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CURITIBA/PR
2018
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
THALITA TAIOANE BELETATO
Orientador (A):
CURITIBA/PR
2018
RESUMO
O presente trabalho tem por temática A Formação dos Professores na Educação Especial, na
Modalidade do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, as definições de deficiência e o atendimento
educacional especializado, ressaltando a importância da Libras. Essa Linguagem é indispensável
para os portadores de deficiência auditiva, em toda faixa etária, pois, por meia desta, os deficientes
exploram sua curiosidade e melhoram sua conduta no processo de ensino- aprendizagem. Desse
modo, utilizou- se de uma pesquisa bibliográfica apontando a historia da deficiência, suas definições
e causas, dando foco no atendimento educacional especializado, ressaltando em certos pontos a
legislação vigente a favor da educação e inclusão dos portadores de deficiência. Concluindo que a
Educação Especial constitui- se em uma estratégia para o desenvolvimento de qualquer pessoa
portadora de necessidades especiais, pois esta, além de contribuir e influenciar na aprendizagem dos
conteúdos escolares básicos, também auxilia no desenvolvimento dos aspectos cognitivos, afetivos e
psicomotores de cada individuo
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação
com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva.
(Convenção sobre os direitos da pessoa com deficiência, 2007 ).
Ao passar dos anos, houve vários decretos, leis, resoluções, portarias que
vieram tematizar a questão da educação especial, assunto este que é temática para
um longo estudo.
2. DEFICIÊNCIA AUDITIVA
A deficiência auditiva pode ser considerada a perda da audição tanto total
como parcial, que levam as pessoas a não escutarem sons, vozes, barulhos que são
comuns no dia a dia dos ouvintes, e que para estes são tão normais, pois já estão
acostumados, enquanto os surdos vivem num mundo silencioso, onde não existem.
Como a surdez não é algo percebível de longe aos nossos olhos, no que diz respeito
à estética do indivíduo comparável a outras deficiências como a deficiência física,
essa muitas vezes passa despercebida, se não formos realmente conversar com a
pessoa para perceber sua necessidade especial.
4. INTERPRETE
O interprete é um ouvinte que estudou e dedicou-se muito no aprendizado
das Libras, não só teoricamente, mas exercendo a prática da língua, convivendo
com os surdos. Pode parecer que a Língua Brasileira de Sinais é simples a primeira
vista, mas não é bem assim, pois como toda língua ela possui sua complexidade,
ainda mais por ser cheia de gestos realizados no sentido espaço-visual, que são
cheios de significação.
5. INSTRUTOR
O instrutor é em geral um adulto surdo que possui mais domínio das LIBRAS,
e por entender com maior facilidade aquilo que o professor ouvinte, não sinalizador
está ensinando, tem como tarefa esclarecer aos discentes surdos àquilo que o
docente está expondo e vice-versa.
Quanto mais cedo à criança surda começar a interagir com o instrutor, mais
chances ela terá de aprender a LIBRAS de maneira natural, possibilitando assim um
melhor desenvolvimento social e escolar. Os surdos para comunicarem-se fazem
inúmeros gestos que sinalizam o que eles querem dizer, se o professor ouvinte de
sala de aula não for um exímio conhecedor da LIBRAS, estes pouco se esforçarão
para comunicar-se com o docente, pois eles sabem que este pouco vai entender o
que eles estão falando.
Independente se o docente for ouvinte, o professor ou o instrutor surdo, todos
deverão conhecer a língua de sinais, e deve fazer uso da mesma no ambiente
escolar, pois a mesma será elemento fundamental e inicial quando se trata de
educação para surdos. Todos os projetos, as atividades pedagógicas, a metodologia
do docente e todas as ações desenvolvidas em torno do aprendizado deverão estar
pautados nesta língua, já que os surdos, só entenderão por meio dela.
Segundo Río, Bosch (1997, apud Oliveira, Braga, 2009, p. 107), o contexto
escolar contribui de forma decisiva para a evolução da comunicação e da linguagem,
tanto oral como escrita. Porém, é geralmente na escola que as dificuldades se
evidenciam e os problemas emergem, podendo as crianças mostrar algum tipo de
comprometimento.
Dessa forma, percebe - se que o aluno surdo precisará de estímulos a mais,
pois ele não contará com uma perfeita audição, o que fará necessário para o seu
ensino um professor que domine Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), pois se
acaso este aluno for totalmente surdo, ele não conseguirá atingir plenamente a
comunicação oral, fazendo- se essencial para o trabalho com o mesmo a libras.
