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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Procuradoria da República no Estado do Piauí


EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA ___ª VARA DA SEÇÃO
JUDICIÁRIA DO ESTADO DO PIAUÍ

DISTRIBUIÇÃO COM URGÊNCIA


PROCESSO SELETIVO EM
ANDAMENTO

Noticia de Fato nº 1.27.000.002459/2017-03

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por intermédio do Procurador da


República que assina ao final, com base nos artigos 127, caput, e 129, incisos II e III, da
Constituição da República; nos artigos 1º; 2º; 5º, incisos I, III, alínea “e” e V; 6º, inciso VII; e
39, da Lei Complementar nº 75/93; e nos artigos 1º, inciso IV, e 5º, caput, da Lei nº 7.347/85,
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA,


COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

em face de:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ, fundação federal


dotada de personalidade jurídica de direito público, inscrita no
CNPJ sob o nº 06.517.387/0001-34, com sede no Campus

Av. João XXIII, 1390, Bairro dos Noivos, 4º Andar, Sala 412 – CEP 64045-160 –
Teresina/PI - Telefone (86) 3214-5915 1
Universitário Ministro Petrônio Portela, Bairro Ininga, CEP
64.049-550, em Teresina/PI,
pelos fatos e fundamentos jurídicos seguintes:

1. DO OBJETIVO DA DEMANDA

Busca-se com a presente Ação Civil Pública a prestação de tutela jurisdicional


mandamental para que a Universidade Federal do Piauí retire do Edital nº 01/2017-PPGCS,
que rege a seleção para o Programa de Pós-Graduação em Ciências e Saúde, em nível de
Mestrado, a exigência de apresentação, no ato da inscrição, de “comprovante de publicação
ou carta de aceite de pelo menos um artigo publicado em revista com Qualis, como autor(a)
ou coautor(a), nos últimos cinco anos” (item 2.2 do Edital).

2. DA EXPOSIÇÃO DOS FATOS E FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

O presente procedimento foi instaurado a partir de representação formulada por


potencial candidato à seleção para o Programa de Pós-Graduação em Ciências e Saúde, em
nível de Mestrado, aberto pela Universidade Federal do Piauí, irresignado com a exigência de
de publicação ou carta de aceite de pelo menos um artigo publicado em revista com Qualis,
como autor(a) ou coautor(a), nos últimos cinco anos, como requisito para inscrição no
processo seletivo acima especificado.

A seleção pública foi aberta por meio do Edital nº 01/2017-PPGCS, de 20 de


setembro de 2017, e destina-se ao provimento de 25 (vinte e cinco) vagas no Mestrado em
Ciências e Saúde para o Biênio 2018/2020.

No edital, verifica-se que, dentre os documentos necessários para a inscrição, é


exigida a comprovação de publicação ou carta de aceite de pelo menos um artigo
publicado em revista com Qualis, como autor(a) ou coautor(a), nos últimos cinco anos
(item 2.2).

O responsável pelo processo seletivo, instado a se manifestar sobre a referida


exigência, aduziu o seguinte:

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“• A decisão de se incluir referido critério foi decidida em colegiado
desse Programa de Pós-Graduação, composto por membros docentes e
um representante discente, e não uma decisão monocrática;

• Assim como a exigência de diploma de curso superior, entres outros


critérios presentes no edital, não ferem o principio da isonomia e ampla
concorrência, este também não, visto que qualquer candidato que
preencha os requisitos tem o direito de pleitear uma vaga, não excluindo
nenhum candidato específico, fato corroborado pela quantidade de
inscritos (108 candidatos para 25 vagas). Acrescento ainda que tal
exigência não é exclusividade apenas desse programa de pós-graduação,
com alguns exigindo até dois artigos publicados em periódicos com
Qualis;

• Tal critério foi estabelecido com o objetivo de melhorar o perfil de


candidatos a este programa de pós-graduação, visto que se trata de um
mestrado acadêmico e, portanto, espera-se que os candidatos tenham
perfil acadêmico com um mínimo de produção cientifica. Alem disso, Os
candidatos com perfil apenas profissional /assistencial podem pleitear
vaga nos programas de pós-graduação profissionais disponíveis em nossa
e em outras instituições de ensino superior”.

