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APRAXIA DE FALA

Fga Dra Ariella Fornachari Ribeiro Belan


Colaboradoras: Marcela Silagi e Letícia Mansur

2014
APRAXIA DE FALA

Afasias
Distúrbios de linguagem

Apraxia de fala
Planejamento motor

Disartrias
Programação/execução:
nervos/ músculos
APRAXIA DE FALA- Produção da
Fala
Planejador e
Programador
cortical da fala

Circuitos de
controle

Via de
Sistema ativação
Via de sensorial indireta
ativação
direta

Via final
comum

Fala

(Duffy, 2005)
1
Ativação
2 formulação
de
Avaliação da Córtex Pulvinar Córtex segmentos Córtex
aceitabilidade posterior frontal da
linguagem cingulado
semântica

+ +
3
circuito para o núcleo
releasing de caudado globo núcleo núcleo
segmentos da (cabeça) pálido ventral lat intralaminar
linguagem
- -

4 Córtex formulação
frontal de
seqüências
avaliação da (fonemas) fonêmicas
sequência córtex fonêmico
fonêmica posterior

formação
reticular do
+ tr cerebr
+
5 -
circuito para o
-
releasing de putamen globo núcleo ventral
segmentos pálido lateral
fonêmicos
Controle
córtex motor do trato
vocal
DEFINIÇÃO

Distúrbio que se expressa no plano fonético-motor causado


por ineficiente tradução dos engramas fonológicos para
concretizar movimentos (Mc Neil et al., 1997);

Processamento lexical e fonológico intactos, com dificuldade


na tradução das especificações fonológicas bem formadas em
comandos para a execução articulatória (Mc Neil, Robin &
Schimidt, 2009).
ETIOLOGIAS
Vascular: AVC (hemisfério esquerdo), AVCs múltiplos (58%)

Degenerativas: D. Alzheimer, outras (16%)

Traumáticas: pós-cirúrgicas, TCE (15%)

Tumor: hemisfério esquerdo (6%)

Outras (5%)

Múltiplas causas: (1%)

(Duffy, 1995)
CORRELAÇÕES ANÁTOMO-
CLÍNICAS
Área de Broca
Áreas pré-motoras
Área motora suplementar
Córtex somatosensorial do lobo parietal e giro supramarginal
Ínsula
Núcleos da base

Programação e execução motora


Integração sensório-motora
- Responsável pela especificação de movimentos
simultâneos e sequenciais, baseados no input de
modalidades sensoriais;

- Tem participação menos específica do que a área de Broca;


- Tem conexões
- Participa antes do cominícioodo
córtex motor primário
movimento, mas e com área de
tambémBroca,durante
núcleosséries
da basedeemovimentos;
sistema límbico;
- É conectado aos núcleos da base e circuitos do
- Relacionada
- Essas áreas podem a processos cognitivos e emocionais;
ser particularmente
controle cerebelar, os quais têm conexões recíprocas
- É possível
importantes naque tenha importante
integração papel na iniciativa
sensoriomotora
com o córtex motor primário, que efetua o
motivação
necessária parapara a ação assim
movimentos como no controle da fala;
“diferenciados”
ato motor da fala.
- Emtransformar
e para geral, lesões puras não estão
a informação associadas à apraxia de fala.
sensorial
objetivos internos em planos e alvos da ação.