A audição exerce extrema importância no desenvolvimento global do
indivíduo, pois influencia nas questões de aprendizagem num todo. No aprendizado
do surdo são utilizados recursos que o auxiliam positivamente a essa fundamental
tarefa quanto ao seu aprendizado, que são os recursos visuais, mímicas, gestos, e
também temos a língua oficial dos surdos que é a LIBRAS, essa por sua vez, exerce
papel primordial na comunicação entre surdos, e entre surdos e ouvintes, já que por
meio dessa que este irá ter acesso a todas as fontes de conhecimento, aos valores,
as condutas enquanto ser humano, a constituição da personalidade enquanto
sujeito.
As línguas de sinais são línguas naturais porque, como as línguas orais,
surgiram espontaneamente da interação entre pessoas e porque, devido à sua
estrutura, permitem a expressão de qualquer conceito-descritivo, racional, literal,
metafórico, concreto, abstrato, enfim, permitem a expressão de qualquer significado
decorrente da necessidade comunicativa e expressiva do ser humano. (BRASIL,
1998, p.19)
Segundo BRASIL (1998, p. 84), nas línguas de sinais o sinal é formado a
partir da combinação das mãos como um determinado formato em um determinado
lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou um espaço em frente do corpo.
Essas articulações das mãos podem ser comparadas aos fonemas e às vezes aos
morfemas, as quais são chamadas de parâmetros. Na línguas de sinais podem ser
encontrados os seguintes parâmetros:
Configuração das mãos; Ponto de articulação; Movimento; Orientação;
Expressão facial e/ou corporal.
Considera- se que a Libras é ou deve ser a língua materna dos surdos, não
porque é a língua natural dos surdos, mas sim porque, tendo os surdos os bloqueios
para aquisição espontânea de qualquer língua natural oral, só eles vão ter acesso a
uma língua materna que não seja veiculada através do canal oral-auditivo.(BRASIL,
1998, p. 22).
Se a criança nasce surda, desde pequena ela deve aprender a língua de
sinais, pois é por meio desta que ela vai aprender a comunicar-se com os outros,
fazendo-se entender e entendendo aqueles que também a dominam, desta forma,
essa será a sua primeira língua, a língua materna. O português, também deve ser
aprendido, pois esse será usado cotidianamente no contexto escolar, mas não o
português oral, mas sim o escrito.
A aquisiçãoda LIBRAS pela criança surda ao contrário da língua oral, deve
ocorrer espontaneamente, ou seja, através do diálogo. O surdo não
necessita de aula de LIBRAS e sim de conviver com indivíduos que tenham
fluência nessa língua.( PEREIRA, 2008, p.08).
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da análise dos dados obtidos, foi possível identificar que em parte os
professores tem uma noção do que seja a surdez e a deficiência auditiva, suas
implicações no indivíduo, e a importância da inclusão desses alunos em rede regular
de ensino, a política de inclusão tem como objetivo subsidiar os sistemas
educacionais para transformar as escolas públicas brasileiras em espaços públicos
inclusivos e de qualidade, valorizando as diferenças sociais, culturais, físicas e
emocionais e atendam às necessidades educacionais de cada aluno. (2005 apud.
Oliveira, Braga, 2009, p. 137), nesse caso, dos docentes pesquisados, eles
aparentam ter consciência dessa realidade, mas, no entanto isso está longe de se
concretizar efetivamente, pois os professores não se sentem preparados para a
realização do trabalho inclusivo com esses discentes.
Como remate torna - se imprescindível destacar a importância da formação
dos professores, que deve ser realizada continuamente, pois a sociedade não é
estática, portanto os nossos alunos não são os mesmos de décadas atrás, o
docente como profissional da educação deve estar preparado ou buscando esse
aperfeiçoamento que é tão necessário a sua profissão, a qual deve ser uma
formação de qualidade que permita a realização de um bom trabalho, onde as
dificuldades educacionais sejam superadas com o intuito de proporcionar a todos os
educandos, sejam eles especiais ou não, um aprendizado que abranja os
conteúdos necessários a sua formação, bem como um processo avaliativo
diversificado, e sobretudo atendendo suas necessidades para que consigam obter
bons resultados em relação ao conhecimento.
Referências Bibliográficas
BERRO, Andréa Gandolfi. Manual de orientação para professores de crianças
com deficiência auditiva- abordagem aurioral. 2. Ed. São Paulo: Santos,2008.