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"Eu rogarei ao Pai e ele vos dará um outro Consolador, para que fique para sempre
convosco; o Espírito da Verdade...naquele dia conhecereis que eu estou em meu Pai e vós
em mim e eu em vós...O Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas
as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito" (Jo 14, 16.17.26)
Introdução
Se você teve ânimo para ler o livro O Código da Vinci (CDV) inteiro, escrito por Dan Brown,
então não tenha preguiça de ler este longo texto, fruto de 4 meses de pesquisa às mais
diversas fontes. Se você ainda não leu o livro, terá a oportunidade de saber que o CDV é um
besteirol sem tamanho que não vale a pena ser lido.
O livro CDV é um fenômeno mundial e já está a caminho uma produção hollywoodiana sobre
o mesmo que vai tornar acessível o assunto a um número ainda maior de pessoas que
poderão ser enganadas em massa. Pois o CDV traz, com certeza, a intenção de infundir
idéias gnósticas e falsas nas nossas mentes. Por isso, algumas pessoas têm feito sua parte
para mostrar que o CDV não é o que parece ser e colocá-lo no seu devido lugar: o lugar
reservado para os grandes besteiróis. E é este o objetivo deste texto: mostrar que o CDV
está repleto de mentiras e erros crassos.
Obviamente, o texto aqui apresentado não é um trabalho profissional, pois não sou
jornalista, crítico, escritor e nem historiador. Sou apenas um católico que estuda assuntos
religiosos e que quer, de uma forma simples, ajudar as pessoas a entenderem o quão falso é
o CDV.
Antes de tudo é preciso salientar que somos livres para ler e publicar o que quisermos,
desde que assumamos as conseqüências. Daí a passar a acreditar no que lemos também só
depende de nós mesmos. É aí que entra a pesquisa. Quando li o CDV, eu sabia que tudo
aquilo que o seu autor afirmava parecendo ser tudo tão verdadeiro, deveria ter uma
explicação e já durante a leitura encontrava alguns erros no livro. Foi então que me
interessei mais pelo assunto e resolvi pesquisar mais sobre o mesmo, principalmente quando
percebi que haviam pessoas acreditando em suas teorias mirabolantes.
Sim, há pessoas acreditando no livro. Mas quando eu apresentava minha indignação contra o
CDV, houveram os que me tacharam de fanático religioso, porque o livro não passava de
ficção e eu cometia a ousadia de querer provar sua farsa.
Mas é o próprio Dan Brown quem afirma que seu livro contém verdades históricas. Na página
preliminar do livro ele afirma: "Todas as descrições de obras de arte, arquitetura,
documentos e rituais secretos neste romance correspondem rigorosamente à realidade".
Numa entrevista na Rede de Televisão ABC, em 2003, no programa Good Morning América,
o repórter Charlie Gibson perguntou a Dan Brown: "Se escrevesse um outro livro só
contendo os fatos sobre O Código Da Vinci, ele seria muito diferente?" O autor respondeu:
"Não iria ser diferente [...] Fiz muitas pesquisas para esse livro. A teoria descrita no meu
livro é muito antiga e hoje sou um crente dessa teoria [...] Essa teoria faz muito mais
sentido para mim do que o que me foi ensinado quando era criança".
Dan Brown diz, então, ter escrito uma ficção que traz elementos que são fatos. Depois de
pesquisar sobre as afirmações de Brown no CDV, só se pode chegar a duas conclusões sobre
Somente quem não tem conhecimento no assunto ou quem não pesquisa sobre as
afirmações contidas no CDV poderá acreditar num livro tão cheio de mentiras (são vários os
sites da Internet que trazem informações a respeito, bem como os livros já publicados sobre
as farsas de CDV).
Mas, afinal, em que consiste tal livro que conseguiu gerar tanta polêmica?
A história começa no Museu do Louvre, em Paris, onde Silas, um monge albino vestido com
um manto, atira no estômago do curador Jacques Saunière. Silas é um membro numerário
da prelazia Opus Dei da Igreja Católica. Ele trabalha para um homem que conhece apenas
como o "mestre" (mais tarde ficamos sabendo que se trata de Sir Leigh Teabing, um bretão
ultra-rico e obcecado em encontrar o Santo Graal).
Jacques Saunière, foi baleado e pensou em passar sob forma de enigmas e anagramas as
informações secretas do Priorado de Sião para a sua neta Sophie Neveu, uma agente do
Departamento de Criptologia da Polícia Judiciária francesa e especialista em decodificação.
Jacques Saunière consegue ficar despido, faz um círculo no chão e se posiciona dentro do
círculo de forma semelhante ao desenho O Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci.
Saunière conseguiu escrever com o seu próprio sangue e com tintas visíveis e invisíveis ao
olho humano alguns símbolos e mensagens para a sua neta. Em uma dessas mensagens,
pede a Sophie Neveu que encontre Robert Langdon, um professor de simbologia religiosa da
universidade de Harvard.
O que o livro transmite, então, é que os apóstolos tentaram minar a idéia de que Jesus e
Maria Madalena eram "casados", para, assim, possuírem toda autoridade sobre o
cristianismo no lugar da esposa de Jesus. A Igreja Católica, ao descobrir isso, manteve a
mesma idéia fixa em apagar a figura de Maria Madalena, ou denegrir sua imagem, para não
perder seu poder. O CDV enumera muitos "fatos" que mostrariam que a Igreja forjou a Bíblia
que conhecemos hoje de acordo com seus interesses e sempre fez de tudo para destruir a
imagem da deusa feminina (Maria Madalena) em detrimento de sua autoridade masculina:
os Papas, bispos e padres. E as provas disso tudo seriam o Santo Graal. O Santo Graal teria
sido guardado e protegido pelo Priorado de Sião, que o mostraria ao mundo quando
chegasse o momento adequado. Seria o fim da Igreja Católica e de todas as religiões cristãs
conhecidas.
Pois bem, vamos então à análise do livro CDV, mostrando suas inverdades e erros crassos.
Sim, a descredibilidade do livro se deve a inúmeras falhas cometidas pelo autor Dan Brown.
O mesmo que afirma que o livro é fruto de inúmeras pesquisas, comete em seu livro muitas
distorções da realidade, o que caracteriza o CDV como um conjunto de tentativas sem
veracidade histórica, geográfica, artística e teológica para tentar destruir a fé no
cristianismo.
Porque basta pesquisar seriamente sobre o livro para descobrir que ele é uma grande
viagem fértil, que não apresenta fatos confiáveis e que seu autor tentou (de forma muito
criativa, é verdade) colocar no nosso subconsciente dados inconsistentes que provariam que
tudo que nos foi ensinado sobre Cristo é falso.
Vejamos, finalmente, quais são os inúmeros erros de Brown em seu livro, o que o
desqualifica como verdade histórica.
Porque o livro de Dan Brown chama-se O Código da Vinci? Segundo as teorias deste
livro, Leonardo da Vinci pertencia a uma sociedade secreta, o Priorado de Sião, uma
organização que tem como missão guardar e transmitir secretamente as "verdades"
sobre o cristianismo: Jesus era casado com Maria Madalena; esta deveria ser
cultuada como deusa, para elevar o culto ao feminino; Jesus teve uma descendência
com Madalena; a Igreja fraudou os evangelhos a seu favor para elevar o culto ao
masculino (e determinar a autoridade masculina sobre o cristianismo), etc. Esta
sociedade secreta ainda teria por missão esconder o Santo Graal (os restos mortais
de Maria Madalena).
