Você está na página 1de 38

1

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – PROEA

ARAPUTANGA, MT
2

2014
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...................................................................................................................3

1 – OBJETIVOS.......................................................................................................................6

2 - EIXOS NORTEADORES: ENTENDIMENTOS E ABORDAGENS........................8


2.1 - Meio Ambiente, Educação Ambiental e Complexidade..................................8
2.1.1 – Conceituação de Meio Ambiente.......................................................8
2.1.2 – Conceituação de Educação Ambiental.........................................................9
2.1.2.1 – Obrigatoriedade de sua implementação no âmbito do ensino..11
2.1.2.2 - Educação Ambiental e seu tratamento pedagógico....................12
2.1.2.3 – Superação da Disciplinaridade.........................................13
2.1.2.4 – Transversalidade................................................................14
2.1.2.5 – Transdisciplinaridade........................................................15
2.1.2.6 – Interdisciplinaridade..........................................................16
2.1.3 – Complexidade...............................................................................................16
2.1.3.1 – Pensamento Complexo e Educação Ambiental..........................17

3 – IMPLANTAÇÃO, GERENCIAMENTO E NORMAS DE FUNCIONAMENTO..................19


3.1 - O Gerenciamento do Programa de Iniciação à Pesquisa (PROEA).............19
3.2 - Atribuições da Comissão do PROEA..............................................................20
3.3 - Atribuições do Coordenador do PROEA........................................................20
3.4 - Quanto à constituição das atividades ambientais.........................................21
3.5 Da conceituação e objetivos das atividades ambientais................................22

4 - CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES......................................................................23

5 – ANEXOS...........................................................................................................................25
3

APRESENTAÇÃO

O Programa de Educação Ambiental – PROEA, da Faculdade Católica


Rainha da Paz – FCARP, tem por finalidade integrar a educação ambiental às
disciplinas dos cursos de modo transversal, contínuo e permanente, de modo a
desenvolver e mobilizar a confluência do conhecimento científico, articulando-o em
seus valores técnicos, com valores morais, culturais, éticos, críticos-filosóficos, com
as habilidades e competências profissionais pertinentes as suas ramificações
científicas, para integrá-los à pertinência do pensamento complexo da
contemporaneidade no entendimento do meio ambiente por inteiro, em toda sua
pluralidade de conjuntura física, social, econômica, política, cultural e ecológica.
De forma que, a partir deste entrelaçamento, ao oferecer estes pressupostos
aos acadêmicos, professores e colaboradores vinculados aos cursos de graduação
da FCARP, construa-se o trânsito entre o âmbito acadêmico e a coletividade social
dos sujeitos, gerando, por meio desta dinâmica, uma formação ambiental sob
perspectiva crítica, reflexiva e emancipatória, como cidadãos e cidadãs inseridos no
desenvolvimento contínuo de experiências permanentes do cotidiano, uma vez que
este assunto faz parte das discussões de diferentes segmentos da sociedade e que
levantam problemas cuja reflexão está para além de um único campo do
conhecimento e extrato social.
As atividades acadêmicas engendradas no PROEA-FCARP devem ser
desenvolvidas prezando seus norteadores comuns, que são arregimentados sob a
ótica da interdisciplinariedade, transdisciplinariedade e transversalidade do tema
ambiental, que promoverão a reflexão da ação humana dotada de uma visão
holística, que considera a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico
e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade, abrangendo a multidimensionalidade
da questão ambiental.
A Educação ambiental apresentada no PROEA-FCARP é iluminadora do seu
processo de construção, na medida em que, dialoga com as demandas e causas em
emergência na sociedade, inserindo institucionalmente à consciência sistêmica da
4

transversalidade que não é isolacionista, mas, de uma totalidade crítica e reflexiva


de todos os saberes, como um instrumento de formação ética que permite criar
espaços de diálogos de vivência, de conhecimentos complexos e tecnologias, onde
se oferece a discussão transversal do meio ambiente, projetando sua pertinência e
eficácia na implementação contínua de um componente sustentável plural para um
debate ambiental permanente em seu espaço acadêmico e fora dele. Estimulando,
com isso, a redimensão pulsante de sua aplicabilidade.
O PROEA é resultado de profundo amadurecimento teórico e de diversas
experiências acadêmicas desenvolvidas na FCARP, fruto da séria atuação e
cumprimento das políticas institucionais vigentes do Ministério da Educação – MEC,
e, Ministério do Meio Ambiente – MMA, em observância aos seus aspectos jurídicos
e educacionais, fortalecendo, portanto, o desenvolvimento do debate ambiental e a
atualização do ensino, pesquisa e extensão de forma inter-transdisciplinar, nas
diferentes áreas presentes na instituição, bem como, viabilizando ações compatíveis
com as necessidades e potencialidades da população na qual a Faculdade está
inserida no Estado de Mato Grosso, em sua região sudoeste.
O Programa fundamenta-se, também, em algumas das finalidades do artigo
2º, do Regimento Geral da FCARP, conforme citado no Plano de Desenvolvimento
Institucional – PDI, da FCARP (2012-2016, p.34-35), dentre os quais destacamos:
I- desenvolver um processo de formação e aperfeiçoamento de educadores,
profissionais e pesquisadores com competência técnica, científica e compromisso
social;
II- participar do processo de desenvolvimento da comunidade que vive em sua área
de abrangência e influência;
III- ser uma Instituição de Ensino Superior líder na defesa do meio ambiente,
respeitando a dignidade de todas as criaturas e combatendo toda forma de
preconceito;
IV- estimular a integração entre os diversos ramos do saber na investigação da
verdade e na procura de soluções para os problemas humanos;
V- exercer o papel crítico de sua própria identidade com vistas a uma melhor
adequação às expectativas e necessidades sociais, políticas e econômicas da atual
conjuntura;
5

VI- levar à comunidade, sob forma de cursos e serviços, suas atividades de ensino,
pesquisa e extensão.
É importante ressaltar, que a implantação do PROEA-FCARP abriga-se
legalmente, por meio da Constituição Federal na Lei Nº 9.795, e no Decreto da
Presidência da República, de Nº 4.281.
No tocante a Constituição Federal, a Lei No 9.795, de 27 de Abril de 1999,
que dispõe sobre a educação ambiental, instituiu a Política Nacional de Educação
Ambiental - PNEA, incluindo a Educação Ambiental no ensino formal. Em seu Art. 1,
reza que se entende por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de
uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Há
nesta lei ainda, o entendimento sobre os princípios básicos, os objetivos, e a
execução da Educação Ambiental no ensino formal.
Com relação ao Decreto Nº 4.281 de 25 de Junho de 2002, nele regulamenta-
se a Lei no 9.795/99, ordenando no Art. 5º, a obrigatoriedade da inclusão da
Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, sua integração com as
disciplinas de modo transversal, e, no Art. 6º, determina seu cumprimento através de
programas de educação ambiental integrados.
A importância do PROEA diz respeito não só à busca da consolidação do
processo de qualidade da formação de profissionais, como da missão da FCARP
junto à sociedade, como também, a oferta de subsídios para aprimoramento de
atividades pedagógicas, projetos de formação e dos mecanismos decisórios
institucionais.
Neste sentido, é preciso dizer que a sua implementação representa um firme
passo no caminho para formar pessoas preocupadas em conhecer seu ambiente,
para torná-las cidadãs, sabedoras de que sua ação pessoal, e a de sua comunidade,
sempre interferem na complexidade e sustentabilidade que constituem a questão
ambiental.
6

1 - OBJETIVOS DO PROEA

O Programa de Educação Ambiental tem como objetivos:


I- integrar a educação ambiental às disciplinas dos cursos de modo transversal,
contínuo e permanente, de modo a desenvolver e mobilizar a confluência do
conhecimento científico pelas bases do pensamento complexo dialógico;
II- promover a interdisciplinariedade e transdisciplinariedade na abordagem da
educação ambiental no âmbito do ensino, pesquisa e extensão, estimulando a
reflexão-ação pedagógica;
III- incentivar a construção de espaços articulados de diálogos acadêmicos de áreas
científicas diferentes, envolvendo alunos e professores, primando pela pluralidade
dos saberes;
IV- contribuir para a germinação do conhecimento crítico emergente que possibilite
inserir o aluno em diversas práticas sociais, preservando as perspectivas de cada
disciplina a ele oferecida, ao passo que, enseja ampliar suas problematizações de
modo transdisciplinar;
V- fortalecer o diálogo entre as áreas do conhecimento científico, numa perspectiva
interdisciplinar que retorne em benefícios para a qualidade do ensino de graduação;
VI- apoiar o planejamento de ações de ensino, pesquisa e extensão que beneficiem
a melhoria da qualidade de vida da sociedade local e regional, por entender que o
meio ambiente deve ser compreendido como um todo social, não de forma isolada;
VII- desenvolver valores, conhecimentos, habilidades e atitudes voltadas para a
preservação da natureza e da condição humana;
VIII- buscar a articulação entre a comunidade acadêmica e a comunidade externa,
entendida como, a sociedade civil organizada, as organizações não governamentais,
os grupos de representação de classe, os clubes de serviço, as associações de
ativismo, as instâncias governamentais e seus representantes públicos e
funcionários, as casas de solidariedade, pautando-se nas especificidades e
necessidades de cada uma e, sobretudo, na prioridade da formação do aluno
7

voltada para a realidade social do meio ambiente;


