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O iambo era comumente usado pelos antigos para se referir a um tipo de poema que
utilizava um metro específico, os trímetros e os tetrâmetros. Porém, a discussão de West
procura confirmar se, a termo, o ἴαμβο poderia ser relacionado estritamente a um determinado
tipo de metro. O metro iâmbico, segundo West, teria esse nome por ser uma característica do
Iambo, poema notório por seu caráter invectivo e vituperioso; West ainda alerta que o iambo
não significa correlativamente uma invectiva em específico. As origens etimológicas do
termo, embora fragmentadas, estão próximas do significado de satirizar, no sentido da
“comicidade ridícula”, apesar da invectiva ser a característica mais marcante do gênero.
Continuando a apresentar as consultas e hipóteses de Martin West, a origem do termo
do iambo está associado ao contexto de performance, ou seja, o iambo era um gênero
praticado para uma audiência ou então em ocasiões religiosas, principalmente, pela
comparação a três palavras associadas ao culto dionisíaco, todas com o elemento -amb- na sua
formação. A performance, provavelmente realizada por um “comediante”, era parte das
festividades dionisíacas. Em meio às considerações sobre o iambo como um gênero praticado
em contextos públicos específicos, West apresenta a história da personagem mitológica
Iambe. Ela aparece como alguém que animou Deméter através de ataques hilários, depois de
ele ter passado por um período de tristeza e sem se alimentar. Não há dúvidas, segundo West,
que Iambe é a base mítica de algum ritual zombeteiro, provavelmente de conteúdos
considerados baixos e sem decência1, o que explicaria a relação da sátira, até mesmo o
vitupério, ao iambo.
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Dionísio e Deméter são deidades associadas à produção na terra, à fertilidade. Podemos supor que o conteúdo
das sátiras tinha forte apelo sexual.
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Tradução de Alexandre Agnolon.
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Tradução de Alexandre Agnolon.
Semônides de Amorgos foi um poeta que praticava o iambo, mas não necessariamente
todos os seus poemas eram invectivas, apesar do forte conteúdo sexual de seus versos, além
da misoginia. Algumas de suas composições, segundo West, principalmente os fragmentos 1 e
7, falam das presunções das aspirações humanas, temática que tacitamente poderia figurar
uma elegia. Dada essa afirmação, ainda não se tem uma noção clara, ao menos expressa, por
Martin West, de uma classificação que abarcasse o escopo todo do termo ἴαμβο.
Após tecer considerações que buscam traçar uma categoria iâmbica de poemas;
questões sobre o metro, contexto de composição e performance, análise dos primeiros
iambógrafos e referências mitológicas sobre a etimologia do termo, (não nesta ordem
respectivamente) Martin West, de forma genérica, sugere o iambo como sendo a composição
para os tipos de conteúdos aos quais não se usaria a elegia, como conteúdo sexual explícito (o
que reforça a hipótese do surgimento do Iambo em rituais dionisíacos 4), invectivas e outras
variantes do considerado vulgar. Esses são os principais elementos, segundo West, associados
ao termo iambo, o que não exclui a sátira a caráteres humanos universais, próximos da
comédia Ática, ou então da “filosofia popular” encontrada em alguns fragmentos de
Sêmonides.
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Vale lembrar a narrativa de Arquíloco na qual o poeta foi levado ao tribunal por compor poemas que os
cidadãos consideram“muito iâmbicos”. Dionísio lançou um castigo aos homens os deixando impotentes.
Após descobrirem o ocorrido, encontraram uma nova maneira de louvor a Dionísio.