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República de Angola

Tribunal de Contas

Parecer sobre a Conta Geral do Estado


2012

Parecer sobre a Conta Geral do Estado - 2012


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ÍNDICE GERAL
ÍNDICE DE QUADROS ............................................................................................................. 3
ÍNDICE DE GRÁFICOS ............................................................................................................ 4
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 5
2. ECONOMIA MUNDIAL E DE ANGOLA ....................................................................... 7
3. SISTEMA CONTABILÍSTICO DO ESTADO - SCE ..................................................... 9
4. DESENVOLVIMENTO DO PARECER ........................................................................ 11
4.1 - Avaliação do Desempenho Financeiro e Patrimonial .................................................... 11
4.1.1 -Balanço Financeiro ....................................................................................................... 11
4.1.2 - Balanço Patrimonial ..................................................................................................... 12
4.2 – Análise das Receitas ......................................................................................................... 16
4.2.1 Análise da Receita por Natureza .................................................................................... 17
4.2.2 Análise da Receita por Estrutura Central, Província e Exterior ..................................... 23
4.3 - Análise dos Fluxos de Financiamento ao Sector Empresarial Público ........................ 28
4.4 – Análise das Despesas .................................................................................................. 30
4.4.1 - Execução da Despesa por Função e Sub-Função ......................................................... 33
4.4.2. - Execução das Despesas das Missões Diplomáticas, Consulados e Representações
Comerciais............................................................................................................................... 36
4.4.3. - Execução das Despesas por Órgãos Centrais .............................................................. 38
4.4.4. - Execução das Despesas por Órgãos Locais ................................................................ 39
4.5 - Programa de Investimento Público/PIP .......................................................................... 41
4.5.1 - Execução financeira dos projectos da Administração Central ..................................... 41
4.5.2. - Execução financeira dos projectos do PIP da Administração Local ........................... 45
4.5.3 - Execução financeira dos projectos do PIP por Sector/Função ..................................... 48
4.6 - Dívida Pública ................................................................................................................... 50
4.6.1. - Serviço da Dívida........................................................................................................ 52
4.6.2 - Restos a Pagar .............................................................................................................. 53
4.7 – Operações de Tesouraria ................................................................................................. 55
4.8 – Património ........................................................................................................................ 57
4.9 - Segurança Social ............................................................................................................... 58
4.9.1 – Análise dos dados dos Segurados, Contribuintes e Pensionistas ................................ 58
4.9.2. - Análise das Receitas e Despesas ................................................................................. 60
4.9.3 - Análise da Execução Orçamental ................................................................................ 61
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 64
6. PARECER ......................................................................................................................... 66

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Índice de Quadros
Quadro 1 – Comportamento do Produto Mundial (Taxa de Crescimento Real e Percentagem) ... 7
Quadro 2 - Comportamento do Produto Nacional Bruto 2009 - 2012 .......................................... 8
Quadro 3 - Resultado Financeiro de 2012 ................................................................................... 12
Quadro 4 - Balanço Patrimonial – Activo ................................................................................... 12
Quadro 5 - Empréstimos e Financiamentos a Instituições e Agentes Devedores ....................... 13
Quadro 6 - Balanço Patrimonial – Passivo.................................................................................. 14
Quadro 7 - Segregação da Dívida ............................................................................................... 15
Quadro 8 - Dívida Interna e Externa a Curto Prazo .................................................................... 15
Quadro 9 - Dívida Interna e Externa a Longo Prazo ................................................................... 15
Quadro 10 - Receitas Orçamentais .............................................................................................. 18
Quadro 11 - Receitas Petrolíferas................................................................................................ 20
Quadro 12 - Receitas Diamantíferas ........................................................................................... 21
Quadro 13 - Receitas de Financiamentos e Outras Receitas de Capital ...................................... 22
Quadro 14 - Receitas por Estrutura Central, Província e Exterior .............................................. 23
Quadro 15 - Comparativo das Receitas por Estrutura Central, Província e Exterior ................. 24
Quadro 16 - Receitas Previstas e não Arrecadadas ..................................................................... 26
Quadro 17 - Diferenças entre o relatório do ISEP e o SIGFE ..................................................... 28
Quadro 18 - Valores Arrecadados e Aplicação das Receitas ...................................................... 28
Quadro 19 - Execução da Despesa Por Natureza (Despesa Orçamentada x Realizada) ............. 31
Quadro 20 – Execução da Despesa por Função e Subfunção ..................................................... 33
Quadro 21 - Execução da despesa por Missões Diplomáticas, Consulados, Representações
Comerciais por Unidades Orçamentais ....................................................................................... 36
Quadro 22 - Execução da despesa Por Órgãos Centrais ............................................................. 38
Quadro 23 - Execução da despesa por Órgãos Locais ................................................................ 39
Quadro 24 – Comparação do PIP dos Órgãos Centrais............................................................... 41
Quadro 25 – Comparação do PIP do MINFIN e MINPLAN ...................................................... 43
Quadro 26 - Comparação do PIP dos Órgãos Locais .................................................................. 45
Quadro 27 – Comparação do PIP entre MINFIN e MINPLAN a Nível Local ........................... 47
Quadro 28 – PIP a Nível Sectorial .............................................................................................. 48
Quadro 29 - Receitas de Financiamento...................................................................................... 50
Quadro 30 – Stock da Dívida Pública ......................................................................................... 51
Quadro 31 – Serviço da Dívida ................................................................................................... 52
Quadro 32 - Demonstrativos de Restos a Pagar .......................................................................... 53
Quadro 33 – Contribuintes, Segurados e Pensionistas ................................................................ 58
Quadro 34 - – Comparação de Receitas e Despesas 2012 e 2011 ............................................... 59
Quadro 35 - Demonstração Comparativa da Composição das Receitas e Despesas ................... 60
Quadro 36 - Comparação dos registos do SIGFE com os do INSS em 2012 ............................. 61
Quadro 37 – Comparação da Despesa Orçamentada do SIGFE e OGE ..................................... 62
Quadro 38 - Grau de execução do Orçamento – SIGFE ............................................................. 62

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Índice de Gráficos
Gráfico 1 - Comparação da Inflação Prevista e Real do ano de 2012 ........................................... 9
Gráfico 2 - Receitas Orçamentais................................................................................................ 19
Gráfico 3 - Receitas Petrolíferas ................................................................................................. 20
Gráfico 4 - Receitas Diamantíferas ............................................................................................. 21
Gráfico 5 - Comparativo das Receitas de Financiamentos .......................................................... 22
Gráfico 6 - Comparativo das Receitas por Estrutura Central, Província e Exterior .................... 26
Gráfico 7 – Comparação das Despesas Realizadas 2012 - 2011 ................................................. 32
Gráfico 8 - Despesa Orçamentada e Liquidada Por Órgãos Centrais ......................................... 40
Gráfico 9 – Peso do PIP a Nível Central ..................................................................................... 42
Gráfico 10 – Comparação do PIP do MINFIN e MINPLAN ...................................................... 44
Gráfico 11 – Comparação do PIP a Nível Local ......................................................................... 46
Gráfico 12 – Variação do PIP a Nível Local ............................................................................... 46
Gráfico 13 – Comparação do PIP do MINFIN e MINPLAN ...................................................... 48
Gráfico 14 – Peso do PIP a Nível Sectorial................................................................................. 49
Gráfico 15 – PIP por Sector ........................................................................................................ 49
Gráfico 16 – Serviço da Dívida Interna....................................................................................... 52
Gráfico 17 - Serviço da Dívida Externa ...................................................................................... 53
Gráfico 18 – Restos a Pagar ........................................................................................................ 54
Gráfico 19 - Contribuintes, Segurados e Pensionistas ................................................................ 59
Gráfico 20 – Comparação de Receitas e Despesas 2012 e 2011 ................................................. 59
Gráfico 21 - Demonstração Comparativa da Composição das Receitas e Despesas................... 60
Gráfico 22 – Comparação dos Registos do SIGFE com os do INSS em 2012 ........................... 61
Gráfico 23 - Comparação da Despesa Orçamentada do SIGFE e OGE ...................................... 62

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1. Introdução
A Constituição da República de Angola, no n.º 4 do artigo 104, determina que «a
execução do Orçamento Geral do Estado obedece ao princípio da transparência e da
Boa governação e é fiscalizada pela Assembleia Nacional e pelo Tribunal de Contas em
condições definidas por lei…». Determina, ainda, a alínea b) da Constituição que
compete a Assembleia Nacional, «receber e analisar a Conta Geral do Estado e de
outras instituições públicas que a lei obrigar, podendo as mesmas serem
acompanhadas do relatório e parecer do Tribunal de Contas…»

Pela segunda vez, o Tribunal de Contas é chamado a desempenhar esta nobre missão
constitucional, que se funda no exercício da sua competência estabelecida no Art.º 7.º
da Lei 13/10 de 9 de Julho.

Nos termos do art.º 162.º alínea b) da Constituição da República, compete à Assembleia


Nacional, no domínio do controlo e da fiscalização, entre outras, “Receber e analisar a
Conta Geral do Estado e de outras instituições públicas que a lei obrigar, podendo as
mesmas serem acompanhadas do relatório e parecer do Tribunal de Contas,…”

É, pois, em obediência a este primado constitucional que a Assembleia Nacional,


solicitou, a emissão do seu Parecer à Conta Geral do Estado do exercício financeiro de
2012.

Ao emitir o Parecer sobre a Conta Geral do Estado, o Tribunal subsidia por um lado a
Assembleia Nacional com uma análise técnica competente, profunda e sustentada sobre
um instrumento indispensável na avaliação da transparência e boa governação com que
deve ser executado o Orçamento Geral do Estado e por outro, permite que a sociedade
possa ter um conhecimento da actividade governativa que é desenvolvida pelo Poder
Executivo, quer pela abrangência da análise, quer pela amplitude dos entes que
convergem para esta nobre tarefa de satisfação do interesse colectivo.

Na análise da presente Conta Geral do Estado, o Tribunal teve em consideração a


apreciação oficial que foi feita pelo Ministério das Finanças às Recomendações anexas
ao Parecer de 2011 formuladas por esta egrégia Corte de Contas.

Realça-se que a emissão deste Parecer contou com um universo maior de informação
em relação a 2011, sustentada em elementos de consulta a que o Tribunal teve acesso
comparativamente ao seu primeiro exercício e com um prazo de análise maior, embora
ainda insuficiente.

É de realçar ainda que, embora um maior número de instituições públicas e privadas


tenha cumprido com as disposições do artigo 18.º da Lei n.º 13/10 de 9 de Julho, no que
concerne à cooperação com o Tribunal de Contas em termos de informação, ainda está-
se muito aquém do desejado.

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Nesse sentido, nos termos do artigo 7.º da Lei 13/10 de 9 de Julho, o Tribunal de Contas
elaborou o presente Parecer, onde foram formuladas recomendações e propostas
medidas visando assegurar a observância dos princípios da legalidade, eficiência,
economicidade, objectivando a melhoria da gestão dos recursos do Estado.

O presente Parecer conta com quatro partes essenciais, (I) Introdução, (II) Sistema
Contabilístico do Estado que permite uma visão rápida do nosso sistema contabilístico,
(III) Desempenho das Finanças Públicas na sua envolvente económico-financeira
mundial e nacional de 2012 para melhor compreensão dos elementos descritivos, uma
breve análise do sector real da economia, o comportamento da inflação, o balanço
orçamental, financeiro e patrimonial de 2012 e a (IV) Conclusão, Recomendações e
Parecer.

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2. Economia Mundial e de Angola

As economias mundiais em 2012 indicavam um crescimento económico mais moderado


comparado com o ano de 2011, fundamentalmente como consequência da crise da
dívida europeia e do desempenho da economia americana ameaçada por factores
previsíveis e imprevisíveis. Dados do FMI apontavam um crescimento de 4%, com os
indicadores actualizados em Setembro de 2011.
A diminuição de desemprego continuou a ser o grande desafio de 2012, bem como a
redução nos custos de produção, afectada principalmente pela queda dos salários, que
tem consequências dramáticas sobre o consumo privado para as economias emergentes,
apesar de trazer altos níveis de renda para as corporações.
Quadro 1 – Comportamento do Produto Mundial (Taxa de Crescimento Real e Percentagem)
1. Taxas de Crescimento (%) 2010 2011 2012
M undo 5,1 4 4
Economias Avançadas 3,1 1,6 1,9
Estados Unidos 3 1,5 1,8
Zona Euro 1,8 1,6 1,1
Economias Emergentes/Em Desenvolvimento 7,3 6,4 6,1
África sub-Sahariana 5,4 5,2 5,8
Angola 3,4 1,3 12,8
América Central e do Sul 6,1 4,5 4
Ásia em desenvolvimento 9,5 8,2 8
Comunidade de Países Independentes 4,6 4,6 4,4
Europa Central e de Leste 4,5 4,3 2,7
M édio Oriente e Norte de África 4,4 4 3,6
Fonte: Lei do Orçamento Geral do Estado para o Exercício Económico 2012

Comércio Internacional
Nos dois últimos anos (2010 e 2011) os níveis de crescimento do produto mundial em
grande parte deveu-se ao aumento do comércio mundial, nas economias asiáticas
principalmente aquelas com grandes investimentos na indústria manufactureira foram as
que mais impulsionaram o aumento das trocas mundiais. No entanto, os termos de
trocas continuaram muito favoráveis para algumas economias emergentes, limitando o
enfraquecimento das suas contas correntes em resposta à forte procura interna.
Economia Nacional
Registou-se uma evolução positiva de algumas variáveis macroeconómicas nos últimos
dois anos, tendo sido possível implementar as regras de execução orçamental de forma a
tornar a execução da despesa mais eficiente e realizaram-se os pagamentos dos
atrasados acumulados durante os anos de 2008 e 2009. Também foi possível manter
reduzidos os níveis de inflação e acumularam-se as reservas internacionais aos níveis
anteriores da crise económica e financeira.

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Sector Real
Em 2012 a evolução da economia angolana foi positiva, demonstrando que a mesma se
encontrava já recuperada do ajustamento económico causado pela crise financeira de
2009, conforme o quadro a seguir:
Quadro 2 - Comportamento do Produto Nacional Bruto 2009 - 2012
Projecções
Indicadores 2009
2010 2011 2012
1.Taxas de Crescimento (%)
PIB 2,9 3,4 1,7 12,8
PIB Petróleo -5,1 -3 -8,8 13,4
PIB não Petrolífero 8,31 7,8 8,1 12,5
Diamante 4,6 -10,3 -1,7 10,1
Construção 23,8 16,1 6,1 7,5
2.Produção M édia do Petróleo (mil barris/dia) 1 809,00 1 755,00 1 601,10 1 842,50
3.Produção Anual de Diamantes (mill quilates) 9 320 8 360 8 301 11,364
4.Preço de Petróleo (USD/barril) 60,9 77,9 104 77
5.Preço de Diamante (quilates) 79,6
6.PIB a preços correntes (milhões de usd) 5 988,70 7 579,50 9 307 9 844,50
Fonte: Lei do Orçamento Geral do Estado para o Exercício Económico 2012 e Relatório do MINPLAN

O sector petrolífero demonstrou um comportamento notável, passando de um período


contraccionista, nos últimos três anos, para um crescimento de 13,4% em 2012. Este
comportamento reflectiu não só uma melhoria no preço do barril de petróleo, mas
também a recuperação da produção petrolífera, com a entrada em funcionamento de
novos campos.

Inflação

A taxa de inflação acumulada anual, medida pelo índice de preços ao consumidor da


cidade de Luanda, de acordo com o Relatório Macroeconómico da Conta Geral do
Estado em 2012 cifrou-se em 9,02% em relação aos 11,4% em 2011. O nível de inflação
previsto de 10,0% na Lei do Orçamento Geral do Estado face a inflação real de 9,02%,
em 2012, apresentou uma variação negativa de 0,98%, como se afigura no gráfico
seguinte:

Gráfico 1 - Comparação da Inflação Prevista e Real do ano de 2012

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Fonte: Lei do Orçamento Geral do Estado para o Exercício Económico 2012 e Conta Geral do Estado 2012

Sector Monetário e Externo

Para ano de 2012, a execução da política monetária teve como princípio a adequação da
oferta monetária aos objectivos da estabilidade dos preços, do equilíbrio do mercado
cambial e das contas externas do país.

A aplicação de tal princípio levou a que se procedesse uma gestão na liquidez da


economia com recurso a esterilização ex-ante dos recursos exigíveis para os pagamentos
internos do Tesouro Nacional cobertos com receita petrolífera, tanto com a venda de
divisas, quanto com a emissão de dívida pública (Bilhetes do Tesouro, Obrigações do
Tesouro e Títulos do Banco Central).

Também foram utilizados outros instrumentos em menor magnitude como a taxa de


redesconto (cujo nível foi reduzido de 25% para 20%) e as reservas obrigatórias (cujo
coeficiente foi novamente reduzido de 25% para 20% no caso dos depósitos em moeda
nacional e mantiveram-se os 15% para os depósitos denominados em moeda
estrangeira).

3. Sistema Contabilístico do Estado - SCE

A Conta Geral do Estado referente a 2012 teve como base os registos contabilísticos
efectuados no Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado – SIGFE.

Esse Sistema possibilita o registo online, de forma integrada, descentralizada e


padronizada da execução orçamental, financeira e patrimonial, compreendendo no
aspecto patrimonial o acompanhamento e controlo dos activos (bens e direitos),
passivos (obrigações) e património líquido.

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A integração caracteriza-se pela consistência que é observada entre os elementos


identificadores do orçamento nos diversos processos da execução orçamental da receita
(previsão e realização) e da despesa (cabimentação, liquidação e pagamento).

A descentralização permite que os registos sejam efectuados pelos utilizadores


habilitados no SIGFE de todos os órgãos e entidades do governo central e local, sem
transferência física de dados.

O padrão dos registos é acautelado através dos eventos contabilísticos, que automatizam
os lançamentos de cada acto e facto administrativo, assegurando que todas as contas a
serem utilizadas para representar a natureza de tais actos e factos sejam efectivamente
contempladas nos registos efectuados pelos diversos executores habilitados no Sistema.

O SIGFE possibilita também a geração automática das demonstrações financeiras


previstas na Lei Quadro do OGE, bem como dos relatórios de execução da receita e da
despesa, actualizados em tempo real.

As consultas ao Sistema permitem o conhecimento e a avaliação da execução nos


seguintes níveis de detalhes:

Orçamental – célula da receita, representada pelos identificadores da fonte de recursos,


acordo e natureza; célula da despesa, que agrega as classificações institucional (unidade
orçamental e órgão dependente), funcional–programática (função, programa e
actividade ou projecto) e económica (despesas correntes e de capital);

Financeira – célula financeira, que agrupa a fonte de recursos, acordo e categoria da


despesa;

Patrimonial – situação dos bens, direitos e obrigações, com indicação dos elementos
necessários à identificação individualizada dos bens patrimoniais, bem como dos
devedores e credores.
O SIGFE está inserido no contexto do Regulamento do Sistema Contabilístico do
Estado, aprovado pelo Decreto n.º 36/09, de 12 de Agosto, que estabelece os parâmetros
dos serviços de contabilidade pública apoiados por um Plano de Contas unificado que
contempla o método das partidas dobradas na Contabilidade Pública, exigido na referida
Lei Quadro do OGE.

Além de dispor sobre o Plano de Contas, o Regulamento do Sistema Contabilístico


inclui as normas de contabilidade pública, que observam, no que for pertinente, as
orientações das Normas Internacionais de Contabilidade para o Sector Público editadas
pela International Federation of Accountants – IFAC, e define as componentes

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estruturais do Sistema Contabilístico que integram os órgãos, instrumentos e produtos


fundamentais, que compreendem:

Órgãos fundamentais – órgão central e sectoriais;

Instrumentos fundamentais – plano de contas e tabela dos eventos, plataforma de


informática e os livros de contabilidade;

Produtos fundamentais – demonstrações financeiras, balancetes, relatórios da execução


orçamental e financeira, Conta Geral do Estado e relatórios para análise da gestão.

O Regulamento dispõe, por fim, sobre a função e atribuições do Sistema Contabilístico


e estabelece as competências dos órgãos central e sectoriais.

Esta forma organizativa tem assegurado a melhoria crescente da qualidade das


informações e a elevação do nível de transparência da execução orçamental, financeira e
patrimonial, com reflexos positivos sobre a Conta Geral do Estado e sobre o exercício
do controlo interno e externo.

4. Desenvolvimento do Parecer
4.1 - Avaliação do Desempenho Financeiro e Patrimonial
4.1.1 -Balanço Financeiro
O Balanço Financeiro, nos termos do Artigo n.º 60.º da Lei n.º 15/10, de 14 de Julho,
demonstra a receita e a despesa orçamental, bem como os pagamentos e recebimentos
de natureza extra-orçamental, conjugados com os saldos em espécie provenientes do
exercício anterior e os que se transferem para o exercício seguinte.
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No exercício de 2012, o Balanço Financeiro realça um resultado financeiro positivo


(Superávit) no valor de Kz 560.918,1 milhões, que representa a variação entre as
Disponibilidades dos dois últimos exercícios, no caso 2012 e 2011, conforme quadro
seguinte:

Quadro 3 - Resultado Financeiro de 2012


DISPONIBILIDADE 2012 DISPONIBILIDADE 2011 SUPERÁVIT FINANCEIRO

2.265.738,1 1.704.820,0 560.918,1


Fonte: Conta Geral do Estado 2012 e SIGFE

4.1.2 - Balanço Patrimonial

4.1.2.1 – Activo
Quadro 4 - Balanço Patrimonial – Activo

Fonte: Conta Geral do Estado 2012

Notas Explicativas ao Activo

a) A Disponibilidade Financeira no valor de Kz 2.265.738,1 milhões é constituída


por recursos financeiros existentes nos bancos do País e no Exterior, ressaltando
que no País é formada pelos saldos na Conta Única (em moeda nacional e em
moeda estrangeira convertida em kwanzas à data do Balanço) e no Exterior pelos
saldos das contas das Missões Diplomáticas e também das Linhas de Crédito;

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b) Os Empréstimos e Financiamentos a Instituições e Agentes Devedores registados


na conta 1.2.3.1.9, no valor de Kz 201.353,6 milhões, referente à transferência aos
diversos Fundos, teve um incremento de 40,8% em relação ao exercício anterior
conforme quadro seguinte:

Quadro 5 - Empréstimos e Financiamentos a Instituições e Agentes Devedores

Fonte: SIGFE

c) No saldo do Activo Permanente no valor de Kz 4.061.807,3 milhões, destacam-


se Kz 4.035.321,8 milhões relativos a Bens Móveis e Imóveis, correspondendo a
99,3% do saldo do Activo Permanente. Este saldo corresponde às aquisições a
partir de 2004;

d) A redução de 100,0% no saldo das Contas de Ordem Activa, de igual modo


reflectidas nas Contas de Ordem Passiva, resultou da mudança na metodologia
dos registos dos restos a pagar, aplicada no encerramento do exercício financeiro
de 2011 e transição dos saldos para 2012, conforme apurado nos registos
contabilísticos.

Constatações

O quadro demonstrado na alínea b) anterior representa os registos efectuados


relativamente aos empréstimos e financiamentos concedidos pelo Estado aos diversos
Fundos, classificados orçamentalmente na natureza de despesa “Concessão de
Empréstimos a Outras Entidades e Instituições Internas”, o que gerou o registo
contabilístico em simultâneo na conta do Activo, por representar um direito a receber.
Entretanto, verificou-se que não tem havido por parte dos beneficiários o respectivo
reembolso.

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4.1.2.2 – Passivo
Quadro 6 - Balanço Patrimonial – Passivo
2012 2011 Variação (%)
PAS S IVO
(1) (1) (1-2)/2*100
Passivo Circulante 302.360,1 436.677,8 -30,8
Depósitos Exigíveis 4,3 0,5 760,0
Fornecedores de Bens e Serviços 35.961,4 18.960,9 89,7
Pessoal a pagar 141,0 0,0
Contribuições do empregador a recolher 2,7 0,2 1.250,0
Outras Obrigações 0,0 0,0 0,0
Dívida Pública em Processo de Pagamento 111,6 0,0
Operações de Crédito 245.181,6 392.003,3 -37,5
Dívida Interna 235.083,1 380.775,1 -38,3
Dívida Externa 10.098,5 11.228,2 -10,1
Subsídios e Transf. A Conceder 21,3 4.383,1 -99,5
Dívida do Exercício Anterior 20.936,2 21.329,8 -1,8
Outros Passivos Circulantes 0,0 0,0
Exigível a Longo Prazo 2.487.038,6 1.971.564,6 26,1
Operações de Crédito 2.168.549,4 1.674.405,2 29,5
Dívida Interna 945.603,0 775.317,6 22,0
Dívida Externa 1.222.946,4 899.087,6 36,0
Dívida Antecedente ao Ano Anterior 318.489,2 297.159,4 7,2
Património Líquido 5.352.502,1 3.530.392,0 51,6
Resultado do Exercício 1.822.110,1 1.633.898,0 11,5
Resultado Acumulado 3.530.392,0 1.896.494,0 86,2
Total do Passivo 8.141.900,8 5.938.634,4 37,1
Contas de Ordem Passiva 0,0 1.047.568,4 -100,0
Outras Contas de Ordem Passiva 178.922,6 178.922,6 0,0
Total Geral 8.320.823,4 7.165.125,4 16,1
Fonte: Conta Geral do Estado 2012

Notas Explicativas ao Passivo

a) Foi notado o cumprimento contabilístico, em relação ao Passivo Circulante, na


segregação das dívidas quanto aos prazos de pagamento com vista a atender o
disposto no n.º 15 do Artigo6.º do Decreto Presidencial 320/11, de 30 de
Dezembro, que define como dívidas de exercícios findos apenas aquelas que
resultem de despesas que tenham sido liquidadas e não pagas até ao encerramento
de exercício financeiro subsequente, conforme quadro seguinte:

Quadro 7 - Segregação da Dívida


Ano Valor
2012 36 242,2
2011 20 936,2
Antecedente a 2011 * 318 489,2
TOTAL 375 667,6

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*Refere-se a 2010, 2009 e 2008


Fonte: SIGFE

b) Com isso, a dívida de exercícios findos (anos 2012 e 2011), que está classificada
no Passivo Circulante, soma Kz 57.178,4 milhões e representa os Restos a Pagar,
também designada como Dívida Flutuante, pagável a curto prazo, no decorrer do
exercício anual ou seguinte.

c) O valor de Kz 318.489,2 milhões, referente à dívida antecedente a 2011, é pagável


a longo prazo, na condição de Dívida Fundada.

d) O valor de Kz 245.181,7 milhões, referente às Operações de Crédito de Curto


Prazo (a ser paga no horizonte de doze meses), da dívida contratual e titulada, é
composto de Kz 235.083,2 milhões relativos à Dívida Interna e Kz 10.098,5
milhões à Dívida Externa, conforme quadro seguinte:

Quadro 8 - Dívida Interna e Externa a Curto Prazo

Fonte: Conta Geral do Estado 2012

Destacou-se a redução de 59,6% na dívida titulada em relação ao exercício anterior.

e) As Operações de Crédito de Longo Prazo, no valor de Kz 2.168.549,5 milhões,


(vencível após doze meses), da dívida contratual e titulada, é composto de Kz
945.603,1 milhões de dívida interna e de Kz 1.222.946,4 milhões de dívida
externa, conforme quadro seguinte:

Quadro 9 - Dívida Interna e Externa a Longo Prazo

Fonte: Conta Geral do Estado 2012

Houve um acréscimo de 35,2% na dívida contratual e 22,7% na titulada em relação ao


exercício anterior.

f) Dessa forma, a dívida de curto e longo prazo totaliza Kz 2.413.731,2 milhões,


sendo Kz 1.180.686,3 milhões ao nível interno e Kz 1.233.044,9 milhões ao nível
externo.

g) Os Títulos estão representados por Bilhetes e Obrigações do Tesouro.

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h) O Património Líquido, no valor de Kz 5.352.502,1 milhões, é formado pelo


Resultado Patrimonial de 2012, que corresponde a Kz 1.822.110,1 milhões e Kz
3.530.392,0 milhões de resultados acumulados de exercícios anteriores.

Recomendações

1. Efectuar a análise contabilística dos saldos acumulados na conta 1.2.3.1.9 -


Outras Instituições, de forma a verificar se todos os registos constituem
efectivamente empréstimos e financiamentos e, se confirmado,
desenvolver as acções para os respectivos reembolsos. Os que não se
constituírem empréstimos e financiamentos devem ser classificados
orçamentalmente nas rubricas adequadas.

4.2 – Análise das Receitas

A execução da receita tem como suporte a Lei nº 37/11, de 28 de Dezembro que


aprovou o OGE para o ano de 2012 e no Decreto Presidencial nº 320/11, de 30 de
Dezembro que aprova as regras anuais de Execução do Orçamento Geral do Estado.

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A contabilização das receitas orçamentais teve as seguintes entidades intervenientes:


Direcção Nacional de Contabilidade Pública (DNCP), Direcção Nacional do Tesouro
(DNT), Direcção Nacional dos Impostos (DNI) e Direcção Nacional das Alfandegas
(DNA);
A execução da receita compreende duas grandes categorias económicas:
Receitas Correntes: são constituídas pelas receitas tributárias, patrimoniais, de serviços,
bem como as transferências recebidas para atender quaisquer despesas.
Receitas de Capital: são constituídas pelas receitas provenientes da realização de
recursos financeiros oriundos de operações de crédito e da conversão em espécie de
bens e de direitos, bem como de saldos não comprometidos de exercícios anteriores.

4.2.1 Análise da Receita por Natureza

Em resultado do tratamento das informações obtidas para análise, elaborou-se um


quadro que evidencia os totais, incluindo a comparação entre receitas previstas e
arrecadadas, respectiva evolução e as diferenças em termos absolutos e relativos.

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Quadro 10 - Receitas Orçamentais


2012 2011
Designação Receita % Receita Receita % Diferença Variação
Receita Prevista % % Diferença % % Diferença
Arrecadada Execução Prevista Arrecadada Execução

Receitas Correntes 3.759.764,7 83,5 4.428.539,6 88,7 -668.775,0 117,8 3.580.044,1 81,7 4.682.610,0 89,9 -1.102.565,9 130,8 -254.070,4 -5,4
Receitas petrolífera 2.587.293,7 57,5 3.479.999,3 69,7 -892.705,6 134,5 2.748.441,9 62,7 3.745.121,8 71,9 -996.679,9 136,3 -265.122,5 -7,1
Imposto S/ Rendimentos Da Indústria Petrolífera 506.591,4 11,3 783.436,2 15,7 -276.844,8 154,6 543.471,8 12,4 652.311,1 12,5 131.125,1 120,0 131.125,1 20,1
Imposto S/ Rendimentos Da Transacção Do Petróleo 70.095,8 1,6 305.452,1 6,1 -235.356,2 435,8 271.257,6 6,2 328.068,0 6,3 -22.615,9 120,9 -22.615,9 -6,9
Imposto S/ Produção Da Indústria Petrolífera 194.438,6 4,3 228.157,8 4,6 -33.719,2 117,3 214.001,6 4,9 236.876,8 4,5 -8.719,0 110,7 -8.719,0 -3,7
Imposto S/ Consumo De Derivados Do Petróleo 27.171,7 0,6 10,9 0,0 27.160,9 0,0 9.959,3 0,2 18.084,7 0,3 -18.073,8 181,6 -18.073,8 -99,9
Rendimentos Do Petróleo 1.788.991,0 39,7 2.162.939,0 43,3 -373.948,0 120,9 1.709.745,4 39,0 2.509.775,1 48,2 -346.836,1 146,8 -346.836,1 -13,8
Outras Receitas Petrolíferas 5,2 0,0 3,3 0,0 1,9 63,0 6,2 0,0 6,1 0,0 -2,8 98,4 -2,8 -46,5
Receitas diamantíferas 9.932,1 0,2 11.103,8 0,2 -1.171,7 111,8 11.044,8 0,3 13.326,3 0,3 -2.281,5 120,7 -2.222,5 -16,7
Imposto Industrial (Diamantes) 4.085,4 0,1 6.905,4 0,1 -2.820,0 169,0 6.224,3 0,1 8.864,1 0,2 -1.958,7 142,4 -1.958,7 -22,1
Imposto S/ Produção De Diamantes 5.836,3 0,1 4.186,9 0,1 1.649,4 71,7 4.807,1 0,1 4.460,7 0,1 -273,8 92,8 -273,8 -6,1
Rendimentos Dos Diamantes 10,4 0,0 11,4 0,0 -1,1 110,5 13,4 0,0 1,5 0,0 9,9 11,2 9,9 662,3
Outras Receitas Diamantíferas 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Outras Receitas Tributárias 1.100.451,5 24,4 879.194,7 17,6 221.256,8 79,9 775.727,3 17,7 814.420,2 15,6 65.413,8 105,0 64.774,5 8,0
Outras Receitas Patrimoniais 28.649,9 0,6 813,0 0,0 27.836,9 2,8 16.023,5 0,4 58.030,0 1,1 -57.856,0 362,2 -57.217,0 -98,6
Receita De Serviços 6.913,7 0,2 10.038,1 0,2 -3.124,4 145,2 7.400,4 0,2 8.453,1 0,2 1.585,1 114,2 1.585,0 18,8
Receitas de Transferências Correntes 124,8 0,0 0,0 0,0 124,8 0,0 584,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Receitas Correntes Diversas 26.399,0 0,6 47.390,8 0,9 -20.991,8 179,5 20.821,4 0,5 43.258,6 0,8 4.132,2 207,8 4.132,2
0,0 9,6
Receitas de Capital 741.341,6 16,5 565.611,5 11,3 175.730,2 76,3 800.395,0 18,3 526.309,2 10,1 274.085,8 65,8 39.302,3 7,5
Financiamentos Internos 470.952,0 10,5 183.901,4 3,7 287.050,6 39,0 278.651,4 6,4 324.383,5 6,2 -140.482,1 116,4 -140.482,1 -43,3
Financiamentos Externos 266.415,1 5,9 380.366,4 7,6 -113.951,2 142,8 515.727,1 11,8 200.691,0 3,9 179.675,4 38,9 179.675,4 89,5
Outras receitas de Capital 3.974,5 0,1 1.343,7 0,0 2.630,8 33,8 6.016,5 0,1 1.234,7 0,0 109,0 20,5 109,0 8,8

Total Geral 4.501.106,3 100,0 4.994.151,1 100,0 -493.044,8 111,0 4.380.439,1 100,0 5.208.919,2 100,0 -828.480,1 118,9 -214.768,1 -4,1
Fonte:Conta Geral do Estado e SIGFE

A receita prevista no exercício de 2012, incluindo a da Segurança Social, alcançou a


cifra de Kz 4.501.106,3 milhões.
A receita realizada foi de Kz 4.994.151,1 milhões, correspondente a 111,0% da receita
prevista, devido ao facto de terem sido arrecadadas receitas no valor superior ao
previsto, com destaque para as receitas petrolíferas, conforme gráfico a seguir:

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Gráfico 2 - Receitas Orçamentais

Fonte: Conta Geral do Estado 2012 e SIGFE

À semelhança do ano transacto, as receitas petrolíferas assumiram no cômputo global da


receita o maior peso, contribuindo com 69,7%. A magnitude deste percentual indica que
as receitas orçamentais continuam a ter grande dependência das receitas petrolíferas
porquanto as outras receitas contribuíram apenas com 30,3%.
As receitas correntes arrecadadas no valor de Kz 4.428.539,6 milhões tiveram um nível
de realização de 117,8% e um peso de 88,7% sobre o total das receitas.
As receitas de capital no valor de Kz 565.611,5 milhões tiveram um nível de realização
de 76,3% e um peso de 11,3% sobre o total das receitas.
Comparativamente ao exercício anterior verificou-se um decréscimo de 4,1% no valor
global das receitas arrecadadas. Essa redução resulta do efeito conjugado
essencialmente pela diminuição das receitas petrolíferas em cerca de 7,1% e
diamantíferas correspondentes a 16,7%.

Receitas Petrolíferas
As receitas petrolíferas no valor de Kz 3.479.999,3 milhões tiveram um nível de
realização de 134,5% e um peso de 69,7% sobre o total das receitas. Comparadas com
as receitas arrecadadas no ano anterior, verificou-se uma redução de 7,1%. Esta queda
deveu-se ao comportamento similar das seguintes rubricas:

• Imposto sobre Rendimentos da Transacção do Petróleo, 6,9%;


• Imposto sobre Produção da Indústria Petrolífera, 3,7%;
• Imposto sobre Consumo de Derivados do Petróleo, 99,9%;
• Imposto sobre Rendimentos do Petróleo, 13,8%;
• Outras Receitas Petrolíferas, 46,5%.

Mesmo a subida do preço médio do barril do petróleo bruto de USD 77,0 para USD
105,8 e a variação positiva ocorrida na rubrica Imposto sobre Rendimentos da Indústria
Petrolífera de 20,1% não foram suficientes para mitigar o impacto negativo verificado.

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No quadro e gráfico comparativos seguintes evidenciam-se, ao nível de totais e por tipo


de imposto, e as respectivas diferenças em termos absolutos e relativos das receitas
petrolíferas em 2012 e 2011.
Quadro 11 - Receitas Petrolíferas
2012 2011
Receita % Receita Receita %
Designação Receita Prevista % % Diferença % % Diferença Diferença Variação
Arrecadada Execução Prevista Arrecadada Execução

Receitas petrolífera 2.587.293,7 57,5 3.479.999,3 69,7 -892.705,6 134,5 2.748.441,9 62,7 3.745.121,8 71,9 -996.679,9 136,3 -265.122,5 -7,1
Imposto S/ Rendimentos Da Indústria Petrolífera 506.591,4 11,3 783.436,2 15,7 -276.844,8 154,6 543.471,8 12,4 652.311,1 12,5 131.125,1 120,0 131.125,1 20,1
Imposto S/ Rendimentos Da Transacção Do Petróleo 70.095,8 1,6 305.452,1 6,1 -235.356,2 435,8 271.257,6 6,2 328.068,0 6,3 -22.615,9 120,9 -22.615,9 -6,9
Imposto S/ Produção Da Indústria Petrolífera 194.438,6 4,3 228.157,8 4,6 -33.719,2 117,3 214.001,6 4,9 236.876,8 4,5 -8.719,0 110,7 -8.719,0 -3,7
Imposto S/ Consumo De Derivados Do Petróleo 27.171,7 0,6 10,9 0,0 27.160,9 0,0 9.959,3 0,2 18.084,7 0,3 -18.073,8 181,6 -18.073,8 -99,9
Rendimentos Do Petróleo 1.788.991,0 39,7 2.162.939,0 43,3 -373.948,0 120,9 1.709.745,4 39,0 2.509.775,1 48,2 -346.836,1 146,8 -346.836,1 -13,8
Outras Receitas Petrolíferas 5,2 0,0 3,3 0,0 1,9 63,0 6,2 0,0 6,1 0,0 -2,8 98,4 -2,8 -46,5
Fonte: Conta Geral do Estado SIGFE

Gráfico 3 - Receitas Petrolíferas

Fonte: Conta Geral do Estado e SIGFE

Receitas Diamantíferas
As receitas diamantíferas no total de Kz 11.103,8 milhões tiveram um nível de
realização de 111,8% e um peso de 0,2% sobre o total das receitas. Em relação ao ano
transacto, notou-se um decréscimo de 16,7% resultante da redução ocorrida nas rubricas
de Imposto Industrial de 22,1% e Imposto sobre Produção de Diamantes de 6,1%. A
rubrica dos Rendimentos dos Diamantes foi única que registou um aumento no período,
correspondente a 662,3%.

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O quadro e gráfico seguintes representam a evolução das receitas diamantíferas:

Quadro 12 - Receitas Diamantíferas


2012 2011

Receita % Receita Receita %


Designação Receita Prevista % % Diferença % % Diferença Diferença Variação
Arrecadada Execução Prevista Arrecadada Execução

Receitas diamantíferas 9.932,1 0,2 11.103,8 0,2 -1.171,7 111,8 11.044,8 0,3 13.326,3 0,3 -2.281,5 120,7 -2.222,5 -16,7
Imposto Industrial (Diamantes) 4.085,4 0,1 6.905,4 0,1 -2.820,0 169,0 6.224,3 0,1 8.864,1 0,2 -1.958,7 142,4 -1.958,7 -22,1
Imposto S/ Produção De Diamantes 5.836,3 0,1 4.186,9 0,1 1.649,4 71,7 4.807,1 0,1 4.460,7 0,1 -273,8 92,8 -273,8 -6,1
Rendimentos Dos Diamantes 10,4 0,0 11,4 0,0 -1,1 110,5 13,4 0,0 1,5 0,0 9,9 11,2 9,9 662,3
Outras Receitas Diamantíferas 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Fonte: Conta Geral do Estado e SIGFE

Gráfico 4 - Receitas Diamantíferas

Fonte: Relatório da Conta Geral do Estado e SIGFE

Outras Receitas Tributárias


As Outras Receitas Tributárias no total de Kz 879.194,8 milhões tiveram um nível de
realização de 79,9% e um peso de 17,6% sobre o total das receitas. Comparativamente
ao ano anterior verificou-se um aumento de 8,0%.
Outras Receitas Patrimoniais
As Outras Receitas Patrimoniais no total de Kz 813,0 milhões tiveram um nível de
realização de 2,8% e um peso de 0,0% sobre o total das receitas. Registou-se uma
diminuição significativa de 98,6% quando comparado com o exercício anterior.
Receitas de Serviços
As Receitas de Serviços no total de Kz 10.038,1 milhões tiveram um nível de realização
de 145,2% e um peso de 0,2% sobre o total das receitas. Verificou-se um aumento de
18,8% face ao ano precedente.

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Receitas de Transferências Correntes


O orçamento previa arrecadar cerca de Kz 124,8 milhões na rubrica de Receitas de
Transferência Correntes, porém, esta rubrica não apresentou arrecadação durante o
exercício, situação semelhante a 2011.
Receitas Correntes Diversas
As Receitas Correntes Diversas no total de Kz 47.390,8 milhões tiveram um nível de
realização de 179,5% e um peso de 0,9% sobre o total das receitas. Face ao ano
pretérito, nota-se um aumento de 9,6%.
Financiamentos e Outras Receitas de Capital
As Receitas de Financiamentos Internos no total de Kz 183.901,4 milhões tiveram um
grau de realização de 39,0% e uma participação de 3,7% no total das receitas.
Comparativamente ao ano transacto verificou-se uma diminuição na ordem de 43,3%.
As Receitas de Financiamentos Externos no total de Kz 380.366,4 milhões tiveram um
grau de realização de 142,8% e uma participação de 7,6% no total das receitas.
Relativamente ao ano passado registou-se um aumento significativo de 89,5%.
As Outras Receitas de Capital no total de Kz 1.343,7 milhões tiveram um grau de
realização de 33,8% e uma participação de 0,0% no total das receitas. Comparadas com
as do ano anterior notou-se um aumento de 8,8%.
O quadro e gráfico seguintes evidenciam o comportamento das receitas de
financiamento e outras receitas de capital.

