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Sociedades Anônimas
ExcLusÃo DE Sócios NAS
SOCIEDADES ANÔNIMAS
Quartier Latin
Editora Quartier Latin do Brasil
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busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101a 110 da Lei 96
. 10, de 19.02.1998, Lei dos Direitos Autorais).
RENATO VENTURA RIBEIRO
Mestre pela Faculdade de Direito da USP
Advogado
4.2. Direito espanhol ............ ..... ......................... ..... .... ..... ... 115
4.3. Direito italiano .... ..... ................ ....................... ...
. . . . ..... .. 119
4.4. Direito francês ............................................................... 120
4.5. Direito português ... .... .................................... ............ 124
. . .
1.2. Teoria da disciplina taxativa legal ....... .. ... ...... ........ .. 141 . .. . . .
8.2. Limites ao poder dos magistrados ... ...... ......... .. . . . ... 304 . . . . . . .
1. Perda dos direitos de sócio...... ..... .... .............. ... ........ .... 316
. .. . . .. ..
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PREFÁCIO
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O autor
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RE NATO VENTURA RIBEIRO
ABREVIATURAS UTILIZADAS
BGBP - Bundesgesetzblatt
DB - Der Betrieb
FI - 11 Foro Italiano
GP - Gazette du Palais
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RF - Revista Forense
S. - Recuei} Sirey
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INTRODUÇÃO
Cf. BOLLI NO, em artigo publicado post mortem, "Le cause di esclusione dei socio
nelle società di persone e nelle cooperative", Riv. Soe., 37 ( 1 992), fase. 5-6, pp. 375-
4 2 0, à p . 3 7 6, repet i n d o o j á acentuado p o r estud i osos d a matéria, como
DALMARTELLO, L 'esclusione dei soei dai/e società commerciali, Padova, CEDAM,
1 939, p. V I I ; REALE, "A exclusão de Sócios das Sociedades Mercantis e o Registro de
Comércio", in RT 1 50 ( 1 948), pp. 459-486, à p. 459; REQU IÃO, A preservação da
sociedade comercial pela exclusão do sócio, Curitiba, Saraiva, 1 959, p . 1 5; D E RRUPPÉ,
no prefácio da obra de CAI LLAUD, L 'exclusion d'un associé dans les sociétés, Paris,
S irey, 1 966, p. V, e LATORRACA, Exclusão de sócios nas sociedades por quotas, São
Paulo, Saraiva, 1 979, p. 1 .
2 Permanece atual a ponderação de DALMARTELLO, L 'esclusione. . . , cit., p. V I I : "Consi
derando, anche superficialmente, la nostra letteratura commerc i alistica, e facile
constatare che, mentre essa abbonda di monografie su tutti i possibili aspetti o momenti
dei fenomeno associativo, d i fetta, i nvece, e in modo assoluto, di uno studio organico
sull'istituto dell'esclusione dei soei. 1 temi prefereti daila ricerca monografica sono que Ili
- o rmai ampiamente esplorati - della cost i t u z i o n e, d ell'orga n i zzaz ione, dello
sciogli m ento, della l i q u i dazione, della fu s i o n e e dei fallimento della società.
Sull'esclusione, silenzio quasi assoluto: tutto si riduce ai pochi cenni dei commentari o
dei trattati, e a qualche rara nota di giurisprudenza". Na Itália, além da citada, duas
obras, de I N NOCENTI, L 'esclusione dei sacio, Padova, CEDAM, 1 956, e de PERRI NO,
Le tecniche di esclusione dei sacio dai/a società, Milano, Giuffre, 1 997. Na França, a
monografia única de CAILLAUD, L 'exclusion d'un associé. . . , citada. O mesmo na
Espanha, as obras de VILLAVERDE, La exclusión de socios: causas legales, Madrid,
Montecorvo, 1 977, embora a obra de L ENZANO e TREJO, Separación y exclusión de
socios en la sociedad de responsabilidad limitada, Pamplona, Aranzadi, 1 998, também
aborde o tema, mas não exclusivamente. Em Portugal, além da monografia de N U N ES,
O direito de exclusão de sócios nas sociedades comerciais, Coimbra, AI medi na, 1 968,
com recentes reimpressões no Brasil (São Paulo, Cultural Paulista, 2 00 1 ) e local (Coimbra,
Almedi na, 2002), somente a de LEITÃO, Pressupostos da exclusão de sócio nas socie
dades comerciais, Lisboa, AAF D L, 1 989.
Mesmo no d i reito germânico, destacado pelo pionei rismo da d i sciplina do i n stituto em
textos legais, as duas primeiras monografias não cuidam com exclusividade da exclu
são, abordando também do d i reito de retirada. São os trabalhos de KAH N, A ustritt und
A ussch/uss des Cesellschafters den offenen Handelsgesellschaft und die sich daraus
ergebenden rechtlichen Konsequenzen nach deutschem und schweizerischen Recht,
München, 1 929, e de SCHOLZ, AusschlieBung uns Austritt aus der CmbH, Koln,
Schmidt, 1 947. Só recentemente o tema mereceu maior atenção da doutrina, com as
obras de SOU F LEROS, Aussch/ie(/,ung und Abfindung eines CmbH-Cesellschafters,
Koln, Schmidt, 1 983; SPITZE, Der Aussch/u(I, eines CmbH-Cesellschafters aus wichtigem
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Crund bei Schweigen der Satzung, Berlin, Duncker und H umblot, 1 985; GRUNEWALD,
Der AusschluB aus Cesellschaft und Verein, Kõln, Berlin, Bonn, München, Heymann, 1 987;
REINISCH, DerAusschluss von Aktionaren aus der Aktiengesel/schaft, Kõln, Schmidt, 1 992,
e GEH RLEIN, AusschluB undAbfindung von CmbH-Cesellschafe t rn, Kõln, Schmidt, 1 997.
No Brasil, além da tese de REQU IÃO e do opúsculo de LATORRACA, mencionados na
nota acima, havia somente três obras que enfocam casos concretos, de autoria de
FARIA, Da exclusão de sócios nas sociedades de responsabilidade ilimitada, São Pau
lo, Saraiva, 1 92 6, FERREIRA, A exclusão do sócio súdito do Eixo, São Paulo, Saraiva,
1 943, e orga nizada por P I N H E I RO N ETO & CIA. - ADVOGADOS, Exclusão de sócios:
prevalência do contrato, São Paulo, 1 9 75. No ú ltimo qüi nqüênio, além da c i tada
rei mpressão brasileira da tese de N U N ES, as obras de FONSECA, Dissolução parcial,
retirada e exclusão de sócio, São Paulo, Atlas, 2002; LOPES, Empresa & exclusão de
sócio: de acordo com o novo Código Civil, Curitiba, J u ruá, 2003 e PIMENTA, Exclusão
e retirada de sócios: conflitos societários e apuração de haveres no Código Civil e na lei
das sociedades anônimas, Belo Horizonte, Melhoramentos, 2004.
3 Como apontado por DALMARTELLO, L 'esclusione .. ., cit., p. VII, e REQU IÃO, A preser
vação da sociedade .. ., cit., p. 1 5 . No Brasil, são exceções, com maior atenção ao tema
em suas obras, F E R R E I RA, Sociedades por quotas, 5ª ed., São Paulo, Monteiro Lobato,
1 92 5 , pp. 1 1 6-1 2 1 , Compêndio de Sociedades Mercantis 1: sociedades de pessôas, 2ª
ed., Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1 942, pp. 344-362, Tratado de Direito Comercial I l i ,
São Paulo, Saraiva, 1 961 , pp. 1 56- 1 65 , e LUCENA, Das sociedades por quotas de
responsabilidade limitada, 4ª ed., Rio de J aneiro, Renovar, 2 00 1 , pp. 5 95-665 .
4 A j u risprudência mencionada ao longo do trabalho, por si só, atesta as dificu ldades
concretas relativas à questão da exclusão de sócios e sua importância. Porém, a relevân
cia e a complexidade do tema, tanto na parte doutrinária quanto na prática, também
podem ser i lustradas pelos vários pareceres sobre casos concretos, de autores que com
põem o mais seleto e abalizado grupo da h i stória jurídica pátria, como Ruy BARBOSA,
VISCONDE DE OURO PRETO e Lafayette PEREIRA, reproduzidos por FARIA, Da exclu
são de sócios .. ., cit., p. 39 e ss.; REALE, "A exclusão de sócios das sociedades mercan
tis ... ", cit.; LEME, "Sociedade por quotas de responsabilidade limitada. Exclusão de sócio.
Situação da espôsa também quotista. Se deve acompanhar o marido. Formalidades a
serem o bservadas para a exclusão. Ação de dissolução de sociedade p roposta posterior
mente pelos sócios excluídos", RT 379 (1 967), pp. 99-1 0 1 ; COMPARATO, "Sociedade
por quotas de responsabil idade limitada", RT 473 (1 975), pp. 3 3-41 ( "Exclusão de
=
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5 Cf. BOLIN NO, " Le cause di esclusione ... ", cit., p. 3 76.
6 Cf. a observação de REQUIÃO, A preservação da sociedade. ., cit., p. 1 6: "Causa impres
.
ção da rei mpre'Ssão brasileira (São Paulo, Cultural Pau l i sta, 2 00 1 ) destaca a i nfluencia
d a obra n a legislação, doutri n a e jurisprudênci a portuguesas (pp. 8-1 1 ) e no d i reito
brasileiro (pp. 1 2- 1 3).
9 Cf., por todos, COMPARATO, "A reforma da empresa", ROM 50 ( 1 983), pp. 5 7-74, à p.
5 7 (= Direito Empresarial: estudos e pareceres, São Paulo, Saraiva, 1 990, pp. 3-26). Às
observações do mestre, publicadas em 1 983, soma-se a posterior falência do modelo
de Estado Social, com a frag i l idade dos Estados e processos de p rivatizações e
desregulamentações, acentuando a i nda mais o poder econômico das empresas e trans
formando-as no principal agente econômico do mundo hodierno. Se isto é benéfico ou
maléfico, dependerá dos rumos do Estado e do próprio d i reito comerc i a l .
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cit., p. 75, registra que os autores sempre estiveram mais preocupados com a excl usão
de sócios nas sociedades contratuais.
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12 N a França, entre outros, MAZEAUD, Le vote privilégié dans les sociétés de capitaux,
Paris, Dalloz, 1 924, pp. 236-252; BOU RCART, "De l'intuitus personae dans les sociétés",
JS 48 ( 1 927), 9-1 0, pp. 5 1 3-557, à p. 5 1 9 e ss.; CAMERLYNCK, De /'intuitus personae
dans la société anonyme, Paris, A. Pédone Éditeur, 1 929, pp. 1 76-1 77; J EANDEL, L 'intuitus
personae dans les sociétés commerciales, tese, Nancy, 1 932; G I RARD, Le rapprochment
des diverses sociétés: transmissibilité des parts sociales, tese, Grenoble, 1 93 7; VALEUR,
L 'i ntuitus personae dans les sociétés commerciales, tese, Paris, 1 93 8; SIGAUT, Les deux
sortes de société anonyme: la société privée et la société faisant appel à /'épargne publi
que, tese, Grenoble, 1 942; CAILLAUD, L 'exclusion. .. , cit., p. 253; CACHIA, "Le déc l i n
de I' anonymat dans les sociétés par actions", i n Études offertes à Pierre Kayser 1, Marsei \ \e,
P U F d 'Aix, 1 979, pp. 2 1 3-224; LAMETHE, "L"'intuitu personae" des sociétés anonymes
(Les clauses statutaires d'admission et d'exclusion"), CP99 ( 1 979), pp. 262-265; H ELOT,
"La place de l'i ntuitus personae dans le société de capitaux", i n Recuei/ Dalloz Sirey de
Doctrine de jurisprudence et de législation, 1 99 1 , pp. 1 43-1 44; PASCUAL, "La personne
physique dans le droit des sociétés", RTDComm. 5 1 ( 1 998), 2, p. 276; GODON, Les
obligations des associés, Paris, Economica, 1 999, pp. 1 26 e 2 1 3, e MORIN, "lntuitus
personae et sociétés cotées", RTDComm 53 (2000), 2, pp. 299-326. No d i reito alemão,
são conhecidas como "sociedades de capitais personalísticas", sendo destacadas nas
obras de HOFMANN, "Die personalistische Kapitalgesellschaft", ZHR 1 3 7 ( 1 973), pp.
4 1 0-426; F R I EDEWALD, Die personalistische Aktiengesellschaft, Kõl n , Berl i n , Bonn,
M ü nchen, Heymann, 1 99 1 . IMMÇNGA, Die personalistische Kapitalgesellschaft, Bad
Hamburg, Atheneum, 1 970, em estudo comparativo com as dose corporations america
nas, reconhece o vínculo intuitus personae em sociedades por cotas de responsabilidade
limitada, tidas como sociedades de capitais na Alemanha.
No Brasil, há mais de meio século, ASCARELLI, Problemas das sociedades anônimas e
direito comparado, 2ª ed., São Paulo, Saraiva, 1 969, p. 345, indiretamente admite a exis
tência de sociedades anônimas com traços personalísticos. Mas é COMPARATO, "A natu
reza da sociedade anônima e a questão da derrogabi lidade das regras legais de quorum
nas assembléias gerais e reuniões do conselho de administração", Novos ensaios e parece
res de direito empresarial, Rio de Janeiro, Forense, 1 981 , pp. 1 1 6- 1 3 1 , à p. 1 20, quem
destaca a existência do vínculo intuitus personae nas companhias, por ele chamadas de
"sociedades de anônimas de pessoas" em outro trabalho, "Restrições à circulação de ações
em companhia fechada: nova et vetera", ROM 36 (1 979), pp. 65-76, à p. 65 ( Novos =
ensaios e pareceres. .. , cit, pp. 32-5 1 , à p. 33). Na jurisprudência, admitindo relação intuitus
personae em sociedade anônima, cf., por todos, REsp. 1 1 1 .294, 4ª T., rei. Min. Barros
Monteiro, rei. para o acórdão Min. César Asfor Rocha, j. 1 9.9.00, DJU 28.5.01 .
Alguns autores confundem as sociedades anônimas intuitus personae com companhias
fechadas ou fami l iares, como REQU IÃO, Curso de direito comercial l i, 20ª ed., São Pau
lo, Saraiva, 1 995, pp. 28-29, para quem todas as companhias fechadas tem caráter intuitus
personae, pela facu ldade de restrição à c i rculação de ações prevista em lei. Já AZEVE
DO, Dissociação da sociedade mercantil, São Paulo, Resenha U niversitária, 1 975, p.
1 37, e CARVALHOSA, Comentários à lei das sociedades anônimas: Lei n. 6. 404, de 75
de dezembro de 1 976, São Paulo, Saraiva, 1 997, 4 vais., 1, p. 265, associam o caráter
intuitus personae com sociedade fami l iar ou fechada. Porém, somente aquelas cujos
estatutos l imitam a transferência de ações devem ser consideradas personalistas, como
será exposto na Parte 1 , itens 2.4 . 1 , 3 . 1 , 3.2 e 3 . 3 . 1 .
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ExcLUSÃO DE Sócios NAS Soc1EDADES ANôNIMAS
13 LAMY F I L HO e P E D R E I RA, A Lei das S.A., Rio de Janeiro, Renovar, 1 992, p. 5 2 3 , não
só reconhecem o intuitus personae em sociedades de capital como fenômeno em "re
levância crescente", como acrescentam: " E tal circunstância tem levado juristas, tribu
nais e legisladores, em todas as latitudes - inclusive no Bras i l - a desprezarem, em
n umerosas hipóteses, a aparência formal da pessoa j urídica para buscarem surpreen
der a real i dade que oculta, ou pretende ocultar".
14 Sobre a reforma d a lei das sociedades anônimas no Japão e a s particulares locais,
M I YAJIMA, "A nova lei japonesa das sociedades anônimas", ROM �2 ( 1 99 1 ), pp. 80-94.
15 Cf. CHAMPAUD, "L'entreprise personelle à responsabi l ité l i mitée", RTOCo. 3 2 ( 1 979),
pp. 5 79-636, às pp. 594-5.
16 Para uma rápida visão, cf. R E I NHARD, "Société par actions simplifiée", RTOCo. 47
( 1 994), pp. 3 00-306. Enfocando o caráter intuitus personae da sociedade por ações
simpl ificada, R E I N HARD, idem, pp. 3 04-306; HONORAT, "La société par actions
simplifiée ou la résurgence de l'élément contractuel en droit français des sociétés, Petites
Affiches, 1 996, n . 99, 4 e 1 00, 4.
17 Cf. art. 262- 1 7 da lei das sociedades de 1 966.
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ExcLUSÃO DE Sócios NAS SOCIEDADES ANôNIMAS
nota 1 1 1 , autores e decisões em sentido contrário. Entre as obras alemãs que defendem
a exclusão nas companhias, cf. em especi a l, SPITZE, DerAusschlu!L,cit., p. 5 1 ; BECKER,
"Der Ausschlu& aus der Aktiengesel lschaft", ZCR 1 5 ( 1 986), p. 383 e ss.; R E I NISCH,
Der A usschluss. . ., cit., e B E I SSWI N G E RT, Oie franzosische société anonyme ais
Familiengesel/schaft, tese, Regensburg, 1 997, pp. 63-66. Na França, há ju lgados deci
d indo pela exclusão de acionista em 1 9 1 2 US, 1 9 1 3, p. 23) e 1 974 (RTOCo, 1 974, p.
29), com boa parte d a doutrina admiti ndo a exclusão de sócio nas sociedades anôni
m a s, destacando-se BOU RCART, " De l ' i ntuitus personae . . . " , c it., pp. 5 1 8-5 2 4;
L E PA R G N E U R, " L'exclusion d'un associé'', JS, 1 928, pp. 2 5 7-276, à pp. 2 73 -2 75;
D E B E N E ST, La retraite volontaire et forcée des associés dans les sociétés à capital
variable, tese, Poitiers, 1 93 3 , pp. 96-97 e p. 1 1 7; R E N A U D, " D e l'exclusion de
l'act i o n n a i re d a n s les sociétés anonymes", Rev. Soe., 1 936, p. 1 49; CAI L LA U D,
L 'exclusion . ., cit., p. 1 70 e ss., BRANCH UT, Les abus de minorité dans la société
.
anonyme, tese Paris li, Paris, 1 974, pp. 2 79-2 8 1 , LAMETHE, " L"'i ntuitu personae" des
sociétés anonymes ... ", p. 264, e H ELOT "La place de l'i ntuitus personae ... ", c i t., p. 1 44.
N a doutrin a portuguesa, cf. LEITÃO, Pressupostos.. ., cit., p. 46.
Enquanto as doutri nas alemã e francesa, como apontado acima, aceitam com maior
ampl itude a exclusão de sócios nas companhias, a doutrina espanhola é a menos avan
çada, com muitos autores admitindo a medida apenas no caso de acionista remisso,
i nc lusive de prestações acessórias (cf. VILLAVERDE, La exclusión.. ., cit., pp. 244- 2 5 5 e
L E NZANO e TREJO, Separación y exclusión .. ., cit., p. 2 7 e autores por eles menciona
dos, à nota 2 7). Uma exceção - e mesmo assim prevendo algumas poucas h ipóteses de
exclusão de sócios nas sociedades anôn imas - é SASTRE, "Exclusión de u n accioni sta
de sociedad anónima", RDP 59 ( 1 975), pp. 473-490 (ju nio) e pp. 589-600 (ju l io/agos
to). Os opositores da maior extensão de h i póteses de exclusão nas companh i as alegam
as características peculiares da forma societária, na qual a obrigação fundamental dos
sócios é o aporte de recursos e a idéia do capital social como garantia dos credores,
razão pela qual se deve evitar sua redução (cf., por todos, L E NZANO e TREJO, idem,
pp. 2 7-28). No entanto, como está demonstrado nesta I ntrodução e na Parte 1, é cada
vez maior o reconhecimento de intuitus personae nas sociedades anônimas, o que
i mplica maior número de casos de exclusão de sócios. Por outro lado, os próprios
adversários da tese reconhecem que a exclusão de sócio em sociedades capita l istas
não afeta a função do capital social, embora entendam que a perda de garantia dos
credores possa afetar o processo de exclusão (LENZANO e TREJO, idem, p . 1 73; para
maiores detalhes, ver também pp. 1 72-1 93). Ademais, a proteção aos credores, através
da garantia do capital social, é feita por outras formas legalmente estabelecidas. E as
sim como não impede o exercício de d i reito de retirada não deve i l idir a possibi l idade
de exclusão de sócios. Por fim, como a exclusão do acionista objetiva a preservação da
empresa, o afastamento de sócios que a prejudicam é uma das formas mais eficazes de
garantia dos credores, através da defesa da manutenção da atividade.
No Brasi l, poucos registros isolados, como passagem de AZEVEDO, Dissociação .. .,
cit., p . 1 42 e um breve artigo de P I NTO J Ú NIOR, "Exclusão de acionista", ROM 54
( 1 984), pp. 83-89. Destaque-se a observação de COMPARATO, "Exclusão de sócio nas
sociedades por cotas de responsabil idade l i mitada", ROM 2 5 ( 1 977), pp. 39-48, à p .
4 3 , manifestando-se favorável à adoção da medida n a s companhias: "Deixo de l ado a
sociedade anônima, embora seja um tema fasci nante, pouco tratado, e, certamente, da
maior importância saber se é possível ou não a exclusão de acionistas, isso porque há,
certamente, casos em que o abuso do d i reito de voto, a disc i p l i na do abuso, a suspen
são do exercício de d i reitos na sociedade não são remédios adequados para prejuízos
extremos que possa causar o acionista dentro do mecanismo da sociedade anônima''.
Em apoio, L U CENA, Das sociedades por quotas .. ., cit., p. 604: "Mas, em verdade,
pouco estudado, o tema da exclusão de acionista conti nua em aberto. Que o tema é d a
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maior importância ressaltou-o Comparato ... ". Recentemente, com referências aos refe
ridos trabalhos de COMPARATO e PI NTO J R., admitem a exclusão de sócios nas com
panhias LOPES, Empresa & exclusão .. , cit., pp. 1 3 6-1 38, e PIMENTA, Exclusão e reti
.
rada de sócios ... , cit., pp. 1 3 1 -1 57. Cf. ainda COSTA, "A d i ssolução de sociedade co
mercial composta de dois sócios", in LIMA (Coord.), Atualidades}urfdicas, vol. 3, Belo
Horizonte, Dei Rey, 1 993, pp. 35 7-380, à p. 3 74.
25 Cf. P E R R INO, Le tecniche.. , cit., Parte 1 .
.
26 Idem, p. 5 8 .
27 Cf. DALMARTELLO, L 'esclusione. . ., cit., p . 3 8 .
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Parte 1 - Aspectos das
Sociedades Anônimas
Personalistas
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TEIXEIRA, Das sociedades por quotas de responsabilidade limitada, São Paulo, L i monad,
1 956, p. 24, é um critério "falho, i lógico e i nócuo".
34 O questionamento é antigo. Para MANARA, Trattato teorico-pratico: Dei/e società e dei/e
associazione commerciale 1 , Torino, Torinese, 1 902, p. 441 , a d istinção diz bem pouco,
sendo "una locuzione figurata, metaforica". Para VIVANTE, Tratatto di diritto commerciale
li: Le società commerciali, 5ª ed., M i l ano, Vallardi, 1 923, p. 84, é "piu bri lhante che
sol ida''. RIPERT e ROBLOT, Traité de droit commercial 1, 1 S a ed., Paris, LGDJ, 1 993, pp.
584-585, demonstram a fragil idade da d ivisão, afirmando a possibilidade de transmissão
de partes na sociedade de pessoas e de restrição à ai ienação nas sociedades de capitais.
Para CAI LLAUD, L 'exclusion .. , cit., p. 96, a c lassificação perde seu caráter absoluto.
35 CRISTIANO, Sociedade limitada no Brasil, São Paulo, Malheiros, 1 998, p. 30, vê sentido lógico
e prático, "em determinadas hipóteses de lacuna legislativa ou de falta de clareza, para que o
intérprete possa definir com alguma segurança qual a legislação aplicável a certo tipo societário,
e qual a não aplicável". No mesmo sentido, ESTRELLA, Apuração dos haveres de sócio, 2ª ed.,
Rio de Janeiro, Forense, 1 992, p. 30, e LUCENA, Das sociedades por quotas.. ., cit., pp. 46-47.
36 Cf. FRANCO, "O triste fimdas sociedades limitadas no novo Código Civi l", ROM 1 23 (2001 ),
pp. 8 1 -85, à p. 85, nota 1 5 : "A visão da estrutura e da origem de um e de outro modelo
acionário, todavia, ordena que se mantenha a d istinção''.
37 Cf. Decreto-lei n. 852, de 1 1 de novembro de 1 938, art. 7º; Decreto-lei n. 1 .968, de 1 7 de janeiro
de 1 940, n. 1 4; Decreto n. 22.239, de 1 9 de dezembro de 1 932, art. 2º; Lei n. 5.764/7 1 , art. 4º.
38 A contribuição pode ser em d i nheiro, bens ou trabalho. Atualmente a contribuição
exclusiva em serviços só é possível nas sociedades simples (Código Civil, art. 997, V e
1 .006). No Código Comercial de 1 850, o revogado art. 287 também previa a tríplice
possibil idade d e contribuição, sendo a ú ltima forma aplicável somente ao sócio de
indústria nas sociedades de capital e indústria (arts. 3 1 7 e 32 1 , revogados).
39 Sobre intuitus personae nas sociedades de capitais e intuitus pecuniae nas sociedades
de pessoas, vide a anál ise de MAZEAUD, Le vote . ., c i t., pp. 232-260.
.
40 Cf. BORGES, Curso .. ., cit., p. 292: "É evidente que sendo presentes em qualquer socieda
de os dois elementos, capital e pessoas, a inclusão de uma sociedade nesta ou naquela
classe dependerá d a predominância de um sobre o outro elemento''.
40
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ExcLUSÃO DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÓNIMAS
mas também permite que o contrato social estipule a regência supletiva pelas regras da
sociedade anônima.
47 O mesmo ocorre com as sociedades em comanditas por ações, sendo i nsuficiente para
i nvalidar a c lassificação. Cf., entre outros, FARIA, Oa exclusão ... , cit., p. 1 5 ; LYON
CAEN, RENAULT e AMIAUD, Traité de droit commercial l i : Oes sociétés, parte l ª,
Paris, L G DJ, 1 92 6, p. 1 2 3; MACHADO, Problemas. . . , cit., p. 1 74, e CAI LLAU D,
L 'exclusion . , cit., p. 96.
..
44
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ExnusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÓNIMAS
1 . CONCEITO E I DENTIFICAÇÃO
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ExnusÃo DE Sócios NAS Soc1EDADES ANÔNIMAS
pode ser de maior valia do que a dos acionistas, ainda mais em mercado competitivo.
Quanto à composição, o caráter institucional ista do legislador foi bastante tímido, pela
admissão somente de acionistas e pessoas físicas, em lugar de aceitar também não
acionistas, pessoas jurídicas e representantes dos trabalhadores. A propósito, por todos,
cf. TOL EDO, O Conselho de Administração na sociedade anônima, São Paulo, Atlas,
1 997, pp. 78-84 e 1 02-1 06.
48
RE NATO VENTURA RIBEIRO
2 . ESPÉCIES
O vínculo intuitus personae revela-se de diversas formas nas so
ciedades, como apresentado a seguir.
57 Cf. /. 3 , 2 5 , 5 e C. 3 , 1 52 .
58 Cf. PERRINO, L e tecniche , cit., p. 202.
...
49
ExcLusÃo DE Sócios NAS SomDADES ANÓNIMAS
59 Cf. D. 1 7, 2 , 65, 9 e /. 3 , 2 5 , 5 .
60 CARVALHOSA, Comentários ... , cit., vol. IV, t. 1 , p. 42.
61 Cf., por todos, PENTEADO, Dissolução e liquidação de sociedades, 2ª ed., São Pau lo,
Saraiva, 2000, pp. 1 84-1 86.
62 Cf. Lei 6.404/76, art. 206, 11, "b", com a diferença de que a apuração da impossib i lidade
de preenchimento do fim comum é feita judicialmente. No entanto, isto não significa a
50
RENATO VENTURA RIBEIRO
exclusividade de via judicial para determi n ação da impossib i l idade do objetivo social,
podendo tal impedimento ser previsto estatutariamente, permitindo procedimento mais
rápido, além de ser talvez até mais confiável, dada a avença pelos próprios i nteressados.
63 Se a pessoa j urídica é d i sti nta da figura dos sócios, e não se admit i r que vicissitudes
pessoais dos sócios possam levar à extinção da sociedade, restam então duas soluções:
ou a ausência de personal idade juríd ica das sociedades intuitus personae, como ocor
re em a lguns casos na Alemanha e Itália, ou, caso constituam pessoas juríd icas, os
i nfortú nios pessoais serem apenas causa de alteração do contrato e não de d i ssolução.
64 Cf. CAMERLYNCK, De /'i ntuitus .. ., cit., p. 1 6. No d i reito brasi leiro, tal personal ização
não só é reconhecida, como alvo de críticas, como a sua i ncongruência com o caráter
i nstitucional conferido pela lei às companhias. Cf. CARVA LH OSA e LATOR RACA, Co
mentários . . ., cit., v. I l i , pp. 1 67-1 68; TOLEDO, O conselho . . , cit., p. 8 2 . N a lei brasi lei
.
51
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71 Sobre a compatibil idade entre capital aberto e víncu lo pessoal de acionistas, cf. item
3 . 2 abaixo.
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ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANóNIMAS
72 Nas sociedades por quotas de responsabilidade lim itada, o direito de retirada com maior
amplitude é forma de proteção ao sócio, sendo justificado pela maior dificu ldade de
cessão das quotas. Nas sociedades anônimas o direito de recesso é restrito em razão da
possibil idade do acionista descontente ter l iberdade e maior fac i l idade para alienar suas
ações. Por isto, em tese, o direito de retirada nas companhias é l i mitado às hipóteses que
podem originar uma desvalorização no preço das ações, pois pouco adianta o acionista
vender suas ações por valor mais baixo, em razão da del iberação da qual é dissidente.
Desta forma, conclui-se ser o d i reito de retirada forma de proteção ao acionista.
73 Cf. RIPERT, Aspects juridiques du capitalisme moderne, 2ª. ed., Paris, LGDJ, 1 95 1 , pp. 5 1 -53.
56
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74 Tal como denom i n ado por R I B EIRO, " Investimento estrangei ro n � mercado de capitais
brasi leiro", in Os negócios e o direito, F RANCO (coord.), São Pau lo, Maltese, 1 992, pp.
1 2 3-1 5 6, à p. 1 23 .
57
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75 Há mais de meio século, ASCAREL LI, Problemas . . , cit., p. 345, já havia diagnosticado
.
tal situação: " . . . o benefício da responsabil idade l i m itada levou também pequenas
emprêsas a constitui r-se como sociedades anônimas; multiplicaram-se as sociedades
anônimas fam i l iares; os negócios individuais se transformaram em sociedade anôni
ma, para faci litar assim a sua continuidade depois da morte dos fundadores, ou em
conseqüência desta; negócios i ndividuais constitu íram-se, por meio de óbvios artifíci
os, como sociedade anônima para gozar do benefício do exercício do comércio com
responsa b i l idade limitada. Nem sempre a existência da sociedade por quotas de res
ponsa b i l idade l i m itada exclui essa utilização da sociedade anônima".
76 RT l 82/454, 6 1 7/1 1 1 .
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ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANÔNIMAS
86 No art. 1 .0 5 7 do novo Código Civil, a anuência dos demais sócios para a l ienação de
quotas é mitigada, permiti ndo-se, n a omissão do contrato, a cessão das quotas a outro
sócio, sem a concordância dos demais, ou a estranho, se não houver a oposição de
titulares de mais de um quarto do capital social.
87 Para uma breve resenha, cf. COMPARATO, Direito empresarial. . , cit., pp. 1 58-1 59 .
.
64
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90 Sobre alguns dos problemas, COMPARATO, Direito empresarial.. ., cit., p. 1 60; PERRINO,
Le tecniche ... , cit., pp. 4 1 -54.
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92 Uma análise comparativa das sociedades anônimas fechadas e das sociedades l i mita
das no Rras i l é apresentada por M É LEGA, "As sociedades anônimas e as sociedades
por cotas de responsabil idade l i m i tada. Confronto de eventuais vantagens e desvanta
gens", ROM 25 (1 977), pp. 1 1 9-1 32.
93 Sobre as normas específicas para companhias fechadas, COMPARATO, "A natureza ... ",
cit., pp. 1 1 7- 1 1 9 e CARVALHOSA, Comentários ... , cit., 1 , pp. 3 2 - 3 3 .
67
ExcLUSÃO DE Sócios NAS Soc1EDADES ANÔNIMAS
94 No caso de pactos de acionistas, as cláusu las mais comuns dizem respeito à transmis
são de ações. Sobre o assunto, cf. 3 . 1 . 1 abaixo.
95 Cf. CAMERLYNCK, De /'l ntuitus ... , cit., p . 2 8.
96 Para COMPARATO, "Restrições ... ", cit., p. 66, diferenciando as "sociedades anônimas
de pessoas" das "sociedades anônimas de capitais", aponta como caracterlsticas pecu
l i ares das primeiras, além da l i mitação à c i rcu lação das ações (quer no estatuto, quer
em acordo de acionistas), o quórum mais elevado do que o legal para determi nadas
q uestões (tanto na assembléia geral quanto no conselho de admi nistração), conferindo
um poder de veto à mi noria; distribuição eqüitativa de cargos administrativos entre os
sócios e grupos de sócios e a solução arbitral de l itígios societários.
97 Cf. MAZEAUD, L e vote... , cit., pp. 238 e 269 e seguintes.
98 Para MORIN, " lntuitus. ", pp. 3 1 6-3 1 9, a oferta pública de aqu isição de ações é mani
..
68
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sócios. Quanto aos m inoritários, a aceitação da oferta nem sempre representa rejeição
ou falta de confiança pessoal nos controladores. O problema, na maioria das vezes,
parece ser econômico, representando oportu n idade para venda de ações sem liquidez
ou discordância não em relação à pessoa dos demais sócios, mas quanto à política a
ser adotada pela sociedade.
99 A propósito, vide 3 . 1 . 1 abaixo.
1 00 Como lembra ASCARELLI, Problemas . , cit., p. 1 5 1 , exempl i fi cando à nota n. 1 6 1 : "V.,
. .
por ex., os estatutos da "Società Italiana per la Propaganda Turística a l l ' Estero", Boi!.,
1 929, fase. 5 1 , pág. 30, cujo escopo é o de "esercitare al l'estero l a propaganda per la
valorizzazione turística ita l i ana", da "Società Etna", Boi/., 1 929, fase. 5 1 , pág. 1 45 ,
para a valorização turística do Etna; da "S.A. lmmobi liare Littorio i n Legnano", Boi!.,
1 929, fase. 5 1 , pág. 94, cujo escopo é o de erigir e administrar edifícios destinados ao
uso de i nstituições de caráter público, patriótico, etc., e cujos lucros podem ser destina
dos pela assembléia a objetivos morais ou patrióticos.".
69
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1rnAms ANôNIMAS
c i a das ações constitui d i reito essencial do acionista, embora não expressamente pre
visto em lei.
1 03 Para u m a visão de tal mudança, cf. RAY, L imitaciones... , cit., p. 32 e ss.; PRAT, Les
pactes d'actionnaires ... , cit., p. 6, e CARVALHOSA, Comentários. . , 1 , p. 2 62 e ss . .
.
1 04 Lei n. 6.404/76, art. 3 6, segu i ndo a orientação do art. 27, § 2º do diploma anterior e da
revogada Resolução Bacen 1 06, de 1 1 de dezembro de 1 968.
1 05 COMPARATO, na primeira edição de O poder de controle na sociedade anônima, São
Paulo, RT, 1 975, p. 1 54, opina pela proibição de qualquer l i mitação à c i rculação de
ações em companhia aberta, a contrario sensu da norma do di reito projetado de então,
que deu origem ao art. 36 da Lei 6.404/76. Posteriormente, o autor muda sua opinião,
afi rmando que a referida norma não comporta analogia, ou seja, não podem os estatu
tos de companhias abertas estabelecer restrição à c i rculação de ações, cf. O poder de
controle . , cit., 3a ed., p. 1 49. A revisão é pertinente. De acordo com o texto legal,
..
70
RENATO VENTURA RIBEIRO
71
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1EDADES ANôNIMAS
1 09 Cf., respectivamente, art. 262- 1 4, 1 7 e 1 5 , da lei das sociedades de 1 . 966, com nova
redação pela lei de 1 .994.
110 A clausola di gradimento é objeto de inúmeras críticas, como as de MESSI N EO, " La
c l ausola di gradi mento all'al ienazione delle azioni e di ritti inerente a l i a qual ità di sacio",
Riv. Soe. 5 ( 1 960), pp. 1 8-26. Decisões da Suprema Corte de Cassação italiana (ns.
2 . 365, de 1 5 .5 . 78, e 5. 567, de 2 5 . 1 0.82) declaram nula cláusu la estatutária atribui ndo
ao Conse l ho de Adm i n i stração poderes para autorizar ou não a transferência de ações.
A ú ltima deu origem à recomendação da CONSOB, em maio de 1 983, nos seguintes
termos: "Oggetto: c l ausola statutari a di grad imento. Si rende noto che qu esta
commisione, nel quadro di una generale riconsiderazione delle problematiche connesse
a l i a presenza sul mercato di titoli soggetti a l i m itazione di trasferimento, há ritenuto
pregi u d i zi a le, ai fi ni del l'ammissione a l i a quotazione, la ri moz ione delle clausole
statutarie che, come nel caso di codesta Banca, condizionanno l a trasferibi l ità dei le
azioni a i potere d i screzionale del l'organo di amm i n i strazione. L a determ i n azione
anzidetta si rico l lega a l ie esigenze connesse a l i a migl iore fu nzional ità dei mercato e
trova specifico supporto anche nella piu recente giu risprudenza della Suprema Corte
di Cassazione (sentenza n. 2 365 dei 1 5 maggio 1 978 e n. 5567 dei 25 ottobre 1 9 8 2 . "
Para ma iores detalhes, cf. bibl iografia referida p o r COL ETTA, Espropriazione s u quote
di società di capital!, Padova, CEDAM, 1 9 89, p. 20, nota n. 36, à p. 2 1 .
111 RIPERT, Traité. . , cit., p. 93 1 , com i ndicação bibliográfica e j u risprudencial, elenca a l
.
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112 Cf. CHAMPA U D, L e pouvoir de concentration de la société par actions, Paris, Si rey,
1 962, p. 3 1 ; PASCUAL, "Le personne physique . . . ", cit., p. 2 77. Para COMPARATO, O
poder de controle. . . , cit., p. 1 4 1 , a garantia do controle é a ú n ic a final idade das c láusu
las restritivas à transm issão de ações.
113 Ao contrário das sociedades de pessoas, nas quais a razão prática do intuitu personae
é o recíproco empenho e recíproca expectativa de uma válida e operosa colaboração,
com uma efetiva contribuição pessoal, em razão de capacidade, experiência ou garan
tias pessoais, como aponta DALMARTELLO, L 'esclusione. , cit., pp. 9 1 -94.
..
73
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SomDADEs ANóNIMAS
114 U m a exceção parcial é a lei alemã, cujo § 68.2, ao afirmar que o estatuto "pode"
i nd icar os motivos, confere apenas facu ldade de prever algumas hipóteses.
115 U m exemplo de excesso de poder discricionário aqui criticado é encontrado no d i reito
i ngles (Companies Actde 1 948, art. 28, a): "The directors may, i n their absolute discretion
and without assigni ng any reason therefor, decline to register any transfer of any share,
whether or not it is a fu l l y paid share".
74
RENATO VENTURA RIBEIRO
116 CARVALHOSA, Comentários. . . , cit., 1, p. 266, lembra algumas possibilidades: " . . . o es
tatuto deve especificar a favor de quem é outorgada a preferência e se haverá ordem
no seu exercício: assim, v.g., se a preferência é para a própria sociedade, já que pode
ela adqu i r i r suas próprias ações com reservas e saldos de lucros (art. 30); ou se a prefe
rência é para a generalidade dos acionistas, mediante critério de rateio proporcional às
ações possuídas; ou se ta l preempção somente poderá ser exercida pe los titu lares de,
v.g., 1 0% ou mais do capita l social; ou, a i nda, se a opção refere-se apenas às ações
votantes ou também às não votantes".
117 Para m aiores detalhes, vide CARVALHOSA, Comentários . , cit., 1 , pp. 2 66-269.
. .
75
ExnusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANôNIMAs
3 . 1 . 2 . PRESTAÇÕES ACESSÓRIAS
76
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ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1EDADEs ANôNIMAS
1 25 Por todos, cf. bibl iografia citada por COLETTA, Espropriazione , cit., p. 6, nota
... n. 1 2.
78
R ENATO VENTURA RIBEIRO
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ExcLUSÃO DE Sócios NAS SornDADES ANÓNIMAS
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3 . 3 . As COMPANHIAS FAMILIARES
1 28 Sobre o conceito e elementos de sociedade fami l iar, cf. B EISSWI N G E RT, Die franzósische
société anonyme ais Familiengesellschaft, tese, Regensburg, 1 997, pp. 3-7.
1 29 O conceito de sociedade fami l iar para ASCARELLI, Problemas . . , cit., p. 346, nota n .
.
1 00, parece ser bem m a i s amplo, abrangendo a s sociedades c o m poucos sócios, rela
cionados entre si, não necessariamente por laços fami l i a res.
1 30 A idéia de laços fam i l iares é mais abrangente do que o conceito j u rídico de parentesco,
decorrente dos arts. 330, 3 3 1 e 333 do Código Civ i l .
1 31 A propósito, cf. S IMON ETTO, " L ' impresa fam i l i a re, dubbi i nterpretative e l acuna
normative", Riv. Soe. 2 1 ( 1 976), 3-4, pp. 505-5 2 5 .
1 32 Cf. S IMON ETTO, "L'impresa fami liare . . . ", cit., p. 5 1 9.
1 33 Codice civile, art. 230 bis.
81
ExcLusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANóNIMAs
PERSONAE
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1 34 Para uma breve visão da manifestação do vínculo intuitus personae nas sociedades
romanas e medievais, d. Parte li, Capítu lo li, ns. 1 e 2, abaixo.
83
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SocirnADES ANÓN IMAS
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ExcLUSÃO DE Sócios NAS Soc1mADES ANÔNIMAS
nografias para cada visão. Pela limitação do tema e espaço, serão abor
dados sucintamente os principais tópicos da matéria, evitando repe
tições sobre a velha discussão sobre o caráter jurídico das sociedades,
e com atenção centrada nos aspectos necessários para exame da ex
clusão nas companhias.
4 . 1 . TEORIAS CONTRATUALISTAS
2 5 5 -3 1 2, e bibl iografia i nd icada por PERRI NO, Le tecniche. . . , cit., p. 1 1 4, nota n. 1 36.
1 38 Sobre a distinção entre vícios do contrato e vícios das adesões i ndividuais, cf. ASCARELLI,
Problemas. . . , cit., p. 287, com exemplos.
1 39 Apesar da util ização do termo "adesão", o contrato plurilateral não é, necessariamente,
contrato de adesão, pela possibilidade das múltiplas partes discutirem seu conteúdo.
86
RENATO VENTURA RIBEIRO
trato, como nos contratos normais, tem por efeito a resolução parcial
em relação à adesão da parte inadimplemente. Aos contratos plurila
terais não se aplica o princípio da exceptio inadimplenti contractus dos
contratos bilaterais: a inadimplência de um dos contratantes não de
sobriga os demais.
O contrato plurilateral, em contraposição aos contratos de per
muta, tem por função instrumental disciplinar a organização dos bens
para alcançar o fim comum almejado14º . A obrigação de cada parte é
para com todas as outras, para atender à finalidade comum. Em ra
zão de suas regras como contrato de organização, permite a tomada
de decisões pela maioria.
A grande crítica à teoria contratualista diz respeito ao acordo de
vontades, que caracteriza o contrato. Primeiro, pela possibilidade de
múltiplos interesses divergentes entre os sócios, durante a existência
do contrato141 , como na repartição de lucros e tomada de decisões
quanto aos negócios a serem efetuados pela sociedade (ex. : gestão
mais arrojada ou mais conservadora) . Há o interesse comum das par
tes no máximo lucro da sociedade, mas pode haver divergências na
forma de obtê-lo. Além disto, cada sócio pode ter em vista não maior
lucro da sociedade (a ser distribuído por todos), mas o seu máximo
proveito individual, com o mínimo desembolso de esforços.
Outro problema é a possibilidade de alteração da vontade inicial
pela maioria, podendo acarretar situação não desejada por sócios no
ingresso na sociedade.
Contra tal mudança, nas sociedades contratuais do Código Co
mercial tem-se a possibilidade do pedido de dissolução e nas limita
das, também o direito de retirada. Havendo desacordo de um sócio, há
pp. 2 7 1 -274.
141 Ao contrário do que precon i za VIVANTE, Tratatto. . , cit., p . 303, para quem o s i n teres
.
87
EXCLUSÃO DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÓNIMAS
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ExcLusÃo DE Sócios NAS SornDADES ANôNIMAS
4 . 2 . TEORIAS INSTITUCIONALISTAS
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91
ExnusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADEs ANÓN IMAS
nada à atividade comu m : "Si parla, altresl, di organizzazione ( ... ) come complesso d i
regale del l'attività, relative cioé a l i a programmazione degli obiettivi, d e l le modal ità d i
esercizio, dei meccanismi di desti nazione e percezione, da parte d e i membri d e i gruppo,
dei risultati dell"ttività comune i ndividuara ai nucleo dei fenomeno associativo".
1 54 Sobre o conceito e importância da atividade comum nas sociedades, SENA, "Contralto di
società e comunione di scopo", Riv. Soe. 1 ( 1 956), 4-5, pp. 730-746; FERRO-LUZZI, /
contratti associativi, cit., pp. 1 88-2 1 5 e 242-279; SPADA, La tipicità dei/e società, Padova,
CEDAM, 1 974, pp. 1 27-1 8 1 ; ANGELICI, La società nu/la, Mil ano, Giuffré, pp. 55 e 89 e ss ..
92
R ENATO VENTURA RIB EIRO
155 Sobre a relevâ n c i a d a atividade n a d istinção entre sociedade e com u nhão, cf.
P ESCATORE, A ttività e comunione nelle strutture societarie, M i lano, G i u ffre, 1 974, pp.
92-1 1 4 e 1 29-1 50, e SPADA, La tipicità . .. , cit., pp. 2 0 1 -2 1 6.
1 56 Para uma nova visão do interesse social, cf. SALOMÃO F ILHO, O novo direito societário,
São Paulo, Malheiros, 1 998, p. 1 3 e ss.
93
ExnusÃo DE Sócios NAS Soc1EDADES ANÓNIMAS
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4 . 5 . NOSSA POSIÇÃO
95
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADEs ANôNIMAS
Aktiengesellschaft, cit., p. 4: "Damit ist in der personal istischen Ahtiengesel l schaft das
Spannu ngsverhaltnis zwischen dem Wunsch der Gese l lschafter nach Gestaltu ngsfreiheit
und der aktienrechtl i chen Formenstrenge vorgezeichnet"
96
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97
Parte II - Fundamentos
da Exclusão de Sócio
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1 67 A hi pótese de elimi nação parcial da participação social apl ica-se nos casos de sócio
remisso. Se, por exemplo, um acion ista subscreve novas ações e não as i ntegraliza no
prazo, sofre os efeitos da exclusão somente em relação aos títulos não i ntegralizados.
1 68 Como defi nem, entre outros, L É GAL e BR E T H E DE LA G R ESSAYE, L e pouvoir
disciplinaire . , cit., p. 2 1 4.
..
1 69 Pela dist i nção entre exclusão e expu lsão, COMPARATO, "Exclusão de sócio nas socie
dades por cotas . . . ", cit., p. 46.
1 01
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÔNIMAS
1 70 Parte da doutri na entende não ser a exclusão automática exclusão em sentido técnico,
quer por não haver deliberação dos sócios (G RAZIANI, Diritto dei/e società, 2ª ed.,
Napoli, Morano, 1 952, p. 70), quer por haver proteção de interesses estranhos à socie
dade (PERRINO, Le tecniche ... , cit., p. 2 2 2, nota n. 87).
1 71 Cf. nota acima.
1 72 Sobre a diferenciação, GRUN EWALD, Der Aussch!uB. . . , cit., p. 2 9 1 . Em especial sobre
a exclusão i n d i reta, R E I N I SCH, Der Ausschluss ... , cit., p. 1 3 1 e ss.
1 02
RENATO VENTURA RIBEIRO
44, e I N NOCENTI, L 'esclusione . . . , c it., p. 74, vêem final idades e pri ncípios opostos nas
d i ssoluções total e parcial.
1 74 CF. LUCE NA, Das sociedades por quotas ... , cit., p. 636.
1 03
ExcLusÃo DE Sócios NAS SocirnADEs ANÓNIMAS
4. D ESPEDI DA E SAÍDA
1 75 Sobre a relação entre d issolução e exclusão, vide DALMARTEL LO, L 'esclusione. . . , cit.,
pp. 1 8- 1 9.
1 76 Pela diferença entre os princípios da exclusão e da dissolução, cf. MOSSA, Trattato dei
nuovo diritto commerciale l i : società commerciale personali, Padova, CEDAM, 1 95 1 ,
p. 324.
1 77 Para os contratualistas, a dissolução da sociedade e a exclusão de sócio tem como
fundamento ú n ico a resolução do contrato, embora com efeitos diversos, a primeira
d i sso lve e a segu n d a co nserv a a soc i ed a d e . Por todos, cf. D A LMARTE L LO,
L 'esclusione . . , cit., p. 1 06.
.
1 78 Como exemplos de uti l ização do conceito de "despedi r", Constituição Federal, art. 7º,
1 e Consolidação das Leis Trabalhistas, art. 479; já o termo "demissão" é encontrado no
artigo 477, § 1 º e § 6º, "b". Na doutrina, por todos, NASCIMENTO, Iniciação ao direito
do trabalho, 2 1 ª ed., São Paulo, LTr, 1 994, p. 3 79.
1 04
R ENATO VENTURA RIBEIRO
1 . DIREITO ROMANO
1 79 Porém, para TEIXEIRA, Das sociedades por quotas. . , cit., p. 2 7 2 , a noção de despedida
.
1 05
ExcLusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANóNIMAS
1 86 Ao contrário de hoje, no d i reito romano não há a disti nção entre dissolução, liqu ida
ção e extinção. Para a liquidação, uti l izava-se a actio pro sacio, cf. ARANG IO-RU IZ,
L a società in diritto romano, Napo l i , Jovene, 1 9 50, p. 1 73 e ss; TALAMANCA,
Enciclopedia dei Diritto X L l l , M i lano, G iuffrê, 1 990, verbete "Società (di ritto romano)",
pp. 8 1 4-860, em especial, pp. 850-854.
1 87 Para a doutrina romanística majoritária, ao menos a societas omnium bonorum teve
origem no consórcio fami l i a r (consortium ereto non cito), formado pelos herdei ros que,
após o falecimento do paterfami/ias, conservavam o patrimônio, explorando-o em co
mum. A evolução do consórcio fam i l i a r para o contrato de sociedade passa por duas
etapas. Inicialmente, há a i ntrodução do elemento vontade, com a existência de uma
sociedade consensual, regu lada pelo ius gentium. Após, admite-se a partici pação de
terceiros, não fami l iares, numa segu nda forma de sociedade que podi a ser criada pelo
mero consentimento das partes, através de uma legis actio (G. 3, 1 54-b). Para uma
v i são da origem da societas romana, cf. R I B E I RO, Societas . ., cit., pp. 62-68, com indi
.
1 06
RENATO VENTURA RIBEIRO
a finalidade do instituto é evitar que o devedor seja privado dos meios indispensáveis à sua
sobrevivência, motivo pelo qual abrange todas as sociedades, cf. ARANGIO-RU IZ, La società. .. ,
cit., p. 1 83, e ALVES, Direito romano l i , 5a ed., Rio de Janeiro, Forense, 1 995, p. 38.
1 94 D. 1 7, 2, 4 pr. e C. 3, 1 54.
1 95 Vide textos mencionados na nota n. 1 81 supra. Por isto, j ustifica-se também a d i sso lu
ção da sociedade quando cada sócio atua por si, i nd icando a falta de affectio societatis,
como aponta D. 1 7, 2, 64.
1 96 D. 1 7, 2 , 5 2 , 6 .
1 97 D. 1 7, 2, 3 1 e 3 2 ; D. 1 7, 2, 37; D. 1 7, 2, 44; G. 3, 1 5 1 ; C. 4, 37, 2.
1 98 Cf. DALMARTELLO, L 'esclusione. ., cit., pp. 2-3; PERRI NO, Le tecniche .. ., cit., p. 6 1 , nota 2.
.
1 07
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1EDADEs ANôNIMAS
204 D. 1 7, 2, 65 pr. Para CANCELLI, Novissimo Digesto Italiano XVII, Torino, UTET, 1 970, p.
2 2 1 e ss, à p. 5 1 3, a extinção ex actione não é necessariamente procedimento judicial e
sim fórmula que pode ser tanto negocial quanto processual. A extinção da sociedade atra
vés da actio pro sacio é bastante questionada, a começar pelo fato de MODE5TI NO, em D.
1 7, 2, 4 não mencioná-la na enumeração das causas. ARANGIO-RUIZ, La società . . , cit,.
pp. 1 74-1 79, sintetiza a opi n i ão dos críticos, alegando d iversas razões: suspeita de
i nterpolação de O. 1 7, 2, 65 pr; que a vontade interna só é característica da doutrina pós
clássica e a extinção depende de uma declaração; se o sócio pode renunciar, não se
justifica a existência de forma i ndireta; o fato do Direito regular duas situações jurídicas
d iversas, como a extinção da obligatio ex contractu por efeito da litis contestatio e a
renuntiatio como formas de extinção da sociedade e a ausência de fórmulas processuais.
205 Cf. /. 3, 25, 5 e C. 3, 1 52 .
206 /. 3, 25, 8; O. 1 7, 2, 3 5; O. 1 7, 2, 59, pr. e 1 , e C. 3, 1 5 3 .
207 D. 1 7, 2, 5 9 pr.
208 O. 1 7, 2, 65, 9 e /. 3, 25, 5 .
209 O. 1 7, 2, 3 5 pr; O. 1 7, 2, 52, 9; D. 1 7, 2, 59, pr.
21O Cf. BRINZ, Lehrbuch der Pandekten, citado e apoiado por DALMARTELLO, L 'esclusione.. .,
cit., p. 4; VILLAVERDE, La exclusión .. , cit., p. 3 1 . Não obstante falar-se em princípio
.
conservativo, parece que a finalidade da regra não é a proteção da empresa, mas a razão
prática de evitar que os sócios remanescentes tenham que constituir nova sociedade.
