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Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios

Agente Fiscalização – TCE-SP


Aula Demonstrativa
Prof. Marcio Ceccato

AULA Demonstrativa

Contabilidade Pública
Despesa Pública
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Aula 00 – Aula Demonstrativa

Olá amigo e amiga estudante!

Grande prazer em estarmos juntos nesta jornada de estudos para o concurso


de Agente da Fiscalização do Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo.

Com esta aula demonstrativa você terá a oportunidade de conhecer melhor a


metodologia de estudo e qualidade adotados pelo Ponto dos Concursos. E
ainda, poderá se familiarizar com a didática do professor, com a forma de
explicar e apresentar a matéria.

O nosso objetivo é fazer você alcançar sua meta: o sonho do cargo público.

Nas aulas constarão resumos, quadros demonstrativos, chamamentos para as


principais pegadinhas de concurso, como também para os temas mais exigidos
em provas.

Disponibilizaremos trechos de normas legais, para que você possa rever e


memorizar tal conteúdo, como também questões recentes selecionadas da
banca regente deste concurso: a Fundação VUNESP.

Questões de concursos de outras renomadas bancas examinadoras também


serão utilizadas, de forma complementar, para que você possa treinar e
exercitar seus conhecimentos em uma quantidade suficiente de questões.

Assim, ao final de nossas notas de aula sempre haverá uma bateria de questões
de concursos, cuidadosamente selecionadas e comentadas e, logo em seguida,
disponibilizarei a mesma lista de exercícios sem resolução. Esta segunda lista é
feita para que o aluno, a seu critério, possa resolvê-las antes de ver o gabarito
e ler os comentários correspondentes (caso queira testar seus conhecimentos).

Muito importante! Utilize o fórum para fazer perguntas e esclarecer dúvidas,


quaisquer que sejam. Estamos aqui para auxiliá-lo a concretizar sua meta do
desejado cargo público.

Animado com o nosso curso?! Mantenha-se motivado durante nossa jornada


de estudos, pois a conquista de uma das vagas depende apenas de você.

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Pois bem, eis minha apresentação resumida e obras publicadas.


Marcio Ceccato
Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Espírito Santo.
Pós-Graduado em Gestão Industrial pela FDV/FINDES.
Desde o ano de 2009 ocupa o cargo de Analista Judiciário — especialidade
Contabilidade — do TRT-17a Região (aprovado em 1º lugar no concurso), onde
atualmente desempenha a função de Supervisor da Seção de Liquidação /
Coordenadoria de Orçamento e Finanças, no acompanhamento e controle da
execução da despesa e supervisão da fiscalização de contratos.
Membro da Comissão de Implantação das Normas Contábeis no âmbito do TRT-17a
Região, equipe de estudo e introdução das novas regras de Contabilidade Pública,
em virtude da convergência com as normas contábeis internacionais.
Atuou de 2004 a 2009 na Superintendência Regional do Departamento de Polícia
Federal no Estado do Espírito Santo, no Núcleo de Planejamento do Setor de
Administração e Logística Policial.
Na iniciativa privada trabalhou por dez anos na área de Finanças Corporativas.
Professor em Orçamento e Contabilidade Pública pela Escola de Administração e
Treinamento – Esafi e no Ponto dos Concursos – www.pontodosconcursos.com.br.

Obras publicadas

Manual Completo de Contabilidade Pública


Editora Impetus, 4ª edição (2017), revista e atualizada.
Aborda a 7ª edição do MCASP/STN e Estrutura Conceitual/CFC.
930 questões de concursos resolvidas e comentadas.

Contabilidade Pública – Questões FCC


Série Questões – Editora Elsevier Campus, 1ª ed./2014.
340 questões resolvidas e comentadas, selecionadas e organizadas
por tema.

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Administração Financeira e Orçamentária – Questões FCC


Série Questões – Editora Elsevier Campus, 1ª ed./2014.
320 questões resolvidas e comentadas, selecionadas e organizadas
por tema.

Contabilidade Pública – Questões CESPE


Série Questões – Editora Elsevier Campus, 1ª ed./2014.
750 questões resolvidas e comentadas, selecionadas e organizadas
por tema.

Administração Financeira e Orçamentária – Questões CESPE


Série Questões – Editora Elsevier Campus, 1ª ed./2014.
700 questões resolvidas e comentadas, selecionadas e organizadas
por tema.

O conteúdo e a forma com que temos elaborado nossas aulas têm sido mais do
que suficientes para o candidato realizar ótimas provas. Portanto, estude todo o
material fornecido com disciplina e dedicação e você certamente conquistará
excelentes resultados.

Vamos condensar e detalhar um vasto material em nossas aulas, abordando e


chamando sua atenção para os principais tópicos, de forma que você, amigo
concursando, ao final do curso, esteja em perfeitas condições de disputar uma
das vagas.

Forneceremos conteúdo atualizado, conforme as novas regras de


Contabilidade Pública em vigor, em virtude da convergência com as noras
internacionais, de acordo inclusive com as portarias e manuais da STN e outros
instrumentos normativos do MPOG e CFC.

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Veja como será nossa programação de aulas!

Aula Conteúdo Programático

01 Contabilidade Pública: Conceito, Objeto, Objetivo, Regime e Campo de Aplicação.


A Nova Contabilidade Pública no Brasil. Aspectos Orçamentário, Patrimonial e Fiscal.
02 Orçamento Público: conceito e funções. Princípios Orçamentários.
Instrumentos de Planejamento Orçamentário: LOA, LDO e PPA.
Receita: Conceito e Classificações.
Receita sob o enfoque Orçamentário e Patrimonial.
03
Receita Intraorçamentária. Codificação da Natureza da Receita.
Estágios da Receita. Fonte e destinação de recursos.
Deduções e restituição de receitas. Renúncia de Receita.
Despesa: Conceito e Classificações.
Despesa sob o enfoque Orçamentário e Patrimonial.
04
Natureza da Despesa.
Classificação Institucional, Funcional e Estrutura Programática.
Estágios da Despesa. Tipos de empenho.
Restos a Pagar: Definição, Limitações para Inscrição, Escrituração e Controle, Prazo
05
de Validade, Cancelamento.
Despesas de Exercícios Anteriores.
06 Dívida Ativa: aspectos orçamentário e patrimonial, competência para inscrição.
Créditos Orçamentários Adicionais.
07 Regime de Adiantamento ou Suprimento de Fundos.
Conta Única.
Plano de Contas Aplicado ao Setor Público: conceito, estrutura, subsistemas
contábeis e natureza da informação.
08
Contas contábeis: classificação e teoria das contas.
Escrituração e lançamentos.
Sistema de Informação de Custos
09 Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público.
Balanço Orçamentário.
10 Balanço Financeiro.
11 Balanço Patrimonial.
12 Variações Patrimoniais. Demonstração das Variações Patrimoniais.
Demonstração dos Fluxos de Caixa.
13
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
Notas Explicativas. Balancete. Consolidação das Contas Públicas.
Avaliação de itens patrimoniais: Ativos e Passivos.
14 Depreciação, amortização e exaustão.
Reavaliação e Redução ao Valor Recuperável. Provisões, Passivos Contingentes e
Ativos Contingentes. Transações sem Contraprestação.

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Atenção! O conteúdo programático para Contabilidade Pública foi retificado.


Portanto, nossas aulas serão disponibilizadas conforme o novo conteúdo.

Diário Oficial – Estado de São Paulo (Volume 127, nº 180, 23/09/17):

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Esta é uma aula demonstrativa. Nela constam apenas trechos e fragmentos


de tópicos que veremos novamente, de forma detalhada, ao longo de nosso
curso. Inclusive, por ser apenas demonstrativa, observo que disponibilizamos
uma quantidade bastante reduzida de questões.

Luz e sorte em sua jornada!


Bons estudos.
Prof. Marcio Ceccato

Estar decidido, acima de qualquer coisa,


é o segredo do êxito.

Henry Ford

Sumário
1. Despesa Pública – Conceito 8
2. Despesa sob o Enfoque Patrimonial 10
3. Despesa sob o Enfoque Orçamentário 11
4. Classificação Econômica da Despesa 13
4.1. Despesa Corrente 21
4.2. Despesa de Capital 25
5. Etapas de Execução da Despesa (Empenho, Liquidação e Pagamento) 32
6. Questões de Concursos Públicos 40
6.1. Questões de Concurso COM Resolução 41
6.2. Questões de Concurso SEM Resolução 50

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1. Despesa Pública – Conceito

Para fins de Administração Financeira e Orçamentária, o Estado almeja a


arrecadação de recursos financeiros para satisfação de seus objetivos de
realização dos programas de governo. Assim, faz-se necessária a arrecadação
de receitas para que possam ser executadas as despesas.
Despesa pública é o dispêndio realizado pelo ente estatal para a concretização
das ações governamentais e prestação de serviços à população.

Perspectiva das Ciências Contábeis

O Conselho Federal de Contabilidade define “despesa” no item 4.25 da


Resolução CFC no 1.374/2011 (NBC TG Estrutura Conceitual):

Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil,


sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção de passivos,
que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados
com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais.

Especificamente para a contabilidade pública, o CFC repete o conceito acima (de


forma mais direta) no item 5.30 da NBC TSP – Estrutura Conceitual:

Despesa corresponde a diminuições na situação patrimonial líquida da entidade não


oriundas de distribuições aos proprietários.

Somente ocorre despesa sob a ótica contábil, para fins de estudo do


patrimônio, quando o fato administrativo acarreta decréscimo no patrimônio
líquido, excluídos os eventuais decréscimos que estejam relacionados com as
distribuições aos “detentores dos instrumentos patrimoniais”, ou seja,
operações, tais como, distribuição de lucros ou dividendos aos proprietários ou
acionistas da entidade.

Registros efetuados pela Contabilidade Pública

A Contabilidade Pública analisa não apenas o seu objeto, o patrimônio público,


mas se constitui também em uma imprescindível ferramenta para fins de
acompanhamento e controle da execução do orçamento (Lei Orçamentária
Anual – LOA), conforme previsto na legislação brasileira.
Diante dessa atribuição mais abrangente em relação à contabilidade privada,
considerando que irá prestar informações não apenas sob o enfoque
patrimonial, mas também sob o enfoque orçamentário, a Contabilidade Pública

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necessita classificar e registrar os fatos administrativos de forma específica e


diferenciada.
Assim, considerando as análises variadas que poderão ser alcançadas com os
dados registrados e informações prestadas, e ainda, o rigoroso controle
necessário sobre o erário, a Contabilidade Pública irá classificar e denominar
de “despesa” em seus registros quaisquer desembolsos financeiros,
independente se modifique negativamente o patrimônio líquido.

