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Bettina Sá D'Alessandro
Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Mestrado em Estudos Organizacionais, Porto Alegre-RS, Brasil
Resumo
O presente artigo de caráter descritivo tem como objetivo analisar a percepção de funcionários
de uma empresa varejista na cidade de Porto Alegre quanto a sua política cultural das “Sete
Regras de Boa Convivência”. Uma vez que essas sete regras são utilizadas em todas as filias
da empresa em análise como uma forma de buscar a padronização do comportamento dos
funcionários, parte-se do pressuposto que elas são um reflexo do fenômeno do isomorfismo
organizacional. Esse suscintamente pode ser entendido como um processo de
homogeneização no qual as organizações são coagidas a se enquadrarem em determinados
parâmetros e características semelhantes para poderem competir no sistema capitalista de
mercado. Assim, tomando-se por base a Teoria Institucional, foram realizadas entrevistas
semiestruturadas com oito funcionários propositalmente selecionados da varejista aqui
denominada Alpha. Por meio dos resultados aqui evidenciados, foi possível concluir que a
maioria das práticas de boa convivência adotadas pela empresa não tornam o comportamento
de seus funcionários semelhante e, além disso, a maioria dos trabalhados os percebe
negativamente. Nesse sentido, embora as iniciativas de política cultural da organização Alpha
seja um reflexo da “lógica de homogeneização” do isomorfismo organizacional, tais
iniciativas são cumpridas com parcialidade e não tem satisfatória aceitabilidade por parte de
seus funcionários.
Abstract
Introdução
A empresa Alpha, criada em 1962, é uma multinacional varejista com sede no Brasil. A
organização, seguindo a linha do sistema capitalista, tem como foco o lucro. Para mais
facilmente alcançar esse objetivo, a Alpha faz uso de ferramentas de padronização do
comportamento de funcionários, que acredita-se ser sinais de isomorfismo institucional,
chamadas de Regras de Boa Convivência.
A empresa mantem essas regras (7) como política de cultura corporativa, objetivando segundo
a mesma, respeito pela empresa e seus valores, assim como união dos trabalhadores. Essas
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sete regras, que serão melhor explicadas ao longo do artigo são: Política de Portas Abertas, A
regra do Pôr do Sol, Processo “Grass Root”, 3 princípios básicos, 3 Crenças e Valores
Básicos, Regra dos 3 metros, Líder Servente e Alpha Cheer.
Nesse sentido, o presente estudo justifica-se por relacionar a influência negativa dos
isomorfismos enquanto um fenômeno presente no atual sistema capitalista que se reflete nas
politicas organizacionais, e consequentemente na sociedade como um todo. Ademais,
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conforme exposto por Carvalho, Vieira e Goulart (2005), há poucos trabalhos acadêmicos que
tomam como base a teoria institucional. Embora esse estudo seja uma singular iniciativa para
discutir um tema complexo como é o caso do fenômeno do isomorfismo organizacional, e
que, portanto, exige estudos mais aprofundados, ela serve para incentivar demais estudos na
área.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Para Aidar (2003) o isomorfismo é um processo que, embora leve à homogeneização das
organizações, não há uma integração entre elas, ou a integração é mínima. Para o presente
autor, a institucionalização gera a redução da variedade que, por sua vez, gera o isomorfismo.
Jones (2010), por sua vez, argumenta que o isomorfismo se origina de uma necessidade
característica do contexto social. Assim, as organizações se enquadram em padrões para
garantirem ou terem maiores chances de sobrevivência e eficiência operacional. Ainda, por
meio do isomorfismo elas podem tornar-se legitimas “aos olhos dos stakeholders”.
Hall (2004), assim como Di Maggio e Powell (2005), busca entender os motivos que levam às
organizações a assemelharem-se. Na busca de tal resposta surgem três tipos de isomorfismo
para auxiliar nessa compreensão. A saber, são eles:
Por forças coercitivas do ambiente, por incertezas que conduzem a cópia de experiências ou
ainda, pela semelhança dos perfis profissionais as organizações tendem a tornarem-se muito
similares. A seguir, se adentrará no primeiro tipo de isomorfismo (coercitivo) classificado
pelos autores supracitados.
Segundo Meyer e Rowan (1977), a partir da expansão do domínio sobre arenas da vida social
por parte do Estado e de outras grandes organizações, as estruturas das corporações tornam-se
gradativamente mais institucionalizadas pelo Estado e dentro do mesmo. Logo, as entidades
se tornam mais organizadas em torno de rituais institucionais e homogêneas dentro de
determinados domínios.
Caracteriza-se pelo isomorfismo gerado pelas incertezas do ambiente, tendo em vista que as
organizações buscam experiências em outras instituições que tiveram sucesso em situações
similares. Assim, uma das razões para que as corporações sejam tão parecidas é o fato de que
muitas experiências são copiadas entre elas (KIMBERLY E MILES,1980).
Segundo Assis et al. (2010), um dos maiores exemplos desse isomorfismo é o sistema de
ensino, especificamente o ensino superior, que estabelece um conjunto de práticas, regras e
normas comuns a determinada profissão, tornando a mesma cada vez mais similar.
Para Cunha, Beuren e Guerreiro (2014) as três formas do isomorfismo institucional atuam,
tanto de modo isolado, quanto em conjunto nas organizações. Esses se fazem presentes pelo
desafio da legitimação, respostas padronizadas à incerteza, necessidade de profissionalização,
influências políticas e demais elementos presentes no cotidiano das instituições.
Scott (2008), por sua vez, pontua que as profissões atuam como um dos agentes isomórficos
com significativa influencia no contexto organizacional, já que essas servem para legitimar e
perpetuar práticas para todas as áreas de atuação profissional dos indivíduos. Para o presente
autor, esse processo de legitimação das profissões perpassa pela crença de que há um conjunto
de ações desejáveis e necessárias para a adequação em um sistema de valores socialmente
éticos.
Os agentes acima mencionados, entre os outros, exercem pressões que são traduzidas em
práticas isomórficas para as instituições. Entre as tradicionais práticas presentes nas empresas
varejistas no Brasil pode-se mencionar:
d) Empresas com filiais sem autonomia em relação à matriz: grande parte das corporações
que possuem filiais obrigam essas últimas a seguirem as mesmas regras e modelo de gestão
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da matriz, limitando, portanto, qualquer autonomia e adaptação que possam ser necessárias
às filias de acordo com, por exemplo, variação de regiões, públicos, e preferências do
consumidor. Nesse quesito, a padronização de todos os estabelecimentos de uma mesma
empresa, seria um processo isomórfico para a mesma não padecer no mercado. Contudo,
quando isso ocorre sem ser considerado todo o contexto, é normal que o isomorfismo, que
era para ser uma ferramenta para o sucesso, torne-se um “modelo para o fracasso”
(CALLADO, CALLADO e ALMEIDA, 2014).
Enfim, demais exemplos podem ser mencionados para ilustrar como o isomorfismo se
faz presente nas organizações, tais como na compulsoriedade de impostos, na automação de
pontos de vendas, nas pressões de movimentos sindicais, nas pautas das convenções, em
consultorias, nas políticas de repasse de lucros para colaboradores etc.(GOMES, MACHADO
e GIOTTO, 2009).
Segundo Garrido, Tacchini e Saltorato (2014), o isomorfismo do tipo normativo, por exemplo,
se faz intensamente presente na área da saúde. Em uma pesquisa sobre o processo de
acreditação hospitalar em um hospital de média e alta complexidade na cidade de Curitiba, os
autores verificaram que o isomorfismo normativo ocorre por meio da obrigatoriedade pela
excelência, qualidade e segurança nos serviços prestados, alcançando os conceitos, metas e
garantias de referência hospitalar e, ainda, na busca “desenfreada” entre os indivíduos pela
legitimidade profissional.
diferentes ambientes de trabalho, concluiu que, na maioria das organizações brasileiras, ele se
torna uma barreira negativa, visto que inibe a autonomia e a livre iniciativa dos funcionários.
Assim, o isomorfismo reflete-se como uma forma de engessamento das organizações, quando
não possibilita que novas ideias sejam aceitas. De acordo com o autor (2010, p.151) em
ambientes isomórficos “[...] a autonomia, valor que remete ao grau de liberdade que o
funcionário tem para tomar decisões e fazer suas próprias escolhas [...] aparece como
contraponto aos valores que beneficiam a expressão da criatividade”.
Importante mencionar que, apesar de existir a crença de que o isomorfismo institucional se faz
mais forte em organizações varejista, uma vez que é um tipo de organização onde o modelo
econômico capitalista se mostra mais “severo”, de acordo com Silva, Dani e Santos (2016),
ele se faz presente nas mais variadas organizações e em praticamente todos os segmentos. Tal
proposição é reafirmada quando os autores realizaram um estudo em hospitais da região sul
do Brasil objetivando verificar a relação da acreditação hospitalar com o isomorfismo
institucional. De acordo com eles, o isomorfismo “[...] envolve toda a organização, desde a
estrutura de atendimento até o processo de controle do planejamento estratégico” (SILVA,
DANI e SANTOS, 2016, p. 2).
Metodologia
A presente pesquisa faz uso da revisão da literatura com base em livros, artigos acadêmicos,
monografias, teses e demais estudos com foco na teoria institucional sobre o isomorfismo. Ou
seja, trata-se de uma pesquisa bibliográfica com base em dados secundários e, também,
primários. Lembrando, dados secundários são aqueles gerados após análise; são dados “já
trabalhados”. Quanto aos dados primários, referem-se às informações ainda não analisadas,
tais como dados coletados em questionários e/ou entrevistas antes de posterior interpretação
(SOUTO, 2010).
Quanto aos objetivos, essa pesquisa é qualitativa. Segundo Moreira (2002), pesquisas
qualitativas caracterizam-se pela interpretação do mundo real com a tarefa de investigar a
experiência vivida pelos seres humanos e por serem pesquisas com grande subjetividade e
foco de interesse na perspectiva dos informantes. Logo, este estudo é uma pesquisa qualitativa
que descreveu como as sete práticas de “boa convivência” oriundas dos três tipos de
isomorfismo da organização Alpha são percebidos por seus funcionários.
Esse estudo descritivo objetiva, portanto, descrever a percepção de uma parcela (n=8) de
funcionários da organização Alpha. Aceito que as sete regras de boa convivência da empresa
Alpha são políticas institucionais que refletem um posicionamento padrão às demais
organizações varejistas do Brasil, ou seja, buscam “vender para a sociedade” a imagem de
uma boa organização, com funcionários felizes e com chefias amigáveis, esse estudo buscou
investigar via questionário (apêndice A) como os funcionários da empresa percebem essas
regras que, conforme expostos, são manifestações do isomorfismo institucional. Assim, foi
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possível analisar como esse fenômeno (refletido nas sete regras de boa convivência) é
percebido pelos funcionários da presente organização.
Para tal, o questionário foi elaborado com sete questões, cada qual direcionada para uma das
sete regras de boa convivência da varejista Alpha. São elas:
a) Todas as demandas são atendidas no mesmo dia?
b) Os consumidores que estavam a três metros dos funcionários eram cumprimentados e
ajudados diariamente?
c) O senhor (a) cantou o hino da empresa Alpha todo os dias? O senhor (a) se sentiu à
vontade ao realizar tal prática ou expressando vontade de não a fazer?
d) As portas dos líderes estão abertas aos funcionários de todos os níveis?
e) O seu chefe está disponível para suas dúvidas ou necessidades? É receptivo a recebê-lo?
f) As ideias dos funcionários eram ouvidas e consideradas?
A coleta de dados ocorreu por meio de questionários abertos com oito funcionários
estrategicamente selecionados. Para essa escolha selecionou-se informantes-chaves tomando
como critérios indivíduos que se mostraram interessados em colaborar, e que representassem
diversidade de sexo, atividades, cargos e tempo de serviço na organização. Já como o
principal critério para a seleção da organização Alpha, menciona-se a facilidade de acesso a
informações. De acordo com Gil (1999), por se tratar de um estudo qualitativo é esperado
que exista uma intencionalidade na composição desta amostra.
Utilizou-se a técnica de amostragem por saturação para definição do número de selecionados
para responderem ao questionário aberto. De acordo com Fontanella et al. (2011), esta técnica
tem como critério que, quando as respostas de uma parcela n da amostra não trouxerem
respostas inovadoras, demais entrevistas não precisarão ser realizadas, uma vez que não
acrescentarão novas informações.
A coleta de dados via entrevistas iniciou-se no dia 8 de maio de 2017 e finalizou-se em 17 de
junho do mesmo ano. Todos os participantes responderam ao questionário presencialmente e
de forma espontânea, tendo assinado um termo de livre consentimento e estando cientes de
que seu nome foi preservado.
Para a análise do conteúdo das entrevistas utilizou-se a técnica da triangulação. Segundo
Negrine (apud NETO e TRIVIÑOS, 2004) essa técnica permite que as interferências que
possam surgir no processo investigatório estejam revestidas de um maior grau de
confiabilidade, uma vez que os dados, de alguma forma, são comparados a partir de diferentes
fontes de informação.
Após a coleta de dados via questionários abertos, as respostas foram analisadas, classificadas,
categorizadas e interpretadas. Todas as entrevistas foram transcritas e as respostas
sistematizadas configurando-se em dados para posterior análise, principalmente por meio de
quadros nos quais se buscou identificar se os resultados aqui coletados vão ao encontro dos já
obtidos por demais autores em pesquisas semelhantes.
De acordo com Riffel (2016), como grande parte dos varejistas, o fundador da Alpha sempre
estava em busca de ofertas junto aos fornecedores. Usualmente, varejistas que conseguem um
desconto com o atacadista deixam seus preços inalterados, entretanto, o fundador da empresa
Alpha percebeu que poderia fazer de modo diferente, e optou por buscar seus lucros através
do volume de vendas quando criou uma estratégia comercial de ofertar o menor preço
possível para seus clientes.
Além da política de preços baixos a empresa “vende-se” como uma organização que prioriza
o foco social e não apenas o materialista. Em várias obras sobre a companhia é enfatizada a
vontade original de torná-la um lugar bom para trabalhar, onde os funcionários e os clientes
sejam valorizados. Por exemplo, na descrição dos objetivos e missão da empresa, o valor mais
citado é o respeito ao indivíduo. Há, inclusive, uma frase lema na empresa cuja prerrogativa
está em vender por menos para que as pessoas possam viver melhor.
Para viabilizar tais objetivos e valores de cunho social a empresa Alpha diz ter formulado as
Sete Regras de Boa convivência com o objetivo de, proporcionar melhores práticas de gestão
e, de certa forma, qualidade para o cotidiano de trabalho de seus colaboradores.
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Tais políticas culturais de “boas práticas” são um conjunto de sete regras particulares dessa
varejista que buscam um padrão de comportamento a ser seguido por todos os funcionários. A
saber, são elas: política de portas abertas, regra do pôr do sol, processo Grass Root, três
crenças e valores básicos, regra dos três metros, líder servente e Alphacheer. Esse conjunto de
práticas que será melhor detalhado no decorrer do trabalho são aqui entendidas como um
reflexo do isomorfismo organizacional nas instituições, uma vez que buscam a padronização
de atitudes.
Essas políticas de cultura corporativa, difundidas por meio das Sete Regras da Boa
Convivência na empresa em questão podem ser contempladas, por exemplo, nos treinamentos
semanais, em quadros nos escritórios, nos processos de integração dos novos funcionários,
nas reuniões mensais que incentivam e valorizam os funcionários que fazem essas práticas,
enfim, em todos os espaços da organização há situações cotidianas que as reafirmam.
Tais práticas seriam, portanto, um meio de unir a equipe, diminuir barreiras e tornar o trabalho
mais agradável. Contudo, quando elas se configuram em uma obrigatoriedade para a forma de
agir de todos os funcionários, passa-se a questionar seu propósito. Assim, o presente estudo
buscou analisar por meio das Sete Regras de Boa convivência da cultura corporativa como
essas práticas são percebidas pelos funcionários da varejista em questão tendo por base a
teoria institucional e o conceito do isomorfismo.
TEMPO DE
ÁREA DE
ENTREVISTADO SEXO IDADE EXPERIÊNCIA CARGO ATUAL ESTADO
ATUAÇÃO
(meses)
Comprador de
materiais e
E1 M 32 Compras 136 RS
serviços de
manutenção
Diretor de
E2 M 49 Manutenção 103 SP
operações
Analista contábil
E3 M 25 Finanças 97 RS
júnior
Diretor de
E4 M 55 Manutenção 95 SP
manutenção
Coordenador
E5 F 37 Jurídico 86 Jurídico e RS
Financeiro
Analista
E6 F 29 Finanças 23 RS
financeiro júnior
Analista
E7 F 31 Finanças 12 RS
financeiro pleno
Recursos Estagiário de
E8 M 25 Humanos 11 recursos RS
(RH) humanos
Quadro 1:Caracterização dos entrevistados
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Por meio do quadro 01, no qual se convencionou chamar de E1 o entrevistado com maior
tempo de experiência na empresa e de E8 o com o menor tempo, buscou-se a diversidade da
amostra, já que se entende que essa é uma condição fundamental para que a pesquisa reflita a
totalidade do objeto. Assim, 5 entrevistados foram do sexo masculino, 3 do sexo feminino, as
idades foram compreendidas entre 25 e 55 anos e o tempo de experiência na empresa variou
de 136 a 11 meses.
RESPOSTAS
REGRAS
NÃO PARCIALMENTE SIM
E2, E3 e E4, ou seja, 3 dos E5, E6 e E7, ou seja, 3 Sim
8 entrevistados afirmaram dos 8 entrevistados
que não é possível que posicionaram-se E1 e E8, ou seja, apenas
todas as demandas sejam afirmando que as 2 entrevistados
atendidas no mesmo dia. demandas podem ou afirmaram que a regra do
1) Regra do Pôr Sendo que as respostas não ser atendidas. pôr do sol era cumprida.
do Sol foram justificadas pela falta
de tempo hábil para tal e, “[...] tentávamos “Sim, como eu trabalhava
Todas as portanto, impossibilidade sempre que possível em casa com o notebook
demandas são de a regra ser cumprida. atender as demandas e o Black Berry da
atendidas no no prazo estipulado” empresa, atendia a todas
mesmo dia? “[...] era impossível atender (E7). as demandas no mesmo
ao volume de demandas dia” (E1).
diárias. É preciso
estabelecer um critério de
prioridades e responder ao
possível no dia” (E4).
Parcialmente Sim
E1, E2, E3, E4 e E8, ou
seja, 5 dos 8 entrevistados E5, E6 e E7, ou seja, 3 Nenhum entrevistado
2) Regra dos 3 afirmaram que a regra dos dos 8 entrevistados afirmou que a regra é
metros 3 metros não é cumprida. acreditam que não cumprida.
Mais de um entrevistado seja uma regra
Os mencionou que o presente em todos os
consumidores descumprimento da norma setores, sendo,
que estavam a é mais frequente por parte portanto, uma regra
três metros dos das chefias. parcialmente
funcionários cumprida.
eram “Não, essa regra se aplica
cumprimentados muito mais a novos “[...] esse era o
e ajudados funcionários (...) com o esperado pela
diariamente? passar do tempo parece empresa quando
que se esquece da regra dissemos que ela
(E3). instiga constantemente
essa prática” (E6).
3) Regra do Não
Hino da Alpha aqui
E1, E2, E3, E4 e E7, ou
O senhor (a) seja, 5 dos entrevistados
cantou o hino da não gostavam e não
empresa Alpha cantaram o hino da
todo os dias? O empresa todos os dias.
senhor (a) se No geral, tal prática é vista
sentiu à vontade negativamente pelos
ao realizar tal funcionários, uma vez que
prática ou é percebida como uma
expressando obrigação e não como uma
vontade de não atividade de engajamento.
a fazer?
“Não canta o hino todo o
dia [...] não sentia
desconforto em fazê-lo mas
via isso como algo sem
alma, ou seja, era por
obrigação e a mensagem
da canção não atingia o
objetivo de motivar a
equipe” (E4).
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Parcialmente
Quadro 3
Respostas da Regra da política de Portas Abertas e do Líder Servente
REGRAS RELACIONADAS A
RESPOSTAS
LIDERANÇA
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Não
No que diz respeito a Regra da Política de Portas Abertas e a Regra do Líder Servente cujo
enfoque foi identificar se os líderes se mostram receptivos a ouvir as demandas dos
funcionários de todos os níveis constatou-se que, para a maioria dos entrevistados, a
efetivação de tais regras que dependia da atuação dos líderes mostrou efetiva.
Confirma-se tal proposição quando, para a Regra da Política de Portas Abertas, seis dos
funcionários afirmaram que os líderes estão sempre prontos para ouvi-los e atender suas
demandas e, principalmente, quando nenhum dos entrevistados respondeu que a regra do
Líder servente não era cumprida. Portanto, a maioria dos entrevistados garante que as
lideranças se mostram disponíveis. Os dois entrevistados que posicionaram negativamente ou
parcial (E6 e E3, respectivamente) relacionam a não prestatividade do líder ao seu grau
hierárquico.
No quadro 04 tem-se as repostas referentes a valores institucionais, ou seja, a Regra do
processo “Grass Root” e a Regra das Três crenças e Valores básicos. A primeira objetiva
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capturar qualquer sugestão e/ou ideias por parte dos funcionários que venha a contribuir para
a redução de custos ou aumento de eficiência na organização. A segunda enfatiza o preceito de
que haja sempre respeito pelo indivíduo, serviço aos clientes e luta pela excelência.
Quadro 4
Respostas da Regra do processo “Grass Root” e das Três crenças e valores básicos
PRÁTICAS COTIDIANAS RESPOSTAS
Não
“Não, porque não são todos que praticam o respeito pelo indivíduo. Já houve
7) Regra das Três crenças e situações em que o lado financeiro foi mais importante” (E3).
valores básicos Parcialmente
Você acredita que os três E1, E2, E4 e E8, ou seja, 4 dos 8 entrevistados pontuaram que nem todos os
princípios básicos (respeito princípios básicos são respeitados.
pelo indivíduo, serviço aos
nossos clientes e luta pela “Não para todos, muitos não têm essa prática, principalmente o respeito pelo
excelência) são respeitados indivíduo e a busca pela excelência” (E1).
diariamente? Por quê? Sim
As duas regras relacionadas de forma mais direta aos valores institucionais no geral, não são
cumpridas. Tal constatação pode ser ratificada quando apenas 1 dos entrevistados acredita que
as ideias dos funcionários são ouvidas e consideradas e quando se considera que apenas 2
entrevistados acreditam que a Regra das Três crenças e valores básicos é respeitada
diariamente. Ainda, 7 dos 8 entrevistados afirmaram que as ideias dos funcionários não eram,
ou eram parcialmente ouvidas e mesmo que ouvidas, não eram consideradas.
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Considerações Finais
O isomorfismo, que normalmente pode ser identificado pela padronização de ações, persuasão
e/ou coerção que se faz presente nas organizações para com os seus funcionários, origina-se
tanto de pressões formais como de pressões informais exercidas sobre uma organização para
outra, ou, ainda, pelas expectativas culturais da sociedade em que atuam (CUNHA, BEUREN
e GUERREIRO, 2014).
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Referências
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meio do prêmio nacional da qualidade. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas, 2003.
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DI MAGGIO, P. J.; POWELL, W. W. The iron cage revisted: institutional isomorphism and
collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, v. 48, p. 147-
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DONATELLI, M. et al. Meet the new Brazilian consumer. Mckinsey Consumer Packaged
Goods and Retail. McKinsey’s, jun. 2016. Disponível em:
<www.mckinsey.com/industries/consumer-pack- aged-goods/our-insights/meet-the-new-
brazilian-consumer>. Acesso em: 27 ago. 2017.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
KIMBERLY, J.; MILES, R. The organizational life cycle. San Francisco: Jossey-Bass, 1980.
MANN, I. J. S.; MURPHY, S. A.; KUMAR, V. Unit of Analysis: A Case for Performance
Measurement in Supply Chain Management. Journal of Supply Chain Management, v. 6, n.
3-4, p. 41-56, 2009.
RIFFEL, B. E. Wal-Mart Stores, Inc. The encyclopedia of Arkansas history & culture, 29
jun. 2016. Disponível em: <http://www.encyclopediaofarkansas.net/encyclopedia/
entry-detail.aspx?entryID=2135>. Acesso em: 06 set. 2017.
Apêndice A
Questionário
Rever/Modificar:
Falar no referencial sobre as sete regras de boa convivência.
De acordo com Garrido, Tacchini e Saltorato (2014), as práticas isomórficas não são lineares,
pois com o passar do tempo elas se adaptam. Nesse contexto, o ambiente interno deve ser
moldado de acordo com as novas necessidades do externo e vice-versa. Para esses autores, as
organizações e seus ambientes institucionais “auto evoluem, se auto organizam e se auto
reproduzem” (GARRIDO, TACCHINI e SALTORATO, 2014, p. 5), junto como as práticas
isomórficas.
Por meio da área de atuação dos entrevistados da empresa Alpha, pode-se observar se as
diferentes percepções da realidade institucional variam em função do contexto do setor que
poderia ser influenciado por chefias ou tipos de atividades, por exemplo. Por meio da
diversidade de cargos para a parcela n=8 dos entrevistados propositalmente selecionados,
buscou-se a diversidade com o propósito de diagnosticar se questões relacionadas à hierarquia
são mais afetadas pelo isomorfismo coercitivo e como ele se faz presente. Segundo Cunha,
Beuren e Guerreiro (2014), não só questões hierárquicas, mas, principalmente, questões
competitivas afetam com maior ou menor grau a incidência do isomorfismo coercitivo.