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4.33 - Escapismo 4.4 — Textos e atividades 5- Parnasianismo 5.1 — Limites cronol6gic08... 5.2~ Tragos caracterstcos sintese demonstrativa. 5.3 ~ Tragos caracteristicos. 5.3.1 ~ Formalismo.. 5.3.2 - Universalismo. 5.33 — Racionalismo. 5.34 ~ Descritivism 5.3.5 - Plasticidade. 5A—Textos eatividades 6- Simbolismo : 6.1 Limites cronoldgicos. 6.2 ~ Tragos caracteristicos: sintese demonstrativ = Tragos caracteristicos. 6.3.1 ~ Sugestivismo: 6.3.2 ~ Musicalidade. 6.33. Ilogismo... 6.34 — Misticismo/Espiritualismo .. 6.3.5 — Subjetivismo/Individualismo 64 Textos e atividades 10 7- Modernismo 711 ~ Limites cronoldgicos... 7.2~"Tragos caracteristicos: sintese demonstrativa... 7.3 ~ Tragos caracteristicos. 7.3.1 — Liberdade métriC@ vor 7.3.2 ~ Linguagem “ndo-nobre” : 7.3.3 ~ Absorcio de processos nao-literarios. 110 7.3.4 - Nacionalismo.. 14 735 Bxperimentaliemo vanguardista. at 104 105 105 107 7.3.6 ~ Dessacralizagao da poesia 1122 8- Bibliografia . 129 9- Notas 133 1 Introdugao Este livro se destina, prioritariamente, aosalunos dos cursos de letras, especialmente os que estejam cursando a disciplina Literatura Brasileira. Tem, portanto, finalidade didatica, PressupSe que seus leitores-usuérios disponhiam de nogdes, ainda que elementares, de teorialiteréria, pois todo o esforgo argumentativo esta nele voltado para o lado “pritico” do estudo da poesia brasileira, das origens & contemporaneidade, em fungao dos estilos de época. A.escollia dos estilos de época para elemento nuclear de estudo é naturalmente passivel de discussao, eaté de contesta¢ao. Justificamos nossa op¢io da seguinte forma: 1) B impossivel ignorar a realidade hist6rico-cultural da exis- tencia dos estilos de época (Barroco, Romantismo etc.). No que diz, respeito a época, a delimitagio cronolégica dos estilos nunca é de todo arbitrétia, pois oferece elementos de referéncia temporal para © enquadramento da produgao literéria em rubricas que melhor a identifiquem no conjunto das realizagdes culturais da humanidade. No que diz respeito aos estilas, essa producio literdria deve ser co derada nao s6 em relagio & Historia, isto é, em relagao as épocas, mas também em relagio as categorias estéticas permanentes, sobretudo a categoria de género literdrio, A visio de conjunto nao dispensa ainda o confronto, ndo necessariamente valorizativo, de um estilo de época com os outros, sobretudo com aqueles que Ihe sto contiguos nna sequéncia temporal. € que, por exemplo, independente- mente de seu enquadramento cronolégico entre as décadas de 30 € 70 do século XIX, bem como de sua caracterizagdo interna, é em relagao aos seus aspectos peculiares, serd mais facil entender ‘o Romantismo brasileiro se ele for contrastado ao Arcadismo (ow ‘Neoclassicismo), escola literdria que 0 antecedeu € a qual se opde em principios programaticos fandamentais, como, por exemplo, a afirmagao do direito a liberdade individual de criacio, ao invés da obediencia irrestrita aos modelos classicos. 2) Os tragos caracteristicos de cada estilo de época, em que pese poderem ser também reconhecidos em outros estilos de época, posstiem inquestionsvel autenticidade. Sao facilmente reconheciveis na produgo literdria de um conjunto significativo de autores de uma mesma época, tornando possivel, em certos casos, ¢ para fins didaticos, até mesmo a omissio da indicagao de autoria individuali- zadora em favor da exemplificacdo coletiva, Como uma das leituras possiveis (e vilidas) do textolliterrio €aquela que o situa no interior de um conjunto representativo de tendéncias conteudistico-formais partilhadas por diversos autores de uma mesma época, parece-nos defensivel a énfase neste aspecto do texto literirio. 3) Na verdade, a perfeita compreensio de como os diversos estilos de época, todos origindrios da Europa, aqui se aclimataram, dai resultando um Barroco “brasileiro’, um Realismo “brasileiro” etc., excede de muito as pretensdes deste trabalho, As diversas his- trias da literatura brasileira tém tentado descrever tal processo, néo descurando de ligar a questio literéria & questio mais abrangente das relagées do Brasil com os centros irradiadores de cultura, No en- tanto, nessas historias da literatura brasileira, e sobretudo nos livros didaticos, nao sé a listagem dos tragos caracteristicos dos estilos de época éfeita de modo totalizante, isto é, sem especificagio de como cesses tragos foram efetivamente realizados na literatura brasileira, ‘como costuma vir desacompanhada da exemplificagéo comentada de cada um deles. Neste trabalho, fodos os tracos caracteristicos de cada estilo de época vém acompanhados de textos comentados. 