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Comunicação de Dados

MATERIAL TEÓRICO
UNIDADE 2

Formas de
Transmissão
de Dados
Autoria:
Prof. Esp. Antonio Eduardo Marques da Silva

Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na
sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas:

Seja original! Conserve seu


Procure manter contato Nunca plagie material e local
com seus colegas e tutores trabalhos. de estudos sempre
para trocar ideias! Isso organizados.
amplia a aprendizagem.

Não se esqueça
de se alimentar
Aproveite as e de se manter
indicações hidratado.
de Material
Complementar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com Determine
as redes sociais. um horário fixo
para estudar.

Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer
parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um
dia e horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que


uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros,
vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso,
você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que
ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca
de ideias e de aprendizagem.
Unidade 2
Formas de Transmissão de Dados

Caracteres e Tabelas
de Codificação
Em comunicação de dados, um caractere que
entendemos é representando por uma sequência de
números binários – bits – que podem ter o valor 1 –
ligado – e 0 – desligado. O número de bits enviados é
representado dependendo do número de símbolos do
código a ser representado, ou seja, em uma escrita,
por exemplo, existem 26 símbolos – A, B, C... Z –
para representar as letras maiúsculas, 26 símbolos –
a, b, c... z – para representar as letras minúsculas, 10
símbolos – 0, 1, 2... 9 – para representar caracteres
numéricos e vários outros símbolos ou caracteres –
., ?, :... ! – para representar a pontuação, além de
símbolos especiais como, por exemplo, o espaço,
recuo e tab, que são usados para o alinhamento e a
formatação de textos.

Objetivos Para que o sistema pudesse entender esses con-


juntos de bits foram desenvolvidas tabelas de forma-
• Apresentar como os dados são tação para representar diversos tipos de caracteres.
codificados e transmitidos, as Cada conjunto é denominado código e o processo de
formas de codificação, o que
representação de símbolos é chamado de codifica-
é modulação e demodulação
de sinal, transmissão serial e ção. Eis alguns exemplos de tabelas de codificação:
paralela, comunicações síncrona
• Ascii – a American National Standards Institu-
e assíncrona e como são as
direções do fluxo de dados em te (Ansi) desenvolveu um código denominado
uma rede de comunicação. American Standard Code for Information Inter-
change (Ascii). Este código utiliza 7 bits para re-
presentar cada símbolo. Isto significa que 128
símbolos diferentes podem ser definidos por
este código;

• ASCII estendido – é praticamente o padrão As-


cii convencional, porém, para ajustar o tamanho
de cada padrão a 1 byte (8 bits), foi adicionado
ao código Ascii um bit 0 à esquerda do algaris-
mo mais significativo. Dessa forma, cada padrão
passou a ocupar exatamente um byte de memó-
ria, ou seja, no código Ascii estendido, o primei-
ro padrão é 00000000 e o último é 01111111;

• EBCDIC – o Extended Binary Coded Decimal Inter-


change Code, ou apenas EBCID é uma tabela de

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codificação de caracteres de 1 byte (8 bits) que descreve diretamente o código
BCD com 6 bits e foi criada pela IBM no início da década de 1960 como um
padrão para os seus computadores da ocasião como, por exemplo, o IBM
System/360. Essa forma de codificação representa uma alternativa de nor-
matização em paralelo com a Ascii, utilizada pelo governo dos Estados Uni-
dos. A tabela EBCDIC, como se esperava, foi muito utilizada em mainframes
– computadores de grande porte – da IBM. Lembre-se que naquela época a
IBM era a grande empresa de computadores do mundo – senão a maior – e
por esse motivo tal codificação foi empregada maciçamente pelo mercado;

• Unicode – os códigos Ascii e EBCDIC foram criados como representações


de símbolos da língua inglesa, ou seja, nenhum desses poderia representar
símbolos em outros idiomas. Para isso foi necessário um código de grande
capacidade de representação, uma união entre fabricantes de hardware e
software que fez surgir um código denominado Unicode, o qual utiliza 16 bits
e é capaz de representar até 65.536 símbolos. Seções diferentes desse código
são alocadas para símbolos em diversos idiomas do mundo;

• ISO Code – a Organização Internacional de Padronização – International


Organization for Standardization (ISO) – desenvolveu um código com um
padrão de 32 bits, representando cerca de 4.294.967.296 símbolos, sendo
suficiente para acomodar qualquer símbolo no mundo.

