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A influência do currículo na

construção de um cidadão
Educação Básica 2018/2019
Desenvolvimento Curricular da Educação Básica

“A educação é o nosso passaporte para o futuro,


pois, o amanhã pertence às pessoas que se
preparam hoje”
Muito além da Unidade Curricular

Data de apresentação : 14/12/2018

Docente: Isabel Viana;


Discentes: Lara Carvalho A83309; Manuela Oliveira A81557; Maria Barroso A83171;
Mónica Oliveira A82483.
Índice
Prefácio ......................................................................................................................................... 2
Agradecimentos ............................................................................................................................ 3
Resumo.......................................................................................................................................... 4
Mensagens Principais .................................................................................................................... 5
Introdução ..................................................................................................................................... 6
Parte 1 ........................................................................................................................................... 7
1.1. Conceitos e Definições .................................................................................................. 7
Currículo: ............................................................................................................................... 7
Desenvolvimento Curricular:................................................................................................. 8
Escolas de qualidade: ............................................................................................................ 8
Ensino de qualidade: ............................................................................................................. 9
Ensino Básico: ........................................................................................................................ 9
Escolaridade obrigatória: ...................................................................................................... 9
Escolaridade básica: ............................................................................................................ 10
Perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória: ........................................................... 10
1.2. Dimensões Essenciais .................................................................................................. 11
Parte 2 - Metodologias e Resultados .......................................................................................... 11
2.1. Metodologias .............................................................................................................. 11
Contexto do estudo: ............................................................................................................ 11
Natureza do estudo e problemática da investigação:......................................................... 12
Trajetória de investigação: .................................................................................................. 12
Os participantes do estudo: ................................................................................................ 12
Técnicas e instrumentos de recolha de dados: ................................................................... 12
Técnicas e procedimentos de análise de dados: ................................................................. 13
Limitações do processo de investigação: ............................................................................ 13
2.2. Resultados ................................................................................................................... 13
Entrevista: ........................................................................................................................... 13
Análise dos resultados: ....................................................................................................... 13
Parte 3 - Lições aprendidas ......................................................................................................... 17
3.1............................................................................................................................................ 17
Síntese Final ................................................................................................................................ 17
Referências Bibliográficas ........................................................................................................... 18

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Prefácio

Desde já gostaríamos de destacar que este trabalho é dedicado a todos os


profissionais de educação e a todas as crianças que fazem da Educação Básica uma parte
importantíssima da sociedade e do que é ser humano.
Dirigimos igualmente este trabalho a todas as pessoas que não dão o devido valor
ao que é ser professor e às metas e problemas que têm de enfrentar diariamente para
conseguirem tornar as crianças de todo o mundo melhores cidadãos e adultos informados,
competentes e sem medo do futuro.

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Agradecimentos

Queremos agradecer a todos os que tornaram possível todo o estudo, começando


pela nossa docente, Isabel Viana, que nos proporcionou a oportunidade de conhecermos
melhor a nossa profissão futura, à professora responsável pelo centro de estudos Geeks,
Cristina Oliveira, que ofereceu disponibilidade para entrevistarmos os seus alunos, bem
como disponibilizou uma sala onde pudéssemos trabalhar sem quaisquer interrupções e
principalmente às crianças que foram importantes e que nos fizeram entender através da
sua transparência e inocência que podemos ajudar o outro independentemente da
diferença, serão seguramente melhores pessoas do que as gerações anteriores e darão o
seu contributo para que tal aconteça, mostrando as suas opiniões e mudando a
humanidade.

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Resumo

O presente trabalho, intitulado O currículo do ensino básico e a qualidade das


aprendizagens procura encontrar resposta para uma questão envolvendo o currículo
escolar e a forma como este condiciona os objetivos esperados no documento O perfil do
aluno à saída da escolaridade obrigatória, que resulta de um debate público realizado e
da preocupação de corresponder às principais questões suscitadas, com vista a mobilizar
a escola e a sociedade para uma melhor educação. Para uma maior acurácia, decidimos
elaborar um pequeno questionário para alguns alunos do centro de estudos Geeks, para
conseguirmos a visão dos maiores visados deste tema.