4) A listagem dos tragos caracteristicus de cada estilo de época obedece, neste trabalho, adois principios:a) procuramos estabelecer entre eles uma relagéo hierérquica: até onde possivel, partimos do traco caracteristico essencial, aquele de que todos osoutros derivam, direta ou indiretamente, no pressuposto de que sua indicagio detone lum processo associative que conduza a “lembranga” dos demais tragos caracteristicos; b) igualmente tanto quanto possivel ~ ¢ 0 ‘esquema grifico pretende ser a expressao visual desse principio -, (0s tragos caracteristicos esto agrupados por afinidades conteudis- ticas. Com isso a listagem deixa de ser mero arrolamento de itens desconectados entre sie passaa constituir um sistema articulado de elementos solidatios. Em obediéncia & finalidade propedéutica deste trabalho, lim- itamos sua abrangéncia poesia. Evidentemente, a prosa de fico e «poesia partilham os tracos caracteristicos de cada estilo de época, £ de observar-se, porém, que entre as duas formas de expressio ocorrem, por vezes, diferencas significativas. Assim é que, por ex- emplo, no Realismo, 0 romance naturalista e a poesia parnasiana apresentam caracteristicasclaramente conflitantes:a “elevacao” dos temas parnasianos contrapée-se & preferéncia por aspectos “baixos” da realidade cotidiana observivel no Naturalismo, por exemplo, Simbolismo, por seu turo, pode ser reduzido a poesia, nio s6 porque prosa de ficgio do period the é muito inferior, sem duivida, ‘como também porque os tragos definidores da estética simbolista parecem aclimatar-se melhor na poesia que na prosa. Dado que o objetivo a ser alcancado com os textos literdrios & 4 exemplificagao dos tragos caracteristicos de cada estilo de época, optamos, em muitos casos, pelo uso de fragmentos. A extensao dos fragmentos é determinada nao tanto em fungio do entendimento desses textos como elementos integros, dotados de um sentido proprio e completo, mas de sua utilizaco como peca de um processo argumentativo, Nao ignoramos o risco contido na fragmentacao de um texto literdrio, mas confiamos em que sua utilizagio nao desfigure o sentido do texto original, até porque foi esse o critério ‘que presidiu sua escolha. No que diz respeito as citagSes bibliogrificas, adotamos 0 Seguinte critério: a) no final do volume sao apresentadas Notas ‘“xplicativas, com indicagao completa das fontes; b) os textos lite- rérios aparece com referencia apenas de obra e autor, pois uma Bibliografia (restrita aos textos literérios) completa, ao final do trabalho, as indicagbes das fontes; c) julgamos desnecessério repetis, na Bibliografia do final do trabalho, as fontes ja mencionadas nas Notas, pois sua finalidade é apenas a de esclarecer aspectos referentes aos pontos trabalhados, ndo se constituindo, de modo algum, em bibliogratfia bisica. Por fim, para reforcar a proposta essencialmente didética do trabalho, acrescentamos & exemplificacio comentada de cada trago caracter{stico uma sugestio de atividades dissertativas. Julgamo-las consentineas com a natureza do objeto de estudo (excegao feita no caso do Modernismo, pela extensio do capitulo). Sao atividades eminentemente provocadoras, jamais fechadas na hipétese de uma resposta “ideal” A dindmica da sala de aula, destino desejavel para este trabalho, poders tanto indicar a conveniéncia de serem acresci das outras atividades quanto a de tomar as atividades aqui propostas ‘como simples ponto de partida. ‘Uma iltima recomendacio: ¢indispensivel conciliar o uso des- te trabalho com o de uma hist6ria da literatura brasileira confiéve, pois dele foram exclufdas as referéncias de cunho historiogréfico que extrapolem a natureza basicamente informativa dos Limites cronolégicos com que se abre cada capitulo, E um iltimo aviso: a Jeitura dos textos literdrios aqui apresentados nao substituialeitura das obras de onde foram eles extraidos, pois a identificagao das ca- racteristicas dos estilos de época, objetivo primeiro deste trabalho, indo se esgota em si mesma, mas é etapa importante na inteligéncia (de intelligere, “ler entre, compreender”) do texto literdrio, objetivo maior e final do estudo de literatura. 2 ~ Barroco 2.1 ~ LIMITES CRONOLOGICOS* © Barroco no Brasil € de dificil delimitacio cronolégica, 38 que o nome mais importante do periodo, Gregorio de Matos (1633-1696), ndo deixou obra publicada em vida (a primeira edi- Ho de seus poemas é de 1882), e 2 Misica do Parnaso, de Manuel Botelho de Oliveira (1636-1714), segundo poeta em importincia, foi publicada em 1705, jd no século XVII, portanto. A Prosopopeia de Bento Teixeira, publicada em 1601, costuma ser tomada como ‘marco inicial do Barroco no Brasil, por se tratar do primeiro texto indiscutivelmente literdrio na histéria da literatura brasileira. No entanto, deve ser dito que se trata de um poema ainda ligado a tra- digdo clissica, de nftida inspiragio camoniana. A rigor, somente 0 “Soneto per ecos’, a0 final do texto, faz. uso de recursos que serio consagrados pela estética barroca, sobretudo o jogo de palavras Per ecos: “Grand Jorge, por su ser llamado ~ Amado, Querer mi Verso celebrarte, ~ Arte” etc. Quanto as Academias, ocalizéveis na primeira metade do século XVII, érecomendavel a consulta a uma hist6ria daliteratura brasileira confidvel, para melhores informagies sobre sua importancia no quadro da literatura brasileira.

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