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GOVERNANÇA DA ÁGUA
NO BRASIL E NO MUNDO
Prof. Carlos Eduardo Curi Gallego
INTRODUÇÃO
Neste tema, veremos os principais documentos e princípios do Direito
Internacional Ambiental, com ênfase ao que compete à Gestão das Águas e que
permeiam a ação dos Estados.
PROBLEMATIZAÇÃO
O secretário de meio ambiente de um município quer organizar uma comissão
para realizar um projeto de proteção às águas desse município. Se fosse você,
que tipo de pessoa chamaria para formar essa comissão? Quais princípios são
importantes para serem passados para essas pessoas?
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De acordo com Glatzl (2013), esse ramo do Direito Internacional veio de encontro
às ideias do Direito moderno, uma vez que suas regras não são tão influenciadas
por um conceito formal de hierarquia das normas ou de formalismo legal, mas,
sobretudo, por uma interação entre o Direito e as questões éticas e políticas,
culminando na necessidade reconhecida de cooperação entre os Estados em um
contexto global de preocupação com o meio ambiente.
Sob a pressão das opiniões públicas, alertadas pelos cientistas, revezados por
numerosas associações e organizações não governamentais e, depois,
internacionais, os governos encontram nos instrumentos jurídicos um meio de
lutar contra o agravamento brutal do estado do meio ambiente.
No vídeo a seguir, o professor vai falar mais sobre o Direito Internacional do Meio
Ambiente, dando enfoque aos recursos hídricos e citando os principais
documentos envolvidos. Não perca!
Pode‐se dizer que não existe uma instituição coordenadora do Direito Internacional
Ambiental, mas, sim, uma abundância de instituições que regulam vários acordos
internacionais de maneira heterogênea, dentre eles a Associação Internacional de Direito
(International Law Association – ILA) e seus documentos referentes às questões
ambientais.
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ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE DIREITO
A ILA foi fundada em 1873 numa conferência internacional em Bruxelas e tem
como objetivos o estudo, o esclarecimento e o desenvolvimento do Direito
Internacional público e privado, do Direito Comparado e das relações
internacionais.
Regras de Helsinque sobre a utilização das águas dos rios, de 1966, que
definiu as regras do direito consuetudinário internacional, conflitos de
águas internacionais e bacia de drenagem;
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http://www.ceap.br/material/MAT01092011104502.pdf
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Princípio do Respeito à Identidade, Cultura e Interesses das Comunidades
Tradicionais e Grupos Formadores da Sociedade;
Veja, no vídeo a seguir, como tais princípios que regem o Direito Internacional do
meio ambiente funcionam com enfoque nos recursos hídricos. O professor vai
fazer a relação com os conteúdos apresentados nas aulas anteriores, como
encontros e convenções da ONU.
Princípio da Equidade
Nascido na jurisprudência de alguns Estados, reconhece o Direito ao
aproveitamento razoável e equitativo na utilização ótima e sustentável das águas
dentro da área de jurisdição de cada Estado.
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Princípio de intercâmbio regular de dados e informações
Essa é uma regra presente em diversos documentos internacionais relacionados
à água. Segundo a Convenção de Nova Iorque, há duas perspectivas para essa
questão: de dados prontamente disponíveis e de dados disponíveis após um
período de tempo. Dentre as Regras de Helsinque, está a necessidade de
informações relevantes razoavelmente disponíveis para que se evite conflitos
entre Estados cruzados por um mesmo curso d’água.
Confira esta breve análise dos princípios gerais do Direito Internacional Público.
http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/breve-an%C3%A1lise-dos-
princ%C3%ADpios-gerais-do-direito-internacional-p%C3%BAblico
FORMAS DE GESTÃO
A gestão da água envolve o processo de planejamento, o qual compreende uma
sistemática de organização e compatibilização dos usos múltiplos da água,
visando a tomada de decisões em um contexto de trabalho permanente
(MAGALHÃES JÚNIOR, 2007).
