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Direito Processual Civil V – Aléxia Penna Barbosa Diniz – TUTELA PROVISÓRIA

Este caderno é uma união de esfoços. Participação especial Isabella Souza e Hariany Bueno

09/08/2018 – Caderno só de tutela provisória

1. TUTELA PROVISÓRIA - GÊNERO

1.1 TUTELA DE URGÊNCIA

A. CAUTELAR – CONSERVATIVA

A.1. ANTECEDENTE

A.2. INCIDENTE

B. ANTECIPADA – SATISFATIVA

B.1. ANTECEDENTE

B.2. INCIDENTE

1.2 TUTELA DE EVIDÊNCIA –


SATISFATIVA – INCIDENTE

A grande novidade do CPC é uma tutela


antecipada antecedente e uma
possibilidade desestabilização dessa
tutela antecipada

2. HISTÓRICO

No CPC/73 havia 4 livros: Processo de conhecimento, execução, cautelar e procedimentos especiais.


Existia tão somente o processo cautelar, um processo autônomo para não esbarrar no processo dito
principal, com petição inicial, justificativa e pagamento de custas. O juiz dava uma medida cautelar.
Ele era antecedente e incidental. No meio do processo principal, surgia a necessidade de uma
cautelar. Tinha que entrar com uma petição inicial. Não importava se era antecedente ou incidente.

No ano de 2002, com o fito de economia e celeridade processual, deu gênese a uma figura chamada
de “fungibilidade”, na qual tinha a intenção de dar ênfase ao pedido postulado na ocasião, de modo
a desconsiderar/relativizar a nomenclatura utilizada – antecipada ou cautelar, observando apenas se
os requisitos, tanto para uma quanto para outra, estariam presentes. Além do mais, criou-se, na
mesma época, a chamada “tutela de evidência”.

- CAUTELAR INOMINADA

Não estava no rol das situações clássicas das cautelares. Não tinha um procedimento cautelar padrão

- CAUTELAR NOMINADA

• GENUÍNAS

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Essas eram verdadeiras cautelares

o ARRESTO

NCPC

Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro,
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea
para asseguração do direito.

Normalmente em uma execução por quantia certa.

EX: Professor está se aposentando e não é um bom pagador. Ele começa a colocar a venda
as suas coisas, mesmo tendo dívidas. O credor entra com arresto e propõe a execução
posteriormente. Assim, fica garantido o arresto cautelar.

o SEQUESTRO

Quando se discute a entrega de algo. Há um bem de alguém que está com outra pessoa.
Sequestro serve para garantir.

o PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS

Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:

I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos
fatos na pendência da ação;

II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado
de solução de conflito;

III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.

EX: Mãe doente diz quem é o pai do filho. Como ela estava ruim, foi colhida
antecipadamente a prova para garantir a efetividade do processo original. No processo
principal seria juntada essa documentação demonstrando os fatos.

o ARROLAMENTO DE BENS

EX: Falecido com companheira e outros herdeiros começam a ir e recolher os bens do


falecido. A mãe da companheira entrou com o arrolamento de bens, para que fosse feita
uma descrição de tudo que havia na casa. O que havia sido carregado apreendeu-se.

• PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA

Não eram verdadeiras cautelares.

o HOMOLOGAÇÃO DO PENHOR LEGAL (ATUAL JURISDIÇÃO CONTENCIOSA)

o PROTESTO DE APREENSÃO DE TÍTULOS

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• PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA

o JUSTIFICAÇÃO (ATUAL ART. 301)

o INTERPELAÇÃO (ATUAL JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA)

o POSSE EM NOME DO NASCITURO (?)

EX: Um falecido deixa uma mulher grávida com seu filho. Até que se abra o inventário,
há que se constar que há um outro herdeiro para participar da divisão dos bens. Com
o inventário abeto, não há tempo para propor investigação de paternidade.

• SATISFATIVAS (ATUALMENTE AÇÕES DE FAMÍLIA E TUTELA ANTECIPADA)

Eram as outras medidas provisionais (guarda, visita, separação de corpos, alimentos


provisionais, sim, não é provisórios, busca e apreensão).

• NÃO SEI1

o CAUÇÃO

o ATENTADO (ATUAL ART. 773)

o EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS (PODE SER UMA TUTELA ANTECIPADA, UMA TUTELA


CAUTELAR OU UMA PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS)

Para onde foram todos esses? O procedimento cautelar padrão foi para a cautelar, como um
procedimento. O arresto e o sequestro, e parte do arrolamento de bens ficaram como um artigo
exemplificativo.

Entre 1973 e 1984 as pessoas peticionavam em juízo e pediam liminar para receber do INSS, por
exemplo, uma vez que demoraria muito tempo para que o juiz julgasse aquele pedido de
aposentadoria. Isso não é uma cautelar, é uma tutela antecipada satisfativa.

Havia as ‘tutelas cautelares satisfativas’, mesmo não existindo isso na lei. Não há como dar o dinheiro
antecipado sem um processo.

Em 1994 surgiu a tutela antecipada genérica. Ela era tão somente incidente. Processualistas
inventaram a teoria da tutela de urgência.

Em 2002 começou a surgir dúvida: isso é tutela cautelar ou tutela antecipada? Os próprios juízes
tinham dúvida, de forma que foi criada a fungibilidade. Pedindo uma tutela sem abrir processo,
acabou por matar o processo cautelar autônomo.

Foi criada também uma tutela de evidência nas situações de prova.

Nós temos hoje as cautelares clássicas e as demais todas estão espalhadas no código.

16/03/2018 – Não teve aula, o professor foi ao dentista


23/08/2018 – Por que eu continuo saindo de noite se eu tenho aulas de manhã?

1
O professor realmente classificou assim. Se ele não sabe, imagina eu?
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3. TUTELA DEFINITIVA E TUTELA PROVISÓRIA

3.1. TUTELA DEFINITIVA

• SENTIDOS

Tutela principal, satisfativa, ou comum, porque ela é fruto de uma análise exaustiva da questão, em
que houve a cognição de forma ampla, no final o juiz dirá a verdade.

Porém, nem toda tutela definitiva é exauriente. O sentido que seria correto deveria tirar o termo
exauriente.No direito, existem demandas de processo de conhecimento em que o debate é mais
superficial e se torna definitivo.

Existem as sumariedades substanciais. Se compõe o modelo de modo exauriente:

EX1: Mandado de segurança não tem debate exauriente.

EX2: Jesp também não há que se falar que a discussão estaria acabada

EX3: Processo de execução

São definitivas as decisões, por isso é melhor dizer que é o que dará luz ao direito de modo definitivo.

• O TEMPO E O PROCESSO – O ÔNUS DO TEMPO

Quanto mais tempo leva, maior o risco de perecimento da coisa.

SITUAÇÕES NORMAIS

Levando em conta o devido processo legal, porque nós temos petição inicial, citação, audiência de
conciliação... e todo aquele enorme procedimento.

SITUAÇÕES ANORMAIS

A própria crise do judiciário com milhões de demandas.

3.2. TUTELA PROVISÓRIA

SENTIDO 1

Antecipação provisória dos efeitos da tutela definitiva para não colocar em risco a efetividade do
processo e assim abrandar os males do tempo, combatendo os riscos de injustiça ou de dano.

SENTIDO 2

É o provimento que pode desde logo viabilizar a realização e a fruição do direito pela parte (tutela
satisfativa) ou assegurar que ela tenha condição de acontecer (tutela cautelar).

É justo que o ônus do tempo seja repartido entre as partes.

4. CLASSIFICAÇÃO

• QUANTO AS ESPÉCIES

4.1. TUTELA DE URGÊNCIA

- SENTIDO

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Aquilo que tem pressa. Tutela voltada para combater o perigo de dano que possa advir do
tempo necessário para o desenvolvimento processual. O risco da efetividade é grande.

- PODEM SER

A. CAUTELAR

São as conservativas.

- EXEMPLOS

EX: A cautelar seria como os andaimes da construção. Você usa para fazer uma pintura, ou
para construir e depois nós os retiraremos, conversando o prédio.

EX: Protesto contra alienação de bens, uma vez que a pessoa começa a de livrar de seus bens
para que não fossem executados.

Com isso, garantido que o processo principal será discutido.

Isso é uma cautelar porque vai garantir a efetividade de um processo principal.

EX: Arrolamento de bens cautelar: Uma pessoa faleceu e herdeiros começaram a tirar os bens
antes de abrir o inventário

- SENTIDOS

Uma medida conservativa para garantir a efetividade de um pedido de tutela definitiva (de
tutela principal). A cautelar é o instrumento que visa conservar o bem para que no futuro,
outro instrumento seja frutífero.

Direito à cautela para outro direito que se acautela. Direito a cautela é proteger o bem para
acautelar o outro direito, que é a partilha, divórcio, recebimento da dívida.

Proteger a capacidade do processo produzir resultados úteis. Proteger do perigo de


infrutuosidade do processo. Cautelar conserva a frutosidade do processo principal. Segurança
para a execução do futuro.

B. ANTECIPADA

Satisfativa de urgência.

