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UNIVERSIDADE LÚRIO

Faculdade de Engenharia
Cursos de Licenciatura em: Engenharia Mecânica
Campus Universitário – Bairro Eduardo Mondlane

Disciplina: TECNOLOGIA DE FUNDIÇÃO

Forno Cubilot

Discentes:

Ângelo José Marcelino dos Santos


Dércia Argentina Tiane
Gimo Luís Francisco Coliha
Osvaldo Basílio Docente:
Eng° Jasse A. Semente

Pemba, 2016
Ângelo José Marcelino dos Santos
Dércia Argentina Tiane
Gimo Luís Francisco Coliha
Osvaldo Basílio

Tema: FORNO CUBILOT

Trabalho de caracter avaliativo da disciplina


de Tecnologia de Fundição do Curso de
Licenciatura em Engenharia Mecânica 4°
Ano, a ser apresentado ao docente da cadeira.

Eng° Jasse Alberto Semente

Pemba, 2016
Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 4

1.1.1. Objectivo Geral: .......................................................................................................... 5

1. 1. 2. Objectivos Específicos ............................................................................................... 5

2. Breve Historial .................................................................................................................... 6

3. Características gerais do Forno Cubilot.............................................................................. 7

4. Componentes da estrutura do Forno Cubilot ...................................................................... 7

4.1. Elementos constituintes do forno Cubilot ...................................................................... 7

5. Princípio de funcionamento geral do Forno Cubilot .......................................................... 8

5.1. Composição química na carburação ............................................................................... 8

5.2. Processos de funcionamento do Forno Cubilot .............................................................. 9

6. Vantagens ......................................................................................................................... 11

GLOSSÁRIO ........................................................................................................................... 12

Conclusão................................................................................................................................. 14

Referencias Bibliográficas ....................................................................................................... 15

Anexo ....................................................................................................................................... 16
1. Introdução
Este trabalho esta inserido no programa da disciplina de tecnologia de fundição. Partindo
do conceito de fundição que é o processo de fabricação que representa o caminho mais curto
entre a matéria-prima metálica e as peças acabadas em condições de utilização. Sendo um
processo para se obter pecas destaca-se dos vários fornos existentes, porém, este descrever-
se-á sobre o forno cubilot.

É preciso que se tenha alguns conceitos básicos do que é realmente um forno. Fornos são
equipamentos destinados ao aquecimento de materiais, com vários objectivos: cozimento,
fusão, calcinação, tratamento térmico, secagem e entre outros. A função principal do forno
qualquer que seja o trabalho executado, é transferir ao material o calor gerado pela
combustão, com a máxima eficiência, uniformidade e segurança.

Neste trabalho abordaremos sobre o forno cubilot, que é um forno de fusão a combustível,
este trabalha com ferro-gusa, sucata de aço, calcário (para separar as impurezas), ferro-silício,
ferro-manganês e coque. Breno (2011)

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1. 1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral:


 Descrever na generalidade os conceitos e processos que ocorrem no forno
cubilot.
1. 1. 2. Objectivos Específicos:
 Identificar os principais constituintes da estrutura do forno cubilot e as funções
que desempenham.
 Descrever a constituição química e suas aplicações.
 Apresentar as limitações que decorrem no forno cubilot.

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2. Breve Historial
Os primeiros fornos cubilot foram construídos há mais de um século, na Inglaterra em
1794, inventado por John Wilkinson, datando aí o verdadeiro surto da indústria de fundição
do ferro fundido, mas com características básicas, que foram evoluindo até chegar aos fornos
modernos, de última geração e totalmente automatizados. Eles surgiram antes da Primeira
Guerra Mundial, mas com características básicas, que foram evoluindo até chegar aos fornos
modernos, de última geração e totalmente automatizados. Essa tecnologia moderna surgiu na
Alemanha, desenvolvida pela GHW, após a Segunda Guerra Mundial. Guilherme (2014).

