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“Amazônia e o direito de comunicar”

17 a 22 de outubro de 2011 - Belém/PA

De telespectador a cidadão: a telenovela como estimuladora da cidadania no Marajó1

Ronaldo de Oliveira Rodrigues


Mestrando em Ciências da Comunicação-PPGCOM/UFPA

RESUMO: Com o intuito de levantar reflexões acerca das temáticas sociais trabalhadas pela
telenovela2 é que se propõe exemplificar algumas situações, em relação ao trabalho docente3,
que podem representar os (des)caminhos da passagem de telespectador a cidadão,
considerando a importância dos temas lançados frequentemente por esse formato4, inclusive,
nos meios de comunicação massiva como um todo. Para isso, propõe-se descrever, de maneira
breve, duas pesquisas de Tcc, realizadas, no Campus Universitário do Marajó-Breves, no ano
de 2010.

PALAVRAS-CHAVE: Televisão; Telenovela; Cidanania; Comunicação

Introdução

Neste trabalho reconhece-se a telenovela como um dos principais produtos da


televisão brasileira. Inicialmente, é importante esclarecer que não será explorado aqui o
sentido mercadológico da mídia, inclusive o veiculado nas telenovelas5. O enfoque será com
base na ideia de que a “a telenovela conquistou seu espaço no campo cultural e ganhou
visibilidade no debate em torno da cultura brasileira” (BORELLI, 2001, p. 29).
Gêneros como drama, comédia, diálogo, terror e outros, compõem a narrativa de
roteiros que aproximam cada vez mais a telenovela da realidade dos “telespectadores”. Antes,
porém, de tratar especificamente sobre a telenovela, vale fazer algumas considerações gerais
sobre o tripé mídia, cidadania e comunicação.
Em uma sociedade em que a mídia está mediando cada vez mais fortemente as
relações humanas e que essas deixam de acontecer em um contexto de co-presença, tem-se

1
Trabalho apresentado em Grupo de Trabalho da II Conferência Sul-Americana e VII Conferência Brasileira de Mídia
Cidadã.
2
Também se utilizará no mesmo sentido a palavra “novela”
3
O fato de exemplificar situações referentes à classe docente é instigante à medida que se acredita que poucos profissionais,
como este, tem um alcance tão grande às massas populacionais, considerando que ele pode trabalhar com alunos oriundos de
diferentes classes sociais.
4
A opção por definir telenovela como formato e não como gênero é feita com base na apresentação de Igor Sacramento, no
Minicurso “Análise dos gêneros televisivos” realizada no dia 03/09/11 como atividade integrante do XXXIV Congresso
Brasileiro de Ciências da Comunicação (Recife-PE). Considera-se o formato como uma imobilização do gênero, sendo que
pode existir vários gêneros em um formato.
5
Relacionada à proposta do merchandising comercial (bastante comum nas telenovelas de horário nobre) é que a discussão
sistematizada de temáticas sociais em telenovelas recebe o nome de merchandising social.
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um mundo em que os objetos perdem a relação de pertencimento a um território ou a uma


cultura. Vive-se, portanto, um momento em que as relações interpessoais estão cada vez mais
permeadas pelas redes; em que a midiatização tem afetado explicitamente as práticas sociais.
Um questionamento norteador para este trabalho é: em que medida é possível falar em
cidadania a partir da televisão aberta, e mais especificamente, a partir das telenovelas, ou seja,
que considerações podem ser feitas em relação aos avanços e dificuldades da passagem do ser
telespectador ao ser cidadão?
O trabalho está dividido em três partes. No primeiro tópico discute-se a relação mídia
e cidadania, enfatizando de que forma o conceito de cidadania está permeado pelo processo de
midiatização da sociedade. No segundo faz-se uma discussão sobre as telenovelas,
considerando inclusive algumas descrições em relação aos temas sociais trabalhados por
algumas novelas da Rede Globo6.
No terceiro apresenta-se alguns exemplos baseados nos trabalhos de Tcc que
constituem o corpus para a realização deste artigo. A partir deles explora-se de que maneira se
pode compreender o imbricamento da mídia com a cidadania e em que medida é possível,
pelo menos, iniciar a compreensão da passagem de telespectador a cidadão.