Duffy, 2005
CORRELAÇÕES ANÁTOMO-
CLÍNICAS
Tem papel especializado na programação motora da fala;
Recentemente foi identificada como local que pode responder por
apraxias de fala (local compartilhado com outros);
Em alguns casos foi o “único” local de lesão responsável pela apraxia
de fala;
No entanto apraxias de fala podem ocorrer sem lesão da ínsula.
CORRELAÇÕES ANÁTOMO-
CLÍNICAS
Lesões no núcleo da base à esquerda tem sido associadas a
apraxia de fala, embora de modo não consistente.
CARACTERÍSTICAS
ARTICULAÇÃO
Distorção de vogais e consoantes;
Substituições distorcidas, omissões, adições;
Prolongamento de sons distorcidos e intervalos inter-silábicos;
Repetições de sons e sílabas;
Ensaios articulatórios;
Indistinção sonorização /ensurdecimento.
CARACTERÍSTICAS
 ERROS :  EFEITOS DE:
- substituições -posição
- omissões -freqüência
- distorções -lexicalidade
- repetições -extensão
 FREQUENCIA DE ERROS: -distância (zona de articulação)
- zona de articulação -automaticidade
- modo de articulação -tarefa
- vozeio
- nasalização
CARACTERÍSTICAS
RITMO E PROSÓDIA
Diminuição na taxa de fala;
Prolongamento da duração das vogais;
Pausas inter-silábicas impróprias;
Erros de acentuação;
Curva de entoação restrita;
Diminição da acurácia, quando aumenta-se o ritmo;
Esforço;
Hesitações;
Síndrome do “Sotaque Estrangeiro”.
CARACTERÍSTICAS
FLUÊNCIA
Ensaios (bem ou mal sucedidos) de autocorreção dos erros
articulatórios além das fronteiras dos fonemas;
Falsos inícios e re-inícios;
Posturas de esforço articulatório;
Repetições de sons e sílabas.
CARACTERÍSTICAS
 Erros consistentes ou inconsistentes;
 Efeito de posição, frequência, lexicalidade, extensão, zona de
articulação;
 Dificuldade em iniciar a fala;
 Consciência dos erros e tentativa de autocorreção;

Wambaugh (2006)
VARIABILIDADE

 Desde inabilidade completa na fala até fala relativamente


fluente, mas lentificada e com distorções não muito
frequentes;
COMORBIDADES
Casos puros de Apraxia de Fala são raros;

Geralmente associada a outros comprometimentos:


- Afasias (Broca, condução)
- Disartrias

Superposição e co-ocorrência de sintomas;


QUEIXA DOS PACIENTES
A fala não sai direito;

Não pronuncio direito;

Tenho que falar devagar para evitar erros;

Erros em palavras extensas;


AVALIAÇÃO
TAREFAS AVALIADAS
 Conversação;
 Prolongamento de vogais;
 Repetição de monossílabos: /pa/ /ta/ /ka/;
 Repetição de sequência de monossílabos: /pataka/;
 Repetição de polissílabos, ensaios múltiplos de repetição da mesma
palavra;
 Repetição de palavras que aumentam a extensão;
 Repetição de monossílabos que contém a mesma sílaba inicial e final;
 Repetição de sentenças;
 Contar em ordem direta e inversa;
 Descrição de figura;
 Repetição de sentenças usada voluntariamente para determinar a
consistência da produção;
 Leitura em voz alta;
OBTENÇÃO DE RESPOSTAS
Os estímulos devem ser gravados em intensidade padrão;

Busque a resposta mais adequada que o paciente é capaz de produzir;

Repita (“Tente novamente.....Diga.....”) e dê pistas (“Olhe para mim e faça o


que eu faço”) quando o paciente produzir respostas ambíguas;

A pista para a produção espontânea é continuar a fazer perguntas;

A pista para imitação de sentenças é fazer o paciente repetir uma palavra


de cada vez;

A pista para a leitura é selecionar uma sentença (qualquer) e pedir ao


paciente que leia cada palavra enquanto você aponta.
ROTEIRO DE AVALIAÇÃO

1- Protocolo de Apraxia de Fala (Adaptado de Rosenbek e


Wertz, 1976);

2- Sistema de Pontuação Multidimensional para determinar a


gravidade da apraxia (Collins et al, 1980)
ROTEIRO DA AVALIAÇÃO
1- Conversa espontânea (5 minutos);

2- /a/ prolongado;

3- Falar rápido: pa pa pa ... ta ta ta ... ka ka ka ...;

4- Falar rapidamente: pa-ta-ka...pa-ta-ka...pa-ta-ka ...;


ROTEIRO DA AVALIAÇÃO
5- Diga para mim estas palavras da melhor maneira que você
puder (Você deve dizê-las somente uma vez).

