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Vitamina A

Vitamina A, também chamada "a vitamina da vista". Foi descoberta pelos gregos,
há mais de 2000 anos, apesar de não identificá-las e nem mesmo dar um nome. “Os
antigos gregos observaram que, comendo certos alimentos ricos em gorduras e vitamina
A, tais como fígado de frango e óleos, curavam uma deficiência da visão ao escurecer
(cegueira noturna)". Também, os gregos foram os primeiros a perceberem os efeitos
colaterais decorrentes de dosagens muito elevadas dessa vitamina, "o efeito tóxico
poderia aparecer, tanto em crianças como em adultos . A hiper-vitaminose A, revelou-se a
causa da irritabilidade, ossos entumescidos e inflamados, perda de peso, pele seca e
coceiras. E, adultos os sintomas podem incluir náuseas, dore s de cabeça, sonolência,
perda de cálcio dos ossos".

O avanço nos estudos realizados sobre a vitamina A, revelam outros benefícios


possíveis causados por essa substância, como no combate de algumas formas de câncer,
por suas propriedades cancerígenas, por seus efeitos imunológicos e por ajudar na
renovação da pele envelhecida, quando, outra provitamina se transforma em vitamina D,
em decorrência da exposição da pele aos raios do sol ou aos da luz ultra-violeta artificial.

Todas as vitaminas são produzidas nas folhas verdes e raízes das plantas pelo
processo de fotossíntese. Participam dessa síntese das vitaminas a energia solar com o
dióxido de carbono, água e minerais do solo. Na verdade não existe a vitamina A
propriamente dita, o que acontece é que as plantas produzem o caroteno, uma
provitamina, cujos pigmentos amarelos e alaranjados dão cor aos vegetais e frutas
(cenouras, melão, pêssego etc.); podem ser encontrados nos vegetais de cor verde. O
caroteno e transformado em vitamina A nas par edes dos intestinos e no fígado.

No Brasil o consumo de vitamina A deixa muito a desejar. Dados publicados pela


Organização Mundial da Saúde confirmam, que em "matéria de falta de vitamina A, nós
empatamos com os haitianos no primeiro lugar. Em certas regiões brasileiras, metade da
população tem menos dessa vitamina do que seria adequado", ocasionando todos os
males decorrentes da falta dessa substância, principalmente a cegueira noturna. No
entanto, o contraditório deste fato, é que, no Norte e Nordes te, regiões onde o problema
é mais agravante, existem frutas típicas com alto teor dessas substâncias.

Vitamina D
Essa vitamina faz parte de um grupo de vitaminas (D1, D2, D3), todas são vitais
para manutenção e controle do cálcio e do fósforo no organ ismo. Essa vitamina pode ser
produzida na pele, devido à ação dos raios ultravioleta do sol, onde se acha uma
provitamina D, o ergocalciferol ou vitamina B2; também existe o colecalciferol ou
vitamina B3. As duas formas da vitamina D podem ser obtidas na a limentação, apesar de
não se encontrar em grande quantidade. No entanto, "não há necessidade absoluta de
ingerir nauseantes óleos de peixe para obter a vitamina D. A fim de consegui -la, basta
expor às radiações ultravioletas naturais ou artificiais".
A deficiência dessa vitamina no organismo provoca o raquitismo, caracterizada
por mineralização defeituosa dos ossos, geralmente ocorre em crianças na fase de
crescimento. Nesse caso o leite pode ser uma das fontes principais para se obter a
vitamina D, que é fundamental no metabolismo do cálcio.
Outros benefícios da vitamina D foram divulgados recentemente, tais como
prevenção e tratamento dos cânceres de cólon, reto e de mama, na proteção contra
doenças infecciosas e seu tratamento e contra o envelhe cimento.

Vitamina E
É conhecido no grupo das vitaminas E, três tipos: alfa, beta e gama tocoferóis. Sua
função específica é garantir a normalidade da esterilidade e do metabolismo muscular.
Sua deficiência causa a esterilidade. No macho, verifica-se a degeneração do
epitélio germinativo testicular (azoospermia). Na fêmea, o embrião desenvolve -se por
alguns dias, depois se atrofia, morre e é reabsorvido com a própria placenta.
Apesar dos estudos realizados, pouco se sabe sobre o mecanismo bioquímico da
vitamina E. Existem hipóteses a respeito de sua função, tais como: interfere nos
fenômenos de oxidação e como transportador de hidrogênio. No entanto, nada pode ser
afirmado sobre os sintomas decorrentes da carência dessa vitamina, apesar de sua
importância na reprodução de algumas espécies animais, a partir do qual, a substância
recebeu o nome de tocoferol. Porém, o fato observado, não nos permite recomendar
qualquer dose profilática ou terapêutica à espécie humana.
Todavia, uma parte dos especialistas recomenda variadas dosagens de vitamina E.
Os benefícios são vários: Protege contra distúrbios neurológicos, estimula o sistema
imunológico, protege contra doenças cardiovasculares , etc.

Vitamina K
A vitamina K é caracterizada por um grupo de vita minas (K1, K2 e K3). Sua função
específica é assegurar a coagulação do sangue. O símbolo K vem da palavra alemã
"Koagulatio", graças à sua ação hemorrágica. Além dessa função biológica, a vitamina K
participa no processo de mineralização óssea, facilitando a c icatrização normal de ossos e
fraturas.

