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Referências relevantes
Bloomfield, Leonard. 1933. Language, Holt, Rinehart and Winston, New York. [Fala
sobre “abertura vocálica”, seu nome para vogal intrusiva]
Browman, Catherine P. 1994. ‘Lip Aperture and Consonant Releases’, in Patricia Keating
(ed.), Phonological Structure and Phonetic Form, Papers in Laboratory Phonology
III, Cambridge University Press, Cambridge, pp. 331-353.
Browman, Catherine P. and Louis Goldstein. 2001. ‘Competing Constraints on
Intergestural Coordination and Self-Organization of Phonological Structures’, Les
Cahiers de l'ICP, Bulletin de la Communication Parlée 5, 25-34.
Catford, John S. 1988. A Practical Introduction to Phonetics, Clarendon Press, Oxford.
[Na página 118, define transição aberta e fechada]
Gafos, Adamantios I. and Linda Lombardi. 1999. ‘Consonant Transparency and Vowel
Echo’, in P. Tamanji, M. Hirotani, and N. Hall (eds.), Proceedings of NELS 29, GLSA,
University of Massachusetts, Amherst, pp. 81-96.
Anotações
- Falar: “orquestrar diferentes órgãos da fala no trato vocal conforme seus movimentos se
desdobram no espaço e no tempo” (p. 269).
- Modelos tradicionais concebem a fala como uma sequência linear de segmentos, em que
cada unidade ocupa um slot temporal próprio.
- Página 271:
- P. 272: para que uma sequência de consoantes homorgânicas tenha soltura, ou seja, VI,
é necessário que o alinhamento dos gestos seja offset release = onset, a fim de que um
gesto termine plenamente antes do próximo começar. Se a combinação for center-C =
onset, a organização clássica para que ocorra VI, o segundo gesto já estará no alvo no
onset, o que fará com que o articulador se mantenha no lugar e nenhuma soltura seja
percebida. Dessa forma, é possível atestar que a sobreposição de gestos idênticos é
evitada, uma atualização do Princípio do Contorno Obrigatório (OCP).
- P. 278: a coordenação gestual é dada pela organização das diferentes landmarks entre
si.
- Para propor essa teoria, o autor se utiliza dos dados do árabe marroquino, conforme
descrito por Heath (1987). São analisados os casos de formação templática de palavras,
focalizando as relações de coordenação entre consoantes no final e no meio de palavras,
bem como em contexto intervocálico.
* Sequências heterorgânicas
- Assim como verificado pela maior parte dos autores, a emergência do elemento vocálico
não ocorre em taxas altas de elocução no MCA (p. 283).
- Página 287: uma relação de coordenação pode ser entendida como uma invariância
relacional entre dois gestos, que podem ter consequências acústicas diversas, como a
presença de um elemento vocálico. [Pergunta: esse conceito não se aproxima daquele que
pretendo usar a respeito de segmento? Um segmento, naquela perspectiva, poderia ser
entendido como uma relação estável entre um conjunto de gestos. Como ficam os
segmentos compostos por um único gesto?]
* Sequências homorgânicas
- Importante expor que, de acordo com proposta Browman (1994), tão importante quanto
definir dinamicamente o movimento do gesto em direção ao alvo, é defini-lo em
afastamento alvo, com a tendência natural de retornar à posição de repouso.
- Controle de regime ativo do gesto: intervalo entre as landmarks de onset e release offset.
Após o offset, é possível que ainda haja movimentos motivados pela inércia biomecânica
ou por outros gestos contíguos. “Entretanto, esses movimentos não são parte do objetivo
linguisticamente significativo do gesto associado” (p. 292).
- Identidade gestual: dois gestos serão considerados idênticos se eles empregam o mesmo
articulador e têm os mesmos valores para CL (constrition location) e CD (constrition
degree).
- Nos dados do MCA, observa-se que gestos orais possibilitam uma coordenação
segmento-segmento, o que evidencia o fato de que não apenas gestos são coordenados,
mas também segmentos. Nos casos em que OCP bloqueia uma dada sobreposição de
gestos orais, por exemplo, observa-se que os gestos velares e glotais que compõem aquele
segmento acompanham o deslocamento do gesto oral, o que parece revelar a existência
de uma organização estável entre os diferentes gestos que compõem o segmento. Essa
visão vai ao encontro do autor citado por Hall, que define o segmento como um conjunto
temporalmente estável de gestos.
- O autor remete a Browman e Goldstein (1989, pp. 235-242) e Bird (1995, p. 125) para
dar conta do conceito de soância [sonorant] sob um ponto de vista gestual. Pode ser útil
para explicar porque combinações de soantes com plosivas são mais verificadas nas
línguas.
- Geminadas são conhecidas por sua integridade, ou, em outras palavras, por sua
inseparabilidade. Na formação de palavras templática, entretanto, a geminação foi pouco
estudada; no MCA, por exemplo, geminadas são separáveis nesse processo.
* Abordagens alternativas
- Modelos atemporais explicam que a presença do schwa em CCs finais não constitui um
fenômeno fonológico profundo, mas, antes, uma regra de epêntese tardia. Por meio dessa
explicação, segundo o autor, não seria possível explicar a formação de diminutivos
adjetivais, pois o preenchimento dos templates, regra precoce, necessitaria de
informações a respeito de restrições provocadas pela regra de inserção do schwa, tardia.
Assim, o modelo atemporal falharia em dar conta desse fenômeno (p. 315).
- A explicação do autor para a falta de transição no interior de uma geminada recai sobre
o fato de que essa não é constituída por dois segmentos, mas por um único, longo. Dessa
forma, pressupor um elemento vocálico no interior de uma geminada equivaleria a
pressupô-lo no interior de um segmento simples.
* Clusters iniciais
- Recapitulando o fato básico que deu início ao artigo: clusters pós-vocálicos nos
templates são realizados com um schwa transicional. Em posição pré-vocálica, entretanto,
tais schwas não são verificados. O autor busca mostrar que essa assimetria “é uma
consequência da otimização dos conjuntos gestuais sob o conjunto de relações
coordenativas anteriormente apresentadas” (p. 316).
P. 316:
* Clusters intervocálicos
- Trabalhos como o de Smith (1991, 1993) demonstram que as línguas parecem assumir
diferentes topologias de relações VV. No italiano, por exemplo, independentemente do
número de consoantes entre duas vogais (VCV ou VCCV), a temporalidade das vogais é
a mesma. Diferentemente, no japonês, o autor verificou que o número de consoantes afeta
a temporalidade das vogais.