-EXEMPLOS

EX: Transfusão de sangue dos testemunhas de Jeová é uma clássica satisfativa.

EX: Pessoa que entra em face do INSS e quer receber a aposentadoria enquanto a ação corre.

- SENTIDOS

Provimento imediato que de forma provisória lhe assegure no todo, ou em parte, a usufruição
do bem jurídico correspondente a prestação de direito material reclamada como objeto da
relação jurídica envolvida.

De imediato, o juiz dá para a parte aquele bem jurídico, de direito material que é o objeto da
relação jurídica.

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É uma medida de execução para segurança. Executar agora porque já tem a segurança do
futuro. Realização imediata da pretensão.

Antecipar provisoriamente resultados materiais.

4.2. TUTELA DE EVIDÊNCIA

A injustiça está em jogo.

Ela é satisfativa de evidência, ou seja, a tutela de evidência. É evidente, óbvio.

EXEMPLOS

EX: Pessoa compra um apartamento com móveis planejados mas ao receber a entrega o
apartamento veio sem os móveis. O direito é evidente.

EX2: A matéria que eu entrei na justiça tem súmula vinculante.

- SENTIDO

Protege provisoriamente situações jurídicas substanciais reveladores da existência de direitos


subjetivos reconhecidos prima-face.

Direito incontroverso, de forma que será possivelmente no meio do processo que ela será
pedida. Aquela situação do réu é uma situação injusta. A tutela de urgência é analisada no
perigo da demora e na fumaça do bom direito. Já aqui, há um direito incontroverso, não
havendo porque esperar.

A urgência aqui é irrelevante.

A DIFERENÇA ENTRE A TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA E DE EVIDÊNCIA:

UMA TEM O REQUISITO DE URGÊNCIA E A OUTRA NÃO. A TUTELA QUE ANTECIPA TEM UM
DIREITO PROVÁVEL. A TUTELA DE EVIDÊNCIA TEM UM DIREITO QUASE CERTO.

Ambas são satisfativas. Poderiam ser colocadas na mesma coisa.

30/08/2018 – Ardendo em febre. Participação especial Hariany Bueno e Isabella Souza

• QUANTO AO MOMENTO DA POSTULAÇÃO

OBS1: PROCESSO

Só vai existir apenas um processo para tramitar tutela provisória e definitiva. Se pedir só
antecedente, vai ter como se fosse emenda, nos mesmos autos pede tutela definitiva. Vai
pedir tutela provisória e tutela definitiva nos mesmos autos. Vai evitar duas demandas.

A. INCIDENTAL

“É aquela requerida dentro do processo em que se pede a inicial ou já se pediu no curso


do processo a tutela definitiva.” É pedida quando já tem demanda de tutela definitiva em
andamento.

Pede-se no curso de um processo; é aquela requerida dentro do processo em que se pede


ou já se pediu a tutela definitiva, ou seja, junto com a PI já vem o pedido de tutela definitiva
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e de tutela provisória, então, ela é incidental porque se pede a tutela provisória de modo
incidental, nos mesmos autos que já se está pedindo a tutela definitiva.

• SITUAÇÕES

Petição inicial; manifestação do MP; recurso; depois de uma audiência; de uma forma
oral. Normalmente é pedida junto com a petição inicial.

Com a PI; o réu pode pedir na contestação; e o próprio autor pode pedir em todo o curso
do processo.

• APLICABILIDADE

Aplicável para qualquer tipo de tutela, tanto de urgência como de evidência.

Inclusive, tutela de evidência é só incidental.

Aplicável para qualquer tipo de tutela provisória, tanto de urgência como de evidência.

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.

Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em
caráter antecedente ou incidental.

B. ANTECEDENTE

Trouxe inovação: Grande inovação com relação à tutela provisória em si, que é questão
da tutela antecipada antecedente.

“É aquela que deflagra o processo em que se pretende no futuro pedir a tutela definitiva
(tutela principal no final), aquela requerida em juízo antes de se pleitear a tutela definitiva
ou final.”

• JUSTIFICATIVA

É o tempo. Como a tutela é de urgência as vezes pessoa não tem tempo de pensar qual o
pedido de tutela definitiva final ou qual pedido principal em relação às cautelares. Vai dar
norte para juiz, mas não tem tempo de elaborar. Precisa fazer cirurgia, transfusão de
sangue, passar carga de batata na fronteira. Se quer só cirurgia, só vai pedir cirurgia, se
pessoa não agravar depois, situação vai estabilizar, não vai precisar fazer pedido final.
Você não tem tempo para elaborar, você precisa da urgência.

você não tem tempo, mas tem urgência. Vai pedir só tutela provisória e no futuro pede
tutela definitiva.

Situação de urgência.

- Obs.¹: No Código de Processo Civil, o legislador colocou dispositivos gerais, e na hora de


explicar, só explicou a tutela antecedente – 303/313 e 305, NCPC. Não existia no diploma
processual brasileiro a tutela antecipada fora do processo principal, era tão somente
incidental.

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- Obs.²: Na tutela antecedente existirá somente um processo, pois, diferentemente do
processo cautelar antigo, no qual se tinha dois processos, duas custas... isso agilizou,
garantiu celeridade ao processo.

• OBS

Nós vamos estudar separadamente a tutela antecipada antecedente e a tutela cautelar


antecedente.

• QUADRO RESUMO

TA (Sat.)

Incidental

Tutela antecipada

TU Satisfativa

TP

Antecedente

Tutela de urgência

Tutela provisória I

TC (C.)

Incidental

Tutela cautelar

Conservativa

Antecedente

TE (Sat.) I

Tutela de evidência Satisfativa Incidente

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A tutela provisória é uma tutela de urgência, que pode ser uma tutela antecipada (satisfativa) ou uma
tutela cautelar (conservativa). Essa tutela de urgência pode ser incidental, antecedente. Também tem
tutela de evidência (satisfativa), que é tão somente incidente.

5. CARACTERÍSTICAS

• SUMARIEDADE DA COGNIÇÃO

Cognição sumária: Não é análise perfunctória. Se analisa de forma mais restrita.

Humberto Teodoro chama de sumariedade processual: Por isso é provisória.

Faz diferença entre sumariedade material, sumariedade substancial e sumariedade processual.

Simplifica o procedimento apenas para conceder a tutela provisória ou, também, para atender a
urgência: fumuça do bom direito + perigo da demora.

• PROVISORIEDADE

Não duram para sempre: Existem por um determinado tempo, se for antecipada, ela será confirmada
ou não, e se for cautelar, ela será substituída, pois, o direito ainda será dado – ou não – de forma
definitiva na sentença2.

As tutelas provisórias não duram apara sempre. Podem ser tanto substituídas ou confirmadas. Por
isso chamam elas de remédios interinos.

A própria cautelar é substituída por outra. Por isso se chama de tutela provisória.

• PRECARIEDADE

Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer
tempo, ser revogada ou modificada.

Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia
durante o período de suspensão do processo.

Regra: concede – conserva, inclusive na suspensão do processo

Ela é instável, ou seja, ela pode a qualquer momento ser substituída ou modificada; em regra, ela
conserva seus efeitos, inclusive na suspensão do processo, mas, excepcionalmente, ela poderá ser
revogada ou modificada.

A regra: o juiz concede a tutela e ela conserva seus efeitos, inclusive na suspensão do processo, desde
que regus sic stantibys (assim estando as coisas).

Exceção: modificar ou revogar.

Excepcionalmente o juiz poderá modificar ou até revogar, quando alterar situação de fato ou de
direito. Vai modificar: você pede para evitar sustação no processo e até juiz deferir já foi protestado
o título, juiz vai mandar cancelar protesto. Revogar quando juiz verificar que não está dentro dos

2
Ao contrário do que defende Marinoni, que defende que ela perdura no tempo, é constituída.
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requisitos pelo qual foi concedida – susta processo e depois na hora da contestação fala que o que
ele está falando é de um outro título que ainda não venceu.

É precária, conserva seus efeitos, inclusive quando processo está suspenso, desde que assim estejam
as coisas, porque se ocorrer modificação da situação de fato ou de direito, juiz poderá modificar ou
revogar...

4. REGRAS COMUNS.
• CABIMENTO.

Cabe em todo e qualquer procedimento: Pode ser utilizada tanto no processo de conhecimento,
processo sincrético, processo de execução, procedimentos especiais, em qualquer legislação
extravagante. Pode ser concedida em qualquer situação, em qualquer procedimento.

Antes, era só no processo de conhecimento. Por isso saiu da parte final do código e foi para parte
inicial, da teoria geral do processo civil.

• LEGITIMIDADE

Na antecedente: Só a parte autora pode na tutela antecedente. Você não fez pedido definitivo, você
está pedindo urgência. Só autor pode pedir.

Na incidente: Qualquer das partes pode pedir tutela. Natureza dúplice da ação;

EX: Reconvenção. O réu pode pedir na incidente.

Na incidente pode o autor, o réu, pode MP, pode qualquer parte fazer o requerimento da tutela na
incidental.

• COMPETÊNCIA.

Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo
competente para conhecer do pedido principal.

Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e


nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o
mérito.

Juiz Juiz da causa

ou da causa principal.

Tribunal Originária

Mérito

Recursal

Quando for juiz: juiz da causa; ou juiz competente para causa a principal.

Tribunal: competência originária; recursal órgão competente para analisar o mérito.

- CRÍTICAS AO 299

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O legislador pensou no processo, e não no direito; esta é uma regra injusta, mas que o NCPC não
corrigiu, pois, o melhor seria que a competência da tutela provisória fosse no lugar do perigo/da
urgência, e não a do lugar competente para a ação.

EX: Cunhado que sequestrou crianças: haveria que se mandar cartas precatórias porque há que se
propor a ação no foro competente e não o lugar onde ocorre a violação do direito.

Se está tramitando propõe onde está tramitando, se vai tramitar, propõe onde vai tramitar. Mas por
que não propor onde vai efetivar? Regra que poderia ser no local da efetivação.

• AS CUSTAS PROCESSUAIS.

Na incidental: Dispensa-se. Independe do pagamento de custas. Há dispensa.

Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.

Na antecedente: Paga-se as custas já pensando na tutela final ou principal.

Vai fazer tutela antecipada antecedente – fazer cirurgia e depois pensar em indenização – pensar
qual valor dá causa vai dar na tutela definitiva. Já vai pagar as custas, já pensando no que vem depois.
E se não vem o depois com a estabilização?

Caminhonete – para não circular. Inventário será depois. Vai pagar custas do inventário?

Poderia ter falado que paga custas relacionadas ao pedido antecedente e depois, quando fizer
pedido principal complementa, mas não é assim. Quando se entra com a tutela provisória, já tem
que se pagar às custas, visualizando o valor que se teria que pagar com o pedido da tutela
definitiva.3

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil
do processo.

§ 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa,
que deve levar em consideração o pedido de tutela final.

Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo
de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de
tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais.

06/09/2018 – BSB <3 . Participação especial Isabella Souza

• O PODER GERAL DE TUTELA PROVISÓRIA.

3
Crítica: deveria pagar só ‘custas parciais’, e depois se complementaria quando se fizesse o pedido final; assim,
segundo a lei, deveria se recolher o valor integral das custas, nesta hipótese, não obstante, na prática, isso é
flexibilizado, pois, é difícil visualizar, muitas das vezes, o valor das custas do pedido final (da tutela definitiva) neste
instante de urgência/antecipação.
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Antigamente existia poder geral de cautela, que eram as cautelares. Poder geral de cautela do juiz -
cautelares eram inominados e nominados.

Depois ganhou tanta ênfase, que mesmo fora da lei, juiz poderia conceder tutela: Hoje não dá para
se falar em poder geral de cautela. Fala em poder geral de tutela provisória.

- CLÁUSULAS GERAIS PROCESSUAIS.

Didier que criou essa terminologia. Pegou do direito civil, cláusulas gerais, e jogou para dentro do
código que juiz também pode.

O juiz pode fazer aquilo que achar necessário porque tem cláusulas gerais insertas, e dentro delas
podem fazer e acontecer.

- CONCESSÃO DE OFÍCIO

- JUIZ PODE CONCEDER DE OFÍCIO NA INCIDENTAL! 4


Em regra, é que não possa haver concessão de tutela provisória de ofício, afinal,
existe a chamada adstrição ao pedido5 e o reflexo da responsabilidade processual
objetiva6. O Daniel Assunção fala de um ‘silêncio eloquente’ do NCPC sobre esse
assunto. Com base nesse silêncio, é possível fazer algumas direções deste assunto.
Não obstante, excepcionalmente, pode ocorrer a concessão de tutela provisória de
ofício sim, dentro dos limites de poder geral de tutela provisória ou do poder geral de
cautela dados ao juiz.
Lembrando que, no CPC/73 existia o chamado ‘poder geral de cautela’7, sendo
que este não foi absolvido pelo NCPC, tal poder ofertava a possibilidade de o juiz
conceder a tutela provisória de ofício na medida do seu juízo de razoabilidade
mediante o caso concreto.
Mas, atualmente, o que há é o que se chama de ‘poder geral de tutela provisória’,
donde o juiz tem o poder de efetivação da tutela, não se trata de ‘concessão’ neste
caso, ou seja, ele precisa de ser provocado para decidir pela efetivação ou não de
medidas que levem a concessão do pedido de tutela provisória.
Assim, uma coisa é conceder de ofício, outra é efetivar de ofício, ao passo que,
concessão de ofício se dá por via de exceção diante do NCPC, o que não se aplica ao
efetivar de ofício, haja vista que, efetivar uma tutela provisória é uma decisão livre
sua, claro que, pautada num juízo “clínico” dos fatos.
Já quando se trata de revogação, a regra é que ‘sim’, entretanto, desde que tenha
circunstâncias novas ou transformação da situação de fato (do momento da
concessão). Porém, o que não pode é o juiz revogar a seu bel prazer, porque, mesmo
tendo feito uma análise superficial neste momento do iter processual, ele a fez, aliás,
isso feriria a segurança jurídica do processo.

4
Porque a preparatória ou antecedente, por óbvio tem que ter uma PI, sendo assim, precisa, necessariamente, de
haver requerimento, uma provocação do judiciário.
5
Donde, o juiz não pode proferir uma sentença ultra petita, extra petita ou citra petita.
6
Arts. 295, 299, NCPC. Na qual, a parte que pede uma tutela provisória, assume uma responsabilidade objetiva diante
do risco de provocar dano/prejuízo a outra parte.
7
797, CPC/73
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Ele pode conceder, revogar, conceder de forma diferente do que foi pedido (pessoa pede para
derrubar prédio e ele fala em interditar). Ele também é livre para colocar qual a melhor medida para
efetivação.

Olhando doutrina, jurisprudência, eles entendem que não pode conceder de ofício, por mais que
tenha poder geral de cautela, teria que ter um pedido, isso fere princípio da demanda, princípio
dispositivo, seria extra petita.

EX: Pessoa pediu para tirar página do Facebook do ar, pediu danos morais. Fez pedido de desfazer de
danos morais no futuro. Juiz deferiu tutela provisória para que retire imediatante da internet, sob
pena de astreinte de R$1.000,00 por dia. Facebook recorreu e TJSP revogou tutela.

Em regra, pensando em extra petita, princípio dispositivo, princípio da demanda, que tem
requerimento, não tem porque. Mas não há previsão expressa no CPC.

Alguns artigos levam a entender que tem que ter requerimento.

Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo
competente para conhecer do pedido principal.

Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e


nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o
mérito.

Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.

Tribunais tem entendido que em situações excepcionais dentro do poder geral de cautela juiz poderia
de ofício conceder tutela provisória de ofício. Poder judiciário como protetor da própria vida. A vida,
a dignidade da pessoa humana, próprio conceito.

Em situações excepcionais, dentro do poder de cautela, o juiz pode deferir de ofício.

Não existe na lei situações que juiz possa dar de ofício.

EX: Lei Maria da Penha: juiz dá e depois manda avisar a parte e o Ministério Público. Criança e
adolescente, vai lá e tira crianças dos pais e depois avisa.

EX2: Na Justiça Federal acontecem situações previdenciárias. Velhinho tem todas as condições para
se aposentar, não vai dar porque não pediu?

A regra é que não, tem que pedir, mas analisando dentro do poder geral, alguns autores falam que
sim.

- E A REVOGAÇÃO E MODIFICAÇÃO: PODE DE OFÍCIO?

Há dúvidas: Juiz deu tutela provisória, a parte contestou, juiz percebe besteira que fez. Marignoni
fala que tem que requerer a revogação ou modificação.

Imagina se troca de juiz e ele começa a revogar tudo, não traz insegurança jurídica? Falam que não
pode.

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Mas, se existirem situações fáticas e jurídicas e elementos para tal, como é cognição sumária, juiz
poderia revogar ou modificar de ofício.

Segredo é analisar poder geral de tutela provisória e dentro de uma razoabilidade analisar.

Mas a gente pensa sempre que não. Mas se são situações de família, previdenciária, violência
doméstica.

- ≠ SENTENÇA.

Na sentença juiz vai analisar de forma exauriente e faz o que quiser. Alguns autores falam que pode
revogar na sentença, porque vai analisar profundamente, pode conceder, modificar, revogar.
Porque ali que ele realmente sentou para analisar de forma exauriente.

- REVOGANDO: DEVOLVE-SE O DINHEIRO?

Seria mais uma responsabilidade processual: Juiz deu situação precária, pessoa estava recebendo, e
depois o juiz revogou. Durante todo esse período a parte recebeu. Em tese tem que devolver. Mas
foram criando tese, de que se recebeu de boa-fé não teria que devolver.

Previdenciário: juiz deu de ofício mas pensando no bem da pessoa.

Em se tratando de alimentos, estes são irrepetíveis, então não devolve.

Responsabilidade processual, você pediu você é responsável. Mas se juiz deu de ofício a
responsabilidade é de quem?

• MEDIDAS PARA A EFETIVAÇÃO DA TUTELA.

- CUMPRIMENTO.