Exemplo: Compra à vista de um imóvel por R$ 800 mil:


Recordando a equação patrimonial! Ativo menos Passivo é igual a
Patrimônio Líquido:

ATIVO – PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO

ATIVO: bens e direitos


PASSIVO: obrigações
PATRIMÔNIO LÍQUIDO: saldo patrimonial

Foram afetados os seguintes elementos nesta operação de compra:


• Ativo – Disponibilidades Financeiras (dinheiro): diminuiu R$ 800 mil.
• Ativo – Bens Permanentes – Imóveis: aumentou em R$ 800 mil
Analisando a equação patrimonial, percebe-se que não ocorreu variação no
patrimônio líquido, dado que:
• O valor total do Ativo ficou inalterado, pois foi aumentado e diminuído,
simultaneamente, no mesmo valor, e
• O valor total do Passivo também ficou inalterado, pois esta transação
não afetou qualquer elemento do Passivo, portanto,
• Como o valor total do Ativo e o valor total do Passivo ficaram
inalterados, o valor do Patrimônio Líquido também não sofreu
alteração.
Comparando: Contabilidade Pública x Contabilidade Privada:
• Para a contabilidade privada essa compra não gerou despesa, pois não
acarretou qualquer decréscimo no saldo patrimonial. Saiu R$ 800 mil de
disponibilidades no ativo e ingressou o mesmo valor em imóveis, também no
ativo. Trata-se de um fato permutativo.
• Para a Contabilidade Pública os R$ 800 mil de recursos financeiros que
saem do patrimônio público são denominados de despesa pública. É uma
despesa orçamentária de capital.

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Observa-se que, apesar de a Contabilidade Pública classificar os R$ 800 mil de


recursos financeiros que saem como despesas públicas, há o registro
concomitante do ingresso do imóvel. Dessa forma, não ocorreu qualquer
alteração no patrimônio líquido, assim como foi na contabilidade privada.
Portanto, analisando a transação sob o enfoque patrimonial (ativo – passivo =
patrimônio líquido), não ocorreu despesa patrimonial.

2. Despesa sob o Enfoque Patrimonial

A despesa patrimonial somente ocorrerá caso a transação acarrete decréscimo


no patrimônio líquido. Para fins de estudo do patrimônio, a despesa surge
apenas quando o fato administrativo proporciona tal diminuição.
Conforme claramente informa o CFC, despesas são decréscimos nos benefícios
econômicos durante o período contábil, sob a forma da saída de recursos ou da
redução de ativos ou assunção de passivos, que resultam em decréscimo do
patrimônio líquido e que não estejam relacionados com distribuições aos
detentores dos instrumentos patrimoniais.

Os decrésimos no patrimônio líquido provenientes


de distribuições de riqueza aos detentores dos instrumentos patrimoniais (ou
seja, grosso modo, aos proprietários) não deve ser considerada uma despesa
patrimonial.

A Contabilidade Pública, para fins de estudo de seu


objeto, o patrimônio público, reconhece as receitas e despesas pelo regime de
competência.
Exemplo: a utilização do serviço de manutenção de aparelhos de ar
condicionado é o fato gerador da despesa patrimonial, é o momento em que a
despesa (sob o enfoque patrimonial) deve ser reconhecida, registrando-se a
obrigação a pagar no passivo e a respectiva variação negativa nas contas de
resultado, que culminarão no patrimônio líquido.

Despesa sob o enfoque patrimonial, para fins de análise e estudo do


patrimônio, ocorre quando o fato administrativo provoca decréscimo de valor do
patrimônio líquido, excluído os que estejam relacionados com distribuições aos
detentores dos instrumentos patrimoniais.

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3. Despesa sob o Enfoque Orçamentário

A Contabilidade Pública classifica como despesa pública qualquer desembolso de


recurso financeiro, mesmo que seja mera restituição de recursos de terceiros.
Todavia, para fins de controle e execução do orçamento há necessidade de
saber não apenas se ocorreu o desembolso financeiro, mas se este dispêndio
comprometeu a realização de outras atividades e projetos do Estado.
Sob o enfoque orçamentário, para fins de administração financeira e
orçamentária, acompanhamento da arrecadação das receitas e autorização para
execução de despesas e liberação de recursos financeiros, o administrador
público deve observar as despesas empenhadas, conforme determinado na Lei
no 4.320/1964.

Lei nº 4.320/64:

Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:


I - as receitas nele arrecadadas;
II - as despesas nele legalmente empenhadas.

Empenho é a primeira fase de execução da despesa pública (as etapas da


despesa pública serão estudadas detalhadamente ao longo do curso).
O empenho é o momento em que o Estado reserva recursos orçamentários,
prevendo a necessidade futura de se concretizar o pagamento, quando então
são necessários recursos financeiros.
Tal regra objetiva evitar que a execução das despesas orçamentárias ultrapasse
a arrecadação efetiva. Assim, a despesa sob o enfoque orçamentário ocorre
quando há utilização de créditos orçamentários.

Despesa pelo enfoque orçamentário ocorre com a utilização de crédito que


consta disponível e consignado no orçamento da entidade (podendo ou não
diminuir a situação líquida patrimonial).
Ou seja, é toda transação que depende de autorização legislativa, na forma de
consignação de dotação orçamentária, para ser efetivada.

Não confundir recursos orçamentários com


recursos financeiros.
Antes de se efetuar o pagamento, para o qual são necessários recursos
financeiros (dinheiro), são reservados recursos orçamentários, que são
autorizações para que sejam executadas as despesas públicas.

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Funciona da seguinte forma!


Exemplo:
A União programou em seu orçamento (Lei Orçamentária Anual – LOA) o
reaparelhamento parcial das universidades federais, incluindo uma dotação
orçamentária para compra de novos computadores e equipamentos científicos.
O Poder Executivo planejou e o Legislativo autorizou tal gasto através da LOA.
Durante o exercício financeiro o Ministério da Educação irá receber o crédito
orçamentário, que é a autorização para que se possa efetuar a compra dos
computadores e demais equipamentos.
Tendo recebido o crédito orçamentário necessário, o Ministério da Educação
irá adotar os procedimentos administrativos para a licitação.
Depois de finalizado e homologado o certame, será emitido o empenho,
momento este em que o recurso orçamentário é reservado especificamente
para o vencedor da licitação.
Somente depois de empenhada a despesa é que o Ministério da Educação irá
receber os recursos financeiros do Tesouro Nacional, que serão utilizados para
pagamento ao fornecedor.
Portanto, a despesa pelo enfoque orçamentário ocorre com a utilização do
crédito orçamentário, ou seja, com o empenho da despesa. No momento em
que é emitida a nota de empenho o recurso orçamentário é reservado
especificamente para aquele determinado fornecedor do ente estatal, indicando
que em breve serão necessários recursos financeiros para pagamento dos bens
adquiridos ou dos serviços consumidos.

Despesa Pública para a Contabilidade Pública, para fins de registro das


transações, ocorre quando há desembolso de recurso financeiro, qualquer que
seja.

Despesa sob o Enfoque Patrimonial, ou seja, para fins de análise e estudo do


patrimônio, ocorre quando o fato administrativo provoca decréscimo de valor no
patrimônio líquido, excluídos os que estejam relacionados com distribuições aos
detentores dos instrumentos patrimoniais.

Despesa sob o Enfoque Orçamentário, ou seja, para fins de controle e


execução do orçamento público, ocorre quando crédito orçamentário é utilizado.
Portanto, no momento do empenho da despesa.

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4. Classificação Econômica da Despesa

Assim como ocorre com as receitas, a classificação econômica divide as


despesas em dois principais grupos, DESPESAS CORRENTES e DESPESAS DE
CAPITAL, conforme previsão na Lei no 4.320/1964. Observe!
Lei no 4.320/1964:

CAPÍTULO III
Da Despesa
Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas:
DESPESAS CORRENTES
Despesas de Custeio
Transferências Correntes
DESPESAS DE CAPITAL
Investimentos
Inversões Financeiras
Transferências de Capital
§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de
serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de
conservação e adaptação de bens imóveis.
§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as
quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive
para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras
entidades de direito público ou privado.
§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências
destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-
se como:
I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de
caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;
II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou
privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.
§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a
execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados
necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais
de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e
constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter
comercial ou financeiro.
§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:
I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;
II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de
qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do
capital;

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III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a


objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.
§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões
financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar,
independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo
essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da
Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para
amortização da dívida pública.
Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art. 12, a discriminação ou
especificação da despesa por elementos, em cada unidade administrativa ou
órgão de governo, obedecerá ao seguinte esquema:
DESPESAS CORRENTES
Despesas de Custeio
Pessoa Civil
Pessoal Militar
Material de Consumo
Serviços de Terceiros
Encargos Diversos

Transferências Correntes
Subvenções Sociais
Subvenções Econômicas
Inativos
Pensionistas
Salário Família e Abono Familiar
Juros da Dívida Pública
Contribuições de Previdência Social
Diversas Transferências Correntes.
DESPESAS DE CAPITAL
Investimentos
Obras Públicas
Serviços em Regime de Programação Especial
Equipamentos e Instalações
Material Permanente
Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades
Industriais ou Agrícolas
Inversões Financeiras
Aquisição de Imóveis
Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades
Comerciais ou Financeiras
Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Empresa em Funcionamento
Constituição de Fundos Rotativos
Concessão de Empréstimos
Diversas Inversões Financeiras

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Transferências de Capital
Amortização da Dívida Pública
Auxílios para Obras Públicas
Auxílios para Equipamentos e Instalações
Auxílios para Inversões Financeiras
Outras Contribuições.

A classificação da despesa em categorias econômicas tem por finalidade


identificar o efeito econômico da realização da despesa, ou seja, evidencia como
os gastos foram realizados, se o Governo realizou investimentos, construiu bens
públicos, despesas de custeio, pagamento de juros etc.

As despesas de capital auxiliam na formação ou aquisição de um bem de


capital, diferentemente das despesas correntes, cujos recursos são aplicados
em outras finalidades.