Tabelas Ascii e EBCDIC


Como dito, seguem os desenhos das tabelas Ascii, do governo estadunidense, e
EBCDIC, da IBM, as quais foram muito utilizadas em meados da década de 1960:

Figura 1 − Tabela ASCII

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Formas de Transmissão de Dados

Tabela 1 − Tabela EBCDIC


HEX 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A B C D E F
0 NUL SP & − ø Ø ° µ ^ { } \ 0
1 SBA RSP é / É a j ~ £ A J ÷ 1
2 EUA â ê Â Ê b k s ¥ B K S 2
3 IC ä ë Ä Ë c l t - C L T 3
4 à è À È d m u © D M U 4
5 PT NL á í Á Í e n v § E N V 5
6 ã î Ã Î f o w ¶ F O W 6
7 å ï Å Ï g p x ¼ G P X 7
8 GE SA ç ì Ç Ì h q y ½ H Q Y 8
9 EM SFE ñ ß Ñ ` i r z ¾ I R Z 9
A ¢ ! | : « a
¡ [ SHY ı 2 3

B . $ , # » ◊
¿ ] ô û Ô Û
C FF DUP MR RA < * % @ ð æ Ð ¯ ö ü Ö Ü
D CR SF ( ) _ ‘ ý , Ý ¨ ò ù Ò Ù
E FM + ; > = þ Æ Þ ´ ó ú Ó Ú
F | ¬ ? “ ± ¤ ® × õ ÿ Õ

Apresentação dos Dados


Como vimos, as tabelas de formatação têm a finalidade de codificar e
decodificar o que entendemos, porém, existem outras formas de representação
de outros recursos computacionais como, por exemplo:

• Alfanuméricos – valor alfanumérico é uma unidade de um conjunto de


caracteres alfabéticos e numéricos, sendo utilizado para descrever a coleção
de letras latinas e algarismos arábicos, dando forma a um texto representado
por meio da tabela Ascii, por exemplo;

• Numéricos – da mesma forma que os valores alfanuméricos, os números


também são representados por meio de um padrão de bits. Entretanto,
um código como o Ascii não é utilizado para representar números; um
número geralmente é convertido para binário sem nenhuma necessidade de
representação adicional. O motivo principal é que isso simplifica as operações
matemáticas realizadas pelo computador a serem aplicadas nos números. Por
esse motivo é tão importante um profissional de redes conhecer as formas
de conversão de números decimais (0 a 9), binários (1 ou 0) e hexadecimais
(0-9, A, B, C, D, E e F);

• Imagens – assim como texto e números, as imagens, tais como figuras


que são mostradas na tela do computador e transmitidas na rede, são
igualmente representadas por um padrão de bits; porém, esse mecanismo
de representação é diferente de textos e números. Uma imagem é dividida

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em uma matriz de pixels – menor unidade de uma imagem –, onde cada
pixel representa um pequeno ponto na tela. O tamanho desse pixel depende
muito da propriedade do elemento gráfico, condição denominada resolução
de tela. Por exemplo, uma imagem pode ser dividida em 1.000 ou 10.000
pixels. No segundo caso, tal imagem possui uma representação melhor,
mais definida ou de maior resolução. O preço que se paga por uma resolução
melhor é um aumento significativo na quantidade de memória necessária
ao armazenamento da figura e processamento da imagem. Após a divisão
em pixels, cada pixel é atribuído a um padrão de bits. Assim, para uma
imagem formada de pontos em preto e branco, o padrão de um único bit
(1-bit) é suficiente para representar um pixel; já para a representação de
imagens coloridas, cada pixel colorido é decomposto em três cores primárias
(básicas), ou seja, vermelho (Red), verde (Green) e azul (Blue), conhecidas
também pela sigla RGB. A intensidade de cada cor é medida e um padrão
de bits (usualmente 1 byte) lhe é atribuída. Com essas cores primárias e a
variação de intensidade da luz é possível, então, representar qualquer cor
em tela. É claro que quanto maior a resolução da tela, melhor a definição de
cores a serem apresentadas;

• Áudio – ou som, é também uma representação binária com natureza diferente


dos caracteres, números ou imagens, pois é contínuo e não discreto. Até
mesmo quando utilizamos um microfone para converter um sinal sonoro ou
musical para um sinal elétrico, é criado um sinal contínuo. Existem também
formas elaboradas para a conversão de sinal de áudio digital (usado pelo
computador) ou outro sinal analógico (usado por nós, seres humanos);

• Vídeo – seria uma imagem em movimento, produzida como um sinal con-


tínuo ou uma combinação de imagens, cada qual como uma sequência dis-
creta e montada para gerar a ideia de movimento. Tal como o áudio, o vídeo
pode ser representado como um sinal digital ou analógico.

