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28 de janeiro de 2018

Lição 5: Cristo é superior a Arão e à Ordem Levítica

0 Material de apoio gratuito aos professores e alunos de escola dominical


Plano de aula preparado por Francisco Barbosa. Pode ser baixado e usado como desejar.
- Estamos mudando para nos adaptar às normas da ABNT -

Lição 5
4 de Fevereiro de 2018
Cristo é superior a Arão e à Ordem Levítica
Texto Áureo Verdade Prática
“Visto que temos um grande
sumo sacerdote, Jesus, Filho de
Como Filho de Deus e Sumo
Deus, que penetrou nos céus,
Sacerdote, Jesus intercede
retenhamos firmemente a nossa
eficazmente por sua Igreja.
confissão”
(Hb 4.14).

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Hebreus 4.14-16; 5.1-14.
Almeida Corrigida e Nova Versão
King James Atualizada
Revisada Fiel Internacional
Hebreus 4
Concluindo, tendo em
vista que temos um
Portanto, visto que
14 Visto que temos um grande sumo sacerdote
temos um grande sumo
grande sumo sacerdote, que foi capaz de
sacerdote que adentrou
Jesus, Filho de Deus, adentrar os céus, Jesus,
os céus, Jesus, o Filho
que penetrou nos céus, o Filho de Deus,
de Deus, apeguemo-nos
retenhamos firmemente mantenhamos com
com toda a firmeza à fé
a nossa confissão. firmeza nossa
que professamos,
declaração pública de
fé.
Pois não temos um
pois não temos um sumo sacerdote que
15 Porque não temos
sumo sacerdote que não seja capaz de
um sumo sacerdote que
não possa compadecer- compadecer-se das
não possa compadecer-
se das nossas nossas fraquezas, mas
se das nossas
fraquezas, mas sim temos o Sacerdote
fraquezas; porém um
alguém que, como nós, Supremo que, à nossa
que, como nós, em tudo
passou por todo tipo de semelhança, foi tentado
foi tentado, mas sem
tentação, porém, sem de todas as formas,
pecado.
pecado. porém sem pecado
algum.
16 Cheguemos, pois, Assim sendo, Portanto, acheguemo-
com confiança ao trono aproximemo-nos do nos com toda a
trono da graça com toda confiança ao trono da
da graça, para que
a confiança, a fim de graça, para que
possamos alcançar
recebermos misericórdia recebamos misericórdia
misericórdia e achar
e encontrarmos graça e encontremos o poder
graça, a fim de sermos
que nos ajude no que nos socorre no
ajudados em tempo
momento da momento da
oportuno.
necessidade. necessidade.
Hebreus 5
Porquanto, todo sumo
1 Porque todo sumo sacerdote, sendo
Todo sumo sacerdote é
sacerdote, tomado escolhido dentre os
escolhido dentre os
dentre os homens, é homens, é designado
homens e designado
constituído a favor dos para representá-los em
para representá-los em
homens nas coisas questões relacionadas
questões relacionadas
concernentes a Deus, com Deus, a favor da
com Deus e apresentar
para que ofereça dons humanidade, a fim de
ofertas e sacrifícios
e sacrifícios pelos oferecer tanto dons
pelos pecados.
pecados, quanto sacrifícios pelos
pecados.
Ele é capaz de
2 e possa compadecer- Ele é capaz de se
compadecer-se dos que
se ternamente dos compadecer dos que
não têm conhecimento e
ignorantes e errados, não têm conhecimento e
se desviam,
pois também ele se desviam, visto que
considerando que ele
mesmo está rodeado de ele próprio está sujeito à
mesmo está rodeado de
fraqueza. fraqueza.
fraquezas.
3 E, por esta causa, Por isso ele precisa E, por esse motivo,
deve ele, tanto pelo oferecer sacrifícios por deve oferecer sacrifícios
povo como também por seus próprios pecados, pelos pecados, tanto do
si mesmo, fazer oferta bem como pelos povo como em seu
pelos pecados. pecados do povo. próprio favor.
Ninguém, portanto,
Ninguém toma esta
4 E ninguém toma para toma essa honra para si
honra para si mesmo,
si essa honra, senão o mesmo, senão quando
mas deve ser chamado
que é chamado por convocado por Deus,
por Deus, como de fato
Deus, como Arão. como aconteceu com
o foi Arão.
Arão.
5 Assim, também Cristo Desse mesmo modo,
Da mesma forma, Cristo
não se glorificou a si Cristo não buscou para
não tomou para si a
mesmo, para se fazer si próprio a glória de se
glória de se tornar sumo
sumo sacerdote, mas tornar sumo sacerdote,
sacerdote, mas Deus
glorificou aquele que mas foi Deus quem lhe
lhe disse: "Tu és meu
lhe disse: Tu és meu declarou: “Tu és meu
Filho; eu hoje te gerei".
Filho, hoje te gerei. Filho; Eu hoje te gerei”.
E revela em outra
6 Como também diz E diz noutro lugar: "Tu
passagem: “Tu és
noutro lugar: Tu és és sacerdote para
sacerdote para todo o
sacerdote eternamente, sempre, segundo a
sempre, conforme a
segundo a ordem de ordem de
ordem de
Melquisedeque. Melquisedeque".
Melquisedeque”.
Durante os seus dias de Durante seus dias de
7 O qual, nos dias da
vida na terra, Jesus vida na terra, Jesus
sua carne, oferecendo,
ofereceu orações e ofereceu orações e
com grande clamor e
súplicas, em alta voz e súplicas, em clamor e
lágrimas, orações e
com lágrimas, àquele com lágrimas, àquele
súplicas ao que o podia
que o podia salvar da que o podia salvar da
livrar da morte, foi
morte, sendo ouvido por morte, tendo sido ouvido
ouvido quanto ao que
causa da sua reverente por causa da sua
temia.
submissão. reverente submissão.
Mesmo considerando o
Embora sendo Filho, ele fato de ele ser o Filho
8 Ainda que era Filho,
aprendeu a obedecer de Deus, aprendeu a
aprendeu a obediência,
por meio daquilo que obediência por
por aquilo que padeceu.
sofreu; intermédio das aflições
que padeceu;
9 E, sendo ele e, uma vez e, uma vez
consumado, veio a ser aperfeiçoado, tornou-se aperfeiçoado, tornou-se
a causa de eterna a fonte de eterna a fonte de salvação
salvação para todos os salvação para todos os eterna para todos
que lhe obedecem, que lhe obedecem, quantos lhe obedecem,
tendo sido nomeado por
10 chamado por Deus sendo designado por
Deus sumo sacerdote,
sumo sacerdote, Deus sumo sacerdote,
segundo a ordem de
segundo a ordem de segundo a ordem de
Melquisedeque. Buscar
Melquisedeque. Melquisedeque.
a maturidade em Cristo
Quanto a isso, temos
Quanto a isso, temos
11 Do qual muito temos muito que ensinar,
muito que dizer, coisas
que dizer, de difícil assunto difícil de
difíceis de explicar,
interpretação, explicar, especialmente
porque vocês se
porquanto vos fizestes porque vos tornastes
tornaram lentos para
negligentes para ouvir. indolentes para
aprender.
aprender.
Apesar de que, a essa
12 Porque, devendo já
De fato, embora a esta altura, já devêsseis ser
ser mestres pelo tempo,
altura já devessem ser mestres, ainda estais
ainda necessitais de
mestres, vocês precisando de que
que se vos torne a
precisam de alguém que alguém vos instrua mais
ensinar quais sejam os
lhes ensine novamente uma vez quanto aos
primeiros rudimentos
os princípios princípios elementares
das palavras de Deus; e
elementares da palavra da Palavra de Deus.
vos haveis feito tais que
de Deus. Estão Voltastes a necessitar
necessitais de leite e
precisando de leite, e de leite, quando já
não de sólido
não de alimento sólido! devíeis estar recebendo
mantimento.
alimento sólido!
13 Porque qualquer que
Ora, quem precisa
ainda se alimenta de Quem se alimenta de
alimentar-se de leite
leite não está leite ainda é criança, e
ainda é criança, e não
experimentado na não tem experiência no
tem experiência no
palavra da justiça, ensino da justiça.
ensino da justiça.
porque é menino.
14 Mas o mantimento Mas o alimento sólido é No entanto, o alimento
sólido é para os para os adultos, os sólido é para os adultos,
perfeitos, os quais, em quais, pelo exercício os quais, pelo exercício
razão do costume, têm constante, tornaram-se constante da fé,
os sentidos exercitados aptos para discernir tornaram-se capazes de
para discernir tanto o tanto o bem quanto o discernir tanto o bem
bem como o mal. mal. quanto o mal.