Sintomas decorrentes da deficiência da vitamina K no organismo é incomum,


devido à grande quantidade dessa substância encontrada nos alimentos e as que são
sintetizadas pelas bactérias do intestino humano.

As vitaminas hiposolúveis, são àquelas transportadas no meio aquoso de tecidos


e células. Pôr causa da sua solubilidade em água, essas vitaminas são armazenadas no
organismo em, apreciável quantidade, sendo normalmente eliminada pela urina. Assim,
as vitaminas solúveis em água devem ser ingeridas na alimentação diária ou, no mínimo,
dentro de intervalos de poucos dias. As vitaminas solúveis em água são as vitamina C
(ácido ascórbico) e chamadas de complexo B ( B1, B2, B6, folacina, ácido pantotêmico e
B12). Estas vitaminas agem como parte de coenzimas.

Vitamina B1
A vitamina B1 é indispensável à saúde do sistema nervoso, e como fator do
crescimento normal, da regularidade e a manutenção do apetite. É antiberibérica e
antineurítica. A absorção dessa substânc ia dá-se pelos intestinos delgado e grosso, para
logo em seguida passar pelo fígado e coração (órgãos mais ricos em tiamina ), mas
também pêlos, cérebro, glândulas supra -renais, baço, pulmão e para os músculos, onde
se encontra metade da tiamina do organis mo.

Foi observado que a falta dessa vitamina no organismo causa a diminuição da


memória, falta de atenção, fraqueza muscular, redução da capacidade mental. Esses
sintomas aparecem mais visivelmente nos alcoólatras, pois o álcool é um grande
destruidor da vitamina B1.

Vitamina B2
A vitamina B2 é um componente termoestável do complexo B, indispensável à
normalidade das funções orgânicas. Como preventiva (pelagra), intervém nos fenômenos
metabólicos, tem função de coenzima intervindo na oxidação das cé lulas, participa no
processo de crescimento, atua na regeneração sangüínea, no fígado, no trabalho
cardíaco e no aparelho ocular.
A carência dessa substância (riboflavina) acarreta perda de apetite até distúrbios
mais graves. Nos seres humanos cau sam perturbações digestivas, afecções da pele,
inflamação da córnea, do olho e catarata.
Em matéria publicada na revista Superinteressante, sobre os valores nutricionais
da alimentação do brasileiro, foi confirmado que no nosso dia -a-dia as refeições são
desvitaminadas, por exemplo, o trigo que seria a maior fonte de vitaminas B1 e B2, no
Brasil esses índices estão abaixo das tabelas nutricionais, isso porque as pessoas
preferem o trigo branco, que é puro amido. Devido a este fato, a MacDolnald’s, maio r
rede de fast-food do mundo, passou a exigir da Interbakers, empresa que fornecia os
pães para hamburgueres, que se inclui o complexo B no trigo. Visto que os sanduíches da
MacDolnad’s possuía a mesma qualidade em qualquer ponto do mundo. Hoje, afirma
Regina Helena Braga, ligada a empresa Interbekrs, o pão de um Bic Mac fornece mais de
60% das necessidades diárias de nutrientes.

Vitamina B5
A vitamina B5 (tiacina), que também é chamada de ácido nicotínico , é uma
vitamina antipelagrosa. Essa vitamina participa nos mecanismos de oxidação celular,
intervém no aproveitamento normal dos prótides pelo organismo; influencia o
metabolismo do enxofre; ativa o mecanismo dos glúcides.
A carência dessa substância provoca o aparecimento da pelagra, uma avitam inose
caracterizada por eritema das partes descobertas, perturbações digestivas, nervosas e
mentais.
A vitamina B6 chama-se também piridoxina e adermina. É solúvel em água,
estável aos álcalis e aos ácidos, resistente ao calor, mas decompõe -se rapidamente à luz
ultravioleta. Encontra-se, na natureza, livre ou combinada com substâncias protéicas
(lêvedo de cerveja, cereais integrais, os legumes, os vegetais verdes, o leite). Sua
deficiência produz pelagra. No ano de 1934, cientistas demonstraram que os pacientes
de anemia careciam de ma substância que mais tarde ficou conhecida como vitamina
B12, é a única vitamina que contém um metal (cobalto ), que lhe dá uma coloração
avermelhada, sendo também a maior das moléculas vitamínicas. Suas principais funções
são: participa como coenzima na conversão da tiamina em timidina, antianêmico, age
favoravelmente sobre as degenerações nervosas decorrentes da anemia perniciosa, atua
no crescimento, auxilia o organismo na utilização do aminoácidos na construção de
proteínas, nas afecções cutâneas etc.
As vitaminas B12 encontram-se no lêvedo de cerveja, nos cereais integrais, no
ovo e no leite.

Vitamina C
A vitamina C é também conhecida sob o nome de ácido ascórbico. É uma vitamina
hidrossolúvel, termolábil. Prev ine o escorbuto, facilita a circulação sangüínea, favorece a
boa dentição. Outras funções da vitamina C, está na defesa contra infecções, protege o
sistema vascular, colabora com o ferro na formação da hemoglobina, auxilia a função
glandular (supra-renal), no desenvolvimentos dos ossos, no tecido conjuntivo, nas
cicatrizações das feridas.
A vitamina C faz parte de um trio de vitaminas indispensáveis para combater um
mal que persegue as pessoas os radicais livres. Numa matéria da revista
Superinteressante, especialistas em medicina ortomolecular, comprovam que de 2% a 5%
do oxigênio que nos respiramos se transforma em radicais livres. Esses elementos
reagem com tudo que encontram no organismo, roubando um elétron, que também se
transforma em um radical livre. Os radicais livres participam de reações que levam o
colesterol a se acumular nas artérias. E as únicas vitaminas capazes de combater essa
cadeia destruidora são: a vitamina E, a vitamina C e o beta - caroteno, a matéria- prima da
vitamina A.

