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CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA

DIRETORIA

Presidente: Jaldo de Souza Santos


Vice-presidente: Edson Chigueru Taki
Secretária Geral: Lérida Maria dos Santos Vieira
Tesoureiro: Salim Tuma Haber

CONSELHEIROS FEDERAIS

Efetivo Suplente

Clóvis Lorena Cavalcanti Pedroso (AL) Suetônio Q. de Araujo (AL)


Sebastião Ferreira Marinho (AM/RR) José Carlos Cavalcante (AM/RR)
Jorge Antônio Piton Nascimento (BA) Ademarisa Fontes (BA)
Marco Aurélio Schramm Ribeiro (CE) Cândida Vitória Guimarães (CE)
Rogério Tokarski (DF) Paulo de Oliveira Martins Júnior (DF)
Magali Demoner Bermond (ES) Ulan Bastos (ES)
Jaldo de Souza Santos (GO) Joaquim Netto do Prado (GO)
Ronaldo Ferreira Perreira Filho (MA) Marcelo de Carvalho Gonçalves (MA)
Ângela Ferreira Vieira (MG) Rilke Novato Públio (MG)
Osnei Okumoto (MS) José Henrique Ibanez (MS)
Edson Chigueru Taki (MT) Claiton Luiz Maciel (MT)
Salim Tuma Haber (PA/AP) Armando Luciano de L. Marçal Filho (PA/AP)
João Samuel de Morais Meira (PB) Alexandre Targino Soledade (PB)
Carlos Alberto Cavalcanti Gallindo (PE) Mônica Maria Henrique dos Santos (PE)
Ronaldo Costa (PI) Francisco Teofilo Alves Sales Ribeiro (PI)
Arnaldo Zubioli (PR) Valmir de Santi (PR)
Jorge Cavalcanti de Oliveira (RJ) Guacira Correa de Matos (RJ)
Lenira da Silva Costa (RN) Nilsen Carvalho F. de O. Filho (RN)
Lérida Maria dos Santos Vieira (RO/AC) Francimary Muniz de Lima (RO/AC)
Célia Machado Gervásio Chaves (RS) Antônio Roberto Fontoura Pereira (RS)
Paulo Roberto Boff (SC) Vera Lúcia Dal Forno (SC)
Maria da Aparecida Vianna (SE) Germana Sobreira Braga (SE)
Dirceu Raposo de Mello (SP) Ely Eduardo Saranz Camargo (SP)
Amilson Álvares (TO José Batista de Rezende (TO)
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO . ...................................................................................................................... 02

DECRETO Nº 20.377 - De 8 de setembro de 1931 .................................................................... 03

LEI Nº 3.820 - De 11 de novembro de 1960 ............................................................................... 04


Capítulo I O Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Farmácia .................................... 04
Capítulo II Dos Quadros e Inscrições ......................................................................................... 05
Capítulo III Das Anuidades e Taxas ............................................................................................. 06
Capítulo IV Das Penalidades e sua Aplicação ............................................................................. 07
Capítulo V Da Prestação de Contas ........................................................................................... 07
Capítulo VI Das Disposições Gerais e Transitórias ...................................................................... 07

DECRETO Nº 85.878 - De 7 de abril de 1981 ............................................................................ 09

RESOLUÇÃO Nº 417 - De 29 de setembro de 2004 .................................................................. 11


Anexo Código de Ética da Profissão Farmacêutica .............................................................. 11
Capítulo I Dos Princípios Fundamentais .................................................................................... 11
Capítulo II Dos Deveres ............................................................................................................. 11
Capítulo III Das Proibições ......................................................................................................... 12
Capítulo IV Da Publicidade e dos Trabalhos Científicos ............................................................... 13
Capítulo V Dos Direitos ............................................................................................................. 13

RESOLUÇÃO Nº 418 - De 29 de setembro de 2004 .................................................................. 15


Capítulo I Do processo ............................................................................................................. 15
Capítulo II Do Recebimento da Denúncia ................................................................................... 15
Capítulo III Da Instauração ou Arquivamento .............................................................................. 15
Capítulo IV Da Montagem do Processo Ético Disciplinar ............................................................. 16
Capítulo V Da Instalação dos trabalhos ..................................................................................... 16
Capítulo VI Da Conclusão da CE ................................................................................................ 16
Capítulo VII Do Julgamento ......................................................................................................... 17
Capítulo VIII Dos Recursos e Revisões ......................................................................................... 17
Capítulo IX Da Execução ............................................................................................................ 18

RESOLUÇÃO Nº 431 - De 17 de fevereiro de 2005 ................................................................... 19


APRESENTAÇÃO

Prezados farmacêuticos e farmacêuticas,

A globalização e a facilidade dos meios de comunicação de massa cobram um novo perfil do


profissional, em todos os segmentos do saber. O exercício de qualquer atividade profissional que
enseje conhecimentos técnicos e profissionais, reclamando qualificação adequada, ligada à existência
de lei, nesse sentido, implica em conduta ímpar, acima da exegese da legislação.
Sabedor dessa necessidade, o Conselho Federal de Farmácia traz à baila as Resoluções números
417 e 418, todas de 29 de setembro de 2004, que tratam dos novos códigos de Ética e de Processo
Ético da Profissão Farmacêutica, no País, revogando as resoluções números 241/93, 290/96 e 259/94,
que tratavam da matéria.
Oportuno lembrar que, também, foi editada a Resolução 431, de 17 de fevereiro de 2005, que
trata da disposição das infrações e sanções éticas e disciplinares aplicadas aos farmacêuticos, o que
torna limitada a ação punitiva nos termos do artigo 30, da Lei Federal número 3.820/60, não vinculando
ao interesse subjetivo do aplicador da penalidade, mas definindo a previsão e a gradação da pena
aplicada.
A ética farmacêutica mostra-se flagrante reflexão filosófica sobre a moral e a conduta do
profissional, não havendo como não ser operada a revisão desse aspecto pelo Conselho Federal de
Farmácia, ultimados mais de dez anos de estudos sobre o tema.
O termo ética vem do grego ethos, que originalmente significa morada, ou seja, o habitat dos
animais, seja a morada do homem, lugar onde se sente acolhido e abrigado. A conceituação ética
atual reclama reflexões acima da ética, dentre estas a bioética, que tem objeto as pesquisas e os
possíveis limites que possam ser impostos à ciência na auto-reflexão da ética.
Feliz o seguinte comentário do Professor Álvaro Valls (“O que é ética”, São Paulo, Brasiliense,
1993, pág. 7): “A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de
explicar, quando alguém pergunta”.
Espero que os novos códigos de Ética e de Processo Ético da Profissão Farmacêutica possam
auxiliar, juntamente com a disposição das infrações e sanções éticas e disciplinares aplicáveis,
constantes das Resoluções números 417 e 418, de 29.09.2004, e 431, de 17.02.2005, possam auxiliar-
nos à compreensão do verdadeiro sentido da ética farmacêutica, preservando a identidade da Farmácia,
que é uma das profissões antigas do mundo, conforme atesta a história universal.

Jaldo de Souza Santos


Presidente do Conselho Federal de Farmácia

02
DECRETO Nº 20.377
DE 8 DE SETEMBRO DE 1931 (*)

Aprova a regulamentação do exercício da profissão farmacêutica no Brasil.

O Chefe do Governo Provisório da República dos d) o fabrico dos produtos biológicos e químicos
Estados Unidos do Brasil: oficinais;
Resolve aprovar o regulamento anexo, que vai e) as análises reclamadas pela clínica médica;
assinado pelo ministro de Estado da Educação e Saúde f) função de químico bromatologista, biologis-
Pública, para o exercício da profissão farmacêutica no ta e legista.
Brasil.
§ 1º As atribuições das alíneas c a f não são pri-
Art. 2º O exercício da profissão farmacêutica com- vativas do farmacêutico.
preende:
§ 2º O fabrico de produtos biológicos a que se
a) a manipulação e o comércio dos medicamen- refere a alínea d só será permitido ao médico que não
tos ou remédios magistrais; exerça a clínica.
b) a manipulação e o fabrico dos medicamen- Art. 3º As atribuições estabelecidas no artigo pre-
tos galênicos e das especialidades farmacêu- cedente não podem ser exercidas por mandato nem re-
ticas; presentação.
c) o comércio direto com o consumidor de to-
dos os medicamentos oficinais, especialida- Rio de Janeiro, 8 de setembro de 1931, 110º da
des farmacêuticas, produtos químicos, galê- Independência e 43º da República.
nicos, biológicos, etc., e plantas de aplica-
ções terapêuticas; Getúlio Vargas.
Belisario Penna.

03
LEI Nº 3.820
DE 11 DE NOVEMBRO DE 1960
DOU DE 21/11/1960

Cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Farmácia, e dá outras Providên-


cias.