O estudo foi realizado no presente ano (2018), seguindo uma metodologia tipo
estudo de caso, com propósito compreensivo, contou com a participação de diferentes
atores, essencial para recolher uma pluralidade de opiniões baseadas no modus como cada
ator encara o estado do processo de ensino e aprendizagem. Entre os elementos
englobados nesta pesquisa, destacamos o currículo, que constituiu a principal unidade de
análise e os objetivos esperados dos alunos à saída da escolaridade obrigatória,
principalmente a Base humanista.

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Mensagens Principais

A primeira mensagem que queríamos transmitir passa pela educação em Portugal


que embora não seja a melhor do mundo e tenha ainda muito para dar, tem tido progressos
em diversas áreas, fornecendo aos alunos uma aprendizagem mais dinâmica e lúdica que
os incentiva a aprender mais e melhor.

A taxa de alfabetização está a evoluir constantemente no nosso país, sendo que


esta atualmente esta próxima dos 95 %, dados que não eram conseguidos anteriormente.

5
Introdução

O presente trabalho surgiu no âmbito da unidade curricular de Desenvolvimento


Curricular para a Educação Básica, lecionada pela docente Isabel Viana, na Universidade
do Minho. O tema selecionado para o grupo - O currículo do ensino básico e a
qualidade das aprendizagens – será abordado especificadamente, tendo em conta a
importância do ensino e da qualidade do mesmo, para a aquisição do sucesso escolar do
aluno.

Uma escola de qualidade obrigatoriamente possuirá um ensino de qualidade que


possibilita o desenvolvimento da criança em todas as suas capacidades, bem como a
existência de um plano estruturado de diferentes experiências de aprendizagens que a
escola oferece como sendo valiosas para a educação de uma criança. Este projeto é
designado de currículo, essencial para a construção do aluno.

Nesta perspetiva, o grupo considerou importante questionar algumas crianças de


diferentes instituições escolares acerca deste assunto, uma vez que estes enquanto
membros ativos da sua própria aprendizagem são considerados os consumidores de
currículo. Por isso, nada melhor do que as crianças para responder a questões selecionadas
pelo grupo, relacionadas com este tema.

6
Parte 1
O nosso principal objetivo com este trabalho é aprofundar melhor o nosso
conhecimento à cerca desta temática, que entendemos ser muita desafiante e interessante.

Para iniciar o nosso trabalho, decidimos focar a nossa atenção numa questão que
achamos bastante pertinente trabalhar, que é: “De que modo o currículo influencia os
objetivos esperados do perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória?”. A partir
desta questão, procuramos clarifica-la melhor. Começamos assim, por analisar os
conceitos e definições mais importantes, dando grande destaque ao currículo.

1.1. Conceitos e Definições

Currículo: projeto/plano de cultura e de formação humana, bem estruturado. Este


baseia-se em diferentes experiências de aprendizagem que uma instituição escolar oferece
a cada aluno, considerando estas experiências educativas ricas e imprescindíveis para a
educação de uma criança. Para além disso, é essencial que cada um dos alunos sejam
considerados na sua individualidade, diversidade e igualdade (educação inclusiva). Trata-
se de uma construção social do conhecimento. É, por isso, essencial estimular e apoiar a
criança para o seu desenvolvimento pessoal, social e cultural enquanto pessoas e
cidadãos. (“Uma Política Coerente para a Educação das Crianças em Portugal”). Contudo,
o currículo é dependente e submetido às condições escolares em geral, ou seja, condições
organizativas de uma instituição, onde devem ser dispostos diversos elementos (horários,
professores, material, apoio financeira, etc). (Nobrega, Luis. (2006) “Estruturas
Organizacionais de Escola e (Re)organização escolar”).

