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978 85 221 0541 0 - Ecologia PDF
978 85 221 0541 0 - Ecologia PDF
Prólogo XI
Prefácio XIII
Agradecimentos XV
1 O Escopo da Ecologia 1
1 Ecologia: Sua História e Relevância para a Humanidade 2
2 Hierarquia dos Níveis de Organização 4
3 O Princípio da Propriedade Emergente 7
4 Funções Transcendentes e Processos de Controle 9
5 Interfaces da Ecologia 9
6 Sobre os Modelos 10
7 Do Reducionismo Disciplinar ao Holismo Transdisciplinar 15
2 O Ecossistema 17
1 Conceito de Ecossistema e Gestão do Ecossistema 18
2 Estrutura Trófica do Ecossistema 21
3 Gradientes e Ecótonos 24
4 Exemplos de Ecossistemas 26
5 Diversidade do Ecossistema 37
6 Estudo de Ecossistemas 40
7 Controle Biológico do Ambiente Geoquímico:
A Hipótese Gaia 42
8 Produção e Decomposição Globais 45
9 Microcosmos, Mesocosmos e Macrocosmos 60
10 Cibernética do Ecossistema 67
11 Tecnoecossistemas 71
12 Conceito de Pegada Ecológica 74
VI Fundamentos de Ecologia
Glossário 511
Referências 539
Índice Remissivo 587
Prólogo
XI
XII Fundamentos de Ecologia
para uma boa qualidade de vida (na verdade, para a nossa própria existência) em
longo prazo. É também verdade que a busca pela saúde pública é, em grande parte,
a aplicação da ecologia. Nada disso deveria ser surpreendente. Somos, afinal, uma
espécie no ecossistema, adaptada às condições peculiares da superfície deste pla-
neta, e sujeita aos mesmos princípios de ecologia, como todas as outras espécies.
Esta edição nos apresenta uma abordagem equilibrada entre os níveis mais
elevados da organização biológica. Pode servir como um texto ecológico básico
para especialização universitária – não somente em ecologia e biologia geral mas
também para as disciplinas emergentes de biologia da conservação e gerenciamen-
to de recursos naturais. Além disso, dá uma visão futurista a tópicos importantes,
como sustentabilidade, solução de problemas ambientais e relacionamento entre
capital de mercado e capital natural.
Edward O. Wilson
Prefácio
XIII
XIV Fundamentos de Ecologia
O Escopo da Ecologia
1 Ecologia: Sua História e Relevância para a Humanidade
2 Hierarquia dos Níveis de Organização
3 O Princípio da Propriedade Emergente
4 Funções Transcendentes e Processos de Controle
5 Interfaces da Ecologia
6 Sobre os Modelos
7 Do Reducionismo Disciplinar ao Holismo
Transdisciplinar
1
Fundamentos de Ecologia
© Nasa
inovações tecnológicas, mesmo sabendo que necessidades vitais como oxigênio e
água podem ser recicláveis, mas não substituíveis. Enquanto os serviços de apoio
à vida forem considerados gratuitos, não terão valor nos sistemas de mercado atual
(ver H. T. Odum e E. P. Odum, 2000).
Como todas as fases de aprendizado, a ciência da ecologia tem tido um de
senvolvimento gradual espasmódico ao longo da história escrita. Os textos de Hi
pócrates, Aristóteles e outros filósofos da Grécia antiga contêm claras referências
às questões ecológicas. No entanto, os gregos não tinham uma palavra para eco
logia. A palavra ecologia tem origem recente: foi proposta primeiramente pelo
biólogo alemão Ernst Haeckel, em 1869. Haeckel definiu ecologia como “o estudo
do ambiente natural, inclusive das relações dos organismos entre si e com seus ar
redores” (Haeckel, 1869). Antes disso, durante o renascimento biológico nos sécu
los XVIII e XIX, muitos estudiosos tinham contribuído para o assunto, apesar de
a palavra “ecologia” não estar em uso. Por exemplo, no início de 1700, Antoni van
Leeuwenhoek, mais conhecido como o primeiro microscopista, também foi pio
neiro no estudo das cadeias alimentares e regulação das populações, e os escritos
do botânico inglês Richard Bradley revelaram seu entendimento da produtividade
biológica. Todos esses três assuntos são áreas importantes da ecologia moderna.