Essa é a característica principal que diferencia esses grupos de despesa: o fato


do dispêndio contribuir (ou não) para a formação ou aquisição de um bem de
capital.
Repetindo! Tanto as receitas quanto as despesas são divididas nas mesmas
categorias econômicas, conforme informa a Lei no 4.320/1964: Receitas e
Despesas Correntes, Receitas e Despesas de Capital.

RECEITAS DESPESAS

Correntes Correntes
de Capital de Capital

As atuais subdivisões das Despesas Correntes e de


Capital NÃO são as mesmas previstas na Lei no 4.320/1964.

Lei no 4.320/1964:

DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL

Despesas de Custeio Investimentos


Transferências Correntes Inversões Financeiras
Transferências de Capital

Todavia, a Secretaria do Tesouro Nacional, na qualidade de órgão central de


contabilidade e integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, bem como a

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Secretaria de Orçamento Federal, órgão do Ministério do Planejamento


Orçamento e Gestão, estabeleceram em suas portarias uma classificação mais
moderna e obrigatória para todos os entes da Federação, cujo objetivo é
uniformizar procedimentos para fins de consolidação nacional das contas
públicas, observe abaixo.

Atual classificação:

DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL

Pessoal e Encargos Sociais Investimentos


Juros e Encargos da Dívida Inversões Financeiras
Outras Despesas Correntes Amortização da Dívida

RESERVAS

Reserva do Regime Próprio de Previdência do Servidor


Reserva de Contingência

As reservas foram instituídas após 1964, motivo pelo qual elas não estão
inseridas na Lei no 4.320/1964.
Atualmente todos os entes da Federação, para fins contábeis, devem utilizar as
classificações da despesa informadas pela STN, e não aquelas da Lei nº
4.320/1964.
Já para as receitas não foram procedidas modificações, portanto, para as
receitas são utilizadas as mesmas subdivisões previstas na citada lei.
As divisões da despesa previstas na Lei no 4.320/1964 estavam defasadas e
não eram mais suficientes para atender à realidade da demanda de informações
dos entes públicos, assim, foram necessárias tais modificações pelos órgãos
federais competentes.
Importante destacar que as despesas correntes e de capital encontra-se apenas
subdivididas de maneira diferente daquela prevista pela Lei no 4.320/1964,
todavia, continuam englobando os mesmos tipos de despesa.

Por vezes as questões de concurso costumam exigir


exata e expressamente conforme o texto da Lei no 4.320/1964.

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Veja esta questão da FGV!


(FGV – Contador/Pref.Cuiabá – 2014) De acordo com a Lei nº 4.320/64, são
classificadas como investimentos as dotações destinadas
(A) à aquisição de títulos representativos do capital de entidade já constituída,
sem aumento de capital.
(B) à constituição de entidade com objetivos comerciais.
(C) à constituição de entidade com objetivos financeiros.
(D) à aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.
(E) à aquisição de imóveis em utilização.
Resolução
A atual definição de despesas com investimentos encontra-se no Manual
Técnico de Orçamento, elaborado pela Secretaria de Orçamento Federal/MPOG.
(MTO-2017):

Investimentos:
Despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução de
obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização
destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material
permanente.

Todavia, a banca examinadora questão exigiu especificamente de “acordo com


a Lei nº 4.320/64”.
Lei nº 4.320/64, art. 12:

§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a


execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados
necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais
de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e
constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter
comercial ou financeiro.

Perceba, por exemplo, que despesas com software estão contidas em


investimentos segundo o MTO, mas não na Lei nº 4.320/64.
Dentre as opções, resta claro que a resposta correta está na letra D.
Todas as outras opções são classificadas como inversões financeiras segundo a
Lei nº 4.320/64, art. 12:

§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:

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I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;


II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de
qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do
capital;
III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a
objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

Resposta correta: letra D.

Veja agora como a FCC “homenageou” o texto da Lei no 4.320/64!!!


(FCC – Auditor/TCE-SP – 2013) De acordo com a classificação adotada pela Lei
nº 4.320/64, a despesa decorrente do pagamento de juros da dívida pública se
caracteriza como despesa
(A) corrente de custeio.
(B) de capital decorrente de inversões financeiras.
(C) de capital decorrente de transferência de capital.
(D) de capital decorrente de investimentos.
(E) corrente de transferência corrente.
Resolução
Atualmente o desembolso financeiro provocado pelo pagamento de juros da
dívida pública é classificado como:
Despesa Corrente – Juros e Encargos da Dívida.
Todavia, observe que a FCC exigiu “a classificação adotada pela Lei nº
4.320/64”. Essa lei informa explicitamente, no seu artigo 13, que os juros da
dívida pública são classificados como:
Despesa Corrente – Transferências Correntes (vide o texto legal
disponibilizado em página anterior).
Portanto, opção correta: letra E.

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Mais um exemplo. Agora uma questão da ESAF!

(ESAF – Procurador da Fazenda Nacional/PGFN – 2015) A amortização de juros


de dívida que a União Federal porventura tenha efetuado a alguma instituição
financeira será alocada, em consonância com a Lei n. 4.320/64, como:

a) Despesa de custeio.

b) Investimento.

c) Inversão financeira.

d) Transferência corrente.

e) Transferência de capital.

Resolução

1ª observação! O pagamento do principal da dívida (valor obtido no


empréstimo) é uma despesa de capital, já o pagamento de juros da dívida é
uma despesa corrente.

Normalmente o pagamento do principal da dívida é referido como “amortização


da dívida”. Todavia, a banca examinadora deixou claro que e refere a
amortização de JUROS de dívida, ou seja, pagamento de JUROS. Portanto,
trata-se de uma despesa corrente.

2ª observação! Veja que foi exigida pela na questão a classificação contida na


Lei nº 4.320/64.

As atuais denominações para classificação da despesa orçamentária,


determinadas pela STN e SOF, não são as mesmas daquelas previstas na Lei nº
4.320/1964.

Atualmente o pagamento de juros de dívida é classificado como Despesa


Corrente – Juros e Encargos da Dívida.

Mas, conforme a Lei nº 4.320/64, o pagamento de juros da dívida pública é


classificado como Despesa Corrente – Transferências Correntes.

Veja no texto da lei, artigo 13, que “Juros da Dívida Pública” está contido em
“Transferências Correntes”.

Letra D.

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A VUNESP também elabora muitas questões


exigindo simplesmente o texto da Lei nº 4.320/64.
(VUNESP-Procurador/Câmara de Marília-2016) Segundo dispõe a Lei Geral do
Orçamento, as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços de
mercado e os preços de revenda, pelo Governo, de gêneros alimentícios ou
outros materiais, consideram-se subvenções
(A) sociais.
(B) econômicas.
(C) adicionais.
(D) de retorno.
(E) de reforço.
Resolução
Lei nº 4.320/64 (grifei):

Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das empresas públicas, de natureza
autárquica ou não, far-se-á mediante subvenções econômicas expressamente incluídas
nas despesas correntes do orçamento da União, do Estado, do Município ou do Distrito
Federal.
Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como subvenções econômicas:
a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços de mercado e os
preços de revenda, pelo Governo, de gêneros alimentícios ou outros materiais;
b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de determinados
gêneros ou materiais.

Não mudaram nem uma vírgula no texto da questão. Letra B.

Fica o alerta! Por vezes as bancas examinadoras exigem em suas provas de


concurso exatamente o que informa o texto da Lei no 4.320/64.
Portanto, amigo estudante, estude a atual classificação da despesa, conforme
será detalhadamente exposta a seguir, porém, domine também o conteúdo do
texto legal.
Ao longo dos anos a STN editou diversas portarias tratando sobre esse tema,
muitas delas inclusive em conjunto com a SOF/MPOG (Secretaria de Orçamento
Federal), órgão este especializado incumbido do orçamento da União.
Todas as normatizações da STN devem ser obrigatoriamente seguidas por todos
os entes da Federação (União, estados, Distrito Federal e municípios).

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Essa abrangência nacional objetiva padronizar a classificação das despesas para


fins da consolidação nacional das contas públicas, a qual se encontra prevista
na Lei de Responsabilidade Fiscal (LC. 101/2000, art. 51).

4.1. Despesa Corrente

Conforme informam os manuais da STN, “classificam-se nessa categoria todas


as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de
um bem de capital.”.
Pode-se dizer que são despesas necessárias para movimentar a máquina
administrativa do estado, quais sejam: pagamento do funcionalismo público,
contratação de serviços, aquisição de materiais de consumo, pagamento de
juros, entre outras.
Perceba que as despesas correntes são dispêndios objetivando o consumo,
diferentemente das despesas de capital, que são geradas em virtude da
formação ou aquisição de bens de capital.
Dada tal característica predominante, as despesas correntes quase sempre
NÃO serão ativadas (lançadas no Ativo).
Portanto, em geral (não é regra) as despesas correntes irão impactar
negativamente no patrimônio líquido, ou seja, serão despesas efetivas: fatos
modificativos diminutivos.

Despesas Correntes quase sempre (não é regra) são Despesas Efetivas, pois
normalmente provocam diminuição do patrimônio líquido.

Despesas de Capital quase sempre (não é regra) são Despesas Não Efetivas, pois
normalmente não provocam alteração no patrimônio líquido.

Exemplo 1 (Despesa Corrente Efetiva): Contratação de serviço terceirizado


de limpeza.
O serviço de limpeza será utilizado/consumido pela entidade pública a fim de
manter suas instalações em condições salubres para o trabalho e atendimento
ao público. A despesa irá impactar negativamente no patrimônio líquido.

Exemplo 2 (Despesa Corrente Não Efetiva): aquisição de papel A4.


Tais materiais são de consumo, todavia, quando adquiridos, irão para estoque,
serão “ativados” (lançados no ativo). Assim, ocorrerá um fato permutativo, pois

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sai disponibilidades no ativo e entra o mesmo valor em almoxarifado, também


no ativo.
A despesa pública orçamentária gerada para aquisição desse bem de consumo
não irá impactar negativamente no patrimônio líquido, será uma despesa não
efetiva. Somente quando o papel for consumido que ocorrerá o fato
permutativo diminutivo, a despesa sob o enfoque patrimonial.

