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DE CONTROLE
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AULA 1
Analogia de sistemas
mecânicos
1. Analogia de Sistemas
Definimos sistemas análogos como sistemas físicos, de qualquer
natureza, os quais são descritos pela mesma equação ou conjunto de
equações íntegro-diferenciais (Estudaremos análogos elétricos).
A lei fundamental que governa os sistemas mecânicos é a segunda lei de
Newton. Ela pode ser aplicada a quaisquer sistemas mecânicos.
1.1.1. Translação
Nos sistemas mecânicos de translação, há três principais elementos
que possibilitam o entendimento da analogia desses sistemas com os
circuitos elétricos, por meio de suas equações de entrada e saída.
• Força: é a grandeza física que pode ser definida como a causa que
tende a modificar o movimento de um corpo sobre o qual ela age.
Para se movimentar um corpo, é necessário aplicar-lhe uma força.
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Onde:
- Fmassa é a força aplicada sobre a massa M,
- M é a massa e
- a é a aceleração da massa,
- v a velocidade, e
- x o deslocamento da massa.
Fmola = K.x
Onde:
- Fmola é a força aplicada sobre a mola,
- K é a constante de elasticidade da mola, e
- x é o distenção da mola.
Famortecedor = μ.N
Onde:
- Famortecedor é a força aplicada sobre o sólido,
- μ (adimensional) é o coeficiente de atrito dinâmico entre as superfícies
em contato, e
- N é a força normal entre as superfícies.
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• Amortecimento viscoso (é o que mais ocorre na prática da Engenharia)
resulta do atrito viscoso, isto é, aquele que acontece entre um sólido
(uma peça) e um fluido viscoso (um óleo lubrificante, por exemplo),
interposto entre as peças móveis do sistema mecânico. Assim, o atrito
que ocorre entre um eixo e o seu mancal de deslizamento, quando
há lubrificação, é um atrito viscoso. A força de atrito viscoso (ou
resistência viscosa) é diretamente proporcional à velocidade relativa
entre o sólido e o fluido.
Onde:
- Famortecedor é a força aplicada sobre o sólido,
- B é a constante de atrito viscoso do fluido viscoso, e
- v é a velocidade relativa entre o sólido e o fluido.
Onde:
- M = Massa do corpo
- B = Coeficiente de Atrito viscoso do amortecedor
- K = Constante de elasticidade da mola
- x = deslocamento do corpo na horizontal
- Fexterna = Força externa aplicada à massa
Sabemos que:
Fmassa = M.a = M.dv/dt = M.d2x/dt2
Famortecedor = B.v = B.dx/dt
Fmola = K.x
ΣFexternas(t) – ΣFreação(t) = 0
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Esse princípio é aplicável a todos os instantes de tempo. Para aplicá-lo, é
ncessário fixar uma direção e um sentido positivo de referência, de acordo
com o qual, as forças serão positivas ou negativas.
Dessa forma, para o sistema padrão (massa, mola e amortecedor) pode-
se escrever que:
Obtendo:
1.1.3. Rotação
Torna-se agora mais simples estabelecer as regras para obtenção de
sistemas análogos de rotação. É necessário apenas definir os elementos,
parâmetros e variáveis deste tipo de sistema.
A variável fundamental será o torque, a qual corresponde à força no
sistema de translação. A variável velocidade angular, por sua vez, corresponde
à velocidade do sistema de translação.
• Torque de Inércia: É originado pela forma do sólido (e não pela
massa em si), ou seja, pelo momento de inércia do elemento de
rotação. O torque de inércia da massa é proporcional à aceleração
angular tal que:
Onde:
- Tmassa é o torque de inércia aplicado sobre a massa,
- a qual tem momento de inércia J, e
- α é a aceleração angular da massa (α = dw/dt = d2θ/dt2),
- sendo w a velocidade angular, e
- θ o deslocamento angular da massa.
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• Torque de Atrito: É análogo ao atrito do sistema de translação,
sendo proporcional à velocidade angular da massa. O torque de
atrito é dado por:
Onde:
- Tatrito é o torque de atrito aplicado sobre a massa;
- B é o coeficente de atrito viscoso;
- w é a velocidade angular, e
- θ é o deslocamento angular da massa.
Ttorção = K.θ
Onde:
- Ttorção é o torque de torção aplicado sobre a massa;
- K é o coeficente de atrito viscoso, e
- θ é o deslocamento angular da massa.