Quadro 13 - Receitas de Financiamentos e Outras Receitas de Capital


Receita % Receita %
Receita Receita
% Arrecadada % Diferença Execução % Arrecadada % Diferença Execução Diferença Variação
Prevista Prevista
2012 2012 2011 2011
Financiamentos Internos 470.952,0 10,5 183.901,4 3,7 287.050,6 39,0 278.651,4 6,4 324.383,5 6,2 -140.482,1 116,4 -140.482,1 -43,3
Financiamentos Externos 266.415,1 5,9 380.366,4 7,6 -113.951,2 142,8 515.727,1 11,8 200.691,0 3,9 179.675,4 38,9 179.675,4 89,5
Outras receitas de Capital 3.974,5 0,1 1.343,7 0,0 2.630,8 33,8 6.016,5 0,1 1.234,7 0,0 109,0 20,5 109,0 8,8
Fonte: Conta Geral do Estado de 2012 e SIGFE

Gráfico 5 - Comparativo das Receitas de Financiamentos

Fonte: Conta Geral do Estado e SIGFE

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4.2.2 Análise da Receita por Estrutura Central, Província e Exterior

Foi ainda analisada a evolução das receitas incluindo a comparação entre receitas
previstas e arrecadadas a nível das províncias, estrutura central e exterior, conforme
quadro a seguir:
Quadro 14 - Receitas por Estrutura Central, Província e Exterior

Fonte: Conta Geral do Estado e SIGFE

Em termos de maior valor de arrecadação destacaram-se:


• Estrutura Central Kz 4.201.642,8 milhões

Províncias:
• Luanda Kz 658.021,9 milhões,
• Benguela Kz 33.878,4 milhões,
• Cabinda Kz 24.612,6 milhões,
• Zaire Kz 21.056,8 milhões.

• Exterior Kz 6.705,5 milhões.

Das províncias que apresentaram valores de arrecadação inferiores ao previsto,


destacaram-se:
• Luanda Kz 166.008,1 milhões,
• Benguela Kz 34.811,4 milhões,
• Zaire Kz 27.933,2 milhões,
• Cabinda Kz 24.145,2 milhões.

Nas situações em que a arrecadação superou o previsto, destacaram-se:


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• Estrutura Central Kz 790.204,7 milhões.

Províncias:
• Namibe Kz 1.102,9 milhões,
• Kwanza Sul Kz 113,6 milhões,
• Bengo Kz 41,9 milhões.

• Exterior Kz 5.734,0 milhões.

Em termos de maior grau de execução, merecem realce:


• Estrutura Central 123,2%.

Províncias:
• Namibe 115,5%,
• Kwanza Sul 103,2%,
• Bengo 101,1%.

• Exterior 690,2%,

Em termos de menor grau de execução, merecem destaque as seguintes províncias:


• Lunda Norte 10,2%,
• Huambo 17,6%,
• Moxico 22,5%,
• Kwanza Norte 26,3%,
• Kuando Kubango 37,8%.

O quadro e gráfico seguintes evidenciam, por Estrutura Central, Província e Exterior, a


variação em termos absolutos e percentuais das receitas arrecadadas em 2012 e 2011.
Quadro 15 - Comparativo das Receitas por Estrutura Central, Província e Exterior

Fonte: Conta Geral do Estado e SIGFE

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As províncias que registaram maior incremento no nível de arrecadação em 2012, com


relação a 2011, em termos absolutos, foram:

• Benguela Kz 2.596,1 milhões,


• Namibe Kz 1.347,5 milhões,
• Cunene Kz 881,8 milhões,
• Kwanza Sul Kz 851,0 milhões,
• Malange Kz 721,0 milhões.

Em termos de redução de receitas arrecadadas em 2012, com relação a 2011, são de


destacar:
• Estrutura Central Kz 181.804,6 milhões,

Províncias:
• Zaire Kz 13.506,3 milhões,
• Luanda Kz 12.693,3 milhões,
• Bengo Kz 7.150,1 milhões,
• Cabinda Kz 4.974,4 milhões.

• Exterior Kz 1.032,0 milhões.

As províncias que registaram maior variação em termos percentuais no nível de


arrecadação em 2012, com relação a 2011, foram:

• Lunda Norte 101,8%,


• Malange 81,2%,
• Uíge 31,6%,
• Cuanza Sul 30,1%,
• Lunda Sul 26,4%.

Quanto a menor variação em termos percentuais no nível de arrecadação em 2012, com


relação a 2011, destacaram-se:

Províncias:
• Luanda 1,9%,
• Moxico 5,9%,
• Huíla 9,6%,
• Cabinda 16,8%,

• Estrutura Central 4,1%,

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Gráfico 6 - Comparativo das Receitas por Estrutura Central, Província e Exterior

Fonte: Conta Geral do Estado 2012 e SIGFE

Constatações
Verificou-se que as receitas orçamentadas constantes no quadro que se segue não
apresentaram arrecadação durante o exercício de 2012.

Quadro 16 - Receitas Previstas e não Arrecadadas


Nº Designação Receita Prevista Receita Arrecadada
1 Imp. Industrial (Lei 07/97) 107.189.255.947,00 0,00
2 Bilhetes de Ingresso em Espectáculos 1.254.874,00 0,00
3 Taxa de Transação de Diamantes 7.017.288,00 0,00
4 Taxas Diversas 17.455.441.658,00 0,00
5 Taxa de Juventude 628.516.528,00 0,00
6 Emolumentos Gerais Aduaneiros 33.999.292.896,00 0,00
7 Contribuições ao Fundo de Des.de Recur. Humanos 565.298.545,00 0,00
8 Outros Rendimentos das Pescas 212.980.512,00 0,00
9 Rendimentos de Outros Recur. Naturais 12.324.669,00 0,00
10 Receitas Diversas Sérvicos Fiscais 142.583.359,00 0,00
11 Doações e Ajudas de Pessoas e Familia 124.774.020,00 0,00
12 Multas de Actividades Pesqueiras 1.023.658,00 0,00
13 Alienação de Participações 1.523.958,00 0,00
14 Financiamento Externo Consignado A Uo 4.703.476.717,00 0,00
15 Amortização Empréstimos Internos Concedidos 7.600.000,00 0,00
16 Doações e Ajudas do Governo (Cap.) 82.950.000,00 0,00
Fonte: Conta Geral do Estado de 2012 e SIGFE

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Recomendações

1. Rever a previsão de receitas das contas que apresentam saldo nulo, relativamente
à respectiva arrecadação, e adequar a metodologia de sua efectivação.

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4.3 - Análise dos Fluxos de Financiamento ao Sector Empresarial


Público
No que tange às transferências do Estado para o Sector Empresarial Público, o
Demonstrativo dos Subsídios Operacionais Transferidos para as Empresas Públicas,
apresentado pelo Instituto para o Sector Empresarial Público – ISEP, na comparação
com os registos do SIGFE constata-se uma diferença de Kz 107,0 milhões, conforme
tabela seguinte:
Quadro 17 - Diferenças entre o relatório do ISEP e o SIGFE

Desp. Realizada 2012 - Desp. Realizada


Descrição Diferença
S IGFE 2012 - IS EP

Subsídios Operacionais 29.642,0 29.749,0 -107,0


Transferências de Capitais 11.249,0 11.249,0 0,0
Total Geral 40.891,0 40.998,0 -107,0
Fonte: Demonstrativo dos Subsídios Operacionais Transferidos para as E.P -2012 e SIGFE

No que se refere ao Plano de Privatizações, verificou-se que foram alienadas as


empresas constantes do quadro a seguir bem como os respectivos emolumentos.

Quadro 18 - Valores de Alienações e Emolumentos - ISEP


Alienação Emolumentos
N/O
Empresa Valores Kz Beneficiário Valores Kz
1 M ANAUTO 4 232,4 ANGOLAUTO 1,2
2 U.P. M ARECOS 1,4 WT-M UNDO VIDEO 0
3 U.P.11 DE NOVEM BRO 17,2 RJ INDUSTRIAL 0
TOTAL ISEP 251,1 1,2
Dados do SIGFE 545,9 -
Diferença 294,8 1,2
Fonte: Relatório de Execução do Plano de Privatizações e Aplicações das Receitas -2012

Constatações

• Os valores dos emolumentos do ISEP não foram localizados na respectiva


conta no SIGFE;

• O valor total das alienações de empresas apresentado pelo relatório do ISEP


difere do valor total das alienações de empresas exibido no SIGFE em Kz
294,8 milhões;

• Do valor das alienações informado pelo ISEP foi confirmado no SIGFE o


recebimento de apenas Kz 232,4 milhões da empresa MANAUTO 4
enquanto a empresa U.P. MARECOS no valor de Kz 1,4 milhões e da
empresa U.P. 11 de Novembro no valor de Kz 17,2 milhões não foram
identificados;

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• Compulsados os documentos remetidos pelo ISEP, verificou-se que os


emolumentos resultantes da alienação da empresa MANAUTO 4 no valor
de Kz 1,2 milhões não foram reflectidos nas correspondentes contas do
SIGFE;

• As informações fornecidas pelo ISEP não possibilitaram a análise das


receitas provenientes das Participações Directas do Estado, visto que foram
apresentadas em percentagem e no SIGFE em valores.

Recomendações
1. Compatibilizar as informações do ISEP com os registos efectuados no SIGFE.

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4.4 – Análise das Despesas

A execução da despesa tem como suporte a Lei nº 37/11, de 28 de Dezembro que


aprovou o OGE para o ano de 2012 e no Decreto Presidencial nº 320/11, de 30 de
Dezembro que aprova as regras anuais de Execução do Orçamento Geral do Estado.
A contabilização das despesas orçamentais teve as seguintes entidades intervenientes:
Direcção Nacional de Contabilidade Pública (DNCP), Direcção Nacional do Tesouro
(DNT), Unidade Técnica de Gestão da Dívida Pública (UGD) e as demais Unidades
Orçamentais e Órgãos Dependentes;
A execução da despesa compreende duas grandes categorias económicas:
Despesas Correntes: são as destinadas à manutenção ou operação de serviços
anteriormente criados, bem como as transferências realizadas com igual propósito.
Despesas de Capital: são as destinadas à formação ou aquisição de activos permanentes,
à amortização da dívida, à concessão de financiamentos, ou à constituição de reservas,
bem como as transferências realizadas com igual propósito.
Em resultado do tratamento das informações obtidas para análise, elaborou-se um
quadro que evidencia os totais, incluindo a comparação entre despesas orçamentadas e
realizadas, respectiva evolução e as diferenças em termos relativos.

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Quadro 19 - Execução da Despesa Por Natureza (Despesa Orçamentada x Realizada)


2012 2011
Peso no Total do Peso no Total do Variação % Da
Classificação Económica Despesa Despesa % De Despesa Despesa % De Realização
Orçamento Orçamento
Orçamentada Realizada Realização Orçamentada Realizada Realização
Realizado Realizado (9)= (2-6)/6*100
(1) (2) 3=(2/1*100) (5) (6) (7)=(6/5*100)
(4)=(2/∑2*100) (8)=(6/∑6*100)
Despesas Com O Pessoal
Despesas Com O Pessoal Civil 520.854,5 520.358,4 99,9 11,6 440.938,3 435.158,1 98,7 10,1 19,6
Despesas Com O Pessoal Militar 244.810,4 244.809,0 100,0 5,4 198.828,9 198.245,8 99,7 4,6 23,5
Despesas Com O Pessoal Paramilitar 198.520,4 198.520,4 100,0 4,4 183.762,8 183.499,0 99,9 4,3 8,2
Sub Total 964.185,3 963.687,8 99,9 21,4 823.530,1 816.902,9 99,2 19,0 18,0
Contribuições do Empregador 57.210,6 57.149,3 99,9 1,3 53.234,9 51.510,8 96,8 1,2 10,9
Despesas Em Bens e Serviços - - -
Bens 222.962,0 222.606,4 99,8 4,9 221.452,4 213.287,6 96,3 4,9 4,4
Serviço de Saúde 21.025,8 20.996,0 99,9 0,5 17.999,8 17.732,4 98,5 0,4 18,4
Serviço de Ensino 14.102,6 14.075,9 99,8 0,3 13.101,8 12.132,9 92,6 0,3 16,0
Serviço de Energia e Água 2.077,0 2.037,3 98,1 0,0 7.641,0 7.448,7 97,5 0,2 -72,6
Serviço de Limpeza e Saneamento 46.065,2 46.039,4 99,9 1,0 23.398,4 23.133,2 98,9 0,5 99,0
Outros Serviços 711.516,8 710.815,0 99,9 15,8 671.642,8 640.921,6 95,4 14,9 10,9
Sub Total 1.017.749,4 1.016.570,0 99,9 22,6 955.236,1 914.656,4 95,8 21,2 11,1
Juros da Dívida - -
Divida Interna 68.708,7 68.708,7 100,0 1,5 54.400,6 54.400,6 100,0 1,3 26,3
Divida Externa 34.095,5 34.095,5 100,0 0,8 27.055,8 27.055,8 100,0 0,6 26,0
Sub Total 102.804,2 102.804,2 100,0 2,3 81.456,4 81.456,4 100,0 1,9 26,2
Subsídios e Transf Correntes - -
Susidios à Preço 483.148,6 483.148,6 100,0 10,7 740.366,5 740.366,5 100,0 17,2 -34,7
Subsídios p/Cob. Out. Custos Operac. 29.875,4 29.875,4 100,0 0,7 27.598,7 27.598,7 100,0 0,6 8,2
Transf. p/Cob. Out. Custos Op. S. Aut. 39,1 39,1 100,0 0,0 16,5 16,5 100,0 0,0 137,0
Pensão de Ref. Antigos Combatentes 153.893,8 153.893,1 100,0 3,4 126.772,9 126.451,9 99,7 2,9 21,7
Bolsa de Estudo 11.989,3 11.989,3 100,0 0,3 6.154,1 6.085,1 98,9 0,1 97,0
Subsídios Autoridades Tradicionais 9.429,4 9.429,4 100,0 0,2 9.379,8 8.902,3 94,9 0,2 5,9
Outras Transferencias Correntes 26.980,1 26.899,7 99,7 0,6 15.739,1 15.197,4 96,6 0,4 77,0
Sub Total 715.355,7 715.274,6 99,9 15,9 926.027,6 924.618,4 99,8 21,4 -22,6
TO TAL DE DESPESAS CO RRENTES 2.857.305,2 2.855.485,9 99,9 63,5 2.839.485,1 2.789.144,9 491,6 64,7 2,4
Despesas De Capital - -
Investimentos 829.452,6 829.082,7 99,9 18,4 782.682,0 763.490,1 97,5 17,7 8,6
Transferencias De Capital 11.248,6 11.248,6 100,0 0,3 11.590,8 11.590,8 100,0 0,3 -3,0
Aplicação em Activos Financeiros 66.662,4 66.662,4 100,0 1,5 46.281,9 46.084,3 99,6 1,1 44,7
Amortização da Dívida Interna 578.846,4 578.846,4 100,0 12,9 545.133,5 545.131,8 100,0 12,6 6,2
Amortização da Dívida Externa 157.591,0 157.591,0 100,0 3,5 155.258,9 155.258,9 100,0 3,6 1,5
Outras Despesas de Capital 0,1 0,0 0,0 0,0 6,9 4,9 71,0 0,0 -100,0
Sub Total 1.643.801,1 1.643.431,1 99,9 36,5 1.540.954,0 1.521.560,7 98,7 35,3 8,0
TO TAL DE DESPESAS DE CAPITAL 1.643.801,1 1.643.431,1 99,9 36,5 1.540.954,0 1.521.560,7 98,7 35,3 8,0
TO TAL GERAL 4.501.106,3 4.498.917,0 100,0 100,0 4.380.439,1 4.310.705,6 98,4 100,0 10,4
Fonte: Resumo Geral da Execução da Despesa Por Natureza-Exercícios de 2012 e 2011.

