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Introdução:
A cárie dentária é considerada a doença crônica mais comum na infância. O fato desta
enfermidade estar fortemente associada a padrões de comportamento estabelecidos pelas
famílias, sendo estes relacionados tanto à dieta (especialmente o consumo de açúcar) quanto
a hábitos de higiene bucal, fundamentam as ações de promoção de saúde (ref.1).
Mesmo assim, este tópico - quando deve ser iniciada a higiene bucal é também um
item que não apresenta consenso nos materiais informativos disponibilizados à população (ref.
4; ref. 5) e também a profissionais de saúde (ref. 6; ref. 7).
No Brasil, esta mesma prática apesar de preconizada desde 2009 pelo Ministério da
Saúde - dentifrícios sem flúor ou com concentrações inferiores a 1000 pmm não são
recomendados (ref. 8), apresenta disparidades em documentos direcionados à população em
geral (ref. 4; ref. 5) e também a profissionais de saúde (ref. 6; ref. 7), emitidos por Órgãos
Oficiais.
Dentre estes poderia ser citada como exemplo, a Caderneta de Saúde da Criança (ref.
4) produzida em 2014 pelo próprio Ministério da Saúde e atualmente distribuída nas Unidades
Básicas de Saúde em todo território nacional ao equivocadamente mencionar no item sobre
Dicas para a Limpeza da Boca/Dentes (páginas 26 e 27) que a limpeza da boca do bebê deve
ser realizada apenas com gaze ou fralda umedecida em água limpa, orientando a não usar
flúor antes da idade de 4 anos (ref. 5). Também outra publicação do Ministério da Saúde que
ainda é a que serve de base para os profissionais de saúde bucal de todo o território nacional
consta na página 53, que a higiene bucal deve ser feita com gaze mesmo nos bebês sem
dentes e a partir do primeiro dente com uma escova mas sem o uso de dentifrício (ref. 9).
Ainda, que o dentifrício não deve ficar em local acessível à criança, sendo de
responsabilidade de um adulto tanto a supervisão diária direta da escovação até os 8 anos,
como a colocação da quantidade ideal a cada fase a ser colocada na escova, além de ensinar
a criança a cuspir desde bem pequena. Quantidade está entre 0,05 a 0,3 mg, a ser utilizada
duas vezes ao dia, estabelecida tendo por base o peso corporal, conforme as seguintes
orientações (ref. 10):
Crianças com peso corporal até 12kg e até 8 dentes incisivos erupcionados na boca
– recomenda-se a quantidade equivalente a metade de um grão de arroz cru (até
0,05g) – apenas uma “lambuzadela” sobre a escova dental;
Crianças com peso corporal acima de 20kg e que já sabem cuspir recomenda-se a
quantidade equivalente a um grão de ervilha (até 0,3g);
Assim sendo, este estudo teve como principal motivação, a vivência em atividades de
educação em saúde da autora junto a gestantes, pais e educadores de uma Unidade Municipal
de Ensino e as diferenças nas recomendações quanto a higiene bucal em crianças com até 5
anos de idade preconizados por Órgãos Oficiais.
A adoção de medidas preventivas desde a gestação e nos primeiros anos de vida deve
ser considerada como vantajosa e oportuna por favorecer o estabelecimento de habilidades e
hábitos intrinsicamente relacionados a promoção da saúde. No entanto, é de extrema
importância que exista um consenso entre os profissionais e nos materiais educativos, quanto
as orientações que serão disseminadas a população.
Objetivos:
Objetivo específicos:
3. Disseminar as informações obtidas juntos aos membros da equipe, assim como os demais
órgãos competentes;
Método:
Local: Unidade de Saúde da Família “Dr. Syrtes de Lorenzo” e Centro Municipal de Educação
Infantil e Recreação “Dona Cotinha de Barros”, situados no Jardim Brasil, em Araraquara, SP.
Ações:
1. Levantamento junto aos diferentes materiais educativos contendo informações sobre saúde
bucal, disponibilizados atualmente por Órgãos Oficiais para distribuição à população,
especialmente no que se refere à higiene bucal em crianças com até 5 anos de idade;
2. Comparação de tais informações com o que se é preconizado para a higiene bucal em
crianças com até 5 anos de idade tendo como base a literatura científica correlata;
3. Elaboração de projeto de material educativo - folder e um cartaz sobre a higiene bucal de
crianças com até 5 anos de idade.
4. Estratégia de divulgação do projeto: será aplicado um questionário estruturado juntos aos
membros da equipe de saúde, no sentido de verificar o conhecimento sobre a higienização
bucal de crianças com até 5 anos de idade;
5. Treinamento dos profissionais da Equipe de Saúde durante as reuniões de equipe. De
posse dos resultados do questionário anteriormente mencionado (com o intuito de apenas
disparar as discussões) serão apresentadas as medidas de higiene bucal direcionadas à
faixa etária em questão atualmente preconizadas na literatura científica confrontando-as
com os materiais atualmente disponibilizados pelo Ministério da Saúde na Unidade para
distribuição junto à população. Enfatizar-se-á a necessidade de um consenso entre os
profissionais, assim como a importância da distribuição do material educativo que terá sua
elaboração finalizada após estes treinamentos e sensibilização de todos os envolvidos
quanto a relevância na adoção das medidas preconizadas;
6. Treinamento dos profissionais do Centro Municipal de Educação Infantil e Recreação “Dona
Cotinha de Barros”, seguindo o relatado no item 2;
Referências:
1. ARAÚJO, F.B.; MARIATH, A.; CASAGRANDE, L.; RODRIGUES, J.Á.; LUZ, P.B. Saúde
bucal na primeira infância: diagnóstico, prevenção e tratamento. In: Sérgio de Freitas
Pedrosa, Samuel Jorge Moysés, Sonia Groisman (Org.). Pro-odonto Prevenção. Porto
Alegre, RS: Artmed/Panamericana Editora Ltda, 2012, v.2:105-49.
2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOPEDIATRIA. Todas as crianças devem usar
dentifrício fluoretado de pelo menos 1000 ppm diariamente: recomendação da abo-
odontopediatria. Disponível em: http://abodontopediatria.org.br/site/?p=619. Acesso em: 20
ago. 2016.
3. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOPEDIATRIA; ASSOCIAÇÃO
LATINOAMERICANA DE ODONTOPEDIATRIA; INTERNATIONAL ASSOCIATION OF
PAEDIATRIC DENTISTRY. Orientações ao pais sobre cuidados com a saúde bucal
http://abodontopediatria.org.br/orientacoes_aos_pais_sobre_cuidados_com_a_saude_bucal
_do_bebe_e_da_criancas.pdf. Acesso em: 15 ago. 2016.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Caderneta de saúde da criança: menino-passaporte da
cidadania. Brasília (DF), Ministério da Saúde, 9 ed: 2014. 92p.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Mantenha seu sorriso fazendo a higiene bucal corretamente. Brasília (DF),
Ministério da Saúde, 2013. 10p.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Guia prático do agente comunitário de saúde. Brasília (DF), Ministério da Saúde,
2009. 260p. (A. Normas e Manuais Técnicos)
7. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Cadernos de Atenção Básica nº 17. Brasília (DF), Ministério da Saúde, 2008. 92p
(A. Normas e Manuais Técnicos).
8. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Guia de recomendações para o uso de fluoretos no Brasil. Brasília (DF),
Ministério da Saúde, dez. 2009. 53p. (A. Normas e Manuais Técnicos).
9. JORNAL ODONTO. EUA aprova uso de creme dental com flúor desde o 1º dente: Brasil
já recomenda desde 2009. Disponível em:
http://www.jornaldosite.com.br/materias/saude/anteriores/edicao208/saudefevereiro2015-
5.htm. Acesso em: 19 ago. 2016.
10. RUIZ, D. R.; GROISMAN, S. Protocolo de atenção odontológica materno-infantil.
In: Tarcisio Pinto, Samuel Jorge Moysés, Sonia Groisman (Org.). Pro-odonto Prevenção.
Porto Alegre, RS: Artmed/Panamericana Editora Ltda, 2014, v.1, p.9-72.