Leonardo da Vinci, como membro do Priorado, teria transmitido todas essas idéias
através de códigos secretos em suas obras de arte. Mas esses códigos não passam
de especulação! Não existe nenhuma afirmação de Leonardo da Vinci que comprove
isso! Uma análise séria de suas obras não mostram nenhum código escondido. Tudo
o que Brown faz são suposições, outras milhões delas podem ser feitas sobre
qualquer obra artística. Enfim, não há nenhum documento histórico que comprove
que Leonardo da Vinci deixava "recados" escondidos em suas obras. De qualquer
forma, analisemos aqui as obras referidas por Brown para vermos até onde o autor
do CDV usa sua criatividade mirabolante.
Primeiro, vejamos o que Brown afirma sobre a Mona Lisa. No CDV afirma-se que o
quadro representa o próprio Leonardo travestido de mulher (uma alusão ao
feminismo "defendido" pelo pintor). Num diálogo entre personagens do livro, está
escrito: "É verdade que a Mona Lisa é o retrato do próprio Da Vinci, só que
travestido?" ... "É bem possível [...] Mona Lisa não é homem, nem mulher. Traz uma
mensagem sutil de androginia. É uma fusão de ambos" (p.130). Brown afirma
também que as palavras "Mona Lisa" são uma união do deus egípcio Amon com a
deusa egípcia Ísis, "cujo pictograma antigo era L’ISA [...] Amon L’isa" (p.131). E
conclui suas afirmações: "E esse, meus amigos, é o segredo de Da Vinci, o motivo do
sorriso zombeteiro da Mona Lisa" (p.131).
Qual a prova disso? Nenhuma! Todos os estudos sérios sobre a Mona Lisa indicam
que a mulher retratada é Lisa Gherardim. Donald Sasson, estudioso do assunto,
afirma: "O registro do Battistero di San Giovanni confirma que ela nasceu em
Florença, numa terça-feira, em 15 de junho de 1479. [...] Aos 16 anos, Lisa casou-se
com um homem dezenove anos mais velho e duas vezes viúvo: Francesco di
Bartolomeo di Zanobi Del Giocondo, um dignitário florentino. [...] Na época em que
Leonardo começou a pintá-la, ela já tinha tido três filhos, e um deles, uma menina,
havia morrido em 1499. [...] E até onde se pode verificar, Lisa não fez nada de
excepcional durante sua vida inteira, exceto sentar-se imóvel enquanto Leonardo a
Dizer que o nome Mona Lisa é a junção de nomes de deuses também é uma grande
invenção. Mona é o diminutivo de Madona (minha senhora, em italiano) (Mona Lisa –
A história da pintura mais famosa do mundo. Editora Record. Rio de Janeiro, RJ,
2004, p. 14) e Lisa é claramente o nome da mulher retratada.
Outro desvio de Brown foi classificar o sorriso de Mona Lisa como "zombeteiro". Este
tipo de sorriso discreto foi usado em outros quadros de Leonardo: São João Batista
(1513-1516); João Batista com atributos de Baco (1513-1516); A Virgem com o
menino de Santa Ana (1510); Dama com Arminho (1483-1490). Sasson também
explica esse uso: "Risos – em oposição a sorrisos – são raros nos quadros do
Renascimento, e nunca são usados quando a aristocracia e as classes mais altas são
representadas. Mona Lisa não ri; ela mostra comedimento e decoro. Um sorriso pode
ser considerado como um riso atenuado, como a palavra francesa, sou-rire – "sub-
riso" – e a raiz etimológica do latim, subridere, sugerem. No mundo altamente
codificado da vida da corte italiana do século XV, sorrisos não são deixados por conta
da iniciativa pessoal. Havia numerosos livros à disposição daqueles que desejassem
ser introduzidos no código apropriado de comportamento". (Mona Lisa – A história da
pintura mais famosa do mundo. Editora Record. Rio de Janeiro, RJ, 2004, p. 25).
Outro motivo que explica o sorriso de Mona Lisa é que "músicos, palhaços e outros
artistas ficaram entretendo a modelo, enquanto Leonardo a pintava" (citação de
Giorgio Vasari, biógrafo de artistas e comentarista sobre a Mona Lisa, em 1550).
"A tela mostrava a Virgem Maria de túnica azul, sentada com o braço em torno de
um bebê, presumivelmente o Menino Jesus. Diante dela se encontrava sentado Uriel,
também com um menininho, presumivelmente o pequeno João Batista. O estranho,
porém, era que, em vez da cena que costumeiramente se vê, de Jesus abençoando
João Batista, era João que estava abençoando Jesus... E Jesus mostrava-se submisso
à sua autoridade!" (p.148).
"O mais preocupante, porém, era que Maria estava com uma das mãos sobre a
cabeça do pequeno João e em um gesto decididamente ameaçador – os dedos
pareciam garras de águia agarrando uma cabeça invisível. Por fim, a imagem mais
amedrontadora e clara: logo abaixo dos dedos curvos de Maria, Uriel fazia com a
mão o gesto de quem corta uma cabeça – como se cortasse o pescoço da cabeça
invisível que a mão de Maria, em forma de garra, segurava" (pp. 148-149).
Segundo Brown esta obra foi feita em duas versões porque as freiras da confraria
(que não existem!) teriam recusado a primeira versão e exigido uma versão mais
branda, menos ameaçadora. Outra mentira. Sabe-se muito bem que a existência de
duas versões de A Madona das Rochas se deve ao fato de que Leonardo Da Vinci quis
vender a obra a um amante de arte que lhe oferecera muito mais que aquilo que a
Irmandade estava preparada para pagar. E assim foi feito, o tal amante de arte,
possivelmente Ludovico Sforza, comprou a primeira versão e cerca de 20 anos mais
tarde a confraria comprou uma segunda versão.
Por fim, a obra mais importante descrita por Brown: A Última Ceia. Só para começar,
Dan Brown chama esta obra de "afresco" quatro vezes na página 252 do CDV. Mas
esta obra não é, nem de longe, um afresco! É uma "técnica de óleo e têmpera sobre
gesso", que se encontra na parede do refeitório do Convento de Santa Maria delle
Grazie, em Milão. Brown erra logo na definição da obra.
Quais são as considerações mirabolantes que Brown faz sobre A Última Ceia em
CDV?
Dan Brown insinua que no quadro da última ceia de Jesus com seus apóstolos não foi
retratado o cálice onde Jesus teria servido vinho. Pelas teorias do CDV isso se deve
ao fato de que Leonardo Da Vinci quis dizer que o cálice sagrado (Santo Graal) é, na
verdade, uma pessoa! Essa pessoa seria nada mais, nada menos que Maria
Madalena! Realmente Brown esconde os fatos. Sabe-se que A Última Ceia foi feita
baseada no Evangelho de João, o qual não relata um cálice de vinho, mas apenas
conta que Jesus disse que havia, entre os apóstolos, um traidor (Judas Iscariotes).
Quem fala do cálice são os outros evangelhos da Bíblia (Mateus, Marcos e Lucas).
Portanto é natural que não houvesse um cálice nesta obra.
Pois bem, só que Brown parece não levar em conta que no Renascimento muitas
figuras masculinas foram retratadas com aspectos afeminados para dar mais pureza
nestes personagens. Este é o caso de João em A Última Ceia. Basta ver que neste
mesmo quadro, há um outro personagem retratado desta maneira: Felipe (o terceiro
à esquerda de Jesus). E agora? Será que podemos também dizer que Felipe é, na
verdade, uma mulher? Quem seria ela? Uma amante secreta de Jesus? Ele teve um
filho com ela também? Vê-se como é fácil criar uma teoria polêmica a partir de um
ponto insignificante?
Outra pergunta a fazer é: se a pessoa à direita de Jesus é Maria Madalena, onde está
o apóstolo João?
Não há nenhuma prova de que Maria Madalena está nesta obra. Dan Brown se
utilizou de uma teoria repetida. Esta idéia de Madalena na criação de Leonardo da
Vinci é velha e desbancada! Caso contrário os amadores de arte teriam toda uma
vida para descobrir quem são todas as mulheres escondidas nas figuras masculinas
do Renascimento.
Para mostrar a total descredibilidade artística de Dan Brown, basta ver a afirmação
de Erwin Lutzer, que é bacharel e mestre em artes, mestre em teologia e doutor em
direito, em seu livro "A fraude do Código Da Vinci", na página 70: "Quase tudo que
Dan Brown afirma sobre Leonardo (da Vinci) está errado."
2. E o Priorado de Sião?
O Priorado de Sião realmente existiu? Sim, mas não é nada do que Brown diz ser.
Segundo ele: "O Priorado de Sião – sociedade secreta européia fundada em 1099 –
existe de fato. Em 1975, a Biblioteca Nacional de Paris descobriu pergaminhos
conhecidos como Os Dossiês Secretos, que identificavam inúmeros membros do
Priorado de Sião, inclusive Sir Isaac Newton, Botticelli, Victor Hugo e Leonardo da
Vinci" (página preliminar).
Dados mais incorretos são impossíveis. Dan Brown confundiu duas organizações
diferentes. Ele confundiu o Priorado de Sião com a Ordem ou a Abadia de Sião. Esta
surgiu na Idade Média e foi dissolvida pelo Rei Luiz XIII da França no ano de 1619.
Já o Priorado de Sião foi criado somente em 20 de julho de 1953. O pedido de
autorização de constituição do Priorado foi efetuado a 7 de Maio de 1956, na Sub-
Prefeitura de Polícia de Saint-Julien-en-Genevois (Alta Sabóia), mediante uma carta
assinada pelos quatro fundadores: Pierre Plantard, André Bonhomme, Jean Deleaval
e Armand Defago. Portanto, conhece-se muito bem a origem do Priorado de Sião e
este não tem nada a ver (legalmente) com a Idade Média, nem com a Abadia de
Sião.
Pior: Plantard foi quem criou os falsos "Dossiês Secretos" e quem os depositou na
Biblioteca. Os ditos "pergaminhos conhecidos como os Dossiês Secretos" foram uma
invenção de Pierre Plantard, conforme desmascarado no programa The History of a
Mystery (A História de um Mistério) levado ao ar pela Time Watch BBC em 1996.
Portanto, fica claro que o Priorado de Sião, Os Dossiês Secretos e a ligação destes
com Leonardo Da Vinci, não passam de armação, de uma fraude já desmascarada
pela justiça francesa.
3. A divindade de Jesus
Segundo o CDV Jesus foi considerado um ser humano comum, e só a partir do Concílio de
Nicéia, em 325 d.C., passou-se a considerá-lo como Filho de Deus:
Vários escritos mostram o contrário. Jesus sempre foi considerado divino pelos cristãos.
Basta ver que todos os apóstolos de Jesus foram martirizados exatamente por afirmarem
que ele é o filho de Deus e ressuscitou dos mortos:
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus [...] E o Verbo
se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória,
glória como do unigênito do Pai" (Jo 1, 1.14).
"Mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e cetro de eqüidade é
o cetro do seu reino" (Hb 1, 8).
Estes textos foram escritos pelos apóstolos, já no século I. Como pode então alguém dizer
que só no século IV Jesus passou a ser divinizado?
Fontes cristãs não bíblicas também provam que Jesus era considerado como Deus antes do
Concílio de Nicéia. Inácio, martirizado por sua fé em cerca de 117 d. C. chamou Jesus de
Deus: "Pois o nosso Deus, Jesus o Cristo, foi concebido no ventre de Maria, segundo uma
dispensação, da semente de Davi, mas também do Espírito Santo; e Ele nasceu e foi
batizado" .
Não está se discutindo aqui se Jesus é divino ou não. Isto depende da fé de cada um. Mas
nota-se claramente de que a idéia de que ele não era um homem comum existe desde o
século I e não a partir do século IV.
Plínio, o Jovem, foi governador romano da Bitínia e escreveu no ano 112: "...os cristãos
estavam habituados a se reunir [...] e cantar um cântico a Cristo, que eles tinham como
Deus." (Epístolas, I.X 96).
Luciano de Samosata (170 d.C.) escreveu uma carta hostil sobre o cristianismo na qual
afirmou: "Os cristãos, como todos sabem, adoram um homem até hoje - o distinto
personagem que iniciou seus novos rituais – e foi crucificado por causa disto."
Flávio Josefo (37-100 d.C.), um famoso historiador judeu afirmou em seus escritos sobre
a impossibilidade de Jesus ser um homem. Ele o identificou como o Messias: "Cerca desta
época viveu Jesus, um homem, se de fato podemos chamá-lo homem. Pois ele foi
alguém que realizou feitos surpreendentes e ensinou as pessoas que aceitavam alegremente
a verdade. Ele atraiu muitos judeus e gregos. Era o Messias."
Então, de onde Dan Brown tirou a informação que a divindade de Jesus foi inventada só no
ano 325?
Além disso é um equívoco dizer que o Concílio de Nicéia debateu se Jesus era divino ou não.
Na verdade, o Concílio debateu uma heresia, o Arianismo, que afirmava que Jesus não era
divino por natureza, ou seja, negava que ele teria existido desde sempre (sendo Deus desde
sempre), mas afirmava que ele teria sido criado posteriormente (mas divino) por Deus.
Dan Brown ainda comete a gafe de afirmar que, neste concílio, Jesus foi considerado divino
numa eleição que teve um resultado "meio apertado" (p. 250). O autor de CDV deve rever
seus conceitos, pois a votação que ele diz ter sido apertada foi assim: 300 bispos a favor da
divindade por natureza de Jesus e apenas 5 contra essa idéia. Apertada???
Dan Brown comete o absurdo de afirmar que os evangelhos da Bíblia (Mateus, Marcos, Lucas
e João) foram fraudados, de modo a divinizar Jesus, apagar a figura de Maria Madalena
como líder dos cristãos e colocar os apóstolos como líderes da Igreja.
Este absurdo se esfacela quando estudamos a origem dos evangelhos, o que prova sua
autenticidade.
Sabemos que os originais dos evangelhos foram perdidos devido a fragilidade do material em
que foram escritos, o papiro (pele de ovelha).
O que temos hoje dos evangelhos são cópias desses originais chamados papiros (os mais
antigos), códices unciais (escritos em códigos maiúsculos), códices minúsculos (escritos em
códigos minúsculos) e os lecionários (textos para a liturgia).
