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Dissertação PDF
Dissertação PDF
(Licenciado)
Orientadores:
Júri:
Presidente: Professor Doutor João Hermínio Ninitas Lagarto
Vogais:
Professor Doutor Luís Manuel dos Santos Redondo
Professor Doutor Hiren Canacsinh
Outubro 2015
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA
Área Departamental de Engenharia Eletrotécnica de Energia e Automação
Outubro 2015
RESUMO
Resumo
Neste trabalho realizou-se o comando e proteção dos IGBTs em paralelo.
Apresentou-se o estudo teórico, o dimensionamento e a implementação experimental dos
circuitos com os IGBTs em paralelo, utilizando os circuitos de disparo, de proteção contra
sobrecorrentes e a técnica para equilíbrio de correntes.
I
ABSTRACT
Abstract
In this work the control and protection techniques for IGBTs in parallel were applied.
In addition, the theoretical study, the experimental design and implementation of circuits with
the IGBTs in parallel was made, using the triggering circuits, protection against overcurrents
and a technique for current balance.
Initially, it was made a theoretical study and defined the techniques used in this work.
Also, it was designed the triggering circuits of IGBTs, protection against overcurrent and
current balancing technique which were subsequently simulated. Finally, experimental
results were taken from the practical implementation of the circuit.
II
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos
Neste ponto queria expressar os meus sinceros agradecimentos às pessoas que me
apoiaram durante a minha vida académica e contribuíram diretamente ou indiretamente para
a realização deste trabalho.
Ao Prof. Luís Manuel dos Santos Redondo, orientador científico, ao Prof. José
Gabriel da Silva Lopes, coorientador científico e ao Prof. Hiren Canacsinh, pela participação
significativa, disponibilidade e ajuda na parte teórica e prática deste trabalho.
À Prof. Teresa Pinto Pereira, à Prof. Conceição Pereira e à Prof. Judite Fidalgo, da
escola Secundária Professor José Augusto Lucas, pelo apoio, compreensão e ajuda enorme
na aprendizagem de língua Portuguesa.
Aos meus colegas e amigos Jorge Miguel Duarte, Pedro Raimundo, Sérgio André,
Alexandre Bento do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa da área departamental de
Engenharia de Sistemas de Potência e Automação e à Ana Filipa Pereira Lourenço pela
amizade e apoio não só na realização deste trabalho como também durante o meu percurso
académico.
Às pessoas que conheci ao longo da minha vida, que tiveram um papel fundamental
na minha formação académica e pessoal.
Por fim, mas não menos importante, queria agradecer aos meus pais, Valeriy Zahyka
e Svitlana Zahyka e ao meu irmão Oleksandr Zahyka pelo apoio, compreensão e paciência,
fundamentais durante a minha vida pessoal e académica.
III
ÍNDICE
Índice
Capítulo 1 - Introdução ......................................................................................................................1
1.2 Objetivos.............................................................................................................................2
3.4 A técnica utilizada para proteção dos IGBTs contra sobrecorrentes ..............................35
IV
ÍNDICE
4.4 Utilização das indutâncias acopladas para equilíbrio de correntes nos IGBTs em paralelo
..........................................................................................................................................64
4.8 Resultados experimentais de dois IGBTs em paralelo com circuito de proteção contra
sobrecorrentes .............................................................................................................................79
V
ÍNDICE
4.9 Resultados experimentais de dois IGBTs em paralelo com circuito de proteção contra
sobrecorrentes e as indutâncias acopladas ................................................................................82
4.9.1 Resultados experimentais com indutâncias acopladas ligadas aos emissores ......82
4.9.2 Resultados experimentais com indutâncias acopladas ligadas aos coletores ........84
Bibliografia .....................................................................................................................................101
Anexos ...........................................................................................................................................102
Anexo 3 - Circuito com dois IGBTs em paralelo utilizando a técnica de equilíbrio de correntes e
de proteção contra sobrecorrentes............................................................................................105
Anexo 4 - Circuito com três IGBTs em paralelo utilizando a técnica de equilíbrio de correntes e
de proteção contra sobrecorrentes............................................................................................107
VI
ÍNDICE DE FIGURAS
Índice de Figuras
Figura 2.1 - a) Estrutura física de um MOSFET [1]. b) Estrutura física de um IGBT. ............4
Figura 2.2 - a) Circuito equivalente do IGBT [1]. b) Símbolo do IGBT. ..................................4
Figura 2.3 - Estrutura física de um IGBT assimétrico [1]. .......................................................5
Figura 2.4 - a) Característica IC(VCE) de um IGBT simétrico. b) Característica de transferência
IC(VGE) de um transístor IGBT. .........................................................................................6
Figura 2.5 - Representação das capacidades parasitas equivalentes do IGBT. ...................7
Figura 2.6 - Representação qualitativa das características dinâmicas do IGBT. ...................8
Figura 2.7 - Exemplo de ligação do IGBT ao driver [2] ...........................................................9
Figura 2.8 - Exemplo de ligação do IGBT ao optoacoplador [3]. ......................................... 10
Figura 2.9 - Exemplo de ligação do IGBT ao transformador de impulsos. .......................... 11
Figura 2.10 - Exemplo da técnica bootstrap. ....................................................................... 12
Figura 2.11 - Exemplo de utilização de resistências para equalização da corrente da
corrente. ........................................................................................................................ 14
Figura 2.12 - Exemplo de utilização das indutâncias acopladas para equilíbrio de corrente
nos dois semicondutores em paralelo. ......................................................................... 15
Figura 2.13 - Exemplo de utilização das indutâncias acopladas para equilíbrio de corrente
nos três semicondutores em paralelo. .......................................................................... 16
Figura 2.14 - Distribuição das tensões nos enrolamentos secundários. ............................. 17
Figura 2.15 - Exemplo de utilização das indutâncias acopladas para equilíbrio de corrente
nos vários semicondutores em paralelo. ...................................................................... 17
Figura 2.16 - a) Sinais de disparo dos IGBTs (completamente sincronizados). b) As correntes
que passam nos IGBTs.(formas de ondas das correntes nos IGBTs) ......................... 19
Figura 2.17 - a) Sinais de disparo dos IGBTs (desfasados no tempo). b) As correntes que
passam nos IGBTs. ....................................................................................................... 19
Figura 2.18 - Sinais de disparo dos IGBTs (com as amplitudes diferentes). b) As correntes
que passam nos IGBTs.(formas de ondas das correntes nos IGBTs) ......................... 20
Figura 2.19 - a) Sinais de disparo dos IGBTs. b) As correntes que passam nos IGBTs. ... 20
Figura 2.20 - Utilização do método de controlo ativo das portas dos IGBTs. ..................... 20
Figura 2.21 - Circuito de proteção do IGBT contra sobrecorrentes. .................................... 22
Figura 2.22 - Circuito de proteção do IGBT contra sobrecorrentes. .................................... 23
Figura 2.23 - a) Circuito de proteção contra sobretensões convencional; b) Circuito de
proteção contra sobretensões melhorado. ................................................................... 24
Figura 2.24 - Exemplo de utilização do díodo TVS para proteção do IGBT contra
sobretensões. ................................................................................................................ 24
Figura 3.1 - Diagrama principal do circuito construído. ....................................................... 26
Figura 3.2 - Ciclo histerético do núcleo do transformador. .................................................. 28
Figura 3.3 - Parte da histerese utilizada. ............................................................................. 29
VII
ÍNDICE DE FIGURAS
VIII
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 4.9 - Disparo de dois IGBTs em paralelo, com os primários dos transformadores de
impulsos ligados em série. ............................................................................................ 54
Figura 4.10 - a) Curva de tensão da porta do IGBT1; b) Curva de tensão da porta do IGBT2.
....................................................................................................................................... 55
Figura 4.11 - Característica da tensão do circuito RC. ........................................................ 56
Figura 4.12 - Circuito de disparo do IGBT com a malha para medição da tensão VCE....... 57
Figura 4.13 - Forma de onda da tensão VCa. ....................................................................... 57
Figura 4.14 - Característica do comparador utilizado. ......................................................... 59
Figura 4.15 - Circuito do comparador com histerese utilizado. ........................................... 59
Figura 4.16 - Circuito de proteção contra sobrecorrentes. .................................................. 61
Figura 4.17 - Circuito de disparo do IGBT com circuito resultante de proteção contra
sobrecorrentes incorporado. ......................................................................................... 61
Figura 4.18 - a) Tensão VGE e Corrente IC. b) Tensão VCa. ................................................. 62
Figura 4.19 - Tensão na saída do comparador. ................................................................... 62
Figura 4.20 –a) Tensão VGE e corrente Ic. b) Corrente Ic. .................................................... 63
Figura 4.21 - Tensão VCa medida pelo comparador. ........................................................... 63
Figura 4.22 - Tensão VCa (curva laranja) e tensão VO (curva azul). .................................... 64
Figura 4.23 - Tensão VGE (curva laranja) e tensão VO (curva azul)..................................... 64
Figura 4.24 - Dois IGBTs em paralelo, desequilíbrio de correntes. ..................................... 65
Figura 4.25 - a) Curva da corrente IC1 do IGBT1 (curva laranja) e curva da corrente IC2 do
IGBT2 (curva azul); b) Diferença de quedas de tensão, VCE2-VCE1. ............................. 65
Figura 4.26 - Dois IGBTs em paralelo, indutâncias acopladas ligadas aos emissores. ..... 66
Figura 4.27 - a) Curva da corrente IC1 do IGBT1 (curva laranja) e curva da corrente IC2 do
IGBT2 (curva azul). b) Diferença de correntes IC2 e IC1 (IC2-IC1). .................................. 67
Figura 4.28 - Circuito completo com dois IGBTs em paralelo. ............................................ 68
Figura 4.29 - a) Sinais de disparo do IGBT1 (curva laranja) e do IGBT2 (curva azul). b) Curva
da corrente IC1 do IGBT1 (curva laranja) e curva da corrente IC2 do IGBT2 (curva azul).
....................................................................................................................................... 68
Figura 4.30 - a) Sinais de disparo do IGBT1 (curva laranja) e do IGBT2 (curva azul). b) Curva
da corrente IC1 do IGBT1 (curva laranja) e curva da corrente IC2 do IGBT2 (curva azul).
....................................................................................................................................... 69
Figura 4.31 - Circuito completo com dois IGBTs em paralelo. ............................................ 70
Figura 4.32 - a) Sinais de disparo do IGBT1 (curva laranja) e do IGBT2 (curva azul). b) Curva
da corrente IC1 do IGBT1 (curva laranja) e curva da corrente IC2 do IGBT2 (curva azul).
