embrião e o meio externo.

03. (UPE–2008)
“GRAVIDEZ TIRA DA ESCOLA 25% DAS ADOLESCENTES.”

Em Pernambuco, em 2003, nasceram mais de 1500 bebês de mães com idade entre 10 e
14 anos. Outros 226.102 foram gerados por jovens entre 15 e 19 anos, segundo o Ministério
da Saúde. Em Recife, 36,9% das alunas menores de 18 anos já ficaram grávidas...
Letícia Lins, Jornal o Globo, 07/03/2005.

A gravidez pode ser evitada, ou mesmo, planejada. Basta seguir as orientações do médico
especializado e conhecer para empregar corretamente os métodos de prevenção. Sobre estes,
analise as afirmativas e conclua.
I II
0 0 - Preservativo ou camisinha é uma borracha elástica que veste o pênis ereto e retém o
conteúdo da ejaculação. Consiste em um bom método anticoncepcional, além de diminuir o
risco de contaminação de doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS e o diabetes.
1 1 - A tabelinha consiste em um método natural que evita a relação sexual no período fértil
da mulher; é baseada em ciclos menstruais, por isso tem uma eficácia de 100%.
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2 2 - A laqueadura tubária consiste na interrupção da permeabilidade das tubas uterinas, e,


como não há passagem para o óvulo, não há encontro dele com o espermatozoide. É
facilmente reversível.
3 3 - A vasectomia consiste em um corte nos ductos deferentes, impede os espermatozoides
de atingirem o pênis durante a ejaculação, não altera a produção de hormônios masculinos e
não causa impotência sexual.
4 4 - A pílula anticoncepcional consiste na combinação de hormônios femininos sintéticos,
estrogênio e progesterona, que inibem a liberação de gonadotrofinas (FSH e LH) pela hipófise,
impedindo a ovulação.
GABARITO
FFFVV
JUSTIFICATIVA
AFIRMATIVA 0 0 (“Preservativo ou camisinha é uma borracha elástica que veste o pênis ereto
e retém o conteúdo da ejaculação. Consiste em um bom método anticoncepcional, além de
diminuir o risco de contaminação de doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS e o
diabetes.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, diabetes não é uma doenças sexualmente
transmissível.
AFIRMATIVA 1 1 (“A tabelinha consiste em um método natural que evita a relação sexual no
período fértil da mulher; é baseada em ciclos menstruais, por isso tem uma eficácia de 100%.”)
– FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, a tabelinha não tem uma eficácia de 100%.
- A tabelinha (método do ritmo ovulatório) tem por base o fato de o óvulo está presente, nos
ovidutos, em condições de ser fecundado, durante um curto intervalo de tempo do ciclo
menstrual (período fértil). O principal problema desse método é, exatamente, determinar esse
período. Neste contexto, o dia da ovulação (liberação do ovulo) pode variar, em função da
duração do ciclo e de outros fatores.
AFIRMATIVA 2 2 (“A laqueadura tubária consiste na interrupção da permeabilidade das tubas
uterinas, e, como não há passagem para o óvulo, não há encontro dele com o espermatozoide.
É facilmente reversível.”) – FALSA
* Incorreções desta afirmativa
I. A laqueadura tubária não consiste na interrupção de permeabilidade das tubas uterinas.
II. Não é facilmente reversível.
- A Laqueadura tubária (ligadura de trompas): processo que consiste no corte (seccionamento)
das tubas uterinas é considerado permanente ou irreversível, porque, depois de feita a cirurgia,
é difícil recuperar a capacidade de ter filhos.
AFIRMATIVA 3 3 (“A vasectomia consiste em um corte nos ductos deferentes, impede os
espermatozoides de atingirem o pênis durante a ejaculação, não altera a produção de
hormônios masculinos e não causa impotência sexual.”) – VERDADEIRA
* A vasectomia, que consiste no seccionamento (corte) dos ductos deferentes, não afeta a
produção de testosterona pelos testículos não causando, portanto, impotência sexual.
AFIRMATIVA 4 4 (“A pílula anticoncepcional consiste na combinação de hormônios femininos
sintéticos, estrogênio e progesterona, que inibem a liberação de gonadotrofinas (FSH e LH)
pela hipófise, impedindo a ovulação.”) – VERDADEIRA
* O contido nesta afirmativa descreve, realmente, a composição química e a atuação das
pílulas anticoncepcionais (anovulatórios).

04. (UPE–2008) LEIA O TEXTO ABAIXO.


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MAS SÃO ELAS QUE FICAM GRÁVIDAS.


“A gravidez precoce é considerada um problema de saúde pública no
Brasil e no mundo. No Brasil, cerca de uma dentre quatro mulheres que dão à
luz nas maternidades tem menos de 20 anos de idade...
Há possibilidade de gestações sucessivas, riscos de aborto provocado
e dificuldades para a amamentação. Por isso, a gravidez entre adolescentes
deve ser encarada como um problema social, não apenas médico...”
(Texto adaptado, UZUNIAN, Armênio e BIRNER, Ernesto. Biologia
1, 3ª edição, Ed. Harbra. 2006)