Ocorre que, embora a IES possua autonomia didático científica para


estabelecer critérios para ingresso nos cursos por ela ofertados, estes devem ser compatíveis
com com os princípios da impessoalidade, proporcionalidade e razoabilidade.

Não se deve, assim, limitar a participação de candidatos à seleção para ingresso


em curso de Mestrado apenas àqueles que possuam artigo publicado, eis que tal qualificação
não é exigível quando da graduação, sendo razoável que o critério seja analisado e bonificado
apenas na fase de pontuação de Títulos.

Nesse sentido, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível


Superior do Ministério da Educação – CAPES, esclarece:

Ingresso na pós-graduação stricto sensu

O artigo 44, inciso III, da LDB, autoriza as Instituições de Ensino

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Superior (IES) a adotarem as exigências e critérios que julgarem
compatíveis com a condição de ingresso nos cursos de mestrado ou
doutorado. A Capes não aprecia, portanto, questões relacionadas a tais
requisitos, especialmente se a IES possuir status de universidade,
gozando de autonomias administrativa e didático científica. Todavia, a
prerrogativa legal deve ser exercitada em harmonia com os
princípios da impessoalidade, da equidade, da proporcionalidade, da
finalidade e todos os outros que inspiram o concurso público.
Eventuais abusos de poder podem ser corrigidos através de recurso
hierárquico na própria IES, ou, dos órgãos de defesa do consumidor dos
serviços educacionais.
(fonte http://www.capes.gov.br/acessoainformacao/perguntas-
frequentes/avaliacao-da-pos-graduacao/7418-cursos-recomendados-e-
reconhecidos)

Portanto, não é proporcional e razoável se exigir dos candidatos, no ato da


inscrição, a comprovação de publicação de artigo, visto que se trata de critério que deve
ser apenas classificatório e não eliminatório.

Ressalta-se, ainda, que os editais anteriores e até mesmo os atualmente em


andamento em outras áreas de ensino da Universidade Federal do Piauí não trazem essa
exigência, o que demonstra a impessoalidade da medida.

Não é justificável a restrição “com o objetivo de melhorar o perfil de


candidatos” ao programa de pós-graduação, pois o conhecimento necessário para o ingresso
no curso deverá ser avaliado nas provas de conhecimento e de títulos, estes devidamente
reconhecidos e pontuados a partir da experiência profissional e científica demonstrada dos
candidatos.

Dessa forma, a exigência imposta na inscrição é forma de restringir o


acesso ao ensino público.

O Ministério Público Federal considera que, em face do preceito


constitucional de que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho “ (art. 205, da Constituição Federal), a exigência de comprovante
publicação ou carta de aceite de pelo menos um artigo publicado em revista com Qualis,
como autor(a) ou coautor(a), nos últimos cinco anos para participação no processo

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seletivo em questão deve ser retirada do edital, posto que violador dos princípios da
impessoalidade, proporcionalidade e razoabilidade.

3. DA LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

A legitimidade do Ministério Público Federal se justifica, pois, tendo como


função institucional a proteção dos interesses difusos e coletivos (art. 129, inciso III, da
CF), a defesa da ordem jurídica, do regime democrático, inclusive dos princípios da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da publicidade, relativas à
administração pública direta, indireta, autárquica ou fundacional, de qualquer dos
Poderes da União (art. 5º, inciso I, alínea “h”, da LC nº 75/93), cabe a ele promover as
medidas cabíveis, como, por exemplo, ações coletivas, com o objetivo de assegurar o respeito
às normas constitucionais (regras e princípios expressos e implícitos) e infraconstitucionais.