Exemplo 3 (Despesa Corrente Não Efetiva): adiantamento de valores


relativos a despesas correntes.
Os eventuais pagamentos efetuados antecipadamente não irão impactar
negativamente no patrimônio líquido. Sai disponibilidades no ativo e entra o
crédito ou direito, também no ativo.

Despesas Correntes: são aquelas que NÃO contribuem, diretamente, para a


formação ou aquisição de um bem de capital. Normalmente (não é sempre) a
despesa corrente coincide com a despesa efetiva, entretanto, também existem
despesas correntes não efetivas.

A STN subdivide a despesa corrente em três grupos:

a. Pessoal e Encargos Sociais.


b. Juros e Encargos da Dívida.
c. Outras Despesas Correntes.

A. Pessoal e Encargos Sociais

Despesas orçamentárias com pessoal ativo, inativo e pensionistas, relativas a


mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros
de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e
vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e
pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais
de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas
pelo ente às entidades de previdência, conforme estabelece o caput do art. 18
da Lei Complementar no 101, de 2000.
Importante destacar que as verbas indenizatórias NÃO devem ser
consideradas como despesa com pessoal, pois possuem a característica
compensar dano ou ressarcir gasto do servidor público, em função do seu ofício,
além também dos benefícios assistenciais. Tais despesas são classificadas como
“Outras Despesas Correntes” e NÃO em “Pessoal e Encargos Sociais”.

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Exemplos de verbas indenizatórias: ajuda de custo, auxílio alimentação, auxílio


creche/escola, vale transporte, reembolso de despesas médicas etc.
Em “Pessoal e Encargos Sociais” devem ser incluídas as despesas de caráter
remuneratório.
Exemplos de verbas remuneratórias: subsídios, adicional de periculosidade,
adicional de insalubridade, aposentadorias, pensões, férias, décimo terceiro
salário etc.

O grupo de despesa “Pessoal e Encargos


Sociais” NÃO abrange as despesas com terceirização de mão de obra que se
referem à SUBSTITUIÇÃO de servidores e empregados públicos.
As despesas decorrentes de contratação de serviços terceirizados (vigilância
armada, limpeza e conservação, telefonista etc.) devem ser classificadas no
grupo “Outras Despesas Correntes”.
Entretanto, há um detalhe: a Lei de Responsabilidade Fiscal informa que,
quando a terceirização de mão de obra referir-se à SUBSTITUIÇÃO de
servidores e empregados públicos, tal despesa será, na verdade, uma despesa
de pessoal.
A identificação das despesas com pagamento de pessoal é importantíssima, pois
a LRF (Lei Complementar no 101/2000) impõe limites e restrições para gastos
com pessoal.
Os arts. 19 e 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal informam limites de despesa
total com pessoal para os entes da Federação, como também para os
respectivos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e o Ministério Público, e o
art. 18 conceitua o que é despesa total com pessoal.
LRF (LC no 101/2000):

Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total
com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os
inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou
empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies
remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios,
proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais,
gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como
encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
§ 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à
substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como
"Outras Despesas de Pessoal".
§ 2o A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês
em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime
de competência.

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Para fins de classificação orçamentária, TODAS


as despesas decorrentes de contratação de serviços terceirizados, mesmo que
sejam para SUBSTITUIÇÃO de servidores e empregados públicos, devem ser
classificadas no grupo “Outras Despesas Correntes”.
Entretanto, apesar dessa classificação orçamentária, quando a terceirização de
mão de obra for para SUBSTITUIÇÃO de servidores e empregados públicos,
deve esta despesa ser computada na “despesa total com pessoal” para fins
de apuração e verificação dos limites estabelecidos pela LRF.
Normalmente os serviços de terceiros que NÃO são considerados substituição
de servidores abrangem atividades acessórias, instrumentais ou
complementares aos assuntos que constituem área de competência legal do
órgão ou entidade, por exemplo, segurança, vigilância, limpeza, ascensorista,
telefonista, recepção, manutenção predial etc.

B. Juros e Encargos da Dívida

Despesas orçamentárias com o pagamento de juros, comissões e outros


encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como
da dívida pública mobiliária.

Pegadinha de concurso! É importante observar que


apenas a parcela dos juros e demais encargos cobrados no empréstimo são
classificados como Despesas Correntes – Juros e Encargos da Dívida.
O valor pago referente à amortização do empréstimo (pagamento do principal)
e a respectiva correção monetária são Despesas de Capital – Amortização da
Dívida.
Veja no quadro a seguir!

PAGAMENTO DA DÍVIDA CLASSIFICAÇÃO

Juros e Despesa Corrente – Juros e Encargos da


Demais valores decorrentes Dívida

Amortização e
Despesa de Capital – Amortização da Dívida
Atualização monetária ou cambial

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C. Outras Despesas Correntes

Despesas orçamentárias com aquisição de material de consumo, pagamento de


diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, além
de outras despesas da categoria econômica “Despesas Correntes” não
classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa.

Lembre-se! As verbas indenizatórias recebidas pelos funcionários públicos


(auxílio alimentação, vale-transporte, reembolso de despesas médicas etc.) são
classificadas como Outras Despesas Correntes e não em Pessoal e Encargos
Sociais. Neste último grupo são incluídas as despesas de caráter remuneratório.
TODAS as despesas com contratação de serviços de terceiros atualmente
devem ser classificadas no grupo Outras Despesas Correntes.

4.2. Despesa de Capital

Conforme informam os manuais da STN, “classificam-se nessa categoria


aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição
de um bem de capital”.
Pode-se dizer que são despesas geradas pelo incremento do patrimônio
permanente ou pela amortização de dívidas, quais sejam: construção de
escolas, rodovias, pontes, aquisição de materiais permanentes, pagamento do
principal da dívida (amortização), aquisição de imóveis, aquisição de ações,
entre outras.
As despesas de capital possuem como contrapartida o incremento no
patrimônio permanente ou a amortização de dívidas, motivo pelo qual tais
despesas normalmente acarretam fatos permutativos, ou seja, entrada de
ativo (bem ou direito) e concomitante saída de ativo (recurso financeiro) no
mesmo valor, ou saída de ativo (recurso financeiro) e concomitante baixa de
passivo (obrigação) no mesmo valor.
Portanto, em geral (não é regra) as despesas de capital não irão impactar
negativamente no patrimônio líquido, ou seja, serão despesas não efetivas (não
serão despesas sob o enfoque patrimonial). Todavia, excepcionalmente as
despesas de capital também poderão provocar diminuição no patrimônio
líquido.

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Despesas Correntes quase sempre (não é regra) são Despesas Efetivas, pois
normalmente provocam diminuição do patrimônio líquido.

Despesas de Capital quase sempre (não é regra) são Despesas Não Efetivas,
pois normalmente não provocam alteração no patrimônio líquido.

Assim como as receitas de capital, as despesas de capital também são, em


geral (não é regra), por mutação patrimonial.
Tais despesas NÃO provocam decréscimo no patrimônio líquido, só ocorrendo
uma troca de elementos patrimoniais.
Há uma variação patrimonial aumentativa pelo ingresso do bem ou pela baixa
da obrigação e uma correspondente variação patrimonial diminutiva, pela saída
do recurso financeiro.

Exemplo 1 (despesa de capital não efetiva): Construção de uma praça.


O recurso utilizado nessa construção será ativado, lançado no ativo não
circulante. Será um fato permutativo: o valor que sai de disponibilidades no
ativo circulante ingressa no imobilizado, também no ativo. Não houve variação
negativa (nem positiva) no patrimônio líquido, portanto, não ocorreu a despesa
sob o enfoque patrimonial.
Lembre-se! A Contabilidade Pública classifica contabilmente como despesa
qualquer desembolso financeiro. Todavia, os dados registrados e as
consequentes informações geradas serão suficientes para verificar se de fato
ocorreu a despesa sob o enfoque patrimonial.
Despesa sob enfoque Patrimonial, ou seja, para fins de análise e estudo do
patrimônio, ocorre quando o fato administrativo provoca decréscimo de valor no
patrimônio líquido, excluídos os que estejam relacionados com distribuições aos
detentores dos instrumentos patrimoniais.

Exemplo 2 (despesa de capital efetiva): Transferência de recursos a serem


aplicados em Despesas de Capital.
Aquele que recebe o recurso classifica como Receita de Capital e o que envia
como Despesa de Capital. A saída desses recursos financeiros do patrimônio irá
gerar um fato modificativo diminutivo, uma despesa de capital efetiva.

Despesas de Capital: são aquelas que contribuem, diretamente, para a


formação ou aquisição de um bem de capital. Normalmente (não é sempre), a
despesa de capital coincide com a despesa não efetiva, entretanto, também há
despesa de capital efetiva.

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As despesas de capital demandam o registro de


incorporação de ativo imobilizado, intangível ou investimento (Investimentos e
Inversões Financeiras) ou o registro de desincorporação de um passivo
(Amortização da Dívida).

A STN subdivide a despesa de capital em três grupos:

a. Investimentos;
b. Inversões Financeiras;
c. Amortização da Dívida.

A. Investimentos

Despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução de


obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à
realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e
material permanente.

A partir do Manual Técnico de Orçamento de 2011


(MTO-2011), elaborado pela Secretaria de Orçamento Federal – SOF/MPOG,
despesas com softwares passaram a ser classificadas como Investimentos.
Recorda-se ainda que o atual conceito de Investimentos, propagado pela SOF e
STN, não é idêntico ao informado pela Lei no 4.320/1964.

Lei nº 4.320/64, art. 12:

§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a


execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados
necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais
de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e
constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter
comercial ou financeiro.

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Manual Técnico de Orçamento (MTO-2017):

Investimentos:
Despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução de
obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização
destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material
permanente.

Lembre-se! Por vezes as bancas examinadoras exigem em suas provas


exatamente o que informa o texto da Lei no 4.320/1964.

B. Inversões Financeiras

Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em


utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou
entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe
aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas,
além de outras despesas classificáveis neste grupo.
Observe que, como regra, tem-se que a despesa com aquisição de imóvel é
classificada como Inversão Financeira, porém, se o imóvel foi adquirido por ser
necessário para a execução de uma obra, será essa despesa classificada como
Investimento.
Importante destacar que, assim como ocorre com Investimentos, o atual
conceito de Inversões Financeiras, propagado pela SOF e STN, não é idêntico ao
informado pela Lei no 4.320/1964.
Lei nº 4.320/64, art. 12:

§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:


I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;
II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de
qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do
capital;
III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a
objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

Manual Técnico de Orçamento (MTO-2017):

Inversões Financeiras: Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou


bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de
empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação
não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de
empresas, além de outras despesas classificáveis neste grupo.