Essa sim juiz pode fazer e acontecer. Quando fala em efetivação é o cumprimento da tutela
provisória.

Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela
provisória.

Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento


provisório da sentença, no que couber.

Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro,
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea
para asseguração do direito.

Trouxe não o procedimento em si do arresto, mas que aquela medida de efetivação é possível utilizar
dentro desse poder geral, que juiz é livre para efetivar, no que couber. O juiz tem o poder geral para
fazer cumprir as decisões provisórias. Então, efetivação seria no sentido de cumprimento da decisão
interlocutória que concede a tutela provisória.

- COMO? “NO QUE COUBER”.

EX: Busca e apreensão, entrega de coisa, força policial, arrombamento: aquilo que for adequado para
poder buscar.
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- O juiz pode se utilizar de medidas sub-rogatórias, coercitivas para efetivar a sua decisão.

- O juiz pode usar, por exemplo, algumas regras das antigas cautelares nominadas – que era um rol
mais extenso do que o rol do art. 301, oferecia mais possibilidades, mas isso para efetivar medida.

- O juiz deve focar em realizar as medidas de efetivação com o menor custo possível. Aliás, Daniel
Assunção diz que o juiz não precisa seguir, literalmente, as regras de efetivação contidas no CPC, ele
pode adequá-las ao caso concreto.

• DECISÃO FUNDAMENTADA.

Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará
seu convencimento de modo claro e preciso.

Fala que isso é redundante. Art. 298. A decisão que conceder: ‘juiz motivará seu convencimento…’

Juiz falavam ‘presentes os pressupostos defiro a tutela antecipada’ ‘ausentes os pressupostos


indefiro’. Vai ter que fundamentar, contar história para poder deferir.

Tem que fundamentar, não só na sentença, em qualquer tempo.

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da
contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;

II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;

III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhesubmeterem.

§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que:

I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida;

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência
no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos


determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

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CF

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:

IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.

-Enunciado 16 TJMG

Enunciado 16 – (art. 298) A tutela provisória, por não ser exauriente, poderá ser fundamentada de
forma sucinta.

• RECURSO

Interlocutória: Agravo de instrumento.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:

I - tutelas provisórias; [...].

Sentença: Pessoa vai apelar e nessa apelação não tem efeito suspensivo.

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.

§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua
publicação a sentença que:

V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;

Outros momentos: Tribunal: agravo interno.

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão
colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.

§ 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da


decisão agravada.

§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso
no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a
julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.

§ 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar
improcedente o agravo interno.

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§ 4 o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em
votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao
agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.

§ 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da


multa prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que
farão o pagamento ao final.

6. TUTELA DE URGÊNCIA – DISPOSIÇÕES GERAIS

Cautelar e antecipada.

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução
ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.

§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.

§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.

• REQUISITOS PARA A CONCESSÃO

- INTRODUÇÃO.
- MUDANÇAS COM O NCPC

- No CPC/73, os requisitos para conceder a tutela num processo cautelar eram mais tênues, pois,
bastava o periculum in mora e o fumus boni iuris; já para a concessão da tutela antecipada, existia
ainda a necessidade da presença destes mais de prova inequívoca.

- No NCPC, houve uma uniformização dos requisitos, de modo que, para conceder uma tutela
cautelar ou uma tutela antecipada é preciso dos mesmos requisitos para ambas, ou seja, ocorreu uma
uniformidade de requisitos. Assim, atualmente, é preciso dos seguintes requisitos: evidência da
probabilidade do direito; e presença do perigo de dano, ou seja, fumus boni iuris8 e periculum in
mora9.

-PERIGO DE DEMORA – PERICULUM IN MORA.

8
Está ligada às provas que conferem indícios suficientes, apesar de ainda se tratar de uma prova tênue, pois, a certeza
absoluta só terá na sentença. Ou seja, aqui não se lida com nenhuma certeza!
Os indícios de provas, ou início de provas leva a conclusão que o direito do solicitante é provável ou será confirmado.
9
É dano potencial do processo não ser útil, em razão do risco da demora da prestação jurisdicional. No entanto, tem
que ser um risco OBJETIVO, ou seja, um fundado receio de um dano próximo e eminente.
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“É o risco da demora da prestação jurisdicional quer como risco de dano ao direito material da parte
(tutela antecipada), quer como risco potencial de que o direito material discutido no processo não
seja útil (tutela cautelar).” Marignoni, Olvídio Batista.

É o risco da demora, é o que dá urgência.

EX: Pessoa está passando fome. Transfusão. Se cebola não passar na alfândega, apodrece…

- RISCO OBJETIVO.

Esse risco é um risco objetivo, tem que ser concreto.

EX: Risco que ex marido mate a esposa.

A cebola vai apodrecer. Se não sacrificar bois eles vão contaminar os outros. Não pode ser subjetivo?
Será que todos os bois estão doentes?

Risco tem que ser objetivo, concreto, próximo, iminente, senão não tem perigo da demora.

Mãe que cria sozinha filho deficiente, está com requisitos para pedir benefício assistencial, LOAS, não
faz sentido sacrificar filho…

Às vezes pode esperar cognição exauriente, mas em algumas situações tem que ser rápido por causa
do risco de dano ser objetivo, concreto, próximo, iminente

13/09/2018- Brasília sua linda! Participação especial Hariany Bueno e Isabella Souza

• PROBABILIDADE DO DIREITO

Plausibilidade jurídica. Possibilidade da existência do direito amparado na pretensão final ou principal


do requerente da medida.
Probabilidade lógica: A narração dos fatos corresponde à plausibilidade do direito. Você tem que ter um
vestígio.

Maior grau de confirmação e menor grau de refutação desses elementos. Estou pedindo agora mas
tenho maior grau de confirmação lá no final, existe um vestígio do bom direito.

• POSSIBILIDADE DE CAUÇÃO.

Pede uma liminar para pegar um bem, receber um dinheiro… Juiz olha e se sente um pouco inseguro.
Vai pedir caução.
Sustação de protesto. Juiz chegou para parte e falou para dar caução que sustava processo. Para
proteger o demandado dos efeitos. Para garantir a responsabilidade processual.

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidadedo direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução
ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.

§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.

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§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.

- A regra é que se tiver perigo de irreversibilidade da tutela antecipada, ela não deverá ser concedida.
Isto porque a tutela cautelar apenas conserva o bem, ao contrário da tutela antecipada, em que se
entrega o bem da vida ao requerente.
- Aqui, o legislador pensou que isso pode frustrar a decisão definitiva, no sentido que, se houver um
revés, poderá haver prejuízo.
- Não obstante, Alexandre Freitas Camara diz que existem casos de irreversibilidade recíproca, ou
seja, ela pode ser irreversível tanto para o autor quanto para o réu. Ex.: alimentos.
- Nestas situações, o juiz deve procurar uma solução por meio da ‘ponderação dos valores em jogo’
– Segurança jurídica ou efetividade do processo? O direito à saúde ou à liberdade religiosa? Ou seja,
em tais casos, o juiz vai adotar a proporcionalidade, desconsiderando/flexibilizando a regra da
irreversibilidade.
- CAUÇÃO
Existe a possibilidade da caução: Caução que demandado oferece e caução substitutiva (que próprio
demandado vai oferecer caução). Irmão que usava caminhonete, mas usava para trabalhar, pergunta
se podia oferecer caução substitutiva para poder usar caminhonete: Art. 300, §1º fala disso.

• 300, §1º: “OUTRA PARTE”.

Englobou parte final do 804 e parte inteira do 805 do CPC/73.


Juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea, para ressarcir os danos que
outra parte possa vir a sofrer: Pode tanto demandado como demandante. Quer liberar o bem é dá
alguma garantia.
Traz que pode; que conforme o caso; diz os tipos de caução, real ou fidejussória; que pode ser tanto
para um como para outro; e fala da questão da dispensa, que pode ser dispensada.
Caução é a garantia dada a alguém com a finalidade de protegê-lo contra dano eventual e futuro. O
próprio caução é também o ato que se concede referido a garantia.
É o próprio ato e serve como garantia.
- O legislador previu a opção de ‘contracautela’, para se liberar o bem da vida perquirido no processo.
- O juiz pode dispensar a caução no caso dos hipossuficientes.
- Art. 805, CPC/73: Falava da chamada “caução substitutiva”, donde o juiz poderia dar a tutela
antecipada, mas a parte teria que dar a contracautela (que é a caução) para liberar o bem, no
entanto, a outra parte poderia dar outra garantia para dispensar a caução.
Marignoni chama de contracautela. A caução é uma cautela contra a cautela que é a tutela de
urgência. Se for o demandante que oferece. E existe a caução substitutiva, que é o próprio
demandado que pode oferecer.
Pode ser prestada tanto para demandado (contracautela – caução contra tutela de urgência) ou para
demandante (caução substitutiva) (prestada pelo demandado).

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• ESPÉCIES
A. REAL

127 § 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução
real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer,
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder
oferecê-la.

Pessoa oferece bem imóvel ou móvel, que pode ser hipoteca, penhor ou anticrese.
B. FIDEJUSSÓRIA.

Fiança subsidiária.
* OBS: Pode. Lei fala ‘pode’. Juiz não está vinculado.

Podendo dispensar. Fala ‘podendo dispensar’. Se pessoa é carente, pode dispensar…

- O PERIGO DE IRREVERSIBILIDADE.

128§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.

A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão. Se tiver perigo de não retornar status quo antes, juiz não
pode dar. Ver que não tem reversibilidade, que não vai voltar ao status quo, juiz vai dar indeferimento
genérico.
Críticas: Marignoni fez crítica. Disse que esse artigo vai na contramão da lógica do provável.

Seria sacrificar direito provável….

• EXCEÇÃO:

Relativização → Casos de irreversibilidade recíproca → Ponderação dos valores em jogo.

Existem casos de irreversibilidade recíproca. Prejuízo vai ser tanto para um quanto para outro.
Alimentos. Se autor não receber alimentos vai morrer de fome. Se réu pagar não vai receber de volta.
Se for fazer transfusão de sangue, se pessoa não realizar vai morrer, se realizar já era, está feito.
Ponderação dos valores em jogo. Em cima disso juiz vai conceder tutela antecipada irreversível.
Direito à vida e segurança jurídica. Qual pesa mais na balança?
Os direitos fundamentais estão em choque. Vivemos hoje em modelo processual constitucional.
Lênio fala em grau de proporcionalidade entre os dois riscos, em bilateralidade do risco irreparável.
- PODE SER CONCEDIDA LIMINAR.

129§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.

O que é liminar? É aquela que é dada no início do processo, inaudita altera pars, sem ouvir a outra
parte: Dada antes do contraditório.
Calmon de Passos: “Liminar é o nome que damos a toda providência judicial determinada ou deferida
initio litis, isto é, antes de efetivado o contraditório, o que pode ocorrer sem a citação do réu ou com
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a sua ciência para acompanhar a justificação exigida para apreciação da liminar. A liminar portanto não
é liminar em função do seu conteúdo e sim em decorrência do momento do seu deferimento.”
Conceito verdadeiro: Dado no começo do processo, sem ouvir a outra parte, mas na prática em vários
casos / momentos..
- Que pode ser sem ou com justificativa prévia.
- Existe essa possibilidade de liminar porque, há casos que, se a outra parte descobre, há risco dela
tentar atrapalhar as medidas de efetivação de tutela provisória. Assim, para solidificar o pedido, e
para que a liminar seja concedida, deve-se ouvir testemunhas do autor.
- Liminar é um provimento deferido inicio litis inaudita autera pars (ou seja, sem ouvir a parte
contrária), antes de efetivar o contraditório.10

Art. 300. § 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.

Se dá sem ouvir a parte contrária ou no máximo com justificação prévia. Juiz intimar réu para
contraditar testemunha. Juiz se sente inseguro e faz audiência de justificação, intima réu para
contraditar testemunha, ele não vai se defender…
- RESPONSABILIDADE PROCESSUAL.

Calamandrei dizia que a responsabilidade é o preço da prontidão. Se você vai pedir liminar, tutela de
urgência, tutela antecipada, tem que se responsabilizar se ela for revogada, modificada, e se
acontecer isso você tem que indenizar outra parte pelo seu erro. Responsabilidade pelos prejuízos
que a efetivação da tutela causar à parte adversa.
A tutela de urgência é sempre praticada pela conta e risco do requerente.
Responsabilidade Objetiva: Basta só demanda e dano, só o fato de ter demandado em juízo, se
causar prejuízo.
Responsabilidade Subjetiva: Já existe elemento intenção de causar dano.

- REQUISITOS.

Prejuízo efetivo. Foi revogada, foi alterada, mas causou dano: Não vai ter responsabilidade só pelo
fato de ter desconforto. Tem que ter prejuízo efetivo para a execução.
Tem que ter sido prejuízo, apurar o quanto.
- HIPÓTESES

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que
a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:

I - a sentença lhe for desfavorável;

II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a
citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;

10
Há duas correntes: Antes da citação; ou antes do contraditório (no caso, das ações possessórias).
OBS.: A audiência para justificação prévia não é considerada como manifestação de contraditório, pois, ainda não
cita/não chama o réu ao processo, com receio dele frustrar a liminar.
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III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;

IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.

Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida,
sempre que possível.

Trata-se de uma previsão de uma responsabilidade subjetiva (1ª parte) e de uma responsabilidade
objetiva (2ª parte). Na primeira, a parte responde em caso de má-fé, enquanto que, no caso da
segunda responsabilidade basta que haja dano a outra parte.
302, II: Ganha liminar e depois fica parado. Não fornece endereço, não paga custas, etc. Mas não
entra se for por causa de etapas mortas do processo. A parte fica inerte porque ela já está usufruindo
do seu direito.
302, III. Ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal.
- LIQUIDAÇÃO.

Liquidação ato: só faz os cálculos aritméticos. Execução nos mesmos autos sempre que possível.
- A FUNGIBILIDADE ENTRE AS TUTELAS ANTECEDENTES.

Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente
indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz
observará o disposto no art. 303.

É a substituição da tutela de urgência requerida de forma antecedente pela mais apropriada ao


caso concreto (fungibilidade),com a consequente adaptação procedimental (convertibilidade).

- FUNGIBILIDADE PROGRESSIVA: 305, P. ÚNICO131. MÃO ÚNICA?


É o que prevê o Código; a parte pede a cautelar antecedente e o juiz vê que é uma tutela antecipada,
daí, ele dá a tutela antecipada. Por que ‘mão única’? Porque é a única prevista em lei.

Fungibilidade regressiva: o inverso: Pediu tutela antecipada e dá a menor, que é a cautelar

- CONCLUSÃO: FUNGIBILIDADE DE MÃO DUPLA.

Defende-se que, o inverso da mão única também pode ser verdadeiro, ou seja, o juiz pode conceder
tanto uma quanto a outra, se faz uma interpretação extensiva do artigo; é uma fungibilidade
recíproca.
Convertibilidade (Alexandre Freitas Camara): Defende que se trata de ‘convertibilidade’ e não de
‘fungibilidade’, porque as técnicas são diferentes, inclusive os prazos, de modo que, vai se converter
um procedimento pelo outro. Mas, importante ressaltar que, essa elucidação tem sentido, tão
somente, quando se trata de tutela antecedente, pois, quando é incidente não tem que converter
procedimento nenhum.

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- PROCEDIMENTO.

Juiz concede fungibilidade e converte, intima parte contrária para se manifestar.

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Com fungibilidade, aplica o procedimento da que for dar.
- Curiosidade: regressiva. Antes só existia a regressiva.

OBS.: E NAS INCIDENTAIS.


Isso serve nas incidentais. Foi criada na tutela incidental: 90% da prática vai ocorrer nas incidentais,
embora artigo legislou nas antecedentes.

20/09/2018- Quarta foi jogo do Cruzeiro e eu não fui a aula de quinta. Comemoração por ter
passado na prova de suficiência de tributário. VEM FORMATURA!! Participação especial Hariany
Bueno e Isabella Souza

7) TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil
do processo.

§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:

I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada
de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro
prazo maior que o juiz fixar;

II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art.
334;

III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.

§ 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo será
extinto sem resolução do mérito.

§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem
incidência de novas custas processuais.

§ 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa,
que deve levar em consideração o pedido de tutela final.

§ 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto
no caput deste artigo.

§ 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão
jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser
indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.

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Sentido: quando no momento da propositura da ação, o requerente cinge-se tão somente ao pedido
de tutela antecipada, deixando, se for o caso, para mais tarde a realização do pedido final.
Justificativa: extrema urgência (“contemporânea à propositura da ação”) e sem tempo para
estruturar a causa petendi para o pedido final.
Classificação: TTA com ou sem intenção de estabilização.
SE (sem estabilização).

CE (com estabilização) → Estabilizada → 2anos [prazo revisão]→ superestabilizada.

Casos de extrema urgência que você não tem tempo de realizar pedido final, tem extrema urgência,
faz pedido de TTA, faz pedido satisfativo.
EX: Só quer que juiz defira cirurgia.
EX2: MP, tem dano ambiental, faz tutela satisfativa para parar de derrubar. Depois vai ver
reflorestamento, dano ambiental, mas agora única coisa que quer é que parem de derrubar aquelas
áreas.
EX3: Remédio. Mulher precisava pedir injeção no olho senão ficaria cega… tinha laudo do médico…
alguns casos são de extrema urgência, a causa de pedir é complexa…
EX4: Exército. Estava com perna quebrada, braço quebrado, ia dar baixa no outro dia, sente que vão
dar baixa mesmo, dizer que está apto ao serviço militar, cara não está apto, aí entram pedindo uma
tutela antecipada de extrema urgência, e vai pedir para continuar no quartel, recebendo soldo,
alimentação, no pedido final vai explicar causa de pedir, falar que foi acidente de trabalho, que não
está apto… mas não tem tempo para idealizar pedido final…
EX5: Caso da prima que era baixinha e conseguiu liminar para fazer curso…
Por que falou “se for o caso”? Porque pode ter vontade de estabilização…
Se não tem extrema urgência vai pedir incidentalmente… Para tirar nome da SERASA existe extrema
urgência? Não.
Injeção no olho; transfusão de sangue; reintegração no serviço militar; sustação de protesto são
casos.
7.1) TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE SEM A INTENÇÃO DE ESTABILIZAÇÃO.

O legislador colocou menos do que tinha que ser.

Obs.: O procedimento o juiz vai adequar. Os cenários dos procedimentos são do professor. Autores
(não) apresentam outros. Algumas regras “se encavalam”, como diria Daniel Assunção.
a) Elementos comuns da petição inicial
b) Expor o “mérito” da tutela antecipada:

Você está discutindo a urgência e o perigo da demora, o mérito da tutela antecipada e a


fumaça do bom direito e o periculum in mora.
Está machucado, se demorar não tem mais vínculo...

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c) Indicar o pedido que será formulado como tutela final

Se continuar tutela final, indicar pedido. Vai pedir no caso do reflorestamento….


Quer que pare de derrubar árvores, pedido final vai ser reflorestamento e danos
materiais… Militar vai pedir para ser reformado.
d) Declarar que a tutela é antecedente e que não pretende a estabilização (§ 5º do art. 303)

- Isso é obrigatório??? Em tese, não seria obrigatório dizer que “não quer estabilizar”,
porque o artigo só diz que deve haver manifestação quando se quer, mas é melhor
especificar, por motivos de maior esclarecimento para o juiz. Na estabilização da tutela
antecipada você tem que dizer que quer estabilização; aqui você fala que vai ter pedido
final, que vai pedir reforma do serviço do exército, que seja reflorestado, que depois do
treinamento seja efetivada, agora a sustação do protesto e depois vai discutir título e que
não deve para o outro.

e) Pedir a tutela antecipada


f) Indicar o valor da causa considerando o pedido de tutela definitiva que pretende formular
(§4º do art. 303)

Crítica: se é com vontade de estabilizar não vai ter nem pedido final: valor da causa
relacionado à tutela antecipado, mas legislador trouxe diferente.
I. TUTELA DEFERIDA.

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil
do processo.

§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:

I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada
de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro
prazo maior que o juiz fixar;

II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art.
334;

III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.

a) O demandado será citado para integrar a relação processual (art. 238) e intimado
da decisão da tutela antecipada (lei não fala – deveria ser).

Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o
interessado para integrar a relação processual.

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b) O autor deverá aditar a petição inicial nos mesmos autos em 15 dias (ou outro
fixado pelo juiz) com o pedido de tutela final (complementa a causa de pedir;
confirma o pedido de tutela definitiva; junta novos documentos), sem a incidência
de novas custas (art. 303, §1º, I c/c art. 303, §3º); o não aditamento implica na
extinção do processo sem resolução de mérito (art. 303, §2º)
c) Aditada a petição inicial, o réu será “citado”11 e intimado para audiência de
conciliação ou de mediação (art. 303, §1º, II);
Entra para procedimento comum.
d) Não havendo acordo, correrá o prazo para oferecimento de contestação (art. 303,
§1º, III); depois saneamento, instrução e julgamento: Depois da audiência abre
prazo nos termos do código… depois saneamento, instrução e julgamento.

II. TUTELA INDEFERIDA.

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil
do processo.

§ 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão
jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser
indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.

a) Intimação do autor para a “emenda” da petição inicial em 5 dias (art. 303, §6º), para
que complemente a causa de pedir e faça o pedido de tutela definitiva;

Intimação do autor para aditar petição inicial em 5 dias. Termo correto seria
“aditamento”.
Se juiz defere TAA tem prazo de 15 dias. Aqui, se tutela for indeferida, só tem 5 dias
para fazer aditamento. Ver o que errou lá no começo e tentar pedir novamente.
Fazer o pedido final.
b) Segue os demais passos anteriores (citação, intimação para tentativa de acordo e
eventual contestação – 303, §1º, I, II e III); saneamento, instrução e julgamento.

11
Já foi citado.

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7.2) TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE COM A INTENÇÃO DE ESTABILIZAÇÃO.

Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a
conceder não for interposto o respectivo recurso.

§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto.

§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela
antecipada estabilizada nos termos do caput.

§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de
mérito proferida na ação de que trata o § 2o.

§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida,
para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi
concedida.

§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se
após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o.

§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será
afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos
termos do § 2o deste artigo.

- Sentido: Técnica de monitorização12, em que obtida a providência perseguida e não havendo recurso, tudo
está resolvido e satisfeito, extinguindo o processo; a decisão antecipada continuará produzindo efeitos
enquanto não for ajuizada ação autônoma para revisão, reforma ou invalidação. – Didier e citando Leonardo
Carneiro da Cunha
- Objetivo: autossatisfatividade13; aguardar para mais tarde14.

➔ Demanda
a) Elementos comuns da petição inicial (art. 303);
b) Expor o “mérito” da tutela antecipada (art. 303);
c) Indicar o pedido que será eventualmente formulado como tutela final (art. 303) (para a
estabilização, o pedido de tutela provisória deverá coincidir totalmente com o pedido de tutela
final?? Alguns autores dizem que seria necessário, mas Regel acha que não, pois, não seria a
providência perseguida de fato; enfim, o pedido de tutela provisória deve coincidir totalmente
com o pedido de tutela final, do contrário, não se pode pedir com estabilização!)

12
Remissão às técnicas da ação monitória. Sabendo que o seu primeiro ato é jogar para às costas do réu que ele faça a
impugnação, mas se ele não se insurgir, transitará em julgado, e o documento apresentado pelo autor, será válido até mesmo
para execução.
13
Ou seja, depois que esta tutela é concedida, esgota a função jurisdicional, de modo que, não se há mais nada para fazer. (é
uma tendência argentina que o Brasil tentou “copiar”)
14
Para haver possibilidade de reversão.
Página 28 de 39
d) Declarar que a tutela antecipada é antecedente e a pretensão da eventual estabilização, ou
seja, a autonomia da mesma caso o demandado não se manifeste (§5º, 303)15;
e) Pedir a tutela antecipada;
f) Indicar o valor a causa (§4º, 303)
g) Como se trata de desejo de estabilização, requerer, caso concedida a tutela antecipada, a
citação e intimação prévia do demandado para ciência da concessão da tutela antecipada;
h) Requerer que a abertura do prazo para eventual aditamento da petição inicial seja apenas após
a intimação do eventual recurso da parte contrária.
Enunciado 19 – TJMG (arts. 303, §1º e 304) O autor do requerimento de tutela antecipada
antecedente concedida só estará obrigado a aditar a petição inicial se houver a interposição
de recurso16.

➔ Deferimento
a) Citação e intimação do requerido para cumprimento;
b) Começa o prazo para o recurso (só o agravo de instrumento??? Não! Pode ser por
manifestação também);
c) “Recurso” não interposto: estabilização dos efeitos da tutela antecipada e extinção do feito
(304, §1º);
d) Qual decisão? Art. 304, §6º - A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a
estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou
invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do §2º deste artigo. Art
487, I ou art. 485, X? 485, X; pois, a estabilização não faz coisa julgada material.

➔ “Recurso” interposto
a) Não será possível a estabilização.
b) Vai ocorrer o aditamento da petição inicial (303, §1º, I). O juiz pode ampliar o prazo de
aditamento17.
c) “Citação” e intimação do requerido para a audiência de conciliação e mediação – 303, §1º, II.
d) Na ausência de autocomposição, a abertura do prazo para a contestação – 303, §1º, II.
e) Saneamento, instrução e decisão.

➔ Indeferimento da tutela antecipada com a intenção de estabilização


a) Aditamento da PI a fim de que o processo, em sendo o caso, desenvolva-se regulamento sob
pena de extinção do feito – 303, §6º.18

7.3) AÇÃO DE CONFIRMAÇÃO OU IMPUGNAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA ESTABILIZADA.

15
Pois, se o requerente não indicar isso, o requerido não vai saber se deve recorrer ou não, isso se trata de uma medida de
segurança jurídica.
16
Para que se evite fazer o aditamento nos casos que a tutela for estabilizada.
17
Obs.: não realizando o aditamento ocorre a extinção do feito sem mérito – 303, §2º.
18
Obs.: o autor também poderá recorrer da decisão.
Obs.²: Humberto Teodoro Júnior – diz que se indeferida, a ação deve ser extinta (Regel discorda)
Página 29 de 39
Art. 304. § 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a
tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.

§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão
de mérito proferida na ação de que trata o § 2o.

§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida,
para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi
concedida.

§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se
após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o.

➔ Cenário
Tutela provisória com intenção de estabilização; ausência de recurso; e estabilização da tutela.

➔ Sentido
“Qualquer das partes poderá propor a ação de mérito para confirmar ou reverter a tutela
antecipada antecedente estabilizada.”

➔ Justificativa
Evitar que o devido processo legal, o contraditório e a segurança jurídica sejam feridos.