Vê-se, pois, que esses fatos se enquadram na definição de direito difuso


descrita no inciso I do art. 81 do CDC, configurando-o através dos seguintes elementos: um
número indeterminado de pessoas que potencialmente deixaram de participar do certame; a
natureza indivisível do direito de participar do concurso público, já que os potenciais
candidatos que eventualmente deixaram de participar do concurso encontram-se na mesma
situação fática, tendo em vista que a violação a seus direitos ocorreram de forma homogênea;
os potenciais candidatos são ligados apenas por uma circunstância de fato, ou seja, a não
participação do processo seletivo por não possuir comprovante de publicação ou carta de
aceite de pelo menos um artigo publicado em revista com Qualis, como autor(a) ou
coautor(a), nos últimos cinco anos.

Anote-se, ademais, que o fato de a ação civil pública ter sido ajuizada em razão
da representação de apenas alguns ou de apenas um candidato não elide a natureza do direito
como difuso, inexistindo dúvida de que a irregularidade repercute na esfera jurídica de um
número indeterminado e indeterminável de pessoas.

Para analisar se uma ação tutela interesses coletivos em sentido amplo (difusos,
coletivos e individuais homogêneos), deve-se verificar a causa de pedir (fatos e o direito
coletivo) e o pedido em conjunto.

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Nesse sentido é a lição do jurista Freddie Didier Jr1:

(...) Antonio Gidi entendeu, de modo pioneiro, que o caminho mais


adequado seria identificar 'o direito subjetivo específico que foi violado'
(rectius: afirmado)(...). De um mesmo fato lesivo podem nascer
'pretensões difusas, coletivas, individuais homogêneas e, mesmo,
individuais puras, ainda que nem todas sejam baseadas no mesmo
ramo do direito material (...)”.
Concluindo, Antonio Gidi reafirma que o 'critério científico' na
identificação do direito coletivo lato sensu 'não é a matéria, o tema, o
assunto abstratamente considerados, mas o direito subjetivo específico
que foi violado (rectius: que se afirma violado); e continua: 'Nesse ponto
dissentimos ligeiramente da tese de Nelson Nery Júnior quando
conclui ser o tipo de tutela jurisdicional que se pretende obter em
juízo o critério a ser adotado (...).
Para Nelson Nery Júnior., de outra banda, revela-se frequente o 'erro de
metodologia' da doutrina e jurisprudência na classificação do tipo de
direito coletivo: 'Vê-se, por exemplo, a afirmação de que o direito ao
meio ambiente é difuso, o do consumidor seria coletivo e que o de
indenização por prejuízos particulares sofridos seria individual'. Adiante
complementa, ' A Afirmação não está correta nem errada. Apenas há
engano na utilização do método para a definição qualificadora do direito
ou interesse posto em jogo'. Nery Júnior, entende ser preponderante ' o
tipo de pretensão material e de tutela jurisdicional que se pretende'.
Assim, para o autor, 'Da ocorrência de um mesmo fato, podem originar-se
pretensões difusas, coletiva e individuais.
Do ponto de vista do processo, a postura mais correta, a nosso juízo, é a
que permite a fusão entre o direito subjetivo (afirmado) e a tutela
requerida, como forma de identificar, na demanda, de qual direito se
trata e, assim, prover adequadamente a jurisdição. Não por outro
motivo reafirmamos a característica híbrida ou interativa de direito
material e direito processual intrínseca aos direitos coletivos, um direito
a meio caminho. Nesse particular, revela-se de preponderante
importância a correta individuação, pelo advogado, do pedido e da
causa de pedir, incluindo os fatos e o direito coletivo aplicável.
Portanto, propõe-se a fusão entre o pensamento de Antonio Gidi e
Nelson Nery Júnior, que em verdade se complementam reciprocamente.

Nesse sentido, a restrição à concorrência em processo seletivo gera violação a


direito difuso, a justificar a atuação do Ministério Público Federal, consoante já se manifestou
o Poder Judiciário:

“AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL.