O Presidente da República: soureiro (Obs.: Redação dada pela Lei nº


Faço saber que o Congresso Nacional decreta e 9.120, de 26/10/1995);
eu sanciono a seguinte Lei: c) aprovar os regimentos internos, organizados
Art.1º - Ficam criados os Conselhos Federal e pelos Conselhos Regionais, modificando o
Regionais de Farmácia, dotados de personalidade jurí- que se tornar necessário, a fim de manter a
dica de direito público, autonomia administrativa e finan- unidade de ação;
ceira, destinados a zelar pela fiel observância dos prin- d) tomar conhecimento de quaisquer dúvidas sus-
cípios da ética e da disciplina da classe dos que exer- citadas pelos Conselhos Regionais e dirimi-las;
cem atividades profissionais farmacêuticas no País.
e) julgar em última instância os recursos das
deliberações dos Conselhos Regionais;
CAPÍTULO I
f) publicar o relatório anual dos seus trabalhos
Do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais e, periodicamente, a relação de todos os pro-
de Farmácia fissionais registrados;
Art. 2º - O Conselho Federal de Farmácia é o ór- g) expedir as resoluções que se tornarem ne-
gão supremo dos Conselhos Regionais, com jurisdição cessárias para a fiel interpretação e execu-
em todo o território nacional e sede no Distrito Federal. ção da presente lei;
Art. 3º - O Conselho Federal será constituído de h) propor às autoridades competentes as modi-
tantos membros quantos forem os Conselhos Regionais ficações que se tornarem necessárias à regu-
(Obs.: Redação dada pela Lei nº 9.120, de 26/10/1995). lamentação do exercício profissional, assim
como colaborar com elas na disciplina das
§ 1º - Cada conselheiro federal será eleito, em matérias de ciência e técnica farmacêutica,
seu Estado de origem, juntamente com um suplente ou que de qualquer forma digam respeito à
(Obs.: Redação dada pela Lei nº 9.120, de 26/10/1995). atividade profissional;
§ 2º - Perderá o mandato o conselheiro federal i) organizar o Código de Deontologia Farmacêu-
que, sem prévia licença do Conselho, faltar a três reuni- tica;
ões plenárias consecutivas, sendo sucedido pelo suplen-
te (Obs.: Redação dada pela Lei nº 9.120, de 26/10/1995). j) deliberar sobre questões oriundas do exercí-
cio de atividades afins às do farmacêutico;
§ 3º - A eleição para o Conselho Federal e para
os Conselhos Regionais far-se-á através do voto direto e k) realizar reuniões gerais dos Conselhos Regi-
secreto, por maioria simples, exigido o comparecimento onais de Farmácia, para o estudo de ques-
da maioria absoluta dos inscritos (Obs.: Redação dada tões profissionais de interesse nacional;
pela Lei nº 9.120, de 26/10/1995). l) ampliar o limite de competência do exercício
Art. 4º - Revogado (Obs.: Revogado pela Lei nº profissional, conforme o currículo escolar ou
9.120, de 26/10/1995). mediante curso ou prova de especialização,
realizado ou prestado em escola ou instituto
Art. 5º - O mandato dos membros do Conselho oficial;
Federal é privativo de farmacêuticos de nacionalidade
brasileira, será gratuito, meramente honorífico e terá a m) expedir resoluções, definindo ou modifican-
duração de quatro anos (Obs.: Redação dada pela Lei do atribuições ou competência dos profissio-
nº 9.120, de 26/10/1995). nais de Farmácia, conforme as necessidades
futuras;
Parágrafo único. O mandato da diretoria do Con-
selho Federal terá a duração de dois anos, sendo seus n) regulamentar a maneira de se organizar e fun-
cionarem as assembléias gerais, ordinárias ou
membros eleitos através do voto direto e secreto, por
extraordinárias, do Conselho Federal e dos
maioria absoluta (Obs.: Acrescido pela Lei nº 9.120, de
Conselhos Regionais;
26/10/1995).
o) fixar a composição dos Conselhos Regionais,
Art. 6º - São atribuições do Conselho Federal:
organizando-os à sua semelhança e promo-
a) organizar o seu regimento interno; vendo a instalação de tantos órgãos quantos
b) eleger, na primeira reunião ordinária de cada forem julgados necessários, determinando
biênio, sua diretoria, composta de Presiden- suas sedes e zonas de jurisdição;
te, Vice-Presidente, Secretário-Geral e Te- p) zelar pela saúde pública, promovendo a as-

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sistência farmacêutica (Obs.: Acrescida pela Art. 11 - A responsabilidade administrativa de
Lei número 9.120, de 26/10/1995); cada Conselho Regional cabe ao respectivo Presidente,
q) (VETADO) (Obs.: Acrescida pela Lei número inclusive a prestação de contas perante o órgão federal
9.120, de 26/10/1995); competente.

r) estabelecer as normas de processo eleitoral Art. 12 - O mandato dos membros dos Conse-
aplicáveis às instâncias Federal e Regionais lhos Regionais é privativo de farmacêuticos de naciona-
(Obs.: Acrescida pela Lei número 9.120, de lidade brasileira, será gratuito, meramente honorífico e
26/10/1995). terá a duração de quatro anos (Obs.: Redação dada pela
Lei número 9.120, de 26/10/1995).
Parágrafo Único. As questões referentes às ativi-
dades afins com as outras profissões serão resolvidas, Parágrafo Único. O mandato da diretoria dos
através de entendimentos com as entidades regulado- Conselhos Regionais terá a duração de dois anos, sen-
ras dessas profissões. do seus membros eleitos através do voto direto e secre-
to, por maioria absoluta (Obs.: Acrescida pela Lei núme-
Art. 7 - O Conselho Federal deliberará com a pre-
ro 9.120, de 26/10/1995).
sença mínima de metade mais um de seus membros.
Parágrafo Único. As resoluções referentes às alí- CAPÍTULO II
neas “g” e “r” do Art.6º só serão válidas, quando apro- Dos Quadros e Inscrições
vadas pela maioria dos membros do Conselho Federal
(Obs.: Redação dada pela Lei número 9.120, de 26/10/ Art. 13 - Somente aos membros inscritos nos
1995). Conselhos Regionais de Farmácia será permitido o exer-
Art. 8 - Ao Presidente do Conselho Federal com- cício de atividades profissionais farmacêuticas no País.
pete, além da direção geral do Conselho, a suspensão Art. 14 - Em cada Conselho Regional serão ins-
de decisão que este tome e lhe pareça inconveniente. critos os profissionais de Farmácia que tenham exercí-
Parágrafo Único. O ato de suspensão vigorará cio em seus territórios e que constituirão o seu quadro
até novo julgamento do caso, para o qual o Presidente de farmacêuticos.
convocará segunda reunião, no prazo de 30 (trinta) dias,
Parágrafo Único. Serão inscritos, em quadros
contados do seu ato. Se no segundo julgamento o Con-
distintos, podendo representar-se nas discussões, em
selho mantiver, por maioria absoluta de seus membros,
assuntos concernentes às suas próprias categorias:
a decisão suspensa, esta entrará em vigor, imediatamen-
te. (Obs.: Redação dada pela Lei número 9.120, de 26/ a) os profissionais que, embora não farmacêuti-
10/1995). cos, exerçam sua atividade (quando a lei o
Art. 9º - O Presidente do Conselho Federal é o autorize) como responsáveis ou auxiliares téc-
responsável administrativo pelo referido Conselho, in- nicos de laboratórios industriais farmacêuti-
clusive pela prestação de contas perante o órgão fede- cos, laboratórios de análises clínicas e labo-
ral competente. ratórios de controle e pesquisas relativas a
alimentos, drogas, tóxicos e medicamentos;
Art. 10 - As atribuições dos Conselhos Regionais
são as seguintes: b) os práticos ou oficiais de farmácia licenciados.

a) registrar os profissionais de acordo com a Art. 15 - Para inscrição no quadro de farmacêuti-


presente lei e expedir a carteira profissional; cos dos Conselhos Regionais é necessário, além dos
requisitos legais de capacidade civil:
b) examinar reclamações e representações es-
critas acerca dos serviços de registro e das 1) ser diplomado ou graduado em Farmácia por
infrações desta lei e decidir; Instituto de Ensino Oficial ou a este equipara-
do;
c) fiscalizar o exercício da profissão, impedindo
e punindo as infrações à lei, bem como envi- 2) estar com o seu diploma registrado na repar-
ando às autoridades competentes relatórios tição sanitária competente;
documentados sobre os fatos que apurarem 3) não ser nem estar proibido de exercer a pro-
e cuja solução não seja de sua alçada; fissão farmacêutica;
d) organizar o seu regimento interno, submeten- 4) gozar de boa reputação por sua conduta pú-
do-o à aprovação do Conselho Federal; blica, atestada por 3 (três) farmacêuticos ins-
e) sugerir ao Conselho Federal as medidas ne- critos.
cessárias à regularidade dos serviços e à fis- Art. 16 - Para inscrição nos quadros a que se refe-
calização do exercício profissional; re o parágrafo único do Art.14, além de preencher os re-
f) eleger seu representante e respectivo suplen- quisitos legais de capacidade civil, o interessado deverá:
te para o Conselho Federal (Obs.: Redação 1) ter diploma, certificado, atestado ou docu-
dada pela Lei número 9.120, de 26/10/1995); mento comprobatório da atividade profissio-
g) dirimir dúvidas relativas à competência e nal, quando se trate de responsáveis ou auxi-
âmbito das atividades profissionais farmacêu- liares não farmacêuticos, devidamente auto-
ticas, com recurso suspensivo para o Conse- rizados por lei;
lho Federal. 2) ter licença, certificado ou título, passado por

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autoridade competente, quando se trate de ao respectivo Conselho Regional, até 31 de março de
práticos ou oficiais de Farmácia licenciados; cada ano, acrescida de 20% (vinte por cento) de mora,
3) não ser nem estar proibido de exercer sua quando fora desse prazo.
atividade profissional; Parágrafo Único. As empresas que exploram
4) gozar de boa reputação por sua conduta pú- serviços para os quais são necessárias atividades pro-
blica, atestada por 3 (três) farmacêuticos de- fissionais farmacêuticas estão igualmente sujeitas ao
vidamente inscritos. pagamento de uma anuidade, incidindo na mesma mora
de 20% (vinte por cento), quando fora do prazo.
Art. 17 - A inscrição far-se-á mediante requeri-
mento escrito, dirigido ao Presidente do Conselho Regi- Art. 23 - Os Conselhos Federal e Regionais co-
onal, acompanhado dos documentos comprobatórios do brarão taxas de expedição ou substituição de carteira
preenchimento dos requisitos dos artigos 15 e 16, con- profissional.
forme o caso, constando obrigatoriamente: nome por Art. 24 - As empresas e estabelecimentos que ex-
extenso, filiação, lugar e data de nascimento, currículo ploram serviços para os quais são necessárias atividades
educacional e profissional, estabelecimento em que haja de profissional farmacêutico deverão provar, perante os
exercido atividade profissional e respectivos endereços, Conselhos Federal e Regionais,que essas atividades são
residência e situação atual. exercidas por profissionais habilitados e registrados.
§ 1º- Qualquer membro do Conselho Regional, Parágrafo Único. Aos infratores deste artigo será
ou pessoa interessada, poderá representar documenta- aplicada pelo respectivo Conselho Regional a multa de
damente ao Conselho contra o candidato proposto. Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) a Cr$ 5.000,00 (cinco
§ 2º- Em caso de recusar a inscrição, o Conselho mil cruzeiros).
dará ciência ao candidato dos motivos da recusa, e con- Art. 25 - As taxas e anuidades a que se referem
ceder-lhe-á o prazo de 15 (quinze) dias para que os con- os artigos 22 e 23 desta Lei e suas alterações posterio-
teste documentadamente e peça reconsideração. res serão fixadas pelos Conselhos Regionais, com inter-
Art. 18 - Aceita a inscrição, o candidato prestará, valos não inferiores a 3 (três) anos.
antes de lhe ser entregue a carteira profissional, perante Art. 26 - Constitui renda do Conselho Federal o
o Presidente do Conselho Regional, o compromisso de seguinte:
bem exercer a profissão, com dignidade e zelo.
a) 1/4 da taxa de expedição de carteira profissi-
Art. 19 - Os Conselhos Regionais expedirão car-
onal;
teiras de identidade profissional aos inscritos em seus
quadros, aos quais habilitarão ao exercício da respecti- b) 1/4 das anuidades;
va profissão em todo o País. c) 1/4 das multas aplicadas de acordo com a
§ 1º- No caso em que o interessado tenha de exer- presente lei;
cer temporariamente a profissão em outra jurisdição, d) doações ou legados;
apresentará sua carteira para ser visada pelo Presidente
do respectivo Conselho Regional. e) subvenção dos governos, ou dos órgãos au-
tárquicos ou dos paraestatais;
§ 2º- Se o exercício da profissão passar a ser fei-
to, de modo permanente, em outra jurisdição, assim se f) 1/4 da renda das certidões.
entendendo o exercício da profissão por mais de 90 (no- Art. 27 - A renda de cada Conselho Regional será
venta) dias da nova jurisdição, ficará obrigado a inscre- constituída do seguinte:
ver-se no respectivo Conselho Regional.
a) 3/4 da taxa de expedição de carteira profissi-
Art. 20 - A exibição da carteira profissional pode- onal;
rá, em qualquer oportunidade, ser exigida por qualquer
interessado, para fins de verificação da habilitação pro- b) 3/4 das anuidades;
fissional. c) 3/4 das multas aplicadas de acordo com a
Art. 21 - No prontuário do profissional de Farmá- presente lei;
cia, o Conselho Regional fará toda e qualquer anotação d) doações ou legados;
referente ao mesmo, inclusive elogios e penalidades.
e) subvenções dos governos, ou dos órgãos
Parágrafo único. No caso de expedição de nova autárquicos ou dos paraestatais;
carteira, serão transcritas todas as anotações constantes
f) 3/4 da renda das certidões;
dos livros do Conselho Regional sobre o profissional.
g) qualquer renda eventual.
CAPÍTULO III § 1º- Cada Conselho Regional destinará 1/4 de sua
Das Anuidades e Taxas renda líquida à formação de um fundo de assistência a seus
membros necessitados, quando inválidos ou enfermos.
Art. 22 - O profissional de Farmácia, para o exer-
cício de sua profissão, é obrigado ao registro no Conse- § 2º- Para os efeitos do disposto no parágrafo
lho Regional de Farmácia a cuja jurisdição estiver sujei- supra, considera-se líquida a renda total com a só dedu-
to, ficando obrigado ao pagamento de uma anuidade ção das despesas de pessoal e expediente.