Ou seja, o computador é um dispositivo digital e tudo que ali transmitimos


deve ser convertido para esse formato, que é a representação de bits – bina-
ry digits – e praticamente tudo que manipulamos no computador segue esse
padrão – textos, imagens, vídeos etc. Da mesma forma, quando transmitimos
esse dado em rede é necessário ora convertê-lo de analógico para digital, ou de
digital para analógico.

Transmissão de Dados
Os dados a serem transmitidos ao longo de uma rede são emitidos sob a for-
ma de sinais elétricos, os quais apresentam uma propriedade inerente, que é a
tensão elétrica.

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Formas de Transmissão de Dados

Na transmissão analógica os sinais elétricos variam continuamente no tempo


entre todos os valores possíveis, permitidos pelo meio de transmissão. Um bom
exemplo para lembrar de transmissão analógica seria a voz transmitida por um
sistema telefônico.
Sinal

Tempo
Figura 2 − Transmissão analógica

Já a transmissão digital corresponde às séries de sinais que têm apenas valores


elétricos discretos a serem transmitidos. Podemos exemplificar a transmissão
digital por meio do sistema de telegrafia – Morse – e dos sistemas digitais
utilizados por computadores.
Sinal

Tempo
Figura 3 − Transmissão digital

A transmissão digital é a que mais se adapta à forma binária de codificação


usada em processamento eletrônico de dados.

Codificação e Encriptação
Para darmos sequência ao conteúdo desta Disciplina, torna-se muito impor-
tante saber as diferenças entre codificação e encriptação, vejamos:

• A codificação é necessária para converter sinais digitais segundo formatos


imprescindíveis para a transmissão dos dados, principalmente incluídos no
sinal digital e o sincronismo de relógio – clock –, indispensável à transmissão
síncrona – que veremos em outros temas;

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• A encriptação, ou também conhecida por criptografia é uma forma de codifica-
ção especial de uma mensagem a fim de garantir que não seja lida corretamente
por qualquer pessoa que não conheça as chaves de encriptação. Tais chaves são
as que permitem a codificação e descodificação da mensagem enviada entre
uma origem e um destino. A encriptação é melhor estudada nas disciplinas de
segurança da informação e criptografia – ou cifragem – de dados.

Modulação
A modulação é o processo de variação de amplitude, intensidade, frequência,
comprimento e da fase em uma onda, e refere-se ao processo de conversão entre
bits, podendo criar sinais digitais para representarem os bits nesse formato.
Existem alguns esquemas que convertem de forma direta os bits em sinais,
resultando em transmissão de banda base: o sinal ocupa frequências de zero até
um número máximo que depende da taxa de sinalização como, por exemplo, RZ,
NRZ, Manchester, AMI e 4B/5B.

Esquemas clássicos que regulam a amplitude, fase ou frequência de um sinal


da portadora para transportar bits, resultam em transmissão de banda passante:
o sinal ocupa uma banda de frequências em torno da frequência do sinal da
portadora. O uso desses esquemas é comum em canais sem fio e ópticos, pois
os sinais devem residir em determinada banda de frequência. As técnicas GFSK,
DSSS e outras são exemplos dessa condição.

