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O ensino de lutas, bem como de outras modalidades, como

ginástica e dança, na escola, são de responsabilidade da disciplina


Educação Física. Esta, detêm, ou deveria deter, os saberes necessários
para que essa temática seja passada da melhor maneira aos discentes.
Contudo, o que podemos observar, a partir do estudo de diversos
artigos envolvendo a temática, é que muitos profissionais professores de
Educação Física, ainda se mantêm na inércia ou na incompetência
para promover aos alunos mais um conhecimento importante para a
sua formação, tanto acadêmica quanto pessoal.
Podemos notar que, quando se trata do ensino de lutas, muitos
profissionais de Educação Física desconhecem, esquecem-se ou não
levam em consideração, a definição proposta nos PCN’s sobre lutas.
Estes as define como:
... disputas em que o(s) oponente(s) deve(m) ser
subjugado(s), com técnicas e estratégias de desequilíbrio,
contusão, imobilização ou exclusão de um determinado
espaço na combinação de ações de ataque e defesa.
Caracterizam-se por uma regulamentação específica a
fim de punir atitudes de violência e de deslealdade.
Podem ser citados como exemplos de lutas desde as
brincadeiras de cabo-de-guerra e braço-de-ferro até as
práticas mais complexas da capoeira, do judô e do
caratê (BRASIL, 1998, p. 70).

Este desconhecimento leva a uma quantidade considerável de


profissionais, se observarmos os estudos de FILHO & COLS. (2014),
SANTOS & COLS. (2011) e FERREIRA apud FILHO & COLS. (2014), que
identificam em seus estudos, pelo menos 30% dos professores
entrevistados em suas pesquisas optam por não abordar as lutas em
suas aulas, mesmo considerando importante a abordagem de tais
práticas.

O Ensino da Ginástica ou de qualquer Jogo Esportivo, por exemplo,


sempre encerrará em seu interior uma dimensão técnica. Mas uma
dimensão técnica não significa nem tecnicismo nem “performance” O
lugar da “performance” não é na escola. O caráter lúdico pode
prevalecer sempre numa aula de Educação Física, desde que ela seja
realmente uma aula, ou seja, “um espaço intencionalmente organizado
para possibilitar a direção da apreensão, pelo aluno, do conhecimento
especifico da Educação Física e dos diversos aspectos das suas práticas
na realidade social ”

As lutas bem elaboradas pelos professores devem ser transmitidas aos


alunos de forma que não será uma simples briga, que toda arte marcial
tem seu princípio filosófico e espiritual, sendo algo muito forte para a
formação do caráter de um ser humano adulto, e assim buscam o
desenvolvimento do intelecto e da personalidade, e se não obedecidos
esses princípios, o praticante será abolido da prática. (
Seguindo esses pressupostos, as lutas podem ser ensinadas sem gerar
nenhuma violência, muito pelo contrário, gerando paz e entendimento
sobre o confronto, e como e quando é necessário. (
Seja qual for o tema a ser abordado, se não for fundamentado e
tratado pedagogicamente, corre o risco de gerar conflitos e situações
hostis entre os alunos. (

“A prática da luta, em sua iniciação esportiva, apresenta valores que


contribuem para o desenvolvimento pleno do cidadão, como respeito,
disciplina, dentre outros.” (FILHO & COLS, 2014)

“... a maior parte das lutas, leva à disciplina e não à violência, como
virtude de um grande lutador e desportista.” (FILHO & COLS, 2014)
REFERÊNCIAS

BRASIL; Secretaria de Educação Fundamental.; PARÂMETROS


CURRICULARES NACIONAIS: TERCEIRO E QUARTO CICLOS DO ENSINO
FUNDAMENTAL: EDUCAÇÃO FÍSICA; SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
FUNDAMENTAL; Brasília: MEC/SEF, 1998. 70p.

FILHO, Mauro Lúcio Mazini. & Cols.; O ENSINO DE LUTAS NAS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA;

SANTOS, João Paulo dos Passos., OLIVEIRA, Suzana Aparecida de.,


CÂNDIDO, Ieda Carla.; AS LUTAS COMO CONTEÚDO EM EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR POR PARTE DOS
PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PARANAVAÍ, PARANÁ;
FDesportes.com; Revista Digital; Buenos Aires, Ano 16, nº 162, Novembro
de 2011; Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd162/as-lutas-
como-conteudo-em-educacao-fisica.htm; Acesso em: 20/10/2018.

SOARES, Carmen Lúcia.; EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR:


CONHECIMENTO E ESPECIFICIDADE; Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo,
supl.2, p.6-12,1996

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