Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ExibirCréditos Imagem
As raízes
Parte integrante da medicina alternativa, a aromaterapia existe há mais de seis
mil anos, tendo sido activamente praticada nas antigas civilizações da Grécia,
Roma e Egípcio. Aliás, o médico egípcio Imhotep recomendava o uso de
óleos com fragrâncias no banho, nas massagens e, claro, no embalsamento dos
mortos. O pai da medicina moderna, Hippocrates, seguiu os mesmos
princípios e reza a história que terá realizado fumigações aromáticas para
travar a praga em Atenas. Porém, o declínio do Império Romano levou ao
desaparecimento destes conhecimentos aromáticos, que voltaram a dar que
falar e cheirar por volta do ano 1000 d.C. na Pérsia. Nesta altura, os árabes
iniciam a prática de destilação e o estudo das propriedades terapêuticas das
plantas volta a ganhar força. Graças às Cruzadas, estes saberes regressam à
Europa e, já em 1200 d.C. se produzia, na Alemanha, óleos essenciais com
ervas e especiarias provenientes de África e do Extremo Oriente. Quando a
América do Sul foi invadida pelos Conquistadores, a descoberta de novas
plantas medicinais e óleos aromáticos foi impressionante e a verdade é que
também no Continente Americano os índios nativos passaram a ser
conhecidos pela confecção de bálsamos e poções à base de plantas medicinais.
Apesar desta prática consistente, foi apenas no século XIX que os cientistas
europeus decidiram dedicar-se ao estudo dos efeitos destes óleos essenciais no
homem. A palavra “aromaterapia” é uma invenção do químico francês René
Maurice Gattefosse que, em 1910, descobriu os poderes curativos do óleo de
lavanda quando se queimou no seu laboratório de perfumes e, procurando um
alívio imediato, mergulhou a mão num recipiente com óleo de lavanda. O
alívio da dor foi imediata e o processo de cicatrização rápido, indolor e sem
marcas posteriores. A partir daí dedicou a sua vida ao estudo dos poderes
curativos dos óleos essenciais, tendo realizado vários tratamentos de êxito nos
hospitais militares durante a I Guerra Mundial, experiências essas que
documentou em diversos livros. Hoje em dia, a busca de uma forma de vida
natural, com a mente, corpo e espírito em equilíbrio, aumentou a procura da
aromaterapia.
Sentido de olfacto
Um dos cinco sentidos, o nosso poder de cheirar é, em si só, extremamente
potente, com efeitos curiosos. Por exemplo, um certo aroma pode despertar
memórias de infância bem guardadas ou o cheiro de determinado alimento
pode abrir o apetite a uns ou provocar náuseas a outros. Quando inalamos
óleos essenciais, as nossas células olfactivas são estimuladas e esse impulso é
encaminhado para o sistema límbico – o centro emocional do cérebro – ligado
à memória, à respiração, à circulação sanguínea e às hormonas. Na
aromaterapia, as propriedades, a fragrância e os efeitos dos óleos essenciais
estimulam estes diferentes sistemas. Da mesma forma que a ligação estreita
entre o olfacto e o cérebro desencadeia um efeito indirecto no sistema
imunitário, que potencia a capacidade do corpo se sarar a si próprio. Enquanto
medicina holística, a aromaterapia é uma forma de auto-cura porque incentiva
o equilíbrio interno do organismo, mas também se manifesta ao nível físico
uma vez que os óleos essenciais são conhecidos pelas suas poderosas acções
revigorantes, anti-oxidantes, anti-bacterianas, anti-virais, anti-fungos, anti-
inflamatórias, ansiolíticas e anti-espásticas.
Óleos essenciais
Os óleos essenciais utilizados na aromaterapia são extraídos de plantas, flores,
raízes, folhas, sementes, ervas, madeiras e resinas e, posteriormente
misturados com outras substâncias – caso do óleo, álcool ou loção – o que
permite a sua utilização de forma prática. Executado por profissionais
especializados, o método de extracção é um processo moroso e caro: são
necessários 100 quilos de pétalas de rosas para produzir 5 colheres de chá de
um óleo essencial! Um processo que também encarece o produto final, no
entanto, e como se utilizam poucas gotas de cada vez e os efeitos são
altamente eficazes, o investimento é considerado válido.
Aplicação
Na aromaterapia, os óleos essenciais têm múltiplas aplicações: