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INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

ENGENHARIA MECÂNICA/MECATRÔNICA

AUTORES:

JOSÉ VITOR DOS SANTOS RA N950GF-0 TURMA: EA6P

SAMUEL LEVINO ALVES RA C98895-2 TURMA: EA6P

THALES LEONARDO DE SOUZA RA D0778B-0 TURMA: EA6P

TIAGO RAMOS DA SILVA RA N798DD-6 TURMA: EM6P

NATANAEL CARAÇA CANDIDO RA T1354H-1 TURMA: EM6P

VAILTON COSTA CORDEIRO E S. JUNIOR RA N979EG-2 TURMA EM6P

PROPULSÃO À JATO

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

2018
OBJETIVO

O intuito do presente projeto é estudar o comportamento da mecânica de


fluidos com relação ao desenvolvimento de um carro movido a ar comprimido.
Assim, utilizando os conceitos fundamentais de estática dos fluidos e dinâmica dos
fluidos.
Para tanto, foi construído um protótipo que faz uso de noções específicas a
respeito de escoamento e descompressão de fluidos com finalidade de produzir
movimento através da liberação em alta velocidade do ar comprimido dentro dos
reservatórios (garrafas pet) de modo que fosse possível, além do peso do próprio
protótipo, a movimentação de uma carga adicionada estipulada no momento do
ensaio, de modo que fosse possível determinar a existência e atuação da Terceira
Lei de Newton.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4

1. MOTORES A JATO ................................................................................. 5

2. PROPULSÃO A JATO ............................................................................. 8

2.1. Queima do combustível ........................................................................ 8

3. PROJETO “CARRINHO A JATO” ............................................................ 9

3.1. Estrutura do carrinho (chassi) ............................................................ 10

3.2. Rolamentos e eixos ............................................................................ 10

3.3. Reservatório, conectores e mangueiras. ............................................ 11

4. ASPECTO GERAL DO PROJETO ........................................................ 12

CONCLUSÃO ................................................................................................. 14

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 15
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INTRODUÇÃO

A Terceira lei de Newton descreve o resultado da interação entre duas forças.


Ela pode ser enunciada da seguinte maneira: “Para toda ação (força) sobre um
objeto, em resposta à interação com outro objeto, existirá uma reação (força) de
mesmo valor e direção, mas com sentido oposto.”

A partir desse enunciado, é possível entender que as forças sempre atuam


em pares. Nunca existirá ação sem reação, de modo que a resultante entre essas
forças não pode ser nula, pois elas atuam em corpos diferentes. Elas possuem
exatamente o mesmo módulo (intensidade), mas são aplicadas em sentidos
opostos. Um exemplo de aplicação desse conceito é o caso do lançamento de
foguetes. No momento em que ocorre a queima dos combustíveis na base do
foguete, uma enorme quantidade de energia é liberada. Assim sendo, uma enorme
força é feita contra o chão e, em reação a essa força aplicada ao chão, o foguete é
impulsionado para cima.

Essa tecnologia então é empregada em vários setores da sociedade atual,


porém destaca-se, dentro do ramo da engenharia, a dinâmica, que, neste caso,
apresenta-se como a força motriz de elementos que utilizam dos conceitos de ação
e reação realizados pelo escoamento de fluidos com intenção de movimentação de
corpos, elementos, máquinas entre outros.
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1. MOTORES A JATO

Muitos trabalhos sobre motores a jato trazem o célebre projeto da turbina


eolípila, concebida por Hero, considerada como o primeiro motor a jato a ser
projetado com propriedade real de funcionamento. Hero foi um filósofo de
Alexandria, nos primórdios da era cristã. O motor de Hero consistia numa esfera oca
montada de modo a poder girar entre duas colunas uma das quais, sendo um tubo,
que servia para transmitir o vapor gerado em uma caldeira fechada, que era
aquecida com fogo externo. Em cada lado da esfera havia um tubo que terminava
com um bocal ejetor. A saída do vapor provocava reação e consequentemente a
rotação da esfera.

Figura 1 - Eolípila de Hero

FONTE: Google Imagens, 2018.