21 1 As societas publicanorum eram formadas por publicanos, agentes do Tesouro encarre
gados do l ançamento e da arrecadação de tributos. Representam uma espécie particu
lar no direito romano, apresentando diversas características peculiares, que se aproximam
1 08
R ENATO VENTURA RIBEIRO
das atuais companhias, como personalidade jurídica. No entanto, a matéria não é pacífica na
doutrina, como aponta CIMMA, Ricerche sul/e società di publicani, Mi lano, Giuffre, 1 98 1 , p.
1 63 e ss., que nega a personalidade jurídica na época republicana, mas não descarta a possibi
lidade de desenvolvimento de embrião (personalidade incipiente), dados alguns fatores, como
o caráter representativo do magistere dos decumani - membros de um conselho de adminis
tração, a não extinção pelo falecimento de sócio, a incomunicabilidade dos bens da socieda
de e dos sócios, o que demonstra uma limitação na responsabilidade individual e a possibili
dade de alienação das partes sociais a terceiros (CICERO, P. Vat. interr., 1 2, 29; pro Rab. Post.
2, 4). Sua administração é confiada anualmente a um ou mais magistri, que cuidam da gestão
dos negócios sociais, sendo assistidos por conselho administrativo composto por certo número
de sócios principes et quasi senatores publicanorum (CICERO, in Verr. 2, 2, 7 1 , 1 75).
-
1 09
EXCLUSÃO DE SóCIOS NAS SOCIEDADES ANÔN IMAS
2 . 1 DADE MÉDIA
217 0. 1 7, 2, 1 4, ao fi n a l .
218 O. 1 7, 2 , 65, 3 .
219 O. 1 7, 2 , 1 7, 1 ; D. 1 7, 2 , 2 . Quando o sócio deva se ausentar por longo período em razão
de causa pública, ele só poderá administrar a sociedade através de outra pessoa, desde
que seja muito solvente (o sócio) ou fáci l a gestão da sociedade por outro (O. 1 7, 2, 1 6).
220 O. 1 7, 2, 65, 5 .
221 Sobre a sociedade fam i l iar medieval, cf. VILLAVERDE, L a exclusión . , cit., p. 3 3 e ss . .
. .
110
RENATO VENTURA RIBEIRO
111
ExcLusÃo DE Sócios NAS SomDADEs ANÔNIMAS
apud DUQUESNOY, La dissolution des sociétés pour justes motifs: étude de /'article
7877 du Code Civil, L i l le, G iard, 1 92 6, pp. 3 1 6- 3 1 7. FELICIUS, Tractatus de Societate,
Veneza, 1 6 1 O, apud DALMARTELLO, L 'esclusione . . ., cit., p. 1 97, fal a em afastamento
do socius rixosus.
227 A llgemeines Landrecht für die Preussischen Staaten, "§ 2 7 3 . E i n M itglied, welches sich
der Erfü l lu ng sei ner Pflichten beharrlich entzieht, kann noch vor Ablauf der Zeit, oder
von Beendigung des Geschafts, von der Gesel lschaft ausgeschlossen werden.
§ 2 74. Noch mehr ist die Gesellschaft dazu berechtig wenn ein Mitglied betrüglich
gegen d i eselbe gehandelt hat, ais ein Verbrecher bestraff, oder für e i n verschwender
gerichtlich erklart worden ist.".
228 Allgemeines bürgerliches Cesetzbuch für das kaiserthum Ôsterreich: "§ 1 .2 1 O . Wen n
e i n M itgl ied die wesentlichen Bedingu ngen des Vertrages n icht erfü l let; wenn e s i n
Concurs verfal l t; a i s Verschwender gerichtlich erklaret, oder überhaupt u nter d i e Cu ratei
gesetz w i rd; wen n es durch e i n Verbrechen das Vertrauen verliert; so kann es vor Ablauf
der Zeit von der Gesellschaft ausgeschlossen werden.".
229 Sobre a d iscip l i na do i nstituto nas l e i s pioneiras e sua i nfluência n o d i reito germânico,
cf. G R U N EWALD, Der AusschluB ... , cit., p. 1 9 e ss.
230 Cf. DALMARTELLO, L 'esclusione. ., cit., p p . 1 3- 1 4; PERRI NO, Le tecniche .. ., cit., p .
.
70, nota 2 3 .
231 Para maiores detalhes, cf. DALMARTELLO, L 'esc!usione. , cit., pp. 1 8-27; V I LLAVERDE,
..
112
R ENATO VENTURA RIBEIRO
4 . 1 . DIREITO ALEMÃO
232 Para uma resenha da evolução do i nstituto no d i reito alemão, GRUN EWALD, Der
AusschluB. . ., cit., p. 1 9 e ss.
1 13
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1EDADES ANÓNIMAS
1 14
R ENATO VENTURA RI BEIRO
240 Eis seu texto: "Art. 326. Puede rescindi rse e l contrato de compafíia mercantil parcial
mente: 1 ) Cuando un sacio usa de los capitales comunes y de la firma social para
negocios por cuenta propia; 2) lntroduciéndose á ejercer funciones administrativas de
l a compafíia el sacio á quien no completa hacerlas segun los pactos dei contrato de
sociedad. 3) S i a lg u n sac i o adm i n istrador cometiere fraude en l a administracion ó
115
'·
116
R ENATO VENTURA RIBEIRO
117
ExnusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANàNIMAS
1 18
R ENATO VENTURA RIBEIRO
4 . 3 . DIREITO ITALIANO
249 A doutrina italiana mais antiga tende a defender a taxatividade das hipóteses legais e conven
cionais, em razão da supressão da expressão "em geral" no art. 1 86 do Código Comercial de
1 .882, em comparação com o art. 1 24 do Código de 1 .865 (por todos, cf. CALAMANDREI,
Dei/e società e dei/e associazioni commerciali: commento ai libra 1, tito/o IX dei nuovo
Codice di Commercio Italiano 1, Torino, UTET, 1 884, p. 2 1 9). Porém, a expressão foi retira
da por ser supérflua, podendo o sócio ser excluído por grave inadimplemento, pois o elen
co é exemplificativo, como aponta DALMARTELLO, L 'esclusione... , cit., p. 1 8 e nota n. 36.
Ainda defendendo a interpretação extensiva, RAMELLA "Dell'esclusione dei soei nelle società
ed associazioni", li Diritto Commerciale, Serie li, 6 (1 9 1 4), parte 2•, pp. 5 1 -63, à p. 58; DE
G REGORIO, Codice di commercio commentato IV: Dei/e società e dei/e associazioni
commerciali, 6ª ed., Torino, UTET, 1 938, p. 638.
1 19
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SomDADEs ANÔNIMAS
250 Na Françà as sociedades comerciais são disciplinadas n o Código Civil, conforme disposto no
artigo 1 8 do Código Comercial de 1 .807, prevendo que o contrato de sociedade será regula
do pelo direito civil, pelas leis particulares do comércio e pelas convenções das partes.
251 Como exemplos de regras oriundas d o d i reito romano, tem-se a dissolução d a socieda
de no caso de morte de um sócio, exceto por convenção em sentido contrário (art.
1 865, 3 e 1 .868), em grave alteração do estado pessoal do sócio (art. 1 .865, 4 ou 5) e,
nas sociedades a termo, quando houver j usta causa, como i nadimplemento ou i ncapa
cidade para gestão dos negócios sociais (art. 1 .8 7 1 ).
252 Cf. arts. 1 .865, 3 e 4 , 1 .868 e 1 .871 . O art. 1 .865 prevê a dissolução da sociedade nos casos
de falência e i nterdição. No caso de falecimento de sócio, se convencionado entre as partes,
a sociedade pode continuar com seus sobreviventes (art. 1 .868), constituindo modo de exclu
são convencional de pleno direito, cf. CAILLAUD, L 'exclusion. , cit., p. 1 01 e ss, em especial
..
pp. 1 1 2-1 1 3 . Apesar da classificação, somente a hipótese do art. 1 .865 é caso de exclusão,
pois o art. 1 .868 trata de dissolução. Parece não haver incoerência do art. 1 .865 nem com o
art. 1 .868, nem com o espírito do Código, que não cuida de exclusão de sócio. A previsão de
continuidade da sociedade com os sócios remanescentes é de nítida inspiração romanística.
E o não reconhecimento da exclusão pelo Código, assim como no direito romano, não con
tradiz com a regra da continuidade da sociedade com os demais sócios. Possível incoerência
é tratar de forma distinta os casos de falecimento e i nterdição. Talvez a intenção do legislador
fosse separar o termo final da vida de outras vicissitudes nas quais o sócio permanece em
vida, embora não possa mais atuar na sociedade, justificando a dissolução.
253 As sociedades de capital variável, d isciplinadas n o Títu lo I l i da L e i de 24 de julho d e
1 867, são aquelas cujo contrato o u estatuto prevêem a possibi l idade de variação do
1 20
R ENATO VENTURA RIBEIRO
estatuto (art. 52, 2, 1), desde que determinada pela maioria em assem
bléia geral (e não por outros órgãos)254 e motivada255 • Foi seguida pela
lei belga das sociedades comerciais de 1 8 de maio de 1.873, também
permitindo a exclusão somente no caso de sociedades de capital variá
vel, mas mesmo quando não prevista no contrato social, no caso de
inadimplemento das obrigações contratuais (arts. 88, 2º, 89, 2º, 91, 95).
A doutrina francesa mais antiga sempre apresentou forte objeção ao
instituto da exclusão, entendendo somente ser possível nas sociedades de
capital variável, em virtude da referida lei256 • Mas a previsão legal somente
àquelas sociedades não autoriza a interpretação de que haja vedação nas
demais, sob pena de se entender que é proibido tudo o que não é permiti
do por lei, hermenêutica contrária aos ideais de liberdade da própria Re
volução Francesa. E, com base no princípio da liberdade das convenções, a
jurisprudência e a doutrina aceitam pactos de exclusão257, inclusive em
capital social, quer por aumento (feito pelos sócios ou pelo i ngresso de outros) ou
redução, geralmente ocasionada pela saída de sócio, justificando a poss i b i l idade de
exclusão. A c l áusula de capital variável era permitida em qualquer t i po de sociedade
(art. 48, ai. 1 ), tendo como l imite a observância ao capital m ín imo determi nado. Para
breve visão, cf. RIPERT, Traité. . , cit., p. 1 .2 2 4 e ss.
.
257 A decisão da Corte d e Cassação Civil d e 1 0.4.1 854 (5., 1 85 5 , 1 .672) parece ter tido
influência decisiva, sendo �eguida de outras citadas por CAI LLAU D, L 'exclusión ... , cit.,
p. 242, nota n. 4. Na doutrina, cf. BAU DRY-LACANTINERIE e WAH L, Traité théorique et
pratique de droit civil IX: de la société, du prêt, du dépot, 2ª ed., Paris, Larose, 1 900, p.
2 70; ARTH UYS, Traité des sociétés commerciales li, 3ª ed., Paris, Sirey, 1 9 1 7, p. 428;
121
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SornDADEs ANÔNIMAS
1 22
RENATO VENTURA RIBEIRO
2 62 Sobre o assunto e com exemplos, cf. COZIAN e VIANDER, Droit des sociétés, 9• ed.,
Paris, Litec, 1 996, pp. 409-41 O.
1 23
ExnusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANÓN IMAS
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1 25
ExcLusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÔNIMAS
1 26
RENATO VENTURA RIBEIRO
Como o art. 339 não exigia previsão contratual, mas tão somen
te justa causa, mais recentemente é admitida a exclusão na falta de
pacto expresso, quer pela ocorrência de motivo grave269 ou com
MEN DONÇA, Tratado. . . , cit., p. 1 49; FERREIRA, Sociedades por quotas, cit., p. 1 2 1 , Com
pêndio... , cit., p. 1 29, Tratado ..., cit., p. 1 60; PEIXOTO, A sociedade por cotas de responsa
bilidade limitada: doutrina, jurisprudência, legislação e prática 1, 2ª ed., Rio de Janeiro,
Forense, 1 958, p. 2 76; MIRANDA, Tratado de direito privado: Parte especial XLIX: Contrato
de sociedade. Sociedades de pessoas, 3a ed., reimpressão, Rio de Janeiro, Borsoi, 1 972, p.
1 36; BATALHA, Direito processual societário, Rio de Janeiro, Forense, 1 986, p. 23 1 . REALE,
"A exclusão de sócios ... ", cit., à p. 462, opina pela desnecessidade de cláusula contratual,
em caso de exclusão judicial. Na jurisprudência, STF-Ag. 1 8.380, j. 2 7 . 1 1 .56, DJU 22.4.57,
p. 1 . 1 68 (caso de sociedade civil), O Direito 4/3 1 O, RT 1 64/248, 1 66/845.
Atribui-se a paternidade da idéia a MENDONÇA, o que é um equívoco, pois tal posi
ção já foi defendida anteriormente. Para MARTI NS, "A exclusão de sócio ... ", cit., p.
1 32, M E N DONÇA não se manifestou pela obrigatoriedade de cláusula contratual, ape
nas opinou pela lic itude de tal avença. No entanto, o tratadista, na obra e página acima
citadas, afirma: "A exclusão do sócio póde dar-se nos casos segui ntes: ( ... ), 3º Se fôr
pactuado no contracto social que a maioria dos socios póde destituir ou excluir qual
quer del les em dadas c i rcunstâncias". Da leitura, vê-se que o autor aponta as hipóteses
de exclusão, sendo as duas primeiras legais e a terceira, mediante convenção contratual.
269 U m dos autores pioneiros a defender tal posição foi FERRE I RA, em razões de apelação
(RF 1 1 7/476, à p. 482), inclusive reformu lando opinião anteriormente defendida. Cf.
também T E I X E I RA, Das sociedades por quotas... , cit., pp. 2 74-275; PEIXOTO, A socie
dade por cotas. , cit., pp. 2 7 7-278; L EME, "Sociedade por quotas . . . ", c i t., p. 1 0 1 ; PI
..
1 27
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SornDADEs ANÓNIMAS
Pela necessidade da via judicial, cf. REQU IÃO, A preservação da sociedade ... , cit., p.
206, COMPARATO, "Sociedade por quotas ... ", cit., pp. 33-39 e CRISTIANO, Socieda
de limitada . . . , cit., pp. 1 88-1 89, entendendo o ú ltimo quem a exclusão de sócio deve
ocorrer por via judicial ou mediante distrato e não por a lteração do contrato soc i a l .
Em sentido contrário à exclusão de sócio sem prévia estipulação legal ou contratual,
B EVI L Á CQUA, " N u l idade de clausula de contracto socia l . Exclusão de socio", Solu
ções praticas de direito, Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1 929, pp. 2 6 7-269; COSTA,
"Modificação do contrato da sociedade limitada por maioria de capital", ROM 25 ( 1 977),
pp. 77-87, às pp. 86-87, e BATALHA, Direito processual... , cit., p . 2 3 1 , para quem a
expressão "causa justificada" do art. 339 do Código Comercial não confere d i reito de
exclusão de sócio em hipóteses não previstas na lei ou no contrato.
M I RAN DA, Tratado . , cit., p. 1 36, somente admite a exclusão de sócio sem c láusu la
..
expressa nos casos justificadores de dissolução da sociedade, pois "quem pode o mais
pode o menos".
2 70 Cf. FARIA, Pareceres .. , cit., p. 1 1 6 (vide também nota anterior sobre a posição do
.
autor); REQU IÃO, A preservação da sociedade ... , cit., pp. 250-257 e 269; AZEVEDO,
Dissociação. . . , cit., p. 1 2 7; COMPARATO, "Sociedade por quotas ... ", cit., pp. 3 3-39;
FONSECA, "A exc lusão de sócio da sociedade por quotas de responsabil idade l i m itada
no d i reito brasileiro", i n Sociedade por quotas de responsabilidade limitada, São Pau lo,
AASP, 1 987, pp. 69-83, às pp. 75-76, "Dissolução total", cit., p. 70 e Dissolução parci
al .. ., cit., pp. 4 7-52; GOMES, "Exclusão de sócio . . . ", cit., pp. 244-245; LATORRACA,
Exclusão de sócios... , cit., p. 1 O; LEÃES, "Exclusão extrajudicial. .. ", cit., pp. 88-89;
L U CENA, Das sociedades por quotas... , cit., pp. 600-601 .
271 N a j u risprudência, decisões i lustrativas estão e m RTJ 70/777, 85/742, 1 28/886, à p . 902
(=RT640/242); RSTJ 28/454, 1 03/240; REsp. 26.950-0/DF, 4ª T., rei. Min. Torreão B raz, j.
8.1 1 .93, DJU 6 . 1 2 .93, p. 26.666; REsp. 33.670-7/SP, 3a T., DJU 2 7.9.93, p. 1 9.820; RMS
8.1 1 0-SP, rei. Min. B arros Monteiro, j . 23 .9.97, DJU 1 0. 1 1 .97, p. 5 7.767; RT 4 5 1 /1 5 1 ,
5 1 0/1 3 1 , 5 1 6/1 1 4, 61 9/1 94 (=RF 298/2 5 1 ), 63 1/1 22, 705/1 1 7, 475/1 2 1 e 768/2 1 3, os
dois últimos tratando de sociedades civis; RJTJESP-Lex 1 38/2 74; JTJ-Lex 1 48/2 1 1 ; julga
dos do TACivSP-Lex 20/9 1 , 4 1 /262. Pela possibilidade de exclusão de sócio, mas somen
te mediante decisão judicial, RTJ 1 1 8/400 (=RT 6 1 1 /2 75). Em sentido contrário, pouco
antes da promulgação da lei de registro empresarial, ju lgados do Tribunal de Justiça de
São Paulo, Emb. i nf. n . 1 64.462-2, j. 8. 1 0.9 1 ; Ap. Civ. n. 1 99 . 1 25-2, j. 30. 1 1 .93.
272 Cf. COMPARATO, "Sociedade por quotas ... ", cit., p. 39.
1 28
RENATO VENTURA RIBEIRO
1 29
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1EDADES ANôNIMAs
2 76 Cf. REsp. 26.95 0-0/DF, 4ª T., re i . Min. Torreão Braz, j. 8. 1 1 .93, OJU 6 . 1 2 .93, p. 26.666;
REsp. 1 5 1 .838-PE, 3ª T., rei. Min. Carlos Alberto Direito, OJU 8 . 1 0.01 , p. 2 1 O.
277 Cf. R Esp. 1 5 1 .838-PE, 3ª T., rei. Min. Carlos Alberto D i reito, DJU 8 . 1 0.01 , p. 21 O.
278 Conforme a Lei 8.934/94, são possíveis três recursos, a serem interpostos no prazo de
dez dias da publicação do ato gerador da interposição: pedido de reconsideração,
recurso ao plenário e recurso ao Min istro de Estado da I ndústria e Comércio. Ao exclu
ído, é possível a i nterposição dos dois ú l timos. O primeiro pode ser interposto pela
sociedade, no caso de i ndeferimento do arquivamento da deci são da sociedade.
279 É o caso do Projeto de T E I X E I RA DE FREITAS, Esbôço de Código Civil, que será exami
nado no Cap. IV, 2.7 abaixo.
280 O texto original do artigo previa a possibil idade de exclusão também na omissão do
estatuto, bem como recurso à assembléia geral. Ei-la:
1 30
R ENATO VENTURA RIBEIRO
131
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANôNIMAS
282 Para breve análise da exclusão de sócio no novo Código Civil, d. GU IMARÃES, "Exclusão
de sócio em sociedades l imitadas no novo Código Civil", ROM 1 29 (2003), pp. 1 08-1 20.
1 32
R ENATO VENTURA RIBEIRO
283 Através de nova redação do art. 1 .030: "Art. 1 .030. Ressalvado o d isposto no art. 1 .004
e seu parágrafo único, pode o sócio ser excl u ído, por deliberação dos sócios, tomada
por maioria absoluta de votos, se verificada justa causa prevista no contrato social, falta
grave no cumprimento de suas obrigações ou, ai nda, i ncapacidade superveniente''. O
texto original prevê a exclusão j ud icial do sócio. Com a redação proposta, conjugada
com a a lteração sugerida no art. 1 .085 (cf. nota acima), havendo ou não previsão
contratual, poderá ser feita a exclusão extraj udicial de sócio minoritário, desde que
haja deliberação por maioria absoluta de votos. Não se faz referência à exclusão de
sócio majoritário, pelo que deve ser entendido que sua exclusão somente será possível
judicialmente, assim como nas sociedades com dois sócios com igual participação.
2 84 Isto mediante nova redação proposta ao art. 1 .085: "Art. 1 .085 . A exclusão de sócio
somente será admitida nas hipóteses expressamente previstas no contrato social e, sen
do este omisso, poderão os sócios, desde que representem mais da metade do capital
social, del iberar a exclusão por j usta causa, fundamentando as razões de sua decisão".
2 85 A ser feita mediante alteração do parágrafo único do art. 1 .026 para: "Parágrafo único. Se a
sociedade não estiver dissolvida, pode o credor requerer a liquidação da quota do devedor,
cabendo ao juiz decidir, depois de ouvida a sociedade. Em caso de decisão pela liquidação
total ou parcial da quota, o seu valor será apurado na forma do art. 1 .03 1 , sendo depositado em
dinheiro, no juízo da execução, até noventa dias após aquela l iquidação, salvo estipulação
contratual d iversa quanto ao prazo e condições de pagamento dos haveres do sócio".
1 33
ExnusÃo DE Sócios NAS SornDADES ANÓNIMAS
CAPÍTULO I l i : F U NDAMENTOS
1 . TEORIAS
Para entendimento mais apurado do fundamento jurídico do
instituto, ao invés da tentativa de traçar uma evolução histórica, é
melhor a análise individual de cada teoria286 • Tradicionalmente os
autores287 apontam três grandes correntes: poder corporativo disci
plinar, disciplina taxativa legal e contratualista. Mas há outras teses.
A busca do fundamento jurídico da exclusão enfrenta várias ordens
de problemas. Na maioria das vezes, as opiniões dos autores refletem sua
visão em face das normas legislativas vigentes em seu país, em apreciação
concreta e não de legeferenda. Como as teorias tiveram o seu maior desen
volvimento na doutrina italiana, algumas justificativas de posições basei
am-se na legislação daquele país à época em que as obras foram escritas.
Além disto, a concepção da exclusão está diretamente relacio
nada ao caráter da sociedade288 • Por isto, desde a antiga até a mais
recente doutrina, parte da discussão está centrada na relação entre
exclusão de sócio e resolução do contrato289 . Aqueles que concebem
a sociedade como contrato e, geralmente, tratam da exclusão somen
te nas sociedades de pessoas, tem a exclusão como forma particular
de resolução na relação societária ou, diante da heterogeneidade das
hipóteses de exclusão, com a necessidade de justificações diversas
1 34
R ENATO VENTURA RIBEIRO
292 PERRI NO, L e tecniche... , cit., p. 78, nota 34, atribui a paternidade da denomi nação
"poder corporativo d isci pl i nar" a DALMARTELLO, L 'esclusione. . , cit., p. 59 e ss .. Mas
.
RAM ELLA, " De l l 'esc lusione . . . ", cit., pp. 58 e 6 1 , já emprega a expressão "poder disci
p l i nar", como anota o próprio DALMARTELLO, idem, p. 60, nota n. 34.
293 Na Itá l i a, LESSONA, "1 diritti dei soei nelle associazioni private", RDComm. 8 (1 9 1 0), 1, pp.
378-3 9 1 , às pp. 386-387; RAMELLA, "Del l'esclusione ... ", cit., pp. 56-63; NAVARRINI, Dei/e
società e dei/e associazioni commerciali, Commento ai Codice di commercio, Mi lano,
Val lardi, 1 924, pp. 697-698 e 800-801 ; ASCARELLI, Appunti di Diritto Commerciale li:
Società ed associazioni commerciali, 3ª ed., Roma, Foro Italiano, 1 936, pp. 1 33 e 205; DE
GREGORIO, Codice. . ., cit., pp. 637-638. Na França, LÉGAL e B RETHE DE LA GRESSAYE,
Le pouvoir disciplinaire.. ., cit., em especial p. 2 1 8 e ss., entendendo o poder discipl inar
como manifestação de autoridade de instituição (p. 21 e ss.), admitem sua aplicação nas
sociedades de capitais (pp. 78-79 e pp. 225-228) e nas sociedades de pessoas com capital
variável (pp. 77-78), mas não nas demais sociedades de pessoas, nas quais a exclusão
decorre da ruptura contratual (p. 76-77 e 2 1 8 e ss.). Dentre os tratadistas, HAMEL e LAGARDE,
Traité. . . , cit., p. 590. Já GAILLARD, Le pouvoir en droit privé, Paris, Economica, 1 985, pp.
70-72, parte da diferença entre sociedades de capital variável e de capital fixo, concluindo
que a possibil idade de n u lidade de cláusula permitindo a exclusão de sócio não permite
falar em poder disciplinar espontâneo nas ú ltimas. Porém, como reconhece o próprio autor
(p. 70, nota n. 75) a n u lidade de tal cláusula é bastante discutível (pela validade da avença,
entre outros, CAILLAUD, L 'exclusion. . ., cit., p. 239 e ss.), o que enfraquece suas ilações. No
Brasil, falando em poder disciplinar em sociedade civil, decisão publicada em RT626/81 .
2 94 Sobre os fundamentos e críticas da teoria, ver DALMARTELLO, L 'escfusione.. ., cit., pp. 59-62; NUNES,
O direito de exclusão.. ., cit., pp. 23-24 e pp. 29,33, e PERRINO, Le tecniche.. ., cit., pp. 78-89.
1 35
ExctusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÔNIMAS
1 36
RENATO VENTURA RIBEIRO
303 Mais precisamente, uma das penal idades que podem ser previstas no estatuto, como
apontam RAM E L LA, "Del l 'esc l u sione . . . ", pp. 5 8-59, e LÉGAL e B RETH E DE LA
G RE55AYE, Le pouvoir disciplinaire. . . , cit., p. 2 1 3 e ss ..
304 Cf. RAME L LA, "Dell'esclusione . . . ", cit. pp. 5 7-58; NAVARRI N I, Dei/e società . . . , cit., p.
805; ASCARELLI, Appunti .. , cit., p 205; HAMEL e LAGARDE, Traité.. . , cit., p. 590.
.
305 Cf. RAME LLA, "Dell'esclusione ... ", cit., p. 58, embora admita q u e a sociedade pode
modificar seus estatutos a qualquer momento.
306 Cf. N U N ES, O direito de exclusão . , cit., p. 32 e nota n. 1 2.
..
1 37
ExcLusÃo DE Sócios NAS SornDADEs ANÔNIMAS
309 Cf. SANTI ROMANO, apud l N NOCENTI, L 'esclusione . .. , cit., p. 1 8 1 . Afi rmando a exis
tência de poder d i sci p l i nar de di reito privado, L É GAL e B R ETH E D E LA G RESSAYE, Le
pouvoir disciplinaire . . , cit., p. 49 e ss ..
.
1 38
RENATO VENTURA RIBEIRO
1 39
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÔNIMAS
3 22 Como expressa a própria lei, ao usar o termo "puà" (Codice Civile, art. 2 . 287). Cf.
INNOCENTI, L 'esclusione , cit., pp. 1 75-1 76; PERRI NO, Le tecniche . . . , cit., pp. 92-93.
...