Dentre as alternativas abaixo, qual a que descreve, comenta ou justifica os fenômenos


relacionados à fecundação, à gravidez e ao parto.
a) O colostro, liberado pelas glândulas mamárias, nos primeiros dias após o parto, é um fluido
rico em lactose e gorduras, embora, pobre em anticorpos.
b) A vesícula amniótica, popularmente conhecida como bolsa d’água, é um anexo embrionário
que protege o embrião e, uma vez cheia de líquido, amortece choques que podem afetá-lo.
c) Na gravidez de gêmeos univitelinos, dois óvulos diferentes são fecundados por dois
espermatozoides diferentes, gerando crianças do mesmo sexo e geneticamente idênticas.
d) No parto natural, a cabeça e o corpo do feto distendem o colo uterino, estimulando
receptores dessa região. Os impulsos nervosos são enviados ao hipotálamo, promovem a
liberação de oxitocina para o sangue, atingem a musculatura estriada do útero e induzem sua
contração voluntária.
e) A oxitocina, liberada pela porção anterior da hipófise, estimula a produção de leite pelas
glândulas mamárias, e sua expulsão é estimulada pela sucção do recém-nascido e pela
prolactina que age sobre a musculatura lisa, que circunda as glândulas mamárias.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“A vesícula amniótica, popularmente conhecida como bolsa d’água, é um anexo embrionário
que protege o embrião e, uma vez cheia de líquido, amortece choques que podem afetá-lo.”)
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“O colostro, liberado pelas glândulas mamárias, nos primeiros dias após o
parto, é um fluido rico em lactose e gorduras, embora, pobre em anticorpos.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o colostro e rico em anticorpos produzidos pela
mãe. Ele atua como reforço do sistema imunológico do recém-nascido.
- ALTERNATIVA B (“A vesícula amniótica, popularmente conhecida como bolsa d’água, é um
anexo embrionário que protege o embrião e, uma vez cheia de líquido, amortece choques que
podem afetá-lo.”) – CORRETA
* A vesícula amniótica é, realmente, um anexo embrionário que protege o embrião contra
choque mecânicos e dessecação.
- ALTERNATIVA C (“Na gravidez de gêmeos univitelinos, dois óvulos diferentes são
fecundados por dois espermatozoides diferentes, gerando crianças do mesmo sexo e
geneticamente idênticas.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, gêmeos univitelinos (monozigóticos, idênticos ou
verdadeiros) originam-se um único zigoto, formado pela fecundação de um óvulo por um
espermatozoide. Eles possuem o mesmo sexo e a mesma constituição genética.
- ALTERNATIVA D (“No parto natural, a cabeça e o corpo do feto distendem o colo uterino,
estimulando receptores dessa região. Os impulsos nervosos são enviados ao hipotálamo,
promovem a liberação de oxitocina para o sangue, atingem a musculatura estriada do útero e
induzem sua contração voluntária.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, a musculatura uterina é lisa e não estriada.
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* A oxitocina (ocitocina), hormônio produzido pelo hipotálamo e liberado pela neurohipófise


(lobo posterior da hipófise) provoca contrações da musculatura lisa do útero, por ocasião do
parto e pós-parto.
- ALTERNATIVA E (“A oxitocina, liberada pela porção anterior da hipófise, estimula a produção
de leite pelas glândulas mamárias, e sua expulsão é estimulada pela sucção do recém-nascido
e pela prolactina que age sobre a musculatura lisa, que circunda as glândulas mamárias.”) –
INCORRETA
* Incorreções desta afirmativa
I. A oxitocina (oxitocina) é um hormônio produzido pelo hipotálamo e liberado (secretado) pelo
lobo posterior da hipófise (neurohipófise) e não pela porção anterior da hipófise
(adenohipófise).
II. A oxitocina (oxitocina) não estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias e sim as
contrações das mamas para ejeção do leite.
III. A prolactina, hormônio secretado pela adenohipófise (lobo anterior da hipófise), atua nas
glândulas mamárias estimulando a produção de leite.

05. (UPE-2009) A perpetuação da vida no nosso planeta deve-se à característica mais típica
dos seres vivos, que é a capacidade de reprodução, ou seja, produzir descendentes
semelhantes a si mesmos. Identifique, nos esquemas, o tipo de reprodução característico
destes organismos.

Assinale a alternativa correta.


a) Assexuada por: A - divisão binária; B - brotamento; C - esporulação.
b) Sexuada por: A - mitose; B - brotamento. C - cissiparidade.
c) Assexuada por: A - mitose; B - cissiparidade; C - brotamento.
d) Sexuada por: A - esporulação; B - esporulação; C - mitose.
e) Assexuada por: A - cissiparidade; B - mitose; C - esporulação.
ALTERNATIVA CORRETA: A
(“Assexuada por: A - divisão binária; B - brotamento; C - esporulação.”)
A - DIVISÃO BINÁRIA
A divisão binária (bipartição ou cissiparidade) é um processo bastante simples e
consiste na divisão de um ser em duas partes iguais, ou aproximadamente iguais, onde cada
uma delas dará origem a um novo indivíduo. Esse tipo de reprodução ocorre em protozoários e
em algas unicelulares, dentre outros organismos.
B - BROTAMENTO
No brotamento (gemiparidade) ocorre a emissão de saliências denominadas brotos
(gêmulas ou gemas), que podem se destacar originando novos seres, ou ficar ligados ao
organismo original, formando uma colônia, como no caso do corais (celenterados). Esse tipo de
reprodução ocorre em seres unicelulares e pluricelulares, como os fungos, os poríferas e os
celenterados.
C - ESPORULAÇÃO
Neste tipo de reprodução ocorre a formação de células especializadas denominadas
esporos, que liberados, em ambientes favoráveis, multiplicam-se por sucessivas divisões
celulares, originando um novo organismo geneticamente igual ao original. Como se pode
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constatar, os esporos não precisam ser fecundados para gerar outro organismo. Assim sendo,
eles diferem dos gametas pela sua capacidade de se reproduzir por mitose, formando
indivíduos completos. Esse tipo de reprodução ocorre em certos fungos e algas.