1. Mídia e Cidadania

A pretensão nessa parte do trabalho não é propor uma discussão teórica à luz dos
grandes pensadores que discutem o conceito de cidadania. Tampouco fazer uma discussão
exaustiva sobre o conceito de mídia. Mas sim, apresentar algumas reflexões fundamentais de
discussões que emergem a partir da relação mídia e cidadania.
Há algum tempo a discussão acerca do tema cidadania tem conquistado espaços cada
vez maiores, seja em relação ao poder político, seja nos meios de comunicação, bem como
atrai grandes intelectuais e também pessoas com baixa escolaridade, ou outras sem nunca ter
sentado em uma cadeira de escola.
Acredita-se que o interesse pelo tema tem crescido atualmente em função da tentativa
de compreender o exercício da cidadania a partir de fundamentos mais convincentes, bem

6
A escolha em relação à Rede Globo justifica-se pelo fato de ser esta a única emissora de TV a manter, desde sua fundação,
em 1965, uma proposta sistemática e regular de produção de teledramaturgia (que inclusive é modelo para o mundo inteiro),
com vários horários reservados à telenovela em sua grade de programação.
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como a necessidade de compreender os direitos (e deveres) que permeiam as ações do sujeito


na sociedade.
É importante compreender qual conceito de cidadania se discute.

... De que cidadania fala cada um desses grupos sociais, personagens que ocupam
posições tão diferentes na sociedade? Alguns deles tem acesso a quase todos os bens
e direitos; outros não, em virtude do baixo salário e do não-direito à expressão, à
saúde, à educação, etc. O que é cidadania para uns e o que é para outros? É
importante apreender de que cidadania se fala. (MANZINI-COVRE, 1995, p. 8)

Entende-se que o conceito de cidadania vai muito mais além do que o simples direito
de votar (até porque por si só este não é sinônimo de ser cidadão). Ser cidadão implica ter
direitos e deveres. Implica reconhecer-se como um agente livre para direcionar a própria vida,
para expressar-se e lutar por valores, para comunicar e ter livre acesso a informação.
Em relação a discussão posta e à citação feita é preciso fazer um exercício de reflexão
sobre as diversas especificidades das mais variadas localidades brasileiras. No caso deste
trabalho a proposta é refletir sobre um estudo realizado na Ilha de Marajó.
Antes, vale lembrar a pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada
em 2011, que elaborou uma classificação das classes econômicas nas diferentes cidades do
país, com base nos dados do censo demográfico de 2010 (IBGE). O levantamento mostra que
o Estado do Pará aparece com dez municípios entre os 50 mais pobres do País. Destes dez,
cinco estão no Marajó. Melgaço, por exemplo, é o quarto município do Brasil em número de
habitantes na classe E (69,1%). Além de Melgaço, estão na lista: Bagre, com apenas 13,8%
das pessoas nas classes A, B e C; Santa Cruz do Arari (15,1%); Chaves (16,1%) e Afuá
(16,3%).
Para uma região como o Marajó, que apresenta mais de 58% de sua população
morando na zona rural, o não-direito à educação, saúde, expressão e à própria comunicação,
parece estar ainda mais evidenciado. Contudo, em relação ao “comunicar-se” com o mundo, a
televisão, que tem um alcance significativo, é um meio que se destaca, representando, para
muitos, uma das raras oportunidades de estar “conectado” ao mundo.
É importante lembrar que “... a televisão fascina, pois ela ajuda milhões de indivíduos
a viver, se distrair e compreender o mundo” (WOLTON, 2007, p. 62). Além disso, em uma
dimensão territorial tão ampla e constituída por contrastes, ela, muitas vezes é a forma mais
prática de lazer, informação, reflexão e aprendizagem para milhões de brasileiros.
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De acordo com García-Canclini (2010, p. 14)

Para muitos homens e mulheres, sobretudo jovens, as perguntas próprias aos


cidadãos, sobre como obtermos informação e quem representa nossos interesses, são
respondidas antes pelo consumo privado de bens e meios de comunicação do que
pelas regras abstratas da democracia ou pela participação em organizações políticas
desacreditadas.

Nesse sentido é praticamente impossível ignorar a importância da mídia como


fomentadora de debates e como formadora de opiniões. Essa questão faz retomar o conceito
de cidadania, ou melhor, pensar um novo conceito de cidadão. Daí surge um outro
questionamento: a cidadania pode ser mediada pela mídia? Àqueles que se arriscam
desvairadamente em dizer não, é preciso lembrar que

... a noção política de cidadania se expande ao incluir direitos de habitação, saúde,


educação e a apropriação de outros bens em processo de consumo. É neste sentido
que proponho reconceitualizar o consumo, não como simples cenário de gastos
inúteis e impulsos irracionais, mas como espaço que serve para pensar, e no qual se
organiza grande parte da racionalidade econômica, sociopolítica e psicológica nas
sociedades. (GARCIA-CANCLINI, 2010, p.14)