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3. Características gerais do Forno Cubilot
Os fornos cubilot ou fornos de cúpula são equipamentos utilizados para a produção do
ferro fundido e gusa, é um forno vertical de carcaça cilíndrica, feito de aço, revestido
internamente com tijolos refractários pode ser definido sucintamente como uma cavidade
revestida de refractário com as aberturas necessárias na parte superior para o escape dos gases
e para a carga de materiais, e no fundo para a entrada de ar e retirada do ferro fundido e
escoria. Bruno (2015)
Estes fornos também possuem características abaixo:
 Fácil secagem da carga (carga pode estar húmida);
 Evaporação de óleos/graxas;
 Deszincificação (evaporação do Zinco da sucata);
 Eliminação do chumbo;
 Necessita colecta e limpeza dos gases (pós de retorno, sucata, decomposição do
calcário, presença de CO e SO2); CO é reaproveitado como fonte de calor (pré-
aquecimento do ar de sopro).

4. Componentes da estrutura do Forno Cubilot


4.1. Elementos constituintes do forno Cubilot
Legenda:
1. Cuba
2. Cadinho
3. Anel de vento
4. Ventaneiras
5. Vigias
6. Porta de visitas
7. Porta de carga
8. Plataforma de carga
9. Chaminé
10. Bica de sangria do ferro
11. Bica de sangria da escória
12. Bica auxiliar
13. Tubulação de água
14. Ventilador
15. Porta de carga
16. Refrigeração do refractário
17. Captação de poeiras
18. Coluna de sustentação
19. Válvula de regulagem do ar
20. Tubulação de água
21. Saída de água e poeira
4.2. 1.
Figura Regiões típicas do Forno
Partes constituintes Cubilot
do forno cubilot. Oliveira (2013)
22. Fundação

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As regiões estão identificadas na fig. 1, que subscreve-se:

Região A: zona do cadinho, temperatura 1530° C. Região compreendida entre a soleira e o


plano inferior das ventaneiras. Serve para armazenar o ferro líquido que goteja através da
cama de coque.

Região B: zona de combustão ou zona de oxidação com temperatura 1400° C a 1800° C.


Região acima da zona do cadinho. Nesta região ocorre a oxidação do coque através do
oxigénio do ar soprado. Também ocorre oxidação do silício e do manganês.

Região C: zona de redução ou fusão com temperatura 1000° C a 1200° C. Região situada
acima da zona de combustão até o plano inferior dos tijolos de ferro fundido. Região onde se
inicia e termina a fusão da carga metálica.

Região D: zona de pré-aquecimento a uma temperatura de 230° C. Situa-se acima da zona de


redução até a porta de carga.

5. Princípio de funcionamento geral do Forno Cubilot


O Forno Cubilot funciona sob o princípio da contracorrente (como o alto-forno), ou seja,
a carga metálica e o combustível possuem um fluxo contrário ao do comburente que é o
oxigénio do ar. É empregado para a produção de ferro fundido que será usado na fabricação
de peças que não sofrerão grandes esforços. Nos fornos cubilot, as reacções que provocam a
formação de dióxido de carbono (CO2) e monóxido (CO) a combustão, são responsáveis pelo
fornecimento do calor necessário ao processo de fusão. Bruno (2015)

5.1. Composição química na carburação


 Queima de silício;
 Queima do manganês;
 Absorção do enxofre do coque;
 Correcção é feita no “holding” ou na panela de transferência.

A carburação depende essencialmente da temperatura, quanto maior a temperatura


maior a actividade do carbono (movimentação dos átomos) maior solubilidade de carbono
resultando em maior carburação. Por outro lado, quanto maior o teor de cinzas no coque,

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menor será a carburação (cinza do coque é ácida e contém 𝑆𝑖 𝑂2). Pode ser neutralizado pelo
calcário (𝐶𝑎 𝑂) que é básico no processo conhecido como lavagem do coque.

a) Queima de Silício: A oxidação da escória depende da cama de coque, basicidade da


escória (baixa), temperatura alta, pouca sucata, adições com baixo teor de silício, alto
percentual de manganês.
b) Queima de Manganês: Alta temperatura; Basicidade da escória (alta); Alto teor de
Si.
c) Absorção do Enxofre: Apresenta baixo enxofre, depende da temperatura do forno
(cadinho), quantidade de coque, quantidade de sucata, teor de enxofre no coque.