O motor sugerido por Hero foi provavelmente o primeiro que conseguiu


transformar a pressão do vapor em energia mecânica.

Isaac Newton, em 1687, verificou as possibilidades da propulsão a reação,


quando formulou as Leisbásicas do movimento.

Figura 2 - Veículo ilustrativo da Terceira Lei de Newton.

FONTE: Google Imagens, 2018.


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Em 1629 o engenheiro italiano Giovanni Branca idealizou uma turbina a


vapor. O projeto de Giovanni consistia em dirigir um jato de vapor sobre as palhetas
de uma roda montada sobre um eixo vertical. A força motriz conseguida com o
movimento da roda servia, por intermédio de uma transmissão, para movimentar um
moinho para triturar minérios.

Figura 3 - Turbina concebida por Giovanni Branca

FONTE: Google Imagens, 2018.

O engenheiro francês René Leduc propôs o projeto de um avião


propulsionado à reação, onde não se utilizava compressor para comprimir o ar.
Leduc sugeriu que o ar fosse comprimido por intermédio do movimento do avião,
nascia aí o motor estato-jato (Motor a jato).

Figura 4 - Modelo concebido por Leduc

FONTE: Google Imagens, 2018.

O projeto de Leduc propunha uma fuselagem em forma de barril, formando


um duto divergente para a compressão do ar e uma saída convergente, para a
expansão. No interior do duto, uma série de bicos injetores misturava combustível
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com o ar atmosférico, fazendo com que acontecesse a expansão dos gases. O


maior problema deste tipo de motor é que para entrar em funcionamento necessita
de uma velocidade inicial por volta de 300 km/h.

Em 1938 o italiano Secondo Camprini, desenvolveu um motor a jato em que


se utilizava um motor de combustão interna para movimentar um compressor de ar.
O ar era injetado em uma câmara de combustão, onde bicos injetores espalhavam
combustível, proporcionado assim uma mistura inflamável. A queima dos gases
gerava o impulso da aeronave. O projeto de Camprini pode ser observado, de
maneira parecida, nos modernos motores a jato, com o afterburning (queima
posterior).

Figura 5 - Avião italiano Caproni

FONTE: Google Imagens, 2018.

Legenda:

A – Cabina; G – Carburação;

B – Cilindro; H – Descarga;

C – Compressor; J – Cone de controle;

D – Motor de combustão interna; K – Saída regulável;

E – Radiador; L – Anel.

F – Câmara de combustão;

O primeiro voo da aeronave de Camprini aconteceu em agosto de 1940. Este


voo durou cerca de 10 minutos.
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2. PROPULSÃO A JATO

A propulsão a jato é estudada por um ramo da Física denominado Mecânica.


As leis da Mecânica basicamente se resumem nas três leis do movimento descritas
por Isaac Newton.

 PRIMEIRA LEI DO MOVIMENTO

“TODO CORPO PERMANECERÁ NO SEU ESTADO DE REPOUSO, OU


NUM MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME, ATÉ QUE UMA FORÇA EXTERNA
ATUE SOBRE ELE.”

 SEGUNDA LEI DO MOVIMENTO

“A ACELERAÇÃO DE QUALQUER CORPO É PROPORCIONAL À FORÇA


RESULTANTE QUE SOBRE ELE ATUE E TERÁ A MESMA DIREÇÃO DESTA
FORÇA.”

 TERCEIRA LEI DO MOVIMENTO

“PARA TODA FORÇA QUE ATUE SOBRE UM CORPO HAVERÁ SEMPRE


UMA FORÇA DE REAÇÃO IGUAL E DE SENTIDO OPOSTO A ESSA.”

Essas leis descritas por Isaac Newton definem todo movimento de um corpo.
Das leis do movimento, a lei de ação e reação explica o movimento dos motores a
jato ou simplesmente motor-foguete.

2.1. Queima do combustível

Quando um determinado combustível entra em combustão, dentro de uma


câmara de combustão, gera gases que rapidamente se expandem dentro dela.
Esses gases são expulsos do motor em forma de jato contínuo. Como existe um
orifício na parte inferior do motor os gases saem comprimidos nessa direção. No
sentido oposto os gases também “empurram” a parte superior do motor, formando
um ‘par de ação e reação’ descrito por Newton na sua lei de número três.
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Do somatório das forças decorrentes da expansão tem-se uma resultante no


sentido oposto ao da ejeção dos gases que movimenta o conjunto motor e foguete.

Quando observamos um foguete funcionando em pleno voo, imaginamos que


ele sobe porque os gases da combustão se apoiam no ar atmosférico. Como vimos
na terceira lei de Newton, este conceito é errado. Podemos observar
experimentalmente que um foguete pode se movimentar, mesmo quando estiver fora
da atmosfera.

Figura 6 - Princípio da ação e reação

FONTE: Google Imagens, 2018.

Ressalta-se que a força propulsora do foguete parte exclusivamente de dentro


da câmara de combustão com a queima do combustível.

O combustível em chama, passando do estado sólido para gasoso aumenta


várias vezes o seu volume, por esta razão se observa uma pressão muito elevada
no interior do motor-foguete, resultando na ejeção dos gases.

Quanto maior for a velocidade com que os gases são expulsos do motor,
maior será a velocidade do foguete. A velocidade limite é estipulada pela
configuração do combustível.

3. PROJETO “CARRINHO A JATO”

Por regra as dimensões máximas do carrinho foram:

 Comprimento: 800 mm (milímetros).


 Largura: 600 mm (milímetros).
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 Altura: 400 mm (milímetros).

3.1. Estrutura do carrinho (chassi)

Não há restrição de massa, mas procurou-se obter a melhor relação de


resistência mecânica e leveza do projeto, desta forma foi escolhida uma estrutura
metálica de alumínio, um material relativamente resistente a cargas e que possui
peso reduzido, compensando assim as irregularidades do piso por onde este
carrinho veio a percorrer em função da carga movimentada.

Figura 7- Estrutura metálica utilizada.

FONTE: https://www.sostronic.eu/perfil-de-aluminio-para-cintas-de-leds-en-forma-de-u-2m_pr55093

A estrutura foi projetada de forma geométrica retangular, para posteriormente


receber os rolamentos e consequentemente o reservatório de ar pressurizado, este
formato obteve um melhor encaixe com os materiais que foram trabalhados se
comparado a outros que foram testados.

3.2. Rolamentos e eixos

Uma das preocupações do projeto foi o conjunto de rolamento-eixo, visto que,


quanto maior fosse a massa total do carro, consequentemente, pior seria o seu
desempenho. Com base nisso, verificou-se que não poderia ser usado um material
que fosse muito pesado, porém, devido a dificuldades de se encontrar materiais com
características de pouco peso foram utilizadas rodas de patins. Foi adicionada uma
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redução na saída da válvula, que proporcionou maior uniformidade no escape do ar


aumentando assim o tempo para esvaziar as garrafas. Para os eixos foram
utilizados parafusos com um diâmetro mais próximo possível ao do furo interno dos
rolamentos, assim para facilitar sua fixação.

Figura 8 - Rodas e parafusos utilizados no projeto

FONTE: Google Imagens, 2018.

3.3. Reservatório, conectores e mangueiras.

Foram usadas doze garrafas, com o objetivo de utilizá-las como reservatórios


de ar. Seguindo as regras que foram propostas para a competição, ambas teriam de
possuir uma capacidade volumétrica de no máximo dois litros. Para a seleção de
quais tipos de garrafas se encaixariam melhor no projeto, algumas características
foram seguidas, onde se buscou garrafas que possuíam um formato mais regular
selecionando as quais apresentavam a aparência semelhante a um cilindro, ou seja,
compostas de um corpo liso e sem ondulações, o que proporcionou uma melhor
vazão e deslocamento do ar como observados nas garrafas de refrigerantes das
marcas “Dolly” e “Guaranita”.

