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Evangelismo

por meio da

Oração

Resumo do livro: “Como Orar Eficientemente pelos Perdidos” de Lee E. Thomas.

“O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos”


(2 Coríntios 4.4)
Sumário

Introdução ................................................................................................. 03

Por que orar pelos perdidos .................................................................. 05

Como orar pelos perdidos ...................................................................... 06

Pedidos específicos na oração ................................................................ 10

A batalha espiritual ................................................................................. 14

Apêndice 1: Plantando sementes de salvação ....................................... 21

Apêndice 2: Como utilizar folhetos evangelísticos ............................... 34

Apêndice 3: Evangelismo de oração e atos proféticos ........................... 38

Referências bibliográficas ...................................................................... 44

Minha lista de oração .............................................................................. 45

2
Introdução
A despeito das diferentes estratégias de evangelismo que possamos usar,
devemos admitir uma coisa: só Deus pode converter uma alma! Nossos
excelentes métodos podem trazer as pessoas para a igreja ou até mesmo fazer
com que repitam a “oração do pecador”, porém eles não podem produzir a
regeneração. Somente Deus pode fazer isso. Podemos plantar e regar; no
entanto, Deus é quem dá o crescimento.

Muitos fazem a “oração do pecador” sem, contudo, experimentar qualquer


mudança em suas vidas. Por outro lado, aqueles que vêm a Cristo em resposta à
oração, são sobrenaturalmente despertados, experimentam o novo nascimento e
continuam na fé. Eles se tornam parte do Corpo de Cristo porque uma obra
sobrenatural aconteceu em seus corações (Joel Comiskey).

Vejamos o que a Bíblia fala sobre como a salvação acontece na vida de


uma pessoa:

Mateus 15.13
Ele, porém, respondendo, disse: Toda a planta, que meu Pai celestial não plantou,
será arrancada.

Mateus 16.16, 17
E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus,
respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não
revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.

Mateus 19.25, 26
Os seus discípulos, ouvindo isto, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá pois
salvar-se? E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível,
mas a Deus tudo é possível.

João 1.12, 13
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de
Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da
vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

João 3.3, 5, 6
Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não
nascer de novo, não pode ver o reino de Deus... Jesus respondeu: Na verdade, na
verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar
no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do
Espírito é espírito.

João 6.44
Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia.

3
João 16.8
E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.

2 Coríntios 4.3, 4
Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está
encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos,
para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a
imagem de Deus.

Com base nos textos acima, podemos afirmar que os perdidos não poderão
ser salvos a menos que alguém ore por eles. Esta é uma declaração chocante que
parece inacreditável até que vejamos a descrição bíblica dos perdidos: filhos do
diabo (Jo 8.44); sob a autoridade de Satanás (At 28.18); casa de um homem forte
(Mc 3.27); prisioneiros de guerra (Is 14.17), cegados para o Evangelho
(2 Co 4.3,4).

Todas estas são razões assustadoras para orarmos pelos perdidos se


quisermos que eles tenham alguma esperança de salvação. Mas vamos nos
concentrar apenas na cegueira espiritual neste momento. O texto de 2 Coríntios
ensina claramente que Satanás cegou as mentes dos incrédulos com a finalidade
específica de impedir que eles compreendam o Evangelho.

Lewis S. Chafer afirma: “A cegueira da mente, ou o véu colocado sobre a


mente, mencionado em 2 Coríntios 4, causa uma incapacidade espiritual para o
descrente entender o caminho da salvação, e é imposta sobre o homem não
regenerado pelo arqui-inimigo de Deus em suas tentativas de impedir o propósito
de Deus na redenção. É uma condição da mente contra a qual o homem não
tem nenhum poder” (Chafer, p.57).

A menos que o Espírito Santo remova as vendas demoníacas e abra a


mente e o coração do homem, ele não pode ser salvo porque as coisas de Deus
“lhe parecem loucura” (1 Co 2.14, Jo 16.8). Charles G. Finney dizia: “No caso de
um amigo impenitente, a condição exata pela qual ele deve ser salvo do inferno
pode ser o fervor e a importunação da oração que você faz por aquele indivíduo”
(Finney, p. 54).

Portanto, antes de conversar diretamente com as pessoas acerca de Deus,


precisamos conversar com Deus sobre aqueles que estão à nossa volta. Isto é
evangelizar por meio da oração (Beverly Jaime). Se quisermos ver nossos
amigos, familiares, vizinhos e colegas de trabalho serem ganhos para Cristo,
teremos de pagar o preço por eles em oração.

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Por que orar pelos perdidos
As razões mais fortes para fazermos alguma coisa são sempre aquelas
baseadas na Bíblia e, quando o assunto é orar pelos perdidos, há muitas delas.

Oração é prioridade para Deus

“Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações,


intercessões, e ações de graças, por todos os homens; pelos reis, e por todos os
que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em
toda a piedade e honestidade; porque isto é bom e agradável diante de Deus
nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao
conhecimento da verdade” (1 Tm 2.1-4). A palavra grega para “antes de tudo”
é definida no dicionário Strong como o primeiro ou principal quanto a tempo,
lugar, ordem ou importância. A oração está no topo da lista das coisas que Deus
quer que façamos e Ele também quer que todos se salvem.

A oração tem poder

“A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16).
Alguém disse: “Quando o homem ora, Deus trabalha...”. Quando a bomba atômica
foi lançada sobre o Japão, cerca de 92.000 pessoas morreram. Mas quando o rei
Ezequias orou a Deus em favor do seu povo que havia sido cercado pela Assíria,
Deus enviou um anjo que matou 185.000 soldados inimigos em uma única noite
(2 Rs 19.35). O poder da oração de Ezequias foi duas vezes mais explosivo que a
bomba atômica! Se a oração é suficientemente forte para destruir exércitos, quão
mais poderosa será para salvar vidas!

O exemplo de Jesus

“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a


Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.25). Jesus é o nosso
Salvador e Senhor, o Rei dos reis entronizado nos céus e, mesmo assim, continua
a orar pela humanidade até agora! Paulo é outro bom exemplo para seguirmos:
“Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua
salvação” (Rm 10.1).

Porque é nossa responsabilidade

“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e


sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus
Cristo” (1 Pe 2.5). A função dos sacerdotes é representar a terra perante os céus.
Nossa principal tarefa é ficar entre os perdidos e Deus, pleiteando a causa deles
perante o Senhor.

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Como orar pelos perdidos
Dois fatores ou condições estão envolvidos em cada oração respondida —
justiça e fé. A justiça de Cristo creditada em nosso favor, que vem através do seu
sangue é o que nos dá intrepidez para nos aproximarmos do seu trono de graça.
Mas a justiça transmitida em nossa experiência pessoal também é fundamental,
pois o Salmo 66.18 nos diz: “Se eu atender à iniquidade no meu coração, o
Senhor não me ouvirá”. Ou, como Jesus ensinou: “Se vós estiverdes em mim, e
as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será
feito” (Jo 15.7). Em outras palavras, cristãos obedientes têm suas orações
respondidas.

O outro fator necessário em todas as orações respondidas é a fé. Esta é


uma lei inquebrável no reino espiritual: “Seja-vos feito segundo a vossa fé”
(Mt 9.29). Portanto, quando oramos pelos perdidos, precisamos de justiça
(a creditada por Jesus e a pessoal) e de fé. Mas há também outros oito fatores
que são especialmente importantes para esta tarefa:

1. QUEBRANTAMENTO. “Os que semeiam em lágrimas segarão com


alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem
dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos” (Sl 126.5, 6). Esta é a lei
da colheita espiritual. Assim como Jesus chorou por Jerusalém, assim devemos
chorar por aqueles amados que ainda estão perdidos se realmente quisermos vê-
los salvos. Alguém disse que “orações líquidas” (isto é, com lágrimas) talvez
sejam as mais poderosas de todas!

2. DOR DE PARTO. “Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos”
(Is 66.8). O dicionário Strong define dor de parto como “contorcer-se de dor;
passar por grave sofrimento de dor”. Muitos de nós nunca experimentamos isso
em nossa vida de oração e esta é uma das razões por que não vemos muitos
resultados em ganhar os perdidos para Cristo. Jesus descreve a experiência de
salvação como um “novo nascimento”. Assim como uma mãe experimenta as
dores de parto ao dar à luz no reino físico, assim deve acontecer no reino
espiritual.

John Hyde literalmente passou sua vida orando para que pessoas fossem
salvas. Em 1908, ele pediu que Deus lhe desse uma vida por dia. Naquele ano ele
ganhou mais de 400 pessoas para Cristo. No ano seguinte, ele pediu duas vidas
por dia (que não apenas fizessem a “oração do pecador”, mas que fossem
batizadas e permanecessem em Jesus), e ganhou mais de 800 almas para Cristo.
Então, em 1910, ele orou pedindo quatro vidas por dia e Deus lhe concedeu seu
pedido. Devido ao estresse e à tensão com que orava, seu coração “saiu de sua
posição natural no lado esquerdo e foi para o lado direito”, relatou seu médico
(Carre, p. 44).

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3. PERSISTÊNCIA. Uma das descrições mais fortes sobre o estado dos
perdidos está em Marcos 3.27 em que Jesus descreve a vida de um pecador como
“a casa do homem forte”. Ele afirma que ninguém pode ajudar uma pessoa assim
sem primeiro amarrar este homem forte. Alguns demônios controladores são tão
fortes que oração e jejum são necessários para se obter a vitória (Mc 9.29). A
oração persistente é necessária por causa da relutância de Satanás em desistir
delas. Ele é capaz de controlar até culturas e países inteiros. Por isso muitas vezes
é difícil para os missionários alcançarem certos grupos.

“Sete anos se passaram até que William Carey batizasse seu primeiro
convertido na Índia; sete anos se passaram até que Judson fizesse o primeiro
discípulo em Burma; Morrison labutou por sete anos até que o primeiro chinês
fosse trazido a Cristo; Moffat declara que esperou também sete anos para ver o
primeiro mover evidente do Espírito Santo nos bechuanas na África; Henry
Richards trabalhou com afinco por sete anos no Congo até que a primeira alma
fosse ganha em Benza Mantaka” (Gordon, pp. 139, 140).

Uma das táticas favoritas de Satanás é fazer com que a situação pareça tão
impossível que nos sintamos desanimados e desistamos de orar. A razão por que
ele faz isso é porque não tem nenhuma defesa contra a oração. Toda oração é
uma batalha e, quando você ora, Satanás está sendo derrotado mesmo que você
não veja nenhuma mudança aparente nas circunstâncias. Se pudéssemos ver
o que está acontecendo no reino espiritual quando oramos, teríamos um grande
ânimo (veja 2 Reis 6.17!). Portanto, continue orando por aqueles que você deseja
ver salvos, vendo resultados ou não, porque suas orações estão sendo
respondidas!

O caso mais incrível desse tipo de persistência na oração foi visto na vida
de George Muller. Ele disse: “O segredo é nunca desistir até que a resposta
venha. Tenho orado por 63 anos pela conversão de um homem. Ele ainda não é
salvo, mas será. Como poderia ser diferente? Estou orando...”. O dia chegou em
que o amigo de Muller recebeu Jesus. Não chegou até que o caixão de Muller
fosse baixado à terra. Ali, diante da sepultura aberta, aquele amigo entregou seu
coração a Deus. A oração perseverante havia ganhado mais uma batalha. O
sucesso de Muller pode ser resumido em três palavras poderosas: “Ele não
desistiu!” (Eastman, pp. 99, 100).

4. ATAQUE. Deus nos deu uma autoridade incrível e é imperativo que a


exercitemos, especialmente na evangelização mundial (Mt 16.19, 28.18–20). Somos
vencedores (Ap 12.11) ou “mais que vencedores” (Rm 8.37) e Deus espera que
ataquemos o homem forte, que está totalmente armado e o derrotemos a fim de
“repartir o seus despojos” (Lc 11.21, 22). Como já vimos, Satanás mantém as almas
cativas e ele não desistirá delas sem luta! Mas temos de estar sempre conscientes de
que “as armas da nossa milícia não são carnais; mas sim, poderosas em Deus” (2 Co
10.4). Quando estamos prontos para a batalha com a armadura de Deus, lutamos
através da oração (Ef 6.10–18).

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Satanás se recusa a reconhecer sua derrota final; ele se recusa render
qualquer parte de seu domínio enquanto pode; ele contesta brava e amargamente
cada ação contrária ao seu domínio, cedendo apenas o que lhe é tomado à força
(Newell, p. 27). Portanto, é hora de nos tornarmos agressivos na luta pelas almas,
pois “se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele”
(Mt 11.12).

5. SÚPLICA. Um dos meios mais poderosos de orar eficientemente é


apresentar a Deus razões por que nossas orações devem ser respondidas. Ele
mesmo ordena que façamos isto em Isaías 41.21: “Apresentai a vossa demanda
diz o Senhor; trazei as vossas firmes razões”. São muitos os exemplos bíblicos:
Abraão por Sodoma (Gênesis 18), Moisés por Israel (Êxodo 32), Ezequias por
Judá (2 Reis 19), e a lista continua. A. T. Pierson afirma: “Devemos apresentar
nosso caso a Deus, não realmente para convencê-lo, mas para convencer a
nós mesmos. Ao provar a Ele que, por Sua palavra, juramento e caráter, Ele
se comprometeu a interferir, demonstramos para nossa própria fé que Ele
nos deu o direito de pedir e de reivindicar, e que Ele irá responder à nossa
súplica porque não pode negar-se a si mesmo” (Pierson, p. 150).

Spurgeon sentiu fortemente o poder da súplica. Ele disse: “É hábito da fé,


quando ela está orando, usar súplicas. Meros recitadores de orações, que não
oram nada, se esquecem de argumentar com Deus; mas aqueles que prevalecem,
apresentam suas razões e seus fortes argumentos e debatem a questão com o
Senhor. (...) Oh, irmãos, vamos aprender assim a suplicar os preceitos, as
promessas, e tudo o mais que precisamos, mas vamos sempre ter algo a suplicar.
Não pense que você orou até que você tenha suplicado, pois a súplica é o
verdadeiro cerne da oração” (Spurgeon, pp. 49, 50).

Há centenas de versículos bíblicos que podemos usar ao suplicarmos pela


salvação das almas como, por exemplo, 1 Timóteo 2.4 que declara que o Senhor
“quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade”.
Minha súplica favorita envolve o que Deus fez no passado ao salvar outros:
Nínive (uma cidade tão perversa que Deus já a havia destinado à destruição), o
endemoninhado gadareno (que andava nu, vivia nos sepulcros, era tão feroz que
nenhum homem podia aproximar-se dele, um rejeitado pela sociedade, cheio de
uma legião de demônios, pior do que qualquer pessoa que já conhecemos), Saulo
de Tarso (o assolador da igreja) e as cidades inteiras de Lida e Sarona (At 9.35).

6. MOTIVAÇÃO. Nossa motivação principal para orarmos pelos perdidos


deve ser a glória de Deus. “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e
assim sereis meus discípulos” (Jo 15.8). Mas muitas vezes nossas motivações
estão envenenadas com orgulho e egoísmo. Pais podem estar orando por suas
“ovelhas negras” motivados pelo orgulho do nome da família, sem sequer
entenderem que sua motivação é impura.

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Na Bíblia este ponto é muito claro: “Pedis, e não recebeis, porque pedis
mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4.3). Se você está orando há muito
tempo por uma determinada pessoa (especialmente se for um membro da família
ou um amigo chegado) sem ver resultados, você deve examinar sua motivação
para ver se ela é pura (isto é, principalmente para a glória de Deus).

7. ESPÍRITO SACRIFICIAL. Vemos isso demonstrado pelo apóstolo


Paulo, que estava disposto a ser “anátema de Cristo” para a salvação de seu povo
(Rm 9.3); por Moisés, que jejuou e orou outros quarenta dias e quarenta noites
por causa dos pecados de seu povo (Dt 9.18, 19, ver também Ex 32.32); por
Ester, que declarou: “E se perecer, pereci” (Et 4.16). Embora Deus não permita
que tomemos o lugar de outra pessoa no inferno, certamente nossas orações
seriam mais eficazes se tivéssemos o mesmo amor demonstrado por estes e
outros servos de Deus.

8. UNIDADE. Todas as outras coisas mencionadas têm igual valor, mas a


unidade é o fator mais poderoso na oração pelos perdidos. Ela produz
resultados imediatos! Assim como uma lente de aumento pode gerar fogo
porque capta os raios difusos da luz do sol e os concentra em um ponto
específico, assim também cristãos em unidade podem orar por uma determinada
pessoa, por para correr o homem forte e liberar o poder do Espírito na vida dela.

Duas mil pessoas oraram por Jabez Carey (filho de William Carey) e ele
se converteu na mesma hora; várias dezenas de pessoas oraram por Chrissy
Cymbala e ela começou a se arrepender de seus pecados em 32 horas; dezoito
pessoas oraram por Mike Doles e ele foi salvo dentro de duas semanas; dois
oraram por Ricky Gresham e ele foi completamente transformado em menos de
dois meses.

Se você tiver alguém que possa ajudá-lo em oração por sua pessoa
amada, você verá resultados dramáticos! Pois dois podem fazer correr dez mil no
reino espiritual (Dt 32.30) e dois que “concordarem” em oração sempre
receberão seus pedidos, de acordo com o próprio Senhor (Mt 18.19).

Vou explicar por que a oração em unidade pelos perdidos é tão poderosa.
Primeiro (e mais importante) está o valor incrível que Deus coloca na unidade
entre seu povo. Este é o desejo do Senhor evidenciado em sua oração por nós
(João 17) em que, cinco vezes, Ele ora para que “sejamos um”. Também a
prioridade de Deus para nós é que “se façam... orações... por todos os homens
(...) para que se salvem” (1 Tm 2.1–4). Ora, como a unidade é bastante rara e
intercessores também (Deus não conseguiu achar nem ao menos um em Israel –
Is 59.16!), quando colocamos essas duas coisas juntas – unidade e intercessão –
temos algo duplamente raro. E Deus acha isso tão precioso que Ele abençoa
ricamente esse fato, além da nossa mais arrojada imaginação!

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A segunda razão é realmente simples – há apenas um homem forte
controlando a vida de uma pessoa. Quando vários do povo de Deus se levantam
contra um homem forte, ele é facilmente derrotado porque “maior é o que está
em vós do que o que está no mundo” (1 Jo 4.4). Então, despojá-lo de seus bens
fica relativamente fácil. Muitas vezes a pessoa virá até você buscando ajuda. Este
foi o caso de Jimbo Barrentine. Em janeiro de certo ano, fiz uma aliança com sua
esposa Rachele de orar por ele. Dois meses depois ele estava com uma convicção
tal que veio ao meu escritório me procurar. Mas eu estava em Arkansas
ministrando este material numa conferência sobre oração, então ele foi até a casa
de outro pregador da nossa igreja para saber o que precisava fazer para ser salvo.
Ele não conseguiu esperar que eu voltasse; ele tinha de ser salvo imediatamente!

A terceira razão é que o orgulho é quebrado. Satanás habita no orgulho


assim como Deus habita no meio dos louvores. E até que alguém seja humilde o
suficiente para pedir ajuda de oração, o diabo geralmente é capaz de manter o
controle da situação. Além disso, o próprio Deus “resiste aos soberbos, mas dá
graça aos humildes” (Tg 4.6). Em várias ocasiões em que tentei testemunhar a
um marido perdido, a esposa começava a me falar sobre as “boas qualidades”
dele. O orgulho não permitia que ela aceitasse a miserável condição dele diante
de Deus. Consequentemente, nunca ganhei nenhum desses homens para Cristo.

Pedidos específicos na oração


A maioria de nós encontra dificuldades em orar para que alguém seja
salvo porque tudo que sabemos dizer é: “Deus, por favor, salve fulano”. Sentimo-
nos como tolos ao orarmos esse pedido vez após vez, então, em geral desistimos.
Entretanto, esse tipo de oração envolve quatro áreas: o indivíduo, a pessoa que
ganha almas para Cristo, a Palavra de Deus e o avivamento. Quando aprendemos
a orar por coisas específicas nessas áreas, nossa intercessão se torna desafiadora
e eficiente.

Pelo indivíduo

1. PEDIMOS QUE O SENHOR O SANTIFIQUE. Isso pode parecer estranho,


mas é assim que Deus começa sua obra de redenção na vida de cada pessoa (ver
1 Pe 1.2, 2 Ts 2.13, 14). É como se Ele traçasse um círculo invisível em volta da
pessoa para depois começar a influenciar o que está ali dentro. Quando o próprio
Deus entra nesse círculo, coisas incríveis começam a acontecer, como você verá
ao ler os testemunhos mais adiante neste livro. Esta maravilhosa verdade é um
grande encorajamento àqueles que estão orando por outras pessoas porque
podemos descansar na certeza de que o Espírito Santo, que é o Senhor da
colheita, sempre alcança a pessoa depois que a santifica!

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2. DEPOIS PEDIMOS QUE DEUS ABENÇOE AQUELA PESSOA. Quando Jesus
enviou seus discípulos para a seara, Ele lhes deu instruções específicas para
primeiro dizerem: “Paz seja nesta casa” (Lc 10.1–5). Como é sempre a bondade
de Deus que conduz o homem ao arrependimento (Rm 2.4), é imperativo que
imploremos a Deus que abençoe liberalmente aqueles por quem estamos orando.
(Ver como Jesus corrigiu a atitude errada dos discípulos em Lucas 9.52–56!)

3. PEDIMOS TAMBÉM QUE O SENHOR O CONVENÇA. Apenas o Espírito


Santo pode tornar uma pessoa convicta; portanto, fazemos certo quando oramos
João 16.8–11. Convicção significa basicamente convencer alguém de uma falta.
A principal falta ou problema dos perdidos é não crerem em Jesus e este é o
pecado do qual o Espírito Santo os convence.

4. ORAMOS PARA QUE O SENHOR ILUMINE A MENTE DA PESSOA PARA


A VERDADE. Mesmo depois que alguém se torna convicto de sua necessidade de
salvação, sua mente (que está cega) pode permanecer fechada para a luz do
Evangelho e continuar em trevas espirituais (2 Co 4.6). Assim que o coração e a
mente são abertos para a verdade, Deus usa cristãos para explicar o Evangelho
àquela pessoa. Embora o eunuco etíope fosse um seguidor da verdade, tivesse
vindo a Jerusalém expressamente para adorar e até mesmo possuísse uma cópia
das Escrituras, ele admitiu que não conseguiria entender se alguém não lhe
ensinasse (Atos 8.26–39).

Uma história ainda mais fascinante é a de Cornélio (Atos 10). Ele era
“piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao
povo, e de contínuo orava a Deus”. Ele era muito melhor do que a maioria dos
cristãos que conhecemos e, mesmo assim, ainda estava perdido – ele não
conhecia o caminho para a salvação. Ele foi instruído por um anjo a mandar
buscar Pedro que lhe diria o que fazer. Cornélio e aqueles que estavam com ele
estavam tão abertos para o Evangelho que, assim que ouviram a Palavra, o
Espírito Santo caiu sobre eles e foram salvos enquanto Pedro ainda estava
pregando! Peça a Deus para abrir as mentes e os corações dos perdidos – Ele
abrirá. A partir daí, eles podem ser gloriosamente salvos.

5. AGORA ESTAMOS PRONTOS PARA PEDIR A DEUS QUE SALVE A


PESSOA. Entretanto, devemos pedir que Deus faça o que for necessário para
facilitar a salvação, pois Ele irá orquestrar os fatos naquela vida a fim de trazê-la
ao arrependimento. Ao comentar sobre Lucas 19.10: “Porque o Filho do homem
veio buscar e salvar o que se havia perdido”, Chafer disse: “Isso deve significar
mais que uma mera tentativa de localizar homens não salvos, pois eles estão
presentes em todos os lugares. O termo sugere uma preparação divina dos não
salvos que os trará a um ajuste às condições necessárias para a salvação”
(Chafer, pp. 3, 4).

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Pelos ceifeiros

Oramos para que Deus envie alguém para compartilhar o Evangelho.


Na verdade, isto é exatamente o que Ele nos manda fazer (Mt 9.37, 38). Além de
orar para que o Senhor envie mais ceifeiros para a sua seara, precisamos orar
também para que o Senhor encha seus obreiros com seu Espírito, equipando-os
com poder (habilidade e força), intrepidez (At 4.31), sabedoria (Pv 11.30), zelo
(Cl 4.12, 13), compaixão (Jd 22, 23) e revelação divina (Jr 33.3). E as vidas
serão salvas!

Pela Palavra de Deus

Após termos orado para que os indivíduos sejam salvos e para que
ceifeiros testemunhem a eles, agora oramos pela Palavra de Deus que vai ser
compartilhada. Ninguém é salvo sem ouvir a Palavra (Rm 10.14). Satanás odeia
a Palavra, por isso sempre a ataca. Como a Palavra de Deus é necessária para
convencer (At 2.37), para libertar (Jo 8.32) e para salvar os perdidos (1 Pe 1.23),
Satanás se opõe vigorosamente a ela com distrações (Lc 8.11–15), fortalezas
(2 Co 10.4, 5) e substituições (2 Co 11.3, 4).

A Palavra de Deus é para Satanás o que a criptonita era para o “Super-


homem” — ela torna-o fraco e indefeso. Ela também dizima o reino do inimigo
libertando os cativos, pois “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”
(Jo 8.32). Mas, observe, não é a verdade que libertará, mas a verdade que as
pessoas conhecerem. Portanto, Satanás faz tudo que pode para impedir que as
pessoas conheçam a verdade. Ao explicar a parábola do semeador a seus
discípulos, Jesus disse que Satanás vem imediatamente e rouba a palavra antes
que a pessoa possa entendê-la (Mc 4.15). Por isso é imperativo que oremos pela
Palavra de Deus que está sendo compartilhada com os perdidos:

 Que ela não seja impedida, mas tenha “livre curso” (2 Ts 3.1);
 Que ela seja glorificada, isto é, altamente estimada e honrada entre
aqueles que a ouvem (2 Ts 3.1, Sl 138.2);
 Que ela seja multiplicada (At 12.24), pois uma das leis da colheita é: “o
que semeia em abundância, em abundância ceifará” (2 Co 9.6);
 Que ela prevaleça (At 19.20). Assim como uma pequena semente pode
quebrar uma laje de concreto à medida que a força da vida nela contida
começa a emergir, assim também acontece com a semente da Palavra de
Deus no coração humano;
 Que ela seja eficaz (At 14.1, Is 55.10, 11).

12
Devemos entender que apenas quando o Espírito Santo ativa a Palavra no
coração do ouvinte é que este pode ser salvo. É por isso que devemos orar para
que a Palavra de Deus seja eficaz na vida daqueles que a ouvem. (Ver o exemplo
de Judas e dos fariseus. Tiveram contato direto com a Palavra, mas esta não lhes
penetrou os corações!).

Por avivamento

Também devemos orar por avivamento. A passagem clássica das


Escrituras sobre este assunto começa assim: “E se o meu povo, que se chama
pelo meu nome, se humilhar, e orar...” (2 Cr 7.14). O tipo de oração observado
aqui é a intercessão – orar por outras pessoas. Foi apenas depois que Jó orou
(a mesma palavra hebraica aqui mencionada) por seus amigos que Deus mudou
drasticamente sua situação (Jó 42.10). Durante os tempos de avivamento, toda
oração é quase que exclusivamente por outros.

Veja como Finney descreve a prevalência da oração durante tempos de


avivamento:

“Eu já disse, mais de uma vez, que o espírito da oração que prevalecia nesses
avivamentos era uma característica muito marcante. Era comum que os novos
convertidos fossem grandemente exercitados na oração; e, em alguns casos,
eram tanto que se sentiam constrangidos a orar noites inteiras, até que sua força
física quase se exaurisse pela conversão das vidas ao seu redor. Havia uma
grande pressão do Espírito sobre as mentes dos cristãos e parecia que eles
suportavam o peso das almas imortais... Era muito comum encontrar cristãos
que, sempre que se encontravam em algum lugar, em vez de ficarem
conversando, permaneciam de joelhos em oração...

As reuniões de oração não eram apenas grandemente multiplicadas e sempre


cheias de gente, mas também havia um poderoso espírito de oração em secreto.
Os cristãos oravam muito e muitos deles gastavam horas em oração particular.
Também era comum ver dois ou mais tomarem a promessa: ‘Se dois de vós
concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito
por meu Pai, que está nos céus’ (Mt 18.19), e a tornarem pessoal, usando o nome
de alguém em particular como sujeito da oração; e era maravilhoso ver até que
ponto eles prevaleciam. Respostas a orações eram tão manifestamente
multiplicadas por todos os lados que ninguém conseguia escapar da convicção
de que Deus estava diariamente e a cada momento respondendo às orações”
(Finney, pp. 141, 142).

Uma leitura rápida sobre os avivamentos logo revela que centenas,


milhares, e até milhões de almas se converteram a Cristo durante esses tempos.
Jonathan Edwards até mesmo considerou o avivamento como o maior meio que
Deus usa para estender seu reino (Edwards, p. 26). Portanto, se você quer ver
almas sendo salvas, ore por avivamento!

13
A batalha espiritual
Em Efésios 2.2 lemos: “Em que noutro tempo andastes segundo o curso
deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora
opera nos filhos da desobediência”. A palavra grega para “agora opera” é
energeo – “está energizando”. Isto significa que os perdidos são literalmente
“energizados pelo diabo”.

João nos ensina em sua primeira carta: “Sabemos que somos de Deus e
que todo o mundo está no maligno” (5.19). Isto significa que todo o mundo está
literalmente prostrado debaixo da influência do inimigo. A respeito do mundo,
Stott comenta: “Ele está ‘no maligno’, em suas garras e debaixo de seu domínio.
Além disso, ele fica prostrado ali. Ele não é representado como quem está
lutando ativamente para se libertar, mas como quem está deitado, quieto, talvez
até mesmo inconscientemente adormecido, nos braços de Satanás. O diabo não
toca o cristão, mas o mundo está desesperançado em suas garras” (Stott, p. 193).

Então, em Marcos 3.27, está o que considero o versículo mais importante


na Bíblia com relação a ganhar os perdidos para Cristo. Neste verso, Jesus diz:
“Ninguém pode roubar os bens do valente, entrando-lhe em sua casa, se primeiro
não maniatar o valente; e então roubará a sua casa”. Se este versículo quer dizer
alguma coisa, ele diz que nenhuma pessoa jamais poderá ser salva a menos que
alguém a liberte das influências demoníacas que a controlam. Esta é a
primeiríssima coisa que deve ser feita. E este processo de libertação é realizado
por meio da oração!

A fim de ganharmos a batalha pelas vidas, há algumas coisas básicas que


precisamos saber. A primeira delas é saber usar as armas que nos foram dadas
por Deus. Mas, antes que eu lhe apresente suas armas e fale sobre como utilizá-
las, deixe-me lembrar-lhe que seu real combate é em oração – lutamos através da
oração. Ouvi o Irmão Mickey Bonner dizer muitas vezes que toda oração é
batalha! Portanto, quando não estamos orando, Satanás está ganhando por
causa do nosso descuido; mas, quando estamos orando, ele está perdendo,
porque não tem absolutamente nenhuma defesa contra a oração. Será que é
por isso que Deus quer que oremos “sem cessar” (1 Ts 5.17) e que os apóstolos
perseveraram “na oração e no ministério da palavra” (Atos 6.4)?

Nossas armas

1. O SANGUE DE CRISTO. “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e


pela palavra do seu testemunho” (Ap 12.11). O autor de Hebreus nos diz por que
clamar pelo sangue de Cristo na oração é algo tão poderoso: “Para que pela morte
aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” (2.14). O dicionário
Strong define “aniquilar” como “fazer que algo fique totalmente inútil; tornar
sem uso”.

14
“Quando Satanás matou o Filho de Deus inocente, ele destruiu a si
mesmo... Todas as reivindicações legais que ele havia assegurado sobre a terra e
o homem através da queda de Adão agora estão completamente canceladas; a
partir da Cruz, ele não tem absolutamente nenhum direito sobre ninguém nem
sobre nada. Isto significa que todo poder que ele exerce agora, ele o faz somente
através do engano e dos blefes” (Billheimer, p. 31).

Quando clamamos pelo sangue de Cristo, estamos relembrando Satanás e


todos os seus demônios que eles já estão derrotados. Isto é especialmente
significativo na batalha pelas almas, uma vez que o derramamento do sangue de
Jesus no Calvário pagou a conta do pecado por toda a humanidade (1 Jo 2.2) e
agora Satanás só mantém almas cativas por causa da nossa omissão e negligência
– porque não insistimos para que ele as liberte!

2. O NOME DE JESUS. Como estamos agindo em obediência direta ao


mandamento do Senhor Jesus em interceder pelos perdidos e exigir que eles
sejam libertos, os demônios que os controlam têm que obedecer porque estão
sujeitos ao Nome de Jesus. O Nome de Jesus é poderoso por pelo menos três
razões bíblicas:

 Ele é Senhor sobre todos por meio da criação: “Porque nele foram
criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis,
sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades.
Tudo foi criado por ele e para ele” (Cl 1.16);
 Ele é Senhor pela crucificação: “Para que pela morte aniquilasse o que
tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com
medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão”
(Hb 2.14, 15);
 Ele é Senhor através da coroação: “O qual está à destra de Deus, tendo
subido ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as
potências” (1 Pe 3.22).

3. A PALAVRA DE DEUS. Como vimos, clamar de acordo com as


Escrituras é realmente eficaz. A Palavra de Deus é também chamada de
“a espada do Espírito” (Ef 6.17). Uma vez que Satanás foi totalmente destituído
de seu poder e autoridade no Calvário (Cl 2.15, Hb 2.14), tudo o que ele tem
como arma para trabalhar é a mentira. Entretanto, ele sabe usá-la muito bem para
enganar “todo o mundo” (Ap 12.9). Mas a Palavra de Deus é “a verdade” e a
verdade sempre derrota a mentira. Portanto, se usarmos continuamente a Palavra
de Deus na oração de batalha, vamos vencer todas as vezes e as vidas
serão libertas.