06
CAPÍTULO IV § 1º - A prestação de contas do Presidente do
Das Penalidades e sua Aplicação Conselho Federal será feita diretamente ao referido
Tribunal, após aprovação do Conselho.
Art. 28 - O poder de punir disciplinarmente
§ 2º - A prestação de contas dos Presidentes
compete, com exclusividade, ao Conselho Regional
dos Conselhos Regionais será feita ao referido Tribu-
em que o faltoso estiver inscrito, ao tempo do fato
nal por intermédio do Conselho Federal de Farmácia.
punível em que incorreu.
§ 3º - Cabe aos Presidentes de cada Conselho
Art. 29 - A jurisdição disciplinar, estabelecida a responsabilidade pela prestação de contas.
no artigo anterior, não derroga a jurisdição comum,
quando o fato constituir crime punido em lei. CAPÍTULO VI
Art. 30 - As penalidades disciplinares serão as Das Disposições Gerais e Transitórias
seguintes:
I) de advertência ou censura, aplicada sem Art. 32 - A inscrição dos profissionais e práti-
publicidade, verbalmente ou por ofício do cos já registrados nos órgãos de Saúde Pública, na
Presidente do Conselho Regional, chaman- data desta lei, será feita, seja pela apresentação de
do a atenção do culpado para o fato bran- títulos, diplomas, certificados, ou carteiras registra-
damente no primeiro caso, energicamente das no Ministério da Educação e Cultura, ou Depar-
e com o emprego da palavra censura no tamentos Estaduais, seja mediante prova de registro
segundo; na repartição competente.
Parágrafo único. Os licenciados, práticos ha-
II) de multa de Cr$ 500,00 (quinhentos cru-
bilitados, passarão a denominar-se, em todo territó-
zeiros) a Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros),
rio nacional, oficial de farmácia.
que serão cabíveis no caso de terceira fal-
ta e outras subseqüentes, a juízo do Con- Art. 33 - Os práticos e oficiais de farmácia, já
selho Regional a que pertencer o faltoso; habilitados na forma da lei, poderão ser provisiona-
dos para assumirem a responsabilidade técnico-pro-
III) de suspensão de 3 (três) meses a um ano,
fissional para farmácia de sua propriedade, desde
que será imposta por motivo de falta gra-
que, na data da vigência desta lei, os respectivos
ve, de pronúncia criminal ou de prisão em
certificados de habilitação tenham sido expedidos há
virtude de sentença, aplicável pelo Conse-
mais de 6 (seis) anos pelo Serviço Nacional de Fisca-
lho Regional em que estiver inscrito o fal-
lização da Medicina ou pelas repartições sanitárias
toso;
competentes dos Estados e Territórios, e sua condi-
IV) de eliminação, que será imposta aos que ção de proprietários de farmácia date de mais de 10
porventura houverem perdido alguns dos (dez) anos sendo-lhes, porém, vedado o exercício das
requisitos dos artigos 15 e 16 para fazer demais atividades privativas da profissão de farma-
parte do Conselho Regional de Farmácia, cêutico.
inclusive aos que forem convencidos, pe-
§ 1º - Salvo exceção prevista neste artigo, são
rante o Conselho Federal de Farmácia ou
proibidos provisionamentos para quaisquer outras fi-
em juízo, de incontinência pública e escan-
nalidades.
dalosa ou de embriaguez habitual; e aos
que, por faltas graves, já tenham sido três § 2º - Não gozará do benefício concedido neste
vezes condenados definitivamente a penas artigo o prático ou oficial de farmácia estabelecido com
de suspensão, ainda que em Conselhos farmácia sem a satisfação de todas as exigências le-
Regionais diversos. gais ou regulamentares vigentes na data da publica-
ção desta lei.
§ 1º - À deliberação do Conselho procederá,
sempre, audiência do acusado, sendo-lhe dado de- § 3º - Poderão ser provisionados, nos termos
fensor, se não for encontrado ou se deixar o proces- deste artigo, as Irmãs de Caridade que forem respon-
so à revelia. sáveis técnicas de farmácia pertencentes ou admi-
nistradas por Congregações Religiosas. (Obs.: Reda-
§ 2º - Da imposição de qualquer penalidade ção dada pela Lei nº 4.817, de 29/10/1965).
caberá recurso, no prazo de 30 (trinta) dias, conta-
dos da ciência, para o Conselho Federal, sem efeito Art. 34 - O pessoal a serviço dos Conselhos
suspensivo, salvo nos casos dos números III e IV deste de Farmácia será inscrito, para efeito de previdência
artigo, em que o efeito será suspensivo. social, no Instituto de Previdência e Assistência dos
Servidores do Estado (IPASE), em conformidade com
CAPÍTULO V o artigo 2º do Decreto-Lei número 3.347, de 12 de
Da Prestação de Contas junho de 1941.
Art. 35 - Os Conselhos Regionais poderão, por
Art. 31 - Os Presidentes do Conselho Federal procuradores seus, promover perante o Juízo da Fa-
e dos Conselhos Regionais de Farmácia prestarão, zenda Pública, e mediante processo de executivo fis-
anualmente, suas contas perante o Tribunal de Con- cal, a cobrança das penalidades e anuidades previs-
tas da União. tas para a execução da presente lei.

07
Art. 36 - A assembléia que se realizar para a Art. 37 - O Conselho Federal de Farmácia pro-
escolha dos membros do primeiro Conselho Federal cederá, em sua primeira reunião, ao sorteio dos con-
de Farmácia será presidida pelo consultor técnico do selheiros federais que deverão exercer o mandato por
Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e se um, dois ou três anos.
constituirá dos delegados eleitores dos sindicatos e Art. 38 - O pagamento da primeira anuidade
associações de farmacêuticos, com mais de 1 (um) deverá ser feito por ocasião da inscrição no Conse-
ano de existência legal, no País, eleitos em assem- lho Regional de Farmácia.
bléias das respectivas entidades, por voto secreto e
segundo as formalidades estabelecidas para a esco- Art. 39 - Os casos omissos verificados nesta
lha de suas diretorias ou órgãos dirigentes. lei serão resolvidos pelo Conselho Federal de Farmá-
cia. Enquanto não for votado o Código de Deontolo-
§ 1º - Cada sindicato ou associação indicará gia Farmacêutica, prevalecerão em cada Conselho
um único delegado-eleitor, que deverá ser, obrigato- Regional as praxes reconhecidas pelos mesmos.
riamente, farmacêutico e no pleno gozo de seus di-
reitos. Art. 40 - A presente lei entrará em vigor, em
todo o território nacional, 120 (cento e vinte) dias
§ 2º - Os sindicatos ou associações de farma- depois de sua publicação, revogadas as disposições
cêuticos, para obterem seus direitos de representa- em contrário.
ção na assembléia a que se refere este artigo, deve-
rão proceder, no prazo de 60 (sessenta) dias, ao seu
registro prévio perante a Federação das Associações Brasília, 11 de novembro de 1960; 139º da In-
de Farmacêuticos do Brasil, mediante a apresenta- dependência e 72º da República.
ção de seus estatutos e demais documentos julga-
dos necessários.
Juscelino Kubitschek
§ 3º - A Federação das Associações de Farma-
S. Paes de Almeida
cêuticos do Brasil, de acordo com o Consultor Técni-
Clóvis Salgado
co do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
Allyrio Sales Coelho
tomará as providências necessárias à realização da
Pedro Paulo Penido
assembléia de que cogita este artigo.

08
DECRETO Nº 85.878
DE 7 DE ABRIL DE 1981.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da que se situem no domínio de capacitação


atribuição que lhe confere o artigo 81, item III, da Cons- técnico-científica profissional.
tituição. Art 2º São atribuições dos profissionais farma-
DECRETA: cêuticos, as seguintes atividades afins, respeitadas
Art 1º São atribuições privativas dos profissio- as modalidades profissionais, ainda que não privati-
nais farmacêuticos: vas ou exclusivas:

I. desempenho de funções de dispensação I. a direção, o assessoramento, a responsa-


ou manipulação de fórmulas magistrais e bilidade técnica e o desempenho de fun-
farmacopéicas, quando a serviço do públi- ções especializadas exercidas em:
co em geral ou mesmo de natureza priva- a) órgãos, empresas, estabelecimentos, la-
da; boratórios ou setores em que se prepa-
II. assessoramento e responsabilidade técni- rem ou fabriquem produtos biológicos,
ca em: imunoterápicos, soros, vacinas, alérge-
nos, opoterápicos para uso humano e
a) estabelecimentos industriais farmacêu- veterinário, bem como de derivados do
ticos em que se fabriquem produtos que sangue;
tenham indicações e/ou ações terapêu-
ticas, anestésicos ou auxiliares de di- b) órgãos ou laboratórios de análises clí-
agnóstico, ou capazes de criar depen- nicas ou de saúde pública ou seus de-
dência física ou psíquica; partamentos especializados;

b) órgãos, laboratórios, setores ou estabe- c) estabelecimentos industriais em que se


lecimentos farmacêuticos em que se fabriquem produtos farmacêuticos para
executem controle e/ou inspeção de uso veterinário;
qualidade, análise prévia, análise de d) estabelecimentos industriais em que se
controle e análise fiscal de produtos que fabriquem insumos farmacêuticos para
tenham destinação terapêutica, anesté- uso humano ou veterinário e insumos
sica ou auxiliar de diagnósticos ou ca- para produtos dietéticos e cosméticos
pazes de determinar dependência físi- com indicação terapêutica;
ca ou psíquica; e) estabelecimentos industriais em que se
c) órgãos, laboratórios, setores ou estabe- fabriquem produtos saneantes, insetici-
lecimentos farmacêuticos em que se das, raticidas, antisséticos e desinfetan-
pratiquem extração, purificação, contro- tes;
le de qualidade, inspeção de qualida- f) estabelecimentos industriais ou institui-
de, análise prévia, análise de controle ções governamentais onde sejam pro-
e análise fiscal de insumos farmacêuti- duzidos radioisótopos ou radiofármacos
cos de origem vegetal, animal e mine- para uso em diagnóstico e terapêutica;
ral;
g) estabelecimentos industriais, institui-
d) depósitos de produtos farmacêuticos de ções governamentais ou laboratórios es-
qualquer natureza; pecializados em que se fabriquem con-
I I I . a fiscalização profissional sanitária e técni- juntos de reativos ou de reagentes des-
ca de empresas, estabelecimentos, seto- tinados às diferentes análises auxiliares
res, fórmulas, produtos, processos e mé- do diagnóstico médico;
todos farmacêuticos ou de natureza farma- h) estabelecimentos industriais em que se
cêutica; fabriquem produtos cosméticos sem in-
IV. a elaboração de laudos técnicos e a realiza- dicação terapêutica e produtos dietéti-
ção de perícias técnico-legais relacionados cos e alimentares;
com atividades, produtos, fórmulas, pro- i) órgãos, laboratórios ou estabelecimen-
cessos e métodos farmacêuticos ou de na- tos em que se pratiquem exames de ca-
tureza farmacêutica; ráter químico-toxicológico, químico-bro-
V. o magistério superior das matérias privati- matológico, químico-farmacêutico, bio-
vas constantes do currículo próprio do cur- lógicos, microbiológicos, fitoquímicos e
so de formação farmacêutica, obedecida a sanitários;
legislação do ensino; j) controle, pesquisa e perícia da poluição
VI. desempenho de outros serviços e funções, atmosférica e tratamento dos despejos
não especificados no presente Decreto, industriais.

09
II. tratamento e controle de qualidade das das serão resolvidas através de entendimento direto
águas de consumo humano, de indústria entre os Conselhos Federais interessados.
farmacêutica, de piscinas, praias e balne- Art 5º Para efeito do disposto no artigo anteri-
ários, salvo se necessário o emprego de or, considera-se afim com a do farmacêutico a ativi-
reações químicas controladas ou opera- dade da mesma natureza, exercida por outros profis-
ções unitárias; sionais igualmente habilitados na forma da legisla-
Ill. vistoria, perícia, avaliação, arbitramento e ção específica.
serviços técnicos, elaboração de parece- Art 6º Cabe ao Conselho Federal de Farmácia
res, laudos e atestados do âmbito das atri- expedir as resoluções necessárias à interpretação e
buições respectivas. execução do disposto neste Decreto.
Art 3º As disposições deste Decreto abrangem Art 7º Este Decreto entrará em vigor na data de
o exercício da profissão de farmacêutico no serviço sua publicação, revogadas as disposições em contrá-
público da União, dos Estados, Distrito Federal, Ter- rio.
ritórios, Municípios e respectivos órgãos da adminis-
tração indireta, bem como nas entidades particula- Brasília, 07 de abril de 1981; 160º da Indepen-
res. dência e 93º da República.

Art 4º As dúvidas provenientes do exercício de JOÃO FIGUEIREDO


atividades afins com outras profissões regulamenta- Murilo Macêdo

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 9.4.1981

10
RESOLUÇÃO Nº 417
DE 29 DE SETEMBRO DE 2004

Ementa: Aprova o Código de Ética da Profissão Farmacêutica.

O CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, no exer- Art. 6° - Cabe ao farmacêutico zelar pelo perfeito
cício das atribuições que lhe confere o artigo 6º, alínea desempenho ético da Farmácia e pelo prestígio e bom
“g”, da Lei n° 3.820, de 11 de novembro de 1960, RE- conceito da profissão.
SOLVE: Art. 7° - O farmacêutico deve manter atualizados
Art. 1º - Aprovar o CÓDIGO DE ÉTICA FARMA- os seus conhecimentos técnicos e científicos para aper-
CÊUTICA, nos termos do Anexo desta Resolução, da qual feiçoar, de forma contínua, o desempenho de sua ativi-
faz parte. dade profissional.
Art. 2° - Esta Resolução entra em vigor na data da Art. 8° - A profissão farmacêutica, em qualquer
publicação, revogando-se as disposições em contrário e, circunstância ou de qualquer forma, não pode ser exer-
em especial, os termos da Resolução/CFF nº 290/96. cida exclusivamente com objetivo comercial.
Art. 9° - Em seu trabalho, o farmacêutico não pode
ANEXO se deixar explorar por terceiros, seja com objetivo de
CÓDIGO DE ÉTICA DA PROFISSÃO
lucro, seja com finalidade política ou religiosa.
FARMACÊUTICA
Art. 10 – O farmacêutico deve cumprir as disposi-
PREÂMBULO ções legais que disciplinam a prática profissional no País,
sob pena de advertência.
O FARMACÊUTICO É UM PROFISSIONAL DA
SAÚDE, CUMPRINDO-LHE EXECUTAR TODAS AS ATI- CAPÍTULO II
VIDADES INERENTES AO ÂMBITO PROFISSIONAL FAR- Dos Deveres
MACÊUTICO, DE MODO A CONTRIBUIR PARA A SAL-
VAGUARDA DA SAÚDE PÚBLICA E, AINDA, TODAS AS Art. 11 - O farmacêutico, durante o tempo em que
AÇÕES DE EDUCAÇÃO DIRIGIDAS À COMUNIDADE NA permanecer inscrito em um Conselho Regional de Far-
PROMOÇÃO DA SAÚDE. mácia, independentemente de estar ou não no exercício
efetivo da profissão, deve:
TÍTULO I I. comunicar às autoridades sanitárias e profis-
Do Exercício Profissional sionais, com discrição e fundamento, fatos
que caracterizem infringência a este Código
CAPÍTULO I e às normas que regulam o exercício das ati-
Dos Princípios Fundamentais vidades farmacêuticas;
II. colocar seus serviços profissionais à disposi-
Art. 1º - O exercício da profissão farmacêutica, ção das autoridades constituídas, se solicita-
como todo exercício profissional, tem uma dimensão do, em caso de conflito social interno, catás-
ética que é regulada por este código e pelos diplomas trofe ou epidemia, independentemente de
legais em vigor, cuja transgressão resultará em sanções haver ou não remuneração ou vantagem pes-
disciplinares por parte do Conselho Regional de Farmá- soal;
cia, após apuração pelas suas Comissões de Ética, in- III. exercer a assistência farmacêutica e fornecer
dependentemente das penalidades estabelecidas pelas informações ao usuário dos serviços;
leis do País.
IV. respeitar o direito de decisão do usuário so-
Art. 2° - O farmacêutico atuará sempre com o bre sua própria saúde e bem-estar, excetu-
maior respeito à vida humana, ao meio ambiente e à ando-se o usuário que, mediante laudo mé-
liberdade de consciência nas situações de conflito entre dico ou determinação judicial, for considera-
a ciência e os direitos fundamentais do homem. do incapaz de discernir sobre opções de tra-
Art. 3° - A dimensão ética da profissão farmacêu- tamento e/ou decidir sobre sua própria saú-
tica é determinada, em todos os seus atos, pelo benefí- de e bem-estar;
cio ao ser humano, à coletividade e ao meio ambiente, V. comunicar ao Conselho Regional de Farmá-
sem qualquer discriminação. cia e às autoridades sanitárias a recusa ou a
Art. 4º - Os farmacêuticos respondem pelos atos demissão de cargo, função ou emprego,
que praticarem ou pelos que autorizarem no exercício motivada pela necessidade de preservar os
da profissão. legítimos interesses da profissão, da socie-
Art. 5° - Para que possa exercer a profissão far- dade ou da saúde pública;
macêutica com honra e dignidade, o farmacêutico deve VI. guardar sigilo de fatos que tenha conhecimen-
dispor de boas condições de trabalho e receber justa to no exercício da profissão, excetuando-se
remuneração por seu desempenho. os de dever legal, amparados pela legislação