IX- incentivar a realização de eventos técnico-científicos que contribuam para
divulgar e disseminar a pertinência do debate permanente sobre a educação
ambiental difundida na FCARP, abrangendo também as vivências individuais e
coletivas nas comunidades rurais no entorno da instituição;
X- contribuir para a formação profissional cristã capaz de refletir os bens do meio
ambiente, como imprescindíveis para o processo de tomada de decisão que visa,
também, a sustentabilidade ambiental, qualidade de vida fraterna e cidadania;
XI- estimular o esclarecimento da responsabilidade social sobre sustentabilidade e
meio ambiente;
XII- oportunizar o diálogo acadêmico com outras instituições de ensino para suscitar
informações e saberes que permitam a participação ativa dos discentes e docentes
na busca de possíveis soluções para os problemas ambientais atuais;
XIII- contemplar o debate jurídico, fiscal, administrativo, organizacional, lúdico,
recreativo e esportivo, de práticas e entendimentos ambientais interdisciplinares na
compreensão articulada do meio ambiente ao cotidiano de suas práticas
profissionais;
XIV- propiciar os processos de mudanças culturais-organizacionais em direção a
instauração de uma ética administrativa que leve em conta a perspectiva ambiental
face aos desafios da contemporaneidade;
XV- instrumentalizar as atividades, planejamentos e projetos, a este programa
vinculados de forma transparente, sobretudo, não ideologizada, desprovida de
ativismos, e de forma não político-partidária, resguardando ao PROEA-FCARP a
fiscalização, cumprimento e possíveis impedimentos em desacordo à suas
contribuições e interesses de seus proponentes na implementação da educação
ambiental na instituição;
XVI- dar relevo a perspectiva da educação ambiental, de ideário pacifista, dialógico,
solidário, fraterno e democrático. Prezando firmemente pelo equilíbrio dos discursos
dos sujeitos sociais nela envolvidos, objetivando sempre sua consonância com a
harmonia acadêmica, a cidadania, a paz social e a missão institucional da FCARP.
XVII- oferecer aos docentes, na medida em que for necessário, aporte teórico a
respeito da compreensão do meio ambiente contemporâneo e histórico, e, da
8

educação ambiental, no que diz respeito ao seu tratamento sob o viés da


transversalidade, transdisciplinariedade, interdisciplinariedade e complexidade, uma
vez que são aspectos fundamentais deste programa.
XVIII- cumprir as exigências da legislação do MEC sobre o seu cumprimento.
2 - EIXOS NORTEADORES: ENTENDIMENTOS E ABORDAGENS

Visando dar operacionalidade ao PROEA-FCARP, foram eleitos os eixos


norteadores que organizam seus direcionamentos e atividades previstas, abrigam
suas linhas de abrangência legais e educacionais, bem como, delimitam seus
entendimentos teóricos sobre os conceitos essenciais para sua consolidação prática,
dando o arcabouço necessário para sua aplicabilidade.

2.1 - Meio Ambiente, Educação Ambiental e Complexidade.

Este programa implementa-se prioritariamente na articulação técnica-


científica, teórica-reflexiva, e, na ação prática-pedagógica assim distribuídas para
seu desenvolvimento: Meio ambiente como um todo inteiro; Educação ambiental
com tratamento transversal, transdisciplinar e interdisciplinar; O pensamento
complexo como inspiração teórica da Educação Ambiental em suas ações tecidas
em conjunto de forma integrada e permanente entre docentes, discentes, na
instituição e para além de seus muros.
Nos parágrafos seguintes, constará o detalhamento dos eixos acima citados e
sua apresentação em tópicos e subtópicos.

2.1.1 – Conceituação de Meio Ambiente.

O conceito de Meio Ambiente deste programa está ancorado no inciso II, do


Art.4, da Lei No 9.795, de 27 de Abril de 19991, que compreende exatamente:
“a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência
entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da
sustentabilidade.” Desta forma, a partir desta conceituação, as atividades ambientais

1 A citada lei encontra-se nos anexos para consulta.


9

engendradas neste programa, entendem que o meio ambiente é de caráter


indissociável dos demais meios relacionais presentes na sociedade.
Para corroborar o conceito de Meio Ambiente, este programa, refere-se o que
diz esta mesma lei, em seu inciso I, do Art. 5, que informa ser um dos objetivos
fundamentais da educação ambiental: “o desenvolvimento de uma compreensão
integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo
aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos,
culturais e éticos.” Sendo assim, cristaliza-se o conceito de meio ambiente por
inteiro, lugar de extrema importância para a sobrevivência da espécie humana, bem
como da fauna e da flora, em suas implicações simultâneas.
Desta proposição, as atividades educativas ambientais da FCARP mobilizar-
se-ão nas questões acadêmico-científicas e do cotidiano, seja na relação docente e
discente em sala de aula de modo interdisciplinar e transversal, seja em visitas
planejadas a outras instituições do município, ou, ao entorno de sua localização, aos
municípios vizinhos de sua região, a outros Estados da federação, locais onde se
problematize a pertinência da totalidade do meio ambiente.

2.1.2 – Conceituação de Educação Ambiental.

O conceito de Educação Ambiental que este programa trabalha, faz parte de


um conjunto de longos anos de debate ambiental no cenário mundial, que foram
determinantes para a sua construção. Trata-se do conceito definido na Lei Nº
9.795/99, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental, já dispondo em
seu Artigo Primeiro que diz literalmente:
“Entendem-se por educação ambiental os processos por meio
dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade”.
Nota-se, portanto, em sua composição, que a Educação Ambiental trabalhada
neste programa está em consonância com o conceito de Meio Ambiente também
10

aqui adotado, pois, ambos conceitos são consonantes na conformidade da


legislação brasileira, bem como, ambos evidenciam os caracteres individuais e
coletivos da perspectiva complexa em que se trata a questão ambiental. Com isso,
denota-se que a sintonia entre os postulados deste programa, oferece firme
referencial para o incremento de suas futuras atividades ambientais a serem
vinculadas, uma vez que testemunha a co-relação entre a compreensão dos
conceitos de meio ambiente e educação ambiental, onde ambos remetem para a
participação social, orientando-se para a preservação e sustentabilidade.
De forma complementar, ao conceito de educação ambiental ancorado neste
programa, propõe-se também, que a Educação Ambiental seja um processo de
formação dinâmico, permanente e participativo, no qual as pessoas envolvidas
passem a ser agentes transformadores, participando ativamente da busca de
alternativas para a redução de impactos ambientais e para o controle social do uso
dos recursos naturais.
Este programa também recepciona, de forma inspiradora para suas ações,
dois importantes conceitos sobre Educação Ambiental, ambos gerados nos
documentos de reuniões consideradas entre as de maior referência para a pauta
ambiental brasileira e mundial. Trata-se da Agenda 212 e do Tratado de Educação
Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global 3. Assim
distribuídos:
No capítulo 36 da Agenda 21, a Educação Ambiental é definida como o
processo que busca:
“(...) desenvolver uma população que seja consciente e
preocupada com o meio ambiente e com os problemas que
lhes são associados. Uma população que tenha
conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e
compromissos para trabalhar, individual e coletivamente, na

2 A Agenda 21 está nos anexos deste programa para consulta. Agenda 21 é o principal documento da
Rio-92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano), que foi a
mais importante conferência organizada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em todos os
tempos.
3 O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global é um

documento elaborado por educadores ambientais, jovens e pessoas ligadas ao meio ambiente de
vários países do mundo, publicado durante a 1º Jornada de Educação Ambiental, que ocorreu
durante o Fórum Global, paralelamente a Rio-92, e se tornou referência para a Educação Ambiental.
Encontra-se nos anexos deste programa.
11

busca de soluções para os problemas existentes e para a


prevenção dos novos (...)” (Cap.36 da Agenda 21).
Na introdução do Tratado de Educação Ambiental, consta a afirmação que
também reforça a conceituação deste programa:
“Consideramos que a educação ambiental para uma
sustentabilidade eqüitativa é um processo de aprendizagem
permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida.
Tal educação afirma valores e ações que contribuem para a
transformação humana e social e para a preservação
ecológica. Ela estimula a formação de sociedades socialmente
justas e ecologicamente equilibradas, que conservam entre si
relação de interdependência e diversidade. Isto requer
responsabilidade individual e coletiva em nível local, nacional e
planetário.” (Pg. 1).
Após compor o quadro conceitual a respeito da Educação Ambiental, e
demonstrar a sintonia convergente entre ambos os conceitos, este programa
pretende fortalecer constantemente as atividades educativas ambientais
desenvolvidas no âmbito acadêmico de ensino, oferecendo aos diferentes saberes
presentes na instituição, a concretude de problematizações advindas da eficácia
destes conceitos que prevêem a criação de amplos espaços para atitudes e
possibilidades de interação para a sustentabilidade do meio ambiente.