Durante o exercício financeiro de 2012, a despesa orçamentada, incluindo a Segurança


Social, foi de Kz 4.501.106,3 milhões.
A despesa realizada foi de Kz 4.498.917,0 milhões, com os níveis de execução
seguintes:
a) A rubrica de Despesas Com Pessoal foi orçamentada em 964.185,3 milhões, com
um nível de realização de 99,9%, ocupando um peso no total do Orçamento
realizado de 21,4%. Comparativamente ao ano anterior registou-se a ascensão de
18,0% na execução do orçamento;

b) Quanto as Contribuições do Empregador orçamentadas em Kz 57.210,6 milhões,


apresentou um nível de realização de 99,9%, correspondente a 1,3% do peso total
do orçamento, resultando um aumento de 10,9% em relação ao exercício
transacto;

c) As Despesas em Bens e Serviços orçamentadas em Kz 1.017.749,4 milhões, com


um grau de execução de 99,9%, ocuparam 22,6% no peso total do orçamento,
tendo acrescido em 11,1% em relação a execução do ano anterior;

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d) Os Juros da Dívida, com base no valor orçamentado de Kz 102.804,2 milhões,


foram de 100%, correspondentes a 2,3% do peso total do orçamento, com um
acréscimo de 26,2% em relação ao ano anterior;

e) As Despesas com Subsídios e Transferências Correntes orçamentadas em Kz


715.355,7 milhões, tiveram um grau de realização de 100,0% correspondentes a
99,9% do total do peso do orçamento, que em relação ao ano transacto registou
um decréscimo de 22,6%;

f) As Despesas de Capital fixadas em Kz 1.643.801,1 milhões tiveram um grau de


execução na ordem dos 99,9% e um peso de 36,5% no total no orçamento
realizado, registando um aumento de 8,0% em relação ao ano passado;

As despesas realizadas em 2012, comparativamente com as de 2011, estão apresentadas


no gráfico seguinte:

Gráfico 7 – Comparação das Despesas Realizadas 2012 - 2011

Fonte: Conta Geral do Estado 2012 e 2011

a) A Despesa Corrente executada em 2012, no valor de Kz 2.855.485,9 milhões,


comparativamente a 2011, no valor de Kz 2.789.144,9 milhões, registou um
aumento de em Kz 66.341,0 milhões, correspondente a 2,4%;

b) A Despesa de Capital realizada em 2012, no valor de Kz 1.643.431,1 milhões,


comparativamente a 2011, no valor de Kz 1.521.560,7 milhões, registou um
aumento de Kz 121.870,4 milhões, correspondentes a 8,0 %;

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4.4.1 - Execução da Despesa por Função e Sub-Função

O quadro seguinte demonstra a execução do orçamento por função e subfunção do


exercício financeiro de 2012 em relação a 2011.

Quadro 20 – Execução da Despesa por Função e Subfunção

Fonte: Conta Geral do Estado 2012 e 2011.

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A análise das despesas realizou-se revelando o peso de cada função e a comparação da


variação de execução entre os exercícios financeiros de 2012 e 2011, como se segue:

Educação

O orçamento executado neste sector foi de Kz 361.793,8 milhões, representando 8,0%


do total. Deste valor, 65,0% foram alocados para o Ensino Primário e Pré-Primário,
12,2% para o Ensino Secundário, 12,7% para o Ensino Superior e 10,1% para as demais
áreas do ensino. Neste sector, houve um aumento das despesas executadas de 13,6%,
em relação ao exercício financeiro de 2011;
Saúde

Para o sector de Saúde, o orçamento executado foi de Kz 213.098,0 milhões


correspondente a 4,7% do total. Deste valor, 63,9% foram alocados para os Serviços
Hospitalares, 12,1% para os Serviços de Saúde Pública, 9,2% para os Produtos,
Aparelhos e Equipamentos Médicos e 15,0% para Outros Serviços de Saúde. Neste
sector, houve um aumento das despesas executadas de 20,6%, em relação ao exercício
anterior;
Protecção Social

O total do orçamento executado neste sector foi de Kz 691.638,0 milhões, equivalente a


15,4% do total, demonstrando uma redução de 23,7% em relação ao ano anterior. Não
obstante a redução anteriormente referida, registou-se um aumento de 130,8% na
parcela de Doença e Incapacidade, Família e Infância, e Habitação;
Recreação, Cultura e Religião

Neste sector, o orçamento executado foi de Kz 67.298,8 milhões, equivalente a 1,5% do


total, tendo verificado um aumento de 24,4% em relação ao ano de 2011, influenciado
pelo incremento de 69,9% nos Serviços Recreativos e Desportivos;
Habitação e Serviços Comunitários

Neste sector, houve uma execução de Kz 163.131,9 milhões, equivalente a 3,6 % do


orçamento. Comparativamente ao exercício anterior, verificou-se um acréscimo de
34,4%;
Protecção Ambiental

O orçamento executado correspondeu a Kz 55.081,6 milhões, que equivale a 1,2% do


total, traduzindo um acréscimo de 69,2% em relação ao ano anterior. Do montante
orçamentado, 78,8% refere-se a Gestão de Resíduos, 9,5% à Gestão de Águas Residuais
e 9,4% à Protecção da Biodiversidade;
Defesa, Segurança e Ordem Pública

O orçamento executado correspondeu a Kz 441.372,6 milhões para o sector da Defesa,


equivalente a 9,8% do total e Kz 393.736,8 milhões para o sector Segurança e Ordem
Pública, equivalente a 8,8% do total. Em relação ao ano anterior houve um aumento de
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11,8%, para o sector da Defesa enquanto que o sector da Segurança e Ordem Pública
conheceu um aumento de 41,0%;

Assuntos Económicos

O orçamento executado foi de Kz 540.973,6 milhões, representando 12,0% do total.


Deste valor, 13,1% foram alocados para Assuntos Económicos Gerais, Comerciais e
Laborais, 53,6% para Transportes e 16,6% para Combustíveis e Energia. Houve um
decréscimo pouco significativo de 0,4% em relação ao período anterior;
Serviços Públicos Gerais

O orçamento executado foi de Kz 1.570.791,8 milhões, equivalente a 34,9 % do total,


tendo sido verificado um aumento de 5,8% em relação ao exercício anterior. Destacou-
se neste total o valor de Kz 839.241,5 milhões correspondente às Operações da Dívida
Pública, com um peso de 53,4% do orçamento do sector e um acréscimo de 9,9% em
relação ao exercício anterior. Em termos de componentes das Operações da Dívida
Pública, realce para a dívida pública interna que teve um peso de 41,2% em relação ao
total do sector e aumentou 11,4% em relação a 2011.

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4.4.2. - Execução das Despesas das Missões Diplomáticas, Consulados e


Representações Comerciais

Quadro 21 - Execução da despesa por Missões Diplomáticas, Consulados, Representações


Comerciais por Unidades Orçamentais

Fonte: Conta Geral do Estado 2012 e 2011

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A selecção no quadro anterior, que mostra as Unidades Orçamentais no exterior


contempladas com dotações orçamentais mais relevantes, destaca-se que, a excepção a
Representação Diplomática da República de Angola em Portugal, as demais tiveram
execução da despesa em 100,0%.
Das despesas analisadas, em termos de realização, destacaram-se as seguintes variações
significativas em termos absolutos, relativamente ao exercício anterior:
Aumento:

• Representação Diplomática da República de Angola na Espanha, com Kz


6.591,4 milhões;
• Representação Diplomática da República de Angola na ONU, com 4.667,4
milhões;

Redução:

• Representação Diplomática da República de Angola na Argentina, com Kz


25.080,3 milhões;

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4.4.3. - Execução das Despesas por Órgãos Centrais

Quadro 22 - Execução da despesa Por Órgãos Centrais

Fonte: Resumo Geral da Execução da Despesa Por UO-Exercícios de 2012 e 2011.

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Conforme o quadro acima, foi orçamentado Kz 1.089.903,2 milhões para os órgãos


centrais, que teve um grau de execução de 99,9%. Comparativamente ao exercício
anterior, verificou-se um acréscimo na ordem de 3,8%.
Das despesas analisadas, verificou-se as seguintes variações significativas em relação ao
exercício anterior:
Aumento:

• Ministério da Economia, com 162,7%;


• Ministério da Juventude e Desporto, com 50,2%;
• Ministério dos Assuntos Parlamentares, com 58,2%;

Redução:

• Ministério da Administração do Território, com 62,2%;


• Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, com 75,8%;

4.4.4. - Execução das Despesas por Órgãos Locais

Quadro 23 - Execução da despesa por Órgãos Locais

Fonte: Resumo Geral da Execução da Despesa Por UO-Exercícios de 2012 e 2011.

Parecer sobre a Conta Geral do Estado - 2012


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O quadro acima apresenta a execução das despesas por órgãos locais, que tiveram um
orçamento de Kz 541.784,1 milhões, com um grau de execução de 99,8%.
Comparativamente ao exercício anterior, houve um acréscimo de 26,8%.
Em termos de execução, destacaram-se as Províncias a seguir com variações mais
significativas em relação ao exercício anterior:
Aumento:

• Moxico, com 67,5%;


• Malange, com 48,3%;
• Luanda, com 45,2%;
• Kuando-Kubango, com 42,8%;
• Zaire, com 33,9%.

Gráfico 8 - Despesa Orçamentada e Liquidada Por Órgãos Centrais

Parecer sobre a Conta Geral do Estado - 2012


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4.5 - Programa de Investimento Público/PIP


4.5.1 - Execução financeira dos projectos da Administração Central

4.5.1.1. - Análise dos Relatórios do SIGFE

O quadro seguinte demonstra a execução do PIP dos Órgãos Centrais do Estado em


2012 comparado com 2011:
Quadro 24 – Comparação do PIP dos Órgãos Centrais
Exercício de 2012 Exercício de 2011
Grau de Grau de Variação Peso/Desp.
Despesa Despesa Execução Despesa Despesa Execução (% )
N.º Unidade Orçamental Orçam.
Orçamentada Realizada (% ) Orçamentada Realizada (% ) (7)=(1-
(% )
(1) (2) (3)=(2)/(1) (4) (5) (6)=(5)/(4 4)/4*100
*100 )*100
1 Agência Nac. Invest. Privado 0,2 0,2 100,0 0,0
2 Comando Geral da Pol. Nacional 23,6 23,6 100,0 -100,0 0,0
3 Comissão Exec. Desminagem 530,4 530,4 0,0
4 Comissão Nac. Eleitoral 16,8 16,8 100,0 0,0
5 Comissão Nac. Impl. Prog. Nac. Urb. Habitação 472,7 472,7 100,0 0,1
6 Estado Maior General 1.182,3 1.182,3 100,0 -100,0 0,0
7 Fundo de Apoio Social 727,5 717,7 98,7 1.506,8 640,2 42,5 -51,7 0,1
8 Fundo de Fomento Habitacional 7.588,1 7.289,8 96,1 -100,0 0,0
9 Gabinete Obras Especiais 39.218,8 39.217,2 100,0 4.575,3 4.330,0 94,6 757,2 6,6
10 Gabinete de R. Nacional 31.796,7 31.796,7 100,0 -100,0 0,0
11 Hosp. Esp. Multiperfil 1.181,3 1.181,3 100,0 0,2
12 Ministério da A. P. E. e S.Social 5.177,1 5.177,1 100,0 2.781,0 2.558,3 92,0 86,2 0,9
13 Ministério da Ad. Do Território 64,1 64,1 100,0 402,1 402,1 100,0 -84,1 0,0
14 Ministério da Ag. Des. Rural e Pescas 18.656,9 18.656,9 100,0 17.940,2 17.119,8 95,4 4,0 3,1
15 Ministério Ass. E Reins. Social 765,7 765,7 100,0 3.298,3 3.041,2 92,2 -76,8 0,1
16 Ministério Comum. Social 4.567,4 4.567,4 100,0 3.160,8 2.920,6 92,4 44,5 0,8
17 Ministério Cultura 139,1 138,4 99,4 647,6 641,4 99,0 -78,5 0,0
18 Ministério Defesa Nacional 5.205,1 5.205,1 100,0 896,4 896,4 100,0 480,7 0,9
19 Ministério Economia 1.543,4 1.543,4 100,0 -100,0 0,0
20 Ministério Educação 4.528,0 4.508,2 99,6 1.731,0 1.540,9 89,0 161,6 0,8
21 Ministério Energ. e Águas 122.447,2 122.441,8 100,0 113.467,4 110.694,6 97,6 7,9 20,6
22 Ministério da Familia e Prom. Mulher 35,3 35,3 100,0 240,0 108,8 45,3 -85,3 0,0
23 Ministério Geologia e Minas e Indústria 3.459,1 3.459,1 100,0 3.459,4 3.353,6 96,9 -0,0 0,6
24 Ministério Hot. E Turismo 195,1 194,1 99,5 113,1 113,1 100,0 72,5 0,0
25 Ministério da Justiça 2.600,5 2.600,5 100,0 2.782,9 2.684,7 96,5 -6,6 0,4
26 Ministério da Juvent. e Desporto 4.955,4 4.955,4 100,0 3.123,1 3.067,1 98,2 58,7 0,8
27 Ministério da Saúde 17.648,6 17.648,6 100,0 9.234,4 8.979,2 97,2 91,1 3,0
28 Ministério da Finanças 47,8 47,8 100,0 0,0
29 Ministério da Relações Exterior 24,5 0,0 0,0 -100,0 0,0
30 Ministério das Telecom. E Tecnol. De Informação 16.199,5 16.198,0 100,0 17.452,7 16.361,0 93,7 -7,2 2,7
31 Ministério do Ambiente 732,2 730,9 99,8 720,0 628,5 87,3 1,7 0,1
32 Ministério do Comércio 3.960,2 3.960,0 100,0 1.457,8 1.120,8 76,9 171,7 0,7
33 Ministério do Ens. Sup e Cienc. Tecnologia 3.481,8 3.481,8 100,0 2.759,7 2.491,2 90,3 26,2 0,6
34 Ministério do Ens. Superior 282,1 282,1 100,0 0,0
35 Ministério do Interior 7.107,5 7.107,5 100,0 5.044,8 5.044,8 100,0 40,9 1,2
36 Ministério do Planeamento 2.762,1 2.762,1 100,0 1.606,4 1.374,1 85,5 71,9 0,5
37 Ministério do Urbanis. E Construção 235.519,9 235.519,9 100,0 181.491,9 176.128,4 97,0 29,8 39,5
38 Ministério dos Ant. Comb. E Veter. Da Pátria 336,0 336,0 100,0 979,1 861,7 88,0 -65,7 0,1
39 Ministério dos Petroleo 45,0 45,0 100,0 0,0
40 Ministério dos Transportes 79.111,6 79.111,6 100,0 157.629,0 157.627,4 100,0 -49,8 13,3
41 Operações Centrais do Estado 244,2 244,2 100,0 0,0
42 Procuradoria Geral da Republica 44,0 44,0 100,0 0,0
43 Sec. Geral da Pres. República 2.286,3 2.286,3 100,0 -100,0 0,0
44 Sec. Do Cons. De Ministro 897,9 897,6 100,0 1.294,0 1.189,0 91,9 -30,6 0,2
45 Serviço de I. E de I. e S. do Estado 3.606,6 3.606,6 100,0 453,0 443,8 98,0 696,2 0,6
46 Serviço De Inteligencia Externa 1.319,8 1.319,8 100,0 1.694,5 1.694,5 100,0 -22,1 0,2
47 Serviço Iintel. Militar 192,0 191,4 99,7 0,0
48 Serviço Nac. Das Alfandegas 7.061,9 7.061,9 100,0 308,4 0,0 0,0 2.190,2 1,2
49 Supremo Tribunal Militar 225,7 225,7 100,0 0,0
50 Tribunal de Contas 301,7 301,7 100,0 0,1
Total 595.541,5 595.499,3 100,0 587.226,4 572.709,7 97,5 1,4 100,0
Fonte: Conta Geral do Estado 2012 e SIGFE