Comentário
INTRODUÇÃO

A doutrina do sacerdócio de Jesus começa a ser exposta a partir de Hebreus


4.14-16. Nessa seção o autor apresenta Jesus como “o grande sumo sacerdote
que penetrou os céus”. Jesus, portanto, era um Sumo Sacerdote grandioso,
misericordioso e compassivo. Na seção de Hebreus 5.1-10, o autor sacro
apresenta de forma detalhada uma discussão sobre as atribuições e
qualificações do sacerdócio. A intenção dele é mostrar que o sacerdócio de
Jesus superou o sacerdócio arônico e a ordem levítica em grandeza e
qualificação. Os sacerdotes humanos eram cobertos de fraquezas e defeitos e,
por isso, pouco podiam fazer pelos homens. Todavia, Jesus, como Sumo
Sacerdote, era de uma ordem superior e perfeita e, por conta disso, capaz de
condoer-se e socorrer os que a Ele recorrem. Por fim, o autor finaliza
censurando os crentes pela ignorância deles frente a uma doutrina de tão
grande relevância. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 5, 4 fev 18)

A mais completa descrição de Jesus com respeito a sua obra redentora é


como sumo sacerdote. No Antigo Testamento o sumo sacerdote levita
representava os homens, oferecendo ao Senhor sangue em benefício dos
pecadores. No Dia da Expiação [O Dia da Expiação era uma assembléia
solene; um dia em que o povo jejuava e se humilhava diante do Senhor
(16.31). Esta contrição de Israel salientava a gravidade do pecado e o fato de
que a obra divina da expiação era eficaz somente para aqueles de coração
arrependido e com fé perseverante (cf. 23.27; Nm 15.30; 29.7). O Dia da
Expiação levava a efeito a expiação por todos os pecados e transgressões não
expiados durante o ano anterior (16.16, 21). Precisava ser repetido cada ano
da mesma maneira], o décimo dia do sétimo mês de cada ano, o sumo
sacerdote entrava no Santo dos Santos do tabernáculo para fazer expiação
pelos seus próprios pecados e pelos do povo. O autor de Hebreus declara que
Jesus também é um sumo sacerdote (2.17; 3.1; 4.14), e o Zacarias afirma que
Jesus seria tanto sacerdote quanto rei ao mesmo tempo (Zc 6.12-13). Jesus
nasceu judeu, descendente de Davi e, assim, da linhagem da tribo de Judá.
Contudo, Deus escolheu os descendentes de Levi para serem sacerdotes.
Assim Jesus, vivendo sob a Lei de Moisés, poderia ser rei porque era da tribo
real (Judá) e ainda mais da de Davi (veja 2Sm 7.12-16; At 2.29-31). Mas Jesus
não poderia ser um sacerdote segundo a Lei de Moisés porque não era levita.
Hebreus, então, defende que Jesus é sumo sacerdote não segundo a ordem
de Arão (Levitico), mas segundo a ordem de Melquisedeque (5.6,10; 6.20).
“Mas porque Melquisedeque? Quem foi Melquisedeque? O escritor de
Hebreus nota que ele foi tanto sacerdote como rei de Salém (outro nome de
Jerusalém; veja Gênesis 14.18-20; Hebreus 7.1). Ele também observa que as
escrituras do Velho Testamento dão a Melquisedeque a aparência de ser
eterno, não sendo registrado seu nascimento, linhagem ou morte (7.1-3).
Assim, existem algumas semelhanças entre Melquisedeque e Jesus.
Melquisedeque parece continuar para sempre como sacerdote, porque as
Escrituras nunca registram sua morte. Jesus, sendo divino, vive e serve para
sempre como sacerdote (Hebreus 7.23-25). Melquisedeque era tanto rei
quanto sacerdote ao mesmo tempo (que era impossível sob a Lei de Moisés).
Jesus é tanto rei como sacerdote ao mesmo tempo, em cumprimento da
profecia de Zacarias. O autor de Hebreus também observa a conseqüência
inevitável do sacerdócio de Jesus Cristo. Se o sacerdócio for mudado da
ordem de Arão para a de Melquisedeque, necessariamente a lei associada
com o sacerdócio levítico tem que ser mudada. "Pois, quando se muda o
sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei" (7.12). A Lei de
Moisés, associada com o sacerdócio levítico, foi anulada quando o
sacerdócio foi mudado (7.18-19)”. (DVORAK, Allen. Jesus: Perfeito Sumo Sacerdote. Disponível em:
https://www.estudosdabiblia.net/d48.htm. Acesso em 27 jan, 2018)

Como é importante para a compreensão de nossa fé conhecermos essa


doutrina para que conheçamos melhor a Cristo o amemos com amor mais
verdadeiro e o sigamos com maior empenho. Em Hebreus ficamos sabendo
que Jesus não é aquele que é levado para o sacrifício, mas ele se oferece em
sacrifício perfeito (Jo 10.17,18; Hb 2.17; 3.1; 4.14-16; 6.20). O Seu sacrifício
não foi igual àquele dos sacerdotes levíticos que deveriam repetir o sacrifício
todos os anos, Jesus realizou todo o sacrifício em uma única vez. Ele é o
Templo, Ele é o Sacrifício e o Sacerdote ao mesmo tempo. Seu sacrifício foi
perfeito, pois Ele é perfeito. Somente Jesus poderia realizar tão grande e
maravilhoso ato de amor supremo. É por esta razão que não precisamos de
outro mediador, é Jesus que nos conduz em segurança ao Pai Celeste. Vamos
pensar maduramente a fé cristã?

TÓPICO I - UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À QUALIFICAÇÃO

1. Por representar melhor os homens diante de Deus. O escritor de


Hebreus mostra que o sumo sacerdote do Antigo Pacto era escolhido dentre
seus pares (Hb 5.1). Com essa exposição o autor quer chamar a atenção para
o mistério da encarnação, quando Deus se humaniza para tratar com os
homens. Mesmo porque, como afirma certo teólogo, “é necessário que um
homem seja escolhido para representar homens ao tratar dos pecados deles
contra Deus”. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é quem nos apresentou diante de
Deus. Ao contrário do sacerdócio arônico, que oferecia ofertas e sacrifícios,
Jesus ofereceu sua própria vida como oferta a Deus em nosso favor (Hb 4.14-
16). (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 5, 4 fev 18)

“Eis aqui pois, a tremenda verdade. Jesus é o Sumo sacerdote perfeito


porque é perfeitamente Deus e perfeitamente homem; porque conheceu nossa
vida pode nos brindar simpatia, misericórdia e poder; Ele trouxe Deus aos
homens e pode levar os homens a Deus”. (BARCLAY 48). O próprio Antigo
Testamento, escrito durante o período do sacerdócio arônico, predizia que
sobreviria uma nova aliança, que tornaria obsoleto ao antigo pacto, segundo o
qual funcionava o sacerdócio arônico (Jr 31.31-34).
“Os sumos sacerdotes do Velho Testamento, oferecendo sangue pelos
pecados do povo, eram, eles mesmos, realmente pecadores (Hebreus 5:1-3;
7:26-27). Antes que o sumo sacerdote pudesse fazer intercessão pelo povo no
Dia da Expiação, ele tinha que oferecer um novilho pelos seus próprios
pecados. Jesus, contudo, ainda que tentado, era sem pecado (Hebreus
2:18;4:15;7:26). Ainda mais, Jesus não fica impedido pela morte em seu
serviço como sumo sacerdote. Os sacerdotes do Velho Testamento , sendo
homens, morriam e o serviço de sumo sacerdote era passado ao próximo
homem apontado pelo mandamento da Lei de Moisés. Jesus vive para sempre
e é assim capaz de continuar com seu serviço sacerdotal tanto tempo quanto
for necessário (Hebreus 7:23-25). Até mesmo o local do seu serviço é superior,
sendo um tabernáculo celestial em vez de um físico. Jesus pode entrar na
presença de Deus sem uma nuvem de incenso para protegê-lo porque ele não
tem pecado. Obviamente, o serviço sacerdotal de Jesus é superior em outro
ponto importantíssimo. Jesus não ofereceu diante de Deus o sangue de um
animal, um sacrifício inadequado para o perdão (Hebreus 10:4). Em vez disso,
ele ofereceu seu próprio sangue, assim tornando-se tanto o sacerdote como
o sacrifício (Hebreus 9:11-12, 28)! Pelo fato de seu sacrifício ter sido
adequado para o perdão dos pecados, precisou ser feito somente uma vez, em
contraste com os sacrifícios dos sacerdotes do Velho Testamento, que eram
oferecidos ano após ano (Hebreus 9:12,24-28;10:10-14).” )”. (DVORAK, Allen. Jesus: Perfeito
Sumo Sacerdote. Disponível em: https://www.estudosdabiblia.net/d48.htm. Acesso em 27 jan, 2018)