2.1.2.1 – Obrigatoriedade de sua implementação no âmbito do ensino superior.

A Lei 9.795/99, no Art. 2º, define a Educação Ambiental como um


componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente,
de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em
caráter formal e não-formal, sendo um direito de todos. Entre outras coisas, esta lei
também reza no Art. 9º, que a Educação Ambiental deve ser desenvolvida no âmbito
dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobando a
educação no ensino superior. O Art. 10, ordena que a educação ambiental seja
desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em
12

todos os níveis e modalidades do ensino formal, ressaltando, no § 1o, que a


Educação Ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no
currículo de ensino.
Em intenção para fazer cumprir as exigências legais da inclusão da Educação
Ambiental no Ensino Nacional, surge o Decreto Nº 4.2814 de 25 de Junho de 2002,
que regulamenta a Lei no 9.795/99, ordenando em seu Art. 1º, que a Política
Nacional de Educação Ambiental será executada pelos órgãos e entidades
integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, pelas instituições
educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, pelos órgãos públicos da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, envolvendo entidades não
governamentais, entidades de classe, meios de comunicação e demais segmentos
da sociedade. No Art. 5º, estabelece a obrigatoriedade da inclusão da Educação
Ambiental em todos os níveis de ensino, sua integração com as disciplinas de modo
transversal, contínuo e permanente. No Art. 6º, deste decreto, determina seu
cumprimento através de criação de programas de educação ambiental integrados a
todas as modalidades de ensino, entre outras exigências.
Posto isso, ressalta-se que o PROEA-FCARP está em obediência as
exigências legais, pois observa completamente a sua obrigação.

2.1.2.2 - Educação Ambiental e sua abordagem pedagógica.

Este programa entende que para dar conta da articulação da temática


ambiental nas atividades acadêmicas da instituição, bem como integrar a Educação
Ambiental às disciplinas dos cursos, é necessário optar pela superação da
disciplinariedade em seu tratamento. Pois, ao tecer profundo estudo para a
implantação deste programa, foi recorrente colher críticas na bibliografia a respeito
da Educação Ambiental que apontavam para o fato de que, a temática ambiental
não cabe apenas em uma disciplina, uma vez que suas implicações exigem
reflexões e intervenções de muitas outras habilidades e competências presentes em
diferentes disciplinas.

4
Este decreto se encontra no anexos para consulta.
13

Neste sentido, o argumento contra a disciplinariedade na abordagem


pedagógica da Educação Ambiental, se encorpa ao afirmar que a realidade
ambiental é complexa, não é disciplinar, é inter e transdisciplinar, onde, sobretudo
do ponto de vista do MEC e do Governo Brasileiro, todos os membros do processo
educativo são chamados a participar de suas reflexões e ações.
Com relação a abordagem pedagógica estruturada neste programa, nos
subtópicos abaixo se detalhará para sua operacionalização.

2.1.2.3 – Superação da Disciplinaridade.

É fundamental para este programa traçar em seu eixo norteador a superação


da disciplinariedade na Educação Ambiental, sobretudo, por entender que a
disciplinarização do conhecimento, ou seja, o movimento de separação em
disciplinas, prejudica a abordagem da temática ambiental, embora se reconheça
importante para o ensino de temáticas ordinárias no âmbito do ensino e
aprendizagem. Evidencia-se nesta controvérsia, que o problema não é separar uma
parte do conhecimento para tentar dar conta da Educação Ambiental, mas, sim,
pretender que com somente esta parte do conhecimento possa dar conta do todo do
meio ambiente por inteiro, que é complexo e exige o uso da dialógica interdisciplinar
e transdisciplinar.
A base para a opção pedagógica realizada neste programa, encontrou na
fundamentação de Edgar Morin5, em sua descrição do Pensamento Simplificador, a
importância de não tratar a Educação Ambiental de forma simplificadora disciplinar.
Pois, diz o autor, que o pensamento simplificador se estrutura em três princípios:
a) Disjunção: A separação da realidade da natureza de seu todo em pequenas
partes. A criação de disciplinas e a separação entre os diversos tipos de
conhecimento;
b) Redução: Do complexo ao simples. Como conseqüência desta separação do
todo em partes, analisa-se a parte como se fosse o todo. Criam-se disciplinas
como maior importância do que outras;

5 Ver na obra: Morin, Edgar. Introdução ao Pensamento Complexo. Tradução do francês: Eliane
Lisboa - Porto Alegre: Ed. Sulina, 2005. 120 p.
14

c) Abstração: Matematização e formalização da ciência. Torna-se virtual aquilo


que é real.

Posto isso, denota-se no PROEA-FCARP, a característica não simplificadora na


execução da Educação Ambiental em todas as suas atividades concernentes, que
buscam dialogar continuamente com outras áreas do conhecimento, construir e
reconstruir significados para novas práticas transformadoras, emergentes e
vinculadas a sustentabilidade e cidadania.
2.1.2.4 – Transversalidade.

O olhar do PROEA-FCARP sobre a questão ambiental, se dá de modo amplo,


livre do aprisionador modelo disciplinar de especialização do conhecimento, para
superar sua disciplinarização, uma vez que entende que esta temática não cabe
somente dentro de uma disciplina.
Trabalha-se, portanto, a Educação Ambiental no sentido de entendê-la como
aquilo que atravessa, perpassa diferentes campos de conhecimento e seus
conteúdos das disciplinas. Neste trânsito, gera valores e abre-se a possibilidade
para a incorporação de novos temas e problemas sociais a serem dinamizados.
Este programa valoriza a transversalidade, não somente como um método
essencial operacional, mas, sobretudo, pela sua capacidade de ampliar o foco da
discussão ambiental em todos os aspectos a serem apresentados.
Entende-se, que a transversalidade é uma abordagem pedagógica que
possibilita ao aluno uma visão ampla da realidade brasileira e mundial, e, sua
inserção no mundo na amplitude de sua participação social cidadã.
A aprendizagem a respeito do meio ambiente resulta da transversalidade
como um processo ativo e dinâmico de desenvolvimento de conexões e significados
Forma-se teias do conhecimento articuladas aos interesses e habilidades dos
alunos, aos temas da atualidade, ao exame das bibliografias, à pertinência dos
currículos e ementas dos cursos superiores, para aprofundar o desenvolvimento de
novas teias.
Este programa ao problematizar os conteúdos ementários, inserindo-os sob o
viés da Educação Ambiental, estimula-se a reflexão dos temas geradores, com isso,
15

a abordagem pedagógica transversal possibilita estimular os membros do processo


educativo em diversas práticas sociais, preservando as perspectivas de cada
disciplina, ao passo que fortalece o diálogo entre elas e outras áreas do
conhecimento.
Para o PROEA-FCARP as questões sociais perpassam pelo Meio Ambiente,
pois, este está em tudo, e não é um assunto a parte da sociedade e do Estado, de
guetos de ativismo. O fato de ser considerado isolado, é o que permite que, por
exemplo, se façam políticas públicas ilusórias, se fazendo de conta que suas
demandas e impactos não estejam relacionadas diretamente com o Meio Ambiente.
A possibilidade de concretizar a dinâmica ambiental relacional complexa está
posta na transversalidade, como uma estratégia que vai além da
compartimentalização disciplinar.
Por fim, para este programa o Meio Ambiente é uma preocupação que deve
ser trabalhada como uma responsabilidade de todos os membros inseridos no
processo de ensino, nos caminhos da interdisciplinaridade e transdisciplinaridade,
dando novos sentidos para a Educação Ambiental em seu curso relacional.

2.1.2.5 – Transdisciplinaridade.