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Da análise efectuada, destaca-se:


a) Para o ano de 2012, o valor global do PIP dos Órgãos Centrais do Estado obteve
um ligeiro acréscimo, na ordem de 1,4% em relação ao ano anterior;
b) Os recursos disponibilizados à Administração Central do Estado foram utilizados
na ordem dos 99,9%, superando o grau de execução do ano anterior;
c) O Serviço Nacional das Alfândegas registou a maior variação, com 2.190,2% no
período em análise;
d) Do valor do PIP destinado aos Órgãos da Administração Central, 73,4%,
equivalente a Kz 437.078,7 milhões ficou concentrada em três órgãos,
nomeadamente, Ministérios do Urbanismo e Construção 39,5%, Energia e Águas
20,6% e Transportes 13,3%, conforme gráfico a seguir:

Gráfico 9 – Peso do PIP a Nível Central

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4.5.1.2. - Análise dos Relatórios do SIGFE e do MINPLAN


Baseando-se nas informações fornecidas pelo SIGFE e MINPLAN efectuou-se uma
análise comparativa dos dados referentes a 2012.

Quadro 25 – Comparação do PIP do MINFIN e MINPLAN


SIGFE MINPLAN Diferença
Despesa Despesa Despesa Despesa Despesa
N.º Unidade Orçamental Despesa
Orçamentada Orçamentada Realizada Orçamentada Realizada
Realizada (2)
(1) (3) (4) (5)=(1-3) (6)=(2-4)
1 Agencia Nac. Inv. Privado 0,2 0,2 0,2 0,2
2 Comissão Nac. Eleitoral 16,8 16,8 16,8 16,8
3 Comissão Nac. Impl. Prog. Nac. Urb. Habitação 472,7 472,7 472,7 472,7
4 Fundo de Apoio Social 727,5 717,7 727,5 717,7
5 Gab. Obras Especiais 39.218,8 39.217,2 39.218,8 39.217,2
6 Hosp. Esp. Multiperfil 1.181,3 1.181,3 1.181,3 1.181,3
7 Ministerio da A. P. E. e S.Social 5.177,1 5.177,1 2.575,3 2.303,5 2.601,9 2.873,6
8 Ministerio da Ad. Do Território 64,1 64,1 65,0 64,1 -0,9 0,0
9 Ministério da Ag. Des. Rural e Pescas 18.656,9 18.656,9 29.928,1 11.554,3 -11.271,2 7.102,6
10 Ministério Ass. E Reins. Social 765,7 765,7 934,4 765,7 -168,6 0,0
11 Ministério Comum. Social 4.567,4 4.567,4 3.393,9 2.620,9 1.173,5 1.946,4
12 Ministério Cultura 139,1 138,4 1.357,5 138,4 -1.218,4 0,0
13 Ministério Defesa Nacional 5.205,1 5.205,1 1.998,5 1.998,5 3.206,6 3.206,6
14 Ministério Educação 4.528,0 4.508,2 7.883,7 4.223,0 -3.355,7 285,2
15 Ministério Energ. E Águas 122.447,2 122.441,8 125.898,2 74.032,8 -3.451,0 48.409,0
16 Ministério da Familia e Prom. Mulher 35,3 35,3 247,0 35,3 -211,7 0,0
17 Ministério Geologia e Minas e Indústria 3.459,1 3.459,1 2.299,5 1.293,4 1.159,7 2.165,7
18 Ministério Hot. E Turismo 195,1 194,1 261,1 194,1 -66,0 0,0
19 Ministério da Justiça 2.600,5 2.600,5 2.946,0 2.600,5 -345,5 0,0
20 Ministério da Juvent. E Desporto 4.955,4 4.955,4 4.955,4 4.955,4 0,0 0,0
21 Ministério da Saúde 17.648,6 17.648,6 22.131,5 16.327,6 -4.482,9 1.321,0
22 Ministério da Finanças 47,8 47,8 904,2 47,8 -856,5 0,0
23 Ministerio das Telecom. E Tecnol. De Informação 16.199,5 16.198,0 18.552,1 11.233,9 -2.352,6 4.964,0
24 Ministerio do Ambiente 732,2 730,9 882,2 730,9 -150,0 0,0
25 Ministerio do Comércio 3.960,2 3.960,0 3.976,3 3.962,5 -16,1 -2,5
26 Ministerio do Ens. Sup e Cienc. Tecnologia 3.481,8 3.481,8 5.140,1 3.763,9 -1.658,3 -282,1
27 Ministerio do Ens. Superior 282,1 282,1 0,0 0,0 282,1 282,1
28 Ministerio do Interior 7.107,5 7.107,5 12.098,5 6.971,1 -4.991,1 136,3
29 Ministerio do Planeamento 2.762,1 2.762,1 11.102,9 2.542,4 -8.340,8 219,7
30 Ministerio do Urbanis. E Construção 235.519,9 235.519,9 228.342,4 161.456,6 7.177,4 74.063,3
31 Ministerio dos Ant. Comb. E Veter. Da Pátria 336,0 336,0 2.942,0 336,0 -2.605,9 0,0
32 Ministério dos Petroleo 45,0 45,0 45,0 45,0 0,0 0,0
33 Ministério dos Transportes 79.111,6 79.111,6 73.968,4 45.810,2 5.143,2 33.301,4
34 Operações Centrais do Estado 244,2 244,2 244,2 244,2
35 Procuradoria Geral da Republica 44,0 44,0 44,0 44,0
36 Sec. Do Cons. De Ministro 897,9 897,6 897,9 897,6
37 Serviço de I. E de I. e S. do Estado 3.606,6 3.606,6 3.606,6 3.606,6
38 Serviço De Inteligencia Externa 1.319,8 1.319,8 1.319,8 1.319,8
39 Serviço Iintel. Militar 192,0 191,4 192,0 191,4
40 Serviço Nac. Das Alfandegas 7.061,9 7.061,9 7.061,9 7.061,9
41 Supremo Tribunal Militar 225,7 225,7 225,7 225,7
42 Tribunal de Contas 301,7 301,7 301,7 301,7
Total 595.541,5 595.499,3 564.829,1 360.007,8 30.712,3 235.491,5
Fonte: SIGFE e do MINPLAN de 2012

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Da análise comparativa realizada constatou-se o seguinte:


a) O valor do PIP dos Órgãos Centrais constante dos relatórios do SIGFE e do
MINPLAN apresentou uma incompatibilidade de Kz 30.712,3 milhões na despesa
orçamentada e de Kz 235.491,5 milhões na despesa realizada, conforme gráfico
seguinte:

Gráfico 10 – Comparação do PIP do MINFIN e MINPLAN

Fonte: Conta Geral do Estado 2012 e Relatório do MINPLAN do PIP 2012

b) A maior discrepância dos dados sobre a despesa realizada ocorreu no Ministério


do Urbanismo e Construção, no valor de Kz 74.063,3 milhões;
c) Compulsado o Resumo dos Relatórios de Gestão da Execução do OGE das UOs,
foi possível identificar informações relativamente à execução do PIP de apenas
três órgãos, designadamente: Ministérios da Agricultura, Desenvolvimento Rural
e Pescas, da Família e Promoção da Mulher e da Hotelaria e Turismo.

Parecer sobre a Conta Geral do Estado - 2012


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4.5.2. - Execução financeira dos projectos do PIP da Administração Local

4.5.2.1 - Análise dos Relatórios do SIGFE


Relativamente ao PIP atribuído à Administração Local, a análise consistiu no exame da
variação e do peso do respectivo orçamento.
Quadro 26 - Comparação do PIP dos Órgãos Locais
Exercício de 2012 Exercício de 2011
Grau de Grau de Variação Peso/Desp.
Unidade Despesa Despesa Execução Despesa Despesa Execução
N.º (% ) Orçam.
Orçamental Orçamentada Realizada (% ) Orçamentada Realizada (% ) (7)=(1- (% )
(1) (2) (3)=(2)/(1) (4) (5) (6)=(5)/(4) 4)/4*100
*100 *100
1 Bengo 7.911,7 7.905,5 99,9 6.503,1 6.189,5 95,2 21,7 3,2
2 Benguela 12.285,9 12.279,6 99,9 9.602,6 9.425,2 98,2 27,9 5,0
3 Bié 7.952,2 7.941,9 99,9 6.047,0 5.724,1 94,7 31,5 3,2
4 Cabinda 26.160,9 26.160,8 100,0 20.418,5 18.333,3 89,8 28,1 10,5
7 Cunene 10.241,3 10.240,6 100,0 8.190,3 7.920,5 96,7 25,0 4,1
9 Huambo 13.756,8 13.749,3 99,9 9.806,2 9.609,6 98,0 40,3 5,5
10 Huila 14.389,9 14.385,8 100,0 9.679,5 7.819,7 80,8 48,7 5,8
5 Kuando Kubango 13.818,0 13.817,2 100,0 9.356,9 9.251,6 98,9 47,7 5,6
6 Kuanza Norte 11.347,1 11.345,5 100,0 8.469,7 8.313,5 98,2 34,0 4,6
8 Kuanza Sul 9.116,5 9.111,1 99,9 7.246,3 6.822,8 94,2 25,8 3,7
11 Luanda 46.500,5 46.248,6 99,5 32.595,8 32.172,8 98,7 42,7 18,7
12 Lunda Norte 11.711,1 11.502,5 98,2 7.659,5 7.217,8 94,2 52,9 4,7
13 Lunda Sul 7.782,4 7.772,4 99,9 6.482,4 6.076,3 93,7 20,1 3,1
14 Malange 13.081,4 13.067,8 99,9 9.222,6 8.689,9 94,2 41,8 5,3
15 Moxico 15.020,7 15.018,1 100,0 6.097,7 6.047,7 99,2 146,3 6,1
16 Namibe 6.901,4 6.897,4 99,9 5.658,3 5.464,9 96,6 22,0 2,8
17 Uìge 11.665,0 11.662,2 100,0 11.001,3 10.556,9 96,0 6,0 4,7
18 Zaíre 8.388,0 8.383,7 99,9 5.325,2 4.886,6 91,8 57,5 3,4
Total 248.030,8 247.489,9 99,8 179.362,9 170.522,8 95,1 38,3 100,0
Fonte: SIGFE 2012 e 2011

De acordo com o quadro acima, verificou-se:


a) O valor do PIP da Administração Local para o ano de 2012 registou um aumento
de 38,3%, em relação ao exercício anterior;
b) Os órgãos da Administração Local tiveram um grau de execução na ordem dos
99,8%;
c) O Governo Provincial de Luanda obteve a maior quota do PIP de 2012, com um
orçamento de Kz 46.500,5 milhões, correspondentes à 18,7%. Por seu turno, com
um peso de 2,8%, o Governo Provincial de Namibe obteve a menor quota,
conforme evidenciado no gráfico seguinte:

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Gráfico 11 – Comparação do PIP a Nível Local

d) O orçamento de todos os órgãos da Administração Local teve um incremento


relativamente ao exercício anterior, destacando-se o Governo Provincial do
Moxico, cuja variação fixou-se em 146,3%, conforme gráfico seguinte.
Gráfico 12 – Variação do PIP a Nível Local

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4.5.2.2. - Análise dos Relatórios do SIGFE e do MINPLAN

A semelhança da análise efectuada a nível central, segue a tabela comparativa dos dados
de 2012 do PIP referentes à Administração Local.
Quadro 27 – Comparação do PIP entre MINFIN e MINPLAN a Nível Local
SIGFE MINPLAN Diferença

N.º Unidade Orçamental Despesa Despesa Despesa Despesa Despesa Despesa


Orçamentada Realizada Orçamentada Realizada Orçamentada Realizada
(1) (2) (3) (4) (5)=(1-3) (6)=(2-4)
1 Bengo 7.911,7 7.905,5 10.654,7 6.428,8 -2.743,0 1.476,7
2 Benguela 12.285,9 12.279,6 9.904,3 9.779,0 2.381,6 2.500,6
3 Bié 7.952,2 7.941,9 5.713,3 5.650,7 2.238,8 2.291,2
4 Cabinda 26.160,9 26.160,8 25.167,1 25.048,8 993,8 1.112,0
8 Cunene 10.241,3 10.240,6 8.828,1 8.666,9 1.413,2 1.573,7
5 Huambo 13.756,8 13.749,3 11.101,1 10.987,6 2.655,7 2.761,7
6 Huila 14.389,9 14.385,8 11.367,7 10.918,0 3.022,2 3.467,8
7 Kuando Kubango 13.818,0 13.817,2 13.556,9 10.608,0 261,1 3.209,2
9 Kwanza Norte 11.347,1 11.345,5 11.529,9 8.103,6 -182,8 3.241,8
10 Kwanza Sul 9.116,5 9.111,1 6.204,6 6.203,9 2.911,9 2.907,2
11 Luanda 46.500,5 46.248,6 33.642,3 27.865,2 12.858,2 18.383,4
12 Lunda Norte 11.711,1 11.502,5 12.507,0 8.625,0 -795,9 2.877,5
13 Lunda Sul 7.782,4 7.772,4 9.204,4 6.715,6 -1.422,0 1.056,8
14 Malange 13.081,4 13.067,8 12.184,6 8.958,2 896,8 4.109,6
15 Moxico 15.020,8 15.018,1 14.047,0 12.095,6 973,8 2.922,5
16 Namibe 6.901,4 6.897,4 5.625,6 5.588,5 1.275,7 1.308,9
17 Uìge 11.665,0 11.662,2 8.022,6 7.743,4 3.642,4 3.918,9
18 Zaíre 8.388,0 8.383,7 8.410,8 6.816,2 -22,9 1.567,5
Total 248.030,8 247.489,9 217.672,2 186.803,0 30.358,5 60.687,0
Fonte: Conta Geral do Estado de 2012 e MINPLAN

Da análise do quadro acima, constatou-se:


a) O valor do PIP da Administração Local constante dos relatórios do SIGFE e do
MINPLAN apresentou uma incompatibilidade de Kz 30.358,5 milhões na despesa
orçamentada e de Kz 60.687,0 milhões na despesa realizada, conforme gráfico
seguinte:

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Gráfico 13 – Comparação do PIP do MINFIN e MINPLAN

b) A maior discrepância dos dados sobre a despesa realizada ocorreu com a


Província de Luanda, no valor de Kz 18.383,4 milhões;
c) Da análise do Resumo dos Relatórios de Gestão da Execução do OGE das UOs,
enviados ao MINFIN, verificou-se que das 18 províncias, 15 remeteram os seus
relatórios de execução das quais em 4 não foi possível identificar informações
relativamente à execução do PIP, nomeadamente: Kuando Kubango, Lunda Norte,
Lunda Sul e Zaire.

4.5.3 - Execução financeira dos projectos do PIP por Sector/Função


Relativamente ao PIP por Sector/Função, a análise consistiu no exame da variação e do
peso do respectivo orçamento.
Quadro 28 – PIP a Nível Sectorial
Exercício de 2012 Exercício de 2011
Grau de Grau de Variação Peso/Desp.
N.º Sector Despesa Despesa Execução Despesa Despesa Execução (% ) Orçam.
Orçamentada Realizada (% ) Orçamentada Realizada (% ) (7)=(1- (% )
(1) (2) (3)=(2)/(1 (4) (5) (6)=(5)/(4) 4)/4*100
)*100 *100
1 Sector Social 290.646,3 290.570,6 100,0 210.496,4 198.318,7 94,2 38,1 34,5
2 Defesa, Segurança Ordem Pública 21.724,7 21.722,3 100,0 12.568,1 11.762,9 93,6 72,9 2,6
3 Sector Económico 424.295,6 424.073,2 99,9 448.207,7 440.732,8 98,3 -5,3 50,3
4 Serviços Públicos Gerais 106.905,6 106.623,1 99,7 95.317,1 92.418,1 97,0 12,2 12,6
TOTAL 843.572,1 842.989,1 99,9 766.589,3 743.232,5 97,0 10,0 99,9
Fonte: Relatório do SIGFE 2012 e 2011

a) O valor do PIP para o ano de 2012 teve um aumento de 10,0%, comparativamente


ao ano transacto;
b) O grau de execução em 2012 cifrou-se em 99,9% superando assim o do ano
anterior, que foi de 97,0%;
c) O Sector Económico obteve a maior quota do PIP de 2012, com um orçamento de
Kz 424.295,6 milhões, correspondentes à 50,3%, ao passo que o Sector da Defesa
e Segurança e Ordem Pública, com um orçamento de Kz 21.724,7 milhões, teve o

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menor peso, com uma percentagem 2,6%, conforme demonstrado no gráfico


abaixo:
Gráfico 14 – Peso do PIP a Nível Sectorial

d) O Sector da Defesa e Segurança e Ordem Pública registou a maior variação do


PIP, correspondente a 72,9% em relação ao ano anterior, não obstante ter
representado o menor peso no respectivo orçamento. Contrariamente, o Sector
Económico, com maior peso, de 50,3%, registou uma variação negativa de 5,3%,
conforme gráfico seguinte:
Gráfico 15 – PIP por Sector

Fonte: Conta Geral do Estado 2012

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4.6 - Dívida Pública

A análise da Dívida Pública teve o seu fundamento na Lei n.º 16/02, de 5 de Dezembro,
Lei Quadro da Dívida Pública Directa e demais legislação em vigor.

O Orçamento Geral do Estado para 2012 previa o montante de Kz 737.367,1 milhões


como receita de financiamento, além das suas receitas fiscais, para fazer face às
despesas públicas. Do total a ser financiado, 63,9% seriam resultantes da captação
interna de recursos através de Títulos do Tesouro e 36,1% através de linhas de crédito e
outras operações, conforme quadro seguinte:

Quadro 29 - Receitas de Financiamento

Fonte: Lei do OGE para 2012

Relativamente às receitas dos financiamentos descritos no quadro acima, registou-se um


grau de execução na ordem de 76,5% equivalente a Kz 564.267,8 milhões. Deste total,
foi expressivo o financiamento externo, com uma participação de 67,4%,
correspondente a Kz 380.366,4 milhões, onde se destacaram as fontes das linhas de
crédito. O financiamento interno da economia atingiu a cifra de Kz 183.901,4 milhões,
com uma participação de 32,6%;

Na tabela a seguir constam os dados relativos ao stock da dívida pública, bem como a
variação que se registou nos dois últimos exercícios.

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Quadro 30 – Stock da Dívida Pública

Fonte: Conta Geral do Estado de 2012

a) O quadro acima mostra a composição do Stock da dívida pública, que atingiu o


montante de Kz 2.413.731,2 milhões, dos quais Kz 1.180.686,3 milhões
referiram-se à dívida interna, representando 48,9% e Kz 1.233.044,9 milhões
relativos a dívida externa, representando 51,1%.

b) O comportamento da dívida pública no período em análise reflectiu um


crescimento na ordem de 16,8% relativamente ao ano anterior, tendo contribuído
de forma significativa para este aumento o recurso ao financiamento externo de
longo prazo, devido essencialmente ao financiamento dos projectos de
investimentos públicos.

c) O Stock da dívida externa foi de Kz 1.233.044,9 milhões, suportada na sua quase


totalidade pela assumpção de contratos de financiamentos. Comparativamente ao
exercício anterior, a dívida externa cresceu na proporção de 35,5%.

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4.6.1. - Serviço da Dívida

O quadro a seguir espelha a composição do serviço da dívida, constituídas por juros e


amortizações.
Quadro 31 – Serviço da Dívida

Fonte: Conta Geral do Estado de 2012

Em relação ao comportamento ao serviço da dívida verificaram-se os seguintes


aspectos:

a) Comparativamente ao
exercício anterior houve um acréscimo correspondente a 7,3% no serviço da
dívida;

b) O serviço da dívida pública


interna totalizou Kz 647.555,1 milhões. Deste valor, 89,4% correspondeu a
amortizações, enquanto 10,6% representaram encargos com juros, conforme
gráfico seguinte:

Gráfico 16 – Serviço da Dívida Interna

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c) O serviço da dívida pública


externa totalizou Kz 191.686,5 milhões. Deste valor, 82,2% correspondeu a
amortizações, enquanto 17,8% representaram encargos com juros, conforme
gráfico seguinte:
Gráfico 17 - Serviço da Dívida Externa

4.6.2 - Restos a Pagar

A apreciação sobre a execução dos restos a pagar merece realce em virtude dos
expressivos valores de recursos inscritos nessa rubrica nos últimos exercícios. De
acordo com os números 1 e 2 do Art. 38.º da Lei n.º 15/10, de 14 de Julho, são inscritos
em restos a pagar as despesas liquidadas e não pagas até ao encerramento do exercício
financeiro, após devidamente reconhecidas pela autoridade competente.

Também dispõe sobre a matéria o n.º 15.º do Artigo6.º do Decreto Presidencial n.º
320/11, de 30 de Dezembro.

O quadro e gráfico abaixo demonstram a execução dos restos a pagar nos exercícios de
2012 e 2011, destacando o valor inscrito, pago, cancelado e a pagar:

Quadro 32 - Demonstrativos de Restos a Pagar

Fonte : Conta Geral do Estado 2012

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Gráfico 18 – Restos a Pagar

Fonte: Conta Geral do Estado 2012

Constatações

a) Da análise
do quadro anteriormente demonstrado, verifica-se que pode estar a ocorrer a
acumulação de pendentes contabilísticos, considerando que do valor inscrito em
2011, de Kz 23.344,8 milhões, foram pagos Kz 958,3 milhões (4,1%) e
cancelados Kz 1.450,2 milhões (6,2%), correspondente a apenas 10,3% da
inscrição;

b) Da análise
do demonstrativo da execução dos restos a pagar verificou-se que foram
inscritos na categoria de Despesas com Pessoal o montante de Kz 145,4 milhões
e ainda Kz 515,4 milhões em Subsídios de Deslocação, contrariando o disposto
no n.º 2 do Art. 6.º do Decreto Executivo do MINFIN, que dispõe sobre as
instruções do encerramento do exercício financeiro de 2012.

Recomendações

1. Limitar a inscrição de restos a pagar às liquidações que serão efectivamente


pagas no decorrer do exercício seguinte, de forma a evitar a acumulação do
saldo contabilístico representativo de dívidas e possibilitar uma melhor
execução financeira dos restos a pagar. Complementarmente deve ser efectuada
a análise dos actuais saldos de restos a pagar com vistas à sua depuração.

2. Evitar a inscrição em exercícios financeiros futuros de restos a pagar do saldo


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de rubricas vedadas na instrução para encerramento de exercício.

4.7 – Operações de Tesouraria

A Direcção de Programação e Gestão Financeira - DPGF, actualmente Direcção


Nacional do Tesouro - DNT, é o serviço executivo encarregue da Programação e
Execução Financeira, da gestão das disponibilidades financeiras do Estado e da
avaliação das necessidades de recurso ao crédito, conforme o disposto no n.º 1 do
Artigo23.º, do Decreto Presidencial n.º 93/10, de 7 de Junho, combinado com o n.º 1 do
Artigo 23.º do Decreto Presidencial n.º 235/12 de 04 de Dezembro.

Constatações

a) Dos registos constantes no SIGFE foram identificados contas de disponibilidades


financeiras com saldos negativos, dentre as quais se destacam:

• Disponíveis no País:
o A conta agregadora 1.1.1.1.2.01.01 –
Banco Nacional de Angola - BNA, relativamente ao domicílio bancário
94021, do Programa de Investimentos Públicos, no valor de Kz 902,8
milhões.

o A conta agregadora 1.1.1.1.2.09.01 –


Banco de Poupança e Crédito – BPC, relativamente a domicílios
bancários num montante de Kz 115,3 milhões;

• Disponíveis no Exterior:
o A conta agregadora 1.1.1.2.2.01 –
Contas Bancárias das UO No Exterior, relativamente a domicílios
bancários num montante de Kz 720,6 milhões, podendo citar como
exemplo a conta do Consulado de Frankfurt respeitante a gestão em euros,
no Deutsche Bank, no valor de Kz 266,0 milhões. Pode ser citado como
outro exemplo a conta USD da Embaixada da República de Angola em
Portugal, domiciliada no Banco Espirito Santo, no valor de Kz 1.142,5
milhões.

b) Nos trabalhos de Auditorias realizados pelo Tribunal de Contas relativamente ao


exercício de 2012, foi possível observar que algumas Unidades Orçamentais
mantinham contas bancárias em nome próprio (não sendo contas de recolhimento,
conforme nº 7, do Artigo 3º, Decreto Presidencial nº 320/11 de 30 de Dezembro)
sem observar o estabelecido no nº 1 do Artigo 5º do mesmo Decreto, facto que
impossibilita a efectivação do nº 1 do Artigo 3º do Decreto Presidencial
anteriormente referenciado combinado com o Artigo 34º da Lei 15/10, de 14 de
Julho;

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c) Não foi possível aferir sobre a compatibilidade da posição da CUT em 31/12/2012


com os registos do SIGFE no mesmo período, uma vez que não foi apresentado o
resumo das disponibilidades bancárias na mesma data.

Recomendações

1. Compatibilizar os saldos do Razão Contabilístico dos diversos bancos no país


com a posição da DNT e das contas do exterior com os respectivos extractos
bancários, relativamente às disponibilidades financeiras das contas bancárias que
apresentam saldos negativos.

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4.8 – Património

O Inventário de bens patrimoniais representa uma peça financeira de extrema


importância no âmbito da gestão e controlo da actividade patrimonial do Estado, pois,
permite conhecer o património do Estado e demais pessoas colectivas públicas, onde as
instruções para a sua elaboração são estabelecidas no Decreto Presidencial n.º177/10, de
13 de Agosto.

Constatações
A Conta Geral para o ano 2012, conforme estabelece a alínea j) do n.º 3 do Artigo 58º
da Lei n.º 15/10 de 14 de Julho, a semelhança da anterior não incluiu o demonstrativo
da gestão patrimonial, com realce para o inventário patrimonial.

Recomendações
1. Incluir na Conta Geral do Estado, no âmbito do dever de cooperação previsto no
Artigo 50.º combinado com o Artigo 18.º da Lei n.º 13/10, de 09 de Julho, a
relação dos gestores que não procederem, relativamente a sua Unidade
Orçamental, o Inventário Patrimonial para que o Tribunal de Contas possa tomar
as medidas adequadas.

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4.9 - Segurança Social

No exercício em análise e com base no Relatório de Encerramento do Exercício


Financeiro de 2012, apresentado pelo Instituto Nacional de Segurança Social – INSS,
verificou-se uma expansão em termos de prestação de serviços de segurança social,
consubstanciada nos seguintes parâmetros:

• Instalação de novas tecnologias de informação e comunicação, permitindo a


ligação com todos os serviços a nível do país;

• Reabilitação e ampliação dos serviços municipais de Segurança Social;

• Instalação dos serviços de segurança social nos Balcões Únicos do Empreendedor


(BUE´s) em 38 localidades;

• Implementação dos serviços de segurança social nos Serviços Integrados de


Atendimento ao Cidadão (SIAC).

Com este incremento dos serviços, foram criados novos postos de trabalho, tendo sido
capacitados o equivalente a 289 colaboradores com acções de formação interna e
externa.

4.9.1 – Análise dos dados dos Segurados, Contribuintes e Pensionistas

A evolução da quantidade de segurados, contribuintes e pensionistas pode ser apreciada


no quadro e gráfico seguintes:

Quadro 33 – Contribuintes, Segurados e Pensionistas

Fonte: Relatório de Encerramento do Exercício Financeiro de 2012 do INSS

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Gráfico 19 - Contribuintes, Segurados e Pensionistas

Verificou-se um aumento no número de contribuintes, segurados e pensionistas em


cerca de 22,3%, 9,0% e 33,4% respectivamente.

O acréscimo no número de contribuintes e segurados reflectiu num aumento das receitas


operacionais de 20,0%. Por outro lado o crescimento no número dos pensionistas
provocou um aumento nas despesas com a protecção social de 36,7%, conforme quadro
e gráfico seguintes:

Quadro 34 - – Comparação de Receitas e Despesas 2012 e 2011

Fonte: Relatório de Encerramento do Exercício Financeiro de 2012 do INSS

Gráfico 20 – Comparação de Receitas e Despesas 2012 e 2011

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4.9.2. - Análise das Receitas e Despesas

O quadro e o gráfico a seguir espelham a evolução da receita arrecadada e da despesa


realizada:

Quadro 35 - Demonstração Comparativa da Composição das Receitas e Despesas


Variação
Designação 2012 Peso (%) 2011 Diferença
Percentual
Receitas Correntes 138.092,0 100,0 107.196,5 30.895,5 28,8
Receitas Operacionais 106.862,3 77,4 89.038,1 17.824,2
Receitas Correntes Diversas 31.229,7 22,6 18.158,4 13.071,3
Despesas Correntes 57.228,2 100,0 42.123,7 15.104,5 35,9
Despesas com Protecção Social 49.451,4 86,4 36.175,9 13.275,5
Despesas com Adm Corrente 1.382,3 2,4 837,7 544,6
Despesas com Adm em Bens e Serviços 6.394,5 11,2
100,0 5.110,1 1.284,4

Resultado 80.863,8 65.072,8 15.791,0 24,3


Fonte: Relatório de Encerramento do Exercício Financeiro de 2012 do INSS

Gráfico 21 - Demonstração Comparativa da Composição das Receitas e Despesas

Receitas Correntes

As receitas correntes arrecadadas pelo INSS no valor de 138.092,0 milhões, registaram


um incremento de 28,8% em relação ao ano transacto, constituídas maioritariamente
pelas receitas operacionais, que representaram 77,4% do total arrecadado, motivado
pelo aumento do número de contribuintes, segurados e pensionistas e pelas receitas
correntes diversas, 22,6% do total arrecadado, influenciadas pelo aumento de
rendimentos de activos financeiros (juros bancários).

Despesas Correntes

As despesas correntes realizadas, no valor de Kz 57.228,2 milhões, aumentaram 35,9%


em relação ao ano anterior, fortemente influenciadas pelas Despesas com Protecção
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Social, que representaram 86,4% do total executado, resultante do aumento do número


de pensionistas.

Resultado

No período em análise, verificou-se que o resultado foi positivo (superávit) no montante


de Kz 80.863,8 milhões, tendo aumentado 24,3% em relação ao exercício anterior.

Comparação dos dados do INSS com os registos do SIGFE

Do confronto entre os dados constantes do Relatório de Encerramento do Exercício


Financeiro de 2012 apresentado pelo INSS e os registos extraídos do SIGFE do mesmo
exercício, verificou-se uma divergência entre os registos contabilísticos, da receita e
despesa realizadas, demonstrada no quadro seguinte:

Quadro 36 - Comparação dos registos do SIGFE com os do INSS em 2012


Designação SIGFE INSS Diferença
Receitas Correntes 137.141,4 138.092,0 - 950,6
Despesas Correntes 57.837,8 57.228,2 609,6
Fonte: Relatório de Encerramento do Exercício Financeiro de 2012 do INSS e SIGFE

Gráfico 22 – Comparação dos Registos do SIGFE com os do INSS em 2012

4.9.3 - Análise da Execução Orçamental

O orçamento consignado ao INSS, no âmbito da Lei n.º 37/11, de 28 de Dezembro, que


aprovou o OGE de 2012, estimou receitas e fixou despesas no valor de Kz 73.062,6
milhões.

A análise das informações extraídas do SIGFE, relativamente ao Resumo Geral da


Execução da Despesa por Natureza da Unidade Orçamental, permitiu aferir que o valor
da Despesa Orçamentada foi de Kz 57.837,8 milhões, incompatível com o previsto na
Lei do OGE, conforme quadro seguinte:

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Quadro 37 – Comparação da Despesa Orçamentada do SIGFE e OGE


Orçamento
Previsões SIGFE Diferença
Aprovado
Despesas 57.837,8 73.062,6 -15.224,8
Fonte: SIGFE

Apesar do anteriormente exposto, foi possível observar que a execução da despesa foi
de 100,0% e a da Receita de 187,7% conforme a demonstração seguinte:

Quadro 38 - Grau de execução do Orçamento – SIGFE


Grau de
Designação Orçamentada Executada Diferença
Execução
Receitas 73.062,6 137.141,4 -64.078,8 187,7
Despesas 57.837,8 57.837,8 0,0 100,0
Fonte: SIGFE

Gráfico 23 - Comparação da Despesa Orçamentada do SIGFE e OGE

Constatações

a) Verificou-se que a conta Receitas de Contribuições de Trabalhadores por Conta


Própria não apresentou saldo de arrecadação no exercício de 2012, a semelhança
do ocorrido em 2011;

b) Incompatibilidades de dados entre o Relatório de Encerramento do Exercício


Financeiro de 2012 e o SIGFE, quanto a realização da receita e da despesa;

c) Desarmonia entre a Lei n.º 37/11, de 28 de Dezembro (Lei do Orçamento Geral


do Estado de 2012) e o SIGFE no tocante a despesa orçamental aprovada;

d) Pendência de atendimento de algumas recomendações contidas no parecer do


Conselho Fiscal do INSS, que integram o Relatório de Encerramento do Exercício

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Financeiro de 2012, cujo teor é reforçado por esta Corte de Contas, conforme
transcritas:
• “ O Conselho Fiscal continua na expectativa de ver concluído o inventário
geral dos bens patrimoniais do Instituto, para servir de base na avaliação
anual das reintegrações e amortizações decorrentes dos exercícios;

• Em face do resultado positivo do exercício apela - se mais uma vez à


semelhança dos pareceres emitidos anteriormente que o Conselho Fiscal não
vê qualquer inconveniência para que as contas do Instituto sejam auditadas
por técnicos auditores independentes;

• O Conselho Fiscal não pode deixar de sublinhar mais uma vez alguns
aspectos de relevância contabilística que mereceram a devida reflexão:
Não actualização do fundo de constituição do Instituto;
A falta de inventário geral do património, em cumprimento do Decreto
Presidencial n.º 177/10 de 13 de Agosto.”

Recomendações

1. Adoptar mecanismos com vista a arrecadação das contribuições dos


trabalhadores por conta própria, cuja receita, se arrecadada, não foi evidenciada
na correspondente conta nas Demonstrações Financeiras;

2. Compatibilizar a contabilização de dados futuros de realização da receita e da


despesa do INSS com o SIGFE;

3. Assegurar a harmonização dos valores da despesa orçamentada aprovada no


SIGFE com o valor do orçamento inicial;

4. Cumprir as recomendações do Conselho Fiscal, destacadas pelo Tribunal de


Contas, que integram o Relatório de Encerramento do Exercício Financeiro de
2012.

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Tribunal de Contas

5. Conclusão

O presente Parecer foi emitido, tal como o primeiro, num espaço temporal considerado
por este Tribunal como ainda bastante exíguo, o que condicionou em alguns casos a
profundidade e abrangência que se impõem na análise dos documentos.
A análise foi realizada com base nos relatórios de execução do OGE, em visitas,
documentos, consultas online ao SIGFE, relatórios de auditorias realizadas por este
Tribunal e dados da Conta Geral do Estado referente aos exercícios de 2012 e 2011,
para os efeitos comparativos.
Relativamente às recomendações formuladas no Parecer de 2011, constatou este
Tribunal que as mesmas não puderam ser cumpridas pelo Executivo, pelo facto de que,
na data da sua emissão, já havia sido remetida à Assembleia Nacional, a Conta Geral do
Estado de 2012.
Reposta a normalidade, espera este Tribunal que as recomendações formuladas nos
Pareceres dos exercícios de 2011 e 2012 sejam adoptadas na execução do OGE do
exercício de 2013 e reflectidas na respectiva Conta Geral do Estado.
Outrossim, cabe ressaltar que as recomendações expressas no âmbito da Dívida Pública,
o Memorando do MINFIN sobre o Parecer emitido a Conta Geral do Estado de 2011
pelo Tribunal de Contas, no seu ponto 040, afirma que “ … relativamente a informação
constante das páginas 33 e 34 do Parecer do Tribunal de Contas, os dados relativos a
emissão de Bilhetes e Obrigações do Tesouro estão incorrectos, …”. Quanto a esta
afirmação, compete esclarecer que os dados contidos no Parecer estão correctos e
tiveram como origem o Relatório da Conta Geral do Estado de 2011, uma vez que os
valores apresentados referiram-se ao Stock da Dívida e não à Emissão de Títulos.
É importante realçar que o Parecer à Conta Geral do Estado constitui um instrumento
primordial do controlo das contas públicas, através do qual o Tribunal de Contas
demonstra como foram arrecadadas as receitas e executadas as despesas, nomeadamente
os projectos de investimentos públicos e privados que o Estado fomenta no âmbito do
Plano de Acção definido pelo Executivo.
Constitui também um exercício fundamental no processo democrático de prestação de
contas por parte do Executivo, como garantia da transparência e da boa governação.
Através do seu Parecer, o Tribunal de Contas procura também, de forma pedagógica,
contribuir para a melhoria da gestão das finanças públicas e da conduta dos gestores
públicos.
É de referir que a elaboração da Conta Geral do Estado, mesmo não contendo ainda
todos os elementos necessários para a sua elaboração, é um exercício que irá
paulatinamente permitir que as futuras Contas sejam apresentadas nos termos prescritos
na lei, como é costume nos Países com tradição na matéria de apresentação da Conta
Geral do Estado.

Parecer sobre a Conta Geral do Estado - 2012


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É pois um processo gradativo de aprendizagem de todos os actores responsáveis pela


gestão e controlo das Finanças Públicas.
Neste contexto, o Tribunal de Contas considera importante que as recomendações
formuladas nos Pareceres à Conta Geral do Estado sejam tidas como subsídios para a
tomada de medidas correctivas ou de providências com vista a melhorar a execução
anual do OGE, tendo sempre em conta o princípio da mais racional gestão das Finanças
Públicas e não como juízos de qualquer natureza.

Parecer sobre a Conta Geral do Estado - 2012


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6. Parecer

O TRIBUNAL DE CONTAS, no âmbito da alínea a) do artigo 6.º combinado com os


artigos 7.º e 60.º todos da Lei n.º 13/10, de 9 de Julho;
CONSIDERANDO, que a Conta Geral do Estado referente ao exercício financeiro de
2012 foi apresentada pelo Presidente da República à Assembleia Nacional;
TENDO EM CONTA, que a Assembleia Nacional solicitou nos termos da alínea b) do
artigo 162.º da Constituição da República, o Parecer Prévio do Tribunal de Contas sobre
a referida Conta Geral do Estado;
ATENDENDO, que a Conta Geral do Estado compreende as contas de todos os órgãos
integrados no Orçamento Geral do Estado, conforme o disposto no n.º 1 do artigo 58.º
combinado com o artigo 5.º ambos da Lei n.º 15/10 de 14 de Julho;
TENDO EM VISTA, que a Conta Geral do Estado evidencia os resultados nos
Balanços Orçamental, Financeiro e Patrimonial, na Demonstração das Variações
Patrimoniais acompanhados das respectivas notas explicativas e dos demais elementos,
conforme o previsto nos n.ºs 2 e 3 do artigo 58.º da Lei n.º 15/10 de 14 de Julho;
CONSIDERANDO, que a análise técnica sobre a Conta Geral do Estado referente ao
exercício financeiro de 2012, bem como a emissão deste Parecer Prévio, não prejudica a
apreciação posterior das contas dos gestores públicos pelo Tribunal de Contas,
conforme o disposto no artigo 3.º do Decreto n.º 39/09 de 17 de Agosto, combinado
com o artigo 29.º e no n.º 1 do artigo 30.º todos da Lei n.º 13/10, de 09 de Julho, com o
n.º 2 do artigo 20.º do Decreto Presidencial n.º 320/11, de 30 de Dezembro;
É DE PARECER que a Conta Geral do Estado referente ao exercício financeiro de
2012 está em condições de ser aprovada pela Assembleia Nacional, com as
recomendações constantes no ANEXO I.

TRIBUNAL DE CONTAS DE ANGOLA, em Luanda aos 25 de Fevereiro de 2014.

O Juiz Conselheiro Relator

Evaristo Quemba

O Juiz Conselheiro Relator Adjunto

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Gilberto de Faria Magalhães

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