325 Bastante ilustrativo acórdão publicado em RJT}ESP 5/28, admitindo poder d iscipl i nar das
associações privadas (no caso concreto, um clube), mas reconhecendo a possibil idade
do Judiciário de aferi r a legal idade da sanção tipifica em norma estatutária. Ressalta tam
bém que os estatutos devem respeitar os princípios básicos do direito comum e da ordem
pública e, na falta de normas em tais condições, caberá ao juiz a integral verificação da
legalidade, oportunidade, justiça e graduação da pena imposta aos associados.
326 Cf. N U N ES, O direito de exclusão . , cit., p. 32.
. .
1 40
R ENATO VENTURA RIBEIRO
O direito de exclusão . , cit., p. 25 e pp. 3 3-38, e PERRINO, Le tecniche. . . , cit., pp. 88-93.
..
141
ExcLUsÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANôNIMAS
333 MOSSA, "L'escl usione . . . ", cit., p. 640, admite a exclusão de sócio mesmo no silêncio
contrato. Pel a val idade da exclusão, havendo pacto expresso, SOPRANO, Trattato . . . ,
cit., p. 884; VIDARI, Le società . . . , cit., p. 685; VIVANTE, Trattato . . . , cit., p. 397;
ASCARELLI, Appunti. . . , cit., p. 205; F ERRARA, "Le deliberazioni d i esc lusione dei soei
ed il si ndacato giudiziario", RDComm. 29 ( 1 93 1 ), 11, pp. 2 3 7-245, à p. 245.
334 Cf. DALMARTEL LO, L 'esc/usione ... , cit., p. 4 2 .
335 Cf. DALMART E LLO, L 'esc/usione. . . , cit., p. 4 2 : " L ' i nnegabi l e uti l ità pubbl i cistica
dell'esclusione puó esser stata perció semplice motivo, non causa, dell'intervento dei
legislatore. A tutelare le decisive finalità privatistiche, cui l'esclusione tende i n via diretta ed
immediata, i l legislatore puó essere stato spinto dai la considerazione dei riflesso favorevole
che l'esclusione há sulla pubblica economia, conservando ai Paese le imprese sociali
minacciate dalle vincende o dalle colpe di un singolo socio: ma non bisogna scambiare
l'occasione con la ragione fondamentale dell'instituto". Adiante, com apoio em VIVANTE:
" U na concreta visione delle cose deve, quindi, portare a questa conclusione: se ê vera che
l'esclusione ê un rimedio benefico dai punto di vista dei la util ità generale, in quanto assicura
la massima stabilità delle imprese sociali, fonti di produzione e di lavoro, ê anche vera che
tale sua funzione ê meramente secondaria ed accessoria, e che la sua finalità primaria ed
essenziale e quella di venire incontro agli i nteressi particolari e patrimoniali dei soei, onde
allontanare dai capo di tutti il danno imputabile a taluno di essi".
336 Cf. DALMARTELLO, L 'esclusione . ., cit., pp. 4 1 -42; I N NOCENTI, L 'esclusione . . , cit.,
. .
1 42
RENATO VENTURA RIBEIRO
3 38 Com base na evolução do instituto, DALMARTEL LO, L 'esclusione. . . , cit., pp. 43-44,
entende não se j ustificar o fundamento do i nteresse público, pois no d i reito romano,
quando ocorri a algum problema relacionado à pessoa do sócio, a sol ução é a d issolu
ção da sociedade. Como o autor entende que a exclusão tem os mesmos fu ndamentos
e é derivada da d issolução e a última não levava em consideração o i n teresse públ ico,
pela regra da di ssolução da sociedade e não de sua conservação. Discordamos de tal
posição. No d i reito romano, não existe a idéia de empresa, tal como na moderna dou
trina comercialista. A noção de empresa traz um novo posicionamento, com a idéia de
d issol u ção parcial. Para o autor, o princípio da conservação da empresa justifica a
conve rsão de um remédio maior (dissol ução) em outro (exclusão), mas não explica a
razão da medida reso lutiva em si, pelo que entende serem comuns.
339 Cf. AUL ETTA, "Riso luzione d e i rapporto sociale per i nadempi mento", RTDPC9 (1 955),
pp. 5 2 2 -5 3 1 , à p. 530, n. 26: "non sempre a l lo scioglimento dei la società consegue lo
scomparire di un organismo produttivo, perché, se l'azienda sociale viene acquistata
da altri che i ntenda gesti rla, al l'impresa sociale si sostituisce, nel la economi a nazionale,
un'altra i mpresa", apoiado por PER RI NO, Le tecniche . . , cit., p. 9 2 .
.
1 43
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SooEDADES ANÔNIMAS
1 44
R ENATO VENTURA RIBEIRO
1 . 3 . TEORIA CONTRATUALISTA
343 Cf. DALMARTELLO, L 'esc/usione . , cit., pp. 5 1 -59, em especial p. 51 e 59; IN NOCENTI,
..
L 'esc/usione ... , cit., pp. 1 76-7; N U N ES, O direito de exclusão . . , cit., p. 36.
.
344 Os principais fundamentos são encontrados em FERRARA, "Le deliberazioni ... ", cit.,
pp. 2 3 7-245; DALMARTELLO, L 'esclusione .. , cit., pp. 69-1 28, / contratti dei/e imprese
.
348 Cf. F E R RARA, "Le deliberazioni . . . ", cit., p. 240; DALMARTELLO, L 'esclusione ... , cit.,
em especi a l pp. 1 22-3 e pp. 2 5 1 -3, e autores por e l e citados à p. 1 23, nota n . 1 74. Na
F rança, cf. Capítu lo l i , 4.4 acima. No d i reito ita l iano, a idéia do pacto comissário tácito
era defend ida com base no art. 1 . 1 65 do Código Civ i l de 1 .865, que presum i a nos
1 45
EXCLUSÃO DE Sócios NAS Soc1EDADES ANÔNIMAS
1 46
R ENATO VENTURA RIBEIRO
reduz todos os casos de excl usão à falta de dever de colaboração (p. 93) e admite o
dever de colaboração nas sociedades anônimas (p. 1 99). No entanto, parece não acei
tar a exclusão nas companhias por falta de dever de colaboração, ao afi rmar que a
viol ação do dever de colaboração nas sociedades anôni mas traz como conseqüências
apenas a d i ssolução da sociedade e o recesso dos acionistas lesados e não a excl usão
do sócio (pp. 200-201 ).
352 Cf. DALMARTEL LO, L 'esclusione .. , cit., pp. 9 1 -94, em especial à p. 9 1 .
.
147
ExcLusÃo DE Sócios NAS SomDADES ANÔN IMAS
356 Cf. DALMARTELLO, L 'esclusione. . . , cit., pp. 1 05-1 06. A necessidade de conservação
da empresa j ustificaria a não aplicação da exclusão, em lugar do recesso do sócio
adimplente e da dissolução da sociedade (idem, pp. 1 2 6-1 28).
357 Cf. bibliografia mencionada por N U N ES, O direito de exclusão . . . , cit., p. 2 8 , nota n . 1 O .
358 Cf, p o r e x . , a s decisões da Cassazione de 1 7. 3 . 5 3 , F I 1 95 3 , 1 , e . 830; 2 0 . 2 .54, FI
1 95 5 , 1, e . 7 1 O; 1 5 .6.55, Massim. Foro it. 1 95 5 , e. 677; 1 6.7.58, Dir. fa!lim. 1 958, 1 1 ,
p. 632; 2 1 . 1 1 .59, Ciust. Civ., 1 960, 1, p . 263; 8 . 3 .6 1 , Ciur. lt., 1 96 1 , 1 , 1 , p . 696;
1 2 .6.73, Ciust. Civ., 1 97 3 , 1 , p. 1 .476, ROCiv., 1 974, l i , p. 1 5 e Oir. fall., 1 9 74, 1 1 , p.
94, e decisões de outros tribunais c i tadas por PERRINO, "Su l l ' i nammissib i l ità dei la
risoluzione dei contralto d i società", Ciur. Comm. 1 7 ( 1 990), li, pp. 699-72 1 , à p.
700, nota 2. A d isti nção entre a resolução por inadimplemento do contrato e exclu
são de sócio é exp l íc ita na decisão de 1 2 .6.73, acima c itada, n a qual foi negada a
resol ução requerida com base no art. 1 .453 do Codice Civile, e determi nada a excl u
s ã o de sócio c o m base no art. 2 . 286 do mesmo Código.
359 Cf. N U N ES, O direito de exclusão . . . , cit., p. 38, nota 24. Sobre a d isti nção entre
exclusão de sócio e reso lução do contrato de sociedade, cf. PER R I NO, L e tecniche. . . ,
cit., pp. 1 42 - 1 5 7.
1 48
R ENATO VENTURA RI BEIRO
360 Cf. DALMARTELLO, L 'esclusione. . . , cit., pp. 97- 1 0 1 ; PERRI NO, Le tecniche. . , cit., p.
.
1 49
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANÓNIMAS
366 Cf. PERRI NO, Le tecniche . . ., cit., p. 1 84. A título exempl icativo, tome-se a legislação
da Itália, país no qual a teoria contratualista é aceita pela doutrina majoritária. Os
motivos de reso lução por i nadimplemento, previstos no art. 1 .453 e seguintes do Cód i
g o Civil, n ã o coincidem c o m a s causas de exclusão previstas n o s artigos 2 . 286 e 2.288.
367 Cf. DALMARTELLO, L 'esclusione . , cit., p . 1 1 3-1 1 4; SIMONETIO, "ln tema di esclusione dei
..
sacio", RDCiv. 6 (1 960), li, pp. 49-64, à p. 57; NUNES, O direito de exclusão , cit., pp. 45-46.
...
368 Para uma análise mais aprofundada, cf. PERRI NO, Le tecniche... , cit., p. 1 26 e segu intes.
3 69 Ta l questão é analisada na Parte I l i , Cap. I l i , infra.
3 70 Na defesa da idéia de s i n a lágma nos contratos de sociedade, DALMART E L LO,
L 'esclusione , cit., pp. 1 1 0-1 1 3 . BOLAFF I , La società semplice ... , cit., p. 92, vislumb ra
...
s i n a l agma direto nos contratos pluri l aterais, com a ressalva de que nem todas as pres
tações são essenci ais. Contra, FERRO-LUZZI, I contratti associativi, cit., p. 2 1 7 e ss.,
por ser a sociedade não um contrato de prestações, mas de organ ização.
1 50
R ENATO VENTURA RIBEIRO
371 São d isti ntos o sinalagma genético, resultante da constituição da sociedade e assunção
das obrigações pelos sócios, e o sinalágma funcional, produto da execução da ativida
de soc i a l . A propósito, cf. autores citados por DALMARTELLO, L 'esclusione ... , cit., p.
1 1 0, nota n. 1 4 1 .
372 Cf. A U LETTA, // contratto . , pp. 46-53, e " Riso l uzione ... ", cit., pp. 5 2 3-524.
..
151
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADEs ANôNIMAS
1 52
RENATO VENTURA RIBEIRO
381 Cf. V E N DITTI, Collegialità . ., cit., p. 1 07; BOLAFFI, La società semplice . . . , cit., p. 630.
.
1 53
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANÔNIMAS
1 54
RENATO VENTURA RIBEIRO
391 Como exemplo, o caso de sócio súdito de país i n imigo, a ser exami n ado na Parte Ili,
Cap. 1, 3 . 7.
392 Cf. N U N ES, O direito de exclusão . . , cit., p. 5 2 .
.
393 O autor, em O direito de exclusão , cit., pp. 50-5 1 , relaciona a idéia de preservação d a
...
1 55
ExnusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANôNIMAS
396 Nas palavras do autor, em O direito de exclusão . . . , cit., p. 59, grifos do origi nal: "a
exclusão do sócio justamente into lerável pode sempre considerar-se como a efectivação
de uma cláusula do pacto: cláusu l a que os sócios expressamente fixaram; ou com que
tácitamente concordaram; ou que provàvelmente teriam estipulado se tivessem pensa
do n a h ipótese; ou que deveria ter sido aceita, de acordo com a mais razoável i nterpre
tação dos i nteresses em jogo feita agora, dentro dos cânones da boa fé contratual"
397 Idem, p. 59 e ss.
398 Idem, pp. 60-62 . Contra a idéia, entendendo pela não aplicação do princípio da exce
ção de contrato não cumprido na sociedade, AZEVEDO, Dissociação . . . , cit., p. 1 28.
399 N U N ES, O direito de exclusão . . . , cit., pp. 79-8 1 .
400 Sobre o dever de colaboração nas sociedades anônimas, cf. N U N ES, O direito de ex
clusão . . . , c i t., p. 86 e ss.
1 56
-RENATO VENTURA RIBEIRO
1 57
ExnusÃo DE Sócios NAS SornDADES ANôNIMAS
1 58
RENATO VENTURA RIBEIRO
1 59
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SociEDADES ANÓNIMAS
414 Por todos, cf. SPJTZE, Der AusschlufL, cit., pp. 47-49.
415 Cf. R E I N ISCH, Der Ausschluss... , cit., p . 49.
416 Cf. REINISCH, Der Ausschluss , cit., p . 36.
...
1 60
R ENATO VENTURA RIBEIRO
418 Além dos partidários d a teoria do poder corporativo d i sc i p l i n a r, d., entre outros,
CALAMAN DREI, Dei/e società . . . , cit., p. 2 1 9, e SCH LOZ, Ausschlief5ung uns Austritt. . . ,
cit., p. 4.
419 Cf. VIVANTE, Tratatto. .. , cit., p . 465; DALMART E LLO, L 'esclusione. . . , cit., p . 1 05;
CAN DIAN, "Riflessione i n tema di esclusione dei socio", RDComm. 3 9 ( 1 94 1 ), 1, pp.
3 5 7-363, à p. 361 ; B R U N ETTI, Trattato dei diritto dei/e società 1 : Parte generale. Società
personali. Società di armamento, 2ª ed., Mi lano, Giuffre, 1 948, p. 403; N U NES, O direito
de exclusão.. . , cit., pp. 52-53; GHIDI NI, Società personali, Padova, CEDAM, 1 972, pp.
550 e 552; AGU ILA-REAL, "La exclusión de socios", i n Tratando de la sociedad limitada,
PAZ-ARES (Coord.), Madrid, Fundación Cultural dei Notariado, 1 997, pp. 885-930, à p.
892. Na jurisprudência, decisão da Corte de Cassação italiana de 1 6. 7 . 5 3 , Ciur. ft., 1 954,
p. 768. Para PERRI NO, Le tecniche.. . , cit., pp. 90-91 e 1 30- 1 34, a exclusão de sócio
protege a atividade, exceto nos casos de exclusão automática, nos quais se tutela o inte
resse dos credores, ao se buscar a conversão da participação societária em dinheiro.
420 Cf. CAI LLAUD, L 'exclusión . , cit., p. 269; G H I D I N I, Società personali, cit., p. 5 5 3 .
..
422 Cf. TEIXEIRA, Das sociedades por quotas . . ., cit., p. 275; REQU IÃO, A preservação da
sociedade. . . , c i t, pp. 203-204; MARTIN, "L'exclusion d'un actio n n a i re", Revue de
}urisprudence Commerciale, numéro spéc i a l : La stabilité du pouvoir et du capital dans
les sociétés par actions 34 ( 1 990), pp. 94-1 1 5, pp. 1 00-1 0 3 . Na jurisprudência, entre
outras, decisões citadas por MARSHALL, "Temas polêmicos da sociedade por quotas -
Posição da j u risprudência. Cessão de quotas, responsab i l i dade e exclusão de sócios",
ROM 1 02 ( 1 996), pp. 94- 1 08, à pp. 1 05-1 08.
423 Cf. CAI L LAUD, L 'exclusion . . , c i t . , p. 94.
.
424 Por todos, d. autores citados por N U N ES, O direito de exclusão .. . , cit., p. 50.
1 61
EXCLUSÃO DE SóCIOS NAS SOCIEDADES ANÓNIMAS
1 62
RENATO VENTURA RIBEIRO
1 63
ExcLUsÃo DE Sócios NAS Soc1EDADES ANÔNIMAS
429 Para DALMARTELLO, L 'esclusione ... , cit., pp. 40-4 1 , a sociedade constitui, via de re
gra, uma empresa mais forte e importante do que o empreendimento individual. A
empresa deve sobreviver aos problemas relacionados com a pessoa do sócio, através
da exclusão de quem prej ud ica o seu funcionamento normal. Por isto, conc l u i o autor,
o legislador, como intérprete da final idade econômica, intervém visando a proteção da
empresa, com a possibi l idade da exclusão. Porém, as razões do autor procedem parci
al mente, pois não se pode descartar a h ipótese de, em alguns casos, a empresa i ndivi
dual ser mais eficiente do que a exploração da atividade mediante sociedade.
430 Cf. MOSSA, Trattato.. ., cit., p. 324 e p. 648, nota n. 28, na qual cita em apoio a posição da
doutrina alemã mais antiga, representada por MÜLLER-ERZBACH, WIELAND, H U ECK e
WÜRDIRGER. Como frisado por MOSSA, "L'esclusione ... ", cit., p. 637, e Tratatto.. . , cit., p.
648, não se busca apenas a conservação da sociedade, como defende NAVARRI NI, Dei/e
società . . . , cit., p. 698, mas a proteção da empresa social. G H I DINI, Estinzione e nullità dei/e
società commerciali, Padova, CEDAM, 1 93 7 p. 65, fala em defesa da estrutura social.
431 Cf. N U NES, O direito de exclusão ... , cit., p. 5 1 , nota n . 54.
432 Como bem sustenta PERRI NO, Le tecniche... , cit., p. 1 40, a exclusão é i nstrumento
p ara "\'estromissione di quel sacio la cui permanenza nel gruppo possa - per fatti a \ u i
personalmente relativi - compromettere i l vantaggioso esercizio de\l'attività
1 64
R E NATO VENTURA RIBEIRO
1 65
ExcLusÃo DE Sócios NAS SornoAoEs ANÓNIMAS '
1 66
RENATO VENTURA RIBEIRO
pareceres sobre sociedades anônimas, São Paulo, RT, 1 989, pp. 1 3-1 4. Ainda na l ição de
COMPARATO, O poder de controle. .. , cit., p. 30 1 , " . . . não obstante a afirmação legal de
seu escopo lucrativo (art. 2º), deve este ceder o passo aos i nteresses comunitários e naci
onais, em qualquer hipótese de conflito. A l i berdade i ndividual de i n i c i ativa empresária
não torna absoluto o d i reito ao lucro, colocando-o acima do cumprimento dos grandes
deveres de ordem econômica e social, igual mente expressos na Constituição".
436 O. 1 7, 2, 72; /. 3 , 2 5 , 9.
437 Alguns autores já asssociam a exclusão com a quebra das bases essenciais da socieda
de. Para CAI LLAUD, L 'exclusion . . , cit., p. 238, a exclusão de sócio sem cláusula
.
1 67
ExcLusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANóNIMAs
Tori no, UTET, 1 97 1 , pp. 224-225, aponta a exclusão como remédio para saída de sócio
cujo comportamento modifica substancia lmente as bases originais nas quais sua parti
ci pação foi consentida ou a relação social foi i nstituída.
438 Sobre os fundamentos i n iciais da teoria, cf. OERTMANN, Die Ceschaftsgrundlage: ein
neuer Rechtsbegriff, Leipzig-Erlangen, 1 92 1 .
439 Tais princípios encontram-se normatizados tanto no Código Civ i l a lemão (§§ 242 e
8 1 2) como no brasi leiro (arts. 422 e 884).
440 Cf. LARENZ, sem titulo original, trad. espanhola de Jaime Santos Briz, Derecho de
obligaciones \, Madrid, Editorial Revista de Derecho Privado, 1 958, pp. 3 1 4- 3 1 9, à p. 3 1 8.
1 68
R ENATO VENTURA RIBEIRO
44 1 Cf. ROMANO, Princippi di diritto costituzionale generale, 2ª ed., M i lano, Giuffre, 1 946,
p. 1 1 1 e COMPARATO, "Função social da propriedade dos bens de produção", ROM
63 ( 1 986), pp. 7 1 -79 ( Direito Empresarial: estudos e pareceres, São Paulo, Saraiva,
=
1 69
ExnusÃo DE Sócios NAS SornDADES ANóNIMAS
444 Cf. L EÃ ES, Do direito do acionista ao dividendo, São Paulo, s/ ed., 1 969, pp. 2 62-264.
1 70
RENATO VENTURA RI BEIRO
1 71
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SoCJEDADEs ANôNIMAS
1 72
R ENATO VENTURA RtBEIRO
446 Sobre o d i reito à conservação da condição de sócio, cf. CAI L LAUD, L 'exclusion ., cit.,
..
447 Até porque, como acentua GODON, L es obligations , cit., p. 243, a exclusão de sócio
. .
1 73
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANÓNIMAS
1 74
R ENATO VENTURA RIBEIRO
453 Além da doutrin a alemã mencionada no Cap. I l i, 1 .8 acima, cf. SCHMI DT, Les droits de
la minorité dans la société anonyme, Paris, Soufflot, 1 970, pp. 1 9 1 - 1 92 .
454 Por todos, d. ASCARELLI, Appunti. . ., cit., p. 206.
455 Cf. N U N ES, O direito de exclusão. . . , cit., p. 2 76.
456 A doutrina diferencia causa e motivo. Para MIRAN DA, Tratado... , cit., vol . I l i, 4ª ed., São
Paulo, RT, 1 974, pp. 97-1 00, motivo é situação fática, a pré-intenção que dá origem ao
1 75
ExcLusÃo DE Sócios NAS SornDADES ANÓN IMAS
negócio, que pode ou não ter relevância ju rídica. Causa é o fundamento j u rídico do
negócio. O motivo pode ou não ser uma causa, dependendo de ter conseqüências
j urídi cas ou não. Assim, o correto é falar em causa e não em motivo.
457 Cf. PERRINO, L e tecniche . . ., cit., p. 1 84. No entanto, há decisões isoladas em sentido
oposto, como a da Corte de Cassação ita l i a n a, de 2 3 . 6 . 4 5 , apud J A N N U Z Z I ,
"Questioni . . . " , p. 1 03 , entendendo q u e nas sociedades de capitais a exc lusão pode ser
a rbitrária. Rechaçando a possibil idade de exclusão sem justa causa, cf., por todos,
G R U N EWA L D, Der Ausschluf3. . . , cit., pp. 236-239.
458 Cf. COMPARATO, "Exclusão de sócio nas sociedades por cotas ... ", cit., p. 47.
459 Cf. M E N DONÇA, Tratado ... , cit., p. 1 49, com base nos citados pareceres de BARBOSA
e P E R E I RA; REALE, "A exclusão de sócio da sociedade civil . . . ", c i t., p. 3 1 6; RT l 5 5/687.
460 Cf. F E RREIRA, Tratado . , cit., p. 1 62 e razões de apelação em RT 1 64/248; GOME S,
..
"Exclusão de sócio ... ", cit., p. 244; RTJ 1 28/886; RJTJSP 1 1 4/34 3 .
1 76
RENATO VENTURA RIBEIRO
clusão de sócio.
Diversas legislações enumeram as hipóteses de exclusão de só
cio. Exceto em normas específicas462 , o revogado Código Comercial
aludia somente a causa justificada, sem tipificar quais as situações
concretas nem a definição. Com isto, coube à doutrina463 e à juris
prudência a tarefa de definir e enumerar as hipóteses de justa causa.
A preocupação também consta de projetos de reforma do Código464 •
3 . 1 55 a 3 . 1 73), ou para com os sócios (arts. 3 .2 1 7 e 3 . 2 1 8); tenha ou não havido culpa.
3º Quando lhe sobrevier i ncapacidade e não se ter prevenido no cor,itrato social que
-
para l ugar não sabido, perpetração de crime, má conduta, descrédito, i n im i zade com
qualquer dos sócios, provocação de d iscórdia entre êles, desinte l i gências cont i nuadas,
e outros fatos análogos.
1 77
ExnusÃo DE Sócios NAS SornDADES ANÓN IMAS
-
5º Quando exigir a d i ssolução da sociedade por d i reito que a isso tenha, e os outros
sócios q uiserem nela continuar"
Pela abrangência de tratamento, apenas alguns anos após a edição do Código de 1 .850,
o projeto é merecedor dos elogios recebidos de REALE, "A exclusão de sócios... ", c i t.,
p . 46 1 , e REQU IÃO, A preservação da sociedade. . ., cit., p. 1 55 . Até porque nenhum
outro projeto posterior, como os de l nglez de SOUZA, Projecto de Codigo Commercial
1: lntroducção, Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1 9 1 5, art. 203; FERREIRA, Código das
sociedades comerciais, e o esboço de Florêncio de ABREU, tratou do tema de forma tão
detalhada. Para uma breve visão dos projetos, cf. REQUIÃO, idem, pp. 1 55-1 5 9 .
465 Cf. o revogado art. 1 2 1 do Código Comercial.
466 Na Itá l i a, por todos, G H I D I N I, Società personali, cit., p. 563. Na França, DUQUESNOY,
La dissolution. . . , cit., p. 302.
467 Cf. Código Comercial, arts. 3 3 5 , 2 , 4 e 5; 3 36, 2 e 3 , revogados; Lei 6.404/76, art. 206.
Na doutrin a, cf. Bento de FARIA, Direito comercial, Rio de Janeiro, 1 948, l i , 1 ª parte, p.
1 86, e MI RAN DA, Tratado . . . , cit., p. 1 26, entendem como justificadores de exclusão
apenas os motivos de d issolução de sociedades com prazo determinado, previstas no
art. 3 3 6 do Código Comercial. Mas a corrente majoritária conclui pela inclusão das
h ipóteses de d issol ução de sociedades com prazo i ndeterminado previstas no art. 3 3 5 ,
como REQU IÃO, A preservação da sociedade . . ., cit., p. 2 0 5 ; LATORRACA, Exclusão
de sócios .. ., cit., pp. 20-2 1 ; LUCENA, Das sociedades por quotas . . . , cit., p. 6 1 O.
1 78
R ENATO VENTURA RIBEIRO
1 79
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANÔNIMAS
1 80
R ENATO VENTURA RIBEIRO
474 A analogia com a Lei de Locação é válida. O art. 7 1 , li da Lei 8 . 2 45/91 exige, como
condição para a renovação judicial do contrato, "prova do exato cumpri mento do
contrato em cu rso" (grifo nosso). Em tese, qualquer descumprimento do contratual é
fato i m peditivo da procedência da ação da renovatória, pois, segundo a mens legis, só
deve ter d i reito à renovação compu lsória o locatário cumpridor de seus deveres. Mas,
a ju risprudência i nterpreta de forma d iversa, d i stingui ndo dois tipos de violação
contratua l : as faltas leves, que não prejudicam o locador e, portanto, não i mpedem a
renovação e as faltas graves, que, por afetarem o locador, são impeditivas da renova
ção. O critério pretoriano para a decisão de permanência ou não do locatário no i mó
vel deve ser também aplicado à permanência do sócio na sociedade, somente gerando
a exclusão os graves descumprimentos contratuais ou estatutários.
475 Cf. N U N ES, O direito de exclusão... , cit., p. 1 70; VILLAVERDE, La exclusión... , cit., p. 1 06.
476 Cf. SIMON ETTO, " l n tema d i esclusione ... ", cit., p. 50. I N NOCENTI, L 'esclusione ... ,
cit., pp. 86-87, sugere a apl icação dos critérios da relatividade e objetividade. Levan
do-se em consideração o escopo da sociedade, considera grave i nadimplência aquela
que afeta o fim social.