15
4. LOUVOR E ADORAÇÃO. Esta é outra arma poderosa que podemos usar,
pois, quando começamos a louvar e adorar a Deus, Ele entra na situação (Salmo
22.3, 2 Crônicas 20). Veja o que Francis McGraw compartilha sobre o papel do
louvor na busca de John Hyde pelas vidas:

“Eu me lembro do John contando-me que, naquela época, se em algum dia pelo
menos quatro vidas não fossem trazidas ao rebanho, à noite haveria tal peso no
coração dele que seria até dolorido, e ele não conseguiria comer nem dormir.
Então (quando isso acontecia) ele pedia ao Senhor que lhe mostrasse qual
obstáculo em sua vida estava impedindo a bênção. Invariavelmente, ele
verificava que o motivo era a vontade de louvar. Este mandamento, que se repete
na Palavra de Deus centenas de vezes, certamente é muito importante. Então, ele
confessava seu pecado e aceitava o perdão através do sangue de Cristo. Daí, ele
pedia pelo espírito de louvor como pedia por qualquer outro dom de Deus. Então
trocava suas cinzas pela coroa de Cristo; a tristeza pelo óleo de alegria de Cristo;
o espírito pesado pelas vestes de louvor (o Cântico do Cordeiro – louvar a Deus
antecipadamente por aquilo que Ele vai fazer) e, à medida que ele louvava a
Deus, as vidas vinham a ele, e os números que faltavam eram acrescentados”
(Carre, p. 39).

5. JEJUM. Esta é outra arma poderosa em nosso arsenal, mas pouco


usada. Certa ocasião, quando os discípulos não conseguiram expulsar um
demônio de um garoto, Jesus lhes disse: “Esta casta não pode sair com coisa
alguma, a não ser com oração e jejum” (Mc 9.29).

6. AMOR. Quando você ama alguém o suficiente, você faz o que for
preciso para manter aquela pessoa fora do inferno. A propósito, o amor “tudo
sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha” (1 Co 13.7, 8).

Portanto, o que acontece quando oramos usando as armas que Deus nos
deu? Em 2 Coríntios 10.4, 5 lemos o seguinte: “Porque as armas da nossa milícia
não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas;
destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de
Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo”.

As fortalezas de Satanás

As armas que empunhamos na oração são projetadas para destruir


fortalezas, expulsar argumentos e capturar pensamentos. Fortalezas são
disposições mentais contrárias à Palavra e à vontade de Deus. Portanto, podemos
ver rapidamente que o campo de batalha é a mente humana porque estamos
lidando com disposições mentais, argumentos e pensamentos. É importantíssimo
que entendamos isto porque quem controla a mente, controla a pessoa. Se
Satanás puder continuar controlando a mente de uma pessoa não salva, ele será
capaz de impedir que esta pessoa seja salva.

16
“O homem é um agente livre no que diz respeito a Deus; total e inteiramente livre.
E ele é o agente mais escravizado sobre a face da terra no que diz respeito ao pecado,
ao egoísmo e ao preconceito. O propósito da nossa oração não é forçar ou coagir
a vontade humana; isto nunca. É libertar a vontade das pessoas das influências
pervertidas que agora a torcem. É tirar a poeira dos olhos para que possam ver
claramente. E, uma vez que estejam livres, capaz de ver bem para equilibrar as coisas
sem preconceito, a probabilidade é que usem sua vontade para escolher apenas o
certo. (...) Nossa oração é para “resgatá-las do maligno” e, como Jesus é vitorioso
sobre o capturador, o resgate acontecerá. Sem dúvida alguma podemos assegurar a
conversão dos que foram colocados em nossos corações através de tais orações.
A oração no Nome de Jesus tira o inimigo do campo de batalha da vontade do
homem e o deixa livre para escolher corretamente” (Gordon, pp. 192–194).

Podemos citar alguns exemplos de fortalezas demoníacas que impedem as


pessoas de se renderem ao Evangelho. Na vida do jovem rico, por exemplo, era a
avareza (Marcos 10). Na vida da mulher samaritana, era a luxúria. No caso dela,
a fortaleza foi despedaçada e ela foi gloriosamente salva (João 4). Satanás
frequentemente usa a amargura para bloquear a verdade do amor de Deus e
impedir que este seja recebido. Esta fortaleza deve ser destruída através da
oração antes que a pessoa seja capaz de receber as boas novas do amor de Deus.
O homossexualismo é uma fortaleza tão poderosa que é necessário muita oração,
jejum, fé e persistência para quebrá-la. E nós geralmente ficamos desanimados e
desistimos antes que a vitória seja alcançada.

Embora o escopo deste livro não permita um estudo aprofundado sobre


fortalezas, quero falar brevemente àqueles que podem estar orando por alguém
com um problema sério de vício, como drogas ou álcool. Esses vícios apenas
mascaram a questão real. O verdadeiro problema geralmente é um ego
machucado, no qual a autoestima ou a autoimagem foi destruída de alguma
forma através da rejeição, abuso, ou de uma grande decepção na vida. O vício em
si apenas cobre e compõe o problema. Portanto, peça ao Senhor para mostrar-lhe
a raiz do problema da pessoa para que você obtenha a vitória.

Suponho que haja centenas de fortalezas que Satanás usa para manter as
pessoas na incredulidade mas a verdade fundamental que precisamos entender é
que há sempre uma “fortaleza-chave” na vida de cada indivíduo não salvo, que
impede aquela pessoa de receber o Evangelho. A batalha nunca se trava por
causa de uma “multidão de pecados” (embora possa haver muitos), mas
geralmente é por causa de apenas um! Aquela fortaleza específica é a arma da
qual o “homem forte” depende, mas, quando esta fortaleza é destruída, ele é
derrotado e a pessoa está pronta para receber a salvação (Lc 11.21, 22).

Legalmente, todas as almas pertencem a Cristo porque Ele pagou pelos


pecados de todos no Calvário (1 Jo 2.2). Mas Satanás, ilegalmente e usando de
força, continua a mantê-las cativas, recusando-se firmemente a soltá-las.
Precisamos exercer nossa autoridade em Cristo a fim de libertar as vidas
de suas mãos.

17
O General Jonathan Wainwright, juntamente com outros prisioneiros de
guerra aliados, foi aprisionado na Ilha de Formosa. Embora a guerra tivesse
terminado e o comandante japonês soubesse disso, ele não contou isso aos
prisioneiros, nem os soltou. Mas logo um avião aliado aterrissou na ilha com as
notícias da vitória. Então o General Wainwright anunciou ao comandante
japonês: “O meu comandante-em-chefe derrotou o seu comandante-em-chefe.
Agora eu estou no comando”. E é isso que fazemos, anunciando ao homem forte
(o demônio-chefe na vida de uma pessoa): “Meu comandante-em-chefe derrotou
o seu comandante-em-chefe. Eu exijo a imediata libertação deste cativo que está
sendo mantido preso ilegalmente”. E se nós insistirmos, a libertação e o resgate
acontecerão!

Além de exercer a nossa autoridade, precisamos também resistir ao diabo


continuamente (Ef 6.10–18). Quando realmente levamos a sério a salvação
das almas, Satanás usa circunstâncias difíceis em nossa vida ou na vida
daqueles por quem estamos orando, num esforço de nos fazer retroceder e
desistir. É por isso que um marido ou adolescente por quem a esposa ou mãe
estão orando sempre terá a tendência de piorar em vez de melhorar – Satanás
quer que elas desistam de orar, uma vez que ele está perdendo o controle
daquelas vidas.

Resistir ao diabo significa que não permitimos que as reações ou


circunstâncias negativas impeçam nosso fervente esforço de oração. Ao
contrário, continuamos orando pela salvação daqueles a quem amamos e que
ainda estão em trevas.

Estratégias de oração

1. TODA A IGREJA SE DEDICANDO À ORAÇÃO. A igreja primitiva fazia


isso com resultados impressionantes (ver Atos 1.14, 2.41, 4.4, 4.31, 5.14, 6.7,
9.35, etc.). Se as igrejas de hoje seguissem o exemplo de oração da igreja
primitiva, experimentariam os mesmos resultados no evangelismo.

2. GRUPOS DE ORAÇÃO. O arranjo ideal na maioria das igrejas seria as


turmas de Escola Dominical ou as reuniões de grupos pequenos nos lares, uma
vez que já se encontram regularmente. As pessoas poderiam orar consistente e
persistentemente pelos nomes em suas listas de oração até que os vissem
vir a Cristo.

3. GRUPOS DE TRÊS. Evelyn Christenson recomenda este como sendo


um dos mais simples e mais eficientes métodos de oração pré-evangelismo.
Envolve três cristãos dispostos a se disciplinar em orar toda semana por nove
pessoas. Ela descreve os resultados extremamente frutíferos desse tipo de oração
em duas cruzadas de Billy Graham realizadas na Inglaterra:

18
“Grupos de três produziram os melhores resultados que Billy Graham já tinha
obtido nas cruzadas da ‘Missão Inglaterra 1984’, em que 90.000 cristãos se
reuniram em grupos de três para oração antes das cruzadas. Cada um dos três
escolheu três nomes de não convertidos, e depois se reuniram uma vez por
semana durante o ano que precedeu as cruzadas a fim de orarem pelos nove
nomes. A revista ‘Decision’, de Janeiro de 1989, encorajando grupos de três para
a ‘Missão Inglaterra II’ naquele mesmo ano, relatou que muitos dos grupos de
oração viram todos os nove por quem estiveram orando aceitarem Jesus antes
que Billy Graham chegasse lá! Com mais de 7.000 igrejas, cada uma com
muitos, muitos grupos de três orando por aquela campanha, os resultados foram
de fazer a terra tremer! Que maneira poderosa de batalhar contra Satanás pelas
vidas em toda uma nação” (Christenson, p. 110).

4. DUPLAS DE ORAÇÃO. É mais fácil duas pessoas se reunirem do que um


grupo maior. Parceiros como marido e mulher são excelentes porque em geral
estão juntos todos os dias, além de que o peso que sentem por seus parentes,
amigos e vizinhos é semelhante. Mas qualquer dupla de oração funcionará muito
bem. Jesus garante que suas orações serão atendidas (Mt 18.19).

5. LISTAS DE ORAÇÃO. Para aquele que vai orar sozinho. Eu, juntamente
com milhares de outros irmãos, temos usado listas de oração há anos e visto
muitas vidas virem a Jesus através desse método. Deixo vocês com uma história
que me abençoou muito, esperando que os abençoe também.

“Alguns anos atrás em Springfield, Illinois, um homem sincero reuniu um grupo


de pessoas de oração e fez-lhes a seguinte sugestão: ‘Quando chegarem em casa
esta noite, escrevam os nomes de todas as pessoas em Springfield que vocês
gostariam de ver salvas, e depois orem por elas, nome por nome, três vezes ao dia,
para que sejam salvas. Depois, façam seus maiores esforços para persuadir essas
pessoas a se voltarem para Deus buscando por salvação’.

Naquela época morava em Springfield uma mulher inválida que, do ponto de vista
físico, era totalmente incapaz. Ela havia estado acamada por 17 anos e orava a
Deus havia muito tempo, de modo geral, para que multidões fossem salvas.
Quando sua família contou-lhe sobre a sugestão feita no grupo de oração, ela
disse: ‘Aí está algo que eu posso fazer’. Ela conseguia usar a mão direita. Havia
uma mesinha ajustável ao lado de sua cama. Então pediu papel e caneta e escreveu
os nomes de 57 conhecidos. Orou em favor de cada um deles, três vezes ao dia.
Depois escreveu cartas falando de seu interesse por suas vidas. Também escreveu
a amigos cristãos (em quem ela sabia que aqueles conhecidos confiavam) e pediu
a eles que falassem àquelas pessoas sobre a batalha da alma e que fizessem o
melhor possível para persuadi-las a se arrependerem de seus pecados e crerem no
Evangelho. Sua fé em Deus era inquestionável. Em sua dependência de Deus,
humilde e sincera, ela intercedia pelos não salvos. No tempo determinado, cada
uma daquelas 57 pessoas colocou sua fé em Jesus Cristo como Salvador”
(McClure, pp. 124, 125).