O PROEA-FCARP embasa-se, também, na concepção de que a Educação


Ambiental é um foco de cultura, de pensamentos, discussões, de argumentações, de
trabalhos constantes, de importância para a sociedade. Por isso, preza-se neste
programa, em abordar sua temática de forma a estimular ir além da noção de
conhecimento que já está estabelecido e que se traduz exclusivamente por uma
vertente racional, intelectual, embora esta tenha seu lugar na aprendizagem.
A transdisciplinariedade é uma forma de produzir conhecimento numa
iniciativa de promover a aproximação não só dos conteúdos, mas sim das pessoas,
das inteligências, das criatividades e potenciais humanos que estão adiante.
Para superar a crise da disciplinaridade, que muitas vezes isola os
conhecimentos e sujeitos de sua pertença, a transdisciplinaridade significa mais que
propor que disciplinas colaborem entre si em um programa de educação comum a
elas, mas significa também que há um modo de pensar organizador que pode ir
16

além delas, e dar a elas uma espécie de unidade. Não é acabar com a disciplina,
pois dividir os conhecimentos em disciplinas é importante, mas é ir além das
disciplinas em convergência no sentido dialógico.
Para contemplar as múltiplas dimensões da Educação Ambiental e do Meio
Ambiente, este programa entende que é preciso abranger seu tratamento de forma
transdisciplinar, para recepcionar as contribuições críticas permanentes de seus
agentes, que fomentam sua germinação, ao passo que são redimensionadas,
integradas e articuladas visando a sustentabilidade e a cidadania.

2.1.2.6 – Interdisciplinaridade.

A interdisciplinaridade, aqui adotada como um dos eixos norteadores do


PROEA-FCARP, é definida como o ponto de cruzamento entre as atividades
disciplinares e interdisciplinares, com lógicas diferentes, onde se busca o equilíbrio
da análise fragmentada e da síntese simplificadora de áreas do conhecimento
aparentemente distintas, mas, que contribuem uma para a outra na discussão da
Educação Ambiental no âmbito do ensino, na medida em que se permitem ao
vertiginoso avanço do diálogo entre ambas.
A metodologia de trabalho interdisciplinar para este programa implica:
a). Integração de conteúdos;
b). Ensino-Aprendizagem centrado numa visão em que aprendemos ao longo da
vida;
c). Direito a aprendizagens que favoreçam o exercício da cidadania;
d). Articulação e diálogos entre docentes, discentes e equipes de ensino;
e). Conhecimento de conteúdos relacionados à problemática ambiental;
f). Domínio de procedimentos que favoreçam a pesquisa de temas complexos e
abrangentes em diferentes fontes de informação;
g). O desenvolvimento de uma atitude de disponibilidade para a aprendizagem e
para a atualização constante;
h). A reflexão sobre a prática, especialmente no que se refere ao tratamento didático
dos conteúdos e aos próprios valores e atitudes em relação ao meio ambiente.
17

Desta forma, o PROEA-FCARP delineia a interdisciplinariedade, tanto como


forte mecanismo de implantação da Educação Ambiental, como também, para o
pertinente debate sobre o Meio Ambiente, visto em sua inteireza natural, econômica
e cultural.

2.1.3 – Complexidade.

A Complexidade é um dos eixos norteadores deste programa. O PROEA-


FCARP compreende que para atingir o máximo de eficácia em sua implementação
de atividades e vínculos, bem como o cumprimento de suas metas internas e
obrigações legais-educacionais-ambientais, é necessário conceber a idéia de uma
Educação Ambiental participativa, inclusiva, cidadã, responsável e sustentável,
balizando-se na concepção de um Meio Ambiente que se entenda em todas as suas
relações entre homens, mulheres, natureza, culturas, filosofias, ciências, religiões,
artes, criatividades, que se entrelaçam ao decorrer dos espaços de convivência,
espaços não construídos, espaços todos de sobrevivência e lazer.
Para o PROEA-FCARP, este conjunto de processos dinâmicos e ações
naturais, movimentos humanos e circunstâncias sociais, sob o tempo e espaço
simultâneo, é o que se denomina chamar de Complexidade. Este é um ponto
fundamental para este programa, uma vez o elege para concretizar o entendimento
de sua operacionalização.
Somente com o entendimento de uma Educação Ambiental que aborde a
complexidade de sua temática é que será possível dar conta de seus objetivos e
princípios.

2.1.3.1 – Pensamento Complexo na Educação Ambiental.

O PROEA-FCARP inspira-se no Pensamento Complexo, que parte do


princípio de que conhecer o humano não é separá-lo do universo, mas, situá-lo nele,
de modo que todo conhecimento para ser pertinente deva contextualizar o seu
objeto e sua ação.
Seu embasamento encontra-se na obra do sociólogo, educador, filósofo,
18

historiador e antropólogo francês Edgar Morin, que, entre outros autores, propõe
uma reforma do pensamento, uma mudança que transforme a maneira de pensar,
ensinar e aprender. Embora, ressalta-se a importância do pensamento tradicional
para organizar o mundo. Ao seu corpo de teorias foi dado o nome de Pensamento
Complexo, eixo norteador deste programa.
Na aplicação do PROEA-FCARP, o uso do Pensamento Complexo é
essencial para estimular uma Educação Ambiental que faça com que o aluno se
sinta parte de um sistema abrangente e completo, não fragmentado, que o faça
enxergar o mundo de maneira contextualizada, incentivando sua conexão à temática
ambiental naquilo que se aprende no ensino institucional, no cotidiano de cidadania,
despertando seus interesses.
Visto no âmbito das questões ambientais, o Pensamento Complexo
operacionaliza as atividades do PROEA-FCARP, pois, embasa a concepção de que
não há uma única ciência que consiga dar as respostas em relação a esta temática,
pois, mesmo a própria Ecologia, que se desenvolve como uma ciência autônoma,
precisa da contribuição de outras disciplinas para a compreensão deste problema.
Desta forma, o PROEA-FCARP gera suas abordagens por meio das perspectivas da
transversalidade, interdisciplinariedade e transdisciplinariedade.
Para este programa, é fundamental observar que em sua aplicabilidade no
arcabouço do Pensamento Complexo, é preciso substituir o pensamento que isola e
separa, por um pensamento que distingue e une, sendo necessário substituir o
pensamento disjuntivo e redutor por um pensamento da complexidade do Meio
Ambiente, opondo-se ao simplismo.
Complexo vem da palavra “complexus”, que significa “fazer junto”, “construir
junto”. Neste sentido, o presente eixo norteador do PROEA-FCARP desenvolve sua
feitura sob a idéia essencial da relação de elementos que mantém contato entre si,
constante ao longo do tempo, formando uma estrutura funcional.
Tal princípio, encaixa-se perfeitamente ao atendimento da obrigatoriedade da
Educação Ambiental no ensino, à sustentabilidade do Meio Ambiente, aos ensejos já
conquistados da FCARP em sua missão institucional e social, pois, no fazer junto de
suas práticas educativas, amadurece sua função social, universitária, comunitária,
regional, de liderança e de visibilidade.
19

Este programa de Educação Ambiental estabelece o fundamento central de


que da interação entre diferentes elementos, nasce algo novo, não só a soma das
diferenças, mas, a imersão do conhecimento pertinente. Nisto, faz superar o
processo de síntese da dialética, e abraça a pluralidade do movimento dialógico.
Troca-se a dialética, pelo diálogo. Juntam-se partes diferentes, conservando suas
especificidades em cada tipo de conhecimento, em cada disciplina, sem hiper-
especializações em detrimento da visão do todo. A educação, neste sentido, junta os
saberes diferentes e rompe com sua separação, eis o princípio fundamental do
Pensamento Complexo como eixo norteador do PROEA-FCARP.
No intuito de operacionalizar as atividades e vínculos deste programa, a
metodologia do Pensamento Complexo em relação a Educação Ambiental, baseia-
se, sobretudo, no reconhecimento de sua complexidade frente aos desafios do
ensino e de suas idéias, tornando suas ações críticas e reflexivas, pois, faz
reencontrar o diálogo entre o Ser e suas ações, entre todos seres vivos e as
tecnologias, porque hoje considerando a complexidade do planeta e dos problemas
da sociedade, se pensarmos em resolvê-los de forma simples, não se obterá bons
resultados.
O PROEA-FCARP assegura-se neste eixo norteador, ao entendimento de
que é preciso saber como se relacionam os diferentes problemas e ramificações
científicas, enfrentamentos humanos, conjunturas de fenômenos da natureza, frente
ao Meio Ambiente, para compreender como se determinam entre si. Portanto, o
Pensamento Complexo é vital para o engendramento de posturas interventoras na
contemporaneidade da Educação Ambiental.

3 - IMPLANTAÇÃO, GERENCIAMENTO E NORMAS DE FUNCIONAMENTO

O Programa de Educação Ambiental – PROEA/FCARP terá início no primeiro


semestre letivo de 2014, e estimulará a criação de atividades acadêmicas pela
coordenação dos cursos de graduação oferecidos pela Instituição, envolvendo os
alunos e professores atendendo às especificidades do seu curso em consonância
com as políticas nacionais da área.
20

3.1 O Gerenciamento do Programa de Educação AmbientaI (PROEA) da


Faculdade Católica Rainha da Paz – FCARP fica a cargo da seguinte Comissão:
I - pelo Diretor Pedagógico da Faculdade;
II - pelos Coordenadores de Curso;
III – pelos coordenadores dos Grupos/Núcleos de estudos e pesquisa de cada curso;
IV – pelos membros indicados pelo CEPE, para tal finalidade, em todas as instâncias
internas da instituição.
O coordenador da Comissão do PROEA será indicado pelo CEPE.