06. (UPE-2010) A formação de espermatozoides pode ser explicada através do seguinte


esquema da espermatogênese:

Da análise deste esquema, pode-se concluir que:


I II
0 0 - No período germinativo, algumas espermatogônias passam por modificações,
aumentando de tamanho e se diferenciando, formando os espermatócitos primários.
1 1 - Os espermatócitos primários (2n) entram em mitose e, ao final, formam-se os
espermatócitos secundários (n), o que ocorre no período de diferenciação.
2 2 - No período de maturação, observam-se espermatócitos secundários, células haploides
com n cromossomos, cada um contendo 2 cromátides.
3 3 - As espermátides são células diploides que irão se transformar em espermatozoides no
período de crescimento.
4 4 - Ao final do período de diferenciação de cada espermatozoide, formam-se quatro novas
espermatogônias.
GABARITO
FFVFF
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA 0 0 (“No período germinativo, algumas espermatogônias passam por
modificações, aumentando de tamanho e se diferenciando, formando os espermatócitos
primários.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, os espermatócitos primários se formam, a partir
das espermatogônias, no período de crescimento e não no período germinativo.
- ALTERNATIVA 1 1 [“Os espermatócitos primários (2n) entram em mitose e, ao final, formam-
se os espermatócitos secundários (n), o que ocorre no período de diferenciação.”] – FALSA
* Incorreções desta alternativa
I. A transformação dos espermatócitos primários (2n) em espermatócitos secundários (n)
ocorre graças à meiose [meiose I (reducional)] e não à mitose, como consta nesta alternativa.
II. A transformação dos espermatócitos primários (2n) em espermatócitos secundários (n)
ocorre durante o período de maturação e não de diferenciação.
- ALTERNATIVA 2 2 (“No período de maturação, observam-se espermatócitos secundários,
células haploides com n cromossomos, cada um contendo 2 cromátides.”) – VERDADEIRA
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* Os espermatócitos secundários (n), que se formam a partir dos primários (2n), graças à
meiose I (reducional), são haploides (n) e cada cromossomo apresenta, realmente, duas
cromátides.
COMPLEMENTO (FIGURA ABAIXO)
I. A meiose I (reducional) forma células haploides (n), cujos cromossomos apresentam duas
cromátides irmãs unidas pelo centrômero, sendo, portanto, duplicados.
II. A meiose II (equacional) gera células haploides (n), cujos cromossomos apresentam apenas
uma cromátide, sendo, dessa forma, simples.

- ALTERNATIVA 3 3 (“As espermátides são células diploides que irão se transformar em


espermatozoides no período de crescimento.”) – FALSA
* Incorreções desta alternativa
I. As espermátides são células haploides (n) e não células diploides (2n), como consta nesta
alternativa.
II. A transformação das espermátides (n) em espermatozoides (n) ocorre durante a
diferenciação (espermiogênese) e não no período de crescimento, como consta nesta
alternativa.
- ALTERNATIVA 4 4 (“Ao final do período de diferenciação de cada espermatozoide, formam-
se quatro novas espermatogônias.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, ao final do período de diferenciação
(espermiogênese) de cada espermátide (n) se forma um espermatozoide (n).
07. (UPE-2011) Texto para esta questão.

A LEI MARIA DA PENHA EM CORDEL


TRECHOS DO CORDEL

I
A Lei Maria da Penha
Está em pleno vigor
Não veio pr’a prender homem
Mas pr’a punir agressor
Pois em “mulher não se bate
Nem mesmo com uma flor”

XVIII
Violência Sexual
Dá-se pela coação
Ou uso da força física
Causando intimidação
E obrigando a mulher
Ao ato da relação..

XIX
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Qualquer ação que impeça


Esta mulher de usar
Método contraceptivo
Ou para engravidar
Seu direito está na lei
Basta só reivindicar.
Por Tião Simpatia - http://www.mariadapenha.org.br/a-
lei/a-lei-maria-da-penha-em-cordel

Na estrofe XIX do cordel acima, é destacado o direito ao uso de métodos contraceptivos. A