Ora, a reflexão se dá justamente como um contraponto àqueles que veem a mídia


unicamente como mera estratégia de influência, persuasão ou ainda somente como um terreno
fértil para vendas e um consumo sem importância alguma. A partir dessa afirmação retoma-se
um outro questionamento lançado por Orozco (2003, p.11)7: Como está se constituindo o
sujeito individual e coletivo como cidadão de um país e do mundo, quando a maior parte de
sua constituição está mediada por seus múltiplos vínculos com meios e tecnologias de
informação?
Essa indagação leva a pensar primeiramente no sentido do individual e do coletivo. A
dinâmica atual da sociedade não permite definir com clareza o tempo e o espaço estabelecido
para o exercício de um e de outro, pois há um imbricamento, em que o individual e o coletivo
se confundem e dependem da natureza, do sentido aplicado pelo agente à sua atividade.
Uma segunda reflexão vem em função da necessidade de pensar o sujeito como
cidadão do país e do mundo, sem ignorar os processos culturais que o permeiam. Ou seja, ao
mesmo tempo que é um ser local, ele é global. Nesse sentido é que para García-Canclini

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Cómo se está constituyendo el sujeito individual y colectivo como ciudadano de um pais e del mundo, cuando la mayor
parte de su constitución está mediatizada por sus múltiples vínculos com médios y tecnologias de información?
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(2010, p. 32) “a cultura é um processo de montagem multinacional, uma articulação flexível


de partes, uma colagem de traços que qualquer cidadão de qualquer país, religião e ideologia
pode ler e utilizar”.
A terceira reflexão, que não está dissociada da primeira, nem da segunda, faz pensar
sobre o que é ser cidadão em uma sociedade em que a mídia é um vetor fundamental, já que
ela vem adquirindo cada vez mais importância, inclusive para outros setores da sociedade. Em
relação a isso vale pensar sobre a afirmação de Rodrigues (2000, p. 202), quando este
menciona que

O campo dos media é a instituição que possui a competência legítima para criar,
impor, manter, sancionar e restabelecer a hierarquia de valores, assim como o
conjunto de regras adequadas a respeito desses valores, no campo específico da
mediação entre os diferentes domínios da experiência sobre os quais superintendem,
como vimos, na modernidade, os diferentes campos sociais.

É possível então compreender o campo midiático como um motor que dinamiza de


forma significativa, por vários momentos, e em forma de espiral os outros campos e a partir
desses, outros saberes, regras, valores e experiências na sociedade. Nesse sentido, lembra-se
que para Sodré (2002) a midiatização é condicionante e afeta as formas de vida tradicional.
Logo, não se pode pensar um mundo desvinculado da maciça presença das mídias e da
importância que as mesmas tem diante do cenário que se vive.
É oportuno, então, refletir que “não são os meios as questões-problemas, mas como
fazer com que os meios façam-se meios para a plenitude da cidadania e não meios para a
asfixia de tantos indivíduos (NOVAES, 1991, p. 132).
Conforme Mata (2000) o processo de midiatização implica a substituição das
instituições oficiais - partidos, órgãos governamentais, instâncias judiciais - pelos meios
massivos de comunicação, como o lugar para a representação cidadã. Poderia se citar como
exemplo o fato de muitas pessoas recorrerem aos meios de comunicação massiva para
reclamar de questões que na justiça levaria um tempo significativo para tentar ser
solucionado, e ainda assim não seria público.
Ainda em relação a situação discutida acima e como desdobramento, em forma de
exemplos, poderia se considerar que questões como a falta de energia elétrica em um bairro, a
água que é desperdiçada em uma rua, o lixo jogado em local público, o som alto demais em
uma casa, bar ou sede, a denúncia de um procurado ou foragido da polícia, a denúncia de uma
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ação preconceituosa, se constituem em situações cotidianas e são exemplos que poderiam ser
citados como temas comuns na mídia, em que a população aparentemente pauta as demandas,
e a mídia massiva parece ser o caminho mais fácil para a “solução”.
Do ponto de vista da desbanalização da comunicação8 acredita-se que isso é oportuno
para se pensar em mais informação e oportunidades para a população que não tem acesso a
muitos bens e direitos.
Vale ainda lembrar que “o universo mental não está, portanto, dissociado das formas
de produção desse imaginário” (NOVAES, 1991, p. 10). O autor refere-se ao imaginário
estimulado e produzido pela mídia, especialmente a televisão. Porém não seria demais
considerar tal afirmação para a mídia massiva como um todo.
Compreende-se, então, que aquilo que não é visível não tem como apresentar sentido
de existência, logo o dito midiático dá vida a um debate que pode estar adormecido ou não
trabalhado no seio da sociedade. Acredita-se que as telenovelas são exemplos dessa situação e
por isso merecem espaço na discussão aqui proposta.