19
Viajando de joelhos...

Na noite passada viajei


Para uma terra além-mar.
Não fui de navio ou de avião,
Viajei de joelhos...
Vi muitas pessoas lá
Como escravas do pecado;
E Jesus me disse que eu deveria ir,
Pois havia almas a serem ganhas.
Mas eu disse: “Jesus, não posso ir a terras além-mar”.
Ele respondeu depressa: “Sim, pode, viajando de joelhos”.
Ele disse: “Você ora, Eu supro as necessidades;
Você chama, Eu ouço.
Você é quem deve se ocupar com as vidas perdidas,
Distantes ou perto”.
E assim eu fiz – ajoelhei-me em oração.
Deixei de lado algumas horas de descanso,
E com o Salvador ao meu lado,
Viajei de joelhos...
À medida que orava, via vidas sendo salvas,
E pessoas doentes sendo curadas.
Vi a força dos obreiros de Deus sendo renovada
Enquanto trabalhavam no campo.
Eu disse: “Sim, Senhor, aceito a tarefa;
Teu coração quero agradar.
Vou ouvir Teu mandado e irei
Viajando de joelhos”.

(Lundstrom, pp. 207, 208.)

20
Apêndice 1: Plantando sementes de salvação

PRINCÍPIOS NATURAIS DE COLHEITA


“Escutai vós, pois, a parábola do semeador. Ouvindo alguém a
palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata
o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao
pé do caminho. O que foi semeado em pedregais é o que ouve a
palavra, e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si
mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a
perseguição, por causa da palavra, logo se ofende; e o que foi
semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados
deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica
infrutífera; mas, o que foi semeado em boa terra é o que ouve e
compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro
sessenta, e outro trinta” (Mateus 13.18–23).

O processo natural de semeadura e colheita envolve preparar a terra, plantar,


irrigar e, por fim, colher. A Palavra de Deus nos revela princípios naturais de
colheita que são paralelos de verdades espirituais. Vamos meditar em alguns deles:

1. Toda planta é capaz de se reproduzir.

No mundo natural, quando Deus criou a terra, Ele fez cada planta capaz de
reproduzir a si mesma (Gênesis 1.11). Assim também, todo cristão tem o potencial
de ser espiritualmente reprodutivo. Não é preciso compreender a teologia por trás
do crescimento e desenvolvimento da semente da Palavra de Deus nos corações
humanos. Basta nos tornarmos participantes do ciclo de colheita espiritual.

“E dizia: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse


semente à terra. E dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a
semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como. Porque a terra
por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, por último o
grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra, mete-se-lhe logo
a foice, porque está chegada a ceifa” (Marcos 4.26–29).

2. Para obter uma colheita é preciso semear.

No mundo natural, devemos plantar a semente para colher o grão. No mundo


espiritual também é preciso semear para colher. Deus nos provê recursos naturais e
espirituais para semear:

21
“Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para
comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa
justiça” (2 Coríntios 9.10).

Deus multiplica nossos talentos e habilidades naturais com o propósito de nos


tornar reprodutivos. Ele multiplica nossos recursos financeiros a fim de podermos
investir em sua obra. Não para que acumulemos grandes fortunas. O propósito é
reinvestir as bênçãos em seu Reino.

3. A colheita não acontece na mesma época da semeadura.

No princípio, Deus estabeleceu as estações:

“Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e


inverno, e dia e noite, não cessarão” (Gênesis 8.22).

Muitos recebem uma visão de colheita espiritual, mas ficam desencorajados por
não compreender este princípio. Há tempo de semear, mas então devemos esperar
que a semente da Palavra germine nos corações. Há um tempo de cultivar
pacientemente, mas não iremos colher na mesma estação do plantio.

O Salmo 1 fala desse processo em nossas vidas:

“Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido


tempo, dá o seu fruto...” (Salmo 1.3).

No processo de semeadura não vamos colher nada de imediato, pois já sabemos


que para tudo há um tempo. A semente de abacate, por exemplo, leva por volta de
10 dias para nascer, mas só é possível colher o abacate depois de uns 7 a 10 anos!
Isso faz do princípio de tempo uma chave importante para a colheita. Devemos
esperar pacientemente durante o tempo de crescimento e desenvolvimento. Mas
também devemos reconhecer quando é tempo de colheita e agir (Marcos 4.29).

“Há... tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou”


(Eclesiastes 3.2).

4. Devemos semear a despeito das circunstâncias.

Aqueles que se preocupam com as circunstâncias nunca se tornarão parte da


visão da colheita. As circunstâncias os derrotarão assim como um fazendeiro que
negligencia seus campos por causa do frio, vento ou nuvens:

“Quem somente observa o vento nunca semeará, e o que olha para as


nuvens nunca segará” (Eclesiastes 11.4).

22
“Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. Aquele que leva a preciosa
semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo
consigo os seus molhos” (Salmo 126.5, 6).

“Bem-aventurados vós, os que semeais junto a todas as águas e dais


liberdade ao pé do boi e do jumento” (Isaías 32.20).

Devemos semear junto a todas as águas, isto é, todas as circunstâncias da vida.


Mesmo quando rios de circunstâncias difíceis inundam as margens de nossas vidas,
devemos continuar semeando. Deus nos prometeu uma colheita abundante!

5. A colheita será na mesma proporção do que for plantado.


“E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que
semeia em abundância, em abundância ceifará” (2 Coríntios 9.6).

“Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão,
porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas
serão igualmente boas” (Eclesiastes 11.6).

Este princípio se aplica a todas as áreas da nossa vida espiritual. Se semearmos


pouco de nosso tempo, talentos e finanças para a obra de Deus, então nossa colheita
será pequena. Se semearmos generosamente, vamos colher abundantemente. Em
João 15, Jesus descreve diferentes níveis de produtividade na colheita espiritual.
Podemos produzir:
 Fruto 15.2
 Mais fruto 15.2
 Muito fruto 15.5
 Fruto permanente 15.16

A vontade de Deus é que demos muito fruto e que seja permanente.

6. Podemos semear onde não colheremos e colher onde não semeamos.

Certo homem plantou uma macadâmia no quintal de sua casa. O jardineiro


instalou um sistema de irrigação e, com o tempo, ela se tornou uma árvore grande e
saudável que produzia muitas nozes deliciosas.

O homem acabou vendendo a casa para um amigo, e este começou a colher


todas aquelas nozes saborosas! Ele havia plantado, o jardineiro havia regado e, por
fim, o amigo desfrutava a colheita.

Em geral, o mesmo processo ocorre na colheita espiritual. Às vezes, a mesma


pessoa faz tudo — planta, rega, e colhe. Mas normalmente, tal como aconteceu com
aquela árvore, muitas pessoas estão envolvidas na conversão de uma pessoa.

23
Encontramos Jesus ensinando isso a seus discípulos no EVANGELHO DE JOÃO:

“Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis
que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já
estão brancas para a ceifa. E o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto
para a vida eterna; para que, assim o que semeia como o que ceifa,
ambos se regozijem. Porque nisto é verdadeiro o ditado, que um é o
que semeia, e outro o que ceifa. Eu vos enviei a ceifar onde vós não
trabalhastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho”
(João 4.35–38).

Paulo também falou sobre esta verdade em 1 Coríntios 3.6–9:

“Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. Por isso, nem
o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o
crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um
receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. Porque nós somos
cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus”.

7. A fim de colher devemos ser fiéis.


“E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos,
se não desfalecermos” (Gálatas 6.9).

“Sede, pois, irmãos, pacientes, até a vinda do Senhor. Eis que o


lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber
as primeiras e as últimas chuvas” (Tiago 5.7).

Se formos fiéis, Deus promete que ceifaremos. Não devemos nos cansar ou
esmorecer na terra que Ele nos deu para lavrar.

8. Cada semente produz de acordo com a sua espécie.


“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem
semear, isso também ceifará” (Gálatas 6.7).

Você certamente já ouviu a frase acima. No primeiro capítulo de Gênesis


encontramos várias vezes a expressão “conforme a sua espécie” (1.12, 21, 24,
25). E é assim que acontece: a semente de um limão fará nascer um limoeiro; a
semente de uma baleia irá gerar uma baleia; a semente de um pecador irá gerar
outro pecador (Salmo 51.5). São dois elementos principais: semente e espécie.
Portanto, mudar a espécie da semente irá mudar a espécie da colheita!

24
Deus estabeleceu uma lei natural pela qual toda reprodução na terra vem pelo
plantar de uma semente. A vida está na semente. Na semente de um limão se
esconde um limoeiro. Mas, a fim de germinar, ela precisa entrar em contato com
a terra onde a chuva caiu. Quando a semente entra em contato com a terra
molhada, o limoeiro nasce.

Jesus afirmou a Nicodemos (um homem extremamente religioso): “Aquele


que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3.3). (É como se
Ele estivesse dizendo: “Nicodemos, você tem uma religião... mas não tem
salvação!”) Em seguida, Jesus explica que “nascer de novo” é “nascer da água e
do Espírito” (v. 5), pois, “o que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do
Espírito é espírito” (v. 6). Logo, para que a salvação aconteça na vida de uma
pessoa são necessários dois elementos: a água e o Espírito.

Sabemos que, na Bíblia, a água é um símbolo da Palavra de Deus (Efésios


5.26). E, levando em conta o que Jesus ensinou na parábola do semeador quando
disse “a semente é a palavra de Deus” (Lucas 8.11), podemos concluir que para
que o processo de salvação tenha início na vida de alguém, uma “semente de
salvação” precisa ser plantada no coração dessa pessoa a fim de que o Espírito
Santo possa regá-la e fazer brotar a vida de Deus. Isso resultará no novo
nascimento – aquele que vem do alto – pois não procede “do sangue, nem da
vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1.13).

Em suma; se ansiamos por ver muitas vidas se rendendo ao Senhor – uma


colheita de salvação –, devemos plantar sementes de salvação e orar com
perseverança para que o Espírito de Deus as cultive!

25
SEMENTES DE SALVAÇÃO
(Mark Cahill)

Vamos supor que você coloque terra e fertilizante em um vaso, adiciona água
e o coloca ao sol. Então ora para que a flor cresça. Será que vai crescer? Não, não
vai. Por quê? Você não plantou a semente. Depois de plantar a semente, então a
flor pode crescer. Embora Deus possa fazer milagres e fazer uma flor crescer sem
a necessidade de uma semente, Ele estabeleceu um tempo de semeadura e um
tempo de colheita.

Em 1 Coríntios 3.6, 7, Paulo nos faz lembrar a importância das sementes.


Alguém precisa semear antes que Deus dê o crescimento. Deus ouve nossas
orações quando pedimos a salvação de um amigo, mas acredito que muitas vezes
Ele espera que plantemos a semente na vida da pessoa. Se apenas falássemos
com ela acerca de Cristo e depois orássemos por ela, Deus teria uma semente
para fazer crescer.

1. Faça-os parar para pensar na eternidade.


Dwight Moody, o grande pregador, dizia que se pudesse fazer uma pessoa
pensar sobre a eternidade por cinco minutos, poderia guiá-la a Cristo. Um dos
maiores truques do inimigo é este: ele faz as pessoas focarem em seus estudos,
carreira, família, aposentadoria, contas bancárias etc. impedindo-os de pensar na
eternidade.