Panificadora
Artilharia
Automóvel
Responsabilidade
Catástrofe
Televisão
Vários
Furacão
Análise estatística
Igreja Metodista Episcopal
ROTEIRO DA AVALIAÇÃO
6- Agora eu quero que você diga essas palavras depois de mim.
Repita cada palavra cinco vezes.
(conte cada produção de cada palavra)

Artilharia
Impossibilidade
Catástrofe
ROTEIRO DA AVALIAÇÃO
7- Agora diga essas palavras depois de mim:

Bola Garrafa
Bolada Engarrafado
Embolada Engarrafamento

Terra Louco
Terreno Loucura
Aterrado Enlouquecer

Pressa
Apressado
Apressadamente
ROTEIRO DA AVALIAÇÃO
8- Agora essas palavras:

Mim Boba
Sós Chuchu
Papo Poupa
Coca Salsa
Dedo Lula
Xuxa Cuscuz
Guga Mamão
Nenê Tato
Vivo Ginja
ROTEIRO DA AVALIAÇÃO
9- Diga essas sentenças depois de mim :
(Pista: fornecer uma palavras de cada vez, com pista visual
evidente.)

- O relógio valioso estava desaparecido.


- No verão eles compram abacates.
- O navio naufragado emergiu no porto.
- Ponha esses alimentos na geladeira.
ROTEIRO DA AVALIAÇÃO
10- Contar de 1 a 20.

11- Contar de 20 a 1.

12- Prancha do “Roubo dos biscoitos”.


Repita essas frases depois de mim. (Use frases ditas
espontaneamente- 5 frases).
1. (T) ______________________________________________
(P) ______________________________________________
2. (T) ______________________________________________
(P) ______________________________________________
3. (T) ______________________________________________
(P) ______________________________________________
4. (T) ______________________________________________
(P) ______________________________________________
5. (T) ______________________________________________
(P) ______________________________________________

13- Agora leia esse trecho em voz alta.


(Transcreva os erros que tenham relevância para o
diagnóstico)
RESUMO DOS ACHADOS
Diagnóstico:
Ausente Presente Suspeito Indeterminado

Normal Apraxia de fala Demência Afasia


Disartria (especificar o tipo) Distúrbio de voz

Quadro confusional
Outros (especificar)
SISTEMA DE PONTUAÇÃO MULTIDIMENSIONAL
PARA DETERMINAR A GRAVIDADE DA APRAXIA
Collins et al. (1980)
Pontuação (Descrição):
14- Normal;
13- Normal, porém com lentificação por mudanças na articulação e tempo de pausa;
12- Normal, exceto para prosódia;
11- Distorção;
10- Distorção e distúrbio prosódico;
09- Autocorreção;
08- Autocorreção exceto para distúrbios prosódicos;
07- Autocorreção exceto para distorção;
06- Hesitações (buscas) que não ultrapassam os limites fonêmicos e que são seguidas
de resposta correta;
05- Substituições, omissões ou adições sem distorções de som ou distúrbios
prosódicos; podem apresentar leves / moderadas mudanças na articulação e/ou
tempo de pausa;
04- Substituição de sons, omissões ou adições com distorções ou distúrbios
prosódicos. É possível reconhecer a palavra;
03- Como em 5, porém é impossível reconhecer a palavra;
02- Como em 4, porém é impossível reconhecer a palavra;
01- Sem resposta, recusa a realização, ininteligível, resposta indiferenciada.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Parafasias Fonêmicas x Apraxia de Fala:

- Localização da lesão ( Correlações anátomo-clínicas);


- Tipo de afasia;
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Apraxia de Fala x Disartria:

- Disartria = melhorar o suporte fisiológico para o


planejamento e programação da fala;

- Apraxia de fala = restabelecer programas ou habilidades


para programar os movimentos de fala;
PRINCÍPIOS TERAPÊUTICOS
OBJETIVOS

Restabelecer planos e programas motores;

Melhorar a habilidade para execução dos movimentos de fala;


FATORES DE INFLUÊNCIA
Nem todos os pacientes são candidatos ao tratamento;

