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Trabalho Sobre Suicidio
Trabalho Sobre Suicidio
DIVINÓPOLIS
2017
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ENSAIO ACADÊMICO SOBRE SUICÍDIO DE
JOVENS: UMA ANÁLISE PSICANALÍTICA
DIVINÓPOLIS
2017
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................4
2. ENSAIO ACADÊMICO SOBRE SUICÍDIO DE JOVENS ....................5
4. CONSIDERAÇÕES
FINAIS..................................................................8
5. REFERÊNCIAS....................................................................................9
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1. INTRODUÇÃO
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2. ENSAIO ACADÊMICO SOBRE SUICÍDIO DE JOVENS
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que têm para originar depressão. Ou seja, quanto mais frequentes e intensos do
ponto de vista negativo forem os acontecimentos para o indivíduo, maior o risco de
desenvolver algum tipo de sintomatologia depressiva que poderá, por sua vez,
contribuir para o risco de suicídio.
Os comportamentos suicidas podem manifestar-se muitas vezes como uma
resposta ao stress provocado por determinados acontecimentos de vida. Os níveis
de stress podem tornar-se excessivamente intensos relativamente aos recursos de
que o indivíduo dispõe para fazer face ao mal-estar experimentado e manter o
equilíbrio emocional. Quando isto acontece o indivíduo pode não conseguir
encontrar uma resposta adaptativa, podendo desejar morrer como estratégia de fuga
do sofrimento psicológico sentido.
As taxas aumentadas de tentativa de suicídio e suicídio elevam a
intensificação da procura de possíveis fatores de risco para tais acontecimentos,
dentre esses, atualmente, destacam-se os eventos estressores, o alcoolismo, a
toxicomania, a violência, a ausência de tratamentos médicos e determinados estilos
de vida.
Pode-se considerar que a solidão é um sentimento muito comum em jovens
que tentam o suicídio, tais jovens relatam sentir falta de ter amigos e reclamam não
ter ninguém para dividir experiências e tristezas, apresentando maior probabilidade
de desenvolver problemas emocionais, comportamentais e afetivos. A falta de
convivência com os pais durante a infância ou a adolescência pode constituir-se
como fator de risco ao suicídio, pois as trocas afetivas com pares, nesta fase do
desenvolvimento, reduzem o impacto das experiências adversas.
Quando uma pessoa suicida, de 6 a 10 pessoas pelo menos ao seu redor são
completamente afetadas. Os familiares sentem culpa, vergonha e dor. A pessoa
suicida é de uma tragédia pessoal e também tragédia familiar, e é difícil
compreender que determinadas pessoas cometem suicídio e outras determinadas
pessoas em situações similares não cometem. Porém esse fato pode ocorrer por
fatores emocionais, psíquicos , religiosos e socioculturais.
Como norteador teórico, a Psicanálise foi escolhida por privilegiar em seu
trabalho a singularidade dos sujeitos, sua subjetividade. “A escuta do ato da tentativa
de suicídio pode ajudar o sujeito a criar e desenvolver sua potencialidade simbólica.
O que é descarregado no ato de tentar acabar com a própria vida tem muita relação
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com um excesso vindo de vivências traumáticas às quais não foi possível dar uma
atribuição de sentido ou obter uma captura no mundo representacional do sujeito”.
Freud, em Contribuições para uma discussão acerca do suicídio, ressalta o
quanto a instituição escolar tem importante papel na vida psíquica do jovem,
segundo ele “a escola secundária toma o lugar dos traumas com que outros
adolescentes se defrontam em outras condições de vida” (FREUD, 1910/1996, p.
243). Ainda, de acordo com o autor, tal ambiente tem papel crucial no
desencadeamento da ideação suicida, a escola deve “lhes dar o desejo de viver e
devia oferecer-lhes apoio e amparo numa época da vida em que as condições de
seu desenvolvimento os compelem a afrouxar seus vínculos com a casa dos pais e
com a família” (FREUD, 1910/1996, p. 243).
Em Luto e Melancolia, Freud (1917 [1915]/1996) caracteriza o luto como
reação à perda de um objeto amado. Diante da perda, o confronto com a realidade
exige que toda a libido seja retirada de suas ligações com aquele objeto. Na
melancolia, nem sempre o objeto perdido pode ser identificado, levando o autor a
acreditar que a perda se dá em nível inconsciente, diferente do luto que se
apresenta de forma consciente. Na melancolia outra característica chama a atenção:
as autoacusações, contudo, são recriminações que apontam para um objeto amado
e que foram deslocadas para o ego. Dessa forma, cria-se uma identificação do eu
com o objeto abandonado, que a partir de então, pode ser julgado como um objeto
externo. Como o ego torna-se passível de punição, a partir dessa identificação, pode
tratar-se a si mesmo como um objeto, dirigindo a si mesmo com hostilidade, assim o
suicídio no melancólico torna-se possível. Contudo, isto é “secundário; trata-se do
efeito do trabalho interno que lhe consome o ego – trabalho que, nos sendo
desconhecido, é, porém, comparável ao do luto” (FREUD, 1917 [1915]/1996, p.252).
Assim, pensar o ato suicida a partir dos textos freudianos mencionados,
implica considerar o modo de relação do sujeito com seus objetos. Na perspectiva
da melancolia, o ato suicida ocorre quando o eu é maciçamente identificado com o
objeto abandonado.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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3. REFERÊNCIAS
______. Luto e melancolia. In: FREUD, S. Edição Standard Brasileira das Obras
Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro, 1996, v.14. (Obra original
publicada em 1917 [1915]).
CARA D.; GAUTO M. Juventude: percepções e exposição à violência. In: ABRAMOVAY, M.;
ANDRADE E. R.; ESTEVES L. C. G. (Org.). Juventudes: outrosolhares sobre a diversidade.
Brasília: Ministério da Educação. Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade-SECAD; UNESCO, 2007, p. 173-198.
Conselho Federal de Psicologia - Youtube. Debate Online - Suicídio: uma questão de saúde
pública e um desafio para a Psicologia clínica. Vídeo (2h 14m 38s). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=epjhgKhOu9g. Acesso em: 26 mar. 2017.
FREUD, S. Contribuições para uma discussão acerca do suicídio. In: FREUD, S. Edição
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro,
1996, v.11. (Obra original publicada em 1910).