Quando conversamos com as pessoas, como podemos ajudá-las a começar a


pensar em assuntos eternos?

a. Exemplo da lápide: Pelo menos três informações básicas podem ser


encontradas em qualquer lápide: o nome da pessoa, a data de nascimento, e a data
do óbito. Podemos dizer então: “Tenho certeza que você estará ‘morto’ por
muito mais tempo do que estará vivo... Não deveríamos estar buscando a
resposta do que há do outro lado em vez de ficar correndo atrás de coisas
terrenas que são temporais, já que estaremos ‘ali’ muito mais tempo do que
estaremos sobre a terra?... Eternidade significa muito tempo... Assegure-se de
ter a resposta certa!”.

b. Dentro de 150 anos...: “Dentro de 150 anos, que valor terá você ter
ganhado um milhão de dólares, dirigido um Mercedes Benz, terminado uma
faculdade...?” É muito importante ajudar as pessoas perceberem que as coisas
eternas – e não as temporais – são o que realmente importa. Jó 16.22 diz:
“Porque decorridos poucos anos, eu seguirei o caminho por onde não tornarei”.

26
c. Em cada dez pessoas, dez morrem... “Percebe que a probabilidade de você
morrer é de 100%?... E que passará mais tempo ‘morto’ do que vivo?”

d. “Você tem certeza que se levantará da cama amanhã cedo? Não deveria por
a cabeça no travesseiro a menos que soubesse onde passará a eternidade...”
Certa vez disse isso a alguns jovens com quem conversei. Três meses depois,
encontrei um deles que me reconheceu e disse: “...penso nesta pergunta toda vez
que me levanto da cama!”. O primeiro pensamento dele pela manhã era onde estaria
se não tivesse despertado. Deus estava trabalhando no coração dele.

Alguns dias depois, enquanto orava e me pergunta como aquele jovem podia
lembrar-se do que lhe dissera três meses atrás, Deus falou ao meu coração numa
voz muito suave: “Quando você planta uma semente, eu faço algo com ela!”
Nosso Deus é tão fiel que toma as pequenas sementes que plantamos e as faz
crescer (1 Co 3.7). Continue plantando essas sementes!

e. “Com toda a sinceridade... me importa muito onde você vai passar a


eternidade...” Se você puder olhar nos olhos de uma pessoa e dizer isso com
sinceridade, terá um impacto muito forte. Muitas pessoas se interessam pelos
outros num sentido temporal, mas muitos poucos se interessam num sentido
eterno. Quando você demonstra a uma pessoa que está interessado em seu bem-
estar espiritual, ela o ouvirá falar de verdades espirituais com prazer.

2. Uma boa conversa.

Ao compartilhar sua fé em Cristo, é preciso tocar em três assuntos: o pecado, o


arrependimento e a cruz. Se não explicamos o pecado, as pessoas não
compreendem a necessidade que têm de um Salvador. Falar de Jesus sem discutir
o tema do pecado pode fazer as pessoas olharem para Ele como outra figura
religiosa, como Maomé ou Buda. Elas não saberão por que Jesus é a única
resposta ou por que precisam dEle.1

Romanos 3.19, 20 nos ensina claramente: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei
diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o
mundo seja condenável diante de Deus. Por isso nenhuma carne será justificada
diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado”.

Como podemos ver, a Lei é muito importante: ela não apenas fechará a boca de
muitos (impedindo que tentem justificar a si mesmos), mas mostrará a eles que são
culpados diante de Deus. Contudo, a Lei também tem outro propósito — o de nos
conduzir a Cristo.

1
Em seu livro: “EVANGELISMO, UMA COISA QUE VOCÊ NÃO PODE FAZER NO CÉU” (Shedd
Publicações), Mark Cahill explica em detalhes como fazer isso. Ele ensina sobre o papel da Lei de
Deus (especificamente os Dez Mandamentos) no processo de conversão da alma.

27
Gálatas 3.24 explica isso: “Assim, a lei foi o nosso tutor até Cristo, para que
fôssemos justificados pela fé”. Este é o principal propósito da Lei: levar-nos
diretamente para o Salvador. As pessoas procuram se justificar por meio de suas
obras, mas a Lei nos guia a Cristo, para que sejamos justificados pela fé, e não
pelas obras.

A Lei ajuda os pecadores a enxergar seu pecado diante de um Deus justo e


santo, e isso criará neles um desejo por algo que possa tirar seus pecados. Eles
desejarão Jesus e seu sangue purificador. Então, quando fizermos a transição para
o arrependimento e a cruz, isso terá sentido para eles.

Precisamos ter certeza de compartilhar Jesus com as pessoas depois que elas
reconhecerem sua necessidade dEle. Somente depois disso é que o sangue
derramado faz sentido para elas.

3. A palavra escrita e outros meios.

Folhetos e outros tipos de literatura são uma forma efetiva para que as pessoas
possam conhecer as Escrituras, e com frequência são usados por Deus para
promover no coração delas um desejo de continuar lendo sua Palavra. É uma
forma maravilhosa de plantar a semente do Evangelho! Entregar folhetos também
é uma forma muito simples de começar a testemunhar. Pessoas tímidas podem
começar a distribuir folhetos e depois avançar para a apresentação verbal do
Evangelho, à medida que irem ganhando confiança.

Isaías 55.11 diz: “Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não
voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que
a enviei”. Todo o ministério de distribuição de Novos Testamentos dos GIDEÕES
INTERNACIONAIS é fundamentado neste texto – e os testemunhos de conversões
pelo mundo todo são incontáveis! (Visite www.gideoes.org.br.)

Quer você acredite ou não, 89% dos cristãos nunca entregaram um folheto
sequer! Temos todas as informações necessárias para que as pessoas tomem uma
decisão por Jesus, então precisamos compartilhar isso com elas verbalmente, ou
através de algo com que possamos presenteá-las! Tudo aquilo que gostaríamos de
compartilhar, mas que muitas vezes não nos é possível por diversos motivos
(interrupções, falta de tempo, falta de preparo, etc.), pode ser compartilhado nas
páginas de um livreto, por exemplo. Toda literatura fala às pessoas de maneira
individual, quando elas estão prontas para receber a mensagem, pois ninguém
lerá nada contra sua vontade. E, lembre-se: cada semente plantada se torna
um motivo de oração especial!

28
FOLHETOS
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A Ponte Para a Vida Eterna

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(Além de oferecer uma apresentação simples e concisa do


Evangelho, este folheto contém ilustrações claras, sendo muito
útil para pessoas com pouca ou nenhuma leitura.)

LIVRETOS
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Versão online gratuita:


www.ajesus.com.br

Versão impressa:
www.chamada.com.br

29
http://markcahillministries.com/xlate/One_Second_Po
rtuguese.pdf
Um
Segundo
Depois
Que
Você...
Morre

Mark Cahill

http://markcahillministries.com/xlate/TheMostImporta
ntQuestion_PT_BRZ.pdf

Delcio Meireles, Você Precisa Nascer de Novo, Impacto


Publicações.

30
LIVROS
Billy Graham, Como Nascer de Novo, Editora Betânia.

John Piper, Finalmente Vivos, Editora Fiel.

Norman Geisler e Frank Turek, Não Tenho Fé Suficiente


Para Ser Ateu, Editora Vida.

31
LEITURA E ESTUDO DA BÍBLIA

Estudo bíblico gratuito disponibilizado


pela Editora Elim:

www.editoraelim.com.br

(Incentive as pessoas a lerem a Bíblia,


indicando o EVANGELHO DE JOÃO como o
melhor ponto de partida para isso...)

EVANGELISMO ATRAVÉS DA INTERNET

Seja um missionário on-line.


Inscreva-se em:

http://www.gmoinscricoes.
com.br/

FILMES
O CAMINHO PARA A ETERNIDADE.

DEIXADOS PARA TRÁS I, II E III.

32
TREINAMENTO EM EVANGELISMO
Mark Cahill, Evangelismo, Uma Coisa Que Você Não Pode
Fazer No Céu, Shedd Publicações.

OFERTANDO

Torne-se um plantador do ministério


Gideões Internacionais:

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33
Apêndice 2: Como utilizar folhetos evangelísticos
(BÍBLIA DE ESTUDO EVANGELISMO EM AÇÃO)

Certa vez, um aluno da Universidade de Jacksonville, na Flórida (EUA), ao


receber um folheto, foi logo o amassando. Em seguida, atirou o panfleto na
primeira lixeira que viu no dormitório. Mais tarde, seu companheiro de
dormitório tirou o folheto da lixeira, leu-o e recebeu a salvação. Hoje, ele é
pastor de uma igreja na Flórida.

“Certa vez encontrei um irmão cujo trabalho era recolher o lixo do rio Avon. Era
um serviço chato e maçante, e ele vivia se perguntando qual era o sentido da
vida. Um dia ele recolheu do rio um pedaço de papel comum, todo ensopado. Ele
achou aquele pedaço de papel interessante e o guardou cuidadosamente em sua
bolsa para ler mais tarde. Naquela mesma noite, com todo o cuidado ele secou o
papel na frente de um aquecedor e o desdobrou. Ao abri-lo, descobriu que se
tratava de um folheto evangelístico. Ao ler a mensagem do folheto, ele aceitou
Jesus e foi salvo naquela noite” (Richard Gunther).

“Nada é mais eficiente do que um folheto para semearmos a semente das boas-
novas” (Billy Graham).

Por que utilizar folhetos

Se Paulo empregava todas as estratégias possíveis, sem dúvida ele utilizaria os


folhetos evangelísticos como forma de alcançar aqueles que estão fora da fé. Um
livro cristão conta a história verdadeira de um mergulhador que achou um pedaço
de papel preso na concha de uma ostra. O mergulhador pegou o papel, viu que se
tratava de um folheto evangelístico e pensou: “Não posso mais resistir... a
misericórdia de Deus é tão grande, que ele fez com que a sua Palavra me seguisse
até aqui no fundo do oceano”. Deus utilizou um folheto para salvar aquele
homem.

Por que deveríamos usar folhetos? Simplesmente porque Deus os usa. Ele usou
um folheto para salvar o grande missionário Hudson Taylor, bem como um
número infindável de pessoas. Só esse fato, isoladamente, já deveria servir de
incentivo ao cristão no exercício de utilizar folhetos regularmente para alcançar
os perdidos, se não houvesse ainda outras boas razões para utilizá-los. Veja só:

 Os folhetos podem nos propiciar uma abertura para compartilhar nossa fé.
Podemos sentir a reação das pessoas quando lhes entregamos um folheto, além
de verificar se elas estão ou não abertas para ouvir as coisas do Espírito;
 Eles podem testemunhar por nós. Se somos tímidos demais para falar aos outros
das coisas de Deus, pelo menos podemos entregar folhetos às pessoas ou deixá-
los em locais estratégicos onde elas poderão apanhá-los;

34
 Eles falam às pessoas de maneira individual, quando elas estão prontas para
ouvir a mensagem; ninguém lê um folheto contra sua vontade;
 Eles podem entrar nas casas das pessoas quando nós próprios não podemos;
 Os folhetos não “batem boca” com ninguém, eles simplesmente apresentam os
argumentos às pessoas.

O Dr. Oswald J. Smith declarou certa vez: “A única forma de cumprirmos a


Grande Comissão será pela via escrita”. Por sua vez, Charles Spurgeon disse:
“Quando não pudermos nos servir da pregação nem da conversa pessoal,
precisaremos ter à mão um folheto evangelístico... mas tenha um folheto que seja
impactante e de qualidade, senão é melhor não entregar nada. Um folheto
marcante pode ser a semente da vida eterna, por isso não saia sem seus folhetos”.

Se você quer a receptividade das pessoas à literatura que deseja entregar-lhes,


tente cumprimentá-las antes de oferecer a elas um folheto. Se obtiver delas uma
resposta a um bom-dia ou a um caloroso “Como vai, senhor?”, você terá feito um
excelente progresso, pois estará quebrando o gelo, e elas provavelmente aceitarão
sua oferta. Depois da saudação inicial, não pergunte se a pessoa aceita o folheto.
Se você perguntar: “O senhor aceita isto?”, a pessoa perguntará: “O que é isso?”.
Faça outra pergunta: “Você já viu o que diz aqui?”. Neste caso, a pergunta tem
efeito duplo: atiça a curiosidade e faz com que a pessoa pergunte: “O que diz
aí?”. É nesta hora que você lhe entrega o folheto. Este tipo de abordagem
provoca nas pessoas o sentimento de que estão ficando de fora de alguma coisa.
E estão mesmo!

