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UNIÃO DA VITÓRIA,2017
HISTÓRIA
LUCAS FELIPE DURAEK
PROFESSORA: ZULEIDE MATULLE
SUMÁRIO
1. PROBLEMÁTICA ...................................................................................04
2. OBETIVO CENTRAL ..............................................................................10
3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS E QUESTÕES OPERACIONAIS ..............10
4. METODOLOGIA......................................................................................11
5. CRONOGRAMA DE OPERAÇÕES .......................................................12
6. REFERÊNCIAS ......................................................................................13
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PROBLEMÁTICA:
poderia imaginar dessa parte não descoberta do mundo, como mostra a figura
abaixo:
Figura 1.0 - "Americae Pars Meridionalis" - Mapa da América do Sul de 1636 elaborado
por Johannes Janssomius.
Fonte: http://www.ufrgs.br
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Não quero omitir a narração que ouvi de um deles de um episódio de pesca. Disse-me ele
que, estando certa vez com outros em uma de suas canoas de pau, por tempo calmo em
alto
mar, surgiu um grande peixe que segurou a embarcação com as garras procurando virá-la
ou meter-se dentro dela. Vendo isso, continuou o selvagem, decepei-lhe a mão com uma
foice e a mão caiu dentro do barco; e vimos que ela tinha cinco dedos como a de um
homem. E o monstro, excitado pela dor pôs a cabeça fora dágua e a cabeça, que era de
forma humana, soltou um pequeno gemido. Resolva o leitor sobre se se tratava de um
tritão, de uma sereia ou de um bugio marinho, atendendo a opinião de certos autores que
admitem existirem no mar todas as espécies de animais terrestres. Quanto a mim, embora
não desminta a existência de tais coisas, direi francamente que durante nove meses de
navegação em alto mar sem pôr o pé em terra senão uma vez, e ainda por ocasião das
viagens costeiras que fiz, nada vi semelhante. Entre a infinidade de peixes que
apanhamos
nunca deparei com nenhum que tivesse fisionomia humana. (LÉRY, 1961, página 131)
mar para não só buscar riquezas e fama mas para espalhar a palavra do Senhor
para toda alma que ainda não conhecia o amor Divino.
A Igreja revela um controle também muito grande sobre o imaginário da
época, desde a Idade Média ela busca em mitos, lendas e figuras antes pagãs o
seu aspecto divino, pega para si o que lhe compete desses mitos e modifica sua
história para que faça sentido para sua crença. Essa parte da pesquisa também
é de grande importancia para entendermos o poder da Igreja sobre o homem, a
Igreja dizia que todo monstro terrestre tem sua versão marinha, sendo assim
todos os monstros ja relatados e avistados poderiam ser encontrados no mar,
como a própria Biblia revela: “Deus criou, segundo as suas espécies, os
monstros marinhos e todos os seres vivos que se movem nas águas, e todas as
aves aladas, segundo as suas espécies”( Gênesis 1:22).
Além disso a crença que o Diabo navegava com um navio pelos mares
também fazia muita diferença para quem iria navegar. A mulher também pode
ser analisada como uma enviada do Diabo, se alguma estivesse no navio, todos
sabiam que poderiam encontrar grandes perigos na viagem.
Entramos, então, na parte que nos interessa na pesquisa, essa dualidade
entre o bem e o mal no Novo Mundo. Alguns acreditavam ter encontrado o
Paraíso terrestre, a descrição da bíblia e a tradição medieval coincidem
exatamente com o Brasil por exemplo, lugar de clima esmo, com florestas e rios
abundantemente distribuidos. As portas do Éden ficariam então em alguma das
várias serras que aqui existiam, e também muitas pessoas viam nos índios a
figura de Eva e Adão antes do pecado original.