A nível nacional, podemos assumir que não existem as melhores condições para
a concretização plena deste projeto, uma vez que o sistema educativo não demonstra
coerência nas suas políticas públicas, apresentando algumas dificuldades ao atendimento
da diversidade pessoal, social e cultural. (ME/DEB (2001) “Currículo Nacional do Ensino
Básico”)

O currículo na escolaridade básica pode expor-se em determinados tipos:

- Currículo educocêntrico: tem como objetivo privilegiar a dimensão educativa


da escolaridade.

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1. variante paedocêntrica: centralizado nos interesses da criança, isto é, no seu
desenvolvimento individual.

2. variante sociocêntrica: centralizado nos interesses da sociedade, ou seja,


assume-se como um processo de integração social.

- Currículo gnoseocêntrico: dá especial importância à obtenção de


conhecimentos e desenvolvimento de competências cognitivas.

- Currículo magistocêntrico: demonstração de uma luta de interesses


(diplomados e indivíduos de formações não universitárias) no currículo. (Pires, Eurico
Lemos. (1988) “Escolaridade Básica Universal, Obrigatória e Gratuita”)

Desenvolvimento Curricular: é o processo permanente de desenvolvimento do


currículo. O currículo não é estático, ate pelo contrário, este é dinâmico e continuo visto
que continua em constante construção e está dividido por fases (Machado, Fernando;
Gonçalves, Maria. (1991) “Currículo e Desenvolvimento Curricular”):

 Fundamentação do currículo;
 Planeamento curricular;
 Implementação e desenvolvimento curricular;
 Avaliação curricular.

O desenvolvimento curricular surge como uma formalização no âmbito da


educação e da formação profissional que visa a melhoria constante a nível teórico e
prático.

Para o seu progresso é crucial a formação dos elementos que executam o currículo
e se assumem como mediadores entre o membro ativo de aprendizagem (aluno) e o
projeto, garantindo a mudança e inovação das experiências/práticas e contextos escolares.
Ressalta-se ainda a importância da autonomia e organização das instituições escolares.

Escolas de qualidade: Podemos assumir que uma escola de qualidade é aquela


que pressupõe a igualdade de oportunidades e o acesso e sucesso de todos os seus alunos.
Uma instituição educativa onde se realizam aprendizagens significativas, no qual todos

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são respeitados e valorizados, uma escola que corrige assimetrias e desenvolve ao
máximo o potencial de cada aluno. (O.C.D.E. (1992) “As Escolas e a Qualidade”).

Uma escola de qualidade caracteriza-se pela:

 Existência de um projeto educativo, de modo a permitir o sucesso e acesso


à aprendizagem;
 Currículo flexível;
 Elementos profissionais que colaborem e se comprometem à formação e
inovação da prática;
 Formação permanente dos profissionais de ensino;
 Oferta educativa adequada às necessidades das crianças;
 Apoio das autoridades educativas de modo a facilitar as mudanças
necessárias.

Ensino de qualidade: Considera-se que o ensino de qualidade se obtém numa


escola de qualidade que se constrói ao longo do tempo. Entende-se este conceito como
uma prática educativa que possibilita o desenvolvimento pleno do aluno/criança, através
da concretização de experiências de aprendizagens consideradas crucias para a sua
estrutura pessoal e educação integral. (O.C.D.E. (1992) “As Escolas e a Qualidade”)

Ensino Básico: é o nível correspondente aos primeiros anos de educação escolar.


Este período escolar denomina-se de 1° ciclo e está divido em 4 anos. As crianças que
frequentam o 1° ciclo, tem idades compreendidas entre os 5/6 e 10 anos. O ensino básico
assegura a formação geral comum a todos os alunos proporcionando a aquisição dos
conhecimentos basilares que permitam o prosseguimento de estudos. Durante os
primeiros anos são realizadas atividades educativas destinadas a satisfazer as
necessidades básicas de aprendizagem, em geral correspondentes aos primeiros estágios
do processo de alfabetização.