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Resumindo! Para que você tenha uma perfeita compreensão e diferenciação


entre Investimentos e Inversões Financeiras, eis um quadro resumo.

Quadro resumo – INVESTIMENTOS x INVERSÕES FINANCEIRAS:

• Obras Públicas (planejamento e execução, inclusive imóveis


necessários à sua realização);

Investimentos • Equipamentos e Instalações;


• Material Permanente;
• Softwares.

• Aquisição de Imóveis ou bens de capital já em utilização (exceto


os adquiridos especificamente para a realização de obras
públicas);
• Aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou
entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a
Inversões operação não importe aumento do capital;
Financeiras
• Constituição ou aumento do capital de empresas de qualquer
espécie;
• Constituição de Fundos Rotativos (art. 13, Lei no 4.320/1964);
• Concessão de Empréstimos e Financiamentos (art. 13, Lei no
4.320/1964, c/c MTO).

Observação 1: São consideradas Inversões Financeiras a aquisição de:

• Imóveis; OU
• Bens de capital já em utilização.

Observação 2:

No caso de terrenos (ou outros imóveis), quando eles forem necessários à


realização de uma obra, mesmo se já estiverem em utilização, serão classificados
como Investimento.
Exemplo: Para a construção de uma usina hidroelétrica determinado ente da
Federação poderá ser obrigado a arcar com as despesas da obra e mais a
aquisição de imóveis (partes de terrenos) considerados necessários à realização
da usina. Todas essas despesas são classificadas como investimento, mesmo que
os imóveis já estejam sob a posse e utilização do ente.

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Observação 3: Representam Inversões Financeiras:

• A constituição do capital de empresas de qualquer espécie.


Exemplo: Recursos utilizados para a criação de uma nova empresa estatal, a
(hipotética) Empresa Brasileira de Reflorestamento.
• O aumento do capital de empresas de qualquer espécie.
Exemplo: Aumento do capital da PETROBRAS.
• Aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades
de qualquer espécie.
Exemplo: Aquisição de ações (ordinárias ou preferenciais) de quaisquer empresas.

Observação 4:

Investimentos e Inversões Financeiras são classificações da Despesa de Capital.

Conceito de fundo rotativo: É um sistema de descentralização financeira,


estabelecido por lei específica, para viabilizar, com maior agilidade, o repasse
de recursos às Unidades Orçamentárias, visando dar melhor dinamismo à
realização de despesas com manutenção e outras atividades relacionadas ao
serviço público.
Exemplo: Fundo de Amparo do Trabalhador – FAT.

C. Amortização da Dívida

Despesas orçamentárias com o pagamento e/ou refinanciamento do


principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e
externa, contratual ou mobiliária.
Refinanciar o principal da dívida significa contrair uma nova dívida para pagar o
valor principal, mais a atualização monetária ou cambial. Portanto, como o
próprio nome claramente informa, refinanciar é financiar a dívida novamente.
Assim, serão classificadas em Amortização da Dívida as despesas orçamentárias
com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização
monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou
mobiliária.

Os juros e outros demais encargos cobrados serão


Despesas Correntes – Juros e Encargos da Dívida. Apenas o pagamento do
principal da dívida (o valor obtido no empréstimo) e a atualização monetária ou
cambial serão despesas de capital.

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Fique atento! Este é um questionamento bastante exigido em concursos.

PAGAMENTO DA DÍVIDA CLASSIFICAÇÃO

Juros e Despesa Corrente – Juros e Encargos da


Demais valores decorrentes Dívida

Amortização e
Despesa de Capital – Amortização da Dívida
Atualização monetária ou cambial

A atualização monetária refere-se à correção do poder econômico,


normalmente mediante a aplicação de um determinado índice ou indicador
econômico previamente estipulado.
Exemplo: Será pago pelo empréstimo juros de 10% ao ano mais atualização
monetária pelo IGP-M.

A atualização cambial também corrige o poder econômico, contudo, indica


que a atualização se dará pela diferença do poder econômico de uma moeda
comparativamente com outra, entre duas datas distintas (data da obtenção do
empréstimo e a data do pagamento).
Exemplo: Obtido empréstimo, de credor estrangeiro, no valor de US$ 10
milhões, cujo pagamento também será realizado em dólar. A diferença
cambial (dólar x real) entre a data do empréstimo e a data do pagamento
refere-se à atualização cambial da dívida. Assim, se na data de obtenção do
empréstimo o câmbio estiver US$ 1,00 = R$ 1,00 (preciso de R$ 1 pra
comprar US$ 1) e no pagamento US$ 1,00 = R$ 1,10 (preciso de R$ 1,10 pra
comprar US$ 1,00), esses R$ 0,10 pagos a mais por dólar, são relativos a
atualização cambial, contabilizados como Despesas de Capital – Amortização
da Dívida.

Não se esqueça! As despesas de capital demandam o registro de incorporação


de ativo imobilizado, intangível ou investimento (Investimentos e Inversões
Financeiras) ou o registro de desincorporação de um passivo (Amortização da
Dívida).

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5. Etapas de Execução da Despesa (Empenho, Liquidação e


Pagamento)

Dica! Estágios da despesa é matéria frequente em provas de concurso e,


normalmente, as questões tratam apenas sobre a execução da despesa
(empenho, liquidação e pagamento).
Portanto, fique atento a este conteúdo!
Pois bem, depois de planejada, basta executar a despesa orçamentária.
A Lei nº 4.320/64 informa os estágios de execução:

1. Empenho;
2. Liquidação;
3. Pagamento.

As fases de execução da despesa orçamentária são


imprescindíveis e devem sempre ocorrer necessariamente nesta ordem:
empenho, liquidação e pagamento.

EMPENHO
O empenho é exatamente o momento em que o Estado utiliza os recursos
orçamentários recebidos, para contratar bens ou serviços com terceiros,
devendo indicar nesta fase quem será o favorecido do futuro pagamento.

Empenho: ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado


obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

Lei no 4.320/1964:

Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que


cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de
condição.
Art. 59. O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos
concedidos.
(...)
Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.
§1o. Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a
emissão da nota de empenho.

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O trecho “obrigação de pagamento” utilizado no texto legal não se refere a um


valor que já conste no passivo para pagamento.
Para que o valor a pagar passe a constar no passivo exigível deverá o
fornecedor entregar o objeto contratado, ter sido verificado o denominado
IMPLEMENTO DE CONDIÇÃO, ou seja, implementada alguma condição prevista
em lei etc., assim, deverá ter ocorrida a situação que efetivamente crie a
obrigação de pagamento (passivo exigível).
A “obrigação de pagamento” constante no texto da Lei no 4.320/1964 refere-se
ao comprometimento de recursos financeiros, que serão necessários em breve
para concretizar o pagamento.
No exato momento do empenho são utilizados os recursos
orçamentários, indicando assim a necessidade futura de recursos financeiros
para adimplir a obrigação de pagamento que irá se concretizar.
Portanto, com o empenho da despesa não há registro de obrigação de
pagamento no passivo.
Essa obrigação somente constará no passivo quando o fornecedor entregar o
objeto contratado (bem ou serviço), ou ter sido verificada ou implementada
alguma condição prevista em lei que crie obrigação de pagamento para outrem.

Observações importantes!

1. Não poderá ser empenhada despesa com valor acima do crédito


orçamentário disponibilizado.
2. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.
3. Para cada despesa empenhada, será extraí-do um documento denominado
“nota de empenho”, que indicará o nome do credor e a importância da
despesa a ser paga.
4. Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a
emissão da nota de empenho.

Todas as despesas passam pelo empenho, sem exceção.


Entretanto, a nota de empenho, que é apenas a materialização da fase do
empenho, pode ter sua emissão dispensada, mas apenas em situações
previstas na legislação.

Na fase do empenho ocorre a despesa pelo enfoque orçamentário.

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Despesa pelo enfoque orçamentário ocorre com a utilização de crédito que


consta disponível e consignado no orçamento da entidade (podendo ou não
diminuir a situação líquida patrimonial). Ou seja, é toda transação que depende
de autorização legislativa, na forma de consignação de dotação orçamentária,
para ser efetivada.

Lei no 4.320/1964:

Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:


I - as receitas nele arrecadadas;
II - as despesas nele legalmente empenhadas.

O conteúdo do art. 35 da Lei no 4.320/1964 é conhecido como “Regime


Orçamentário”.
Assim, sob o enfoque orçamentário, para fins de administração financeira e
orçamentária, acompanhamento da arrecadação das receitas e autorização para
execução de despesas e liberação de recursos financeiros, o gestor público deve
observar as despesas empenhadas.

Os empenhos são emitidos para execução de


despesas planejadas para ocorrerem dentro do exercício financeiro, não
abrangendo despesas que, por competência, pertencerão ao exercício seguinte.

Decreto no 93.872/1986 (grifei):

Art. 27. As despesas relativas a contratos, convênios, acordos ou ajustes de


vigência plurianual, serão empenhadas em cada exercício financeiro pela parte
nele a ser executada.

Caso a ação governamental esteja prevista para execução por mais de um ano,
deverá ser emitido um empenho no início de cada exercício financeiro,
exclusivamente relativo à parcela do projeto a ser executado naquele ano.

Exemplo: Construção de um Instituto Federal de Educação, Ciência e


Tecnologia:
A obra de construção dessa escola instituto foi planejada para durar dois anos
(24 meses). Homologada a licitação, o contrato para construção foi assinado e
as obras tiveram início em maio/20X1. Assim, o primeiro empenho emitido foi
referente às despesas a serem executadas exclusivamente no exercício
financeiro de 20X1, conforme cronograma inicial de execução da obra.

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No início do ano de 20X2, como também no de 20X3, será emitido um empenho


da mesma forma, abrangendo exclusivamente as despesas planejadas para
serem executadas dentro do exercício financeiro, tendo por base o cronograma
de execução da obra.

Os investimentos cuja execução ultrapasse um


exercício financeiro deverão estar previstos no Plano Plurianual – PPA.