477 Segundo N U N ES, O direito de exclusão... , cit., p p . 1 70-1 7 1 , " ... a gravidade não deve
ligar-se a qualquer ju ízo de reprovação moral ou jurídica, mas deve antes defi n i r-se ten
do em atenção o objeto da sociedade e a posição dos sócios no seio desta, a necessidade
de cada um colaborar, de uma forma ou de outra, na rea l ização do escopo comum. Para
fi ns de exclusão de sócios, nem todos os i nadimplementos serão relevantes, mesmo que
tragam prejuízo à sociedade. É necessário que o i nadimplemento seja de tal importância,
em relação aos fins sociais, que perturbe sensivelmente a economia do contrato, rom
pendo a relação sinalagmática entre a contribuiçã o dos sócios e o escopo comum".
.
418 Cf. LEITÃ O, Pressupostos da exclusão.. ., cit., pp. 56-58.
479 Neste sentido, decisão da Corte de Cassação ita l i ana em 1 3 . 8. 1 960, Riv. Soe. 7 (1 962),
p. 1 .062 (= Dir. fall., 1 960, li, p. 848), no caso de u m sócio de sociedade em nome
coletivo que assumiu diversas obrigações em nome da sociedade sem ter poderes.
Mesmo a sociedade não tendo sofrido nenhum prej uízo material, a gravidade da falta
j ustifica a exclusão.
1 81
ExcLusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANôNIMAS
480 Cf. RT} 1 28/886, à p. 887 (=RT 640/229), determi n ando a produção de prova perici a l
para verificação ou n ã o d e justa causa.
481 RT 599/85.
482 RT 626/8 1 , relativo a sociedade civil .
483 Cf. art. 2º da I nstrução CVM n. 358, de 3 . 1 .2002.
1 82
RENATO VENTURA RIBEIRO
484 Por todos, cf. VIVANTE, Trattato ... , cit., pp. 396, 397 e 466; ASCARELLI, Appunti .. , cit.,.
p. 205; AULETTA, ""Derogue contrattual i alia d isci p l i na del l'esclusione nel le società di
persone", i n Annali dei Seminario Ciuridico dell'Università di Catania l i ( 1 948), p. 1 44
e ss., e " l i diritto assoluto . . . ", cit., pp. 669-683; G RAZIANI, Diritto dei/e società, cit., p.
68; G H I D I N I , Società personali, cit., pp. 562-563; BOLAFF I , La società semplice . . . , cit.,
p. 4 7 1 . No Brasil, entre outros, MENDONÇA, Tratado .. , c i t., p. 1 49 .
.
i nj usto.
487 Como j á observado por V I L LAVERDE, La exc!usión . . , cit., p. 1 04: "Creo que, aparte de
.
l levar a u n p lanteamiento exageradamente casu ístico y , por lo tanto, com gran pel igro
de d ispersión, la vida es más rica que la previsión dei pensamiento y siempre habría el
temor razonable de un estudio i ncompleto".
1 83
ExcLusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÔNIMAS
488 Como observa MONTEI RO, in Sociedade de advogados ... , cit., p. 203, grifos do origi
nal: "Al iás, dentro desse ponto de vista, como fonte de obrigações, o contrato é até
mais v igoroso do que a lei, visto como é ele aceito pelos contraentes, ao passo que a
lei é imposta, não há como fugi r ao seu comando".
489 LÉGAL e B R ET H E D E LA G RESSAYE, Le pouvoir disciplinaire. , cit., p. 76.
..
pp. 2 39-240.
1 84
R ENATO VENTURA RIBEIRO
492 Cf. PI NTO JR., "Excl usão de acion ista", cit., p. 87.
493 Por todos, cf. DALMARTELLO, L 'esclusione. . , cit., p. 1 30; N U N ES, O direito de exclu
.
1 85
ExcLusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÓNIMAS
494 Sobre a d i sti nção entre norma taxativa e cogente, BOLAFFI, La società semplice . . , cit.,
.
pp. 63 1 -63 2, apoiado por B R U N ETTI, Tratatto ... , cit., p. 403, o ú ltimo revendo opinião
anteriormente exposta.
495 Cf. BOLAFFI, La società semplice. . . , cit., p. 632.
496 Cf. MEN DONÇA, Tratado ... , cit., p. 1 49, FARIA, Da exclusão de sócios, cit., p. 26, com
posição revista posteriormente; REALE, "A exc lusão de sócios. . . ", cit., pp. 4 6 1 -462;
M I RAN DA, Tratado . . , cit., p. 1 26; RT 1 64/248, 545/230. Contra, BARBOSA, in FARIA,
.
idem, p. 4 1 .
497 Contra, R EALE, "A exclusão de sócios ... ", cit., p. 279.
498 Cf. T E I X E IRA, Das sociedades por quotas.. ., cit., pp. 2 74-5; GOMES, "Exclusão de só
cio ... ", cit., pp. 244-5. MARTINS, "A exclusão de sócio . . . ", cit., p. 1 3 5 , acrescenta que,
como a c láusu la de exclusão não é obrigatória, por não estar prevista no art. 302 do
Código Comercial, não há necessidade de previsão contratua l .
1 86
RENATO VENTURA RIBEIRO
499 Cf. MOSSA, "L'esclusione ... ", cit., p. 640; DALMARTELLO, L 'esclusione... , cit., p. 1 28;
H U ECK, "Esclusione di un sacio ... ", cit., p. 225 e ss.; NU NES, O direito de exclusão... , cit.,
pp. 5 1 -5 3 , 56 e ss., em especial p. 59, 89, 267 e ss., 2 77; SPITZE, Der AusschluB ... , cit., pp.
30-33; AGUILA-REAL, "Conflictos intrasocietarios (Los justos motivos como causa legal no
escrita de exclusión y separación de un sacio en la sociedad de responsabilidad limitada)",
Revista de Derecho Mercantil ( 1 996), pp. 1 .079-1 . 1 4 1 , e "La exclusión . . . ", cit., pp. 894-
900 e, entre nós, pelos autores e decisões referidos nas notas ns. 2 70 e 2 7 1 acima.
500 Por todos, cf. SPITZE, Der AusschluB ... , cit., pp. 30-33 .
501 G:f. N U N ES, O direito de exclusão . . , cit., p p . 5 6-59, e m especi a l p. 5 9 .
.
502 Daí a conclusão de N U NES, O direito de exclusão . . . , cit., p. 5 9 : " . . . a exclusão do sócio
j ustamente i ntolerável pode sempre considerar-se como a efectivação de uma cláusula
1 87 ,
EXCLUSÃO DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÓNIMAS
do pacto: cláusula que os sócios expressamente fixaram; ou com que tàcitamente con
cordaram; ou que provàvelmente teriam estipulado se tivessem pensado n a hipótese;
ou que deveria ter sido aceita, de acordo com a mais razoável i nterpretação dos inte
resses em jogo feita agora, dentro dos cânones da boa fé contratual".
503 Decisão de 2 3 .6.45, F/ ( 1 944-46), 1 , e . 1 3 . Contra, A U LETTA, "Deferi mento ad arbitri
d e l l e controversie s u l l'esclusione dei so e i , RTDPC 4 ( 1 950), pp. 1 . 1 05 - 1 . 1 1 2, à p.
"
1 . 1 06.
504 BM} 3 2 8/5 9 3 .
505 BM} 348/44 1 .
506 Cf. autores e obras citados por VILLAVERDE, La exclusión .. ., cit., p. 2 1 9, nota n. 327;
SASTRE, " Exclusión de u n accion ista ... ", cit., p. 489 e AG U I LA-REAL, "Confl i ctos
intrasocietarios (Los justos motivos como causa legal no escrita de exclusión y separación
de u n sacio en la sociedad de responsabilidad limitada)", Revista de Derccho Mercan
til (1 996), pp. 1 .079-1 . 1 4 1 .
507 Com base, respectivamente, nos arts. 1 1 9 e seu parágrafo único e 1 .092 do Código
Civil de 1 9 1 6, correspondentes aos arts. 1 2 6, 474 e 476 do di ploma atu a l . Para maiores
detalhes, cf. Cap. li, 4.6 acima.
1 88
R ENATO VENTURA RIBEIRO
508 Cf., entre outros, REQUI ÃO, A preservação da sociedade ... , c i t . , p. 206, COMPARATO,
"Sociedade por quotas . . . ", cit., pp. 3 3-39 e CRISTIANO, Sociedade limitada . ., cit., pp.
.
1 88-1 89. Na jurisprudência, o STF entendeu como absurdo os sócios, mesmo por justa
causa, dec i d i rem quando existe ou não causa e se ela é ou não j ustificação para exc lu
são de membro, acrescentando que "a n i nguém é dado fazer justiça pelas próprias
mãos" (RT} 1 1 8/400, à p. 402; também publ icado em RT6 1 l /2 74 ) . Também do Excelso
Pretório no mesmo sentido, mas determinando reali zação de prova pericial para apu
ração ou não de justa causa, decisão publ icada em RTJ 1 2 8/886 (=RT 640/242) Porém,
não adm iti ndo a exc lusão sem previsão legal ou contratual, RT 545/230.
509 Nem a possi bil idade de concessão de tutela antecipada para afastamento i mediato do
sócio, prevista no art. 273 do Código de Processo Civil, e l i m i na a possibilidade de
i ncertezas e de prej u ízos à atividade social.
1 89
ExcLusÃo DE Sócios NAS SornDADEs ANÓNIMAS
51O Sobre o problema, cf. CAI LLAU D, L 'exclusión . . , cit., pp. 30-33, 36 e 2 50-2 5 1 . Nas soci
.
1 90
RENATO VENTURA RIBEIRO
512 Cf. VIVANTE, Trattato . . . , cit., p. 468. Para G H I D I N I, Società personali, cit., pp. 5 62-
5 64, pode até ser vedada a exclusão (p. 5 63), mesmo n a h i pótese de falta de
i n tegral i z ação (p. 564). No d i reito espanhol a posição é defendida por J I M É N EZ,
"Separación y exclusión de sacias", in Comentarias a la ley de sociedades de
responsabilidad limitada, ARROYO & EMB I D (Coords.), Madrid, Tecnos, 1 997, pp. 943-
1 00 1 , à p. 976.
513 Cf. L U CENA, Das sociedades por quotas .. , cit., p. 6 2 1 . FREITAS, no Esboço de Código
.
Civil, afastava a possibil idade de restrição dos casos de exclusão: "Art. 3.058 Proíbe
-
dos sócios não possa renu nciá-la, ou ser excl u ído, havendo para isso justa causa".
514 A respeito, cf. Parte I l i , Cap. 1 , 3 . 5 , abaixo.
515 Para CAI L LA U D, L 'exclusión . . . , cit., p . 66, a exclusão de pleno d i reito não é norma de
ordem pública, podendo ser derrogada por disposição estatutária.
516 Cf. LUCENA, Das sociedades por quotas... , cit., p. 62 1 .
1 91
ExctusÃo DE Sócios NAS SomDADES ANÓN IMAS
517 Cf. CANIZARES, Las sociedades de resposabilidad limitada en e/ nuovo derecho espafiol,
Madrid, 1 954, pp. 340-3 4 1 .
1 92
RENATO VENTURA RIBEIRO
518 A lei anterior garantia o di reito de retirada em razão de voto vencido (Dec. 3 . 708/1 9, art.
1 5). O atual Código Civi l garante o direito de retirada no caso de deliberação de exclusão
de sócio, em razão da modificação do contrato (Cód igo Civil, art. 1 .077). Por isonomia,
também deve haver o d i reito de retirada no caso de decisão pela não expulsão. A decisão
de não exclusão pode ser considerada justa causa para fins de exercício de d i reito de
retirada, condição para saída nas sociedades simples (Código Civil, art. 1 .029). Além disto,
a manutenção do sócio pode ser equiparada à modificação do contrato social, que é uma
das causas do direito de retirada. Porém, não deve haver d i reito de retirada quando o
dissidente é o sócio que requereu o pedido de exclusão de outro membro, para evitar que
um sócio desprovido do direito de retirada crie condições para que possa adquiri-lo.
1 93
ExnusÃO DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÓN IMAS
sócio sem fundamento ofende a ordem pública, ao deixar a facu l dade de exclusão ao
arbítrio de alguns sócios, sendo também incompatível com a própria existência do
contrato.
521 O s exemplos são d e AGU I LA-REAL, "La exclusión . . . ", cit., p. 907 e nota n . 3, q ue,
apesar de entender como nulas as cláusulas de exclusão ad nutum, admite tais exce
ções, quando a presença do sócio é condicionada.
522 Cf. CANIZARES, L a s sociedades . , cit., p. 3 4 1 .
. .
1 94
RENATO VENTURA RI BEIRO
523 Bem exemplificativa é a posição d e TEIXEIRA DE F R E ITAS, a o prever tal possibi l idade
no Esboço de Código Civil, no art. 3 .2 1 9, § 1º "quando no contrato soc ial se tiver
estipu lado a exclusão a arbítrio dos outros sócios, ou de algum deles, nos casos previs
tos". A justificativa para tal posição é bem si ntetizada por RODRIGU ES, Sociedade de
advogados. . . , cit., p. 243 : "não constitui uma cláusula puramente potestativa daquelas
defesas em lei. Isso porque uma série considerável de fatores deve interferir na forma
ção do convenci mento da maioria, tais, por exemplo, a conveniência para a sociedade
de manter tal sócio em face da conjuntura dos negócios, o próprio comportamento do
sócio excluído, a conveniência objetiva de renovação dos elementos, e mu itas outras
circunstâncias externas às pessoas dos componentes da maioria". A favor, FERREIRA, RT
1 64/248-256, à p. 254, posição revista posteriormente, em Tratado. . . , cit., pp. 1 60-1 6 1 ;
1 95
ExcLusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANôNIMAS
P E I X OTO, A sociedade por cotas . . . , cit., pp. 268-269 . Contra, entendendo pela
potestividade da cláusula e pela apl icação do então art. 1 1 5 do Código Civil, REALE,
"A exclusão de sócios ... ", pp. 469 e 472; LUCENA, Das sociedades por quotas, c i t., p.
6 1 6; RT 1 64/248.
524 Neste sentido, aresto em RT 1 38/26 1 : "Examinando o contrato social, verifica-se que
em lugar de ser a cláusula de exclusão contrária à essência do fi m social, o u humi l han
te como se alega, concorre ela para a formação da sociedade e seu progresso em
harmonia na admi nistração da firma. É que o negócio começou pelo esfôrço e capital
do sócio havido como chefe e só mediante a referida cláusula consentiu êle que seus
antigos empregados ficassem seus sócios, i ntegrando o capital pelo trabalho esforçado
de cada um, agindo ai nda sob certa disciplina". No mesmo sentido, RT 1 47/681 . Na
doutrina, reconhecendo o d i reito de exclusão pelos mesmos motivos expostos na pre
sente nota, GUIMARÃES, "Da exclusão de sócios nas sociedades em nome coletivo.
Cláusu la atribui ndo ao sócio principal o direito de excluir outro sócio. Exclusão por meio
de sentença judicial ou por i nstrumento assinado pelo sócio principal e demais sócios
remanescentes. Conceituação de condição potestativa", RF 76 ( 1 9 3 8), pp. 444-448, em
especial à p. 445. Em RF 47/343, entendeu-se como válida c láusu la em contrato de
sociedade em comandita permitindo ao único sócio solidário exc l u i r os comanditários,
tendo em vista ser a condição para o consentimento do solidário em associar-se.
1 96
RENATO VENTURA RIBEIRO
525 Por todos, cf. PEIXOTO, A sociedade por cotas, cit., p . 2 76.
526 Cf. NU N ES, O direito de exclusão . , cit., p. 2 5 1 -2 5 2 .
..
528 Pela desnecessidade de culpa do sócio excluído, cf., entre outros, DALMARTELLO,
L 'esclusione , cit., pp. 1 90-1 9 1 ; NU NES, O direito de exclusão. . , cit., p. 1 89; LUCENA,
... .
Das sociedades por quotas . . , cit., pp. 602-603 e PIMENTA, Exclusão e retirada de
.
pp. 5 6 1 -562; LUCE NA, Das sociedades por quotas . . , cit., pp. 655-660.
.
1 97
ExnusÃo DE Sóoos NAS SornDADES ANÓNIMAS
530 Tal posição encontra apoio e m b o a parte da doutri na espanhola, como CAN IZARES,
L as sociedades . . , cit., pp. 2 1 0- 2 1 1 e autores mencionados por VI LLAV E R D E , L a
.
Esboço de Código Civil, art. 3 . 2 20, prevê como justa para exclusão o não cumprimen
to de obrigações para com a sociedade ou os sócios, tenha ou não havido culpa.
532 Cf. VILLAVER D E, La exclusion ... , cit., pp. 1 1 7- 1 1 8.
533 Cf. DALMARTELLO, L 'esclusione. . , cit., p. 1 66-1 67.
.
1 98
RENATO VENTURA RIBEIRO
empresa, para adquirir a parte dos demais por valor baixo, ou explo
rar a atividade social através de outra sociedade. O majoritário tam
bém pode efetuar negócio lesivo à sociedade, corno alienação de bens
a preço vil534 • Já ocorreu caso de sociedade de três sócios, na qual dois
conjuntamente violam o dever de não concorrência, prejudicando o
terceiro535 •
Corno a exclusão de sócio objetiva a preservação da empresa,
pouco importa se o sócio é ou majoritário536 • Havendo justa causa a
fundamentar a saída do sócio, mesmo que majoritário, é cabível sua
expulsão. A exclusão justifica-se para maximização da exploração
empresarial e não pela proteção do majoritário. Defende-se a socie
dade e os sócios. Os sócios inocentes podem pleitear a exclusão do
sócio danoso537 , em nada importando o fato de serem minoritários. Se
o sócio causa prejuízo ao fim social deve ser expulso, mesmo sendo
majoritário, até para preservar a sociedade. A razão de ser do instituto
da exclusão de sócio não é a autonomia da vontade, que justifica deli
beração majoritária e sem justa causa538 , nem a defesa da rnaioria539 ,
mas a proteção da atividade empresarial ou até poder resolutório540 •
1 99
ExnusÃo DE Sócios NAS SornDADES ANÔNIMAS
Das sociedades por quotas . . , cit., pp. 655-660; LOPES, Empresa & exclusão de só
.
200
R ENATO VENTURA RIBEIRO
201
ExcLusÃo DE Sócios NAS SoornADES ANÔNIMAS
545 Por todos, cf. H U ECK, "Esclusione di un sacio . . . " cit., p. 226 e nota n . 2 G R U N EWALD,
Der Ausschlu!L, cit., pp. 29-3 1 e SOUFLEROS, AusschlieBung. . ., cit., pp. 44-45.
546 Em especi a l, cf. FORCI ERI, "Su l l ' i nammissi bil ità dei la domanda do escl usione d i sacio
posteriore a l l a deliberazione di messa i n 1 iquidazione dei la società", FI, 1 937, 1 , pp.
1 . 1 82 - 1 . 1 83; STOLFI, La liquidazione dei/e società commerciale, Mi lano, Giuffre, 1 938,
p. 1 87, e autores mencionados por N U N ES, O direito de exclusão . . ., cit., p . 1 66, nota
n. 79, d. O principal argumento dos opositores à exclusão de sócio em fase de liquida
ção é a falta de fundamento, pois acreditam ser a exclusão u m meio para evitar a
dissolução da sociedade, não se justificando a med ida quando a e l a j á está di ssolvida.
Pela possibil idade de tal exclusão, para evitar preju ízos à liqu idação da sociedade,
MOSSA, Tratatto .. ., cit., p. 605 e G H I D I N I , Estinzione .. ., cit., p. 65, e Società personali,
cit., p. 870 e ss .. Ver também próxima nota.
547 Sentença da Cassazione de 25 .6.80, aponta uma i ncompati bil idade lógico-jurídica na
exclusão na fase de liqu idação, com base em quatro argumentos principais: sistemáti
co, anotando que a lei cuida da dissolução e da dissolução em relação a um sócio em
normas disti ntas (cf. arts. 2. 272-2.273 e 2.284-2.290 do Codice Civi/e), demonstrando
se tratar de duas situações diferentes, não se devendo cogitar de uma situação, quando
prevista outra; lógico, pois se a relação se d i ssolve l i mitadamente a u m sócio, no caso
d a exclusão, deve conti nuar em relação aos demais, o que não ocorre na fase de l iqui
dação, na qual todos os sócios possuem d i reito à l iquidação da sua partici pação;
conceituai, por se aplicarem princípios ju rídicos e econômicos disti ntos, pois na exclu
são é considerado o valor do aviJmento e os fluxos de caixa futuros, o que não ocorre
na liquidação da sociedade; textual, com base no art. 2 . 270 do Codice Civile, que
prevê o pagamento da quota l iqu idada ao credor pessoal dentro de três meses, salvo se
deliberada a d issolução da sociedade, conc luindo-se que a liqu idação da participação
de um sócio não pode ser feita na fase de liquidação, porque estão em l i q u i dação as
quotas de todos os sócios. Acrescenta ainda a decisão que na sociedade dissolvida não
mais se pode falar em status de sócio e, portanto, em exclusão de sócio. Por fim, susten
ta não haver i n teresse na exclusão, po is o sócio não pode obstar a liqu idação, vez que,
em caso de desacordo, o l iqu idante é nomeado judicialmente. No entanto, não há
i ncompatibi l idade entre dissolução da sociedade e do vínculo de sócio. A pessoa do
sóc io pode ser relevante na fase de liqui dação, quer por facil itá-la, quer por dificu ltá
\ a, levando-se em conta decisões a serem tomadas pelos sócios na fase de l iquidação.
A exc lusão não é uma sanção e sim uma forma de fac i l itar a l iquidação. No caso, a
l i quidação separada da participação do sócio deve ser fe ita após a da sociedade. Sobre
202
RENATO VENTURA RIBEIRO
espanhola548 •
a decisão da Corte italiana, cf. BOERO, "Su l l 'esclusione . . . ", cit., pp. 1 1 7-1 25; PERRI NO,
Le tecniche ... , c i t., p. 241 , nota n. 1 42 . Em sentido contrário, D I CH IO, "Sul la possibilitá
di escludere u n sacio di una società di persone durante lo stato di liquidazione", Giur.
Comm., 1 981 , li, pp. 24 1 -252; BOERO, idem, ibidem; B UCCELLATO, "Liquidazione
di società personale ed esc lusione dei sacio", Giur. Comm., 1 984, l i , p. 1 87.
548 Cf. AGU ILA-REAL, "La exc lusión . . . ", cit., p. 9 1 3 .
549 Cf. CARVALHOSA, Comentários . . . , cit., 11, p. 720.
550 Cf. BOERO, "Sul l 'esclusione per gravi inadempienze di un sacio dopo lo sciogli mento
di una società di persone", 56 ( 1 98 1 ) , 1, pp. 1 1 7- 1 25, à p. 1 25 .
203
ExnusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADEs ANÔNIMAS
204
RE NATO VENTURA RIBEIRO
commercia le, M i l a no, Giuffrê, 1 955, pp. 325-358); GR ISOU, La società con un solo
sacio. A n a lisi dei dati di una ricerca comparatistica, Padova, CE DAM, 1 9 7 1 ;
S O U F L E ROS, Ausschlief5ung. . . , c it., p. 70; SPITZE, Der Ausschluf5. . . , cit., p. 89;
G R U N EWALD, Der Ausschluf5. .. , cit., p. 70 e WOL, "Abberufung und Aussc h l ufL.",
cit., p. 92, e AGU I LA-REAL, "La exc lusión . . . ", cit., p. 91 O.
553 Cf. I N NOCENTI, L 'esclusione ... , cit., p. 1 1 6 et seq.
554 Cf. VIVANTE, Trattato . . . , cit., p. 468.
555 Cf. VIVANTE, idem, ibidem.
205
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SomDADES ANÔNIMAS
556 Todavia, para R I BUTTI, "Riflessioni su u n caso l i m ite: la società d i due soe i ", Ciur.
Comm. 5 ( 1 978), 1, pp. 5 59-588, em razão do princípio da preservação da empresa,
nenhum sócio isoladamente tem o poder de dissolver totalmente a sociedade, devendo
ser possível a conti nuidade do empreendimento com o sócio remanescente. A mesma
posição é adotada pela jurisprudência brasileira mais recente, p rincipalmente através
da apl icação da noção de dissolução parc i a l . A respeito, d. a nota abaixo.
557 A doutrina e jurisprudência brasileiras dividem-se e m três posições. Negando a possibil ida
de de exclusão, apontando como uma solução a dissolução da sociedade, PEIXOTO, A
sociedade por cotas. . ., cit., p. 272; REQU IÃO, Curso. . , cit., p. 289; RJT}RJ 4/274. Aceitando
.
cit., pp. 1 1 7-1 1 8, e Tratado .. , cit., p. 1 65, admitindo a medida somente por via judicial;
.
CARNEIRO, "Sociedade por quotas. Dissolução por morte de um dos sócios. lnexistencia.
Subsistencia apenas de um unico quotista. Dissolução immediata. Inadmissibilidade. Da
forma de l iquidação judicial. Do pagamento aos herdeiros do socio p re-morto", RT 1 01
( 1 936), pp. 353-359; REALE, "A exclusão de sócios ... ", cit., p. 474; ESPÍNOLA e VALVERDE,
i n RT l 65/3 1 1 ; FONSECA, "A exclusão de sócio ... ", cit., pp. 82-83, e Dissolução parcial... ,
cit., pp. 20-23, com menção a diversas decisões judiciais à p. 2 1 , nota 8. Na j u risprudência,
o Supremo Tribunal Federal, que antes negava a possibil idade (RTJ 33/744, 94/637 RT =
544/282), passou a admiti r a dissolução parcial (RT} 1 1 4/85 1 ). Nos outros Tribunais foram
também i númeras as decisões anteriores negando a possibilidade de exclusão em socieda
de de dois sócios, como, entre outras, as mencionadas por FONSECA, idem, ibidem e RT
588/99. O Superior Tribunal de Justiça admite a dissolução parcial, garantindo ao sócio
remanescente o di reito de recompor o quadro social, no prazo de um ano, com admissão
de outro sócio, ou atuar como firma individual, sob pena de dissolução de pleno d i reito (d.
REsp. n. 3 8 1 -MG, 3ª T., rei. Min. Waldemar Zveiter, j. 1 2. 1 2. 1 989, DJU 1 9. 2 . 1 990, p. 1 .043;
REsp. 1 38.428-RJ, 4ª T. , rei. Min. Ruy Rosado, j. 1 8 . 1 2.97, DJU 30.3.98). Ainda pela
admissibilidade da exclusão em sociedade de dois sócios, R}T}ESP 87/2 1 1 , 1 32/224. Cf.
a i nda COSTA, "A dissolução ... ", cit., p. 377 et seq.
558 Cf. MOSSA, "Le esclusione ... ", cit., p. 637 e ss., Diritto commerciali, cit., p. 1 4 1 ; VIVANTE,
Trattato. . . , cit., p. 468; DALMARTELLO, L 'esclusione. . . , cit., pp. 29-34 e 3 2 3-330 e FON
SECA, Dissolução parcial... , cit., p. 22, com referências a decisões judiciais na nota n. 1 1 .
206
RENATO VENTURA RI BEIRO
559 Cf. NAVARRI N I, Dei/e società ... , cit., p p . 702-703; FERRARA, "Le deliberazioni . . . " , cit.,
p. 2 3 8.
560 Cf. ASCARELLI, Appunti. . . , c i t . , p. 285; DE GREGOR IO, Codice . . . , c i t . , p p . 638-639 e
nota n. 2 .