São cerca de 5236 manuscritos comprovados como autênticos pelos especialistas. Estes
manuscritos estão distribuídos pelo mundo em vários centros de pesquisas ou museus e a
maioria deles não está sob poder da Igreja Católica. Existem escritos na Filadélfia, Florença,
Viena, Paris, Londres, Estrasburgo, Berlim, Londres, Cambridge, Moscou, São Galo, Oxford,
Gênova, Nova York, Cairo, etc. Só há um código, datado do século IV no Vaticano. Isso
mostra que os evangelhos não estão sob poder da Igreja e que qualquer grupo de pesquisa
pode estudá-los. A Igreja não tem o poder de decidir quem estuda sobre eles. Portanto, se
há alguma fraude, ela pode ser descoberta. Os documentos estão à disposição para os
pesquisadores.
Quanto aos outros escritos do novo testamento, eles datam dos séculos III ao VI (estamos
falando das cópias, não dos originais, estes foram escritos por volta do século I, logo após a
vida de Jesus). Desta forma, temos cópias muito próximas dos originais. Se comparamos
com outros clássicos da literatura, vemos que as cópias que temos deles hoje estão muito
mais distantes dos originais do que as cópias dos evangelhos. Por exemplo, os escritos de
Virgílio distanciam-se da 1ª cópia em cerca de 350 anos; os de Júlio César, em cerca de 900
anos; os de Platão, em cerca de 1300 anos; os de Tucídedes, em cerca de 1300 anos, os de
Eurípedes, em cerca de 1600 anos! Ninguém questiona se esses escritos foram fraudados,
mas quando se trata da Bíblia...
Mas Dan Brown não foi o único a levantar a hipótese falsa de que os evangelhos foram
fraudados. Os racionalistas dos séculos XVII e XVIII se empenharam em destruir a
autenticidade dos evangelhos. Querendo mostrar que os evangelhos eram uma farsa,
estudaram-nos durante muito tempo, tendo a certeza de que iriam provar ao mundo que
eram as grandes mentiras da Igreja. A que conclusões chegaram? Vejamos com suas
próprias palavras:
Renan, racionalista francês: "Em suma, admito como autênticos os quatro evangelhos
canônicos".
Harnack, racionalista alemão: "O caráter absolutamente único dos evangelhos é, hoje em
dia, universalmente reconhecido pela crítica."
Streeter, grande crítico inglês: "Os evangelhos são, pela análise crítica, os que detém a
mais privilegiada posição que existe."
Hort e Westcott, os mais exigentes críticos do século XIX: "As sete oitavas partes do
conteúdo verbal do Novo Testamento não admitem dúvida alguma. A última parte
consiste, preliminarmente, em modificações na ordem das palavras ou em variantes sem
significação. De fato, as variantes que atingem a substância do texto são tão poucas, que
podem ser avaliadas em menos da milésima parte do texto." E eles ainda disseram:
"Trabalhamos febrilmente durante 50 anos para extrair as pedras da cantaria que
servirão de pedestal à Igreja Católica?"
Sim, os críticos trabalharam para destruir os evangelhos durante 10, 20, 30, 40, 50 anos
para desmentir os evangelhos canônicos, mas só conseguiram construir um pedestal para a
Igreja. Como agora, Dan Brown em apenas alguns anos de estudos, conseguiria
descredibilizar a Bíblia?
5- Os livros apócrifos
No CDV há algumas referências sobre os livros apócrifos. Os livros apócrifos são aqueles que
não estão contidos na Bíblia, mas contam a história do povo de Deus (já os livros canônicos
são aqueles que foram inseridos na Bíblia). Alguns dos apócrifos são fantasiosos, outros até
podem ser verdadeiros, mas fogem demais da idéia central da Bíblia: a mensagem de Jesus
Cristo. Por isso a Igreja não os colocou na Bíblia. Em CDV, no entanto, Brown afirma que a
Igreja ignorou totalmente esses livros porque eles seriam a prova de que Jesus não era
divino, foi casado com Maria Madalena e não quis fundar nenhuma religião.
A arte cristã valeu-se muito dos apócrifos. Sejam recordados os ícones bizantinos, a Divina
Comédia de Dante Alighieri, o Paraíso Perdido de Miíton, a Messíade de Klopstock.
É de lembrar ainda que até o fim do século IV houve cristãos que atribuíram a alguns
apócrifos (a Didaqué, as epístolas do pseudo-Barnabé, o Pastor de Hermas...) o valor de
palavra inspirada. As dúvidas cessaram em 393, quando o Concílio regional de Hipona definiu
o catálogo (cânon) sagrado como ele é hoje na Igreja Católica, com seus 73 livros; a mesma
definição foi repetida pelos Concílios de Cartago III (397), Cartago IV (419), Trulos (692),
pelo Concílio geral de Florença (1442), pelo de Trento (1546) e pelo do Vaticano I (1870).
Outra prova da não contemporaneidade desse apócrifo e Jesus é a afirmação que o autor faz
de que o jubileu judaico era comemorado a cada 100 anos. Na verdade sabe-se que tal
jubileu era comemorado a cada 50 anos. Ora, Barnabé, sendo judeu, deveria saber disso!
Logo, não foi Barnabé quem escreveu esse livro.
Este é apenas um dos exemplos que mostram como nem todo apócrifo é autêntico. Há ainda
apócrifos que falam que Jesus, quando criança, incinerava seus coleguinhas quando estes
esbarravam nele. Outros, como o apócrifo de Tomé, afirmam que Jesus teria dito que
transformaria Maria Madalena em um homem, para que ela pudesse fazer parte da Igreja:
"Simão Pedro disse a eles: Que Maria se afaste de nós, pois as mulheres não merecem viver.
Jesus disse: Ó conduzi-la-ei, para eu possa torná-la homem, para que ela possa também
tornar-se espírito vivente, à semelhança de vós, homens. Pois toda mulher que se fizer
homem entrará no reino do céu". (Apócrifo de Tomé)
Outro fato interessante que prova como Brown manipula os dados: ele cita os 2 já
mencionados evangelhos apócrifos, mas não cita que um outro evangelho apócrifo, o de
Tomé, que também foi encontrado em Nag Hammadi na mesma época. Porquê? Como já
vimos é neste evangelho que Jesus teria dito que "toda mulher que se fizer homem entrará
no reino do céu." Obviamente, se Brown mencionasse este escrito, toda a sua teoria de que
Jesus quis elevar Maria Madalena como deusa feminina cairia por terra. A saída de Brown
para apagar esta contradição entre os apócrifos foi simplesmente esquecer o apócrifo de
Tomé.
Mas no livro CDV há referências de que todos os apócrifos podem ser verdadeiros. Mas
como, se entre eles há muitas contradições?
Dan Brown fala do apócrifo de Felipe como sendo referência para o "casamento" de Jesus e
Maria Madalena. Cita trechos do apócrifo de Maria Madalena que provavelmente também é
falso, mas este não fala que Jesus e Maria Madalena eram "casados", apenas relata que
Madalena conhecia segredos de Jesus. Se os apócrifos que Dan Brown cita são verdadeiros,
como num deles pode haver referência sobre o "casamento" de Jesus e em outro (escrito
pela suposta "esposa" de Jesus) não haver alusão clara a isso? Será que Maria Madalena não
citaria em seus escritos (se é que ela sabia escrever) que ela era casada com Jesus, se assim
o fosse? Bom, isso só mostra que esses apócrifos são muito contraditórios, portanto nem
todos podem ser verdadeiros.