Escolaridade obrigatória: é um direito e dever que assiste a todos os cidadãos e


inclui a obrigatoriedade de cumprir o ensino básico e secundário, abrangendo alunos com
idades compreendidas entre os 6 e os 18 anos de idade, desde o ano letivo 2009/2010. A

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obrigatoriedade termina no momento do ano escolar em que o aluno complete os 18 anos.
Pode terminar antes se o aluno obtiver um diploma de curso conferente do nível
secundário (12º ano).

Escolaridade básica: pretende traduzir a natureza da escolaridade em causa: a


escolaridade é básica pois é um tipo de escolaridade que é entendida como base e suporte
de todo o ensino, a partir do qual se desenvolvem. Podemos distinguir “escolaridade” e
“básica”. “Escolaridade” é a atividade educativa que se desenvolve na instituição-escola;
conjunto de práticas educativas caracterizadas pelo currículo, condicionando o processo
de ensino. Trata-se de uma atividade educativa caracterizada por dois aspetos: ordenação
da atividade educativa, segundo o currículo (ensino); certificação dos conhecimentos e
competências adquiridas (aprendizagem). “Básico”, como foi referido anteriormente é a
base de preparação crucial para a vida. (Pires, Eurico Lemos. (1988) “Escolaridade
Básica Universal, Obrigatória e Gratuita”)

Características da escolaridade:

 Finalidade própria e autónoma (por ser universal, abarca toda a população –


pretende ser universal – confere-lhe três tipos de finalidades: desenvolvimento
técnico e económico assente num nível educativo básico, uno e generalizado;
igualdade de oportunidades educativas; intencionada socialização.);
 Universalidade;
 Sucesso (para o sucesso é necessário a existência de universalidade);
 Escolaridade de massas (sequencialidade progressiva – o nível anterior é
determinante o posterior é determinado);
 Escolaridade de elites (sequencialidade regressiva – surge o apuramento de
uma elite pretendida).

Perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória: O Perfil dos Alunos à Saída


da Escolaridade Obrigatória foi homologado pelo Senhor Secretário de Estado da
Educação em 26 de julho de 2017, constituindo-se como um documento de referência
para a organização de todo o sistema educativo e para o trabalho das escolas, contribuindo
para a convergência e a articulação das decisões inerentes às várias dimensões do
desenvolvimento curricular.
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O Governo pretende aplicar mudanças nas escolas, sendo que a ideia é que os
alunos revelem outras competências para além das matérias lecionadas. Dá igualmente
bastante valor à base humanista inerente a cada pessoa.

1.2. Dimensões Essenciais


Ao longo do estudo e da pesquisa que fizemos para a realização deste trabalho,
estabelecemos algumas dimensões que são, na nossa opinião, essenciais tanto para a
elaboração do mesmo, mas também são ideias que devemos ter sempre em mente quando
um dia mais tarde exercermos a nossa profissão, de educadora ou professora.

A primeira que achamos por bem referir é o respeito, que devemos ter pelos alunos,
e que deve ser recíproco, para uma qualidade de ensino, que estimule o aluno a procurar
saber mais e a desenvolver as suas competências, e leve o professor a questionar, desafiar,
confiar, responsabilizar e dar liberdade aos alunos para que estes possam dar asas à sua
imaginação.

A escola, quer seja pública ou privada, é o local onde crianças passam a maior parte
do seu tempo e é vista como uma instituição que deve promover a participação e a justiça,
algo que vai ser fundamental para “contruir” o tipo de cidadão que os alunos serão no
futuro. Daí considerarmos estes dois termos igualmente dimensões crucias para este tema.

Parte 2 - Metodologias e Resultados

2.1. Metodologias
Quanto á metodologia, esta vai desde a exposição do contexto em estudo, até ao local
e os propósitos da investigação. Explicamos ainda, a seleção dos participantes envolvidos,
os métodos e técnicas utilizadas e, por último, apresentamos as limitações do estudo.