As limitações que os meios de transmissão impõem aos sinais transmitidos


em uma rede podem ser contornadas e minimizadas por meio do processo de
modulação que se utiliza, consistindo em imprimir uma informação em uma
portadora pela variação de um ou mais parâmetros, os quais:

• Modulação por Amplitude (AM) – varia a amplitude da portadora conforme


a amplitude do sinal modulante. Como vantagem dessa técnica, podemos
citar a facilidade para realizar a modulação e demodulação, no entanto,
teríamos duas grandes desvantagens a destacar: a velocidade da troca de
amplitude é limitada pela largura de banda do canal e pequenas mudanças da
amplitude sofrem detecção não confiável. Tais desvantagens da modulação
em amplitude fizeram com que esta técnica não fosse mais utilizada pelos
modems atuais, a não ser em conjunção com outras técnicas;

Figura 4 − Modulação por Amplitude (AM)

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• Modulação por Frequência (FM) – a frequência da onda portadora é alte-


rada de acordo com o sinal modulante. Essa técnica também é conhecida
como Frequency Shift Keying (FSK), e as suas desvantagens são a limitação da
variação da frequência pela largura de banda do canal e a distorção causa-
da pelas linhas de comunicação, tornando a detecção mais difícil do que na
modulação de amplitude;

Figura 5 − Modulação por Frequência (FM)

• Modulação por Fase (PM) – a fase da onda portadora varia de acordo com
o sinal modulante. Nessa técnica, a detecção da fase de cada símbolo requer
sincronização de fase entre receptor e transmissor, complicando o projeto
de sincronismo do receptor. A escolha do tipo de modulação de acordo com
os requisitos e as necessidades do projeto é uma decisão fundamental para
garantir em grande parte o êxito de um sistema de comunicação.

0.5

-0.5
-1

Figura 6 − Modulação por Fase (PM)

Demodulação
Demodulação é o processo de recuperação da informação – extração do
sinal modulante – de uma onda portadora, sendo necessário que o processo de
modulação seja reversível.

Figura 7 − Sinal modulante

O modulador-demodulador (modem) é o dispositivo de telecomunicação


que realiza a adequação dos sinais binários ao canal de transmissão, servindo
de interface entre este canal de transmissão e o terminal de dados, permitindo a
transmissão de sinais a longas distâncias. Podemos ter em uma rede os modems
analógicos e/ou digitais.

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Figura 8 − Modem ligando a rede telefônica e um AP

Parâmetros como comprimento do cabo, interferência eletromagnética e


perdas inerentes ao meio físico a ser utilizado provocam distorções no sinal digital.
A solução mais adequada aponta para o emprego das técnicas de modulação e,
por esse motivo, a aplicação e utilização do modem é tão importante para a
transmissão do dado na rede.

• Modems analógicos – os computadores são equipamentos digitais, trans-


mitem sinais elétricos discretos que representam os valores binários (bit) 1 e
0. As linhas telefônicas de transmissão são analógicas e transportam sinais
que podem variar dentro de uma faixa contínua de valores. Assim, os mo-
dems analógicos são equipamentos que convertem sinais digitais em sinais
analógicos (modulação) e vice-versa (demodulação). As técnicas de modu-
lação digital mais usadas são ASK, FSK, PSK e DPSK;

• Modems digitais – são equipamentos de rede que se destinam a tratar o


sinal “digital” de tal forma que possa ser transmitido ao longo de um “meio
físico”. A diferença fundamental dos modems digitais em relação aos ana-
lógicos é que os digitais geram outro tipo de sinal digital, de características
específicas em relação ao sinal digital original, não executando uma “modu-
lação”, mas uma “codificação” à transmissão. São comumente conhecidos
como modems de banda base (baseband).

A codificação é uma mudança na representação do sinal digital, transformando


o próprio sinal digital oriundo do Equipamento de Terminação de Dados (DTE)
em outro sinal mais adequado às condições da linha. Rigorosamente, esse tipo
de equipamento não deveria ser chamado de modem, uma vez que não realiza a
modulação/demodulação do sinal digital.

Uma das vantagens de se usar um modem digital é que, pelo fato de apenas
realizar a codificação do sinal, é mais simples em nível de circuitos, tornando
o seu preço mais acessível do que os modems analógicos. As diversas técnicas
de codificação do sinal digital procuram gerar o sinal codificado com muitas
transições, a fim de facilitar a recuperação do sincronismo no modem receptor.

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Ademais, alguns exemplos de tipos de codificações que os modems digitais


utilizam são AMI, HDB-3 e Miller.