2. Sobre telenovelas

A história da telenovela se confunde com a da televisão brasileira9. Porém, os estudos


acadêmicos sobre esse formato no Brasil somente vieram ser feitos algumas décadas depois10.
No que diz respeito à grade de programação da TV aberta, a telenovela tem conquistado
espaços11 e audiências12 significativas. De acordo com Lopes e Silva “A novela é o produto e

8
Desbanalizar a comunicação, no contexto atual, consiste em não atribuir-lhe diretamente uma característica funcional,
matemática-informacional ou unicamente midiológica, ou falar simplesmente de uma cultura de massa, mas além disso é
entender sua dinâmica de funcionamento, sua importância, seus obstáculos, seus otimismos, suas potencialidades.
Desbanalizar a comunicação é perpassar sua discussão do campo social, político ou meramente econômico. É chegar ao
campo acadêmico não desprezando nenhum dos fatores ora citados, mas também não sendo reducionista a ponto de se
fragmentar ao sonambulismo (teórico) do qual fala McLuhan
9
De acordo com Borelli (2001, p. 29) a primeira telenovela brasileira foi “Sua vida me pertence”, de Walter Foster, exibida
em 1951, na extinta TV Tupi.
10
A título de informação vale dizer que, criado em 1992, o Núcleo de Pesquisa em Telenovelas (NPTN) da Escola de
Comunicações e Artes (ECA), da USP, foi o primeiro grupo acadêmico do mundo formado com o objetivo de pesquisar e
documentar a produção da telenovela. O livro da professora Maria Ataide Malcher“A memória da telenovela: legitimação e
gerenciamento de sua memória” da Alexa Editora (2003) trata também sobre essa historicidade.
11
Exemplo disso é que recentemente a grade de programação da Rede Globo “ganhou” mais uma telenovela, que é veiculada
às 23 horas (de terça a sexta). De acordo com a professora Maria Ataide Malcher em anos anteriores já houve esse horário
para telenovela, era o horário das grandes experimentações agora há o retorno de mais um horário para telenovela.
12
Para se ter uma ideia dessa afirmação “Morde & Assopra” (Globo) voltou a marcar recorde de audiência na Globo. A
trama registrou média de 38 pontos de audiência na segunda-feira (12/09/2011), a maior alcançada pelo folhetim até então...
Cada ponto equivale a pouco mais de 58 mil domicílios na Grande SP. Configura-se assim, dentre as últimas oito novelas,
exibidas no mesmo horário da programação, a que mais tem audiência. Disponível em http://audienciadatv.wordpress.com/.
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o entretenimento midiático de maior consumo da indústria televisiva brasileira” (SILVA;


BARSI LOPES, 2007, p.5)
Algumas hipóteses são levantadas na tentativa de melhor compreender o elevado
sucesso da telenovela, tais como o fato do cotidiano humano ser representado de maneira
comum, ou ainda a aproximação com uma “realidade ficcional” em que crenças, paixões,
otimismos, violência, infidelidade, (in)segurança, amor, ódio, preconceitos, morte, são temas
de novela e que, ao mesmo tempo, fazem parte do dia a dia das pessoas.
O que é fato nas telenovelas é o constante uso de temas sociais nos seus enredos 13. As
novelas brasileiras, principalmente as da Rede Globo, como já mencionado na página anterior,
possuem altos índices de audiência. Essa é uma construção que data do próprio início da
televisão brasileira. Pois, “aos poucos o público se habituava a fixar os horários, organizados
e administrados pelas grandes redes” (ORTIZ; BORELI; RAMOS, 1991, p. 61).
Nesse sentido é importante destacar que “A TV foi a mais importante revolução
virtual: tem as imagens que o rádio não possui e é capaz de fixar hábitos na rotina das
pessoas, ao contrário da internet” (PEREIRA JÚNIOR, 2005, p. 13). Tais hábitos constituem
ponto comum na rotina de muitas pessoas no horário nobre mais famoso da “telinha”
brasileira.
Para se ter uma ideia do papel social desse formato televisivo, somente a Rede Globo
apresenta diariamente, em sua programação, seis telenovelas14. Terreno fértil para o
merchandising comercial e também para a constatação de muito desrespeito, trapaças, e outras
coisas do gênero (que não serão aqui exploradas), sabe-se que a telenovela não é o espaço, por
excelência, da educação e da promoção à valorização da cidadania.
Mas onde está este formato tão “cobiçado” e quem é esta instituição que oferta tal
condição? Talvez não haja esse lugar; talvez não haja essa instituição, porque a apropriação
sobre as mensagens estabelecidas em qualquer instituição ou mídia depende da produção de
sentidos de quem as recebe.