11
vigente, os quais exijam comunicação, denún- III. praticar procedimento que não seja reconhe-
cia ou relato a quem de direito; cido pelo Conselho Federal de Farmácia;
VII. respeitar a vida humana, jamais cooperando IV. praticar ato profissional que cause dano físi-
com atos que intencionalmente atentem con- co, moral ou psicológico ao usuário do servi-
tra ela ou que coloquem em risco sua integri- ço, que possa ser caracterizado como impe-
dade física ou psíquica; rícia, negligência ou imprudência;
VIII. assumir, com responsabilidade social, sani- V. deixar de prestar assistência técnica efetiva
tária, política e educativa, sua função na de- ao estabelecimento com o qual mantém vín-
terminação de padrões desejáveis do ensino culo profissional, ou permitir a utilização do
e do exercício da Farmácia; seu nome por qualquer estabelecimento ou
instituição onde não exerça pessoal e efeti-
IX. contribuir para a promoção da saúde indivi- vamente sua função;
dual e coletiva, principalmente no campo da
VI. realizar, ou participar de atos fraudulentos
prevenção, sobretudo quando, nessa área,
relacionados à profissão farmacêutica, em
desempenhar cargo ou função pública;
todas as suas áreas de abrangência;
X. o farmacêutico deverá adotar postura científi-
VII. fornecer meio, instrumento, substância ou
ca, perante as práticas terapêuticas alternati-
conhecimento para induzir a prática (ou dela
vas, de modo que o usuário fique bem infor- participar) de eutanásia, de tortura, de toxi-
mado e possa melhor decidir sobre a sua comania ou de qualquer outra forma de pro-
saúde e bem-estar; cedimento degradante, desumano ou cruel
XI. selecionar, nos limites da lei, os auxiliares para em relação ao ser humano;
o exercício de sua atividade; VIII. produzir, fornecer, dispensar, ou permitir que
XII. denunciar às autoridades competentes quais- seja dispensado meio, instrumento, substân-
quer formas de poluição, deterioração do cia e/ou conhecimento, medicamento ou fór-
meio ambiente ou riscos inerentes ao traba- mula magistral, ou especialidade farmacêuti-
lho, prejudiciais à saúde e à vida; ca, fracionada ou não, que não contenha sua
identificação clara e precisa sobre a(s)
XIII. evitar que o acúmulo de encargos prejudique a substância(s) ativa(s) contida(s), bem como
qualidade da atividade farmacêutica prestada. suas respectivas quantidades, contrariando
Art. 12 - O farmacêutico deve comunicar ao Con- as normas legais e técnicas, excetuando-se
selho Regional de Farmácia, por escrito, o afastamento a dispensação hospitalar interna, em que
de suas atividades profissionais das quais detém res- poderá haver a codificação do medicamento
ponsabilidade técnica, quando não houver outro farma- que for fracionado, sem, contudo, omitir o seu
cêutico que, legalmente, o substitua. nome ou fórmula;
§ 1º – A comunicação ao Conselho Regional de IX. obstar, ou dificultar a ação fiscalizadora das
Farmácia deverá ocorrer no prazo máximo de 5 (cinco) autoridades sanitárias ou profissionais;
dias após o afastamento, quando este ocorrer por moti- X. no exercício da profissão farmacêutica, acei-
vo de doença, acidente pessoal, óbito familiar, ou outro, tar remuneração abaixo do estabelecido como
a ser avaliado pelo CRF. o piso salarial, mediante acordos ou dissídi-
§ 2º - Quando o afastamento for motivado por os da categoria;
doença, o farmacêutico ou seu procurador deverá apre- XI. declarar possuir títulos científicos ou espe-
sentar à empresa ou instituição documento datado e cialização que não possa comprovar;
assinado, justificando sua ausência, a ser comprovada XII. permitir que pessoa ou instituição interfira
por atestado, no prazo de 5 (cinco) dias. em seus resultados apresentados como
§ 3º – Quando o afastamento ocorrer por motivo perito ou auditor;
de férias, congressos, cursos de aperfeiçoamento, ativi- XIII. aceitar ser perito quando houver envolvi-
dades administrativas ou outras atividades, a comunica- mento pessoal ou institucional;
ção ao Conselho Regional de Farmácia deverá ocorrer
XIV. exercer a profissão farmacêutica quando es-
com antecedência mínima de 1 (um) dia.
tiver sob a sanção disciplinar de suspensão;
CAPÍTULO III XV. expor, dispensar, ou permitir que seja dis-
Das Proibições pensado medicamento em contrariedade à
legislação vigente;
Art. 13 - É proibido ao farmacêutico: XVI. exercer a profissão em estabelecimento que
I. participar de qualquer tipo de experiência em não esteja devidamente registrado nos ór-
ser humano, com fins bélicos, raciais ou eu- gãos de fiscalização sanitária e do exercí-
gênicos, pesquisa clínica ou em que se cons- cio profissional;
tate desrespeito a algum direito inalienável do XVII. aceitar a interferência de leigos em seus tra-
ser humano; balhos e em suas decisões de natureza pro-
II. exercer simultaneamente a Medicina; fissional;

12
XVIII. delegar a outros profissionais atos ou atribui- II. publicar, em seu nome, trabalho científico do
ções exclusivos da profissão farmacêutica; qual não tenha participado ou atribuir-se au-
XIX. omitir-se e/ou acumpliciar-se com os que toria exclusiva quando houver participação de
exercem ilegalmente a Farmácia, ou com subordinados ou outros profissionais, farma-
profissionais ou instituições farmacêuticas cêuticos ou não;
que pratiquem atos ilícitos; III. promover publicidade enganosa ou abusiva
da boa fé do usuário;
XX. assinar trabalhos realizados por outrem, alheio
à sua execução, orientação, supervisão ou fis- IV. anunciar produtos farmacêuticos ou proces-
calização, ou ainda assumir responsabilida- sos por meios capazes de induzir ao uso in-
de por ato farmacêutico que não praticou ou discriminado de medicamentos;
do qual não participou efetivamente; V. utilizar-se, sem referência ao autor ou sem a
XXI. prevalecer-se do cargo de chefia ou de sua autorização expressa, de dados ou infor-
empregador para desrespeitar a dignidade mações, publicados ou não;
de subordinados; VI. promover pesquisa na comunidade, sem o
XXII. pleitear, de forma desleal, para si ou para seu consentimento livre e esclarecido, e sem
outrem, emprego, cargo ou função que es- que o objetivo seja a proteção ou a promo-
teja sendo exercido por outro farmacêuti- ção da saúde.
co, bem como praticar atos de concorrên-
cia desleal; CAPÍTULO V
XXIII. fornecer, ou permitir que forneçam, medi- Dos Direitos
camento ou fármaco para uso diverso da
sua finalidade; Art. 16 – São direitos do farmacêutico:
XXIV. exercer a Farmácia em interação com ou- I. exercer a profissão sem ser discriminado por
tras profissões, concedendo vantagem, ou questões de religião, raça, sexo, nacionalida-
não, aos demais profissionais habilitados de, cor, idade, condição social, opinião políti-
para direcionamento de usuário, visando ao ca ou de qualquer outra natureza;
interesse econômico e ferindo o direito do II. interagir com o profissional prescritor, quando
usuário de livremente escolher o serviço e necessário, para garantir a segurança e a efi-
o profissional; cácia da terapêutica farmacológica, com fun-
XXV. receber remuneração por serviços que não damento no uso racional de medicamentos;
tenha efetivamente prestado; III. exigir dos demais profissionais de saúde o cum-
XXVI. exercer a fiscalização profissional e sanitá- primento da legislação sanitária vigente, em
ria, quando for sócio ou acionista de qual- especial quanto à legibilidade da prescrição;
quer categoria, ou interessado por qualquer IV. recusar-se a exercer a profissão em institui-
forma, bem como prestar serviços a empre- ção pública ou privada, onde inexistam con-
sa ou estabelecimento que explore o co- dições dignas de trabalho ou que possam
mércio de drogas, medicamentos, insumos prejudicar o usuário, com direito a represen-
farmacêuticos e correlatos, laboratórios, tação junto às autoridades sanitárias e pro-
distribuidoras, indústrias, com ou sem vín- fissionais, contra a instituição;
culo empregatício.
V. recusar-se a exercer a profissão, ou suspen-
Art. 14 – Quando atuante no serviço público, é der a sua atividade, individual ou coletivamen-
vedado ao farmacêutico: te, em instituição pública ou privada, onde
I. utilizar-se do serviço ou cargo público para inexistam remuneração ou condições dignas
executar trabalhos de empresa privada de sua de trabalho ou que possam prejudicar o usu-
propriedade ou de outrem, como forma de ário, ressalvadas as situações de urgência ou
obter vantagens pessoais; de emergência, devendo comunicá-las ime-
II. cobrar ou receber remuneração do usuário diatamente ao Conselho Regional de Farmá-
do serviço; cia e às autoridades sanitárias e profissionais;
III. reduzir, irregularmente, quando em função de VI. recusar-se a realizar atos farmacêuticos que,
chefia, a remuneração devida a outro farma- embora autorizados por lei, sejam contrários
cêutico. aos ditames da ciência e da técnica, comuni-
cando o fato, quando for o caso, ao usuário,
a outros profissionais envolvidos ou ao res-
CAPÍTULO IV pectivo Conselho Regional de Farmácia.
Da Publicidade e dos Trabalhos Científicos
TÍTULO II
Art. 15 – É vedado ao farmacêutico: Das Relações Profissionais
I. divulgar assunto ou descoberta de conteúdo
inverídico; Art. 17 - O farmacêutico, perante seus colegas e

13
demais profissionais da equipe de saúde, deve compro- cionamento e de RT), mantendo atualizado o seu ende-
meter-se a: reço residencial e os horários de responsabilidade téc-
I. obter e conservar alto nível ético em seu meio nica ou de substituição.
profissional e manter relações cordiais com a
sua equipe de trabalho, prestando-lhe apoio, TÍTULO IV
assistência e solidariedade moral e profissio- Das Infrações e Sanções Disciplinares
nal;
Art. 20 – As sanções disciplinares consistem em:
II. adotar critério justo nas suas atividades e nos
pronunciamentos sobre serviços e funções I. de advertência ou censura;
confiados anteriormente a outro farmacêuti- II. de multa de (um) salário-mínimo a 3 (três)
co; salários-mínimos regionais;
III. prestar colaboração aos colegas que dela III. de suspensão de 3 (três) meses a um ano;
necessitem, assegurando-lhes consideração, IV. de eliminação.
apoio e solidariedade que reflitam a harmo-
nia e o prestígio da categoria; TÍTULO V
IV. prestigiar iniciativas dos interesses da cate- Das Disposições Gerais
goria;
V. empenhar-se em elevar e firmar seu próprio Art. 21 – As normas deste Código aplicam-se aos
conceito, procurando manter a confiança dos farmacêuticos, em qualquer cargo ou função, indepen-
membros da equipe de trabalho e do público dentemente do estabelecimento ou instituição onde es-
em geral; tejam prestando serviço.

VI. limitar-se às suas atribuições no trabalho, Art. 22 - A verificação do cumprimento das nor-
mantendo relacionamento harmonioso com mas estabelecidas neste Código é atribuição dos Con-
outros profissionais, no sentido de garantir selhos de Farmácia e de suas Comissões de Ética, das
unidade de ação na realização de atividades autoridades da área de saúde, dos farmacêuticos e da
a que se propõe em benefício individual e sociedade em geral.
coletivo; Art. 23 - A apuração das infrações éticas compe-
VII. denunciar, a quem de direito, atos que con- te ao Conselho Regional de Farmácia em que o profissi-
trariem os postulados éticos da profissão. onal está inscrito ao tempo do fato punível em que in-
correu, por meio de sua Comissão de Ética.
TÍTULO III Art. 24 - O farmacêutico portador de doença que
Das Relações com os Conselhos o incapacite para o exercício da farmácia, apurada pelo
Conselho Regional de Farmácia em procedimento ad-
Art. 18 - Na relação com os Conselhos, obriga-se ministrativo com perícia médica, terá suas atividades
o farmacêutico a: profissionais suspensas enquanto perdurar sua incapa-
I. acatar e respeitar os Acórdãos e Resoluções cidade.
do Conselho Federal e os Acórdãos e Delibe- Art. 25 – O profissional condenado por sentença
rações dos Conselhos Regionais de Farmá- criminal, definitivamente transitada em julgado, por crime
cia; praticado no uso do exercício da profissão, ficará suspen-
II. prestar, com fidelidade, informações que lhe so da atividade enquanto durar a execução da pena.
forem solicitadas a respeito de seu exercício Art. 26 – Prescreve em 24 (vinte e quatro) meses
profissional; a constatação fiscal de ausência do farmacêutico no
III. comunicar ao Conselho Regional de Farmá- estabelecimento, através de auto de infração ou termo
cia em que estiver inscrito, toda e qualquer de visita, para efeito de instauração de processo ético.
conduta ilegal ou antiética que observar na Art. 27 - Aplica-se o Código de Ética a todos os
prática profissional; inscritos no Conselho Regional de Farmácia.
IV. atender convocação, intimação, notificação Art. 28 - O Conselho Federal de Farmácia, ouvi-
ou requisição administrativa no prazo deter- dos os Conselhos Regionais de Farmácia e a categoria
minado, feita pelos Conselhos Regionais de farmacêutica, promoverá a revisão e a atualização deste
Farmácia, a não ser por motivo de força mai- Código, quando necessário.
or, comprovadamente justificado. Art. 29 - As condições omissas neste Código se-
Art. 19 – O farmacêutico, no exercício profissio- rão decididas pelo Conselho Federal de Farmácia.
nal, fica obrigado a informar, por escrito, ao respectivo
CRF todos os seus vínculos, com dados completos da Jaldo de Souza Santos
empresa (razão social, CNPJ, endereço, horário de fun- Presidente – CFF

14
RESOLUÇÃO Nº 418
DE 29 DE SETEMBRO DE 2004

Ementa: Aprova o Código de Processo Ético da Profissão Farmacêutica.

O CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, no exer- I. Recebimento da denúncia;


cício das atribuições que lhe confere o artigo 6º, alínea II. Instauração ou Arquivamento;
“g”, da Lei nº 3.820, de 11 de novembro de 1960, RE-
SOLVE: III. Montagem do Processo Ético-disciplinar;
Art. 1º - Aprovar o CÓDIGO DE PROCESSO ÉTI- IV. Instalação dos trabalhos;
CO DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA, nos termos do V. Conclusão da Comissão de Ética;
Anexo desta Resolução, de que faz parte.
VI. Julgamento;
Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor na data
da publicação, revogando-se as disposições em contrá- VII. Recursos e Revisões;
rio e, em especial, os termos das Resoluções/CFF nOS VIII. Execução.
241/93 e 259/94. Art. 5º - Compete aos Conselhos Regionais de
Farmácia processar e julgar em primeira instância os pro-
ANEXO fissionais sob sua jurisdição e seus membros colegiados.
CÓDIGO DE PROCESSO ÉTICO
Art. 6º - Compete ao Conselho Federal de Far-
TÍTULO I mácia julgar em instância de recurso os processos dis-
Das Disposições Gerais ciplinares éticos.

CAPÍTULO I TÍTULO II
Do processo Dos procedimentos

Art. 1º - A apuração ética, nos Conselhos Regio- CAPÍTULO II


nais de Farmácia, reger-se-á por este Código, aplican- Do Recebimento da Denúncia
do-se, supletivamente, os princípios gerais de direito aos
casos omissos e/ou lacunosos. Art. 7º - A apuração do processo ético inicia-se
por ato do Presidente do CRF, quando este:
Art. 2º - A competência disciplinar é do Conselho
Regional em que o faltoso estiver inscrito ao tempo do I. tomar ciência do ato ou matéria que caracte-
fato punível em que incorreu, devendo o processo ser rize infração ética profissional;
instaurado, instruído e julgado em caráter sigiloso, sen- II. tomar conhecimento de infração ética profis-
do permitida vista dos autos apenas às partes e aos pro- sional por meio do Relatório de Fiscalização
curadores, fornecendo-se cópias das peças requeridas. do CRF que preside.
Parágrafo Único. - No decurso da apuração éti- Art. 8º - O Presidente do CRF encaminhará, em
ca, poderá o profissional solicitar transferência para ou- até 20 (vinte) dias, corridos do conhecimento do fato,
tro CRF, sem interrupção ou prejuízo do processo ético despacho ao Presidente da Comissão de Ética, determi-
no CRF em que tenha cometido a falta. Neste caso, após nando a elaboração de parecer sobre a viabilidade de
o processo transitado em julgado, deverá o CRF julga- abertura de Processo Ético-disciplinar, com base nos
dor informar ao CRF em que o profissional estiver inscri- indícios apresentados na denúncia recebida.
to quanto ao teor do veredicto e à penalidade imposta.
§ 1o - O Presidente da Comissão de Ética terá o
Art. 3º - Os Conselhos Regionais instituirão Co- prazo de 20 (vinte) dias, contados a partir do recebi-
missões de Ética, com a competência de opinar pela mento da solicitação, para entregar o parecer.
abertura ou não de processo ético disciplinar.
§ 2o - O parecer do Presidente da Comissão de
§ 1º - Cada Comissão de Ética será composta Ética deverá conter uma parte expositiva, onde serão
por, no mínimo, 3 (três) farmacêuticos nomeados pelo fundamentados os motivos e uma outra, conclusiva, onde
Presidente do CRF e homologados pelo Plenário, com se explicite a frase “pela instauração de Processo Ético-
mandato igual ao da Diretoria. disciplinar” ou “pelo arquivamento”. No primeiro caso,
§ 2º - Compete à Comissão de Ética escolher deverá(ão) constar o(s) artigo(s) do Código de Ética em
dentre os seus membros o seu Presidente. tese infringido(s).
§ 3º - É vedada à Diretoria a participação na Co-
missão de Ética. CAPÍTULO III
Da Instauração ou Arquivamento
§ 4º - Verificada a ocorrência de vaga na Comis-
são de Ética, o Presidente do CRF indicará o substituto Art. 9º – O Presidente do CRF analisará o pare-
para ocupar o cargo. cer do Presidente da Comissão de Ética e despachará,
Art. 4º - A Apuração Ética obedecerá, para sua em até 20 (vinte) dias, pelo arquivamento ou pela ins-
tramitação, cronologicamente os seguintes passos: tauração de Processo Ético Disciplinar.

15
Parágrafo Único – Para abertura de processo éti- V. Requerer ao Presidente da Comissão de Éti-
co com fundamento na ausência do profissional no es- ca a realização de nova sessão de depoimen-
tabelecimento a que presta assistência técnica, confor- to, se necessário.
me dispõe o inciso V, do artigo 13 do Código de Ética, Art. 14 – A sessão de depoimento do indiciado
serão necessárias, no mínimo, 3 (três) constatações fis- obedecerá ao que segue:
cais no período de 24 (vinte e quatro) meses.
I. Somente poderão estar presentes no recinto
CAPÍTULO IV os membros da Comissão de Ética, o depo-
Da Montagem do Processo Ético Disciplinar ente e/ou seu procurador, as testemunhas, o
advogado do CRF e o funcionário do CRF res-
Art. 10 - Instaurado o Processo Ético Disciplinar ponsável por secretariar a Comissão de Éti-
mediante despacho do Presidente do CRF, a Secretaria ca;
o registrará por escrito e o autenticará, atribuindo ao II. Cabe ao Presidente da Comissão de Ética
processo um número de protocolo que o caracterizará determinar a ordem de entrada e/ou perma-
e, de imediato, o encaminhará à Comissão de Ética. nência no recinto dos participantes da ses-
Art. 11 - O processo será formalizado através de são;
autos, com peças anexadas por termo, sendo os despa- III. A sessão de depoimento poderá ser gravada
chos, pareceres e decisões juntados em ordem numéri- em áudio, sendo as fitas anexadas ao pro-
ca. cesso;
IV. Ao final da sessão de depoimento, o relator
CAPÍTULO V
Da Instalação dos trabalhos do processo oferecerá aos presentes o “Ter-
mo de Depoimento”, por escrito, em duas vias
Art. 12 – Recebido o processo, o Presidente da de igual teor, que deverá ser lido e assinado
Comissão de Ética terá até 180 (cento e oitenta) dias, pelos presentes.
para instalar e concluir os trabalhos da Comissão de Art. 15 – Caso o indiciado não se manifeste à
Ética, obedecendo aos seguintes procedimentos: Comissão de Ética e também não compareça ao local,
I. Lavrar o competente termo de instalação dos no dia e na hora marcados para prestar depoimento, o
trabalhos; Presidente da Comissão de Ética o convocará novamen-
te, declarando-o revel, se ausente. No primeiro dia útil
II. Designar, dentre os membros da comissão, seguinte, o Presidente da Comissão de Ética comunica-
o relator do processo; rá o ocorrido ao Presidente do CRF, requerendo-lhe a
III. Designar um empregado do CRF para secre- nomeação de Defensor Dativo.
tariar os trabalhos da Comissão;
§ 1o – O Presidente do CRF terá o prazo de 10
IV. Designar local, dia e hora para a Sessão de (dez) dias para a proceder a nomeação do Defensor
Depoimento do indiciado; Dativo.
V. Determinar a imediata comunicação por cor- § 2o – O Defensor Dativo, a partir de sua nomea-
respondência ao indiciado, relatando-lhe: ção, terá o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar,
a) da abertura do processo ético; por escrito, à Comissão de Ética, a defesa do indiciado.
b) do local, data e hora designados para a Art. 16 - O revel poderá intervir no processo em
sessão em que ocorrerá o seu depoimen- qualquer fase, não lhe sendo devolvido prazo já venci-
to; do.
c) do direito de arrolar até 3 (três) testemu-
CAPÍTULO VI
nhas na sua defesa prévia, que deve(m)
Da Conclusão da CE
ser apresentada(s) em até 7 (sete) dias
anteriores à data da audiência.
Art. 17 - Concluída a instrução processual, o Re-
Parágrafo Único - O indiciado ou seu procurador lator da Comissão de Ética apresentará seu relatório.
terá livre acesso aos originais dos autos do processo
§ 1º – Caso haja necessidade de perícias e de-
sempre que desejar consultá-los, observando-se o ex-
mais provas, ou diligências consideradas necessárias
pediente da Secretaria do CRF.
na instrução do processo e que demandem maior tem-
Art. 13 - Compete ao Relator da Comissão de Éti- po em face de maior complexidade do processo, o pra-
ca no Processo Ético-disciplinar: zo para conclusão poderá ser prorrogado por até 180
I. Instruir o processo para julgamento; (cento e oitenta) dias, mediante justificativa apresenta-
da pelo Presidente da CE ao Presidente do CRF.
II. Intimar pessoas;
§ 2º - O relatório a que alude o “caput” deste arti-
III. Requerer perícias e demais provas ou diligên-
go conterá uma parte expositiva, mediante sucinto rela-
cias consideradas necessárias à instrução do
to dos fatos, com a explícita referência ao local, à data e
processo;
à hora da infração, com a apreciação das provas acolhi-
IV. Emitir relatório; das; e outra parte, conclusiva, com a apreciação do va-

16
lor probatório das provas, indicando a infração e os dis- § 1o - Na hipótese de pedido de vista ou de con-
positivos do Código de Ética infringidos, e se houve, ou versão do julgamento em diligência, cumpridas as res-
não, culpa. pectivas providências, os autos serão devolvidos ao
Art. 18 – O Presidente da Comissão notificará na Conselheiro Relator para juntar seu parecer.
audiência o indiciado para, no prazo de 15 (quinze) dias, § 2o - A Comissão de Ética terá o prazo máximo
apresentar as razões finais. de 60 (sessenta) dias, contados a partir da data da rea-
Art. 19 – Concluído o processo, o Presidente da lização da Plenária que deu origem ao pedido de dili-
Comissão de Ética remeterá os autos ao Presidente do gência, para devolver ao Presidente do CRF o Processo
CRF para as providências cabíveis. Ético-disciplinar considerado.
§ 3o – Após cumprida(s) a(s) diligência(s), o Pre-
CAPITULO VII sidente da Comissão de Ética remeterá ao Presidente
Do Julgamento do CRF o Processo Ético-disciplinar, quando se conta-
rão novamente os prazos previstos no artigo 20.
Art. 20 - Recebido o processo, o Presidente do Art. 25 - A decisão dos Conselhos Regionais de
CRF terá o prazo de 10 (dez) dias para: Farmácia será fundamentada com base no parecer e voto
a) marcar a data de julgamento do processo em do relator.
Reunião Plenária; Parágrafo Único - Na hipótese de divergência do
b) mediante distribuição pela Secretaria, desig- voto do Relator e com pedido de revisão por outro Con-
nar um Conselheiro Relator entre os Conse- selheiro, o Presidente do CRF designará este como Re-
lheiros Efetivos; visor, que deverá apresentar voto, por escrito, na Ses-
c) comunicar ao indiciado a data de julgamen- são Plenária subseqüente ou em sessão extraordinária.
to, com antecedência mínima de 15 (quinze) Art. 26 - A decisão do Plenário terá a forma de
dias. Acórdão, a ser lavrado de acordo com o parecer do Con-
Parágrafo Único – A Plenária de julgamento do selheiro, cujo voto tenha sido adotado.
Processo Ético-disciplinar deverá ser realizada, no pra-
zo máximo de 60 (sessenta) dias corridos, contados, a CAPÍTULO VIII
partir da data de recebimento do Processo Ético-disci- Dos Recursos e Revisões
plinar pelo Presidente do CRF.
Art. 27 - Da decisão do Conselho Regional cabe-
Art. 21 - O Conselheiro Relator designado deverá rá recurso ao Conselho Federal, no prazo de 30 (trinta)
apresentar seu parecer na Reunião Plenária em que o dias corridos, a contar da data em que o infrator dela
processo será submetido a julgamento, na data marca- tomar conhecimento.
da.
§ 1º - Interposto tempestivamente, o recurso terá
Parágrafo Único – Não apresentando o Conse- efeito suspensivo nos casos previstos em lei.
lheiro Relator o parecer, sem justificativa prévia, o Presi-
dente do CRF designará outro Relator, que o apresenta- § 2º - No caso de interposição intempestiva, que
rá na plenária subseqüente. deverá ser certificada, nos autos, pelo Conselho Regio-
nal, o processo será arquivado, com trânsito em julga-
Art. 22 - Abrindo a Sessão de Julgamento, o Pre- do.
sidente da Reunião Plenária concederá a palavra ao
Conselheiro Relator, que lerá seu parecer e, após a con- Art. 28 - O recurso será julgado de acordo com o
cessão de direito à defesa oral, por 10 (dez) minutos, que dispuserem as normas do Conselho Federal de Far-
proferirá o seu voto, com julgamento que poderá ser re- mácia.
alizado, em sessão secreta, a critério do CRF. Art. 29 - No prazo de até um ano, a contar do
Art. 23 - Cumprido o disposto nos artigos anteri- trânsito em julgado da decisão, o punido poderá reque-
ores, o Presidente da Reunião Plenária dará a palavra, rer revisão do processo ao CRF, com base em fato novo,
pela ordem, aos Conselheiros que a solicitarem, para: ou na hipótese de a decisão condenatória ter sido fun-
dada em depoimento, exame pericial ou documento cuja
I. requerer vista dos autos; falsidade ficar comprovada.
II. requerer a conversão do julgamento em dili- Parágrafo único - Considera-se fato novo aquele
gência, com aprovação do Plenário, caso em que o punido conheceu somente após o trânsito em jul-
que determinará as providências que devem gado da decisão e que dê condição, por si só, ou em
ser adotadas pela Comissão de Ética; conjunto com as demais provas já produzidas, de criar
III. Opinar sobre a matéria ou os fundamentos nos julgadores uma convicção diversa daquela já firma-
ou conclusões do Relator; da.
IV. Proferir seu voto. Art. 30 - A revisão terá início por petição dirigida
Art. 24 - Caso haja pedido de vista dos autos ou ao Presidente do CRF, instruída com certidão de trânsito
conversão do julgamento em diligência, o processo será em julgado da decisão e as provas documentais com-
retirado de pauta, e seu julgamento final ocorrerá na probatórias dos fatos argüidos.
Reunião Plenária subseqüente. Parágrafo Único – O Presidente do CRF, ao aca-

17
tar o pedido, nomeará um relator para emissão de pare- Art. 33 - A representação por procurador deverá
cer, o qual será submetido a julgamento em sessão ple- estar instruída com instrumento de procuração, com fir-
nária, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias. ma devidamente reconhecida, excetuando-se aquela
outorgada a advogado.
CAPÍTULO IX
Da Execução Art. 34 - A punibilidade de farmacêutico por falta
sujeita a Processo Ético-disciplinar, por meio do CRF em
Art. 31 - Compete ao Conselho Regional a execu- que esteja inscrito, prescreve em 5 (cinco) anos, conta-
ção da decisão proferida em Processo Ético-disciplinar, dos da data de verificação do fato respectivo.
que se processará nos estritos termos do Acórdão e será Art. 35 - O conhecimento expresso ou a notifica-
anotada no prontuário do infrator. ção feita diretamente ao profissional faltoso interrompe
§ 1º - Na execução da penalidade de eliminação o prazo prescricional de que trata o artigo anterior.
do profissional, além dos editais e das comunicações Parágrafo único. O conhecimento expresso ou a
feitas às autoridades e interessados, proceder-se-á a
notificação de que trata este artigo ensejará defesa es-
apreensão da Carteira Profissional do infrator.
crita ou a termo, a partir de quando recomeçará a fluir
§ 2º – Na hipótese de aplicação definitiva de pe- novo prazo prescricional.
nalidade de suspensão, o CRF deverá promover publici-
dade da decisão. Art. 36 - Todo processo disciplinar paralisado, há
mais de 3 (três) anos, pendente de despacho ou julga-
TÍTULO III mento, será arquivado ex officio, ou a requerimento da
Das Disposições Finais parte interessada, sem prejuízo de serem apuradas as
responsabilidades pela paralisação.
Art. 32 - Considera-se prorrogado o prazo até o
1º (primeiro) dia útil subseqüente, se o vencimento do Jaldo de Souza Santos
mesmo cair em feriado ou em recesso do Conselho. Presidente – CFF

18
RESOLUÇÃO Nº 431
DE 17 DE FEVEREIRO DE 2005

Ementa: Dispõe sobre as infrações e sanções éticas e disciplinares aplicáveis aos


farmacêuticos.

O Conselho Federal de Farmácia, com fundamen- Art. 4º - As infrações éticas e disciplinares classi-
to no artigo 6º, alínea “g”, da Lei n.º 3.820, de 11 de ficam-se em:
novembro de 1960, I. leves, aquelas em que o indiciado é benefici-
Considerando a necessidade de regular a aplica- ado por circunstância atenuante;
ção de penalidades por procedimento administrativo, de- II. graves, aquelas em que for observada uma
finidas no artigo 30 da Lei n.º 3.820/60, RESOLVE: circunstância agravante; e
Art. 1º - As transgressões aos Acórdãos e às Re- III. gravíssimas, aquelas em que for observada a exis-
soluções do Conselho Federal de Farmácia, às Delibe- tência de duas ou mais circunstâncias agravan-
rações dos Conselhos Regionais de Farmácia e as infra- tes.
ções à legislação farmacêutica são passíveis de apena-
Art. 5º - Para a imposição de pena e sua gradação,
ção constante desta Resolução, ressalvadas as previs-
o Conselho Regional observará os seguintes aspectos:
tas em normas especiais.
I. as circunstâncias atenuantes e agravantes;
Art. 2º - As infrações éticas e disciplinares serão
apenadas, de forma alternada ou cumulativa, sem pre- II. a gravidade do fato, em razão de suas con-
juízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis, seqüências para o exercício profissional e a
com as penas de: saúde coletiva;
I. advertência; III. os antecedentes do indiciado em relação às
normas profissionais de regulação da ativi-
II. advertência com emprego da palavra “cen- dade farmacêutica.
sura”;
Art. 6º - São circunstâncias atenuantes:
III. multa;
I. a ação do indiciado não ter sido o fundamen-
IV. suspensão; to para a consecução do evento;
V. eliminação. II. a confissão espontânea da infração, se for re-
Art. 3º - A imposição das penas e sua gradação levante para a descoberta da verdade, com o
serão feitas em razão da aplicação do Código de Pro- propósito de reparar ou diminuir as suas con-
cesso Ético, nos termos da lei. seqüências para o exercício profissional e a
saúde coletiva;
§ 1º - A pena de advertência será aplicada, de
forma verbal ou escrita, por ofício do Presidente do Con- III. ter o indiciado sofrido coação a que não po-
selho Regional de Farmácia da jurisdição, quando a fal- dia resistir para a prática do ato;
ta disciplinar for leve. IV. ser o infrator primário, e a falta cometida, de
§ 2º - A advertência, com o emprego da palavra natureza leve; e
“censura”, será aplicada, de forma escrita, por ofício do V. ter o indiciado atendido, no prazo determina-
Presidente do Conselho Regional de Farmácia da juris- do, as convocações, intimações, notificações
dição, quando a falta disciplinar for leve. ou requisições administrativas feitas pelo Con-
§ 3º - A pena de multa consiste no recolhimento selho Regional de Farmácia da jurisdição.
de importância em espécie, variável segundo a gravida- Art. 7º - São circunstâncias agravantes:
de da infração, de 1 (um) a 3 (três) salários-mínimos
I. a premeditação;
regionais, aplicada com publicidade.
II. a reincidência, considerada como tal sempre
§ 4º - A pena de suspensão consiste no impedi- que a infração for cometida antes de decorri-
mento de qualquer atividade profissional, variável segun- do um ano após o cumprimento de pena dis-
do a gravidade da infração, de 3 (três) meses a 1 (um) ciplinar imposta por infração anterior;
ano, e será imposta por motivos de falta grave, de pro-
núncia criminal ou de prisão em virtude de sentença, III. a acumulação de infrações, sempre que duas
aplicável pelo Conselho Regional de Farmácia com pu- ou mais sejam cometidas no mesmo momento;
blicidade. IV. o fato de a infração ou as infrações serem co-
§ 5º - A eliminação da inscrição no quadro de metidas durante o cumprimento de pena dis-
farmacêuticos dos Conselhos Regionais de Farmácia ciplinar ou no período de suspensão de inscri-
será aplicada com publicidade aos que, por faltas gra- ção;
ves, já tenham sido 3 (três) vezes suspensos por mani- V. ter o indiciado cometido a infração para ob-
festação favorável de dois terços dos membros do Con- ter vantagem pecuniária decorrente do con-
selho Regional da jurisdição. sumo, pelo público, do produto elaborado ou