Sabendo-se que o sistema teria de suportar uma pressão de


aproximadamente 4 bar (unidade de pressão), as ligações entre as garrafas
precisavam ser bastante eficientes, tais como, mangueiras e válvula, que no caso
teriam de ter boa resistência. Sendo assim, ficou decidido a utilizar-se conexões
pneumáticas de engate rápido e mangueiras do tipo PU (poliuretano) de 8 mm,
emendas em formato geométrico de “T” para montar todo o sistema de reservatório
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e saídas de ar. As conexões foram ligadas nas garrafas pet’s através de um furo na
tampa e posteriormente colocado o conector macho, estas eram fixadas com
arruelas e porcas. Para conectar-se uma garrafa na outra, foram feitas emendas em
formato geométrico de “T”, ligando uma a outra até chegar a uma única saída onde
esta era conectada a uma válvula que possuía o objetivo de reter o ar pressurizado,
assim facilitando o futuro carregamento do sistema e também no momento da
liberação do ar pressurizado.

Figura 9 - Válvulas, conectores e mangueiras utilizadas no projeto.

FONTE: Google Imagens, 2018.

4. ASPECTO GERAL DO PROJETO

Ao fim do projeto, depois de realizado todos os ajustes técnicos no “carrinho”,


coletado os dados para posterior analise e desenvolvimento do trabalho acadêmico,
este apresentou o seguinte aspecto geral:
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Figura 10 - Aspecto geral do "carrinho a jato"

Fonte: Autoria Própria, 2018.

Após a conclusão do projeto, o mesmo foi colocado a prova na competição da


“Semana da Engenharia”, juntamente com outros modelos. O propósito da
competição era verificar entre todos os projetos apresentados, qual seria o “carrinho
a jato” que iria finalizar o percurso de 12 metros suportando variadas cargas durante
o percurso (maçores).

Enfim, este projeto conseguiu suportar uma carga de 5,5kg juntamente com o
peso de sua estrutura.
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CONCLUSÃO
Pode-se definir o conceito de propulsão como sendo o processo de alterar o
estado de movimento ou de repouso de um corpo em relação a um dado sistema de
referência. Este processo pode ser realizado por vários meios, usando-se fontes de
energia diversas. Um corpo pode ser acelerado através de fontes de energia
internas, isto é, transportadas junto com ele, como é o caso de combustíveis
armazenados em tanques, ou por fontes externas, como é o caso da pressão de
radiação solar. Os meios de propulsão são utilizados para mover aviões, veículos
espaciais, automóveis, trens, navios, submarinos, etc.

Dito isto e considerando que o princípio da propulsão baseia-se na terceira lei


de Newton, a lei da ação e reação, que diz que "a toda ação corresponde uma
reação, com a mesma intensidade, mesma direção e sentidos contrários", foi
construído um protótipo capaz de carregar uma carga de 5 Kg (além de seu próprio
peso) uma vez que a energia cinética oriunda da pressão do ar dentro dos
reservatórios liberada no instante da abertura da válvula impulsionou o carrinho e
todo seu equipamento até o ponto proposto, comprovando a ação da Terceira Lei no
funcionamento de motores à jato, mesmo que estes valham-se da combustão e da
elevada descarga de energia liberada quando em funcionamento.
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REFERÊNCIAS

BARROS, J. E. M. (2003). Estudo de motores de combustão interna aplicando


análise orientada a objetos. Belo Horizonte: Tese de Doutorado, Engenharia
Mecânica, UFMG.

Romero-IC, J. V. F., Lacava-PQ, P. T., & Pimenta-PQ, A. P. ESTUDO


EXPERIMENTAL SOBRE INSTABILIDADE DE COMBUSTÃO E ESCOAMENTO NA
CÂMARA DE COMBUSTÃO EM MOTOR ESTATO–JATO.

Fischer, G. A. A. (2014). Injetores centrífugos duais e jato-centrífugos para


aplicação em propulsão de foguetes (Doctoraldissertation, Dissertação (Mestrado
em combustão e propulsão), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José
dos Campos, SP, Brasil).

Kerrebrock, J. L. (1992). Aircraftenginesandgas turbines (pp. 273-278).


Cambridge, MA: MIT press.

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