Da mesma forma A trama de Aguinaldo Silva (em Fina Estampa), segundo os dados prévios da Grande São Paulo, obteve
40.3 pontos de média, pico de 44 e participação de 59%. Disponível em http://ocanal.org/
13
Alguns poderiam ser citados tais como as pessoas paraplégicas e o câncer em História de Amor (1995); As crianças
desaparecidas em Explode Coração (1996); O Alcoolismo em Por Amor (1997); A dependência química em Torre de Babel
(1998); A doação de órgãos em Laços de Família (2000); a cultura mulçumana, clonagem humana e dependência química em
O Clone (2001-2002); A questão dos idosos em Mulheres Apaixonadas (2003); os deficientes visuais em América (2005);
Discussões sobre dislexia em Duas Caras (2007) a dependência química e o uso de drogas em Passione (2010); Tetraplegia
em Viver a Vida (2010)
14
Às 14h45 - Vale a pena ver de novo; 17h45 - Malhação, 18h20; 19h30; 21h10; 23h15
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Os “telespectadores”, em especial os de telenovelas, são vistos, neste trabalho, como


sujeitos capazes de se apropriar das tramas presentes nos enredos e capazes de transformá-las
em novas histórias, a partir de suas vivências cotidianas, o que é essencial para avaliá-lo não
como mero espectador, mas também como um agente inserido em uma construção de
cidadania, o que permite chamá-los a partir de agora de receptores.
Uma vez não explorados os fatores comerciais, e os sentidos adversos em relação a
uma proposta ideal de sociedade (para não falar da discordância em relação à cega
manipulação e alienação que muitos acreditam que a mídia exerce), é possível falar da novela
como agente de cidadania? Acredita-se que sim. É possível pensar esse formato como
instância de integração entre as pessoas. E mais que isso, é possível dinamizar as discussões
do cotidiano a partir do dito midiático, que as telenovelas exploram bastante.
Desse modo, os meios de comunicação vem, cada vez mais, se configurando como o
lugar que pautam questões de cidadania e que ampliam o debate para diversos espaços da
sociedade. Hamburger (1998, p. 469) propicia uma interessante reflexão quando diz que:

A novela passou a ser um dos mais importantes e amplos espaços de


problematização do Brasil, das intimidades privadas às políticas públicas. Essa
capacidade sui generis de sistematizar o público e o privado, o político e o
doméstico, a notícia e a ficção, o masculino e o feminino está inscrita no texto das
novelas que combinam convenções formais do documentário e do drama televisivo.

Perceber a telenovela como espaço de problematização é condição sine qua non para
compreender a proposta aqui discutida. Questões que estabelecem elos com o privado e o
público da vida de cada indivíduo, que misturam a notícia com a ficção, que proporcionam o
instigamento à reflexão com o lazer e ajudam a compreender que é possível pautar discussões
sociais a partir das telenovelas.
Como se pode perceber são inúmeros os exemplos que dão visibilidade às questões
sociais na novela e o que se torna visível acaba ganhando legitimidade e sendo pauta no
cotidiano das pessoas. É possível falar, então, de uma passagem de telespectador a cidadão, a
partir das telenovelas? Antes de qualquer esboço de resposta vale dizer que no meio dessa
passagem está a condição de o telespectador se tornar receptor.
A mesma complexidade que exige a tentativa de responder a tal questionamento é a
que gera a necessidade de compreender o percurso do ser telespectador ao ser cidadão. Pois
há dois fatores imprescindíveis que precisam ser esclarecidos. Primeiro, a cidadania não se
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constrói unicamente a partir de uma instituição ou de uma mídia, mas depende de um


