Você está na página 1de 39

Disciplina de

FARMACOGNOSIA I

AULA 8a:
Drogas aromáticas

Profa. Nilce Nazareno da Fonte


Profa. Fabíola Barbieri Holetz
Drogas aromáticas = drogas que possuem, entre seus
compostos, óleos essenciais.

Não confundir as atividades


farmacológicas da droga vegetal com as
atividades farmacológicas do óleo essencial
extraído da mesma.

uma coisa é a planta / droga;


outra coisa é o óleo essencial,
e outra coisa, o(s) componente(s) do óleo essencial
Preparação dos chás e extratos aquosos
à base de drogas aromáticas:

se o objetivo é a ação farmacológica


dos óleos essenciais:

SEMPRE POR INFUSÃO,


NUNCA POR DECOCÇÃO
CAMOMILA - capítulos florais de Matricaria chamomilla L.
(Matricaria recutita L.) ASTERACEAE / COMPOSITAE
CAMOMILA

 0,2 a 1,8 % de óleo essencial. Não deve conter menos que 0,4
% (uso farmacêutico).

 Óleo essencial: (-)--bisabolol e camazuleno (formado a partir


de um precursor natural durante a hidrodestilação), óxido de (-)-
-bisabolol A e B, sesquiterpenos, furfural, flavonóides etc. As
proporções de cada componente dependem do quimiotipo da
planta.

 Outros compostos: flavonóides (apigenina e quercetina),


cumarinas (umbeliferona e herniarina), mucilagem
(galacturônica), resinas e outros.
CAMOMILA: principais componentes do óleo essencial

HO

O
C

O
camazuleno
matricina
CAMOMILA: ações farmacológicas e usos

Antiinflamatória, antiespasmódica, eupéptica, ansiolítica,


antibacteriana, antifúngica

Usada no tratamento de: transtornos digestivos, afecções


cutâneas, congestionamentos e inflamações oculares,
ansiedade.

Formas farmacêuticas: infuso, tintura, extrato, cremes,


pomadas e loções.

Outros usos: alimento, aromatizante, cosmético.


CAMOMILA: efeitos colaterais e toxicidade

 Lactonas sesquiterpênicas podem provocar reações


alérgicas em indivíduos hipersensíveis: dermatite de contato
(casos excepcionais - somente 5 casos relatados).

 Doses excessivas podem interferir em terapias de


anticoagulação (cumarinas; warfarina) e apresentar efeito
emético.

 A toxicidade aguda do óleo é baixa .

 Recomenda-se moderação no uso durante a gravidez e a


lactação.
CANELAS
Canela do Ceilão – cascas descorticadas dos ramos da
Cinamomum zeylanicum Blume, LAURACEAE (Sri Lanka)

Canela da China – cascas de Cinamomum cassia Blume (C.


aromaticum Nees, LAURACEAE (sudoeste da China)
CANELAS

Canela do Ceilão
• 1,6 a 2,9% mucilagem
HO
• 60 a 75% de aldeído cinâmico
OCH3
• 4 a 10% fenóis (eugenol)
eugenol

CHO
Canela da China
• 10% mucilagem
• 75 a 90% de aldeído cinâmico
aldeído cinâmico • não possui eugenol
CANELAS: ações farmacológicas e usos

Antiespasmódica, carminativa, antimicrobiana,


antidiarreica (taninos), emenagoga

Usada no tratamento de: dispepsias, flatulência,


anorexia, astenia, cólicas, diarréia.

Importante conservante.

Aromatizante natural.

Pode provocar alergias em indivíduos hipersensíveis.

Contra-indicado durante a gravidez.


MELISSA (erva-cidreira) - folhas e sumidades floridas de
Melissa officinalis L., LAMIACEAE / LABIATAE
MELISSA

Planta melífera (planta das abelhas).

Apresenta aroma semelhante ao do limão.

Originária da região mediterrânea.

Baixa concentração de óleo essencial.

Descrição botânica:

 flores brancas

 folhas opostas, ovadas e cordiformes, bordas dentadas


e rugosas

 caule quadrangular, ramificado e ligeiramente piloso


MELISSA: principais componentes do óleo essencial

O
H

O
O

geranial neral
(citral a) (citral b)
citronelal
30-40%
(10-30%)
MELISSA: ações farmacológicas e usos

Sedativo, espasmolítico, antiviral, antibacteriano,


antifúngico, carminativo, antitireoidiano, hipotensor

Usada no tratamento de: ansiedade, insônia, transtornos


digestivos, flatulência, meteorismo. Recentemente, no
tratamento de herpes simples (pomadas).

Usada na culinária, na indústria de bebidas, indústria de


repelentes (citronela), cosméticos.

Contra-indicada na gravidez, na lactação e em casos de


hipotireoidismo.
LíPIA - folhas de Lippia alba (Mill.) N.E.Br., VERBENACEAE
Lípia:

Freqüentemente confundida com a Melissa.

Nativa da América do Sul (Chile e Argentina).

Possui flores arroxeadas azuladas

Possui baixa concentração de óleo essencial.

CH2OH
O

citral citronelol
(30-35%)
limoneno
(10-18%) (10-20%)
Lípia: ações farmacológicas e usos

Digestiva, anti-depressiva, sedativa

Usada no tratamentos de: digestão lenta, insônia, angústia.