No forno cubilot, a combustão se processa mais intensamente na região situada logo


acima do cadinho, onde a oxidação do coque é efectuada pelo oxigénio do ar soprado. Nesta
zona, que é chamada “zona de oxidação”, os gases são altamente oxidantes e nela ocorre a
oxidação do silício e do manganês que é acompanhada por uma liberação adicional de calor,
que superaquece o ferro fundido que goteja no cadinho. Brenno (2011)

5.2. Processos de funcionamento do Forno Cubilot


De princípio, limpa-se o forno que em seguida coloca-se um pouco de madeira e o coque
no fundo e ateia-se fogo. Quando o fogo atravessa toda a camada do coque e madeira, liga-se
o sopro de ar. Nesse momento, é iniciada a carga: em camadas, são colocadas quantidades
pré-determinadas de ferro-gusa, sucata, coque e fundente (calcário). Esse carregamento
continua, até atingir o nível da porta de carga e assim deve ser mantido durante toda a
operação.
Essa operação pode ser intermitente ou contínua. Se ela for intermitente, a corrida
metálica, ou seja, a retirada do ferro fundido do forno, é feita periodicamente, sempre que
necessário. No segundo caso, que é continua o material fundido (metal e escória) é deitado
continuamente na calha de vazamento. Nessa calha, há uma bacia que separa a escória do
metal. Esta, por apresentar menor densidade, flutua e escorre lateralmente. O ferro corre para
a panela de fundição. Brenno (2011)
O forno cubilot não permite que se faça um controle rigoroso da composição química do
metal. Por isso, ele é empregado para a produção de ferro fundido que será usado na
fabricação de peças que não sofrerão grandes esforços. Para a produção de ferros fundidos de

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alta qualidade, são usados fornos eléctricos ou fornos cubilot em conjunto com os fornos
eléctricos. Oliveira (2013)

O processo de secagem deve ser efectuado lentamente a fim de possibilitar a evaporação


da humidade, sem que ocorrem trincas no revestimento refractário ou na soleira, nesta fase da
secagem a combustão é activada somente pela tiragem natural, já que as vigias devem
permanecer abertas. Após um determinado tempo (uma hora), pode-se adicionar mais
madeira numa altura superior ao plano das ventaneiras, e activar a combustão por meio de ar
comprimido ou usando-se uma derivação. Bruno (2013)

5.3. Medidas deForno


Figura 2. segurança
Cubilotdurante o funcionamento
em Operação. Kuttner (2010)do Forno Cubilot

Busca-se uma operação de máxima produtividade e maior consumo de coque para se obter
uma gusa de qualidade, portanto deve-se controlar:

a) Injecção de oxigénio pelas ventaneiras;


b) Qualidade da carga;
c) Distribuição da carga;
d) Teor de silícios e temperaturas constantes;
e) A temperatura de chama.

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6. Vantagens

 Baixo Custo: Fusão; Carburização; Carga Metálica; Pessoal Operacional;


Manutenção; Metal Quente.
 Alta Flexibilidade: Fundição de sucatas contaminadas por (Plástico ou graxa;
Sujeitara ou escória); Fundição de grandes quantidades de sucata galvanizada; Índice
de fusão variável até 35%; Produção de diversos tipos de ferro.
 Emissões Reduzidas: Particula dos metais pesados, 𝐶𝑂2, e outros.
 Aplicações: Ferro Cinzento; ferro nodular; ferro vermicular; ferro maleável;

