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Resumo
Os projetos de edifícios altos diante das recentes alterações de normas e dos padrões de vento no Brasil
exigem o emprego de sistemas computacionais para as verificações necessárias no seu desenvolvimento.
A disponibilidade de ferramentas de cálculo estrutural torna-se indispensável de modo a garantir a
competitividade no mercado atual de projetos e atender as novas verificações exigidas pela norma
NBR 6118:2003. A realização de projetos de edifícios cada vez mais altos e, conseqüentemente, mais
esbeltos é preocupante com relação aos deslocamentos horizontais decorrentes a ação do vento. Este
trabalho justifica o procedimento expedito de cálculo da rigidez equivalente, utilizada na verificação da
indeslocabilidade de uma estrutura, por meio da análise de subestruturas planas. A simulação do
comportamento estrutural é facilitada pela macro 2D-IN, desenvolvida na linguagem paramétrica do
programa ANSYS.
Palavras-Chave: parâmetro de instabilidade; NBR 6118:2003; ANSYS; edifícios altos; elementos finitos.
Abstract
The projects of tall buildings due to the recent alterations of norms and of the wind patterns in Brazil demand
the employment of computational systems for its design. The availability of structural analisys tools becomes
indispensable in way to guarantee the competitiveness in the current market of projects and to assist the
new verifications demanded by the brazilian norm NBR 6118:2003. The realization of projects of buildings
more and more high and, consequently, more slender it is preoccupying related to horizontal displacements
due to wind action. This work justifies the expedite procedure of calculation of the equivalent stiffness, used
in the verification of the mobility of the structure, by means of the analysis of plane frames. The simulation of
the structural behavior is facilitated by the 2D-IN macro, developed in ANSYS parametric design language.
Keywords: instability parameter;NBR 6118:2003;ANSYS; tall buildings; finite elements.
2 Parâmetro de instabilidade α
O parâmetro de instabilidade (NBR 6118, 2004; CEB 90, 1993) tem por objetivo fornecer
ao projetista um valor de referência para a tomada de decisão quanto a necessidade ou
não de se levar em conta os efeitos de segunda ordem. Para tal, definem-se valores
limites, de acordo com o tipo de estrutura, acima dos quais a estrutura deve ser
considerada de nós móveis, ou seja:
0,5 : pórticos
α = H tot Nk / ( E ci ∑ Ic ) ≤ 0.6 : pilares − parede e pórticos (Equação 1)
0 .7 : pilares − parede
onde:
Htot é a altura total da estrutura, medida a partir de um nível pouco deslocável;
Nk é a somatória de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a partir do nível
considerado para o cálculo de Htot), com seu valor característico. O peso de um
pavimento é obtido a partir da área do mesmo multiplicada pelo valor 12 kN/m2;
(EciΣIc) é a rigidez equivalente da edificação, sendo Eci=5600.(fck)1/2.
V1 (20/50)
390
L1 L2
h=12 h=12
V2 (20/50)
L3 L4
h=12 h=12
V3 (20/50)
V6 (20/50)
V7 (20/50)
L5 L6
390
h=12 h=12
V4 (20/50)
380 440
Tipos de
Modelo Esquema elementos Considerações
I
Pórticos independentes
Subestruturas VIGA 2-D alinhados na direção
pórticos planos analisada
independentes
II Vigas ortogonais a
direção analisada
VIGA 3-D
Estrutura pórtico intertravando os
espacial pórticos
IV Comportamento
Estrutura pórtico VIGA 3-D integrado de dois
espacial enrijecida com PLACA elementos finitos
diafragmas estruturais
flexíveis
PARÂMETRO INSTABILIDADE α
3D-IN
NPAV 2D-IN
h=0 h=12 h=20 RÍGIDO
6 0,32 0,31 0,28 0,28 0,26
8 0,38 0,36 0,34 0,33 0,29
10 0,43 0,42 0,39 0,39 0,32
12 0,50 0,47 0,45 0,45 0,35
14 0,56 0,54 0,52 0,51 0,38
16 0,63 0,60 0,59 0,58 0,40
18 0,70 0,67 0,66 0,65 0,42
Pode-se notar, mediante a análise da figura 3, que o modelo III superestima o valor da
rigidez equivalente e, portanto, não é recomendado. Por outro lado, os resultados obtidos
para os demais modelos são próximos. A linha tracejada corresponde ao modelo II, que é
o divisor de águas entre o modelo I e IV. Observa-se, na figura 4, que para um número
reduzido de pavimentos a estimativa do modelo II é muito próxima do modelo I. A medida
que se aumenta o número de pavimentos a estimativa do modelo II se aproxima,
gradativamente, do modelo IV, que é mais realista.