....................................................................................................................................... 70
Figura 4.33 - Sinais de disparo do IGBT1 (curva laranja) e do IGBT2 (curva azul),
sobrepostos. .................................................................................................................. 71
Figura 4.34 - a) Curva da corrente IC1 do IGBT1. b) Curva da corrente IC2 do IGBT2. ........ 71
IX
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 4.35 - Influência das indutâncias nas tensões VGE dos IGBTs................................. 72
Figura 4.36 - a) Impulso gerado pelo microcontrolador PIC18f2331. b) Tensão no secundário
do transformador de impulsos. ..................................................................................... 73
Figura 4.37 - Sinal aplicado à porta do IGBT, com a resistência RG de 10 Ω. .................... 74
Figura 4.38 - Sinal aplicado à porta do IGBT, com a resistência RG de 20 Ω. .................... 74
Figura 4.39 - a) Tensão na carga e a corrente na carga b) Tensão na carga e ampliação da
corrente na carga. ......................................................................................................... 75
Figura 4.40 - a) Sinal de disparo dos IGBTs. b) Ampliação dos sinais de disparo dos IGBTs.
....................................................................................................................................... 75
Figura 4.41 - a) Sinal de disparo dos IGBTs. b) Ampliação dos sinais de disparo dos IGBTs.
....................................................................................................................................... 76
Figura 4.42 - Sinal de disparo do IGBT e corrente IC (0,1 V/ 1 A). ...................................... 77
Figura 4.43 - a) Curva de tensão VCa, medida pelo comparador. b) Curva de tensão VCa,
medida pelo comparador e curva de tensão VO, na saída do comparador. ................ 77
Figura 4.44 - a) Curva do sinal de disparo do IGBT e curva da corrente IC (0,1 V/ 1 A). b)
Curva da tensão VCa e curva da tensão da saída do comparador, VO......................... 78
Figura 4.45 - Circuito experimental com dois IGBTs em paralelo com proteção contra
sobrecorrentes. ............................................................................................................. 79
Figura 4.46 - a) Curvas do IGBT1. b) Curvas do IGBT2. ...................................................... 80
Figura 4.47 - a) Curvas do IGBT1. b) Curvas do IGBT2. ...................................................... 80
Figura 4.48 - a) Curva da corrente IC1 do IGBT1 (0,1 V/ 1 A). b) Curva da corrente IC2 do
IGBT2 (0,1 V/ 1 A). ........................................................................................................ 81
Figura 4.49 - a) Curvas do IGBT1. b) Curvas do IGBT2. ...................................................... 82
Figura 4.50 - a) Curvas do IGBT1. b) Curvas do IGBT2. ...................................................... 83
Figura 4.51 - a) Curva da corrente IC1 do IGBT1 (0,1 V/ 1 A). b) Curva da corrente IC2 do
IGBT2 (0,1 V/ 1 A). ........................................................................................................ 83
Figura 4.52 - a) Curvas do IGBT1. b) Curvas do IGBT2. ...................................................... 84
Figura 4.53 - a) Curva do sinal da porta do IGBT1. b) Curva da corrente IC1 do IGBT1 (0,1 V/
1 A). ............................................................................................................................... 84
Figura 4.54 - a) Curva do sinal da porta do IGBT2. b) Curva da corrente IC1 do IGBT2 (0,1 V/
1 A). ............................................................................................................................... 85
Figura 5.1 - Circuito completo com três IGBTs em paralelo. ............................................... 86
Figura 5.2 - Disparo de três IGBTs em paralelo, com os primários dos transformadores de
impulsos ligados em paralelo. ....................................................................................... 87
Figura 5.3 - Curva de tensão da porta do IGBT1. ................................................................ 88
Figura 5.4 - Variação da tensão no condensador Ci ao longo do tempo. ........................... 89
Figura 5.5 - Três IGBTs em paralelo com o circuito para medição da tensão VCE. ............ 90
Figura 5.6 - Forma de onda da tensão VCa. ......................................................................... 90
X
ÍNDICE DE FIGURAS
XI
ACRÓNIMOS
Acrónimos
µ - permeabilidade magnética absoluta
C - coletor do IGBT
D - díodo
E - emissor do IGBT
G - porta do IGBT
XII
ACRÓNIMOS
L - indutância (H)
N - Número de espiras
S - secção do núcleo (m 2)
XIII
ACRÓNIMOS
TL - indutores acoplados
Tr - transistor TJB
VCif - tensão no condensador, Cii, que é aplicada à carga no fim de impulso (V)
XIV
ACRÓNIMOS
XV
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Os conversores electrónicos de potência são usados na comutação de potências
cada vez mais elevadas, onde são chamados a conduzir correntes na ordem das centenas
e milhares de amperes, muitas vezes superiores às correntes máximas suportadas pelos
semicondutores. Quando os semicondutores de potência disponíveis não possuem as
caraterísticas necessárias em termos de corrente, ou a utilização de dispositivos com
corrente de condução mais reduzida são uma opção menos dispendiosa, recorre-se à
associação em paralelo de vários semicondutores, comandados por sinais de disparo
síncronos. É assim necessário garantir, nestas montagens, além da distribuição uniforme da
corrente pelos dispositivos, as proteções habituais.
Com este intuito será realizado um estudo sobre a utilização de IGBTs em paralelo
e técnicas utilizadas para o seu disparo. Será também efetuado um estudo de equalização
das correntes entre os dispositivos em paralelo, bem como os circuitos de proteção contra
as sobrecorrentes. Serão dimensionados circuitos com dois e três IGBTs, e o seu
funcionamento experimental será comparado com o comportamento em simulação no
PSpice.
1
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
1.1 Motivação
Esta dissertação inscreve-se na área de investigação e desenvolvimento no seio da
secção de Automação e Eletrónica, com particular ênfase no âmbito de electrónica de
regulação e comando.
1.2 Objetivos
Este trabalho tem os seguintes objetivos:
2
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
Hoje em dia os IGBTs são cada vez mais utilizados como os dispositivos
semicondutores de potência de excelência num conjunto vasto de aplicações, que vão da
tração, à geração de energias alternativas e à Potência Pulsada, onde as correntes podem
atingir milhares de amperes. Devido às suas limitações, principalmente no que respeita à
corrente máxima admissível, estes dispositivos devem ser ligados em paralelo. Tendo em
conta que os IGBTs da mesma marca e com as mesmas características possuem algumas
tolerâncias, deve-se prestar especial atenção aos tempos de passagem à condução e ao
corte, à equalização de corrente que passa através dos dispositivos em paralelo e às
tensões entre o coletor e o emissor. Adicionalmente, por norma os dispositivos de condução
bipolar têm o coeficiente de temperatura negativo, pelo que a sua ligação em paralelo
acarreta problemas adicionais.
3
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
Esta alteração introduz uma nova junção PN, cuja camada P+ quando em condução,
injeta os portadores minoritários (lacunas) na região deriva (fracamente dopada) N-. Com a
injeção dos portadores minoritários na região N-, aumenta a condutividade do canal dreno-
fonte no MOSFET, reduzindo a resistência de condução deste, Figura 2.2 a), o que implica
a passagem do transístor TJB à condução. Portanto, o IGBT é um dispositivo misto uma vez
que a condução é feita por portadores maioritários (eletrões do canal) e minoritários (os
injetados pela junção PN). Devido à nova junção PN do IGBT, o novo díodo vai poder
bloquear o díodo parasita já existente, Figura 2.1 b), permitindo bloquear as tensões
inversas com o mesmo valor da tensão direta. Este tipo do IGBT designa-se por simétrico
ou não atravessado, NPT-IGBT (“non punch through”), [1]. A estrutura da porta e do emissor
praticamente não sofreram alterações.
MOSFET IGBT
Porta Fonte Porta Emissor
N+ N+ N+ N+ N+ N+ N+ N+
P+ P+ P+ P+
Injeção de portadores
N- N- minoritários
N+ P+
Dreno Coletor
a) b)
Coletor
C
Coletor
C
G G
Porta Porta
E
E
Emissor
Emissor
a) b)
4
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
IGBT assimétrico
Porta Emissor
N+ N+ N+ N+
P+ P+
N-
N+
P+
Coletor
O IGBT assimétrico não pode suportar tensões inversas maiores que cerca de 20 V,
devido à alta concentração de impurezas em ambos os lados da junção acrescentada. No
entanto, como a camada N+ pode bloquear a progressão da camada de carga espacial, a
espessura da zona N- pode ser reduzida. Diminuindo a zona N-, diminui a resistência de
condução e reduz-se o tempo de passagem ao corte do IGBT assimétrico relativamente ao
IGBT simétrico [1].
5
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
i C (A)
Zona de Zona Ativa i C (A)
Saturação
VGE6
VGE5
VGE4
VGE3
VGE2
VGE1 VGEth
VRM VGE < VGEth
VCEsat VCE (V) VGE (V)
Zona de Corte
a) b)
Figura 2.4 - a) Carac terístic a IC (V CE ) de um IGBT simétric o. b) Carac terístic a de transf erênc ia IC (V GE ) de
um trans ístor IGBT.
O IGBT encontra-se na Zona de Corte quando VGE < VGEth, sendo a corrente de coletor
IC praticamente nula. Nesta zona, a tensão VCE imposta por um circuito exterior pode ser
negativa ou positiva. A amplitude da tensão inversa aplicável depende do tipo de IGBT.
O IGBT encontra-se na Zona Ativa quando VGE > VGeth e VCE >> VCEsat. A potência
dissipada nesta zona é muito elevada, devendo-se evitar a utilização desta zona no
funcionamento como interruptor devido às perdas elevadas.
O IGBT encontra-se na Zona de Saturação quando VGE > VGeth e VCE ≈ VCEsat. Esta
zona conjuntamente com a zona de corte, são usadas em aplicações de potência onde o
dispositivo funciona como interruptor.
Alem das três regiões mencionadas, existe ainda uma outra, designada por Zona de
Avalanche. O IGBT encontra-se nesta zona quando VGE > VGeth, a tensão VCE e a corrente IC
são muito elevados. Esta zona deve ser evitada, pois pode conduzir à destruição do IGBT.
6
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
CGC
CCE
G
CGE
E
Figura 2.5 - Repres entaç ão das c apacidades parasitas equivalentes do IGBT.
7
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
tCGEr + tCCGr
tCGEr + tCCGr
tCGEf + tCCGf t
t CCGf
tCGEr
V GE (V) CGEf
V GEth
t (s)
VCE (V)
t vf t vr t (s)
I C (A)
t (s)
t ir t if t tail
Como se pode verificar pela figura anterior, as capacidades parasitas CGC e CGE
possuem os tempos de carga (tCGEr e tCCGr) e os respetivos tempos de descarga (tCGEf e
tCCGf), o que impõe um atraso de crescimento e decrescimento da tensão VGE, contribuindo
para a existência dos tempos de crescimento (tvr) e dos tempos de decrescimento (tvf) da
tensão VCE.
8
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
Hoje em dia existem vários métodos de disparo dos IGBTs, sendo os mais utlizados: o
disparo recorrendo ao sinal de comando não isolado, sinal de comando isolado opticamente
e sinal de comando isolado magneticamente, que serão descritos nos pontos seguintes.
9
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
10
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
torna este tipo de comando largamente utilizado no nosso quotidiano. Porém a utilização
dos optoacopladores implica a utilização de uma fonte de alimentação isolada, VCC, para
amplificação do sinal. Outra desvantagem existente na utilização deste tipo de dispositivo é
a existência do tempo de propagação finito do sinal.
Vpotência
Carga
C
RG
V CC n G
E
VZ
VP VS RGE
D
RB
Tr
V impulso
11
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
2.3.4 Bootstrap
A técnica de bootstrap utiliza-se para o comando dos IGBTs que possuem os
referenciais diferentes, por exemplo na topologia meia ponte, Figura 2.10.
Vpotência
Carga
12
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
13
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
IT
Figura 2.11 - Exemplo de utilizaç ão de resistênc ias para equalizaç ão da c orrente da c orrente.
14
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
No caso em que as correntes IL1 e IL2 que passam nos semicondutores Se1 e Se2 ,
respetivamente, não são iguais, a força magnetomotriz induzida não será nula, sendo assim
nas indutâncias L1 e L2 aparecem as forças eletromotrizes induzidas e1 e e2 respetivamente
com sinais opostos.
IT
IL1 IL2
TL
L2
e1 e2
L1
Se1 Se2
Figura 2.12 - Exemplo de utilizaç ão das indutâncias ac opladas para equilíbrio de c orrente nos dois
semic ondutores em paralelo.
No semicondutor, por onde flui a menor corrente, a força eletromotriz induzida possui
o sentido desta. Quanto ao semicondutor, onde a corrente é superior relativamente ao outro,
a força eletromotriz opõe-se ao sentido da corrente, equilibrando assim as correntes nos
semicondutores. O funcionamento de indutâncias acopladas, Figura 2.12, pode ser descrito
pelas seguintes equações:
15
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
IT
S e1 Se2 S e3
IS
1:1 1:1 1:1
L S1 L S2 L S3
VP1 VS1 VP2 VS2 VP3 VS3
L P1 L P2 L P3
Figura 2.13 - Exemplo de utilizaç ão das indutâncias ac opladas para equilíbrio de c orrente nos três
semic ondutores em paralelo.
Sabe-se que a soma das tensões, VP1, VP2 e VP3, é zero, equação (2.6).
Se a corrente num dos ramos é maior do que nos outros, a indutância LP desse ramo
induz uma tensão, VS, na indutância LS acoplada magneticamente a esse ramo. Esta tensão
é dividida pelas indutâncias LS acopladas magneticamente aos ramos onde as correntes são
menores, impondo as tensões, VP, no sentido da passagem de corrente.
Por exemplo, se a corrente IL1 no ramo do semicondutor Se1 é maior do que nos
outros ramos, na indutância LP1 aparece uma tensão VP1, que se opõe ao sentido de corrente
desse ramo, induzindo uma tensão, VS1, na indutância LS1, acoplada magneticamente.
16
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
A tensão VS1 é aplicada às indutâncias LS2 e LS3 em série, Figura 2.14, dividindo-se entre as
mesmas e originando as tensões VS2 e VS3, equação (2.7).
IL1
S e1
IS L S2 L S3
1:1
As indutâncias LS2 e LS3 induzem as tensões VP2 e VP3, Figura 2.13. Sabendo que,
VP1 = VS1, VP2 = VS2 e que VP3 = VS3, a partir da equação (2.7) obtém-se:
IT
I1 I2 In
Se1 Se2 Sen
Figura 2.15 - Exemplo de utilizaç ão das indutâncias ac opladas para equilíbrio de c orrente nos vários
semic ondutores em paralelo.
Deste modo, como mostra a Figura 2.15, é possível conectar vários semicondutores
em paralelo utilizando para o equilíbrio da corrente a técnica das indutâncias acopladas.
17
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
18
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
t (s) t (s)
a) b)
Figura 2.16 - a) Sinais de disparo dos IGBTs (c ompletamente sincronizados). b) As c orrentes que
pass am nos IG BTs.(formas de ondas das c orrentes nos IGBTs)
t (s) t (s)
a) b)
Figura 2.17 - a) Sinais de disparo dos IGBTs (desf as ados no tempo). b) As c orrentes que pass am nos
IGBTs.
19
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
VGE1 I C3 I C2 I C1
VGE2
VGE3
t (s) t (s)
a) b)
Figura 2.18 - Sinais de disparo dos IG BTs (c om as amplitudes dif erentes ). b) As c orrentes que pass am
nos IGBTs.(f ormas de ondas das c orrentes nos IGBTs)
Portanto, para o exemplo anterior, variando os sinais de disparo das portas, VGE, em
amplitude e no tempo, torna-se possível obter um bom equilíbrio das correntes, IC, nos ramos
(IGBTs) em paralelo, Figura 2.19 [4].
VGE1 I C1 ~I C2 ~ I C3
VGE2
VGE3
t (s) t (s)
a) b)
Figura 2.19 - a) Sinais de disparo dos IGBTs. b) As c orrentes que pass am nos IGBTs.
IT
Circuito de VGE2
Comando VGE3
Circuito de
medição de
correntes Transdutor
de corrente
Figura 2.20 - Utilizaç ão do método de c ontrolo ativo das portas dos IGBTs.
20
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
Para ser possível a utilização do método de controlo ativo das portas deve existir
uma malha de controlo, incluindo um circuito de comando programável na cadeia de ação e
um circuito de medição de correntes na retroação.
O circuito de medição de correntes avalia as correntes que passam nos IGBTs, bem
como os tempos de crescimento e de decrescimento destas. O circuito de comando compara
esta informação com a informação obtida no período anterior, para calcular os novos
parâmetros dos sinais de disparo, que serão aplicados às portas dos IGBTs no próximo
período.
21
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
Carga
RD DD
IC
Ca V Ca IGBT
RG VCE
R2
R1 R GE VZ
Vdisparo + Rb
Tr
-
Vref
22
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
Carga
RD DD
IC
IGBT
RG VCE
R GE VZ2
IZ1 VZ1
Vdisparo
Tr
Ca Rb
23
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
Carga Carga
i fbVZ i fb VZ
R fb Vporta
R fb
Tr
R GE R GE
a) b)
Figura 2.23 - a) Circ uito de proteç ão c ontra s obretens ões c onvenc ional ; b) Circuito de proteç ão c ontra
sobretens ões melhorado.
Quando a tensão VCE ultrapassa a tensão do díodo zener Vz, aparece uma corrente
ifb que recarrega a capacidade da porta do IGBT, ou reduz a sua taxa de descarga que
depende do valor de resistência RGE. Na maioria das situações, a resistência Rfb é colocada
em série com díodo zener, de modo a ser possível ter um maior controlo sobre a corrente
ifb. Utilizando o transístor bipolar no circuito de proteção, como se mostra na Figura 2.23 b),
as perdas no díodo zener podem ser significativamente reduzidas, até se tornarem
desprezáveis.
iTVS
IGBT TVS
Figura 2.24 - Exemplo de utilizaç ão do díodo TVS para proteção do IGBT c ontra s obretens ões.
24
CAPÍTULO 2 - UTILIZAÇÃO DE IGBTS EM PARALELO
O atributo primário dos díodos TVS é o tempo de reação para as sobretensões, que
é da ordem de alguns pico segundos, por esta razão estes dispositivos devem ser utilizados
em paralelo com os IGBTs e MOSFETs.
No próximo capítulo são descritas as técnicas para, disparo dos IGBTs em paralelo,
proteção contra sobrecorrentes e equalização de correntes nos IGBTs em paralelo.
25
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
Proteção Rcarga Rc
contra
CC
26
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
As indutâncias acopladas ligadas aos emissores dos IGBTs, enrolados nos sentidos
opostos, Figura 3.1, garantem a simetria da corrente nos IGBTs/ramos em paralelo, devido
à força eletromotriz induzida. Esta força eletromotriz possui o sentido da corrente no
IGBT/ramo em qual a corrente é inferior relativamente aos outros IGBTs/ramos e opõe-se
ao sentido da corrente onde esta é superior relativamente aos outros IGBTs, como explicado
no capítulo 2.
27
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
(3.1)
Ф = ∫ 𝐵 𝑑𝑆
Ф = 𝑆𝐵 (3.2)
O campo magnético criado pelas N espiras enroladas sobre o núcleo produz o fluxo
total descrito pela equação (3.3), onde Ѱ é o fluxo total, Фi é o fluxo produzido por cada
espira.
Ѱ = ∑ Ф𝑖 = 𝑁𝐵𝑆 (3.3)
𝑑Ф 𝑑𝐵 (3.4)
𝑉=𝑁 = 𝑁𝑆 ⇔
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Logo,
(3.5)
⇔ ∫ 𝑉 𝑑𝑡 = 𝑁𝑆𝐵
B (T)
BS 1
Br
2
-H C +H C
3 0 H (A/m)
28
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
B (T)
BS
ΔB
Br
1
+HC H (A/m)
Para garantir a não saturação do núcleo, a densidade do fluxo magnético deve variar
entre os pontos 1 e 2, Figura 3.2.
𝑡𝑂𝑁
(3.6)
∫ 𝑉𝑃 𝑑𝑡 = 𝑁𝑃 𝑆𝛥𝐵
0
𝑉𝑃 𝑡𝑂𝑁 (3.7)
𝑁𝑃 =
𝑆𝛥𝐵
29
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
R carga RC
- +
Vcarga
IC
Circuito de disparo
RG V CE +V
Ci potência
NP : NS -
VC
V Z2
V Z1
R GE
VP VS
V Z3
D1
T r1
RB
Vcomando VCEtjb
Tendo em conta que na porta do IGBT podem existir sobretensões que danificam o
óxido isolante, é necessário colocar um díodo zener, VZ2, para a sua proteção. A tensão do
díodo zener, VZ2, deve ser igual ou inferior à tensão máxima da porta do IGBT e possuir um
valor que permite manter o canal de condução completamente aberto.
Para além destas proteções é colocada uma resistência RG em série com a porta,
cuja função é limitar a corrente de carga e descarga da capacidade de entrada da porta,
bem como o amortecimento do sinal de disparo que é normalmente um escalão de tensão,
que, em virtude do circuito de entrada apresentar indutâncias, Lp, e capacidades, Cp,
1
parasitas, pode oscilar com uma frequência perto da frequência de ressonância . Para
√ 𝐿𝑝×𝐶𝑝
1,41 𝐿𝑝 (3.8)
𝑅𝐺 = √
2 𝐶𝑝
30
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
Vcomando (V)
t ON t(s)
VCEtjb (V)
VC + VZ1 + VD1
VC
V P (V) t(s)
V C - VCEsat
B t(s)
- V Z1 - V D1
Vcarga (V)
V potência - VCE
t(s)
I C (A)
t(s)
Para comandar o circuito aplica-se uma tensão à base do transístor Tr1, Vcomando, cuja
forma de onda é um impulso com duração tON, o transístor Tr1 passa à condução, a tensão
VP aplicada aos terminais do primário de transformador de impulsos, Figura 3.5, vale VP =
VC - VCEsat, onde a VCEsat é a tensão de saturação entre o coletor e o emissor do transístor
Tr1.
31
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
t ON
V P (V)
V C - VCEsat
A
t MAG
0 t(s)
B
- V Z1 - V D1
tDESM
t OFF
Sabendo que para desmagnetizar o núcleo a área B deve ser igual à área A, Figura
3.6, a soma das mesmas representa-se pela equação:
𝐴+𝐵 = 0 (3.9)
Portanto,
𝑡𝑀𝐴𝐺 𝑡𝑀𝐴𝐺+𝑡𝐷𝐸𝑆𝑀
(3.10)
∫ 𝑉𝑃 𝑑𝑡 + ∫ (−𝑉𝑍1 − 𝑉𝐷1 ) 𝑑𝑡 = 0 ⇔
0 𝑡𝑀𝐴𝐺
𝑡𝑀𝐴𝐺 𝑡𝑀𝐴𝐺+𝑡𝐷𝐸𝑆𝑀
(3.11)
⇔∫ 𝑉𝑃 𝑑𝑡 = ∫ (𝑉𝑍1 + 𝑉𝐷1 ) 𝑑𝑡 ⇔
0 𝑡𝑀𝐴𝐺
32
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
Na Figura 3.7 apresentam-se três circuitos de disparo dos IGBTs, com os primários
dos transformadores de impulsos ligados em paralelo. Cada um dos secundários fornece
um sinal de disparo para cada um dos IGBTs, Figura 3.7.
Carga
V Z4
V P2 VS2 R GE2
V Z5
RG3
NP3 :NS3
V Z6
V P3 VS3 R GE3
V Z7
RB
Vcomando T r1
Figura 3.7 - Circuitos de dis paro c om os primários dos transformadores de impuls os ligados em paralelo.
33
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
Na Figura 3.8 apresentam-se três circuitos de disparo dos IGBTs, com os primários
dos transformadores de impulsos ligados em série.
Carga
V Z4
V P2 VS2 R GE2
V Z5
V Z6
V P3 VS3 R GE3
V Z7
RB
Vcomando T r1
Figura 3.8 - Circuitos de dis paro c om os primários os transf ormadores de impuls os ligados em s érie.
A ligação dos primários dos transformadores de impulsos em série, implica o valor da tensão
de cada enrolamento do primário, VP1, VP2 e VP3, valer VC /3. Nesta configuração dos circuitos
de disparo, como na configuração do circuito da Figura 3.7, não existe assincronismo entre
os sinais de disparo aplicados às portas dos IGBTs.
34
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
Nos transístores IGBT, quanto maior for a corrente IC, maior será a queda de tensão
VCE. Na Figura 3.9 apresentam-se as curvas características para as temperaturas de junção
de 25 ºC e 150 ºC do IGBT (do tipo NPT) utilizado neste trabalho.
Figura 3.9 - As c urvas c aracterístic as do IGBT SKW 15N120 para as temperaturas de 25ºC e de 150ºC
[5].
A partir da Figura 3.9 verifica-se que o valor da queda de tensão entre o coletor e o
emissor VCE depende da corrente IC, que passa no IGBT, e que o valor da corrente IC
depende da tensão aplicada à porta. Tendo em conta esta dependência conclui-se que,
medindo a queda de tensão VCE é possível detetar as sobrecorrentes e limitá-las através da
tensão aplicada à porta. Sendo assim, definiu-se que o circuito de proteção deve detetar as
sobrecorrentes e atuar de maneira a limitar a tensão aplicada à porta do IGBT,
estrangulando assim o canal de condução durante toda a largura do impulso, o que por sua
vez limitará a sobrecorrente detetada.
35
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
R2
VO (V) VCC
VCC
R1
Vi +
Vd VO
Vref - VTL Vref VTH Vi (V)
VCC
VCC
a) b)
Figura 3.10 - a) Comparador c om histeres e não invers or; b) Carac terístic a do c omparador c om histeres e
não invers or .
Caso o valor da tensão de entrada Vi for superior ao valor da tensão de limiar VTH, a
tensão diferencial Vd será maior que zero (Vd > 0), obtendo-se na saída do comparador, a
tensão de saturação +VCC.
Caso contrário, quando o valor da tensão de entrada Vi for inferior ao valor da tensão
de limiar VTL, a tensão diferencial Vd será menor que zero (Vd < 0), obtendo-se, na saída do
comparador a tensão de saturação -VCC.
𝑅1 𝑅2 (3.13)
𝑉𝐶𝐶 + 𝑉 − 𝑉𝑟𝑒𝑓 < 0
𝑅1 + 𝑅2 𝑅1 + 𝑅2 𝑖
𝑅1 𝑅2 (3.14)
(−𝑉𝐶𝐶 ) + 𝑉 − 𝑉𝑟𝑒𝑓 > 0
𝑅1 + 𝑅2 𝑅1 + 𝑅2 𝑖
36
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
Curto - Circuito
Rcarga RC
RD DD IC
Ca VCa VDD
RG VCE
N P :N S
VC
V Z2 +
V Z1 R2 Ci Vpotência
-
V Z3
VP VS
D1
+VCC D2 VD2 R GE
R1 Tr2
+ Rb V Z4
VCEtjb
RB V ref -
T r1 -VCC
Vcomando
Figura 3.11 - Circ uito de disparo do IGBT c om o circuito de proteç ão c ontra s obrec orrentes inc orporado
e a parte da potência.
Vo (V)
+VCC
-VCC
VTL Vref VTH Vi (V)
37
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
Vcomando (V)
t ON t(s)
V S (V)
VZ2
t(s)
I C (A)
VTH VD + VCE
D
VTL
t(s)
VO (V)
+VCC
t(s)
No circuito da Figura 3.11, a tensão VCE é medida através de um díodo rápido DD,
que possui uma queda de tensão VDD. Sendo assim, a tensão medida pelo comparador VCa
é a soma da queda de tensão do díodo VDD com queda da tensão entre o coletor e o emissor
do IGBT (VCE), como se mostra pela equação (3.15).
38
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
tensão do díodo D2 (VD2) e a queda de tensão entre coletor e emissor (VCEtjb) do transístor
Tr2, o que por sua vez estrangula o canal de condução do IGBT, limitando assim a
sobrecorrente, Figura 3.13, o que por sua vez limita a sobretensão causada pela indutância
parasita equivalente na passagem ao corte do IGBT. Quando a tensão VCa for inferior à
tensão VTL, a tensão à saída do comparador é zero, ficando o transístor Tr2 ao corte.
Carga
IRD RD IDD DD
1 kΩ ICa C a VCa
VDD
RG VCE
VC 10 Ω
V Z3
R GE
V Z1
VCa (V)
VCE+VD D
t (s)
39
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
VCa (V)
VCE+VD D
t (s)
VCa (V)
VTH
VTL
t (s)
40
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
V Z1 V Z2 V Zn
R2
D
R1
Vi + Rb
Tr
V ref -
Emissor
41
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
As indutâncias acopladas podem ser ligadas aos coletores ou aos emissores dos
IGBTs, Figura 3.19.
a) b)
Figura 3.19 - a) Indutânc ias ac opladas ligadas aos emiss ores dos IGBTs. b) Indutâncias ac opladas
ligadas aos c oletores dos IGBTs.
Deste modo será obtida a simetria de correntes nos IGBTs em paralelo, como foi descrito
no ponto 2.4.2.
I C (A)
I C1
ΔI C
I C2
I carga = I C1 + I C2 ΔVCE
VGE1 =V GE2
V CE1 V CE2 V CEsat (V)
Figura 3.20 - Dif erenç a nas c arac terístic as de tens ão e c orrente de dois IGBTs.
42
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
correntes. O que origina, quando os dispositivos estão em paralelo que para a mesma
tensão emissor-coletor resultam correntes diferentes nos IGBTs.
IT
I C1 I C2
VCE1 VCE2
IGBT1 IGBT2
VT
1:1
-
+ L1
V1 LM IM V2
- L2 +
Figura 3.21 - Utilizaç ão das indutânc i as ac opladas para o equilíbrio de c orrentes nos IGBTs em paralelo
[6].
𝑉𝑇 = 𝑉𝐶𝐸1 + 𝑉1 (3.16)
𝑉𝑇 = 𝑉𝐶𝐸2 − 𝑉2 (3.17)
logo,
(3.19)
𝑉𝑇 = 𝑉𝑇 ⇒ 𝑉1 + 𝑉𝐶𝐸1 = −𝑉2 + 𝑉𝐶𝐸2 ⇔ 𝑉1 + 𝑉2 = 𝑉𝐶𝐸2 − 𝑉𝐶𝐸1
43
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
Sabendo que V1 + V2 = VCE2 - VCE1, o valor das tensões nas indutâncias, L1 e L2, é calculado
a partir da equação (3.20) [6].
portanto,
𝑉1 ∆𝑡 (3.23)
∆𝐼𝑀 =
𝐿𝑀
seguidamente,
𝑉1 𝑡𝑂𝑁 (3.24)
𝐼𝑀 =
𝐿𝑀
Substituindo o valor da tensão V1, equação (3.20), na equação (3.24) obtém-se a equação
(3.25).
A equação (3.25) pode ser escrita em função da diferença entre a maior e menor
quedas de tensão dos IGBTs.
44
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
µ µ𝑂 𝑁 2 𝑆 (3.27)
𝐿𝑀 =
𝑙𝑒
𝐿𝑀 = 𝐴𝐿 𝑁 2 (3.28)
IT
IS
1:1 1:1 1:1 VT
- - -
+ + +
Figura 3.22 – Exemplo de ligaç ão de indutâncias ac opladas aos três IGBTs em paralelo.
Sabe-se que,
𝑁𝑆 (3.30)
𝑉𝑃1 + 𝑉𝑃2 + 𝑉𝑃3 = (𝑉 + 𝑉𝑆2 + 𝑉𝑆3 ) = 0
𝑁𝑃 𝑆1
Portanto,
45
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
onde,
Neste caso, a partir das equações (3.32) e (3.33), a tensão VP1 será, VP1 = VS1 = -
VS2 - VS3, Figura 3.23.
IC1
VCE1
IGBT1
IS
1:1
+
+
-
-
-
+
VS2 VS3
VP1 L M IM VS1
+
-
Portanto, neste caso (quando VCE1 > VCE2, VCE1 > VCE3 e VCE2 = VCE3), VS2 = VS3= - ½VS1,
sabendo que VP1 = VS1, segue, VS2 = VS3 = - ½VP1. Devido à relação de transformação ser
1:1, sabe-se que VS2 = VS3 = VP2 = VP3 = - ½VP1.
2 (3.35)
𝑉𝑃1 = (𝑉𝐶𝐸1 − 𝑉𝐶𝐸3 )
3
𝑉𝐶𝐸1 + 2𝑉𝐶𝐸3
𝑉𝑇 =
3
{ 𝑉𝐶𝐸2 = 𝑉𝐶𝐸3
46
CAPÍTULO 3 – IGBTS EM PARALELO
onde, VCE3 = VCE2. Portanto, a equação (3.39) pode ser escrita de outra forma:
Para o cálculo do valor das indutâncias necessário para equilíbrio de correntes, nos
IGBTs em paralelo, deve-se medir as quedas de tensão de condução dos mesmos,
selecionando dois valores com maior discrepância (pior caso) e atribuir o valor de desvio
máximo admissível de corrente IM.
47
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Segundo o ciclo histerético, Figura 4.1, do núcleo utilizado, para evitar a saturação
deste, utilizou-se o valor de variação da densidade de fluxo magnético de 150 mT. Depois
de ser efetuada a primeira magnetização, o núcleo ficará com o magnetismo remanescente
de 100 mT, sendo assim a densidade do fluxo varia entre 100 mT e 250 mT garantindo a
não saturação do mesmo.
𝑉𝑝 × 𝑡𝑂𝑁 15 × 10 × 10−6
𝑁𝑃 = = ≈ 18 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎𝑠
𝑆×𝐵 55,9 × 10−6 × 0,15
48
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
VC 1:1
+15 V
V Z1
1 kΩ R1
5,1 V VP VS
D1
RB
Vcomando T r1
+5 V 1 kΩ
49
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Figura 4.3 - A c urva do sinal de c omando, V c o ma n d o , e a curva do impuls o no s ec undário do transf ormador
de impuls os, V S .
50
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
R carga RC
- 10 Ω + 100 Ω
Vcarga
IC
Circuito de disparo
RG VCE Ci + Vpotência
1:1 7 µF - 100 V
VC
10 Ω
+15 V V Z2 18 V
V Z1
1 kΩ R GE
5,1 V VP VS
V Z3 9,1 V
D1
RB
Vcomando T r1
+5 V 1 kΩ
Tendo em conta que na porta do IGBT podem existir sobretensões que danificam o
óxido isolante e que a tensão máxima de comando aplicada à porta do IGBT não pode
ultrapassar 20 V, colocou-se um díodo zener com a tensão VZ de 18 V à porta do IGBT.
51
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Figura 4.5 - a) Sinal na porta do IGBT. b) T ens ão na c arga (curva vermelha , 10 V/div.) e a c orrente na
carga (c urva verde, 10 A/div.).
52
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Para o disparo de dois IGBTs em paralelo simularam-se dois circuitos, da Figura 4.7
e da Figura 4.9, onde os primários dos transformadores de impulso encontram-se ligados
em paralelo e em série respetivamente.
10 Ω 100 Ω
Circuitos de disparo
RG2
1:1 10 Ω
V Z4 18 V
R GE2
V P2 VS2 1 kΩ
V Z5 9,1 V
RB
Vcomando T r1
+5 V 1 kΩ
Figura 4.7 - Dis paro de dois IG BTs em paralelo, utilizando os transf ormadores de impuls os c om os
primários ligados em paralelo.
Na Figura 4.8 apresentam-se as curvas das tensões aplicadas às portas dos IGBTs
da Figura 4.7.
53
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
R carga RC
10 Ω 100 Ω
Circuitos de disparo
R GE1
V P1 VS1 1 kΩ
V Z3 9,1 V
V Z1
5,1 V
RG2
D1 1:2 10 Ω
V Z4 18 V
R GE2
V P2 VS2 1 kΩ
V Z5 9,1 V
RB
Vcomando T r1
+5 V 1 kΩ
Figura 4.9 - Dis paro de dois IG BTs em paralelo, c om os primários dos transf ormadores de impuls os
ligados em s érie.
Neste circuito, como no circuito da Figura 4.7, a tensão de alimentação dos primários de
transformadores de impulsos, VC, é de 15 V. Como os primários estão ligados em série, as
quedas de tensão, em cada dos primários, VP1 e VP2, é de 7,5 V, por isso, o valor da tensão
VP utilizado na equação (3.7) é de 7,5V.
Logo, cada primário possui 9 espiras. Tendo em conta que a amplitude do impulso
aplicado às portas dos IGBTs deve ser de próxima dos 15 V e a queda de tensão em cada
um dos primários quando o transístor Tr1 se encontra à condução é de 7,5 V, a relação de
transformação do transformador de impulsos neste caso deve ser de 1:2. Tendo a relação
54
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Figura 4.10 - a) Curva de tens ão da porta do IGBT 1 ; b) Curva de tens ão da porta do IGBT 2 .
A partir dos resultados da simulação verifica-se que as curvas medidas nas portas
dos IGBTs são completamente idênticas e as partes positivas das curvas possuem as
amplitudes bastante próximas dos 15 V, que é necessário para colocar os IGBTs à
condução.
55
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
100%
90%
80%
70%
60% 63% × Vca
Vca (%)
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0 1 2 3 4 5
Constante de tempo (τ)
56
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
R carga RC
10 Ω 100 Ω
RD DD
IC
1 kΩ Ca V Ca
0,2 nF
RG VCE Ci + Vpotência
1:1 7 µF - 100 V
VC
10 Ω
+15 V V Z3 18 V
V Z1
5,1 V 1 kΩ R GE
VP VS
V Z4 9,1 V
D1
RB
Vcomando T r1
1 kΩ
+5 V
Figura 4.12 - Circ uito de disparo do IGBT c om a malha para mediç ão da tens ão V CE .
Segundo o resultado da Figura 4.13, nota-se que a amplitude do primeiro pico de tensão é
de 6 V, o valor utilizado como o valor de limite superior da histerese do comparador será
igual a 7 V, para ter uma margem de segurança de modo evitar os disparos indevidos. Deste
modo torna-se possível calcular o tempo após o qual o circuito de proteção deteta uma
sobrecorrente, este caso acontece só no início de impulso, quando a tensão VCa é de 0 V.
Sabe-se que a tensão no condensador (VCa) descreve-se pela equação (4.2), onde
a constante de tempo τ é o resultado da equação (4.1).
𝑡
(4.2)
𝑉𝐶𝑎 = 𝑉𝑆 (1 − 𝑒 −𝜏 )
57
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
𝑡 𝑡
−
𝑉𝐶 = 𝑉𝑆 (1 − 𝑒 −𝜏 ) ⇔ 7 = 15 × (1 − 𝑒 200×10−9 ) ⇒ 𝑡 ≈ 126 𝑛𝑠
58
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Vo (V)
+VCC
-VCC
1V 4V 7V Vi (V)
VTL Vref VTH
R2 D1
R3 D2
R1
V Ca +
VO
V ref -
Neste circuito existem duas retroações que definem as fronteiras da histerese. A passagem
da tensão VO de 0 V para +15 V, quando a tensão da entrada é superior à tensão 7 V, define-
se pela retroação da resistência R3. A passagem da tensão VO de +15 V para 0 V, quando
a tensão da entrada é inferior a 1 V, define-se pela retroação da resistência R2.
59
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Logo:
𝑉𝑑 < 0 ⇔
𝑅1 𝑅2
⇔ (𝑉0 − 𝑉𝐷 ) + 𝑉 − 𝑉𝑟𝑒𝑓 < 0 ⇔
𝑅1 + 𝑅2 𝑅1 + 𝑅2 𝐶𝑎
𝑅1 𝑅2
⇔ × (15 − 0,7) + ×1−4<0 ⇔
𝑅1 + 𝑅2 𝑅1 + 𝑅2
⇔ 𝑅2 = 3,4 × 𝑅1
𝑉𝑑 > 0 ⇔
𝑅1 𝑅3
⇔ (𝑉𝐷 ) + 𝑉 − 𝑉𝑟𝑒𝑓 > 0 ⇔
𝑅1 + 𝑅3 𝑅1 + 𝑅3 𝐶𝑎
𝑅1 𝑅3
⇔ × 0,7 + ×7−4> 0 ⇔
𝑅1 + 𝑅3 𝑅1 + 𝑅3
⇔ 𝑅3 = 1,1 × 𝑅1
60
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Porta
V Z2
R2 3,4 kΩ D1 6,2 V
R3 1,1 kΩ D2 D3
R1
V Ca + Rb
1 kΩ T r2
V ref - 3,3 kΩ
4V
Emissor
Para que seja possível adaptar os limites da histerese, VTL e VTH e(Figura 4.14)
devem ser utilizados os potenciómetros ao invés das resistências R2 e R3.
t = 12 µs
Rcarga RC
10 Ω 100 Ω
RD DD IC
1 kΩ Ca VCa
0,2 nF
RG 10 Ω VCE
VC 1:1
+15 V R2 3,4 kΩ D1 V Z2 Ci V
+ potência
V Z1 6,2 V 7 µF - 100 V
5,1 V R3 1,1 kΩ V Z3 18 V
D2
D1 R GE
V CC 1 kΩ
D3 1 kΩ
R1 5
+ Rb V Z4 9,1 V
2 7
1 kΩ LM311 T r2
RB V ref -
3 3,3 kΩ
Vcomando T r1 4V 4 1
+5 V 1 kΩ
Figura 4.17 - Circ uito de disparo do IGBT c om circ uito resultante de proteç ão c ontra s obrec orrentes
inc orporado.
61
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Como a tensão VCa, da Figura 4.18 b), na passagem do IGBT à condução não ultrapassou
o limite superior da histerese do comparador, 7 V, a tensão da saída do comparador é igual
a 0 V, durante o tempo de condução do IGBT, de 10 µs a 20 µs, Figura 4.19. O pico positivo
na saída do comparador aparece quando este deteta o segundo pico da tensão VCa, cujo
valor é superior ao limite mais alto da histerese do comparador, Figura 4.19.
62
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Na Figura 4.20 apresentam-se duas curvas, a curva laranja é a tensão entre a porta
e o emissor do IGBT e a curva azul é a corrente que passa no IGBT. A representação da
curva da corrente ao pormenor encontra-se na Figura 4.20 b).
63
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
A tensão à saída do comparador, VO, coloca o transístor Tr2 à condução. Estando o transístor
Tr2 à condução, o ânodo do díodo zener VZ2 fica ligado à massa. Deste modo, a tensão da
porta do IGBT passa para um valor de aproximadamente de 7 V devido à soma da queda
de tensão do díodo D3 e do transístor Tr2 com a tensão do díodo zener VZ2, Figura 4.23.
64
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
O circuito da Figura 4.24 não possui as indutâncias acopladas ligadas em série com
os IGBTs. Este circuito tem como objetivo apresentar um possível desequilíbrio de correntes
nos IGBTs em paralelo.
R carga RC
IGBT 1 IGBT 2
VGE1 = VGE2 = 15 V
Rd
t ON =10 µs 0,1 Ω
Na Figura 4.25 apresentam-se as formas de onda de correntes, IC1 e IC2, obtidas a partir da
simulação do circuito da Figura 4.24.
Figura 4.25 - a) Curva da c orrente IC1 do IGBT 1 (curva laranja) e curva da c orrente I C2 do IGBT 2 (curva
azul); b) Dif erenç a de quedas de tens ão, V CE2 -V CE1 .
65
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Como se pode verificar a partir dos resultados obtidos, a curva da corrente que flui
através do IGBT1 possui amplitude mais baixa do que a curva da corrente do IGBT 2, o que
era expectável neste caso.
Para calcular o valor das indutâncias utiliza-se a equação (3.26). Admitindo o valor
de diferença de correntes (ICE1 e ICE2) IM, igual 0,1 A, e utilizando o valor de diferença de
quedas de tensão (VCE1 e VCE2) igual a 0,45 V, Figura 4.25 b), obtém-se:
𝐿𝑀 22,5 × 10−6
𝐿𝑀 = 𝐴𝐿 𝑁 2 ⇒ 𝑁 = √ =√ ≈ 2 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎𝑠
𝐴𝐿 6420 × 10−9
R carga RC
IGBT 1 IGBT 2
VCE1 VCE2
VGE1 VGE2
Ci + Vpotência
VGE1 = VGE2 = 15 V 7 µF - 100 V
Rd
t ON =10 µs 0,1 Ω
1:1
L1
2 2
espiras espiras
L2
Figura 4.26 - Dois IGBTs em paralelo, indutânc ias ac opladas ligadas aos emiss ores .
66
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Figura 4.27 - a) Curva da c orrente IC1 do IGBT 1 (curva laranja) e curva da c orrente I C2 do IGBT 2 (curva
azul). b) Dif erenç a de c orrentes IC2 e I C1 (IC2 -I C1 ).
Como se verifica a partir da Figura 4.27 a), as correntes IC1 e IC2 apresentam as
formas de onda bastante idênticas, cujas amplitudes são muito próximas. Também se
verifica que a diferença entre as correntes, IC2 - IC1, não é superior a 0,1 A, Figura 4.27 b).
Visto que os sinais aplicados às portas dos IGBTs (tensões VGE) obtidos nas
simulações dos circuitos de disparo, com os primários dos transformadores de impulsos em
paralelo e em série, ponto 4.2.2, apresentam resultados praticamente iguais, para as
simulações neste ponto escolheu-se o circuito com os primários em paralelo. Utilizando os
transformadores de impulsos com a relação de transformação de 1:1 também se reduz a
influência das capacidades parasitas sobre o sinal de disparo dos IGBTs, ponto 4.6.3.
67
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Curto - Circuito
t = 12 µs
R carga RC
VCa 10 Ω 100 Ω
RD1 DD
IC1 IC2
2 kΩ Ca
0,2 nF
IGBT1 IGBT2
Porta 1
RG1 VCE1 VCE2 Ci + Vpotência
1:1 7 µF - 100 V
VC 10 Ω
+15 V V Z2
18 V Rd 0,1 Ω
V Z1 R GE1
RD2
5,1 V V VS1
P1 2 kΩ 1 kΩ
D1 V Z3 L1 L2
9,1 V
2 espiras 2 espiras
Para que cada secundário contribua para a carga do condensador Ca, utilizaram-se
as resistências, RD de 2 kΩ, para manter a constante de tempo, τ (ponto 4.3.1), igual a 200
ns.
Na Figura 4.29 apresentam-se as curvas dos sinais aplicados às portas dos IGBTs,
VGE1 e VGE2, e das correntes, IC1 e IC2, obtidas na simulação do circuito da Figura 4.28 em
regime de funcionamento normal.
Figura 4.29 - a) Sinais de disparo do IGBT 1 (curva laranja) e do IGBT 2 (curva azul). b) Curva da c orrente
IC1 do IG BT 1 (curva laranja) e curva da c orrente IC2 do IGBT 2 (curva azul).
68
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Na Figura 4.30 apresentam-se as curvas dos sinais aplicados às portas dos IGBTs,
VGE1 e VGE2, e das correntes, IC1 e IC2, obtidas na simulação, do circuito da Figura 4.28, com
ocorrência de um curto-circuito na carga no instante t = 12 µs.
Figura 4.30 - a) Sinais de disparo do IGBT 1 (curva laranja) e do IGBT 2 (curva azul). b) Curva da c orrente
IC1 do IG BT 1 (curva laranja) e curva da c orrente IC2 do IGBT 2 (curva azul).
69
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Curto - Circuito
t = 12 µs
R carga RC
2 2
10 Ω 100 Ω
espiras espiras
L1 L2
VCa
RD1 DD IC1 IC2
2 kΩ Ca
0,2 nF IGBT1 IGBT2
Porta 1
RG1 VCE1 VCE2 Ci + Vpotência
1:1 7 µF - 100 V
VC 10 Ω V Z2
+15 V
V Z1 18 V
RD2
5,1 V V P1 VS1 2 kΩ
R GE1 Rd 0,1 Ω
1 kΩ
D1 V Z3
9,1 V
Na Figura 4.32 apresentam-se as curvas dos sinais aplicados às portas dos IGBTs,
VGE1 e VGE2, e das correntes, IC1 e IC2, obtidas na simulação do circuito da Figura 4.28 em
regime de funcionamento normal (sem curto-circuito na carga).
Figura 4.32 - a) Sinais de disparo do IGBT 1 (curva laranja) e do IGBT 2 (curva azul). b) Curva da c orrente
IC1 do IG BT 1 (curva laranja) e curva da c orrente IC2 do IGBT 2 (curva azul).
70
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Na Figura 4.33 apresentam-se as curvas dos sinais aplicados às portas dos IGBTs,
VGE1 e VGE2 e na Figura 4.34 apresentam-se as formas de onda das correntes IC1 e IC2. Estes
resultados obtiveram-se a partir da simulação, do circuito da Figura 4.31, com ocorrência de
um curto-circuito na carga no instante t = 12 µs.
Figura 4.33 - Sinais de disparo do IGBT 1 (curva laranja) e do IGBT 2 (curva azul), s obrepostos.
71
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Na Figura 4.35 apresenta-se a influência nas tensões, VL, das indutâncias ligadas
aos emissores dos IGBTs sobre as tensões VGE dos mesmos.
IC1 IC2
R G1 VCE1 R VCE2
G2
Figura 4.35 - Influência das indutânc ias nas tens ões V GE dos IGBTs.
72
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
a) b)
Figura 4.36 - a) Impuls o gerado pelo microc ontrolador PIC 18f2331. b) T ens ão no s ec undário do
transformador de impuls os.
73
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Analisando o sinal obtido (Figura 4.38) é possível verificar que com a resistência da
porta, RG, de 20 Ω, as oscilações do sinal de disparo do IGBT reduziram-se
significativamente. Portanto, neste trabalho todos os ensaios experimentais serão feitos com
as resistências da porta, RG, de 20 Ω.
74
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Para verificar o disparo do IGBT, com o sinal de disparo da Figura 4.38 mediram-se
as curvas da corrente Ic, curva verde (0,1 V/ 1 A), e da tensão Vcarga, curva vermelha (50
V/div.), Figura 4.39, do circuito da Figura 4.4.
a) b)
Figura 4.39 - a) T ens ão na c arga e a c orrente na c arga b) T ens ão na c arga e ampliaç ão da c orrente na
carga.
a) b)
Figura 4.40 - a) Sinal de disparo dos IGBTs. b) Ampliaç ão dos sinais de dis paro dos IGBTs.
75
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
a) b)
Figura 4.41 - a) Sinal de disparo dos IGBTs. b) Ampliaç ão dos sinais de dis paro dos IGBTs.
A partir dos resultados obtidos, da Figura 4.40 e da Figura 4.41, conclui-se que, ao
utilizar os primários dos transformadores de impulsos ligados em paralelo, obtém-se uma
melhor forma de onda dos sinais de disparo, visto que com uma relação de transformação
de 1:1, como neste caso, reduz-se a capacidade parasita entre as espiras do transformador,
reduzindo as oscilações indesejáveis. Por este motivo, a configuração dos primários dos
transformadores de impulsos utilizada neste trabalho será em paralelo.
76
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
a) b)
Figura 4.43 - a) Curva de tens ão V Ca , medida pelo c omparador. b) Curva de tens ão V Ca , medida pelo
comparador e curva de tens ão V O , na s aída do c omparador.
77
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
a) b)
Figura 4.44 - a) Curva do sinal de disparo do IGBT e curva da c orrente I C (0,1 V/ 1 A ). b) Curva da
tens ão V Ca e c urva da tens ão da s aída do c omparador , V O .
78
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
Curto - Circuito
t = 2 µs
R carga RC
VCa 10 Ω 100 Ω
RD1 DD
IC1 IC2
2 kΩ Ca
0,2 nF
IGBT1 IGBT2
Porta 1
RG1 VCE1 VCE2 Ci + Vpotência
1:1 7 µF - 100 V
VC 10 Ω
+15 V V Z2
V Z1 18 V
RD2 R GE1
5,1 V V VS1
P1 2 kΩ 1 kΩ
D1 V Z3
9,1 V
Porta 2
RG2
1:1 10 Ω
V Z4 18 V
R GE2
V P2 VS2 1 kΩ
V Z5 9,1 V
RB T r1
Vcomando 2n2219A Porta 1 Porta 2
+5 V 1 kΩ
R2 3,4 kΩ V Z2 V Z3
D1 6,2 V 6,2 V
R3 1,1 kΩ D2
V CC 1 kΩ
D3
R1 5
V Ca + Rb T r2
2 7
1 kΩ LM311
V ref - 2n2219A
3
4 1 3,3 kΩ
4V
Figura 4.45 - Circ uito experimental c om dois IGBTs em paralelo c om proteç ão c ontra s obrec orrentes .
79
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
a) b)
a) b)
80
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
a) b)
Figura 4.48 - a) Curva da c orrente IC1 do IGBT 1 (0,1 V/ 1 A). b) Curva da c orrente IC2 do IGBT 2 (0,1 V/ 1
A).
81
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
a) b)
Como se pode verificar a partir dos resultados da Figura 4.49, os sinais de disparo
dos IGBTs e as curvas de corrente são praticamente iguais, à semelhança dos resultados
obtidos na Figura 4.46.
82
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
a) b)
Analisando a Figura 4.50 é possível verificar que a amplitude dos sinais de disparo
dos IGBTs na ocorrência do curto-circuito é limitada, passando para o valor
aproximadamente de 7 V.
a) b)
Figura 4.51 - a) Curva da c orrente IC1 do IGBT 1 (0,1 V/ 1 A). b) Curva da c orrente IC2 do IGBT 2 (0,1 V/ 1
A).
83
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
resultados da Figura 4.48, verifica-se que a presença das indutâncias acopladas, ligadas
aos emissores dos IGBTs, aumentou o tempo de decrescimento de correntes IC1 e IC2.
a) b)
a) b)
Figura 4.53 - a) Curva do sinal da porta do IGBT 1 . b) Curva da c orrente IC1 do IGBT 1 (0,1 V/ 1 A ).
84
CAPÍTULO 4 – CIRCUITO COM DOIS IGBTS EM PARALELO
a) b)
Figura 4.54 - a) Curva do sinal da porta do IGBT 2 . b) Curva da c orrente IC1 do IGBT 2 (0,1 V/ 1 A ).
85
CAPÍTULO 5 – CIRCUITO COM TRÊS IGBTS EM PARALELO
R carga
5Ω RC
VCa
RD1 DD 10 Ω
I carga
1 kΩ V Ca Ca
0,68 nF I C1 I C2 I C3
IGBT1 IGBT2 IGBT3
Ci + Vpotência
Porta 1
100 µF - 500 V
RG1 VCE1 VCE2 VCE3
VC 1:1
+15 V V Z1 20 Ω V Z2 18 V
5,1 V RD2 R GE1
V P1 VS1 L1 L2 L3 L4 L5 L6
1 kΩ 1 kΩ V Z3
D1 9,1 V
Porta 2
RG2
1:1
20 Ω V Z4 18 V
RD3 R GE2
V P2 VS2
1 kΩ 1 kΩ V Z5 9,1 V
Porta 3
RG3
1:1
20 Ω V Z6 18 V
R GE3
V P3 VS3
1 kΩ V Z7 9,1 V
RB T r1
Vcomando Porta 1 Porta 2 Porta 3
2n2219A
+5 V 1 kΩ
R2 1,6 kΩ V Z2 V Z3 V Z4
D1 6,2 V 6,2 V 6,2 V
R3 1 kΩ D2
VCC 1 kΩ
D3
R1 5
V Ca + Rb T r2
2 7
1 kΩ LM311
V ref - 2n2219A
3
4 1 3,3 kΩ
6V
Para o circuito da Figura 5.1, admitiu-se a corrente da carga, Icarga, de 100 A, a fonte
de alimentação, Vpotência, de 500 V, portanto, a resistência de carga, Rcarga, é de 5 Ω. Sendo
assim, as correntes que atravessam os IGBTs, IC1, IC2 e IC3 são aproximadamente de 33 A.
A duração dos sinais aplicados às portas dos IGBTs, tON, manteve-se igual a 10 µs.
86
CAPÍTULO 5 – CIRCUITO COM TRÊS IGBTS EM PARALELO
R carga RC
5Ω 10 Ω
I C1 I C2 I C3
RG2
1:1
20 Ω V Z4 18 V
R GE2
V P2 VS2
1 kΩ V Z5 9,1 V
RG3
1:1
20 Ω V Z6 18 V
R GE3
V P3 VS3
1 kΩ V Z7 9,1 V
RB T r1
Vcomando 2n2219A
+5 V 1 kΩ
Figura 5.2 - Dis paro de três IGBTs em paralelo, c om os primários dos transf ormadores de impuls os
ligados em paralelo.
87
CAPÍTULO 5 – CIRCUITO COM TRÊS IGBTS EM PARALELO
A partir da Figura 5.3 verifica-se que, o sinal de disparo obtido a partir da utilização
dos transformadores de impulsos com os primários ligados em paralelo, possui a amplitude
e a duração bastante próxima da pretendida.
Portanto,
𝐶𝑖 𝑉𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 2 (5.2)
𝐸𝐶𝑖𝑖 =
2
𝑉𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 2 (5.3)
𝐸𝑃 = 𝑡
𝑅𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑜𝑛
88
CAPÍTULO 5 – CIRCUITO COM TRÊS IGBTS EM PARALELO
onde, VCii é a tensão no condensador, Ci, com valor de Vpotência, aplicada à carga no inicio
de impulso e VCif é a tensão no condensador, Cii, que é aplicada à carga no fim de impulso,
Figura 5.4.
VCi (V)
VCii
ΔV
VCif
t ON
t(s)
2 𝑡𝑂𝑁 (5.7)
𝐶𝑖 =
𝑅𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 (1 − Δ𝑉 2 )
2 𝑡𝑂𝑁 (5.9)
𝐶𝑖 ≥
𝑅𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 (1 − Δ𝑉 2 )
2 × 10 × 10−6 (5.10)
𝐶𝑖 ≥ ≈ 41 µ𝐹
5 × (1 − 0,952 )
Logo, o valor da capacidade do condensador, Ci, deve ser maior ou igual a 41 µF. Portanto,
o valor da capacidade do condensador, Ci, escolhido é de 100 µF.
89
CAPÍTULO 5 – CIRCUITO COM TRÊS IGBTS EM PARALELO
R carga RC
VCa
RD1 DD 5Ω 10 Ω
I C1 I C2 I C3
1 kΩ V Ca Ca
0,68 nF
IGBT1 IGBT2 IGBT3
Ci + Vpotência
100 µF - 500 V
RG1 VCE1 VCE2 VCE3
VC 1:1
+15 V V Z1 20 Ω V Z2 18 V
5,1 V RD2 R GE1
V P1 VS1
1 kΩ 1 kΩ V Z3
D1 9,1 V
RG2
1:1
20 Ω V Z4 18 V
RD3 R GE2
V P2 VS2
1 kΩ 1 kΩ V Z5 9,1 V
RG3
1:1
20 Ω V Z6 18 V
R GE3
V P3 VS3
1 kΩ V Z7 9,1 V
RB T r1
Vcomando 2n2219A
+5 V 1 kΩ
De forma a manter a constante de tempo, τ, mais próxima possível dos 200 ns, ponto
4.3.1, utilizaram-se as resistências, RD1, RD2, e RD3, de 1 kΩ e o condensador Ca de 0,68 nF.
90
CAPÍTULO 5 – CIRCUITO COM TRÊS IGBTS EM PARALELO
Vo (V)
+VCC Porta 1 Porta 2 Porta 3
R2 1,6 kΩ V Z2 V Z3 V Z4
D1 6,2 V 6,2 V 6,2 V
R3 1 kΩ D2
VCC 1 kΩ
D3
R1 5
V Ca + Rb T r2
2 7
1 kΩ LM311
V ref - 2n2219A
3
4 1 3,3 kΩ
6V
-VCC
1V 6 V 11 V V Ca (V)
VTL Vref VTH
a) b)
Figura 5.7 - a) Carac terístic a do c omparador do circuito de proteç ão c ontra s obrec orrentes. b)Circ uito de
proteç ão c ontra s obrec orrentes.
⇒ 𝐿𝑀 ≈ 6,67 µ𝐻
⇒ 𝑁 ≈ 1 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎
91
CAPÍTULO 5 – CIRCUITO COM TRÊS IGBTS EM PARALELO
R carga
5Ω RC
VCa
RD1 DD 10 Ω
I C1 I C2 I C3 I carga
1 kΩ V Ca Ca R d1 R d2
0,68 nF 0,015 Ω 0,0075 Ω
Ci + Vpotência
IGBT1 IGBT2 IGBT3 100 µF - 500 V
Porta 1
RG1 VCE1 VCE2 VCE3
VC 1:1
+15 V V Z1 20 Ω V Z2 18 V
5,1 V RD2 R GE1
V P1 VS1 L1 L2 L3 L4 L5 L6
1 kΩ 1 kΩ V Z3
D1 9,1 V
Porta 2
RG2
1:1
20 Ω V Z4 18 V
RD3 R GE2
V P2 VS2
1 kΩ 1 kΩ V Z5 9,1 V
Porta 3
RG3
1:1
20 Ω V Z6 18 V
R GE3
V P3 VS3
1 kΩ V Z7 9,1 V
RB T r1
Vcomando Porta 1 Porta 2 Porta 3
2n2219A
+5 V 1 kΩ
R2 1,6 kΩ V Z2 V Z3 V Z4
D1 6,2 V 6,2 V 6,2 V
R3 1 kΩ D2
V CC 1 kΩ
D3
R1 5
V Ca + Rb T r2
2 7
1 kΩ LM311
V ref - 2n2219A
3
4 1 3,3 kΩ
6V
92
CAPÍTULO 5 – CIRCUITO COM TRÊS IGBTS EM PARALELO
Figura 5.9 - a) Sinal aplic ado à porta do IGBT 1 . b) Curvas de c orrentes I C1 (laranja), IC2 (azul) e I C3
(vermelha).
A partir da Figura 5.9 b), verifica-se um desequilíbrio de correntes, IC1, IC2 e IC3, dos
IGBTs considerável, provocado pelas resistências Rd1 e Rd2, do circuito da Figura 5.8. A
diferença de correntes é, IC3 - IC1 ≈ 5 A, IC3 - IC2 ≈ 2,5 A e IC2 - IC1 ≈ 2,5 A.
Figura 5.10 - a) Sinal aplic ado à porta do IGBT 1 . b) Curvas de c orrentes IC1 (laranja), I C2 (azul) e IC3
(vermelha).
93
CAPÍTULO 5 – CIRCUITO COM TRÊS IGBTS EM PARALELO
Figura 5.11 - a) Sinal aplic ado à porta do IGBT 1 . b) Curvas de c orrentes IC1 (laranja), I C2 (azul) e IC3
(vermelha).
Também se verifica que as curvas de correntes, IC1, IC2 e IC3, Figura 5.11 b) são
praticamente sobrepostas, o que mais uma vez valida o funcionamento de indutâncias, L1 -
L6, acopladas magneticamente, utilizadas para equilíbrio de correntes.