3.2 Atribuições da Comissão do PROEA:


I - traçar diretrizes e orientar o processo de criação de atividades ambientais de cada
curso da FCARP;
II - analisar e deliberar sobre as questões pertinentes ao Programa;
III - avaliar o plano anual de atividades de cada curso;
IV - avaliar permanentemente o desenvolvimento das atividades ambientais de cada
curso;
V - sensibilizar a comunidade acadêmica sobre a importância da Educação
Ambiental;
VI - analisar e dar parecer sobre questões encaminhadas pelos diretores da IES
referente às atividades ambientais;
VII – avaliar relatórios finais de atividades, encaminhados por cada curso e elaborar
textos informativos para publicação na Revista Espaço Acadêmico da FCARP.

3.3 Atribuições do Coordenador do PROEA:


I - propor à Diretoria medidas necessárias para o desenvolvimento adequado das
atividades ambientais no âmbito dos cursos;
II - organizar e coordenar os encontros, reuniões, seminários e eventos acadêmicos
nesta temática;
III - convocar reunião com o(s) Coordenador(es) de Curso(s) e dos demais membros
do processo educacional envolvidos, para análise das ações setoriais;
IV - encaminhar os trabalhos escritos e gerados nas atividades ambientais para
publicação, em condicionamento de sua aprovação pela direção da Revista Espaço
21

Acadêmico sob seus critérios, para publicação;


V - levantar e divulgar as oportunidades de participação nas atividades ambientais;
VI - levantar e divulgar as informações sobre eventos nacionais e internacionais nas
diversas áreas de atuação da Educação Ambiental;
VII - manter um registro de todas as atividades ambientais concretizadas pelo corpo
discente e docente da Faculdade;
O processo de criação, assim como a elaboração do regulamento de
funcionamento das atividades ambientais será de responsabilidade da coordenação
dos cursos.
Deverá ser encaminhada anualmente à Direção Pedagógica, pelos
coordenadores de curso e seus propositores, propostas de trabalho de atividades
ambientais, assim como, cópia dos relatórios finais destas atividades desenvolvidas
pela Instituição. Será realizado periodicamente, dentro dos eventos e ações
engendradas por cada curso, encontros entre os membros do processo educativo
para socializar as atividades ambientais e sua dinâmica relacional no Meio
Ambiente.
A participação de estudantes, colaboradores e professores nas atividades
deste programa, assim como, no desenvolvimento delas, é de natureza voluntária,
sem direito a remuneração.

3.4 Quanto à organização das atividades ambientais.


3.4.1 A coordenação dos cursos de graduação da FCARP deverá apresentar a
proposta de criação de atividades no âmbito da Educação Ambiental. Após a
discussão e aprovação no respectivo Colegiado de Curso, serão elaborados os
projetos das mesmas e encaminhadas ao PROEA para aprovação final e posterior
arquivamento.
3.4.2 Os membros do processo educativo envolvidos nas atividades ambientais
serão constituídos por alunos e professores da FCARP, podendo ainda incluir alunos
e professores de outros cursos, colaboradores administrativos da FCARP, reunindo-
se periodicamente. Os alunos devem estar regularmente matriculados na IES, em
nível de graduação ou pós-graduação. Os professores, pesquisadores e
orientadores de projetos de pesquisa, que contribuam nas ações do PROEA devem
22

ter o currículo cadastrado na plataforma Lattes do CNPq.


3.4.3 As propostas de atividade ambiental deverão ser encaminhadas ao PROEA no
prazo de 30 dias antes da realização pela coordenação do curso.
3.5 Da conceituação e objetivos das atividades ambientais.
3.5.1 As atividades ambientais são elaboradas com base nos eixos norteadores do
PROEA. Seu objetivo é integrar a Educação Ambiental às disciplinas do curso de
modo transversal, contínuo e permanente, a fim de gerar conhecimento e inovação,
atendendo à necessidade de contribuir à resolução de seus questionamentos,
compreender sistematicamente os problemas da realidade e para eles buscar
soluções.
3.5.1.1 As atividades ambientais que envolvem seres humanos deverão consultar as
diretrizes da Agenda 21, do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades
Sustentáveis e Responsabilidade, dos Parâmetros Curriculares Nacionais da
Educação, da Política Nacional de Meio Ambiente.
3.5.1.2 As atividades ambientais que demandarem visitas externas, encontros, aulas
de campo, aulas práticas, debates, entrevistas, grupos de discussão e outros
procedimentos para sua concretização devem providenciar, a priori, documento de
informação anterior a seu desenvolvimento, de forma que os sujeitos envolvidos
fiquem resguardados quanto aos dados confidenciados e à sua liberdade de se
recusar ou desistir, a qualquer momento, de participar das atividades ambientais.
3.5.2 As atividades ambientais desenvolvem ações de práticas de ensino, leituras,
reflexão e problematização acerca de determinado curso ou questão, com base em
plano de estudos com referencial teórico abordam suas especificidades.
3.5.3 A atividade ambiental é concebida como um processo interdisciplinar e
transdisciplinar, educativo, cultural, científico e político que promove a interação
transformadora entre a universidade e outros setores da sociedade, orientada pelo
princípio da indissociabilidade do Meio Ambiente e Sustentabilidade.
3.5.3.1 As propostas de atividades ambientais visam um conjunto articulado de
ações de caráter interdisciplinar e transdisciplinar, integrado as demais atividades de
pesquisa, ensino e extensão. Tem caráter orgânico-institucional, integração no
território e/ou grupos populacionais, clareza de diretrizes e orientação para um
objetivo comum, sendo executado a curto, médio e longo prazo. As atividades
23

ambientais buscam integrar, estimular e realizar atividades contínuas propostas,


possuindo fins formativo-educativo-cultural, dentro e fora da Instituição, contribuindo
assim para a formação do aluno, integrando-o à comunidade e expondo-o e
orientando-o quanto a suas demandas.
3.5.3.2 Cada atividade ambiental será orientada com base em um conjunto de ações
processuais contínuas, de caráter educativo, social, cultural ou tecnológico, com
objetivo específico e prazo determinado. As atividades ambientais devem
contemplar conteúdos curriculares dos cursos envolvidos de forma interdisciplinar e
transdisciplinar, de modo a propiciar, desde seu planejamento até a realização,
práticas que visem à transformação social, à autonomia e formação do aluno-
cidadão.
3.5.3.3 O responsável pelo desenvolvimento das propostas e atividade ambientais
deverá enviar ao PROEA cópia de documentos sobre a descrição de sua
operacionalização trinta dias antes da sua realização, assim como, o relatório
avaliativo dos resultados no prazo de até trinta dias após sua conclusão.

4 - CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES

4.1 A Instituição apoiará financeiramente, de acordo com sua situação institucional


de disponibilidade financeira, a aquisição de bibliografia necessária, ajuda de custo
às proposições de atividade de transporte aos locais pretendidos para estudo,
organização de eventos, a processos educativos externos das atividades
ambientais, bem como à realização interna de eventos científicos e participação em
eventos científicos.
4.1.1 Para a participação em atividades ambientais, externas e internas, terão apoio
financeiro da IES somente os professores e alunos devidamente inscritos nas
propostas de atividades ambientais que obtiverem aprovação do coordenador do
PROEA, mediante condição financeira da instituição, devendo encaminhar cópia do
relatório da atividade ambiental ao PROEA.
4.1.2 A publicação em eventos científicos, de produtos educativos resultantes dos
estudos, ações e pesquisas dos participantes das atividades ambientais dos cursos
de graduação e pós-graduação da FCARP deve acompanhar a sigla da IES e do
24

respectivo curso.
4.2 A coordenação do PROEA normatizará os formulários para apresentação de
propostas de atividades ambientais, assim como dos relatórios avaliativos de
resultados.
4.3 A cada edição de concretização das atividades ambientais, pelo menos um
relato de experiência dos membros do processo educativo, em formato de artigo e
gerado por sua participação, poderá ser publicado na Revista Espaço Acadêmico da
FCARP.
25

ANEXOS
26

Decreto nº 4.281, de 25 de junho de 2002


Regulamenta a Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional
de EducaçãoAmbiental, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,


inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 9.795,de 27 de abril
de 1999, DECRETA:

Art. 1º A Política Nacional de Educação Ambiental será executada pelos órgãos e


entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente -SISNAMA, pelas
instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, pelos órgãos
públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, envolvendo entidades não
governamentais, entidades de classe, meios de comunicação e demais segmentos
da sociedade.
Art. 2º Fica criado o Órgão Gestor, nos termos do art. 14 da Lei nº 9.795, de 27 de
abril de 1999, responsável pela coordenação da Política Nacional de Educação
Ambiental, que será dirigido pelos Ministros de Estado do Meio Ambiente e da
Educação.
§ 1º Aos dirigentes caberá indicar seus respectivos representantes responsáveis
pelas questões de Educação Ambiental em cada Ministério.
§ 2º As Secretarias-Executivas dos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação
proverão o suporte técnico e administrativo necessários ao desempenho das
atribuições do Órgão Gestor.
§ 3º Cabe aos dirigentes a decisão, direção e coordenação das atividades do Órgão
Gestor, consultando, quando necessário, o Comitê Assessor, na forma do art. 4º
deste Decreto.
Art. 3º Compete ao Órgão Gestor:
I- avaliar e intermediar, se for o caso, programas e projetos da área de educação
ambiental, inclusive supervisionando a recepção e emprego dos recursos públicos e
privados aplicados em atividades dessa área;
II- observar as deliberações do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA e
do Conselho Nacional de Educação - CNE;
III- apoiar o processo de implementação e avaliação da Política Nacional de
Educação Ambiental em todos os níveis, delegando competências quando
necessário;
IV- sistematizar e divulgar as diretrizes nacionais definidas, garantindo o processo
participativo;
V- estimular e promover parcerias entre instituições públicas e privadas, com ou sem
fins lucrativos, objetivando o desenvolvimento de práticas educativas voltadas à
sensibilização da coletividade sobre questões ambientais;
VI- promover o levantamento de programas e projetos desenvolvidos na área de
Educação Ambiental e o intercâmbio de informações;
VII- indicar critérios e metodologias qualitativas e quantitativas para a avaliação de
27

programas e projetos de Educação Ambiental;


VIII- estimular o desenvolvimento de instrumentos e metodologias visando o
acompanhamento e avaliação de projetos de Educação Ambiental;
IX- levantar, sistematizar e divulgar as fontes de financiamento disponíveis no País e
no exterior para a realização de programas e projetos de educação ambiental;
X- definir critérios considerando, inclusive, indicadores de sustentabilidade, para o
apoio institucional e alocação de recursos a projetos da área não formal;
XI- assegurar que sejam contemplados como objetivos do acompanhamento e
avaliação das iniciativas em Educação Ambiental: a) a orientação e consolidação de
projetos;
b) o incentivo e multiplicação dos projetos bem sucedidos; e,
c) a compatibilização com os objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 4º Fica criado Comitê Assessor com o objetivo de assessorar o Órgão Gestor,
integrado por um representante dos seguintes órgãos, entidades ou setores:
I- setor educacional -ambienta l, indicado pelas Comissões Estaduais
Interinstitucionais de Educação Ambiental;
II- setor produtivo patronal, indicado pelas Confederações Nacionais da Indústria, do
Comércio e da Agricultura, garantida a alternância;
III- setor produtivo laboral, indicado pelas Centrais Sindicais, garantida a alternância;
IV- Organizações Não - Governamentais que desenvolvam ações em Educação
Ambiental, indicado pela Associação Brasileira de Organizações não
Governamentais - ABONG;
V- Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil-OAB;
VI- municípios, indicado pela Associação Nacional dos Municípios e Meio Ambiente -
ANAMMA;
VII- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC;
VIII- Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, indicado pela Câmara
Técnica de Educação Ambiental, excluindo-se os já representados neste Comitê;
IX- Conselho Nacional de Educação - CNE;
X- União dos Dirigentes Municipais de Educação - UNDIME;
XI- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -
IBAMA;
XII- da Associação Brasileira de Imprensa - ABI;
XIII- da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Estado de Meio Ambiente -
ABEMA.
§ 1º A participação dos representantes no Comitê Assessor não enseja qualquer tipo
de remuneração, sendo considerada serviço de relevante interesse público.
§ 2º O Órgão Gestor poderá solicitar assessoria de órgãos, instituições e pessoas de
notório saber, na área de sua competência, em assuntos que necessitem de
conhecimento específico.
Art. 5º Na inclusão da Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades de
ensino recomenda -se como referência os Parâmetros e as Diretrizes Curriculares
Nacionais, observando- se:
I- a integração da educação ambiental às disciplinas de modo transversal, contínuo
e permanente; e
II- a adequação dos programas já vigentes de formação continuada de educadores.
Art. 6º Para o cumprimento do estabelecido neste Decreto, deverão ser criados,
mantidos e implementados, sem prejuízo de outras ações, programas de educação
28

ambiental integrados:
I- a todos os níveis e modalidades de ensino;
II- às atividades de conservação da biodiversidade, de zoneamento ambiental, de
licenciamento e revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, de
gerenciamento de resíduos, de gerenciamento costeiro, de gestão de recursos
hídricos, de ordenamento de recursos pesqueiros, de manejo sustentável de
recursos ambientais, de ecoturismo e melhoria de qualidade ambiental;
III- às políticas públicas, econômicas, sociais e culturais, de ciência e tecnologia de
comunicação, de transporte, de saneamento e de saúde;
IV- aos processos de capacitação de profissionais promovidos por empresas,
entidades de classe, instituições públicas e privadas;
V- a projetos financiados com recursos públicos; e
VI- ao cumprimento da Agenda 21.
§ 1º Cabe ao Poder Público estabelecer mecanismos de incentivo à aplicação de
recursos privados em projetos de Educação Ambiental.
§ 2º O Órgão Gestor estimulará os Fundos de Meio Ambiente e de Educação, nos
níveis Federal, Estadual e Municipal a alocarem recursos para o desenvolvimento de
projetos de Educação Ambiental.
Art. 7º O Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Educação e seus órgãos
vinculados, na elaboração dos seus respectivos orçamentos deverão consignar
recursos para a realização das atividades e para o cumprimento dos objetivos da
Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 8º A definição de diretrizes para implementação da Política Nacional de
Educação Ambiental em âmbito nacional, conforme a atribuição do Órgão Gestor
definida na Lei, deverá ocorrer no prazo de oito meses após a publicação deste
Decreto, ouvidos o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA e o Conselho
Nacional de Educação - CNE.
Art. 9º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 25 de junho de 2002, 181º da Independência e 114º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, Presidente da República
Paulo Renato de Souza, Ministro da Educação
José Carlos Carvalho, Ministro do Meio Ambiente
29

Lei n°9.795, de 27 de abril de 1999


Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação
Ambiental e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e
eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I – DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Art. 1º Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de
uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Art. 2º A educação ambiental é um componente essencial e permanente da
educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis
e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.
Art. 3º Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação
ambiental, incumbindo:
I -ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir
políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação
ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na
conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;
II -às instituições educativas, promover a educação ambiental d e maneira integrada
aos programas educacionais que desenvolvem;
III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA,
promover ações de educação ambiental integradas aos programas de conservação,
recuperação e melhoria do meio ambiente;
IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente
na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e
incorporar a dimensão ambiental em sua programação;
V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover
programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao
controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do
processo produtivo no meio ambiente;
VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores,
atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a
prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais.
Art. 4º São princípios básicos da educação ambienta l:
I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a
interdependência entre o meio natural, o sócio - econômico e o cultural, sob o
enfoque da sustentabilidade;
30

III - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi


e transdisciplinaridade;
IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo;
VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e
globais;
VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e
cultural.
Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental:
I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas
múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos,
legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;
II - a garantia de democratização das informações ambientais;
III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática
ambiental e social;
IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na
preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo -se a defesa da qualidade
ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;
V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e
macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente
equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade,
democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;
VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;
VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade
como fundamentos para o futuro da humanidade.

CAPÍTULO II – DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Seção I – Disposições Gerais

Art. 6º É instituída a Política Nacional de Educação Ambiental.