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GLOSSÁRIO
 Cuba: parte do forno compreendida no plano superior das ventaneiras até a porta de
carga.
 Cadinho: parte inferior do forno, desde a soleira até o plano médio das ventaneiras. É
o elemento básico para o dimensionamento do forno cubilot e tem por finalidade
servir de reservatório para o ferro fundido e para a escória.
 Anel de vento: também chamado caixa de vento, podendo ter formato circular ou
rectangular, que envolve todo o forno. Serve para a distribuição do ar nas ventaneiras.
 Ventaneiras: orifícios param a entrada de ar. São construídas de ferro fundido e
parafusadas internamente contra a carcaça do forno.
 Vigias: tem por finalidade facilitar a observação do andamento da fusão no interior do
forno.
 Porta de visitas: geralmente encontra-se do lado oposto à bica de sangria do ferro
fundido. Serve para facilitar a preparação da soleira e o acendimento do forno.
 Porta de carga: serve para dar entrada aos materiais de carga. Suas dimensões
dependem do tipo de carregamento.
 Plataforma de carga: Serve para facilitar a entrada dos materiais de carga bem como
facilitar as operações no caso de engaiolamento do forno.
 Chaminé: prolongamento da cuba com a finalidade de levar os gases para fora da
fundição ou para estações de tratamento dos gases.
 Bica de sangria do ferro: calha de aço ou ferro fundido revestida de argamassa pela
qual o ferro líquido jorra para o exterior do forno.
 Bica de sangria da escória: destina-se a retirada da escória. Situa-se 10 a 15 cm
abaixo do plano inferior das ventaneiras. As bicas de escória e de ferro fundido
podem constituir-se num só elemento no caso de sangria contínua.
 Bica auxiliar: Bica alternativa para uso no caso de reparos na bica principal,
solidificação do ferro no furo de sangria, etc. Também pode ser usada juntamente com
a bica principal para esvaziamento do forno.
 Tubulação de água: serve para refrigerar a carcaça do forno.
 Ventilador: Gera o ar que é injectado pelas ventaneiras.
 Porta de carga: serve para dar entrada aos materiais de carga. Suas dimensões
dependem do tipo de carregamento.
 Ante-cadinho: forno de espera (holding).

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 Captação de poeiras: colecta os pós e envia para a estação de tratamento e descarte
 Coluna de sustentação: geralmente de ferro fundido ou perfis de aço soldados.
Servem de sustentação do forno e construção da plataforma de trabalho.
 Válvula de regulagem do ar: controlam a vazão de ar no interior do forno de acordo
com a temperatura e a quantidade de metal fundido (T/h).
 Tubulação de água: serve para lavar os gases que saem do cubilot.
 Refractário: protege a carcaça do forno.
 Tijolo de ferro fundido: protege a carcaça do forno devido a agressão causada pela
adição dos materiais de carga.
 Soleira: fundo do forno. Pode ser feito de areia de moldar ou massa refractária.
 Fundação: estrutura preparada para suportar o peso do forno.

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Conclusão
Os Fornos Cubilot são na sua essência de fusão, no qual a sua função é derreter a carga
metálica utilizando como fonte de calor um combustível sólido, aquela pedra de carvão mais
conhecida como coque.

O Forno é carregado de ferro gusa, sucata e coque que permite a obtenção, por
aquecimento e reacções físico-químicas, ferro fundido líquido, com composição, produção e
temperaturas determinadas. Portanto, seu custo de instalação é considerado relativamente
baixo, particularmente para as fundições pequenas, sendo capaz de propiciar a qualidade
apropriada do ferro, especialmente do ferro fundido cinzento. Contudo, o fluxo deve ser
verificado a boa fluidez, densidade inferior ao metal líquido, pouco higroscópico, não
tóxicos, dissolvente de óxidos e facilmente decomposto ou volátil.

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Referencias Bibliográficas

1. Gomes, Bruno. Processo de Fusao e Vazamento no Forno Cubilo. São Paulo. 2015. 16p.
2. Oliveira, Bruno Ferraz. Fundição. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia.
Campus Belém Rede e -Tec Brasil. 2013. 108p.
3. Kuttner, Robert. Tecnologia para fusao com cubilo. Brasil-São Paulo. 2010. 58p
4. Sousa, Brenno Ferreira. Tecnologia em Processos Metalúrgicos. Brasil. 2011. 98p
5. Verran, Guilherme. Fundamentos dos Processos de Fundição - Fusão dos Metais e Ligas.
São Paulo. 2014. 58p
6. http://www.tecnologiamecanica.com.br/fornocubilo/fatec.org.

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Anexo

Figura 1. Forno Cubilot. Fonte: http://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2013/04/fundicao-de-


val-dosne-estilo-de.html.

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Figura 2A. Forno Cubilot. Fonte: http://aafgjp 8013.blogspot.com/2013/04/fundicao-de-val-
dosne-estilo-de.html.

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