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Gisele Leite
Estética advém aisthetikós, derivado do verbo asthanesthal: perceber, sentir, sem dúvida, é
um dos ramos tradicionais da filosofia.
Em todas as partes e sempre os homens sempre impressionaram com o Belo. Mas por que as
consciências são sensíveis ao apelo da beleza?
A arte já era conhecida do espírito humano há uns 80 mil anos, pois é desta época que datam
as mais antigas pinturas das cavernas. Somente a religião é anterior ao aparecimento da Arte.
O termo estética foi criado por Baumgarten no século XVIII para designar “a ciência do belo”
referindo àquilo que agrada ao sentidos, mas elaborando uma ontologia do belo.
A ligação da estética com a arte ainda é mais estreita se considerada que o objeto artístico é
aquele que se oferece ao sentimento e à percepção.
Platão definiu a beleza como a única idéia que resplandece no mundo. Se reconhece o caráter
sensível do belo, por outro lado, continua a afirmar a sua essência ideal. Mas o “belo em si”
existe inerente à tudo.
O classicismo redunda um fazer artístico a partir do belo ideal, inaugurando uma estética
normativa.
Os filósofos empiristas que relativizam a beleza do gosto e da opinião pessoal não pode ser
discutido racionalmente.O belo não está no objeto, e, sim no sujeito.
O belo não está no objeto, e, sim no sujeito. A estética é o estudo do Belo e da Arte em geral
do ponto de vista histórico, científico e filosófico.
Kant emprega a palavra estética num sentido diferente.Para ele, a estética transcendental é a
ciência de todos os princípios da sensibilidade a priori.
Para Kant, é Belo tudo aquilo que, sem nenhuma intelectualização é objeto de uma satisfação
do espírito.
A sensibilidade estética, como todo sentimento intenso, tendo a se exteriorizar. Kant, numa
tentativa de superação dessa dualidade objetividade-subjetiva. Para ele enfim, o belo é uma
ocasião de prazer, cuja causa reside no sujeito.
Belo é a qualidade atribuída ao objeto para exprimir um certo estado da nossa subjetividade.
Não há uma idéia de belo submetida à regras para sua produção.
Hegel anos mais tarde, introduz o conceito histórico de belo. A beleza muda de face e de
aspecto através dos tempos. Essa mudança(devir) que se reflete mais perceptivelmente na
arte, depende mais da cultura e da visão de mundo vigentes do que uma exigência interna do
belo.
Belo é objeto que realiza o seu destino e é autêntico, é seu particular modo de ser.
O significado do belo só pode ser percebido pela sensibilidade estética e para experiência
estética.Cada objeto singular estabelece seu próprio tipo de beleza.
A arte rompe com a idéia de ser cópia do real, é uma criação autônoma que possui a função de
revelar as possibilidades do real.
A arte é avaliada pela autenticidade de sua proposta, e com a sua capacidade de se exprimir ao
sensível. Só haverá obras feias se forem malfeitas e não correspondem plenamente à sua
proposta.
Não há, pois, obra de arte feia. A arte, diz Hegel, senão o mais subjetivo desenvolvimento do
espírito a partir do real, e as suas formas históricas representam cada uma a seu modo,
momentos desta evolução.
Segundo Kant, quando o belo aliam-se elementos que trazem à consciência certa idéia de
infinitivo. Há em tal categoria uma grandiosidade que ultrapassa a dimensão humana.
A visão nítida do céu totalmente estrelado, ou a visão do azul do planeta Terra. O bonito é a
forma diminuída do belo(é apoucamento do belo) e, não alcança a harmonia e a realização
cabal deste.
O poético já a dispõe dos elementos estéticos de tal forma que redunda em leveza e encanto
e, produz a harmonia do todo. O lírico é uma sentimentalização do poético e o épico é sua
racionalização ou engrandecimento. O gracioso é mais dinâmico, é característico de formas em
movimento, espontâneo, sem esforço e elegante.
Dentro da escola estética, o belo se divide em beleza primária(pessoas), secundária(natureza)
e beleza terciária: a arte. A arte é a criação do belo pelo homem, é o resultado de um
artesanato estético.
De um lado, temos o francês Lyortard e, por outro lado, o alemão Habemas. O primeiro
introduz a questão da “condição pós-moderna” como uma necessidade de superação da
modernidade sobretudo na crença na ciência e na razão emancipadora, considerando, do
contrário, responsáveis pela subjugação do indivíduo.
De acordo com Lyotard seguindo orientação romântica a emancipação deve ser conquistada
através da valorização do sentimento e da arte onde o humano é mais livre e criativo.
Depois de tantas apologias do belo, tal conceito sofreu uma releitura a redundou em
expressões artísticas como a do streetstyle, underground, dark, over, pós-moderno e, ainda
por último, o modesto estilo clean.
O belo afinal sucumbiu a harmonia e, se efetivou muito mais, como uma percepção absorvida
pelo sujeito cognoscente.
A arte é expressão do belo, é uma maneira de descarregar as intensas emoções estéticas. Todo
estado afetivo( ira, dor, prazer, alegria ou amor) tende a terminar em movimentos exteriores e
resumir-se ao mesmo tempo, neles.
Sempre o homem está lotado de emoções que deságuam sua alma sob forma de dança,na
música, canto, língua lírica, e nas cores da pintura.
Historicamente a pintura foi a primeira das artes do homem que começou a pintar o interior
da caverna. Mesmo as tribos mas selvagens e primitivas sempre manifestaram o belo.
O problema do feio está inserido nas colocações que são feitas pelo belo. Por princípio, o feio
não pode ser objeto de arte.
Com a ruptura com a idéia da arte ser cópia do real para ser considerada criação autônoma
que pode revelar as possibilidades do real.
Intuição pode ser empírica, e tem caráter de descoberta, seja de um objeto, de uma nova idéia
ou um sentimento. O sentimento, por outro lado, é uma reação cognitiva, de reconhecimento
de certas estruturas do mundo cujos critérios não podem ser explicitados.
A arte não pode jamais ser conceitualização abstrata do mundo, é, pois, percepção do real e
que cria e recria as formas sensíveis que interpretam o mundo proporcionando o
conhecimento por familiaridade com experiência afetiva.
A captação do real alcança arestas profundas e imediatas o que justifica a assertiva de Suzanne
Langer: “Entender a idéia de uma obra de arte é mais como ter uma nova experiência do que
como admitir uma proposição.”
A arte ela própria, é uma realidade social. A sociedade precisa do artista e tem o direito de
pedir-lhe que seja, consciente da função social da arte.
Gisele Leite
Mestre em Filosofia,
Mestre em Direito,
Doutora em direito.