Art. 7º A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua esfera de ação,
além dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente -
SISNAMA, instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, os
órgãos públicos da União, dos Estados,do Distrito Federal e dos Municípios, e
organizações não -governamentais com atuação em educação ambiental.
Art. 8º As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental devem
ser desenvolvidas na educação em geral e na educação escolar, por meio das
seguintes linhas de atuação inter-relacionadas:
I - capacitação de recursos humanos;
II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações;
III - produção e divulgação de material educativo;
IV - acompanhamento e avaliação.
§ 1º Nas atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental serão
respeitados os princípios e objetivos fixados por esta Lei.
§ 2º A capacitação de recursos humanos voltar-se-á para:
I - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualização
31

dos educadores de todos os níveis e modalidades de ensino;


II - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e
atualização dos profissionais de todas as áreas;
III - a preparação de profissionais orientados para as atividades de gestão ambiental;
IV - a formação, especialização e atualização de profissionais na área de meio
ambiente;
V - o atendimento da demanda dos diversos segmentos da sociedade no que diz
respeito à problemática ambiental.
§ 3º As ações de estudos, pesquisas e experimentações voltar-se-ão para:
I - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à incorporação da
dimensão ambiental, de forma interdisciplinar, nos diferentes níveis e modalidades
de ensino;
II - a difusão de conhecimentos, tecnologias e informações sobre a questão
ambiental;
III - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à participação dos
interessados na formulação e execução de pesquisas relacionadas à problemática
ambiental;
IV - a busca de alternativas curriculares e metodológicas de capacitação na área
ambiental;
V - o apoio a iniciativas e experiências locais e regionais, incluindo a produção de
material educativo;
VI - a montagem de uma rede de banco de dados e imagens, para apoio às ações
enumeradas nos incisos I a V.
Seção II – Da Educação Ambiental no Ensino Formal
Art 9º Entende-se por educação ambiental na educação escolar a desenvolvida no
âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobando:
I - educação básica:
a) educação infantil;
b) ensino fundamental e
c) ensino médio;
II - educação superior;
III - educação especial;
IV - educação profissional;
V - educação de jovens e adultos.
Art. 10 A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa
integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino
formal.
§ 1º A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no
currículo de ensino.
§ 2º Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto
metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a
criação de disciplina específica.
§ 3º Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, em todos os
níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades
profissionais a serem desenvolvidas.
Art. 11 A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de
professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas.
Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação
32

complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender


adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de
Educação Ambiental.
Art. 12 A autorização e supervisão do funcionamento de instituições de ensino e de
seus cursos, nas redes pública e privada, observarão o cumprimento do disposto
nos arts. 10 e 11 desta Lei.
Seção III –Da Educação Ambiental Não-Formal
Art. 13 Entendem-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas
educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e
à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.
Parágrafo único. O Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal,
incentivará:
I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços
nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas
relacionados ao meio ambiente;
II - a ampla participação da escola, da universidade e de organizações não-
governamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à
educação ambiental não formal;
III - a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de
programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as
organizações não governamentais;
IV - a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de conservação;
V - a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de
conservação;
VI - a sensibilização ambiental dos agricultores;
VII - o ecoturismo.

CAPÍTULO III – DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO


AMBIENTAL

Art. 14 A coordenação da Política Nacional de Educação Ambiental ficará a cargo de


um órgão gestor, na forma definida pela regulamentação desta Lei.
Art. 15 São atribuições do órgão gestor:
I - definição de diretrizes para implementação em âmbito nacional;
II - articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e projetos na área
de educação ambiental, em âmbito nacional;
III - participação na negociação de financiamentos a planos, programas e projetos na
área de educação ambiental.
Art. 16 Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na esfera de sua competência
e nas áreas de sua jurisdição definirão diretrizes, normas e critérios para a educação
ambiental, respeitados os princípios e objetivos da Política Nacional de Educação
Ambiental.
Art. 17 A eleição de planos e programas, para fins de alocação de recursos públicos
vinculados à Política Nacional de Educação Ambiental, deve ser realizada levando-
se em conta os seguintes critérios:
I - conformidade com os princípios, objetivos e diretrizes da Política Nacional de
Educação Ambiental;
II - prioridade dos órgãos integrantes do SISNAMA e do Sistema Nacional de
33

Educação;
III - economicidade, medida pela relação entre a magnitude dos recursos a alocar e
o retorno social propiciado pelo plano ou programa proposto.
Parágrafo único. Na eleição a que se refere o caput deste artigo, devem ser
contemplados, de forma eqüitativa, os planos, programas e projetos das diferentes
regiões do País.
Art. 18(VETADO)
Art. 19 Os programas de assistência técnica e financeira relativos a meio ambiente e
educação, em níveis federal, estadual e municipal, devem alocar recursos às ações
de educação ambiental.

CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 20 O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias de sua
publicação, ouvidos o Conselho Nacional de Meio Ambiente e o Conselho Nacional
de Educação.
Art. 21 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 27 de abril de 1999, 178º da Independência e 111º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, Presidente da República
Paulo Renato de Souza, Ministro da Educação
José Sarney Filho, Ministro do Meio Ambiente
34

TRATADO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES


SUSTENTÁVEIS E RESPONSABILIDADE GLOBAL6

Este Tratado, assim como a educação, é um processo dinâmico em


permanente construção.
Deve portanto propiciar a reflexão, o debate e a sua própria modificação. Nós
signatários, pessoas de todas as partes do mundo, comprometidos com a proteção
da vida na Terra, reconhecemos o papel central da educação na formação de
valores e na ação social.
Nos comprometemos com o processo educativo transformador através do
envolvimento pessoal, de nossas comunidades e nações para criar sociedades
sustentáveis e equitativas. Assim, tentamos trazer novas esperanças e vida para
nosso pequeno, tumultuado, mas ainda assim belo planeta.

I – Introdução.

Consideramos que a educação ambiental para uma sustentabilidade


equitativa é um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito a
todas as formas de vida. Tal educação afirma valores e ações que contribuem para
a transformação humana e social e para a preservação ecológica. Ela estimula
a formação de sociedades socialmente justas e ecologicamente equilibradas, que
conservam entre si relação de interdependência e diversidade. Isto requer
responsabilidade individual e coletiva a nível local, nacional e planetário.
Consideramos que a preparação para as mudanças necessárias depende da
compreensão coletiva da natureza sistêmica das crises que ameaçam o futuro do
planeta. As causas primárias de problemas como o aumento da pobreza, da
degradação humana e ambiental e da violência podem ser identificadas no modelo
de civilização dominante, que se baseia em superprodução e super consumo para
uns e subconsumo e falta de condições para produzir por parte da grande maioria.
Consideramos que são inerentes à crise a erosão dos valores básicos e a
alienação e a não participação da quase totalidade dos indivíduos na construção
de seu futuro.
É fundamental que as comunidade planejem e implementem suas próprias
alternativas às políticas vigentes,dentre estas alternativas está a necessidade
de abolição dos programas de desenvolvimento, ajustes e reformas econômicas
que mantêm o atual modelo de crescimento com seus terríveis efeitos sobre o
ambiente e a diversidade de espécies, incluindo a humana.
Consideramos que a educação ambiental deve gerar com urgência mudanças
na qualidade de vida e maior consciência de conduta pessoal, assim como harmonia
entre os seres humanos e destes com outras formas de vida.

6
1Documento elaborado pelo Fórum Global das Organizações Não Governamentais, na Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio de Janeiro, 1992.
35

II - Princípios da Educação para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade


Global.
1. A educação é um direito de todos, somos todos aprendizes e educadores.
2. A educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador, em
qualquer tempo ou lugar, em seus modos formal, não formal e informal, promovendo
a transformação e a construção da sociedade.
3. A educação ambiental é individual e coletiva. Tem o propósito de formar cidadãos
com consciência local e planetária, que respeitem a autodeterminação dos povos e a
soberania das nações.
4. A educação ambiental não é neutra, mas ideológica. É um ato político, baseado
em valores para a transformação social.
5. A educação ambiental deve envolver uma perspectiva holística, enfocando a
relação entre o ser humano, a natureza e o universo de forma interdisciplinar.
6. A educação ambiental deve estimular a solidariedade, a igualdade e o respeito
aos direitos humanos, valendo-se de estratégias democráticas e interação entre as
culturas.
7. A educação ambiental deve tratar as questões globais críticas, suas causas e
inter-relações em uma perspectiva sistêmica, em seus contexto social e histórico.
Aspectos primordiais relacionados ao desenvolvimento e ao meio ambiente tais
como população, saúde,democracia, fome, degradação da flora e fauna devem ser
abordados dessa maneira.
8. A educação ambiental deve facilitar a cooperação mútua e equitativa nos
processos de decisão, em todos os níveis e etapas.
9. A educação ambiental deve recuperar, reconhecer, respeitar, refletir e utilizar a
história indígena e culturas locais, assim como promover a diversidade cultural,
linguística e ecológica. Isto implica uma revisão da história dos povos nativos para
modificar os enfoques etnocêntricos, além de estimular a educação bilíngue.
10. A educação ambiental deve estimular e potencializar o poder das diversas
populações, promover oportunidades para as mudanças democráticas de base que
estimulem os setores populares da sociedade. Isto implica que as comunidades
devem retomar a condução de seus próprios destinos.
11. A educação ambiental valoriza as diferentes formas de conhecimento. Este é
diversificado, acumulado e produzido socialmente, não devendo ser patenteado ou
monopolizado.
12. A educação ambiental deve ser planejada para capacitar as pessoas a
trabalharem conflitos de maneira justa e humana.
13. A educação ambiental deve promover a cooperação e o diálogo entre indivíduos
e instituições, com a finalidade de criar novos modos de vida, baseados em
atender às necessidades básicas de todos, sem distinções étnicas, físicas, de
gênero, idade, religião, classe ou mentais.
14. A educação ambiental requer a democratização dos meios de comunicação de
massa e seu comprometimento com os interesses de todos os setores da
sociedade. A comunicação é um direito inalienável e os meios de comunicação de
massa devem ser transformados em um canal privilegiado de educação, não
somente disseminando informações em bases igualitárias, mas também
promovendo intercâmbio de experiências, métodos e valores.
15. A educação ambiental deve integrar conhecimentos, aptidões, valores, atitudes e
ações. Deve converter cada oportunidade em experiências educativas de
36

sociedades sustentáveis.
16. A educação ambiental deve ajudar a desenvolver uma consciência ética sobre
todas as formas de vida com as quais compartilhamos este planeta, respeitar seus
ciclos vitais e impor limites à exploração dessas formas de vida pelos seres
humanos.