MODEM
ANALÓGICO

10101011
MODEM
DIGITAL
Figura 9 − Modem analógico e digital

Normalização de Modems
do CCITT
Com a finalidade de padronizar e normatizar as formas de comunicação em
todo o mundo, foram criados alguns órgãos internacionais ou nacionais com a
função de criação e desenvolvimento de padrões comuns aos serviços de telefonia,
entre os quais o Comité Consultatif International Telegraphique et Telephonique
(CCITT), que é um órgão formado pelas instituições de tecnologia mais atuantes
nesse segmento de transmissão de dados. É responsável pelas recomendações
das séries V que são adotadas pela maioria dos fabricantes de modems. A seguir
estão relacionadas, resumidamente, as formas de recomendações que constam
no Livro amarelo, ou Yellow book, do CCITT.

Tabela 2 – Resumo de normatização de modems pelo CCITT

Características elétricas para circuitos balanceados “double-current” para uso geral


V.11
com equipamentos no campo da comunicação de dados
Padrão para modems duplex com taxas de transmissão de 300 bps para uso geral em
V.21
redes telefônicas comutadas
Padrão para modems com taxas de transmissão de 1200 bps para uso geral em redes
V.22
telefônicas comutadas ou privadas
V.22 Padrão para modems com taxas de transmissão de 2400 bps para uso geral em redes
bis telefônicas comutadas
V.24 Lista de definições para circuitos de comunicação de dados entre DTEs e DCEs
Padrão para uso geral em modems duplex em circuitos telefônicos comutados em
V.32
taxas de 14400 bps
Padrão para uso geral em modems duplex em circuitos telefônicos comutados em
V.34
taxas de 28800 bps
V.42 Padrão que introduz a compressão de dados
V.90 Padrão para modems duplex em circuitos telefônicos comutados em taxas de 56kbps

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Transmissão Serial e Paralela
Como os sistemas da informação entendem a linguagem binária – binary digit
–, ou seja, valores 0 – desligado – e 1 – ligado – e é necessário fazer uma
correspondência entre esses valores de códigos binários, os protocolos de rede
são, em geral, definidos por normas internacionais como, por exemplo, a norma
que define o padrão serial RS 232 e outros, estabelecendo a relação entre os bits
e os níveis de tensão elétrica para caracterizar os formatos dos dados a serem
transmitidos por unidade de tempo.

Relógio do Sistema

Dados a serem
transmitidos 1 1 1 0 0 1 0 1 1 0 0 0

START CARACTERE A SER TRANSFERIDO STOP

Figura 10 − Transmissão dos dados

Conforme a Figura 10, bits são representados por impulsos retangulares, sendo
que o valor 1 corresponde a certo nível de tensão elétrica, e o valor 0 a outro nível.
Geralmente, o valor 1 representa a presença de tensão elétrica, enquanto o valor
0, a ausência de tensão elétrica.

Quando um dispositivo “origem” inicia uma transmissão, é enviado um


primeiro bit de controle, chamado de start ou start-bit, o qual indica o início dessa
transmissão. Logo após o envio do start-bit, são enviados os bits do caractere,
este seguido de um bit de paridade e de um ou dois bits de stop, chamado também
de stop-bit e que tem como função indicar o final da transmissão.

Paridade é um método de controle mais antigo, tendo como objetivo identificar


alterações nos dados depositados nas memórias, porém, não tem condições de
corrigir erros de transmissão. Essa adição de paridade consiste em mais um bit
para cada byte transmitido e, por esse motivo, possui 9 bits. O bit de paridade
permite a detecção elementar de erros na transmissão que ocorre em um dos bits
do byte enviado. Uma solução é acrescentar informação que permita ao receptor
detectar se houve erro em um bit. Consiste em um bit extra, de paridade, de modo
que essa operação de verificação é bem simples: são contados os números de bits
1 de cada byte, se o número de bits 1 for par, o bit de paridade assume o valor 1; se
o número for ímpar, o nono bit assume o valor 0.

Quando os dados são requisitados pelo processador o circuito de paridade


verifica os dados e se o número de bits 1 corresponde ao depositado no nono bit.
Caso seja constatada alteração nos dados, envia ao processador uma mensagem
de erro – claro que este método não é cem por cento eficaz, pois é capaz de

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detectar a alteração de um único bit, de modo que, caso dois bits retornassem
alterados, o circuito de paridade não notaria tal alteração nos dados; felizmente,
a possibilidade da alteração de dois ou mais bits ao mesmo tempo é remota.