Onde:
- J = Momento de Inércia do sólido
- B = Coeficiente de Atrito Viscoso da frenagem
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- K = Coeficiente de Torção do sólido
- θ = Deslocamento Angular
- w = Velocidade Angular
- Texterno = Torque externo aplicado ao sólido
Sabemos que:
Tmassa = J.α = J.dw/dt = J.d2θ/dt2
Tatrito = B.w = B.dθ/dt
Ttorção = K.θ
Obtendo:
Substituindo os torques:
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va = v b = v e x a = x b = x
va ≠ v b e x a ≠ x b
va ≠ v b e x a ≠ x b
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A equação íntegro-diferencial será
2)
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ANALOGIA FORÇA - CORRENTE
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Circuito elétrico análogo com a analogia Torque-Corrente (velocidade -
tensão).
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Circuito elétrico análogo com a analogia Força-Tensão (velocidade –
corrente).
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Derivando e rearranjando as equações:
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AULA 2
Analogia de sistemas
hidráulicos
1. Sistemas hidráulicos
Na análise de sistemas hidráulicos envolvendo o fluxo de fluidos, tem-se
a necessidade de distinguir os regimes de escoamento em fluxo laminar e
turbulento, de acordo com o valor do número de Reynolds. Se o número de
Reynolds for maior do que aproximadamente 3.000 - 4.000, então, o fluxo é
turbulento.
O fluxo é laminar se o número de Reynolds for menor do que
aproximadamente 2.000. No caso laminar, o fluxo se dá segundo linhas de
escoamento, sem turbulência. Sistemas envolvendo escoamento turbulento,
na maioria das vezes, têm de ser representados por equações diferenciais
não-lineares; já sistemas envolvendo escoamento laminar podem ser
representados por equações diferenciais lineares. Dessa forma, estudaremos
os sistemas envolvendo escoamento laminar.
Onde:
- q(t) = valor de regime permanente da vazão de líquido, m3/s
- K = coeficiente hidráulico, m2/s
- h(t) = valor de regime permanente do nível de líquido, m
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A resistência hidráulica no escoamento laminar é constante e é análoga
à resistência elétrica.
Se o escoamento através da resistência hidráulica Rh for turbulento, o
valor em regime permanente da vazão é dado por,
Onde:
- q(t) = valor de regime permanente da vazão de líquido, m3/s
- K = coeficiente, m2,5/s
- h(t) = valor de regime permanente do nível de líquido, m
Então,
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1.2. Capacitância Hidráulica Ch
A capacitância hidráulica hidráulica Ch de um reservatório é definida
como a variação na quantidade de líquido armazenado necessária para
causar uma variação unitária da altura do nível de líquido.
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Como o sistema é linear ou linearizado, pode-se obter a equação
diferencial que descreve o sistema. A vazão de entrada qi(t) é igual à
quantidade adicional armazenada no reservatório, mais a vazão de saída
qo(t) durante um pequeno intervalo de tempo dt.
Daí,
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No entanto, em malha fechada, pode-se controlar o valor de h(t) aplicando
um controlador.
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são os níveis do líquido nos reservatórios 1 e 2, respectivamente.
Para que se mantenha o controle dos níveis h1(t) e h2(t), deve-se
considerar que:
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Substituindo H2(s) na equação anterior,
Circuito hidráulico:
24
Equações:
Equações:
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2. Sistemas térmicos
São aqueles sistemas que envolvem transferência de calor de uma
substância para outra. Eles podem ser analisados em termos de resistência
e de capacitância térmicas, embora esses dois critérios não possam ser
representadas precisamente como parâmetros concentrados.
Admite-se, como hipótese simplificadora, que as substâncias que são
caracterizadas pela resistência ao fluxo de calor têm capacitância térmica
desprezível, e que aquelas que são caracterizadas pela capacitância térmica
têm resistência desprezível ao fluxo de calor.
Há três diferentes maneiras pelas quais o calor pode fluir de uma
substância para outra: condução, convecção e radiação.
Consideram-se aqui somente os processos de condução e convecção.
A maioria dos fenômenos térmicos presentes nos sistemas de controle de
processos não envolve transmissão de calor por radiação.
