Você está na página 1de 8

183

Tratamento para Resumo1234


Adolescentes e Adultos O objetivo do presente artigo é apresentar as
Gagos ações desenvolvidas pelo projeto de extensão “Tra-
tamento para adolescentes e adultos gagos” e ca-
racterizar sua comunidade alvo. Alicerçado na tría-
Susana de Carvalho1
de ensino, pesquisa e extensão, o projeto oferece
Lucas Xavier Rocha de Souza2
atendimento fonoaudiológico para adolescentes e
Elaine Aparecida Pereira Nunes dos Santos3
adultos que gaguejam a fim de produzir melhoras
Catherine Moura Vieira4
em sua competência comunicativa e social. Com
apenas dois meses de execução, o projeto já aco-
lheu 50% da demanda estimada para o período de
um ano, revelando a carência desse atendimento
no âmbito da saúde. A maioria dos participantes
é de jovens adultos, preocupados principalmen-
te com seu futuro em termos de oportunidades
ocupacionais. A partir da repercussão do projeto,
pode-se concluir que este responde satisfatoria-
mente ao desafio de integrar os conhecimentos da
academia às necessidades impostas pela realidade
social, buscando o protagonismo de toda a comu-
nidade envolvida em sua execução.

Palavras-chave: gagueira; terapia de fala; adoles-


centes; adultos

1
Fonoaudióloga, Mestre em Distúrbios da Comunicação/
PUC-SP, Professora da UFS, coordenadora do projeto.
E.mail: susana_carvalho@uol.com.br.
2
Estudante do curso de Fonoaudiologia/UFS. E.mail: lu-
casxrdes@hotmail.com.
3
Estudante do curso de Fonoaudiologia/UFS. E.mail:
nany_freipas@hotmail.com.
4
Estudante do curso de Fonoaudiologia/UFS. E.mail: ca-
therine.moura@gmail.com.
Treatment for Adolescents Abstract
and Adults Who Stutter The aim of this paper is to present the project “Tre-
atment for adolescents and adults who stutter” and
to characterize its target community. Based on the
triad of education, research and extension, the pro-
ject offers speech therapy for adolescents and adults
who stutter in order to produce improvements in
their social and communicative competence. After
only two months, the project has already received
50% of the estimated demand for the period of one
year, showing the lack of health care for this popu-
lation. Most of the participants are young adults
concerned with his future in terms of occupational
opportunities. Considering the impact of the pro-
ject, it can be concluded that it meets the challenge
of integrating the academy knowledge to the needs
imposed by social reality, involving the whole com-
munity in its implementation.

Key words: stuttering; speech therapy; adolescents;


adults.
Tratamento para Adolescentes e Adultos Gagos 185

Introdução mento e as situações de comunicação são experi-


mentadas como frustrantes, gerando ansiedade e
O Laboratório de Voz, Fala e Fluência do Núcleo de vergonha. Como impacto da gagueira na qualida-
Fonoaudiologia da Universidade Federal de Sergi- de de vida, pode-se observar uma grande limita-
pe desenvolve estudos nos campos da voz, da fala ção na função da comunicação, a inibição na par-
e da fluência, seja nos aspectos relacionados ao ticipação em atividades sociais e uma considerável
diagnóstico de suas alterações quanto àqueles vol- redução das oportunidades ocupacionais (RODRI-
tados para o seu tratamento. Desde a sua instala- GUES, 2001, p. 117; ANDRADE, 2003, p. 55).
ção, várias pessoas – tanto da comunidade interna
quanto externa – compareciam ao Laboratório em A gagueira em adultos é um distúrbio crônico, ou
busca de um tratamento para gagueira. seja, é espontaneamente irreversível, requerendo
um acompanhamento especializado. Nesses ca-
Essa demanda foi, gradativamente, deixando evi- sos, deve-se adotar estratégias que permitam “a
dente que havia uma carência nos serviços de aplicação máxima do conhecimento e dos recur-
saúde para atender a essa população específica e sos existentes para minimizar os efeitos e maximi-
foi o ponto de partida para a elaboração do pro- zar a qualidade de vida dos indivíduos portadores
jeto de extensão Tratamento para Adolescentes e de distúrbios de comunicação de longa duração”
Adultos Gagos. Como ação extensionista voltada (ANDRADE, 2003, p. 160).
para a comunidade, tratava-se de uma proposta
bastante relevante, pois não havia atendimento Historicamente, diferentes abordagens terapêuti-
similar em Sergipe. cas foram propostas para o tratamento da gaguei-
ra, incluindo desde intervenções cirúrgicas e uso
A fala é o principal instrumento para transmitir de pesos na língua no século 19, a terapias psica-
informações, exercer influência e poder, cultivar nalíticas ou comportamentais a partir do século
o humor, estimular o pensamento e oferecer so- 20 (BÜCHEL & SOMMER, 2004, p. 60).
luções para problemas. As pessoas que gaguejam
apresentam uma forma bastante peculiar de ex- Hoje, uma das principais alternativas para a abor-
pressão verbal: a fluência da fala é interrompida dagem da gagueira é o tratamento fonoaudioló-
pela presença de repetições de sons ou sílabas, gico. Entretanto, no Brasil, existem poucos profis-
bloqueios, pausas e prolongamentos. Tais inter- sionais especialistas no atendimento a pessoas
rupções são involuntárias e podem ser acom- que gaguejam, e o número de fonoaudiólogos
panhadas por movimentos corporais acessórios disponíveis para atendimento na rede pública é
e uma série de emoções de natureza negativa, extremamente reduzido. Como resultado, uma
como medo, raiva e frustração por não se conse- boa parcela da população deixa de receber os
guir falar o que deseja. cuidados necessários.

