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CONCEITOS E DEFINIÇÕES

FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO 2

HILTON MOULIN CALIMAN


IFES – Campus Cachoeiro de Itapemirim
2.1 FLUIDO COMO UM MEIO CONTÍNUO
• A massa específica de um gás homogênio em um recipiente fechado é a
mesma em todos os pontos?
2.1 FLUIDO COMO UM MEIO CONTÍNUO
• A massa específica de um gás homogênio em um recipiente fechado é a
mesma em todos os pontos?
• Depende do tamanho do ponto!
2.1 FLUIDO COMO UM MEIO CONTÍNUO
• A idealização do meio contínuo permite-nos considerar as propriedades
como funções de pontos e considerar que variam continuamente no
espaço sem saltos de descontinuidade.
2.1 FLUIDO COMO UM MEIO CONTÍNUO
• A idealização do meio contínuo permite-nos considerar as propriedades
como funções de pontos e considerar que variam continuamente no
espaço sem saltos de descontinuidade.

• Tal hipótese é válida desde que o


sistema considerado seja grande em
relação ao espaço vazio entre as
moléculas.

• Exemplo: O percurso livre médio do


oxigênio à 20°C e 1 atm é de 6,3 ×
10−8 𝑚.
2.1 FLUIDO COMO UM MEIO CONTÍNUO
2.2 MASSA ESPECÍFICA

• Como consequência da consideração do contínuo, cada propriedade do


fluido é considerada como tendo um valor definido em cada ponto no
espaço.

• Dessa forma, as propriedades dos fluidos, como a massa específica, são


consideradas funções contínuas da posição e do tempo.

𝜕𝑚
𝜌 = lim ′
𝜕𝑉→𝜕𝑉 𝜕𝑉
2.2 MASSA ESPECÍFICA

• Se a massa específica fosse medida simultaneamente em um número


infinito de pontos no fluido, obteríamos uma expressão para a
distribuição da massa específica como uma função das coordenadas
espaciais no instante dado, um campo de massa específica:

𝜌 = 𝜌 𝑥, 𝑦, 𝑧
𝜌 = 𝜌 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡
2.2 MASSA ESPECÍFICA

• Se a massa específica fosse medida simultaneamente em um número


infinito de pontos no fluido, obteríamos uma expressão para a
distribuição da massa específica como uma função das coordenadas
espaciais no instante dado, um campo de massa específica:

𝜌 = 𝜌 𝑥, 𝑦, 𝑧
𝜌 = 𝜌 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡

• Se o fluido for homogênio e não variar suas propriedades 𝑚


ao longo do espaço nem do tempo, podemos calcular:
𝜌=
𝑉
2.3 CAMPO DE VELOCIDADE

• Outras propriedades dos fluidos também podem ser descritas por


campos.
• Uma propriedade muito importante definida por um campo é o campo
de velocidade, dado por:

𝑉 = 𝑉 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡
2.3 CAMPO DE VELOCIDADE

• Outras propriedades dos fluidos também podem ser descritas por


campos.
• Uma propriedade muito importante definida por um campo é o campo
de velocidade, dado por:

𝑉 = 𝑉 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡
• A velocidade é uma quantidade vetorial, exigindo um módulo e uma
direção para uma completa descrição.

𝑉 = 𝑢Ԧ𝑖 + 𝑣Ԧ𝑗 + 𝑤𝑘
2.4 CAMPO DE TENSÃO

• Forças de superfície agindo sobre uma partícula fluida geram tensões.


• A tensão é definida como força por unidade de área.
• Imaginemos a superfície de uma partícula fluida em contato com outras
partículas fluidas e consideremos a força de contato gerada.
2.4 CAMPO DE TENSÃO

• Forças de superfície agindo sobre uma partícula fluida geram tensões.


• A tensão é definida como força por unidade de área.
• Imaginemos a superfície de uma partícula fluida em contato com outras
partículas fluidas e consideremos a força de contato gerada.
• A força agindo sobre o elemento de
área pode ser decomposta em duas
componentes, uma normal e a outra
tangente à área.
• Definimos então uma tensão normal, ,
e uma tensão de cisalhamento, .
2.4 CAMPO DE TENSÃO

• Ao lidar com quantidades vetoriais, tais como força, é usual considerar as


componentes em um sistema ortogonal de coordenadas cartesianas.
• Consideremos as forças no elemento de área da figura, cuja normal
orientada para fora está na direção do eixo x.
2.4 CAMPO DE TENSÃO

• Dividindo o módulo de cada componente da força pelo elemento de


área, definimos as três componentes da tensão.