➔ Base legal
Art. 304

➔ É uma ação autônoma .

- Não fizer: Superestabilização.

➔ Legitimidade e competência
Qualquer das partes tem legitimidade. O juiz prevento é aquele que concedeu a tutela, ou seja, ele
tem competência funcional absoluta.

➔ Prazo
Dois anos (decadencial). Pode-se dizer que, antes de passo este prazo, existia uma estabilidade
provisória, de modo que, transcorrido tal prazo, pode-se dizer que se trata de uma estabilidade
definitiva19.

Em prazo de 2 anos parte pode tentar rever estabilização, quer discutir o mérito da ação. Se for autor que
confirmar; se for réu quer impugnar, reversão da tutela estabilizada.
Ocorre coisa julgada? Não. Não ocorre coisa julgada em tutela provisória.

Cabe ação rescisória? Não. Porque ação rescisória é para decisão de mérito e aqui foi decisão sumária.

19
Obs.: mas não faz coisa julgada material, mesmo após estabilizada definitivamente, por força do art. 304, §6º, NCPC.
Página 30 de 39
Com estabilização = Tutela antecipada concedida + desinteresse bilateral [não recorrer, não aditar]

Superestabilização = estabilização + transcurso do prazo bienal para revisão.

27/09/2018 – Primeira vez em setembro que eu vou na aula quinta-feira. É muito orgulho, não? Depois do
Cruzeiro brilhar, aqui estamos!

TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE

• INTRODUÇÃO

- SENTIDO

É o procedimento conservativo realizado com a finalidade de assegurar a futura eficácia do direito postulado
no processo principal. Não se confunde com a tutela antecipada porque conserva para que, no processo
principal o bem da vida ainda esteja vivo.

EX: Ao chegar no momento da partilha, por exemplo, esse bem será partilhado. Por isso temos que nos
assegurar que nenhum dos eventuais herdeiros vão atuar para estragar os bens ou consumi-los.

EX: Na execução, já se guarda o bem porque senão no futuro não haverá bem algum.

- DUPLICIDADE DE DEMANDAS

Duas demandas, dois procedimentos mais apenas um processo. Há um momento em que vão se misturar.

• PETIÇÃO INICIAL

Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a
lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo.

Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz
observará o disposto no art. 303.

- ELEMENTOS COMUNS DA PETIÇÃO INICIAL

Art. 319. A petição inicial indicará:

I - o juízo a que é dirigida;

II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e
a residência do autor e do réu;

The same old classics.

- PRÉVIA DA TUTELA DEFINITIVA

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Uma prévia da tutela definitiva. Prévia da causa de pedir para demonstrar o nexo de interdependência de
uma e outra.

- O ‘MÉRITO’ DA CAUTELAR

Fumus bom iures e periculum in mora.

- O PEDIDO DA TUTELA CAUTELAR

A depender da ação e das partes.

- AS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR

Como qualquer boa inicial.

- VALOR DA CAUSA

É difícil deliminar porque o pedido principal ainda não foi feito.

Colocar aproximadamente os valores do bem da vida que se visa proteger.

• O PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR

A. DECISÃO DO JUIZ

Conceder ou não a tutela observando os parâmetros da tutela definitiva, vendo o que é necessário.

B. EFETIVA CITAÇÃO E INTIMAÇÃO

Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas que
pretende produzir.

Pode deferir ou indeferir a tutela cautelar antecedente (preparatória/ante causa). Se deferir, mandará que se
cumpra, inaudita autera pars, com ou sem justificação prévia, pois, o requisito é a urgência. Somente depois
disso, é que o réu será citado para que, dentro do prazo de 5 (cinco) dias, possa contestar.
C. EVENTUAL CONTESTAÇÃO EM 5 DIAS

Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como
ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento comum.

Em 5 dias tudo estaria resolvido.


D. SEGUE O COMUM

Vai ter a réplica, produção de provas e chegaremos na decisão da cautelar. O juiz pode confirmar ou até
mesmo revogar a cautela.

E. DECISÃO

F. OBS: 310

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Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi no
julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.

Se o juiz indeferiu a cautelar, não vamos deixar de fazer o pedido principal. Porém, se não houver como fazer
o principal, não há que se falar nessa cautelar.

• PROCEDIMENTO DO PRINCIPAL

A. ADITAR

o PEDIDO PRINCIPAL (EFETIVAÇÃO)

Há 30 dias para fazer o pedido principal.

As perguntas de cautelar são sempre as mesmas. Ou seja, busque na internet e faça todas as questões. AHAZE.

o MELHORAR A CAUSA DE PEDIR

Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30
(trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar,
não dependendo do adiantamento de novas custas processuais.

2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal.

B. INTIMAÇÃO

Art. 308. § 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou
de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação
do réu.

C. CONTESTAÇÃO

Art. 308. § 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.

Não havendo mediação, conciliação, abre-se o prazo para contestação.

D. COMUM SENTENÇA

O legislador escolheu fazer dois procedimentos, um pra tutela cautelar antecedente e um para a tutela
definitiva. Mas a depender do tipo de demanda do bem da vida perseguido, haverá somente uma sentença.

• CESSAÇÃO DA EFICÁCIA DA TUTELA CAUTELAR

Se não fizer o pedido, será caçada a medida cautelar. Há 30 dias para fazer o pedido e se não o fizer, cair por
fora.

Quando for anômala. O normal é que a cautelar garanta aquilo que ela veio ao mundo. O bem dos herdeiros
indisponibilidades serão usados futuramente para a divisão da herança ou na penhora. O normal da tutela é
seguir seu objetivo e seguir seu fim.

Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:


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I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;

II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;

III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução
de mérito.

Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o
pedido, salvo sob novo fundamento.

Não efetiva no prazo de 30 dias por culpa do autor. Se o Poder Judiciário demorou para ir efetivar, não há
culpa alguma.

O PODER GERAL DE EFETIVAÇÃO

Histórico: nominadas genuínas e não genuínas.

Sentido: Variação do tipo de medida que será adotada pelo juiz para proteger o interesse em conflito.

Art. 301 – rol exemplificativo: “A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto,
sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea
para asseguração do direito”.

As não genuínas eram satisfativas, não eram cautelares.

ARRESTO

● Medida para assegurar a execução por quantia certa. Consiste na apreensão de bens penhoráveis
indeterminados do devedor suficientes para o pagamento da dívida. Assegura a futura penhora ou arrecadação
ou resultado útil de falência, ou seja, “proteger pretensões monetárias”.

● Tem como efeito, vincular o bem apreendido ao processo principal, a perda da posse direta e a possível
conversão em penhora.

● SITUAÇÕES: VER CPC/73 , arts 813 e 814, p. único.

Medida par assegurar a execução por quantia certa.

EX: Devedor quer sair da cidade, vender seus bens e não pagar.

SEQUESTRO

● Consiste na apreensão de bem específico (determinado) litigioso. Protege a execução para entrega de coisa.
(móvel ou imóvel; singular ou coletiva). Evita dissipação, ocultação, alienação..).

● Mesmos efeitos do arresto, mas converte-se em depósito.

● SITUAÇÕES: VER 822 DO CPC/73.

Em divórcios há muito a situação de sequestro, quando o marido não quer dividir os bens porque ele afirma
que foi ele que trabalhou.

A finalidade é salvar os bens para o divórcio e o inventário.

Arrolamento de bens
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Cautelar constritiva, consistente na especificação*, apreensão judicial e depósito de bens que integram uma
universalidade, com a finalidade de evitar sua ocultação, alienação ou deterioração. Finalidade – aferir o real
patrimônio e evitar a perdas.

* Ver 381, § 1º do CPC. VER 855 e 856 CPC/73.

Especificar e bloquear os bens. Oficial de Justiça faz a contabilidade dos bens.

Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:

§ 1o O arrolamento de bens observará o disposto nesta Seção quando tiver por finalidade apenas a
realização de documentação e não a prática de atos de apreensão.

Registro de protesto contra alienação de bens

● Dois tipos de protestos no CPC/73 e que gerava confusão na prática:

a) um nominado do 867 “... ato judicial de comprovação ou documentação de intenção do promovente” (HTJ e
AFC); Passou para jurisdição voluntária (726-729)

b) outro inominado, o protesto contra alienação de bens que é contencioso, ou seja, uma providência admitida
como poder geral de cautela justificada na necessidade de dar conhecimento do protesto a terceiros de boa-fé.

Dois tipos:

Nominado, que está nos termos do código e um inominado.

Art. 867. O juiz pode ordenar a penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel ou imóvel quando a
considerar mais eficiente para o recebimento do crédito e menos gravosa ao executado.

04/10/2018 – Não fui a aula. Participação especial Isabella Souza

TUTELA DE EVIDÊNCIA20

1) SENTIDO E IMPORTÂNCIA.

• Sentido
Antecipação de tutela incidental concedida, em regra, ao autor nas hipóteses de ficar evidenciado,
de forma robusta, a existência do direito material. Por isso que se chama ‘da evidencia’, ‘da prova’,
tem de estar evidenciado o direito, aliás, quando se fala em evidencia se fala em clareza, certeza,
prova. Além do mais, ela é tão somente incidental, por força do artigo 294, p. único. Não obstante,
existem ações com natureza dúplice, daí, excepcionalmente, pode-se demonstrar que o réu tenha
direito, assim, neste caso, tanto autor quanto réu poderia pedi-la.