A gagueira pode causar inúmeros transtornos, Portanto, o principal objetivo do projeto de ex-
pois as rupturas involuntárias da fala reduzem tensão Tratamento para Adolescentes e Adultos
significativamente o potencial expressivo do indi- Gagos é oferecer esse atendimento a fim de pro-
víduo, e nesse sentido, o gago é uma pessoa que duzir melhoras na competência comunicativa e
sofre porque sente que, por sua forma de falar, social das pessoas que gaguejam.
poderá ser rejeitado pelos demais (RODRIGUES,
2001, p. 117). Observa-se que, por falta de informação especia-
lizada sobre o que é gagueira e como abordá-la,
As avaliações distorcidas e caricatas recebidas do muitos profissionais na área da saúde não se sen-
meio social condicionam e incrementam tal sofri- tem preparados para atender tais pacientes. Nes-
186 REVISTA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DA UFS
São Cristóvão-SE | N° 2 | 2013

se sentido, o projeto de extensão contribui para mas clínicos, mas incluir a singularidade dos sujei-
o aprimoramento da formação profissional dos tos – sua auto-percepção da fala, suas estratégias
discentes envolvidos em sua execução, por meio de enfrentamento - para que as ações terapêuticas
da apropriação de conhecimentos específicos na adotadas sejam mais efetivas. No Brasil, são escas-
área da fluência da fala. sas as investigações sobre o tema, especialmente
envolvendo adolescentes e adultos gagos.
A terapia fonoaudiológica para o tratamento da
gagueira consiste na utilização de exercícios com Ao oferecer o atendimento em grupo para pesso-
o objetivo de ensinar um novo modelo de produ- as que gaguejam, o projeto favorece a realização
ção de fala e favorecer a fluência. As habilidades de pesquisas e a divulgação dos resultados sobre
de fala, entretanto, só adquirem sentido quando tal modalidade de tratamento, possibilitando a
inseridas em situações dialógicas mais próximas emergência de novos conhecimentos e reformu-
do real, nas quais os interlocutores transformam- lações importantes no âmbito da saúde coletiva.
-se mutuamente.
Desde a sua divulgação, o projeto tem recebi-
Fundamentado nessa perspectiva, o tratamento do um número considerável de participantes, e
oferecido pelo projeto é realizado em grupo e não o propósito deste artigo, além de descrever as
individualmente. O processo terapêutico, quando ações desenvolvidas pelo grupo, é apresentar um
contextualizado em um grupo, exige que os par- perfil dos adolescentes e adultos que procuraram
ticipantes entrem em contato com situações nas por atendimento.
quais devem expor sua fala a diferentes interlocu-
tores, algo considerado difícil e temido, em algum Tais informações permitem que as ações estejam
grau, por todos eles. A proposta de uma terapia mais articuladas com as necessidades da comuni-
realizada em grupo permite aos participantes dade envolvida e, portanto, mais eficientes.
compartilhar suas experiências. Para Gomes &
Scrocchio (2002, p. 32), cada membro do grupo
pode proporcionar ao outro soluções para pro- Material e Método
blemas semelhantes.
O projeto encontra-se em execução desde agosto
Para melhor compreender e tratar a pessoa que de 2011 e é desenvolvido no Laboratório de Voz,
gagueja, é preciso construir um raciocínio dialé- Fala e Fluência do Núcleo de Fonoaudiologia da
tico que articule sua dimensão biológica com a Universidade Federal de Sergipe, devidamente
realidade social, na qual o gago está inserido. equipado para tal finalidade. Com o apoio da Pró-
-Reitoria de Extensão da Universidade, está sob a
A descrição do quadro nosológico - sua origem, responsabilidade de um professor coordenador,
sinais, sintomas, incidência, prevalência – repre- um professor colaborador, um discente bolsista e
senta o núcleo essencial da patologia, situando-a seis discentes voluntários, todos alunos do curso
em um espaço de homologias; no indivíduo, esse de Fonoaudiologia.
núcleo essencial transforma-se, adquirindo traços
de singularidade e configurando uma “equação O método clínico fundamenta todas as ações do
individual da gagueira” (FOUCAULT, 1994, p. 13; grupo executor. Compreende-se método clínico,
VAN RIPER, 1997, p. 162). aqui, como um conjunto de procedimentos de
diagnóstico e intervenção comprometidos com a
Assim, o atendimento a um determinado grupo de “coleta partilhada de dados”, a “emancipação hu-
indivíduos – neste caso, indivíduos que gaguejam mana e a transformação social” (CHIZZOTTI, 2003,
– deveria abordar não apenas seus sinais e sinto- página; IZIDORO, 2002, p. 228).
Tratamento para Adolescentes e Adultos Gagos 187

Figura 1: cartaz elaborado para divulgação do pro- velocidade da fala e da frequência e tipologia
jeto e afixado no campus São Cristóvão das disfluências. Com esses resultados, é possí-
vel determinar o grau de severidade da gaguei-
ra, de acordo com a ISRS - The Iowa Severity
Rating Scale, traduzida para o português por
Jakubovicz (1997, p. 29).

A partir da avaliação inicial, são organizados gru-


pos com, no máximo, 5 participantes cada um,
considerando como critério principal a idade
(adolescentes – de 12 a 18 anos e adultos – a par-
tir dos 19 anos). Cada grupo é atendido uma vez
Fonte: Arquivo pessoal, 2011. por semana, por dois discentes do curso de Fono-
audiologia, sendo tratados de acordo com o Pro-
Seu público alvo são adolescentes, entre 12 e 18 grama Fonoaudiológico de Promoção da Fluência
anos de idade, e adultos a partir dos 19 anos, com (PFPF1), proposto por Andrade (2003b, p. 36).
queixa de gagueira e que procuram por um tra-
tamento. Para alcançá-los, foram elaborados car- Esse programa terapêutico fundamenta-se no
tazes com um texto claro e objetivo; estes foram aumento sistemático da fala fluente, prevenin-
afixados em diferentes setores dos campi da UFS do o aparecimento da gagueira por intermédio
(Saúde e São Cristóvão) e em Unidades Básicas de do monitoramento da atividade motora da fala..
Saúde do município de Aracaju: Organiza-se em 4 módulos de complexidade pro-
gressiva, sendo necessárias 12 semanas para a
Foi elaborada uma agenda para atendimento e, conclusão do tratamento. Em todos os módulos
fosse por contato telefônico ou presencialmente, são abordados os aspectos referentes ao relaxa-
os participantes poderiam marcar um horário in- mento, a adequada coordenação respiração-fala
dividual para consulta. e técnicas específicas de promoção da fluência
(prática negativa, suavização da fala, resistência a
Os procedimentos dessa consulta compreendem pressão do tempo e flexibilização da fala).
a realização de uma entrevista e uma avaliação fo-
noaudiológica. A entrevista inicial aborda questões Ao término das 12 semanas de tratamento, cada um
sobre o perfil socioetário (idade, sexo, escolarida- dos participantes é reavaliado (avaliação pós-trata-
de, profissão), início da gagueira (idade e forma mento) de acordo com os procedimentos já relatados.
de manifestação) e características atuais do com-
portamento de gaguejar. Para avaliar o impacto da Os dados coletados na avaliação inicial e na ava-
gagueira na comunicação e na qualidade de vida, liação pós-tratamento são analisados de forma
são utilizados a “Escala para auto-avaliação ao falar quantitativa, por meio de tratamento estatístico,
em público”, de Osório, Crippa & Loureiro (2008, p. e qualitativa utilizando-se a análise de conteúdo
210), e o “Inventário sobre situações de fala”, adap- proposta por Bardin (2002, p. 93). A análise permi-
tado de Jakubovicz (2002, p. 129). te a mensuração dos resultados alcançados com a
intervenção.
A avaliação fonoaudiológica inicial consiste na
gravação, em áudio, da leitura oral de um texto Destaca-se que todos os participantes, ou seus
padronizado em português, contendo 100 pa- responsáveis legais, assinam um Termo de Con-
lavras, elaborado por Jakubovicz (2002, p. 130). sentimento Livre e Esclarecido (TCLE), sendo as-
A análise da gravação possibilita os cálculos da segurado aos mesmos o direito a qualquer escla-
188 REVISTA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DA UFS
São Cristóvão-SE | N° 2 | 2013

recimento, ao anonimato e a sua saída do projeto, que atualmente recebem atendimento no proje-
se assim o desejar. to estão assim distribuídos:

Gráfico 1 - distribuição dos participantes de acor-


Resultados e Discussão do com idade e gênero

Considerando o número de discentes envolvidos


na execução do projeto e a duração do tratamen-
to, a proposta era atender a 12 grupos no decorrer
de um ano (agosto de 2011 a agosto de 2012), to-
talizando 60 participantes:

Tabela 1 - previsão de atendimentos dos grupos


por período e participantes envolvidos Fonte: Santos et.al, 2011.

Período de atendimento Grupos Participantes


Adultos jovens do gênero masculino respon-
16/09/2011 a 16/11/2011 04 20 dem por quase metade dos participantes. Há
um consenso na literatura especializada no que
16/02/2012 a 16/04/2012 04 20
diz respeito a prevalência de casos de gaguei-
16/05/2012 a 16/07/2012 04 20 ra no gênero masculino, em uma relação de
Total 12 60
3/1 (Wittke-Thompson et al, 2007, p. 34). Aqui,
essa relação mostrou-se bem superior, com 6,5
Fonte: Carvalho, 2011.
homens para cada mulher, o que ainda merece
uma maior investigação.
Entretanto, transcorridos apenas dois meses desde
a divulgação inicial do projeto, já encontram-se em A procura por atendimento fonoaudiológico
atendimento 30 participantes, o que corresponde para a gagueira coincide com achados de outros
a 50% da demanda esperada inicialmente. A pro- estudos, nos quais a idade média dos pacientes
cura por tratamento acima da expectativa inicial adultos situa-se entre os 20 e 30 anos (ANDRADE,
levou a uma reorganização dos atendimentos com 2003ª, p. 57; DUARTE, CRENITTE & LOPES-HERRE-
a formação de mais dois grupos terapêuticos. RA, 2009, p. 402).

O fato do projeto ter obtido uma resposta tão ime- É provável que as perspectivas futuras de in-
diata da comunidade confirma a lacuna existente serção no mercado de trabalho sejam o impul-
no que diz respeito ao atendimento dessas pessoas. so para a busca pelo tratamento. Assim é que
a maioria dos participantes, quando indagada
Além disso, a divulgação nos campi de São Cris- sobre o motivo da procura, referem-se ao de-
tóvão e da Saúde revelou-se bastante eficaz para sejo por oportunidades melhores de trabalho.
atingir sua população alvo. Quando indagados so- Relacionando esse aspecto com a profissão ou
bre como obtiveram conhecimento sobre o proje- ocupação atual, observa-se:
to, os participantes afirmam que foi por intermédio
de estudantes ou funcionários da UFS que, vendo
os cartazes, lhes transmitiam a informação.

Considerando os dados sociodemográficos obti-


dos com a entrevista inicial, os 30 participantes
Tratamento para Adolescentes e Adultos Gagos 189

Gráfico 2 - distribuição dos participantes de acor- da saúde, principalmente no que diz respeito à
do com a profissão/ocupação necessidade de se ampliar sua oferta para outras
esferas da saúde pública.

A formação de recursos humanos para atuar na saúde


coletiva deve integrar os conhecimentos da academia
à demanda social. O saber adquirido e compartilhado
entre todos os atores envolvidos na execução do pro-
jeto – participantes, discentes e docentes - está alicer-
çado em ações diretas com a comunidade. Pode-se
afirmar, então, que o conhecimento que daí emerge
Fonte: Santos et. al, 2011. é um conhecimento contextualizado.