processo que integra várias instituições (inclusive a mídia).
Segundo não há tempo ou espaço para olhar para um sujeito e dizer: Pronto! agora
você é cidadão porque você já pode discutir sobre pessoas com deficiência, direitos das
mulheres, dos negros, dos índios ou outras temáticas do gênero.
A passagem da qual se fala aqui é gradativa, processual e não tem como pretensão
dizer que a mídia é a única responsável pelo tornar-se cidadão. Porém, acredita-se que sem a
produção de sentidos sobre o dito midiático e sem reflexões sobre as posturas assumidas por
ele é impossível alcançar o status de cidadão na sociedade contemporânea.
Diante de seus usos a telenovela é um formato que gera audiências que não precisam
ser ratificadas, pois é sabido que de norte a sul do Brasil ela é assistida diariamente por
milhões de pessoas, sem distinção de classe, cor, religião ou idade. E isso é um forte motivo
para reconhecer um potencial problematizador, talvez esquecido por professores, estudiosos e
pesquisadores que debatem com mais efervescência a questão da cidadania. Afinal, preza-se
por uma concepção de que as discussões sobre cidadania perpassam o sinônimo de culto, de
erudito.
Nessa tessitura é conveniente lembrar que, seja a cultura do efêmero como lembra
García-Canclini ou a liquefação das coisas, como bem lembra Bauman, a dinâmica de vida
atual apresenta uma transitoriedade muito rápida. O que pode ser a justificativa para não
existir um aprofundamento significativo em relação à qualquer temática, seja no telejornal,
em um programa informativo, ou programas similares. Porém não se pode dizer o mesmo das
telenovelas.
Para Motter15 (1998, s/p) enquanto a novela veicula de forma gradativa e processual,
em um espaço de tempo que geralmente alcança seis meses, a problemática até que seja
resolvida, além de apontar possíveis estratégias de solução, o telejornal raramente se
aprofunda nos fatos abordados, que são apresentados ao público de maneira fragmentada, o
que acaba gerando mais preocupação que compreensão.
Nesse sentido, a telenovela atua como instância de diálogo e esclarecimento de
questões sociais. Ainda que as pessoas possam não concordar com o ponto de vista dado pelo
autor, pelo menos pode causar discussões no âmbito social, o que rememora as experiências

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http://www.usp.br/agen/rede341.htm#Telenovela%2%200aprofunda%20temas
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de agendamento, ou seja, a mídia pautando o diálogo na realidade social e mais que isso, a
telenovela pautando a discussão da própria mídia16.
Motter17 (1998, s/p) afirma ainda que

As pessoas encontram nas telenovelas um pouco da sua realidade articulada


ficcionalmente e com isso podem entender melhor como as coisas funcionam. A
ficção trabalha determinados temas que favorecem a compreensão da problemática
geral da sociedade

É nessa perspectiva que será apresentado a seguir o resultado de uma pesquisa feita na
Ilha de Marajó, em relação, a forte presença da televisão, em especial, da telenovela como
fator diferencial para compreender e estimular o debate de várias problemáticas sociais.

3. A telenovela como meio de informação: contribuições para o exercício da cidadania

Para efeito de exemplos selecionou-se dois trabalhos de Tcc, apresentados à Faculdade


de Educação e Ciências Humanas do Campus Universitário do Marajó-Breves, no ano de
2010. Os mesmos foram escolhidos após uma releitura e a constatação da presença da mídia,
em especial, da televisão e da telenovela como fator essencial para a problematização das
temáticas pesquisadas pelos autores dos trabalhos. Em um dos trabalhos a discussão foi mais
explícita, em outro não houve aprofundamento.
O primeiro trabalho a ser analisado é sobre Dislexia18. O tema do mesmo é
“Dificuldades de Aprendizagem: um estudo sobre a dislexia na escola CEDIM (Centro
Educacional da Ilha do Marajó) em Breves-Pará”. As autoras do trabalho objetivaram, de
maneira geral, fazer uma análise sistemática do conceito de dificuldades de aprendizagem e
de forma mais específica a dislexia. Entre outros objetivos específicos está o de identificar a

16
Segundo a pesquisadora Maria Motter, no caso de Rei do Gado a novela propiciou uma mudança de comportamento dos
telejornais (e, por sua vez, nas audiências), que passaram a tratar os sem-terras com um rosto, uma história, dando até uma
certa legitimidade ao MST
17
Idem
18
A etimologia da palavra dislexia vem do grego DIS-Distúrbio e LEXIA-Linguagem (grego) e leitura (latim). De acordo
com Lanhez e Nico (2002, p.21 apud LOBATO; OLIVEIRA, 2010, p. 34) Dislexia é uma dificuldade que ocorre no processo
de leitura, escrita, soletração e ortografia. Não é uma doença, mas um distúrbio com uma serie de características. Torna-se
evidente na época da alfabetização, embora alguns sintomas já estejam presentes em fase anteriores. Apesar de instrução
convencional, adequada inteligência e oportunidade sociocultural e ausência de distúrbios cognitivos fundamentais, a criança
falha no processo de aquisição da linguagem.
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fonte de informação que originou o mínimo ou elevado conhecimento sobre o tema ou se o