Se o receptor tiver, por exemplo, a sequência de bits 010000100, detectará um


número par de bits a 1 e verificará ter uma paridade no valor 0, então, constatará
um erro na transmissão. Quando isso ocorrer, será solicitado ao transmissor
que volte a transmitir o respectivo caractere. Essa forma é conhecida como
transmissão serial e a inclusão do bit de paridade não torna o computador mais
lento – como se poderia imaginar –, isto em virtude de os circuitos responsáveis
pela verificação dos dados serem independentes das outras funções do sistema
de transmissão. O efeito colateral seria o aumento de preço das memórias que, ao
invés de checarem oito bits, passariam a checar nove bits.

Transmissor Receptor
10110101

Figura 11 − Transmissão serial

No caso da transmissão em paralelo, ou conhecida apenas como transmissão


paralela, os mesmos bits são enviados simultaneamente por cada meio físico
condutor usado. Esse tipo de transmissão foi muito empregado em comunicação
de impressoras matriciais; porém e atualmente, os padrões seriais de transmissão
são mais usados do que os de transmissão paralela, em virtude de os cabos
paralelos se tornarem mais caros, grossos e de difícil manuseio.

Transmissor Receptor

1
D7 D7
0
D6 D6
1
D5 D5
1
D4 D4
0
D3 D3
1
D2 D2
0
D1 D1
D0 1 D0

Figura 12 − Transmissão paralela

16
Por esses motivos podemos afirmar que a comunicação:

• Paralela era mais rápida do que a serial à época, porém, menos segura, pois
não garante como os bits serão enviados e recebidos pelos transmissores e
receptores; além de ter a necessidade de um canal de comunicação mais
complexo como, por exemplo, o uso de grossos cabos de cobre. Quanto mais
distante a ligação paralela, pior será a degradação do sinal elétrico para os
hosts mais distantes;

• Serial em sistemas de comunicação propicia a redução de custos, pois utiliza


menos meios na transmissão de dados; por isso a comunicação serial é
significativamente mais utilizada em sistemas de comunicação de dados
para longas distâncias. A sua taxa de transmissão é mais lenta, em função
de utilizar sistemas de comunicação já existentes e que originalmente não
foram projetados para este tipo de transmissão de alta velocidade como, por
exemplo, conexões via linhas telefônicas para transferência de dados e por
linhas discadas.

Comunicações Síncrona
e Assíncrona
Como vimos, na comunicação serial foi transferido um único caractere, porém,
podem ser transmitidos mais caracteres, com a finalidade de identificação do
início e fim de cada caractere; neste caso, o receptor precisará ser informado
quando uma unidade completa de dados for transmitida. As duas técnicas de
comunicação resolvem estas situações, afinal:

• Comunicação assíncrona – são inseridos bits especiais de início (start) e de


parada (stop), indicando o começo e final de cada caractere transmitido. O
receptor não precisa saber quando será enviada uma sequência de dados ou
o tamanho da mensagem; ou seja, poderá enviar os dados sem esperar por
notificação e negociação do receptor;

Para Servidor Começa Para Servidor Começa

Enviando Recebido
Figura 13 − Comunicação assíncrona

• Comunicação síncrona – nesta forma de comunicação entre dois nós, são


monitoradas pelos dois nós, ou seja, todas as ações que resultem na transmis-
são de dados são sincronizadas entre os nós participantes. Quando os dados
são transmitidos ou recebidos, os nós sabem da transmissão e se preparam

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para a troca de dados no meio, assim, os nós de envio e recepção ficam sincro-
nizados, de modo que o nó receptor sempre sabe quando um novo caractere
é enviado; para isso, os dados são transmitidos em blocos que contêm várias
sequências de bits, esses blocos são chamados de quadros ou frames.

Servidor

Enviando Recebido
Figura 14 − Comunicação síncrona

É importante lembrar que as comunicações assíncrona e síncrona são carac-


terísticas específicas da transmissão serial.

Dois fatores são considerados básicos em comunicação de dados: a taxa de


transmissão da informação – que é medida em bps – e o suporte de transmissão.

Assim, para transmissões assíncronas, as velocidades típicas são de 600,


1.200, 2.400, 4.800, 9.600, 14.400, 28.800, 33.600, 57.600, 11.5200 bps; e para
transmissões síncronas, todas as velocidades anteriores mais as de 64, 128, 256,
512 kbps e superiores.