CONCURSO PÚBLICO. PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL.
INSCRIÇÃO DOS APROVADOS NA OAB. REQUISITO DE

1 Processo Coletivo: tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos-2ª edição. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2007.Pg 83/84

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INVESTIDURA.
1. Legitimidade do Ministério Público Federal para ajuizar ação civil
pública visando a ampliar a concorrência nos concursos públicos para
Procurador da Fazenda Nacional (art. 129, III, da CF/88, e arts. 5º, I e
6º, VII, da LC 75/93), na medida em que defende interesse coletivo
(embora a coletividade abranja apenas parcela dos bacharéis em direito,
ou seja, aqueles não inscritos na OAB) e difuso indisponível (de toda a
sociedade interessada no correto provimento dos cargos públicos).
2. Hipótese em que o pedido deduzido na ação civil pública voltava-se,
apenas, contra específico edital de concurso já findo, postulando a
reabertura do prazo para as inscrições. Não há pretensão de que seja
imposta à União obrigação relativa a concursos futuros e nem pedido de
que sejam desconstituídas nomeações de candidatos validamente
aprovados no concurso objeto da ação, os quais preencheram o requisito
de inscrição na OAB como pressuposto para a posse. Superveniência,
portanto, de falta de interesse processual.
3. Apelação a que se nega provimento.
(AC 2004.35.00.015399-4/GO, Rel. Desembargadora Federal Maria
Isabel Gallotti Rodrigues, Sexta Turma,e-DJF1 p.168 de 02/02/2009)

Por fim, vale ressaltar que o Ministério Público é defensor da ordem jurídica
(art. 127 caput da CF), razão pela qual é legitimado para a propositura da presente ação.

4. DA TUTELA DE URGÊNCIA

Como fundamento legal para a concessão de medida liminar em ação civil


pública, tem-se a previsão do artigo 12 da Lei nº 7.347/85 (“Poderá o juiz conceder mandado
liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo”). Reforçando esta
possibilidade, tem-se, ainda, o artigo 300, caput e § 2º do Novo Código de Processo Civil e o
artigo 84, § 3º, do Código de Defesa do Consumidor (aplicável à ação civil pública, por força
do disposto no artigo 21 da Lei nº 7.347/85), que lhe estabelece os requisitos:

“Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de


fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou
determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente
ao do adimplemento.
(...)
§ 3.º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela

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liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.”

Sobre os requisitos para concessão da liminar (com natureza de antecipação de


tutela), ensina CÂNDIDO RANGEL DINAMARCO:

“Não fala [refere-se ao art. 12 da Lei 7.347/85] em requisito algum mas,


se uma justificação pode ser necessária, é porque necessária é também a
presença dos requisitos da urgência e da probabilidade; além disso, o
contrário equivaleria a desconsiderar o devido processo legal. Mais
técnico e explícito, o Código de Defesa do Consumidor dispõe que
‘sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio
de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder tutela
liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu’ (Lei 8078, de
11.9.90, art. 84, §3º). E, como esses dois estatutos se interpenetram
mediante recíproca aplicação das normas de uma ao processo regido
pelo outro (LACP, art. 21 e CD, art. 90), as exigências do Código de
Defesa do Consumidor, como requisitos para antecipar a tutela, impõem-
se também na área regida pela Lei de Ação Civil Pública” (in Nova Era
do Processo Civil. São Paulo: Malheiros, 2003. cit. p. 98/9).

Nos termos do art. 300 do NCPC, a tutela de urgência poderá ser concedida nos
casos em que houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano
ou o risco do resultado útil do processo. De acordo com o §2º do art. 300, a tutela de urgência
poderá ser concedida liminarmente.

A probabilidade do direito resta clara. Trata-se de uma ponderação dos motivos


que são favoráveis e dos que lhe são desfavoráveis. Se os motivos favoráveis são superiores
aos desfavoráveis, o juízo de probabilidade aumenta, cumprindo anotar que, em sede de ação
civil pública, a tutela de urgência ganha relevância ainda maior, já que com ela quer-se operar
interesses difusos, coletivos e coletivos lato sensu.

A probabilidade do direito é contundente, diante do material probatório


disponível nos autos e da argumentação acima traçada, apta a demonstrar os danos que serão
causados a todos aqueles potenciais candidatos à seleção para Mestrado em Ciências e Saúde
da UFPI que eventualmente não possuam comprovante de publicação ou carta de aceite de
pelo menos um artigo publicado em revista com Qualis, como autor(a) ou coautor(a), nos
últimos cinco anos.

O perigo do dano também desponta com clareza. O receio de ineficácia do


provimento final (periculum in mora) é patente, uma vez que o concurso ainda encontra-se

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em andamento, ou seja, ainda há tempo de solucionar a lide de forma justa,
oportunizando a inscrição de todos os interessados.

Registra-se que as inscrições se encerraram no dia 11 de outubro de 2017 e


as provas ocorrerão na data de 25 de outubro de 2017, o que demonstra que a demora
na concessão do provimento jurisdicional pode inviabilizar a presente demanda, através
do perecimento do objeto.

Portanto, não resta dúvida de que os requisitos exigidos pelo diploma


processual para o deferimento da tutela de urgência estão preenchidos.

Assim, torna-se necessário que este Juízo determine que a UNIVERSIDADE


FEDERAL DO PIAUÍ, RETIFIQUE A PARTE DO ITEM 2.2 DO EDITAL Nº 01/2017-
PPGCS QUE SE REFERE À DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA INSCRIÇÃO
NO PROCESSO SELETIVO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E SAÚDE, EM
NÍVEL DE MESTRADO, RETIRANDO A EXIGÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DE
“COMPROVANTE DE PUBLICAÇÃO OU CARTA DE ACEITE DE PELO MENOS
UM ARTIGO PUBLICADO EM REVISTA COM QUALIS, COMO AUTOR(A) OU
COAUTOR(A), NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS”, REABRINDO O PERÍODO DE
INSCRIÇÕES E ADIANDO A DATA DA PROVA, DANDO-SE AMPLA
DIVULGAÇÃO À MUDANÇA EDITALÍCIA.

5. DOS PEDIDOS

Em face do exposto, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL requer o


recebimento e autuação da presente ação civil pública, com os documentos que a instruem, e a
citação da demandada para que responda os pontos levantados, sob pena de revelia e
confissão, julgando-se totalmente procedentes os pedidos abaixo formulados:

Em sede liminar:
a) a concessão de medida mandamental, antecipando a tutela
pretendida, determinando: i) a retificação do Edital nº 01/2017 –
PPGS, com reabertura do prazo de inscrições do concurso público,
retirando-se a exigência de apresentação de comprovante de

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publicação ou carta de aceite de pelo menos um artigo publicado
em revista com Qualis, como autor(a) ou coautor(a), nos últimos
cinco anos como documento necessário à inscrição; ii)
subsidiariamente, a suspensão do concurso público, cuja prova
escrita está prevista para o dia 25 de outubro de 2017;
c) comine multa diária de R$ 10.000,00 (dez mil reais) à ré, no caso de
retardamento ou omissão de cumprimento da ordem mandamental
expedida na forma do item acima;
d) determinar a citação da requerida para, querendo, contestar a
presente ação, sob pena de confissão e revelia;
E em relação ao pedido final, requer: a confirmação da antecipação
da tutela, a fim de julgar procedente o pedido para determinar a reabertura das inscrições sem
a exigência debatida.

7. DAS PROVAS

Requer-se a produção de todas as provas em direito admitidas.

8. DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à presente causa, para fins legais, o valor de R$ 100.000,00 (cem mil
reais).

Teresina-PI, 20 de outubro de 2017.

ISRAEL GONÇALVES SANTOS SILVA


Procurador da República

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