desconhecimento é total.
O público-alvo do trabalho foram professores do 3ª ano, pais de alunos da referida
série, coordenadores e direção da escola. Entre os resultados encontrados e que interessam a
este trabalho, destaca-se os mencionados posteriormente.
De um total de sete profissionais pesquisados somente dois estudaram o tema a partir
de cursos de formação continuada, ou seja, neste caso não há uma relação direta com a mídia.
Outros quatro foram instigados a conhecer a temática a partir da telenovela da Rede Globo
“Duas Caras”19. Um outro profissional, até o momento da pesquisa, ainda não tinha ideia
sobre o que era dislexia.
Quando questionados sobre o instrumento mais utilizado para estar informado sobre os
assuntos, todos admitiram ser a televisão. Vale considerar que todos os profissionais,
inclusive o professor que não sabia conceituar dislexia, informaram que a partir daquela
telenovela iriam assistir com mais cuidado as outras, na esperança de que pudessem
acompanhar a discussão de outros temas tão importantes quanto àqueles.
Vale lembrar que Motter diz na telenovela

O cotidiano das personagens é construído de acordo com o cotidiano concreto das


pessoas. Determinados assuntos tratados nas telenovelas exercem impacto sobre a
audiência, porque estão presentes e incomodam a sociedade. São problemas comuns
a pessoas que muitas vezes não conversam sobre eles.

Tal afirmação é nítida em relação a situação a seguir. No que diz respeito aos pais de
alunos, foram entrevistados 19. Um dos questionamentos elaborados foi se os pais sabiam se
o filho apresentava sinais de dislexia. Entre várias respostas semelhantes, apresenta-se a
seguinte:

Sim meu filho tem dislexia, percebi através de uma novela exibida pela rede globo,
onde tinha uma jovem que apresentava dificuldades parecidas com as do meu filho,
só então procurei primeiro o clinico geral mais nada acusou então me encaminhou
para o fonoaudiólogo que depois de vários testes diagnosticou ele como dislexo,
inclusive na escola que ele estudou anteriormente foi diagnosticado pela mesma
como tendo um distúrbio mental (mãe X, 2010, apud LOBATO; OLIVEIRA p.66).

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Telenovela exibida no período de 01 de outubro de 2007 a 31 de maio de 2008.
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De acordo com as autoras do trabalho foi de fundamental importância a grande mídia


trabalhar enfatizando a temática, pois é um mecanismo precioso e interessante de propagar a
informação. Ainda assim, as mesmas consideram que “em que pese à mídia nacional haver
enfatizado como tema de telenovela, ainda não ganhou lastro de difusão e debates”
(LOBATO; OLIVEIRA, 2010, p. 68). É claro que como pesquisadoras do tema as mesmas
gostariam de ver um número de debates bem maior a partir do que foi veiculado pela mídia.
Outro trabalho selecionado foi o intitulado “Educação Inclusiva: uma análise sobre a
deficiência múltipla na escola Manoel Sena em Breves-PA”. O trabalho objetivou analisar o
processo de inclusão de crianças com deficiência múltipla20 na escola pública.
Faz-se a observação de que as citações feitas em relação a esse TCC constam nos
anexos do mesmo, com informações preenchidas pelos entrevistados, uma vez que os autores
do trabalho resolveram não explorar no corpo do texto as questões aqui postas (talvez por não
compreenderem como fator relevante para a pesquisa).
Para efeito de exemplos se trabalhará as respostas de apenas um dos questionamentos
elaborados pelos pesquisadores. Quando questionadas sobre em que momento da vida e como
foi a decisão para se tornar professor de alunos com deficiências múltiplas. As respostas
foram apropriadas a essa discussão.
Inicialmente destaca-se a fala de uma professora (B) que diz que ainda na adolescência
ao assistir a novela História de Amor (1995) se sensibilizou para a realidade das pessoas
paraplégicas e imaginava um futuro em que pudesse trabalhar cuidando dessas pessoas.
Este depoimento é crucial para entender a telenovela como agente estimuladora de
cidadania, uma vez que contribuiu não só para alimentar os sonhos de vida profissional de
uma pessoa, mas a desperta para agir de maneira respeitosa com pessoas que mesmo não
sendo comuns21 continuam tendo suas potencialidades como ser humano.
Outro depoimento (da professora C), que possibilita uma reflexão similar a da
primeira é: “no ano que eu estava me formando como professora, no Ensino Normal, estava
acompanhando uma novela chamada América (2005) que mostrava um pouco sobre os