561 Cf. Código d a s Obrigações suíço, a rt. 579; Código Civil ita l iano, art. 2 .287, 3 .
562 Cf. LUCE NA, Das sociedades por quotas . . . , cit., p. 650.
563 Por todos, cf. AULETTA, Deroghe... , p. 1 63: ... si e ritenuto che non esista presunzione
"
207
ExnusÃo DE Sócios NAS SocrrnADEs ANóNJMAS
208
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209
ExcwsÃo DE Sócios NAS SomDADES ANôNIMAS
210
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5 74 Cf., entre outros, COMPARATO, Aspectos jurídicos.. , cit., pp. 2 7-30; SALOMÃO F I LHO,
.
21 1
ExcLUSÃO DE Sócios NAS Soc1mADES ANÓNIMAS
9 . LIMITES À EXCLUSÃO
576 Afirmando que a exc lusão arbitrária d e sócio não i nterrompe a continuação da socie
dade, mesmo sendo ela i rregu lar ou de fato, RE 24.369, j. 1 9. 1 1 . 5 3 , DJU 1 0.6.5 4, p.
6.639; RJTJESP-Lex, 1 32/2 24.
577 Cf. CAI LLAU D, L 'exclusión ... , cit., p. 44 et seq.
212
Parte III - Exclusão de
Acionistas nas S ociedades
Anônimas
RENATO VENTURA RIBEIRO
CAPÍTU LO 1: CAUSAS
1 . N U LIDADE DE SU BSCRIÇÃO
215
ExnusÃo DE Sócios NAS SocirnADES ANôNIMAS
2 . D ESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES
216
RENATO VENTURA RI BEIRO
217
ExcLusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANôNIMAS
579 Sobre a cláusula de execução em bolsa, cf. bibl iografia mencionada por CAI L LAUD,
L 'exclusion . , cit., p. 254; RIPERT, Traité. . . , cit., pp. 882-883.
..
teriza grave falta. SIMONETTO, "ln tema di esclusione ... ", cit., p. 51 defende maior
21 8
RENATO VENTURA RI BEIRO
652, no caso de sociedade com dois sócios. Pela não obrigatoriedade, salvo previsão
contratual, RJTJRCS 3/1 89- 1 90.
583 Neste sentido, RTJ 87/2 67.
219
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÔNIMAS
220
RENATO VENTURA RIBEIRO
587 No d i reito comparado, outras legislações também admitem mais de uma possibi l idade,
como aponta VILLAVERDE, La exclusión ... , cit., p. 1 3 3.
588 Rf 1 9 1 /248.
5 89 Sobre a problemática da conferência de bens in natura, cf. ASCARELLI, " l n tema d i
conferimenti i n natura", Riv. Soe. 4 (1 95 9), 3-4, p p . 482-502; F E R RARA JR., "Ancora sui
conferimenti i n natura nella S.p.A., Riv. Soe. 1 O ( 1 965), 2, pp. 2 62-285; PAVON E-LA
ROSA, "Gli i nteressi tutelati dai la disc ip l i na del l'art. 2343 e . e . " , Riv. Soe. 1 O ( 1 965), 2,
p . 765-806; OLIVIERI, I conferimenti in natura nel/a società per azioni, Padova, CE
DAM, 1 989.
590 A respeito, cf. CAGNASSO, "Problemi interpretativi in tema d i garanzia e rischi dei
conferimenti in natura", Riv. Soe. 19 ( 1 9 74), 5 , pp. 753-801 , à p. 782, e TESTI, "Sul
conferimento di crediti i n società", RDC 1 8 ( 1 972), 1, pp. 3 59-378.
221
ExcLusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÔNIMAS
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223
ExnusÃo DE Sócios NAS SornDADEs ANôNIMAS
598 O ideal, para evitar quaisquer dúvidas, é a i nclusão da proibição como parágrafo ú nico
do art. 7º da Lei 6.404/76.
599 Cf. N U N ES, O direito de exclusão . . , cit., p. 99, acrescentando ser a notificação o
.
primei ro passo para a exclusão do sócio, somente podendo ser feita a expu lsão após
findo o prazo para pagamento da prestação.
224
RENATO VENTURA RIBEIRO
600 Cf. INNOCENTI, L 'esclusione . ., cit., pp. 97-98, e BOLAFFI, La società semplice, cit., p. 476.
.
601 Para P E R R I NO, Le tecniche.. ., c it., p. 1 79 e nota 2 78, a garantia pode ser suprimida por
d i sposição contratual.
225
ExcwsÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANÓNIMAS
606 Sobre o tema, cf. MENG H I, "Conferimento di beni in god imento e liqu idazione della
quota", Ciur. Comm., 1 985, 1 1 , pp. 756-769.
607 Cf. G H I D I N I , Società personali, cit., p. 561 .
608 Cf., por todas, AktC, § 55.2; Codice civile, art. 2.345.
226
RENATO VENTURA RIBEIRO
227
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SornDADES ANóNIMAS
228
RENATO VENTURA RIBEIRO
61 6 Sobre o dever de fidel idade nas sociedades de capital na doutrina germânica, cf.
WORCH, Treuepflichten von Kapitalgese/lschaftern untereinander und gegenüber der
Cesellschaft: Eine rechtsvergleichende Darstellung des deutschen und amerikanischen
Rechts, Frankfurt am Main, Bern, New York, Lang, 1 983; H E NZE, "Treupflichten der
Gese l l schafter i m Kapitalgesellschaftsrecht", ZHR 1 62 ( 1 998), pp. 1 86-1 9 6 .
617 Para BETTI, Teoria generale dei/e obbligazioni 1, M i/ano, Giuffré, 1 95 3 , p. 93, enquanto
nos contratos bilaterais a boa-fé diz respeito ao sinalágma, nos contratos plurilaterais,
está associada ao necessário para al cance do escopo comum, apresentando-se, antes
de tudo, como dever de fidel idade.
61 8 .
Cf. REQU I ÃO, A preservação da sociedade . . , cit., p. 243.
61 9 Cf. FOSCH I N I, "Sul di ritto di discussione i n assemblea", Riv. Soe. 7 ( 1 962), pp. 5 3-67.
620 .
Cf. CAI LLAUD, L 'exclusion .. , cit., p. 252, nota n . 2.
621 Em alguns negócios, como joint ventures, o dever d e fidel idade é maior. Nesse sentido
o leading case Meinhard v. Salmon: "Joint adventures, l i ke co-partners, owe to one
another, while the enterprise continues, the duty of the finest loyalty. Many forms of
conduct permissible i n a workday world for those acting at arm's lenght, are forbidden
to those bound by fiduciary ties. A trustee is hold to something stricter than the morai s of
the market p lace. Not honesy alone, but the puncti l io of an honor the most sensitive, is
then the standard of behavior" (248 N .Y. 458, 1 64 NE 54 (1 928), p. 463).
229
ExnusÃo DE Sócios NAS Soc1EDADES ANóN IMAS
622 Uma visão panorâmica da questão é trazida por M I N E RV I N I, "Società per azioni:
Rassegna di d i ritto comparato italo-svizzero", RTDPC, 4 ( 1 950), pp. 222-245, à pp.
235-236. Para DÍEZ, Deber de fidelidad de los administradores de sociedades mercantiles
y oportunidades de negocio, Madrid, Civitas, 1 996, pp. 2 7-58, o dever de fidel idade
abrange a conduta de não desviar oportunidades de negócio para a sociedade, enten
dendo-se como tais as atividades competitivas, as convenientes para alcance da fi nali
dade social e aquelas nas quais a sociedade mani festa interesse.
623 Entendendo pelo dever de fidelidade em sociedades de capitais, GAR R I G U ES, "La
exclusión ... ", cit.; SASTRE, "Exclusión de u n accionista ... ", cit., p. 473. Para SCH LLING,
"L'evoluzione dei d i ritto delle società nel dopoguerra i n Germania", i n Riv. Soe. 2
( 1 9 5 7), pp. 1 77-1 92, à p. 1 8 1 , nas sociedades de pessoas a relação de fidelidade deve
ser entre os sócios e nas sociedades de capitais entre a sociedade e os sócios.
624 Falando dos precedentes no direito romano, VIVANTE, Trata/to . . . , cit., p . 1 29 e nota.
230
R ENATO VENTURA RI BEIRO
625 É preferível util izar o termo "i nterdição" em lugar de "proibição" de concorrência. Pelo
princípio constitucional da livre iniciativa, não se pode proibir um sócio de exercer
qualquer atividade, mas tão somente responsabi l izá-lo excluí-lo da sociedade caso
esteja em desacordo com as normas contratuais ou estatutárias.
626 O Código das Sociedades Comerciais português, no art. 1 80º, 4, equi para a exercício
por conta própria a participação de, no mínimo, vi nte por cento no capital ou nos
lucros de sociedade, na qual o sócio possui responsabil idade l i mitada.
627 Cf. VILLAVE R D E, La exclusión ... , cit., p. 1 80 e nota 264.
628 Cf. N U N ES, O direito de exclusão . . , cit., p. 1 58; ROM 1 05/203.
.
630 A propósito das três dimensões, cf. SALOMÃO FI LHO, Direito concorrencial: as estru
turas, São Pau lo, Mal heiros, 1 998, pp. 90- 1 1 9.
231
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANÔNIMAS
sociedades cujo obj eto social é a produção de vinhos, sendo uma pro
dutora somente de vinhos brancos e a outra somente de vinhos tin
tos631 . Apesar da identidade de objeto, poderá não haver prejuízo, se
constatado tratarem-se de dois mercados distintos. Assim, não há
que se cogitar da interdição de concorrência, salvo se uma das socie
dades resolver produzir o outro tipo de vinho. Caso contrário, se um
tipo de vinho puder tomar o mercado do outro, estará caracterizada a
concorrência.
Mesmo com a identidade de objeto social, pode não haver na
concorrência entre as empresas, em razão da dimensão geográfica.
Tome-se, por exemplo, o caso de empresas de comunicações, servi
ços públicos (ex: transporte público e coleta de lixo), telecomunica
ções, com concessões para atuação em localidades diversas . A
identidade de objeto não representa concorrência.
C om significado mais amplo, tem-se qualquer forma de contri
buir ao exercício da atividade632 de concorrentes, como através do
fornecimento de matérias-primas e serviços. Sendo tal fornecimento
aos concorrentes da sociedade em condições de igualdade aos de
mais clientes, não se deve cogitar de concorrência à sociedade. No
entanto, se há fornecimento em condições benéficas ou alguma obri
gação estatutária está violado o dever de não concorrência.
O sócio que ingressou na sociedade mediante conferência de
estabelecimento comercial deve abster-se de concorrência633 , salvo
disposição em contrário. A interdição da concorrência deriva da obri
gação de conferência. O novo Código Civil estipula o prazo de cinco
anos de dever de não concorrência, sem autorização expressa (art.
63 1 Os exemplos podem ser os mais vari ados, como também o caso de moi nhos, mencio
nado por B E N E D ETTI N I , "L'esclusione di sacio per i l lecita concorrenza", in // Oiritto
Commerciale, 8 ( 1 9 1 0), p. 1 5 3 e ss., à p . 1 5 7.
632 Embora fale em "atividade", a proibição da concorrência deve abranger incl usive a
prática de ato isolado.
633 Cf. DALMARTELLO, L 'esc/usione ... , cit., p . 1 77, nota n. 78.
232
R ENATO VENTURA RIBEIRO
233
ExcLusÃo DE Sócios NAS SoornADEs ANÔNIMAS
638 Cf. autores mencionados por DALMARTELLO, L 'esclusione . . ., cit., pp. 1 74-1 75 e nota
n. 93, e N U N ES, O direito de exclusão. . , cit., p. 1 49, nota n. 66.
.
639 A propósito, cf. a resenha de NU NES, O direito de exclusão . . , cit., p. 1 50, nota n. 67.
.
234
R ENATO VENTURA RIBEIRO
640 Cf. ASCA R E L L I , Teoria dei/a concorrenza e dei beni imaterialli, M i l ano, G iuffre, 1 956,
p. 49. O Código das Sociedades Comerciais português, no art. 1 80º, 3, define como
atividade concorrente toda aquela prevista no objeto social, mesmo não sendo exercida
pela sociedade.
641 Cf. BARRETO F I LHO, Teoria do estabelecimento comercial: fundo de comércio ou
fazenda mercantil, 2ª ed., São Paulo, Saraiva, 1 988, p. 255; RT 1 93/874 e 340/358.
642 N U N ES, O direito de exclusão ... , cit., p. 1 54.
643 Há casos mu ito particulares nos quais a exploração de determi nada atividade por uma
empresa pode i nviabi l i zar ou prejudicar atividade futura de outra. Nesta h ipótese, es
tando prevista a atividade no objeto social, mesmo a sociedade não a exercendo efeti
vamente, deve haver abstenção da concorrência. O critério é a possibil idade de preju
ízo à sociedade.
644 CECCOP I ERI, " D ivieto di concorrenza nelle società i n nome col lettivo", NRDComm. 1
( 1 947-48), l i , p. 7 1 , chega a afirmar que a sociedade não é gleba de que os sócios
se1am servos.
235
ExnusÃo DE Sócios NAS Soc1EDADES ANÔNIMAS
647 U m exemplo é a vedação expressa no art. 65 da lei espanhola das sociedades l i mitadas.
648 Cf. J I M É N EZ, "Separación y exclusión . . . ", cit., p. 974; L ENZANO e TREJO, Separación
y exclusión . , cit., p. 1 1 8, com referênc ias a três decisões do Tribunal Supremo, e
. .
649 Cf. !RUJO, "Exclusión uni latera l . . . ", cit., pp. 359-363; V I L LAVERDE, "Exclusión de los
sócios mayoritarios . . . ", cit., . 2 8 1 -292. Vide ainda Parte l i , Cap. IV, 4 acima.
650 O que DALMARTELLO, L 'esclusione . , cit., p. 1 75, chama de "dovere de agire a favore".
..
236
RENATO VENTURA RIBEIRO
652 Nesse sentido, o Código Comercial a l emão, § 1 1 2, l i e o Código Civ i l ita l iano, art.
2.30 1 , 2 .
653 Cf. VILLAVERDE, La exclusión . , cit., p. 1 8 1 .
..
237
EXCLUSÃO DE SôCIOS NAS SOCIEDADES ANÔNIMAS
3.1 . FALECIMENTO
238
RENATO VENTURA RI BEIRO
656 Uma vez admitido o espólio como sócio, i nc lusive com i ntegral ização de aumento de
capital, não pode ser exc l u ldo com base no falecimento do sócio, conforme decisão do
TJSP, Ap. Civ. n. 2 1 2 .335-2, j. 7 . 1 2 .93.
239
ExcLusÃo DE Sócios NAS SocirnADEs ANôNIMAS
240
RENATO VENTURA R IBEIRO
657 Para maiores detalhes sobre o problema, cf. IN NOCENTI, L 'esclusione... , cit., pp. 37-40.
658 Cf. I N NOCENTI, L 'esclusione . , cit, pp. 38-39, com apoio em BOLAF F I , La società
..
241
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANôNIMAS
3 . 2 . Aus�NCIA
659 Considera-se também ausente pessoa envolvida em atividades pol íticas, desaparecida
há mais de u m ano, nos termos do art. 6º da Lei 6. 683/79 ( ROA 1 3 7/426, RF 267/450).
660 Cf. VIL LAVERDE, La exclusión .. ., cit., p. 1 84.
661 Cf. DALMARTELLO, L 'esclusione . . ., cit., p. 1 89; VILLAVE RDE, La exclusión . . , cit., PP ·
.
1 1 3 e ss., e 1 28.
242
RENATO VENTURA RIBEIRO
662 F E R R E I RA, Sociedades por quotas, c it., p. 375, fala em incapacidade civil ou moral do
sócio, apontando como exemplo situações como "a i nabi lidade técnica, a ebriedade
habitual, o descrédito públ ico, a prodigalidade, a enfermidade prolongada, a loucura,
a ausência".
663 DALMARTELLO, L 'esclusione , cit., p. 1 9 1 , d istingue a i nterdição judicial, decorrente
...
de caso fortuito (ex: doença), da i nterdição legal, derivada da culpa e prática de atos
i l ícitos. Mas adverte que a diferenciação é apenas para efeitos de responsab i l i dade,
pois ambas justificam a exclusão do sócio.
664 Cf. Código Civil itali ano, art. 2 .286.
243
ExcLusÃo DE Sócios NAS SomDADES ANÓNIMAS
244
RENATO VENTURA RI BEIRO
669 Lei n . 8.934/94, art. 3 5 , l i e Decreto n . 1 .800/96, art. 5 3 , 11; Código Civil, art. 1 .0 1 1 , § 1 º.
670 Cf. P E R R I NO, Le tecniche. . , cit., p. 209.
.
245
ExcLUSÃO DE Sócios NAS Soc1rnADES ANÓNIMAS
671 Nas leis regu lamentadoras de conselhos de fiscalização profissional, é comum a pena
de exclusão ou cancelamento do exercício profissiona l . Trata-se de pena máxima no
âmbito disc i p l i n ar, podendo ser acrescida de mu lta pecuniária. Questão bem i nteres
sante é a d i scussão se o cancelamento é perpétuo ou se o punido é passível de reabi l i
tação e, portanto, de nova inscrição. Como existe a pena de suspensão como proibição
temporária do exercício profissional, o cancelamento poderia ser entendido como proi
bição perpétua do exercício profissional. No entanto, a pena de cancelamento não
deve ser impeditiva de reabilitação, após determinado período, medi ante nova i nscri
ção, preenchidos os requisitos legais. Isto porque a Constituição Federal pro1be penas
perpétuas (art. 5º, XLVl l, b). Questionável somente o prazo de reabi l itação. Tratando-se
246
RENATO VENTURA RI BEIRO
de pena d iscip l i nar, deve ser aplicado por analogia o prazo previsto na lei penal de
quatro ou oito anos, no ú ltimo caso para reincidente (Código de Processo Penal, art.
743). Porém, no di reito empresarial o prazo para reabi l itação na lei fal imentar é de
c i nco anos (Lei 1 1 . 1 0 1 /05, art. 1 8 1 , § 1 º).
247
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANÔN IMAS
3 . 5 . I NSOLV�NCIA OU FAL�NCIA
672 Cf. o revogado Decreto-lei n. 7.66 1 /45, art. 48, prevendo apenas a apuração de have
res do fa l ido e não a d i ssolução da sociedade, ao contrário do revogado art. 335, 2 do
Código Comercial. No d i reito comparado, há a mesma orientação. Na Alemanha, a
sociedade pode continuar após a falência do sócio, caso previsto no contrato social ou
decidido após a vicissitude (HGB, § 1 38). Na Itália, mesmo quando a falência era
causa legal de exclusão, prevista no art. 1 9 1 do Código Comercial, eram aceitas con
venções de conti n u idade da soci edade sem o sóc i o fa l ido (d. DALMARTE L LO,
L 'esclusione . ., cit., p. 5 7) e atualmente a falência não mais é causa legal de d issolução
.
248
RENATO VENTURA RIBEIRO
249
ExcLusÃo DE Sócios NAS SomDADES ANôNIMAS
678 Cf. I N NOCENTI, L 'esclusione. . . , cit., p. 1 04. Sobre a evolução do pensamento da dou
trina italiana qu anto aos fundamentos da exclusão do fa li do, vide P E R R I NO, Le
tecniche ... , cit., p. 2 1 4 e ss. No d i reito ita l iano, a falência do sócio é caso de exclusão
automática do sócio. Além da proteção aos sócios, em razão do descrédito da socieda
de em virtude do sócio falido (único motivo para G H I D I N I , Società persona/i, cit., p.
59 1 ), também e talvez principalmente fundamenta a exclusão automática o i nteresse
dos credores do fali do em transformar em d i nheiro a participação do fa l ido. Isto porque
em outros casos de descrédito da sociedade em razão de vicissitude pessoal de sócio,
como i nterdição ou inabil itação, a exclusão é volu ntária. Por outro l ado, a exc l usão
automática do art. 2 .2 88 abrange não só o sócio fal ido como a liquidação da quota a
pedido do credor particular do sócio. Assim, a ratio legis da exc lusão automática é o
i nteresse dos credores particulares. No caso do sócio de i ndústria, sua falência não
afeta a garantia dos credores, dada a não responsabilidade perante os credores da
sociedade. Mas, como possui direito à l i qu idação da sua partici pação, sua exclusão
justifica-se pela proteção dos interesses dos credores particulares. Fala-se em l i q u i da
ção da partici pação social, para apuração do valor justo. Como dito por PERRINO, Le
tecniche ... , cit., p. 2 1 7, " ... é qui essenzialmente tutelato, i n altri term ini, in considerazione
del l e caratteristiche e delle final ità dei la procedura fal l imentare, !'interesse dei creditori
personali alla monetizzazione dei la quota dei sacio loro debitore". No entanto, ao lado
do interesse dos credores do falido, também se vislumbra proteção aos interesses dos
sócios (cf. AUL ETTA, "Deroghe ... ", cit., p. 1 47 e ss.). Para PERRINO, idem, p. 2 2 2 , não
há fundamento comum para a exc lusão volu ntária e a automática. Observa a i nd a a
autora, p. 2 2 2 , nota n. 87, não se tratar a ú ltima de autêntica exclusão, mas de dissolu
ção automática da relação social l i m itada a um sócio, por razões estranhas aos interes
ses da organização societária.
679 Cf. SPADA, La tipicità . , cit., p. 3 3 1 . Mas, como lembra DALMARTELLO, L 'esclusione. . . ,
..
cit., p. 1 85, a possi bil idade de disposição dos bens não representa uma falta total de
garantia aos credores. Entendendo i nadm issível exc lusão de sócio não falido, mas com
patrimônio i ndisponível, por ter sido adm in istrador de instituição financeira insolvente,
ju lgado em RT 546/2 26.
680 Cf. NU N ES, O direito de exclusão . , cit., p. 1 42.
..
250
R ENATO VENTURA RIBEIRO
681 Em tais, a permanência ou não do sócio, sua importância e a poss i b i l idade de sua
colaboração devem ser apurada no caso concreto. Deve-se afastar a opin ião, quiçá
majoritária, de que a a lteração no estado pessoal do sócio, em q u alquer situação, im
p l ica falta de dever de colaboração, como defende, entre outros, DALMARTELLO,
L 'esclusione.. , cit., pp. 94-97.
.
682 A d isti nção entre e lemento patrimoni a l e pessoal do intuitus personae é feita por
SIMON ETTO, "Fal imento dei sacio ed esclusione", Riv. Soe. 4 ( 1 959), p. 1 98 e ss.
Contra a exclusão do falido, fundada no intuitus personae, SIMON ETTO, idem, p. 2 1 O.
251
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÔNIMAS
685 Cf. BOLLINO, "Le cause di esclusione . . . ", cit., p. 375 e ss.
252
R ENATO VENTURA RIBEIRO
253
ExcLusÃo DE Sócios NAS SomDADES ANôNIMAS
689 A respeito, c r i t i cando duas deci sões em sent ido contrá r i o no d i reito ita l i ano,
PARTESOTTI, "Esclusione dei sacio ed eccezione di compensazione nel fal l i mento",
RDC 29 ( 1 983), l i , pp. 630-64 1 .
254
R ENATO VE NTURA RIBEIRO
690 Para v i são gera l do problema, cf. L E Ã ES, "Sociedade por cotas. Cota soc i a l .
Penhorabilidade", ROM 2 ( 1 9 72), pp. 1 1 6-1 24; ABRAÃO, Penhora de cotas de socie
dade de responsabilidade limitada, 2ª ed., São Pau l o, RT, 1 9 9 1 , e C O E L H O,
"Penhorab i l i dade das cotas sociais", ROM 82 ( 1 9 9 1 ), pp. 95-1 0 1 .
69 1 Por fu ndos l íquidos, entende-se "a parte ou cota que, na l i q u i dação da sociedade,
couber ao sócio, uma vez pago o passivo social", como explica LE Ã ES, "Sociedade por
cotas ... " , cit., p. 1 1 9 .
692 Cf. RT} 95/837, RT520/1 59.
693 Embora pudesse haver o entendimento de que era exempl ificativo o el enco de bens
impenhoráveis do artigo 649 do CPC.
255
ExcLUSÃO DE Sócios NAS Soc1EDADES ANÓNIMAS
694 Entre outros, cf. REsp. 30.854-2, 4ª T., rei. Min. Sálvio de Figuei redo, j. 8.3 .94, DJU
1 8.4.94, RT 71 2/268; REsp. 37.452 -2-SP, 4ª T., rei. Min. Fontes de Alencar, j . 1 .3 . 94,
RSTJ 60/345; REsp. 3 9 . 609-3, 4ª T., rei. M i n . Sálvio Figueiredo, j. 1 4.3 .94, DJU 6.2. 95,
RT 7 1 9/2 75; ROM 1 1 2/1 04; RT655/1 72.
695 Para VILLAVERDE, La exclusion ... , cit., p. 1 63, em caso de penhora deve ser feita a
exc lusão de sócio, por falta de aporte e i ncumprimento de dever de fidelidade. Como
a penhora pode ser revertida, mediante substituição do bem penhorado, pagamento,
novação de d ívida, anul ação, entre outros, o momento de se discutir a exclusão de
sócio não é o da penhora e sim na al ienação judicial da participação social.
256
R ENATO VENTURA RIBEIRO
696 Cf. DUQU ESNOY, La dissolution .. , cit., pp. 9 1 -1 1 0; F E R R E I RA, A exclusão do sócio
.
súdito. . , citada.
.
257
ExnusÃo DE Sócios NAS SomDADEs ANÔNIMAS
701 Cf. L E Ã ES, "Conflito de interesses. O i nteresse soc ial e o i nteresse da empresa. Voto
confl itante e vedação do exercício do di reito de voto. Abuso do d i reito de voto e abuso
do poder de controle", in Estudos e pareceres sobre sociedades anônimas, São Paulo,
RT, 1 989, pp. 9-27, em especial, pp. 1 6-1 7.
702 Sobre a noção de abuso de direito em matéria de sociedades, cf., entre outros, COPPENS, De
/'abus de majorité dans les sociétés anonymes, tese, Paris, Fonteyn, 1 955; GUGLIELMUCCI,
"Abuso dei diritti sociali", Riv. Soe. 8 (1 963), p. 755 e ss; TRICOT, "Abus de droits dans les
sociétés: abus de majorité et abus de minorité", RTDCo. 47 (1 994), 4, pp. 61 7-627.
703 J u lgado da Corte de Cassação francesa, Rev. Soe., 1 999, 1 , p. 1 03, entendeu como
comportamento egoístico e prejudicial à sociedade, posição de sócio com igual parti
ci pação em sociedade de dois sócios, que votou contra inclusão de lucros em reserva,
para d i m i n u i r necessidade de empréstimo bancário, e i ngressou com ação judicial
requerendo a distribu ição de lucros, classificando a posição do sócio como abuso de
igua ldade, por sobrepor o interesse pessoal ao i nteresse social. Em apoio, LUCENA,
Das sociedades por quotas.. , cit., p. 65 1 .
.
704 A Corte de Cassação francesa aponta duas condições para identificação do abuso,
quer de maioria ou mi noria: ser a deci são contrária ao i nteresse geral e favo recer os
258
RENATO VENTURA RIBEIRO
259
ExcLusÃo DE Sócios NAS SomDADEs ANóNrMAS
706 Cf. PREITE, L "'abuso" dei/a rego/a di maggioranza nelle deliberazioni assembleari dei/e
società per azioni, Mi lano, Giuffré, 1 992.