De acordo com Setti (2001), o planejamento, por sua vez, visa a avaliação
prospectiva das demandas e das disponibilidades desses recursos e sua alocação
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entre usos múltiplos, de forma a obter os máximos benefícios econômicos e
sociais com a mínima degradação ambiental.
A gestão participativa prevê a integração entre os planejadores, os usuários, os
formuladores de políticas públicas e os representantes acadêmicos na tomada de
decisões envolvendo as águas, para que, assim, todos os interesses sejam considerados e
se chegue o mais perto possível do que é melhor para todos.
http://www.ambiente.sp.gov.br/cea/files/2011/12/TextoJacobi.pdf
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problemas específicos. Porém sua operacionalização é um desafio político e
institucional ainda não solucionado por nenhuma realidade nacional.
A bacia hidrográfica pode ser compreendida como um conjunto ambiental integrado de
elementos físicos, bióticos e socioeconômicos inter‐relacionados.
De acordo com Porto e Porto (2008), a bacia hidrográfica pode ser considerada
um ente sistêmico, onde se realizam os balanços de entrada, proveniente da
chuva, e saída de água por meio do exutório, permitindo que sejam delineadas
bacias e sub-bacias, cuja interconexão se dá pelos sistemas hídricos.
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Tundisi (2003) destaca que a bacia hidrográfica tem certas características
essenciais que a torna uma unidade muito bem caracterizada e permite a
integração multidisciplinar entre diferentes sistemas de gerenciamento, estudo e
atividade ambiental. A figura a seguir ilustra a delimitação de uma bacia
hidrográfica.
Porto e Porto (2008) destacam, ainda, que é sobre o território da bacia hidrográfica
que se desenvolvem as atividades humanas, uma vez que todas as áreas
urbanas, industriais, agrícolas ou de preservação fazem parte de alguma bacia
hidrográfica. Sendo assim, tudo o que se observa no seu exutório representa os
processos que fazem parte do seu sistema. O que ocorre ali é consequência das
formas de ocupação do território e da utilização das águas que para ali
convergem.
Entendeu o que é uma bacia hidrográfica e por que ela é uma unidade de gestão
adequada em recursos hídricos? Assista ao vídeo do professor antes de
prosseguir.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40142008000200004
Veja, no vídeo do professor, quais são os pontos que dificultam a adoção de uma
gestão compartilhada e participativa.
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/made/article/view/7816
Algumas questões sobre a gestão participativa podem ser deixadas para reflexão:
REVENDO A PROBLEMATIZAÇÃO
Agora, vamos retomar a pergunta feita no início deste material. O secretário de
meio ambiente de um município quer organizar uma comissão para realizar um
projeto de proteção às águas do município. Se fosse você, que tipo de pessoa
chamaria para formar essa comissão? Quais princípios são importantes a serem
passados para essas pessoas?
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Chamaria os proprietários de grandes indústrias e fazendas e explicaria a
importância de cuidar da água para que as atividades deles não sofram com a
falta dela.
SÍNTESE
Neste tema, vimos como os documentos e os princípios da Gestão Ambiental e
de recursos hídricos abordam questões já estudadas anteriormente, além de
aprender a definição da bacia hidrográfica e os pontos-chave desse conceito.
REFERÊNCIAS
CASTRO, P. C. de. Tendências de evolução do direito internacional da água.
12° Simpósio de Hidráulica e Recursos Hídricos dos Países de Língua Portuguesa
(SILUSBA), Brasília. 2015. Disponível em:
http://www.evolvedoc.com.br/silusba/detalhes-2017_tendencias-de-evoluçao-do-
direito-internacional-da-agua. Acesso em: 10 mar. 2016
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INTERNATIONAL LAW ASSOCIATION (ILA). Disponível em:
http://www.ilabrasil.org.br/. Acesso em: 10 mar. 2016.
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