Talvez você jamais se imagine entregando folhetos na rua. Não se preocupe, você
não é o único! Todos nós temos receio de fazer isso. A resposta a este medo está
na intimidade de suas orações. Peça a Deus que lhe dê “misericórdia”. A
misericórdia engolirá seus temores. Medite sobre o destino final das pessoas que
morrem sem Jesus. Sinta as dores de quem foi para o inferno. Enfrente em si
mesmo o que lhe causa temor.

Você gosta de passear na montanha-russa? Alguns cristãos gostariam de saltar de


bungee-jump ou pular de paraquedas. Não é estranho que algumas pessoas
estejam prontas a arriscar a vida pelo amor ao medo e a não arriscar nada quando
veem um semelhante caminhar para o abismo do inferno? Pergunte a si mesmo
quantas pedras ensanguentadas você já viu com o sangue dos cristãos que foram
compartilhar o evangelho? Quanta cinza de fogueira você já viu proveniente das
estacas onde corpos de cristãos foram queimados por falar de Jesus? Nosso medo
vem, em parte, da rejeição. Temos medo de parecer tolos. Esta é uma forma
sutil de orgulho. Outra parte de nosso medo vem diretamente do inimigo. Ele
sabe que o medo nos paralisa. Precisamos resistir ao diabo e às suas mentiras. Se
Deus é por nós, quem será contra nós?

35
Jamais subestime o poder de um folheto evangelístico. Veja a experiência de
George Whitefield que, depois de ter lido um folheto intitulado A VIDA DE DEUS
NA ALMA DO HOMEM, declarou: “Deus me mostrou que, se eu não nascer de
novo, serei eternamente condenado”. Em seguida, ele orou: “Deus, se eu não sou
um cristão, ou se não sou um cristão verdadeiro, pelo amor do teu Filho Jesus
Cristo mostra-me o que é o cristianismo verdadeiro, para que eu não seja
condenado ao inferno no último dia!” Depois disso, o diário de Whitefield nos
conta: “Daquele momento em diante eu tive a convicção de que era uma nova
criatura”.

Se você nunca entregou folhetos, por que não começar logo a fazê-lo? Deixe
alguns no caminho do supermercado ou nas caixas de correspondência. Fazendo
assim, a cada noite você terá um motivo especial de oração – peça que Deus
use o folheto que você deixou naquele local específico. Você também sentirá
uma satisfação profunda ao tomar parte, ainda que considere pequena, na obra da
Grande Comissão. Você ajudou a levar a vida eterna para este mundo que perece.
Não desperdice sua vida. Faça algo pelo Reino de Deus enquanto for possível.
Lembre-se sempre: viva cada dia como se fosse o último da sua vida — um dia
você vai acertar!

Comentário de Charles Spurgeon sobre folhetos evangelísticos

“Lembro-me vividamente de uma vez em que distribuímos folhetos numa cidade


da Inglaterra onde esse tipo de folheto nunca havia sido distribuído. Lembro-me
bem de andar de casa em casa, falando em linguagem simples sobre as coisas do
Reino de Deus. Enfim, eu não teria feito nada daquilo se não tivesse me
animado ao perceber que era capaz de fazer alguma coisa... [Os folhetos] são
adaptados para pessoas que têm poucas habilidades e, apesar disso, desejam
servir a Jesus de alguma maneira.

Gente que não domina a arte da eloquência, mas tem a fidelidade nas mãos.
Gente que não pode se levantar e pregar, mas pode distribuir esses pregadores
silenciosos por toda parte... gente que pode comprar um pacote com mil folhetos
e, depois, espalhá-los por uma vasta área.

Considero a distribuição de folhetos evangelísticos apenas o primeiro passo de


nossas ações, o qual não se compara a tantas outras coisas que podem ser feitas
por Cristo; mas não fosse pelo primeiro passo, jamais passaríamos ao
segundo. Uma vez conquistada essa primeira etapa, ficamos animados a
enfrentar a próxima, e assim prosseguimos até a última... Há um serviço
genuíno prestado a Cristo por intermédio da distribuição do evangelho na forma
impressa, serviço este que só aparecerá de verdade no céu, e o dia do juízo
demonstrará isso. Até lá ninguém poderá dizer quantas pessoas terão sido alçadas
ao céu por meio desses folhetos.

36
Poderia dizer, se é certo citar assim as Escrituras que ‘as folhas da árvore são
para a saúde das nações’ (Ap 22.2) — e os folhetos evangelísticos fazem
exatamente isso. Essas ‘folhas’ alcançam lugares onde a árvore toda não
poderia ser levada, assim as folhas passam a ter um poder medicinal e curativo;
elas são portadoras da genuína palavra da verdade, declarando a todos que o
Salvador foi crucificado e que o pecador pode ser salvo simplesmente ao
depositar sua confiança nEle. O método simples de distribuir folhetos tem sido
muito abençoado, e milhares de almas têm adentrado o Reino dos céus por meio
dele. Se ainda não fizemos nada por Jesus, que cada um de nós possa começar a
fazer alguma coisa neste exato momento. Que tal começar pela distribuição de
folhetos?”

Onde você pode deixar folhetos evangelísticos:

 Nas caixas de correspondência;


 Nos carrinhos de supermercado;
 Nos bolsos das roupas em lojas;
 Em cartas endereçadas a entes queridos;
 Entregar junto com uma gorjeta polpuda;
 Nos assentos dos restaurantes;
 Com os atendentes de restaurantes do tipo fast-food, com caixas,
aeromoças, motoristas de táxi, com frentistas nos postos de gasolina;
 Nos banheiros;
 Em locais de descanso;
 Nos caixas eletrônicos e nos balcões de agências bancárias;
 Dentro de envelopes com contas a pagar;
 Nos elevadores;
 Nos vestiários dos hotéis, para os empregados da limpeza;
 Em máquinas de sorvete;
 Nas estantes de jornais;
 Na sala de espera de consultórios médicos e de hospitais;
 Nos bancos de aeroportos, de estações de metrô e de pontos de ônibus;
 Nas bolsas à frente dos assentos de aviões;
 Dentro de revistas que outras pessoas vão ler;
 Dentro de táxis.

37
Apêndice 3: Evangelismo de oração e atos proféticos
(ED SILVOSO)

Conforme vimos, evangelizar através da oração é conversar com Deus


sobre aqueles que estão à nossa volta, antes de conversar diretamente com estas
pessoas sobre Deus. Em Lucas 10, lemos:

“E, em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: ‘Paz seja nesta casa’. E, em
qualquer cidade em que entrardes, e vos receberem, comei do que vos for
oferecido. E curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: ‘É chegado a vós o
reino de Deus’” (vv. 5, 8, 9).

Esta é a única ocasião nos evangelhos em que Jesus ensina um método de


evangelismo. Ele nos ensina a fazer quatro coisas pelos perdidos:

1. Abençoá-los com paz;


2. Ter comunhão com eles;
3. Cuidar de suas necessidades;
4. Proclamar-lhes as boas novas.

O primeiro passo abre a porta para o segundo, e assim por diante. Este
processo recomendado por Jesus requer que nos tornemos pastores das pessoas
que estão em nosso círculo de influência. Elas ainda não sabem que somos seus
pastores, mas devemos saber que elas são nossas ovelhas. Precisamos começar
preocupando-nos com elas.

1. Por que comunicar paz aos perdidos.

TEMOS ESTADO EM GUERRA COM ELES. Se Jesus era conhecido como


amigo dos pecadores, não podemos ser seus inimigos. Nossa bandeira ao abordar
os perdidos tem sido “arrependa-se ou queime no inferno”. No entanto, pregar a
verdade sem amor é como dar um beijo em alguém com mau hálito. Não importa
quão bom seja o beijo, tudo que ficará na memória da pessoa será o nosso mau
hálito! É isto que acontece quando, em ira ou desgosto, dizemos aos perdidos
como suas vidas são más e depravadas, e como certamente estão indo para o
inferno. Embora isso seja verdade, nossa abordagem negativa bloqueia e distorce
a mensagem central da Bíblia: que Deus enviou seu Filho, não para condenar o
mundo, mas para salvá-lo (ver João 3.17).

38
QUANDO ABENÇOAMOS OS PERDIDOS, PARAMOS DE AMALDIÇOÁ-LOS.
Não percebemos a frequência com que amaldiçoamos as pessoas, do contrário
não faríamos mais isso. Quando dizemos: “Estes adolescentes bebem e até se
drogam antes de dirigir; logo, logo, vão acabar se matando”, estamos
amaldiçoando. Quando pronunciamos bênçãos sobre nossos vizinhos, nossa
cidade é edificada. Mas quando os amaldiçoamos, destruímos a cidade a partir da
quadra onde moramos: “Pela bênção dos homens de bem a cidade se exalta, mas
pela boca dos perversos é derrubada” (Pv 11.11).

COMUNICAMOS PAZ A FIM DE NEUTRALIZAR OS DEMÔNIOS DESIGNADOS


PARA CEGAR AS PESSOAS PARA A LUZ DO EVANGELHO. Através dos seus
demônios, o diabo está ativamente cegando as pessoas, porque a luz não pode ser
obstruída passivamente. São eles que tentam roubar a semente que é lançada nos
corações (ver Lucas 8.5, 12). Paulo coloca a tarefa de abrir os olhos dos perdidos
em nossas mãos, num contexto de evangelismo e guerra espiritual: “...a quem
agora te envio, para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do
poder de Satanás a Deus...” (At 26.17, 18).

Para lidar de forma efetiva com nossos inimigos espirituais, não podemos
conferir-lhes ainda mais poder, abordando os perdidos em ira. A Bíblia nos
ensina claramente que a nossa ira não resolvida dá lugar ao diabo em nosso
círculo de influência (Ef 4.26, 27). Maldições só vão fortalecer o domínio
demoníaco sobre aqueles que estamos tentando salvar. Para reverter esta
situação, precisamos renunciar nossa ira e começar a comunicar paz aos
perdidos. Bênçãos são mais poderosas que maldições porque estas podem ser
quebradas. Na “queda de braço celestial”, a mão da bênção sempre vence a mão
da maldição. Uma atmosfera de bênçãos enfraquece o domínio dos demônios,
que logo esmorecem e “saem da mesa”.

PAZ TANGÍVEL QUE MUDA O CLIMA ESPIRITUAL. Quando proferimos


bênçãos sobre aqueles que estão em nosso círculo de influência, mais cedo ou
mais tarde, pessoas que costumavam nos evitar começarão a nos procurar,
abrindo a porta para a comunhão (segundo passo). Isso acontece porque
realmente sentem as bênçãos que proclamamos sobre elas – elas se sentem
abençoadas! Jesus descreveu este tipo de paz como algo quase tangível em Lucas
10. É neste ponto do seu ministério que vemos uma clara mudança no clima
espiritual (vv. 17, 18). O momento-chave foi quando os setenta, diferentemente
dos doze, concordaram em se misturar de forma amistosa e conciliatória com as
mesmas pessoas que o diabo estava usando contra Jesus – os “lobos”, como Jesus
os chamara (v. 3). A mudança aconteceu precisamente quando os discípulos
comunicaram paz àqueles que estavam prontos para feri-los. Esta ação
levaria à reconciliação e à comunhão (vv. 5, 7).

39
Para entender melhor isso, devemos lembrar que Satanás não pode nos
ferir com apenas um golpe, ele precisa de dois. O primeiro golpe do inimigo é
fazer alguém nos ferir tanto que permitimos que o sol se ponha sobre a ira que
surgiu em nosso interior. Quando fazemos isso, damos lugar ao diabo. Em
seguida, ele entra em nosso acampamento, com total capacidade para nos ferir,
porque lhe demos oportunidade para isso. Nossa recusa em perdoar constitui
uma espécie de maldição, conforme ilustrado na parábola dos dois
devedores em Mateus 18.22, 23. O diabo sabe como desferir este golpe duplo
a fim de obter direito legal sobre nós.

Se a ira não resolvida dá direito legal ao diabo, então abençoar aqueles


que ele usa para nos deixar irados deve anular esta legalidade. Ao comunicar paz
sobre cada cidade os setenta anularam a legalidade do diabo numa vasta região.
Sem autoridade para sustentá-lo, o diabo não tinha para onde ir, senão para baixo
(v. 18). O golpe de Jesus foi uma estratégia envolvente, projetada para cobrir
uma área com muitas cidades e povoados.

Em Romanos 16.20 lemos que “o Deus de paz esmagará em breve Satanás


debaixo dos vossos pés”. Às vezes damos mais valor para a guerra do que para a
paz. O texto diz que o Deus da paz esmagará Satanás e Ele faz isso debaixo dos
nossos pés — daí a necessidade de andarmos em paz (ver também Ef 6.15).
Jesus já derrotou o diabo no Calvário. Nossa parte agora é marchar em paz
sobre o território onde Satanás jaz derrotado pelo sangue derramado
na Cruz!

2. Comunhão de duas vias.


Depois que você quebrou o gelo com seus vizinhos, não vá correndo
compartilhar o Evangelho com eles. O próximo passo é a comunhão, não a
proclamação. Esta só se fará no último passo. A comunhão lhe dá a oportunidade
de mostrar aceitação incondicional, recebendo seus vizinhos assim como são, e
não como você gostaria que eles fossem.

Com muita frequência, agimos de forma muito diferente de Cristo em


nossa interação com os perdidos, especialmente com aqueles que são pecadores
“diplomados e assumidos”. Nós mal os suportamos, e deixamos dolorosamente
claro que não vemos a hora que mudem e se tornem mais parecidos conosco.
Esta é a uma atitude destrutiva, indigna de Cristo e de seu reino. O modelo de
Jesus propõe uma comunhão de duas vias, com uma ênfase em receber e não em
dar de forma unilateral: “Comei do que vos for oferecido” (Lc 10.7).

40
Um dos piores erros que cometemos é tratar os descrentes como pessoas
sujas, como se não tivessem qualquer valor a menos que se tornem cristãos.
Além de errada, esta atitude é muito degradante e só aumenta a distância entre
eles e nós. Pior que isso, aumenta o abismo entre eles e Jesus, a quem
representamos. Jesus sempre tratou os pecadores com respeito (ex. Zaqueu, a
mulher adúltera, etc.). Portanto, nunca devemos tratar os perdidos como pessoas
sem valor. Independentemente do nível de pecado em que se encontrem, os
perdidos sempre têm valor como seres humanos porque também foram criados à
imagem de Deus. Quando permitimos que os descrentes façam alguma coisa por
nós, afirmamos seu valor e dignidade como projeto e criação de Deus.

3. Cuidar de suas necessidades.

Abençoar os perdidos abre a porta para a comunhão, e a comunhão acaba


nos levando ao próximo passo: uma oportunidade para suprir alguma de suas
necessidades. Isto só vai acontecer depois que eles confiarem em nós o bastante
para nos contar quais são suas necessidades. Nossos vizinhos, antes distantes,
vão começar a dividir seus problemas mais profundos, porque sentem que temos
uma resposta. E vão pedir a nossa ajuda porque agora têm uma prova tangível de
que realmente nos importamos com eles. Embora sua necessidade mais
importante seja a salvação, eles ainda não sabem disso. Através de suas
necessidades naturais, Deus cria uma avenida para mostrar-lhes que Jesus veio
para salvá-los e não condená-los. Além disso, Ele parece ter uma inclinação
especial para com as necessidades dos descrentes (ver Mt 9.36, 12.15, 14.14,
19.2, 21.14).

A oração é o vestígio mais tangível da eternidade que existe no


coração humano. Ainda que não obtenha uma resposta de oração imediata,
quando você ora pelas necessidades das pessoas, está tocando estas pessoas
no nível mais profundo, o nível do coração. É o ponto mais próximo deles que
você pode chegar. Mais cedo ou mais tarde, este toque haverá de atingi-los. Seja
paciente. Até um pescador perito não pode forçar o peixe a fisgar a isca. Pescar
exige paciência.

4. Caminho seguro agora.

Depois que concluímos estes três passos, é mais fácil levar nossos
vizinhos ao Senhor. Você já os abençoou com o que mais falta aos descrentes,
que é a paz; supriu-os com a comunhão mais protetora e restauradora que já
experimentaram; e ofereceu oração por suas principais necessidades, para as
quais não conseguiram achar solução sozinhos. Agora é natural que eles
perguntem: “Diga-me, quem é este Deus que me ama?” Eles se sentem seguros
para se aproximar de você, porque houve uma melhora gradual no clima
espiritual de seu relacionamento durante os passos anteriores do processo.

41
O abençoar abre a porta para a comunhão desinteressada; a comunhão
estabelece um nível de confiança, permitindo que eles abram conosco suas
necessidades mais urgentes. A oração trata dessas necessidades; ao intercedermos
por eles, o Reino de Deus se aproxima deles de forma tangível: “É chegado a vós
o reino de Deus” (Lc 10.9). Observe que não os levamos até o Reino — levamos
o Reino até eles!

Atos proféticos

Atos proféticos são encontrados em toda a Bíblia e são importantes e


poderosos agentes de transformação. Deus disse a Jeremias que fosse à casa do
oleiro onde veria um vaso ser quebrado e refeito nas mãos do oleiro, como
ilustração concreta de como Deus transforma o natural por meio do sobrenatural
(ver Jr 18.1–10). Em outra ocasião, uma pedra foi amarrada a um livro de
profecias e lançada no rio Eufrates para ilustrar o iminente juízo de Deus contra a
Babilônia (ver Jr 51.60–64).

Um ato profético é a modelagem no microcosmo de uma verdade ainda


não manifesta no macrocosmo correspondente. É uma parábola viva na qual os
personagens abraçam e representam uma verdade que está sendo negada ou
rejeitada no contexto mais amplo.

Somos instruídos a não desprezar pequenos começos (Zc 4.10). Uma


mudança de paradigma, embora pequena quando introduzida por um ato
profético, nunca é irrelevante. Não há como calcular a extensão da transformação
que uma mudança imperceptível de paradigma pode causar à nossa volta.

Por que atos proféticos são tão poderosos? João 8.44 diz:

“Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi
homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade
nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso,
e pai da mentira”.

Quando lemos que o diabo é mentiroso, presumimos que ele mente para
nós, mas não para seus subordinados. Se o diabo contasse a verdade aos seus
demônios, ele teria de revelar alguns fatos desagradáveis sobre o final dos
tempos – sua completa derrota. Se ele permitisse que seus seguidores
conhecessem a verdade sobre o destino que lhes espera, é seguro presumir que
suas tropas não lutariam por ele com tanta intensidade.

O primeiro propósito de uma mentira é sempre exercer alguma forma de


controle sobre a pessoa que está sendo enganada. A verdade é sempre mais
poderosa que a mentira; mas aqueles que acreditam numa mentira ficam, dentro
do escopo dessa mentira, sob o controle do mentiroso.

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Por outro lado, quando até mesmo um grupo pequeno de pessoas
afetadas por tais mentiras realiza um ato profético que exemplifica e declara
o oposto do que é proclamado por uma mentira específica, então um círculo
de verdade é desenhado ao redor do diabo, expondo seu estratagema para
que todos o vejam, pois ele não suporta a verdade. A fim de ter êxito, um
mentiroso deve ocultar o fato de que é um mentiroso; do contrário, ninguém crerá
em suas mentiras. O diabo evita a verdade para que seu disfarce não seja
descoberto.

Um ato profético faz exatamente isso: altera e expõe, através da


inserção da verdade, o disfarce diabólico cuidadosamente orquestrado de
mentiras entretecidas. Nossa hora oportuna chega quando a mentira é
exposta e sua aura de imutabilidade é removida. Embora as circunstâncias
na esfera natural ainda possam parecer as mesmas, um ato profético chama
à existência coisas que ainda não existem, como se já existissem. Num ato de
guerra espiritual dirigido contra o diabo, confessamos com os nossos lábios o
que escolhemos crer em nossos corações. É o que está implícito em Apocalipse
12.11: “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu
testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte”.

A verdade espiritual nunca pode permanecer dormente; precisa ser


declarada. E quando isto acontece, a verdade desafia e, no fim, muda aquilo
que se lhe opõe. Como resultado, o que se pensava ser impossível (por causa
da mentira de Satanás) torna-se possível agora (através da verdade de Jesus)
– e não somente naquele tempo e espaço específicos, mas também depois. Como
ondulações numa lagoa, a verdade falada se projeta para fora em círculos
cada vez maiores, postos em movimento pelo ato profético inicial. Quando
abrimos um buraco nas trevas, a princípio a luz passa apenas com certa
dificuldade por ele. Mas ela continua se espalhando, até que o manto de
escuridão uma vez impenetrável acaba desaparecendo.

Foi isso que aconteceu em San Nicolas (Argentina) em 1997 em que, um


ato profético simples, porém de coragem, não apenas destruiu o poder do engano
de Satanás sobre a cidade (que dizia que a cidade era dele e que nada mudaria seu
“status quo espiritual”), mas continua a espalhar esperança por todo o mundo.
Muitos dos 360 representantes de quatro continentes que participaram daquela
campanha evangelística voltaram para suas cidades de origem e realizaram atos
proféticos semelhantes com resultados semelhantes. Hoje, inúmeras cidades
experimentaram uma mudança no clima espiritual para melhor como resultado
indireto do que foi feito ali — uma impres-sionante colheita cuja origem foi a
despretensiosa semente plantada pela primeira vez em minha cidade natal!

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Referências bibliográficas

Este estudo é um resumo do e-livro de Lee E. Thomas, COMO ORAR


EFICIENTEMENTE PELOS PERDIDOS. Impresso nos Estados Unidos, 2002/2006.
(Distribuído em vários idiomas no site: www.pelministries.org. Para adquirir
cópias impressas visite: www.simbrasil.org.br/loja/product.php?id_product=75.)

Mark Cahill. EVANGELISMO, UMA COISA QUE VOCÊ NÃO PODE FAZER NO
CÉU. Shedd Publicações, 2003.

Instituto Bíblico Tempo da Colheita. ESTRATÉGIAS DA COLHEITA


ESPIRITUAL, 2000.

Valnice Milhomens. A PALAVRA TRANSFORMA O CAOS: www.insejec.com.br.

Ray Comfort. BÍBLIA DE ESTUDO EVANGELISMO EM AÇÃO.


Editora Vida, 2005.

Ed Silvoso. EVANGELISMO DE ORAÇÃO. Editora Atos, 2003.

As citações bíblicas são da versão ACF, da Sociedade Bíblica Trinitariana


do Brasil, 1994/1995/2007.

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Minha lista de oração
“O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não
resplandeça a luz do evangelho...” (2 Co 4.4).

“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer...” (Jo 6.44).

“E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo... Bem-


aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai,
que está nos céus...” (Mt 16.16, 17).

“Quando ele [o Espírito Santo] vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do


juízo” (Jo 16.8).

“Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa” (Atos 16.31).

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