19
serviço prestado, em desobediência ao que VI. participar de qualquer tipo de experiência em
dispõem as normas profissionais e sanitári- seres humanos com fins bélicos, raciais, eu-
as, quando for o caso; gênicos e em pesquisa clínica, na qual se ob-
VI. o conluio com outras pessoas; serve desrespeito dos direitos humanos;

VII. ter a infração conseqüências calamitosas para Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a 12
a atividade profissional e a saúde coletiva; e (doze) meses

VIII. a verificação de dolo, em qualquer de suas for- VII. exercer, de forma simultânea, a Farmácia e a
mas. Medicina;
Parágrafo único. A reincidência torna o indicia- Pena - suspensão de 3 (três) meses
do passível de enquadramento na pena de suspensão e VIII. exercer atividade farmacêutica com funda-
a caracterização da infração como gravíssima. mento em procedimento não reconhecido
Art. 8º - Ocorrendo concurso de circunstâncias pelo Conselho Federal de Farmácia;
atenuantes e agravantes, a aplicação de pena será con- Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) me-
siderada em razão das que forem preponderantes. ses
Art. 9º - Quando aplicada a pena de suspensão e IX. praticar ato profissional que cause dano físi-
eliminação, deve esta ser publicada no órgão de divul- co, moral ou material ao usuário do serviço,
gação oficial do Conselho Regional de Farmácia, depois caracterizado como imperícia, negligência ou
do trânsito em julgado. imprudência;
Art. 10 - As sanções aplicadas serão objeto de Pena - suspensão de 3 (três) a 12 (doze) me-
registro na ficha individual do farmacêutico, devendo ses
ainda ser comunicadas, no caso de suspensão, ao em-
X. deixar de prestar assistência técnica ao esta-
pregador e ao órgão sanitário competente.
belecimento com o qual mantenha vínculo
Art. 11 - São infrações éticas e disciplinares: profissional ou permitir a utilização de seu
I. deixar de comunicar às autoridades farmacêu- nome por qualquer estabelecimento ou insti-
ticas, com discrição e fundamento, fatos de seu tuição onde não exerça pessoal e efetivamen-
conhecimento que caracterizem infração ao Có- te sua função;
digo de Ética da Profissão Farmacêutica e às Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) me-
normas que regulam as atividades farmacêuti- ses
cas;
XI. efetivar ou participar de fraudes em relação à
Pena - advertência profissão farmacêutica em todos os campos
II. desrespeitar ou ignorar o direito ao consenti- de conhecimento e técnica farmacêutica;
mento livre e esclarecido do usuário sobre sua Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) me-
saúde e seu bem-estar, excetuando-se o usu- ses
ário que, por laudo médico ou decisão judici-
al, for declarado incapaz; XII. fornecer meio, instrumento, substância e co-
nhecimento para induzir e/ou participar da
Pena - advertência com emprego da palavra prática de aborto, eutanásia, tortura, toxico-
“censura” mania ou outras formas de procedimento de-
III. violar o sigilo profissional de fatos que tenha gradante, desumano ou cruel para com o ser
tomado conhecimento no exercício da profis- humano;
são, com exceção daqueles presentes em lei Pena - suspensão de 3 (três) a 12 (doze) me-
que exigem comunicação, denúncia ou rela- ses
to a quem de direito;
XIII. produzir, fornecer, dispensar ou permitir a
Pena - suspensão de até 3 (três) meses dispensa de meio, instrumento, substância
IV. exercer a profissão farmacêutica sem condi- ou conhecimento, fármaco, medicamento ou
ções dignas de trabalho e remuneração; fórmula farmacopéica ou magistral, ou pro-
Pena - advertência ou advertência com em- duto farmacêutico, fracionado ou não, sem
prego da palavra “censura” obedecer à legislação vigente;
V. afastar-se de suas atividades profissionais por Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a
motivo de doença, férias, congressos, cursos 12 (doze) meses
de aperfeiçoamento ou atividades inerentes no XIV. extrair, produzir, fabricar, fornecer, transfor-
exercício profissional, quando não houver ou- mar, sintetizar, embalar, reembalar, importar,
tro farmacêutico que o substitua, sem comuni- exportar, armazenar produtos dietéticos, ali-
car ao Conselho Regional de Farmácia da ju- mentares, cosméticos, perfumes, produtos
risdição; de higiene, produtos saneantes e produtos
Pena - advertência com emprego da palavra veterinários, em desacordo com a regula-
“censura” ção sanitária e farmacêutica;

20
Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a XXIV. declarar possuir títulos científicos que não
12 (doze) meses possa comprovar;
XV. emitir laudos técnicos e realizar perícias téc- Pena - multa
nico-legais em relação às atividades de aná- XXV. omitir-se e/ou acumpliciar-se com os que
lises clínicas e em laboratórios ou estabeleci- exercem ilegalmente a profissão farmacêu-
mentos em que se pratiquem exames de ca- tica ou com os profissionais ou instituições
ráter químico-toxicológico, químico-bromato- farmacêuticas que pratiquem atos ilícitos;
lógico, químico-farmacêutico, biológicos, he-
moterápicos, microbiológicos e fitoquímicos, Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a
sem observância ou obediência à legislação 12 (doze) meses
vigente. XXVI. deixar-se explorar por terceiros, com finali-
Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a dade política ou religiosa;
12 (doze) meses Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a
XVI. produzir, fabricar e fornecer, em desacordo 12 (doze) meses
com a legislação vigente, radioisótopos e XXVII. exercer a profissão quando estiver sob a
conjuntos de reativos ou reagentes, desti- sanção disciplinar de suspensão;
nados às diferentes análises complementa-
Pena - suspensão a eliminação
res do diagnóstico clínico;
XXVIII. exercer a profissão em estabelecimento
Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a
sem registro obrigatório no Conselho Regi-
12 (doze) meses
onal de Farmácia da jurisdição;
XVII. obstar ou dificultar a ação fiscalizadora dos
Pena - multa
fiscais do Conselho Regional de Farmácia,
quando no exercício de suas funções; XXIX. assinar documentos resultantes de traba-
lhos realizados por outrem, alheio à sua exe-
Pena - advertência
cução, orientação, supervisão e fiscaliza-
XVIII. omitir das autoridades competentes, ou par- ção, ou ainda assumir a responsabilidade
ticipar com quaisquer formas de poluição, de- por ato farmacêutico, no qual não tenha
terioração do meio ambiente ou riscos ine- participação;
rentes ao trabalho, prejudiciais à saúde e à
Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a 6
vida;
(seis) meses
Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a
XXX. publicar, em seu nome, trabalho científico
12 (doze) meses
do qual não tenha participado ou atribuir-
XIX. aceitar remuneração inferior ao piso salarial se autoria exclusiva, quando houver parti-
estabelecido por acordos ou dissídios da ca- cipação de subordinados ou outros profis-
tegoria, para assunção de direção, respon- sionais, farmacêuticos ou não;
sabilidade e assistência técnica de estabe-
Pena - multa
lecimento ou empresa farmacêutica;
XXXI. expor, dispensar ou permitir a dispensa de
Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a
produto farmacêutico, contrapondo-se à le-
12 (doze) meses
gislação vigente;
XX. aceitar a interferência de leigos em suas ati-
Pena - advertência com emprego da pa-
vidades e decisões de natureza profissional;
lavra “censura”, multa e/ou suspensão de
Pena - advertência 3 (três) meses
XXI. delegar a outras pessoas atos ou atribui- XXXII. aviar receitas com prescrições médicas e
ções exclusivas da profissão farmacêutica; de outras profissões, em desacordo com
Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a a técnica farmacêutica e a legislação vi-
12 (doze) meses gente;
XXII. cometer o exercício de encargos relaciona- Pena – advertência, com emprego da pa-
dos com a promoção, proteção e recupe- lavra “censura”, multa e/ou suspensão de
ração da saúde a pessoas, sem a necessá- 3 (três) meses
ria habilitação legal; XXXIII. fornecer ou permitir que forneçam medi-
Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a camento ou fármaco para uso diverso de
12 (doze) meses sua finalidade;
XXIII. exercer a profissão e funções relacionadas Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três)
à Farmácia, sem a necessária habilitação a 12 (doze) meses
legal; XXXIV. exercer atividade farmacêutica em inte-
Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) a ração com outros profissionais, com pro-
12 (doze) meses pósito econômico e inobservando o di-

21
reito do usuário de escolher o serviço e o Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) me-
profissional; ses
Pena - multa XXXIX. inobservar os Acórdãos e as Resoluções
XXXV. exercer a fiscalização profissional e sani- do Conselho Federal de Farmácia e dos
tária quando for sócio ou acionista de Conselhos Regionais de Farmácia;
qualquer categoria, ou interessado por Pena – advertência, com emprego da pa-
qualquer forma, bem como prestar servi- lavra “censura”, multa e/ou suspensão de
ços a empresa ou estabelecimento que 3 (três) a 12 (doze) meses
explore o comércio de drogas, medica- XL. deixar de informar, por escrito, ao Conselho
mentos, insumos farmacêuticos e corre- Regional de Farmácia sobre todos os víncu-
latos, laboratórios, distribuidoras e indús- los profissionais, com dados completos da
trias, com ou sem vínculo empregatício; empresa (razão social, nome dos sócios,
Pena - multa CNPJ, endereço, horário de funcionamento e
XXXVI. fazer propaganda de produtos sob vigi- de assistência e responsabilidade técnica),
lância sanitária, contrariando a legislação bem como deixar de manter atualizado o en-
sanitária; dereço residencial e os horários de assistên-
cia e responsabilidade técnica ou de substi-
Pena - multa tuição;
XXXVII. alterar o processo de fabricação de pro- Pena – advertência, com emprego da palavra
dutos sujeitos a controle sanitário, modi- “censura”, multa e/ou suspensão de 3 (três)
ficar os seus componentes básicos, nome a 12 (doze) meses.
e demais elementos objeto do registro,
contrariando as disposições legais e re- Art. 12 - As infrações éticas e disciplinares de or-
gulamentares; dem farmacêutica prescrevem em 5 (cinco) anos.

Pena - multa e/ou suspensão de 3 (três) Art. 13 - Esta Resolução entra em vigor a partir
a 12 (doze) meses de sua publicação.

XXXVIII. fazer publicidade enganosa em relação Art. 14 - Revogam-se as disposições em contrá-


a produtos farmacêuticos e à divulgação rio.
de assuntos científicos fundados na pro-
moção, proteção e recuperação da saú- Jaldo de Souza Santos
de; Presidente – CFF

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