20
“Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais-Necessidades Educacionais Especiais, Deficiência Múltipla (DMU) é a
associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (mental/visual/auditiva/física), com
comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa.” (BRASIL, 1999 apud
MACHADO FILHO; CUNHA, 2010, p. 27)
21
O termo diz respeito às atuais discussões sobre Pessoas com deficiência e Pessoas não deficientes. Essas
últimas, conforme orientações, devem ser chamadas de comuns.
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deficientes visuais. A partir daí não tive dúvida em que eu queria me especializar”. Neste caso
tem-se a telenovela como um divisor de águas em relação às dúvidas de uma cidadã em
formação.
Uma outra novela citada foi Viver a vida (2009-2010). A discussão sobre tetraplegia
estimulou a “professora A” a fazer mais pesquisas sobre o assunto e a mesma afirma “quando
eu estou desestimulada em minha profissão vem alguma música, filme ou novela e me ajuda a
não desistir. ‘Viver a vida’ foi essencial para realimentar minhas esperanças e continuar
minha lida diária”.
A interpretação é a da telenovela como um conforto e ao mesmo tempo como um
reacender de um sentimento morno, mas que quer ser realimentado. O que é possível também
a partir dos gêneros contidos nas novelas.
A partir dessas informações duas reflexões são fundamentais. Primeiro, a contribuição
da telenovela para o exercício de uma profissão. No caso dos professores, não havia um
modelo como docente a ser seguido, mas os temas discutidos pelas telenovelas foram
fundamentais para direcionar, confortar, tirar dúvidas, realimentar o desejo pelo exercício da
docência e ainda de ser um cidadão respeitoso com as pessoas, independentemente, de ser
uma pessoa comum ou não.
Segundo, a maneira como os assuntos foram tratados nas telenovelas contribuíram
para construir uma concepção sobre temas ainda não conhecidos ou não debatidos e também
para desmistificar a visão geral e estereotipada que se tem sobre pessoas com deficiência,
pessoas alcoólatras, dependentes químicos, pessoas com dificuldades de aprendizagem e
outras.
É perceptível, a partir dos exemplos dos trabalhos, que a mídia atua como um
elemento tão importante quanto outras instituições para a formação e informação de
profissionais da educação e dos pais. Destaca-se o papel da telenovela como matriz
instigadora de debates e estímulo à participação social. Essas evidências é que permitem dizer
que a passagem de telespectador a cidadão, principalmente para os de camadas sociais menos
favorecidas, ancora-se na telenovela de uma forma bastante particular, uma vez que esse
formato trabalha uma linguagem compreensível aos seus receptores e instiga a pensar sobre a
própria realidade.

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Considerações Finais

Pensar os (des)caminhos da passagem de telespectador a cidadão, considerando a


importância dos temas lançados frequentemente pelas telenovelas não é algo que se faça
cabalmente em algumas páginas. Ainda assim, considera-se esse exercício como de grande
valor para possibilitar reflexões em relação a essa discussão.
O fato da telenovela propor reflexões acerca de temáticas sociais diminui o sentido do
isolamento e possibilita o sentir-se integrado ao coletivo. Pois, ela fala de temas comuns que
mexem com os sentidos e sentimentos das pessoas, que passam a dar mais valor, e fazem uma
interpretação mais consistente sobre o que veem na TV.
É interessante notar que o que está em evidência no campo das mídias ganha status de
visibilidade, legitimidade e consequentemente existência. Quando as telenovelas discutem
temáticas sociais, elas fazem pessoas construir ideias sobre aquilo que veem, e outras passam
a olhar a temática de uma forma diferente.
Mas o que isso tem a ver com cidadania? É certo que não basta acompanhar o que a
telenovela veicula para tornar-se cidadão. Por outro lado, o que é trabalhado por ela
proporciona uma (re)identificação do sujeito consigo mesmo, com suas problemáticas e com
os outros, e acredita-se que a partir daí constrói-se o conceito de cidadania.
Isso foi passível de verificação no depoimentos dos professores que foram descritos no
último tópico deste trabalho. Por isso é que acredita-se que é possível dizer que o campo
midiático também atua como um elo de interlocução e aproximação ao exercício da cidadania
e nesse cenário a telenovela é fator bastante pertinente.

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