94
CAPÍTULO 5 – CIRCUITO COM TRÊS IGBTS EM PARALELO
R carga
10 Ω RC
VCa
RD1 DD 10 Ω
I C1 I C2 I C3 I carga
1 kΩ V Ca Ca
0,68 nF
Ci + Vpotência
IGBT1 IGBT2 IGBT3 100 µF - 100 V
Porta 1
RG1 VCE1 VCE2 VCE3
VC 1:1
+15 V V Z1 20 Ω V Z2 18 V
5,1 V RD2 R GE1
V P1 VS1 L1 L2 L3 L4 L5 L6
1 kΩ 1 kΩ V Z3
D1 9,1 V
Porta 2
RG2
1:1
20 Ω V Z4 18 V
RD3 R GE2
V P2 VS2
1 kΩ 1 kΩ V Z5 9,1 V
Porta 3
RG3
1:1
20 Ω V Z6 18 V
R GE3
V P3 VS3
1 kΩ V Z7 9,1 V
RB T r1
Vcomando Porta 1 Porta 2 Porta 3
2n2219A
+5 V 1 kΩ
R2 3,4 kΩ V Z2 V Z3 V Z4
D1 6,2 V 6,2 V 6,2 V
R3 1,1 kΩ D2
V CC 1 kΩ
D3
R1 5
V Ca + Rb T r2
2 7
1 kΩ LM311
V ref - 2n2219A
3
4 1 3,3 kΩ
4V
95
CAPÍTULO 5 – CIRCUITO COM TRÊS IGBTS EM PARALELO
a) b)
Figura 5.13 - a) Curva do sinal de disparo do IG BT e curva da c orrente I C (0,1 V/ 1 A). b) Curva da
tens ão V Ca e c urva da tens ão da s aída do c omparador, V O .
96
CAPÍTULO 5 – CIRCUITO COM TRÊS IGBTS EM PARALELO
a) b)
Figura 5.14 - a) Curva do sinal de disparo do IGBT e curva da c orrente I C (0,1 V/ 1 A). b) Curva da
tens ão V Ca e c urva da tens ão da s aída do c omparador, V O .
97
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES
CAPÍTULO 6 - CONCLUSÕES
6.1 Introdução
Neste capítulo apresentam-se as conclusões que decorrem do estudo teórico
realizado, das simulações e da implementação experimental. Também se apresentam
algumas perspetivas futuras.
Ao longo deste trabalho foi descrita a estrutura física do IGBT bem como o seu
princípio de funcionamento. Foram igualmente abordadas várias técnicas de disparo, de
proteção contra sobrecorrentes, sobretensões e de equilíbrio de correntes nos
semicondutores em paralelo, largamente utilizadas hoje em dia nos circuitos de eletrónica
de potência.
Para proteção contra sobrecorrentes foi usada a técnica de leitura da tensão aos
terminais dos IGBTs e posterior comparação com um sinal de referência, utilizando um
amplificador comparador. Para o correto funcionamento do circuito de proteção alargou-se
a histerese do comparador, de modo a evitar a sua ativação indevida, visto que a comutação
dos IGBTs não é instantânea, o que provoca picos na tensão medida pelo comparador (VCa),
ponto 3.4.1. Houve também a preocupação de, nas situações de sobrecorrente na carga, os
IGBTs não passarem imediatamente ao corte antes de baixar a corrente que atravessa os
mesmos, devido à sobretensão causada pela indutância parasita equivalente do coletor do
98
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES
IGBT. Portanto, antes da passagem dos IGBTs ao corte, o circuito de proteção limita a
amplitude do sinal aplicado à porta, estrangulando o canal de condução do IGBT, e
consequentemente limitando a corrente que atravessa o mesmo.
99
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES
100
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA
[1] J. F. A. Silva, "Eletrónica Industrial", Fundação Calouste Gulbekian, 2013.
[4] D. Bortis, J. Biela e J. W. Kolar, “Active Gate Control for Current Balancing of Parallel-
Connected IGBT Modules in Solid-State Modulators”, IEEE 2008.
101
ANEXOS
ANEXOS
Apresentam-se os esquemas elétricos mais relevantes
simulados em PSpice, que foram utilizados para a
construção dos circuitos experimentais.
102
R5 R6
10 100
K K1 Z3
R1 TN26_15_10_3E25 R3
COUPLING= 1
V3
SKW15N120/L2/INF
0.01 D2 10 C1 100Vdc
1N4733 D3 7u
PIC_pino_RB0 1N4746
L1 L2 R4
18 18
V1 = 0 V4 1k
V2 = 5 V1 D1 D4
TD = 10u 15Vdc 1N4148 1N4739
TR = 0.1n
TF = 0.1n
PW = 10u
PER = 10m
R2
PIC_pino_RB0 Q5
0
0
Anexo 1 - Circuito para verificar o disparo de um IGBT
103
ANEXOS
0.01 D6
1N4733
PIC_pino_RB1
R10
L3 L4 10
18 18
V1 = 0 V4
V2 = 5 D7
V3 R11
TD = 12u 1N4148
TR = 0.1n 15Vdc
TF = 0.1n
PW = 10u 1k
PER = 10m K K2 D9 D8
R9
Q7 TN26_15_10_3E25
0 COUPLING= 1
PIC_pino_RB1
1k 2N2219A 1N4739 1N4746
R12
Z4 1
SKW15N120/L2/INF
PIC_pino_RB0 0
R5 R6
V1 = 0 V2 Vc D5 10 100
R7
V2 = 5
TD = 10u
TR = 0.1n
TF = 0.1n 1k
PW = 10u C3 BY V95B
PER = 10m 0.2n
K K1 Z3
0 TN26_15_10_3E25 0
R1 R3
COUPLING= 1
C4 V8
SKW15N120/L2/INF 7u 100Vdc
0.01 D2 10
1N4733 D3 Vg
1N4746
L1 L2
18 18 R4
1k
D1 D4
1N4148 1N4739
V1 Ve
15Vdc
R2
Q5
PIC_pino_RB0 0
1k 2N2219A
R14 D10
Vg
3.4k
1N4148
R15 D11
D12
1N4735
1.1k
1N4148
+VCC
D13
1N4148
Vc
R13
U4 8 5 R16
+VCC 2 V+B 6
+ B/S 1k R17
Q6
1k 7
OUT
V7 3 1 3.3k 2N2219A
15Vdc - 4 G
V5 LM311 V-
4Vdc
0 0 0 Ve
104
ANEXOS
Vc
K K1
TN26_15_10_3E25 2k
R1 COUPLING= 1 R4
V1 V1 IGBT_g1
0.01 10 D3
D1 1N4746
1N4148
L1 L2 R5
V1 18 18 1k
15Vdc D2
1N4733 D4
1N4739
IGBT_e
Vtjb
Vc D5
0 R9
Vcol_IGBT
K K2 2k C7
TN26_15_10_3E25 0.2n BY V95B
R2 R6
COUPLING= 1 0
IGBT_g2
0.01 10 D6
PIC_pino_RB0 1N4746
Vtjb L3 L4 R7
18 18
V1 = 0 V2 R3 1k
V2 = 5 1k Q7 D7
TD = 10u PIC_pino_RB0 1N4739
TR = 0.1us
TF = 0.1us 2N2219A IGBT_e
PW = 10u
PER = 10m Vtjb
0
0
R10
0.01 D8
1N4733
PIC_pino_RB1
L7 L8
18 18
V1 = 0 V9
V2 = 5 V8 D9
TD = 12u 15Vdc 1N4148 R12
R13
TR = 0.1us 10
TF = 0.1us
PW = 10u
PER = 10m 1k
R11 K K4
Q11
0 TN26_15_10_3E25 D11 D10
PIC_pino_RB1
COUPLING= 1
1k 2N2219A
1N4739 1N4746
R14
0 Z4 1
SKW15N120/L2/INF
R15 R16
Vcol_IGBT 10 100
Z1 Z2
IGBT_g1 IGBT_g2
SKW15N120/L2/INF SKW15N120/L2/INF
Vpotencia
R17 C5 100Vdc
0.1 7u
K K3 L6
L5 TN26_15_10_3E25 2
2 COUPLING= 1
IGBT_e
Figura D - Disparo de dois IGBTs em paralelo utilizando as indutânc ias ac opladas, circ uito de proteç ão
contra s obrec orrentes e circuito para provoc ar o curto -circuito.
105
ANEXOS
R19 D16
IGBT_g1 IGBT_g2
3.4k 1N4148
R20 D15
D13 D24
1N4735 1N4735
1.1k 1N4148
+VCC
D14
Vc 1N4148
R18
U4 8 5 R21
+VCC 2 V+B 6
+ B/S 1k R22
Q8
1k 7
OUT
V10 3 1 3.3k 2N2219A
15Vdc - 4 G
V5 LM311 V-
IGBT_e
4Vdc
0
0 0
Figura E - Circ uito de proteç ão c ontra s obrec orrentes para dois IGBTs em paralelo.
106
ANEXOS
D2 R11 D4
1N4733 1k 1N4739
IGBT_e
V1 Vtjb
Vc D9
R12
V1 Vcol_IGBT
15Vdc K K2 1k C7
TN26_15_10_3E25 0.68n BY V95B
R2 R7
COUPLING= 1 0
IGBT_g2
0.01 20 D5
0 1N4746
L3 L4 R8
18 18 R13
PIC_pino_RB0 1k 1k
D6
1N4739
V1 = 0 V2 IGBT_e
V2 = 5
TD = 10u Vtjb
TR = 0.1us
TF = 0.1us K K3
PW = 10u TN26_15_10_3E25
R3 R9
PER = 10m COUPLING= 1
0
IGBT_g3
0.01 20 D7
1N4746
Vtjb
L5 L6 R10
R4 18 18
1k Q7 1k
PIC_pino_RB0 D8
1N4739
2N2219A
IGBT_e
0 Vtjb
R14
0.01 D10
1N4733
PIC_pino_RB1
L7 L8
18 18
R34
V1 = 0 V9 R16
V2 = 5 V8 D11
TD = 12u 15Vdc 1N4148 R17
TR = 0.1us
TF = 0.1us
PW = 10u
PER = 10m 1k
R15 K K4
Q11
0 TN26_15_10_3E25 D13 D12
PIC_pino_RB1
COUPLING= 1
1k 2N2219A
1N4739 1N4746
R18
0
Z4 1
SKW15N120/L2/INF
R19 R20
Vcol_IGBT 5 10
Z1 Z2 Z3
R21 R22
0.015 0.0075
C5 Vpotencia
100u 500Vdc
K K6 K K7 K K8
TN26_15_10_3E25 TN26_15_10_3E25 TN26_15_10_3E25
COUPLING= 1 COUPLING= 1 COUPLING= 1
0
IGBT_e
Figura F - Disparo de três IGBTs em paralelo utilizando as indutâncias acopladas, circuito de proteção contra
sobrecorrentes e circuito para provocar o curto-circuito.
107
ANEXOS
R27 D14
IGBT_g1 IGBT_g2 IGBT_g3
1.66k 1N4148
R28 D15
D16 D17 D18
1N4735 1N4735 1N4735
1.06k 1N4148
+VCC
D19
Vc 1N4148
R26
8
5
U4 R29
+VCC 2 6 1k
V+
B
+ B/S R30
Q8
1k 7
OUT
V10 3 1 3.3k 2N2219A
15Vdc - 4 G
V5 LM311 V-
6Vdc
0 IGBT_e
0 0
108