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Rio de Janeiro
2021
i
CATALOGAÇÃO NA FONTE
TCE/ECG /BIBLIOTECA
_________________________ ______________________
Assinaturas Data
ii
Carolina Lima de Abreu
Diego Parreira da Costa
Jayme da Silva Gonçalves Neto
Banca Examinadora:
_________________________________________________
Prof. Nome completo do membro da banca examinadora
Titulação
_________________________________________________
Prof. Nome completo do membro da banca examinadora
Titulação
Rio de Janeiro
2021
iii
AGRADECIMENTO
iv
Se os homens fossem anjos, não seria
necessário governo algum. Se os homens
fossem governados por anjos, o governo não
precisaria de controles externos nem internos
(James Madison).
v
RESUMO
O trabalho tem como objetivo apresentar de que forma as principais rotinas para
elaboração de uma auditoria na Auditoria Geral da Controladoria Geral do Município
do Rio de Janeiro - CGM-RIO podem ser afetadas positivamente com a
implementação de melhorias nas atividades de controle, mais especificamente com
a aquisição, adoção ou desenvolvimento e implantação de um sistema
informatizado. As análises foram realizadas com base nas técnicas de observação e
exame documental. O trabalho se inicia com a elucidação do diagnóstico do órgão
central de controle interno do município do Rio de Janeiro para, em seguida,
apresentar a justificativa para escolha do caso, evidenciando, em sequência, as
matrizes de planejamento e de achados e os papéis de trabalho elaborados com
base em pesquisas feitas na CGM-RIO e com Órgãos de Controle Interno estaduais
e suas capitais, a fim de demonstrar a importância da implementação de um sistema
informatizado para o aperfeiçoamento das principais rotinas de uma auditoria,
contribuindo para uma maior eficiência e eficácia do Controle Interno da Cidade do
Rio de Janeiro e, em última análise, para um serviço público de maior qualidade à
sociedade.
vi
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
2 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 14
vii
2.3.6 PAPEL DE TRABALHO Nº 1 - DA CONSOLIDAÇÃO DOS
RESULTADOS DAS ANÁLISES DAS PRINCIPAIS ROTINAS .......... 20
viii
1 INTRODUÇÃO
1
Já na lição de Maria Sylvia Zanella di Pietro, o controle da Administração
Pública “abrange a fiscalização e a correção dos atos ilegais e, em certa medida,
dos inconvenientes ou inoportunos”.
Exposto o conceito de controle, trazemos os ensinamentos do Manual de
Auditoria (Normas e Procedimentos) da CGM-RIO sobre controles internos:
Controle interno deve ser entendido como qualquer ação, método ou
procedimento adotado por uma organização, compreendendo tanto a alta
administração como os níveis gerenciais apropriados, relacionado com a
eficiência operacional e obediência às diretrizes estratégicas, visando
aumentar a probabilidade de que os objetivos e metas sejam atingidos.
2
A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Definição de Sistema:
Conjunto de partes coordenadas (articuladas entre si) com vistas à
consecução de objetivos bem determinados.
4
Quadro 1 - Diretrizes Fundamentais.
5
Editar, divulgar e estabelecer normas e diretrizes referentes às atividades de
contabilidade, auditoria, prevenção a atos ímprobos, gestão de riscos e
controles internos;
Divulgar a Prestação de Contas Anual de Governo do Prefeito e os
demonstrativos da Lei de Responsabilidade Fiscal;
Manter o sistema de transparência ativa das contas públicas;
Solicitar requisição de providências de averiguação e apuratórias, objetivando
proceder à prévia verificação de indícios de autoria e materialidade de todo e
qualquer fato que possa acarretar a responsabilização administrativa de
agente e ex-agente público;
Realizar o procedimento de Tomada de Contas Especial, na ocorrência de
danos ao erário, com a identificação dos responsáveis, e certificar aquela
realizada pelos órgãos e entidades;
Instaurar ou avocar os procedimentos apuratórios e disciplinares de
Sindicância Administrativa e Investigação Preliminar, ou solicitar a instauração
destes procedimentos à autoridade competente;
Instaurar e decidir o processo administrativo de responsabilização (PAR),
decidir pelo seu arquivamento, determinar que sejam realizadas novas
diligências, bem como reavaliar e reformar justificadamente a decisão
proferida pela autoridade julgadora;
Aplicar, após decisão definitiva de mérito em sede de PAR, as sanções
administrativas previstas na Lei Federal n.º 12.846/2013 e da regulamentação
municipal; e
Celebrar Acordo de Leniência, no âmbito da Administração Pública Municipal,
nos termos da Lei Federal n.º 12.846/2013 e da regulamentação municipal.
6
Contratos de Serviços, Manual de Fiscalização de Contratos de Gestão e
Manual de Parcerias Voluntárias.
b) Auditoria: Portarias de instrução processual de prestação de contas de
gestão anual, Manual de Auditoria Contábil e Manual de Auditoria - Normas e
Procedimentos.
c) Contabilidade: Regulamento Geral do Código de Administração Financeira
e Contabilidade Pública do Município do Rio de Janeiro - RGCAF,
Classificador Orçamentário das Receitas e Despesas e Plano de Contas
Aplicado ao Setor Público - PCASP.
Como se pode observar, além de balizar a atuação dos órgãos e agentes
públicos da municipalidade, a CGM-RIO também implementou regramento voltado
para dentro, principalmente no que tange à manualização de processos internos.
Assim, a realização dos trabalhos da Auditoria Geral se dá com base em normas e
manuais que regulamentam o processo de auditoria.
A citada resolução também detalha as atribuições de cada setor da CGM-
RIO, as quais denotam a execução substancial de atividades próprias de controle,
em observância ao princípio da segregação de funções.
7
Emitir e acompanhar as Ordens de Serviço; e
Desenvolver suas atividades de acordo com as diretrizes de governança e
gestão estabelecidas pela CGM-RIO.
Daí pode-se concluir que a Auditoria Geral atua com base em planejamento
próprio e realiza auditorias de avaliação dos controles internos nos órgãos
municipais, levando em conta a política de riscos. Exceção se faz aos trabalhos
demandados por outros órgãos de controle, tais como Câmara Legislativa, Tribunal
de Contas do Município do Rio de Janeiro ou Ministério Público, que extrapolam em
alguma medida à previsibilidade de ocorrências.
8
Apesar da independência técnica e autonomia profissional em relação às
unidades controladas e, também, acesso irrestrito aos documentos e informações, a
posição da CGM-RIO na estrutura municipal encontra-se em linha com as demais
secretarias, não respondendo diretamente ao Prefeito. Para explicar essa afirmação,
segue a contextualização do Instituto Serzedello Corrêa, a Escola Superior do
Tribunal de Contas da União - TCU, demonstrada em conjunto com o quadro:
[...] deve-se ter em mente que a função controle na Administração Pública
deve estar localizada no nível máximo de direção da organização,
assessorando o gestor máximo e emitindo recomendações aos demais
escalões da estrutura governamental.
9
Quadro 3 - Cargos CGM-RIO
Fonte: Relatório Anual de Gestão da CGM-RIO, referente ao exercício de 2019. Disponível no sítio
eletrônico da CGM-RIO (http://www.rio.rj.gov.br/web/cgm).
10
Quadro 4 - Mapa Estratégico da CGM-RIO.
11
fragilidades apontadas, e as análises realizadas pelos técnicos da Auditoria
Geral às informações prestadas; e
III. Agilizar o fornecimento de informações gerenciais para a Controladoria, para
a Auditoria Geral, bem como para os órgãos e entidades da Administração
Municipal, no referente ao processo de follow-up.
13
2 DESENVOLVIMENTO
Assim a Auditoria Interna não poderia ficar fora desta era digital e do avanço
tecnológico que é uma tendência global e que não tem mais volta. A
Auditoria Interna há muito tempo vem sendo desenvolvida por profissionais
e empresas de forma tradicional, isto é, sem o uso de tecnologia, no
máximo usando recursos computacionais para digitalizar documentos,
planilhas e arquivos e redação através do editor de textos. Mas com o
avanço tecnológico, a Auditoria Interna também necessita de tecnologia a
seu favor, ferramentas para permitir que todos os processos tradicionais
sejam adequados ao uso desta nova metodologia. (O uso da tecnologia em
favor da Auditoria Interna, 2017)
15
2.2 Matriz de Planejamento
Tabela 1 - Matriz de Planejamento
1 Manual de
Auditoria - Normas
e Procedimentos;
1. Identificação 1. Análise documental:
das principais 2. Portal da identificar as principais
rotinas de Prefeitura da rotinas de uma auditoria
auditoria da Cidade do Rio de realizada pela Auditoria
CGM-RIO. Janeiro e página Geral da CGM-RIO. 1. Deficiência
Existe sistema eletrônica da na Gestão da
informatizado Controladoria Geral. Informação -
de auditoria Falta de
que suporte as 2. Consulta ao sítio Mecanismos de
1 3. Portal da eletrônico: identificar os Controle
principais -
rotinas de uma Prefeitura da principais sistemas Ausência de
auditoria na 2. Identificação Cidade do Rio de informatizados para Sistema
CGM-RIO? Janeiro e página registro, controle e apoio Informatizado
de sistemas
eletrônica da às auditorias realizadas de Auditoria
informatizados
Controladoria Geral. pela Auditoria Geral da
para registro,
CGM-RIO.