Interface Serial Rápida – V.35


V.35 é o padrão de conexão serial do ITU – antigo CCITT – descrito como trans-
missão de dados a 48 kbps usando circuitos de banda de grupo de 60 – 108 kHz.
Basicamente, é uma interface serial de alta velocidade projetada para suportar
tanto altas taxas de dados, como conectividade entre DTE em linhas digitais.

Reconhecido pelo seu conector de 34 pinos, V.35 combina a faixa de passagem


de vários circuitos telefônicos para proporcionar alta velocidade na interface en-
tre um Equipamento Terminal da Dados (DTE), que recebe a informação digital
como, por exemplo, o roteador e um Equipamento de Comunicação de Dados
(DCE), que modula e demodula o sinal digital na transmissão e recepção do sinal
respectivamente como, em outro exemplo, o modem ou a utilização de uma Uni-
dade de Serviço de Canal (CSU) / Unidade de Serviço de Dados (DSU), que é uma
espécie de modem digital.

IMAGEM
Conector V.35 macho: https://goo.gl/ZFzm8u

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Apesar de ser comumente usado para suportar velocidades variando entre 48
a 64 kbps, taxas muito mais altas são possíveis. Por exemplo, a distância máxima
do cabo V.35 pode, teoricamente, chegar a 1.200 m em velocidades de até 100
Mbps – a distância dependerá, de fato, de seu equipamento e cabo.

Direção do Fluxo de Dados


A comunicação entre dispositivos de emissão e recepção pode ocorrer de três
maneiras: simplex, half-duplex, ou full-duplex, vejamos:

• Simplex – neste modo a comunicação é unidirecional entre os dois nós, tal


como em uma rua de mão única. Somente um dos dispositivos no link é ca-
paz de transmitir; logo, o outro será capaz de receber, apenas. Como exem-
plo, podemos citar teclados e monitores comuns de computador, sendo o
teclado um dispositivo essencialmente de entrada e o monitor um disposi-
tivo de saída;

Figura 15 − Simplex

• Half-duplex – conhecido também como semiduplex, neste caso a comunicação


é bidirecional alternada, onde cada dispositivo pode transmitir e receber, mas
nunca ao mesmo tempo. Dito de outra forma, quando um dos dispositivos
está transmitindo, o outro está recebendo e vice-versa, funcionando como
uma via de uma única pista bidirecional. Em uma transmissão half-duplex,
toda a capacidade do canal é dada ao dispositivo que estiver transmitindo no
momento. Como exemplos podemos incluir os walkie-talkies e os rádios de
comunicação;

Figura 16 − Half-duplex

• Full-duplex – chamado também e somente de duplex, a comunicação é


bidirecional simultânea, de modo que ambas as estações podem transmitir e
receber ao mesmo tempo; este modo é semelhante a uma via de mão dupla,
isto é, aquela cujo tráfego flui nas duas direções simultaneamente. No modo

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Formas de Transmissão de Dados

full-duplex, sinais em direções opostas compartilham a capacidade do canal,


podendo acontecer de duas formas: o link possui dois caminhos físicos de
transmissão distintos – separados –, um para enviar e outro para receber; a
capacidade do canal é dividida entre os sinais viajando em direções opostas.
Como exemplo típico de comunicação full-duplex há o canal de voz da rede
telefônica, no qual quando duas pessoas estão se comunicando através do
telefone, ambas podem ouvir e falar ao mesmo tempo.

Figura 17 − Full-duplex

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Comunicação de Dados em Redes de Computadores
FOROUZAN, B. Comunicação de dados em redes de computadores. 4. ed. Porto Alegre, RS:
AMGH, 2010.

Redes e Sistemas de Comunicação de Dados


STALLINGS, W. Redes e sistemas de comunicação de dados. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

Vídeos
Modulação Digital
https://youtu.be/kHHvSO6Gn4M

Tipos de Modulação
https://youtu.be/AaVt8i-tMiA

21
Unidade 2
Formas de Transmissão de Dados

Referências
FOROUZAN, B. Comunicação de dados em redes de computadores. 4. ed. Porto
Alegre, RS: AMGH, 2010.

ROCHOL, J. Comunicação de dados. Porto Alegre, RS: Bookman, 2012.

STALLINGS, W. Redes e sistemas de comunicação de dados. 5. ed. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2005.

22
São Paulo
2018

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