A influência da afasia:
- Compreensão
- Erros de produção se confundem com a apraxia
- Gravidade da afasia: possibilidade de uso funcional da
linguagem: “Quão bem esse paciente poderia se
comunicar se não tivesse afasia?”
FATORES DE INFLUÊNCIA
Foco = tarefas que tragam maior benefício funcional, o mais
rapidamente, ou que propiciarão base para o desenvolvimento;

Duração;

Alta;
FATORES DE INFLUÊNCIA
Motivações;

Observação;

Conhecimento relacionado ao movimento;

Treino verbal prévio;


PRINCÍPIOS DO APRENDIZADO
MOTOR

Toda terapia para apraxia de fala deve seguir os


PRINCÍPIOS DO APRENDIZADO MOTOR

(Duffy, 2005)
PRINCÍPIOS DO APRENDIZADO
MOTOR
PLANEJAMENTO MOTOR:

Orientado para objetivos;


reflete estratégias dirigidas ao “o quê fazer”;
Sinônimos: pré-programação, programas genéricos,
programas centrais
Apóia-se em engramas (memórias)
Têm substrato anatômico cortical, mas inclui outras
estruturas.

(Duffy, 2005)
PRINCÍPIOS DO APRENDIZADO
MOTOR
PROGRAMAÇÃO MOTORA:

Orientado para procedimentos, para o “como” fazer;


Programas motores especificam comandos que podem ser
modificados “on-line”, a partir do feed-back sensorial;
Substrato neural: núcleos da base, cerebelo, área motora
suplementar, córtex motor, sistema fronto-límbico;

(Duffy, 2005)
PRINCÍPIOS DO APRENDIZADO
MOTOR
INSTRUÇÕES:
- Instrução sobre movimentos;
- Olhe e escute;
- Imitação;
- Instruções explicitas, explicações;
- Técnicas de colocação fonética e derivação fonética;
- Instruções e pistas para modificar o ritmo e acentuação;

Devem ser progressivamente extintas assim que a


aprendizagem ocorre
PRINCÍPIOS DO APRENDIZADO
MOTOR
TREINO:
- Todas as propostas de tratamento enfatizam o treino intensivo
e sistemático;
- Sistemático: Seleção e ordenação cuidadosa para garantir
níveis de sucesso;
PRINCÍPIOS DO APRENDIZADO
MOTOR
AUTO APRENDIZAGEM:
- Pode ser realizado por muitos apráxicos desde que seu
comprometimento não seja grave;
- Leva o paciente ao auto monitoramento e à busca por
estratégias de autocorreção;
- Identificação de estratégias produtivas e não produtivas;
- Uso consciente de estratégias;
PRINCÍPIOS DO APRENDIZADO
MOTOR
FEEDBACK (pistas):
- O conhecimento dos resultados é um princípio geral do
tratamento de apraxia de fala;
- Muitos afásicos podem julgar a acurácia de suas respostas de
forma confiável e precisa;
- O feedback está relacionado com os objetivos (determinado
fonema ou inteligibilidade geral);
PRINCÍPIOS DO APRENDIZADO
MOTOR
ESPECIFICIDADE DO TREINO:
- O nível de emissão ao início do tratamento (sons, palavras ou
frases) depende da capacidade do paciente;
- Planejar executar  avaliar  movimentos e sons não
verbais e verbais pode ser importante para pacientes graves;
- Notar que movimentos não verbais não promovem
aprendizado transferível para atividades verbais;
PRINCÍPIOS DO APRENDIZADO
MOTOR
PRÁTICA MENTAL CONSISTENTE E VARIADA:
-A Repetição e a prática consistente abrem caminho para a variação;
PRINCÍPIOS DO APRENDIZADO
MOTOR
VELOCIDADE E ACURÁCIA
- Redução de velocidade  aumento da acurácia;
- Aprender a “criar o silêncio” e ter a resposta na mente;
- Produção consciente sílaba-sílaba/ prolongamentos;
- A redução de velocidade está relacionada à mudança de
programação motora: movimentos rápidos são unitários e
movimentos lentos podem ser decompostos em muitos sub-
movimentos que podem ser influenciados pelos mecanismos de
feedback;
- Aumento do ritmo após a obtenção da precisão;
- Tarefas de atenção dividida (Recordar cena/ cor ou letra enquanto lê
um texto).
PRINCÍPIOS DO APRENDIZADO
MOTOR
IMITAÇÃO:
- Requer respostas voluntárias para alvos claramente
estabelecidos;
- Estímulo a ser imitado provê mapa de pistas auditivas e
visuais;
- Simplifica o treino, facilita a obtenção de um máximo número
de respostas, reduz a demanda por esforços cognitivos e
lingüísticos;
- Transpõe dificuldades de compreensão e produção de
afásicos;
- Os programas compõem etapas que começam com imitação e
evoluem para a fala espontânea.
ABORDAGENS TERAPÊUTICAS
TERAPIA COMPORTAMENTAL

Terapias voltadas para a comunicação:


- Melhorar a comunicação, mesmo que a fala não melhore

Terapia voltadas para o falante:


- Melhorar a Inteligibilidade, Eficiência e Naturalidade

Melhorar a habilidade de programar a fala ou compensar


inadequações residuais na programação:
- Foco do tratamento  fala
TERAPIA COMPORTAMENTAL

Ênfases:
- Seleção cuidadosa do estímulo;
- Ordem e progressão segundo a dificuldade;
- Treinamento intensivo e sistemático;
- Imitação;

Respostas bem sucedidas ao tratamento de apraxia de fala são


altamente dependentes da seleção e ordenação dos estímulos
para o tratamento.
TERAPIA COMPORTAMENTAL
Ordenação dos Estímulos

Fala automática ou reativa = + fácil;


Distinção oral/ nasal = + fácil do que surda/ sonora;
Zonas de articulação bilabial/ lingual são mais fáceis do que as demais;
Consoantes simples são mais fáceis do que agrupamentos (clusters);
Palavras de alta frequência são mais fáceis do que as de baixa
frequência;
Palavras com significado são mais fáceis do que as não palavras;
Monossílabos são mais fáceis do que polissílabos;
Palavras são mais fáceis do que sentenças;
Entradas visuais e auditivas combinadas são mais eficientes do que as
entradas isoladas;
Palavras “tônicas” são mais fáceis do que as “átonas”;
ABORDAGEM ARTICULATÓRIA-
CINEMÁTICA
Treatment Guidelines Committee of the Academy of Neurologic
Communication Disorders and Sciences
(Wambaugh et al., 2006)

Uso de pistas visuais e táteis para colocação dos fonemas;


- Táteis = Pressão
- Cinestésicas = Direção / duração de movimento

Focada na articulação;

O FONOAUDIÓLOGO FUNCIONA COMO O “PROGRAMADOR


EXTERNO”
CONTROLE DE VELOCIDADE E
RITMO
Treatment Guidelines Committee of the Academy of Neurologic
Communication Disorders and Sciences
(Wambaugh et al., 2006)

 Atividades de leitura controlada, metrônomo, prancha de


ritmo;

 Provê tempo adicional para a programação motora;

 Aumenta o feedback sensorial;

(Wambaugh, 2012)
FACILITAÇÃO INTER-SISTÊMICA
Treatment Guidelines Committee of the Academy of Neurologic
Communication Disorders and Sciences
(Wambaugh et al., 2006)

Uso de atividades que não são da fala para facilitar a fala:


- Movimentos de braços, mãos (compatíveis) para influenciar
a fala.

Organização gestual: Batidinhas de mão e de dedo, pés,


movimentos de cabeça, prancha de ritmo;
FACILITAÇÃO INTER-SISTÊMICA
Melhorar o desempenho pela ênfase um controle mais
primitivo e automático da função ou um nível mais alto de
controle:
- Falar de forma consciente;
- Imitação;
- Induzir respostas automáticas;
- Colocação e derivação fonética;
COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E
ALTERNATIVA
Treatment Guidelines Committee of the Academy of Neurologic
Communication Disorders and Sciences
(Wambaugh et al., 2006):

 Casos mais graves;

Prachas;

Fala + desenho, escrita, gesto;


APRAXIA DE FALA GRAVE
PACIENTES COM MUTISMO

Tarefas de fala automática: contar, dizer os dias da semana, recitar


pequenos poemas, rimas ou rezas;
 Completar frases previsíveis: “Eu quero uma xícara de ...”;
 Cantar o Parabéns a você. Transformar as palavras da canção em
frases;
 Bocejar, induzir produção vocal por estímulo no diafragma;
 Laringe artificial para eliciar a fonação;
 Gesto altamente simbólico pareado com seu som associado (Tchau/
oi);
 Comunicação Alternativa.
PISTAS PARA REESTRUTURAR OS ALVOS
MUSCULARES E FONÉTICOS (PROMPT)
Pistas táteis para proporcionar pressão, toque, sensação cinestésica, e pistas
proprioceptivas;

O terapeuta age como um “programador externo” da fala provendo pistas


intersistêmicas para aspectos temporais e espaciais da produção;

O PROMPT usa colocações de dedos altamente planejadas na face e pescoço


do paciente para assinalar posições articulatórias assim como pistas sobre
características de movimento, como modo de articulação, grau de
movimentação da mandíbula, duração de segmentos e sílabas:
- Ex: polegar na asa do nariz, enquanto o indicador é posicionado entre os
lábios = bilabial nasal

É necessário muito treino do terapeuta para administrar o método;

Os melhores candidatos para este método são os que falharam em todos os
outros;
Bose, Square, Schlosser& van Lieshout (2001)
CONTROLE VOLUNTÁRIO DE
EMISSÕES INVOLUNTÁRIAS
Casos de perseveração;

Baseado em pistas visuais nos passos iniciais;

Seleciona-se palavras ditas pelo paciente em qualquer contexto;

Escreve-se a palavra num cartão para leitura oral. Se a palavra é lida


corretamente o cartão é retido. Se ocorre a troca essa emissão
“trocada” é enfatizada e retomada voluntariamente;

Seleção de palavras: palavras simples, monossilábicas, palavras de


cunho emocional, e de alta frequência, com consoantes iniciais
simples;
TERAPIA DE ENTONAÇÃO
MELÓDICA
Utilizada desde os anos 70;

Observação de que os pacientes conseguem cantar e não


conseguem falar;

Consiste na acentação da curva melódica natural dos


enunciados;

Cantar apenas não permite a generalização para a fala;


TERAPIA DE ENTONAÇÃO
MELÓDICA
Utiliza os elementos musicais da fala (melodia e ritmo) para
melhorar a expressão oral, utilizando uma habilidade
preservada (canto) do hemisfério direito;

Há a possibilidade da aprendizagem sem erro e todas as


facilitações são retiradas gradativamente;

Repetição é utilizada como uma estratégia efetiva;

Pistas extralinguísticas: contato visual, ritmo, leitura labial,


toque da mão;
TERAPIA DE ENTONAÇÃO
MELÓDICA
Progressão gradual de dificuldades;

Proposta de feedback sem correção de erros;

Latência de resposta para desenvolvimento de emissões


voluntárias;
TERAPIA DE ENTONAÇÃO
MELÓDICA
Bons candidatos:
 Compreensão: pelo menos moderadamente preservada;
 Expressão: não fluente, muito reduzida, com estereotipia;
 Repetição: ruim, mesmo para palavras isoladas;
 Comportamento não verbal: motivado, boa atenção,
emocionalmente estável;

Maus Candidatos:
 Afasias: Transcortical sensorial, Wernick e Global
 Processos atencionais;
 Motivação;
 Instabilidade emocional;
TERAPIA DE ENTONAÇÃO
MELÓDICA
1) Estímulos de alta probabilidade;

1) Começo com estímulos curtos e de alta probabilidade;

1) Variação do material lingüístico;

1) Dificuldade fonológica e número de sílabas;

1) Cuidado com perseveração – palavra e melodia;

