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Chico Xavier e a Ditadura.

Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o surpreenderiam nalguma


palavra. E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem
sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, e de
ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens. Dize-nos, pois, que te
parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não? Jesus, porém, conhecendo a sua
malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. E
eles lhe apresentaram um dinheiro. E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta
inscrição? Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de
César, e a Deus o que é de Deus. E eles, ouvindo isto, maravilharam-se, e, deixando-
o, se retiraram. (Mateus 22:15-22)

Em meio ao caos emocional que experimentam as humanas criaturas em dias que são
colocados a prova, encontramos divulgado nas redes sociais um vídeo com um dos
mais importantes arautos da boa nova do século XX e XXI, Francisco Cândido Xavier
ou simplesmente Chico Xavier. O vídeo é do ano de 1971 do extinto programa “Pinga
Fogo”, Chico está falando da importância da Ditadura Militar para sociedade da época.
Não estou espírita, é verdade! Estou umbandista ou tão somente espiritualista que aos
poucos se desapega dos rótulos, rótulos... Acima de tudo sou homem de bem ou na
busca dele, e por assim pensar NÃO me calarei ante as injustiças e a falta de verdade.
É bem verdade que falar com prudência exige sair da zona de conforto e se posicionar
a partir das informações e padrões que nos tornam membro em uma sociedade.
Posiciono-me como cidadão no desejo apenas de trazer luz a fatos turvos. Vamos lá!
Abordando brevemente dados históricos, a economia brasileira cresceu de forma
acelerada entre os anos de 1967 e 1973 o que se deu por conta da ampliação do
controle do Estado na economia. Temos análises de especialistas informando aumento
de mais de 10% do PIB e isso é muita coisa vinda de uma situação com inflação de mais
de 100%, acreditem. O crescimento econômico em pouco mais de sete anos de ditadura
instalada deu certa credibilidade ao golpe, fato é que a história registrou este período
como “Milagre Brasileiro”. Não vou aprofundar aqui as questões ilegais, o abuso de
poder, entre tantas atrocidades. Estes dados já estão fartamente divulgados e
accessível a todos que desejarem pesquisar. Quero trazer um panorama econômico,
um breve retorno a época para mensurarmos como estava o “estado mental” de grande
parte dos brasileiros. No em 1971 estava na direção do Brasil o general Emile Médici,
que iniciou o comando com forte campanha nacional, trazendo massivamente um
disfarçado sentimento patriota. A história relata, e o youtube está aí para comprovar a
canção que dominou o inconsciente coletivo da nação, intitulada “Este é um país que
vai pra frente” (https://youtu.be/e7XxZCtPupk). É o poder do Marketing! Como se vê nos
dias de hoje, disfarçando lobos em cordeirinhos! Enfim, a situação começa a mudar em
1973 (dois anos após a presença de Chico no Pinga Fogo) quando a política econômica
internacional de petróleo e imobilidade de ação dos ministros militares afeta diretamente
o Brasil, causando endividamentos, e queda no crescimento. O acelerado crescimento
veio como nos contos de Homero, um presente de grego! Para não delongarmos no que
desejamos aferir, paramos este recorte histórico e desejamos que o estimado leitor
busque por si informações e reflita como puder. Procure analisar os fatos, buscar
recortes da época, propagandas, etc.
Trazendo para o ângulo que nos interessa mais, o espiritual, tenho na figura de
Francisco Cândido Xavier, um grande espírito. Missionário que foi, enviado por alta
hierarquia espiritual, adotou para sua vida a revivescência do Evangelho de Nosso
Senhor Jesus. Sua vida e obra está aí para que analisemos com coerência e altivez.
Para consubstanciar nossa reflexão buscamos em Mateus 22:15-22 as palavras de
Jesus:
Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o surpreenderiam
nalguma palavra. E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos,
dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus
segundo a verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos
homens. Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não?
Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais,
hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro.
E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição? Dizem-lhe eles: De César.
Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de
Deus. E eles, ouvindo isto, maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram.
(Mateus 22:15-22)

Trazendo para a questão, será que não queriam também em vã malícia, mesmo que
obscuramente, dispor o Chico em pleno constrangimento nacional, assim como fizeram
no trecho acima mencionado? Não saberei dizer.
Poderia Jesus com toda sua glória, dispor contra um regime tirano e destituir César ou
mesmo conclamar revolução contra a cobrança abusiva de impostos?
Não! Eles não vieram para isto!
Cabia-lhe na missão que recebeu respeitar o momento e trabalhar na formação moral
de todos que estavam a sua volta. Realizava onde estava inserido o protesto produtivo,
a política realizadora alimentando milhares e milhares de família com o alimento do
corpo e da alma, mas acima de tudo causando transformações na estrutura mental das
pessoas. Transformando sociedades, mobilizando ações sociais expressivamente
modificadores. Ah como sentimos sua falta!
Compromisso com a verdade, sempre. Reparação, sempre. Que tenhamos o cuidado
ao soltar frases, imagens soltas, seja onde for com a vã segurança em dizer: “não sei
se é verdade, mas...” busquemos a retidão no proceder em pelo menos buscar a
verdade ou a procedência dos fatos narrados.
Francisco Cândido Xavier, sublime como era, deu a César o que era de César e a Deus
o que era de Deus.
Sacerdote Karapiara

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