Dan Brown vai ainda mais longe. Ele afirma que no apócrifo de Felipe está escrito que Jesus
provocava ciúmes nos apóstolos, pois beijava Maria Madalena constantemente na boca. Pura
invenção! O apócrifo de Felipe foi danificado pela ação do tempo, faltando fragmentos neste
pergaminho. Desta forma não aparece a palavra boca nesta citação. A única coisa que
podemos ler neste trecho deste apócrifo é (as partes entre colchetes são ilegíveis no
original): "E a companheira de [...] Maria Madalena [amou] a ela mais que a [todos] os
discípulos e [costumava] beija-la [sempre] na [...]". A partir deste texto Dan Brown,
e outras pessoas inventam o resto e escrevem: "E a companheira de [Jesus foi] Maria
Madalena. [Ele amou] a ela mais que a [todos] os discípulos e [costumava] beija-la
[sempre] na [boca]". Onde Brown afirma estar escrito boca, poderia muito bem
estar escrito face, testa, mão. Mas claro, se Brown não usasse a palavra boca, ele
não criaria polêmica.
Se não bastasse essa mentira, Dan Brown comete o erro de afirmar no CDV, ainda
sobre este trecho do apócrifo de Felipe: "Como qualquer estudioso do aramaico poderá
lhe explicar, a palavra companheira naquela época literalmente significava esposa" (p.233)
Estudioso em aramaico? Mas o evangelho de Felipe foi escrito em copta (egípcio) e não
aramaico. Que tipo de estudioso é Dan Brown? Sem contar que a palavra referida Koinonos,
que é uma palavra grega e não aramaica, significa amizade; comunidade; companheirismo.
Se a intenção fosse afirmar um casamento a palavra mais usada seria Gyné, que significa
esposa.
O apócrifo de Felipe também é um livro duvidoso. Este escrito afirma que Jesus mudava de
aparência para se apresentar a certas pessoas; diz que não se deve rezar no inverno, porque
o inverno é o mundo, e o verão é o outro mundo e pior; afirma que só as mulheres virgens
entrarão no paraíso (o que impede a reprodução humana!). É este livro que Dan Brown
queria que a Igreja colocasse na Bíblia como palavra inspirada por Deus? Sobre ele, Philip
Jenkins, professor de História e Estudos Religiosos da Penn State University, afirma em seu
livro, Hidden Gospels (Evangelhos Secretos): "O Evangelho de Felipe não data de jeito
nenhum do século I, os estudiosos o datam do século III, cerca de 200 anos após Jesus
ter vivido, e, portanto, não é produto do discípulo Felipe do livro de Atos, a menos que
ele tenha vivido pelo menos 310 anos! Isto seria tão distante do nosso tempo como a
Outro apócrifo citado no CDV, como já dito, é o apócrifo de Maria Madalena. Mas este livro
também não é um dos mais confiáveis. Ele é um documento gnóstico que não reflete a
realidade encontrada entre os judeus palestinos do século I (o gnosticismo acredita que
Jesus não se encarnou, mas que o espírito de Cristo se apossou dele no seu batismo e o
abandonou na sua morte). Jenkins nota que os fragmentos mais antigos datam do século III,
e a maioria dos estudiosos não o datam de antes de 180-200 d.C. Logo, não foi escrito por
Madalena.
É óbvio que Dan Brown não se ateve a estes dados que mostram como esses apócrifos não
são confiáveis. Aliás, qual teria sido a intensidade de estudo sobre os apócrifos feitos por
Brown? Afinal, até a data de sua descoberta, como já vimos, ele desconhece e mostra
claramente isso ao afirmar: "Felizmente para os historiadores [...] alguns dos evangelhos
que Constantino tentou erradicar conseguiram sobreviver. Os pergaminhos do mar morto
foram encontrados nos anos 1950 escondidos em uma caverna próxima a Qumran, no
deserto da Judéia." (p.234). Se Brown estudasse 3 anos a mais talvez saberia que estes
pergaminhos foram descobertos em 1947 e não na década de 50.
Todos esses erros cometidos em CDV sobre os apócrifos bastam? Não. Brown conseguiu
errar ainda mais. No livro há a afirmação de que a Igreja Católica "tentou bastante suprimir
a liberação desses pergaminhos" e impede que estudos sejam realizados sobre eles. É, mais
uma vez o autor mentiu, ou desconhece os fatos, pois os textos de Nag Hammadi estão sob
custódia do Estado de Israel e pesquisadores de todos os credos trabalham livremente com
eles. A Igreja não tem nada a ver com isso.
Disto tudo, só podemos concluir que os apócrifos não constituem uma fonte confiável sobre a
vida de Jesus, diferentemente dos evangelhos canônicos, que, a crer nos estudiosos, são
autênticos.
Uma das teorias do CDV diz que o imperador romano Constantino foi quem decidiu
que Jesus deveria ser considerado divino e quais seriam os livros inseridos na Bíblia
de forma a implantar o machismo e a autoridade masculina na Igreja e na sociedade.
Este absurdo histórico pode ser visto nos trechos de CDV a seguir:
"A Bíblia, como a conhecemos hoje, foi compilada pelo imperador romano pagão,
Constantino o Grande"(p.220).
"Felizmente para os historiadores [...] alguns dos evangelhos que Constantino tentou
erradicar conseguiram sobreviver."
"Até aquele momento da história, Jesus era visto pelos seus discípulos como um
mero profeta mortal... um grande e poderoso homem, mas que não passava de um
homem. Um mortal... Constantino promoveu Jesus a divindade quase três séculos
depois de sua morte"(p.221).
- João chamou seus escritos de "Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu
para mostrar aos seus servos" e afirmou que eles são "a palavra de Deus e o
testemunho de Jesus Cristo" (Ap 1, 1-2).
Outros cristãos influentes dos primeiros séculos da Igreja citam os escritos que
foram inseridos no Novo Testamento:
- Irineu (130 - 200 d.C.), discípulo de Policarpo, que foi discípulo de João, cita a
maioria dos livros do Novo Testamento e a eles se refere como "Escrituras".
Desta forma, vê-se que bem antes de Constantino já se tecia a idéia da inspiração
divina e da importância cristã dos escritos que mais tarde foram incluídos na Bíblia.
Outro equívoco de Brown foi afirmar que Constantino influenciou o Concílio de Nicéia
a votar a favor da divindade de Jesus. Como já vimos, este Concílio não debateu
sobre a divindade de Jesus ou não, mas sim se ele era divino desde sempre ou se foi
criado divino por Deus. De qualquer forma, Constantino não influenciou as decisões
deste concílio. Sabe-se que o imperador reuniu o concílio em Nicéia, pagou as
despesas das viagens dos que compareceram e disponibilizou um palácio aos
participantes, mas ele não teve nenhuma autoridade teológica, tanto que se recusou
a se sentar diante dos bispos porque não era batizado, ainda.
As besteiras em torno de Constantino não param por aí. No CDV podemos ler: "O
Cristianismo guardava o sábado judeu [sabbath], mas Constantino mudou o dia para
coincidir com a veneração pagã do dia do sol [sunday – domingo]" (pp.232-233).
