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LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
POSTAGEM 4 (FINAL)
2018
UNIP – Universidade Paulista
Polo Próprio Dutra – São José dos Campos/SP
Curso: MATEMÁTICA
______________________________________________
Profa. Dra. Marisa Rezende Bernardes
Orientadora – Universidade Paulista
______________________________________________
Nome
Convidado 1
______________________________________________
Nome
Convidado 2
Nunca me esquecerei do que aprendi com os educadores e alunos das escolas onde
estagiei. Se há mérito na realização deste trabalho, é deles.
Não teria começado nem concluído este curso, vital para meus eus futuros, sem o
apoio da Embraer S.A., à qual agradeço na pessoa do dileto colega Engo. Fred Simões.
RESUMO
In this final term research, a social psychological model is presented, which establishes
the links between motivation for study and the possible identities of adult life aspired by
teenagers. These identities do not promptly translate into extraordinary efforts applied to
schooling, due to lack of either salience or relevance. The Identity-Based Motivation
theory – IBM, pertaining to the field of Social Psychology, provides the theoretical
background for a cost-effective project of in-school intervention (twice a week, one hour
sessions, along six weeks) with focus on the elementary 9º grade and future high school
juniors. Theory and project have been developed along the last 15 years by the American
researcher Daphna Oyserman, whose works still wait to be published in the Lusophony.
Whether this initiative, embedded in a broad program aimed at improving the academic
performance of public school students is really valid is a point that must be evaluated. To
carry out this task, we rely upon the ideas of five great minds: Marx, Gramsci, Althusser,
Foucault and Arendt. The Psychology theories used to support the intervention,
particularly Oyserman’s IBM, are set out in a brief way.
1. INTRODUÇÃO Pág. 10
8. REFERÊNCIAS. Pág. 54
O Autor.
1 INTRODUÇÃO
A escolha do tema deste trabalho partiu de uma questão desafiadora: como lidar
com a epidemia de desinteresse e indisciplina que grassa na educação pública1, a partir do
9º ano, cujo impacto se sente, particularmente, no aprendizado da Matemática. Por algum
tempo, cogitei que efeito surtiria uma intervenção comportamental na escola, semelhante
às campanhas de persuasão que se intensificaram nos Estados Unidos da América, após a
Segunda Guerra Mundial, calcadas nos avanços das Ciências Sociais. Entre 1945 e meados
dos anos 70, a expansão da economia e a participação na Guerra Fria2 financiaram
inúmeras pesquisas experimentais que produziram teorias, hoje clássicas, como a Dinâmica
dos Grupos (LEWIN, 1947a ) e a Dissonância Cognitiva3 (FESTINGER, 1957). O
conhecimento psicológico renovado impulsionou um leque de ações – de políticas federais
de reeducação alimentar e combate ao racismo a programas de aumento de produtividade e
satisfação, dentro das empresas de telecomunicações, automóveis, aviação, armas etc. Na
sociedade moderna, é enorme a importância das campanhas de mobilização e mudança de
paradigma, tanto nas corporações, como para influenciar as massas. Um exemplo é a luta
contra o fumo, por muito tempo um ícone de liberdade4 e glamour, hoje inimigo da saúde.
1
Refiro-me, inicialmente, às redes estaduais de Educação Básica, de ensino regular (não técnico). O paradigma é uma
escola de EF II e EM, operando em cidade de porte médio ou grande, dentro de uma região majoritariamente urbana.
2
Sobre a história das Ciências Sociais nos Estados Unidos da América durante a Guerra Fria, ver Engerman (2010).
3
Teorias desenvolvidas pelo Centro de Pesquisas para Dinâmicas de Grupo – RCGD, criado em 1945 no Instituto de
Tecnologia de Massachussets – MIT e transferido em 1947 para a Universidade de Michigan. (RCGD, 2018)
4
Pesa o fato de ter surgido na Alemanha nazista a primeira política pública antitabagista da história contemporânea.
5
Colégio Embraer-Juarez Wanderley (2018), inaugurado em 2003 pelo Instituto Embraer em São José dos Campos-SP.
6
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza – autarquia do governo do Estado de São Paulo, vinculada à
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. Administra 220 Escolas Técnicas – ETECs
e 66 Faculdades de Tecnologia – FATECs. Criado em 1969, possui mais de 80 mil matriculados no ensino médio regular
e no técnico integrado ao médio – ETIM. 130 mil em cursos técnicos e 90 mil em cursos superiores. (CEETPS, 2016)
7
O Ministério da Educação exige que os licenciandos de Matemática cumpram 400 horas de estágio.
10
da SEESP8, localizadas em um município da Grande São Paulo, que enfrentavam graves
problemas de disciplina e aprendizagem em Matemática – nestas escolas, que presumo
semelhantes a milhares de outras, a experiência foi mais longa e penetrante, e
especialmente proveitosa. Em avaliações externas, como IDEB9 e ENEM10, a diferença de
desempenho entre os três grupos de escolas era gritante. Os educadores e gestores a quem
expus esse fato foram unânimes em associar as notas baixas à falta de comprometimento
do alunado, neutralizada (em parte) pelo processo seletivo de admissão adotado por
instituições conceituadas, como as ETECs e o citado colégio filantrópico. Ainda que
simplista e tendenciosa11, a explicação fazia sentido.
8
A Secretaria da Educação do Estado de Sâo Paulo administra 5,6 mil escolas de ensino médio, com perto de 1,5 milhões
de matrículas no ensino regular e 200 mil na Educação de Jovens e Adultos – EJA. (SEESP, 2015)
9
IDEB – indicador do INEP, baseado principalmente na Prova Brasil. (INEP, 2018a e 2018b)
10
ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, prova aplicada pelo MEC.
11
Identifico três obstáculos à tarefa da escola pública: 1. os alunos não têm interesse em nada que pareça difícil ou pouco
prazeroso, cujos frutos surgirão no futuro distante; 2. os professores são reféns de problemas particulares, a começar da
baixa remuneração que os leva a ampliar a carga horária além do razoável, resultando na precariedade das aulas,
absenteísmo e descuido de sua formação; e 3. a administração da Educação, da alta burocracia aos gestores das unidades,
adaptou-se ao baixo desempenho, passando a priorizar outros aspectos da vida escolar: projetos interdisciplinares,
eventos “culturais”, festas, campeonatos esportivos e ativismo político. Essa acomodação reduz o número efetivo de
aulas, convertendo a dispensa em regra, e desvirtua as avaliações, garantindo a todos boas notas e promoção anual sem
esforço, com provas facilitadas em que se permite qualquer tipo de consulta, sob o beneplácito do conselho de classe.
Dos três obstáculos, apenas o primeiro parece um campo promissor, já que os outros dependem da alta liderança do
estado, como a limitação da estabilidade do funcionalismo, a despolitização da gestão e a racionalização dos gastos.
12
Institutos Americanos de Pesquisa – organização sem fins lucrativos com sede em Washington, EUA, criada durante a
2ª Guerra. Apoia pesquisas e aplicações práticas em Ciências Sociais e do Comportamento. (AIR, 2018)
11
A respeito da aplicação de PBS na Educação Infantil, Rios e Denari escrevem:
13
A resposta de Sandoval a Benjamin, no café, em ‘O Segredo de seus olhos’, é memorável. (O SEGREDO..., 2009)
12
uma visão centrada na Psicologia Social, ou melhor, na Psicologia Social Psicológica –
PSP. Esse ramo foca o indivíduo, no que se distingue da Psicologia Social Sociológica –
PSS, cuja ênfase é a sociedade e os processos socioculturais (FERREIRA, 2010). As
críticas que atingem a PSP, apontando o dedo da ética para sua instrumentalização por
governos, empresas e partidos, parecem-se à tese que responsabiliza a Física pelas vítimas
das armas nucleares.
14
Termo aplicado pela economista Alice H. Amsden a países que se industrializaram no século 20, via aprendizado, sem
invenção/inovação (no início): Japão, Coréia do Sul, Taiwan, Turquia, Índia, Brasil, e México. (AMSDEN, 1989)
15
Entre 1968 e 1973, o Brasil registrou um crescimento médio do PIB acima de 10% a. a, com o surgimento de grandes
empresas estatais e privadas. Inflação, dívida externa, desigualdade e cidades inchadas foram efeitos colaterais do
processo que desaguou na estagnação econômica dos anos 1980 – a chamada “década perdida”. (VELOSO, VILELA e
GIAMBIAGI, ibid.)
13
universalização e o aperfeiçoamento da Educação Básica. Segundo a PNAD Contínua16, a
taxa de analfabetismo dos brasileiros de 15 anos, ou mais, anda pelos 7,0 % (IBGE, 2017).
O Censo Escolar de 201717 encontrou 49 milhões de alunos em 184 mil escolas de
Educação Básica, onde atuavam 2,2 milhões de docentes (INEP, 2017). Se por um lado
esses números representam um marco positivo em termos de inclusão, por outro, a
qualidade da formação segue baixa, na comparação com o mundo. Em 2015, o Brasil
ocupava a 63ª posição no ranking de 70 participantes do PISA18 (OCDE, 2016).
Com esta monografia, espero apoiar de algum modo as mudanças que o país
reclama, mostrando que a indisciplina e a desmotivação dos alunos do Ensino Médio criam
uma rica oportunidade, em particular para os docentes de Exatas. Nessa tarefa, conto com
as boas ideias que a PSP tem a oferecer, sem truques mágicos nem golpes baixos.
16
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios a cargo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2018).
17
Realizado pelo Instituto Anísio Teixeira – INEP, órgão do Ministério da Educação – MEC. (INEP, 2017).
18
Programa Internacional de Avaliação de Alunos, coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico – OCDE. (OECD, 2018)
14
2 VISÕES DA EDUCAÇÃO PÚBLICA
Na visão marxista, toda a educação deveria ser pública (com gratuidade restrita à
educação básica), desenvolvendo-se em três frentes.
15
da Vinci, Maquiavel e Lutero), parece colidir com o trecho a seguir, que Marx incluiu em
seu discurso diante do Conselho Geral da AIT19 reunido em Basiléia, em 1869:
Nas escolas elementares e, mais ainda, nas superiores, não faz falta autorizar
disciplinas que admitem uma interpretação de partido ou de classe. Nas escolas
só se deve ensinar gramática, ciências naturais [...]. As regras gramaticais não
mudam, seja um conservador clerical ou um livre pensador que as ensine. As
matérias que admitem conclusões diversas não devem ser ensinadas nas escolas;
os adultos podem ocupar-se dela sob a direção de professores que, como a Sra.
Law, façam conferências sobre religião. (MARX e ENGELS, ibid., p. 140)
a educação tem muita semelhança com o ensino, mas de modo nenhum são
sinônimos. Certos pedagogos autorizados consideram que a educação é um
conceito muito mais amplo que a instrução. A educação tem suas
particularidades. [...], a educação consiste em exercer uma ação determinada,
sistemática e com um objetivo definido sobre a psicologia do educando, com o
fim de inculcar-lhe as qualidades desejadas pelo educador. Parece-me que esta
definição [...] abarca em termos gerais tudo o que entendemos por educação, a
saber: inculcar uma determinada concepção do mundo, uma determinada moral e
certas normas de convivência humana, forjar determinados traços do caráter e da
vontade, criar certos hábitos e certos gostos, desenvolver determinadas
qualidades físicas etc. A educação constitui uma das tarefas mais difíceis. Os
melhores pedagogos a consideram tanto uma ciência como uma arte. Referem-se
à educação escolar, que, está claro, é relativamente limitada. Mas, além desta,
existe a escola da vida, na qual se verifica um processo ininterrupto de educação
das massas, onde o educador é a própria vida, o Estado e o Partido, e o
educando, milhões de pessoas adultas, diferentes umas das outras por sua
experiência política. (KALININ, 1954, p.2)
19
Associação Internacional dos Trabalhadores, conhecida como Primeira Internacional – fundada em 1864.
20
Mikhail Ivanovich Kalinin liderou a revolução bolchevique, ao lado de Lenin, Stalin e Trotsky. Como fiel apoiador de
Stalin, ocupou o cargo simbólico de presidente soviético entre 1919 e 1946, ano de sua morte. (MIKHAIL, 2018)
16
No discurso de Basiléia, Marx defende uma espécie de neutralidade em relação à
ciência, argumentando com a solidez da Gramática. A propósito da relação entre a
ideologia marxista e o conhecimento científico, é instrutivo recordar o período em que o
poder stalinista decidia quais leis da Natureza e da História eram válidas na URSS.
Somente no final dos anos 1960, os cientistas soviéticos foram autorizados a estudar a
Genética de Mendel e a teoria darwinista, consideradas durante três décadas como
fantasias idealistas. Até então, as escolas comunistas propagavam as teses de Michurin21
que seguia Lamarck, quanto à hereditariedade dos caracteres adquiridos. Por um viés
ideológico, essa doutrina agradava Lenin e Stalin. Um adepto do michurinismo, o
engenheiro-agrônomo T. Lysenko22 dirigiu o Instituto de Genética da Academia de
Ciências da URSS, entre 1940 e 1965, sob a proteção de Stalin. Essa posição permitiu-lhe
expandir as ideias de Michurin e impô-las violentamente à educação, à ciência e à
agricultura, causando enormes estragos. Em 1948, a Genética foi oficialmente banida,
como pseudociência burguesa, os geneticistas soviéticos foram demitidos e suas pesquisas
destruídas (GARDNER, 1957). Durante o lysenkoismo, a dissidência científica foi
perseguida, como posição política reacionária. As repúblicas soviéticas e a China de Mao
Tse-tung compartilharam essa insensatez e suas consequências. Uma lição que se tira da
educação soviética, como implementação do discurso autoritário do marxismo, é que se
pode obter elevada aprendizagem de qualquer verdade, por inverossímil que seja.
21
Ivan Vladimirovich Michurin, horticulturista que desenvolveu novas frutíferas, tentando provar a teoria lamarckista.
22
Trofim Desinovich Lysenko, doutor em ciências agrícolas, garantia que plantas de trigo apropriadamente cultivadas
poderiam produzir sementes de centeio. Sua trajetória só tem paralelo na Igreja medieval. (TROFIM, 2018).
17
2.2 ANTONIO GRAMSCI
todos os homens são intelectuais; mas nem todos exercem na sociedade a função
de intelectuais [...]. Uma característica relevante de cada grupo que se
desenvolve para dominar os demais é a luta pela assimilação e conquista
«ideológica» dos intelectuais tradicionais, tanto mais rápida e eficaz quanto mais
o grupo elabora simultaneamente os próprios intelectuais orgânicos.
(GRAMSCI, 2001, p. 18)
Essas citações dos Cadernos do Cárcere revelam apreço por uma escola refinada,
capaz de levar a todos os alunos os tesouros culturais da humanidade – incluindo o
Latim23. Só uma grande academia é capaz de formar os intelectuais que tomarão parte ativa
na luta pela elevação de seu grupo e, uma vez que a revolução triunfe, estarão à frente da
nova sociedade. Uma das missões dos “intelectuais orgânicos” de Gramsci é dominar
intelectualidades tradicionais, como o clero. Através do domínio cultural, produz-se
domínio político (hegemonia dos dominantes e contra-hegemonia dos dominados). A
cultura, em especial a ciência – reproduzidas pela educação, têm grande importância para
Gramsci, que refina a concepção marxista de uma sociedade com estrutura dupla; cultivada
na superestrutura, a ciência exerce grande e contínua influência sobre a infraestrutura, isto
é, as relações de produção econômica.
23
Gramsci defendia o ensino do Latim, como facilitador para o estudo da História de Roma.
18
hegemonia dos intelectuais orgânicos sobre os intelectuais tradicionais não pertence a eles,
sujeitos sem autonomia que são, subalternos criados por e para o poder do Partido-Estado.
A escola recebe
24
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra possui três núcleos de formação de líderes: Centro de Formação e
Pesquisa do Contestado, Caçador-SC; Instituto de Educação Josué de Castro, Veranópolis-RS; Escola Nacional Florestan
Fernandes, Guararema/SP. As crianças, os “sem-terrinhas”, frequentam escolas do EF nos assentamentos, e há classes
itinerantes acompanhando os grupos envolvidos nas invasões. Cultivam a “Pedagogia do Movimento” e a “Educação do
Campo” (CALDART, 2008). Questão: se o MST é sustentado com verbas públicas, está realmente fora do Estado?
19
Conclusões: 1 – a escola capitalista, vista por Althusser, é ainda mais monstruosa do que
os referenciais de Marx-Engels e Gramsci que nela viam algo positivo. A única alternativa
é sua refundação, depois da refundação do estado; 2 – para aproveitar a escola capitalista,
enquanto for a única disponível (por algum tempo, o será), é menos injusto dar a todos a
oportunidade de alcançarem o topo da carreira acadêmica, isto é, o Ensino Superior.
Em seu livro sobre a gênese das prisões modernas, Vigiar e Punir (2018)25, Michel
Foucault estabeleceu quatro momentos: Suplício, Punição, Disciplina e Prisão. Interessa-
nos a terceira parte, que se subdivide em três capítulos: ‘Os Corpos dóceis’, ‘Os recursos
para o bom adestramento’, e ‘O panoptismo’. De início, Foucault compara os atributos e
princípios que guiaram a formação dos soldados em dois períodos da história da França: a
época anterior ao século 16 e a segunda metade do século 19 – a transição entre os
períodos corresponde ao surgimento e à expansão do Iluminismo, com o progresso geral
das ciências. O soldado, que anteriormente era visto como uma força da natureza,
distinguindo-se dos homens comuns pela elegância, força e habilidade naturais, foi
paulatinamente substituído por uma máquina com corpo e alma modelados por um sistema
capaz de converter, através do treinamento, camponeses desajeitados em atletas-guerreiros,
de movimentos precisos e eficientes. O segredo da formação militar é a disciplina –
princípio comum a quartéis, escolas, fábricas, hospitais, manicômios e prisões. Quadricular
o espaço para isolar os indivíduos, depois de classificá-los segundo regras objetivas,
aprisionando-os em células continuamente vigiadas, dentro de uma arquitetura panóptica26
– em que a visibilidade é total. Esse seria o modelo racionalizado para uma penitenciária,
um acampamento, uma enfermaria ou uma classe escolar, em que todos são olhados e
punidos quando violam as regras impostas a seus corpos e mentes. O uso estrito do
uniforme; os exercícios físicos sincronizados; os códigos de conduta e comunicação entre
alunos, e entre estes e a hierarquia; o tempo submisso ao horário e ao calendário; as
avaliações escritas e orais, as notas e suas consequências; a estrutura dos cursos em etapas
obrigatórias e sucessivas, o treinamento com base em habilidades – eis algumas aplicações
do “método pedagógico”. A função vital do poder disciplinar é a vigilância, que deve ser,
ou fazer-se percebida, onipresente e tempestiva. Conecta-se a outra função de igual
25
Publicação original na França em 1975. Primeira tradução publicada no Brasil em 1987.
26
O Panopticon de Bentham – modelo utilitarista de prisão, edificada em formato de círculo ou semicírculo, em cujo
eixo uma torre-vigia controla o que acontece em cada cela. Obra original publicada em 1778. (BENTHAM, 1843)
20
importância: a sanção. Conheci a escola de um pequeno município, onde a situação da
disciplina era terrível, especialmente nas aulas do professor de Matemática das turmas de
1ª série EM; entre ele e os alunos já não havia condições de interagir sem a mediação de
coordenadores e diretores. A certa altura, a direção instalou câmeras de segurança nas salas
envolvidas, conectando-as a um monitor multiplex, na secretaria. Essa versão digital do
panoptismo provia fatos e dados às reuniões com as famílias. O efeito sobre a disciplina
era nulo, mas a medida impressionava pela coerência metódica com o que a cidade
considerava um triunfo: recentemente, as ruas haviam passado a ser monitoradas por
dezenas câmeras de segurança e as ocorrências policiais diminuíram. Foucault sustenta
que, na escola e em outras instâncias, as funções vitais do poder disciplinar – vigilância e
sanção – unificam-se em um momento supremo: o exame. Na auditoria dos impostos, no
eletrocardiograma, na inspeção das mangueiras de incêndio, das emissões veiculares, do
dormitório, das orelhas, da roupa, do corte de cabelo, das tarefas realizadas ou do
aprendizado, o exame constitui
a técnica pela qual o poder, ao invés de emitir os sinais de seu poderio, ao invés
de impor sua marca a seus súditos, capta-os num mecanismo de objetivação. No
espaço que domina, o poder disciplinar manifesta, para o essencial, seu poderio
organizando os objetos. O exame vale como cerimônia dessa objetivação.
(FOUCAULT, 2018, p. 211)
Exames periódicos alimentam um dossiê que registra o que se sabe sobre o examinando:
seu prontuário médico, seu histórico escolar, seu curriculum vitæ, seu boletim de
comportamento, sua ficha de antecedentes policiais. É a documentação da pessoalidade; de
sua evolução em resposta à ação civilizadora, curadora, (re)educadora dos órgãos
competentes; dos sucessos e fracassos – que norteia as decisões do poder quanto a premiar,
corrigir, tratar, punir. A função última do exame e do dossiê é a decisão quanto ao futuro:
bons alunos, que passaram por boas escolas com boas notas, ocuparão bons empregos com
salários mais altos. Aos alunos deficientes, repetentes ou desistentes serão destinadas
carreiras subalternas ou exclusões piores, como o desemprego. Para Foucault, vivemos em
uma sociedade disciplinar: somos todos controlados por uma ordem maior que organiza
processos formados ao longo do tempo, que cobriram todas as dimensões da vida social: a
economia, a justiça, a religião, a ciência, a educação etc. Em particular, a escola é o espaço
onde o poder disciplinar produz saber – no Ensino Superior, desse saber surge mais poder;
na Educação Básica, esta é uma questão não elucidada. Sobre essa estrutura baseada em
disciplina, Foucault entrega três conclusões:
21
(1) A disciplina é necessária para viabilizar o convívio das multiplicidades humanas,
devendo ser eficiente (de baixo custo), discreta, infalível e orientada a maximizar as
contribuições individuais ao benefício coletivo;
Conclusão: a escola é uma distopia que controla seus membros em nome da sociedade. Os
professores são instrumentos que personificam o poder decisório, apoiados pelos bancos de
dados. Mas o que Foucault nos sugere não é a queima das carteiras nem a demolição da
cátedra. Ele mesmo um professor, sabe que é preciso seguir controlando e avaliando; não
há como dispensar aulas e cursos nem a organização: ementas, horários, calendários.
Embora, ou para que, a educação processe os decretos do saber/poder, em busca de
autosustentação, não podemos fechar as escolas, nem outras instituições que parecem tratar
a infelicidade como uma lógica. O que nos resta é a liberdade de pensar e discutir com
elas. Esta seria a grande aposta para enfrentar a indisciplina escolar.
22
2.5 HANNA ARENDT
27
Obra originalmente publicada em 1954.
28
Pontuação (posição) de EUA, China e Brasil no ranking de 65 países do PISA: (I) EUA – Leitura 498 (24ª);
Matemática 481 (36ª); Ciências 497 (28ª). (II) China – Leitura 570 (1ª); Matemática 613 (1ª); Ciências 580 (1ª). (III)
Brasil – Leitura 410 (55ª); Matemática 391 (58ª); Ciências 405 (59ª). (OCDE, 2016).
23
dotado, dentre os estudantes. Entretanto, é igualmente óbvio, pelo menos a
qualquer pessoa que tenha tido algum contato com o sistema educacional
americano, que essa dificuldade, enraizada na atitude política do país, possui
também grandes vantagens, não apenas de tipo humano mas também
educacionalmente falando. (ARENDT, 2016, p. 134)
Aos modismos pedagógicos, Arendt opõe a inteligência legada pela Antiguidade Clássica.
Os contemporâneos desprezam a sabedoria dos anciãos, valorizada por todos os povos que
nos antecederam na História Ocidental. Professores sempre foram sêniores em
conhecimento e idade, até meados do século 19, quando surgem na Grã-Bretanha as
escolas criadas pelas para evitar que crianças sem instrução fossem empregadas nas
fábricas; nessas escolas, eram numerosos os professores analfabetos (MARX, 2011). Os
antigos romanos tratavam com respeito a terceira idade – postura que Arendt vê suprimida
na sociedade analisada29. O desprestígio do velho torna-se o desprestígio da autoridade.
29
Tampouco presente em 2018, pelo menos na sociedade ocidental.
24
desaparecer; isto porque somente agora ele se pode acercar da existência na qual
ele será uma autoridade para os outros. (ARENDT, ibid., p.143)
25
sendo mais que um adulto em tamanho reduzido? [...] Quanto mais
completamente a sociedade moderna [...] introduz entre o privado e o público
uma esfera social na qual o privado é transformado em público e vice-versa,
mais difíceis torna as coisas para suas crianças, que pedem, por natureza, a
segurança do ocultamente para que não haja distúrbios em seu amadurecimento.
[...] a escola não é de modo algum o mundo e não deve fingir sê-lo; ela é, em vez
disso, a instituição que interpomos entre o domínio privado do lar e o mundo
com o fito de fazer com que seja possível a transição, de alguma forma, da
família para o mundo. Aqui, o comparecimento não é exigido pela família, e sim
pelo Estado, isto é, o mundo público, e assim, em relação à criança, a escola
representa em certo sentido o mundo, embora não seja ainda o mundo de fato.
(ARENDT, ibid., p. 138)
26
Para Marx e Gramsci, a escola é o lugar da formação intelectual e profissional.
Temas polêmicos, principalmente os de cunho ideológico, econômico e político, devem ser
abordados à parte – tamanha a sua importância para preparar os que levarão a revolução à
vitória e administrarão a sociedade socialista. Nessa visão de uma educação produtora, não
há espaço para objeção, menos ainda para indisciplina. Nossa proposta de intervenção
provavelmente não teria sido aceita nas escolas da URSS, cujos alunos eram dirigidos pelo
poder central e local a um destino pré-determinado, do qual não escapariam facilmente.
27
espaço protegido, sob a liderança de um adulto preparado. O que de melhor a escola tem a
oferecer é o ensino; será acolhida com surpresa a decisão de não aproveitá-lo ao máximo.
Propomos ao aluno que passe a estudar mais a partir de já, para que, quando for admitido
no mundo dos adultos, aí sim! tome o rumo que quiser.
28
3 PSICOLOGIA SOCIAL PSICOLÓGICA
Segundo essa autora, uma terceira subárea emergiu, por influência da Sociologia
Política, ganhando a denominação de Psicologia Social Crítica – PSC. O nome é acertado,
uma vez que tal vertente adota posturas críticas não apenas em relação ao objeto, mas
também ao conhecimento construído pela própria disciplina e posiciona-se assertivamente
29
contra a opressão e a exploração, e a favor da mudança social. Os adeptos dessa linha
militante dedicam-se à
3.2 AUTOCONCEITO
30
‘autoconceito’ – noção que teve em Carl Rogers (ZIMRING, 2010) um de seus principais
articuladores. Fazem parte do autoconceito os ‘autoesquemas’ – a palavra schema (pl.
schemata) foi introduzida por Piaget (MUNARI, 2010), para designar modelos que nos
permitem conhecer e compreender a estrutura do que há no mundo, como as coisas
funcionam etc. Um autoesquema é um modelo dinâmico que nos acompanha, como
característica estável, mas maleável. São exemplos didáticos de autoesquemas os
estereótipos que nos afetam direta ou indiretamente, tais como: “não tenho facilidade para
Matemática”, “estudar é para nerds”, “orientais são mais inteligentes”. Em si, o
autoconceito, ou self, pode ser visto como um ‘super autoesquema’, isto é, uma
representação mental que contém nosso conhecimento acerca de nós mesmos, no que se
refere aos traços de personalidade, papéis sociais, experiências passadas e metas futuras.
as diferentes autopercepções dos sujeitos nos diversos domínios da sua vida dão
origem ao autoconceito, que é tipicamente pensado como a soma de todos os
atributos, capacidades, atitudes e valores que um indivíduo acredita descrevê-lo.
Trata-se de um autoconceito mais global que inclui uma versão mais abrangente
do self (JACOBS et al, 2003 apud ESTEVES, 2008, p. 15).