A outra parte é o que nós conhecemos como demonologia nos dias atuais, a
demonologia se manisfesta através do poder do Diabo sobre a natureza, ele é
que mantém ela mais forte para que possa ser usada por bruxas. A história do
Diabo no Brasil começa quando muitos acreditavam que milhares de demônios
saíram da Europa fugindo da cruz e se abrigaram e tomando conta do Novo
Mundo, segundo Laura de Mello e Souza (Inferno atlântico: demonologia e
colonização, séculos XVI-XVIII - 1993) . Esses fugiram da cruz e na natureza
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homem moderno que muitos dizem viver na luz, ainda tinha seu lado espiritual e
acreditava na biblia.
Nessa pesquisa analisaremos os relatos de viagem de pessoas que saíram
em busca do maravilhoso ou até mesmo aqueles que vieram para a América por
outro motivo mas ainda assim tiveram experiências com o desconhecido do
Novo Mundo. A narração do encontro de viajantes com o próprio Diabo ou com
seus enviados é de grande importância para a nossa pesquisa, com essa
narração poderemos analisar como essa imagem do Diabo é algo muito forte e
que tem grande influêcia no homem moderno, os monstros marinhos e terrestres
também podem aparecer como apoio para tentarmos moldar pelo menos uma
parte do imaginário que se tinha das coisas até então desconhecidas. E além
disso também poderemos ver como o Diabo age nos nativos da nova terra, nos
seus monstros e em tudo que remete ao mau da humanidade. Basicamente tudo
de ruim que acontecia no Novo Mundo ou na viagem até, era culpa do Diabo, as
infestações de insetos que comiam e picavam os viajantes em suas explorações
no meio da floresta, as frequentes tempestades que colocavam os navios em
perigo e etc.
Jean de Léry e Hans Staden, escrevem seus relatos e neles revelam toda a
sua viagem, desde o motivo até os infortúnios que enfrentaram nessa longa
joranada. Léry era um pastor francês, escreveu seu “Uma viagem a Terra do
Brasil” quando decidiu acompanhar um grupo de missionários em uma viagem
para o Brasil, no seu relato ele retrata tudo com detalhes, com represtações que
ouviu dos indios. Fala também de como foi tratado, da fome que sofreram todos
os tripulantes e como teve contato com o maravilhoso do Novo Mundo.
Staden, era um aventureiro alemão, em sua obra “ Duas viagens ao Brasil”
conta, igualmente a Léry, com detalhes como foram suas viagens para o Brasil,
conta do encontro com o maravilhoso, rico em detalhes, fornece mapas e
gravuras do que narra, colocando ainda mais o leitor dentro desse universo
ímpar que foi o Novo Mundo.
Figura 2.0 - Navio em meio a tempestade e ventos contrários, rodeado
por peixes voadores
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(Fonte: STADEN, Hans. Duas viagens ao Brasil. Porto Alegre: L&PM, 2013)
Isso revela ainda mais o lado espiritual do homem, quando não conseguia
explicar um fenomeno ele buscava em seu imaginário e em sua religião algo que
fizesse sentido para explicar tal fato. Os monstros terríveis por exemplo, são a
parte ruim do mundo, Deus cria o homem como algo divino e a sua semelhança
e cria os monstros para que esse homem entenda que também existem coisas
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ruins na Terra. E isso é como uma lição para o homem, para temer o Diabo e
tudo de ruim que ele representa, para não cair em nenhuma tentação que possa
o levar para o inferno por exemplo. Sendo assim, a pergunta que ira guiar a
nossa pesquisa é: “De que forma o Diabo e o imaginário são representados nos
relatos de viagem ao Novo Mundo?”. Buscaremos responder com base no
conceito de representação social de Chartier que nos revela: as representações
só acontecem quando o grupo tem interesses próprios.
OBJETIVO CENTRAL:
METODOLOGIA
CRONOGRAMA DE OPERAÇÕES
Abr
Mai
Fev
Nov
Dez
Jun
Ago
Set
Out
Mar
Jul
Fases da
pesquisa
Levantamento X
bibliográfico
Leitura das
Fontes X X
Confecção
primeiro X X
capítulo
Confecção X X
segundo
capítulo
Confecção do X X
terceiro capítulo
Revisão X
REFERÊNCIAS: