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DIREITO ADMINISTRATIVO
CÓDIGO DE TRÂNSITO
Carros dos conselhos profissionais não podem ser registrados como veículos oficiais
DIREITO CIVIL
OBRIGAÇÕES
Pedido para analisar se existe mesmo o débito não pode ser considerado
ato que interrompe a prescrição (art. 202, VI, do CC)
O pedido de concessão de prazo para analisar documentos com o fim de verificar a existência
de débito não tem o condão de interromper a prescrição.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.677.895-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/02/2018 (Info 619).
DANOS MORAIS
É possível que o juiz utilize presunções e regras de experiência
para a comprovação do dano moral da pessoa jurídica
Não se admite que o dano moral de pessoa jurídica seja considerado como in re ipsa, sendo
necessária a comprovação nos autos do prejuízo sofrido.
Apesar disso, é possível a utilização de presunções e regras de experiência para a configuração
do dano, mesmo sem prova expressa do prejuízo, o que sempre comportará a possibilidade de
contraprova pela parte ou de reavaliação pelo julgador.
Ex: caso a pessoa jurídica tenha sido vítima de um protesto indevido de cambial, há uma
presunção de que ela sofreu danos morais.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.564.955-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/02/2018 (Info 619).
Cuidado: existem julgados em sentido contrário, ou seja, dizendo que pessoa jurídica pode sofrer
dano moral in re ipsa. Nesse sentido: STJ. 4ª Turma. REsp 1327773/MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 28/11/2017 (Info 619).
DIREITO DO CONSUMIDOR
CONCEITO DE CONSUMIDOR
Aplicação do CDC aos empreendimentos habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas
PRÁTICA ABUSIVA
Banco não pode descontar verbas de natureza salarial depositadas
na conta bancária para quitar mútuo comum
VÍCIO DO PRODUTO
Dever do comerciante de receber e enviar os aparelhos viciados
para a assistência técnica ou para o fabricante
DIREITO EMPRESARIAL
MARCA
Danos materiais e morais em caso de uso indevido de marca
Importante!!!
O uso indevido da marca acarreta dano material uma vez que a própria violação do direito
revela-se capaz de gerar lesão à atividade empresarial do titular. O uso indevido da marca
provoca desvio de clientela e confusão entre as empresas, acarretando indiscutivelmente
dano material.
Desse modo, se ficar demonstrado o uso indevido de marca, o juiz deverá declarar a existência
do dano (an debeatur). O quantum debeatur, por sua vez, deverá ser apurado no âmbito da
liquidação pelo procedimento comum, haja vista a necessidade de comprovação de fatos
novos, nos termos do art. 210 da LPI.
Quanto ao prejuízo extrapatrimonial, prevalece que o uso indevido da marca gera dano moral
in re ipsa, ou seja, sua configuração decorre da mera comprovação da prática de conduta ilícita
- contrafação -, revelando-se desnecessária a demonstração de prejuízos concretos ou a
comprovação probatória do efetivo abalo moral.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.327.773-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/11/2017 (Info 619).
SOCIEDADES
Ação de regresso proposta pela empresa cindida contra a empresa resultante da cisão
EXECUÇÃO
O prazo para cumprimento voluntário de sentença deverá ser computado em dobro
no caso de litisconsortes com procuradores distintos (art. 229 do CPC)
Importante!!!
Em regra, o prazo para cumprimento voluntário da sentença é de 15 dias úteis (art. 523 do CPC).
Se os devedores forem litisconsortes com diferentes procuradores, de escritórios de
advocacia distintos, este prazo de pagamento deverá ser contado em dobro, nos termos do art.
229 do CPC/2015, desde que o processo seja físico.
Assim, o prazo comum para cumprimento voluntário de sentença deverá ser computado em
dobro (ou seja, em 30 dias úteis) no caso de litisconsortes com procuradores distintos, em
autos físicos.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.693.784-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/11/2017 (Info 619).
DIREITO PENAL
LEI DE DROGAS
Decisão que reconhece detração penal analógica virtual não serve para fins de reincidência
Importante!!!
É inviável o reconhecimento de reincidência com base em único processo anterior em
desfavor do réu, no qual - após desclassificar o delito de tráfico para porte de substância
entorpecente para consumo próprio - o juízo extinguiu a punibilidade por considerar que o
tempo da prisão provisória seria mais que suficiente para compensar eventual condenação.
Situação concreta: João foi preso em flagrante por tráfico de drogas (art. 33 da LD). Após 6
meses preso cautelarmente, ele foi julgado. O juiz proferiu sentença desclassificando o delito
de tráfico para o art. 28 da LD. Na própria sentença, o magistrado declarou a extinção da
punibilidade do réu alegando que o art. 28 não prevê pena privativa de liberdade e que o
condenado já ficou 6 meses preso. Logo, na visão do juiz, deve ser aplicada a detração penal
analógica virtual, pois qualquer pena que seria aplicável ao caso em tela estaria fatalmente
cumprida, nem havendo justa causa ou interesse processual para o prosseguimento do feito.
Essa sentença não vale para fins de reincidência. Isso significa que, se João cometer um
segundo delito, esse primeiro processo não poderá ser considerado para caracterização de
reincidência.
STJ. 6ª Turma. HC 390.038-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 06/02/2018 (Info 619).
PUBLICAÇÃO DA SENTENÇA
Cartório que não certificou o dia do recebimento da sentença
RECURSOS
Não cabimento de MS para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal
Súmula 604-STJ: O mandado de segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo a
recurso criminal interposto pelo Ministério Público.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 28/2/2018, DJe 5/3/2018.
DIREITO TRIBUTÁRIO
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
Apresentação anula de relatório das atividades exercidas pela entidade beneficente
não era requisito para o gozo da imunidade tributária
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
AUXÍLIO-ACIDENTE
O segurado especial tem direito ao auxílio-acidente sem precisar
comprovar o recolhimento de contribuição como segurado facultativo
Importante!!!
O segurado especial, cujo acidente ou moléstia é anterior à vigência da Lei n. 12.873/2013,
que alterou a redação do inciso I do artigo 39 da Lei n. 8.213/1991, não precisa comprovar o
recolhimento de contribuição como segurado facultativo para ter direito ao auxílio-acidente.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.361.410-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 08/11/2017 (recurso
repetitivo) (Info 619).
Obs: depois da Lei nº 12.873/2013 o segurado especial continua tendo direito ao auxílio-acidente
sem precisar comprovar o recolhimento de contribuição como segurado facultativo. Assim, a tese
seria melhor redigida se afirmasse o seguinte:
O segurado especial, seja antes ou depois da Lei nº 12.873/2013, tem direito ao auxílio-acidente sem
precisar comprovar o recolhimento de contribuição como segurado facultativo.
Importante!!!
O menor sob guarda tem direito à concessão do benefício de pensão por morte do seu
mantenedor, comprovada sua dependência econômica, nos termos do art. 33, § 3º do Estatuto
da Criança e do Adolescente, ainda que o óbito do instituidor da pensão seja posterior à
vigência da Medida Provisória 1.523/96, reeditada e convertida na Lei n. 9.528/97. Funda-se
essa conclusão na qualidade de lei especial do Estatuto da Criança e do Adolescente
(8.069/90), frente à legislação previdenciária.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.411.258-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 11/10/2017
(recurso repetitivo) (Info 619).
No mesmo sentido: STJ. Corte Especial. EREsp 1.141.788-RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado
em 7/12/2016 (Info 595).