As pesquisas sobre essa temática têm demonstrado que as pessoas diferem quanto:
1) ao que consideram como pontos centrais de sua autodefinição; 2) a quais dimensões de
seus autoesquemas são ativadas em cada situação; 3) às informações relativas a seu
autoconceito que são processadas de modo mais completo e que são mais facilmente
relembradas; e 4) à forma com que a autodefinição do indivíduo afeta as crenças e
expectativas que ele traz para uma determinada situação social. O self é produto de um
processo flexível e construtivo do julgamento de si mesmo, que leva o indivíduo a se
apresentar de diferentes maneiras, a depender do ambiente social em que se encontra
inserido, o que irá contribuir para sua adaptação a esse ambiente (QUINN et al., 2003 apud
FERREIRA, 2010). Esteves apresenta uma série de percepções teóricas sobre o
autoconceito, relacionando a motivação ao ordenamento dos “eus” no tempo.
31
dados comportamentais reunidos pelo indivíduo durante anos de observação e
organização num domínio particular. Do ponto de vista da motivação, as
autoconcepções mais importantes são as que representam o indivíduo num tempo
que não o presente e que representam o cumprimento ou fracasso do sujeito para
atingir determinados objetivos na sua vida. São formas de ver o indivíduo, de
como este será após atingir ou fracassar certo objetivo. Este tipo de
autoconcepções ajudam os sujeitos a analisar os seus progressos, avaliar ações e
rever aspirações. Fornecem consistência sobre a direção dos seus esforços
integrando as tarefas necessárias a realizar. Têm por isso, uma forte implicação
nas mudanças de humor, nas expectativas, na autoestima e nas estratégias
comportamentais observáveis e seus resultados. Para incorporar as componentes
motivacionais no autoconceito, torna-se necessário pensar, não em termos do
autoconceito propriamente dito, mas pensar mais especificamente em termos do
autoconceito atual, isto é, o autoconceito num determinado momento (CANTOR
et al, 1986 apud ESTEVES, 2008, p. 16).
3.3 AUTOESTIMA
No contexto deste trabalho, é bastante significativa a teoria dos eus possíveis. Para
compreendê-la, precisamos refinar o conceito de self. Em sua dissertação de mestrado,
Esteves (2008) adota a definição de Decy e Ryan (1990), apresentada a seguir. Nascemos
com esboços crus de nossas características e preferências, e com um ferramental cognitivo
rudimentar que nos dá a noção da fronteira entre ‘nós’ e o ‘mundo’. A partir desse embrião
desenvolve-se o self, que aumenta em tamanho e complexidade através de nossas ações e
relações dentro do mundo natural e social, como uma resposta a necessidades intrínsecas.
O self evolui para resistir ao mundo, num processo dialético cuja síntese nem sempre é
bem-sucedida (DECI & RYAN, ibid.). O desenvolvimento do self segue por toda a vida,
incorporando experiências que originam regulações. A existência do self é inferida ao se
32
observar que nossos atos subentedem uma coerência, que o comportamento é regulado,
delineando um “modo de ser, pensar e agir”.
3.5 AUTODETERMINAÇÃO
3 – motivar. Uma imagem positiva de si próprio, como vencedor ou alguém eficiente, pode
ajudar o indivíduo a empenhar-se em grandes realizações. Uma imagem negativa também
pode gerar motivação: o esforço compensando a fraqueza.
34
vida. As grandes façanhas da vida incluem diplomas escolares, empregos e promoções,
sustentar uma família, manter os relacionamentos, atuar nas comunidades. Os eus possíveis
(positivos e negativos) relacionados a estilo de vida e riqueza material incluem: ser
saudável, ter uma casa, não ser viciado em drogas nem obeso.
35
cidades japonesas, ao final da guerra no Pacífico, Lewin, que dirigia um grupo de
pesquisas (RCGD) dentro de uma universidade reconhecida por suas pesquisas em
Engenharia (MIT), faz recorrentes menções à bomba atômica e à Física Nuclear,
contrastando o progresso das ciências naturais ao das ciências sociais, cujos objetos são de
uma realidade material igualmente indiscutível. Para Lewin, mudanças de comportamento
(como a reeducação alimentar) dependem de persuasão, motivação e decisão, mas tendem
a ser mais intensas e duradouras quando a decisão de mudar é tomada em grupo, uma vez
que além da fidelidade à decisão tomada, os indivíduos tendem a ser fiéis ao grupo do qual
fazem parte. Esta observação é fundamental para o sucesso da intervenção proposta nesta
monografia. Um dos conceitos criados por Lewin que será aproveitado para o modelo de
intervenção aqui discutido é o das forças que impulsionam o comportamento. Liderança,
equilíbrio de forças, mobilidade e caráter autocrático-democrático são outros conceitos que
afetam a vida em grupo – todos esses conceitos foram estudados, na pesquisa dos
problemas que afetam grupos de trabalho, em fábricas, escritórios, hospitais e escolas.
Em 1957, Leon Festinger, outro pioneiro do grupo de Michigan, propôs sua Teoria
da Dissonância Cognitiva – DC, segundo a qual, o indivíduo tenta preservar a coerência
entre suas cognições (opiniões, crenças, posturas, comportamentos), para evitar o
sofrimento causado pela aversiva contradição entre elas (MILLER, CLARK e JEHLE,
2015). Com o propósito de eliminar a dissonância, uma vez instaurada, o indivíduo pode
renunciar a crenças e opiniões, ou modificá-las com novas informações, ou ajustar
comportamentos, ou ainda desqualificar os elementos dissonantes, como faz a raposa com
as uvas inatingíveis, na fábula de Esopo-La Fontaine. A teoria inicial da DC foi
aprofundada por outros pesquisadores como Aronson (1969), para quem o conflito entre
cognições ameaça a segurança do autoconceito, motivando o indivíduo a buscar um novo
comportamento que restabeleça a consistência cognitiva. Steele e Liu (1983) constataram
que a dissonância poderia ser resolvida sem mudança de atitude, desde que os envolvidos
(em experimentos) tivessem a chance de reafirmar os valores de seu self concept. A DC
serviu de inspiração para muitas intervenções mirando comportamentos negativos, como
anorexia, bulimia, voracidade, consumo de substâncias viciantes, bullying, sexo sem
proteção (condom), falta de ética nas avaliações escolares, desperdício de água e energia.
A estratégia mais comum é induzir uma situação denominada contra-atitudinal, em que os
36
indivíduos voluntarizam-se a defender posições que condenam o “mau comportamento”
em questão. A dissonância cognitiva resultante DC, espécie de remorso pela hipocrisia,
seria persuasiva no sentido de eliminar o mau comportamento. Stice et al. (2008) relatam
casos de sucesso na prevenção de transtornos alimentares em meninas adolescentes, entre
2004 e 2007. Vinski e Tryon (2009) reportaram uma intervenção baseada em DC destinada
a reduzir a elevada taxa de desonestidade nas avaliações de uma escola de EM, problema
generalizado nas escolas norte-americanas, que constatamos, informalmente, no Brasil30.
Esses pesquisadores hipotetizavam que a estratégia da hipocrisia induzida levaria os alunos
desonestos a mudar de comportamento, apenas por participarem de grupos encarregados de
estabelecer a política da escola em relação à desonestidade acadêmica. O resultado
encontrado foi o oposto do que se esperava: os participantes do experimento aumentaram
ligeiramente a frequência de quebras da ética. As entrevistas revelaram que os alunos que
violavam as regras nunca haviam sido apanhados nem punidos, e acreditavam que nunca o
seriam. A partir desses relatos, infere-se que a hipocrisia induzida talvez não seja a melhor
estratégia de intervenção para o ambiente escolar. Em nossa opinião, abordagens nessa
linha, que não promovem a autenticidade, devem ser evitadas por inúmeras razões,
inclusive morais. A hipocrisia induzida é capaz de, no máximo, produzir comportamentos
aparentemente corretos e hipócritas.
30
Os alunos faltosos costumam usar a DC para criar justificativas do tipo “a culpa é do professor que não sabe ensinar”,
ou “a matéria que caiu na prova nunca foi dada”.
37
4 INTERVENÇÕES PSP
31
No colégio filantrópico citado na introdução, cada aluno custa em torno de R$ 3 mil por mês, o orçamento das escolas
técnicas do CEETPS é pouco mais de R$ 1 e nas escolas da SEESP é R$ 0,5 /aluno-mês. (Estimativas do próprio autor).
38
intuitivo e mais orientado à causalidade. Uma intervenção modesta, que consiga remover
as barreiras citadas, tem boas chances de produzir efeitos concretos sobre a aprendizagem.
Contudo, é equivocado pensar nas IPSPs como “balas de prata” (YEAGER e WALTON,
ibid.); ao invés de aplicá-las como medidas isoladas, as intervenções devem fazer parte de
um plano mais abrangente, ainda que restrito ao campo de atuação dos gestores e
educadores da unidade. Outro desafio colocado pelos bons resultados das IPSPs nas
escolas norte-americanas é entender como breves mensagens conseguiram influenciar as
atitudes e comportamentos de alunos que haviam sido alvo de inúmeras mensagens
anteriores, todas inócuas. Segundo Yeager e Walton (ibid.), as IPSPs produzem impacto
porque: a) miram nas experiências subjetivas dos alunos na escola, e b) aplicam os
resultados de décadas de intensa pesquisa científica, na área de persuasão e mudança de
atitude. Chega a parecer sobrenatural a capacidade de uma intervenção de curta duração,
de aplicação “em dose única”, gerar efeitos persistentes. Como qualquer vivência, uma
intervenção psicológica perderá foco com o passar do tempo. A chave para compreender os
efeitos relativamente duradouros das IPSPs é observar como elas interagem com os
processos recursivos que fazem parte das práticas da escola e das comunidades, como a
aptidão natural dos jovens estudantes para a socialização com colegas e professores, e o
reforço da confiança na própria capacidade de realizar uma tarefa difícil, como adquirir
conhecimento matemático, na qual se conseguiu um primeiro bom resultado. Por se
apoiarem em processos realimentados (feedback), as intervenções psicológicas podem
trazer melhorias concretas à motivação e ao desempenho, mesmo quando a mensagem
começar a perder o frescor original. Uma confirmação dessa possibilidade foi obtida por
Walton e Cohen (2011), em um experimento com um grupo de alunos de uma
universidade. Os benefícios, para saúde e desempenho acadêmico, principalmente das
minorias estigmatizadas (afro-americanos), prolongaram-se por três anos.
39
5 MOTIVAÇÃO BASEADA NA IDENTIDADE (IBM)
5.1 ORIGEM
1 – Porque nem todos os jovens das mesmas comunidades participam da Noite do Diabo?
2 – Porque alguns jovens ficam fora da confusão? Será a expectativa do que aconteceria se
fossem apanhados pela polícia? Até que ponto seu futuro influencia essa decisão?
3 – A força motivadora das identidades futuras pode ser estendida a outras situações? O
que isso implica para o que sabemos sobre a gênese e as funções do autoconceito?
40
infrações, mas alguns temiam sofrer a violência das gangues e dos traficantes, e receavam
acabar presos ou mortos. A semelhança das respostas sinalizava que os comportamentos
não poderiam ser explicados apenas pelas identidades imaginadas. Havia diferenças mais
sutis. Os jovens diferiam quanto aos aspectos positivos e negativos de uma identidade
futura que pareciam vir à mente ao mesmo tempo e se eles tinham estratégias para atingir
algumas ou todas as futuras identidades. Essas diferenças separavam os jovens em
diferentes circunstâncias. A juventude menos delinquente tinha identidades futuras
balanceadas, que incluíam possibilidades negativas e positivas no mesmo domínio, por
exemplo, do trabalho. A juventude menos delinquente também tinha estratégias – aquilo
que já faziam no presente, para alcançar os eus futuros. Como pesquisas posteriores
mostraram, essas diferenças na estrutura dos eus possíveis estavam associadas a mudanças
ao longo do tempo no engajamento acadêmico, incluindo as notas e a assiduidade à escola.
Os melhores resultados eram obtidos por alunos que tinham imagens positivas e negativas
da identidade futura e estratégias para trabalhar pelas identidades positivas e evitar as
negativas. Outra questão crítica era o que essas diferenças na estrutura dos eus possíveis
significavam? Que processo subjacente resultava nessas diferenças sutis e nos pontos
comuns? Para tratar tais questões de perspectiva ampla, foi proposta a Motivação Baseada
na Identidade – IBM, principal embasamento desta monografia (OYERMAN, ibid.)
5.2 ENUNCIADO
41
Figura 1 - Modelo completo da Motivação Baseada na Identidade.
Fonte: Oyserman et al. (2017).
42
5.3 PREVISÕES
43
uma casa e um carro, abrir o próprio negócio, começar uma família, tirar férias, mudar de
cidade ou mesmo de país. Por outro lado, se passarem o próximo fim-de-semana estudando
para a prova de 2ª feira, terão perdido para sempre os momentos de lazer e socialização
que ocuparam seu pensamento nos últimos cinco dias. Existe alguma estratégia que
permita ligar o futuro remoto com o dia de hoje? A resposta afirmativa depende de uma
curiosa diferenciação estabelecida por Oyserman, dentro do universo dos eus futuros
(ibid.). O tempo à frente pode ser dividido em dois: o futuro próximo, digamos no “ano
que vem”, e o futuro distante, isto é, a “vida adulta”, da qual uma década nos separa. Para
um adolescente, é bem mais palpável construir um primeiro trecho da trajetória, entre a
identidade vivenciada como “eu presente” e os “eus futuros do ano que vem”, e a partir
desse ponto, um segundo trecho que o conduzirá aos “eus futuros da vida adulta”.
Outra conclusão da IBM que interessa a este trabalho refere-se à última das quatro
variáveis citadas acima. Para evitar o sofrimento das dissonâncias cognitivas, olhamos as
dificuldades que surgem diante de nós ao empreender uma tarefa, de modo consistente com
as identidades prevalecentes no momento. Se detectamos consistência entre as ações que
nos competem e as identidades prevalecentes, as dificuldades ganham valor e sentimos que
é certo enfrentá-las. Do contrário, tendemos a desistir. Uma vez que emerge uma
identidade com suas implicações para o comportamento, as pessoas preferem agir em
consistência com ela, evitando o sofrimento das dissonâncias cognitivas. Porém, tomar ou
não uma ação não depende apenas de quão relevantes ao contexto nos parecem os
comportamentos condizentes com aquela identidade; à medida que desenvolvemos a ação,
a motivação pode mudar em função das dificuldades que surgirem para sustentar aquela
identidade, e da interpretação que tivermos dessas dificuldades.
1 – Os alunos tendem a aumentar seus esforços (e daí, seu desempenho) quando passam a
interpretar as dificuldades de forma construtiva: como sinal da importância e da
identificação entre eles e a escola: “sou capaz”, “é para mim”. (ALENEI, LEWIS e
OYSERMAN, 2017; ELMORE, OYSERMAN, SMITH e NOVIN, 2016; FISHER e
OYSERMAN, 2018; OYSERMAN, 2015; SMITH e OYSERMAN, 2015).
44
3 – Os alunos tendem a engajar-se mais com as tarefas escolares quando passam a
perceber a ligação direta entre os eus futuros (adulto e do próximo ano) e o eu do
aqui-e-agora (NURRA e OYSERMAN, 2017).
33
‘Diários de motocicleta’, por exemplo. (DIÁRIOS..., 2004)
45
comportamento de meninos e meninas sejam diferentes ou iguais, responsáveis ou
irresponsáveis etc.
46
predominam as intervenções escolares longas e complicadas, que reduzem a utilidade e a
exeqüidade. Mesmo quando há evidência de bom resultado, não testam o modelo
subjacente,
As numerosas pesquisas citadas por Oyserman (2015, ibid.) revelam que a escola é
um valor preponderante para os jovens, independente da nacionalidade, renda familiar, de
pertencer ou não a minorias, ou mesmo do desempenho como estudante. Durante os anos
de escola, os jovens imaginam seus eus possíveis do futuro próximo (ano que vem) com
foco principal no desempenho acadêmico e foco menor nos relacionamentos; estilo de vida
e questões materiais ficam bem atrás. (OYSERMAN e FRYBERG, 2006; OYSERMAN &
JAMES, 2008). Quanto aos eus possíveis negativos, as pesquisas mostram a reincidência
de alguns temores: gravidez e paternidade precoce, problemas com entorpecentes, crime e
delinquência. Se todas as crianças imaginam os mesmos eus futuros com foco na educação,
porque então a disparidade de conduta escolar?
47
6 O PROJETO TRAJETÓRIAS
Como vimos na seção 4, pequenas intervenções podem ter grande efeito, uma vez
que amarram a motivação através de componentes estruturais e se entrelaçam a processos
recursivos já existentes no ambiente escolar. O Projeto Trajetórias (que às vezes
chamaremos simplesmente de ‘projeto’) é uma intervenção universal criada à luz da PSP,
visando a melhora dos resultados acadêmicos na Educação Básica. A ideia-chave é
estimular os alunos a se comprometerem, aqui e agora, com os adultos que aspiram ser
num futuro que lhes parece infinitamente distante e, por isso, irrelevante. Testado em
escolas dos Estados Unidos e aplicado como programa oficial em outros países, o
Trajetórias mostrou-se um caminho com boa relação custo-benefício, para elevar a
assiduidade e o desempenho e reduzir comportamentos negativos. As atividades propostas
partem da combinação de três ingredientes ativos:
34
Original (Inglês) disponível na página https://www.pathwaysintervention.com/the-pathways-to-success-intervention.
48
a correta implementação do projeto, em benefício dos alunos. As atividades desenvolvem
habilidades e ferramentas cruciais para a travessia da educação básica, como a
racionalidade no lidar com as escolhas e a persistência diante dos prováveis obstáculos.
Constam do manual/apêndice os seguintes capítulos:
• Introdução ao projeto;
A Sessão 11. Formatura (EM & +) ainda precisa ser adaptada ao sistema
educacional brasileiro, em particular, no que se refere aos sistemas de seleção e admissão
para os cursos universitários. A adaptação, que se prevê trabalhosa, excede o escopo desta
monografia. É uma pendência notável, pensando na futura extensão deste trabalho ao
campo experimental.
49
2. Visão Geral das Sessões. Fonte: OYSERMAN, 2015.
50
Tabela 1. Alinhamento das Sessões aos Ingredientes Ativos.
Fonte: OYSERMAN, 2015.
Sessões
Ingrediente ativo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Eu futuro: fazer com que o eu futuro
pareça conectado ao eu presente
Estratégias relevantes: mostrar as
estratégias relevantes como algo que
pode ser feito já
Interpretação produtiva das
dificuldades: estabelecer a interpretação
das dificuldades para sinalizar que uma
tarefa é importante ao invés de
impossível.
51
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
35
Refiro-me primordialmente ao Ensino Médio e aos Anos Finais do Ensino Fundamental – no âmbito da rede pública
regular do Estado de São Paulo (SEESP). A extensão da ideia a outras redes parece possível, mas não foi avaliada.
36
Lembrando que as ETECS do CEETPS não chegam a 5% do total da rede estadual, em número de matrículas.
37
A constatação é pública e notória, dispensando comprovação estatística.
38
Além da profissão, o ‘eu futuro’ está ligado a relacionamentos sociais, estilo de vida e participação na comunidade.
52
automaticamente. A primeira razão apontada por Oyserman é a irrelevância de um futuro,
percebido como remoto, para o aqui-e-agora. A segunda razão é a ausência de estratégias
que liguem as ações possíveis no presente com o futuro próximo, e este com o futuro
distante. A razão que completa a lista é a interpretação das dificuldades como
impossibilidade (ou incapacidade), que nos leva a desistir precocemente de uma tarefa, só
porque é difícil. Essas três razões, apontadas por Oyserman para explicar o paradoxo de ter
uma ambição e procrastinar na luta por sua conquista, são trabalhadas nas sessões da
intervenção ‘Trajetórias’. As atividades previstas foram testadas – o conjunto da
intervenção também foi testado, em escolas públicas de comunidades de baixa renda, nos
Estados Unidos, Inglaterra, Singapura e França. Há fartura de publicações a respeito do
assunto, das quais algumas estão citadas na última sessão, 8 – Referências. Como primeiro
passo na direção de concretizar uma intervenção piloto, monitorada por metodologias
confiáveis, empreendemos a tradução do manual do projeto original, disponível na página
https://www.pathwaysintervention.com/. O esboço da tradução faz parte desta monografia,
e encontra-se no Apêndice. Tanto a tradução como sua inclusão neste trabalho foram
autorizadas pelos detentores dos direitos autorais, exclusivamente para fins acadêmicos. É
nossa intenção implementar, em condições de pesquisa, uma intervenção piloto no Estado
de São Paulo, com o acompanhamento de pesquisadores ligados a uma instituição de
Ensino Superior e avaliar os resultados. Esse “partir para a prática” deverá se precedido
por uma etapa de discussões, reunindo os stakeholders da Educação Básica, ou seja: as
escolas que receberão a intervenção; os órgãos de governo responsáveis pelas escolas (à
primeira vista, as Diretorias de Ensino Regionais); a instituição acadêmica que coordenará
a pesquisa (universidade); e as instituições de fomento que proverão recursos39.
Se nossas propostas não forem boas o bastante, iremos atrás de outras. Se não
tivermos competência para implantá-las, alguém mais apto assumirá nosso posto – só os
alunos são insubstituíveis. Se ao final, descobrirmos que estamos apenas começando, será
um indício positivo.
39
Exemplo: Auxílio à Pesquisa, linha oferecida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
53
8 REFERÊNCIAS
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54
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abr 2008.
61
USC. University of Southern California. Disponível em: <https://dornsife.usc.edu/
psyc/>. Acesso em: 30 out, 2018.
62
APÊNDICE
(225 páginas)
63
PROJETO TRAJETÓRIAS PATHWAYS TO
SUCCESS
@ Universidade do Sul da Califórnia (USC) e Institutos Americanos para a Pesquisa (AIR)
PROJETO TRAJETÓRIAS
Manual de Implementação do Professor
64
A Universidade do Sul da Califórnia (USC) é reconhecida internacionalmente pelo
alto nível de seu programa acadêmico, pela importância de suas pesquisas, por seu
engajamento na comunidade, pelo gabarito de seu corpo docente e alunos, e enfim por
suas instalações de padrão mundial que agregam múltiplas bibliotecas, laboratórios e
salas de aula.
40
Cf. texto original do manual. Confirmar na página da AIR https://www.air.org/page/locations . (N. T.)
65
CONTEÚDO
Sessão 11 Rotas para a Formatura (E. Médio & +)........................................... pág. xxx
66
NOTA DO TRADUTOR
41
American Institutes for Research. ONG norte-americana com foco em Educação e Ciências Sociais. (N. T.)
42
https://www.pathwaysintervention.com/the-pathways-to-success-intervention (N. T.)
67
INTRODUÇÃO
A motivação inicial deste manual é evitar que o projeto seja implementado por
tentativa e erro. São fornecidas instruções precisas para cada passo da intervenção, cujo
propósito é engajar os alunos na construção de sua identidade adulta. Validado em
estudos de campo, o Trajetórias forma um conjunto conciso e focado de atividades e
pontos de decisão instrucional. Estão aptos a implementá-lo os educadores interessados
em motivar seus alunos a associar ações presentes a um futuro positivo, superando
dificuldades pessoais e estreitando os laços com a escola. Embora a intervenção tenha
estrutura genérica, adaptável a distintas séries e grupos etários, as atividades ajustam-se
melhor à transição entre os ensinos fundamental e médio e à etapa que precede o ensino
superior45.
43
Ações deste tipo integram o repertório do modelo do Apoio Comportamental Positivo (Positive Behavior Support),
mobilizando todos os agentes da escola para influenciar o comportamento de todos os alunos. O projeto surgiu em 2006
com o nome School to Jobs, tornando-se mais tarde Pathways to Success. Seu alicerce é a teoria da Motivação Baseada
na Identidade (MBI) proposta pela psicóloga Daphna Oyserman, da Univ. do Sul da California (USC). Apoiado, desde o
princípio, pelo Ministério da Educação dos EUA, o projeto é estudado pelo Dornsife Mind & Society Center-USC, co-
dirigido pela Dra. Oyserman. (N. T.)
44
O projeto foi inicialmente implementado em escolas do centro das metrópoles de Detroit e Chicago. Os governos de
países como Singapura e Inglaterra interessaram-se de forma concreta pela abordagem. Resultados de uma pesquisa
recente (Nurra & Oyserman, 2017) foram publicados na França. (N. T.)
45
Não se pretende que a intervenção faça milagres, ou que baste, como a dose única de um antídoto mágico. Cumpre a
cada escola entender a complexidade de seus problemas antes de definir a estratégia, em sintonia com o projeto
pedagógico e com as diretrizes e políticas a que está subordinada. (N. T.)
68
ORGANIZAÇÃO DO MANUAL
69
3. Visão Geral das Sessões
70
se reforçam entre si, dando aos alunos múltiplas chances de assimilar a essência do
projeto.
Tabela 1. Alinhamento das Sessões aos Ingredientes Ativos
Sessões
Ingrediente ativo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Eu futuro: fazer com que o eu futuro pareça
conectado ao eu presente
Estratégias relevantes: mostrar as
estratégias relevantes como algo que pode
ser feito já
Interpretação produtiva das dificuldades:
estabelecer a interpretação das dificuldades
para sinalizar que uma tarefa é importante
ao invés de impossível.
46
Segundo a teoria proposta pela Dra. Oyserman, a motivação depende de quais, dentre nossas múltiplas
identidades, são convocadas pelo contexto a nos governar em pensamento e ação. (N. T.)
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ORGANIZAÇÃO DAS SESSÕES
Este manual traz informações consistentes sobre cada sessão, para ajudá-lo a
implementar o projeto da maneira esperada. Cada sessão tem o seguinte conteúdo:
A sala deve ser arrumada para cada etapa. Mais de um leiaute pode ser usado
na mesma sessão, conforme exijam as atividades e os objetivos. A arrumação
significa mais que a disposição racional da mobília; mostra aos alunos como
organizar sua participação em cada atividade. Confira os leiautes na página xxx.
A sessão começa pelas boas-vindas aos alunos e uma revisão das atividades e do
conteúdo da sessão anterior, momento que cria o gancho para a sessão do dia.
As atividades são explicadas e pontuadas no tempo, com objetivos, sugestões e o
material que se pretende usar. É desnecessário ler para os alunos o texto completo.
Proponha questões orientadas aos alunos e aproveite as respostas que surgirem,
para reforçar os temas centrais da sessão.
Use a lousa ou flip chart para registrar as respostas dos alunos (exemplo:
aptidões e habilidades para dar certo na escola, 1ª Sessão). Agrupe as respostas
afins – isto faz emergir construtos naturalmente (exemplos: domínios da vida
adulta, pessoas que representam forças positivas e negativas, e estratégias para
charadas).
47
Por exemplo, projetando-se slides elaborados com o programa PowerPoint® da Microsoft®. (N. T.)
72
Pontos que devem ser reforçados, enquanto VC circula pela sala, observando o
trabalho individual ou dos grupos.
TEMPO
Cada sessão encaixa-se em uma aula, levando de 30 a 45 minutos, embora esse
tempo possa ser aumentado, se houver justificativa. Para facilitar o planejamento, a cada
capítulo foi atribuída uma estimativa de tempo. Onde fizer sentido, serão dadas
informações sobre o que cortar do conteúdo, atentando para que essa redução não
comprometa os três ingredientes ativos.
MATERIAIS
Cada sessão envolve materiais específicos, apresentados logo na abertura.
Certifique-se de que dispõe da quantidade suficiente para todos, antes de começar. O
manual contem tudo que VC irá precisar. Um exemplo de cada folha de atividade e
folheto de notas está incluído ao final de cada sessão. VC também precisará do seguinte:
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Ilustrações plastificadas para a atividade sobre imagens do adulto da Sessão 2 (este
material consta em arquivo separado).
As apresentações PowerPoint® do Trajetórias para cada sessão (material em
arquivo separado). Se não quiser usar slides, pode preparar charts com as
definições, cuidando que fiquem prontos a tempo.
O TEMPO É CURTO!
Cada segmento de uma sessão tem um tempo pré-estabelecido. Não se descuide do
ritmo, para que as atividades possam completar-se dentro do limite previsto.
O planejamento econômico (lean) postula que o tempo provisionado comportará os
pontos principais e os reforços – e nada mais.
As sessões são projetadas sem folga. Não se pode desperdiçar tempo com mentes
que, embora brilhantes, acabam “viajando na maionese”. Os alunos devem sentir
que as sessões são ações de engajamento calculado.
MANTENHA O FOCO
Trabalhe o tema da sessão, suscitando discussões centradas e recuperando o foco
sempre que o grupo começar a divagar, como sublinhado nos planos das sessões.
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VC será tentado a mergulhar na vida dos alunos e seus problemas, e a aproveitar a
deixa para, num impulso bem-intencionado, discorrer sobre itens alheios ao
projeto. Resista a tais tentações! O Trajetórias usa a aprendizagem ativa do aluno
para destacar os três elementos da MBI. Não se trata de aconselhamento ou
terapia, nem de orientação vocacional. O projeto só funciona quando se mantem o
foco nas atividades, respeitando o tempo reservado e usando o reforço positivo
apenas para fixar os temas principais de cada sessão.
Os alunos costumam trazer coisas interessantes. VC será tentado a enveredar por
outros domínios, afastando-se do tema da sessão. Resista! Sem perceber, o grupo
tende a alargar o escopo. Pense em Ulisses: por positivas que as divagações
pareçam, amarre-se ao mastro do seu planejamento, evitando perder-se no oceano
da internet. Este projeto não inclui gestão de carreira nem tutoria. A meta do
Trajetórias não é ensinar um caminho específico, e sim ajudar a aprender que: 1º
existe um caminho, 2º os passos certos devem ser dados, e 3º agora é a hora de
começar a tomar decisões que importam para a vida futura.
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o Sessão 1: "Bela contribuição! VC mencionou uma habilidade de João que
certamente vai ajudá-lo na escola, no ano que vem."
o Sessão 5: "Muito bom! VC ouviu a descrição que Luís fez de uma bifurcação e
pediu um esclarecimento que coube no tempo. Luís via-se diante de duas
decisões: (A) começar a trabalhar, para depois entrar na faculdade, ou (B)
tentar, de cara, uma bolsa de estudos. VC disse que ‘precisar de uma bolsa’ é
um obstáculo – caso Luís não consiga, terá que achar um jeito de contornar,
procurando uma faculdade mais barata, por exemplo.”
o Sessão 10: "Muito bom! O grupo de vocês procurou levantar questões em vez
de partir diretamente para a solução."
VENHA PREPARADO
Use a agenda como um guia e orientação básica para os alunos. Diga-lhes que a
função dessa ferramenta é ajudar a manter o ritmo e a direção. A sessão sempre
começa pela apresentação da agenda projetada na tela. Além disso, deve haver
uma versão impressa, suspensa em local visível durante toda a sessão. Releia a
agenda, olhe-a e aponte para ela nos pontos de transição, de modo que os alunos
habituem-se a usá-la para identificar a lógica e o fluxo do projeto.
A cada sessão, traga materiais relevantes em flip charts e impressos.
COMO FACILITAR
Ao perguntar sobre sessões anteriores, apoie com andaimes suas questões,
construindo a conclusão a partir das respostas dos alunos48. VC pode fazer o
reforçamento positivo em rodadas, formulando questões complementares.
Ao reforçar as respostas, ligue-as ao que disseram em circunstâncias anteriores.
A aprendizagem ativa requer três miradas: (1) VC deve observar os alunos,
avaliando suas perguntas e engajamento; (2) os alunos devem saber se olhar, para
que aprendam uns com os outros; (3) quando VC mostra algo, os alunos devem
prestar atenção. Em cada caso, os alunos devem ser orientados para a ação.
48
Scaffolding – ‘apoiar em andaimes’, expressão criada na década de 1950 por Jerome Bruner (Univ.
Harvard) para designar o suporte provisório do tutor à criança, durante a aprendizagem da fala. (N. T.)
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Escreva as respostas dos alunos no flip chart ou na lousa, para dar visibilidade ao
trabalho que fizeram ao longo da sessão. Assim, ficará claro que as respostas deles
têm valor e o quanto a participação é importante. Boas respostas podem ser
aproveitadas para reforçar os temas, como descrito a seguir.
As respostas dos alunos transcritas no flip chart ou na lousa ajudam a estruturar o
fluxo e a delinear os temas. As respostas que tocaram em pontos relevantes devem
ser agrupadas por temática, dando-se nome aos grupos à medida que forem
discutidos. O agrupamento, ou clustering, é a representação física de uma
categoria, definida por um tema comum. Através dele, os alunos enxergam a
categorização, ao invés de apenas serem informados sobre sua existência. Agrupar
as respostas fortalece a noção de que os alunos têm algo a compartilhar e conecta
as respostas aos três ingredientes ativos do projeto. Eis dois exemplos:
o Na Sessão 2, agrupe as frases sobre imagens do adulto de modo que em cada
folha do flip chart seja tratado um tema da vida adulta (trabalho e carreira,
estilo de vida, família e relacionamentos, engajamento comunitário).
o Na Sessão 9, agrupe as questões sobre o problema de matemática, de modo
que cada folha represente uma forma de resolvê-lo (linha do tempo com
obstáculos e bifurcações, roteiro de ação, modelo positivo-negativo).
Além de registrar o debate, a lousa é um espaço de síntese que proporciona aos
alunos o escrutínio de suas competências. Dominando as sessões e aplicando este
método, VC perceberá que os alunos reagirão com mais engajamento.
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Uma metáfora favorita, usada no Trajetórias, é a viagem para o futuro. O uso
recorrente dessa metáfora cria um sentido concreto de coerência e modela a ideia
de uma trajetória composta de passos.
As sessões seguem uma ordem clara; começam com os alunos contando o que
fizeram na sessão anterior, você estabelece o link entre a sessão anterior e a
presente, introduz a nova sessão, passa à definição orientada dos conceitos da
atividade, a atividade em si, e encerra com a ponte para a próxima sessão.
Assim, cada sessão parte da anterior e prepara a próxima. As sessões abordam os
ingredientes ativos a partir de diferentes ângulos, para que os temas fiquem
gravados na memória dos alunos e sejam automaticamente evocados em contextos
fora do projeto. A adição de extras reduz a chance de tal acontecer.
ADOTE ROTINAS
Siga uma rotina para distribuir e recolher os materiais, favorecendo tanto o
engajamento estruturado dos alunos como a percepção de coerência.
Peça ajuda aos alunos para distribuir e recolher os materiais, se o fluxo comportar.
A arrumação da sala é uma oportunidade para os alunos se engajarem; faça-os
retornar as carteiras ao local primitivo. Isto reforça a participação ativa.
COLABORAÇÃO
Reserve tempo para conversar com outros educadores envolvidos e com o monitor
do seu projeto, fazendo uma breve recapitulação após cada sessão. A troca de
experiências ajudará VC e seus colegas a aperfeiçoarem sua atuação. Questões que
são evidentes no momento em que surgem perdem clareza ao se afastarem do
contexto.
DIFERENCIAIS
Tire fotos de cada sessão, faça closes dos alunos e panorâmicas das atividades.
Monte uma colagem para mostrar na última sessão. Isto concretiza a jornada.
Os materiais podem ser reutilizados em sala de aula (bulletin boards).
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79
UMA RÁPIDA PASSAGEM PELAS SESSÕES
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rode em sentido horário (aluno à sua esquerda); a cada sequência, inverta o
sentido.
Expectativas e preocupações: explique os conceitos. Exemplos: “Espero que todos
possam expressar sua opinião”, “receio que nem todos sejam sinceros” etc.
Anote no flip chart as expectativas e preocupações levantadas pelo grupo.
Reforce e repita os quatro temas básicos: 1. enxergar meus dois futuros, o próximo
e o distante; 2. desenvolver estratégias para trabalhar pelo meu futuro; 3.
enxergar o caminho entre o aqui-e-agora e meu futuro; 4. obter ajuda (dos pais,
de pessoas da comunidade e dos professores).
81
Sessão 2. Imagens do adulto
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Sentença-Sumário: “Hoje, escolhemos as imagens do adulto. Vocês descreveram o
estilo de vida que gostariam de ter; este é um dos domínios da vida adulta.” Se
foram apontados outros domínios, cite-os; reagrupe-os em trabalho e carreira,
relacionamentos (família e amigos), e engajamento na comunidade. Se não foram
encontrados outros domínios, não diga nada – na próxima sessão, aparecerão.
Sentença-Conexão: “Na próxima (3ª) sessão, vamos identificar as forças positivas e
negativas e os modelos.”
Peça ajuda para reconfigurar a sala; despeça-se dos alunos; verifique a lista de
presença; faça uma avaliação da participação na sessão que termina.
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Sessão 3. Forças Positivas e Negativas
Imagens do adulto e eus possíveis: Algumas imagens do adulto são puro devaneio –
não esperamos, de fato, que se realizem; há outras imagens do adulto que nos
parecem possíveis, exatamente por vermos uma chance, ainda que limitada, de
fazer algo para tentar chegar lá.
Escreva no flip chart e circule as respostas que mais se aproximam das definições.
Uma força positiva pode ser um modelo (a seguir) ou um elemento que apoie a
conquista de um eu possível.
Uma força negativa pode ser um anti-modelo (a evitar) ou um elemento que sabote
a luta por um eu possível.
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Comece com um trabalho ou carreira ligados a um eu possível; algum da Sessão 2,
ou um diferente. Um trabalho específico ou genérico, como “o que eu gostaria de
fazer”.
Peça exemplos de forças positivas, começando por alguém que ainda não tenha
participado, diga que vai percorrer toda a roda; anote as respostas no flip chart.
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Sessão 4. Linhas do Tempo
Questione as linhas do tempo para o futuro (não podemos garantir, melhor ter
opções, e as coisas podem dar errado).
Cada linha do tempo para o futuro precisa ter pelo menos uma bifurcação que leve
a destinos distintos.
Cada linha do tempo para o futuro precisa ter pelo menos um obstáculo (algo que
deu errado) e um caminho para contorná-lo.
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Distribua o material (papel de rascunho e lápis) para traçar o esboço grosseiro.
Repita as instruções enquanto circula pela classe: todos precisam definir uma
bifurcação e um obstáculo (faça reforçamento positivo das tentativas).
Garanta, com sua ajuda, que todos encontrem uma bifurcação e um obstáculo.
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Sessão 5. Linhas do Tempo (cont.)
Repita as instruções enquanto circula pela classe: todos precisam definir uma
bifurcação e um obstáculo (faça reforçamento positivo das tentativas).
Garanta, com sua ajuda, que todos encontrem uma bifurcação e um obstáculo.
“Tudo bem! Vocês ainda não acabaram, mas vamos continuar o trabalho em
conjunto. Reoriente para o grupo complete ou para grupos menores.
“Cada um deve indicar sua bifurcação. Muito bem! Agora, indiquem seu obstáculo.”
Faça cada aluno compartilhar sua linha do tempo com o grupo; dê-lhes um minuto
[um pouco mais, se estiverem em grupos menores].
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Peça ajuda para reconfigurar a sala; despeça-se dos alunos; verifique a lista de
presença; faça uma avaliação da participação na sessão que termina.
89
Sessão 6. Eus Possíveis e Estratégias. Pôster I
90
Circule pela sala, esclareça as instruções em voz alta, para toda a sala, e
individualmente, reforce e dê suporte.
“Copie seus eus possíveis e estratégias no pôster. Ligue com linhas vermelhas os eus
às estratégias.”
Quando os alunos terminarem, diga: “Considere cada um dos eus possíveis com
zero estratégias. Levante o braço; darei a você uma caneta azul, no lugar da
vermelha.”
“Leia a lista. Se houver alguma estratégia que você poderia usar (mas não usa!) para
um eu possível ainda sem estratégia, escreva-a em seu pôster. Desenhe uma linha
azul entre ela e o eu possível.”
“Coloque seu nome em seu rascunho e no Pôster I.”
Sentença-Sumário: “Nesta sessão, trabalhamos os eus possíveis e as estratégias.
Para alguns eus possíveis existem estratégias: para outros, não. Ou seja, não
estamos fazendo nada a respeito desses eus possíveis.”
Sentença-Conexão: “Na próxima (7ª) sessão, vamos conectar as estratégias aos eus
possíveis adultos.”
Peça ajuda para reconfigurar a sala; despeça-se dos alunos; verifique a lista de
presença; faça uma avaliação da participação na sessão que termina.
91
Sessão 7. Trajetórias para o Futuro. Pôster II
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“Levante a mão quando terminar. Aí, trocamos sua caneta vermelha pela azul.”
“Para cada estratégia ligada por uma linha azul, responda se essa estratégia poderia
ajudar a alcançar o eu adulto desejado ou evitar o eu adulto indesejável. Se a
resposta for sim, desenhe uma nova linha.”
“Vamos voltar à nossa roda, para que cada um veja o que o outro fez.”
Peça a cada aluno para mostrar seu pôster, erguendo-o à vista de todos.
Defina trajetória; procure trajetórias.
“Alguns aqui já tem trajetórias–estratégias conectando o ano que vem aos futuros
eus adultos. Algumas trajetórias já são usadas (vermelho) e outras poderiam, mas
ainda não são (azul). Existem eus possíveis fora das trajetórias e sem estratégia.”
Pergunte: “Mostre uma trajetória.” Comece pelo aluno sentado à sua frente, rode
no círculo, usando um ou mais grupos.
Sentença-Sumário: “Nesta sessão, trabalhamos as trajetórias.”
Sentença-Conexão: “Na próxima (8ª) sessão, vamos trabalhar os caminhos da ação.”
Peça ajuda para reconfigurar a sala; despeça-se dos alunos; verifique a lista de
presença; faça uma avaliação da participação na sessão que termina.
93
Sessão 8. Rotas de Ação
94
“Vamos escrever a seguinte sentença: Porque eu quero ... (eu possível adulto), eu
vou ... (eu possível do ano que vem), usando ... (estratégia específica), quando e
onde, e em que momento do dia (seja específico ou não acontecerá).”
Explique a tarefa: “Primeiro, escreva uma rota de ação específica para um eu
possível adulto associado a trabalho e carreira.
Obtenha exemplos de rotas de ação criadas pelos alunos; usando os slides, vamos
trabalhar com as rotas de ação tomadas como exemplo.
Distribua anotações, peça aos alunos para espalharem, circule pela sala, dê suporte.
Voltem a se sentar em roda.
Peça aos alunos para ler suas rotas de ação (escolha alguém que ainda não tenha
participado; diga-lhes que vai rodar no sentido anti-horário). Use o flip chart para
escrever, agrupando as respostas semelhantes (se um aluno não consegue dizer
quando durante o dia, escolha outra meta).
Sentença-Sumário: “Nesta sessão, trabalhamos as rotas de ação.”
Sentença-Conexão: “Na próxima (9ª) sessão, veremos estratégias para resolver
Charadas complicados.”
Peça ajuda para reconfigurar a sala; despeça-se dos alunos; verifique a lista de
presença; faça uma avaliação da participação na sessão que termina.
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Sessão 9. Charadas
“Quem arrisca explicar, em suas próprias palavras, como a ideia de vacina nos
ajuda a pensar a respeito da escola?” Ponha as respostas no flip chart e mostre o
slide.
Distribua a Charadas Nº 1 (Qual o nome do professor?)
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Leia o enunciado em voz alta e diga-lhes para procurarem a solução em grupos.
Faça os alunos contarem como tentam resolver e escreva (ou os grupos escrevem)
suas descrições no flip chart. (Uma tabela é a estratégia mais simples para este
problema; os alunos geralmente começam por tentativa e erro, mas podem
encontrar outras saídas.)
Sentença-Sumário: “Nesta sessão, trouxemas charadas complicados, que pareciam
impossíveis mas foram resolvidos. No primeiro problema todos os dados eram
conhecidos, já o segundo envolvia tentativa e erro.”
Sentença-Conexão: “Na próxima (10ª) sessão, vamos analisar problemas do dia-a-
dia.”
Peça ajuda para reconfigurar a sala; despeça-se dos alunos; verifique a lista de
presença; faça uma avaliação da participação na sessão que termina.
97
Sessão 10. Resolvendo Problemas do Dia-a-dia
Leia o enunciado em voz alta. Lembre-os que é tarefa deles propor questões.
Faça-os escrever as questões que propuseram no papel flip chart (ou papel
comum).
Quando estiverem terminando, sentem-se em círculo, mais uma vez.
Ouça as questões dos alunos.
Agrupe as questões buscando o formato de: a) uma rota para ação (porque, eu vou,
usando, quando), ou b) de uma linha do tempo (A aula de matemática é uma
bifurcação? Ou um obstáculo? O que acontece se eu falhar ou me desviar? Consigo
atingir meu objetivo assim mesmo?), ou ainda c) de forças positivas-negativas. Em
resumo, há questões pragmáticas (o que é preciso fazer), contextuais (quando,
durante o dia), outras referem-se ao eu possível do ano que vem (eu vou), e outras
ainda, às imagens do adulto (porque).
Agora cada um de vocês vai escrever um problema que o incomoda na escola.
Escrevam de forma resumida. Amassem o papel e joguem no chão.
Empurre os papéis amassados para o centro da sala; peça para formarem a roda.
Leiar quatro (ou mais) problemas. Peça ao grupo para escolher um dos problemas.
Faça o grupo passar pelo mesmo processo de identificar as questões.
98
Anote no flip chart, agrupe as questões ao redor dos conceitos do Trajetórias (rotas
de ação, linhas do tempo etc).
Se houver tempo, repita lendo outros quatro (ou mais) problemas.
Reforce a participação propondo questões: obstáculos, bifurcações, rota de ação e
estratégias.
Sentença-Sumário: “Nesta sessão, trabalhamos os problemas do dia-a-dia.”
Sentença-Conexão: “Na próxima (11ª) sessão, teremos mais vacinação, anotando o
que ajudará a fechar o Ensino Médio e a ampliar a educação, por exemplo na
Universidade.”
Peça ajuda para reconfigurar a sala; despeça-se dos alunos; verifique a lista de
presença; faça uma avaliação da participação na sessão que termina.
99
Sessão 11. Rotas para a Formatura (E. Médio &
+)
100
o “Em que matérias do Ensino Médio eu preciso concentrar meu esforço?”
o “De que mais eu preciso?”
Faça os alunos mostrarem suas ideias (agrupe as repostas no flip chart de forma
que todos consigam ler).
Reforce o conhecimento.
101
Sessão 12. Encerramento
102
Comemore a conclusão do Projeto Trajetórias com uma festa e proceda com a
cerimônia de entrega dos certificados.
Sentença-Sumário: “Nestas 12 sessões em que estivemos juntos, trabalhamos com
imagens do adulto, forças positivas e negativas, eus possíveis nos futuros próximo e
distante, planos de ação, bifurcações, superação de obstáculos, resolução de
Charadas, e aprendizado sobre requisitos para passar aos próximos passos da
jornada.
Peça ajuda para reconfigurar a sala; despeça-se dos alunos; verifique a lista de
presença; faça uma avaliação da participação na sessão que termina.
103
SESSÃO 1 | Introdução ao Trajetórias
RESUMO
A sessão começa com um jogo, em que cada aluno é apresentado por um colega.
A função deste jogo e dos seguintes é estimular sentimentos de apropriação, e de
confiança na capacidade do grupo para cumprir tarefas e solucionar problemas.
Apresentar é um meio de mostrar aos outros nossas aptidões (abilities) e habilidades
(skills) que favoreçam o desempenho na escola. A 1ª Sessão abre um espaço privilegiado
para essa prática. Os alunos descobrem que: (1) a escola e o futuro são importantes para
eles e seus pares, (2) os outros podem nos “dar uma força”, e (3) o sucesso na escola é
valorizado pela “tribo”.
Ponto-chave
O Trajetórias é um espaço onde suas preocupações e expectativas são ouvidas. Você receberá as devidas
orientações sobre o projeto. Aprenderá sobre si mesmo, seus talentos, e como trabalhar com seus colegas.
Para reforçar
Todos nós temos aptidões e habilidades próprias, que podem nos ajudar a ter sucesso na escola.
Neste grupo, todos serão membros atuantes. O grupo é enriquecido pela soma de conhecimentos.
Neste projeto, as palavras mágicas são ‘participar’ e ‘compartilhar’.
Todos aprenderão. E serão ouvidos.
Agenda
Boas vindas e apresentação
Expectativas e preocupações
Regras
Objetivo
Um nome para o grupo
Jogos
Próxima sessão
104
Materiais
Agenda
Slides
Origami
Lousa, flip chart, pincel atômico, giz, pincel para quadro branco (se for o caso)
Canetas ou lápis
Folha de atividade: Apresentações: aptidões e habilidades
LEIAUTE DA SALA
As cadeiras devem ser dispostas em semicírculo, voltadas para a lousa, de modo
que os alunos vejam você e o que escreve, e todos possam se olhar. Na atividade de
aptidões e habilidades, os alunos trabalharão em duplas; a seguir, formam o círculo;
voltam a sentar de frente para a lousa, para a discussão das expectativas, preocupações e
regras e para a escolha do objetivo e do nome do grupo. Nos jogos finais, permanecem
em pé.
Pendure a agenda na parede, de modo que você possa apontá-la e os alunos
possam orientar-se por ela durante a sessão.
PLANO DA SESSÃO
I – Boas-vindas e Introdução (3-5 minutos)
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
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Professor: “Para este projeto, vamos nos encontrar __ [calendário, horário, sala] duas
vezes por semana, durante seis semanas. Nosso objetivo é encontrar maneiras de
transformar as esperanças e sonhos de vocês em metas realizáveis. Embora a gente
esteja em uma classe, o Trajetórias é bem diferente de uma aula normal. Vocês vão
participar de atividades e discussões sobre pontos importantes para vocês e para as
metas de suas vidas.”
Professor: “Como podem ver, temos uma câmera de vídeo na sala. É um recurso passivo
para registrar nossas atividades, e garantir que não deixaremos de fazer o que foi
planejado. A finalidade da câmera não é avaliar vocês, e sim o professor, ou seja, eu.”
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MOSTRE QUE O PROJETO É ORIENTADO PARA O SUCESSO
Professor: “O nome original deste projeto é Pathways To Success. As apresentações
devem focar aptidões naturais (abilities) e habilidades desenvolvidas (skills) que possam
nos ajudar na escola, no ano que vem, e a avançar para a próxima série. Como exemplo,
vou me apresentar de novo e mencionarei algumas de minhas aptidões e habilidades.”
[Se houver um segundo professor, é importante que ambos se apresentem dessa forma.]
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Facilitação
Escolha algo que ilustre um construto do projeto, como “Não desisto facilmente” ou “Se a primeira ideia
não dá certo, procuro uma alternativa”.
Facilitação
Antes de iniciar a atividade, verifique a quantidade de pares de objetos que servirão para a definição dos
parceiros. Cada aluno escolhe um objeto, alunos com objetos iguais tornam-se parceiros.
APRESENTE A ATIVIDADE
Professor: “Podem me dar um exemplo de aptidão (algo com que nascemos) ou
habilidade (algo que desenvolvemos)?”
Ouça alguns exemplos para ter certeza de que entenderam o que você pediu.
Alternativa
Use a estratégia interativa de sua preferência para formar as duplas. A identificação pode ser dada por
objetos: botões, pedaços de pano, fitas, ou papéis de origami, como sugerido.
N. T.: Evite a escolha direta, incentive a associação de alunos que não tenham proximidade anterior.
108
Professor: “Se seu parceiro disser algo que você acha que foge ao contexto, peça-lhe para
explicar melhor. Observe que características ele tem que o ajudariam a se sair bem ou
superar problemas na escola. Por exemplo, se ele disser ‘Adoro pizza’ ou ‘Tenho um gato’,
o que você diria a ele?”
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que incluírem o seguinte elemento:
“Como isso vai te ajudar a se sair bem no ano que vem?”
Professor: “Outro exemplo: e se o seu parceiro disser ‘Jogo bem futebol’, essa
aptidão/habilidade é útil na escola? A resposta é ‘depende’. O que você diria a ele?”
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que incluírem o seguinte elemento:
Como essa aptidão/habilidade contribui para seu desempenho na escola (não faltar,
perseverar nos momentos difíceis, fazer exercícios, trabalhar em equipe)?
Faça referência às anotações que os alunos usaram para completar a tarefa.
Ponto de Atenção
Durante esta atividade, alguns alunos tendem a enfatizar aptidões/habilidades em esportes e hobbies. Aqui,
o que agrega é: ser bom ouvinte, amar a leitura, ser perseverante, ter disposição para conviver e
49
comunicar-se. Pode ser preciso escorar as respostas com andaimes, tutorando em direção ao contexto .
49
As polêmicas neste ponto podem desperdiçar um tempo valioso. Boa saúde, boa situação financeira, uma
mãe professora, um irmão na universidade – estas características estão fora do contexto. (N. T.)
109
Professor: “Vocês retiraram um papel de origami decorado. O colega com um papel igual
é o seu parceiro. Cada um vai entrevistar o parceiro e depois apresentá-lo ao grupo.
Assim que as duplas estiverem formadas, distribuirei a folha de atividades.”
Dê 1 a 2 minutos aos alunos para que encontrem seus parceiros.
Professor: “Formadas as duplas, entrevistem-se um ao outro, anotando o nome e o que
observarem do perfil, que favoreça o desempenho no 9º ano e no Ensino Médio.”
Professor: “Só mais uns minutos. Ao terminarem, formem uma roda com as cadeiras.”
Compartilhando
110
Alternativa
Se o tempo escassear, ao invés de esperar que todos apresentem para então proceder à repetição do nome
e da aptidão/habilidade, você pode “processar em blocos”: fazer as repetições a cada quatro
apresentações.
Professor: “As apresentações começam por você (indique o aluno sentado à sua
esquerda), e seguiremos no sentido do relógio. Depois voltaremos em sentido oposto,
repetindo o nome e a aptidão/habilidade de cada um.”
Prossiga até que todos sejam apresentados por seus parceiros, e que se repita o
nome e a aptidão/habilidade de todos. Por último, falará o professor, ainda sentado no
círculo, junto dos alunos.
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
111
Facilitação
Reforce a participação de cada aluno, sempre que possível; repercuta as questões para o grupo, para
incentivar o feedback; pratique a escuta ativa e dê a palavra. O professor deve comentar as respostas –
assim como todas as ideias que os alunos trazem – seja mostrando as conexões explícitas com as metas do
grupo, ou simplesmente dizendo “nós não iremos trabalhar nisto”.
Ponto de Atenção
A proposta da atividade de expectativas é descobrir o que os alunos pensam que acontecerá no projeto e o
que eles gostariam de fazer (+) e de não fazer (-). Esta informação, uma vez exteriorizada, pode ser
elaborada. Por exemplo, se alguém imaginava conseguir um emprego de férias com o projeto, é preciso
alertar para o equívoco. A informação sobre o que os alunos não querem vai na mesma linha; eles não
esperam que haja provas ou lição de casa – ainda bem! O projeto não tem nada parecido. As expectativas e
preocupações referem-se às sessões; as regras referem-se ao comportamento dos participantes, alunos e
professores.
112
Antecipando as respostas
Os alunos sempre têm muito a dizer sobre o que esperam e receiam; faça uma lista
equilibrada de tudo e coloque em destaque os ingredientes ativos do projeto.
Ver tanto o meu futuro próximo, como o distante: como vai ser a vida adulta
Desenvolver estratégias para construir meu futuro: coisas que devo fazer
Ver o caminho entre o aqui-agora e o futuro: como conquistar minha carreira
Facilitação
A maioria das regras encerra uma negação: ‘não jurar’, ‘não caçoar dos colegas’, ‘não interromper’. O
professor perguntará aos alunos o que esperam que os participantes façam e o que deixem de fazer. Os
alunos devem propor regras do tipo: ‘participe’, ‘colabore com os colegas’, e ‘compartilhe suas ideias’.
Quando parecer apropriado, o professor ajudará os alunos a reescrever as regras, passando-as do modo
negativo ao positivo. Nesta etapa, o grupo começa a construir uma identidade, à luz de um propósito
conjunto.
113
Levante e destaque as regras do grupo. Depois de recolher as sugestões, termine
circulando ou destacando as regras do Projeto Trajetórias nos slides. Então retome as
regras impressas do slide.
Professor: “Conversamos bastante sobre estas regras. Acordamos que todos devem
participar, dividir seus comentários com o grupo, e dar a palavra aos colegas para que
todos se manifestem. Será muito positivo se derem feedback, uns aos outros. Feedback
significa que você primeiro confirma o que entendeu do que foi dito, e então faz
comentários para ajudar o colega que falou. Em cada sessão, todos terão chance de falar
e haverá diferentes atividades. Como este é um projeto escolar, haverá controle de
presença, como em qualquer aula. Se você precisar faltar, por favor avise com
antecedência.”
V. Objetivo (1 minuto)
Professor: “Vamos nos concentrar na seguinte frase [leia do slide]:
“Para construir um roteiro que leve ao sucesso, você precisa:
Pensar em suas metas – para o ano que vem, e para mais adiante, no futuro.
Trabalhar as estratégias que podem ser seguidas para atingir essas metas.
Começar a ver as dificuldades como parte da rotina para alcançar as coisas
importantes, assim como é normal contornar obstáculos e criar alternativas.”
114
“Nosso objetivo é que todos completem o projeto com uma visão mais clara e
detalhada do que é preciso fazer e como deve ser feito. Lembrando que nada do futuro é
100% garantido e que as dificuldades fazem parte da vida, queremos que todos tenham
chance de pensar nas alternativas e nos obstáculos prováveis. Faremos uma coisa
diferente a cada sessão; cada sessão se apoia na anterior, logo é essencial não perder
nenhuma.”
Facilitação
Nomes dados em implementações anteriores: Nonstop Achievers, Reaching for the Stars, Unlimited Goals,
Future Achievers, Dwell on Your Goals, e Spain Successes.
115
VII. Jogos (5–20 minutos)
Os jogos finais são não-verbais, envolvem movimento, são estimulantes, ajudam
os alunos a ganhar uma perspectiva positiva a respeito da capacidade do grupo de lidar
com problemas e fomentam um sentimento positivo de conexão.
Modificação Potencial
Siga diretamente para o ‘Nó Humano’, caso o tempo seja curto demais.
Facilitação
Depois que os alunos chegaram à posição definitiva, peça a cada um para dizer sua idade e o mês em que
nasceu, para verificar se a fila está na ordem correta. Dê os parabéns ao grupo; não é fácil imaginar como
começar. Faça o reforçamento de instâncias específicas, como atuar em sintonia com os outros e esforçar-
se para passar uma informação sem palavras.
Nó Humano
Professor: “Agora faremos um outro jogo, que chamamos de ‘nó humano’. Fiquem em
pé, formando um círculo. Estendam os braços cruzados, à frente. Agora, segurem a mão
de uma pessoa que esteja em frente a você e a seguir segurem a mão de uma outra
pessoa.”
116
Este jogo só funciona com grupos de até 10 pessoas. O professor deve garantir que
todos entendam como cruzar os braços dentro do grupo, de modo que cada um segure a
mão de duas pessoas diferentes. O(s) professor(es) deve(m) integrar o círculo.
Professor: “Com todo mundo de mãos dadas, nossos braços formam um emaranhado,
uma espécie de nó. O que faremos agora é tentar voltar ao círculo, sem soltarmos as
mãos. No final, todos os braços devem ter se descruzado. De novo, usaremos uma forma
alternativa de comunicação, sem dizer palavra.”
117
Antes da Próxima Sessão (Opcional)
Faça um quadro mural com o nome do grupo. Coloque ali as folhas de aptidões e
habilidades, para reforçar o tema principal: todos possuem uma aptidão ou uma
habilidade.
118
Atividade
Nome do Parceiro
_________________________________________________________________
___________________________________
INSTRUÇÕES: Escreva o nome de seu parceiro. Converse com ele sobre uma habilidade
ou aptidão que pode ajudá-lo a ter um bom desempenho na escola. NÃO estamos
focados em preferências como esporte ou hobbies. Depois que seu parceiro tiver se
decidido a respeito de suas próprias habilidades e aptidões, tome nota!
__________________________________________________
__
Nome do Parceiro
_________________________________________________________________
___________________________________
INSTRUÇÕES: Escreva o nome de seu parceiro. Converse com ele sobre uma habilidade
ou aptidão que pode ajudá-lo a ter um bom desempenho na escola. NÃO estamos
focados em preferências como esporte ou hobbies. Depois que seu parceiro tiver se
decidido a respeito de suas próprias habilidades e aptidões, tome nota!
119
120
121
122
123
124
SESSÃO 2 | Imagens do Adulto
RESUMO
Nesta sessão, os alunos verão imagens de pessoas adultas. Uma imagem de
adulto é uma fotografia do adulto que você quer ser mais tarde. As fotos mostram
pessoas e coisas que remetem à vida adulta nos domínios: trabalho e carreira, família e
relacionamentos, estilo de vida e engajamento na comunidade. O conjunto de fotos é
montado levando em conta a composição do grupo de alunos, em termos de gênero e
raízes étnico-raciais. Cada aluno escolherá uma ou mais fotos, nas quais reconheça o
adulto que gostaria de vir a ser.
Alternativa
Se os participantes são mais velhos, use o termo imagens do futuro distante no lugar de imagens do adulto.
125
1. Introdução
Todos nós temos habilidades e aptidões valiosas para o desempenho escolar.
Podemos trabalhar como um time, para juntos enfrentarmos os problemas.
Ponto-chave
Todos temos alguma imagem de nós mesmos, vivendo em um futuro distante, na condição de adultos.
Para reforçar
Todos os alunos têm uma ideia, ou pelo menos uma imagem, dos adultos que serão um dia. Estas imagens
desdobram-se em quatro domínios distintos. Ninguém escapa de: (1) ganhar a vida, (2) iniciar e manter
relacionamentos com a família e amigos, (3) estabelecer um estilo de vida, e (4) participar de uma
comunidade.
Agenda
Boas vindas e introdução
Sessão anterior
Imagens do adulto
Temas comuns
Próxima sessão
126
Materiais
Agenda
Slides
Lousa, pincel atômico ou giz
Flip chart
Lápis e canetas
Fotografias plastificadas, cerca de três ou quarto por aluno (diferentes adultos, homens e mulheres, nos
quarto domínios)
Imagens do adulto (atividade opcional)
LEIAUTE DA SALA
Disponha as carteiras ao redor da sala, junto à parede, para receberem as
fotografias, que os alunos vão examinar. Se o espaço não for suficiente, coloque fotos nas
paredes ou no chão. As cadeiras devem ser arrumadas em semicírculo, conforme Leiaute
Nº 1. A arrumação deve permitir que os alunos movam-se livremente pela classe, para
pegarem as fotografias e então sentarem-se em semicírculo e mostrarem suas escolhas,
uns aos outros.
Pendure a agenda na parede, de modo que você possa apontá-la e os alunos
possam orientar-se por ela durante a sessão.
PLANO DA SESSÃO
I – Boas-vindas e Introdução (2-3 minutos)
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
Professor: “Bem-vindos mais uma vez ao grupo [nome decidido na 1ª sessão]. Esta é a
Sessão 2, Imagens do Adulto.”
Leia a agenda no slide e aponte para a versão impressa na parede.
127
Sessão Anterior
Professor: “Quem pode nos dizer o que fizemos na sessão anterior?”
Antecipando as respostas
Reforce as respostas cujo conteúdo se aproximar dos seguintes elementos:
Cada um apresentou um colega, destacando uma aptidão-habilidade que pode ajudar
a ir bem na escola.
Nós discutimos expectativas e preocupações, regras, e o objetivo do Projeto
Trajetórias.
Escolhemos o nome do grupo.
Participamos de jogos (alinhamento, nó humano – descrever).
Professor: “Muito bem! Fizeram uma bela retrospectiva. Quero insistir em um ponto:
como vimos, cada um de nós tem pelo menos uma aptidão-habilidade importante para a
escola.”
128
Facilitação
Quando perguntar sobre sessões anteriores, apoie as questões com andaimes, articulando as respostas.
O reforçamento positivo pode ser feito ‘por fases’. Por exemplo, o ponto-chave da 1ª Sessão é que
todos têm aptidões ou habilidades valiosas para o desempenho escolar. Faça o reforçamento depois
que os alunos tiverem citado algumas aptidões e habilidades. Em seguida, peça para explicarem como
cada talento ajuda.
Reforçe as respostas, ligando-as às aptidões-habilidades mencionadas pelos alunos na 1ª Sessão.
Para incentivar a participação, interpele os que se mostraram apáticos na sessão anterior – estimule-os
a contribuir com mais intensidade.
Levante o que foi feito e porque foi feito, combinando contribuições de diversos alunos, para que se
sintam recompensados por participarem, e banindo a regra de só falar aquele que tiver uma resposta
completa.
Facilitação
O número de fotografias escolhidas é função do número de alunos. Em um grupo pequeno, você pode
permitir um número maior, sem estourar o tempo. Esta é a única razão para o limite genérico de três fotos
por aluno.
129
Professor: “Quem pode nos dizer o que temos mesmo que fazer nesta atividade?”
Faça repetirem as instruções para você. Depois de ler as instruções, dê tempo aos
alunos para identificarem as fotografias, pensarem nas razões da escolha, e estimarem
em que idade se tornarão “o cara da foto”.
130
trabalho e carreira, F = família e relacionamentos, E = estilo de vida, C = engajamento na
comunidade.
Introduzindo a Atividade
Sente os alunos em semicírculo, de modo que uns possam ver as fotografias dos outros.
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
Professor: “Agora, vamos mostrar uma das imagens escolhidas e contar algo sobre ela.
Cada um terá apenas um minuto. Na sua vez, comece erguendo a fotografia, para que
possamos vê-la; e então, revele-nos o motivo principal de sua escolha. Diga também que
idade você acha que terá quando se parecer com o adulto da foto. Preste muita atenção
ao que cada um falará, para que você consiga identificar os pontos comuns dentro do
grupo.”
Vá anotando a resposta de cada aluno nas tiras de papel. Escolha a sequência dos
alunos do modo que preferir, garantindo que todos participem.
Agrupamento no Quadro
__________ __________ __________ __________
__________ __________ __________ __________
__________ __________ __________ __________
__________ __________ __________ __________
__________ __________ __________ __________
__________ __________ __________ __________
__________ __________ __________ __________
T F E C
131
Ponto de Atenção
Talvez lhe ocorra a ideia de pedir a ajuda de voluntários para escrever nas tiras. Em geral, este recurso não
funciona bem; as anotações acabam sendo feitas com pouca organização, a menos que você oriente os
alunos continuamente, indicando o local onde devem escrever, sem contudo, revelar os temas.
Facilitação
Note que nem todos os temas devem necessariamente ser representados, e algumas tiras podem atém
mesmo terminar quase, senão totalmente, vazias. O que não é problema! Não existem domínios ‘mais
corretos’ da vida adulta; logo, se todos os alunos focarem apenas no estilo de vida, está tudo bem.
Agrupamento no Quadro
Trabalho e Carreira Família e Estilo de Vida Engajamento
Viajar para Marte Relacionamentos Viagens na Comunidade
Militar Amor Casa decorada Devolver
Arquiteto Vínculos Moto Ação voluntária
Engenheiro Amigos Carro
Dinheiro Família Viver na praia
Fazer o que eu gosto Casamento Academia
Ajudar os outros Filhos Futebol
Sucesso Cachorro Festas
T F E C
132
Facilitação
Foque apenas nas tiras preenchidas.
O nome de cada tira pode ser difícil para os alunos gerarem, então se eles disserem alguma coisa mais
concreta, reforce isso como boa participação; então pergunte se uma palavra ou uma frase cobriria
todas as palavras e frases. Por exemplo, laranja, mação, e banana sãotodas frutas ou comidas e são
saudáveis; frutas e comidas são palafras gerais que cobrem as palavras específicas.
Alternativa
Se sobrar tempo, avalie o seguinte:
Na primeira folha, se ninguém tiver levantado nenhuma profissão, pergunte aos alunos como se faz para
obter a lista da folha ‘Estilo de Vida’. Alguém responderá que é com o trabalho. Desnecessário
aprofundar este ponto, o importante é que todos os alunos pensem em um tipo de futuro.
Sobre ‘Família e Relacionamentos’, faça as mesmas conexões (sustentar uma família requer um
emprego).
Sobre ‘Engajamento na Comunidade’, faça as mesmas conexões (as pessoas sonham viver em um lugar
seguro, com ruas limpas e áreas públicas agradáveis; só se conquistam tais coisas trabalhando pela
comunidade).
133
Atividade
Imagens do Adulto
1. 1.
_____________________________________________ ____________
__ ____
________________________________________________
_ 2.
2. ____________
_____________________________________________ ____
__
________________________________________________ 3.
_ ____________
3. ____
_____________________________________________
__
________________________________________________
_
134
SESSÃO 3 | Forças Positivas e Negativas
RESUMO
Nesta sessão, os alunos desenham ou escrevem sobre as imagens do adulto,
aplicadas aos temas, ou domínios: trabalho e carreira, família e relacionamentos, estilo de
vida e engajamento na comunidade. A partir daí, são chamados a identificar duas forças –
uma positiva e uma negativa – presentes em suas vidas. Consideramos positiva uma
força que nos empurra para frente, ou nos mostra o que devemos fazer. A ação de uma
força negativa é nos puxar para trás ou mostrar-nos algo que se deve evitar fazer.
Articulando os efeitos das forças de sinais contrários sobre nosso ânimo, motivação e
persistência, e emulando estratégias específicas, os alunos começam a descobrir o papel
do contexto. Cria-se a oportunidade para conversar sobre como enfrentar metas e
obstáculos, como lidar com o fracasso, e como se pode tratar as dificuldades como algo
normal. As coisas mais importantes costumam ser difíceis. Para desenvolver esta tarefa
sem perder o foco, comece abordando o domínio da vida adulta ligado ao trabalho e às
carreiras.
Alternativa
Se os participantes são mais velhos, use o termo imagens do futuro distante no lugar de imagens do adulto.
135
2. Imagens da Vida Adulta
Todos temos alguma imagem de nós mesmos, em um futuro distante — são nossas imagens do adulto.
4. Linhas do Tempo
Criar linhas do tempo rumo ao futuro e começar a ver como nossos eus possíveis se ordenam em uma
sequência temporal, com bifurcações e obstáculos ao longo do caminho.
Pontos-chave
As forças positivas apontam caminhos para o sucesso e ensinam a lidar com dificuldades e fracassos.
Elas nos recordam que as derrotas fazem parte da vida e que as tarefas importantes, como regra, são
difíceis.
As forças negativas agem no sentido contrário. Elas nos indicam rotas que conduzem ao fracasso e
fazem as dificuldades e reveses parecerem sinais da impossibilidade da meta.
Para reforçar
Todos podem ter uma futura identidade como meta
As forças positivas ajudam a desenvolver estas metas, mostrando o caminho do sucesso
Todos enfrentam obstáculos; dificuldades são normais
As forças negativas mostram caminhos que levam ao fracasso
Tanto as forças positivas como aos negativas podem fazer a sua motivação aumentar
136
Agenda
Boas vindas e introdução
Sessão anterior
Imagens do adulto podem virar metas
Forças positivas e negativas
Próxima sessão
Materiais
Agenda
Slides
Lousa
Pincel atômico ou giz
Lápis ou canetas
Flip chart – folha cortada em quatro tiras
Folha de atividade – Forças Positivas e Negativas
LEIAUTE DA SALA
As mesas devem ser distribuídas pela sala, separando-as de modo que cada aluno
tenha um certo espaço ao seu redor. A primeira tarefa é um trabalho individual, e porisso
o espaçamento não deve encorajar a colaboração.
Pendure a agenda na parede, de modo que você possa apontá-la e os alunos
possam orientar-se por ela durante a sessão.
PLANO DA SESSÃO
I – Boas-vindas e Introdução (5 minutos)
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
137
Professor: “Sejam bem vindos novamente ao grupo [nome escolhido na 1ª Sessão]. Esta
será a 3ª Sessão, Forças Positivas e Negativas.”
Leia a agenda nos slides e aponte para agenda presa na parede.
Sessão Anterior
Professor: “Quem poderia nos lembrar o que fizemos na sessão anterior?”
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que mencionarem os seguintes elementos:
Escolhemos fotografias
Discutimos nossas imagens do futuro adulto
Agrupamos as imagens de acordo com os domínios da vida adulta (exemplos)
Professor: “Na sessão passada, trabalhamos com as fotos e nelas reconhecemos nossas
imagens do adulto. As imagens foram agrupadas por domínio. Que domínios eram
esses?”
Peça aos alunos para identificarem os domínios de que se lembram. Ajude-os a
completar a lista dos quatro domínios: trabalho e carreira, família e relacionamentos,
estilo de vida, e engajamento na comunidade.
138
pouco mais sobre as imagens do adulto e vamos relacioná-las às forças positivas, que nos
empurram para frente e às forças negativas, que nos pressionam a sair da rota.”
Facilitação
Procure levantar o que foi feito e porque, obtendo esta informação de dois alunos diferentes.
Destaque alguns trabalhos (profissões) e promova uma rápida discussão sobre a conexão entre eles e os
três outros domínios da vida adulta.
Quando perguntar sobre sessões anteriores, apoie as questões com andaimes, articulando as respostas.
O reforçamento positivo pode ser feito ‘por fases’. Por exemplo, o ponto-chave da 2ª Sessão era o
conceito dos domínios da vida adulta. Faça o reforçamento depois que os alunos tiverem citado os
domínios. Em seguida, peça para explicarem o que significam.
Ao reforçar as respostas, tente conectá-las às imagens do adulto escolhidas pelos alunos na sessão
anterior.
139
Faça uma tabela no flip chart com as colunas “Forças Positivas” e “Forças
Negativas.”
Professor: “Quem vai nos contar algo sobre forças positivas ou negativas? Tomarei nota
do que disserem nos campos intitulados forças positivas e negativas.”
Anote as respostas no flip chart. Quando terminar, leia os slides que tratam das
forças positivas e negativas.
Professor: “Uma força positiva pode ser um parente, um amigo ou um conhecido.
Também pode ser alguém que você só conhece pela mídia, até mesmo uma personagem
histórica ou da ficção, de um livro, um filme, uma canção. O mesmo se aplica às forças
negativas.”
Agrupamento no Quadro
Forças Positivas Forças Negativas
_____________________________ _____________________________
_____________________________ _____________________________
_____________________________ _____________________________
Facilitação
Os alunos poderão dar exemplos concretos como “minha mãe.” Peça que especifiquem em qual coluna
colocar. Trata-se de uma força positiva ou negativa? Escreva. E então questione: “O que ela faz para que
você a considere uma força positiva?” As respostas devem variar: “Ela confia em mim” ou “Ela trabalha
muito” etc.
140
Explique a Atividade
Professor: “Usem estas folhas para identificar as forças positivas e negativas. Nelas, há
dois (dos quatro) domínios da vida adulta: Trabalho e Carreira, e Família e
Relacionamentos.”
Mostre as folhas.
141
Professor: “Comece por Trabalho e Carreira. Escreva ou desenhe seu Eu Possível nesse
domínio e identifique uma força positiva e outra negativa para ele. Seu Eu Possível pode
ser uma das imagens do adulto que você escolheu na sessão anterior ou uma outra que
mostre algo sobre o tipo de trabalho/carreira que você quer ter um dia. Pode ser uma
profissão especifica ou um tipo de trabalho que você descreva indiretamente, por
exemplo: ‘um trabalho que me faça feliz’. Agora, pense em uma pessoa ou coisa que
represente uma força positiva para conquistar esse Eu Possível Adulto. Escreva o nome da
pessoa ou coisa no campo Força Positiva em Minha Vida e justifique. A seguir, pense em
alguém ou algo que represente uma força negativa para você em termos de seu Eu
Adulto para trabalho e carreira e escreva o nome da pessoa ou coisa no campo Força
Negativa em Minha Vida e justifique. Se der tempo, repita o processo para o o domínio
Família e Relacionamentos. As forças positivas e negativas podem ser as mesmas ou
diferentes em cada um dos domínios.”
Distribua as folhas. Comece pelo Eu Possível para o domínio Trabalho e Carreiras;
se der tempo, passe depois para o domínio Família e Relacionamentos.
142
Enquanto circula pela sala, reforce o seguinte
Os alunos devem identificar forças positivas e negativas específicas para cada domínio.
Ajude os alunos a definirem um eu possível para trabalho e carreira. Lembre-se, eles não precisam
indicar um trabalho/carreira específicos; vale pensar em características e significados como: realizar-se,
ter um bom salário, um ambiente agradável, colegas amigáveis, poder trabalhar perto de casa ou em
home office.
Ajude os alunos a identificar alguém que seja uma força positiva, que os ajude a ter maior chance de
sucesso no domínio, e alguém que seja uma força negativa, que atue na direção contrária.
Se vir um campo em branco, ajude os alunos a pensar, com perguntas que os concentrem na tarefa. Isto
facilitará a discussão mais tarde, pois os alunos sentir-se-ão confiantes por terem realizado a tarefa.
As forças positivas nos ajudam a estabelecer rotas para o sucesso e a lidar com as dificuldades e reveses.
As forças negativas fazem o oposto, indicam o caminho do fracasso e mostram, com contraexemplos, o
que não se deve fazer diante das dificuldades e reveses.
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
143
Compartilhamento
Quando estiverem terminando, o professor deve comandar a passagem do
trabalho individual para o grupo. Peça para formarem o círculo.
Professor: “Vamos colocar as cadeiras em círculo.”
Agrupamento no Quadro
Forças Positivas Forças Negativas
Eu mesmo Estereótipos
Irmão mais velho Parentes
Tia – o trabalho que eu quero Longa distância
Priminho – veja! eu consigo fazer Morte de um parente
Pais Pessoas com sucesso exagerado
Avós Eu mesmo – não termino nada
Amigos e colegas Eu mesmo – insegurança
Professores Críticas
Outros adultos Falta de contatos
Retaguarda
Os alunos se deslocam. Comece por alguém que não tenha participado com muita
intensidade das discussões anteriores.
Professor: “Vamos começar por [nome do aluno] e girar no círculo. Qual a força positiva
para o seu eu possível de trabalho/carreira? Conte-nos porque escolheu essa pessoa ou
coisa.”
Enquanto os alunos se manifestam, liste as forças positivas, agrupando as
similares (todas os membros de família etc). Anote as respostas no quadro usando uma
tabela como as empregadas antes. Repita para as forças negativas e coloque as respostas
no quadro.
144
Facilitação
Quando se questiona a razão da escolha de uma determinada pessoa, os alunos costumam
dizer que “ela apoia minhas escolhas” ou “ela responde as minhas perguntas.”
Se couber no tempo, todos devem participar da listagem das duas forças. Se não der tempo,
comece pelas forças positivas; chegando à metade, passe para a lista das negativas.
Pode acontecer que algum aluno indique-se a si mesmo como força positiva ou negativa, e isso
não está necessariamente errado. O aluno poderia ser a mesma pessoa que lhe diz “Você
consegue” ou “Não faça esta bobagem.” Talvez esse aluno não tenha com quem contar, ou
quem o inspire. Não é preciso desencorajá-lo ainda mais, mostrando que suas forças não
servem.
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que mencionarem os seguintes elementos:
Eles nos apoiam.
Geralmente, eles são nossos parentes e amigos.
Eles nos mostram como fazer as coisas.
Quando a situação se complica eles nunca nos abandonam.
Eles são um modelo de como se comportar e como conseguir as coisas que buscamos
para nos realizarmos.
Leia a lista de forças negativas.
Professor: “O que a gente consegue perceber na lista de forças negativas?”
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que contiverem os seguintes elementos:
Eles não nos apoiam.
Geralmente, eles são nossos parentes e amigos.
Eles nos mostram como não fazer as coisas.
Quando a situação se complica eles caem fora.
Eles são um modelo de como não se comportar e como não conseguir as coisas que
buscamos para nos realizarmos.
145
Professor: “Todo mundo encontra forças positivas e negativas pela vida afora. Os dois
tipos de força nos motivam, de maneiras distintas. Uma força negativa nos mostra como
não devemos fazer; por exemplo, uma força negativa faz uma pessoa perder a calma e a
paciência, e finalmente desistir. As forças positivas nos alertam que as coisas mais
importantes são difíceis. Forças negativas nos induzem a achar que a mensagem das
dificuldades é: podemos parar de tentar, já que é inútil.”
Facilitação
Repare que nada impede que as forças positivas e negativas tenham a mesma origem.
146
Atividade
Atividade
Forças Positivas e Negativas
Eu Futuro – Família e Relacionamentos
Meu Eu Possível Adulto:
_______________________________________________________________
__
Força Positiva em Minha Vida (quem ou o que)
_______________________________________________________________
__
Porque?
147
_______________________________________________________________
__
Força Negativa em Minha Vida (quem ou o que)
_______________________________________________________________
__
Porque?
_______________________________________________________________
__
SESSÃO 4 | Linhas do Tempo
RESUMO
Bifurcações da Estrada
148
Obstáculos
149
Conexão com as Outras Sessões
Na 1ª Sessão, os alunos se apresentaram, em termos de suas aptidões e
habilidades.
Na 2ª Sessão, os alunos escolheram suas imagens do adulto em um futuro
distante.
Na 3ª Sessão, os alunos identificaram forças positivas e negativas e sentiram seu
peso na conquista dos eus possíveis, no domínio do trabalho e carreira (imagens que
podem se tornar metas). As forças positivas diferenciam-se das negativas quanto à
interpretação que nos sugerem para as dificuldades e obstáculos que barram o caminho.
Na 4ª e 5ª Sessões, os alunos construirão suas linhas do tempo rumo ao futuro. A
linha do tempo nos dá a oportunidade de pensar a respeito de dois desafios: a sequência
temporal de tomadas de decisão (bifurcações da estrada), e os obstáculos (barreiras na
estrada), e a maneira de lidar com eles. As dificuldades passarão a ser vistas como
elementos normais da vida, que atestam com sua presença a importância da meta
escolhida.
4. Linhas do Tempo
Criar linhas do tempo rumo ao futuro e começar a ver como nossos eus possíveis se ordenam em uma
sequência temporal, com bifurcações e obstáculos ao longo do caminho.
150
Pontos-chave
O futuro é como um roteiro de viagem.
As dificuldades ao longo do caminho são normais quando se persegue uma meta importante.
Os obstáculos e sua superação podem fazer parte do planejamento.
As escolhas que nos aguardam no futuro distante dependem das escolhas que temos que enfrentar
neste momento, ou seja, escolhas do futuro próximo.
Para reforçar
Todos nós somos capazes de fazer um plano.
As bifurcações da estrada decorrem de nossas escolhas.
Os obstáculos da estrada não dependem de nossa decisão, temos que aprender a contorná-los.
Fazem parte da vida e podem sinalizar que a meta é importante. Ter planos alternativos é de grande
ajuda.
Agenda
Boas vindas e introdução
Sessão anterior
Revisão linhas do tempo
Desenhar linhas do tempo
Criar linhas do tempo
Próxima sessão
Materiais
Agenda
Slides
Quadro, pincéis para quadro branco (se for o caso) ou giz (para lousa)
Lápis e canetas
Pincéis atômicos ou lapis coloridos
Papel de rascunho
Uma linha do tempo por aluno (três folhas de cartolina unidas com fita pela borda menor).
151
LEIAUTE DA SALA
As carteiras devem ser separadas, deixando a cada aluno o espaço necessário para
desenhar sua linha do tempo. Os papéis que usaremos são compridos, mas podem ser
apoiados em carteiras, caso você não queira que os alunos trabalhem no chão. Diferente
do que ocorre nas outras sessões, nesta não há o componente interativo, portanto os
alunos não precisam de um leiaute que os coloque frente a frente.
Pendure a agenda na parede, de modo que você possa apontá-la e os alunos
possam orientar-se por ela durante a sessão.
PLANO DA SESSÃO
I – Boas-vindas e Introdução (2 minutos)
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
Professor: “Bem vindos de volta ao grupo [nome escolhido na 1ª Sessão]. Esta é a 4ª
Sessão, Linhas do Tempo. A etapa atual do projeto tomará duas sessões, esta e a
próxima.”
Leia a agenda nos slides e aponte para o local onde a versão impressa foi fixada.
Sessão Anterior
Professor: “Quem nos ajuda a lembrar o que fizemos na sessão anterior?”
Reforce as respostas que mencionarem os seguintes elementos:
Forças positivas e negativas
152
Forças positivas nos apoiam e ajudam a pensar em como superar dificuldades e
desafios.
Forças negativas atuam de maneira inversa; mostram, com exemplos e modelos, o que
não se deve fazer em relação a dificuldades e desafios. Elas “estão aí para nos
derrubar”.
Na maioria dos casos, as forças positivas ou negativas são pessoas que fazem parte de
nossas vidas – um parente, um amigo ou alguém que conhecemos da mídia ou da
ficção.
Facilitação
Estimule a participação dos que estavam menos ativos na sessão passada. Aproveite para convidá-los
agora.
Recupere não só o que foi feito, mas também para que e porque; obtenha as informações combinando
respostas de pelo menos dois alunos; dessa forma, todos vão se sentir reconhecidos por participarem e
banirão de vez a regra tácita que só dá o direito da palavra a quem detem a resposta completa.
153
II. Revisão das Linhas do Tempo (10-15 minutos)
Captura do Conhecimento Anterior
Professor: “Quem pode nos dizer o que é uma linha do tempo?”
Anote as respostas no quadro; reforce a participação dos alunos.
Professor: “Perfeito, uma linha do tempo refere-se sempre a algum tema em particular;
ela mostra uma série de eventos ordenados ao longo do tempo.”
Mostre o slide.
Professor: “Quais seriam exemplos de linha do tempo?”
Os alunos devem trazer vários exemplos de linhas do tempo (das aulas de
História).
154
bifurcações pelo caminho, pois cada um de nós é chamado a escolher, ainda que não
passe a vida pensando no impacto de cada decisão. Fazer ‘A’ implica em não fazer ‘B’,
pelo menos naquele momento. A linha do tempo que vocês vão desenhar deve incluir no
mínimo uma bifurcação. Vejamos se alguém propõe um exemplo de linha do tempo para
a gente tentar criar, em conjunto, algumas bifurcações para ela.”
Os alunos deveriam propor exemplos como terminar o colégio, conseguir um
emprego, viajar, constituir família. Os professores podem reforçar a participação dizendo:
“Nestes exemplos, as bifurcações consistem em decidir entre dois empregos, ou qual o
momento certo para se casar ou por quantos anos estender a formação escolar.”
Bifurcações da Estrada
Às vezes, temos plena consciência de que estamos fazendo uma escolha decisiva. Essas são as
bifurcações que temos oportunidade de planejar.
Outras bifurcações, porém, só conseguimos ver pelo retrovisor. Não chegamos a planejá-las, mas o fat é
que acabamos em um dos dois caminhos possíveis, e não no outro.
Ponderando a respeito das bifurcações, chegamos à conclusão de que não se pode ter tudo. Investir em
‘A’ implica em deixar de investir em ‘B’.
Facilitação
Ao explicar o que é bifurcação, faça um sinal com a mão:
Dedos indicador e médio apontando na horizontal representam as vias alternativas.
Professor: “Vocês podem dar exemplo de escolhas que fizeram e que influenciaram o que
veio depois de duas maneiras diferentes? Cá está um exemplo, ao escolher passar o
tempo praticando um esporte poderia ter deixado você melhor no esporte, mas ao
mesmo tempo, implicou em menos tempo para qualquer outra coisa.”
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que incluírem os seguintes elementos:
Escolher jogar videogames ao invés de fazer a tarefa de casa.
Gastar mais tempo na tarefa de Matemática do que na tarefa de Inglês.
Escolher tocar piano ao invés de guitarra, assim eu fico craque em piano.
155
Mais Um Conceito Novo: Obstáculos
Professor: “Além das bifurcações, nas estradas também aparecem os obstáculos. A
diferença entre eles e as bifurcações é sutil; eles também interrompem a viagem, mas
como problemas e devem ser incluídos no seu plano. Os obstáculos podem fugir ao seu
controle, por exemplo, uma crise econômica nacional, ou algo sobre você que não é
possível mudar, como a altura mínima exigida para alguns empregos (o que ocorre com
certas modalidades atléticas). Mas ninguém fica parado na estrada da vida, por tanto a
sua linha do tempo não termina quando você dá de cara com um obstáculo. Você vai dar
um jeito de contornar. Todas as linhas do tempo deverão incluir pelo menos um
obstáculo e a superação.”
Obstáculos
Obstáculos não são escolha pessoal, mas barreiras impostas. Exigem um plano de superação ou
alternativas. Os obstáculos surgem na vida diária de todos nós. Por exemplo, você estudou para o exame e
não passou. E aí?
Facilitação
Ao explicar o obstáculo, faça uma sequência de dois sinais com a mão:
1. punho fechado com o polegar acima, e a seguir, 2. dê a volta com o indicador
156
Levar um fora do namorado – aproveitar as lições dessa amarga experiência.
Exemplo estendido: “Se você decidisse ser aviador mas um exame indicasse que sua
visão não era perfeita, a primeira providência seria tentar contornar o obstáculo, por
exemplo consultando um especialista. Inexistindo tratamento que pudesse aumentar a
sua acuidade visual para 20-20, seria bom pensar em algo mais. Você poderia se
perguntar o que há de tão atraente (para você) nessa profissão e como obter tal
benefício, de outra maneira. Se a questão fosse trabalhar por conta própria, uma saída
seria montar seu próprio negócio.”
Professsor: “Para resumir, vou mostrar em um slide os elementos que foram discutidos.”
Leia o slide.
157
Ponto de Atenção
Evite direcionar os alunos a incluírem na linha do tempo esta ou aquela etapa. A linha do tempo é um
reflexo da capacidade atual do aluno. O objetivo da sessão é apropriar os conceitos de ordem, bifurcação e
obstáculo.
158
Professor: “Pensem em uma bifurcação (que ramifica uma estrada com duas saídas,
como uma forquilha, ou a letra “Y”), que tenha a ver com alguma das coisas que você
acabou de escrever. Bifurcações são pontos de escolha, de tomada de decisão. Sendo
assim, você precisa pensar tanto na sua opção preferida, como na alternativa. Se você
colocou ‘terminar o Ensino Médio’ como parte da sua linha do tempo, uma bifurcação
possível seria: dedicar-se mais aos estudos – para passar nas provas e terminar o EM, ou:
aproveitar a maior do tempo divertindo-se com os amigos – o que pode prejudicar seu
desempenho nas provas.”
159
Facilitação
Bifurcação ou obstáculo? É comum confundir os dois tipos; a categorização depende dos antecedentes
que levaram à situação dada. Por exemplo, nem sempre os alunos tiram a nota de que precisavam
devido a escolhas sobre o uso do tempo – pode-se ver esse ponto como uma bifurcação da estrada. Em
outros casos, mesmo investindo um tempo considerável, as notas decepcionam – aí estaria um
obstáculo a ser superado.
Examine com atenção as linhas do tempo e os rascunhos dos alunos para ter bons exemplos de
bifurcações e de obstáculos; enriqueça, com eles, suas explicações na 5ª Sessão.
Lembre-se: a meta não é criar linhas do tempo completíssimas ou ultrarrealistas. A meta é começar a
colocar em ordem cronológica o próprio futuro e pensar em bifurcações e obstáculos como peças
normais do jogo. As escolhas de hoje têm impacto lá na frente. Na estrada da vida, ninguém fica parado.
Não espere que os alunos apontem tudo o que é preciso para atingir a meta nem espere que criem uma
linha do tempo realista. O que estão fazendo já é um enorme avanço, excesso de informação atrapalha.
160
Exemplos dos alunos
161
Exemplos dos alunos
162
Exemplos dos alunos
163
SESSÃO 5 | Linhas do Tempo (cont.)
RESUMO
Nesta sessão, os alunos completam o desenho da linha do tempo e compartilham
com o grupo. O processo de compartilhar demonstrará que todos têm uma linha com
bifurcações onde se tomam decisões, e obstáculos que atrapalham a busca da meta e
precisam ser contornados. Ligando à 3ª Sessão, vemos que as forças positivas nos alertam
para a presença de bifurcações e obstáculos, enquanto que as negativas prejudicam essa
visão. Implícitas na linha do tempo, as forças positivas e negativas interferem na
capacidade de decidir diante de bifurcações e de criar estratégias para ultrapassar
obstáculos.
4. Linhas do Tempo
Criar linhas do tempo rumo ao futuro e começar a ver como nossos eus possíveis se ordenam em uma
sequência temporal, com bifurcações e obstáculos ao longo do caminho.
164
Pontos-chave
O futuro é como um trajeto, uma viagem.
As dificuldades são ocorrências normais, ao longo do caminho.
Podemos nos planejar para o encontro com obstáculos.
As escolhas que teremos no futuro distante surgirão das escolhas do futuro próximo, que faremos
agora.
Para reforçar
Todos podem fazer um plano.
As bifurcações da estrada surgem em decorrência de escolhas.
As dificuldades fazem parte da vida.
Todos enfrentam obstáculos e tratamento injusto; ter um plano ‘B’ ajuda.
Os obstáculos são um sinal da importância da meta que escolhemos.
Agenda
Boas vindas e introdução
Sessão anterior
Completar as linhas do tempo
Compartilhar as linhas do tempo
Próxima sessão
Materiais
Agenda
Slides
Lousa
Pincel atômico ou giz
Lápis ou canetas
Pincéis atômicos coloridos
Linhas do Tempo da 4ª Sessão (recolhidas pelo professor)
LEIAUTE DA SALA
165
As mesas devem ser distribuídas pela sala, separando-as de modo que cada aluno
tenha um certo espaço ao seu redor. A primeira tarefa é um trabalho individual, mas em
seguida os alunos devem se sentar em um leiaute para compartilhar.
Pendure a agenda na parede, de modo que você possa apontá-la e os alunos
possam orientar-se por ela durante a sessão.
PLANO DA SESSÃO
I – Boas-vindas e Introdução (3-7 minutos)
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
Professor: “Mais uma vez, sejam bem vindos ao grupo [nome escolhido na 1ª Sessão].
Esta será a 5ª Sessão, continuação da anterior, Linhas do Tempo.”
Leia a agenda nos slides e aponte para o local onde a versão impressa foi fixada.
Sessão Anterior
Professor: “Quem nos ajuda a lembrar o que fizemos na sessão anterior?”
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que mencionarem os seguintes elementos:
As linhas do tempo são um meio de mapear o futuro de modo que se possa antecipar
onde surgirão decisões e criar planos para enfrentar obstáculos ao longo do caminho.
166
As linhas do tempo incluem bifurcações que representam pontos de decisão. Podemos
planejá-las, mas às vezes aparecem de surpresa.
Facilitação
Estimule a participação dos que estavam menos ativos na sessão passada. Aproveite para convidá-los
agora.
Recupere não só o que foi feito, mas também para que e porque; obtenha as informações combinando
respostas de pelo menos dois alunos; dessa forma, todos vão se sentir reconhecidos por participarem e
banirão de vez a regra tácita que só dá o direito da palavra a quem detem a resposta completa.
167
Todos podem fazer um plano.
Cada aluno deve ter pelo menos uma bifurcação e um obstáculo em sua linha do tempo. Toda escolha
traz consequências (bifurcação), e uma barreira que surge independente de nossa vontade, nos faz
buscar uma forma de contorná-la (obstáculo).
As bifurcações da estrada surgem em decorrência de escolhas.
As dificuldades fazem parte da vida. Todos enfrentam obstáculos e tratamento injusto; um plano ‘B’
ajuda.
Os obstáculos são um sinal da importância da meta que escolhemos.
ou
Professor: “Cada um erguerá sua linha do tempo à vista de todos; terá um minuto [ou
mais se a turma estiver dividida em grupos] para compartilhá-la. Como o tempo é curto,
procurem focar na bifurcação e no obstáculo.”
168
Modificação Potencial – Grupos Pequenos ou Grandes
Dependendo do grupo, prefira equipes menores, de 3 a 5 alunos, ao invés de reunir o grupo todo.
Um grupo menor proporciona aos alunos um espaço mais folgado para compartilhar suas linhas do
tempo.
Em um grupo grande, os alunos só dispõem de 1 minuto para compartilhar as linhas do tempo. Peça a
eles para focar na bifurcação e no obstáculo, incluindo a maneira de contorná-lo.
Professor (para grupos grandes): “Prestem atenção enquanto cada linha do tempo é
apresentada. Quando o colega terminar, você deverá sugerir a adição de algo que torne a
linha dele ainda mais completa, pode ser uma nova etapa, ou uma bifurcação ou
obstáculo.”
Professor (para grupos pequenos): “Agora vamos compartilhar as linhas do tempo em
pequenos grupos. Cada um mostrará sua linha, enfatizando a bifurcação e o obstáculo.
Escutem com bastante atenção, porque vocês devem dar sugestões após cada
apresentação, para deixa-la ainda mais completa. Pode ser uma nova etapa, ou
bifurcação ou obstáculo..”
Faça os alunos compartilharem as linhas do tempo.
169
IV. Próxima Sessão (1 minuto)
Professor: “Na sessão de hoje, conversamos sobre as linhas do tempo em direção ao
futuro. Ninguém chegou aqui com uma linha pronta na cabeça. Mesmo assim, todos
conseguiram traçar uma linha do tempo, partindo de um esboço inicial. Na próxima
sessão, vamos pensar em eus possíveis e suas estratégias. Deixem as linhas do tempo
comigo, para que eu possa divulgá-las. Vocês podem me ajudar a recolocar as cadeiras no
lugar e recolher o material? Muito obrigado por terem vindo e participado com tanto
entusiasmo, até a próxima sessão.”
Peça ajuda para arrumar a sala, despeça-se, verifique a presença e atribua uma
nota de participação. Avalie a participação de cada aluno marcando “+” (boa
participação), “0” (moderada), “–” (inadequada), ou “ausente” ao lado do nome na lista
disponibilizada. Acrescente comentários, se quiser.
Antes da próxima sessão (Opcional)
As linhas do tempo podem ser fixadas nas paredes ou murais ao redor da sala.
170
171
SESSÃO 6 | Eus Possíveis e Estratégias. Pôster I
RESUMO
Entre o alunado, é consenso que não há nada a fazer, de imediato, para viabilizar
as imagens do adulto. O futuro é um país remoto, desvinculado do presente; nada que
fizermos hoje influenciará o que viveremos, daqui a anos. É um equívoco interpretar essa
sensação de impotência dos alunos como incapacidade de planejar; na verdade, nunca
lhes foi dada a chance de refletir sobre o vínculo entre suas possibilidades futuras e as
atividades atuais. Esta 6ª Sessão apoia-se na anterior para levar os alunos a
estabelecerem a conexão entre os eus possíveis do ano que vem e as estratégias
disponíveis neste momento, usem-se ou não. Um eu possível é uma imagem que alguém
tem de si mesmo, na qual tem chance real de se tornar pelo fato de haver ações
factíveis para isso – aqui e agora. Essas ações fazem parte do que chamamos estratégia.
A 6ª Sessão dá aos alunos a chance de elencar eus possíveis para o ano que vem,
desejados ou a evitar, e estratégias correspondentes – e interligá-los. Eles vão descobrir
que uma mesma estratégia pode ser útil a mais de um eu possível e que alguns eus
possíveis não têm ligação com nenhuma estratégia específica. O produto final (7ª Sessão)
é um pôster de trajetórias que liga os eus possíveis do ano que vem aos eus possíveis da
vida adulta, através de estratégias para conquistá-los. Esta atividade revela a existência
de rotas reais para o futuro.
172
Na 4ª e na 5ª Sessões, os alunos traçaram as linhas do tempo em direção ao futuro. As
linhas criam uma ordem temporal, partindo dos eus possíveis do futuro próximo até os
eus do futuro distante, e mostram que todos têm escolhas e obstáculos a superar.
A 6ª Sessão liga os eus possíveis do ano que vem às estratégias. As estratégias podem
assumir a forma das aptidões e habilidades da 1ª Sessão.
Pontos-chave
As medidas que você toma aqui e agora têm impacto no ano que vem.
Imaginar o que seria possível para o ano que vem nem sempre implica em ter o que fazer a respeito.
Pense se há algo que você poderia fazer. Peça ajuda às forças positivas e negativas da sua vida.
Para reforçar
Todos temos eus possíveis do ano que vem – imagens do que queremos ser e evitar ser no ano que vem.
Cada um de nós pode fazer alguma coisa para favorecer a conquista desses eus.
Trabalhar por um eu possível quase sempre envolve a superação de obstáculos e barreiras.
173
Agenda
Boas vindas e introdução
Sessão anterior
Eus possíveis do ano que vem: desejados e a evitar
Conectar o ano que vem ao que você já está fazendo, aqui e agora
Conectar o ano que vem ao que você poder começar a fazer imediatamente
Próxima sessão
Materiais
Agenda
Slides
Lousa, pincel atômico ou giz (para a lousa)
Lápis ou canetas
Pincéis atômicos coloridos (azul e vermelho), um jogo para cada aluno
Painel Trajetórias (em papelão tamanho A3, 30,5 cm x 45,7 cm)
Linhas do Tempo da 5ª Sessão (recolhidas pelo professor)
Eus Possíveis do Ano Que Vem (folha de atividades)
Estratégias para Trabalhar os Eus Possíveis do Ano Que Vem (folha de atividades)
LEIAUTE DA SALA
Os alunos vão precisar de espaço para trabalhar. O trabalho deve ser individual,
organize postos adequados pela sala. Diferentemente das outras sessões, esta sessão não
tem um componente interativo, portanto os alunos não têm necessidade de interagir.
Pendure a agenda na parede, de modo que você possa apontá-la e os alunos
possam orientar-se por ela durante a sessão.
PLANO DA SESSÃO
I – Boas-vindas e Introdução (3-7 minutos)
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
174
Professor: “Mais uma vez, sejam bem vindos ao grupo [nome escolhido na 1ª Sessão].
Esta será a 6ª Sessão, Eus Possíveis e Estratégias. Pôster I.”
Leia a agenda nos slides e aponte para o local onde a versão impressa foi fixada.
Sessão Anterior
Professor: “Quem nos ajuda a lembrar o que fizemos na sessão anterior?”
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que mencionarem os seguintes elementos:
Completamos as linhas do tempo em direção ao futuro e compartilhamos com o
grupo.
Vimos que todas linhas do tempo tinham bifurcações (i.e. escolhas) e obstáculos.
Exemplos de bifurcações da estrada e de obstáculos da sessão passada.
As linhas do tempo ajudam a organizar o futuro e a colocar ordem nas coisas.
As bifurcações são escolhas que nos competem e podem nos levar a diferentes
caminhos.
Obstáculos são barreiras que nos desafiam a encontrar meios de contorná-las.
175
Facilitação
Para incentivar a participação, interpele os que se mostraram apáticos na sessão anterior – estimule-os
a contribuir com mais intensidade.
Levante o que foi feito e porque foi feito, combinando contribuições de diversos alunos, para que se
sintam recompensados por participarem, e banindo a regra de só falar aquele que tiver uma resposta
completa.
176
Professor: “Deem exemplos de eus possíveis do ano que vem: um eu positivo (que você
quer ser) e um eu negativo (que você vai se esforçar para não ser).”
Colete respostas de dois ou três alunos a respeito do que eles querem ser ou evitar
ser no ano que vem.
Professor: “Bom. O que identificamos como ‘fator motivador’ nesses eus possíveis do ano
que vem? A motivação pode ser para atrair ou afastar.
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que incluírem o seguinte elemento:
Se um aluno diz: “Não quero repetir o 8º Ano no ano que vem”, pode-se bem imaginar
o que o desmotiva nesse eu possível negativo (atrasar-se em relação aos colegas etc).
Professor: “Os eus possíveis do ano que vem podem se tornar realidade; a percepção
desse ‘poder ser’ acende uma luz de alerta. Precisamos de estratégias, ações que já
estamos tomando, ou deveríamos tomar, para buscarmos ou afastarmos cada eu
possível.”
No curso da discussão, faça referência aos eus possíveis citados pelos alunos.
Reforce as estratégias propostas por eles.
Professor: “E as estratégias? Quem pode dar uma definição de ‘estratégia’?”
Antecipando as resposta
177
Reforce as respostas que incluírem o seguinte elemento:
É uma coisa que fazemos – como um plano, uma ação.
Professor: “Estão perto! Vejam a definição de estratégia para um eu possível [Leia o
slide].”
II. Eus Possíveis do Ano que Vem: Desejados e A Evitar (10-15 minutos)
Professor: “Este é o Painel Trajetórias. Vocês receberão uma folha igual ao que mostra o
slide. O painel está dividido em três colunas: ‘Eus Possíveis do Ano que Vem’,
‘Estratégias’, e ‘Eus Possíveis Adultos’. Na coluna da esquerda, ‘Eus Possíveis do Ano que
Vem’, a metade superior traz o título ‘Desejáveis’ e a metade inferior: ‘A Evitar’. Só vamos
mexer na coluna da direita, ‘Eus Possíveis Adultos’, na próxima sessão. Na sessão de hoje,
mapearemos os ‘Eus Possíveis do Ano que Vem’ e as ‘Estratégias’, ou seja, as duas
colunas mais à esquerda.”
178
“Vocês receberão um Painel Trajetórias e uma folha plastificada, onde há uma série de
exemplos de eus possíveis do ano que vem. Acomodem-se onde houver espaço dentro da
sala, podem sentar no chão, se acharem mais fácil.”
Peça ajuda para distribuir os folhas plastificadas Eus Possíveis do Ano que Vem.
Facilitação
Não há necessidade de exemplificar, porque as notas funcionam como exemplos, por si só.
Professor: “Vocês têm em mãos uma folha plastificada intitulada ‘Eus Possíveis do Ano
que Vem’. Oito alunos do 8º Ano de escolas norte-americanas escreveram contribuíram
com o que está aí. Leiam a descrição dos eus possíveis para o ano que vem e escolham
um ou mais (no máximo cinco) eus possíveis que se pareçam com suas melhores
expectativas para o ano que vem – aquilo que você quer ser. Escolham, também, um ou
mais (até cinco) eus possíveis a evitar – aquilo que você não quer ser. Para facilitar,
usando o pincel vermelho que vou dar a vocês, marque com um sinal de mais (+) os cinco
eus mais desejados e com um sinal de menos (-) os cinco eus mais a evitar.”
Peça ajuda para distribuir os pincéis atômicos de tinta lavável (tipo quadro
branco).
179
minha lista dos cinco mais a evitar?’ Ao lado de cada eu que esteja na lista de cinco mais
desejados, marque um sinal de mais (+); se for um dos cinco a evitar, marque com sinal
de menos (-). No final, você não deve ter mais que cinco de cada um, (+) e (-).”
Circule pela sala e dê suporte aos alunos.
Professor: “Depois de você ter escolhido até cinco eus desejados e até cinco eus a evitar,
dentre os eus possíveis para o ano que vem, avalie-os um a um, respondendo a pergunta:
‘Estou fazendo alguma coisa para favorecer/evitar que isto aconteça?’. Se a resposta for
‘sim’, ponha um visto () ao lado do eu possível. Do contrário, deixe em branco.”
180
Circule pela sala dando suporte a quem estiver em dificuldades.
Quando terminarem a seleção de eus possíveis desejados e a evitar, distribua o
pôster Painel Trajetórias, para que escrevam nele os eus possíveis.
Professor: “Quando acabarem, copiem os eus possíveis no Painel Trajetórias. Coloquem
aqueles com um sinal mais (+) na parte de cima, intitulada “Eus Possíveis do Ano Que
Vem Desejados.” Organizem os eus de modo que aqueles com visto () fiquem perto dos
espaços em branco da coluna de estratégias. Façam a mesma coisa com os eus a evitar,
com sinal menos (-). Copiem estes na parte de baixo da página, intitulada “Eus Possíveis
do Ano que Vem A Evitar.” De novo, organizem os eus de modo que aqueles com visto
() fiquem perto dos espaços em branco da coluna de estratégias; escreveremos nesses
espaços.”
III. Ligar o Ano que Vem ao Que Estamos Fazendo Hoje (10-15 minutos)
Quando notar que estão terminando de escrever os eus possíveis do ano que vem
nos painéis, chame a atenção dos alunos para o que você vai expor, a seguir.
Professor: “Andando pela sala, vi que anotaram os eus possíveis do ano que vem no lugar
correto. Excelente! Já estamos preparados para a segunda parte. Chamam-se estratégias
as ferramentas que usaremos para alcançar os eus desejados e a afastar os eus a evitar.”
Projetando o slide do Painel Trajetórias, aponte a coluna ‘Estratégias’.
181
Atenção
A coluna de estratégias não é dividida porque a mesma estratégia tanto pode ser usada para aproximar
uma expectativa positiva, como para afastar um eu possível negativo, a evitar. Alguns eus têm estratégias e
outros todavia não. Procure não induzir os alunos a associar uma estratégia a cada um dos eus possíveis.
Professor: “Agora vou dar a folha de estratégias aos alunos que já terminaram de copiar
os eus possíveis. Se você acabou, levante a mão. Para cada eu possível que você
assinalou, examine, um a um, todos os itens da folha de estratégias, respondendo a
seguinte pergunta: ‘No momento, estou usando esta estratégia para este eu?’ Marque
com um ponto a estratégia para a qual a resposta for ‘sim’. Depois de terminar, copie as
estratégias marcadas no seu painel de estratégias, de modo que a estratégia ocupe uma
caixa próxima do eu possível. Uma mesma estratégia pode ser usada para mais de um eu,
mas você vai copiá-la apenas uma vez. Então, trace uma linha vermelha, ligando o eu
possível à estratégia. Uma estratégia pode ser usada tanto para aproximar um eu
desejado como para afastar um eu a evitar. Selecione apenas os eus mais comuns – a sua
lista dos “cinco mais”. Cada eu possível pode se conectado a múltiplas estratégias e vice-
versa.”
Enquanto verbaliza essas instruções, distribua a folha de estratégias.
Modificação Potencial
Se seus alunos tiverem dificuldade em distinguir cores, peça para usarem linhas sólidas para as estratégias
em uso e linhas tracejadas para as estratégias que poderiam ser usadas. Para que não se esqueçam do
código, faça desenharem uma legenda no Painel Trajetórias.
182
Facilitação
Os alunos conectam os eus possíveis às estratégias através de um processo de dois passos:
Primeiro, traçam linhas entre os eus possíveis do ano que vem e as ações que estão adotando no
presente para atrair positivos e repelir negativos. As linhas vermelhas indicam as estratégias que já
estão em uso.
Então identificam o que mais poderiam fazer, e marcam aquelas estratégias, distinguindo-as das outras.
As linhas azuis expressam o que se poderia fazer (uma estratégia que ainda não está em uso).
Distribua primeiro as canetas vermelhas. Quando os alunos terminarem, recolha as canetas vermelhas e
distribua as azuis – faça isso individualmente. Prepare-se para distribuir e recolher as canetas
rapidamente.
Professor: “Façam a mesma coisa para cada eu possível. Você poderia ter uma estratégia
para cada eu possível. Talvez você descubra que a mesma estratégia funciona para mais
de um eu possível. Ou que alguns dos seus eus possíveis estão sem estratégias no
momento.”
Repita as orientações para as canetas vermelhas. Deixe a atividade fluir no ritmo
de cada aluno. Aguarde que a maioria termine, antes de dar o próximo conjunto de
orientações.
Professor: “Existem eus possíveis pelos quais nada fazemos. Esses eus não estão ligados
por linha vermelha a nenhuma estratégia. Isso acontece comigo e com todo mundo.”
IV. Ligando o Ano que Vem ao que Você Poderia Fazer Hoje (10-15
minutos)
À medida que os alunos terminam a primeira tarefa, passe as orientações da
segunda tarefa. Em essência, é a repetição da primeira, porém agora os alunos
183
acrescentarão as estratégias que poderiam estar usando hoje, e não usam. Recolha os
pincéis atômicos vermelhos e entregue os pincéis azuis.
Professor: “Examine seus eus possíveis mais uma vez. Foque nos eus possíveis que estão
sem estratégia. Para esses eus possíveis, responda: ‘O que eu poderia fazer por eles?’
Vamos trocar as canetas vermelhas (devolvam, por favor) pelas azuis, que irei distribuir.
Usando o pincel azul marque, com um ponto, todo eu possível que esteja sem estratégia,
pelo qual você poderia fazer algo hoje. Assim que você tiver olhado todos os eus
possíveis, vá para a folha de estratégias e, para cada eu possível marcado com um ponto
azul, encontre o que você poderia fazer. Em cada estratégia que você poderia usar para
um eu possível, coloque um ponto azul. Quando terminar, você deve ter descoberto
estratégias que podem ser usadas para cada eu possível marcado em azul. Então copie as
estratégias que poderia usar no Painel Trajetórias e ligue-as, com linha azul, aos eus
possíveis que seriam beneficiados.”
O professor deve continuar a circular pela sala, repetindo as orientações.
184
Atividade
Atividade
185
Eus Possíveis do Ano que Vem
A tabela abaixo contem os eus desejados e os eus a evitar desenvolvidos por alunos que participaram
de implementações anteriores do projeto nos Estados Unidos. Use estes eus possíveis, ou os que
você mesmo inventar, para completar a coluna Eus Possíveis do Ano que Vem do Pôster
Trajetórias.