2. Por compreender melhor a condição humana. Para melhor


compreender a condição humana, o autor prossegue com sua exposição da
função sacerdotal. O sumo sacerdote era alguém tirado de entre o povo e com
a capacidade de compreender a condição humana. A palavra “compadecer-se”
(Hb 5.2,3) traduz o termo grego metriopatheia, que significa escolher um meio
termo a fim de se evitar os extremos. Um sacerdote que trabalhava com as
exigências da Lei e, ao mesmo tempo com as fraquezas humanas,
necessitava, a todo momento, evitar os extremos. Isso se tornava mais
emblemático quando ele precisava fazer sacrifícios pelos pecados alheios e os
seus próprios. Ele não poderia ser complacente com o pecado nem tampouco
agir com extrema severidade. Na mente do autor sagrado somente Jesus, o
Sumo Sacerdote perfeito, pôde cumprir esse requisito. (LB CPAD, 1º Trim
2018, Lição 5, 4 fev 18)

Uma outra tradução para ‘compadecer-se’ é ‘lidar gentilmente com’. Por


causa de suas próprias tentações e fraquezas, o sumo sacertote levítico ficou
constrangido a moderar a sua indignação contra os pecados de outros e
‘condoer-se’ deles. A compreensão de Jesus é também fortemente motivada,
porque ele identifica-se inteiramente com as lutas de seu povo. Contudo,
Jesus nunca se entregou à tentação (4.15). Cristo não tinha necessidade de
se purificar através de sacrifícios
“Agora o autor de Hebreus elabora a doutrina que constitui sua contribuição
particular ao pensamento cristão: a doutrina do sumo sacerdócio de Jesus
Cristo. [...] O sacerdote deve ser um com os homens. Deve ter passado pelas
experiências do homem para colocar nele toda sua simpatia. A esta altura o
autor de Hebreus detém-se para advertir — mais adiante mostrará que esta é
uma modalidade pela qual Cristo é superior a todo sacerdote terreno — que o
sacerdote terreno é um com os homens a tal ponto que está sob a
necessidade de oferecer sacrifícios por seu próprio pecado antes de oferecê-lo
pelos pecados do povo. O sacerdote deve ser um homem; deve estar
completamente comprometido com a situação humana; deve estar ligado com
os homens pelo vínculo da vida; deve viver com eles e sentir com eles
conhecendo suas alturas e seus abismos. Com relação a isto usa um termo
maravilhoso: metriopathein. Traduzimo-lo que se mostre paciente (NVI: capaz
de se compadecer) mas trata-se em realidade de um desses termos gregos
intraduzíveis. O grego definia sempre a virtude como o meio termo entre dois
extremos. O homem podia cair em qualquer dos dois extremos; no meio estava
o justo e o caminho reto. A virtude para o grego era um equilíbrio, um ponto
médio e eqüidistante entre dois extremos. Desta maneira os gregos definiam a
metriopatheia (que é o substantivo correspondente) como o meio termo entre a
tristeza extravagante e a indiferença absoluta; como a virtude pela que o
homem sente da maneira devida.” (BARCLAY, William, HEBREUS. Teologia Sistemática. Pág 50, 51. Disponível
em: https://pt.scribd.com/document/368427473/hebreus-pdf. Acesso em 27 jan, 2018)

3. Pela posição que exerceu. Não era sumo sacerdote quem quisesse ser,
mas aquele a quem o Senhor chamasse (Hb 5.4). O contexto deixa claro que a
palavra “honra” tem o sentido de “cargo” ou “posição” e está relacionada ao
ministério sacerdotal ao qual o Senhor delegou a alguém. Ser um ministro do
altar era algo extremamente honroso, de grande importância e de muita
responsabilidade. Tanto Arão como seus filhos foram escolhidos diretamente
por Deus para esse ministério (Êx 28.1; Sl 105.26). Jesus, nosso Sumo
Sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão visto pertencer a
uma ordem sacerdotal superior e haver sido enviado do céu para essa missão.
(LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 5, 4 fev 18)

