Você está na página 1de 5

XXV EXAME DA ORDEM

2ª FASE DIREITO PENAL

Atividade – Peça 08 – Modelo Agravo em Execução

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DAS EXECUÇÕES


CRIMINAIS DA COMARCA DE …

“A”, já qualificado nos autos do Processo de Execução Penal nº..., por seu advogado que esta
subscreve, não se conformando com a respeitável decisão que indeferiu seu pedido de livramento
condicional, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do prazo legal, interpor

AGRAVO EM EXECUÇÃO

com fundamento no artigo 197 da Lei 7.210/84.

Requer seja recebido e processado o presente agravo e, caso Vossa Excelência, ao efetuar
o juízo do artigo 589 do Código de Processo Penal, entenda que deva manter a respeitável decisão,
que seja encaminhado, com as inclusas razões, ao E. Tribunal de Justiça.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data.

Advogado, OAB

Exame de Ordem
Damásio Educacional
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO

Processo nº …

Agravante: A

Agravada: Justiça Pública

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara,

Douto Representante do Ministério Público,

Exame de Ordem
Damásio Educacional
2 de 5
Em que pese o indiscutível saber jurídico do MM. Juiz “a quo”, impõe-se a reforma da
respeitável decisão que indeferiu o pedido de livramento condicional formulado em favor do ora
agravante, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas.

I – DOS FATOS

“A” foi processado e condenado, por decisão já transitada em julgado, pela prática do delito
previsto no artigo 213 do Código Penal

Já na fase de execução, a defesa requereu ao Juiz “a quo” a concessão do benefício do


livramento condicional, tendo em vista que já cumpriu mais de 2/3 da pena imposta, indenizou a
vítima e tem ótimo comportamento prisional, boa laboraterapia e subsiste do seu trabalho, sendo
elogiado pela diretor da unidade prisional. Tal pedido, no entanto, foi indeferido.

II – DO DIREITO

(APRESENTAÇÃO DA TESE) A decisão proferida pelo Juiz das Execuções não deve
prevalecer, eis que “A” faz jus à concessão do benefício do livramento condicional. Vejamos.

(PREMISSA MAIOR) Nos termos do artigo 83 do Código Penal, o condenado a pena privativa
de liberdade igual ou superior a 2 anos tem direito ao livramento condicional desde que preenchidos
os seguintes requisitos: “I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente
em crime doloso e tiver bons antecedentes; II - cumprida mais da metade se o condenado for
reincidente em crime doloso; III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da
pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência
mediante trabalho honesto; IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano
causado pela infração; V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por
crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o
apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza”.

Ainda, dispõe o parágrafo único do mencionado dispositivo legal que “para o condenado por
crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará

Exame de Ordem
Damásio Educacional
3 de 5
também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não
voltará a delinquir”.

Por fim, sobre a questão, prevê o artigo 131 da Lei 7.210/84 (Lei de Execuções Penais) que
“o livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do
artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho
Penitenciário”.

(PREMISSA MENOR) Ora, no caso em apreço, “A” foi condenado pelo cometimento do delito
tipificado no artigo 213 do Código Penal, tendo já cumprido mais de 2/3 da pena que lhe foi imposta.
Assim, resta preenchido o requisito do inciso V do artigo 83 do Código Penal.

Note-se que o requisito objetivo referente ao cumprimento de parcela da pena, no caso, é de


2/3 porque o crime de estupro é hediondo, nos termos do artigo 1º, inciso V, da Lei 8.702/90.

“A” também já indenizou a vítima, cumprindo o requisito do inciso IV do citado dispositivo


legal.

Ademais, tem ótimo comportamento prisional, boa laboraterapia e subsiste do seu trabalho,
sendo elogiado pela diretor da unidade prisional. Assim, também os requisitos do inciso III e do
parágrafo único do citado artigo 83 foram por ele preenchidos.

(CONCLUSÃO) Portanto, de rigor a concessão do benefício do livramento condicional ao ora


agravante, nos termos dos artigo 83 do Código Penal e 131 da Lei de Execuções Penais.

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, concedendo-se ao ora
agravante o benefício do livramento condicional, com a expedição do devido alvará de soltura em
seu favor.

Local, data.

Advogado

Exame de Ordem
Damásio Educacional
4 de 5
OAB

Exame de Ordem
Damásio Educacional
5 de 5

Você também pode gostar