Ser um bom aluno Abandonar a escola
Aprender coisas novas Ser expulso da escola
Ser popular entre a galera Pertencer a uma gangue
Ter um emprego de meio-período Ser visto como pouco inteligente
Ser considerado um cara antenado pela galera Entrar para o tráfico
Sentir-me perdido nas aulas Ter uma relação hostil com os professores
Tirar boas notas Ir mal na escola
Ser bom nos esportes e nas atividades Ser visto como preguiçoso
Fazer novos amigos Entrar em brigas
Ser querido; ter amigos Ser visto como um desordeiro
Ter uma relação legal com meus pais Ter má fama
Entrar no Ensino Médio Repetir de ano
Tocar na banda Usar drogas
Ter um namorado Ter problemas sociais
Ser mais esparto Ser visto como uma pessoa perigosa
Ser uma pessoa melhor Ser alguém que pais e professors pegam no pé
Tornar-me uma pessoa mais madura Envolver-me em confusões na escola
Ser o palhaço da classe Ficar em solidão
Ter uma boa relação com os professores Engravidar/ adotar uma criança
Tirar notas baixas Ser excluído de atividades
Ter problemas com meus pais Ser mal visto pelos professores
Brigar com meus pais Ser tímido
Ser atraente Ser pouco atraente
186
Atividade
187
Exemplos dos alunos
188
Exemplos dos alunos
189
190
SESSÃO 7 | Trajetórias para o Futuro. Pôster II
RESUMO
Entre o alunado, é consenso que não há nada a fazer, de imediato, para viabilizar
as imagens do adulto. O futuro é um país remoto, desvinculado do presente; nada que
fizermos hoje influenciará o que viveremos, daqui a anos. É um equívoco interpretar essa
sensação de impotência dos alunos como incapacidade de planejar; falta-lhes orientação
para refletir profundamente sobre os vínculos entre o futuro e as atividades atuais. A 7ª
Sessão ajudará os alunos a estabelecerem conexões entre as imagens do adulto e as
estratégias disponíveis para obter o que aspiram, no ano que vem. Ao atrelar a visão de si
mesmos no próximo ano às imagens do futuro adulto, eles concretizam as imagens do
adulto em eus possíveis. Eus tornam-se possíveis, à medida que sua conquista resulta do
que fazemos, ou poderíamos fazer, no presente. Nesta mesma sessão, os alunos terão
uma pista visual sobre eus (do ano que vem e da vida adulta) que permanecem
desligados das condutas atuais. O produto final da 7ª Sessão é o Painel Trajetórias, no
qual eus possíveis (do ano que vem e da vida adulta) conectam-se através de estratégias.
Uma trajetória revela a ligação entre um eu possível do ano que vem e um eu adulto. O
que os vincula é um conjunto de ações realizadas no presente: uma estratégia que não
influencia apenas o futuro próximo, mas também o futuro distante. As atividades da 7ª
Sessão concretizam trajetórias que apontam para frente, passando pelos eus do ano que
vem, rumo aos eus do futuro distante.
191
Na 6ª Sessão, iniciaram-se no uso do Painel Trajetórias para mapear seus eus possíveis
do ano que vem, desejados e a evitar, e as estratégias para o ano que vem.
Na 7ª Sessão, finalizarão o Painel Trajetórias unindo, por estratégias, eus do ano que
vem a eus adultos; é uma chance de ligar o futuro próximo ao distante, por ações do
presente.
8. Rotas de Ação
Escrever rotas de ação ligando os eus possíveis do ano que vem aos eus adultos, com ações que podemos
realizar, em tempo e lugar determinados, para implementar o plano.
Pontos-chave
O que fazemos, aqui e agora, têm impacto no futuro distante.
Para reforçar
Todos temos imagens do que queremos ser e evitar ser no ano que vem. O mesmo, para a vida adulta.
Cada um de nós pode fazer alguma coisa para favorecer a conquista desses eus possíveis.
Trabalhando por um eu possível do ano que vem, os alunos podem converter suas imagens do adulto
em eus possíveis. A isto chamaremos ‘trajetória’.
192
Agenda
Boas vindas e introdução
Sessão anterior
Eus possíveis da vida adulta
Conectar o ano que vem ao futuro
Compartilhar trajetórias
Próxima sessão
Materiais
Agenda
Slides
Lousa, pincel atômico ou giz (para a lousa)
Lápis ou canetas
Pincéis atômicos coloridos (azul e vermelho), um jogo para cada aluno
Painel Trajetórias (da sessão anterior)
Eus Possíveis Adultos (folha de atividades)
LEIAUTE DA SALA
Os alunos vão precisar de espaço para trabalhar. O trabalho deve ser individual,
organize postos adequados pela sala. Esta sessão termina em compartilhamento, logo os
alunos terão que se posicionar de maneira a visualizar os Painéis Trajetórias dos colegas.
Pendure a agenda na parede, de modo que você possa apontá-la e os alunos
possam orientar-se por ela durante a sessão.
PLANO DA SESSÃO
I – Boas-vindas e Introdução (2 minutos)
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
193
Professor: “Mais uma vez, sejam bem vindos ao grupo [nome escolhido na 1ª Sessão].
Esta será a 7ª Sessão, Trajetórias para o Futuro. Pôster I.”
Leia a agenda nos slides e aponte para o local onde a versão impressa foi fixada.
Sessão Anterior
Professor: “Quem nos ajuda a recordar o que fizemos na sessão anterior?”
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que mencionarem os seguintes elementos:
Trabalhamos nos eus possíveis do ano que vem, os desejados e os que queremos
evitar.
Trabalhamos nas estratégias para conquistar os eus possíveis do ano que vem.
Estratégias são as coisas que fazemos ou poderíamos fazer para viabilizar os eus
possíveis.
Ligamos os eus possíveis às estratégias com linhas vermelhas e os eus possíveis e as
estratégias que poderíamos adotar com linhas azuis.
Nem todos os eus possíveis contam com estratégias.
Isto nos mostrou uma rota ligando as estratégias disponíveis, em uso ou não, ao que
poderíamos ser no ano que vem. A mesma estratégia pode servir a mais de um eu.
194
Facilitação
Para incentivar a participação, interpele os que se mostraram apáticos na sessão anterior – estimule-os
a contribuir com mais intensidade.
Levante o que foi feito e porque foi feito, combinando contribuições de diversos alunos, para que se
sintam recompensados por participarem, e banindo a regra de só falar aquele que tiver uma resposta
completa.
195
Ações que você realiza agora, ou poderia realizar, para se aproximar ou afastar de um
determinado eu possível.
Professor: “O que diferencia os eus possíveis desejados dos a evitar – nós usamos cores
diferentes?”
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que incluírem os seguintes elementos:
Não, porque não necessariamente é ruim ter um eu possível a ser evitado. Se eu sei
que não quero algo, posso aplicar uma estratégia para me afastar e evitar.
Um eu desejado não é necessariamente uma coisa boa, a menos que exista uma
estratégia para apoiar sua conquista.
Professor: “Olhem para este slide. Na sessão passada, focamos os eus possíveis do ano
que vem. Anotamos nossos eus possíveis do ano que vem e refletimos sobre nossas
estratégias. Desenhos rotas com linha vermelha ligando os eus possíveis do ano que vem
com as estratégias já em uso. Usamos linhas azuis para conectar os eus possíveis do ano
que vem com estratégias que poderíamos passar a usar. Hoje, trabalharemos na coluna
da direita – dos eus possíveis adultos. Os eus possíveis adultos não são garantidos, apenas
possibilidades. Dizemos que são positivos, se esperamos que aconteçam, ou negativos,
quando preferimos evitá-los, lembrando que ainda assim continuam possíveis.”
196
Aponte para o lado direito do slide, enquanto distribui os Painéis Trajetórias
iniciados na última sessão. Então, distribua as folhas plastificadas com eus possíveis
adultos.
197
fazendo alguma coisa para garantir que estes eus a evitar não aconteça?’ Se responder
‘sim’, marque com um visto () aquele eu. Se a resposta for negativa, deixe em branco.”
Circule pela sala e dê suporte a quem precisar.
Quando os alunos estiverem terminando a seleção de eus desejados e a evitar,
diga:
Professor: “Ao acabar, copie seus eus possíveis no Painel Trajetórias. Ponha os eus com
um sinal de mais (+) na parte de cima, com os desejados. Organize-os de modo que os eus
com um visto () fiquem perto da parte das estratégias. Faça o mesmo para eus a evitar
marcados com um menos (-). Copie-os na parte inferior da página. Organize-os de modo
que os eus com um () fiquem perto da parte das estratégias, de modo que possa ligar os
eus adultos às estratégias que escreveu e conectou com linhas vermelhas na sessão
passada.”
Facilitação
É interessante tomar o Painel Trajetórias de um dos alunos como exemplo. Peça a um aluno que tenha
completado a atividade para compartilhar seu painel. Chame a atenção para as linhas vermelhas.
Quando os alunos estão prontos para esta parte da atividade, instrua-os individualmente a respeito das
linhas de estratégia. Eles usarão linhas vermelhas com ações em curso e azuis para as que poderiam
adotar.
Lembre-se: linhas vermelhas são coisas que os alunos já estão fazendo. Se o aluno usou a linha vermelha
na 6a. Sessão, a continuação na 7ª Sessão deve ser na mesma cor.
198
Conectando Com as Estratégias que Você Já Usa Hoje
Professor: “Ao terminar de escrever seus eus possíveis adultos no seu pôster, verifique os
eus marcados com um visto (). O visto significa que você já faz alguma coisa por esse eu.
Veja quais das estratégias escritas na sessão passada estão ligadas pela linha vermelha a
eus do ano que vem. Essas são estratégias que você já usa. Com a caneta vermelha,
conecte cada eu adulto marcado com um visto () à estratégia que você usa hoje. Não
faça nada com os eus possíveis adultos sem visto. Depois de verificar se uma dada
estratégia pode ajudá-lo a trabalhar nos eus adultos, recomece com a próxima estratégia.
Faça isso para cada estratégia usada para favorecer eus do ano que vem. De modo
análogo ao que se observou nos eus do ano que vem, apenas algumas estratégias podem
colaborar com os eus adultos. Tendo completado a atividade, levante a mão, e eu trocarei
sua caneta vermelha por uma azul. Veremos juntos os seu painel, para confirmar que
tudo foi bem entendido. Sempre que surgirem coisas interessantes, compartilharei com o
grupo todo.”
199
Modificação Potencial
Se seus alunos tiverem dificuldade em distinguir cores, peça para usarem linhas sólidas para as estratégias
em uso e linhas tracejadas para as estratégias que poderiam ser usadas. Para que não se esqueçam do
código, faça desenharem uma legenda no Painel Trajetórias.
Conectando com Estratégias Que Você Não Usa, Mas Poderia Usar
Professor: “Quando terminar com a caneta vermelha, examine seu Painel Trajetórias.
Identifique os eus possíveis adultos que você não marcou com visto (). Nota algo que
poderia fazer em apoio a esses eus possíveis adultos, ainda que nada esteja fazendo no
momento? Se a resposta for ‘sim’ levante a mão, darei uma caneta azul em troca da
vermelha. Revise as estratégias que foram traçadas com linhas azuis na sessão passada.
São estratégias que você poderia usar. Se alguma delas puder favorecer eus adultos que
estão sem estratégias, use a caneta azul para conectar a estratégia a esses eus.”
Facilitação
Lembre-se: linhas azuis são coisas que o aluno poderia fazer, mas no momento não está fazendo. Se o aluno
usou a linha azul na 6ª Sessão, a continuação na 7ª Sessão também terá que ser com linha azul.
200
Arranje as cadeiras em círculo (de modo que todos possam se ver).
Professor: “Peço que alguém comece a mostrar seus painéis. Levante-os de modo que
todos possam ver. Estratégias são coisas que fazemos agora em prol dos eus possíveis do
ano que vem ou dos eus adultos. Algumas estratégias podem ser usadas para mais de um
eu. A mesma estratégia pode inclusive servir a um eu do ano que vem e a um adulto.
Quando esta situação acontece, estamos diante de uma trajetória. Pedirei a cada um que
compartilhe uma trajetória ligando um eu do ano que vem a um eu adulto através de
uma estratégia.”
Procure entre as trajetórias, aponte exemplos, diga os nomes dos participantes
que tiverem trajetórias vermelhas. Comece pelo aluno à sua frente e rode ao longo do
círculo.
Modificação Potencial
Você pode dividir a turma em grupos menores para facilitar o compartilhamento das trajetórias. Nesse
caso,
Em cada grupo, os alunos compartilharão suas trajetórias, como exemplos.
Indique com clareza o que deve ser compartilhado: as trajetórias em vermelho, que representam ações
já adotadas, que conectam os ‘eus do ano que vem’ aos ‘eus adultos’.
Lembre aos alunos que as estratégias para os ‘eus desejados’ podem ser úteis para os ‘eus a evitar’.
Dessa forma, pode haver trajetórias ligando ‘eus do ano que vem desejados’ a ‘eus adultos a evitar’ e
vice versa.
Retorne ao círculo e faça-os compartilharem as diferentes trajetórias, guiando-se pelas próximas
páginas.
201
Facilitação
Caminhando pela sala, você deve ter observado quem usou linhas azuis. Dirija-se aos alunos que podem
participar neste momento. Não se preocupe com a quantidade. Se conseguir um ou dois exemplos, já basta.
Professor: “Vamos tentar uma variação. A linha agora sai de um ‘eu do ano que vem a
evitar’ para um ‘eu adulto a evitar’, segundo uma estratégia.”
Peça a um ou dois alunos para compartilharem.
Professor: “Vamos ver outro. Desta vez, com a linha caminhando de cima para baixo,
parte de um ‘ano que vem desejado’ e chega a um ‘adulto a evitar’, através de uma
estratégia.”
Peça a um ou dois alunos para compartilharem.
Professor: “E agora vamos tentar um último caso – a linha unindo um ‘ano que vem a
evitar’ a um ‘adulto desejado’, através de uma estratégia.”
Peça a um ou dois alunos para compartilharem.
Professor: “Certo, já acompanhamos trajetórias através de estratégias que as pessoas
estão aplicando agora. Vejamos algumas trajetórias através de estratégias que as pessoas
poderiam começar a usar.”
Peça para compartilharem as estratégias que poderiam adotar.
Modificação Potencial
Se houver folga de tempo, faça o seguinte:
Questione os alunos sobre os quatro domínios da vida adulta. Quais estão contemplados nas
trajetórias?
Reforce que todos os eus adultos passam, necessariamente, pela escola. A educação é importante para
conseguir um bom emprego em qualquer carreira, o que garante sustento ao estilo de vida, e cria
condições para constituir uma família e para contribuir com a comunidade.
Convide-os a comparar as estratégias; haverá muitas comuns, mas alguém pode ter tido uma ideia
original que interesse aos colegas.
202
Atenção
Talvez os alunos ignorem que aquilo que fazem hoje, visando metas do ano seguinte, também servirá de
apoio às metas da vida adulta, lá na frente. A constatação desse fato costuma surpreender. A ideia foi
introduzida, com outro formato, em sessões anteriores; é uma mensagem que evolui ao longo do projeto,
tornando-se paulatinamente mais clara. Novas ideias precisam ser assimiladas a partir de diferentes
ângulos, e passo a passo, caso contrário não conseguimos incorporá-las à compreensão de nossa própria
experiência.
203
Atividade
204
Exemplos dos alunos
205
Exemplos dos alunos
206
Exemplos dos alunos
207
SESSÃO 8 | Rotas de Ação
RESUMO
Esta sessão mostra como articular os eus possíveis do ano que vem com os eus
possíveis adultos, através de rotas de ação. Um eu possível é a imagem de algo que
podemos, de fato, vir a ser no futuro. Pode referir-se a um período próximo (o ano que
vem) ou a uma época mais distante, como daqui a dez anos, quando os atuais alunos do
9º Ano serão adultos. O realismo dos eus possíveis deve-se à sua relação com estratégias
comportamentais, ou seja, as condutas que uma pessoa pode ter, aqui e agora. Os eus
possíveis podem ser reunidos e vinculados a estratégias que os integram em rotas de
ação. Uma rota de ação é um conjunto formado por um eu possível adulto, um eu
possível do ano que vem, e uma estratégia para alcançar esse eu do ano que vem,
incluindo o momento e o lugar em que a estratégia será usada. Ao contrário dos sonhos
e esperanças, os eus possíveis ligam-se a ações, o que nos dá a chance real de conquistá-
los.
208
onde e quando a estratégia será usada. As ações podem assumir a forma das aptidões
e habilidades introduzidas na 1ª Sessão.
8. Rotas de Ação
Escrever rotas de ação ligando os eus possíveis do ano que vem aos eus adultos, com ações que podemos
realizar, em tempo e lugar determinados, para implementar o plano.
9. Charadas
Analisar problemas que parecem insolúveis e empregar estratégias para resolvê-los.
Pontos-chave
Os eus possíveis do domínio adulto do trabalho/carreira ligam-se aos eus possíveis do ano que vem por
meio de estratégias específicas.
Definir estratégias específicas, com tempos determinados, torna mais provável que venham a ser
usadas.
Fixar o que alguém pode fazer, e quando e onde isto acontecerá, coloca em evidência os obstáculos e
coloca foco nas escolhas. As pessoas não conseguem trabalhar todos os eus possíveis ao mesmo tempo.
Para reforçar
Uma estratégia é algo com que se pode lidar agora mesmo.
Adotar uma conduta agora aproxima o futuro distante e reduz sua incerteza.
209
Agenda
Boas vindas e introdução
Sessão anterior
Definir rotas de ação
Compartilhar rotas de ação
Próxima sessão
Materiais
Agenda
Flip chart e pincéis atômicos
Folha de atividade Rotas de Ação (duas por aluno)
Papel de rascunho (para todos)
Pincéis atômicos finos e grossos, crayons, lápis pretos e coloridos (para todos)
LEIAUTE DA SALA
Oriente as cadeiras, previamente dispostas em semicírculo, de modo que os
alunos possam se ver e ver a lousa, e você possa vê-los a todos. Esta atividade começa
por uma discussão com o grupo completo e anotações na lousa; segue-se uma etapa de
trabalho individual, e finalmente retoma-se à discussão com todo o grupo (mais notas na
lousa).
Pendure a agenda na parede, de modo que você possa apontá-la e os alunos
possam orientar-se por ela durante a sessão.
PLANO DA SESSÃO
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
210
Professor: “Mais uma vez, sejam bem vindos ao grupo [nome escolhido na 1ª Sessão].
Esta será a 8ª Sessão, Rotas de Ação.”
Leia a agenda nos slides e aponte para o local onde a versão impressa foi fixada.
Sessão Anterior
Professor: “Lembram-se do que fizemos na sessão anterior?”
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que mencionarem os seguintes elementos:
Completamos o Painel Trajetórias.
Lemos nossas trajetórias dos eus do ano que vem aos eus adultos através das
estratégias.
As linhas vermelhas significam que já estamos percorrendo determinada rota; as linhas
azuis significam que poderíamos estar naquela rota.
As trajetórias nos mostram que as tarefas escolares, e outras coisas que fazemos hoje,
são condutas que podem nos ajudar a alcançar os eus possíveis adultos que queremos
e evitar os eus adultos que repelimos.
211
II. Introduzindo as Rotas de Ação (5-10 minutos)
Captura do Conhecimento Anterior
Facilitação
Se a estratégia escolhida pelos alunos for “participar ativamente da aula” diga-lhes que a ideia faz sentido,
mas não deixe de questioná-los; por exemplo, perguntando: “Quando vocês fariam isso? Como? Onde? Etc”
Antecipando as respostas
Quando? Quando eu tiver uma ideia, ou quando um professor fizer uma pausa.
Como? Levantando a mão, fazendo pesquisas, ou fazendo contato visual.
Onde? Tem que ser na classe.
Talvez uma vez não seja suficiente, é provável que precise de uma ação continuada.
Professor: “Quem traria um exemplo de rota vermelha da última sessão, para a gente
determinar onde e quando nós realmente usaríamos a estratégia associada?”
Recolha exemplos de dois ou três alunos.
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que incluírem os seguintes elementos:
Leitura das rotas vermelhas.
Projetos no contra-turno.
Participação ativa em classe.
Uma agenda regularizada (e cumprida).
Professor: “Vamos considerar, então, uma destas estratégias. Qual delas?
212
Médio com boas notas. As rotas de ação utilizam as estratégias como uma espécie de
“cola”, mas as estratégias têm que ser bem definidas no tempo e no espaço. O que
significa que em vez de dizer simplesmente ‘[repita o exemplo escolhido]’, é preciso saber
quando e onde pretendemos realizar cada ação. A importância desse aspecto é que, sem
ele, vamos nos iludir, pensando em estratégias que não condizem com os recursos reais
de tempo e espaço.
Facilitação
Pode dar um exemplo de sua vida. Eu costumava repetir que queria aprender Alemão nas férias de verão,
mas a cada ano o verão começava e terminava, e nada de Alemão. Um dia, parei para pensar seriamente no
assunto e descobri que teria que desistir de alguma atividade que apreciava para encaixar um novo curso
na agenda. Essa é a importância das rotas de ação: mostram que não podemos pretender todos os eus ao
mesmo tempo.
Leia o slide.
Professor: “Quem pode explicar, com suas palavras, o que é uma rota de ação?”
Colete respostas de um ou dois alunos.
Mostre o slide: vamos trabalhar com exemplos de rotas de ação.
213
Facilitação
Os alunos podem não conseguir propor a sequência completa de uma rota de ação. Não estará
completa a sequência que não incluir eus possíveis proximais e distais, ou que não esclarecer o que e
quando fazer.
Como parte do processo de trabalho em grupo, os professores devem fazer reforçamento positivo dos
esforços dos alunos para desenvolver um plano, considerar alternativas e raciocinar a respeito do
tempo.
Professor: Vamos começar com as rotas da sessão passada. Alguém pode ler um destes
exemplos, preenchendo com seus próprios eus possíveis – adulto e do ano que vem, e a
estratégia da sessão passada, mas acrescentando as novas partes – quando e onde? Hoje,
nós temos apenas uma nova parte – o quando e o onde.”
Colete respostas de um ou dois alunos.
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que incluam o seguinte elemento:
Respostas que tragam passos concretos, como estudar, dormir o suficiente a cada
noite, e não cabular aulas.
Modificação Potencial
Continue a trabalhar com o grupo todo em um ou mais exemplos isolados de rotas de ação, antes de
instruir os alunos a fazerem isso como trabalho individual.
214
Facilitação
Repita com os alunos o processo de modo que, ao final, cada um dos quarto exemplos tenha sido coberto.
Note que os quatro exemplos encaixam-se no padrão dos quatro exemplos do Painel Trajetórias.
Uma rota de ação vai de um eu do ano que vem desejado para um eu adulto desejado, através de uma
estratégia que ocorre em momento e lugar específicos.
Uma segunda rota de ação vai de um eu do ano que vem a evitar para um eu adulto a evitar, através de
uma estratégia que ocorre em momento e lugar específicos.
Uma terceira rota de ação vai de um eu do ano que vem desejado para um eu adulto a evitar, através de
uma estratégia que ocorre em momento e lugar específicos.
Uma quarta rota de ação vai de um eu do ano que vem a evitar para um eu adulto desejado, através de
uma estratégia que ocorre em momento e lugar específicos.
215
As you circulate, reinforce the following:
Strategies are actions you can take now.
Actions you take now make the future come closer.
Defining a specific strategy makes it more likely it will happen.
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
Volte a formar o grupo maior, em semicírculo.
Enquanto os alunos compartilham suas respostas, classifique-as no flip chart ou na
lousa, orientando-se pelo “Exemplo de Agrupamento na Lousa”.
Professor: “Agora que vocês já desenvolveram pelo menos uma rota de ação, vamos
compartilhá-las.”
Facilitação
Chame os alunos usando a estratégia de sua preferência, mas garanta que os que têm participado menos
sejam chamados antes dos outros.
216
Atenção
Pode ser difícil para alguns alunos definir o horário da ação, por acharem que farão isso mais tarde. Esta é a
intenção por trás das rotas de ação. Enquanto não são instadas a dizer quando agirão, as pessoas seguem
acumulando esperanças vagas e nada fazem de concreto. Diga: “Legal. Vamos tentar outra combinação de
eus, (adulto e ano que vem) para que você possa trabalhar agora.” Estimule as ideias, de modo que todos
consigam criar uma ligação entre eu adulto, eu do ano que vem, estratégia e horário do dia.
217
Atividade
218
SESSÃO 9 | Charadas
RESUMO
Nesta sessão, o processo de construção de um plano é vivenciado durante a
resolução de charadas. No contexto do Projeto Trajetórias, uma charada é um desafio
que inicialmente parece sem solução mas acaba sendo vencido, graças ao engajamento
do grupo. As charadas desempenham um papel de maquete da vida real. Realizar algo
que parecia estar acima das nossas forças funciona como uma espécie de vacina, que nos
imuniza contra o derrotismo. O inesperado êxito ergue uma barreira que nos protege da
visão condicionada, segundo a qual, dificuldade é igual a impossibilidade. As charadas
desta sessão foram propostas para parecerem imposíveis, mas não resistem quando os
alunos, trabalhando em equipe, começam a formular propostas e a testar soluções. Essa
experiência desperta a percepção de que muitas coisas que parecem impossíveis são, na
verdade, difíceis e importantes. Para cruzar a linha de chegada, talvez seja preciso dividir
a tarefa em blocos menores e buscar alternativas, bloco a bloco. O objetivo das atividades
com charadas é, enfim, colocar o engajamento ativo e a engenhosidade no lugar do
desinteresse e do derrotismo diante do que parece uma missão impossível. Os alunos
aprenderão a quebrar a informação em componentes para tornar a tarefa exequível.
Trabalhar em equipe, para resolver as charadas, torna evidente que: (1) os grupos dão
valor ao sucesso, (2) em todas as comunidades, as pessoas têm ambições e chances
concretas de sucesso, e (3) os obstáculos e barreiras podem ser enfrentados.
Conexão com as Outras Sessões
Na 1ª Sessão, os alunos foram apresentados, a partir de suas aptidões e habilidades.
Na 2ª Sessão, imaginaram seus eus adultos em um futuro longínquo.
Na 3ª Sessão, relacionaram os eus do futuro às forças positivas e negativas que atuam
em suas vidas, indicando como manter a rota ou como sair dos trilhos.
219
Nas Sessões 6a., 7a., e 8a., os alunos começaram a pensar em estratégias que usam ou
poderiam usar para trabalhar pelos eus possíveis do ano que vem e pelos eus adultos,
ligando condutas do presente aos eus adultos através dos eus do ano que vem e das
estratégias. Estas sessões trouxeram o futuro para perto ao enfatizarem o que poderia
ser feito agora para impulsionar a caminhada em direção aos eus adultos.
8. Rotas de Ação
Escrever rotas de ação ligando os eus possíveis do ano que vem aos eus adultos, com ações que podemos
realizar, em tempo e lugar determinados, para implementar o plano.
9. Charadas
Analisar problemas que parecem insolúveis e empregar estratégias para resolvê-los.
Pontos-chave
Às vezes, os desafios podem parecer impossíveis ou difíceis demais, mas teremos maiores chances de
sucesso, dividindo-os em problemas menores e buscando alternativas para resolver cada um.
220
Para reforçar
Não desista; na maior parte dos casos, a persistência será recompensada.
A primeira ideia pode dar errado: é o que se espera.
É provável que os outros enfrentem as mesmas dificuldades que nós; pedir ajuda pode ser o melhor a
fazer.
Comece logo de uma vez; nenhum problema encolhe ao ser adiado.
Agenda
Boas vindas e introdução
Sessão anterior
Vacinar contra a dificuldade
1ª Charada: O Nome do Professor
2ª Charada: Quem Foi Com Quem?
Próxima sessão
Materiais
Agenda
Slides
Lousa e giz ou quadro branco e pincéis atômicos
Canteas e lápis
Folhas de flip chart para as equipes registrarem suas soluções
Duas folhas de atividades Charada (para cada equipe)
LEIAUTE DA SALA
Nesta sessão, os alunos trabalharão em equipes pequenas, portanto é preciso
separar as cadeiras e mesas, apropriadamente. Ao final de cada charada, os alunos devem
refazer o leiaute, de modo a se olharem uns aos outros, e a enxergar a lousa e o flip chart
na frente da sala, para o compartilhamento das soluções.