Os sacerdotes levíticos não foram escolhidos por homens, nem poderia se


eximir de suas funções, foi o próprio Deus quem chamou Arão para ser ele
próprio o Kohen Gadol - o Sumo Sacerdote, e seus descendentes para o ofício
sacerdotal, nenhum outro poderia exercê-lo (Êx 28.1), somente aqueles a
quem o Senhor chama. As funções sacerdotais de Cristo envolvem as
realidades celestiais, mas as dos descendentes de Arão dizem respeito
somente a símbolos terrenais.
“A terceira qualidade essencial do sacerdote é a seguinte: ninguém se
destina a si mesmo ao sacerdócio; sua nomeação provém de Deus. O
sacerdócio não é um ofício que o homem assume, mas sim um privilégio e
uma glória ao que é chamado. O ministério de Deus entre os homens não é um
ofício ou uma carreira, mas sim uma vocação e um chamado. A pessoa deveria
ser capaz de olhar para trás e dizer, não "eu escolho este trabalho", mas antes,
"Deus me escolheu e me concedeu desempenhar este trabalho". E agora o
autor de Hebreus passa a demonstrar como cumpre Jesus Cristo as grandes
condições do sacerdócio. (1) Em primeiro termo considera que Jesus não
escolheu sua missão. Deus o escolheu para ela. No batismo, Jesus ouviu a
voz que lhe dizia: “Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.” (Salmo 2:7). (2) Jesus
atravessou pelas experiências mais amargas dos homens e entende a
humanidade em toda sua fortaleza e sua fraqueza. O autor de Hebreus tem
quatro grandes pensamentos sobre Jesus. (a) Lembra a Jesus no Getsêmani.
Pensa nisto quando fala de suas preces e súplicas, de suas lágrimas e seu
clamor. A palavra usada para clamor tem muito significado. O termo grego
krauge designa esse clamor que o homem não tenta expressar, mas sim que
arranca quase involuntariamente de seu ser pela angústia e agonia de alguma
tremenda tensão ou alguma dor dilaceradora. De modo que, o autor de
Hebreus diz que não existe agonia do espírito humano pela qual Jesus não
tenha passado. Os rabinos tinham o dito: "Há três tipos de súplica uma mais
elevada que a precedente: oração, clamor e lágrimas. A oração faz-se em
silêncio; o clamor em alta voz; mas as lágrimas superam tudo". Não há porta
através da qual as lágrimas não passem. Jesus Cristo conheceu até a oração
desesperada das lágrimas. (b) Jesus aprendeu de todas as experiências
humanas pelas que aconteceu as enfrentou a todas com reverência. A frase
grega traduzida "por isso padeceu aprendeu..." é um trocadilho: emathen
afjon epathen . Este é um pensamento corrente entre os escritores gregos:
sempre ligam mathein, aprender, e pathein, sofrer. Tosquio, o mais antigo
dos grandes dramaturgos gregos, tem incessantemente o texto: "a
aprendizagem vem do sofrimento" (pathei mathos). Chama o sofrimento uma
sorte de graça brutal dos deuses. Heródoto declarava que estes sofrimentos
eram acarista mathemata, um modo desgraçado de aprender. Um poeta
moderno diz dos poetas: "Aprendemos sofrendo o que ensinamos
cantando”.(BARCLAY, William, HEBREUS. Teologia Sistemática. Pág 52, 53. Disponível em:
https://pt.scribd.com/document/368427473/hebreus-pdf. Acesso em 27 jan, 2018)

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TÓPICO II - UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO AO SERVIÇO

1. Pela realeza e o propósito pelo qual viveu. Em sua exposição sobre o


sacerdócio de Cristo, o autor combina o Salmo 2.7 com o 110.4. Essas citações
servem para o autor sacro argumentar a favor da filiação divina e da realeza do
sacerdócio de Jesus. Respeitados especialistas em Antigo Testamento
ressaltam que o tipo de “messias” que os judeus da época de Jesus esperavam
era de natureza político-religiosa. Entretanto, os textos dos Salmos mostram
que Jesus Cristo não era um messias político nem meramente religioso, mas o
Messias aclamado por Deus em Salmos 2.7 e reconhecido pelo Pai como
Sumo Sacerdote em Salmos 110.4: o Messias que os cristãos reconhecem
como o Filho de Deus, Rei e Sumo Sacerdote do Novo Pacto. Nosso Cristo,
mesmo sendo Filho de Deus, não glorificou a si mesmo nem tampouco buscou
honra para si, mas exerceu o sacerdócio por meio da vontade do Pai (Fp 2.5-
7). (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 5, 4 fev 18)

Há várias coisas que o povo judeu que antecipava a chegada do Messias


esperava que ele fosse, com base em profecias do Antigo Testamento. O
Messias seria um homem hebraico (Isaías 9:6), nascido em Belém (Miqueias
5:2), de uma virgem (Isaías 7:14), um profeta semelhante a Moisés
(Deuteronômio 18:18), um sacerdote da ordem de Melquisedeque (Salmos
110: 4), um rei (Isaías 11:1-4), o Filho de Davi (Mateus 22:42) que sofreu
antes de entrar em sua glória (Isaías 53). Jesus realizou cada uma destas
exigências messiânicas. O que vemos claramente nas narrativas bíblicas é que
os judeus esperavam um Messias libertador político, já que, naquele tempo,
Roma os oprimia. Esperavam alguém para restabelecer o seu domínio sobre
aquela terra.
“A Bíblia revela que o povo Judeu, povo para o qual Jesus se revelou primeiro,
não O recebeu como Messias. O apóstolo João enfatizou este fato ao
declarar: “(Jesus) veio para o que era seu, e os seus não o receberam”
(João 1.11). Pelas Escrituras Sagradas podemos perceber que os Judeus
rejeitaram a Jesus, o tão esperado Messias que os profetas antigos
anunciaram que estava por vir, séculos antes de Seu nascimento.
Entretanto, se o povo de Israel estivesse atento as profecias das Escrituras a
respeito do Messias, certamente eles não O teriam rejeitado. [...]Na verdade o
povo Judeu esperava um Messias guerreiro, com grande poder militar e
político. Os Judeus esperavam um Messias que viria libertá-los do domínio
político e social que o Império Romano exercia sobre Israel. Porém, a Bíblia
mostrava que o Messias viria primeiramente como Servo, estabelecendo
um Reino Espiritual (Isaías 42.1-7). Por isso que há 2000 mil anos Jesus veio
ao mundo para exercer domínio espiritual e não político (João 18.36). Jesus
não veio Se rebelar contra o Império Romano, mas cumprir a Sua missão
expiatória. ” (A História de Israel: guerras e conflitos. Disponível em: http://www.cacp.org.br/a-historia-de-israel-guerras-e-
conflitos/.. Acesso em: 27 jan, 2017)