A ecologia, como um campo da ciência distinto e reconhecido, data de cerca
de 1900, mas somente nas últimas décadas a palavra se tornou parte do voca
bulário geral. No início, o campo era claramente dividido em linhas taxonômi
cas (como ecologia vegetal e ecologia animal), mas os conceitos de comunidade
biótica de Frederick E. Clements e de Victor E. Shelford, de cadeia alimentar e
ciclagem material de Raymond Lindeman e G. Evelyn Hutchinson, e os estudos
sobre o lago inteiro de Edward A. Birge e Chauncy Juday, entre outros, ajudaram
a estabelecer a teoria básica de um campo unificado de ecologia geral. O trabalho
desses pioneiros será citado várias vezes nos próximos capítulos.
O que pode ser mais bem descrito como o movimento mundial de consciên
cia ambiental irrompeu em cena durante dois anos, de 1968 a 1970, quando os
astronautas tiraram as primeiras fotografias da Terra vista do espaço. Pela pri
meira vez na história humana fomos capazes de ver o planeta inteiro e de perceber
o quão solitário e frágil ele paira no espaço (Figura 1.1). De repente, durante a
década de 1970, quase todos ficaram preocupados com poluição, áreas naturais,
crescimento populacional, consumo de alimento e energia, e diversidade biótica,
Fundamentos de Ecologia
Figura 1.2 Espectro dos níveis de organização ecológica enfatizando a interação de componentes vivos (bióticos) e
não vivos (abióticos).
O Escopo da Ecologia
geológica ou política que pode abrigar mais de um bioma – por exemplo, as regiões
do Centro-Oeste, as montanhas dos Apalaches, ou a costa do Pacífico – todas nos
Estados Unidos. O sistema biológico maior e mais próximo da auto-suficiência é
muitas vezes denominado ecosfera, que inclui todos os organismos vivos da Terra
interagindo com o ambiente físico como um todo para manter um estado pulsante de
auto-ajuste fracamente controlado (o conceito de “estado pulsante” será visto mais
adiante neste capítulo).
A teoria hierárquica fornece um quadro conveniente para subdividir e exa
minar situações complexas ou gradientes consideráveis, mas ela é mais do que
apenas uma classificação útil em categorias ordenadas. É uma abordagem holís
tica para entender e lidar com situações complexas, além de uma alternativa à
abordagem reducionista de busca de respostas considerando os problemas em uma
análise de nível inferior (Ahl e Allen, 1996).
Mais de 50 anos atrás, Novikoff (1945) ressaltou a existência tanto da con
tinuidade como da descontinuidade na evolução do universo. O desenvolvimento
pode ser visto como contínuo, pois envolve mudanças sem fim, mas é também des
contínuo, porque passa por uma série de níveis diferentes de organização. Como
discutiremos no Capítulo 3, o estado organizado da vida é mantido por um fluxo
de energia contínuo, mas em etapas. Assim, a divisão de uma série classificada,
ou hierarquia, em componentes é, em muitos casos, arbitrária, mas às vezes as
subdivisões podem ser baseadas em descontinuidades naturais, porque cada nível
do espectro de níveis de organização é “integrado” ou interdependente de outros
níveis; não existem brechas ou linhas definidas em um sentido funcional, nem
mesmo entre organismos e a população. O organismo individual, por exemplo, não
pode sobreviver muito tempo sem sua população, não mais que o órgão seria capaz
de sobreviver por muito tempo como uma unidade autoperpetuante sem o seu
organismo. De forma semelhante, a comunidade não pode existir sem a ciclagem
dos materiais e o fluxo de energia no ecossistema. Esse argumento se aplica ao que
O Escopo da Ecologia