Pendure a agenda na parede, de modo que você possa apontá-la e os alunos
possam orientar-se por ela durante a sessão.
221
Duração: 36-56 minutos
PLANO DA SESSÃO
I – Boas-vindas e Introdução (5 minutos)
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
Professor: “Bem-vindos de volta ao Projeto Trajetórias , com o grupo [nome escolhido na
1ª Sessão]. Esta é a 9ª Sessão – Charadas.”
Leia a agenda nos slides e aponte para o local onde a versão impressa foi fixada.
Sessão Anterior
Professor: “Lembram-se do que fizemos na sessão anterior?”
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que mencionarem os seguintes elementos:
Fizemos nossas rotas de ação.
Lemos as rotas de ação ligando os eus possíveis adultos aos eus do ano que vem,
estabelecendo onde e quando as ações seriam adotadas.
222
Facilitação
Para favorecer a participação de todos, chame aqueles alunos que não se destacaram na sessão
anterior.
Procure capturar o que e porque foi feito; obtenha a informação de dois alunos distintos, para que
todos se sintam motivados a participar, cancelando a regra silenciosa de que só fala quem tem a
resposta completa.
223
Professor: “Hoje, vamos encarar charadas de grande dificuldade. Estas charadas podem
parecer impossíveis no primeiro momento, e seremos tentados a jogar a toalha. Mas, nós
temos como superar esses sentimentos negativos. Assim como a vacina do sarampo nos
imuniza contra essa doença, nós vamos nos vacinar contra o sentimento de que não
somos capazes de superar grandes desafios. Para isso, usaremos a crença de que se uma
coisa é difícil, vale a pena investirmos tempo nela, e ela não é impossível. De fato, a
dificuldade é um sinal da importância. ‘No pain, no gain’ é um provérbio que se baseia
nessa ideia.”
Leia o slide.
Professor: “Alguém pode dizer, nas suas próprias palavras, como essa ideia de
imunização e vacina pode nos ajudar em relação à escola?”
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que incluam os seguintes elementos:
A escola é árdua, dolorosa, difícil de entender no começo; mas a partir dos trabalhos
escolares, os alunos aumentam seus conhecimentos.
224
Peça aos alunos para distribuírem o enunciado da charada. Leia o enunciado em
voz alta, como se estivesse lendo uma estória infantil, para máxima compreensão da
audiência.
Facilitação
Os alunos trabalharão em equipes pequenas para resolver os dois problemas. A tarefa deve parecer
insolúvel, mas usando uma tabela (ou outro recurso qualquer), os alunos conseguirão chegar às
respostas.
Organize as equipes dentro da sala, de modo que não haja mais de quarto alunos por equipe, evitando
que alguns alunos se acomodem ao redor dos que participam efetivamente.
225
Compartilhar Soluções Potenciais
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
Quando os alunos estiverem terminando a tarefa, volte a reunir o grupo completo.
Professor: “Vamos nos reunir no grupo completo novamente, para compartilhar o modo
como resolvemos as charadas. Todos escreveram algo na folha de flip chart. Muitos
encontraram a mesma solução, através de diferentes caminhos. Cada grupo vai nos
apresentar seu processo de resolução.”
Modificação Pontencial
Decifrar charadas pode ser feito de três maneiras:
Em grupos pequenos de três ou quarto alunos.
Individualmente, passando ao debate com o grupo todo.
Realizado com a assistência do professor (se os alunos demonstram maior dificuldade). O professor
deve convocar a formação em grupo completo, à medida que as equipes forem terminando.
Obtenha respostas dos alunos. Em geral, eles propõem variadas abordagens, o que
é excelente. Se nenhuma delas envolver uma tabela, você deveria demonstrar no flip chart
como montar uma tabela para resolver o problema.
Reflexão sobre a Tarefa
Professor: “Legal! Descobrimos a solução. Tenho uma questão: ‘Qual foi sua reação, ao
ler o problema pela primeira vez? Parecia fácil ou difícil?’”
Escute a resposta de três a cinco alunos. Confirme as respostas.
Facilitação
Não dê a solução, logo de cara; concatene as contribuições de diferentes alunos.
É preciso discutir cada passo da caminhada. O treinador deve estruturar a discussão sobre como
proceder, de modo que os alunos entendam o benefício de ter um modelo que garanta que nada foi
esquecido.
Use o “Procedimento para Resolver a 1ª Charada” para dirigir a discussão sobre o roteiro de solução.
226
Facilitação
Peça aos alunos para compartilharem, exibindo suas folhas de flip chart, ou escreva as respostas que deram
no quadro ou no flip chart.
227
IV. 2º Charada: Quem Foi Com Quem? (10-25 minutos)
Dê Instruções
Professor: “Vamos tentar mais uma vez, com um problema diferente.”
Peça aos alunos para ajudarem a distribuir a 2º Charada. Leia o enunciado em voz
alta, como se contasse uma estória infantil, para máxima compreensão da audiência.
Professor: “Os grupos podem começar a trabalhar, a partir de agora. Procurem usar as
estratégias que discutimos na primeira charada, lembrando que, neste segundo
problema, será necessário recorrer a novas estratégias. Como antes, registre suas
respostas no papel de flip chart. Faremos o compartilhamento entre grupos dentro de
uns dez minutos.”
228
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
Quando notar que os alunos completaram a tarefa, chame-os de volta para o
grupo.
Facilitação
Não dê a resposta aos alunos; faça diversos alunos se manifestarem a respeito da resposta e do
processo.
Use o “Processo de Solução da 2ª Charada” para auxiliá-lo na discussão do roteiro da solução.
Atenção
Enquanto na 1ª charada bastou montar uma tabela e trabalhar com ela, passo a passo, até encontrar as
respostas, a situação se complica na 2ª charada. Nesta, menos informação foi dada, e os alunos terão que
começar tentando e verificar se o chute funcionou. A estratégia da 2ª charada envolve tentativa e erro.
229
Facilitação
Procure sintetizar as estratégias que cada grupo adota – escrevendo na lousa ou no flip chart, ou
comentando o que os alunos escreveram, enquanto se desloca pela sala.
Certifique-se de que os alunos estejam sentados de modo a enxergar as folhas dos colegas; ficar de
costas para a ação causa tédio e confusão.
230
Procedimento para Resolver a 1ª Charada: O Nome da Professora
A chave para a solução desta charada é escrever as disciplinas que cada professor não poderia
lecionar. A solução surge por eliminação.
Primeiro, escreva os nomes dos três professores e acrescente as características de cada um, à medida que
aparecem no enigma.
Matemática Artes Ciências
Smith
Garcia
O’Leary
Segundo, a professora de Artes é filha única, e a que leciona há menos tempo (escreva – talvez isso ajude).
Matemática Artes (filha única, Ciências
leciona há
menos tempo)
Smith
Garcia
O’Leary
Terceiro, a Profa. Garcia é casada – este dado é irrelevante. O que importa é que a Profa. Smith tem um
irmão, logo ela não pode ser a professora de Artes, que sabemos ser filha única (marque ‘N’ para Artes,
para a Profa. Smith). A Profa. Garcia lecionou mais tempo do que a professora de Matemática, portanto ela
não dá aula de Matemática e tampouco pode dar Artes (a professora de Artes é quem lecionou por menos
tempo), marque ‘N’ para Artes e Matemática para a Profa. Garcia. Conclusão: a Profa. Garcia é a regente de
Ciências (marque ‘S’).
Matemática Artes (filha única, Ciências
leciona há
menos tempo)
Smith (tem um irmão) N N
Garcia (leciona há mais tempo N N S
que a profa. de
Matemática
O’Leary N
Finalmente, se nem a Profa. Garcia nem a Profa. Smith ensinam Artes, essa disciplina só pode ser da Profa.
O’Leary, e assim, as aulas de Matemática são dadas pela Profa. Smith.
Matemática Artes (filha única, Ciências
leciona há
menos tempo)
Smith (tem um irmão) S N N
Garcia (leciona há mais N N S
tempo que a profa. de
Matemática
O’Leary N S N
231
Procedimento para resolver a 2ª Charada: Quem Foi Com Quem?
Esta charada requer um método de solução parecido com o da primeira. Mas agora, o número de
personagens aumentou. A primeira tabela lista os nomes e armazena os dados; a segunda tabela usa o
sistema de tentativa-e-erro para adivinhar a informação que falta, respeitando-se as regras do problema.
Primeiro, anote os dados na tabela. Lembre-se que cada rapaz saiu uma vez com cada moça, e vice-versa.
George Isaiah Andrew Julio
Cher 4
Melissa 4 3
Connie 2 3
Kendra 2
Segundo, depois de compilar as informações do enunciado, note que faltam dados, é preciso começar a
‘chutar’ e testar. Comece colocando Cher como a primeira sair com George e Kendra como a terceira.
George Isaiah Andrew Julio
Cher 1 4
Melissa 4 3
Connie 2 3
Kendra 3 2
Terceiro, Kendra não foi a quarta a sair com Isaiah (foi Cher); seu segundo encontro foi com Julio; ela
poderia ter sido o primeiro encontro de Isaiah e o quarto de Andrew, o faz Melissa ser a segunda a sair com
Andrew.
George Isaiah Andrew Julio
Cher 1 4
Melissa 4 2 3
Connie 2 3
Kendra 3 1 4 2
Quinto, assuma que Connie foi o par de Andrew no primeiro encontro e veja se este ‘chute’ leva a uma
solução (os demais encontros não importam para responder a questão dos primeiros encontros).
George Isaiah Andrew Julio
Cher 1 4 (2) (3)
Melissa 4 2 3 1
Connie 2 3 1 (chute) (4)
Kendra 3 1 4 2
232
Atividade
1ª Charada: O Nome da Professora
As professoras Smith, Garcia e O’Leary trabalham na St. Andrew Junior High
School. Uma dá aula de Matemática, outra de Artes e outra de Ciências. A professora de
Artes é filha única e dá aula há menos tempo que suas colegas. A Profª Garcia casou-se
com o irmão da Profª Smith e dá aula há mais tempo do que a professora de Matemática.
Qual o nome da professora de cada disciplina?
Atividade
233
Exemplos dos Alunos
234
Exemplos dos Alunos
235
RESUMO
Na 10ª Sessão, veremos como lidar com os problemas diários da escola,
recorrendo às habilidades desenvolvidas nas sessões anteriores. Analogamente ao que se
passou na 9ª Sessão, enfrentaremos problemas que, à primeira vista, parecem insolúveis.
Mais uma vez, caberá aos alunos elaborar um plano, identificando bifurcações e
obstáculos, e levando em conta as forças positivas e negativas. Para resolver os grandes
problemas, será preciso reduzi-los a partes menores. Ao por em foco os problemas da
escola, a 10ª Sessão visa mostrar que a educação é o caminho para os eus possíveis
adultos de todos nós. A meta de hoje é promover o engajamento ativo e a
engenhosidade, no lugar do desinteresse e do pessimismo diante das dificuldades.
Agrupados em equipes pequenas, os alunos descobrirão como resolver um problema
típico do contexto das aulas de Matemática. A seguir, trabalharão em conjunto para
enfrentar problemas com a escola, que eles mesmos criam. Os problemas do dia-a-dia
admitem a mesma abordagem que usamos nas atividades passadas, quando estavam em
tela as forças positivas e negativas, as linhas do tempo, os Painéis Trajetórias, e as rotas
de ação. As bifurcações e os obstáculos precisam de planejamento; outras pessoas
podem nos mostrar o que é natural, o que fazer para conseguir bons resultados, e até
mesmo o que não fazer. A interligação das ações do presente com os eus do ano que vem
e os eus adultos ilumina as alternativas.
Conexão com as Outras Sessões
A atividade de introdução, na 1ª Sessão, indicou que todos têm aptidões e habilidades.
Na 2ª Sessão, os alunos escolheram imagens do adulto.
A atividade sobre forças positivas e negativas, da 3ª Sessão, destacou como buscar
suporte, pensando no desenvolvimento de habilidades importantes.
Na 4ª e 5ª Sessões, as atividades com a linha do tempo mostraram que bifurcações e
obstáculos são ocorrências comuns, e é preciso aprender a superá-los.
As atividades com trajetórias, da 6ª e 7ª Sessões, mostraram que as estratégias são
rotas que ligam o futuro próximo (eus do ano que vem) ao futuro distante (eus
adultos).
A 8ª Sessão deu o passo seguinte ao localizar as estratégias no tempo e no espaço.
236
A 9ª Sessão desafiou os alunos com um problema que, de cara, parecia insolúvel.
Decompondo-o em subproblemas menores, e recorrendo a estratégias como: tabela
de dados, divisão em partes, tentativa-e-erro, acabaram resolvendo o que seria
“impossível”.
A 10ª Sessão dará continuidade à lógica da 9ª. Os alunos verão os problemas do dia-a-
dia como a soma de três partes, que incluem um eu possível adulto, um eu possível do
ano que vem, e as ações do presente. A decisão sobre o que fazer hoje fica mais fácil
se cada parte for considerada em separado. Os alunos devem responder cinco
questões: 1ª Onde pretendo chegar a longo prazo? 2ª Como seria isso no futuro
próximo? 3ª O que preciso entender para escolher a primeira linha de ação? 4ª Qual
será meu ‘plano B’, caso a primeira linha de ação seja bloqueada por um obstáculo? 5ª
Disponho de forças positivas e negativas (pessoas que podem me ajudar e dar
exemplos, bons e maus)?
9. Charadas
Analisar problemas que parecem insolúveis e empregar estratégias para resolvê-los.
237
Pontos-chave
As situações diárias envolvem ações presentes ligadas aos eus possíveis do ano que vem e da vida
adulta.
Os pontos de decisão (bifurcações) e os obstáculos da estrada requerem estratégias para tomada de
decisão, que nos ajudem a manter o ritmo da caminhada.
Para reforçar
Não desista; na maior parte dos casos, a persistência será recompensada.
A primeira ideia pode dar errado: é o que se espera.
Os outros podem representar forças positivas ou negativas; obter ajuda pode ser de grande valia.
Comece logo de uma vez; os problemas da escola só se complicam quando são adiados.
Agenda
Boas vindas e introdução
Sessão anterior
Aula de Matemática
Uma mochila cheia de problemas
Próxima sessão
Materiais
Agenda
Slides
Lousa e giz ou quadro branco e pincéis atômicos
Canteas e lápis
Folhas de flip chart para as equipes registrarem suas soluções
Folha de atividade Problema do Dia-a-dia: Aula de Matemática (para cada equipe)
Folhas de papel
238
LEIAUTE DA SALA
Esta sessão faz uso de mesas e carteiras que, de início, serão arrumadas no
formato de grupos pequenos. Ao final da sessão, as cadeiras serão recolocadas no
semicírculo, para que os alunos possam compartilhar suas respostas e ver as folhas de flip
chart em que as soluções são apresentadas e agrupadas segundo as sessões do projeto.
Pendure a agenda na parede, de modo que você possa apontá-la e os alunos
possam orientar-se por ela durante a sessão.
PLANO DA SESSÃO
I – Boas-vindas e Introdução (5 minutos)
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
Professor: “Bem-vindos de volta ao Projeto Trajetórias , com o grupo [nome escolhido na
1ª Sessão]. Esta é a 10ª Sessão – Resolvendo Problemas do Dia-a-dia.”
Leia a agenda nos slides e aponte para o local onde a versão impressa foi fixada.
Sessão Anterior
Professor: “Lembram-se do que fizemos na sessão anterior?”
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que mencionarem os seguintes elementos:
A charada das professoras.
239
A charada dos casais.
As charadas pareciam impossíveis, mas acabaram sendo solucionadas com uma
estratégia do tipo dividindo em pedaços, usando uma tabela, ou com diversas
tentativas.
Vacinar/imunizar contra a dificuldade ajuda a ver o que parecia impossível como
possível.
Facilitação
Para favorecer a participação de todos, chame aqueles alunos que não se destacaram na sessão
anterior.
Procure capturar o que e porque foi feito; obtenha a informação de dois alunos distintos, para que
todos se sintam motivados a participar, cancelando a regra silenciosa de que só fala quem tem a
resposta completa.
240
Peça aos alunos para distribuírem o enunciado da charada. Leia o enunciado em
voz alta, como se estivesse lendo uma estória infantil, para máxima compreensão da
audiência.
Facilitação
Passat na matéria é um eu possível do ano que vem; conseguir um bom emprego é um eu possível
adulto.
Estudar e receber ajuda de um amigo são exemplos de estratégias. Dividir os problemas dessa forma
ajudará os alunos a considerarem se os eus do ano que vem e adultos precisam de estratégias melhores
para trabalhar ou se os eus possíveis precisam ser alterados.
Imaginar como suas notas se comparam com as dos outros, se você está compreendendo a lição de
casa, e, se for assim, que diferença existe entre as lições de casa e as provas (avaliações) são todos
meios de compreender a natureza do problema.
Professor: “Vamos organizar as equipes; o grupo para o qual eu apontar deve turn
toward each other.”
241
Enquanto circula pela classe, reforce o seguinte:
Cada problema pode ser resolvido de diferentes maneiras.
Colaboração entre alunos e resolução de problemas.
Os alunos deveriam anotar todas as respostas no papel de flip chart.
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
Professor: “Vamos voltar a sentar em semicírculo para compartilhar o que e como vocês
discutiram a respeito do problema de Matemática. Andando pela sala, pude notar que
todos descobriram algumas coisas extremamente interessantes.
Peça aos alunos para compartilharem o que fizeram nas equipes. Enquanto
apresentam, agrupe as respostas no quadro organizando-as em formatos que se
encaixem nos construtos do Trajetórias. Assim, um grupo poderia ser sobre eus possíveis,
estratégias, e rotas de ação. Outro poderia ser dedicado a linhas do tempo, bifurcações e
obstáculos. Um terceiro grupo poderia ser sobre forças positivas e negativas. Seguem-se
alguns exemplos de respostas de alunos e de agrupamentos.
242
Exemplo de Agrupamento no Quadro
Minhas Forças Positivas Linhas do Tempo, Eus Possíveis do Ano Interpretação da
Aptidões e e Negativas Bifurcações, que Vem, Eus Adultos Dificuldade
Habilidades Obstáculos e Rotas de Ação como Impossível
Quais minhas Meus amigos Como fiz para Como isto se relaciona Isto é
aptidões (1ª me ajudam? contornar o a meu eu futuro? importante?
Sessão)? obstáculo?
Preciso de um Eu compreendo a A aula é vital para o Os outros alunos
tutor? lição de casa? campo que escolhi? estão melhor?
O professor fica Posso estudar com Estudo ou evito
após a aula? provas antigas? as dificuldades?
Presto suficiente
atenção às aulas?
A lição de casa e a
prova batem?
Faço mesmo parte
da classe?
243
Facilitação
A mesma informação pode ser usada de distintas maneiras. Por exemplo, um aluno que diga “falar com
um amigo” pode estar descrevendo uma estratégia que é parte de uma rota de ação, se esse aluno liga
a estratégia a eus possíveis próximos e distantes. A mesma frase pode refletir um raciocínio em termos
de forças positivas, se “falar com um amigo” estiver ligado a obter ajuda com a lição de casa, e a ligação
aos eus possíveis não tiver sido explicitada.
É provável que sejam propostas questões um tanto específicas. Agrupe-as no quadro, de modo que os
alunos percebam a vantagem de tratá-las por temas – os mesmos cinco temas das sessões do projeto:
O primeiro tema é habilidades e aptidões aplicáveis à escola.
O segundo tema refere-se às forças positivas e negativas. Aqui se incluiriam questões como “Meu
amigo me ajuda de fato?” ou “Tenho como pedir ajuda ao professor?”
Uma Terceira versão de grupo é sobre as linhas do tempo, bifurcações e obstáculos. Alguns alunos
poderia propor questões com referência direta aos construtos (como: “Isto é um obstáculo ou uma
bifurcação?”). Mas é mais provável que apareçam questões mais especificas, como: “Eu consigo fazer o
dever de casa?” Se a resposta for ‘não’, a verdadeira questão é “Como posso contornar o obstáculo do
dever de casa?”
O quarto tema poderia ser sobre os eus possíveis, as estratégias e as rotas de ação. Os alunos poderam
perguntar “Qual é meu eu possível?” O esperado, contudo, é que perguntem algo Mais específico, como
“É importante para mim permanecer na aula desta disciplina?” Você poderia acrescentar: “Isto se
relaciona ao seus eus possíveis?”
O qunto tema fooca a vacinação contra interpretar a dificuldade como impossibilidade. Os alunos
poderiam usar estes termos ou fazer questões mais específicas, como: “Consigo melhorar meu
desempenho, e se for assim, o que poderia fazer de modo diferente?”
Professor: “A aula de Matemática pode ser olhada na perspectiva das rotas de ação ou
das linhas do tempo; ou ainda, das forças positivas e negativas. Aquele amigo que faz as
lições com você é uma força positive ou seria melhor procurar a ajuda de outra pessoa?”
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
Professor: “Agora faremos uma coisa um pouco diferente. Peguem uma folha de papel e
escrevam nela um problema que você teve ou continua tendo hoje na escola. Pode ser
como o problema de Matemática que acabamos de examiner ou qualquer outra coisa,
244
desde que relativa à escola. Amasse o papel e faça uma bolinha. Traga sua cadeira para a
roda e então jogue a bolinha de papel no chão (ou dentro desta mala).”
Dê aos alunos algum tempo para escreverem as respostas e amassarem o papel,
deslocarem a cadeira e atirarem a bolinha.
Professor: “Todo mundo escreveu um problema. Agora eles estão amassados.”
Depois que todos os alunos tiverem contribuído, selecione quarto papéis,
desamasse e e leia em voz alta. Edite o texto mentalmente, para proteger o anonimato
dos autores. Peçao aos alunos para escolherem um dos problemas para trabalhar e siga o
mesmo processo empregado para resolver o problema matemátio.
Professor: “Bem, que perguntas faremos para resolver este problema?”
Facilitação
Evite que a atividade se tumultue, mas o fato é que ter chance de jogar for a um problema envolve
algum grau de catarse. Será sua tarefa varrer os problemas, formando uma pilha a seus pés. Tome as
precauções para manter o anonimato dos autores.
Estamos no Projeto Trajetórias, que não se confunda com aconselhamento. Os problemas devem ter
alguma relação com a escola.
245
Exemplo de Agrupamento no Quadro
Minhas Forças Linhas do Eus Possíveis do Interpretaçã
Aptidõ Positiv Tempo, Ano que Vem, o da
es e as e Bifurcaçõe Eus Adultos e Dificulda
Habilid Negati s, Rotas de Ação de como
ades vas Obstáculo Impossív
s el
Quais Meus Como fiz para Como isto se Isto é
minhas amigos contornar relaciona a importan
aptidõe me o meu eu te?
s? ajudam obstáculo? futuro?
?
Posso Qual é a minha Que estratégias Se continuar
conseg escolha? posso usar? tentando
uir , terei
ajuda sucesso?
de um
amigo?
Professor (se der tempo): “Já que resolveram o primeiro problema, que tal tentar
outro?”
Siga o mesmo processo, selecionando quatro papéis amassados e lendo em voz
alta, editando mentalmente para manter o anonimato. Peça aos alunos para escolherem
um dos problemas lidos por você. Sessões mais longas permitem um maior número de
rodadas, mesmo assim, não é necessário resolver todos os problemas.
246
IV. Próxima Sessão (1 minuto)
Professor: “Hoje conversamos sobre como lidar com os problemas da escola, quebrando-
os em questões menores com as ferramentas adquiridas nas atividades do projeto. A
situação lembrou a vacinação contra a dificuldade pois nos fez pensar em bifurcações e
obstáculos, usar a estratégia de pensar nos eus possíveis do ano que vem e da vida
adulta, nas forças positivas e negativas e nos planos de ação. Na próxima sessão,
continuaremos a trabalhar com as imunizações, veremos o que vocês precisam saber e
fazer para concluir o Ensino Médio e ampliar sua educação, por exemplo, entrando em
um curso universitário. Vocês podem me ajudar a recolocar as cadeiras no lugar e
recolher o material? Muito obrigado por terem vindo e participado com tanto
entusiasmo, até a próxima sessão.”
Peça ajuda para arrumar a sala, despeça-se, verifique a presença e atribua uma
nota de participação. Avalie a participação de cada aluno marcando “+” (boa
participação), “0” (moderada), “–” (inadequada), ou “ausente” ao lado do nome na lista
disponibilizada. Acrescente comentários, se quiser.
247
Atividade
248
SESSÃO 11 | Rotas para a Formatura (E. Médio & +)
ELABORAR ESTA SESSÃO 11, COM BASE NAS PRÁTICAS BRASILEIRAS!
RESUMO
Nas sessões anteriores, os alunos vivenciaram novas formas de olhar os obstáculos
e a importância de buscar ajuda para evitar as más bifurcações, que atravancam o
caminho – pontos de decisão que nos conduzem a futuros divergentes de nossas
aspirações, processo nem sempre perceptível. Na 11ª Sessão, o foco se volta para a
conclusão do Ensino Médio e a passagem ao Ensino Superior. Os alunos se reúnem nas
equipes, para um brainstorm inicial sobre como superar essas etapas e, em seguida, têm
a chance de examinar os cursos oferecidos pelas Escolas Técnicas próximas, bem como
seu processo seletivo. O mesmo é feito para o Ensino Superior: primeiro um brainstorm, e
a seguir, a leitura dos requisitos admissionais de faculdades públicas e particulares50 com
campi na região51. O valor de começar a atividade pelo brainstorming é que este oferece
aos alunos a chance de ver que eles já têm considerável conhecimento e, com alguma
organização, podem entrar em ação.
Conexão com as Outras Sessões
Na 1ª Sessão, os alunos foram apresentados em termos de aptidões e habilidades.
Na 2ª Sessão, os alunos escolheram suas imagens do adulto.
Na 3ª Sessão, os alunos viram as forças positivas e negativas que nos ajudam a manter
a direção, ou a desviar-nos dela, e a converter nossas imagens do adulto em eus
possíveis.
Na 4ª e 5ª Sessões, trabalharam com as linhas do tempo em direção ao futuro e
aprenderam a respeito das bifurcações e obstáculos. Assim, nas Sessões 3ª, 4ª e 5ª os
alunos começam a olhar os problemas ao longo do caminho como eventos normais,
que sinalizam, com sua dificuldade, a importância das tarefas.
Nas Sessões 6ª, 7ª e 8ª, os alunos começaram a ver estratégias que podem ser usadas
para viabilizar os eus possíveis, ligando as ações do presente aos eus adultos, passando
50
Apenas instituições que integram os programas de bolsas ou financiamento do governo brasileiro,
como o Prouni (Lei 11.096/2005) e o Fies (Lei 10.260/2001), do Ministério da Educação.
51
No presente trabalho, tomou-se como exemplo, o território do Estado de São Paulo.
249
pelos eus do ano que vem. Estas sessões trazem o futuro longínquo para perto,
enfatizando o que pode ser feito agora para avançar em direção aos eus possíveis.
As Sessões 9ª, 10ª e 11ª focam no presente, em conexão com os eus do futuro
próximo e do futuro distante, através de planos de ação e estratégias.
12. Encerramento
Revisitar o conjunto do Projeto Trajetórias dá aos participantes um sentido de consistência, reforçando os
três ingredientes ativos do projeto:
Pontos-chave
É possível planejar os passos que nos levarão do presente ao futuro. Alguns desses passos podem ser
árduos. Tudo bem, quanto a isso; o que é importante quase sempre é difícil.
250
Para reforçar
Vocês já sabem uma porção de coisas sobre o que é necessário para concluir o Ensino Médio e ingressar
no Ensino Superior. Sua escola pode dar informações exatas que podem ajudá-los a construir um plano.
Na escola, cada ano constrói-se a partir do anterior. É importante atualizar seu plano durante o
percurso.
Mesmo se você fracassar ou não tiver um bom desempenho em aula, ainda assim vale apena lutar por
sua meta, mas você precisa trabalhar com caminhos alternativos, ou seja, ter um plano ‘B’.
Carreiras, universidade, e escolas técnicas têm diferenças quanto aos processos seletivos e aos cursos
oferecidos; você pode descobrir facilmente as características de cada um.
Os requisitos do Ensino Médio nem sempre coincidem com suas preferências e metas de estudo e
trabalho.
Agenda
Boas vindas e introdução
Sessão anterior
Requisitos de conclusão do Ensino Médio
Rota depois do Ensino Médio
Próxima sessão
Materiais
Agenda
Slides
Lousa e giz ou quadro branco e pincéis atômicos
Canetas e lápis
Folhas de rascunho
Folha de atividade Escola Técnica – Sequência de Cursos (para cada equipe)
Folha de atividade Escola Técnica – Processo Seletivo (para cada equipe)
Folha de atividade Ensino Superior – Processo Seletivo (para cada equipe)
Folha de atividade Ensino Superior – Sequência de Cursos (para cada equipe)
Folhas de papel
251
LEIAUTE DA SALA
Esta sessão faz uso de mesas e carteiras que, após a introdução, serão arrumadas
no formato de grupos pequenos. Ao final da sessão, as cadeiras serão recolocadas no
semicírculo, para que os alunos possam compartilhar suas respostas e ver as folhas de flip
chart em que as soluções são apresentadas e agrupadas segundo as sessões do projeto.
Pendure a agenda na parede, de modo que você possa apontá-la e os alunos
possam orientar-se por ela durante a sessão.
PLANO DA SESSÃO
I – Boas-vindas e Introdução (2 minutos)
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
Professor: “Olá, bem-vindos de volta ao [nome escolhido na 1ª Sessão]. Esta é a 11ª
Sessão, Rotas para a Formatura (Ensino Médio & +).”
Leia a agenda nos slides e aponte para o local onde a versão impressa foi fixada.
Sessão Anterior
Professor: “Faremos algo ligeiramente diferente hoje. Antes de mais nada, peço que
alguém nos recorde o que se passou na última sessão.”
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que mencionarem os seguintes elementos:
252
Problemas na aula de Matemática.
Problemas lançados ao chão (ou na mala).
Todo mundo passa por problemas na escola, e todo mundo em condição de resolvê-
los.
Pensamos em estratégias para resolver problemas, como por exemplo fazer perguntas.
Entre as perguntas que pensamos que seriam úteis para resolver o problema incluem-
se: “De que maneira aquilo que você faz hoje afeta o presente, o ano que vem e o
futuro distante? O que devo saber para poder criar um plano de ação? Quem pode me
ajudar?
Facilitação
Para favorecer a participação de todos, chame aqueles alunos que não se destacaram na sessão
anterior.
Procure capturar o que e porque foi feito; obtenha a informação de dois alunos distintos, para que
todos se sintam motivados a participar, cancelando a regra silenciosa de que só fala quem tem a
resposta completa.
Anote as respostas dos alunos no quadro.
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
Professor: “Agora quero entrar em um tema que creio ser importante para todos nós.
Vocês estão terminando o Ensino Fundamental, logo vão começar o Ensino Médio.
Contudo o Ensino Fundamental não é a meta final. Qual é a meta final? [As respostas
devem incluir o Ensino Médio ou o Ensino Superior.] Seria [repita as respostas dos alunos]?
253
[Faça perguntas semelhantes até que comecem a repetir os quatro domínios da vida
adulta.] Nada do que fazemos tem apenas um objetivo imediato, mas visa beneficiar
nossos eus adultos futuros.”
Brainstorm Requisitos de Graduação
Professor: “A primeira coisa que faremos é um brainstorm sobre o que é necessário para
completar o 9º Ano e concluir o Ensino Fundamental; será que isso também se aplicaria à
conclusão do Ensino Médio? Do que você precisa para terminar o 9º Ano?”
Anote as respostas dos alunos.
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que incluírem os seguintes elementos:
Apoio
Boas notas
Boas notas em provas
Assiduidade (poucas faltas)
Bom comportamento
Matemática
Leitura
Atividades extracurriculares
Facilitação
Enquanto registra as respostas, reforce as ideias dos alunos e faça perguntas complementares, focando
na informação (por exemplo, “Existem assuntos específicos?”); evite perguntas abertas que levam a
discussões estéreis e consequente perda de foco (como a questão “Algo mais?”, sem alvo definido).
Cada grupo vai contribuir com partes de cada tópico. Organize o que aparecer sem fazer acréscimos;
assim os alunos notarão que eles têm considerável conhecimento anterior sobre os assuntos.
Matemática, Ciências da Natureza, História, e Língua Portuguesa são as aulas mais críticas.
As notas-conceitos contam para créditos; uma nota deve ser maior que um certo mínimo para garantir o
crédito. Quantas aulas de cada disciplina são necessárias? Qual o nível mínimo de cada disciplina é
necessário para a graduação?
254
Professor: “Esta é a lista do 9º Ano, e aqui está a lista do Ensino Médio. [Mostre a folha
de flip chart intitulada ‘Formatura no Ensino Médio’.] Todos os itens que vocês listaram
aqui [leia as listas que os alunos fizeram para o 9º Ano] podem ser aplicados ao Ensino
Médio? [Os alunos respondem.] Quase tudo que vocês sabem sobre ser um bom aluno no
9º Ano pode ser estendido ao Ensino Médio. O que é preciso para se formar no Ensino
Médio?”
Anote as respostas dos alunos. Enquanto escreve, faça perguntas de follouw-up
(“Isso é mesmo necessário?”, “Algo mais, como aulas específicas?”, “Há alguma prova ou
avaliação específica que você precisa prestar?) e agrupe as respostas similares responses
segundo o seguinte padrão de tabela.
Modificação Potencial
Você pode preferir que as equipes façam brainstorms sobre requisitos de graduação. Se achar apropriado,
peça aos alunos para levarem os materiais para casa e com eles criarem suas próprias rotas para graduação.
Após o debate, peça aos alunos para distribuírem os requisitos reais de graduação
no Ensino Médio.
Requisitos de Graduação no Ensino Médio
Faça os alunos lerem os requisitos de graduação no Ensino Médio, e compararem
com informações sobre a graduação anotadas no quadro. A ideia é que percebam que
possuem conhecimentos prévios, os quais estão sendo ampliado – e não, que eles nada
sabiam, até então.
255
Professor: “Como grupo, vocês já sabem que para concluir o Ensino Médio precisam
continuar a fazer muitas coisas que já estão sendo feitas hoje. Mas há algumas adições.
Vou distribuir os requisitos reais de graduação do Ensino Médio. Quero que olhem bem
todos os requisitos. Contem-me o que repararem que já foi falado aqui antes, ou
qualquer coisa que pareça surpreendente. Não estou pedindo para ler o texto inteiro.
Quero que vocês vejam se há alguma coisa escrita aí que coincide com o que já
dissemos.”
Professor: “Vocês viram alguma coisa diferente do que dissemos, ou que estava
faltando?”
Além de reforçar as respostas dos alunos em relação ao que eles já sabem, escreva
as coisas que eles notaram agora, e que não haviam sido mencionadas. Por exemplo, eles
podem ter se esquecido de citar a educação física na discussão anterior. Quando
perceberem agora, anote no flip chart. Ou então, eles podem ter se esquecido de
mencionar os créditos antes, então você precisa escrever ‘créditos’. Conectando ao que os
alunos já disseram e não disseram, esta deveria ser uma conversa rápida.
256
Peça aos alunos para distribuírem a folha de atividade Exemplo de Sequência de
Cursos do Ensino Médio da Escola do Bairro.
Professor: Esta seção precisa ser reelaborada, com base nas práticas vigentes no Brasil.
Atenção
O manual inclui um exemplo de sequência de cursos de uma escola de Ensino Médio do bairro. Como
alternativa, use o formulário para criar uma sequência de cursos relevante para seus alunos.
Modificação Potencial
Se for apropriado, peça a seu Coordenador para se reunir com os alunos após a conclusão do Projeto
Trajetórias e fornecer informações mais detalhadas.
257
Facilitação
Diga algo sobre o que é estudado em cada disciplina. Ao verificar o conteúdo de cada curso, os alunos
ganham um senso de como as coisas se encaixam (ou não). Isso reduz a percepção do futuro como caótico
ou aleatório.
Facilitação
Depois da revisão dos alunos, faça um revezamento. Deixe que os alunos conduzam a conversa; contudo,
talvez você precise fazer perguntas complementares, como as abaixo:
Pode ver onde conseguirá os créditos?
Língua Portuguesa aparece em todos os anos?
Você precisa de uma língua estrangeira?
Você terá História Universal todos os anos?
Até que nível você precisa ir em Matemática?
Porque a escola quer que você alcance altos níveis de Matemática e participe do serviço comunitário?
Professor:
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que incluírem os seguintes:
Mais difícil
258
Nivelamento Avançado NÃO SE APLICA AO BRASIL – REELABORAR
Crédito de Faculdade
Turmas Especiais NÃO SE APLICA AO BRASIL – REELABORAR
Facilitação
A partir das respostas dos alunos, faça perguntas complementares:
Por exemplo, o que é Advanced Placement?
Como você junta créditos na faculdade?
Qual a diferença entre honors e AP? Aulas de faculdade são mais difíceis; lembram-se do provérbio “no
pain, no gain”?
Facilitação
Esta atividade pode ser desenvolvida por um grupo grande ou por duplas, como antes. Os alunos
escrevem suas ideias em folhas de papel. Durante o compartilhamento, o professor organiza as ideias
dos alunos de modo que, ao final, surja um sumário esclarecedor, com os palpites sobre os cursos e
outros requisitos.
Organizar a sequência surpreenderá os alunos que costumam apenas aparecer na escola, assumindo
que não existe uma ordem na escolarização.
259
Professor: “Acabamos de ver quais cursos são necessários para obter o diploma do Ensino
Médio. Mas como assegurar a passagem para a próxima etapa – universidade ou
trabalho? Que mais você pode fazer para garantir a entrada na faculdade e, mais adiante,
a conquista do trabalho que aspira? Será preciso algo mais além do diploma do Ensino
Médio? [Aguarde as respostas.] Alguém pode nos dar exemplos do que mais pode ser
necessário para entrar na faculdade? Se houver tempo, focalizaremos o trabalho mais
tarde.”
Desafie os alunos com as questões abaixo, para estimulá-los a pensar em outras
coisas a considerar, visando o ingresso no Ensino Superior ou em um trabalho/carreira. À
medida que responderem, agrupe as respostas no flip chart, separando por conteúdo
(cursos), resultados (notas finais), e outros fatores (atividades extracurriculares,
application essays, notas de prova, e ajuda financeira).
Algum curso específico do Ensino Médio é requerido para ingressar no Ensino
Superior?
Qual o pessoa da média final alcançada em cada curso? Que valor seria necessário?
O que mais seria preciso, além de cursos e notas?
E quanto aos esportes e às atividades extracurriculares?
É necessário prestar algum exame?
Algo mais?
Quando estas coisas serão necessárias?
Antecipando as respostas
ELABORAR, COM BASE NAS PRÁTICAS VIGENTES NO BRASIL
260
Professor:
Atenção
Como nos requisitos do Ensino Médio, não é preciso ler em voz alta todos os detalhes. Os alunos só se
lembrarão do que cria mais impacto. Importa saber que existe um caminho, eles podem aprender os
detalhes, e os próximos passos estão disponíveis. Não seja negativo (não diga “Se você quer ser médico,
deve tirar notas altíssimas em Ciências e Matemática). O Projeto Trajetórias não é um sistema para planejar
carreiras. Ele faz os alunos verem que o futuro está próximo, e a escola é um caminho – do qual, os
obstáculos fazem parte.
Professor: “A primeira coisa que se escuta é que o community college tem ingresso
liberado, ou seja, 100 por cento dos candidatos são aceitos. Se você sonha entrar no
Ensino Superior, então você vai. Mesmo que seu obstáculo seja seu boletim do Ensino
Médio, ainda assim você pode ir. Afinal, 100 por cento quer dizer todos.”
261
ELABORAR, COM BASE NAS PRÁTICAS BRASILEIRAS
Peça aos alunos para ler a primeira parte dos requisitos de admissão, que revela a
porcentagem de alunos que conseguem entrar.
Professor:
Facilitação
As habilidades citadas vêm de descrições de novos empregos de uma pesquisa nacional junto a
empresas.
Ajude os alunos a pensar sobre o que é necessário para empregos que podem ser conseguidos agora em
comparação a trabalhos que eles aspiram ter na vida adulta.
Registre as respostas no quadro.
Se o número de alunos empregados for considerável, garante o tempo para as habilidades do trabalho.
262
Professor: “Na 2ª e 3ª Sessões, falamos de imagens do adulto que traduzimos em eus
possíveis. Trabalho e carreira é um dos domínios da vida adulta, ao lado de família e
relacionamentos, estilo de vida, e engajamento na comunidade. Na 4ª e 5ª Sessões,
criamos linhas do tempo e incluímos a escola como precedente do trabalho e carreira.
Claro que trabalho e salário afetam todos os eus possíveis do futuro distante, não só pelo
emprego em si, mas por favorecer a construção de uma família e de um estilo de vida e a
participação em comunidades. Ou seja, a escola é o caminho de tudo. Agora, queremos
identificar algumas coisas de que precisaremos para o trabalho, não importa se for antes,
durante ou depois da faculdade. O que as pessoas fazem em seus trabalhos? E que
habilidades usam ao fazer essas coisas? Comece me contando o que as pessoas fazem no
trabalho.”
Antecipando as respostas
Reforce respostas que incluírem os seguintes elementos (tarefas concretas que
fazem parte da maioria dos trabalhos):
Falar com as pessoas (colegas, líderes, fregueses, clientes)
Ler e escrever (mensagens, resumos, inventário, reclamações, relatórios curtos ou
longos)
Computar estimativas (efetuar cálculos, resolver problemas numéricos)
Usar computador (processador de texto, programação e outras habilidades superiores)
Inserir dados (usar caixa registradora, sistemas de controlee – inventário etc)
263
Professor: “Hoje, discutimos os requisitos para passar para o Ensino Médio e dali para o
Ensino Superior. ELABORAR, COM BASE NAS PRÁTICAS BRASILEIRAS.
A próxima sessão será a última, dentro do Projeto Trajetórias. Teremos uma pequena
comemoração, relembraremos a nossa caminhada que está terminando, e vamos
registrar a opinião de vocês sobre cada uma das sessões.” Vocês podem me ajudar a
recolocar as cadeiras no lugar e recolher o material? Muito obrigado por terem vindo e
participado com tanto entusiasmo, até a próxima sessão.”
Peça ajuda para arrumar a sala, despeça-se, verifique a presença e atribua uma
nota de participação. Avalie a participação de cada aluno marcando “+” (boa
participação), “0” (moderada), “–” (inadequada), ou “ausente” ao lado do nome na lista
disponibilizada. Acrescente comentários, se quiser.
264
Activity
ELABORAR, COM BASE NAS PRÁTICAS BRASILEIRAS
Activity
ELABORAR, COM BASE NAS PRÁTICAS BRASILEIRAS
Activity
ELABORAR, COM BASE NAS PRÁTICAS BRASILEIRAS
Activity
ELABORAR, COM BASE NAS PRÁTICAS BRASILEIRAS
265
SESSÃO 12 | Encerramento
RESUMO
Os alunos revivem a sequência do projeto, discutindo o que fizeram em cada
sessão e os pontos-chave – o que havia de mais importante a apropriar. Repassar as
atividades principais de cada sessão, com seus pontos-chave, confere um sentido de
coerência ao Trajetórias. A interligação das sessões aumenta a clareza dos alunos, sobre o
ferramental que receberam para lidar com seu futuro. Por outro lado, os alunos agregam
uma valiosa contribuição para aperfeiçoamento do projeto: eles refletem sobre a
experiência e contam o que viram como mais e menos positivo, ao longo das seis
semanas.
Conexão com Outras Sessões
A 12ª Sessão oferece a chance de reencontrar as 11 sessões anteriores e interligá-
las num todo coerente. Ao professor cabe orientar essa preciosa discussão, na qual os
alunos examinam os pontos de conexão entre as sessões e alargam seu entendimento
sobre as habilidades e ferramentas desenvolvidas durante o Projeto Trajetórias.
12. Encerramento
Revisitar o conjunto do Projeto Trajetórias dá aos participantes um sentido de consistência, reforçando os
três ingredientes ativos do projeto:
266
Pontos-chave
O que eu faço hoje tem um enorme impacto na conquista de meus eus possíveis no ano que vem, nos anos
seguintes, e mais adiante em minha vida adulta.
Para reforçar
Recupere as sessões e ligue-as aos três ingredientes ativos.
As escolhas do presente são importantes; as ligações com o future começam agora.
Todos podem conectar o presente ao futuro, e as ações do presente com os eus futuros.
Eus futuros adultos parecem próximos, quando ligados aos eus do futuro próximo através de estratégias
focadas na escola.
Dificuldade pode significar importância.
Agenda
Boas vindas e introdução
Sessão anterior
O que fizemos no Projeto Trajetórias?
Comemoração e certificados
Sumário
Materiais
Agenda
Slides
Lousa e giz ou quadro branco e pincéis atômicos
Canetas e lápis
Resumo do Trajetórias (folhas com formulários e exemplo preenchido)
Kit festa – Comemoração (opcional)
LEIAUTE DA SALA
Cadeiras ou carteiras para acomodar a todos. No início da sessão, os alunos
precisam sentar-se voltados para a frente da sala e, ao final, devem poder olhar-se uns ao
outros.
267
Pendure a agenda na parede, de modo que você possa apontá-la e os alunos
possam orientar-se por ela durante a sessão.
PLANO DA SESSÃO
I – Boas-vindas e Introdução (2 minutos)
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
Professor: “Olá, bem-vindos de volta ao [nome escolhido na 1ª Sessão]. Esta é nossa
última sessão no Projeto Trajetórias, 12ª Sessão - Encerramento.”
Leia a agenda nos slides e aponte para o local onde a versão impressa foi fixada.
Sessão Anterior
Professor: “Faremos algo ligeiramente diferente hoje. Antes de mais nada, peço que
alguém nos recorde o que se passou na última sessão.”
Facilitação
Para favorecer a participação de todos, chame aqueles alunos que não se destacaram na sessão
anterior.
Procure capturar o que e porque foi feito
Antecipando as respostas
Reforce as respostas que mencionarem os seguintes elementos:
268
Discutimos os requisitos de formatura.
Discutimos os cursos do Ensino Médio.
Cada tipo de escola de Ensino Medio tem requisitos acadêmicos distintos.
As faculdades têm processos seletivos distintos.
Discutimos rotas para o Ensino Superior ou para o trabalho e a carreira.
Modificações Potenciais
You may want to throw a party while you do the review of the program to celebrate the success of the
program and congratulate students.
You may want to have the photographs of the sessions that you took as either a collage or bulletin
board.
You may want to throw a party
269
duplas, discutam a resposta para as perguntas que estão projetadas no slide (aponte a
tela). Vocês vão ter 10 minutos para completer a tabela, não é tanto tempo, porisso
escrevam enquanto discutem. Depois disso, vamos reunir o grupo novamente, para
compartilhar nossas conclusões.”
Modificações Potenciais
When you are asking students to help you get the sessions in order, you also may want to ask them the
point of each session in the whole group. This is fine. If you do this, students do not need to answer this
question in the small group.
Modificações Potenciais
Rather than having all students focus on each session, you may want to have students focus on two or three
sessions in their groups to discuss the main point or ways to improve. However, if you do this, still have
students mark their favorite and least favorite across all sessions.
270
Enquanto circula pela sala, reforce os seguintes pontos:
Os alunos estão respondendo as questões escritas no slide.
Os alunos entenderam as sessões, esclareça conforme ache necessário.
Os aluno estão escrevendo suas respostas na folha de atividades Trajetórias - Resumo.
Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
Professor: “Parece que todos já completaram a maioria das sessões. Vamos voltar para o
círculo e discutir as coisas de que se lembraram.”
Facilite a discussão sobre as sessões, use as perguntas como orientação (veja a
folha preenchida, como exemplo, ao final da sessão).
271
Melhor e Pior Sessão
Professor: “Agora que recordamos o propósito de cada sessão, quero saber de quais
vocês mais gostaram, e de quais gostaram menos. Gostaria muito que justificassem suas
escolhas.”
Facilite a discussão sobre as sessões favoritas e menos favoritas.
Modificações Potenciais
Peça aos alunos para irem ao flip chart onde você terá escrito a lista das sessões. Peça a cada um para
indicar com sinais (+) e (-) as sessões de que gostaram mais e menos.
Para a comemoração, você pode organizar uma festinha com os alunos, com comes e bebes e souvenirs.
A intervenção original do Projeto Trajetórias incluía duas sessões adicionais de follow-up, que você pode
implementar – se achar válido.
272
IV. Sumário (1 minuto)
Professor: “Em nossas 12 sessões juntos, trabalhamos com as imagens do adulto, as
forças positivas e negativas, as linhas do tempo com bifurcações e obstáculos, estratégias
e planos de ação para conquistar os eus possíveis – do ano que vem e da vida adulta,
resolvemos quebra-cabeças, e conhecemos os requisitos para os próximos passos da
caminhada. Vocês podem me ajudar a recolocar as cadeiras no lugar e recolher o
material? Muito obrigado por terem participado com tanto entusiasmo, e pelos
comentários sobre o projeto. Espero que façam bom proveito do que aprenderam aqui.”
Peça ajuda para arrumar a sala, despeça-se, verifique a presença e atribua uma
nota de participação. Avalie a participação de cada aluno marcando “+” (boa
participação), “0” (moderada), “–” (inadequada), ou “ausente” ao lado do nome na lista
disponibilizada. Acrescente comentários, se quiser.
273
Atividade
Trajetórias – Resumo
1. Introdução
2. Imagens do
Adulto
3. Forças Positivas
e Negativas
4. Linhas do Tempo
5. Linhas do Tempo
(cont.)
6. Eus Possíveis e
Estratégias
7. Trajetórias para
o Futuro
8. Rotas de Ação
9. Quebra-cabeças
10. Problemas do
Dia-a-dia
274
Atividade
Trajetórias – Resumo
1. Introdução Todos nós temos aptidões e habilidades que nos ajudam na escola.
O grupo pode trabalhar em conjunto para resolver problemas.
2. Imagens do Todos nós temos imagens de nós mesmos em um future distante – nossas
Adulto imagens de adulto.
7. Trajetórias para Completar o Painel Trajetórias para concretizas a ligação entre as estratégias
o Futuro para a ação presents , os eus possíveis do ano que vem e os eus possíveis do
futuro distante.
8. Rotas de Ação Escrever rotas de ação ligando os eus possíveis do ano que vem e os eus
adultos com ações que podemos adotar imediatamente em hora e local
definidos para concretizar o plano.
9. Quebra-cabeças Quebrar os problemas que parecem impossíveis e usar estratégias para
resolvê-los.
10. Problemas do Os problemas podem ser resolvidos da mesma forma que as atividades
Dia-a-dia com linhas do tempo, pôster, ou rotas de ação.
Considerar forças, pontos de decisão, e dificuldades que precisar ser
navegadas mas são solucionáveis.
11. Rotas para a Os alunos discutem as peças necessárias para concluir o Ensino Médio e
Formatura (EM ingressar no Ensino Superior, quebrando estas realizações em passos
menores (número de aulas por matéria etc).
& +)
12. Encerramento Revisitar o Projeto Trajetórias para dar aos participantes um senso de
coerência, reforçando os três ingredientes principais do projeto.
275
Certificado de Conclusão do Curriculum do Projeto Trajetórias
(NOME) participou ativamente e completou o projeto Trajetórias na
(ESCOLA), (PROFESSOR), (DATA)
276
PERGUNTAS FREQUENTES
1 – Como posso apresentar as instruções de forma clara e garantir que os alunos estão
prestando atenção e entendendo?
Use o mesmo fraseado sempre que estiver dando uma instrução, de modo que os
alunos reconheçam que aquele ponto é importante. Mostre o material. Dê uma
instrução. Diga algo claro, como “Prestem muita atenção a este ponto, que é dos mais
importantes”, de modo que os alunos saibam que devem redobrar a atenção.
Deixe as sentenças incompletas no ar, de modo que os alunos as terminem para você,
completando comas ideias chave.
É preciso dar instruções no nível apropriado de detalhe.
Depois que os alunos movem suas carteiras formando equipes, as sintruções dever ser
dadas para cada grupo em separado.
277
2 – Como posso engajar os alunos e encorajá-los a participar?
O Projeto Trajetórias foi concebido para funcionar de maneira lúdica e fácil, propondo
aos alunos uma gama de atividades divertidas, evitando-se o aprofundamento
exagerado em cada item. A aposta nesta abordagem é que ela atrairá, naturalmente, a
maioria dos alunos.
Chame-os pelo nome, ou o apelido que preferirem; com esse tratamento, os alunos se
deixam engajar com mais facilidade – assim como acontece com todos nós. A cada
sessão, cumprimente-os um a um, à medida que entram. Os alunos gostam de receber
encargos especiais; isso os faz sentir importantes, por poderem colaborar
objetivamente com o grupo. Escolha os alunos mais fechados para distribuir materiais,
arrumar a sala, prender na parede a agenda e outros papéis. Escale mais de um aluno
para cada tarefa, evite a repetição – todos devem participar! Esta regra, que beneficia
o espírito de equipe, dará a você uma chance de mostrar que valoriza a todos
indistintamente, que não há lugar para preferências pessoais. Se a aplicação desta
regra causar tumulto, pelo menos envolva todo o grupo na arrumação da sala.
278
3 – O que devo fazer se os alunos identificarem metas ou eus possíveis que
provavelmente não são realistas, e que pouquíssimas pessoas conseguem atingir (como
tornar-se um atleta profissional ou um artista de sucesso) ou, pelo contrário, são
excessivamente humildes (como tornar-se um cabeleireiro, balconista ou escriturário)?
A respeito desse ponto, dos mais interessantes, não há com que se preocupar. As
atividades do Trajetórias levam os alunos a perceber que todos desejam tornar-se um
adulto bem-sucedido (nos quatro domínios: ter uma profissão gratificante, cultivar os
laços familiares, levar uma vida confortável, engajar-se na atividade comunitária). Este
futuro está próximo e conectado ao presente; falhas e dificuldades ao longo do
caminho são normais e indicam que essas metas são importantes, ao invés de
inatingíveis. Faz pouca diferença se a meta (de hoje) for mais ou menos realista. As
atividades proporcionam a experiência do futuro próximo, quaisquer que sejam as
metas da vida adulta. Não se deve supervalorizar o realismo das metas, mesmo porque
dificilmente serão definitivas. O foco central das atividades é o processo de
desenvolver as estratégias atuais uma vez que todas as estratégias têm em comum um
foco acadêmico, independente das metas da vida adulta. Tanto para ser presidente da
república como para entrar para o futebol profissional, é sempre boa a ideia de cultivar
habilidades em matemática (no mínimo para gerenciar as finanças pessoais), ou
concluir a Educação Básica e completar a formação – por exemplo, em uma
universidade.
279
4 – Gostaria de incrementar o projeto, agregando atividades de artes e expressão
corporal; e recursos didáticos como tarefas de casa e leituras; e enfim auxílio à carreira
como informação sobre treinamento específico para determinadas carreiras).
Não parece uma boa ideia. As sessões, no formato atual, já estão repletas de
atividades. Aumentar a carga (por exemplo, fazendo colagens de imagens do adulto ao
invés de apenas coletar as imagens) degradaria o clima, substituindo uma mensagem
fácil e divertida que encoraja a participação (“todos temos um futuro”), por uma tarefa
de artes mais trabalhosa (folhear revistas, recortar figuras, colar), criando o incômodo
de pensar que o futuro não é tão atraente como se imaginava, o que tiraria a atividade
de seu foco. Em geral, os alunos não têm uma percepção clara sobre o próprio futuro;
ao complicar a atividade, encoraja-se a não-participação e a resistência.
280
5 – Este projeto deve ser aplicado isoladamente, ou posso integrá-lo a outras áreas de
conteúdo acadêmico?
Em suas aulas acadêmicas, você pode (e deve!) repetir tanto a estrutura de reforço
positivo/rotina/facilitação, como os ingredientes ativos do Trajetórias.
Você pode associar as tarefas de classe à vivência da dificuldade. Assim, reforça a ideia
dos eus proximais e distais e enfatiza o impacto do aqui-e-agora sobre o futuro.
As coisas não são fáceis, mesmo – os obstáculos que fatalmente surgem ao longo do
caminho devem ser encarados como um sinal da aprendizagem. O melhor a fazer é
convertê-los em “dificuldades ótimas”.
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4 – Leiaute Nº 1: Discussão com todo o grupo usando lousa ou flip chart (semicírculo).
282
6 – Leiaute Nº 3: Divisão em equipes médias (5-8 alunos).
283
8 – Leiaute Nº 5: Divisão em equipes pequenas (3-5 alunos).
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