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IRS: Guia para não se perder no e-

fatura
Rita Paz 31 Janeiro 2019, 14:00

Prazo para validar faturas termina a 25 de fevereiro. Se não o fizer,


arrisca-se a receber menos reembolso do IRS ou a pagar mais.

Cristina Bernardo
25 de Fevereiro. Fixe esta data. É este o último dia para os contribuintes
validarem as suas faturas no portal e-fatura e aproveitarem os benefícios
fiscais das despesas efetuadas no ano passado. Se não o fizer, arrisca-se a
receber menos reembolso do IRS ou a pagar mais.

O e-fatura agrega todas as despesas que foram solicitadas com número de


identificação fiscal (NIF). Embora a maioria das faturas entre
automaticamente no sistema, há casos em que isso não acontece e o
contribuinte tem de proceder à sua validação. Por exemplo, nos
hipermercados que também têm zona de restauração. Essas superfícies
comerciais têm mais do que um Código de Atividade Económica (CAE). E,
quando o contribuinte faz uma despesa, o Fisco não sabe se foi uma
refeição ou despesas de supermercado. Tem de ser o contribuinte a indicar
a que categoria pertence a despesa.

Outro exemplo, são as faturas de farmácia com IVA a 23%. Estas também
ficam pendentes porque só contam para a dedução à coleta de IRS se o
contribuinte tiver uma receita médica associada. Se o portal alertar para
faturas que incluem despesas de saúde sujeitas à taxa normal de IVA sem
associação de receita médica, clique em “Associar receita” e consulte as
despesas listadas. Se tem uma receita médica que justifique algum desses
encargos, assinale “Sim” na resposta à questão “Tenho receita”. Como é
possível que a despesa inclua outras compras além dos medicamentos
prescritos, indique o valor coberto pela receita. No caso de todo o gasto
estar coberto, insira o total.

No caso dos trabalhadores que têm recibos verdes, todas as faturas ficam
pendentes e necessitam ser validadas. O Fisco não sabe se a despesa foi
realizada no âmbito profissional ou pessoal. Tem de ser o contribuinte a ir
ao portal e-fatura e na zona de verificação das faturas selecionar se esta foi
feita fora do âmbito profissional e indicar “sim” ou “não” e “guardar”.

Além das faturas que ficam pendentes, é provável que detecte faturas em
falta. Caso isso aconteça, pode inseri-las manualmente. Entre no menu
“Faturas” e clique em “Registar Faturas”. Depois, preencha os campos em
falta: número de contribuinte do comerciante, tipo e número de fatura, data
de emissão, taxa de IVA e base tributável (valor sem IVA).

Não se esqueça de que todas as despesas feitas em hospitais, centros de


saúde, propinas, juros do crédito à habitação ou encargos com seguros só
irão surgir mais tarde, em março, numa outra página de deduções, no Portal
das Finanças.

Caso o contribuinte não concorde com alguma despesa tem então até 31 de
março para reclamar junto do Fisco. Mas isso é numa fase seguinte. Até 25
de fevereiro, o essencial é validar as faturas no e-fatura.

Tudo o que pode deduzir em 2019

O esquema de deduções em vigor admite que o imposto possa recuar entre


mil e 2500 euros – se o contribuinte conseguir ter despesas suficientes de
forma a absorver os máximos permitidos – consoante o escalão de IRS em
que estiver incluído. Apenas os contribuintes que se encontram no primeiro
escalão (com um rendimento coletável até 7091 euros) podem deduzir sem
qualquer limite. Nas famílias com três ou mais filhos a cargo, os limites são
majorados em 5%, por cada um. A saber:

Despesas gerais familiares


Aqui entram as contas com o supermercado, vestuário ou combustíveis, por
exemplo. Na declaração de IRS que entregar este ano, o Fisco vai deduzir
35% do valor das despesas suportadas pelos membros do agregado
familiar com um máximo de 250 euros por sujeito passivo. Em conjunto, um
casal pode deduzir um máximo de 500 euros no seu IRS. Nas famílias
monoparentais, a dedução passa a ser de 45%, com o limite de 335 euros
(basta gastar 745 euros para obter o benefício máximo). Em qualquer dos
casos, o número de filhos não faz aumentar o limite do benefício.

IVA nos bens e serviços


Dedução de 15% do IVA suportado por qualquer membro do agregado
familiar em despesas com serviços de reparação e manutenção de veículos
e motociclos, alojamento e restauração, cabeleireiros, estética e
veterinários. Além disso, é possível a dedução da totalidade do IVA das
despesas com a compra do passe social mensal por membro do agregado.
No entanto, a dedução está limitada a 250 euros por agregado.

Despesas de educação
Dedução de 30% das despesas com educação e formação por cada
elemento do agregado familiar, até 800 euros. Inclui, entre outras, despesas
com creches, jardins-de-infância, propinas, livros, manuais e refeições
escolares. As despesas de educação só são dedutíveis desde que
prestadas por estabelecimentos de ensino integrados no sistema nacional
de educação ou reconhecidos pelos ministérios competentes.

Despesas de saúde
Dedução de 15% das despesas de saúde por qualquer membro do
agregado familiar até 1.000 euros. Inclui despesas com seguros de saúde,
consultas e exames, medicamentos e despesas com produtos médicos e
ortopédicos e oftalmológicos, desde que isentos de IVA ou cobrados à taxa
mínima (6%). Inclui também bens e serviços desta natureza sujeitos à taxa
normal de IVA (23%), desde que suportados por receita médica.

Despesas com rendas e imóveis


À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante
correspondente a 15% do valor suportado por qualquer membro do
agregado familiar com as importâncias suportadas com rendas, tituladas
com fatura ou recibo de rendas eletrónico ou comunicadas por declaração
de modelo acessória, até 502 euros.

É dedutível também um valor até 15% dos juros de créditos à habitação


contratados até 31 de dezembro de 2011, até 296 euros. Só pode deduzir
as despesas que suporta durante o ano com os serviços comuns
correspondentes ao condomínio, como luz e água, se a casa estiver
arrendada.

Lares
É dedutível um valor que corresponde a 25% das despesas com lares de
terceira idade e apoio domiciliário, até um valor total de 403,75 euros. Cada
contribuinte só pode usar esta dedução uma vez em cada ano. Por
exemplo, se existirem vários filhos, só um deles pode declarar as despesas
suportadas com o pai ou com a mãe.

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