Os Sais Minerais
Conceito: São compostos de um grupo de 22 elementos metálicos, onde cada um
deles é vital para o funcionamento adequado da célula. São parte de enzimas, hormônios
e vitaminas. Também são encontrados nos músculos, tecidos conjunti vos e nos vários
líquidos do organismo.
Os sais minerais encontram -se livremente na natureza, nas águas dos rios, lagos e
oceanos, e entre as camadas superficiais da terra. Pequenas quantidades de minerais são
absorvidas pelos sistemas de raízes das pl antas e árvores, e onde, eles se incorporam aos
alimentos naturais, aos carboidratos, gorduras e proteínas. Portanto, os sais minerais
fazem parte da estrutura do organismo dos animais, e assim como o ser humano devem
suprir a necessidade de minerais atrav és da água e dos alimentos.
A ação dos sais minerais no organismo tem como funções: participar na
constituição dos ossos e dentes, de certos tecidos moles do organismo (músculo), age
como co-fatores de certas enzimas, atuam no processo de contração va scular, controlam
os movimentos dos fluídos do corpo etc. Cada órgão, tecido, célula de nosso corpo
necessita de minerais.
Vários são os sais minerais, mas conheceremos apenas alguns como: o cálcio, o
flúor, o germânio, o iodo, o magnésio, o potássio, o selênio e o zinco.

Cálcio
O cálcio é o mais importante dos sais minerais participa de quase todos os processos
vitais do organismo, e indispensável par a coagulação sangüínea depois de um ferimento
e para a ação rítmica do coração.
O cálcio existe em abundância na superfície terrestre, é componente essencial na
composição dos tecidos animais e vegetais.

Flúor
O flúor além de evitar a cárie dentária pode ser usada na prevenção da osteoporose,
como foi revelado em pesquisas recentes.
As fontes em que se encontra esse mineral são as regiões ricas em fosfato,
alumínio e cinzas vulcânicas, e, conseqüentemente nas águas que atravessam esse
depósito. Também os vegetais contêm só que em menor quantidade. A dose muito
elevada desse mineral é p rejudicial aos dentes, podendo provocar: flurose dental
endêmica, florose crônica, inibição das fostases etc.
Outras pesquisas revelaram maior incidência de cáries dentárias nas regiões
servidas por água desfluorizada ou pobre em flúor.
A carência desse mineral no organismo são os seguintes: apetite insaciável,
câimbra nas pernas, cálculos, dentes cariados, esterilidade, língua obscura e viscosa,
propensão a infecções, tendência a surdez etc.
O flúor existe em abundância nos seguintes alimentos: Agrião, couve, couve-flor,
feijão, gema de ovo, maça, trigo.

Iodo
O iodo é um elemento que entra numa proporção assaz reduzida (20 a 50 mg), no
organismo humano, onde se acha assim distribuído: músculo 50%, tiróide 20%, pele 10%,
esqueleto 6%, e o restante em diversos órgãos do corpo.
O iodo é ingerido com os alimentos e absorvido pelo intestino como iodeto, que
na tireóide é utilizado para formar a iodotireoglobulina, assim armazenado na glândula, é
requisitado posteriormente para a secreção do hormônio tireóideo. Também é
absorvido.
A importância do metabolismo do iodo na glândula tireóide está no controle que
exerce na nutrição de muitos tecidos. A sua ação abrange: O estimulo no crescimento,
excita o sistema nervoso veg etativo, melhora o nível de inteligência, aumenta a oxidação
dos alimentos, regula a produção de calor orgânico, influencia a absorção intestinal.

A carência desse mineral no organismo são as seguintes: Bócio, condições tóxicas,


crescimento retardado, deficiência mental, desenvolvimento sexual insuficiente, dores
no coração, gosto de gordura na boca etc.
Os alimentos relativamente ricos em iodo são os seguintes: alface, alho, cebola,
cenoura, couve-flor, ervilha, feijão, tomate e principalmente as plantas marinhas.

Germânio
O germânio passou a ser conhecido pelo público a partir de 1987 quando um jornal
americano divulgou as qualidades curativas desse mineral, entre os benefícios
considerados estão: o câncer, distúrbios imunológicos, doenças v irais, artrite,
hipertensão, alergias etc. Segundo alguns médicos, o germânio é a substância com
maiores poderes de cura do planeta e o marco de desenvolvimento no campo da
medicina nutricional.
O germânio é relativamente abundante na crosta terrestre e figura na tabela
periódica dos elementos químicos como sendo um elemento biologicamente ativo, no
entanto, o único papel biológico conhecido é sua ação retardadora dos sinais decorrentes
da deficiência de boro.

O que acontece é que alguns estudos rec entes sugerem que os componentes
orgânicos do germânio, podem ter algumas qualidades estimulantes da imunidade,
anticancerígena e antivirais.