Existem três tipos de empenho:

MODALIDADES OU TIPOS DE EMPENHO

• despesas de valor previamente conhecido;


ORDINÁRIO • pagamento ocorrerá de uma só vez.
Exemplo: aquisição de mobiliário, aquisição de ambulância.

• despesas de valor não previamente conhecido (valor estimado);


• em geral os pagamentos são parcelados, mas poderão ocorrer
ESTIMATIVO
pagamentos de uma só vez.
Exemplo: água, energia elétrica, telefone.

• despesas de valor previamente conhecido;


GLOBAL • pagamentos serão parcelados.
Exemplo: locação de imóvel, obras públicas.

Uma vez emitido o empenho, ele poderá ser alterado através de REFORÇO ou
ANULAÇÃO.

Reforço de Empenho:
Reforçar o empenho é aumentar o valor inicialmente empenhado para
determinado credor.
Tal operação é necessária quando o valor empenhado é insuficiente para
atender à despesa que demanda ser realizada.
Exemplo: empenho estimativo para telefone, sendo o valor inicialmente
empenhado insuficiente.

Anulação de Empenho:
Constatada a impossibilidade de utilização do saldo de empenho, este deverá
ser anulado, parcial ou totalmente.

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Se não houver nenhum valor de despesa executada o empenho será totalmente


anulado.
Se houver algum valor de despesa executada, desde que menor que o valor
empenhado, haverá uma anulação parcial.

A anulação do empenho, no mesmo exercício,


apenas reverte o saldo não utilizado para o crédito respectivo.
Portanto, disponibiliza o recurso orçamentário anteriormente comprometido
no empenho, todavia, não deverá ser registrada como uma nova receita
orçamentária que ingressa aos cofres públicos.

Lei no 4.320/1964:

Art. 38. Reverte à dotação a importância de despesa anulada no exercício;


quando a anulação ocorrer após o encerramento deste considerar-se-á receita do
ano em que se efetivar.

A importância correspondente ao saldo de empenho anulado, quando no mesmo


exercício, retorna à disponibilidade do crédito respectivo, podendo ser
novamente empenhada dentro do mesmo exercício financeiro.
A nota de empenho será anulada, total ou parcialmente, quando:
• tiver sido inadequada ou indevidamente emitida;
• o valor empenhado for superior à despesa de fato realizada;
• não forem cumpridas as condições de fornecimento ou prestação de
serviços ou execução da obra, previamente estabelecidas.

LIQUIDAÇÃO
A liquidação se caracteriza como o momento em que o fornecedor cumpre com
sua obrigação (prestando o serviço, entregando ou construindo o bem para o
qual foi contratado), ou quando se verifica implementada alguma condição
prevista em lei, criando assim a obrigação para o Estado de efetuar o
pagamento para terceiros.

Liquidação da despesa: consiste na verificação do direito adquirido pelo credor


tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

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Lei no 4.320/1964:

Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo


credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo
crédito.
§ 1o. Essa verificação tem por fim apurar:
I – a origem e o objeto do que se deve pagar;
II – a importância exata a pagar;
III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
§ 2o. A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá
por base:
I – o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
II – a nota de empenho;
III – os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

Essa verificação objetiva constatar se o pagamento deverá ser concretizado


(quanto se deve pagar, para quem, em virtude de quê), de forma que a
entidade possa adimplir com sua obrigação.

Liquidar despesa objetiva verificar:


• se o fornecedor cumpriu adequadamente com sua obrigação; ou,
• se foi implementada alguma condição prevista em lei que autorize o
pagamento para terceiros.

Caso positivo, o contratado terá direito de receber o valor empenhado.


Assim, com a liquidação de despesa é inserida a obrigação de pagamento no
passivo exigível.

Por vezes (não é regra), com a liquidação da


despesa orçamentária ocorre a despesa sob o enfoque patrimonial, em virtude
do reconhecimento da obrigação de pagamento no Passivo.
Todavia, observa-se que a liquidação é uma fase de execução do orçamento
público e, para fins de estudo do patrimônio público, a Contabilidade Pública
efetua registro não apenas de atos e fatos relacionados com orçamento, mas
também daqueles independentes da execução orçamentária.
Dessa forma, a despesa sob o enfoque patrimonial poderá ocorrer a qualquer
momento, podendo ser oriunda ou não da execução do orçamento público.

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Exemplo 1: compra de mobiliário.


A liquidação da despesa orçamentária ocorre com a entrega dos móveis. Neste
momento haverá o registro do ingresso desses bens no ativo e a respectiva
obrigação de pagamento no passivo. Portanto, não ocorreu despesa pelo
enfoque patrimonial com a liquidação.

Exemplo 2: serviço de limpeza da fachada do edifício-sede do órgão.


A liquidação da despesa orçamentária ocorre com a conclusão do serviço. Neste
momento haverá registro da obrigação de pagamento no passivo, acarretando
assim a despesa pelo enfoque patrimonial, pois não há ingresso de bens ou
direitos no ativo.

Exemplo 3: registro de passivos sem disponibilidade orçamentária.


Para execução da despesa orçamentária faz-se necessário que ela seja
autorizada pelo Legislativo. Entretanto, a Contabilidade Pública deve registrar
todos os fatos no momento em que ocorrerem, de forma tempestiva, em
virtude do fato gerador, considerando o regime de competência.
Mesmo pendente de autorização legislativa, deve haver o reconhecimento da
obrigação a pagar, por vezes na forma de provisão, e da respectiva variação
patrimonial passiva, ocasionando assim a despesa pelo enfoque patrimonial.
Tal situação poderá ocorrer, por exemplo, no caso de decisões judiciais.

PAGAMENTO
O pagamento é terceiro e último estágio da execução da despesa.
Depois de liquidada a despesa, faz-se necessário que a entidade pública
satisfaça sua parte: efetue o pagamento.

Lei no 4.320/1964:

Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua
regular liquidação.
(...)
Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade
competente, determinando que a despesa seja paga.
Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos
processados pelos serviços de contabilidade.

Decreto do Executivo Federal no 93.872/1986:

Art. 42. O pagamento da despesa só poderá ser efetuado quando ordenado após
sua regular liquidação (Lei no 4.320/1964, art. 62).
Art. 43. A ordem de pagamento será dada em documento próprio, assinado pelo
ordenador da despesa e pelo agente responsável pelo setor financeiro.

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§ 1o. A competência para autorizar pagamento decorre da lei ou de atos


regimentais, podendo ser delegada.
§ 2o. A descentralização de crédito e a fixação de limite de saques a Unidade
Gestora importa mandato para a ordenação do pagamento, observadas as
normas legais pertinentes.
Art. 44. O pagamento de despesa será feito mediante saque contra o agente
financeiro, para crédito em conta bancária do credor, no banco por ele indicado,
podendo o agente financeiro fazer o pagamento em espécie, quando autorizado.

Portanto, para que o pagamento possa ser efetuado, a autoridade competente


deverá autorizá-lo mediante a “ordem de pagamento”, que nada mais é do que
um despacho formalizando tal autorização.
Ordem de pagamento não se confunde com o documento “Ordem Bancária” –
OB, extraído do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo
Federal – Siafi, o qual ordena que a instituição financeira a transferir o dinheiro
para o credor.

Lembre-se! Os estágios de EXECUÇÃO são necessários e obrigatórios para


todas as despesas, sem exceção.
Portanto, não existe despesa que não passe, nesta ordem, pelo: empenho,
liquidação e pagamento.

O art. 62 da Lei no 4.320/1964 informa que o


pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular
liquidação.
Algumas despesas, devido às suas características, poderão ser formalmente
liquidadas, sem que o fornecedor tenha prestado o serviço ou entregue o bem,
de forma que se possa concretizar o pagamento: trata-se do pagamento
antecipado da despesa.
Pagar antecipadamente é entregar o recurso financeiro ao terceiro sem que ele
tenha prestado o serviço ou entregue o bem.
De regra, em virtude do zelo pelo erário, os pagamentos somente devem ser
efetuados após o terceiro cumprir com sua obrigação.

Mas atenção! Admite-se o pagamento antecipado de despesa em casos


excepcionais. Portanto, tal procedimento não é a regra, mas exceção.
Exemplos: seguros, assinatura de periódicos (revistas, jornais etc.).

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Decreto no 93.872/1986 (grifei):

Art. 38. Não será permitido o pagamento antecipado de fornecimento de


materiais, execução de obra ou prestação de serviço, inclusive de utilidade
pública, admitindo-se, todavia, mediante as indispensáveis cautelas ou
garantias, o pagamento de parcela contratual na vigência do respectivo
contrato, convênio, acordo ou ajuste, segundo a forma de pagamento nele
estabelecida, prevista no edital de licitação ou nos instrumentos formais de
adjudicação direta. (Grifo nosso)

6. Questões de Concursos Públicos

Após esta bateria de questões de concurso comentadas, disponibilizo logo em


seguida a mesma lista de exercícios, todavia, sem resolução, para que o aluno
possa resolvê-las antes de ver o gabarito e ler os comentários correspondentes
(a seu critério).
As questões abaixo foram segregadas na seguinte ordem: VUNESP e OUTRAS
BANCAS.
Mas antes, que tal uma pequena pausa para descanso! (15 minutinhos).
Bons estudos.

Lembre-se! Esta é uma aula demonstrativa, utilizada apenas para que você
possa conhecer a qualidade do material de estudo, motivo pelo qual
disponibilizamos uma quantidade reduzida de questões.

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6.1. Questões de Concursos COM Resolução

VUNESP
1. (VUNESP-Procurador/Câmara de Várzea Paulista-2016) As dotações para
despesas às quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços,
inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação
de outras entidades de direito público ou privado, classificam-se como
(A) transferências correntes.
(B) investimentos.
(C) inversões financeiras.
(D) despesas de capital.
(E) dotações aleatórias.
Resolução
A banca examinadora exigiu o conceito de transferências correntes contido no
texto da Lei no 4.320/1964:

Art. 12, § 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para


despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços,
inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de
outras entidades de direito público ou privado.