Mais uma vez Brown desconhece a história, pois o domingo era guardado pelos
cristãos bem antes de Constantino:
- Justino (150 d.C.) descreve o domingo como o dia em que os cristãos se reúnem
para ler as escrituras e guardar sua assembléia, pois este dia é o primeiro da
criação, e também o da ressurreição: "Reunimo-nos todos no dia do sol, porque é o
primeiro dia após o Sábado dos judeus, mas também o primeiro dia em que
Deus, extraindo a matéria das trevas, criou o mundo e, neste mesmo dia, Jesus
Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos."
- A Didaché [ou ensinamento dos doze apóstolos] (70-75 d.C.) instrui os cristãos a:
"No dia próprio do Senhor, reunam-se, partam o pão e agradeçam".
Mais uma vez Brown tentou descredibilizar o cristianismo, mas usou argumentos
falsos para isso.
7. Jesus, um celibatário
Além de usar os apócrifos, que como já vimos, não são fontes seguras, Dan Brown
usa um argumento um tanto duvidoso para "provar" que Jesus era casado:
"[...] Jesus como um homem casado faz muito mais sentido do que nossa visão
bíblica comum, de vê-lo como solteiro [...] Porque Jesus era judeu [...] o decoro
social durante aquele tempo virtualmente proibia um homem judeu de não ser
casado. De acordo com o costume judeu, o celibato era condenado, e a obrigação de
um pai judeu era encontrar uma esposa adequada para o seu filho. Se Jesus não era
casado, pelo menos um dos evangelhos da Bíblia mencionaria isso e ofereceria
alguma explicação para o seu estado não-natural de solteiro". (p. 245).
É certo que alguns rabinos judeus pregavam essa idéia. Mas isso não era uma lei,
nem era seguido por todos. Muitas pessoas, geralmente os profetas e os sábios
judeus viviam o celibato: Jeremias, Banus, João Batista, Elias, alguns apóstolos de
Jesus, Paulo etc. Porque então o maior profeta de todos os tempos, Jesus de Nazaré,
seria diferente? Até mesmo o judeu rabino Galileu Pinhas ben Yair, religioso devoto
do século II, ensinou que a abstinência sexual era essencial para se receber a
sabedoria profética do Espírito Santo.
Ainda mais: já que Dan Brown usou os livros encontrados em Nag Hammadi para
fortalecer sua tese, porque ele não cita que os moradores desta região, os essênios,
eram quase todos celibatários?
Desta forma vemos que nenhum decoro social da época obrigava os judeus a se
casarem. Alguns rabinos o faziam, mas certamente eles não eram seguidos por
todos.
Paulo ainda diz ter o direito de ser casado, embora ele não o fosse e cita como
exemplos alguns apóstolos de Jesus que eram casados. Ora, se Jesus fosse casado,
Paulo teria o usado também como um exemplo, seria o seu maior exemplo, mas se
não o citou é porque Jesus era celibatário: "Não temos nós o direito de levar conosco
uma esposa crente como fazem os outros apóstolos, os irmãos do Senhor e Pedro?"
(1Cor 9,5).
Um outro ponto que faz cair por terra a afirmação de Brown, é que, segundo ele,
Jesus seria casado para seguir o costume da época. Que absurdo! Jesus foi um
revolucionário. Ele sempre contrariou as expectativas. Sempre quebrou protocolos e
nunca se deixou levar por vãs tradições. Por isso falava com os pecadores; jantava
com prostitutas e cobradores de impostos; seus apóstolos eram homens comuns e
pobres; atacou os comerciantes do templo, desafiou os doutores da lei judaica, etc.
Jesus nunca foi alguém que se curvava diante de "decoros sociais da época".
O que é preciso entender é que Jesus poderia sim ter sido casado. Não haveria nada
de errado nisso se essa fosse a sua vontade. Mas ele não foi e a verdade deve ser
dita.
Outro erro que se comete é dizer que a Igreja vê o sexo com "maus olhos". Para a
Igreja o sexo é algo querido por Deus, se não o fosse ele não seria parte da natureza
humana. O que a Igreja prega é a abstinência sexual antes do casamento. A Igreja
entende que o ato sexual é reservado aos casados. Mas isso não quer dizer que o ato
sexual é visto como mal pelos católicos.
Vejamos o que diz o Catecismo da Igreja Católica, documento oficial que resume a
doutrina católica: "Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente
são honestos e dignos. Quando realizados de forma verdadeiramente humana,
significam e favorecem a mútua doação pela qual os esposos se enriquecem com o
coração alegre e agradecido. A sexualidade é fonte de alegria e de prazer. O próprio
Criador estabeleceu que nesta função (i.é, de geração) os esposos sentissem prazer
e satisfação do corpo e do espírito. Portanto os esposos não fazem nada de mal em
procurar este prazer" (CIC, parágrafo 2362).
Fica claro que a Igreja vê o sexo como algo belo, desde que realizado corretamente.
Já o celibato é a renúncia de uma vida matrimonial para se buscar uma vivência mais
forte do evangelho, dedicando-se exclusivamente à causa de Cristo. Isto também é
muito bem visto pela Igreja e foi o caminho escolhido pelos padres, bispos, freiras,
etc. À exemplo de Jesus.
Segundo o CDV, A Igreja denegriu a imagem de Maria Madalena para que ela ficasse
bem longe de ser a deusa feminina. Assim, a Igreja a classificou como prostituta e
apagou sua dignidade.
Ora, Maria Madalena sempre foi reconhecida como uma mulher exemplar e não uma
mera pecadora. Sua história sempre foi conhecida dos cristãos através da Igreja.
Para a Igreja, Madalena não é somente uma prostituta, mas teria sido uma prostituta
Portanto, realmente não é claro que Maria Madalena era prostituta, mas há indícios
disso.
Mas também é falso dizer que por ter sido considerada prostituta, sua imagem foi
destruída. Pois não é uma prostituta qualquer, é a prostituta que abandonou tudo
para seguir Jesus. Foi ela a primeira a ver o Cristo ressuscitado e quem foi anunciar
a ressurreição de Jesus aos apóstolos. Ela foi, sem dúvida nenhuma, uma grande
discípula, querida por Jesus. Mas daí a querer colocá-la como esposa de Jesus, já é
um exagero, pois isso não se confirma bíblica nem historicamente.
Aliás todos os discípulos de Jesus são assim, não só Madalena. Pedro era um
pescador rabugento, intransigente, que duvidou que Jesus poderia trazer bom
resultado em sua pescaria, duvidou que Jesus poderia fazê-lo andar sobre as águas,
negou Cristo 3 vezes! Mas Jesus o constitui líder da Igreja: "Apascenta minhas
ovelhas" (Jo 21, 15-17). Paulo era o grande perseguidor dos cristãos, ele os odiava.
Todos os cristãos o temiam. Até que ele se encontrou com Jesus e se tornou um dos
seus maiores pregadores. Alguns apóstolos disputavam entre si o melhor lugar...
Sim, os seguidores de Jesus eram pessoas fracas, pecadoras, ambiciosas. Mas todos
mudaram de vida ao entenderem a sua mensagem. Basta ver que todos os
apóstolos, um a um, foram martirizados por causa de sua fé em Jesus. Não foi
somente Madalena que se converteu.
Portanto, dizer que a Igreja marginalizou Madalena não faz sentido. Se assim o
fosse, todos os apóstolos seriam marginalizados com ela, pois todos tinham seus
pecados.