1) Ir ao encontro das necessidades do paciente ( nome dos


familiares – enunciados funcionais)
TERAPIA DE ENTONAÇÃO
MELÓDICA
 Construção do material nos diversos níveis;
 Tranformar o enunciado em 2 notas (uma grave e uma aguda);
 Respeito pela curva melódica da língua;
 Respeito pelas variações regionais;

que se-de
TERAPIA DE ENTONAÇÃO
MELÓDICA

Murmúrio
Frase

Bom di- a

Observação Imitação Emissão


independente

Latência

Situações fechadas Situações resolução de problemas


TERAPIA DE ENTONAÇÃO
MELÓDICA
 A TEM é dividida em três fases ou níveis:

 Nível elementar Extensão do estímulo

 Nível intermediário Complexidade do


estímulo
 Nível avançado
Redução de apoio da
terapeuta
Aumento pausas
TERAPIA DE ENTONAÇÃO
MELÓDICA- Pontuação
Nível elementar: 0 ou 1 ponto
- 0: não consegue
- 1: consegue

Nível intermediário e avançado: 0, 1 ou 2


- 0: não consegue
- 2: consegue
- 1: consegue mas precisou voltar para a fase anterior ou há
necessidade de pistas ou repetição;
TERAPIA DE ENTONAÇÃO
MELÓDICA- Pontuação
Cada sessão: 10 ou mais estímulos;

Calcular porcentagem para cada sessão;

90% de acerto em 5 sessões consecutivas = Pode passar para


próximo nível
TERAPIA DE ENTONAÇÃO
MELÓDICA- Hieraquia
Nível elementar:
- Apresentação do estímulo
- Cantar junto
- Unisom com “fading”
- Repetição imediata
- Resposta a uma pergunta
Nível intermediário:
- Introdução de repetição com tempo de latência (6 segundos)
- Resposta a uma pergunta
Nível avançado:
- Repetição com tempo de latência
- Introdução em “sprech gesang” (canto falado)
- “canto falado” com “fading”
- Repetição da fala
Terapia Melódica
Nível Elementar
Terapia Melódica
Nível Intermediário
Terapia Melódica
Nível Avançado
TERAPIA DE ENTONAÇÃO
MELÓDICA- Estímulos
 Nível Elementar  Nível Interm. E Avançado
meio-dia Sentar na cadeira
hora de almoçar Ler o jornal
prato de sopa Olhar a página de esportes
sal e pimenta Ligar a TV
sanduíche de presunto Dar um passeio
torta de maçã Estou muito cansado
copo de leite Está ficando tarde
estou com sono É hora de ir para a cama.
dar um cochilo São 10 horas.
INPUT MÚLTIPLOS DE FONEMAS
 Indicado para pacientes graves, com habilidade de repetição muito
comprometida: verbalizações são estereotipias verbais;
 Modelar emissões voluntárias a partir das produções involuntárias;
APRAXIA DE FALA MODERADA
TÉCNICA DOS 8 PASSOS
Continuidade;

Treino intensivo e extensivo;

Comunicação significativa e útil;

Autocorreção;

Estimulação integral nos primeiros passos com gradual retirada


na progressão do programa;
Rosenbek , Lemme, Ahern , Harris & Wertz (1973)
TÉCNICA DOS 8 PASSOS
 Treino articulatório:
TÉCNICA DOS 8 PASSOS
TÉCNICA DOS 8 PASSOS
TÉCNICA DOS 8 PASSOS

Nem todos os pacientes necessitam todos os passos;

Alguns passos podem ser difíceis para alguns pacientes;

A colocação e derivação fonética devem ser usadas quando a


estimulação integral falha;
TERAPIA DE CONTRASTES DE
PARES MÍNIMOS
 Repetição;
 Produção de palavras com contrastes mínimos;
 Estimulação integral;
 Pistas fonêmicas para facilitar a produção;
 Fonemas com palavras treinadas e não treinadas;
 Variações com frases de 2 palavras ou sentenças mistas;

Wambaugh , Kalinyak-Fliszar, West, Doyle (1998)


TERAPIA DE CONTRASTES DE
PARES MÍNIMOS
TERAPIA DE CONTRASTES DE
PARES MÍNIMOS
TERAPIA DE CONTRASTES DE
PARES MÍNIMOS
ORAL READING FOR LANGUAGE IN
APHASIA (ORLA)
Leitura repetida e sistemática de sentenças e parágrafos
em voz alta;

Incorpora estimulação multimodal repetitiva e prática


para eliciar resposta;

Eficaz para apraxia de fala:


-Ritmo , melodia e velocidade para produção de fala;
- Ressalta características temporais e articulatórias;
Cherney (2010)
ORAL READING FOR LANGUAGE IN
APHASIA (ORLA)
 4 níveis de dificuldade baseados na extensão e nível de
leitura:

- Frases simples com 3 a 5 palavras;


- 8 a 12 palavras que podem formar 1 ou 2 sentenças;
- 15 a 30 palavras, divididas em 2 ou 3 sentenças;
- 50 a 100 palavras, formando de 4 a 6 sentenças;
ORAL READING FOR LANGUAGE IN
APHASIA (ORLA)
1) T lê alto para P, apontando para cada palavra;
2) T lê alto para P, apontando para cada palavra e P aponta junto;
3) T lê alto junto com o paciente, com ambos apontando para
cada palavra (ajuste de velocidade e volume);
4) Para cada linha ou sentença, T fala 1 palavra e P tem que
identificar (palavras de classe aberta e fechada);
5) Para cada linha ou sentença, T aponta 1 palavra e P lê em voz
alta;
6) P lê a sentença inteira em voz alta em uníssono com T.
APRAXIA DE FALA LEVE
ESTRATÉGIAS GERAIS

Leitura;

Redução da velocidade de fala;

Trabalhar com prosódia;

Sobrearticulação;
PRINCÍPIOS DA TERAPIA
MELÓDICA
1) Progressão gradual de dificuldades;

1) Proposta de feedback sem correção de erros;

1) Repetição como estratégia efetiva;

1) Latência de resposta para desenvolvimento de emissões


voluntárias;
PRINCÍPIOS DA TERAPIA
MELÓDICA
1) Progressão gradual de dificuldades;

1) Proposta de feedback sem correção de erros;

1) Repetição como estratégia efetiva;

1) Latência de resposta para desenvolvimento de emissões


voluntárias;
PRINCÍPIOS DA TERAPIA
MELÓDICA
5) Evitar prática usando o mesmo material o frases
repetidamente;

6) Atenção do fonoaudiólogo para as próprias emissões durante


a prática;

7) Evitar uso de material não verbal ou figurativo;

8) Frequência das sessões.


OUTROS ESTUDOS/ABORDAGENS
OUTROS ESTUDOS
Davisa, Fariasa & Baynesa (2009):
- Manipulação implícita de fonemas, com tarefas de rima, exclusão e
aliteração (Rota fonológica);
- Hipótese de que durante a recuperação lexical, áreas associadas
responsáveis ​pelo planejamento motor e à elaboração do enunciado
são ativados;
- A prática implícita repetida de recuperar e monitorar internamente sons
em diversos contextos fonéticos pode melhorar a eficiência do processo
de transição entre os planos fonológico e a fase inicial de planejamento
motor e o acompanhamento desse plano;
- Esse treino melhorou a produção da fala; a precisão das palavras
treinados (redução de distorções de som, erros fonológicos e melhor
prosódia), e uma generalização significativa de palavras não treinadas.
OUTROS ESTUDOS
Austermann Hula et al. (2008)
- Treino utilizando instruções de colocação articulatórios seguida de uma
prática repetida de palavras-alvo;
- Análise do efeito da freqüência de feedback e imediatismo do feedback
foram examinados.
OUTROS ESTUDOS
Constraint-induced therapy (Pulvermüller, 2001);

Prática mental (Peach, 2004);

 Neurônios espelho (Toni et al., 2008);

Relação entre gesto, ação e fala (Steele et al., 2012;


Pulvermüller e Berthier, 2008);
OBRIGADA!
ariella.fonoaudiologia@gmail.com

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