contracepção é a prevenção deliberada da gravidez por meio destes. Em relação ao tema,
analise as afirmativas e conclua.
I II
0 0 - Os métodos contraceptivos podem atuar em etapas diversas do processo reprodutivo,
como, por exemplo, evitar o encontro dos gametas ou a produção destes e impedir a
implantação do embrião recém-formado na mucosa uterina.
1 1 - O DIU ou dispositivo intrauterino pode ser de material plástico ou metálico, em formato de
“T” e impede a nidação do embrião.
2 2 - A vasectomia e a laqueadura são processos cirúrgicos de secção das tubas uterinas e
dos ductos deferentes, respectivamente.
3 3 - As pílulas anticoncepcionais inibem a secreção de FSH e LH pela tireoide, impedindo a
maturação do folículo e sua ovulação.
4 4 - São exemplos de prática anticoncepcional pelo uso de barreiras mecânicas: a camisinha,
o preservativo feminino e o coito interrompido.
GABARITO
VVFFF
JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA 0 0 (“Os métodos contraceptivos podem atuar em etapas diversas do processo
reprodutivo, como, por exemplo, evitar o encontro dos gametas ou a produção destes e impedir
a implantação do embrião recém-formado na mucosa uterina.”) – VERDADEIRA
* Os métodos contraceptivos podem, realmente, atuar em diferentes etapas do processo
reprodutivo. Neste contexto, eles podem evitar o encontro dos gametas, caso da laqueadura
tubária (ligadura de trompas) e da vasectomia; evitar a produção dos gametas, caso das pílulas
anticoncepcionais (anovulatórios) ou impedir a implantação do embrião na mucosa uterina,
caso do DIU (dispositivo intrauterino).
- AFIRMATIVA 1 1 (“O DIU ou dispositivo intrauterino pode ser de material plástico ou
metálico, em formato de “T” e impede a nidação do embrião.”) – VERDADEIRA
* Como consta nesta afirmativa, o DIU impede a nidação do embrião.
- AFIRMATIVA 2 2 (“A vasectomia e a laqueadura são processos cirúrgicos de secção das
tubas uterinas e dos ductos deferentes, respectivamente.”) – FALSA
* Há uma inversão nesta afirmativa. A vasectomia se refere ao corte (secção) dos ductos
deferentes, enquanto a laqueadura é um processo que envolve secção (corte) das tubas
uterinas.
- AFIRMATIVA 3 3 (“As pílulas anticoncepcionais inibem a secreção de FSH e LH pela tireoide,
impedindo a maturação do folículo e sua ovulação.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, o FSH (hormônio folículo estimulante) e o LH
(hormônio luteinizante) são secretado pela hipófise (adenohipófise) e não pela tireoide.
- AFIRMATIVA 4 4 (“São exemplos de prática anticoncepcional pelo uso de barreiras
mecânicas: a camisinha, o preservativo feminino e o coito interrompido.”) – FALSA
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* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, coito interrompido não é uma barreira mecânica.
O coito interrompido se baseia na capacidade do homem em pressentir a iminência da
ejaculação e neste momento retirar o pênis da vagina. Não deve ser estimulado como método
anticoncepcional, porque é grande a possibilidade de falha, pois o líquido que sai pouco antes
da ejaculação pode conter espermatozoides. Além disto, o homem pode não consegue
interromper a relação antes da ejaculação.

08. (UPE-2011) A mulher entra na fase reprodutiva, na puberdade, quando ocorre a primeira
menstruação ou menarca. Em geral, o ciclo dura 28 dias. O primeiro dia da menstruação marca
o início do ciclo. A respeito dos hormônios que atuam nesse ciclo, analise as proposições e
conclua.
I II
0 0 - Na primeira metade do ciclo, o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o estrógeno são
responsáveis, respectivamente, pelo crescimento e amadurecimento folicular e pelo
espessamento (proliferação) do endométrio.
º
1 1 - Por volta do 14 dia, ocorre um aumento do hormônio luteinizante (LH), responsável pela
ovulação.
2 2 - O LH atua na formação do folículo ovariano que se rompe e passa a ser o corpo lácteo
ou corpo-amarelo que ocasiona a descamação do endométrio.
3 3 - Os ovários produzem o estrógeno, responsável pelas características sexuais secundárias,
como o desenvolvimento das mamas e o arredondamento das formas da mulher.
4 4 - A progesterona, produzida na hipófise, é o principal hormônio da gravidez, mantendo o
endométrio preparado para a recepção do embrião.
GABARITO
VVFVF
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO 0 0 [“Na primeira metade do ciclo, o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o
estrógeno são responsáveis, respectivamente, pelo crescimento e amadurecimento folicular e
pelo espessamento (proliferação) do endométrio.”] – VERDADEIRA
* O hormônio folículo-estimulante (FSH), produzido pela adenohipófise, estimula a maturação
de alguns folículos ovarianos, promovendo o desenvolvimento dos ovócitos e a produção de
estrógeno. Dentre outras funções, o estrógeno induz o espessamento do endométrio (parede
interna do útero), que se torna rico em vasos sanguíneos e em glândulas, iniciando, dessa
forma, a preparação do útero para a possível gravidez.
º
- PROPOSIÇÃO 1 1 (“Por volta do 14 dia, ocorre um aumento do hormônio luteinizante (LH),
responsável pela ovulação.”) – VERDADEIRA
º
* Como consta nesta proposição, por volta 14 dia do ocorre a ovulação (liberação do ovulo).
Lembramos que o hormônio luteinizante (LH) é responsável pelo rompimento do folículo
maduro e pela ovulação.
- PROPOSIÇÃO 2 2 (“O LH atua na formação do folículo ovariano que se rompe e passa a ser
o corpo lácteo ou corpo-amarelo que ocasiona a descamação do endométrio.”) – FALSA
* Embora o LH (hormônio luteinizante), secretado pela adenohipófise, atue sobre o folículo
rompido, estimulando sua transformação em corpo amarelo, ele não promove a descamação
do endométrio (parede interna do útero).
- PROPOSIÇÃO 3 3 (“Os ovários produzem o estrógeno, responsável pelas características
sexuais secundárias, como o desenvolvimento das mamas e o arredondamento das formas da
mulher.”) – VERDADEIRA
* Além de induzir o espessamento do endométrio, como vimos na proposição 0 0, acima, o
estrógeno, produzido pelos ovários, responde pelo aparecimento das características sexuais
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secundárias da mulher, tais como desenvolvimento das mamas, alargamento dos quadris,
arredondamento das formas, etc.
- PROPOSIÇÃO 4 4 (“A progesterona, produzida na hipófise, é o principal hormônio da
gravidez, mantendo o endométrio preparado para a recepção do embrião.”) – FALSA
* Ao contrário do que consta nesta proposição, a progesterona ("hormônio da gravidez") não é
produzida pela hipófise. Trata-se de um hormônio secretado pelos ovários, que, em associação
com o estrógeno atua na preparação do endométrio para recebe o embrião. Ao contrário do
estrógeno, a progesterona não exerce atividade sobre a determinação das características
sexuais femininas.