Lembre-se! As atuais subdivisões das Despesas Correntes e de Capital NÃO são


as mesmas previstas na Lei no 4.320/1964.
Lei no 4.320/1964:
DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL

Despesas de Custeio Investimentos


Transferências Correntes Inversões Financeiras
Transferências de Capital

Atual classificação:
DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL

Pessoal e Encargos Sociais Investimentos


Juros e Encargos da Dívida Inversões Financeiras
Outras Despesas Correntes Amortização da Dívida

RESERVAS

Reserva do Regime Próprio de Previdência do Servidor


Reserva de Contingência

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Apesar de atualmente não mais ser utilizada a subdivisão de despesas correntes


em “transferências correntes”, este conceito, previsto na Lei nº 4.320/64, foi
exigido pela banca examinadora.
Dica! Estude com dedicação a Lei nº 4.320/64 para provas da VUNESP.
Letra A.
2. (VUNESP-Procurador/Câmara de Poá-2016) De acordo com a Lei no
4.320/64, o empenho de despesa é
(A) o produto de receitas especificadas que por lei se vinculam à realização de
determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção de normas peculiares
de aplicação.
(B) o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação
de pagamento pendente ou não de implemento de condição.
(C) a dotação destinada a aquisição de títulos representativos do capital de
empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação
não importe aumento do capital.
(D) o pagamento da despesa efetuado por tesouraria ou pagadoria
regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em
casos excepcionais, por meio de adiantamento.
(E) a dotação destinada ao pagamento de bonificações a produtores de
determinados gêneros ou materiais.
Resolução
Lei no 4.320/1964 (grifei):
Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente
que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de
implemento de condição.
Art. 59. O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos
concedidos.
(...)
Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.
§1o. Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a emissão
da nota de empenho.
Letra B.
3. (VUNESP-Analista-Contador/Câmara de Pirassununga-2016) São
consideradas despesas de capital:
(A) subvenções sociais.
(B) obrigações patronais.
(C) salário família.
(D) juros sobre a dívida contratada.
(E) aquisições de imóveis.
Resolução

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As despesas de capital contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição


de um bem de capital. Pode-se dizer que são despesas geradas pelo incremento
do patrimônio permanente ou pela amortização de dívidas, quais sejam:
construção de escolas, rodovias, pontes, aquisição de materiais permanentes,
pagamento do principal da dívida (amortização), aquisição de imóveis,
aquisição de ações, entre outras.
Dentre as opções, tem-se a aquisição de imóveis (letra E) como geradora de
despesa de capital.
De forma inversa, as despesas correntes NÃO contribuem, diretamente, para a
formação ou aquisição de um bem de capital. Assim, todas as demais opções
são despesas correntes.
Lembre-se! Pegadinha de concurso! É importante observar que apenas a
parcela dos juros (letra D) e demais encargos cobrados no empréstimo são
classificados como Despesas Correntes – Juros e Encargos da Dívida.
O valor pago referente à amortização do empréstimo (pagamento do principal)
e a respectiva correção monetária são Despesas de Capital – Amortização da
Dívida.

PAGAMENTO DA DÍVIDA CLASSIFICAÇÃO

Juros e Despesa Corrente – Juros e Encargos da


Demais valores decorrentes Dívida

Amortização e
Despesa de Capital – Amortização da Dívida
Atualização monetária ou cambial

Letra E.
4. (VUNESP-Analista-Contador/Câmara de Pirassununga-2016) A verificação do
direito adquirido pelo credor, conforme a Lei no 4.320/64, corresponde:
(A) à fixação.
(B) à liquidação.
(C) ao empenho.
(D) à licitação.
(E) ao pagamento.
Resolução
Lei no 4.320/1964 (grifei):

Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito


adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios
do respectivo crédito.
§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:
I - a origem e o objeto do que se deve pagar;

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II - a importância exata a pagar;


III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá
por base:
I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
II - a nota de empenho;
III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

Letra B.
5. (VUNESP-Contador/Prefeitura de Cotia-2017) O empenho de despesa é o ato
emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de
pagamento pendente ou não de implemento de condição. Baseado nessa
premissa, é correto afirmar:
(A) o empenho poderá ser realizado, mesmo acima do limite concedido, desde
que aprovado recurso para o crédito adicional.
(B) o empenho da despesa ocorrerá no momento da contratação do recurso e
independe de crédito adicional.
(C) o empenho poderá ser liquidado mediante apresentação da documentação
fiscal pelo fornecedor.
(D) o empenho pode ser ordinário, o que significa o pagamento parcelado.
(E) o empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos.
Resolução
Lei no 4.320/1964:

Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que


cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de
condição.
Art. 59. O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos
concedidos.
(...)
Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.
§1o. Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a
emissão da nota de empenho.

A) Caso tenha sido aprovado recurso através de crédito orçamentário adicional,


o empenho deverá estar limitado a este novo limite de crédito disponível.
Exemplo:
Limite concedido (crédito orçamentário inicial) 100.000
(+) aprovação de crédito orçamentário adicional 50.000
(=) Limite concedido atualizado 150.000

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Assim, com a aprovação do crédito adicional, tem-se um novo limite de crédito


concedido de R$ 150.000,00, devendo o empenho estar limitado
obrigatoriamente a este valor.
Lembre-se! O empenho da despesa NÃO poderá exceder o limite dos créditos
concedidos. Sem exceção. ERRADO.
B) O empenho ocorrerá após autorização da autoridade competente (ordenador
de despesa), no momento da contratação do fornecedor, e ainda, desde que
haja crédito orçamentário disponível.
Portanto, caso sejam necessários mais recursos orçamentários para emissão do
empenho, de forma que esteja dentro do limite disponível, então, há, sim,
dependência de aprovação de crédito orçamentário adicional. ERRADO.
C) A liquidação é a verificação do direito adquirido do credor, tendo por base os
títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.
Apenas apresentar a documentação fiscal do fornecedor, certidões negativas e
apresentação de nota fiscal, não é suficiente para liquidar a despesa. Faz-se
necessário, principalmente, que o fiscal ateste que o fornecedor cumpriu todas
suas obrigações contratuais, de forma que possa ser possível a liquidação e
pagamento da despesa. ERRADO.
D) Existem três tipos de empenho:

MODALIDADES OU TIPOS DE EMPENHO

• despesas de valor previamente conhecido;


ORDINÁRIO • pagamento ocorrerá de uma só vez.
Exemplo: aquisição de mobiliário, aquisição de ambulância.

• despesas de valor não previamente conhecido (valor estimado);


• em geral os pagamentos são parcelados, mas poderão ocorrer
ESTIMATIVO
pagamentos de uma só vez.
Exemplo: água, energia elétrica, telefone.

• despesas de valor previamente conhecido;


GLOBAL • pagamentos serão parcelados.
Exemplo: locação de imóvel, obras públicas.

Com o empenho ordinário tem-se pagamento NÃO parcelado. ERRADO.


E) Perfeito! Cópia do art. 59 da Lei no 4.320/1964. CERTO.
Opção correta: letra E.

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OUTRAS BANCAS
6. (FCC/Analista Adm/TRT.2a Região/2014) Considere as despesas de um
Tribunal Regional do Trabalho com:
I. aquisição de veículos para uso na prestação de serviços;
II. tarifas de energia elétrica, água e esgoto referentes ao prédio utilizado na
prestação de serviços à sociedade;
III. gasolina automotiva;
IV. serviços de terceiros (pessoa jurídica) relativos à manutenção periódica do
sistema de ar-condicionado.
As despesas I, II, III e IV são classificadas, respectivamente, como despesas:
a) corrente, de capital, corrente e de capital;
b) corrente, corrente, corrente e de capital;
c) de capital, corrente, corrente e de capital;
d) de capital, corrente, corrente e corrente;
e) de capital, corrente, de capital e corrente.
Resolução
Despesas de Capital: item I.
Despesas Correntes: itens II, III e IV.
Letra D.
(FCC-ACE-Ciências Contábeis/TCE-CE-2015) Atenção: Para responder às duas
questões abaixo, considere as seguintes informações, relativamente à
classificação da despesa sob o aspecto orçamentário:
O governo de determinado Estado da região Norte do Brasil adquiriu, mediante
licitação, cinco automóveis novos, pelo valor total de R$ 250.000,00, para
auxiliar o deslocamento dos auditores em serviços na fiscalização das receitas
tributárias.
7. A despesa classifica-se no seguinte Grupo de Natureza de Despesa:
(A) imobilizado.
(B) inversões financeiras.
(C) bens móveis.
(D) investimentos.
(E) ativo não circulante.
Resolução
Categoria econômica: Despesa de Capital
Grupo de Natureza de Despesa: Investimento.
MTO:

Investimentos: Despesas orçamentárias com softwares e com o


planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de

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imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a


aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.

Letra D.
8. Os veículos adquiridos classificam-se no seguinte elemento de despesa:
(A) equipamentos e material permanente.
(B) ativo permanente.
(C) auxílio transporte.
(D) obrigações tributárias e contributivas.
(E) bens de capital.
Resolução
Os veículos são materiais permanentes.
Elemento de despesa: Equipamentos e Material Permanente
MTO:

Equipamentos e Material Permanente: Despesas orçamentárias com


aquisição de aeronaves; aparelhos de medição; aparelhos e equipamentos de
comunicação; aparelhos, equipamentos e utensílios médico, odontológico,
laboratorial e hospitalar; aparelhos e equipamentos para esporte e diversões;
aparelhos e utensílios domésticos; armamentos; coleções e materiais
bibliográficos; embarcações, equipamentos de manobra e patrulhamento;
equipamentos de proteção, segurança, socorro e sobrevivência; instrumentos
musicais e artísticos; máquinas, aparelhos e equipamentos de uso industrial;
máquinas, aparelhos e equipamentos gráficos e equipamentos diversos;
máquinas, aparelhos e utensílios de escritório; máquinas, ferramentas e
utensílios de oficina; máquinas, tratores e equipamentos agrícolas, rodoviários
e de movimentação de carga; mobiliário em geral; obras de arte e peças para
museu; semoventes; veículos diversos; veículos ferroviários; veículos
rodoviários; outros materiais permanentes.

Letra A.
9. (FCC-ACE-Ciências Contábeis/TCE-CE-2015) O departamento de
contabilidade e orçamento da Assembleia Legislativa do Estado Eldorado do
Norte está instalado em um imóvel alugado. No mês de junho de 2015, a
Assembleia adquiriu este imóvel pelo valor de R$ 850.000,00. Nos termos da
Lei Federal no 4.320/64, a despesa é classificada como
(A) investimento.
(B) patrimonial.
(C) imobiliária.
(D) inversões financeiras.
(E) imobilizado.
Resolução
Trata-se de uma Inversão Financeira por ser uma aquisição de imóvel já em
utilização.