Os judeus do tempo de Jesus esperavam um ‘salvador político e cultural’,


não um Salvador do pecado. Na verdade, o que estes líderes judeus
esperavam era um líder que os libertasse do jugo de Roma e estabelecesse
Sião como a capital do mundo (At 1.6). Eles não conseguiam enxergar como o
manso e humilde Jesus poderia fazer isso.
Jesus, sendo Deus desde a eternidade, tornou-se homem para sofrer a
morte e servir como o nosso Sumo Sacerdote (Hb 2.9). Como homem, Ele
estava sujeito a todas as fraquezas e tentações às quais também somos, a
fim de poder pessoalmente Se relacionar conosco em nossas dificuldades (Hb
4.15). Jesus é maior do que qualquer outro sacerdote, por isso é chamado do
nosso "Grande Sumo Sacerdote" em Hebreus 4.14, o que nos dá a coragem
de vir ao "trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos
misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da
necessidade" (Hb 4.16). (GOTQUESTIONS)

2. Pela vida santa que possuía. A primeira parte do versículo sete do


capítulo cinco de Hebreus é usada pelo autor sacro para se referir à vida
piedosa de Jesus. Intercessão, compaixão, oração e súplicas são qualidades
presentes em um verdadeiro sacerdote. O autor destaca que os fatos por ele
levantados aconteceram quando Jesus ainda exercia seu ministério terreno,
revelando dessa forma o seu viver santo. Os intérpretes destacam que esses
fatos estão relacionados com a oração de Jesus no Getsêmani (Mc 14.33-36),
conforme narra os Evangelhos e serve para mostrar que um sacerdote assim,
santo, piedoso e compassivo, é capaz de condoer-se das fraquezas humanas e
dos que sofriam. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 5, 4 fev 18) Nm 6:22-27, I Sm
12:23
Ml 2:7
“A declaração principal acerca da vida humana de Jesus diz respeito às
Suas poderosas orações. As duas palavras usadas para isto; orações e
súplicas, são estreitamente ligadas entre si, mas não deixa de haver distinção
entre elas. A primeira (deèsis) é a palavra neotestamentária geral para as
orações, mas a última (hiketêria) tem um elemento mais forte de súplica e é
derivada da antiga prática de estender um ramo de oliveira como sinal de
apelo. Estas são palavras notáveis para descrever a oração do Filho ao Pai,
mas demonstram o quão completamente identificado Ele está com Seu povo.
O forte clamor e lágrimas parecem ser uma alusão inegável à agonia de
Jesus no jardim de Getsêmane, onde Suas orações foram acompanhadas
por um suor de sangue, revelando a intensidade interior da luta pela qual
passava. Os relatos nos Evangelhos não mencionam as lágrimas, mas estas
não estariam fora de harmonia naqueles relatos. Aquele que podia chorar ao
lado do túmulo de Lázaro não estaria longe de poder expressar-Se de modo
semelhante noutras ocasiões de profunda emoção. Embora as lágrimas
geralmente sejam consideradas um sinal de fraqueza, não deixam de ter
propriedades curativas. Nosso Sumo Sacerdote não estava tão alto acima de
nós que as lágrimas estivessem distantes dEle nas ocasiões em que Sua
mente estava cruelmente aflita”. (GUTHRIE, Donald. A Carta aos Hebreus - Introdução e Comentário por -
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão. Disponível em:
https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf. Acesso em
20 jan, 2018).

Em Hebreus 5.1 o autor demonstra que o nosso Sumo Sacerdote, mesmo


provindo de uma linhagem especial, encarnou-se, tomando a forma de homem,
como vemos no Evangelho de João (1.14): “E o verbo se fez carne...”. (cf. Ap
19.13). No versículo 7 a Escritura diz que Jesus clamou a Deus, com
“lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte”. Em João
11.35 está escrito que Jesus chorou, mas aquela não foi a única vez, como
atesta o v.7. É por isso que Jesus entende de lágrimas e, um dia, como Deus,
enxugará dos olhos toda a lágrima (Ap 7.17;21.4).