III - Plano de Ação

As organizações que assinam este tratado se propõem a implementar as seguintes


diretrizes:
1. Transformar as declarações deste Tratado e dos demais produzidos pela
Conferencia da Sociedade Civil durante o processo da Rio 92 em documentos a
serem utilizados na rede formal de ensino e em programas educativos dos
movimentos sociais e suas organizações.
2. Trabalhar a dimensão da educação ambiental para sociedades sustentáveis em
conjunto com os grupos que elaboraram os demais tratados aprovados durante a
Rio 92.
3. Realizar estudos comparativos entre os tratados da sociedade civil e os
produzidos pela Conferência das nações Unidas para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento - UNCED; utilizar as conclusões em ações educativas.
4. Trabalhar os princípios deste tratado a partir das realidades locais, estabelecendo
as devidas conexões com a realidade planetária, objetivando a conscientização para
a transformação.
5. Incentivar a produção de conhecimento, políticos, metodologias e práticas de
Educação Ambiental em todos os espaços de educação formal, informal e não
formal, para todas as faixas etárias.
6. Promover e apoiar a capacitação de recursos humanos para preservar, conservar
e gerenciar o ambiente, como parte do exercício da cidadania local e planetária.
7. Estimular posturas individuais e coletivas, bem como políticas institucionais que
revisem permanentemente a coerência entre o que se diz e o que se faz, os valores
de nossas culturas, tradições e história.
8. Fazer circular informações sobre o saber e a memória populares; e sobre
iniciativas e tecnologias apropriadas ao uso dos recursos naturais.
9. Promover a co-rresponsabilidade dos gêneros feminino e masculino sobre a
produção, reprodução e manutenção da vida.
10. Estimular a apoiar a criação e o fortalecimento de associações de
produtores e de consumidores e redes de comercialização que sejam
ecologicamente responsáveis.
11. Sensibilizar as populações para que constituam Conselhos populares de ação
Ecológica e Gestão do Ambiente visando investigar, informar, debater e decidir
sobre problemas e políticas ambientais.
12. Criar condições educativas, jurídicas, organizacionais e políticas para exigir dos
governos que destinem parte significativa de seu orçamento à educação e meio
ambiente.
13. Promover relações de parceria e cooperação entre as ONGs e movimentos
sociais e as agencias da ONU (UNESCO, PNUMA, FAO, entre outras), a nível
nacional, regional e internacional, a fim de estabelecerem em conjunto as
prioridades de ação para educação, meio ambiente e desenvolvimento.
37

14. Promover a criação e o fortalecimento de redes nacionais, regionais e mundiais


para a realização de ações conjuntas entre organizações do Norte, Sul, Leste
e Oeste com perspectiva planetária (exemplos: dívida externa, direitos
humanos, paz, aquecimento global, população, produtos contaminados).
15. Garantir que os meios de comunicação se transformem em instrumentos
educacionais para a preservação e conservação de recursos naturais, apresentando
a pluralidade de versões com fidedignidade e contextualizando as informações.
Estimular transmissões de programas gerados pelas comunidades locais.
16. Promover a compreensão das causas dos hábitos consumistas e agir para a
transformação dos sistemas que os sustentam, assim como para com a
transformação de nossas próprias práticas.
17. Buscar alternativas de produção autogestionária e apropriadas econômica e
ecologicamente, que contribuam para uma melhoria da qualidade de vida.
18. Atuar para erradicar o racismo, o sexismo e outros preconceitos; e contribuir
para um processo de reconhecimento da diversidade cultura dos direitos
territoriais e da autodeterminação dos povos.
19. Mobilizar instituições formais e não formais de educação superior para o apoio
ao ensino, pesquisa e extensão em educação ambiental e a criação, em cada
universidade, de centros interdisciplinares para o meio ambiente.
20. Fortalecer as organizações e movimentos sociais como espaços privilegiados
para o exercício da cidadania e melhoria da qualidade de vida e do ambiente.
21. Assegurar que os grupos de ecologistas popularizem suas atividades e que as
comunidades incorporem em seu cotidiano a questão ecológica.
22. Estabelecer critérios para a aprovação de projetos de educação para sociedades
sustentáveis, discutindo prioridades sociais junto às agencias financiadoras.

IV - Sistema de Coordenação, Monitoramento e Avaliação

Todos os que assinam este Tratado concordam em:


1. Difundir e promover em todos os países o Tratado de Educação Ambiental para
Sociedades Sustentáveis e responsabilidade Global através de campanhas
individuais e coletivas, promovidas por ONGs, movimentos sociais e outros.
2. Estimular e criar organizações, grupos de ONGs e Movimentos Sociais para
implantar, implementar, acompanhar e avaliar os elementos deste Tratado.
3. Produzir materiais de divulgação deste tratado e de seus desdobramentos
em ações educativas, sob a forma de textos, cartilhas, cursos, pesquisas, eventos
culturais, programas na mídia, ferias de criatividade popular, correio eletrônico e
outros.
4. Estabelecer um grupo de coordenação internacional para dar continuidade às
propostas deste Tratado.
5. Estimular, criar e desenvolver redes de educadores ambientais.
6. Garantir a realização, nos próximos três anos, do 1º Encontro Planetário de
educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis.
7. Coordenar ações de apoio aos movimentos sociais em defesa da melhoria da
qualidade de vida, exercendo assim uma efetiva solidariedade internacional.
8. Estimular articulações de ONGs e movimentos sociais para rever estratégias
de seus programas relativos ao meio ambiente e educação.
38

V - Grupos a serem envolvidos

Este Tratado é dirigido para:


1. Organizações dos movimentos sociais ecologistas, mulheres, jovens, grupos
étnicos, artistas agricultores, sindicalistas, associações de bairro e outros.
2. ONGs comprometidas com os movimentos sociais de caráter popular.
3. Profissionais de educação interessados em implantar e implementar programas
voltados à questão ambiental tanto nas redes formais de ensino , como em outros
espaços educacionais.
4. Responsáveis pelos meios de comunicação capazes de aceitar o desafio de um
trabalho transparente e democrático, iniciando uma nova política de comunicação de
massas.
5. Cientistas e instituições científicas com postura ética e sensíveis ao trabalho
conjunto com as organizações dos movimentos sociais.
6. Grupos religiosos interessados em atuar junto às organizações dos movimentos
sociais.
7. Governos locais e nacionais capazes de atuar em sintonia/parceria com as
propostas deste Tratado.
8. Empresários (as) comprometidos (as) em atuar dentro de uma lógica de
recuperação e conservação do meio ambiente e de melhoria da qualidade de vida,
condizentes com os princípios e propostas deste Tratado.
9. Comunidades alternativas que experimentam novos estilos de vida condizentes
com os princípios e propostas deste Tratado.

VI – Recursos

Todas as organizações que assinam o presente Tratado se comprometem a:


1. Reservar uma parte significativa de seus recursos para o desenvolvimento de
programas educativos relacionados com a melhoria do ambiente e com a qualidade
de vida.
2. Reivindicar dos governos que destinem um percentual significativo do Produto
Nacional Bruto para a implantação de programas de Educação Ambiental em todos
os setores da administração pública, com a participação direta de ONGs e
movimentos sociais.
3. Propor políticas econômicas que estimulem empresas a desenvolverem
aplicarem tecnologias apropriadas e a criarem programas de educação ambiental
parte de treinamentos de pessoal e para comunidade em geral.
4. Incentivar as agencias financiadoras a alocarem recursos significativos a projetos
dedicados à educação ambiental: além de garantir sua presença em outros projetos
a serem aprovados, sempre que possível.
5. Contribuir para a formação de um sistema bancário planetário das ONGs e
movimentos sociais, cooperativo e descentralizado que se proponha a destinar uma
parte de seus recursos para programas de educação e seja ao mesmo tempo um
exercício educativo de utilização de recursos financeiros.
Junho de 1992.

Você também pode gostar