Contexto do estudo:

Depois de atribuído o tema ao nosso grupo, começamos a pensar que forma o


íamos explorar e, portanto, surgiu a questão acima referida que foi como que um guião
para todo o nosso trabalho.

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Natureza do estudo e problemática da investigação:

Definimos como problemática deste trabalho a questão que é a base do nosso


estudo, uma vez que é, à volta dela que todo o nosso trabalho gira.

Trajetória de investigação:

O processo de investigação para a recolha de dados tem como focus de interesse


a metodologia tipo estudo de caso. Recorremos a instrumentos quantitativos (entrevista)
e obtivemos dados a partir de 6 crianças do centro de estudos “Geeks”. Esta metodologia
permitiu compreender os processos de investigação e ver efetivadas, ou não, os resultados
esperados.

A análise das informações e o respetivo tratamento de dados foram os passos


seguintes. Foi feita a transcrição da entrevista, uma análise cuidadosa sobre as
informações obtidas e delas foram feitas ilações que procuram fundamentar e explorar os
resultados da investigação.

É ainda importante referir a parte teórica, para este trabalho foi feito um estudo
minucioso de conceitos e definições importantes. Com eles compreendemos melhor a
temática e acabou por nos ajudar a analisar os dados obtidos de uma forma mais correta.

Os participantes do estudo:

Os participantes selecionados para a participação neste trabalho, foram 6 crianças,


3 meninas e 3 meninos, que são de diferentes escolas e que têm idades compreendidas
entre os 7 e os 14 anos.

Técnicas e instrumentos de recolha de dados:

Para a recolha de dados decidimos fazer um questionário que foi respondido em


vídeo. O questionário possuía perguntas abertas e perguntas fechadas.

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Técnicas e procedimentos de análise de dados:

Depois de todos os dados recolhidos foram identificadas tendências, que tinham


como fim, procurar dar resposta à problemática em estudo.

Limitações do processo de investigação:

Existiram alguns pontos negativos e positivos neste estudo. Primeiramente,


gostávamos de agradecer à professora Cristina Oliveira porque nos cedeu um espaço para
fazermos a nossa entrevista sem perturbações e aos alunos que se dispuseram a participar
nela.

Por outro lado, tivemos como entraves, o tempo de investigação, uma vez que
achamos que foi pouco para a dimensão deste trabalho.

2.2. Resultados
Entrevista:

Realizamos uma breve entrevista a 6 crianças, 3 meninos e 3 meninas do centro


de estudos referido em cima.
Pretendemos com ela mostrar o ponto de vista de crianças de diferentes idades
sobre o currículo, a escola e a sociedade.
Iremos transcrever pequenos excertos das entrevistas realizadas para melhor
analisá-las, mas estas estão em suporte de vídeo que posteriormente visualizaremos.

Análise dos resultados:

Na análise dos resultados consideramos importante destacar algumas das


respostas dadas pelas crianças.

 Gostas de andar na escola? Porquê?

 Catarina: “Gosto! Porque aprendo coisas e é bom para o meu


futuro.” (14 anos.)

 Gonçalo: “Não, porque não.” (8 anos.)

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Através destas duas respostas conseguimos perceber a menina que, sendo mais
velha já tem uma maior maturidade e percebe que a escola é um passo enorme a dar para
ter um futuro melhor, enquanto o mais novo diz que não gosta da escola e admite noutra
pergunta que gostava mais do infantário porque podia brincar sempre e agora tem de estar
sentado a estudar. É este ponto de vista nos mais pequenos que precisa ser alterado, não
só devemos sentar as crianças numa sala, onde ficam o dia inteiro, mas sim apanhar um
pouco do espírito de ludicidade do jardim de infância e criar atividades educativas para
que seja mais divertido estudar e aprender. Implementar atividades diferentes e educativas
nas escolas, ajudaria muito a mudar este ponto de vista.