09. (UPE-2012) Nas aves, todos os recursos necessários para o desenvolvimento embrionário
precisam estar contidos dentro do ovo. Nos vivíparos, algumas dessas estruturas foram
adaptadas à vida intrauterina. Sobre isso, analise as seguintes proposições:
I. Nos vivíparos, a placenta e o alantoide são estruturas responsáveis pelo processo de
alimentação do embrião.
II. Com o aparecimento do cordão umbilical e da placenta, torna-se desnecessária a
concentração de grande quantidade de vitelo no interior do óvulo, como o encontrado nos ovos
das aves e dos répteis.
III. O âmnion está presente tanto em seres humanos como em aves e répteis, pois ele é
fundamental para evitar a desidratação dos embriões.
Está correto, apenas, o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“II e III.”)
JUSTIFICATIVA
- PROPOSIÇÃO I (“Nos vivíparos, a placenta e o alantoide são estruturas responsáveis pelo
processo de alimentação do embrião.”) – INCORRETA
* Nos vivíparos, o alantoide é reduzido, não sendo, como consta nesta proposição, responsável
pela nutrição do embrião.
- PROPOSIÇÃO II (“Com o aparecimento do cordão umbilical e da placenta, torna-se
desnecessária a concentração de grande quantidade de vitelo no interior do óvulo, como o
encontrado nos ovos das aves e dos répteis.”) – CORRETA
* A presença do cordão umbilical e da placenta nos mamíferos placentários, dispensa,
realmente, uma grande concentração de vitelo no interior do óvulo, como ocorre nas aves, nos
répteis e nos mamíferos ovíparos ou prototerianos (ornitorrinco e equidna).
- PROPOSIÇÃO III (“O âmnion está presente tanto em seres humanos como em aves e répteis,
pois ele é fundamental para evitar a desidratação dos embriões.”) – CORRETA
* O âmnion cresce ao redor do embrião dos repteis, das aves e dos mamíferos, inclusive dos
seres humanos, envolvendo-o completamente e tendo como função proteger o embrião contra
choques mecânicos e desidratação.

10. (UPE-2012) Com relação ao tipo de óvulo encontrado nos seres humanos, é correto afirmar
que ele é:
a) Telolécito, como o da maioria dos mamíferos.
b) Alécito, pois a nutrição do embrião se processará via placenta.
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c) Alécito, com grande quantidade de vitelo na região central, o que provoca uma segmentação
holoblástica igual.
d) Centrolécito, o que se justifica pelo consumo inicial do vitelo pelo embrião, até que a
placenta esteja pronta para a função.
e) Isolécito, com segmentação holoblástica desigual antes do processo de nidação.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“Alécito, pois a nutrição do embrião se processará via placenta.”)
TIPOS DE OVOS
Com base na quantidade e na localização do vitelo (deutoplasma), substância que
serve de alimento ao embrião, dentro do ovo, eles podem ser classificados em cinco grupos:
isolécito (oligolécito), heterolécito, telolécito, centrolécito e alécito.
I. Isolécitos
Possui pouco vitelo distribuído de modo homogêneo ou quase homogêneo dentro do
citoplasma (figura abaixo). Esse ovo é encontrado nos poríferas, celenterados, equinodermas e
anfioxo (animal pertencente ao grupo do protocordados).

II. Heterolécito
Apresenta vitelo mais abundante e distribuído de modo mais heterogêneo que o
oligolécito. Há, em verdade, uma polaridade bem nítida, havendo um polo animal (germinativo)
com pouco vitelo e um polo vegetativo com maior quantidade de vitelo (figura a seguir). Nesse
ovo, o núcleo está deslocado em direção ao polo animal. Ele é encontrado nos platelmintos,
nematelmintos, anelídeos, alguns peixes e anfíbios.

III. Telolécito
Nesse ovo existe uma grande quantidade de vitelo e uma perfeita distinção entre os
polos animal e vegetativo. O citoplasma se separa do vitelo e se localiza juntos ao núcleo, no
polo animal (figura abaixo). Ele é normalmente volumoso e se encontra nos cefalópodas,
alguns peixes, répteis, aves e mamíferos prototerianos, que são ovíparos (ornitorrinco e
equidna).

IV. Centrolécito
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Nesse ovo, o vitelo se acumula centralmente ao redor do citoplasma e do núcleo (figura


a seguir). Ele é encontrado nos insetos.