14 Ieq (m4)
12
10 PILARES diafragma
40/20 rígido
8
6 h=12
4
plano
2
número pavimentos
0
5 10 15 20
0,7
α plano
PILARES
0,6 40/20 h=12
0,5
diafragma
0,4 rígido
0,3
número pavimentos
0,2
5 10 15 20
Figura 4 - Parâmetro de instabilidade α em função do número de pavimentos
25 Ieq (m4)
diafragma
20 PILARES rígido
80/20
15
h=12
10
plano
5
número pavimentos
0
5 10 15 20
Figura 5 - Inércia equivalente em função do número de pavimentos
α plano
0,5
PILARES
0,4 80/20 h=12
diafragma
0,3 rígido
0,2
número pavimentos
0,1
5 10 15 20
Figura 6 - Parâmetro de instabilidade α em função do número de pavimentos
diferença (%)
25
PILAR: 80x20
20
15
PILAR: 40x20
10
5
número
númeropav imentos
pavimentos
0
6 8 10 12 14 16 18
Figura 7 - Diferenças dos valores do parâmetro de
instabilidade α obtidas entre os modelos I e IV
70 Ieq (m4)
diafragma
60 rígido
50
40
h=12
30
20
plano
10
0
40 60 80 100 120 140 160 180 200
maior dimensão do pilar
Figura 8 - Inércia equivalente em função da dimensão dos pilares
1,00 α
0,80
0,60 plano
diafragma
0,40 rígido
h=12
0,20
40 60 80 100 120 140 160 180 200
maior dimensão do pilar
Figura 9 - Parâmetro de instabilidade α em função da dimensão dos pilares
plano
0,60
h=12
0,40
40 60 80 100 120 140 160 180 200
20 diferença
erro (%) (%)
15,9 16,7 17,1
14,7
16 13,4
11,8
12 10,0
7,7
8 5,0
4
maior dimensão do pilar
0
40 60 80 100 120 140 160 180 200
I
parâmetro alfa
30,9
30
25,4
diferença (%)
21,2
20
10 7,8
4,7
número de andares
0
0 5 10 15 20 25 30
620 700
RESISTENCIA A COMPRESSAO(MPa): 25
NUMERO DE PAVIMENTOS-TIPO: 12
NUMERO DE PILARES DO PORTICO: 3
ALTURA DO PE-DIREITO ESTRUTURAL(m): 2.9
COMPRIMENTO DO VAO EFETIVO 1(m): 5.85
COMPRIMENTO DO VAO EFETIVO 2(m): 6.25
ALTURA DAS VIGAS(cm): 50
LARGURA DAS VIGAS(cm): 20
DIMENSAO NO PLANO DO PILAR 1 (cm): 60
DIMENSAO FORA DO PLANO DO PILAR 1 (cm): 20
DIMENSAO NO PLANO DO PILAR 2 (cm): 20
DIMENSAO FORA DO PLANO DO PILAR 2(cm): 35
DIMENSAO NO PLANO DO PILAR 3(cm): 80
DIMENSAO FORA DO PLANO DO PILAR 3(cm): 20
1 1
Número de Fator de
pavimentos correção
≤3 0,95
≤ 10 0,92
≤ 15 0,80
≤ 20 0,75
≤ 30 0,70
6 Conclusões
Variando-se as dimensões dos pilares, dentro de intervalos práticos, observou-se que, a
medida que aumenta a rigidez dos pilares maior foi a diferença entre as análises 2-D e
3-D, acentuando-se quanto menor o número de pavimentos. No primeiro caso analisado,
com pilares 40x20, as diferenças não superaram dez por cento, enquanto que para pilares
de 80x20, as diferenças foram de até vinte e cinco por cento. Logo, estruturas
contraventadas por pilares-parede apresentam diferenças maiores em relação àquelas
contraventadas apenas por pórticos.
Cabe ainda ressaltar, que a análise da instabilidade por meio de subestruturas planas é
conservadora, pois subestima a rigidez da estrutura que é inversamente proporcional ao
parâmetro de instabilidade. Dentro das dimensões práticas dos elementos de estruturas
espaciais compostas apenas por pórticos, pode-se validar o modelo I em substituição ao
modelo IV, com a ressalva de se aplicar os fatores de correção adequados.
7 Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 6118:2003 Projeto de
Estruturas de Concreto. Procedimento. Rio de Janeiro, ABNT, 2004.