 Desde que entraste na escola notaste alguma diferença? Pensas que alguma
coisa mudou? O quê?

 Beatriz: “Sim, tem um espaço maior (em relação à escola


primária), foi uma diferença muito grande, passei de uma escola
pequenina, para uma escola que tem ginásio, tem três ginásios e
tem…tem várias frequências de atividades.” (10 anos.)

 Afonso: “Não, continua tudo uma seca.” (11 anos.)

 Que atividades de enriquecimento curricular existem na tua escola?

 Afonso: “Não existe na minha escola.” (11 anos.)

 Beatriz: “Tem canoagem, tem patinagem, tem Dança,


tem…Natação e tem desportos de Badmington, Joker e isso. (10
anos.)

Nestas duas questões colocamos a resposta dos mesmos intervenientes para


perceber como são diferentes duas escolas tão próximas, uma das escolas têm bastantes
ginásios e atividades extracurriculares nas quais as crianças podem participar sem
quaisquer custos e a outra não tem nenhuma. Reparamos que a menina frequenta uma
escola de “maior qualidade” relativamente às atividades que proporciona aos seus alunos,
enquanto o menino está numa escola que diz ser uma “seca”, porque também não inova
e cria oportunidades para que os seus alunos se sintam confortáveis e integrados, pois não
existem nenhumas atividades extracurriculares, não cativando os discentes.

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 Acreditas que todos temos direito de frequentar a escola,
independentemente do género (menino/menina), a raça ou e a etnia?
Porquê?

 Gonçalo: “Temos uma preta, não porque tem de ir para o país


dela.” (8 anos.)

 Afonso: “Claro, porque somos todos iguais.” (11 anos.)

 Se um colega dissesse coisas más sobre outro colega, por ser de outra raça
ou etnia, o que fazias?

 Gonçalo: “Oh! O que é que eu fazia? Nada.” (8 anos.)

 Afonso: “Levava um soco, (ar de troça) é à violência que se resolve


as coisas” (11 anos.)

 Rodrigo: “Eu se fosse o meu melhor amigo, ou a outros, eu dizia


que não tinha graça e para pararem. Se fosse grave ia falar com a
professora, senão fosse muito grave não falava, mas defendia.” (7
anos.)

Perante estas questões, conseguimos perceber o papel das crianças e a sua atitude
perante a diferença. Temos exemplos de crianças que pensam que independentemente da
diferença todos temos o direito a estudar, como o exemplo do Afonso, crianças que dizem
que nem todos devemos estudar, como o exemplo do Gonçalo, que se mostra uma criança
pouco tolerante à diferença e fria perante a presença de uma menina da sua escola que
tem outra cor. Pensamos que aqui existe por detrás do menino a voz dos colegas ou até
mesmo dos pais, que não incentivam a criança a tratar todos por igual,
independentemente da cor, da etnia ou até da capacidade motora.

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 Um caso de solidariedade e amizade perante todos, sejam diferentes ou
não:

 Beatriz: “O que eu fazia? Dizia: -Se fosses um menino de cadeira


de rodas, gostavas de estar assim? Ele ia dizer que não! (…) aquele
menino tem de ser ou castigado ou dizer desculpa e dizer:- Não
volto a fazer e não me vou meter mais com ele.” (10 anos.)

Esta menina é um exemplo de que gostava muito de falar, pois a sua mãe trabalha
numa instituição que cuida de pessoas com deficiência e ela entra em contacto com estas
pessoas e ajuda a mãe a cuidar delas. Já pude comprovar como ela interage com estas
pessoas, que são vistas por muita gente como “diferentes” e pela menina são tratadas
como qualquer outra pessoa, ela demonstra um carinho enorme pelas pessoas daquela
instituição e esse carinho é recíproco.
Penso que a mãe dela tem um papel importante como incentivadora desta relação
e mostrou à Beatriz que a diferença é uma coisa boa e deve ser vista como algo natural.
Enquanto isso há outros meninos que não conhecem ou conhecem pouco esta
realidade que poderia ser explorada pela escola, por exemplo levando as crianças numa
visita a este tipo de instituições para que também elas tal como a Beatriz possam ver a
deficiência como algo normal e assim conseguiremos formar adultos mais capazes de
lidar com a diferença e com o outro.