V. Alécito
É semelhante ao oligolécito, diferenciando-se, principalmente, pela perda de vitelo.
Nele não há, praticamente, vitelo, dai sua denominação “alécito” (“sem vitelo”). É encontrado
nos mamíferos placentários.
TIPOS DE SEGMENTAÇÃO
Denomina-se segmentação ou clivagem o aumento do número de células, provocado
por divisões mitóticas que o ovo sofre, sem que haja um concomitante aumento do volume
total. As células praticamente não crescem. As células resultantes dessas divisões são
denominadas blastômeros e o conjunto maciço dos primeiros blastômeros é conhecido como
mórula. A segmentação não é a mesma para os diversos tipos de ovos, uma vez que a
quantidade de vitelo, de certa forma, dificulta a clivagem. De uma maneira geral, podemos
dizer que a segmentação é tanto mais rápida e mais fácil, quanto menor for a quantidade de
vitelo. Assim sendo, nos ovos de distribuição desigual de vitelo, o polo animal se segmenta
mais rapidamente e mais facilmente que o polo vegetativo. Nem sempre, também, a clivagem
atinge o ovo como o todo. Em função disto, podemos considerar dois tipos básicos de
segmentação: holoblástica ou total e meroblástica ou parcial.
I. Holoblástica
É aquela em que o ovo se segmenta completamente e ocorre nos ovos alécitos,
isolécitos e heterolécitos. De acordo com o tamanho das células formadas essa segmentação
pode ser subdividida em três grupos:
Ia. Holoblástica igual: quando os blastômeros formados apresentam o mesmo tamanho, em
face de o vitelo ser distribuído de modo homogêneo. Ela ocorre nos ovos alécitos e isolécitos.
Ib. Holoblástica desigual: quando as células resultantes apresentam tamanhos diferentes, em
face de o vitelo ser mais concentrado em um polo ovular. Neste caso, os blastômeros são
maiores na região do polo vegetativo, tomando o nome de macrômeros (mais ricos em vitelo) e
menores, denominados micrômeros, na região do polo germinativo (animal). Esse tipo de
clivagem ocorre nos ovos heterolécitos.
Ic. Holoblástica subigual:
Neste caso ocorre a formação de micrômeros e macrômeros. A diferença, entretanto,
não é tão acentuada como no caso da segmentação total desigual. Esse tipo intermediário de
clivagem ocorre nos anfioxos, que apresentam, como vimos acima, ovos isolécitos.
II. Meroblástica
Nos ovos muito ricos em vitelo, a clivagem não atinge as regiões em que ele está
concentrado, dai o ovo se clivar parcialmente. Esse tipo de segmentação ocorre nos ovos
telolécitos e centrolécitos. Há dois subtipos de clivagem parcial: parcial discoidal e parcial
superficial.
IIa. Parcial discoidal: encontrada nos ovos telolécitos. Neste caso, a clivagem se limita a um
disco de citoplasma, denominado cicatrícula ou disco germinativo, contido na região do polo
animal.
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IIb. Parcial superficial: observada nos ovos centrolécitos. Neste caso, os núcleos se dividem,
migram para a superfície do ovo e se envolvem de membranas celulares. Como consequência
forma-se, no citoplasma periférico, uma massa multinucleada, denominada blastoderme
periférica, o que caracteriza a periblástula. Em última análise, percebe-se, nesse tipo de
segmentação, uma camada de células que fica em torno do vitelo, que permanece no centro.
JUSTIFICATIVA
- ALTERNATIVA A (“Telolécito, como o da maioria dos mamíferos.”) – INCORRETA
* Como vimos acima em “V. Alécito”, a maioria dos mamíferos, inclusive os seres humanos,
apresenta ovo alécito e não telolécito, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA B (“Alécito, pois a nutrição do embrião se processará via placenta.”) –
CORRETA
* Como vimos acima, os seres humanos, que são mamíferos placentários, apresentam ovo
alécito, como consta nesta alternativa.
- ALTERNATIVA C (“Alécito, com grande quantidade de vitelo na região central, o que provoca
uma segmentação holoblástica igual.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o ovo alécito não apresenta grande quantidade
vitelo na região central. A presença de vitelo nessa região caracteriza o ovo tipo centrolécito
(ver “IV. Centrolécito”, acima).
- ALTERNATIVA D (“Centrolécito, o que se justifica pelo consumo inicial do vitelo pelo embrião,
até que a placenta esteja pronta para a função.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, os seres humanos não apresentam ovo
centrolécito e sim alécito, como vimos acima.
- ALTERNATIVA E (“Isolécito, com segmentação holoblástica desigual antes do processo de
nidação.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta alternativa, o ovo isolécito apresenta segmentação total e
igual (ver “Ia. Holoblástica igual”, acima).

11. (UPE-2012) A gravidez na adolescência apresenta riscos por causa da imaturidade


anatomofisiológica, dificultando o desenvolvimento e o desfecho do processo de gestação,
parto e puerpério. Observe a figura a seguir:

Fonte: adaptada dehttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/


cartilha_direitos_sexuais_2006.
Sobre isso, preencha as lacunas do texto, correlacionando-as com os métodos de
contracepção, representados pelas figuras numeradas em algarismos arábicos.
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De uma maneira geral, os adolescentes podem usar a maioria dos métodos