707 Cf. COMPARATO, "Exclusão de sócios ... ", cit., p. 46.
708 Cf. Parte li, Cap. I V, item 4.
709 Cf. Parte li, Cap. IV, item 7.
710 Idem.
71 1 I nfelizmente, é difíc i l a forma de sancionar abusos de maioria, sem reflexos à socieda
de ou aos mi noritários. A propósito, o di agnóstico de PE NTEADO, Dissolução.. . , cit., p.
222: " ... os mecanismos da di ssolução tota l, da exclusão de sócio e do d i reito de recesso
260
R ENATO VENTURA RIBEIRO
têm sido reputados mal-adaptados para sancionar os abusos perpetrados pela maioria,
ou para resolver i nsuperáveis desinteligências entre os sócios que ponham em risco a
conti nu idade da empresa. A dissolução, porque conduz à extinção da empresa; a ex
clusão, porque pode levar à expu lsão dos acion istas majoritários, sem os quais é pouco
provável a subsistência do empreendimento; e o d i reito de recesso porque não pode
ser admitido com demasiada abertura, na medida em que pode tornar i nviável, tam
bém, se exercido em l a rga escala, o prosseguimento da atividade socia l ''. Sobre o de
samparo dos m inoritários no B rasi l, cf. LIMA, O acionista minoritário no direito brasi
leiro, Rio de Janeiro, Forense, 1 994.
71 2 Cf. BRANCH UT, Les abus de mínorité dans la société anonyme, tese, Paris l i , Paris,
1 9 74, em especi a l p. 76 e ss.; BOIZARD, "L'abus de minorité", cit., pp. 368-375.
713 LOPES, Empresa & exclusão de sócio. . . , cit., pp. 1 1 3- 1 1 4, relaciona os seguintes proce
d imentos de bloqueio: "a) obstar ou impedi r as modificações contratuais ou estatutárias,
quando houver necessidade de total idade ou a sua participação é necessária em razão
de quorum; b) obstar ou impedir que seja real izada transformação de tipo j urídico, ou
cisão, ou i ncorporação, ou fusão, quando essencial ao desenvolvimento da empresa;
c) promoção de ações judiciais tendentes a host i l izar a empresa, os administradores e
a maioria que os sustenta, principal mente através de medidas l i m i nares que possam
para l isar ou d i ficu ltar a atividade social da empresa; d) criar obstáculos para aprovação
da prestação de contas dos administradores, quando seu voto é necessário para ta l fim;
e) constantes pedidos de informes causídicos, em flagrante abuso do d i reito de infor
mação; f) repassar ao mercado i n formações confidenciais''.
714 Cf. PERRI NO, L e tecniche . . . , cit., p . 1 1 9, nota n . 1 9.
261
ExcLusÃo DE Sócios NAS SornDADES ANóNIMAs
719 Cf. B E R G IER, L 'abus de majorité dans les sociétés anonymes, Vevey, Sauberlin e Pfeiffer,
1 93 3 , p. 268.
720 Em sentido contrário, TRICOT, "Abus de droits ... ", cit., p. 6 2 5 .
262
R ENATO VENTURA RIBEIRO
721 Para uma visão geral d o problema, LEO, "L'esclusione d e i sacio dai la società d i persone
quale potere estintivo u n i l aterale dei rapporto", in Recesso e risoluzione nei contratti,
aos cuidados de G iorgio de Nova, M i l ano, Giuffre, 1 994, pp. 1 . 1 4 7 - 1 .200, à pp. 1 . 1 77-
1 . 1 82; PERRI NO, L e tecniche... , cit., p. 1 88 e nota n . 1 O.
722 Cf. B R U N ETTI, Tratatto ... , cit., p. 393 ..
723 Cf. DALMARTELLO, L 'esclusione ... , cit., p. 1 60 e ss.; DE GREGORIO, Codice. . . , cit., p.
1 77; N U N ES, O direito de exclusão .. , cit., pp. 1 1 5 e 1 73, acrescentando que caberá à
.
2 63
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANóNIMAS
725 Cf. FERRI, Trattato . . . , cit., p. 2 2 7; G H I D I N I , Società personali, cit., p. 5 58; G R ECO, La
società nel sistema legislativo italiano, Torino, Giappiche l l i, 1 959, p. 3 2 , e autores men
cionados por LEO, "L'esclusione dei sacio . . . ", cit., p. 1 . 1 80, nota 1 20. A conclusão dos
autores decorre do fato do art. 2 .286 do Código Civil italiano não prever como causa
de exclusão o abuso da firma social, a ausência injustificada e a fraude na administra
ção, como dispunha o art. 1 86, 2 do Código Comercial revogado. Cf. também decisões
da Corte de Cassação italiana, de 1 4.4.58, ROComm., 1 959, l i , p. 25, e de 3 0 . 1 .80,
Ciur. Comm., 1 980, li, p. 3 1 9.
726 Cf. FERRARA, Cli imprenditori. . ., cit., p. 275; TARANTINO, " Revoca ed esclusione dei
socio amministratore nell e società personali", i n Ciur. Comm. 7 (1 980), 1 1 , pp. 303-3 1 8,
à p. 3 1 5; LEO, "L'esclusione dei socio . . . ", cit., p. 1 . 1 8 1 .
727 Como n o s projetos d e Código Comercial de VIVANTE (art. 2 5 1 , 2 ) , D'AMELIO (art.
245, 2) e ASQ U I N I (art. 1 5 5, 3), como aponta PERRINO, L e tecniche .. ., cit., p. 1 88,
I nota n. 1 0.
728 Cf. TARANTINO, "Revoca ed esclusione dei socio . . . ", cit., pp. 304 e 3 1 3 .
729 Sobre a discussão da administração da sociedade ser dever ou faculdade dos sócios, cf.
V I LLAVERDE, La exc/usión . . . , cit., pp. 1 1 8-1 2 2 .
2 64
RENATO VENTURA RIBEIRO
730 No direito italiano, é dever do sócio de sociedade simples a não uti lização, sem con
sentimento dos demais sócios, de bens sociais para fi ns estranhos aos da sociedade (art.
2.2 56), o que explica a exclusão (decisão da Corte de Cassação, de 3 0 . 1 .80, Ciur.
Comm. 7 ( 1 980), 1 1 , pp. 3 1 9-3 2 1 , citada). Na Espanha, a vedação aplica-se também aos
sócios e não apenas aos admin istradores, como aponta V I L LAVER D E, La exclusión ... ,
cit., p. 1 75 e nota n . 257.
731 Cf. VILLAVERDE, La exclusión . . , cit., p. 1 75 . Ou, n o dizer de TROPLONG, apud
.
2 65
ExnusÃo DE Sócios NAS Soc1EDADES ANôNIMAS
5 . 2 . I NGER�NCIA NA ADMINISTRAÇÃO
266
R ENATO VENTURA RIBEIRO
739 Cf. DALMARTEL LO, L 'esclusione ... , cit., p. 1 69; N U N ES, O direito de exclusão .. , cit.,
.
267
ExnusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANÔNIMAS
744 Cf. DUQUESNOY, La dissolution ... , cit., pp. 73-76 e pp. 76-78, respectivamente, sobre
a desarmonia entre sócios nas sociedades de capitais e intuitus personae.
745 Como aponta N U N ES, O direito de exclusão .. , cil., pp. 1 70-1 7 1 , a gravidade deve ser
.
mesintelligence entre associés, cause de dissolution antecipée des sociétés, tese, Paris,
1 954; B L UM E NTHAL, La mésintelligence entre associés, tese, Paris, 1 97 1 ; PASCUAL,
"La personne physique ... ", cit., pp. 2 92-298, o último texto discorrendo sobre a d iversi
dade de opiniões, dada a posição de parte da doutrina e da jurisprudência pela disso
l ução da sociedade em lugar da exclusão de sócio.
748 D a mesma forma, nas sociedades contratuais, a doutrina majoritária entende pela
desnecessidade de cláusula expressa a respeito, por haver condição reso l utiva tácita
ou i m p l íc i t a . E ntre o u t ros, DA LMART E L LO, L 'esclusione . . . , c i t . , pp. 2 5 1 -5 3 ;
OUQUESNOY, La dissolution .. . , c it., p . 306; REQU IÃO, A preservação da socieda
de ... , cit., p. 250 e ss.
749 Cf. Ar. 2936, de 26.6.59 do Superior Tribunal da Espanha (STS).
750 Cf. também DUQUESNOY, La dissolution . . ., cit., p. 80.
2 68
RENATO VENTURA RIBEIRO
Esposa de sócio perturbador excl u ído também deve ser excl u ída, como aponta LEME,
"Sociedade por quotas ... ", cit., p. 1 0 1 .
752 Decidiu-se pela dissolução parcial de sociedade entre marido e mulher, após separa
ção j udicial, com a continuidade da sociedade por um deles, entendendo-se como
i rrelevantes as razões da desavença do casal (RJTJSP-Lex 1 40/1 36).
753 Sobre a desarmo n i a entre sócios como v i o l ação do dever de col aboração, vide
DALMART E L LO, L 'esclusione . . . , c i t . , p . 94, nota n. 1 1 1 , e L EÃES, " Ex c l u são
extrajudicial. .. ", cit., p. 95.
754 Cf. DUQU ESNOY, La disso/ution .. ., cit., p. 72 .e ss.
2 69
ExctusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÓNIMAS
2 70
RENATO VENTURA RIBEIRO
271
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SoornADEs ANÔNIMAS
272
R ENATO VENTURA RIBEIRO
760 Para uma melhor visão do problema na França, cf. RANDOUX, "Domai ne de l'agrément
des cessions d'actions et exclusion de l'actionnaire personne morale dont le contrôle
se trouve modifié en cours de vie sociale", Rev. Soe. 1 1 3 ( 1 995), pp. 303-307, comen
tando decisão transcrita às pp. 298-303.
761 A doutrina é dividida quanto à matéria. Para uns, como COMPARATO, O poder de contro
le. ., cit., p. 248, no preço das ações de controle deve estar embutido o valor do controle da
.
empresa. Para outros, como CARVALHOSA, Comentários.. ., cit., p. 1 44, todas as ações,
sejam ou não de controle devem ter o mesmo valor, pois todos os acionistas fornecem
capital, razão pela qual os controladores não devem possuir tratamento diferenciado. Uma
terceira corrente procura conciliar ambas as posições, assegurando um plus às ações de
controle, mas resguardando a proteção aos demais acionistas, também responsáveis pela
capitalização da sociedade. É o atual entendimento legislativo, posição também defendida
por VI DIGAL e MARTINS, Comentários à lei das sociedades por ações: Lei n. 6.404, de
7 5. 7 2. 76, atualizada pela Lei n. 9.457, de 5.5. 97, Rio de janeiro, Forense U niversitária,
1 999, p. 81 7. Há outras opiniões, como a de B ERLE e MEANS, The modem corporation
and private property, New York, 1 967, pp. 2 1 6-2 1 7, para os quais o controle faz parte do
ativo social, devendo seu valor ser pago à sociedade e não aos controladores.
273
ExnusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANóNIMAS
762 Cf. a redação original do art. 1 5, § 2º da Lei 6.404/76, atual mente com nova redação
dada pela Lei 1 0. 303/0 1 .
2 74
RENATO VENTURA RIBEIRO
2 75
ExcLusÃo DE Sócios NAS SornDADES ANÓNIMAS
766 Sobre a matéria, cf. BAJ, "Le retrait obl igatoire des actionnaires minoritaires des sociétés
cotées", Rev. dr. bane. bour. 44 ( 1 994), pp. 1 54-1 62.
767 Daí BAJ, "Le retrait obligatoire . . . ", cit., p. 1 54, falar em vitória do direito bursátil sobre
o d i reito societário.
276
RENATO VENTURA RIBEIRO
768 Cf. I nstrução CVM n. 361 , de 5.3 .2002, art. 1 9 . A norma anterior por ela revogada
estipula o prazo de três anos (Instrução CVM n. 229, de 1 6 de janeiro de 1 995, art. 29,
parágrafo ú n ico).
769 Algumas legislações estipulam li mites de perda de capital, como a lei francesa de soci
edades de 2 4 . 7 . 1 867, cujo art. 37 fala em perda de do capital soc i a l . No entanto, a
277
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÓN IMAS
apu ração da i nviabi l idade da empresa em razão da perda de capital deve ser feita em
cada caso concreto, a exemplo da verificação da viabi l i dade no caso de concordata.
Algumas empresas necessitam de pouco capital de giro, outras exigem considerável
aporte de capital imob i l i zado.
770 Cf. o revogado art. 336, 5 do Cód igo Comercial.
771 A ju risprudência entende pelo não cabimento da d i ssolução da sociedade a pedido de
sócio minoritário, determi nando a exclusão do requerente (RTJ 23/486, 35/1 50, 53/
1 85 , 5 6/1 97, 89/1 .054, 9 1 /357, 99/1 .272; REsp 2 2.81 4-5/SP, 4° T., rei. Min. Athos Gusmão
Carneiro, j. 29. 1 1 .93, O}U 2 1 .2 .94; RT 426/229; RF 1 64/209, 1 80/267) ou quando o
contrato social prevê a apuração de haveres e não a d i ssolução total, para o caso de falta
de um dos sócios (RT 464/2 2 1 , 524/1 32, 503/1 44). Na doutrina, cf. PENTEADO, Dissolu
ção .. . , cit., pp. 1 54-1 58. O STJ, baseado no princípio da conservação da empresa, acei
tou a continuidade de sociedade com sócio mi noritário, em ação de dissolução na qual
a maioria do capital social requereu a dissolução total, em ROM 1 1 6/1 7 1 , com comentá
rios de FRONT I N I . Na França, porém, decisão da Corte de Cassação de 1 2.3.96 determi
nou a dissolução de sociedade, requerida por sócio majoritário, detentor de 75% da
participação social, apesar dos demais sócios terem pedido para adquirir sua parte. Como
fundamento, além da possibil idade de dissolução prevista em lei (Código Civil, art. 1 .844),
o argumento de que ni nguém é obrigado a vender sua participação social. A respeito da
decisão, cf. os comentários de BON NEAU, Or.sociétés, maio de 1 996, n. 96; B U REAU,
Rev. Soe. 1 996, p. 554; DAIGRE, Buli. Joly 1 996, p.584; LANGL E S, O. 1 997, 1 33; MES
TRE, RTDCiv. 1 996, p. 897 e PACLOT, }CP 1 996, E, li, 83 1 .
772 Parte da jurisprudência tende a não admitir a d i ssolução parcial d e sociedades anôni
mas, com a a legação de quebra da affectio societatis, considerando tal pedido jurid ica
mente impossível, eis que não previsto dentre as h i póteses de dissolução do arl. 206 da
2 78
R ENATO VENTURA RIBEIRO
Lei 6.404/76 (STJ, Ag. Reg. n. 3 . 7 20-8/SP, j. 26.4.93; AgRg n. 34. 1 20-8, rei . M i n . Dias
Tri ndade, j . 2 6.4.93, DJU 1 4.6.94; RT 749/25 8; TJSP, Ap. Civ. 2 6 .884.4/8, j. 1 7.3.98, i n
M ESSINA e FORGIONI, Sociedades por ações: jurisprudência, casos e comentários,
São Pau lo, RT, 1 999, p. 3 5 2). No entanto, algumas decisões permitem a dissociação de
acionistas que não desejavam permanecer na sociedade, apl icando por ana logia a
criação pretoriana da "dissolução parcial" (RT} 2 3/486, 99/1 . 2 72 e REsp 2 2. 8 1 4-5/SP,
4- T., rei . M i n . Athos Gusmão Carneiro, j. 2 9. 1 1 .93, OJU 2 1 . 2 . 94; RF 286/2 8 1 ). Sobre o
problema, com posição da j u risprudência, cf. PENTEADO, Dissolução . . . , cit., pp. 2 1 8-
2 2 5 e FONSECA, Dissolução parcial.. ., cit., pp. 80-87. Contra, exceto na impossbi l idade
de preenchimento do fim social, BRITO, "Dissolução parcial de sociedade anôni ma",
ROM 1 23 (200 1 ), pp. 1 47-1 59.
O Tribunal de Justiça de São Paulo, em curto espaço de tempo, apresenta decisões d íspares.
Em 4 . 3 . 9 7 foi confirmada sentença, proferida em ação de dissolução de sociedade com
base no art. 206, 1 1 , b, da Lei 6.404/76, na qual os autores pediram sua "retirada" da
sociedade; o magistrado permitiu a dissociação, diante da dúvida quanto ao percentua l
da participação acionária dos autores, se maior o u menor d o q u e o s 5 % do capital social ,
exigido para a dissolução - o que é de se estranhar, dada a possibilidade de verificação
de tal dado, com base no confronto entre os títulos dos acionistas, livros de registro e
transferência de ações e estatuto social, alegando também lacuna nos arts. 1 3 7 e 206 da
lei societária para aplicação do remédio da "dissolução parcial". O Tribunal manteve a
decisão em razão dos graves conflitos de acionistas, procurando dar a solução que melhor
conciliasse os interesses dos sócios e da sociedade, evitando maiores prejuízos (R}T}ESP
1 98/1 66). Outra decisão do mesmo Tribunal traz a seguinte ementa: "A sociedade anônima
fechada é constituída essencialmente cum intuitus personae, para cuja formação não se
prende, exclusivamente, à constituição do capital, mas também, e sobretudo, a qualidade
pessoal dos sócios ou acionistas, que, por vezes, mantêm uma relação de parentesco, por
isso que chamada, também, de sociedade familiar. Assim, diluída a affectio societatis, isto
é, não existindo mais a confiança mútua entre alguns acionistas, não há como obrigá-los a
permanecer em sociedade" (TJSP, Ap. Civ. 003.299-4/0, rei. Des. Mohamed Amaro, j. 1 9.2.98,
maioria de votos, in MESSINA e FORGIONI, idem, pp. 3 1 6-3 1 8). Trata-se, no entanto, de
caso pecu liar de sociedade de quotas de responsabilidade l imitada, transformada em com
panhia, com a justificativa de que a escolha da nova forma societária se deveu a conveni
ências econômicas e administrativas, havendo acordo de acionistas estipulando direito de
preferência para a aquisição de ações. Um mês depois, em 1 7. 3.98, o Tribunal profere
decisão entendendo ser a dissolução parcial incompatível com a lei das sociedades por
ações (TJSP, Ap. Civ. 26.884.4/8, j. 1 7.3.98, in MESSINA e FORGIONI, idem, p. 3 52).
773 Cf. AZEVEDO, Dissociação .. ., cit., p. 1 35 .
774 Cf. preocupação exposta por N U N ES, O direito de exclusão . . ., cit., p. 71 e ss., no caso
do sócio ped i r a d issol � ção por renúncia para frustrar possib i l idade de sua expu lsão.
No caso, a solução do autor é a substituição da dissolução da sociedade pela exclusão
do sócio (idem, p. 74).
279
ExnusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADEs ANÓNIMAS
775 Lembre-se que no d i reito romano a renúncia tinha os mesmos efeitos do pedido de
d i ssol ução hodierno, posto que acarretava a dissolução da sociedade.
776 Para PAIVA, "A dissolução contenciosa ... ", cit., p. 23, os pedidos de dissolução impro
cedentes constituem motivo para exclusão do sócio requerente.
777 Cf. REQU IÃO, A preservação da sociedade.. , cit., p. 206.
.
778 RT 768/2 1 1 .
280
RENATO VENTURA RIBEIRO
CAPÍTU LO l i : PROCEDIMENTOS
281
ExnusÃo DE Sócios NAS Soc1mADES ANÔNIMAS
781 Embora não haja previsão legal, CARVALHOSA, Comentários . . . , cit., vai. l i , p. 266,
defende a proibição de venda por preço i nferior ao que faltar para a i ntegral ização,
para não haver redução indireta do capital social. Para o autor, idem, p. 267, a lei, ao
falar em valor arrecado para pagamento dos débitos, i ndica as despesas e encargos não
cobertos pelo produto da venda, mas não a possibi l idade de arrematação por menos
do valor restanté para a i ntegralização.
782 Cf. CARVALHOSA, Comentários. . , cit., li, p. 268.
.
783 Trata-se de caducidade dos d i reitos de acionista e não das ações, que podem ser ven
d idas a terceiros ou adqu i ridas pela companhia, como aponta CARVA LHOSA, Comen
tários ., cit., 11, p. 2 68.
..
282
RENATO VENTURA RI BEIRO
784 Cf. N U N ES, O direito de exclusão ... , cit., p. 1 04, nota n . 1 4, à p. 1 05 ; CARVALHOSA,
Comentários ... , cit., l i , p. 239.
785 Cf. CARVA LHOSA, Comentários ... , li, cit., p. 239, apoiado em VALV E R D E, Sociedades
por ações, cit., v. 2, p. 2 1 .
786 Idem à nota anterior.
787 Cf. T E I X E I RA, Das sociedades por quotas ... , cit., p. 2 78.
788 Cf. FARIA, Da exclusão de sócios... , cit., p. 33; GOMES, "Exclusão de sócio. . . ", cit., pp.
247-248.
283
ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1mADES ANóNIMAS
2) na realização da assembléia:
a) na leitura da ordem do dia, com a exposição dos fatos
pelos quais se discute a exclusão do sócio;
b) cessão da palavra, ao sócio excluendo ou a seu procura
dor, para garantia do direito de defesa;
c) discussão da matéria, permitindo-se ao sócio excluendo
ou a seu procurador o uso da palavra, para exercício de
amplo direito de defesa e contraditório;
d) não havendo necessidade de prova pericial ou de qual
quer outra, deliberação por maioria absoluta do capital
social, sem a participação do sócio excluendo, que deve
tomada pela maioria do capital social e ser fundamenta
da, expondo os graves motivos que impedem a continui
dade do excluído na sociedade;
3) comunicação por escrito ao sócio excluído da deliberação, com
seus fundamentos, pois somente após sua notificação a decisão passa
a ter efeito entre os sócios. A exigência de fundamentação é legal e
permite ao excluído que discordar a discussão judicial das razões ou a
anulação da decisão por falta de motivos;
4) elaboração da ata da assembléia, contendo os fundamentos
da decisão, e do instrumento de alteração contratual, para arquiva
mento no órgão de registro de comércio, para que, após a publicação,
a deliberação passe a ter efeitos erga omnes;
5) levantamento de balanço especial para apuração de haveres e pa
gamento do montante do sócio excluído, na forma prevista no contrato.
A lei brasileira é silente quanto ao prazo para a deliberação de
exclusão, após a ocorrência de justa causa. No entanto, se decorrido
muito tempo após a ocorrência do fato caracterizado como motivo
de exclusão, não se pode tê-lo como motivo justo. Como parâmetro,
tem-se a lei argentina (Ley 19.550, art. 91), na qual a exclusão deve
284
RENATO VENTURA RIBEIRO
789 Além da disposição expressa do art. 1 .085 do Código Civil, recentemente a Lei 1 1 . 1 2 7/
05 deu nova redação ao art. 57 daquele diploma, para assegurar expressamente o
d i reito de defesa na exclusão de membros de associações.
790 O STF entendeu não haver di reito de defesa para associado eliminado de quadro social
de clube, bem como não se deve confundir o pri ncípio constitucional da ampla defesa
com direito de defesa, conclui ndo pela desnecessidade de convocação do sócio a ex
cluir para del iberar sobre a expulsão (RTJ 99/942). Em sentido contrário, pelo d i reito de
defesa, CA IL LAUD, L 'exclusion . . . , cit., p. 259; REsp. 50.543-SP, rei . Min. Ni lson Naves, j .
2 1 .5 .96, DJU 1 6.9.96, p. 33.738; R T 209/249, 462/226, 640/242; RF 2 00/1 78, 2 3 1 /2 1 1 ,
RJTJESP-Lex 80/200, todos tratando de associações e sociedades civis. Contra o d i reito de
defesa, salvo previsão contratual, MARQUES, Sociedade de advogados. . , cit., p. 1 44.
.
285
ExcLusÃo DE Sócios NAS SomDADES'ANóNIMAS
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287
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SocirnADEs ANÔN IMAS
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ExcLUSÃO DE Sócios NAS Soc1EDADES ANÔNIMAS
808 Sobre o tema, cf. LEO, "L'esc lusione dei sacio ... ", c it., pp. 1 . 1 90- 1 . 200. Decisão da
Suprema Corte italiana, FI, 1 955, 1 , p. 77, estabelece que, havendo exclusão e recesso
do mesmo sócio, deve prevalecer aquele verificado primeiro. No caso concreto, deci
di u-se pelo d i reito de recesso, por produzir eficácia após sua comunicação, e pelo fato
da exclusão ter se dado med iante sentença posterior. No entanto, a decisão merece
reparo, pois a excl usão, mesmo sendo proferida em sentença posterior, deve retroagi r à
data de sua causa. Cf. G IORDANO, "Concorso fra u n a callsél di escl usione ed u n a
causa d i recesso da una società personale", i n ROComm. 5 3 ( 1 955), l i , p p . 349-358;
ARENA, "Sul cosi detto concorso dell'esclusione giudiziale e dei recesso di un sacio da
u na società col lettiva", FI 83 (1 960), IV, p. 1 5 2 e ss . .
809 Cf. VIVANTE, Trattato . , cit., p. 466; SOPRANO, Tratatto .. , cit., p . 884.
. . .
810 Como é o caso dos defensores d a tese da exclusão de sócio como manifestação de
poder disc i p l inar da sociedade. Cf. Parte li, Cap. I l i, 1 . 1 acima.
81 1 Cf. LEPA R G N E U R, " L'exclusion . . . ", p. 275, HOUPIN, Traité. . . , cit., p. 2 2 5 .
81 2 Cf. MARQU ES, in Sociedade de advogados. . . , cit., p. 1 65 .
813 Cf. V I LLAVERDE, L a exclusión , cit., p . 225.
...
290
RENATO VENTURA RIBEIRO
COMPARATO, " Exclusão de sócio nas sociedades por cotas ... ", cit., p. 46, Ensaios e
pareceres.. ., cit., p. 1 4 1 ; F RANCO, Lições de direito comercial, São Paulo, Maltese,
1 993, p. 1 6 1 , todos antes da edição da Lei 8.934/94. Contra, TEIXEIRA, Das sociedades
por quotas .. ., cit., p. 2 76; L E Ã ES, "Exclusão extrajudicial . . . ", cit., pp. 89-92; L UCENA,
Das sociedades por quotas . , cit., p. 642.
..
820 N a Itál ia, a excl usão em sociedade de dois sócios deve ser pro n u nciada j ud i c i a l
mente, embora a regra geral seja a desnecessidade de via j ud i c i a l , através de d e l i
beração majoritária d o s sócios ( Codice Civile, art. 2 . 2 8 7 , caput e 3 ) . N o d i re i to
espanhol, GARRIGU ES, " L a exc lusión de un sacio de la S. de R. L., i n Sociedades de
291
ExnusÃo DE Sócios NAS Soc1EDADES ANÔNIMAS
292
R ENATO VENTURA RIBEIRO
824 No j u lgado publ icado em RF 1 50/254, a sociedade foi ju lgada carecedora de ação.
825 Cf. REALE, "A exclusão de sócio ... ", cit., p. 97; FRANCESCHELLI, "Esclusione dei sacio nelle
società di persone", Dai vecchio ai nuovo diritto commerciale, Milano, Giuffrê, 1 970, p. 1 76.
Na doutrina francesa, autores citados por CAILLAUD, L 'exclusion ... , cit., p. 255, nota n. 2.