3. Pela submissão que demonstrou. A expressão “foi ouvido quanto ao


que temia” (Hb 5.7, ARC) é traduzida na Almeida Revista e Atualizada (ARA)
como “tendo sido ouvido por causa da sua piedade”. A razão da diferença nas
traduções é a palavra eulabeia usada pelo autor. Essa palavra só aparece duas
vezes no Novo Testamento grego e as duas ocorrências encontram-se em
Hebreus: uma aqui no capítulo 5 e outra em Hebreus 12.28. Em Hebreus
12.28, tanto a ARC como a ARA traduzem como “reverência”. Não há dúvida
que este último sentido deve ser mantido aqui. Eulabeia, portanto, mantém o
sentido de um temor piedoso e reverente. O viver temente de Jesus o
conduziu a suportar o sofrimento em favor da humanidade e, dessa forma, a
completar a obra expiatória em favor de todos. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição
5, 4 fev 18)

STRONG 2124: ευλαβεια eulabeia, de eulabes (que reverencia a Deus,


piedoso, religioso):
1) precaução, circunspeção, prudência, discrição
1a) fuga
1b) distância prudente
2) reverência, veneração
2a) reverência a Deus, temor divino, piedade
3) medo, ansiedade, temor.
“piedade... não fica imediatamente claro como as palavras devem ser
compreendidas. Muitos comentaristas consideram que a forma das palavras
significa que Sua piedade — Sua Paixão — foi transformada em meio para
lançar fora todo o medo. As palavras, no entanto, pareceriam ser uma alusão
mais direta à agonia no jardim, onde o clímax era a aceitação da vontade
divina por Jesus (“contudo, não se faça a minha vontade, e, sim, a tua”), e
neste caso a palavra (apo) significaria por causa da (sua piedade). Outro meio
de entender a mesma preposição seria o significado mais usual “fora de,” o
que daria o significado: “liberto do seu temor piedoso,” mas este pensamento
parece estranho ao contexto. O escritor toma cuidado com a palavra que
emprega para expressar temor (eulabeia - piedade, ARA) e não usa a palavra
mais comum (phobos). De fato, é só nesta Epístola, em todo o Novo
Testamento, que ocorre esta palavra (cf. também 12.28 onde o significado é
“reverência”). Sobre seu uso aqui, Westcott observa: “mais comumente
expressa a reverente e bem-pensada hesitação de ser demasiadamente
atrevido, que é compatível com a verdadeira coragem.”48 A idéia, portanto, é
aplicável à experiência do Getsêmane. Tem sido imaginado que um problema
surge pelo fato de os relatos nos Sinóticos declararem que a oração no
Getsêmane, pedindo a remoção do cálice, não foi feita assunto de insistência
até ao fim. Em que sentido, portanto, Jesus foi ouvido? A resposta acha-
se, decerto, na Sua perfeita aceitação da vontade divina”.(GUTHRIE, Donald. A Carta
aos Hebreus - Introdução e Comentário por - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão.
Disponível em: https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-
guthrie.pdf. Acesso em 20 jan, 2018).

“Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hb
5.8). Ele, sendo divino, obedeceu a Deus. A prova suprema da obediência de
Cristo foi a sua paixão e morte. Quando Lucas diz que Jesus crescia em
sabedoria (2.52), quer dizer que por um processo progressivo demonstrou pela
Sua obediência à vontade do Pai um processo contínuo de tomar a vontade de
Deus Sua própria, chegando ao seu clímax na Sua maneira de abordar a
morte.

TÓPICO III - UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À IMPORTÂNCIA


TEOLÓGICA

1. Uma doutrina transcendente (superior, sublime). A última parte da


seção de Hebreus 5.11-14 forma um parêntese feito pelo autor para chamar a
atenção da importância teológica que possuía essa doutrina — o sacerdócio de
Jesus Cristo. A compreensão dessa doutrina era de suma importância para o
viver cristão, mas a falta de crescimento por parte dos leitores tornava difícil
para o autor torná-la compreendida. Era uma doutrina que transcendia em
muito aqueles princípios formadores da fé cristã. Requeria maturidade, o que
só teria sido possível se eles exercitassem suas mentes na meditação da
Palavra. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 5, 4 fev 18)
“Quando diz: A esse respeito temos muitas coisas que dizer, e difíceis de
explicar, refere-se especialmente ao tema de Melquisedeque, que não deve ter
sido um dos temas mais familiares no judaísmo contemporâneo, embora haja
alguma menção dele nos escritos de Filo, e nos documentos de Cunrã. Pode
ser notado aqui que um relacionamento direto e' pressuposto entre a condição
espiritual e o entendimento. Este último não é meramente uma questão de
intelecto. A dificuldade é essencialmente um problema de comunicação, como
expressar verdades de uma maneira que fique dentro do alcance dos leitores.
Indubitavelmente, o problema que o escritor enfrenta é enfrentado por todo
expositor da verdade divina. (GUTHRIE, Donald. A Carta aos Hebreus - Introdução e Comentário por - Sociedade
Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão. Disponível em:
https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf. Acesso em
20 jan, 2018).

As verdades concernentes ao sacerdócio de Cristo, segundo a ordem de


Melquisedeque, requerem exposição muito detalhada (V. 11). Tais verdades
são alimento sólido (12-14), que só pode ser compreendido ou digerido pelos
que já estão espiritualmente maduros. O assunto inteiro, portanto, era difícil de
ser esclarecido para aqueles leitores particulares visto que, embora já fossem
Cristãos há bastante tempo, se tinham tornado relaxados e atrasados em sua
resposta à palavra dada por Deus. Note-se os termos tardios em ouvir (Hb
5.11) e indolentes (Hb 6.12); Os oráculos de Deus (Hb 5.12) provavelmente
são palavras que, neste contexto, significam o Evangelho, cujos rudimentos
são indicados em Hb 6.1-2. Essa mensagem e as Escrituras do Antigo
Testamento são assim reputados ambos como declarações proferidas por
Deus. Cfr. Rm 3.1-2; 1Pe 1.23-25. Nos vers. 13 e 14, note-se o detalhado
contraste entre os dois tipos (“adultos” e “bebês”), suas respectivas condições
(“faculdades exercitadas” e “inexperiente”), e suas respectivas dietas (“alimento
sólido” e “leite”).(BIBLIOTECABIBLICA)