anticoncepcionais disponíveis. No entanto, alguns métodos são mais adequados que
outros nessa fase da vida. ______ deve(m) ser usada(s) em todas as relações
sexuais, independentemente do uso de outro método anticoncepcional, pois é o
único que oferece dupla proteção, protegendo-os ao mesmo tempo das doenças
sexualmente transmissíveis e da gravidez não desejada. Os métodos ______ são
pouco recomendados, porque exigem do adolescente disciplina e planejamento, e
as relações sexuais nessa fase, em geral, não são planejadas. _______ podem ser
usadas(os), desde a primeira menstruação, pois agem impedindo a ovulação.
_______ pode ser usada(o) pelas garotas, entretanto as que nunca tiveram filhos
correm mais risco de expulsá-la(lo) e também não é indicada(o) para aquelas com
mais de um parceiro sexual ou cujos parceiros têm outros parceiros/parceiras e
não usam camisinha em todas as relações sexuais, pois, nessas situações, existe
risco maior de contrair doenças sexualmente transmissíveis. ______ não são
indicadas(os) para adolescentes.
Fonte: adaptado dehttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/
cartilha_direitos_sexuais_2006.pdf
Assinale a alternativa cuja sequência numérica preenche corretamente as lacunas.
a) 1; 2; 3; 5; 7.
b) 1; 3; 4; 6; 2.
c) 1; 2; 3; 6; 7.
d) 4; 3; 1; 5; 2.
e) 5; 2; 3; 4; 6.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“1; 2; 3; 6; 7.”)
IDENTIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE CONTRACEPÇÃO INDICADOS NA FIGURA
DESTA QUESTÃO
1. Camisinha (masculina e feminina): é o único método que protege da contaminação
das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e da gravidez não desejada. Quando a
camisinha rompe ou ocorre vazamento do esperma, a mulher pode tomar a pílula
anticoncepcional de emergência para evitar a gravidez.
2. Sintotérmico: está baseado na combinação dos métodos do muco cervical, da
temperatura basal, da tabela e na observação de sinais e sintomas que indicam o período fértil
da mulher. Em face de requerer disciplina e planejamento é pouco recomendável, em princípio,
para os adolescentes.
3. Pílulas anticoncepcionais e injeções anticoncepcionais: agem impedindo a
ovulação. São muito eficazes quando usadas corretamente.
4. Diafragma e espermicida:
4a. Diafragma: capa flexível de borracha ou de silicone, que é colocada na vagina para cobrir
o colo do útero. Evita a gravidez impedindo a penetração dos espermatozoides no do útero.
4b. Espermicida: substância química que recobre a vagina e o colo do útero, impedindo a
penetração dos espermatozoides no útero, imobilizando-os ou destruindo-os, podendo ser
usado sozinho ou em combinação com o diafragma.
5. Coito interrompido: neste processo, o homem retira o pênis da vagina um pouco antes
da ejaculação. Não deve ser estimulado como método anticoncepcional, porque é grande a
possibilidade de falha, pois o líquido que sai pouco antes da ejaculação pode conter
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espermatozoides. Além disto, o homem pode não consegue interromper a relação antes da
ejaculação.
6. Dispositivo intrauterino (DIU): pequeno objeto de plástico, que pode ser recoberto de
cobre ou conter hormônio, colocado no interior do útero para evitar a gravidez. Ele não provoca
aborto, porque atua antes da fecundação. O DIU, como consta no enunciado, não é indicado
para as mulheres que têm mais de um parceiro sexual ou cujos parceiros têm outros
parceiros/parceiras e não usam camisinha em todas as relações sexuais, pois, nessas
situações, existe risco maior de contrair doenças sexualmente transmissíveis.
7. Ligadura de trompas (laqueadura tubária) e vasectomia: cirurgias simples.
Atuam impedindo que os espermatozoides se encontrem com o ovulo. São consideradas
permanentes ou irreversíveis, porque, depois de feitas as cirurgias, é muito difícil recuperar a
capacidade de ter filhos. Por essa razão, não são indicadas para os adolescentes.
JUSTIFICATIVA
Considerando o que foi apresentado acima, a sequência numérica que preenche corretamente
as lacunas é: 1 [camisinha (masculina e feminina)], 2 (sintotérmico), 3 (pílulas
anticoncepcionais e injeções anticoncepcionais), 6 [dispositivo intrauterino
(DIU)] e 7 [ligadura de trompas (laqueadura tubária) e vasectomia.] –
ALTERNATIVA C

12. (UPE-2012) Existem diversas formas de reprodução encontradas no Reino Animal, que
podem ser classificadas em dois grandes grupos: reprodução sexuada e reprodução
assexuada. Sobre isso, analise as afirmações abaixo:
I. O brotamento é um processo de reprodução assexuada, que tem como fator positivo o fato
de necessitar de um gasto energético menor, uma vez que dispensa o acasalamento.
II. A partenogênese, processo em que o óvulo não fecundado desenvolve um novo indivíduo
diploide, é um mecanismo, que pode ser encontrado em invertebrados, como abelhas e
algumas espécies de vertebrados, como os peixes.
III. A reprodução sexuada, processo que requer a união de duas células haploides, é, de todos
os mecanismos reprodutivos, aquele que promove a variabilidade genética entre os indivíduos.
Está correto apenas o que se afirma em
a) I.
b) I e III.
c) II.
d) II e III.
e) III.
ALTERNATIVA CORRETA: B
(“I e III.”)
JUSTIFICATIVA
- AFIRMAÇÃO I (“O brotamento é um processo de reprodução assexuada, que tem como fator
positivo o fato de necessitar de um gasto energético menor, uma vez que dispensa o
acasalamento.”) – CORRETA
* O “gasto” energético, em um processo assexuado, é menor que o “dispendido” em um
mecanismo sexuado, como consta nesta afirmação. Tem como desvantagem, entretanto, não
promover aumento da variabilidade genética na população.
BROTAMENTO (GEMIPARIDADE)
Caracteriza-se pela emissão pela emissão de saliências denominadas brotos (gêmulas
ou gemas), que podem se destacar originando novos seres, ou ficar ligados ao organismo
original, formando uma colônia, como no caso do corais (celenterados). Esse tipo de
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reprodução ocorre em seres unicelulares e pluricelulares, como os fungos, os poríferas e os


celenterados. A figura abaixo representa esse tipo de reprodução na hidra (celenterado).