• Usamos uma notação com índice duplo


para designar as tensões. O primeiro
índice (neste caso, x) indica o plano no
qual a tensão atua (nesse caso, a
superfície perpendicular ao eixo x). O
segundo índice indica a direção na qual a
tensão atua.
𝑑𝐹𝑥 𝑑𝐹𝑦 𝑑𝐹𝑧
𝜎𝑥𝑥 = 𝜏𝑥𝑦 = 𝜏𝑥𝑧 =
𝑑𝐴𝑥 𝑑𝐴𝑥 𝑑𝐴𝑥
2.4 CAMPO DE TENSÃO

• Considerando um elemento de área perpendicular ao eixo y, definiremos


as tensões nesse plano.
• A utilização de uma área elementar perpendicular ao eixo z levaria, de
modo semelhante, à definição das tensões nesse plano.

𝜎𝑥𝑥 𝜏𝑥𝑦 𝜏𝑥𝑧


𝜏𝑦𝑥 𝜎𝑦𝑦 𝜏𝑦𝑧
𝜏𝑧𝑥 𝜏𝑧𝑦 𝜎𝑧𝑧
2.4 CAMPO DE TENSÃO

• Os planos são nomeados e


denotados como positivos
e negativos de acordo com
o sentido de sua normal.

• Uma componente de
tensão é positiva quando o
seu sentido e o do plano
no qual atua são ambos
positivos ou ambos
negativos.
2.5 VISCOSIDADE

• Vamos considerar uma camada de fluido entre duas placas paralelas


muito grandes separadas por uma distância ℓ.
• Aplica-se então uma força constante F na placa superior, enquanto a
placa inferior é mantida fixa.
2.5 VISCOSIDADE

• Vamos considerar uma camada de fluido entre duas placas paralelas


muito grandes separadas por uma distância ℓ.
• Aplica-se então uma força constante F na placa superior, enquanto a
placa inferior é mantida fixa.
• Observa-se que a placa superior se
move continuamente sob a influência
da força F.
• A camada de fluido em contato com a
parte superior da placa adere-se à
superfície da placa e move-se com ela à
mesma velocidade.
2.5 VISCOSIDADE

• O fluido em contato com a placa inferior assume a velocidade da placa,


que é nula.
• Em um escoamento laminar, a velocidade do fluido entre as placas varia
linearmente entre 0 e V, e portanto, o perfil da velocidade e o gradiente
da velocidade, são:
2.5 VISCOSIDADE

• O fluido em contato com a placa inferior assume a velocidade da placa,


que é nula.
• Em um escoamento laminar, a velocidade do fluido entre as placas varia
linearmente entre 0 e V, e portanto, o perfil da velocidade e o gradiente
da velocidade, são:

𝑉
𝑢 𝑦 = 𝑦

𝑑𝑢 𝑉
=
𝑑𝑦 ℓ
2.5 VISCOSIDADE
• Durante um intervalo de tempo dt, os lados
das partículas do fluido ao longo de uma
reta vertical MN giram um ângulo d
enquanto a placa superior move-se por
uma distância infinitesimal 𝑑𝑎 = 𝑉 ∙ 𝑑𝑡.

• A deformação angular é expressa por:

𝑑𝑎 𝑉 ∙ 𝑑𝑡 𝑑𝑢
𝑑𝛽 ≈ tan 𝑑𝛽 = = = ∙ 𝑑𝑡
ℓ ℓ 𝑑𝑦
2.5 VISCOSIDADE
• Durante um intervalo de tempo dt, os lados
das partículas do fluido ao longo de uma
reta vertical MN giram um ângulo d
enquanto a placa superior move-se por
uma distância infinitesimal 𝑑𝑎 = 𝑉 ∙ 𝑑𝑡.

• A deformação angular é expressa por:

𝑑𝑎 𝑉 ∙ 𝑑𝑡 𝑑𝑢
𝑑𝛽 ≈ tan 𝑑𝛽 = = = ∙ 𝑑𝑡
ℓ ℓ 𝑑𝑦

𝑑𝛽 𝑑𝑢
• A taxa de cisalhamento é então: =
𝑑𝑡 𝑑𝑦
2.5 VISCOSIDADE

2.5.1 FLUIDOS NEWTONIANOS

• Os fluidos para os quais a taxa de cisalhamento varia linearmente com a


tensão de cisalhamento são chamados de fluidos newtonianos.