controle e apoio
às auditorias. 4. Questionário
encaminhado aos 3. Questionário aplicado
órgãos de controle aos órgãos de controle
interno dos Estados interno.
e suas capitais.
Fonte: Elaboração própria.
19
2.3.6 Papel de Trabalho nº 1 - Da Consolidação dos Resultados das
Análises das Principais Rotinas
Após as verificações realizadas nas principais rotinas de Auditoria da
Auditoria Geral da CGM-Rio, tomando por base as fases de planejamento,
execução, relatório de auditoria, revisão e monitoramento do Manual de Auditoria, as
informações foram consolidadas conforme a seguir:
Quadro 5 - Consolidação dos resultados das principais rotinas.
Utiliza Aplicativo
Utiliza Sistema Utiliza Sistemas Utiliza Pasta
Office para Utiliza Pasta
Informatizado de Apoio às de Trabalho
Rotinas elaboração de de Trabalho
para registro e rotinas de Compartilhada
papéis de Impressa
controle auditoria em rede
trabalho
Planejamento Não Sim Sim Sim Sim
Relatório de
Não Sim Sim Sim Sim
Auditoria
Revisão Não Sim Sim Sim Sim
20
Sistemas Informatizados Função
SISBENS amortizações.
Sistema de Contabilidade Registro, controle e geração de informações oficiais sobre os atos
e Execução Orçamentária - administrativos da execução orçamentária, financeira e patrimonial,
FINCON gerando as respectivas contabilizações e demonstrações contábeis.
Controle do cadastro e da execução orçamentária dos instrumentos
Sistema de Controle de
contratuais de despesa e dos convênios de receita, se interliga com o
Contratos - FCTR
FINCON.
Disponibilização de informações gerenciais relevantes para a
Sistema de Informações
administração municipal, principalmente no que se refere à execução
Gerenciais - SIG
orçamentária da despesa e receita, e custos.
Sistema de Preços Demonstração dos preços dos itens praticados pela Prefeitura para
Máximos e Mínimos - servirem como referenciais para aquisição dos mesmos itens em
SPMM futuras aquisições.
Fonte: http://www.rio.rj.gov.br/web/cgm/sistemas-informatizados1.
21
Auditoria Geral da CGM-Rio, concluímos que o uso de sistemas de apoio às
auditoria em todas as principais rotinas está adequado.
A utilização de pastas de trabalho compartilhadas em rede e a utilização de
aplicativo Office para elaboração de papéis de trabalho estão adequados enquanto
não houver um sistema informatizado para uso em auditorias. Quando da existência
do sistema e ele estiver em produção, a utilização de pastas de trabalho
compartilhadas em rede e a utilização de aplicativo Office só estará adequada se
houver documentos específicos que, por qualquer motivo, não possam ser
registrados e/ou armazenados em sistema informatizado de auditoria.
Com relação à inexistência de sistema informatizado para registro e controle
em 80% das rotinas elencadas de uma auditoria, esta não está adequada.
22
7. Em caso negativo para a utilização de um sistema informatizado de
auditoria, existe perspectiva de implementação? Quais seriam as
melhorias esperadas na condução do processo de auditoria?
Para fins de apresentação do papel de trabalho, as perguntas de nº 5 e 7
foram desmembradas para possibilitar a geração de indicadores. A consolidação das
respostas em quadro resumo está na subseção a seguir.