Para a transferência de calor por condução ou convecção, tem-se que:
Onde:
- q = taxa de fluxo de calor, kcal/s
- Δθ = diferença de temperatura, °C
- K = coeficiente térmico, kcal/s °C
para a convecção.
Onde
- k = condutividade térmica, kcal/m.s.°C
- A = área normal ao fluxo de calor, m2
- Δx = espessura do condutor, m
- H = coeficiente de convecção, kcal/m2.s.°C
ou
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Onde
- M = massa da substância considerada, kg
- c = calor específico da substância, kcal/kg°C
Definindo-se:
θi = temperatura do líquido de entrada, ºC
θo = temperatura do líquido de saída, ºC
θ = (θo - θi) = diferença de temperatura, ºC
M = massa do líquido no reservatório, kg
c = calor específico do líquido, kcal/kg ºC
RT = resistência térmica, °C.s/kcal
CT = capacitância térmica, kcal/ºC
Q = taxa de entrada de calor do aquecedor, kcal/s
qi = taxa de entrada de calor, kcal/s
qo = taxa de saída de calor, kcal/s
27
Substituindo
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O fluxo de calor q(t) transferido por condução para o mercúrio (Hg)
através da parede do recipiente de vidro é dado por:
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Equação do nó-1:
Equação da malha-1;
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AULA 3
Analogia de sistemas
eletromecânicos
1. Sistemas eletromecânicos
Um componente eletromecânico muito utilizado é o motor de corrente
contínua, o qual converte energia elétrica em corrente contínua em energia
mecânica rotativa.
Devido a recursos tais como torque elevado, possibilidade de controle de
velocidade sobre uma ampla faixa de valores, portabilidade, característica
velocidade-torque bem comportada e adaptabilidade a vários tipos de
métodos de controle, os motores de corrente contínua ainda são usados
largamente em numerosas aplicações de controle, incluindo manipuladores
robóticos, mecanismos de transporte de fitas, acionadores de disco,
máquinas-ferramentas e atuadores de servoválvulas.
Para aplicação em sistemas de automação de posição, um motor
de corrente contínua fornece um deslocamento angular como saída para
uma tensão de entrada. Essa tensão pode ser aplicada no campo estatórico
(estator) ou na armadura rotórica (rotor).
Este esquema ilustra um sistema automático de posicionamento de
antena parabólica, aplicando um motor de corrente contínua:
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A função de transferência do motor de corrente contínua será deduzida
por meio de uma aproximação linear do motor real, e os efeitos de segunda
ordem, como histerese e queda de tensão nas escovas, serão desprezados.
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Figura 3 – Partes construtivas de um motor de corrente contínua
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- Lf = autoindutância do campo
- ia = corrente de armadura
- if = corrente de armadura
- Va = tensão de armadura
- Vf = tensão do campo
- w = velocidade angular do eixo do motor
- θ = deslocamento angular do eixo do motor
- J = momento de inérica da carga
- b = atrito viscoso da carga
ϕ = Kf if ................................................(1)
Tm = K1ϕia(t)..........................................(2)
Substituindo ϕ = Kf if em Tm
Tm = K1Kf if(t)ia(t)…………….…………(3)
Para ter um elemento linear, uma das correntes deve ser mantida
constante enquanto a outra se torna a corrente de entrada.
Se o Tm for controlado pela tensão aplicada aos terminais de campo
mantem-se ia(t) constante e if(t) se torna a corrente variável de entrada, assim:
Tm = Kmif(t)…………………........……...(4)
Tm = Kmia(t)…………………........……...(5)
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• Equação mecânica
O torque Tm motor é igual ao torque entregue à carga, então:
• Equações Elétricas
O torque Tm motor para if = I f constante e ia(t) variável é proporcional à
variação de ia(t), então:
Fazendo:
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Pode-se escrever;
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3. Motor de corrente contínua controlado pela tensão de campo
Para o Tm controlado pela tensão aplicada aos terminais de campo
mantém-se ia(t) constante e if(t) se torna a corrente variável de entrada.
• Equação mecânica
O torque Tm motor é igual ao torque entregue à carga, então:
• Equações Elétricas
O torque Tm motor para ia = Ia constante e if(t) variável é proporcional à
variação de if(t), então:
Fazendo:
Pode-se escrev
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EXEMPLO: Seja o mesmo motor CC do exemplo anterior, agora controlado
pela aplicação de tensão em seu campo, dado pelo esquema a seguir:
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