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.

20
O CPC fala em ‘tutela da evidência’, mas a doutrina prefere o termo ‘tutela de evidência’, dizem que aquele remete a uma
ideia de tutela da prova.
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Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em
caráter antecedente ou incidental.

Sentido do Humberto Teodoro Junior: “É a antecipação da tutela incidental concedida nas hipóteses
de ficar evidenciado de forma robusta o direito material da parte.”

Porque só de forma incidental? Normalmente pessoa já tem que fazer prova mais substancial do seu
direito. Precisa entrar com ela mais pronta. Questão do requisito, do momento em que for deferida.
Por isso legislador optou por tutela de evidência de fora incidental.

Não existe pressupostos periculum in mora.

Evidenciado de forma robusta o direito material da parte. Tem que ter prova material mais robusta.
Valorização do princípio do acesso à justiça, princípio do acesso à justiça como acesso a ordem jurídica
justa. Princípio da instrumentalidade.
Tutela satisfativa.

2) CPC/73 X NCPC.

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou
de risco ao resultado útil do processo, quando:

I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em
julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;

III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito,
caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;

IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor,
a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

Quando um ou mais pedidos mostrar incontroverso: No caput falava em prova inequívoca.

NCPC trouxe tutela de evidência como autônoma: explicitou de forma explícita já.

3) OUTRAS TÉCNICAS DE EVIDÊNCIA.

- Provisórias
- Embargos de terceiro21
- Alienações fiduciárias em garantia

21
Esbulho praticado pelo juiz.
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- Ações definitivas
- Ação monitória
- Títulos executivos extrajudiciais
- Mandado de segurança: é uma técnica de direito de evidência, por causa do direito líquido e certo,
demostrado através de prova documental.

- Ações possessórias: Alguns dizem que possessória é técnica de direito evidência. Regel entende
que não.
Ou seja, existem outras situações específicas previstas em lei, no entanto, aqui, o legislador, trazendo esta
tutela de evidência, propriamente dita, de uma forma mais genérica e ampla possível, pretendeu garantir maior
acesso à justiça, maior efetividade ao processo, e uma duração razoável do processo, dando antecipadamente
de forma evidente ao autor, para que quem tenha que esperar seja o réu.
Dizem que títulos executivos extrajudiciais. Ação de despejo, embargos de terceiro, alienação fiduciária em
garantia. Regel não enxerga muito. Mandado de segurança ainda vai.
4) JUSTIFICATIVAS.

1ª. Humberto Teodoro Jr.: “São elementos de convicção suficientes no estágio inicial do processo”.
2ª. Marinoni: “Um denominador comum é a noção de defesa inconsistente por parte do réu, ou que
poderá ser consistente”.
3ª. Alexandre Freitas Câmara: “Evitar que toda carga resultante da duração do processo recaia sobre
um demandante, que muito provavelmente tem razão.” Ou seja, é a clássica inversão do ônus do
tempo!

5) PRESSUPOSTO.

O código só traz fumaça do bom direito, fumus boni iuris. Mas tem que analisar uma probabilidade maior,
não um simples fumus boni iuris. Probabilidade quase absoluta, mais chance de sucesso do autor do que do
réu.
Perigo da demora até sai porque tutela de evidencia esta baseado em injustiça. Código só fala em fumaça do
bom direito e excluiu perigo da demora.
Então, não precisa do requisito do periculum in mora, neste caso, é considerado irrelevante. Ou seja, se você
tem urgência, não é recomendável utilizar tal tutela de evidência.
6) HIPÓTESES.

→ 311, I – é chamada de punitiva


- Situações: casos de deslealdade processual (abuso de direito de defesa22 e manifesto protesto
protelatório do réu23).
- Obs.: Por ser um conceito jurídico indeterminado, este terá que se ter um dever de cuidado do
juiz, ou seja, ele quem terá de decidir se o direito constitucional de defesa está sendo exercido
corretamente ou se está havendo abuso de direito; o juiz, além de dar a tutela de evidência

22
Seriam aquelas situações dentro do processo, como: recurso vazio; fornecimento de endereço inexato; provas infrutíferas;
tese bisonha (contestar só por contestar); etc.
23
Seriam aquelas situações fora do processo, como: não cumprimento de decisões judiciais; retenção de autos; etc.
Regel: acredita que o manifesto protesto protelatório é bem mais abrangente, ao passo que englobarias às situações ocorridas
fora do processo e o próprio abuso do direito de defesa, contudo, não é isso que defende a doutrina.
Página 37 de 39
invertendo o ônus do tempo, pode aplicar a multa prevista no art. 77, por má-fé, ou seja, ele pode
cumular a multa com a tutela de evidência.

Inciso por si só não é suficiente. Entende que para conceder tem que ter alguns requisitos.
Juridicidade das alegações, robustez dos argumentos do autor + comportamento inadequado do
réu. Ela por si só não, tem que ter juridicidade. Inciso I por s só não é elemento suficiente, é
suficiente para conceder litigância de má-fé.

→ 311, II – é chamada de documentada


- Requisitos: prova documental idônea; matéria de súmula vinculante24 ou de casos de
julgamentos repetitivos.
- Obs.: Amplia para tudo?? A doutrina diz que sim, mas, segundo Regel, se for o caso de defesa
inconsistente, às vezes, não é. Assim, Regel diz que não.

As alegações de fato que puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese
firmada em julgamento de recursos repetitivos e súmulas vinculantes.

→ 311, III – é chamada de documentada25


- Histórico: Existia no CPC/73 a ação de depósito, um tipo de procedimento especial, na qual, se
a pessoa fizesse um contrato de depósito regular e caso a pessoa não devolvesse o bem, ao final do
contrato, a pessoa poderia ser presa como depositário infiel. Entretanto, com a proibição da prisão
do depositário infiel, salvo o de alimentos, esta ação morreu, perdeu sua existência, então, o NCPC
a extinguiu, mas pensou numa alternativa: entra-se com uma ação de entrega de coisa, por meio de
um procedimento comum, e, conjuntamente, pede-se uma tutela de evidência para ter a coisa de
volta.
- Requisitos: casos de contrato de depósito regular (ou seja, só de coisas infungíveis); prova
documentada (ou seja, deve-se ter um documento escrito26);
- Pode aplicar multa do inciso I, por causa das astrentes.

→ 311, IV – é chamada de documentada


- Requisitos: matéria exclusivamente de prova documental; a prova tem que ser suficiente, não
pode haver dúvida; contraprova insuficiente do réu.
- 311, IV x 355, I: qual a diferença desta previsão, em questão, para o julgamento antecipado de
mérito? O 311, I tem eficácia imediata/é uma cognição sumária, já a sentença do 355, I não tem
eficácia imediata/é uma cognição exauriente. Assim, para evitar o efeito suspensivo, o juiz dá uma
tutela de evidência na sentença.27

24
Só sumula vinculante ou qualquer precedente? Ou seja, pode-se fazer uma aplicação/interpretação extensiva? Muitos
doutrinadores dizem que sim, mas isso não feriria a previsão em questão? Não obstante, existe o inciso IV, do mesmo artigo,
que confere uma solução, de modo que, se tem julgamento de outros precedentes que saltam os olhos, mas que ainda não
viraram súmulas vinculantes ou casos repetitivos, pode-se conceder a tutela de evidência, esta foi uma forma encontrada –
dentro do inciso IV – para não se ferir o inciso II.
25
É a situação do contrato de depósito.
26
Não precisa, necessariamente, ser nos moldes de um contrato de depósito formal e correto, mas tem que ter algo escrito.
27
Rogéria Dottii (Paraná) – vídeo do youtube.
Página 38 de 39
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito,
quando:

I - não houver necessidade de produção de outras provas;

II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma
do art. 349.

• Momento que pode ser concedida (311, p. único)


→ Liminarmente
- Nos casos do 311, II e III c/c 9, p.ú, II
→ Depois da resposta
- Nos casos do 311, I e IV, só dará depois da resposta, não sendo possível a concessão inaudita
autera pars.

7) MOMENTO EM QUE PODE SER DEFERIDA.

- Liminarmente; 311, II e III; a partir da resposta: 311, I e IV.

Art. 311. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

Jurisprudência. A produção antecipada de provas.

Antecipava a prova para você usar no futuro processo principal. Pegava depoimento de pessoa com câncer
em estado terminal para usar em processo principal. Fungibilidade.

Jogou lá para as provas e criaram procedimento, tiraram das cautelares.

Juiz com relação ao Mineirão. Pediram tutela provisória antecipada em caráter antecedente. Pediram provas
mas entraram com cautelar antecipada antecedente, juiz entendeu que era antecipação de provas. Juiz deu
fungibilidade: transformou tutela antecipada antecedente em produção antecipada de provas.

MATÉRIA DA PROVA ATÉ AQUI.

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