Pensamos que estas questões se enquadram com o tema do trabalho, pois quando
falamos na educação e no perfil do aluno à saída da escolaridade é suposto que este possua
competências para viver em sociedade, não só teorias, como saber quais são os reis que
já existiram no nosso país, mas também e principalmente qual é a relação que devemos
ter perante o nosso semelhante. A cidadania e a relação com o outro são pontos fulcrais
para vivermos em comunidade e que também são, ou deviam ser ensinados na escola.

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Parte 3 - Lições aprendidas

Após um estudo cuidado sobre o tema “O currículo do ensino básico e a


qualidade das aprendizagens”, realizado no centro de estudos, rodeadas por várias
crianças, de diferentes idades e escolas, foi possível observar uma certa tendência.
Percebemos que as crianças não estão a receber os estímulos e os incentivos corretos, e
isso prejudica a sua aprendizagem, pois notamos um certo desinteresse destas pela escola.
É nestas situações que comprovamos que o currículo escolar necessita de algumas
melhorias.

Percebemos igualmente que é fundamental educar as crianças para serem cidadãos


que entendem que o respeito é a base de todas as relações que formamos ao longo da vida,
que seja com alguém da nossa família, ou um colega de trabalho. No futuro a raça, género
ou orientação sexual não podem condicionar a forma como tratamos alguém, e é desde
cedo que o ser humano precisa de compreender isso. Algumas das respostas que
obtivemos das crianças que entrevistamos deixaram-nos um pouco receosas, e esperamos
que os familiares e profissionais que lidam com elas as apontem para a direção correta.

3.1. Licão aprendida (colocam como titulo a dimensão que estão a


destacar)
Nas dimensões nós destacamos o respeito, justiça e participação.

Síntese Final

Após o estudo cuidado sobre o tema “O currículo do ensino básico e a qualidade


das aprendizagens” concluímos que este trabalho foi uma mais-valia para nós, porque
percebemos que, apesar das crianças serem estimuladas a desenvolver as suas
competências, ainda não são dadas todas as ferramentas necessárias para que elas possam
fazer tal. O currículo é importante para formação de qualquer ser humano, tal como o
perfil do aluno é essencial para gerar no aluno competências consideradas ricas para a sua
base humanista. Desse modo, o perfil do aluno e o currículo devem interligar-se na
construção social de qualquer cidadão.

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Achamos este estudo importante, porque, para nós, não só os termos científicos e
a teoria importam. É importante conseguir, enquanto educadores, desenvolver a base
humanista das crianças, estimular o espírito aberto e reflexivo, para conseguirem lidar
com situações com que vão ser confrontadas ao longo da sua vida.

Referências Bibliográficas

 Abrantes, P. (2001). Currículo Nacional do Ensino Básico. Competências


Essenciais. Lisboa: Ministério da Educação, Departamento de Educação Básica.

 Pires, E. L. (1989). Escolaridade básica universal, obrigatória e gratuita. Eurico


Lemos.

 Gay, G. (1991). Desenvolvimento curricular. Machado, FA; Gonçalves, M. ª FM (1991).


Currículo e desenvolvimento curricular–Problemas e perspetivas, Porto: Edições Asa, 65-
69.

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 Alonso, L. (2009). Uma política coerente para a educação das crianças em
Portugal. A Educação das Crianças dos 0 aos, 12, 329-340.

 OCDE, A. (1992). Escolas e a Qualidade.

 Martins Silva & Gadelha. 1º Seminário Internacional Sociedade e Fronteiras.

 Direção-Geral da Educação. “Currículo dos ensinos básico e secundário Lisboa”.

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