3 ou 3 ou 3 ou 3 ou
ESTADO SIM NÃO 1 2 1 2 Próp Terc Ced SIM NÃO 1 2 SIM NÃO SIM NÃO 1 2
mais mais mais mais
1 AMAZONAS X X X
2 BAHIA X
DISTRITO
3 FEDERAL
X X X X X X X
4 MINAS GERAIS X X X X X X
5 PARAÍBA X X X X X X
6 PERNAMBUCO X X X
7 RONDÔNIA X X X X X X X
8 SÃO PAULO X X
3 ou 3 ou 3 ou 3 ou
Nº MUNICÍPIO SIM NÃO 1 2 1 2 Próp Terc Ced SIM NÃO 1 2 SIM NÃO SIM NÃO 1 2
mais mais mais mais
9 BELO HORIZONTE X X X X X
10 JOÃO PESSOA X X X
11 PORTO ALEGRE X X X X X X X
12 RIO BRANCO X X
13 SALVADOR X X X X X X
14 VITÓRIA X X
7 de 7 de 0 de 0 de 7 de 0 de 1 de 6 de 1 de 3 de 3 de 4 de 2 de 0 de 0 de 3 de 7 de 0 de 4 de 1 de 0 de 3 de 1 de
Quantidade
14 14 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
Percentual 50% 50% 0% 0% 100% 0% 14% 86% 14% 43% 43% 57% 29% 0% 0% 43% 100% 0% 57% 14% 0% 43% 14%
23
Como pode ser observado, metade (50%) das controladorias que
responderam ao questionário declarou possuir um sistema informatizado de
auditoria. Dos órgãos que possuem sistema informatizado, todos (100%) relataram
que seus sistemas propiciaram 3 ou mais melhorias para os seus trabalhos de
auditoria; a maior parte destes que declararam possuir sistema (86%) respondeu
que os respectivos sistemas abarcam 3 ou mais etapas do ciclo (fases) de auditoria;
quase a metade (43%) declarou que seus sistemas foram elaborados por terceiros
e, percentual coincidente (43%), informou que seus sistemas foram cedidos por
outro ente público; mais da metade deles (57%) afirmou que seus sistemas estão
disponíveis para uso por outros órgãos; quase a metade (43%) informou que 3 ou
mais órgãos utilizam os mesmos sistemas que os deles; a totalidade (100%)
declarou que seus sistemas são acessíveis pela Internet e/ou Extranet.
Dos órgãos que responderam não possuir sistemas informatizados, 57%
declarou que, sim, existe a perspectiva de implementação de um sistema
informatizado de auditoria; 43% das controladorias que responderam não possuir
sistemas informatizados citaram 2 melhorias esperadas, enquanto o percentual
restante (14%) citou 3 ou mais melhorias esperadas.
Dessa forma, conclui-se que metade das Controladorias (7 controladorias,
50%) que responderam à pesquisa declarou possuir sistema informatizado de
auditoria e todas estas relataram 3 ou mais melhorias que fizeram a diferença nas
suas rotinas de auditoria.
Se considerar as 4 controladorias que declararam perspectiva de
implementação de sistema informatizado e também as que já o possuem, tem-se um
total de 11 controladorias (79%) de 14 que responderam “sim” ao menos em uma
das questões relacionadas (a de nº 1 ou a de nº 7.1).
24
2.5 Matriz de Achados
Tabela 4 - Matriz de Achados.
Papel de
Trabalho nº 1 -
Análise das
Rotinas de
Princípio da
Auditoria da
Eficiencia,
CGM-Rio.
CF.
Deficiência Impacto
na Gestão da Papel de Falta de na
Ação Setorial
Informação - Trabalho nº 2 - estudo e de eficiência Envio do presente
nº 66
Falta de Pesquisa com implementação e eficácia trabalho para o
referente ao
Mecanismos Órgãos de de Sistema das Controlador Geral
1 Objetivo
de Controle - Controle Interno Informatizado rotinas de e o Auditor Geral
Estratégico nº
Ausência de dos Estados e de Auditoria no auditoria para avaliação e
2, do
Sistema Capitais. âmbito da da CGM- tomada de decisão.
Planejamento
Informatizado CGM-Rio. Rio.
Estratégico
de Auditoria Planejamento
2017-2020
Estratégico
(revisão
Sintético 2017-
2019).
2020 - Revisão
2019 / Ações
Setoriais 2019-
2020
Fonte: Elaboração própria.