826 No caso das sociedades contratuais, a del iberação de exclusão de sócio, por alterar o
contrato social, cabe à maioria dos sócios e não a órgãos da sociedade. Nas sociedades
anônimas, discute-se se a decisão cabe exclusivamente à assembléia geral ou a outros
órgãos. Se a decisão de exclusão de sócio provocar a alteração do capital social, é de
competência da assembléia geral, por exigir modificação estatutária. No caso de ex
c l usão sem modificação de capital social, por não haver vedação legal, pode ser
estabelecida no estatuto a competência de órgãos da sociedade, em especial o Conse
lho de Administração. No entanto, entendendo ser indelegável a decisão de exclusão,
REALE, "A exclusão de sócios ... ", cit., p. 472; CAI L LAUD, L 'exclusion ... , cit., p. 2 5 6;
AZEVEDO, Dissociação. . . , cit., p. 1 3 2.
827 Cf. NAVA R R I N I, Delle società ... , cit., p. 698; DALMARTELLO, L 'esclusione . , cit., pp.
..
1 1 2 e 209-2 1 1 ; FERRARA, "Le deliberazioni ... ", cit., p. 2 38; ASCARELLI, Appunti... ,
c i t., p. 206; DE GREGORIO, Codice. . . , cit., p. 637; CAN D IAN, "Riflessione . . . ", cit., p.
3 6 1 ; N U N ES, O direito de exclusão... , cit., pp. 2 9 1 e 3 0 1 .
828 Cf. CPC, art. 1 2, VII.
829 Para TEIXEIRA, Das sociedades por quotas.. , cit., p. 2 77, uma vez tomada a decisão de exclu
.
são, tanto a sociedade quanto os sócios sáo legitimados. Mas para LUCENA, Das sociedades
por quotas... , cit., p. 644, após a decisão somente a sociedade passa a ter legitimidade. Sobre a
discussão da legitimidade dos sócios ou da sociedade, PERRINO, Le tecniche... , cit., 73/28.
830 Cf. VIVANTE, Trattato ... , cit., p. 466; SOPRANO, Tratatto . . . , cit., p. 884. A opinião dos
autores é coerente com sua posição pela obrigatoriedade da via judicial.
293
ExcLusÃo DE Sócios NAS SoornADES ANÔNIMAS
831 Cf. LUCENA, Das sociedades por quotas ... , cit., p. 644, acrescentando, contudo, q u e
uma vez tomada a deliberação p e l a sociedade, a legitimidade passa a ser da sociedade
e não mais dos sócios.
832 Cf. FONSECA, Dissolução parcial.. . , cit., p. 1 1 4.
833 R T 63 1 /1 22; RJTJSP 95/290, 1 05/247.
834 Cf. REsp. 33.475-9-SP, 4ª T., rei . Min. Barros Monteiro, j . 1 5 .9.95, DJU 2 . 1 0.95; TJSP,
Ap. 2 4 7 . 2 68-2, rei . Des. Gi lda dos Santos, j. 1 6.2.95, Lex 1 69/1 66; Ap. 2 67.079-2, rei .
Des. Cezar Peluso, j . 1 0. 1 2 .96.
835 Como entendem FERREIRA, Tratado .. , cit., pp. 1 60-1 6 1 ; ROM antiga série 1 1 (1 952)/
. -
836 Cf. REALE, "A exclusão de sócio ... ", cit., p. 97; LATORRACA, Exclusão de sócios.. . , cit., p. 49.
837 Cf. MOSSA, Trattato .. , cit., p. 328; AULETTA, "Derogue .... ", cit., p. 1 45 e n. 8.
.
838 Cf. REsp. 53.285-0-RS, rei. Min. Ruy Rosado, DJU 28. 1 1 .94, p . 3 2 .622, mencionando
os casos de herdei ros de sócio falecido e de sócio que transferiu sua participação à ex
esposa, em partilha homologada judicialmente. Em ambos os casos, carece legitimidade
294
R ENATO VENTURA RIBEIRO
J U DICIAL
ativa, por não serem sócios. Os herdeiros de sócio falecido pleiteante da exclusão de
outro não têm legitimidade para prossegu i r no polo ativo, por não serem sócios.
839 RT 773/392.
840 Cf. FONSECA, "A exclusão de sócio ... ", cit., p. 81 e LUCENA, Das sociedades por
quotas . . . , cit., p. 642. Apesar de possível, em tese, a maior parte das decisões é em
sentido contrário, dada a possibil idade de reversibilidade, cf. os j u l gados mencio nados
por FONSECA, Dissolução parcial . . , cit., p. 1 43 , nota 1 38. O Tri bunal de Alçada do
.
Paraná confirmou decisão pela antecipação de tutela apenas para afastamento do só
cio da gerência, mantendo-o no quadro social até apuração de haveres ( R/08), 3 ,
1 998, p. 388, n . 3/1 4. 796).
84 1 Cf. FONSECA, Dissolução parcial ... , cit., pp. 1 64-1 68, em especial p. 1 67 e notas 2 1 8 a 220.
842 Sobre as medidas cautelares, inclusive com indicação de farta ju risprudência, cf. FON
S ECA, Dissolução parcial . , cit., pp. 1 64 - 1 82.
..
295
ExnusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÓNIMAS
4. AMORTIZAÇÃO DE AÇÕES
5 . RESGATE DE AÇÕES
Resgate é a aquisição compulsória de ações pela companhia, com
recursos de lucros ou reservas, para retirada definitiva de circulação,
com ou não redução do capital social (cf. Lei 6.404/76, art. 44 e § 1 º),
subordinada à prévia previsão estatutária ou autorização de assem
bléia geral extraordinária848 .
843 Entre outros, cf. CAN D IAN, "Riflessioni in tema . . . ", cit., p. 3 5 8; G H I D I N I , Estinzione . . . ,
cit., p. 3 1 .
844 Para a Corte de Cassação italiana, sendo julgada procedente a exc lusão, a decisão não
retroage à data de seu fato motivador, conforme decisão de 3 1 . 1 .46, FI, 1 946, 1 , 73 7.
845 CAI LLAUD, L 'exclusion .. , cit., p. 2 60.
.
846 Cf. AZEVEDO, Dissociação ... , cit., p. 1 3 5 . Entendendo pela dissolução no caso do
excl u ído apresentar reconvenção, CAN D IAN, "Riflessioni in tema ... ", cit., p . 3 6 1 . Em
sociedade de dois sócios, por não haver provas sobre a culpabil idade pela desavença
entre eles, decidiu-se pela dissolução ( RJTJSP-Lex 87/2 1 1 ).
847 Cf. N U N ES, O direito de exclusão ... , cit., p. 1 1 O, nota n . 43.
848 Para uma visão geral do tema, cf. CALVOSA, La clausola di riscatto nella società per
azioni, Milano, G iuffre, 1 995.
296
R ENATO VENTURA RIBEIRO
849 Cf. COMPARATO, "Funções e disfunções do resgate acionário", ROM 73 (1 989), pp.
66-73 (= Direito Empresarial: estudos e pareceres, São Pau lo, Saraiva, 1 990, pp. 1 20-
1 30), à p. 69, e F LAKS, "Aspectos societários do resgate de ações", ROM 1 23 (2001 ),
pp. 1 20- 1 42, às pp. 1 2 2 - 1 24.
850 Cf. Lei 6.404/76, art. 1 9.
85 1 Cf. L I MA, "Resgate de ações de sociedade anônima", ROM 68 ( 1 987), pp. 7-1 6, à p.
1 5, e COMPARATO, "Funções e disfunções . . . ", cit., p. 69.
852 Como relatado por COMPARATO, "Funções e disfunções ... ",cit., p. 69, "Monta-se, nessa
c i rcunstância, uma operação pela qual o i nvestidor subscreve ações ordi nárias ou pre
ferenciais votantes, com cu rto prazo máximo de resgate, previamente fixado no estatu
to. O i nvestidor adquiriu, destarte, uma super-espécie de debêntures, com participação
nos l ucros e d i reito de voto".
853 Cf. denominação usada no Parecer CVM/SJU-09 1 /82.
854 Cf. P E R R I NO, L e tecniche. . . , cit., p. 3 28.
855 Sobre a uti l i zação do resgate como técnica de exclusão de sócio, PRESTI, "Le clausole
d i " riscatto" nel le società per azioni", Ciur. Comm. 1 O (1 983), pp. 3 97-4 1 2; P E R R I NO,
Le tecniche . , cit., pp. 3 2 8-387; LENZANO e TREJO, Sociedades... , cit., pp. 202-207.
..
297
ExcLUSÃO DE Sócios NAS Soc1EDADES ANÓNIMAS
PERRI NO, Le tecniche.. ., cit., pp. 355-383 admite ampla uti l ização da cláusula de
resgate para a exclusão de sócio, i nclusive para restrição de circulação de ações, man
tendo características intuitus personae da sociedade.
856 Cf. COMPARATO, "Funções e disfunções ... ",cit., pp. 69-70.
857 Sobre tais d i ferenças, cf. PERRINO, Le tecniche... , cit., p. 343.
858 Sobre a disti nção, cf. CAI L LAUD, L 'exclusión ... , cit., p. 229.
298
RENATO VENTURA RIBEIRO
859 Cf. PORTALE, "Azioni com prestazioni accessorie e c l ausole d i riscatto", Riv. Soe. 27
( 1 982), pp. 763-775, contrariando decisão do Tribunal de M i lano, de 1 7.4.82, em sen
tido d iverso.
860 Já foram propostos o preço de mercado, o valor nominal e a adoção dos critérios do art.
1 70 da lei do anonimato, usados para fixação de preço na subscrição de ações (a
respeito da discussão, cf. F LAKS, "Aspectos ... ", pp. 1 3 5-1 3 7). No entanto, parecem
mais plausíveis os parâmetros do valor de reembo lso (Lei 6.404/76, art. 45), indicado
por L IMA, "Resgate de ações ... ", cit., p. 1 1 , e da busca do valor real da ação, inclusive
considerando o fundo de comércio, mencionado por COMPARATO, " F u n ções e
d isfunções . . . ",cit., p. 7 1 . A nova redação do art. 45, § 1 º da lei das sociedades por
ações, dada pela Lei 9.457/97, parece abrigar os dois últimos critérios apontados.
861 Cf. L I MA, "Resgate de ações'... ", cit., p. 9, com base na decisão publ icada em RT} 70/9.
862 Sobre o problema e a i nterpretação do art. 44, § 1 º da Lei 6.404/76, cf. L I MA, "Resgate
de ações . . . ", cit., pp. 1 1 - 1 2 .
863 Cf. COSTA, Operações da anônima com ações de seu capital, tese, São Pau lo, F D USP,
1 965, p. 4.
299
ExcLUSÃO DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÓNIMAS
300
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8. 1 . LEGITIMIDADE
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EXCLUSÃO DE Sócios NAS Soc1EDADES ANÔNIMAS
868 Sobre a legitimidade dos sócios para questionar deliberações soci a i s, cf. FONSECA,
Suspensão de deliberações sociais, São Paulo, Saraiva, 1 986, pp. 86-95 .
869 Cf. FONSECA, Suspensão de deliberações sociais, cit., p. 89.
302
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303
ExcLUSÃO DE Sócios NAS Soc1EDADES ANÔNIMAS
874 Cf. REALE, "A exclusão de sócios... ", cit., pp. 566-567; MARTINS, "A exclusão de só
cio . . . ", cit., p. 263; FONSECA, "A exclusão de sócio ... ", cit., p. 8 1 ; LUCENA, Das socieda
des por quotas . . . , cit., p. 643, exceto na ação de dissolução parcial de sociedade, na
qual também os demais sócios devem fazer parte do polo passivo.
875 Cf. RTJESP-Lex 1 05/247. No direito comparado, JANNUZZI, "Questioni in tema . . . ",
cit., p. 1 1 6.
876 Cf. FONSECA, Dissolução parcial . ., cit., p. 1 22 e nota n. 80.
.
878 Cf. ju lgado da Corte de Cassação francesa, RTDCo., 1 998, 1 , pp. 1 69-1 7 1 .
879 Cf. RT 4 2 1 /203, 5 75/2 3 1 , o ú ltimo em sociedade civi l . Pela possibi l i dade de exame do
mérito, não em relação à oportu nidade e conveniência, mas para verificar eventual
abuso de direito, em exclusão de sócio em sociedade civil, RT 626/8 1 .
880 Cf. FERRARA, "Le deliberazioni . . . ", cit., pp. 2 37-245; ASCAR ELLI, Appunti. . , cit., p.
.
205; CAI L L A U D, L 'exclusion . ., cit., pp. 259-260; PERRI NO, Le tecniche. . ., cit., p. 230.
.
881 Cf. RJTJESP 84/1 9 7, revendo a decisão de exclusão de sócio por falta de prova de causa
justificada.
304
RENATO VENTURA RIBEIRO
888 Cf. REsp. 3 7 . 268-SP, 4" T., rei . Min. Dias Tri ndade, j. 2 7.9.93, DJU 8. 1 1 .93.
889 Cf. G H I DI N I, Società personali, cit., p. 588; FONSECA, Dissolução parcial... , cit., p. 1 35 .
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ExnusÃo DE Sócios NAS SOCIEDADES ANÓNIMAS
890 Cf. decidido em ação anu latória de deliberação de exclusão de sócio tomada sem
reunião nem oportu nidade de defesa, ju lgado pelo TJSP, 2ª Câm. de D i reito Privado, AI
n. 1 60.464-4/0-00-SP, j. 1 4.8.200 1 , in Boletim AASP 2.247 ( 2 1 a 2 7/ 1 /2002), p. 498.
No d i reito comparado, ALFIERI, "Natura ed effetti della sentenza di esclusione dei
sacio", Foro Pad. 1 950, 1, 1 2 75
. .
306
R ENATO VENTURA RIBEIRO
9. PROCEDIMENTO ARBITRAL
894 Como frisado por FONSECA, Dissolução parcial. .. , cit., p. 1 S4, "A reposição ao status
quo ante deverá ser a mais completa e reparadora possível, pagando-se ao i njusta ou
i legalmente excl u ído todos os dividendos distribuídos no período em que tiveram curso
aquelas ações, reinvesti ndo-o, se for o caso, no cargo admi nistrativo então ocupado".
895 Cf. G R U N EWALD, Der AusschluB .. . , cit., p. 266; AGU I LA-REAL, "La exclusión . . . ",
cit., p. 9 1 2 .
896 A favor, MARTORANO, "Società mutual istiche", RTDPC8 (1 954), pp. 1 . 1 03-1 . 1 1 4, à pp.
1 . 1 06- 1 . 1 09, e "Esclusione dei sacio ed arbitrato", FI 79 (1 956), 1, pp. 2 79-287; decisões
da Corte de Cassação ita l iana de 30.3.42, FI, 1 942, 1, 630; 2 3.6.45, FI 1 944-46, 1 , 42;
28. 7.5 1 , Giur. lt., 1 952, 1, 94. Contra árbitros l ivres, ASCARELLI, FI 73 (1 950), cc. 3 29-
332; A U LETTA, "Deferimento ad arbitri delle controversie sul l'esclusione dei soei", RTDPC
4 ( 1 950), pp. 1 . 1 05-1 . 1 1 2, à p. 1 . 1 06; VECCH IONE "Arbitrato rituale e arbitrato irrituale
nel l e controversie relative a l i a esclusione dei sacio", Dir. fa!I. 2 9 (1 954), l i, pp. 534-544.
Sobre o tema, v. ainda DI GRAVIO, "Una competenza "i nventata": la sospensione dei la
delibera di esclusione dei socio i n pendenza di procedimento arbitrale", Dir. fa!I. 57
(1 982), 1, p. 305. No d i reito brasi leiro, antes da Lei 9.307/96, a cláusula compromissária
em contrato social não era aceita como compromisso constitutivo de j u ízo arbitral, mas
somente como obrigação de celebrá-lo (RE n. 58.696, RT 434/1 59, 470/1 50).
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RENATO VENTURA RIBEIRO
CAPÍTULO I l i : LIQUIDAÇÃO
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ExnusÃo DE Sócios NAS SornDADEs ANÔNIMAS
904 Como i ndicam os j u lgados mencionados por FONSECA, Dissolução parcial... , cit., p.
2 1 2, notas 67 e 68, sendo a ú ltima posição adotada pelo Supremo Tribunal Federal
(AReg. no AI 1 0 1 .95 2-MS, 2ª T., rei. Min. Moreira Alves, j. 5 . 2 .85; R E 1 05 .247-MS, 1 ª
T., rei . M i n . Rafael Mayer, j . 1 4.6.85).
905 Cf. cf. decisões referidas por FONSECA, Dissolução parcial ... , cit., p. 2 1 2, notas 66, 69
e 70. SOPRANO, Tratatto .. , cit., p. 884, defende como data base a da propositura da
.
310
RENATO VENTURA RIBEIRO
907 Daí o Tribunal de Justiça de São Paulo, no julgamento da Ap. Cível 1 87.4 1 5 -2, ROM
1 05/203, ter conclu(do pela inapl icabil idade do artigo 657, § 2º do CPC de 1 939, em
face da regra do artigo 1 5 do Decreto 3 . 708/1 9, que prevê apuração baseada em ba
lanço real . Em sentido contrário, RT 469/1 80 .
908 RTJ 82/859.
909 Sobre os j u ros, cf. Código Civil, arts. 406 e 407.
910 Cf. LYON CAEN e RENAULT, Traité.. , cit., p. 349; Codice Civile, art. 2 2 89 .
.
911 R T 7 1 3/1 1 4.
91 2 Cf. AZEVEDO, "Ação de apuração de haveres proposta por sócio excluído", RT 5 2 5
( 1 9 79), p p . 4 1 -50, à p. 4 4 ; COMPARATO, Direito empresarial . , cit., p p . 1 29-1 30; LEAL,
..
31 1
ExcLUSÃO DE Sócios NAS Soe1EDADES ANôNIMAS
A transferência involuntária de quotas nas sociedades limitadas, São Paulo, RT, 2002,
pp. 1 76-1 80. Na j u risprudência, REsp. 2 3.05 2-8-SP, 3ª T., rei . M i n . Dias Tri ndade, j.
4.8.92, DJU 1 4.9.92; REsp. 5 2 .094/SP, 3ª T., j. 1 3 .6.00, DJU 2 1 .8.00, p. 1 1 6; REsp.
77. 1 22/PR, 3ª T., Rei . Min. Ruy Rosado, j. 1 3 .2 .96, DJU 8.4 .96, p. 1 0.475, RSTJ 88/1 80,
LEXST} 84/208 e Boletim da AASP 1 .976 (6 a 1 2 . 1 1 .96), p. 89-e; RT 282/741 , 3 5 9/462,
509/1 04, 5 1 6/2 1 6; RF 1 2 3/1 5 1 , 1 59/206, 1 99/1 58; RJTJSP 96/247; 1 06/2 1 4; JTJ-Lex
1 93/1 92; ROM 1 1 1 / 1 9 7 e decisões mencionadas por FONSECA, Dissolução parcial , ...
pertencem à sociedade e não aos sócios, sendo garantia do capital social e, portanto,
dos credores. Não parece a posição mais acertada, pois as reservas integram o patrimônio
da sociedade, servindo, inclusive, para aumento do capital social. No caso de reservas
de lucros, trata-se de parcela abdicada pelos sócios em prol da sociedade. Por tudo
isto, a não i n clusão das reservas representa um enriquecimento indevido dos demais
sócios. A j u risprudência majoritária entende pela inclusão do valor das reservas, como
i lustram os j u lgados em RSTJ 88/1 80 e RT 262/74 1 .
915 R T 5 7 1 /1 7 1 .
916 Sobre a problemática d a i nclusão do fundo de comércio, cf. FONSECA, Dissolução
parcial . . . , cit., pp. 2 1 4-225.
91 7 Cf. COMPARATO, Direito empresarial. . , cit., p. 1 30.
.
312
RENATO VENTURA RIBEIRO
2 33-239.
921 Em algu ns casos, a cisão é adotada e m casos amigáveis d e separação d e sócios, como
uma das soluções mais eficazes para resolução do conflito e manutenção i ntegral da
atividade empresarial, embora passando a ser exercida por sociedades d iversas e com
diferentes controles. A apli cação da cisão como forma de pagamento de haveres de
penderá da vontade das partes e é indicada no caso do exclu ído não d i scordar da
expu lsão, apenas da apu ração de haveres. Para uma visão geral da ci são no d i reito
brasi leiro, cf. LOPES, A cisão no direito societário, São Paulo, RT, 1 980.
922 R F 3 3 7/286, ROM 1 1 9/1 88, Boletim da AASP n. 1 .9 7 1 , p. 3 1 4; FONSECA, " D i ssolução
parcial", cit., p. 77.
923 RJT}SP-Lex 1 03/3 2 3 .
924 Cf. AG U I LA-REAL, "La exclusión . . . ", cit., p. 930.
313
ExnusÃo DE Sócios NAS SomDADES ANÓN IMAS
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RE NATO VENTURA RIBEIRO
capital ao sócio, não incidindo ITBI, nos termos do art. 156, II, § 2º,
I da Constituição Federal, salvo se a atividade preponderante do ad
quirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de
bens imóveis ou arrendamento mercantil927 •
3 . Ü I REITO DE RETENÇÃO
O direito de retenção é a detenção legítima da coisa que se te
nha obrigação de restituir, de crédito exigível do retentor, com rela
ção de conexidade e inexistência de exclusão convencional ou legal
de seu exercício.
Discute-se se pode haver direito de retenção fora das hipóteses
previstas em lei. Uma primeira corrente, em interpretação restritiva,
entende que a retenção, como medida excepcional, só pode ser ado
tada quando expressamente prevista em lei. A segunda, defendendo
uma interpretação extensiva, vê o direito de retenção como medida
defensiva e fundada na eqüidade, a ser aplicada não só nos casos pre
vistos em lei.
A retenção dos haveres pagos ao sócio excluído é forma de repa
ração dos prejuízos causados à sociedade. A inexistência de conde
nação ou valor líquido e certo é obstáculo à retenção. Porém,
considerando-se os princípios da exclusão, como a sobreposição dos
interesses da sociedade sobre os dos sócios, a possibilidade de exercí
cio pela via extrajudicial para evitar maiores prejuízos à sociedade,
em razão da demora da decisão, cabível o direito de retenção por
eventuais prejuízos comprovadamente ocasionados à sociedade9 2 8 .
Ademais, se a sociedade pode o mais, a exclusão de sócio, deve poder
reter os valores. Até porque, havendo eventual abuso de direito na
927 Cf. j u lgado d o Primeiro Tribunal d e Alçada Civil d o Estado de S ã o Pau lo, A p . 794.0 1 9-
6-SP, j. 1 º.2 .00, i n Boletim AASP n. 2 2 24, 1 3 a 1 9.8.0 1 , pp. 1 .922-1 . 9 2 3 .
928 Defendendo o d i reito d e retenção, entre outros, cf. AZEVEDO, Dissociação. . . , c i t . , pp.
62-67.
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ExcLusÃo DE Sócios NAS Soc1rnADES ANÔNIMAS
930 Cf. PEIXOTO, A sociedade por cotas. . , cit., p. 2 77; GOMES, i n Sociedade de advoga
.
dos . , cit., p. 1 25 ; MARTINS, Direito societário.. , cit., p. 265; L UCENA, Das socieda
. . .
des por quotas . , cii., p. 635; FONSECA, Dissolução parcial. . ,cit., p. 242; RF 1 45/290.
. . .
316
RE NATO VENTURA RIBEIRO
931 Cf., p o r todos, LUCENA, Das sociedades por quotas.. ,, cit., p . 6 3 5 . É a solução do art.
2 2 0 do Código Comercial espanhol,
932 Sócio excl u ído é parte i legítima para pedir d issolução na condição de membro da
sociedade, pois, como diz CAN D IAN, "Riflessione i n tema di esc lusione ... ", cit., p.
363, a condição de sócio é requisito para discussão da d i ssolução. No Brasil, BARBO
SA, in FARIA, Da exclusão de sócios. , cit., p. 42 (= RT 1 64/250); M E N DONÇA, Trata
..
do, . , cit., p, 1 49; LEME, "Sociedade por quotas . . . ", cit., p. 1 0 1 ; MARTINS, "A exc lusão
.
de sócio . . . ", cit., p. 263; RT63 1/1 22; RF 1 45/290; RJTJESP-Lex 1 05/240, Somente pode
fazê-lo na condição de terceiro, se provar seu interesse na medida (RT 556/1 05).
933 RT 5 5 6/1 05.
934 Cf. T E I X E I RA, Das sociedades por quotas, .. , cit., p. 2 1 7; FON SECA, Dissolução
parcia L,cit., p. 242.
317
ExcLusÃo DE Sócios NAS SomDADES ANôNIMAS
318
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936 Cf. M I N ERVI N I , " l n tema di esclusione dei socio-amministratore u nico d i col letiva", in
Società, associazioni, gruppi organizzati, Napoli, Scientifiche, 1 973, pp. 65 7-669, à p.
667. Contra, entendendo que não só a competência técnica, mas também a qualidade
de sócio foi pressuposto da escolha do administrador, em razão de i n teresse pessoal
nos resultados, só podendo ser mantida a condição de gestor com manifestação i ne
q u ívoca da sociedade, NU NES, O direito de exclusão. . . , cit., p. 1 73, nota n. 93, à p.
1 74. A questão torna-se relevante diante da possibil idade de i ndenização por perdas e
danos do admi nistrador afastado de suas funções sem justa causa, mencionada por
N U N ES, idem, p. 1 73, nota n. 93, às pp. 1 75-1 77.
J á para FERRI, Tratatto.. . , cit., p. 229, mesmo o sócio gestor tendo sido i nd icado em ato
social d iverso do i nstrumento de contrato social, uma vez exc l u ído da sociedade tam
bém deve ser afastado da administração, pois a i nd icação para a gestão, embora em
ato disti nto do contrato social, guarda relação com a condição de sócio.
937 Cf. MIN ERVINI, "Rassegna di diritto comparato ...", cit., p. 254; FERRI, Tratatto.. . , cit., p. 229.
938 Cf. VIVANTE, Trattato .. , cit., p. 466; DALMARTELLO, L 'esclusione. .. , cit., p. 308; N U N ES,
.
319
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948 COSTA, Anotações às companhias, cit., p. 1 43, relaciona mais de quarenta regras pre-
vistas na Lei n. 6.404/76 com o fim de assegurar a i ntegridade do capital soc i a l .
949 Cf. art. 8º da L e i n. 6 .404/76.
950 Cf. ASCARELLI, Problemas. , cit., p. 328, e PENTEADO, Aumentos de capital... , cit., p. 1 4.
..
951 Cf., entre outros, LE Ã ES, Direito comercial. . , cit., p . 2 7 3 ; PENTEADO, Aumentos de
.
capital. . . , cit., p . 1 5 .
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ExcLUSÃO DE Sócios NAS SornDADEs ANÔNIMAS
953 Cf. TANTI NI, Le modificazioni dell'atto costitutivo nella società per azioni, Padova,
CEDAM, 1 973, p . 37.
322
Considerações Finais
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CONSIDERAÇÕES F I NAIS
325
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955 Cf. BCHZ9/1 5 7 ( = NJW 1 53/780), citada p o r H UECK, "Esclusione di u n sacio ... " , cit.,
p. 2 2 5; GARRIGU ES, "La excl usión de un sacio. . .", cit., p. 63; N U N ES, O direito de
exclusão... , c it., p. 2 1 ; COMPARATO, "Sociedade por .cotas ... ", cit., p. 39.
332
R ENATO VENTURA RI BEIRO
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