𝑑𝑢
τ=𝜇
𝑑𝑦

• Onde a constante de proporcionalidade 𝜇 é


denominada viscosidade dinâmica, cuja
unidade é o 𝑃𝑎 ∙ 𝑠.
2.5 VISCOSIDADE

2.5.1 FLUIDOS NEWTONIANOS


2.5 VISCOSIDADE

2.5.1 FLUIDOS NEWTONIANOS


2.5 VISCOSIDADE

2.5.2 FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS

• Para fluidos não-newtonianos, a relação entre tensão de cisalhamento e


taxa de deformação não é linear.
• A inclinação da curva no
gráfico é chamada de
viscosidade aparente.
2.5 VISCOSIDADE

2.5.2 FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS


2.5 VISCOSIDADE

2.5.2 FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS


2.5 VISCOSIDADE

2.5.2 FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS


2.5 VISCOSIDADE

2.5.3 VISCOSIDADE CINÉMATICA

• Na mecânica dos fluidos, a razão entre viscosidade dinâmica e massa


específica aparece frequentemente.
• Por conveniência, essa razão é denominada viscosidade cinemática, 𝜈.

𝜇
𝜈=
𝜌
2.5 VISCOSIDADE

2.5.4 VARIAÇÃO COM A TEMPERATURA

• A viscosidade é causada pelas forças coesivas


entre as moléculas dos líquidos e pelas
colisões moleculares no gases, e varia
extremamente com a temperatura.
2.5 VISCOSIDADE

2.5.4 VARIAÇÃO COM A TEMPERATURA

• A viscosidade é causada pelas forças coesivas


entre as moléculas dos líquidos e pelas
colisões moleculares no gases, e varia
extremamente com a temperatura.
• A viscosidade dos líquidos decresce com a
temperatura, ao passo que a dos gases
aumenta com a temperatura.
2.5 VISCOSIDADE

2.5.4 VARIAÇÃO COM A TEMPERATURA


2.6 EXEMPLO

• Uma placa infinita move-se sobre uma segunda placa, havendo entre
elas uma camada de líquido, como mostrado. Para uma pequena altura,
d, podemos supor uma distribuição linear de velocidade no líquido. A
viscosidade do líquido é 6,5 ∙ 10−4 𝑃𝑎 ∙ 𝑠 e sua massa específica é dada
por 880 𝑘𝑔/𝑚³. Determine a viscosidade cinemática do líquido, a tensão
de cisalhamento na placa superior, a tensão de cisalhamento na placa
inferior e o sentido de cada tensão cisalhante calculada.
2.6 EXEMPLO
𝜇 6,5 ∙ 10−4
• Viscosidade Cinemática: 𝜐= = = 7,4 ∙ 10−7 𝑚2 /𝑠
𝜌 880
2.6 EXEMPLO
𝜇 6,5 ∙ 10−4
• Viscosidade Cinemática: 𝜐= = = 7,4 ∙ 10−7 𝑚2 /𝑠
𝜌 880
𝑑𝑢 𝑈 −4
0,3
• Tensão Superior: τ𝑦𝑥 =𝜇 ቇ = 𝜇 = 6,5 ∙ 10
𝑑𝑦 𝑦=𝑑 𝑑 0,3 ∙ 10−3
2.6 EXEMPLO
𝜇 6,5 ∙ 10−4
• Viscosidade Cinemática: 𝜐= = = 7,4 ∙ 10−7 𝑚2 /𝑠
𝜌 880
𝑑𝑢 𝑈
• Tensão Superior: τ𝑦𝑥 =𝜇 ቇ = 𝜇 = 0,65 𝑃𝑎
𝑑𝑦 𝑦=𝑑 𝑑
2.6 EXEMPLO
𝜇 6,5 ∙ 10−4
• Viscosidade Cinemática: 𝜐= = = 7,4 ∙ 10−7 𝑚2 /𝑠
𝜌 880
𝑑𝑢 𝑈
• Tensão Superior: τ𝑦𝑥 =𝜇 ቇ = 𝜇 = 0,65 𝑃𝑎
𝑑𝑦 𝑦=𝑑 𝑑

𝑑𝑢 𝑈
• Tensão Superior: τ𝑦𝑥 =𝜇 ቇ = 𝜇 = 0,65 𝑃𝑎
𝑑𝑦 𝑦=0 𝑑
2.6 EXEMPLO
𝜇 6,5 ∙ 10−4
• Viscosidade Cinemática: 𝜐= = = 7,4 ∙ 10−7 𝑚2 /𝑠
𝜌 880
𝑑𝑢 𝑈
• Tensão Superior: τ𝑦𝑥 =𝜇 ቇ = 𝜇 = 0,65 𝑃𝑎
𝑑𝑦 𝑦=𝑑 𝑑

𝑑𝑢 𝑈
• Tensão Inferior: τ𝑦𝑥 =𝜇 ቇ = 𝜇 = 0,65 𝑃𝑎
𝑑𝑦 𝑦=0 𝑑

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