25
O sistema e-Aud possibilita a realização das ações de auditoria de forma
padronizada, aderente às normas nacionais e internacionais de auditoria,
gerando assim um ganho de qualidade. Além disso, permite melhor
acompanhamento, avaliação da qualidade e dos benefícios gerados pelas
ações de auditoria. (CGE de Minas Gerais)
27
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Fazendo um breve retrospecto do diagnóstico da CGM-RIO no 4º
trimestre/2019, é possível qualificar o órgão da seguinte forma: desempenha de
maneira preponderante atividades próprias de controle, atendendo à segregação de
funções, não incidindo em co-gestão; executa as auditorias com base em
planejamento próprio; possui independência técnica e autonomia profissional sem,
entretanto, responder diretamente ao Prefeito, pois se encontra no mesmo nível das
demais secretarias; previu carreiras específicas de controle, tanto de nível superior
quanto de nível médio, com atribuições definidas em lei; e criou a cultura de planejar
e monitorar os principais projetos dos níveis estratégico, tático e operacional.
Com escopo de estudo definido, foi realizada análise e constatado que não
existe Sistema Informatizado de Auditoria na CGM-RIO que suporte as principais
rotinas de uma auditoria, contemplando todas as suas fases. Devido à falta de um
sistema que cubra as etapas de ponta a ponta, são mantidos procedimentos para
contornar a falta de sistematização, como a utilização aplicativos Office para a
elaboração dos papéis de trabalho e a montagem de pasta de trabalho física.
Atualmente o sistema SAFRA utilizado pela Auditoria Geral contempla apenas a fase
de monitoramento e não há previsão de que ele seja ampliado.
Em paralelo, foi aplicado questionário nos órgãos de controle interno
estaduais e suas capitais, de modo a verificar a experiência dessas Controladorias
na adesão ao uso de sistemas de auditoria. Como resultado, 50% da amostra (7 de
14 controladorias) afirmou utilizar um sistema de auditoria e, do restante, 4 possuem
perspectiva de implementação, chegando a 79% do universo amostral.
Esse resultado, ao mesmo tempo que demonstra algum descompasso em
que a CGM-RIO se encontra atualmente, serve de estímulo para que o órgão
carioca realize benchmarking, faça um estudo que contemple este e implemente um
sistema de auditoria de modo a gerar benefícios, tais como: eficiência e foco em
resultados, gestão compartilhada, desburocratização, segurança de dados e
informações, economicidade, modernidade tecnológica e eliminação de papel.
Fazendo um contraponto com o diagnóstico de 2019, dando um enfoque com
o olhar de 2021, não houve nenhuma mudança quanto à implementação do sistema
de auditoria pretendido. Constatou-se que a meta (elaborar um estudo para viabilizar
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a implantação de sistema informatizado de auditoria) não foi atingida, conforme o
Relatório de Gestão do exercício de 2020 da CGM-RIO.
Concluindo, acredita-se que a solução de mais rápida implementação seja a
obtenção de um sistema que já esteja testado e em produção em outro órgão de
controle interno, necessitando-se, para tanto, que a CGM-RIO proceda um estudo
das possibilidades existentes e avalie, ao considerar as suas rotinas, se algum
sistema de auditoria se encaixa no processo de trabalho atual. Não havendo perfeita
identidade entre o sistema informatizado existente e as rotinas da Auditoria, cabe
ainda inverter a análise, isto é, avaliar se o custo-benefício de se adaptar as rotinas
ao sistema candidato compensa.
Em tempos onde cada vez mais a Tecnologia da Informação tem local de
destaque nas organizações e, muita das vezes, decisivo, é imperioso que o Órgão
Central de Controle Interno acompanhe esse processo de mudança, não como
espectador, mas como participante ativo do movimento e, dentre outras tantas ações
informatizadas estruturantes, implemente um sistema informatizado de auditorias,
contribuindo para uma maior eficiência e eficácia do Controle Interno da Cidade do
Rio de Janeiro e, em última análise, para um serviço público de maior qualidade à
sociedade.
29
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. DIREITO ADMINISTRATIVO. 27. ed. São Paulo:
Atlas, 2014.
30
GRUPO PORTAL DE AUDITORIA. O uso da tecnologia em favor da Auditoria
Interna, 2017. Disponível em: https://portaldeauditoria.com.br/o-uso-da-tecnologia-
em-favor-da-auditoria-interna/. Acesso em 09/08/2021.
PARZIALE, Aniello dos Reis. O sistema de controle interno, 2017. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/61800/o-sistema-de-controle-interno. Acesso em:
01/08/2021.
32