Dentre os estudantes, 12 são universitários, o que Em um movimento dialético, a execução do proje-


reforça a reflexão a respeito da preocupação com to oferece os cuidados que a comunidade neces-
a inserção profissional. sita e recebe desta os elementos para a formação
de profissionais da saúde comprometidos com a
Considerando o enfrentamento das situações de realidade social da qual também são parte.
fala, as respostas fornecidas pelos participantes
podem ser classificadas em duas categorias: o in-
terlocutor (familiares, amigos, superiores, desco- Referências
nhecidos) e as ações/reações (incluindo desviar o
olhar, dificuldade para respirar, trocar as palavras, ANDRADE, C.R.F. de. A gagueira e o processo da co-
falar pouco, nervosismo, ansiedade, raiva). Para municação humana. In: LIMONGI, S.C.O. Linguagem:
todos os participantes, o fator que mais interfe- desenvolvimento normal, alterações e distúrbios. sé-
re em sua fluência é o interlocutor, e um prejuízo rie: Fonoaudiologia: Informação para Formação. Rio de
maior é sentido quando esse interlocutor é des- Janeiro: Guanabara-Koogan. 2003a.
conhecido. Os indicadores nervosismo e ansie- . Programa fonoaudiológico de promoção da
dade são citados por todos os participantes na fluência. In: LIMONGI, S.C.O. Procedimentos Terapêu-
categoria ações/reações. ticos em Linguagem. série: Fonoaudiologia: Informa-
ção para Formação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
Falar com pessoas que não fazem parte do con- 2003b.
vívio é uma situação temida por todos, corro- BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70. 2002.
borando a ideia de que as situações novas são BÜCHEL, C.; SOMMER, M. What Causes Stuttering? PLoS-
mais ameaçadoras e provocam maiores reações. Biol 2(2): e46. doi:10.1371/journal.pbio.0020046. 2004.
Tal como apresentado na literatura, a ansiedade
diante das situações de comunicação é a reação CHIZZOTTI, A. A pesquisa qualitativa em ciências hu-
manas e sociais: evolução e desafios. Revista portu-
mais frequente.
guesa de educação. Vol.16, no. 02: 221-36. 2003.
DUARTE, T.F.; CRENITTE, P. de A.P.; LOPES-HERRERA,
Conclusões S.A. Caracterização dos indivíduos com distúrbios da
fluência, atendidos na clínica-escola do curso de fono-
audiologia da USP-Bauru. Rev. CEFAC. vol.11, n.3, pp.
A repercussão que o projeto obteve junto à popu-
396-405,2009.
lação alvo evidencia a carência de atendimento
nessa área. Nesse sentido, sua execução contri- FOUCAULT, M. O nascimento da clínica. 4.ed. Rio de
bui para reformulações importantes no âmbito Janeiro: Forense. 1994.
190 REVISTA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DA UFS
São Cristóvão-SE | N° 2 | 2013

GOMES, M.J.C.;SCROCHIO, E.F. Terapia da gagueira em


grupo: experiência a partir de um grupo de apoio ao
gago. Rev. bras. ter. comport. cogn. v.3 n.2.dez. 2001.
IZIDORO, P. Método clínico. Disponível em: http://
www.prof2000.pt/users/isis/psique/unidade/méto-
dos/clinico.html. Acesso em: 14 de abril de2011.1
JAKUBOVICZ, R. A técnica surdo-sonoro para descondi-
cionar bloqueios. In: MEIRA, I. (org.) Tratando gaguei-
ra: diferentes abordagens. São Paulo: Cortez. 2002.
.A Gagueira: teoria e tratamento de adultos e
crianças. Rio de Janeiro: Revinter. 1997.
OSÓRIO, F.L.;CRIPPA, J.A.S.; LOUREIRO, S.R. Escala para
auto-avaliação ao falar em público (SSPS): adaptação
transcultural e consistência interna da versão brasilei-
ra. Rev. Psiq Clín. v.35, n.6, p.207-11. 2008.
RODRIGUES, P.R. O tratamento do adulto gago. In:
CUNHA, M.C.; FRIEDMAN, S. Gagueira e subjetivida-
de: possibilidades de tratamento. Porto Alegre: Art-
med. 2001.
VAN RIPER, C.; EMERICK, L. Correção da linguagem.
8.ed. Porto Alegre: Artmed. 1997.
WITTKE-THOMPSON, J.K. et al. Genetic studies of stut-
tering in a founder population. J Fluency Disord.;
32(1):33-50.2007.

Você também pode gostar