2. Uma doutrina essencial. Se por um lado essa doutrina era por natureza
transcendente, por outro, formava o âmago da fé cristã. A sua compreensão
traz substância à nossa fé. Não era de admirar que os hebreus estavam
indolentes, desanimados e fracos. Não possuíam uma fé substancial (Hb
5.13,14). Quando não se tem maturidade suficiente na vida cristã fica difícil e,
às vezes, impossível de se fazer escolhas acertadas. (LB CPAD, 1º Trim 2018,
Lição 5, 4 fev 18)
Os 4:6, Is 5:13,
Em Hebreus 5.13,14 o autor usa de metáfora para explicar a fraqueza de fé
dos seus leitores bem como o desinteresse deles em buscarem a maturidade
espiritual. O cenário aqui é o mesmo dos nossos dias, nossas igrejas são um
misto de ‘graus de maturidade’. O crente que não busca desenvolver seus
talentos na obra de Deus, vai sempre depender dos outros, como se fosse
criança recém-nascida e nunca vai alcançar o pleno amadurecimento na fé.
“O cristão “de leite” é aquele que é inexperiente na palavra da justiça,
expressão esta que merece comentário. Em primeiro lugar, a palavra
“inexperiênte” (apeiros) significa literalmente “não provado,” e daí,
“inexperiente,” e sugere que a falta de perícia estava ligada com a falta de
prática. É uma situação distinta de um estado de completa ignorância. As
coisas de Deus exigem algo mais do que um mero conhecimento casual. O
escritor não hesita em colocar seus leitores na categoria do leite. Nunca
chegaram a desenvolver as habilidades necessárias ”. (GUTHRIE)
A idéia da maturidade está ligada com a perfeição, embora certamente não
esteja identificada com ela a não ser no caso de Cristo. A maturidade aqui é
vista como o desenvolvimento desejável a partir da infância espiritual. Esta é
uma idéia familiar nas Epístolas paulinas (cf.Ef 4.13ss).

CONCLUSÃO

O final do capítulo quatro de Hebreus e todo o capítulo cinco trazem


aspectos relevantes sobre o sistema sacerdotal nos dias bíblicos. Vimos que o
autor apresentou, primeiramente, as qualificações que eram exigidas para um
sacerdote e depois as contrastou com o Sumo Sacerdote perfeito, Jesus. O
Filho de Deus viveu toda a nossa condição humana e, como sacerdote perfeito,
está habilitado para interceder por nós. Esta é uma doutrina que todos
devemos conhecer bem. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 5, 4 fev 18)

A Lei previa a possibilidade de erro ou pecado por parte dos sacerdotes (v.3;
Lv 4.3). O próprio sumo sacerdote Arão tinha a orientação de Deus para
oferecer sacrifícios não só pelo povo (Lv 16.15 ss.), mas por si próprio (Lv
16.11-14). Enquanto o sumo sacerdote do Antigo Testamento estava sujeito
a pecar, Jesus nunca pecou. Ele é perfeito. Satisfez todas as condições para
o perfeito sacerdócio. Foi ungido como Rei, como Filho (Sl 2.6,7); e
Sacerdote Eterno (Sl 110.4); foi enviado por Deus (Jo 5.30); veio em nome
do Pai (Jo 5.43). Jesus não se glorificou a si mesmo para fazer-se sumo
sacerdote (v.6). Diante de todas essas qualificações, o Mestre nunca ofereceu
sacrifícios por si próprio. Ele deu-se a si mesmo por nossos pecados (Gl
1.4). O escritor aos hebreus faz referência a dois textos bíblicos no livro de
Salmos para demonstrar o caráter especial do sacerdócio de Cristo: um
sacerdócio que não tem fim: “Tu és meu filho; hoje te gerei” (Sl 2.7); e “Tu és
um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4). Jesus
Cristo no céu é o nosso eterno Sumo Sacerdote, sempre intercedendo por
nós perante a face de Deus.
A POSIÇÃO DE CRISTO NO CÉU
1. “Um sumo sacerdote tal…” (v.1a). Com esta expressão, a Palavra de
DEUS visa mais uma vez enfatizar a singularidade de CRISTO como Sumo
Sacerdote, destacando-o e diferenciando-o dos sumo sacerdotes comuns,
frágeis, mortais, da Antiga Aliança. A expressão “tal”, aqui, evidencia a
incapacidade das palavras humanas para descrever a grandeza de CRISTO. É
o que ocorre também em Jo 3.16 (de “tal” maneira).
2. “Assentado nos céus”. Esta expressão que também aparece em 1.3;
10.12 e 12.2, indica CRISTO, como Sumo Sacerdote perfeito, que realizou sua
obra de tal forma que tem o direito de assentar-se no seu trono, ao lado direito
do Pai. Já os sacerdotes do Antigo Pacto não podiam assentar-se, pois
sua obra nunca terminava. Por isso nunca são descritos como sentados.
3. “À destra do trono da majestade” (v.1b). CRISTO, à direita de DEUS, está
na posição da mais alta honra, nos céus. Em Mc 16.19, está escrito: “Ora, o
Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de
DEUS”. JESUS CRISTO é o único ser que tem essa posição de extremo
destaque nos céus. Tal verdade nos é transmitida, para que saibamos que
o nosso mediador não é um ser celeste qualquer, mas aquele que tem
posição de honra, única e destacada, diante de DEUS. As nossas orações
são levadas a Ele, que por nós intercede junto ao
Pai. (http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao7-jc-osacerdocioeternodecristo.htm)

“... corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando
firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2018
Postado por Francisco Barbosa

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