- AFIRMAÇÃO II (“A partenogênese, processo em que o óvulo não fecundado desenvolve um


novo indivíduo diploide, é um mecanismo, que pode ser encontrado em invertebrados, como
abelhas e algumas espécies de vertebrados, como os peixes.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmação, a partenogênese é um processo em que o óvulo
não fecundado forma um indivíduo haploide (n) e não diploide (2n). A figura a seguir mostra,
como exemplo, a partenogênese nas abelhas, denominada arrenótica, na qual, o óvulo não
fecunda origina um macho (zangão) haploide (n),

- AFIRMAÇÃO III (“A reprodução sexuada, processo que requer a união de duas células
haploides, é, de todos os mecanismos reprodutivos, aquele que promove a variabilidade
genética entre os indivíduos.”) – CORRETA
* A reprodução sexuada é capaz de promover aumento na variabilidade genética, ao contrário
do processo assexuado.

13. (UPE-2012) O processo de gametogênese compreende quatro fases bem distintas nos
organismos de reprodução sexuada. Dentre essas fases, uma se configura como fundamental
para a manutenção do número de cromossomos das espécies, pois o gameta, antes com dois
conjuntos completos de cromossomos, passa a ter apenas um. Observe a figura a seguir:
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5552840Adaptado de Biologia – César e Sézar Ed. Saraiva


Assinale o período em que ocorre essa redução de cromossomos e o respectivo processo.
a) Período de multiplicação – Mitoses.
b) Período de crescimento – Meiose I.
c) Período de maturação – Meiose I.
d) Espermiogênese – Meiose II.
e) Período de crescimento – Meiose II.
ALTERNATIVA CORRETA: C
(“Período de maturação – Meiose I.”)
GAMETOGÊNESE
Processo responsável pela formação dos gametas, processando-se, nos animais,
graças à meiose (divisão reducional). Nos machos, a gametogênese produz espermatozoides,
recebe o nome de espermatogênese e ocorre no interior dos testículos (gônadas masculinas).
Nas fêmeas, produz “óvulos” (ovócitos secundários), toma a denominação de ovulogênese
(ovogênese ou oogênese) e se processa nos ovários (gônadas femininas). A gametogênese
apresenta fases ou períodos característicos (figura abaixo), denominados: (1) período
germinativo (multiplicação ou proliferação), onde ocorre mitose (divisão equacional); (2)
crescimento, onde se verifica aumento do volume celular (hipertrofia celular), sem que haja
mitose nem meiose e (3) maturação, onde se verifica a meiose (divisão reducional). Na
espermatogênese, em particular, há uma quarta fase, denominada espermiogênese ou
diferenciação, durante a qual as espermátides, sofrem uma série de modificações para formar
os espermatozoides. Reiteramos que essa quarta fase não ocorre na ovulogênese, como se
pode observar na figura a seguir.
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* Como se pode constatar na descrição e na figura acima, o período em que ocorre a redução
do número de cromossomos e o processo são, respectivamente, a maturação e a meiose I
(meiose reducional). Na meiose I, o espermatócito primário (I), na espermatogênese, e o
ovócito primário (I) na ovulogênese sofrem redução de 2n cromossomos (diploide) para n
cromossomos (haploide), como se pode observar na figura supra.
- ALTERNATIVA C (“Período de maturação – Meiose I.”)

14. (UPE-2013) Os zangões, machos das abelhas, são formados por um processo de
partenogênese e possuem 16 cromossomos. Já as abelhas operárias são fruto de um processo
de fecundação. Diante dessas informações, analise as afirmativas a seguir:
I. Por serem fruto de partenogênese, os machos possuem o dobro de cromossomos
encontrados na abelha rainha.
II. A abelha rainha possui óvulos com o mesmo número de cromossomos encontrados nas
células somáticas das operárias, pois ela também é uma fêmea.
III. Todas as fêmeas possuem 32 cromossomos nas suas células somáticas, o dobro que os
machos possuem.
IV. A abelha rainha possui 16 cromossomos em seus óvulos, que, quando fecundados, geram
indivíduos com 32 cromossomos.
Estão corretas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
ALTERNATIVA CORRETA: E
(“III e IV.”)
PARTENOGÊNSE
Desenvolvimento de um embrião a partir de um óvulo não fecundado. No caso das
abelhas (figura abaixo), objeto desta questão, esse óvulo não fecundado origina um macho
(zangão), tratando-se de uma partenogênese denominada arrenótica.
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JUSTIFICATIVA
- AFIRMATIVA I (“Por serem fruto de partenogênese, os machos possuem o dobro de
cromossomos encontrados na abelha rainha.”) – INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, os machos (zangões), que são haploides (n),
possuem metade do número de cromossomos encontrados nas rainhas, que são diploides
(2n). Ver esquema acima.
- AFIRMATIVA II (“A abelha rainha possui óvulos com o mesmo número de cromossomos
encontrados nas células somáticas das operárias, pois ela também é uma fêmea.”) –
INCORRETA
* Ao contrário do que consta nesta afirmativa, os óvulos das abelhas rainhas são haploides (n),
possuindo, portanto, metade do número de cromossomos encontrados nas células somáticas
das operárias que são diploides (2n).
- AFIRMATIVA III (“Todas as fêmeas possuem 32 cromossomos nas suas células somáticas, o
dobro que os machos possuem.”) – CORRETA
* As células somáticas das fêmeas (rainhas e operárias) são diploides (2n), possuindo, dessa
forma, 32 cromossomos. O dobro do numero encontrado nos machos (zangões), que são
haploides (n).
- AFIRMATIVA IV (“A abelha rainha possui 16 cromossomos em seus óvulos, que, quando
fecundados, geram indivíduos com 32 cromossomos.”) – CORRETA
* Os óvulos da abelha rainha, que são haploides (n) possuem, realmente, 16 cromossomos.
Quando fecundados geram seres diploides (2n), com 32 cromossomos (ver figura acima).

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