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A expressão “já em utilização” indica apenas que o imóvel já estava pronto em


uso, não precisando ser necessariamente pela Administração pública (apesar da
questão informar a situação de uso do imóvel pelo estado).
Assim, caracteriza-se a Inversão Financeira (imóvel pronto em uso),
diferentemente do que ocorre com a classificação Investimentos, situação em
que o estado executa a obra, fazendo incrementar o PIB.
Lei nº 4.320/64 (grifei):

Art. 12, § 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações


destinadas a:
I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;
II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de
qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do
capital;
III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a
objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

MTO:

Inversões Financeiras: Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou


bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de
empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação
não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de
empresas, além de outras despesas classificáveis neste grupo.

Letra D.
10. (CESPE-Administrador/FUB-2015) As inversões financeiras, a amortização,
os juros e encargos da dívida são grupos de despesas orçamentárias vinculadas
à categoria econômica de despesas correntes.
Resolução
Apenas os juros e encargos da dívida são despesas correntes. As demais
(inversões financeiras e amortização) são despesas de capital. ERRADO.
11. (CESPE-Auditor/FUB-2015) O empenho deve ser classificado como uma das
duas possibilidades: o ordinário, no qual o valor exato da despesa é conhecido,
ou por estimativa, em que não se pode determinar previamente o montante
preciso da despesa.
Resolução
São três tipos de empenho: ordinário, estimativo e global.
Tipos de empenho:

• despesas de valor previamente conhecido;


ORDINÁRIO
• pagamento ocorrerá de uma só vez.

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• despesas de valor não previamente conhecido (valor


estimado);
ESTIMATIVO
• em geral os pagamentos são parcelados, mas poderão
ocorrer pagamentos de uma só vez.

• despesas de valor previamente conhecido;


GLOBAL
• pagamentos serão parcelados.

ERRADO.
(CESPE – Analista-Contabilidade/ANP – 2013) De acordo com a Lei n.º
4.320/1964, referente ao regime orçamentário, é correto afirmar que pertence
ao exercício financeiro de 2011
12. a receita prevista e lançada em 2011, porém arrecadada e recolhida em
2012.
Resolução
Inicialmente, perceba que a questão menciona que o regime previsto na Lei n.º
4.320/64 é um “regime orçamentário”. Portanto, a banca examinadora
considerou nesta questão o entendimento de que o artigo 35 dessa lei informa
um regramento orçamentário (e não um regime contábil).
Tal artigo estabelece que pertencem ao exercício financeiro as receitas nele
arrecadadas e as despesas nele legalmente empenhadas.
Se a receita foi arrecadada apenas em 2012, mesmo que tenha sido prevista e
lançada em 2011, ela não pertence, sob o enfoque orçamentário (regime
orçamentário), ao exercício de 2011. ERRADO.
13. a despesa empenhada em 2011, porém liquidada e paga em 2012.
Resolução
Regime orçamentário previsto no artigo 35 da Lei n.º 4.320/64: pertencem ao
exercício financeiro as receitas nele arrecadadas e as despesas nele legalmente
empenhadas. Portanto, a despesa empenhada em 2011 pertence, sob o
enfoque orçamentário (regime orçamentário), ao exercício de 2011. CERTO.
(CESPE-TécnicoFCE/TCU-2015) Julgue os itens que se seguem, acerca dos
estágios da despesa orçamentária.
14. A apuração da quantia exata a ser paga em relação às despesas incorridas
por um ente federativo ocorre na fase de pagamento, sendo vedada a adoção
de regime de adiantamento com vistas a honrar o pagamento dessas despesas.
Resolução
Sob o enfoque orçamentário a despesa ocorre no empenho.
Todavia, para apuração do valor a pagar deve-se analisar a despesa liquidada,
momento em que se verifica o direito adquirido pelo credor e registro desse
valor a pagar no passivo.

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De fato o adiantamento (suprimento de fundos) não possui objetivo de sanar


tais despesas, sendo aplicável apenas nos casos definidos em lei.
ERRADO.
15. Realiza-se por meio de empenho global a reserva de dotação orçamentária
de compromissos decorrentes de despesas contratuais com pagamento sujeito
a parcelamento.
Resolução
Lei nº 4.320/64:

Art. 60, § 3º É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras,


sujeitas a parcelamento.

CERTO.

6.2. Questões de Concursos SEM Resolução


Gabarito disponível ao final.

VUNESP
1. (VUNESP-Procurador/Câmara de Várzea Paulista-2016) As dotações para
despesas às quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços,
inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação
de outras entidades de direito público ou privado, classificam-se como
(A) transferências correntes.
(B) investimentos.
(C) inversões financeiras.
(D) despesas de capital.
(E) dotações aleatórias.
2. (VUNESP-Procurador/Câmara de Poá-2016) De acordo com a Lei no
4.320/64, o empenho de despesa é
(A) o produto de receitas especificadas que por lei se vinculam à realização de
determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção de normas peculiares
de aplicação.
(B) o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação
de pagamento pendente ou não de implemento de condição.
(C) a dotação destinada a aquisição de títulos representativos do capital de
empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação
não importe aumento do capital.

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(D) o pagamento da despesa efetuado por tesouraria ou pagadoria


regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em
casos excepcionais, por meio de adiantamento.
(E) a dotação destinada ao pagamento de bonificações a produtores de
determinados gêneros ou materiais.
3. (VUNESP-Analista-Contador/Câmara de Pirassununga-2016) São
consideradas despesas de capital:
(A) subvenções sociais.
(B) obrigações patronais.
(C) salário família.
(D) juros sobre a dívida contratada.
(E) aquisições de imóveis.
4. (VUNESP-Analista-Contador/Câmara de Pirassununga-2016) A verificação do
direito adquirido pelo credor, conforme a Lei no 4.320/64, corresponde:
(A) à fixação.
(B) à liquidação.
(C) ao empenho.
(D) à licitação.
(E) ao pagamento.
5. (VUNESP-Contador/Prefeitura de Cotia-2017) O empenho de despesa é o ato
emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de
pagamento pendente ou não de implemento de condição. Baseado nessa
premissa, é correto afirmar:
(A) o empenho poderá ser realizado, mesmo acima do limite concedido, desde
que aprovado recurso para o crédito adicional.
(B) o empenho da despesa ocorrerá no momento da contratação do recurso e
independe de crédito adicional.
(C) o empenho poderá ser liquidado mediante apresentação da documentação
fiscal pelo fornecedor.
(D) o empenho pode ser ordinário, o que significa o pagamento parcelado.
(E) o empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos.

OUTRAS BANCAS
6. (FCC/Analista Adm/TRT.2a Região/2014) Considere as despesas de um
Tribunal Regional do Trabalho com:
I. aquisição de veículos para uso na prestação de serviços;
II. tarifas de energia elétrica, água e esgoto referentes ao prédio utilizado na
prestação de serviços à sociedade;
III. gasolina automotiva;

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IV. serviços de terceiros (pessoa jurídica) relativos à manutenção periódica do


sistema de ar-condicionado.
As despesas I, II, III e IV são classificadas, respectivamente, como despesas:
a) corrente, de capital, corrente e de capital;
b) corrente, corrente, corrente e de capital;
c) de capital, corrente, corrente e de capital;
d) de capital, corrente, corrente e corrente;
e) de capital, corrente, de capital e corrente.
(FCC-ACE-Ciências Contábeis/TCE-CE-2015) Atenção: Para responder às duas
questões abaixo, considere as seguintes informações, relativamente à
classificação da despesa sob o aspecto orçamentário:
O governo de determinado Estado da região Norte do Brasil adquiriu, mediante
licitação, cinco automóveis novos, pelo valor total de R$ 250.000,00, para
auxiliar o deslocamento dos auditores em serviços na fiscalização das receitas
tributárias.
7. A despesa classifica-se no seguinte Grupo de Natureza de Despesa:
(A) imobilizado.
(B) inversões financeiras.
(C) bens móveis.
(D) investimentos.
(E) ativo não circulante.
8. Os veículos adquiridos classificam-se no seguinte elemento de despesa:
(A) equipamentos e material permanente.
(B) ativo permanente.
(C) auxílio transporte.
(D) obrigações tributárias e contributivas.
(E) bens de capital.
9. (FCC-ACE-Ciências Contábeis/TCE-CE-2015) O departamento de
contabilidade e orçamento da Assembleia Legislativa do Estado Eldorado do
Norte está instalado em um imóvel alugado. No mês de junho de 2015, a
Assembleia adquiriu este imóvel pelo valor de R$ 850.000,00. Nos termos da
Lei Federal no 4.320/64, a despesa é classificada como
(A) investimento.
(B) patrimonial.
(C) imobiliária.
(D) inversões financeiras.
(E) imobilizado.
10. (CESPE-Administrador/FUB-2015) As inversões financeiras, a amortização,
os juros e encargos da dívida são grupos de despesas orçamentárias vinculadas
à categoria econômica de despesas correntes.
11. (CESPE-Auditor/FUB-2015) O empenho deve ser classificado como uma das
duas possibilidades: o ordinário, no qual o valor exato da despesa é conhecido,

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ou por estimativa, em que não se pode determinar previamente o montante


preciso da despesa.
(CESPE – Analista-Contabilidade/ANP – 2013) De acordo com a Lei n.º
4.320/1964, referente ao regime orçamentário, é correto afirmar que pertence
ao exercício financeiro de 2011
12. a receita prevista e lançada em 2011, porém arrecadada e recolhida em
2012.
13. a despesa empenhada em 2011, porém liquidada e paga em 2012.
(CESPE-TécnicoFCE/TCU-2015) Julgue os itens que se seguem, acerca dos
estágios da despesa orçamentária.
14. A apuração da quantia exata a ser paga em relação às despesas incorridas
por um ente federativo ocorre na fase de pagamento, sendo vedada a adoção
de regime de adiantamento com vistas a honrar o pagamento dessas despesas.
15. Realiza-se por meio de empenho global a reserva de dotação orçamentária
de compromissos decorrentes de despesas contratuais com pagamento sujeito
a parcelamento.

VUNESP
1A 2B 3E 4B 5E

OUTRAS BANCAS
6D 7D 8A 9D 10E 11E 12E 13C 14E 15C

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