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O tempo que a Prefeitura tem para executar judicialmente débitos de IPTU dura
cinco anos, contados a partir da constituição definitiva do lançamento,
devidamente notificado. O carnê serve como notificação. O IPTU de 2009
começa a contagem a partir do dia 1º de janeiro de 2009 e o prazo vai se
esgotar, em termos práticos, no dia 31 de dezembro de 2013. No dia 2 de
janeiro de 2014, o direito de cobrar judicialmente o débito estará prescrito. A
lembrar que o fato gerador do IPTU ocorre no primeiro dia de cada exercício.
Se o lapso temporal não for interrompido por impugnações administrativas, a
contagem se inicia a partir do primeiro dia do ano fiscal (2009). Caso ocorra
reclamação ou impugnação administrativa, a contagem será iniciada a partir da
notificação ao sujeito passivo da decisão de última instância da Administração.
A impugnação interrompe a contagem e esta começa a ser contada a partir da
data em que o sujeito passivo foi notificado da decisão final administrativa.
“1. Nos tributos sujeitos a lançamento de ofício, como no caso do IPVA e IPTU,
a constituição do crédito tributário perfectibiliza-se com a notificação ao sujeito
passivo, iniciando, a partir desta, o termo a quo para a contagem do prazo
prescricional quinquenal para a execução fiscal, nos termos do art. 174 do
Código Tributário Nacional”.
(AgRg no AREsp 246.256/SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma,
DJe 4/12/12)
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iniciar cobrança judicial sem aguardar o transcurso do prazo concedido, pois
seria totalmente irregular o registro do débito em Dívida Ativa e emitir a
certidão, isto é, o título executório indispensável à cobrança, se ainda goza o
contribuinte de prazo e a exigibilidade não se configura como dívida vencida.
Aliás, o art. 201 do CTN diz que somente depois de esgotado o prazo fixado
para pagamento será possível o débito constituir-se em dívida ativa tributária.
Ademais, nada tem a ver a data em que ocorre o fato gerador do imposto com
a data do seu pagamento. Na verdade, em nenhum Município do Brasil o IPTU
é quitado no dia 1º de janeiro de cada ano. As leis estabelecem prazos para
pagamento ao decorrer do ano. Outra verdade é que o lançamento efetuado e
notificado ao sujeito passivo, mediante remessa de carnê ou guia, ainda não se
entende como constituído definitivamente, podendo ser impugnado dentro de
um prazo que a lei municipal prescreve.
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primeira decisão foi da contagem da prescrição a partir do primeiro dia do
lançamento; a segunda, a partir do vencimento para o pagamento voluntario.
Diz Paulo de Barros Carvalho: “É fácil divisar, desde logo, que não se pode
falar em curso da prescrição enquanto não se verificar a inércia do titular da
ação. Todavia, o termo inicial do prazo, no Código Tributário, foi estipulado
tendo em conta o momento em que o sujeito passivo é notificado do
lançamento. Como aceitar que possa ter começado a fluir o lapso temporal se,
naquele exato momento, e ao menos durante o período firmado no ato de
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lançamento, a Fazenda ainda não dispunha do meio próprio para ter acesso ao
Judiciário, visando a defesa de seus direitos violados? O desalinho entre os
pressupostos do instituto e o preceito do Código é indisfarçável”.
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demais. Em tal situação, quando seria o início da contagem da prescrição?
Retroagir ao primeiro dia do ano, deduzindo os valores das parcelas quitadas?
Ou seria a partir da data do último pagamento realizado? Em nossa modesta
opinião, a contagem teria de obedecer aos prazos de pagamento concedidos
ao contribuinte, ou seja, o direito de ação para a cobrança judicial somente se
daria ao término do prazo administrativo estabelecido na legislação do
Município e previsto no carnê de pagamento.
Roberto A. Tauil
Dezembro de 2013.
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