CAPIM-LIMÃO - folhas de Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf,
POACEAE / GRAMINEAE
Capim-limão

Conhecido popularmente como erva-cidreira.


Utilizado para falsificar essência de melissa.

CH2

CH2
O
CH2OH
O
mirceno
citral / geranial e neral
(75-85%)
citronelal geraniol
Capim-limão: ações farmacológicas e usos

Analgésico, sedativo, antiespasmódico

Usado no tratamento de: nervosismo e ansiedade, insônia


(aumenta o tempo de sono).

Também utilizado na perfumaria e saboaria.


HORTELÃ (menta) – folhas de Mentha sp. LAMIACEAE /
LABIATAE
Hortelã

Taxonomia muito difícil: muitos híbridos, poliplóides, diversas


variações morfológicas.

Mentha x piperita L. e Mentha arvensis L. são as espécies de


maior interesse econômico na obtenção de óleos essenciais.

A composição do óleo essencial varia em função de múltiplos


fatores.

Por cromatografia gasosa são revelados cerca de 30 a 40


constituintes. Os fatores ambientais influenciam sobremaneira
a composição dos óleos essenciais.

A qualidade comercial da essência depende das proporções


relativas de seus constituintes.
Hortelã: principais componentes do óleo essencial

O
O
OH

acetato de mentila

mentol
O

mentona mentofurano
Hortelã: ações farmacológicas e usos

Espasmolítica, estomáquica, carminativa, analgésica das


mucosas, colerético, colagogo.

Usada no tratamento de: transtornos digestivos


acompanhados de dor ou de origem hepática, flatulência.

A reconhecida ação descongestionante nasal é subjetiva e


se deve à sensação de frescor provocada pela estimulação
dos termorreceptores da cavidade nasal.

Popularmente utilizado como antiparasitário, em amebíase e


giardíase (pó da folhas secas).

Aromatizante em Farmácia e em indústrias de alimentos e


de cosméticos.
EUCALIPTO – folhas de Eucalyptus globulus Labill.,
MYRTACEAE
Eucalipto: principais componentes do óleo essencial

O conteúdo em cineol aumenta com a idade da folha.

O
O

a-pineno
carvona
1,8-cineol
(eucaliptol)
Eucalipto: ações farmacológicas e usos

Expectorante, fluidificante e anti-séptico.


Usado no tratamento de: afecções respiratórias como asma,
bronquite, faringite, gripes e resfriados.
Independente da via de administração, o óleo essencial é
eliminado principalmente pela via pulmonar.
Utilizado na forma de xaropes, pomadas, pastilhas, gotas
nasais, preparados para inalação.
Contra-indicado durante a gravidez, lactação e para
menores de 2 anos.
Usado para produção de mel (planta melífera).
Aromatizante na indústria farmacêutica, de alimentos e
outras.
ERVA-DOCE - frutos secos de Pimpinella anisum L.,
APIACEAE / UMBELLIFERAE
Erva-doce

Originária do Egito e Mediterrâneo oriental. Espanha e Egito


são os principais produtores.
CH3

CH2

HO

chavicol

OCH3

anetol
Erva-doce: ações farmacológicas e usos

Expectorante, antiespasmódica, carminativa,


galactagoga, emenagogo.

Usada no tratamento de: secreção brônquica, coqueluche,


cólica flatulenta, transtornos digestivos.

Extremamente utilizada como aromatizante.

Pode causar reações alérgicas em indivíduos


hipersensíveis.

É contra-indicada durante a gravidez.


FUNCHO - frutos secos de Foeniculum vulgare Mill.,
APIACEAE / UMBELLIFERAE
Funcho: principais componentes do óleo essencial

Originária da Europa meridional e central, zona mediterrânea e


Ásia menor. Hoje é cosmopolita.
CH3

OCH3

anetol miristicina
Funcho: ações farmacológicas e usos

Os frutos apresentam praticamente os mesmos usos que a


erva-doce.

A essência de funcho é uma das drogas mais usadas pela


indústria farmacêutica como corretivo de sabor.

As raízes são usadas popularmente como diuréticas.

As folhas frescas e jovens são excelentes para condimentar


alimentos, especialmente peixes, e as raízes e as bases das
folhas maiores podem ser comidas como hortaliça.

O uso excessivo pode provocar efeitos convulsivantes e/ou


alucinatórios.
CRAVO-DA-ÍNDIA - botões florais dessecados de
Syzigium aromaticum (L.) Merr. y Perry, MYRTACEAE
Cravo-da-índia: principais componentes do óleo essencial

CH2
HO

OCH3

eugenol
Cravo-da-índia: ações farmacológicas e usos

Anti-séptico, bactericida, fungicida, parasiticida,


antimicótico, anestésico local, antiinflamatório, inibidor da
agregação plaquetária, carminativo.

Usado no tratamento de: problemas odontológicos e


bucais, transtornos digestivos, flatulência, pequenas feridas.

Aromatizante natural.

65% da produção mundial - produção de cigarros.

Contra-indicado em pacientes que fazer terapia


anticoagulante.
Chega por hoje?

Então... Até a próxima aula!

Você também pode gostar