Ao ser declarada santa, Maria Madalena foi elevada à dignidade de exemplo para os
católicos. A pecadora que soube compreender a mensagem de Cristo.
Segundo o CDV o Opus Dei é uma "Prelazia pessoal do Papa", uma forte organização
católica, cheia de corrupção e desejos obscuros. Brown acusa o Opus Dei de
influenciar a Igreja em vários aspectos, de manipular seus integrantes, de obrigar
seus membros a se mutilarem, etc.
No contexto do romance, um dos altos membros do Opus Dei (um bispo) foi
incumbido pela Igreja de descobrir os segredos do Priorado de Sião e apagá-los da
história. Para tal, este bispo manda um outro membro, o monge Silas, assassinar
integrantes do Priorado, para assim, morrerem com eles os segredos do casamento
de Jesus com Maria Madalena.
Vários erros são cometidos no CDV em relação ao Opus Dei. A começar pela própria
definição do Opus Dei (Brown é especialista em errar logo na definição das coisas).
Dan Brown diz que o Opus é uma "Prelazia pessoal do Papa." O que entende-se por
isso? Deve ser uma organização fortemente ligada ao papa, de confiança e relação
total do papado, como se o papa fosse seu líder mais próximo ou se o Opus Dei o
influenciasse diretamente.
Mas não é nada disso. O Opus Dei não é uma Prelazia pessoal do Papa. É uma
prelazia pessoal, da Igreja e não do papa. Isso quer dizer que é uma prelazia que
não está ligada a nenhum território, mas à qual o indivíduo se vincula
pessoalmente, independente de onde o membro viva. Seria como uma paróquia
virtual, sem demarcação territorial. Obviamente, é uma prelazia aprovada pelos
papas que a conheceram e que se submete ao papado, mas não se pode dizer que o
papado está intimamente ligado a ela, como se ele a controlasse diretamente ou
vice-versa. O prelado do Opus Dei responde à Sagrada Congregação para os Bispos.
Segundo o site oficial do Opus Dei no Brasil, ele "é uma Prelazia pessoal da Igreja
Católica. Foi fundado em Madrid a 2 de outubro de 1928 por São Josemaría Escrivá.
Atualmente pertencem à Prelazia cerca de 80.000 pessoas dos cinco continentes".
O total desconhecimento de Brown acerca desta prelazia é tamanho que ele insere
no CDV como um dos membros do Opus Dei um monge. Esperava-se que, para
criticar o Opus Dei, o autor o conhecesse. Ora, não há, nem nunca houve um monge
como membro numerário do Opus Dei. Se Brown conhecesse bem a prelazia, ele
poderia ter colocado um padre ou até mesmo um leigo como membro do Opus Dei
no seu romance. Mas não um monge.
Quanto às outras críticas em relação ao Opus Dei que se têm feito em vários livros e
na imprensa, que se tornaram ainda maiores após a publicação de CDV, ao que tudo
indica, trata-se mais de incompreensão do modo de ser católico do que realidade.
Sem entender o que o catolicismo prega é impossível viver o Opus Dei. Por isso,
algumas pessoas se decepcionam com o Opus Dei. Em geral, essas pessoas
"conhecem" a Igreja Católica através do Opus Dei, como membros dele. Sua filosofia
de vida não é para qualquer um. Só uma pessoa de formação católica consistente
pode entender e viver o Opus Dei.
A Igreja Católica vive uma unidade, mas não uma uniformidade. E nem o quer. A
Igreja, presente em todo o mundo, entende que não é possível fazer com que todos
vivam do mesmo modo. Por isso, desde sempre o catolicismo ofereceu aos seus fiéis
diversos modos de vida cristã. Todos esses modos de vida são centralizados num
único ponto, numa única fé: Jesus Cristo e seus ensinamentos. Assim, qualquer que
seja o modo de vida do católico, ele deve estar enraizado na doutrina e moral oficial
da Igreja. Desta forma todos os católicos tem certas obrigações comuns: crer na
Santíssima Trindade, orar, ler a Bíblia, receber os sacramentos (batismo, eucaristia,
confissão...), participar da missa ao menos aos domingos, preocupar-se com o
É neste contexto que se insere o Opus Dei. Esta prelazia segue a doutrina católica,
mas a seu modo. Modo este que pode sim ser considerado mais ortodoxo, mas não
contrário ao catolicismo. Mais ortodoxo no sentido de que seus membros são
fortemente influenciados para viverem de fato o catolicismo, isto é, o Opus Dei exige
que os católicos membros não vivam uma religião de aparências, mas sim uma
religião convicta, de verdade. E não há nada de errado nisso. Isso diferencia o Opus
Dei de outros segmentos da Igreja. Por exemplo, a Renovação Carismática Católica:
ela prega os mesmos princípios básicos do catolicismo, assim como o Opus Dei, mas
não vigia para que seus membros vivam esses princípios, a consciência de cada um é
que dita sua vivência. Já o Opus Dei, ao que tudo indica, o faz, de certa forma, mas
não de um jeito absurdo, totalitário. São modos diferentes de viver a fé católica, e
ambos estão corretos. Também é mais ortodoxo no sentido de que a vivência do
Opus Dei é mais radical (desde que não se entre no campo do fanatismo, a vida
radical do cristianismo é bem vista pela Igreja), com obrigações nem sempre
entendidas por todos. É aí que surgem muitas incompreensões e críticas em relação
ao Opus Dei. Mas o que muita gente não entende é que o Opus Dei não contradiz em
nada a doutrina católica: oração, evangelização, doação de bens à Igreja, prática da
caridade, renegar o pecado, sacrifícios físicos pelo perdão dos pecados (desde que
não se prejudique a saúde, claro)...nada disso contradiz o catolicismo.
Para resumir, as próprias palavras do site oficial do Opus Dei deixam bem claro qual
é a sua missão:
Lógico que tudo isso traz consigo certas exigências e só um católico convicto poderá
suportá-las. Afinal, a porta que leva à salvação, segundo Jesus Cristo, é a porta
estreita.
Portanto, o que se criou em CDV é uma espécie de "saco de pancadas". O Opus Dei
virou um alvo. Obviamente, como em toda organização humana, podem existir erros
no Opus Dei, assim como eles ocorrem em toda a Igreja, santa e pecadora. Mas
Para ilustrar melhor o que é o Opus Dei, segue abaixo o depoimento de Lenise
Garcia, uma numerária da prelazia pessoal há mais de 30 anos, que nos conta qual é
a sua experiência com o Opus Dei:
"São Josemaria dizia que o Opus Dei causa estranheza a alguns pelo fato de não ser
estranho. Isso é uma grande realidade, pois a vida de um fiel de Opus Dei é muito
normal: trabalho, família, hobbies, livre atuação na sociedade. Para alguns essa
normalidade não convence, por isso procuram coisas estranhas, que justifiquem o
"verdadeiro motivo" que faz alguém ser do Opus Dei. Especialmente no caso das
pessoas sem fé, "amor a Deus" não é um motivo razoável, que possa explicar a
entrega de uma vida. Portanto, é necessário que haja (no seu entender) outro
objetivo, oculto.
Outra questão é que o Opus Dei normalmente não atua "em grupo". Eu recebo
formação católica no Opus Dei, depois atuo como a minha consciência me indica, de
acordo com minhas preferências e opções. O Opus Dei não responde por aquilo que
eu faço, tenho minha responsabilidade pessoal. Isso faz com que o Opus Dei não
seja "visto" com muita facilidade. Mas, novamente, nada há de segredo. O sal da
comida não se vê, mas se percebe o seu efeito. Cristo nos disse que temos que ser
sal.