Os argumentos positivos sobre a utilidade do germânio está : no tratamento da


AIDS, estimula o sistema imunol ógico, no tratamento do câncer, útil no tratamento da
síndrome crônica do vírus de Apstien Barr.

Magnésio
O magnésio é um elemento que entra na constituição da clorofila, uma substância
existente nas células das plantas e que dá a estas a cor verde.
Pelas secreções gástrica e intestinal, o magnésio é libertado da clorofila e
absorvido no intestino.
As funções do magnésio são as seguintes: desempenha o papel de co -enzima, no
metabolismo do fósforo, ativa o metabolismo dos glicídios e exerce ação controladora da
excitabilidade neuromuscular.

Na ausência desse mineral aprecem alguns sintomas como: acidez, debilidade nos
músculos abdominais, desejo de tomar bebidas azedas, desmaios, dor no pescoço e nos
ombros, expectoração amarelada, gases in testinais, prisão de ventre. Os alimentos ricos
em magnésio são: ameixa, azeitona, aveia, arroz integral, castanha, couve, trigo etc.

Potássio
O potássio existe em maior quantidade nas células ao contrário do sódio que se encontra
em maior proporção nos líquidos biológicos.
Dentre suas principais funções podemos citar: concorre para manter o equilíbrio
ácido-básico, regula o equilíbrio híbrido do corpo, aumenta a excitabilidade da célula
quando em baixa concentração e inibe-a em alta concentração.
A carência desse mineral provoca angústia no estômago, atrofia dos músculos,
câimbras, chagas que não cicatrizam, hemorragias nasais, hidropisia, insônia, mau
funcionamento do fígado, olhos fundos, tornozelos in chados etc.

Fósforo
O fósforo é um elemento que se encontra na natureza. Todas as células e líquidos
orgânicos e nos alimentos naturais, e no corpo humano está presente sob as formas
orgânica (ésteres) e inorgânica (fosfato).
A função de certas glândulas tem relação com o metabolismo do fósforo. Quando
há hiperpoparatireoidismo ocorre ao mesmo tempo alta fosforemia e, quando se verifica
hiperparatireoidismo a fosforemia é baixa. O paratormônio, que é o agente regulador do
metabolismo do fósforo, aumenta o cálcio sangüíneo, porém, diminui o fósforo.
O metabolismo do fósforo, assim como o do cálcio, está subordinado também a
ação reguladora da vitamina D.
As funções do fósforo são as seguintes: combinado com o cálcio, o fósforo atua na
formação dos dentes e ossos, regula o equilíbrio ácido -básico do organismo, influi sobre
a reprodução e lactação.
A carência desse mineral apresenta alguns sintomas, como: acentuada
extenuação nos braços e pernas, adormecimentos, deficiente desenvolvimentos dos
ossos, dores de próstatas, fadiga mental, impotência, neurastenia . As fontes de fósforo
são: abóbora, aveia, caju, castanha -do-pará, coco, feijão preto, milho etc.

As vitaminas roubadas no fogão da sua casa


Enquanto são preparadas, elas vão desaparecendo da s refeições e quando
chegam ao prato sua quantidade é bem menor do que apontam as tabelas nutricionais.

Vitamina D.
As funções do fósforo são as seguintes: combinado com o cálcio, o fósforo atua na
formação dos dentes e ossos, regula o equilíbrio ácido -básico do organismo, influi sobre
a reprodução e lactação. A carência desse mineral apresenta alguns sintomas, como:
acentuada extenuação nos braços e pernas, adormecimentos, deficiente
desenvolvimentos dos ossos, dores de próstatas, fadiga mental, impotência, neurastenia .
As fontes de fósforo são: abóbora, aveia, caju, castanha -do-pará, coco, feijão preto,
milho etc.

As vitaminas roubadas no fogão da sua casa


Enquanto são preparadas, elas vão desaparecendo das refeições e quando chega
ao prato sua quantidade é bem menor do que apontam as tabelas nutricionais.

Verduras cozidas
Por serem solúveis em água, a vitamina C e as do complexo B sempre escapam da
comida durante o cozimento. Resultad o: verduras cozidas têm 40% menos vitaminas B e
70% menos vitamina C do que verduras cruas. Uma dica é usar o mínimo de água possível
para prepará-las.

Carne ensopada
Quanto mais molho tem a carne, mais nutrientes podem fugir. Motivo: algumas
vitaminas se dissolvem rapidamente na água usada como ingrediente para o caldo. Sem
contar que parte da gordura da carne também acaba no molho — e nela estão outras
tantas vitaminas. Nos ensopados, as perdas costumam ficar entre 40% e 50%. A diferença
é pior em relação à vitamina B1 ou tiamina, imprescindível para o cérebro e para os
músculos: ela diminui 60%.

Feijão cozido
Os cereais deveriam ser grandes fornecedores de vitaminas B, mas elas saem dos
grãos e vão para a água. Depois, durante o cozimento, parte d a água sai da panela em
forma de vapor, levando as moléculas de vitaminas junto. Como os cereais demoram até
ficar prontos, muito vapor e muita vitamina vão para o espaço. O feijão chega a perder
metade de uma de suas maiores riquezas: a vitamina B9 ou áci do fólico [foto 131}, cuja
falta causa anemia.

Peixe frito
Quanto mais quente, pior — o calor "arranca" vitaminas da comida ou, então,
estraga as suas moléculas.
A temperatura do óleo para a fritura faz com que os pescados percam cerca de
20% da vitamina B3 ou niacina, que ajuda o corpo a extrair energia dos alimentos. Eles
também ficam com 10% menos vitamina B12 [foto 130], responsável pelo bom
funcionamento das células do corpo.

Ovo frito
Por causa do calor da fritura, 20% da vitamina B6 — essencial para o corpo
fabricar suas proteínas — acabam indo embora. A mesma proporção de vitaminas A, D, E
e K também some porque, em temperatura alta, suas moléculas se dissolvem no óleo da
panela.

Batatas cozidas
Mais uma vez, a água é a vilã na cozin ha: por ela, escapam 40% das moléculas de
vitamina C presentes na batata e até metade de todas as vitaminas B. Quando a batata é
assada, por não ficar mergulhada na água, as perdas são menores — acontecem apenas
pelo vapor.

Linus Pauling, o precursor das superdoses


Um copo de suco de laranja por dia é o que basta — dizemos nutricionistas.
Duzentos copos — corrigia um dos cientistas mais brilhantes deste século, o único que
ganhou dois prêmios Nobel sozinho.
É claro, o químico americano Linus Carl P auling (1901-1994) não tomava tanto
suco diariamente. Mas engolia o equivalente às laranjas na forma de comprimidos que,
juntos, somavam 10 gramas de vitamina C.

Por que dosagens gigantes.


Pauling não se conformava com os 65 miligramas de vitamina C r ecomendados
pela Nutrição tradicional. Dizia que a maioria dos animais fabrica a sua quota do
nutriente no fígado — o homem primitivo teria perdido essa capacidade. "Se as cabras
produzem 13 gramas dessa vitamina todo dia, por que o organismo humano, que é muito
mais complexo, precisaria de muito menos?", perguntava.
Segundo o cientista, que se notabilizou por ter descoberto como os átomos
formam ligações químicas, a vitamina C rejuvenesce e evita uma série de males. Tudo
começou na década de 60, quando analisou seus efeitos em resfriados. Nos anos 70,
passou a estudar as qualidades anticâncer do nutriente — foi quando publicou o seu
best-seller Como viver mais e melhor.

A Academia Nacional de Ciências, nos Estados Unidos, se recusou a publicar seus


trabalhos sobre o tema. Os adversários argumentavam que o corpo humano não
precisava mais do que poucos miligramas de vitamina C por dia, sendo o excesso da
substância eliminado pela urina.

"A vitamina C leva seis horas até ser eliminada", explica, o médico americano
Stephen Lawson, diretor do Instituto Linus Pauling de Pesquisas. "Durante esse período,
ela fica ativa, circulando pelo sangue. E, depois, na medida em que vai embora, o
indivíduo já estaria tomando uma segunda dose, mantendo o pico da substâ ncia no
organismo.”
Muitos cientistas dizem que, apesar da vitamina C, Pauling morreu de câncer de próstata,
no ano passado. Mas morreu lúcido e trabalhou em seu instituto até as últimas semanas
de sua longa vida. Ele tinha 93 anos.
Na esteira das idéias de Pauling, surgiram teorias, apontando benefícios de
megadoses de outras vitaminas. É possível tomar tranqüilamente quantidades até cem
vezes maiores do que as dosagens diárias recomendadas pelos nutricionistas de vitamina
B e C. Com as vitaminas A, D, E e K, a história é diferente, porque se acumulam no corpo
e isso pode ter efeitos tóxicos. Mesmo nesse caso, pode -se consumir até dez vezes mais
do que a dose diária recomendada, sem correr riscos. Até o momento, sabe -se que
megadoses são válidas pa ra certos casos. Mas também não há provas de que não
funcionem em outras situações.

Sem vitamina C, o ferro pode não ser aproveitado pelo corpo


humano.
Há vinte anos, entre 10% e 35% das crianças brasileiras com menos de três anos
de idade eram anêmicas. A proporção variava conforme a região do país. Em 1992, um
levantamento realizado pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo apontou que a
situação se agravara terrivelmente: 55% dos paulistas em idade pré -escolar tinham
anemia. Atualmente, são 80 %. "Essa porcentagem elevadíssima indica que o problema
não é privilégio das classes carentes", diz o médico nutrólogo Mauro Fizberg, professor
da Universidade Federal de São Paulo. "A má nutrição é encontrada nas crianças das
classes média e alta."

As causas do problema
A anemia não tem a ver diretamente com a falta de uma vitamina e, sim, com a
ausência de um mineral — no caso, o ferro. "Uma das causas do aumento da incidência
pode ser o desmame precoce", conta Fizberg. "Ao contrário do leite materno, o da vaca é
uma fraca fonte de ferro." Outra suposta causa seria a dieta mal equilibrada — e esta
pode ocasionar a falta de vitamina C.

O que seria do feijão sem a laranja, sem vitamina C, visto que a quantidade de
ferro fornecida pelos vegetais é irr isória.
Qualquer análise de laboratório mostra que o feijão, por exemplo, é rico em ferro.
No corpo humano, porém, a sua contribuição é pequena: o intestino consegue absorver
apenas cerca de 10% desse mineral contido no cereal.
Se, no entanto, o feijão for acompanhado de uns bons goles de suco de laranja ou
qualquer fruta cítrica, a história será diferente. "As moléculas de vitamina C do suco dão
uma espécie de empurrão para o ferro de origem vegetal entrar no organismo", explica
Fizberg. "Assim, sua absorção pode chegar a 40%."

A vantagem das carnes


As carnes são diferentes, pois estão entre as melhores fontes de ferro e, nesse
caso, as moléculas do mineral não precisam da ajuda da vitamina. Mas, pelo crescimento
das anemias, tudo indica que as carnes não estão chegando ao prato das crianças. Pelo
menos, não na quantidade que chegava antigamente.
Nós e a carência de vitaminas:

Sarampo e doenças respiratórias


Outra carência que chama a atenção dos médicos é a de vitamina A. No Estado de
São Paulo, 20% das crianças sofrem da sua deficiência. Nelas, essa falta não provoca
apenas problemas oculares. Ela está relacionada à tendência a diarréias perigosas.
"Nessas crianças, o sarampo é mais grave e as crises de doenças respiratórias costumam
durar mais", diz Fizberg.

A falta de vitamina e as notas ruins


Há indicações de que essa carência também prejudica o Q.I., baixando o
rendimento escolar. Por essa e outras razões, os pediatras receitam suplementos em
gotas de vitamina A nos primeiros anos de vida.

As pistas fornecidas pelo sangue nos exames


Exames ao microscópio apontam os danos provocados pelos radicais livres.
Indiretamente, os testes denunciam a necessidade de suplementos. Pois é a falta de
vitaminas que permite a ação devastadora d esses radicais.

Para os médicos ortomoleculares, como Wagner Fiori, gotas de sangue são como
um prato cheio (ou vazio) de vitaminas. Tiradas de uma espetadela no delo, elas acusam
a ação dos radicais livres e das vitaminas capazes de bloqueá -los. Primeiro, Fiori analisa o
"sangue vivo" no microscópio .

A concentração dos glóbulos vermelhos e a movimentação das células de defesa


já dão uma idéia do diagnóstico. À hora da verdade, porém, é a do sangue coagulado,
que se altera nas doenças. No caso do câncer, ele apresenta enormes vãos entre as
células vermelhas. São áreas destruídas pelos radicais livres. Áreas assim não aparecem
em pessoas sadias.

Os alcoólatras
O alcoolismo é a maior causa de deficiência vitamínica no país. Doze milhões de
brasileiros são viciados em bebidas alcoólicas. No seu organismo, as dosagens de
complexo B são ridículas. Fica quase impossível extrair esse tipo de vitamina da comida,
porque o álcool forma uma barreira no intestino. E as vitaminas B estocadas no corpo
serão consumidas para degradar a bebida no fígado. Por isso, alcoólatras devem apelar
para megadoses desse complexo.
Os fumantes
A molécula de vitamina C termina aniquilada pela de nicotina do cigarro, quando
as duas se esbarram na corrente sangüínea. De u m terço a 100% de toda a vitamina
ingerida pode terminar inutilizada desse jeito.
Por esse motivo, o fumante tem necessidades muito maiores desse nutriente do
que os não-fumantes. No mínimo, ele precisa consumir o dobro, para manter o
funcionamento normal de seu corpo. Infelizmente, essa compensação não diminui o risco
de câncer no pulmão, como demonstram as estatísticas da doença.
Ainda assim, a vitamina C está sendo ligada à prevenção de outros tumores.
Muitos cientistas suspeitam que a sua queda no organismo dos fumantes é uma boa
explicação para o fato de esses indivíduos serem mais sujeitos a tipos diferentes de
câncer, como o de bexiga.

Os atletas
Ao suar a camisa, o esportista está perdendo muitas moléculas como a da
vitamina B2. Na verdade, ele perde todas as do complexo B e a C, que se dissolvem na
água do suor. "E, por ironia, elas estão entre as coisas que mais se precisa para manter a
performance física", diz o nutricionista Sérgio Miguel Zucas, professor da Escola da
Educação Física da Universidade de São Paulo. As vitaminas do complexo B e a C são
importantíssimas para os músculos. "As necessidades impostas pelos treinamentos são
maiores do que o normal", explica o especialista. "Por isso, o certo é os esportistas
apelarem para doses dez vezes maiores dessas substâncias em relação à recomendação
para não-atletas."

Os idosos
Em comparação com os adultos mais jovens, as pessoas acima de sessenta anos
devem consumir um terço a mais de vitamina B6 — com o passar do tempo, o sistema
nervoso passa a necessitar de doses maiores desse nutriente para continuar saudável. O
reforço ajuda a manter a rapidez de raciocínio e a memória.

As grávidas
Desde 1992, o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos passou a recomendar
cápsulas de B1 (o ácido fólico) para suplementar a dieta de mulheres grávidas ou que
planejam ter filhos. A medida reduz pela metade o risco de se gerar crianças com
defeitos congênitos. Isso porque ajuda a regular o desenvolvimento das células do
embrião.

Sobre minerais.
Entrevista feita pela revista Superinteressante com o nutricionista americano
Dennis Gordon, na ocasião de sua visita ao Brasil para participar de um simpósio sobre
alimentação.
SUPER — Como especialista em nutrição, por que o senhor se interessa tanto pelos
minerais?
GORDON— Eu acho que os minerais são intrigantes para qualquer pesquisador da minha
área. Para começo de conversa, porque são diferentes dos outros nutrientes, já que não
têm origem orgânica. Ou seja, como substâncias inorgânicas, eles jamais se t ransformam
em energia para o organismo, embora possam ser importantes para o seu
funcionamento. Os cientistas até conseguiam, dessa maneira, medir o consumo de
minerais de uma pessoa: bastava comparar a ingestão dessas substâncias com a
quantidade jogada fora, pelas fezes, pela urina e pelo suor. Mas essa era apenas parte da
resposta, porque como essa quantidade consumida não se traduz em energia, eles
ficavam sem saber como cada mineral estava sendo aproveitado dentro do corpo. Além
disso, apesar de todas as pessoas, hoje em dia, falarem em minerais a torto e a direito,
muitas vezes engolindo suplementos indiscriminadamente, o fato é que nós cientistas
ainda nem sequer sabemos como a maioria dessas substâncias é absorvida pelo
intestino.

SUPER—Então, ingerir suplementos de minerais pode ser nocivo?


GORDON— Esta é uma longa resposta, em que vale a pena prestar atenção, porque é um
dos melhores exemplos de como as pessoas, na tentativa de fazer bem à saúde, acabam
causando a maior confusão no organismo. Os minerais, em si, não fazem mal. Existem 25
dessas substâncias com alguma função para a saúde. Elas se dividem em três categorias:
existem minerais cujas necessida des diárias são muito bem estabelecidas; outros
minerais, por enquanto, têm uma dosagem apenas aproximada do ideal; finalmente,
alguns minerais estão sendo examinados porque certos estudos sugerem que eles
também sejam essenciais, mas os dados disponíveis ainda são insuficientes para elevá -los
a tal categoria. Todas essas substâncias, no entanto, são muito peculiares: hoje está
provado que quanto maior sua ingestão, menor a absorção pelo organismo. Portanto,
além de ser perda de dinheiro, tomar suplementos pode significar, na prática, dar menos
minerais ao organismo, em vez de Ihe fornecer doses extras, como se pretendia.

SUPER—Qual o mecanismo que regula a absorção?


GORDON—Por enquanto, não sabemos, pois desconhecemos como ocorre à própria
absorção, isto é, que tipo de reação acontece na parede do intestino que faz a molécula
de um mineral saltar para a circulação sangüínea. Uma coisa ficou clara, recentemente: a
maioria dos minerais acaba sempre sendo aproveitada somente em parte. Minerais com
100% de aproveitamento podem ser considerados uma exceção — eles são o sódio, o
potássio, o iodo e o cloro. O restante se comporta de maneira diferente. Apenas 10% a
20% do ferro presente no feijão, por exemplo, é absorvido pelo organismo; entre um
quarto e a metade do magnésio de uma banana consegue chegar ao sangue. O cromo,
por sua vez, é o pior deles —menos de 1% é absorvido. E essa absorção pode se tornar
ainda menor, quanto maior for a dosagem em determinada refeição. Na realidade, os
cientistas só passaram a ter ce rteza de que essa inversão acontecia, graças às pesquisas
sobre os efeitos das fibras na dieta, realizadas nos últimos anos. Aliás, devemos ao
estudo das fibras uma série de novos conceitos sobre nutrição, especialmente no que diz
respeito aos minerais.

SUPER O que têm a ver as fibras com os minerais?


GORDON—Há algum tempo, vários estudos começaram a apontar os benefícios das
fibras, presentes nas frutas, nos vegetais, nos cereais integrais. Elas são capazes, entre
outras coisas, de diminuir o volume de co lesterol no sangue, evitar o câncer de intestino,
facilitar a digestão dos alimentos em geral. Mesmo assim, os nutricionistas tinham dois
problemas, na hora de recomendar às pessoas que aumentassem a proporção de fibras
na dieta do dia-a-dia. O primeiro é que, até hoje, ninguém sabe qual a porção máxima de
fibras que alguém deve consumir diariamente. Mas o maior fantasma era a preocupação
com a nutrição de minerais, pois algumas experiências mostravam que a ingestão de
fibras atrapalharia a absorção dessas substâncias no intestino. Quando fomos verificar se
isso de fato acontecia, acabamos compreendendo melhor os mecanismos dos minerais
dentro do corpo humano.

SUPER—E, afinal, as fibras prejudicam a nutrição mineral?


GORDON— Minha equipe defende a teoria de que isso não acontece. Essa relação
negativa começou ainda em 1942, quando dois pesquisadores americanos compararam
pessoas que comiam pão integral, rico em fibras, com pessoas que comiam pão branco,
feito de farinha refinada e, portanto, pobre em fibras. Esses cientistas notaram que as
que ingeriam mais fibras, absorviam menos cálcio, fósforo e magnésio. Desde então,
surgiram estudos parecidos, com conclusões semelhantes. Alguns cientistas chegaram a
demonstrar que, ao menos em tubos de ensaio, as fibras s e ligariam aos minerais; assim,
supunham, as fibras agarrariam essas moléculas, arrastando -as para fora consigo, já que
não são digeridas pelo organismo humano. No entanto, eu sempre critiquei esses
estudos. Em primeiro lugar, porque o grande argumento dos colegas que realizaram
essas experiências era de que, ao acelerar o trânsito dos alimentos no intestino, as fibras
diminuíam o tempo de contato das moléculas de minerais com as áreas ou sítios de
absorção. Desse modo, segundo eles, muitas moléculas não ti nham tempo de ser
absorvidas. Mas nunca ninguém provou que, aumentando a velocidade da digestão,
aumentaria também o volume de excreção de minerais. Por isso comecei a ficar inquieto.
Eu queria bancar o detetive e resolver esse mistério.

SUPER—Como é possível investigar a ação dos minerais no organismo?


GORDON - Na Universidade de Missouri, temos um reator nuclear que permitiu a
produção de uma variedade de radionuclídeos —no caso moléculas de minerais, como
cálcio, zinco, selênio e ferro, que se tornaram le vemente radioativas. Desse modo elas
podem ser observadas no organismo, como se estivessem sendo perseguidas, por um
aparelho chamado espectrômetro de raios gama de alta resolução. Pela radiação
captada, esse equipamento mede a quantidade absorvida de deter minado mineral e,
ainda, mostra com precisão as regiões do corpo em que ele se concentra.

SUPER—O que esses estudos com minerais radioativos ensinaram?


GORDON - Essas experiências provaram, de uma vez por todas, que ao engolir maiores
quantidades de minerais, você estará, na verdade, aproveitando menos minerais. Mais
do que isso: esses novos estudos deixam claro que essa redução na absorção deve ser um
mecanismo de defesa do próprio organismo. Pois, quando você aumenta a dosagem de
um único mineral, quebra um delicado equilíbrio existente entre todos os minerais. O
que está em maioria, em número de moléculas no organismo, prejudica o outro.

SUPER— Então, existe uma competição entre os minerais?


GORDON— Exatamente, há uma verdadeira corrida, eu diria. Por exe mplo, o zinco, o
cobre e o ferro são substâncias muito parecidas do ponto de vista químico. Portanto, é
natural que disputem uma mesma área de absorção no intestino. Numa experiência com
ratos, realizada pela minha equipe, quando aumentávamos a concentraçã o de zinco na
dieta—mineral que participa da fabricação do hormônio insulina —, notávamos uma
diminuição na dosagem de hemoglobina. Como se sabe, essa molécula sangüínea,
responsável pelo transporte do oxigênio da respiração, precisa conter uma molécula de
ferro, ou seja, no organismo que ingeriu mais zinco do que o normal, menos ferro ficou
disponível para a produção da hemoglobina. O mesmo aconteceu quando aumentamos a
proporção de cobre na dieta. E, também, quando aumentamos a dosagem de zinco e de
ferro na alimentação, esses dois minerais ocuparam o lugar do cobre armazenado no
fígado do rato.

SUPER—Com isso o senhor quer dizer que são os próprios minerais que atrapalham a
chamada nutrição mineral?
GORDON—Isso mesmo. Os alimentos ricos em fibras costumam ser igualmente ricos em
determinados minerais, daí o mal -entendido dos cientistas. Os cereais integrais, por
exemplo, contém muito zinco, o que talvez prejudique a produção da hemoglobina. Já os
legumes proporcionam muito cobre: o feijão e o espinafre, por sua vez, são ricos em
ferro. Quando uma pessoa está acostumada a ingerir uma única fonte de fibras, em vez
de manter um cardápio variado, o desequilíbrio entre esses três minerais é inevitável.
Existem, óbvio, competições semelhantes entre outros grupos d e minerais.
Particularmente, sou a favor de que as pessoas até dobrem o consumo diário de fibras,
hoje em torno de 25 gramas por dia nos Estados Unidos. Desde que, claro, não troquem
um cardápio variado por um único prato de fibras.

SUPER — Quais outros fatores podem influenciar o aproveitamento dos minerais pelo
organismo?
GORDON — Eu diria que existem diversos fatores. pois essas substâncias são tão
sensíveis que sua disponibilidade dependerá até mesmo de seus acompanhantes —por
exemplo, as proteínas prese ntes em determinada refeição. A idade da pessoa também
influencia. Isso fica evidente em relação ao cálcio, por exemplo: todos sabem que os
ossos de pessoas idosas tendem à descalcificação, porque seu organismo tem dificuldade
em absorver esse mineral.
SUPER—E o sexo, também faz diferença?
GORDON- Sem dúvida. As mulheres, por exemplo, perdem muito ferro pelo sangue.
durante o período menstrual —daí que seu organismo possui menores quantidades
desse mineral do que o masculino. No entanto, se você oferecer um a mesma refeição,
rica em ferro, para um homem e uma mulher, notará que o organismo desta absorve
muito mais ferro, numa tentativa de recuperar aquela perda. Ou seja. a absorção de um
mineral também é regulada pelo que costumo chamar status da substância n o
organismo.

SUPER—As pessoas tentam compensar esses fatores ingerindo os tais suplementos, um


hábito que o senhor critica, certo?
GORDON— Elas só pioram a situação com essas coleções de cápsulas coloridas. Ingerir
mais um mineral do que outro é criar um c aos, por causa da competição entre eles.

SUPER — Mas essa competição não continua existindo, mesmo sem os famosos
suplementos?
GORDON — É claro que sim. Mas se as pessoas comem porções moderadas de cada
prato e se habituam a um cardápio variado, todos os m inerais no organismo ficam dentro
de uma espécie de faixa de sem que as perdas são calculadas. O grande problema, na
minha opinião, é que no mundo atual as pessoas ou passam fome ou comem demais,
exagerando naquilo que pensam Ihes fazer bem. A mania de in gerir um grupo limitado de
alimentos, considerados saudáveis, viola o princípio básico de uma boa alimentação, que
é justamente sua variedade.

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