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Construir uma casa em declive

Construir uma casa em declive pode ser uma tarefa muito difícil. O proprietário da área
sempre enxerga desvantagens, a começar pela necessidade de nivelamento do terreno e
o impacto no orçamento da obra. Já o arquiteto, tem pela frente o desafio de projetar com
qualidade e menor ônus possível ao cliente.

Porém, a nossa carreira é justamente a de encontrar e, apontar soluções. Apresentaremos,


então, algumas condicionantes que poderão colaborar na hora de projetar uma residência
em um terreno em declive. Normalmente, os terrenos planos são caríssimos devido a alta e
procura. Por isso, compradores tendem a preferir terrenos em aclive. Estes são terrenos que
ficam virados para a parte de cima da rua com o terreno subindo para os fundos. Terrenos
com declive, portanto, pela falta de procura acabam ficando com o valor bem mais baixo e
demoram bastante para ser vendidos.
Normalmente os terrenos em declive concentram-se de morros e possuem uma vista
incrível, por isso são os preferidos dos arquitetos.

Arquitetos adoram terrenos em declive! O primeiro motivo, óbvio, é o desafio e em segundo


pela estética que permite um projeto todo esculpido no terreno. Integração com a natureza
e privacidade para ter grandes aberturas e varandas sem obstáculos também são variáveis
importantes. A não ser que tenha um prédio bem na frente e isso sim seria uma grande
desvantagem.

A construção da casa em declive


Do ponto de vista técnico, construir uma casa em declive demanda muita movimentação de
terra e fundações profundas com muros de contenção, mas você pode consultar um
arquiteto e um engenheiro para fazer um projeto com maior aproveitamento do terreno
utilizando um sistema escalonado em níveis. Além de aproveitar bem o terreno ainda
valoriza o imóvel se tornando um bom investimento.

A beleza estética e um projeto de paisagismo fará com que o seu imóvel seja valorizado,
porém você deve tomar cuidado para não exagerar nos pavimentos, se não, será necessário
muitos lances de escadas fazendo o efeito inverso desvalorizando o imóvel. Mas um bom
arquiteto saberá resolver esse desafio com bastante criatividade.

Se o desnível do terreno for maior que 10% e não tiver coleta de água da chuva e esgoto
caindo para o terreno de trás, ligando na rede existente, aí sim você não deve comprar o
terreno, pois terá que gastar um bom dinheiro para resolver este problema.

Aproveitando bem o terreno ruim


Resumindo, um terreno “pirambeira” nem sempre é uma má escolha, por um lado se você
for fazer uma construção comum, você terá muito gasto com movimentação de terra, mas
por outro lado, contratando um arquiteto ele fará um projeto aproveitando ao máximo o
terreno diminuindo os custos e aumentando o valor do imóvel com beleza estética.
A ilustração demostra um caso bem interessante que é a residência do Engenheiro Hélio
Olga, projeto do Arquiteto Marcos Acayaba para um terreno pirambeira no Morumbi em São
Paulo.

O antigo dono estava com dificuldades para construir devido a declividade do terreno. Com
isso, praticamente fez uma doação do terreno, devido à dificuldade. Vendeu por uma
bagatela. Posteriormente, com o estudo de um arquiteto e um engenheiro estrutural
decidiram utilizar estrutura de madeira e apoios em pilares ao invés de muros de arrimo.
Além disso, utilizaram o formato de uma piramide invertida para diminuir os esforços na
estrutura.

É claro que esta construção de casa em declive é só um exemplo. Mas foi uma forma de
resolver o problema com custo reduzido naquela situação. O proprietário comprou o terreno
com um valor reduzido e economizou na construção da casa, com o mínimo de
movimentação de terra possível.

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