Viver o espírito do Opus Dei é simplesmente isso: dar sentido cristão a todas as
nossas ações, grandes ou pequenas. O verdadeiro valor de uma ação está no amor a
Deus com que a fazemos.
o É falso que a vida de Jesus tenha sido "registada por milhares de seguidores
em todo o mundo" (p.231), como afirma Brown. Milhares, que exagero!
Jesus não tinha sequer milhares de seguidores fixos e muito menos letrados.
o Brown comenta que a união de Jesus com Maria Madalena é um tema "mais
que explorado pelos historiadores modernos." Seria interessante ele citar
pelo menos um nome de algum historiador famoso que estuda esse assunto.
o No livro, Teabing, uma personagem do romance, diz: "A Bíblia não foi
enviada via fax do céu... a Bíblia é o produto do homem minha querida, não
de Deus. A Bíblia não caiu magicamente das nuvens" (p.231). Sério? Nossa!
Que novidade! Brown deveria receber um prêmio por essa afirmação! Só se
for da Associação Nacional de Tradutores Autônomos (A.N.T.A.). Piadas a
parte, a Igreja nunca escondeu que a Bíblia foi escrita por homens,
inspirados por Deus, mas homens, comuns como cada um de nós.
o Dan Brown afirma que o cristianismo possui " vestígios de religiões pagãs"
(p.232). Esta foi uma forma de desmerecer o cristianismo, como se a fé
cristã nada mais fosse do que uma cópia de outras crenças antigas. Bom, é
verdade que algumas crenças do cristianismo têm relação com crenças
pagãs. Mas essa relação é de vitória ideológica, não de cópia. Por exemplo,
a data do nascimento de Jesus, 25 de dezembro. Jesus não nasceu nesta
data. A Igreja determinou esta data para comemorar o nascimento de Cristo
como uma forma de se opor ao festival pagão do solstício de inverno,
Saturnalia, comemorado pelos romanos. É como se a Igreja afirmasse que
Sarturnalia não deveria ser adorado nesta data, mas sim o verdadeiro Deus,
que para os católicos se fez homem na pessoa de Jesus Cristo. Assim sendo,
não é uma cópia, mas uma substituição ideológica.
o No Capítulo 77 Brown faz alusão sobre um nome próprio, Sesaque, que ele
diz ser "mencionado repetitivamente no livro de Jeremias". Este nome é uma
palavra código para Babilônia. Isso é verdade, mas é um exagero dizer que
algo mencionado duas vezes (Jer 25,26, Jer 51,41) é mencionado
"repetitivamente". Novamente, Dan Brown mostra que não entende nada
sobre o assunto religioso ou que manipula dados em favor de sua teoria.
No capítulo 60 do CDV lemos que "foram feitos relatos aprofundados sobre a linhagem real
de Jesus Cristo, por uma grande quantidade de historiadores". Esta grande quantidade de
historiadores não passam de dez. E nem são historiadores no sentido acadêmico. Uma
análise sobre os escritores que influenciaram Brown, revela que são pessoas tão sem
créditos acadêmicos em história quanto ele. Vejamos:
- Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln: autores de Holy Blood, Holy Grail (O Santo
Graal e a Linhagem Sagrada). Baigent, tem como única credencial, ser graduado em
psicologia. Leigh é descrito em um website promovendo suas qualidades como conferencista
como um "escritor e conferencista com um extenso conhecimento de história, filosofia,
Henry Lincoln, em uma entrevista num documentário transmitido pelo National Geographic,
ao ser questionado se acreditava nas teorias do casamento de Jesus com Madalena, afirmou:
"Eu não acredito, nem desacredito em nada, tudo isso são somente hipóteses". Pois é, para
um dos inspiradores de Dan Brown o assunto não passa de hipótese. Mas Brown quer que
acreditemos nele...
- Margareth Starbird: escreveu The Woman with the Alabaster Jar (A Mulher com a Jarra de
Alabastro), a autora afirma, no livro, ter mestrado, mas não diz em que área e diz ter
estudado na Vanderbilt Divinity School (Escola de Teologia Vanderbilt), mas não diz se
concluiu os estudos. Starbird é também a autora do terceiro livro que Brown destaca, The
Goddess in the Gospels (A Deusa nos Evangelhos), mais um livro da "linha Dan Brown", um
monte de teorias fracas e descabidas. Além disso ela já declarou: "Minha narrativa de Maria
Madalena e da pequena Sarah (a suposta filha de Nosso Senhor) [...] é ficção. [...] É claro
que eu não posso provar [...] que Jesus se casou ou que Maria Madalena foi a mãe da sua
filha". E Dan Brown se baseou nessa ficção para escrever um livro que ele diz ser real!
Como é perceptível, os "grandes pesquisadores" de que Brown fala não são pesquisadores de
fato. Interessante notar que o autor de CDV não citou nenhum verdadeiro pesquisador
famoso do Novo Testamento, porque será? Porque suas teses não se sustentariam...
Como já vimos, a crítica racionalista tentou destruir os evangelhos canônicos, mas acabou
por elevá-los à " mais privilegiada posição que existe" (Streeter, crítico inglês). Já Dan
Brown o e CDV, ao serem analisados pela crítica atual, acabam sendo colocados na posição
que merecem: no poço mais fundo do descrédito.
Para ilustrar melhor qual é a (des)credibilidade de Brown, vale citar aqui o que já foi
publicado sobre nosso grande "pesquisador-escritor" na imprensa internacional:
- The Times:
- Weekly Standard:
Que conclusões podemos, então, chegar de CDV? Listando os inúmeros erros crassos
cometidos em CDV, vemos que o livro é uma obra muito mal feita, sem nenhuma pesquisa
séria e sem nenhum dado consistente. Dan Brown conseguiu escrever um livro que se
encaixa na mais baixa credibilidade que existe.
É óbvio que o estilo usado pelo autor, prende a atenção do leitor e quando ele apresenta
seus "fatos", pessoas desinformadas poderão crer no que ele diz. Mas o CDV não resiste a
uma pesquisa. Qualquer pessoa que busque informações a respeito daquilo que Brown
afirma no livro, encontrará uma vasta coleção de desvios cometidos pelo autor (como já
mostrado neste texto) e verá que o CDV é um grande besteirol.
Dan Brown se uniu aos que tentaram destruir a Igreja. Ele é mais um dos que, inutilmente,
tentaram acabar com essa instituição que já resistiu 2000 anos de história, que já teve 266
papas (até Bento XVI) numa sucessão ininterrupta, que suportou 20 invasões e 5 destruições
de Roma, além de dezenas de fugitivas de papas que tiveram que se defender de
assassinatos. Certamente não será um livro ou um filme totalmente ilusório e mentiroso que
destruirá esta Igreja que resiste milagrosamente todos que a perseguem, se sustentando
sempre sobre a verdade. Sim, sobre a verdade e não sobre mentiras, nem sobre códigos.
"Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Felizes sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal
contra vós por causa de meu nome" (Mt 5, 10-11).
Fontes pesquisadas:
Sites:
Agradecimetos especiais a Lenise Garcia, que enriqueceu este texto com seu valioso
testemunho