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As Cascas de Banana Do Português - Betty Vibranovski
As Cascas de Banana Do Português - Betty Vibranovski
VIBRANOVSKI
V626c
Vibranovski, Betty.
As cascas de banana do português: não escorregue nas minúcias do nosso idioma. – Rio de Janeiro:
Bonecker, 2018.
100 p. : 14 x 21 cm
Bibliografia: p. 98-99
ISBN 978-85-93479-90-8
Rua Hermengarda, 60, sala 407
Méier, Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20.710-010
Tel.: (+55 21) 4132-7122
www.bonecker.com.br
Dedico este livro ao meu filho,
Daniel.
Apresentação
O livro Brasil do Casseta não teria o mesmo brilho sem a revisão da Betty. Um
trabalho exaustivo e preciso. Tudo que publico passa pelas mãos dela, artigos,
livros etc. Não estranhem se ouver algum erro neste depoimento. A Betty não
revisou.
Helio de La Peña, humorista.
Existem pessoas que são ótimas em tudo que fazem. Posso garantir a vocês que
Betty Vibranovski é uma delas. Sou muito grato pelo trabalho maravilhoso que
ela faz no Bons livros. Por isso, eu recomendo a todos os interessados essa
profissional de primeiro time.
Luiz Guilherme de Beaurepaire, autor do site Bons Livros para Ler.
infinitivo com sujeito diferente do sujeito do verbo da obrigatória “Farei o possível para os hóspedes
oração anterior terem conforto aqui em casa.”
infinitivo com sujeito igual ao do sujeito da oração optativa “Fomos à escola para
anterior conversar/conversarmos com a
diretora.”
infinitivo regido por preposição e que atua como proibida “Eles foram impedidos de sair.”
complemento de substantivo ou adjetivo “Elas não têm condições de
comprar.”
“Somos obrigados a entregar a
declaração.”
infinitivo regido por preposição e que atua como optativa “Ele convenceu os colegas a
complemento de verbo participar/participarem do
projeto.”
verbos “deixar”, “fazer”, “mandar”, “ouvir”, “sentir” optativa Se o sujeito do infinitivo não for
ou “ver” antes do infinitivo pronome oblíquo:
“Deixe as pessoas
entrar/entrarem.”
“Ouvi os pássaros
cantar/cantarem.”
1 Não se usa hífen quando o segundo termo perdeu o “h” original: desumano, inábil.
Prefixos
Prefixo Com hífen Sem hífen
aero, agro, alvi, ante, anti, arqui, auto, contra, Quando a palavra Em todos os demais casos:
des1, eletro, entre, extra, foto, geo, hidro, in1, seguinte começa com autorretrato, autossustentável,
infra, macro, maxi, mega, micro, mini, moto, “h” ou com vogal autoanálise, antissocial, antivírus,
multi, nano, neo, pluri, poli, proto, pseudo, igual à última vogal miniconto, minirreforma,
retro, semi, sobre, socio, supra, tele, tri, ultra, do prefixo: minissaia, contraproposta,
vaso, video auto-hipnose, microssistema, semiárido,
arqui-inimigo, anti- ultrassom.
herói,
contra-ataque, mega-
amiga,
micro-ondas,
mini-hotel, semi-
integral, sobre-
humano.
além, aquém, bem2, ex, pos3, pré3, pró3, Sempre são seguidos Além-mar,
recém, sem, vice de hífen. bem-educado,
bem-sucedido,
pré-natal, pró-forma, recém-
nascido,
sem-terra, vice-campeão.
1 Não se usa hífen quando o segundo termo perdeu o “h” original: desumano, inábil.
2 Usa-se hífen quando forma com a outra palavra um adjetivo ou um substantivo.
3 Quando a pronúncia for fechada (pos, pre, pro), liga-se sem hífen ao outro termo: preencher, posposto.
(Exceções: preaquecer, predeterminar, preestabelecer, preexistir.)
Pronúncias que geram dúvidas
Palavra Pronúncia
recorde reCÓRde
subsídio subCídio
inexorável ineZorável
rubrica ruBRIca
aerossol aeroSSol
subsistência subCistência
gratuito, fortuito, graTUito, forTUito,
intuito, circuito inTUito, cirCUito
Roraima RorÂima ou RorÁima,
tanto faz.
impregna imPRÉgna
fluido FLUido
QUE – quando “que” recebe acento
Escreve-se “que” com acento para marcá-lo como monossílabo tônico, e isso
ocorre nas seguintes situações:
1. Quando “que” é substantivo. Representa algo de modo indeterminado,
indefinido, equivalendo a “alguma coisa” ou “qualquer coisa”. É sempre
modificado por um determinante (artigo, adjetivo, pronome ou numeral),
tornando-se monossilábico tônico:
■Ela tem um quê de mistério.
■Sua tatuagem era um quê, representando a inicial de seu nome.
2. Quando “que” é pronome e está no final da frase ou antes de uma pausa:
■Você tem fome de quê?
■Você não me ligou por quê?
■Se não entendeu por quê, sua obrigação era perguntar.
3. Quando “que” é interjeição, sendo seguido do ponto de exclamação:
■Quê! Ele disse isso?
QUE – quando há vírgula antes de “que”
1. Usamos vírgula antes de “que” quando a oração iniciada por esse
“que” acrescenta ao antecedente a que se refere uma informação acessória,
dispensável ao sentido essencial da frase. Esse tipo de oração chama-se oração
subordinada adjetiva explicativa.
Exemplos:
■Quero vestir minha blusa vermelha, que está no varal. (Neste exemplo, a
vírgula indica que eu tenho uma única blusa vermelha, e estou acrescentando
a informação de que ela está no varal. A oração “que está no varal”, neste
caso, é explicativa.)
■Os caminhoneiros, que fizeram greve, reivindicavam aumento de salário.
(Aqui não se trata de um grupo específico, mas sim de todos os
caminhoneiros.)
2. Não usamos vírgula antes de “que” quando a oração iniciada por esse “que”
restringe ou especifica o sentido da palavra a que se refere, sendo, portanto,
indispensável ao sentido da frase. Esse tipo de oração chama-se oração
subordinada adjetiva restritiva.
Exemplos:
■Quero vestir minha blusa vermelha que está no varal. (Conclui-se que tenho
outras blusas vermelhas, mas quero vestir aquela que está no varal. A oração
“que está no varal”, neste caso, é restritiva, ou seja, está especificando, entre
todas as minhas blusas vermelhas, a que está no varal.)
■Ela assistiu ao filme que ganhou o Oscar de 2017. (A oração “que ganhou o
Oscar de 2017” especifica o filme, indicando que ela não assistiu a qualquer
filme, mas sim aquele que ganhou o Oscar de 2017. Uma restrição, portanto,
àquele filme.)
Qualquer / quaisquer
“Quaisquer” é o plural de “qualquer”: “É proibida a entrada, quaisquer que
sejam os motivos”.
Questionar / perguntar
“Questionar” significa “pôr em dúvida”: “O cliente questionou a legalidade do
contrato”. Não é sinônimo de “perguntar”: “O cliente perguntou se a reunião
pode ser às 17h”.
Ratificar / retificar
Ratificar – Significa “confirmar”: “Ele ratificou as informações fornecidas pelo
colega”.
Retificar – Significa “corrigir”: “Ele retificou os erros do relatório”.
Regência verbal
Os verbos transitivos podem ser: transitivos diretos, que exigem complemento
sem preposição, ou transitivos indiretos, que exigem complemento com
preposição.
A seguir, a regência de alguns verbos:
Verbo Regência
agradar No sentido de “fazer agrado, fazer carinho”, usa-se sem
preposição: “O pai agradava os filhos”; “A empresa agradava os
clientes com promoções”.
No sentido de “satisfazer”, exige a preposição “a”: “O
espetáculo não agradou ao público”.
agradecer Se tem por complemento uma “coisa”, usa-se sem preposição:
“Agradeceram o convite”.
Se tem por complemento uma “pessoa”, é regido pela
preposição “a”: “Agradeceu ao amigo a grande ajuda”.
assistir No sentido de “ver”, “comparecer” ou “estar presente”, exige a
preposição. “a”: “Vai assistir ao discurso, à palestra, à sessão”.
No sentido de “prestar assistência”, “auxiliar”, “socorrer”, é
transitivo direto: “O médico assistiu o doente”.
atender No sentido de “acolher, receber, recepcionar” (para pessoas),
usa-se sem preposição: “Ela está atendendo o visitante”; “Vou
atender o telefone (= quem telefonou)”.
Para coisas, é transitivo indireto: “Vamos conseguir atender às
demandas”; “Vamos atender aos pedidos”.
atingir Usa-se sem preposição: “A empresa atingiu as metas deste
ano”.
avisar Admite duas regências:
Avisa-se alguém de/sobre/acerca de/a respeito de alguma
coisa: “A gerência avisou o cliente da mudança de taxas”; “O
guia avisou-nos sobre os assaltos nessa região”.
Avisa-se alguma coisa a alguém: “Avisei a data aos clientes”.
chegar/ir Exigem a preposição “a”.
“Ele chegou a São Paulo”; “O envelope chegou à empresa”.
“Ele vai a Brasília”; “Ele foi à reunião”.
conhecer Usa-se sem preposição: “Ele conhecia todos os convidados”.
convidar No sentido de “convocar/solicitar” a presença: “Convidamos
alguém para algo”. Exemplos: “Convidamos os clientes”;
“Gostaríamos de convidá-los para a festa”; “Convidou-o para
o almoço”.
No sentido de “atrair, provocar”, usa-se a preposição “a”: “O
calor convida a uma bebida gelada”.
implicar No sentido de “causar, acarretar”: usa-se sem preposição: “Esta
decisão implicará sérias consequências”.
No sentido de “envolver, comprometer”: usa-se com dois
complementos, um direto e um indireto com a preposição “em”:
“Implicou o negociante no crime”.
No sentido de “zombar, amolar, hostilizar”: é regido pela
preposição “com”: “Ele implica com ela todo o tempo”.
informar Mesma regência de “avisar”, ou seja, admite estas regências:
Informa-se alguém de/sobre/acerca de/a respeito de alguma
coisa: “O diretor informou o presidente do (ou sobre o) mal-
entendido”.
Informa-se algo a alguém: “Informei o ocorrido ao cliente”.
lembrar Exige a preposição “de” quando for empregada sua forma
pronominal, ou seja, se estiver acompanhado dos pronomes
“me”, “se” ou “nos”: “Eu me lembro da sua formatura”; “Ele se
lembra da sua formatura”; “Nós nos lembramos da sua
formatura”.
É transitivo direto (exige complemento sem preposição) quando
estiver desacompanhado dos pronomes “me”, “se” ou “nos”:
“Eu sempre lembro o aniversário dos amigos”.
obedecer/ Exigem a preposição “a”: “O motorista desobedeceu à lei de
desobedecer trânsito”; “As crianças obedeceram aos professores”.
obrigar Obriga-se alguém a alguma coisa: “O governou obrigou os
contribuintes a pagar mais impostos”; “O governos obrigou-os
a pagar mais impostos”.
pagar Paga-se algo, mas paga-se a alguém: “Ela pagou a dívida aos
credores”; “Ele pagou a dívida”; “Ele pagou ao governo”.
pedir Pede-se alguma coisa a alguém: “Ela pediu um desconto ao
vendedor”; “Eu pedi a todos que não faltassem”; “Peço-lhe
enviar o documento por e-mail”.
perdoar Perdoa-se algo, mas perdoa-se a alguém: “Perdoou o erro”;
“Perdoou ao amigo”.
preferir Prefere-se sempre uma coisa a outra: “Prefiro trabalhar em casa
a ficar até mais tarde na empresa”; “Prefere português a
matemática”.
proceder No sentido de “ter fundamento, comportar-se”: usa-se sem
preposição: “Suas queixas não procedem”.
No sentido de “originar-se”, exige a preposição “de”: “Muitas
brigas procedem da falta de comunicação”.
No sentido de “dar início, executar”: usa-se a preposição “a”:
“O delegado deseja proceder ao interrogatório”.
responder No sentido de “dizer, declarar”, usa-se sem preposição: “O
cliente respondeu que não aceita a proposta enviada”.
No sentido de dar resposta a uma pergunta, exige a
preposição “a”: “O cliente não respondeu ao questionário”.
No sentido de dar uma resposta a alguém, exige um
complemento sem preposição e um com a preposição “a”: “Só
respondo alguma coisa à autoridade”.
simpatizar/ Exigem a preposição “com”: “O diretor não simpatizou com a
antipatizar ideia”.
Resta ou restam?
O verbo “restar” admite normalmente o plural: “Restam alguns objetos”. Na
ordem direta: “Alguns objetos restam”.
Retalhar / retaliar
Retalhar – Significa cortar em retalhos ou pedaços: “Ela retalhou o vestido
todo”.
Retaliar – É aplicar a lei do talião, revidar o dano com outro dano: “Não retaliou
os agressores”.
Reúso
Escreve-se “reúso”, com acento em “u”: “O reúso da água é uma solução que
traz inúmeros benefícios”.
De acordo com as regras ortográficas da língua portuguesa, os hiatos formados
por “i” e “u”, tônicos, acompanhados ou não de “s”, devem vir com o acento
agudo: “reúso, reúno, saída, saúde, faísca, Suíça”.
Reverter / inverter
Reverter – Significa:
1. Voltar à situação anterior: “O estado do paciente piorou, mas o médico
conseguiu reverter o quadro clínico”.
2. Destinar: “A renda do bazar reverterá em benefício de crianças pobres”.
Inverter – Significa mudar para uma situação oposta: “Inverteu a posição do
sofá”.
Reveses / revezes
Reveses – É o plural de “revés”, que significa “adversidade”, “obstáculo”: “Ele
sofreu muitos reveses durante a vida”.
Revezes – É uma forma verbal do verbo “revezar”: “Espero que tu revezes com
teu irmão”.
Seção /sessão / cessão
Seção – Divisão; setor; departamento; área:
■Trabalha na seção de artigos para casa.
■Qual a sua seção eleitoral?
■Gosto de ler a seção de esportes do jornal.
Sessão – Tempo durante o qual se realiza uma atividade específica:
■sessão de cinema
■sessão de fotos
■sessão espírita
Cessão – Ato de ceder algo:
■Ele fez a cessão dos seus bens.
Se não / Senão
Se não – Estabelece relação de condição. Equivale a “caso não” ou “quando
não”.
■Se não chover, ela vai pedalar. (= caso não)
■A empresa vai demitir 90% dos terceirizados, se não todos. (= quando não)
Senão – Usamos “senão” em cinco situações:
■Caso contrário: “Ande logo, senão chegaremos atrasados”.
■Mas sim: “Não era caso de demissão, senão de advertência”.
■A não ser: “Não temos opção, senão utilizar o viaduto”.
■Exceção: “Não tenho alternativa senão refazer o trabalho”.
■Defeito, falha: “Ele é ótimo empregado, seu único senão é chegar atrasado às
reuniões”.
Siglas – plural
Plural de siglas: devemos acrescentar um “s” minúsculo: os PMs, dois IPTUs,
duas TVs.
Sob / sobre
Sob – Significa “embaixo”: “O rato está sob a mesa”; “Está tudo sob controle”;
“Estava sob pressão”.
Sobre – Significa “em cima de”: “A mulher está sobre a mesa”.
Sobra ou sobram?
O verbo “sobrar” admite normalmente o plural: “Sobram alguns objetos”;
“Sobraram alguns objetos”. Na ordem direta: “Alguns objetos sobram”; “Alguns
objetos sobraram”.
Suplementar / complementar
Suplementar – Significa “extra”, “adicional”. Uma “verba suplementar” é uma
verba extra, adicional, não prevista.
Complementar – Uma “verba complementar” é a parte que faltava.
Tampouco / tão pouco
Tampouco – Equivale a “nem”: “Não trabalha tampouco estuda”.
Tão pouco – Equivale a “muito pouco”: “Produziu tão pouco que foi demitido”.
Tachar / taxar
Tachar – Significa “qualificar alguém de atributo negativo”, “rotular”: “Esse
funcionário foi tachado de incompetente”.
Taxar – Significa “tributar”, “pôr uma taxa”: “O governo quer taxar a
poupança”; “A alfândega taxa os produtos importados”.
Tem / têm
Tem – Terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo “ter”: “Ele
tem filhos”.
Têm – Terceira pessoa do plural do presente do indicativo do verbo “ter”: “Os
clientes têm prioridade”.
Todo / todo o
Todo = “qualquer”: “Faço todo trabalho” (= qualquer trabalho); “Trabalho todo
dia” (= todos os dias).
Todo o = “inteiro”: “Faço todo o trabalho” (= o trabalho inteiro); “Trabalho todo
o dia” (= o dia inteiro).
Tráfego / tráfico
Tráfego – Refere-se a trânsito: “O tráfego na Av. Brasil é intenso pela manhã”.
Tráfico – Refere-se a comércio ilegal. Exemplos: tráfico de drogas, de escravos,
de mulheres, de crianças, de órgãos humanos.
Trata-se de
A construção “trata-se de” indica que o sujeito da oração está indeterminado. O
“se” é o índice de indeterminação do sujeito. Assim, nessa construção, o verbo
“tratar” só pode ficar no singular.
■Certo: Trata-se de documentos importantes.
■Errado: Tratam-se de documentos importantes.
Um erro comum é explicitar um sujeito para “trata-se de”. Exemplo de erro: “A
palestra trata-se de um assunto complexo”. A norma gramatical do português não
permite a explicitação do sujeito da oração (“a palestra”) para o verbo com
estrutura de sujeito indeterminado (“trata-se de”).
Para usar a estrutura “trata-se de”, elimine o sujeito da oração.
Frases corretas:
■Trata-se de um assunto complexo.
■A palestra é sobre um assunto complexo.
Traz / trás
Traz – É o verbo “trazer” na terceira pessoa do singular do presente do
indicativo: “Ele traz notícias boas”; “A água da enchente traz doenças à
população”.
Trás – É advérbio de lugar e vem sempre introduzido por preposição: “Não
adianta olhar para trás”; “Ele saiu de trás do carro”; “O ônibus passa por trás
dessa rua”.
Valores
Quando escritos, valores em reais e em dólar diferem na pontuação. Em real, o
milhar é identificado por ponto e os centavos por vírgula: “R$ 1.000,00”. Em
dólar, é o contrário: “US$ 1,000.00”.
Vê / veem
São conjugações do verbo “ver”.
Presente do Indicativo:
■Ele vê problemas nisso.
■Eles veem problemas nisso.
Futuro do Subjuntivo:
■Se eu/ele vir.
■Se nós virmos.
■Se eles virem.
Vem / vêm
São conjugações do verbo “vir”.
Presente do Indicativo:
■Ele vem à reunião hoje à tarde.
■Eles vêm à reunião hoje à tarde.
Futuro do Subjuntivo:
■Se eu/ele vier.
■Se nós viermos.
■Se eles vierem.
Vende-se ou vendem-se casas?
O certo é ”Vendem-se casas”.
A presença da partícula apassivadora “se” faz a frase ser passiva, ou seja, o
sujeito (casas) é quem sofre a ação do verbo, e não quem pratica a ação de
vender. Equivale a “Casas são vendidas”.
Em “Vende-se este carro”, o verbo fica no singular porque o sujeito (este carro)
está no singular. Equivale a “Este carro é vendido”.
Em “Vendem-se carros usados”, o verbo está no plural porque o sujeito (carros
usados) está no plural. Equivale a “Carros usados são vendidos”.
Viagem / viajem
Viagem – É substantivo: “A viagem será amanhã”.
Viajem – É a terceira pessoa do plural do presente do subjuntivo do verbo
“viajar”: “Preciso que eles viajem amanhã para Salvador”.
Vírgula – quando usar
1. Para separar enumerações, termos e orações independentes entre si (núcleos de
um sujeito composto, orações coordenadas assindéticas, termos de uma série
não ligados pelo conectivo “e”).
■O diretor, os consultores e os coordenadores se reuniram ontem à noite.
(núcleos de um sujeito composto)
■Precisamos comprar canetas, papel, borrachas, lápis. (enume-ração)
■Eles chegaram cedo, discutiram o assunto, resolveram tudo. (orações
coordenadas assindéticas)
2. Quando, em determinado contexto, o nome representa a única pessoa a ocupar
determinado cargo ou ter determinada condição.
■O atual presidente da França, Emmanuel Macron, nasceu em 1977.
■Regina chegou acompanhada dos filhos, Pedro e Paulo. (Ou seja, Pedro e
Paulo são os únicos filhos de Maria. Mas, se ela tiver outros filhos, que não a
acompanharam, a frase fica sem vírgula: “Regina chegou acompanhada dos
filhos Pedro e Paulo”.)
3. Depois de orações subordinadas antepostas à principal.
■Se não chover, iremos à praia.
■Quando eu terminar a tese, vou comemorar.
■Embora não se dedicasse à empresa, ele foi promovido.
■Conforme nos foi solicitado, estamos enviando os documentos.
4. Antes do “que” de oração subordinada adjetiva explicativa.
■Os caminhoneiros, que fizeram greve, reivindicavam aumento de salário. (Ou
seja, todos os caminhoneiros fizeram greve.)
5. Quando há elipse de verbo idêntico ao anterior.
■Paula foi à feira; Sonia, ao mercado.
6. Para separar orações intercaladas.
■Ele disse que, quando for ao Rio de Janeiro, ficará hospedado em
Copacabana.
7. Antes das conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
no entanto) e conclusivas (logo, portanto, por isso, por conseguinte, então).
■Esse restaurante é ótimo, mas é muito caro.
■Ele sempre se dedicou à empresa, por isso será promovido.
Observações:
a)As conjunções adversativas e conclusivas, quando
deslocadas, devem ficar entre vírgulas: “Ele sempre se
dedicou à empresa, nunca foi, porém, promovido”; “Ele
sempre se dedicou à empresa, será, portanto, promovido”.
b)A conjunção “pois”, com o valor conclusivo, deve ficar entre
vírgulas: “Ele sempre se dedicou à empresa, será, pois,
promovido” (= portanto).
c)A conjunção “pois”, com o valor explicativo ou causal, pode
ou não vir antecedida de vírgula: “Ele deverá ser promovido,
pois se dedica à empresa” (= porque).
8. Antes de “e” que inicia oração com sujeito diferente da oração anterior.
■Os alunos reclamaram, e a direção atendeu.
9. Para separar adjuntos adverbiais de natureza diferente.
■Ontem à noite, no Maracanã, sob chuva forte, o Botafogo derrotou o Vasco.
10. Para isolar expressão explicativa (“isto é”, “a saber”, “aliás”, “ou seja”).
■Vou me mudar daqui a uma semana, ou seja, tenho apenas sete dias para
resolver tudo.
11. Para isolar aposto.
■Ian McEwan, um dos maiores escritores britânicos, lançará um novo
romance.
12. Para isolar vocativo.
■Olá, pessoal!
■Oi, amiga.
■Bom dia, meu amor.
■Patrícia, onde será a reunião?
■Não se esqueça, Daniel, de pagar a conta.
Vírgula – quando não usar
1. Para separar sujeito do predicado, independentemente da ordem dos termos.
■Os empresários dos países europeus que vieram para a conferência no Rio de
Janeiro estão hospedados no Othon.
■Foram entregues os documentos.
■Quem quiser pode ir.
2. Para separar termos complementares, mesmo quando a oração está em ordem
invertida.
■O aluno informou aos professores que não participará do torneio.
■Aos professores o aluno informou que não participará do torneio.
3. Quando o nome define uma pessoa que ocupa um cargo compartilhado com
outras.
■O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa foi condenado. (Há vários ex-
diretores da Petrobras.)
4. Quando o nome do cargo ou profissão funciona como uma espécie de título.
■O prefeito Marcelo Crivella cancelou a reunião.
■O papa Francisco viajou nesta manhã.
5. Com orações subordinadas adjetivas restritivas.
Os empregados que receberam propina foram demitidos. (Somente os
empregados que receberam propina foram demitidos.)
Vírgula – uso opcional
1. Com expressões adverbiais breves, antepostas ou intercaladas.
■Ele participará em Brasília de uma reunião com o presidente da empresa.
■Ele participará, em Brasília, de uma reunião com o presidente da empresa.
2. Depois de “no entanto”, “entretanto”, “por isso”, “porém”, “contudo”,
“portanto”, “todavia”, quando iniciarem o período.
■No entanto, ele disse que não pode adiantar a entrega.
■No entanto ele disse que não pode adiantar a entrega.
3. Antes de orações adverbiais de alguma extensão que estejam depois da
principal.
■Ele deixará o cargo se o projeto que apresentou não for aprovado.
■Ele deixará o cargo, se o projeto que apresentou não for aprovado.
4. Em construções com pares de conjunções alternativas (ou...ou, quer... quer,
seja... seja, nem... nem).
■Todos pagam impostos, sejam ricos, sejam pobres.
■Todos pagam impostos, sejam ricos sejam pobres.
Vultoso / vultuoso
Vultoso – Significa “grande”, “volumoso”: “Foram desviadas quantias
vultosas”.
Vultuoso – Refere-se a “vultuosidade”, ou seja, inchaço e vermelhidão das faces
e olhos: “Foi ao médico porque o rosto estava vultuoso”.
Zero
É singular. Dessa forma, a concordância correta é “zero hora”, “zero grau”, “zero
açúcar”.
Zero-quilômetro
É adjetivo, invariável e escreve-se com hífen: “Comprei dois carros zero-
quilômetro”; “Comprou duas bicicletas zero-quilômetro”.
Bibliografia
AULETE, Caldas, Dicionário Aulete digital, disponível em http://www.aulete.com.br.
CEGALLA, Domingos, Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa, 3ª edição, Ed. Lexikon, 200
CINTRA, Lindley; CUNHA, Celso, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Ed. Lexikon, 2009.
LUFT, Celso Pedro, A vírgula, 2ª edição, São Paulo, Ed. Ática, 1998.
PIACENTINI, Maria Tereza de Queiroz, Manual da Boa Escrita. Vírgula, Crase, Palavras Compostas,
1ª edição, Rio de Janeiro, Ed. Lexikon, 2014.
SILVA, Sérgio Nogueira Duarte da, O português do dia a dia: como falar e escrever melhor, Rio de
Janeiro, Ed. Rocco, 2003.
SQUARISE, Dad; CUNHA, Paulo José, 1001 dicas de português: manual descomplicado, São Paulo, Ed.
Contexto, 2015.
SQUARISE, Dad; SALVADOR, Arlete, A arte de escrever bem: um guia para jornalistas e
Profissionais do texto, São Paulo, Ed. Contexto, 2013.
SQUARISE, Dad; SALVADOR, Arlete, Escrever melhor: guia para passar os textos a limpo, 3ª edição,
São Paulo, Ed. Contexto, 2008.